Requalificação da estação ferroviária de ituverava sp

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LUDIMILA BUGALHO CATROQUI

REQUALIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ITUVERAVA – SP

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para o cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do profº Domingos Guimarães.

Ribeirão Preto 2013


LUDIMILA BUGALHO CATROQUI

REQUALIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ITUVERAVA - SP

Orientador: ________________________________________ Nome:

Examinador 1: ________________________________________ Nome:

Examinador 2:________________________________________ Nome:

RIBEIRÃO PRETO, __/__/___


Dedico este trabalho a todas as pessoas que de alguma forma promovem o bem para a sociedade e o meio em que vivem, buscando sempre o conhecimento e o desenvolvimento das cidades, colocando em primeiro lugar a qualidade de vida e a concientização de seus cidadãos.


Agradeço primeiramente a Deus, que me proporcionou esta oportunidade de realizar meu sonho de fazer a faculdade de arquitetura e urbanismo o qual trouxe realização à minha vida, em virtude das conquistas alcançadas e do conhecimento adquirido. Aos meus pais que sempre me apoiaram, se dedicaram para que esta missão fosse até o •m, independente de todos os problemas que tive ao longo do curso, estes nunca me abandornaram. Ao Gustavo, meu namorado, pela paciência, pelo amor incondicional, pela amizade e compreensão durante todo esse tempo. Agradeço aos meus colegas de curso, que ao longo do tempo compartilharam todo o estresse de trabalho e provas, o que nos uniram como uma familia e que jamais me esquecerei. Aos meus professores que •zeram chegar aonde cheguei, a todas as discussões que foram necessárias para chegar a um consenso, especialmente ao Domingos, meu orienteador, pela dedicação oferecida. En•m, dedico este trabalho a todas as pessoas que não acreditavam no meu potencial, que não acreditavam que eu era capaz de passar por todos os problemas de quem vive fora, sozinha, mas eu tive força e fé e hoje alcancei meu objetivo.


" A maior recompensa para o trabalho do homem nĂŁo ĂŠ o que ele ganha com isso, mas o que ele se torna com isso."

John Ruskin



SUMÁRIO Capítulo 1_ INTRODUÇÃO 1.1 1.2 1.3 1.4

Introdução _p.11 Objetivos _p.14 Justi!cativa _p.15 Procedimento _p.16

Capítulo 2_ SINTESES TEÓRICAS FUNDAMENTAIS 2.1 A consagração do monumento histórico _p.19 2.2 A invenção do patrimonio urbano _p.20 2.3 A transformação dos conceitos de modernização e preservação: construindo a conservação urbana _p.21 2,4 Relação dos textos com o projeto _p. 22 Capítulo 3_CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MORFOLÓGICA 3.1 Localização da cidade _p.25 3.2 Histórico _p.26 3.3 Situação atual _p.26 3.4 Equipamentos da cidade _p.27 3.5 Área de intervenção _p.28 3.6 Per!l Sócio cultural _p.29 3.7 Macrozonemaneto _p.30 3.8 Uso e ocupação do solo _p.31 3.9 Gabarito _p.32 3.10 Hierarquia física e visica funcional _p.32 3.11 Vegetação _p.33 3.12 Dados climáticos e ambientais _p.33 3.13 Estudo de insolação _p.34 3.14 Topogra!a _p.35 3.15 Linhas de Onibus _p.36

Capítulo 4_LEITURAS PROJETUAIS 4.1 Programa de preservação da estação São João Del Rey e Tiradentes MG _p.39 4.2 Estação Férrea de Ouro Preto_p.42 4.3 Revitalização da estação da luz e seu entorno _p.44 4.4 Museu asas de um sonho - tam em são carlos - sp_p.45 4.5 estação das docas, o porto de Belém _p.46 Capítulo 5 _ESTUDO DE CASO 5.1 Histórico_p.49 5.2 Planta Ed. Principal_p.54 5.3 Planta Ed. Anexas _p.55 5.4 Planta Armazem Anexo_p.56 5.5 Planta Plataforma Embarque _p.57 Capítulo 6 _PROPOSTA 6.1 Desenvolvimento proposta_p.59 6.2 Programa Necessidades_p.60 6.3 Plano de massas _p.60 6.4 Fluxiograma_p.61 6.5 Desenvolvimento projeto_p.62 CONSIDERAÇÕES FINAIS_p.76 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS_p.77



1.1

INTRODUÇÃO

Ituverava - SP e seu entorno, tendo como principal premissa a

que se inseriram. Essas edi!cações não devem ser dissociadas de seu conjunto e do seu processo de industrialização, pois demarcaram territórios. A recuperação do patrimônio ferroviário propicia relações entre as dimensões industriais da vida econômica e social de uma época.

conservação do seu patrimônio histórico tangivel e intangivel,

A análise fundamental da pesquisa é a requali!cação

Este estudo tem o objetivo de desenvolver um projeto de requali!cação para a estação ferroviária do município de

econômico e cultural.

do local e da edi!cação existente sendo que a degradação

Propomos um novo uso para a edi!cação patrimonial,

foi gerada pelo abandono do patrimônio histórico existente.

sede da estação ferroviária, a reurbanização de seu entorno,

No caso estudado, a estação ferroviária e o seu entorno são

partindo do pressuposto que o lazer, entretenimento e cultu-

testemunhas de uma fase historica e arquitetônica marcadas

ra atenderão a população da cidade e região

pela importação de estilos de edi!cações ferroviárias Inglesas

O fator principal da intervenção será integrar a arqui-

integradas com o estilo regional brasileiro devido ao clima di-

tetura existente com as novas modi!cações propostas, com

ferente e de materiais trazidos do exterior, como as telhas

isto os novos usos serão analisados para que sejam implanta-

francesas, já que estas o Brasil não produzia. O abandono

dos adequadamente conforme a necessidade dos habitantes

normalmente é gerado pela expansão descontrolada da cida-

da cidade, turistas e visitantes. Assim o projeto contempla

de, onde antigos centros são esquecidos e apenas valoriza-se

aspectos urbanísticos, paisagísticos e arquitetônicos favorá-

o que é novo. Este abandono também acontece dado a falta de

veis para a região, incentivando a participação da população

políticas culturais integradas com a realidade e a identidade

na preservação da sua história e conservação do seu patrimô-

da cidade.

nio histórico e cultural. Maia (2009 p. 16) cita Kuhl (1998) para esclarecer que: “As estações e seus caminhos de ferro modi!caram o cotidiano de seu entorno e incentivaram o processo de urbanização da região em

Segundo Brasil (2010. Não paginado) “As ferrovias repercutiram na vida econômica social, política e militar, com a evolução dos transportes os trilhos foram esquecidos, suas áreas entraram em decadência e as estações desativadas” 1

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Carrara (2008, p. 18, grifo nosso) aborda que: “Para os Paulistas embora as estradas de ferros tivessem como função principal o transporte de produtos voltados à exportação, acabaram facilitando também a locomoção da população.” Alguns pensadores, como Ruskin, levavam em conta que a restauração seria a destruição mais completa que um edifício poderia sofrer, isto seria um atentado a autenticidade da obra. Outros como Viollet Le Duc, tinham uma doutrina intervencionista a qual defende uma restauração !el em nome da

uma reação mecânica, uma resposta nova e solitária a cada momento, um mergulho do passado esvaziado para o vazio do futuro. É a memória que funciona como instrumento biológico cultural de identidade, conservação, desenvolvimento, que torna legível o "uxo de acontecimentos.

Muitas vezes preservar se confunde com estagnar, mumi!car, muitas cidades como Londres e Veneza provam o contrário, estas cidades mantém as construções em uso adaptando-se somente um novo programa conforme a necessidade. Com isso o imóvel se valoriza, assim como o seu entorno. Kuhl (1998, p. 176) citado por Gussão (2008, p. 18), diz:

!delidade histórica. Camilo Boito, citado por Gussão (2008,

tauração do patrimônio sem que este perca sua autenticidade,

A prática de intervir em edi!cações de épocas precedentes é bastante antiga e, apesar de existirem alguns casos de restauração, entendida como procedimentos voltados a transmissão de bem para gerações futuras, a era moderna deu a esse termo um novo signi!cado. Cada período e cada localidade tiveram uma maneira própria de se relacionar com seu passado, ligando-se a ele ou renegando-o.

sendo que este não seja uma cópia mal feita do original. Deve-se

Muito há de se estudar sobre o nosso patrimônio his-

deixar em evidência o que era passado e o que foi revitalizado.

tórico, e o que o levou a !car tão degradado, aplicar-se-á uma

p. 21), diz: “A restauração só deve ser feita em último caso, quando todos os outros meios de salvaguarda fracassarem, como manutenção, consolidação, consertos imperceptíveis.” Ao analisar estes pensadores tomamos por base a res-

Segundo Meneses citado por Carrara (2008, p. 13):

pesquisa a população para este entendimento e para que a requali!cação destas áreas não seja em vão.

