| APOIO E PATROCÍNIOS
| FICHA TÉCNICA Autores
João Baptista da Costa Carvalho Maria José da Silva Fernandes Pedro Jorge Camões Susana Margarida Faustino Jorge
Edição
Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas fevereiro de 2012
Coordenação da edição Roberto Ferreira
Capa e paginação
Telma Ferreira Departamento de Comunicação e Imagem da OTOC
Impressão Pré&Press
Depósito Legal 340550/12
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| AGRADECIMENTOS
Para a publicação do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, publicação de caráter anual, editada desde 2005, muito tem contribuído a colaboração e apoio de um conjunto de individualidades e entidades, que de diversas formas se tem associado a este projeto, e a quem os autores entendem manifestar publicamente o seu reconhecimento e agradecimento, nomeadamente:
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Entendemos ser nosso dever continuar a realçar o papel fundamental da OTOC em todo este processo que, desde 2007, ano em que terminou o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, passou a ser o suporte financeiro para a recolha de dados e todas as tarefas subjacentes permitindo a continuação de um projeto de extrema relevância para a evolução da investigação da Contabilidade Pública em geral, e da Contabilidade das Autarquias Locais em especial.
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Presidentes e responsáveis financeiros das câmaras municipais que enviaram as contas para o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave; Presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins; Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), Domingues de Azevedo; António Costa e Silva (Tribunal do Contas de Lisboa);
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Isabel Relvas (Tribunal de Contas de Lisboa); Fernando Flor de Lima (Tribunal de Contas dos Açores) Susana Silva (Tribunal de Contas da Madeira) Ana Rita Abreu, Maria José de Jesus e Vanessa Massa (colaboradoras do IPCA/CICF); Joana Filipe (Câmara Municipal de Ponta Delgada - Açores); Ana Teixeira, coautora do livro “POCAL Explicado”.
O coordenador do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses João Baptista da Costa Carvalho
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ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| ÍNDICE
INTRODUÇÃO....................................................................................................13 CAPÍTULO 1 O SETOR LOCAL E OS MUNICÍPIOS PORTUGUESES..............17 1.1 O Setor Local...........................................................................................................17 1.2. Caracterização geral e peso dos Municípios......................................................19 1.3 Tipologias de municípios........................................................................................21 1.4. A desconcentração de serviços – “Grupos Municipais”....................................24 1.5 Plano Plurianual de Investimentos.......................................................................25 CAPÍTULO 2 ANÁLISE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DOS MUNICÍPIOS.....................................................................................................29 2.1. Introdução..............................................................................................................29 2.2. Independência financeira.....................................................................................30 2.3. Receitas Autárquicas............................................................................................40 2.3.1. Classificação económica das Receitas: receitas correntes e receitas de capital....................................................................40 2.3.2. Execução global do Orçamento da Receita...................................................40 2.3.3. Estrutura e Evolução da Receita Autárquica..................................................46 2.3.3.1 Estrutura da Receita por natureza económica: Receita Corrente e Receita de Capital......................................................................46 2.3.3.2 Estrutura e Evolução da Receita Autárquica, por capítulos económicos..........................................................................................48 2.3.3.3 Estrutura da Receita Cobrada, por grupos de municípios, atendendo à sua dimensão...............................................................51 2.3.3.4 Impacto dos Impostos Municipais na Receita Autárquica..........................54 2.4. Despesas Autárquicas..........................................................................................64 2.4.1. Classificação económica das Despesas...........................................................64 2.4.2. Execução global do Orçamento de Despesa.................................................64 2.4.3. Prazos médios de pagamento..........................................................................66 2.4.4. Evolução da execução orçamental da Despesa, por classificação económica.......................................................................................68 4
2.4.5. Estrutura da Despesa Paga...............................................................................75 2.5. Situação Financeira Global..................................................................................80 2.5.1. Comparação da receita Cobrada com a Despesa Realizada e Paga..............................................................................80 2.5.2. Saldos Orçamentais..........................................................................................88 CAPÍTULO 3 ANÁLISE FINANCEIRA, ECONÓMICA E PATRIMONIAL DOS MUNICÍPIOS...........................................93 3.1. Fiabilidade do Balanço e da Demonstração de Resultados Económicos.........................................................................................93 3.2. Análise das componentes do Balanço e da Demonstração de Resultados dos municípios................................................96 3.2.1. Estrutura e Evolução do Ativo..........................................................................96 3.2.2. Fundos Próprios................................................................................................104 3.2.3. Passivo...............................................................................................................106 3.2.4. Proveitos, custos e resultados.........................................................................118 3.3. Liquidez.................................................................................................................130 CAPÍTULO 4 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS E ENDIVIDAMENTO LÍQUIDO...............................................................................135 4.1. Introdução: Lei das Finanças Locais..................................................................135 4.2. Recurso a empréstimos bancários.....................................................................136 4.2.1. Empréstimos bancários de curto prazo..........................................................136 4.2.2. Empréstimos bancários de médio e longo prazo.........................................140 4.3. Endividamento líquido dos Municípios.............................................................143 4.4. Rácio do Endividamento Líquido do Município: Grau de utilização do limite de endividamento.....................................................150 4.4.1. Limite do Endividamento Líquido..................................................................150 4.4.2. Limite da Dívida Bancária de Médio e Longo Prazo...................................154 4.4.3. Rácio: Dívida a fornecedores/receitas totais do ano anterior............................................................................................................157
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5 O SETOR EMPRESARIAL LOCAL E OS SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS NO SETOR AUTÁRQUICO......................................................................................163 Nota introdutória........................................................................................................163 5.1 Serviços Municipalizados......................................................................................165 5.1.1. Estrutura do Ativo..............................................................................................165 5.1.2. Passivo dos SM´S.............................................................................................167 5.1.3. Endividamento dos Serviços Municipalizados...............................................170 5.1.4. Proveitos, Custos e Resultados dos Serviços Municipalizados...................................................................................174 5.1.4.1. Custos dos SM´S...........................................................................................174 5.1.4.2. Proveitos dos SM´S.......................................................................................176 5.1.4.3. Resultados económicos dos SM´S..............................................................178 5.2 Setor Empresarial Local: implicações do SNC..................................................181 5.2.1 Implicações na Estrutura Financeira das Entidades Empresariais Locais decorrentes da adoção das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro...............................................181 5.2.1.1 Impacto no Ativo: Efeitos no Ativo não Corrente.......................................183 5.2.1.2 Impacto no Ativo: Efeitos no Ativo Corrente..............................................184 5.2.1.3 Impacto no Capital Próprio............................................................................184 5.2.1.4 Impacto no Passivo: Efeitos no Passivo não Corrente...............................185 5.2.1.5 Impacto no Passivo: Efeitos no Passivo Corrente.......................................186 5.2.1.6 Impacto nos Resultados.................................................................................186 5.3 Setor Empresarial Local........................................................................................188 5.3.1. Balanço Global das Entidades do SEL: Entidades Empresariais (EE´s) e Empresas Municipais (EM´s).............................188 5.3.1.1 Estrutura e Evolução do Ativo........................................................................189 5.3.1.2 Estrutura e Evolução do Capital Próprio......................................................198 5.3.1.3 Estrutura e Evolução do Passivo...................................................................200 5.3.2. Rendimentos, Gastos e Resultados das Entidades Empresariais Locais.............................................................................207 5.3.2.1 Evolução dos Rendimentos e Ganhos, Gastos e Perdas............................207
5.3.2.2. Resultados económicos das Entidades Empresariais Locais....................208 5.3.3. Endividamento Líquido do Setor Empresarial Local.....................................212 5.3.3.1 Análise do Setor Empresarial e dos Municípios a que correspondem.......................212 5.4. Dados económicos e financeiros dos Municípios, Empresas Municipais e serviços Municipais............................................................218 CAPÍTULO 6 RANKING GLOBAL..........................................................................247 6.1. Enquadramento e Metodologia........................................................................247 6.2. Ranking Global dos municípios........................................................................249 6.3. Evolução da Eficiência Financeira.....................................................................252 CAPÍTULO 7 RESUMO E CONCLUSÕES.............................................................255 7.1. Independência financeira dos municípios.........................................................255 7.2. Sobre a receita autárquica..................................................................................255 7.3. Sobre a despesa autárquica................................................................................256 7.4. Sobre os Saldos orçamental, corrente e saldo primário.................................257 7.5. Sobre os Ativos e os Passivos.............................................................................257 7.6. Sobre a liquidez...................................................................................................258 7.7. Sobre a dívida à banca e o endividamento liquido.........................................258 7.8. Sobre os serviços municipalizados....................................................................259 7.9. Sobre as entidades do setor empresarial local................................................260 7.10. Sobre o sistema contabilístico........................................................................260 ANEXO I ESTUDOS DESENVOLVIDOS PELOS AUTORES NO ÂMBITO DO ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES............................................263 ANEXO II GLOSSÁRIO E TERMOS CONTABILÍSTICOS...................................269 ANEXO III LISTA DOS MUNICÍPIOS (ORDENADOS PELO NÚMERO DE HABITANTES)...........................................289 5
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| ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1.01 | Caracterização dos Municípios Portugueses em perspetiva comparada...........................................................................................19 Quadro 1.02 | Número de serviços municipalizados e Entidades do Setor Empresarial Local....................................................................25 Quadro 1.03 | PPI distribuído pelas Quatro Grandes Funções, em 2010...............25 Quadro 1.04 | Funções Sociais no PPI......................................................................26 Quadro 1.05 | Funções Económicas no PPI..............................................................27 Quadro 2.01 | Independência Financeira em 2010...................................................33 Quadro 2.02 | Outros indicadores relevantes para os Municípios.........................34 Quadro 2.03 | Classificação económica da Receita Autárquica............................40 Quadro 2.04 | Orçamento e Execução da Receita Agregada................................40 Quadro 2.05 | Estrutura da receita cobrada por natureza económica: Receita Corrente e Receita de Capital.....................................................................46 Quadro 2.06 | Estrutura das receitas cobradas........................................................48 Quadro 2.07 | Estrutura das receitas cobradas em 2010 por grupos de municípios atendendo à sua dimensão............................................51
Quadro 2.21 | Taxas de Variação das Despesas Realizadas e das Despesas Pagas....69 Quadro 2.22 | Evolução das Despesas Realizadas, Pagas e dos Compromissos por pagar........................................................................71 Quadro 2.23 | Estrutura dos Compromissos por Pagar.............................................72 Quadro 2.24 | Compromissos que financeiramente transitam para o ano ou anos seguintes.....................................................................73 Quadro 2.25 | Confrontação dos Compromissos por Pagar com a Dívida de Curto Prazo do Balanço..................................................................74 Quadro 2.26 | Estrutura das despesas pagas..............................................................75 Quadro 2.27 | Estrutura das Transferências para as Freguesias por grupos de municípios.............................................................................................78 Quadro 2.28 | Peso do valor das Transferências para as Freguesias no total da despesa paga.............................................................................................78 Quadro 2.29 | Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos exercícios de 2006 a 2010........................80 Quadro 2.30 | Indicadores da Despesa e da Receita................................................83
Quadro 2.08 | Estrutura das transferências correntes recebidas, por grupos de municípios............................................................................................52 Quadro 2.09 | Estrutura das transferências de capital recebidas, por grupos de municípios............................................................................................52 Quadro 2.10 | Composição dos Passivos Financeiros, pelos grupos de municípios.........................................................................................53 Quadro 2.11 | Evolução dos montantes do IMI e do IMT, nos Municípios cujo peso de receitas proveniente de impostos é superior a 50% da receita total...........56 Quadro 2.12 | Municípios com peso de receitas provenientes de impostos superior ou igual a 50% da receita total e respetiva variação do IMI e do IMT......56 Quadro 2.13 | Evolução da cobrança dos Impostos Diretos entre 2006 e 2010.......57 Quadro 2.14 | Estrutura dos Impostos Diretos cobrados em 2010.........................57 Quadro 2.15 | Taxa de Variação do IMI e do IMT de 2009 para 2010....................59 Quadro 2.16 | Classificação económica da Despesa Autárquica...........................64 Quadro 2.17 | Orçamento e Execução das Despesas Municipais..........................64 Quadro 2.18 | Variação do PMP em 2008, 2009 e 2010..........................................67 Quadro 2.19 | Prazos Médios de Pagamento entre 2008 e 2010...........................67 Quadro 2.20 | Evolução das Despesas Realizadas e das Despesas Pagas............68
Quadro 2.31 | Indicadores da Despesa e Receita com base nos compromissos e liquidações.................................................................................85 Quadro 2.32 | Saldos na base de Caixa (recebimentos versus pagamentos).........89 Quadro 2.33 | Saldos na base de compromissos (liquidações versus compromissos).............................................................................90 Quadro 3.01 | Informação patrimonial e económica................................................94 Quadro 3.02 | Municípios sem registo de proveitos diferidos................................94 Quadro 3.03 | Municípios sem registo de amortizações do exercício....................95 Quadro 3.04 | Municípios que não apresentaram Dívidas a Receber de Clientes, Contribuintes e Utentes......................................................95 Quadro 3.05 | Estrutura do Balanço (ATIVO)...........................................................96 Quadro 3.06 | Estrutura dos Bens de Domínio Público...........................................97 Quadro 3.07 | Estrutura do Imobilizado Corpóreo..................................................98 Quadro 3.08 | Estrutura dos Investimentos financeiros..........................................99 Quadro 3.09 | Estrutura das Dívidas a Receber.......................................................101 Quadro 3.10 | Municípios com dívidas a receber relativas a empréstimos a terceiros, em 2010........................................................................102 Quadro 3.11 | Disponibilidades e disponibilidades reais.........................................103
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Quadro 3.12 | Estrutura do Balanço (FUNDOS PRÓPRIOS).................................105 Quadro 3.13 | Componentes do Passivo..................................................................106 Quadro 3.14 | Evolução dos Custos, no período entre 2006 | 2010.......................119 Quadro 3.15 | Evolução dos Proveitos, no período entre 2006 | 2010...................121 Quadro 3.16 | Informação de custos, proveitos e resultados por dimensão dos municípios....................................................................................123 Quadro 3.17 | Resultados económicos......................................................................124 Quadro 3.18 | Municípios que passaram de Resultado negativo para positivo...126 Quadro 3.19 | Liquidez Geral dos Municípios...........................................................131 Quadro 4.01 | Relação entre Passivo Financeiro de Curto Prazo utilizado e Pago, no período 2009/2010..................................................................137 Quadro 4.02 | Estrutura do Passivo Financeiro de Curto Prazo em 2009 e 2010.....138 Quadro 4.03 | Municípios que amortizaram em 2010, a totalidade dos empréstimos de curto prazo utilizados no ano.........................139 Quadro 4.04 | Municípios com dívidas de empréstimos de curto prazo................................................................................139
Quadro 5.02 | Estrutura das Dívidas a Receber dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem................166 Quadro 5.03 | Evolução das Dívidas a Receber dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010............................................166 Quadro 5.04 | Componentes do Passivo dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem....................................................................168 Quadro 5.05 | Evolução do Passivo dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010...............................................................................................168 Quadro 5.06 | Endividamento Líquido dos Serviços Municipalizados e do Global dos Municípios a que correspondem..................................................170 Quadro 5.07 | Endividamento Líquido dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010................................................................................................171 Quadro 5.08 | Estrutura dos custos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem....................................................................174 Quadro 5.09 | Evolução dos custos dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010................................................................................................175
Quadro 4.05 | Variação dos Empréstimos bancários de MLP (receita e despesa), entre 2008 e 2010....................................................................140 Quadro 4.06 | Municípios que não recorreram a empréstimos bancários de MLP, no triénio 2008 – 2010 (ordem alfabética)..............................141 Quadro 4.07 | Municípios que não recorreram a empréstimos bancários de médio e longo prazo no ano de 2010................................................142 Quadro 4.08 | Municípios que recorreram a empréstimos bancários de MLP, em 2010 e não recorreram em 2009.........................................................143 Quadro 4.09 | Endividamento líquido global dos municípios...............................144 Quadro 4.10 | Municípios sem Endividamento Líquido, em 2010........................146 Quadro 4.11 | Municípios de Pequena Dimensão com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais de n-1....................158 Quadro 4.12 | Municípios de Média Dimensão com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais de n-1....................159 Quadro 4.13 | Municípios de Grande Dimensão com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais de n-1....................159 Quadro 5.01 | Estrutura do ATIVO dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem....................................................................165
Quadro 5.10 | Estrutura dos Proveitos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem...................................................................176 Quadro 5.11 | Evolução dos Proveitos dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010................................................................................................177 Quadro 5.12 | Informação sobre estrutura económica...........................................178 Quadro 5.13 | Evolução da situação económica dos Serviços Municipalizados........178 Quadro 5.14 | Empresas Municipais que se extinguiram ou se fundiram em 2010.......181 Quadro 5.15 | Implicações na Estrutura Financeira das EEL 2009 POC/SNC....182 Quadro 5.16 | Estrutura do Ativo não Corrente das EEL (POC/2009).................183 Quadro 5.17 | Estrutura do Ativo não Corrente das EEL (SNC/2009)..................183 Quadro 5.18 | Estrutura do Ativo Corrente das EEL (POC/2009)........................184 Quadro 5.19 | Estrutura do Ativo Corrente das EEL (SNC/2009).........................184 Quadro 5.20 | Estrutura do Capital Próprio das EEL (POC/2009)........................185 Quadro 5.21 | Estrutura do Capital Próprio das EEL (SNC/2009).........................185 Quadro 5.22 | Estrutura do Passivo não Corrente das EEL (POC/2009).............185 Quadro 5.23 | Estrutura do Passivo não Corrente das EEL (SNC/2009)..............185 Quadro 5.24 | Estrutura do Passivo Corrente das EEL (POC/2009)....................185 Quadro 5.25 | Estrutura do Passivo Corrente das EEL (SNC/2009).....................186 7
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Quadro 5.26 | Resultado Líquido do Período das EEL (POC/SNC 2009)...........186 Quadro 5.27 | Estrutura do Resultado Líquido do Período das EEL (POC/2009)....186 Quadro 5.28 | Estrutura do Resultado Líquido do Período das EEL (SNC/2009)....187 Quadro 5.29 | Entidades Empresariais Locais criadas em 2010...........................188 Quadro 5.30 | Evolução do Ativo não Corrente das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010........................................................189 Quadro 5.31 | Empresas Municipais que apresentam valores no AFT superiores a 50 milhões de euros em 2010...............................................190 Quadro 5.32 | Empresas Municipais que apresentam valores no AI superiores a 20 milhões de euros em 2010..................................................190 Quadro 5.33 | Empresas Municipais com Participações Financeiras – MEP em 2010......................................................................................191 Quadro 5.34 | Empresas Municipais com Outras Participações Financeiras em 2010...............192 Quadro 5.35 | Empresas Municipais com valores inscritos na rubrica de Acionistas/Sócios em 2009 e 2010..................................................193 Quadro 5.36 | Empresas Municipais com valores inscritos na rubrica de Outros ativos financeiros em 2009 e 2010.......................................................194 Quadro 5.37 | Entidades Empresariais Locais com valores inscritos no ativo não corrente na rubrica de Outras contas a receber.............................195 Quadro 5.38 | Evolução do Ativo Corrente das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010..................................................................................195 Quadro 5.49 A | Entidades Empresariais com maior variação negativa em “Outras Contas a Receber”................................................................196 Quadro 5.49 B | Entidades Empresariais com valores inscritos na rubrica de Accionistas /Sócios no Ativo Não Corrente e no Ativo Corrente....................197 Quadro 5.40 | Evolução do Capital Próprio de 2009 para 2010...........................199 Quadro 5.41 | Evolução do Passivo não Corrente das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010........................................................201 Quadro 5.41 A | Lista das EEL com maior amortização de financiamentos obtidos de MLP entre 2009 e 2010.......................................202 Quadro 5.42 | Evolução do Passivo Corrente das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010.........................................................................................................203 Quadro 5.42 A | Lista das EEL com maiores aumentos na rubrica financiamentos obtidos de CP entre 2009 e 2010............................204 8
Quadro 5.43 | Evolução de Rendimentos e Gastos das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010.......................................................207 Quadro 5.44 | Informação sobre estrutura económica dos Municípios e das Entidades Empresariais......................................................208 Quadro 5.45 | Informação sobre evolução económica das Entidades Empresariais.....................................................................................209 Quadro 5.46 | Resultados Operacionais do Setor Empresarial..........................209 Quadro 5.47 | Endividamento Líquido das Empresas Municipais e do Global dos Municípios a que correspondem................................................212 Quadro 5.48 | Evolução do Endividamento Líquido das Entidades Empresariais Autárquicas.........................................................................................212 Quadro 5.49 | Entidades Empresariais / Empresas Municipais sem endividamento líquido no final do exercício de 2010...................................213 Quadro 5.50 | Dados económicos e financeiros dos municipios, empresas municipais e serviços municipalizados, a 31.12.2010..............................218 Quadro 6.01 | Indicadores selecionados para ranking global.............................248 Quadro 6.02 | Pontuação obtida pelos municípios por dimensão no período de 2008 a 2010.............................................................252 Quadro 6.03 | Pontuação média dos dez melhores municípios..........................253
| ÍNDICE DE RANKINGS R1 | Municípios que apresentam maior Independência Financeira (receitas próprias/receitas totais)............................................................................36 R2 | Municípios que apresentam menor independência financeira (receitas próprias/receitas totais)............................................................................38 R3 | Municípios com maior grau de execução da receita cobrada em relação à receita prevista...................................................................................42 R4 | Municípios com menor grau de execução da receita cobrada, em relação à receita prevista....................................................................................43 R5 | Municípios com menor grau de execução da receita cobrada, relativamente à receita liquidada.............................................................................45 R6 | Municípios com maior peso de receitas provenientes de impostos............54
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
R7 | Municípios com maior aumento de IMI de 2009 para 2010, em valores absolutos...............................................................60 R8 | Municípios com maior diminuição de IMI de 2009 para 2010, em valores absolutos................................................................61 R9 | Municípios com maior aumento de IMT de 2009 para 2010, em valores absolutos.................................................62 R10 | Municípios com maior diminuição de IMT de 2009 para 2010, em valores absolutos.................................................63 R11 | Municípios que apresentam menor peso das despesas com pessoal, nas despesas totais.....................................................77 R12 | Municípios que apresentam maior peso das despesas com pessoal, nas despesas totais.....................................................77 R13 | Municípios que apresentam maior peso do valor de transferências para Freguesias, na despesa total..............................79 R14 | Municípios com rácio Receitas liquidadas/Receitas previstas igual ou superior a 80%............................................................................86
R28 | Municípios com maior Liquidez, referenciada a 2010.......................................132 R29 | Municípios com Menor liquidez, referenciada a 2010.......................................133 R30 | Municípios com menor Endividamento Líquido em 2010...............................147 R31 | Ranking dos Municípios com maior Endividamento Líquido, em 2010..........149 R32 | Municípios com menor índice de endividamento líquido em relação às receitas do ano anterior.........................................................................152 R33 | Municípios com maior índice de endividamento líquido em relação às receitas do ano anterior.........................................................................153 R34 | Municípios com menor peso da dívida bancária de médio e longo prazo sobre as receitas recebidos no ano n-1.................................................155 R35 | Municípios com maior peso da dívida bancária de médio e longo prazo, nas receitas recebidas no ano n-1........................................................156 R36 | Municípios com maior índice de dívida a fornecedores, relativamente às receitas totais cobradas no ano anterior, mas inferior ou igual a 50%................160 R37 | Municípios com menor índice de dívidas a fornecedores relativamente às receitas do ano anterior.........................................161
R15 | Municípios com menor rácio Receitas liquidadas/Receitas previstas........87 R16 | Municípios com menor Passivo Exigível (Dívidas), referenciado a 2010.....109 R17 | Municípios com maior Passivo Exigível (Dívidas), reportado a 2010.........110 R18 | Municípios com maior aumento do Passivo Exigível, em 2010, em relação a 2009.....112 R19 | Municípios com maior diminuição do Passivo Exigível em 2010, em relação a 2009....................................................................................112 R20 | Municípios com menor Passivo exigível, por habitante, reportado a 2010 (menor volume de dívida por habitante)................................................................113 R21 | Municípios com maior Passivo exigível, por habitante, reportado a 2010 (maior volume de dívida por habitante)...................................114 R22 | Municípios com menor Passivo líquido exigível, por habitante, reportado a 2010 (menor volume de dívida líquida, por habitante)....................116 R23 | Municípios com maior Passivo líquido exigível, por habitante, reportado a 2010 (maior volume de dívida líquida por habitante)......................117 R24 | Municípios com Maiores Resultados Económico (valores absolutos)......127 R25 | Municípios com Menores Resultados Económicos.....................................128 R26 | Municípios com Maiores Resultados Económico por habitante...............129 R27 | Municípios com Menores Resultados Económicos por habitante............129
R38 | Serviços Municipalizados sem endividamento líquido no final do exercício de 2010.........................................................................................172 R39 | Serviços Municipalizados com endividamento líquido no final do exercício de 2010.........................................................................................173 R40 | Serviços Municipalizados com Resultados Económicos positivos.................180 R41 | Serviços Municipalizados com Resultados Económicos negativos.................180 R42 | Empresas Municipais com menor Passivo Exigível(dívidas) em 2010.............205 R43 | Empresas Municipais com maior Passivo Exigível (dívidas) em 2010.............206 R44 | Empresas com melhores Resultados Económicos em 2010............................210 R45 | Empresas com Piores Resultados Económicos, em 2010...................................211 R46 | Entidades Empresariais /Empresas Municipais com maior valor de endividamento líquido..............................................................................................217 R47.A | Ranking Global dos 10 melhores municípios de grande dimensão, em eficiência financeira.................................................................................................250 R47.B | Ranking Global 20 melhores municípios de média dimensão, em termos de eficiência financeira..........................................250 R47.C | Ranking Global dos 30 melhores municípios de pequena dimensão, em termos financeiros............................................................251 9
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1.01 | Peso percentual das Despesas Públicas Locais nas Despesas Totais do SPA, 1998 – 2010.................................................................20 Gráfico 1.02 | Os Municípios Portugueses, por dimensão e região NUTS 2............22 Gráfico 2.01 | Evolução da Estrutura Financeira dos Municípios de Pequena Dimensão...................................................31 Gráfico 2.02 | Evolução da Estrutura Financeira dos Municípios de Média Dimensão.......................................................31 Gráfico 2.03 | Evolução da Estrutura
Gráfico 2.16 | Variação das Despesas Realizadas e das Despesas Pagas..................................................................................................69 Gráfico 2.17 | Compromissos que financeiramente transitam para o ano ou anos seguintes...................................................................74 Gráfico 2.18 | Evolução da Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos exercícios de 2006 a 2010......................81 Gráfico 2.19 | Estrutura da Receita e da Despesa Paga e Despesa Realizada, em 2010....................................................................................82
Financeira dos Municípios de Grande Dimensão.....................................................31 Gráfico 2.04 | Evolução da Estrutura Financeira dos 308 Municípios....................................................................................31 Gráfico 2.05 | Evolução da Independência Financeira dos Municípios (2006 a 2010).................................................................................................................32 Gráfico 2.06 | Evolução das Receitas..........................................................................41 Gráfico 2.07 | Estrutura da receita cobrada, corrente e de capital........................46 Gráfico 2.08 | Evolução da receita cobrada, corrente e de capital.........................47 Gráfico 2.09 | Estrutura das receitas cobradas por grandes agregados económicos da receita................................................................................................49 Gráfico 2.10 | Variação das receitas de 2008 para 2009 e de 2009 para 2010......50 Gráfico 2.11 | Evolução da cobrança dos Impostos Diretos entre 2006 e 2010............58 Gráfico 2.12 | Evolução da Despesa Autárquica nas suas diferentes fases.............................................................................................65 Gráfico 2.13 | Taxas de variação das Despesas..........................................................66 Gráfico 2.14 | Evolução das taxas de Execução das Despesas................................66 Gráfico 2.15 | Número de Municípios com um Prazo Médio de Pagamentos superior a 90 dias............................................................................67
Gráfico 2.20 | Evolução do Saldo global efectivo na base de compromissos .........................................................................................91 Gráfico 3.01 | Estrutura do Ativo em 2010................................................................96 Gráfico 3.02 | Evolução do valor patrimonial dos Bens de Domínio Publico.....................................................................................97 Gráfico 3.03 | Evolução do valor do Imobilizado Corpóreo....................................98 Gráfico 3.04 | Evolução do Passivo..........................................................................107 Gráfico 3.05 | Evolução das componentes dos Custos..........................................109 Gráfico 3.06 | Estrutura dos Custos em 2010..........................................................119 Gráfico 3.07 | Evolução das componentes dos Proveitos.......................................121 Gráfico 3.08 | Estrutura dos Proveitos em 2010......................................................121 Gráfico 3.09 | Evolução dos Resultados Económicos.............................................123 Gráfico 3.10 | Evolução dos Resultados Económicos..............................................124 Gráfico 3.11 | Evolução da Liquidez Geral dos Municípios......................................131 Gráfico 4.01 | Evolução do Passivo Financeiro de Curto Prazo.............................137 Gráfico 4.02 | Evolução dos Empréstimos bancários de MLP...............................140 Gráfico 4.03 | Municípios que não recorreram a empréstimos bancários no quinquénio 2006-2010.........................................................................143
10
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Gráfico 4.04 | Evolução da dívida bruta e da dívida líquida..................................144 Gráfico 4.05 | Evolução das Receitas próprias consideradas e da dívida líquida.......150 Gráfico 4.06 | Evolução do Rácio do Endividamento líquido.................................151 Gráfico 4.07 | Evolução da dívida bancária de médio e longo prazo...................154 Gráfico 4.08 | Evolução do Rácio da Dívida Bancária............................................154 Gráfico 4.09 | Nº de Municípios com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais de n-1........................................157 Gráfico 5.01 | Estrutura do Ativo dos Serviços Municipalizados............................165
Gráfico 5.13 | Estrutura do Ativo no ano de 2009..................................................189 Gráfico 5.14 | Estrutura do Ativo no ano de 2010...................................................189 Gráfico 5.15 | Estrutura do Capital Próprio em 2009 e 2010.................................198 Gráfico 5.16 | Estrutura do Passivo no ano de 2009..............................................200 Gráfico 5.17 | Estrutura do Passivo no ano de 2010...............................................200 Gráfico 6.01 | Evolução da pontuação.....................................................................252 Gráfico 6.02 | Evolução da pontuação média dos dez melhores municípios.............252
Gráfico 5.02 | Evolução das componentes do Passivo dos Serviços Municipalizados......................................................................................169 Gráfico 5.03 | Evolução da Dívida de Curto e de Médio e Longo Prazo dos Serviços Municipalizados ........................................................169 Gráfico 5.04 | Comparação da dívida líquida e suas componentes, entre SM´s e Municípios c/ SM´s...........................................................................170 Gráfico 5.05 | Evolução da dívida bruta e da dívida líquida....................................171 Gráfico 5.06 | Estrutura dos Custos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem.......................................174 Gráfico 5.07 | Evolução das componentes de Custos dos Serviços Municipalizados.................................................................175 Gráfico 5.08 | Estrutura dos Proveitos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem................176 Gráfico 5.09 | Evolução das componentes de Proveitos dos Serviços Municipalizados...................................................................................177 Gráfico 5.10 | Evolução dos Resultados Económicos.............................................178 Gráfico 5.11 | Implicações na Estrutura Financeira das EEL 2009 POC/SNC............182 Gráfico 5.12 | Evolução dos grandes agregados do Balanço.................................188
| ÍNDICE DE ABREVIATURAS CRP - Constituição da República Portuguesa EEL - Entidades Empresariais Locais M€ - Milhões de euros MLP - Médio e Longo Prazo NCRF - Norma Contabilística de Relato Financeiro OTOC - Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas PIB - Produto Interno Bruto POC - Plano Oficial de Contabilidade POCAL - Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais PPI - Plano Plurianual de Investimentos SATAPOCAL - Serviço de Apoio Técnico à Implementação do POCAL SEE - Setor Empresarial do Estado SEL - Setor Empresarial Local SNC - Sistema de Normalização Contabilística SPA - Setor Público Administrativo 11
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| INTRODUÇÃO
O presente Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses apresenta uma análise económica e financeira às contas das autarquias locais, a nível nacional, para o exercício económico de 2010. É já o terceiro ano que o anuário inclui também uma análise ao setor empresarial local. No entanto, e apesar da informação sobre o setor empresarial local ser já recolhida desde 2008, neste anuário apenas será efetuada a análise comparativa aos exercícios de 2009 e 2010. Tal situação deve-se ao facto de a partir de 2010 as entidades do setor empresarial local passarem a implementar o Sistema de Normalização Contabilística (Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de julho) como todas as empresas privadas. A comparação com 2009 foi possível de se realizar, graças ao seu enquadramento no SNC em sede do relato das contas de 2010, no cumprimento dos requisitos de transição, Não foi possível obter a mesma informação para o exercício de 2008.
Entre 2004 e 2007 o Anuário era um dos outputs de um projeto de investigação aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia intitulado “A Eficiência no Uso dos Recursos Públicos dos Municípios Portugueses”, da responsabilidade do NEAAP (Núcleo de Estudos em Administração e Políticas Públicas, da Universidade do Minho). Findo o projeto, e considerando que o Anuário se afirmou como uma publicação de referência a nível nacional, contribuindo, decisivamente, para o aumento e transparência da informação contabilística pública autárquica, entenderam os autores continuar com a sua publicação, agora com apoio financeiro exclusivo da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) e sob a responsabilidade do CICF.
Com esta publicação concretiza-se o oitavo anuário financeiro dos Municípios Portugueses, completando o período de 2003 a 2010.
a) Ano de análise: 2003 – publicado em 2005 com base numa amostra de 175 municípios. Objetivo central – analisar o grau de cumprimento do POCAL com base na informação recolhida nos relatórios e contas;
O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses resulta de um trabalho em equipa que envolve atualmente dois centros de investigação onde estão integrados os autores: o Núcleo de Estudos em Administração e Políticas Públicas (NEAPP) da Universidade do Minho e o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
Apresenta-se de seguida uma breve retrospetiva das edições do Anuário Financeiro dos Municípios, até à presente data.
b) Ano de análise: 2004 – publicado em 2006 com base numa amostra de 289 municípios (sendo 278 do Continente, 6 do Açores e 5 da Madeira); para além dos relatórios e contas foram também analisadas as Atas que aprovam as contas bem como os Relatórios de Gestão; 13
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
c) Ano de análise: 2005 – publicado em 2007 com base na amostra total (308 municípios). Pela primeira vez, foi apresentado um conjunto de rankings dos municípios em relação a diferentes aspetos financeiros, económicos e orçamentais; d) Ano de análise: 2006 – publicado em 2008 com base numa amostra de 308 municípios. Pela primeira vez foi apresentado um ranking global dos 50 melhores municípios, tendo em conta uma combinação de 10 indicadores financeiros, económicos e orçamentais; e) Ano de análise: 2007 – publicado em 2009 com base numa amostra composta pelos 308 municípios, bem como por alguns serviços municipalizados e algumas entidades do setor empresarial local; f) Ano de análise: 2008 – publicado em 2010. Pela primeira vez foram analisadas as contas das empresas municipais (219 empresas) e de 30 serviços municipalizados. g) Ano de análise: 2009 – Publicado em 2011. Pela segunda vez foram analisadas as contas das empresas municipais (286) e 29 serviços municipalizados. O 8.º Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2009, agora publicado, analisa as contas dos 308 municípios, 304 empresas municipais e dos 29 serviços municipalizados e encontra-se organizado em seis capítulos. 14
O anuário está organizado em sete capítulos: • NO CAPÍTULO 1 apresenta-se o setor local, seguindo-se a caracterização geral dos municípios portugueses, sua tipologia, efetuando-se uma análise comparada do peso dos municípios portugueses com vários países da União Europeia. Este capítulo termina com a análise das despesas de investimento mais concretamente a análise do Plano Plurianual de Investimentos do ano de 2010. • No CAPÍTULO 2 procede-se à análise da execução orçamental, apresentando-se um conjunto de rankings sobre a execução da despesa e da receita. Nas diferentes análises são apresentados rankings que posicionam os municípios em diversos indicadores, estabelecendo-se, em alguns casos, comparações com o posicionamento em anos anteriores. • No CAPÍTULO 3 procede-se à análise da situação financeira, económica e patrimonial dos municípios apresentando-se a sua evolução nos últimos 5 anos. São também apresentados alguns rankings, estabelecendo-se, em alguns casos, comparações com o posicionamento em anos anteriores. • No CAPÍTULO 4 é analisado o endividamento líquido dos municípios, nos termos da legislação em vigor, bem como calculado o grau de utilização do limite de endividamento tendo em consideração os limites impostos. São também apresentados vários rankings.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
• No CAPÍTULO 5 procede-se à análise da situação financeira, económica e patrimonial, dos serviços municipalizados e das empresas do setor empresarial local, estabelecendo-se comparações com o ano de 2008 e 2009 para os serviços municipalizados e 2009 e 2010 para as empresas do setor empresarial local. De referir que é ainda analisado para o ano de 2009 o impacto da passagem do POC para o SNC, • No CAPÍTULO 6, à semelhança do procedimento adotado desde o anuário de 2006, é apresentado um ranking dos 50 melhores municípios posicionados em relação a quinze indicadores selecionados pelos autores. • No CAPÍTULO 7 apresentam-se as principais conclusões às contas dos municípios e do setor empresarial local para o exercício económico de 2010. O presente documento termina com uma secção composta por três anexos, nomeadamente: • ANEXO I - Listagem dos diversos estudos elaborados pelos autores no âmbito deste projeto de investigação. • ANEXO II – Glossário de termos contabilísticos. • ANEXO III - Listagem dos municípios por número de habitantes com indicação do número de freguesias e densidade populacional 15
CAPÍTULO 1
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| CAPÍTULO 1 O SETOR LOCAL E OS MUNICÍPIOS PORTUGUESES
1.1 O Setor Local O setor público português assegura a sua missão de produção, prestação e alocação de bens e serviços aos cidadãos através de várias formas organizacionais. Estes diferentes subsetores têm diferentes enquadramentos jurídico-institucionais bem como diferentes fins. Normalmente, distinguem-se dois grandes grupos quanto ao fim prosseguido pelas instituições: o setor público administrativo (SPA), que corresponde à grande maioria do setor público, o qual assegura as funções tradicionais da administração pública, que passam pela provisão de bens e serviços públicos; o setor empresarial do estado (SEE) constituído por uma miríade de entidades de natureza empresarial que deriva da necessidade de assegurar que as utilidades públicas e os monopólios naturais são mantidos na esfera pública. A organização democrática do Estado português compreende a existência de autarquias locais. O princípio da autonomia do poder local está consagrado no artigo 6.º da Constituição da República Portuguesa (CRP), desenvolvendo-se as coordenadas em que aquele se materializa na parte respeitante à organização do poder político e sob a epígrafe “Poder Local”. Assim, “a organização democrática do Estado compreende a existência de autarquias locais (art. 235.º), definindo-as como “pessoas coletivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respetivas” (art. 236.º), especificando ainda que “no continen-
te, as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas”, enquanto “as regiões autónomas compreendem freguesias e municípios1. Atualmente, existem em Portugal 308 municípios dos quais 278 no continente e 30 nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. A atuação das autarquias locais rege-se, segundo o quadro de transferência de atribuições e competências próprias e por um conjunto de princípios incitadores de um considerável grau de autonomia na prossecução dos seus objetivos e na gestão dos seus recursos. A CRP preconiza no artigo 6.º o princípio da autonomia do poder local e a Carta Europeia de Autonomia Local define-o no artigo 3.º como a “capacidade efetiva de as autarquias locais regulamentarem e gerirem, nos termos da lei, e sob sua responsabilidade e no interesse das respetivas populações, uma parte importante dos assuntos públicos”. Nesse sentido, as autarquias locais são responsáveis, perante diversos destinatários, pela gestão dos recursos públicos locais, visando os interesses das respetivas populações/eleitores. Os municípios, legalmente definidos como autarquias locais que visam a prossecução de interesses próprios da população residente na circunscrição concelhia, mediante órgãos representativos por ela eleitos, adquiriram ao lon1. Considerando que as regiões administrativas ainda não foram criadas, podemos dizer que, no continente, as autarquias locais são constituídas da mesma forma que nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, designadamente compreendendo as freguesias e os municípios.
17
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
go do tempo uma grande importância histórica, política, económica, administrativa, financeira e jurídica, revelando-se de primordial importância no contexto das decisões públicas locais. Esta afirmação do poder local tem conhecido uma considerável notoriedade com a crescente transferência de atribuições e competências para os municípios. Atualmente, os municípios possuem atribuições nas seguintes áreas (artigo 13.º da Lei 159/99, de 14 de setembro): • • • • • • • • • • • • • • •
Equipamento rural e urbano; Energia; Transportes e comunicações; Educação; Património, cultura e ciência; Tempos livres e desporto; Saúde; Ação social; Habitação; Proteção civil; Ambiente e saneamento básico; Defesa do consumidor; Promoção do desenvolvimento; Ordenamento do território e urbanismo; Polícia municipal; e cooperação externa.
A definição taxativa destas atribuições tem subjacente a concretização do princípio da subsidiariedade, ou seja, a prossecução das funções de interesse local pelo nível mais próximo da população que, naturalmente, conhece melhor os seus problemas e necessidades. Nesse sentido, e tendo em conta a organização dos municípios e o respetivo quadro de competências, a lei prevê a existência de órgãos locais próprios: a Assembleia Municipal e a Câmara Municipal. A Assembleia Municipal constitui o órgão deliberativo do município, ou seja, o órgão que toma as grandes decisões e define as orientações do respetivo município. Entre outras competências, pertence à Assembleia Municipal acompanhar a atividade da Câmara Municipal, aprovar as opções do plano e a proposta de or18
CAPÍTULO 1
çamento e apreciar o relatório de atividades e os documentos de prestação de contas que refletem o comportamento financeiro do município (artigo 53.º da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro). A Assembleia Municipal tem uma composição mista: é constituída pelos presidentes das juntas de freguesia e por membros eleitos em número igual ao daqueles mais um, não podendo, o número dos membros eleitos diretamente ser inferior ao triplo do número de membros da respetiva Câmara Municipal (artigo 42.º da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro). Podemos, assim, verificar que uma parte dos membros da Assembleia Municipal são eleitos diretamente e uma outra parte são membros por inerência. A Câmara Municipal é o órgão executivo colegial do município, isto é, o órgão responsável pelo planeamento e desenvolvimento das atribuições municipais, pela gestão dos assuntos do município a qual passa para além da gestão corrente por matérias de licenciamento, fiscalização e regulação. Entre outras funções, e de acordo com o artigo 64.º da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro, compete-lhe por lei: executar as deliberações do órgão deliberativo, elaborar e executar as opções do plano e a proposta de orçamento e elaborar e aprovar o relatório de atividades e os documentos de prestação de contas. A Câmara Municipal é constituída pelo presidente da câmara e por vereadores, cujo número varia consoante o número de eleitores da respetiva área (artigo 56.º da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro). Desta forma, os resultados da gestão dos recursos públicos locais resultam das ações da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal, uma vez que à primeira compete definir as principais linhas de orientação das políticas públicas locais e à segunda fazer executar tais políticas. Naturalmente, a forma como são geridos estes recursos públicos tem importantes implicações no desempenho financeiro dos respetivos municípios. Similarmente ao que ocorre na administração central, na administração municipal coexiste um setor administrativo com outros subsetores como os serviços municipalizados e, mais recentemente, o setor empresarial local (SEL). Este último é composto por empresas públicas municipais
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
Quadro 1.01 | Caracterização dos Municípios Portugueses em perspetiva comparada Nº Municípios
Dimensão Média (habitantes)
% Mun. Menos de 5,000 hab.
Despesas Locais (% PIB)
Nº Mun. 1950
% Reforma 1950 - 2007
Áustria
2.357
3.560
91
8,2%
3999
-41%
Bélgica
589
18.480
14
7,1%
2669
-78%
Dinamarca
98
55.90
3
37,6%
1387
-93%
Finlândia
336
15.960
52
22,5%
547
-39%
França
36.697
1.770
95
11,8%
38814
-5%
Alemanha
11.533
7.080
77
8,0%
24272
-52%
325
34.780
53
2,8%
5959
-95%
8.094
7.470
71
15,7%
7781
4%
Holanda
418
39.740
2
17,2%
1015
-59%
Portugal
308
34.380
20
7,2%
303
2%
Espanha
8.116
5.680
85
24,3%
9214
-12%
Suécia
290
32.340
4
25,5%
2281
-87%
Reino Unido
406
152.680
0
14,0%
2028
-80%
País
Grécia Itália
Nota: Estes valores dizem respeito ao nível municipal de governo (1st Tier), nos termos da classificação europeia do Comité das Regiões. Fonte: CCRE/CEMR. EU Subnational Governments: 2010 Key Figures. 2011/2012 Edition. Assim, no caso português não estão incluídas as freguesias e os serviços municipalizados.
e pelas empresas públicas intermunicipais, que são sociedades comerciais, e por outras entidades empresariais municipais e intermunicipais, que são pessoas coletivas de direito público.
1.2. Caracterização geral e peso dos Municípios Em termos de população, a dimensão média dos municípios portugueses é superior à da maioria dos países europeus. Como se observa no Quadro 1.01, a média portuguesa de cerca de 34 mil habitantes é equivalente aos valores da Grécia e Holanda e apenas é largamente ultrapassada pelos da Dinamarca e Reino Unido. Este dado é muito significativo no momento atual em que, no âmbito da reorganização da administração local, se discute a diminuição do número de municípios com o objetivo de aumentar a sua escala, à
semelhança de processos de reorganização territorial que muitos países europeus adotaram (duas últimas colunas). O mesmo quadro revela também que, embora a dimensão média seja alta, a percentagem de municípios muito pequenos (menos de 5.000 habitantes) é anormalmente alta. Senão vejamos: os países com dimensão municipal média equivalente à portuguesa têm apenas 4% (Suécia) e 2% (Holanda) de municípios muito pequenos. Estes dados mostram que o valor elevado da dimensão média explica-se por existirem municípios, embora poucos, de dimensão muito elevada. Em suma, isto revela a natureza muito assimétrica da realidade municipal portuguesa: municípios muito grandes a coexistirem com municípios muito 19
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
pequenos, muitos deles mais pequenos que muitas freguesias. Apesar desta assimetria, o enquadramento legal, nomeadamente a legislação de finanças locais, é exatamente a mesmo para todos os casos. Isto explica, evidentemente, a assimetria extrema na capacidade de captar receitas próprias por parte dos municípios (dependência financeira). A análise do Quadro 1.01 apresenta uma outra marca relevante da administração local portuguesa em perspetiva comparada: a natureza centralizada do SPA (Setor Público Administrativo). As despesas locais dos municípios portugueses correspondem apenas a 7,2% do PIB, que é o segundo valor mais baixo na comparação. Este indicador de centralização também se observa quando se analisa o peso das despesas locais no total das despesas públicas. O Gráfico 1.01 permite observar a comparação dos valores referentes a Portugal com os valores referentes à média da União Europeia. O valor de Portugal não tem aumentado continuamente no sentido de diminuir a referida centralização. O que se observa é apenas uma variação que parece cíclica entre um mínimo de cerca de 13% e um máximo de 15%. Este parece ser verdadeiramente o contributo da administração local para as despesas públicas totais do SPA. Gráfico 1.01 | Peso percentual das Despesas Públicas Locais nas Despesas Totais do SPA, 1998 – 2010 30% 25% 20% 15% 10%
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2005
2001
2000
1999
0%
1998
5%
Através dessa comparação é possível ver, mais uma vez, que Portugal, com uma média de cerca de 14% em 2010, é um dos países mais centralizados de toda a União Europeia, em que a média do peso das despesas públicas se situa na ordem dos 24%. Esta centralização financeira é outra das marcas muito característica da administração local portuguesa. Em resumo, as três características marcantes da administração local portuguesa são: • • •
Elevada dimensão média dos municípios; Grande amplitude e assimetria em função da dimensão; Centralização elevada da despesa pública.
Estas características conjugadas apontam claramente para a necessidade de proceder a uma reforma abrangente da administração local. As duas últimas colunas do quadro 1.01 mostram que a grande maioria dos países europeus há muito que procedeu a profundas reformas territoriais. Não por acaso, os acordos de ajuda financeira internacional (FMI, BCE e EU) exigem este tipo de reformas. Uma reorganização justifica-se completamente, desde que tenha por objetivo homogeneizar e descentralizar a realidade municipal portuguesa. O chamado Documento Verde da Reforma da Administração Local, recentemente apresentado pelo governo atual, procura atender a essas três características. Um dos seus eixos é a reorganização territorial, em que se opta claramente pela necessidade de fundir freguesias, sendo que, relativamente aos municípios assume apenas a proposta de incentivo à fusão, o que significa deixar para a decisão municipal a possibilidade de o fazer. Neste caso, serão os mais pequenos a ter fortes incentivos a adotarem estratégias de fusão para obter economias de escala. Esta estratégia pretende diminuir as diferenças entre municípios e não tanto aumentar a sua escala.
Portugal União Eur opeia
FONTE: EUROSTAT, Government Statistics 20
Outro dos eixos é o da gestão municipal, em que se diz expressamente “ao nível das atribuições e competências a transferir, assim como dos respetivos mecanismos de
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
financiamento de modo a promover uma verdadeira descentralização, a qual se pretende mais eficiente e, sobretudo, catalisadora de uma melhor articulação entre a Administração Central e a Administração Local”. Esta opção parece sugerir um objetivo dar maior peso aos municípios e aproximar Portugal dos valores médios europeus. Dada a nossa integração na EU, não é suficiente cuidar do equilíbrio financeiro setorial. O que é relevante do ponto de vista de validação das contas públicas portuguesas é o equilíbrio global das Administrações Públicas que, no geral, correspondem ao SPA. Esta necessidade de análise financeira global do setor público foi consagrada na recente alteração à atual Lei de Enquadramento Orçamental (Lei nº 52/2011 de 2011 de 17 de outubro). Os princípios que decorrem da integração no Pacto de Estabilidade e Crescimento são três: em primeiro lugar, a estabilidade orçamental que se tem de traduzir “numa situação de equilíbrio ou excedente orçamental, calculada de acordo com a definição constante do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais, nas condições estabelecidas para cada um dos subsetores” (nº 2 do art.º 10.º-A); em segundo lugar, o princípio da solidariedade recíproca que implica uma visão global do SPA, pois “obriga todos os subsetores do SPA, através dos seus organismos, a contribuírem proporcionalmente para a realização do princípio da estabilidade orçamental, de modo a evitar situações de desigualdade” (nº 2 do art.º 10.º-B); finalmente, desta visão global decorre um princípio de transparência orçamental, que “implica a existência de um dever de informação entre as entidades públicas, por forma a garantir a estabilidade orçamental e a solidariedade recíproca” (nº 2 do art.º 10.º-C). Apesar da atual autonomia dos municípios, é notório o constrangimento na esfera financeira das autarquias locais, uma vez que existe uma margem muito grande de intervenção do governo na sua atividade financeira. Por um lado, a Lei do Orçamento pode estabelecer limites específicos de endividamento anual da administração das autarquias locais compatíveis com o saldo orçamental calculado para o conjunto do SPA, sendo que esses limi-
tes podem ser inferiores aos que resultariam das leis financeiras especialmente aplicáveis a cada subsetor. Por outro lado, embora excecionalmente, a mesma lei pode determinar transferências do Orçamento do Estado de montante inferior àquele que resultaria das leis financeiras especialmente aplicáveis a cada subsetor.
1.3 Tipologias de municípios Embora o documento verde aponte para a definição de escalões de dimensão municipal baseados na densidade populacional, o critério ainda mais vezes usado é o que tem em conta o número de habitantes. Porque as regras do documento verde ainda são propostas para discussão, porque as diferenças entre os dois critérios não são excessivamente significativas e para manter a comparabilidade com as edições anteriores, para efeitos de realização deste anuário, os 308 municípios portugueses são agrupados em três categorias distintas tendo em atenção a sua dimensão quanto ao número de habitantes: Municípios Pequenos – com população menor ou igual a 20 000 habitantes; Médios – com população maior que 20 000 habitantes e menor ou igual a 100 000 habitantes; Grandes – com população maior que 100 000 habitantes. Considerando esta categorização, o número de municípios portugueses distribui-se da seguinte forma: Pequenos
Médios
Grandes
179 Municípios
106 Municípios
23 Municípios
507 Habitantes (Corvo)
20 000 Habitantes
100 000 Habitantes
469.509 Habitantes (Lisboa) 21
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
A análise do Gráfico 1.02, conjugado com o mapa de Portugal a seguir apresentado, permite verificar que é no interior e nas ilhas que os municípios de pequena dimensão têm um maior peso relativo. De facto, 64% (7 em 11) dos municípios da Região Autónoma da Madeira e 79% (15 em 19) dos municípios da Região Autónoma dos Açores são pequenos, assim como 78% (45 em 58) dos municípios do Alentejo. A Região
Centro concentra 63% (63 em 100) de pequenos municípios do total das autarquias daquela região. Em contrapartida, na Região de Lisboa os pequenos municípios representam 6% (1 em 18) dos municípios da região. Na figura seguinte é apresentada a tipologia dos municípios distribuídos pelo continente e ilhas.
Gráfico 1.02 | Os Municípios Portugueses, por dimensão e região NUTS 2 120
100
100
86
80 60
63
58 45
20 0
43
35
40 13
7 9
0 AlentejoA
33
16 21
6 11
Centro
Lisboa
0
lgarve
Pequenos
Grandes
10 Norte
7 31
11
Madeira
19
15 4 0
Açores
Total
Percentagem
Alentejo
Algarve
Centro
Lisboa
Norte
Madeira
Açores
Pequenos Médios Grandes
78% 22% 0%
44% 56% 0%
63% 35% 2%
6% 33% 61%
50% 38% 12%
64% 27% 9%
79% 21% 0%
1 Abrantes 2 Águeda 3 Aguiar da Beira 4 Alandroal 5 Albergaria-a-Velha 6 Albufeira 7 Alcácer do Sal 8 Alcanena 9 Alcobaça 10 Alcochete 11 Alcoutim 12 Alenquer 13 Alfândega da Fé 14 Alijó 15 Aljezur 16 Aljustrel 17 Almada 18 Almeida 19 Almeirim 20 Almodôvar
22
Médios
18
21 Alpiarça 22 Alter do Chão 23 Alvaiázere 24 Alvito 25 Amadora 26 Amarante 27 Amares 28 Anadia 29 Angra do Heroísmo 30 Ansião 31 Arcos de Valdevez 32 Arganil 33 Armamar 34 Arouca 35 Arraiolos 36 Arronches 37 Arruda dos Vinhos 38 Aveiro 39 Avis 40 Azambuja
41 Baião 42 Barcelos 43 Barrancos 44 Barreiro 45 Batalha 46 Beja 47 Belmonte 48 Benavente 49 Bombarral 50 Borba 51 Boticas 52 Braga 53 Bragança 54 Cabeceiras de Basto 55 Cadaval 56 Caldas da Rainha 57 Calheta (R. A. A.) 58 Calheta (R. A. M.) 59 Câmara de Lobos 60 Caminha
61 Campo Maior 62 Cantanhede 63 Carrazeda de Ansiães 64 Carregal do Sal 65 Cartaxo 66 Cascais 67 Castanheira de Pêra 68 Castelo Branco 69 Castelo de Paiva 70 Castelo de Vide 71 Castro Daire 72 Castro Marim 73 Castro Verde 74 Celorico da Beira 75 Celorico de Basto 76 Chamusca 77 Chaves 78 Cinfães 79 Coimbra 80 Condeixa-a-Nova
81 Constância 82 Coruche 83 Corvo 84 Covilhã 85 Crato 86 Cuba 87 Elvas 88 Entroncamento 89 Espinho 90 Esposende 91 Estarreja 92 Estremoz 93 Évora 94 Fafe 95 Faro 96 Felgueiras 97 Ferreira do Alentejo 98 Ferreira do Zêzere 99 Figueira da Foz 100 Figueira de Castelo Rodrigo
101 Figueiró dos Vinhos 102 Fornos de Algodres 103 Freixo de Espada à Cinta 104 Fronteira 105 Funchal 106 Fundão 107 Gavião 108 Góis 109 Golegã 110 Gondomar 111 Gouveia 112 Grândola 113 Guarda 114 Guimarães 115 Horta 116 Idanha-a-Nova 117 Ílhavo 118 Lagoa (Algarve) 119 Lagoa (R.A.A) 120 Lagos
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CAPÍTULO 1 121 Lajes das Flores 122 Lajes do Pico 123 Lamego 124 Leiria 125 Lisboa 126 Loulé 127 Loures 128 Lourinhã 129 Lousã 130 Lousada 131 Mação 132 Macedo de Cavaleiros 133 Machico 134 Madalena 135 Mafra 136 Maia 137 Mangualde 138 Manteigas 139 Marco de Canaveses 140 Marinha Grande 141 Marvão 142 Matosinhos 143 Mealhada 144 Meda 145 Melgaço 146 Mértola 147 Mesão Frio 148 Mira 149 Miranda do Corvo 150 Miranda do Douro 151 Mirandela 152 Mogadouro 153 Moimenta da Beira 154 Moita 155 Monção 156 Monchique 157 Mondim de Basto 158 Monforte 159 Montalegre 160 Montemor-o-Novo 161 Montemor-o-Velho 162 Montijo 163 Mora 164 Mortágua 165 Moura 166 Mourão 167 Murça 168 Murtosa 169 Nazaré 170 Nelas 171 Nisa 172 Nordeste 173 Óbidos 174 Odemira 175 Odivelas 176 Oeiras 177 Oleiros 178 Olhão 179 Oliveira de Azeméis 180 Oliveira de Frades 181 Oliveira do Bairro 182 Oliveira do Hospital 183 Ourém 184 Ourique 185 Ovar 186 Paços de Ferreira 187 Palmela 188 Pampilhosa da Serra 189 Paredes 190 Paredes de Coura 191 Pedrógão Grande
192 Penacova 193 Penafiel 194 Penalva do Castelo 195 Penamacor 196 Penedono 197 Penela 198 Peniche 199 Peso da Régua 200 Pinhel 201 Pombal 202 Ponta Delgada 203 Ponta do Sol 204 Ponte da Barca 205 Ponte de Lima 206 Ponte de Sor 207 Portalegre 208 Portel 209 Portimão 210 Porto 211 Porto de Mós 212 Porto Moniz 213 Porto Santo 214 Póvoa de Lanhoso 215 Póvoa de Varzim 216 Povoação 217 Proença-a-Nova 218 Redondo 219 Reguengos de Monsaraz 220 Resende 221 Ribeira Brava 222 Ribeira de Pena 223 Ribeira Grande 224 Rio Maior 225 Sabrosa 226 Sabugal 227 Salvaterra de Magos 228 Santa Comba Dão 229 Santa Cruz 230 Santa Cruz da Graciosa 231 Santa Cruz das Flores 232 Santa Maria da Feira 233 Santa Marta de Penaguião 234 Santana 235 Santarém 236 Santiago do Cacém 237 Santo Tirso 238 São Brás de Alportel 239 São João da Madeira 240 São João da Pesqueira 241 São Pedro do Sul 242 São Roque do Pico 243 São Vicente 244 Sardoal 245 Sátão 246 Seia 247 Seixal 248 Sernancelhe 249 Serpa 250 Sertã 251 Sesimbra 252 Setúbal 253 Sever do Vouga 254 Silves 255 Sines 256 Sintra 257 Sobral de Monte Agraço 258 Soure 259 Sousel 260 Tábua 261 Tabuaço 262 Tarouca
263 Tavira 264 Terras de Bouro 265 Tomar 266 Tondela 267 Torre de Moncorvo 268 Torres Novas 269 Torres Vedras 270 Trancoso 271 Trofa 272 Vagos 273 Vale de Cambra 274 Valença 275 Valongo 276 Valpaços 277 Velas 278 Vendas Novas 279 Viana do Alentejo 280 Viana do Castelo 281 Vidigueira 282 Vieira do Minho 283 Vila da Praia da Vitória 284 Vila de Rei 285 Vila do Bispo 286 Vila do Conde 287 Vila do Porto 288 Vila Flor 289 Vila Franca de Xira 290 Vila Franca do Campo 291 Vila Nova da Barquinha 292 Vila Nova de Cerveira 293 Vila Nova de Famalicão 294 Vila Nova de Foz Côa 295 Vila Nova de Gaia 296 Vila Nova de Paiva 297 Vila Nova de Poiares 298 Vila Pouca de Aguiar 299 Vila Real 300 Vila Real de Santo António 301 Vila Velha de Ródão 302 Vila Verde 303 Vila Viçosa 304 Vimioso 305 Vinhais 306 Viseu 307 Vizela 308 Vouzela
292 190
31
60 302
90
305
204
205
280
159
264 27
276 54
151
167 75 157 307 13 96 288 299 14 271 237186 130 26 136 225 000 63 142 275 189 267 199 210 193 139 41 147 110 240 103 220 123 33 261 294 295 78 69 262 89 196 232 153 144 34 71 239 248 100 296 185 179 273 241 270 3 168 91 253 245 200 180 5 306 194 102 308 74 38 18 2 137 117 266 113 170 272 181 111 293
286
28
148
64 164 228 182 260
143
62
138
246
161
99
258
108
149 197
195 106
188
67
30
201
84
32
297 129
79 80
191
177
9 173 49 128 55
198
269 135
40
171
1
81
109
141 85
206
82
127 48 175 25 66 176 125 16210 17 154 247 44 187
36
104
39
227
289
207
22
19
158 87
92 35 278
61
258
163
256
251
70
107
76
21 65
12 257 37
235
301 131
244
268 88 291
8 224
284
265
211
56
217
98
183 45
169
250
23
124
116
68
101 140
150 152
226
47
192
304
132
298
222
95
114
53
77 51
282
214
52
42
215
213
212 243 234
145
155
274
160
50
218
303 4
93
252
219
279
7
133 58 229 203 221 59 105
166 208 24
112
86
281
165
97 255
46
236
43
249
16
83 230 231 121
283
277 115
57
184
174
146
29 20
242 134
73
11
122 202
224
172 216 119 290 287
156
15 120 285
72
254
126
209
238 118
6 95
263
Pequeno Médio Grande
300
178
23
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
1.4. A desconcentração de serviços – “Grupos Municipais”
Estamos perante 1752 potenciais “grupos autárquicos”, em que o município será a designada “entidade – mãe”.
A tendência de reforma do setor público no sentido de impor critérios de eficiência implicou um conjunto de importantes reconfigurações nas formas organizacionais de prestação serviços. Um dos aspetos mais salientes dessa tendência foi a transferência da prestação de bens e serviços para outras entidades do setor público. Tal tendência, também se verificou ao nível da administração local.
Assim, as contas de 175 autarquias refletirão financeiramente, apenas, uma parte da sua atividade traduzindo, por defeito, tanto o valor do seu ativo como os montantes do passivo e, por isso, não serão a imagem fiel e fiável da real situação patrimonial e financeira do município. E este diferencial, será tanto maior, quanto maior o grau de descentralização das atribuições pelas entidades do setor empresarial autárquico.
Em 1998, foi aprovada a primeira legislação do setor empresarial local, incluindo a possibilidade de criação de empresas municipais e intermunicipais. Posteriormente e pela Lei 11/2008 de 20 de Fevereiro, procede-se à primeira alteração legislativa ao quadro vigente. O atual quadro legal inclui as empresas municipais, intermunicipais e metropolitanas no setor empresarial local. Neste contexto, dada a profusão de atividades autárquicas transferidas para o setor empresarial local, apresentam-se, no Quadro 1.02, o número de autarquias que tinham, à data de 2010, constituído empresas municipais e/ou serviços municipalizados. Pela análise do Quadro 1.02 verifica-se que 145 municípios têm serviços descentralizados em uma ou mais empresas municipais, 167 participam numa empresa intermunicipal e 30 possuem unidades autónomas de Serviços Municipalizados. Destas entidades, a maioria tem apenas uma empresa municipal e uma unidade de serviços municipalizados. Por outro lado, 163 municípios (110 pequenos, 50 médios e 3 grandes) não possuem entidades do setor empresarial local, sendo, na sua maioria, municípios de pequena dimensão. Do exposto, e sem contabilizarmos, ainda, a participação dos municípios em Fundações, Associações e outras entidades de direito público ou privado, que não esteja incluído no sector empresarial local, verificamos que: 24
Anote-se, contudo, que a atual Lei das Finanças Locais (Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro) impõe no seu artigo n.º 6, que os municípios que detenham serviços municipalizados ou a totalidade do capital de entidades do setor empresarial local, devem proceder à consolidação do Balanço e da Demonstração dos Resultados, com os respetivos anexos explicativos incluindo, nomeadamente, os saldos e fluxos financeiros entre as entidades alvo de consolidação e o mapa de endividamento consolidado, de médio e longo prazo. Foi publicada a portaria 474/2010, de 1 de Julho que estabelece os critérios e procedimentos de consolidação das contas no SPA, tendo posteriormente o SATAPOCAL emitido uma orientação para os municípios definindo regras para a consolidação para o exercício de 2010. No entanto, foram ainda poucos os municípios que apresentaram contas consolidadas. Acresce referir que a questão da consolidação de contas entre os municípios e outras entidades locais se tornou ainda mais específica a partir de Janeiro de 2010, data em que entrou em vigor o novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC). Efetivamente, a partir de 2010 todas as entidades do setor empresarial local passaram a implementar o SNC, continuando os municípios e os serviços municipalizados a implementar o POCAL. No âmbito de uma nova reforma da contabilidade pública, a alteração ao POCAL prevista e esperada vai ter de contemplar o novo enquadramento normativo do SNC. Esta situação por si só evidencia a necessidade de se diligenciar no sentido de adaptação do POCAL e restantes Planos Públicos às Normais Internacionais de Contabilidade do Setor Público. 2. Número de municípios com serviços municipalizados e ou, com participação em entidades de setor empresarial autárquico.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
Quadro 1.02 | Número de serviços municipalizados e Entidades do Setor Empresarial Local
Total
Municípios Pequenos
Serviços Municipalizadosa
Empresas Municipaisb
Empresas Intermunicipais
0
1
2
0
1
2
3
4
>4
0
1
2
3
4
179
178
1
0
110
49
19
0
0
1
81
81
16
1
0
Municípios Médios
106
86
20
0
50
26
14
3
11
2
44
47
14
1
0
Municípios Grandes
23
14
9
0
3
6
1
3
3
7
16
4
1
2
0
Total de municípios
308
278
30
0
163
81
34
6
14
10
141
132
31
4
0
Total de Empresas e SM’s
333
29
(a)
Existe um Serviço Municipalizado pertencente a 2 municípios (Oeiras e Amadora)
(b)
Inclui 300 empresas em estritamente municipais.
1.5 Plano Plurianual de Investimentos (PPI) Neste ponto tratamos da execução do Plano Plurianual de Investimentos, que fornece informação sobre a execução financeira dos projetos, reportada a 31 de dezembro de cada ano. O PPI deve ser organizado e estruturado por objetivos, programas, projetos e, eventualmente, ações e é elaborado numa base móvel de 4 anos. Assim, O PPI elaborado em 2010 correspondeu ao quadriénio de 2010 a 2013 e reflete os consumos financeiros dos projetos iniciados em 2010, com percussões financeiras e de tesouraria, nesse ano ou em anos subsequentes. Traduzem, ainda, os gastos monetários de projetos iniciados em anos económicos anteriores mas, cuja execução material e ou financeira se projeta em 2010 ou mesmo para além desta data. Com esta informação é possível determinar os projetos/ações que se concluem no ano económico em apreço, e quais os que continuam nos anos seguintes, bem como qual o montante total despendido em cada projeto/ação, já iniciado ou a iniciar, neste caso, em 2010. Na medida em que o Plano Plurianual de Investimentos é elaborado de acordo com a classificação funcional (Ponto 10.1 do POCAL), isso permite analisar as principais divisões de despesas. Em primeiro lugar, as funções gerais, que dizem respeitam à administração geral, proteção civil
281
23
e polícia municipal. Em segundo lugar, as funções sociais dizem respeito à educação, saúde, ação social, habitação, serviços coletivos (incluindo ordenamento do território, saneamento e abastecimento de água), cultura e desporto. Em terceiro lugar, as funções económicas de investimentos em agricultura, indústria e energia, transportes e comunicações e comércio e turismo. Por último, as outras funções que agrupam as operações da dívida autárquica e as transferências entre administrações. O Quadro 1.03 mostra essa distribuição global, revelando os valores percentuais para apreender a importância relativa de cada uma das quatro grandes categorias. Quadro 1.03 | PPI distribuído pelas Quatro Grandes Funções, em 2010
Pequenos
Médios
Grandes
2009
2010
Funções Gerais
9%
8%
11%
10%
9%
Funções Sociais
59%
62%
68%
57%
63%
Funções Económicas
31%
29%
19%
30%
26%
Outras Funções
2%
2%
3%
3%
2%
Total
100%
100%
100%
100%
100%
As atividades classificadas como funções sociais são as que mais representatividade têm no PPI, destacando-se para as 25
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
Quadro 1.04 | Funções Sociais no PPI Categorias
2010
2009
2008
2007
Pequenos
Médios
Grandes
Total
Total
Total
Total
Ensino não Superior
35,8%
41,8%
35,6%
38,2%
25,3%
12,5%
12,0%
Serviços Auxiliares de Ensino
0,2%
0,1%
0,1%
0,1%
0,3%
0,3%
0,2%
Saúde
0,4%
0,8%
0,7%
0,7%
0,7%
0,7%
1,5%
Ação Social
1,7%
0,6%
0,9%
1,0%
1,2%
1,2%
1,7%
Habitação
2,3%
3,2%
7,8%
4,5%
6,0%
10,1%
7,5%
Ordenamento do Território
20,6%
14,1%
21,6%
18,3%
21,6%
21,5%
21,8%
Saneamento
5,5%
8,8%
2,3%
5,8%
6,9%
8,3%
10,3%
Abastecimento de Água
5,4%
5,2%
0,3%
3,7%
5,4%
5,5%
8,2%
Resíduos Sólidos
1,1%
1,0%
1,2%
1,1%
1,4%
1,3%
1,2%
Proteção do Meio Ambiente
4,6%
6,4%
16,7%
9,2%
9,2%
10,2%
9,0%
Cultura
7,7%
5,4%
5,4%
6,0%
8,5%
12,1%
11,6%
Desporto e Lazer
14,0%
12,4%
7,2%
11,2%
13,4%
16,2%
14,8%
Outras Atividades
0,6%
0,1%
0,0%
0,2%
0,2%
0,3%
0,2%
Total
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
mesmas, em média, 63% dos investimentos. Nos grandes municípios esta proporção subiu para 68% e nos pequenos baixou para 59%. As funções económicas das autarquias absorveram, em média, 26% dos investimentos. Contudo, o peso destas despesas, no PPI, variou entre 19% nos grandes municípios e 31% nos municípios de pequena dimensão. Em relação a 2009, verifica-se um grande aumento do peso das funções sociais acompanhado de uma diminuição de todas as outras, incluindo as económicas. As funções gerais e as outras têm um peso relativamente menor, não se verificando grande oscilação de peso entre as diferentes categorias de municípios (grandes, pequenos e médios). Por serem as que correspondem ao maior volume de investimentos, as funções sociais e económicas merecem uma 26
análise mais detalhada, a fazer nos quadros seguintes. O Quadro 1.04 mostra a distribuição do investimento em funções socias, por categorias de ações. O facto mais saliente nesta função é o lugar cada vez maior do investimento em ensino. Pelo segundo ano, é o investimento social mais importante com uma média de 38,2%, o que corresponde a um pouco mais do triplo do valor de 2007 (12%). A segunda categoria em importância é a dos projetos e ações de ordenamento de território e reabilitação urbana e rural, a qual absorveu, em média, 18,3% das despesas nesta função. Os gastos com o desporto e lazer estão em terceiro lugar na lista das despesas sociais, com o peso de 11,2%, o qual representou uma descida de 2,2 pontos percentu-
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 1
Quadro 1.05 | Funções Económicas no PPI Categorias
2010 Pequenos
Médios
Agricultura, Pecuária Pescas
1,1%
Indústria e Energia
8,7%
Transportes e Comunicações Comércio e Turismo
2009
2008
2007
Total
Total
Grandes
Total
Total
0,4%
0,1%
0,5%
1,3%
2,1%
1,2%
7,2%
6,9%
7,7%
7,3%
9,5%
8,4%
78,9%
85,2%
88,1%
83,7%
81,7%
76,8%
77,7%
10,4%
6,8%
3,4%
7,3%
8,3%
9,8%
11,6%
Outras Funções
0,9%
0,4%
1,6%
0,8%
1,4%
1,8%
1,1%
Total
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
ais em relação a 2009. Do ponto de vista financeiro, esta atividade autárquica tem adquirido, nos municípios de pequena dimensão, um peso significativo representando, em 2010, 14% do investimento realizado nesta função. Outras categorias das Funções Sociais como a proteção ao meio ambiente e cultura, apresentaram, em 2010, valores médios de investimento de, respetivamente, de 9,2% e 6%, embora os comportamentos por grupos de municípios tivessem variado de forma significativa. Assim, a proteção ao meio ambiente, nos municípios de grandes dimensões ultrapassa o peso médio, adquirindo uma relevância de 16,7%. O mesmo se passa em relação à cultura, que assume o peso de 7,7% nos municípios de pequena dimensão. Mais uma vez se verifica que o grupo dos grandes municípios apresenta um padrão de distribuição funcional diferente dos outros dois grupos, como aliás já se verificou para os investimentos em proteção do meio ambiente. Outros exemplos a citar serão: os investimentos em habitação que, embora tenham apresentado um peso médio de 4,5%, nos grandes municípios essa representatividade passou para 7,8%. Ao contrário, os investimentos em saneamento e abastecimento de água nos grandes municípios têm um peso ínfimo (2,3% e 0,3% respetivamente) na estrutura da despesa, por comparação com os valores relativos atingidos nos pequenos e médios. O peso inferior dos projetos de infraestrutura de primeira necessidade é inteiramente compreensível, pois
os municípios grandes são os mais robustos financeiramente, o que lhes permitiu resolver essas lacunas há mais anos. O Quadro 1.05 permite analisar as despesas económicas, salientando-se que, ao contrário do quadro anterior, há uma diferença clara relativamente a cada um dos três grupos. Sem surpresa, a categoria que ocupa uma percentagem maior são os investimentos em transportes e comunicações, com uma média de cerca de 83,7%, bastante superior ao do ano anterior, sendo claro que, quanto maior é o município, maior é o peso percentual desta rubrica. No grupo dos de grande dimensão o valor foi de quase 5 pontos percentuais acima da média. Assiste-se a uma clara tendência de diminuição da categoria dos investimentos ligados ao comércio e turismo, cujo valor média era de 11,6% em 2007 e situa-se apenas em 7,3% em 2010. Além disso, a parcela maior de recursos nesta categoria é atingida nos municípios pequenos, com cerca de 10,4%. Relativamente às categorias com menor peso, nos projetos de agricultura, pecuária e pesca, quanto menor é a dimensão dos municípios, maior é o seu peso percentual. O valor atingiu um máximo de 1,1% no grupo de menor dimensão, exatamente porque é o grupo dos municípios mais rurais. Por último, relativamente à indústria e energia, o maior peso continua a observar-se no grupo de pequena dimensão (8,7%), pese embora seja um grupo mais rural e de pendor menos industrial. 27
CAPÍTULO 2
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| CAPÍTULO 2 ANÁLISE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DOS MUNICÍPIOS
2.1. Introdução Neste capítulo, pretende-se evidenciar a execução orçamental dos Municípios, no ano económico de 2010, considerando o universo dos 308 Municípios. Para o efeito, são analisadas as componentes orçamentais da receita e da despesa municipal com relevância para as de maior peso na respetiva estrutura. Sempre que a recolha de dados o permita, apresentar-se-á ainda a evolução para o quinquénio 2006/2010. Na ótica da despesa, os factos financeiros objetos de análise e comparação serão a despesa prevista, os compromissos assumidos, os pagamentos efetuados, os compromissos para exercícios futuros e os compromissos por pagar. Na ótica da receita, analisar-se-á a previsão orçamental, a liquidação3, a cobrança, bem como os saldos orçamentais. Os montantes serão apreciados de forma agregada e global, por classificação económica, com especial atenção para a variação do peso de cada um, na despesa ou na receita total e, para a evolução dos valores absolutos nos cinco anos em apreço (2006 a 2010). A informação está organizada por agrupamentos de muni3. Receita liquidada verifica-se no momento do direito a cobrar ou a receber.
cípios4 de acordo com a sua dimensão, mantendo-se a classificação adotada nos anteriores relatórios, em municípios de grande, média e pequena dimensão. Sempre que a situação assim o releve, apresentar-se-á informação discriminada por município. De igual modo, se manterão as listagens simples ou, em alguns casos, hierarquizadas (rankings) de municípios, por rácios que possibilitem uma melhor caracterização do sector autárquico. A informação orçamental constante deste ponto do Anuário, apenas agrega e se reporta à atividade financeira da estrutura administrativa das autarquias em sentido estrito, sem inclusão da atividade financeira do sector empresarial local. Anota-se, finalmente, que se tem verificado nestes cinco anos em análise, um melhoramento substancial na aplicação do POCAL, nomeadamente no registo dos factos financeiros e prestação da informação orçamental, pelo que, salvo alguns pontos que serão referenciados, a informação orçamental e financeira é de elevada fiabilidade, sustentando a análise e as conclusões apresentadas. 4. No capítulo 2 no Anuário Financeiro de 2005, considerou-se que os municípios de grande dimensão eram 24 municípios. A partir do Anuário Financeiro de 2006 foi retirado do grupo dos municípios de grande dimensão o município do Funchal, que passou a ter 99 759 habitantes em 2006, continuando em 2010 com menos de 100.000 habitantes. Por outro lado, em 2007 a população de Coruche diminui de 20.191 para 19.898 habitantes (19.624 em 2008, 19.356 em 2009 e 19.087 em 2010), passando assim a município de pequena dimensão. Em 2009 o município de Cinfães passou à classificação de pequena dimensão (passou de 20.198 habitantes para 19.889, tendo em 2010 19.567 habitantes). Em 2010, Lousã e Amares passaram a ser municípios de média dimensão, com um aumento do número de habitantes de 19.721 para 20.181 e de 19.963 para 20.017, respectivamente.
29
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
2.2. Independência financeira5 No presente Anuário mantém-se, para se aferir o grau de independência financeira das autarquias, a adoção do rácio que relaciona as receitas próprias com as receitas totais. Considera-se que existirá independência financeira, se as receitas próprias6 representarem, pelo menos, 50% das receitas totais. Para melhor compreender a evolução deste indicador apresenta-se de forma comparada para os anos compreendidos entre 2006 e 2010 e por grupos de municípios, o peso nas receitas totais das receitas próprias, das transferências e dos passivos financeiros. A observação do Gráfico 2.04 permite concluir que, nos cinco anos referenciados, a independência financeira, considerando a globalidade dos municípios, atingiu o seu maior peso em 2007 (54%) e o menor em 2009 (45%). O valor médio deste indicador, no período considerado, foi de 50% para o universo total dos municípios. Em 2010 devido essencialmente à diminuição das receitas creditícias, o peso das receitas próprias na receita total aumentou 3% em relação a 2009 atingindo os 48% mas ficando, todavia, a níveis ainda bastante inferiores aos apresentados entre 2006 e 2008. Analisando a evolução deste indicador por grupos de municí5. Conceito que não se pode confundir com o de Autonomia Financeira, referido no artigo 3.º da Lei das Finanças Locais. 6. Desde o primeiro Anuário que se considera, que receitas próprias da autarquia são as receitas totais deduzidas das transferências e dos passivos financeiros.
30
CAPÍTULO 2
pios, verifica-se que o mesmo assume um maior peso nos municípios de grande dimensão7, representando as receitas próprias, em média, 69,2% das receitas totais, isto é, mais 19,2% que a média global. Neste grupo de municípios o ano de 2006 foi o que apresentou melhor nível médio de independência financeira (73%) e o de 2009, o pior nível (64%), sendo que, em 2010, se verifica um aumento de 2 pp. situando-se nos 66%. Os recursos financeiros dos municípios de pequena dimensão dependem, essencialmente, das transferências recebidas através do FEF8 as quais representaram neste período, em média, 66,2% das receitas totais. O peso médio dos recursos próprios nas receitas totais foi apenas de 25,4% traduzindo uma independência financeira muito reduzida, nesta categoria de municípios. Nos municípios de média dimensão, as transferências do Estado e as receitas próprias contribuíram, nestes cinco anos, quase em partes iguais para a receita total, com o peso médio, respetivamente de 43,8% e 48,8%. Tendo sido, entre 2006 e 2009, o peso das receitas próprias sempre superior ao peso das transferências, em 2010 inverteu-se este diferencial contribuindo as transferências em mais 1% que as receitas próprias para as receitas totais. 7. Justificada pelo maior volume de receita fiscal auferida, nomeadamente, a proveniente do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT). Releva-se, ainda, o peso significativo, nos grandes municípios, do produto das cobranças das derramas lançadas sobre o lucro tributável (através do IRC). 8. Transferências do OE e provenientes da repartição dos recursos públicos entre o Estado e os municípios (nos termos do artigo 19.º da LFL), cujo objetivo, é exatamente providenciarem, através de subvenção criteriosa, o equilíbrio financeiro horizontal e vertical entre o exercício do poder central e poderes locais.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.01 | Evolução da Estrutura
Gráfico 2.02 | Evolução da Estrutura
Financeira dos Municípios de Pequena Dimensão
Financeira dos Municípios de Média Dimensão 60%
69%
70%
67%
64%
66%
65%
50%
60%
45%
49% 42%
47%
44% 43%
41%
48%
40%
50%
30%
40% 30%
53%
51%
28%
24%
27%
20% 10%
23% 13%
7%
5%
7%
20%
25% 10%
13%
10% 2006
2008
2007
Receitas próprias (01,02,04,05,07,08,09,11,13) / Receitas totais
2009
2010
2008
2007
Receitas próprias (01,02,04,05,07,08,09,11,13) / Receitas totais
Transferências (06,10) / Receitas totais
5%
0%
0% 2006
9%
5%
4%
2009
2010
Transferências (06,10) / Receitas totais
Passivos Financeiros (12) / Receita total
Passivos Financeiros (12) / Receita total
80%
Gráfico 2.03 | Evolução da Estrutura
Gráfico 2.04 | Evolução da Estrutura
Financeira dos Municípios de Grande Dimensão
Financeira dos 308 Municípios
73%
60%
71%
72%
66%
64%
50%
60%
54%
52%
44%
51% 42%
45%
42%
48% 46% 43%
40% 30%
40% 25%
24%
25%
20%
28%
27%
20% 5%
2%
4%
6%
0% 2006
2007
2008
0% 2007
2008
2009
2010
2010 Receitas próprias (01,02,04,05,07,08,09,11,13) / Receitas totais
Receitas próprias (01,02,04,05,07,08,09,11,13) / Receitas totais
7%
5%
4% 2006
2009
12%
7%
10%
9%
Transferências (06,10) / Receitas totais
Transferências (06,10) / Receitas totais
Passivos Financeiros (12) / Receita total
Passivos Financeiros (12) / Receita total
Comparando os gráficos apresentados, verifica-se que o valor do rácio da independência financeira, em média, cresceu de 2009 para 2010 em todos os grupos de municípios. Esta subida foi maior ao nível dos municípios de média dimensão (+3%) e ligeiramente menor para os municípios de pequena e grande dimensão (em ambos os casos, +2%) Como já foi referido o aumento do peso das receitas próprias e das transferências deveu-se mais à drástica dimi-
nuição das receitas creditícias e menos a um aumento absoluto daquelas receitas. Efetivamente, o peso do recurso ao crédito (passivo financeiro) nas receitas totais teve um decréscimo acentuado de 2009 para 2010. Em média, este indicador baixou 5%. A diminuição do recurso ao crédito foi mais acentuada no grupo dos municípios de média dimensão atingindo – 8%. Nos municípios de grande dimensão e pequena dimensão, esta diminuição foi de apenas 3%, em cada caso. 31
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
O Gráfico 2.05 evidencia a evolução do peso relativo das receitas próprias na receita total autárquica no período de 2006 a 2010, por grupo de municípios. Os municípios, em 2010 recuperaram ligeiramente de uma independência financeira fortemente abalada em 2009, mantendo-a, contudo, em níveis bem inferiores aos verificados entre 2006 e 2008. Gráfico 2.05 | Evolução da Independência Financeira dos Municípios (2006 a 2010) 80%
73%
72%
52%
53%
71% 64%
70% 60%
49%
50% 40% 30%
29%
28%
27%
44%
23%
66% 47%
25%
20%
Grandes Médias Pequenas
10% 0% 2006
2007
2008
2009
2010
Observando o Quadro 2.01 e considerando a independência financeira nos termos que acabamos de expor relativamente ao universo total da amostra, constata-se o seguinte: A independência financeira dos municípios apresenta uma amplitude entre o máximo de 87% (município de Vila Real de S. António) e um mínimo de 2% (município do Corvo); Enquanto no grupo dos grandes municípios se verifica que a independência financeira varia entre o mínimo de 37% (Barcelos) e o máximo de 86% (Lisboa), no agrupamento dos pequenos municípios constata-se uma amplitude entre 2% (Corvo) e 87% (Vila Real de S. António). Já no grupo dos municípios de média dimensão, esta variação vai desde os 18% (Baião) até aos 79% (Lagoa); 32
A média global do rácio de independência financeira, em 2010, foi: no grupo dos municípios de pequena dimensão de 22% (igual à verificada em 2009, -2% que em 2008 e -6% que em 2007), nos de média dimensão de 44% (+3% que em 2009, - 5% que em 2008 e -12% que em 2007) e no grupo dos municípios de grande dimensão de 60% (igual a 2009, - 6% que em 2008 e - 12% que em 2007). Relativamente à dependência dos municípios das transferências de Estado, verifica-se que, em 2010, a mesma se situou entre o mínimo de 11% (Vila Real de S. António) e o máximo de 98% (Corvo) sendo que, o peso médio das transferências de Estado nas receitas totais, considerando a globalidade dos municípios, foi de 61% (+3% que em 2009). Contudo, considerando apenas o universo dos pequenos municípios, este indicador apresentou o valor de 70 % (em 2006 foi de 65%, em 2007 de 67%, em 2008 de 70% e em 2009 68%). Nos grandes municípios, em 2010, a média do peso das transferências de Estado nas receitas totais, foi de 34% (+2pp que em 2009). Nos municípios de média dimensão, este rácio apresentou um valor médio de 52%, isto é, mais 5pp que em 2009. O peso médio dos passivos financeiros, na receita total, considerando a globalidade dos municípios, em 2010 foi de 6% (7%, em 2008 e 11% em 2009). A diminuição do peso relativo destas receitas, correspondeu ao efetivo decréscimo do volume real de empréstimos utilizados pelos municípios provocado, essencialmente, pelo controlo do limite de endividamento líquido municipal determinado no artigo 37.º da Lei das Finanças Locais, pese embora o OE de 2010 no seu artigo 38.º, tenha excecionado dos limites de endividamento, empréstimos destinados ao financiamento de investimentos no âmbito da Qualificação e Reinserção Urbana de Bairros Críticos e para aquisição de fogos ao IHRU. Ora, qualquer exceção ao limite de endividamento, poderia proporcionar um acréscimo de endividamento global, o que parece não ter sido o caso.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.01 | Independência Financeira em 2010 Pequenos
Médios
Grandes
Total
Nº de municípios existentes
179
106
23
308
Nº de municípios analisados
179
106
23
308
Receitas próprias (01,02,04,05,07,08,09,11,13) Receitas Totais (Receitas próprias + Transferências+ Passivos Financeiros) % Média de todos os municípios % Mínima % Máxima
22% 2% Corvo
44% 18% Baião
60% 37% Barcelos
87%
79%
86%
Vila Real de Santo António
Lagoa (Algarve)
Lisboa
33% 2% 87%
Transferências (06, 10) Receitas Totais (Receitas próprias + Transferências+ Passivos Financeiros) % Média de todos os municípios % Mínima % Máxima
70%
52%
34%
11%
16%
14%
Vila Real de Santo António
Albufeira
Lisboa
98%
76%
57%
Corvo
Tondela
Barcelos
61% 11% 98%
Passivos Financeiros (12) Receitas Totais (Receitas próprias + Transferências+ Passivos Financeiros) % Média de todos os municípios
7%
5%
6%
6%
% Mínima
0%
0%
0%
0%
85%
43%
26%
Fornos de Algodres
Cantanhede
Sintra
% Máxima
Da análise conjunta do quadro 2.01, conjugada com o que a seguir se apresenta, verifica-se que, em 2010, são 56 (49 em 2009, 74 em 2008, 77 em 2007 e 70 em 2006), os municípios que apresentam uma independência financeira igual ou superior a 50% sendo que, 17, são municípios de grande dimensão, 30 de média dimensão e 9 de pequena dimensão (Alcochete, Castro Marim, Grândola, Nazaré, Óbidos, Porto Santo, Sines, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António). Verifica-se um ligeiro aumento, em 2010, no número de municípios de pequena (+4) e média dimensão (+3) que apresentam
85%
independência financeira igual ou superior a 50%. Este reforço poderá traduzir um caminho para uma retoma progressiva de consolidação de autonomia financeira, exigida com a Lei das Finanças Locais e com o controlo da execução orçamental estabelecido nos artigos 75º e 76.º do Decreto-Lei de execução do OE para 2010. Todavia, 6 municípios de grande dimensão apresentam um volume de receitas próprias inferior a 50% das receitas totais (Barcelos, Braga, Gondomar, Guimarães, Santa Maria da Feira e Sintra). 33
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.02 | Outros indicadores relevantes para os Municípios
Nº de municípios com receitas próprias, superiores ou iguais a 50% das receitas totais
Nº de municípios com receitas próprias, inferiores a 20% das receitas totais
Nº de municípios que não recorreram a empréstimos bancáriosa
N.º de municípios com receitas provenientes das transferências, superiores a 80% da receita total
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Pequenas
6
11
13
5
9
Médias
41
44
41
27
30
Grandes
23
22
20
17
17
Total
70
77
74
49
56
Pequenas
50
77
90
97
89
Médias
1
2
1
5
3
Grandes
0
0
0
0
0
Total
51
79
91
102
92
Pequenas
42
55
53
42
61
Médias
26
26
19
16
31
Grandes
5
9
6
4
6
Total
73
90
78
62
98
Pequenas
45
37
47
35
50
Médias
1
1
1
0
0
Grandes
0
0
0
0
0
Total
46
38
48
35
50
a. Inclui empréstimos de curto, médio e longo prazo
Da apreciação do quadro 2.02 pode concluir-se ainda o seguinte: Em 2010, mais 13 novos municípios viram a suas receitas próprias a baixarem para níveis inferiores a 20% das receitas totais. Todavia, outros 239 dos que em 2009 estavam nesta situação ultrapassaram esta barreira melhorando o rácio para valores superiores a 20% da receita total. Desta movimentação, em 2010, resultou um saldo líquido, em 2010, de menos 10 municípios a apresentarem receitas próprias inferiores a 20% das receitas totais. A diminuição global, do número de municípios nesta situação financeira poderá ser sintoma de uma progressiva consciencialização e prática 9. Relativamente a estes 23 municípios, 12 registaram um aumento das transferências do Estado e 11 e uma diminuição do valor das mesmas
34
de gestão pública conducente a uma maior consolidação financeira. A forte dependência financeira das receitas externas expressa por este indicador, é essencialmente verificada nos municípios de pequena dimensão (89 em 2010), pois só em 3 de média dimensão se verificou este rácio. Desde 2009 que nenhum município de grande dimensão apresenta esta situação de dependência financeira. Os municípios com maior dependência das transferências para equilíbrio do seu orçamento são, desde 2009, exclusivamente os municípios de pequena dimensão, os quais têm apresentado, em média, esta receita com valor superior a 80% das receitas totais. O aumento drástico, em 2010 do número de municípios de pequena dimensão nesta situação, (mais 15 no global, representando +43% que em 2009),
CAPÍTULO 2
poderá estar associado à descentralização de competências no domínio da educação (artigo 34.º do OE de 2010) repercutindo-se as correspondentes transferências financeiras nos orçamentos destes municípios. Contudo esta variação apresentou os seguintes cambiantes: efetivamente, em 2010, para 2810 novos municípios o valor das transferências passaram a representar mais de 80% da receita total, enquanto que para 13 dos 35 municípios, que em 2009 estavam nesta situação, este rácio passou a ser inferior a 80%. Desta movimentação na estrutura financeira dos municípios resultou uma variação líquida no número total de municípios de +15, com um peso das receitas provenientes das transferências superior a 80% da receita total. No Ranking seguinte (R1) são apresentados os 50 municípios com maior independência financeira referenciados ao ano de 2010, pese embora à informação prestada, se associe os anos anteriores. São municípios cujos recursos financeiros provêm mais das receitas próprias onde os impostos e taxas têm papel central e onde as transferências do Estado e empréstimos bancários se repercutem menos na estrutura da receita. O município de Lisboa encabeçou este ranking entre 2006 e 2008 com uma autonomia financeira sucessivamente de 87%, 87% e 86%11 e o município de Oeiras com 81% em 2009. A primeira posição de Vila Real de S. António deveu-se, essencialmente, a um aumento de receitas próprias de aproximadamente 29 milhões € (+166,7%), dos quais 28 milhões € (56,6% das receitas totais) corresponderam, exclusivamente, à venda de bens de investimento. Tratar-se-á, assim, de uma situação que se prevê conjuntural e muito pontual. Sugere-se que este ranking seja comparado com o ranking R6, o qual inclui apenas as receitas próprias provenientes de impostos. Lisboa, Oeiras e Lagoa (Algarve) continuam a ocupar po10. Destes 28 municípios, 21 registaram um efetivo aumento das transferências do Estado mas outros 7 apresentaram uma diminuição desta receita e dos passivos financeiros. O município com maior aumento das transferências de Estado foi Vidigueira (33,3%), seguido de Belmonte (19,3%). Nos restantes 16 o aumento foi entre os 0% e os 3%. 11. Chegando a atingir os 90% no ano de 2005.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
sições cimeiras neste ranking de posicionamento em independência financeira, com níveis respetivamente de 86%, 81% e 79%. O intervalo de variação deste rácio considerando o período entre 2006 e 2010,para um ranking de 50 municípios com melhor performance apresentou maior oscilação ao nível dos valores mais baixos do indicador. Assim, o 50.º município de 2006 a 2010 apresentou, respetivamente, o valor de 57%,59%,57%, 49% e 54%. As mais significativas alterações na estrutura da receita foram mais visíveis a partir de 2009, resultante da diminuição dos proveitos advenientes dos impostos e taxas municipais e da grande variação das receitas creditícias. Centrando a observação em 2010, verifica-se que oito novos municípios integraram este grupo de 50 (Cartaxo, Castro Marim, Leiria, Olhão, Silves, Sines, Vila do Bispo e Vila do Conde) e outros oito saíram do mesmo (Alcobaça, Azambuja, Ponta Delgada, Santa Cruz, São João da Madeira, Sintra, Torres Vedras, Viseu). Há municípios que apresentam um aumento relevante do valor deste rácio de 2009 para 2010, dos quais se nomeiam: Aveiro12; Portimão13; Póvoa de Varzim14; Sines15; Cartaxo16 e Castro Marim17. 12. Há em relação a este município, duas situações concorrentes para a variação verificada do rácio. As receitas próprias aumentaram de 31,6 M€ para 35,6 M € (+4 milhões €), Contudo, as receitas totais baixaram 10,9 M€, fruto da inexistência de utilização de passivos financeiros, em 2010, quando em 2009, o município de Aveiro tinha contraído 14 milhões de passivos financeiros 13. O município de Portimão registou, também, um aumento de 2,8 M€ das receitas próprias, mas em simultâneo uma diminuição de 9,7 M€ das receitas totais. Para o aumento das receitas próprias, contribuiu principalmente o aumento dos rendimentos de propriedade (4 M€) e para a diminuição das receitas totais, contribuiu a ausência de passivos financeiros, quando em 2009 utilizou 7,8 M€. 14. Em relação à Póvoa de Varzim embora as receitas totais tenham baixado cerca de 4,7M€, fruto da diminuição das transferências de capital (-5 M€) e dos passivos financeiros (- 5,8M€), certo é que contribuiu par o aumento da independência financeira o aumento em simultâneo das receitas próprias em mais 5,4 M€ 15. No município de Sines embora as receitas totais tenham também baixado cerca de 6,9 M€ como resultado da diminuição dos empréstimos em -12 M€, a receita própria, resultante da receita fiscal, aumentou 4,7 M€, contribuindo deste modo para o aumento da independência financeira 16. Em relação ao município de Cartaxo as receitas totais aumentaram cerca de 5,5 M€ como resultado do aumento excecional dos rendimentos de propriedade em + 6,9 M€. Pese embora não haja informação mais detalhada da origem económica deste facto, não será normal um aumento desta natureza, representando 33% da receita total. Ter-se-á que avaliar como se manterá esta receita em 2011. 17.Quanto ao município de Castro Marim fruto da não utilização de empréstimos bancários, que no ano transato tinha sido na ordem dos 2 M€ e da diminuição do valor das transferências em 1,3 M€, as receitas totais baixaram cerca de 2,5 M€. Contudo, a coleta dos impostos aumentou 2 M€, influenciando desta forma positivamente o índice da independência financeira.
35
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R1 | Municípios que apresentam maior Independência Financeira (receitas próprias/receitas totais) Município
Distrito
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Faro
P
76%
68%
75%
60%
87%
1
Vila Real de Santo António
2
Lisboa
Lisboa
G
87%
87%
86%
72%
86%
3
Oeiras
Lisboa
G
79%
81%
75%
81%
81%
4
Lagoa (Algarve)
79%
5
Seixal
6
Albufeira
7
Porto
8
Sesimbra
9
Aveiro
10
Faro
M
76%
80%
82%
79%
Setúbal
G
79%
82%
70%
73%
78%
Faro
M
86%
85%
86%
70%
77%
Porto
G
77%
78%
79%
72%
77%
Setúbal
M
82%
85%
81%
73%
76%
Aveiro
M
65%
70%
33%
55%
76%
Lagos
Faro
M
75%
78%
83%
68%
76%
11
Portimão
Faro
M
68%
76%
63%
56%
73%
12
Setúbal
Setúbal
G
70%
74%
77%
75%
72%
13
Póvoa de Varzim
Porto
M
69%
73%
61%
53%
71%
14
Cascais
Lisboa
G
79%
80%
80%
70%
70%
15
Alcochete
Setúbal
P
66%
71%
71%
57%
68%
16
Sines
Setúbal
P
54%
46%
64%
34%
68%
17
Maia
Porto
G
73%
72%
77%
62%
67%
82%
67%
67%
57%
63%
66% 66%
18
Loulé
Faro
M
75%
86%
19
Barreiro
Setúbal
M
63%
66%
20
Funchal
Madeira
M
63%
59%
62%
67%
21
Loures
Lisboa
G
73%
76%
73%
55%
66%
22
Grândola
Setúbal
P
44%
51%
55%
58%
65%
23
Almada
Setúbal
G
73%
77%
72%
71%
65%
24
Cartaxo
Santarém
M
38%
59%
31%
45%
64%
25
Ovar
Aveiro
M
58%
60%
55%
65%
63%
26
Palmela
Setúbal
M
77%
78%
74%
60%
63%
27
Castro Marim
Faro
P
42%
51%
46%
44%
62%
28
Vila Nova de Gaia
Porto
G
63%
52%
69%
62%
61%
29
Tavira
Faro
M
66%
69%
63%
57%
61%
30
Vila Franca de Xira
Lisboa
G
64%
68%
63%
63%
61%
31
Marinha Grande
Leiria
M
66%
66%
58%
64%
61%
32
Faro
Faro
M
65%
68%
59%
53%
61%
33
Coimbra
Coimbra
G
68%
61%
66%
62%
60%
34
Olhão
Faro
M
63%
45%
65%
48%
59%
68%
72%
62%
59%
52%
54%
57%
59%
35
Óbidos
Leiria
P
68%
36
Peniche
Leiria
M
46%
36
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Município
Distrito
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
37
Benavente
Santarém
M
57%
72%
70%
55%
58%
38
Vila do Conde
Porto
M
74%
73%
70%
49%
58%
39
Silves
Faro
M
54%
63%
67%
44%
58%
40
Ílhavo
Aveiro
M
68%
71%
60%
55%
58%
41
Vila do Bispo
Faro
P
49%
59%
59%
43%
58%
42
Moita
Setúbal
M
50%
58%
50%
55%
57%
43
Odivelas
Lisboa
G
68%
69%
65%
64%
57%
44
Montijo
Setúbal
M
69%
67%
70%
57%
56%
45
Leiria
Leiria
G
58%
64%
53%
49%
56%
46
Amadora
Lisboa
G
70%
67%
67%
55%
56%
47
Mafra
Lisboa
M
72%
82%
76%
76%
56%
48
Vila Nova de Famalicão
Braga
G
57%
62%
62%
60%
55%
62%
60%
55%
55%
52%
54%
49
Matosinhos
Porto
G
69%
76%
50
Porto Santo
Madeira
P
34%
35%
Pela observação do Ranking anterior verifica-se que há municípios dos quais destacamos Almada18, Odivelas19, Mafra20, Vila Nova de Famalicão21 e Matosinhos22, que apresentam uma diminuição significativa do valor do rácio da independência financeira de 2009 para 2010, por razões divergentes. Ou porque a receita total aumenta, essencialmente à custa de transferências de verbas, como o caso de Mafra e Vila Nova de Famalicão, ou porque a receita decai devido à descida das receitas próprias, como o caso de Matosinhos em que a venda de bens de investimento diminuiu 4,6 M€. Já em relação a Almada, a diminuição relativa da sua independência financeira deve-se ao facto das receitas terem 18. Em 2010, as receitas do município de Almada foram de 88,6 M€, mais 12M€ que em 2009. Todavia, para este aumento contribuíram, em muito, os empréstimos bancários que totalizaram 8 M€. 19. Pese embora as receitas totais do município de Odivelas tenham crescido 6M€, este aumento foi essencialmente à custa do acréscimo do valor das transferências (+6,6M€). Daí a diminuição do indicador da independência financeira. 20. A receita total do município de Mafra aumentou 2,4 M€ apesar de as receitas próprias terem baixado 10,85 M€. Contudo, as transferências correntes e de capital cresceram, respectivamente 1,9 M€ e 9,7 M€ contrariando a descida das receitas próprias. 21. A receita total do município de Famalicão aumentou 4,6 M€, como reflexo do aumento das transferências de capital em + 6,7 M€ pois, tanto as receitas fiscais, como as receitas creditícias, baixaram na totalidade 7 M€. A variação positiva da receita deve-se ainda ao aumento de algumas receitas próprias tanto correntes como de capital no valor de 5,1 M€. 22. Quanto a Matosinhos, as receitas totais diminuíram, em 2010, 4,1 M€, sendo que a venda de bens de Investimento diminuiu 4,55M€ e outras receitas – 3, 67 M€
crescido (+12 M€) fundamentalmente à custa das receitas creditícias (+8 M€). No Ranking R2 que a seguir se apresenta, figuram os 50 municípios com menor independência financeira, ou seja, com menos captação de impostos e taxas e mais dependentes das transferências do Estado. Tratando-se todos eles de municípios de pequena dimensão com orçamentos pequenos, os empréstimos bancários quando utilizados apresentam peso relevante na estrutura financeira, pese embora em termos de volume tenham menor relevância. Face a alterações na estrutura da receita dos municípios, fruto ou do aumento de receitas próprias, ou ainda da diminuição drástica das receitas creditícias ou, ainda, da variação no valor das transferências, de 2009 para 2010 saíram deste ranking 14 municípios e entraram outros 14. Saíram: Alijó, Carrazeda de Ansiães, Castelo de Paiva, Gouveia, Idanha-a-Nova, Lajes das Flores, Madalena, Miranda do Douro, Mourão, Penalva do Castelo, Ribeira Brava, Sardoal, Vila Nova de Poiares, Vila Velha de Ródão. Entraram: Alandroal, Almeida, Cabeceiras de Basto, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas, Mesão Frio, Portel, Povoação, Santa Cruz das Flores, Tarouca, Terras de Bouro, Trancoso, Vieira do Minho. 37
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R2 | Municípios que apresentam menor independência financeira (receitas próprias/receitas totais) Município
Distrito
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Açores
P
4,0%
4,6%
4,8%
3,8%
2,0%
1
Corvo
2
Fornos de Algodres
Guarda
P
--
18,4%
21,1%
17,6%
3,8%
3
Mondim de Basto
Vila Real
P
10,8%
10,4%
11,7%
10,3%
4,0%
4
Lajes do Pico
Açores
P
8,2%
10,8%
9,1%
13,0%
4,8%
5
Barrancos
Beja
P
6,8%
5,9%
6,3%
4,8%
5,4%
6
Nordeste
Açores
P
18,5%
4,7%
5,3%
4,4%
5,6%
7
Vimioso
Bragança
P
5,6%
6,0%
6,2%
7,1%
6,2%
8
Alfândega da Fé
Bragança
P
11,8%
11,3%
10,7%
7,8%
6,2%
9
Santa Cruz das Flores
Açores
P
2,5%
10,0%
7,0%
15,3%
7,2%
10
Porto Moniz
Madeira
P
6,2%
8,3%
10,1%
9,4%
7,8%
11
Freixo de Espada à Cinta
Bragança
P
11,7%
18,1%
8,9%
6,7%
8,0%
12
Alandroal
Évora
P
15,8%
21,3%
16,7%
16,8%
8,5%
13
Cinfães
Viseu
P
10,9%
14,6%
16,0%
10,9%
8,5%
14
Pampilhosa da Serra
Coimbra
P
10,0%
11,8%
15,9%
8,0%
8,6% 9,0%
15
Tabuaço
16
São Roque do Pico
17
Alcoutim
18
Murça
19
Vinhais
20
Figueira de Castelo Rodrigo
21
Vila de Rei
22
Mértola
Viseu
P
10,1%
10,3%
10,1%
8,9%
Açores
P
9,0%
15,4%
13,6%
8,6%
9,7%
Faro
P
14,4%
13,2%
7,6%
9,8%
10,1%
Vila Real
P
13,5%
13,1%
12,2%
11,2%
10,2%
Bragança
P
19,2%
9,8%
10,8%
11,2%
10,2%
Guarda
P
11,0%
13,0%
14,6%
12,3%
10,8%
Castelo Branco
P
15,1%
13,6%
13,5%
10,0%
11,1%
Beja
P
11,6%
11,7%
10,6%
8,9%
11,1%
23
Santa Cruz da Graciosa
Açores
P
19,2%
12,6%
14,1%
13,9%
11,6%
24
Sabrosa
Vila Real
P
16,5%
18,3%
18,4%
10,8%
11,7%
25
Ourique
Beja
P
19,1%
18,1%
16,3%
10,2%
11,7%
26
Monforte
Portalegre
P
10,0%
11,9%
10,9%
8,9%
11,7%
27
Mesão Frio
Vila Real
P
15,0%
20,8%
20,8%
18,7%
11,8%
28
Meda
Guarda
P
11,9%
11,9%
10,9%
8,3%
11,9%
29
Tarouca
Viseu
P
16,2%
20,0%
18,0%
16,9%
12,0%
30
Alvito
Beja
P
16,9%
18,7%
16,9%
11,9%
12,2%
38
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Município
Distrito
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
31
Velas
Açores
P
13,8%
20,4%
15,0%
14,1%
12,3%
32
Trancoso
Guarda
P
13,4%
21,5%
15,6%
16,7%
12,4%
33
Penedono
Viseu
P
11,9%
20,6%
16,9%
13,6%
12,6%
34
São João da Pesqueira
Viseu
P
15,3%
19,5%
17,7%
13,6%
12,8%
Madeira
P
5,6%
8,2%
6,9%
8,1%
12,8%
Évora
P
14,5%
15,1%
12,8%
15,7%
12,9%
Bragança
P
11,8%
14,4%
15,7%
12,5%
13,0%
Guarda
P
13,7%
15,9%
13,5%
15,2%
13,0%
35
São Vicente
36
Portel
37
Mogadouro
38
Almeida
39
Celorico da Beira
Guarda
P
16,6%
18,8%
16,6%
19,7%
13,1%
40
Santana
Madeira
P
7,3%
7,5%
13,1%
7,3%
13,2%
41
Povoação
Açores
P
11,4%
46,7%
20,6%
17,0%
13,2%
42
Calheta (R. A. A.)
