O Rio de Niterói | Fotografias

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O RIO DE NITERÓI Fotografias

Benicio Biz

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O RIO DE NITERÓI Fotografias

Benicio Biz

Textos Orlando Santos Benício Biz Victor Abramo

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Benicio Biz tem 64 anos é produtor gráfico, designer, fotógrafo, artista plástico e empresário editorial e vem atuando no mercado do Rio de Janeiro há mais de 40 anos.

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Dedico esta obra à Lia Medeiros minha amiga, mulher e parceira; às minhas filhas Sanny, Mariana e Luiza; aos meus filhos Pablo e Vitor e aos meus netos Thiago, Benjamim e Betânia.

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© Copyright Benicio Biz, 2017 - Todos os direitos reservados - Permitida a reprodução mediante autorização do autor.

Coordenação editorial: Laércio Lourenço Designer: Benício Biz Finalização: Luiza Medeiros Revisão: Sonia Cardoso Equipamento: FinePix SL1000 da Fujifilm Foto de Capa: Praia de Adão e Eva Foto da Quarta Capa: Gragoatá Contato: beniciobiz@tnpetroleo.com.br facebook.com/benicio.biz Tel.: 21 9 9124 3326

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Nictheroy: Uma Ironia Além da Vista por Victor Abramo

12 Belezas Históricas por Orlando Santos

20 Hoje Todo Mundo Registra Tudo por Benício Biz

Centro Gragoatá Ingá Praia de Icaraí Estrada Fróes Estrada da Cachoeira

26 32 40 50 56 60

São Francisco Parque da Cidade Charitas Praia de Adão e Eva Fortaleza de Santa Cruz Praia de Piratininga

62 76 86 104 112 120 7


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Nictheroy: uma ironia alem da vista Victor Abramo

ANTIGA CAPITAL do estado, Niterói situa-se a apenas 13 km da cidade do Rio de Janeiro, abençoada distância que mantém seus moradores protegidos das mazelas que afligem quem mora na capital, logo ali do outro lado da poça, como algumas pessoas costumam dizer ao se referir à Baía de Guanabara, nossa fronteira marítima. Considerada uma das cidades brasileiras com melhor qualidade de vida, a antiga Vila Real resiste o mais que pode às mudanças trazidas pelo progresso a qualquer custo, e ainda mistura um pouco do estilo de vida das grandes metrópoles com uma tranquilidade que remete às cidades do interior e um jeito, digamos, caipira de ser. Durante muito tempo os niteroienses ouviram os cariocas dizerem que o que a cidade tinha de melhor era a vista do Rio de Janeiro, sem se dar conta de que, ao dizer isso, eles estavam, da mesma forma que a estátua de Arariboia em frente à estação das Barcas, de costas para quilômetros de praias sob o abrigo da baía e outras tantas em mar aberto, como Camboinhas, Piratininga, Itacoatiara e Itaipu, na Região Oceânica. Além, é claro, de muitas outras atrações em terra firme.

Final de tarde. Caminho Niemeyer, Centro.

Enquanto os cariocas continuavam voltados para o cenário de sua cidade, Niterói foi acumulando novas atrações, como o Museu de Arte Contemporânea, o MAC, obra de importância internacional assinada por Oscar Niemeyer. Do alto do mirante, em formato de disco, o museu parece pairar sobre a Ilha da Boa Viagem, um marco histórico, e tornou-se uma das principais atrações da única cidade brasileira fundada por um índio.

