Textos sobre profecias

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Eu posso julgar uma profecia? Por Gutierres Fernandes Siqueira Em Março de 2007, eu preguei sobre o “amor como regulador dos dons espirituais” baseado em 1 Coríntios 13. Naquele culto havia um rapaz que ouviu toda a minha pregação com bastante atenção, mas ele estava claramente nervoso. Quando eu acabei de falar, o jovem levantou do banco da “mocidade” e foi até o púlpito onde “profetizou” a minha brevíssima morte e deu uma sentença: eu iria morar no inferno por pregar heresias! Em nenhum momento, graças ao bom Deus, deixe-me levar pela falsa profecia. No dia seguinte, o pastor local pediu ao jovem profeta que citasse nas Escrituras as minhas “heresias”. Ele limitou-se a dizer: “Pergunte para Jesus”. Infelizmente, aquele jovem não se retratou e continuou a “profetizar” outras mortes até sair daquela congregação. Hoje, quando lembro desse fato, sinto pena desse rapaz, assim como de inúmeras pessoas que acreditam em falsas profecias. Voltando ao título e respondendo a questão levantada. Posso julgar uma profecia? Não somente pode, mas deve! Não nos esqueçamos que é uma obrigação cristã analisar todas as profecias. O apóstolo Paulo escreveu: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” [1 Coríntios 14.29]. O apóstolo João fala que devemos “provar os espíritos”: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. [1 João 4:1]. Em apenas dois textos vemos claramente um mandamento. Nós, também, não podemos desprezar as profecias, mas isso não impede de examinarmos aquilo que ouvimos. Paulo ainda diz: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem” [1 Tessalonicenses 5.19-21]. Veja que mesmo quando Paulo alerta sobre o “não desprezar”, ele nos lembra sobre a necessidade de examinar. Ou seja, uma prática não extingue a outra. Portanto, receba toda profecia com respeito, mas nunca deixe de analisá-la e, também, despreze a falsa profecia. Muitas vezes, erroneamente, se coloca na cabeça do povo que é errado analisar (provar, julgar etc.) uma profecia. O erro é justamente deixar de fazer tal análise. E qual o critério para verificar uma profecia? A Palavra de Deus! Diante de uma profecia (ou qualquer outra palavra dita em nome de Deus) sempre devemos perguntar: Isso condiz com as Sagradas Escrituras? O critério, repito, é a Palavra de Deus. Veja que não é um “sentir” ou um “arrepio” e nem qualquer outra manifestação do sistema sensorial. Além disso, não é porque você “vai com a cara” do profeta que a profecia seja de Deus (e o contrário, também, é verdadeiro). Vejamos algumas profecias claramente antibíblicas: a) Profecias de casamento. Ora, profecia não é horóscopo e nem serve para determinar decisões que devem ser tomadas pelo critério da sabedoria e discernimento. O mesmo serve para outras decisões (abertura de um negócio, por exemplo) que são terceirizadas para profetas. b) Profecias de morte. O apóstolo Paulo mostra que a profecia tem um triplo objetivo: “Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens.” [1 Coríntios 14.3 NVI]. Onde que uma profecia de morte “edifica, encoraja ou consola” um ouvinte? c) Profecias de vontade própria. O pregador que manda a igreja profetizar certamente nunca entendeu a natureza da profecia. Ora, a profecia não é fruto de vontade própria. A profecia deve ser pronunciada quando recebida, mas nunca sob coerção ou incentivo. Quem manda a profecia é Deus e não a minha ou a sua vontade. Além disso, é um completo absurdo marcar hora para profecias em cultos temáticos ou programas midiáticos. d) Profecias com meias verdades. Essas são as mais perigosas. Já diz o provérbio chinês que toda “meia verdade é sempre uma mentira inteira”. Muitas vezes Deus até deu a profecia para uma pessoa, mas em sua empolgação, o portador do dom acaba exagerando na mensagem a ser transmitida [cf. I Crônicas 7. 1-4] . É bom lembrar que Deus impulsiona a mensagem, mas não cada palavra a ser dita. Leia 2 Samuel 12 e veja, por exemplo, que o profeta Natã usa uma parábola para complementar a mensagem da profecia. A profecia não é uma espécie de psicografia.


Sejamos, portanto, cautelosos com a profecia, pois uma falsa palavra transmitida sempre causa inúmeros prejuízos para a igreja local.

