InDesign - Luis Filipe

Page 1

- Oficina I -

Arquitetura e Urbanismo

Luis filipe louzada resende Azevedo

Universidade federal de s達o Jo達o del rei 2011


Lentes Urbanas: Cidade Construção Social A

t

i

v

i

d

a

d

e

Segundo Mont-Mór, a organização da cidade é espressão da divisão sócio-espacial do trabalho. Assim como as demais esferas da sociedade, segue a lógica de reprodução capitalista. A cidade contemporânea, sua lógica industrial e financeira, o lucro e a divisão desigual atendem aos interesse do capital e projetam as formas de reprodução social. Henri Lefebvre teoriza sobre a transformação da cidade a partir da cidade política até o extremo das redes urbanas e a dominação sobre o campo. A indústria modificou a configurção da cidade para o “urbano” quando deslocou o setor produtivo para os centros de comércio e trouxe consigo o proletariado. Então a cidade, lugar do excedente, do poder e da festa, foi cercada por “muros de fuligem e pobreza”, a periferia. A contradição instalada na cidade modificou o espaço social e as condições de vida contemporânea.

P a r a entender o que é o urbano no mundo contemporâneo é necessário resgatar a relação histórica entre cidade e campo. O domínio das redes urbanas e a frenesi dos processos industriais provocou uma dissolução de elementos da cidade sobre o campo. Desta maneira, as fronteiras entre os espaço urbano e o rural ficaram embaçadas que dificulta uma visão mais dicotômica. O conceito de urbano pode abranger espaços altamente desenvolvidos mas também extensões, conexões, zonas de apoio, fazendas, etc. A ampla difusão do aparato moderno permite a incorporação de super-espaços “urbanos” a espaços rurais. Desta mesclagem é abordado por Lefebvre o conceito da estrutura “tecido urbano”, que permite a expressão da cidade como multiplos espaços, um “continuum” do urbano. Já o processo de “urbanização extensiva”, segundo Mont-Mór, é o movimento de expansão da lógica urbana (industrial) e a apropriação de espaços rurais que geram o “tecido urbano”.

- Oficina I Arquitetura e urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


A vida moderna permite a compressão do espaço e conexão em multiplas instâncias. Um exemplo brasileiro são as zonas agrícolas de exportação que ao mesmo tempo cultivam e industrializam aplicando tecnologia de ponta, mecanismos avançados, profissionais especializados, redes de transporte e comunicação que inviabilizam aplicar o conceito puro de “rural”. No campo a lógica de produção é hoje o da cidade, e nele verificam-se fragmentos de espaços urbanos e um movimento de modernizaçãotantonaexpressãoespacialcomosocial.

BIBLIOGRAFIA: MONTE-MÓR, R. L. O que é urbano no mundo contemporâneo. Revista Paraense de Desenvolvimento, n.111, jul./dez., p.20. 2006

LENTE SOCIAL: a dinâmica da produção configurando a dinâmica social.

- Oficina I Arquitetura e Urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


Transformando soluções em problemas! S

e

m

i

n

á

r

i

o

Segundo palavras de Ana Paula Baltazar Santos, “o processo de projeto ainda não acomodou as possíveis mudanças permitidas pelas tecnologias digitais e, ainda que os desenhos possam ser visualizados em 3D, animados ou percorridos em tempo real, são geralmente apenas ‘desenhos digitais’ e não ‘projetos ou arquiteturas virtuais’”. Isso significa que um projeto feito em computador não é necessariamente virtual. Pierre Levy escreve em “O que é o virtual?” que as coisas são de ordem de substância - real e potencial - e evento -atual e virtual-, conceitos aplicáveis também a arquitetura. Ao projetar, o arquiteto permeia o evento da substância, já quando utilizamos os espaços construidos chamamos evento. Contudo, essa dicotomia não significa que ambas estejam desconectadas, e ao contrário, elas não se separam, uma se sobrepõe a outra em sequência. A ordem do espaço pode ser atualizada (virtual passa para atual) e a substância inicial ser modificada - o potencial se torna em novo real. Desta maneira um projeto geralmente não prevê possíveis inflexões na sua intenção original.

TEXTO: SANTOS, Ana Paula Baltazar. Por uma arquitetura virtual: uma crítica das tecnologias digitais. Arquitetura e Urbanismo, n. 131. São Paulo: Pini, p. 57-60.

- Oficina I Arquitetura e urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


A arquitetura deve permitir a manifestação virtual dos eventos, pois segundo Foucault “ a liberdade uma prática, um evento, e toda tentativa de garantir essa prática apenas por meio da substância tende a falhar”. Para ele o Familistério de Godin, do séc. XIX, na França, é exemplo de arquitetura virtual, é baseada no evento e por isso interessante no projeto de liberdade. Assim, sabemos que projetos digitais não são necessariamente virtuais, mas os aparelhos digitais podem auxiliar ou mesmo integrar espaços virtuais. Apartir dos conceitos apresentados no texto de Ana Baltazar, analisamos um objeto e um espaço que são aparentemente sensíveis aplicação destes conceitos. Primeiramente, observamos o objeto, Lego, em que em nada se constitui com objeto digital, no entanto configura-se como objeto virtual pois possibilita construir um espaço-evento, no sentido em que as pessoa consigam se interagir de maneira livre, que segundopalavrasdaautora“criaumsistemaabertoquesósecompletatemporariamente quando da experiência do espectador, enquadrando-se, assim, no modelo de seqüência ao estabelecer continuidade entre a obra e sua fruição”. Em segundo lugar analisamos o Espaço TIM UFMG do Conhecimento, que se enquadra no conceito digital em suas partes visuais e arquitetônicas, como por exemplo sua fachada, que possui um painel luminoso, que é puramente substância, não cabendo ao interlocutor interação. No entanto, alguns eventos permitem a interatividade com o público, manifestando assim o que a autora chamou de arquitetura virtual facilitada pelo digital.

