Caderno pedagogico 2013 1 GLOBALIZAÇÃO

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL

GLOBALIZAÇÃO

978-85-88943-39-1

2013/1 ALUNO(A):

ISBN:


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ORGANIZADORES: ANNA PAULA SOARES LEMOS EDEUSA DE SOUZA PEREIRA JOAQUIM HUMBERTO COELHO DE OLIVEIRA LUCIMAR LEVENHAGEN ALARCON DA FONSECA MARIA RITA RESENDE MARTINS DA COSTA BRAZ TANIA MARIA DA SILVA AMARO DE ALMEIDA

CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL GLOBALIZAÇÃO

1ª EDIÇÃO

DUQUE DE CAXIAS EDITORA UNIGRANRIO 2013


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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL GLOBALIZAÇÃO

REITOR Arody Cordeiro Herdy PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA Carlos de Oliveira Varella PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Emilio Antonio Francischetti PRÓ-REITORA COMUNITÁRIA E DE EXTENSÃO Sônia Regina Mendes PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO José Luiz Rosa Lordello


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INOVA NÚCLEO INOVADOR UNIGRANRIO – INOVA Coordenadora: Maria Rita Resende Martins da Costa Braz ESCOLA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES Diretora: Haydéa Maria Marino de Sant anna Reis ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS Diretor: Carlos Cesar Ferreira Vargas ESCOLA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Diretor: Herbert Gomes Martins ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Diretora: Hulda Cordeiro Herdy Ramin

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS I Diretora: Lúcia Inês Kronemberger Andrade INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS II Diretor: Lindonor Gaspar de Siqueira


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NÚCLEO ALÉM DA SALA DE AULA Benjamin Salgado Quintans Frederico Adolfo Schiffer Junior Haydéa Maria Marino de Sant’anna Reis Herbert Gomes Martins Hulda Cordeiro Herdy Carmim José Luiz Rosa Lordello Sonia Regina Mendes

NÚCLEO DE APOIO METODOLÓGICO - NAM Anna Paula Soares Lemos Carlos de Oliveira Varella José Luiz Rosa Lordello Lindonor Gaspar de Siqueira Lúcia Inês Kronemberger Andrade Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD Lúcia Inês Kronemberger Andrade Vanessa Olmo Pombo


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL Anna Paula Soares Lemos Edeusa de Souza Pereira Joaquim Humberto Coelho de Oliveira Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

NÚCLEO DE MEMÓRIA E DOCUMENTAÇÃO INSTITUCIONAL Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

NÚCLEO DE PRÁTICAS INCLUSIVAS Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca

ORGANIZAÇÃO / REVISÃO / DIAGRAMAÇÃO DESTE MATERIAL: NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL Professores (as): Anna Paula Soares Lemos Edeusa de Souza Pereira Joaquim Humberto Coelho de Oliveira Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca Tania Maria da Silva Amaro de Almeida


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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL Capítulo 1

O que é Globalização? O que e Globalizaçao?

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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM

Atividade: TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I Unidade Nº: Um (1/14) Título: O que é Globalização? Objetivos de aprendizagem: Apreender o conceito ou conceitos de globalização. Analisar as dimensões econômica, política e cultural da globalização. Tópicos abordados: Características do capitalismo globalizado. As tendências de análise da globalização. Influências da globalização nas culturas locais.

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Introdução: É muito comum ouvirmos e falarmos sobre a globalização. E, talvez nos cheguem informações muitos variadas. Então, perguntamos: afinal de contas, o que é a globalização? E pode ser que alguns façam afirmações que não sejam do agrado de todos. Parece que estamos diante de algo que muda o seu sentido conforme a posição de quem o vê. Daí algumas tendências, ou pontos de vista, verem a globalização de modos diferentes. Ela é um fato, e sem dúvida existe, e consegue influenciar diversos modos de vida. Porém, não é de uma única maneira que ela é observada. Leia os textos a seguir, e vejam a complexidade deste acontecimento econômico, político e cultural denominado globalização. Ao assistir o documentário de Sílvio Tendler, “Encontros com Milton Santos: a globalização vista do lado de cá”, atente, nos quatro primeiros minutos, para os seguintes temas: as fases da globalização e as três maneiras de percebê-la: como fábula; como perversão e como outra globalização.

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Conteúdo: BACELAR, Tania. Globalização e território. In: LE MONDE DIPLOMATIQUE.Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013.

FOLHA DE SÃO PAULO. O que é essa globalização e como ela se manifesta? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/3.html>. Acesso em 02 fev 2013.

FOLHA DE SÃO PAULO. Saiba como os teóricos interpretam o processo. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/2.html>. Acesso em 02 fev 2013.

Síntese: A globalização é um acontecimento complexo, característico das sociedades capitalistas. Nessas sociedades, as atividades econômicas tendem a conquistar novos mercados, em busca de maior lucratividade. Esse crescimento está diretamente associado às possibilidades tecnológicas: das inovações dos meios de transporte aos novos meios eletrônicos de comunicação. Mas esse fenômeno não é apenas econômico, pois a vida em um mundo global, onde a proximidade é cada vez maior, também aumenta a influência sobre os nossos modos de vida.

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Leituras complementares: CRASH, no limite (EUA, 2005). Direção de Paul Haggis, duração 1h52min. A partir de acidentes que se conectam, é retratada a tensão urbana gerada pela convivência entre diversidades étnicas e de classe em uma cidade americana.

ENCONTRO com Milton Santos ou o mundo global vista do lado de cá.(Brasil,2006). Direção de Silvio Tendler. Documentário, 89 min.

Bibliografia recomendada: BAUMAN, Zigmunt. Globalização:as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.

BRIGAGÃO, Clóvis & RODRIGUES, Gilberto.Globalização a Olho Nu. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. O que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Ed.Record, 2005.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Ed.Record, 2011.

STRAZZACAPPA, Cristina. Globalização: O que é isso, afinal? Coleção Desafio. Rio de Janeiro, Moderna, 2006.

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TEXTOS TEXTO1 1 TEXTO

O que é Globalização? Trecho do artigo “Globalização e território”, de Tânia Bacelar. Disponível em: <http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013.

A palavra globalização é um neologismo: só aparece na literatura na década de 1980. Mas, como demonstra François Chesnais, a globalização é uma etapa específica, muito avançada, do velho processo de internacionalização do capital. E o processo de internacionalização é um dos movimentos estruturais e estruturantes do capitalismo. Na intensidade e na extensão com as quais tal processo se manifesta hoje, ele é novo – e a palavra globalização pretende expressar tal novidade. Mas o movimento começa no século XVI, quando o capitalismo se firma, e vem acompanhando esse modo de produção ao longo de suas várias fases. Para o Brasil, isso é muito importante, porque o país engatou no movimento de internacionalização em seu próprio nascedouro. O “descobrimento” do território americano pelos europeus decorreu do processo de internacionalização comercial. E o Brasil engatou nesse processo como colônia de exploração. Do meu ponto de vista, tal contingência produziu uma herança tão pesada que a carregamos até hoje. Quando o pacto colonial se tornou um obstáculo ao processo de internacionalização, ele foi derrubado, e no Brasil isso se expressa na chamada abertura dos portos, em 1808. No século XX, o Brasil reafirmou sua inserção, subordinando-se à internacionalização do capital produtivo industrial. E, na década de 1990, mergulhamos fundo na internacionalização financeira.

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Para mim, quem melhor explicou o papel estruturante da internacionalização para o capitalismo foi Karl Marx. Esse papel estruturante, que promove a passagem do capitalismo concorrencial ao capitalismo dos oligopólios, se expressa por meio de dois movimentos: a concentração e a centralização. A concentração é o aumento das massas de capital nas fases de crescimento. Quando a economia cresce, as massas de capital crescem junto, e ocorre a concentração. Quando a economia entra em crise, a centralização entra em cena. E algumas massas de capital continuam crescendo porque determinadas empresas compram outras. Vivemos hoje este segundo momento: como o capitalismo está em crise, não há um dia em que a gente abra o jornal e não encontre algum exemplo de centralização, o fato de que alguém comprou alguém. Na expansão ou na crise, a tendência estruturante se mantém. Por isso o capitalismo chegou ao estágio a que chegou e gerou, ao longo desse caminho secular, os comandantes do processo de globalização, que são os conglomerados transnacionais, grandes massas de capital, que se acumularam tanto pela concentração quanto pela centralização. Esse movimento é estruturante porque resiste aos ciclos do capitalismo: progride na alta e se mantém ativo na baixa. E vai alcançando os diversos processos da vida econômica. Nesta fase mais recente, dois avanços técnicos aceleraram, e muito, o processo de globalização. O avanço nas comunicações, que permite que hoje uma empresa com estabelecimentos em cem países do mundo feche seu caixa em tempo real – o que era impensável há apenas 30 anos. E o avanço nos transportes, que tanto reduz custos quanto aumenta a fluidez e, portanto, a capacidade operacional de quem tem cacife para atuar em escala global. Tânia Bacelar é economista e socióloga, doutora em Economia, professora da Universidade Federal de Pernambuco e sócia da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento.

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TEXTO TEXTO 22

FOLHA DE SÃO PAULO O que é essa globalização e como ela se manifesta? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/3.html>. Acesso em 02 fev 2013.

O QUE É ESSA GLOBALIZAÇÃO E COMO ELA SE MANIFESTA? Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por computador em alguns segundos, como ocorreu esta semana nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acham que a globalização define uma nova era da história humana.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE GLOBALIZAÇÃO, MUNDIALIZAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO?

Globalização e mundialização são praticamente sinônimos. Os americanos falam em globalização. Os franceses preferem a palavra mundialização. Quanto à internacionalização, a palavra pode designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado nacional.

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QUANDO O MUNDO COMEÇOU A FICAR GLOBALIZADO?

Novamente, não há uma única resposta. Fala-se em início dos anos 80, quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações. Outros acreditam que a globalização começou mais tarde, com uma queda das barreiras comerciais.

TEXTO33 TEXTO FOLHA DE SÃO PAULO. Saiba como os teóricos interpretam o processo.Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/2.html>. Acesso em 02 fev 2013.

SAIBA COMO OS TEÓRICOS INTERPRETAM O PROCESSO DO CONSELHO EDITORIAL

O que é, afinal das contas, globalização? Como em qualquer assunto em que entre a questão econômica, essa pergunta vai encontrar 11 respostas diferentes, se forem consultados 10 economistas. A explicação talvez mais didática está no teorema do economista Eduardo Gianetti da Fonseca:

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"O fenômeno da globalização resulta da conjunção de três forças poderosas: 1) a terceira revolução tecnológica (tecnologias ligadas à busca, processamento, difusão e transmissão de informações; inteligência artificial; engenharia genética); 2) a formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos integrados (como o Mercosul, a União Européia e o Nafta); 3) a crescente interligação e interdependência dos mercados físicos e financeiros, em escala planetária". Discorda o jornal francês "Le Monde", em recente dossiê sobre a "mundialização", como os franceses insistem em chamar a globalização. Lembra primeiro, que "o comércio entre nações é velho como o mundo, os transportes intercontinentais rápidos existem há vários decênios, as empresas multinacionais prosperam já faz meio século, os movimentos de capitais não são uma invenção dos anos 90, assim como a televisão, os satélites, a informática". O que "Le Monde" chama de "novidade" é "a desaparição do único grande sistema que concorria com o capitalismo liberal em escala planetária, ou seja, o comunismo soviético". Aí, sim, fecha-se o ciclo, porque o fim do comunismo permite globalizar de fato o capitalismo, com todas as implicações decorrentes: aumento no fluxo de comércio, de informações e de expansão das empresas multinacionais para mercados antes fechados. Tudo somado, tem-se que a "a mundialização é bem mais que uma fase suplementar no processo de internacionalização do capital industrial em curso desde faz mais de um século", como escreve, para este caderno, o especialista francês François Chesnais. Chesnais prefere ao que chama "termo vago" ("mundialização") definir esse fenômeno como "regime mundializado de dominação financeira". Tem certa razão: a globalização ainda é, acima de tudo, um fenômeno financeiro. A crise das bolsas é uma prova: a um simples toque de computador, bilhões de dólares se evaporam em Hong Kong e reaparecem em Nova York, por exemplo.

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Mas é preciso bem mais do que isso para tirar uma fábrica da Alemanha e instalá-la no Brasil, por exemplo. É por tudo isso que o especialista britânico Anthony McGrew (Universidade Aberta do Reino Unido) lista três tendências nos analistas da globalização, a saber:

1) os "hiperglobalizantes", os que acham que a globalização define "uma nova época" na história da humanidade, em que "as tradicionais nações-Estado tornaram-se não-naturais, até mesmo unidades de negócio impossíveis em uma economia global". É o caso do japonês Kenichi Ohmae; 2) os céticos. São os que entendem que os fluxos atuais de comércio, investimento e mão-de-obra não são superiores aos do século passado; 3) os "transformalistas". Têm uma visão intermediária. Admitem que os processos contemporâneos de globalização não têm precedentes, mas acham que resta um papel para os governos nessa história, desde que se adaptem a um mundo em que já não há uma distinção clara entre assuntos domésticos e internacionais. Apontam, ainda, um novo padrão de inclusão e exclusão social na economia globalizada. Até os nômades. No fundo, acaba sendo indiferente qual o rótulo que se prefira. As mudanças provocadas pela globalização não poupam nem sequer os personagens em tese mais independentes. Tome-se o caso dos beduínos da Arábia Saudita. São nômades, o que, por definição, quer dizer independentes, isolados do mundo. Fazem seu próprio estilo de vida, imutável há séculos. Era imutável.

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O custo de sustentar seus camelos, meio de transporte e de vida para todos eles, no trabalho de pastoreio, tornou-se insuportável. E já não conseguem enfrentar a concorrência oferecida pelas ovelhas importadas (à razão de 12 milhões ao ano) de lugares tão distantes como o Uruguai ou a Nova Zelândia. Se os nômades puderam produzir um símbolo, Lawrence da Arábia, como emblema do mundo pré-globalização, o mundo contemporâneo é, ao contrário, uma cacofonia de símbolos facilmente reconhecíveis, em qualquer lugar em que se esteja, da Coca-Cola à Toyota, da Nike ao McDonald's.

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Atividades para Autoavaliação Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I Unidade Nº: 01 Título: O que é Globalização?

QUESTÃO 1 Tópico Associado: Diferenças entre globalização, mundialização e internacionalização. Enunciado: (Adaptada pelo NFG) O processo de globalização tem, na atualidade, provocado grandes mudanças, tanto nas esferas econômica, financeira e política, quanto na vida social e cultural dos povos e das nações, em escala mundial. A esse respeito, é possível afirmar, de modo correto, que: A) A maioria das instituições financeiras globais tem sua sede localizada nos países subdesenvolvidos.

