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AULAS DE GEOMORFOLOGIA, UFPE, CURSO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS, PROF. DR. LUCIVÂNIO JATOBÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CURSO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS

Recife, PE 2019 1

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Lucivânio Jatobá é Geógrafo, Doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela UFPE e Professor Adjunto do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Ambientais da UFPE (PROFCIAMB) e líder do Grupo de Pesquisa Estruturação e Dinâmica Atual de Paisagens (dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1059023503343224). E-mail: lucivaniojatoba@uol.com.br

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Prof. Dr. Lucivânio Jatobá Curso de Ciências Ambientais UFPE

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APRESENTAÇÃO Com esta aula, inicia-se a disciplina Análise Geomorfológica, destinada basicamente a alunos do curso de Ciências Ambientais da Universidade Federal de Pernambuco. Trata-se de Uma disciplina acadêmica que lhes fornecerá um conjunto de conhecimentos de suma importância, relacionados ao relevo da parte mais superficial de uma das camadas internas da Terra, denominada Litosfera. A análise ambiental demanda, muitas vezes, conhecimentos verticalizados de Geomorfologia que permitam o entendimento das interferências desse elemento do quadro natural sobre a sociedade e vice-versa. O texto que será lido a seguir foi redigido com a finalidade de fornecer, portanto, aos estudantes as noções introdutórias da Geomorfologia. Pensando em facilitar o processo ensino-aprendizagem dessa geociência, procurou-se examinar, de forma bem simples, alguns temas que comumente iniciam um curso de Geomorfologia Geral. Nesta aula introdutória, você irá entender, a partir do estudo que será feito adiante, alguns aspectos da geociência que se dedica à análise da gênese e da evolução dos compartimentos e feições do relevo terrestre. Ainda poderá obter uma visão da relevância dessa ciência para a Geografia, além de obter informações sobre a divisão da Geomorfologia e a posição que ela ocupa no Quadro das ciências da Terra. Para obter sucesso no aprendizado dessa disciplina, é muito importante que você leia atentamente o texto básico apresentado para cada aula, realize as atividades propostas e sempre consulte as sugestões bibliográficas e dados existentes em bons sites encontrados na internet e que serão sugeridos no final do texto. Bom estudo!

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OBJETIVOS ESTABELECIDOS PARA A AULA Ao final desta aula, espera-se que você: saiba situar a Geomorfologia no Quadro das Ciências da Terra; aprenda as relações existentes entre a Geomorfologia e outras ciências da Terra; compreenda o conceito de compartimentos e feições de relevo terrestre e aprenda a descrevê-los.

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APROXIMANDO-SE DO TEMA Geomorfologia é uma geociência (Ciência da Terra) que se volta ao estudo, de forma racional e sistemática, das diversas formas de relevo terrestre, tomando por base as leis que determinam a gênese e a evolução dessas formas. A palavra Geomorfologia provém de raízes gregas, ou seja:

Geo = Terra, Morphos = forma Logos = estudo De acordo com a etimologia, Geomorfologia seria o estudo da forma da Terra. Contudo, essa ciência não estuda “a forma da Terra”, que é um tarefa de outra geociência, a Geodésia, e sim os compartimentos e as feições de relevo observados na superfície do planeta (Figura 1).

Figura 1. Feições de relevo no Agreste Central pernambucano, entre Pesqueira e Poção (PE). Foto: Alineaurea Florentino Silva, 2018

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A palavra Geodésia foi empregada a primeira vez pelo filósofo Aristóteles para designar as divisões da Terra. A Geodésia é uma geociência e também uma modalidade de Engenharia. Não deve ser confundida com Geologia ou Geomorfologia.

1. GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E GEOGRAFIA A Geomorfologia é uma geociência que estuda, de forma racional e sistemática, as formas de relevo, tomando por base as leis que determinam a gênese e a evolução dessas formas. O trabalho geomorfológico, que pressupõe do pesquisador uma série de conhecimentos de outras ciências, implica nas seguintes atividades: descrição, localização e dimensionamento dos diversos compartimentos e feições de relevo verificados na epigeoesfera. Além dessas preocupações, a Geomorfologia volta- se, principalmente, à gênese e à evolução do relevo terrestre. A Geomorfologia é, portanto, uma ciência descritiva e genética. Será a Geomorfologia uma ciência geológica, geográfica ou geofísica? Onde se situa, portanto, a Geomorfologia no quadro geral das ciências da Terra? O geocientista francês, Jean Goguel, apresentou uma classificação das geociências, bastante simples, que pode servir para subsidiar a resposta à questão anteriormente apresentada. Para este autor, as ciências da Terra podem ser agrupadas em três categorias: Ciências Geofísicas, Ciências Geológicas e Ciências Geográficas. As Ciências Geofísicas compreendem aquelas que tratam de fenômenos terrestres, de natureza física, mas sob a ótica da Física. A Sismologia, a Meteorologia e a Hidrologia Fluvial exemplificam esse grupo de ciências. A Geofísica aplica basicamente os princípios da Física para estudar diversos aspectos do planeta Terra, como por exemplo investigar várias propriedades e aspectos da crosta terrestre, tais como os sismos, a topografia dos fundos oceânicos, os falhamentos, os

