Caderno Pedagogico 2.14

Page 1

CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 2 Globalização e internacionalização dos mercados.

ALUNO(A):

2013/1


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 2

REITOR Arody Cordeiro Herdy PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA Carlos de Oliveira Varella PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Emilio Antonio Francischetti PRÓ-REITORA COMUNITÁRIA E DE EXTENSÃO Sônia Regina Mendes PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO José Luiz Rosa Lordello

2


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

INOVA NÚCLEO INOVADOR Unigranrio – INOVA Coordenadora: Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

ESCOLA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES Diretora: Haydéa Maria Marino de Sant´anna Reis

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS I Diretora: Lúcia Inês Kronemberger Andrade

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS II Diretor: Lindonor Gaspar de Siqueira

3


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

NÚCLEO ALÉM DA SALA DE AULA Benjamin Salgado Quintans Frederico Adolfo Schiffer Junior Haydéa Maria Marino de Sant’anna Reis Herbert Gomes Martins Hulda Cordeiro Herdy Carmim José Luiz Rosa Lordello Sonia Regina Mendes

NÚCLEO DE APOIO METODOLÓGICO - NAM Anna Paula Soares Lemos Carlos de Oliveira Varella José Luiz Rosa Lordello Lindonor Gaspar de Siqueira Lúcia Inês Kronemberger Andrade Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

2


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD Lúcia Inês Kronemberger Andrade Vanessa Olmo Pombo

NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL Anna Paula Soares Lemos Edeusa de Souza Pereira Joaquim Humberto Coelho de Oliveira Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

NÚCLEO DE MEMÓRIA E DOCUMENTAÇÃO INSTITUCIONAL Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

2


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

NÚCLEO DE PRÁTICAS INCLUSIVAS Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca

ORGANIZAÇÃO / REVISÃO / DIAGRAMAÇÃO DESTE MATERIAL: NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Professores(as) Anna Paula Lemos Edeusa de Souza Pereira Joaquim Humberto Coelho de Oliveira Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

2


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

1


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM Atividade: TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I Unidade Nº: Dois (2/14) Título: Globalização e internacionalização dos mercados. Objetivos de aprendizagem: Associar a globalização com a sua fase financeira. Compreender a atividade empresarial na fase financeira da globalização. Analisar a influência das regras do mercado nas esferas pessoais de decisão.

Tópicos abordados: Globalização e mercado financeiro. Empresas globais e territórios.

2


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Mercantilização das relações pessoais.

Introdução: Estamos cercados por produtos globalizados, e, ao mesmo tempo, os consumimos. Como, por quem e onde eles são produzidos? Quem faz, verdadeiramente, parte da cena globalizada?

3


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL http://osefeitosdaglobalizacao.blogspot.com.br/

Sem dúvida, as empresas globais. Estas se instalam em várias partes do mundo e mantém uma relação muito própria com esses territórios. Optam por eles e os abandonam tendo em vista os seus investimentos. Além disso, dão aos seus produtos um padrão universal, através da intensa propaganda de sua marca nas diversas mídias. Exemplos de empresas globais podem ser vistos no seguinte link: http://oglobo.globo.com/economia/listamos-dez-marcas-brasileiras-com-sotaque-estrangeiro7586264

As dez marcas brasileiras com sotaque estrangeiro:

4


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

NFG imagens.

Se os mercados, com a globalização promovida pelas novas tecnologias, estão cada vez mais conectados entre si, as suas influências sobre nossos valores também aumentam. No vídeo do professor Michael Sandel, de Harvard, debate-se sobre os limites do que pode ou não ser posto à venda ou ser regulado pelas regras do mercado. Na época de globalização do mercado, um debate ético faz-se necessário sobre o que pode o dinheiro comprar. Nesse episódio do seu curso sobre “Justiça. Qual a coisa certa a fazer?”, Sandel interroga sobre o papel dos mercados no reino da reprodução e procriação humanas.