Reflexões sobre o exercício da profecia no culto Mas quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação dos homens. Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja. (I Co 14. 3- 4 NVI) A incompatibilidade da doutrina pentecostal com os princípios da Reforma são recordados mediante a polêmica do dom de profecia. Os constantes exageros de pentecostais desinformados e mal orientados tem levado esse dom muitas vezes para a banalização e é fácil identificar inúmeras “profecias” erradas. Em contrapartida, argumentam os apologistas do desviacionismo que o exercício da profecia minaria a autoridade bíblica, ou pelo menos colocaria o dom na mesma categoria da Revelação escrita, as Sagradas Escrituras. Seria a crença na atualidade do dom de profecia uma afronta ao principio reformado de “Sola Sprictura”? O pentecostalismo sempre foi identificado como uma doutrina fundamentalista[1]. No cerne da doutrina pentecostal, os princípios fundamentalistas reinam absolutos nas confissões de fé das denominações do carisma. Entre os fundamentos, está a crença na infalibilidade, inspiração, inerrância, autoridade e suficiência das Santas Escrituras. Ora, os pentecostais tem um profundo respeito pela Palavra de Deus, mas esse respeito se mantém mediante a doutrina da continuidade dos dons de revelação (profecia, palavra do conhecimento e palavra da sabedoria)? A resposta é sim! Pois o exercício bíblico da profecia, de maneira alguma diminuirá a autoridade bíblica. Então, como a atualidade da profecia se mantém diante do cânon bíblico? 1) As profecias no contexto neotestamentário e contemporâneo não são infalíveis. A missiva paulina aos coríntios deixa bem claro que o dom de profecia não produz palavras infalíveis, pois esse dom dever passar por um rigoroso julgamento. O apóstolo escreveu: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem”(I Co 14.29). A igreja não deve acatar nenhuma profecia antes de averiguar sua autenticidade (v. 29). 2) A profecia vem do impulso do Espírito Santo. Sendo impulsionada pelo Espírito Santo, a profecia é dado a homens que podem misturar a mensagem com seus erros e desejos (por isso do julgamento). A profecia é fruto de impulso e não de inspiração plenária ou/e verbal por parte do Espírito Santo; “é algo que o profeta pode controlar. Ele recebe os pensamentos do Espírito Santo e transmite racionalmente, com suas próprias palavras”[2]. Se entende que a profecia não é mecânica, mas sim dinâmica, como lembra o teólogo Myer Pearlman[3]. Sendo a profecia dinâmica, onde o homem é impulsionado e não robotizado, essas profecias de primeira pessoa (Eu o Senhor digo!) e onde a fonética se altera (mulheres que falam em voz masculina, por ex.) precisam se revistas biblicamente. 3) A profecia sempre será mediada pelas Sagradas Escrituras. Profecias que contradizem uma doutrina bíblica ou que tentam estabelecer doutrinas e costumes, devem ser imediatamente rejeitadas. Nenhuma direção deve ser tomada por meios de profecias, pois somente a Bíblia é o guia do cristão em seu modus vivendi. Revela-se como imaturidade as “reuniões de revelação”, onde a profecia é vista como uma meio de orientação. 4) As profecias devem ser julgadas. Quando Paulo no verso 29 diz que a profecia precisa ser julgada, subtende que essas palavras precisam se avaliadas pelo crivo das Escrituras. A verdadeira profecia nunca poderá acrescentar ou retirá qualquer parte da Bíblia. A doutrina precede a experiência (como orientadora) e não o contrário. A experiência sempre será importante para os pentecostais, mas os pentecostais não constroem doutrinas em experiências, suas teologias sistemáticas estão baseadas na Bíblia. O julgamento da profecia mostra que exercer esse dom não é sinal de espiritualidade, como muitos julgam ao contemplar a exterioridade do dom. 5) As profecias servem como palavras de encorajamento, edificação e consolação na coletividade. Esse principio é bem claro em I Co 14.3-4, pois as profecias podem até ser direcionadas a um indivíduo, mas sua aplicação servirá para toda a comunidade. A profecia tem um conteúdo de encorajamento(consolação) e edificação do Corpo de Cristo, mas não servem como guias de viagens ou negócios e muito menos para direcionar casamentos e administrar igrejas. Lucas registrou em Atos 21.10-14 a profecia de Ágabo, onde ele falou que Paulo seria preso e encarcerado indo a Jerusalém, mas Paulo não desistiu da viagem e essa profecia certamente confortou o coração de Paulo e das igrejas que o acompanhavam,