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dobramentos etc. Ela utiliza diversos métodos de prospecção, a exemplo dos métodos sísmicos, métodos de refração, métodos de radar, entre outros. As ciências geofísicas, em geral, prendem- se ao aspecto atual dos fenômenos físicos, quer os que têm uma evolução rápida, tais como os envoltórios fluidos e alguns fatos da litosfera, a exemplo dos abalos sísmicos e o magnetismo terrestre, quer os de caráter permanente, como a aceleração da gravidade. As Ciências Geológicas se propõem à reconstituição da história física do planeta Terra, tal como ela pode ser vista ou lida nos diversos estratos rochosos presentes na epigeoesfera (Figura 2).

Figura 2. Disposição das camadas rochosas. A história geológica regional de uma paisagem pode estar contida na sucessão de camadas rochosas. Fonte: https://conceptodefinicion.de/estrato/

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Podem ser mencionados diversos exemplos de Ciências Geológicas, algumas das quais mantêm estreitos vínculos com a Geomorfologia. A Geotectônica, a Geologia Estrutural, a Paleontologia, a Sedimentologia e a Estratigrafia são os exemplos mais notáveis. As ciências geológicas, quando se dedicam à descrição da natureza dos terrenos e ao estudo das distribuição da litomassa, o fazem com vistas à interpretação de fenômenos passados, que são reconstituídos por métodos geohistóricos. A Geologia, ao investigar investiga a história da Terra, desempenha essa tarefa através, sobretudo, de uma analogia com o que a observação dos fatos naturais, feita de forma direta, pode proporcionar. Por exemplo, ao se constatar que no presente determinadas causas produzem tais efeitos, efeitos análogos pressupõem as mesmas causas. A Geomorfologia estuda o passado para compreender o presente. A Geologia faz exatamente o inverso. A Geomorfologia, procura explicar as formas atuais de relevo, que podem ser facilmente divisadas na paisagem, por sua gênese, por seu passado, às vezes muito distante. Porém, a exemplo da Geologia, a Geomorfologia não pode avançar, a não ser a partir de uma raciocínio analógico, que parte do presente. Essas ideias, na verdade, estão contidas no célebre Princípio do Atualismo, examinado mais adiante nestas Notas. As Ciências Geográficas têm como objeto de estudo o fato geográfico. Assim ensina a Geografia Clássica. O fato geográfico é algo que possui uma estrutura extremamente complexa e resulta da combinação de elementos e fatores solidários (Andrade, 1965). São três as escalas de complexidades da combinação geográfica: físicas, combinações físicobiológicas e físico-biológico-humanas.

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A Geomorfologia se situa na zona de interseção entre as ciências geológicas e as ciências geográficas e tem como objeto de estudo os compartimentos e feições de relevo. A Geomorfologia funciona como uma ponte entre a Geografia e a Geologia, e estuda uma série de problemas complexos e heterogêneos, alguns dos quais resolvem-se através de métodos físico-geográficos e outros mediante a aplicação de métodos geológicos (KOSTENKO ,1975). O relevo terrestre, abstraindo-se a cobertura vegetal, é um bom exemplo da complexidade das combinações físicas. Estrutura geológica, condições climáticas atuais ou pretéritas e os processos erosivos materializam tais combinações. A estrutura geológica compreende, dentre outros aspectos, as forças tectônicas, a natureza das rochas, a disposição das camadas rochosas e os graus de resistência da litomassa aos processos de meteorização e de erosão. As condições climáticas determinam os efeitos da meteorização mecânica ou química e os processos morfoclimáticos esculturadores das paisagens geomorfológicas continentais. Tais processos definirão os vários sistemas de erosão encontrados na superfície terrestre. As combinações físico-biológicas, que indicam o segundo nível da escala crescente da combinação geográfica, definem-se com a inclusão do elemento biológico, particularmente a vegetação. A vegetação decorre de combinações climáticas, relevo e tipos de solos. Mas ela também influencia o relevo, o clima e os solos. É a solidariedade do complexo geográfico (ANDRADE, 1965). O último nível da combinação geográfico está representado pelas combinações físicobiológico-humanas. Esse é o mais elevado grau de complexidade do fato geográfico.

