CURSO DE ORATÓRIA - LUIZ GONZAGA DA SILVA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!”

1ª edição - Abril/2014 CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!”

ÍNDICE APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................

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PARTE I – O MECANISMO DO MEDO ..............................................................................

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PARTE II – CAUSAS DO MEDO DE FALAR EM PÚBLICO …................................................

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2.1 Falta de conhecimento sobre o assunto …................................................................

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2.2 Falta de prática ou experiência para falar em público .............................................

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2.3 Falta de autoconhecimento ......................................................................................

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PARTE III – COMO SE PREPARAR? ...................................................................................

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3.1 Conheça a causa de seu medo …...............................................................................

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3.2 Realize exercícios para melhorar a dicção ….............................................................

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3.3 Exercite leitura diária em alta voz ….........................................................................

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3.4 Conheça o assunto com profundidade ….................................................................

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3.5 Conheça o público ....................................................................................................

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3.6 Como preparar a apresentação ou discurso …..........................................................

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3.7 Partes da apresentação ou discurso ........................................................................

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3.8 Prepare um roteiro de apresentação ......................................................................

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3.9 Ensaie a exposição do assunto com antecedência …................................................

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 3.10 Vá para apresentação com pensamento positivo …..............................................

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3.11 Treine expressão corporal...................................................................................

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3.12 Não elimine totalmente o medo............................................................................

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PARTE IV – POSTURAS A SEREM EVITADAS ….................................................................

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4.1 “O Manipulador” ......................................................................................................

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4.2 “O Eclesiástico” …......................................................................................................

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4.3 “O Pistoleiro” ….........................................................................................................

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4.4 “O Confuso” …...........................................................................................................

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4.5 “O Agressivo” ….........................................................................................................

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4.6 “A Múmia” ................................................................................................................

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4.7 “A Fera Enjaulada” ....................................................................................................

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4.8 “O Sargentão” .….......................................................................................................

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4.9 “O Pêndulo” .…..........................................................................................................

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PARTE V – EXERCÍCIOS DE RELAXAMENTO ….................................................................

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5.1 Inspiração e Expiração profundas ............................................................................

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5.2 Liberação de adrenalina por atividade física ...........................................................

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5.3 Relaxamento em posição sentada ..........................................................................

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PARTE VI – O USO DO MICROFONE ….............................................................................

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6.1 Breves considerações ….............................................................................................

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PARTE VII – O QUE FAZER DURANTE A APRESENTAÇÃO? .............................................

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 7.1 Não fale logo ao chegar ao local da apresentação.................................................

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7.2 Verifique a ordem das fichas ou anotações .............................................................

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7.3 Cumprimente as pessoas, sorria e fale …..................................................................

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7.4 Evite fixar o olhar em um único ponto ou pessoa ...................................................

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7.5 Inicie a fala exprimindo algo interessante ….............................................................

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7.6 Observe as reações da plateia …...............................................................................

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7.7 Use a modulação na voz (grave, aguda, média) e pausas ….....................................

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7.8 Oscile a velocidade da fala …....................................................................................

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7.9 Utilize o volume de voz adequado .........................................................................

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7.10 Seja espontâneo …...................................................................................................

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7.11 Use linguagem simples …........................................................................................

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7.12 Evite “muletas” a todo o momento ….....................................................................

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7.13 E se der “um branco”?.............................................................................................

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7.14 Fale dentro do tempo concedido ...........................................................................

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7.15 Agradeça a oportunidade à plateia e finalize ........................................................

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PARTE VIII – PALAVRAS FINAIS ......................................................................................

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ANEXOS …........................................................................................................................

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REFERÊNCIAS CONSULTADAS .........................................................................................

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APRESENTAÇÃO Há muitos séculos, o filósofo grego Sócrates disse: “Fala, para que eu possa te ver”. Apesar do longínquo tempo, essa frase ainda é atual. Na sociedade contemporânea, o domínio do uso da palavra produz diferenças incríveis nos diversos grupos sociais, nos quais estamos inseridos. De uma forma ou de outra, sempre nos expressamos em público, quer seja diante da família, no trabalho, igreja, faculdade ou em outros agrupamentos sociais. O fato é que, muitas vezes, não percebemos que, em algumas dessas ocasiões, estamos sendo avaliados. A boa comunicação é essencial ao convívio social, principalmente em circunstâncias consideradas especiais, tais como, apresentação de propostas, negociações, visitas a clientes, festas e recepções, reuniões de equipes, discussões, cerimônias religiosas... Nessas ocasiões, muitas vezes, perdemos oportunidades importantes de crescimento profissional e pessoal, simplesmente porque temos medo ou receio de expressar nossos pensamentos, sonhos, ideias, propostas e projetos que consideramos importantes - a razão disso: o medo de falar em público. Às vezes, o medo não é o inimigo vital, mas a falta de uma comunicação entusiástica. Não alcançamos os objetivos que pretendíamos. Ficamos pelo caminho. Perdemos, assim, oportunidades, tempo e dinheiro. Aquele que se expressa bem terá mais oportunidades de crescimento, tanto no plano profissional quanto pessoal, e estará a um passo mais próximo do sucesso! No entanto, para se alcançar sucesso, perseverança e dedicação são necessárias. Significa dizer, são imprescindíveis a organização, paixão e carisma por aquilo que se faz, além de naturalidade, determinação para exercitar as técnicas de falar e capacidade de entender a plateia. Demóstenes era um homem gago, mas se tornou o maior orador grego, porque foi perseverante e lutou contra suas limitações. Ele teve coragem de enfrentar a si mesmo. Portanto, esforce-se e vença! Utilizando as dicas aqui mencionadas, você terá a oportunidade de diminuir o medo de falar em público e, incrivelmente, usá-lo a seu favor! Aprimorará suas apresentações, sendo mais eficiente e tornando-se eficaz em sua comunicação. Aprenderá a valorizar suas qualidades e talentos, compreendendo que é possível vencer o medo de falar em público! Sendo perseverante, como Demóstenes, você compreenderá, na essência, a célebre frase de Cícero, o maior orador romano, que disse: “O poeta nasce feito; o orador se faz!” CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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Se você tem medo de falar em público, não se preocupe! Preste atenção: você não é o único privilegiado! Não! Bem-vindo ao “clube dos treme-tremes”, dos “caras-pálidas” ou “peles vermelhas”. Embora, o medo de falar em público seja um dos maiores medos da humanidade, tranquilize-se, você irá vencê-lo!

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Segundo uma pesquisa com três mil americanos sobre os maiores medos da humanidade, realizada pelo Jornal inglês The Sunday Times, o medo da morte ficou em 4º lugar entre os entrevistados; os medos de águas profundas, doenças, insetos ou problemas financeiros, ficaram empatados em 3º lugar; em 2º lugar, o medo de altura; e, surpreendentemente, na pole position, o medo de falar em público! Interessante é que o medo se manifesta em situações de perigo. Na realidade, ele é um mecanismo contra algo que achamos que poderá nos trazer prejuízo ou fazer mal. Mas, o medo de falar em público pode nos trazer algum perigo? Sim, talvez pelo risco de parecermos ridículos diante da plateia, de não sabermos o que fazer com as mãos, de esquecermos o que havíamos planejado falar, de lembrarmos que a situação poderá ficar “preta”, por causa do “branco” que pode invadir nossa mente, entre outras mil razões. E quais seriam os motivos de tudo isso? Quando nos deparamos com situações de perigo, nosso organismo libera uma substância na corrente sanguínea chamada adrenalina, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, que aumenta nossa pressão arterial e faz com que nossos músculos se preparem para fugir dessas situações. Normalmente, quando fugimos de alguma situação de perigo, por exemplo, quando um cão nos ameaça morder, gastamos a adrenalina na fuga. A adrenalina é o combustível natural que nos dar a força necessária para fugir daquela situação, salvo se quisermos quebrar a monotonia cotidiana com a emoção da mordida canina. Quando estamos diante de uma plateia, contudo, não há como escapar, pois não ficaria muito bem para nossa imagem de palestrante sair a 80 km/h, mesmo que isso representasse um novo recorde mundial. Dessa forma, como a adrenalina não é imediatamente metabolizada pelo corpo, a sua presença se manifesta trazendo alguns dos seguintes horripilantes sintomas: - as pernas começam a tremer; as mãos, suar; - a face empalidece ou fica vermelha; - as palavras saem truncadas ou rápidas demais; - a boca fica seca ou com muita saliva; - as batidas do coração se aceleram e ficam descompassadas. Assim, é importante usar a “energia” do medo a nosso favor, minimizando seus efeitos. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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Em sua obra “Vença o Medo de Falar em Público”, Reinaldo Polito, renomado especialista brasileiro na arte de expressão verbal, destaca que existem três causas principais do medo de falar em público: a falta de conhecimento sobre o assunto, a falta de experiência para falar em público e a falta de autoconhecimento. Esses fatores serão abordados, separadamente, para melhor compreensão.