5


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Conteúdo FOLHA DE SÃO PAULO. Empresas globalizadas trocam patrimônio por marketing. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/21.html>. Acesso em 02 fev 2013. FOLHA DE SÃO PAULO. Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer lugar do mundo? Se as empresas globalizadas não têm um país-sede, o que ocorre quando querem fazer um lobby? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/23.html>. Acesso em 02 fev 2013. FOLHA DE SÃO PAULO. O que mudou no mercado financeiro? A globalização é um fenômeno dirigido pelo mercado financeiro? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/5.html>. Acesso em 02 fev 2013.

6


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Síntese: Uma das principais características da globalização, nos dias atuais, é a expansão e integração dos mercados, facilitadas, principalmente, pela comunicação instantânea possibilitada pelas novas tecnologias. Isso interfere, acentuadamente, tanto nas relações empresariais quanto nos valores que perpassam as nossas relações interpessoais.

http://pt.encydia.com/es/Globaliza%C3%A7%C3%A3o

7


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Leituras complementares: BACELAR, Tania. Globalização e território (trecho). In: LE MONDE DIPLOMATIQUE.Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013. BLOG FORMAÇÃO GERAL UNIGRANRIO. Disponível em: <http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/>

SANDEL, Michael. Justice. Qual a coisa certa a fazer? Disponível em: <http://univesptv.cmais.com.br/justice/home/barriga-de-aluguel-1>. Acesso em 02 fev 2013.

Bibliografia recomendada: BAUMAN, Zigmunt. Globalização:as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. BRIGAGÃO, Clóvis & RODRIGUES, Gilberto.Globalização a Olho Nu. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

8


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. O que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2005.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2011.

STRAZZACAPPA, Cristina. Globalização: O que é isso, afinal? Coleção Desafio. Rio de Janeiro, Moderna, 2006.

9


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Para saber mais:

Músicas que ajudam a construir ideias sobre a Globalização. Clique sobre o nome da música ouça e analise a letra. Parabolicamará Gilberto Gil Globalização Tribo de Jah Disneylândia Jorge Drexler

3ª do Plural (Engenheiros do Hawaii)

10


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

TEXTOS TEXTO 1 :

FOLHA DE SÃO PAULO. Empresas globalizadas trocam patrimônio por marketing. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/21.html>. Acesso em 02 fev 2013.

Empresa globalizadas trocam patrimônio por marketing Célia de Gouvêa Franco Da reportagem local O filme publicitário começa com meninos jogando futebol na rua. Logo essas cenas passam a ser intercaladas, de forma simétrica, com imagens de Ronaldinho jogando pela seleção brasileira. Ronaldinho dribla um jogador, um menino dribla outro menino; Ronaldinho rouba a bola, o lance se repete com os meninos. Até que Ronaldinho faz um gol, e um dos meninos acerta uma bolada na janela de um carro, quebrando-a. Uma típica cena brasileira usada para vender uma marca americana, a Nike? Mais do que isso, essa é a descrição de um anúncio criado por uma agência norte-americana, a