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2. RELAÇÕES DA GEOMORFOLOGIA COM OUTRAS GEOCIÊNCIAS A tarefa atribuída à Geomorfologia é muito ampla, haja vista que o seu objeto de estudo envolve complexas interações entre geoesferas distintas (litosfera, hidrosfera, atmosfera, biosfera, pedosfera etc). Assim ela necessita da colaboração de inúmeras outras ciências, tais como: a Geotectônica, a Petrografia, a Geologia Geral, a Climatologia, a Paleoclimatologia, a Fitogeografia, a Hidrografia. Por outro lado, a Geomorfologia auxilia bastante o estudo de várias geociências. As relações entre todas essa ciências com a Geomorfologia são biunívocas. A Geotectônica trata das estruturas terrestres e a da movimentação da crosta terrestre. Os estudos, por exemplo, de falhamentos, dobramentos, epirogênese etc necessitam dos conhecimentos acumulados pela Geotectônica. Atualmente, a teoria da Tectônica de Placas é um dos mais importantes paradigmas das Geociências e das Ciências Ambientais. Os estudos petrográficos servem para embasar a descrição dos perfis geológicos, fornecendo diversas informações sobre composição mineralógica e associações rochosas que constituem as formações e grupos estratigráficos, permitindo, portanto, uma melhor interpretação da subsuperfície das paisagens. A Geomorfologia ensina que rochas diferentes sob uma mesma condição climática podem resultar em relevos diferentes. A Geologia, quando investiga a história da Terra, desempenha essa tarefa através, sobretudo, de uma analogia com o que a observação dos fatos naturais, feita de forma direta, pode proporcionar. Por exemplo, ao se constatar que no presente determinadas causas produzem tais efeitos, efeitos análogos pressupõem as mesmas causas.

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A Geomorfologia estuda o passado para compreender o presente. A Geologia faz exatamente o inverso. A Geomorfologia procura explicar as formas atuais de relevo, que podem ser facilmente divisadas na paisagem, por sua gênese, por seu passado, às vezes muito distante. Porém, a exemplo da Geologia, a Geomorfologia não pode avançar, a não ser a partir de um raciocínio analógico, que parte do presente. Essas ideias, na verdade, estão contidas no célebre Princípio do Atualismo, examinado mais adiante nestas Notas. As Ciências Geográficas têm como objeto de estudo o fato geográfico. Assim ensina a Geografia Clássica. O fato geográfico é algo que possui uma estrutura extremamente complexa e resulta da combinação de elementos e fatores solidários (ANDRADE, 1965). São três as escalas de complexidades da combinação geográfica: físicas, combinações físico-biológicas e físico-biológico-humanas. O relevo terrestre, abstraindo-se a cobertura vegetal, é um bom exemplo da complexidade das combinações físicas. Estrutura geológica, condições climáticas atuais ou pretéritas e os processos erosivos que materializam tais combinações. A Climatologia trata da distribuição espacial dos climas sobre a superfície terrestre. O clima é o resultado do andamento habitual do tempo, segundo definiu Max Sorre, e composto ou determinado por elementos, tais como a temperatura do ar, a pressão atmosférica, as precipitações atmosféricas, os ventos, a umidade relativa do ar, etc. Os climas, sobretudo mediante as precipitações atmosféricas, desempenham um papel importante na esculturação das paisagens geomorfológicas. Os processos erosivos são profundamente relacionados com as condições climáticas ambientais atuais e sobretudo pretéritas (Figura 3).

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Figura 3. Vertente de perfil côncavo, elaborada sob condições climáticas pretéritas secas. Município de Pombos (PE) Foto: Lucivânio Jatobá, 2019

Os processos erosivos representam, na atualidade, um grave problema ambiental e dependem da retirada da cobertura vegetal, das condições climáticas e de características intrínsecas do solo (formações superficiais), tais como textura, ter de matéria orgânica, estruturas e composição mineralógica. As áreas que apresentam uma cobertura vegetal mais densa, são menos vulneráveis à erosão (Figura 4). Assim, a vegetação atua indiretamente como fator geomorfológico. As regiões secas são tidas como áreas frágeis, uma vez que a cobertura vegetal é escassa e, portanto, nelas os processos erosivos se verificam de maneira rápida, após os episódios de chuvas fortes e concentradas. A cobertura vegetal age, mesmo sendo uma

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vegetação aberta nessas regiões, como um fator de regulação dos processos hidrológicos de superfície. As áreas florestadas tendem a equilibrar, geomorfologicamente, as vertentes, enquanto nas áreas secas, com vegetação xerófila, aberta, a erosão das vertentes é mais enfática (Figura 5).

