Revista SJCO 2017

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SJCO em foco

SAIBA MAIS dicas e curiosidades

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CONHEÇA OS CRIADORES e associados da SJCO

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SJCO EM FOCO campeonatos, reuniões, exposições

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ENTREVISTAS com criadores

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Fundada em 09 de novembro de 1979, a Sociedade Jaraguaense de Canaricultura e Ornitologia - SJCO sempre esteve focada em projetar a sociedade e seus associados nos eventos ornitológicos nos quais houvesse representatividade de ambos. Com tais atitudes, participamos de vários eventos tanto em âmbito regionais, estaduais, brasileiros e até mundiais. Nos últimos anos, estivemos presente em outros municípios da região, como Rio Negrinho e Massaranduba, levando à comunidade nosso trabalho junto a Ornitologia e como Sociedade. Nesta edição, reunimos informações básicas de aves que os associados se dedicam a criar, e quatro reportagens com criadores. Mas as melhores histórias, dicas e experiências sobre este maravilhoso hobby, temos a certeza que o leitor somente descobrirá conversando com os associados. Por isso, este ano, o 38º Campeonato Regional de Canários de Cor e Porte, e uma mostra do Segmento de 1ª Etapa (Agapornis, Exóticos Periquitos e Psitacídeos), é com grande alegria que nós, a diretoria e associados, convidamos e lançamos o desafio para que a comunidade venha descobrir o que realmente nos encanta. A SJCO está aberta todas as terças-feiras, a partir das 19h30 min, aos sócios e a você que queira conhecer nossa sede e nossas atividades.

A Diretoria

Editoração: Luiza Loth Impressão Gráfica: Tipotil Tiragem: 3.000

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SAIBA MAIS

Enriquecimento ambiental O conceito de enriquecimento ambiental refere-se claramente às necessidades de fornecer as condições adequadas de hospedagem ao animal e ter como objetivo facilitar o manejo dos tratadores, ou seja, é um conceito que vai muito além da distribuição de plantas e brinquedos pelo recinto; essa prática vem ganhando uma atenção maior em relações há décadas passadas. Atualmente há uma grande preocupação com a questão do bem-estar animal, sejam eles de produção ou ornamental. Para que possamos apresentar bons resultados, devemos levar em consideração que imitar o habitat natural da espécie nos dará alguns pontos positivos, principalmente na reprodução, pois se a ave estiver bem ambientada, com certeza irá nos retribuir. A preparação do espaço físico deve ser feita de acordo com cada espécie. Também deve se observar sempre a distribuição correta da vegetação, de acordo com a região, pois ela poderá nos auxiliar no sombreamento do recinto em locais quentes e também poderá ser utilizada como barreira de vento em torno do viveiro, propiciando uma área de conforto térmico para as aves em regiões mais frias. Sendo assim, deve-se ter em conta a necessidade específica de cada grupo, segundo o seu comportamento na natureza. Quando se fala em enriquecimento ambiental, logo associamos com viveiros convencionais, os famosos “viveiros de chão”, cheio de plantas, galhos e brinquedos. Porém, as aves que estão em viveiros suspensos podem e devem receber o mesmo tratamento. Eles podem ser trabalhados de forma que promovam um conforto ao animal, a começar pela escolha do poleiro, algo que muitos não dão importância. A utilização do poleiro correto evita problemas como pododermatites e contaminações parasitarias. Ex: poleiros grossos para aves pequenas acabam di-

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ficultando sua higienização, pelo simples fato de reterem as fezes do animal que, ao se movimentarem, acabam tendo um contato direto com suas fezes ou de outras aves presentes no recinto. Isto pode agravar um quadro de problemas parasitários, ou mesmo afetar a estética da ave, ao sujar suas penas.

podem ser colocadas de modo a dificultar o acesso pelo animal, por exemplo, pendurando-as no topo da gaiola, próximas ao poleiro ou amarradas nos cantos. São medidas simples que vão entreter o animal durante o dia.

Em viveiros convencionais, o tipo de substrato mais indicado é areia. Por ser um material inerte, muito acessível e de baixo custo, apresenta bons resultados e mantém o viveiro seco, facilitando a remoção em caso de troca total ou parcial da cama.