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2.1 - FALTA DE CONHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO Em razão da falta de conhecimento do assunto, o orador poderá, no momento da apresentação da mensagem, arcar com alguma ou várias das seguintes consequências: - esquecer ou suprimir algum dado relevante; - trocar informações indevidamente; - não saber responder determinadas perguntas; - cair em contradição; - recear que haja alguém na plateia com mais conhecimento sobre o assunto do que o próprio discursista. Não é interessante passarmos a imagem de que conhecemos um assunto com profundidade, quando de fato o sabemos superficialmente. Acima de tudo é uma conduta antiética. Agindo de tal forma, em dado momento, a “máscara” cairá e revelaremos o “rosto da superficialidade” que há em nós. Melhor é conhecer o assunto que iremos abordar com a profundidade necessária. Caso contrário, a adrenalina nos levará ao medo, que provocará os efeitos indesejáveis já comentados. Por isso, quem já conhece determinado assunto, não será perda de tempo conhecê-lo um pouco mais. Agindo assim, o apresentador sentirá maior segurança na exposição dos seus argumentos. Todavia, em que pese dizer, por si só, o conhecimento aprofundado do assunto não é o bastante para que o orador se saia bem em suas apresentações em público. Existem outros fatores relevantes que também desencadeiam o medo de falar em público, conforme veremos a seguir. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 2.2 - FALTA DE PRÁTICA OU EXPERIÊNCIA PARA FALAR EM PÚBLICO A ausência de prática ou experiência no uso da palavra em público vulneraliza o apresentador, podendo conduzi-lo a situações desconhecidas ou inesperadas, cujas dificuldades sejam difíceis de administrá-las, causando-lhe incerteza quanto ao seu desempenho, principalmente, no que diz respeito aos resultados da solução por ele envidada. O fato é que esse contexto de insegurança submete o palestrante, possivelmente, a algum dos seguintes problemas: - não saber o local correto onde deverá se posicionar para falar; - não ter consciência de estar falando com muito ou pouco volume de voz; - não saber como agir diante de possíveis dificuldades, tais como, ajustar o microfone; - não saber como usar os gestos corretamente; - não saber usar os recursos visuais adequada e oportunamente. Ressalte-se que tais situações também ajudam a liberar adrenalina. Ainda que o ministrante conheça profundamente o assunto a ser abordado, se ele não tiver o hábito de falar em público, sentirá um impacto grande no momento em que se apresentar. Nesse sentido, a prática tem papel fundamental na jornada de quem deseja ter sucesso em falar em público. Como disse Thomas Adams, “a prática é a alma do conhecimento.” Quanto mais você praticar, melhores serão suas apresentações e resultados. Vale dizer, quanto mais exercitar, melhor será sua performance diante do público. Entretanto, a prática de falar diante de um auditório deve estar aliada a outro proeminente aspecto: o autoconhecimento. Se não nos conhecermos, como poderemos corrigir, antecipadamente, nossas reações que podem vir à tona diante dos ouvintes? 2.3 - FALTA DE AUTOCONHECIMENTO Evidentemente, conhecer a si mesmo é um desafio filosófico. Às vezes, sentimo-nos surpresos, em face da forma como agimos ou reagimos diante de situações que a vida nos impõe. Diante disso, você já parou para perceber como é a sua voz? Como reage sua fisionomia quando está falando a um auditório? Se você não se conhecer bem, se a imagem de orador que você imagina possuir estiver distorcida, como poderá ficar tranquilo e seguro no momento de fazer uma apresentação? CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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Como você reage quando as pessoas começam a retirar-se do auditório enquanto você fala? Sente que não está agradando ou reage de forma segura? Quando não nos conhecemos, existe grande possibilidade de termos de suportar pesados fardos de preocupações durante o período da apresentação, dos quais destacamos: - falar com voz feia; muito aguda; muito grave; ou com outras imperfeições; - expressar-se com pronúncia incorreta de palavras; - não saber se os gestos estão coerentes com a fala; - ter receio do sotaque ou tentar escondê-lo. Portanto, além do conhecimento sobre assunto e a prática de falar em público, é importante conhecer-se a si mesmo, uma vez que o autoconhecimento produz maior confiança ao orador diante do público. Além do que foi tratado anteriormente, existe outro importante aspecto que também não pode ser esquecido, pois influencia a apresentação em público: o medo de sentir medo. Os fatores descritos anteriormente atuam de forma isolada ou conjuntamente. Assim, é importante verificar qual o motivo que desencadeia o medo para que se possa combatê-lo já e tenazmente.

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Toda caminhada começa no primeiro passo, mesmo aquelas de maiores distâncias. Toda conquista também é assim. Por essa razão, não se deve fixar o olhar nas dificuldades da preparação, mas, nos benefícios que ela propicia. Lembro-me de uma estratégia que usava quando capinava o quintal da minha casa, muitas vezes, debaixo de um sol causticante, além de constantemente sofrer picadas de formigas. Para não ser abatido pelo desânimo, nos momentos de descanso, olhava para a parte do terreno que havia limpado. Isso me dava forças para continuar o trabalho, mesmo sob tantas dificuldades. De forma semelhante, prepare o seu terreno para brilhar! A seguir, relacionam-se algumas dicas de como iniciar a preparação para falar em público. 3.1 – CONHEÇA A CAUSA DE SEU MEDO Conforme exposto, o desconhecimento do assunto, a falta de prática ou experiência para falar em público e a ausência do autoconhecimento são fatores adversos que atuam de forma isolada ou conjuntamente contra a boa fluência do orador. Alguém pode conhecer bem um assunto, mas não tem a prática de falar em público, ou vice-versa. Em outra CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” situação, pode até conhecer bem o assunto, mas não conhece como reage diante do público, ou seja, não conhece a si mesmo. Quando a pessoa identifica as causas que lhe causam medo de expressar-se em público, ficará mais fácil vencer as barreiras que a impede de falar de forma segura e convincente. Resolve-se o problema, não atacando os efeitos, mas as causas. Quando acometidos de alguma doença, se tomarmos remédio apenas para combater os sintomas (febre, mal-estar, etc), não ficaremos curados daquele mal. Conhecer as causas é o primeiro passo para a vitória para quem quer falar em público com sucesso. Enfim, como em tudo na vida, pense nos benefícios que você conquistará se você superar o medo de falar em público. Mantenha-se firme e vença-o! 3.2 - REALIZE EXERCÍCIOS PARA MELHORAR A DICÇÃO A dicção é o modo de dizer as palavras. Diz-se que alguém tem uma boa dicção quando pronuncia bem as palavras. A pronunciação defeituosa prejudica a imagem do palestrante. É comum as pessoas não pronunciarem o “r”ou “s” finais, bem como omitir o “i” no meio das palavras. Portanto, deve-se soar nas frases as palavras tônicas, como também o timbre de acordo com o sentimento que se deseja transmitir. Também, há pessoas que não gostam de seu sotaque ou se sentem incomodadas pela reação das outras ao ouvi-las. Não se deve preocupar em mudar o sotaque, uma vez que este é algo peculiar da fala e deve ser usado naturalmente. A preocupação maior deve ser em relação à boa pronúncia das palavras e ao conteúdo da mensagem. Logo, os ouvintes se acostumarão com o sotaque e até o considerarão um tanto charmoso. Dois exercícios bem simples podem ser realizados para melhorar a dicção. Primeiro, deve-se criar o hábito de exercitar a leitura de uma sequência de palavras que dificultam a pronúncia, são as famosas “trava-línguas”, tais como, aquelas relacionadas no final desta apostila. Segundo, com um objeto na boca (dedo, caneta, lápis, colher, etc), efetua-se a leitura de textos de livros, revistas, jornais. Esses dois exercícios melhoram, significativamente, a dicção. Cerca de 5 minutos diários é suficiente para realização desses exercícios. Apesar do curto período, o que se deve primar é a execução disciplinada e periódica, para se atingir bons resultados. 3.3 - EXERCITE A LEITURA DIÁRIA EM VOZ ALTA A realização desse exercício, ainda, ajudará na verificação da pronúncia correta das palavras, demonstrando se há necessidade ou não de melhorá-la. Além disso, permite ouvir CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” a própria voz. Ao exercitar, a pessoa poderá também dosar o volume da voz (alternando baixo e alto), adequando-a devidamente ao tipo de ambiente no qual a apresentação será realizada, aperfeiçoando a impostação (maneira de emitir o som). Também se pode treinar a voz, usando também textos poéticos, alternando a modulação (médio, grave, agudo) e a velocidade da fala (lenta, média, rápida). Brilhe como um poeta! Além do mais, por meio da leitura diária, haverá conhecimento de novas palavras, o que, alem de propiciar a ampliação do vocabulário, será útil nas apresentações. Por isso, é recomendável que se tenha sempre perto um dicionário, para melhor compreensão dos verbetes e futura utilização das novas palavras no contexto correto.