Exilar a memória no passado é deixar de entendê-la como força viva do presente. Sem memória, não há presente humano, nem tão pouco futuro. Em outras palavras: a memória gira em torno de um dado básico de fenômeno humano: a mudança. Se não houver memória, a mudança será sempre fator de alienação e desagregação, pois inexistiria uma plataforma de referência e cada ato seria

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Dados levantados indicam que a estação ferroviária de Ituverava foi criada em torno de 1903 e desativada em 1979, desde então sofreu várias degradações, como o roubo das suas telhas que vieram da França e o incêndio no ano de 2003. Apesar de


toda degradação a estação ainda preserva o único trecho ori-

restauração do edifício, propor uma reintegração da área fer-

ginal que interligava Ituverava a Igarapava, os trilhos foram

roviária com a cidade e sua população. Tendo em vista que

mantidos e transformados em um desvio industrial.

se mantenha a parte histórica original e que a revitalização

O prédio pertence a Rede Ferroviária Federal Sociedade

proposta consiga se distinguir desta, para que não promova

Anônima (RFFSA) e se encontra lacrado, pois, a Prefeitura de

um falso histórico. Utilizar-se-á dos seus trilhos ainda ativos

Ituverava resolveu fechar todas as portas da velha estação

para um museu itinerante, ou seja, dos seus bens móveis,

com alvenaria para evitar que moradores de rua a utilizassem

pois, estes estão jogados ao tempo sofrendo todos os intem-

como moradia.

péries naturais e vandalismo, assim como a divulgação dos

Hoje o maior fator para seu abandono é sua localização, por estar afastada do centro econômico comercial da cidade,

seus bens imateriais já esquecido pela população ituveravense.

sua área esta degradada e deteriorada, um de seus antigos galpões virou o!cina mecânica de locomotivas da empresa FCA e o outro se encontra lacrado junto ao edifício principal. As casas próximas a estação que !cam a beira da linha do trem , pertencentes aos trabalhadores da mogiana, estão ocupadas irregularmente e sofreram modi!cações em suas fachadas, como, o fechamento das janelas que tinham vista para a linha férrea e estão se deteriorando gradativamente com o passar do tempo. É como se a área não pertencesse a cidade, o próprio Cristo Redentor está de costas para a estação ferroviária, toda esta degradação cultural foi gerada pelo poder público da cidade, pois, não se interessaram a revitalização da mesma. Muito há de ser feito, um projeto de revitalização da área e 1

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1.2

OBJETIVOS

O objetivo geral é apresentar um projeto de restauração para a sede da estação ferroviária de Ituverava - SP e a requali!cação do seu entorno indicando novos usos condicentes ao seu caráter de Patrimônio Histórico e Cultural, reintegrando-a novamente a cidade e sua população. Os objetivos especí!cos de pesquisa são: •

Analisar as condições atuais do local;

Descrever as problemáticas da área e propor métodos e soluções para a área requali!cada sem interferir na vida cotidiana da população;

Propor programas e usos adequados as edi!cações;

Pesquisar quais as atividades se encaixam melhor para a população da cidade e região;

Gerar com a restauração um novo ponto turístico, econômico para a cidade;

Propor uma integração entre as edi!cações existentes com a nova edi!cação proposta.

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1.3

JUSTIFICATIVA

físicos, sociais, econômicos, culturais e outras particularidades do local, como a participação da sociedade para a preser-

O tema escolhido revitalização e restauração em rela-

vação da sua história assim como o poder público.

ção à importância acadêmica têm como base gerar um estu-

Contudo o estudo proposto do local propiciará que este

do, criar identidade, valorização da história e sentimento de

volte a ser integrado a vida da população, modi!cando o coti-

pertencimento em função da sua requali!cação quanto o seu

diano e o comportamento da mesma quanto a preservação do

patrimônio histórico e cultural, tendo feito todo um levanta-

local, isto viabilizaria para que não ocorra novamente um outro

mento rigoroso para que não haja um falso histórico e que

abandono e degradação da área ferroviária e de seu edifício.

para este seja reintegrado ao cotidiano da comunidade. Além

Com a requali!cação do local, a cidade passará a ter

de que este ajuda a demonstrar a necessidade de novos equi-

mais uma área turística e com isso aumentará suas ativi-

pamentos e desenvolvimentos de atividades ligadas a cultura,

dades econômicas e gerará parcerias públicas e privadas

turismo e lazer.

para que este se mantenha com seu devido funcionamento.

Destaca a importância da revitalização e os seus resultados positivos abordando o quão importante é um bom gerenciamento da urbanização para que estes locais não se tornem espaços ociosos, abandonados e degradados. O projeto tem a importância prática da pesquisa tem o objetivo de demonstrar os aspectos que devem ser considerados para a elaboração de uma revitalização e restauração.O projeto proposto em sua base propõe o respeito à memória da edi!cação em questão. Sendo que, devem ser levados em consideração alguns fatores como delimitação da área, seus aspectos históricos, 1

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1.4

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

estudada, analisando todos os fatores que levaram a este desenvolvimento de degradação, assim como uma questionário

Será utilizada uma pesquisa descritiva para o projeto de

aplicado a população local as quais responderão questões de

revitalização da estação ferroviária de Ituverava-SP e seu en-

múltipla escolha, as quais após analisadas elencarão os pon-

torno, pois, esta deve apresentar uma descrição detalhada do

tos mais positivos sobre os novos usos a serem implantados.

conjunto arquitetônico e urbanístico. Ao abranger a pesquisa

Os projetos de referência têm como !nalidade ser uma

necessita-se de uma grande disparidade de imagens as quais

fonte de pesquisa para serem analisados a forma como estes

mostram o estado real em que a área estudada se encontra.

foram implantados, independente de a situação desta refe-

Em uma segunda etapa será elaborada uma pesquisa

rencia esteja melhor ou pior do que na área proposta. Assim

com auxílio bibliográ!co de livros, dissertações de mestrado,

sendo, os projetos de edi!cações não necessariamente terão

artigos cientí!cos, revistas e internet. Aprimorando o conhe-

o mesmo uso que será proposto pelo projeto de revitalização

cimento de como revitalizar uma área sem que esta perca

da estação ferroviária de Ituverava, Adotar-se-á o manual do

sua característica histórica, Necessitará de uma pesquisa

restauro cedido pelo IPHAN para o levantamento correto do

documental da FEPASA, MOGIANA, RFFSA esta levantará as

edifício a ser restaurado.

informações históricas e importantes sobre o local. Para que o projeto se desenvolva, realizar-se-á um estudo de caso,através de uma observação sistemática tanto na edi!cação da Estação ferroviária como no seu entorno,assim como um estudo de campo sendo que este tem como objetivo compreender as necessidades dos moradores para que a revitalização seja muito bem planejada e tudo ocorra como planejado. Sendo que este estudo garante que haja uma melhor compreensão da área 1

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Softwares como AutoCad, Sketchup, Artlants para a criação do projeto digital, assim como PowerPoint, Excel, Word para a montagem das pesquisas.



tivo o profundo conhecimento acerca do tema em questão do presente trabalho, buscando a compreensão do objeto de estudo para a consequente realização da proposta de projeto. 2.1

A CONSAGRAÇÃO DO MONUMENTO HISTÓRICO (1820-

1960)

industrialização do mundo contribuiu por um lado para generalizar e acelerar o estabelecimento de leis visando à proteção do monumento histórico e, por outro, para fazer da restauração uma disciplina integral, que acompanha os progressos da historia da arte.

Com esta análise, tem-se a visão de que se a construção sobreviveu aos !ns para que foram criadas e a necessidade de adapta-las gera um sentido de continuidade e

A herança cultural, ameaçada pela deterioração e caos

permanência. Até o século XIX pode-se dizer que seus espa-

urbanos, exige que se concentrem esforços em sua guarda e

ços urbanos eram citados através dos monumentos e simbo-

proteção para preservá-la como referência de sua existência.

los, a historia da arquitetura ignora a cidade, segundo Choay

O monumento histórico encontra sua faze de consa-

(2006, p. 179): “A conversão da cidade em objeto de conhecimento foi motivada pela transformação do espaço urbano que se seguiu da revolução industrial, a cidade antiga se torna objeto de investigação”.

gração na década de 1960, mais especialmente em 1964 data da redação da Carta de Veneza o qual se tratava sobre a proteção dos monumentos históricos após a segunda guerra mundial, com isto o monumento ganha um status de hierarquias de valores o qual este monumento é investido, incluindo suas delimitações, espaços temporais, seu estatuto jurídico e seu tratamento técnico, estas hierarquias surgiram por conta da revolução industrial e seu processo de transformação. Segundo Choay (2006, p. 127) A revolução industrial como processo em desenvolvimento planetário dava, virtualmente, uma dimensão universal ao conceito de monumento historico aplicável em escala mundial, como processo de irremediável, a

Muitos contrapontos existem entre os historiadores arquitetos, como no caso de Ruskin e Sitte, Ruskin prioriza uma reurbanização onde a cidade antiga se torna absoleta a qual constitui uma !gura histórica original que requer re"exão, Choay sita (2006, p.181) “Para Ruskin é sacrilégio tocar nas cidades da era pré industrial, nós devemos continuar a habtalas, elas são garantiaa da nossa identidade”. Segundo Sitte as cidades históricas possuem uma te-

dados retirados Livro A Alegoria do Patrimonio - Françoise Choay - Editora Unesp - 2006

A pesquisa de fundamentação teórica tem como obje-

oria racional, mas que na verdade possuem uma intemporalidade, ou seja, deviam ser preservadas mas não adaptadas para a 1