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B) O avanço das telecomunicações e da informática e o uso da internet são fundamentais para os fluxos financeiros mundiais. C) O Estado intervém na economia por meio de investimentos no setor industrial, fortalecendo, assim, as empresas estatais. D) Os blocos econômicos regionais são constituídos com o objetivo único de formação de alianças para defender a autonomia política dos países membros. FEEDBACK DA QUESTÃO 1 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 2 Tópico Associado: Diferenças entre globalização, mundialização e internacionalização. Enunciado: O mundo assiste hoje ao que, comumente, é chamado de globalização. Nesse processo, massas enormes de capital financeiro, comandadas por grandes empresas/grupos, circulam entre países. Daí decorre que: A) Todos os países participam igualmente da globalização. B) Fronteiras nacionais não mais existem. C) O comércio e o investimento internacionais são cada vez mais dominados por grandes grupos (oligopólios). D) Fome e desemprego no mundo globalizado não mais existem.

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FEEDBACK DA QUESTÃO 2 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 3 Tópico Associado: Diferenças entre globalização, mundialização e internacionalização. Enunciado: (UFOP 2008) Sobre o processo da globalização, é incorreto afirmar: A) A globalização é um processo, ainda em curso, de integração de economias e mercados nacionais. B) A globalização implica certa interdependência de países e de pessoas, além da uniformização de padrões de consumo em âmbito mundial. C) As pessoas dependem crescentemente de mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial. D) As pessoas podem usufruir de todos os produtos da economia globalizada porque a riqueza social é mais bem distribuída. FEEDBACK DA QUESTÃO 3 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

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QUESTÃO 4 Tópico Associado: Diferenças entre globalização, mundialização e internacionalização. Enunciado: (UECE 2007) A globalização tem sido vista, de maneira muito simplificada, como simples abertura de fronteiras e geração de um espaço mundial comum. É natural a construção ideológica segunda a qual nosso mundo encolheu dramaticamente e qualquer ponto do planeta está a nosso alcance, através do teclado do computador ou da tela da televisão. Considere os seguintes itens a respeito da globalização: I - A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica contemporânea.

II - A globalização é o estágio supremo da internacionalização e o maior destaque desse mais recente período é o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, a permitir que o mundo se torne socialmente mais justo e igualitário.

III - Num mundo globalizado, as realidades geográficas se renovam, contribuindo para vivermos num espaço sem fronteiras, uma aldeia global onde todos podem conhecer extensivamente e profundamente o planeta.

É(são) correta(s) apenas:

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A) I e III B) II e III C) II D) I FEEDBACK DA QUESTÃO 4 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 5 Tópico Associado: Diferenças entre globalização, mundialização e internacionalização. Enunciado: (Adaptada pelo NFG) A globalização pode ser descrita como um processo de difusão de ideias e valores, de formas de produção e de trocas comerciais que atravessam e rompem as fronteiras nacionais. As opções abaixo apresentam exemplos da teia global, à exceção: A) da intensa velocidade de propagação de ideias e da instantaneidade na transmissão dos acontecimentos mundiais; B) da ampliação dos fluxos de bens e de informações que circulam e interagem em escala mundial; C) da retração do controle territorial do Estado nação devido ao alargamento da ação das grandes corporações; D) da simetria dos circuitos da mídia e da informação eletrônica com uma recíproca fertilização cultural.

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FEEDBACK DA QUESTÃO 5 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

Questão discursiva Tópico Associado: Efeitos da globalização nas culturas locais.

Escreva um parágrafo dissertativo explicando a relação entre a imagem e as reflexões propostas:

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“Sem abandonar o que a gente é – indígena. A gente seja perfeitamente universal”. (Milton Santos) “Para o começo do século XXI, essas trocas de Novas Tecnologias que não fomos nós que criamos e nem somos nós que fabricamos vai ser o grande evento para nossos povos. [...] em alguns casos, do ponto de vista político vai significar a libertação de comunidades que eram controladas porque não sabiam o que estava acontecendo no mundo” ( Ailton Krenak – líder indígena)

COMENTÁRIO: Vide gabarito no final deste capítulo.

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GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO 1: Resposta certa: Letra B FEEDBACK DA QUESTÃO 2 : Resposta certa: Letra C FEEDBACK DA QUESTÃO 3: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 4: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 5: Resposta certa: Letra D

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FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA: COMENTÁRIO: Com o advento da globalização, aos poucos, o homem foi interagindo com diversas partes do globo e aderindo a culturas que não faziam parte do seu universo. Essa interação chegou a diversos lugares, inclusive a comunidades indígenas que começaram a enxergar um mundo novo ao qual eles não se identificavam como inseridos. Esse processo de inclusão é bastante importante, porque dá ao índio oportunidades iguais de crescimento, baseado nas informações adquiridas por meio das novas tecnologias oriundas da globalização. No entanto, assim como na sociedade moderna atual, os índios podem acabar perdendo um pouco ou parte de sua cultura “atropelada” pela gama de imposições feitas pelos veículos midiáticos. A imagem em questão mostra justamente essa questão; é possível a globalização não afetar as culturas e tradições desse povo, basta criar nesses indivíduos o sentimento de identidade cultural que nasce das relações sociais dentro das comunidades. Impossível, porém, é não alterar o modo de vida desses cidadãos, que vão encontrar nesse “novo mundo” novas formas de sobrevivência e análise sobre o mundo que os cerca.

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL Capítulo 2 Globalização e internacionalização dos mercados. Globalizaçao e internacionalizaçao dos mercados.

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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM Atividade: TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I Unidade Nº: Dois (2/14) Título: Globalização e internacionalização dos mercados. Objetivos de aprendizagem: Associar a globalização com a sua fase financeira. Compreender a atividade empresarial na fase financeira da globalização. Analisar a influência das regras do mercado nas esferas pessoais de decisão. Tópicos abordados: Globalização e mercado financeiro. Empresas globais e territórios. Mercantilização das relações pessoais.

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Introdução: Estamos cercados por produtos globalizados, e, ao mesmo tempo, os consumimos. Como, por quem e onde eles são produzidos? Quem faz, verdadeiramente, parte da cena globalizada?

http://osefeitosdaglobalizacao.blogspot.com.br/

Sem dúvida, as empresas globais. Estas se instalam em várias partes do mundo e mantém uma relação muito própria com esses territórios. Optam por eles e os abandonam tendo em vista os seus investimentos. Além disso, dão aos seus produtos um padrão

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universal, através da intensa propaganda de sua marca nas diversas mídias. Exemplos de empresas globais podem ser vistos no seguinte link: http://oglobo.globo.com/economia/listamos-dez-marcas-brasileiras-com-sotaque-estrangeiro-7586264

As dez marcas brasileiras com sotaque estrangeiro:

NFG imagens.

Se os mercados, com a globalização promovida pelas novas tecnologias, estão cada vez mais conectados entre si, as suas influências sobre nossos valores também aumentam. No vídeo do professor Michael Sandel, de Harvard, debate-se sobre os limites do que pode

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ou não ser posto à venda ou ser regulado pelas regras do mercado. Na época de globalização do mercado, um debate ético faz-se necessário sobre o que pode o dinheiro comprar. Nesse episódio do seu curso sobre “Justiça. Qual a coisa certa a fazer?”, Sandel interroga sobre o papel dos mercados no reino da reprodução e procriação humanas.

Conteúdo FOLHA DE SÃO PAULO. Empresas globalizadas trocam patrimônio por marketing. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/21.html>. Acesso em 02 fev 2013. FOLHA DE SÃO PAULO. Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer lugar do mundo? Se as empresas globalizadas não têm um país-sede, o que ocorre quando querem fazer um lobby? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/23.html>. Acesso em 02 fev 2013. FOLHA DE SÃO PAULO. O que mudou no mercado financeiro? A globalização é um fenômeno dirigido pelo mercado financeiro? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/5.html>. Acesso em 02 fev 2013.

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Síntese: Uma das principais características da globalização, nos dias atuais, é a expansão e integração dos mercados, facilitadas, principalmente, pela comunicação instantânea possibilitada pelas novas tecnologias. Isso interfere, acentuadamente, tanto nas relações empresariais quanto nos valores que perpassam as nossas relações interpessoais.

http://pt.encydia.com/es/Globaliza%C3%A7%C3%A3o

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Leituras complementares: BACELAR, Tania. Globalização e território (trecho). In: LE MONDE DIPLOMATIQUE.Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013. BLOG FORMAÇÃO GERAL UNIGRANRIO. Disponível em: <http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/>

SANDEL, Michael. Justice. Qual a coisa certa a fazer? Disponível em: <http://univesptv.cmais.com.br/justice/home/barriga-de-aluguel-1>. Acesso em 02 fev 2013.

Bibliografia recomendada: BAUMAN, Zigmunt. Globalização:as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. BRIGAGÃO, Clóvis & RODRIGUES, Gilberto.Globalização a Olho Nu. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. O que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2005.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2011.

STRAZZACAPPA, Cristina. Globalização: O que é isso, afinal? Coleção Desafio. Rio de Janeiro, Moderna, 2006.

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Para saber mais:

Músicas que ajudam a construir ideias sobre a Globalização. Clique sobre o nome da música ouça e analise a letra.  Parabolicamará Gilberto Gil  Globalização Tribo de Jah  Disneylândia Jorge Drexler  3ª do Plural (Engenheiros do Hawaii)

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TEXTOS TEXTO 1 :

FOLHA DE SÃO PAULO. Empresas globalizadas trocam patrimônio por marketing. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/21.html>. Acesso em 02 fev 2013.

Empresa globalizadas trocam patrimônio por marketing Célia de Gouvêa Franco Da reportagem local O filme publicitário começa com meninos jogando futebol na rua. Logo essas cenas passam a ser intercaladas, de forma simétrica, com imagens de Ronaldinho jogando pela seleção brasileira. Ronaldinho dribla um jogador, um menino dribla outro menino; Ronaldinho rouba a bola, o lance se repete com os meninos. Até que Ronaldinho faz um gol, e um dos meninos acerta uma bolada na janela de um carro, quebrando-a. Uma típica cena brasileira usada para vender uma marca americana, a Nike? Mais do que isso, essa é a descrição de um anúncio criado por uma agência norte-americana, a Wieden & Kennedy, para vender no Brasil os produtos de uma empresa também norte-americana, a Nike, fabricados em um país asiático, como Vietnã ou Indonésia.

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Com um faturamento de US$ 9,2 bilhões no ano fiscal terminado em maio de 1997, a fabricante de roupas e calçados esportivos Nike acabou se tornando, nos últimos anos, um dos melhores exemplos de uma empresa global, por sua estratégia de produção e de uso intensivo dos instrumentos de marketing. A Nike não é dona de nem sequer uma fábrica, não emprega nenhum operário, não tem nenhuma máquina. Toda a sua produção é feita sob encomenda em fábricas que pertencem a outras empresas, a partir de modelos de tênis desenhados por especialistas nos Estados Unidos. Atualmente, cerca de 80% dos calçados Nike são feitos em fábricas de cinco países asiáticos: Vietnã, Indonésia, China, Coréia do Sul e Taiwan. A empresa nunca teve fábricas. Por isso tem condições de mudar o local de fabricação dos seus produtos com enorme facilidade se julgar que é mais vantajosa a produção em outro lugar - o que não seria possível se tivesse investido na construção e na instalação de fábricas. Nos últimos cinco anos, como resultado dessa política, a Nike desistiu de fazer negócios com 20 fábricas na Coréia do Sul e em Taiwan, países onde os salários dos operários subiram, e passou a operar com 35 novas fábricas na China, na Indonésia e na Tailândia, onde os salários são bem mais baixos. Além dessa mobilidade, outra característica marcante de uma empresa globalizada que fica evidente na Nike é o investimento pesado em marketing. "Nós não sabemos nada sobre indústria. Entendemos de marketing e design", explica Neal Lauridsen, vice-presidente da Nike para a região asiática, citado no livro "Global Dreams", de Richard Barnet e John Cavanagh, dois especialistas americanos em globalização. Usualmente, a empresa - ou as companhias que a representam em um determinado país ou região - investe pelo menos 10% do seu faturamento na divulgação da sua marca, que se tornou tão conhecida que hoje é dispensável o nome Nike nas campanhas publicitárias. Bastam o slogan "Just Do It" e a logomarca.

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Patamar

Empresas globais estão um passo adiante -ou muitos passos adiante- das multinacionais. Existe muita polêmica entre economistas e cientistas sociais sobre as melhores definições para companhias multinacionais, transnacionais e globais, que variam conforme a posição, até política, de cada um sobre globalização. Para Gilberto Dupas, consultor de empresas e especialista no tema globalização, haveria um certo consenso de que não há, de fato, diferenças entre o que é uma empresa multinacional e uma empresa transnacional. A definição desses dois conceitos seria a de um agente econômico produtor de bens ou serviços, cuja base de produção esteja em mais de um país e/ou o mercado seja mais do que um único país, explica Dupas. Já uma empresa globalizada ou global seria aquela que opera seguindo uma lógica operacional mundial, cujo objetivo seja maximizar benefícios e minimizar custos não importando onde esteja a base de produção e que obedeça uma estratégia de marketing única para todos os países onde vende seus produtos. Um exemplo disso seria a Coca-Cola, cita Dupas. Para ele, ainda não existe nenhuma empresa brasileira que mereça o rótulo de global. "Um exemplo do que poderia ser uma empresa brasileira globalizada seria um fabricante de sapatos que vendesse seus produtos em um grande número de países e que os fabricasse onde os custos de produção fossem os menores. Seria uma Azaléa multiplicada por 10." Outros especialistas diferenciam uma multinacional de uma transnacional. Um estudo recente da União Europeia sobre a globalização da tecnologia e da economia, por exemplo, chega à conclusão que o que diferenciaria os dois conceitos seria o mercado alvo para seus produtos. No caso de uma empresa transnacional, o mercado seria uma determinada região do mundo, como a Europa, enquanto para uma multinacional o mercado seria o planeta inteiro.

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Uma característica essencial da empresa global atualmente seria a facilidade para identificar locais onde existam as condições mais atraentes para suas operações. Ficou muito mais fácil tomar conhecimento sobre as condições de trabalho em um determinado país e compará-las com a situação em outras partes do mundo. Com os serviços de informação on line, por exemplo, o aumento nas taxas de juros adotado por um governo (que tende a encarecer os custos de produção e a favorecer as aplicações financeiras) chega ao conhecimento dos investidores e empresários de forma imediata. Somada à crescente desregulamentação não só dos mercados financeiros, mas também em outras áreas, inclusive no que se refere à legislação trabalhista, ficou praticamente liberada a movimentação de capital, trabalho e bens entre os países. O exemplo já clássico é, de novo, a Nike. Como a empresa não possui fábricas, não tem dinheiro investido em máquinas e imóveis nem emprega diretamente operários e gerentes das fábricas. Qualquer tendência de elevação dos custos de produção em um determinado país pode levar a empresa a trocá-lo por um outro onde seja mais barata a fabricação dos seus calçados. Um dos efeitos esperados da crise dos mercados financeiros das últimas semanas é um rearranjo de investimentos em fábricas, passada a rodada de aumento de juros e desvalorização de moedas. Investimentos previstos para um país poderão ser cancelados, por exemplo.

Nova onda de invasão Como consequência da facilidade de mudar de um país para outro, nunca teria havido uma tendência tão forte quanto a atual de grandes grupos internacionais "invadirem" outros países e comprarem empresas locais ou de transferirem suas bases de operação de um país para outro. Dados do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) mostram, por exemplo, que em 1996, na França, 3.400 pequenas e médias empresas foram vendidas. Nos Estados Unidos, ocorreram 10 mil operações de fusão e incorporação, movimentando mais de US$ 600 milhões.