Açores
P
9,4%
7,8%
12,3%
5,8%
14,3%
43
Almodôvar
Beja
P
13,6%
15,1%
15,4%
10,3%
14,4%
44
Arronches
Portalegre
P
11,7%
15,0%
12,9%
13,8%
14,5%
45
Vila do Porto
Açores
P
11,2%
17,0%
17,7%
13,2%
14,7%
46
Penamacor
Castelo Branco
P
13,1%
16,4%
12,9%
12,8%
15,1%
Braga
P
18,1%
19,2%
16,5%
20,8%
15,5%
Guarda
P
11,1%
14,1%
12,7%
20,2%
16,1%
Cabeceiras de Basto
Braga
P
22,6%
18,8%
21,1%
18,6%
16,1%
Terras de Bouro
Braga
P
13,8%
13,8%
18,8%
14,6%
16,3%
47
Vieira do Minho
48
Manteigas
49 50
Analisada a estrutura da receita, dos municípios destacados no ranking supra, verifica-se que em alguns baixou abruptamente a sua independência financeira em 2010. São o caso de: Fornos de Algodres23, Mondim de Basto24; Lajes do Pico25; Santa Cruz das 23. O município de Fornos de Algodres, fez crescer excecionalmente (+499%) a sua receita, em 2010, passando de 6,69 M€, em 2009, para 40,09 M€, em 2010, com uma utilização extraordinária de empréstimo bancário, no montante de 34 M€, tendo sido amortizado, no mesmo ano, 12 M€. 24.Também no município de Mondim Basto as receitas municipais cresceram extraordinariamente em 2010, passando para 21,7 M€, quando em 2009 tinham atingindo apenas 8,2M€. Este aumento foi à custa da entrada de receitas creditícias no valor de 13,5 M€. Em 2010 a despesa paga por este município em aquisição de bens e serviços, foi de 12,7 M€, valor muito superior à receita total do ano anterior. 25. Em 2010 as receitas totais de Lajes do Pico cresceram, mais do dobro da receita do ano anterior (+ 7,6 M), essencialmente à custa dos empréstimos financeiros (5,76M€), pese embora as transferências de capital também tivessem aumentado 1,75 M€.
Flores26; Alandroal27; Mesão Frio28 e Celorico da Beira29. Em todos os casos a receita total aumentou à custa de um aumento extraordinariamente elevado de empréstimos bancários. 26. Quanto ao município de Santa Cruz Flores, o aumento líquido da receita global em mais 0,5 M€, deveu-se exclusivamente ao aumento das transferências em quase mais um milhão (0,93 M€), refletindo-se deste modo na estrutura da recita já que o total da mesma rondou os 3,8 M€ e, mais ainda, com a queda em 0,3M€ da receita proveniente da Venda de Bens de Investimento. 27. Quanto ao município do Alandroal, as receitas totais em 2010 mais que duplicaram (+9,7 M€) devido exclusivamente ao aumento extraordinário dos Passivos Financeiros que em 2009 apenas representavam 0,64 M€, em 2010 passaram para 9,65 M€ 28. Relativamente ao município de Mesão Frio, o que se verificou foi um aumento líquido da receita global em mais do dobro, ao passar de 5,6 M€ em 2009, para 11,7 M€ em 20101, à custa do aumento dos passivos financeiros em +3,9 M€ e das transferências em +2 M€ 29. No município de Celorico da Beira, as receitas totais aumentaram 50% (+4,5M€) fruto do aumento dos passivos financeiros.
39
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.3. Receitas Autárquicas 2.3.1. Classificação económica das Receitas: receitas correntes e receitas de capital A inscrição contabilística da receita autárquica obedece ao disposto no classificador económico apresentado no Decreto-Lei n.º 26/2002, de 14 de Fevereiro, sendo agrupada de acordo com a sua natureza económica em: receitas correntes, receitas de capital e outras receitas. Em cada um destes grupos económicos a receita é ainda classificada em capítulos como a seguir se apresenta no Quadro 2.03. Quadro 2.03 | Classificação económica da Receita Autárquica Receitas correntes
Receitas de capital
01- Impostos diretos 02- Impostos indiretos 04- Taxas, multas e outras penalidades 05- Rendimentos de propriedade 06- Transferências correntes 07- Venda de bens e serviços correntes 08- Outras receitas correntes
Outras receitas
09- Venda de bens de investimento 10- Transferências de capital 11- Ativos Financeiros 12- Passivos Financeiros 13 - Outras receitas de capital
15- Reposições não abatidas nos pagamentos 16- Saldo da gerência anterior 17-Operações extraorçamentais
2.3.2. Execução global do Orçamento da Receita O Quadro 2.04 resume o valor consolidado da receita do universo total dos municípios, nas suas diferentes fases de desenvolvimento (prevista, liquidada e cobrada). Quadro 2.04 | Orçamento e Execução da Receita Agregada30 Receitas
2006
2007
2008
2009
2010
Receitas previstas (a)
11.126,7
11.215,2
11.572,3
13.001,9
12.995,1
Receitas liquidadas (b)
7.256,4
7.770,5
8.463,7
8.899,5
8.092,9
Receitas liquidadas/Receitas previstas (b/a)
65,2%
69,3%
73,1%
68,4%
62,3%
Receitas por cobrar no início do ano (c)
398,8
542,6
558,8
612,9
651,3
7.001,0
7.541,6
7.746,9
8.198,0
7.859,5
Receitas cobradas/receitas liquidadas (d)/ (b+c)
91,5%
90,7%
85,9%
86,2%
89,9%
Grau de execução da receita (f) = (d-c)/a
59,3%
62,4%
62,1%
58,3%
55,5%
Receitas cobradas (d)
Unidade: milhões de euros 30. A receita prevista, liquidada e cobrada não inclui o saldo de gerência anterior.
40
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.06 | Evolução das Receitas
14.000 €
13.002
12.995
13.000 € 12.000 €
11.127
11.215
Receitas previstas
11.572
11.000 € 10.000 € 8.464
9.000 € 8.000 €
7.256
7.000 € 6.000 €
7.001 2006
8.093
7.771 7.542
7.747
2007
2008
Da observação dos quadros anteriores e gráfico 2.06 pode-se concluir que: A taxa de execução31 da receita atinge, em 2010, o valor mais baixo dos últimos cinco anos ao cobrar-se apenas, 55,5% da receita prevista. Tal situação refletiu-se, necessariamente, num aumento da dívida de curto prazo. Efetivamente esta aumentou, no global dos municípios, 257,4 M€ (+9,6%) Enquanto a taxa de execução da receita de 2006 para 2007 cresceu 3,1%, entre 2008 e 2010 decresceu sucessivamente -0,3%, -3,8% e -2,8%. Ora, pese embora a razão desta variação negativa, se possa, em parte, imputar a uma sobreavaliação da receita prevista face à conjuntura económica desfavorável, certo é que a receita efetivamente 31. O grau de execução da receita traduz, a razão entre a receita cobrada e a prevista em sede do orçamento corrigido e é determinante para o grau de execução da despesa, uma vez que o equilíbrio orçamental se faz pela aferição entre a despesa autorizada e a receita prevista em orçamento, sem qualquer ajustamento à receita cobrada, ou mesmo à efetivamente liquidada. Assim, a despesa efetivamente realizada e vinculada tenderá, sempre, ser superior à receita cobrada. Anota-se, contudo, que o grau de execução da receita tal como é explicitado no POCAL poderá não espelhar a verdadeira situação financeira dos municípios pois, não reconhece as receitas liquidadas e não cobradas, as quais constituem ativos de curto prazo e traduzirão, por isso, execução da receita. Assim, este indicador deverá, sempre, ser cruzado com informações adicionais obtidas do Balanço
Receitas liquidadas
8.900
8.198
2009
7.859
Receitas cobradas
201 0
cobrada também cresceu entre 2006 e 2009. Assim, os efeitos reais da recessão são visíveis a partir de 2010, com a receita cobrada a apresentar um valor próximo do valor recebido em 2008 e com um total de receita estimada, em termos orçamentais, inferior à estimada para 2009, reflexo da real contenção orçamental dos municípios. Embora a crise financeira se tenha pronunciado de forma objetiva na situação financeira do sector público, verifica-se que o montante global da receita estimada pelas autarquias aumentou progressivamente entre 2006 e 2009, atingindo uma taxa extraordinariamente alta neste último ano (+12,4%), mesmo numa situação de crescimento em baixa da cobrança de receita em 2008 (2,7%), em relação a 2007 (7,7%). Só as previsões orçamentais para o ano de 2010 fizeram refletir, embora tenuamente (- 01%) um cenário de eventual contração orçamental. Em 2010 a cobrança global da receita autárquica baixou 4,1%, por isso bastante mais que as previsões orçamentais. Os Rankings que a seguir se apresentam, R3 e R4, revelam o grau de execução da receita cobrada em relação à receita prevista, após orçamento corrigido. 41
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R3 | Municípios com maior grau de execução da receita cobrada em relação à receita prevista Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
São João da Pesqueira Almada Lajes das Flores Fornos de Algodres Mortágua Figueira de Castelo Rodrigo Nelas Vila do Porto Aguiar da Beira Porto Albergaria-a-Velha Mealhada Vila Franca de Xira Elvas Constância Santa Cruz das Flores Moita Castelo de Vide Oliveira de Azeméis Bragança Gouveia Benavente Montijo Sobral de Monte Agraço Baião Salvaterra de Magos Braga Grândola Arronches Idanha-a-Nova Almeirim Viseu Sintra Fafe Vila Nova de Famalicão Golegã Pombal Cascais Amares Carregal do Sal Arouca Esposende Proença-a-Nova Almodôvar Alfândega da Fé Santa Cruz da Graciosa Calheta (R. A. A.) Vouzela Marco de Canaveses Portel
Fórmula: Receita cobrada/orçamento corrigido da receita 42
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
P G P P P P P P P G M M G M P P M P M M P M M P M M G P P P M M G M G P M G M P M M P P P P P P M P
82,6% 86,2% 67,3% -87,7% 74,5% 88,9% 89,7% 83,2% 83,2% 59,8% 76,0% 82,4% 88,6% 90,1% 77,7% 77,0% 77,4% 72,2% 71,3% 70,3% 90,0% 82,7% 88,6% 75,4% 75,6% 71,0% 69,5% 77,7% 72,1% 87,6% 72,9% 69,9% 66,6% 72,7% 63,9% 87,1% 81,9% 67,7% 60,3% 73,3% 74,6% 86,2% 73,9% 49,2% 58,6% 41,1% 53,8% 90,4% 57,2%
85,4% 99,3% 79,7% 35,2% 94,5% 61,7% 85,3% 78,0% 79,2% 94,7% 68,8% 98,7% 94,5% 107,9% 86,7% 93,9% 87,5% 75,4% 58,5% 78,0% 87,5% 100,7% 97,8% 84,9% 89,2% 86,3% 79,2% 76,4% 73,5% 82,7% 80,7% 73,8% 73,9% 80,0% 83,1% 62,0% 99,2% 89,4% 64,8% 80,0% 64,7% 82,7% 84,8% 73,7% 52,6% 77,3% 47,4% 42,9% 84,7% 68,7%
83,1% 91,7% 85,0% 68,0% 96,0% 64,6% 78,9% 73,4% 74,3% 71,5% 70,1% 91,3% 87,1% 92,1% 77,8% 85,6% 90,1% 94,2% 89,8% 81,1% 92,9% 95,2% 77,2% 100,5% 73,1% 84,2% 77,8% 90,7% 93,4% 76,7% 71,3% 84,0% 68,9% 83,4% 85,6% 73,0% 88,0% 89,0% 69,3% 79,0% 74,5% 72,5% 65,8% 86,1% 50,5% 81,1% 35,4% 75,4% 90,0% 81,2%
91,6% 81,0% 64,8% 93,4% 75,8% 64,4% 67,1% 83,0% 82,3% 90,5% 72,6% 84,0% 85,5% 84,9% 69,0% 64,3% 81,2% 86,0% 88,2% 81,6% 82,6% 83,6% 72,0% 82,3% 79,9% 88,2% 79,4% 91,4% 88,3% 86,7% 85,0% 68,5% 59,4% 82,5% 80,7% 76,8% 71,7% 73,8% 61,3% 69,1% 57,9% 75,5% 73,8% 78,8% 58,3% 74,7% 79,4% 62,9% 86,8% 77,0%
95,9% 95,4% 94,5% 94,1% 93,1% 89,4% 89,3% 87,3% 87,1% 87,0% 86,7% 86,6% 86,3% 86,0% 86,0% 85,5% 84,1% 83,7% 83,4% 83,2% 82,3% 82,3% 81,9% 81,7% 81,6% 81,2% 80,9% 80,3% 79,7% 79,6% 79,6% 79,3% 79,1% 79,0% 78,9% 78,8% 78,7% 78,7% 78,5% 78,4% 78,0% 77,9% 77,8% 77,8% 77,4% 77,4% 77,4% 77,3% 77,1% 76,9%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R4 | Municípios com menor grau de execução da receita cobrada, em relação à receita prevista Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Trofa Portimão Guarda Vila Nova de Poiares Castanheira de Pêra Ribeira Brava Vizela Faro Covilhã Paredes Porto Santo Aveiro Figueiró dos Vinhos Alijó Castro Marim Campo Maior Castelo de Paiva Trancoso Fundão Nazaré Cartaxo Torres Novas Vila Nova de Gaia Mangualde Vila Pouca de Aguiar Lamego Câmara de Lobos Nordeste Mirandela Ourique Alvaiázere Vila Viçosa Alcanena Miranda do Douro Figueira da Foz Peso da Régua Bombarral Alter do Chão Machico Santa Comba Dão Valongo Ansião Tomar Mora Chaves Santa Cruz Lagos Mira Sertã Calheta (R. A. M.)
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
M M M P P P M M M M P M P P P P P P M P M M G M P M M P M P P P P P M P P P M P M P M P M M M P P P
54,8% 58,8% 39,3% 52,5% 33,2% 68,2% 54,8% 47,5% 40,1% 68,8% 48,3% 29,8% 66,9% 36,1% 44,4% 62,7% 29,0% 46,2% 33,8% 40,6% 58,4% 44,0% 47,8% 51,4% 47,7% 47,7% 49,8% 58,4% 54,8% 33,2% 71,5% 61,3% 68,5% 67,4% 51,2% 51,2% 59,4% 54,8% 54,2% 50,0% 55,6% 42,0% 48,9% 45,4% 53,9% 55,9% 77,9% 57,9% 53,3% 38,4%
68,8% 66,7% 32,6% 41,3% 31,6% 51,9% 75,8% 46,4% 53,4% 65,1% 82,5% 24,4% 62,8% 40,0% 58,5% 78,5% 33,5% 44,3% 39,7% 45,7% 48,4% 44,5% 56,0% 52,4% 53,4% 55,9% 49,5% 52,5% 46,5% 42,0% 68,3% 72,5% 63,2% 61,8% 51,3% 51,4% 72,2% 59,0% 54,4% 56,3% 57,6% 47,5% 59,3% 47,9% 62,8% 54,2% 79,3% 65,4% 56,4% 52,7%
48,9% 59,2% 35,0% 39,8% 35,5% 39,8% 60,1% 49,3% 55,9% 63,6% 64,8% 42,0% 54,9% 44,1% 47,7% 80,3% 37,5% 49,6% 39,6% 38,7% 70,5% 49,0% 51,4% 47,5% 40,9% 62,6% 52,8% 49,0% 48,8% 43,4% 55,9% 62,3% 67,4% 53,4% 46,7% 61,8% 50,9% 51,8% 64,7% 50,7% 50,2% 77,7% 56,3% 55,6% 69,2% 62,9% 66,4% 53,7% 55,5% 54,7%
40,2% 40,8% 46,5% 30,4% 30,3% 47,2% 50,5% 48,8% 38,6% 52,5% 44,7% 33,4% 41,0% 60,8% 43,3% 68,6% 44,0% 41,7% 46,5% 42,2% 28,3% 52,4% 46,4% 41,4% 44,1% 47,8% 40,3% 41,9% 51,8% 65,6% 47,0% 60,4% 64,4% 66,3% 56,5% 50,3% 52,1% 52,9% 46,2% 60,2% 50,7% 55,9% 63,9% 41,6% 50,9% 47,4% 54,8% 54,4% 56,4% 46,7%
28,1% 28,2% 30,1% 31,2% 31,8% 32,2% 34,3% 34,3% 34,5% 34,6% 36,1% 36,2% 36,8% 37,2% 37,3% 37,6% 37,8% 38,1% 38,8% 39,0% 39,2% 39,2% 40,3% 40,3% 41,0% 41,4% 41,4% 42,8% 43,0% 43,7% 43,9% 44,0% 44,3% 44,5% 45,0% 45,3% 45,6% 45,8% 46,2% 46,3% 46,6% 46,6% 46,7% 47,1% 47,3% 47,3% 47,3% 47,7% 47,9% 48,0%
Fórmula: Receita cobrada/orçamento corrigido da receita 43
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Da análise das listagens anteriores conclui-se o seguinte: •
Em 2010, apenas cinco municípios32 apresentam nível de execução de cobrança da receita, reportada à dotação previsional, superior a 90%. Só um deles é um município de grande dimensão (Almada), sendo os outros quatro de pequena dimensão.
•
A maior parte dos municípios apresentam uma execução da receita inferior a 75%, sendo que, apenas 55 apresentam uma execução igual ou superior aquele nível.
Um número significativo de municípios, 63, apresentou uma taxa de execução da receita igual ou inferior a 50%. Estes níveis tão baixos de realização da receita autárquica são um dos pontos fracos da gestão financeira dos municípios, geradores de fortes desequilíbrios orçamentais e de ruturas financeiras, pois a aprovação das despesas ao sustentar-se nas dotações orçamentais inicialmente previstas33 e nunca reajustadas aos níveis de execução real da receita, permi32. O facto de só um número diminuto de municípios apresentar elevada taxa de execução da receita ao nível das cobranças, no nosso entender, não corresponderá a situações de desrespeito pelas normas e princípios orçamentais estabelecidos no POCAL, antes refletirá insuficiência de normas orçamentais que regulamentem uma previsão mais rigorosa da receita autárquica de modo a prevenir orçamentos excessivamente excedentários em sede de execução final dos mesmos. Seria mesmo de se equacionar uma forma de controlo e acompanhamento da execução da receita que obrigasse a reajustamentos trimestrais da mesma, de acordo com os graus de execução apresentados. A possibilidade legal de assumir despesa para além do valor da receita arrecadada, sem um controlo efetivo que não sejam as dotações orçamentais previstas, é a principal razão de desequilíbrio orçamental ex-post, e a principal origem da dívida autárquica de curto prazo. 33. Equilíbrio orçamental ex-ante: a dotação global da despesa é igual à dotação global da receita prevista.
44
CAPÍTULO 2
te a contratualização de despesa superior à receita executada, criando não só constrangimentos de tesouraria como problemas financeiros estruturais. Estes municípios foram capacitados, através dos seus orçamentos previsionais, para comprometer e contratualizar despesa em mais de 50% do valor total da receita arrecadada e, até mesmo ao valor total da sua dotação orçamental que, pela regra do equilíbrio orçamental poderá ir ao limite dos 100% do orçamento da receita prevista ainda que não arrecadada. Pese embora, tradicionalmente, a análise da execução orçamental da receita se apresente em relação à receita prevista, não se pode deixar de fazer referência à sua execução reportada ao nível da receita liquidada34. Verificou-se, em 2010, que a taxa média de cobrança de receita em relação à receita liquidada se fixou, para a globalidade dos municípios, em 98,2% sendo que, só 20 municípios apresentaram uma execução a um nível inferior a 90%. Em 2009 foram apenas nove os municípios nesta situação e em 2008, foram 15.35 O Ranking R5, que a seguir se apresenta hierarquiza os trinta e cinco municípios que apresentam menor grau de realização de cobrança, reportada à receita liquidada. 34. Da receita liquidada, resulta, em termos patrimoniais e de imediato, um direito. 35. O aumento do número de casos, com execução inferior a 90%, não será indicador de menor eficácia dos municípios na cobrança das suas receitas, mas antes de reflexo da crise económica instalada no País.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R5 | Municípios com menor grau de execução da receita cobrada, relativamente à receita liquidada Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
1
Fundão
M
99,9%
97,8%
80,8%
92,5%
64,2%
2
Chaves
M
85,7%
106,5%
104,1%
89,3%
68,0%
3
Paços de Ferreira
M
89,6%
102,7%
105,4%
97,0%
70,3%
4
Guarda
M
89,1%
97,1%
72,9%
90,2%
78,0%
5
Entroncamento
M
99,9%
88,0%
114,1%
99,0%
79,3%
6
Vila Real de Santo António
P
99,4%
96,8%
98,4%
105,2%
81,6%
7
Vila Verde
M
76,5%
104,9%
95,3%
102,4%
82,4%
8
Horta
P
112,7%
102,2%
75,5%
112,5%
84,4%
9
Vila Nova de Poiares
P
99,8%
99,9%
99,5%
99,8%
85,2%
10
Silves
M
94,5%
30,9%
95,3%
9,5%
85,4%
11
Loures
G
87,3%
93,4%
89,0%
94,0%
85,8%
12
Seixal
G
81,7%
96,2%
94,6%
96,7%
85,8%
13
Figueiró dos Vinhos
P
100,0%
99,8%
99,7%
99,3%
85,8%
14
Penalva do Castelo
P
94,5%
109,7%
106,5%
100,4%
86,8%
15
Borba
P
100,0%
100,0%
100,3%
99,9%
87,6%
16
Resende
P
90,4%
95,2%
95,2%
99,9%
88,0%
17
Alcácer do Sal
P
100,8%
97,9%
99,6%
99,0%
88,1%
18
Peso da Régua
P
100,0%
99,9%
99,7%
98,9%
88,7%
19
Melgaço
P
99,1%
99,9%
100,0%
97,7%
89,5%
20
Lamego
M
99,9%
99,9%
99,5%
99,4%
89,7%
21
Lagos
M
97,2%
99,1%
97,2%
85,8%
91,4%
22
Oleiros
P
97,2%
99,9%
102,2%
99,9%
91,4%
23
Coimbra
G
86,6%
95,6%
98,2%
99,2%
91,4%
24
Ponte de Sor
P
99,5%
99,4%
98,3%
100,2%
91,4%
25
Santa Cruz
M
97,6%
98,6%
99,0%
99,7%
92,0%
26
Gondomar
G
98,3%
98,8%
99,9%
99,4%
92,1% 92,4%
27
Chamusca
P
99,5%
99,7%
99,5%
99,9%
28
Sabugal
P
96,4%
99,0%
96,0%
101,7%
92,6%
29
Arganil
P
99,9%
99,5%
96,5%
97,7%
92,8%
30
Macedo de Cavaleiros
P
99,6%
94,5%
98,8%
99,3%
93,6%
31
Penela
P
103,9%
95,3%
99,5%
83,5%
94,0%
32
Manteigas
P
100,0%
99,9%
100,0%
99,9%
94,2%
33
Almada
G
95,4%
93,5%
97,7%
99,9%
94,3%
34
Setúbal
G
89,4%
94,0%
93,2%
96,4%
94,6%
35
Albufeira
M
99,3%
96,7%
97,9%
97,4%
94,7%
Fórmula: Receita cobrada/receita liquidada 45
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.3.3. Estrutura e Evolução da Receita Autárquica 2.3.3.1 Estrutura da Receita por natureza económica: Receita Corrente e Receita de Capital O Quadro 2.05 e os Gráficos 2.07 e 2.08 mostram a agregação da receita pelas duas grandes classificações económicas das mesmas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.
Quadro 2.05 | Estrutura da receita cobrada por natureza económica: Receita Corrente e Receita de Capital Receitas
2006
Receitas correntes cobradas
4.955,0
68,9%
5.653,4
72,8%
5.730,0
70,9%
5.745,8
67,7%
5.824,8
72,6%
Receitas de capital cobradas
2.040,2
28,4%
1.876,5
24,2%
2.005,3
24,8%
2.446,2
28,8%
2.025,5
25,2%
Reposições não abatidas aos pagamentos Saldo da gerência anterior Total de receitas cobradas + saldo inicial
%
2007
%
2008
%
2009
%
0,1%
11,7
0,2%
11,6
0,1%
6,0
0,1%
9,2
0,1%
194,6
2,7%
228,1
2,9%
335,8
4,2%
293,2
3,5%
166,8
2,1%
7.769,7
8.082,6
8.491,1
Unidade: milhões de euros
Gráfico 2.07 | Estrutura da receita cobrada, corrente e de capital
70%
68,9%
72,8%
70,9%
72,6%
67,7%
60% 50% 40% 30%
28,4%
24,2%
24,8%
28,8%
25,2%
20% 10% 0% 2006
2007
Receitas correntes cobradas
46
%
5,8
7.195,6
80%
2010
2008
2009
2010
Receitas de capital cobradas
8.026,2
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.08 | Evolução da receita cobrada, corrente e de capital36 9.000 € 8.000 €
7.001 ,0
7.541 ,6
7.746 ,9
5.653 ,4
5.730 ,0
7.000 € Milhões
6.000 €
8.198 ,0
5.745 ,8
7.859 ,5
5.824 ,8
Receitas correntes cobradas
4.955 ,0
5.000 € 4.000 € 3.000 €
2.040 ,2
1.876 ,5
2.005 ,3
2006
2007
2008
2.000 €
Total Receitas Cobradas
2.446 ,2
2.025 ,5
Receitas de capital cobradas
1.000 € 0€ 2009
201 0
36. Considerou-se como total das receitas cobradas a soma das receitas correntes com as receitas de capital, mais as reposições não abatidas aos pagamentos.
Da análise do quadro 2.05 e gráficos anteriores (2.07 e 2.08), verifica-se: •
Entre 2006 e 2010, o peso médio da receita corrente e de capital, foi respetivamente de 70,6% e 26,3%. Em 2010 o peso relativo da receita corrente foi maior que o da média do período (72,6%), resultante, essencialmente, da conjugação do aumento da receita corrente (+79M€) com a diminuição da receita de capital (-421 M€). Pelas mesmas razões, em 2010, o peso da receita de capital foi inferir à média do período, cifrando-se em 25,2%
•
A receita corrente apresentou, nestes cinco anos, um comportamento de constante crescimento, embora a taxas variáveis (+14,1%, +1,4%, +0,3%, +1,4%), enquanto a receita de capital oscilou ao longo do mesmo período entre aumento e diminuição (-8%, +6,9%, +22%, -17,2%).
•
A receita corrente apresenta um crescimento abrupto de 2006 para 2007 e nos anos seguintes um crescimento mais
moderado e homogéneo, pelo que o montante arrecadado em 2010 foi o mais elevado do período e no montante de 5,8 mil M€. Curiosamente as linhas representativas da evolução da receita corrente e da receita de capital aproximam-se em 2009 devido à maior taxa de crescimento da receita de capital verificada nesse ano, a qual se cifrou em mais de 2,4 mil M€. Em 2010, a receita de capital volta para os níveis arrecadados em 2008, mas ainda inferiores ao arrecadado em 2006. •
As reposições não abatidas aos pagamentos, sendo receitas extraordinárias que não se encontram registadas por natureza económica, embora provenham de excesso de pagamento de despesa que tanto poderá ser corrente como de capital, não apresentam peso que justifique relevância na análise.
•
De igual modo não será relevante analisar os recursos de tesouraria disponíveis em cada ano económico e proveniente de saldos de gerência dos anos anteriores. 47
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.3.3.2 Estrutura e Evolução da Receita Autárquica, por capítulos económicos No Quadro 2.06 apresenta-se o montante cobrado por rubrica económica da receita e o respetivo peso na receita total cobrada, entre 2006 e 2010.
importância, pese embora a ligeira descida, em 2009, das transferências de capital em -0,3%. Em 2010 atingem a importância máxima registada no período com um peso global de 45,7%
Face aos valores apurados, verifica-se que, em média, em 2010, os municípios receberam por habitante 739€, menos 32€ que em 2009, mas, ainda assim, valor superior ao recebido por habitante em 2008 e anos anteriores. O montante arrecadado, em média, por cidadão entre 2006 e 2009 cresceu a taxas irregulares, sucessivamente, de 7,4%, 2,7% e 5,8% evidenciando vulnerabilidade e, ou, oscilações conjunturais em algumas receitas, nomeadamente, Impostos e Taxas e Passivos Financeiros.
Contrariamente às expectativas aquando da elaboração do Anuário de 2009, as receitas provenientes dos Impostos e Taxas não mantiveram a tendência para a descida de peso na estrutura da receita, apresentando mesmo um reforço de 1,6pp, em 2010. Esta receita, cujo peso médio no período foi de 34,6%, chegou a representar 38,2% em 2007, ano de maior coleta ultrapassando os 2,8 mil milhões de euros. As cobranças sucessivas foram sendo de menor montante apresentando, em 2010, uma ligeira recuperação que se refletiu no referido aumento de peso na estrutura, atingindo os 32,6%
O total das Transferências Correntes e de Capital continua a ser a receita mais representativa na estrutura da receita autárquica, tendo representado, no período em observação (2006/2010), em média, 43,2% das receitas totais (25,5% as correntes e 17,8% as de capital). O conjunto destas duas receitas apresentou crescimento contínuo no período considerado ultrapassando, em 2010, os 3,5 mil milhões de euros. Assim, com exceção para o ano de 2007, o peso conjunto destas duas receitas foi aumentando de
O peso dos Passivos Financeiros, em 2010, contrariando negativamente a tendência verificada no ano anterior, desceu drasticamente, passando para perto de metade do peso que tinham alcançado em 2009, isto é, para 6,6%. O controlo do limite ao endividamento estabelecido na lei das Finanças locais fez-se sentir, de forma objetiva, na diminuição do montante total dos empréstimos utilizados em 2010, o qual ficou abaixo do montante utilizado em 2008.
Quadro 2.06 | Estrutura das receitas cobradas37 Receitas
2006
Impostos e taxas Rendimentos de propriedade Transferências recebidas Vendas de bens e serviços Outras receitas correntes Venda de bens duradouros Ativos financeiros Passivos financeiros 2 Outras receitas de capital Reposições não abatidas aos pagamentos Total Por habitante
2.500,2 159,9 3.084,1 664,9 52,5 211,4 15,0 278,4 28,8 5,8 7.001,0 661 €
% 35,7% 2,3% 44,1% 9,5% 0,8% 3,0% 0,2% 4,0% 0,4% 0,1% 100%
2007 2.878,6 189,9 3.141,3 692,1 49,7 143,7 43,0 357,4 34,3 11,7 7.541,6 710 €
% 38,2% 2,5% 41,7% 9,2% 0,7% 1,9% 0,6% 4,7% 0,5% 0,2% 100%
2008 2.739,1 238,7 3.250,0 724,2 67,1 134,9 33,6 528,8 19,0 11,6 7.746,9 729 €
% 35,4% 3,1% 42,0% 9,3% 0,9% 1,7% 0,4% 6,8% 0,2% 0,1% 100%
2009 2.537,6 252,2 3.505,8 709,4 64,6 92,1 31,8 965,0 33,5 6,0 8.198,0 771 €
% 31,0% 3,1% 42,8% 8,7% 0,8% 1,1% 0,4% 11,8% 0,4% 0,1% 100%
Unidade: milhões de euros 37. Não inclui o valor do saldo da gerência anterior (ver Quadro 2.05). A diferença entre o total do Quadro 2.05 e o total do Quadro 2.06 é exatamente o saldo da gerência anterior.
48
2010 2.560,4 258,4 3.588,6 710,2 67,0 117,1 10,8 516,4 21,5 9,2 7.859,5 739 €
% 32,6% 3,3% 45,7% 9,0% 0,9% 1,5% 0,1% 6,6% 0,3% 0,1% 100%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Do quadro anterior pode-se, ainda, concluir que em 2010 a venda de bens e serviços38, e venda de bens duradouros, ao representarem 10,5% da receita total39 retoma um papel importante na formatação das condições para uma maior independência financeira, nomeadamente nos grandes municípios, pese embora a progressiva diminuição do seu peso40 relativo entre 2006 e 2009. A influência do volume de venda de bens e serviços correntes na estrutura da receita autárquica é bem diferente da influência da venda de bens de capital. Efetivamente, enquanto que a venda de bens e serviços apresentou sucessivas variações positivas, entre 2006 e 2008, não tendo sido suficiente a ligeira descida em 38. Anota-se que estando esta análise centrada nos municípios e por isso na produção de bens e serviços dos seus serviços, não se reflete nesta estrutura da receita o desenvolvimento da produção e venda de serviços desconcentrados no sector empresarial local. 39. 12,5% em 2006, 11,1% em 2007, 11,1% em 2008 e 9,8% em 2009. 40. Entre 2006 e 2008 foi a terceira maior receita autárquica, sendo destronada desta posição em 2009, face ao aumento extraordinário dos passivos financeiros. Em 2010 voltou a ser a terceira maior receita autárquica
2009 (-2%) para fazer baixar o volume de vendas aos níveis verificados nos anos anteriores a 2008 (em 2006 o volume de vendas foi de 664,9 milhão de euros e em 2009 de 709,4 milhão de euros), retomando a tendência para o crescimento em 2010 (+0,1%), já a venda de bens de capital diminuiu drasticamente entre 2006 e 2009, passando dos 211,4 milhões de euros cobrados no primeiro destes anos, para 92,1 milhões de euros em 2009. Contudo, em 2010 a venda de bens de capital apresentou uma taxa de crescimento de 27,1% cujo reflexo em termos absoluto (+25M€, isto é, 117,1M€) não foi suficiente para que esta receita chegasse ao nível do cobrado em 2008 (134,9 M€)41. 41. Na realidade, os bens imóveis disponíveis para venda (bens públicos do domínio privado da autarquia), não só serão em número limitado (naturalmente a maior parte de bens imóveis não estarão indisponíveis para venda e pertencerão ao domínio público do município), como estão sujeitos à lei da oferta e da procura sofrendo, por isso, a influência negativa da crise no mercado imobiliário. Por outro lado as sucessivas vendas verificadas nos anos anteriores vão esgotando o stock possível de imóveis disponíveis para venda
Gráfico 2.09 | Estrutura das receitas cobradas por grandes agregados económicos da receita 50% 45%
44,1% 41,7%
42,0%
42,8%
45,7% Transferências correntes e de capital
40% 35% 30%
35,7%
38,2%
Impostos e taxas
35,4% 31,0%
25%
32,6% Vendas de bens e serviços
20% 15%
9,5%
10% 5% 0%
9,2%
9,3%
4,0%
4,7%
6,8%
2006
2007
2008
11,8% 8,7% 2009
9,0%
Passivos financeiros
6,6% 2010
49
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Pela observação do gráfico 2.09 e complementado a sua leitura com o Quadro 2.06, pese embora as oscilações anuais, destacam-se claramente dos outros grupos de receita, as transferências e das receitas fiscais que, no conjunto e em média, em 2010, representaram 78,3% das receitas totais (mais 4,5 pp que em 2009). A linha de registo da primeira evoluiu sempre acima da segunda,aproximando-se uma da outra em 2007, ano em que o peso relativo das transferências desceu para 41,7% e o das receitas fiscais sobe para 38.2%. Entre 2007 e 2009 estas duas receitas evoluíram de forma divergente. As transferências mantiveram um crescimento continuado e as receitas fiscais diminuem de peso até 2009. Em 2010, o peso do valor da coleta fiscal (impostos e taxas) na estrutura da receita autárquica voltou a crescer invertendo, assim, a tendência de queda progressiva desde 2007 mas ficando, no entanto, ainda, aquém dos 35,7% verificado em 2006. Simultaneamente, o peso médio das transferências continuou em linha ascendente com o máximo de importância relativa em 2010, ao representar 45,7% das receitas totais.
Longe da importância daquelas receitas e com comportamentos bem diferenciados, aparecem a venda de bens e serviços e os passivos financeiros. As primeiras com uma linha mais estável de evolução, sem oscilações relevantes apresentando um pico de importância em 2006 (9,5%). A evolução do peso dos passivos financeiros apresenta-se mais progressiva entre 2006 e 2009, em contra ciclo com as receitas fiscais, sendo visível a aproximação das respetivas linhas gráficas em 2009 e o seu afastamento em 2010, quando baixa abruptamente o montante de receitas creditícias. Entre o período de 2006 e 2008, os empréstimos bancários tiveram, inclusive, uma importância inferior ao peso das receitas provenientes da venda de bens e serviços, tendo tido estas, um peso médio relativo de 9% e, os passivos financeiros um peso médio relativo de 5%. Em 2010, os passivos financeiros voltam a ocupar a última posição na hierarquização relativa da receita autárquica42. O gráfico 2.10 mostra de forma comparada o sentido de variação das receitas autárquicas. 42. Resultante de maior rigor no controlo do cumprimento dos limites ao endividamento e na aplicação efetiva das sanções financeiras aos municípios prevaricadores desse mesmo limite.
-10%
0,9%
5,6% 2,5%
7,9%
2,4%
-30%
Activos financeiros
Venda de bens duradouros
Outras recei ta correntes
27,1% 3,7%
0,1% -2,0%
-7,4%
-3,8%
-5,3% -31,7%
-50%
-46,5% - 66,0
-70% 08-09
50
09-10
76,3%
Outras recei tas de capital
10%
82,5%
Passivos financei ros
30%
Vendas de bens e serviços
50%
Transferências recebidas
70%
Rendimentos de propriedade
90%
Impostos e taxas
Gráfico 2.10 | Variação das receitas de 2008 para 2009 e de 2009 para 2010
-35,7%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.3.3.3 Estrutura da Receita Cobrada, por grupos de municípios, atendendo à sua dimensão
•
Para os municípios de média dimensão, as transferências representaram 48,3% das receitas totais. Peso bastante inferior ao verificado nos municípios de pequena dimensão. Apresentam, também, um aumento relativo de peso de mais 5,6 pp. em relação ao ano transato.
•
Já para os municípios de grande dimensão, o peso das transferências no total das receitas auferidas foi, em média, de apenas 28,2%, um peso bastante inferior ao verificado nos outros grupos de municípios. Igualmente apresentam um aumento relativo de 1,9pp, em relação ao ano transato.
No Quadro 2.07 apresenta-se o peso, por rubrica económica, da receita cobrada na receita total em 2010, distribuído por grupos de municípios de acordo com a sua dimensão. Da análise do quadro 2.07 pode-se verificar que o peso das diferentes receitas autárquicas na receita total diverge de acordo com a dimensão do município, não havendo uma distribuição homogénea. Assim, e reportando apenas ao ano de 2010: •
O total das transferências recebidas (correntes e de capital) foi, para os municípios de pequena dimensão, a principal fonte de receita tendo representado, em conjunto, 65,2% das receitas totais, superando em mais 1,6pp, o peso apurado em 2009.
Sendo o valor das transferências uma receita com elevado peso nas receitas municipais relevará para esta análise, a apresentação desagregada das mesmas nos Quadros 2.08 e 2.09, tendo em atenção a sua origem.
Quadro 2.07 | Estrutura das receitas cobradas em 201043 por grupos de municípios atendendo à sua dimensão
2010
Total
Pequenas
Médias
Grandes
Nº de municípios existentes
308
179
106
23
Nº de municípios analisados
308
179
106
23 52,1%
32,6%
11,6%
29,1%
Rendimentos de propriedade
3,3%
2,5%
3,8%
3,3%
Transferências correntes
28,4%
36,8%
28,9%
21,5%
Impostos e taxas
Vendas de bens e serviços
9,0%
7,5%
11,4%
7,5%
Outras receitas correntes
0,9%
0,6%
0,9%
1,0% 85,5%
Sub-Total receitas correntes
74,1%
59,0%
74,0%
Venda de bens duradouros
1,5%
2,3%
0,9%
1,6%
Transferências de capital
17,3%
28,4%
19,4%
6,7%
Ativos financeiros
0,1%
0,0%
0,1%
0,3%
Passivos financeiros
6,6%
10,0%
5,1%
5,7%
Outras receitas de capital Sub-Total receitas capital Reposições não abatidas aos pagamentos Total
0,3%
0,2%
0,3%
0,3%
25,8%
40,9%
25,9%
14,5%
0,1%
0,1%
0,2%
0,1%
100%
100%
100%
100%
43. Em 2009 Cinfães passou de município de média dimensão para pequena dimensão e em 2010 Lousã e Amares que passaram de municípios de pequena dimensão a municípios de média dimensão.
51
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.08 | Estrutura das transferências correntes recebidas, por grupos de municípios
Pequenas
Médios
Grandes
Total
Transferências correntes – Estado
95,5%
93,7%
93,3%
94,2%
Transferências correntes – Comunitárias
0,7%
1,0%
0,4%
0,7%
Transferências correntes – fundos autónomos
1,6%
3,2%
1,5%
2,2%
Transferências correntes – restantes
2,2%
2,2%
4,7%
2,9%
Total transferências correntes recebidas
100%
100%
100%
100%
Quadro 2.09 | Estrutura das transferências de capital recebidas, por grupos de municípios
Pequenas
Médios
Grandes
Total
Transferências capital - Estado
67,9%
57,7%
55,7%
61,7%
Transferências capital - Comunitárias
28,2%
33,3%
30,1%
30,7%
1,0%
2,9%
6,5%
2,6%
Transferências capital - restantes
Transferências capital - fundos autónomos
3,0%
6,1%
7,7%
5,0%
Total transferências de capital
100%
100%
100%
100%
A componente mais elevada das transferências resultam da participação dos municípios na repartição dos recursos públicos através do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) e do Fundo Social Municipal (FSM), para além de uma eventual participação variável de 5% no IRS. O conjunto destas receitas, tanto transferidas a título de receita corrente como de capital representou, respetivamente, 94,2% e 61,7% das transferências totais. A maior relevância vai para o grupo de pequenos municípios, onde este peso assume respetivamente as proporções de 95,5% e 67,9%. Estas receitas pesam menos no grupo dos grandes municípios sem, contudo, deixarem de ser as mais relevantes. Verifica-se que as transferências comunitárias de apoio ao investimento para o global das autarquias representaram, em média, 30,7% das transferências de capital obtidas pelo conjunto das autarquias, tendo um peso mais elevado no grupo dos municípios de média dimensão e um menor peso no grupo dos municípios de grande dimensão. Dos 417,5 52
milhões de euros recebidos, só 54,9 milhões foram destinados a municípios de grande dimensão, 201,6 milhões de euros ao grupo de municípios de média dimensão e 161 milhões de euros ao grupo de pequenos municípios. O peso médio da receita proveniente dos impostos44 e taxas (32,6%), que, como já vimos, é o segundo na hierarquia da receita municipal, apresenta também um comportamento divergente pelos diferentes grupos de municípios tendo sido mais relevante nos de grande dimensão (com um peso médio de 52,1%, isto é, mais 3,8pp que em 2009) e menos nos municípios de pequena dimensão (com um peso médio de 11,6%). A receita resultante da venda de bens e serviços, tanto correntes como de capital, representou a terceira posição em importância relativa na estrutura da receita, com o peso médio de 10,5%. Relativamente a esta receita são os muni44. No ponto seguinte, 2.3.3.4 tratará especificamente do desenvolvimento destas receitas
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
cípios de média dimensão que apresentam melhor performance em termos relativos (12,3). Os municípios de grande dimensão dependem relativamente menos destas receitas45, cujo peso é de apenas 9,1%. O peso médio dos passivos financeiros, considerando a globalidade dos municípios, baixou de 2009 para 2010 de 11,8% para 6,6%, tendo sido no grupo dos municípios de média dimensão que mais se acentuou esta descida de peso (13,1% em 2009 e 5,1% em 2010), pois são os que mais influência apresentam deste tipo de receita. Na estrutura da receita dos municípios de pequena dimensão refletiu-se de forma acentuada o decréscimo das receitas provenientes dos empréstimos bancários, face à relevância atingida por estas receitas em 2009. Porque se trata de uma receita com grandes oscilações nos cinco anos em análise e objeto, no período em referência, de grandes alterações legislativas e de criação de mecanismos de controlo antes não aplicáveis, 45. Daí a fraca elasticidade desta receita como alternativa à diminuição da receita fiscal e mais suscetível à variação da atividade económica. Dificilmente os municípios poderão colmatar as suas dificuldades financeiras e de tesouraria, com aumento de oferta de bens e serviços, pese embora o recurso a venda de bens de capital, essencialmente imóveis, tenha sido um recurso utilizado nestes cinco anos, embora com menos impacto em 2009.
importará ainda neste ponto, apresentar o Quadro 2.10 no qual se mostra a distribuição do passivo financeiro utilizado pelos três grupos de municípios, no quinquénio em apreço. Em 2010, nos três grupos dimensionais de municípios, constata-se uma diminuição drástica da utilização das receitas creditícias, sendo maior no grupo dos municípios de média dimensão (-64,3%) e menor no grupo de municípios de pequena dimensão (-22,3%). No grupo de municípios de grande dimensão o decréscimo desta receita foi de – 39,6%. Contudo, neste período de cinco anos para o global dos municípios de maior dimensão, o volume de empréstimo bancário cresceu 212,4%, passando de 49,4 M€ em 2006, para 154,3 M€ em 2010, com um pico em 2009 de 255,4 M€. Pese embora em 2010 o volume total dos empréstimos utilizados pelos municípios de pequena e média dimensão, tenha sido superior e, respetivamente, de 201,2 M€ e 160,8 M€, certo é que, face ao valor de partida em 2006 (respetivamente 117,4 M€ e 111,6 M€) os acréscimos correspondentes foram relativamente inferiores aos do grupo de municípios de grande dimensão (respetivamente de 71.4% e 44,1%)
Quadro 2.10 | Composição dos Passivos Financeiros, pelos grupos de municípios Municípios
Passivos Financeiros 2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
Variação 2006 - 2010
Pequenos
117,4
91,8
125,4
259,0
201,2
-22,3%
71,4%
Médios
111,6
154,9
305,0
450,7
160,8
-64,3%
44,1%
Grandes
49,4
110,7
98,4
255,4
154,3
-39,6%
212,4%
Total
278,4
357,4
528,8
965,0
516,4
-46,5%
85,5%
Unidade: milhões de euros 53
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.3.3.4 Impacto dos Impostos Municipais na Receita Autárquica Face ao forte impacto na receita autárquica do valor dos impostos municipais, dedica-se um ponto à análise mais detalhada desta receita, por origem e por grupos de municípios. O Ranking seguinte (R6) reflete os 35 municípios com maior peso de receitas provenientes de impostos e taxas, relativamente ao total das receitas. Em 2010, encontram-se 14 municípios (mais três que em 2009) com coletas que ultrapassam os 50% das receitas totais. R6 | Municípios com maior peso de receitas provenientes de impostos46 Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Lisboa Oeiras Seixal Cascais Maia Porto Grândola Loulé Loures Portimão Faro Lagoa (Algarve) Vila Nova de Gaia Tavira Odivelas Alcochete Setúbal Sesimbra Coimbra Albufeira Montijo Sines Barreiro Palmela Matosinhos Almada Castro Marim Vila Franca de Xira Benavente Porto Santo Lagos Leiria Sintra Aveiro Figueira da Foz
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
G G G G G G P M G M M M G M G P G M G M M P M M G G P G M P M G G M M
59,2% 65,8% 55,1% 66,9% 62,0% 54,4% 27,8% 63,4% 61,3% 60,4% 48,2% 53,0% 49,2% 55,4% 62,8% 49,5% 50,4% 51,7% 47,1% 60,4% 58,7% 35,4% 41,9% 60,4% 58,6% 58,0% 26,4% 50,9% 42,9% 26,0% 55,9% 47,1% 64,8% 48,8% 41,7%
69,2% 69,1% 63,6% 71,5% 54,4% 59,8% 37,2% 74,2% 62,6% 68,8% 53,4% 57,7% 39,6% 58,7% 58,0% 52,7% 56,1% 56,8% 44,6% 67,0% 58,7% 31,2% 46,5% 61,6% 66,6% 56,2% 42,0% 52,3% 47,0% 28,5% 57,3% 52,7% 59,7% 51,4% 45,4%
69,8% 61,2% 53,6% 71,3% 58,4% 60,9% 40,0% 67,3% 58,8% 56,1% 45,6% 54,8% 41,2% 51,8% 57,0% 53,9% 56,8% 50,1% 47,6% 63,7% 59,7% 43,1% 41,4% 59,1% 52,2% 54,6% 31,3% 49,6% 52,6% 44,1% 61,3% 40,0% 61,3% 28,6% 43,0%
57,2% 69,3% 53,8% 61,3% 53,6% 51,4% 44,6% 55,0% 43,5% 47,0% 39,6% 49,4% 40,4% 35,7% 55,6% 39,0% 51,8% 47,4% 45,0% 49,2% 42,2% 20,7% 43,5% 43,2% 44,7% 51,0% 30,0% 46,7% 40,9% 39,7% 40,4% 39,1% 55,6% 32,5% 34,8%
68,5% 66,5% 62,0% 61,1% 56,0% 55,2% 55,1% 54,1% 53,1% 51,8% 51,7% 51,5% 51,1% 50,1% 49,8% 48,9% 48,8% 48,7% 48,7% 47,8% 47,7% 46,5% 46,4% 46,4% 46,2% 45,7% 45,6% 45,4% 45,1% 44,8% 44,5% 44,1% 43,6% 43,2% 42,6%
46. (Impostos diretos, Impostos indiretos e taxas) / (Receitas Correntes+Receitas de Capital+ Reposições).
54
CAPÍTULO 2
Do ranking anterior anota-se, em relação ao ano de 2010: Com um peso da receita de impostos superior a 60% encontram-se apenas quatro municípios (Lisboa, Oeiras, Seixal e Cascais). Sete dos primeiros catorze municípios considerados nesta listagem passaram de um peso da receita de impostos na receita total inferior a 50%, verificada em 2009, para uma razão superior a 50%, em 2010. Destes será de realçar a alteração apresentada pelos seguintes municípios: Vila Nova de Gaia, Faro, Loures, Grândola e Tavira. As razões para este aumento de peso nem sempre advém do aumento real destas receitas mas sim da diminuição de outras fazendo realçar a importância das receitas provenientes dos impostos. Em relação a Vila Nova de Gaia verificou-se um efetivo aumento das receitas fiscais em +5,1 M€, mas as receitas globais baixaram 19,1M€, exponenciando assim o aumento do peso dos impostos. Para Faro o aumento de peso dos impostos não se deveu ao aumento de seu valor, tendo-se mesmo verificado um decréscimo em 1,1M€, mas sim uma maior descida das restantes receitas no total de 12,7M€. Quanto a Loures, a receita fiscal cresceu na globalidade 2,2M€ (apesar do IMT ter diminuido1,4M€) tendo a receita global baixado ligeiramente (-0,21 M€). Grândola apresentou um aumento da receita fiscal de 3,1M€, à custa do acréscimo das taxas em 7,7M€, já que o IMT diminuiu 4M€. Tavira apresenta um aumento líquido da receita fiscal em 2,2M€, mas as receitas globais também baixaram 5,12 M€.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Com uma descida de peso mais significativa, desta receita, em relação ao período considerado temos Setúbal, Odivelas, Almada e Sintra. Setúbal devido a um decréscimo conjunto do IMI (-0,8%) e IMT (-26,3%). Já em relação a Odivelas, embora a receita fiscal tenha crescido em 1M€, a receita total aumentou 6 M€, isto é, proporcionalmente muito mais. Para Almada o aumento em 1,7M€ dos impostos diretos sobrepôs-se o aumento das receitas totais em + 12,4M€. Relativamente a Sintra apesar dos impostos diretos terem aumentado 5,3M€, em resultado do aumento dos passivos financeiros (+37,7M€) e das transferências (+10,6M€), as receitas totais aumentaram 48,5M€, isto é, proporcionalmente muito mais. Com um aumento significativo do peso destas receitas em relação à média do período considerado apresentam-se Sines, Castro Marim e Aveiro. Sines devido ao aumento conjugado do IMI (+7,6%) e IMT (38,5%). Em Castro Marim verifica-se um aumento da receita fiscal em 1,2M€ conjugado com uma diminuição da receita global em 2,5M€. Para Aveiro, o aumento do peso dos impostos resultou da efetiva subida destes em +1,4M€ e a descida líquida da receita em -10,9 M€ (os passivos financeiros baixam 14M€ e os rendimentos de propriedade aumentam 4,5M€. Os Quadros 2.11 e 2.12, a seguir apresentados poderão permitir compreender o impacto da variação da cobrança do IMI e do IMT nas oscilações do peso das receitas fiscais dos municípios do Ranking R6. 55
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.11 | Evolução dos montantes do IMI e do IMT, nos Municípios cujo peso de receitas proveniente
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Município
Dim.
de impostos é superior a 50% da receita total
Lisboa Oeiras Seixal Cascais Maia Porto Grândola Loulé Loures Portimão Faro Lagoa (Algarve) Vila Nova de Gaia Tavira
G G G G G G P M G M M M G M
2008 IMI 99.780.693 27.118.813 16.908.105 42.006.657 17.823.969 45.153.973 2.741.890 25.098.993 27.011.369 16.111.331 7.639.697 6.974.803 33.354.344 5.650.555
2009 IMT 111.800.123 23.299.520 9.371.242 34.790.231 7.878.298 21.687.209 3.230.870 34.849.063 19.158.622 11.245.350 5.619.930 8.496.113 9.802.930 5.709.142
IMI 101.507.452 26.740.266 17.297.807 35.104.226 16.375.193 39.763.922 2.304.368 25.445.391 23.926.445 13.889.328 8.298.354 6.870.586 30.837.957 5.127.275
% dos impostos nas receitas totais
2010 IMT 90.871.592 28.760.142 6.395.657 30.451.137 6.072.411 21.244.815 6.177.798 26.612.401 15.054.601 6.977.503 3.866.335 4.739.615 12.704.278 4.254.764
IMI 104.660.321 28.118.775 18.454.661 41.138.667 17.978.038 42.691.507 2.454.561 26.498.629 26.084.067 14.069.339 8.635.287 7.243.777 32.702.835 5.501.347
IMT 100.214.768 17.038.355 7.199.900 36.487.844 5.889.920 30.011.321 2.125.046 20.561.954 13.661.145 6.810.761 3.368.891 5.444.065 13.666.370 6.137.045
2009 68,5% 66,5% 62,0% 61,1% 56,0% 55,2% 55,1% 54,1% 53,1% 51,8% 51,7% 51,5% 51,1% 50,1%
Unidade: euros
Quadro 2.12 | Municípios com peso de receitas provenientes de impostos superior ou igual a 50% da receita total e respetiva variação do IMI e do IMT
Município
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 56
Lisboa Oeiras Seixal Cascais Maia Porto Grândola Loulé Loures Portimão Faro Lagoa (Algarve) V. N. Gaia Tavira
Variação de IMI
Dimensão
G G G G G G P M G M M M G M
06 - 07
07 - 08
08 - 09
12,6% 9,8% 19,0% 23,6% 12,2% 15,2% 39,2% 26,1% 18,4% 13,2% 5,0% 3,1% 19,3% 16,8%
18,1% 8,9% 14,5% 13,3% 11,4% 14,6% 21,0% -6,1% 18,4% 10,4% 12,8% 2,0% 11,7% 9,4%
1,7% -1,4% 2,3% -16,4% -8,1% -11,9% -16,0% 1,4% -11,4% -13,8% 8,6% -1,5% -7,5% -9,3%
Peso dos impostos nas receitas totais
Variação de IMT 09 - 2010 3,1% 5,2% 6,7% 17,2% 9,8% 7,4% 6,5% 4,1% 9,0% 1,3% 4,1% 5,4% 6,0% 7,3%
06 - 07 22,8% 44,0% 32,2% 15,0% 44,2% 10,8% 79,3% 68,9% 36,2% 81,4% 32,9% 60,9% 36,4% 30,1%
07 - 08 3,1% -10,5% -16,1% -13,9% -35,5% -20,5% 93,0% -25,2% -17,4% -26,6% -16,9% -28,6% -42,6% -30,8%
08 - 09 -18,7% 23,4% -31,8% -12,5% -22,9% -2,0% 91,2% -23,6% -21,4% -38,0% -31,2% -44,2% 29,6% -25,5%
09 - 2010 10,3% -40,8% 12,6% 19,8% -3,0% 41,3% -65,6% -22,7% -9,3% -2,4% -12,9% 14,9% 7,6% 44,2%
2010 68,5% 66,5% 62,0% 61,1% 56,0% 55,2% 55,1% 54,1% 53,1% 51,8% 51,7% 51,5% 51,1% 50,1%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Em termos de variação do IMI, todos os 14 municípios para os quais, em 2010, o valor dos impostos diretos representou um peso superior a 50% das suas receitas totais, apresentaram taxas positivas de crescimento do IMI, sendo a mais relevante em termos relativos e com maior reflexo no montante da coleta, a referente a Cascais (+17,2%, isto é, +6 M€). É, contudo, de realçar o aumento absoluto da coleta do IMI para os seguintes municípios: Lisboa (+ 3,2 M€), Porto (+2,9 M€), Loures (+ 2,2 M€) e Vila Nova de Gaia (+1,9 M€). No que se refere ao IMT, será de anotar o aumento desta receita por parte dos seguintes municípios: Lisboa (10,3 %,
+ 9,3 M€), Porto (41,3 %, + 8,8 M€) e Cascais (19,8 %, + 6 M€). As reduções mais relevantes desta coleta referem-se aos seguintes municípios: Oeiras (-11,7 M€), Loulé (- 6,1 M€), Faro (-5,2M€), Grândola (- 4,1M€) e Loures (-1,4M€). Maia e Portimão viram também estas suas receitas diminuírem, respetivamente de – 182,5 mil euros e -166,7mil euros. Face ao forte impacto na receita autárquica do valor dos impostos municipais apresenta-se nos Quadros 2.13 e 2.14 e no Gráfico 2.11, o montante discriminado dos impostos diretos recebidos entre 2006 e 2010, bem como a sua variação nos dois últimos anos desse quinquénio.
Quadro 2.13 | Evolução da cobrança dos Impostos Diretos entre 2006 e 2010 Impostos diretos IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
2006
2007
856,0
973,8
Variação 2009 - 2010
Variação 2006 - 2010
1.108,4
5,6%
29,5%
2008
2009
2010
1081,6
1049,9
IUC (Imposto Único de Circulação)
132,4
138,1
139,0
160,8
170,2
5,8%
28,6%
IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis)
649,0
881,2
763,4
610,0
616,1
1,0%
-5,1%
Derrama
281,6
312,7
250,5
320,1
267,9
-16,3%
-4,9%
Impostos abolidos
138,7
91,8
40,4
23,2
13,5
-41,8%
-90,3%
1,7
2,6
3,8
3,9
1,7
-56,1%
3,2%
2.059,3
2.400,3
2.278,8
2.167,9
2.177,8
0,5%
5,8%
Impostos diretos diversos Total Unidade: milhões de euros
Quadro 2.14 | Estrutura dos Impostos Diretos cobrados em 2010 Impostos cobrados
Pequenos
Médios
Grandes
Total
IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
52,9%
55,3%
47,7%
50,9%
IUC (Imposto Único de Circulação)
11,2%
8,8%
6,7%
7,8%
IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis)
28,7%
29,7%
27,3%
28,3%
Derrama
6,7%
5,8%
17,3%
12,3%
Impostos abolidos
0,4%
0,4%
0,8%
0,6%
Impostos diretos diversos
0,0%
0,0%
0,1%
0,1%
Total
100%
100%
100%
100%
57
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.11 | Evolução da cobrança dos Impostos Diretos entre 2006 e 2010
120 0 € IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
1000 €
IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis)
Milh ões
800 € 600 €
Derrama 400 € 200 €
IUC (Imposto Único de Circulação)
0€ 2006
2007
2008
O imposto municipal com maior peso na receita de impostos diretos é o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), o qual representou para o global dos municípios, em média nos 5 anos, 45,8% do total da coleta de impostos diretos, sendo que no ano de 2010 atingiu os 50,9% dos mesmos. O montante arrecadado, representado no gráfico por uma linha ascendente entre 2006 e 2008, cresceu nesse período 26,4%. Todavia, em 2009 apresentou uma quebra de 2,9% (- 31,7 milhões de euros) tendo, contudo, em 2010 retomado a linha ascendente e atingido o pico da coleta com 1,1 mil milhões de euros e uma taxa de crescimento de 5,6%. O IMT que representou, em média, 31,6% dos impostos arrecadados no período em apreço e, no ano de 2010, apresentou uma ponderação de apenas 28,3%. O valor global do IMT cobrado em 2010, no montante de 616,1 M€, representou 55,6% do valor arrecadado pelo IMI, sendo o segundo valor mais baixo deste quinquénio. Efetivamente, se atentarmos no gráfico 2.11, verifica-se que a representação gráfica da coleta deste imposto é dada por uma linha descendente a partir 2007 - ano em que atingiu o valor mais alto da coleta com o montante de 881,2 M€ - e até 2009, representando a descida continuada da cobrança deste imposto. Em 2010, apresenta uma ligeira subida de 1% (+6,1M€). No 58
2009
2010
global, entre 2006 e 2010 as autarquias perderam 5,1% do valor deste imposto (-32,9M€). Contudo, se essa perda for reportada a 2007, ano de melhor cobrança a descida já é de 30,1% e representa uma perda de 265,1M€. Outro imposto municipal cuja coleta baixou, no quinquénio em análise, foi a Derrama. Com um peso médio de 13% no total dos impostos, a perda 14,3% da coleta entre 2007 e 2010, refletiu-se negativamente na atividade financeira dos municípios. À semelhança do IMT, o ano de 2007 foi o de melhor cobrança da Derrama (312,7 M€). O valor arrecadado em 2010 (267,9 M€) foi, também, o segundo pior do período (o mais baixo tinha sido em 2008) e inferior em 16,3% ao obtido em 2009. O Imposto Único de Circulação ao longo do período tem apresentado um crescimento contínuo e homogéneo, representando, em 2010, 7,8% do total dos impostos arrecadados. Entre 2006 e 2010, cresceu 28,6%. Pelo peso que o conjunto da receita obtida com o IMI e IMT representa nos orçamentos municipais, justifica-se o reconhecimento destes valores de acordo com a dimensão dos municípios. O Quadro 2.15 mostra o valor do IMI e IMT por grupos de municípios, em 2009 e 2010.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.15 | Taxa de Variação do IMI e do IMT de 2009 para 2010 IMI Municípios
IMT
2009
2010
Variação 2009 - 2010
Pequenos
92,3
95,0
2,9%
60,9
51,5
-15,5%
Médios
413,4
433,1
4,8%
233,6
232,1
-0,6%
Grandes
544,1
580,3
6,7%
315,5
332,5
5,4%
1.049,9
1.108,4
5,6%
610,0
616,1
1,0%
Total
2009
2010
Variação 2009 - 2010
Unidade: milhões de euros
Assim: •
A observação já anteriormente notada de um crescimento global do IMI em 5,6% em 2010, reflete um crescimento desta receita, nos três agrupamentos de municípios, crescendo mais nos de grande dimensão (+6,7%) e menos nos de pequena dimensão (+2,9%). Sendo o IMI, conforme se verificou nos quadros anteriores, o imposto que maior peso tem na receita municipal e representando quase o dobro do valor do IMT, este crescimento da coleta refletiu-se positivamente nos orçamentos municipais atenuando a descida dos outros impostos e até de outras receitas municipais, como seja a diminuição dos empréstimos bancários.
•
Do total do IMI arrecadado em 2010, 52,4% (580,3M€) pertence ao grupo dos grandes municípios e apenas 8,6% (95M€) pertence ao grupo dos pequenos. O agrupamento dos municípios de média dimensão recolheu 39,1% (433,1M€).
•
O montante arrecadado de IMT, apesar de em termos globais ter apresentado em 2010 um crescimento de 1% comportou-se de forma diferente nos três grupos de municípios. Assim, enquanto, nos municípios de grande dimensão apresenta uma taxa de crescimento de 5,4% (+17 M€), nos de média dimensão apresenta uma taxa de variação negativa (-0,6%), traduzida num decréscimo global da coleta em -1,5M€. Relativamente aos municípios de pequena dimensão, constata-se uma descida abrupta desta receita (-15,5%) no total de 9,4M€.
•
Do total do IMT arrecadado, em 2010, 54% (332,5M€) pertence ao grupo dos grandes municípios e apenas 8,4% (51,5M€) pertence ao grupo dos pequenos. O agrupamento dos municípios de média dimensão recolheu 37,7% (232,1M€). 59
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R7 | Municípios com maior aumento de IMI de 2009 para 2010, em valores absolutos IMI Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
1
Cascais
G
29.991.344
37.080.483
42.006.657
35.104.226
41.138.667
2
Sintra
G
35.596.888
41.813.989
41.908.666
42.979.344
46.697.127
6.034.441 3.717.783
3
Lisboa
G
74.998.512
84.471.307
99.780.693
101.507.452
104.660.321
3.152.869
4
Porto
G
34.211.954
39.402.947
45.153.973
39.763.922
42.691.507
2.927.585
5
Loures
G
19.263.473
22.812.998
27.011.369
23.926.445
26.084.067
2.157.622
6
Almada
G
16.550.376
19.282.318
21.388.159
22.255.714
24.163.983
1.908.269
7
Vila Nova de Gaia
G
25.027.617
29.848.046
33.354.344
30.837.957
32.702.835
1.864.877
8
Matosinhos
G
17.664.917
19.865.251
21.330.894
20.670.614
22.299.327
1.628.713
9
Maia
G
14.266.919
16.006.038
17.823.969
16.375.193
17.978.038
1.602.845
10
Coimbra
G
14.928.200
17.281.809
19.382.156
20.774.716
22.261.426
1.486.710
11
Amadora
G
15.466.436
16.847.740
19.173.866
17.815.107
19.296.332
1.481.225
12
Oeiras
G
22.673.504
24.905.226
27.118.813
26.740.266
28.118.775
1.378.509
13
Seixal
G
12.404.114
14.766.441
16.908.105
17.297.807
18.454.661
1.156.853
14
Guimarães
G
10.609.519
12.312.726
13.342.821
12.986.916
14.131.554
1.144.638 1.053.237
15
Loulé
M
21.193.553
26.725.736
25.098.993
25.445.391
26.498.629
16
Braga
G
14.501.986
16.174.167
17.637.509
17.462.569
18.490.034
1.027.466
17
Gondomar
G
12.482.202
12.844.386
14.462.936
13.777.143
14.783.110
1.005.967
18
Torres Vedras
M
5.742.212
6.403.177
7.001.341
6.656.732
7.546.045
889.313
19
Coruche
P
1.193.067
1.343.312
1.581.415
436.116
1.318.950
882.834
20
Mafra
M
7.098.329
8.500.401
9.464.422
8.903.078
9.775.602
872.524
21
Santa Maria da Feira
G
10.022.368
11.124.459
12.338.471
11.341.176
12.137.580
796.403
22
Ponta Delgada
M
2.874.042
3.700.949
4.112.068
4.206.673
4.927.407
720.733
23
Funchal
M
9.110.500
11.103.568
11.930.012
11.901.406
12.612.381
710.975
24
Póvoa de Varzim
M
5.962.908
6.764.199
7.003.493
6.761.202
7.420.187
658.985
25
Vila Nova de Famalicão
G
7.485.939
8.090.506
8.779.145
9.773.569
10.391.139
617.571
26
Moita
M
3.445.999
4.038.789
4.634.509
4.822.879
5.439.739
616.860
27
Barreiro
M
5.025.951
5.606.096
6.149.943
6.640.626
7.251.245
610.619
28
Vila Franca de Xira
G
11.387.472
12.830.646
15.198.327
13.864.731
14.441.375
576.644
29
Montijo
M
4.614.566
5.191.567
5.596.117
4.759.877
5.333.035
573.159
30
Ourém
M
2.631.934
2.914.494
3.076.228
3.113.555
3.669.939
556.384
31
Vila Real de Santo António
P
2.966.080
3.831.382
3.989.399
4.193.464
4.731.920
538.456
32
Ovar
M
4.703.149
4.986.814
5.414.343
5.297.644
5.804.684
507.040
33
Alcochete
P
2.011.256
1.872.132
2.106.008
1.904.711
2.409.713
505.002
34
Figueira da Foz
M
6.050.244
6.528.623
7.115.714
6.963.648
7.463.432
499.784
35
Odivelas
G
12.782.944
14.079.437
16.798.420
16.444.871
16.942.149
497.278
Unidade: euros 60
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R8 | Municípios com maior diminuição de IMI de 2009 para 2010, em valores absolutos
Município
Dimensão
IMI 2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
1
Albufeira
M
14.115.223
17.271.507
18.368.852
19.821.059
18.377.385
-1.443.674
2
Marco de Canaveses
M
1.640.723
1.874.295
2.126.687
2.073.096
1.105.187
-967.909
3
Silves
M
5.200.861
5.655.305
6.936.736
6.348.744
5.769.351
-579.393
4
Viseu
M
6.650.440
7.037.624
9.931.426
9.162.907
8.770.272
-392.635
5
Évora
M
4.215.304
4.721.204
4.216.576
4.215.750
3.851.076
-364.675
6
Campo Maior
P
298.604
328.689
358.172
432.721
273.566
-159.155
7
Vendas Novas
P
690.998
773.294
858.675
912.003
765.461
-146.542
8
Setúbal
G
10.993.216
12.961.735
15.030.680
14.314.476
14.194.649
-119.827
9
Cabeceiras de Basto
P
428.557
595.732
798.066
756.407
643.418
-112.990
10
Ansião
P
533.426
562.255
678.003
655.997
544.831
-111.166
11
Alcanena
P
1.180.467
1.214.636
1.325.079
1.317.120
1.207.355
-109.765
12
Vizela
M
1.189.444
1.254.914
1.381.669
1.552.164
1.442.795
-109.370
13
Castelo de Paiva
P
291.635
346.195
360.943
422.664
316.720
-105.944
14
Mealhada
M
877.413
963.329
929.641
883.638
777.795
-105.842
15
Tondela
M
1.529.184
1.799.170
2.163.890
2.163.890
2.060.187
-103.703
16
Sertã
P
453.083
486.336
565.820
631.318
542.048
-89.270 -88.752
17
Crato
P
162.303
174.761
219.756
244.517
155.764
18
Ponte de Sor
P
967.296
1.315.073
1.369.177
1.287.516
1.200.193
-87.323
19
Mangualde
M
819.102
1.055.221
1.105.112
1.140.204
1.053.307
-86.897
20
Serpa
P
406.663
523.763
535.989
546.464
467.567
-78.897
21
Alijó
P
459.370
504.750
522.167
467.004
390.052
-76.952
22
Alpiarça
P
395.211
412.640
483.881
441.642
378.288
-63.354
23
Vila do Porto
P
79.500
120.657
152.253
194.030
133.705
-60.325
24
Boticas
P
192.511
187.683
200.007
173.799
113.711
-60.088
25
Montalegre
P
656.853
675.952
806.037
733.390
679.683
-53.707
26
Ponte de Lima
M
1.877.981
1.955.419
2.134.026
2.278.813
2.226.544
-52.268 -52.090
27
Pombal
M
2.843.148
3.533.897
3.771.930
4.203.556
4.151.466
28
Castro Daire
P
498.854
525.817
588.629
625.626
573.647
-51.979
29
Câmara de Lobos
M
1.053.815
1.247.192
1.737.176
1.500.161
1.451.405
-48.756
30
São Roque do Pico
P
85.699
117.820
142.133
165.450
117.081
-48.369
31
Torres Novas
M
2.281.486
2.807.991
2.937.606
2.864.120
2.820.523
-43.597
32
Castro Marim
P
1.720.704
1.853.661
2.141.835
2.175.051
2.139.747
-35.304
33
Vila Franca do Campo
P
240.427
337.012
383.788
380.296
345.579
-34.717
34
Velas
P
125.710
142.634
132.348
145.268
113.964
-31.304
35
Vila Viçosa
P
339.728
368.963
481.108
530.341
499.599
-30.741
Unidade: euros 61
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R9 | Municípios com maior aumento de IMT de 2009 para 2010, em valores absolutos Município
Dimensão
IMT 2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
1
Lisboa
G
88.311.738
108.452.369
111.800.123
90.871.592
100.214.768
9.343.176
2
Porto
G
24.606.472
27.266.133
21.687.209
21.244.815
30.011.321
8.766.506
3
Cascais
G
35.108.188
40.389.237
34.790.231
30.451.137
36.487.844
6.036.707
4
Funchal
M
9.156.343
10.229.413
8.581.836
7.025.127
11.020.635
3.995.508
5
Vila Franca de Xira
G
6.740.630
10.119.722
9.849.139
5.787.493
8.731.740
2.944.247
6
Sesimbra
M
4.945.841
7.387.388
5.565.961
4.057.685
6.861.900
2.804.216
7
Sintra
G
19.714.939
24.571.652
19.198.511
13.359.251
16.012.707
2.653.456
8
Matosinhos
G
13.223.566
14.745.671
14.992.605
7.635.603
10.116.175
2.480.573
9
Montijo
M
4.103.912
5.304.372
4.376.626
2.597.522
4.683.840
2.086.317
10
Olhão
M
3.462.138
4.685.275
3.722.691
2.463.616
4.478.818
2.015.203
11
Tavira
M
6.344.721
8.252.728
5.709.142
4.254.764
6.137.045
1.882.280
12
Vila Real de Santo António
P
3.593.359
4.835.166
3.682.773
1.705.573
3.001.297
1.295.724
13
Santo Tirso
M
2.541.365
2.608.214
2.856.186
2.019.640
3.145.430
1.125.790
14
Alenquer
M
2.542.340
2.626.720
2.564.620
1.578.266
2.692.902
1.114.636
15
Gondomar
G
3.670.395
4.335.132
2.938.464
3.123.547
4.224.402
1.100.855
16
Odivelas
G
10.076.521
12.511.510
9.206.977
8.331.548
9.343.234
1.011.686
17
Barreiro
M
2.920.161
3.436.653
2.781.326
2.921.278
3.917.033
995.755
18
Vila Nova de Gaia
G
12.508.986
17.068.155
9.802.930
12.704.278
13.666.370
962.092
19
Póvoa de Varzim
M
3.931.314
3.477.756
3.121.144
2.491.154
3.447.309
956.155
20
Aveiro
M
4.710.819
6.819.234
5.550.515
4.316.288
5.233.471
917.183
21
Moita
M
1.976.750
2.355.717
2.401.092
1.339.404
2.224.164
884.760
22
Seixal
G
8.448.477
11.172.589
9.371.242
6.395.657
7.199.900
804.244
23
Santa Maria da Feira
G
4.585.596
5.755.347
6.220.078
3.098.417
3.851.988
753.571
24
Lourinhã
M
1.416.296
2.013.268
2.209.959
1.375.497
2.095.214
719.717
25
Lagoa (Algarve)
M
7.396.527
11.899.734
8.496.113
4.739.615
5.444.065
704.450
26
Vila do Bispo
P
2.331.622
3.620.063
2.567.118
1.192.303
1.791.222
598.919
27
Mafra
M
7.904.900
9.899.858
7.730.208
5.638.385
6.231.604
593.219
28
Évora
M
4.333.937
5.723.716
3.841.652
2.157.058
2.725.351
568.293 534.939
29
Chamusca
P
343.124
452.392
529.216
294.649
829.588
30
Oliveira de Azeméis
M
1.352.241
1.983.454
2.230.202
1.302.304
1.820.279
517.974
31
Sines
P
663.131
2.051.451
1.373.727
1.074.219
1.487.659
413.440
32
Vizela
M
604.071
744.603
768.506
256.659
664.608
407.949
33
Entroncamento
M
882.187
1.962.309
1.392.420
784.818
1.149.333
364.515
34
Fafe
M
1.032.718
1.313.568
1.400.467
1.010.586
1.354.647
344.060
35
Vila Real
M
1.640.602
1.933.663
1.838.184
1.366.737
1.676.395
309.658
Unidade: euros 62
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R10 | Municípios com maior diminuição de IMT de 2009 para 2010, em valores absolutos Município
Dimensão
IMT 2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
1
Oeiras
G
18.069.784
26.024.888
23.299.520
28.760.142
17.038.355
-11.721.787
2
Loulé
M
27.565.761
46.559.457
34.849.063
26.612.401
20.561.954
-6.050.448
3
Albufeira
M
12.703.467
26.637.067
21.363.241
12.214.448
8.156.207
-4.058.241
4
Grândola
P
933.656
1.673.860
3.230.870
6.177.798
2.125.046
-4.052.752
5
Torres Vedras
M
5.716.989
6.560.796
5.850.013
6.927.618
3.992.180
-2.935.438
6
Amadora
G
12.013.204
10.089.319
11.928.458
7.292.385
4.914.906
-2.377.479
7
Óbidos
P
2.993.640
6.640.594
5.318.061
4.501.383
2.267.188
-2.234.195
8
Setúbal
G
7.112.204
10.247.095
8.918.410
8.452.478
6.228.319
-2.224.159
9
Silves
M
4.340.085
6.731.508
6.069.256
4.681.756
3.059.674
-1.622.082
10
Loures
G
17.020.390
23.189.571
19.158.622
15.054.601
13.661.145
-1.393.456
11
Guimarães
G
4.076.561
6.995.730
7.664.315
6.594.514
5.583.612
-1.010.902
12
Almeirim
M
1.672.689
1.769.578
840.671
1.685.653
681.925
-1.003.727
13
Torres Novas
M
1.807.778
1.799.098
3.422.196
2.013.520
1.011.594
-1.001.926
14
Ílhavo
M
2.973.862
2.941.025
1.849.819
2.476.258
1.477.188
-999.069
15
Lagos
M
12.982.328
17.223.999
14.286.361
7.578.293
6.623.672
-954.621
16
Castro Marim
P
1.289.031
1.965.883
1.755.030
1.702.673
789.020
-913.653
17
Beja
M
1.782.788
2.880.790
1.932.745
2.418.713
1.623.551
-795.163
18
Braga
G
7.332.541
12.015.470
9.448.859
9.571.038
8.816.146
-754.892
19
Viseu
M
4.365.183
4.867.912
6.170.849
4.382.250
3.633.726
-748.524
20
Mangualde
M
309.116
468.859
631.948
1.052.215
432.933
-619.281
21
Ovar
M
2.046.712
3.159.627
2.376.463
2.396.602
1.803.420
-593.182
22
Valongo
M
3.572.019
4.431.963
4.109.163
3.043.092
2.499.301
-543.792
23
Alcobaça
M
2.537.852
3.621.544
4.669.042
2.834.235
2.304.660
-529.575
24
Azambuja
M
1.750.925
3.275.373
1.258.728
1.277.230
751.490
-525.740
25
Rio Maior
M
735.141
1.756.413
1.205.492
1.126.858
625.172
-501.686
26
Coimbra
G
10.359.483
12.678.526
11.006.584
9.820.063
9.318.844
-501.219
27
Faro
M
5.086.302
6.760.663
5.619.930
3.866.335
3.368.891
-497.444
28
Benavente
M
2.584.930
3.694.404
3.686.501
2.681.206
2.199.833
-481.373
29
Lousada
M
920.809
1.212.364
1.381.640
1.134.375
701.152
-433.222
30
Alcácer do Sal
P
1.256.714
1.953.824
2.146.272
954.705
534.254
-420.451
31
Santa Cruz
M
1.907.943
2.480.182
2.259.117
1.982.962
1.578.651
-404.310
32
Chaves
M
1.132.670
1.451.015
2.299.650
1.612.633
1.215.342
-397.291
33
Oliveira de Frades
P
244.830
741.497
276.417
650.494
274.126
-376.368
34
Aljezur
P
1.444.211
2.161.684
1.507.352
1.000.058
635.247
-364.811
35
Porto de Mós
M
668.352
819.558
615.177
820.850
502.577
-318.273
Unidade: euros 63
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.4. Despesas Autárquicas 2.4.1. Classificação económica das Despesas A taxonomia das despesas públicas para todo o sector da Administração está definida no classificador económico das despesas (Decreto-Lei n.º 26/2002, de 14 de Fevereiro). As despesas são agrupadas pela sua natureza económica em despesas correntes e despesas de capital. Cada um destes grupos é constituído por um conjunto de capítulos de agregados económicos com a denominação apresentada no quadro em cima. Quadro 2.16 | Classificação económica da Despesa Autárquica Despesas correntes
Despesas de capital
01- Despesas com o pessoal 02- Aquisições de bens e serviços 03- Juros e outros encargos 04- Transferências correntes 05-Subsídios 06- Outras despesas correntes
07- Aquisição de bens de capital 08- Transferências de capital 09- Ativos Financeiros 10- Passivos Financeiros 11 – Outras receitas de capital
Outras despesas
12- Operações extra-orçamentais
2.4.2. Execução global do Orçamento de Despesa O quadro 2.17 e o Gráfico 2.12 que a seguir se apresentam permitem visualizar a evolução das diferentes fases da despesa global municipal entre 2006 e 2010. Quadro 2.17 | Orçamento e Execução das Despesas Municipais Despesas Despesas previstas (a) Compromissos do exercício (b)c Despesas pagas do exercício (c) Despesas pagas de exercícios anteriores (d) Compromissos do exercício por pagar (e)d Compromissos a pagar em exercícios futuros (f)e Grau de execução da despesa comprometida (b/a) Grau de execução da despesa paga ((c+d) /b) Grau de execução da despesa paga em relação à despesa prevista ((c+d)/a) Despesas pagas no exercício por habitante Compromisso do exercício por pagar por habitante
13.187,6 10.699,6 7.486,2 385,9 2.827,5 3.167,9 81,1% 73,6%
Variação 09 - 2010 % -0,4% -3,9% -5,9% -3,2% 1,8% 8,2% -3,5% -2,0%
Variação 06 - 2010 % 16,6% 14,8% 13,1% 2,8% 21,4% 97,8% -1,5% -1,9%
63,1%
59,7%
-5,5%
-3,4%
786 € 261 €
740 € 266 €
-5,8% 1,8%
12,2% 21,0%
2006a
2007b
2008
2009
2010
11.309,9 9.320,4 6.616,7 375,4 2.328,3 1.601,8 82,4% 75,0%
11.439,3 9.581,9 7.081,0 329,3 2.171,6 1.655,3 83,8% 77,3%
11.898,3 10.051,4 7.530,9 345,0 2.175,5 1.891,7 84,5% 78,4%
13.237,5 11.135,0 7.959,4 398,7 2.776,9 2.927,3 84,1% 75,1%
61,8%
64,8%
66,2%
660 € 220 €
698 € 205 €
741 € 205 €
Unidade: milhões de euros a. Em 2006 não foram analisados os Municípios de Castro Marim e Fornos de Algodres, por informação inexistente ou insuficiente dos mapas de execução da despesa b. A partir de 2007 a análise inclui os 308 municípios c. De acordo com o POCAL deverá incluir os compromissos não pagos que transitaram dos exercícios anteriores d. Compromissos do exercício deduzidos das despesas pagas do exercício e dos exercícios anteriores e. Compromissos assumidos no exercício, mas que só se executam nos exercícios seguintes. Não constituem dívida mas apenas encargos assumidos. 64
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.12 | Evolução da Despesa Autárquica nas suas diferentes fases 14.000 €
Despesas previstas
12.000 € Compromi ssos do exercício
Milhões
10.000 € 8.000 €
No quinquénio em análise, os compromissos assumidos49 cresceram globalmente 14,8% (+ 1 379,2 M€) tendo todavia apresentada uma diminuição relativa em 2010, de -3,9% (-435,4M€). O ano de 2009 apresenta o maior crescimento da despesa, com um volume acrescido de compromissos assumidos de +1 083,6M€ (+10,8%).
Despesas pagas
6.000 € Compromi ssos a pagar em exercícios futuros
4.000 € 2.000 €
Compromi ssos do exercício por pagar
0€ 2006
2007
2008
2009
201 0
Da observação do quadro e gráfico anteriores verifica-se que a despesa, tanto prevista como executada, tem crescido ao longo do quinquénio em análise. Comparando os dados deste quadro com os quadros apresentados no ponto 2.5 deste anuário constata-se que a receita liquidada tem sido inferior à despesa autorizada47. Aos graus de execução da receita liquidada48 de: 65,2% em 2006, 69,3% em 2007, 73,1% em 2008, 68,4% em 2009 e 62,3% em 2010, corresponderam níveis de realização da despesa, superiores a 80% dos montantes previstos: em 2006, 82,4%; em 2007, 83,8%; em 2008, 84,5%, em 2009, 84,1% e em 2010, 81,1%. Face aos elevados graus de execução da despesa, os sucessivos baixos níveis de concretização das cobranças constituíram um problema estrutural e influenciaram o desenvolvimento da dívida bruta das autarquias, sendo a causa da fraca capacidade de pagamento dos municípios. Pela comparação dos diferentes comportamentos destes níveis de execução conclui-se que, entre 2006 e 2010, a realização da despesa foi, em média, superior em 15,5%, à realização da receita. Numa ótica de equilíbrio orçamental da despesa e da receita, faz sentido comparar a despesa assumida, com a receita liquidada e não com a receita cobrada. Ao longo do quinquénio em apreço, verifica-se que se assumiu despesa muito acima da receita liquidada, o que contribui para a manutenção ou mesmo aumento do endividamento líquido de curto prazo. 47. Compromissos assumidos para o ano económico em causa. 48. Razão entre a receita liquidada e a receita prevista, apresentada no Quadro 2.04 do ponto 2.3.2 deste Anuário
Comparando-se a despesa assumida com a receita cobrada50 em cada ano, conclui-se que os municípios têm, em média, autorizado despesa para além da sua capacidade de pagamento, em mais de 2,2 mil milhões de euros (2 124,8 M€ em 2006, 1 812,2 M€ em 2007, 1 968,8 M€ em 2008, 2 643 M€ em 2009 e 2 673,4 M€ em 2010), que se traduziram em compromissos sem o correspondente aprovisionamento de receita e por isso em risco de incumprimento financeiro. O valor total de despesa prevista foi, em 2010, inferior ao do ano anterior em -0,4% (-49,9M€), pese embora no período destes cinco anos tenha crescido 16,6% (+1 877,7 M€). A esta previsão em baixa da despesa, em 2010, fixando-se em 13 187,6 M€ correspondeu um decréscimo efetivo da despesa realizada51, em 3,9% (-435,4M€). O ano 2010 superou o ano de 2009 em constrangimento de tesouraria, pois o montante de 7 872,1M€ de despesa paga foi inferior em 5,8% (-486 M€) ao pago naquele ano. Efetivamente, de acordo com a informação do Quadro 2.05, os recursos financeiros disponíveis em 2010 no montante máximo de 8 026,2 M€, foram inferiores aos disponíveis em 2009 em -464,9M€. Os compromissos por pagar52, em 2010, apresentaram um aumento de 1,8% (+50,6M€), atingindo o montante de 2 827,5M€, o mais elevado do quinquénio. 49. Despesa autorizada 50. Inclui os recebimentos do ano e os saldos transitados das gerências anteriores. Quadro 2.05 do Capítulo 2.3 51. Chamaremos de Despesa Realizada o total da Despesa Paga com o total dos Compromissos Por Pagar Isto é o montante de Compromissos no Exercício. 52. Valores reflectidos no Mapa de Execução e Controlo Orçamental da Despesa. A diferença entre os valores deste mapa e os montantes considerados em dívida de curto prazo a terceiros, no Balanço, deveria ser equivalente aos montantes em dívida relacionados com operações de tesouraria, isto é divida não orçamental. Face à ausência de informação discriminativa destas verbas, em sede de prestação de contas, não foi possível aferir o seu valor, senão pela diferença aritmética dos montantes registados em cada um destes mapas.
65
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Os municípios, na sua generalidade, assumiram, em cada ano económico, compromissos a pagar em exercícios futuros de valor considerável. Estes débitos, a vencerem-se nos anos seguintes, representaram, em média, 28,2% das cobranças realizadas em cada ano, sendo que no ano de 2010 representaram 39,5% das mesmas e atingiram o valor de mais de 3,1 mil milhões de euros. Ora, se a este montante de compromissos para anos futuros acrescer os compromissos assumidos por pagar no montante superior a 2,8 mil milhões de euros obtém-se a soma de 5,9 mil milhões de euros53, isto é, 74% da receita arrecadada, em 2010. O Gráfico 2.13 e 2.14 apresentados anteriormente permitem comparar as taxas de crescimento das diferentes fases da despesa e comparar as respetivas taxas de execução das mesmas. Gráfico 2.13 | Taxas de variação das Despesas 50%
Compromi ssos a pagar em exercícios futuros
40%
Compromi ssos do exercício por pagar
30%
Despesas previstas
“n.º 4 - É adaptado o indicador de prazo médio de pagamentos a fornecedores (PMP) previsto no n.º 6 do anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.º 34/2008, de 22 de Fevereiro, que passa a basear-se na seguinte fórmula: DF t-3
PMP =
4
x365
t
A
Compromi ssos do exercício
10%
Despesas pagas
0% -10% 200 6-2007
200 7-2008
200 8-2009
200 9-2010
Gráfico 2.14 | Evolução das taxas de Execução das Despesas 90% 82,4%
83,8%
84,5%
84,1% 81,1%
80% 77,3%
78,4% 75,1%
75,0%
64,8%
73,6%
2006
63,1% 59,7%
2007
Grau de execução da despesa comprometida em relação à despesa prevista Grau de execução da despesa paga em relação à despesa comprometida
66,2%
61,8%
50% 2008
2009
Grau de execução da despesa paga em relação à despesa prevista
em que DF corresponde ao valor da dívida de curto prazo a fornecedores observado no final de um trimestre, e A corresponde às aquisições de bens e serviços efetuadas no trimestre, independentemente de já terem sido liquidadas.” O gráfico a seguir apresentado, permite apreciar a situação existente no final de cada ano económico de 2007, 2008 e 2009. Constata-se que, entre 2008 e 2010 aumentou o número de municípios com prazo médio de pagamento superior 90 dias, passando de um total de 115 autarquias que em 2008 não cumpriram os prazos exigidos, para 138 municípios em 2009 e 161 municípios em 2010.
201 0
53. Este montante comprometerá os orçamentos de despesa de 2011, cativando mais cerca de 70% da média da receita prevista
66
A fórmula de cálculo do PMP está definida no n.º 4 do Despacho n.º 9870/2009 do Gabinete do Ministro das Finanças e da Administração Pública, publicado a 13 de Abril, no DR n.º 71, 2ª série Parte C.” (DGAL), que refere o seguinte:
t-3
20%
60%
No seguimento do ponto anterior faz sentido apresentar-se, de forma global, a adesão dos municípios ao Programa de Pagamento a Tempo e Horas a partir de 2007, avaliando-se a sua situação no que se refere ao Prazo Médio de Pagamentos (PMP).
t
60%
70%
2.4.3. Prazos médios de pagamento54
54. A análise apresentada neste ponto teve por base a informação publicada no site da Direcção Geral das Autarquias Locais. No Anuário anterior esta análise sustentou-se em valores provisórios. Para este Anuário foi possível obter dados definitivos. Daí que os valores históricos agora apresentados diferem dos constantes do anuário anterior
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.15 | Número de Municípios com um Prazo Médio
çaram a sentir a partir de 2008 e com maior impacto em 2010. Efetivamente, nesse ano, 52,3% (mais de metade dos municípios) apresentaram prazos superiores a 90 dias, para pagamento das suas dívidas.
de Pagamentos superior a 90 dias 180 160
161 138
140
115
120
78
80
66
60
63 50
40
40 20
No quadro a seguir apresenta-se a variação do prazo médio de pagamento, por tipo dimensão de municípios.
90
100
91
0
8
0 21-12-2008
Grandes
Médios
31-12-2009
Pequenos
31-12-2010
Total
O gráfico anterior evidencia o agravamento dos problemas de tesouraria que, a globalidade dos municípios, come-
O Quadro 2.18 mostra que, em 2010, além de ter aumentado o número de municípios que apresentam um prazo médio de pagamento superior a 90 dias, aumentou o número máximo de dias que devem, em 26,5 dias, depois de ter diminuído 8,5 dias em 2009. De igual modo o prazo médio de pagamento para a globalidade dos municípios aumentou +26 dias em 2010, passando para 131,2 dias.
Quadro 2.18 | Variação do PMP em 2008, 2009 e 2010 Nº de municípios que apresentam um PMP superior a 90 dias, em 31-12
Dimensão
Nº de municípios existentes
Pequenos
179
Percentagem sobre o total de municípios Nº de municípios que apresentam um PMP superior a 90 dias, em 31-12
Médios
Grandes
Total
2010
66
78
90
36,9%
43,6%
50,3%
40
50
63
37,7%
47,2%
59,4%
9
10
8
39,1%
43,5%
34,8%
115
138
161
37,3%
44,8%
52,3%
23
Percentagem sobre o total de municípios Nº de municípios que apresentam um PMP superior a 90 dias, em 31-12
2009
106
Percentagem sobre o total de municípios Nº de municípios que apresentam um PMP superior a 90 dias, em 31-12
2008
308
Percentagem sobre o total de municípios
Variação 2009 - 2010 %
Variação 2008 - 2010 %
15,4%
36,4%
26,0%
57,5%
-20,0%
-11,1%
16,7%
40,0%
Quadro 2.19 | Prazos Médios de Pagamento entre 2008 e 2010
31.12.2008 31.12.2009
31.12.2010
Variação 2009 - 2010 em número de dias
Variação 2009 - 2010 %
Média do PMP dos Municípios que detêm um PMP superior a 90 dias
192,1
183,6
210,1
26,5
14,4%
Média do PMP do Total dos municípios
95,8
105,2
131,2
26,0
24,7% 67
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.4.4. Evolução da execução orçamental da Despesa, por classificação económica No presente sub capítulo da despesa, apresenta-se a evolução da despesa autárquica entre 2006 e 2010, por rubrica económica, e nas suas diferentes fases de execução: despesa realizada55 ou compromissos do exercício56; despesa paga57; compromissos por pagar58 ; compromissos a pagar nos exercícios futuros59 O Quadro 2.20 apresenta a evolução da despesa realizada e despesa paga. O Gráficos 2.16 apresenta as respetivas taxas de crescimento. Quadro 2.20 | Evolução das Despesas Realizadas e das Despesas Pagas Despesas Realizadas
DESPESAS
2008
2009
Despesas Pagas 2010
2010
Peso das Despesas Pagas nas Despesas Realizadas 2006 2007 2008 2009 2010
2006
2007
2006
2007
2008
2009
01 - Despesas com pessoal
2.060
2.095
2.184
2.429
2.486
2.030
2.073
2.154
2.399
2.451
98,5%
99,0%
98,6%
98,7%
98,6%
02 - Aquisição de bens e serviços
1.910
2.126
2.324
2.517
2.508
1.419
1.627
1.782
1.855
1.731
74,3%
76,5%
76,7%
73,7%
69,0%
03 - Juros e outros encargos
141
204
245
218
134
128
181
225
192
105
90,9%
89,0%
91,9%
87,9%
78,1%
04 - Transferências correntes
454
525
550
597
583
420
482
506
537
500
92,5%
91,9%
92,1%
90,0%
85,7%
05 - Subsídios
146
152
172
209
226
118
134
144
157
149
80,5%
88,2%
83,7%
75,4%
66,0%
06 - Outras despesas correntes
113
105
130
132
115
106
95
121
119
101
93,1%
90,3%
92,6%
89,8%
88,2%
07 - Aquisição de bens de capital
3.634
3.461
3.496
3.832
3.444
1.993
1.987
2.089
2.064
1.782
54,8%
57,4%
59,8%
53,9%
51,8%
08 - Transferências de capital
426
445
501
548
498
356
375
426
432
369
83,5%
84,4%
85,0%
78,9%
74,2%
09 - Activos financeiros
46
37
38
54
41
39
33
31
43
38
86,0%
89,2%
82,9%
79,8%
94,4%
10 - Passivos financeiros
350
400
358
466
583
344
396
353
460
577
98,4%
98,9%
98,8%
98,6%
99,1%
40
33
54
132
84
39
27
44
100
68
97,5%
81,9%
80,8%
75,8%
81,1%
9.320
9.582
10.051
11.135
10.700
6.992
7.410
7.876
8.358
7.872
75,0%
77,3%
78,4%
75,1%
73,6%
11 - Outras despesas de capital
Total Unidade: milhões de euros
55. Chamar-se-á Despesa Realizada aos Compromissos do Exercício sendo o seu montante igual à soma das despesas pagas no exercício com os compromissos por pagar. 56. De acordo com o ponto 26.1 do POCAL, com o encerramento das contas, dever-se-ia fazer transitar para “Compromissos – exercícios futuros”, os compromissos assumidos no ano que não se concretizaram, isto é: que não originaram obrigações. Acontece que, nem sempre esta operação é realizada, o que implica manterem-se no mapa de execução da despesa compromissos que não são do ano económico em causa mas de anos económicos seguintes. Esta incorrecção no registo orçamental da despesa, embora não altere o volume dos compromissos assumidos, falseia a informação relativa ao montante em dívida e por isso o valor da despesa realizada, conforme a definimos no início deste anuário. Verifica-se, ainda, que não se tem forma de, com a informação constante nos Mapas de Execução Orçamental, detectar este erro ou omissão. Só a confrontação dos compromissos por pagar reflectidos no mapa de execução orçamental, com o passivo de curto prazo expresso no Balanço, permitirá concluir sobre a materialidade e fiabilidade da informação constante dos Mapas de Execução Orçamental e sobre compromissos assumidos para o exercício e não pagos. Acontece porém que, face à natureza informativa do Balanço, no passivo constarão, também, montantes que não representarão dívida orçamental. Estão nesta situação os valores de terceiros à guarda dos municípios, cuja contrapartida se encontra registada no activo, em disponibilidades. São valores que não podem ser considerados como dívida do município, pese embora o seu registo como passivo nos respectivos Balanços municipais. São exemplo desta situação: as garantias de clientes ou fornecedores, cauções e os impostos retidos a favor do Estado. Expurgando-se do passivo de curto prazo estas situações, poder-se-á obter a análise da conformidade da informação prestada nos mapas orçamentais, com a informação prestada em Balanço. Contudo, para a elaboração deste anuário e das edições anteriores, não tem sido possível obter informação que permita destacar do Balanço, o passivo que não se reflecte em dívida orçamental, pelo que não se pode testar a realização, cabal, das operações orçamentais, de final do período. Assim, optou-se por considerar o montante apresentado na coluna de “Compromissos assumidos e não pagos” no Mapa de Execução Orçamental, como o provável valor máximo de dívida orçamental de curto prazo. Contudo, não se poderá deixar de anotar que há capítulos económicos relativamente aos quais os Compromissos Por Pagar deveriam ser zero. São eles: Despesas com Pessoal; Activos Financeiros e Passivos Financeiros. A existência de compromissos por pagar nestas situações, estará claramente associada à falta de regularização contabilística dos saldos das contas de encargos previsionalmente assumidos, que não se concretizaram. 57. O total da despesa paga para cada ano refere-se à soma das despesas pagas do exercício e das despesas pagas dos exercícios anteriores. Por isso, os valores totais são iguais à soma dos valores das linhas c) e d) do Quadro 2. 17 58. São os Compromissos do exercício deduzidos das despesas pagas do exercício e dos exercícios anteriores. São os compromissos apresentados na linha e) do Quadro 2.17. Anota-se, que os compromissos por pagar não incluem compromissos assumidos para exercícios futuros mas, somente, os compromissos que, em cada exercício, se constituíram como obrigação para o município ou que transitaram dos exercícios anteriores e que, por conseguinte, o seu não pagamento representará dívida de curto prazo. 59. Tratam-se de despesas assumidas e contratualizadas num determinado ano económico, mas que só produzem efeitos financeiros em anos seguintes. São despesas associadas a actividades plurianuais
68
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.16 | Variação das Despesas Realizadas
Em 2010, tanto os compromissos como os pagamentos apresentaram taxas de variação negativas, respetivamente de -3,9% e -5,8%. Contudo, os pagamentos decaíram mais que as despesas realizadas.
e das Despesas Pagas 12% 10,8%
10% 8%
6,3%
6,0%
4% 2% 0% -2%
Como seria de prever, as despesas realizadas e quase integralmente pagas no ano, foram as despesas com pessoal e os passivos financeiros com níveis de pagamento de 99%. O diferencial para os 100% ou se trata de anulações de compromissos, por realizar, ou pagamentos de encargos que se vencem no início do ano seguinte à sua realização.
6,1%
6% 4,9% 2,8% 200 6-2007
200 7-2008
200 8-2009
200 9-2010 -3,9%
-4%
-5,8%
-6% -8%
Despesas Realizadas
Despesas Pagas
Em média, entre 2006 e 2010, as despesas pagas representaram 76% das despesas comprometidas ou realizadas. Em 2010 foram pagas 74% da globalidade dos compromissos do ano. Embora o ano com maior volume de pagamentos tenha sido 2009, o ano com maior nível relativo de pagamentos foi 2008, ao liquidar-se 78% da despesa realizada. Se atentarmos na evolução das taxas globais de variação das despesas realizadas e despesas pagas (gráfico 2.13) verifica-se que as mesmas foram progressivas entre 2006 e 2009.
Em todo o período dos cinco anos em análise, foram as despesas com investimentos (aquisições de bens de capital) e as aquisições de bens e serviços, as despesas com níveis médios de pagamento mais baixos: respetivamente 56% e 74%. No ano 2010, estes níveis atingiram os valores mais baixos: 52% e 69%, respetivamente. O Quadro 2.21 mostra as taxas de variação das despesas realizadas e pagas, por rubrica económica.
