Caderno Pedagogico 9.14 com titulo

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 9

Cultura (O que é cultura).

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ALUNO(A):

2013/1


NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 9

REITOR Arody Cordeiro Herdy PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA Carlos de Oliveira Varella PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Emilio Antonio Francischetti PRÓ-REITORA COMUNITÁRIA E DE EXTENSÃO Sônia Regina Mendes PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO José Luiz Rosa Lordello

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INOVA NÚCLEO INOVADOR Unigranrio – INOVA Coordenadora: Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

ESCOLA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES Diretora: Haydéa Maria Marino de Sant´anna Reis

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS I Diretora: Lúcia Inês Kronemberger Andrade

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS II Diretor: Lindonor Gaspar de Siqueira

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NÚCLEO ALÉM DA SALA DE AULA Benjamin Salgado Quintans Frederico Adolfo Schiffer Junior Haydéa Maria Marino de Sant‟anna Reis Herbert Gomes Martins Hulda Cordeiro Herdy Carmim José Luiz Rosa Lordello Sonia Regina Mendes

NÚCLEO DE APOIO METODOLÓGICO - NAM Anna Paula Soares Lemos Carlos de Oliveira Varella José Luiz Rosa Lordello Lindonor Gaspar de Siqueira Lúcia Inês Kronemberger Andrade Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

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NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD Lúcia Inês Kronemberger Andrade Vanessa Olmo Pombo

NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL Anna Paula Soares Lemos Edeusa de Souza Pereira Joaquim Humberto Coelho de Oliveira Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

NÚCLEO DE MEMÓRIA E DOCUMENTAÇÃO INSTITUCIONAL Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

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NÚCLEO DE PRÁTICAS INCLUSIVAS Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca

ORGANIZAÇÃO / REVISÃO / DIAGRAMAÇÃO DESTE MATERIAL: NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Professores(as) Anna Paula Lemos Edeusa de Souza Pereira Joaquim Humberto Coelho de Oliveira Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM Atividade: TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I Unidade Nº: Nove (9/14) Título: Cultura (O que é cultura). Objetivos de aprendizagem: Aprender as variadas definições de cultura. Entender a tridimensionalidade da cultura: Cultura Cidadã, Cultura Simbólica e Cultura Econômica. Analisar a cultura de massa. Tópicos abordados: Significados de cultura Cultura liberal e massificação

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Cultura e Educação: Ação Cultural e Ação Educacional.

Introdução: O termo cultura, pelo senso comum, aponta direta e facilmente para as atividades ou objetos culturais que se apresentam sob a forma estética: literatura, pintura, cinema, etc. No entanto, o conceito de cultura deve ser tratado de forma mais ampla. A palavra deriva do verbo cultivar – plantar, cuidar e colher.

Portanto, cultura tem “sazonalidade, ciclo, desenvolvimento, se

relaciona com o meio ambiente”, como bem destaca o secretário executivo do Ministério da Cultura,

Gustavo

Manevy,

no

vídeo

“O

que

é

cultura?”,

link

http://www.vivaculturaviva.org.br/index.php?p=2&v=1, que está relacionado no seu conteúdo de aprendizagem.

Então, em vez de opô-la à natureza, é mais interessante pensá-la integrada ao nosso ambiente.

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http://2.bp.blogspot.com/-V_uEUlO2-CE/TbXvTJ1OmXI/AAAAAAAAACQ/zb7H6mYNcSg/s1600/culturaglobal.jpg

A cultura também é vista como um traço de distinção. As pessoas cultas eram aquelas que falavam mais de um idioma, viajavam, iam a concertos, exposições de pintura, ingressavam na universidade, etc. Mas, a partir do século XX, cultura deixa de ser acumulação de conhecimento.

Com o sentido antropológico, a cultura passa a estar em toda parte, independente das condições sociais e econômicas. Ela envolve toda e qualquer experiência humana. Ela se identifica tanto

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com o que produzimos para a sobrevivência material, quanto com o que imaginamos para além dessas necessidades.

http://elsabernatural.net/wp-content/uploads/2011/12/culturas.jpg

A cultura, portanto, não é só arte de artistas, podendo ter por outros sentidos. Como nos diz Gilberto Gil, no link indicado acima, “todo trabalho humano é pela cultura e para a cultura”.