11


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Wieden & Kennedy, para vender no Brasil os produtos de uma empresa também norte-americana, a Nike, fabricados em um país asiático, como Vietnã ou Indonésia. Com um faturamento de US$ 9,2 bilhões no ano fiscal terminado em maio de 1997, a fabricante de roupas e calçados esportivos Nike acabou se tornando, nos últimos anos, um dos melhores exemplos de uma empresa global, por sua estratégia de produção e de uso intensivo dos instrumentos de marketing. A Nike não é dona de nem sequer uma fábrica, não emprega nenhum operário, não tem nenhuma máquina. Toda a sua produção é feita sob encomenda em fábricas que pertencem a outras empresas, a partir de modelos de tênis desenhados por especialistas nos Estados Unidos. Atualmente, cerca de 80% dos calçados Nike são feitos em fábricas de cinco países asiáticos: Vietnã, Indonésia, China, Coréia do Sul e Taiwan. A empresa nunca teve fábricas. Por isso tem condições de mudar o local de fabricação dos seus produtos com enorme facilidade se julgar que é mais vantajosa a produção em outro lugar - o que não seria possível se tivesse investido na construção e na instalação de fábricas. Nos últimos cinco anos, como resultado dessa política, a Nike desistiu de fazer negócios com 20 fábricas na Coréia do Sul e em Taiwan, países onde os salários dos operários subiram, e passou a operar com 35 novas fábricas na China, na Indonésia e na Tailândia, onde os salários são bem mais baixos. Além dessa mobilidade, outra característica marcante de uma empresa globalizada que fica evidente na Nike é o investimento pesado em marketing. "Nós não sabemos nada sobre indústria. Entendemos de marketing e design", explica Neal Lauridsen, vice-presidente da Nike para a região asiática, citado no livro "Global Dreams", de Richard Barnet e John Cavanagh, dois especialistas americanos em globalização. Usualmente, a empresa - ou as companhias que a representam em um determinado país ou região - investe pelo menos 10% do seu faturamento na divulgação da sua marca, que se tornou tão conhecida que hoje é dispensável o nome Nike nas campanhas publicitárias. Bastam o slogan "Just Do It" e a logomarca.

12


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Patamar

Empresas globais estão um passo adiante -ou muitos passos adiante- das multinacionais. Existe muita polêmica entre economistas e cientistas sociais sobre as melhores definições para companhias multinacionais, transnacionais e globais, que variam conforme a posição, até política, de cada um sobre globalização. Para Gilberto Dupas, consultor de empresas e especialista no tema globalização, haveria um certo consenso de que não há, de fato, diferenças entre o que é uma empresa multinacional e uma empresa transnacional. A definição desses dois conceitos seria a de um agente econômico produtor de bens ou serviços, cuja base de produção esteja em mais de um país e/ou o mercado seja mais do que um único país, explica Dupas. Já uma empresa globalizada ou global seria aquela que opera seguindo uma lógica operacional mundial, cujo objetivo seja maximizar benefícios e minimizar custos não importando onde esteja a base de produção e que obedeça uma estratégia de marketing única para todos os países onde vende seus produtos. Um exemplo disso seria a Coca-Cola, cita Dupas. Para ele, ainda não existe nenhuma empresa brasileira que mereça o rótulo de global. "Um exemplo do que poderia ser uma empresa brasileira globalizada seria um fabricante de sapatos que vendesse seus produtos em um grande número de países e que os fabricasse onde os custos de produção fossem os menores. Seria uma Azaléa multiplicada por 10." Outros especialistas diferenciam uma multinacional de uma transnacional. Um estudo recente da União Europeia sobre a globalização da tecnologia e da economia, por exemplo, chega à conclusão que o que diferenciaria os dois conceitos seria o mercado alvo para seus produtos. No caso de uma empresa transnacional, o mercado seria uma determinada região do mundo, como a Europa, enquanto para uma multinacional o mercado seria o planeta inteiro.

13


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Uma característica essencial da empresa global atualmente seria a facilidade para identificar locais onde existam as condições mais atraentes para suas operações. Ficou muito mais fácil tomar conhecimento sobre as condições de trabalho em um determinado país e compará-las com a situação em outras partes do mundo. Com os serviços de informação on line, por exemplo, o aumento nas taxas de juros adotado por um governo (que tende a encarecer os custos de produção e a favorecer as aplicações financeiras) chega ao conhecimento dos investidores e empresários de forma imediata. Somada à crescente desregulamentação não só dos mercados financeiros, mas também em outras áreas, inclusive no que se refere à legislação trabalhista, ficou praticamente liberada a movimentação de capital, trabalho e bens entre os países. O exemplo já clássico é, de novo, a Nike. Como a empresa não possui fábricas, não tem dinheiro investido em máquinas e imóveis nem emprega diretamente operários e gerentes das fábricas. Qualquer tendência de elevação dos custos de produção em um determinado país pode levar a empresa a trocá-lo por um outro onde seja mais barata a fabricação dos seus calçados. Um dos efeitos esperados da crise dos mercados financeiros das últimas semanas é um rearranjo de investimentos em fábricas, passada a rodada de aumento de juros e desvalorização de moedas. Investimentos previstos para um país poderão ser cancelados, por exemplo.