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dados retirados Livro A Alegoria do Patrimonio - Françoise Choay - Editora Unesp - 2006

vida cotidiana, anexos deveriam ser criados para suprir esta

a longa duração de uma mentalidade que identi!cava a cidade

nova necessidade, sem que causasse um falso histórico.

a um nome, a uma comunidade, a uma genealogia, a uma his-

Segundo Ruskin citado por Choay no livro Alegoria do

tória de certo modo pessoal, mas que era indiferente ao eu

Patrimonio (2006, p.139) ¨Nós podemos viver sem a arquitetura, adorar nosso Deus sem ela, mas sem ela não podemos nos lembrar¨, assim como o autor de as pedras de veneza sita que ¨a arquitetura é o único meio que dispomos para conservar vivo um laço com um passado ao qual devemos nossa identidade, e que é parte do nosso ser”

espaço; de outro, a ausência, antes do inicio do século xix, de

Livro Alegoria do Patrimonio, Choay (2006, p. 149) Querer e saber ¨tombar¨monumentos é uma coisa. Saber conservá-los !sicamente e restaura-los é algo que se baseia em outros tipos de conhecimento. Isso requer uma precí!ca e pessoas especializadas, os ¨arquitetos dos monumenntos históricos¨, que o século xix precisou inventar.

balho sobre a morfologia das cidades pré-industriais e das

Toma-se por base segundo Choay (2006, p.158) ¨Urm edifício só se torna histórico quando se considera que ele pertence ao mesmo tempo a dois mundos: um mundo presente, e dado imediatamente, e o outro passado e inapreensivel

Os primeiros a considera-la em perspectiva his-

cadastros e documentos cartográ!cos con!áveis, a di!culdade de descobrir arquivos relativos aos modos de produção e as transformações do espaço urbano ao longo do tempo. Hoje, assiste, no entanto a um "orescimento de tra-

aglomerações da era industrial. Esse movimento foi impulsionado pelos estudos urbanos de que devemos ressaltar o papel que desempenharam na gênese de uma verdadeira história do espaço urbano.

tórica e a estuda-la segundo os mesmos critérios que as

formações

dadores 2.2

A INVENÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANO

urbanas

(arquitetos

e

contemporâneas,

são

engenheiros)

nova

da

os

fun-

discipli-

na, á qual Cerdá dá o nome de urbanismo. O mesmo autor propõe a primeira historia geral e estrutural da cidade.

Numerosos fatores contribuíram para retardar de uma só vez a objetivação e a inserção do espaço urbano numa perspectiva histórica, de um lado, sua escala, sua complexidade,

A Noção de patrimônio urbano histórico constituiu-se na contramão do processo de urbanização dominante. Ela é o resultado de uma dialética da história e da historicidade que se processa entre três

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!guras (ou abordagens) memorial, histórica e historial.

disto surgiu o conceito da conservação integrada ao desen-

Sendo que a !gura memorial leva em conta um objeto

volvimento urbano, conservação urbana, conceito que esta

patrimonial como a !gura histórica que leva uma papel prope-

diretamente ligado ao processo de construção do pensamen-

dêutico em que a cidade antiga se torna obsoleta e nem por

to no que diz respeito á restauração e preservação.

isso deve deixar de ser constituída em uma !gura histórica

Apenas no século XX que a cidade passa a ser per-

original, onde a antinomia entre passado, historial e histórico

cebida como um objeto patrimonial e os conjuntos urbanos

é possível desde que haja uma análise morfológica.

começam a ganhar destaque.

Assim como a cidade antiga de uma forma museal,

Primeiramente tem-se o processo de valorização do

ameaçada de desaparecimento é concebida como um objeto

monumento isolado e em seguida a preocupação com o mo-

raro, frágil, precioso para a arte e para a história mas esta

numento e o contexto no qual este está inserido e após este

tornando-se histórica perdeu-se sua historicidade

processo o conjunto urbano como monumento. Esta transformação do pensamento preservacionista

2.3

A TRANSFORMAÇÃO DOS CONCEITOS DE MODER-

gera o conceito de conservação urbana, não negando a cida-

NIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO: CONSTRUINDO A CONSER-

de a necessidade de transformação, sendo que é esta que dá

VAÇÃO URBANA.

vida a cidade. Preservação gera o ideia de limitação de mudança sendo que conservação diz respeito a inevitabilidade

O Conceito de modernização carrega a ideia de des-

da mudança e a gestão dessa mudança, se tratar as áreas

truição das áreas antigas construídas por novas e moder-

históricas como parte integral da cidade, a palavra revitali-

nas formas. Baseia-se na experiência europeia da segunda

zação não precisará ser utilizada.

metade do século xix onde tudo foi devastado por uma ideia higienista.

Tem-se visto que a conservação é um problema fundamentalmente cultural, culturas essas que devem ser

Riegl criou artigos com poucos resultados práticos

estudadas e compreendidas, problema cultural em rela-

até então sobre a preservação no momento de preservação,

ção a comunicação com outros membros da sociedade, 2

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ou seja o homem é o foco principal da conservação.

2.4

RELAÇÃO DOS TEXTOS COM O PROJETO:

No Brasil o período compreendido entre o !nal do século xix e inicio do xx é marcado por uma concepção moderniza-

Tem-se por vista a restauração da estação ferroviária

dora que não se leva em conta nenhuma concepção conser-

de Ituverava e através desta a revitalização do seu entorno,

vacionista, mas nos dias atuais observou-se que existe uma

no capitulo IV do Livro Alegoria do patrimônio Choay discorre

consciência cultural e histórica dessas áreas o qual contribui

sobre o edifício como patrimônio histórico e sua conservação,

para a conservação e isso gera um ¨padrão moderno¨ o qual

no caso do projeto proposto a sede da estação ferroviária,

coloca essas áreas com uma atração de negocio e turismo.

edifício construído em 1903 o qual é um patrimônio histórico

Segundo Vieira (2008, p. 72) ¨A preservação então deixa de ser sinônimo de congelamento e passa a buscar a inserção das áreas históricas na dinâmica urbana. Passa a se falar de conservação urbana, cujo objetivo é exatamente buscar a possibilidade de transformação sem abdicar da preservação, estabelecendo os limites necessários.

e de desenvolvimento para a cidade de Ituverava. O capitulo

Modernização que se adapta aos novos tempos mas

no caso esta é restaurada e revitalizada através do edifício.

que se detém de valores patrimoniais. Sendo que o termo

No Livro transformação dos valores culturais e eco-

modernizar se difere bastante do inicio do século XX o qual

nômicos em programas de revitalização em áreas históricas

signi!ca arrasar com o passado enquanto que no !nal do

aborda o tema de patrimônio histórico cultural tanto do edi-

século XX passa a signi!car preservar os edifícios históricos

fício como da área em que este se localiza, esta área se revi-

culturais e ao mesmo tempo promover uma vitalidade econô-

taliza através dos programas propostos pela restauração e

mica para área, ou seja adaptar e não destruir.

conservação do edifício, assim como aborda que a restauração

*dados retirados do livro Coleção de Teses: Gestão de sítios históricos “A transformação dos valores culturais e econômicos em programas de revitalização em áres históricas” - Editora Universitária UFPE - 2008

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discorre sobre as designações, a legislação e o nascimento da restauração como disciplina, o edifício, no caso como deve ser restaurado, assim como no capitulo V do mesmo livro, aborda a área em que o edifício se insere como patrimônio urbano,

e a sua manutenção só é possível através da colaboração da população e como esta se relaciona com o ambiente histórico.



3.1

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE

O local escolhido pertence a cidade de Ituverava, a qual é um município do estado de São Paulo, no Brasil. Está localizado na região de Ribeirão Preto. Fica a aproximadamente 400 km de São Paulo e a 100 km de Ribeirão Preto. cidade localiza-se a uma latitude 20º20'22" sul e a uma longitude 47º46'50" oeste, estando a uma altitude de 605 metros. Seus Municípios limítrofes são Miguelópolis, Aramina, Buritizal, Jeriquara, Ribeirão Corrente, São José da Bela Vista, Guará e Ipuã (IBGE 2010)

MUNDO

ITUVERAVA

BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO 2

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3.2

HISTÓRICO

3.3

SITUAÇÃO ATUAL

Em 1810, Fabiano Alves Freitas iniciou a derrubada das

Atualmente segundo o senso 2010 Ituverava possui

matas próximas ao Rio do Carmo, para formação de pasta-

aproximadamente 38.695 habitantes e uma área territorial

gens e cultivo da terra e, cinco anos depois, construiu uma

de 705,236 km².

capela em louvor a Nossa Senhora do Carmo. As festividades religiosas promovidas nessa capela,

Sua economia vem dos serviços da cidade e seu índice de desenvolvimento !ca em (IDH-M): 0,865

atraíram sertanistas que, junto a ela foram se estabelecendo. O povoado foi elevado, em 1847, à categoria de Distrito (freguesia) com o nome de Nossa Senhora do Carmo da Franca do Imperador, no Município de Franca, essa denominação perdurou até 1885, A população local, no entanto desejava a mudança do Imagem : google earth

nome para Carmo da Cascata, Contudo o Presidente do Estado de São Paulo deu ao Município, em 1899, o nome de Ituverava, topônimo de origem tupi-guarani que signi!ca " cachoeira reluzente", registrando, assim, a cascata do Rio do Carmo dentro do perímetro da cidade. Cidade por lei Municipal de 11 de junho de 1895. Em divisão territorial datada de 01-11-1995, o municí-

IMAGEM AÉREA DE ITUVERAVA

pio é constituído de 3 Distritos: Ituverava, Capivari da Mata e São Benedito da Cachoerinha. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999. 2

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dados retirado do site do IBGE ano 2010


3.4

EQUIPAMENTOS DA CIDADE

ambas da FEI (Fundação Educacional de Ituverava).