Quadro 2.21 | Taxas de Variação das Despesas Realizadas e das Despesas Pagas DESPESAS
Variação Despesas Realizadasf 2006-2007
2007-2008
2008-2009
01 - Despesas com pessoal
1,7%
4,3%
11,2%
02 - Aquisição de bens e serviços
11,3%
9,3%
8,3%
03 - Juros e outros encargos
44,3%
20,0%
-10,7%
04 - Transferências correntes
15,5%
4,9%
8,6%
Variação Despesas Pagas
2009-2010
2006-2007
2007-2008
2008-2009
2009-2010
2,3%
2,2%
3,9%
11,3%
2,2%
-0,4%
14,6%
9,6%
4,1%
-6,7%
-38,6%
41,2%
23,9%
-14,6%
-45,5%
-2,3%
14,8%
5,1%
6,1%
-7,0%
05 - Subsídios
3,7%
13,3%
21,4%
8,3%
13,6%
7,6%
9,4%
-5,2%
06 - Outras despesas correntes
-7,1%
23,6%
1,7%
-13,4%
-9,9%
26,6%
-1,4%
-14,9%
07 - Aquisição de bens de capital
-4,8%
1,0%
9,6%
-10,1%
-0,3%
5,2%
-1,2%
-13,6%
08 - Transferências de capital
4,5%
12,6%
9,4%
-9,2%
5,5%
13,4%
1,5%
-14,6%
09 - Ativos financeiros
-20,1%
3,0%
42,9%
-24,6%
-17,1%
-4,3%
37,6%
-10,8%
10 - Passivos financeiros
14,5%
-10,7%
30,4%
25,0%
15,0%
-10,7%
30,1%
25,6%
11 - Outras despesas de capital
-18,4%
65,4%
143,6%
-36,6%
-31,5%
63,2%
128,6%
-32,2%
2,8%
4,9%
10,8%
-3,9%
6,0%
6,3%
6,1%
-5,8%
Variação Global total f. Compromissos do Exercício a pagar no exercício.
69
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Do quadro supra pode-se concluir que nos anos 2006 e 2007 a variação da despesa paga acompanhou de forma homóloga, até de forma mais favorável, a variação da despesa assumida. A partir de 2008, com exceção das despesas com pessoal e com as responsabilidades bancárias (juros e amortizações), as despesas pagas evoluíram desfavoravelmente em relação aos encargos assumidos. De maneira geral os pagamentos ou cresceram proporcionalmente menos que os encargos assumidos ou baixaram proporcionalmente mais que estas, gerando, por isso, acréscimo da dívida de curto prazo.
CAPÍTULO 2
•
No final do ano económico de 2010 do total de 1 307 M€ de transferências e subsídios autorizados, foram pagos 1 018M€ e ficaram por pagar 289 M€, isto é, 22,1% do conjunto dos subsídios e das transferências autorizadas.
•
Também os pagamentos associados à aquisição de bens e serviços e aquisição de bens de capital evoluíram negativamente em relação aos respetivos compromissos. Assim, em 2009, os compromissos em aquisição de bens e serviços correntes crescem 8,3% e os respetivos pagamentos, apenas crescem 4,1%. Em 2010, os compromissos nesta categoria de despesa baixam 0,4% e os correspondentes pagamentos baixam 6,7%. O mesmo se passou para a aquisição de bens de capital: os encargos assumidos em 2009 aumentaram 9,6% mas os respetivos pagamentos decresceram 1,2%; em 2010 baixam os compromissos 0,3% e os pagamentos 13,6%.
•
Por outro lado, ao analisar-se a evolução da despesa realizada em investimentos, verifica-se (Quadros 2.20 e 2.21) que, se em 2007 houve uma contenção traduzida em -173 milhões de euros, em 2008, voltou a crescer ligeiramente (+35 milhões de euros), para, em 2009 apresentar uma taxa de crescimento de 9,6% (+ 336 milhões de euros), traduzida na maior despesa de investimento do quinquénio no valor 3 832 milhões de euros. Em 2010, esta despesa volta a descer comprometendo-se menos 388M€ e representando uma taxa de diminuição de 10,1%.
•
Em 2010 as aquisições de bens e serviços correntes, pela primeira vez no quinquénio, baixam 9 M€ ao nível da realização (-0,4%) e 124M€ ao nível dos pagamentos (-6,7%). Anota-se que no período entre 2006 e 2010 a taxa de crescimento da despesa realizada (+31,3%) foi superior à taxa de crescimento dos pagamentos (+22%) em 9,3% provocando um aumento da dívida autárquica com este grupo de despesa. A despesa por pagar, em aquisição de bens e serviços, passou de 491 milhões de euros em 2006, para 777 milhões de euros em 2010.
Assim: •
Relativamente aos passivos financeiros verifica-se que a taxa de variação foi a mesma para encargos assumidos e pagamentos efetuados, pois os municípios não podem deixar de liquidar dentro do ano económico as prestações previstas e assumidas, sob pena de entrarem em rutura financeira, ou insolvência.
•
Quanto aos encargos financeiros, as taxas de variação dos pagamentos corrigidas em baixa, em relação à variação apresentada para os encargos assumidos, não traduzem pagamentos de encargos financeiros em falta mas correspondem às descidas das taxas de juro entretanto verificadas tendo os pagamentos sido, por isso, inferiores às despesas previstas60.
•
Anota-se a variação em sentido inverso das despesas com subsídios em 2010. Enquanto os compromissos aumentaram a uma taxa de 8,3% (+17 M€) o volume de pagamentos decresceu 5,2% (-8M€). Da mesma forma, a diminuição dos pagamentos das transferências correntes e de capital, respetivamente em 37 M€ e em 63 M€ (-7% e -14,6%) foram superiores à correspondente diminuição dos compromissos assumidos nos montantes de 14 M€ (- 2,3%) e 50 M€ (- 9,2%)
60. Os programas informáticos usados pela generalidade dos municípios não fazem os ajustamentos automáticos das despesa assumidas com os pagamentos efetuados, quando o processo de liquidação se dá por findo, pelo que em sede de prestação de contas, ocorrem situações em que há registo de compromissos assumidos e não pagos por omissão de correção contabilística dos mesmos.
70
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Outras despesas correntes e de capital, pelo seu carácter residual serão as que mais facilmente poderão ser reduzidas ao nível dos compromissos e ao nível dos pagamentos, pelo que as taxas de variação apresentadas não acompanham os constrangimentos financeiros e de tesouraria dos municípios.
Face à gravosa situação da dívida de curto prazo dos municípios, apresentam-se para melhor análise da mesma, os Quadros 2.22 e 2.23 a desagregação dos compromissos por pagar, por rubrica económica, relacionando-os com as correspondestes despesas que lhe estão na origem e com os pagamentos efetuados.
Quadro 2.22 | Evolução das Despesas Realizadas, Pagas e dos Compromissos por pagar Despesas Realizadasg
Pagamentos no exercícioh
Compromissos por pagar
DESPESAS 2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
01 - Despesas com pessoal
2.060
2.095
2.184
2.429
2.486
2.030
2.073
2.154
2.399
2.451
30
21
30
30
34
02 - Aquisição de bens e serviços
1.910
2.126
2.324
2.517
2.508
1.419
1.627
1.782
1.855
1.731
491
499
541
662
777
03 - Juros e outros encargos
141
204
245
218
134
128
181
225
192
105
13
22
20
26
29
04 - Transferências correntes
454
525
550
597
583
420
482
506
537
500
34
43
44
60
83
05 - Subsídios
146
152
172
209
226
118
134
144
157
149
28
18
28
51
77
06 - Outras despesas correntes
113
105
130
132
115
106
95
121
119
101
8
10
10
14
14
07 - Aquisição de bens de capital
3.634
3.461
3.496
3.832
3.444
1.993
1.987
2.089
2.064
1.782
1.641
1.474
1.407
1.768
1.661
08 - Transferências de capital
426
445
501
548
498
356
375
426
432
369
70
70
75
116
129
09 - Ativos financeiros
46
37
38
54
41
39
33
31
43
38
6
4
6
11
2
10 - Passivos financeiros
350
400
358
466
583
344
396
353
460
577
6
5
4
6
5
11 - Outras despesas de capital
40
33
54
132
84
39
27
44
100
68
1
6
10
32
16
10.051
11.135
10.700
6.992
7.410
7.876
2.328
2.172
2.175
2.777
2.828
Total
9.320 9.582
8.358 7.872
Unidade: milhões de euros g. Compromissos do Exercício h. Pagamentos no exercício sejam de compromissos em exercícios anteriores sejam compromissos assumidos no próprio ano 71
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
No final do ano económico de 2010, dos 2 828M€ em dívida a fornecedores e outros terceiros credores das autarquias, 2.438M€ (86,3%) concentravam-se em fornecedores de bens e serviços correntes (777M€) e de imobilizado (1.661M€). Esta situação foi comum ao longo dos cinco anos em análise, tendo em média 89,2% da dívida de curto prazo concentrado nos fornecimentos associados a estas duas rubricas económicas.
Para complemento do quadro anterior e melhor avaliação, atente-se na estrutura dos valores em dívida no final de cada período (compromissos por pagar) registados nos mapas de execução orçamental, por natureza económica da despesa, e os respetivos pesos na despesa realizada e na despesa paga, apresentados no quadro seguinte.
Quadro 2.23 | Estrutura dos Compromissos por Pagar DESPESAS
Estrutura dos compromissos por pagar
Peso dos compromissos por pagar nas despesas pagas
Peso dos Compromissos por pagar na Despesa Realizada
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
01 - Despesas com pessoal
1,3%
1,0%
1,4%
1,1%
1,2%
1,5%
1,0%
1,4%
1,3%
1,4%
1,5%
1,0%
1,4%
1,3%
1,4%
02 - Aquisição de bens e serviços
21,1%
23,0%
24,9%
23,8%
27,5%
34,6%
30,7%
30,4%
35,7%
44,9%
25,7%
23,5%
23,3%
26,3%
31,0%
03 - Juros e outros encargos
0,5%
1,0%
0,9%
1,0%
1,0%
10,0%
12,3%
8,8%
13,8%
28,1%
9,1%
11,0%
8,1%
12,1%
21,9%
04 - Transferências correntes
1,5%
2,0%
2,0%
2,2%
2,9%
8,1%
8,8%
8,6%
11,1%
16,7%
7,5%
8,1%
7,9%
10,0%
14,3%
05 - Subsídios
1,2%
0,8%
1,3%
1,8%
2,7%
24,1%
13,4%
19,5%
32,6%
51,5%
19,5%
11,8%
16,3%
24,6%
34,0%
06 - Outras despesas correntes
0,3%
0,5%
0,4%
0,5%
0,5%
7,4%
10,7%
8,0%
11,4%
13,4%
6,9%
9,7%
7,4%
10,2%
11,8%
07 - Aquisição de bens de capital
70,5%
67,9%
64,7%
63,7%
58,8%
82,3%
74,2%
67,3%
85,7%
93,2%
45,2%
42,6%
40,2%
46,1%
48,2%
08 - Transferências de capital
3,0%
3,2%
3,5%
4,2%
4,5%
19,7%
18,5%
17,7%
26,8%
34,8%
16,5%
15,6%
15,0%
21,1%
25,8%
09 - Ativos financeiros
0,3%
0,2%
0,3%
0,4%
0,1%
16,3%
12,1%
20,7%
25,4%
5,9%
14,0%
10,8%
17,1%
20,2%
5,6%
10 - Passivos financeiros
0,2%
0,2%
0,2%
0,2%
0,2%
1,6%
1,1%
1,2%
1,4%
0,9%
1,6%
1,1%
1,2%
1,4%
0,9%
11 - Outras despesas de capital
0,0%
0,3%
0,5%
1,2%
0,6%
2,6%
22,1%
23,8%
32,0%
23,3%
2,5%
18,1%
19,2%
24,2%
18,9%
100%
100%
100%
100%
100%
33,3%
29,3%
27,6%
33,2%
35,9%
25,0%
22,7%
21,6%
24,9%
26,4%
Total
Unidade: milhões de euros 72
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Da leitura conjunta dos quadros antecedentes conclui-se, ainda o seguinte: •
No final de cada exercício económico, o peso dos compromissos por pagar, em relação à despesa realizada, foi, em média, durante o quinquénio de 24,1% tendo esta percentagem subido para 26,4%, em 2010. Este rácio assume proporções muito mais elevadas nos encargos relacionados com o Investimento (Aquisições de Bens de Capital) atingido níveis que variaram entre 40,2%, em 2008 e 48,2% em 2010. Isto é: em cada ano económico, quase metade das despesas realizadas em atividades de investimento ficaram por pagar.
•
Relacionando a despesa não paga com a despesa paga, verifica-se que esta razão apresentou, para o quinquénio, o valor médio de 31,9%, sendo que em 2010 essa relação aumentou para 35,9%, representando a despesa por pagar mais de um terço da despesa paga.
•
O maior volume da despesa por pagar concentrou-se ao longo do período, na despesa com investimentos, representando, em média no quinquénio, 80,5% da despesa paga nesta categoria de despesa e 65% da dívida total de curto prazo. Em 2010 a despesa por pagar representava 93,2% do volume de despesa paga do mesmo capítulo económico, mas já só representava 58,7% da dívida total de curto prazo. Entre 2006 e 2008, o vo-
lume dos encargos por pagar neste capítulo económico da despesa foi baixando sucessivamente: – 395 M€ em 2006; – 167 M€ em 2007; e – 67 M€ em 2008. Em 2009, aumentou 361 M€, correspondendo a uma variação positiva de +25,6% mas, em 2010 voltou a diminuir 107 M€. Isto é, em cada ano económico, pagou-se pouco mais de metade das dívidas aos fornecedores de imobilizado. O montante da dívida, em 2010 era de 1 782 milhões de euros e correspondeu a 48,2% da despesa efetuada (quadro 2.22) •
A aquisição de bens e serviços correntes foi outra das despesas municipais com um valor significativo de compromissos por pagar. Ao longo do quinquénio, a dívida relacionada com este grupo de despesas, foi sempre aumentando: em 2007, + 8 M€ (+1,6%); em 2008 + 42 M€ (+8,4%), em 2009, +121 M€ (+22,4%), e em 2010 +115 M€ (+ 17,4%). Em média neste período, cerca de 25,9% das despesas em aquisição de bens e serviços correntes ficaram por pagar. O montante por pagar, nesta rubrica, em 2010 foi de 777 M€.
Importará avaliar, agora, o que representou neste período, no final de cada exercício, o valor global dos compromissos assumidos e não pagos, incluindo os compromissos de anos futuros61. 61. Despesa assumida, mas que só nos exercícios seguintes ocasionará dívida.
Quadro 2.24 | Compromissos que financeiramente transitam para o ano ou anos seguintes 2006
2007
2008
2009
2010
Despesas
(306 municípios)
(308 municípios)
(308 municípios)
(308 municípios)
(308 municípios)
Variação 2009 -2010 %
Variação 2006 -2010 %
Compromissos do exercício por pagar i (a)
2.328,3
2.171,6
2.175,5
2.776,9
2.827,5
1,8%
21,4%
Compromissos a pagar em exercícios futuros (b)
1.601,8
1.655,3
1.891,7
2.927,3
3.167,9
8,2%
97,8%
Total (a+b)
3.930,0
3.826,8
4.067,2
5.704,2
5.995,4
5,1%
52,6%
Unidade: milhões de euros i. Confiando na correcta contabilização da despesa orçamental, estes valores deverão representar em cada ano a dívida orçamental de curto prazo, excluindo a dívida de empréstimos bancários. 73
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.17 | Compromissos que financeiramente transitam para o ano ou anos seguintes 7.000 €
Total dos compromi ssos por pagar
6.000 €
Milhões
5.000 € Compromi ssos pagar em exercícios futuros
4.000 € 3.000 €
Compromi ssos do exercício por pagar
2.000 € 1.000 € 0€ 2006
2007
2008
Conforme se pode verificar pelo quadro 2.24 e pelo gráfico 2.17, entre 2006 e 2008 os compromissos a pagar em exercícios futuros embora em crescimento constante, mantiveram-se em montante inferior à dívida de curto prazo constituída em cada ano pelos compromissos do exercício por pagar. Contudo, entre 2008 e 2009 ambos os compromissos sobem abruptamente, sendo que o montante dos compromissos a pagar em exercícios futuros ultrapassavam o total da dívida de curto prazo já constituída, acelerando-se esse crescimento de 2009 para 2010. Neste ano, os compromissos por pagar do exercício atingem 2 827,5M€, o valor máximo do período, e os compromissos a pagar em exercícios futuros chegaram aos 3 167,9M€. Na sequência do exposto no ponto anterior, verifica-se que, no final de 2010, o total dos compromissos a pagar no exercício ou exercícios futuros totalizavam 5 995,4M€, isto é 80%
2009
201 0
do volume da despesa paga em 2010 e 76,3% da receita cobrada neste ano. Trata-se de um volume extraordinário de encargos que, dificilmente, os orçamentos de 2011 e seguintes comportarão. No Quadro 2.25 comparam-se, em cada ano, o valor total dos compromissos orçamentais por pagar, com o passivo de curto prazo do Balanço. Da leitura deste quadro, confirma-se a permanente diferença entre o valor dos saldos das contas orçamentais de compromissos no final de cada ano económico e a dívida de curto prazo inscrita em Balanço. Esta diferença que deveria ser sempre nula representaria, caso os registos contabilísticos estivessem em conformidade, as obrigações relativas a operações de tesouraria.
Quadro 2.25 | Confrontação dos Compromissos por Pagar com a Dívida de Curto Prazo do Balanço
2006
2007
2008
2009
2010
Compromissos por pagar (orçamentais)
2.328,3
2.171,6
2.175,5
2.776,9
2.827,5
Dívidas de curto prazo (Balanço)
2.188,2
2.264,4
2.436,8
2.879,7
3.155,1
-140,1
92,8
261,3
102,7
327,6
Diferença Unidade: milhões de euros 74
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.4.5. Estrutura da Despesa Paga A observação do Quadro 2.26 deverá estar associada à leitura dos Quadros 2.22 e 2.24 e permitirá que se salientem os seguintes aspetos: •
As despesas com pessoal foram as despesas mais representativas na estrutura da despesa municipal tendo adquirido o maior peso em 2010 (31,1%) e representando relativamente menos em 2008 (27,4%), pese embora esta
despesa tenha apresentado uma variação sempre em sentido ascendente. No quinquénio 2006/2010, representou, em média 28,8% do total da despesa autárquica, peso superior a qualquer outra despesa municipal. Em termos absolutos, a despesa paga ao pessoal aumentou +421 milhões de euros, entre 2006 e 2010, tendo crescido, só em 2009, cerca de +244,4 milhões, aumento nunca experimentado nos últimos anos. Anota-se que os aumentos verificados em 2007, 2008 e em 2010 foram, respetivamente, de 43 M€, 81 M€ e 52M€.
Quadro 2.26 | Estrutura das despesas pagas62
2006
2007
2008
2009
2010
nº de municípios existentes
308
308
308
308
308
nº de municípios analisados
306
308
308
308
308
Despesas com pessoal
29,0%
28,0%
27,4%
28,7%
31,1%
Aquisição de bens e serviços
20,3%
22,0%
22,6%
22,2%
22,0%
Juros e outros encargos
1,8%
2,4%
2,9%
2,3%
1,3%
Transferências correntes
6,0%
6,5%
6,4%
6,4%
6,4%
Subsídios
1,7%
1,8%
1,8%
1,9%
1,9%
Outras despesas correntes
1,5%
1,3%
1,5%
1,4%
1,3%
Total de despesas correntes
60,4%
62,0%
62,6%
62,9%
64,0%
Aquisição de bens de capital
28,5%
26,8%
26,5%
24,7%
22,6%
Transferências de capital
5,1%
5,1%
5,4%
5,2%
4,7%
Ativos financeiros
0,6%
0,4%
0,4%
0,5%
0,5%
Passivos financeiros
4,9%
5,3%
4,5%
5,5%
7,3%
Outras despesas de capital
0,6%
0,4%
0,6%
1,2%
0,9%
Total de despesas de capital
39,6%
38,0%
37,4%
37,1%
36,0%
62. Dos 308 municípios, apenas 153 (49,7%) discriminaram as despesas pagas relativas a exercícios anteriores. Os restantes 155 indicaram apenas as despesas pagas totais.
75
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
•
•
•
76
A aquisição de bens de capital (despesa de Investimento), a segunda maior despesa autárquica em volume de pagamentos, apresentou, no período em análise, uma progressiva diminuição do peso relativo, no total dos pagamentos efetuados. Contudo, em termos absolutos a leitura não será tão linear. Se os pagamentos baixaram, em 2007, -6 milhões de euros (-0,3%), em 2008, voltaram a aumentar +102 milhões de euros (+5,1%), tendo todavia baixado o peso relativo no total dos pagamentos. Em 2009, à diminuição do peso relativo dos pagamentos de despesa de investimento, correspondeu, efetivamente, uma diminuição do volume de pagamentos, sendo mais abrupta essa descida em 2010, em que o peso relativo destes pagamentos (22,6%) atingem o mínimo do período (- 282M€) Com um volume de despesa paga, em 2010, muito próxima da despesa em bens de investimento, a aquisição de bens e serviços correntes foi a terceira maior despesa, na estrutura dos pagamentos das autarquias, com um peso que, no quinquénio, variou entre 20,3% em 2006 e 22,6% em 2008. Em 2010, o peso relativo dos pagamentos destas despesas baixou para 22%, correspondendo-lhe uma efetiva diminuição de pagamentos de 124 M€. Contudo, entre 2006/2010, a despesa paga cresceu 22%., isto é + 312M€. O total dos pagamentos com transferências e subsídios correntes e de capital, representaram, em 2010, 11% da despesa total paga (11,1% em 2006, 11,6% em 2007, 11,8% em 2008 e 11,6% em 2009). Anota-se que en-
CAPÍTULO 2
quanto o peso das transferências correntes se manteve sensivelmente homogéneo durante o quinquénio, representando em média 6,3% das despesas pagas, o peso das transferências de capital baixou 0,5pp em 2010. Em conjunto o valor dos pagamentos das transferências cifrou-se em 100M€. •
Os passivos financeiros (amortizações de empréstimos) representaram, em média, 5,5% do peso dos pagamentos efetuados pelas autarquias, sendo que em 2010 as amortizações efetuadas representaram 7,3% do total dos pagamentos efetuados
•
Relativamente às restantes rubricas de despesas, importa assinalar a significativa descida de peso das despesas relativas a juros e outros encargos. Desde 2009 que o montante global de juros vem decrescendo fruto da descida das taxas de juros. E que se traduziu em -33M€ de encargos em 2009 e -87M€ em 2010.
Decorrente da análise efetuada e dos dados recolhidos dos documentos de prestação de contas dos municípios, apresentam-se, a seguir os 35 municípios com o menor e maior índice de despesa com pessoal (R11 e R12). A construção destes quadros sustentou-se nos valores apresentadas nas respetivas contas de gerência e apenas referentes ao núcleo administrativo da estrutura orgânica das câmaras municipais. Não foram consideradas as despesas homólogas das empresas municipais e serviços municipalizados, por não existir a consolidação de contas.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R11 | Municípios que apresentam menor peso das despesas com pessoal, nas despesas totais
1
Fornos de Algodres
P
2010 % 5,3%
2
São Roque do Pico
P
13,9%
Município
3
São João da Pesqueira
4 5
Dimensão
R12 | Municípios que apresentam maior peso das despesas com pessoal, nas despesas totais
2009 Posição 157
1
Campo Maior
3
2
Sardoal
2
3
Castelo de Vide
Município
P
2010 % 54,5%
2009 Posição 7
P
54,4%
31
P
52,6%
4
Dimensão
P
14,2%
Belmonte
P
15,3%
8
4
Ourique
P
52,2%
29
Vila da Praia da Vitória
M
15,4%
31
5
Faro
M
51,8%
36
6
Mondim de Basto
P
15,9%
251
6
Alcochete
P
51,8%
5
7
Vila Real de Santo António
P
16,1%
182
7
Mourão
P
51,7%
14
8
Batalha
P
16,2%
23
8
Bombarral
P
49,6%
17
Monforte
P
48,9%
54
9
Lajes do Pico
P
16,3%
192
9
10
Alfândega da Fé
P
16,6%
56
10
Moita
M
47,1%
1
11
Ribeira Grande
M
16,7%
5
11
Sesimbra
M
46,7%
20
12
Lajes das Flores
P
17,8%
17
12
Santiago do Cacém
M
46,1%
44
13
Pombal
M
17,8%
30
13
Borba
P
46,0%
105
14
Porto Moniz
P
17,9%
84
14
Figueiró dos Vinhos
P
45,5%
13 46
15
Montemor-o-Velho
M
18,2%
12
15
Palmela
M
45,4%
16
Castelo Branco
M
18,7%
11
16
Vendas Novas
P
44,3%
11
17
Almeida
P
18,7%
38
17
Seixal
G
44,3%
18
18
Arouca
M
18,7%
53
18
Peniche
M
44,3%
8
Alter do Chão
P
43,9%
34
19
Alvaiázere
P
18,8%
70
19
20
Caldas da Rainha
M
19,3%
13
20
Setúbal
G
43,8%
12
21
Cantanhede
M
19,7%
142
21
Nazaré
P
42,9%
158
22
Bragança
M
20,0%
21
22
Barrancos
P
42,9%
37
23
Sabugal
P
20,1%
19
23
Alpiarça
P
42,6%
53
24
Ferreira do Zêzere
P
20,4%
108
24
Espinho
M
42,4%
39
25
Sernancelhe
P
20,7%
188
25
Calheta (R. A. A.)
P
42,4%
146
26
Angra do Heroísmo
M
20,8%
67
26
Montijo
M
42,3%
3
27
Pampilhosa da Serra
P
20,9%
22
27
Portel
P
42,0%
66
28
Esposende
M
21,0%
77
28
Évora
M
42,0%
80
29
Lamego
M
21,2%
14
29
Olhão
M
41,9%
55
15
30
Benavente
M
41,9%
67 45
30
Fundão
M
21,4%
31
Arcos de Valdevez
M
21,4%
9
31
Redondo
P
41,6%
32
Cascais
G
21,4%
28
32
Cartaxo
M
40,7%
2
33
Covilhã
M
21,6%
44
33
Barreiro
M
40,7%
21
34
Oliveira do Bairro
M
21,9%
26
34
Cadaval
P
40,6%
40
29
35
Lisboa
G
40,5%
22
35
Lagoa (R.A.A)
P
22,0%
77
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Face à existência de transferência de competências dos municípios para as Juntas de Freguesia sustentados em contratos programa, com reflexos na despesa municipal e na respetiva estrutura financeira, será pertinente apresentar o montante total de apoio financeiros dos municípios às juntas de freguesia, desagregado pelos grupos de municípios de acordo com a sua dimensão e ainda o peso desses valores no total da despesa paga.
Quadro 2.27 | Estrutura das Transferências para as Freguesias por grupos de municípios Pequenos
%
Médios
%
Grandes
%
Total
%
Transferências Freguesias - correntes
14,6
36,2%
43,9
44,5%
67,1
58,5%
125,7
49,5%
Transferências Freguesias - capital
25,7
63,8%
54,8
55,5%
47,7
41,5%
128,2
50,5%
Total transferências
40,2
100%
98,7
100%
114,9
100%
253,8
100%
Unidade: milhões de euros
Quadro 2.28 | Peso do valor das Transferências para as Freguesias no total da despesa paga Dimensão
Valor das transferências - Freguesias
Total da Despesa Paga
Peso das transferências
Pequenos
40,2
2.005,2
2,0%
Médios
98,7
3.129,1
3,2%
Grandes
114,9
2.737,7
4,2%
Total
253,8
7.872,0
3,2%
Unidade: milhões de euros
78
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R13 | Municípios que apresentam maior peso do valor de transferências para Freguesias, na despesa total Município
Distrito
Dimensão
2010
Braga
G
14,16%
1
Braga
2
Torres Vedras
Lisboa
M
11,70%
3
Ponte de Lima
Viana do Castelo
M
11,04%
4
Loures
Lisboa
G
10,49%
5
Fafe
Braga
M
10,42%
6
Viana do Castelo
Viana do Castelo
M
9,66%
7
Barcelos
Braga
G
8,71%
8
Odivelas
Lisboa
G
8,62%
9
Marco de Canaveses
Porto
M
8,39%
10
Lamego
11
Horta
12
Cinfães
Viseu
M
7,43%
Açores
P
7,30%
Viseu
P
7,12% 6,97%
13
Santarém
Santarém
M
14
Vinhais
Bragança
P
6,96%
15
Covilhã
Castelo Branco
M
6,84%
16
Esposende
Braga
M
6,64%
17
Aljezur
Faro
P
6,60%
18
Arcos de Valdevez
Viana do Castelo
M
6,59%
19
Vila Franca de Xira
Lisboa
G
6,50%
20
Póvoa de Lanhoso
6,44%
21
Monção
22
Penalva do Castelo
23
Castro Verde
24
Sabugal
25
Penacova
26
Braga
M
Viana do Castelo
P
6,42%
Viseu
P
6,40%
Beja
P
6,38%
Guarda
P
6,36%
Coimbra
P
6,26%
Leiria
Leiria
G
6,02%
27
Tábua
Coimbra
P
5,98%
28
Trofa
Porto
M
5,97%
29
Ourém
Santarém
M
5,78%
30
Oleiros
Castelo Branco
P
5,72%
31
São João da Pesqueira
Viseu
P
5,71%
32
Viseu
Viseu
M
5,69%
33
Aljustrel
Beja
P
5,68%
34
Vouzela
Viseu
P
5,66%
35
Beja
Beja
M
5,60% 79
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
2.5. Situação Financeira Global 2.5.1. Comparação da receita Cobrada com a Despesa Realizada e Paga O Quadro 2.29 permite comparar os montantes da receita liquidada e cobrada63, com a despesa realizada64 e paga65, e melhor compreender o estado de saúde financeira das autarquias, na sua generalidade. Quadro 2.29 | Receita liquidada, receita cobrada, despesa realizada66 e despesa paga, nos exercícios de 2006 a 2010
2010
2009
2008
2007
2006
1-Corrente 2-Capital Total (1+2) Saldo inicial Total 1-Corrente 2-Capital Total (1+2) Saldo inicial Total 1-Corrente 2-Capital Total (1+2) Saldo inicial Total 1-Corrente 2-Capital Total (1+2) Saldo inicial Total 1-Corrente 2-Capital Total (1+2) Saldo inicial Total
Receita Liquidada 5.127,2 2.119,1 7.246,4 201,5 7.447,9 5.880,8 1.882,2 7.762,9 236,0 7.998,9 6.391,8 2.060,0 8.451,8 347,7 8.799,5 6.381,5 2.506,0 8.887,6 305,2 9.192,8 6.002,8 2.081,1 8.083,9 175,8 8.259,7
Variação -----14,7% -11,2% 7,1% 17,1% 7,4% 8,7% 9,4% 8,9% 47,3% 10,0% -0,2% 21,7% 5,2% -12,2% 4,5% -5,9% -17,0% -9,0% -42,4% -10,2%
Despesa
Cobrada 4.955,0 2.040,2 6.995,2 200,4 7.195,6 5.653,4 1.876,5 7.529,9 239,8 7.769,7 5.730,0 2.005,3 7.735,3 347,3 8.082,6 5.745,8 2.446,2 8.192,0 299,2 8.491,1 5.824,8 2.025,5 7.850,3 176,0 8.026,2
Variação -----14,1% -8,0% 7,6% 19,7% 8,0% 1,4% 6,9% 2,7% 44,9% 4,0% 0,3% 22,0% 5,9% -13,9% 5,1% 1,4% -17,2% -4,2% -41,2% -5,5%
Realizada 4.825,0 4.495,3 9.320,4 -9.320,4 5.206,5 4.375,4 9.581,9 -9.581,9 5.604,8 4.446,6 10.051,4 -10.051,4 6.103,2 5.031,8 11.135,0 -11.135,0 6.051,3 4.648,2 10.699,6 -10.699,6
Variação -----7,9% -2,7% 2,8% -2,8% 7,6% 1,6% 4,9% -4,9% 8,9% 13,2% 10,8% -10,8% -0,9% -7,6% -3,9% --3,9%
Paga 4.220,9 2.771,2 6.992,1 -6.992,1 4.592,9 2.817,4 7.410,3 -7.410,3 4.932,6 2.943,3 7.875,9 -7.875,9 5.259,6 3.098,5 8.358,1 -8.358,1 5.037,2 2.834,8 7.872,0 -7.872,0
Variação -----8,8% 1,7% 6,0% -6,0% 7,4% 4,5% 6,3% -6,3% 6,6% 5,3% 6,1% -6,1% -4,2% -8,5% -5,8% --5,8%
Unidade: milhões de euros 63. Incluindo empréstimos utilizados. 64. Despesa autorizada e comprometida, para o ano económico em questão, incluindo a transitada de anos anteriores. Estão excluídos deste cômputo, os compromissos assumidos para anos futuros. 65. No exercício económico em questão. 66. Total da despesa autorizada que deu origem a obrigação a pagar no ano económico em apreço, mesmo que tenha transitado de anos económicos anteriores.
80
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
em 33,3%, a sua capacidade de pagamento (durante o quinquénio este excesso andou, em média, nos 28,3% e atingiu o mínimo em 2007, com 23,3%). Tratam-se70 de situações deveras comprometedoras para a estrutura financeira das autarquias.
Gráfico 2.18 | Evolução da Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos exercícios de 2006 a 2010
12.00 0 € Despesa Realizada 11.00 0 € Receita Liquidada (não incluindo saldo inicial)
Milh ões
10.00 0€ 9.00 0€
•
Ao comparar-se a despesa corrente realizada com a receita corrente liquidada, pode-se concluir sobre a situação do equilíbrio orçamental corrente71, na ótica ex-post. Verifica-se que ao longo do quinquénio a receita corrente liquidada, só se manteve superior à despesa corrente realizada entre 2006 e 2008. Em 2009 e em 2010 a despesa corrente comprometida excedeu receita corrente cobrada respetivamente em 6,2% e 3,9% (+357,4M€ e +226,5 M€). Mais se anota que em ambos os anos, estes excessos de despesa realizada em relação à receita cobrada foram manifestamente superiores ao volume de receita por cobrar, pelo que esta seria insuficiente para restabelecer o necessário equilíbrio orçamental.
•
Da análise do comportamento dos pagamentos da despesa de capital, verificou-se que, ao longo do quinquénio, em média e em cada ano, ficou por pagar 37% da mesma. Em 2010, 39% da despesa de capital realizada, não foi paga por incapacidade financeira dos municípios, traduzindo-se numa dívida a fornecedores de imobilizado no valor de 1 813,4 milhões de euros. Em 2009, apesar do peso relativo na desta dívida ter sido inferior (38,4%) o seu valor absoluto foi maior totalizando 1 933,3 milhões de euros. Pode-se concluir daqui, o efeito nefasto para o crescimento da economia, a permanente existência de dívidas a fornecedores de imobilizado. Por outro lado, o financiamento das autarquias à custa dos fornecedores, fragiliza-as retirando-lhes capacidade de negociação e torna-as mais dependentes do mercado de oferta.
Receita Cobrada (não incluindo saldo inicial)
8.00 0€
Despesa Paga
7.00 0€ 6.00 0€ 2006
2007
2008
2009
201 0
Da observação do quadro anterior e do gráfico 2.18 conclui-se o seguinte: •
O valor total da despesa realizada (comprometida) foi, sempre, ao longo do quinquénio 2006/2010 manifestamente superior ao valor da receita liquidada67 (direito a receber). Este excesso de despesa relativamente à receita foi de +1.873 milhões de euros, em 2006, de +1.583 milhões de euros, em 2007, de +1.252 milhões de euros, em 2008, de +1.942 milhões de euros, em 2009 e + 2 440 milhões de euros, em 2010. Representou, em média, entre 2006 e 2010 +22% da receita liquidada. Em 2010, o excesso de despesa realizada sobre receita liquidada representou 29,5% da mesma.
•
O cenário apresentado no ponto anterior agrava-se, ao compararem-se os valores da despesa realizada com a receita cobrada68, incluindo o saldo da gerência anterior. Verifica-se que o sector autárquico municipal, em 2010, apresentou o maior nível de despesa69, do quinquénio, relativamente à receita cobrada, excedendo
67. Incluindo o saldo da Gerência anterior. 68. Considerando a utilização dos empréstimos bancários. 69. Pese embora em valores absolutos, tenha sido no ano de2009 que a se realizou o maior volume de despesa. Todavia, nesse ano o diferencial para a despesa cobrada, ainda assim, foi inferior ao verificado em 2010
70. Com fortes implicações nos orçamentos de anos futuros. 71. Não será pacífica esta definição de “equilíbrio orçamental corrente ex-post”. Certos relatórios de auditoria da Inspecção-Geral de Finanças avaliam este rácio pela comparação entre a receita cobrada e a despesa realizada. Não nos parece a solução mais adequada! De facto, comparam-se situações de natureza orçamental diversa. No nosso entender ao considerar-se, para efeitos de determinação do equilíbrio corrente ex-post, as despesa realizadas (geradoras de obrigações) e não as pagas (óptica de caixa), então dever-se-ão considerar para o mesmo efeito, não as receitas cobradas (óptica de caixa), mas sim as receitas liquidadas geradoras de direitos para o município.
81
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.19 | Estrutura da Receita e da Despesa Paga e Despesa Realizada, em 2010
14.000 12.000 10.000 8.000 6.000
176
176
8.084
7.850
13.188
12.995
10.700
4.000
7.872
2.000 0 Receit a Prevista Corrigida Corrente + Capital
Receit a LiquidadaR
Saldo inicial
ecei ta Cobrada
Despesa Prevista Corrigida
Despesa Realizada
Despesa Paga
Total
Unidade: milhões de euros
No Quadro 2.30 apresentam-se alguns indicadores relativos a despesas e receitas, evidenciando-se os valores médios, máximos e mínimos. A avaliação dos níveis de execução da despesa e da receita, conforme indicador definido em POCAL, não se pode dissociar da análise da evolução dos valores orçamentais da receita e respetivas cobranças. O grau de execução da receita poderá traduzir mais, a desproporção entre o volume de receita prevista72 e a capacidade real de cobrança, que, um decréscimo do volume global da receita executada. Os valores observados suscitam os seguintes comentários: A média do grau de execução do orçamento da despesa73, 72. Normalmente associada a taxas, infundadas, de crescimento da receita global. 73. Grau de execução da despesa conforme POCAL: valor pago/dotação previsional corrigida.
82
no período 2006/2010, foi 63,1%, isto é, + 3,6pp que a média do grau de execução do orçamento da receita74, para o mesmo período, a qual se fixou em 59,5%. Verifica-se que em 2006 e 2010, o grau de execução da despesa ficaram abaixo da média do período, atingindo o nível mais baixo em 2010, com 59,7% de despesa paga em relação à despesa prevista. A pior execução da despesa em 2010, correspondeu ao mais baixo nível de execução da receita no quinquénio, ao cobrar-se em 2010 apenas 55,5% da receita prevista75. Ao analisar-se a evolução das taxas de crescimento da despesa prevista entre 2006 e 2010, verifica-se que em sede de elaboração dos orçamentos não foram tidos em conta os sinais visíveis da diminuição da taxa de crescimento da cobrança, verificada a partir de 2008. Mais ainda, verifica-se a deficiente resposta dos orçamentos de despesa de 2010, às reduzidas taxas de execução da receita verificadas em 2009, agudizando a situação de tesouraria dos municípios ao prescindir-se da adequação da despesa prevista aos baixos índices de cobrança apresentados no ano anterior. As receitas liquidadas e não cobradas têm um peso pouco significativo na estrutura financeira das autarquias, representando, em média, nestes cinco anos 5,1% da receita total liquidada. Verifica-se que este indicador teve a sua expressão mais baixa em 2007 e 2010, exatamente com o mesmo valor de 2,9%, diminuindo a receita por cobrar de 2009 para 2010 em 66,7%. 74. Grau de execução da receita conforme POCAL: valor cobrado/dotação previsional da receita (corrigida). 75. Um fraco grau de execução de receita deveria reflectir, num fraco grau de execução da despesa. Contudo, é uma correspondência que se verifica não existir na grande maioria dos municípios
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.30 | Indicadores da Despesa e da Receita Municípios existentes Municípios analisados
Intervalos
Mínimo Grau de execução do orçamento – Despesaj
Máximo Médio
Receitas por cobrar em relação às receitas liquidadas
2009
2010
308
308
308
308
308
303
306
308
308
308
28%
25%
34%
28%
24%
Borba
Aveiro
Castanheira de Pêra
Cartaxo
Portimão
92%
99%
94%
92%
95,3%
Benavente
Pombal
Mealhada
S. J. Pesqueira
S. J. Pesqueira
62%
65%
65%
62%
60%
24%
35%
28%
28%
Aveiro
Guarda
Cartaxo
Trofa
102%
118%
100%
93%
96%
Mafra
Albufeira
Sobral de Monte Agraço
Fornos de Algodres
S. J. Pesqueira
Médio
64%
68%
67%
63%
62%
Mínimo
0%
0%
0%
0%
0%
34%
53%
35%
44%
58%
Funchal
Funchal
Fundão
Fundão
Guarda
8%
7%
4%
4%
5%
Máximo
Máximo
Mínimo
Máximo Médio Mínimo
Despesas com pessoal em relação às despesas totais
2008
28%
Médio
Despesas de Investimento em relação às despesas totaisl
2007
Borba
Mínimo Grau de execução do orçamento – Receitak
2006
Máximo Médio
3%
3%
3%
2,80%
2,24%
Coimbra
Porto
Cartaxo
Cartaxo
Albergaria-a-Velha
69%
69%
68%
55%
59%
São Vicente
Ribeira Brava
Castelo Branco
Ribeira Brava
Mondim de Basto
27%
28%
28%
28%
21%
12%
9%
9%
11%
5%
São Vicente
Covilhã
Castelo Branco
Ribeira Brava
Fornos de Algodres
64%
53%
58%
53%
55%
Barrancos
Sardoal
Alcochete
Moita
Campo Maior
31%
28%
29%
29%
31%
j. Razão entre despesa paga e a despesa prevista. k. Razão entre a receita cobrada e a receita prevista. l. Razão entre as despesas de investimento pagas e o total das despesas pagas no ano. Em 2010 foi considerado apenas o valor inscrito na rubrica 07.01 – Investimentos, o que explica a diminuição dos valores (nos anos anteriores apenas foi possível considerar o total inscrito na rubrica 07 – aquisição de bens de investimento). 83
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Analisando ainda os índices do quadro 2.30, verifica-se: •
•
•
•
84
Os valores dos indicadores de realização da despesa e da receita, conforme imposto pelo POCAL, tenderão a ser muito semelhantes, uma vez que se tratam de graus de execução ao nível de Caixa e referenciados a iguais montantes, como os são, o total da receita e o total da despesa. Tais indicadores apenas nos informam dos valores cobrados em relação à receita prevista, e dos montantes pagos em relação a iguais montantes previstos de despesa. É esta a situação apresentada no quadro anterior, com um grau médio de realização da despesa de 62,8% e da receita de 64,8%. Esta comparação pouco nos dirá sobre a situação financeira dos municípios, pois se reporta apenas a situações de caixa. Contudo, ao analisar-se a razão dos compromissos por pagar / dívida de curto prazo, logo se verifica que o verdadeiro indicador da realização da despesa terá que ser referenciado à despesa assumida (compromissos assumidos). Analisando ainda o quadro anterior, pretende-se chamar a atenção para a existência de graus elevados de receita por cobrar, em relação à receita liquidada. Mais se verificou que são sempre os mesmos municípios a apresentarem tal situação, não sendo explícito na prestação de contas a causa desta situação, pelo que nos escusamos de concluir por uma eventual sobre orçamentação da receita.
CAPÍTULO 2
•
O indicador do peso da despesa com pessoal mostra o diferencial de situações existentes a este nível, sendo preocupante para a saúde financeira dos municípios os níveis de despesa superior à média de 30%. Estão nesta situação 166 municípios (53,9%)
Para melhor se compreender a conjuntura financeira em que moveram os municípios durante o quinquénio de 2006/2010, apresentam-se no Quadro 2.31 os níveis de execução da despesa assumida e o nível de execução da receita liquidada. Considerando-se despesas e receitas totais com inclusão dos ativos e passivos financeiros, seria razoável, pelo menos ao nível das liquidações, que o grau de execução da despesa se aproximasse do grau de execução da receita. Ora, a observação do Quadro 2.31, permite-nos concluir por uma prática de gestão financeira bem diferente! A análise do grau de realização da despesa e da receita, respetivamente, referenciados aos compromissos assumidos e às liquidações efetuadas, podemos concluir: •
Outra situação fora do comum serão os níveis elevados de realização de investimentos em relação à despesa total, superiores a 50%, quando a média é de 28%. Estiveram nesta situação os municípios de São Vicente, Ribeira Brava, Castelo Branco e Mondim de Basto.
No período 2006/2010, para iguais valores de previsão da despesa e da receita, o grau médio de execução da despesa reportada aos compromissos assumidos, foi de 81,9%. Índice, manifestamente superior ao verificado para a receita liquidada, que foi de 65,2%. Esta diferença de 16,7% será o peso médio de despesa que, ao longo dos quatros anos, nunca foi coberta pela receita76
•
É de anotar o facto de municípios apresentarem elevados níveis de execução da receita. Foram exemplo disso os seguintes: Mafra, Albufeira, Sobral de Monte Agraço, Fornos de Algodres e S. J. da Pesqueira. Analisada as suas contas, constata-se que os municípios com níveis de execução da receita superior a 100% apresentaram excedentes orçamentais, sobre as despesas assumidas. Assim, Mafra apresentou um excedente de 5,7 milhões de euros, Albufeira de 16,4 milhões de euros e Sobral de Monte Agraço de 0,5 milhões de euros.
Em 2010, esta diferença acentuou-se com um nível de realização dos compromissos de 80,1% e um nível de liquidação da receita de apenas 62,6%. Isto é, 17,5% da despesa realizada em 2010 foi assumida sem possibilidade de ser coberta por receita77.
76. Mantendo-se o enquadramento legal, da possibilidade de ser autorizada despesa na base da previsão da receita e, não havendo mecanismo legislativo que obrigue ao reequilíbrio orçamental aferido à execução da receita, este diferencial de execução tornar-se-á crónico, e a despesa de curto prazo tenderá a aumentar face às restrições do acesso ao crédito bancário. A concretização da despesa, independentemente da realização ou não da receita, é a razão da falta de liquidez da generalidade dos municípios. Importaria, no mais curto espaço de tempo, que fossem adoptadas medidas que, condicionassem a realização da despesa à execução do orçamento da receita. 77. A diferença acentuada da execução da despesa e da receita, já referida em momentos anteriores, que se manteve sempre entre 2006 e 2010 e mais acentuada neste último ano, dificultará a consolidação financeira das autarquias e será responsável pelo seu desequilíbrio financeiro estrutural
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.31 | Indicadores da Despesa e Receita com base nos compromissos e liquidações Municípios existentes Municípios analisados Grau de execução da despesa comprometida Grau de execução da receita liquidadao
Intervalos Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio
2006 308 306 39,8% 100,0% 81,3% 27,5% 103,9% 64,4%
2007 308 308 49,5% 100,0% 83,0% 24,4% 121,6% 67,8%
2008 308 308 50,3% 100,0% 82,8% 35,4% 101,2% 67,4%
2009 308 308 46,2% 100,2%n 82,2% 28,4% 93,8% 63,7%
2010 308 308 46,6%m 99,2% 80,1% 28,3% 97,5% 62,6%
m. Em 2010, apenas Campo Maior apresentou um grau de execução da despesa comprometida inferior a 50% (o grau de execução da receita liquidada também foi inferior a 50%). Assim, em 2010, dos 55 municípios que tiverem um grau de execução da receita liquidada inferior a 50%, 54 desses tiveram um grau de execução da despesa superior a 50%. n. Este grau elevadíssimo de realização da despesa pertence ao município de Serpa. Este município apresentou: dotações previsionais corrigidas de 22.462.734 € e comprometeu despesa em valor ligeiramente superior 22.498.339 €. Há aqui uma falha do sistema de controlo, pelo menos a nível informático. o. Razão entre as despesas de investimento pagas e o total das despesas pagas no ano. Em 2010 foi considerado apenas o valor inscrito na rubrica 07.01 – Investimentos, o que explica a diminuição dos valores (nos anos anteriores apenas foi possível considerar o total inscrito na rubrica 07 – aquisição de bens de investimento).
O Ranking R14 enumera os municípios, com maior grau de receita liquidada, igual ou superior a 80%, sendo que, 5 municípios apresentam uma execução da receita acima dos 90%.
40,4%80 da mesma e que manteve a execução da despesa ao nível de 72,1% do orçamento previsto. A despesa por pagar representou, em 2010, 40,5% da despesa assumida.
Para além desta listagem, deve-se referir que com níveis de execução da receita inferior a 80% mas superior ou igual a 70%, se encontram, ainda, 64 municípios: 7 de grande dimensão, 20 de média dimensão e 37 de pequena dimensão
Verifica-se que aos baixos níveis de concretização da receita não correspondeu, na generalidade, uma contração da despesa. Esta executou-se pelos níveis do orçamento previsional da despesa,81 aliás, como a lei permite.
É preocupante a existência de autarquias que apresentam, ainda, execuções orçamentais com níveis de liquidação das receitas inferiores a 50%78. E em alguns casos níveis de execução na ordem dos 35%.
Este quadro atesta bem, o que já se tem vindo a anotar sobre a necessidade de se encontrar uma nova forma reguladora da despesa, para além do atual limite de endividamento líquido, que permita um maior ajustamento do grau da execução da despesa ao nível de execução da receita, permitindo uma melhor consolidação do sistema financeiro autárquico.
O Ranking R15 ordena, para 2010, os municípios com grau de liquidação da receita inferior a 50% das receitas previstas. Anota-se que está nesta situação um dos grandes municípios, Vila Nova de Gaia79, que ao nível da receita apenas concretizou 78. A aplicação rigorosa das normas do POCAL, só por si, seria impeditiva desta situação, sempre associada a orçamentos excedentários. 79. A autarquia apresentou, em 2009 grandes diferenças entre a receita prevista e a receita liquidada e cobrada nas seguintes rubricas económicas: rendimentos de propriedade – rendas; transferências correntes – sociedades e quase - sociedades não financeiras; outras receitas correntes; venda de bens de investimento e 10 transferências de capital – participação em projectos co-financiados. Por outro lado, o município apresentou Passivos Financeiros utilizados muito superiores aos previstos, no orçamento inicial e corrigido. Face a esta fraca realização da receita e à manutenção de níveis elevados da realização da despesa, a dívida a Fornecedores aumentou 8% de 2008 para 2009. Em 2009,
Destes municípios, com execução da receita liquidada inferior a 50%, 14 deles apresentaram execução da despesa comprometida acima dos 80% e, 4 municípios executaram despesa no dobro da receita executada! o montante do orçamento da despesa foi de 299.257.950 €; o montante total cobrado da receita foi de 138.828.159 € e os montantes de pagamentos foram de 143.679.193 €. O grau de execução da despesa assumida foi de 82,1% e o da despesa paga foi de 48,1%. 80. Receita Prevista = 297,1 milhões € e Receita Liquidada = 120,3 milhões € e Despesa por pagar = 86,9 milhões € 81. Igual ao Orçamento Previsional da Receita pela regra do equilíbrio orçamental ex-ante
85
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
R14 | Municípios com rácio Receitas liquidadas82/ Receitas previstas igual ou superior a 80% Município
Dimensão
Receitas liquidadas/ Receitas previstas 2006
2007
2008
2009
2009
1
Almada
G
85,9%
101,7%
92,4%
80,1%
97,5%
2
São João da Pesqueira
P
82,8%
85,4%
83,1%
91,8%
95,8%
3
Lajes das Flores
P
67,3%
79,7%
85,0%
64,8%
94,5%
4
Mortágua
P
87,9%
94,7%
96,1%
75,8%
94,1%
35,2%
68,1%
93,8%
94,1%
85,4%
79,4%
67,9%
89,5%
5
Fornos de Algodres
P
--
6
Nelas
P
89,5%
7
Figueira de Castelo Rodrigo
P
74,7%
61,8%
64,8%
68,0%
88,7%
8
Vila Franca de Xira
G
83,0%
96,3%
88,6%
85,7%
88,0%
p
9
Mealhada
M
76,6%
101,4%
96,3%
84,0%
87,8%
10
Vila do Porto
P
89,7%
78,0%
73,5%
83,1%
87,5%
11
Aguiar da Beira
P
83,3%
79,3%
74,3%
82,5%
87,3%
12
Elvas
M
89,4%
108,9%
92,9%
85,2%
86,6%
13
Constância
P
90,1%
86,7%
77,8%
69,1%
86,0%
14
Santa Cruz das Flores
P
77,7%
93,9%
85,6%
64,3%
85,5%
15
Albergaria-a-Velha
M
70,1%
65,2%
62,7%
72,8%
85,3%
16
Moita
M
77,2%
87,8%
90,5%
81,4%
85,3%
17
Castelo de Vide
P
77,4%
75,3%
94,3%
86,1%
84,1%
18
Benavente
M
92,7%
102,9%
97,9%
84,3%
83,7%
19
Bragança
M
71,4%
78,5%
81,5%
81,9%
83,5%
20
Gouveia
P
70,7%
89,4%
93,2%
82,6%
82,7%
21
Salvaterra de Magos
M
78,3%
87,2%
84,6%
88,7%
82,4%
22
Montijo
M
82,7%
97,9%
77,2%
72,7%
82,1%
23
Sobral de Monte Agraço
P
92,6%
82,6%
101,2%
82,9%
82,1%
24
Baião
M
75,6%
89,1%
73,2%
80,1%
81,9%
25
Porto
G
85,9%
93,0%
72,8%
91,4%
81,7%
26
Paços de Ferreira
M
71,8%
61,2%
67,4%
69,2%
81,1%
27
Braga
G
71,0%
78,3%
77,2%
79,3%
80,9%
28
Sintra
G
72,3%
78,6%
68,1%
61,4%
80,6%
29
Oliveira de Azeméis
M
78,2%
62,1%
88,1%
86,3%
80,5%
p. Não foi possível recolher a informação financeira deste município em 2006.
82. Depois de deduzidas as liquidações anuladas.
86
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Município
Dimensão
R15 | Municípios com menor rácio Receitas liquidadas83 / Receitas previstas Receitas liquidadas/ Receitas previstas versus Despesa Comprometida / Despesa Prevista 2007 Execução da despesa
2008
Execução da Receita
Execução da despesa
2009
Execução da Receita
Execução da despesa
2010
Execução da Receita
Execução da despesa
Execução da Receita
1
Trofa
M
97,9%
68,9%
75,0%
49,6%
73,7%
40,8%
84,8%
2
Portimão
M
93,9%
66,6%
96,1%
60,2%
97,1%
40,8%
81,7%
28,3% 29,4%
3
Castanheira de Pêra
P
80,6%
31,6%
88,2%
35,5%
81,4%
30,4%
89,1%
31,8%
4
Ribeira Brava
P
78,2%
51,9%
60,7%
40,2%
69,4%
47,2%
59,7%
32,2%
5
Guarda
M
71,3%
33,5%
68,7%
48,0%
68,9%
48,0%
63,8%
34,5%
6
Vizela
M
89,7%
76,5%
79,7%
61,2%
76,5%
50,6%
72,6%
34,6%
7
Paredes
M
86,9%
65,4%
83,0%
63,8%
81,9%
52,4%
77,0%
34,7%
8
Covilhã
M
77,0%
53,5%
82,0%
56,3%
73,4%
38,9%
65,8%
35,2%
9
Faro
M
80,0%
46,4%
92,5%
49,6%
89,0%
50,7%
72,5%
36,0%
10
Porto Santo
P
82,3%
82,5%
58,2%
64,8%
83,4%
44,7%
70,4%
36,1%
11
Vila Nova de Poiares
P
71,5%
41,1%
79,3%
40,0%
50,9%
30,4%
69,5%
36,6%
12
Aveiro
M
66,2%
24,4%
71,0%
43,0%
66,0%
35,2%
68,6%
36,6%
13
Alijó
P
78,3%
39,9%
80,8%
44,1%
85,9%
60,9%
76,2%
37,3%
14
Castro Marim
P
52,0%
56,3%
62,6%
47,4%
50,2%
39,5%
51,7%
37,6%
15
Campo Maior
P
67,5%
78,6%
73,1%
80,2%
76,7%
62,3%
46,6%
37,6%
16
Castelo de Paiva
P
71,3%
33,6%
74,8%
37,6%
70,5%
44,0%
59,0%
37,8% 38,2%
17
Trancoso
P
66,8%
44,4%
81,0%
49,7%
76,7%
41,8%
77,1%
18
Nazaré
P
97,6%
47,1%
96,3%
38,7%
74,1%
42,2%
83,4%
39,0%
19
Cartaxo
M
94,4%
49,0%
83,0%
70,8%
51,1%
28,4%
69,0%
39,3%
20
Torres Novas
M
84,0%
46,1%
86,6%
52,5%
73,6%
51,2%
66,8%
39,9%
21
Vila Nova de Gaia
G
79,0%
58,2%
85,9%
53,7%
82,1%
47,5%
72,1%
40,4%
22
Câmara de Lobos
M
67,4%
49,0%
77,7%
53,1%
72,2%
40,3%
69,2%
40,9%
23
Vila Pouca de Aguiar
P
81,6%
53,4%
68,2%
41,1%
70,4%
44,0%
60,2%
41,0%
24
Fundão
M
89,6%
40,6%
66,5%
42,6%
81,4%
50,3%
77,3%
41,4%
25
Mangualde
M
91,2%
52,6%
89,6%
47,9%
66,7%
41,7%
68,9%
41,5%
26
Nordeste
P
60,7%
52,6%
74,1%
49,0%
72,0%
41,9%
93,3%
42,8%
27
Figueiró dos Vinhos
P
85,4%
62,8%
80,6%
55,0%
69,3%
41,0%
66,8%
42,8%
28
Mirandela
M
75,6%
46,5%
77,8%
48,8%
82,7%
51,8%
73,4%
43,0%
29
Alcanena
P
93,5%
61,1%
99,9%
69,0%
96,4%
63,5%
77,1%
43,5%
30
Ourique
P
68,9%
42,0%
72,0%
43,4%
87,0%
65,6%
61,3%
43,7%
31
Vila Viçosa
P
91,9%
72,9%
75,9%
62,7%
74,1%
60,5%
59,9%
43,9%
32
Alvaiázere
P
79,0%
68,6%
83,1%
55,9%
85,4%
47,1%
75,0%
44,0%
33
Miranda do Douro
P
84,5%
61,6%
79,2%
53,5%
77,7%
66,2%
70,6%
44,5%
34
Alter do Chão
P
69,0%
59,1%
57,3%
50,4%
56,4%
53,0%
56,4%
45,2%
35
Santa Comba Dão
P
89,7%
56,6%
90,1%
50,9%
86,5%
61,8%
82,0%
45,6%
83. Depois de deduzidas as liquidações anuladas.
87
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
2.5.2. Saldos Orçamentais Quando se levanta a questão do défice público e a contribuição ou não para o reforço do mesmo, por parte das autarquias, usa-se como referência o Saldo Global da administração local, relacionado com as receitas e despesas efetivas84, isto é, não financeiras. As receitas efetivas85 são todas aquelas que não dão origem a encargos futuros (isto significa que não incluem as receitas que provêm de recurso a empréstimos – passivos financeiros) e que não resultam de reembolsos de empréstimos concedidos (isto é, não incluem os ativos financeiros). De igual modo as despesas efetivas86 são aquelas que não incluem despesas com activos e passivos financeiros. Assim, será o total da despesa efectuada excluída da amortização de capital (passivos financeiros) e da despesa com compra de títulos (activos financeiros). O saldo global ou efetivo87, caso seja positivo, existe superavit, isto é, um excedente orçamental que se traduz na capacidade de financiamento da administração local. 84. Despesa efectiva = despesas corrente + despesas de capital – activos financeiros – passivos financeiros.
CAPÍTULO 2
Caso seja negativo, então há défice, isto é, há necessidade de financiamento. Há, ainda, um outro conceito que interessa reter, pela importância que o mesmo reveste na análise da situação financeira de todos os sectores da Administração Pública: o Saldo Primário88. Ora quando do cálculo da despesa efectiva, se excluírem os juros, obtêm-se a despesa primária89. Embora a informação do valor destes indicadores na base dos recebimentos e pagamentos tenha sido a mais frequentemente utilizada nas análises à evolução da situação financeira do sector, certo é que, face à crescente dívida de curto prazo a fornecedores e, face à possibilidade de, com a implementação do POCAL, se identificarem os créditos dos municípios sobre terceiros, entende-se que aqueles saldos não deverão ser avaliados na óptica de fluxos de caixa, mas mais na óptica financeira, na base dos reais fluxos económicos (receitas liquidadas e compromissos assumidos). Assim sendo, apresenta-se o Quadro 2.32, mais a título informativo e apreciar-se-á, essencialmente, a informação prestada no Quadro 2.33 – Saldos na Base de Compromissos.
85. Receita efectiva = receita correntes + receitas de capital – activos financeiros – passivos financeiros 86. Anota-se contudo, que há receitas e despesas efectivas que resultam da existência de activos e passivos financeiros, mas não das operações sobre os mesmos. Estamos a falar dos dividendos que são rendimentos de propriedade e dos juros da dívida., ambas são despesa corrente 87. Saldo global ou efectivo = receitas efectivas – despesas efectivas
88
88. Saldo primário = receitas efectivas – despesas primárias ou Saldo primário = saldo global + juros 89. Despesa primária = despesa efectiva – juros. Despesa corrente primária = despesa corrente – juros
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.32 | Saldos na base de Caixa (recebimentos versus pagamentos) Base de Caixa (recebimentos / pagamentos)
(a)
Receitas correntes (não incluído o saldo inicial)
(b)
Saldo inicialq
(c)
Despesas correntes
2006
2007
2008
2009
2010
4.955
5.653
5.730
5.746
5.825
200
240
347
299
176
4.221
4.593
4.933
5.260
5.037
Saldo corrente
935
1.300
1.145
785
964
N.º de municípios com saldo corrente positivo
257
262
247
212
247
(e)
Receitas de capital
2.040
1.877
2.005
2.446
2.025
(f)
Despesas de capital
2.771
2.817
2.943
3.098
2.835
(d)=(a+b)-(c)
(g)=(e)-(f)
Saldo de capital
-731
-941
-938
-652
-809
(a)+(b)+(e)
Receitas totais
7.196
7.770
8.083
8.491
8.026
(c)+(f)
Despesas totais
6.992
7.410
7.876
8.358
7.872
Saldo orçamental
204
359
207
133
154
N.º de municípios com saldo orçamental positivo
220
244
198
214
215
(h)=(d)+(g)
(i)
Activos financeiros (receitas)
15
43
34
32
11
(j)
Activos financeiros (despesa)
39
33
31
43
38
(k)
Passivos financeiros (receita)
278
357
529
965
516
(l)
Passivos financeiros (despesas)
344
396
353
460
577
(m)
Receitas – AF – PF
6.902
7.369
7.520
7.494
7.499
(n)
Despesas – AF – PF
6.609
6.982
7.491
7.856
7.257
Saldo global ou efectivo
294
387
29
-361
243
Juros e outros encargos (despesas)
128
181
225
192
105
Saldo primário
422
569
254
-169
347
N.º de municípios com saldo primário positivo
205
231
206
154
245
(o)=(m)-(n) (p) (q)=(o)+(p)
Unidade: milhões de euros q. O saldo inicial ou saldo de gerência anterior corresponde às disponibilidades de tesouraria que não foram utilizadas em pagamentos, a maior parte das vezes, por falta de tempo para o processamento dentro do mesmo ano económico. Tal situação deve-se ao facto de um volume significativo de receita da autarquia ser recebida, só, nos últimos dias de Dezembro. Assim, este saldo, será mais um saldo contabilístico e não um saldo financeiro, propriamente dito, sendo que as dívidas de curto prazo que transitam de ano, na generalidade das situações, o absorverão na totalidade. 89
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Quadro 2.33 | Saldos na base de compromissos (liquidações versus compromissos) Compromissos (receita liquidada /compromissos assumidos)
(a)
Receitas correntes (não incluído o saldo inicial)
(b)
Saldo inicial
(c)
Despesas correntes
2006
2007
2008
2009
2010
5.127
5.881
6.392
6.382
6.003
201
236
348
305
176
4.825
5.207
5.605
6.103
6.051
Saldo corrente
504
910
1.145
584
127
N.º de municípios com saldo corrente positivo
177
191
173
129
122
(e)
Receitas de capital
2.119
1.882
2.060
2.506
2.081
(f)
Despesas de capital
4.495
4.375
4.447
5.032
4.648
-2.376
-2.493
-2.387
-2.526
-2.567
(d)=(a+b)-(c)
(g)=(e)-(f)
Saldo de capital
(a)+(b)+(e)
Receitas totais
7.448
7.999
8.800
9.193
8.260
(c)+(f)
Despesas totais
9.320
9.582
10.051
11.135
10.700
Saldo orçamental
4.697
4.611
4.794
5.337
4.824
N.º de municípios com saldo orçamental positivo
37
34
46
21
22
(i)
Activos financeiros (receitas)
17
38
34
31
11
(j)
Activos financeiros (despesa)
46
37
38
54
41
(k)
Passivos financeiros (receita)
281
358
528
965
516
(l)
Passivos financeiros (despesas)
350
400
358
466
583
(m)
Receitas – AF – PF
7.150
7.602
8.238
8.197
7.733
(n)
Despesas – AF – PF
8.925
9.145
9.656
10.615
10.076
-1.775
-1.543
-1.419
-2.418
-2.344
141
204
245
218
134
-1.634
-1.339
-1.174
-2.199
-2.210
36
60
48
29
28
(h)=(d)+(g)
(o)=(m)-(n) (p) (q)=(o)+(p)
Saldo global ou efectivo Juros e outros encargos (despesas) Saldo primário N.º de municípios com saldo primário positivo
Unidade: milhões de euros 90
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 2
Gráfico 2.20 | Evolução do Saldo global efectivo na base de compromissos 12.000 € 10.000 €
Milhões
8.000 € 6.000 € 4.000 € 2.000 € 0€ 2006
2007
2008
2009
201 0
-2.000 € -4.000 €
Receitas – AF – PF
Despesas – AF – PF
Verifica-se que, para a globalidade do setor autárquico municipal, o saldo corrente90 resultante das despesas assumidas e das receitas liquidadas é positivo, mantendo-se o equilíbrio orçamental corrente na situação ex post. Ter-se-á que anotar que só 122 municípios apresentaram este Saldo Corrente positivo. Assim, 186 autarquias, em 2010, terminaram o ano económico com um saldo corrente negativo. Nesta situação estiveram, em 2009, 179 municípios, em 2008, 135 municípios, em 2007, 117 municípios e em 2006, 131 autarquias. O facto do saldo de capital91ser negativo (- 2,6 milhares de milhão de euros, em 2010) não constituiria uma situação anómala, advindo da insuficiência crónica de recursos de capital, se o saldo corrente, fosse suficientemente excedentário para cobrir o saldo negativo de capital. O facto de o saldo corrente ter sido, ao longo do quadriénio, manifestamente, insuficiente para cobrir o saldo de capital negativo, resultou um permanente saldo global orçamental
Saldo global ou efectivo
negativo92 para o sector autárquico. Em 2010 este saldo global foi de -2 344 milhões de euros. Ligeiramente melhor que o verificado em 2009, o pior do período ao apresentar -2 418 milhões de euros. Dado que para o cálculo deste saldo contribuíram todas as receitas liquidadas e despesas assumidas, poder-se-á concluir que o sector autárquico municipal, em 2010, assumiu mais de 2,3 milhares de milhão de euros de despesa, para além da sua capacidade financeira e relativamente à qual não possuía meios de pagamento: nem disponíveis, nem em créditos de curto prazo. Este será o valor do défice do sector administrativo autárquico.
90. Diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes
Relativamente ao Saldo Corrente de Caixa, deveria o mesmo apresentar-se positivo para cada município e não apenas para a globalidade destes, como acontece. Verifica-se que em cada ano económico em estudo, se detetaram municípios que não apresentaram saldo corrente de caixa positivo (51 municípios em 2006, 46 municípios em 2007, 61 municípios em 2008, 96 municípios em 2009 e 61 municípios em 2010).
91. Diferença entre as receitas de capital e as despesas de capital
92. Diferença entre as receitas totais e as despesas totais
91
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
| CAPÍTULO 3 ANÁLISE FINANCEIRA, ECONÓMICA E PATRIMONIAL DOS MUNICÍPIOS 3.1. Fiabilidade do Balanço e da Demonstração de Resultados Económicos O controlo e a transparência da atividade financeira e das relações financeiras das autarquias constituem objetivos e princípios definidos pelo POCAL, bem como pelo Tribunal de Contas que através da Resolução n.º1/2004 inclui nos documentos de prestação de contas a serem apresentados, informação financeira, patrimonial e económica, muito similar à apresentada pelas empresas públicas e privadas. O balanço e a demonstração dos resultados e respetivos anexos constituem os principais mapas do sistema de contabilidade patrimonial, que se baseia na base do acréscimo ou do princípio da especialização dos exercícios 92 (accrual basis). Analisando o Quadro 3.01, com informação resumida sobre o cumprimento do POCAL, no que se refere ao sistema de contabilidade patrimonial (Balanço e Demonstração de Resultados), verificamos que houve uma evolução notável por parte dos municípios no cumprimento das obrigações decorrentes da introdu92. Ver Anexo 3 – Glossário de termos contabilísticos
ção da contabilidade patrimonial, embora persistam ainda algumas situações que carecem de melhor tratamento contabilístico, conforme veremos de seguida. Da evolução dos últimos 5 anos, podemos salientar o seguinte: •
Os mapas de prestação de contas, ao longo deste quinquénio, têm evidenciado evolução do grau de cumprimento do POCAL no que respeita o sistema de contabilidade patrimonial;
•
Todos os municípios (308) apresentam o Balanço e a Demonstração de Resultados como documentos de prestação de contas, situação que se verifica desde 2006;
•
Desde 2008 verificamos que os 308 municípios Portugueses incluem Bens de Domínio Público no Balanço. Em 2010, contudo, 53 municípios não apresentam na conta 45 – «Bens de Domínio Público» valores relativos a terrenos e recursos naturais (63 municípios estavam nesta situação em 2009, 71 em 2008, 77 em 2007 e 89 municípios em 2006); 93
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.01 | Informação patrimonial e económica
2006
2007
2008
2009
2010
N.º de municípios existentes
308
308
308
308
308
Nº de municípios analisados
308
308
308
308
308
Apresentam o Balanço e Demonstração de Resultados na Prestação de contas
308
308
308
308
308
Apresentam amortizações do exercício no Mapa de Demonstração de Resultados
293
295
299
303
304
Têm no ativo Bens de Domínio Público mas não têm qualquer valor em terrenos
89
77
71
63
53
Têm no ativo em Bens de Domínio Público valor em património histórico artístico e cultural
142
152
166
171
176
O Ativo apresenta valor na conta Bens de Domínio Público
302
306
308
308
308
Os Bens de Domínio Público são superiores a 20% do total do ativo
247
257
267
270
268
Registaram proveitos diferidos no Balanço (Passivo)
281
289
293
297
298
Têm no Ativo valores a receber de clientes, contribuintes e utentes
303
306
290
289
290
Apresentam no Ativo valores de existências
200
215
235
245
259
Têm provisões do exercício (mapa de DR)
92
127
143
155
165
Apresentam no Passivo acréscimos de custos
221
251
269
276
289
Quadro 3.02 | Municípios sem registo de proveitos diferidos Relativamente ao cumprimento do princípio da especialização do exercício, no que respeita à contabilização dos subsídios ou transferências recebidas e destinadas à aquisição de bens de investimento (que devem ser registadas como proveitos diferidos e não como proveitos do exercício) verificamos que, em 2010, apenas 10 municípios93 não têm qualquer valor registado nesta rubrica do passivo (11 em 2009, 15 em 2008; 18 em 2007 e 27 em 2006).
93. Esta situação apenas se justificará se os municípios não receberam subsídios para investimentos em 2010 porque, de outra forma, estariam a inflacionar os resultados económicos, pois as receitas eventuais (subsídios recebidos para investimentos) se não contabilizadas em “proveitos diferidos” serão (erradamente) contabilizadas como proveitos do exercício, distorcendo o verdadeiro resultado económico
94
Município
Distrito
Dimensão
1
Carrazeda de Ansiães
Bragança
P
2
Constância
Santarém
P
3
Moita
Setúbal
M
4
Monchique
Faro
P
5
Ourique
Beja
P
6
São João da Pesqueira
Viseu
P
7
Tabuaço
Viseu
P
8
Tondela
Viseu
M
9
Vila do Porto
Açores
P
10
Vimioso
Bragança
P
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Apesar da obrigatoriedade do registo anual das amortizações do exercício94, foram identificados 4 municípios, que em 2010, não efetuaram este registo contabilístico (em 2009 foram 5 autarquias). Face à ausência de registo dos custos relativos à depreciação do Imobilizado, os resultados económicos destes municípios encontram-se sobreavaliados. O quadro seguinte elenca os municípios nesta situação em 2010. Quadro 3.03 | Municípios sem registo de amortizações do exercício Município
meses e até 12 meses; provisão de 100% se a dívida está em mora há mais de 12 meses). Relativamente a esta conformidade contabilística, verificou-se uma melhoria do número de municípios que apresentaram registos nas respetivas contas patrimoniais. Relativamente às Dívidas a receber de Clientes, Contribuintes e Utentes verifica-se que 18 municípios não apresentam saldo nesta conta em 31 de dezembro de 2010, podendo muito provavelmente significar que nesses municípios a liquidação da receita é registada apenas no momento da cobrança, não obedecendo ao definido no POCAL.
Distrito
Dimensão
Aveiro
M
Bragança
P
Quadro 3.04 | Municípios que não apresentaram Dívidas a Receber de Clientes, Contribuintes e Utentes
1
Ílhavo
2
Miranda do Douro
3
Óbidos
Leiria
P
4
Tabuaço
Viseu
P
Ainda em cumprimento com o princípio da especialização dos exercícios devem os municípios proceder ao registo de acréscimo de custos, para refletirem no ano os custos efetivos independentemente do seu pagamento ou recebimento95. Verifica-se que 19 municípios não apresentaram, em 2010, qualquer valor nessa rubrica patrimonial. No entanto, verificou-se no período em análise um decréscimo significativo do número de municípios com este tipo de incumprimento (87 em 2006, 57 em 2007, 39 em 2008 e 32 em 2009). Os princípios contabilísticos a aplicar pelas autarquias obrigam relativamente às dívidas a receber de clientes, contribuintes e utentes que se encontrem em mora, à criação de uma provisão (atualmente no setor empresarial designada por “perdas por imparidade”) para cobranças duvidosas (provisão de 50% se a dívida está em mora há mais de 6
Município
Distrito
Dimensão
1
Alcochete
Setúbal
P
2
Arronches
Portalegre
P
3
Ferreira do Zêzere
Santarém
P
4
Monforte
Portalegre
P
5
Nordeste
Açores
P
6
Oeiras
Lisboa
G
7
Oleiros
Castelo Branco
P
8
Penalva do Castelo
9
Ponte da Barca
10
Porto Santo
11
Santa Cruz das Flores
12
Santana
Viseu
P
Viana do Castelo
P
Madeira
P
Açores
P
Madeira
P
13
Sátão
Viseu
P
14
Tábua
Coimbra
P
94. Em obediência ao princípio da especialização dos exercícios, o valor das aquisições dos bens inventariáveis são custos à medida que vão sendo depreciados ou desvalorizados. Em termos contabilísticos, o registo da desvalorização anual do imobilizado no POCAL designa-se por «Amortizações» e representa um custo que pesa cerca de 16% nos custos totais, dado o elevado valor dos ativos imobilizados. A ausência deste registo deturpa a análise do resultado económico.
15
Tabuaço
Viseu
P
16
Tondela
Viseu
M
17
Vidigueira
Beja
P
95. É exemplo desta situação a contabilização das férias e subsídios de férias devidas aos trabalhadores em N+1, sendo no entanto custo do ano N.
18
Vila Nova de Poiares
Coimbra
P 95
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
3.2. Análise das componentes do Balanço e da Demonstração de Resultados dos municípios 3.2.1. Estrutura e Evolução do Ativo No Quadro 3.05, apresentam-se os valores agregados das componentes do Ativo dos Balanços dos 308 municípios.
Quadro 3.05 | Estrutura do Balanço (ATIVO) Componentes do Ativo Bens de domínio público Imobilizado incorpóreo Imobilizado corpóreo Imobilizado em Curso Total do imobilizado Investimentos Financeiros Existências Dívidas a Receber Títulos Negociáveis Depósitos e Caixa Acréscimos de proveitos Custos diferidos Total
2006 11.369 63 13.024 5.739 30.195 1.110 143 816 37 604 139 86 33.130
2007 11.279 71 13.853 5.926 31.129 1.198 118 818 60 738 197 97 34.355
2008
2009
12.164 75 14.856 5.913 33.008 1.338 116 1.074 35 673 233 198 36.675
2010
12.839 76 15.761 6.201 34.877 1.419 119 1.083 15 584 309 217 38.622
13.613 81 16.345 5.958 35.996 1.613 120 1.197 14 596 410 129 40.075
Variação (%) 2009 - 2010
Variação (%) 2006 - 2010
6,0% 6,0% 3,7% -3,9% 3,2% 13,7% 1,1% 10,5% -7,9% 2,1% 32,8% -40,8% 3,8%
19,7% 28,2% 25,5% 3,8% 19,2% 45,3% -16,2% 46,6% -63,1% -1,3% 195,1% 49,5% 21,0%
Unidade: milhões euros
Gráfico 3.01 | Estrutura do Ativo em 2010 Da observação do Quadro 3.05 e do Gráfico 3.01 podemos concluir o seguinte: •
•
Em 2010, o imobilizado (bens de domínio público, corpóreo e incorpóreo) representava, aproximadamente, 90% do Ativo Total dos Municípios, tal como já se tinha verificado nos 4 anos anteriores96. Entre 2006 e 2010 o imobilizado aumentou 5.801 milhões de euros. Os bens de domínio público e o imobilizado corpóreo97 representavam aproximadamente 83% do total do imobilizado. De 2009 para 2010 verificou-se um acréscimo de imo-
96. Decorridos 7 anos após a obrigatoriedade de implementação do POCAL nem todo o imobilizado existente se encontra avaliado e contabilizado, pelo que, será possível que, nos próximos anos, o valor inscrito na rubrica de “Bens de Domínio Público” aumente pela inclusão do valor de bens á data ainda não inventariados ou avaliados em termos económicos. 97. Obras ainda em curso.
96
1% 2% 3%
4% Bens de domínio público Imobilizado corpóreo 15%
34%
Imobilizado em Curso Investimentos Financeiros Dívidas a Receber
41%
Disponibilidades Acréscimos e Diferimentos
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
bilizado corpóreo de 3,7%, face à progressiva absorção do imobilizado em curso que registou uma variação negativa, de 2009 para 2010 de 3,9%. Entre 2006 e 2010 o aumento bruto destas componentes do ativo, para a globalidade do setor autárquico, foi de 2.244 milhões de euros e 3.321 milhões de euros, respetivamente. •
•
O imobilizado em curso representou aproximadamente 16% do imobilizado total do setor autárquico. De 2006 a 2010, o valor desta rubrica tem oscilado entre os 5 e os 6 milhões de euros, oscilação que deriva da transferência do imobilizado em curso para a rubrica de bens de domínio público e de imobilizado corpóreo. Como seria de esperar, o imobilizado incorpóreo tem uma fraca representatividade no ativo municipal, representando, em média, 0,2% na totalidade do imobilizado, tendo crescido 6% de 2009 para 2010 e 28,2% de 2006 para 2010.
O Quadro 3.06 apresenta a composição dos Bens de Domínio Público. A rubrica de “Outras Construções” continua a ser a rubrica mais representativa dos bens de domínio público, abrangendo 64,8% do saldo total desta conta. Os bens de domínio público em
curso continuam a representar uma parcela significativa, 14 %98. Sendo as estradas, por imposição constitucional (artigo 34.º da Constituição da República Portuguesa), Bens de Domínio Público, e os museus, bibliotecas, arquivos, bens da mesma natureza, de acordo com o Decreto-Lei n.º 477/80, de 15 de outubro, facilmente se depreenderá que existe significativo desequilíbrio proporcional entre os Bens de Domínio Público e o outro Imobilizado Corpóreo. A razão desta situação deve-se ao facto de a maior parte das vias públicas, praças e jardins, e outros bens imóveis do domínio municipal não estarem inventariados ou avaliados99. Os terrenos100 evidenciam as maiores variações de valor na estrutura dos Bens de Domínio Público, entre 2006 e 2010, refletindo uma eventual regularização cadastral e a correspondente regularização contabilística. 98. Traduzirão a existência de investimentos, ainda em execução física ou, a aguardar fecho de contas. Logo que se concluam os investimentos, estes valores poderão ser afetos ou a “Edifícios” ou a “Outras Construções”, não havendo indicações, nesta fase, sobre a natureza das mesmas. 99.Verifica-se ser reduzido, também, o valor contabilístico refletido no Ativo nas contas de registo dos bens referentes a museus, bibliotecas ou arquivos municipais. 100. Em sede de Balanço Inicial, os terrenos incluídos no Domínio Público foram uma das componentes do imobilizado de mais difícil contabilização devido à necessidade de correção do seu registo matricial e predial
Gráfico 3.02 | Evolução do valor patrimonial
Quadro 3.06 | Estrutura dos Bens de Domínio Público 2006
2007
2008
2009
2010
Terrenos
8,8%
9,4%
12,2%
13,5%
15,7%
Edifícios
1,3%
1,5%
1,5%
1,0%
1,5%
Outras construções
68,6%
67,1%
65,8%
65,4%
64,8%
0,7%
0,7%
0,7%
1,1%
0,8%
Património histórico artístico e cultural Bens de domínio público em curso
16,8%
17,5%
16,3%
15,6%
14,0%
Outros
3,8%
3,7%
3,5%
3,3%
3,2%
Adiantamentos
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
100%
100%
100%
100%
Total
Milhões
Bens de Domínio Público
dos Bens de Domínio Publico 11.000 € 10.000 € 9.000 € 8.000 € 7.000 € 6.000 € 5.000 € 4.000 € 3.000 € 2.000 € 1.000 € 0€ 2006
2007
2008
2009
201 0
Outras construções Terrenos Bens de domínio público em curso Outros Edifícios Património histórico artístico e cultural
97
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
No Quadro 3.07, é apresentada a estrutura do Imobilizado Corpóreo, o qual, em 2010, representou 45,4% do ativo total 101. As rubricas mais representativas são os terrenos, edifícios e o imobilizado em curso, com um peso global de 96,5%. Os edifícios foram a componente de maior peso (51,4%), tendo o aumento no período em análise correspondido a um crescimento do valor deste imobilizado entre 2006 e 2010. Os terrenos do domínio privado das autarquias representam 23,9% do valor total da rubrica do imobilizado corpóreo em 2010. O peso médio desta rubrica do imobilizado, no período entre 2006 e 2010, foi de 23,8%. 101. Incluiu, todavia, imóveis que pela sua funcionalidade não poderão ser alienados, mas que também não serão classificados Bens de Domínio Público.
O imobilizado em curso respeitante a investimentos em bens do domínio privado municipal, tem, igualmente, mantido ao longo do quinquénio, um peso na estrutura deste ativo, com alguma relevância, na ordem dos 19,6%. Tal situação poderá traduzir alguma estabilidade ao nível do investimento autárquico. Face à distribuição, ao longo do período, do investimento nesta área do imobilizado, estimar-se-á que a afetação deste valor, pelo imobilizado corpóreo, se efetuará a favor, essencialmente, da rubrica de edifícios e outras construções. O investimento em equipamento básico, será o menos relevante, se atentarmos ao facto de que, tal como o investimento em equipamento de transporte, resultarem do exercício de competências mais residuais das autarquias.
Quadro 3.07 | Estrutura do Imobilizado Corpóreo Imobilizado Corpóreo
Gráfico 3.03 | Evolução do valor do Imobilizado Corpóreo 11.000 €
2006
2007
2008
2009
2010
Terrenos
24,3%
24,0%
23,4%
23,3%
23,9%
Edifícios
45,0%
47,0%
49,1%
49,4%
51,4%
2,8%
2,7%
2,6%
2,5%
2,1%
4.000 €
1,1%
1,0%
1,0%
0,9%
0,8%
2.000 €
0,1%
0,1%
0,1%
0,1%
0,1%
0€
0,9%
0,8%
0,8%
0,7%
0,5%
Edifícios
20,8%
20,2%
19,1%
19,4%
18,5%
Terrenos
Adiantamentos
0,3%
0,3%
0,3%
0,0%
0,2%
Outros
4,7%
4,0%
3,7%
3,0%
2,6%
100%
100%
100%
100%
100%
Equipamento Básico Equipamento de Transporte Ferramentas e utensílios Equipamento Administrativo Imobilizado em Curso
10.000 € 9.000 € Milhões
8.000 € 7.000 € 6.000 € 5.000 € 3.000 € 1.000 € 2006
Imobili zado em Curso Outros
Total
98
Equipamento Básico Equipamento de Transporte Equipamento Administrativo Ferramentas e utensílios
2007
2008
2009
2010
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
No Quadro 3.08, apresenta-se a estrutura dos investimentos financeiros e pode-se verificar que: •
•
Durante ano de 2010 foram adquiridos aproximadamente 173 milhões de Euros em participações de capital, na sua grande maioria participações em empresas municipais. Entre 2006 e 2010 as participações de capital aumentaram 44,1% (+384,4 M€) crescimento bastante significativo e que traduz o aumento do setor empresarial autárquico.
•
Verifica-se também que à semelhança do que ocorreu em 2009, em 2010 apenas 3 municípios apresentaram adiantamentos por conta de Investimentos Financeiros (municípios de Amarante, Braga e Póvoa de Lanhoso).
•
Os investimentos financeiros atingiram em 31 de dezembro de 2010, 1.613 milhões de Euros. Entre 2006 e 2010, aumentaram 503 milhões de euros (+45,3%), apresentando uma taxa de crescimento, em 2010, de 13,7%. No entanto, os Investimentos Financeiros continuam, à semelhança dos anos anteriores, a representar um valor pouco significativo (aproximadamente 4% no total do ativo) estando incluídas, nestes montantes, as participações em capital de outras entidades, na sua grande maioria participações em empresas municipais, aquisições de obrigações e títulos de participação, e investimentos em imóveis.
Os investimentos em Imóveis representam 16% do saldo total da rubrica de investimentos financeiros e ocupam o segundo lugar na estrutura dos investimentos financeiros. No período entre 2006 e 2010, o investimento em imóveis, pese não ser uma atividade essencial ao escopo das autarquias, cresceu 46,1% o que se traduziu num aumento absoluto de 81,5 milhões de euros.
Quadro 3.08 | Estrutura dos Investimentos financeiros Investimentos Financeiros
2006
Partes de capital Obrigações e títulos de participação Investimentos em Imóveis Outras aplicações Financeiras Imobilizações em Curso Adiantamentos Total
2007
2008
2009
2010
871,6
78,5%
951,8
79,5%
1.021,3
76,3%
1.083,8
76,4%
1.256,0
77,9%
37,1
3,3%
28,7
2,4%
26,7
2,0%
32,8
2,3%
29,6
1,8%
176,7
15,9%
163,9
13,7%
216,7
16,2%
226,6
16,0%
258,2
16,0%
4,3
0,4%
33,4
2,8%
51,4
3,8%
53,6
3,8%
57,9
3,6%
13,5
1,2%
14,6
1,2%
16,4
1,2%
19,3
1,4%
8,7
0,5%
6,8
0,6%
5,4
0,5%
5,6
0,4%
2,9
0,2%
2,9
0,2%
1.110,0
100%
1.197,8
100%
1.338,1
100%
1.418,9
100%
1.613,3
100%
Unidade: milhões de euros
99
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
As dívidas a receber dos municípios no final de 2010, pela totalidade dos municípios perfaziam 1.197 milhões de euros, isto é, mais 114 milhões de euros que em finais de 2009, e com uma taxa média anual de crescimento de 9,3%. Observando a composição do Ativo apresentado nos Balanços das autarquias, verifica-se que, conforme se poderá apreciar pelo Quadro 3.09, são diversas as origens e os tempos previstos de cobrança destes créditos sobre terceiros. Embora na estrutura de dívidas a receber se integrem dívidas de MLP, as duas componentes mais significativas dos créditos sobre terceiros são dívidas de curto prazo e constituídas sobre “Clientes contribuintes e utentes” e “Outros devedores”. Em 2010, representaram 82,3% do valor dos créditos a receber e totalizaram 984,6M€ Os créditos sobre Clientes contribuintes e utentes102, em 2010 cresceram 26,7% (+45,9M€), quando em 2009 tinham apresentado uma diminuição de 3,8% (-6,7M€) e traduzem o impacto da crise económica na atividade financeira dos municípios, mostrando a sua vulnerabilidade nas cobranças a terceiros dos serviços prestados.
CAPÍTULO 3
relevância substantiva destes créditos sobre terceiros104, cujo peso relativo tem sido o mais elevado, na estrutura das dívidas a receber. Em 2010 representou 64,1%do total da dívida a receber, com o montante de 766,8M€. Estes créditos apresentaram um crescimento anormal de 57,5% em 2008 com um acréscimo de dívida a receber de 249,6M€. As dívidas a receber de M/L Prazo, com um peso médio de 6,7% no total das dívidas a receber, após um aumento significativo em 2008 (+159,5%, +59 M€), baixam nos dois anos seguintes de 2009 e 2010, respetivamente, -4,7% e -5,7% traduzido nos montantes de -4,5M€ e -5,2M€. Em 2010, foram 21 os municípios que apresentaram registo de dívidas a receber a médio e longo prazo totalizando 86,3 M€. Destes e tal como aconteceu em 2008 e 2009, é o município de Vila Nova de Gaia que apresenta valor mais significativo (52,3M€)105 absorvendo 60,6% do total dos créditos a receber de MLP, por todo o setor autárquico municipal.
Verifica-se que 164 municípios (175 em 2009) apresentaram em 2010 valores inscritos em “clientes contribuintes e utentes de cobrança duvidosa”, no total de 19.910.146 €. Todavia, só 94 municípios apresentaram valores em “provisões para risco e encargos”, pese embora o valor registado nesta rubrica abranja muitas outras situações de cobertura de riscos de incumprimento, como se poderá verificar pelo valor inscrito de 774.847.619 € (ver comentário da página 107).
Sendo possível às autarquias concederem empréstimos, verifica-se que embora não seja uma pratica generalizada, há 42 autarquias que exerceram essa competência106, não tendo sido possível identificar o tipo de destinatário das mesmas. Trata-se, contudo, de um valor insignificante na estrutura global dos ativos e no conjunto das dívidas a receber, tendo representado, em média, no período em apreço o peso de 3,4% mas que em 2010, baixou para 0,6% e totalizando 7,3M€. Anota-se, contudo, que o volume destes empréstimos cresceu, em 2009, 13,6%, apresentando um valor de 7,5 milhões de empréstimos a terceiros.
A existência de registo de valores significativamente elevados em outros devedores de curto prazo103, deverá ser uma situação a contrariar de futuro, pois não permite avaliar a
104. Anota-se que estes créditos, ao relevarem para o cálculo do endividamento líquido como fator de abate à dívida bruta do município a terceiros, conferem capacidade de endividamento às autarquias e, por isso, carecem de controlo rigoroso sobre a materialidade jurídica dos factos que lhe darão origem.
102. Dispõe a lei que estes créditos com um período de mora superior a seis meses deverão originar uma provisão de 50% e às que apresentarem uma mora igual ou superior a um ano deverá corresponder uma provisão de 100%.
105. Trata-se de um valor anormalmente elevado comparado com os valores das receitas por cobrar obtidas dos mapas de controlo orçamental de receita, respetivamente de 594 771,9€ em 2010, 3 412 447,58€ em 2009 e 6 466 022,41€ em 2008
103. Esta rubrica poderá incluir, ainda, valores de operação de tesouraria por contrapartida de valores inscritos no passivo de curto prazo.
106. Como se poderá verificar no quadro 3.10, alguns dos empréstimos referem-se a 2008 ou anos anteriores
100
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.09 | Estrutura das Dívidas a Receber Dívidas a Receber
2006
2007
2008
2009
2010
Dívida a receber M/L prazo
35,9
37,0
96,0
91,5
86,3
7,2%
Empréstimos concedidos (curto prazo)
61,6
60,0
6,6
7,5
7,3
0,6%
Clientes contribuintes e utentes (curto prazo)
144,4
167,7
178,6
171,9
217,8
18,2%
Estado e outros entes públicos (curto prazo)
18,8
16,7
18,1
18,9
22,6
1,9%
Administração Autárquica (curto prazo)
52,9
75,2
63,8
83,2
85,1
7,1%
Adiantamentos (curto prazo)
21,4
13,3
11,0
8,4
10,7
0,9%
461,0
433,9
683,5
701,6
766,8
64,1%
Outros (curto prazo)
20,0
14,6
15,9
0,0
0,0
0,0%
Total de dívidas a receber
816
818
1.074
1.083
1.197
100%
10.599.095
10.617.575
10.627.250
10.637.713
10.636.979
77 €
77 €
101 €
102 €
112 €
Outros devedores (curto prazo)
Nº de habitantes Dívida a receber por habitante Unidade: milhões de euros
A dívida do Estado às autarquias refletirá as cobranças de impostos que a DGF já efetuou a favor das autarquias e que ocorreram no final do ano económico, pelo que a sua entrega aos municípios só se refletirá em termos orçamentais no ano económico seguinte. Anota-se que o valor, em 2010, cresceu 19,6% (+3,7M€) passando de 18,9 milhões de euros em 2009 (ano em que cresceu apenas 4,4%) para 22,6 milhões de euros. Apresenta alguma relevância a dívida de terceiros inscrita
como dívida da administração autárquica, que aumentou em 2010 apenas 2,3% (+1,9M€) quando, em 2009 tinha apresentado a taxa extraordinária de crescimento de 30,4% (+ 19,4M€). Dos 85,1 milhões, a receber em 2010 pelo setor autárquico, 47,7 milhões dizem respeito ao município de Lisboa (14,6 milhões em 2008 e 46 milhões em 2009) e 8,9 milhões de euros, ao município de Almada (10 milhões em 2009 e 11,1 milhões em 2008). No total, foram 34 municípios que apresentaram dívidas a receber da administração autárquica. 101
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.10 | Municípios com dívidas a receber relativas a empréstimos a terceiros, em 2010 Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46
Oeiras Coimbra Palmela Sintra Torres Vedras Leiria Sousel Viseu Alpiarça Seixal Évora Setúbal Santiago do Cacém Maia São Pedro do Sul Matosinhos Rio Maior Mértola Cartaxo Montemor-o-Novo Sever do Vouga Paredes de Coura Caldas da Rainha Figueira de Castelo Rodrigo Melgaço Moura Vizela Baião Vila Nova de Famalicão Batalha Soure Vendas Novas Ponte de Lima Coruche Marvão Castelo de Paiva Aljustrel Sesimbra Oliveira do Bairro Guarda Borba Chamusca Almeirim Campo Maior Beja Lagos
Unidade: euros 102
Distrito
Dimensão
Lisboa Coimbra Setúbal Lisboa Lisboa Leiria Portalegre Viseu Santarém Setúbal Évora Setúbal Setúbal Porto Viseu Porto Santarém Beja Santarém Évora Aveiro Viana do Castelo Leiria Guarda Viana do Castelo Beja Braga Porto Braga Leiria Coimbra Évora Viana do Castelo Santarém Portalegre Aveiro Beja Setúbal Aveiro Guarda Évora Santarém Santarém Portalegre Beja Faro
G G M G M G P M P G M G M G P G M P M P P P M P P P M M G P M P M P P P P M M M P P M P M M
2006 0,0 1.971.759 95.000,0 0,0 0,0 54.864.526 0,0 109.185 194.258 0,0 263.654,5 95.000 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 107.636 42.410 40.699 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 62.685 0,0 26.186 0,0 17.500 16.775 21.988 0,0 0,0 0,0 0,0 21.625 7.633 0,0 0,0 27.281 7.500 9.750 0,0 109 812
Empréstimos concedidos (valores em dívida) 2007 2008 2009 0,0 2.175.995 1.875.995 2.073.891 2.187.801 2.171.735 185.000 235.000 525.000 26.406 26.406 503.931 314.653 311.724 321.135 54.864.526 360.000 360.000 50.000 125.000 232.000 109.185 0 268.887 194.258 194.258 194.258 170.000 170.000 170.000 206.913 170.961 123.469 95.000 95.000 95.000 0,0 28.385 71.326 0,0 23.008 39.469 0,0 61.264 61.264 0,0 0 0 0,0 54.775 54.775 97.431 69.437 53.783 43.597 50.862 39.751 45.488 38.519 37.816 0,0 4.145 6.495 0,0 0,0 26.858 0,0 18.000 30.154 0,0 10.610 18.181 0,0 0,0 17.023 59.053 40.091 29.711 0,0 0,0 13.780 26.186 23.568 20.949 0,0 0,0 0,0 17.500 17.500 17.500 16.775 16.775 16.775 28.769 12.235 10.419 0,0 0,0 0,0 2.714 5.127 12.371 0,0 8.868 11.821 0,0 0,0 0,0 18.888 9.345 7.267 7.633 7.633 7.633 0,0 9.000 7.731 0,0 0,0 7.000 23.229 13.959 8.488 7.125 5.875 4.750 8.775 6.987 5.362 0,0 0,0 3.200 109 109 2.041 727 727 727
2010 1.875.995 1.555.209 725.000 503.931 365.209 360.000 285.643 268.887 194.258 170.000 97.625 95.000 94.592 78.808 61.264 59.135 54.775 39.778 31.648 31.595 28.277 26.858 24.179 23.730 22.930 22.603 20.324 18.330 18.000 17.500 16.775 15.314 14.745 9.827 9.601 9.000 8.415 7.633 6.258 5.978 4.196 3.625 3.412 2.244 1.804 727
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
As disponibilidades são a componente do Ativo cuja fiabilidade107 será mais fácil de conferir, pois representam os valores dos saldos em caixa, em instituições financeiras e o valor em títulos negociáveis. O peso desta componente no Ativo das autarquias situou-se entre o mínimo de 0,06% no Município de Santa Marta de Penaguião, e o máximo de 15,5% no Município de Amadora, registando-se uma média global de 1,8%. O Quadro 3.11 apresenta a composição das 107. Contudo, a interpretação do valor das disponibilidades num município deverá ser efetuada com cuidado dado que o valor das mesmas inclui, para além das “reais” disponibilidades, outras, designadamente, as operações de tesouraria (cauções em bancos, de fornecedores ou clientes; impostos retidos a entregar ao Estado; etc.) que representam cobranças para terceiros ou de terceiros, não constituindo deste modo disponibilidades da entidade. Por outro lado, alguns valores de disponibilidades poderão estar consignados a projetos específicos, para os quais não se dispõem de informação. Assim, entende-se que será de toda a utilidade que a leitura do valor das disponibilidades seja efetuada em simultâneo com a informação obtida do Mapa de Fluxos de Caixa. Este distingue as disponibilidades em orçamentais e referentes a Operações de Tesouraria.
disponibilidades108 em 31 de dezembro de cada ano. Observando o quadro 3.11, e confrontando-o os valores das “disponibilidades reais” que serão as disponibilidades expurgadas dos meios monetários (cauções e operações de tesouraria) à guarda dos municípios mas pertença de terceiros, verifica-se que são manifestamente diferentes do respetivo saldo final orçamental, situação para a qual não foi possível identificar e discriminar as razões. Ficará aqui apenas esse apontamento.
108. Informação obtida através do cruzamento dos Mapas de Fluxos de Caixa com os de Operações de tesouraria, expurgando estes saldos do saldo de fluxos de caixa.
Quadro 3.11 | Disponibilidades e disponibilidades reais109 Disponibilidades Depósitos em instituições financeiras e caixa Títulos negociáveis (1) Total de disponibilidades (2) Cauções de fornecedores e clientes (3) Operações de Tesouraria (4=1-2-3) Total de disponibilidades reais
2006
2007
2008
2009
2010
603,6
738,5
673,2
583,7
595,9
37,2
59,5
34,5
14,8
13,7
640,8
798,0
707,7
598,5
609,5
16,9
19,4
20,6
21,4
21,0
118,0
123,1
123,2
109,1
133,6
505,9
655,5
563,9
468,0
455,0
Unidade: milhões de euros 109. Não foi possível recolher estes dados no mapa de fluxos de caixa relativamente a 15 Municípios em 2006, 2 Municípios em 2007, 26 Municípios em 2008, 69 Municípios em 2009 e 53 Municípios em 2010.
103
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
3.2.2. Fundos Próprios No Quadro 3.12 apresenta-se o valor global dos Fundos Próprios do universo total dos municípios. Os fundos próprios110 sendo a diferença entre o Ativo e o Passivo, representam o património líquido de cada município111. Com o início da implementação do POCAL, impôs-se às autarquias identificarem os seus Fundos Próprios a partir do Balanço Inicial. O fundo patrimonial (inicial) representou a diferença entre o Ativo e o Passivo no momento da elaboração do primeiro Balanço do município. Deste modo, o valor desta conta deveria ser igual ao longo dos cinco anos do quinquénio, o que não aconteceu, tendo o mesmo, neste período crescido 14,8% isto é, +2.775,30 milhões de euros. Este continuado aumento do fundo patrimonial deve-se, essencialmente, ao facto de alguns municípios não terem, ainda, terminado o processo de inventariação e avaliação do seu imobilizado, corrigindo e atualizando, anualmente, o Ativo por contrapartida da conta Fundo Patrimonial. Em dezembro de 2010 o fundo patrimonial era de 21.576,6 milhões de euros, mais 872,60 milhões de euros que em 2009, apresentando uma taxa de crescimento de 4,2%. A variação global dos Fundos Próprios entre 2006 e 2010 em +2 637,2 milhões de euros (+11,6%) foi inferior em 64,6 milhões de euros, ao aumento do fundo patrimonial no mesmo período. A causa desta situação esteve na diminuição sucessiva dos resultados líquidos do exercício, que entre 2006 e 2009 baixaram 890 milhões de euros apresentando, para a globalidade das autarquias, um resultado líquido negativo, em 2009, de -226,2 milhões de euros. Em 2010, os resultados líquidos, na globalidade do setor autárquico apresentou-se positivo, com o valor de 102M€ (+145% que em 2009) embora muito inferior ao verificado até 2008. Os subsídios registados no Fundo Próprio, em geral, apenas contêm os subsídios destinados a investimentos em bens 110. Os fundos próprios são constituídos por 4 grandes grupos: Fundo Patrimonial inicial ou património inicial; Fundo patrimonial adquirido proveniente dos resultados dos diferentes exercícios; Subsídios de capital recebidos e doações recebidas; Reavaliações de imobilizado. 111. Com a ressalva que no Passivo se incluem proveitos diferidos.
104
CAPÍTULO 3
não amortizáveis. Da análise das contas dos 308 municípios verificou-se que, em 2010, só 86 municípios reconheceram subsídios nesta conta (77 municípios em 2009, 68 municípios, em 2008; 63 municípios, em 2007 e 56 municípios, em 2006). O valor dos subsídios registados, em 2006, foi de 52,8 milhões de euros e, em 2010, foi de 101,6 milhões de euros, apresentando um crescimento de 93,3% para o quinquénio112. Pela análise das contas verifica-se o valor considerado como Doações é materialmente relevante. Em 2010 foi de 583,3M€, mais 177,5M€ que o contabilizado em 2006, apresentando para o período considerado em acréscimo de 43,7%. Foi 181, o número de municípios que apresentaram valores na rubrica “Doações”. O município com maior peso foi Évora com 186,3 M€, seguindo-se Vila Nova de Gaia com 41,96 M€ e Amadora com 33,3 M€ As reservas de reavaliação resultariam da atualização do valor de aquisição e das respetivas amortizações acumuladas, dos ativos imobilizados113. O POCAL, contudo, condiciona as reavaliações à promulgação de leis próprias114 para o efeito. O impedimento dos municípios procederem a reavaliações de uma forma livre, tem como objetivo limitar eventuais sobreavaliações do Ativo, fazendo prevalecer o princípio da prudência. No entanto, uma vez que o CIBE, para efeitos de elaboração do primeiro inventário preparado pelas regras daquele diploma, permite reavaliar bens cujo valor atual é significativamente superior ao valor histórico, verifica-se que, em 2010, 23 municípios (19 municípios em 2009, 15 municípios em 2008, 19 em 2007, 14 em 2006 e 8 em 2005) apresentaram valor nesta conta dos fundos próprios, com o montante de 147,6 milhões de euros (- 1,2% que em 2009). Em 2009 o valor total de reservas de reavaliação foi de 149,4 milhões de euros apresentando uma diminuição, em relação a 2008 de 4.2%. Por sua vez, em 2008 o valor considerado foi de 155,9 milhões de euros, sustentado numa taxa de crescimento, 111,4%. Estas variações 112. Em 2009 cresceu 25,4%, em 2008, 24% e em 2007,24,3%. 113. Com exceção dos Investimentos Financeiros. Neste caso seriam «ajustamentos» positivos. 114. O que contraria, em parte, as atuais tendências da Contabilidade para substituir o princípio do custo histórico pela designado justo valor ou valor de mercado.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
traduzem a adequação dos municípios ao registo contabilístico do POCAL, não se encontrando ainda estabilizada a implementação do mesmo. O valor total das restantes reservas: reservas legais, estatutárias e reservas livres no final de 2010 era de 1.201 M€ com uma taxa de crescimento de 13,8% traduzida em +145,3 M€ que o contabilizado no final de 2009. Entre 2006 e 2010 o total destas reservas cresceu 71%, representando uma va-
riação positiva de 498,8 M€. Os resultados transitados refletem os resultados líquidos de exercícios anteriores, pela aplicação da disposição do POCAL, sobre a aplicação de resultados. Em 2010 diminuíram em 32,9 milhões de euros (-2,5%), descida bastante inferior à apresentada em 2009, refletindo a melhoria da situação dos resultados do exercício.