mostrando o controle e a soberania de Deus. Nessa passagem fica claro que a profecias serviram para encorajamento e não direcionamento na vida dos primeiros cristãos. Algumas igrejas são administradas por “profetas e profecias”, mas como bem observou o teólogo pentecostal Claudionor Corrêa de Andrade: “Embora importantes, os dons espirituais não são governativos, nem administrativos. Para essas funções, o Senhor Jesus designou os dons ministeriais”[4]. 6) A profecia não é uma experiência de êxtase. Paulo diz que profetize um após o outro, tendo um certo limite no número de profecias (v.29). Se alguém pode esperar o outro para transmitir uma mensagem profética, então essa pessoa tem o total controle de suas faculdades físicas e psicológicas. Ninguém, no momento da profecia, precisa fazer algum “mantra” ou perturbar a ordem do culto. A profecia ou qualquer dom, não deve servir de entretenimento das massas ou motivos para shows. Os dons foram dados para edificação do Corpo e não para o espetáculo ao corpo. Constitui-se como exagero os inúmeros movimentos corporais que algumas pessoas fazem antes dalguma profecia. 7) A profecia é sobrenatural, não sendo fruto dos desejos humanos. Se instalou uma mania anti-bíblica no meio pentecostal de mandar as pessoas “profetizarem” sobre suas vidas ou sobre a vida do irmão sentado ao lado, no banco. Essa “profecia” é fruto do vontade humana e dos desejos de bênçãos, sendo que nada tem haver com a profecia bíblica. A profecia, com acima citado, serve para edificação da Igreja, do corpo, da coletividade e não para “determinar” bênçãos. Na pode-se confundir profecias com palavras “positivas”, pois essa prática além de anti-bíblica, reflete a banalização do dom. 8) A profecia não é o mesmo que sermão, mas se relacionam. O sermão é fruto de preparada antecipado e a profecia é um impulso espontâneo. Essa fato não significa que a profecia é melhor que o sermão, ambos devem passar pelo crivo bíblico. As profecias, muitas vezes, se misturam com as palavras planejadas do sermão. Até mesmo no cântico de Maria houve uma profecia (leia e compare Lc 1.46- 48 e 11.27). O erudito pentecostal Gordon Chown comenta: “O dom de profecia é um recurso de que o crente dispõe para falar aos homens de modo sobrenatural. O ministro que o recebe deve ter sempre algo especial para oferecer ao seu rebanho, além da essencial exposição e divulgação das boas novas”[5]. Quando um cristão contemporâneo ler alguns sermões de Charles Spurgeon sobre igreja de seus dias, logo pensa que o texto é atual. Spurgeon é um exemplo de profeta dos sermões. Hoje, o pregador deve buscar a orientação de Deus, por meio da oração, para que as profecias edifiquem, encorajem e consolem a igreja, juntos aos sermões expositivos. 9) A profecia é um dom do coletivo e não somente para clérigos. Paulo incentiva a busca de toda a igreja pelo dom de profecia (I Co 14.1, 31) Esse dom pode ser exercido por todos os membros do corpo, não sendo restritos a liderança da Igreja. A coletividade do dom é “para que todos aprendam e todos sejam consolados”(v. 31). Os dons são para a unidade e não meio de divisões e formações de grupos “especialmente espirituais”. 10) A profecia não deve ser conteúdo para ensino bíblico. A igreja que ensina conteúdos de profecias não sabe nada em relação a suficiência da Maior Profecia: A Bíblia! Somente os hereges constroem seu compêndio doutrinário em cima das falsas bases proféticas de seus líderes. Esse tipo de “profecia” nada constrói, mas somente destrói. Hoje existem aqueles que fazem plantão de profecias em programas de rádio, mas duro será o juízo dos falsos profetas...

Conclusão: A doutrina pentecostal, com sua crença na continuidade do dom de profecia, em nada contradiz o princípio reformado de “Somente as Escrituras”. As profecias ajudam o coletivo, com encorajamento e consolação, mas jamais servirá como um orientador de vidas e construtor de doutrinas. A Bíblia e somente a Bíblia é a fonte da doutrina e práxis cristã. Tradições, costumes, palavras de líderes e profecias nunca devem ultrapassar as Escrituras.

Notas e Referências Bibliográficas: 1- Hoje os pentecostais preferem a designação de evangelicais, ou seja, nem fundamentalistas nem liberais. O fundamentalismo nasceu como uma reação ao liberalismo teológico e a alta-crítica do Século 19. R.A. Torrey e A.C. Dixon publicaram panfletos denominados de The Fundamentals, entre os anos de 1910 e 1915. Esses panfletos defendiam a inerrância da Bíblia, a deidade e a concepção virginal de Cristo, a expiação vicária, a ressurreição de Cristo e a volta física de Jesus. Apesar de terem uma doutrina e costumes originários do fundamentalismo, os pentecostais foram rejeitados em 1928 pela Associação Mundial de Cristão Fundamentalistas. Então os proclamados fundamentalistas, até a presente data, apresentam resistência ao pentecostalismo.


Stanley M. Horton comenta que “pregadores de rádio fundamentalistas, como o pastor Donald Grey Barnhouse, insistiam em criticar os pentecostais classificando-os como um povo do 'diabo'”(O Avivamento Pentecostal. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001. p. 56.)