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No Brasil, no primeiro semestre deste ano, ocorreram 172 fusões, incorporações e joint ventures, segundo a empresa de consultoria KPMG Peat Marwick, indicando um aumento de 25% em relação aos seis primeiros meses de 1996. "No circuito das chamadas empresas transnacionais, o investimento em fábrica deixou de ser privilegiado. A prioridade passou a ser investir em marcas. Muitas vezes, a empresa global compra uma companhia local apenas para ganhar uma fatia do mercado, por causa da marca", diz Helio Mattar, presidente da GE-Dako, a empresa formada no ano passado, quando o grupo norte-americano GE comprou uma participação majoritária na fábrica de fogões Dako, de Campinas (SP), líder de mercado. Hoje, as empresas transnacionais ocupam uma posição ímpar nos negócios internacionais: 40% ou 50% do comércio global refere-se a operações entre essas empresas, cita Dupas. O crescimento do número dessas companhias e dos negócios por elas realizados é apontado como uma das razões para a expansão do comércio internacional. No início dos anos 80, o comércio mundial de bens e serviços girava cerca de US$ 5 trilhões ao ano; hoje, aproxima-se dos US$ 14 bilhões, diz o Banco Mundial. Esses dados indicam que o comércio entre os países teve, nesse período, um ritmo de crescimento mais acentuado do que o da própria economia mundial. Um fator decisivo pra que isso tenha ocorrido foram as mudanças nas regras do jogo comercial internacional com as negociações no âmbito do antigo Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), na chamada "Rodada Uruguai", que resultaram em uma redução generalizada de tarifas (espécie de imposto de importação adotado pelos governos). Condições de trabalho O processo de expansão das empresas multinacionais também provocou polêmica por causa das condições de trabalho nas fábricas desses grupos instaladas em países que não se destacam pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. Nos Estados Unidos e na Europa, surgiram nos últimos anos movimentos de boicote a uma série de produtos de fábricas desses grupos instaladas em países que não se destacam pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. A Nike foi um dos principais alvos desses movimentos. As empresas, de seu lado, têm procurado desmontar - com maior ou menor grau de sucesso - essas críticas.

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Recentemente, a Nike convidou uma ONG (organização não governamental), a Good Works International, para fazer um levantamento sobre fábricas que fabricam seus calçados em três países asiáticos: Vietnã, Indonésia e China. A GoodWorks apresentou suas conclusões: embora as fábricas apresentem condições de trabalho adequadas, "o conceito de 'direitos trabalhistas' não é bem entendido ou adotado nos três países onde a Nike e seus principais competidores produzem calçados e outros itens". Em contrapartida, são os consumidores "que dão legitimidade à tendência de globalização, na medida em que querem, exigem mesmo produtos mais baratos e de melhor qualidade", afirma Dupas. Muitas vezes é esse mesmo consumidor, no papel de trabalhador, que sofre com a política de empresas transnacionais de fechar uma determinada fábrica ou de promover demissões, alegando a necessidade de reduzir seus custos para aumentar a produtividade.

TEXTO 2

FOLHA DE SÃO PAULO. Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer lugar do mundo? Se as empresas globalizadas não têm um país-sede, o que ocorre quando querem fazer um lobby? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/23.html>. Acesso em 02 fev 2013.

GLOBALIZAÇÃO É PODER COMPRAR O MESMO PRODUTO EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO? Não se pode confundir globalização com a presença de um mesmo produto em qualquer lugar do mundo. A globalização pressupõe a padronização dos produtos (um tênis Nike, um Big Mac) e uma estratégia mundialmente unificada de marketing, destinada a uniformizar sua imagem junto aos consumidores.

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SE AS EMPRESAS GLOBALIZADAS NÃO TÊM PAÍS-SEDE, O QUE OCORRE QUANDO QUEREM FAZER UM LOBBY? A rigor, as empresas globalizadas preocupam-se muito mais com marketing, o grosso de seus investimentos. Se em determinado país as condições de seu fornecedor se tornaram desfavoráveis - os juros aumentaram, o que implica no aumento dos produtos- a empresa globalizada vai procurar outro fornecedor em outro país com juros mais baixos. Ela não perderá tempo em fazer lobby sobre determinado governo para que o crédito volte a ser competitivo.

TEXTO 3

TEXTO 3 FOLHA DE SÃO PAULO. O que mudou no mercado financeiro? A globalização é um fenômeno dirigido pelo mercado financeiro? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/5.html>. Acesso em 02 fev 2013.

O QUE MUDOU NO MERCADO FINANCEIRO? O mercado financeiro saiu da mão dos bancos para ser operado na compra e venda de títulos que vão, por exemplo, para as carteiras dos fundos de pensão. Surgiram os derivativos (papéis acoplados a outros papéis). Os especuladores ganharam maior poder de fogo. Em poucas horas, o valor de moedas, papéis e ações pode se transformar radicalmente.

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A GLOBALIZAÇÃO É UM FENÔMENO DIRIGIDO PELO MERCADO FINANCEIRO? Não existe nada semelhante a um comando centralizado (ou clandestino) da globalização. O mercado financeiro é uma massa mundial dentro da qual se aposta em tendências conflitantes. Pressupõe um modelo de empresa, um outro modelo aberto de comércio, a mundialização das marcas de produtos. Contudo, pode-se dizer que nada disso existiria sem um mercado financeiro que, mais ágil, viabiliza o fechamento de negócios com uma rapidez inimaginável há 15 anos.

TEXTO TEXTO 4 BACELAR, Tania. Globalização e território (trecho). In: LE MONDE DIPLOMATIQUE.Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013.

Empresas globais Quem se globalizou? Aqui, surge a pergunta: quem se globalizou? Primeiro, os principais agentes econômicos do mundo de hoje, que são os conglomerados transnacionais. Inicialmente, nós os denominamos “firmas multinacionais”. Depois, descobrimos que não eram “multinacionais”, mas transnacionais. E que também não eram “firmas”, mas conglomerados de firmas. Se considerarmos o tecido produtivo do Brasil, veremos que a grande maioria das empresas que operam no país não são entes globais: são entes nacionais, regionais ou locais. Mas alguns grandes

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agentes se globalizaram, e são eles os principais atores desse processo. Globalizaram-se também os principais fluxos econômicos: os fluxos comerciais, os fluxos de investimento produtivo, os fluxos financeiros. Globalizaram-se os mercados. E – muito importante para nossa discussão – globalizaram-se os padrões. Isso é muito relevante para a discussão sobre a relação entre globalização e território, porque os agentes locais acabam assimilando esses padrões, usando esses padrões, e eles vão-se tornando cada vez mais disseminados pelo mundo afora. Se observarmos o perfil locacional de um grande conglomerado global, veremos que o comando está centralizado na matriz, a gestão estratégica está lá, a inovação tecnológica está lá, mas a operação se encontra descentralizada por vários lugares. E isso é que dá o tom da relação entre globalização e território. Um exemplo que eu gosto de citar é o de uma entrevista que li com o PDG da Nike. O jornalista perguntou-lhe quantos milhões de pares de tênis a Nike produzia. E ele respondeu que a Nike não produzia tênis; produzia “emoção”. A “emoção” de calçar uma Nike – isto é, o marketing – está centralizada nos Estados Unidos. E eles gastam muito mais com marketing do que com o processo produtivo. O processo produtivo está na Ásia, está descentralizado, porque a indústria de calçados, no fundo, é uma indústria de montagem, e, em toda indústria de montagem, o custo da mão-de-obra é um elemento determinante. Então, o processo produtivo ocorre onde o custo da mão-de-obra é mais barato. Quem produz o tênis Nike são milhares de pequenas empresas situadas na Ásia. A corporação compra esses tênis e agrega “emoção”. Aí, quem compra o tênis Nike compra junto a “emoção” de poder usar um calçado de 700, 800 reais, que, na verdade, pelo custo material de produção, não vale isso.

Tânia Bacelar é economista e socióloga, doutora em Economia, professora da Universidade Federal de Pernambuco e sócia da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento.

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Atividades para Autoavaliação Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I Unidade Nº: 02 Título: GLOBALIZAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DOS MERCADOS

QUESTÃO 1 Tópico Associado: GLOBALIZAÇÃO E MERCADO FINANCEIRO Enunciado: (UEG 2007): A globalização é o fenômeno mais recente da economia capitalista mundial. O mundo globalizado definiu uma nova organização do espaço geográfico, com impacto em todas as regiões do mundo, ampliando as diferenças entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos e entre as classes sociais no interior de cada um deles. Hoje, mais do que nunca, o mercado é

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controlado pelas grandes corporações multinacionais aglutinadas em diferentes blocos econômicos. A respeito desse assunto, é CORRETO afirmar: A) A globalização cultural é caracterizada pela automação, disseminação do uso da informática, biotecnologia e pelos diversos meios de comunicação eletrônica, produto da intensificação das transformações tecnológicas e sua expansão por várias regiões do globo. B) A globalização econômica se faz presente através da difusão de hábitos de consumo e do modo de vida dos países desenvolvidos por meio de marcas mundialmente conhecidas, supermercados, redes de 'fast-food', etc. C) Um dos aspectos da globalização é a concepção neoliberal do Estado que se caracteriza pela ampliação das obrigações ligadas aos aspectos sociais e trabalhistas, além de promover políticas de financiamento e apoio à iniciativa privada. D) Com o objetivo de minimizar os custos e maximizar os lucros vem ocorrendo, nos últimos vinte anos, a integração de vários países com a formação de blocos econômicos. Entre eles, destacam-se: APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), SADC (Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento).

FEEDBACK DA QUESTÃO 1 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

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QUESTÃO 2 Tópico Associado: EMPRESAS GLOBAIS E TERRITÓRIO

Após observar a ilustração e pensar sobre as empresas transnacionais, é CORRETO afirmar que: A) Estão concentradas nos principais ramos da indústria moderna, constituindo oligopólios de dimensões internacionais. B) São pouco diversificadas, constituindo conglomerados. C) São tecnologicamente avançadas e buscam mão-de-obra barata nos países desenvolvidos D) Buscam, nos países em que operam, a mão-de-obra menos qualificada e utilizam técnicas avançadas de planejamento e controle. FEEDBACK DA QUESTÃO 2

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Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 3 Tópico Associado: EMPRESAS GLOBAIS E TERRITÓRIO Enunciado: A rede McDonald's tornou-se um dos símbolos de algumas das principais mudanças, ocorridas em diversos países, nos últimos cinqüenta anos. Sua história se confunde com a das relações econômicas internacionais. Uma mudança que pode ser representada pela expansão dessa rede e sua respectiva causa histórica são: A) Mundialização da cultura - extinção da dualidade local/global B) Padronização do consumo - expansão de empresas transnacionais C) Americanização dos costumes - internacionalização tecnológica do setor industrial D) Uniformização dos hábitos alimentares - integração mundial dos mercados nacionais. FEEDBACK DA QUESTÃO 3 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

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QUESTÃO 4 Tópico Associado: GLOBALIZAÇÃO E TERRITÓRIO A globalização faz parte do processo de expansão do capitalismo, que atinge as diversas esferas da sociedade, em escala planetária.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-FGnNDpz2bXA/T8VUk5ozvPI/AAAAAAAAAB8/HBPBxh773A8/s1600/globaliza%C3%A7%C3%A3o.jpg

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Ao comparar a charge com a afirmativa sobre a globalização, é correto afirmar que se trata de um processo: A) seletivo e excludente. Embora apresente tendência à homogeneização do espaço mundial B) que tem reduzido as desigualdades socioeconômicas, embora apresente tendência à fragmentação do espaço mundial C) que eleva a produção da riqueza e conduz à distribuição equitativa de renda entre os países do mundo. D) que reduz a competitividade entre os países e ameniza os conflitos nacionalistas. FEEDBACK DA QUESTÃO 4 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 5 Tópico Associado: GLOBALIZAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES PESSOAIS

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A globalização tem sido vista, de maneira muito simplificada, como simples abertura de fronteiras e geração de um espaço mundial comum. É natural a construção ideológica segunda a qual nosso mundo encolheu dramaticamente e qualquer ponto do planeta está ao nosso alcance, através do teclado do computador ou da tela da televisão. Considere os seguintes itens a respeito da globalização: I - A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica contemporânea.

II - A globalização é o estágio supremo da internacionalização e o maior destaque desse mais recente período é o extraordinário

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progresso das ciências e das técnicas, a permitir que o mundo se torne socialmente mais justo e igualitário. III - Num mundo globalizado, as realidades geográficas se renovam, contribuindo para vivermos num espaço sem fronteiras, uma aldeia global onde todos podem conhecer extensivamente e profundamente o planeta.

São corretas as afirmativas: A) I e III B) II e III C) II D) I FEEDBACK DA QUESTÃO 5 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

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Questão discursiva Tópico Associado: Empresas globais e território Qual a importância do processo de globalização para expansão da atuação das empresas transnacionais? Cite algumas dessas empresas que possuem filiais no Brasil. COMENTÁRIO: Vide gabarito no final deste capítulo.

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GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO 1: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 2 : Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 3: Resposta certa: Letra B FEEDBACK DA QUESTÃO 4: Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 5: Resposta certa: Letra D

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FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA: COMENTÁRIO: A globalização é de fundamental importância para a atuação das empresas transnacionais, pois proporciona todo o aparato técnológico para os serviços de telecomunicação, transporte, investimentos, entre outros, fatores essenciais para realização eficaz das atividades econômicas em escala planetária. Outro fator importante para as transnacionais é o processo de Divisão Internacional do Trabalho (DIT), onde produtos são desenvolvidos em um país e a sua produção pode ocorrer em diferentes países do mundo, tudo objetivando o menor gasto na produção e, consequentemente, maior lucratividade para os detentores do meio de produção. Entre as empresas transnacionais que possuem filiais no Brasil podemos citar a Coca Cola, Unilever, Mc Donald’s, Nestlé, Hyundai, Volkswagen, etc.

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL Capítulo 3 Globalização e política: empresas globalizadas e governos nacionais. Globalizaçao e politica: empresas globalizadas e governos nacionais.

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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM Atividade: TAE 1 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1. (Atividades Integradas de Formação Geral I) Unidade Nº: Três (3/14) Título: Globalização e política: empresas globalizadas e governos nacionais. Objetivos de aprendizagem: Compreender a relação entre os mercados internacionalizados e os governos e Estados nacionais. Analisar a globalização como um acontecimento complexo, influenciando simultaneamente vários locais, e múltiplo, gerando vários tipos de consequências. Problematizar modelos atuais de gestão a partir das exigências postas pela globalização. Tópicos abordados: Globalização, empresas e poder dos Estados nacionais. Gestão e mundo complexo.

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Introdução: Na atual fase da globalização, as inovações tecnológicas (exemplo, a internet) permitem uma intensa mobilidade aos investimentos financeiros. Com isso, o fluxo internacional de capital desloca-se sem fronteiras e dificuldades, enfraquecendo o controle político e jurídico dos Estados nacionais sobre os seus territórios.

http://realidadeparalela616.wordpress.com/2012/08/03/mapa-mundi-capitalista/

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Essa situação mostra-se, com toda força, na virada dos anos 1970-80, com destaque para fatos como a queda do muro de Berlim, em 1989, depois de 28 anos de existência, e, em 1991, o fim da União Soviética. Nesse momento, finda a divisão bipolar do mundo, também denominada guerra fria, políticos neoliberais defendem enfaticamente o mercado livre de qualquer regulamentação e interferência dos governos locais.