Percebe-se uma precariedade em equipamentos, como o de cultura, lazer e de patrimônio. A casa mais antigas de Ituverava que abrigava o museu da cidade, hoje encontra-se em total abandono, o edifício nunca passou por algum restauro ou revitalização, toda a documentação histórica que deveria encontrar-se no museu perdeu-se e o que resta foi encaminhado a biblioteca municipal. A biblioteca reside no centro cultural, este abriga o cinema da cidade, o único lugar que possui uma estrutura para receber espetáculos e palestras, assim como outros cursos que são dados no local. O parque recreio da cidade encontra-se em total abandono, todos os bichos foram retirados e após o parque sofreu degradações, falta de vistoria e interesse da prefeitura. Para eventos esportivos, Ituverava possui o Parque dos esportes i e ii, estes se encontram em bom estado e são utilizados para campeonato regularmente. Para grandes apresentações tem-se a A.A.I (associação

atlética ituveravense), A.F.M.I. (associação dos fun-

MAPA EQUIPAMENTOS

cionários municipais de Ituverava) e o Parque de exposições permanentes. Possui duas faculdades a F.F.C.L. e a Fafram, 2

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3.5

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Rodovia Anhanguera

A Área de intervenção se localiza na cidade de ituverava - SP, mais precisamente entre os bairros Jardim avenida e Jardim Bela Vista, defronte a rua João pessoa, sua área é de aproximadamente 28.886,23 m². Esta

área

pertence

a

estação

ferroviária,

anti-

ga FEPASA a qual abriga o edifício principal que é a estaMAPA DE ITUVERAVA-SP

ção de embarque e desembarque a ser restaurada, assim como um galpão de manutenção das locomotivas, todas estas edi!cações encontram-se em total abandono.

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3.6

PERFIL SÓCIO CULTURAL DA POPULAÇÃO DO BAIRRO

Percebe-se que a maior população residente da área possui de 25 a 29anos, sendo esta mais homens do que mulheres, assim como a maioria 53,5 são de cor branca, A maior parte (93,5%) trabalham e ocupam 44 horas semanais de ocupação e possuem uma renda acima de um salário mínimo. População de classe média baixa, a maioria das moradias são casas próprias com água, luz e esgoto e são ocupa-

Imagem: Grá!cos IBGE / SENSO 2010

das em aproximadamente de dois a três moradores

2

9



3.8

MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Percebe-se

uma

falta

de

equipamentos

institu-

cionais na área, logo se vê a importância da intervenA Área é composta por dois bairros, o Jardim Aveni-

ção do novo equipamento social cultural nesta área.

da e o Jardim Bela Vista, sendo que o Jardim avenida apresenta característica predominantemente residencial, possui a industria Mantovani, a Igreja Nossa Senhora aparecida e o anexo de uma catedral que esta a ser construída, a maioria

Área de intervenção

dos comércios nesta áreas são bares e mercearias, possui apenas um terreno vazio defronte a igreja. No Bairro Bela Vista apresenta a característica predominante de serviços, sendo estes o!cinas mecânicas e transportadoras, a maioria do comércio é voltada para área automotiva, possui quatro terrenos vazios, assim como edi!cações abandonadas pertencentes a época da em que a estação ferroviária ainda funcionava. As margens da rodovia Anhanguera encontram-se industrias de fabricação e transporte de açúcar, sendo que esta ainda esta em funcionamento e se utiliza das linhas ferroviárias. Quanto a ocupação esta não segue a regra do código de obras pois a maioria das edi!cações foram feitas antes desse planejamento, então existem habitações que ocupam todo o

LEGENDA

Residencial Comercial Serviço Institucional Industria Vazio Edificações abandonadas Construção

terreno sem deixar recuo. 3

1


3.9

MAPA DE GABARITO DA ÁREA

As edi!cações da área são predominantemente térrea por serem residências, poucos edifícios possuem dois pavimentos e em sua maioria são comércios como mercearias e lojas de equipamentos automotivos, Edi!cação mais alta do entorno Antigo SEAGESP

3.10 MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA FÍSICA E FUNCIONAL

Nota-se que a maioria das vias são locais, não possuem muito movimento apenas entre o bairro. As vias coletoras são somente as paralelas da direita e da esquerda da Av. Drº José Anibal Soares de Oliveira. As via arteriais são a Av. Drº José Anibal Soares de Oli-

Imagem: Willian Nogueira Chaibub

veira, que neste ponto da cidade não possui muito movimento, e a Rua João Pessoa que !ca a frente a área de intervenção, pois esta interliga a via expressa e possui um grande "uxo de caminhões. Possui próxima a área uma via expressa paralela a rodovia Anhanguera, esta recebe muito "uxo de caminhões que utilizam-na para acessar as industrias próximas a área. Área de intervenção

Área de intervenção

Av. Drº Soares de Oliveira Rodovia Anhanguera

LEGENDA

LEGENDA

Rodovia Anhanguera Térreo 2 pavimentos Acima de 2 pavimentos 3

2

Via expressa Via arterial Via Coletora Via Local


3.11 MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE VEGETAÇÃO

3.12 DADOS CLIMÁTICOS E AMBIENTAIS

Nota-se que a maior área urbanizada localiza-se no bair-

As estações úmida e seca para a região de Ituverava

ro Jardim Avenida, sendo que a sua maioria são habitações

estão bem caracterizadas pelas médias e anomalias de preci-

residenciais e estas possuem árvores plantadas nas suas fa-

pitação, sendo que a variação sazonal da precipitação mostra

chadas.

que o verão contribui com 55% da precipitação total anual, o

A Área de intervenção possui uma grande massa de ve-

outono com 19%, o inverno com 2% e a primavera com 24%.

getação, em frente a edi!cação principal da estação ferroviá-

O balanço hídrico mostrou excedente hídrico ocorrendo de no-

ria está plantado uma paineira que possuem aproximadamen-

vembro a março e dé!cit hídrico ocorrendo de maio a setem-

te trinta anos.A Av. Drº José anibal Soares de oliveira possui

bro. O município não apresenta grandes limitações hídricas

coqueiros em seu canteiro central,

para a maioria das culturas, entretanto, durante o inverno, e dependendo da cultura a ser implantada, a irrigação é uma

Imagem: Nelson Catroqui Filho

prática recomendável. E o tipo climático para Ituverava/SP, Área de intervenção

segundo a classi!cação de Kõppen, foi de!nido como tipo Aw megatérmico (tropical úmido) com temperatura média do mês mais frio acima de 18 °C, denominado clima de savanas, com inverno seco e chuvas máximas de verão. Na maior parte do ano há predominância de ventos vindos de sudeste. De agosto a novembro os ventos sopram com intensidade superior a média, sendo o mês de setembro aquele com velocidades mais elevadas e o mês de abril com as menores

LEGENDA

Vegetação

velocidades médias. A velocidade média anual, durante o período diurno foi de 2,20 m/s e para o período noturno foi de 1,25 m/s, 3

3


indicando um aumento médio de 40% nas velocidades dos ven-

••••••••• ••••

••••••••• •••• •••••••••••••

Área de intervenção

•••••••••••

tos diurnos em relação aos noturnos.

Direção dos ventos. (SE) Insolação

3.13 ESTUDO DE INSOLAÇÃO

Nota-se que a incidência solar no edifício é constante na maioria das estações climáticas, sendo que a fachada Sul, Oeste e Norte recebem insolação constantemente, entretanto a fachada leste recebe uma menor incidência solar, esta começando em maior índice no mês de fevereiro até agosto no período das 6:00 até as 17:00 aproximadamente.

3

4


3.14 TOPOGRAFIA

Ituverava encontra-se na altitude de 605 m em relação ao nível do mar, possui uma topogra!a que não é muito acenImagem: Mapa gerado através de software AutoCad Civil e cordenadas google earth

tuada. Como a área de intervenção engloba uma estrada férrea, Quanto mais plana for a sua topogra!a melhor, sendo assim esta área possui um desnível de aproximadamente dois

Imagem: Levantamento topogradico IBGE de 1970

metros o qual não é muito acentuado.