Como julgar uma profecia? O julgamento de manifestações espirituais é uma ordenança bíblica. O apóstolo João escreveu: "Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo"(1Jo 4.1). O discernimento é uma necessidade para a igreja dos dias atuais, pois há um verdadeiro bombardeio de modismos doutrinários, heresias e misticismos antibíblicos. Em meio a essa confusão da espiritualidade pós-moderna, a "profecia", ou melhor, a profetada é um dos meios em que muitas heresias têm sido gerada. Mas como julgar uma profecia? Em primeiro lugar, a profecia não deve entrar em choque com os princípios ensinados na Palavra de Deus, ou seja, profecia não deve formular doutrina ou um novo ensinamento. O cânon da Bíblia já está fechado há séculos e por esse motivo, qualquer nova revelação não pode acrescentar ou tirar algo da Bíblia(Ap 22.18-19). Reivindicar uma nova verdade por meio de uma profecia, é falácia de herege. Em segundo lugar, a profecia não serve como guia pessoal, uma espécie de horóscopo. Quantos não consultam a profetiza antes de viajarem ou montarem um negócio? Quantos jovens não se casam por meio de profecias? Há até programas de rádio especializados em profecias on-line. É muito relevante a observação daquele que foi um grande teólogo pentecostal, Donald Stamps: Note que, em nenhum incidente registrado no NT, o dom de profecia foi usado para dirigir pessoas em casos que pudessem ser resolvidos pelos princípios bíblicos. As decisões no tocante à moralidade, compra e venda, ao casamento , ao lar e à família devem ser tomadas mediante a aplicação e obediência aos princípios bíblicos da Palavra de Deus e não meramente à base de uma "profecia".¹ Em terceiro lugar, a profecia deve estar de acordo com os princípios estabelecidos em 1Co 14.3: "Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação". O dom de profecia manifestará essa características. Edificar leva a idéia de uma construção abalizada, ou seja, a profecia trará crescimento e desenvolvimento para o receptor daquela mensagem, as "profecias" de morte chocam-se com esse princípio. Exortação no original significa encorajamento e consolo, isto é, "que encoraja e desperta, e desafia todos a avançarem em fidelidade e amor".² Consolação no original significa encorajamento, sendo assim, um sinônimo de palavra anterior, fortalecendo o ouvinte da profecia. Em quarto lugar, a profecia precisa ser coerente. Quantas "profecias" contraditórias. Em um certo culto, o Deus Pai falava por meio de um vaso, enquanto isso o Deus Filho falava por meio de outro vaso, em um momento das "profecias", a Trindade começou a discutir! Quanta carnalidade! Em quinto lugar, a profecia é julgada por meio do dom de discernimento de espíritos. Há várias manifestações de difícil avaliação e que somente com a ajuda do Espírito Santo é possível discerni-las. O teólogo pentecostal Gordon Chown escreveu: "Muitas vezes, o dom de discernimento de espíritos manifesta-se para alertar o crente quanto ao caráter maligno de certas obras e doutrinas, sem fazer-se acompanhar, necessariamente, de poderes especiais".³ A necessidade desse dom é imprescindível para esses "tempos trabalhosos". Em sexto lugar, a profecia se cumpre. O profeta Jeremias proclamou: "O profeta que profetiza paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido como aquele a quem o Senhor, na verdade, enviou"(Jr 28.9). Há "profecias" muito superficiais, que se aplicam a vários fenômenos sociais, ou seja, são muito óbvias. A profecia precisa ser clara e se for do Senhor se cumprirá. Essas recomendações precisam ser aplicadas em meio a qualquer manifestação espiritual que supostamente seja uma profecia. Esse exame é bíblico e necessário, pois disse o apóstolo Paulo: "E falem dois ou três profetas, e os outros julguem"(1Co 14.26).

Lição 04 - Profecia e Misticismo · Adivinhador – É o que pratica adivinhação e feitiçaria.