3.4 - CONHEÇA O ASSUNTO COM PROFUNDIDADE O conhecimento é a chave que liberta o homem das algemas da ignorância! Ninguém é obrigado a conhecer de tudo no mundo, mas se puder, esteja obrigado a conhecer tudo do assunto que você vai falar ao mundo! Evite a superficialidade. Isso será importante principalmente se, na apresentação, houver um momento para perguntas. Treine todas as respostas possíveis. O apresentador se sentirá mais tranquilo e seguro, à medida que estudar, pesquisar e pôr em prática os conhecimentos obtidos, o que, certamente, redunda em sua maior credibilidade, que é fruto de árduos momentos de dedicação. Portanto, aprenda e aprenda mais! Já sabe muito? Aprenda mais ainda! 3.5 – CONHEÇA O PÚBLICO Além do conhecimento do assunto, sempre que possível é importante que se conheça o público para o qual a mensagem será ministrada. Dessa forma, quando convidado ou quando se convidar para falar em alguma ocasião, é aconselhável que o orador solicite informações antecipadas sobre o público da pessoa que o convidou ou para quem o ministrante se convidou. Agindo dessa maneira, ele poderá preparar sua apresentação de acordo com o perfil do público.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Nesse sentido, dentre as informações fundamentais relativas ao público, é conveniente atentar para a idade (infantil, jovem, adulto ou “melhor idade”), sexo (feminino ou masculino) e nível sociocultural (intelectual ou inculto). Essas características são importantíssimas para o sucesso da mensagem, uma vez que esta deverá ser repassada em linguagem acessível e em conformidade com o tipo de público. É simples notar que as crianças têm entendimento bem limitado se comparadas aos adultos, razão pela qual se deve usar vocabulário conveniente e simples, além de esmerar-se para ser dinâmico e atrair a atenção delas, que são facilmente dispersadas até por uma barata que voa (mas, quem não é atraído por uma barata?!!!). Um bom artifício é usar histórias ou fábulas contadas de forma cativante, sem medo de desagradar ou parecer ridículo. Por outro lado, o público adulto apresenta característica diversa, o que exige outras estratégias para atrair seu interesse. O intelectualizado, mais frio e disciplinado, será mais influenciado por razões, raciocínios e lógica. Por sua vez, diferentemente, o público inculto amará mensagens recheadas por enfoques emocionais e gesticulação. Observando essas diferenças, o mensageiro terá mais chances de obter sucesso na entrega da mensagem. Ainda, no que se refere ao público adulto, é relevante citar que o de alto nível intelectual é mais raro de ser encontrado, o que significa dizer que a maior parte dos auditórios é formada por pessoas menos cultas. Portanto, é de responsabilidade do palestrante encontrar o nível mediano e adaptar sua mensagem ao tipo de plateia para a qual irá falar, a fim de que possa, eficientemente, alcançar seus objetivos. Com efeito, também é importante saber o nível de conhecimento que as pessoas têm do assunto que será abordado. Nunca se pode falar de um assunto tomando por base o próprio nível de conhecimento, e sim o dos ouvintes. Como foi dito, na maioria das vezes, o nível intelectual das plateias é bastante diverso. Assim, é relevante adaptar o nível de complexidade da matéria à capacidade de entendimento dos ouvintes. Contudo, porventura, se não for possível obter informações antecipadas sobre o público ou se deparar com um tipo de público diferente do que se esperava, não precisa hesitar, adapta-se a mensagem à nova realidade. Embora seja tentador manter a mensagem tal qual foi preparada e ensaiada com toda a técnica, de nada adiantará aplicá-la, haja vista que ela se destinava a um tipo diferente de plateia. Portanto, o segredo é adaptá-la e, mesmo sob a ameaça de possíveis falhas, as chances de conquistar os ouvintes serão bem melhores.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Assim, levando-se em consideração as características do público, os esforços preparatórios do palestrante não serão em vão. 3.6 – COMO PREPARAR A APRESENTAÇÃO OU DISCURSO Uma dúvida comum é como se deve planejar a apresentação ou discurso. De plano, logo vem à mente que o inicio do planejamento, supostamente, é a partir da elaboração da introdução. Contudo, diferentemente da apresentação em si, a elaboração não obedece à ordem que parece ser a mais lógica, ou seja, não se atende à perspectiva de se iniciar pela introdução. O fato é que, geralmente, não se tem certeza do assunto a ser abordado, portanto, significa que ainda não se tem, de forma precisa, a direção que se deseja palmilhar, o ponto que se almeja chegar, de maneira que a introdução é a última parte a ser trabalhada. Enfim, a introdução deve ser elaborada depois da conclusão e, mesmo assim, deve ser adaptável para sofrer as eventuais alterações impostas pelas circunstâncias que venham surgir no momento da apresentação. Por conseguinte, aconselha-se que o orador siga os seguintes passos no planejamento do assunto que será exposto: 1 – identificar o assunto – deve limitar-se ao assunto que pretende explanar, sabendo de antemão que assunto irá expor. Exemplo, o fato de alguém desejar falar sobre Direito Administrativo. Logo se constata que o assunto é muito vasto, e daí decorre a obrigação de restringi-lo, tal como: “Os Princípios do Direito Administrativo Aplicados às Licitações Públicas”. Assim, definido o assunto, devem ser estabelecidos os elementos que contribuirão para a argumentação a ser apresentada (estudos técnicos, científicos, pesquisas, teses, exemplos, comparações, etc), partindo de um bom argumento, apresentando, sucessivamente, os demais em ordem crescente de grau de importância. Nessa fase, é recomendável levantar as possíveis objeções aos argumentos, buscando-se os meios necessários para defendê-los; 2 - definir os objetivos – qual o alvo da exposição? O que se pretende fazer? Resolver um problema ou repassar uma informação? Encontrados os objetivos, prossegue-se para a terceira fase; 3 – facilitar o entendimento dos ouvintes – erra o orador quando supõe que as pessoas têm seu mesmo nível de compreensão acerca de etapas de explanação de algum assunto. Ademais, como foi dito antes, o público normalmente é heterogêneo. As pessoas são diferentes, e o nível intelectual não é o mesmo. E mais, não é sempre elevado. Portanto, o melhor é expor o que será abordado e o problema que será resolvido. Sendo assunto novo, CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” é interessante que se faça um retrospecto das informações, demonstrando como os fatos ocorreram até o momento presente; 4 – preparar a conclusão e a introdução – estando o assunto e os objetivos claramente definidos, bem como planejados os meios para facilitar a compreensão do auditório, passa-se, então, à quarta etapa, que consiste na elaboração dos dois itens finais: conclusão e introdução. Especificamente, em relação à introdução, embora seja recomendável levá-la preparada, não se pode esquecer que podem ocorrer circunstâncias no momento da apresentação que conduzam o palestrador a efetuar adaptações. Por exemplo, a fala de um participante ou um acontecimento inesperado no ambiente pode exigir uma alteração do que fora programado. Nesse caso, deve-se fazer o que for necessário para transmitir boa impressão logo no início. 3.7 – PARTES DA APRESENTAÇÃO OU DISCURSO Quando se fala em público, as palavras não devem ser comunicadas de qualquer forma. Devem estar ordenadas de tal maneira que forneçam, não apenas um conjunto agradável, mas, sobretudo, convicção. Os riscos de uma fala desordenada podem não apenas comprometer o conteúdo da mensagem, mas, principalmente, influenciar negativamente a própria imagem do orador. Resulta daí a importância de trabalhar a elaboração, a fim de evitar esses riscos. As partes que compõem um discurso devem ser preparadas e analisadas separadamente. No entanto, quando apresentadas ao público, devem fluir de forma que pareçam constituir-se de uma única peça. Para atingir esse alvo, as partes devem manter interdependência, apesar de elaboradas separadamente. Devem ainda manter proporcionalidade, de tal forma que a introdução, a preparação e a conclusão sejam menores que a abordagem do assunto central. Finalmente, devem ter poder de elucidação, uma vez que o grande objetivo do orador é ser compreendido pela assistência. Se ele não for entendido, em vão foi sua apresentação. Seguindo a ordem retórica organizada por Aristóteles, um dos grandes filósofos gregos, hoje se utiliza a seguinte divisão para um discurso, a qual pode ser aplicada com a devida adaptação em outras apresentações: introdução (ponto de partida); preparação (torna claro o assunto principal que será apresentado); assunto central (parte principal, razão da existência da apresentação ou discurso) e conclusão (parte final). Por sua vez, estas se dividem na disposição seguinte:

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 1 – INTRODUÇÃO Vocativo – é o cumprimento que se faz ao auditório, devendo ser adequado às circunstâncias, principalmente em eventos que exigem formalidades. O vocativo “Senhoras e Senhores” resolve a maioria dos casos. No entanto, quando houver composição de mesa (conjunto formado por autoridades, tais como, Presidente e Secretário), primeiramente cumprimenta-se a mesa e, após, os demais ouvintes. Em situações informais não estará errado apelar para a informalidade, sempre se primando pela cortesia. Exórdio – é o local do discurso ou apresentação, no qual o palestrador trabalha o ânimo dos ouvintes para que escutem com atenção, docilidade e benevolência. Ressalte-se, que apesar de parecerem sinônimas, tais palavras apresentam sentidos distintos, a saber: a) A atenção é obtida pelo interesse despertado nos ouvintes. Deixando-os curiosos, intrigados, interessados, ficarão atentos. b) A docilidade é a disposição da audiência para ser conduzida pelo orador, a fim de aprender, ser instruída ou manejada. Garantir-lhe que a apresentação será breve. Acalmá-la de alguma preocupação. Prometer-lhe satisfação, dar-lhe uma boa notícia, deixará a assistência dócil. c) A benevolência é simpatia pelo orador ou por suas ideias. Os ouvintes benevolentes são aqueles identificados com a alma do palestrante; dispostos a perdoar-lhe os erros e deslizes e até socorrêlo quando a sua memória falhar. Sorrir, elogiar, demonstrar humildade, concordar com os ouvintes são meios de garantir a benevolência. 2 – PREPARAÇÃO

Proposição - é a parte na qual se apresenta com brevidade o assunto do discurso ou apresentação. É o discurso reduzido à sua mais breve expressão. Apenas em uma ou duas frases, apresenta-se o âmago do conteúdo da apresentação. A proposição também é chamada de tese. É dispensável quando: a) o assunto contrarie o interesse do ouvinte; b) o público já sabe o tema; ou c) o assunto é controvertido. Deve ter unidade (voltada para o conteúdo do discurso), clareza, brevidade, fecundidade, interessante e retidão (observar princípios

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” éticos e morais). A redução do discurso a uma breve sentença não é fácil, mas é uma tarefa a ser perseguida. Narração - é o trecho onde se expõe as causas e os fatos ou enfoques nos quais se baseia o assunto central. Deve ser clara (entendível pela plateia); concisa (poucas palavras); verossímil (informações verdadeiras) e correta (os fatos devem corresponder à forma que os ouvintes acham que o orador aja e pensa). Quando a plateia for amistosa e não houver necessidade de exórdio e preposição, pode-se iniciar a fala com a narração. Divisão - é o local onde se indica o plano a ser adotado no trabalho. É dispensável quando: a) o assunto tiver apenas uma parte; b) a apresentação for muito curta; c) as partes forem facilmente compreendidas; ou d) for interessante não revelar a sequência da apresentação. A divisão deve ser natural (para rompimento do ritmo da exposição do assunto); breve (facilitar a memorização); completa (conter todas as partes do assunto central) e de poucas partes (evitando-se ultrapassar a quatro partes). A divisão representa os caminhos e etapas até o final da apresentação, facilitando o entendimento dos ouvintes ao que será exposto. 3 – ASSUNTO CENTRAL

Confirmação ou Argumentação – é o segmento onde o orador exibe os raciocínios que provam a proposição ou tese. Nesse momento, podem-se utilizar elementos de apoio à argumentação, tais como, estatísticas, definições, estudos científicos, teses, testemunhos, que servem como prova para as afirmações enunciadas. É importante atentar para a qualidade dos argumentos. Se todos forem fortes, apresenta-se um a um. Se todos forem frágeis, devem ser apresentados de uma só vez, para fazer frente pela quantidade, e não pela qualidade. Se possuírem pesos diferentes, deve-se começar

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” por aquele que não seja o melhor, todavia, cause impacto. Em seguida, apresenta-se o mais fraco, aumentando gradativamente até chegar ao mais forte. Argumentos polêmicos conjugação destes.

devem

ser

evitados,

como

também

Refutação - é a parte no qual são destruídas as objeções feitas ou factíveis. Deve-se esforçar para antever quais as objeções, expressas ou tácitas, que podem ser levantadas em oposição às afirmações que se farão na apresentação. A refutação deve observar a qualidade dos argumentos contrários apresentados. Se todos forem fracos, devem ser refutados individualmente. Se todos forem fortes, devem ser combatidos simultaneamente. Se forem de qualidades diversas, primeiro, devese combater o mais forte e sucessivamente, deixando-se o mais fraco para o final. A refutação poderá ser dispensada se o assunto for conhecido e coerente com a linha de pensamento da plateia. 4 – CONCLUSÃO

Recapitulação – trata-se de um resumo, em uma única frase, ou em duas, da essência do conteúdo apresentado. Epílogo (último ato ou cena) – é o momento das palavras finais. Devem ser dirigidas mais para o sentimento do que à razão. A apresentação poderá ser encerrada com uma reflexão, uma citação, uma frase poética, um elogio ao auditório, um fato bem humorado, um fato histórico, um pedido de ação ou a circunstâncias de tempo, lugar ou pessoa.