O ninho também tem um papel fundamental na hora da montagem do recinto, lembrando sempre que ele deve suprir a necessidade exigida pela ave e não apenas ser bonito. Geralmente para construção do mesmo utilizamos troncos de árvores que tem seu interior trabalhado para auxiliar o início da construção.

Atrativos extras

Conclusão

Brinquedos construídos com madeira são os mais indicados para utilizar nos viveiros de psitacídeos, sendo eles em forma de corrente ou de balanças. Tomando por exemplo as cacatuas, que passam grande parte do dia nos brinquedos tirando lascas de madeira, os brinquedos em madeira proporcionam a distração e evitam que a ave apresente um quadro depressivo e problemas como automutilação.

Para saber se é necessário ou não enriquecer o viveiro devemos fazer as seguintes perguntas: meu animal está livre de estresse? Apresenta alguma estereotipia? Reproduz-se da maneira que deveria?

Também são bem aceitos galhos com folhas verdes, como erva mate, eucalipto, araçá, goiaba e folhas de coqueiros, entre outros. É indicado também fornecer frutas de maneira diferenciada. Ao invés de serem disponibilizadas no comedouro, as frutas

Se o animal possui alteração comportamental, apresenta estresse e não se reproduz devemos observar atentamente os fatores de bem-estar e buscar melhorias para esta ave, seja por conta de deficiência nutricional, falhas no manejo ou recinto inadequado. Localizando a falha, deve ser trabalhado o ponto em que o enriquecimento apresenta deficiência para conseguir melhorar o bem-estar da ave e atingir resultados superiores. Caso o animal não tenha alteração comportamental, esteja livre de estresse e tenha uma reprodução satisfatória, seu recinto está cobrindo as necessidades, devemos igualmente ter em mente que quando oferecemos melhores condições aos animais, eles passam a ter uma qualidade de vida melhor e os resultados serão superiores devido a sua ótima adaptação no recinto. Autor Jorge da Silva Lima Criador de aves ornamentais, estudante de medicina veterinária, tratador de aves do criadouro Paraíso das Aves.


Nutrição de psitacídeos Na natureza, psitacídeos consomem frutas, bagos, flores, broto de planta, legumes, insetos, larva e sementes. Ingestão de pólen e néctar tem um significado importante na alimentação de algumas espécies. Já em cativeiro são considerados granívoros.

e reprodução, como metionina, arginina e lisina, e de vitaminas hidrossolúveis como riboflavina, ácido pantotênico, niacina, vitamina B12 e colina. Os níveis de iodo e selênio variam de acordo com o solo, que também precisa ser suplementado.

Como alimentar psitacídeos? Com dietas caseiras ou dietas peletizadas ou extrusadas? Esta resposta depende de algumas considerações nas dietas caseiras.

Dietas comerciais peletizadas ou extrusadas são o meio mais prático e seguro de alimentar aves. Essas rações são mistura de sementes, fontes de proteína, aminoácidos, vitaminas e minerais moídos e processados, que garantem boa digestibilidade e consumo balanceado de nutrientes essenciais. Vários experimentos têm provado a eficiência dessas dietas, considerando que são adequadamente formuladas. Taxas de fertilidade de 40%, em aves que são alimentadas com sementes, são elevadas a 80% ou mais.

a) Psitacídeos apresentam uma grande variação individual na seleção e consumo de alimentos, levando a dietas nutricionalmente heterogenias. Um erro frequente é o cálculo de alimento ser realizado através da comida oferecida, não considerando qual porção será realmente consumida e qual parte é efetivamente ingerida;

Para o correto uso de dietas de misturas de alimentos caseiros, os nutricionistas devem criar mecanismos para restringir ingestão de sementes, aumentando o consumo de frutas e vegetais, e suplementando a dieta com aminoácidos, minerais e vitaminas. Algumas alternativas para melhorar a qualidade de diretas caseiras:

b) No geral, em dietas baseadas em sementes, frutas e vegetais, as sementes normalmente representam mais de 70% ou 85% de matéria seca ingerida, embora o consumo in natura pode representar apenas 28% a 35% da dieta. Calculando a participação em suprimento nutricional para aves, o total do consumo de frutas dificilmente representa mais que 10% da proteína ou energia, ou ainda 4% a 5% da ingestão de cálcio e fósforo.

a) Fontes protéicas – sementes de girassol e amendoim apresentam proteína, mas muita gordura. Outras fontes de nutrientes devem ser usadas, como queijo, carne ou sementes de leguminosas cozidas (soja, feijão e ervilha), as quais têm menos gordura.