Sabendo mais sobre o conceito de cultura

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Alguns teóricos – sociólogos e antropólogos, principalmente – se preocuparam em estabelecer os variados aspectos do conceito de cultura. O teórico inglês Raymond Willians justamente a partir da relação da palavra cultura com o verbo cultivar estabelece uma análise do processo de “cultivo da mente”. Para ele, podemos reconhecer três categorias para o uso do termo cultura:

http://saladacorporativa.com.br/wp-content/uploads/2011/01/MULTICULTURAL21-1024x705.jpg

1. O processo de desenvolvimento intelectual, espiritual e estético; 2. A referência aos costumes de um povo, um período, um grupo ou da humanidade em geral; 3. As obras e as práticas da atividade intelectual e artística.

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Já o francês Edgar Morin atribui 3 dimensões – dimensão antropológica, dimensão social e histórica e dimensão das humanidades – e define cultura como:

1. Tudo aquilo que é construído socialmente e que os indivíduos aprendem (Dimensão antropológica); 2. Conjunto de hábitos, costumes, crenças, ideias, valores, mitos que se perpetuam de geração em geração (Dimensão social e histórica); 3. Artes, Letras e Filosofia (Dimensão das humanidades).

Hoje, o conjunto de significados culturais é ainda mais amplo e define cultura como um conjunto de significados criados tanto para a manutenção da sobrevivência quanto para o sentido da própria vida. São valores espirituais e simbólicos, manifestações populares, regras e normas transmissíveis pela educação, códigos e sistemas de produção e reprodução material.

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http://biblioabrazo.files.wordpress.com/2010/02/interculturalidad1.jpg

O Plano Nacional de Cultura criado em 2005 pelo Ministério da Cultura (In: www.cultura.gov.br/PNC ; In: http://www.cultura.gov.br/site/2011/05/26/plano-nacional-decultura-21 ), levando em consideração este conjunto mais amplo de significados, e tendo por objetivo organizar uma política pública de cultura, relacionou três aspectos que caracterizam a cultura como tridimensional: Dimensão Simbólica, Econômica e Cidadã. A dimensão simbólica da cultura se expressa por meio das línguas, crenças, rituais, práticas, relações de parentesco, trabalho e poder. Toda ação humana que é socialmente construída por meio de símbolos e que entrelaçados formam redes de significados que variam conforme os contextos sociais e históricos.

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Do ponto de vista econômico, a cultura pode ser compreendida de três formas:

1. Como sistema de produção, materializado em cadeias produtivas; 2. Como elemento estratégico da nova economia (economia do conhecimento); 3. Como um conjunto de valores e práticas que têm como referência a IDENTIDADE e a DIVERSIDADE cultural dos povos, possibilitando compatibilizar modernização e desenvolvimento humano.

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Por fim, no PNC, a dimensão cidadã da cultura entende que os bens culturais são portadores de ideias, valores e sentidos e destinam-se a ampliar a consciência sobre o ser e o estar no mundo um mundo globalizado, de sociodiversidades e de consumo.

No seu ambiente virtual de aprendizagem, você vai encontrar unidades que tratam dos conceitos de diversidade, cidadania, globalização e consumo de massa. O conceito de cultura e suas dimensões específicas perpassam todos eles. Diversidade, cidadania e globalização.

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Conteúdo: SIGNIFICADO de Cultura. Disponível em: <http://www.significados.com.br/cultura/>. Acesso em: 31 jan 2013. O que é cultura? Disponível em: <http://www.vivaculturaviva.org.br/index.php?p=2&v=1> Acesso em: 31 jan 2013. CULTURA e arte? Disponível em: <http://www.vivaculturaviva.org.br/index.php?p=2&v=7> Acesso em: 31 jan 2013. MINISTÉRIO DA CULTURA. Disponível em:< www.cultura.gov.br> . Acesso em: 22 fev 2013. UNESCO. Disponível em <www.unesco.br>. Acesso em: 22 fev 2013.

Síntese: O conceito de Cultura, derivado do verbo latino colere, que significa cultivar, traz um conjunto de significados criados tanto para a manutenção da sobrevivência quanto para o sentido da própria vida. São valores espirituais e simbólicos, manifestações populares, regras e normas transmissíveis pela educação, códigos e sistemas de produção e reprodução material. Para a UNESCO, cultura é “um conjunto de características distintas espirituais, materiais, intelectuais e afetivas que caracterizam uma sociedade ou um grupo social”.