Durante a exposição do assunto, aconselha-se que o tempo destinado à introdução e preparação seja em torno de 20% do tempo total da apresentação; para o desenvolvimento do assunto central, 70%; e, para a conclusão, 10%. Assim, se o orador for falar por cerca de trinta minutos, sua introdução e preparação ocuparão cerca de seis minutos; o assunto central, em torno de vinte e um minutos; e a conclusão, apenas três minutos. Dessa forma, a divisão de sua apresentação estará devidamente proporcional. Contudo, como tudo na vida, principalmente na Língua Portuguesa (regras infindáveis!), há exceções à regra geral, porquanto, quando se trata de plateias hostis, a introdução tanto demandará maior tempo, quanto exigirá habilidade do palestrante, pois CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” nessas circunstâncias o objetivo primordial é ganhar a atenção, a docilidade e a benevolência do auditório. Como dica final, caso haja necessidade de leitura do discurso ou de outro texto na apresentação, é aconselhável que ao ler o texto, o orador dirija seu olhar para a plateia, durante as pausas e nos finais de frases. E, para não se perder na leitura, ele pode marcar o texto com o dedo polegar. Saliente-se que, nessas pausas da leitura, deve-se evitar olhar para uma só direção, sendo, nesse caso, interessante alternar o olhar, ora para um lado, ora para o outro do auditório. Finalmente, cabe esclarecer que a leitura deve ser realizada, sempre, com ênfase e emoção, e jamais como se estivesse lendo uma bula de remédio ou receita de um bolo. 3.8 - PREPARE UM ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO O roteiro é o caminho que indica as etapas da apresentação. Ele tem grande importância, por duas razões principais. A primeira é evitar que o palestrador se perca na sua apresentação, estabelecendo o elo entre uma parte e outra. Se estiver perdido, saberá retornar. A segunda é para que ele não fuja do assunto proposto para explanação. Dessa forma, ele poderá fazer suas anotações, por exemplo, em fichas sequenciais. Poderá, ainda, utilizar um roteiro mental, empregando técnicas de memorização, tais como, mapa mental, associação de imagens mentais, gancho, trajeto, a casa da memória, etc, que o ajudarão na lembrança correta dos tópicos a serem abordados. Nesse caso, ele deve empenhar-se para utilizá-las frequentemente, o que facilitará as apresentações, desde que esteja seguro. 3.9 – ENSAIE A EXPOSIÇÃO DO ASSUNTO COM ANTECEDÊNCIA Muitas pessoas pensam que a retenção mental do conteúdo do assunto a ser abordado é suficiente para uma boa apresentação em público. Não pense assim! É fundamental a realização de ensaios antes das apresentações. Quando possível, o ensaio pode ser observado por um amigo que avalie, com sinceridade, o desempenho do apresentador. Este, por sua vez, não pode se mostrar chateado se houver críticas de quem o avalia. Contudo, ainda que haja impossibilidade dessa observação crítica, não se deve deixar de ensaiar. A verbalização da apresentação permitirá que sejam corrigidas eventuais falhas, tais como, inclusão de tópicos relevantes ou exclusão daqueles considerados desnecessários.

3.10 – VÁ PARA APRESENTAÇÃO COM PENSAMENTO POSITIVO Um fator importantíssimo é que se deve pensar positivo antes e no momento da fala. Antes da apresentação, o orador pode criar na mente um “filme de sucesso”, no qual se vê CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” como o personagem principal. Imagina-se falando com vigor, fluência e determinação diante das pessoas que parecem hipnotizadas por sua maneira de falar. Nessa ocasião virtual, ele deve se expressar sem nenhuma timidez e com bastante entusiasmo diante da plateia. Arquivar, no fundo do mar, se possível no Triângulo das Bermudas, as situações passadas, nas quais ele não tenha se saído bem. Sendo confiante e agindo com espírito de vitória, na apresentação real, ele também triunfará! 3.11 - TREINE EXPRESSÃO CORPORAL É muito importante que haja boa interpretação de cada sentimento manifestado na mensagem (alegria, tristeza, indignação, raiva, dor, etc). Isso torna o palestrante mais carismático diante do público. Da mesma forma que um cantor dar o melhor de si na interpretação de uma canção, ele também deve buscar em sua apresentação esse objetivo primordial. A expressão corporal trará maior dinamismo à sua apresentação para que não fique desinteressante. Lembre-se de interpretar cada momento, porém, de forma natural! Não se trata de teatralizar, falsear, como alguns podem fazer, mas traduzir o sentimento real da mensagem. Nesse caso, essa postura, de forma alguma, deve ser aprendida com finalidade de conduzir quem a utiliza a uma conduta que contrarie a moral e a ética. É claro que devemos expressar sentimentos verdadeiros, e de forma alguma falsear o que não sentimos, sob pena de perdemos a credibilidade diante do público. Isso seria um grande desastre para um orador, pois deve antes de tudo, preocupar-se em ser honesto.

Em suma, não podemos transmitir tristeza, sorrindo; ou um momento cômico, de forma tristonha. A expressão corporal é antes de tudo, dar vida às palavras.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 3.12 - NÃO ELIMINE TOTALMENTE O MEDO A sensação de medo sempre nos acompanhará, em menor ou maior grau, quando falarmos em público. O medo existirá mesmo até entre os oradores mais experientes. O que podemos fazer é minimizar os seus efeitos, utilizando as técnicas necessárias para atingir esse objetivo. Contudo, se o seu medo parece um animal selvagem, incontrolável, você deve domesticá-lo! Já vimos que o medo existe para nos proteger de uma circunstância de perigo. Parece um paradoxo, porém, apesar de lutarmos para extirpar o medo de falar em público, na realidade ele é um excelente aliado para evitar uma situação que não pode ocorrer na carreira de um palestrante: a falta de preparo adequado. Quando já estamos acostumados a falar em público, podemos pensar que estamos suficientemente preparados para falar em qualquer situação. Não pense assim! Estaremos próximos de um grande perigo: a negligência! Cada situação merece um cuidado especial. Se você não estiver se preparando devidamente, cuidado! O aprimoramento de nossa comunicação é dever constante. Toda apresentação merece uma boa preparação! Não caiamos no desleixo de fazer a apresentação de qualquer jeito. Isso seria um grande desrespeito aos nossos ouvintes que querem ouvir mensagens interessantes de nossa parte e, por outro lado, macularíamos nossa imagem de orador. Nesse sentido, o medo exigirá de nós um preparo maior para que a apresentação seja mais eficiente, eficaz e dinâmica. Evidentemente que o preparo exige esforço, e nem todos querem pagar esse preço. A autoconfiança tem seu papel relevante na comunicação, entretanto, não deve excluir o preparo necessário para falarmos em público. Ademais, toda a energia que o medo nos concede deve ser canalizada para dar mais emoção e vibração à fala, propiciando uma comunicação com maior firmeza.

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Normalmente o que se quer de um orador é uma postura equilibrada, não arrogante, nem humilde em demasia. Porém, por diversas razões, assumimos uma dessas posturas, o que pode comprometer nosso processo de comunicação em público. Sempre que pudermos, devemos evitar tais extremos. A postura correta distribui o peso do corpo entre as pernas, não as abrindo em demasia, de forma a manter o equilíbrio. Nesse sentido, uma dica que ajuda no treinamento que visa ao melhor posicionamento do corpo diante do auditório, no que diz respeito ao tronco e cabeça, é encostar a parte traseira do corpo em uma parede. Outra dica é colocar um cabo de vassoura ou outro instrumento semelhante, horizontalmente, por trás das costas e entre os braços flexionados. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Por outro lado, existem algumas posturas que devem ser evitadas a todo custo, pois influenciam, negativamente, a imagem de orador. Determinadas posturas, às vezes, pode até passar a ser mais lembrada do que as mensagens de seus oradores. Carlos Pimentel, em sua obra “Falar é Fácil”, destaca alguns tipos interessantes de posturas que devem ser evitadas, apesar de praticarmos algumas delas, muitas vezes, sem perceber: 4.1- “O MANIPULADOR” É o palestrante que fica o tempo todo com as mãos dentro dos bolsos das calças e, às vezes, ainda brinca com o que tem lá dentro.

4.2 - “O ECLESIÁSTICO” Apresenta-se ao auditório com as duas mãos postas, como se estivesse fazendo uma reza, repetidamente. Pior ainda, essa posição poderá levar a uma postura obscena, como o caso de uma famosa empresária falando acerca de seu negócio.

4.3 - “O PISTOLEIRO” Apresenta-se ocupando o centro do palco com as pernas abertas e os dois braços caídos ao lado do corpo, como se preparasse para sacar um revólver. Mas, não tenha medo! Não há arma e nem balas.

