Par kl et Est açãoEscol a
PARKLET ESTAÇÃO ESCOLA Implantação de Parklet adjunto à Escola Municipal/Estadual Francisco Campos, Processo participativo com a escola e vizinhança: Uma busca pela redução de conflitos locais.
Luis Guilherme Vieira e Vieira
Orientadora | Adriana Mattos de Caúla Supervisão | Sérgio Bahia UFF | EAU | TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO | 2016.2 Niterói, RJ | 2017
SUMÁRIO 1.
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2
2.
METODOLOGIA ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 3
3.
LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 4
4.
CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 5
5.
4.1.
CIDADE E ESPAÇO PÚBLICO VOLTADOS PARA AS PESSOAS .............................................................................................................................................................................................................................................. 5
4.2.
ANTECEDENTES ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 6
4.1.
CENÁRIO .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 8
4.1.1.
Descrição ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 8
4.1.2.
Critérios Técnicos....................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 11
PROCESSO ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 12 5.1.
INTRODUÇÃO AO PROCESSO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................... 12
5.2.
VAGA VIVA: ESTACIONE-SE ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... 13
5.2.1.
Parcerias, Apoio e divulgação. .................................................................................................................................................................................................................................................................................. 13
5.2.2.
Layout ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 14
5.2.3.
Materiais .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 14
5.2.4.
Planilha de Gastos ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 14
5.2.5.
Realização .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15
5.2.6.
Resultados .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 16
5.3.
6.
ESTAÇÃO ESCOLA .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 18
5.3.1.
Parâmetros conceituais ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 18
5.3.2.
Parâmetros condicionantes ...................................................................................................................................................................................................................................................................................... 19
5.3.3.
Partido ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 20
5.3.4.
Estrutura..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 23
5.3.5.
Mobiliários ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 25
5.3.6.
Layout ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 30
5.3.7.
Orçamento ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 32
5.3.8.
Projeto Executivo ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 33
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 35
1. INTRODUÇÃO Morador há mais de 20 anos do bairro do Grajaú, faço parte e venho observando as interações e dinâmicas que acontecem no meu bairro. Em especial, em minha rua, acompanho as relações dos alunos da Escola Municipal/Estadual1 Francisco Campos com o espaço urbano, veículos e moradores do entorno. Tive uma posição privilegiada para essa observação, pois moro no prédio em frente à Escola. Como morador próximo da Escola, pude observar e analisar, e muitas vezes vivenciar, situações conflituosas, tanto sociais como urbanas. Tais ocorrências se concentram nos horários de entrada e saída dos alunos. Nesses intervalos de tempo, por exemplo, os pedestres têm dificuldade de caminhar, pois a calçada está ocupada pela aglomeração dos estudantes e seus responsáveis. As pessoas frequentemente sentam nos carros estacionados, no meio-fio e nos portões residenciais, se apropriando do espaço público do entorno imediato da Escola. Também presenciei situações mais graves, como a que ocorreu há cerca de um ano, quando vi pela janela de meu apartamento um quase atropelamento. No intuito de transformar os conflitos de acesso e uso do espaço público, passei a me questionar como seria possível aumentar a segurança e conforto de pais, alunos e demais pedestres no entorno imediato à escola. De que maneira poderia intervir arquitetonicamente para proporcionar melhor caminhabilidade 2 e permanência das pessoas? Compreendi rapidamente que havia uma carência de mobiliário e tratamento do espaço público capaz de atender aos diferentes usos e apropriações possíveis neste trecho da rua. Para atender a demanda de mobiliário eu precisava resolver o problema de espaço. Tendo em vista que a instalação de mobiliário urbano na calçada prejudicaria ainda mais os fluxos das pessoas, a solução que encontrei foi tirar vagas de carros estacionados implantando um parklet (No Rio de Janeiro, intitulado como Paradas Cariocas). “Art. 1º. Fica criado o Programa Paradas Cariocas, para funcionamento nos bairros do Município do Rio de Janeiro constituído pela ampliação do passeio público através da implantação de plataformas (decks) a serem instaladas nos locais destinados a vagas para estacionamento de veículos, a título precário, equipadas com elementos de mobiliário urbano, com função recreativa, cultural, informativa e/ou educacional.” Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Decreto RIO nº 39983 de 10 de abril de 2015.
O programa Paradas Cariocas, implementado em 2015 pelo decreto nº 39983, é o que regulariza esse tipo de intervenção no município do Rio de Janeiro. Foi com base nos critérios estabelecidos pelo decreto que elaborei minha proposta técnica de implantação do parklet Estação Escola. Minha finalidade é aliar critérios técnicos com um processo participativo, de alunos e vizinhança, na construção de um equipamento público adjunto à escola. Além disso, faz parte do meu objetivo criar um projeto que possa se propagar para outras escolas na cidade e ampliar as discussões sobre cidade e o uso do espaço público.
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A escola funciona no período diurno como municipal e no período noturno como estadual; “O conceito de caminhabilidade (walkability em inglês) foca nas condições do espaço urbano vistas sob a ótica do pedestre. Em linhas gerais, pode ser definido como a medida em que as características do ambiente urbano favorecem a sua utilização para deslocamentos a pé. O primeiro trabalho reconhecido na comunidade científica que apresenta e mede a caminhabilidade foi elaborado por Bradshaw em 1993.” Trecho retirado de ÍNDICE DE CAMINHABILIDADE – Ferramenta. ITDP Brasil. Rio de Janeiro, setembro de 2016. 2
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2. METODOLOGIA Como metodologia do trabalho, priorizei a construção de um processo participativo. A contribuição das pessoas envolvidas no meu projeto - vizinhança, alunos e seus responsáveis - é essencial para a criação de uma relação de proximidade e pertencimento, buscando o gerenciamento e a manutenção coletiva do equipamento. Meu trabalho teve início com minha experimentação em parklets existentes e realização de entrevista com profissional atuante neste tipo equipamento público. A abordagem de minha pesquisa é de natureza qualitativa, pela qual busquei descobrir e compreender as necessidades dos sujeitos envolvidos. Adotei uma ocupação temporária - Vaga Viva Estacione-se, como meio para interação com os sujeitos no ambiente cotidiano da Escola e seu entorno imediato. A Vaga Viva foi realizada em dois dias, sendo o primeiro de menor duração, das 7:00 às 11:00 horas e o segundo das 10:00 às 19:00 horas. Em torno de 300 pessoas participaram da intervenção, com maior número no segundo dia. A experimentação desse espaço foi importante para a realização de atividades em grupo, discussões e palestras, aproximando meu contato com os envolvidos, fortalecendo o processo participativo. A análise dos resultados foi feita através da interpretação das opiniões coletadas durante a Vaga Viva, a elaboração de categorias a partir dessas observações me guiou a desenvolver o programa de necessidades e diretrizes para o desenvolvimento do projeto.
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3. LOCALIZAÇÃO A Escola Francisco Campos fica na Rua Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Grajaú, no Município do Rio de Janeiro. O quarteirão em que está inserida é delimitado também pelas ruas José Vicente, Barão do Bom Retiro e Barão de Mesquita. O portão principal da escola é voltado para a Rua Nossa Sra. de Lourdes, uma via local com aproximadamente treze metros de largura, composta por calçadas com cerca de três metros em ambos os lados, uma ciclofaixa, uma faixa de rolamento e outra de estacionamento.
Imagem 1 – Limites municipais do Estado do Rio de Janeiro
Imagem 3 – Corte esquemático da R. Nossa Sra. de Lourdes
O projeto Estação Escola será instalado em frente ao portão de entrada da Escola, ocupando duas vagas de estacionamento, como mostra o esquema abaixo.
Imagem 2 – Quadra onde o projeto será implantado
Imagem 4 – Ilustração do posicionamento do projeto
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4. CONTEXTUALIZAÇÃO 4.1.