No entanto, as crises atuais, que rondam os Estados Unidos e a Europa, permitem-nos perceber a necessidade de pensar outra orientação política, menos traumática, para o curso das finanças internacionais.

Há a necessidade de se debater politicamente saídas para questões como, por exemplo: o aumento da taxa de desemprego; o estímulo ao endividamento pessoal e familiar como meio para o crescimento econômico, também conhecido como crise dos subprimes; a empregabilidade de jovens que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho; o crescimento desorientado de práticas individualistas e consumistas, voltadas para a satisfação imediata; a crise de valores públicos no convívio social; o risco ambiental promovido pela competitividade industrial e tecnológica, etc.

No vídeo indicado de Ian Goldin, Navegando no nosso futuro global, há inegáveis benefícios trazidos pela globalização e novas tecnologias, principalmente, no campo da medicina regenerativa e da genética. Esses avanços podem resultar, inclusive, na seguinte consequência de caráter social e político: “é improvável que haja aposentadoria ou uma idade de aposentadoria em 2030”. Mas, como na globalização os efeitos são complexos; “o que acontece em um lugar, muito rapidamente afeta outro”, gerando riscos sistêmicos (mudanças climáticas, pandemias, crises financeiras).

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É preciso conceber novas práticas e saberes para administrá-los. Segundo o palestrante, esses sistemas complexos não podem ser geridos pelas atuais estruturas de governo, sendo necessário “desenvolver uma nova maneira de gerir coletivamente o planeta, através da sabedoria coletiva”.

http://globalizacaoeregionalizacao.blogspot.com.br/2007/11/o-lado-bom-da-globalizao.html

Já o filme, A batalha de Seatle, baseia-se nas manifestações ocorridas em 30 de novembro de 1999, contra a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse protesto não tem uma organização centralizada, partidária ou sindical, e reúne diferentes e variadas vozes contra o curso neoliberal da economia. O que nos leva a aproveitar a seguinte interrogação que se faz sobre o Estado: não seria ele demasiadamente pequeno para lidar com a crise global, e extremamente grande para atender as reivindicações locais?

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Conteúdo: FOLHA DE SÃO PAULO. FHC aponta novo limite à ação dos Estados nacionais. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/16.html>. Acesso em:14 fev 2013. FOLHA DE SÃO PAULO. A globalização tira poder dos Estados nacionais? Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/17.html>. Acesso em: BACELAR, Tania. Globalização e território (trecho). In: LE MONDE DIPLOMATIQUE. Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013.

Síntese: A globalização, no estágio atual, identifica-se com a seguinte imagem: bolsas de valores, dos grandes centros econômicos e financeiros, conectadas em rede pela Internet.

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NASDAQ

http://s3.reutersmedia.net/resources/r/?m=02&d=20070508&t=2&i=764377&w=460&fh=&fw=&ll=&pl=&r=764377

Essas operações financeiras afetam, indistintamente, todas as regiões do planeta. Inicialmente, as teses neoliberais fortaleceram-se, defendendo a total liberdade para as transações no mercado de investidores, contra qualquer tipo de restrição. O que fez aumentar a desconfiança sobre a influência da política e do poder de governo dos Estados nacionais. Hoje, diante da crise econômica e financeira que, principalmente, afeta os países desenvolvidos, é repensado esse modelo que valorizou as regras do mercado e enfraqueceu e desacreditou o controle da política.

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Leituras complementares: A BATALHA de Seatle (Canadá, 1999). Direção de Stuart Townsend, duração 1h39min.

BLOG Formação Geral Unigranrio. Disponível em: <http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/>.

UM hambúrguer de seis bilhões de dólares (e do Burger King). Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1019/noticias/um-hamburguer-de-seis-bilhoes-de-dolares>. Acesso em 8 fev 2013.

GODIN, Ian. Navegando no nosso futuro global. Disponível em <http://www.veduca.com.br/play.php?v=5388>. Acesso em 14 fev 2013.

Bibliografia recomendada: BAUMAN, Zigmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. BRIGAGÃO, Clóvis & RODRIGUES, Gilberto. Globalização a Olho Nu. São Paulo: Editora Moderna, 1998. GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. O que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2005. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2011. STRAZZACAPPA, Cristina. Globalização: O que é isso, afinal? Coleção Desafio. Rio de Janeiro, Moderna, 2006.

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Glossário Brics: Em economia, BRICS é um acrônimo que se refere aos países membros fundadores (Brasil, Rússia, Índia e China) e à África do Sul, que juntos formam um grupo político de cooperação. Em 14 de abril de 2011[2], o "S" foi oficialmente adicionado à sigla BRIC para formar o BRICS, após a admissão da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo.[3][4][5] Os membros fundadores e a África do Sul estão todos em um estágio similar de mercado emergente, devido ao seu desenvolvimento econômico. É geralmente traduzido como "os BRICS" ou "países BRICS" ou, alternativamente, como os "Cinco Grandes"

Nasdaq: O NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations, em Português Associação Nacional Corretora de Valores e Cotações Automatizadas) é uma Bolsa de valores eletrônica, constituída por um conjunto de corretores conectados por um sistema informático. Esta bolsa lista mais de 2800 ações de diferentes empresas, em sua maioria de pequena e média capitalização. Caracteriza-se por compreender as empresas de alta tecnologia em eletrônica, informática, telecomunicações, biotecnologia, etc.

Subprimes: Em sentido amplo, subprime (do inglês subprime loan ou subprime mortgage) é um crédito de risco, concedido a um tomador que não oferece garantias suficientes para se beneficiar da taxa de juros mais vantajosa (prime rate). Em sentido mais restrito, o termo é empregado para designar uma forma de crédito hipotecário (mortgage) para o setor imobiliário, surgida nos Estados Unidos e destinada a tomadores de empréstimos que representam maior risco. Esse crédito imobiliário tem como garantia a residência do tomador e muitas vezes era acoplado à emissão de cartões de crédito ou a aluguel de carros. http://pt.wikipedia.org acesso em 15/02/2013

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Para saber mais:

Músicas que ajudam a construir ideias sobre a Globalização.  Globalização e novas tecnologias  Queda do Muro de Berlim

Clique sobre o nome da música ouça a música, veja o vídeo quando houver e analise a letra.  Pela Internet Gilberto Gil

 Another Brick In The Wall Pink Floyd

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Para refletir:

“É errado pensar que a globalização afeta unicamente os grandes sistemas, como a ordem financeira mundial. A globalização não diz respeito apenas ao que está “lá fora”, afastado e muito distante do indivíduo.É também um fenômeno que se dá “aqui dentro”, influenciando aspectos íntimos e pessoais de nossas vidas.” (GIDDENS, A. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2005, p.22.)

http://4.bp.blogspot.com/-V0P3tzD5ciA/T8v--Df5bwI/AAAAAAAADNM/babdhdStFcU/s1600/Chuteira+Globaliza%C3%A7%C3%A3o.jpg http://4.bp.blogspot.com/-f-1vfnXugAE/T9Uiwi8fNPI/AAAAAAAADOY/onNUKk_6zWQ/s1600/mae-que-trabalha-fora.jpg

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Você sabe o que é BRICs? Clique na imagem abaixo e reflita sobre os BRICs, globalização e descentralização.

http://www.asiacomentada.com.br/2012/04/nova-ao-brasileira-no-mundo-globalizado/

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Subprime

http://blogdofavre.ig.com.br/tag/estoque/

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TEXTOS TEXTO11 TEXTO

FOLHA DE SÃO PAULO. FHC aponta novo limite à ação dos Estados nacionais. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/16.html>. Acesso em:14 fev 2013.

FHC APONTA NOVO LIMITE À AÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS CLÓVIS ROSSI DO CONSELHO EDITORIAL O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, reconhece que a globalização "limita efetivamente o âmbito de ação dos Estados nacionais".

Primeiro como ministro da Fazenda e agora como presidente, o sociólogo está na posição ideal para avaliar até que ponto a teia de relações e acordos internacionais reduz as possibilidades de cada governo impor as regras.

Ele vai ao extremo para mostrar como a integração econômica esvazia o poder dos Estados nacionais: "Os países europeus estão discutindo uma moeda única. Moeda única significa obviamente que os Bancos Centrais não vão ter mais capacidade de definir a taxa de câmbio. É um instrumento de defesa de certos setores da economia que os Estados nacionais perdem".

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Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o presidente.

Folha - Um dos conceitos mais difundidos sobre globalização diz que ela provoca uma perda de capacidade de os Estados nacionais executarem políticas fortes. Alguns até acham que tendem a desaparecer de alguma maneira. O Sr. concorda com esse conceito?

Fernando Henrique Cardoso - Ela limita efetivamente o âmbito de ação dos Estados nacionais. De todos. Isso é que é o mais curioso, porque no passado essas limitações incidiam sobre os países subdesenvolvidos, dependentes. Agora, não, é mais amplo. Por quê? Nenhum Banco Central, nem o Banco de Compensações Internacionais (o banco central dos bancos centrais), consegue controlar essa massa de recursos. É realmente um processo que limita a capacidade das instituições existentes, tanto as nacionais quanto as internacionais, de lidarem com o fenômeno. Agora, essa limitação é dinâmica. É claro que os Estados nacionais e as entidades internacionais reagem à nova situação e procuram então colocar em novo patamar os seus limites, avançar no sistema de controle de decisões. Mas que limita, limita. Ainda mais especificamente no caso da Europa. Os países europeus estão discutindo moeda única. Moeda única significa obviamente que os bancos centrais não vão ter mais capacidade de definir a taxa de câmbio. É um instrumento de defesa de certos setores da economia que os Estados nacionais perdem. Por outro lado, estão se constituindo outros instrumentos. Eu conversei com o Prodi (Romano Prodi, primeiro-ministro italiano). A Itália vai ter que se ajustar. Bom, isso é uma limitação, mas, se não fizer isso, ela também perde em termos de competitividade com os outros países europeus. É uma limitação, então, que pode resultar num acordo positivo, e eles não vêem a questão com os olhos da preocupação do Estado nacional, vêem com os olhos da população. Vai melhorar a situação e a Itália vai ter mais chances. E não acredito que vá desaparecer o lado nacional. Na Europa, tem outra tendência: a volta do regionalismo, na Espanha, Itália... Na Alemanha, não creio. Então haverá uma coisa curiosa que não era pensada: as diferenças culturais aparecem com mais força também. Então, não acho que essa globalização seja o fim da história, o fim do Estado. Essas são visões um pouco simplistas do processo, precipitadas. A política renasce de outra maneira.

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Folha - Uma outra crítica, menos consensual do que a anterior, é de que o Brasil não está se integrando, o mundo é que está engolindo o Brasil. FHC - É uma velha discussão.

Folha - E tem a frase do Otto Lara Resende de que o Brasil vai chegar ao Primeiro Mundo para fazer a faxina.

FHC - Eu prefiro uma frase do (Giorgio) Napolitano (atual ministro do Interior da Itália). Ele disse o seguinte em uma entrevista: o problema não é saber se existe ou não internacionalização, o problema é saber se eles vão nos internacionalizar ou nós nos internacionalizaremos. Essa frase já tem uns 10 ou 15 anos, repeti muitas vezes, porque eu a achei boa.

No governo Geisel, que foi talvez um governo que teve uma política, mas ainda embasada na idéia de autarquia, nós todos criticamos a chamada plataforma de exportação, que eram os países do sudeste da Ásia. Nós dizíamos que aquilo era o fim. Não se percebia que era um sinal de que o comércio internacional ia ter uma dinâmica muito forte. Nós no Brasil continuamos apostando no mercado interno. E é claro que, num país continental como o Brasil ou os Estados Unidos, sempre o mercado interno vai ser muito mais importante do que o mercado externo do ponto de vista de volume.

Mas nós não percebemos naquela época que estava havendo uma mudança e que nós tínhamos que escolher áreas, nichos, onde pudéssemos participar mais ativamente do mercado internacional.

Ainda hoje, quando você olha a pauta de exportação do Brasil, vê que ela é pouco dinâmica. Então, o comércio internacional cresce com uma velocidade grande e a nossa participação nele não. Isso não é só uma questão de política de governo. Como temos um mercado interno grande, o nosso empresariado se acomoda e tem lucros mais facilmente no mercado interno. Então, você tem que fazer um grande esforço para que haja uma abertura de nichos no mercado internacional.

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Folha - Mas quais seriam os nichos que o Sr. vê mais adequados para o Brasil?

FHC - Nós temos que preparar a nossa produção não só para exportar. É para concorrer aqui dentro com os importados. São as duas coisas ao mesmo tempo. Concorrer, ou seja, melhorar a qualidade da produção. Já estão importando equipamento etc., muito bem. Agora, um país, para poder ter viabilidade de longo prazo, ele tem que produzir coisa que agregue valor. Você olha nossa pauta de exportação, ela é composta basicamente ainda de produtos primários.

Eu não quero dizer com isso que nós devamos não olhar para esses produtos. Até pelo contrário. Eu acho que o Brasil ficou no pior dos dois grupos, porque industrializou para dentro e descuidou um pouco da produção agrícola. Os Estados Unidos têm uma produção e uma exportação agrícola enormes. Nós temos que ter também aqui. A questão, realmente, é onde você agrega valor.

A gente pode ganhar tempo com essa produção primária para que você possa avançar mais onde agrega valor. Aí você tem várias áreas, como, por exemplo, a indústria do espaço. O Brasil tem uma posição estratégica fantástica que é a base aérea de Alcântara, a base de lançamento de satélites. Tem propostas bastante importantes chegando aqui de utilização da base e da formação e ampliação de uma produção local da indústria de espaço.

Folha - 2005 acabou virando uma data cabalística, porque é a data fixada tanto para a conclusão da Alca como para a zona de livre comércio entre Mercosul e Europa. Se o Sr. pudesse fazer uma avaliação, mais como sociólogo do que como presidente, o que imagina em 2005? A Alca estaria pronta ou antes se abriria a zona de livre comércio com a União Européia ou em vez delas a Alcsa, a área de livre comércio da América do Sul?

FHC - Eu acho que a Alcsa, certamente. Eu vejo com mais facilidade essa integração aqui. É mais difícil com a Europa. Nós vamos fazer

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força para que isso aconteça. Também na Europa há um componente político na relação Mercosul-União Européia. Eles estão se preparando para ser um apoio importante. Onde for possível avançar, deve-se avançar. Agora, onde não for possível, tem que haver compreensão, tem que dar tempo.

Não há dúvida nenhuma que o Brasil vai ser duro nisso. E acho que a estabilidade política e até social do continente depende de uma relação não tensa entre Brasil e Estados Unidos. Nós devemos lutar por esses objetivos: uma relação não tensa e com conteúdo também extramercado na jogada. A internacionalizaçao trouxe o crime internacional e organizado. Lavagem de dinheiro, narcotráfico. É um problema que, se não houver um relacionamento correto entre o Brasil e os Estados Unidos, complica muito.