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4.4 - “O CONFUSO” As palavras e os gestos não são harmônicos, ou seja, a mensagem diz uma coisa, mas o gesto diz outra. Referem-se a “vocês”, mas o gesto aponta para si mesmo.

4.5 - “O AGRESSIVO” Gesticula com tanta veemência que ninguém pode ficar perto dele, caso contrário pode se machucar. Muito cuidado os que têm perucas, dentaduras e osteoporose.

4.6 - “A MÚMIA” Oriundo do Antigo Egito. Não se mexe. Onde o colocarem, fica até o final de sua apresentação, movendo, no máximo, os olhinhos.

4.7 - “A FERA ENJAULADA” Nervoso, começa a andar de um lado para outro diante da plateia, sem parar. Não adianta atacar essa “fera” com tranquilizante. Nada abranda sua intranquilidade. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 4.8 - “O SARGENTÃO” Cruza as duas mãos nas costas e anda de um lado para o outro, como estivesse passando o público em revista. E ainda mantém olhar arrogante e prepotente sobre a “tropa”!

4.9 - “O PÊNDULO” Balança lentamente de um lado para o outro, para a esquerda e para a direita, enquanto fala, sem parar. Corre-se até o risco do ouvinte terminar hipnotizado.

É claro que, por alguma razão consciente, uma vez ou outra, podemos assumir algumas dessas posturas. Note bem: razão consciente, na qual você sabe que está usando deliberadamente determinada postura. O que não se deve é repeti-las continuamente nas apresentações, sob pena de ser taxado como sendo um dos “tipos” aqui comentados.

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Para enfrentar o público é bom estarmos relaxados o máximo possível, uma vez que, no início da apresentação, a adrenalina está em alta e precisa ser controlada. Os exercícios a seguir ajudam a minimizar a ação desse hormônio no organismo, o que possibilita melhor desempenho do apresentador diante da plateia.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 5.1 - INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO PROFUNDAS Embora simples, esse exercício sempre funciona, podendo ser realizado em qualquer situação. Até hoje, ninguém reclamou no PROCON. Sem chamar a atenção das pessoas, de maneira lenta e suave, puxe o ar para dentro dos seus pulmões e depois o solte da mesma forma. Repita o exercício quantas vezes forem necessárias, até sentir-se mais aliviado. Agindo assim, seu cérebro entenderá que a situação não representa risco para você. É recomendável que você faça o exercício olhando discretamente para as pessoas do local aonde irá se apresentar, bem como, se possível, sentar-se bem na primeira fila, a fim de se acostumar estar à frente. 5.2 - LIBERAÇÃO DE ADRENALINA POR ATIVIDADE FÍSICA Outro exercício que relaxa, podendo ser combinado com o anterior, é realizar qualquer atividade física antes da apresentação. Bater palmas é uma delas. Se você for convidado a ministrar em alguma igreja, principalmente evangélica, normalmente no decorrer da programação, há um momento de cânticos, que são músicas cantadas pelas pessoas presentes. Dentre os cânticos, existem aqueles mais animados, em que as pessoas podem bater palmas para acompanhar a marcação do compasso. Aproveite esse momento para liberar a adrenalina. Você verá que funciona! Outra forma que pode ser utilizada para liberação da adrenalina é bater um jornal ou revista em si mesmo de forma violenta. Deve-se tomar cuidado para fazê-lo em lugar reservado, e não em público, para não pensarem que se trata de um comportamento de quem não está muito bem de suas faculdades mentais! 5.3 - RELAXAMENTO EM POSIÇÃO SENTADA Esse exercício pode ser realizado em qualquer lugar. Para isso, sente-se em uma cadeira, pondo os pés colados ao chão e as mãos sobre as pernas. Feche seus olhos. Respire profundamente. Não pense em nada. Em seguida, feche as mãos, levante os braços horizontalmente e os contraia. Atinja o máximo de tensão e, após, descontraia as mãos e os braços, que devem relaxar de forma natural sobre as pernas, permanecendo até o fim do exercício. Depois, contraia e descontraia, nessa ordem, o rosto, os olhos, a mandíbula, o pescoço, os ombros, o tronco, as nádegas, as pernas e os pés. O membro que foi exercitado deve permanecer relaxado. Por fim, contraia todos de uma só vez e, em seguida, descontraia lentamente, sentindo cada parte de seu corpo. Feche os olhos e respire fundo. Pronto, você estará relaxado! Tenha apenas cuidado para não relaxar demais e dormir, perdendo a oportunidade de se apresentar. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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6.1 – Breves considerações O microfone é um equipamento sonoro que amplia a voz humana. Ele é um poderoso aliado do orador visando melhorar a apresentação. Com ele não há necessidade de

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” gritos (salvo se o apresentador é um cantor de rock). Apesar de modernos e de existirem vários modelos, seu uso adequado exige alguns cuidados necessários: - Confirmar se está ligado apenas com um toque suave, evitando batê-lo com os dedos fortemente; - Verificar se ele está na distância correta para emissão da voz (em média, uns dez centímetros), atentando que, para vozes mais suaves, é melhor falar mais próximo e, para as fortes, aumentar a distância; - Ao falar em alto volume de voz, afastá-lo; quando falar suavemente, aproximá-lo; - Manter cuidado com o cabo do microfone com fio, para não se enroscar nele; - Quando nervoso, não suspirar próximo ao microfone, pois, muitos poderão ficar assustados; - Evitar líquidos próximos não causar-lhe danos (perigo de choque elétrico); - Olhar o público, e não o microfone; - Ao gesticular, ter cuidado para não usar a mão na qual se encontra o microfone. Como é um equipamento e, portanto, sujeito a falhas, é recomendável que se verifique com antecedência se o microfone está funcionando com a qualidade esperada. Levar em consideração que chiados, apitos e distorção da voz podem ocorrer distraindo a atenção dos ouvintes. Embora a solução desse problema seja de responsabilidade da pessoa ou entidade promotora do evento, ao constatar que o microfone não estar funcionando bem, deve-se ponderar e decidir se não é bem melhor falar sem ele, uma vez que a qualidade da apresentação poderá ser comprometida. Entretanto, não havendo possibilidade de utilizar esse equipamento, melhor é o orador encerrar a apresentação para não desperdiçar seu tempo nem dos ouvintes, principalmente. Como última dica, é recomendável o uso de aparelhos que não comprometam o processo de gesticulação e, havendo possibilidade, que o apresentador utilize aquele que melhor se adequa ao seu estilo.

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Chegou o momento esperado. A sua apresentação está prestes a acontecer. E agora, o que fazer? Não se preocupe! Se você se preparou bem e está bem relaxado, tudo será um sucesso!

A seguir, algumas dicas do que você deve utilizar no momento de sua apresentação. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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7.1 - NÃO FALE LOGO AO CHEGAR AO LOCAL DA APRESENTAÇÃO O motivo é bem simples. Como já aprendemos, nesse momento inicial da apresentação, a “senhora” adrenalina estará em alta. Tente ser natural. Respire profundamente. Evite falar rápido ou devagar demais. Relaxe e seja você mesmo! 7.2 - VERIFIQUE A ORDEM DE SUAS FICHAS OU ANOTAÇÕES O ideal é que você utilize algumas das técnicas de memorização aqui comentadas. Contudo, se você prefere falar utilizando fichas ou um roteiro escrito, a verificação da ordem é importante, porque seria muito estranho você começar a apresentação pela conclusão! Isso poderá deixá-lo nervoso, pelo fato de as pessoas perceberem logo de início que você se equivocou. Mas se essa hipótese de fato ocorrer, tente ficar calmo. Novamente, respire fundo, sorria e recomece do início. Você até pode dizer que não é Administrador profissional (desde que de fato não seja) e, por isso, não planejou bem a ordem das anotações! Todos entenderão e logo esquecerão quando você falar com desenvoltura. 7.3 - CUMPRIMENTE AS PESSOAS, SORRIA E FALE Cumprimente sorrindo, bem como agradeça a oportunidade de estar naquele local. Ao sorrir você mostrará às pessoas que é amistoso, alcançando benevolência. Abrindo a “porta” da sua boca, as pessoas abrirão “as portas dos seus mundos”. Você já reparou que os bebês são irresistíveis quando estão sorrindo. Então, utilize essa poderosa ferramenta. No entanto, evite o famoso “sorriso amarelo” (sem aparecer os dentes). Tente ser o mais natural possível. Por outro lado, não é conveniente ficar sorrindo a todo tempo. Busque o equilíbrio e seja natural. Fale com total controle emocional nesse momento! Agradeça a oportunidade, elogie sinceramente a plateia, ressaltando a importância do assunto para seus ouvintes, despertando-lhes, dessa forma, a atenção. Mas vá devagar, como ao dirigir um carro, passe a primeira marcha e, sucessivamente, a segunda, a terceira... Sua voz deve ser com menos intensidade e use gestos menos largos. Caso os use no início, parecerá que você não está sob controle emocional. Use gestos moderados. Os mais expressivos devem sobressair em pontos fortes da apresentação, e desde que necessários, como foi visto anteriormente, pois, uma plateia mais intelectualizada será mais influenciada pela razão, raciocínios e lógica que venham ser apresentadas na exposição do tema.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 7.4 - EVITE FIXAR O OLHAR EM UM ÚNICO PONTO OU PESSOA Embora pareça natural obedecer à determinação estabelecida na sentença acima, na prática, diante de um auditório, muitas vezes, não nos apercebemos quando estamos falando apenas em uma única direção ou, pior, para uma única pessoa. Jamais concentre exclusivamente seu olhar em um determinado ponto ou pessoa do auditório. Você pode se apaixonar fixando o olhar dessa maneira! Também não passe repentinamente o olhar pelas pessoas. Seu olhar deve passear pela plateia no formato imaginário do número “oito”. Você pode também dividir o auditório em quatro partes iguais. Assim, dê a devida atenção a cada quadrado, demorando o tempo necessário em cada um deles. É o famoso “quatro” dos sóbrios. Não se esqueça de que todos da plateia merecem nossa atenção! Agindo assim, você atrairá a atenção de todos, que o retribuirão de igual forma. Lembre-se da plateia, público, como se você fosse um namorado(a) apaixonado(a). Olhe nos olhos, querendo sempre conquistar! Que romântico, você não acha? Pode até acabar em beijos! Lindo, não? Mas saiamos desse jardim romântico de pétalas nobres e suaves, ao cantar de pássaros! Voltemos ao mundo real. 7.5 - INICIE A FALA EXPRIMINDO ALGO INTERESSANTE As pessoas adoram ouvir histórias. Sejam fatos reais ou fábulas. Porém, não abuse. Também é importante que mantenha relação direta ou indireta com o assunto da explanação. Não se deve usar tal recurso de forma indevida, fora de contexto. Os ouvintes mais atentos irão perceber se você fizer isso. Muitos acharão que você está tentando enganá-los, o que pode comprometer sua credibilidade e o interesse pela apresentação. Sempre lembre que você deve vender os benefícios que o público deseja adquirir com sua apresentação, e isso deve ficar bem claro no início. Embora o fato, a fábula ou a reflexão tenham relação com o assunto a ser abordado, não se pode deixar de estabelecer o vínculo entre eles e a parte seguinte de sua apresentação. Mesmo que cause interesse, em qualquer hipótese, evite assuntos polêmicos, pois aí você poderá perder o controle da situação. Ao invés de cativar a plateia, ela poderá tornar-se selvagem. E aí, quem segurará essa “fera”? Se a fábula ou história for bem conhecida, use sua imaginação e dê uma nova roupagem a elas. Use seus talentos, até então desconhecidos do grande público. Não tenha medo de ser agradável e criativo diante das pessoas!