A falta de conhecimento dos requerimentos nutricionais, e da eficiência com a qual eles ingerem os alimentos oferecidos, tem levado a muitos erros de manejo e uma alta incidência de deficiência nutricional.

Alimentos e alimentação

Pode ser visto então que, em dietas de misturas de alimentos caseiros, não há um controle efetivo da ingestão de nutrientes pela ave, e as sementes acabam se tornando a maior parte do alimento consumido. Sementes são deficientes em cálcio, fósforo, ferro, manganês e vitamina A. Ainda apresenta deficiência de alguns aminoácidos essenciais, especialmente para o crescimento

b) Sementes germinadas – o processo de germinação resulta em mudanças químicas na semente, ocorre uma redução dos níveis de carboidratos e gorduras, e um aumento dos níveis de água, vitamina C e vitaminas do complexo B. c) Suplemento mineral – osso de ciba, carbonato de cálcio ou concha de ostra podem ser disponibilizados para aves todo tempo, mas é difícil determinar o consumo real deste suplemento. A suplementação mineral através de alimentos preparados é mais garantida.

d) Suplemento vitamínico – deve ser preferencialmente espalhado ou misturado com a maioria do alimento consumido (mas não em cima das sementes que serão descascadas antes de serem ingeridas). Diluído em água não é recomendado, uma vez que diminui a sua ingestão, além disso, as vitaminas oxidam rapidamente, principalmente na presença de cloro, flúor ou ferro inorgânico, perdendo a sua atividade biológica. Um meio de tentar colocar tudo junto numa dieta seria através do uso de sementes cozidas, como arroz tostado, feijão, ervilha, milho e soja, em partes iguais, suplementados a cada 100g de mistura, depois de cozido, com 1g de fosfato tricálcico e 0,1g de sal, adicionado de uma pequena quantidade de suplemento vitamínico mineral, que pode ser feito com um produto comercial destinado a aves. A quantidade pode ser calculada baseando-se na quantidade de vitamina A. Para cada 100g de mistura cozida, será adicionado 400 IU de vitamina A. Muitos são os erros de manejos cometidos pelos proprietários, que por cultura e/ou falta de informação acabam desequilibrando a dieta de seus animais de estimação, através de dietas sortidas e palatáveis, mas não levando em conta as reais necessidades nutricionais de cada indivíduo. Cada vez mais se preconiza a importância do fornecimento de rações extrusadas, as quais têm demonstrado um balanceado fornecimento de nutrientes, evitando-se assim uma série de doenças ligas direta ou indiretamente ao manejo nutricional. CARCIOFI, A.C. Nutrition: Order Psittaciformes (Parrots, Macaws, Conures). In: FOWLER, M.E., CUBAS, Z.S. (ed) Biology, Medicine, and Surgery of South American wild Animals. 1st ed. Iowa: Iowa University Press. p.152-157. 2001. NUTRITION Autor Igor Magno, M.V. CRMV/SC 3453

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CRIADORES

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REUNIÕES MENSAIS DOS ASSOCIADOS Com cerca de 70 sócios e uma nova e louvável experiência, a SJCO, a partir da sugestão de um sócio, deu início a reuniões nas residências dos associados. Com esta atitude, colocamos a sociedade mais próxima do criador e aumentamos o convívio entre as famílias, que hoje participam destas reuniões com grande presença. Ao seu termino é oferecido um café regado a muita cuca, bolos, pães com patê, e uma boa conversa.