CIDADE E ESPAÇO PÚBLICO VOLTADOS PARA AS PESSOAS
O último século foi marcado pela construção de cidades rodoviaristas, que priorizaram a abertura de ruas e avenidas em prol do tráfego de veículos. Vivenciamos cidades cada vez mais congestionadas onde existe um ciclo vicioso em que novas vias são criadas e mais tráfego é gerado. “Maior número de vias convida ao tráfego de automóveis. [...] Melhores condições para pedestres reforçam a circulação a pé e vida nas cidades”.3 Bairros inteiros foram criados e pensados priorizando a mobilidade a partir de veículos particulares. De acordo com Gehl, a dimensão humana vem sendo negligenciada, e os espaços públicos de encontro entre pedestres, se tornaram escassos e por vezes ineficientes, nada convidativos à permanência e caminhabilidade. A calçada é um dos principais espaços de sociabilidade nas cidades, no entanto, são frequentemente tratadas pelos planejadores e projetistas como local destinado ao tráfego de pedestres, com dimensões mínimas para o fluxo de pessoas. Devemos retomar a importância das ruas como local de encontro, de trocas e de convívio – Lugar vital para a vida na cidade. Imagem 5 - Dallas Texas - EUA
Seguindo os conceitos de Gehl, é preciso encontrar meios de incentivar as pessoas a caminharem, convidá-las a pedalar e usarem transportes coletivos eficientes, e aos poucos recuperar a dimensão humana nas ruas das cidades. Para isso, devemos adaptar o espaço dos carros, diminuindo as pistas carroçáveis, alargando calçadas, implantando ciclovias, aumentando a oferta de transportes coletivos e espaço de convivência. “A conclusão é inequívoca: se as pessoas, e não os carros, são convidadas para a cidade, o tráfego de pedestres e a vida urbana aumentam na mesma proporção.” (GEHL, 2015).
Os parklets são equipamentos públicos temporários que promovem a redução direta do espaço de estacionamento de automóveis, revertendo este espaço para a livre apropriação pelas pessoas. Além disso, os parklets podem contribuir para proporcionar um ambiente urbano mais apropriado à dimensão humana.
3
Imagem 6 - Cebolão, Barra da Tijuca, RJ
Trecho do livro cidades para pessoas de JAN GEHL. Capítulo 1.3, Pág 19;
5
4.2.
ANTECEDENTES
A implantação de parklets ainda é uma ação bastante recente, mas faz parte de uma política urbana que está cada vez mais presente em grandes cidades pelo mundo. Esse tipo de intervenção busca dialogar sobre uma transformação nas cidades, torná-las caminháveis, cicláveis, sustentáveis, vias, seguras e saudáveis. 4 A instalação do primeiro parklet foi em 2005, em São Francisco, Califórnia, EUA, quando uma intervenção simples foi realizada pela Design Studio REBAR, chamado de “tree-bench-sod”, onde uma vaga de estacionamento foi ocupada utilizando apenas um banco, uma árvore e um tapete de grama sintética. Apesar de simples, foi fundamental na criação de parâmetros para outras pessoas produzirem seus próprios parklets. Com a crescente difusão dessa instalação, despontou-se um movimento internacional chamado “PARK(ing) Day” 5, onde centenas de pessoas, em várias partes do mundo, convertem estacionamentos temporariamente em áreas de convívio. Em 2010, já haviam 800 parklets instalados em 30 países nos seis diferentes continentes 6. Nesse ano a cidade de São Francisco tornou oficial a política de implantação de parklets, criando o “San Francisco Parklet Manual”, sendo difundida rapidamente pelos Estados Unidos. Em 2011 já haviam mais de 50 parklets regulamentados apenas na cidade de São Francisco. No Brasil, os parklets surgem em 2012 na cidade de São Paulo. Apenas dois anos depois é decretado como política pública e a Prefeitura lança o “Manual Operacional para Implantar um Parklet em São Paulo”. Definindo-o como uma extensão temporária da calçada e reconhecendo sua importância na discussão sobre o uso do solo. “Em um dia, duas vagas de estacionamento recebem 40 carros ou 300 pessoas em um parklet (Pesquisa Parklet 2013, instituto mobilidade verde). Neste sentido, o parklet é uma intervenção urbana que discute o espaço público e uso do solo de forma democrática.”
Imagem 7 - Primeiro Parklet, São Francisco, Califórnia - EUA
Manual Operacional para Implantar um Parklet em São Paulo, 2014.
Outras grandes cidades brasileiras como Belo Horizonte e Goiânia também regularizaram os parklets em 2015. Nesse mesmo ano, a Prefeitura do Rio de Janeiro criou o Programa Paradas Cariocas através do Decreto nº 39983, o qual estabelece critérios e procedimentos necessários para o funcionamento de parklets no município. Em minhas pesquisas, percebi que as poucas implantações do Programa Paradas Cariocas foram construídas em frente a pontos comerciais em bairros da zona sul e zona oeste como Leblon, Ipanema e Barra da Tijuca. Questionei-me se esses parklets realmente representariam um espaço democrático e gratuito onde coexista a diversidade urbana. Até que ponto o comércio confrontante interfere no entendimento deste espaço que é destinado ao uso público? Se as pessoas realmente conseguem se apropriar daquele espaço sem que para isso sintam a necessidade de consumo? Uma Pesquisa feita pela 4
De acordo com Jan Gehl, em cidades para pessoas;
Imagem 8 - Parkin(ing) Day, 2012
5
O parklet nos EUA é entendido como a ação de ocupar a vaga de estacionamento com mobiliário de uso coletivo para pedestres, independente da duração da instalação. No Brasil criou-se a denominação Vaga Viva para ocupações de curta duração e os parklets ficaram associados a implantações mais criteriosas e duradouras; 6 Informação obtida no site oficial do PARK(ing) Day <www.parkingday.org> Acessado em Dez. de 2017;
6
Universitycity District, na Filadélfia, aponta que apenas 30% das pessoas que usufruíram dos parklets, 7 não eram fregueses dos estabelecimentos comerciais confrontantes . O meu projeto Estação Escola não é uma negação ao benefício comercial que um parklet promove. Os estabelecimentos de esquinas próximas e comerciantes ambulantes, como pipoqueiro e sorveteiro, seriam favorecidos pela apropriação, de alunos e seus responsáveis, do espaço criado. A sociabilidade incrementada pelo incentivo da presença do comércio é importante, mas busco intensificar o convívio da diversidade social no entorno. Proponho a criação de um espaço democrático, desde sua idealização à sua implantação e manutenção, sendo meu principal condutor o processo participativo. Instalando um parklet, adjunto à Escola Francisco Campos, busco amenizar as situações de conflito no entorno e criar um equipamento público com uma abordagem educacional, capaz de promover tanto dentro da escola, quanto para os moradores e passantes discussões e reflexões sobre cidades para pessoas.
Imagem 10 – Parada Carioca Leblon, em frente ao Delirium Café
Imagem 9 – Parada Carioca na Barra da Tijuca, em frente ao Restaurante Pe’ahi
Imagem 11 – Parada Carioca no Leblon, em frente à loja Cantão
7
Informação obtida a partir da reportagem “Como medir o sucesso de um parklet?” da revista digital Época, maio de 2015. <www.epoca.globo.com/vida/noticia/2015/05/como-medir-o-sucesso-de-um-parklet.html> Acessado em dezembro de 2016;
7
4.1.