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Por fim, não se esqueça de que as pessoas gostam de ouvir histórias breves e, somente, de vez em quando. Breves e de vez em quando?! Nada de se tornar um incontrolável contador de casos e passar a ser conhecido como o palestrante “Era uma vez...”! 7.6 - OBSERVE AS REAÇÕES DA PLATEIA Você está falando, e há pessoas com sono às 10 horas da manhã? Você observa apatia, tédio ou braços cruzados (sem que haja frio)? É hora de mudar imediatamente o que estiver fazendo. Isso dinamizará a apresentação e mudará a resposta das pessoas ao que você estiver falando. Requisito básico da comunicação: atenção de ambas as partes. Disse Richard Bierck, escritor financeiro americano, que “a doença de não prestar atenção começa com o palestrante”. Como você cobrará a atenção das pessoas se você não estiver atento às mensagens não verbais que estiverem transmitindo? O orador deve ser o primeiro a estar atento! É fato: nosso corpo comunica tal como nossa boca!

As pessoas no recinto estão evitando o contato visual com você? Estão com os braços cruzados? Estão franzindo a testa ou fazendo “não” com a cabeça enquanto você fala? Em caso positivo, saiba que esses são alguns sinais de comportamento fechado ao que você está transmitindo. Ao sentir que já está perdendo a atenção do público, mude o que estiver fazendo. Faça com que o público se envolva como grupo. Identifique um ouvinte atento e relacione-se de forma não verbal com ele, ou faça um teste de atenção com todos, como, por exemplo, dizendo que fará a abordagem do assunto e, após, fará algumas perguntas. Essas são estratégias que auxiliam na retomada da atenção. Portanto, em qualquer apresentação, recorde-se da frase de Richard Bierck. Como é que é a frase mesmo? 7.7 - USE A MODULAÇÃO NA VOZ (grave, aguda, média) E PAUSAS A modulação da voz (mudança de tonalidade) contribui para conferir maior dinamismo à apresentação e, é claro, não torná-la monótona.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Quando falamos de forma monótona, permanecemos em um único tom, isto é, não alternamos a fala, não alcançando outras tonalidades. Pessoas que falam em apenas uma tonalidade durante a apresentação correm sérios riscos de despertar o desinteresse de seus ouvintes. Têm poder de fazer “bebezão” dormir! Se no auditório existirem ar-condicionado, poltronas confortáveis e um pouco de penumbra, podem até surgir altos roncos. Surgirão ainda ótimas oportunidades para boas “pescarias”. Além disso, assim como as pausas, a modulação da voz serve para realçar os pontos importantes da apresentação! Isso é relevante enfatizar, porque, às vezes, você acredita no seu tema e está empolgado com ele, no entanto, sua voz e maneira de falar não expressam o que você está sentindo. Em outras palavras, não evidenciam a empolgação que você diz ter pelo assunto. Um exercício bom para modulação é contar de 1 a 8 usando as notas da escala musical para cada número, uma vez subindo, outra vez descendo. Exercitando e observando essas dicas, você jamais será monótono. 7.8 - OSCILE A VELOCIDADE DA FALA Também é importante variar a velocidade da fala durante a apresentação. Isso é alternar o ritmo da fala: ora mais lenta, ora mais rápida, ora a voz de uso cotidiano (que pode ser naturalmente lenta ou rápida). Essa alternância, aliada à modulação, além de também ajudar a aumentar o dinamismo da apresentação, tornando-a mais eficiente. Um bom exercício é repetir rapidamente os trava-línguas, do tipo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma” ou “O peito do pé de Pedro é preto”, dentre outros, que costumam dar nó em nossas línguas. No final da apostila, você verá outros exemplos, os quais se forem devidamente exercitados, assegurará melhoria na velocidade da sua fala. 7.9 – UTILIZE O VOLUME DE VOZ ADEQUADO É importante observarmos se nossa voz é costumeiramente de baixo volume. Se não houver microfone no ambiente, devemos saber usá-la de tal forma que todos possam ouvi-la perfeitamente. Atentos a isso, devemos nos esforçar para que todos no recinto ouçam nossa voz de maneira eficiente, caso contrário, os ouvintes ficarão desinteressados pela mensagem. Falando para poucas pessoas, você não poderá gritar, pois agindo assim, acabará irritando-as. Por outro lado, em um grande auditório, não ficará bem uma fala bastante suave, uma vez que, de igual forma, ocasionará o desinteresse dos ouvintes. Por isso, é CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” recomendável avaliar bem a dimensão do auditório para que todas as pessoas possam ouvir nitidamente. Por conseguinte, mantenha o hábito de falar um pouco mais alto do que seria suficiente para que as pessoas possam ouvi-lo. Dessa maneira, você mostrará mais interesse e envolvimento pela mensagem que está sendo transmitida. Um bom exercício para aumentar o volume da voz é repetir a palavra “NÃO”, iniciando de forma suave e, gradativamente, aumentá-la a ponto de ficar quase gritada. Finalizando, lembre-se do “Rei do Auditório”. Aquele sujeito que fica lá na última poltrona. Sua voz tem que chegar aos ouvidos de “Vossa Majestade”, sob pena de não se dar bem no reino da oratória! 7.10 - SEJA ESPONTÂNEO Apesar de parecer difícil, seja você mesmo! Seja mais natural possível. Não vale a pena repassar uma imagem que não é sua. Algumas pessoas tentam mudar o jeito de falar. Se você, por exemplo, tem sotaque, não se preocupe com ele. O sotaque é algo que aprendemos com as pessoas de nosso meio. Não tente escondê-lo, ainda que riam de você. Caso contrário, a todo o momento, sua atenção estará voltada à pronúncia de cada palavra, e não ao conteúdo da mensagem. Preocupe-se com o conteúdo de sua fala. Quando trabalhamos bem o conteúdo, as pessoas nem atentarão para o nosso sotaque. O que fazer com o sotaque, então? Não faça nada. Ele faz parte de você, integra sua história de vida. Se você é tímido, não tente passar uma imagem de uma pessoa extrovertida. No momento da apresentação, faça coisas que combinam com o seu jeito natural de ser. Se você não tem jeito para ser engraçado, não force a situação apenas para tentar agradar seus ouvintes. É importante frisar que o conteúdo e a forma de repassar a sua mensagem deverão superar a sua timidez. Portanto, apesar de sua timidez, seja confiante e passe o seu recado! Como já foi dito, jamais tente imitar alguém. Evite ainda o artificialismo. As técnicas de oratória devem ser usadas com naturalidade, e não como se fôssemos robôs. Portanto, treine para atingir esse nível de excelência que é ser natural e simples. Para quê complicar, então? Em suas apresentações, observe e use sua forma de ser. Tente evitar os erros, mas seja natural. Seja você mesmo! Mas, não se esqueça, fale com envolvimento e entusiasmo!

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” 7.11 - USE LINGUAGEM SIMPLES Para se comunicar com maior facilidade com seus ouvintes, use a linguagem que você costuma empregar no seu cotidiano. Isso fará com que você tenha foco em sua mensagem, e não nas palavras. Agindo dessa maneira, as palavras fluirão naturalmente. Evite usar gírias sempre que possível, salvo se você estiver falando para grupos específicos, tais como, surfistas, hippies, adolescentes e outros, nos quais a sua utilização é mais tolerada e até aproxima o orador de seus ouvintes. Entretanto, use, mas não abuse! Em hipótese alguma, utilize linguagem obscena, como palavrões, que não fica bem em nenhuma ocasião, mesmo se as circunstâncias permitirem. As cicatrizes em sua imagem poderão ficar para a vida toda. Essa linguagem, além de ser desrespeitosa, dificulta a aproximação com o auditório. Portanto, evite o uso de tais palavras. Também, o uso de linguagem técnica para uma plateia não familiarizada com a terminologia adotada na apresentação não é recomendável. Reserve esse tipo de linguagem para ouvintes que conheça, previamente, o significado de cada termo, pois, caso contrário, você estará obrigado a traduzi-los, o que resultará em maior tempo de exposição do assunto, o que poderá comprometer a sua abordagem na totalidade. Outra dica também importante. Jamais use linguagem ofensiva, mesmo em um auditório hostil, pois suas chances de conquistá-lo se tornariam mínimas. Em um ambiente pouco amistoso, o palestrador deve valer-se de todos os meios para aproximar-se, e não revidar os ataques. Fazendo revides, apenas conseguirá afastar os ouvintes, diminuindo a possibilidade de alcançar benevolência. Não obstante ser recomendável utilizar uma linguagem bem simples e, portanto, compreensiva por todos, sempre é bom ampliar o vocabulário. Isso pode ser atingido por meio da leitura de livros, revistas, jornais e outras publicações. Nesse aspecto, o cuidado que devemos ter é utilizar as novas palavras dentro de contextos apropriados. Mas atenção! Um estilo muito refinado poderá prejudicar a compreensão da mensagem que se pretende transmitir. Veja a seguinte frase, colhida na internet: “Está eivado (manchado, maculado) de ilegalidade o recolhimento do increpado (culpado) ao esgástulo (prisão) público”. De nada adiantará todo capricho na linguagem rebuscada se seus ouvintes não compreenderem a mensagem que você quer transmitir. A principal finalidade do orador na comunicação é ser compreendido!