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CRIADORES

Criação própria de Curió com alta performance genética

Ley Hamilton da Silva Filho Reg. Ibama: 35.182

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SAIBA MAIS

Colorindo canários vermelhos Tanto se especula em relação à coloração dos canários com fator, especialmente os de linha clara, e são tantas as consultas em busca de um segredo, que terminou motivando esse texto. Longe de almejar ser definitivo, trata-se apenas de relato de experiência na criação desses pássaros e nos julgamentos, restringindo-o unicamente à apresentação do lipocromo, sem interferência da categoria. De início, já digo aos mais ansiosos: não há nenhum segredo, ou se há, desconheço e também quero saber! Iniciei na canaricultura criando vermelhos intensos e nevados, com a orientação insistente do meu tio Renato, que sempre dizia: “não poupe corante, tem que dar direitinho”, o que deve ser traduzido como ter muito cuidado na sua administração e realmente não fazer qualquer economia boba que possa prejudicar o resultado final. Porém, apenas isso não garante a nenhum criador bons resultados, sendo a boa coloração um soma de fatores: dosagem correta de corante + alimentação balanceada + seleção rigorosa.

tina a 10% (Carophyll Red, da DSM (ex-Roche) ou Lucantín Rojo, da Basf, p. ex.) para cada kg de farinhada pronta, diariamente, até o concurso. Sei de criadores que utilizam dosagens maiores ou menores, dependendo da fase do pássaro, mas eu considero que tal prática seja muito difícil para a maioria dos criadores. Então, padronizar parece ser a melhor opção. É importantíssimo que uma dosagem padrão seja mantida, pois evitará que haja variação na coloração do plantel, o que atrapalhará a seleção. Como saber se determinado pássaro não possui uma boa cor ou se está mal colorido? Simples: certificar-se de que todos consumam o pigmento de modo homogêneo. Não raro se vê criadores que acasalam pássaros deficientes de lipocromo com a justificativa de que “é filho de um canário campeão e deve ter comido pouco corante…” Eu, na dúvida, descarto. Exceção, lógico, são os adultos, que já foram selecionados quando filhotes. Outro fator que deve ser levado em conta é a qualidade do produto utilizado, sendo importantíssima a seriedade do fornecedor, pois os corantes são facilmente degradáveis e a exposição à luz e à umidade os afetam profundamente. Por esse motivo, nunca vi bons resultados com a pré-mistura de corante na farinhada para posterior utilização. Sempre se deve adicioná-lo na hora do consumo. Na papinha dada aos filhotes de ninho é mantida essa mesma dosagem, o que evitará o arranquio das penas longas, que já estarão bem coloridas. O segundo fator é a alimentação balanceada, pois um pássaro mal alimentado nunca conseguirá disponibilizar corretamente o lipocromo em sua plumagem. A plumagem é construída de acordo com os nutrientes disponibilizados, e, assim, um aporte correto de minerais, vitaminas e aminoácidos na hora da muda é de suma importância.

A dosagem que eu utilizo, tanto para intensos e nevados quanto mosaicos, da linha clara e melânicos, é de cerca de 12-15g de cantaxan-

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Quanto ao uso do óleo na farinhada, na época da muda, tenho para mim, sem querer gerar polêmica, que é fundamental, justa-

mente como veículo para melhor absorção e disponibilização do pigmento. Preferencialmente, utilizar o de girassol e o de soja, pelos níveis, principalmente, de vitamina “E”, antioxidante, no primeiro, e de metionina, no segundo. Atua também na agregação de maior brilho a plumagem. O uso da mistura de grãos habitual (alpiste, colza, nabão, linhaça, níger, aveia, etc) não parece interferir muito na coloração, mas a utilização de verduras, sim. Também o milho amarelo age negativamente, competindo com o pigmento vermelho. O último fator, mas não em ordem de importância, é a seleção rigorosa dos pássaros de plantel. É somente por ela que poderemos chegar a pássaros que muito bem atinjam o nível que nós desejamos. Mas como saber se a falta de brilho e a falta de cor não são genéticos? Assim, deve-se preferir pássaros nas suas melhores condições, sempre, o que já será um forte indício de qualidade e de geração de bons filhotes. Por fim, uma recomendação que, ainda que de conhecimento da maioria, merece ser reprisada pela sua importância. Deve ser evitado, para os canários da linha clara, exposição direta ao sol, por períodos prolongados. O ideal é que os pássaros não recebam diretamente a luz solar, pois resultará em amadurecimento precoce da plumagem, com perda na coloração. Por outro lado, essa exposição resulta em aumento no brilho da plumagem, podendo ser dosada quando se tem pássaros que precisam “abrir a cor”. Nos pássaros da linha escura, especialmente nos de melanina negra (cobres e ágatas), o sol faz com que haja uma melhoria no tipo, prejudicando muito pouco a cor de fundo. Nada, porém acrescentará muita qualidade ao que não a tem. Esses cuidados só farão diferença nos detalhes, possibilitando aos pássaros de boa qualidade que possam expressar todo o seu potencial. Autor: Paulo César Löf – Juiz FOB/OBJO