- Oficina I Arquitetura e Urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


Discussão em aula: sobre o virtual S

e

m

i

n

á

r

i

o

Em aula discutimos sobre a virtualidade no mundo contemporâneo. Inicialmente Welber levantou a situção ferroviária no Brasil, e em específico em São João Del Rei, que atualmente cria entraves as demais articulações na cidade e que outrora se contituiu fundamental na constituição e desenvolvimento das cidades. Ela, ao persistir no espaço/tempo, leva a outras formas de inserção, como por exemplo a de patrimônio histórico, exemplificando o que foi abordado por Ana Paula Baltazar Santos, no texto "Por uma arquitetura virtual: uma crítica das tecnologias digitais", sobre as possibilidades (virtualidade) dos espaços. A discussão sobre o sitema de transporte brasileiro nos levou ao tema abordado pelo grupo da Cecília, o transporte individual e coletivo. A questão dos congestionamentos revela o duplo sentido do papel que o automóvel tem, pois ao mesmo tempo que ele deveria diminuir o tempo de locomoção o grande número de veiculos impede que isso se realize plenamente. Uma solução proposta seria o transporte público como onibus e trens mas, em São João Del Rei, assim como na maioria dos espaços urbanos, a infra-estrutura deste tipo é muito precária e as vezes

- Oficina I Arquitetura e urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


não existe. O transporte entre cidades por meio de trens de alta velocidade e aeronaves poderiam resolver, mas o automóvel proporciona uma maior virtualidade (possibilidades), lembrando ainda que questões políticas colocam o transporte rodoviário em primeiro plano. A questão da produção de resíduos apareceu como problema, derivado em parte dos transportes. Assim, o grupo de Filipe pontuou sobre a questão do aterros e do lixo que são destinados a um fim específico, prédeterminado, mas que podem e muitas vezes servem como materiais para artistas contemporâneos realizarem obras ou intervenções. Desta forma, foi possível aplicarmos os conceitos de arquitetura virtual, que amplia as possibilidades de intereção entre homens e espaços, libertando o homem da lógica linear da reprodução cotidiana e sistemática. O pensar do arquiteto sobre como será utilizado certos espaços ao mesmo tempo que proporciona maior conforto e funcionabilidade, tendenciona os acontecimentos para aquela realização, aprisionando ao invés de libertar. Hoje temos exemplos de espaços mais "moldáveis" que permitem a intervenção do agente e não apenas dos arquitetos, como apresentado por Carlos Alberto Batista Maciel, arquiteto da UFMG, em Aula Inaugural de Arquitetura, que ocorreu dia 18 de março no anfiteatro da biblioteca do Cetan, defendendo a "livre" utilização dos espaços e espaços infra--estruturais. Concluindo, a discussão sobre arquitetura virtual serve aos arquitetos, principalmente, para compreender que as relações sociais e históricas não são controláveis, desta maneira como devemos construir para o futuro, é necessário libertar a "obra" para as modificações e eventualidades atualmente imprevistas.

- Oficina I Arquitetura e Urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


Passo a passo: do tridimensional para o bidimensional Materiais utilizados: O

b

j

e

t

o

- 18 palitos de churrasco (24,7 cm) - 15 metros de linha de pipa - 1 regua -1 lapis - 1 estilete

Istrucoes tecnicas: - marcar a lapis 1 cm na base e 1,7 cm na ponta - entre as marcacoes, marcar as medidas aureas: 8 cm e 14 cm* - cortar 24 pedacos de linha com 60 cm - cortar ‘dentes’ nas marcacoes da base e da ponta de todos palitos - cortar ‘dentes’ nas marcacoes aureas da base em 8 palitos - cortar ‘dentes’ nas marcacoes aureas da ponta em 6 palitos - Oficina I Arquitetura e urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


1- Primeiro encaixe 1.1 - com dois palios de base áurea, amarre-os em cruz deixando 6 cm entre as bases 1.2 - nas pontas de 1.1 amarre também pelas pontas dois palitos cruzando pelo ponto aureo da ponta. o angulo formado com 1.1 deve ser de 100° e 16 cm entre bases. 1.3 - amarre dois palitos em 1.2 pelas bases e cruzando pelo aureo da ponta. Angulo de 80° com 1.2 e 10 cm enre pontas. 2 - Segundo encaixe 2.1 - cruze dois palitos pelo aureo da ponta com 9 cm entre pontas. 2.2 - amarre 4 palitos pelas pontas em 2.1 formando 100°. Entre bases devem ser um de 17 cm (ponta de 2.1, 2.2a) e 12 cm (base de 2.1, 2.2b). 3 - Finalizando 3.1 - entrelace 1 e 2 passando os palitos de 2 com 17 cm de base (ponta de 2.1) pelo maior espaço entre os aureos de ponta de 1. 3.2 - com 2 pailitos pela ponta amarre a base de 1.1 com o aureo da base de 2.2a. 3.3 - com 2 palitos pela ponta amarre a ponta de 1.3 com a base de 2.2b. 3.4 - com 2 palitos pela base amarre os aureos da base de 3.3 com a base de 2.2a.

- Oficina I Arquitetura e Urbanismo

Luis filipe louzada Azevedo


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.