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Conceito de cultura.

http://queconceito.com.br/cultura

Leituras complementares: A MASSIFICAÇÃO sob os olhares da literatura, música e cinema. Disponível em: <http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/2012/08/26/a-massificacao-sob-os-olhares-daliteratura-musica-e-cinema/> Acesso em: 04 fev 2013. LIPOVETSKY, Gilles. Somos hipermodernos. Disponível em:<http://issuu.com/lucimarlevenhagen/docs/somos_hipermodernos>. Acesso em: 04 fev 2013

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BRANT, Leonardo. Cultura é poder. Disponível em: <http://www.culturaemercado.com.br/pontos-de-vista/cultura-e-poder-2/>. Acesso em: 22 fev 20013.

Bibliografia recomendada: BRANT, Leonardo. O poder da Cultura. RJ: Editora Petrópolis, 2009. BAUMAN, Zygmunt. Ensaios sobre o conceito de cultura (Introdução).Rio de Janeiro: Zahar, 2012. CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidadãos. RJ: Editora UFRJ, 2008. COELHO, Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. São Paulo: Editora Iluminuras, 2004. COELHO, Teixeira. O que é ação cultural? SP: Brasiliense, 2001. DOS SANTOS, José Luiz. O que é cultura? SP: Brasiliense, 1999. EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. Lisboa: Temas & Debates, 2003. MORIN, Edgar. Cultura e barbárie européias. RJ: Bertrand Brasil, 2009. WILLIAMS, Raymond. Cultura. SP: Paz e Terra, 2000.

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Filme: Para a UNESCO, cultura é “um conjunto de características distintas espirituais, materiais, intelectuais e afetivas que caracterizam uma sociedade ou um grupo social”. E quando o cidadão é privado de tudo isso? Clique abaixo e veja o trailler do filme. Clique nos hiperlinks do texto e saiba mais sobre a temática desta unidade; No texto de abertura do livro Cultura e Educação , Teixeira Coelho analisa o filme alemão: O Enigma de Kaspar Hausen e nos remete a questão da cultura e aprendizagem. O filme aborda as relações das culturas com as linguagens. “(...) Os motivos pelos quais a historia de Kaspar Hauser surge como uma metáfora do processo educacional são claros. Os aspectos pelos quais o processo de socialização pode ser tomado como uma autentica invasão do eu pelos outros ficam evidentes. (...) “ (...)Apesar da liberdade e da compreensão, se não do carinho, os alunos são menos obedientes e em certos temas, graças as novas tecnologias, e ao contrario de Kaspar Hauser, estão mais informados que seus professores que, vindos do século XX, tentam ensinar jovens e crianças do século XXI com ideias do século XIX. Alguns dizem que e preciso retornar ao ensino autoritário e conservador, outros observam que os de hoje (junto com seus professores) são os adolescentes mais desorientados da historia, flutuando a deriva do consumismo e da Internet. (...)”

http://filmesclassicoselivros.blogspot.com.br/2012/02/o-enigma-de-kaspar-hauser-1974.html

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Charge: Leia com atenção. “Tudo é tão desigual...”

http://bib.praxis.ufsc.br:8080/xmlui/bitstream/handle/praxis/218/a%20nova%20ordem%20mundial.jpg?sequence=1

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Vídeo E se o Dinheiro não Fosse Importante? Neste vídeo, o escritor e filósofo britânico Alan Watts pergunta-nos o que gostaríamos de fazer se o dinheiro não fosse importante. Watts tenta convencer-nos a seguir os nossos sonhos e a meditar sobre uma questão: “O que é que desejamos realmente para as nossas vidas?” Clique no nome do filósofo acima e saiba mais sobre ele , se quiser assistir ao vídeo, clique abaixo na imagem.

http://oplanetaquetemos.blogspot.com.br/2012/10/e-se-o-dinheiro-nao-fosse-importante.html

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Animação: Uma sátira em forma de vídeo mostra como o Homem tem transformado o planeta Terra e como tem usado os seus recursos de maneira indevida e insustentável. Animação de Steve Cutts. Quer assistir? Clique abaixo e reflita sobre como temos transformado oplaneta.

http://extravirgem.files.wordpress.com/2012/12/man-animation-steve-cutts-earth.jpg?w=490&h=200&crop=1%22

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Para refletir: “A massa ainda vai comer do biscoito fino que eu fabrico." (Oswald de Andrade)

Saiba Mais:

Quer saber um pouco mais sobre A Cultura de Massa? Clique abaixo e leia os e-books sobre a temática: Cidadania e cultura liberal

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TEXTO 1 TEXTO

BRANT, Leonardo. Cultura é poder. Disponível em: <http://www.culturaemercado.com.br/pontos-de-vista/cultura-e-poder-2/> . Acesso em: 22 fev 20013.