Ancestral x Mutante A beleza dos pássaros sempre atraiu a atenção dos homens e a evolução da ornitologia nos trouxe as mutações de muitas espécies criadas em cativeiro. A combinação e a beleza do contraste das cores têm levado os criadores a se dedicarem constantemente e cada vez mais em busca de novas mutações e combinações entre elas. Tudo isso tem seu mérito, porém devemos nos preocupar com algo de negativo que vem ocorrendo sem que a maioria dos criadores tome consciência do risco iminente da cor e características originais desaparecerem de forma irreversível.

compatíveis com a classe onde está inscrita no concurso. Na busca de ampliarmos o leque de possibilidades de obtermos filhotes nas cores mutantes ou porque houve um acasalamento errado, é muito comum encontrarmos nos concursos pássaros com infiltrações de cor e/ou características que os revela como portadores visuais de algumas mutações, portanto esses pássaros vão servir apenas para trabalhar a criação dessas mutações e não para o concurso.

A criação de novas mutações e combinações sempre nos traz resultados gratificantes, porém devemos também nos dedicar a criar os pássaros nas suas cores e características ancestrais para preservamos a fonte. Em casos de dúvida, procure a orientação de criadores experientes e de confiança. Haveria muito mais a dizer e exemplificar, porém espero com estas poucas linhas despertar a consciência dos criadores no sentido da preservação do original. Autor: Roque Rafael de Moraes - Juiz O.B.J.O.

A própria natureza já nos mostra sinais desse risco, pois com a redução cada vez maior do habitat, com a caça predatória incontrolável e com o envenenamento da alimentação silvestre por agrotóxicos, a inevitável redução da população das espécies na natureza já está proporcionando cruzamentos consanguineos, o que vem provocando alterações das características originais em várias espécies na própria natureza. Como amantes da ornitologia e criadores que somos não podemos deixar o tempo passar e perdermos a oportunidade de trabalharmos sério no sentido de preservarmos as características e cores originais nativas das espécies. Como exemplo podemos citar os exóticos e suas mutações, como os Diamantes de Gould (Chloebia gouldiae), o Diamante Mandarim (Poephila (Taeniopygia) guttata), que nos trouxeram mutações maravilhosas, porém com a tendência de se criar cada vez mais as mutações, e infelizmente, com os acasalamentos consanguineos errados e incompatíveis, o resultado tem sido desastroso com a produção de pássaros que serão penalizados ou desclassificados nos concursos Ornitológicos por apresentarem infiltração de cores e/ou características não

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CRIADORES

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PARTICIPAÇÃO EM EXPOSIÇÕES SAIBA COMO É PARTICIPAR DESTES EVENTOS E A ADMIRAÇÃO DA COMUNIDADE PARA O HOBBY Nestes eventos, a Sociedade e o Criador têm a oportunidade de mostrar ao público toda a paixão e dedicação de um amante da Ornitologia, dar seus depoimentos de como tudo funciona na criação de aves. O que mais nos gratifica são as expressões das pessoas ao ver uma Rosela lutina, um Bavete cauda longa, e até mesmo um periquito padrão inglês, as suas cores ou o simples fato de não conhecerem estas aves, e nos agradecerem pela dedicação. Isto nos tem incentivado mais a participar destes eventos junto aos municipais.