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Se não perceberam o pouso do MAC, carregado com a Coleção João Sattamini, conjunto de obras de arte reunido desde a década de 1950 pelo mentor de mesmo nome, no que se constituiu na segunda maior coleção de arte contemporânea do Brasil, os cariocas também deixaram de descobrir muitas outras atrações além da vista deslumbrante de sua cidade. Coisas como a Fortaleza de Santa Cruz, o complexo dos fortes de Jurujuba, o Parque da Cidade, o Campo de São Bento, o Museu do Ingá, o Museu Antônio Parreiras, todos no Ingá; o Museu de Arqueologia de Itaipu, na Praia de Itaipu; o Horto Botânico do Fonseca; o calçadão da Rua da Praia; e o Mercado de Peixe da Ponta da Areia. Pertinho da principal estação das barcas talvez não tenham notado o Caminho Niemeyer, complexo que se estende por 11 km ao longo da orla da cidade, do Centro à Zona Zul, desde o Aterro da Praia Grande (no Centro) até o bairro de Charitas. As construções, que começaram a ser erguidas em janeiro de 2002, formam o segundo maior conjunto arquitetônico assinado por Niemeyer, depois apenas de Brasília. Ele é constituído por construções como a da Fundação Oscar Niemeyer, o Memorial Roberto Silveira, e o Teatro Popular de Niterói, além de outras atrações ao longo da orla, como o Centro BR do Cinema Brasileiro e a Praça JK. Há ainda projetos para outros edifícios cuja obras não foram iniciadas. Em Charitas, do outro lado da cidade, está a estação hidroviária, também fruto de projeto assinado pelo principal arquiteto brasileiro, admirador confesso da cidade. Mercado de São Pedro, Centro Barcos em Boa Viagem

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Tão interessados em admirar seu próprio umbigo também parece não terem notado que, se a preferência do visitante recai sobre uma praia com jeito de selvagem, Itacoatiara é o melhor destino. Mais distante do Centro, oferece paisagem marcada por águas cristalinas e vegetação abundante entre uma moldura de rochedos que formam a Serra da Tiririca. O local é o paraíso dos surfistas, com movimento não só durante os campeonatos.


A primeira praia oceânica niteroiense, Piratininga, outra que merece destaque por sua beleza natural, assim como a seguinte, Camboinhas, localizada em um bairro fechado, e Itaipu, que abriga uma das mais antigas e movimentadas colônias de pesca do país. Por tudo isso há quem identifique no nome de origem indígena escolhido para a cidade uma requintada e histórica ironia sobre essa visão de mão única da antiga piadinha carioca. Isso porque Nitcheroy, em tupi-guarani, significa ‘água escondida’, por causa de sua posição segura em relação a ataques inimigos, quase sempre vindos do mar. E, porque, de fato, muito tempo depois, suas praias passaram a servir de refúgio para os cariocas em busca de qualidade de vida, paz e belezas naturais, entre elas a vista para o Rio de Janeiro, a uma distância segura.

Cacique Araribóia, fundador da cidade de Niterói

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belezas históricas Orlando Santos QUANDO OS primeiros invasores chegaram a esta terra, a paisagem que eles descobriram de imediato foi a de uma cidade que se apresentava aos visitantes exibindo um visual de exuberante beleza, uma baía emoldurada entre a montanha e o mar. Muitos anos depois, esta paisagem seria ainda mais enriquecida com a construção de fortes e fortalezas, obras impecáveis da arquitetura colonial militar luso-brasileira, plantadas na cidade de Niterói. Possuindo o segundo mais importante conjunto de fortes e fortalezas do Brasil, Niterói exibe nessas construções uma rica arquitetura, dentro de um cenário que revive um importante pedaço da história do Brasil. Por isso, em 2012, a Unesco concedeu ao Rio de Janeiro o título de Patrimônio Mundial, dando um peso bastante significativo às belas edificações do outro lado da ponte, parte do conjunto da entrada da Baía de Guanabara. Fortaleza de Santa Cruz - E o exemplo mais marcante desse rico patrimônio histórico-cultural é, sem dúvida, a Fortaleza de Santa Cruz. Com mais de 450 anos de história, é reconhecida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), com o tombamento ocorrido em 1938. Antes, a Unesco já tinha destacado sua importância histórica.

Forte Imbuí, Rio Branco, do Pico ou de São Luís.