Quadro 3.12 | Estrutura do Balanço (FUNDOS PRÓPRIOS) Fundos próprios
Variação (%) 2009 - 2010
Variação (%) 2006 - 2010
21.576,6
4,2%
14,8%
1.205,1
1.348,6
11,9%
-12,0%
475,1
526,9
583,8
10,8%
43,7%
172,2
563,5
754,5
194,2
-74,3%
45,1%
1.131,5
1.547,7
1.714,1
1.534,6
1.501,7
-2,1%
32,7%
663,9
484,7
303,0
-226,2
102,0
145,1%
-84,6%
22.669,72
23.204,92
24.351,82
24.498,97
25.306,94
3,30%
11,63%
2006
2007
2009
2010
18.801,3
19.682,7
20.173,5
20.704,0
Reservas
1.532,9
883,8
1.122,5
Doações
406,3
433,8
Subsídios + cedências + outros
133,8
Resultados transitados Resultados do exercício
Fundo Patrimonial
Total dos Fundos Próprios
2008
Unidade: milhões de euros
105
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CAPÍTULO 3
3.2.3. Passivo115 O Quadro 3.13 mostra a evolução, no quinquénio 2006/2010 das diferentes componentes do passivo considerando a totalidades dos municípios portugueses. Entre 2006 e 2010 o passivo exigível cresceu 24,7% (+ 1 638,6M€), apresentando a maior taxa de crescimento do período em 2009 (+12,6%) e uma tendência para alguma estabilização, em 2010 ao crescer apenas 3,2%. Já o passivo 115. O Passivo inclui três grandes componentes: Passivo exigível, ou sejam, as dívidas a pagar; Passivo não exigível, que inclui os «Acréscimos de Custos» e os «Proveitos Diferidos»; Passivo possivelmente exigível refletido na conta «Provisões para riscos e encargos». Quando se comenta o passivo de qualquer empresa ou entidade, refere-se as dívidas para com terceiros excluindo-se o passivo não exigível e as provisões para riscos e encargos. Incluir estas duas últimas componentes pode levar a análises financeiras erradas, nomeadamente no caso das entidades públicas, que, por regra têm valores significativos em “proveitos diferidos” devido a transferências e subsídios de capital registados como proveitos, durante a vida útil de bem, adquirido ou construído, com esse financiamento.
não exigível cresceu neste período 69,8% (+2 669,2%) com taxa anual média de crescimento de 16,9% entre 2006 e 2009, sendo que em 2010 essa taxa foi de 6,4%. Neste caso, pese embora as provisões para riscos e encargos tenha apresentado, neste período, uma taxa de crescimento de 475% foi o aumento real dos proveitos diferidos (+ 1 805,7M€, +51,7%) que foi determinante para o crescimento do passivo não exigível As dívidas de médio e longo prazo baixaram 19,8M€ de 2009 para 2010, após um aumento verificado em 2009 de 452,9M€ (em 2008 tinha crescido 288,1M€). O total em dívida a médio e longo prazo no setor autárquico municipal era, no final de 2010, de 5.120,6 M€, tendo crescido 15,1% (671,7M€) no período entre 2006 e 2010.
Quadro 3.13 | Componentes do Passivo Passivo
2006
2007
2008
2009
2010
Variação (%) 2009 - 2010
Variação (%) 2006 - 2010
Dívidas a Médio e Longo Prazo
4.448,9
4.399,4
4.687,5
5.140,4
5.120,6
-0,4%
15,1%
Dívidas a Curto Prazo
2.188,2
2.264,4
2.436,8
2.879,7
3.155,1
9,6%
44,2%
6.637,1
6.663,8
7.124,3
8.020,1
8.275,7
3,2%
24,7%
Provisões para riscos e encargos
134,7
309,6
311,0
763,6
774,8
1,5%
475,2%
Acréscimos de Custos
194,0
280,3
447,5
468,0
417,4
-10,8%
115,1%
3.494,0
3.895,8
4.440,0
4.871,0
5.299,7
8,8%
51,7%
Total do Passivo não Exigível
3.822,7
4.485,7
5.198,5
6.102,6
6.491,9
6,4%
69,8%
Total do Passivo
10.459,8
11.149,5
12.322,8
14.122,7
14.767,6
4,6%
41,2%
Total de dívidas a terceiros
Proveitos diferidos
Unidade: milhões de euros 106
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CAPÍTULO 3
Gráfico 3.04 | Evolução do Passivo 16.000 € Total do Passivo
14.000 € 12.000 €
Milhões
10.000 €
Passivo Exigível
8.000 € 6.000 €
Passivo não Exigível
4.000 € 2.000 € 0€ 2006
2007
2008
As dívidas de curto prazo cresceram 44,2%, no período 2006/2010, apresentando em termos absolutos um aumento de 966,9M€, valor muito superior ao aumento verificado, no mesmo período, para a dívida de médio e longo prazo. Apesar de a atividade financeira das autarquias, em 2010, ter continuado a proporcionar um aumento da dívida de curto prazo com o acréscimo do volume desta em 275,4 M€ (+9,6%), o mesmo foi inferior ao verificado em 2009, ano em que a taxa de crescimento se fixou em 18,2%. O montante da dívida de curto prazo em 2010 era de 3 155,1M€. O Passivo exigível116 para a globalidade dos municípios, em 2010 cresceu 3,2%, quando em 2009, a taxa homóloga de crescimento tinha sido de 12,6%. Contudo, no período entre 2006 e 2010117 cresceu 24,7% (+1 638,6M€) passando de 6 637,1M€ para 8 275,7 M€. No passivo dos Balanços aparecem registadas informações financeiras que não se podem entender como dívidas a terceiros já exigíveis, pese embora a sua designação de passivo. A saber: 116. As dívidas por pagar de curto, médio e longo prazo. 117.Num período de implementação de regras de contenção da despesa pública, de limitação de acesso ao crédito estabelecidas em sede de Orçamento de Estado e do PEC, aplicáveis às autarquias. Foi ainda, o período, já, de pleno funcionamento da nova Lei das Finanças Locais.
2009
201 0
Provisões para riscos e encargos118 que, representando previsões de responsabilidades119, deverão ser objeto de registo contabilístico. Tratam-se de situações que poderão, no futuro, ocasionar situação de dívida, caso ocorram certos factos. O montante da verba afeta a estes fins, em finais de 2010, foi de 774,8 milhões de euros, demonstrando um acréscimo em relação a 2009 de 5,2% (+11,2€). De salientar que, apenas 94 municípios apresentaram nos seus Balanços valores nesta conta do Passivo (72 municípios em 2009, 58 municípios em 2008, 41 municípios em 2007 e 22 municípios em 2006). Contudo, o valor total provisionado refletiu, essencialmente, os valores das provisões estabelecidas pelo município de Lisboa, o qual ao apresentar o montante de 525,3 milhões de euros em 2010, traduziu 67,8%do total das provisões de todo o setor autárquico120. Outros municípios que apresentaram valores elevados em provisões foram: Marco de Canaveses com 40,2 milhões €, Vila Nova de Gaia com 23,5 milhões € e Porto com 22,8 milhões € 118. Por exemplo, normalmente consideram-se provisões para riscos e encargos, responsabilidades potenciais referentes a processos judiciais em curso (obrigação presente que provavelmente exige um pagamento futuro). 119. Obrigações presentes como resultado de acontecimentos passados com probabilidade de exigência de serem liquidadas, embora possam não se saber o valor certo, mas com possibilidade de ser feita uma estimativa fiável do valor da obrigação. 120. Lisboa apresentou como provisões em 2008 o montante de 189 milhões de euros e em 2009 o valor de 584 milhões (+ 209,2%)
107
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Como já referimos em 3.1 (página 94), os proveitos diferidos compreendem as receitas121 que devem ser reconhecidas como proveitos em diversos exercícios seguintes, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios122. Esta conta, pelo volume de transferências destinadas ao investimento, tem assumido valores relevantes. Pelo seu próprio significado, não será uma verdadeira conta do passivo, embora, se encontre registada nesta parte do Balanço, por imposições de normalização contabilística aplicada ao setor público. Antes se deverá ler esta informação, como o montante de subsídios obtidos, a aplicar ou aplicados a investimentos, ainda não amortizados. Estavam nesta situação, no final de 2010, o total de 5 299,7 milhões de euros, para o conjunto das autarquias. Estes valores cresceram, entre 2006 e 2010, 1 805,7 milhões de euros (+51,7%), fruto do desenvolvimento do quadro comunitário de apoio. De referir, ainda, que esta conta representou, em média, ao longo do período, 35% do total do passivo. Quanto aos acréscimos de custos123, tratam-se de valores que decorrem, também, da aplicação de regras contabilísticas de normalização, que fazem corresponder ao momento em que juridicamente se cria uma obrigação para com terceiros, custos que se vencem em anos subsequentes. Resulta de uma operação de final de exercício que, ainda, não é praticada por todos os municípios, pese embora a sua obrigatoriedade, mas que não representa, de facto, qualquer situação de dívida já constituída para com terceiros. Como 121. Na generalidade são subsídios ao investimento. As receitas obtidas para investimento, só deverão ser reconhecidas como proveitos nos exercícios, e à medida, em que incorrerem os custos resultantes das atividades a que foram aplicadas.
CAPÍTULO 3
já referimos em 3.1 (página 94), em 2010, apenas 19 municípios não cumprem com o estabelecido no POCAL. O crescente apuramento desta técnica contabilística reflete-se no crescimento dos valores apresentados nesta componente do passivo, que entre 2006 e 2010 aumentou 115,1%, isto é 223,4 milhões de euros, pese embora tenha diminuído 50,6 M€, em 2010. O aumento ocorreu, essencialmente, em 2008, ano em que, a variação dos montantes considerados foi de + 59,7% (+ 167,2 milhões de euros). Apresentam-se de seguida, os Ranking dos 50 municípios com maior e menor passivo exigível (endividamento total), bem como os Ranking dos municípios com maior variação (aumento ou redução) do passivo exigível. Apresentam-se, ainda, rankings com o indicador da dívida por habitante. Do ranking R16 verifica-se que destes 50 municípios com menor volume de dívida, 48 são de pequena dimensão e 2 de média dimensão. Já quanto ao ranking R17, estes 50 municípios (22 de grande dimensão, 27 de média dimensão e 1 de pequena dimensão) totalizam uma dívida de 4.887,6 milhões de euros, que representou 59,1% do total da dívida dos 308 municípios. O ranking 18 apresenta os 50 municípios com maior aumento do Passivo Exigível entre 2009 e 2010. A leitura desta listagem de municípios terá que ter como critério essencial à sua apreciação, não só a respetiva taxa de crescimento da dívida como o rácio do endividamento líquido de cada município124.
122. O exemplo com significado mais relevante é o registo contabilístico dos subsídios e das transferências consignadas a investimentos específicos, provenientes do Quadro Comunitário de Apoio (QREN) ou de Contratos Programa de Desenvolvimento entre as Autarquias e Organismos da Administração Central.
Em 2010, é de referir ainda que dois municípios apresentaram um aumento da dívida superior a 100%: Redondo, com um aumento de 148,2% (+879.066,2 €) e Batalha, com um aumento de 100,8% (+2.319.332,9 €).
123. O princípio contabilístico da especialização dos exercícios, obriga a que se considere custos do exercício, mesmo que pagos nos exercícios seguintes, os que decorrem de situações geradas no próprio exercício. É exemplo, o registo em 31 de dezembro do custo de férias e subsídio de férias, a pagar no ano seguinte.
124. Informação não disponível para a elaboração deste relatório uma vez que não consta dos mapas de prestação de contas.
108
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CAPÍTULO 3
R16 | Municípios com menor Passivo Exigível (Dívidas), referenciado a 2010 Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Penedono Cinfães Santa Cruz das Flores Castelo de Vide Viana do Alentejo Redondo Corvo Pampilhosa da Serra Vila do Porto Marvão Vila Velha de Ródão Lajes das Flores Arronches Alcoutim Santa Cruz da Graciosa Gavião Campo Maior Ponte de Sor Elvas Alvito São Roque do Pico Alter do Chão Mação Portel Murtosa Oleiros Mealhada Sernancelhe Barrancos Penalva do Castelo Penacova Fronteira Golegã Belmonte Vinhais Cuba Góis Pedrógão Grande Mora Santa Marta de Penaguião Constância Batalha Vila Nova de Foz Coa Proença-a-Nova São Brás de Alportel Vidigueira Sátão Vila Flor Aguiar da Beira Castro Verde
Dimensão P P P P P P P P P P P P P P P P P P M P P P P P P P M P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
2006 79.950 1.097.857 2.317.060 2.833.471 2.135.671 381.111 2.175.202 2.470.115 1.711.608 1.428.324 1.933.293 901.981 1.397.525 3.212.403 1.410.601 2.153.712 1.431.411 3.131.350 4.518.853 1.807.723 2.403.422 3.316.016 5.582.262 2.441.367 2.507.923 2.574.833 6.184.581 4.220.885 2.595.353 5.468.179 2.143.055 5.737.605 3.288.739 3.979.661 3.411.435 3.827.701 4.588.305 3.630.553 6.229.571 2.515.266 4.276.551 2.101.446 2.920.795 2.254.156 2.815.672 3.339.553 7.241.127 4.747.985 5.435.915 6.214.556
2007 76.029 1.151.687 1.472.867 2.445.600 1.310.182 1.048.149 2.403.773 2.277.578 1.661.088 1.415.614 1.852.493 887.246 1.829.118 2.819.681 1.305.780 2.078.018 1.474.242 2.462.718 4.112.631 1.696.004 2.263.266 2.570.832 4.185.730 3.070.987 2.045.095 2.172.896 5.370.057 4.252.775 2.957.176 4.883.973 1.657.536 5.004.578 3.226.258 2.574.020 3.198.267 3.614.567 4.723.168 4.207.858 6.198.989 2.382.504 4.315.699 1.736.525 3.724.389 2.341.805 2.916.310 4.052.985 6.321.429 5.295.938 5.211.505 5.271.894
Passivo Exigível 2008 99.573 1.359.544 1.353.629 1.888.311 1.085.466 771.201 2.231.292 2.113.072 1.449.161 1.579.806 2.520.427 824.660 2.133.254 2.713.207 1.109.498 3.132.551 1.416.135 3.250.418 4.015.476 2.039.735 1.905.901 2.602.635 2.941.231 2.769.895 2.598.435 2.084.637 4.991.560 4.573.046 3.658.243 4.717.063 1.403.755 4.517.825 3.400.288 2.709.857 2.999.602 4.172.353 4.290.538 4.757.659 5.485.492 3.249.714 4.435.865 2.154.100 3.709.835 2.863.505 3.345.076 4.606.337 6.155.493 5.272.423 4.946.049 5.478.897
2009 161.925 1.722.737 1.322.124 1.745.760 875.263 592.994 1.892.422 1.796.933 1.520.439 1.672.848 2.074.735 1.905.336 1.998.072 2.402.689 1.683.901 2.981.374 1.731.678 3.025.889 4.325.114 1.828.897 2.928.466 3.212.922 3.792.778 3.639.618 2.479.179 2.607.861 4.279.126 4.041.824 4.394.908 4.372.133 2.943.396 4.481.001 4.252.291 3.688.137 3.603.216 3.867.773 4.782.759 4.593.793 5.565.999 4.937.596 4.364.654 2.300.566 5.403.905 4.451.535 4.136.913 5.054.500 5.079.387 5.459.927 5.439.434 4.750.191
2010 187.023 962.143 1.152.024 1.350.556 1.374.950 1.472.060 1.533.006 1.548.333 1.722.404 1.798.731 1.872.594 2.109.927 2.170.429 2.283.967 2.491.967 2.713.071 2.813.068 2.826.793 2.856.417 2.892.247 3.032.628 3.114.418 3.318.016 3.324.521 3.335.775 3.447.171 3.494.583 3.533.706 3.600.703 3.735.801 3.763.875 3.793.751 3.902.500 3.983.390 4.064.260 4.160.483 4.211.484 4.365.775 4.375.057 4.430.358 4.471.775 4.619.898 4.674.261 4.720.019 4.744.995 4.780.206 4.894.075 4.991.064 5.022.740 5.042.586
Unidade: euros 109
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CAPÍTULO 3
R17 | Municípios com maior Passivo Exigível (Dívidas), reportado a 2010 Município 1
Lisboa
2 3
Dimensão
Passivo Exigível 2006
2007
2008
2009
2010
G
980.959.458
965.453.601
1.116.070.632
1.168.589.855
1.097.063.256
Vila Nova de Gaia
G
229.218.279
Aveiro
M
118.224.624
268.040.500
277.274.417
285.956.034
263.038.636
121.835.696
136.159.806
154.707.774
161.908.874
4
Portimão
M
26.296.031
30.503.316
58.007.031
92.204.774
147.925.098
5
Porto
G
197.291.248
177.265.109
150.153.325
132.949.369
141.323.003
6
Sintra
G
93.967.246
89.679.427
90.919.951
96.459.076
133.888.392
7
Gondomar
G
115.290.367
109.395.069
117.454.159
127.614.102
130.153.798
8
Funchal
M
82.972.410
81.302.650
92.779.795
106.248.703
105.082.515
9
Loulé
M
41.035.022
37.286.760
33.923.995
63.838.838
95.569.939
10
Cascais
G
35.061.111
37.773.210
37.406.819
63.725.956
92.799.765
11
Covilhã
M
78.279.125
86.938.744
87.924.483
95.057.913
88.872.032
12
Braga
G
91.682.110
90.630.116
89.535.145
95.911.245
88.686.683
13
Loures
G
93.413.683
75.907.375
79.594.322
85.434.601
85.332.191
14
Santarém
M
53.070.408
60.313.680
60.946.606
79.438.733
84.370.064
15
Fundão
M
60.914.204
66.026.861
77.055.694
79.632.196
83.423.413
16
Guimarães
G
83.068.317
78.484.817
76.040.223
76.393.879
82.400.400
17
Maia
G
116.606.546
105.469.708
92.995.969
90.333.121
81.638.784
18
Leiria
G
88.361.267
81.141.552
81.771.098
86.093.864
81.523.544
19
Matosinhos
G
58.642.523
55.816.382
57.338.196
72.725.519
80.155.008
20
Setúbal
G
86.396.195
83.077.853
75.726.187
76.586.191
80.012.355
21
Santa Maria da Feira
G
54.248.999
58.201.466
65.558.327
72.166.163
76.874.043
22
Coimbra
G
70.939.961
64.812.923
66.096.489
70.282.270
74.015.472
23
Vila do Conde
M
78.185.259
74.237.105
69.661.507
69.102.421
72.651.186
24
Faro
M
52.665.956
53.746.000
62.048.361
67.577.117
71.725.954
25
Valongo
M
49.687.235
46.677.522
51.520.183
68.115.787
70.462.495
26
Seixal
G
54.191.898
50.910.309
60.057.433
72.113.574
68.399.465
27
Évora
M
43.472.281
45.391.152
49.463.757
69.550.206
68.329.197
28
Oeiras
G
78.953.412
65.503.008
71.474.019
71.475.379
65.929.441
29
Paços de Ferreira
M
20.501.403
33.615.121
35.971.885
44.495.961
64.653.422
30
Odivelas
G
65.822.458
62.966.095
59.999.901
65.387.699
63.424.614
31
Figueira da Foz
M
62.119.286
58.580.525
57.192.505
62.335.255
62.056.421
32
Guarda
M
46.878.859
47.493.066
52.418.492
54.286.619
61.608.241
33
Vila Real de Santo António
P
9.701.759
10.517.569
21.522.426
48.142.261
60.942.897
34
Seia
M
46.975.007
48.004.101
48.831.773
54.278.966
57.742.457
35
Albufeira
M
22.258.224
22.933.983
22.210.617
38.326.669
56.185.102
110
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Município
Dimensão
Passivo Exigível 2006
2007
2008
2009
2010
36
Amadora
G
57.137.844
56.677.438
57.846.396
58.989.890
55.279.245
37
Paredes
M
11.918.487
14.958.277
18.988.941
34.754.561
53.021.096
38
Portalegre
M
32.374.759
40.847.976
45.582.199
51.649.866
52.905.610
39
Lagos
M
13.206.251
14.408.230
16.128.530
42.693.374
49.665.583
40
Oliveira de Azeméis
M
56.217.276
55.185.169
52.335.301
51.734.951
49.481.046
41
Vila Nova de Famalicão
G
45.690.385
45.434.931
42.511.887
46.275.186
45.379.393
42
Chaves
M
35.384.653
34.955.848
34.140.648
41.042.953
45.263.290
43
Barcelos
G
45.883.946
48.222.374
48.673.328
48.929.632
43.066.988
44
Santa Cruz
M
32.372.548
28.167.758
26.091.087
32.884.570
43.045.214
45
Marco de Canaveses
M
46.324.799
45.329.807
44.437.437
43.217.692
42.515.511
46
Almada
G
47.030.223
42.893.470
41.496.230
36.464.408
42.412.673
47
Trofa
M
9.577.404
16.133.799
29.007.157
39.735.630
42.117.217
48
Espinho
M
36.916.305
36.604.173
38.816.231
40.721.905
41.977.606
49
Cartaxo
M
21.726.093
27.927.111
30.849.186
37.866.244
41.745.721
50
Torres Vedras
M
10.559.247
13.829.862
18.497.867
29.044.535
39.590.746
Total do endividamento dos 50 municípios mais endividados
4.887.635.095
Total do endividamento de todos os municípios
8.275.684.264
Unidade: euros
Dívida por habitante: O ranking R19 apresenta a lista dos 50 municípios que tiveram maior diminuição absoluta do Passivo exigível de 2009 para 2010. Em 2010 o município que registou maior diminuição real da dívida foi Lisboa ao abater à mesma 71.526.599 € (-6,12%). Vila Nova de Gaia é o segundo município que maior redução da dívida apresentou ao conseguir baixar o valor em 22.917.398 € (-8,0%). O município da Maia apresenta também uma redução significativa da sua dívida bruta ao fazê-la baixar -8.694.337 (-9,6%) Em termos percentuais, foi o Município de Elvas, o que maior esforço de redução da dívida apresentou com uma taxa de decréscimo na ordem dos -34%. Contudo, numa escala hierarquizada pelos valores absolutos de redução, posicionou-se no 44.º município que maior redução da dívida apresentou, ao abater 1.468.697 € da mesma. Ainda
em termos percentuais, aparecem com reduções relevantes para as respetivas estruturas do passivo, os municípios de Fafe e de Porto Moniz, ao reduzirem a sua dívida respetivamente em -32,6% (-4.952.352 €) e -29,4% (-2.758.448€). As listagens que se seguem hierarquizam, cada uma delas, 50 municípios, tomando como medida de comparação a dívida per capita, obtida pelo quociente do passivo exigível de cada município, pelo número de habitantes do mesmo. Os rankings 20 e 21 listam os municípios com menor e maior passivo exigível, por habitante. Se confrontarmos os rankings 20 e 21, concluímos que no universo dos municípios portugueses, a amplitude da dívida125 municipal per capita, no final de 2010, variou entre um mínimo de 81,1 € (Penedono) e um máximo de 13.847,2 € (Fornos de Algodres). 125. Dívida bruta, sem dedução do ativo circulante.
111
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
R18 | Municípios com maior aumento do Passivo Exigível,
R19 | Municípios com maior diminuição do Passivo Exigível
em 2010, em relação a 2009
em 2010, em relação a 2009
Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Portimão Sintra Loulé Cascais Paços de Ferreira Paredes Albufeira Mafra V. R. de Santo António Torres Vedras Santa Cruz Lamego Palmela Porto Matosinhos Guarda Aveiro Lagos Guimarães Almada Montemor-o-Velho Lourinhã Lousada Nazaré Viana do Castelo Nordeste Santarém Tabuaço Santa Maria da Feira Peso da Régua Chaves Faro Cartaxo F. de Castelo Rodrigo Fundão Vila Real Coimbra Tomar Vila do Conde Tarouca Seia Estremoz Setúbal Miranda do Douro Vizela Vila Franca do Campo Velas Nelas Caminha Alfândega da Fé
Unidade: euros 112
CAPÍTULO 3
Dimensão M G M G M M M M P M M M M G G M M M G G M M M P M P M P G P M M M P M M G M M P M P G P M P P P P P
Variação em valor 55.720.324 37.429.315 31.731.101 29.073.809 20.157.462 18.266.535 17.858.433 13.256.676 12.800.636 10.546.211 10.160.644 9.219.795 8.867.748 8.373.634 7.429.489 7.321.621 7.201.099 6.972.209 6.006.521 5.948.265 5.780.510 5.663.286 5.359.813 5.230.170 5.151.973 5.128.175 4.931.331 4.776.428 4.707.880 4.424.908 4.220.337 4.148.837 3.879.477 3.812.217 3.791.217 3.748.104 3.733.202 3.614.777 3.548.765 3.541.974 3.463.491 3.442.867 3.426.164 3.394.837 3.386.812 3.333.410 3.256.966 3.236.987 3.133.124 2.762.459
Variação em % 60,4% 38,8% 49,7% 45,6% 45,3% 52,6% 46,6% 73,3% 26,6% 36,3% 30,9% 33,9% 44,3% 6,3% 10,2% 13,5% 4,7% 16,3% 7,9% 16,3% 20,2% 22,4% 30,3% 21,8% 16,5% 50,8% 6,2% 41,2% 6,5% 31,9% 10,3% 6,1% 10,2% 68,4% 4,8% 13,7% 5,3% 12,4% 5,1% 25,7% 6,4% 37,3% 4,5% 35,5% 31,7% 13,7% 43,4% 29,9% 23,3% 16,8%
Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Lisboa Vila Nova de Gaia Maia Braga Covilhã V. da Praia da Vitória Barcelos Oeiras Fafe Olhão Leiria Ribeira Grande Tondela Sines Estarreja Seixal Amadora Odemira Castelo Branco Caldas da Rainha Porto Moniz Bragança Tavira Póvoa de Varzim Rio Maior Povoação Santo Tirso Abrantes Oliveira de Azeméis Câmara de Lobos Amarante Lagoa (R.A.A) Monchique Odivelas Pinhel Montalegre Vale de Cambra São João da Madeira Ponta Delgada Condeixa-a-Nova Mogadouro Castro Daire Gouveia Elvas Alcanena Moita Penafiel Albergaria-a-Velha Porto de Mós Anadia
Unidade: euros
Dimensão G G G G M M G G M M G M M P M G G M M M P M M M M P M M M M M P P G P P M M M P P P P M P M M M M M
Variação em valor -71.526.599 -22.917.398 -8.694.337 -7.224.561 -6.185.881 -5.972.077 -5.862.644 -5.545.938 -4.952.352 -4.865.449 -4.570.320 -4.526.164 -4.521.215 -4.369.098 -4.297.707 -3.714.109 -3.710.645 -3.384.644 -3.349.771 -3.085.439 -2.758.448 -2.703.299 -2.701.750 -2.610.600 -2.365.936 -2.357.910 -2.352.452 -2.279.516 -2.253.906 -2.178.605 -2.139.921 -2.065.570 -1.966.705 -1.963.085 -1.871.390 -1.765.073 -1.684.547 -1.640.589 -1.631.822 -1.591.896 -1.588.474 -1.524.744 -1.491.756 -1.468.697 -1.437.138 -1.381.314 -1.372.702 -1.365.907 -1.344.566 -1.312.247
Variação em % -6,1% -8,0% -9,6% -7,5% -6,5% -24,4% -12,0% -7,8% -32,6% -12,1% -5,3% -17,2% -25,7% -15,6% -18,7% -5,2% -6,3% -17,5% -17,7% -20,1% -29,4% -15,1% -9,2% -6,5% -9,1% -6,3% -6,5% -10,8% -4,4% -9,2% -14,6% -13,7% -14,5% -3,0% -15,3% -13,7% -6,9% -9,2% -4,7% -17,2% -16,3% -15,6% -8,5% -34,0% -7,3% -4,4% -3,5% -16,3% -16,3% -14,0%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R20 | Municípios com menor Passivo exigível, por habitante, reportado a 2010 (menor volume de dívida por habitante) Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Penedono Cinfães Ponte de Lima Redondo Penacova Batalha Viana do Alentejo Benavente Pombal Ponte de Sor Elvas Campo Maior Oliveira do Hospital Sintra Mealhada Amarante Mafra Ovar Águeda Caldas da Rainha Almada Palmela Vila Franca de Xira Arouca Murtosa Marinha Grande Cascais Salvaterra de Magos Vila do Porto Baião Santa Cruz da Graciosa São Brás de Alportel Alcácer do Sal Fafe Serpa Porto de Mós Torres Vedras Paredes Anadia Viana do Castelo Albergaria-a-Velha Vila Nova de Famalicão Lousada Amadora Esposende Felgueiras Almeirim Seixal Vinhais Vizela
Dimensão P P M P P P P M M P M P M G M M M M M M G M G M P M G M P M P P P M P M M M M M M G M G M M M G P M
Dívida por habitante 2006 23,9 52,8 93,6 55,8 126,8 133,1 375,4 250,4 247,8 180,6 201,0 171,6 105,2 219,3 282,2 233,5 196,8 307,4 302,2 136,9 283,3 152,3 191,1 189,4 255,8 314,6 189,2 165,4 308,5 204,6 291,6 237,1 187,4 329,3 159,9 176,5 137,7 137,7 253,6 260,3 314,1 341,8 277,4 327,4 351,4 280,1 334,2 317,6 350,7 221,4
2007 22,9 56,2 98,1 155,4 98,1 109,1 229,6 159,1 173,4 143,2 184,6 177,8 107,7 205,0 243,0 212,1 216,3 240,3 262,2 190,0 258,2 124,7 229,5 219,1 207,6 278,1 202,1 133,8 298,5 176,0 267,6 238,4 164,6 272,2 153,4 164,7 179,1 172,3 248,6 208,8 354,8 338,2 330,0 326,8 306,5 344,5 327,9 293,6 334,1 205,8
2008 30,3 67,3 100,4 115,5 83,3 134,7 190,4 171,1 164,8 190,3 181,5 170,7 158,3 203,9 224,7 184,1 219,8 213,5 210,6 174,9 249,8 169,1 246,4 261,7 263,9 254,4 198,7 215,4 260,0 216,4 226,0 266,1 170,0 296,9 176,2 265,0 238,5 217,9 319,6 298,4 336,1 315,0 319,9 336,1 330,2 322,1 360,1 341,6 319,5 311,8
2009 49,6 86,6 107,2 89,8 175,0 143,3 153,7 185,1 182,8 178,9 196,8 208,8 228,6 212,4 191,8 237,2 247,4 241,7 248,2 290,1 219,7 313,4 248,7 247,7 250,9 262,8 336,1 320,3 273,0 333,9 341,0 320,6 402,9 283,1 398,6 327,1 372,4 397,6 298,9 341,7 316,5 341,4 367,8 345,3 378,3 399,9 370,6 404,4 390,3 432,7
2010 81,1 157,5 208,6 209,0 259,4 276,3 344,8 346,0 347,5 374,6 381,7 381,7 390,6 405,6 413,9 421,4 447,0 453,1 459,6 462,7 470,3 471,7 485,3 513,7 513,8 515,8 530,5 532,6 534,4 561,1 564,3 565,8 581,2 581,3 585,7 590,5 607,5 613,3 622,9 640,8 647,3 653,0 682,8 689,4 705,2 723,1 729,1 731,3 732,1 737,0
Unidade: euros
113
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R21 | Municípios com maior Passivo exigível, por habitante, reportado a 2010 (maior volume de dívida por habitante) Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Fornos de Algodres Castanheira de Pera Corvo Freixo de Espada à Cinta Povoação Alfândega da Fé Calheta (R. A. A.) Ourique Mourão Porto Moniz Fundão Barrancos Celorico da Beira Lisboa Monchique Alandroal Penamacor Mesão Frio Sardoal Vila Franca do Campo Portalegre Mondim de Basto Vila Nova de Poiares Aveiro Torre de Moncorvo Seia Melgaço Borba Murça Vila Real de Santo António Nordeste Tabuaço Sines Monforte Covilhã Armamar Crato Vila de Rei Nisa Ribeira de Pena Lajes do Pico Manteigas Carrazeda de Ansiães Tarouca Castro Marim Fronteira Alijó Portimão Mértola Arraiolos
Unidade: euros 114
Dimensão P P P P P P P P P P M P P G P P P P P P M P P M P M P P P P P P P P M P P P P P P P P P P P P M P P
2006 0,0 3.237,1 4.647,9 2.394,9 1.575,6 2.284,6 2.572,0 2.800,0 2.477,1 2.378,4 1.953,9 1.468,8 2.183,8 1.924,4 2.490,4 1.766,8 1.937,8 1.924,2 2.103,3 1.710,1 1.329,7 1.349,6 717,2 1.607,2 1.722,6 1.721,6 1.847,1 992,6 1.667,8 529,0 1.701,7 1.077,4 1.690,6 2.036,7 1.478,5 1.711,6 1.452,3 1.299,3 857,1 1.445,7 1.297,3 1.226,7 1.474,6 1.200,0 1.356,1 1.746,1 857,8 540,9 1.219,1 748,3
Dívida por habitante 2007 2008 6.090,7 6.654,2 3.454,9 3.973,6 5.018,3 4.572,3 3.192,5 3.615,5 1.773,5 2.132,6 2.260,7 2.954,4 2.466,3 2.800,8 2.675,6 2.600,2 2.376,2 2.616,0 1.685,3 1.823,5 2.125,6 2.496,4 1.709,4 2.155,7 2.169,2 2.354,2 1.932,1 2.279,7 2.416,6 2.363,7 1.895,2 2.016,0 1.940,8 2.176,8 1.910,7 1.999,2 2.057,0 2.111,0 2.042,6 2.051,2 1.700,0 1.920,8 1.379,5 1.721,5 1.606,2 1.833,2 1.661,1 1.862,7 1.730,8 1.876,4 1.772,5 1.819,1 1.716,4 1.797,8 1.470,3 1.854,8 1.689,5 1.759,4 570,2 1.160,9 1.775,1 1.838,3 1.566,1 1.734,8 1.706,5 1.652,9 1.948,2 1.677,1 1.654,3 1.687,6 1.735,6 1.755,0 1.788,7 1.699,4 1.392,0 1.388,8 1.012,3 1.416,6 1.401,7 1.534,8 1.412,8 1.470,9 1.404,6 1.453,0 1.468,5 1.620,4 1.269,3 1.363,2 1.341,2 1.272,2 1.549,4 1.429,7 1.074,2 1.203,2 618,4 1.162,9 1.213,3 1.442,0 1.181,3 1.435,7
2009 6.861,7 3.974,1 3.784,8 4.243,8 5.496,6 3.097,8 2.875,8 2.836,5 2.946,4 3.583,4 2.593,8 2.631,7 2.476,8 2.435,2 2.285,6 2.644,1 2.229,2 2.340,4 2.244,7 2.171,5 2.202,7 2.345,5 2.243,7 2.121,6 2.024,9 2.038,0 2.004,8 1.964,5 2.013,8 2.590,1 1.893,5 1.890,1 2.047,4 1.876,5 1.841,0 1.689,3 1.654,1 1.947,0 1.895,2 1.765,2 1.771,2 1.645,2 1.433,3 1.658,5 1.716,4 1.451,1 1.725,8 1.827,5 1.364,5 1.416,3
2010 13.847,2 8.222,3 8.133,6 8.018,6 7.625,8 6.207,8 5.749,6 5.582,5 5.556,2 5.537,2 5.143,7 4.928,5 4.900,5 4.866,1 4.785,5 4.738,9 4.570,2 4.474,8 4.448,3 4.218,0 4.204,1 4.112,4 4.034,8 4.006,4 3.997,3 3.900,8 3.873,0 3.864,7 3.858,2 3.735,4 3.728,8 3.700,1 3.698,0 3.619,1 3.577,7 3.507,2 3.458,7 3.413,0 3.399,2 3.361,3 3.266,8 3.189,4 3.152,8 3.036,6 3.000,0 2.999,6 2.978,6 2.946,0 2.899,2 2.890,6
CAPÍTULO 3
Passivo Líquido (ou dívida líquida): Os rankings anteriores mostram a posição dos municípios, de acordo com o valor por habitante, da dívida bruta municipal126. Pese embora, se fale na distribuição da dívida bruta, por habitante, quando se fala na dívida per capita, faz sentido saber como se comportam os municípios para o rácio homólogo relativo à dívida líquida, calculada pela seguinte fórmula: Dívida a pagar (curto, médio e longo prazo) – existências – dívidas a receber de curto prazo - disponibilidades. E é essa informação que nos fornecem os dois Rankings subsequentes R22 e R23. No ranking R22 constam os 4 municípios cuja dívida líquida é inferior a zero, e que por isso, a dívida líquida, per 126. Sem que à mesma se tenha deduzido o ativo disponível para a liquidar (Disponibilidades e os créditos existentes a curto prazo e existências).
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capita, é negativa, isto é, não existe. Estão nesta situação os seguintes municípios: Ponta Delgada, Ponte de Lima, São João da Madeira e Anadia, todos de média dimensão. Também constam desta lista dos 50 municípios com menor dívida líquida per capita, seis municípios de grande dimensão: Almada; Vila Franca de Xira; Seixal; Amadora; Sintra; Vila Nova de Famalicão. Destes 6 apenas Almada consta, igualmente, do Ranking (R31) dos 35 municípios com menor índice de endividamento liquido em relação às receitas do ano n-1 No ranking R23 de Municípios com maior Passivo Líquido exigível, por habitante, em 2010, o único município de grande dimensão constante do mesmo é Lisboa, que apresentou uma dívida líquida, por habitante, de 1.720,7 €. Recomenda-se que se comparem estes rankings com R28 e R29 (páginas 132 e 133) sobre a liquidez em que se incluem apenas os passivos de curto prazo. 115
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CAPÍTULO 3
R22 | Municípios com menor Passivo líquido exigível, por habitante, reportado a 2010 (menor volume de dívida líquida, por habitante) Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Ponta Delgada Ponte de Lima São João da Madeira Anadia Cinfães Redondo Penedono Covilhã Ovar Elvas Ponte de Sor Mealhada Salvaterra de Magos Benavente Almada Viana do Alentejo Fafe São Roque do Pico Amarante Mafra Pombal Cartaxo Penacova Marinha Grande Vila Franca de Xira Alcácer do Sal Caldas da Rainha Seixal Arouca Amadora Águeda Calheta (R. A. M.) Campo Maior Sintra Albergaria-a-Velha Viseu Batalha Ribeira Brava Castelo Branco Lousada Porto de Mós Sesimbra Penalva do Castelo Vila do Porto Vila Nova de Famalicão Moita Barreiro Vinhais Oliveira do Hospital Murtosa
Unidade: euros 116
Dimensão M M M M P P P M M M P M M M G P M P M M M M P M G P M G M G M P P G M M P P M M M M P P G M M P M P
Dívida líquida por habitante 2006 369,2 -380,8 64,6 229,9 -78,6 -610,4 -438,6 1.310,5 206,2 -319,3 -336,6 108,9 135,3 203,3 -89,8 -85,4 260,7 575,3 164,1 -16,0 208,3 807,2 67,0 109,7 162,6 22,2 71,8 191,5 127,0 1,8 263,1 792,1 -132,0 179,6 156,5 131,0 84,3 26,4 -30,4 141,9 99,0 358,3 420,9 278,1 269,2 438,8 359,0 142,3 91,6 201,0
2007 390,5 -405,5 317,8 115,6 -98,8 -900,8 -706,9 1.471,1 102,4 -632,5 -557,5 -48,7 44,6 12,3 -136,0 -235,5 215,0 443,4 144,0 1,9 121,4 153,5 -34,7 61,0 107,0 -20,4 124,4 153,3 163,3 -36,0 197,2 725,3 -144,6 154,9 241,2 69,9 64,4 -214,4 -175,6 248,2 69,5 282,7 441,7 237,0 258,7 423,2 366,5 -26,8 73,4 153,1
2008 486,0 -574,9 209,2 132,6 -95,4 -847,9 -785,5 1.218,3 84,2 -568,2 -478,7 77,8 151,4 20,3 -90,4 -374,0 229,1 326,4 140,7 90,5 98,9 -533,5 -60,2 97,5 103,3 29,8 108,5 182,9 212,9 -55,2 124,1 812,7 -74,6 165,5 287,9 7,6 92,1 178,6 -3,8 251,7 173,3 362,4 494,0 162,0 256,8 413,7 377,0 25,0 134,8 190,0
2009 462,1 -184,9 186,4 96,2 56,1 -698,6 -915,5 1.490,7 77,4 -371,9 -501,6 110,1 274,3 93,8 74,5 -179,9 237,8 -384,3 195,5 104,5 101,4 -184,7 147,5 169,0 153,3 295,6 251,7 273,9 213,5 -29,0 142,7 948,9 73,9 178,8 273,5 107,5 67,3 437,3 -198,6 26,1 236,4 477,6 415,7 158,4 306,0 418,3 420,2 148,0 174,4 104,4
2010 -165,6 -144,0 -96,3 -35,9 19,7 39,5 41,7 55,3 60,4 75,7 78,0 82,7 150,2 156,0 157,4 165,5 168,1 169,3 180,3 181,1 185,3 187,5 187,6 199,2 203,1 204,8 209,0 211,6 214,0 226,3 236,2 243,3 244,5 244,7 247,0 248,0 251,7 258,9 259,5 263,8 271,0 278,9 284,9 297,2 300,5 309,0 309,8 310,9 317,2 317,9
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CAPÍTULO 3
R23 | Municípios com maior Passivo líquido exigível, por habitante, reportado a 2010 (maior volume de dívida líquida por habitante) Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Fornos de Algodres Povoação Castanheira de Pera Freixo de Espada à Cinta Alfândega da Fé Mourão Corvo Alandroal Ourique Nordeste Tabuaço Calheta (R. A. A.) Celorico da Beira Portimão Mondim de Basto Vila Franca do Campo Mesão Frio Vila Real de Santo António Barrancos Vila Nova de Poiares Aveiro Seia Porto Moniz Sardoal Murça Fundão Monchique Torre de Moncorvo Lajes do Pico Crato Penamacor Borba Velas Tarouca Melgaço Vila do Bispo Lisboa Monforte Nazaré Alijó Santana Portalegre Sines Manteigas Miranda do Douro Vila de Rei Armamar Nisa Almeida Reguengos de Monsaraz
Dimensão P P P P P P P P P P P P P M P P P P P P M M P P P M P P P P P P P P P P G P P P P M P P P P P P P P
Dívida líquida por habitante 2006 0,0 1.531,7 3.158,0 1.487,6 2.198,7 2.439,4 3.719,9 1.664,1 2.744,9 1.589,3 1.034,4 2.532,8 2.115,9 400,1 1.238,8 1.568,4 1.785,6 186,2 1.339,4 428,8 1.522,6 1.626,8 1.712,1 2.037,1 1.636,4 1.602,6 2.229,7 1.287,5 1.227,9 708,0 1.787,9 892,5 1.221,7 1.024,9 1.643,3 -120,8 1.629,2 1.955,4 1.224,6 815,0 284,6 1.015,7 1.428,3 1.119,7 1.103,7 1.213,8 1.669,4 715,6 -108,6 1.266,4
2007 5.923,1 1.695,6 3.348,6 2.397,6 2.156,3 2.331,9 3.703,6 1.782,7 2.637,7 1.622,0 1.479,5 2.372,3 2.090,1 457,3 1.346,5 1.804,3 1.784,7 394,9 1.507,2 1.560,7 1.600,1 1.700,8 971,6 2.003,4 1.654,3 1.804,0 2.270,3 1.282,3 1.314,5 1.034,0 1.396,7 1.362,7 1.231,6 1.104,5 1.104,8 -461,3 1.702,0 1.861,2 981,9 1.018,7 562,4 1.145,9 1.412,1 1.276,0 1.180,4 1.255,6 1.637,4 866,5 282,7 1.260,2
2008 6.517,5 2.078,0 3.815,6 2.690,4 2.851,1 2.439,9 3.866,3 1.861,4 2.575,7 1.729,1 1.675,2 2.737,2 2.250,3 1.056,5 1.690,6 1.845,0 1.928,6 -452,0 2.024,3 1.760,2 1.695,9 1.773,1 1.003,9 2.058,8 1.716,5 2.026,7 2.230,2 1.508,3 1.312,9 1.091,5 1.590,1 1.757,4 1.065,2 1.124,0 1.348,8 -355,6 1.747,9 1.497,5 904,3 1.149,5 533,7 1.140,0 1.321,8 1.290,4 1.105,0 1.314,2 1.577,8 1.092,7 809,7 1.198,1
2009 6.694,9 5.447,5 3.860,8 3.183,3 2.982,1 2.814,7 3.036,3 2.491,2 2.779,7 1.799,9 1.807,7 2.715,9 2.400,2 1.770,3 2.322,9 1.991,9 2.256,3 1.064,1 2.516,9 2.136,5 1.863,2 2.007,9 2.739,9 2.152,8 1.924,9 2.085,8 2.173,5 1.584,1 1.694,2 1.283,3 1.814,0 1.801,8 1.209,1 1.475,0 1.804,6 928,9 1.746,6 1.805,9 1.296,7 1.372,2 1.631,3 1.346,3 1.739,1 1.494,7 1.188,4 1.707,7 1.557,3 1.468,4 876,4 1.339,8
2010 6.741,9 5.141,3 3.825,4 3.434,1 3.298,2 3.114,6 2.989,8 2.977,1 2.681,1 2.658,6 2.626,7 2.587,4 2.510,6 2.473,2 2.468,8 2.315,0 2.291,0 2.229,2 2.185,7 2.184,3 2.111,2 2.094,1 2.076,8 2.034,7 2.022,2 1.994,9 1.951,8 1.920,7 1.912,3 1.887,6 1.877,5 1.817,1 1.814,3 1.810,0 1.802,6 1.795,2 1.720,7 1.682,8 1.663,9 1.650,7 1.638,0 1.590,1 1.543,2 1.530,6 1.522,8 1.516,9 1.502,3 1.474,9 1.408,3 1.398,4
Unidade: euros 117
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3.2.4. Proveitos, custos e resultados127 Nos Quadros 3.14 e 3.15 são apresentadas a evolução dos custos e a evolução dos proveitos considerando os valores totais dos 308 municípios. Do quadro e gráficos anteriores pode-se concluir: Entre 2006 e 2010, os custos totais considerando o universo dos 308 municípios, cresceram 1 385,1 milhões de euros (+ 23,7%), totalizando, em 2010, 7.223,2 milhões de euros, -103,1milhões que em 2009. A taxa média anual de crescimento até 2009 foi de 7,9% tendo apresentado uma variação negativa de -1,4% em 2010. Das componentes dos custos destacam-se os custos com pessoal, por serem os de maior volume, representando na estrutura dos custos autárquicos, ao longo do quinquénio, um peso médio, de 32,8% e os fornecimentos e serviços externos, com um volume de gastos logo, imediatamente, a 127. Os resultados económicos de um município representam a diferença entre os Proveitos e os Custos e são apresentados de uma forma resumida na “Demonstração de Resultados por Natureza”. A “Demonstração de Resultados por Funções” não é obrigatória no sistema de contabilidade autárquica preconizado pelo POCAL. O modelo da Demonstração de Resultados por Natureza é muito similar ao utilizado na contabilidade empresarial (modelo POC), dividindo os custos, os proveitos e os resultados em «operacionais», «financeiros», «correntes» e «extraordinários», admitindo assim o balanceamento entre custos e proveitos do exercício para as várias categorias.
118
CAPÍTULO 3
seguir e representando, em média, 25,8% dos gastos totais. No quinquénio 2006/2010, pese embora as restrições colocadas ao aumento de despesa com pessoal, certo é que os custos com pessoal foram os que apresentaram maior volume de crescimento no global dos custos autárquicos, ao aumentarem 447,4 milhões de euros (+22,4%). A maior parte deste aumento ocorreu no ano 2009, com um acréscimo de custos de 262,8 milhões de euros (+12,2%). O ano de 2010 foi o de menor crescimento destes custos ao aumentarem apenas 1% (+24,8M€) Os custos com os fornecimentos e serviços externos cresceram, entre 2006 e 2010, 21,9% apresentando um acréscimo de gastos de +329,9 milhões de euros. Em 2010, estes custos baixaram 62,3milhoes de euros (-3,3%) As transferências e subsídios concedidos foram outra componente de custos que cresceu, entre 2006 e 2009, a uma taxa superior à taxa média de crescimento dos custos autárquicos, aumentando nesse período + 172,2 milhões de euros (+31,3%). Porém em 2010, baixam 32,3 milhões de euros (4,5%), totalizando 690,1 milhões de euros e representando 9,6% do total dos custos autárquicos.
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CAPÍTULO 3
Quadro 3.14 | Evolução dos Custos, no período entre 2006 | 2010 Custos
2006
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
2007
2008
2009
2010
Variação (%) 2009 - 2010
Variação (%) 2006 - 2010
119,7
146,2
176,4
189,2
179,2
-5,3%
49,7%
Fornecimentos e serviços externos
1.506,4
1.680,1
1.796,2
1.898,6
1.836,3
-3,3%
21,9%
Custos com Pessoal
1.996,2
2.057,0
2.156,0
2.418,8
2.443,6
1,0%
22,4%
Transferências e Subsídios Concedidos
550,2
612,4
653,3
722,4
690,1
-4,5%
25,4%
Amortizações
910,5
960,2
1.034,3
1.086,6
1.155,9
6,4%
27,0%
Provisões
57,1
241,0
116,9
167,6
148,3
-11,5%
159,8%
Outros Custos Operacionais
23,1
20,8
24,8
29,2
28,8
-1,3%
24,7%
Custos Financeiros
158,8
246,1
284,6
204,0
143,0
-29,9%
-9,9%
Custos Extraordinários
516,1
554,9
658,8
610,0
597,9
-2,0%
15,9%
5.838,1
6.518,7
6.901,3
7.326,3
7.223,2
-1,4%
23,7%
Total de custos Unidade: milhão de euros
Gráfico 3.06 | Estrutura dos Custos em 2010
Gráfico 3.05 | Evolução das componentes dos Custos 3.000 € 2.500 €
Milhões
2.000 €
3%
2%
1.500 €
8%
1.000 €
CMVMC + custos operacionais Fornecimentos e serviços externos
500 €
10%
34%
0€ 2006
Custos com Pess oal
2007
2008
2009
201 0
Transferências e Subsídios Concedidos Amortizações + Provisões 18%
Custos Financeiros
Fornecimentos se rviços externos Amortizaçõe s + Provisões
Custos com Pessoal
25%
Custos Extraordinários
Transferências e Subsídios Concedidos Custos Extraordinários CMVMC + custos operacionais Custos Financeiros
119
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
O apuramento dos registos contabilísticos e o melhor controlo dos ativos municipais com a regularização cadastral dos imóveis municipais e respetiva avaliação, têm reforçado o valor das amortizações no balanço. Assim, as amortizações, neste quinquénio aumentaram 245,4 milhões de euros (+27%). Em 2010, 4 municípios (5 em 2009, 9 em 2008, 13 em 2007 e 16 em 2006) não apresentaram valores de amortizações. Consideramos, ainda, o facto de grande parte dos municípios não terem registado nem reconhecido contabilisticamente todo o inventário de Imobilizado, então, o peso das amortizações nos custos totais, de 16% em 2010, tenderá a aumentar. De igual modo, se o melhor controlo das dívidas de clientes e utentes permitiu um melhor conhecimento dos créditos sobre terceiros, também obrigou à constituição de provisões as quais também se apuraram com a necessidade de registo das obrigações que poderão decorrer de responsabilidades, nomeadamente as inerentes a processos judiciais. Tais situações justificarão um aumento real dos custos com provisões, entre 2006 e 2010, de + 91,2 milhões de euros correspondente a uma variação positiva de 159,7%. Contudo, este custo pouca relevância tem na estrutura dos custos 120
CAPÍTULO 3
autárquicos, representando em média 2,1%. Os custos financeiros que entre 2006 e 2008 apresentaram um crescimento global de 125,8M€ (+79,2%). Em 2009 e 2010 apresentam taxas sucessivas de decréscimo no valor de -28,3% e – 29,9%, refletindo-se estas descidas num decréscimo, para todo o período de 2006/2010, de -9,9%, tendo estes custos, neste último ano do quinquénio, um valor inferior em 15,8M€ ao apresentado no inicio do mesmo. O montante de custos financeiros contabilizados no final de 2010 e no montante de 143 M€, representou o peso médio de 3,4% na estrutura de custos. De igual modo os custos extraordinários, que pesaram, em media, na estrutura 8,7%, apresentaram, no período em causa, um acréscimo global de 81,8M€ (+15,8 %), sendo que esta variação resultou de um aumento entre 2006 e 2008 e uma progressiva diminuição em 2009 e 2010, com descidas respetivamente de 48,8 milhões de euros (-7,4%) e de 12,1M€ (-2%). O Quadro 3.15 apresenta a evolução dos proveitos, no período entre 2006/2010.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.15 | Evolução dos Proveitos, no período entre 2006 / 2010 Proveitos
2006
Vendas de Mercadorias Vendas de Produtos Variação da Produção Prestação de Serviços Outras Situações Impostos e Taxas Transferências e Subsídios Obtidos Trabalhos para a própria entidade Proveitos Suplementares Outros Proveitos Operacionais Proveitos Financeiros Proveitos Extraordinários Total de proveitos
62,9 125,0 -2,1 391,3 26,9 2.539,8 2.593,3 32,0 50,0 37,7 158,4 454,7 6.469,9
2007 57,4 143,0 -1,8 421,2 30,7 2.924,9 2.669,1 26,9 75,1 33,3 189,9 433,1 7.002,8
2008
2009
50,5 153,0 0,9 455,0 34,9 2.737,0 2.749,2 36,9 63,6 52,0 206,4 665,2 7.204,6
2010
51,7 137,2 0,9 456,5 39,9 2.583,8 3.025,8 38,4 49,4 44,7 180,8 491,1 7.100,3
55,7 131,4 3,5 456,3 40,6 2.662,8 3.045,0 31,6 61,4 54,7 177,0 605,1 7.325,1
Variação (%) 2009 - 2010
Variação (%) 2006 - 2010
0,4%
2,6%
0,1%
18,8%
3,1% 0,6% -17,7% 24,3% 22,4% -2,1% 23,2% 3,2%
4,8% 17,4% -1,2% 22,7% 45,2% 11,7% 33,1% 13,2%
Unidade: milhões de euros
Gráfico 3.07 | Evolução das componentes dos Proveitos
Gráfico 3.08 | Estrutura dos Proveitos em 2010
3.500 € 3.000 €
Milhões
2.500 €
0% 2% 2%
2.000 €
3%
1.500 €
Vendas + variação da produção 7%
1.000 €
Prestação de Serviços + outras situações
500 €
8% 0€ 2006
2007
2008
2009
201 0
Impostos e Taxas Transferências e Subsídios Obtidos
42%
Transferências e Subsídios Obtidos
Trabalhos para a própria entidade
Impostos e Taxas
Proveitos suplementares + outros proveitos operacionais Proveitos Financeiros
Proveitos Extraordinários Prestação de Serviços + outras situações Vendas + variação da produção Proveitos Financeiros
36%
Proveitos Extraordinários
Proveitos supl. + outros proveitos operacionais Trabalhos para a própria entidade
121
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
O total dos proveitos em 2010 foi de 7.325,1 milhões de euros, + 855,2 milhões de euros que os obtidos em 2006, verificando-se uma taxa de crescimento para o quinquénio de 13,2%. Contudo, o valor verificado em 2009 representou uma descida em relação a 2008 de -104,3 milhões de euros. Em 2010 os proveitos cresceram 3,2% (+224,8 milhões de euros) em relação a 2009 superando em 120,5milhões de euros a diminuição verificada em 2009. De acordo com a análise efetuada no ponto relativo às receitas municipais, seria de prever que os proveitos mais relevantes decorressem da entrada das receitas fiscais e das transferências do Estado provenientes do FEF. Efetivamente estas duas categorias de receita são a fonte das duas principais componentes dos proveitos: Impostos e Taxas e Transferências e Subsídios Obtidos, cujo peso médio, nos proveitos totais, para o quinquénio em apreço, foi respetivamente de, 38,4% e 40,1%. Isto é, juntas representaram, em média, 78,5% dos proveitos obtidos. Contudo, enquanto considerando o período 2006/2010, os impostos e taxas crescem apenas 4,8% (+ 123 milhões de euros), as transferências e subsídios obtidos cresceram 17,4% (+451,7 milhões de euros). Esta variação não foi homogénea ao longo do período. Em 2008 e 2009, os proveitos resultantes dos impostos e taxas baixaram sucessivamente 6,4% (-187,9 milhões de euros) e 5,6% (- 153,2 milhões de euros), após um acréscimo de 15,2% (+385,1 milhões de euros) em 2007. Em contrapartida os proveitos resultantes das transferências e subsídios obtidos, cresceram, em 2009, 10,1% (276,6 milhões de euros), em 2008, 3% (80,1 milhões de euros) e 122
CAPÍTULO 3
em 2007 tinham aumentado 2,9% (75,8 milhões de euros). Com um peso médio de 7,5% nos proveitos totais surgem com algum significado os Proveitos Extraordinários. Ao longo do período estes proveitos apresentaram oscilações na sua variação. Em 2007 e 2009 estes proveitos diminuíram respetivamente -21,6 e -174,1 milhões de euros, e em 2008 e 2010 cresceram sucessivamente 232,1 milhões de euros e 114 milhões de euros. Destas variações resultou um acréscimo de 150,4 milhões de euros (33,1%), no quinquénio em apreço. Não se dispõe de informação que possa identificar a origem essencial destes proveitos, contudo verificou-se que, em 2010, os mesmos provieram, essencialmente, de Lisboa com 132,5 milhões de euros, Matosinhos com 24,8 milhões de euros, Cascais com 24,2 milhões de euros, V. N. de Gaia com 20,5 milhões de euros e Porto com 17,45 milhões de euros. Outro proveito de referir será o resultante da prestação de serviços, cujo peso médio, no quinquénio foi de 6,2%. Em 2010 os proveitos registados foram no montante de 456,3 milhões de euros, e pela primeira vez resultaram de uma diminuição de proveitos em relação ao ano transato (0,2%)128. Contudo, entre 2006 e 2010 estes proveitos cresceram 65 milhões de euros (+ 16,6%). No Quadro 3.16 é apresentada informação sobre custos, proveitos e resultados dos municípios de acordo com a sua dimensão e para os exercícios de 2009 e 2010. 128. Será provável o efeito da crise económica sentida no país
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.16 | Informação de custos, proveitos e resultados por dimensão dos municípios
Nº de municípios População Custos com Pessoal/ /custos totais Resultados económicos Resultados económicos/ Proveitos Resultados económicos por habitante Nº de municípios com resultados negativos
Grandes 2009
Médios
2010
2009
Pequenos 2010
2009
TOTAL
2010
2009
2010
23
23
104
106
181
179
308
308
4.454.756
4.457.694
4.516.484
4.563.662
1.666.473
1.615.623
10.637.713
10.636.979
34,1%
35,4%
31,8%
32,4%
33,4%
34,0%
33,0%
33,8%
55 milhões €
292 milhões €
(191) milhões €
(138) milhões €
(91) milhões €
(51) milhões €
(226) milhões €
102 milhões €
2,1%
10,5%
-6,9%
-4,9%
-5,3%
-3,0%
-3,2%
1,4%
12,5 €
65,5 €
-42,3 €
-30,3 €
-54,3 €
-32,1 €
-21,3 €
9,6 €
7
3
51
49
101
88
159
140
Da análise do quadro 3.16 e gráfico 3.09 salienta-se o facto de, no ano de 2010, de uma maneira geral terem melhorado os resultados económicos em todos os grupos de municípios. Para a globalidade do grupo dos municípios de pequena dimensão, apesar dos resultados económicos se manterem negativos (- 51 milhões de euros) representam um acréscimo de 40 milhões de euros em relação a 2009. É o grupo de municípios de média dimensão que apresenta o maior volume negativo de resultados económicos, – 138 milhões de euros, pese embora este número traduza uma melhoria de resultados. Relativamente ao grupo de municípios de grande dimensão, verifica-se uma subida significativa do valor dos resultados do exercício ao aumentarem, na globalidade, 237 milhões de euros.
Gráfico 3.09 | Evolução dos Resultados Económicos
700 € 600 € 500 € 400 € Milhões
300 € 200 € 100 € 0€ -100 €
2006
2007
2008
2009
2010
-200 € -300 €
Em relação ao rácio Custos com Pessoal/Custos totais verifica-se que o mesmo cresceu, na globalidade, 0,8pp, traduzindo um aumento relativo dos custos com pessoal, sendo que em todos os conjuntos de municípios se verificou esta tendência. Nos agrupamentos de grande dimensão este rácio aumentou 1,3pp, nos de média dimensão 0,6pp e nos de pequena dimensão, também, 0,6pp.
Resultados Económicos
123
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
O Quadro 3.17 apresenta a evolução dos Resultados Económicos para 2006/2010. Antes da sua interpretação, não se pode deixar de anotar que enquanto não forem utilizados idênticos critérios de valorimetria entre os municípios, enquanto não for reconhecido no ativo todo o imobilizado e nas demonstrações de resultados as respetivas amortizações, e, enquanto não se verificar uma total correlação entre provei-
tos e custos129, a interpretação do resultado económico de um município é muito subjetiva, de significado controverso, comprometendo análises comparativas entre os diversos municípios. Entende-se que o modelo mais ajustado à realidade dos municípios, potencializador de uma gestão eficiente, seria o que conduzisse a e valorizasse um resultado líquido próximo de Zero, como indicador de máxima eficiência. 129. Esta correlação é muito controversa num contexto dos municípios em que a ocorrência de mais custos não conduz necessariamente a mais proveitos dado estes serem essencialmente de natureza fiscal.
Quadro 3.17 | Resultados económicos 2006
2007
2008
2009
2010
Proveitos
6.469,9
7.002,8
7.204,6
7.100,3
7.325,1
Custos
5.838,1
6.518,7
6.901,3
7.326,3
7.223,2
631,7
484,0
303,4
-226,1
102,0
60 €
46 €
29 €
-21 €
10 €
78
85
115
159
140
Resultados económicos Resultados económicos por habitante Nº de municípios com resultados negativos Unidade: euros
Gráfico 3.10 | Evolução dos Resultados Económicos 8.000 € 7.000 € 6.000 €
Milhões
5.000 € 4.000 € 3.000 € 2.000 € 1.000 € 0€ -1.000 €
2006
2007 Proveitos
124
2008 Custos
2009 Resultados económicos
201 0
CAPÍTULO 3
O gráfico 3.10 mostra como evoluíram as curvas de proveitos e de custos, no quinquénio em apreço, constatando-se que em 2009 os custos ultrapassaram os proveitos provocando a descida dos resultados económicos a um nível inferior a zero. No ano de 2010, resultante da estabilização dos custos e da subida dos proveitos, o resultado económico, para a globalidade dos municípios, voltou a ficar positivo. Apresentaram resultados económicos positivos130, 168 dos municípios (149 em 2009, 193 em 2008, 223 em 2007 e 236 em 2006), mais 19 municípios que em 2009. Em 2010, apresentaram resultados económicos negativos, 3 municípios de grande dimensão (municípios de Barcelos, Matosinhos e Vila Nova de Gaia), 49 municípios de média dimensão e 88 municípios de pequena dimensão. Na globalidade, os municípios apresentaram, em 2010, um resultado económico positivo de 102 milhões de euros (+328,1 milhões de euros que em 2009), revertendo a situação verificada em 2009 de um resultado negativo de 226,1 milhões de euros para a globalidade dos municípios. 130. O normal seria todos os municípios apresentar resultados económicos positivos dado que mais de 70% das receitas são integralmente registadas como proveitos do exercício: todas as receitas fiscais e as transferências do Estado.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Contribuíram para esta situação 168 municípios que apresentaram resultados positivos. Em 2010, o rácio “Resultados económicos por habitante”, só se apresentou negativo em 2009 (-21€), tendo-se revelado positivo nos restantes anos do quinquénio, embora com valores sucessivamente mais pequenos. Os rankings R24 e R25 apresentam os 35 municípios com melhores e piores resultados económicos, respetivamente. Relativamente ao ranking R24, será de anotar a esforço revelado por alguns municípios na melhoria dos seus resultados económicos, transitando de uma situação de resultados negativos em 2009 para resultados positivos em 2010. Nesta situação serão relevar, nomeadamente, os seguintes municípios: Cascais, Loures, Vila do Conde, Seixal, Paredes, Barreiro, Sines, Alcácer do Sal e Cantanhede. No ranking R25, há municípios cujos resultados foram positivos em 2009 e apresentaram em 2010, resultados negativos. Estão nessa situação Tavira e Loulé. Outros embora em 2009 apresentassem resultados negativos, os mesmos desceram muito mais em 2010. Estão nesta situação: Olhão, Lagos, Albufeira, e Vila Nova de Gaia. 125
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.18 | Municípios que passaram de Resultado negativo para positivo Municípios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41
Marco de Canaveses Cascais Loures Seixal Vila do Conde Paredes Sines Barreiro Alcácer do Sal Cantanhede Portalegre Vila Franca de Xira Montijo Póvoa de Varzim Celorico de Basto Vila da Praia da Vitória Caldas da Rainha Povoação Torres Novas Porto Moniz Odemira Moimenta da Beira Chamusca Alcanena Vila Real Castelo de Paiva Calheta (R. A. A.) Alijó Castro Verde Alpiarça Crato Mesão Frio Velas Valença Sabugal Freixo de Espada à Cinta Idanha-a-Nova Aljustrel Cadaval Figueira de Castelo Rodrigo Golegã
Unidade: euros 126
Dimensão M G G G M M P M P M M G M M P M M P M P M P P P M P P P P P P P P P P P P P P P P
Resultados Económicos 2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
1.314.310,9 10.238.397,3 9.867.092,2 -4.926.785,2 7.374.932,7 643.178,0 1.772.149,7 1.426.528,0 424.509,7 -867.926,2 -1.488.210,6 12.090.547,4 -2.208.424,2 967.551,7 -405.344,7 55.497,4 2.309.846,0 -423.454,2 2.676.463,8 328.717,0 -271.656,4 2.193.834,6 914.017,6 -507.118,7 780.844,6 2.045.486,8 -29.102,7 2.286.104,1 4.142.770,9 21.797,6 11.854,0 -744.402,6 -1.557,0 181.750,4 928.835,9 -124.408,6 693.702,8 33.221,3 -210.181,1 75.855,4 65.129,3
-37.694.151,3 -18.084.234,5 -14.304.622,0 -9.653.484,7 -4.634.107,0 -4.708.284,7 -3.480.504,4 -2.180.436,0 -1.823.200,1 -2.359.020,6 -4.080.974,7 -419.286,6 -2.518.285,9 -1.094.988,0 -810.669,0 -1.516.507,4 -1.619.010,6 -1.195.809,7 -197.969,0 -51.864,8 -466.305,7 -1.043.201,8 -1.751,5 -833.313,4 -1.402.590,8 -570.118,2 -141.092,8 -296.564,5 -349.125,3 -711.609,4 -946.521,8 -681.834,8 -165.788,4 -587.308,4 -348.384,3 -729.126,1 -137.002,1 -513.158,5 -6.996,8 -188.690,3 -29.343,3
2.734.767,4 12.855.883,3 12.315.353,3 10.754.906,4 11.613.285,0 6.659.378,8 3.737.826,7 4.626.011,6 3.991.409,0 3.415.346,9 1.279.813,8 4.847.138,2 2.426.316,4 2.865.619,8 3.054.391,6 1.421.707,3 1.144.466,7 1.416.117,1 1.896.464,0 1.995.786,2 1.482.959,0 869.603,6 1.882.158,1 888.969,2 16.043,7 717.942,0 1.089.925,3 835.773,7 726.674,3 359.047,9 36.554,1 224.250,1 725.342,1 269.750,6 462.570,9 31.262,9 477.994,2 78.597,8 329.290,8 107.771,6 120.302,7
40.428.919 30.940.118 26.619.975 20.408.391 16.247.392 11.367.664 7.218.331 6.806.448 5.814.609 5.774.367 5.360.789 5.266.425 4.944.602 3.960.608 3.865.061 2.938.215 2.763.477 2.611.927 2.094.433 2.047.651 1.949.265 1.912.805 1.883.910 1.722.283 1.418.634 1.288.060 1.231.018 1.132.338 1.075.800 1.070.657 983.076 906.085 891.131 857.059 810.955 760.389 614.996 591.756 336.288 296.462 149.646
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R24 | Municípios com Maiores Resultados Económico131 (valores absolutos) 1
Lisboa
G
131.131.434
35.611.849
161.423.880
Total de 2008 a 2010 328.167.164
2
Santa Maria da Feira
G
5.088.348
529.980
18.212.675
23.831.003
3
Braga
G
11.249.637
12.088.000
14.150.015
37.487.652
4
Sintra
G
7.020.104
7.079.024
13.455.121
27.554.249
5
Castelo Branco
M
12.265.962
12.323.729
13.190.049
37.779.740
6
Cascais
G
10.238.397
-18.084.234
12.855.883
5.010.046
7
Oeiras
G
17.854.676
23.339.640
12.415.405
53.609.721
8
Loures
G
9.867.092
-14.304.622
12.315.353
7.877.823
9
Vila do Conde
M
7.374.933
-4.634.107
11.613.285
14.354.111
10
Seixal
G
-4.926.785
-9.653.485
10.754.906
-3.825.364
11
Guimarães
G
5.517.094
11.597.855
8.762.646
25.877.595
12
Amadora
G
8.688.049
6.930.108
8.494.743
24.112.900
Município
Dimensão
2008
2009
2010
13
Pombal
M
7.321.584
8.497.740
7.604.258
23.423.582
14
Grândola
P
3.623.675
4.483.890
6.924.370
15.031.936
15
Paredes
M
643.178
-4.708.285
6.659.379
2.594.272
16
Setúbal
G
-3.096.012
1.257.274
6.072.528
4.233.790
17
Almada
G
12.254.455
982.027
6.014.140
19.250.621
18
Leiria
G
10.520.508
4.344.182
6.005.742
20.870.433
19
Vila Nova de Famalicão
G
2.868.354
1.021.084
4.854.618
8.744.056
20
Vila Franca de Xira
G
12.090.547
-419.287
4.847.138
16.518.399
21
Barreiro
M
1.426.528
-2.180.436
4.626.012
3.872.103
22
Ribeira Grande
M
4.311.090
3.428.731
4.555.040
12.294.862
23
Amarante
M
3.710.301
1.817.006
4.334.513
9.861.819
24
Maia
G
10.847.646
437.270
4.047.526
15.332.443
25
Alcácer do Sal
P
424.510
-1.823.200
3.991.409
2.592.719
26
Porto
G
21.891.157
6.373.035
3.782.406
32.046.598
27
Sines
P
1.772.150
-3.480.504
3.737.827
2.029.472
28
Mangualde
M
922.432
104.098
3.694.018
4.720.548
29
Cantanhede
M
-867.926
-2.359.021
3.415.347
188.400
30
Arouca
M
3.699.876
2.931.323
3.307.647
9.938.846
31
Lousada
M
688.596
140.880
3.106.904
3.936.380
32
Celorico de Basto
P
-405.345
-810.669
3.054.392
1.838.378
33
Oliveira do Bairro
M
2.385.155
3.508.472
3.025.369
8.918.996
34
Penafiel
M
3.537.188
100.630
2.992.709
6.630.527
35
Odivelas
G
5.024.376
2.457.870
2.959.376
10.441.622
Unidade: euros 131. Os municípios Ílhavo e Vimioso foram excluídos do ranking, pois não apresentaram amortizações no exercício de 2010 e/ou Proveitos Diferidos, podendo deste modo, erradamente, aumentar os Resultados Económicos
127
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R25 | Municípios com Menores Resultados Económicos Município
Dimensão
2008
2009
2010
Total de 2008 a 2010
1
Portimão
M
-18.236.563
-40.115.633
-36.342.688
-94.694.884
2
Olhão
M
-5.230.778
-10.978.976
-17.344.762
-33.554.516
3
Évora
M
-15.093.993
-18.331.888
-15.651.235
-49.077.116
4
Lagos
M
-3.099.291
-7.142.851
-15.474.440
-25.716.582
5
Albufeira
M
878.505
-6.154.624
-15.394.374
-20.670.493
6
Aveiro
M
-18.497.403
-21.244.711
-14.383.586
-54.125.699
7
Vila Real de Santo António
P
2.062.116
-19.544.319
-10.899.262
-28.381.465
8
Paços de Ferreira
M
4.037.484
-2.189.021
-10.758.547
-8.910.084
9
Palmela
M
-2.286.487
-9.907.991
-10.701.458
-22.895.936
10
Vila Nova de Gaia
G
-25.310.130
-3.437.187
-9.883.453
-38.630.769
11
Espinho
M
-5.449.572
-5.016.580
-9.815.884
-20.282.036
12
Matosinhos
G
-6.656.152
-18.097.181
-8.660.627
-33.413.960
13
Valongo
M
-2.276.330
-7.108.577
-8.107.841
-17.492.748
14
Figueira da Foz
M
-1.787.426
-8.440.120
-7.239.996
-17.467.542
15
Moura
P
-4.488.314
-7.002.177
-6.584.249
-18.074.740
16
Santa Cruz
M
-1.214.270
-8.383.833
-6.427.924
-16.026.027
17
Trofa
M
-6.624.903
-8.460.413
-6.044.040
-21.129.356
18
Tavira
M
1.323.717
3.909.434
-5.816.055
-582.905
19
Covilhã
M
142.801
-11.378.706
-5.602.764
-16.838.668
20
Lourinhã
M
-13.600.237
-7.938.943
-5.534.557
-27.073.737
21
Oleiros
P
-3.820.131
-5.338.911
-5.522.887
-14.681.929
22
Felgueiras
M
-1.165.926
-2.493.732
-5.410.866
-9.070.524
23
Torres Vedras
M
30.183
-5.424.676
-5.083.273
-10.477.766
24
Lagoa (Algarve)
M
-1.913.108
-7.108.687
-5.006.193
-14.027.989
25
Ourém
M
-2.217.850
-2.456.249
-4.816.456
-9.490.556
26
Loulé
M
11.102.849
236.799
-4.811.168
6.528.480 -15.241.082
27
Mafra
M
46.887
-10.548.614
-4.739.356
28
Almeirim
M
-4.643.610
-3.925.173
-4.535.078
-13.103.861
29
Sousel
P
-4.012.455
-4.141.025
-4.400.697
-12.554.176
30
Figueiró dos Vinhos
P
-3.521.301
-4.248.235
-4.319.757
-12.089.293
31
Montalegre
P
-4.583.462
-2.643.192
-4.297.424
-11.524.078
32
Vila Verde
M
-5.092.049
-5.494.585
-4.174.798
-14.761.431
33
Ferreira do Zêzere
P
-4.028.755
-4.321.387
-3.961.794
-12.311.937
34
Santa Comba Dão
P
-4.261.754
-3.192.664
-3.923.042
-11.377.460
35
Barcelos
G
-2.692.946
-403.237
-3.797.123
-6.893.306
Unidade: euros 128
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R26 | Municípios com Maiores Resultados Económico por habitante132 Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Corvo Alcoutim Porto Moniz Grândola Arronches Pampilhosa da Serra Penedono Mértola Lisboa Alcácer do Sal Calheta (R. A. A.) Vila Flor Sines Góis Castelo Branco Vila Nova de Paiva Castelo de Vide Vila de Rei Penamacor Povoação Sernancelhe Paredes de Coura Mangualde Chamusca Serpa Mação Murça Penalva do Castelo Celorico de Basto Ponte de Sor Vila do Conde Ribeira Grande Arouca Coruche Velas
Dimensão P P P P P P P P G P P P P P M P P P P P P P M P P P P P P P M M M P P
2008
2009
2010
636 120 124 259 360 523 609 219 268 33 -8 302 130 -81 228 6 182 230 132 -62 110 307 44 83 -30 201 60 112 -21 162 95 140 156 117 0
937 203 -20 324 284 424 680 231 74 -142 -37 215 -254 234 230 49 120 165 193 -175 229 169 5 0 204 127 103 147 -41 133 -60 110 124 81 -30
1.162 788 778 506 505 405 391 354 344 314 287 279 273 259 248 246 226 224 224 207 204 187 175 174 167 166 163 161 157 150 149 144 141 140 129
Unidade: euros 132. Os municípios de Óbidos, Ourique, São João da Pesqueira, Tabuaço e Vimioso foram excluídos do ranking, pois não apresentaram amortizações no exercício de 2010 e/ou Proveitos Diferidos, podendo deste modo, erradamente, aumentado os Resultados Económicos
R27 | Municípios com Menores Resultados Económicos por habitante Município
Dimensão
2008
2009
2010
P
-664
-949
-1.002 -853
1
Oleiros
2
Sousel
P
-755
-791
3
Portimão
M
-366
-795
-713
4
Mourão
P
-280
-603
-685
5
Figueiró dos Vinhos
P
-516
-629
-647
6
V. R. de Santo António
P
111
-1.052
-584
7
Vila do Bispo
P
-278
-900
-558
8
Lagos
M
-107
-244
-521
9
Carrazeda de Ansiães
P
198
240
-491
10
Ferreira do Zêzere
P
-441
-478
-442
11
Porto Santo
P
-131
-396
-439
12
Alvaiázere
P
-466
-422
-432
13
Moura
P
-278
-437
-415
14
Montalegre
P
-402
-236
-391
15
Olhão
M
-118
-245
-383
16
Albufeira
M
23
-155
-379
17
Proença-a-Nova
P
-307
-322
-363
18
Castanheira de Pera
P
-531
-370
-355
19
Redondo
P
-156
-90
-352
20
Espinho
M
-185
-174
-348
21
Avis
P
-259
-447
-345
22
Alter do Chão
P
3
-193
-325
23
Santa Comba Dão
P
-348
-262
-323
24
Marvão
P
226
-225
-311
25
Lajes do Pico
P
41
-178
-298
26
Alandroal
P
-140
-525
-293
27
Évora
M
-276
-337
-289
28
Nordeste
P
19
-117
-283
29
Trancoso
P
-197
-151
-281
30
Ribeira de Pena
P
-310
-440
-280
31
Aguiar da Beira
P
-293
-194
-277
32
Sabrosa
P
-295
-311
-275
33
Penela
P
-273
-309
-268
34
Vila Nova de Poiares
P
43
29
-259
35
Vila Franca do Campo
P
-142
-719
-255
Unidade: euros 129
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
3.3. Liquidez133 O Quadro 3.14 apresenta a evolução da liquidez geral dos municípios, no quinquénio 2006 /2010, sendo que a liquidez mede a capacidade que uma entidade tem para solver os seus compromissos a curto prazo134. Da análise do Quadro 3.19 e do Gráfico 3.11 pode-se concluir: Em todos os anos do quinquénio 2006/2010, a liquidez para a globalidade do setor autárquico apresentou-se negativa, agravando-se fortemente em 2009 e 2010, atingindo neste ano o valor mínimo do período e no montante de -1.435,2 milhões de euros, fruto do forte agravamento da dívida de curto prazo. Em 2010, a falta de liquidez das autarquias acentuou-se em 11,3% (-145,6 milhões de euros)., quando em 2009 se tinha já agravado em 71,6%. As dívidas a terceiros de curto prazo, ao longo do quinquénio foram sempre superiores aos ativos de curto prazo135, acentuando-se essa diferença em 2009 e 2010. Acresce referir que a análise dos balanços das autarquias permitem verificar que: Em 2010, se encontravam em situação de liquidez negativa, 228 municípios (229 em 2009, 197 municípios em 2008, 195 municípios em 2007 e 229 municípios em 2006). Isto é, em 2010, faltava liquidez a 74% dos municípios portugueses para pagarem as suas dívidas. Em 2010, eram 80 o número de municípios que apresentaram liquidez positiva: 7 Municípios de grande dimensão 133. Pode ser calculada do seguinte modo: (Disponibilidades + Títulos negociáveis+ Dívidas a receber de curto prazo) – Dívidas a pagar a curto prazo. Uma entidade que tenha uma liquidez positiva significa que o valor e disponibilidades e as dívidas a receber a curto prazo são suficientes para pagar os compromissos assumidos também a curto prazo. 134. Um ano. Sobre o passivo líquido, ou seja que inclui as dívidas demédio e longo prazo, o mesmo foi comentado na página 115 e rankings R22 e R23. 135. Considerando o total das dívidas a receber e as outras disponibilidades, mas não se incluindo o valor das existências.
130
CAPÍTULO 3
(6 em 2009 e 12 em 2008); 22 municípios de média dimensão (22 em 2009 e 33 em 2008); 51 municípios de pequena dimensão (55 em 2009 e 66 em 2008). Isto é: só 26% dos municípios portugueses, em 2010, possuíam liquidez para pagar as suas dívidas. Nas duas listagens que a seguir se apresentam, hierarquizam-se, em cada uma delas, 35 autarquias de acordo com o maior ou menor nível de liquidez. A análise desses Rankings permite entender quais os municípios que mais contribuíram para o desequilíbrio estrutural do setor, face à falta de liquidez detetada. Foram 7 os municípios de grande dimensão que, em 2010, apresentaram melhor nível de liquidez: Almada, Amadora, Sintra, Vila Franca de Xira, Seixal, Coimbra e Braga. Dos 35 municípios elencados no Ranking R28, apenas 6 municípios (17,1%) diminuíram a sua liquidez em 2010. Houve ainda aqueles que conseguiram passar de uma falta de liquidez em 2009 para uma liquidez positiva em 2010. São exemplo: Sintra, Seixal, Figueira de Castelo Rodrigues, Mealhada, Lajes do Pico e Covilhã. Anota-se que destes 35 municípios, 29 (82,9%), reforçaram, em 2010, a capacidade de pagamento aumentando a sua liquidez e mais 45 municípios apresentaram, em 2010, liquidez positiva. No Ranking R29, listam-se os 35 municípios com menor liquidez em 2010. A apresentação para os mesmos da situação de liquidez dos anos anteriores desde 2006, permite ver a forma como a situação financeira do município evoluiu. Dos 35 municípios com menor liquidez, listados no ranking R29, 25 municípios mantiveram liquidez negativa ao longo do quinquénio. Para além destes 35 municípios que apresentam os valores mais negativos de liquidez e por isso a pior situação financeira, houve mais outros 193 municípios com liquidez inferior a zero.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
Quadro 3.19 | Liquidez Geral dos Municípios Liquidez geral dos municípios 1
Depósitos em instituições financeiras e caixa
2
Títulos negociáveis
3
Dívidas a receber de curto prazo
4
2006
2007
2008
2009
2010
603,6
738,5
673,2
583,7
595,9
37,2
59,5
34,5
14,8
13,7
780,2
781,4
977,5
991,5
1.110,3
Total 1+2+3
1.421,0
1.579,4
1.685,2
1.590,0
1.719,9
5
Dívida a pagar de curto prazo
2.188,2
2.264,4
2.436,8
2.879,7
3.155,1
6
Liquidez (6 =4-5)
-767,2
-685,0
-751,6
-1.289,6
-1.435,2
Unidade: milhões de euros
Gráfico 3.11 | Evolução da Liquidez Geral dos Municípios
3.500 € 2.500 €
Milhões
1.500 € 500 € -500 €
2006
2007
2008
2009
201 0
-1.500 € Passivo exigível de curto prazo
Activo exigível de curto prazo
Liquidez
131
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R28 | Municípios com maior Liquidez, referenciada a 2010 Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
1
Amadora
G
52.242.996
62.001.568
59.618.922
50.556.755
51.632.070
2%
2
Almada
G
55.365.176
59.543.702
51.306.987
20.424.851
29.643.550
45%
3
Castelo Branco
M
18.711.631
20.925.524
18.379.276
24.472.991
28.896.805
18%
4
Cartaxo
M
-8.209.447
7.749.340
37.511.071
27.886.932
17.456.485
-37%
5
Ponte de Lima
M
19.902.401
20.843.303
28.086.150
10.526.843
17.178.851
63%
6
São João da Madeira
M
10.172.397
5.058.408
6.718.213
8.791.191
15.352.559
75%
7
Ovar
M
-1.502.009
4.137.449
5.595.500
5.216.438
13.473.569
158%
8
Elvas
M
9.110.027
15.805.377
14.104.010
9.505.825
13.084.959
38%
9
Sintra
G
-8.422.803
-9.416.077
-18.179.750
-24.225.335
12.721.351
153%
10
Anadia
M
337.269
3.833.764
5.445.269
5.173.812
10.675.692
106%
11
Vila Franca de Xira
G
1.218.632
11.837.036
16.073.245
9.799.646
8.721.778
-11%
12
Ribeira Brava
P
4.816.305
8.075.517
3.389.091
6.338.919
8.518.858
34%
13
Seixal
G
6.407.974
9.686.966
13.480.975
-2.948.737
6.792.337
330%
14
Fundão
M
-26.819.880
-27.620.448
3.903.439
8.436.360
6.382.226
-24%
15
Ponte de Sor
P
3.081.577
6.534.745
5.250.936
5.633.471
6.204.785
10%
16
Vila Verde
M
33.865
2.390.245
1.416.391
554.877
5.761.920
938%
17
Redondo
P
4.178.201
5.892.081
5.479.543
4.461.148
4.747.306
6%
18
Portalegre
M
-13.536.866
-15.652.484
1.906.374
4.967.148
4.730.980
-5%
19
Lousada
M
2.380.797
200.282
-758.553
8.022.793
4.616.892
-42%
20
Coimbra
G
-14.125.487
7.193.485
4.088.579
1.394.499
4.573.910
228%
21
Braga
G
9.721.678
4.875.145
43.452
3.240.082
4.449.692
37%
22
Aguiar da Beira
P
967.939
625.187
711.274
1.431.927
4.185.597
192%
23
São Vicente
P
-1.550.504
61.428
-563.261
4.426.832
4.013.657
-9%
24
Portel
P
1.985.116
3.245.482
4.058.323
3.344.830
3.763.480
13%
25
Figueira de Castelo Rodrigo
P
-513.507
-1.103.000
-169.988
-1.177.995
3.492.705
396%
26
Penedono
P
1.467.562
2.348.355
2.581.181
2.989.230
3.486.969
17%
27
Arronches
P
2.836.006
3.763.887
3.983.242
2.452.076
2.980.607
22%
28
Tondela
M
-2.630.904
2.169.801
2.047.659
965.941
2.868.850
197% 203%
29
Mealhada
M
2.994.626
5.799.910
2.423.581
-2.645.417
2.727.158
30
Mortágua
P
1.850.817
3.140.355
5.102.455
1.771.055
2.623.563
48%
31
Oliveira do Hospital
M
70.976
277.876
59.986
688.398
2.478.121
260% 520%
32
Penalva do Castelo
P
1.164.819
559.343
199.939
383.074
2.376.305
33
Cabeceiras de Basto
P
-4.896.186
810.670
2.204.905
1.254.882
2.135.096
70%
34
Lajes do Pico
P
-456.119
-1.739.115
-1.493.280
-3.976.893
1.987.613
150%
35
Covilhã
M
-332.201
-6.546.414
8.721.803
-1.345.942
1.951.972
245%
Unidade: euros 132
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 3
R29 | Municípios com Menor liquidez, referenciada a 2010
1
Lisboa
G
-179.440.522
-266.203.019
-202.251.387
-130.044.002
-121.177.458
Variação 2009 - 2010 7%
2
Portimão
M
-3.676.320
-7.732.205
-29.676.594
-60.204.024
-86.930.903
-44%
3
Cascais
G
5.326.508
14.463.299
13.948.160
-33.856.777
-60.267.735
-78%
4
Seia
M
-13.113.784
-15.220.451
-5.974.011
-11.213.091
-41.485.851
-270%
5
Vila Nova de Gaia
G
-24.762.132
-29.036.963
-27.261.493
-50.021.537
-38.829.746
22%
6
Santarém
M
-13.064.136
-18.853.630
-29.019.743
-33.133.943
-37.712.956
-14%
7
Évora
M
-9.374.655
-12.890.040
-19.145.197
-31.234.577
-36.667.823
-17%
8
Aveiro
M
-28.387.978
-36.714.677
-27.148.236
-29.299.957
-35.090.879
-20%
Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
9
Vila do Conde
M
-30.124.768
-28.440.267
-25.094.305
-18.238.385
-33.814.160
-85%
10
Vila Real de Santo António
P
-290.933
-4.394.752
13.997.401
-10.773.194
-32.902.570
-205% -110%
11
Loulé
M
3.407.080
16.577.507
12.760.581
-15.502.526
-32.525.144
12
Figueira da Foz
M
-30.516.547
-30.529.090
-30.777.273
-28.153.093
-30.417.657
-8%
13
Paredes
M
4.551.298
-3.486.625
-8.664.796
-16.975.366
-30.091.779
-77%
14
Faro
M
-13.512.868
-16.849.118
-23.741.645
-21.595.340
-28.266.091
-31%
15
Povoação
P
-2.539.694
-1.447.002
-4.938.144
-28.881.948
-27.563.581
5%
16
Lagos
M
7.267.070
8.806.656
1.771
-21.852.611
-26.516.827
-21% -84%
17
Matosinhos
G
17.132.649
11.723.943
2.899.041
-13.610.463
-25.084.649
18
Valongo
M
-6.647.006
-4.860.689
-11.960.085
-20.645.867
-23.160.088
-12%
19
Trofa
M
-5.064.731
-6.520.085
-9.189.160
-18.994.106
-22.185.776
-17%
20
Porto
G
-15.573.405
-26.496.068
-3.014.159
-4.197.857
-21.926.057
-422%
21
Funchal
M
648.578
-11.380.349
-22.463.304
-24.384.835
-21.862.608
10%
22
Penafiel
M
-17.303.922
-16.483.295
-21.099.625
-21.255.265
-20.879.815
2%
23
Oeiras
G
-20.426.920
-13.718.273
-13.712.359
-20.310.726
-20.730.105
-2%
24
Santa Maria da Feira
G
-9.711.390
-10.140.187
-14.771.380
-20.483.644
-20.104.832
2%
25
Odivelas
G
-8.157.808
-4.233.433
-6.904.142
-15.640.709
-19.902.836
-27%
26
Paços de Ferreira
M
-1.402.837
-11.372.281
-12.985.767
-11.790.271
-19.597.793
-66%
27
Guimarães
G
-2.862.530
-1.072.819
-369.972
-11.073.339
-19.108.262
-73%
28
Lamego
M
-4.096.991
-6.953.103
-8.696.360
-11.625.744
-17.978.702
-55%
29
Maia
G
-31.197.268
-30.563.632
-23.604.332
-19.807.373
-17.731.100
10%
30
Loures
G
-4.328.613
8.780.145
14.368.310
-13.600.863
-17.595.593
-29%
31
Torres Vedras
M
-2.589.524
-3.959.191
-3.405.006
-11.774.053
-17.028.950
-45%
32
Albufeira
M
14.749.087
26.635.203
19.786.527
-1.892.866
-15.431.110
-715%
33
Santa Cruz
M
-3.779.015
-2.824.069
479.216
-6.942.558
-15.173.419
-119%
34
Sesimbra
M
-2.219.291
-1.236.920
-6.661.507
-12.820.861
-14.951.782
-17%
35
Póvoa de Varzim
M
-6.321.951
-87.147
-7.198.292
-11.019.609
-13.884.040
-26%
Unidade: euros 133
CAPÍTULO 4
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| CAPÍTULO 4 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS E ENDIVIDAMENTO LÍQUIDO
4.1. Introdução: Lei das Finanças Locais Um dos mecanismos de financiamento dos municípios consubstancia-se no recurso ao crédito. No entanto, o imperativo de consolidação das contas públicas a atingir através da plena realização dos sucessivos PEC´s em vigor no período 2006/2010, reclamou contenção orçamental, com evidentes consequências no plano das finanças locais. Estas restrições transpostas, em cada ano económico, para o Orçamento de Estado sobrepuseram-se à própria Lei das Finanças Locais no que se refere ao controlo e limitação do acesso ao crédito. De harmonia com as disposições conjugadas dos artigos 35.º, 36.º, 37.º, 38.º e 39.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro (LFL), todos os municípios podem aceder ao crédito de curto, médio e longo prazo quer para acorrer a dificuldades de tesouraria quer para investimentos. Contudo, a LFL estabelece limites à utilização de tais empréstimos no seu artigo 39.º e ainda as sanções a aplicar caso se encontre em situação de limite de endividamento líquido, calculado de harmonia com o disposto no artigo 36.º da Lei. Assim, no que importa ao conceito de endividamento líquido municipal, o art. 36º nº 1 da Lei 2/07 (LFL) determina que o montante do mesmo “é equivalente à diferença entre a soma dos passivos, qualquer que seja a sua forma, incluindo nomeadamente os empréstimos contraídos, os contratos de locação financeira e as dívidas a fornecedores, e a soma
dos ativos, nomeadamente o saldo de caixa, os depósitos em instituições financeiras, as aplicações de tesouraria e os créditos sobre terceiros”. Por sua vez, o nº 2 do citado art. 36º diz que “Para efeitos de cálculo do limite de endividamento líquido e do limite de empréstimos contraídos, o conceito de endividamento líquido total de cada município inclui, a) o endividamento líquido e os empréstimos das associações de municípios, proporcional à participação do município no seu capital social; b) o endividamento líquido e os empréstimos das entidades que integrem o setor empresarial local, na proporção das participações do município no capital social (alterada pela redação dada pela Lei 67-A/07 de 31.12) ”. No tocante ao limite de endividamento líquido total de cada município, o art. 37º nº 1 da Lei 2/07 (LFL) dispõe que “em 31 de dezembro de cada ano não pode exceder 125% do montante das receitas provenientes dos impostos municipais, das participações do município no FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do setor empresarial local, relativas ao ano anterior.” O nº 2 do citado art. 37º dispõe que “Quando um município não cumpra o disposto no número anterior, deve reduzir em cada ano subsequente pelo menos 10% do montante que excede o seu limite de endividamento líquido, até que aquele limite seja cumprido.”. 135
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Contudo, o art. 87º da LEO dispõe que “Em cumprimento das obrigações de estabilidade orçamental, a lei do Orçamente estabelece limites específicos ao endividamento anual (...) das autarquias locais (...)”, sendo que “Os limites de endividamento (..) podem ser inferiores aos que resultariam das leis financeiras especialmente aplicáveis (...)”, ou seja, inferiores à LFL. Por seu turno, o art. 88º da LEO dispõe, também, em vista da estabilidade orçamental “ (.) a lei do Orçamento pode determinar transferências do Orçamento do Estado de montante inferior àquele que resultaria das leis financeiras especialmente aplicáveis (..)”, ou seja, inferiores à LFL. Preceitua o art. 92º nº 4 da LEO que “por efeito do não cumprimento dos limites específicos do endividamento que se preveem no artigo 87º a lei do Orçamento pode determinar a redução, na proporção do incumprimento, das transferências a efetuar, após audição prévia dos órgãos constitucional e legalmente competentes (..)”, ou seja, do município.
autarquias faz sentido abordar, neste capítulo, a utilização de empréstimos bancários no período abrangido por este anuário (2006/2010), discriminando-os de acordo com a sua temporalidade: curto e médio ou longo prazo.
Existe, atualmente, uma panóplia de situações que podem liberar os municípios da aplicação do limite de endividamento, possibilitando o aumento da dívida autárquica. A análise apresentada neste ponto do anuário, contempla a apreciação da dívida dos municípios e do seu endividamento líquido, independentemente das exceções ao limite do mesmo, por impossibilidade de quantificação anual dos empréstimos destinados a fins específicos e enquadrados nas referidas isenções
4.2.1. Empréstimos bancários de curto prazo
A análise efetuada nos pontos anteriores deste anuário, a propósito da execução orçamental da globalidade das autarquias, já sinalizou um agravamento do défice decorrente de uma despesa muito superior à receita cobrada. Esta situação refletir-se-á nos quadros a apresentar nos pontos seguintes.
4.2. Recurso a empréstimos bancários Antes de se analisar a evolução do endividamento líquido do setor autárquico e a forma como contribuíram para a sua formação as diferentes componentes da dívida global das 136
Se os empréstimos bancários de médio e longo prazo geram dívida que releva para o cálculo de endividamento, já os empréstimos de curto prazo, só relevarão par esse efeito caso o capital em dívida não seja liquidado dentro do ano económico em que é utilizado. Para melhor conhecimento da situação dos municípios relativamente ao recurso a receitas creditícias e respetiva dívida daí resultante subdividir-se-á este sub capítulo em duas partes: uma dedicada aos empréstimos de curto prazo e outra dedicada aos de médio e longo prazo.
Em 2010, 87 municípios (78 municípios em 2009) contraíram empréstimos bancários de curto prazo. Destes, apenas 29 municípios (41 em 2009) transitaram de ano económico com empréstimos de curto prazo por liquidar, contribuindo este facto para o aumento do endividamento líquido das autarquias. Desta informação resulta a conclusão que em 2010 houve um maior cuidado dos municípios no controlo do endividamento liquido no que respeita à utilização dos empréstimos de curto prazo, sendo maior o número de municípios a amortizar na integra o capital emprestado, diminuindo significativamente (- 29,3%) o número de municípios com dívida bancária de curto prazo consolidada Analisando o Mapa de Empréstimos de Curto Prazo apresentado pelos municípios, na prestação de contas e confrontando-o com os respetivos Mapas de Controlo Orçamental da Despesa e da Receita, verificou-se desconformidade de informação em 15 municípios. Contudo, da análise desses mesmos mapas foi possível aferir a informação que a seguir se apresenta no Quadro 4.01, no Quadro 4.02 e no Gráfico 4.01 e que deverá ser avaliada em conjunto.
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CAPÍTULO 4
Quadro 4.01 | Relação entre Passivo Financeiro de Curto Prazo utilizado e pago, no período 2009/2010
Passivo Financeiro movimentadoa
Utilizado (receita)
Municípios
2009
Pago no exercício (despesa)
2010
2009
Utilizado - Pago
2010
2009
2010
Pequenos
24.654.737
24.810.950
27.336.575
24.434.952
-2.681.838
375.998
Médios
34.826.956
39.433.318
32.527.155
45.890.955
2.299.801
-6.457.637
Grandes
30.420.000
52.307.000
29.427.417
53.307.000
992.583
-1.000.000
Total
89.901.693
116.551.269
89.291.147
123.632.908
610.546
-7.081.639
Unidade: euros a. Informação obtida dos Mapas de Controlo Orçamental da Despesa e da Receita
Gráfico 4.01 | Evolução do Passivo Financeiro de Curto Prazo
140 € 123 ,6 116 ,6
120 €
Milh ões
100 € 80 € 60 €
89,9 72,4
Recurso a novos empréstimos bancários
89,3
53,9 Amortizações de empréstimos bancários
40 € 20 € 0€ 2008
2009
2010
137
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CAPÍTULO 4
Quadro 4.02 | Estrutura do Passivo Financeiro de Curto Prazo em 2009 e 2010 Evolução do Passivo Financeiro de Curto Prazo Municípios Pequenos Médios Grandes Total
Passivo transitado de 2008
Passivo transitado de 2009b
Passivo em dívida no final de 2010c
Acréscimo consolidado de Passivo de Curto Prazo
12.627.121
9.453.337
9.829.335
-375.998
13.572.500
17.014.701
10.557.064
6.457.637
0
1.000.000
0
1.000.000
26.199.621
27.468.038
20.386.399
7.081.639
Unidade: euros b. Informação obtida dos Mapas de Empréstimos de Curto Prazo. c. Valor cálculo pela soma do passivo transitado de 2009 com os empréstimos obtidos em 2010, deduzido dos pagamentos efetuados. Anota-se que os valores apresentados no mapa de Controlo dos Empréstimos de Curto Prazo, nem sempre conferem com a informação prestada no Balanço, com os Mapas de execução da Despesa (amortização de empréstimos), ou com os Mapas de execução da Receita (utilização dos empréstimos).
Da apreciação dos quadros anteriores constata-se: Em 2010 o acréscimo de utilização de crédito de curto prazo foi de +26,6 M€ (+ 29,6%) que o utilizado em 2009. Contudo, o valor da amortização da dívida de empréstimos de curto prazo cresceu +38,5% (+34,3M€), isto é, a um ritmo superior aos das utilizações em +8,8pp, fazendo diminuir o capital em dívida no final do ano económico. O total amortizado em 2010 de empréstimos de curto prazo foi de 123,6M€, valor superior ao crédito de curto prazo utilizado nesse mesmo ano no valor de 116,6M€, pois foram amortizados empréstimos de curto prazo utilizados no ano económico de 2009 e transitados em dívida para 2010. O ano económico de 2010 iniciou-se com um passivo bancário transitado de 2009, no valor de 27,5M€ e terminou com um passivo bancário de curto prazo transitado para 138
2011, no montante global de 20,4M€. No ano 2010, o setor autárquico conseguiu abater, em mais de 7M€ (25,8%), o stock da dívida bancária de curto prazo consolidada. O grupo dos grandes municípios terminou o ano de 2010 sem stock de capital em dívida relativo a empréstimos de curto prazo. Durante o ano de 2010 os municípios de média dimensão conseguiram abater, na globalidade, 38% ao stock da dívida bancária consolidada de curto prazo. Os municípios de pequena dimensão, no final de 2010, tinham um stock de dívida bancária de curto prazo superior ao verificado em 2009 em 376 mil euros, perfazendo o montante de 9,8M€. No Quadro 4.03, apresentam-se os 58 municípios que em 2010 (41 municípios em 2009) amortizaram a totalidade dos empréstimos de curto prazo utilizados no ano. Foram 16 os municípios que contraíram empréstimos de curto prazo em 2010, mas não os amortizaram, pelo menos na totalidade.