MAPA TOPOGRÁFICO DE ITUVERAVA-SP (curvas de 5m em 5m

MAPA TOPOGRÁFICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO (curvas de 1m em 1m)

3

5




PROGRAMA E PRESERVAÇÃO DA ESTAÇÃO SÃO

JOÃO DEL REY E TIRADENTES - MG

A Estação Ferroviária de São João del Rei preserva a

do Imperador Dom Pedro II. Na época, a estrada de ferro ligava o município às estações de Sítio (atual Antônio Carlos), Barroso e Aureliano Mourão. Em 1960 começou a extinção da linha, mas o trecho entre São João del Rei e Tiradentes foi mantido, e, atualmente, é utilizado para !ns turísticos. Na Estação também funciona o Museu Ferroviário, inaugurado em 1981, que reúne equipamentos, peças mecânicas, painéis didáticos e fotogra!as que contam a história da estrada de ferro na região. O museu exibe, também, a primeira locomotiva com vagão de luxo utilizada para uso da administração e uma coleção de 11 locomotivas a vapor, além de carros e vagões de carga. O passeio de Maria Fumaça, que percorre 12 quilômetros até Tiradentes, em máquina e vagões similares aos expostos, lembra tempos remotos e revela a bucólica paisagem da região marcada pelo Rio das Mortes. As partidas de São João del Rei acontecem às 10h e às 15h. Em Tiradentes, a Maria Fumaça sai às 13h e às 17h.

Imagens: Bruno Melo Almeida

ração, em 1881, foi feita com muita festa e teve a presença

IMAGENS DA ESTAÇÃO DE SÃO JÕAO DEL REY

arquitetura de uma construção típica do século 19. A inaugu-

Texto e imagens retirados: http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=3006 acesso em 17/04/2013

4.1

3

9


Em 1984 era encerrada a atividade ferroviária dos

estado, através do Ministério dos Transportes e Ministério da

200km da ferrovia de ligação entre Antônio Carlos e Bom Su-

Cultura (SPHAN), e a sociedade civil, através da ABPF, lidaram

cesso, ambas em Minas Gerais. A erradicação do último trecho

com a preservação dos bens culturais referentes ao transporte

remanescente da antiga malha em bitola de 0,76m ainda ativo

ferroviário na década de 1980 Segundo o Processo de tomba-

entre as décadas de 1970 e 1980 foi alvo de protestos e ações

mento, todos os 37.900m² são considerados parte do museu

por parte da sociedade civil e, logo, objeto de preocupação de

ali instalado em 1986, quando é inaugurado após a revitalização

nascentes entidades de preservação da memória dos meios

realizada pelo PRESERVE em conjunto com a SR-2 e a SR-3 da

de transporte, como o extinto PRESERFE, no âmbito da Rede

RFFSA. Leremos no livro editado pela RFFSA sobre o museu:

Ferroviária Federal S.A., e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. O presente artigo se esforça por levantar alguns dados referente aos processos DTC-SPHAN 1.096-T-83 e 1.185-T-85 e a partir dos mesmos dissertar sobre como o

Podemos considerar o pátio como sendo um Museu Arquitetônico de caráter especializado, onde se encontra um complexo de o!cinas e máquinas em pleno funcionamento, reproduzindo as atividades ferroviárias do !nal do século passado. Lá o visitante pode observar o trabalho dos ferroviários junto às antigas máquinas, que são importantes componentes para a manutenção do trecho da ferrovia ainda em funcinamento.

Estação ferroviária de Tiradentes Linha férrea de São João Del Rei 4

0

Texto e imagens retirados: http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=3006 acesso em 17/04/2013


as estações de São João Del Rei e Tiradentes, preservando sua história através de um museu !xo na estação de São João Del Rei e um museu itinerante na viagem até a estação de Tirandentes. Utilizar-se-a deste projeto para a implantação de um passeio turísco o qual ligará a Antiga estação ferroviária de Ituverava a estação mais nova, construída em 1979 junta-

Em 1988, trens manobram em Ituverava-nova. Foto Paulo Cury

subsituiu o antigo ramal de Igarapava. construída pela Fepasa. Atendeu a embarque e desembarque de passageiros até setembro de 1997, quando o trem de passageiros foi suprimido. Em 2000 o prédio, vítima de vandalismo, já tinha suas instações destruídas, o acesso !ca a menos de dois quilômetros da estação antiga. Esta é a distância que se tem de tomar para chegar ao prédio antigo, seguindo pelos trilhos e a partir de uma certo ponto, pegar o desvio industrial que foi mantido para a estação velha.

Percurso entre a antiga estação de Ituverava (1903) até a Nova Estação (1979) Percurso de 2km

NOVA ESTAÇÃO DE ITUVERAVA

mente com a variante Entroncamento-Amoroso Costa, que

Atrás do mato, a estação (17/06/2000). Foto Ralph M. Giesbrecht

Em 17/06/2000, a estação já inoperante e totalmente destruída por dentro. Foto Ralph M. Giesbrecht

Texto e imagens retirados: http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/ituver-nova.htm acesso em 17/04/2013

Este projeto teve como conceito de revitalizar e restaurar

4

1


4.2

ESTAÇÃO FÉRREA DE OURO PRETO

um panorâmico. O prédio da estação passou então a servir, além de estação, como museu ferroviário, contendo uma ma-

A estação de Ouro Preto, aberta em 1888 quando a ci-

quete da linha turística recém-inaugurada.

dade ainda era a capital da Província de Minas Gerais. Foi contruída no bairro da Barra, por ser este a parte mais plana da cidade, e num local que os moradores chamavam de Praia do Circo, onde as trupes circenses montavam seus espetáculos. Como só foi acontecer em Minas, em alguns trechos a linha compartilha espaço com as ruas da cidade. Até a década de 1950, uma usina siderúrgica experimental operada pelos alu-

A estação em 10/2002. Foto Antonio Gorni

nos da Escola de Engenharia de Minas e Metalurgia de Ouro Preto !cava ao lado da estação e dispunha de ramal próprio. Pelo menos até 1980 ainda havia movimentação de passageiros que podiam se utilizar dos trens mistos. Depois, a estação foi fechada, os trilhos no ramal chegaram em grande parte a serem retirados, foi reformada e !nalmente em 2006 , estação inicial do trem turístico de Ouro Preto a Mariana

A plataforma da estação desativada, em 10/2002. Foto Antonio Gorni

operado pela FCA a partir de 05/05/2006 - o segundo, pois um outro trem deste tipo, o primeiro, operado pela RFFSA, operou de 1986 a 1996 utilizando primeiramente vaporeiras Baldwin e Paci!c e no !nal diesels U13-B. O novo trem da FCA é puxado por uma locomotiva a vapor Santa Fé oriunda da antiga E. F. Teresa Cristina, em SC, e com 6 carros de aço, sendo 4

2

estação reformada, em A 07/05/2006. Foto Gutierrez L. Coelho


vagão !xo composto pela escultura Resíduos Sonoros, cons-

to pelo antigo casarão que abrigava a estação ferroviá-

truída com sucatas variadas e utilizada para apresentações

ria de Ouro Preto, por vagões !xos localizados nos ar-

musicais, aulas de musicalização e interações pedagógicas. A

redores do prédio e pela Tenda Cultural da Estação. O Hall de Entrada da Estação de Ouro Preto abriga

uma

exposição

museográ!ca

composta

pelos

to-

tens Evolução Arquitetônica das Estações, com gave-

estrutura

cina

Ecológica

tos

Musicais,

do de

vagão

abriga,

Construção

aberta

ao

ainda, de

uma

O!-

Instrumen-

público

visitante.

O Vagão Café é um espaço que oferece aos vi-

tas interativas que convidam o visitante a conhecer as

sitantes

características e singularidades arquitetônicas das estações.

tronomia,

infra-estrutura aberto

de

completa sexta

a

de

lazer

domingo

e

e

gas-

feriados.

Além disso, há painéis videográ!cos que exibem foto-

O ambiente é equipado com móveis confortáveis e

gra!as antigas e recentes de Ouro Preto e Mariana.O Vagão

com mesas na área externa, que fazem do Vagão uma agra-

Sonoro-Ambiental, localizado no entorno do prédio da Estação

dável opção de entretenimento para quem visita a estação.

é um

Estação de Ouro Preto

Vagão Sondro-Ambiental

Vagão do Café

Percebe-se o partido adotado de reutilização dos antigos va-

vez possui uma locomotiva com vagões que estão de-

gões interagindo com a nova arquitetura e o conceito de uso

teriorando ao tempo, sendo que programas como este po-

coletivo a população o qual estimula a conhecer as maquinarias

dem ser implantados integrando a arquitetura existente

passadas e manter a integridade histórica. Ituverava por sua

com os novos usos dadas as mesmas.