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FLASHES 2016 ENTREGA DE PRÊMIOS DO 37° REGIONAL, JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO, EXPOSIÇÕES Ao final de tudo um momento único, no qual todo esforço é compensado: a entrega da premiação. Não importa o valor, mas sim atingir seus objetivos. O plantel foi mais uma vez posto a prova e a qualidade é o termômetro para alcançarmos a vitória. Existe sim uma disputa, mas com muita ética e educação, respeitando todos os preceitos que a ornitologia exige. Mais uma vez as famílias se fazem presentes, abrilhantando ainda mais estes eventos.

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CRIADORES

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ENTREVISTA

Criador JOSÉ AGOSTINHO KLUCK

Quanto tempo gasta por dia no seu aviário?

Como é o seu relacionamento com os outros criadores?

De onde veio esse gosto pelas aves?

R. 4 horas por dia.

R. Ótimo, sempre tivemos boas amizades.

R. Gostamos de pássaros desde a época de criança.

Qual é o pássaro que você gostaria que tivesse mais destaque no clube?

De quantos campeonatos já participou?

Quando iniciou a criação das aves? Qual foi sua maior dificuldade?

R. Todos os tipos de pássaros, todos são importantes e lindos.

R. Iniciei em 1999 e a maior dificuldade foi encontrar pessoas que tivessem boas matrizes para começar.

O que considera o mais importante na sua criação?

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R. Que os pássaros estejam saudáveis.

R. Participei de um Estadual e alguns Regionais. Qual seu conselho para quem tem interesse em começar uma criação de aves? R. Procure informações e orientações com os criadores do clube. Estamos dispostos a ajudar.


Criador HEINZ OESTREICH

aprendi a forma correta de cuidar.

De onde veio esse gosto pelas aves?

Quanto tempo gasta por dia no seu aviário?

R. Desde os 14 anos eu tinha pássaros silvestres e com o tempo eu comecei a comprar canário do reino. Assim foi o início e estou até hoje criando pássaros. Quando iniciou a criação das aves? Qual foi sua maior dificuldade? R. Em 1989 comecei a criar canários e uma das dificuldades foi ter o poder para comprar, mas com o tempo consegui. Outra dificuldade eram as doenças, mas logo

R. 2 horas por dia, eu e meu filho. Qual é o pássaro que você gostaria que tivesse mais destaque no clube?

Como é o seu relacionamento com os outros criadores? R. Gosto do pessoal para compartilhar ideias e um ajudar o outro. De quantos campeonatos já participou?

R. Pássaros Padovanos e Isabelinos.

R. Participei de quase todos os campeonatos estaduais e regionais.

O que considera o mais importante na sua criação?

Qual seu conselho para quem tem interesse em começar uma criação de aves?

R. Ter conhecido os tipos de ração, participar dos julgamentos e o diálogo com os amigos.

R. Ter um bom espaço, começar devagar e ter muita dedicação.

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ENTREVISTA

Criador ALDO ALBERTO GAULKE De onde veio esse gosto pelas aves? R. Desde criança tínhamos um pequeno viveiro ou algumas gaiolas com pássaros em casa, entre outros animais de estimação. Fu crescendo e, cada vez mais, fui pegando gosto e amor pelos bichos. Em relação a levar a sério a criação de aves, surgiu em uma simples “brincadeira”. Cheguei um dia em casa e falei para meu pai: vamos criar periquito australiano e vender para as agropecuárias. Começamos e logo nos associamos a um clube. Hoje todo meu conhecimento e o amor pelas aves eu dedico ao meu pai, Sr. Aldo. Quando iniciou a criação das aves? Qual foi sua maior dificuldade? R. Em 2007 começamos o que chamamos na época de “brincadeira”, e tudo foi evoluindo, nos associamos a um clube para que tudo ocorresse de forma mais profissional. Começamos com cinco casais de periquito australiano, um casal de calopsita lutina e um casal de ring necked verde. Nossa maior dificuldade na época foi as aquisições das aves, conhecer os criadores, e buscar conhecimento sobre acasalamento das aves e suas nomenclaturas.

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Quanto tempo gasta por dia no seu aviário?

Como é o seu relacionamento com os outros criadores?