A Fortaleza de Santa Cruz teve sua pedra fundamental colocada no ano de 1555, e suas muralhas foram construídas com pedras cortadas e assentadas a mão. Possui uma área de 7.153 m², sendo o espaço, aberto à visitação, abrigo de um acervo composto de 45 canhões dos séculos XVIII e XIX, além de uma

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capela datada de 1612, com uma imagem de Santa Bárbara do século XVIII. Recebeu melhorias em diversas épocas, até a construção que se vê atualmente, datada de 1807, composta de 45 casamatas, distribuídas em dois andares e onde podem ser vistos os citados canhões seculares. A capela de Santa Bárbara, em estilo colonial, abriga em seu interior uma imagem da santa em tamanho natural, em madeira maciça, ornada de pedras preciosas. No forte também se pode apreciar um relógio de sol de 1820, construído em mármore, o que restou do presídio colonial – pontos de tortura, o local de fuzilamento – e um antigo paiol. A Fortaleza de Santa Cruz está localizada ao lado do canal da entrada da Baía de Guanabara, por onde passam todas as embarcações que chegam ao Porto do Rio de Janeiro. Com uma visão privilegiada das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, é um local para se admirar as belezas naturais da região. Forte do Pico - Encontra-se a 230 m de altitude, no Morro do Pico. Sua construção foi concluída no início do século XX. Conta com antigos obuseiros de 280 mm, importados da Alemanha. Do alto do pico, avista-se, de um lado, a Fortaleza de Santa Cruz, o Morro da Urca, a Baía de Guanabara, e toda a cidade do Rio de Janeiro. Do outro lado, a enseada de Charitas e São Francisco, o Forte Imbuí e uma visão deslumbrante do oceano Atlântico.

Fortaleza de Santa Cruz

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Ilha da Boa Viagem - Coadjuvante do Museu de Arte Contemporânea (MAC), a ilha da Boa Viagem é um daqueles lugares que inspiram curiosidade quanto à sua função e história, seja pela mata densa que cobre sua superfície, seja pelas pequenas construções que brotam do meio de suas árvores. O primeiro registro da ilhota data de 1615 e foi feito pelo holandês Dierick Ruiters. Nos mapas dos séculos XVII e XVIII,


a ilha da Boa Viagem era considerada um ponto de referência para os navegantes e representava a chegada a mares seguros. Em 1650 foi construída a igreja localizada no centro da ilha, em homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem – que já passou por dois incêndios desde sua construção. Em 1663 foi construída a pequena fortificação voltada para a baía, que chegou a trocar tiros com a frota do corsário francês Duguay-Trouin, em 1710; e com a Fortaleza de Villegaignon, em 1893, durante a Revolta Armada, tendo sido arrasada nas duas ocasiões. Forte da Boa Viagem (Fortim da Boa Viagem) - A Ilha da Boa Viagem, na ponta da praia do mesmo nome, revela e oculta dois monumentos arquitetônicos do período colonial. Fincada em seu topo, solitária e poeticamente contemplando a Baía de Guanabara, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem se oferece aos olhos dos visitantes. Ocultas sob a vegetação, abaixo da igreja, escondem-se as ruínas de uma fortificação erguida no final do século XVII com o nome de Forte da Barra, logo depois chamado Forte da Boa Viagem. Sua função era a de vigiar e proteger a Baía de Guanabara. Em 1810, com o aumento do movimento no Porto do Rio de Janeiro, serviu como local de isolamento para a quarentena de viajantes procedentes de lugares assolados com doenças epidêmicas ou contagiosas. Até 1876, abrigou a Escola de Aprendizes de Marinheiros, mesmo tendo sido o seu arsenal desativado em 1861, juntamente com o de todas as fortificações brasileiras. Em 1885, já abandonado, o forte ainda possuía cerca de uma dezena de velhas peças de artilharia desativadas, voltando à ação como posto de observação logo após a Primeira Guerra Mundial, como Comando de Defesa do Porto.

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Em 1937, quase em ruínas, foi entregue, junto com todo o conjunto da ilha, aos Escoteiros do Mar, para guarda e conservação. Forte do Gragoatá - As primeiras baterias datam de 1600, entretanto, a construção vista atualmente é do século XVIII. O nome Gragoatá vem de uma planta abundante no morro ao lado do forte que se chama gravatá, da família das bromeliáceas. Localizado na ponta do Gragoatá, com ampla visão da entrada da Baía de Guanabara, foi construído entre os séculos XVII e XVIII, com o nome de Forte de São Domingos, em homenagem ao patrono da capela construída em 1652, hoje matriz de São Domingos. Sabe-se que cerca de um século após sua construção o forte foi reconstruído por ordem do Marquês do Lavradio, vindo a ser desativado em 1831. Em 1863, entretanto, foi ampliado, reparado e rearmado, tendo participação importante, em 1893, na Revolta da Armada. Forte do Gragoatá