Texto e imagens retirados: http://www.tremdavale.org/pt/estacoes/estacao-ouro-preto/ acesso em 17/04/2013

A Estação de Ouro Preto é um complexo compos-

4

3


4.3

REVITALIZAÇÃO DA ESTAÇÃO DA LUZ E SEU ENTORNO

Esta intervenção reza “o estabelecimento de melhorias para a área central da cidade, criando incentivos e formas

Projetada pelo arquiteto inglês Charles Henry e aberta ao

para sua implantação

público em 1º de março de 1901, a Estação da Luz ocupa 7,5 mil

”Uma das principais propostas deste trabalho é res-

m² do Jardim da Luz, onde se encontram as estruturas trazidas

taurar uma área atraves da restauração de um edi!cio, tor-

da Inglaterra que copiam o Big Ben e a abadia de Westminter.

nando este atrativo para a população, como o caso da Esta-

Não houve inauguração, já que o tráfego foi sendo deslocado

ção da Luz que propiciou uma melhora signi!cativa na área do

aos poucos, mas não demorou muito para que o novo marco

parque da luz, movimentando a área com um novo uso para

da cidade fosse considerado uma sala de visitas de São Paulo.

o corpo principal do edi!cio que no caso é o museu da lingua

A estação tornou-se porta de entrada também para

portuguesa e o passeio turistico dos trens.

imigrantes, promovendo a pequena vila de tropeiros a uma importante metrópole. Esta importância, concedida à São Paulo Railway Station, como era o!cialmente conhecida, durou até o !m da Segunda Guerra Mundial. Após este período, o transporte ferroviário foi sendo substituído por aviões, ônibus e carros, muito mais rápidos que os trens. Em 1946, o prédio da Luz foi parcialmente destruído por um incêndio. A reconstrução da estação foi bancada pelo governo e se estendeu até 1951, quando foi reinaugurada. Ela ainda passou por outras reformas e restaurações. Já em 1982 o complexo arquitetônico da Estação da Luz foi tomba-

Estação da Luz (2012)

A estação hoje oferece viagens de curta distância e turísticos (Expresso Turístico) operadas pela CPTM.

do pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat). 4

4

Texto e imagens retirados: http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-quevisitar/186-estacao-da-luz acesso em 17/04/2013


4.4

MUSEU ASAS DE UM SONHO - TAM EM SÃO CARLOS - SP

condições de vôo, além de simuladores, túnel multimídia, Espaço

Com mais de 20.000 m2 de área e com a chancela de

TAM Kids, Espaço propulsão, Torre de Controle, Espaço Moda e uma

ser o maior museu de aviação do mundo mantido por uma com-

ala dedicada exclusivamente a trajetória evolutiva da própria TAM

panhia aérea privada. O museu TAM foi criado da restauração

Com o objetivo de assegurar umas das principais carac-

de um antigo monomotor Cessna dos irmãos Amaro, o qual

terísticas do Museu TAM que é restaurar seu próprio acervo

os inspirou na realização do sonho de preservar a memória da

e na medida do possível, manter as aeronaves em condições

aviação e de homenagear um homem que há mais de 100 anos

de vôo, o Museu mantém uma completa o!cina de restaura-

sonhou que podia voar. Seu trabalho árduo e persistente o

ção e reparos, na qual trabalham mecânicos-restauradores.

levou a concretização do que é hoje um dos transportes mais

Esta o!cina localiza-se em um antigo angar que foi restaurado com

modernos do mundo. Hoje contamos com mais de 90 aeronaves

a !nalidade de que as pessoas assistissem as reformas dos aviões.

entre pioneiros, clássicos, jatos e caças, a maioria em plenas

foto panorâmica do interior do museu Asas de um Sonho Texto e imagens retirados: www.museutam.com.br/ acesso em 17/04/2013

Assim como no caso da estação Ferroviária de Ituverava um de seus antigos armazens é utilizado como o!cina mecânica das locomotivas da empresa FCA, sendo assim este programa poderá ser implantado e assim gerará mais uma atração a população.

armazem utilizado para consertos de locomotivas

Imagens: Nelson Catroqui Filho

4

5


A estação das Docas é resultado da restauração dos armazéns do antigo porto de Belém que o transformou num complexo turístico com um terminal !uvial com barcos para passeios pela orla, gastronomia váriada, cultura-teatro, exposição, música e dança, além de lojas e feira de artesanato. O local é tombado pelo Patrimônio Histórico e tem uma exposição permanente com relíquias da atividade portuária de Belém e do Forte de São Pedro Nolasco, encontrados durante as escavações da obra. Inaugurada em maio de 2000, abriga 3 galpões climatizados que mantiveram a estrutura de ferro inglês original fechada com grandes paredes de vidro, de onde pode-se observar o Rio Guajará e os guindastes que são a marca do lugar. Também é possível caminhar pelo calçadão da área externa e aproveitar a brisa da orla. Na orla entre a modernidade e a cultura ribeirinha, a

4

6

Imagens do Porto de Belém

das-docas/acesso em 17/04/2013

ESTAÇÃO DAS DOCAS, O PORTO DE BELÉM REVITALIZADO

Texto e imagens retirados: http://portodososlados.wordpress.com/2011/06/13/estacao-

4.5

Estação das Docas prova que a inovação arquitetônica e a re-

Este projeto visa a integração da arquitetura existente,

cuperação do patrimônio histórico podem conviver em perfeita

tombada por ser patrimonio histórico com a nova arquitetura,

harmonia. Ao lado da história, o contemporâneo há, exposições

o qual evidencia as suas épocas, assim como a reintegração do

permanentes com a história do porto e arqueologia urbana, cine-

edifício a area portuária, pois esta estava abandonada e com a

ma, teatro e salas para eventos. Tudo isso palco de uma intensa

revitalização do edifício se tornou movimentada, proposta que se

programação cultural de shows, exposições, seminários e "lmes.

pretende implantar na área da estação ferroviária de Ituverava.



5.1

HISTÓRICO

roviária de Ituverava, com a economia do café gerou-se um grande desenvolvimento e a nossa população recebia abaste-

Segundos dados tirados do livro subsídios para a história de Ituverava, do autor Moacir França (1978, p. 146)

cimento não só para o comércio que se desenvolvia como para a lavoura sempre crescente. A Estação !cou localizada mais ou menos a dois quilômetros do centro da cidade.

“A Companhia Mogiana de Estradas de ferro foi organizada a partir de uma lei provincial de número 18, de 21 de março de 1872 a qual dava privilégio de construção de uma estrada de ferro, de bitola métrica, ligando as cidades de campinas e de Mogi mirim, com ramal para Amparo e prolongamento até as ,argens do Rio Grande”

Imagem:: Companhia Mogiana

Antes que fosse celebrado o contrato com o governo, a 19 de junho de 1873, a companhia Mogiana deu início a construção da ferrovia, isto no dia 2 de dezembro de 1872 Em 8 de junho de 1880, após muitos debates com a companhia mogiana prolongou-se sua linha até Ribeirão Preto, a qual ligava São Simão a Ribeirão Preto, sendo que esta foi inaugurada no dia 23 de setembro de 1883. Sendo assim, outras linhas haviam sido construídas como a linha de Parna-

MAPA PRINCIPAIS LINHAS FERROVIÁRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

íba que ligava Jaguará a Uberaba, neste ponto a companhia Mogiana atingiu seu grande ponto que seria o encontro dos trilhos com o Rio Grande em !ns de 1888, passando seus trilhos por Ituverava. A 1 de agosto de 1903 foi inaugurada a Estação Fer4

9


Tem-se uma citação de Moacir França (1978, p.150): “A Anunciada chegada do trem de ferro em nossa cidade causou certa preocupação e curiosidade. O povo correu até a estação para ver a chegada da maquina que cuspia fogo conforme contam os antigos, a chegada do primeiro trem deixou muita gente assustada”

A estação, localizada no quilometro 410 e altitude de 631 metros, não foi do agrado da população, gerando com isso um movimento político em 1920 para que esta fosse transferida para o centro da cidade. A diretoria Mogiana iniciou um estudo para a mudança da estação para o centro da cidade mas perceberam que era invi-

Segundo

o

IPHAN

(2012,

não

paginado):

A partir da promulgação da Lei 11.483, em 2007, o IPHAN passou a ter atribuições especi"cas para preservação da Memória Ferroviária: Art. 9º Caberá ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta RFFSA, bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Assim sendo, com o intuito de reforçar as ações propostas pelo Sistema Nacional do Patrimônio Cultural, o Instituto tem procurado envolver as prefeituras, os governos estaduais e a sociedade civil organizada para que os mesmos também preservem esses bens que, na sua maioria, são revestidos de um grande valor cultural principalmente em escala regional.

ável e propuseram que a cidade estendesse até a ferrovia, sendo que isto in!uenciou a expansão territorial da cidade. Foi desativada em 1979 para trens de passageiro e desde então se encontra fechada, em meados do ano 2000 a estação Imagem:: Companhia Mogiana

sofreu um incendio causado por uma fogueira feita por indigentes que ocupavam o local e sua cobertura teve que ser retirada, suas passagens foram lacradas com o "m de impedir que o local se tornasse abrigo para andarilhos e para consumo de drogas. Segundo

a

Prefeitura

Municipal

de

Ituverava:

“O município não pode intervir, pois o prédio não pode ser integrado ao patrimônio do município, como chegou a ser cogitado. A Estação Ferroviária pertence hoje à RFFSA (antiga Rede Ferroviária Federal), não podendo o município modi"car, reformar ou restaurar o local”

5

0

TRECHO DAS LINHAS FÉRREAS


Da linha mogiana o trecho de Ituverava é o única

por moradores, assim como uma parte da estação de

que mantem preservado seus trilhos originais, hoje a es-

embarque

tação é utilizada e sua linha pertence a FCA para trens

que morava o chefe da estação hoje reside pessoas.

de carga que passa pelo local e para pátio de manobras.

O

e

desembarque

Antigo

SEAGESP

mais

precisamente

localizado

atrás

a

da

casa

esta-

As habitações pertencentes as pessoas que trabalha-

ção tambem encontra-se abandonado e em ruínas, sen-

vam na ferrovia na época hoje são ocupadas irregularmente

do que a qualquer momento o edifício pode desabar.