CENÁRIO 4.1.1. Descrição
Primeiramente vamos identificar os agentes envolvidos no convívio diário na Rua Nossa Senhora de Lourdes e entorno, são eles: Alunos e seus responsáveis; moradores locais e pedestres em geral; veículos, como carros e motos que transitam e estacionam próximos à escola. Devido ao funcionamento da Escola Francisco Campos em tempo integral, o fluxo intenso de entrada e saída de estudantes se repete ao menos três vezes ao dia, nos dias úteis. Esses são os momentos de maior concentração e fluxo de pessoas. Alunos e responsáveis se concentram nas calçadas e acabam sentando nos portões residenciais e se apoiando nos carros estacionados enquanto aguardam os horários de entrada e saída da escola. Simultaneamente, moradores e demais pedestres cumprem seus movimentos cotidianos. Como a largura da calçada é insuficiente para os momentos de aglomeração, naturalmente as calçadas ficam superlotadas e as pessoas passam a utilizar a ciclovia e por vezes a faixa de rolamento da rua, gerando desconforto, insegurança e embates entre usuários. Percebi que os conflitos são ampliados principalmente devido à inexistência de mobiliário e espaços adequados ao fluxo intenso de uma escola. Nas dimensões atuais, a rua não suporta tamanha demanda. O Parklet surgiu como uma possível solução arquitetônica que estenderá a calçada. Sendo um espaço que abrigará mobiliário urbano, o parklet promoverá e irá intensificar a tomada do espaço público como lugar de sociabilidade.
Imagem 13 – Escola x Vizinhança: Falta de espaço público adequado
Imagem 14 –Escola x Vizinhança x Veículos: Obstrução da calçada
Imagem 12 – Esquema dos agentes envolvidos
Imagem 15 – Vizinhança x Veículos x Escola: Travessia
8
O parklet Estação Escola propõe construir um local de interação, onde coexistirão atividades necessárias - como a apropriação pelos alunos que vão à escola diariamente e responsáveis que levam e buscam seus filhos – e atividades opcionais - como passar um tempo com amigos depois da aula ou encontrar com vizinhos na rua. 8 “Um aumento na qualidade do ambiente externo estimula, em especial, as atividades opcionais. O aumento no nível de atividade é, portanto, um convite a um substancial aumento das atividades sociais.” (GEHL, 2015) Segundo Gehl, atividades opcionais podem sofrer alteração pela qualidade física do lugar, já as atividades necessárias dificilmente sofrem alteração por fatores externos. A Estação Escola busca uma qualificação do espaço público, estimulando as atividades opcionais, como estar ao ar livre e sentar-se para olhar a rua. É importante salientar que o parklet por si só não atrai pedestres com tanta eficiência, sua localização deve se relacionar com fluxos pré-existentes, mesmo que implantado em ruas locais. Quando inserido numa trama de trajetos diários funciona como um atrativo aos pedestres. Realizei uma análise considerando uma caminhada de 10 minutos a partir da Escola Francisco Campos. Nesse mapa pontuei grande parte dos atrativos para os pedestres, como padarias, farmácias, escolas, bares, pequenos comércios e shopping.
Imagem 16 – Esquema da relação entre atividades e o ambiente físico. GEHL, Jan 2015
Podemos notar que dentro deste raio de caminhada há uma grande variedade e quantidade de serviços e comércio. O conjunto dessas ofertas potencializa o movimento de pedestres e as interações nessa área.
Imagem 17 – Variedades de Serviços 8
Adoção dos termos de Gehl quanto às atividades da vida urbana multifacetada. Cidades Para Pessoas, Capítulo 1.3, pág. 20;
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Aproximando a escala de análise para o quarteirão da escola, podemos perceber que a área em questão apresenta um uso do solo bastante diversificado, o que é um fator muito positivo para a presença de pedestres. A escola fica na esquina da Rua Nossa Sra. De Lourdes com a Rua José Vicente, que se conecta com o Largo do Verdum, um dos principais pontos nodais 9 do bairro onde se concentra uma grande variedade de serviços. A esquina oposta é formada pelo cruzamento com a Rua Barão do Bom Retiro, que faz a continuação da Rua Barão de Mesquita e ambas são vias arteriais secundárias 10 com grande oferta de transporte público. A partir da união entre a análise anterior e minha percepção do entorno, produzi um mapa que indica a intensidade de presença de pedestres nas ruas próximas à escola, atraídos principalmente por essa diversidade de usos que caracteriza a área.
Imagem 18 – Análise da diversidade urbana do entorno
A Rua Nossa Senhora de Lourdes possui fluxo médio de pedestres e é cortada por ruas de alto fluxo, o que demonstra uma grande vitalidade urbana, que é um dos fatores mais importantes para o sucesso de um parklet.
Imagem 19 – Intensidade do fluxo de pedestres
9
Conceito de Pontos Nodais abordado segundo Kevin Lynch em A Imagem da
Cidade; 10
Classificação segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo, Anexo III Sistema Viário da Cidade do Rio de Janeiro. <www.rio.rj.gov.br>;
10
4.1.2. Critérios Técnicos O decreto nº 39983 do Programa Paradas Cariocas estabelece requisitos quanto ao local de implantação do parklet. Em meu projeto me mantive alinhado às exigências determinadas e assim obter aval para a sua instalação em frente à escola. O primeiro critério em qual enquadro meu projeto, é o número de vagas que podem ser suprimidas na rua, que é 15% do total disponível. Ao longo da Rua Nossa Senhora de Lourdes há uma oferta de cerca de 65 vagas, das quais o projeto Estação Escola irá suprimir apenas duas, o que corresponde à aproximadamente 3% do total. O segundo parâmetro a ser respeitado é o limite de velocidade de 40 km/h na rua em que será implantado o parklet. Como a Rua Nossa Senhora de Lourdes é uma via local, o limite de velocidade é de 30km/h11, estando dentro do requisito estabelecido. A Parada Carioca também deve respeitar uma distância mínima de quinze metros da esquina mais próxima e ser implantada no mesmo sentido das vagas de estacionamento, em meu caso, paralela à calçada. Além disso, são proibidas as obstruções de garagens, rampas de acessibilidade e faixas de pedestres. A Estação Escola atende a todos os critérios citados anteriormente, como podemos ver no esquema de implantação a seguir, onde ilustro o entorno imediato das vagas a serem ocupadas.
Imagem 20 – Esquema do local de instalação do Parklet Estação Escola
11
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, Capítulo III, Art. 61, § 1º. “I - nas vias urbanas: d) trinta quilômetros por hora, nas vias
locais;”
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5. PROCESSO 5.1.
INTRODUÇÃO AO PROCESSO
Iniciei meu processo realizando várias pesquisas sobre os parklets no mundo e principalmente no Brasil, apesar disso, ainda não havia tido a oportunidade de experienciar esse tipo de espaço público. Em uma visita à cidade de São Paulo, entrei em contato com o Instituto Mobilidade Verde, o principal responsável por trazer os parklets ao Brasil, e marcamos um encontro para que eu pudesse conhecer e entender melhor esse tipo de implantação. O encontro foi na Rua Padre João Manuel, perpendicular a Av. Paulista, onde foi implantado o primeiro parklet da cidade. Foi uma conversa bastante esclarecedora com a arquiteta do instituto, Letticia Rey. Meu foco era tirar dúvidas em relação aos materiais e à estrutura, mas o principal tema acabou sendo sobre a importância de um processo participativo no desenvolvimento do projeto, e com isso a apropriação do espaço pelos envolvidos. Sabendo que o meu projeto envolvia a participação da escola e vizinhança, a arquiteta sugeriu que fosse feita uma ocupação prévia, criando assim, um espaço aberto às opiniões e servindo como divulgação do projeto. Para realizar essa ocupação pensei então em construir uma vaga viva, o que seria uma intervenção bastante similar ao projeto final, numa escala simplificada. Para reduzir os meus custos e o tempo no desenvolvimento dessa etapa, tomei como partido a reutilização de materiais.