Folha - Há uma discussão se se vai chegar a um mundo sem fronteiras. Há até quem proponha 2020 como o ano para que todas as fronteiras comerciais desapareçam. Em sua opinião, o que vai acabar prevalecendo, fortalezas regionais ou mundos sem fronteiras?

FHC - Eu acho que nós vamos ter sub-blocos, mas não vão ser fechados. Não tem como fechar por causa dos centros produtivos. A revolução é o sistema produtivo. Ela tem a ver com a telemática, com a informática, a informação imediata e simultânea e com o fato de que você pode maximizar em nível planetário o seu sistema produtivo. Isso é um dado da realidade. Quer dizer, é um novo tipo de produção que não é só industrial, mas que tem como espinha dorsal os meios de comunicação instantânea e informática. Você pode controlar a produção da sua empresa a não sei quantos milhares de quilômetros de distância e ter informação on time. Isso não vai mudar. Então isso não tem como você fazer barreiras, porque elas caem. Mesmo barreiras cambiais caem. Manda moeda para cá e para lá.

Nós temos que preparar a população para ter um amplo espectro de acomodação às novas funções. Para ter um espírito de mobilidade que nós não temos. Os americanos têm, os europeus têm menos que nós. Então, isso requer, e essas coisas estamos fazendo, botar computador na escola primária, ter um tipo de formação profissional de outra natureza, mudar os currículos, ter mais coragem para mudar o ensino universitário.

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TEXTO 2 TEXTO

FOLHA DE SÃO PAULO. A globalização tira poder dos Estados nacionais?Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/17.html>. Acesso em: 14 fev 2013.

A GLOBALIZAÇÃO TIRA PODER DOS ESTADOS NACIONAIS? A maioria dos teóricos tende a crer que sim. Uma parte deles não vê, entretanto, os Estados como meras "vítimas". Ao suprimir o controle de câmbio, determinado governo abre suas fronteiras para a entrada e saída de capitais. Esse governo pode considerar que isso será positivo para o país. O surgimento dos blocos é um movimento em favor da globalização ou uma reação a ela?

Não há uma única resposta a essa pergunta. Para alguns, os blocos regionais estão sendo o primeiro passo para um modelo maior de globalização do comércio de bens e serviços. Para outros, os blocos regionais tendem a criar uma lógica interna de acomodamento, de proteção a certas normas.

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As empresas multinacionais estariam tomando o lugar dos governos nacionais e tomando decisões em seu lugar? Vamos por partes. Há alguns temas em que os Estados e seus governos permanecem soberanos. No Mercosul, a Argentina não definirá em conjunto com o Brasil políticas de saúde pública ou salários de professores primários. A lógica de abertura comercial é propícia para a expansão dos negócios das empresas multinacionais. O que não significa, necessariamente, que são elas que ditam as regras do jogo.

TEXTO TEXTO 3 3

BACELAR, Tania. Globalização e território (trecho). In: LE MONDE DIPLOMATIQUE. Disponível em:<http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=202>. Acesso em 31 jan 2013.

GEOPOLÍTICA E GLOBALIZAÇÃO A reorganização do espaço mundial Esse movimento de descentralização depende muito da atividade a que as corporações se dedicam. Por exemplo, no setor de perfumes, há um modelo no qual a produção é centralizada e a distribuição, descentralizada. É o modelo da Avon, que não tem nenhuma loja, tem “colaboradoras”, com um livrinho dizendo quanto custa cada produto e um talonário para registrar as vendas. É o modelo mais descentralizado e mais exitoso desse segmento – tanto que as outras empresas tenderam a copiá-lo. No setor de alimentos, o modelo se inverte. Como o risco maior ocorre no processo produtivo, é este que é descentralizado, enquanto centralizada é a distribuição. Assim, o

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melão produzido no assentamento da reforma agrária em Baraúnas, Rio Grande do Norte, é distribuído por uma transnacional. Ela recolhe as frutas dos produtores, centraliza e joga no mercado mundial. Então, as inflexões do modelo dependem de onde se encontra o maior risco.

Por esses vários caminhos, o processo de globalização reorganiza o espaço mundial. Os agentes globais, que comandam o processo, escolhem os lugares em função do cruzamento de duas variáveis. Seus próprios objetivos e os atributos dos lugares. É por isso que, ao contrário do que a palavra sugere, a globalização é um processo seletivo, gerador de desigualdade. Os agentes que realmente decidem abrem o mapa-múndi e escolhem onde vão crescer, onde vão se consorciar, de onde vão sair: a escolha é deles de acordo com seus objetivos estratégicos e dos atributos de cada território. Eles vão para determinados lugares e não vão para outros. Há lugares muito engatados na dinâmica global e outros bem menos. A globalização, portanto, é um processo que não anula as hierarquias, mas as recria.

O comando do processo está na tríade Estados Unidos–Japão–União Européia. Então, ao contrário do que muitas vezes se afirma, os grandes condutores do processo têm nome e endereço. E, neste ponto, não se trata mais apenas dos conglomerados transnacionais, mas também dos países a eles associados – países que detêm o maior peso relativo nas decisões tomadas no cenário mundial.

A seguir, vêm os países médios, que tentam influir em sua inserção. Alguns o conseguem; outros, não. Um exemplo de país que consegue é a China. A China consegue por vários motivos. Primeiro, porque é um país milenar. Já era uma potência antes do advento do capitalismo, um dos lugares que tinham desenvolvido de maneira mais expressiva as forças produtivas. Com a colonização perdeu espaço, foi dominada e virou a “casa da mãe Joana”: sucessivamente ocupada, ou seja, lugar onde todo mundo manda. Aí ocorreu a revolução e a China passou por uma importante fase de autonomia. Este é o segundo motivo de seu sucesso atual. Uma das coisas que mais me impressionou foi uma entrevista a que assisti no dia da morte de Mao Tsé tung. O repórter chegou junto de um velhinho que estava chorando na beira da calçada e perguntou: “O que Mao legou à China?”. O velhinho não falou de socialismo. Ele disse: “Mao recolocou a China de pé”. Ou seja, com o trancamento, a China deixou de ser a casa da mãe Joana e passou a se sentir dona de seu próprio destino. E aí está o terceiro motivo: o processo de reinserção da China ocorre num estágio muito avançado da globalização e está sendo conduzido sob o comando do Partido Comunista Chinês. Isso assegura uma reinserção muito mais autônoma do que a de países como o Brasil, que também é de porte médio, mas engatou no processo de globalização no século XVI, como colônia de exploração, e tem, até hoje, uma enorme dificuldade de atuar com soberania.

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Por último, vêm os países pequenos, que lutam com enormes dificuldades para influir em sua inserção. Portanto, a leitura do mapa-múndi atual continua sendo a leitura de quem manda mais e quem manda menos. Porém, ao contrário do que prega o discurso hegemônico, que tenta apresentar a globalização como um processo inexorável, ao qual temos de nos submeter, este é um processo contraditório e não uma tendência unidirecional. Até porque a globalização é um processo social e não há processo social inexorável. É um processo hegemônico, sem dúvida. Mas há distintas possibilidades de relacionamento entre os distintos territórios e o movimento de globalização.

Um exemplo que eu gosto de dar é a França. O padrão hegemônico da distribuição de alimentos é, sem dúvida, o padrão supermercado. O Brasil, que gosta de copiar os Estados Unidos, adotou fortemente esse padrão. Por isso, estamos acabando com nossas feiras, com nossas mercearias. Qualquer cidade média brasileira quer ter hoje seu supermercado. No entanto, em Paris continua havendo feira, continuam funcionando as pequenas lojas de alimentos. De onde vem isso? Vem da cultura do povo francês, que resiste ao padrão hegemônico, que não aceita o supermercado, que se recusa a estocar alimentos, que gosta de comprar, de loja em loja, o alimento fresco que vai ser consumido no dia ou no dia seguinte. Há supermercado? Há . Mas na periferia, para os estrangeiros. Os franceses continuam fazendo courses, como eles dizem. Então, a cultura, a visão de mundo tem sua influência, não há uma fatalidade.

O global, o nacional e o local.

Homogeneização e diferenciação

Um fato importante é que a globalização é, simultaneamente, um processo de homogeneização e de diferenciação. De homogeneização porque os grandes agentes da globalização impõem seus padrões pelo mundo afora e tendem a tornar tudo parecido. Se me colocarem uma venda nos olhos, me levarem de avião para uma cidade qualquer e me soltarem na frente de um shopping center, eu não saberei dizer de imediato em que cidade estou. Parece que todos os shopping centers saíram da cabeça do mesmo arquiteto. Agora, se me desembarcarem em frente ao Ver–o–Peso, eu saberei que estou em Belém, no Pará, se me desembarcarem em frente ao Mercado Modelo, eu saberei que

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estou em Salvador, na Bahia. Porque o Ver-o-Peso e o Mercado Modelo são resultantes da diferenciação, e o shopping center é resultante da homogeneização. O que existe hoje é um processo simultâneo de homogeneização e de diferenciação. Embora a homogeneização seja hoje muito forte, ela não é a única tendência. Quando um agente global escolhe um lugar para ir, ele o escolhe a partir do que é diferente daquilo que aquele lugar possui e outros lugares, não. O critério dominante torna-se, no caso, a diferenciação. A globalização estimula isso, ao mesmo tempo que estimula também a valorização das escalas global e local. Essa é uma questão muito importante no debate sobre a globalização e território. Como alguns agentes têm capacidade para operar em escala global, a escala global se transforma crescentemente numa escala relevante. Como desembarcam nos territórios na escala local, a relação se dá entre o global e o local. E o elemento contestado é a escala nacional. Por que a escala nacional é contestada? Em grande parte, por que foi nela que a luta social conseguiu, ao longo de séculos, impor as regulações ao capitalismo. A legislação trabalhista é nacional; o salário mínimo é nacional; a moeda é nacional; o Estado é nacional. Isso explica a fúria dos agentes globais contra os Estados nacionais. Seu ataque se associou, nos últimos tempos, à ideologia neoliberal. Não é à toa que a escala de ataque seja a escala intermediária, a escala nacional. Os agentes globais não querem saber de regulações; querem ter total liberdade para atuar no espaço global e instalar as suas unidades no espaço local. Daí a máxima “pensar globalmente e atuar localmente”, que é puro produto da ideologia neoliberal a serviço de uma globalização que não aceita limites. Outro ponto importante é que, na era da globalização, os territórios admitem pelo menos duas leituras. Uma leitura é feita pelos agentes globais, para os quais os territórios são meros “palcos de operação”. Quando abrem o mapa-múndi para traçar suas estratégias, os países, as regiões, os municípios são para eles meros palcos de operação. Pensam nas vantagens ou desvantagens de realizarem suas operações neste ou naquele território. Mas existe uma outra leitura. E esta é feita pelas populações de cada lugar, para as quais os territórios são, acima de tudo, construções sociais. Apesar da uniformização crescente, cada território do mundo tem seu ambiente natural, seu processo histórico de ocupação, seus valores. O que existe hoje é resultado de um longo e complexo processo histórico. Essas duas leituras conflitantes produzem uma tensão entre o global e o local, pois o global é fonte de homogeneidade e os territórios são lócus de especificidades. O Brasil é um país que tem história, que possui um território, que construiu nele uma sociedade. E isso tudo não pode ser reduzido a simples palco de operação. Ademais, cada lugar do Brasil é diferente.

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A inserção do Brasil na globalização industrial e na financeira. O Brasil possui três heranças principais, quando visto pela ótica do regional. A primeira herança é ser um país de dimensão continental que, como já disse, engatou na economia mundial como espaço primário exportador. Isso deixou marcas muito importantes – entre elas, o forte contraste entre a faixa litorânea e a região central. A segunda é a diversidade regional. O país estruturou-se sobre um território que comporta seis biomas diferentes: o bioma amazônico, o bioma do cerrado, o bioma da caatinga, entre outros. Em cima dessa natureza diversa, estruturaram-se pólos produtivos também diversos: o açúcar num canto, o ouro em outro, o café em outro, o algodão em outro, a industrialização em outro... Cada um deixou sua marca. Então, o Nordeste açucareiro ficou muito diferente do Sudeste cafeeiro. Cada região misturou à sua maneira os ingredientes indígenas, europeus e negros. E isso gerou uma maravilhosa diversidade cultural, que, do meu ponto de vista, é um dos maiores patrimônios do Brasil. Na era da globalização intensa, estamos redescobrindo o Brasil. A terceira herança é a herança da desigualdade. É uma herança pesada, que cresceu muito no século XX, quando o país engatou na globalização industrial. A figura 1 apresenta o mapa do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Quanto mais vermelha a área, mais baixo o IDH; quanto mais verde e azul, mais alto o IDH. Esse mapa mostra dois Brasis. E a mesma configuração se mantém se considerarmos outros parâmetros, como a escolaridade. Podemos analisar muitas outras variáveis diferentes, e a figura manterá a mesma configuração. Então, nossa herança de desigualdade produziu, realmente, dois Brasis. E essa desigualdade se reproduz nas várias escalas. Se analisarmos a região metropolitana de Recife, lá encontraremos duas Recifes. Essas são as heranças. Agora, vejamos suas modificações recentes. Uma coisa importante da inserção do Brasil na globalização industrial foi que ela integrou o mercado brasileiro. No período primário exportador, se produzia aqui e realizava fora. Com a indústria, passamos a produzir aqui e realizar aqui. Para isso, foi preciso integrar fisicamente o mercado brasileiro: criar uma malha urbana, uma malha viária, uma malha de telecomunicação. Hoje, em Oeiras, no Piauí, se compra, via internet, um artigo fabricado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e, dois dias depois, recebe-se o produto em sua casa. Isso é uma enorme diferença em relação ao Brasil do passado. E um de nossos grandes trunfos diante das corporações transnacionais. Quando desembarcam aqui, elas não vêm atrás de uma plataforma de exportação, mas do próprio mercado brasileiro, que está integrado desde metade do século passado. Uma parte dessa conquista tem ser creditada a Juscelino, porque foi ele que começou a fazer as ligações

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verticais da malha viária do país. Antes, só havia ligações horizontais: do interior para a costa, da zona produtora para o porto exportador. Juscelino estabeleceu uma nova lógica: no meio do território, colocou Brasília, e fez a Belém–Brasília, fez a Rio–Bahia, ou seja , criou as condições materiais para a integração do mercado. Com o tempo, ocorreu não apenas a circulação das mercadorias, mas também a circulação do capital. Três agentes se engajaram nesse processo. As transnacionais, por certo. Mas também o capital nacional e o Estado brasileiro. Grandes empresas brasileiras, que nasceram e se desenvolveram em uma região, instalaram filiais em outras. Isso foi muito importante. O desembarque da Vale do Rio Doce no Pará mudou o Pará. O desembarque da Petrobras na Bahia mudou a Bahia. E eram empresas estatais. Isso promoveu a gradual redução da concentração econômica no Sudeste. Os dados mostram que, no período JK, a concentração cresceu; no período do “milagre econômico”, a concentração cresceu. Ela começou a decrescer a partir do 2º PND, quando vários investimentos foram feitos em outros lugares do Brasil, e isso deu início a um processo de desconcentração. A crise veio, bateu muito forte em São Paulo, até hoje São Paulo tem 2 milhões de desempregados – e outros lugares do Brasil começaram a se destacar. Muita coisa está mudando Agora, muita coisa está mudando na demografia, na economia e no quadro social. Uma mudança muito importante é que o Brasil – que, no século XX, tinha uma concentração econômica muito grande no Sudeste (que, por sua vez, gerava uma concentração de renda enorme) – está sinalizando um percurso diferente. Desconcentração produtiva para fora do Sudeste e modificação do padrão de distribuição de renda são sintomas que ainda não sabemos se configuram um novo padrão, mas são sintomas de uma tendência diferente. Do ponto de vista demográfico, está em curso uma alteração da composição etária da população. Há menos nascimentos e as pessoas estão vivendo mais. Além disso, a localização das populações está mudando. O Centro-Oeste e o oeste do Nordeste, antes desocupados, agora estão sendo preenchidos econômica e demograficamente. Outra transformação importante é que as cidades médias passaram a crescer. Isso porque a concentração nas metrópoles brasileiras atingiu seu auge e as deseconomias já são maiores do que as economias. Assim, os municípios médios apresentam grandes vantagens e não têm os problemas da concentração. Dentro do estado de São Paulo isso se deu com muita força. Esta é uma mudança muito importante porque poderia representar uma chance de construir, no século XXI, cidades livres das mazelas que marcaram o século XX.