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Em resumo, esmere-se por fazer uma apresentação de conteúdo e preferencialmente em linguagem simples. A simplicidade garantirá a compreensão da mensagem e, consequentemente, o sucesso de sua apresentação. 7.12 - EVITE “MULETAS” A TODO O MOMENTO Como o próprio nome diz, “muletas” são palavras que se usa para apoiar uma determinada afirmação. Nesse rol, encontram-se incluídas o “né”, “tipo assim”, “ok”, “entendeu”, “fui claro”, etc. Essas palavras nada contribuem para eficácia da mensagem, ao contrário, prejudicam-na. A repetição de vez em quando pode ser até tolerada. No entanto, é difícil prestar atenção em uma pessoa que repete exaustivamente o famoso “né” em cada final de frase. O uso dessas palavras demonstra insegurança, pois é como se estivéssemos a todo o momento perguntando, mesmo em situações que deveríamos afirmar, buscando continuamente a aprovação de nossos ouvintes. O primeiro passo, para evitar o uso inadequado dessas palavras, é termos consciência de que as usamos. Algumas atitudes bem simples podem nos sarar desse mal. Por exemplo, podemos gravar nossa fala e observar se utilizamos tais palavras. Podemos ainda pedir auxílio a um amigo que nos observe falando. Tendo consciência das muletas, o passo seguinte é extirpá-las de nossas apresentações, pois prejudicam nossa imagem diante do auditório. Todos nós sabemos que as muletas verdadeiras somente podem ser usadas na recuperação de quem está acidentado. Já as “muletas” verbais, no entanto, contribuem para acidentar a nossa fala. Você compreendeu, né? 7.13 - E SE DER UM BRANCO? Quase todos nós já passamos por situações, nas quais, em dado momento da apresentação, aquela palavra ou frase desapareceu repentinamente da ponta da nossa língua. É o clássico “branco”. Interessante é que, no momento do “branco”, tudo se “escurece”. “O branco” é caracterizado pela incapacidade momentânea de alguém raciocinar ou lembrar-se de algo. Na realidade, o “branco” é causado pelo acúmulo de ideias, e não pela falta de assunto. Quando ocorrer tal situação, primeiramente mantenha a calma. Em seguida, tente apenas se lembrar uma única vez, e repita a última frase que disse antes, como se estivesse CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” dando ênfase. Se não der certo, tente reiniciar sua fala com palavras diferentes, o que contribui sobremaneira para lembrar-se do termo esquecido. Se mesmo assim não atingiu o resultado esperado, use a expressão: “Na verdade o que eu quero dizer é...”. Entretanto, se nenhuma das dicas anteriores funcionarem, você poderá dizer que mais tarde voltará àquele assunto. Pronto, resolvida a questão do “branco” em sua vida. Ficou esclarecido? 7.14 - FALE DENTRO DO TEMPO CONCEDIDO Falar dentro do tempo concedido demonstra respeito pelo auditório. Não é aconselhável se realizar discursos ou apresentações muito demorados, principalmente antes do almoço e jantar. Certamente a fome falará mais alto que suas palavras!

Mesmo que não tenha sido estipulado tempo para sua apresentação, conduza sua fala dentro dos padrões de razoabilidade. Na hipótese de não seguir essa recomendação, estará correndo o risco de desagradar seus ouvintes e de tornar em vão todo o seu esforço em transmitir a mensagem. Portanto, não extrapole seu tempo no palco ou na tribuna. Embora seja aconselhável aproveitar todas as oportunidades para falar em público, não cansar o auditório é uma regra de ouro! Estabelecer um tempo padrão é difícil, pois a continuidade da apresentação está condicionada a uma série de fatores, como a receptividade do público e sua capacidade de prender a atenção das pessoas. Assim, haverá situações em que se poderá falar por uma hora ou mais sem cansar o auditório, e, de outro lado, aquelas em que quinze a vinte minutos são suficientes para assegurar um bom desempenho diante da plateia. Portanto, é imprescindível ter sensibilidade nessas circunstâncias. Há ocasiões em que o tempo de sua apresentação é reduzido e, por conseguinte, prejudicado, em virtude da participação de outros oradores que o antecederam. Apesar disso, seja razoável e sintetize sua apresentação, adaptando-a ao tempo que lhe foi concedido, realçando os pontos considerados relevantes. Todos o admirarão pela sua capacidade de síntese, notadamente pelo fato de ter sido prejudicado. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Destarte, em qualquer circunstância, rememore a frase de Horácio, poeta romano, que nos aconselha: “Serdes breves e agradareis”. 7.15 - AGRADEÇA A OPORTUNIDADE À PLATEIA E FINALIZE Após fazer um breve resumo daquilo que você proferiu, agradeça os momentos que desfrutou com o auditório e encerre sua explanação com uma fábula, um provérbio, um questionamento ou com uma frase de efeito relacionada ao que você falou. Para finalizar, uma dica imperdível. No Dia dos Pais de 2011, fui convidado para pregar na igreja, onde congregava. Por se tratar de uma data importante, cerca de uma semana antes da data marcada, além de preparar a mensagem para aquela noite, ensaiei uma música vinculada ao tema. No entanto, após transmitir a mensagem, senti que deveria encerrar a pregação naquele momento. No entanto, resolvi cantar a música que havia ensaiado. Embora a música tenha saído como havia sido planejada, até hoje me arrependo de ter extrapolado o tempo para minha apresentação. Assim, não perca o timing para concluir sua participação. Quando sentir que atingiu tal ponto, mesmo que seja tentador, encerre sua apresentação.

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A única forma de você desenvolver bem as técnicas de falar em público é praticando-as. Portanto, encare com entusiasmo todas as oportunidades que surgirem e torne-se cada vez melhor na arte de falar em público. Para finalizar, medite sobre o seguinte conselho milenar, escrito há três mil anos, em uma tumba egípcia: “Torna-te um artista da fala, pois assim terás domínio sobre os demais”.

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ANEXO I - DICÇÃO 1º Exercício: FLUI O FRIO PRA PEDRA DO TIGRE De Ruth Salles FLUI O FRIO FRENTE À FRESTA, FRÁGIL FLORA FREME EM FEBRE FLUI O FRIO PRO TIGRE, FRENTE À FRESTA, A FLORESTA FRÁGIL, FLORA, FREMENTE, FREIA A FEBRE COM O FRASCO.

FLUI O FRIO PRA PEDRA DO TIGRE, FRENTE À FRESTA TREPIDA A FLORESTA. FLÁGIL FLORA, FREMENTE NA PRAÇA, FREIA A FEBRE COM O FLOCO DO FRASCO.

ANEXO II - DICÇÃO 2º Exercício: RI NA RAMA A ROSA RUBRA De Ruth Salles

BRUTO E BRAVO, BRAMA O BÚFALO.

BERRA E BRINCA O BODE BRANCO.

ZURRA A ZEBRA, ZUNE O ZÉFIRO.

RI NA RAMA A ROSA RUBRA.

FREME A FOLHA A FARFALHAR.

CORRE EM CURVA O CLARO CÓRREGO.

VOA O VENTO E ENVOLVE O VALE.

CHIA A CHUVA E ENCHARCA O CHÃO.

PINGA EM PEDRAS, PULA EM PLANTAS,

LAMBE E LAVA E LEVA A LAMA.

SOA SINO EM SOM DE SONHO.

PELA PRAÇA, EM PLENA POMPA.

PASSA O PATO, PASSA A POMBA. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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ANEXO III – DICÇÃO 3º Exercício: TRAVA-LÍNGUAS

ROUBAM O OURO DO TESOURO E O COURO DO TOURO NOUTRA TROUXA DE ROUPA DO MOUCO DO SOUSA!

ABALADA A MATRACA FALA; ABAFADA, ASSANHADA CALA. ACABA A MÁ RAJADA, ABANDALHADA A DANADA ATACA. NADA APLACA A BÁRBARA: FADA, PATA, GATA; ADAGA, BALA, ARARA. FANTASMA AGASTA; AGRAVA A MALFADADA DA MATRACA. AH! JÁ PÁRA A MARCHA! A MALVADA ACATA A CALMA.

ILUSTRADO IMIGRANTE IDEOU INCRÍVEL INVENTO, IMPONENTE, INDELÉVEL. IMPÁVIDO, IMPÔS IDÔNEO A IDEIA IMPECÁVEL, IMITADA IMEDIATA E INDEVIDAMENTE. INTENTOU IMPEDIR O INTRUSO.

NAS NOITES NEGRAS, NAVES NAVEGAM NO NEVA. NAQUELE NOCIVO NEGRUME, NEM O NATAL NUTRE NALGUÉM NADA NOBRE. NUNCA NEGUES NOVIDADE NENHUMA EM NANUQUE. NAQUELE NÚCLEO, NOVAS NEM NANICAS NEGLIGENCIAM. NEBULOSOS NUMES E NÉDIAS NINFAS NASCERAM NOSTÁLGICAS NA NOTÁVEL NOVELA DA NOITE. NADA NESSA NUVEM É NULO OU NEFASTO.