Imagem 21 – Conversa com a arquiteta e urbanista Lettícia Reis
Imagem 22 – Parklet da Rua João Manuel em São Paulo, SP
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5.2.
VAGA VIVA: ESTACIONE-SE 5.2.1. Parcerias, Apoio e divulgação.
Enquanto buscava por parcerias e apoios, pesquisei referências de experiências com vaga viva e entrei em contato com o grupo de arquitetos Matilha, os quais construíram, em 2014, uma vaga viva em Niterói. Marcamos um encontro e conversamos sobre as dificuldades e pontos positivos na intervenção que eles realizaram. Nesse momento, pedi permissão a eles para utilizar a expressão “estacione-se” que criaram na ocasião da Vaga Viva do grupo. Na busca pelos materiais necessários tentei realizar parcerias com uma floricultura e mercados próximos, mas não tive muito êxito. Na maior parte das vezes, os comerciantes não entendiam o projeto ou não podiam fornecer materiais, pois eram retornáveis às transportadoras. Diante dessa dificuldade, procurei novas alternativas e adaptei minhas ideias aos materiais que obtive. O mais importante nesse momento era conseguir o apoio da diretoria da Escola, do turno diurno, para realizar atividades com os alunos e a Vaga Viva. Realizei uma reunião com a diretoria para explicar meu projeto, preparei slides e determinamos um dia para a realização da ocupação Estacione-se. No entanto, ainda havia por parte da diretora uma preocupação quanto à autorização da Prefeitura, então procurei comunicar à Subprefeitura da Grande Tijuca, enviando um ofício e requisitando consulta prévia de evento.
Imagem 23 – Reunião com as diretoras da Escola
Outro apoio que busquei foi o da associação de moradores do Grajaú, uma maneira de aproximar o meu projeto à vizinhança. Entrei em contato com o presidente e consegui seu apoio para aprovação do evento na Prefeitura e com divulgação no site da associação. Para fortalecer o meu projeto como um programa a ser replicado em outras escolas, apresentei minha proposta para um arquiteto da prefeitura e para a secretaria de educação, através de minha orientadora. Como forma de divulgação elaborei um flyer (apêndice 01) do evento Vaga Viva Estacione-se para atrair o maior número de pessoas da vizinhança a participarem. Também produzi um panfleto (apêndice 02) com informações sobre parklets que foi distribuído no dia do evento. Sugeri no decorrer da Vaga Viva que as pessoas escrevessem suas opiniões sobre a intervenção da qual participavam, e sugestões do que elas gostariam no parklet, como tipo de mobiliário, arte, cores e atividades.
Imagem 24 – Exemplos dos slides apresentados
Imagem 25 – Pedido na Prefeitura
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5.2.2. Layout O cenário pensado para a Vaga Viva Estacione-se foi bastante simples, como o que deu origem aos parklets, um tapete de grama sintética para forrar o asfalto e delimitar o espaço, algumas plantas nas laterais para proteção e alguns assentos. Em meu projeto acrescentei um painel com o recorte em tamanho real do perfil de um carro com o intuito de evidenciar a substituição de um carro estacionado por um espaço para pedestres. Dentro desse cenário, elaborei layouts distintos buscando a melhor disposição dos mobiliários para a realização de atividades com crianças e participação das pessoas. 5.2.3. Materiais Como dito anteriormente, meu partido foi reutilizar materiais. Para fazer os assentos e mesas utilizei pallets, que consegui em descartes de obras públicas, e caixotes de feira. No painel com recorte do carro, utilizei caixas e tubos de papelão descartados, assim como a grama sintética, que estava sendo substituída em um clube próximo. A preocupação em encontrar todo o material a tempo e prepará-lo, me levou a alternativas como pneus de carro que consegui em uma borracharia local para fazer assentos. O preparo dos mobiliários durou até o dia anterior ao evento e pude contar com ajuda de paren tes e amigos. Consegui minimizar bastante os gastos ao comprar apenas alguns materiais e ferramentas para completar os mobiliários. 5.2.4. Planilha de Gastos Para controlar e calcular os meus custos com a Vaga Viva Estacione-se, criei uma planilha com os gastos. Tive pequenos custos com equipamentos para trabalhar a madeira, tintas e outros acessórios como cordas para os assentos de pneu. Ao todo tive um gasto de aproximadamente R$400,00 (quatrocentos reais), sendo grande parte dele na impressão dos flyers e panfletos.
Imagem 26 – Vista ilustrativa da lateral da Vaga Viva Estacione-se
Imagem 27 – Montagem dos mobiliários
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5.2.5. Realização A Vaga Viva foi realizada no dia 18 de novembro, com previsão de duração das sete às dezoito horas, tentando assim, a participação de maior pluralidade de pessoas. Infelizmente, foi um dia de chuva e vento forte e às onze horas foi necessário desfazer a ocupação para evitar danos ao mobiliário. Ainda assim foi bastante produtivo, pois professoras levaram os alunos para conhecer e participar da intervenção. Realizei atividades com abordagens diferentes para as crianças mais novas, como desenho e brincadeiras para que pudessem assimilar a proposta do espaço. Com os alunos mais velhos, pude conversar e explicar meu projeto com mais detalhes, buscando incentivar a participação com suas opiniões. A primeira ocupação foi bastante interessante, mas o mau tempo e a duração mais curta prejudicaram a participação, principalmente, da vizinhança. Decidi realizar o evento novamente para que pudesse alcançar maior envolvimento e divulgação. O segundo dia de realização da Vaga Viva Estacionese foi 29 de novembro, tendo começado às 10h e finalizado às 19h. Dessa vez, o resultado foi ainda melhor, pois o turno noturno da escola também pode conhecer a Vaga Viva. Nesse dia fui às salas de aula conversar diretamente com os alunos e o envolvimento foi maior. Busquei ao máximo incentivar a participação dos alunos, oferecendo a oportunidade de opinarem no que lhes agradaria no parklet. O envolvimento dos alunos aconteceria também em oficina dentro da escola, onde eu trabalharia com maquete e desenho para aproximá-los do processo projetual. No entanto, o período escolar já estava por encerrar e essa incompatibilidade entre os cronogramas impossibilitou a realização da oficina. A atividade na escola seria a etapa de transição para início do projeto do parklet, o momento em que haveria maior interação com os alunos. Seria elaborado em conjunto, o programa de necessidades e também criaríamos um nome para o parklet, reforçando a relação de identidade e apropriação. Para suprir minimamente a falta dessa atividade, criei uma página em rede social chamada “Estacione-se” onde continuei divulgando o meu projeto e mantive um local para opiniões e discussões sobre o tema.
Imagem 28 – Fotos do dia da ocupação da Vaga Viva Estacione-se
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5.2.6. Resultados A participação principalmente dos alunos nos dois dias de ocupação da Vaga Viva Estacione-se gerou resultados consideráveis. Reuni as suas opiniões e sugestões e com esse resultado criei uma planilha com quantitativos e gerei gráficos para melhor compreender as suas necessidades. Os pedidos por bancos e WiFi foram os dois itens mais citados. A necessidade de mais bancos também foi uma característica percebida durante as ocupações, assim como a necessidade de mais espaço, dois fatores que naturalmente tendem a melhorar para a Estação Escola, tendo em vista que passará a ocupar duas vagas. A conectividade foi também muito citada, a instalação de internet gratuita é uma demanda que futuramente poderá ser atendida pelo programa Rio Estado Digital. 12 Através dos pedidos pude notar que os alunos fizeram associações da ocupação com suas casas, como por exemplo, se conectar à internet, tomadas para carregar celular e jogos de videogame, atividades que normalmente realizam no cotidiano. Também pude perceber essa assimilação nas crianças mais novas, que se divertiam dizendo que gostariam de dormir ou morar na Vaga Viva. Essa vinculação demonstra potencial quanto à apropriação e à relação de pertencimento desse espaço público.