Nova onda de invasão Como consequência da facilidade de mudar de um país para outro, nunca teria havido uma tendência tão forte quanto a atual de grandes grupos internacionais "invadirem" outros países e comprarem empresas locais ou de transferirem suas bases de operação de um país para outro. Dados do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) mostram, por exemplo, que em 1996, na França, 3.400 pequenas e médias empresas foram vendidas. Nos Estados Unidos, ocorreram 10 mil operações de fusão e incorporação, movimentando mais de US$ 600 milhões.

14


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

No Brasil, no primeiro semestre deste ano, ocorreram 172 fusões, incorporações e joint ventures, segundo a empresa de consultoria KPMG Peat Marwick, indicando um aumento de 25% em relação aos seis primeiros meses de 1996. "No circuito das chamadas empresas transnacionais, o investimento em fábrica deixou de ser privilegiado. A prioridade passou a ser investir em marcas. Muitas vezes, a empresa global compra uma companhia local apenas para ganhar uma fatia do mercado, por causa da marca", diz Helio Mattar, presidente da GE-Dako, a empresa formada no ano passado, quando o grupo norte-americano GE comprou uma participação majoritária na fábrica de fogões Dako, de Campinas (SP), líder de mercado. Hoje, as empresas transnacionais ocupam uma posição ímpar nos negócios internacionais: 40% ou 50% do comércio global refere-se a operações entre essas empresas, cita Dupas. O crescimento do número dessas companhias e dos negócios por elas realizados é apontado como uma das razões para a expansão do comércio internacional. No início dos anos 80, o comércio mundial de bens e serviços girava cerca de US$ 5 trilhões ao ano; hoje, aproxima-se dos US$ 14 bilhões, diz o Banco Mundial. Esses dados indicam que o comércio entre os países teve, nesse período, um ritmo de crescimento mais acentuado do que o da própria economia mundial. Um fator decisivo pra que isso tenha ocorrido foram as mudanças nas regras do jogo comercial internacional com as negociações no âmbito do antigo Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), na chamada "Rodada Uruguai", que resultaram em uma redução generalizada de tarifas (espécie de imposto de importação adotado pelos governos). Condições de trabalho O processo de expansão das empresas multinacionais também provocou polêmica por causa das condições de trabalho nas fábricas desses grupos instaladas em países que não se destacam pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. Nos Estados Unidos e na Europa, surgiram nos últimos anos movimentos de boicote a uma série de produtos de fábricas desses grupos instaladas em países que não se destacam pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. A Nike foi um dos principais alvos desses movimentos. As empresas, de seu lado, têm procurado desmontar - com maior ou menor grau de sucesso - essas críticas.

15


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Recentemente, a Nike convidou uma ONG (organização não governamental), a Good Works International, para fazer um levantamento sobre fábricas que fabricam seus calçados em três países asiáticos: Vietnã, Indonésia e China. A GoodWorks apresentou suas conclusões: embora as fábricas apresentem condições de trabalho adequadas, "o conceito de 'direitos trabalhistas' não é bem entendido ou adotado nos três países onde a Nike e seus principais competidores produzem calçados e outros itens". Em contrapartida, são os consumidores "que dão legitimidade à tendência de globalização, na medida em que querem, exigem mesmo produtos mais baratos e de melhor qualidade", afirma Dupas. Muitas vezes é esse mesmo consumidor, no papel de trabalhador, que sofre com a política de empresas transnacionais de fechar uma determinada fábrica ou de promover demissões, alegando a necessidade de reduzir seus custos para aumentar a produtividade. TEXTO 2

FOLHA DE SÃO PAULO. Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer lugar do mundo? Se as empresas globalizadas não têm um país-sede, o que ocorre quando querem fazer um lobby? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/23.html>. Acesso em 02 fev 2013.