CULTURA É PODER Leonardo Brant

O que é Cultura? Qual a sua função pública? Existe uma relação direta entre cultura e desenvolvimento? Podemos pensar em sustentabilidade sem considerar a questão cultural? Pra que serve uma política cultural? Qual a sua relação com o mercado? Como o poder público pode intervir na dinâmica cultural de uma sociedade? Como o artista e o agente cultural enfrentam os desafios da pósmodernidade?

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Entre as muitas respostas possíveis para essas questões, optei por buscar uma abordagem propositiva, que buscasse imaginar uma nova percepção da riqueza e importância da cultura como projeto humanista, que abarcasse também a sua dimensão individual, política e organizacional. Um ponto de partida para um projeto de nação, para o desenvolvimento social, para as oportunidades econômicas, mercados potentes, empresas inovadoras, brasileiros capazes, competentes e livres. A intenção é apresentar cultura como domínio, como campo de apropriação, pública ou privada, e seu manejo pelos diversos agentes sociais ao longo do nosso processo civilizatório.

A ideia de cultura, sempre moldada conforme as visões políticas de cada tempo, detém em si as chaves dos sistemas de poder. Chaves que podem abrir portas para a liberdade, para a equidade e para o diálogo. Mas também podem fechá-las, cedendo ao controle, à discriminação e à intolerância. Da mesma forma que o poeta T.S.Eliot inter-relacionava cultura sob a ótica do indivíduo, de um grupo e de toda a sociedade, precisamos compreender cultura como um plasma invisível entrelaçado entre as dinâmicas sociais, ora como alimento da alma individual, ora como elemento gregário e político, que liga e significa as relações humanas. Perceber a presença desse plasma – ou seja, de uma matéria cultural altamente energizada, reativa e que permeia todo o espaço da sociedade – é fundamental para a compreensão dos fenômenos do nosso tempo.

Cultura é algo complexo. Não se limita a uma perspectiva artística, econômica ou social. É a conjugação de todos esses vetores. Daí a sua importância como projeto de Estado e sua pertinência como investimento privado. Uma política cultural abrangente, contemporânea e democrática deve estar atenta às suas várias implicações e dimensões. A UNESCO, organismo das Nações Unidas destinada a questões de educação cultura e ciências, define cultura como “um conjunto de características distintas espirituais, materiais, intelectuais e afetivas que caracterizam uma sociedade ou um grupo social”. Esse entendimento abarca, além das artes e das letras, os modos de vida, os sistemas de valores, as tradições e as crenças.

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Sob a luz do conceito de cultura da entidade não seria absurdo classificar um filme publicitário ou merchandising como uma ação cultural. Não se trata do investimento no potencial criador do cidadão/consumidor, mas num determinado conjunto de comportamentos necessários a reforçar a ideia de incentivar ou potencializar determinação ação (consumo). A empresa age para seduzir, ou até mesmo impor, por meio de ação sistemática e repetida, sua “cultura”, seus valores e códigos. Ou seja, para consumir determinada marca de cigarro, automóvel, ou calça jeans, é preciso praticar, ou ao menos identificar-se, com determinados padrões de conduta. Levado às últimas consequências, esse sistema traduz-se num processo de aculturação, baseado na necessidade de destituir o sujeito de valores, referências e capacidades culturais intrínsecas, em busca de adesão a algo mais dinâmico, sedutor e com função gregária: o consumo.

A jornalista canadense Naomi Klein aponta em seu livro-manifesto Sem Logo (2002) os riscos dessa associação. Ela apresenta o branding (mecanismos empresariais para criar a desenvolver marcas) como um processo cultural. A autora afirma que as marcas não são produtos, contudo, são responsáveis pela criação de conceitos, atitudes, valores e experiências. Portanto, “por que também não podem ser cultura?” Esse projeto tem sido tão bem sucedido que “os limites, entre os patrocinadores corporativos e a cultura patrocinada, desapareceram completamente”, questiona. Segundo Klein (2002), embora “nem sempre seja a intenção original, o efeito do branding avançado é empurrar a cultura que a hospeda para o fundo do palco e fazer da marca a estrela. Isso não é patrocinar cultura, é ser cultura”. A serviço das instâncias de poder, sustentadas entre si, como nos dias de hoje, atuam os sistemas financeiro, governamental e de mídia.