Imagem 29 – Quantitativo das principais necessidades apontadas pelos alunos
Dentre as questões levantadas por eles foi o calor e a necessidade de uma cobertura para se proteger do sol, além de comentarem sobre bebedouros e água para se refrescar. Um fator positivo para o comércio foi a vontade de consumir refrigerantes e comida, o que pode favorecer principalmente a presença de comerciantes ambulantes. Um ponto mencionado por eles foi a demanda por leitura - biblioteca e revistas - que foi mencionada em quantidade considerável. Ao contrário do bicicletário que me parecia ser uma carência relevante, pois diariamente observo alto uso de bicicletas como meio de locomoção à escola.
Imagem 30 – Participação dos alunos
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Instituto de Mídias Digitais, PUC rio. “O programa Rio Estado Digital foi lançado em 2009, para levar internet gratuita a comunidades e regiões do Estado do Rio de Janeiro. [...] O IMD recebeu, então, a incumbência de conceber e produzir o portal de acesso ao programa Rio Estado Digital.” <www.imd.puc-rio.br/red/REDview.html>
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Um pedido que me chamou a atenção foi o de realizar a Vaga Viva dentro da escola. O que me fez acreditar que espaços com mobiliários adequados voltados para o convívio são uma carência não apenas na calçada. Com esse levantamento das demandas, tentei interpretar os pedidos relacionando-os com ações que abrangem as necessidades citadas, mesmo as mais complexas. Para isso somei o total de vezes que as necessidades foram citadas para criar pesos em ações relacionadas, como conversar, entreter-se, esperar, recarregar celular etc. Com isso, pude associar melhor a mobiliários para atender às demandas. Esse gráfico demonstra quais mobiliários melhor atendem às demandas apontadas - bancos, espaço livre, mesas e cobertura. Com essa leitura, consegui concretizar um programa de necessidades participativo. A partir disso comecei a inserir conceitos, realizar o estudo de massa e analisar as condicionantes construindo meu partido arquitetônico.
Imagem 31 – Gráfico dos mobiliários
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5.3.
ESTAÇÃO ESCOLA 5.3.1. Parâmetros conceituais
O processo participativo na elaboração do programa de necessidades foi uma ferramenta crucial em meu processo. Ao tentar criar o programa de necessidades sem o envolvimento dos usuários, eu aplicaria apenas o meu imaginário das demandas dos sujeitos, acreditando saber o que precisam ou desejam. “O arquiteto pode contribuir para criar um ambiente que ofereça muito mais oportunidades para que as pessoas deixem suas marcas e identificações pessoais, que possa ser apropriado e anexado por todos como um lugar que realmente lhes ‘pertença”. (HERTZBERGER, 1999).
Através do processo participativo pude enriquecer o programa de necessidades, entender as demandas dos sujeitos, inseri-los no processo de construção do espaço e incentivando-os a se apropriarem dele. É importante que esse envolvimento dos sujeitos continue sendo incentivado após a construção do parklet. Em certa medida, busco em meu projeto um espaço com um visual neutro, quase incompleto, para que os futuros usuários possam acomodar várias soluções de uso e de aparência de acordo com suas interpretações individuais do todo. “[...] Num contexto de áreas que exigem cuidados, poderíamos dar um passo a frente e deixar uma série de componentes inacabados, para oferecer aos usuários a oportunidade de completá-los da maneira mais adequada às suas necessidades e preferências particulares.” (HERTZBERGER, 1999).
Em meu projeto, inseri o conceito de polivalência para obter maior eficiência no espaço através de sua flexibilidade. Uma forma de entendermos esse conceito é pensando em uma quadra poliesportiva como exemplo: num mesmo espaço encontramos a possibilidade de praticar esportes distintos, proporcionando a diversidade de uso e consequentemente potencializando a presença de pessoas durante mais tempo. “[...] uma forma que preste a diversos usos sem que ela própria tenha que sofrer mudanças, de maneira que uma flexibilidade mínima possa produzir uma solução ótima.” (HERTZBERGER, 1999).
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Outro conceito que busco inserir em meu projeto é o de articulação do espaço. Geralmente nos enganamos ao acreditar que quanto maior for o espaço mais possibilidades ele oferecerá. É importante fornecer lugares distintos, para assim viabilizar variados usos e maior presença de pessoas. Esses lugares precisam de dimensões diferentes para permitir atividades variadas, algumas podem exigir maior proximidade entre as pessoas, como conversar com amigos. Enquanto outras precisam de maior distância e individualidade, como leitura ou sentar-se em local mais reservado. “O espaço deve sempre ser articulado para criar lugares, unidades espaciais cujas dimensões e níveis de demarcação possam torná-las capazes de acomodar o padrão de relações dos que vão usá-las. [...] Isto é, muitas atividades poderão ser conduzidas ao mesmo tempo por grupos separados.” (HERTZBERGER, 1999).
5.3.2. Parâmetros condicionantes Tendo fixado os parâmetros conceituais, faltava apenas estudar o decreto do Programa Paradas Cariocas para entender os condicionantes para implantação do parklet na cidade do Rio de Janeiro. Dentre os critérios estabelecidos havia os que me orientavam quanto ao tamanho e delimitações do equipamento.
Imagem 32 – Esquema da proposta
Primeiramente, decidi que a Estação Escola ocupará duas vagas de carro, podendo chegar até 11,20 metros de comprimento da área útil segundo o decreto. Após a experimentação da Vaga Viva Estacionese constatei essa necessidade que já era imaginada. O comprimento da área útil que adotei para o meu projeto foi de 9 metros, pois o decreto especifica que o equipamento não deve interferir no local de coleta de resíduos do imóvel confrontante. Como podemos ver na imagem ao lado, a escola deposita os seus resíduos no círculo desenhado, junto ao poste. O decreto obriga que haja uma linha de proteção nas laterais voltadas às vagas adjacentes e pista de carros, essa linha deve ter pelo menos 40 centímetros de largura, não sendo incluída na área útil. Meu projeto obteve essa configuração ilustrativa ao lado. A Parada deve ser nivelada com a calçada proporcionando acessibilidade universal ao espaço, outro fator exigido pelo decreto é o afastamento de pelo menos 20 centímetros da calçada para não obstruir a sarjeta da rua, permitindo o escoamento adequado das águas pluviais. Esse vão deve ser coberto por um sistema de fácil acesso para o serviço de varrição de rua. As barreiras laterais de guarda-corpo foram naturalmente projetadas nessa linha de proteção, as quais o decreto exige altura mínima de 80 centímetros. Nessa linha de proteção devem também ser utilizados sinalizadores refletivos para melhor visibilidade dos carros. Imagem 33 – Corte esquemático para vagas paralelas ao alinhamento da calçada Decreto nº38993, Paradas Cariocas
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5.3.3. Partido Um dos meus principais partidos foi adotar materiais reutilizados na construção do parklet, assim como foi na experiência da Vaga Viva. Optei por reusar paletes em seu formato original e desmontados. As peças provenientes da desmontagem serão utilizadas para a confecção dos mobiliários e piso do deck. Escolhi desfazer os paletes para poder trabalhar com dimensões mais adequadas ao meu projeto, e assim não restringir as possibilidades de mobiliários às medidas do palete. Dei início ao desenho do layout, mas ainda precisava me precaver quanto ao cumprimento do artigo 17 do decreto nº 39983, que me fez adotar um dos meus principais partidos. “Art. 17. No caso de qualquer necessidade de intervenção na via pública por parte da Prefeitura, como obras na via ou implantação de desvio de tráfego, restrição quanto ao estacionamento na via [...], a Prefeitura notificará o mantenedor, que será responsável pela remoção do equipamento em até 72 (setenta e duas) horas, restaurando o logradouro público ao seu estado original.” Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Decreto RIO nº 39983 de 10 de abril de 2015.