GLOBALIZAÇÃO É PODER COMPRAR O MESMO PRODUTO EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO? Não se pode confundir globalização com a presença de um mesmo produto em qualquer lugar do mundo. A globalização pressupõe a padronização dos produtos (um tênis Nike, um Big Mac) e uma estratégia mundialmente unificada de marketing, destinada a uniformizar sua imagem junto aos consumidores.

16


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

SE AS EMPRESAS GLOBALIZADAS NÃO TÊM PAÍS-SEDE, O QUE OCORRE QUANDO QUEREM FAZER UM LOBBY? A rigor, as empresas globalizadas preocupam-se muito mais com marketing, o grosso de seus investimentos. Se em determinado país as condições de seu fornecedor se tornaram desfavoráveis - os juros aumentaram, o que implica no aumento dos produtos- a empresa globalizada vai procurar outro fornecedor em outro país com juros mais baixos. Ela não perderá tempo em fazer lobby sobre determinado governo para que o crédito volte a ser competitivo.

TEXTO 3

TEXTO 3 FOLHA DE SÃO PAULO. O que mudou no mercado financeiro? A globalização é um fenômeno dirigido pelo mercado financeiro? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/5.html>. Acesso em 02 fev 2013.

O QUE MUDOU NO MERCADO FINANCEIRO? O mercado financeiro saiu da mão dos bancos para ser operado na compra e venda de títulos que vão, por exemplo, para as carteiras dos fundos de pensão. Surgiram os derivativos (papéis acoplados a outros papéis). Os especuladores ganharam maior poder de fogo. Em poucas horas, o valor de moedas, papéis e ações pode se transformar radicalmente.

A GLOBALIZAÇÃO É UM FENÔMENO DIRIGIDO PELO MERCADO FINANCEIRO? Não existe nada semelhante a um comando centralizado (ou clandestino) da globalização. O mercado financeiro é uma massa mundial dentro da qual se aposta em tendências conflitantes. Pressupõe um modelo de empresa, um outro modelo aberto de comércio, a

17


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

mundialização das marcas de produtos. Contudo, pode-se dizer que nada disso existiria sem um mercado financeiro que, mais ágil, viabiliza o fechamento de negócios com uma rapidez inimaginável há 15 anos.

TEXTO TEXTO 4 BACELAR, Tania. Globalização e território (trecho). In: LE MONDE DIPLOMATIQUE.Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013.

Empresas globais Quem se globalizou? Aqui, surge a pergunta: quem se globalizou? Primeiro, os principais agentes econômicos do mundo de hoje, que são os conglomerados transnacionais. Inicialmente, nós os denominamos “firmas multinacionais”. Depois, descobrimos que não eram “multinacionais”, mas transnacionais. E que também não eram “firmas”, mas conglomerados de firmas. Se considerarmos o tecido produtivo do Brasil, veremos que a grande maioria das empresas que operam no país não são entes globais: são entes nacionais, regionais ou locais. Mas alguns grandes agentes se globalizaram, e são eles os principais atores desse processo. Globalizaram-se também os principais fluxos econômicos: os fluxos comerciais, os fluxos de investimento produtivo, os fluxos financeiros. Globalizaram-se os mercados. E – muito importante para nossa discussão – globalizaram-se os padrões. Isso é muito relevante para a discussão sobre a relação entre globalização e território, porque os