Figura 4. Vertente atapetada de vegetação florestal Fonte: http://prefeitura.rio/web/smac/areas-protegidas2

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Figura 5. Vertentes côncavas recoberta por caatingas, na estação chuvosa. Caruaru, Agreste de Pernambuco Fonte: Lucivânio Jatobá, 2016

3. COMPARTIMENTOS E FEIÇÕES DE RELEVO A Geomorfologia, como foi dito anteriormente, tem como objeto de estudo os compartimentos e as feições de relevo que são observados na epigeoesfera. Para compreender as formas de relevo de uma região qualquer, como lembra AB’Sáber (1975),

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tem-se que observá-las pelos mais variados ângulos, recorrendo às experiências acumuladas nas Ciências da Terra, e utilizando-se de mapas e cartas topográficas, além de fotografias aéreas e terrestres, sem jamais deixar de lado as investigações diretas sobre o terreno. Os compartimentos de relevo são vistas como unidades de relevo. As feições de relevo são porções dos compartimentos. Uma escarpa, um terraço fluvial ou uma várzea inundável são feições de relevo. Elas (unidades de relevo) são definidas como um arranjo de formas altimétrica e fisionomicamente semelhantes em seus diversos tipos de modelados. A geomorfogênese e a similitude de formas podem ser explicadas por fatores paleoclimáticos e por condicionantes litológica e estrutural. Cada unidade geomorfológica evidencia seus processos originários, formações superficiais e tipos de modelados diferenciados dos demais. O comportamento da drenagem, seus padrões e anomalias são tomados como referencial à medida que revelam as relações entre os ambientes climáticos atuais ou passados e as condicionantes litológicas ou tectônicas. Os conjuntos de formas de relevo que compõem as unidades constituem compartimentos identificados como planícies, depressões, tabuleiros, chapadas, patamares, planaltos e serras (IBGE, 2009, p. 29)

Na Figura 6 observa-se uma classificação das grandes unidades de relevo, delimitadas no Brasil, divulgada pelo IBGE (2009). Observe-a.

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Figura 6. Compartimentos de relevo do Brasil Fonte: IBGE, 2009.

Cada compartimento regional desses indicados no mapa recebeu uma denominação, como por exemplo Planalto da Borborema, Chapada do Araripe, Planície Amazônica, Planalto Meridional, etc. Existem ainda os compartimentos de relevo locais, que estão, em geral, no interior dos compartimentos regionais, como pode ser visto nas figuras 7 e 8.

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Tente identificar os compartimentos e feições de relevo observados na Figura 7. Dê uma denominação para eles. Observa-se na Figura 8 um relevo residual (inselbergue) que surge “lhado” num compartimento regional de relevo designado como Depressão Sertaneja. É uma feição de relevo que se desenvolveu em terrenos rochosos mais resistentes, em geral do tipo granito. Esse inselbergue localiza-se no Seridó do Rio Grande do Norte.

Figura 7. Compartimentos locais de relevo Ilustração elaborada por Lucivânio Jatobá, 2019

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Figura 8. Relevo residual (inselbergue) Foto: Lucivânio Jatobá, 2019

4.EXEMPLOS DE DESCRIÇÃO DE COMPARTIMENTOS DE RELEVO Extraiu-se do livro Projeto RADAMBRASIL, Folha Jaguaribe- Natal (Brasil, 1981), um texto em que são descritas unidades de relevo da Região Nordeste do Brasil. Observe como foram feitas tais descrições.

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TABULEIROS COSTEIROS

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DEPRESSÃO SERTANEJA

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR AB’SÁBER, Aziz Nacib. Formas de relevo. São Paulo: EDART, 1975. ANDRADE, Gilberto Osório de. Curso de iniciação ao estudo da Geografia em grau superior. Boletim Geográfico. Rio de Janeiro, IBGE, Ano 24, n°185, 1965. BRASIL, MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA, Secretaria Geral, Projeto RADAMBRASIL. Folhas SB. 24/25 Jaguaribe/Natal; Rio de Janeiro, 1981. CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: editora Blucher, 1974.

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IBGE. Manual Técnico de Geomorfologia. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 2ª edição, Rio de Janeiro, 2009. JATOBÁ, L. e LINS, R.C. Introdução à Geomorfologia. Recife: Edições Bagaço, 2012. KOSTENKO, N.P. Geomorfologia Estructural. Mexico: UNAM, Instituto de Geografia, 1975. LEINZ, V.; AMARAL, S.E. Geologia Geral. São Paulo: Editora Nacional, S/D.

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