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Este balanço sobre a dinâmica migratória eu extraí de um texto do Prof. Clélio Campolina. Ele tomou como referência o período a partir de 1975 e dividiu-o em qüinqüênios. Observou então que o Nordeste perdia quase 900 mil pessoas a cada cinco anos, e agora está perdendo 700 mil pessoas. A emigração diminuiu, e os que saem da zona rural do Nordeste passaram a ir para as médias e pequenas cidades da própria região ou para a fronteira agrícola do país. Não vêm mais para São Paulo, que tem 2 milhões de pessoas sofrendo com o desemprego aberto. Em compensação, o Sul cresce, o Norte cresce, o Centro-Oeste mantém-se atrativo, recebendo 300 mil pessoas por qüinqüênio. Do ponto de vista da indústria, a mudança também é muito grande. A região metropolitana de São Paulo chegou a ter 43% da indústria do país, mas recuou para 22%. Já o estado de São Paulo detinha 60% da indústria do país, mas caiu para 44%. São quedas enormes. Ao mesmo tempo, muitas indústrias vão para Manaus e o Nordeste dobrou seu peso nacional nesse setor. Embora a concentração ainda seja grande, observa-se um processo de relocalização da indústria no Brasil, que está em curso desde os anos 1970. O Prof. Campolina, que leciona na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem defendido que se trata de nítido processo de desconcentração. Do ponto de vista agropecuário, observam-se mudanças igualmente importantes: é o “miolão” do Brasil que está atraindo a dinâmica agropecuária, especialmente o Centro-Oeste. Tudo isso mostra que o processo de ocupação do território brasileiro está mudando, em plena era da globalização. E uma das mudanças mais interessantes é a emergência do Nordeste, região que aparecia como problemática, quando vista no conjunto nacional. Vários fatores estimularam o consumo na região e mais recentemente ela abriga novos investimentos. Alguns deles diretamente associados ao movimento do capital em escala mundial, como o caso do setor de turismo, em que o Nordeste lidera no ranking da captação de Investimentos Diretos do Estrangeiro (IDE). Como se vê, o território brasileiro redefine sua inserção na era da globalização. E sinais dessa redefinição estão cada vez mais evidentes. Este artigo é resultado de uma palestra para representantes de movimentos sociais, proferida pela autora na Câmara Municipal de São Paulo, em maio de 2008. Tânia Bacelar é economista e socióloga, doutora em Economia, professora da Universidade Federal de Pernambuco e sócia da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento.

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Atividades para Autoavaliação. Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I Unidade Nº: 03 Título: Globalização e política: empresas globalizadas e governos nacionais.

QUESTÃO 1 Tópico Associado: Gestão e mundo complexo

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A charge acima: A) caracteriza uma realidade vivenciada no capitalismo industrial, onde a poluição foi o fator dominante devido à falta de tecnologia preventiva. B) evidencia um antagonismo entre ricos e pobres, num conflito onde a população pobre dos países do Sul é dominada pelo poder ideológico e econômico do Norte. C) indica que, embora o Sul fique separado do Norte por uma linha imaginária, há uma nítida ruptura causada pelas diferenças em administrar problemas ambientais. D) mostra um conflito ideológico, e não econômico, já que representa a bipolarização da Guerra Fria e a preocupação com a ecologia. FEEDBACK DA QUESTÃO 1 Resposta certa: Vide gabarito no fim deste capítulo.

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QUESTÃO 2 Tópico Associado: Gestão e mundo complexo “Antes mundo era pequeno Porque Terra era grande Hoje mundo é muito grande Porque Terra é pequena Do tamanho da antena Parabolicamará... Antes longe era distante Perto só quando dava Quando muito ali defronte E o horizonte acabava... De jangada leva uma eternidade De saveiro leva uma encarnação... Pela onda luminosa Leva o tempo de um raio... Ê volta do mundo, camará Ê, ê, mundo dá volta, camará... De jangada leva uma eternidade De saveiro leva uma encarnação

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De avião o tempo de uma saudade Esse tempo não tem rédea Vem nas asas do vento... Ê volta do mundo, camará Ê, ê, mundo dá volta, camará...” Parabolicamará (Gilberto Gil) A revolução tecnológica dos meios de transporte ocasionou o chamado “encolhimento do mundo”. Ao ler a música e a afirmativa anterior, pode-se afirmar que: A) A abolição de barreiras espaciais permitiu o livre fluxo de populações, sobretudo em função do acesso ao mercado de trabalho, em diferentes regiões do planeta. B) A ampliação do intercâmbio de informações entre diferentes povos e regiões do planeta promoveu uma única e homogênea aldeia global de trocas igualitárias. C) A redução do tempo de deslocamento entre os lugares foi fundamental para a expansão planetária da produção e circulação das mercadorias sob a égide do capitalismo. D) As possibilidades de comunicação entre as nações facilitaram os acordos comerciais e financeiros que reduziram as diferenças econômicas entre países.

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FEEDBACK DA QUESTÃO 2 Resposta certa: Vide gabarito no fim deste capítulo.

QUESTÃO 3 Tópico Associado: Globalização, empresas e poder dos Estados nacionais.

A expansão, em escala planetária, das atividades das multinacionais fez crescer entre essas empresas a disputa por partes cada vez maiores de um mercado consumidor atualmente integrado pelo processo de globalização. Assinale, a seguir, a alternativa em que NÃO foram apresentados elementos característicos das empresas multinacionais. A) Diminuição do tamanho das unidades de produção, com o uso de alta tecnologia. B) Otimização dos processos de produção, diminuindo, por exemplo, os desperdícios com matérias-primas. C) Concentração do processo produtivo e comercial em um único país.

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D) Aumento dos investimentos em marketing e propaganda, divulgando informações a respeito de serviços e produtos. FEEDBACK DA QUESTÃO 3 Resposta certa: Vide gabarito no fim deste capítulo.

QUESTÃO 4 Tópico Associado: Globalização, empresas e poder dos Estados nacionais. Sobre o processo da globalização analise as afirmativas e em seguida assinale a opção correspondente:

I- Ocorre valorização dos territórios nacionais e de suas fronteiras políticas, favorecida pelo estabelecimento de zonas de livre comércio. II-Há formação de espaços transnacionalizados no interior de territórios nacionais, fragilizando o poder do Estado. III- Ocorre expansão de empresas multinacionais, fortalecendo todos os países pela globalização econômica. IV- Tem acelerado as trocas comerciais e de informações entre os povos do mundo. A) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. B) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. C) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

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D) Apenas as afirmativas II e IV são verdadeiras FEEDBACK DA QUESTÃO 4 Resposta certa: Vide gabarito no fim deste capítulo.

QUESTÃO 5 Tópico Associado: Globalização, empresas e poder dos Estados nacionais. A globalização pode ser descrita como um processo de difusão de idéias e valores, de formas de produção e de trocas comerciais que atravessam e rompem as fronteiras nacionais. As opções abaixo apresentam exemplos da teia global, à EXCEÇÃO: A) da intensa velocidade de propagação de ideias e da instantaneidade na transmissão dos acontecimentos mundiais; B) da simetria dos circuitos da mídia e da informação eletrônica com uma recíproca fertilização cultural; C) da diminuição do controle territorial do Estado-Nação devido ao alargamento da ação das grandes corporações; D) do aumento da velocidade e da eficiência dos sistemas multimodais de transportes e comunicações. FEEDBACK DA QUESTÃO 5 Resposta certa: Vide gabarito no fim deste capítulo.

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Questão discursiva Tópico Associado: Globalização, empresas e poder dos Estados nacionais. Após ler o texto, teça comentários acerca dos artigos produzidos em tempos de globalização, relacionando-os à questão da nacionalidade dos produtos. “A indústria de computadores Compaq, tida como americana, usa patentes de outros países [...] e os componentes físicos são fabricados na China, em Taiwan, Coréia, Japão, Vietnã – alguns até mesmo nos Estados Unidos. A Nike é uma empresa americana, em teoria, que produz sapatos. A produção física de sapatos é feita por 75000 funcionários alocados em outros fabricantes fora dos Estados Unidos. [...] O Ford é um veículo de que nacionalidade?” (Veja, 3/4/1996. Apud: MONTELLATO, Andrea Rodrigo. O mundo dos cidadãos. São Paulo: Scipione, 2000.)

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GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO 1: Resposta certa: Letra B FEEDBACK DA QUESTÃO 2 : Resposta certa: Letra C FEEDBACK DA QUESTÃO 3: Resposta certa: Letra C FEEDBACK DA QUESTÃO 4: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 5: Resposta certa: Letra B

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FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA: COMENTÁRIO: Os produtos fabricados hoje em dia são artigos sem pátria, isto é, são montados em um país, mas utilizam componentes fabricados em muitos outros. A etiqueta informando que um produto é Made in USA ou Made in Brazil não garante que, efetivamente, ele seja totalmente feito nos Estados Unidos ou no Brasil. As grandes indústrias produzem ou encomendam a fabricação de peças e partes em diferentes países, onde a mão de obra e a energia sejam mais baratas ou os incentivos fiscais mais atraentes, procurando baixar os custos de produção.

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL Capítulo 4

Globalização e Relações de Trabalho Globalizaçao e Relaçoes de Trabalho

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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM Atividade: TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I Unidade Nº: Quatro (4/14) Título: Globalização e Relações de Trabalho. Objetivos de aprendizagem: Relacionar a globalização com o crescimento da desigualdade social Identificar algumas proposições políticas para minimizar esse efeito Analisar as interferências da globalização no trabalho Projetar novas possibilidades para o trabalho Tópicos abordados: Globalização e desigualdade social Trabalho e capitalismo moderno

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As novas formas de trabalhar As novas profissões na economia globalizada Introdução: 4.1. Globalização e relações de trabalho: os efeitos sociais da globalização.

A globalização é um acontecimento complexo, por isso produz efeitos benéficos e maléficos. Entres estes, podemos destacar os riscos ecológicos e a crescente desigualdade social. O texto sugerido para leitura propõe algumas iniciativas políticas, em nível nacional, que devem ser adotadas para redistribuir mais igualitariamente os benefícios provindos da economia globalizada: os governos devem adotar critérios mais seletivos na hora de abrir as fronteiras à competição internacional; investir na educação da população mais pobre; e fomentar as pequenas empresas. Além disso, os países em desenvolvimento devem formar blocos econômicos regionais. Em nível internacional, o texto ainda destaca sete iniciativas defendidas pela ONU: “mecanismo para controle e vigilância com mais agilidade da liquidez internacional, mudanças nas regras do comércio mundial em benefício dos países pobres e uma associação de empresas multinacionais para fomentar a redução da pobreza”. Essas ações são vistas com mais importância e necessidade quando se constata que das 100 maiores economias do mundo, 50 são megaempresas. Como a GM, cujo faturamento em 1994 foi superior ao PIB de países como Turquia, Dinamarca e África do Sul. É uma tendência em alta. Com as constantes fusões de gigantes empresariais, vai aumentar a importância das multinacionais, em detrimento dos Estados nacionais. E é por essa razão que já há quem prefira chamar a globalização de era da "englobação". (FOLHA SÃO PAULO, 2013)

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Indicamos, novamente, o documentário “Encontro com Milton Santos ou o mundo globalizado visto do lado de cá”, com a direção de Silvio Tendler. Nas partes selecionadas serão tratados temas relacionados às consequências sociais da globalização. Por exemplo, “Boeing, maior produtora de aviões do mundo, é um bom exemplo de fornecimento em rede planetária. O modelo 777 recebe componentes de 322 fornecedores em 38 países. E suas três milhões de peças são fabricados por 1700 intermediários em 37 nações.” [TENDLER, 19:52 – 21:40]. Esse modelo de empresa escapa aos controles territoriais nacionais e às responsabilidades sociais locais. Ainda nos mostra a Nike e os novos atores do cenário global: a Índia e a China. [TENDLER, 57:10 – 1:04:12]

4.2. Globalização e relações de trabalho: O trabalho na cultura do novo capitalismo. Na atual fase da globalização, como visto na unidade anterior, há um afastamento entre o Estado e a economia. Por exemplo, a empresa americana Wal-Mart tem a China como seu maior fornecedor. Além disso, há uma intensa competição por mercados entre as empresas globais, trazendo consequências para a organização e planejamento das instituições e das nossas vidas.

http://espressostalinist.files.wordpress.com/2012/01/empresas-multinacionais.jpg

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Como se evidencia no mundo do trabalho. A permanência e sobrevivência das empresas no mercado estão diretamente associadas à sua capacidade de inovar. Com esse propósito, renovam-se constantemente as suas estratégias de ação; alteram-se, com muita frequência, o seu quadro de funcionários, e adotam-se políticas de contratação de empregados cada vez mais qualificados e preparados para desempenhar novas competências e habilidades. Nessa ordem, que alguns identificam como a do novo capitalismo, o ambiente do trabalho torna-se mais cambiantes e complexos, exigindo mais exigindo mais responsabilidade, criatividade e capacidade de iniciativa.