18


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

agentes locais acabam assimilando esses padrões, usando esses padrões, e eles vão-se tornando cada vez mais disseminados pelo mundo afora. Se observarmos o perfil locacional de um grande conglomerado global, veremos que o comando está centralizado na matriz, a gestão estratégica está lá, a inovação tecnológica está lá, mas a operação se encontra descentralizada por vários lugares. E isso é que dá o tom da relação entre globalização e território. Um exemplo que eu gosto de citar é o de uma entrevista que li com o PDG da Nike. O jornalista perguntou-lhe quantos milhões de pares de tênis a Nike produzia. E ele respondeu que a Nike não produzia tênis; produzia “emoção”. A “emoção” de calçar uma Nike – isto é, o marketing – está centralizada nos Estados Unidos. E eles gastam muito mais com marketing do que com o processo produtivo. O processo produtivo está na Ásia, está descentralizado, porque a indústria de calçados, no fundo, é uma indústria de montagem, e, em toda indústria de montagem, o custo da mão-de-obra é um elemento determinante. Então, o processo produtivo ocorre onde o custo da mão-de-obra é mais barato. Quem produz o tênis Nike são milhares de pequenas empresas situadas na Ásia. A corporação compra esses tênis e agrega “emoção”. Aí, quem compra o tênis Nike compra junto a “emoção” de poder usar um calçado de 700, 800 reais, que, na verdade, pelo custo material de produção, não vale isso.

Tânia Bacelar é economista e socióloga, doutora em Economia, professora da Universidade Federal de Pernambuco e sócia da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento.

19


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Atividades para Autoavaliação Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I Unidade Nº: 02 Título: GLOBALIZAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DOS MERCADOS

20


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

QUESTÃO 1 Tópico Associado: GLOBALIZAÇÃO E MERCADO FINANCEIRO Enunciado: (UEG 2007): A globalização é o fenômeno mais recente da economia capitalista mundial. O mundo globalizado definiu uma nova organização do espaço geográfico, com impacto em todas as regiões do mundo, ampliando as diferenças entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos e entre as classes sociais no interior de cada um deles. Hoje, mais do que nunca, o mercado é controlado pelas grandes corporações multinacionais aglutinadas em diferentes blocos econômicos. A respeito desse assunto, é CORRETO afirmar: A) A globalização cultural é caracterizada pela automação, disseminação do uso da informática, biotecnologia e pelos diversos meios de comunicação eletrônica, produto da intensificação das transformações tecnológicas e sua expansão por várias regiões do globo. B) A globalização econômica se faz presente através da difusão de hábitos de consumo e do modo de vida dos países desenvolvidos por meio de marcas mundialmente conhecidas, supermercados, redes de 'fast-food', etc. C) Um dos aspectos da globalização é a concepção neoliberal do Estado que se

21


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

caracteriza pela ampliação das obrigações ligadas aos aspectos sociais e trabalhistas, além de promover políticas de financiamento e apoio à iniciativa privada. D) Com o objetivo de minimizar os custos e maximizar os lucros vem ocorrendo, nos últimos vinte anos, a integração de vários países com a formação de blocos econômicos. Entre eles, destacam-se: APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), SADC (Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento).

FEEDBACK DA QUESTÃO 1 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

22


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

QUESTÃO 2 Tópico Associado: EMPRESAS GLOBAIS E TERRITÓRIO

Após observar a ilustração e pensar sobre as empresas transnacionais, é CORRETO afirmar que: A) Estão concentradas nos principais ramos da indústria moderna, constituindo oligopólios de dimensões internacionais. B) São pouco diversificadas, constituindo conglomerados. C) São tecnologicamente avançadas e buscam mão-de-obra barata nos países desenvolvidos

23


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

D) Buscam, nos países em que operam, a mão-de-obra menos qualificada e utilizam técnicas avançadas de planejamento e controle. FEEDBACK DA QUESTÃO 2 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 3 Tópico Associado: EMPRESAS GLOBAIS E TERRITÓRIO Enunciado: A rede McDonald's tornou-se um dos símbolos de algumas das principais mudanças, ocorridas em diversos países, nos últimos cinqüenta anos. Sua história se confunde com a das relações econômicas internacionais. Uma mudança que pode ser representada pela expansão dessa rede e sua respectiva causa histórica são: A) Mundialização da cultura - extinção da dualidade local/global B) Padronização do consumo - expansão de empresas transnacionais C) Americanização dos costumes - internacionalização tecnológica do setor industrial D) Uniformização dos hábitos alimentares - integração mundial dos mercados