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CAPÍTULO 4
Quadro 4.03 | Municípios que amortizaram em 2010,
Quadro 4.04 | Municípios com dívidas
a totalidade dos empréstimos de curto prazo utilizados no ano
de empréstimos de curto prazo
Pequenos 1
Alfândega da Fé
Médios
Grandes
Alcobaça
Barcelos
1
Portimão
M
3.000.000
Alenquer
Braga
2
Évora
M
2.230.000
Câmara de Lobos
Cascais
3
Arcos de Valdevez
M
1.300.000
4
Rio Maior
M
1.000.000
Município
Dimensão
Valor
2
Almeida
3
Avis
4
Barrancos
Chaves
Coimbra
5
Monção
P
960.000
5
Borba
Espinho
Gondomar
6
Seia
M
950.000
6
Celorico de Basto
Figueira da Foz
Matosinhos
7
São Pedro do Sul
P
900.000
7
Cuba
Funchal
Odivelas
8
Cartaxo
M
775.000
9
Ferreira do Alentejo
P
700.000
10
Reguengos de Monsaraz
P
675.000
11
Horta
P
665.000
8
Freixo de Espada à Cinta
Fundão
Porto
9
Golegã
Lamego
S. M. da Feira
10
Lagoa (R.A.A)
Lourinhã
Sintra
12
Chamusca
P
650.317
11
Macedo de Cavaleiros
Lousã
V. N. de Famalicão
13
Nisa
P
650.000
12
Mesão Frio
Odemira
V. N. de Gaia
14
Alandroal
P
645.000
15
Celorico da Beira
P
606.000
16
Vendas Novas
P
520000
17
Figueiró dos Vinhos
P
513.988
13
Moimenta da Beira
Oliveira de Azeméis
14
Montemor-o-Novo
Ourém
15
Murça
Palmela
18
Arruda dos Vinhos
P
500.000
16
Nazaré
Paredes
19
Montijo
M
500.000
Póvoa de Lanhoso
20
Vila Nova de Poiares
P
495.700
17
Nordeste
18
Paredes de Coura
Santarém
19
Ponte da Barca
Sesimbra
20
Serpa
Trofa
21
Tábua
Valongo
22
Terras de Bouro
23
Valença
24
Velas
Vila da Praia da Vitória
21
Amares
M
495.000
22
Povoação
P
455.000
23
Ourique
P
350.000
24
Monforte
P
346.000
25
Ribeira Grande
M
307.064
26
Mourão
P
223.000
27
Vila Viçosa
P
200.000
28
Armamar
P
125.000
29
Santa Comba Dão
P
63.330
139
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
4.2.2. Empréstimos bancários de médio e longo prazo No Quadro 4.05 apresenta-se a variação líquida da dívida bancária de MLP (o novos empréstimos deduzidos das amortizações do ano) para o período de 2008 a 2010. No final do ano de 2010, o stock da dívida à banca de MLP, diminuiu, 53,7M€ fruto da conjugação do aumento do capital amortizado em +83,3 M€ e da diminuição do recurso ao crédito em -475,3M€. Manifestou-se, assim, uma alteração radical na política gestão e acesso ao crédito bancário. As repercussões das ações referidas no ponto anterior fez diminuir o stock final da dívida bancária de MLP em 2010 de -1,5%, isto é, -70,5 M€, fixando-se o seu montante em 4 595,8M€
Relacionando esta informação com a apresentada no ponto sobre a receita conclui-se que as receitas creditícias de médio e longo prazo representaram em 2010, em média, 5%143 das receitas totais, sendo que 134 municípios não recorreram a este tipo de receita144. Por outro lado, verifica-se que o peso dos passivos financeiros de médio e longo prazo, nas receitas totais, foi maior nos municípios de pequena dimensão, ao representar 8,8% das mesmas (3,9% nos municípios de média dimensão e 3,7% nos de grande dimensão). Considerando o grupo dos 23 municípios de grande dimensão, em 2010, o maior peso das receitas creditícias de médio e longo prazo nas receitas totais quedou-se pelos 22,3% (Sintra) e o menor pelos 0% (municípios de Amadora, Barcelos, Leiria, Lisboa, Maia, Odivelas, Oeiras, Seixal e Setúbal). 143. O total dos passivos financeiros, incluindo de curto prazo representaram 6,6% 144. O valor máximo detetado foi para o município de Fornos de Algodres, em que os empréstimos de médio e longo prazo, representaram 85% das receitas totais.
Quadro 4.05 | Variação dos Empréstimos bancários de MLP (receita e despesa), entre 2008 e 2010 Empréstimos bancários4
2008
2009
F
Recurso a novos empréstimos bancários
456,3
875,1
399,8
-475,3
G
Amortizações de empréstimos bancários
299,4
370,3
453,6
83,3
157,0
504,8
-53,7
--
4.137,8
4.666,3
4.595,8
-70,5
F-G
Variação do Stock da Dívida à Banca Divida Bancária no final do ano
5
Unidade: milhões de euros
Gráfico 4.02 | Evolução dos Empréstimos bancários de MLP 5.000 € 4.500 €
4.666 ,3 4.137 ,8
4.595 ,8
Divida Bancária no final do ano
4.000 € 3.500 € Recurso a novos empréstimos bancários
Milhões
3.000 € 2.500 € 2.000 € 1.500 € 1.000 € 500 €
299 ,4 456 ,3
875 ,1 370 ,3
453 ,6 399 ,8
0€ 2008
140
Variação 2009 - 2010
2010
2009
2010
Amortizações de empréstimos bancários
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
No Quadro 4.06 elencam-se os municípios que não recorreram a empréstimos bancários de médio e longo prazo no período do 2008 a 2010. O Quadro 4.07 lista os 134 municípios que não recorreram a empréstimos bancários de médio e longo prazo no ano de 2010.
Quadro 4.06 | Municípios que não recorreram a empréstimos bancários de MLP, no triénio 2008 – 2010 (ordem alfabética) Município
Dimensão
1
Abrantes
M
2
Alcácer do Sal
P
3
Alcoutim
P
4
Castelo de Vide
P
5
Cinfães
P
6
Corvo
P
7
Crato
P
8
Elvas
M
9
Fronteira
P
10
Mação
P
11
Mafra
M
12
Marco de Canaveses
M
13
Marinha Grande
M
14
Mealhada
M
15
Monchique
P
16
Mora
P
17
Odivelas
G
18
Pampilhosa da Serra
P
19
Penacova
P
20
Penedono
P
21
Ponte de Lima
M
22
Ponte de Sor
P
23
Porto Santo
P
24
Trancoso
P
25
Trofa
M
26
Velas
P
27
Viana do Alentejo
P
28
Vila Verde
M 141
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Quadro 4.07 | Municípios que não recorreram a empréstimos bancários de médio e longo prazo no ano de 2010 Pequenos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
142
Aguiar da Beira Alcácer do Sal Alcanena Alcoutim Alijó Aljustrel Alter do Chão Alvito Barrancos Belmonte Bombarral Borba Boticas Calheta (R. A. M.) Campo Maior Carrazeda de Ansiães Castanheira de Pera Castelo de Paiva Castelo de Vide Castro Daire Castro Marim Cinfães Coruche Corvo Crato Ferreira do Alentejo Figueiró dos Vinhos Freixo de Espada à Cinta Fronteira Gavião Gouveia Horta Idanha-a-Nova Lajes das Flores Mação Meda Mira Miranda do Douro Moimenta da Beira Monção Monchique Monforte Montalegre Montemor-o-Novo
45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82
Médios Mora Moura Mourão Murça Pampilhosa da Serra Paredes de Coura Penacova Penalva do Castelo Penedono Ponta do Sol Ponte de Sor Portel Porto Moniz Porto Santo Povoação Reguengos de Monsaraz Ribeira Brava Santa Comba Dão Santa Cruz das Flores Santana São Pedro do Sul São Vicente Sardoal Sátão Sernancelhe Sertã Sever do Vouga Terras de Bouro Trancoso Valença Velas Viana do Alentejo Vidigueira Vila do Porto Vila Flor Vila Franca do Campo Vila Nova de Poiares Vila Velha de Ródão
Abrantes Alcobaça Alenquer Anadia Arcos de Valdevez Aveiro Azambuja Barreiro Câmara de Lobos Cartaxo Castelo Branco Covilhã Elvas Espinho Estarreja Fafe Faro Figueira da Foz Ílhavo Lagos Lousã Machico Mafra Mangualde Marco de Canaveses Marinha Grande Mealhada Mirandela Oliveira de Azeméis Ovar Paços de Ferreira Paredes Ponte de Lima Portalegre Portimão Póvoa de Varzim Santarém Silves Tondela Trofa Vagos Vale de Cambra Vila do Conde Vila Verde
Grandes Amadora Barcelos Leiria Lisboa Maia Odivelas Oeiras Seixal
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
No Quadro 4.08 apresenta-se a listagem dos 25 municípios que recorrendo a empréstimos bancários de MLP, em 2010, não o fizeram em 2009. Em 2009 estiveram nesta situação 69 municípios.
Gráfico 4.03 | Municípios que não recorreram a empréstimos
Quadro 4.08 | Municípios que recorreram a empréstimos bancários de MLP, em 2010 e não recorreram em 2009 Pequenos
bancários em cada ano do quinquénio 2006-2010
100
Médios
Grandes
Albergaria-a-Velha
Almada
60
80
1
Alandroal
2
Aljezur
Caldas da Rainha
Setúbal
20
3
Arganil
Moita
0
4
Arronches
5
Castro Verde
6
Celorico da Beira
7
Constância
8
Estremoz
9
Fornos de Algodres
10
Lagoa (R.A.A)
11
Lajes do Pico
12
Madalena
13
Mondim de Basto
14
Mortágua
15
Nordeste
16
Oleiros
17
Redondo
18
Vimioso
Dado que o endividamento líquido resulta da diferença aritmética entre o passivo e o ativo circulantes147, requereria esta análise de mais elementos de confrontação que permitissem aferir da razoabilidade dos valores inscritos no ativo,
19
Vinhais
145. As dívidas à EDP, consolidadas até dezembro de 1988 são excecionadas ao abrigo da alínea c) do n.º2 do art. 61.º da LFL
O gráfico a seguir apresentado, mostra o número de municípios que em cada ano, entre 2006 e 2010, não utilizaram empréstimos bancários para suporte financeiro da sua atividade.
40
73
90
78
62
2006
2007
2008
2009
98
201 0
4.3. Endividamento líquido dos Municípios De acordo com a Lei das Finanças Locais, o endividamento líquido é calculado pela diferença entre as dívidas a pagar145 e as disponibilidades e dívidas a receber. O Quadro 4.09 apresenta a evolução do endividamento líquido global dos municípios146 (não englobando o das associações, das entidades do setor empresarial local e dos serviços municipalizados), bem como a evolução da dívida bruta global.
146. Em termos do artigo 36º da LFL, deve ser considerado o endividamento líquido de todo o setor autárquico. Todavia não tendo possível obter a informação relativa à totalidade do setor empresarial e dos serviços municipalizados, optou-se por avaliar apenas o endividamento da autarquia em sentido estrito. De qualquer modo a dívida do setor empresarial, só será considerada para cômputo do limite de endividamento, em caso de incumprimento das regras de equilíbrio de contas previstas no regime jurídico do setor empresarial local. 147. Com exclusão da conta 27- Acréscimos e Diferimentos e da conta 3 – Existências.
143
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
em dívidas de terceiros. Por outro lado, entende-se que as dívidas de terceiros que por lei exigem provisões148, não deveriam contribuir para o rácio do endividamento, na parte que deveria ser provisionada. De igual modo, os créditos sobre terceiros, utentes do serviço público autárquico, devedores há mais de doze meses, não deveriam ser relevados para este fim, pois requerem provisões a 100%. Atendendo ao facto de, para o cálculo do limite de endivida148. Estão nesta situação as dívidas dos utentes/ clientes a mais de seis meses que requerem provisões em 50%.
mento líquido de cada município, só contribui o endividamento líquido e os empréstimos das entidades que integram o setor empresarial local149 em caso de incumprimento das regras de equilíbrio de contas previstas no regime jurídico do setor empresarial, os indicadores apresentados neste capítulo e referentes ao endividamento líquido de setor autárquico, não incluem o setor empresarial local, por ausência de informação que permita identificar os casos sujeitos a englobamento. Mais se anota, que com a consolidação das contas este problema de análise ficará ultrapassado. 149. Proporcional à participação do município no seu capital social.
Quadro 4.09 | Endividamento líquido global dos municípios
Dívidas a Receber
Ativo
Disponibilidades + Títulos Negociáveis
Passivo
2006
2007
2008
2009
2010
816
818
1.074
1.083
1.197
641
798
708
599
610
Total (a)
1.457
1.616
1.781
1.682
1.806
Dívidas a Pagar - curto prazo
2.188
2.264
2.437
2.880
3.155
Dívidas a Pagar - médio e longo prazo
4.449
4.399
4.687
5.140
5.121
Total da Dívida a Pagar (b)
6.637
6.664
7.124
8.020
8.276
Endividamento Líquido (b-a)
5.180
5.048
5.343
6.339
6.470
Unidade: milhões de euros
Gráfico 4.04 | Evolução da dívida bruta e da dívida líquida 9.000 €
8.020
8.000 € 7.000 € Milhões
6.000 €
6.637
6.664
5.180
5.048
4.449
4.399
8.276
7.124 6.339
6.470
5.140
5.121
5.343
Total da dívida líquida
5.000 € 4.000 €
4.687
3.000 € 2.000 € 1.000 €
2.188
2.264
2.437
2006
2007
2008
2.880
3.155
0€
144
Total da Dívida Bruta
2009
2010
Dívida de médio e longo prazo Dívida de curto prazo
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Do quadro e gráfico anteriores pode-se, ainda, concluir o seguinte: •
A dívida bruta global150dos municípios, excluindo o setor empresarial, entre 2006 e 2010, cresceu 1.639 milhões de euros (+24,7%). Em dezembro de 2010 era de 8 276 milhões de euros, mais 256 milhões de euros (+3,2%) que em 2009.
•
Porque os municípios, no final de cada ano económico dispõem de créditos a receber e disponibilidades em caixa, que abaterão à dívida bruta, a avaliação da dívida autárquica, far-se-á, essencialmente, pela análise da dívida líquida daí resultante. Assim, em 2010, para abater à dívida bruta global, os municípios dispuseram de 1.806 milhões de ativo financeiros.
•
Em 2010, a dívida liquida municipal era de 6.470 milhões de euros, +131 milhões de euros que em 2009, apresentando todavia uma taxa de crescimento de apenas 2,1%, significativamente inferior à taxa +18,6% apresentada em 2009.
•
No período entre 2006 e 2009, a dívida líquida autárquica municipal cresceu 1.290 milhões de euros (+24,9%). Contribuiu para este aumento o extraordinário crescimento da dívida líquida em 2009, com +996 milhões de euros
•
Comparando-se a informação registada no quadro 4.02 e no quadro 4.05 com a do quadro 4.09, conclui-se, para o triénio 2008/2010
•
O total da dívida relativa a empréstimos bancários, incluindo curto prazo, obtida dos registos dos mapas orçamentais no fim de cada um dos anos do triénio 2008/2010, foi respetivamente de 4 163,1M€ (2008),
150. Total da dívida de curto, médio e longo prazo, incluindo dívida bancária, fornecedores e outros.
4 693,8M€ (2009) e 4 616,2M€ (2010), crescendo em 2009 a uma taxa de 8,7% e baixando em 2010 em 1,7%. •
No triénio 2008/2010, o total da dívida relativa a empréstimos bancários apresenta-se, nos mapas orçamentais, inferior à dívida bruta global registada em Balanço para cada um desses anos em: 2 960,9M€ (2008), 3 326,2M€ (2009) e 3 659,8M€ (2010). Esta diferença de valores representa o volume de dívida relativa a fornecedores e outra dívida financeira para além dos empréstimos bancários e verifica-se que a mesma cresceu 12,3% em 2009 e 10% em 2010. Mais se anota que ao invés da dívida bancária que em 2010 baixou 77,6M€, esta outra dívida aumentou, neste ano, 336M€
•
Entre 2008 e 2010, a dívida bruta que excedeu a dívida bancária, representou em relação à divida total, sucessivamente, 41,6% (2008), 41,5% (2009) e 44,2% (2010) e era constituída, na sua maior parte, por dívida de curto prazo: 2 411,7M€ (2008), 2 852,5M€ (2009) e 3 134,6M€ (2010).
•
Pela análise das contas municipais verifica-se que há municípios que apresentaram um ativo circulante (dívidas a receber + disponibilidades), superior ao passivo de curto, médio e longo prazo e que por isso mesmo não só não têm endividamento líquido como deverão apresentar excedentes orçamentais. Em 2010, apresentaram-se 15 municípios nessa situação, mais dois que em 2009. O Município da Amadora é o único município de grande dimensão com endividamento líquido negativo, desde 2007.
No Quadro 4.10 apresentam-se os 15 municípios151 em apreço, mostrando-se a evolução do endividamento, em termos absolutos, e a taxa de variação entre 2006 e 2010. 151. Não foi considerado para o cálculo, conforme explicação dada no preâmbulo, a situação do setor empresarial e serviços municipalizados
145
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Quadro 4.10 | Municípios sem Endividamento Líquido, em 2010 Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2009 - 2010
Variação 2006 - 2010
1
Castelo Branco
M
-1.640.420
-9.507.146
-175.225
-10.630.167
-15.062.522
42%
818%
2
Ponte de Lima
M
-16.928.594
-18.000.561
-25.504.449
-8.132.306
-14.994.991
84%
-11%
3
Elvas
M
-6.625.599
-13.443.859
-11.869.250
-7.404.507
-11.114.655
50%
68%
4
Amadora
G
1.064.990
-5.529.261
-8.996.883
-4.401.722
-8.889.349
102%
-935%
5
Ponte de Sor
P
-1.027.846
-4.749.749
-3.628.049
-4.094.234
-4.860.838
19%
373%
6
Ovar
M
11.926.726
6.014.296
5.067.467
4.691.073
-4.409.060
-194%
-137%
7
Redondo
P
-4.176.614
-5.892.081
-5.504.747
-4.486.352
-3.893.009
-13%
-7%
8
Anadia
M
7.279.027
3.648.534
4.166.889
3.010.487
-3.697.094
-223%
-151%
9
Penedono
P
-1.467.562
-2.348.355
-2.581.181
-2.989.230
-3.486.969
17%
138%
10
São João da Madeira
M
1.557.881
7.078.479
4.722.334
4.162.718
-2.776.541
-167%
-278%
11
Cinfães
P
-1.632.872
-2.024.783
-1.926.455
1.116.426
-1.233.614
-210%
-24%
12
Arronches
P
-1.602.958
-2.257.863
-1.961.641
-553.202
-898.208
62%
-44%
13
Viana do Alentejo
P
-218.796
-1.045.773
-1.775.995
-639.526
-740.869
16%
239%
14
Portel
P
375.088
-447.393
-1.375.323
134.249
-575.176
-528%
-253%
15
São Roque do Pico
P
2.244.945
1.839.308
1.383.922
-1.410.140
-14.384
-99%
-101%
Unidade: euros
Pela particularidade que reveste a sua situação financeira, importa referir alguns aspetos relativos à situação presente: •
Só um destes municípios, Penedono não apresentou, em 2010, dívidas de médio e longo prazo no cômputo do endividamento líquido. Todos os outros apresentam em dívida, no final do ano, capital resultante de empréstimos de curto prazo.
a receber (São João da Madeira e São Roque do Pico), nos restantes municípios, as dívidas a pagar de curto prazo, foram bastante inferiores a 50% das disponibilidades (Elvas apresenta o maior valor de disponibilidades em títulos negociáveis). O município de Ovar foi exceção pois apresentou dívida de curto prazo com valor correspondente a 52,6% dos depósitos em caixa.
•
Com exceção de dois municípios, em que as dívidas a pagar de curto prazo foram manifestamente superiores às disponibilidades e em relação aos quais a cobertura das mesmas se fez pelo valor das dívidas
O Ranking R30, apresenta os 35 municípios com menor endividamento líquido, em 2010, referenciando-se a sua situação de endividamento líquido nos restantes anos do quinquénio.
146
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R30 | Municípios com menor Endividamento Líquido em 2010
1
Pampilhosa da Serra
P
-3.583.631
-3.642.013
-1.429.961
-685.081
254.837
Variação 2009 - 2010 -137%
2
Marvão
P
1.125.498
382.689
605.800
10.296
292.209
2738%
-74%
3
Mealhada
M
2.535.435
-814.862
1.971.684
2.645.417
351.370
-87%
-86%
4
Aguiar da Beira
P
4.402.916
4.235.790
3.857.853
3.648.844
389.085
-89%
-91%
5
Santa Cruz das Flores
P
1.969.916
1.272.251
1.088.070
600.173
542.212
-10%
-72%
6
Castelo de Vide
P
2.181.335
2.076.127
1.137.464
1.212.613
673.432
-44%
-69%
7
Lajes das Flores
P
250.115
330.955
87.564
1.213.387
756.837
-38%
203%
8
Alvito
P
975.937
515.553
1.234.165
-1.342.258
822.316
-161%
-16%
Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Variação 2006 - 2010 -107%
9
Oleiros
P
1.796.655
441.414
-669.994
1.246.511
977.850
-22%
-46%
10
Penalva do Castelo
P
3.647.513
3.792.486
4.198.793
3.700.575
1.118.207
-70%
-69% 184%
11
Alcácer do Sal
P
413.231
-269.181
388.489
3.794.327
1.172.988
-69%
12
Vila do Porto
P
1.543.019
1.318.973
902.935
882.329
1.229.341
39%
-20%
13
Corvo
P
1.860.613
1.949.832
2.041.829
1.656.452
1.311.690
-21%
-30%
14
Vila Velha de Ródão
P
903.312
1.400.773
1.205.600
1.425.726
1.365.104
-4%
51%
15
Murtosa
P
1.970.261
1.508.443
1.870.752
1.031.979
1.444.140
40%
-27%
16
Gavião
P
2.028.472
1.511.391
2.715.832
2.271.124
1.497.165
-34%
-26%
17
Alcoutim
P
1.511.864
1.088.403
1.265.494
1.330.056
1.525.990
15%
1%
18
Vinhais
P
1.384.104
-256.472
374.280
1.486.716
1.832.145
23%
32%
19
Campo Maior
P
-933.752
-976.852
-409.348
816.354
1.936.320
137%
-307%
20
São Vicente
P
4.389.420
2.897.610
3.549.040
2.112.220
2.025.050
-4%
-54%
21
Alter do Chão
P
2.898.581
2.021.582
1.830.967
2.217.488
2.228.292
0%
-23%
22
Mortágua
P
2.635.257
959.245
-1.343.213
1.580.072
2.308.147
46%
-12%
23
Santa Cruz da Graciosa
P
843.718
1.084.440
926.572
1.249.375
2.388.227
91%
183%
24
Sernancelhe
P
3.589.441
3.046.888
3.994.325
2.667.039
2.578.739
-3%
-28%
25
Góis
P
3.810.510
3.508.179
3.223.000
3.394.719
2.703.310
-20%
-29%
26
Ribeira Brava
P
331.513
-2.700.789
2.399.262
5.706.266
2.850.069
-50%
760%
27
Porto Santo
P
2.866.118
1.210.467
-335.608
2.574.596
3.003.691
17%
5%
28
Mação
P
5.056.727
3.578.687
2.525.867
3.375.461
3.012.341
-11%
-40%
29
Penacova
P
1.189.854
-521.986
-945.029
2.546.478
3.129.571
23%
163%
30
Mora
P
5.212.010
4.307.925
4.296.420
4.622.211
3.198.123
-31%
-39%
31
Fronteira
P
5.255.019
3.991.349
3.631.736
3.512.239
3.256.921
-7%
-38%
32
Proença-a-Nova
P
-122.627
-1.840.933
-456.775
1.487.543
3.300.918
122%
-2792%
33
Barrancos
P
2.405.479
2.638.751
3.463.455
4.229.494
3.409.916
-19%
42%
34
Constância
P
2.439.749
1.991.919
2.542.655
3.342.586
3.442.276
3%
41%
35
Belmonte
P
3.096.928
857.490
733.153
3.235.877
3.540.509
9%
14%
Unidade: euros 147
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Desta listagem que se acabou de apresentar, há a referir o seguinte: •
Estando o endividamento líquido indexado às receitas próprias do município, cobradas no ano económico anterior, é natural que da lista dos municípios com menor volume de endividamento líquido conste quase exclusivamente (apenas figura um município de média dimensão) municípios de pequena dimensão. Esta situação é uma consequência natural não se podendo da mesma concluir sobre o ato de gestão ou decisões de política financeira das autarquias
•
Contudo, poder-se-á concluir do quadro apresentado, que destes 35 municípios, 22 melhoraram a sua situação financeira em 2010 baixando o seu endividamento líquido. Outros 13 apresentaram um agravamento da sua situação financeira com acréscimo de endividamento líquido.
A propósito desta lista será pertinente referir que em 2010, do total dos 308 municípios, 159 municípios conseguiram baixar a sua dívida líquida. Em 2009 apenas 65 municípios o tinham conseguido fazer. O Ranking a seguir ordena os municípios pelo maior montante de endividamento líquido. Contudo, para a avaliação da saúde financeira da autarquia releva menos o total da dívida e mais o peso da mesma no total de receitas a considerar para efeitos de cálculo dos limites de endividamento líquido152. 152. Nas situações em que o valor da dívida bancária de médio ou longo prazo ultrapasse os 100% das receitas consideradas para o efeito, ou o endividamento de curto prazo ultrapasse 10% das mesmas ou ainda, o endividamento líquido global, de um qualquer município ultrapasse 125% dessas mesmas receitas, então sim, serão aplicadas as sanções previstas na LFL e poderá, até, ser desencadeado um processo de saneamento financeiro da autarquia ou de reequilíbrio financeiro da mesma.
148
CAPÍTULO 4
Da observação da listagem do ranking R31 verifica-se: •
Em 2010, desta lista de 35 municípios, 14 deles (21 municípios em 2009) diminuíram o montante da sua dívida líquida, sendo de notar a taxa de redução apresentada pelos municípios de Vila Nova de Gaia (-12%) e Maia (-12%). Em termos de valor absoluto releva-se, em 2010, o esforço de redução da dívida do município de Lisboa que abateu ao endividamento líquido 56,5 M€. Em termos absolutos o município a Maia também apresentou uma redução significativa de -23,4M€.
•
De 2006 e 2010 apenas 7 destes municípios apresentam redução da dívida tendo-se distinguido nesta situação o município do Porto com uma redução total, no período considerado, de -58,8M€ seguido do município da Maia com uma redução de 23,2 M€, do município de Setúbal com -11,8M€, do município de Vila do Conde com – 10M€ e do município de Oeiras com -8,3M€.
Nesta listagem de municípios, referenciada a 2010, ocorreram aumentos de endividamento líquido que, pelo seu peso e montante significativo não poderemos deixar de anotar. Assim com acréscimos de endividamento líquido superior a 50% apresentam-se: Portimão (+60% e 52,8M€), Loulé (57% e 31M€), Cascais ( 51% e 30,1M€), Albufeira(53% e 16,1M€) e finalmente Vila Real de Santo António (114% e 22,9M€) .
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R31 | Ranking dos Municípios com maior Endividamento Líquido, em 2010 Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
Variação Variação 2009 - 2010 2006 - 2010
1
Lisboa
G
823.618.617
842.959.952
849.974.863
833.161.119
776.589.168
-7%
-6%
2
Vila Nova de Gaia
G
197.838.625
232.002.249
177.244.262
198.116.194
174.701.399
-12%
-12%
3
Aveiro
M
110.621.998
115.759.052
122.342.587
135.870.627
145.922.405
7%
32%
4
Portimão
M
18.520.581
21.753.731
51.933.740
88.637.861
141.472.225
60%
664%
5
Porto
G
169.460.637
153.531.307
122.110.962
110.658.448
127.023.125
15%
-25%
6
Gondomar
G
103.551.063
100.615.564
111.152.104
124.026.729
120.446.700
-3%
16%
7
Cascais
G
14.936.494
4.552.562
2.625.776
59.621.053
89.771.684
51%
501%
8
Sintra
G
78.260.446
68.817.325
74.678.352
82.120.950
86.975.487
6%
11%
9
Loulé
M
21.890.545
7.475.536
9.911.233
54.408.661
85.397.482
57%
290%
10 Funchal
M
46.731.241
59.111.097
79.452.968
88.225.192
83.638.705
-5%
79%
11
M
45.561.716
52.617.260
57.805.673
75.378.251
80.315.989
7%
76%
12 Braga
G
81.483.741
80.906.925
80.569.363
86.118.604
79.784.425
-7%
-2%
13 Guimarães
G
76.204.890
70.208.845
65.257.420
71.280.466
77.084.475
8%
1%
14 Covilhã
M
69.777.174
77.579.619
63.701.089
77.207.154
74.491.961
-4%
7%
Santarém
15 Leiria
G
26.587.658
18.919.134
72.094.199
75.291.230
73.955.935
-2%
178%
16 Maia
G
103.329.794
92.904.847
79.755.156
80.048.556
70.297.109
-12%
-32%
17 Loures
G
55.101.516
37.224.221
45.536.636
66.653.070
69.846.608
5%
27%
18 Vila do Conde
M
71.798.216
67.422.825
62.566.709
61.794.193
67.404.446
9%
-6%
19 Valongo
M
45.400.526
43.017.214
48.540.895
64.722.274
67.000.261
4%
48%
20 Santa Maria da Feira
G
41.479.008
41.751.733
53.800.289
64.387.668
66.367.914
3%
60%
21 Faro
M
49.123.461
51.433.130
59.658.607
62.015.551
65.034.175
5%
32%
22 Fundão
M
49.962.301
56.035.485
62.557.329
64.035.523
63.377.945
-1%
27%
23 Évora
M
32.636.142
33.008.563
36.721.941
58.718.313
62.490.906
6%
91%
24 Matosinhos
G
36.207.529
37.882.078
40.548.179
53.836.441
62.447.252
16%
72%
25 Setúbal
G
69.891.419
65.823.971
59.242.110
58.064.174
62.018.507
7%
-11%
26 Oeiras
G
72.431.688
57.957.019
64.664.035
64.090.818
60.303.976
-6%
-17%
27 Odivelas
G
59.358.121
55.206.854
54.628.977
59.406.981
58.995.128
-1%
-1%
28 Seia
M
44.468.215
46.142.171
47.652.649
53.606.127
56.888.755
6%
28%
29 Figueira da Foz
M
56.490.202
54.414.770
52.363.062
57.194.722
56.302.847
-2%
0%
30 Coimbra
G
53.197.417
45.032.645
46.522.795
53.022.478
50.645.297
-4%
-5%
31 Albufeira
M
4.131.282
-7.534.580
-1.979.969
30.590.564
46.671.133
53%
1030%
32 Paços de Ferreira
M
10.985.468
26.040.332
30.434.158
37.717.746
44.515.542
18%
305%
33 Oliveira de Azeméis
M
49.123.497
46.067.612
44.617.633
46.059.896
44.359.608
-4%
-10%
34 Vila Real de Santo António
P
3.414.284
7.282.930
-8.379.549
20.085.799
42.990.167
114%
1159%
35 Lagos
M
5.347.501
4.449.534
12.624.036
37.650.806
42.049.820
12%
686%
Unidade: euros 149
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
4.4. Rácio do Endividamento Líquido do Município: Grau de utilização do limite de endividamento 4.4.1. Limite do Endividamento Líquido De acordo com a Lei das Finanças Locais o endividamento líquido, em cada ano, não pode ser superior a 125% da receita arrecadada no ano anterior e resultante dos impostos municipais153, das participações do município no FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do setor empresarial local.
em 2010, foi de 6.470154 milhões de euros e o total das receitas próprias legalmente consideradas como referência155 para o cálculo do limite de endividamento foi de 5.482,5 milhões de euros, pode-se determinar um índice médio do endividamento líquido de 117%, isto é, inferior ao considerado em 2009 o qual se cifrou em 119,5%156. Assim, em 2010 em termos globais o endividamento autárquico ficou abaixo do máximo (125%) permitido pela Lei das Finanças Locais. 154. A dívida bruta foi de 8 276M€
Assim, uma vez que a dívida líquida de todos os municípios,
155. O n.º1 do artigo 37º da Lei das Finanças Locais dispõe: “O montante do endividamento líquido total de cada município, em 31 de dezembro de cada ano, não pode exceder 125 % do montante das receitas provenientes dos impostos municipais, das participações do município no FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do setor empresarial local, relativas ao ano anterior”
153. Considerou-se como impostos municipais os impostos diretos, indiretos e as taxas e multas cobradas.
156. Estes valores só servem de referência. Não podem ser apresentados, sequer, como valor médio, pois o indicador só é aplicável a cada autarquia individualmente e a sua leitura, só tem significado per si.
Gráfico 4.05 | Evolução das Receitas próprias consideradas e da dívida líquida
7.000 € 6.339
6.470
6.019 ,8
Milhões
6.000 €
5.553 ,7
5.000 €
5.584 ,3
5.180
5.388 ,5
5.048
Total da dívida líquida
5.482 ,5
5.343 Receitas Próprias
4.000 €
3.000 € 2005
150
2006
2007
2008
2009
201 0
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Gráfico 4.06 | Evolução do Rácio do Endividamento líquido 140 %
125%
125%
125%
125%
125 %
119 ,5%
117 ,1%
120 % 100 % 80%
85,1%
82,7%
Limite de Endividamento líquido
86,5%
60%
Rácio do Endividamento líquido (média de cada ano)
40% 20% 0% 2006
2007
2008
Acrescerá, ainda, referir que desta avaliação global, para efeitos do cálculo deste rácio, não foi expurgada a dívida correspondente a empréstimos bancários157 que, pela sua finalidade, deveriam ser excluídos do cálculo do limite de endividamento (o que beneficiaria o valor do rácio). Também não foi considerado o endividamento líquido dos grupos municipais, uma vez que a LFL no seu artigo 36º refere que apenas deverá ser incluído, para efeitos de cálculo do endividamento líquido da autarquia, a dívida do setor empresarial em caso de incumprimento das regras de equilíbrio de contas previstas no regime jurídico do setor empresarial local. Assim, não tendo sido possível através das contas dos municípios e das empresas municipais obter esta informação, o endividamento líquido nos rankings que a seguir se apresenta inclui, apenas, o endividamento líquido da autarquia sentido estrito. Apresentam-se a seguir dois Rankings (R32 e R33) com a indicação respetivamente dos 35 municípios com menor índice de endividamento líquido158, e os 35 municípios com 157. Há empréstimos que não são considerados para este fim, nomeadamente aqueles que ao abrigo da anterior Lei das Finanças Locais, não contavam para a capacidade de endividamento (designadamente empréstimos destinados à habitação social, ao financiamento de ações financiadas pelo Quadro Comunitário de Apoio e ações de reabilitação urbana). Assim, não possuindo informação discriminada destes empréstimos, a análise servirá como indicador de situações extremas. 158. Calculado nos termos da Lei das Finanças Locais.
2009
201 0
o maior índice de endividamento, nos mesmos termos. Não se consideraram neste R32 os 15 municípios apresentados no Quadro 4.10 por terem endividamento líquido negativo. Isto é, não estão endividados e apresentam excedentes orçamentais, pelo que este rácio não se lhes deve ser aplicado. Pela análise das contas, verificou-se que, em 2010, 115 Municípios159 apresentaram um endividamento líquido superior a 125% das receitas consideradas para o efeito. Do mapa infra apenas constam os 35 municípios com maior valor deste rácio. Contudo, relativamente à listagem apresentada, os valores indicados basearam-se na totalidade dos empréstimos bancários, incluindo eventualmente, aqueles que a lei permite excluir do cômputo limite de endividamento, pois não se dispôr de informação relativamente ao volume de empréstimos excluídos do cômputo do limite de endividamento. Assim, os rácios obtidos servirão como indicador de situações limite de endividamento sem se poder concluir, daí, que tenha havido assunção de empréstimos à revelia dos limites impostos por lei. 159. O nº 2 do citado art. 37ºda LFL, dispõe que “Quando um município não cumpra o disposto no número anterior, deve reduzir em cada ano subsequente pelo menos 10% do montante que excede o seu limite de endividamento líquido, até que aquele limite seja cumprido”.
151
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R32 | Municípios com menor índice de endividamento líquido em relação às receitas do ano anterior160 Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010 3,4%
1
Mealhada
M
28,3%
-9,5%
19,9%
29,7%
2
Pampilhosa da Serra
P
-48,2%
-46,7%
-17,2%
-10,3%
3,4%
3
Aguiar da Beira
P
63,3%
58,0%
60,3%
63,5%
6,5%
4
Alcácer do Sal
P
3,4%
-2,1%
2,9%
26,8%
9,1%
5
Marvão
P
23,6%
8,5%
13,7%
0,3%
10,7%
6
Oleiros
P
23,6%
5,6%
-8,4%
18,3%
13,4%
7
Castelo de Vide
P
40,1%
39,5%
25,5%
25,8%
14,1%
8
Almada
G
-23,3%
-34,2%
-21,6%
21,9%
15,2%
9
Penalva do Castelo
P
57,6%
61,9%
63,0%
63,5%
17,9%
10
Vinhais
P
13,6%
-2,2%
3,1%
14,9%
18,0%
11
Alvito
P
26,8%
14,9%
34,5%
-36,6%
18,4%
12
Santa Cruz das Flores
P
47,0%
29,4%
36,6%
23,8%
22,1%
13
Alcoutim
P
18,9%
13,4%
16,4%
21,0%
23,0%
14
Vila Velha de Ródão
P
16,6%
22,6%
22,6%
27,2%
23,2%
15
Murtosa
P
28,7%
23,8%
26,7%
18,9%
25,0%
16
Lajes das Flores
P
7,5%
12,7%
3,1%
44,0%
26,9%
17
Mortágua
P
38,8%
14,6%
-18,6%
23,4%
27,2%
18
Gavião
P
41,4%
27,5%
49,5%
43,3%
27,5%
19
Campo Maior
P
-13,0%
-15,7%
-6,2%
12,6%
28,6%
20
Vila do Porto
P
31,0%
17,6%
20,6%
20,3%
28,9%
21
Fafe
M
71,0%
56,0%
48,4%
60,0%
31,2%
22
Oliveira do Hospital
M
16,4%
13,5%
24,5%
35,0%
32,2%
23
Coruche
P
49,9%
40,6%
35,7%
40,5%
34,0%
24
Benavente
M
35,3%
3,8%
5,9%
19,3%
35,0%
25
Pombal
M
59,0%
30,6%
21,5%
27,1%
37,7%
26
Arouca
M
26,9%
30,4%
39,9%
46,5%
38,1%
27
Penacova
P
13,5%
-6,3%
-10,7%
32,2%
39,1%
28
Mação
P
62,3%
45,9%
32,7%
42,2%
39,3%
29
Tondela
M
62,7%
43,0%
41,7%
62,0%
39,4%
30
Sernancelhe
P
59,8%
49,8%
53,0%
43,9%
40,4%
31
Castro Verde
P
68,3%
38,0%
3,0%
21,0%
41,2%
32
São Vicente
P
56,4%
30,7%
42,6%
44,4%
41,7%
33
Albergaria-a-Velha
M
41,4%
63,1%
64,4%
72,1%
42,2%
34
Amarante
M
48,1%
39,7%
37,1%
52,7%
43,6%
35
Proença-a-Nova
P
-1,6%
-21,0%
-5,0%
20,8%
43,8%
160. Apenas foi possível discriminar as receitas provenientes de transferências apenas de Estado (excetuando-se as transferências comunitárias e dos fundos autónomos) a partir de 2008.
152
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R33 | Municípios com maior índice de endividamento líquido em relação às receitas do ano anterior Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
1
Povoação
P
194,4%
224,2%
270,1%
772,6%
704,1%
2
Fornos de Algodres
P
--
--
625,0%
741,3%
663,5%
3
Aveiro
M
327,1%
331,8%
337,0%
437,7%
507,4%
4
Vila Franca do Campo
P
285,9%
308,7%
342,1%
338,4%
428,3%
5
Fundão
M
247,3%
280,8%
311,0%
400,2%
407,2%
6
Seia
M
279,8%
286,5%
309,5%
384,5%
379,3%
7
Vila Real de Santo António
P
20,0%
42,7%
-40,2%
139,9%
371,2%
8
Portimão
M
49,0%
56,7%
113,5%
216,5%
371,2%
9
Covilhã
M
289,5%
296,8%
289,5%
365,7%
316,3%
10
Castanheira de Pera
P
227,0%
270,4%
310,2%
342,6%
305,3%
11
Celorico da Beira
P
256,8%
261,7%
252,6%
306,7%
299,5%
12
Vila Nova de Poiares
P
53,0%
174,1%
248,7%
321,9%
299,3% 294,6%
13
Nordeste
P
105,9%
149,9%
172,5%
208,8%
14
Santa Comba Dão
P
214,6%
217,6%
167,2%
235,1%
285,9%
15
Mondim de Basto
P
169,0%
175,4%
183,1%
321,4%
273,3%
16
Alfândega da Fé
P
177,9%
176,9%
192,9%
255,0%
261,5%
17
Montemor-o-Velho
M
143,2%
187,6%
189,9%
213,1%
255,5%
18
Santa Cruz
M
97,4%
82,0%
88,4%
169,4%
255,1%
19
Santarém
M
164,9%
183,0%
193,6%
274,1%
253,2%
20
Portalegre
M
120,7%
127,2%
159,0%
254,0%
249,8%
21
Trofa
M
52,3%
89,0%
156,3%
250,5%
244,6%
22
Calheta (R. A. A.)
P
213,3%
212,9%
177,4%
292,2%
240,0%
23
Espinho
M
177,8%
197,2%
204,9%
258,1%
239,0%
24
Alijó
P
139,9%
154,9%
157,1%
216,3%
236,5%
25
Lamego
M
75,8%
112,6%
123,8%
179,2%
236,0%
26
Nazaré
P
192,1%
144,7%
126,5%
199,1%
235,5%
27
Valongo
M
159,8%
141,2%
161,9%
230,7%
232,5% 230,0%
28
Borba
P
130,8%
184,6%
219,9%
287,5%
29
Cantanhede
M
72,0%
85,7%
161,7%
241,5%
229,6%
30
Velas
P
144,9%
143,9%
128,0%
158,5%
229,3%
31
Tabuaço
P
103,9%
142,3%
149,2%
188,3%
228,8%
32
Alandroal
P
131,8%
156,9%
159,0%
228,7%
225,9%
33
Paços de Ferreira
M
65,2%
143,2%
144,7%
216,5%
225,6%
34
Faro
M
154,8%
184,0%
216,5%
258,4%
222,7%
35
Mesão Frio
P
211,7%
206,5%
194,2%
262,9%
222,4% 153
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
4.4.2. Limite da Dívida Bancária de Médio e Longo Prazo
Gráfico 4.08 | Evolução do Rácio da Dívida Bancária 120% 100%
Para a globalidade dos municípios, a dívida total bancária de médio e longo prazo em 2010 foi de 4.595,8M€161 (em 2009, foi de 4.666,3 milhões de euros e em 2008 foi de 4.137,8 milhões de euros), o que significou uma taxa de diminuição de 1,5% (menos 70,5 milhões de euros).
100%
Considerando, para efeitos de cálculo do limite de endividamento, a receita162 recebida em 2009, no montante de 5.482,5 milhões de euros, o peso da dívida bancária de médio e longo prazo sobre as referidas receitas foi, em média, no final do ano de 2010, de 77,2% (-3,9% que em 2009). Ora, o valor deste indicador obtido para a globalidade dos municípios é, manifestamente, inferior ao limite de 100% estabelecido como limite legal. Contudo, só poderá ser apreciado como valor médio já que, este rácio, para efeitos de controlo de endividamento, só poderá ser aplicado individualmente a cada município.
0%
No ranking R34 são apresentados os 35 municípios com menor peso da dívida bancária de médio e longo prazo nos recursos próprios, definidos nos termos da LFL. 161. Obtida do Mapa de Empréstimos 162. Receitas provenientes dos impostos municipais, das participações do município no FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do setor empresarial local, recebidas no ano anterior ao que se reporta o cálculo do limite do endividamento.
Gráfico 4.07 | Evolução da dívida bancária de médio e longo prazo 7.000 € 6.019 ,8
Milhões
6.000 €
5.553 ,7
5.584 ,3
Receitas Próprias 5.388 ,5
5.000 € 3.978
3.987
2006
2007
5.482 ,5
4.666
4.596
2009
201 0
4.138
4.000 €
3.000 € 2005
154
2008
Total da Dívida bancária de m/l prazo
100%
100%
80% 60% 60,5%
63,8%
100%
100 %
85,8%
84,9%
Limite da Dívida Bancária
65,1% Rácio da Dívida Bancária (média de cada ano)
40% 20%
2006
2007
2008
2009
2010
A análise das contas permitiu obter a informação de que 227 municípios apresentaram, em dezembro de 2010, um stock da dívida bancária inferior ao limite legal de 100% dos recursos próprios, tal como definidos na LFL. No ranking R35 são apresentados os 35 municípios com maior peso da dívida bancária de médio e longo prazo nas receitas cobradas no ano n-1 e, estabelecidas para efeitos do limite de empréstimos, nos termos da LFL. Acontece que estes 35 municípios apresentaram um stock da dívida bancária muito acima dos 100% desses recursos próprios. Embora a lei exclua deste limite os empréstimos para reabilitação urbana, para financiamento de projetos com participação de fundos comunitários e os financiamentos na recuperação de infraestruturas municipais afetadas por situações de calamidade pública, para o cálculo apresentado na listagem infra, não se procedeu a estas exclusões por ausência discriminada dessa informação. Assim, estes valores são apresentados por excesso, tendo em conta os limites estabelecidos pela lei. Para além dos 35 municípios hierarquizados no R35, mais 46 municípios apresentaram, em 2010, este indicador maior que 100% (menos 8 que em 2009), totalizando assim o número de 81 municípios, nesta situação.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R34 | Municípios com menor peso da dívida bancária de médio e longo prazo163 sobre as receitas recebidos no ano n-1 Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Fundão Grândola Penedono Cinfães Ponte de Sor Alcácer do Sal Penacova Ponte de Lima Campo Maior Elvas Viana do Alentejo Redondo Pampilhosa da Serra Vinhais Montemor-o-Novo Mação Sertã Castelo de Vide Mafra Cascais Vila Velha de Ródão Vila do Porto Vila do Bispo Batalha Lagoa (Algarve) Alcoutim Benavente Oeiras Idanha-a-Nova Mealhada Vila Nova de Foz Coa Caldas da Rainha Fafe Porto de Mós Alvito
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010
M P P P P P P M P M P P P P P P P P M G P P P P M P M G P M P M M M P
0,0% 86,5% 0,0% 8,5% 14,1% 14,4% 17,3% 13,7% 11,5% 13,2% 25,4% 0,8% 29,7% 26,0% 21,8% 34,6% 28,8% 39,4% 29,7% 17,2% 32,6% 33,6% 10,4% 17,9% 23,8% 36,3% 21,7% 30,3% 7,0% 61,7% 32,3% 19,6% 51,3% 23,3% 48,1%
142,4% 85,0% 0,0% 8,1% 12,3% 12,5% 15,6% 13,4% 16,4% 15,2% 19,0% 0,0% 25,6% 19,8% 29,7% 33,2% 0,0% 36,8% 27,4% 0,0% 25,3% 19,8% 6,9% 11,7% 23,6% 31,1% 20,4% 28,6% 12,5% 58,2% 29,0% 20,1% 48,6% 26,5% 45,9%
159,4% 72,0% 0,0% 5,7% 11,0% 10,6% 12,3% 10,6% 15,8% 12,2% 13,7% 0,0% 21,3% 16,1% 0,0% 29,7% 31,4% 38,7% 24,8% 12,4% 39,7% 29,0% 4,7% 10,3% 18,4% 30,4% 18,4% 34,1% 15,2% 44,4% 22,1% 20,2% 42,4% 26,7% 50,3%
243,6% 64,7% 0,0% 4,5% 9,8% 8,4% 11,0% 12,6% 13,8% 15,4% 11,5% 0,0% 23,0% 15,9% 25,7% 25,0% 32,8% 29,4% 25,1% 19,6% 34,5% 29,4% 15,5% 19,1% 19,0% 31,7% 24,9% 33,3% 32,9% 0,0% 38,8% 18,5% 51,8% 32,5% 44,3%
0,0% 0,0% 0,0% 4,0% 6,9% 7,7% 8,1% 10,4% 11,5% 14,3% 14,7% 15,5% 17,0% 20,6% 21,4% 22,5% 24,0% 24,2% 24,5% 24,9% 25,3% 25,3% 26,0% 26,3% 26,4% 27,0% 27,1% 28,0% 28,9% 29,5% 30,4% 30,9% 31,4% 31,7% 31,8%
163. O limite legal da dívida bancária de médio e longo prazo, indexado aos recursos próprios recebidos no ano anterior é, por definição da LFL, 100% desta mesma receita.
155
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R35 | Municípios com maior peso da dívida bancária de médio e longo prazo, nas receitas recebidas no ano n-1164 Município
Dimensão
2006
2007
2008
2009
2010 669,5%
1
Fornos de Algodres
P
0,0%
--
229,5%
262,8%
2
Vila Franca do Campo
P
233,1%
207,0%
369,3%
325,3%
341,9%
3
Aveiro
M
137,5%
127,2%
199,7%
265,0%
280,0%
4
Alfândega da Fé
P
87,6%
97,9%
76,7%
155,6%
279,3%
5
Portalegre
M
62,0%
74,2%
184,8%
265,4%
255,5%
6
Mondim de Basto
P
86,7%
80,2%
62,4%
72,8%
242,1%
7
Calheta (R. A. A.)
P
89,1%
91,0%
60,0%
260,9%
238,2%
8
Cartaxo
M
126,4%
104,1%
246,8%
259,0%
231,4%
9
Mesão Frio
P
142,5%
134,7%
111,3%
137,3%
231,2%
10
Vouzela
P
98,9%
106,0%
203,8%
233,1%
218,5%
11
Santa Comba Dão
P
123,4%
128,0%
95,5%
208,1%
210,2%
12
Lajes do Pico
P
103,7%
94,5%
89,7%
95,0%
206,6% 204,7%
13
Montemor-o-Velho
M
93,7%
95,2%
82,4%
189,0%
14
Marco de Canaveses
M
237,7%
241,8%
202,5%
226,8%
201,9%
15
Ribeira Brava
P
--
46,0%
39,8%
205,7%
193,8%
16
Vila Nova de Gaia
G
166,1%
206,5%
179,3%
209,7%
193,8%
17
Tarouca
P
73,2%
85,1%
99,0%
118,4%
185,7%
18
Alijó
P
82,8%
80,5%
0,0%
195,5%
184,9%
19
Alandroal
P
47,8%
53,8%
57,1%
57,3%
180,2%
20
Covilhã
M
173,5%
171,9%
215,6%
211,2%
176,7%
21
Tabuaço
P
22,3%
54,2%
49,5%
67,5%
173,6%
22
Lourinhã
M
84,0%
81,0%
73,0%
169,9%
172,6%
23
Vila Nova de Poiares
P
0,0%
96,3%
111,4%
198,3%
172,2%
24
Angra do Heroísmo
M
129,2%
151,0%
158,5%
164,5%
171,2%
25
Mourão
P
86,1%
81,7%
68,2%
207,5%
167,5%
26
Cantanhede
M
53,9%
72,5%
98,8%
101,9%
166,6%
27
Oliveira de Azeméis
M
61,8%
55,5%
165,7%
169,2%
162,3%
28
Freixo de Espada à Cinta
P
168,1%
147,0%
150,6%
232,8%
160,8%
29
Murça
P
151,6%
150,7%
136,4%
177,2%
155,0%
30
Rio Maior
M
140,2%
130,2%
131,3%
173,3%
154,2%
31
Santana
P
39,9%
61,1%
60,5%
157,9%
153,1%
32
Melgaço
P
147,9%
146,4%
114,0%
170,9%
151,9%
33
Celorico da Beira
P
112,6%
104,1%
103,4%
119,2%
150,9%
34
Povoação
P
146,8%
196,1%
175,9%
174,0%
148,6%
35
Machico
M
54,5%
55,9%
112,4%
150,8%
148,3%
164. Conforme n.2 do artigo 39.º da LFL.
156
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
4.4.3. Rácio: Dívida a fornecedores/receitas totais do ano anterior A capacidade de solvência das autarquias locais, face ao disposto no artigo 41.º da LFL determina que um município com dívidas a fornecedores de montante superior a 50% das receitas totais do ano n-1, possa ser declarado em situação de desequilíbrio financeiro estrutural ou de rutura financeira165 Assim, procedeu-se à simulação da situação dos municípios, comparando o valor das dívidas a fornecedores em 2010, com as receitas totais do ano anterior. Para este cálculo incluiu-se a totalidade da dívida a fornecedores de curto e médio prazo. Da análise das contas, constata-se que 61 municípios (tinham sido, 60 municípios em 2009 e 55 municípios em 2008) apresentaram, em 31 de dezembro de 2010, um valor de dívidas a fornecedores166 superior a 50% das receitas totais do ano anterior, sendo que: 30, foram municípios de pequena dimensão; 29 municípios de média dimensão e 2, municípios de grande dimensão). 165. Ora nos termos da LFL, a situação de desequilíbrio financeiro estrutural ou de rutura financeira pode ser, subsidiariamente, declarada por despacho conjunto do Ministro das Finanças e do Ministro que tutela as autarquias locais após comunicação da Direção-Geral das Autarquias Locais, sempre que se verifique a situação referida no artigo 41.º da LFL. Contudo não há qualquer situação cuja iniciativa de declaração de rutura financeira tivesse partido da tutela inspetiva. 166. Considerámos Dívidas a fornecedores: Dívidas a fornecedores c/c, Dívidas a Fornecedores de Imobilizado; Fornecedores de Leasing; Dívida a outros credores, independentemente da dívida se encontrar no Balanço (Passivo) como dívida a curto ou a médio e longo prazo.
Apresentam-se, de seguida, estes 61 municípios em quadros separados, de acordo com a dimensão dos municípios. De entre os municípios de grande dimensão, apenas Lisboa e Vila Nova de Gaia apresentaram em 2009 e 2010, posição de dívidas a fornecedores suscetível de declaração de situação desequilíbrio financeiro estrutural. Havendo municípios que não estando numa situação potencial de desequilíbrio financeiro, demonstraram, ainda, em 2010, um elevado índice167 de dívidas a fornecedores, apresenta-se no Ranking (R36) os primeiros 35 municípios, com um peso de dívida a fornecedores no total das receitas cobradas ano anterior, igual ou imediatamente inferior a 50%. A conjugação desta informação com a listagem dos 61 mais endividados apresentados supra, permite concluir que foram municípios de pequena e média dimensão, com exceção de Lisboa e Vila Nova de Gaia de grande dimensão, os que se debateram com pior situação financeira, em 2009 e 2010, e que ficaram mais próximos da situação de desequilíbrio financeiro estrutural ou de rutura financeira. A listagem que a seguir se apresenta (R37) hierarquiza os 35 municípios com menor índice de dívida a fornecedores em 2010, relativamente às receitas totais recebidas em 2009. 167. Reportado à receita total recebida no ano anterior
Gráfico 4.09 | Nº de Municípios com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais do ano n-1 70 60 50 40
66
61
55
60
61
2006
2007
2008
2009
201 0
30 20 10 0
157
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Quadro 4.11 | Municípios de Pequena Dimensão com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais do ano n-1 2008 Município
2009
2010 Dívidas a Fornecedores
Índice
Receitas Cobradas n-1
Índice
1
Povoação
58,2%
497,6%
25.308.981
6.240.339
405,6%
2 3
Vila Real de Santo António
54,6%
104,0%
50.851.463
28.856.790
176,2%
Castanheira de Pera
160,9%
150,6%
7.851.650
4.948.992
158,7%
4
Nordeste
18,1%
5
Celorico da Beira
113,9%
34,8%
7.525.995
6.864.065
109,6%
105,9%
10.029.443
9.754.909
102,8%
6
Porto Santo
4,5%
51,7%
7
Nazaré
117,2%
115,4%
4.689.024
5.430.597
86,3%
17.509.146
21.168.869
82,7%
8
Trancoso
38,6%
69,1%
9
Vila Franca do Campo
6,2%
15,0%
8.620.246
10.688.428
80,7%
7.065.215
8.850.676
79,8%
10
Vila do Bispo
3,7%
54,4%
8.952.176
11.591.256
77,2%
11
Penamacor
79,2%
86,9%
8.019.612
10.955.248
73,2%
12
Vila Nova de Poiares
82,1%
83,6%
8.136.223
11.399.086
71,4%
13
Porto Moniz
23,7%
113,7%
3.600.966
5.443.128
66,2%
14
Ansião
22,4%
26,0%
6.962.767
10.999.155
63,3%
15
Valpaços
68,1%
76,1%
11.227.676
17.844.221
62,9%
16
Murça
39,1%
48,7%
5.205.544
8.395.147
62,0%
17
Penela
34,4%
55,9%
4.950.306
8.153.421
60,7%
18
Vieira do Minho
27,0%
46,3%
5.859.401
9.773.373
60,0%
19
Figueiró dos Vinhos
32,2%
50,5%
4.410.292
7.367.244
59,9%
20
Peso da Régua
33,3%
47,7%
9.011.647
15.062.562
59,8%
21
Chamusca
60,8%
57,8%
7.771.417
13.686.427
56,8%
22
Tabuaço
83,0%
83,3%
5.146.425
9.078.886
56,7%
23
Calheta (R. A. M.)
0,0%
20,3%
4.842.765
8.550.408
56,6%
24
Bombarral
28,3%
43,0%
5.157.632
9.397.512
54,9%
25
Sertã
56,5%
64,9%
8.196.054
15.367.119
53,3%
26
Estremoz
19,5%
33,4%
6.407.636
12.192.872
52,6%
27
Borba
102,7%
45,0%
6.374.717
12.287.101
51,9%
28
Alpiarça
68,9%
65,9%
4.455.081
8.757.270
50,9%
29
Paredes de Coura
34,9%
42,4%
6.124.150
12.102.060
50,6%
30
Celorico de Basto
54,9%
64,6%
7.932.450
15.768.201
50,3%
Unidade: euros 158
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
Quadro 4.12 | Municípios de Média Dimensão com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais do ano n-1 2008 Município 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
2009 Índice
Portimão Seia Santa Cruz Cartaxo Aveiro Valongo Paços de Ferreira Chaves Covilhã Machico Lamego Paredes Santarém Faro Figueira da Foz Lagos Vizela Évora Câmara de Lobos Funchal Vagos Trofa Penafiel Guarda Alenquer Portalegre Espinho Vila Verde Vila do Conde
65,3% 35,8% 43,2% 31,7% 116,4% 99,6% 56,3% 45,2% 59,0% 45,2% 38,6% 31,2% 114,2% 65,5% 91,0% 5,6% 19,7% 56,9% 52,9% 42,3% 39,5% 17,8% 61,4% 102,4% 27,7% 42,2% 104,8% 55,1% 49,0%
98,1% 170,4% 54,3% 45,5% 73,2% 129,5% 51,8% 58,9% 35,6% 39,9% 38,4% 40,6% 87,4% 65,5% 85,7% 50,2% 43,1% 90,1% 50,4% 52,0% 49,1% 50,8% 60,8% 52,6% 53,1% 37,1% 111,0% 54,6% 37,5%
Dívidas a Fornecedores
2010 Receitas Cobradas n-1
116.127.995 40.361.354 29.032.710 18.320.655 66.958.908 46.875.367 39.333.350 27.234.855 32.808.833 10.802.277 20.619.913 39.328.870 47.523.136 32.560.921 33.542.583 33.912.285 8.703.408 38.275.797 12.134.595 51.616.280 9.340.133 12.541.860 22.770.416 29.269.089 14.926.855 13.681.746 15.146.988 14.095.514 30.702.860
56.410.806 21.986.740 19.885.038 15.451.749 57.740.719 43.688.893 40.054.416 31.362.374 38.246.211 12.600.420 25.480.605 52.908.589 63.975.697 43.988.412 45.407.954 46.780.042 12.615.694 56.243.670 18.282.193 78.650.681 14.783.364 20.061.191 37.244.130 48.944.184 25.127.851 23.380.706 26.815.474 26.572.168 58.605.764
Índice 205,9% 183,6% 146,0% 118,6% 116,0% 107,3% 98,2% 86,8% 85,8% 85,7% 80,9% 74,3% 74,3% 74,0% 73,9% 72,5% 69,0% 68,1% 66,4% 65,6% 63,2% 62,5% 61,1% 59,8% 59,4% 58,5% 56,5% 53,0% 52,4%
Unidade: euros
Quadro 4.13 | Municípios de Grande Dimensão com um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais do ano n-1 2008 Município 1 2
Lisboa Vila Nova de Gaia
2009 Índice
111,2% 44,2%
108,9% 61,2%
Dívidas a Fornecedores 592.399.509 75.360.499
2010 Receitas Cobradas n-1 693.075.212 138.828.159
Índice 85,5% 54,3%
Unidade: euros 159
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R36 | Municípios com maior índice de dívida a fornecedores, relativamente às receitas totais cobradas no ano anterior, mas inferior ou igual a 50% Município
Dimensão
2008
2009
2010
2
Tábua
P
10,1%
28,6%
50,0%
3
Alcobaça
M
48,0%
38,0%
49,0%
4
Armamar
P
63,5%
52,2%
48,3%
5
Reguengos de Monsaraz
P
38,2%
34,9%
47,6%
6
Torre de Moncorvo
P
23,8%
30,7%
47,1%
7
Miranda do Douro
P
37,1%
20,2%
46,9%
8
Póvoa de Lanhoso
M
36,2%
52,4%
46,6%
9
Vila de Rei
P
41,1%
49,5%
46,5%
10
Santa Comba Dão
P
63,9%
43,6%
46,4%
11
Ílhavo
M
73,9%
52,0%
45,8%
12
Tarouca
P
64,5%
77,3%
45,1%
13
Peniche
M
25,1%
35,4%
44,9%
14
Alcanena
P
61,4%
46,9%
44,9%
15
São Pedro do Sul
P
31,4%
29,5%
44,2%
16
Alijó
P
127,3%
43,5%
43,6%
17
Ribeira de Pena
P
35,8%
46,0%
43,4%
18
Alandroal
P
78,2%
112,1%
43,4%
19
Sesimbra
M
26,4%
41,8%
43,1%
20
Lagoa (Algarve)
M
4,6%
27,5%
42,2%
21
Ribeira Brava
P
45,6%
47,2%
41,8%
22
Santa Maria da Feira
G
40,8%
35,5%
41,4%
23
Torres Vedras
M
11,4%
25,6%
40,6%
24
Caminha
P
20,6%
40,5%
40,2%
25
Santana
P
11,2%
53,4%
39,6%
26
Cantanhede
M
33,0%
63,6%
39,4%
27
Olhão
M
19,0%
62,5%
39,3%
28
Vila Pouca de Aguiar
P
37,1%
38,1%
39,3%
29
Valença
P
24,3%
41,6%
39,0%
30
Entroncamento
M
25,1%
38,4%
38,7%
31
Póvoa de Varzim
M
45,4%
42,4%
38,6%
32
Mirandela
M
38,5%
39,3%
38,0%
33
Sobral de Monte Agraço
P
19,9%
27,6%
37,8%
34
Melgaço
P
26,6%
34,5%
37,5%
35
Beja
M
21,4%
27,6%
37,5%
(Rácio: Dívidas a fornecedores/Receitas n-1) 160
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 4
R37 | Municípios com menor índice de dívidas a fornecedores relativamente às receitas do ano anterior Município
Dimensão
2008
2009
2010
1
Aguiar da Beira
P
0,7%
0,1%
0,3%
2
Santa Cruz das Flores
P
2,8%
0,6%
0,5%
3
Arronches
P
0,7%
0,4%
0,5%
4
Castelo Branco
M
3,1%
2,2%
0,7%
5
São João da Pesqueira
P
1,4%
1,8%
0,8%
6
Mortágua
P
0,9%
6,0%
1,2%
7
Elvas
M
7,2%
4,7%
1,4%
8
Penalva do Castelo
P
2,8%
2,2%
1,5%
9
Pampilhosa da Serra
P
2,0%
1,7%
1,7%
10
Portel
P
1,8%
2,8%
1,9%
11
Cinfães
P
3,9%
6,2%
2,1%
12
Mealhada
M
2,7%
2,4%
2,2%
13
Santa Marta de Penaguião
P
0,6%
8,6%
2,3%
14
Anadia
M
3,1%
4,2%
2,4%
15
Castelo de Vide
P
2,5%
4,5%
2,6%
16
Sernancelhe
P
5,2%
3,8%
2,8%
17
Penedono
P
0,0%
0,0%
2,9%
18
Marvão
P
4,4%
3,2%
3,0%
19
Mértola
P
12,8%
5,8%
3,0%
20
Fafe
M
11,3%
7,5%
3,1%
21
Constância
P
4,6%
8,4%
3,3%
22
Almada
G
5,7%
3,2%
3,3%
23
Mora
P
9,4%
12,8%
3,4%
24
Lajes do Pico
P
36,8%
65,4%
3,5%
25
Braga
G
10,4%
6,7%
3,5%
26
Mogadouro
P
14,5%
12,7%
3,5%
27
Santa Cruz da Graciosa
P
0,5%
0,9%
3,8%
28
Oliveira do Hospital
M
2,9%
2,9%
4,7%
29
Vila Velha de Ródão
P
5,9%
3,4%
4,7%
30
Almodôvar
P
4,2%
4,5%
4,7%
31
Serpa
P
2,2%
10,5%
4,8%
32
Terras de Bouro
P
3,5%
8,3%
4,8%
33
Vila Franca de Xira
G
5,2%
4,3%
4,9%
34
Alcoutim
P
3,7%
3,1%
4,9%
35
Amarante
M
5,0%
15,6%
4,9%
(Rácio: Dívidas a fornecedores/Receitas n-1) 161
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
| CAPÍTULO 5 O SETOR EMPRESARIAL LOCAL E OS SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS NO SETOR AUTÁRQUICO
Nota introdutória O ano de 2010 é o quarto ano de construção deste anuário em que se apreciam o Balanço e a Demonstração de Resultados de empresas e serviços municipalizados. Contudo, a amostra de entidades observadas no ano económico de 2007 foi manifestamente diminuta em relação ao universo total das entidades empresariais do setor autárquico. Assim ,a análise da evolução das contas do setor empresarial local, no presente anuário, apenas se reportará ao período entre 2008/2010 no que refere aos Serviços Municipalizados Para o ano de 2010, foi obtida e tratada informação de 304 Empresas Municipais168 ou Entidades Empresariais Locais e de 29 Serviços Municipalizados. É uma amostra que abrangerá mais de 90% do setor empresarial autárquico169 e a totalidade dos serviços municipalizados170. No presente capítulo analisar-se-á separadamente as contas dos serviços municipalizados171 (SM´s) das restantes entida168. No final deste Capítulo consta uma listagem com “dados económicos dos Municípios” com todos os municípios e respetivas empresas municipais e serviços municipalizados. 169. Em relação ao setor empresarial, há 26 empresas que foram extintas e/ou que se fundiram, 3 relativamente às quais não foi possível recolher informação e 5 que iniciaram atividade em 2010. 170. Nesta análise abrangemos o universo de todas as que estavam em atividade em 2010. 171. Apesar da Lei n.º 53-F/2006 que aprova o regime jurídico do setor empresarial
local, revogando a Lei n-º 58/98, de 18 de agosto, não enquadrar, expressamente, no SEL os serviços municipalizados, adotou-se para efeitos da presente análise a sua inclusão no mesmo, face à sua autonomia gestionária em relação aos restantes serviços autárquicos
des de setor empresarial local (SEL) face ao tratamento diferenciado dos registos contabilísticos de ambos os universos empresariais, uma vez que o Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de julho, que aprovou o Sistema de Normalização Contabilística (SNC), é de aplicação obrigatória para todas as entidades do setor público empresarial, com exclusão dos serviços municipalizados. Dedicar-se-á um primeiro ponto deste capítulo aos serviços municipalizados, um segundo ao restante setor empresarial e um terceiro ponto ao endividamento líquido, englobando estes dois setores da atividade empresarial local. Por outro lado, devido à inexistência, na generalidade das situações, de balanços consolidados por grupo autárquico172, prescindimos de apresentar indicadores agregados, por grupo municipal, que exigiriam a aplicação proporcional do peso da participação municipal nas respetivas empresas. Pese embora a Lei das Finanças Locais referir que, para efeitos do cálculo do endividamento líquido, só relevam os passivos do setor empresarial local em caso de incumprimento por parte dos municípios da cobertura dos resultados operacionais negativos173, não tendo sido possível obter esta informação das contas dos municípios e ten172. Considera-se grupo autárquico o conjunto constituído pelo Município e respetivas entidades do setor empresarial incluindo os serviços municipalizados. 173. Em 2010, apresentaram resultados operacionais negativos, 19 Serviços Municipalizados e 118 Empresas Municipais, isto é, respetivamente 65,5% e 38,8% do universo considerado.
163
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
do em atenção que, raramente, quando essa regularização é efetuada, se realiza no ano económico a que se reporta, não foi possível apurar o valor real do contributo do setor empresarial local, para o limite do endividamento líquido do setor autárquico.
nentes do Balanço e Demonstração de Resultados do setor empresarial e serviços municipalizados de modo a apresentar-se, sempre que possível, a comparação e o peso destas, com as grandezas agregadas dos municípios que tutelam as respetivas entidades empresariais ou municipais.
Em suma, a metodologia seguida neste capítulo foi a de se analisar a estrutura e a evolução174 das diferentes compo-
Apresenta-se de seguida a lista dos municípios com serviços municipalizados (SM´s):
174. Seguindo-se o desenvolvimento adotado para o ponto 4 deste anuário.
Municípios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 164
Abrantes Albergaria-a-Velha Alcobaça Almada Anadia Angra do Heroísmo Aveiro Barreiro Caldas da Rainha Castelo Branco Coimbra Guarda Leiria Loures Maia Mirandela Montijo Nazaré Oeiras e Amadora Peniche Portalegre Santo Tirso Sintra Tomar Torres Vedras Valongo Viana do Castelo Vila Franca de Xira Viseu
Serviços Municipalizados SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Transportes Urbanos SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Transportes Urbanos SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água, Saneamento e Eletricidade SM de Água SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Transportes SM de Água, Saneamento e Eletricidade SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água, Saneamento e Eletricidade SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento SM de Água e Saneamento
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.1 Serviços Municipalizados 5.1.1. Estrutura do Ativo No Quadro 5.01, apresenta-se a estrutura do ativo global dos 29 serviços municipalizados, doravante designados por SM’s, evidenciando-se, no mesmo mapa, o ativo agregado dos municípios a que pertencem os SM’s, e permitindo, assim, a comparação das respetivas estruturas do Balanço. Quadro 5.01 | Estrutura do ATIVO dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem Municípios (308)
Componentes do Ativo Bens de domínio público Imobilizado incorpóreo Imobilizado corpóreo Imobilizado em Curso Total do imobilizado Investimentos Financeiros Existências Dívidas a Receber Títulos Negociáveis Depósitos e Caixa Acréscimos de proveitos Custos diferidos Total
Valor 13.612,8 80,8 16.344,9 5.957,8 35.996,3 1.613,3 119,9 1.196,6 13,7 595,9 410,2 128,6 40.074,5
Municípios c/ SM’s
% 34,0% 0,2% 40,8% 14,9% 89,8% 4,0% 0,3% 3,0% 0,0% 1,5% 1,0% 0,3% 100%
Valor 2.412,5 18,6 3.315,8 1.027,3 6.774,2 407,6 18,3 180,4 1,0 215,7 78,7 15,5 7.691,4
% 31,4% 0,2% 43,1% 13,4% 88,1% 5,3% 0,2% 2,3% 0,0% 2,8% 1,0% 0,2% 100%
Serviços Municipalizadosa Valor 75,0 1,5 623,0 80,0 779,5 7,6 8,3 153,0 0,2 83,8 10,6 0,4 1.043,5
% 7,2% 0,1% 59,7% 7,7% 74,7% 0,7% 0,8% 14,7% 0,0% 8,0% 1,0% 0,0% 100%
SM's / Municípios c/ SM´s % 3,1% 8,0% 18,8% 7,8% 11,5% 1,9% 45,3% 84,8% 24,6% 38,9% 13,5% 2,8% 13,6%
Unidade: milhões de euros a. O SMAS pertencente ao município de Oeiras é responsável pelo fornecimento de água e saneamento dos municípios de Oeiras e de Amadora
Gráfico 5.01 | Estrutura do Ativo dos Serviços Municipalizados 1%
8% Imobili zado 14%
Investimentos Financeiros 1% 1%
Existências Dívidas a Receber
75%
Disponibilidades Acréscimos e Diferimentos
165
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Da análise do quadro e gráfico anterior é da maior relevância constatar que, as dívidas a receber, no conjunto dos SM´s, no valor de 153 milhões de euros, correspondeu a 84,8% das dívidas a receber pelo total das autarquias que lhe correspondem (180,4 milhões de euros). Efetivamente, enquanto que as dívidas a receber pesavam 14,7% no ativo total dos SM´s, o peso homólogo no ativo das mesmas autarquias era de apenas, de 2,3%. Naturalmente, este facto terá um enorme impacto, com efeito de redução, no cálculo da dívida líquida dos SM´s175. O 175. Como veremos mais à frente o ativo circulante é, para a globalidade dos SM´s, superior ao passivo exigível.
valor desta componente do ativo circulante diminuiu no triénio em apreço -2,8M€ (-1,8%), fruto da descida, em 2010, do montante a receber em -12,8M€ (-7,7%). Importará, ainda, analisar a estrutura das dívidas a receber dos SM´s, uma vez que se verificou que o seu valor representou, em 2010, 84,8% do valor considerado para a totalidade das autarquias que lhes correspondem. Os quadros seguintes apresentam as principais componentes das dívidas a receber (Quadro 5.02 e Quadro 5.03).
Quadro 5.02 | Estrutura das Dívidas a Receber dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem Dívidas a receber Dívidas a receber M/L prazo Empréstimos concedidos (curto prazo) Clientes contribuintes e utentes (curto prazo) Estado e outros entes públicos (curto prazo) Administração Autárquica (curto prazo) Adiantamentos (curto prazo) Outros devedores (curto prazo) Outros curto prazo Total de dívidas a receber
Municípios (308) Valor
Municípios c/ SM´s
%
86,3 7,3 217,8 22,6 85,1 10,7 766,8 0,0 1.196,6
Valor
7,2% 0,6% 18,2% 1,9% 7,1% 0,9% 64,1% 0,0% 100%
Serviços Municipalizados
%
9,8 5,0 26,1 1,9 32,6 4,3 100,6 0,0 180,4
Valor
5,5% 2,8% 14,5% 1,1% 18,1% 2,4% 55,8% 0,0% 100%
0,0 0,0 101,1 1,4 44,7 0,0 5,5 0,2 153,0
SM's / Municípios
%
%
0,0% 0,0% 66,1% 0,9% 29,2% 0,0% 3,6% 0,1% 100%
0,0% 0,0% 386,9% 75,4% 137,1% 0,2% 5,5% -84,8%
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.03 | Evolução das Dívidas a Receber dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010 Dívidas a receber Dívidas a receber MLP Empréstimos concedidos (curto prazo) Clientes contribuintes e utentes (curto prazo) Estado e outros entes públicos (curto prazo) Administração Autárquica (curto prazo) Adiantamentos (curto prazo) Outros devedores (curto prazo) Outros curto prazo Total de dívidas a receber Unidade: euros 166
2008 (31) Valor 299.574 833.120 80.050.334 2.181.973 57.267.177 14.937 14.121.004 982.533 155.750.651
2009 (29) % 0,2% 0,5% 51,4% 1,4% 36,8% 0,0% 9,1% 0,6% 100%
Valor 0 0 105.323.807 2.541.291 51.291.164 13.067 6.433.010 213.391 165.815.731
2010 (29) % 0,0% 0,0% 63,5% 1,5% 30,9% 0,0% 3,9% 0,1% 100%
Valor 0 0 101.095.968 1.438.941 44.745.070 10.251 5.536.402 187.131 153.013.763
% 0,0% 0,0% 66,1% 0,9% 29,2% 0,0% 3,6% 0,1% 100%
Variação 2009 - 2010 % ---4% -43% -13% --14% -12% -7,7%
CAPÍTULO 5
Em 2010, os SM´s não tinham dívidas a receber de médio e longo prazo, nem concederam empréstimos a terceiros. Detêm, contudo, um volume bastante representativo de dívidas de clientes, contribuintes e utentes, no valor de 101,1 milhões de euros, menos 4% que em 2009 e que representa 66,1% do total das dívidas a receber. Mais se anota, que o valor destes créditos sobre terceiros foi superior em +386,9% ao valor homólogo das autarquias correspondentes e representou 46,4% do valor da mesma natureza para o total do setor autárquico. O segundo crédito mais representativo que ao SM´s detêm sobre terceiros, é o valor a receber da administração autárquica, isto é, valores a receber, essencialmente, das próprias autarquias e que, na maior parte das vezes, se referirão a compensações indemnizatórias. O total considerado, em 2010, foi de 44,7 milhões de euros.As dívidas do Estado176 aos SM´s que, em 2010, totalizaram 1,4 milhões de euros, menos 4,3% que o valor em dívida em 2009, tiveram um peso diminuto (0,9%) no total das dívidas a receber.
5.1.2. Passivo dos SM´S Os Quadros 5.04 e 5.05 apresentam, respetivamente, a estrutura e a evolução do Passivo do global dos SM´s e a estrutura do passivo das autarquias, que lhe corresponderam. 176. Recuperação do IVA, na generalidade dos casos.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Relativamente ao passivo, importará apreciar a componente relativa às dívidas a terceiros, já que os outros elementos, nomeadamente os “ Proveitos diferidos”, não consubstanciam, nem jurídica nem economicamente obrigações para as autarquias os SM´s. O total das dívidas a terceiros no conjunto dos SM´s foi, em 2010, de 146,9 milhões de euros, representando 10,3% do valor homólogo dos municípios que tutelam os SM´s. Baixaram, em 2010, 1,3 milhões de euros, isto é, -0,9%. Comparando a estrutura da dívida a terceiros das autarquias e dos serviços municipalizados, verifica-se que as dívidas a terceiros de mlp dos SM´s representaram, em 2010, 36,4% do total das suas dívidas a terceiros ficando os restantes 63,6% a corresponder à dívida de curto prazo, enquanto que, para as respetivas autarquias a situação foi inversa, isto é, a dívida de mlp foi, manifestamente, superior à dívida de curto prazo numa relação que, em 2010, foi de 68,1%% para 31,8%. No global dos SM´s a dívida de mlp entre 2008 e 2010 baixou 3,4% (-2M€). Quanto à dívida de curto prazo dos SM´s, no valor de 93,5 milhões de euros, verifica-se que a mesma apesar do decréscimo em relação a 2009 (-1,6%, -2 M€), em relação a 2008 cresceu 17M€, isto é 21,7% 167
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.04 | Componentes do Passivo dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem Municípios (308)
Municípios c/ SM´s
Serviços Municipalizados
SM's / Municípios
Passivo Valor
%
Valor
%
Valor
%
%
Dívidas a Médio e Longo Prazo
5.120,6
34,7%
971,2
38,6%
53,4
11,5%
5,5%
Dívidas a Curto Prazo
3.155,1
21,4%
453,3
18,0%
93,5
20,1%
20,6%
Total de dívidas a terceiros
8.275,7
56,0%
1.424,5
56,6%
146,9
31,6%
10,3%
Provisões para riscos e encargos
774,8
5,2%
60,9
2,4%
1,6
0,4%
2,7%
Acréscimos de Custos
417,4
2,8%
83,7
3,3%
22,4
4,8%
26,8%
5.299,7
35,9%
945,8
37,6%
293,4
63,2%
31,0%
14.767,6
100%
2.514,9
100,0%
464,3
100,0%
18,5%
Proveitos diferidos Total do Passivo Unidade: milhões de euros
Quadro 5.05 | Evolução do Passivo dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010 2008 (31)
2009 (29)
2010 (29) %
Variação 2009 - 2010 %
Passivo Valor
%
Valor
%
Valor
Dívidas a Médio e Longo Prazo
55,3
11,0%
53,2
10,6%
53,4
11,5%
0,2%
Dívidas a Curto Prazo
76,8
15,3%
95,0
18,9%
93,5
20,1%
-1,5%
132,1
26,4%
148,2
29,6%
146,9
31,6%
-0,9%
1,7
0,3%
1,6
0,3%
1,6
0,4%
3,7%
Total de dívidas a terceiros Provisões para riscos e encargos Acréscimos de Custos
17,7
3,5%
21,7
4,3%
22,4
4,8%
3,3%
Proveitos diferidos
349,9
69,8%
330,0
65,8%
293,4
63,2%
-11,1%
Total do Passivo
501,4
100%
501,5
100%
464,3
100,0%
-7,4%
Unidade: milhões de euros
168
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Gráfico 5.02 | Evolução das componentes do Passivo dos Serviços Municipalizados
400 €
369,3
350 €
353 ,3 317 ,4
Milhões
300 € 250 € 200 € 150 €
132 ,1
148 ,2
Passivo não Exigível
146 ,9 Passivo Exigível
100 € 50 € 0€ 2008
2009
201 0
Gráfico 5.03 | Evolução da Dívida de Curto e de Médio e Longo Prazo dos Serviços Municipalizados
100 € 90 € 80 €
95,0
93,5
76,8
Dívida de curto prazo
Milhões
70 € 60 €
55,3
53,2
53,4
50 € 40 € 30 €
Dívida de médio e longo prazo
20 € 10 € 0€ 2008
2009
201 0
169
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.1.3. Endividamento177 dos Serviços Municipalizados A análise da estrutura dos custos e dos proveitos realizada no ponto anterior deste capítulo, antevia a situação que agora se observa no Quadro 5.06. O endividamento líquido do global dos serviços municipalizados foi, em 2010 negativo, isto é, o total das dívidas a pagar no valor de 146,9 177. Devido à inexistência, na generalidade das situações, de balanços consolidados por grupo autárquico, prescindimos de apresentar indicadores agregados, por grupo municipal, que exigiriam a aplicação proporcional do peso da participação municipal nas respetivas empresas. É exemplo desta omissão, a impossibilidade de se apresentar o endividamento líquido agregado, por grupo municipal. Contudo, a Lei das Finanças Locais refere que, para efeitos do cálculo do endividamento líquido, só contam os passivos do setor empresarial local em caso de incumprimento, por parte dos municípios, da cobertura dos resultados operacionais negativos. Não tendo sido possível obter essa informação das contas dos municípios, não foi apurado o efetivo valor do contributo do setor empresarial para o peso do limite do endividamento líquido.
milhões de euros, era inferior ao total das dívidas a receber com as das disponibilidades existentes, no montante de 237,1 milhões de euros. Assim, para o total dos 29 serviços municipalizados analisados, o endividamento líquido agregado foi, em 2010, de – 90,2 milhões de euros. Já os municípios, que tutelam os serviços municipalizados, apresentaram uma dívida líquida total de 1 027,3 milhões de euros, que decorreu de uma dívida bruta de 1 424,5 milhões de euros abatida de um ativo disponível no valor de apenas 397,2 milhões de euros.
Quadro 5.06 | Endividamento Líquido dos Serviços Municipalizados e do Global dos Municípios a que correspondem Serviços Municipalizados
Dívidas a Receber Ativo
Disponibilidades + Títulos Negociáveis Total (a) Dívidas a Pagar - curto prazo
Passivo
Dívidas a Pagar - médio e longo prazo
Municípios c/ SM´s
Municípios
153,0
180,4
1.196,6
84,1
216,7
609,5
237,1
397,2
1.806,2
93,5
453,3
3.155,1
53,4
971,2
5.120,6
Total (b)
146,9
1.424,5
8.275,7
Endividamento Líquido (b-a)
-90,2
1.027,3
6.469,5
Unidade: milhões de euros
Gráfico 5.04 | Comparação da dívida líquida e suas componentes, entre SM´s e Municípios c/ SM´s 1200 1000
1.027, 3
971, 2
800
Municípios com SM's Serviços Municipalizados
600 400 200
453, 3
397, 2 237, 1
93, 5
0
53, 4 -90, 2
-200 Activo circulanteD
170
ívidas de curto prazo
Dívidas de médio e longo prazo
Dívida líquida
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.07 | Endividamento Líquido dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010 2008
Dívidas a Receber Ativo
165,8
153,0
88,3
84,1
84,1
244,1
250,0
237,1
Dívidas a Pagar - curto prazo
76,8
95,0
93,5
Dívidas a Pagar - médio e longo prazo
55,3
53,2
53,4
132,1
148,2
146,9
-111,9
-101,7
-90,2
Total (a)
Total (b)
2010
155,8
Disponibilidades + Títulos Negociáveis
Passivo
2009
Endividamento Líquido (b-a)
Unidade: milhões de euros
Gráfico 5.05 | Evolução da dívida bruta e da dívida líquida
200 € Dívida bruta total
150 €
Milh ões
100 €
Dívida de curto prazo
50 € 0€ 2008 -50 € -100 €
2009
201 0
Dívida de médio e longo prazo
Dívida líq uida
-150 €
171
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Da informação dos quadros e gráficos anteriores pode-se concluir que: •
•
•
Na globalidade os SM´S detêm meios financeiros para liquidarem as suas dívidas apresentando um endividamento líquido negativo.
A dívida de curto prazo dos SM`s representou 20,6% da dívida homóloga do total dos municípios de que dependem e apresentou o valor de 93,5 milhões de euros (- 1,5 M€ que em 2009)
•
Em 2010 a dívida bruta dos SM´S, no valor de 146,9 milhões de euros (- 1,3 M€ que em 2009) representou apenas 10,3% da dívida dos municípios que os tutelam. No entanto, o total do ativo disponível dos SM´s em relação ao das autarquias foi de 59,7%.
A dívida de médio e longo prazo dos SM`s representou, em 2010, apenas, 5,5% da dívida homóloga dos municípios a que correspondem e foi no valor de 53,4 milhões de euros.
O Ranking R38 lista os 17 SM´s que apresentaram endividamento líquido negativo, em 2009.
R38 | Serviços Municipalizados sem endividamento líquido no final do exercício de 2010 Serviços Municipalizados
Dimensão
Endividamento Líquido
Variação 2009 - 2010 %
2008
2009
2010
1
SMAS de Castelo Branco
M
-70.680.509
-71.149.923
-71.056.545
-0,1%
2
SMAS de Almada
G
-16.572.800
-19.594.593
-20.894.675
6,6%
3
SMAS de Sintra
G
-18.473.017
-19.243.661
-18.604.671
-3,3%
4
SMAS de Oeiras e Amadora
G
-25.117.530
-25.178.007
-16.001.840
-36,4%
5
SMAS de Vila Franca Xira
G
-3.610.988
-4.176.423
-4.515.103
8,1%
6
SMSBVC - S.M Saneamento Viana Castelo
M
-145.520
-1.492.431
-3.368.834
125,7%
7
SMAS de Caldas da Rainha
M
-3.253.225
-2.950.296
-3.076.394
4,3%
8
SMAS de Peniche
M
-3.021.059
-2.743.400
-2.919.391
6,4%
9
SMA - AMBIENTABRANTES
M
-2.872.026
-2.684.240
-1.705.858
-36,4%
10 SMAS de Leiria
G
-1.786.119
-370.335
-1.213.614
227,7%
11 SMAS do Montijo
M
-2.086.240
-815.590
-820.901
0,7%
12 SMA de Mirandela
M
-808.050
-926.903
-548.305
-40,8%
13 SMAS de Anadia
M
-355.008
-430.415
-512.183
19,0%
14 SMEAS - Eletricidade, Água e San. de Santo Tirso
M
1.308.800
554.689
-289.865
-152,3%
15 SM de Angra do Heroísmo
M
-1.029.925
-110.121
-222.247
101,8%
16 SMAT - Agua e Transporte de Portalegre
M
-105.405
-435.448
-173.190
-60,2%
17 SMAS de Albergaria-a-Velha
M
61.122
161.784
-54.587
-133,7%
-148.608.620
-151.747.096
-145.923.617
Total Unidade: euros 172
-3,8%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Apresenta-se, de seguida, a lista dos serviços municipalizados com maior endividamento líquido.
R39 | Serviços Municipalizados com endividamento líquido no final do exercício de 2010 Serviços Municipalizados
Dimensão
2008
Endividamento Líquido 2009
2010
Variação 2009 - 2010 %
1
SMEAS - Eletricidade, Agua e San. da Maia
G
17.804.191
17.358.520
16.472.350
-5,1%
2
SMAS - Alcobaça
M
10.107.581
10.206.321
10.235.126
0,3%
3
SMAS da Guarda
M
7.321.282
8.381.642
8.780.224
4,8%
4
SMAS de Aveiro
M
5.848.215
5.903.570
4.645.232
-21,3%
5
SMTC - Transportes Coletivos do Barreiro
M
2.222.393
3.357.589
3.575.555
6,5%
6
SMEAS - Eletricidade, Água e San de Valongo
M
2.302.844
2.294.344
2.311.592
0,8%
7
SMAS de Viseu
M
-446.741
2.279.088
2.284.145
0,2%
8
SMTUC - Transportes Urbanos de Coimbra
G
2.040.370
902.646
2.268.806
151,4%
9
SMAS de Loures
G
--
-3.191.128
1.869.807
-158,6%
10
SMAS de Tomar
M
1.291.971
1.890.264
1.852.246
-2,0%
11
SMAS Torres Vedras
M
-779.325
218.000
1.379.937
533,0%
12
Serviços Municipalizados de Nazaré (água e san)
P
114.514
265.350
114.514
-56,8%
47.827.294
49.866.206
55.789.534
11,9%
Total Unidade: euros
Fórmula: (dívidas a pagar) – (Dívidas a Receber + Depósitos em caixa e em instituições financeiras + Títulos negociáveis)
173
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.1.4. Proveitos, Custos e Resultados dos Serviços Municipalizados 5.1.4.1. Custos dos SM´S O Quadro 5.08 e o Gráfico 5.06 apresentam a estrutura dos custos dos serviços municipalizados para o universo total dos mesmos, comparando-os com os custos homólogos das autarquias que lhes deram origem. Quadro 5.08 | Estrutura dos custos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem Municípios (308)
Custos
Valor
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Municípios c/ SM´s
%
179,2
Valor
%
Serviços Municipalizados Valor %
SM's / Municípios %
2,5%
17,1
1,2%
76,1
19,0%
445,0%
Fornecimentos e serviços externos
1.836,3
25,4%
352,7
25,7%
118,8
29,7%
33,7%
Custos com Pessoal
2.443,6
33,8%
459,8
33,5%
111,1
27,7%
24,2%
690,1
9,6%
187,8
13,7%
3,8
0,9%
2,0%
1.155,9
16,0%
178,5
13,0%
62,3
15,5%
34,9%
148,3
2,1%
30,2
2,2%
7,9
2,0%
26,3%
28,8
0,4%
5,1
0,4%
4,5
1,1%
88,4%
Transferências e Subsídios Concedidos Amortizações Provisões Outros Custos Operacionais Custos Financeiros
143,0
2,0%
30,3
2,2%
1,2
0,3%
3,9%
Custos Extraordinários
597,9
8,3%
112,0
8,2%
15,1
3,8%
13,4%
7.223,2
100%
1.373,5
100%
400,7
100%
29,2%
Total de custos Unidade: milhões de euros
Gráfico 5.06 | Estrutura dos Custos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem 40% 33,5%
35%
29,7%
30%
25,7%
27,7%
Municípios com SM's Serviços Municipalizados
25% 19,0%
20%
13,7%
15%
13,0%
15,5% 8,2%
10% 2,2% 2,0%
0,9%
0,4% 1,1%
174
Outros Custos Operacionais
Provisões
Amortizações
Transferências e Subsídios Concedidos
Custos com Pessoal
FSE
CMVMC
0%
2,2%
3,8% 0,3% Custos Extraordinários
1,2%
Custos Financeiros
5%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Da leitura do quadro e do gráfico supra, salienta-se o seguinte:
fornecimento e serviços de terceiros pesaram 29,7% dos custos totais.
A maior componente de custos nos SM´s foram, em 2010, os custos com o fornecimento de serviços externos pese embora o diferencial para os custos com pessoal tenha sido de apenas 2pp. Trata-se de uma situação inversa à verificada nos anos anteriores, quando os custos com pessoal eram a componente dos custos com maior peso (quadro 5.09). Os custos com pessoal nos SM´s representaram, em 2010, 27,7% do total dos custos e o custo
Outro custo relevante relaciona-se com o custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas, as quais representaram 19% dos custos totais. O peso das amortizações é também relevante na estrutura de custos dos SM´s, pesando em média 16,6%. Para complemento da análise efetuada o Quadro 5.09 e o Gráfico 5.07, apresenta a evolução das diferentes componentes dos custos.
Quadro 5.09 | Evolução dos custos dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010 2008 (31)
Custos
Valor
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas Fornecimentos e serviços externos Custos com Pessoal Transferências e Subsídios Concedidos Amortizações Provisões Outros Custos Operacionais Custos Financeiros Custos Extraordinários Total de custos
65,44 92,39 94,65 1,32 62,92 4,97 2,91 2,45 7,30 334,4
2009 (29) %
19,6% 27,6% 28,3% 0,4% 18,8% 1,5% 0,9% 0,7% 2,2% 100%
Valor 74,42 114,18 115,03 1,55 60,80 6,52 4,13 1,61 12,77 391,0
%
Variação 2009 - 2010 %
19,0% 29,7% 27,7% 0,9% 15,5% 2,0% 1,1% 0,3% 3,8% 100%
2,2% 4,1% -3,4% 143,0% 2,4% 21,8% 8,7% -27,5% 18,0% 2,5%
2010 (29) %
19,0% 29,2% 29,4% 0,4% 15,6% 1,7% 1,1% 0,4% 3,3% 100%
Valor 76,07 118,83 111,08 3,77 62,27 7,94 4,49 1,17 15,07 400,7
Unidade: milhões de euros
Milh ões
Gráfico 5.07 | Evolução das componentes de Custos dos Serviços Municipalizados 200 €
CMVMC + FSE
150 €
Custos com Pessoal Amortizações + Provisões
100 €
Custos Extraordinários 50 €
Outros Custos Operacionais
0€ 2008
2009
2010
Transf. e Subsídios Concedidos
175
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.1.4.2. Proveitos dos SM´S Os Quadros 5.10 e 5.11 bem como o Gráfico 5.08 apresentam a estrutura dos proveitos dos serviços municipalizados para o universo total dos mesmos, comparando-os com os proveitos homólogos das autarquias que lhes deram origem. Quadro 5.10 | Estrutura dos Proveitos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem Municípios (308)
Proveitos
Valor
Vendas de Mercadorias Vendas de Produtos Variação da Produção Prestação de Serviços Outras Situações Impostos e Taxas Transferências e Subsídios Obtidos Trabalhos para a própria entidade Proveitos Suplementares Outros Proveitos Operacionais Proveitos Financeiros Proveitos Extraordinários Total de proveitos
Municípios c/ SM´s
%
55,7 131,4 3,5 456,3 40,6 2.662,8 3.045,0 31,6 61,4 54,7 177,0 605,1 7.325,1
Valor
0,8% 1,8% 0,0% 6,2% 0,6% 36,4% 41,6% 0,4% 0,8% 0,7% 2,4% 8,3% 100%
1,2 4,5 0,0 70,9 14,0 673,2 522,4 2,9 4,3 16,4 50,9 73,5 1.434,1
%
Serviços Municipalizados Valor
0,1% 0,3% 0,0% 4,9% 1,0% 46,9% 36,4% 0,2% 0,3% 1,1% 3,5% 5,1% 100%
SM's / Municípios
%
57,3 97,0 0,0 187,8 -0,9 6,9 10,0 5,5 8,1 1,5 3,0 36,2 412,5
%
13,9% 23,5% 0,0% 45,5% -0,2% 1,7% 2,4% 1,3% 2,0% 0,4% 0,7% 8,8% 100%
2719,3% 220,1% 1,0% 1,9% 192,4% 186,7% 9,1% 5,8% 49,3% 28,8%
Unidade: milhões de euros
Gráfico 5.08 | Estrutura dos Proveitos dos Serviços Municipalizados e dos Municípios a que correspondem 60%
Municípios com SM's Serviços Municipalizados
52,0% 46,9%
50% 36,4%
40% 31,0% 30% 20% 10%
4,9% 0,4%
27,7%
1,7%
0,2% 1,3%
3,5%
0,3%
5,1%
8,8%
0,3%
176
Proveitos Extraordinários
Proveitos Financeiros
Outros Proveitos Operacionais
Proveitos Suplementares
Trabalhos p ara a própria entidade
Impostos e Taxas
Transferências e Subsídios Obtidos
Prestação de Serviços
Vendas e Variação Produção
0%
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CAPÍTULO 5
Relativamente à estrutura dos proveitos, verifica-se uma grande diferenciação quanto à origem dos mesmos para as autarquias e serviços municipalizados. Assim, as principais fontes financeiras dos SM´s foram a venda de produtos e a prestação de serviços, respetivamente com o peso de 23,5% e 52% do total dos proveitos. As autarquias ao transferirem para os serviços municipalizados, as atividades produto-
ras de bens e serviços transacionáveis178, prescindem elas próprias da recolha dos proveitos respetivos, pelo que a sua própria estrutura de proveitos será disso reflexo ao apresentar um peso pouco relevante, em comparação com os SM´s, de venda de produtos e prestação de serviços. 178. Cujo preço de venda deverá, sempre, refletir o custo de todas as componentes de produção. Caso o preço de venda ao público seja inferior ao custo, por deliberação da Assembleia Municipal, aplicando-se preços sociais, os serviços municipalizados auferirão das correspondentes indemnizações compensatórias.
Quadro 5.11 | Evolução dos Proveitos dos Serviços Municipalizados em 2008, 2009 e 2010 2008 (31)
Proveitos
Valor
Vendas de Mercadorias Vendas de Produtos Variação da Produção Prestação de Serviços Outras Situações Impostos e Taxas Transferências e Subsídios Obtidos Trabalhos para a própria entidade Proveitos Suplementares Outros Proveitos Operacionais Proveitos Financeiros Proveitos Extraordinários Total de proveitos
2009 (29) %
31,5 103,4 0,0 150,3 -0,2 8,0 9,0 4,9 11,0 0,3 4,9 28,2 351,4
9,0% 29,4% 0,0% 42,8% -0,1% 2,3% 2,6% 1,4% 3,1% 0,1% 1,4% 8,0% 100%
Valor 61,6 98,1 0,0 187,9 -0,6 8,1 9,4 6,5 6,9 1,3 3,9 28,0 411,1
2010 (29) %
15,0% 23,9% 0,0% 45,7% -0,1% 2,0% 2,3% 1,6% 1,7% 0,3% 0,9% 6,8% 100%
Valor
%
57,3 97,0 0,0 187,8 -0,9 6,9 10,0 5,5 8,1 1,5 3,0 36,2 412,5
13,9% 23,5% 0,0% 45,5% -0,2% 1,7% 2,4% 1,3% 2,0% 0,4% 0,7% 8,8% 100%
Variação 2009 - 2010 % -3,4% -0,2% -14,4% 6,5% -15,3% 17,0% 19,0% -23,6% 29,5% 0,3%
Unidade: milhões de euros
Gráfico 5.09 | Evolução das componentes de Proveitos dos Serviços Municipalizados Prestação de Serviços + outras situações Vendas e Variação Produção Proveitos Extraordinários Transferências e Subsídios Obtidos Proveitos Suplementares Impostos e Taxas
200 € 180 € 160 €
Milhões
140 € 120 € 100 € 80 € 60 €
Trabalhos para a própri a entidade Proveitos Financeiros
40 € 20 € 0€ 2008
2009
2010
Outros Proveitos Operacionais
177
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CAPÍTULO 5
5.1.4.3. Resultados económicos dos SM´S No Quadro 5.12 apresentam-se os resultados económicos dos SM´s em 2010 e sua comparação com os dos municípios. Quadro 5.12 | Informação sobre estrutura económica Municípios
Nº de entidades analisadas População Custos com Pessoal/custos totais Resultados económicos
Municípios com SM's
Serviços Municipalizados
Municípios + SM's
308
30
29
337
10.636.979
2.815.012
2.815.012
--
33,8%
33,5%
27,7%
30,8%
101.966.787€
60.673.263€
11.823.042€
113.789.829€
Resultados económicos/Proveitos
1,4%
4,2%
2,9%
2,1%
Resultados económicos por habitante
9,6 €
21,6 €
4,2 €
13,8 €
Nº de entidades com resultados negativos
140
9
10
150
No Quadro 5.13 apresenta-se a evolução dos resultados económicos dos SM´s
Quadro 5.13 | Evolução da situação económica dos Serviços Municipalizados Serviços Municipalizados
Nº de entidades analisadas População Custos com Pessoal/custos totais Resultados económicos
2009
2010
Variação 2009 - 2010
31
29
29
0
2.905.697
2.808.384
2.815.012
6.628
28,3%
29,4%
27,7%
-1,7%
2008
6
17.024.971
20.075.828
11.823.042
-8.252.786
Resultados económicos/Proveitos
4,8%
4,9%
2,9%
-2,0%
Resultados económicos por habitante
5,9 €
7,1 €
4,2 €
-2,9 €
12
9
10
1
Resultados Operacionais
-6.337.406
2.613.738
-11.129.128
-13.742.867
Custos Financeiros
2.446.711
1.610.106
1.167.418
442.688
22
18
19
1
Nº de entidades com resultados negativos
N.º de entidades com (Resultados Operacionais + Custos Financeiros) negativos Unidade: euros d. Em 2008 não foi possível recolher a informação do SMAS de Loures.
178
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CAPÍTULO 5
Gráfico 5.10 | Evolução dos Resultados Económicos
400 € Municípios
300 €
Milhões
200 € 100 €
Municípios com SM's
0€ 2008
2009
2010
-100 € -200 €
Serviços Municipalizados
-300 €
Da informação prestada no Quadro 5.13 anota-se que 10 SM´S apresentaram, em 2010, resultados líquidos negativos e que 19 SM´s apresentaram resultados operacionais negativos num total de -11,1 milhões de euros aos quais acrescem encargos financeiros no montante de 1,2 milhões de euros. Ora e nos termos da legislação em vigor, os resultados operacionais quando negativos deveriam ser cobertos por indemnizações compensatórias
provenientes dos municípios de tutela. Não se dispõe de informação sobre o cumprimento desta obrigação, no entanto cabe aos responsáveis diligenciar o seu cumprimento. Os Rankings R40 e R41 apresentam os serviços municipalizados, respetivamente, com resultados económicos positivos e negativos.
179
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CAPÍTULO 5
R40 | Serviços Municipalizados com Resultados Económicos positivos Serviço Municipalizado 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
SMAS de Oeiras e Amadora SMAS de Aveiro SMEAS - Eletricidade, Agua e San. da Maia SMAS de Almada SMAS de Sintra SMSBVC - S.M Saneamento Viana Castelo SMAS de Castelo Branco SM de Angra do Heroísmo SMAS de Caldas da Rainha SMAS de Albergaria-a-Velha SMEAS - Eletricidade, Água e San. de Santo Tirso SMAS de Peniche SMAS de Viseu SMAS Torres Vedras SMAS de Vila Franca Xira SMAS de Anadia SMAS de Leiria SMA - AMBIENTABRANTES SMAT - Agua e Transporte de Portalegre
Município Oeiras e Amadora Aveiro Maia Almada Sintra Viana do Castelo Castelo Branco Angra do Heroísmo Caldas da Rainha Albergaria-a-Velha Santo Tirso Peniche Viseu Torres Vedras Vila Franca de Xira Anadia Leiria Abrantes Portalegre
2008
2009
13.430.923 652.973 90.888 1.519.042 91.904 -200.956 402.201 -35.210 578.848 389.016 7.290 657.891 806.843 124.198 1.409.233 160.564 892.639 340.146 168.485
13.673.480 484.650 515.360 2.082.002 40.583 955.534 1.804.398 -84.534 637.823 299.341 614.900 239.241 48.687 587.983 751.211 150.357 147.709 231.996 266.739
2010 6.424.747 2.195.731 1.831.467 1.805.803 1.753.181 1.332.193 1.276.241 575.047 509.763 503.150 413.496 317.147 274.187 269.572 204.196 170.444 135.565 63.680 37.357
Unidade: euros
R41 | Serviços Municipalizados com Resultados Económicos negativos Empresa ou Serviço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
SM de Loures SMEAS - Eletricidade, Água e San de Valongo SMAS - Alcobaça SMTC - Transportes Coletivos do Barreiro SMTC - Transportes Urbanos de Coimbra Serviços Municipalizados de Nazaré SMAS do Montijo SMAS de Tomar SMAS da Guarda SMA de Mirandela
Unidade: euros
180
Município Loures Valongo Alcobaça Barreiro Coimbra Nazaré Montijo Tomar Guarda Mirandela
2008 --1.054.072 215.813 -725.007 654.732 -444.948 -668.226 -346.040 -483.562 -189.887
2009 15.479 -643 -260.450 -768.605 227.337 -569.384 -1.248.377 -82.564 -528.823 -155.601
2010 -3.662.924 -980.709 -946.341 -932.071 -520.848 -444.948 -229.344 -208.406 -198.154 -146.180
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CAPÍTULO 5
5.2 Setor Empresarial Local: implicações do SNC 5.2.1 Implicações na Estrutura Financeira das Entidades Empresariais Locais decorrentes da adoção das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro O Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho aprovou o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) e a sua aplicação tornou-se obrigatória para um conjunto alargado de entidades, onde se incluem as empresas públicas. É à luz daquele modelo de normalização contabilística que se apresenta, neste Anuário, a informação relativa ao setor empresarial local (SEL) para o ano de 2010. Pretendendo-se, sempre que possível, relacionar o desempenho financeiro do conjunto do setor com o desempenho homólogo em anos anteriores, na presente situação, apenas se pode apresen-
tar tal confrontação com 2009 face à mudança do sistema contabilístico operado com a introdução do SNC no ano de 2010. A comparação com 2009 pôde ser realizada, graças ao seu enquadramento no SNC em sede do relato das contas de 2010, no cumprimento dos requisitos de transição. Assim, e antes ainda de se passar à apresentação da informação financeira de SEL, procede-se à análise do impacto da aplicação do SNC na estrutura financeira das entidades do SEL, com a conversão da informação contabilística do Plano Oficial de Contabilidade (POC) em SNC. Para o efeito, analisam-se, neste ponto do presente capítulo, 264 entidades empresariais, menos 17179 que as consideradas no universo de análise no Anuário de 2009, devido à extinção de 8, fusão de 6 com outras entidades empresariais já existentes e ausência de informação em relação a 3 outras entidades empresariais. 179. Para o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses de 2009 foram analisadas 281 entidades empresariais do SEL.