R. Atualmente diminuímos nossas matrizes, acredito que em torno de duas a três horas por dia. Não ficamos olhando a hora passar, pois quando fazemos o que gostamos a hora passa em piscar de olhos.

R. Considero um relacionamento saudável, respeito todos os criadores por igual. Posso considerar que tenho boas amizades no clube.

Qual é o pássaro que você gostaria que tivesse mais destaque no clube? R. Todos os pássaros, independente do segmento, cada ave tem sua importância e destaque no clube.

R. Este é o segundo ano de participação oficial em campeonatos. Gostamos muito de participar dos campeonatos sempre que possível. Em relação a premiação, é a consequência de toda a sua dedicação na criação.

O que considera o mais importante na sua criação?

Qual seu conselho para quem tem interesse em começar uma criação de aves?

R. Primeiramente o cuidado e o manejo das aves, acasalamento e genética, e não podemos esquecer que o ambiente também é importante para criação das aves.

R. Primeiramente humildade e respeito pelos outros criadores. Começar com calma e sempre buscar conhecimento sobre as aves que cria. Nunca sabemos de tudo, é uma constante evolução e aprendizado.

De quantos campeonatos já participou?


Criador ANTONIO ORZECHOWSKI De onde veio esse gosto pelas aves? R. Sendo filho de agricultor, morava no interior e criávamos varias espécies de animais como galinhas, perus, marrecos e patos, entre outras aves. Portanto, cresci entre animais e pássaros silvestres. Foi esse convívio que fez gostar de pássaros devido aos coloridos das penas e de seus belos cantos. Quando criança, meu primeiro pássaro em gaiola foi um tié-preto “Tachyphonus coronatus”, que ganhei de um amigo de escola. Assim iniciou essa paixão pelos pássaros e segue até hoje com a criação de canários. Quando iniciou a criação das aves? Qual foi sua maior dificuldade? R. Iniciei em 2010, com a criação de canários sem padrão de raças e cor, o canário comum. Em 2012, fui a uma exposição do regional de canários no clube SJCO e passei a frequentar o clube nos dias de reuniões dos sócios e conversando com vários deles. Foi aí que me convidaram a fazer parte do clube como sócio, o que

ocorreu em 04/06/2013. A maior dificuldade que tive foi em adquirir pássaro de qualidade. Como iniciante não conhecia nada de raças ou cores. Comprei quatro casais de canela ônix vermelho do Sr. Wilson Mathias e assim fui progredindo lentamente, solicitando ajuda aos sócios mais entendidos, pesquisando e lendo muito. Quanto tempo gasta por dia no seu aviário?

iluminação, uma alimentação adequada. São itens primordiais para criação das minhas aves. Como é o seu relacionamento com os outros criadores? R. O melhor possível, sempre ajudo no que posso e tenho a ajuda dos demais quando solicito. De quantos campeonatos já participou?

R. Isso é muito relativo, em média de três a quatro horas, porém, depende do que você irá fazer neste dia.

R. Após a minha associação participei de todos os campeonatos regionais e estaduais nos quais o clube esteve presente. Não foram muitos, pois sou iniciante neste meio.

Qual é o pássaro que você gostaria que tivesse mais destaque no clube?

Qual seu conselho para quem tem interesse em começar uma criação de aves?

R. Como nosso clube não é exclusivo de aves domésticas, penso que todos os pássaros criados merecem seus devidos destaques, independente do segmento. O que considera o mais importante na sua criação? R. Em primeiro lugar vem o amor e dedicação pelos pássaros. Depois, é ter um local apropriado, arejado, limpo, com boa

R. A meu ver, o iniciante tem que gostar de aves, ter tempo disponível diariamente e durante o ano todo, local apropriado para iniciar uma criação, iniciar com poucos casais, ser persistente, não desanimar quando aparecerem problemas, além de ler muito para estar sempre atualizado.