PARA COMERES CARURU E SOROROCA, IRÁS PRIMEIRAMENTE PARA PERTO DA LAREIRA. TIRANDO AÍ UMA PROVA PREVIAMENTE, PODERÁS ASSEGURAR MERENDA MARAVILHOSA. RETUMBANDO UM RONCO ROUCO E REBOANDO UM RISO RALO, REPETE-SE A REALIDADE NUM RETRATO REALISTA. ARRASTANDO FERROS ENORMES, O CARRO ESBARRA MORRENDO NAS RUAS TORTAS DO MORRO. HENRIQUE, PALRANDO IRRITADO, ROMPE AS RÍGIDAS REGRAS DOS REVOLUCIONÁRIOS.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” ANEXO IV - FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO COMO ORADOR Quais são seus pontos fortes como orador? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ................................................................................................................................ Quais são as áreas que você mais precisa desenvolver? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ................................................................................................................................ Você se sente mais à vontade fazendo apresentações para pessoas que conhece ou para estranhos?..................................................................................................... Qual é a diferença?................................................................................................ Você se sai melhor de pé ou sentado?................................................................. Você prefere um roteiro, itens a abordar ou improviso?....................................................................................................................... .................................................................................................................................. Que impressão você costuma causar na plateia?........................................................................................................................... ........................................................................................................................................ ................................................................................................................................. Você já usou vídeos para analisar seu desempenho?.......................................... Em caso positivo, quando foi a última vez que filmou uma apresentação sua?................................................................................................................................ ......................................................................................................................O que você aprendeu?....................................................................................................................... ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ................................................................................................................................... Refaça a avaliação daqui a 60 dias.

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” ANEXO V – FORMULÁRIO OBSERVAÇÃO Nós aprendemos bastante ao observar os outros. Um bom exercício é analisar convidados de programas de entrevistas na TV. Programa: ............................................................................Dia: ...................................... Convidado: ..........................................................Entrevistador:......................................... Impressão inicial do convidado: .......................................................................................... A mensagem foi: bem definida/fraca/deixada em segundo plano. Por quê? .................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................. Escreva as duas primeiras palavras ou sons das respostas do convidado: ................................................................................................................................................ Presença física. Agitado? Como? .................................................................................................................... Movimentos e gestos eram: definidos/limitados/vagos Ele se ajeitava na cadeira: com frequência/de forma perceptível/ raramente Postura: forte/passiva/fraca. Justifique: .................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................. Contato visual: sustentado/evasivo Voz: firme/cautelosa/hesitante Que ruído verbal utiliza e com que frequência?.................................................................................................................................. ................................................................................................................................................. O conteúdo ditou o nível de conforto do entrevistado? .................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................. Em caso positivo, como? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” Dê uma nota de 1 a 10 para a eficiência do convidado (1 se foi um desastre; 10 se foi um sucesso): .................................................................................................................................................... Observações finais: ................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” ANEXO VI - FORMULÁRIO PRÁTICA SEMANAL DE HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO Semana:.................................................................................................................. Local onde praticou: ............................................................................................... Dias da Semana

Marque com um X o espaço correspondente à habilidade praticada. Postura

Gestos

Contato Visual

Volume

Inflexão

Ruído Verbal

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Comentários: ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ Outras observações: ........................................................................................................................................ ................................................................................................................... Quem impressionou você com suas habilidades? ............................................ Por quê? ........................................................................................................... Quem não o impressionou?................................................................................. Por quê? ............................................................................................................................... CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” ANEXO VII - FORMULÁRIO DESENVOLVIMENTO PESSOAL Data: ................................................ Avaliação Final: ....................................... Como posso melhorar minha avaliação final?.................................................... ITEM

Data da melhora Perceptível

Data da melhora significativa

Data do nível Excepcional

Presença Postura Gestos naturais Contato visual – Estabelecido e mantido Movimentação – aspectos visuais Projeção de voz Inflexão Ruído verbal Eficiência total

Estratégia para atingir meus objetivos de aperfeiçoamento: ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ..........................................................................................................

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” ANEXO VIII - FORMULÁRIO AVALIAÇÃO DE APRESENTAÇÃO Escala de Avaliação: 1 = muito ruim; 10 = excepcional Apresentação: Fui organizado? (1 – 10) ................................................ Pontos fortes e fracos a respeito do conteúdo: ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ .......................................................................................................... Falei com paixão? (1 – 10) ................................................................................ Postura básica usada (assinale uma ou mais): ( ) mãos ao lado do corpo ( ) segurando mãos no centro altura da virilha ( ) mãos nos bolsos ( ) mãos atrás

( ) mãos juntas na

Gestos e movimentação: Definidos, vagos ou limitados?................................... Contato visual: Sustentei durante 3 ou 4 segundos? ( ) Sim Envolvi todo mundo? ( ) Sim

( ) Não

( ) Não

Expressões faciais: Convidativas ou reservadas? ............................................. Voz: Dinâmica ou monótona? .............................................................................. Ruído Verbal/muletas usadas: .......................................................................... Fui carismático? (1 – 10) ................................................................................... Técnicas de envolvimento empregadas: ........................................................................................................................................ ................................................................................................................... Fui natural e informal? (1 – 10) ....................................................................... Avaliação final: (1 -10) ...................................................................................... Comentários e observações: ........................................................................................................................................ ................................................................................................................... CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” REFERÊNCIAS CONSULTADAS: ALVES, Clair. A arte de falar bem. 6ª ed. Rio de Janeiro, Petrópolis, 2010. ALVES, Leo da Silva. A arte da oratória: os segredos do orador de sucesso. 1ª ed. Brasília, Brasília Jurídica, 2004. ARAÚJO, Paulo Silva de. Arte de falar em público: discursos, conferências, palanque eletrônico. 1ª ed. Rio de Janeiro, Florense, 2003. BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração. Tradução de Euclides Luiz Calloni e Cleusa Margô Wosgrau. São Paulo, Cultrix, 2005. ____________. Mapas mentais no trabalho. Tradução de Euclides Luiz Calloni. São Paulo, Cultrix, 2009. ____________. Memória brilhante. Tradução de Antonio Moura. Rio de Janeiro, Sextante, 2009. ____________. Mapas mentais. Tradução de Paulo Polzonoff Jr. Rio de Janeiro, Sextante, 2009. CARNEGIE, Dale. Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios. 42ª ed. Tradução de Carlos Evaristo M. Costa. Rio de Janeiro, Record, 2004. CAVACO, Nanci Azevedo. Aumente sua inteligência. Rio de Janeiro, Ferreira, 2008. DOUGLAS, William; CUNHA, Rogério Sanches; SPINA, Ana Lúcia. Como falar em público. São Paulo, Ediouro, 2008. ESOPO. Fábulas de esopo. Tradução de Antonio Carlos Vianna. Porto Alegre, L&PM, 2009. _______. Fabulas. Tradução de Pietro Nasseti. 2ª ed. São Paulo, Martin Claret, 2009. LA FONTAINE. Fabulas. Vários tradutores. São Paulo, Martin Claret, 2005. KOEGEL, Timothy J. Como se tornar um comunicador fora de série. Tradução de André Costa. Rio de Janeiro, Sextante, 2011. LAWSON, Ken. Como se comunicar corretamente. Tradução de Maurício Tamboni. São Paulo, Universo dos Livros, 2011. LEEDS, Dorothy. Powerspeak, o poder da fala: Tradução de Eduardo Francisco Alves e Elisabete Soares. 3ª ed. Rio de Janeiro, Record, 1998. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” LESTER, Alisson. Como fazer apresentações irresistíveis. Tradução de Felipe Vieira. São Paulo, Universo dos Livros, 2010. O’BRIEN, Dominic. Supermemória: fatos e números. Tradução de Luís Reyes Gil. São Paulo, Publifolha, 2005. _________________. Supermemória, falar em público. Luís Reyes Gil. São Paulo, Publifolha, 2005. OLIVEIRA, Marques. Como vencer falando. 1ª ed. Rio de Janeiro, Tecnoprint, 1979. PEASE, Allan & Bárbara. Como conquistar as pessoas. Tradução der Márcia Oliveira. Rio de Janeiro, Sextante, 2006. _________________________. Desvendando os segredos da linguagem corporal. Tradução de Pedro Jorgensen Junior. 7ª ed. Rio de Janeiro, Sextante, 2005. PEEL, Malcom. Aprenda a falar em público. Tradução de Liliane da Silva Lopes. São Paulo, Planeta do Brasil, 2005. PIMENTEL, Carlos. Falar é fácil: como falar em público sem inibições. Rio de Janeiro, Elsevier, 2005. ________________. Dicionário prático de oratória. 2ª ed. Rio de Janeiro, Impetus, 2004. POLITO, Reinaldo. Como falar em público corretamente e sem inibições. 111ª ed. São Paulo, Saraiva, 2006. _________________. Superdicas para falar bem em conversas e apresentações. 1ª ed. São Paulo, Saraiva, 2005. _________________. Vença o medo de falar em público. 8ª ed. São Paulo, Saraiva, 2005. _________________. Oratória para advogados e estudantes de direito. 1ª ed. São Paulo, Saraiva, 2010. _________________. Fale muito melhor. 6ª ed. São Paulo, Saraiva, 2003. _________________. Como falar de improviso e outras técnicas de apresentação. 11ª ed. São Paulo, Saraiva, 2006. PRESS, Harvard Business School. Apresentações eletrizantes. Tradução de Cássia Maria Nasser. Rio de Janeiro, Elsevier, 2004. CURSO INTENSIVO DE ORATÓRIA

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L O G O S – ORATÓRIA, COACHING & TREINAMENTOS “Desenvolvendo o potencial das pessoas na comunicação!” SANTOS, José Baptista Lima dos. Desinibição & expressão verbal. 2ª ed. Manaus, Luz Azul,2007. SEPAC. – Serviço à Pastoral da Comunicação. Técnicas para falar em público: laboratório. 4ª ed. São Paulo, Paulinas, 2009. STEWARD, Chris; WILKINSON, Mike. Tudo que você precisa saber sobre oratória para não passar vergonha. Tradução de Ediouro. Rio de Janeiro, Ediouro, 1992. WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala. 58ª ed. Petrópolis, Vozes, 2004.

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