Transformado em sede do Batalhão Acadêmico, formado por jovens da Politécnica e das Escolas Militares, e comandados pelo capitão Agostinho Ramindo Gomes de Castro, reagiu à ação das forças revoltosas, impedindo seu desembarque na enseada do Gragoatá, defendendo Niterói e o governo de Floriano Peixoto. Limitado pela praia e pela praça homônimas, o Forte do Gragoatá já abrigou a Seção de Comando do Grupamento Leste da Artilharia de Costa e, hoje, é sede do Comando da 2ª Brigada de Infantaria, sendo monumento tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

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Na atual Praia do Forte Rio Branco, foi criado um Observatório em 1555, sendo, mais tarde, armado e transformado em Bateria, com a construção das primeiras bocas de fogo. Essa Bateria derrotou a esquadra holandesa e, posteriormente, a expedição francesa de Duclerc. Em 1863, na Ponta do Imbuí, teve início a construção da fortificação nascida com o nome de Forte D. Pedro II, a cargo do engenheiro militar niteroiense Henrique de Beaurepaire Rhoan, encarregado pelo imperador da execução de um plano de melhoramento das fortificações do litoral fluminense. O projeto inicial previa a ligação por terra à Bateria da Praia de Fora, criando-se, assim, a necessidade de construção de um segundo forte, inicialmente chamado Forte da Praia de Fora. À frente de seu portão de entrada estão os dois canhões que abriram fogo contra Duguay-Trouin, na invasão francesa de 1711. A construção da fortificação – depois denominada Imbuí – ficou paralisada por alguns anos, sendo reiniciada em 1893, por ocasião da Revolta da Armada, quando, então, foram colocadas as cúpulas importadas da Alemanha, instalados os canhões alemães Krupp e construídas as torres para os mesmos. Em 1901, foram inauguradas as instalações do forte atualmente desativado. Os fortes Imbuí e Rio Branco são ligados por uma pequena estrada cercada de árvores e praias, compondo, com o Forte do Pico, um conjunto de três milhões e duzentos mil metros quadrados, com uma parte de Mata Atlântica preservada e manifestações zoológicas (preguiças, saguis, corujas nativas, etc.).

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Pela impressionante beleza de sua arquitetura e importância histórica, a Unesco considera patrimônio mundial também os fortes Rio Branco e Imbuí. Eles são ligados por uma pequena estrada cercada de árvores e praias, compondo com o Forte do Pico. Suas construções em cantaria (pedra talhada de forma a constituir sólidos geométricos, em geral paralelepípedos, para utilização na construção de edifícios ou de muros), cimentadas com óleo de baleia, cal de conchas e mariscos, iniciaram-se no século XIX. Juntos, eles constituem um complexo que reúne uma série de atrações para os turistas, ao lado das belezas naturais. Os fortes Rio Branco e Imbuí localizam-se em mar aberto e dispõem da série de atrativos naturais já citados. Forte do Pico ou de São Luís - No alto do Morro do Pico, com entrada pelo Forte Rio Branco, estão plantadas as ruínas do conjunto arquitetônico que, no século XVIII, abrigou as fortificações do Pico ou São Luís.

Forte da Boa Viagem (Fortim da Boa Viagem).

Dada sua altura e localização, essa fortificação protegia de possíveis ataques a entrada da barra, toda a Baía de Guanabara e a Fortaleza de Santa Cruz. Sua ação militar mais conhecida, entretanto, ocorreu na República, por ocasião da rebelião liberada pelo segundo sargento Silvério Macedo, em 1°/01/1892, com o objetivo de restituir o governo a Deodoro da Fonseca. Em 1918, foi concluída a construção de outra fortificação, na parte mais elevada do morro, contando com modernos e eficientes obuseiros de 280 mm, importados da Alemanha, mas considerados, já em 1965, obsoletos, tendo sido o forte desativado.