Quadro 5.14 | Empresas Municipais que se extinguiram ou se fundiram em 2010 Empresas Municipais
Município
Situação
1 2 3 4 5
Basto Solidário, EM Funchal 500 Anos, EM SRU Oriental - Sociedade de Reabilitação Urbana, EM Empresa de Concepção, Execução e Gestão do Parque das Cidades, Loulé/Faro, EEIM TUM - Transportes Urbanos da Maia, EM
Cabeceiras de Basto Funchal Lisboa Loulé / Faro Maia
Extinta em 2010 Extinta em 2010 Extinta em 2010 Extinta em 2010 Extinta em 2010
6
POMBAL VIVA - Gestão e Exploração de Equipamentos Municipais, EM
Pombal
7
Acção PDL - Empresa Municipal de Urbanização, Requalificação Urbana e Ambiental e Habitação Social, EM
Ponta Delgada
8
PORTIMÃO RENOVADA SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana, EM
Portimão
9
PORTIMÃO TURIS, EM
Portimão
10 MOBILIDADE S. JOÃO, EEM
São João da Madeira
Fundiu-se com PMUGEST Fundiu-se com Cidade Em Acção Sociedade de Desenvolvimento e Gestão De Equipamentos Urbanos Fundiu-se com Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A. Fundiu-se com Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A. Extinta em 2010
11 CIDADEGAIA - Sociedade de Reabilitação Urbana, EEM
Vila Nova de Gaia
Extinta em 2010
12 Parque Biológico de Gaia, EEM
Vila Nova de Gaia Vila Real de Santo António Vouzela
Fundiu-se com Águas de Gaia, EEM Fundiu com VRSA, Sociedade de Gestão Urbana, E.M., S.A Extinta em 2010
13 VRSA SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana 14 Escola Profissional de Vouzela, Sociedade Unipessoal, Lda.
181
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CAPÍTULO 5
No quadro 5.15 apresentam-se as variações ocorridas nas rubricas do ativo, do capital próprio e do passivo das 264 Entidades Empresariais Locais (EEL) decorrentes da aplicação do SNC apresentado retroativamente para 2009. Face a esses
ajustamentos, em média, o capital próprio registou um aumento na ordem dos 50%, e o ativo um aumento de 0,6%. Já o passivo apresenta uma diminuição de valor de 17,4%. Analisam-se de seguida as principais razões destas variações.
Quadro 5.15 | Implicações na Estrutura Financeira das EEL 2009 POC/SNC Ativo Capital Próprio Passivo
2009 POC 2.927.438.958
2009 SNC 2.944.113.544
Ajustamentos de Transição
Variação (%)
16.674.586
780.187.988
1.170.299.947
390.111.959
50,0%
2.147.250.970
1.773.813.597
-373.437.373
-17,4%
Unidade: milhões de euros
Gráfico 5.11 | Implicações na Estrutura Financeira das EEL 2009 POC/SNC
Unidade: milhões de euros
182
0,6%
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CAPÍTULO 5
5.2.1.1 Impacto no Ativo: Efeitos no Ativo não Corrente Nas demonstrações financeiras comparativas de 31/12/2009 verificou-se um aumento de 23 milhões de euros no peso total do ativo não corrente, pela aplicação das normas contabilísticas e de relato financeiro. Com a adoção do SNC, passou a ser obrigatório reconhecer a recuperação e liquidação futuras da quantia escriturada de ativos e passivos, nomeadamente as relacionadas com os impostos sobre o rendimento, de acordo com as disposições da NCRF 25. Deste modo, verificou-se o reconhecimento de ativos por impostos diferidos nas demonstrações financeiras comparativas do período de 2009, no montante de 9 milhões de euros.
tangível para o ativo intangível e pelo reconhecimento do goodwill, resultante da concentração de atividades empresariais. Os investimentos financeiros e as imobilizações corpóreas também foram reagrupados em itens distintos do ativo não corrente, nomeadamente nas rubricas de propriedades de investimento180 e em participações financeiras. Nas demonstrações financeiras comparativas de 31/12/2009 as propriedades de investimento registaram um valor de 180181 milhões de euros, valor que resultou da reclassificação de alguns itens do ativo fixo tangível cuja finalidade não era a utilização na produção ou fornecimento de bens ou serviços. 180. A NCRF 11 define as propriedades de investimento como uma propriedade (terreno e/ou edifício) detida pelo dono ou locatário para obter rendas ou para valorização do capital.
Os ativos fixos tangíveis diminuíram 302 milhões de euros, contrariando a tendência verificada nos ativos intangíveis, que aumentaram 182 milhões de euros. Estas alterações podem ser explicadas pela transferência de itens do ativo fixo
181. Esta variação também pode ser explicada pela mensuração das propriedades de investimento, a qual pode ser determinada pelo modelo do justo valor ou pelo modelo do custo. Pelo modelo do justo valor, o imóvel é valorizado pelo seu valor de mercado, cujas variações são levadas a resultados no período (§ 37 da NCRF 11). Neste modelo não há lugar a depreciações. No modelo do custo, o imóvel é valorizado pelo seu custo, deduzido das depreciações acumuladas e de eventuais perdas por imparidade. A utilização do modelo do justo valor aproxima os bens do seu real valor; no entanto, pode ter um impacto positivo no resultado das entidades, via não reconhecimento de depreciações e/ou aumento de justo valor, ou um impacto negativo, via reduções de justo valor.
Quadro 5.16 | Estrutura do Ativo não Corrente das EEL (POC/2009)
Quadro 5.17 | Estrutura do Ativo não Corrente das EEL (SNC/2009)
Componentes do Ativo não Corrente Imobilizado Incorpóreo Imobilizado Corpóreo Investimentos Financeiros Dívidas a Receber MLP Total ativo não corrente Unidade: milhões de euros
Componentes do Ativo não Corrente
2009 POC
Ativos Fixos Tangíveis Propriedades de Investimento
31,7
1,6%
1.820,6
94,7%
58,7
3,1%
Ativos Biológicos
12,0
0,6%
1.923,0
100%
Participações Financeiras - MEP Participações Financeiras - Outros Acionistas/Sócios
Goodwill Ativos Intangíveis
2009 SNC 1.518,2
76,9%
180,3
9,1%
10,1
0,5%
213,2
10,8%
0,1
0,0%
22,7
1,1%
5,5
0,3%
1,2
0,1%
Outras Contas a Receber
2,8
0,1%
Outros Ativos Financeiros
11,4
0,6%
Ativos por Impostos Diferidos Total ativo não corrente
8,9
0,4%
1.974,2
100%
Unidade: milhões de euros 183
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CAPÍTULO 5
5.2.1.2 Impacto no Ativo: Efeitos no Ativo Corrente
5.2.1.3 Impacto no Capital Próprio
Nas demonstrações financeiras comparativas de 31/12/2009 verificou-se que o ativo corrente das Entidades Empresariais Locais sofreu um decréscimo de 34,5 milhões de euros. A rubrica de Inventários registou uma variação negativa de aproximadamente 700.000 Euros, resultante da obrigatoriedade de as entidades mensurarem os seus inventários pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido, de acordo com as disposições do § 28 da NCRF 18. Os acréscimos de proveitos, anteriormente enquadrados na rubrica “Acréscimos e diferimentos”, foram reclassificados na rubrica de “Outras contas a receber” e os títulos negociáveis na rubrica de “Outros Ativos Financeiros”.
A adoção das (NCRF) provocou um grande impacto nas rubricas de capital próprio das Entidades Empresariais Locais que viram os seus capitais próprios aumentarem significativamente, principalmente pela inclusão dos subsídios ao investimento em rubrica de capital próprio, de acordo com as disposições do § 12 da NCRF 22. Em POC, os subsídios ao investimento eram contabilizados como proveitos diferidos e estavam reconhecidos no passivo. A decisão de reconhecer estes subsídios em rubrica de capital próprio teve como fundamento a desigualdade existente entre entidades portuguesas e outras entidades que não seguiam as disposições da IAS 20, e que por esse motivo melhoravam o desempenho dos seus rácios financeiros ao incluírem os subsídios ao investimento em rubrica de capital próprio.
Quadro 5.18 | Estrutura do Ativo Corrente das EEL (POC/2009) Componentes do Ativo Corrente Existências Dívidas a Receber CP Títulos Negociáveis Depósitos e Caixa Acréscimo de Proveitos Custos Diferidos Total ativo corrente
2009 POC 202,8 564,0 0,6 113,5 41,0 82,6 1.004,4
20,2% 56,2% 0,1% 11,3% 4,1% 8,2% 100%
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.19 | Estrutura do Ativo Corrente das EEL (SNC/2009) Componentes do Ativo Corrente Inventários Ativos Biológicos Clientes Adiantamentos a fornecedores Estado e outros Entes Públicos Acionistas/Sócios Outras Contas a Receber Diferimentos Outros Ativos Financeiros Caixa e Depósitos Bancários Total ativo corrente Unidade: milhões de euros
184
2009 SNC 202,1 0,1 174,6 7,4 18,4 7,7 404,0 42,3 1,2 112,0 969,9
20,8% 0,0% 18,0% 0,8% 1,9% 0,8% 41,7% 4,4% 0,1% 11,5% 100%
Verificou-se, por outro lado, uma diminuição da rubrica “Capital” de 2,9 milhões de euros, resultante da obrigatoriedade de deduzir para efeitos de apresentação no balanço o eventual saldo da conta 261 Accionistas c/ subscrição com subscrição ou 262 Quotas não liberadas, de acordo com as disposições do § 8 da NCRF 27. A rubrica “Capital” evidencia deste modo o valor do capital subscrito e realizado, de forma diferente do que acontecia no POC, em que a rubrica “Capital” evidenciava o valor do capital subscrito, independentemente de estar ou não realizado. A obrigatoriedade de aplicar o método da equivalência patrimonial em detrimento do método do custo na mensuração das participações financeiras em subsidiárias e associadas, de acordo com as disposições do § 42 da NCRF 13 e do § 8 da NCRF 15, originou um aumento de 4,7 milhões de euros decorrentes dos ajustamentos de transição pela diferença entre as quantias atribuídas às partes de capital correspondentes às frações dos capitais próprios que representavam no início do período, e as quantias pelas quais se encontravam expressas. As Reservas de reavaliação passaram a denominar-se Excedentes de revalorização. Os Resultados transitados registam uma variação negativa de 8 milhões de euros, resultantes da anulação de itens do ativo in-
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CAPÍTULO 5
tangível e do ativo tangível, que de acordo com a NCRF 6 e com a NCRF 7, respetivamente, não cumprem os critérios de reconhecimento de ativos. O Resultado líquido do período registou uma variação negativa de aproximadamente 266 000 Euros, variação que será explicada no ponto 5.2.1.6 do presente capítulo. Quadro 5.20 | Estrutura do Capital Próprio das EEL (POC/2009) Componentes do Capital Próprio
2009 POC
Capital Prémios de Emissão
804,1
103,1%
0,5
0,1%
Reservas
64,2
8,2%
Subsídios + Doações + Cedências
98,7
12,6%
Resultados Transitados
-163,1
-20,9%
Resultado Líquido do Exercício
-24,2
-3,1%
Total capital próprio
780,2
100%
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.21 | Estrutura do Capital Próprio das EEL (SNC/2009) Componentes do Capital Próprio Capital Realizado
68,5%
63,4
5,4%
0,5
0,0%
Reservas Legais
7,9
0,7%
Outras Reservas
24,7
2,1%
-155,1
-13,3%
Prémios de Emissão
Resultados Transitados Ajustamentos em Ativos Financeiros
4,7
0,4%
32,0
2,7%
Outras Variações no Capital Próprio
415,1
35,5%
Resultado Líquido do Período
-23,9
-2,0%
1.170,3
100%
Excedentes de Revalorização
Total capital próprio Unidade: milhões de euros
O total do passivo não corrente aumentou aproximadamente 83 milhões de euros com a adoção das NCFR, aumento este decorrente de reclassificações de dívidas, anteriormente consideradas no passivo corrente. A rubrica de financiamentos obtidos sofreu uma variação positiva de aproximadamente 39 milhões de euros pela inclusão das rendas das locações financeiras182, com um período de vencimento superior a um ano. Foram reconhecidos passivos por impostos diferidos no montante de 69,4 milhões de euros, resultantes da liquidação futura de diferenças temporárias tributáveis nomeadamente as resultantes da contabilização de excedentes de revalorização183. Quadro 5.22 | Estrutura do Passivo não Corrente das EEL (POC/2009) Componentes do Passivo não Corrente Provisões Financiamentos Obtidos Outras Contas a pagar MLP Total passivo não corrente
2009 POC 49,9 748,6 104,1 902,5
5,5% 82,9% 11,5% 100%
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.23 | Estrutura do Passivo não Corrente das EEL (SNC/2009)
2009 SNC 801,2
Outros Instrumentos de Capital Próprio
5.2.1.4 Impacto no Passivo: Efeitos no Passivo não Corrente
Componentes do Passivo não Corrente Provisões Financiamentos obtidos Acionistas/Sócios Passivos por Impostos Diferidos Outras Contas a Pagar Total passivo não corrente
2009 SNC 51,0 788,4 11,0
5,2% 80,0% 1,1%
66,2
6,7%
69,4 985,9
7,0% 100%
Unidade: milhões de euros 182. Nas locações financeiras, é aplicado o princípio contabilístico da substância sobre a forma, sendo que em substância estamos perante um financiamento, ficando com o locatário todos os riscos e vantagens associados à detenção do ativo. 183. Aquando da contabilização de um excedente de revalorização, o valor do ativo contabilístico é aumentado. No entanto, o valor fiscal do ativo não é aumentado, uma vez que o acréscimo das depreciações, como consequência da revalorização, não é aceite em termos fiscais, de acordo com as disposições do Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de Setembro. Temos, assim, um ativo contabilístico superior ao ativo fiscal, o que origina uma diferença temporária tributável, obrigando ao reconhecimento de um passivo por impostos diferidos (§§ 5 e 15 da NCRF 25).
185
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CAPÍTULO 5
5.2.1.5 Impacto no Passivo: Efeitos no Passivo Corrente
Quadro 5.25 | Estrutura do Passivo Corrente das EEL (SNC/2009)
O passivo corrente das Entidades Empresariais Locais sofreu um decréscimo considerável decorrente da transferência dos subsídios ao investimento, anteriormente considerados na rubrica de proveitos diferidos, para o capital próprio, tal como já foi enunciado no ponto “5.2.1.3 – Impacto no Capital Próprio”. O valor inscrito na rubrica de financiamentos obtidos aumentou, via inclusão do valor das rendas vincendas a um período inferior a um ano. A rubrica de outras contas a pagar inclui as dívidas a fornecedores de investimentos, os acréscimos de gastos e outras dívidas a pagar que não estão relacionadas com as atividades operacionais das entidades. O valor inscrito nesta rubrica do passivo corrente foi superior ao registado em POC, pois absorveu parte dos 73 milhões de euros que estavam inscritos na rubrica de acréscimos de custos.
Quadro 5.24 | Estrutura do Passivo Corrente das EEL (POC/2009) Componentes do Passivo Corrente
2009 POC
Financiamentos Obtidos
183,3
14,7%
Fornecedores
242,6
19,5%
Adiantamentos
79,4
6,4%
Estado e Outros Entes Públicos
15,2
1,2%
149,0
12,0%
73,1
5,9%
502,2
40,3%
1.244,7
100%
Outras Contas a Pagar Acréscimo de Custos Proveitos Diferidos Total passivo corrente Unidade: milhões de euros
Componentes do Passivo Corrente Fornecedores Adiantamentos Estado e Outros Entes Públicos Acionistas/ Sócios Financiamentos Obtidos Outras Contas a Pagar Diferimentos Passivos Financeiros Detidos para Negociação Outros Passivos Financeiros Total passivo corrente
199,4 80,4 14,6 21,6 200,0 210,9 55,2
25,3% 10,2% 1,8% 2,7% 25,4% 26,8% 7,0%
0,18
0,0%
5,8 787,9
0,7% 100%
Unidade: milhões de euros
5.2.1.6 Impacto nos Resultados As Entidades Empresariais Locais apresentaram nas demonstrações financeiras comparativas do exercício de 2009 resultados líquidos do período superiores em 265.880 euros aos apresentados de acordo com o POC. Os custos e proveitos extraordinários foram reclassificados respetivamente em outros gastos e perdas e em outros rendimentos ou ganhos e, as diversas classes de custos e proveitos, doravante designadas por gastos e rendimentos, foram reagrupadas consoante a sua natureza operacional e financeira.
Quadro 5.26 | Resultado Líquido do Período das EEL (POC/SNC 2009) Resultado Líquido do Período Unidade: euros
186
2009 SNC
2009 POC -24.150.479
2009 SNC -23.884.599
Ajustamentos de Transição 265.880
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CAPÍTULO 5
Quadro 5.27 | Estrutura do Resultado Líquido do Período das EEL (POC/2009) Componentes do Resultado Líquido do Período Custos
Componentes do Resultado Líquido do Período
2009 POC
CMVMC FSE Custos com Pessoal Amortizações Provisões Outros Custos Operacionais Custos Financeiros Custos Extraordinários Impostos sobre o Rendimento Total de Custos
Proveitos 61,3 435,6 247,5 94,7 8,9 16,7 41,3 14,0 4,9 925,0
2009 POC
Vendas e Prestações de Serviços Variação da Produção Transferências e Subsídios Obtidos Trabalhos para a própria entidade Proveitos Suplementares Outros Proveitos Operacionais Proveitos Financeiros Proveitos Extraordinários Total de Proveitos Resultado Líquido do Período
622,6 2,9 169,2 7,6 25,1 12,9 7,9 52,6 900,8 -24,2
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.28 | Estrutura do Resultado Líquido do Período das EEL (SNC/2009) Componentes do Resultado Líquido do Período Vendas e Serviços Prestados Subsídios à Exploração Ganhos/Perdas Imputados de Subsidiárias, Associadas e Empreendimentos Conjuntos Variação nos Inventários da Produção Trabalhos para a Própria Entidade CMVMC Fornecimentos e Serviços Externos Gastos com Pessoal Imparidade de Inventários (perdas/reversões) Imparidade de Dívidas a Receber (perdas/reversões) Provisões (aumentos/reduções) Outros Rendimentos e Ganhos9 Outros Gastos e Perdas10 Resultado Antes de Depreciações, Gastos de Financiamento e Impostos Gastos/Reversões de Depreciação e amortização Resultado Operacional (Antes de Gastos de Financiamento e Impostos) Juros e Rendimentos Similares Obtidos Juros e Rendimentos Similares Suportados Resultado Antes de Impostos Imposto Sobre o Rendimento do Período Resultado Líquido do Período
2009 SNC 690,4 165,3 0,6 1,3 9,7 -63,8 -477,6 -247,4 -0,1 -5,1 -3,8 73,9 -27,3 116,2 -94,2 21,9 3,5 -46,1 -20,7 -3,3 -24,0
Unidade: milhões de euros
187
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CAPÍTULO 5
5.3 Setor Empresarial Local
5.3.1. Balanço Global das Entidades do SEL: Entidades
Neste ponto do Anuário analisam-se os valores e os indicadores associados à atividade financeira das entidades pertencentes ao SEL184 reportados ao final do ano de 2010, para um universo185 de 304 entidades sendo que 180 são Empresas Municipais, 50 são Entidades Empresariais Locais, 36 Sociedades Anónimas, 18 Sociedades Unipessoais por Quotas e 20 Entidades Intermunicipais.
Empresariais (EE´s) e Empresas Municipais (EM´s)
Das 304 entidades observadas, cinco iniciaram atividade durante o período de 2010 e uma186 não apresentou as demonstrações financeiras comparativas para 2009. Assim a amostra objeto de valoração para a construção deste anuário respeita a 304 entidades do SEL para o período de 2010 e 298 para o período de 2009. Quadro 5.29 | Entidades Empresariais Locais criadas em 2010
Uma vez que o universo do SEL tanto inclui empresas municipais como outras entidades empresariais adotaremos, doravante, para designar este universo em análise, a sigla EE´s/ EM´s. O Gráfico 5.12 apresenta o volume em milhões de euros, dos principais agregados do Balanço Global do SEL, verificando-se, em 2010, um aumento nas rubricas do ativo e do capital próprio, e um ligeiro decréscimo nas rubricas do passivo.
Gráfico 5.12 | Evolução dos grandes agregados do Balanço 3.317
Entidades Empresariais Locais criadas em 2010 Vitrus Ambiente, EM Ambiolhão - Empresa Municipal de Ambiente de Olhão, EM Terra Cidade, E.E.M
Município Guimarães
3.461
Área de Competência Ambiente 2.048 2.030
Olhão
Ambiente 1.431
Santana
Promoção Local
1.269
2009 2010
STR URBIS - Sociedade de Gestão Urbana de Santarém, EM
Santarém
Gestão Urbana
S.D.M. S.A - Sociedade de Desenvolvimento Municipal da Ilha de Santa Maria, E.E.M
Vila do Porto
Desenvolvimento Municipal
Unidade: milhões de euros 184. Definido à luz da Lei n.º 53-F/2006, de 29 de Dezembro, que aprovou o Regime Jurídico do Setor Empresarial Local. 185. Não estão aqui incluídos os serviços municipalizados, pese embora na introdução ao presente capitulo se tenha considerado que em termos substantivos serão entidades que potencialmente podem pertencer ao SEL. O facto de não terem sido abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho que aprovou o SNC não permitiu proceder à integração da sua informação contabilística na informação prestada pelas entidades empresariais locais. 186. LT – Sociedade de Reabilitação Urbana, EM do Município de Santarém.
188
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.3.1.1 Estrutura e Evolução do Ativo Os gráficos a seguir apresentados esquematizam o peso no ativo total, do ativo corrente e do ativo não corrente verificando-se alterações relevantes nos respetivos valores de 2009 para 2010. Efetivamente o ativo não corrente reforça a sua relevância em 5pp passando a representar 73% do ativo total, em detrimento do ativo corrente que perde peso equivalente passando a representar 27% do mesmo ativo total. Esta variação
de peso reflete a simultaneidade de duas situações: aumento real do ativo não corrente em 12% (+268,9M€) e a diminuição do ativo corrente em também 12%, mas -124,8M€. No Quadro 5.30 apresenta-se a estrutura do ativo não corrente para o global das 304 entidades empresariais, a comparação das respetivas componentes do ativo e as variações estruturais mais relevantes, entre 2009 e 2010.
Gráfico 5.13 | Estrutura do Ativo no ano de 2009
Gráfico 5.14 | Estrutura do Ativo no ano de 2010
Total do ativo corrente 32%
Total do ativo corrente 27%
Total do ativo não corrente 60%
Total do ativo não corrente 73%
Quadro 5.30 | Evolução do ATIVO NÃO CORRENTE das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010 Componentes do Ativo não Corrente Ativos Fixos Tangíveis Ativos Fixos Tangíveis em Curso Propriedades de Investimento Goodwill Ativos Intangíveis Ativos Biológicos Participações Financeiras - MEP Participações Financeiras - Outros Acionistas/Sócios Outros Ativos Financeiros Ativos por Impostos Diferidos Outras Contas a Receber Total do ativo não corrente
2009 (298) Valor 1.561,6 9,6 183,6 10,1 397,8 0,1 23,1 5,5 1,2 44,2 21,0 2,8 2.260,55
2010 (304) % 69,08% 0,43% 8,12% 0,45% 17,60% 0,00% 1,02% 0,24% 0,05% 1,96% 0,93% 0,12% 100%
Valor 1.677,60 21,10 222,09 0,19 526,83 0,07 29,25 3,66 11,24 10,83 23,00 3,55 2.529,42
% 66,32% 0,83% 8,78% 0,01% 20,83% 0,00% 1,16% 0,14% 0,44% 0,43% 0,91% 0,14% 100%
Variação 09-10 % 7,4% 119,5% 21,0% -98,1% 32,4% -4,5% 26,7% -33,1% 857,2% -75,5% 9,6% 27,9% 12%
Unidade: milhões de euros 189
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CAPÍTULO 5
Da análise do quadro antecedente conclui-se o seguinte sobre a constituição e evolução do ativo não corrente pertencente ao SEL: Em 2010, 66,3% do ativo não corrente era constituído por ativos fixos tangíveis, no total de 1 677,6M€. Este valor representou um acréscimo em relação a 2009 de 7,4% (+116 M€) que, com o acréscimo verificado, também, em ativos fixos tangíveis em curso em 119,5% (+11,5 M€), traduz um aumento de investimento realizado com impacto financeiro em 2010. Mais se releva o facto de cinco empresas municipais absorverem 34,2% do valor dos ativos fixos tangíveis, apresentando valores superiores a 50 M€, neste item. A entidade que maior valor apresenta em ativos fixos tangíveis, é a Águas de Gaia, EEM, com 183,98M€. O investimento realizado com repercussões financeiras em 2010 refletiu, ainda, o aumento significativo de 32,4% em ativos intangíveis (+129 M€) os quais passaram a representar 20,8% do total do ativo não corrente. Em termos absolutos foi o ativo que mais cresceu em 2010. Seis entidades empresariais absor-
vem 94,3% do total dos ativos intangíveis considerados neste universo de análise, sendo de anotar os valores registados pela VALORSUL - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, SA, de 204,08M€ e pela TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM, de 142,69M€. Anota-se, ainda, que a empresa que apresentou maior aumento de valor neste item, em 2010, foi a AC - Águas de Coimbra, EEM, com +191 milhares de euros, pese embora o total considerado, no montante de 363.386 euros, ser manifestamente inferior ao das seis empresas com maior relevância neste ativo. Outros ativos não correntes que apresentam uma evolução positiva, com elevadas taxas de crescimento são: propriedades de investimento com +21% (+38,5M€), participações financeiras MEP187 com +26,7% (+6,2M€) e accionistas/sócios com +857,2% e +10 M€. 187. O Livro Branco do Setor Empresarial Local, recomenda uma “Reflexão sobre a eventual proibição de aquisição, pelas empresas do SEL, de participações em entidades terceiras, evitando assim o fenómeno de um “SEL indireto” ou em segunda linha”.
Quadro 5.31 | Empresas Municipais que apresentam valores no AFT188 superiores a 50 milhões de euros em 2010 Empresa Municipal
Município
Águas de Gaia, EEM CMPEA - Empresa de Aguas do Município do Porto, EM AGERE - Águas, Efluentes e Resíduos, EM AC - Aguas de Coimbra, EEM ICOVI - Infraestruturas e Concessões da Covilhã, EMM
Ativos Fixos Tangíveis
Vila Nova de Gaia Porto Braga Coimbra Covilhã
183,98 138,5 112,41 73,84 64,19
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.32 | Empresas Municipais que apresentam valores no AI superiores a 20 milhões de euros em 2010 Empresa Municipal
Município
VALORSUL - Valorização e Trat. de Resíduos Sólidos, S.A. TRATOLIXO - Tratamento de resíduos sólidos, EIMe INDAQUA FEIRA - Indústria e Gestão de Águas, S.A. INDAQUA MATOSINHOS - Gestão de Águas de Matosinhos, S.A. VRSA - Sociedade de Gestão Urbana, E.M., S.A Águas de Gaia, EEM
Loures Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Santa Maria da Feira Matosinhos Vila Real de Santo António Vila Nova de Gaia
Unidade: milhões de euros e. Empresa constituída pelos municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra. 188. Ativos Fixos Tangíveis.
190
Ativos Intangíveis 204,08 142,69 74,02 33,52 21,95 20,66
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CAPÍTULO 5
Face às repercussões que poderá ter na constituição por via indireta de um subsidiário SEL, por via da criação de empresas por parte das entidades empresariais locais, apresenta-se a listagem das empresas locais com participações financeiras, relevando-se o valor do capital assumido pela EHATB - Empreendimentos Hidroelétricos
do Alto Tâmega e Barroso, S.A.( 11,3M€), AGERE - Águas, Efluentes e Resíduos, EM ( 5M€) , ICOVI - Infraestruturas e Concessões da Covilhã, EEM ( 3,8M€), VRSA - Sociedade de Gestão Urbana, EM S.A. (2,8M€), EPUL - Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (2 M€) e Foz Coainvest - Energia, Turismo e Serviços, EM (1,6M€).
Quadro 5.33 | Empresas Municipais com Participações Financeiras – MEP em 2010
Empresa Municipal EHATB - Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, S.A. AGERE - Águas, Efluentes e Resíduos, EM (Braga) ICOVI - Infraestruturas e Concessões da Covilhã, EEM (Covilhã) VRSA - Sociedade de Gestão Urbana, EM S.A. (Vila Real de Santo António) EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa Foz Coainvest - Energia, Turismo e Serviços, EM Coliseu Micaelense - Soc Prom. Eventos culturais ETE - Empresa de Turismo Estoril, EM S.A. FUTURLAGOS - Entidade Empresarial Municipal para o Desenvolvimento, EEM Figueira Domus - Empresa Municipal de Gestão de Habitação da Figueira da Foz, EM Pavimafra - Infraestruturas e Rodovias, EM PFR Invest - Sociedade de Gestão Urbana, EM AIN - Agroindustrial do Nordeste, S.A VFC Empreendimentos - Empresa Municipal de Atividades Desportivas, Recreativas e Turísticas, EM Vila Solidária - Empresa Municipal de Habitação Social, EM Culturpico, EM Velasfuturo - Empresa Publica Municipal de Gestão de Equipamentos, EM Madalena Progresso, EEM EML - Empresa Municipal Urbanização, Requalificação Urbana e Ambiental e Habitação Social de Lagoa, EM ABTT - Aguiar da Beira Termas e Turismo, EEM Municípia, S.A. - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, S.A. Espaço Povoação - Empresa Municipal de Atividades Desportivas, Recreativas e Turísticas, EM Praia em Movimento, EM Nordeste Ativo, EM TUB - Transportes Urbanos de Braga, EM Lamego Convida - Gestão de Equipamentos Municipais, EEM Companhia das Águas das Caldas de Arêgos, EM S.A. Nazaré Qualifica, EM Tegec Trancoso Eventos Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos Culturais e de Lazer, EEM Proruris - Desenvolvimento Rural de Vinhais, EEM H.S.N. - Empresa Municipal de Habitação Social do Concelho de Nordeste, EM
Município Vila Real Braga Covilhã Vila Real de Santo António Lisboa Vila Nova de Foz Côa Ponta Delgada Cascais Lagos Figueira da Foz Mafra Paços de Ferreira Mirandela Vila Franca do Campo Vila Franca do Campo Lajes do Pico Velas Madalena Lagoa (R.A.A) Aguiar da Beira * Povoação Vila da Praia da Vitória Nordeste Braga Lamego Resende Nazaré Trancoso Vinhais Nordeste Total
Participações Financeiras - MEP 11.310.164 5.051.140 3.751.771 2.800.506 2.034.948 1.545.240 576.759 409.480 343.718 298.264 165.887 150.000 141.108 86.853 76.467 64.555 50.218 50.000 49.000 45.492 44.968 40.478 24.756 24.500 23.666 23.446 23.152 19.279 16.224 5.050 25 29.247.113,78
Unidade: euros * Abrantes; Aguiar Da Beira; Alvaiázere; Arganil; Boticas; Bragança; Cabeceiras De Basto; Carregal Do Sal; Cascais; Covilhã; Ferreira Do Zêzere; Figueira Da Foz; Fundão; Góis; Guarda; Lamego; Leiria; Loulé; Mafra; Maia; Mangualde; Mourão; Oeiras; Olhão; Oliveira Do Hospital; Paços De Ferreira; Paredes; Penacova; Penamacor; Ponta Delgada; Ponte Da Barca; Portalegre; Portimão; Santa Marta De Penaguião; Santiago Do Cacém; São João Da Madeira; São Pedro Do Sul; Sernancelhe; Sesimbra; Sever Do Vouga; Silves; Sines; Sintra; Tavira; Trofa; Vale De Cambra; Vieira Do Minho; Vila De Rei; Vila Do Conde; Viseu. 191
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CAPÍTULO 5
Pelas mesmas razões se apresenta a lista das entidades empresariais locais que subscreveram participações financeiras que representam participações de capital em entidades que não são nem subsidiárias nem associadas ou em empreendimentos conjuntos. Quadro 5.34 | Empresas Municipais com Outras Participações Financeiras em 2010 Empresa Municipal AMBILITAL - Investimentos Ambientais no Alentejo EHATB - Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, S.A. Companhia das Águas das Caldas de Arêgos, EM S.A. AVEPARK - Parque de Ciência e Tecnologia, S.A. PARKURBIS - Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, S.A. Penafiel Verde - Entidade Empresarial Local, EEM COMBANIMA - Espaços Municipais EM Penafiel Ativa, EEM POVOAINVEST - Empresa Municipal de Habitação Social, EM Rumo 2020, EM Trofa Park - Empresa de Reabilitação Urbana e Desenvolvimento Económico, EEM URBHORTA – Const. Gest. Expl. Proj. Desenvolvimento Empresarial. EM Sabugal Empresa Municipal de Gestão Espaços Culturais Desportivos Turísticos e de Lazer, EM EIMRAM - Empresa Intermunicipal da Região Autónoma da Madeira, EIM EDEAF - Empresa Municipal de Desenvolvimento de Alfandega da Fé, EM PROENÇATUR - Empresa de Turismo de Proença, EM Logica - Sociedade Gestora do Parque Tecnológico de Moura, EM Academia das Artes da Maia - Produções Culturais, EM Geodesis - Promoção Gestão Turística de Vila Rei - EM Resíduos do Nordeste, EIM PRIMUS - Promoção e Desenvolvimento Regional, S.A. WRC - Agência de Desenvolvimento Regional, S.A. Matadouro Regional de Mafra, S.A. ECALMA - Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada, EM Ambisousa – Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos, EIM TERNISA - Termas da Fadagosa de Nisa, EM EPAVE - Escola Profissional do Alto Ave, Sociedade Unipessoal, Lda. EPVL - Escola Profissional da Mealhada, Lda. Foz Coainvest Energia Turismo e Serviços, EM ENASEL - Turismo e Cinegética, S.A. Gesruda - Gestão de Equipamentos Municipais e Prestação de Serviços, EM Escola Profissional Amar Terra Verde, Lda.
Município * Vila Real Resende Guimarães Covilhã Penafiel Santa Comba Dão Penafiel Povoação Cartaxo Trofa Horta Sabugal Funchal Alfândega da Fé Proença-a-Nova Moura Maia Vila de Rei ** Porto Coimbra Mafra Almada *** Nisa Póvoa de Lanhoso Mealhada Vila Nova de Foz Côa Sousel Arruda dos Vinhos Vila Verde Total
Outras Participações Financeiras 1.859.000 715.977 322.134 271.100 114.195 55.000 54.395 51.700 48.938 32.699 25.000 24.500 21.827 13.003 10.700 10.000 5.250 5.000 5.000 3.750 2.494 1.000 1.000 998 510 500 500 499 275 249 200 130 3.657.523
Unidade: euros * Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.
** Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Vimioso e Vinhais. *** Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel
192
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Porque acionistas/sócios é um item que apresenta um crescimento extraordinário e traduz dívida dos municípios ao setor empresarial local por via da não realização das suas obrigações enquanto acionistas ou sócios, releva-se a lista das entidades empresariais que demonstram créditos sobre acionistas. Este item aumentou, na globalidade 10M€, montante este totalmente da responsabilidade da empresa Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A., a qual apresenta um registo de 10,3M€ em 2010 contra zero valor em 2009.
O único ativo não corrente que apresenta uma diminuição com algum significado, pese embora não tenha sido relevante para o sinal da variação do agregado, foi outros ativos financeiros com -75,5% e -33,4M€. Apresenta-se a lista das empresas que contribuíram para esta diminuição, sendo de relevar a influência da empresa Valorsul Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e Oeste, S.A., ao baixar o valor deste item em -30,7M€.
Quadro 5.35 | Empresas Municipais com valores inscritos na rubrica de Acionistas/Sócios em 2009 e 2010 Empresa Municipal PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga, EM Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A. VFC Empreendimentos - Empresa Municipal de Atividades Desportivas, Recreativas e Turisticas, EM EPAVE - Escola Profissional do Alto Ave, Sociedade Unipessoal, Lda
Município Braga
Acionistas/ Sócios 2009
Acionistas/ Sócios 2010
1.094.030,79
884.030,79
0,00
10.352.683,53
Vila Franca do Campo
37.312,08
799,75
Póvoa de Lanhoso
42.623,29
0,00
Portimão
Unidade: euros
193
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.36 | Empresas Municipais com valores inscritos na rubrica de Outros ativos financeiros em 2009 e 2010
Empresa Municipal Alfandegatur - Empresa de Desenvolvimento Turístico de Alfândega da Fé, EM Ecoleziria - Empresa Intermunicipal para o Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM EMEC - Empresa Municipal de Educação e Cultura de Barcelos, EM BRAVAL - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A. Campomaior XXI, EM ETE - Empresa de Turismo Estoril, EM S.A. EMCEL - Empresa Municipal Celoricense - Gestão de Espaços Culturais e Sociais, EM Gestão de Equipamentos do Município de Chaves, EEM Figueira Grande Turismo, EEM
Outros Ativos Financeiros 2009
Município
Outros Ativos Financeiros 2010
Alfândega da Fé
0
500
*
0
1.005.744
Barcelos
0
11.523
Braga
0
868.506
Campo Maior
24.213
6.713
Estoril
355.971
271.286
Celorico da Beira
541.963
541.963
Chaves Figueira da Foz
500
500
400.000
200.000 2.494
Fundão Turismo, EM
Fundão
2.494
Fundão Verde - Espaços e Jardins, EM
Fundão
500
500
929.290
929.290
Leirisport Desporto Lazer e Turismo, EM
Leiria
Infraquinta - Empresa de Infraestruturas da Quinta do Lago, EM
Loulé
500.000
500.000
Valorsul- Valorização e Trat. de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e Oeste, SA
Loures
32.015.366
1.272.635 182.541
Academia das Artes da Maia - Produções Culturais E.M.
Maia
91.167
Espaço Municipal- Renovação Urbana e Gestão do Património, EEM
Maia
14.296
0
Tecmaia - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, S.A. EM
Maia
50.000
50.000
Fluviario de Mora - Empresa Municipal, EEM
1.058
0
Óbidos Requalifica - Entidade Empresarial Municipal, EEM
Óbidos
696.613
696.613
Pmugeste - Pombal Manutenção Urbana, EM
Pombal
7
7
Cmpea - Empresa de Águas do Mun. do Porto, EM
Mora
Porto
2.500
2.500
Eprm - Escola Profissional de Rio Maior, Lda.
Rio Maior
51.615
15.000
Águas de Santarém S.A. EM
Santarém
2.677.162
0
0
110.000
500
500
2.724.516
2.750.281
Sabugal - Empresa Municipal de Gestão Espaços Culturais Desportivos Turísticos e de Lazer, EM Taviraverde - Empresa Municipal de Ambiente, EM Foz Coainvest - Energia Turismo e Serviços, EM Amigaia - Agência Municipal de Investimento de Vila Nova de Gaia, EEM Resíduos do Nordeste, EIM EHATB - Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, SA
Sabugal Tavira Vila Nova de Foz Coa Vila Nova de Gaia
73.234
103.815
**
183.563
184.425
Vila Real Total
1.125.593
1.125.594
42.462.121
10.832.930
Unidade: euros * Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo. Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos **Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Vimioso e Vinhais. 194
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
No quadro 5.37 apresentam-se as entidades empresariais que registam valores na rubrica “Outras contas a receber”. O maior valor registado pertence à empresa GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, EEM, com 1,7M€. Quadro 5.37 | Entidades Empresariais Locais com valores inscritos no ativo não corrente na rubrica de Outras contas a receber Entidades Empresariais Locais
Outras Contas a Receber 2010 -SNC
Município
TEMA - Teatro Municipal de Aveiro EM
Aveiro
178.500,00
BRAGAHABIT - EM de Habitação de Braga, EM
Braga
886.760,00
ALBIGEC - Empresa de Gestão de Equipamentos Culturais Desportivos e de Lazer, EM
Castelo Branco
GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, EEM
84.932,00
Lisboa
1.671.197,00
PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga, EM
Braga
103.550
TRATOLIXO - Tratamento de resíduos sólidos, EIM
Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Total
621.178 3.546.117
Unidade: euros
No Quadro 5.38, apresenta-se a estrutura do ativo corrente das 304 entidades empresariais, a comparação das respetivas componentes do balanço e as variações estruturais mais relevantes, entre 2009 e 2010. Quadro 5.38 | Evolução do ATIVO CORRENTE das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010 2009 (298)
Componentes do Ativo Corrente Valor Inventários Activos Biológicos Clientes Adiantamentos a Fornecedores Estado e outros Entes Públicos Accionistas/Sócios Outras Contas a Receber Diferimentos Activos Financeiros Detidos para Negociação
2010 (304) %
Valor
%
Variação 09-10 %
221,0
20,92%
215,5
23,13%
-2,5%
0,1
0,01%
1,3
0,14%
955,4%
204,4
19,35%
220,0
23,62%
7,6%
7,6
0,72%
5,3
0,57%
-30,9%
20,6
1,95%
20,8
2,23%
0,8%
7,8
0,73%
30,3
3,25%
290,8%
416,0
39,37%
240,2
25,78%
-42,3%
43,5
4,12%
37,0
3,97%
-15,0%
0,0
0,00%
0,0
0,00%
3,7%
Outros Activos Financeiros
1,2
0,11%
2,0
0,21%
69,1%
Activos não Correntes Detidos para Venda13
0,0
0,00%
11,2
1,20%
-
134,4
12,72%
148,2
15,91%
10,3%
1.056,52
100%
931,68
100%
-12%
Caixa e Depósitos Bancários Total do ativo corrente Unidade: milhões de euros
195
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Da análise do quadro antecedente conclui-se o seguinte sobre a constituição e evolução do ativo corrente pertencente ao SEL: •
O decréscimo dos créditos registados em “Outras contas a receber”, no montante de -175,8M€ (-42,3%) foi determinante para a descida do ativo corrente do SEL em -12% (-124,8M€). Tratando-se de um forte ativo disponível a curto prazo, cujo peso é o mais relevante na estrutura do ativo corrente (25,8%), a sua variação deve ser analisada com a variação dos rendimentos obtidos e com a estrutura do cash-flow e com as dívidas a pagar. Ora se atentarmos para a variação das contas a pagar correntes, verifica-se que as mesmas aumen-
taram 181,2% (+1 564,6M€) em 2010, sinal da falta de liquidez do SEL. No quadro seguinte apresentam-se as empresas com maior variação negativa neste registo. •
Outros dois ativos correntes que apresentaram descida de valor, em 2010, foram os diferimentos com -15% (-6,5M€) e os inventários com -2,5% e -5,5M€.
Em termos de variações positivas de elementos deste agregado do ativo, releva apontar o aumento do valor em accionistas/sócios em +290,8% (+22,5M€). Apresenta-se no quadro 5.46B a listagem das entidades empresariais que registam valores nesta rubrica do activo corrente e não corrente.
Quadro 5.39 A | Entidades Empresariais com maior variação negativa em “Outras Contas a Receber” Outras Contas a receber 2009
Outras Contas a receber 2010
Mafra
210.854.086
1.090.228
-209.763.858
Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra
20.423.892
13.421.065
-7.002.827
PRIMUS - Promoção e Desenvolvimento Regional, SA
Porto
2.214.217
510.204
-1.704.012
EML - Empresa Municipal Urbanização Requalificação Urbana e Ambiental e Habitação Social de Lagoa EM
Lagoa
1.628.642
754
-1.627.888
Mealhada
2.281.029
790.938
-1.490.091
Sintra
4.641.922
3.390.839
-1.251.082
Entidades Empresariais Locais Mafratlântico - Vias Rodoviárias, EM TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM
EPVL - Escola Profissional da Mealhada, Lda. Educa - Empresa Municipal de Gestão e Manutenção de Equipamentos Educativos de Sintra EM Unidade: euros
196
Município
Diferença
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.39 B | Entidades Empresariais com valores inscritos na rubrica de Accionistas /Sócios no Ativo Não Corrente e no Ativo Corrente Entidades Empresariais Locais GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa EEM Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A. GAIASOCIAL -Entidade Empresarial Municipal de Habitação, EEM
Município Lisboa
Acionistas/ Sócios 12.300.000
Portimão
10.352.684
Vila Nova de Gaia
4.965.652
EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa
Lisboa
3.333.374
LISBOA OCIDENTAL SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana EM
Lisboa
2.506.569
Vila Nova de Gaia
2.357.598
GAIANIMA Equipamentos Municipais EEM PORTOVIVO, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, SA
Porto
2.093.712
PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga, EM
Braga
1.094.031
Municípia, SA - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, SA MS MATOSINHOS SPORT - Empresa Municipal de Gestão e Equipamentos Desportivos e de Lazer, EM TERNISA - Termas da Fadagosa de Nisa, EM INDAQUA FEIRA - Indústria e Gestão de Águas, SA
*
900.685
Matosinhos
376.587
Nisa
346.379
Santa Maria da Feira
319.345
CULTURGUARDA Gestão da Sala de Espetáculos e Atividades Culturais, EM (TMG)
Guarda
259.619
ECALMA - Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada EM
Almada
129.962
Viseu
93.124
Palmela
59.378
HABISOLVIS - Empresa Municipal de Habitação Social de Viseu, EM PALMELA DESPORTO - Empresa Municipal Gestão de Espaços e Equipamentos Desportivos Municipais, EM TURRISESPAÇOS-Empresa Mun. de Gestão Equipamentos Culturais e Desportivos do Município de Torres Novas, EEM EPAVE - Escola Profissional do Alto Ave, Sociedade Unipessoal, Lda ALFANDEGATUR - Empresa de Desenvolvimento Turístico de Alfandega da Fé, EM CampoMaior XXI, EM Resialentejo - Tratamento e Valorização de Resíduos, EIM VRSA, Sociedade de Gestão Urbana, E.M., S.A Sociedade Termal de Monção, Unipessoal, Lda EHATB - Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, SA VFC Empreendimentos - Empresa Municipal de Atividades Desportivas, Recreativas e Turisticas, EM
Torres Novas
27.608
Póvoa de Lanhoso
14.201
Alfândega da Fé
12.277
Campo Maior
5.556
** Vila Real de Santo António Monção
3.796 2.500
Vila Real
1.221
Vila Franca do Campo
2.494 800
VOUGAPARK - Parque Tecnológico e de Inovação do Vouga EM
Sever de Voga
607
Culturpico EM
Lajes do Pico
600
Unidade: euros * Abrantes; Aguiar Da Beira; Alvaiázere; Arganil; Boticas; Bragança; Cabeceiras De Basto; Carregal Do Sal; Cascais; Covilhã; Ferreira Do Zêzere; Figueira Da Foz; Fundão; Góis; Guarda; Lamego; Leiria; Loulé; Mafra; Maia; Mangualde; Mourão; Oeiras; Olhão; Oliveira Do Hospital; Paços De Ferreira; Paredes; Penacova; Penamacor; Ponta Delgada; Ponte Da Barca; Portalegre; Portimão; Santa Marta De Penaguião; Santiago Do Cacém; São João Da Madeira; São Pedro Do Sul; Sernancelhe; Sesimbra; Sever Do Vouga; Silves; Sines; Sintra; Tavira; Trofa; Vale De Cambra; Vieira Do Minho; Vila De Rei; Vila Do Conde; Viseu. **Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa 197
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Outro ativo corrente que apresentou uma variação positiva foi o item de Clientes, a qual traduz os créditos de curto prazo existentes sobre os mesmos. Esta conta aumentou 7,6%, isto é, +15,6M€ e apresenta um peso relevante na estrutura do ativo corrente ao representar 23,6% do mesmo. Um dos ativos disponíveis a curto prazo que interessa relevar face à notoriedade do seu registo no balanço com as alterações introduzidas com o SNC, são os ativos não correntes detidos para venda. O total contabilizado no SEL com esta atribuição foi de 11,2M€ e o seu peso na estrutura do ativo não corrente foi de 1,2%. Pela especificidade desta conta importa apontar as entidades que a movimentam. A saber: TECMAIA - PARQUE DE CIENCIA E TECNOLOGIA DA MAIA S A EM ; IN - AGROINDUSTRIAL DO NORDESTE, SA e a PORTO LAZER, EM.
Caixa e depósitos bancários189 no final do ano económico, tanto de 2009 como de 2010 sendo que foram superiores neste último. Efetivamente em 2009 representaram 12,7% do total do ativo corrente e em 2010 15,9% do mesmo, traduzidos respetivamente nos montantes de 134,4M€ e 148,2M€.
5.3.1.2 Estrutura e Evolução do Capital Próprio O gráfico a seguir apresentado compara as componentes do capital próprio, constatando-se que a estrutura se mantém sem grande alteração de 2009 para 2010, sendo de realçar o peso excessivo no capital próprio das rubricas “Outras variações no capital próprio” e “Excedentes de revalorização” que, em conjunto, pesam mais que 36,6%.
É ainda de notar o peso excessivo das disponibilidades em 189. Num momento em que o pagar a tempo e horas deu origem a legislação enquadradora dos prazos de pagamento dos serviços e institutos públicos, face aos constrangimentos criados na economia com o mau pagamento do setor público, estes saldos de disponibilidades não se ajustam ao facto de existir um volume significativo de dívidas de curto prazo, também no final de cada ano económico
Gráfico 5.15 | Estrutura do Capital Próprio em 2009 e 2010 80%
72,6% 70,7%
2009
70%
2010
60% 50% 37,7% 36,6%
40% 30% 20% 10%
3,3%
4,1%
0% -1,6%
-10% -20% Capital Realizado e Outros Inst. CP (1+2)
198
-0,3%
-12,1% -11,1% Reservas legais e Outras Reservas (4+5)
Resultados Transitados (6)
Ajustamentos, Excedentes e Variações (3+7+8+9)
Resultado Líquido (10)
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.40 | Evolução do Capital Próprio de 2009 para 2010 2009 (298)
Componentes do Capital Próprio Valor Capital Realizado (1) Outros Instrumentos de Capital Próprio (2) Prémios de Emissão (3) Reservas Legais (4) Outras Reservas (5) Resultados Transitados (6) Ajustamentos em Activos Financeiros (7) Excedentes de Revalorização (8) Outras Variações no Capital Próprio (9) Resultado Líquido do Período (10) Total do capital próprio
%
857,3 64,4 0,5 11,0 30,8 -153,4 4,5 42,9 431,0 -20,1 1.269,02
%
Variação 09-10 %
66,13% 4,60% 0,03% 0,84% 3,27% -11,13% 0,34% 4,31% 31,88% -0,27% 100%
10,4% 2,2% -1,1% 8,7% 51,4% -3,8% 6,9% 43,8% 5,8% -80,8% 13%
2010 (304)
67,56% 5,08% 0,04% 0,87% 2,43% -12,09% 0,36% 3,38% 33,96% -1,59% 100%
Valor 946,1 65,9 0,5 12,0 46,7 -159,3 4,8 61,7 456,2 -3,9 1.430,73
Unidade: milhões de euros
No Quadro 5.40 apresenta-se a estrutura do capital próprio das entidades empresariais em análise bem como a sua evolução entre 2009 e 2010. Conforme apresentado no ponto 5.1 deste capítulo, a adoção das NCRF provocou um grande impacto nas rubricas de capital próprio das Entidades Empresariais Locais aumentando de forma significativa os seus capitais próprios, pela inclusão dos subsídios ao investimento nas rubricas de capital. Para além deste facto verifica-se, ainda, um aumento significativo do capital realizado (+10,4% e +88,8M€). Acresce referir que esta rubrica foi expurgada, em sede de implementação do SNC, do saldo da conta 261 - Accionistas c/ subscrição ou 262 - Quotas não liberadas. Esta conta de capital próprio evidencia deste modo, apenas, o valor do capital subscrito e realizado, contrariamente ao que acontecia no POC. Em termos relativos a componente “Outras reservas”, foi a que apresentou maior variação ao crescer 51,4%, apresentando em termos absolutos o acréscimo de 15,9M€. Pela análise das contas verifica-se que só a empresa local Va-
lorsul - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e Oeste, S.A190 apresentou um aumento nesta rubrica de 17,3 M€, sendo por isso a principal responsável pela variação positiva desta rubrica. Outra rubrica do capital próprio a relevar será a de “Excedentes de revalorização” a qual representa essencialmente as “reservas” de reavaliação e que aumentaram 43,8% (+18,8M€), em 2010. Pese embora em termos relativos a variação da rubrica “Outras variações no capital próprio” tenha sido pouco relevante (5,8%), em termos reais apresenta o valor significativo de 25,2M€. Neste item com o SNC passou-se a registar os subsídios ao investimento atribuídos às EM’s que, anteriormente pelo POC eram classificados como proveitos diferidos. Inclui, ainda, e com relevante impacto os ajustamentos por impostos diferidos. As empresas que mais 190. Pela análise das contas desta empresa presume-se que pode ter havido deliberação, em relação aos resultados de 2010, de transferir o valor de resultados transitados para reservas livres pois, apresentou em 2009 resultados transitados de 16 milhões de euros e um resultado líquido de 6 milhões. No ano de 2010 a Valorsul não apresentou valores em resultados transitados, pelo que se pode inferir que os resultados transitados de 2009 tenham sido transferidos para a rubrica “Outras reservas”, enquanto reservas livres.
199
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
contribuíram para esta variação, embora com sinal contrário, foram: empresa AMBIOLHÃO-EMPRESA MUNICIPAL DE AMBIENTE DE OLHÃO, EM com -9.019.224,75 euros e a AGUAS DE GAIA - ENTIDADE EMPRESARIAL LOCAL EEM com 46.717.346,56 euros. O resultado líquido do período registou uma variação positiva de 80,8%, isto é, de 16,3M€., tendo 139 entidades apresentado diminuição dos resultados em relação a 2009.
Gráfico 5.16 | Estrutura do Passivo no ano de 2009 Total do passivo corrente 43%
5.3.1.3 Estrutura e Evolução do Passivo Os gráficos a seguir apresentados esquematizam o peso no passivo total, do passivo corrente e do passivo não corrente verificando-se alterações relevantes nos respetivos valores de 2009 para 2010. O passivo não corrente diminui de relevância em 2pp passando a representar 55% do passivo total, em favor do passivo corrente que ganha peso equivalente em 2pp, passando a representar 45% do mesmo passivo total. Esta variação de peso reflete a simultaneidade de duas situações: diminuição real do passivo não corrente em 5% (-59,3M€) e o aumento do passivo corrente em também 5% e 41,6M€.
Gráfico 5.17 | Estrutura do Passivo no ano de 2010 Total do passivo corrente 45%
Total do passivo não corrente 57%
200
CAPÍTULO 5
Total do passivo não corrente 55%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.41 | Evolução do Passivo não Corrente das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010 2009 (298)
Componentes do Passivo não Corrente Valor Fornecedores Provisões Financiamentos Obtidos Accionistas/ Sócios
% 0,2
f
Estado e outros Entes Públicos Passivos por Impostos Diferidos Outras Contas a Pagar Total do passivo não corrente
%
Variação 09-10 %
0,1%
164,6%
2010 (304)
0,0%
Valor 0,57
54,9
4,7%
39,40
3,6%
-28,2%
845,1
72,2%
790,59
71,1%
-6,5%
11,0
0,9%
10,23
0,9%
-7,2%
0,2
0,0%
0,60
0,1%
210,0%
80,0
6,8%
105,52
9,5%
32,0%
179,2
15,3%
164,45
14,8%
-8,2%
1.170,62
100%
1.111,36
100%
-5%
Unidade: milhões de euros f. As empresas que apresentam passivo desta natureza são: PEB – Empresa Parque de Exposições de Braga, EM (198.184€), HABEVORA GESTÃO HABITACIONAL EEM (9.961.344€) e AGROINDUSTRIAL DO NORDESTE, .SA. (68.843€)
No Quadro 5.41 apresenta-se a estrutura do passivo não corrente das 304 entidades empresariais, a comparação das respetivas componentes do balanço e as variações estruturais mais relevantes, entre 2009 e 2010. Da análise do quadro antecedente sobre a constituição e evolução do passivo não corrente pertencente ao SEL, conclui-se que em 2010, 71,1% do passivo não corrente era constituído por financiamentos obtidos, no total de 790,6M€. Este valor representou uma diminuição em relação a 2009 de 6,5% (-54,5M€) que, com os decréscimos verificados, tam-
bém, em provisões e outras contas a pagar respetivamente em 28,2% (-15,5 M€) e 8,2% (-14,8M€), foram determinantes para a diminuição líquida do passivo não corrente em 59,3M€ e para a anulação dos efeitos do aumento dos passivos por impostos diferidos (+25,5M€). Anota-se que 43 empresas apresentam dívidas de médio e longo prazo a outros credores que não os bancos e 25 entidades empresariais diminuíram em 2010 o saldo desta rubrica. No Quadro 5.41 A listam-se as empresas com maior amortização de empréstimos de médio e longo prazo. 201
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.41 A | Lista das EEL com maior amortização de financiamentos obtidos de MLP entre 2009 e 2010 Entidades Empresariais Locais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
22 23
MAFRATLÂNTICO - Vias Rodoviárias EM EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa VALORSUL-Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e Oeste, SA AGERE - EM de Águas, Efluentes e Resíduos, EM FIGUEIRA DOMUS - Empresa Municipal de Gestão de Habitação da Figueira da Foz EM TECMAIA - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, SA EM CMPEA - Empresa de Aguas do município do Porto, EM EMEL- Empresa Publica Municipal de Estacionamento de Lisboa, EM PFR INVEST - Sociedade de Gestão Urbana EM EHATB - Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, SA EIMRAM - Empresa Intermunicipal da Região Autónoma da Madeira – Invest. e Serv. Intermunicipais, EIM AC - Aguas de Coimbra EEM Azores Parque SA TERMALISTUR Termas de S. Pedro do Sul, EEM LEIRISPORT Desporto Lazer e Turismo EM Coimbra Inovação Parque - Parque de Inovação em Ciência em Tecnologia, Saúde, EM, SA TIP - Transportes Intermodais do Porto, ACE PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga, EM TUB - Transportes Urbanos de Braga, EM FIGUEIRA GRANDE TURISMO -EEM TROFA PARK - Empresa de Reabilitação Urbana Desenvolvimento Economico Inovação Empresarial e Gestão de Equipamento, EEM GIATUL Empresa Municipal para Gestão de Infraestruturas em Atividades Turísticas Em VRS - Vila Real Social, Habitação e Transportes, EM
24
ECOBEIRÃO - Sociedade para o Tratamento de Resíduos Sólidos do Planalto Beirão, EIM SA
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
NATURTEJO - Empresa de Turismo EIM Matadouro Regional de Mafra, SA TAVIRAVERDE - Empresa Municipal de Ambiente, EM GESAMB - Gestão Ambiental e de Resíduos, EM AVEPARK - Parque de Ciência e Tecnologia, SA AMBIOUREM - Gestão de Espaços e Equipamentos Municipais, EEM EMAC - Emp de Ambiente, EM PROENÇATUR - Empresa de Turismo de Proença, EM Municípia, SA - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, SA MMPO - Mercado Municipal de Portalegre, SA AMBILITAL - Investimentos Ambientais no Alentejo
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Município Mafra Lisboa Loures Braga Figueira da Foz Maia Porto Lisboa Paços de Ferreira Vila Real
Amortização de Financiamentos Obtidos (Passivo não Corrente) -148.900.000,0 -10.000.000,0 -6.767.058,1 -1.459.950,7 -1.450.664,2 -1.394.694,0 -1.250.000,0 -1.194.698,0 -1.044.082,4 -954.223,0
Funchal
-890.346,0
Coimbra Ponta Delgada São Pedro do Sul Leiria Coimbra Porto Braga Braga Figueira da Foz
-842.164,0 -779.711,8 -655.634,0 -624.988,6 -594.500,0 -580.227,7 -550.000,0 -533.269,0 -436.979,1
Trofa
-428.571,4
Mafra Vila Real Santa Comba Dão Castelo Branco Mafra Tavira Évora Guimarães Ourém Cascais Proença-a-Nova * Portalegre **
-416.406,0 -409.595,1 -347.455,0 -250.000,0 -248.400,0 -235.248,5 -197.319,0 -190.398,4 -176.025,1 -164.565,5 -160.669,6 -147.775,7 -146.538,0 -133.183,6
Unidade: euros * Abrantes; Aguiar Da Beira; Alvaiázere; Arganil; Boticas; Bragança; Cabeceiras De Basto; Carregal Do Sal; Cascais; Covilhã; Ferreira Do Zêzere; Figueira Da Foz; Fundão; Góis; Guarda; Lamego; Leiria; Loulé; Mafra; Maia; Mangualde; Mourão; Oeiras; Olhão; Oliveira Do Hospital; Paços De Ferreira; Paredes; Penacova; Penamacor; Ponta Delgada; Ponte Da Barca; Portalegre; Portimão; Santa Marta De Penaguião; Santiago Do Cacém; São João Da Madeira; São Pedro Do Sul; Sernancelhe; Sesimbra; Sever Do Vouga; Silves; Sines; Sintra; Tavira; Trofa; Vale De Cambra; Vieira Do Minho; Vila De Rei; Vila Do Conde; Viseu. ** Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines
202
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
No Quadro 5.42 apresenta-se a estrutura do passivo corrente das 304 entidades empresariais, a comparação das respetivas componentes do balanço e as variações estruturais mais relevantes, entre 2009 e 2010.
•
Contribuíram para a diminuição do passivo corrente o decréscimo de valor das seguintes rubricas: adiantamentos a clientes em -15,8M€ (-19,6%), accionistas/sócios em -5M€ (-22,4%); e diferimentos em -3,8M€ (-6%).
Da análise do quadro antecedente conclui-se o seguinte sobre a constituição e evolução do passivo corrente do SEL:
•
As componentes com maior peso no passivo corrente foram: Outras contas a pagar com o peso de 27,9%; Financiamentos obtidos com um impacto de 26,9%; e Fornecedores com um peso de 26,5%.
•
O aumento do passivo exigível em 61M€ foi ocasionado, essencialmente, pelo acréscimo de dívidas a fornecedores em +32,1M€ (+15,2%), outras contas a pagar em +14M€ (+5,8%), responsabilidades com financiamentos em +9,7M€ (+4,1%) e dívidas ao Estado em +7,3M€ (+44,1%).
No Quadro 5.42 A listam-se as entidades empresariais locais (EEL) com maior aumento de empréstimos de curto prazo.
Quadro 5.42 | Evolução do Passivo Corrente das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010 2009 (298)
2010 (304)
Componentes do Passivo Corrente Valor Fornecedores
%
Valor
%
211,1
24,1%
243,2
26,5%
Adiantamentos de Clientes
80,9
9,2%
65,1
7,1%
Estado e Outros Entes Públicos
16,7
1,9%
24,0
2,6%
Accionistas/ Sócios
22,1
2,5%
17,1
1,9%
237,1
27,0%
246,8
26,9%
242,5
27,6%
256,5
27,9%
61,1
7,0%
57,3
6,2%
5,9
0,7%
8,8
0,9%
877,4
100%
919,0
100%
Financiamentos Obtidos
g
Outras Contas a Pagar Diferimentos Outros Passivos Financeiros Total do passivo corrente
Unidade: milhões de euros g. Com o SNC, esta rubrica engloba o valor das rendas vincendas num período inferior a um ano. 203
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.42 A | Lista das EEL com maiores aumentos na rubrica financiamentos obtidos de CP entre 2009 e 2010 Entidades Empresariais Locais 1 2 3
ESUC - Empresa de Serviços Urbanos de Cascais E M EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa PFR Invest - Sociedade De Gestão Urbana EM
4
TRATOLIXO - Tratamento de resíduos sólidos, EIM
5 6 7 8 9
AGERE - EM de Águas, Efluentes e Resíduos, EM Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A. EGEAC - Empresa De Gestão De Equipamentos E Animação Cultural EM Coimbra Inovação Parque - Parque de Inovação em Ciência em Tecnologia, Saúde, EM, SA TECMAIA - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia SA EM
10 Águas do Ribatejo, EIM 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
TUB - Transportes Urbanos de Braga, EM Vimágua - EIM de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela Nova Covilhã, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana, EM GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa EEM TIP - Transportes Intermodais Do Porto, ACE Municípia, SA - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, SA EMIA - EM de Infraestruturas de Azambuja, EM TAVIRAVERDE - Empresa Municipal de Ambiente, EM VOUGAPARK - Parque Tecnológico e de Inovação do Vouga EM EMEC - Empresa Municipal de Educação e Cultura de Barcelos E.M. PENAFIEL VERDE Entidade Empresarial Local EEM AVEPARK - Parque de Ciência e Tecnologia, SA AMBIOUREM - Gestão de Espaços e Equipamentos Municipais EEM Escola Profissional Amar Terra Verde, LDA
25 REGI - Planeamento e Desenvolvimento Regional, EIM 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga, EM TROFAGUAS Serviços Ambientais E M AMIPAREDES - Agência Municipal de Investimento de Paredes, EM SA AGUAS DE SANTAREM EM, SA Nordeste Activo EM CIDADE EM ACÇÃO - Sociedade de Desenvolvimento e Gestão de Equipamentos Urbanos EAMB - Esposende Ambiente EEM NATURTEJO Empresa de Turismo EIM Teatro Circo de Braga, SA GAIANIMA - Equipamentos Municipais EEM
Município Cascais Lisboa Paços de Ferreira Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Braga Portimão Lisboa Coimbra Maia Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Golegã e Salvaterra de Magos Braga Guimarães Covilhã Lisboa Porto * Azambuja Tavira Sever do Vouga Barcelos Penafiel Guimarães Ourém Vila Verde Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacem e Sines Braga Trofa Paredes Santarém Nordeste Ponta Delgada Esposende Castelo Branco Braga Vila Nova de Gaia
Aumentos de Financiamentos Obtidos (Passivo Corrente) 4.471.684 4.345.000 4.216.487 4.077.736 2.361.089 1.970.413 1.865.144 1.562.500 1.399.753 1.376.695 1.151.492 834.128 815.000 720.986 711.360 530.482 478.705 469.500 435.304 435.277 420.000 394.900 375.508 375.329 340.338 340.000 280.321 276.000 250.000 249.009 243.570 239.977 238.000 235.180 202.440
Unidade: euros * Abrantes; Aguiar Da Beira; Alvaiázere; Arganil; Boticas; Bragança; Cabeceiras De Basto; Carregal Do Sal; Cascais; Covilhã; Ferreira Do Zêzere; Figueira Da Foz; Fundão; Góis; Guarda; Lamego; Leiria; Loulé; Mafra; Maia; Mangualde; Mourão; Oeiras; Olhão; Oliveira Do Hospital; Paços De Ferreira; Paredes; Penacova; Penamacor; Ponta Delgada; Ponte Da Barca; Portalegre; Portimão; Santa Marta De Penaguião; Santiago Do Cacém; São João Da Madeira; São Pedro Do Sul; Sernancelhe; Sesimbra; Sever Do Vouga; Silves; Sines; Sintra; Tavira; Trofa; Vale De Cambra; Vieira Do Minho; Vila De Rei; Vila Do Conde; Viseu. 204
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Apresentam-se a seguir dois rankings com a listagem as 35 entidades empresariais locais (EEL) com menor passivo exigível e as 35 com maior passivo exigível. R42 | Empresas Municipais com menor Passivo Exigível 191(dívidas) em 2010
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Empresas Municipais SRU -Sociedade De Reabilitação Urbana de Olhão, EEM Caça e Turismo de Terras de Vimioso, LDA. Geodesis - Promoção Gestão Turística de Vila Rei - EM LT - Sociedade De Reabilitação Urbana, EM Promovicente - Gestão, e promoção cultural, EM Pec-Tsm - Parque Empresarial da Cortiça, EM Centro de Negócios de Ourém, EM Serpobra SRU Sociedade de Reabilitação Urbana, EM SPRLP - Sociedade Promoção e Requalificação, S.A Sociedade Termal de Monção, Unipessoal, LDA. Évora Viva SRU- Sociedade de Reabilitação Urbana, EM Mobitral Mobílias Tradicionais Alentejanas, EM Terra de Paixão, EEM Merturis - Empresa Municipal de Turismo, EEM Penaparque 2 - Gestão e Promoção de Equipamentos Municipais, EM Ferimo - Sociedade Imobiliária, S.A. Vimioso 2003 - Atividades Artesanais e Turísticas, EM Gondomar Coração de Ouro, EM CDN - Gestão e Promoção do Parque Empresarial, EM S.A. ADL - Águas de Longroiva, E.M Terra Cidade, EEM ABTT - Aguiar da Beira Termas e Turismo, EEM Monteges - Gestão de Equipamentos Sociais, EM Mercados de Olhão, EPM Ribeirapera- Soc. para o desenvolvimento de Castanheira de Pera, S.A. Marina da Vila - Indústrias de Marinas e Recreio, EM PERM - Parque Empresarial de Recuperação de Materiais das Terras, EIM EMPDS - Empresa Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social, EM Expobeja - Sociedade Gestora do Parque de Feiras e Exposições, EM Fesnima - Empresa Pública de Animação de Olhão, EM WRC - Agência de Desenvolvimento Regional, S.A. Fozcoactiva - Gestão de Equipamentos Desportivos e Culturais, EM Campomaior XXI, EM Gesruda - Gestão de Equipamentos Municipais, EM Madalena Progresso, EEM
Município Olhão Vimioso Vila de Rei Santarém São Vicente Santa Maria da Feira Ourém Serpa Lages do Pico Monção Évora Ferreira do Alentejo Alcobaça Mértola Penacova Seixal Vimioso Gondomar Vila Nova da Barquinha Meda Santana Aguiar da Beira Sobral de Monte Agraço Olhão Castanheira de Pera Vila Franca do Campo São João da Madeira Belmonte Beja Olhão Anadia Vila Nova de Foz Coa Campo Maior Arruda dos Vinhos Madalena
2009 329 720 54.243 921 803.118 2.148 4.896 11.125 11.785 15.213 25.196 13.965 27.409 45.450 3.029 34.450 17.673 27.739 39.298 31.731 75.144 77.266 74.098 903 54.866 54.781 22.224 87.276 108.995 200.886 60.830 1.791
2010 11 615 666 1.058 1.114 2.121 5.828 7.299 9.735 9.956 16.709 17.515 18.450 23.163 23.417 25.111 26.723 29.961 33.016 36.706 38.466 39.669 40.092 41.763 45.164 47.524 50.168 50.640 52.905 56.793 56.976 68.184 71.651 75.911 77.535
Unidade: euros 191. Passivo exigível = Passivo não corrente + Passivo Corrente - Provisões - Diferimentos - Passivos por Impostos Diferidos
205
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
R43 | Empresas Municipais com maior Passivo Exigível (dívidas) em 2010 Empresas Municipais
Município
1 2
EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa VALORSUL- Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.
217.218.203 186.286.714
205.534.767 187.476.845
3
TRATOLIXO - Tratamento de resíduos sólidos, EIM
111.909.214
151.406.095
4 5 6 7 8 9 10 11
62.543.966 72.480.617 64.683.852 58.563.382 31.918.243 30.583.426 42.422.901 28.587.000
85.373.968 78.116.235 59.640.996 52.356.947 43.085.839 34.759.237 34.705.977 30.153.213
Porto
16.698.472
28.189.915
13
Águas de Gaia, EEM INDAQUA FEIRA - Indústria e Gestão de Águas, S.A. AGERE – Empresa Municipal de Águas, Efluentes e Resíduos, EM VRSA, Sociedade de Gestão Urbana, E.M., S.A INDAQUA MATOSINHOS - Gestão de Águas de Matosinhos, S.A. PFR INVEST - Sociedade de Gestão Urbana, EM GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, EEM VIMÁGUA - EIM de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela PORTOVIVO, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, S.A. CMPEA - Empresa de Águas do Porto, EM
Lisboa Loures Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Vila Nova de Gaia Santa Maria da Feira Braga Vila Real de Santo António Matosinhos Paços de Ferreira Lisboa Guimarães
33.675.128
28.076.085
14
Águas do Ribatejo, EIM
16.468.398
26.731.307
15
EMEL- Estacionamento de Lisboa, EM Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana E.M., S.A. AC - Águas De Coimbra, EEM GAIANIMA - Equipamentos Municipais, EEM ADC - Aguas da Covilhã, EM LEIRISPORT - Desporto Lazer e Turismo, EM TECMAIA - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia S.A EM FIGUEIRA DOMUS - Empresa Municipal de Gestão de Habitação, EM CIDADE EM AÇÃO - Sociedade de Desenvolvimento TERMALISTUR - Termas de S Pedro Do Sul, EEM Resíduos do Nordeste, EIM EMAC – Empresa Municipal de Ambiente, EM EMPET - Parques Empresariais de Tavira, EM TAVIRAVERDE - Empresa Municipal de Ambiente, EM TIP - Transportes Intermodais do Porto, ACE Mercado Municipal de Faro Azores Parque, S.A. HABEVORA - Gestão Habitacional, EEM ECOBEIRÃO - Sociedade para o Tratamento de Resíduos Sólidos EIM, S.A. TUB - Transportes Urbanos de Braga, EM HPEM - Higiene Pública, EM
Porto Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Golegã e Salvaterra de Magos Lisboa
23.400.406
26.051.382
Portimão
12.305.867
25.445.107
Coimbra Vila Nova de Gaia Covilhã Leiria Maia Figueira da Foz Ponta Delgada São Pedro do Sul * Cascais Tavira Tavira Porto Faro Ponta Delgada Évora
26.177.066 13.210.071 21.287.251 22.631.645 19.049.586 18.622.290 16.006.510 16.016.670 6.144.728 14.096.869 15.163.191 13.094.693 25.669.971 14.346.217 14.209.271 11.792.632
24.551.037 23.179.077 22.977.570 22.247.794 19.857.616 16.811.343 16.629.092 15.416.275 13.305.106 13.096.692 13.016.197 12.978.482 12.755.690 12.213.359 12.118.355 11.777.471
Santa Comba Dão
11.534.564
11.238.030
Braga Sintra
11.089.082 9.192.242
10.748.221 10.606.335
12
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
2009
2010
Unidade: euros * Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Coa, Vimioso e Vinhais. 206
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.3.2. Rendimentos, Gastos e Resultados das Entidades Empresariais Locais 5.3.2.1 Evolução dos Rendimentos e Ganhos, Gastos e Perdas Nos Quadro 5.43 é apresentada a variação dos rendimentos e dos gastos do universo total das entidades empresariais locais entre 2009 e 2010. Quadro 5.43 | Evolução de Rendimentos e Gastos das Entidades Empresariais, em 2009 e 2010 Estrutura de Rendimentos e Gastos
2009 (298) Valor
2010 (304) Valor
Vendas e Serviços Prestados
773,1
844,1
Subsídios à Exploração
175,6
164
Ganhos/Perdas Imputados de Subsidiárias, Associadas e Empreendimentos
0,6
0,8
Variação nos Inventários da Produção
5,7
-9,8
Trabalhos para a Própria Entidade
9,7
10,7
CMVMC
-75,6
-83
Fornecimentos e Serviços Externos
-511,2
-506,7
Gastos com Pessoal
-273,7
-292,2
Imparidade de Inventários (perdas/reversões)
-0,1
-0,6
Imparidade de Dívidas a Receber (perdas/reversões)
-5,1
-11,1
Provisões (aumentos/reduções) Imparidade de Investimentos não Depreciáveis/Amortizáveis) Aumentos/Reduções de Justo Valor Outros Rendimentos e Ganhos Rendimentos e Ganhos em Investimentos não Financeiros Outros Gastos e Perdas Gastos e Perdas em Investimentos não Financeiros
-4
-4
-0,2
-0,2
0
0,7
87
74,2
0
0
-31
-27,5
0
-0,3
Resultado Antes de Depreciações, Gastos de Financiamento e Impostos
150,74
159,16
Gastos/Reversões de Depreciação e Amortização
-118,3
-115,5
0
0,3
32,43
43,9
Imparidade de Investimentos Depreciáveis/ Amortizáveis Resultado Operacional (Antes de Gastos de Financiamento e Impostos) Juros e Rendimentos Similares Obtidos Juros e Gastos Similares Suportados Resultado Antes de Impostos Imposto Sobre o Rendimento do Período Resultado Líquido do Período
3,7
3,3
-50,1
-46,7
-13,97
0,53
-6,2
-4,4
-20,16
-3,86
Unidade: milhões de euros 207
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Da análise do quadro antecedente conclui-se o seguinte sobre a evolução dos rendimentos e gastos: O resultado líquido em 2010 do SEL melhorou 80,9% passando de -20,16M€ para -3,86M€. Contribuíram para o aumento dos rendimentos o acréscimo do produto das vendas e serviços prestados em +71M€ (+9,2%), pese embora outros rendimentos e ganhos não associados à atividade mais operacional das empresas, tenha diminuído 12,8M€ (-14,8%) e os subsídios à exploração tenham baixado 11,6M€ (-6,6%).
CAPÍTULO 5
Aumento do valor reconhecido como dívidas incobráveis, na rubrica “Imparidade de dívidas a receber”, em +6M€ (+115,1%); É contudo de relevar a diminuição de gastos em fornecimentos e serviços externos, em -4,5M€, em outros gastos e perdas com -3,5M€ e ainda, a diminuição de gastos com juros e gastos similares suportados em -3,4M€.
5.3.2.2. Resultados económicos das Entidades Aquele aumento de rendimentos permitiu suportar o acrésci- Empresariais Locais
mo de gastos manifestado com:
Aumento de gastos com pessoal em +18,5M€ (+6,7%);
Nos Quadros 5.44, 5.45 e 5.46 comparam-se alguns indicadores económicos dos municípios e SEL.
Quadro 5.44 | Informação sobre estrutura económica dos Municípios e das Entidades Empresariais Municípios
Entidades Empresariais
Municípios + EE/ EM´s
308
304
612
População
10.636.979€
7.705.546€
--
Resultados económicos
101.966.786€
-3.855.984€
98.110.801€
Resultados económicos/Vendas + prestações de serviços
15,7%
-0,5%
15,2%
Resultados económicos por habitante
9,6 €
-0,5 €
9,1 €
40
129
169
Nº de entidades analisadas
Nº de entidades com resultados negativos
Unidade: euros 208
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Quadro 5.45 | Informação sobre evolução económica das Entidades Empresariais
Entidades Empresariais
2009
2010
298
304
6
7.695.884€
7.705.546€
9.662€
-20.156.932€
-3.855.984€
16.300.947€
Resultados económicos/Vendas + prestações de serviços
-2,6%
-0,5%
2,1%
Resultados económicos por habitante
-2,6 €
-0,5 €
2,1 €
143
129
-14
Nº de entidades analisadas População Resultados económicos
Nº de entidades com resultados negativos
Variação 09 - 10
Unidade: euros
Pelos indicadores apresentados no quadro 5.44, conclui-se que as EE/EM´s demonstram uma baixa rentabilidade, com resultados económicos negativos, pese embora se tenha verificado uma forte melhoria da situação económica, com uma diminuição do prejuízo em cerca de 16,3 milhões de euros. Enquanto que em 2010, cerca de 42,6% das entidades empresariais apresentaram resultados negativos, o mesmo só aconteceu a 13% dos municípios. Observando o Quadro 5.45, conclui-se que a situação económica das entidades empresariais em 2010 melhorou em relação a 2009, com resultados económicos menos gravosos e com entidades a melhorarem a sua performance. Efetivamente, 14 entidades empresariais passaram de resultados negativos em 2009 para resultados positivos em
2010, perdendo cada habitante, em média, menos 2,1€ com a atividade de SEL. Observando o Quadro 5.46, constata-se que 133 entidades empresariais (42,6%) obtiveram resultados operacionais positivos apresentando na sua globalidade o valor de 43,9M€. Este valor não foi contudo suficiente para contrariar o total dos gastos em juros e outros valores similares no montante de 46,7M€ para todo o SEL. Verifica-se, no entanto, uma melhoria global dos resultados operacionais em 35,5%. Os rankings R44 e R45 apresentam em cada situação, as 35 empresas com melhores ou com piores resultados económicos.
Quadro 5.46 | Resultados Operacionais do Setor Empresarial Entidades Empresariais Locais
2009
2010
Resultado Operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
32.434.245
43.942.530
Juros e Gastos Similares Suportados
-50.132.149
-46.748.085
150
133
N.º de entidades com Resultados Operacionais + Custos Financeiros negativos Unidade: euros
209
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
R44 | Empresas com melhores Resultados Económicos em 2010 Empresa Municipal 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
VALORSUL- Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, SA EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa, EM EHATB - Empreendimentos Hidrelétricos do Alto Tâmega e Barroso, SA AGERE - Empresa Municipal de Águas, Efluentes e Resíduos, EM Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana, EM, SA Foz Coainvest - Energia Turismo e Serviços, EM CMPEA - Empresa de Águas do Porto, EM Vimágua - Água e Saneamento de Guimarães e Vizela, EIM Águas de Santarém, EM, SA Mafratlântico - Vias Rodoviárias, EM Ambilital - Investimentos Ambientais no Alentejo, EIM GESAMB - Gestão Ambiental e de Resíduos, EIM INDAQUA MATOSINHOS - Gestão de Águas de Matosinhos, SA EMPET - Parques Empresariais de Tavira, EM Braval - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, SA EMEL- Estacionamento de Lisboa, EM INOVA - Emp de Desenv Ecónomo e Social de Cantanhede, EM Eco lezíria - Empresa Intermunicipal para o Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM Resíduos do Nordeste, EIM Culturangra, EEM Ambisousa – Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos, EIM Águas do Ribatejo, EIM Águas de S.João, EM, SA Coimbra Inovação Parque - Parque de Inovação em Ciência em Tecnologia, Saúde, EM, SA Centro de Negócios de Ourem, EM EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, EM TIP - Transportes Intermodais do Porto, ACE EMARP - Aguas e Resíduos de Portimão, EM ArealDourado - Eventos, EM Porto Santo Verde - Resíduos Sólidos e Limpeza, EM Pavimafra -Infraestruturas e Rodovias, EM EMAC - Empresa Municipal de Ambiente, EM EIMRAM - Empresa Intermunicipal da Região Autónoma da Madeira, EIM Parques Tejo - Parqueamentos de Oeiras, EM Águas de Gaia - Entidade Empresarial Local, EEM
Município Loures Lisboa Vila Real Braga Portimão
2009
2010
6.422.261 204.977 1.954.507 2.626.827
6.027.785 5.170.941 3.686.984 2.994.549
727.713
1.456.695
-390.216 536.132 93.796 342.227 -2.653.238 963.719 483.660 1.171.915 208.509 181.373 107.939 68.788
1.269.616 1.191.690 917.938 905.502 840.663 755.033 691.870 660.332 604.493 579.973 536.856 465.376
Almeirim
290.921
421.206
** Angra do Heroísmo
311.504 -711.192
418.450 407.731
Vila Nova de Foz Coa Porto Guimarães Santarém Mafra * Évora Matosinhos Tavira Braga Lisboa Cantanhede
***
402.719
396.507
**** São João da Madeira
28.713 263.375
355.305 349.408
Coimbra
-369.115
320.645
Ourém Lisboa Porto Portimão Porto Santo Porto Santo Mafra Cascais Funchal Oeiras Vila Nova de Gaia
-11.092 891.382 224.308 1.220.214 -29.529 109.039 715.646 42.358 546.602 122.677 619.874
285.709 285.100 278.607 243.737 220.230 219.462 195.741 178.406 174.007 166.321 150.041
Unidade: euros * Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines ** Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Coa, Vimioso e Vinhais *** Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel **** Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Golegã e Salvaterra de Magos 210
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
R45 | Empresas com piores Resultados Económicos, em 2010 Empresa Municipal 1 2 3 4 5 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
VRSA, Sociedade de Gestão Urbana, EM, SA SATU - Oeiras - Sistema Automático de Transporte Urbano, EM, SA GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, EEM HPEM - Higiene Pública, EM Porto Lazer, EM PORTOVIVO, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, SA AC - Águas de Coimbra, EEM LEIRISPORT - Desporto Lazer e Turismo, EM TECMAIA - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, EM, SA Feira Viva Cultura e Desporto, EEM Moveaveiro, EM Frente MarFunchal, Gestão e Exploração de Espaços Púb, EM GAIANIMA - Equipamentos Municipais, EEM AVEPARK - Parque de Ciência e Tecnologia, SA Fagar - Faro Gestão de Águas e Resíduos, EM Hotel Turismo da Guarda, LDA ADC - Aguas da Covilhã, EM INDAQUA FEIRA - Indústria e Gestão de Águas, SA TERNISA - Termas da Fadagosa de Nisa, EM Figueira Grande Turismo, EEM Matosinhoshabit - Habitação de Matosinhos, EEM Municípia - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, SA
23
VALICOM - Gestão de Infraestruturas de Telecomunicações, EIM
24
TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM
25 26 27 28 29 30
GAIAURB - Gestão Urbanística e da Paisagem de Gaia, EEM MINHOCOM - Gestão de Infraestruturas de Telecomunicações, EIM EPMAR - Empresa Publica Municipal de Águas Públicas e Resíduos, EM PROVIVER, EM PROENÇATUR - Empresa de Turismo de Proença, EM Fortaleza de Cascais, EM ALFÃNDEGATUR - Empresa de Desenvolvimento Turístico de Alfândega da Fé, EM REGI - Planeamento e Desenvolvimento Regional, EIM AIN - Agro-Indústrial do Nordeste, SA EMA - Estádio Municipal de Aveiro, EM CDR - Cooperação e Desenvolvimento Regional, EIM
6
31 32 33 34 35
Município
2009
2010
Vila Real de Santo António Oeiras Lisboa Sintra Porto
-3.583.816 -3.320.580 -2.214.728 40.584 -4.968.682
-4.528.177 -2.988.900 -2.444.615 -2.201.443 -2.136.081
Porto
-2.093.712
-2.109.918
Coimbra Leiria Maia Santa Maria da Feira Aveiro Funchal Vila Nova de Gaia Guimarães Faro Guarda Covilhã Santa Maria da Feira Nisa Figueira da Foz Matosinhos * Concelhos de Viana do Castelo, Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Vila Nova de Gaia ** Vieira do Minho Vila Verde Proença-a-Nova Cascais
664.230 -1.164.744 -158.050 -1.713.235 -1.002.605 -167.368 -295.858 -518.920 -402.931 13.368 -974.655 -270.089 -300.469 231.553 -138.301 -419.737
-1.469.834 -1.397.601 -1.183.037 -1.057.248 -983.577 -934.808 -778.189 -748.660 -718.005 -649.923 -538.116 -535.298 -523.013 -521.993 -511.669 -491.754
-35.676
-462.062
-449.132
-429.043
-655.406 -24.408 -246.242 -285.547 -298.457 74.825
-361.832 -351.136 -350.949 -349.923 -347.957 -340.146
Alfândega da Fé
-202.592
-339.992
*** Mirandela Aveiro Setúbal
-346.853 -242.796 -478.059 -57.982
-317.669 -303.470 -294.710 -293.550
Unidade: euros * Abrantes; Aguiar Da Beira; Alvaiázere; Arganil; Boticas; Bragança; Cabeceiras De Basto; Carregal Do Sal; Cascais; Covilhã; Ferreira Do Zêzere; Figueira Da Foz; Fundão; Góis; Guarda; Lamego; Leiria; Loulé; Mafra; Maia; Mangualde; Mourão; Oeiras; Olhão; Oliveira Do Hospital; Paços De Ferreira; Paredes; Penacova; Penamacor; Ponta Delgada; Ponte Da Barca; Portalegre; Portimão; Santa Marta De Penaguião; Santiago Do Cacém; São João Da Madeira; São Pedro do Sul, Sernancelhe; Sesimbra; Sever Do Vouga; Silves; Sines; Sintra; Tavira; Trofa; Vale De Cambra; Vieira Do Minho; Vila De Rei; Vila Do Conde; Viseu ** A Associação de Municípios do vale do Minho (Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira) detém 51% do capital social desta empresa e os restantes 49% foram subscritos pelos parceiros privados deste projeto. *** Alcácer do Sal; Grândola, Odemira, Santiago do Cacem e Sines 211
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
5.3.3 Endividamento Líquido do Setor Empresarial Local 5.3.3.1 Análise do Setor Empresarial e dos Municípios a que correspondem O endividamento do setor empresarial local (SEL), apresenta-se de forma autónoma e ainda, referenciado ao número de municípios que lhes correspondem. Assim, para o global das 304 empresas analisados, o en-
CAPÍTULO 5
dividamento líquido do SEL, foi de 1 146,5 milhões de euros e representou 23,8% do endividamento líquido dos municípios de tutela, o qual foi de 4 817,7 milhões de euros. Observando-se o quadro 5.48 verifica-se que, na globalidade, o SEL em 2010 agravou o seu endividamento líquido em 88,5M€ (+8,4%), por via da diminuição do seu ativo exigível em 114,5M€ (-14,4%), já que o total das dívidas a pagar, baixaram 26M€ (-1,4%).
Quadro 5.47 | Endividamento Líquido das Empresas Municipais e do Global dos Municípios a que correspondem EE / EM`s (304)
Contas a Receber Ativo
Passivo
Municípios (150)
531,3
989,8
Meios Financeiros Líquidos + Instrumentos Financeiros Detidos para Negociação
150,2
417,6
Total (a)
681,5
1.407,4
Contas a Pagar - Correntes
861,5
2.426,1
Contas a Pagar - Não Correntes
966,4
3.799,0
Total (b)
1.828,0
6.225,1
Endividamento Líquido (b-a)
1.146,5
4.817,7
Unidade: milhões de euros
Quadro 5.48 | Evolução do Endividamento Líquido das Entidades Empresariais Autárquicas 2009
Contas a Receber Ativo
Passivo
660,4
531,3
Meios Financeiros Líquidos + Instrumentos Financeiros Detidos para Negociação
135,6
150,2
Total (a)
796,0
681,5
Contas a Pagar - Correntes
816,3
861,5
Contas a Pagar - Não Correntes
1.037,7
966,4
Total (b)
1.854,0
1.828,0
Endividamento Líquido (b-a)
1.058,0
1.146,5
Unidade: milhões de euros
212
2010
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Da informação dos quadros anteriores, pode-se ainda concluir que, em 2010: •
A dívida bruta do SEL, com o valor de 1 146,5 milhões de euros, representou 29,4%, da dívida bruta do conjunto dos municípios que o tutela.
•
A dívida bruta de curto prazo do setor empresarial, no montante de 681,5 milhões de euros, representou 48,4%, da dívida homóloga do total dos municípios de que depende e diminuiu cerca de 14,4%.
•
A dívida de médio e longo prazo do setor empresarial, no valor de 966,4 milhões de euros, representa 25,4% da dívida homóloga dos municípios que o tutelam e apresentou uma taxa de decréscimo de -6,9%.
•
Da aplicação do processo de cálculo do endividamento líquido nos termos da LFL, verificou-se que 111 entidades do setor empresarial autárquico, menos 11 que em 2009, apresentaram endividamento líquido igual ou inferior a zero.
No Quadro 5.49 listam-se as mesmas, identificando-se os municípios a que pertencem.
Quadro 5.49 | Entidades Empresariais / Empresas Municipais sem endividamento líquido no final do exercício de 2010 Entidades Empresariais
Municípios
Dimensão
1
Habitar S. João - Entidade Empresarial Municipal de Habitação, EEM
São João da Madeira
M
2
SPRLP - Sociedade Promoção e Requalificação, SA
Lajes do Pico
P
3
Promovicente - Gestão, e promoção cultural, EM
São Vicente
P
4
Terra Cidade, EEM
5
CASFIG - Coordenação das Habitações, EM
6
Vitaguiar - Apoio ao Desenvolvimento Agro-industrial, EM
7 8
Santana
P
Guimarães
G
Vila Pouca de Aguiar
P
Madalena Progresso, EEM
Madalena
P
Geodesias - Promoção Gestão Turística de Vila Rei - EM
Vila de Rei
P
9
POVOAINVEST - Empresa Municipal de Habitação Social, EM
Povoação
P
10
Moiral Mobílias Tradicionais Alentejanas, EM
Ferreira do Alentejo
P
11
Caça e Turismo de Terras de Vimioso, LDA
Vimioso
P
12
Santa Cruz XXI - Gestão de Equipamentos Municipais e Prestação Serviços, EM
Santa Cruz
M
13
Terra de Paixão, EEM
Alcobaça
M
14
ISERBATALHA - Gestão de Equipamentos Urbanos, Cultural e Inserção, EM
Batalha
P
15
Aveiro Expo - Parque de Exposições, EM
Aveiro
M
16
Nazaré Qualifica, EM
Nazaré
P
Vila Nova da Barquinha
P
Vinhais
P
Ovar
M
17
CDN - Gestão e Promoção do Parque Empresarial, EM SA
18
PRORURIS – EM de Desenvolvimento Rural de Vinhais, EEM
19
Ovar Forma - Ensino e Formação, EM
213
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Entidades Empresariais
CAPÍTULO 5
Municípios
Dimensão
Penacova
P
Sobral de Monte Agraço
P
20
Penaparque 2 - Gestão e Promoção de Equipamentos Municipais, EM
21
Monteges - Gestão de Equipamentos Sociais, EM
22
Merturis - Empresa Municipal de Turismo, EEM
Mértola
P
23
SOCIOHABITAFUNCHAL, Empresa Municipal de Habitação, EM
Funchal
M
24
ABTT - Aguiar da Beira Termas e Turismo, EEM
Aguiar da Beira
P
25
Vimioso 2003 - Atividades Artesanais e Turísticas, EM
26
Gondomar Coração de Ouro, EM
27
EPAVE - Escola Profissional do Alto Ave, Sociedade Unipessoal, LDA
28
Pec-Tsm - Parque Empresarial da Cortiça, EM
29
SRU -Sociedade de Reabilitação Urbana de Olhão, EEM
30
LT - Sociedade De Reabilitação Urbana, EM
31
TURIMONTESINHO – Promoção Turística, EEM
Vimioso
P
Gondomar
G
Póvoa de Lanhoso
M
Santa Maria da Feira
G
Olhão
M
Santarém
M
Vinhais
P
32
Sociedade Termal de Monção, Unipessoal, LDA
Monção
P
33
CULTURVAL - Gestão de Equipamentos Culturais de Vila Real, EM
Vila Real
M
34
ADL - Águas de Longroiva, EM
Meda
P
35
Marina da Vila - Indústrias de Marinas e Recreio, EM
36
WRC - Agência de Desenvolvimento Regional, SA
Vila Franca do Campo
P
Anadia
M
37
MUSAMI - Operações Municipais do Ambiente, EIM
Ribeira Grande
M
38
NOVBAESURIS - Empresa Municipal de Gestão e Reabilitação Urbana, EM, SA
Castro Marim
P
39
Anima Cultura - Soc Unipessoal, LDA
Ponta Delgada
M
40
Expobeja - Sociedade Gestora do Parque de Feiras e Exposições, EM
Beja
M
41
MELSPORT - Melgaço Desporto e Lazer, EM
Melgaço
P
42
AMIPAREDES - Agência Municipal de Investimento de Paredes, EM SA
Paredes
M
43
ESPROSER - Escola Profissional, SA
Sernancelhe
P
44
Sabugal - Gestão de Espaços Culturais, Desportivos, Turísticos e de Lazer, EM
45
Fesnima - Empresa Pública de Animação de Olhão, EM
46
Sabugal
P
Olhão
M
Fortaleza de Cascais, EM
Cascais
G
Guimarães
G
Cinfães
P
Cabeceiras de Basto
P
Ourém
M
47
Vitrus Ambiente, E.M., SA
48
Quinta de Tuberais - Ensino Profissional de Cinfães - Sociedade Unipessoal, LDA
49
EMUNIBASTO, EM
50
OURÉM VIVA - Gestão de Eventos, Serviços e Equipamentos, EEM
51
HABISOLVIS - Habitação Social, EM
Viseu
M
52
HABITÁGUA - Serviços Domiciliários, LDA
Oeiras
G
214
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Entidades Empresariais 53
ASTAQ Técnica, EIM
54
EPF - Ensino Profissional de Felgueiras, LDA
Municípios
Dimensão
Tomar
M
Felgueiras
M
55
Mercados de Olhão, EPM
Olhão
M
56
Serpobra SRU Sociedade de Reabilitação Urbana, EM
Serpa
P
57
STR-URBHIS - Sociedade de Gestão Urbana, EM, SA
Santarém
M
58
PMUGESTE- POMBAL MANUTENÇÃO URBANA EM
Pombal
M
59
Empresa Metropolitana de Estacionamento, EEM
Maia
G
60
FLUVIARIO de Mora, EEM
Mora
P
61
SRU-Fátima - Sociedade de Reabilitação Urbana, EEM
Ourém
M
62
MATOSINHOSHABIT - Habitação de Matosinhos, EEM
Matosinhos
G
63
Ribeira Grande Mais - Habitação Social, Requalificação Urbana e Ambiental, EM
Ribeira Grande
M
64
EPRM - Escola Profissional de Rio Maior, LDA
65
Vila Solidária - Empresa Municipal de Habitação Social, E.M
66
Águas de Santarém, EM,SA
Rio Maior
M
Vila Franca do Campo
P
Santarém
M
67
EMGHA - Emp de Gestão do Parque Habitacional de Cascais, EM
Cascais
G
68
Centro de Negócios de Ourém, EM
Ourém
M
69
DOMUSSOCIAL - Empresa de habitação e manutenção do município do Porto, EEM
Porto
G
70
MMPO - Mercado Municipal de Portalegre, SA
Portalegre
M
71
EMES - Estacionamento, EM
72
ECALMA-Estacionamento e Circulação, EM
73
INFRATROIA - Infraestruturas, EM
Sintra
G
Almada
G
Grândola
P
74
ArCASCAIS - Emp Gestora do Aeródromo de Cascais, EM
Cascais
G
75
ALBIGEC - Empresa de Gestão de Equipamentos Culturais, Desportivos e de Lazer, EM
Castelo Branco
M
76
TUMG - Transportes Urbanos, EM
Marinha Grande
M
77
PRIMUS - Promoção e Desenvolvimento Regional, SA
Porto
G
78
GF - Gestão de Projetos e Fiscalização de Obras, SA
Lisboa
G
79
Figueira Parques - Estacionamento, EM
Figueira da Foz
M
80
EPVL - Escola Profissional da Mealhada, LDA
Mealhada
M
81
Sintra Quorum - Gestão de Equipamentos Culturais e Turísticos, EEM
Sintra
G
82
IMOHÍFEN-Mediação Imobiliária, SA
Lisboa
G
83
NATURTEJO - Empresa de Turismo, EIM
Castelo Branco
M
84
Viseunovo - SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana de Viseu, SA
Viseu
M
85
Loulé Concelho Global, EM, Unipessoal, SA
Loulé
M 215
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Entidades Empresariais 86
EMDB - Empresa Municipal de Desportos, EM
87
AMIGAIA - Investimento, EEM
88
CAPÍTULO 5
Municípios
Dimensão
Barcelos
G
Vila Nova de Gaia
G
PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga, EM
Braga
G
89
Logica - Sociedade Gestora do Tecnológico, EM
Moura
P
90
ESUC - Emp. De Serviços Urbanos de Cascais, EM
Cascais
G
91
INFRAQUINTA - Empresa de Infraestruturas, EM
Loulé
M
92
Centro de Estudos Diogo Dias Melgaz, Unipessoal, LDA
Cuba
P
93
Municípia - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, SA
94
BRAGAHABIT - Habitação de Braga, EM
*
--
Braga
G
95
Resíduos do Nordeste, EIM
**
--
96 97
Parques Tejo - Parqueamentos de Oeiras, EM
Oeiras
G
Gestão de Obras Públicas da Câmara Municipal do Porto, EEM
Porto
G
98
PRODESO - Ensino Profissional, LDA
Coimbra
G
99
Vougapark - Parque Tecnológico e de Inovação, EM
Sever do Vouga
P
100 EMEC - Empresa Municipal de Educação e Cultura, EM
Barcelos
G
101 Ecolezíria -Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM
Almeirim
M
102 APOR - Agência para a Modernização, SA 103 Lisboa Ocidental, SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana, EM 104 Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resíduos, EIM 105 EEA - Empresa de Engenharia e Aeronautica, SA 106 Gaiasocial - Habitação, EEM 107 Escola Intercultural das Profissões e do Desporto, EM 108 GESAMB - Gestão Ambiental e de Residuos, EIM 109 Ambisousa – Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos, EIM 110 EMARP - Aguas e Resíduos de Portimão, EM 111 Futurlagos - Desenvolvimento, EEM
Porto
G
Lisboa Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa Maia
G --
Vila Nova de Gaia
G
Amadora
G
Évora Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel Portimão
M
Lagos
M
G
-M
* Abrantes; Aguiar Da Beira; Alvaiázere; Arganil; Boticas; Bragança; Cabeceiras De Basto; Carregal Do Sal; Cascais; Covilhã; Ferreira Do Zêzere; Figueira Da Foz; Fundão; Góis; Guarda; Lamego; Leiria; Loulé; Mafra; Maia; Mangualde; Mourão; Oeiras; Olhão; Oliveira Do Hospital; Paços De Ferreira; Paredes; Penacova; Penamacor; Ponta Delgada; Ponte Da Barca; Portalegre; Portimão; Santa Marta De Penaguião; Santiago Do Cacém; São João Da Madeira; São Pedro do Sul, Sernancelhe; Sesimbra; Sever Do Vouga; Silves; Sines; Sintra; Tavira; Trofa; Vale De Cambra; Vieira Do Minho; Vila De Rei; Vila Do Conde; Viseu ** Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Coa, Vimioso e Vinhais 216
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Apresenta-se, de seguida, a lista das 35 empresas municipais com maior endividamento líquido. R46 | Entidades Empresariais /Empresas Municipais com maior valor de endividamento líquido Entidades Empresariais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
VALORSUL- Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, SA EPUL - Empresa Publica Urbanização Lisboa, EM TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM Águas de Gaia, EEM INDAQUA FEIRA - Indústria e Gestão de Águas, SA AGERE - Empresa Municipal de Águas, Efluentes e Resíduos, EM VRSA, Sociedade de Gestão Urbana, EM, SA INDAQUA MATOSINHOS - Gestão de Águas de Matosinhos, SA PFR INVEST - Sociedade de Gestão Urbana, EM EMEL- Estacionamento de Lisboa, EM Vimágua - Água e Saneamento de Guimarães e Vizela, EIM TECMAIA - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia SA, EM PORTOVIVO, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa 13 Portuense, SA 14 LEIRISPORT - Desporto Lazer e Turismo, EM 15 Águas do Ribatejo, EIM
16 CIDADE EM AÇÃO - Sociedade de Desenvolvimento, SA FIGUEIRA DOMUS - Empresa Municipal de Gestão de Habitação, 17 EM 18 ADC - Aguas da Covilhã, EM 19 TERMALISTUR - Termas de S Pedro do Sul, EEM 20 CMPEA - Empresa de Águas do Porto, EM 21 EMPET - Parques Empresariais de Tavira, EM 22 GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, EEM 23 Mercado Municipal de Faro, SA 24 TAVIRAVERDE - Empresa Municipal de Ambiente, EM 25 GAIANIMA - Equipamentos Municipais, EEM 26 AC - Águas de Coimbra, EEM 27 SATU - Oeiras - Sistema Automático de Transporte Urbano, EM, SA 28 Azores Parque, SA 29 Ambiolhão - Ambiente de Olhão, EM 30 TIP - Transportes Intermodais do Porto, ACE 31 TUB - Transportes Urbanos de Braga, EM 32 EMIA - EM de Infraestruturas de Azambuja, EM 33 HABEVORA - Gestão Habitacional, EEM 34 Mafratlântico - Vias Rodoviárias, EM 35 Praia em Movimento, EM
Município Loures Lisboa Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Vila Nova de Gaia Santa Maria da Feira Braga Vila Real de Santo António Matosinhos Paços de Ferreira Lisboa Guimarães Maia
Endividamento Líquidoh 2009 2010 163.440.665 155.577.050 160.650.381 137.225.272 67.555.425 110.971.101 52.095.675 71.729.352 53.972.802 59.808.004 51.125.686 48.691.851 48.857.286 46.863.778 26.868.782 37.534.985 27.740.362 29.340.422 20.095.905 21.190.540 21.537.444 19.962.894 17.667.971 18.724.599
Variação 09 -10 % -4,8% -14,6% 64,3% 37,7% 10,8% -4,8% -4,1% 39,7% 5,8% 5,4% -7,3% 6,0%
Porto
14.713.186
18.025.704
22,5%
Leiria Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Golegã e Salvaterra de Magos Ponta Delgada
18.516.538
17.901.904
-3,3%
10.968.683
17.336.704
58,1%
15.494.153
16.524.746
6,7%
Figueira da Foz
17.861.254
16.020.622
-10,3%
Covilhã São Pedro do Sul Porto Tavira Lisboa Faro Tavira Vila Nova de Gaia Coimbra Oeiras Ponta Delgada Olhão Porto Braga Azambuja Évora Mafra Vila da Praia da Vitória
16.104.628 15.926.338 7.146.458 13.120.322 23.138.019 11.958.296 11.000.704 349.796 10.116.625 8.430.819 8.292.016 0 8.609.885 7.832.527 6.526.455 7.123.183 -13.027.656 2.803.766
15.859.448 14.939.885 12.888.753 12.833.750 12.421.104 11.977.228 11.451.843 10.969.901 10.334.687 9.288.835 9.185.919 8.969.296 8.061.709 7.783.820 7.311.731 7.306.625 7.247.568 7.226.357
-1,5% -6,2% 80,4% -2,2% -46,3% 0,2% 4,1% 3036,1% 2,2% 10,2% 10,8% --6,4% -0,6% 12,0% 2,6% -155,6% 157,7%
Unidade: euros h. Contas a pagar - (Contas a Receber + Meios Financeiros Líquidos + Instrumentos Financeiros Detidos para Negociação) 217
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
5.4. Dados económicos e financeiros dos Municípios, Empresas Municipais e Serviços Municipais É apresentado no quadro seguinte a informação económica e financeira dos municípios, serviços municipalizados e empresas municipais, estando agrupados por grupo autárquico. Quadro 5.50 | Dados económicos e financeiros dos municípios, empresas municipais e serviços municipalizados no exercício de 2010 Tipo CM
Designação M Abrantes
SMA
Ambientabrantes
CM
M Águeda
CM
CM
P Aguiar da Beira ABTT - Aguiar da Beira, Termas e Turismo P Alandroal
CM
M Albergaria-a-Velha
EEM
SMAS
Albergaria-a-Velha
CM
M Albufeira
CM
CM
P Alcácer do Sal EMSUAS - Serviços Urbanos de Alcácer do Sal P Alcanena Empresa de Melhoramentos de Alcanena M Alcobaça
EEM
EM CM Soc.