· Agoureiro – Significa fazer agouros pela nuvem. Mas o seu sentido pode ser ampliado para “observar os tempos, praticar adivinhação, espiritismo, magia, bruxaria e encantamento. · Feiticeiro – Fazer encantamento, adivinhação, presságio, feitiçaria, agouro. · Encantador de encantamentos – Unir, dar um nó mágico. Manipulação de determinados “poderes sobrenaturais”. · Consultor de espírito adivinhante – A expressão significa médium, espírito, espírito de mortos, necromante e mágico. A expressão “quem consulte os mortos” é literalmente usada para indicar a necromancia. O necromante é aquele que faz adivinhação por meio de consulta aos mortos, ou seja, é a prática mediúnica. A palavra grega para necromante é nekuomanteia cujo significado é “necromancia, adivinhação por meio da evocação dos mortos”. · Mágico – É o agoureiro, adivinhos.[1] Os deuses pagãos (que surgem no imaginário do povo pagão) eram uma abominação, porque eles constituíam uma reivindicação rival à soberania do Senhor. Os seus profetas eram igualmente maus. Professavam ouvir a comunicação de outros deuses e, por isso, tinham de ser mortos por ajudar e promover a sedição segundo o mandamento de Deus. A aparição de falsos profetas e a adoração a falsos deuses (cujo a Bíblia os chama de demônios) está relacionada a prática divinatória. Antes de Moisés anunciar a promessa de Deus sobre o estabelecimento do ministério profético em Israel (Dt 15.15-22), Deus advertiu o povo para que ninguém se envolvesse com práticas divinatórias e enumerou algumas delas, dizendo serem parte de culto pagão dos cananeus[2]. Em Deuteronômio 15 é evidente que as práticas divinatórias estão relacionadas com a crença de vários deuses e a ação que constitui o estabelecimento do fenômeno religioso do povo pagão primitivo. Ao estudar a função do profeta, entendemos que seu objetivo nunca foi adivinhar o futuro ou praticar a adivinhação em qualquer esfera. O profeta atuava para atender as reais necessidades do povo como o mensageiro de Deus. Portanto, o conceito de profeta como adivinhador do futuro é completamente impossível pela Escritura. Esperar que o profeta esteja disponível para adivinhar o porvir é abominação aos olhos de Deus! Sabemos que o Brasil está mergulhado nos mais profundo ocultismo. Mas o que espanta, é esse mal imperar em certos arraiais evangélicos na forma de “experiências espirituais”. Fotos, rosas ungidas, sal grosso, rodopios “espirituais” e etc., envergonham o Evangelho pisando no sacrifício de Cristo e expondo uma grande parte do povo evangélico brasileiro ao ridículo. Em reuniões que acontecem tais manifestações, o que vemos, é uma série de manifestações e expressões que em nada lembrar o verdadeiro poder de Deus. Professor, converse com seus alunos e explique que os objetivos da aula são: conhecer o termo misticismo; explicar o que são práticas divinatórias; identificar atos maléficos a nossa fé; compreender, de uma vez por todas, que a relevância do Evangelho não está numa suposta experiência espiritual, mas através da experiência viva e iluminadora da manifestação de Cristo Jesus em nós: “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações, e que agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.26,27). Boa aula e Deus lhe abençoe!

Lição 08 - O Poder da Verdadeira Profecia O PROFETA E SUA FUNÇÃO “O profeta e a teocracia. A afirmação de que existia uma grande separação entre o sacerdote e o profeta, era praticamente um axioma[1] da escola superior de crítica de Wellhausen. O sacerdote era o representante formal e oficial da religião, enquanto já o profeta fora chamado para um tipo mais espiritual de religião. Estabeleceu-se uma reação contra essa falsa disjunção[2], e atualmente os estudiosos afirmam que a ênfase ao sacerdote e ao profeta não era necessariamente antagônica. Na verdade, existiam alguns (por exemplo, A. R. Johnson) que até mencionavam profetas ligados a seitas, afirmando que o profeta era, muitas vezes, um empregado da seita de que fazia parte. Do ponto de vista bíblico-teológico, podemos dizer que o profeta era um guardião da teocracia [grifo nosso]. De acordo com o costume da época, ele realmente tinha acesso à presença dos reis. Quando os reis teocráticos precisavam de algum encorajamento ou censura, o profeta estava sempre presente para oferecer ajuda (Is 7.3ss.; 37.5-7; 21.35). Era seu dever


mostrar o curso de ação que Deus desejava que a nação adotasse [grifo nosso]. Portanto, os profetas não eram simples figuras políticas, mas pronunciavam-se sobre questões políticas, porque elas poderiam influir no futuro curso da teocracia. Profetas falsos e verdadeiros. Era de se esperar que a verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome de Jeová. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente profetizou a respeito do exílio (Jr 28). Para distinguir o verdadeiro profeta do falso que declarava falar em nome de Deus, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu não-cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 19.37). Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7), mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o dinheiro e os ganhos que poderiam auferir [grifo nosso] (por exemplo, Is 28.7; Dn 19.37).” (Texto extraído do Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1608, 09). Reflexão: “Não são os falsos profetas adivinhadores que leem a palma da mão, cartas de tarô ou falam segundo as estrelas os que entristecem profundamente aqueles que anseiam por ver a Deus glorificado. Na verdade, são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos. Eles se entristecem porque, embora o ministério seja apresentado no nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito.” (John Bevere) [1] É uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria, ou seja, é uma verdade evidente por si mesma (máxima, sentença). [2] Separação, desunião, divisão.