Plataforma carga/descarga Placa de sinalização

Linha férrea estação

Imagens: Nelson Catroqui Filho

Ceagesp ao fundo

Casa do chefe da estação

Fluxo de trens

Cristo redentor de costas para a estação 5

1


CRIAÇÃO DA RAMPA (2006)

PORTA DO SAGUÃO

PORTA SAGUÃO LACRADA (2006)

Imagens: Nelson Catroqui Filho

ARMAZEM (1903)

QUADRO DE AVISOS SAGUÃO CAIXA D´AGUA VINDA DE LONDRES 5

2

CASAS EM ANEXO

SEAGESP


TELHA ARNOUD ETIENNE TRAZIDA DA FRANÇA

IMAGEM DO GAVIÃO QUE APANHAVA CARNE NO GARFO DADO PELO COZINHEIRO DO TREM NO TRECHO DE ITUVERAVA

PASSAGEM DE TREM DE IGARAPAVA A ITUVEAVA "A cena do gavião eu presenciei

pela

última

vez na linha do ramal de Igarapava em 1977, Normalmente era perto de Ituverava que o garçom botava o garfo com carne para fora e esperava o gavião pegar o danado..." (Paulo Cury, 2000) FOLHA DE TELÉGRAFO DA MOGIANA Imagens: Nelson Catroqui Filho 5

3


5.2

PLANTA EDIFICAÇÃO PRINCIPAL

de metal, a plataforma de embarque perdeu sua cobertu-

A edi!cação principal de 1903 possui o armazem, bhº,

ra, o chão do armazem e da plataforma são de concreto.

saguão guiche e a antiga casa do chefe da estação As por-

A Estrutura do telhado é feita de madeira como se per-

tas e janelas da edi!cação são de madeiras exceto no saguão

cebe na imagem do armazem

que alem da porta de madeira possui uma porta sanfonada PORTA SANFONADA DE METAL

PLATAFORMA DE EMBARQUE

ARMAZEM

Imagens: Nelson Catroqui Filho

SAGUÃO

5

4


5.3

PLANTA DAS EDIFICAÇÃO ANEXAS As edi!cação anexas foram construídas na decada de 50,

foi feito a extensão da casa do chefe da estação e a casa do telégrafo ANEXOS

MICTÓRIO

QUADRO DE HORÁRIOS DOS TRENS PLATAFORMA DE EMBARQUE

A maior parte do anexo da casa do chefe da estação se encontra em ruínas, assim como o mictório da estação que tinha foças indianas para as pessoas fazerem as suas necessidades, toas as edi!cações são feitas de bloco de tijolos de concreto e em algumas partes são feitas de bloco de terra, suas pinturas são de cau com corantes, as partes internas das edi!cações possuiam piso hidraulico. Na parte externa quadro de avisos dos horarios dos trens para os passageiros.

5

5


5.4

PLANTA DO ARMAZEM ANEXO (DÉCADA DE 50)

lacradas como algumas janelas tambem, possui uma área

O

deca-

de 615 m², sua construção segue como as demais alve-

da de 50, nos dias atuais ele é utilizaso pela FCA empre-

naria em concreto, pintura de cau com corantes, piso de

sa Férrea para concertos de locomotivas e vagoões, o pré-

concreto, telhado feito de madeira com telhas de barro.

Armazem

em

anexo

foi

construído

na

Imagens: Nelson Catroqui Filho

dio sofreu modi!cações suas portas foram retiradas e

5

6


PLANTA PLATAFORMA DE EMBARQUE (DÉC. DE 50)

ta de metal, assim como as tesouras do telhado e suas telhas.

m anexo da plataforma de embarque teve que ser cons-

Sua cobertura foi retirada na decada de 90 e desde en-

truído na década de 50 para suprir a demanda dos usuários,

tão nada foi feito no local, a vegetação daninha cresce no chão

este diferente do restante das edi!cações sua estrutura é fei-

e trinca todo o concreto, seu muro tambem foi derrubado.

5.5

VEGETAÇÃO

DANINHA

ESTRUTRA SENDO RETIRADA

MURO DA PLATAFORMA

ESTRUTRA INTACTA

Imagens: Nelson Catroqui Filho 5

7



DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

lação local e seus visitantes proporcionando uma novi-

Projeto proposto para e edi!cação da Estação Ferrovi-

dade para a cidade que auxiliará o comercio da mesma.

ária de Ituverava - SP é destinado ao uso público com a pro-

Será proposto para a edi!cação da Estação Ferrovi-

posta de criação de um museu, o qual evidenciará a historia

ária um novo anexo entre o corpo principal da estação e o

da ferrovia. este será dividido em:

armazém, este fará ligação entre os blocos e a plataforma,

6.1

• Bens materiais móveis: representado pelo ma-

sendo que, esta nova edi!cação será arquitetônicamente di-

terial rodante (locomotivas, carros de passeio,

ferente da atual para que esta não crie um falso histórico.

carro restaurante, vagão de carga, acervo do-

Assim como a revitalização do edifício, a revitalização

cumental (bibliográ!co, arquivístico, fotográ!co

da área se fará através do mesmo, para que seja um atrati-

e acervo museológico)

vo a população. Proporcionará um convívio social através de

• Bens materiais imóveis: Pátios, estações, glebas, leitos ferroviários. A edi!cação principal será dividida entre o museu e a

um parque a frente da estação que poderá oferecer um local para feiras de exposições e atrativos culturais, com isto, melhorarar a arborização, iluminação e pavimentação da área.

plataforma de embarque e desembarque para o trem turístico. O armazém da edi!cação principal, assim como o pátio de embarque que segue logo após este, atenderá ao bar/café. O armazém em anexo servirá para área de ferromodelismo, e ainda manterá o seu uso de mecânica de locomotivas e vagões, Um novo anexo será criado para atender a esta atração aberta ao público, no qual ligará a área externa e interna da edi!cação. O Projeto tem como principal atrativo preservar a edi!cação, e com o seu novo uso revitalizar o seu entorno, sendo que, estes atrativos sejam de acesso a popu5

9



Observou-se

compor-

Uma área destinada ao estacionamento dos visi-

ta o programa de necessidades sugerido, sendo que, exis-

tantes foi criada para que estes não parassem defronte

tem áreas que hoje estão destruídas e não possuem um

o corpo principal da estação e obstruissem a passagem e

histórico comprobatório de como estas eram. Optou-se

locomoção dos pedestres, assim como criou-se parques

por demolir estas ruinas e criar um novo anexo que aten-

nas áreas verdes que estavam abandonadas, para que es-

desse outras atividades. O novo anexo auxiliará a locomo-

tes contribuissem para a locomoção destes pedestres.

ção de pessoas com de!ciência, entre o bloco principal

A seguir será apresentado um "uxograma com o objetivo de

(corpo da estação) e armazem, pois, estas edi!cações exis-

mostrar as atividades que farão parte do projeto, e a partir disso, a

tentes não comportam a norma de acessibilidade (NBR 9050).

de!nição dos equipamentos que atenderão o programa de!nido.

a

estrutura

FLUXOGRAMA

MUSEU VAGÃO INTERATIVO

PLATAFORMA EMBARQUE / DESENBARQUE

ÁREA ALIMENTAÇÃO EXTERNA

ENTRADA RESTAURANTE

BHºM BHºF

ÁREA ALIMENTAÇÃO INTERNA ESTACIONAMENTO

ESTACIONAMENTO

ENTRADA SOCIAL

CAFÉ / BAR

ADMINISTRAÇÃO

COZINHA

BANHEIROS

GUICHÊ

ARQUIVOS DIRETORIA / SECRETARIA

SAGUÃO

PARQUE

PARQUE

ENTRADA RESTRITA

ENTRADA PLATAFORMA

ESTACIONAMENTO

ÁREA DE EXPOSIÇÃO / FEIRAS

BHº FUNCIONÁRIO

MUSEU

ÁREA DESCANÇO

HALL

FERROMODELISMO

ACESSO A EXPOSIÇÃO DE LOCOMOTIVAS

COPA / REFEITÓRIO

PLATAFORMA DE LIGAÇÃO

ACESSO A PLATAFORMA

ÁREA LOCOMOTIVA

existente

RECEPÇÃO

6.4

que

ESTACIONAMENTO

PARQUE

6

1


6.5

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

dade acentuada, não foi necessário fazer alguma movmentação

de

terra

para

a

criação

anexo.