Para continuar a projetar era necessário que eu previsse um sistema prático para a remoção do equipamento em caso de notificação emitida pela Prefeitura. Decidi trabalhar uma estrutura em módulos de 1m x 2m com encaixe lado a lado, tendo a possibilidade de trabalhar com qualquer disposição e tamanho para a Estação Escola entre 6 e 12 metros de comprimento total. Esse partido me garante, inclusive, um modelo replicável que pode ser implantado em outras escolas através do processo participativo. Ademais, o projeto em módulos favorece a comunicação e compreensão dos sujeitos quanto ao projeto, facilitando o trabalho junto ao arquiteto na elaboração do layout mais adequado às necessidades deles.
Imagem 34 – Esquema do palete PBR-I desmontado
Tendo admitido a modulação como principal partido, passei a estudar diversas tipologias que buscam atender às demandas dos futuros usuários, e incorporam os parâmetros conceituais e condicionantes que me guiaram no desenvolvimento do projeto. Cada módulo de 1m x 2m é composto por uma barreira lateral e mobiliários como bancos, biblioteca e mesas, dispostos em variadas posições. Adotei acabamento com certo aspecto cru que proporciona superfícies propícias para os alunos expressarem suas identidades por meio de grafites e rimas, mantendo o envolvimento dos sujeitos após a construção do espaço.
Imagem 35 - Módulo sem mobiliário
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O principal mobiliário é o banco, que somado a mesas e cobertura, abrange as mais variadas atividades com base nas necessidades levantadas. Devido a essa demanda tão alta, busco explorar nos bancos os conceitos de polivalência e de articulação, fornecendo lugares com dimensionamentos variados, projetando-os ora mais próximos um do outro, ora mais afastados, ora isolados, ora combinados. “Atividades e usos diferentes exigem dimensões espaciais diferentes. [...] Que dimensões dar a um espaço é sempre uma questão de avaliar a distância e a proximidade exigida entre as pessoas, dependendo da situação e do objetivo do espaço.” (HERTZBERGER, 1999).
Imagem 36 – Módulo Banco e Mesa
Imagem 37 Módulo Banco em L
Imagem 38 – Módulo Banco 120
Imagem 39 – Módulo Banco 100
Imagem 40 – Módulo Sofá
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Outro mobiliário que faz parte do meu partido é a biblioteca compartilhada, que proporciona um local para leitura e é uma boa alternativa para incentivar a troca de livros e interação entre as pessoas. Faço uso do bicicletário para inserir o conceito de polivalência, onde em certo momento é utilizado para estacionar bicicletas, e quando vazio oferece um lugar mais amplo e aberto para atividades como aulas ao ar livre, palco de música ou um local para brincar. Em meu projeto, o bicicletário permite múltiplas apropriações do espaço , pois é um “componente que funciona temporariamente em certas “situações de uso”, após as quais revertem a seu estado original, para voltar a sofrer uma nova metamorfose, quando surgir a necessidade”.13
Imagem 42 – Módulo Biblioteca como guarda-corpo
Imagem 43 – Módulo Biblioteca como divisória
Imagem 44 – Módulo Bicicletário uso original
Imagem 41 – Módulo Bicicletário uso alternativo
Nas barreiras laterais, procurei inserir uma dupla função no mobiliário. Mantive o mesmo partido de utilizar o recorte da lateral de um carro como guarda-corpo, manifestando a discussão do uso do espaço público e preservando a identidade já criada durante a ocupação da Vaga Viva Estacione-se. Nos jardins laterais, proponho um local para plantio e manutenção comunitários, onde os usuários possam se apropriar e inserirem suas individualidades através do plantio.
13
(HERTZBERGER, 1999)
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5.3.4. Estrutura A princípio pensei em utilizar o alumínio como material para a estrutura, por sua leveza e por permitir perfis menores. No entanto, optei pela madeira de lei, pois aumentará o peso próprio do módulo, além de ser um material mais fácil de trabalhar, mais barato e com resistência adequada ao projeto. A solução estrutural foi adotada levando em consideração, principalmente, as chuvas torrenciais que ao menos três vezes ao ano alagam a Rua Nossa Senhora de Lourdes em frente à escola. Nessas ocasiões, a água pluvial atinge um nível pouco acima da calçada e o seu escoamento gera corrente, com força a ser considerada. Para resolver o problema dessa força lateral optei por utilizar grandes floreiras de concreto nas extremidades do conjunto dos módulos. O peso próprio desses elementos funcionarão como barreira, amenizando o impacto da força da água e evitando o deslocamento do conjunto. Além disso, será feita fixação dos módulos ao asfalto, seguindo critério do Decreto, o que evitará a flutuação e consequente movimentação dos módulos caso o nível d’água exceda a altura do deck. “Art. 4º. IV - Na instalação das plataformas não poderá haver qualquer tipo de fixação no solo com profundidade superior a 0,12m (doze centímetros), [...].” Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Decreto RIO nº 39983 de 10 de abril de 2015. Imagem 45 – Alagamento em dia de chuva torrencial
Imagem 46 – Esquema da corrente de água pluvial sem a floreira
Imagem 47 – Esquema da corrente de água pluvial com a floreira
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A fixação do parklet no asfalto será feita com chumbadores Parabolt e cantoneiras. A posição das cantoneiras foi distribuída de forma a minimizar a quantidade de perfuração no asfalto, sendo duas a cada dois módulos e em direções alternadas, proporcionando maior resistência ao momento solicitado pela força lateral, como na imagem X. Pensando nessa condicionante, projetei a estrutura evitando que ela ofereça muita superfície de contato com a água, reduzindo a resistência necessária para suportar as forças de escoamento. Para isso, posicionei os barrotes no mesmo sentido de drenagem da rua, fazendo com que sua maior dimensão esteja paralela à força da água. O barrote que faz a ligação entre os demais, será elevado pelo menos cinco centímetros da superfície do asfalto, proporcionando um vão entre o deck e o solo para passagem da água. Essa carga conferida pela água tende a deslocar lateralmente a estrutura do módulo, como solução adicionei mãos-francesas que reforçarão os nós e enrijecerão a estrutura.
Imagem 49 – Esquema da distribuição das forças no conjunto das estruturas dos módulos
50
0
cm 20 Imagem 48 – Vista lateral da estrutura
Imagem 50 – Perspectiva da estrutura (sem escala)
100
Além da elevação para diminuir a superfície de contato com a água, a estrutura do módulo ficará elevada do asfalto por pés de borracha. Isso evitará que o módulo fique em contato direto com o solo, o que concentraria humidade, retardando o processo de deterioração da madeira. Os pé s de borracha também facilitarão o nivelamento dos módulos com o meio-feio.
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5.3.5. Mobiliários Projetei os mobiliários com certa independência da estrutura do módulo para que possam ser instalados em posições variadas. Como na imagem 60. Adotei as peças do palete como material para o madeiramento do mobiliário. O palete é um suporte de cargas que pode variar de dimensões de acordo com seu uso ou região em que é produzido. Existem alguns padrões estabelecidos como o PBR-I14 que é o mais utilizado no Brasil e consequentemente mais fácil de ser encontrado e reaproveitado. Trabalho com esse modelo que possui dimensões gerais de 1000 x 1200 x 146 milímetros, o que não impede que os mobiliários aqui detalhados sejam replicáveis com outros padrões de paletes, como o europeu.