Lição 11 - O Dom Ministerial e Dom de Profecia O que é Dom? Para iniciar o desdobramento da distinção entre Dom de Profecia e Ministério de Profeta, precisamos conceituar biblicamente o termo Dom. A palavra, de acordo com a raiz hebraica nathan e a grega dosis (derivado do verbo didomi), estabelece um significado de dar (ou dotes) no contexto veterotestamentário; e um sentido ativo de “dar” ou um sentido passivo de “dádiva” num contexto neotestamentário; respectivamente (2 Cr 9.15; Jo 3.16) . Particularizando a análise do termo “Dom” na categoria dos “Dons Espirituais”, é factível que três palavras gregas apareçam em 1 Co 12 – 14: “ta pneumatika” (12.1); “ta pneumata” (14.12); “ta charismata” (12.4,9,28,30,31). Esses termos significam, respectivamente, “dons, poderes e manifestações espirituais”; “manifestações do Espírito”; “dons da graça ou dons carismáticos (carismas)” .

Dom de Profecia O Dom de Profecia, analisado a partir das conceituações citadas acima e de acordo com 1 Co 12.4-27, é um dom ou manifestação espiritual (carismática) que dá a capacidade transcedental ao crente para desempenhar uma função útil no “Corpo de Cristo”. Esse dom não pode ser confundido com os dons ministeriais (conforme os de Efésios 4.11) e, muito menos, com as posições espirituais da igreja primitiva (como Presbíteros [ou Bispos, Pastores] e Diáconos), porém, ambos [os dons] servem para edificar a Igreja e denotar o seu caráter de Unidade, diversidade, distribuitivo, ordeiro, motivador, permanente e valoroso no exercício do uso adequado dos Dons.

Dom Ministerial de Profeta Em primeiro lugar é importante estabelecer que o Dom Ministerial de Profeta em Efésios 4.11 está enquadrado na categoria do ministério de ensinamento. Espera-se que os Apóstolos, os Profetas, os Evangelistas, os Pastores e Doutores, exerçam suas funções com o objetivo de construir alicerces estruturados para que “cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus” . As expressões “unidade da fé” e “conhecimento do Filho de Deus” deixam patente a função essencial dos cincos ministérios descritos em Efésios: o crescimento, através de o ensinamento sadio e estrutural, do Corpo de Cristo. A manifestação singular de cada ministério revela a autenticidade dos instrumentos autênticos, e diversos, que Cristo concedeu, segundo, a sua Graça e Soberania ministrada à Igreja.


O teólogo norteamericano e especializado em o Novo Testamento, Dr. Darrell L. Bock, analisando a Teologia das epístolas do apóstolo Paulo escritas na prisão, descreve precisamente o processo evolutivo do ministério de ensino na Igreja Primitiva:

* A diversidade de funções de ensino (apóstolo, profeta, evangelistas, pastores e doutores) existe para preparar os santos para o ministério. O ensino de Paulo de [Efésios] 4.11-16 é fundamental para sua filosofia da forma como o ministério da igreja deve ser e de como deve crescer. O ensino prepara todos os santos para ministrar. Depois, os santos preparados exercem seus dons em trabalhos de ministério que produzem o crescimento da igreja. O objetivo é atingir a unidade da fé“ . Considerada as questões acima, podemos estabelecer que a função do profeta na Igreja Antiga era: • Proclamar e interpretar, irresistivelmente cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, sendo ele [o profeta] divinamente vocacionado para, através de sua mensagem, admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3); • Exercer o dom de profecia, esporadicamente considerado vidente por predizer o futuro (1 Cr 29.29 cf. At 11.28; 21.10,11); • Proclamar a justiça, o juízo vidouro, desmascarar o Pecado; No contexto hodierno onde a corrupção, iniqüidade, a apostasia e mornidão prevalecem, em vários setores eclesiásticos, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas . O teólogo Donald Stamps, sobre a relevância do ministério do profeta hoje, afirma: *Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1 Co 14.3 cf. Mt 23.31-38). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça, então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2 Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3, 12-22) .