Ao analisar o estudo solar, notou-se que a área recebe

sideração a teoria de revitalizar o antigo edifício, hoje aban-

na maioria das fachadas grande incidência solar, sendo que, a

donado da estação Ferroviária de Ituverava. Percebeu-se ao

fachada leste (mesma fachada da edi!cação principal) recebe

longo do projeto que somente a revitalização não consegueria

mais a insolação da manhã, optou-se por colocar vidro nesta

chegar ao objetivo proposto, que é revitalizar a área através

fachada com um gradil metálico para barrar a incidência solar. ÁREA DEMOLIDA

mente quais equipamentos eram necessários para atender a população e se estes eram viavéis a esta, sendo assim, melhorar a qualidade do espaço para que possam frequentar o local. Inicialmente a idéia era conservar e restaurar o máximo possível do edifício, mas, a partir da análise feita através do programa de necessidades, notamosque era inviável restaurar a área da antiga casa do chefe da estação, já que esta se encontra totalmente destruída, optou-se por retirar a antiga casa do telégrafo, que também passou por reformas e perdeu sua característica inicial. Sendo assim, com a retirada dessas antigas edi!cações, criou-se uma nova edi!cação, com uma nova tecnologia construtiva, feita com uma estrutura de aço, vidro, e drywall para que este novo edifício se distinguisse das edi!cações históricas do local. Como a topogra!a local não possui uma declivi2

novo

O desenvolvimento do projeto começou levando em con-

do edifício. Para que isto ocorre-se, analisou-se adequada-

6

do

ÁREA CONSTRUÍDA


Na analise da estrutura existente, percebemos que

Sendo assim, optou-se por fazer este acesso no novo ane-

esta não respeitava as leis de acessibilidade e que se-

xo proposto, assim não modi!caria a edi!cação existente,

ria necessário a implantaçã de rampas de acessibilidade

já que este teria que fazer a ligação entre o armazem e a

para o local. Primeiramente optamos por rampas de metal

área expositiva da locomotiva que !caria em um mesanino

que poderiam ser retiradas e colocadas ao corpo da edi!-

dentro do mesmo. Optou-se portanto por um elevador que

cação, contudo, se estas novas instalações fossem efetua-

!zeste essa ligação ao mezanino e plataformas elevatórias

das seria perdido uma grande área, pois, neste tipo de ram-

para de!cientes para que alcansasse a plataforma de ligação.

pa use-se no mínimo 8,33% de inclinação e pelos calculos a rampa mediria em torno de 20 metros de comprimento,

Plataforma elevatória elevador

Corte B

6

3


Como

a

área

possui

uma

massa

de

vegeta-

esta

não

atrapalhasse

a

fachada

da

edi!cação.

ção que se encontra em abandono, criou-se parques

Criou-se uma área ao ar livre entre o armazém que

(A e B) que requali!cassem a área. Os parques conta-

abriga o ferromodelismo e a área expositiva de locomoti-

riam com uma massa de vegetação adequada para a

vas, para a recepção de feiras de rua a qual interliga com

área, Iluminação, equipamentos, assim como o mobiliário.

o parque proposto, criando assim um espaço de convívio.

Em tou-se ques,

questão por

de

permeabilidade

bloquetes

passeios Através

a

e

na

destes

estacionamento

para

as

área

parques,

destinada

do

áreas de

Um

ponto

de

ônibus

para

acesso

a

população

foi implantado no parque B, já que as duas linhas exis-

estacionamento.

tentes na cidade passam por este local e não pa-

público,

dos

oppar-

delimitou-se ao

solo

a

área

para

que

ram, pois, não possui pontos de ônibus nesta área.

Parque A Parque B

Nova via de acesso Bloquete

Bloquete Pérgola

Criou-se uma nova via de acesso ao lado do parque B para melhor atender o local

Imagens: google imagens 6

4


Optamos

por

uma

vegetação

bem

diversi!cada,

com árvores de grande porte, médio porte, frutíferas, com "ores, palmeiras, arbustos, trepadeiras, herbáceas.

Trepadeira Primavera

calabura

Grama esmeralda

Imagens: google imagens

Magnólia

Amarílis

agapanthus

Lírio amarelo

quaresmeira

Ipê branco

Palmeira imperial

Palmeira Triangular

Palmeira fenix

6

5


Em relação a cobertura pré existente, a cobertura da

Na edi!cação principal, optou-se por fazer um forro de

edi!cação principal e do armazém em anexo, foram avaliadas e

gesso, já que esta não possui mais o seu forro de madei-

ainda se encontram em um bom estado, Diferente da cobertura

ra. Na área do Bar / Café também optou-se pelo forro de

da plataforma de embarque e da plataforma de ligação entre os

gesso, contando com uma melhora na iluminação interna da

blocos que não existem mais. Optou-se por criar uma estrutu-

edi!cação. Este processo também foi feito na edi!cação do

ra em metal com telhas de policarbonato translucidas na área

armazém que abriga o ferromodelismo, sendo que, na área de

de alimentação externa, intercalando com telhas de metal.

consertos de locomotivas não foi utilizado o rebaixo de gesso.

Na plataforma de ligação optou-se por uma cobertura de cerâmica com estrura em madeira para que reconstituisse

a

idéia

original

desta

plataforma.

Telha de policarbonato e de metal

6

6


Quanto a iluminação externa, optamos por uma ilu-

terraneos para que estes não atrapalhem a paisagem.

minação direcionada, partindo do próprio corpo da edi-

Assim como optou-se pela retirada do Cristo Re-

!cação,

fazendo

com

que

esta

!que

em

destaque.

dendor que ocultava a fachada da edi!cação e transferiu-

Toda área passou por uma análise e notamos que

se este para o parque B, o qual ganhou uma iluminação

o local é carente de iluminação, por conta disto, pensou-

em destaque que faz com que se valorize esta escultura.

se em uma forma de utilizar postes de luz, com !os sub-

6

7


MAQUETE ELETRテ年ICA

Vista

1

imagem: Acervo do Autor 6

8


Vista

2

imagem: Acervo do Autor 6

9


Vista

3

imagem: Acervo do Autor 7

0


Vista

4

imagem: Acervo do Autor 7

1


Vista

5

Vista

imagem: Acervo do Autor

imagem: Acervo do Autor 7

2

6


Vista

7

imagem: Acervo do Autor

7

3


Vista

8

imagem: Acervo do Autor

7

4


Vista

9

imagem: Acervo do Autor

7

5


6.6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Algumas obras arquitetônicas, muito embora não sejam reconhecidas pelo seu valor patrimonial, carregam consigo uma carga histórica, além da memória e da cultura de uma cidade. Considerando esse valor, conclui-se que um edifício préexistente além de deixar um marco pelo seu passado, pode transmitir novos ensinamentos para as gerações futuras. Nesse trabalho, onde A intenção formal e espacial e a escolha do programa de necessidades foram apresentados tomando como base a análise e re!exões sobre contexto, funcionalidade e setorização, forma, materiais construtivos e adaptações contemporâneas em um edifício onde, tanto sua arquitetura quanto sua memoria estavam em ruinas. Assim propôs-se uma intervenção arquitetônica, que implica em preservação, conservação e revitalização do conjunto. Pode-se dizer, alcançada a solução para a problemática dono,

acadêmica,

onde

o

supera-se

antigo

se

o

aspecto

entrelaça

com

de

aban-

o

novo

formando assim uma nova dinâmica, que resgata a importância da antiga Estação Ferroviária de Ituverava - SP.

7

6


BIBLIOGRAFIA

BRASIL, C. C. G. Requali"cação de áreas próximas às estações ferroviárias. Juiz de Fora. PROAC-UFJF (Tese Mestrado) CARRARA, E. S. Requali"cação da antiga estação de são joaquim da barra e seu Entorno, FRANCA. UNIFRAN 2009 (Trabalho de graduação) CHOAY, F. A Alegoria do Patrimonio. 4 Ed. São Paulo. Estação Liberdade. UNESP, 2006 (Livro) FRANÇA. M. Subsidios para a historia de Ituverava Volume I, editora do autor, 2000. (Livro) GUSSÃO, S. M. Um projeto de revitalização para a estação ferroviária de Ituverava e seu entorno. Franca - São Paulo. UNIFRAN, 2008 (Trabalho de graduação) MAIA. L. R. G. Turismo e o patrimônio industrial ferroviário: Um estudo sobre o trem da vale Ouro preto / mariana (MG), BELO HORIZONTE, CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA 2009 (Tese Mestrado) RIGHI, R. Exemplo De reconversão Arquitetônica: da estação sorocabana ao museu do imaginário do povo brasileiro 1914 a 2002 (Trabalho de pós Graduação) TAVARES, D. P. A. Conexão cultural, um projeto de revitalização e reestruturação da estação ferroviária de Guaratinguetá, BAURU. UNESP 2009 (Trabalho de Graduação) TURCO, I. L. Exemplo de reconversão arquitetônica: da estação sorocabana ao museu do imaginário do povo brasileiro - 1914 a 2002, SÃO PAULO, FAUUSP 2004. (Trabalho de pós Graduação) VIEIRA. N. M. Gestão de sítios históricos: A transformação dos valores culturais e econômicos em programas de revitalização em áreas históricas. Editora universitária UFPE, 2007. (Livro)

7

7


B 6 5 +0.72 +0.72

+0.72

S

3.59

+0.72

S

3

4 S

+0.72

+0.72

+0.72

+0.72

A

+0.72

8.82

A

+0.72

+0.72

3.24

+0.72 +0.72

+0.72

+0.72

5.00

19.54

0.00

15.19

0.00

9.40

+0.72

0.00

B

0.00

6.37

+0.72

2

PLANTA ESCALA 1:2 50

1

7


Vista Fachada frontal 1:125

9.40

2.65

escala

3.00

4.45

+3.15

.18

+0.72

+0.72

+0.72

+0.72

+0.72

.18

+0.72

+0.72

Corte A

+ 0.72

1.10

5.18

9.40

esc. 1:125

+ 0.72

Corte B esc. 1:125 Telha Policarbonato

Telha Francesa

Telha Francesa Telha Francesa

Policarbonato Telha Francesa

Planta telhado escala

1:125

Policarbonato



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