Imagem 52 – Banco 100 Imagem 51 – Esquema Banco 100 explodido
Apesar de utilizar as tábuas separadamente, mantive a aparência do padrão da estrutura de um palete no design dos bancos. Busco manter a identidade visual do Palete PBR-I como forma de estimular a percepção da reciclagem e reutilização de materiais, estimulando discussões sobre o tema.
Imagem 55 – Banco Mesa
Imagem 54 – Banco 80 Imagem 53 – Sofá
Imagem 60 – Exemplos de variações das posições do banco 100
Imagem 58 – Bicicletário Imagem 57 - Lixeira 14
Imagem 56 – Banco Mesa
Especificação para Palete Padrão de Distribuição Nacional – PBR-I. CPP - Comitê Permanente de Paletização, ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados. Junho de 1993 (3ª Revisão em agosto de 1999). Essa é a especificação adotada pela ABRAPAL – Associação Brasileira de Fabricantes de Paletes, responsável pela regulamentação e fiscalização da qualidade dos paletes produzidos pelos associados, dentre outras funções. < www.abrapal.org/downloads/Especif-PBR-I.pdf > Imagem 59 – Esquema Bicicletário explodido
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Elaborei esses esquemas para facilitar o entendimento da montagem dos mobiliários. Funcionando como um manual, possibilitam que o maior número de pessoas possa participar da construção dos mobiliários. Em alguns casos utilizei o palete PBR-I em seu formato original, como para fazer o sofá. Nesse mobiliário há o acréscimo de um encosto, que é construído utilizando tábuas provenientes do palete. A lixeira é um dos mobiliários que não apresenta um aspecto similar ao palete de origem dos materiais, mas mantém a utilização da madeira proveniente dele. Essa proposta também é utilizada ao construir as mesas e os bancos associados a elas.
Imagem 61 – Esquema de montagem banco 100
Imagem 62 – Esquema de montagem banco 80
Imagem 63 – Esquema de montagem banco 120
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Imagem 64 – Esquema de montagem Sofá
Imagem 65 -– Esquema de montagem Lixeira
Imagem 66 – Esquema de montagem Bicicletário
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Imagem 67 â&#x20AC;&#x201C; Esquema de montagem Banco Mesa
Imagem 68 â&#x20AC;&#x201C; Esquema de montagem Mesa 60
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Imagem 69 â&#x20AC;&#x201C; Esquema de montagem Mesa 40
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5.3.6. Layout Ao projetar em módulos e podendo variar a posição dos mobiliários em cada módulo, pude trabalhar com grande variedade de layouts para o parklet. Nessa etapa procurei diversas maneiras de inserir meus parâmetros conceituais e as características do entorno do local de implantação, como sombreamento na rua e pontos de maior concentração de pessoas. Realizei um estudo de massa onde fiz uma relação muito forte com a localização do portão de entrada do colégio, pois esse é o local de maior concentração de pessoas. Por isso busquei inserir maior oferta de bancos, mesas e cobertura, na extremidade mais próxima ao portão, fortalecendo as qualidades de um local de estar. Nessa área inseri maior variedade de bancos, em dimensões e formatos, para proporcionar diferentes formas de apropriação, de acordo com o interesse individual ou coletivo. Nesse layout optei por não colocar o bicicletário na outra extremidade, pois a área livre que ele proporciona quando não há bicicletas, pode se tornar desinteressante. Optei por inserir o bicicletário mais integrado aos outros espaços e usos, tornando essa área livre um lugar com maiores possibilidades de apropriação. Decidi posicionar o sofá na extremidade oposta ao portão, pelo seu potencial atrativo observado na Vaga Viva Estacione-se. Por ter dimensões mais generosas, as pessoas se sentem mais confortáveis e atraídas visualmente para utilizar esse mobiliário, talvez por uma associação direta ao sofá de suas casas. Além disso, seu posicionamento associado ao espaço gerado pelo bicicletário vazio contribui para apropriações mais dinâmicas e diversificadas do espaço. A Biblioteca está localizada no meio do parklet criando uma divisão sutil e proporcionando um local mais intimista com a possibilidade de uso individual, onde uma pessoa possa ler ou aproveitar o espaço de forma mais particular.
Imagem 71 – Ilustração Parklet Estação Escola
Imagem 70 – Croquis de estudos de layput
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Imagem 72 – Ilustração do Parklet Estação Escola
Imagem 73 – Ilustração do Parklet Estação Escola
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5.3.7. Orçamento Realizei um orçamento básico para estimar os custos com materiais que serão utilizados na construção do Parklet Estação Escola. Para esse levantamento utilizei referências de preços de fornecedores que me possibilitaram fácil acesso aos valores dos materiais. O valor total de R$11.390,87 é uma estimativa de custo que pode variar de acordo com as parcerias que virem a ser formadas.
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5.3.8. Projeto Executivo *Todas as pranchas do Projeto Executivo estĂŁo anexadas no final deste caderno.
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Realizei um levantamento do quantitativo das peças e materiais para os mobiliários e estrutura. Com essa planilha pude calcular a quantidade de paletes PBR-I que serão necessários para a confecção dos módulos do Parklet Estação Escola. Fiz o cálculo com base na metragem linear de madeira necessária para cada tipo de peça proveniente do palete. Cada palete apresenta oito peças na face superior de 120 x 9.5cm, três peças de ligação 100 x 15 cm, três peças na face inferior de 100 x 15 cm e nove blocos de 15 x 15 x 7,6 cm. 15 Ou seja, cada palete me fornece: 8*120 = 9,6 metros de peças da Face superior 6*100 = 6 metros de peças de Ligação e Face inferior
Face superior
Ligação
9 Blocos Em meu projeto obtive o seguinte valor total necessário de cada peça:
Blocos
265 metros de peças da Face superior 87 metros de peças de Ligação e Face inferior
Face inferior
192 Blocos Para chegar no número de paletes PBR-I a serem utilizados, dividi o total necessário pelo total fornecido por cada palete: 265/9,6 = 28 paletes 87/6 = 14 paletes 192/9 = 21,33= 22 paletes As peças da Face superior foram as que solicitaram maior quantidade de paletes, então tomei como referência pro total os 28 paletes para as peças da Face superior. O total de paletes PBR-I orçado foi de 30 paletes, uma quantidade que considera a possível perda de material e sobras devido ao corte e manuseio das peças.
15
Informações obtidas em “Especificações para Palete Padrão de Distribuição Nacional PBR-I. CPP - COMITÊ PERMANENTE DE PALETIZAÇÃO, junho de 1993 (3ª revisão em agosto de 1999)”
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6. BIBLIOGRAFIA CPP - COMITÊ PERMANENTE DE PALETIZAÇÃO. Especificação para Palete Padrão de Distribuição Nacional - PBR-I. [S.l.]. junho de 1993 (3ª revisão em agosto de 1999). GEHL, J. Cidades Para Pessoas. Tradução de Anita Di Marco. 3ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. HERTZBERGER, H. Lições de Arquitetura. 2ª. ed. [S.l.]: Martins Fontes, 1999. INSTITUTO MOBILIDADE VERDE. Disponivel em: <www.institutomobilidadeverde.wordpress.com>. Acesso em: setembro 2016. ITDP BRASIL. Disponivel em: <www.itdpbrasil.org.br>. Acesso em: setembro 2016. PARK(ING) DAY. Disponivel em: <http://parkingday.org/>. Acesso em: janeiro 2017. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Manual Operacional para Implantar um Parklet em São Paulo. São Paulo: [s.n.]. 2014. PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. Programa Paradas Cariocas. Rio de Janeiro: [s.n.]. abril de 2015.