Profecias óbvias “Deus me revelou que Jesus está voltando” (sic)! Em algumas reuniões pentecostais é possível ouvir esse tipo de “profecia”. Ora, parte do Novo Testamento já testemunha que a Vinda de Cristo é iminente! Por que, então, existe a necessidade de uma profecia para afirmar aquilo que as Escrituras já alertam em abundância? Não seria uma espécie de redundância? Esses tipos de profecias já não são muito óbvias? Outra expressão comum em muitas profecias é “Deus tem uma grande obra em sua vida”. Ora, essa frase é tão genérica que acaba não comunicando nada. Deus não tem uma grande obra na vida de todos nós? As frases relativas que podem ser aplicadas a qualquer um, já servem como tática antiga de esotéricos e astrólogos, mas que infelizmente atinge alguns pseudopentecostais. Dizer numa igreja locada que Deus revelou alguém com dor de cabeça é muito fácil. Ora, se passar como carismático não sendo é uma tarefa que não demanda muitos talentos. Tome cuidado então com aquilo que é óbvio demais. Aliás, também tomo cuidado com aquilo que é extravagante e inovador demais. Nem oito, nem oitenta! Portanto, cabe a cada um não desprezar as profecias, mas também julgá-las antes de qualquer aceitação.

As profecias são para os cultos! Nos últimos anos o sagrado tem dado lugar ao sacrilégio. Não há pudor, respeito e temor pelo que é santo. Diante desse contexto, no próprio meio pentecostal a banalização dos dons espirituais espanta qualquer humano com bom senso. Os abusos acontecem principalmente com “línguas”, curas e profecias. Lendo atentamente os capítulos 12, 13 e 14 da primeira epístola de Paulo aos Coríntios, fica bem claro que a profecia, como um dom espiritual, é para a edificação congregacional. Portanto, espanta com os “profetas” são abundantes em programas de rádio e televisão, assim como nos montes dos gravetos de fogo!


Por que ouvir profecias nesses lugares? Ora, a profecia não é da vontade humana e não deveria ser buscada como os místicos que correm atrás de videntes. Os pentecostais estão se assemelhando aos atordoados espiritualistas que amam adivinhar o futuro? Isso é perigosa e mostra uma tremenda imaturidade espiritual. Profecia é para o ambiente congregacional, para edificação, encorajamento e consolação daqueles que juntos reúnem-se para cultuar a Deus. Os “profetas” de rádio e montes, ou aqueles que fazem até turnê de profecias pelas casas dos irmãos, são amigos da confusão e da falsidade. Profecias são para os cultos!

Como distinguir as profecias falsas das verdadeiras? Leia 1 João 4.1-6 João começa com a declaração de que existem falsos profetas, bem como profetas verdadeiros, e com a ordem aos cristãos para que faça uma distinção entre eles. Ao mesmo tempo, ele indica qual é o ponto importante em fazer essa distinção. Não é se o fenômeno sobrenatural está presente, por o Diabo também pode realizar milagres. É uma questão de definir a fonte da inspiração do profeta. Seria Deus? Nesse caso, o profeta é verdadeiro. Se não é Deus, então ele não deve merecer crédito nem ser seguido, independentemente de quão grande seja a sua sabedoria ou de quanto impacto sua atividade provoque. Quando João diz que muitos falsos profetas virão ao nosso mundo, não necessariamente está pensando a respeito de sua época. De fato, ele saberia que sempre houve falsos profetas e que o povo de Deus sempre teve a tarefa de distinguir entre aqueles que são de Deus e aqueles que falam da parte de si mesmos ou pelo poder do Diabo. O Antigo Testamento contém um exemplo magnífico no caso de Micaías e os profetas do rei Acabe, registrado em 1Reis 22. O rei Acabe, de Israel, havia tentado persuadir o rei Josafá, de Judá, a se juntar a ele numa batalha contra a Síria para anexar um pedaço do estado de real, conhecido como Ramote-Gileade, mas Josafá estava inseguro. Ele queria perguntar a um profeta se a iniciativa tinha a bênção do Senhor. Quando expressou esse desejo, Acabe respondeu chamando 400 profetas da corte, que então testificaram: “Sobe, porque o Senhor a entregará na mão do rei” (v.6). Nesse momento, Acabe ficou Feliz; mas Josafá não estava satisfeito, pois sentiu que aqueles homens eram apenas peões pagos por Acabe com propósitos de propaganda. Josafá perguntou: “Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?”(v.7) Acabe admitiu que havia um homem chamado Micaías, mas disse que o odiava porque nunca tinha profetizado nada de bom dobre si. Mesmo assim, pela insistência de Josafá, aquele profeta impopular foi chamado. De início, o profeta ridicularizou os reis, dizendo exatamente o que os falsos profetas tinham profetizado. Mas todos compreenderam o que ele estava fazendo, e Acabe por fim perguntou: “Até quantas vezes te conjurarei, que me não fales senão a verdade em nome do Senhor?” (v.16). Micaías responde, conforme Deus o havia instruído: “Vi todo Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm Senhor; torne casa um em paz para sua casa”(v.17). Aquilo foi de modo evidente uma profecia sobre a morte de Acabe, e foi obviamente impopular. Micaías foi preso. Porém, quando estava sendo levado para a prisão, exclamou: “ Se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim” (v 28). E mais, ele desafiou todo o povo a registrar aquela profecia. Aqui está precisamente o problema com o qual João estava lidando em suas igrejas. É a questão a respeito de quem está certo. E existe um teste – um teste muito importante – pelo qual os profetas verdadeiros e falsos podem ser distinguidos: o cumprimento. A profecia de quem se torna realidade? Acabe será morto? Israel será disperso ou voltará vitorioso? Nesse caso, Micaías foi vingado. É esse o teste que Jeremias dá: “O profeta é que profetizar a paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido como aquele a quem o Senhor, na verdade, enviou” (Jr 28.9). Ou, para apresentar essa declaração do lado negativo, também existe o teste dado ao povo em Deuteronômio: “Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (Dt 18.22). Mas suponha que a profecia ou um falso profeta se refira a algo que se cumpra. É concebível. Suponha que a profecia seja um modo tão geral ou envolva um material tão didático que simplesmente não possa ser testada desse modo. E aí? Nesse caso, diz Deuteronômio, o profeta deve ser testado observando-se se ele leva ou não o seu povo a servir a falsos deuses. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e de ter um sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta sonhador de sonhos, porquanto