A arte assume uma preocupante função apaziguadora e definidora dos modos de vida e costumes. Joost Smiers, em Artes sob Pressão (2003), pergunta “onde os conglomerados culturais podem espalhar suas idéias sobre o que deve ser a arte, a questão crucial é: as histórias de quem estão sendo contadas? Por quem? Como são produzidas, disseminadas e recebidas?” Para Smiers (2003), as obras de arte

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tornaram-se veículos com mensagens comerciais e “têm a função de criar um ambiente no qual a produção do desejo possa acontecer. Esse contexto é freqüentemente cheio de violência”, diz.

A indústria audiovisual e seu extremo poder de alcance, das salas de cinema aos lares de todo o planeta, por meio de DVDs, games e websites interativos, é o melhor exemplo disso, como aponta o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), de 2004, intitulado Liberdade Cultural num mundo diversificado. De acordo com o documento, o comércio mundial de bens culturais – cinema, fotografia, rádio e televisão, material impresso, literatura, música e artes visuais – quadruplicou, passando de 95 bilhões de dólares norte-americanos em 1980 para mais de 380 bilhões em 1998. Cerca de quatro quintos desses fluxos têm origem em 13 países. Segundo o relatório, Hollywood atinge 2,6 bilhões de pessoas e Bollywood (indústria de cinema indiano) cerca de 3,6 bilhões. O domínio de Hollywood é apenas um dos aspectos da disseminação ocidental de consumo. “Novas tecnologias das comunicações por satélite deram lugar, na década de 1980, a um novo e poderoso meio de comunicação de alcance mundial e a redes mundiais de meios de comunicação como a CNN”. O número de aparelhos de televisão por mil habitantes mais do que duplicou em todo o mundo, passando de 113, em 1980, para 229, em 1995. Desde então, aumentou para 243. O resultado disso é a criação de um padrão de consumo global, com “adolescentes mundiais” compartilhando uma “única cultura pop mundial, absorvendo os mesmos vídeos e a mesma música e proporcionando um mercado enorme para tênis, t-shirts e jeans de marca”, afirma o relatório. Edgar Morin, em “Cultura e Barbárie Européias”, empresta de Teilhard de Chardin o termo “noosfera”, para designar o mundo das ideias, dos espíritos, dos deuses produzidos pelos seres humanos dentro de sua cultura. “Mesmo sendo produzidos pelo espírito humano, os deuses adquirem uma vida própria e o poder de dominar os espíritos”. Dessa forma, diz o filósofo, “a barbárie humana engendra deuses cruéis, que, por sua vez, incitam os seres humanos à barbárie. Nós modelamos os deuses que nos modelam”.

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Max Weber costumava dizer que o homem está preso a uma teia de significados que ele mesmo criou. Nesse sentido, assim como Geertz (1973), também podemos considerar cultura como um conjunto de mecanismos de controle para governar comportamentos. E a história recente exibe vários alertas de como as indústrias culturais e os meios de comunicação de massa podem ser grandes armas disponíveis para acomodar e disseminar determinados comportamentos. Assim fizeram o nazismo, o fascismo, o comunismo e as ditaduras militares, sobretudo as latino-americanas, nos exemplos extremos. Esse rastro está cada vez mais presente nas sociedades orientadas para o consumo. Em comum, a ausência do Estado em sua responsabilidade com a cultura e a diversidade; e o domínio marcante das indústrias culturais como ponta-de-lança para uma economia global centrada nas grandes corporações.

A realidade desse cenário precisa ser encarada por toda a sociedade brasileira, que usufrui os benefícios dessa globalização econômica, mas ao mesmo tempo se expõe de maneira preocupante aos seus efeitos colaterais. O país corre risco de virar as costas ao seu grande potencial da produção cultural e sua vocação para o desenvolvimento de um poderoso mercado formado pelas próprias manifestações culturais. Cultura, nesse caso, funciona como uma chave capaz de trancar o indivíduo em torno de códigos e simbologias controladas: pelo Estado, por uma religião ou mesmo por corporações e através dos instrumentos gerados pela sociedade de consumo, como a publicidade, a promoção e o patrocínio cultural. Mas essa mesma chave, que oprime o ser humano e desfaz sua subjetividade, tem o poder de abrir as portas, permitindo ao indivíduo compreender a si e aos fenômenos da sociedade e do seu próprio estágio civilizatório, em busca da liberdade. Para isso, basta girá-la para o lado oposto. Em Dialética da Colonização (1992), Alfredo Bosi define cultura como o “conjunto das práticas, das técnicas, dos símbolos e dos valores que se devem transmitir às novas gerações para garantir a reprodução de um estado de coexistência social”. E supõe uma “consciência

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grupal operosa e operante que desentranha da vida presente os planos para o futuro”. A cultura cumpre nesse caso uma função pouco reconhecida e estimulada nesses tempos: transformar realidades sociais e contribuir para o desenvolvimento humano em todos os seus aspectos. Algo que identifica o indivíduo em seu espaço, lugar, época, tornando-o capaz de sociabilizar e formar espírito crítico.