Novo capitalismo:

http://www.valor.com.br/sites/default/files/gn/12/02/arte24leg-101-artigo-e2.jpg

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Ao mesmo tempo, se por um lado está mais fácil o acesso às informações, por outro, é preciso saber lidar com elas. Como nos diz o autor de um dos nossos textos recomendados, as máquinas ficaram mais inteligentes, e precisamos de mais inteligência para que elas nos sirvam. Precisamos resgatar, na relação de trabalho, a perspectiva do artífice; aquela que se preocupa com o sentido do que se faz. São diferentes tipos de máquinas, que respondem melhor à direção humana. As máquinas industriais tinham, digamos, uma programação mais rígida, cumpriam uma única tarefa. É o tipo de trabalho mecânico característico do fordismo. Uma das razões por que estou mais otimista é que as máquinas são tão mais inteligentes, flexíveis e sofisticadas, inclusive as máquinas industriais, que se as usarmos bem se tornam amigas, em vez de inimigas. (SENNETT, 2013b)

Máquinas amigas

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=robos-eticos-e-morais---seis-estrategias-a-seguir&id=010180081126

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL Há que se destacar, como características dos novos tempos, o aparecimento em profusão de novas profissões, que atendem a

demandas atuais e futuras. Há menos de duas décadas você não tinha pensado em consultar um webdesigner ou fazer um curso à distância vendo as aulas no computador. Se a tecnologia elimina alguns postos de trabalho, ela também cria novas profissões. O consenso entre futurólogos é que estamos entrando em uma era de confiança na ciência como nunca vivemos e, por isso, em alguns anos sua profissão não vai mais existir nos moldes de hoje. Para traçar esse futuro, o governo britânico encomendou ao grupo Fast Future a pesquisa The Shape of Jobs to Come (A forma dos empregos que virão, em português), um estudo com 486 participantes de 58 países em 6 continentes para elencar quais seriam as profissões dominantes nos próximos 20 anos. Essas mudanças são projetadas sobre o que já está acontecendo hoje: urbanização intensa, aumento populacional e do número de idosos, popularização da ciência ajudam a definir para onde irá o mercado de trabalho nas próximas décadas.(REVISTA GALILEU, 2013)

Profissões do futuro

http://3.bp.blogspot.com/_GZvbgm0Xw6g/SA-3bTcUcVI/AAAAAAAAACU/o1OlTaNk3bQ/S1600-R/trabalho+-foto+1.jpg

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Querendo saber mais sobre as profissões do futuro, visite o seguinte site: http://oglobo.globo.com/emprego/profissoes-de-futuro-7141783 Conteúdo: FOLHA de São Paulo. Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/24.html. Acesso em 22 fev 2013. SENNETT, Richard. O triunfo da superficialidade. Disponível em <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticiasarquivadas/5565-o-triunfo-da-superficialidade-richard-sennett-denuncia-o-novo-capitalismo>. Acesso em 19 fev 2013a. SENNET, Richard. Futuro de artífices, da técnica e da mente (entrevista). Disponível em <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/22900-futuro-de-artifices-da-tecnica-e-da-mente-entrevista-com-richardsennett>. Acesso em 19 fev 2013b.

REVISTA GALILEU. Saiba quais são as profissões do futuro. Disponivel em <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI275532-17773,00SAIBA+QUAIS+SAO+AS+PROFISSOES+DO+FUTURO.html> Acesso em 19 fev 2013.

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Síntese: A globalização é um acontecimento complexo que geram tanto benefícios quanto malefícios. Dentre os primeiros, destacam-se os riscos ambientais e o crescimento da desigualdade social. São tentadas ações de controle político, seja em âmbito nacional e internacional, para minimizar os danos e descontroles do mercado. No mundo do trabalho, a globalização acarreta mudanças significativas.Por um lado, as empresas procuram modelos de organização mais adequados às constantes mudanças e variações exigidas pelo mercado. Por outro, os trabalhadores são cobrados a se ajustarem também a essas condições, com uma contínua e renovada formação. Nesse cenário transformador e de transformações, surgem continuamente novas profissões. Novas profissões:

http://dicasemgeral.xpg.uol.com.br/wp-content/uploads/2009/12/profissionais-verde.jpg

Leituras complementares: ENCONTRO com Milton Santos ou o mundo globalizado visto do lado de cá (Brasil, 2006). Direção de Silvio Tendler.

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O HOMEM que copiava (Brasil,2002). Diretor Jorge Furtado. Bibliografia recomendada: BAUMAN, Zigmunt. Globalização:as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. BRIGAGÃO, Clóvis & RODRIGUES, Gilberto.Globalização a Olho Nu. São Paulo: Editora Moderna, 1998. GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. O que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2005. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2011. STRAZZACAPPA, Cristina. Globalização: O que é isso, afinal? Coleção Desafio. Rio de Janeiro, Moderna, 2006.

Para saber mais: Nesse novo site do IBGE é possível ver dados super completos de todos os países do mundo em um mapa mundi digital. Nele, podemos verificar extensão territorial, capital, população total, índice de desenvolvimento humano (IDH), economia, produto interno bruto (PIB), principais problemas socioeconômicos, conflitos étnicos. Além disso tudo, ainda é possível ver fotos do país selecionado e sua respectiva bandeira.

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Clique na imagem e Divirta-se!

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Músicas que abordam o tema: Trabalho. Clique nos títulos das mesmas e veja letra e vídeo.

Dança do desempregado (Gabriel O Pensador)

Fábrica (Legião Urbana)

Marvin (Titãs)

Workin class hero (John Lennon) letra original e tradução .

Homem Primata ( Titãs)

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Analise as imagens: História em Quadrinhos

http://www.aprendercomgeneros-estresse.blogspot.com.br/

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Charge A sobrecarga no trabalho é diretamente relacionada ao estresse?

http://www.aprendercomgeneros-estresse.blogspot.com.br/

Você é estressado? Faça o teste: http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2001/grupo2/teste.htm

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TEXTOS

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FOLHA de São Paulo. Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/24.html>. Acesso em 22 fev 2013.

GLOBALIZAÇÃO APROFUNDA O ABISMO ENTRE RICOS E POBRES Por JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO DA REPORTAGEM LOCAL

Desde 1960, quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda mundial mais do que dobrou. Em 1994, os 20% mais ricos abocanharam 86% de tudo o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes superior à dos 20% mais pobres.

Esse é o lado menos conhecido da globalização. Ano a ano o fosso que separa os incluídos dos excluídos vem aumentando: os ricos ficam mais ricos, e os pobres, mais pobres. Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia global minguou de 2,3% para 1,1%. A

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concentração chegou ao ponto de o patrimônio conjunto dos raros 447 bilionários que há no mundo ser equivalente à renda somada da metade mais pobre da população mundial -cerca de 2,8 bilhões de pessoas.

"Supõe-se que uma maré de riqueza levará todos os barcos. Mas alguns navegam melhor do que outros. Os iates e transatlânticos estão avançando, em função das novas oportunidades, mas as balsas e botes a remo estão fazendo água, e alguns afundam rapidamente."

É o que diz o Relatório da Organização das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano, de 1997. O texto faz um balanço dos efeitos da globalização sob a ótica dos perdedores: "Os países menos adiantados podem perder até US$ 600 milhões por ano, e a África ao sul do Saara, US$ 1,2 bilhão".

As causas apontadas pela ONU são várias: das barreiras alfandegárias mais punitivas às exportações dos países subdesenvolvidos às leis de proteção de patentes que dificultam o acesso das nações pobres a novas tecnologias.

O comércio mundial cresceu 12 vezes no pós-guerra e chegou a US$ 4 trilhões por ano nesta década. Mas foi também o vilão que mais acentuou as desigualdades entre países ricos e pobres no processo de globalização. Com 10% da população do planeta, os países mais pobres detêm apenas 0,3% do comércio mundial. Pior: é a metade do que detinham há 20 anos.

Para o conjunto dos países em desenvolvimento, a globalização impôs perdas comerciais de US$ 290 bilhões entre 1980 e 1991. Nesse mesmo período, o preço dos produtos básicos (sua principal exportação) caiu 45%.

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Os mecanismos que deveriam minimizar esses impactos resultaram ineficientes. A Rodada Uruguai do Acordo Geral de Tarifas e Comércio "deixou intacta a maior parte da proteção da indústria e da agricultura dos países industrializados", diz a ONU. Os produtos exportados pelo Primeiro Mundo tiveram uma redução muito mais forte das tarifas que lhe eram impostas do que as exportações do Terceiro Mundo: -45% contra -20% a -25%.

Diante da perspectiva de diminuição, mesmo que apenas parcial, das tarifas alfandegárias, os países desenvolvidos acharam outros meios de proteger seus mercados. De 1989 a 1994, eles dobraram o número de barreiras sanitárias e medidas antidumping.

Ao mesmo tempo, reforçavam o dumping em seu próprio quintal. Em 1995, os países ricos gastaram nada menos do que US$ 182 bilhões em subsídios à agricultura -ou seja, metade do valor de tudo o que colheram.

Segundo a ONU, os subsídios dos ricos prejudicam o Terceiro Mundo de várias formas: 1) mantêm baixos os preços internacionais, desvalorizando as exportações dos países pobres; 2) excluem os pobres de vender para os mercados ricos; 3) expõem os produtores pobres à concorrência de produtos mais baratos em seus próprios países.

Há estimativas de que, se os países desenvolvidos reduzissem os subsídios agrícolas em 30%, os países em desenvolvimento ganhariam US$ 45 bilhões por ano.

Além do comércio, o fluxo internacional de recursos aprofunda as disparidades mundiais. Mais de 90% dos investimentos estrangeiros diretos vão para Japão, EUA, Europa e oito províncias da China.

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Todos os demais países, com 70% da população mundial, ficam com menos de 10% dos investimentos. "Isso significa que regiões enormes do mundo estão ficando excluídas dos avanços tecnológicos", registra o relatório da ONU.

Com crédito reduzido, os países pobres pagavam até a década passada taxas de juros quatro vezes maiores do que as pagas pelos países ricos.

Com tantas desvantagens competitivas, a imensa maioria dos perdedores do processo de globalização tinha que estar nos países em desenvolvimento: quase 1/3 de seus habitantes (1,3 bilhão de pessoas) vive com menos de US$ 1 por dia.

Mas os perdedores citados no relatório da ONU não estão só no Terceiro Mundo. Cerca de 100 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza nos países desenvolvidos. Em algumas dessas nações, como o Reino Unido, esse número tem crescido.

A quantidade de pobres nos países ricos varia de 3% da população, na Noruega, a 37%, na Irlanda. Os EUA ficam no meio do caminho, com 14%.

O fantasma que ronda suas economias globalizadas é o desemprego. As taxas subiram a níveis que não eram vistos desde os anos 30. Resultado: há cerca de 37 milhões de desempregados nos países desenvolvidos.

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Os mais otimistas, como o consultor norte-americano Simon Forge -famoso por suas projeções sobre os impactos da revolução tecnológica nas comunicações e na economia-, dizem que a perda de empregos no Primeiro Mundo é a contrapartida da criação de postos de trabalho nos países em desenvolvimento.

Ele atribui isso ao fato de as nações emergentes estarem avançando na educação de seus habitantes -o analfabetismo caiu de 57% para 30% entre 1970 e 1994 nesses países- e terem custos de produção menores (inclusive salários).

"O resultado será menos empregos nos países desenvolvidos, enquanto os países em desenvolvimento crescerão em poder econômico nos próximos 20 anos", escreveu Forge num alentado estudo para o Banco Mundial.

Por essas e por outras, Jeremy Rifkin, autor do best-seller "O Fim do Trabalho", sustenta que a economia global está passando por uma transformação comparável à Revolução Industrial.

Em artigo recente para a revista "Mother Jones", ele escreveu: "Estamos nos primeiros estágios da mudança do 'trabalho em massa' para um altamente especializado 'trabalho de elite', acompanhada da crescente automação na produção de bens e serviços". Rifkin calcula que, só nos EUA, cerca de 90 milhões de empregos (a força de trabalho norte-americana é de 124 milhões de pessoas) estão vulneráveis à automação.

Nesse ponto, o relatório da ONU concorda mais com Rifkin do que com Forge. O texto cita estudos que estimam que o impacto da concorrência com a mão-de-obra barata dos países pobres seja responsável por apenas 10% do desemprego industrial dos países ricos. "A

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redução do gasto fiscal (dos governos) e a mudança tecnológica tiveram um efeito muito maior sobre o desemprego e a desigualdade", assinala o relatório.

Na direção oposta à seguida até agora pela globalização, o texto propõe seis políticas nacionais para os países tentarem distribuir mais equitativamente os benefícios da integração mundial. Entre elas, sugere que os governos adotem critérios mais seletivos na hora de abrir as fronteiras à competição internacional, invistam na educação da população mais pobre e fomentem as pequenas empresas. Em paralelo, a ONU recomenda aos países em desenvolvimento que formem blocos econômicos regionais: "Eles podem aumentar o comércio, facilitar o fluxo financeiro e melhorar os meios de transporte".

A ONU ainda defende sete iniciativas em nível mundial para igualar as regras do jogo. Destacam-se a proposta de um mecanismo para controle e vigilância com mais agilidade da liquidez internacional, mudanças nas regras do comércio mundial em benefício dos países pobres e uma associação de empresas multinacionais para fomentar a redução da pobreza.

A última proposta se baseia numa constatação surpreendente: das 100 maiores economias do mundo, 50 são megaempresas. Como a GM, cujo faturamento em 1994 foi superior ao PIB de países como Turquia, Dinamarca e África do Sul.

É uma tendência em alta. Com as constantes fusões de gigantes empresariais, vai aumentar a importância das multinacionais, em detrimento dos Estados nacionais. E é por essa razão que já há quem prefira chamar a globalização de era da "englobação".

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TEXTO 2 TEXTO 2

SENNETT, Richard. O triunfo da superficialidade. Disponível em <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/5565-otriunfo-da-superficialidade-richard-sennett-denuncia-o-novo-capitalismo>. Acesso em 19 fev 2013a.

TRABALHO NA EMPRESA GLOBALIZADA O sociólogo americano, Richard Sennet, concedeu entrevista para a revista Valor, abordando o tema do trabalho na empresa globalizada.

Valor: A economia mundial está mudando velozmente. Tudo está mais rápido, maior e mais global. Ao mesmo tempo, as pessoas estão mudando a maneira como vivem. Afinal, são as pessoas que estão demandando tais mudanças ou são as grandes corporações que as impõem?

Richard Sennett: É uma via de mão dupla, reforçada por aqueles que estão se beneficiando economicamente com essas mudanças. Um número cada vez menor de pessoas está ganhando com as transformações dos bens e dos serviços que são oferecidos e demandados pela população mundial. Essas mesmas poucas pessoas estão conseguindo forçar um aumento da demanda nunca visto antes e têm conseguido concentrar esse crescimento neles mesmos. O resultado é um nível de desigualdade crescente.

Valor: Não se trata apenas de um novo ciclo do capitalismo?

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Sennett: Não. Acredito que estamos vendo o surgimento de um novo sistema. Pela primeira vez as empresas não estão mais ligadas aos países. Há 200 anos, uma empresa britânica era motivo de preocupação política ou militar para o Reino Unido. Hoje não. Houve um descolamento total entre Estado e economia. Veja o exemplo do Wal-Mart, que nasceu para ser um vendedor em massa de produtos americanos. Hoje seu maior fornecedor é a China. No antigo sistema imperialista, as desigualdades sociais eram dos países dominantes sobre os países dominados. Era como se a Inglaterra dominasse a economia do Brasil ou da Colômbia. O domínio agora é das empresas, independente de seu país de origem. Muitos acham que a globalização é apenas mais um capitulo na história do imperialismo. Eu, no entanto, acho que é um novo sistema, que funciona de forma diferente.

Valor: Como esse novo sistema influencia a vida das pessoas?