o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma” (Dt 13.1-3). Devemos também confrontar a profecia com os princípios bíblicos, se houver divergência, a profecia é falsa. “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3).

Como identificar os falsos profetas?(Parte 1) O profeta, no contexto neotestamentário, era aquele que "proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a palavra de Deus, por chamada divina"(1). A igreja tem os seus profetas trabalhando para o "aperfeiçoamento dos santos", que por meio da homilia, transmitem as verdades do evangelho. Nesses últimos dias há uma proliferação de falsos profetas, são lobos vestidos de ovelha, que alegam ser usados por Deus. Jesus, em Mateus 7.15-20, mostra como um cristão pode identificar um falso profeta. 1) Tenha cautela "Acautelai-vos", disse Jesus. Essa expressão significa precaução, cuidado a fim de se evitar um mal. No original grego, essa palavra significa: "fixar a mente em, prestar atenção, cuidar-se... guardar-se, acautelar-se"(2). É um imperativo, ou seja, Jesus nos adverte sobre a necessidade do cuidado. A igreja hodierna está prestando atenção quanto ao conteúdo doutrinário da pregação? Os cristãos sabem distinguir misticismo herético de verdadadeira espiritualidade? Há preocupação com o discernimento por parte da liderança? Infelizmente, hoje, há um evangelicalismo imediatista, em que não há lugar para análise e reflexação, se "engole" qualquer coisa, qualquer alimento. É preciso exame teológico, ser como os bereanos, que aceitavam a palavra de boa vontade, mas colocava à prova aquilo que ouviam. (At 17.10 e 11). Os bereanos não julgavam precipitadamente, porém tomavam cuidado com a pregação dos profetas, por essa atitude, foram considerados os mais nobres. Para identificar um falso profeta é necessário cautela, discernimento, apuração. Erwin W. Lutzer escreveu: "temos que distiguir o verdadeiro do que é meio-verdadeiro e reter julgamento pessoal"(3). Quando o crente toma o cuidado em relação a alguém que alega ser profeta, evita o erro de cair nas sutilezas das heresias e não julga ninguém de modo impróprio. A credulidade cega é tão perigosa como a incredulidade, pois a palavra de nenhum profeta é infalível, todos estão sujeito a erros, pois são simples mortais. Há alguns crentes que exageram, até paracem que estão torcendo para achar erros no sermão do pregador oficial, por outro lado, há aqueles que nunca constestam, acham que tudo vem de Deus, até mesmo as mais bizarras das pregações ou práticas litúrgicas. Muitos pregadores colocam-se como os "ungidos de Deus", estão em um pedestal intocável, "nunca erram". Em um programa de televisão, um jovem pastor chamava o seu líder de o "maior pregador do mundo", pelos adjetivos aplicados pelo jovem pastor, o seu líder era infalível. Esse modo de ver o líder é muito comum no neopentecostalismo, onde uma denominação confunde-se com o fundador, esse normalmente não tem conselheiros formais, somente ele é quem manda, sendo o único "teólogo", administrador e líder. Os adeptos dessas denominações são, em sua maioria, passivos e aceitam tudo o que seu "apóstolo", missiónario, bispo ou pastor diz. Na prática, acreditam na infalibilidade pastoral, assim como a dotrina católica aceita a infalibilidade papal. Essa passividade é típicamente sectária. Discernimento, essa é a necessidade das congregações, é saber da diferença entre a verdade e a mentira, ou entre a verdade e a meia-verdade. Uma comunidade cristã, e até mesmo crente individualmente, saberá pela análise, identificar os lobos devoradores.


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