Origens e dimensões da palavra Cultura

Raymond Williams, autor de Palavras-chave (2007), considera a palavra culture como uma das duas ou três mais complicadas da língua inglesa, devido ao seu complexo percurso etimológico. Em sua acepção mais longínqua, a matriz latina colere trazia o significado de cultivar, habitar, proteger e honrar com veneração. Desse radical, podemos reconhecer pelo menos dois desdobramentos: colonus, que traz a idéia de habitação e cultus, que nos remete a “cultivo ou cuidado”, bem como seus significados medievais subsidiários: “honra, adoração”, já “convergidos pela radicalização do temor divino e da moral na sociedade – personificação do Senhor no feudo”. Mas também couture, no francês antigo, por exemplo, associados à “lavoura, cuidado com o crescimento natural”.

Dos séculos XVI ao XVII, segundo Williams, o termo passou a significar, por analogia, o cuidado com o desenvolvimento humano e o cultivo das mentes, deixando de se tratar apenas da terra e dos animais. Desde já destacando uma distinção arbitrária entre os que têm cultura dos que não têm, o termo assume o caráter de civilidade. Com a expansão da Europa e seu conseqüente processo de dominação política e econômica, o poder de distinção entre o culto e o não-culto foi de grande valia para implementar e manter o colonialismo.

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A partir dos séculos XVIII e XIX, o conceito passa a ser utilizado para designar o próprio estágio civilizatório da humanidade. Johann Gottfried Von Herder escreveu Sobre a filosofia da história para a educação da humanidade (1784-91): “Nada é mais indeterminado que essa palavra e nada mais enganoso que sua aplicação a todas as nações e a todos os períodos”. Argumentava que era necessário grifar culturas, no plural, pois elas são específicas e variáveis em diferentes nações e períodos, tanto quanto em relação a grupo sociais e econômicos dentro de uma nação. Para Williams, podemos reconhecer três categorias amplas e ativas de uso do termo: o processo de desenvolvimento intelectual, espiritual e estético; a referência a um povo, um período, um grupo ou da humanidade em geral; as obras e as práticas da atividade intelectual, particularmente a artística, sendo este último o seu sentido mais difundido: “cultura é música, literatura, pintura, escultura, teatro e cinema”. Já o pensador Edgar Morin atribui três dimensões interdependentes à palavra cultura: a antropológica, ou “tudo aquilo que é construído socialmente e que os indivíduos aprendem”; a social e histórica, que pode ser entendida como o “conjunto de hábitos, costumes, crenças, idéias, valores, mitos que se perpetuam de geração em geração” e a relacionada às humanidades, que “abrange as artes, as letras e a filosofia”.

Para Terry Eagleton, no indispensável A ideia de cultura (2002), as palavras civilização e cultura continuam até hoje a intercambiar-se em seu uso e significado, sobretudo por antropólogos: “cultura é agora também quase o oposto de civilidade”. Eagleton (2002) considera curioso que o termo hoje se aplique mais à compreensão de formas de vida “selvagens” do que para civilizados. “Mas se „cultura‟ pode descrever uma ordem social „primitiva‟, também pode fornecer a alguém um modo de idealizar a sua própria. Tanto para definir algo de domínio próprio de um indivíduo (o conhecimento adquirido) quanto para o exercício de poder em relação a grupos sociais distintos (o

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culto e o não culto, o civilizado e o não civilizado), o termo é utilizado até hoje como definidor de um campo simbólico determinado, quase sempre para distinguir ou identificar.