-1.944.210
Resultados Líquidos 253.203
Dívidas de CP 3.921.968
Dividas MLP
Passivo Exigível
14.988.050
18.910.018
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido 13.292.456
67%
Índice Fornecedores / Receitas n-1 10%
-198.587
63.680
468.349
0
468.349
-1.705.858
--
--
-556.561
-1.205.167
4.702.884
7.493.119
12.196.003
10.497.463
46%
15%
-1.637.058
-1.679.583
448.059
4.574.682
5.022.740
389.085
6%
0%
-9.268
-7.821
39.669
0
39.669
-39.046
--
--
-1.346.099
-1.731.153
4.667.641
13.635.414
18.303.055
16.427.950
226%
43%
-3.044.486
-3.665.977
1.022.479
5.971.331
6.993.810
4.258.844
42%
6%
-591.992
503.150
64.857
0
64.857
-54.587
--
--
-17.377.081
-15.394.374
24.945.079
31.240.023
56.185.102
46.671.133
98%
23%
3.774.135
3.991.409
4.691.910
998.689
5.690.599
1.172.988
9%
27%
-34.515
-38.222
501.539
0
501.539
106.255
--
--
1.110.844
888.969
5.887.281
12.471.414
18.358.695
17.955.588
218%
45%
6.634
6.634
349.914
0
349.914
271.559
--
--
4.403.862
2.152.700
17.791.554
12.429.578
30.221.133
19.491.467
79%
49%
-27.092
-27.104
3.450
15.000
18.450
-12.866
--
--
Alcobaça
-2.277.883
-946.341
13.911.974
2.171.219
16.083.193
10.235.126
--
--
CM
P Alcochete
-1.405.018
-707.913
3.929.395
4.800.778
8.730.173
8.028.765
83%
24%
CM
P Alcoutim
907.381
2.337.186
495.088
1.788.879
2.283.967
1.525.990
23%
5%
CM
M Alenquer
CM
P Alfândega da Fé Alfandegatur - Empresa de Desenvolvimento Turístico EDEAF-Empresa Municipal de Desenvolvimento
SMAS
EM
EM
218
Terra de Paixão
Resultados Operacionais
971.896
-326.032
15.116.013
10.142.228
25.258.240
23.832.044
116%
59%
1.707.647
626.554
1.244.145
17.933.586
19.177.731
16.788.782
261%
9%
-284.422
-339.992
517.131
2.228.012
2.745.144
2.385.048
--
--
-231.741
-289.384
226.862
829.290
1.056.152
767.664
--
--
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Designação
CM
P Alijó
CM CM CM
G Almada ECALMA -Estacionamento e Circulação Almada
EM SMAS CM
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Passivo Exigível
344.299
653.396
1.383.373
5.462.953
6.846.326
6.508.198
79%
13%
P Aljustrel
-992.363
78.598
3.486.256
6.642.554
10.128.811
8.885.563
125%
25%
2.894.063
6.014.140
3.727.716
38.684.958
42.412.673
9.041.407
15%
3%
-240.220
-241.387
159.973
44.928
204.901
-339.423
--
--
P Almodôvar
CM
P Alpiarça
CM
P Alter do Chão
CM
P Alvaiázere
CM
P Alvito
CM
25.274.639
20.316.573
450.155
1.805.803
830.757
8.914.133
9.744.890
-20.894.675
-941.951
-672.252
4.096.160
5.565.667
9.661.827
8.078.622
-61.023
-60.893
135.486
90.235
225.722
39.618
-5.306.822
-4.535.078
1.645.760
8.530.162
10.175.922
8.471.168
236%
Índice Fornecedores / Receitas n-1
P Aljezur
CM
15.887.508
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
835.774
CM
9.387.132
Dividas MLP
1.384.812
P Almeida Almeida Municípia -Reabilitação Urbana, Desenvolvimento Económico e Gestão de Equipamentos M Almeirim
EEM
Resultados Operacionais
44%
--
--
94%
27%
--
--
72%
8%
1.099.082
811.703
753.794
6.471.058
7.224.852
6.166.078
64%
5%
267.900
359.048
5.278.164
7.024.498
12.302.662
10.991.120
195%
51%
-757.343
-1.073.004
975.925
2.138.492
3.114.418
2.228.292
46%
13%
-3.523.698
-3.255.719
2.665.279
3.682.245
6.347.524
6.243.510
109%
32%
217.980
68.249
1.466.969
1.425.278
2.892.247
822.316
18%
25%
5.530.975
8.494.743
12.536.523
42.742.722
55.279.245
-8.889.349
-13%
9%
109.481
88.268
499.218
4.303
503.522
-4.756.736
--
--
CM
G Amadora Escola Intercultural das Profissões e do Desporto M Amarante
4.869.074
4.334.513
1.756.988
10.733.780
12.490.768
10.003.901
44%
5%
CM
M Amares
2.036.560
973.123
3.537.452
9.415.251
12.952.703
7.631.859
102%
21%
CM
M Anadia
-586.252
-469.381
1.059.493
6.978.598
8.038.091
-3.697.094
-30%
2%
26.223
170.444
102.909
0
102.909
-512.183
--
--
54.613
2.363
56.976
-65.268
--
--
EM
SMAS
-91.224
-39.517
SM
Anadia WRC - Agência de Desenvolvimento Regional Angra do Heroísmo
SA
-380.058
575.047
1.968.609
47.677
2.016.286
-222.247
CM
M Angra do Heroísmo
1.332.548
214.786
3.503.068
23.438.856
26.941.924
25.327.252
EEM
CM
P Ansião
CM
M Arcos de Valdevez
CM
P Arganil
Culturangra
--
--
185%
9%
422.984
407.731
927.192
0
927.192
237.329
--
--
-327.218
-439.217
6.993.723
10.532.745
17.526.468
16.957.334
219%
63%
2.059.220
2.566.432
6.789.047
11.886.466
18.675.513
17.587.635
110%
17%
137.965
791.824
2.163.928
7.394.365
9.558.293
7.032.982
84%
12% 219
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
CM
P Armamar
CM
M Arouca
CM
P Arraiolos
CM
P Arronches
CM
P Arruda dos Vinhos
EM
Gesruda - Gestão de Equipamentos Municipais e Prestação de Serviços
CM
M Aveiro Aveiro Expo EM - Parque de Exposições EMA - Estádio EM Municipal de Aveiro EM Moveaveiro TEMA- Teatro EM Municipal de Aveiro SMAS Aveiro
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
932.878
261.554
3.157.755
3.849.356
3.307.647
-312.276
-476.215
1.360.994 -849.722
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido 154%
Índice Fornecedores / Receitas n-1
8.058.946
11.216.701
10.315.594
48%
1.427.245
3.989.355
5.416.600
4.516.647
38%
9%
1.707.109
8.286.399
9.993.509
8.904.140
115%
15%
1.602.308
88.030
2.082.400
2.170.429
-898.208
-19%
1%
-628.256
5.177.236
4.289.319
9.466.556
7.959.846
100%
35%
1.829
1.112
75.911
0
75.911
15.310
--
--
-4.917.835
-14.383.586
50.301.388
111.607.486
161.908.874
145.922.405
507%
116%
106.281
73.577
822.167
0
822.167
-18.397
--
--
-285.910
-294.711
5.708.224
390.240
6.098.464
4.852.192
--
--
-940.275
-983.578
3.367.693
133.359
3.501.052
3.248.178
--
--
-147.186
-147.219
403.125
8.594
411.719
16.582
--
--
-2.654.055
2.195.731
4.535.484
2.284.473
6.819.957
4.645.232
--
--
Soc.
-69.672
-72.839
241.176
195.300
436.475
77.366
--
--
CM
P Avis
-2.017.803
-1.657.847
2.345.286
3.575.649
5.920.935
5.373.793
82%
17%
CM
M Azambuja EMIA - Infraestrutu ras de Azambuja M Baião
-2.076.506
-3.141.137
6.679.911
10.407.793
17.087.704
15.015.060
100%
17%
134.877
392
1.307.617
8.672.190
9.979.807
7.311.731
--
--
854.582
-15.421
2.258.405
5.347.417
7.605.822
6.387.406
57%
10%
G Barcelos EMDB - Empresa Municipal de Desportos EMEC - Empresa Municipal de Educação e Cultura P Barrancos
1.384.632
-3.797.123
15.351.479
27.715.509
43.066.988
30.785.685
67%
26%
-237.766
-175.477
239.125
0
239.125
-499.379
--
--
78.453
72.279
2.020.307
0
2.020.307
-1.754.401
--
--
-9.041
-301.734
1.010.205
2.590.498
3.600.703
3.409.916
96%
9%
1.702.486
4.626.012
14.116.915
22.633.429
36.750.343
33.475.631
115%
34%
-1.513.042
-932.071
4.170.088
4.916
4.175.005
3.575.555
--
--
-1.694.786
-1.338.030
2.754.901
1.864.998
4.619.898
3.759.472
53%
25%
16.409
10.088
250.719
21.800
272.519
-16.044
--
--
EM CM CM EM EM CM CM
Teatro Aveirense, Lda.
Resultados Operacionais
CAPÍTULO 5
M Barreiro Transp. Colectivos SMTC do Barreiro CM P Batalha IserBatalha - Gestão de Equip. EM Urb., Cultural e Inserção 220
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo CM EM EM
EM CM
Designação M Beja EMAS - Água e Saneamento Expobeja - Sociedade Gestora do Parque de Feiras e Exposições Inovobeja - Empresa Municipal de Desenvolvimento P Belmonte EMPDS-Promoção e Desenvolvimento Social
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
514.031
-1.967.160
10.194.045
16.483.776
26.677.821
25.744.970
122.336
88.757
2.473.341
753.053
3.226.394
-27.217
-27.217
52.825
80
15.844
11.025
77.229
-1.317.495
-1.100.248
-7.707
-7.462
Índice Fornecedores / Receitas n-1
146%
37%
258.364
--
--
52.905
-78.086
--
--
173.971
251.200
126.296
--
--
1.464.946
2.518.444
3.983.390
3.540.509
74%
31%
50.640
0
50.640
26.099
--
--
EM
CM
M Benavente
-1.458.885
-1.307.584
2.412.510
3.715.697
6.128.207
4.799.881
35%
10%
CM
P Bombarral
-446.133
-808.190
5.453.819
4.010.478
9.464.296
8.957.627
150%
55%
CM
P Borba
-562.198
-273.069
6.727.260
7.177.486
13.904.746
12.792.079
230%
52%
CM
P Boticas
-595.387
-733.360
840.441
4.251.022
5.091.463
4.004.474
61%
8%
CM
G Braga AGERE - Águas, Efluentes e Resíduos BRAGAHABIT - Habitação PEB - Empresa Parque de Exposições de Braga TUB - Transportes Urbanos BRAVAL - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Teatro Circo de Braga M Bragança MMB - Mercado Municipal de Bragança P Cabeceiras de Basto
27.755.373
14.150.015
4.452.566
84.234.117
88.686.683
79.784.425
104%
4%
3.968.388
2.994.549
12.108.225
47.532.772
59.640.996
48.691.851
--
--
-261.212
-256.974
645.365
0
645.365
-1.078.256
--
--
8.951
34.136
939.441
527.011
1.466.452
-518.617
--
--
180.964
28.633
8.241.641
2.506.581
10.748.221
7.783.820
--
--
695.322
579.973
2.406.011
4.453.387
6.859.398
4.228.084
--
--
41.968
19.365
865.939
353.245
1.219.183
840.362
--
--
2.190.417
1.509.249
5.455.375
9.702.133
15.157.508
11.215.732
53%
11%
-23.990
-48.104
300.455
939.157
1.239.612
1.086.554
--
--
1.201.862
54.650
1.824.735
9.224.290
11.049.026
7.089.195
66%
8%
EM EM EM EM SA SA CM EM CM EM
9.079
6.142
406.662
0
406.662
-102.103
--
--
CM
P Cadaval
-264.920
329.291
2.982.122
2.889.181
5.871.303
4.940.313
70%
28%
CM
M Caldas da Rainha
536.264
1.144.467
6.247.360
6.047.092
12.294.452
10.541.789
54%
19%
Caldas da Rainha
112.929
509.763
1.541.336
0
1.541.336
-3.076.394
--
--
SMAS
Emunibasto
221
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
CM
P Calheta (R. A. A.)
1.365.006
1.089.925
940.826
9.145.616
10.086.442
9.215.141
240%
8%
CM
-712.007
383.518
4.878.701
7.808.827
12.687.529
11.774.409
149%
57%
10.688
1.145
417.737
309.986
727.723
537.920
--
--
CM
P Calheta (R. A. M.) Empreendimentos Sol-Calheta M Câmara de Lobos
2.757.448
2.864.402
12.253.037
9.137.026
21.390.063
13.648.750
123%
66%
CM
P Caminha
-1.351.480
-791.470
9.198.520
7.359.455
16.557.975
11.379.521
108%
40%
CM
P Campo Maior
-1.195.624
-756.689
2.036.122
776.946
2.813.068
1.936.320
29%
21%
EM
-118.076
-118.102
70.070
1.581
71.651
29.879
--
--
CM
4.216.216
3.415.347
6.845.454
30.549.910
37.395.364
35.575.400
230%
39%
301.692
465.376
2.937.592
3.828.798
6.766.389
5.522.979
--
--
-3.247.043
-3.178.003
2.047.642
6.644.123
8.691.765
5.934.239
77%
18%
CM
M Cantanhede INOVA - Emp. de Desenv Econom e Social de Cantanhede Carrazeda P de Ansiães P Carregal do Sal
-2.705.285
-2.679.587
643.236
5.418.269
6.061.505
4.802.786
87%
7%
CM
M Cartaxo
-4.147.839
57.796
19.611.186
22.134.536
41.745.721
4.678.050
49%
119%
EM
EM CM
CampoMaior XXI
EM
CM
G Cascais Arcascais - Emp. Gestora do Aeródromo de Cascais EMAC - Emp. de Ambiente EMGHA - Emp. de Gestão do Parque Habitacional de Cascais ESUC - Emp. De Serviços Urbanos de Cascais Fortaleza de Cascais ETE- Emp. De Turismo do Estoril Tratospital - Tratamento de Resíduos Hospitalares, Unipessoal, Lda. P Castanheira de Pêra RIBEIRAPERA-Sociedade para o Desenvolvimento de Castanheira de Pera
EM EM EM
EM EM EM SA Soc. CM SA
222
Rumo 2020
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice Fornecedores / Receitas n-1
Designação
Tipo
Resultados Líquidos
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Resultados Operacionais
188.670
20.407
3.259.131
2.600.000
5.859.131
654.725
14.415.743
12.855.883
63.076.217
29.723.548
92.799.765
89.771.684
--
--
75%
36%
28.434
13.669
894.992
0
894.992
-363.938
--
--
430.455
178.407
11.098.314
1.998.378
13.096.692
4.317.923
--
--
662
-9.517
523.426
0
523.426
-269.777
--
--
459.234
5.829
7.900.961
142.192
8.043.153
-800.501
--
--
-338.863
-340.146
96.298
60.307
156.605
-100.199
--
--
-74.924
-100.344
3.132.820
742.720
3.875.540
1.038.661
--
--
0
0
0
0
0
0
--
--
-1.292.219
-1.077.917
8.164.088
3.557.867
11.721.955
11.391.047
305%
159%
5.165
3.832
16.518
28.647
45.164
16.275
--
--
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Designação
Prazilandia -Turismo e Ambiente CM M Castelo Branco ALBIGEC - Empresa de Gestão de Equipamentos EM Culturais, Desportivos e de Lazer SMAS Castelo Branco EM
CM
P Castelo de Paiva
CM
P Castelo de Vide
CM
P Castro Daire
CM
P Castro Marim NOVBAESURIS Empresa Municipal de Gestão e Reabilitação Urbana P Castro Verde
EM SA CM CM
EM
CM
P Celorico da Beira EMCEL - Empresa Municipal Celoricense - Gestão de Espaços Culturais e Sociais P Celorico de Basto Qualidade de Basto - Empresa para o Desenvolvimento do Tecido Económico Local
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
40.663
31.722
209.514
474.622
684.136
336.115
14.885.328
13.190.049
1.690.934
13.834.283
15.525.217
-15.062.522
14.323
10.532
82.882
0
82.882
-374.161
Índice Fornecedores / Receitas n-1
--
--
-46%
1%
--
--
4.484
1.276.241
1.218.019
0
1.218.019
-71.056.545
--
--
934.065
717.942
5.679.029
10.161.650
15.840.679
14.005.730
178%
30%
679.185
825.636
193.300
1.157.256
1.350.556
673.432
14%
3%
1.304.983
993.239
3.275.463
4.977.250
8.252.713
6.992.411
69%
21%
-921.038
-1.087.297
5.072.430
5.833.576
10.906.006
5.203.449
61%
36%
9.097
7.625
266.950
21.544
288.494
-74.806
--
--
832.330
726.674
1.249.959
3.792.627
5.042.586
3.625.272
41%
7%
-1.032.326
-1.886.108
9.303.372
13.364.484
22.667.856
22.042.256
299%
103%
44.969
2.684
1.686.280
135.746
1.822.026
1.589.563
--
--
282.846
3.054.392
8.233.811
12.881.388
21.115.199
15.390.559
144%
50%
22.812
2.389
3.433.896
15.676
3.449.572
3.121.465
--
--
EM
CM
P Chamusca
2.599.625
1.882.158
8.923.634
4.436.361
13.359.995
11.910.781
133%
57%
CM
1.020.476
-17.009
27.337.480
17.925.810
45.263.290
24.858.229
119%
87%
5.900
2.541
603.447
0
603.447
451.311
--
--
CM
M Chaves Gestão de Equipamentos do Município de Chaves P Cinfães
2.641.631
9.830
494.807
467.336
962.143
-1.233.614
-10%
2%
EM
12.160
9.787
110.171
75.000
185.171
-102.073
--
--
CM
G Coimbra
-341.726
2.633.667
18.390.827
55.624.644
74.015.472
50.645.297
75%
16%
EEM
Quinta de Tuberais - Ensino Profissional de Cinfães
223
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
EEM
EM
EM SA
SA
AC Aguas de Coimbra TC Turismo de Coimbra Coimbra Inovação Parque - Parque de Inovação em Ciência em Tecnologia, Saúde PRODESO - Ensino Profissional Transportes Urbanos de Coimbra
SMTC CM
P Condeixa-a-Nova
CM
P Constância
CM
P Coruche
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
9.777.239
14.773.799
24.551.037
10.334.687
--
--
-120.918
-124.922
608.614
0
608.614
66.400
--
--
485.526
320.646
1.636.111
5.687.500
7.323.611
1.073.375
--
--
8.141
6.880
413.040
0
413.040
-1.273.622
--
--
-1.552.732
-520.848
2.515.848
227.107
2.742.955
2.268.806
--
--
-1.696.453
-973.506
3.486.840
4.156.460
7.643.300
6.638.620
91%
24%
-107.401
47.571
284.555
4.187.220
4.471.775
3.442.276
79%
3%
1.213.001
2.676.830
1.843.407
5.213.057
7.056.464
4.657.617
34%
7%
P Corvo M Covilhã
EEM
ICOVI - Infraestruturas e Concessões
EM
ADC - Aguas da Covilhã
EM
Nova Covilhã, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana
SA
Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã
CM
P Crato
-198.006
CM
-142.599 -131
CM
P Cuba Centro de Estudos Diogo Dias Melgaz M Elvas
-2.271.680
CM
M Entroncamento
-1.078.199
-454.742
CM
M Espinho
-9.353.826
-9.815.884
CM
M Esposende EAMB - Esposende Ambiente
775.315
729.437
83.076
45.468
224
Dividas MLP
-1.469.834
CM
EEM
Dívidas de CP
-1.492.331
CM
Soc.
CAPÍTULO 5
455.655
588.904
113.160
1.419.845
1.533.006
1.311.690
82%
6%
-4.699.562
-5.602.764
12.428.099
76.443.933
88.872.032
74.491.961
316%
86%
113.980
68.461
871.058
674.196
1.545.254
4.203
--
--
-182.313
-538.116
10.357.118
12.620.452
22.977.570
15.859.448
--
--
-9.348
-16.515
1.292.297
0
1.292.297
1.263.094
--
--
-82.191
-120.014
230.177
1.700.000
1.930.177
1.642.531
--
--
36.554
1.613.803
5.323.616
6.937.419
5.557.887
93%
17%
-114.691
1.232.636
2.927.846
4.160.483
3.810.574
84%
18%
-8.621
375.164
0
375.164
-978.714
--
--
-1.478.127
886.113
1.970.304
2.856.417
-11.114.655
-81%
1%
5.932.953
9.803.651
15.736.603
9.295.509
109%
39%
15.264.957
26.712.649
41.977.606
39.055.803
239%
56%
4.543.472
10.405.260
14.948.731
13.352.284
94%
18%
2.009.773
5.062.146
7.071.919
4.840.597
--
--
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Designação ESPOSENDE 2000 Actividades Desportivas e Recreativas
Resultados Operacionais
EEM
CM
M Estarreja
-1.158.253
CM
P Estremoz
-3.192.871
CM
M Évora
-14.181.718
EEM
EM
EM SA CM CM EM EM SA SA CM EM EM Soc. CM
HABEVORA Gestão habitacional Évora Viva, SRU Sociedade de Reabilitação Urbana SITEE - Sistema Integrado de Trans portes e Estacionamento de Évora MME - Mercado Municipal de Évora M Fafe M Faro FAGAR - Faro Ges tão de Aguas e Resíduos TMF - Teatro Municipal de Faro Ambifaro -Agência para o Desenvolvimento Económico de Faro Mercado Municipal de Faro M Felgueiras ACLEM - Arte, Cultura e Lazer EMAFEL - Ambiente de Felgueiras EPF - Ensino Profissional de Felgueiras P Ferreira do Alentejo MOBITRAL - Mobílias Tradicionais Alentejanas
EM
CM
P Ferreira do Zêzere
8.352
Resultados Líquidos
6.010
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
232.489
75.000
307.489
183.566
-938.507
6.029.692
12.616.922
18.646.614
-2.270.608
6.499.598
6.170.327
12.669.925
-15.651.235
42.506.114
25.823.083
135.437
3.546
293.709
-54.723
-54.723
14.535
Índice Fornecedores / Receitas n-1
--
--
14.970.012
124%
25%
8.876.986
93%
53%
68.329.197
62.490.906
220%
68%
11.483.762
11.777.471
7.306.625
--
--
16.709
0
16.709
5.781
--
--
-41.087
1.803.195
0
1.803.195
1.106.116
--
--
-131.190
-131.277
80.781
0
80.781
10.512
--
--
3.463.600
2.184.863
2.759.456
7.465.192
10.224.648
7.419.137
31%
3%
-176.067
-2.686.305
34.957.871
36.768.083
71.725.954
65.034.175
223%
74%
-606.961
-718.005
9.846.360
0
9.846.360
3.716.639
--
--
-288.865
-291.491
534.146
30.455
564.601
265.113
--
--
49.378
41.389
786.002
750.000
1.536.002
1.406.277
--
--
83.238
-220.849
12.213.359
0
12.213.359
11.977.228
--
--
-4.582.996
-5.410.866
8.864.712
14.688.552
23.553.264
18.212.536
79%
20%
-50.767
-167.903
1.049.481
3.298.466
4.347.947
3.476.222
--
--
-235.081
-237.425
171.423
0
171.423
15.645
--
--
13.526
2.211
950.101
3.800
953.901
-136.119
--
--
86.268
195.179
1.988.687
6.662.253
8.650.940
7.280.145
78%
9%
10.042
9.816
17.515
0
17.515
-10.871
--
--
-3.940.866
-3.961.794
3.141.552
7.537.629
10.679.181
10.300.086
158%
32% 225
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo CM EEM EM EM EM CM EM CM CM CM CM CM EM EM CM
Designação M Figueira da Foz Figueira Grande Turismo Figueira Domus Gestão de Habitação Figueira PARA NOVA Figueira Parques Estacionamento Figueira de Castelo P Rodrigo Figueira Cultura e Tempos Livres P Figueiró dos Vinhos
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
-5.611.544
-7.239.996
36.171.230
25.885.190
62.056.421
56.302.847
-523.512
-521.994
3.658.826
1.303.186
4.962.013
620.253
4.446
7.111.384
9.699.959
25.200
-71.903
1.700.623
50.904
35.614
877.191
Índice Fornecedores / Receitas n-1
206%
74%
1.259.977
--
--
16.811.343
16.020.622
--
--
3.077.131
4.777.754
4.727.535
--
--
186.731
0
186.731
-451.911
--
--
107.772
1.935.701
7.446.280
9.381.980
3.953.574
52%
20%
-22.151
-14.759
207.464
645
208.109
99.325
--
--
-4.210.767
-4.319.757
5.310.257
3.713.355
9.023.612
7.778.988
140%
60%
P Fornos de Algodres Freixo de Espada P à Cinta P Fronteira
-736.421
-958.420
1.215.125
33.933.473
35.148.598
33.626.794
663%
18%
35.590
31.263
4.048.239
10.952.045
15.000.285
11.979.005
176%
31%
147.980
259.205
336.991
3.456.760
3.793.751
3.256.921
82%
5%
M Funchal Frente MarFunchal, Gestão e Exploração de Espaços Públicos Sociohabitafunchal Habitação
877.011
350.383
43.306.418
61.776.097
105.082.515
83.638.705
203%
66%
-915.631
-934.809
1.576.183
700.000
2.276.183
1.338.497
--
--
-3.820
-3.822
255.832
0
255.832
-37.998
--
--
1.816.968
-23.340
13.663.242
69.760.171
83.423.413
63.377.945
407%
36%
266.169
-31.904
517.809
5.162.780
5.680.589
5.315.848
--
--
26.413
5.978
483.445
1.118.791
1.602.236
1.263.796
--
--
2.632
265
81.503
72.905
154.409
75.015
--
--
121.657
-27.275
867.516
2.892.142
3.759.658
3.663.571
--
--
M Fundão
EEM
EM
Viverfundão - Promoção e Gestão das Condições Estruturais e Infraestruturais
CM
Fundão Turismo Fundão Verde - Espaços e Jardins Mercado Abastecedor da Cova da Beira P Gavião
241.648
303.494
399.182
2.313.888
2.713.071
1.497.165
28%
5%
CM
P Góis
817.885
1.096.599
963.564
3.247.920
4.211.484
2.703.310
47%
13%
1.885.143
2.017.357
3.902.500
3.661.067
77%
26%
15.709.212 114.444.586
130.153.798
120.446.700
199%
14%
29.961
-43.037
--
--
EM SA
CM
P Golegã
CM
G Gondomar
EM 226
Gondomar Coração de Ouro
8.397
120.303
4.912.506
293.213
20.872
19.220
29.961
0
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo CM EM CM EM EM CM
Designação P Gouveia DLCG - Desporto, Lazer e Cultura P Grândola Infratroia - Infraestruturas SAP - Serviço de Apoio a Praias M Guarda
EM
EM
SMAS Soc. CM EM EM SA
Culturguarda Gestão da Sala de Espetáculos e Actividades Culturais Guarda Cidade Desporto
Guarda Hotel Turismo da Guarda G Guimarães CASFIG - Coordena ção das Habitações Vitrus Ambiente AVEPARK - Parque de Ciência e Tecnologia
SA
CM
CM
P Horta Hortaludus - Gestão e Exploração de Equipamentos Urbhorta - Const. Gest. Expl. Proj. Desenv. Emp. P Idanha-a-Nova
CM
M Ílhavo
CM
M Lagoa (Algarve)
CM
P Lagoa (R.A.A) EML - Urbanização, Requalificação Urbana e Ambiental e Habitação Social M Lagos
EM EM
EM CM EEM
Futurlagos - Desenvolvimento
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
-109.835
398.272
4.333.385
11.633.895
15.967.280
15.434.375
265
263
372.606
0
372.606
28.969
6.421.071
6.924.370
2.085.852
9.732.302
11.818.154
140.439
104.072
283.323
0
-23.845
-23.845
21.525
-2.667.871
107.586
-9
Índice Fornecedores / Receitas n-1
172%
15%
--
--
9.578.330
52%
10%
283.323
-357.596
--
--
408.035
429.560
377.431
--
--
31.555.794
30.052.447
61.608.241
39.207.793
190%
60%
-829
791.847
2.624.895
3.416.742
2.714.165
--
--
1.128
0
225.836
650.000
875.836
535.962
--
--
-469.634
-198.154
4.085.715
6.047.395
10.133.110
8.780.224
--
--
-645.082
-649.924
777.128
0
777.128
582.908
--
--
11.427.767
8.762.646
24.424.187
57.976.213
82.400.400
77.084.475
119%
22%
19.885
3.001
105.168
18.382
123.550
-3.803
--
--
-9.171
-9.182
114.672
0
114.672
-101.402
--
--
-657.116
-748.661
1.449.816
4.676.644
6.126.460
5.961.344
--
--
-1.588.330
-2.104.740
2.944.840
6.471.581
9.416.421
6.322.398
87%
16%
-1.591
-6.974
456.595
0
456.595
334.654
--
--
51.444
18.828
64.299
2.243.000
2.307.299
1.909.673
--
--
283.106
477.994
2.368.463
4.474.604
6.843.068
6.099.682
46%
12%
3.870.987
3.114.429
17.500.666
16.629.205
34.129.871
24.071.634
164%
46%
-4.630.433
-5.006.193
12.488.918
4.925.596
17.414.513
15.184.754
81%
42%
1.334.760
134.010
3.747.385
9.219.093
12.966.478
12.461.348
188%
20%
1.899
86
306.869
2.189.366
2.496.235
1.705.460
--
--
-13.815.155
-15.474.440
34.132.590
15.532.993
49.665.583
42.049.820
156%
72%
-98.681
65.573
6.353.407
0
6.353.407
-11.756.913
--
-227
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
EEM CM
Designação Lagos-em-Forma Gestão Desportiva P Lajes das Flores
Ocidentalmais Equipamentos Económicos, Culturais, Desportivos e de Lazer
Resultados Operacionais
CAPÍTULO 5
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Passivo Exigível
Índice Fornecedores / Receitas n-1
1.516
305
283.135
0
283.135
70.334
--
--
-240.465
-301.372
428.036
1.681.892
2.109.927
756.837
27%
6%
0
0
0
0
0
0
--
--
107.382
-1.378.500
206.475
9.024.886
9.231.361
7.037.273
161%
3%
EM
CM
P Lajes do Pico
EM
Culturpico
-8.804
-9.041
168.865
70.000
238.865
131.673
--
--
SA
SPRLP - Sociedade Promoção e Requalificação
-3.595
-3.595
9.735
0
9.735
-1.950
--
--
CM
1.183.092
-885.467
22.153.873
14.282.786
36.436.659
32.261.488
236%
81%
43.974
20.657
299.647
414.474
714.121
406.118
--
--
CM
M Lamego Lamego Convida Gestão de Equipamentos Municipais G Leiria
9.090.436
6.005.742
16.445.704
65.077.841
81.523.544
73.955.935
153%
23%
EM
-178.227
-1.397.601
1.818.814
20.428.979
22.247.794
17.901.904
--
--
-3.101.760
135.565
6.186.526
1.865.445
8.051.972
-1.213.614
--
--
74.520.795
161.423.880
435.651.545
661.411.710
1.097.063.256
776.589.168
170%
85%
944.297
536.856
20.778.319
5.273.063
26.051.382
21.190.540
--
--
-1.292.122
-2.444.615
34.310.526
395.451
34.705.977
12.421.104
--
--
147.858
285.100
4.684.043
0
4.684.043
1.177.762
--
--
9.667.165
5.170.941
155.526.628
50.008.139
205.534.767
137.225.272
--
--
742
24.522
416.442
2.500.000
2.916.442
-2.114.535
--
--
-139.707
-144.490
142.547
0
142.547
-447.365
--
--
-5.035
-5.333
194.261
0
194.261
-470.886
--
--
-6.294.832
-4.811.168
42.697.602
52.872.337
95.569.939
85.397.482
126%
34%
24.162
29.244
1.360.008
112.696
1.472.704
117.128
--
--
EEM
SMAS CM EEM EEM EM EM EM
SA SA CM EM 228
Leirisport - Desporto, Lazer e Turismo Leiria
G Lisboa EMEL - Estacionamento de Lisboa GEBALIS - Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa EGEAC - Gestão de Equipamentos e Animação Cultural EPUL - Urbanização de Lisboa Lisboa Ocidental, SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana GF - Gestão de Pro jectos e Fiscalização de Obras Imohífen-Mediação Imobiliária M Loulé
Infralobo - Empresa de Infra-Estruturas
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Designação
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
SM
Inframoura - Empresa de Infra-Estruturas Infraquinta - Empresa de Infra-Estruturas Loulé Concelho Global G Loures Gesloures - Gestão de Equipamentos Sociais Loures Parque - Estacionamento VALORSUL - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Loures
CM
M Lourinhã
-5.758.615
CM
M Lousã
-1.132.099
-714.355
4.210.551
5.543.289
9.753.840
8.035.976
91%
32%
CM
M Lousada
1.779.976
3.106.904
8.555.730
14.468.749
23.024.479
9.851.858
51%
33%
-125.347
-124.657
353.004
0
353.004
211.408
--
--
960.105
1.115.630
1.588.604
1.729.412
3.318.016
3.012.341
39%
16%
EM
EM SA CM EM EM SA
Lousada Seculo XXI - Actividades Desportivas e Recreativas
EM
CM
CM
P Mação Macedo P de Cavaleiros M Machico
CM
P Madalena
CM
61.254
47.743
1.662.447
376.367
2.038.813
1.361.484
--
--
126.780
71.136
1.289.588
110.245
1.399.833
-834.417
--
--
-151.501
-145.229
251.328
1.327.841
1.579.169
-485.369
--
--
14.557.586
12.315.353
30.596.255
54.735.936
85.332.191
69.846.608
72%
27%
36.193
16.305
502.883
0
502.883
286.543
--
--
-155.769
-117.255
181.148
0
181.148
30.575
--
--
11.045.697
6.027.785
37.360.054
150.116.791
187.476.845
155.577.050
--
--
-478.358
-3.662.924
12.702.505
2.484.921
15.187.427
1.869.807
--
--
-5.534.557
10.634.246
20.322.772
30.957.018
22.561.994
192%
36%
1.959.914
1.750.646
6.200.876
14.079.798
20.280.674
16.811.143
128%
25%
2.754.335
2.203.224
11.209.621
12.750.835
23.960.456
15.483.110
180%
86%
600.106
174.588
1.396.452
4.900.530
6.296.983
5.905.849
123%
14%
EEM
Madalena Progresso
2.196
2.019
77.535
0
77.535
-6.275
--
--
CM
M Mafra Giatul - Gestão de Infra-Estruturas em Actividades Turísticas Mafratlântico - Vias Rodoviárias Pavimafra - Infra -Estruturas e Rodovias Matadouro Regional de Mafra
-11.966.711
-4.739.356
19.987.000
11.343.074
31.330.074
21.572.089
63%
35%
183.461
37.019
177.458
6.451.882
6.629.339
6.215.236
--
--
1.653.211
840.663
9.178.023
0
9.178.023
7.247.568
--
--
396.689
195.741
2.057.942
58.126
2.116.068
621.624
--
--
108.679
63.546
738.555
388.007
1.126.562
735.155
--
--
4.227.345
4.047.526
29.072.774
52.566.010
81.638.784
70.297.109
124%
25%
EM EM EM SA CM
G Maia
229
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação Empresa Metropolitana de Estacionamento Espaço Municipal Renovação Urbana e Gestão do Património
EEM
EEM
EEM
Maiambiente
EM
Academia de Artes da Maia - Produções Culturais
EM
SA
SMEAS CM CM CM CM EM CM CM EEM
EM
SA CM Soc. CM 230
TECMAIA - Parque de Ciência e Tecnologia EEA - Empresa de Engenharia e Aeronáutica Maia
M Mangualde P Manteigas Marco de CanaM veses M Marinha Grande TUMG - Transportes Urbanos P Marvão G Matosinhos Matosinhoshabit Habitação de Matosinhos MS Matosinhos Sport - Gestão de Equipamentos Desportivos e de Lazer Indaqua Matosinhos - Gestão de Águas M Mealhada EPVL - Escola Profissional da Mealhada P Meda
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
3.356
6.815
131.100
0
131.100
-163.645
--
--
108.219
139.008
2.691.806
0
2.691.806
2.046.538
--
--
176.009
101.775
1.951.991
38.537
1.990.529
809.627
--
--
-150.544
-117.691
607.096
0
607.096
290.382
--
--
-345.211
-1.183.038
7.044.751
12.812.865
19.857.616
18.724.599
--
--
-16.388
-16.388
87.399
0
87.399
-2.242.881
--
--
711.390
1.831.467
2.561.646
20.129.533
22.691.179
16.472.350
--
--
2.481.842
3.694.018
6.978.050
10.353.972
17.332.022
16.085.700
140%
37%
-598.993
-370.381
2.120.544
4.410.538
6.531.082
4.997.688
116%
36%
639.665
2.734.767
3.668.911
38.846.600
42.515.511
40.719.747
212%
14%
-247.393
478.533
3.399.512
5.731.068
9.130.579
6.618.647
51%
14%
36.666
29.440
247.779
96.580
344.359
-426.013
--
--
-1.633.778
-1.035.678
227.903
1.570.827
1.798.731
292.209
11%
3%
-13.820.699
-8.660.627
42.760.840
37.394.168
80.155.008
62.447.252
84%
32%
-484.701
-511.669
2.862.998
0
2.862.998
-187.056
--
--
-25.824
-36.725
1.638.626
305.190
1.943.816
639.278
--
--
2.684.394
660.332
11.366.423
31.719.416
43.085.839
37.534.985
--
--
-119.020
948.882
416.055
3.078.529
3.494.583
351.370
3%
2%
7.617
3.328
324.708
30.645
355.353
-468.830
--
--
-889.545
-821.160
3.936.042
3.510.600
7.446.642
6.798.021
114%
30%
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
EEM
EM
CM EM CM
Designação Nova Meda - Empresa Gestora de Equipamentos Municipais ADL Águas de Longroiva - Exploração e Gestão de Águas Termais P Melgaço Melsport - Melgaço Desporto e Lazer P Mértola Merturis - Turismo
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
-101.574
96.537
0
96.537
60.778
--
--
7.927
9.584
36.706
0
36.706
-62.177
--
--
124.393
1.079.184
7.167.931
11.253.598
18.421.529
15.826.953
214%
38%
5.326
3.990
178.386
0
178.386
-85.993
--
--
2.149.110
2.486.284
661.337
8.196.978
8.858.315
8.083.541
69%
3%
CM
P Mesão Frio
CM
P Mira
717.220
932.502
CM
P Miranda do Corvo
244.309
556.355
CM
P Miranda do Douro
1.295.687
1.048.773
EM
Miranda Cultural e Rural
-27.076
CM
SMA
M Mirandela AIN - Agro-Indús trial do Nordeste Metropolitano Li geiro de Mirandela Mirandela
CM
P Mogadouro
CM
P Moimenta da Beira
CM
M Moita
2.391.479
1.973.914
4.524.212
25.397.113
CM
P Monção Matadouro Regio nal de Monção Sociedade Termal de Monção
1.484.231
1.707.347
6.036.423
11.219.444
-36.002
-40.440
258.055
21.787
279.841
3.090
2.973
9.956
0
-950.011
-1.127.912
2.862.030
1.646.719
524.400
-258.775
-184.814
SA
EM Soc.
Índice Fornecedores / Receitas n-1
-101.531
EEM
SA
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
38.908
30.744
23.163
0
23.163
-37.523
106.339
224.250
552.876
9.139.114
9.691.990
8.791.818
--
--
222%
10%
4.215.754
3.232.268
7.448.022
3.906.827
3.296.940
7.203.767
6.496.012
78%
35%
6.357.627
108%
32%
6.836.917
6.118.189
12.955.106
9.909.757
130%
47%
-27.367
96.830
0
96.830
5.313
--
--
2.334.832
864.810
10.085.629
11.009.245
21.094.874
19.729.089
127%
38%
-275.570
-303.471
151.782
609.068
760.850
186.313
--
--
-100.958
-121.417
1.728.676
0
1.728.676
1.698.267
--
--
296.998
-146.180
30.531
0
30.531
-548.305
--
--
-2.774.831
-2.317.926
1.019.094
7.119.164
8.138.259
6.657.244
63%
4%
1.031.141
869.604
4.705.322
7.433.863
12.139.185
10.569.409
138%
31%
29.921.325
28.638.757
137%
15%
17.255.867
15.872.449
131%
26%
134.950
--
--
9.956
-54.171
--
--
8.692.759
11.554.789
11.065.670
133%
28%
2.728.005
17.291.248
20.019.252
19.518.491
273%
33%
1.793.446
3.327.879
5.121.324
4.914.131
105%
18%
CM
P Monchique
CM
P Mondim de Basto
CM
P Monforte
CM
P Montalegre
-5.186.887
-4.297.424
2.479.655
8.618.527
11.098.182
9.566.296
69%
12%
CM
P Montemor-o-Novo
2.375.100
1.827.150
4.313.543
3.668.676
7.982.219
6.880.754
50%
21%
CM
M Montemor-o-Velho
-1.256.575
-1.006.409
9.725.736
24.601.575
34.327.311
30.716.915
256%
33% 231
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo CM
Designação
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
M Montijo
2.413.481
2.426.316
6.705.826
14.288.998
20.994.824
19.001.707
83%
20%
Montijo
-535.818
-229.344
2.203.863
0
2.203.863
-820.901
--
--
-1.208.410
-990.669
315.598
4.059.459
4.375.057
3.198.123
58%
3%
SMAS CM
Resultados Operacionais
CAPÍTULO 5
P Mora
EEM
CM
P Mortágua
CM
CM
P Moura Logica - Sociedade Gestora do Tecnológico P Mourão
CM
P Murça
CM
P Murtosa
1.685.024
1.232.315
1.184.211
2.151.564
3.335.775
1.444.140
25%
11%
CM
P Nazaré
-1.438.454
-2.483.640
18.745.954
10.475.006
29.220.961
20.109.713
235%
83%
EM
4.128
2.155
118.027
0
118.027
-21.638
--
--
EM
SM
Fluviario de Mora
Nazaré Qualifica Nazaré
5.329
3.741
146.946
0
146.946
-167.061
--
--
1.087.123
392.747
223.287
4.931.711
5.154.997
2.308.147
27%
1%
-5.517.105
-6.584.249
5.028.876
5.651.434
10.680.310
9.358.905
79%
22%
30.287
27.888
772.857
0
772.857
-788.853
--
--
-2.357.800
-2.324.839
2.710.351
7.936.217
10.646.568
10.520.947
222%
11%
1.141.166
965.177
5.255.929
8.064.648
13.320.577
11.003.034
212%
62%
-542.832
-444.948
605.879
0
605.879
114.514
--
--
-2.232.591
-2.263.317
2.298.629
11.753.535
14.052.164
13.420.393
164%
18%
-847.906
-516.165
6.133.341
7.619.292
13.752.633
10.707.598
132%
32%
-601.700
-523.014
1.135.016
0
1.135.016
725.913
--
--
-1.045.193
-1.507.753
8.145.118
7.075.511
15.220.629
14.105.247
295%
110%
10.977
8.775
113.995
0
113.995
108.268
--
--
88.563
2.053
3.213.142
1.770.349
4.983.491
4.567.164
--
--
2.115.547
2.735.187
7.708.573
5.848.186
13.556.759
8.375.918
63%
35%
18.048
1.229
804.074
11.716
815.790
449.394
--
--
EEM
P Óbidos Óbidos Patrimonium - Gestão e Produção Atividades Equip. Culturais, Educação Projetos Valorização Turística Óbidos Requalifica
-5.891
5.902
69.268
1.695.503
1.764.770
1.380.422
--
--
CM
M Odemira
1.639.117
1.482.959
2.622.069
13.282.844
15.904.913
13.916.919
67%
8%
CM
G Odivelas Municipália - Gestão de Equipa mentos e Património
3.336.309
2.959.376
24.332.322
39.092.292
63.424.614
58.995.128
115%
36%
-109.340
-126.705
409.480
0
409.480
105.031
--
--
CM
P Nelas
CM
P Nisa TERNISA - Termas da Fadagosa de Nisa P Nordeste HSN - Habitação Social do Concelho de Nordeste Nordeste Activo
EM CM EM EM CM
EEM
EM
232
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo CM EM
EM EM SA Soc. SMAS
Designação G Oeiras Oeiras Viva-Gestão de Equipamentos Sócio Culturais e Desportivos Parques Tejo - Par queamentos de Oeiras SATU - Oeiras - Sis tema Automático de Transporte Urbano HABITÁGUA - Servi ços Domiciliários
Oeiras e Amadora
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Passivo Exigível
8.836.158
12.415.405
26.355.570
39.573.871
65.929.441
60.303.976
158.039
132.409
675.620
500.000
1.175.620
227.331
166.321
371.792
109.675
-2.099.547
-2.988.901
7.574.885
34.375
18.736
6.766.293
6.424.747
Índice Fornecedores / Receitas n-1
54%
23%
502.134
--
--
481.466
-1.119.297
--
--
1.850.000
9.424.885
9.288.835
--
--
545.730
21.242
566.972
-112.039
--
--
9.160.874
0
9.160.874
-16.001.840
--
--
CM
P Oleiros
-5.690.635
-5.522.887
1.103.095
2.344.076
3.447.171
977.850
13%
8%
CM
M Olhão SRU-Reabilitação Urbana de Olhão Ambiolhão - Ambiente de Olhão Fesnima - Animação de Olhão Mercados de Olhão
-7.596.385
-17.344.762
13.257.075
21.960.622
35.217.697
32.716.669
167%
39%
55
44
11
0
11
-50.044
--
--
0
0
0
9.019.225
9.019.225
8.969.296
--
--
4.416
2.352
56.793
0
56.793
-98.963
--
--
-40.629
-38.572
41.763
0
41.763
-148.399
--
--
4.032.479
284.399
10.193.622
39.287.424
49.481.046
44.359.608
183%
20%
-380.899
-285.839
310.983
0
310.983
272.520
--
--
CM
M Oliveira de Azeméis Gedaz - Gestão de Equipamentos Desportivos P Oliveira de Frades
-193.952
-53.915
2.202.767
3.862.351
6.065.117
5.528.834
71%
18%
CM
M Oliveira do Bairro
2.694.439
3.025.369
4.104.079
11.623.933
15.728.012
13.236.055
119%
18%
CM
M Oliveira do Hospital
1.466.901
901.944
825.629
6.032.340
6.857.969
3.554.220
32%
5%
CM
M Ourém Ambiourém - Gestão de Espaços e Equipamentos SRU-Fátima - Sociedade de Reabilitação Urbana Ourém Viva - Gestão de Eventos, Serviços e Equipamentos Centro de Negócios de Ourém
-3.399.115
-4.816.456
13.336.957
24.071.807
37.408.764
30.354.798
137%
31%
41.256
19.078
817.207
0
817.207
150.688
--
--
-205.570
-208.157
632.675
33.423
666.097
-171.879
--
--
-101.847
-105.671
406.197
16.554
422.750
-105.906
--
--
284.297
285.710
5.828
0
5.828
-301.935
--
--
EEM EM EM EM CM EEM
EEM
EEM
EEM EM
233
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
CM
P Ourique
CM
CM
M Ovar Ovar Forma - Ensino e Formação M Paços de Ferreira Gespaços - Gestão de Equipamentos Desportivos PFR Invest - Gestão Urbana M Palmela
EM
EM CM EM EM
Palmela Desporto Gestão de Espaços e Equipamentos Desportivos
CM
P Pampilhosa da Serra
CM
M Paredes
EM SA
CM
P Paredes de Coura
CM
P Pedrógão Grande
CM
P Penacova
EM
CM
M Penafiel
EEM
Amiparedes - Agência Municipal de Investimento
Prnaparque 2 - Gestão e Promoção de Equipamentos
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
907.742
1.319.510
4.318.588
9.735.559
14.054.147
13.845.655
179%
32%
1.482.371
1.397.298
4.175.567
9.064.509
13.240.076
-4.409.060
-22%
11%
6.919
3.206
536.006
6.375
542.381
-28.544
--
--
-2.366.963
-10.758.547
39.735.673
24.917.749
64.653.422
44.515.542
226%
98%
62.089
24.765
1.056.280
509.091
1.565.371
481.176
--
--
585.969
27.226
5.604.321
29.154.916
34.759.237
29.340.422
--
--
-10.458.289
-10.701.458
8.869.680
20.013.072
28.882.752
25.221.715
82%
17%
12.543
2.790
281.522
0
281.522
57.977
--
--
1.781.288
1.634.860
285.225
1.263.107
1.548.333
254.837
-3.368.181
6.659.379
41.629.729
11.391.367
53.021.096
41.483.145
3%
2%
129%
74%
3.426
-214
325.829
0
325.829
-89.014
--
--
1.776.591
1.711.044
6.147.132
4.107.045
10.254.176
9.565.249
114%
51%
-34.507
27.272
982.119
3.383.656
4.365.775
3.989.853
88%
15%
2.015.182
1.975.512
3.113.269
650.606
3.763.875
3.129.571
39%
24%
-8.094
-8.176
23.417
0
23.417
-30.645
--
--
3.111.349
2.992.709
22.933.777
14.926.104
37.859.881
35.805.919
125%
61%
33.275
3.381
659.740
0
659.740
66.074
--
--
150.366
43.398
4.683.217
303.526
4.986.743
2.560.135
--
--
CM
Penafiel Activa Penafiel Verde - Entidade Empresarial Local P Penalva do Castelo
1.475.672
1.327.482
241.289
3.494.512
3.735.801
1.118.207
18%
2%
CM
P Penamacor
1.736.548
1.203.386
8.056.399
3.736.864
11.793.263
10.291.758
134%
73%
CM
P Penedono
1.094.599
1.262.148
187.023
0
187.023
-3.486.969
-76%
3%
CM
P Penela
-2.113.189
-1.644.472
5.221.214
4.184.274
9.405.488
6.623.302
130%
61%
CM
M Peniche
319.667
-193.825
6.852.973
6.256.563
13.109.537
11.109.577
106%
45%
EEM
SMAS
-619.339
317.147
365.377
0
365.377
-2.919.391
--
--
CM
P Peso da Régua
-332.096
-759.387
9.104.944
9.202.784
18.307.728
12.275.759
103%
60%
CM
P Pinhel
-881.365
-624.577
4.325.351
6.045.971
10.371.322
9.842.334
109%
30%
234
Peniche
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Designação
CM
Falcão Cultura, Turismo e Tempos Livres M Pombal
EM
CM
M Ponta Delgada
SA
SA
SA
Soc.
Soc.
CM
P Ponta do Sol
CM
CM
P Ponte da Barca Embarca - Cultura, Desporto e Lazer M Ponte de Lima
CM
P Ponte de Sor
EM
EM
Pmugest - Pombal Manutenção Urbana Azores Parque Cidade em Acção - Sociedade de Desenvolvimento e Gestão de Equipamentos Urbanos Coliseu Micaelense - Soc. Prom. Eventos Culturais Anima Cultura P. Delgada Social Const. Expl. Gest. Equip. Sociais
CM
M Portalegre MMPO - Mercado SA Municipal de Portalegre Agua e Transportes SMAT de Portalegre CM P Portel CM EM
EM SA CM
M Portimão EMARP - Águas e Resíduos de Portimão Portimão Urbis SGRU - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana G Porto
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Passivo Exigível
-140.868
-144.178
171.891
0
171.891
127.360
11.233.337
7.604.258
5.979.309
7.261.955
13.241.264
8.496.805
34.253
24.120
208.895
0
208.895
-161.011
1.055.933
2.276.196
5.106.187
27.658.670
32.764.857
28.516.870
279.805
8.592
908.288
11.210.067
12.118.355
9.185.919
486.659
8.151
953.377
15.675.715
16.629.092
143.988
35.073
884.366
4.439.966
1.446
1.062
241.069
6.053
1.306
143.118
Índice Fornecedores / Receitas n-1
--
--
38%
14%
--
--
104%
10%
--
--
16.524.746
--
--
5.324.332
5.186.466
--
--
0
241.069
-75.691
--
--
260.885
0
260.885
10.654
--
--
769.777
2.250.661
3.007.328
5.257.989
3.870.569
81%
32%
-395.801
896.822
4.421.794
6.738.211
11.160.005
8.329.780
108%
27%
0
0
0
0
0
0
--
--
-1.060.290
-2.290.885
2.994.045
2.183.860
5.177.905
-14.994.991
-72%
8%
960.820
2.505.402
1.482.846
1.343.947
2.826.793
-4.860.838
-38%
9%
-496.642
1.279.814
11.139.997
41.765.614
52.905.610
33.125.255
250%
59%
133.447
64.360
66.803
1.208.902
1.275.706
-310.560
--
--
-214.977
37.357
765.945
141.868
907.812
-173.190
--
--
-157.557
-39.406
112.485
3.212.036
3.324.521
-575.176
-7%
2%
-35.587.664
-36.342.688
92.555.954
55.369.144
147.925.098
141.472.225
371%
206%
-5.307
243.737
3.034.939
0
3.034.939
-11.610.829
--
--
2.197.397
1.456.696
16.349.389
9.095.718
25.445.107
3.533.655
--
--
1.061.277
3.782.406
33.426.770
107.896.233
141.323.003
127.023.125
93%
6%
235
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
ACE
EEM
EEM
EM
EM
SA
SA
TIP - Transportes Intermodais do Porto DOMUSSOCIAL Empresa de Habitação e Manutenção Gestão de Obras Públicas da Câmara Municipal do Porto CMPEA - Águas do Porto Porto Lazer
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
433.795
278.608
9.934.627
2.821.063
12.755.690
8.061.709
--
--
-3.109
37.634
7.194.299
0
7.194.299
-304.491
--
--
15.016
9.280
4.401.042
0
4.401.042
-1.153.145
--
--
1.439.473
1.191.690
26.201.085
1.875.000
28.076.085
12.888.753
--
--
-2.055.231
-2.136.082
7.743.543
0
7.743.543
6.600.063
--
--
APOR - Agência para a Modernização
-112.977
-32.044
147.035
0
147.035
-1.916.602
--
--
PRIMUS - Promoção e Desenvolvimento Regional
1.879
1.191
307.492
0
307.492
-435.419
--
--
SA
Portovivo, SRU Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense
-1.879.274
-2.109.918
8.972.836
19.217.079
28.189.915
18.025.704
--
--
CM
M Porto de Mós
2.015.301
1.588.339
3.014.984
3.888.983
6.903.967
6.242.221
51%
16%
CM
P Porto Moniz AM - Aquário da Madeira P Porto Santo ArealDourado Eventos Porto Santo Verde - Resíduos Sólidos e Limpeza M Póvoa de Lanhoso EPAVE - Escola Profissional do Alto Ave M Póvoa de Varzim
1.761.176
1.995.786
3.832.489
2.783.160
6.615.650
5.069.882
126%
66%
-149.970
-212.207
1.087.544
1.356.578
2.444.121
2.352.829
--
--
-2.208.494
-1.926.627
4.815.116
2.557.894
7.373.010
3.003.691
71%
86%
227.851
220.231
241.440
13.500
254.940
148.854
--
--
295.547
219.462
505.077
315.585
820.662
544.865
--
--
-647.939
148.799
7.875.378
4.885.937
12.761.315
10.695.435
111%
47%
15.296
9.525
537.696
0
537.696
-44.921
--
--
1.336.141
2.865.620
22.445.863
15.139.569
37.585.432
29.023.609
93%
39%
EM CM EM EM CM Soc. CM EM
CM
P Povoação Espaço Povoação Empresa Municipal de Atividades Desportivas, Recreativas e Turísticas POVOAINVEST Empresa Municipal de Habitação Social
EM
EM
236
Varzim Lazer
-84.048
-87.339
239.754
0
239.754
62.651
1.513.528
1.416.117
27.884.281
7.370.795
35.255.076
34.934.376
--
--
704%
406%
88.682
75.817
583.637
75.000
658.637
229.025
--
--
10.698
10.721
702.817
0
702.817
-9.041
--
--
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo CM
Designação
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
-4.385.032
-3.109.356
1.848.671
2.871.348
4.720.019
3.300.918
44%
13%
-333.157
-347.957
798.635
482.009
1.280.644
1.184.468
--
--
-2.519.441
-2.297.036
595.240
876.821
1.472.060
-3.893.009
-69%
5%
-339.491
-222.319
8.752.434
9.244.345
17.996.780
16.119.281
196%
48%
386.757
480.335
4.306.346
7.684.432
11.990.778
9.889.937
122%
31%
EM SA EM SA CM
P Proença-a-Nova Proençatur - Empresa de Turismo P Redondo Reguengos P de Monsaraz P Resende Companhia das Águas de Caldas de Arêgos Tur Arêgos
-71.883
-81.685
270.685
42.228
312.914
224.127
--
--
-3.285
-4.208
150.335
416.947
567.283
433.613
--
--
P Ribeira Brava
-1.904.393
-650.411
6.899.670
11.368.927
18.268.597
2.850.069
49%
42%
CM
P Ribeira de Pena
-2.159.588
-1.921.320
5.427.398
7.077.149
12.504.547
8.437.162
132%
43%
CM
M Ribeira Grande Ribeira Grande Mais - Habitação Social, Requalificação Urbana e Ambiental M Rio Maior
5.086.023
4.555.040
9.191.730
12.595.976
21.787.706
20.577.412
171%
26%
67.792
55.362
559.799
0
559.799
-189.996
--
--
-499.390
943.533
3.634.269
20.098.564
23.732.833
22.015.745
169%
10%
8.728
6.565
366.933
0
366.933
143.546
--
--
1.514
926
311.497
0
311.497
-194.092
--
--
-1.358.029
-1.763.517
4.143.310
5.148.432
9.291.742
5.255.529
80%
32%
701.703
462.571
2.650.732
8.552.188
11.202.920
8.981.732
73%
16%
2.454
9.471
104.938
0
104.938
-97.236
--
--
128.615
486.655
2.507.625
3.483.680
5.991.305
5.034.877
53%
14%
-2.959.648
-3.923.042
6.866.975
12.984.340
19.851.315
17.659.136
286%
46%
-64.302
-77.539
467.390
105.498
572.888
503.120
--
--
-23.572
-35.604
490.550
83.333
573.883
342.149
--
--
-4.490.852
-6.427.924
27.783.550
15.261.664
43.045.214
30.435.083
255%
146%
6.139
1.647
78.570
0
78.570
-12.363
--
--
EM CM CM CM
EM CM
DESMOR - Gestão Desportiva de Rio Maior EPRM - Escola Profissional de Rio Maior
EM
SQ
CM
P Sabrosa
CM
P Sabugal Sabugal - Gestão de Espaços Culturais, Desportivos, Turísticos e de Lazer Salvaterra M de Magos P Santa Comba Dão Combanima - Espaços Municipais Profiacademus - Escola Profissional M Santa Cruz Santa Cruz XXI Gestão de Equip. Munic. e Prest. Serv.
EM CM CM EM Soc. CM EM
237
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
CM Soc. CM SA CM EEM EM
SA
Designação Santa Cruz da Graciosa Emp Transp Colectivos Graciosa Santa Cruz das P Flores Flores Invest Santa Maria G da Feira Feira Viva Cultura e Desporto PEC-TSM - Parque Empresarial da Cortiça Indaqua Feira - Indústria e Gestão de Águas P
SA
Sociedade de Turismo de Santa Maria da Feira
CM
P
Santa Marta de Penaguião
CM
P Santana
EEM
CM
M Santarém LT - Sociedade de Reabilitação Urbana Scalabisport - Gestão de Equipa mentos e Actividades Desportivas
EM EM EM SA EM SA CM CM SMEAS CM CM EEM EM SA 238
Terra Cidade
Águas de Santarém
STR-URBHIS - Sociedade de Gestão Urbana M Santiago do Cacém M Santo Tirso Santo Tirso São Brás P de Alportel São João M da Madeira Habitar S. João - Habitação Águas de S. João
Resultados Operacionais
CAPÍTULO 5
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
332.715
198.882
203.532
2.288.435
2.491.967
2.388.227
29.141
24.191
30.159
91.832
121.992
-6.461
-347.032
38.239
1.113.785
11.872
0
30.369
19.916.698
18.212.675
-1.311.630
Índice Fornecedores / Receitas n-1
73%
4%
57.825
--
--
1.152.024
542.212
22%
0%
300.000
330.369
263.800
--
--
30.610.961
46.263.082
76.874.043
66.367.914
150%
41%
-1.057.248
1.410.320
566.063
1.976.383
1.173.885
--
--
-1.400
-1.110
2.121
0
2.121
-47.679
--
--
2.819.762
-535.298
7.544.775
70.571.460
78.116.235
59.808.004
--
--
55.299
33.105
301.210
0
301.210
274.966
--
--
-627.991
-625.289
734.966
3.695.392
4.430.358
4.313.406
72%
2%
-817.042
-1.282.465
5.172.791
9.601.803
14.774.594
12.619.429
201%
40%
-43.237
-43.529
38.466
0
38.466
-3.446
-2.551.345
-847.339
41.767.032
42.603.033
84.370.064
80.315.989
--
--
253%
74%
-8.121
-8.121
1.058
0
1.058
-53.249
--
--
98.609
67.685
639.759
0
639.759
155.000
--
--
1.253.616
905.503
3.486.970
1.391.418
4.878.388
-256.348
--
--
2.202
1.783
90.795
0
90.795
-157.717
--
--
-112.777
398.490
6.179.177
14.701.608
20.880.785
19.186.694
104%
21%
-2.118.178
-2.108.422
11.600.682
22.401.165
34.001.848
25.535.885
92%
21%
130.728
413.496
2.639.586
3.758.112
6.397.698
-289.865
--
--
-2.901.961
-2.957.041
726.282
4.018.713
4.744.995
4.087.871
53%
5%
-747.113
144.965
3.535.452
12.576.018
16.111.470
-2.776.541
-26%
26%
1.656
1.457
100.408
0
100.408
-28
--
--
459.268
349.408
1.432.249
0
1.432.249
530.141
--
--
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
CM CM EEM CM
Designação São João da Pesqueira P São Pedro do Sul Termalistur - Termas P São Roque do Pico P
Cais Invest
EM
CM
P São Vicente PROMOVICENTE - Gestão, Particip, Prom. e Divulg. Cult. Grutas de São Vicente - Madeira P Sardoal
EM SA CM
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
1.920.499
1.858.800
123.974
6.921.448
7.045.422
6.774.710
89%
1%
-1.834.424
-904.218
9.770.749
5.694.075
15.464.824
13.872.157
140%
44%
146.802
-197.590
2.839.011
12.577.264
15.416.275
14.939.885
--
--
-194.503
-461.699
1.382.597
1.650.032
3.032.628
-14.384
0%
18%
2
-4.810
1.221.512
2.800.000
4.021.512
3.560.294
--
--
635.933
465.730
2.975.125
6.038.706
9.013.831
2.025.050
42%
29%
-2.026
-2.026
1.114
0
1.114
-2.655
--
--
-100
-1.166
82.410
0
82.410
42.035
--
--
-193.796
-259.823
1.847.356
6.263.102
8.110.458
7.894.550
182%
21%
CM
P Sátão
1.296.318
1.083.150
1.669.830
3.224.245
4.894.075
4.226.489
58%
14%
CM
M Seia EMCR - Cultura e Recreio
-2.882.342
-3.784.718
42.339.554
15.402.903
57.742.457
56.888.755
379%
184%
16.943
2.687
741.466
180.695
922.161
263.005
--
--
CM
G Seixal
15.701.017
10.754.906
24.981.643
43.417.822
68.399.465
36.625.485
61%
29%
SA
-3.014
278
25.111
0
25.111
3.211
--
--
CM
743.612
1.209.193
345.917
3.187.789
3.533.706
2.578.739
40%
3%
69.412
55.268
288.813
10.262
299.076
-89.209
--
--
CM
P Sernancelhe ESPROSER - Escola Profissional P Serpa
1.994.214
2.509.392
956.930
6.032.154
6.989.084
6.875.848
55%
5%
EM
2.415
2.044
7.299
0
7.299
-155.329
--
--
CM
P Sertã
-3.170.130
-1.660.900
8.382.724
2.485.424
10.868.147
10.105.829
98%
53%
CM
M Sesimbra
-2.450.332
-1.238.581
19.749.630
13.088.099
32.837.729
28.039.881
104%
43%
CM
2.679.448
6.072.528
22.620.044
57.392.310
80.012.355
62.018.507
130%
34%
-249.024
-293.551
573.749
0
573.749
570.977
--
--
220.500
213.469
2.250.058
3.836.939
6.086.997
4.160.145
60%
21%
126.630
109.244
507.980
1.032.806
1.540.786
-1.561.147
--
--
CM
G Setúbal CDR - Cooperação e Desenvolvimento Regional P Sever do Vouga Vougapark - Parque Tecnológico e de Inovação M Silves
-3.327.197
855.535
11.039.671
19.525.738
30.565.409
25.367.474
107%
22%
CM
P Sines
292.154
3.737.827
7.705.452
15.956.602
23.662.055
19.786.614
171%
18%
EM
SA
SA CM EM
FERIMO - Sociedade Imobiliária
Serpobra SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana
239
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
CM
G Sintra EDUCA - Gestão e Manutenção de EEM Equipamentos Educativos Sintra Quorum - Gestão EEM de Equipamentos Culturais e Turísticos EMES EM - Estacionamento HPEM - Higiene EM Pública SMAS Sintra Sobral de Monte CM P Agraço Monteges - Gestão EM de Equipamentos Sociais CM M Soure CM
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
21.304.966
13.455.121
34.191.554
99.696.838
133.888.392
86.975.487
71%
17%
-191.794
135.679
9.143.503
0
9.143.503
3.875.334
--
--
-3.549
-10.521
537.740
0
537.740
-469.664
--
--
26.898
-2.676
83.879
0
83.879
-326.104
--
--
-2.175.476
-2.201.443
10.606.335
0
10.606.335
2.821.080
--
--
252.930
1.753.181
7.985.896
1.612.662
9.598.559
-18.604.671
--
--
-2.357.655
-2.201.629
2.450.144
4.328.064
6.778.208
5.455.668
100%
38%
11.503
10.948
40.092
0
40.092
-31.258
--
--
1.774.616
1.144.657
4.043.086
8.003.702
12.046.788
11.866.532
128%
27%
-4.562.203
-4.400.697
1.292.441
4.292.506
5.584.946
4.615.662
91%
23%
-53.390
-63.758
532.351
0
532.351
414.054
--
--
CM
P Sousel ENASEL - Turismo e Cinegética P Tábua
-3.126.546
-2.921.136
4.869.514
4.981.372
9.850.886
8.822.811
118%
50%
CM
P Tabuaço
1.631.108
1.284.797
5.201.003
11.165.264
16.366.267
14.716.883
229%
57%
CM
P Tarouca
-1.283.369
-1.535.680
4.408.668
12.918.933
17.327.602
14.638.762
210%
45%
CM
-2.931.629
-5.816.055
6.902.290
19.910.769
26.813.059
24.299.137
127%
18%
1.265.095
604.494
7.943.197
5.073.000
13.016.197
12.833.750
--
--
326.624
65.396
2.611.088
10.367.394
12.978.482
11.451.843
--
--
CM
M Tavira EMPET - Parques Empresariais Tavira Verde - Ambiente P Terras de Bouro
-420.538
-720.627
967.507
5.013.021
5.980.527
5.472.345
72%
5%
CM
M Tomar
913.016
585.182
9.462.073
23.253.562
32.715.635
26.787.775
145%
31%
Tomar
-366.735
-208.406
2.861.885
0
2.861.885
1.852.246
--
--
SA
EM EM
SMAS CM
M Tondela
1.889.471
1.396.934
3.927.080
9.127.447
13.054.527
6.258.597
39%
14%
CM
P Torre de Moncorvo
-376.421
-1.700.283
7.236.146
11.243.927
18.480.073
16.022.774
167%
47%
CM
M Torres Novas Turriespaços Gestão de Equipa mentos Culturais e Desportivos M Torres Vedras
-3.746.042
1.896.464
15.123.327
21.355.563
36.478.890
32.447.410
170%
37%
12.968
12.058
339.874
0
339.874
88.361
--
--
-1.404.644
-5.083.273
19.378.119
20.212.627
39.590.746
34.971.325
101%
41%
EEM CM 240
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
EM
Designação
SMAS CM
Promotorres - Promoção de Eventos e Gestão de Equipamentos Torres Vedras
CM
P Trancoso TEGEC - Gestão de Equipamentos Culturais e de Lazer M Trofa Trofa Park - Reabilitação Urbana, Desenvolvimento Económico e Inovação Trofaguas - Serviços Ambientais M Vagos
CM
M Vale de Cambra
EEM CM
EEM
EM
8.707
Resultados Líquidos
0
Dívidas de CP
668.391
Dividas MLP
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Passivo Exigível
0
668.391
112.103
--
Índice Fornecedores / Receitas n-1 --
-1.099.374
269.572
2.160.985
2.262.593
4.423.579
1.379.937
--
--
-2.251.785
-2.846.901
8.769.458
5.764.669
14.534.127
13.155.158
157%
81%
-100.146
-106.123
584.770
0
584.770
501.284
--
--
-5.835.435
-6.044.040
23.494.180
18.623.037
42.117.217
40.808.813
245%
63%
122.453
65.472
2.001.295
2.597.093
4.598.388
1.013.605
--
--
223.372
59.926
7.347.955
2.959.156
10.307.110
6.674.898
--
--
-2.730.342
-3.642.020
9.456.114
6.223.298
15.679.412
10.845.204
104%
63%
1.275.835
947.920
6.528.887
16.087.948
22.616.835
19.194.714
169%
30%
EEM
CM
P Valença Interminho - Sociedade Gestora de Parques Empresariais M Valongo Vallis Habita - Gestão de Empreendimentos Habitacionais Valongo
-2.061.001
-980.709
2.507.985
0
2.507.985
2.311.592
--
--
P Valpaços
-3.169.310
-2.496.595
10.409.976
6.492.506
16.902.482
14.589.417
127%
63%
655.890
725.342
7.229.684
3.533.950
10.763.634
10.237.681
229%
30%
-79.894
-79.963
415.070
0
415.070
73.391
--
--
-2.855.449
-2.376.335
3.769.704
3.543.403
7.313.107
6.453.254
110%
34%
-737.139
-653.715
601.216
773.734
1.374.950
-740.869
-14%
6%
EM CM EM SMEAS CM CM
Aguas do Caima
Resultados Operacionais
P Velas Velasfuturo - Gestão de Equipamentos Culturais, Desportivos Económicos e Lazer
EM
CM
P Vendas Novas
CM
P Viana do Alentejo
0
0
0
0
0
0
-218.762
269.751
6.504.053
5.807.322
12.311.375
11.194.634
-94.898
-117.257
903.965
0
903.965
760.118
-9.425.900
-8.107.841
26.622.323
43.840.172
70.462.495
67.000.261
-12.561
6.346
182.476
649.747
832.223
222.624
--
--
111%
39%
--
--
232%
107%
--
--
241
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CM SMSB
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice Fornecedores / Receitas n-1
Designação M Viana do Castelo
2.030.028
1.168.379
12.516.501
23.889.296
36.405.797
35.172.591
94%
22%
1.258.674
1.332.193
797.491
317.179
1.114.670
-3.368.834
--
--
81.532
-97.346
683.473
4.096.733
4.780.206
4.618.290
90%
7%
-1.220.553
-1.296.968
6.803.757
7.270.677
14.074.434
12.175.050
144%
60%
-351.589
-350.950
1.240.125
0
1.240.125
267.854
--
--
29.289
23.191
467.765
202.212
669.977
555.904
--
--
41.002
1.421.707
9.414.808
9.048.772
18.463.580
15.296.185
181%
36%
65.242
5.356
1.057.920
3.831.273
4.889.193
2.843.224
--
--
214.989
727
918.998
9.530.461
10.449.459
7.226.357
--
--
297.449
668.962
3.937.663
2.154.563
6.092.226
4.476.532
78%
46%
1.388
1.206
666
0
666
-6.550
--
--
Viana Castelo
Dívidas de CP
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Resultados Operacionais
Tipo
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
CM
P Vidigueira
CM
CM
P Vieira do Minho EPMAR - Águas Públicas e Resíduos Vieira Cultura e Turismo Vila da Praia da M Vitória Praia Ambiente Praia em Movimento P Vila de Rei
EM
CM
P Vila do Bispo
-3.138.462
-3.041.914
9.004.136
1.692.743
10.696.879
9.582.500
147%
77%
CM
M Vila do Conde
12.739.946
11.613.285
39.060.900
33.590.286
72.651.186
67.404.446
177%
52%
CM
P Vila do Porto
-1.036.124
-1.306.187
645.501
1.076.902
1.722.404
1.229.341
29%
8%
23.646
20.543
165.419
4.361.800
4.527.219
46.056
--
--
EM EM CM EM EM
GEODESIS - Promoção Gestão Turistica de Vila Rei
-54.337
-55.140
90.334
0
90.334
55.238
--
--
CM
SDMSA - Sociedade Desenvolvimento Municipal Emp. Trans.p Colec tivos Stª Maria P Vila Flor
1.945.460
2.029.245
1.807.806
3.183.258
4.991.064
3.544.893
46%
14%
CM
G Vila Franca de Xira
8.196.576
4.847.138
3.954.952
31.291.572
35.246.524
22.569.794
45%
5%
-524.505
204.196
508.259
0
508.259
-4.515.103
--
--
-4.648.790
-2.848.324
7.106.482
20.497.774
27.604.255
25.682.080
428%
80%
65.339
53.983
47.524
0
47.524
-62.233
--
--
38.109
2.142
2.862.734
0
2.862.734
338.099
--
--
128.615
115.758
416.809
0
416.809
-249.348
--
--
EEM Soc.
SMAS CM
EM
Vila Franca Xira Vila Franca do P Campo Marina da Vila - Indústrias de Marinas e Recreio
EM
VFC Empreendimentos - Empresa Municipal de Actividades Desportivas, Recreativas e Turisticas
EM
Vila Solidária - Empresa Municipal de Habitação Social
242
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Fund.
SA
CM
EM SA
CM CM CM EM
Fundação Escola Profissional V. F. Campo
101.086
61.107
629.641
388.739
1.018.379
157.511
--
--
10.578
-1.299
293.173
48.148
341.321
72.362
--
--
970.658
872.291
2.329.424
4.246.657
6.576.082
5.750.404
86%
27%
10.962
10.962
33.016
0
33.016
-25.056
--
--
504.243
749.907
2.062.682
6.860.250
8.922.932
8.128.476
96%
10%
7.013.325
4.854.618
9.636.841
35.742.552
45.379.393
38.953.363
83%
16%
389.735
53.653
1.967.601
2.706.660
4.674.261
4.542.549
58%
18%
1.161.392
1.269.616
602.363
0
602.363
403.958
--
--
-84.468
-84.910
68.184
0
68.184
36.153
--
--
-3.884.960
-9.883.453
74.840.681
188.197.954
263.038.636
174.701.399
195%
54%
3.713.625
150.042
39.586.391
45.787.577
85.373.968
71.729.352
--
--
CDN - Gestão e Promoção do Parque Empresarial de Vila Nova da Barquinha
Vila Nova de Cerveira Vila Nova G de Famalicão Vila Nova P de Foz Côa Fozcoainvest - Energia, Turismo e Serviços P
Fozcoactiva - Gestão Equipamentos Desportivos e Culturais
EM
CM
G Vila Nova de Gaia
EEM
EEM EEM EEM EEM CM CM CM
Águas de Gaia Amigaia - Investimento Gaianima Gaiasocial - Habitação Gaiaurb - Gestão Urbanística e da Paisagem P Vila Nova de Paiva Vila Nova P de Poiares Vila Pouca de P Aguiar Vitaguiar - Apoio ao Desenvolvimento Agro Indústrial
EM
CM
M Vila Real
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice Fornecedores / Receitas n-1
Designação
Atlântico Vila Vila Nova P da Barquinha
Resultados Líquidos
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Resultados Operacionais
7.564
2.592
204.471
0
204.471
-507.359
--
--
-8.487
-778.189
13.561.044
9.618.034
23.179.077
10.969.901
--
--
175.154
-13.536
4.559.256
1.133.864
5.693.120
-2.876.877
--
--
-364.255
-361.832
2.402.950
80.396
2.483.346
2.005.680
--
--
948.476
1.569.718
2.001.671
5.603.571
7.605.242
6.723.833
136%
32%
-328.379
-1.989.132
8.799.839
9.555.247
18.355.086
16.611.841
299%
71%
246.021
1.126.814
5.821.535
6.366.445
12.187.981
9.290.060
94%
39%
5.476
3.507
212.910
0
212.910
-6.043
--
--
780.064
16.044
11.973.999
19.122.904
31.096.904
27.124.592
137%
33% 243
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
EM
EM
CULTURVAL - Gestão de Equipamentos Culturais EMARVR - Água e Residuos de Vila Real
EM SA CM
MERVAL - Gestão de Merc. e Prom. de Proj. de Des. local VRS - Vila Real Social, Habitação e Transportes Vila Real de Santo P António VRSA, Sociedade de Gestão Urbana P Vila Velha de Ródão
CM
M Vila Verde
EM
EM
EM CM
Soc. CM CM
EM
Soc. CM EEM EEM CM EM
SA
244
Proviver Escola Profissional Amar Terra Verde P Vila Viçosa P Vimioso Vimioso 2003 - Actividades Artesanais e Turisticas de Vimioso Caça e Turismo de Vimioso P Vinhais ProRuris – EM de Desenvolvimento Rural de Vinhais Turimontesinho – Promoção Turística M Viseu Habisolvis - Habitação Social
Viseunovo - SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana de Viseu
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
CAPÍTULO 5
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
-78.759
-80.731
253.155
0
253.155
-54.324
--
--
172.000
-34.811
7.382.602
2.320.754
9.703.357
5.591.856
--
--
-42.844
-38.880
131.676
0
131.676
30.912
--
--
65.469
1.680
538.645
4.612.398
5.151.043
4.997.877
--
--
-12.120.838
-10.899.262
50.855.299
10.087.598
60.942.897
42.990.167
371%
176%
-3.367.018
-4.528.178
21.393.797
30.963.151
52.356.947
46.863.778
--
--
-231.044
98.362
385.715
1.486.879
1.872.594
1.365.104
23%
5%
-5.162.515
-4.174.798
6.444.849
21.811.357
28.256.206
16.049.437
81%
53%
-279.411
-349.923
1.480.315
1.163.500
2.643.815
1.139.668
--
--
151.500
55.856
3.459.167
1.327.922
4.787.089
1.448.522
--
--
-786.301
-1.049.361
2.042.682
4.088.667
6.131.349
4.707.175
81%
27%
3.596.468
3.619.600
1.201.640
4.755.205
5.956.845
4.769.294
68%
14%
-10.667
-10.663
26.723
0
26.723
-39.446
--
--
4.939
4.305
615
0
615
-10.986
--
--
807.812
-182.022
1.970.416
2.093.843
4.064.260
1.832.145
18%
11%
4.292
3.755
101.558
0
101.558
-28.092
--
--
46.904
42.491
125.237
0
125.237
-53.679
--
--
1.472.793
-1.072.932
13.696.457
25.815.061
39.511.517
27.255.743
71%
14%
9.417
15.855
128.976
36.242
165.219
-110.816
--
--
-71.516
-68.547
90.731
0
90.731
-479.803
--
--
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 5
Tipo
Designação
SMAS
Viseu
CM
M Vizela
CM
P Vouzela
EEIM
PISOESTE - Parque de Inertes e Serviços do Oeste
EIM
Ecolezíria -Tratamento de Resíduos Sólidos
EIM
Naturtejo - Empresa de Turismo
EIM
GESAMB - Gestão Ambiental e de Residuos
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIMRAM - Investimentos e Serviços Intermunicipais Vimágua - Água e Saneamento Lemo Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras MUSAMI - Operações Municipais do Ambiente PERM - Parque Empresarial de Recuperação de Materiais Astaq Técnica Douronorte Ambiente - Gestão Ambiental Águas do Ribatejo, EIM Ambilital - Investimentos Ambientais no Alentejo Ambisousa - Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos
Resultados Operacionais -1.957.249
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
274.187
4.080.623
Dividas MLP
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Passivo Exigível
1.086.000
5.166.623
Índice Fornecedores / Receitas n-1
2.284.145
--
--
698.606
895.709
8.758.828
5.304.074
14.062.902
13.112.193
129%
69%
-3.021.787
-2.514.355
1.788.438
14.001.552
15.789.990
13.620.761
213%
16%
-189.824
-284.684
934.968
1.861.092
2.796.060
747.923
--
--
545.493
421.206
553.120
175.855
728.975
-1.877.379
--
--
3.337
-10.068
477.371
0
477.371
-471.870
--
--
841.979
691.870
690.420
140.525
830.945
-5.197.886
--
--
205.106
174.007
912.442
925.134
1.837.577
1.393.746
--
--
2.031.601
917.938
6.607.887
23.545.326
30.153.213
19.962.894
--
--
-148.355
-182.473
1.043.590
190.592
1.234.183
220.216
--
--
7.756
6.997
130.785
0
130.785
-66.951
--
--
-1.500
-1.200
50.168
0
50.168
168
--
--
101.047
75.241
255.529
0
255.529
-115.469
--
--
0
0
0
0
0
0
--
--
886.983
355.306
9.231.307
17.500.000
26.731.307
17.336.704
--
--
831.708
755.033
2.651.813
1.196.969
3.848.782
1.033.649
--
--
243811,82
396507,9
1076034,16
281370,06
1357404,22
-5371860,03
--
--
245
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tipo
Designação
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM
EIM SA
SA
SA
MINHOCOM - Gestão de Infraestruturas de telecomunicações REGI - Planeamento e Desenvolvimento Regional Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resíduos Resíduos do Nordeste TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos VALICOM - Gestão de Infraestruturas de Telecomunicações
Resultados Operacionais
Resultados Líquidos
Dívidas de CP
Dividas MLP
Passivo Exigível
Índice de Endividamento Endividamento Líquido liquido
Índice Fornecedores / Receitas n-1
-235851,76
-351136,03
1178117,94
0
1178117,94
1069004,52
--
--
-324.029
-317.669
1.334.483
394.637
1.729.120
1.286.997
--
--
45.635
48.137
795.911
0
795.911
-2.186.699
--
--
499.577
418.450
13.305.106
0
13.305.106
-1.080.584
--
--
8.077.975
-429.043
42.703.353
108.702.742
151.406.095
110.971.101
--
--
-323.457
-462.062
1.551.718
0
1.551.718
1.219.598
--
--
ECOBEIRÃO - Sociedade para o Tratamento de Resíduos Sólidos do Planalto Beirão
77.956
20.505
4.326.469
6.911.561
11.238.030
2.360.779
--
--
Municípia - Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação
-593.488
-491.754
1.722.066
975.425
2.697.491
-1.003.007
--
--
EHATB - Empreendimentos Hidrelétricos do Alto Tâmega e Barroso
3.852.503
3.686.984
1.294.436
6.653.193
7.947.629
6.270.266
--
--
Unidade: euros CM: Câmara Municipal SMA: Serviço Municipalizado de Água SMAS: Serviços Municipalizado de Água e Saneamento EM: Empresa Municipal EIM: Empresa Intermunicipal SA: Sociedade Anónima Soc.: Sociedade por Quotas
246
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| CAPÍTULO 6 RANKING GLOBAL
6.1. Enquadramento e Metodologia Desde o Anuário de 2005 e uma vez verificado que o índice de conformidade já era elevado, têm sido apresentados alguns Rankings que ordenam os municípios em diferentes aspetos financeiros, orçamentais, económicos e patrimoniais. Nesse contexto, e após a apresentação de rankings que posicionam os municípios em diferentes perspetivas desde 2006 é apresentado um Ranking global que ordena os Municípios em função da eficiência na utilização dos recursos financeiros. Em 2006 e 2007 o ranking global era constituído por um conjunto de 10 indicadores, tendo a partir de 2008 o número de indicadores selecionados passado para 15. Neste anuário de 2010 é também apresentado um ranking global dos municípios elaborado com base no conjunto de 15 indicadores aplicados desde 2008. Estes 15 indicadores foram identificados como sendo os que melhor permitirão avaliar a gestão financeira, económica, patrimonial e orçamental dos municípios.
Tal como no ano anterior, foi seguida a seguinte metodologia: para cada indicador foi atribuída uma pontuação de 10 pontos aos 25 melhores municípios, 9 pontos do 26º ao 50º, 8 pontos do 51º ao 75º e assim sucessivamente. Deste modo foram pontuados 250 municípios por cada indicador92. Aos 58 municípios com pior rácio não se atribui pontuação Cinco dos indicadores, por se entenderem mais relevantes, nomeadamente no que se refere às exigências da Lei das Finanças Locais, tiveram peso 2 e os outros peso 1. Deste modo, o máximo de pontuação de um município será de 200 pontos; Os indicadores selecionados são os apresentados no Quadro 6.01.
92. Seguindo a metodologia aplicada, só é possível atribuir pontos aos 250 municípios com melhor rácio. Se se dá 10 pontos aos 25 primeiros, 9 aos 25 que se seguem, e assim sucessivamente, 10x25 = 250.
247
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 6
Quadro 6.01 | Indicadores selecionados para ranking global Nº do Indicador
Indicador
Fonte de Informação
1
Dívidas a terceiros por habitante
Balanço (passivo)
Liquidez
Balanço (passivo e ativo)
2
248
Rácio Dívidas totais a pagar Nº de habitantes
Ordem de pontuação
Peso
Menor dívida a terceiros por habitante
2
Menor rácio
2
Dívidas totais a pagar a curto prazo Dívidas a receber a curto prazo + Disponibilidades Dívidas totais a pagar – (Dívidas a receber + Disponibilidades) Nº de habitantes Resultado operacional 2010
3
Endividamento líquido por habitante
Balanço (passivo)
4
Resultado operacional por habitante
DR1
5
Peso dos custos com pessoal nos custos operacionais
DR
6
Diminuição das dívidas de curto prazo
Balanço (passivo)
7
Diminuição dos Passivos Financeiros
Balanço (Passivo)
8
Grau de execução da receita liquidada relativamente às despesas comprometidas
Mapas de controlo orçamental de despesa e da receita
Despesas comprometidas
9
Prazo médio de pagamentos
DGAL
Prazo médio de pagamentos
10
Saldo primário na ótica dos compromissos
Mapas de controlo orçamental de despesa e da receita
11
Índice de endividamento líquido
Balanço e Mapa de controlo orçamental da receita
Nº de habitantes Custos com pessoal
Menor endividamento líquido por habitante Maior resultado operacional por habitante
2
1
Menor rácio
1
Dívidas de curto prazo 2010 - dívidas de curto prazo 2009
Maior diminuição
1
Dívidas a instituições de crédito 2010 – Dívidas a instituições de crédito 2009
Maior redução dos empréstimos
2
Maior grau
1
Menor prazo médio de pagamento
1
Maior saldo primário
1
Menor índice de endividamento líquido
1
Custos operacionais
Receitas liquidadas - receitas anuladas
[Receita total - ativos financeiros (receita) - passivos financeiros (receita)] -[Despesa total - ativos financeiros (despesa) - passivos financeiros (despesa)] + [Juros e outros encargos (despesa)] Dívidas totais a pagar – (Dívidas a receber + Disponibilidades) Receitas Cobradas n-1 (impostos diretos, indiretos e taxas + transferências obtidas Estado)
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 6 Nº do Indicador
Indicador
Fonte de Informação
Rácio
Ordem de pontuação
Peso
12
Diminuição do endividamento líquido
Balanço
Endividamento líquido 2010 – Endividamento líquido 2009
Maior diminuição
2
13
Peso das dívidas a instituições de crédito nas receitas n-1
Menor peso
1
Menor peso
1
Maior grau
1
Dividas a instituições de crédito
Balanço e Mapa de controlo orçamental da receita
14
Peso das dívidas a fornecedores nas receitas n-1
Balanço e Mapa de controlo orçamental da receita
15
Grau de execução da receita cobrada relativamente à despesa paga
Mapas de controlo orçamental de despesa e da receita
Receitas Cobradas n-1 (impostos diretos, indiretos e taxas + transferências obtidas Estado) Dívida a fornecedores (curto, médio e longo prazo) Receitas cobradas n-1 (receitas correntes + transferências de capital) Receita cobrada líquida
Despesa paga (exercício + exercícios anteriores)
6.2. Ranking Global dos municípios Com base nestes pressupostos, no ranking R 47A são apresentados os 10 primeiros municípios de grande dimensão com melhores indicadores de eficiência financeira mantendo-se desde 2009 oito deles e entrando em 2010 os municípios de Barcelos, Seixal, Maia e Loures. No Ranking
47B são apresentados os 20 primeiros municípios de média dimensão, também com melhores indicadores de eficiência financeira aparecendo repetidos 14 municípios, em relação a 2009. No ranking R 47C, apresentam-se os 30 primeiros municípios de pequena dimensão com melhor eficiência financeira, constando 20 municípios que já constavam no ranking homólogo de 2009. 249
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 6
R47.A | Ranking Global dos 10 melhores municípios de grande dimensão, em eficiência financeira Município
Distrito
Posição 2009
Pontuação 2010
Lisboa
5
154
Vila Franca de Xira
Lisboa
2
154
Almada
Setúbal
3
153
Braga
6
143
1
Amadora
1 3 4
Braga
5
Barcelos
Braga
11
136
6
Seixal
Setúbal
20
134
7
Oeiras
Lisboa
4
133
8
Vila Nova de Famalicão
Braga
8
132
9
Maia
Porto
19
120
10
Loures
Lisboa
12
115
R47.B | Ranking Global 20 melhores municípios de média dimensão, em termos de eficiência financeira Município
250
1
Anadia
2
Elvas
2
Ovar
4
Castelo Branco
5 5
Distrito
Posição 2009
Pontuação 2010
Aveiro
2
180
Portalegre
5
173
Aveiro
3
173
Castelo Branco
1
171
Fafe
Braga
14
166
Tondela
Viseu
15
166
7
Mealhada
Aveiro
9
161
8
Albergaria-a-Velha
Aveiro
11
158
9
Ponte de Lima
Viana do Castelo
16
147
10
Bragança
Bragança
26
144
11
Oliveira do Hospital
Coimbra
6
141
12
Abrantes
Santarém
19
140
13
Marinha Grande
Leiria
18
139
14
Amarante
Porto
25
138
15
Vila Verde
Braga
24
134
16
Arouca
Aveiro
12
131
16
Salvaterra de Magos
Santarém
31
131
18
Pombal
Leiria
7
127
19
Odemira
Beja
62
120
20
Amares
Braga
38
119
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 6
R47.C | Ranking Global dos 30 melhores municípios de pequena dimensão, em termos financeiros Município
Distrito
Posição 2009
Pontuação 2010
1
Penalva do Castelo
Viseu
19
173
2
Cinfães
Viseu
32
168
3
Castelo de Vide
Portalegre
14
159
3
Pampilhosa da Serra
Coimbra
1
159
3
Penedono
Viseu
2
159
6
Portel
7
Aguiar da Beira
8
Évora
23
158
Guarda
33
156
Coruche
Santarém
19
155
Portalegre
12
149
Évora
8
148
Portalegre
16
147
9
Arronches
10
Viana do Alentejo
11
Ponte de Sor
12
Alcácer do Sal
Setúbal
53
145
12
Marvão
Portalegre
4
145
12
Murtosa
Aveiro
3
145
15
Santa Cruz das Flores
16
Gavião
Açores
9
143
Portalegre
29
141
17
Sernancelhe
Viseu
4
140
Açores
4
140
Viseu
19
137
Castelo Branco
29
136
Aveiro
37
135
17
Vila do Porto
19
Mortágua
20
Oleiros
21
Sever do Vouga
22
Boticas
Vila Real
68
133
22
Mogadouro
Bragança
65
133
24
Vinhais
Bragança
27
132
25
Sátão
Viseu
19
131
26
Alcoutim
Faro
14
130
27
Redondo
Évora
31
129
28
Góis
Coimbra
49
128
29
Mora
Évora
56
127
30
Castro Daire
Viseu
75
125
251
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 6
6.3. Evolução da Eficiência Financeira Medir a eficiência de um município não é tarefa fácil e tem um elevado grau de subjetividade. A forma mais correta de medir a eficiência de um município seria comparar as despesas com os outputs, como a qualidade dos serviços prestados e a utilidade dos investimentos. Neste anuário mediu-se a eficiência financeira através de um “cabaz” de rácios apresentados em 6.1. Com base nesses indicadores e analisando o quadro 6.02, onde se somou a pontuação de todos os municípios pelos
três grupos em termos de dimensão (pequenos, médios e grandes), verifica-se que os grandes municípios têm uma pontuação média mais elevada em comparação com os municípios de média e pequena dimensão. No entanto, se analisarmos apenas os dez melhores municípios de cada um destes grupos (pequenos, médios e grandes), e conforme quadro 6.03, os municípios de média dimensão têm melhor pontuação, ou seja, melhor eficiência financeira. Por outro lado, do quadro 6.03, e gráfico 6.02 concluiu-se ainda que o ano 2010 em termos de eficiência financeira foi melhor que o 2008 e 2009 aproximando-se de 2007, ano de melhor eficiência financeira dos últimos quatro anos.
Quadro 6.02 | Pontuação obtida pelos municípios por dimensão no período de 2008 a 201093 Dimensão
2007
2008
2009
2010
Grandes
110,2
Médios
93,3
104,2
95,7
108,6
86,5
83,6
88,5
Pequenos Total
84,3
89,0
91,7
87,3
89,3
89,3
89,3
89,3
Gráfico 6.01 | Evolução da pontuação 120
110
100
90
80 2007
2008 Grandes
2009 Médios
93. Fórmula: Soma da pontuação obtida pelos municípios de cada dimensão / nº de municípios de cada dimensão.
252
201 0 Pequenos
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
CAPÍTULO 6
Quadro 6.03 | Pontuação média dos dez melhores municípios Dimensão
2007
2008
2009
2010
Grandes
139,2
131,9
120,3
137,4
Médios
166,1
153,2
155,9
163,9
Pequenos
160,3
162,8
165,9
158,4
Total
155,2
149,3
147,4
153,2
Gráfico 6.02 | Evolução da pontuação média dos dez melhores municípios 170 160 150 140 130 120 110 2007
2008 Grandes
Médios
2009 Pequenos
201 0 Total
253
CAPÍTULO 7
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
| CAPÍTULO 7 RESUMO E CONCLUSÕES
Da análise apresentada nos pontos antecedentes deste documento, julga-se pertinente apresenta o seguinte resumo:
7.1. Independência financeira dos municípios A independência financeira dos municípios apresentou uma amplitude entre o máximo de 87% e um mínimo de 2%. No grupo dos grandes municípios, o indicador da independência financeira variou entre o mínimo de 37% e o máximo de 86%, no agrupamento dos pequenos municípios entre 2% e 87% e no grupo dos municípios de média dimensão entre 18% e 79%. Estando o indicador da independência financeira associado ao peso das receitas próprias e das transferências na receita total, anota-se que em 2010 a variação positiva do mesmo se deveu, essencialmente, à drástica diminuição das receitas creditícias e menos a um aumento absoluto daquelas receitas. Efetivamente, o peso das receitas creditícias nas receitas totais baixou 5% de 2009 para 2010. Em 2010, só 56 municípios (49 em 2009, 74 em 2008, 77 municípios em 2007 e 70 municípios em 2006) demonstraram independência financeira igual ou superior a 50%. Em 2010, para 50 municípios, as receitas provenientes das transferências do Estado representavam 80% das receitas totais.
7.2. Sobre a receita autárquica Em 2010 a cobrança global da receita autárquica baixou 4,1%, isto é, bastante mais que as previsões orçamentais, para esse ano. A taxa de execução da receita atingiu, em 2010, o valor mais baixo dos últimos cinco anos ao cobrar-se, apenas, 55,5% da receita prevista. Tal situação refletiu-se num aumento da dívida de curto prazo em +9,6% (257,4 M€) para o global dos municípios. Em média a participação das autarquias nos impostos estaduais para aplicação na atividade corrente dos municípios, representou 71,3% das transferências obtidas. Este rácio será bom revelador da dependência financeira dos municípios, da participação nos impostos estaduais. A segunda maior receita municipal foi a proveniente da coleta de Impostos e Taxas e apresentou, no quinquénio 2006/2010 o peso médio de 36,6% nas receitas totais. Tendo diminuído de peso, em 2008 e em 2009, respetivamente em – 2,8% e – 4,4%, voltou a aumentar de importância relativa em 2010 em + 1,6%, sem todavia ter atingido o peso médio do período ficando nos 32,6%. Em 2010 verificou-se um crescimento global do IMI em 5,6% com reflexos diferentes nos três agrupamentos de 255
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
municípios. Assim, nos de grande dimensão o aumento foi de +6,7% e nos de pequena dimensão de +2,9%. Sendo o IMI, o imposto que maior peso tem na receita municipal e representando quase o dobro do valor do IMT, este crescimento da coleta refletiu-se positivamente nos orçamentos municipais atenuando a descida dos outros impostos e até de outras receitas municipais, como seja a diminuição dos empréstimos bancários. O peso dos Passivos Financeiros (receitas creditícias), em 2010, contrariando a tendência verificada no ano anterior, desceu drasticamente (-5,2%), passando para perto de metade do peso que tinham alcançado em 2009, isto é, para 6,6%. O controlo do limite ao endividamento estabelecido na lei das Finanças locais fez-se sentir, de forma objetiva, na diminuição do montante total dos empréstimos utilizados em 2010, o qual ficou, inclusive, abaixo do montante utilizado em 2008. Face à rigidez da estrutura da receita, mantém-se a convicção que a consolidação financeira do setor autárquico, ter-se-á que fazer pela ótica da despesa, promovendo-se economia de consumo, rentabilização de recursos e maior eficácia na utilização dos meios.
7.3. Sobre a despesa autárquica Entre 2007 e 2009 a despesa realizada (assumida) cresceu, respetivamente, + 261,5 milhões de euros (+2,8%) em 2007, +469,5 milhões de euros (+4,9%) em 2008 e +1.083,6 milhões de euros (10,8%) em 2009. Contudo, em 2010 o total desta despesa diminuiu 435,4 milhões de euros (-3,9%). Comparando-se a despesa realizada com a receita cobrada, verificou-se que os municípios ao longo do quinquénio 2006/2010 têm autorizado despesa para além da sua capacidade de pagamento em mais de 2 mil milhões de euros: +2.155,5 milhões em 2006, +1.825 milhões em 2007, +1.968,7 milhões em 2008, +2.643,9 milhões em 2009 e +2.673,3 milhões em 2010), que se têm traduzido 256
CAPÍTULO 7
sucessivamente em dívida de curto prazo consolidada. Face aos elevados graus de execução da despesa, os sucessivos baixos níveis de concretização das cobranças constituíram um problema estrutural e, influenciaram o desenvolvimento da dívida bruta das autarquias, sendo a causa da fraca capacidade de pagamento dos municípios. Pela comparação dos diferentes comportamentos destes níveis de execução, conclui-se que, entre 2006 e 2010, a realização da despesa foi, em média, superior em 15,5%, à realização da receita. Em média, entre 2006 e 2010, as despesas pagas representaram 76% das despesas comprometidas ou realizadas. Em 2010 foram pagos 74% da globalidade dos compromissos do ano. O prazo médio de pagamento para a globalidade dos municípios aumentou 24,7%, (+26 dias) em 2010, passando de 105,2 dias para 131,2 dias. Os compromissos a pagar em exercícios futuros, em 2010, aumentaram 8,2%, apresentando o valor absoluto de 3.167,9 milhões de euros, o maior valor verificado entre 2006 e 2010. Em 2009 já tinham crescido 54,7%, em 2008 14,3% e em 2007, + 3,3%. Em cada ano económico, do quinquénio em apreço, pagou-se pouco mais de metade das despesas com investimentos, ficando-se a dever quase outra metade. O montante da dívida, em 2010 era de 1 782 milhões de euros e correspondeu a 48,2% da despesa efetuada. O volume de investimentos em 2010 desceu 10,1% (-388,3 M€). No final de 2010, o total dos compromissos a pagar no exercício ou exercícios futuros totalizavam 5 995,4M€, isto é 80% do volume da despesa paga em 2010 e 76,3% da receita cobrada neste ano. Trata-se de um volume extraordinário de encargos que, dificilmente, os orçamentos de 2011 e seguintes comportarão. A despesa por pagar, em aquisição de bens e serviços, passou de 491 milhões de euros em 2006, para 777 milhões de
CAPÍTULO 7
euros em 2010 (+ 286 milhões de euros, + 58,2%). As Despesas com Pessoal foram as despesas mais representativas na estrutura da despesa municipal pesando, em 2010, 31,1% dos gastos totais e traduzindo um aumento de 2,4% em relação a 2009. Em 2010 a amortização de empréstimos no valor de 577 milhões de euros foi superior ao montante de utilização de novos empréstimos o qual se cifrou em 516,4 milhões de euros e inferior em 448,7 milhões de euros, ao volume utilizado em 2009. A diferença acentuada da execução da despesa e da receita, que se manteve sempre presente, entre 2006 e 2010 e se acentuou neste último ano, impediu a consolidação financeira das autarquias e acentuou o desequilíbrio financeiro estrutural.
7.4. Sobre os Saldos orçamental, corrente e saldo primário Verifica-se que, para a globalidade do setor autárquico, o saldo corrente resultante das despesas assumidas e das receitas liquidadas é positivo, mantendo-se o equilíbrio orçamental corrente na situação ex post. Contudo, o mesmo, em 2010, baixou 78,3% em relação ao valor apresentado no final de 2009, fruto de uma descida da receita muito superior à descida da despesa. Ter-se-á que anotar que só 122 municípios apresentaram este Saldo Corrente positivo. Assim, 186 autarquias, em 2010, terminaram o ano económico com um saldo corrente negativo. Em 2010 o saldo global foi de -2 344 milhões de euros, ligeiramente melhor que o verificado em 2009, o pior do período ao apresentar -2 418 milhões de euros. Dado que para o cálculo deste saldo contribuíram todas as receitas liquidadas e despesas assumidas, poder-se-á concluir que o setor autárquico municipal, em 2010, assumiu mais de 2,3 mil milhões de euros de despesa, para além da sua capacidade financeira e relativamente à qual não possuía meios de pagamento: nem disponíveis, nem em créditos
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de curto prazo. Este será o valor do défice do setor administrativo autárquico.