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SAIBA MAIS

Vermelhos Mosaicos Nos últimos tempos, gerou-se uma ansiedade muito grande entre os criadores de canários mosaicos da linha clara, diante das novas regras que proíbem a apresentação em concurso com a pigmentação das rêmiges e retrizes - penas longas. Essa novidade no manejo fez surgir muitas dúvidas, principalmente no que se refere à data correta de fornecimento e retirada de pigmentantes, já que a coloração das áreas de eleição não deverá ser afetada, devendo ser o mais vermelha possível, como antes. Lembremos que o canário vermelho mosaico é antes de tudo um canário de contraste! Através de experiência no manejo de vermelhos mosaicos, das observações durante os julgamentos e também das discussões com outros criadores e juízes, pode-se dar algumas informações úteis, as quais detalharemos a seguir:

1- Manejo de reprodutores na pré-cria Considerando que as penas longas deverão ser apresentadas somente sem pigmentação vermelha, poder-se-ia dizer que o manejo dos reprodutores antes da cria seria dispensável, pois mesmo que o amarelo de fundo fosse bastante saliente, não faria diferença. Mas a tendência que se percebe é que têm sido mais valorizados os exemplares com as plumas longas mais claras, com menos expressão de amarelo, tendendo ao branco. Os criadores europeus, com mais experiência, em sua grande maioria assim já procedem, preparando seus reprodutores antes da cria para que produzam filhotes de melhores características para concurso.

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Portanto, é recomendável que antes do acasalamento, após a sua seleção e término de emplume, as fêmeas sejam deixadas sem consumir pigmentantes vermelhos e também que sejam pouco expostas à coloração amarela, através da redução do fornecimento de alimentos que contenham esses pigmentos, como verduras, gema de ovos, grãos com alto teor de luteína e zeaxantina (nabão, colza, milho, farelo de soja, germe de trigo, etc). Assim, os embriões produzidos (ovos) terão pouco corante nas suas reservas alimentares e as penas jovens crescerão com a cor adequada. Normalmente, esse período de antecedência de restrição alimentar para as fêmeas é de 2 a 4 meses.

2- Os filhotes no ninho Durante a fase de ninho, os filhotes de vermelhos mosaicos deverão receber alimentação também com baixíssimo teor de pigmentantes amarelos e nada de pigmentos vermelhos. Dessa forma, até a sua separação também não deverão consumir alimentos como acima exemplificado. Para os criadores, essa é a fase de maior cuidado, pois ainda que se busque uma correta alimentação quanto à coloração, deve-se usar substitutos alimentares para que não haja carências alimentares. Como no Brasil nossas farinhadas são produzidas a maioria tendo o farelo de soja como fonte proteica, e sendo ele rico em pigmentantes amarelos, é necessário escolher uma ração que não tenha esse componente ou faça ele mesmo uma ração – farinhada utilizando outras fontes de proteína, como a caseína do leite ou a albumina da clara de ovos. Lembre-se que as penas são quase totalmente formadas por proteínas, e a sua falta

na alimentação poderá ser causadora de má formação ou demora no empenamento.

3- O início da pigmentação com corante Depois que os filhotes são separados dos pais, ao redor dos 30-35 dias, já estando bem emplumados, serão normalmente postos em voadeiras e aí começará o criador a ministrar-lhe corante. Por experiência pode-se recomendar que se for desejada a separação por sexo que seja feita nessa data, observando-se as máscaras levemente marcadas, porque depois, como a pigmentação ocorre em etapas, é mais difícil diferenciar os filhotes que serão quase brancos. Muitos falam em ser aos 45 dias o período inicial de fornecimento de corante, mas experiências mostram que após os 30 dias já estarão com a formação adequada das penas longas, não necessitando mais a alimentação ‘branca’. Nesse período e nos seguintes, deve-se cuidar para que os mosaicos não percam penas e nem as quebrem e por isso as populações nas gaiolas deverão ser baixíssimas. Poucos pássaros e muitos poleiros!

4- Revisão final Quando os pássaros já estiverem coloridos nas áreas de eleição (máscara, ombros e uropígio) pode-se cessar o fornecimento de corante e retirar as plumas quebradas ou as que não hajam sido coloridas durante o período anterior, especialmente as de cima dos ombros, normalmente amarelas. Mesmo que não seja fácil a criação dos vermelhos mosaicos com esses novos parâmetros, a beleza desses pássaros certamente compensará o esforço dos seus dedicados criadores. Autor: Paulo César Löf – Juiz FOB/OBJO


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