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Atualmente, as construções do Pico ainda preservam, com imponência e grandiosidade, guaritas e muros de pedra já cobertos de vegetação, portões de acesso, corredores, galerias e túneis carregados de mistério e largos pátios rochosos. Do alto do Pico, avistam-se, de um lado, a Fortaleza de Santa Cruz, o Morro da Urca e o Pão de Açúcar e, de outro, o Forte Imbuí e a infinitude atlântica, numa visão absolutamente deslumbrante. O Forte São Luís, construído no século XVIII, no alto do Morro do Pico, forma uma belíssima muralha de pedra, com um grande portão de entrada. Constitui-se numa das áreas mais visitadas do Rio de Janeiro. Dos fortes São Luís e do Pico tem-se uma visão deslumbrante do oceano Atlântico, de Niterói, da Baía de Guanabara e do Rio de Janeiro. Curiosidade - O novo imortal de Academia Brasileira de letras, o escritor baiano Antonio Torres, em seu belo livro Nobre Sequestrador, fala da Fortaleza de Santa Cruz e de como ela surgia aos olhos dos invasores e da visão que eles tinham quando entravam na Baía de Guanabara. Agora é só marcar a visita e conhecer o local para saber como e por que as edificações estão ainda lá. Você vai perceber que a história se faz de muitos elementos. E, em nosso caso, de muitos fortes e fortalezas.

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hoje todo mundo registra tudo Benicio Biz NA PESQUISA que comecei a fazer sobre fotografia, descobri, em minha biblioteca, entre muitos materiais sobre o assunto, o livro de luxo publicado em 1980 pela Abril Cultural, Fotografia: Manual completo de arte e técnica, obra que é tradução de The Life Library of Photography, de 1976, da Time-Life Books, publicado nos Estados Unidos. Nele se encontra o seguinte texto: “em 1839, através da criação e do registro da patente de Louis Daguerre, surge na Europa Vitoriana a fotografia, trazendo consigo uma nova tecnologia, uma nova profissão e uma nova arte que rapidamente se espalha pelo mundo afora. Em 1853, mais de dez mil americanos produziram três milhões de fotos e, em 1856, a fotografia já faria parte do currículo da Universidade de Londres.”

A FOTOGRAFIA TEM FUTURO, diz Sebastião Salgado

As grandes agências - Fundada nos Estados Unidos em 1846 e dona de um acervo de mais de dez milhões de imagens, a Associated Press é talvez a mais antiga e maior agência de notícias do mundo, atendendo a mais de 1.700 jornais e cinco mil estações de rádios e televisão.

A Keystone foi fundada em 1914 por Bert Garai, imigrante húngaro, que chegou a Nova York e lançou a moda de fotos "O que as pessoas fazem com seus informais de celebridades e de serviços de reportagens na Press telefones não é fotografia, são Illustrating Service. Em 1952, cria-se a Keystone no Brasil. imagens", disse em Bangcoc, em uma exibição de seus trabalhos. "Fotografia é uma coisa tangível, você captura, você olha para ela. É algo semelhante à memória", continua Salgado.

Em 1945, também em Nova York, é criada a agência Black Star e, segundo Howard Chapnick, um de seus proprietários, como destaca no prefácio do livro Eyes of time: photojournalism in America, de Marianne Fulton (1988), o fotojornalismo nos deu uma inacreditável história visual do século. E,ainda segundo