7.5. Sobre os Ativos e os Passivos As dívidas a receber, no final de 2010, pela totalidade dos municípios perfaziam 1.197 milhões de euros, isto é, mais 114 milhões de euros que em finais de 2009, e com uma taxa média anual de crescimento de 9,3%. Os créditos sobre Clientes contribuintes e utentes em 2010 cresceram 26,7% (+45,9M€), quando em 2009 tinham apresentado uma diminuição de 3,8% (-6,7M€) e traduzem o impacto da crise económica na atividade financeira dos municípios, mostrando a sua vulnerabilidade nas cobranças a terceiros dos serviços prestados. Em 2007 e 2008 estes créditos também apresentaram um aumento, mas muito menos significativo: +16,1% em 2007 (+23,3M€) e +6,5% em 2008 (+10,9M€). A existência de registo de valores significativamente elevados em outros devedores de curto prazo, deverá ser uma situação a contrariar de futuro, pois não permite avaliar a relevância substantiva destes créditos sobre terceiros cujo peso relativo tem sido o mais elevado, na estrutura das dívidas a receber. Em 2010 representou 64,1%do total da dívida a receber, com o montante de 766,8M€. As dívidas de curto prazo cresceram 44,2%, no período 2006/2010, apresentando em termos absolutos um aumento de 966,9M€, valor muito superior ao aumento verificado, no mesmo período, para a dívida de médio e longo prazo. As dívidas a terceiros de curto prazo, ao longo do quinquénio foram sempre superiores aos ativos de curto prazo acentuando-se essa diferença em 2009 e 2010. O Passivo exigível para a globalidade dos municípios, em 2010 cresceu 3,2%, quando em 2009, a taxa homóloga de crescimento tinha sido de 12,6%. Contudo, no período en257
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tre 2006 e 2010 cresceu 24,7% (+1 638,6M€) passando de 6 637,1M€ para 8 275,7 M€.
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O total em dívida a médio e longo prazo no setor autárquico municipal era, no final de 2010, de 5.120,6 M€, tendo crescido 15,1% (671,7M€) no período entre 2006 e 2010.
31 municípios de média e 44 municípios de pequena dimensão). Destes, 58 municípios liquidaram no mesmo ano económico o crédito utilizado. Os restantes 29 municípios transitaram de ano económico com empréstimos de curto prazo por liquidar, contribuindo este facto para o aumento do endividamento líquido das autarquias.
Na globalidade, os municípios apresentaram, em 2010, um resultado económico positivo de 102 milhões de euros (+328,1 milhões de euros que em 2009), revertendo a situação verificada em 2009 de um resultado negativo de 226,1 milhões de euros para a globalidade dos municípios. Contribuíram para esta situação 168 municípios que apresentaram resultados positivos.
Em 2010 o acréscimo de utilização de crédito de curto prazo foi de +26,6 M€ (+ 29,6%) que o utilizado em 2009. Contudo, o valor da amortização da dívida de empréstimos de curto prazo cresceu +38,5% (+34,3M€), isto é, a um ritmo superior aos das utilizações em +8,8pp, fazendo diminuir o capital em dívida no final do ano económico.
7.6. Sobre a liquidez Em todos os anos do quinquénio 2006/2010, a liquidez da globalidade do setor autárquico apresentou-se negativa, agravando-se fortemente em 2009 e 2010 e atingindo neste último ano o valor mínimo do período no montante de -1.435,2 milhões de euros, fruto do forte agravamento da dívida de curto prazo. Em 2010, a falta de liquidez das autarquias acentuou-se em 11,3% (-145,6 milhões de euros)., quando em 2009 se tinha já agravado em 71,6%. Em 2010, encontravam-se em situação de liquidez negativa, 228 municípios (229 municípios em 2009, 197 municípios em 2008, 195 municípios em 2007 e 229 municípios em 2006). Isto é, em 2010 faltava liquidez a 74% dos municípios portugueses para pagarem as suas dívidas.
O ano económico de 2010 iniciou-se com um passivo bancário, de curto prazo, transitado de 2009 no valor de 27,5M€ e terminou com um passivo bancário de curto prazo transitado para 2011 no montante global de 20,4M€. No ano 2010, o setor autárquico conseguiu abater, em mais de 7M€ (25,8%), o stock da dívida bancária de curto prazo consolidada. No final do ano de 2010, o stock da dívida à banca de MLP, diminuiu, 53,7M€ fruto da conjugação do aumento do capital amortizado em +83,3 M€ com a diminuição do recurso ao crédito em -475,3M€. Assim, o stock final da dívida bancária de MLP em 2010 diminuiu -1,5%, isto é, -70,5 M€, fixando-se o seu montante em 4 595,8M€. Os empréstimos de médio e longo prazo representaram em 2010, em média, 5% das receitas totais, sendo que 134 municípios não recorreram a este tipo de receita.
7.7. Sobre a dívida à banca e o endividamento liquido
O total da dívida relativa a empréstimos bancários, incluindo curto prazo, obtida dos registos dos mapas orçamentais no fim de cada um dos anos do triénio 2008/2010, foi respetivamente de 4 163,1M€ (2008), 4 693,8M€ (2009) e 4 616,2M€ (2010), crescendo em 2009 a uma taxa de 8,7% e baixando em 2010 em 1,7%.
Em 2010, 87 municípios contraíram empréstimos bancários de curto prazo (12 municípios de grande dimensão,
Em 2010, a dívida liquida municipal era de 6.470 milhões de euros, +131 milhões de euros que em 2009, apresen-
258
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tando todavia uma taxa de crescimento de apenas 2,1%, significativamente inferior à taxa +18,6% apresentada em 2009. Em 2008, esta taxa de crescimento tinha sido de +5,8% enquanto que em 2007 e em 2006 se tinha verificado uma descida da dívida autárquica, respetivamente de -2,5% e de -3,1%. Em 2010, do total dos 308 municípios, 159 municípios conseguiram baixar a sua dívida líquida. Em 2009 apenas 65 municípios o tinham conseguido fazer. Em 2010 houve um maior cuidado dos municípios no controlo do endividamento liquido no que respeita à utilização dos empréstimos de curto prazo, sendo maior o número de municípios a amortizar na integra o capital emprestado, diminuindo significativamente (- 29,3%) o número de municípios com dívida bancária de curto prazo consolidado. Assim, uma vez que a dívida líquida de todos os municípios, em 2010, foi de 6.470 milhões de euros e o total das receitas próprias legalmente consideradas como referencia para o cálculo do limite de endividamento foi de 5.482,5 milhões de euros, pode-se determinar um índice médio do endividamento líquido de 117%, isto é, inferior ao considerado em 2009 o qual se cifrou em 119,5%. Assim, em 2010 em termos globais o endividamento autárquico ficou abaixo do máximo (125%) permitido pela Lei das Finanças Locais. A análise das contas permitiu obter a informação de que 227 municípios apresentaram, em dezembro de 2010, um stock da dívida bancária inferior ao limite legal de 100% dos recursos próprios, tal como definidos na LFL. 61 Municípios (tinham sido, 60 municípios em 2009 e 55 municípios em 2008) apresentaram, em 31 de dezembro de 2010, um valor de dívidas a fornecedores superior a 50% das receitas totais do ano anterior, sendo que: 30, foram municípios de pequena dimensão; 29 municípios de média dimensão e 2, municípios de grande dimensão).
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7.8. Sobre os serviços municipalizados As dívidas a receber, pelo conjunto dos SM´s, no valor de 153 milhões de euros corresponderam a 84,8% das dívidas a receber pelo conjunto das autarquias que tutelares (180,4 milhões de euros), representaram 14,7% do ativo total e refletiram uma diminuição, em relação a 2009, de 12,8 milhões de euros (-7,7%). O volume mais representativo destas dívidas advém de clientes, contribuintes e utentes e apresentaram o valor de 101,1 milhões de euros, menos 4% (-4,2 milhões de euros) que em 2009. O total das dívidas a terceiros no conjunto dos SM´s foi, em 2010, de 146,9 milhões de euros, representando 10,3% do valor homólogo dos municípios que tutelam os SM´s. Baixaram, em 2010, 1,3 milhões de euros, isto é, -0,9%. As dívidas a terceiros de mlp dos SM´s representaram, em 2010, 36,4% do total das suas dívidas a terceiros ficando os restantes 63,6% a corresponder à dívida de curto prazo, enquanto que, para as respetivas autarquias a situação foi inversa, isto é, a dívida de mlp foi, manifestamente, superior à dívida de curto prazo numa relação que, em 2010, foi de 68,2% para 31,8%. Entre 2008 e 2010, a dívida de mlp dos serviços municipalizados baixou 3,4% (-2M€). A dívida de curto prazo dos SM´s, no valor de 93,5 milhões de euros, apresentou, em 2010, decréscimo de 1,6%, isto é, -2 M€ e foi inferior às dívidas a receber as quais cobriram por completo estas obrigações, transformando aquela dívida bruta em dívida líquida negativa. Comparando os Passivos com as dívidas a receber e as disponibilidades, na globalidade os serviços municipalizados detêm meios financeiros para liquidar as suas dívidas, ou seja, não contribuem para o endividamento líquido dos municípios. Em 2010, baixaram os custos com pessoal -3,4% (-3,9M€) e os custos financeiros -27,5% (-0,5M€). Os 259
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restantes custos aumentaram, sendo de anotar o crescimento dos fornecimentos e serviços de terceiros em +4,6M€ (4,1%), o aumento das transferências e subsídios concedidas em +2,2M€ (+143%) e o aumento dos custos extraordinários em +2,3 M€ (+18%). As principais fontes financeiras dos SM´s foram a venda de produtos e a prestação de serviços, respetivamente com o peso de 23,5% e 52% do total dos proveitos. Os proveitos na globalidade cresceram 0,3% em 2010. Em contrapartida, os custos cresceram 2,5%.
7.9. Sobre as entidades do setor empresarial local A adoção do novo Sistema de Normalização Contabilística provocou um grande impacto nas rubricas de Capital Próprio das Entidades Empresariais Locais aumentando de forma significativa os seus capitais próprios, pela inclusão dos subsídios ao investimento nas rubricas de capital. Para além deste facto verifica-se, ainda, um aumento significativo do capital realizado (+10,4% e +88,8M€). Acresce referir que esta rubrica foi expurgada, em sede de implementação do SNC, do saldo da conta 261 – Acionistas com subscrição ou 262 – Quotas não liberadas. Esta conta de capital próprio evidencia deste modo, apenas, o valor do capital subscrito e realizado, contrariamente ao que acontecia no POC. As dívidas a fornecedores cresceram em +32,1M€ (+15,2%), outras contas a pagar em +14M€ (+5,8%), encargos com financiamentos em + 9,7M€ (+4,1%) e dívidas ao Estado em +7,3M€ (+44,1%). O resultado líquido de 2010, para o global do SEL, melhorou 80,9%, passando de -20,16M€ para -3,86M€. 165 Entidades apresentaram um aumento dos resultados em relação a 2009. Contribuíram para o aumento dos rendimentos o 260
CAPÍTULO 7
acréscimo do produto das vendas e serviços prestados em +71M€ (+9,2%), pese embora outros rendimentos e ganhos não associados à atividade mais operacional das empresas, tenham diminuído em 12,8M€ (-14,8%) e os subsídios à exploração tenham baixado 11,6M€ (-6,6%). Os gastos com pessoal aumentaram 18,5 milhões de euros (+6,7%), totalizando no final de 2010, 292,2 milhões de euros, e, os gastos em Fornecimentos e Externos apresentaram um total de 506,7 milhões de euros, baixando 4,5 M€ relativamente a 2009. As EE/EM´s demonstram uma baixa rentabilidade, com resultados económicos negativos, pese embora se tenha verificado uma forte melhoria da situação económica, com uma diminuição do prejuízo em cerca de 16,3 milhões de euros. Enquanto que em 2010, cerca de 42,6% das entidades empresariais apresentaram resultados negativos, o mesmo só aconteceu a 13% dos municípios. Para o global das 304 empresas analisados, o endividamento líquido do setor empresarial local, foi de 1 146,5 milhões de euros e representou 23,8% do endividamento líquido dos municípios de tutela, o qual foi de 4 817,7 milhões de euros. Em 2010, o SEL viu agravado o seu endividamento líquido em 88,5M€ (+8,4%), por via da diminuição do seu ativo exigível em 114,5M€ (-14,4%), já que o total das dívidas a pagar, baixaram 26M€ (-1,4%). Da aplicação do processo de cálculo do endividamento líquido nos termos da LFL, verificou-se que 111 entidades do setor empresarial autárquico, menos 11 que em 2009, apresentaram endividamento líquido igual ou inferior a zero. A situação económica das entidades empresarias em 2010 melhorou em relação a 2009, com resultados económicos menos gravosos e com entidades a melhorarem a sua performance. Efetivamente, 14 entidades
CAPÍTULO 7
empresariais passaram de resultados negativos em 2009 para resultados positivos em 2010, perdendo cada habitante, em média, menos 2,1€ com a atividade de SEL.
7.10. Sobre o sistema contabilístico A aplicação do novo Sistema de Normalização Contabilística por parte das entidades locais (SEL) alterou significativamente os modelos contabilísticos de prestação de contas e, sobretudo, nova terminologia e novas regras de registo e de valometria. Esta alteração facilita a comparação com outras empresas, como por exemplo empresas do Setor Empresarial do Estado (ver Anuário do SEE; OTOC; 2011). No entanto, dificulta a comparação da evolução da situação económica e financeira de 2010 com anos anteriores (contas elaboradas com base no POC) e, mais grave, com as contas dos municípios cujas contas são elaboradas de acordo com o POCAL, sistema muito próximo do POC). Deste modo, para efeitos da necessária consolidação de contas, será de grande utilidade que o Setor Autárquico adira à nova reforma da contabilidade pública e participe na elaboração do novo sistema de normalização contabilística pública (SNCP) que, tudo indica, será da responsabilidade da Comissão de Normalização Contabilística (CNC) uma vez extinta recentemente a CNCAP (Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública).
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ção das contas dos municípios e se continuar o mesmo modelo de prestação de contas, será difícil em futuras edições diminuirmos o tempo entre a data de publicação do anuário e o ano a que o mesmo se reporta. De facto, infelizmente vários municípios continuam a não disponibilizar as contas nos seus sites ou disponibilizam muito tarde ou disponibilizam somente uma parte da informação. Por esse motivo, obriga o autores do anuário a recolher a informação em falta junto do Tribunal de Contas. Por outro lado, é elevada a quantidade de informação que constitui um processo de prestação de contas dos municípios, dificultando a recolha e seleção de informação pretendida para este anuário. Do exposto, entendemos que será importante antecipar o prazo de apresentação das contas, uniformizar modelos de doumentos, melhorar o tipo de informação, incluindo indicadres obrigatórios, e, por último, disponibilizar essa informação nos sites das instituições públicas, para que a mesma seja mais útil para a tomada de decisões.
É relevante o índice de aplicação do POCAL por parte dos municípios, permitindo uma elevada fiabilidade nos rankings e quadros apresentados. No entanto, é fundamental, para uma ainda maior fiabilidade, que as contas dos municípios sejam certificadas por um Revisor Oficial de Contas e que o registo contabilístico e elaboração dos Mapas de prestação de contas, sejam da responsabilidade de um Técnico Oficial de Contas. Este Anuário, referente às contas dos Municípios de 2010, foi publicado em Fevereiro de 2012. A muitos leitores poderá parecer um elevado desfasamento do tempo. Contudo, se continuarem os atuais prazos estabelecidos para a divulga261
ANEXOS
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| ANEXO I ESTUDOS DESENVOLVIDOS PELOS AUTORES NO ÂMBITO DO ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES
2011: RIBEIRO, Nuno; JORGE, Susana; CERVERA, Mercedes( 2011); «Factores determinantes do endividamento na administração local portuguesa: evidência empírica nos municípios do Alto Trás-os-Montes»; XVI Congreso AECA – Nuevo modelo económico: Empresa, Mercados y Culturas, Granada (Spain), 21-23 September. [ISBN 978-84-96648-53-1] LOURENÇO, Rui P.; JORGE, Susana; SÁ, Patrícia Moura(2011) e; «Transparência institucional e financeira do SEL em Portugal: análise da informação disponibilizada nos sítios Web»; 6ª Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação (CISTI); Hotel Casino, Chaves, Portugal; 1518 Junho. [ISBN 978-989-96247-5-7] JORGE, Susana; PATTARO, Anna Francesca; SÁ, Patrícia Moura e; LOURENÇO, Rui (2011); «Local Government financial transparency in Portugal and Italy: a comparative exploratory study on its determinants»; 13th Biennial CIGAR Conference – Bridging public sector and non-profit sector accounting, Ghent (Belgium), 9-10 June. GOMES, Patrícia; FERNANDES, Maria José e CARVALHO, João (2011). “Uso e utilidade da contabilidade de custos para a gestão autárquica”. Revista del Instituto Internacional de Costos, Nº 8, Enero/Junio: 73-92. ISSN 1646-6896.
GOMES, Patrícia; FERNANDES, Maria José e SILVA, Carina. (2011). Accounting information and voters’ behaviour: empirical research in Portuguese municipalities. Comunicação apresentada na 13th Biennial CIGAR Conference, 9-10 de Junho, Ghent, Bélgica. FERNANDES, Maria José, GOMES, Patrícia e CARVALHO, João. (2011). Toward the use of quantitative performance information by politicians in top managers’ performance evaluation: case studies in three larger Portuguese municipalities. �������������������������������������������� Comunicação apresentada na 8th ENROAC conference, 1-3 Junho, Lisboa, Portugal. RIBEIRO, Nuno; JORGE, Susana; «Fatores Determinantes do Endividamento dos Municípios do Alto Trás-os-Montes(2011)»; XIII Accounting and Auditing Congress, ACIM 2011 – A Change in Management; Porto (Portugal); 18-20 May, . NOGUEIRA, Sónia; JORGE, Susana(2011); «Necessidades de informação para as tomadas de decisão internas e a utilidade do relato financeiro autárquico: o caso do município de Bragança»; XIII Accounting and Auditing Congress, ACIM 2011 – A Change in Management; Porto (Portugal); 18-20 May,. PATTARO, Anna Francesca; JORGE, Susana; LOURENÇO, Rui; SÁ, Patrícia Moura e; «Local Government online financial transparency: a comparative analysis of Portuguese and Italian municipalities»; XV IRSPM Conference 263
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– Value, Innovation and Partnership, Dublin (Ireland), 1113 April 2011. [track on Transparency and Accountability] FERNANDES, M. J., GOMES, P. e Silva, C. (2011). ������� “Influence of accounting information in the re-election of local government politicians: an empirical research”; 13th Biennial CIGAR Conference, 9-10 de Junho, Ghent, Bélgica.
ANEXOS
FERNANDES, M.J, GOMES, P. e CARVALHO, J. (2010). The use of output-oriented performance information by local politicians in top managers? performance evaluation: case studies. 6th International Conference on Accounting, Auditing and Management in Public Sector Reforms, em Copenhaga, Dinamarca, 1-3 Setembro.
FERNANDES, M. José, GOMES, Patrícia e CARVALHO, João (2011). “Toward the use of quantitative performance information in top managers? Performance Evaluation: case studies in three Portuguese municipalities”; 8th ENROAC conference, 1-3 Junho, Lisboa, Portugal.
LOURENÇO, Rui P.; SÁ, Patrícia Moura e; JORGE, Susana (2010); «Transparência nas Câmaras Municipais Portuguesas: informação divulgada nos sítios da Região Centro»; 10ª Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação (CAPSI); Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Viana do Castelo, Portugal; 20-22 Outubro.
CARVALHO, João; GOMES, Patrícia e FERNANDES, M. José. (2011). “The main determinants of the use of the cost accounting system in Portuguese local government”. Financial ��������������������������������������������� Accountability and Management (forthcoming).
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ANEXOS
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2009:
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JORGE, Susana (2009; «Local government accounting system and efficiency: analyses in Portuguese municipalities»; presented at PhD Conference – 12th Biennial CIGAR Conference – New Challenges for Public Sector Accounting; Modena, Italy, May 27. JORGE, Susana (2009); «Local government accounting system and efficiency: analyses in Portuguese municipalities»; 12th Biennial CIGAR Conference – New Challenges for Public Sector Accounting; Modena, Italy, May 28-29. 2008: CAMÕES, Pedro, JORGE, Susana; CARVALHO, João; FERNANDES, M. José (2008). “Measuring Portuguese Local Government Relative Efficiency: a re- analysis”, in Susana Jorge (ed.), Implementing Reforms in Public Sector Accounting, Coimbra University Press, 517pp., 2008, ISBN 978-989-8074-39-3. JORGE, S; CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J. (2008); «From cash to accruals in Portuguese local government accounting: what has truly changed»; Tékhne – Revista de Estudos Politécnicos (Polytechnic Studies Review); Vol. VI, nº10; IPCA; Dezembro.
CAMÕES, P.; JORGE, S.; CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J. (2008); «Does Accounting Compliance Improve Financial Performance? An Econometric analysis of Portuguese Local Government»; European Group of Public Administration (EGPA) Conference; Rotterdam; The Netherlands; 3-6 September. 2007: JORGE, S.; CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J. (2007); «From cash to accruals in Portuguese local government accounting: what has truly changed»; submetido a Tékhne – Revista de Estudos Politécnicos (Polytechnic Studies Review). JORGE, S.; CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J. (2007); «Governmental Accounting in Portugal: why accrual basis is a problem»; Journal of Public Budgeting, Accounting and Financial Management; Vol.19; N.4; Winter; pp.411-446 CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J.; JORGE, S.; CAMÕES, P. (2007); «A Nova Lei das Finanças Locais e o reforço da 265
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consolidação orçamental»; 5º Congresso Nacional da Administração Pública; Instituto Nacional de Administração; Lisboa; Outubro. CAMÕES, P.; JORGE, S.; CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J. (2007); «Measuring Portuguese Local Government Relative Efficiency: a re-analysis»; 11th CIGAR Biennial – Implementing Reforms in Public Sector Accounting: Problems, Changes and Results, Faculty of Economics; University of Coimbra, Portugal, June.
ANEXOS
CARVALHO, J.; JORGE, S.; FERNANDES, M. (2006): “Contributo do POCAL para o aumento da transparência nas contas dos Municípios Portugueses”; Jornal de Contabilidade nº 354, APOTEC, Setembro, p. 296-301. JORGE, S.; CAMÕES, P.; CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J. (2006); «Portuguese Local Government Relative Efficiency: a DEA Approach»; 8th CIGAR Workshop – Performance Measurement in the Public Sector, Hamburg, Germany, September.
CARVALHO, J.; CAMÕES, P.; JORGE, S.; FERNANDES, M. J. (2007); «Conformity and Diversity of Accounting and Financial Reporting in Portuguese Local Government»; Canadian Journal of Administrative Sciences; Vol. 24, Issue 1; March (May); pp.2-14.
JORGE, S; CARVALHO, J; FERNANDES, M. J. (2006); «Compliance with the New System of Local Government Accounting in Portugal»; in Accounting reform in the Public Sector: mimicry, fad or necessity?; E. Lande and J. C. Scheid (eds.); Expert Comptable Media.
2006:
CARVALHO J. (2006); «Fiscalización del Tribunal de Cuentas portugués a los municipios. Resultados y recomendaciones»; VI Simposium de Fiscalización, auditoria y control de la gestión de los fondos públicos, Mérida, Abril.
CARVALHO, J.; FERNANDES, M. J.; CAMÕES, P.; JORGE, S. (2006); «Conformidade e fiabilidade das contas dos municípios portugueses»; 4º Congresso Nacional da Administração Pública; Instituto Nacional de Administração; Lisboa; Novembro. CARVALHO, J.; JORGE, S.; FERNANDES, M. J. (2006); «New Local Government Accounting in Portugal»; Public Money and Management; Vol. 26; N.4; September; pp.211-216. 266
FERNANDES, M. J.; CARVALHO, J.; JORGE, S.; CAMÕES, P. (2006); «The Relevance of the Accounting System to Municipal Decision-Making in Portugal: an Empirical Analysis of the Internal Use of Information»; 4th International Conference on Accounting, Auditing an Management in Public Sector Reforms, EIASM, Siena, Setembro.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
CAMÕES, P. (2006); «A Transparência e a Utilidade das Contas Públicas em Portugal: o Caso das Autarquias Locais», VIII Congresso Prolatino, Vila da Feira, 7 e 8 de Abril. 2005: CARVALHO, J., FERNANDES, M. J., JORGE, S., GUZMÁN, C. (2005); «El uso de los indicadores de gestión en la memoria de las cuentas de los Municipios Portugueses», XIII Congreso de la Asociación Española de Contabilidad y Administración, Oviedo, Setembro, submetido a Jornal da ASEPUC.
Notas: 1. É ainda de assinalar a defesa de uma tese de doutoramento elaborada com base na informação disponível nos Anuários dos Municípios de 2003 a 2010: Título da Tese de Doutoramento: «Motivações do Gestor e Instrumentos Contabilísticos Utilizados na Gestão dos Resultados: O Caso das Autarquias Locais» Autora: Augusta da Conceição Santos Ferreira Orientador: João Carvalho Instituição: Universidade de Aveiro e Universidade do Minho Data: 25 de Janeiro de 2011 2. Conforme assinalado, os autores já publicaram sete Anuários Financeiros dos Municípios, referentes a 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009, todos com o apoio e patrocínio das entidades assinaladas na capa deste 8º Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.
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ANEXOS
| ANEXO II GLOSSÁRIO E TERMOS CONTABILÍSTICOS
Nota Introdutória Dado que as contas das entidades do Setor Empresarial Local (SEL) analisadas neste Anuário são já apresentadas no contexto do novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC), este Glossário contempla novos termos usados nesse contexto em comparação com o do POCAL, evidenciando diferenças quando consideradas relevantes.
Ajustamentos No âmbito do POCAL aparecem ainda com a designação de “Provisões”. Representam ajustamentos que se revelam necessários efetuar, no final de cada exercício económico, nos valores de certas rúbricas do Ativo, devido ao facto do seu valor recuperável para a entidade, ao momento, ser inferior ao valor reconhecido no Balanço. No Ativo Circulante tais ajustamentos resultam fundamentalmente de perdas potenciais (prudência) nos valores das existências, dívidas a receber e títulos negociáveis. No Ativo Imobilizado resultam perdas extraordinárias de valor, previstas no ponto 4.1.10 do POCAL: “Quando à data do balanço os elementos do ativo imobilizado corpóreo e incorpóreo, seja ou não limitada a sua vida útil, tiverem um valor inferior ao registado na contabilidade, devem ser objeto de amortização correspondente à diferença, se for de prever que a redução
desse valor seja permanente. Aquela amortização extraordinária não deve ser mantida se deixarem de existir os motivos que a originaram”. O montante anual destes ajustamentos (reforço ou constituição) aparece na Demonstração dos Resultados por naturezas, na rubrica de custos “Provisões do Exercício”, sendo que as anulações aparecem nos proveitos na rubrica “Proveitos Extraordinários – reduções de amortizações e provisões”. No Balanço os valores acumulados (aumentos deduzidos de diminuições) respetivos aparecem a deduzir às rúbricas do Ativo. No contexto do SNC os ajustamentos foram divididos em dois tipos, pelo facto de se admitir que alguns ativos possam ser mensurados ao justo valor (e.g. propriedades de investimento, participações financeiras e instrumentos financeiros). Assim, há ajustamentos que decorrem de alterações no justo valor e que podem ser aumentos ou diminuições; há outros que resultam de testes feitos aos ativos a fim de avaliar se estão em imparidade, ou seja, se a sua quantia recuperável é inferior à quantia escriturada. Neste último caso, se a imparidade se verificar, devem evidenciar-se Perdas por Imparidade, definidas como “o excedente da quantia escriturada de um ativo, ou de uma unidade geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável”. O SNC dedica a NCRF 12 à temática da imparidade de ativos. 269
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Os aumentos/reduções de justo valor, assim como as perdas por imparidade acumuladas são implicitamente consideradas nas quantias escrituradas no Balanço. No que concerne aos valores do exercício, os aumentos de justo valor aparecem líquidos das respetivas reduções em rubrica própria nos “Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos”. Já as perdas por imparidade, também líquidas das respetivas reversões ocorridas no exercício, aparecem em rúbricas distintas, conforme respeitem a inventários, dívidas a receber, investimentos não depreciáveis/amortizáveis e investimentos depreciáveis/amortizáveis. Neste último caso, ainda que dentro do “Resultado Operacional”, aparecem individualizadas após os “Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos”, junto com os gastos/reversões de depreciação e de amortização. Ver: Ativo, Balanço, Demonstração dos Resultados
Amortização/Depreciação do Imobilizado (amortização económica) Parcela referente ao valor depreciado do imobilizado sujeito a desgaste ou depreciação. O valor da depreciação do exercício designa-se por Amortização do Exercício. O valor acumulado da depreciação designa-se por Amortização Acumulada. O valor da amortização do exercício encontra-se no mapa Demonstração dos Resultados e o valor da amortização acumulada no Balanço/Ativo, na coluna AA (ou AP). No SNC define-se como a imputação sistemática da quantia depreciável/amortizável de um ativo durante a sua vida útil. O termo “Amortização” está associado aos Ativos Intangíveis, enquanto o termo “Depreciação” é usado com referência ao desgaste dos Ativos Fixos Tangíveis. A Amortização/Depreciação do Exercício apresenta-se na Demonstração dos Resultados (por naturezas) numa rúbrica isolada após “os Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos”, em que os valores aparecem deduzidos das respetivas reversões/anulações ocorridas no 270
ANEXOS
mesmo exercício. A Amortização/Depreciação Acumulada aparece implícita nas rubricas respetivas no Balanço, já que estas apresentam-se pela quantia escriturada (líquida das depreciações/amortizações acumuladas). Ver: Balanço, Demonstração dos Resultados
Amortização de empréstimos (amortização financeira) Despesa relativa à quantia despendida para amortização de uma dívida contraída anteriormente. O valor das amortizações financeiras encontra-se no mapa de execução orçamental (Despesa/Passivos Financeiros). Por outro lado, este valor implica diminuição do Passivo no Balanço (empréstimos/financiamentos obtidos).
Ativos Na Administração Pública, os ativos são recursos controlados por uma entidade (proprietária ou administradora) – incluindo os do património histórico, artístico e cultural – em consequência de acontecimentos passados e a partir dos quais se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros ou potencial de serviço. O Ativo corresponde à componente POSITIVA do Balanço Patrimonial de uma autarquia. Conforme modelo definido pelo POCAL, do Ativo obtém-se informação do valor bruto (AB), dos ajustamentos acumulados (atualmente ainda designados de “Provisões”) e desgaste acumulado do Imobilizado (AA) e do valor líquido (AL), referentes ao ano N e também do valor líquido do exercício anterior. Numa entidade do SEL, sujeita ao SNC, o Ativo é também a componente POSITIVA do Balanço financeiro da entidade. Porém, de acordo com o modelo de Balanço preconizado pelo SNC, o Ativo apresenta-se desde logo com o va-
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
lor líquido (designado de “Quantia Escriturada”) dos itens nele incluídos, apresentando também uma comparação dos valores do ano corrente (N) com os do ano imediatamente anterior (N-1). O ativo pode dividir-se em três grupos gerais: Ativo Fixo (Imobilizado Corpóreo, Imobilizado Incorpóreo, Investimentos Financeiros e Bens de Domínio Público) No contexto do SNC é designado de Ativo Não Corrente (Ativos Fixos Tangíveis, Propriedades de Investimento, Ativos Intangíveis, Goodwill, Ativos Biológicos, Participações Financeiras e Outros).
No SNC este grupo não aparece em separado no Balanço, sendo incluído no Ativo Corrente. Os acréscimos (de rendimentos) são considerados “Outras contas a receber” e os diferimentos (Gastos a reconhecer) são apresentados em rubrica com a designação própria. Ver: Balanço
Ativos Financeiros
No SNC é designado de Ativo Corrente (Inventários, Ativos Biológicos, Contas a Receber e Meios Financeiros Líquidos) e os itens a serem aqui reconhecidos obedecem a critérios que não se cingem ao prazo para a sua detenção (ou seja, até 1 ano). Assim, é Ativo Corrente todo o elemento “…que satisfaça qualquer dos seguintes critérios:
Pelo Decreto-Lei nº 26/2002, de 14 de fevereiro, ativos financeiros são “…operações financeiras quer com a aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, ações, quotas e outras formas de participação, quer com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis”. São assim despesas com a aquisição de ativos, em empresas públicas, associações, fundações, sociedades de economia mista, entre outras, de acordo com a legislação em vigor e cláusulas contratuais. O valor das aquisições deste tipo de ativos num exercício económico encontra-se nos mapas orçamentais (Despesa/Ativos Financeiros) e o valor acumulado no Balanço/Ativo/Investimentos Financeiros.
Se espera que seja realizado, ou se pretende que seja vendido ou consumido, no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
No SNC os Ativos Financeiros (correntes/não correntes) são apresentados no Balanço e definem-se como quaisquer ativos que sejam:
Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
“a) Dinheiro;
Ativo Circulante (Existências, Dívidas a Receber e Disponibilidades)
Se espere que seja realizado num período de doze meses após a data do balanço; ou Seja caixa ou um ativo equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou o uso para liquidar um passivo pelo menos doze meses após a data do balanço”. Acréscimos e diferimentos (Acréscimos de Proveitos e Custos Diferidos), atendendo à base de acréscimo ou especialização dos exercícios
b) Um instrumento de capital próprio de uma outra entidade; c) Um direito contratual: i) De receber dinheiro ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou ii) De trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições que sejam potencialmente favoráveis para a entidade; ou 271
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
d) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio da própria entidade e que seja: i) Um não derivado para o qual a entidade esteja, ou possa estar, obrigada a receber um número variável dos instrumentos de capital próprio da própria entidade; ou ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de forma diferente da troca de uma quantia fixa em dinheiro ou outro ativo financeiro por um número fixo de instrumentos de capital próprio da própria entidade. Para esta finalidade, os instrumentos de capital próprio da própria entidade não incluem instrumentos que sejam eles próprios contratos para futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de capital
próprio da própria entidade.”
Balanço O balanço é o mapa contabilístico que relata a posição financeira e patrimonial de uma entidade, normalmente reportado ao final do exercício económico, e apresenta, devidamente agrupados e classificados, os ativos, os passivos e os fundos próprios da entidade. No POCAL, tal como nos outros planos oficiais de contabilidade no âmbito da Administração Pública, o modelo de Balanço é horizontal, como o que a seguir se apresenta:
Balanço Ativo
Fundos próprios e Passivo AB
AA
AL (n)
AL (n-1)
Ano N Fundos Próprios
Fixo – Imobilizado
Património
Fixo – Bens de Domínio Público
Reservas e Resultados Transitados
Investimentos Financeiros
Resultado Líquido
Circulante – Existências
Passivo
Circulante – Dívidas a receber
Dívidas a pagar – Médio/longo prazo
Circulante – Disponibilidades
Dívidas a pagar – curto prazo
Acréscimos e diferimentos
Acréscimos e diferimentos
Total
A
B
AB: Ativo Bruto; AA: Amortizações e Ajustamentos; AL: Ativo Líquido 272
A-B
Total
Ano N-1
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ANEXOS
Já no âmbito do SNC, o modelo de Balanço é vertical, apresentando, como referido, o Ativo pelos valores líquidos/quantias escrituradas. Os Fundos Próprios (ou Património Líquido) são aqui designados de Capital Próprio: Balanço Rúbricas
NOTAS
DATAS 31.xx.N
31.xx.N-1
ATIVO Ativo Não Corrente Ativos Fixos Tangíveis Propriedades de Investimento Goodwill Ativos Intangíveis Participações Financeiras Outros Ativo Corrente Inventários Ativos biológicos Clientes Outras contas a receber Diferimentos Meios Financeiros Líquidos TOTAL DO ATIVO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital Próprio Capital realizado Ações (quotas) próprias Outros instrumentos de Cap. Próprio Prémios de emissão Reservas Resultados Transitados Excedentes de revalorização Outras variações no Cap. Próprio Resultado Líquido do Período TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO Passivo Passivo Não Corrente Provisões Financiamentos Obtidos Outras contas a pagar Passivo Corrente Fornecedores Diferimentos Outras contas a pagar TOTAL DO PASSIVO TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E DO PASSIVO 273
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Foi inserida uma coluna adicional para Notas, destinada a indicar o número correspondente à nota explicativa do Anexo onde será incluída informação complementar sobre o item respetivo. Ver: Ativo, Passivo, Fundos Próprios
Base de Acréscimo ou de Especialização dos Exercícios Diz-se que um sistema contabilístico funciona na base de acréscimo quando permite apresentar contas numa ótica financeira, patrimonial e económica. Neste sentido, os subsistemas contabilísticos cujos mapas são elaborados nesta ótica (Contabilidade Financeira, Patrimonial e Contabilidade de Custos) registam operações financeiras (direitos e entradas de fundos e responsabilidades e saídas de fundos), económicas (proveitos, custos e resultados) e patrimoniais (Ativo, Passivo e Fundo Próprio). O Balanço, a Demonstração dos Resultados e os mapas de custos são exemplos de documentos de prestação de contas elaborados na base do acréscimo ou da especialização dos exercícios. Designa-se por “base do acréscimo ou da especialização dos exercícios” (Accrual basis) porque uma despesa apenas é registada como custo ou perda no momento em que há consumo dos recursos ou em que diminui o património da entidade; por seu turno, uma receita apenas é registada como proveito ou ganho no exercício em que é percebido o benefício económico, no exercício em que esse recurso foi utilizado como custo (permitindo, deste modo, um balanceamento entre custos e proveitos) ou no momento em que aumenta o património da entidade. No SNC o regime do acréscimo (periodização económica) é considerado um pressuposto subjacente à elaboração das demonstrações financeiras de uma entidade económica, a fim de que estas satisfaçam os seus objetivos de utilidade a um vasto conjunto de utentes na tomada de decisões económicas. Segundo o parágrafo 22 da Estrutura Conceptual do SNC, “Através deste regime, os efeitos das transações e de 274
ANEXOS
outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram (e não quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos), sendo registados contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se relacionem. As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime de acréscimo informam os utentes não somente das transações passadas envolvendo o pagamento e o recebimento de caixa, mas também das obrigações de pagamento no futuro e de recursos que representem caixa a ser recebida no futuro”. No âmbito da base/regime do acréscimo, o Balanço inclui: no Ativo, “Acréscimos de Proveitos” no POCAL, que no SNC correspondem a “Devedores por acréscimos de rendimentos” (dívidas a receber relativas a proveitos/rendimentos já reconhecidos, mas cuja receita e recebimento ainda não ocorreram); no Ativo, “Custos Diferidos” no POCAL, que no SNC correspondem a Diferimentos “Gastos a reconhecer” (despesas e pagamentos que já ocorreram, mas cujo custo/gasto eventualmente associado ainda não foi incorrido); no Passivo, “Acréscimos de Custos” no POCAL, que no SNC correspondem a “Credores por acréscimos de gastos” (dívidas a pagar relativas a custos/gastos já reconhecidos, mas cuja despesa e pagamento ainda não ocorreram); no Passivo, “Proveitos Diferidos” no POCAL, que no SNC correspondem a Diferimentos “Rendimentos a reconhecer” (receitas e recebimentos que já ocorreram, mas cujo proveito/rendimento eventualmente associado ainda não foi percebido). Exemplos: A aquisição de um computador será despesa no exercício económico do compromisso (compra), será pagamento no momento da saída de fundos e será um custo diferido (gasto a reconhecer no SNC) por vários exercícios à medida que o mesmo perde valor económico (ou seja, durante o período de utilização em que são registadas as amortizações).
ANEXOS
Um subsídio/transferência obtido/a para a aquisição desse computador, será receita no exercício em que for atribuído (direito a receber), recebimento quando for efetivamente recebido e proveito de vários exercícios (proveito diferido no POCAL; outras variações no capital próprio no SNC), pela percentagem das amortizações efetuadas ao longo da sua vida útil (regularização do subsídio por afetação do proveito/rendimento diferido aos proveitos/rendimentos do exercício corrente). Conceitos utilizados neste sistema contabilístico: Direitos e Obrigações, Recebimentos, Pagamentos, Saldo de Tesouraria, Dívidas a Pagar, Dívidas a Receber, Custos e Proveitos, Resultados.
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as fases anteriores do direito a receber e dos compromissos a pagar (situação financeira). Neste sentido, o sistema contabilístico regista operações de direitos e entradas de fundos e de compromissos e saídas de fundos. Os Mapas de Execução Orçamental e Mapa de Fluxos de Caixa (no âmbito do subsistema de Contabilidade Orçamental) são exemplos de documentos de prestação de contas elaborados num sistema em base de caixa modificada. Os principais termos utilizados num sistema contabilístico elaborado nesta base são: Direitos (ou Liquidações) e Obrigações (ou Compromissos), Recebimentos, Pagamentos, Saldo de Tesouraria, Compromissos por Pagar e Direitos por Cobrar.
Ver: Balanço, Ativo, Passivo
Bens de Domínio Privado
Base de Caixa
O domínio privado pode ser definido como o conjunto de bens que não encontram integrados no domínio público, ou seja:
Diz-se que um sistema contabilístico funciona na base de caixa quando tem como objetivo único apresentar contas numa ótica de caixa, ou seja, tem preocupação pela apresentação da situação de tesouraria, reconhecendo as transações apenas quando recebidas ou pagas. Neste sentido, no sistema contabilístico são registadas apenas entradas e saídas de fundos. O Mapa de Fluxos de Caixa (no âmbito do subsistema de Contabilidade Orçamental) é o documento de prestação de contas mais importante elaborado na base de caixa. Os termos mais utilizados num sistema contabilístico elaborado nesta base são: Recebimentos, Pagamentos e Saldo de Tesouraria.
Base de Caixa Modificada (base de caixa e compromissos) Diz-se que um sistema contabilístico funciona na base de caixa modificada quando tem como objetivo único apresentar contas numa ótica de caixa, registando ainda
a) Estão, em princípio, sujeitos ao regime de propriedade estatuído na lei civil e, consequentemente, submetidos ao comércio jurídico correspondente (aceção objetiva); b) São livremente adquiridos e não obedecem a uso tipificado; c) São alienáveis, penhoráveis, prescrevíeis e expropriáveis.
Bens de Domínio Público Segundo o artigo 202.º, n.º 1 do Código Civil, “uma coisa é tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas”. Por sua vez, o n.º 2 do mesmo artigo refere que se consideram fora do comércio todas as coisas que não podem ser objeto de direitos privados, tais como as que se encontram no domínio público e as que são, por sua natureza, insuscetíveis de apropriação individual. Em Portugal, podemos dizer que determinados bens do 275
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
domínio público o são de acordo com a sua própria natureza, que a lei se limita a reconhecer como uma realidade preexistente (são exemplos o espaço aéreo, as águas marítimas territoriais, os rios, os lagos e as praias). Outros bens são considerados públicos por vontade da Administração, porque já existiam ou porque foram adquiridos ou construídos por uma pessoa coletiva de direito público e só depois tornados dominiais. É o que acontece com as autoestradas, linhas férreas, aeroportos, entre outros. O artigo 84.º da Constituição da República Portuguesa (CRP) refere no seu n.º 1 que pertencem ao domínio público: “As águas territoriais com os seus leitos e os fundos marinhos contíguos, bem como os lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis, com os respetivos leitos; As camadas aéreas superiores ao território acima do limite reconhecido ao proprietário ou superficiário; Os jazigos minerais, as nascentes de águas mineromedicinais, as cavidades naturais e subterrâneas existentes no subsolo, com exceção das rochas, terras comuns e outros materiais habitualmente usados na construção; As estradas; As linhas férreas nacionais; Outros bens como tal classificados por lei.” A definição de Património do Estado é dada pelo artigo 2º do Decreto-Lei n.º 477/80, de 15 de Outubro, onde se refere que, para efeitos de inventário do património do Estado, se deve considerar “o conjunto de bens do seu domínio público e privado, e dos direitos e obrigações com conteúdo económico de que o Estado é titular, como pessoa coletiva de direito público.” Por sua vez, o artigo 4º do Decreto-Lei supracitado re276
ANEXOS
fere quais os bens de domínio público que devem fazer parte do inventário do Estado, que são: “a) As águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os seus leitos e margens e a plataforma continental; b) Os lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis com os respetivos leitos e margens e, bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis para produção de energia elétrica ou para irrigação; c) Os outros bens do domínio público hídrico referidos no Decreto n.º 5787-4I, de 10 de maio de 1919, e no Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de novembro; d) As valas abertas pelo Estado e as barragens de utilidade pública; e) Os portos artificiais e docas, os aeroportos e aeródromos de interesse público; f) As camadas aéreas superiores aos terrenos e às águas do domínio público, bem como as situadas sobre qualquer imóvel do domínio privado para além dos limites fixados na lei em benefício do proprietário do solo; g) Os jazigos minerais e petrolíferos, as nascentes de águas mineromedicinais, os recursos geotérmicos e outras riquezas naturais existentes no subsolo, com exclusão das rochas e terras comuns e dos materiais vulgarmente empregados nas construções; h) As linhas férreas de interesse público, as autoestradas e as estradas nacionais com os seus acessórios, obras de arte, etc.; i) As obras e instalações militares, bem como as zonas territoriais reservadas para a defesa militar; j) Os navios da armada, as aeronaves militares e os carros de combate, bem como outro equipamento militar
ANEXOS
de natureza e durabilidade equivalentes; l) As linhas telegráficas e telefónicas, os cabos submarinos e as obras, canalizações e redes de distribuição pública de energia elétrica; m) Os palácios, monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, bem como os palácios escolhidos pelo Chefe do Estado para a Secretaria da Presidência e para a sua residência e das pessoas da sua família; n) Os direitos públicos sobre imóveis privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens privados; o) As servidões administrativas e as restrições de utilidade pública ao direito de propriedade; p) Quaisquer outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime do domínio público.” Em geral, os bens são administrados pelo Estado, podendo também se administrados pelo Município e Freguesia e pelas Regiões Autónomas. A inclusão dos bens de domínio público no Balanço de uma entidade pública tem subjacentes dois conceitos: a) Benefício – apesar de poderem não implicar a obtenção de benefícios futuros diretos à entidade (no caso de bens de domínio público que não apoiem a entidade na prestação direta dos seus serviços), proporcionam benefícios à comunidade ao longo de diversos anos, encerrando portanto um potencial para prestação de serviço público; b) Controlo – a entidade pública deverá ter poderes e capacidade para gerir e manter esse bem. O POCP prevê uma nova conta de Imobilizado, a conta 45, para os denominados Bens de Domínio Público.
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Contabilidade de Custos É o subsistema contabilístico onde se apuram os custos (ou custos e proveitos, designando-se, neste caso, por Contabilidade Analítica) por cada função, atividade e cada bem ou serviço naquelas incluído. Os principais documentos extraídos deste subsistema contabilístico são os mapas CC (Contabilidade de Custos) definidos no ponto 12 do POCAL. A informação produzida pela Contabilidade de Custos revela-se fundamental para as tomadas de decisão internas, designadamente no que concerne ao estabelecimento de tarifas e preços para os bens e serviços fornecidos em gestão direta pela autarquia, que, segundo a Lei das Finanças Locais (Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro), artigo 16º, nº1, “…não devem ser inferiores aos custos direta e indiretamente suportados com a prestação desses serviços e com o fornecimento desses bens”. O funcionamento do sistema assenta na base do acréscimo ou especialização dos exercícios, bem como no uso do classificador funcional para os custos, sendo os custos indiretos afetos às funções, bens e serviços, em função dos respetivos custos diretos (sistema de base única de imputação). As entidades podem optar por utilizar um método de registo digráfico, caso em que deverão optar pelo uso das contas da Classe 9. Ver: Custos e Perdas versus Proveitos e Ganhos, Digrafia
Contabilidade Orçamental É o subsistema contabilístico onde se registam a aprovação e modificações do Orçamento (receita e despesa) e as fases de controlo e execução do mesmo, até aos pagamentos e recebimentos. Os principais documentos de prestação de contas extraídos deste subsistema contabilístico são o Mapa de Controlo Orçamental da Despesa, o Mapa de Controlo Orçamental da Receita, o Mapa de Fluxos de Caixa e os respetivos anexos (Notas sobre o processo orçamental e respetiva execução). No âmbito do POCAL destaca-se também o mapa da Execução Anual do Plano Plurianual de Investimentos (PPI). 277
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
As despesas e receitas seguem genericamente uma classificação económica, de acordo com as suas naturezas, podendo as despesas seguirem também uma classificação funcional (particularmente relevante no âmbito do PPI) e orgânica. Os registos contabilísticos aqui efetuados assentam na base de caixa ou na base de caixa modificada.
Ver: Base de Acréscimo, Balanço, Demonstração dos Resultados.
Este subsistema contabilístico não existe no SNC.
No POCAL um custo é um consumo de recursos, enquanto uma perda representa uma diminuição do valor de um recurso (geralmente de caráter extraordinário). Ambos se traduzem numa diminuição dos Fundos Próprios ou Património Líquido.
Ver: Base de Caixa, Base de Caixa Modificada
Contabilidade Patrimonial É o subsistema contabilístico onde se registam todas as operações que alteram, qualitativa e quantitativamente, a estrutura patrimonial, económica e financeira de uma entidade, designadamente através de alterações no Ativo, Passivo e Fundos Próprios. Os principais documentos de prestação de contas extraídos deste subsistema contabilístico são o Balanço, a Demonstração dos Resultados (por naturezas) e os respetivos anexos (Notas ao Balanço e à Demonstração dos Resultados). Para uso interno o subsistema permite também obter vários Balancetes das diferentes massas que compõem o Balanço, bem como dos custos e os proveitos. É um subsistema próximo da contabilidade empresarial, que permite reconhecer direitos, obrigações, custos e proveitos, assentando na base do acréscimo ou especialização dos exercícios. É o sistema abrangido pelo SNC, que abrange um conjunto de Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro. 278
Custos e Perdas versus Proveitos e Ganhos
No SNC os Custos são designados de “Gastos”. De acordo com o parágrafo 69 da Estrutura Conceptual do SNC, um gasto é definido como uma diminuição nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de exfluxo ou deperecimento de ativos ou na incorrência de passivos, que resulte numa diminuição do capital próprio, e que não seja relacionada com distribuições aos participantes no capital próprio. O parágrafo 76 esclarece que a definição de gastos engloba as perdas que se distinguem dos gastos porque, enquanto estes resultam do decurso das atividades correntes (ou ordinárias) da entidade (e.g. deperecimento de ativos fixos tangíveis), as perdas podem, ou não, surgir no decurso das atividades ordinárias, resultando geralmente de atividades de caráter extraordinário (e.g. as que resultam de desastres como os incêndios e as inundações). São custos/gastos e perdas de uma entidade todas as operações registadas na Classe 6, conforme as contas que se seguem:
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS POCAL
SNC
61 – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (momento do consumo ou venda)
61 – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (momento do consumo ou venda)
62 – Fornecimentos e serviços externos (por regra, no momento da obrigação)
62 – Fornecimentos e serviços externos (por regra, no momento da obrigação)
63 – Transferências e subsídios correntes concedidos e prestações sociais (momento da autorização)
63 – Gastos com pessoal (ano de reconhecimento como gasto)
64 – Custos com o Pessoal (ano de reconhecimento como custo)
64 – Gastos de depreciação e de amortização (momento do desgaste, normalmente reconhecidos unicamente em 31 de dezembro)
65 – Outros custos e perdas operacionais (ano de reconhecimento como custo)
65 – Perdas por imparidade (momento da imparidade dos ativos fixos tangíveis, propriedades de investimentos e inventários, bem como da provável não cobrança de direitos já registados como rendimentos; normalmente reconhecidas em 31 de dezembro)
66 – Amortizações do exercício (momento do desgaste, normalmente registadas unicamente em 31 de dezembro) e ajustamentos do exercício (momento da desvalorização das existências e investimentos financeiros, bem como da provável não cobrança de direitos já registados como proveitos; normalmente registadas em 31 de dezembro)
66 – Perdas por reduções de justo valor (momento da redução do justo valor das propriedades de investimento, investimentos financeiros e instrumentos financeiros; normalmente reconhecidas em 31 de dezembro)
67 – Provisões do exercício (as provisões são normalmente registadas ou atualizadas em 31 de dezembro)
67 – Provisões do período (as provisões são normalmente registadas ou atualizadas em 31 de dezembro)
68 – Custos e perdas financeiros (ano de reconhecimento como custo)
68 – Outros gastos e perdas (ano de reconhecimento como gasto)
69 – Custos e perdas extraordinários (ano de reconhecimento como custo)
69 – Gastos e perdas de financiamento (ano de reconhecimento como gasto)
No âmbito do POCAL um proveito é um benefício económico ou aumento de potencial de serviço, derivado da venda, prestação de serviços, cobrança de impostos e taxas e de outras receitas. Um ganho é uma variação patrimonial positiva, geralmente de carácter extraordinário. Ambos se traduzem num aumento dos Fundos Próprios ou Património Líquido. No SNC os Proveitos são designados de “Rendimentos”. O parágrafo 69 da Estrutura Conceptual do SNC define um rendimento como um aumento nos benefícios económicos durante o período contabilístico, na forma de influxo ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resulte num aumento no capital próprio que não seja relacionado
com as contribuições dos participantes no capital próprio. Os parágrafos 72 e 73 também esclarecem que a definição de rendimentos engloba réditos e ganhos. Os réditos provêm do decurso das atividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade (e.g. vendas e prestações de serviços, juros e dividendos). Já os ganhos representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimentos e podem, ou não, provir do decurso das atividades correntes (ou ordinárias), resultando geralmente de atividades de caráter extraordinário (e.g. os que provêm da alienação de ativos não correntes). São proveitos e ganhos de uma entidade todas as operações registadas na Classe 7, conforme as contas que se seguem: 279
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010 POCAL
ANEXOS SNC
71 – Vendas e prestação de serviços (momento do reconhecimento do direito)
71 – Vendas (momento do reconhecimento do rendimento)
72 – Impostos e taxas (momento da liquidação ou reconhecimento do direito)
72 – Prestações de serviços (momento do reconhecimento do direito)
73 – Proveitos suplementares (momento do reconhecimento do direito)
73 – Variações nos inventários da produção (reconhecidas em 31 de dezembro; valor do custo dos inventários produzidos no exercício e não vendidos, se positiva; valor dos inventários produzidos no exercício anterior e vendidos no exercício corrente, se negativa)
74 – Transferências e subsídios obtidos (momento do reconhecimento do direito)
74 – Trabalhos para a própria entidade (momento do reconhecimento do gasto associado)
75 – Trabalhos para a própria entidade (momento do reconhecimento do gasto associado)
75 – Subsídios à exploração (momento do reconhecimento do direito)
76 – Outros proveitos ou ganhos operacionais (momento do reconhecimento do rendimento) -------
76 – Reversões (momento em que as razões que levaram às perdas por imparidade, provisões e aumentos extraordinários de amortizações/depreciações se deixarem de verficar; normalmente reconhecidas em 31 de dezembro) 77 – Ganhos por aumentos de justo valor (momento do aumento do justo valor das propriedades de investimento, investimentos financeiros e instrumentos financeiros; normalmente reconhecidos em 31 de dezembro)
78 – Proveitos e ganhos financeiros (ano de reconhecimento como proveito)
78 – Outros rendimentos e ganhos (ano de reconhecimento como rendimento)
79 – Proveitos e ganhos extraordinários (ano de reconhecimento como proveito)
79 – Juros, dividendos e outros rendimentos similares (ano de reconhecimento como rendimento)
Os custos/gastos e perdas e os proveitos/rendimentos e ganhos são apresentados na Demonstração dos Resultados que, mostrando a diferença entre eles, evidencia o Resultado Económico (lucro ou prejuízo) da entidade. Nas entidades sujeitas ao SNC o lucro é frequentemente usado como medida de desempenho, ou como base para outras mensurações, tais como o retorno do investimento. No contexto da Administração Pública em geral e das autarquias em particular, o resultado económico representado pelo lucro/prejuízo não é suficiente para avaliar o desempenho da entidade, já que o balanceamento (matching) entre custos e perdas e proveitos e ganhos é questionável, conduzindo à necessidade de considerar outros indicadores de natureza mais operacional, para avaliar esse desempenho. Ver: Demonstração dos Resultados 280
Demonstração dos Resultados A demonstração dos resultados é o mapa contabilístico que relata o desempenho económico de uma entidade, normalmente reportado ao final do exercício económico, e apresenta, devidamente agrupados e classificados, os custos e perdas e os proveitos e ganhos (classificados por naturezas), evidenciando o Resultado Líquido do Exercício. No POCAL os resultados são classificados em correntes e extraordinários, desdobrando-se os primeiros em operacionais e financeiros. Embora não apresente a Demonstração dos Resultados por funções, o POCAL admite que esta seja de elaboração facultativa pelas autarquias locais. O modelo de Demonstração dos Resultados por naturezas do POCAL é o que a seguir se apresenta:
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Exercícios
CUSTOS E PERDAS
N
N-1
61 – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas 62 – Fornecimentos e serviços externos 64 – Custos com o Pessoal 63 – Transferências e subsídios correntes concedidos e prestações sociais 66 – Amortizações do exercício 67 – Provisões do exercício 65 – Outros custos e perdas operacionais (A)………………… 68 – Custos e perdas financeiros (C)………………… 69 – Custos e perdas extraordinários (E)………………… Resultado Líquido do Exercício PROVEITOS E GANHOS 71 – Vendas e prestação de serviços 72 – Impostos e taxas Variação da Produção 75 – Trabalhos para a própria entidade 73 – Proveitos suplementares 74 – Transferências e subsídios obtidos 76 – Outros proveitos ou ganhos operacionais (B)………………… 78 – Proveitos e ganhos financeiros (D)………………… 79 – Proveitos e ganhos extraordinários (F)………………… Resultados operacionais: Resultados financeiros: Resultados correntes: Resultado líquido do exercício:
No que concerne ao SNC, as entidades do SEL são obrigadas a elaborar ambas as Demonstrações dos Resultados, por naturezas e por funções. Embora em ambas prevaleça uma lógica de apresentação dos gastos e rendimentos atendendo à sua origem ou naturezas, na Demonstração dos Resul-
(B)–(A) (D–B)–(C–A) (D)–(C) (F)–(E)
tados por Funções os gastos operacionais são organizados atendendo às atividades a que se destinam na entidade económica (e.g. administrativos, de distribuição, de aprovisionamento, …). Adicionalmente, neste mapa evidencia-se o Resultado Bruto, que é a diferença entre as Vendas e Presta281
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ções de Serviços e o Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas. No contexto das entidades do SEL, a Demonstração dos Resultados (seja por naturezas ou por funções) é uma demonstração financeira que retrata o desempenho económico da entidade, demonstrando fundamentalmente a lucratividade da entidade num dado período. Permite determinar as alterações potenciais nos recursos económicos que seja provável a entidade controlar no futuro e é útil na formação de juízos de valor acerca da eficácia com que a entidade pode empregar recursos adicionais.
RENDIMENTOS E GASTOS Vendas e serviços prestados Subsídios à exploração Variação nos inventários da produção Trabalhos para a própria entidade Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumida Fornecimentos e serviços externos Gastos com pessoal Imparidade de inventários (perdas/reversões) Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) Provisões (aumentos/reduções) Outras imparidades (perdas/reversões) Aumentos/reduções de justo valor Outros rendimentos e ganhos Outros gastos e perdas Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos Gastos/reversões de depreciação e de amortização Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) Juros e rendimentos similares obtidos Juros e gastos similares suportados Resultado antes de impostos Imposto sobre o rendimento do período Resultado líquido do período
282
ANEXOS
De forma diversa do POCAL, a Demonstração dos Resultados por naturezas do SNC não aparece organizada segundo a lógica das contas; adicionalmente os rendimentos apresentam-se, em muitos casos, líquidos de gastos, e vice-versa. Evidencia-se o Resultado Operacional (separando o Resultado antes de depreciações, dos Gastos/reversões de depreciação e de amortização), o Resultado antes de Impostos e o Resultado Líquido do Período. O modelo de Demonstração dos Resultados por naturezas do SNC é o que a seguir se apresenta:
NOTAS
PERÍODOS N
N-1
ANEXOS
Tal como no Balanço, também na Demonstração dos Resultados foi inserida uma coluna adicional para Notas, destinada a indicar o número correspondente à nota explicativa do Anexo onde será incluída informação complementar sobre o item respetivo. Ver: Custos e Perdas versus Proveitos e Ganhos
Despesas versus Receitas Uma despesa é uma aquisição de um bem ou serviço em que a última fase do processo é o pagamento. Na Administração Pública as despesas dividem-se em dois grandes grupos: Despesas de Capital e Despesas Correntes. As Despesas de Capital são todas aquelas que alteram o património duradouro da entidade/Estado, traduzindo assim o seu enriquecimento e contribuindo para a formação do capital fixo e para o bem-estar coletivo (e.g. investimentos e reembolso de empréstimos). As Despesas Correntes são as que revelam carácter permanente e que afetam o património não duradouro da entidade, determinando a redução dos ativos líquidos; são todas as despesas com bens e serviços de consumo corrente (e.g. despesas com pessoal), objeto de uso final, incluindo juros e atribuição de subsídios para utilização imediata. As despesas são transformadas em custos/gastos quando os bens/serviços adquiridos forem consumidos ou desgastam pelo uso. Por exemplo, quando se adquire uma viatura estamos perante uma despesa no momento da sua aquisição e será custo/gasto durante os anos em que se utiliza e consequentemente se desgasta (amortizações/depreciações). De acordo com o pressuposto da base de acréscimo ou especialização dos exercícios, a viatura vai gerar proveitos/rendimentos durante vários exercícios ao serviço da entidade, pelo que o seu custo/ gasto deverá será repartido também por esses exercícios. Estamos perante uma receita quando é reconhecido o direito o cobrar determinada importância.
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Tal como para as despesas, na Administração Pública as receitas também se dividem em dois grandes grupos: Receitas de Capital e Receitas Correntes. As Receitas de Capital alteram o património duradouro da entidade/Estado; são receitas cobradas ocasionalmente, isto é, que se revestem de carácter transitório e que, regra geral, estão associadas a uma diminuição do património duradouro ou aumento dos ativos e passivos de médio/ longo prazos (e.g. venda de imóveis e empréstimo a longo prazo). As Receitas Correntes incidem sobre o património não duradouro e provêm de ganhos do período orçamental (quer aumentos nos ativos financeiros – e.g. juros, quer reduções no património não duradouro – e.g. vendas de bens) e esgotam-se no período de um ano; são aquelas que, regra geral, se renovam em todos os períodos financeiros. As receitas são transformadas em proveitos/rendimentos no exercício económico que causaram custos/gastos ou foi necessário o consumo de recursos para a obtenção desse proveito/rendimento. Por exemplo, uma transferência corrente recebida será proveito/rendimento do exercício uma vez que se destina à aquisição e pagamento de bens e serviços (custos/gastos) nesse exercício. Uma transferência de capital é uma receita no exercício que se reconhece o direito a cobrar, mas um proveito diferido (rendimento a reconhecer) pelos exercícios em que o valor de aquisição do bem financiado vai diminuindo por desgaste (durante os anos em que se amortiza o bem). No âmbito do subsistema de Contabilidade Orçamental, algumas grandezas importantes são as seguintes: Despesa efetiva = despesas corrente + despesas de capital – ativos financeiros – passivos financeiros Receita efetiva = receitas correntes + receitas de capital – ativos financeiros – passivos financeiros Despesa primária = despesa efetiva – juros Despesa corrente primária = despesa corrente – juros 283
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Saldo global ou efetivo = receitas efetivas – despesas efetivas Saldo primário = receitas efetivas – despesas primárias ou Saldo primário = saldo global + juros
ANEXOS
4. O montante de empréstimos das associações de freguesias releva igualmente para os limites estabelecidos na presente lei para os empréstimos das respetivas freguesias.”
Ver: Custos e Perdas versus Proveitos e Ganhos
Exercício Económico Endividamento Líquido Municipal Segundo o artigo 36º da Lei das Finanças Locais (Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro): “1. O montante de endividamento líquido municipal, compatível com o conceito de necessidade de financiamento do Sistema Europeu das Contas Nacionais e Regionais (SEC95), é equivalente à diferença entre a soma dos passivos, qualquer que seja a sua forma, incluindo nomeadamente os empréstimos contraídos, os contratos de locação financeira e as dividas a fornecedores, e a soma dos ativos, nomeadamente o saldo de caixa, os depósitos em instituições financeiras, as aplicações de tesouraria e os créditos sobre terceiros. 2. Para efeitos de cálculo do limite de endividamento líquido e do limite de empréstimos contraídos, o conceito de endividamento líquido total de cada município inclui: a) O endividamento líquido e os empréstimos das associações dos municípios proporcional à participação do município no seu capital social; b) O endividamento líquido e os empréstimos das entidades que integram o sector empresarial local, proporcional à participação do município no seu capital social, em caso de incumprimento das regras de equilíbrio de contas previstas no regime jurídico do sector empresarial local. 3. Para efeitos do disposto no n.º 1, não são considerados créditos sobre terceiros os créditos que não sejam reconhecidos por ambas as partes e os créditos sobre os serviços municipalizados e entidades que integrem o sector empresarial local. 284
Período correspondente à execução orçamentária, financeira e patrimonial. Em Portugal o exercício económico coincide com o ano civil, quer para as entidades da Administração Pública, quer para as sujeitas ao SNC (aqui designado de “período económico”).
Fundo de Coesão Municipal Trata-se uma subvenção geral que representa 50% do FEF, e que “…visa reforçar a coesão municipal, fomentando a correção de assimetrias, em benefício dos municípios menos desenvolvidos, onde existam situações de desigualdade relativamente às correspondentes médias nacionais, e corresponde à soma da compensação fiscal (CF) e da compensação da desigualdade de oportunidades (CDO) baseada no índice de desigualdade de oportunidades (IDO)” (artigo 23º, nº1, da Lei das Finanças Locais, Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro).
Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) Trata-se de uma subvenção geral resultante da repartição dos recursos públicos entre Estado e municípios, cujo valor é igual a 25,3% da média aritmética simples da receita proveniente dos impostos sobre o rendimento de pessoas singulares (IRS) e coletivas (IRC) e sobre o valor acrescentado (IVA). É constituído do seguinte modo, nos termos do artigo 21º da Lei das Finanças Locais (Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro): “1. O FEF é repartido da seguinte forma:
ANEXOS
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
50% como Fundo Geral Municipal (FGM);
de deduzir todos os seus passivos.
50% como Fundo de Coesão Municipal (FCM).
Entre as componentes principais dos Fundos Próprios destacam-se o Património (que no SNC encontra correspondência no Capital Realizado), Reservas de Reavaliação (que encontram paralelo nos Excedentes de Revalorização no SNC) e outras Reservas (legais, estatutárias, subsídios, doações), Resultados Transitados e Resultado Líquido do Exercício (no SNC designado de “Resultado Líquido do Período”).
2. A participação geral de cada município no FEF resulta da soma das parcelas referentes ao FGM e ao FCM. 3. (…)”.
Fundo Geral Municipal De acordo com o artigo 22º da Lei das Finanças Locais (Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro), “Corresponde a uma transferência financeira do Estado que visa dotar os municípios de condições financeiras adequadas ao desempenho das suas atribuições, em função dos respetivos níveis de funcionamento e investimento.” Representa 50% do FEF.
Fundo Social Municipal Conforme o artigo 24º, nº1, da Lei das Finanças Locais (Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro), “…constitui uma transferência financeira do Orçamento do Estado consignada ao financiamento de despesas determinadas, relativas a atribuições e competências dos municípios associadas a funções sociais, nomeadamente na educação, na saúde ou na ação social.”
Fundos Próprios Os Fundos Próprios representam a diferença entre o Ativo e o Passivo do Balanço de uma entidade, numa determinada data, pelo que também se podem designar por “Património Líquido”. No âmbito do SNC esta componente do Balanço designa-se por “Capital Próprio” ou “Situação Líquida”. O parágrafo 49(c) da Estrutura Conceptual define Capital Próprio como o interesse residual nos ativos da entidade depois
Ver: Activo, Passivo, Balanço
Limite do Endividamento Líquido Municipal Segundo o artigo 37º da Lei das Finanças Locais (Lei nº 2/2007, de 15 de janeiro): “1. O montante de endividamento líquido total de cada município, em 31 de dezembro de cada ano, não pode exceder 125% do montante de receitas provenientes de impostos municipais, das participações do município no FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do sector empresarial local, relativas ao ano anterior. 2. Quando um município não cumpra o disposto no número anterior, deve reduzir em cada ano subsequente pelo menos 10% do montante que excede o seu limite de endividamento líquido, até que aquele limite seja cumprido.”
Passivo (e Provisões) Na Norma Internacional de Contabilidade do Setor Público (NICSP) 1, o passivo é definido como o conjunto das “… obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo de recursos da entidade que incorporam benefícios económicos ou potencial de serviço”. 285
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
No POCAL o Passivo corresponde à componente NEGATIVA do Balanço Patrimonial de uma autarquia. No SNC a que estão sujeitas as entidades do SEL, o Passivo também é a componente NEGATIVA do Balanço apresentado numa perspetiva financeira de aplicações de fundos (Ativos) face às origens (Passivo e Capital Próprio).
ANEXOS
até um ano é a curto prazo, a mais de um ano é a médio/ longo prazos.
O passivo é constituído por três grandes componentes:
No SNC as dívidas dividem-se, respetivamente, em Passivo Não Corrente e Passivo Corrente e, além do prazo, outros critérios são atendidos para a classificação. “Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer um dos seguintes critérios:
Provisões para Riscos e Encargos no POCAL, designadas apenas de Provisões no SNC
Se espera que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
Uma Provisão pode ser definida como um Passivo de tempestividade e/ou montante incertos.
Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
As Provisões (para Riscos e Encargos no POCAL) são responsabilidades derivadas dos riscos de natureza específica e provável (e.g. relativas a processos judiciais em curso). De acordo com o SNC (NCRF 21, parágrafo 13), “Uma provisão só deve ser reconhecida quando cumulativamente:
Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou
(a) uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado de um acontecimento passado;
Todos os outros passivos são, por defeito, não correntes.
(b) seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos será necessário para liquidar a obrigação; e (c) possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação”. As Provisões para Riscos e Encargos (acumuladas) no POCAL apresentam-se no Balanço numa rubrica individualizada entre os Fundos Próprios e as Dívidas a Pagar a médio/longo prazos; as Provisões (acumuladas) do SNC estão incluídas no Passivo Não Corrente.
A entidade não detenha um direito incondicional de diferir a liquidação o passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.”
Acréscimos e diferimentos (Acréscimos de Custos e Proveitos Diferidos), atendendo à base de acréscimo ou especialização dos exercícios Dado o elevado valor nesta componente nas contas dos Municípios (nomeadamente no que concerne aos Proveitos Diferidos, onde se incluem as Transferências e Subsídios de Capital consignados), no âmbito do POCAL não se deve considerar o Passivo como sinónimo de dívidas a pagar, já que os Proveitos Diferidos não são exigíveis.
Dívidas a pagar a médio/longo prazos e a curto prazo
No SNC este grupo não aparece em separado no Balanço, sendo incluído no Passivo Corrente. Os acréscimos (de gastos) são considerados “Outras contas a pagar” e os diferimentos (Rendimentos a reconhecer) são apresentados em rubrica com a designação própria.
No POCAL o critério relevante é o prazo de pagamento:
Ver: Balanço
286
ANEXOS
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Passivos Financeiros
Sistema de Controlo Interno
O Decreto-Lei nº 26/2002, de 14 de fevereiro, define passivos financeiros como “…as receitas provenientes da emissão de obrigações e de empréstimos [titulados ou não] contraídos a curto e a médio e longo prazos”. São assim receitas provenientes de títulos a curto e médio/longo prazos, derivados financeiros e empréstimos a curto e médio/longo prazos, quer da Administração Central, quer de sociedades financeiras, ou da União Europeia ou ainda de países terceiros. O valor deste tipo de passivos num exercício económico encontra-se nos mapas orçamentais (Receita/Passivos Financeiros) e o valor acumulado no Balanço/Passivo/Dívidas a Terceiros.
A Norma n.º6 da International Federation of Accountants (IFAC) dispõe que “O Sistema de Controlo Interno é o plano de organização e todos e métodos e procedimentos adotados pela Administração de uma entidade para auxiliar a atingir o objetivo de gestão e assegurar, tanto quanto for praticável, a metódica e eficiente conduta dos seus negócios, incluindo a aderência às políticas da administração, salvaguarda dos ativos, a prevenção e deteção de fraudes e erros, a precisão e plenitude dos registos contabilísticos e a atempada preparação de informação financeira fidedigna”.
No SNC os passivos financeiros (correntes/não correntes) são apresentados no Balanço e definem-se como quaisquer passivos que sejam: “a) Uma obrigação contratual: i) De entregar dinheiro ou outro ativo financeiro a uma outra entidade; ou ii) De trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições que sejam potencialmente desfavoráveis para a entidade; ou b) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio da própria entidade e que seja: i) Um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a entregar um número variável de instrumentos de capital próprio da própria entidade; ou ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de forma diferente da troca de uma quantia fixa em dinheiro ou outro ativo financeiro por um número fixo dos instrumentos de capital próprio da própria entidade. Para esta finalidade, os instrumentos de capital próprio da própria entidade não incluem instrumentos que sejam eles próprios contratos para futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio da própria entidade.”
O ponto 2.9.1 do POCAL estabelece os elementos constituintes do Sistema de Controlo Interno a adotar por uma autarquia local: “… o plano de organização, políticas, métodos e procedimentos de controlo, bem como todos os outros métodos e procedimentos definidos pelos responsáveis autárquicos, que contribuam para assegurar o desenvolvimento das atividades de forma ordenada e eficiente, incluindo a salvaguarda dos ativos, a prevenção e deteção de situações de ilegalidade, fraude e erro, a exatidão e a integridade dos registos contabilísticos e a preparação oportuna de informação financeira fiável”. Já o ponto 2.9.2 estabelece os objetivos dos métodos e procedimentos de controlo: “a) A salvaguarda da legalidade e regularidade no que respeita à elaboração, execução e modificação dos documentos previsionais, à elaboração das demonstrações financeiras e ao sistema contabilístico; b) O cumprimento das deliberações dos órgãos e das decisões dos respetivos titulares; c) A salvaguarda do património; d) A aprovação e controlo de documentos; e) A exatidão e integridade dos registos contabilísticos e, bem assim, a garantia da fiabilidade da informação produzida; f) O incremento da eficiência das operações; g) A adequada utilização dos fundos e o cumprimento dos limites legais à assunção de encargos; h) O controlo das aplicações e do ambiente informáticos; i) A transparência e a concorrência no âmbito dos mercados públicos; j) O registo oportuno das operações pela quantia correta, nos documentos e livros apropriados e no período contabilístico a que respeitam, de acordo com as decisões de gestão e no respeito das normas legais.” 287
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
| ANEXO III LISTA DOS MUNICÍPIOS (ORDENADOS PELO NÚMERO DE HABITANTES)
Municípios de Grande Dimensão
Município
Distrito
N.º de Habitantes
Nº. Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
1
Lisboa
Lisboa
53
5527,4
509.751
499.700
489.562
479.884
469.509
2
Sintra
Lisboa
20
1447,2
428.470
437.471
445.872
454.188
461.981
3
Vila Nova de Gaia
Porto
24
1885,9
307.444
310.086
312.742
315.382
317.711
4
Porto
Porto
15
4944,1
227.790
221.800
216.080
210.558
204.788
5
Loures
Lisboa
18
1135,1
197.567
196.467
195.035
193.630
192.171
6
Cascais
Lisboa
6
1957,1
185.279
186.947
188.244
189.606
190.625
7
Seixal
Setúbal
6
1892,6
170.626
173.406
175.837
178.332
180.741
8
Braga
Braga
62
970,2
173.946
175.063
176.154
177.183
177.940
9
Gondomar
Porto
12
1331,9
171.881
172.904
173.910
174.878
175.625
10
Oeiras
Lisboa
10
3769,3
170.677
171.472
172.021
172.609
172.948
11
Amadora
Lisboa
11
7125,4
174.511
173.413
172.110
170.828
169.475
12
Matosinhos
Porto
10
2711,1
169.104
169.122
169.261
169.303
169.228
13
Almada
Setúbal
11
2361
166.013
166.148
166.103
165.991
165.758
289
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
14
Guimarães
Braga
68
673,4
162.572
162.618
162.636
162.592
162.313
15
Odivelas
Lisboa
7
6000,0
148.906
151.358
153.584
155.827
158.143
16
Santa Maria da Feira
Aveiro
31
691,8
145.247
146.347
147.406
148.449
149.337
17
Vila Franca de Xira
Lisboa
11
459,1
137.915
140.091
142.163
144.123
146.052
18
Maia
Porto
17
1753,7
135.700
138.226
140.859
143.371
145.791
19
Vila Nova de Famalicão
Braga
49
674,4
133.663
134.336
134.969
135.536
135.959
20
Coimbra
Coimbra
31
411,5
139.083
137.212
135.314
133.426
131.446
21
Leiria
Leiria
29
229,6
127.035
127.919
128.537
129.191
129.745
22
Setúbal
Setúbal
8
547,2
122.554
123.564
124.459
125.293
126.013
23
Barcelos
Braga
89
328,3
124.468
124.498
124.555
124.576
124.395
Municípios de Média Dimensão
Município
Distrito
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
24
Valongo
Porto
5
1329,2
94.344
95.706
97.138
98.522
99.852
25
Viseu
Viseu
34
196,7
98.167
98.619
99.016
99.470
99.737
26
Funchal
Madeira
10
1294,2
99.759
99.214
98.583
97.793
98.543
27
Viana do Castelo
Viana do Castelo
40
286,2
91.238
91.390
91.362
91.460
91.319
28
Paredes
Porto
24
559,0
86.539
86.810
87.142
87.417
87.632
29
Torres Vedras
Lisboa
20
192,2
76.696
77.203
77.556
77.997
78.262
30
Vila do Conde
Porto
30
521,9
76.795
77.052
77.320
77.553
77.784
31
Barreiro
Setúbal
8
2119,5
78.610
78.277
77.893
77.529
77.130
32
Mafra
Lisboa
17
258,1
66.453
68.709
70.867
73.061
75.277
33
Aveiro
Aveiro
14
367,5
73.559
73.347
73.100
72.919
72.601
34
Moita
Setúbal
6
1302,1
71.019
71.374
71.596
71.844
71.955
35
Penafiel
Porto
38
336,7
72.129
71.984
71.841
71.648
71.465
36
Oliveira de Azeméis
Aveiro
19
440,0
71.365
71.322
71.210
71.075
70.885
37
Santo Tirso
Porto
24
503,3
70.915
70.427
69.920
69.377
68.745
38
Póvoa de Varzim
Porto
12
816,3
66.216
66.463
66.655
66.919
67.105
39
Loulé
Faro
11
87,2
63.905
64.798
65.444
66.085
66.646
290
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Município
Distrito
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
40
Palmela
Setúbal
5
139,6
60.619
61.758
62.820
63.861
64.946
41
Ponta Delgada
Açores
22
273,4
64.384
64.246
64.092
63.933
63.709
42
Santarém
Santarém
28
112,7
64.054
63.878
63.630
63.435
63.149
43
Figueira da Foz
Coimbra
18
165,9
63.372
63.229
63.135
63.023
62.879
44
Amarante
Porto
40
204,5
61.471
61.514
61.582
61.677
61.620
45
Pombal
Leiria
17
95,7
59.471
59.764
59.858
59.968
59.934
46
Felgueiras
Porto
32
508,9
58.922
58.954
58.976
58.995
58.895
47
Faro
Faro
6
290,4
58.664
58.739
58.698
58.675
58.625
48
Ovar
Aveiro
8
395,1
57.511
57.730
57.983
58.205
58.359
49
Paços de Ferreira
Porto
16
801,1
55.692
55.985
56.333
56.603
56.870
50
Sesimbra
Setúbal
3
289,8
48.110
50.236
52.371
54.525
56.641
51
Marco de Canaveses
Porto
31
275,8
54.733
55.041
55.275
55.508
55.685
52
Alcobaça
Leiria
19
135,9
55.597
55.643
55.641
55.617
55.480
53
Évora
Évora
19
41,4
55.420
55.114
54.780
54.469
54.111
54
Fafe
Braga
36
244,2
53.780
53.696
53.600
53.603
53.493
55
Castelo Branco
Castelo Branco
25
37,0
54.574
54.254
53.909
53.626
53.270
56
Caldas da Rainha
Leiria
16
208,1
52.270
52.587
52.823
53.017
53.212
57
Ourém
Santarém
18
123,1
50.183
50.606
50.890
51.133
51.284
58
Covilhã
Castelo Branco
31
92,1
52.946
52.553
52.101
51.635
51.145
59
Portimão
Faro
3
280,1
48.611
49.330
49.881
50.454
50.989
60
Vila Real
Vila Real
30
131,7
50.423
50.296
50.131
50.015
49.897
61
Águeda
Aveiro
20
148,2
49.912
49.892
49.857
49.742
49.698
62
Vila Verde
Braga
58
216,2
48.822
49.021
49.171
49.379
49.441
63
Lousada
Porto
25
501,9
47.130
47.429
47.723
48.022
48.225
64
Alenquer
Lisboa
16
158,4
44.791
45.687
46.536
47.396
48.180
65
Olhão
Faro
5
345,8
43.341
43.828
44.319
44.795
45.254
66
Ponte de Lima
Viana do Castelo
51
138,2
44.667
44.618
44.527
44.421
44.258
67
Guarda
Guarda
55
61,6
44.264
44.191
44.121
44.030
43.834 291
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Município
Distrito
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
68
Chaves
Vila Real
51
73,8
44.277
44.192
44.039
43.897
43.645
69
Ílhavo
Aveiro
4
572,7
40.349
40.819
41.271
41.711
42.117
70
Montijo
Setúbal
8
119,9
40.952
41.210
41.432
41.623
41.779
71
Tomar
Santarém
16
117,8
42.575
42.295
41.951
41.689
41.386
72
Trofa
Porto
8
575,1
40.029
40.338
40.680
41.022
41.333
73
Albufeira
Faro
5
288,7
37.244
38.175
38.966
39.809
40.612
74
Abrantes
Santarém
19
54,9
40.700
40.349
39.987
39.623
39.212
75
Cantanhede
Coimbra
19
99,4
38.860
38.931
38.920
38.953
38.844
76
Marinha Grande
Leiria
3
207,0
38.428
38.533
38.599
38.697
38.762
77
Santa Cruz
Madeira
5
464,3
34.854
35.985
37.121
38.269
37.837
78
Torres Novas
Santarém
17
135,9
37.180
37.101
36.968
36.814
36.698
79
Silves
Faro
8
53,9
35.625
35.931
36.165
36.443
36.677
80
Câmara de Lobos
Madeira
5
698,4
35.688
35.969
36.119
36.279
36.419
81
Esposende
Braga
15
375,3
35.148
35.358
35.552
35.716
35.807
82
Angra do Heroísmo
Açores
19
145,9
35.115
35.116
35.065
34.993
34.858
83
Bragança
Bragança
49
29,0
34.628
34.489
34.375
34.259
34.081
84
Beja
Beja
18
29,6
34.776
34.610
34.387
34.193
33.952
85
Ribeira Grande
Açores
14
175,5
30.012
30.447
30.852
31.226
31.608
86
Anadia
Aveiro
15
143,7
31.660
31.559
31.422
31.284
31.133
87
Fundão
Castelo Branco
31
43,5
31.176
31.062
30.867
30.701
30.462
88
Tondela
Viseu
26
81,7
30.921
30.852
30.698
30.546
30.325
89
Lagos
Faro
6
139,5
28.025
28.502
28.890
29.298
29.714
90
Benavente
Santarém
4
56,5
27.098
27.719
28.312
28.890
29.459
91
Santiago do Cacém
Setúbal
11
27,4
29.919
29.698
29.482
29.311
29.076
92
Peniche
Leiria
6
369,7
28.488
28.595
28.615
28.656
28.668
93
Espinho
Aveiro
5
1340,5
30.649
30.065
29.481
28.866
28.227
94
Estarreja
Aveiro
7
258,9
28.332
28.300
28.195
28.110
28.010
95
Albergaria-a-Velha
Aveiro
8
167,2
25.921
26.101
26.279
26.414
26.560
292
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Município
Distrito
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
96
Seia
Guarda
29
60,7
27.285
27.082
26.844
26.634
26.433
97
Lourinhã
Lisboa
11
176,2
25.157
25.377
25.616
25.786
25.928
98
Lagoa
Faro
6
293,2
23.835
24.390
24.875
25.383
25.874
99
Tavira
Faro
9
41,8
25.278
25.410
25.394
25.412
25.388
Santarém
8
160,5
24.840
25.030
25.156
25.286
25.387
Leiria
13
96,5
25.022
25.089
25.153
25.216
25.257
Bragança
37
38,3
25.674
25.559
25.458
25.350
25.218
103 Lamego
Viseu
24
152,2
26.484
26.177
25.863
25.550
25.175
104 Odemira
Beja
17
14,6
25.626
25.510
25.365
25.221
25.089
Braga
7
1005,7
24.078
24.274
24.477
24.676
24.840
106 Montemor-o-Velho
Coimbra
14
107,6
24.950
24.820
24.766
24.699
24.628
107 Póvoa de Lanhoso
Braga
29
184,2
24.031
24.175
24.230
24.312
24.407
108 Vagos
Aveiro
11
147,8
23.718
23.933
24.107
24.247
24.371
109 Vale de Cambra
Aveiro
9
163,8
24.591
24.482
24.360
24.270
24.128
110 Oliveira do Bairro
Aveiro
6
274,3
22.966
23.244
23.504
23.741
23.953
111 Arcos de Valdevez
Viana do Castelo
51
53,3
24.466
24.413
24.251
24.081
23.861
Aveiro
20
71,2
23.874
23.773
23.663
23.559
23.418
113 Portalegre
Portalegre
10
51,7
24.348
24.028
23.731
23.448
23.128
114 Almeirim
Santarém
4
103,6
22.766
22.826
22.937
22.985
23.013
115 Entroncamento
Santarém
1
1641,6
20.896
21.329
21.751
22.169
22.536
116 Mealhada
Aveiro
8
202,4
21.915
22.099
22.215
22.313
22.398
117 Azambuja
Lisboa
9
83,4
21.748
21.800
21.841
21.890
21.913
118 Rio Maior
Santarém
14
80,1
21.778
21.807
21.822
21.842
21.860
119 Elvas
Portalegre
11
34,6
22.477
22.279
22.118
21.978
21.852
120 São João da Madeira
Aveiro
1
2742
21.706
21.741
21.762
21.797
21.780
121 Salvaterra de Magos
Santarém
6
88,8
21.265
21.398
21.491
21.582
21.672
122 Oliveira do Hospital
Coimbra
21
91,1
21.792
21.714
21.627
21.509
21.354
Viseu
18
96,2
21.248
21.220
21.155
21.141
21.083
100 Cartaxo 101 Porto de Mós 102 Mirandela
105 Vizela
112 Arouca
123 Mangualde
293
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Açores
11
130,2
20.582
20.728
20.858
20.919
20.999
125 Machico
Madeira
5
304,7
21.204
21.115
21.032
20.923
20.823
126 Soure
Coimbra
12
76,5
20.672
20.579
20.470
20.406
20.278
127 Lousã
Coimbra
6
145,8
18.273
18.786
19.245
19.721
20.181
128 Baião
Porto
20
115,4
21.152
20.911
20.686
20.436
20.138
129 Amares
Braga
24
244,2
19.632
19.756
19.853
19.963
20.017
Município 124 Vila da Praia da Vitória
Distrito
Número de Habitantes
Municípios de Pequena Dimensão
Município
Distrito
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
130 Cinfães
Viseu
17
81,8
20.774
20.494
20.198
19.889
19.567
131
Celorico de Basto
Braga
22
107,7
19.986
19.871
19.767
19.652
19.508
132
Monção
Viana do Castelo
33
91,1
19.738
19.646
19.530
19.408
19.257
133
São Pedro do Sul
Viseu
19
54,9
19.270
19.224
19.188
19.169
19.173
134
Coruche
Santarém
8
17,1
20.191
19.898
19.624
19.356
19.087
135
Alcochete
Setúbal
3
146,2
16.194
16.813
17.464
18.113
18.764
136
Vila Real de Santo António
Faro
3
304,5
18.341
18.444
18.539
18.587
18.650
137
Condeixa-a-Nova
Coimbra
10
132,3
17.080
17.422
17.737
18.058
18.353
Évora
10
14,8
18.540
18.494
18.407
18.326
18.228
Vila Real
31
32,9
18.900
18.730
18.541
18.319
18.071
Braga
17
72,0
17.744
17.701
17.635
17.523
17.412
Coimbra
11
77,3
16.896
16.893
16.857
16.817
16.756
Portalegre
7
20,0
17.340
17.203
17.078
16.915
16.755
138 Montemor-o-Novo 139
Valpaços
140 Cabeceiras de Basto 141
Penacova
142
Ponte de Sor
143
Castelo de Paiva
Aveiro
9
143,7
16.968
16.858
16.785
16.660
16.529
144 Macedo de Cavaleiros
Bragança
38
23,5
17.017
16.897
16.766
16.624
16.455
145 Peso da Régua
Vila Real
12
173,4
17.492
17.258
16.992
16.708
16.450
294
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Viana do Castelo
20
120,5
16.839
16.743
16.630
16.577
16.447
Viseu
22
42,9
16.732
16.618
16.503
16.390
16.248
148 Batalha
Leiria
4
155,9
15.789
15.918
15.993
16.056
16.123
149 Lagoa (R.A.A)
Açores
5
350,9
15.139
15.367
15.583
15.777
16.000
Beja
8
16,6
16.296
16.233
16.120
16.022
15.884
Município 146 Caminha 147
Castro Daire
150 Moura
Distrito
Número de Habitantes
151
Horta
Açores
13
91,2
15.426
15.527
15.629
15.691
15.784
152
Sertã
Castelo Branco
14
34,4
15.967
15.841
15.663
15.512
15.359
153
Serpa
Beja
7
13,6
15.805
15.660
15.455
15.270
15.044
154 Gouveia
Guarda
22
49,8
15.628
15.505
15.334
15.162
14.983
155
Lisboa
10
84,2
14.525
14.595
14.638
14.694
14.733
Viseu
9
117,1
14.647
14.719
14.740
14.732
14.718
157 Vila Pouca de Aguiar
Vila Real
17
33,5
15.043
14.930
14.837
14.735
14.634
158 Alcanena
Santarém
10
114,1
14.700
14.699
14.657
14.588
14.522
Viana do Castelo
16
122,0
14.324
14.305
14.308
14.295
14.295
160 Nazaré
Leiria
3
173,0
14.701
14.581
14.480
14.383
14.261
161
Estremoz
Évora
13
27,5
14.811
14.658
14.500
14.324
14.141
162
Miranda do Corvo
Coimbra
5
109,7
13.622
13.686
13.755
13.830
13.864
163 Vieira do Minho
Braga
21
63,2
14.283
14.193
14.077
13.936
13.806
164 Bombarral
Leiria
5
150,7
13.856
13.858
13.809
13.819
13.757
165 Sines
Setúbal
2
67,4
13.674
13.681
13.681
13.691
13.695
166 Grândola
Setúbal
5
16,6
14.214
14.089
13.979
13.845
13.682
Viseu
12
66,7
13.523
13.556
13.528
13.509
13.462
Leiria
8
75,6
13.635
13.591
13.495
13.427
13.310
Coimbra
4
107,2
13.248
13.269
13.295
13.302
13.295
Faro
1
86,2
11.876
12.232
12.569
12.902
13.223
Vila Real
19
44,2
13.722
13.595
13.453
13.315
13.149
Viana do Castelo
25
71,0
13.041
13.038
13.004
12.978
12.921
Lisboa
4
164,8
11.795
12.064
12.314
12.586
12.849
Cadaval
156 Nelas
159
167
Valença
Sátão
168 Ansião 169
Mira
170
São Brás de Alportel
171
Alijó
172 Ponte da Barca 173
Arruda dos Vinhos
295
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Município
Distrito
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
174
Sabugal
Guarda
40
15,5
13.769
13.533
13.261
13.002
12.738
175
Alcácer do Sal
Setúbal
6
8,5
13.354
13.191
13.017
12.836
12.707
176
Ribeira Brava
Madeira
4
191,8
12.565
12.599
12.600
12.583
12.546
177 Sever do Vouga
Aveiro
9
95,7
12.820
12.733
12.643
12.547
12.427
178
Vendas Novas
Évora
2
55,7
12.164
12.225
12.288
12.352
12.387
179
Arganil
Coimbra
18
37,2
12.973
12.799
12.667
12.525
12.382
Coimbra
15
60,9
12.403
12.331
12.307
12.240
12.162
Viseu
9
108,4
12.361
12.310
12.263
12.209
12.134
Madeira
8
106,1
11.886
11.939
11.907
11.864
11.828
183 Reguengos de Monsaraz
Évora
5
25,0
11.554
11.551
11.557
11.594
11.604
184 Vouzela
Viseu
12
59,4
11.755
11.723
11.660
11.580
11.500
185 Óbidos
Leiria
9
80,7
11.301
11.332
11.377
11.397
11.427
186 Resende
Viseu
15
91,6
11.775
11.681
11.561
11.439
11.301
Açores
5
143,4
11.089
11.135
11.164
11.177
11.183
Vila Real
35
13,7
11.793
11.610
11.402
11.216
10.999
189 Sobral de Monte Agraço
Lisboa
3
208,8
10.185
10.346
10.525
10.694
10.879
190 Moimenta da Beira
Viseu
20
49,3
11.030
10.985
10.941
10.900
10.845
Santarém
7
14,5
11.157
11.073
10.976
10.896
10.801
180 Tábua 181 Santa Comba Dão 182 Calheta (R.A.M.)
187 Vila Franca do Campo 188 Montalegre
191
Chamusca
192
Oliveira de Frades
Viseu
12
73,0
10.634
10.630
10.640
10.635
10.609
193
Carregal do Sal
Viseu
7
90,5
10.635
10.633
10.599
10.606
10.577
Guarda
29
28,0
10.512
10.422
10.338
10.264
10.140
Bragança
28
13,2
10.583
10.460
10.289
10.182
10.049
196 Mortágua
Viseu
10
39,8
10.277
10.217
10.153
10.079
10.003
197 Murtosa
Aveiro
4
135,2
9.804
9.850
9.847
9.881
9.883
Castelo Branco
17
6,9
10.561
10.352
10.147
9.952
9.703
Guarda
27
19,6
10.182
10.009
9.840
9.672
9.498
200 Aljustrel
Beja
5
20,1
9.710
9.576
9.460
9.333
9.225
201 Melgaço
Viana do Castelo
18
38,5
9.579
9.485
9.396
9.301
9.176
194 Trancoso 195
Mogadouro
198 Idanha-a-Nova 199 Pinhel
296
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Viana do Castelo
21
66,3
9.367
9.315
9.257
9.224
9.167
203 Vinhais
Bragança
35
13,0
9.728
9.573
9.388
9.232
9.019
204 Ferreira do Zêzere
Santarém
9
47,1
9.233
9.170
9.126
9.046
8.969
Viana do Castelo
15
79,4
8.752
8.723
8.686
8.645
8.611
Évora
5
44,1
8.708
8.694
8.656
8.627
8.586
Castelo Branco
6
21,7
9.065
8.977
8.849
8.710
8.566
208 Torre de Moncorvo
Bragança
17
16,1
9.134
8.981
8.829
8.685
8.544
209 Ponta do Sol
Madeira
3
182,5
8.296
8.352
8.359
8.397
8.428
210 Celorico da Beira
Guarda
22
34,1
8.683
8.643
8.572
8.514
8.421
Santarém
5
167,2
8.050
8.122
8.170
8.228
8.283
Município 202 Paredes de Coura
205 Vila Nova de Cerveira 206 Vila Viçosa 207 Proença-a-Nova
Distrito
Número de Habitantes
211
Vila Nova da Barquinha
212
Tarouca
Viseu
10
82,7
8.357
8.360
8.323
8.312
8.276
213
Penalva do Castelo
Viseu
13
61,5
8.650
8.571
8.482
8.378
8.260
214
Campo Maior
Portalegre
3
33,4
8.342
8.291
8.295
8.294
8.246
215
Alpiarça
Santarém
1
86,5
8.235
8.258
8.266
8.263
8.245
216
Santana
Madeira
6
85,0
8.369
8.326
8.277
8.198
8.119
217
Mondim de Basto
Vila Real
8
47,1
8.393
8.322
8.229
8.171
8.105
218
Ferreira do Alentejo
Beja
6
12,2
8.354
8.252
8.132
8.031
7.934
219
Santa Marta de Penaguião
Vila Real
10
114,4
8.252
8.168
8.075
7.997
7.926
Viseu
14
29,3
8.202
8.115
7.997
7.908
7.805
Castelo Branco
5
65,2
7.722
7.735
7.733
7.737
7.745
Beja
5
13,6
7.772
7.785
7.782
7.767
7.726
223 Vila Nova de Foz Côa
Guarda
17
19,3
8.106
8.024
7.905
7.815
7.703
224 Vila Nova de Poiares
Coimbra
4
90,8
7.457
7.491
7.562
7.618
7.672
Leiria
7
46,9
7.941
7.827
7.716
7.617
7.531
226 Nisa
Portalegre
10
12,6
7.842
7.710
7.536
7.419
7.277
227 Vila Flor
Bragança
19
27,4
7.625
7.546
7.432
7.343
7.275
228 Borba
Évora
4
50,1
7.483
7.447
7.380
7.338
7.272
229 Terras de Bouro
Braga
17
26,0
7.765
7.631
7.506
7.365
7.215
220 São João da Pesqueira 221 Belmonte 222 Castro Verde
225 Alvaiázere
297
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Município
Distrito
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
230 Portel
Évora
8
11,7
7.117
7.107
7.108
7.084
7.057
231 Arraiolos
Évora
7
10,3
7.317
7.242
7.182
7.102
7.047
Bragança
17
14,4
7.492
7.397
7.295
7.159
7.029
233 Mértola
Beja
9
5,4
7.685
7.514
7.332
7.178
7.025
234 Armamar
Viseu
19
58,9
7.217
7.153
7.071
7.002
6.911
235 Almodôvar
Beja
8
8,9
7.442
7.319
7.163
7.045
6.909
Vila Real
7
31,6
7.157
7.117
7.049
6.953
6.870
Açores
6
64,3
6.771
6.795
6.818
6.843
6.839
Santarém
8
16,8
7.419
7.253
7.061
6.916
6.715
Leiria
5
38,5
6.959
6.901
6.824
6.752
6.676
Guarda
29
12,8
7.402
7.213
7.015
6.844
6.627
Évora
2
17,7
6.827
6.747
6.676
6.607
6.528
Bragança
19
23,2
7.026
6.895
6.744
6.621
6.476
Faro
4
21,4
6.493
6.497
6.472
6.461
6.441
Vila Real
15
40,9
6.711
6.640
6.571
6.495
6.421
Viseu
7
36,4
6.376
6.399
6.399
6.399
6.391
Açores
6
43,4
6.258
6.297
6.316
6.353
6.384
Guarda
17
12,5
6.723
6.638
6.542
6.459
6.362
248 Penela
Coimbra
6
45,6
6.336
6.287
6.235
6.191
6.143
249 São Vicente
Madeira
3
77,1
6.091
6.121
6.117
6.099
6.074
250 Aguiar da Beira
Guarda
13
29,3
6.262
6.225
6.161
6.108
6.062
Viseu
17
45,1
6.359
6.271
6.204
6.132
6.041
Viseu
17
25,9
6.104
6.060
6.011
5.975
5.928
Vila Real
9
31,3
6.313
6.219
6.109
6.014
5.925
254 Alandroal
Évora
6
10,9
6.187
6.123
6.039
5.968
5.899
255 Vidigueira
Beja
4
18,4
5.963
5.922
5.886
5.864
5.819
256 Monchique
Faro
3
14,7
6.246
6.141
6.024
5.916
5.801
257 Viana do Alentejo
Évora
3
14,4
5.689
5.707
5.702
5.696
5.687
232 Miranda do Douro
236 Ribeira de Pena 237 Povoação 238 Mação 239 Figueiró dos Vinhos 240 Almeida 241
Redondo
242
Carrazeda de Ansiães
243
Castro Marim
244 Sabrosa 245 Vila Nova de Paiva 246 Madalena 247
251
Figueira de Castelo Rodrigo
Tabuaço
252 Sernancelhe 253 Murça
298
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Açores
6
47,8
5.598
5.614
5.616
5.619
5.609
Vila Real
16
17,3
5.935
5.829
5.736
5.666
5.570
260 Vila do Porto
Açores
5
57,4
5.549
5.565
5.574
5.569
5.557
261
Guarda
16
19,4
5.879
5.788
5.712
5.642
5.556
Castelo Branco
12
11,7
5.988
5.872
5.754
5.626
5.512
Faro
5
30,4
5.423
5.447
5.421
5.437
5.452
Santarém
2
70,9
5.589
5.567
5.533
5.475
5.431
Castelo Branco
12
9,5
5.916
5.783
5.632
5.522
5.376
Faro
4
16,5
5.349
5.336
5.323
5.333
5.330
Açores
7
52,5
5.276
5.291
5.307
5.330
5.323
Beja
6
7,9
5.678
5.551
5.426
5.331
5.236
269 Alfândega da Fé
Bragança
20
16,1
5.524
5.446
5.368
5.299
5.199
270 Sousel
Portalegre
4
18,5
5.453
5.370
5.317
5.234
5.158
Guarda
16
38,6
5.368
5.317
5.237
5.173
5.080
272 Mora
Évora
4
11,4
5.348
5.295
5.231
5.152
5.062
273 Santa Cruz da Graciosa
Açores
4
81,6
4.838
4.879
4.910
4.938
4.950
Município 258 Velas 259 Boticas
Meda
262 Oleiros 263 Vila do Bispo 264 Golegã 265 Penamacor 266 Aljezur 267
Nordeste
268 Ourique
271
Fornos de Algodres
Distrito
Número de Habitantes
274
Avis
Portalegre
8
7,9
5.007
4.968
4.931
4.871
4.804
275
Vimioso
Bragança
14
9,8
4.975
4.914
4.857
4.801
4.730
276
Lajes do Pico
Açores
6
29,8
4.772
4.732
4.681
4.654
4.631
Beja
4
26,8
4.728
4.705
4.674
4.656
4.613
278 Porto Santo
Madeira
1
103,0
4.388
4.390
4.401
4.378
4.387
279 Góis
Coimbra
5
16,1
4.499
4.446
4.380
4.321
4.236
280 Mesão Frio
Vila Real
7
156,9
4.524
4.432
4.357
4.274
4.182
281 Pampilhosa da Serra
Coimbra
10
10,2
4.540
4.416
4.283
4.161
4.035
282 Pedrógão Grande
Leiria
3
30,8
4.157
4.111
4.069
4.028
3.963
283 São Roque do Pico
Açores
5
27,5
3.776
3.811
3.853
3.879
3.908
Portalegre
5
13,0
4.252
4.142
4.027
3.928
3.844
Açores
5
30,0
3.906
3.878
3.857
3.829
3.794
277 Cuba
284 Gavião 285 Calheta (R.A.A.)
299
ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES 2010
Município
Distrito
ANEXOS
Número de Freguesias
Densidade Populacional do Município
2006
2007
2008
2009
2010
Número de Habitantes
286 Freixo de Espada à Cinta
Bragança
6
15,3
3.931
3.892
3.834
3.789
3.734
287 Constância
Santarém
3
46,2
3.793
3.775
3.751
3.726
3.716
288 Sardoal
Santarém
4
40,2
3.897
3.858
3.808
3.759
3.704
289 Castelo de Vide
Portalegre
4
13,8
3.748
3.739
3.701
3.677
3.646
290 Crato
Portalegre
6
8,9
3.835
3.766
3.707
3.621
3.553
Guarda
4
28,8
3.768
3.714
3.650
3.579
3.509
Évora
3
12,2
3.370
3.384
3.387
3.395
3.395
Marvão
Portalegre
4
21,5
3.619
3.556
3.489
3.413
3.328
294 Alter do Chão
Portalegre
4
9,1
3.553
3.499
3.442
3.364
3.302
Castelo Branco
4
10,0
3.630
3.534
3.450
3.371
3.295
296 Penedono
Viseu
9
24,1
3.346
3.322
3.286
3.265
3.226
297 Arronches
Portalegre
3
10,1
3.251
3.231
3.211
3.201
3.174
Leiria
2
45,5
3.317
3.250
3.176
3.110
3.038
299 Monforte
Portalegre
4
7,2
3.190
3.129
3.087
3.052
3.013
300 Fronteira
Portalegre
3
12,1
3.286
3.230
3.160
3.088
3.000
301 Vila de Rei
Castelo Branco
3
15,6
3.160
3.131
3.080
3.041
2.988
302 Alcoutim
Faro
5
5,2
3.272
3.186
3.104
3.033
2.967
303 Alvito
Beja
2
10,2
2.723
2.724
2.720
2.706
2.704
Açores
4
37,0
2.546
2.570
2.583
2.609
2.625
Madeira
4
30,9
2.706
2.679
2.645
2.616
2.564
Beja
1
9,7
1.767
1.730
1.697
1.670
1.634
307 Lajes das Flores
Açores
7
22,0
1.513
1.529
1.534
1.535
1.543
308 Corvo
Açores
1
29,6
468
479
488
500
507
291 Manteigas 292 Mourão 293
295 Vila Velha de Ródão
298 Castanheira de Pêra
304 Santa Cruz das Flores 305 Porto Moniz 306 Barrancos
300