Sennett: Os valores estão mudando. O fato de se ter menos segurança nos empregos, com uma alta rotatividade, está pressionando os trabalhadores de uma forma inédita. As pessoas estão mais desorientadas, não sabem como agir estrategicamente, não sabem como devem se comportar para sobreviver nas companhias. Por outro lado, as empresas, como instituição, estão cada vez mais fracas. E, por fim, as pessoas estão desorientadas, sem saber como usar suas habilidades e talentos. A economia global enfatiza cada vez menos a habilidade para executar um trabalho e dá mais valor às pessoas mais adaptáveis, que desempenham várias atividades.

Valor: O senhor afirma que as empresas têm possibilitado mais flexibilidade aos trabalhadores, mas que isso os aprisiona. Não é paradoxal?

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Sennett: Sim, é. A liberdade que as pessoas têm hoje é a liberdade de trocar de emprego com uma facilidade muito maior do que a de algumas décadas atrás. Mas as empresas são bem mais instáveis e, em conseqüência, a capacidade de os funcionários as influenciarem diminui sensivelmente. Isso significa , na verdade, menos liberdade para trabalhar. São livres apenas para trocar de emprego.

Valor: O senhor afirma que esse novo modelo econômico está criando uma série de traumas sociais e emocionais. Que traumas são esses?

Sennett: Fizemos algumas pesquisas de campo para comprovar tal fato e vimos que as pessoas têm hoje um nível muito alto de ansiedade. O antigo sistema capitalista prometia premiar o trabalho. Se a pessoa trabalhasse bem, seguindo as normas institucionais, elas seriam premiadas com a permanência no trabalho, aumentos de salário e afins. Era uma regra clara. Com essas novas empresas altamente flexíveis e instáveis, as estruturas de recompensa são completamente diferentes e variáveis. O trabalho ficou mais informal - e mais volumoso, a ponto de as pessoas os levarem em domicílio, mostrando que são competentes o bastante para se manterem em seus empregos. E isso, óbvio, aumenta consideravelmente o estresse. Essa mudança radical é traumática para a maior parte dos empregados. E cada vez mais pessoas vão experimentar essa transição, porque esse modelo será dominante no futuro.

Valor: Quem vai conseguir atravessar essas mudanças com tranqüilidade? Existe algo em comum entre as pessoas que estão se adaptando bem a esse novo sistema?

Sennett: Sim, há. São pessoas que estão dispostas a migrar, mesmo que apenas fisicamente, para seguir o trabalho onde ele está. São pessoas que têm pouca necessidade de relações humanas de longo prazo. Há também aqueles que se sentem mais confortáveis em aprender

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diferentes habilidades pela metade, ou seja, não têm a necessidade de serem muito boas em algo específico. Aqueles que conseguem viver de uma forma mais superficial terão sucesso nesse novo modelo.

Valor: O senhor acredita que o conceito de família fica ameaçado com esse cenário?

Sennett: Nos estudos que realizamos conseguimos traçar uma linha clara entre trabalho e família. A princípio, parece não haver uma ameaça clara. Quem prospera nesse sistema são pessoas que se sentem confortáveis com a instabilidade. E isso tem a ver com a idade. O novo capitalismo funciona muito bem para os jovens. Mas quando as pessoas chegam aos 40 anos, no meio de sua vida, não conseguem administrar bem essa instabilidade.

O fantasma da inutilidade. Uma resenha do livro "A cultura do novo capitalismo"

"Tudo o que é sólido desmancha no ar, disse Karl Marx, há 160 anos, pensando no capitalismo do século XIX. No mundo veloz e volátil do novo capitalismo, sua célebre máxima continua a valer, abrindo espaço para o triunfo da superficialidade. Autor de “Respeito: a Formação do Caráter em um Mundo Desigual e A Corrosão do Caráter”, um dos mais respeitados intelectuais americanos de esquerda, Richard Sennett, recorre ao capitalismo remoto de Karl Marx para compreender a realidade em fragmentos do século XXI", escreve José Castello, comentando o novo livro de Richard Sennett, “A cultura do novo capitalismo”.

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TEXTO 3:

Disponível em: REVISTA GALILEU. Saiba quais são as profissões do futuro. Disponivel em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI275532-17773,00SAIBA+QUAIS+SAO+AS+PROFISSOES+DO+FUTURO.html>. Acesso em 19 fev 2013.

SAIBA QUAIS SÃO AS PROFISSÕES DO FUTURO Quer ter trabalho garantido em 2020? Pesquisamos novas e inusitadas carreiras que irão bombar lá na frente. Mas tem que começar a estudar agora. por Gabriela Portilho

Há menos de duas décadas você não tinha pensado em consultar um webdesigner ou fazer um curso à distância vendo as aulas no computador. Se a tecnologia elimina alguns postos de trabalho, ela também cria novas profissões. O consenso entre futurólogos é que estamos entrando em uma era de confiança na ciência como nunca vivemos e, por isso, em alguns anos sua profissão não vai mais existir nos moldes de hoje. Para traçar esse futuro, o governo britânico encomendou ao grupo Fast Future a pesquisa The Shape of Jobs to Come (A forma dos empregos que virão, em português), um estudo com 486 participantes de 58 países em 6 continentes para elencar quais seriam

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as profissões dominantes nos próximos 20 anos. Essas mudanças são projetadas sobre o que já está acontecendo hoje: urbanização intensa, aumento populacional e do número de idosos, popularização da ciência ajudam a definir para onde irá o mercado de trabalho nas próximas décadas.

Segundo a pesquisa, uma das áreas que vai gerar mais empregos até 2030 será consultoria de bem-estar para idosos (veja na página 80), profissionais capazes de articular diversas áreas da saúde para ajudar os velhinhos do futuro a viver melhor. Aliás, no mundo das novas profissões, articulador virou palavra-chave. Aqueles que souberem unir diferentes áreas do conhecimento para gerar novos serviços, passam a valer ouro. Por isso é que vale cursar diferentes graduações ou seguir especializações dentro de uma mesma área. O especialista em Direito Digital Eduardo Kruel é um dos raros profissionais na área no Brasil. Seu diferencial dentro da profissão aconteceu, principalmente, pela dupla formação. “Antes de partir para o curso de direito, eu já tinha a graduação em tecnologia da informação.”

O Brasil está em posição privilegiada nesse cenário. Deve se firmar como um dos maiores poderes científicos mundiais por volta de 2025, se continuar seguindo a política de investimentos em pesquisas e colaboração internacional, diz um estudo de outra consultoria britânica, a Sigma Scan. Para se ter uma ideia, o número de cientistas formados dentro do país cresceu oito vezes nos últimos 15 anos. Já as carreiras que envolvam vendas e atendimento tendem a desaparecer. “Os serviços de e-commerce vão acabar com muitos postos locais. Logo mais, as livrarias serão apenas um local de encontros, já que a venda de livros online já supera o comércio nas lojas”, diz Michael T. Robinson, diretor da Career Planner, uma das maiores empresas americanas de aconselhamento profissional.

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Mas então, o futuro é quase a realização de um episódio dos Jetsons, em que muitas das funções vão ser exercidas por robôs? Para o futurólogo britânico e autor do livro You Tomorrow, Ian Pearson, haverá espaço para o humano, especialmente nas artes. “Profissões de cuidados humanos ou artes não tendem a desaparecer. Quando queremos contato humano, não é só uma questão de performance ou eficiência. Às vezes é puramente uma questão de empatia. Precisamos saber que a outra pessoa pode nos compreender e se colocar em nosso lugar. Isso, só um outro humano pode fazer.”

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Atividades para Autoavaliação Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I Unidade Nº: 4 Título: Globalização e Relações de Trabalho.

QUESTÃO 1 Tópico Associado: Trabalho e capitalismo moderno “Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores assalariados está se deteriorando cada vez mais. Intensifica-se a abertura ou a transferência de filiais de empresas para países onde os salários são mais baixos e a legislação trabalhista é mais flexível, em detrimento dos trabalhadores.” (MOREIRA, João Carlos. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p. 444.) Assinale entre as alternativas abaixo aquela que reflete a situação dos trabalhadores no mundo globalizado:

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A) A participação da população economicamente ativa no mercado de trabalho envolve, cada vez mais, a necessidade de investimentos em escolas profissionalizantes e universidades, com grande grau de qualificação profissional, com exceção dos empregos no setor terciário. B) Há sobra e falta de emprego ao mesmo tempo, dependendo da qualificação da mão-de-obra e do acesso às escolas pela maioria da população economicamente ativa. Muitas vagas não são preenchidas por falta de qualificação exigida para o cargo C) Os assalariados dos países pobres têm uma participação mais favorável na renda nacional auferida, pois podem ser despedidos sem encargos muito grandes para as empresas e substituídos rapidamente por outros. D) O investimento em robotização e informática nas grandes empresas leva ao desemprego estrutural, fortalecendo a ação dos sindicatos e a força dos empregados menos qualificados em negociações trabalhistas. FEEDBACK DA QUESTÃO 1 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 2 Tópico Associado: As novas formas de trabalhar A expansão da produção capitalista, nos três primeiros quartos do século XX, esteve assentada, principalmente, no modelo de organização fordista. A partir dos anos 70, este modelo sofreu significativas alterações, decorrentes da dificuldade de enfrentar, através

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de ganhos de produtividade, a crise que atingiu o sistema capitalista. Impôs-se ao universo de produção a necessidade de profunda reestruturação econômica, expressa pela introdução de novas tecnologias, flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo. Tais mudanças foram vistas por alguns como uma ruptura, e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer maneira o mundo do trabalho do século XXI já não é o mesmo.

Sobre os impactos concretos que afetaram a produção e o trabalho no Brasil, no quadro das transformações comentadas no texto, é correto afirmar que houve: A) Consolidação do assalariamento regulamentado, através da expansão do emprego com carteira registrada para a totalidade dos trabalhadores. B) Fortalecimento do poder de negociação dos sindicatos e elevação contínua da renda dos trabalhadores. C) Redução drástica das jornadas de trabalho e ampliação do tempo de lazer desfrutado pelos trabalhadores. D) Expansão de formas alternativas de organização do trabalho (trabalho informal, doméstico, temporário, por hora e subcontratação) em detrimento do assalariamento tradicional.

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FEEDBACK DA QUESTÃO 2 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 3 Tópico Associado: As novas formas de trabalhar Enunciado: Na sua obra clássica, publicada em 1776, “A Riqueza das Nações”, o escocês Adam Smith descrevia o funcionamento de uma forma de produção de alfinetes: “um homem puxa o arame, o outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto o afia, um quinto o esmerilha na outra extremidade para a colocação da cabeça; para se fabricar a cabeça são necessárias duas ou três operações distintas; a colocação da cabeça é muito interessante, ao polimento final dos alfinetes também; até a sua colocação no papel constitui, em si mesma,

uma

atividade

(...)”.

Smith dizia que 10 homens, dividindo o trabalho, produziam ao fim de um dia 48 mil alfinetes. Se a produção fosse artesanal, um homem produziria apenas 20 alfinetes por dia e os dez homens juntos somente 200 alfinetes. Com base nas informações acima, assinale e alternativa que responde corretamente às questões abaixo. Que forma histórica do trabalho está sendo descrita por Smith? Quais as principais conseqüências econômicas dessa nova formada produção, defendida por Smith como real avanço para a sociedade? A) divisão manufatureira do trabalho - o aumento da produção e a liberdade de comércio. B) produção artesanal - a industrialização e a liberdade de comércio.

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C) a divisão manufatureira do trabalho - o aumento da produção e o monopólio do comércio. D) a produção artesanal - o aumento da produção e a liberdade de comércio. FEEDBACK DA QUESTÃO 3 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 4 Tópico Associado: Trabalho e capitalismo moderno “No capitalismo, os trabalhadores produzem todos os objetos existentes no mercado, isto é, todas as mercadorias; após havê-las produzido, entregam-nas aos proprietários dos meios de produção mediante um salário; os proprietários dos meios de produção vendem as mercadorias aos comerciantes, que as colocam no mercado de consumo; e, os trabalhadores ou produtores destas mercadorias quando vão ao mercado de consumo, não conseguem comprá-las (...). Embora os diferentes trabalhadores saibam que produziram diferentes mercadorias, não percebem que, como classes sociais produziram todas elas, isto é, que os produtores de tecidos, roupas e alimentos (...). São membros da mesma classe social. Os trabalhadores se vêem como indivíduos isolados (...) , não se reconhecem como produtores da riqueza e das coisas. (CHAUÍ, M. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 2004.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre alienação ideológica, considere as afirmativas a seguir: A) A consciência de classe para os trabalhadores resulta da vontade de cada trabalhador em superar a situação de exploração em que se encontra sob o capitalismo.

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B) A ideologia da produção capitalista constitui-se de imagem e idéias que levam os indivíduos a compreenderem a essência das relações sociais de produção. C) As mercadorias apresentam-se de forma a explicitar as relações de classe e o vínculo entre trabalhador e o produto realizado. D) O processo de não identificação do trabalhador com o produto de seu trabalho é o que se chama alienação. A ideologia ligada a esse processo, oculta as relações sociais que estruturam a sociedade. FEEDBACK DA QUESTÃO 4 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

QUESTÃO 5 Tópico Associado: As novas formas de trabalhar “No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora, apenas um terço dos funcionários da IBP (empresa alimentícia norte americana) pertence a algum sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem aviso prévio seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixas (...). A velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora padrão de toda indústria.” (SCHOLOSSER, Eric. País fast-food. São Paulo: Ática, 2002, p.221.) No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregados do tipo Mcjobs (Mac Emprego). Comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa que apresenta somente características deste tipo de emprego.

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A) Alta remuneração da força de trabalho, adequada à especialização exigida pelo processo de produção automatizado. B) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho. C) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta rotatividade. D) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da empresa. FEEDBACK DA QUESTÃO 5 Resposta certa: Vide gabarito no final deste capítulo.

Questão discursiva Tópico Associado: Trabalho e capitalismo moderno Mecatrópolis (Rilves Lisoul) [...] Realmente sinto-me pra trás. E ciente cada vez mais De que a evolução é insustentável Aos calos das minhas mãos.

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Não conheço o toque das teclas Sinto-me despido! Hoje fui despedido. Como enfrentar minha esposa, Meus filhos... Coitados! Observe a perspicácia com a qual o poeta traduziu a realidade do momento atual e comente acerca da revolução técnico-científica e o domínio da ciência e da técnica sobre a qualificação profissional na contemporaneidade.

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GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO 1: Resposta certa: Letra B FEEDBACK DA QUESTÃO 2 : Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 3: Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 4: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 5: Resposta certa: Letra C

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FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA: COMENTÁRIO: A revolução técnico-científica reduz os postos de trabalho e exclui o trabalhador menos qualificado, expandindo o desemprego e o subemprego. O domínio da ciência e da técnica na sociedade contemporânea exige das pessoas maior qualificação e constante atualização, tornando-se excludente para aqueles que não tiveram condições de acompanhar tal processo. O discurso dos atores hegemônicos nos faz crer que o desemprego e a pobreza são consequências do despreparo da mão de obra para enfrentar o mercado globalizado, levando o trabalhador a assumir a culpa por um problema que, na verdade, é estrutural.

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“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!” Paulo Freire

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