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Imagem 1 – Limites municipais do Estado do Rio de Janeiro | Fonte Google Earth ..................................................... 4 Imagem 2 – Quadra onde o projeto será implantado | Fonte Google Earth................................................................... 4 Imagem 3 – Corte esquemático da R. Nossa Sra. de Lourdes | Fonte o Autor................................................................ 4 Imagem 4 – Ilustração do posicionamento do projeto | Fonte o Autor ........................................................................... 4 Imagem 5 - Dallas Texas – EUA | Fonte Google Earth .......................................................................................................... 5 Imagem 6 - Cebolão, Barra da Tijuca, RJ | Fonte Jornal Online Odia .............................................................................. 5 Imagem 7 - Primeiro Parklet, São Francisco, Califórnia – EUA | Fonte Site Oficial Park(ing) Day ............................ 6 Imagem 8 - Parkin(ing) Day, 2012 | Fonte Site Oficial Park(ing) Day .............................................................................. 6 Imagem 9 – Parada Carioca na Barra da Tijuca, em frente ao Restaurante Pe’ahi | Fonte Google Streetview ... 7 Imagem 10 – Parada Carioca Leblon, em frente ao Delirium Café | Fonte Google Streetview ................................. 7 Imagem 11 – Parada Carioca no Leblon, em frente à loja Cantão | Fonte Google Streetview .................................. 7 Imagem 12 – Esquema dos agentes envolvidos | Fonte o Autor ...................................................................................... 8 Imagem 13 – Escola x Vizinhança: Falta de espaço público adequado | Fonte o Autor.............................................. 8 Imagem 14 –Escola x Vizinhança x Veículos: Obstrução da calçada | Fonte o Autor .................................................. 8 Imagem 15 – Vizinhança x Veículos x Escola: Travessia | Fonte o Autor ........................................................................ 8 Imagem 16 – Esquema da relação entre atividades e o ambiente físico | Fonte. GEHL, Jan 2015 ........................... 9 Imagem 17 – Variedades de Serviços | Fonte o Autor .......................................................................................................... 9 Imagem 18 – Análise da diversidade urbana do entorno | Fonte o Autor ..................................................................... 10 Imagem 19 – Intensidade do fluxo de pedestres | Fonte o Autor .................................................................................... 10 Imagem 20 – Esquema do local de instalação do Parklet Estação Escola | Fonte o Autor ....................................... 11 Imagem 21 – Conversa com a arquiteta e urbanista Lettícia Reis | Fonte o Autor ..................................................... 12 Imagem 22 – Parklet da Rua João Manuel em São Paulo, SP | Fonte o Autor ............................................................ 12 Imagem 23 – Reunião com as diretoras da Escola | Fonte o Autor ................................................................................. 13 Imagem 24 – Exemplos dos slides apresentados | Fonte o Autor.................................................................................... 13 Imagem 25 – Pedido na Prefeitura | Fonte o Autor ............................................................................................................ 13 Imagem 26 – Vista ilustrativa da lateral da Vaga Viva Estacione-se | Fonte o Autor ................................................ 14 Imagem 27 – Montagem dos mobiliários | Fonte o Autor ................................................................................................. 14 Imagem 28 – Fotos do dia da ocupação da Vaga Viva Estacione-se | Fonte o Autor ................................................. 15 Imagem 29 – Quantitativo das principais necessidades apontadas pelos alunos | Fonte o Autor .......................... 16 Imagem 30 – Participação dos alunos | Fonte o Autor ...................................................................................................... 16 Imagem 31 – Gráfico dos mobiliários | Fonte o Autor ........................................................................................................ 17 Imagem 32 – Esquema da proposta | Fonte o Autor .......................................................................................................... 19 Imagem 33 – Corte esquemático para vagas paralelas ao alinhamento da calçada | Fonte Decreto nº38993, Paradas Cariocas......................................................................................................................................................................... 19 Imagem 34 – Esquema do palete PBR-I desmontado | Fonte o Autor ........................................................................... 20 Imagem 35 - Módulo sem mobiliário | Fonte o Autor ......................................................................................................... 20 Imagem 36 – Módulo Banco e Mesa | Fonte o Autor.......................................................................................................... 21 Imagem 37 Módulo Banco em L | Fonte o Autor ................................................................................................................. 21 Imagem 38 – Módulo Banco 120 | Fonte o Autor ............................................................................................................... 21 Imagem 39 – Módulo Banco 100 | Fonte o Autor ............................................................................................................... 21 Imagem 40 – Módulo Sofá | Fonte o Autor ........................................................................................................................... 21 Imagem 41 – Módulo Bicicletário uso alternativo | Fonte o Autor ................................................................................. 22 Imagem 42 – Módulo Biblioteca como guarda-corpo | Fonte o Autor ........................................................................... 22 Imagem 43 – Módulo Biblioteca como divisória | Fonte o Autor..................................................................................... 22 Imagem 44 – Módulo Bicicletário uso original | Fonte o Autor ....................................................................................... 22 Imagem 45 – Alagamento em dia de chuva torrencial | Fonte o Autor ......................................................................... 23 Imagem 46 – Esquema da corrente de água pluvial sem a floreira | Fonte o Autor ................................................... 23 Imagem 47 – Esquema da corrente de água pluvial com a floreira | Fonte o Autor .................................................. 23 Imagem 48 – Esquema da distribuição das forças no conjunto das estruturas dos módulos | Fonte o Autor ...... 24 Imagem 49 – Vista lateral da estrutura | Fonte o Autor ................................................................................................... 24 Imagem 50 – Perspectiva da estrutura (sem escala) | Fonte o Autor............................................................................. 24 Imagem 51 – Esquema Banco 100 explodido | Fonte o Autor ......................................................................................... 25 Imagem 52 – Banco 100 | Fonte o Autor ............................................................................................................................... 25 Imagem 53 – Sofá | Fonte o Autor .......................................................................................................................................... 25
Imagem 54 – Banco 80 | Fonte o Autor ................................................................................................................................. 25 Imagem 55 – Banco Mesa | Fonte o Autor ............................................................................................................................ 25 Imagem 56 – Banco Mesa | Fonte o Autor ............................................................................................................................ 25 Imagem 57 - Lixeira | Fonte o Autor ....................................................................................................................................... 25 Imagem 58 – Bicicletário | Fonte o Autor .............................................................................................................................. 25 Imagem 59 – Esquema Bicicletário explodido | Fonte o Autor ........................................................................................ 25 Imagem 60 – Exemplos de variações das posições do banco 100 | Fonte o Autor ...................................................... 25 Imagem 61 – Esquema de montagem banco 80 | Fonte o Autor..................................................................................... 26 Imagem 62 – Esquema de montagem banco 120 | Fonte o Autor .................................................................................. 26 Imagem 63 – Esquema de montagem banco 100 | Fonte o Autor .................................................................................. 26 Imagem 64 – Esquema de montagem Sofá | Fonte o Autor ............................................................................................. 27 Imagem 65 -– Esquema de montagem Lixeira | Fonte o Autor ........................................................................................ 27 Imagem 66 – Esquema de montagem Bicicletário | Fonte o Autor ................................................................................. 27 Imagem 67 – Esquema de montagem Mesa 60 | Fonte o Autor ...................................................................................... 28 Imagem 68 – Esquema de montagem Banco Mesa | Fonte o Autor .............................................................................. 28 Imagem 69 – Esquema de montagem Mesa 40 | Fonte o Autor ...................................................................................... 29 Imagem 70 – Croquis de estudos de layput | Fonte o Autor ............................................................................................. 30 Imagem 71 – Ilustração Parklet Estação Escola | Fonte o Autor..................................................................................... 30 Imagem 72 – Ilustração do Parklet Estação Escola | Fonte o Autor ............................................................................... 31 Imagem 73 – Ilustração do Parklet Estação Escola | Fonte o Autor ............................................................................... 31
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Apêndices:
Flyer de divulgação da Vaga Viva Estacione-se (formato A6)
Panfleto informativo distribuído no dia do evento (formato A5)
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