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ele, essa história é um “testamento à amplitude da experiência humana e, se uma fotografia é o último documento antropológico e histórico de nosso tempo, o fotojornalismo é uma fotografia humanística capaz de mudar nossas expectativas do mundo e da verdade”. Em 1947 cria-se a agência Magnum, por Henri CartierBresson e Robert Capa. Falecido em 2004, Bresson simboliza a importância da espontaneidade das cenas registradas, e permanece, para uma geração inteira de jornalistas amantes da liberdade, como o ‘pai do instante decisivo’. Foi assim que marcou, em uma fração de segundos, a coroação de George VI e o funeral de Gandhi. Criada em 1995 por Mark Getty e Jonathan Klein, a Getty Images foi primeira agência a disponibilizar imagens digitais online, oferecendo fotos históricas e raras, além de filmes, trilhas sonoras e músicas populares. As máquinas - A fotografia popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888, quando a Kodak desenvolveu uma câmera num formato de caixão, que utilizava filmes em rolos criados por George Eastman e W. Walker, o que possibilitou que qualquer pessoa pudesse tirar fotos de maneira fácil, sem precisar ser profissional. A máquina que revolucionou a fotografia e o fotojornalismo foi a Leica. Sua história começa ainda em 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra, quando Oskar Barnack, funcionário da empresa Leitz, projetou uma câmera com uma objetiva de plano focal de 50 mm e abertura F3.5. Equipada com um visor direto (visor óptico), vinha ainda com um telêmetro e um obturador Compur (obturador de íris) de seis velocidades. No início da década de 1930, a Leica surgiu com mais uma novidade: um modelo com objetivas intercambiáveis.

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Desenvolvida em 1929 pela Frank&Heidecke, a Rolleiflex foi a precursora de inúmeras reflex de duas objetivas e filme de rolo. Foi uma das primeiras câmeras a trazer como inovação a possibilidade de troca de lentes para alteração das distâncias focais. Em 1990, a Kodak lançou o DCS 100, a primeira câmera digital comercialmente disponível. Na época seu custo impediu o uso em fotojornalismo e em aplicações profissionais. A história da ascensão da fotografia no mundo digital começou a ser escrita em 1997, quando foi lançado o primeiro modelo comercial de câmera digital: a Sony Mavica. A fotografia digital mudou de paradigmas, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo. O aperfeiçoamento da tecnologia de reprodução de imagens digitais tem quebrado barreiras de restrição em relação a este sistema por setores que ainda prestigiam o filme tradicional. O resultado foi percebido quase instantaneamente. Na década de 1990, o número de fotos produzidas cresceu 50%, chegando, em 2000, a 86 bilhões de cliques ao ano, segundo cálculos de Jonathan Good, consultor de redes sociais. No período entre 2008 a 2011, o Facebook atingiu 140 bilhões de fotos em seus arquivos. Hoje, as japonesas Nikon e Canon são as preferidas dos profissionais da fotografia. Meu interesse pela fotografia - Comecei a me interessar pelo assunto ainda menino, no mesmo momento em que iniciei os meus primeiros desenhos, guaches e aquarelas. Na época, possuía uma Kodak Instamatic Tira Teima − acho que era essa −, logo depois tive uma Olympus Trip 35... quase tudo mundo tinha uma!

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No início dos anos 1970, trabalhei como freelancer com um amigo que mantinha um estúdio em Jacarepaguá. Eu ajudava no laboratório e nos eventos, principalmente casamentos. Foi uma boa experiência. Quando foi trabalhar aos 23 anos de idade, em 1976, como coordenador de treinamento e de comunicação no Estaleiro Ebin, em Niterói, comprei de um amigo recém-chegado da Alemanha uma câmera russa Zenit e fiquei com ela até 1980. Daí, comecei a trabalhar com uma Pentax ME. Em 1983, como gerente da Codecri, editora do Pasquim, cuidei dos projetos editoriais da empresa e estes incluíam a fografia. Foi um período muito louco, com o Fausto Wolf, Jaguar, Reinaldo, Henfil, e sua turma. Entre 1985 até 1997, comecei a trabalhar com projetos de revistas, catálogos para galerias e museus, e livros de arte, não mais como fotógrafo, mas como produtor gráfico. Entre os vários profissionais da fotografia envolvidos nos vários projetos, lembro dos franceses Marcel Gautherot e André Morain, e dos brasileiros Lula Rodrigues, Pedro Oswaldo Cruz, Jaime Acioli, Mário Grisolli, feras na época. De 1998 até agora, com mais de 60 de idade, cuido da Benicio Biz Editores, que publica a Revista TN Petróleo, livros de arte, catálogos, além outras coisas. Continuo produzindo e fotografando muito utilizando uma Nikon D5100 e uma FinePix SL1000!

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GRAGOATÁ


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INGÁ


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