Ações e políticas culturais, constituídas nos campos público e privado, exercem, inevitavelmente, esse domínio. Como provedor de acesso a conteúdos, processos e dinâmicas, aguça o espírito crítico e permite a apropriação, o empoderamento e o protagonismo do cidadão. Por outro lado, a cultura adquire, cada vez mais, sua corporificação como ente econômico e instrumento de lazer e entretenimento. Manuseadas por sociedades contaminadas por um modo de pensar linear e cartesiano, condicionadas a analisar todos os fenômenos por uma correlação de causa-efeito, deixa de ser essa matéria que significa e transforma as relações, para ser mera atividade econômica, estratégica por sua grande capacidade de gerar recursos, postos de trabalho e economia de escala, por meio de exploração de propriedade intelectual. Uma fórmula que exige difusão em massa para ser economicamente eficaz. E conteúdos de fácil assimilação, para ampliar sua capacidade de inserção mercadológica.

Essa fórmula geralmente exclui diálogos mais profundos e complexos, desconectando-se de suas raízes culturais e das dinâmicas locais. Com formatos cada vez mais repetitivos e pasteurizados, são mais afeitas a uma cultura homogênea, linear, uníssona, voltada ao consumo.

A falta de dispositivos claros e efetivos para lidar com esse campo simbólico configura-se como uma das mais graves doenças das sociedades contemporâneas.

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Atividades para Autoavaliação. Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I Unidade Nº: 09 Título: Cultura (O que é cultura)

QUESTÃO 1 Tópico Associado: Cultura liberal e massificação “ Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês nos empurraram

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Com os enlatados dos USA, de 9 às 6. Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir o lixo em cima de vocês. Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Nós somos o futuro da nação Geração Coca-Cola. (...) “ Geração Coca-Cola (Renato Russo)

O trecho acima, da música "Geração Coca-Cola", evoca uma das principais características do mundo moderno: o consumismo. Com base nos conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa INCORRETA: A) O consumismo caracteriza-se como um comportamento social em que o consumo deixa de ser meio e adquire status de finalidade. B) A globalização da economia fez surgir uma nova geografia do consumo: países e regiões com níveis de desenvolvimento econômico distinto consomem produtos

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e serviços semelhantes. C) O modelo de consumo "mundializado" deixa marcas evidentes no espaço das metrópoles, onde proliferam estabelecimentos comerciais de grande porte, como shopping centers, hipermercados, etc. D) A presença, em um mesmo espaço geográfico regional, do consumidor e do produtor do bem de consumo, é necessária porque os circuitos espaciais de produção são demarcados pelas fronteiras regionais. FEEDBACK DA QUESTÃO 1 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 2 Tópico Associado: Significados de cultura

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Jornal do Brasil, 3 ago. 2005. Enade (2006) Tendo em vista a construção da ideia de nação no Brasil, o argumento da personagem expressa: A) A afirmação da identidade regional. B) A fragilização do multiculturalismo global. C) O ressurgimento do fundamentalismo local. D) O fortalecimento do separatismo estadual. FEEDBACK DA QUESTÃO 2 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

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QUESTÃO 3 Tópico Associado: Cultura liberal

“O desenvolvimento da indústria promoveu a inserção cada vez mais vertiginosa dos bens culturais no sistema de mercado, promovendo assim a vulgarização da arte e das realizações culturais. Podemos afirmar que o maior malefício cultural promovido pela obtusidade intelectual e existencial do tipo "filisteu" ocorre quando ele detém o poder sobre as instituições artísticas e educacionais, pois essas organizações passam a ser gerenciadas pela óptica do lucro imediato e da comercialização das realizações culturais, que se tornam assim meros objetos consumíveis e, por conseguinte, descartáveis.” (BITTENCOURT, Renato Nunes. O advento do homem-massa.)

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Ao comparar os textos acima, pode-se concluir que: A) o desenvolvimento da indústria incentiva não só a comercialização das realizações culturais, mas também das relações pessoais. B) a industrialização promoveu mais consumo, tornando as pessoas mais seguras e convictas em suas escolhas. C) a indústria cultural promoveu a inserção de bens culturais no mercado, promovendo não só educação de melhor qualidade como também aprimorando as nossas relações pessoais. D) a indústria cultural transforma a cultura em bens de mercado, mas, não consegue influenciar as nossas relações afetivas. FEEDBACK DA QUESTÃO 3 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 4 Tópico Associado: Cultura e Educação: Ação Cultural e Ação Educacional.