24


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

nacionais. FEEDBACK DA QUESTÃO 3 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 4 Tópico Associado: GLOBALIZAÇÃO E TERRITÓRIO A globalização faz parte do processo de expansão do capitalismo, que atinge as diversas esferas da sociedade, em escala planetária.

25


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/FGnNDpz2bXA/T8VUk5ozvPI/AAAAAAAAAB8/HBPBxh773A8/s1600/globaliza%C3%A7%C3%A3o.jpg

Ao comparar a charge com a afirmativa sobre a globalização, é correto afirmar que se trata de um processo: A) seletivo e excludente. Embora apresente tendência à homogeneização do espaço

26


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

mundial B) que tem reduzido as desigualdades socioeconômicas, embora apresente tendência à fragmentação do espaço mundial C) que eleva a produção da riqueza e conduz à distribuição equitativa de renda entre os países do mundo. D) que reduz a competitividade entre os países e ameniza os conflitos nacionalistas. FEEDBACK DA QUESTÃO 4 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

27


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

QUESTÃO 5 Tópico

Associado:

GLOBALIZAÇÃO

E

MERCANTILIZAÇÃO

DAS

RELAÇÕES PESSOAIS

A globalização tem sido vista, de maneira muito simplificada, como simples abertura de fronteiras e geração de um espaço mundial comum. É natural a

28


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

construção ideológica segunda a qual nosso mundo encolheu dramaticamente e qualquer ponto do planeta está ao nosso alcance, através do teclado do computador ou da tela da televisão. Considere os seguintes itens a respeito da globalização: I - A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro

motor

da

atividade

econômica

contemporânea.

II - A globalização é o estágio supremo da internacionalização e o maior destaque desse mais recente período é o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, a permitir que o mundo se torne socialmente mais justo e igualitário. III - Num mundo globalizado, as realidades geográficas se renovam, contribuindo para vivermos num espaço sem fronteiras, uma aldeia global onde todos podem conhecer extensivamente e profundamente o planeta.

São corretas as afirmativas: A) I e III B) II e III C) II D) I

29


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

FEEDBACK DA QUESTÃO 5 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

Questão discursiva Tópico Associado: Empresas globais e território Qual a importância do processo de globalização para expansão da atuação das empresas transnacionais? Cite algumas dessas empresas que possuem filiais no Brasil. COMENTÁRIO: Vide gabarito no final deste caderno.

30


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO 1: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 2 : Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 3: Resposta certa: Letra B FEEDBACK DA QUESTÃO 4: Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 5: Resposta certa: Letra D

31


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA: COMENTÁRIO: A globalização é de fundamental importância para a atuação das empresas transnacionais, pois proporciona todo o aparato técnológico para os serviços de telecomunicação, transporte, investimentos, entre outros, fatores essenciais para realização eficaz das atividades econômicas em escala planetária. Outro fator importante para as transnacionais é o processo de Divisão Internacional do Trabalho (DIT), onde produtos são desenvolvidos em um país e a sua produção pode ocorrer em diferentes países do mundo, tudo objetivando o menor gasto na produção e, consequentemente, maior lucratividade para os detentores do meio de produção. Entre as empresas transnacionais que possuem filiais no Brasil podemos citar a Coca Cola, Unilever, Mc Donald’s, Nestlé, Hyundai, Volkswagen, etc.

32


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Acessem os blogs: Núcleo Inovador UNIGRANRIO

http://inova.unigranrio.com.br/index.html

Núcleo Formação Geral

http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!” Paulo Freire

33


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.