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(ENADE 2005) Leia trechos da carta-resposta de um cacique indígena à sugestão, feita pelo Governo do Estado da Virgínia (EUA), de que uma tribo de índios enviasse alguns jovens para estudar nas escolas dos brancos. “(...) Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo o coração”. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa. (...) Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, inúteis. (...) Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo que sabemos e faremos deles homens.” (BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1984)

A relação entre os dois principais temas do texto da carta e a forma de abordagem da educação privilegiada pelo cacique está representada por:

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A) sabedoria e política / educação difusa. B) identidade e história / educação formal. C) ideologia e filosofia / educação superior. D) educação e cultura / educação assistemática. FEEDBACK DA QUESTÃO 4 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 5 Tópico Associado: Cultura de massificação Considere o texto a seguir. Ele faz referência ao papel do cinema, a partir dos anos 1930, e ao papel da televisão, por volta dos anos 1950/60. “Nunca um único sistema cultural teve tanto impacto e exerceu efeito tão profundo na mudança de comportamento e nos padrões de gosto e consumo de populações por todo o mundo, como o cinema de Hollywood no seu apogeu”... Em primeiro lugar, o que calava fundo nas platéias era a beleza extraordinária daqueles seres, feitos de maquiagem, penteados, luz e close-up. O conjunto dos recursos

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desenvolvidos para as finalidades técnicas das filmagens passa a ser introduzido no mercado, sugerindo a possibilidade de as pessoas manipularem suas próprias aparências para se assemelharem aos deuses da tela. O mercado será invadido de xampus, condicionadores, bases, ruge, rímel, lápis, sombras, batons, um enorme repertório de cortes, penteados e permanentes, tinturas, cílios, unhas postiças, e naturalmente “o sabonete das estrelas de cinema”... A televisão viria a completar e dar o toque final a esse processo iniciado pelo cinema, invadindo e comandando a vida das pessoas dentro do próprio lar e organizando o ritmo e as atividades das famílias pelo fluxo variado da programação e dos intervalos comerciais. Os objetos passaram a ser alvo do mesmo culto que a imagem dos astros e estrelas, e era muito comum o estúdio reforçar essa associação, para além das roupas, jóias e adereços, distribuindo fotos de seus contratados ao lado de telefones, motocicletas, discos e aparelhos sonoros, carros, móveis e locações turísticas. O objeto do desejo se torna inseparável do desejo do objeto e um pode suprir a falta do outro.

(Adaptado de: SEVCENCKO, Nicolau. A capital irradiante: técnicas, ritmos e ritos do Rio. In História da Vida Privada no Brasil, Vol. 3. São Paulo: Companhia das Letras, 1998) Refletindo sobre o texto e comparando o cinema e a televisão do passado e do

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presente, pode-se afirmar que:

A) o grande atrativo do cinema e da televisão do passado eram seus belos atores e atrizes que atraíam multidões, enquanto hoje se privilegia predominantemente os filmes românticos. B) hoje a programação da televisão é muito mais educativa, mas mantém a mesma dinâmica de sua linguagem interativa de ontem. C) ontem e hoje, os chamados meios de comunicação de massa nem sempre favoreceram a formação de um olhar crítico dos cidadãos, optando pela imposição de padrões. D) se ontem o cinema favoreceu a criação de um mercado de consumo de produtos que visavam transformar qualquer espectador em estrela, hoje não existe mais essa ilusão. FEEDBACK DA QUESTÃO 5 Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

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Questão discursiva Tópico Associado: Cultura cidadã No atual estágio do processo de globalização, a cultura e suas respectivas formas de manifestação vem sofrendo um processo de homogeneização e padronização anulando as identidades locais e regionais. Este processo é impulsionado e estimulado, sobretudo, por grandes empresas transnacionais. Apesar da tendência homogeneizante da globalização, como podemos manter nossa identidade cultural, para um pleno exercício de uma cultura cidadã? Elabore sua resposta tenho como base os diversos conceitos de cultura discutidos nesta unidade.

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GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO 1: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 2 : Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 3: Resposta certa: Letra A FEEDBACK DA QUESTÃO 4: Resposta certa: Letra D FEEDBACK DA QUESTÃO 5: Resposta certa: Letra C

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FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA: COMENTÁRIO: O mundo globalizado promove padrões homogêneos de comportamento, eliminando a singularidade, alardeando muitas vezes uma falsa ideia de pertencimento e igualdade, que na verdade nos descaracteriza. Apesar do acesso e do conhecimento de outras culturas que a globalização nos proporciona, é necessário compreender que para o exercício da cidadania, é fundamental a valorização da cultura e da historia que nos identifica, entendendo cultura como um conjunto de significados criados tanto para a manutenção da sobrevivência quanto para o sentido da própria vida.

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Acessem os blogs: Núcleo Inovador UNIGRANRIO

http://inova.unigranrio.com.br/index.html

Núcleo Formação Geral

http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!” Paulo Freire

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