PARQUE LINEAR RIO DOS MACACOS
Recuperação e manejo das águas da Bacia do Rio dos Macacos Menção Honrosa IV Prêmio Rosa Kliass
Menção Honrosa IV Prêmio Rosa Kliass Concurso Universitário Nacional de Paisagismo
D Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Departamento de Arquitetura e Urbanismo Projeto Final
Parque Linear Rio dos Macacos Recuperação e manejo das águas da Bacia do Rio dos Macacos
Luiza Nogueira Cavalcanti Orientador: Pierre-André Martin 2019.2
Dedico este trabalho a todos que fizeram parte desta etapa da minha vida. Agradeço a Deus por ter iluminado o meu caminho. Aos meus pais e à minha irmã que sempre estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória e que me propiciaram a realização deste sonho. A todos os meus amigos que me apoiaram nos momentos mais difíceis. Deixo um agradecimento especial ao meu orientador Pierre pelo incentivo e pela dedicação. Sou grata pela confiança depositada na minha proposta de projeto. Obrigada por me manter motivada durante todo o processo. Por último, quero agradecer também à Universidade e aos meus professsores por todo o ensinamento.
Este trabalho tem como objetivo a intervenção na Bacia do Rio dos Macacos, uma área que vem sendo atingida constantemente com as fortes chuvas e alagamentos. O projeto visa a criação de áreas de absorção, retenção, tratamento e manejo das águas, além de ser voltado para o uso e permanência da população.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
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Rio de Janeiro Tema Justificativa Metodologia
CONCEITUAÇÃO Estratégias Projetos referência
JARDIM BOTÂNICO
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Contexto histórico Contexto urbano atual Características físicas Tipologias
ANÁLISE
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Inserção do contexto urbano Problemática
INTENÇÃO
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Diagnóstico Propostas
PROJETO
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Alto Rio Médio Rio Baixo Rio
BIBLIOGRAFIA
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Introdução
A água é primordial para vida humana e, por isso, desde a Antiguidade e, principalmente, após a era industrial, as civilizações vêm crescendo próximas a rios e mares (MIGUEZ, 2012). Porém, apesar de tamanha importância, a relação entre as grandes cidades e os rios urbanos, muitas vezes, não é planejada com a infraestrutura necessária, além da degradação ambiental que a interferência antrópica provoca, deteriorando o ecossistema natural próximo aos recursos hídricos. Desde o século XX, a urbanização inadequada é voltada para a infraestrutura cinza monofuncional, focada nos veículos gerando superfícies impermeáveis, e consequentemente a cidade fica vulnerável a efeitos severos causados pelas mudanças climáticas.
Rio de Janeiro
O cenário no qual a cidade do Rio de Janeiro se encontra é composta por maciços e baixadas litorâneas, características típicas para o surgimento de rios. Não é a toa que é entrecortada por mais de 267 rios e canais que, infelizmente, em sua maioria estão enterrados, canalizados e esquecidos. A maneira como se enxerga a expansão urbana é visando o desenvolvimento da cidade sem pensar no contexto ambiental. No decorrer dos anos, com a urbanização, o Rio de Janeiro, assim como a maioria das grandes cidades do mundo, cresceu sem pensar no meio ambiente como parte essencial a vida humana. Com isso, afetamos o clima, mudamos o regime de chuvas que interferem na vida das cidades de maneira acentuada gerando grandes transtornos nunca antes calculados. O crescimento urbano da cidade se deu, principalmente, nas partes baixas das bacias de drenagem dos rios, o que provocou a remoção da vegetação natural para dar lugar às construções. Este processo interfere no equilíbrio do ecossistema e no balanço hídrico 08
uma vez que o solo é impermeabilizado reduzindo as áreas de infiltração e aumentando a quantidade de água superficial que terá que ser escoada para locais mais baixos. As áreas impermeabilizadas só pioram o quadro já que não só evitam a penetração das águas no solo como também aceleram a velocidade destas até seu deságue. A ocupação urbana que cresce de forma não planejada também pode interferir nas calhas secundárias do rio, que serviria para acomodar o excesso de água em momentos de cheia, obrigando-a a procurar outros caminhos. Portanto, com a diminuição das áreas de retenção naturais e infiltração, mais água se concentra na superfície o que aumenta e adianta o pico da cheia do rio, gerando transtornos e alagando áreas que antes não enchiam.
Rio dos Macacos
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10 km
Mapa Hipsométrico da cidade do Rio de Janeiro Realizado com base nos dados obtidos no site Armazém de Dados da Prefeitura do Rio de Janeiro. (ArcGIS)
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Tema
A solução tradicional a ser aplicada para tais problemas apresentados muitas vezes só pensa à jusante do rio, porém há uma tendência crescente de se pensar a partir de soluções sistêmicas distribuídas ao longo da bacia que visam recuperar situações semelhantes à antes da ocupação urbana com o intuito de melhorar a qualidade da água e manejar as águas pluviais urbanas. A infraestrutura verde vem ganhando espaço no planejamento sustentável de várias cidades ao redor do mundo. Estas medidas precisam agregar valor funcional e ecológico ao espaço urbano, tornando-o multifuncional. A partir desta nova visão do paisagismo ecológico, as cidades poderão se desenvolver de forma sustentável melhorando sua qualidade de vida e permitirão a recuperação do ecossistema e a redução da poluição fluvial. Além disto, a renaturalização de rios (MIGUEZ, 2012) também é uma solução importantíssima para a bacia que aliado ao planejamento urbano pode promover um contexto mais sustentável e integrado. Porém, o contexto urbano já altamente engessado, adensado e urbanizado obriga a repensar e a adaptar o conceito de recuperação fluvial integrando ambientes naturais com os espaços urbanos construídos. O trabalho visa entender melhor o processo de tratamento das águas de um rio urbano, através da infraestrutura verde, para mitigar os riscos de enchentes e permitir aproximação da população. O tema surge do interesse devido à ocorrência das fortes chuvas que atingiram a cidade do Rio de Janeiro neste ano de 2019. Um dos bairros mais afetados foi o bairro do Jardim Botânico na Zona Sul que está inserido na sub-Bacia da Lagoa Rodrigo de Freitas que compõe a grande Bacia da Baixada de Jacarepaguá e 10
Zona Sul. Vê-se potencial no Rio dos Macacos que é o rio mais importante desta sub-bacia, que nasce no Alto da Boa Vista entre os morros de Queimados e Sumaré, passando pelo Horto Florestal, Jardim Botânico e desaguando na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Ciclo Hidrológico - Meio urbano impermeável A falta de permeabilidade do solo e a canalização do rio, em épocas de chuvas, não deixam a água infiltrar, aumentando o escoamento superficial e causando o transbordamento do rio da calha artificial subdimensionada. Ciclo Hidrológico - Meio natural permeável Em épocas de chuva, a água infiltra rapidamente no solo voltando para o lençol freático. O rio em seu leito natural possui espaços próprio de acomodação que retem a água excedida.
Meio urbano impermeável
precipitação transpiração
escoamento superficial
transpiração
escoamento superficial
evaporação
lençol freático
evaporação
lençol freático
Meio natural permeável
precipitação transpiração
escoamento superficial
transpiração
escoamento superficial
evaporação infiltração
lençol freático
evaporação infiltração
lençol freático
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Justificativa
Este trabalho tem como objetivo questionar a forma como os rios estão inseridos no meio urbano, mudando a forma de planejar a cidade com uma infraestrutura verde multifuncional voltada para a melhoria das relações socioambientais. Para isso, o ponto de partida é repensar a relação entre rios urbanos e cidades, recuperando as áreas degradadas do entorno em espaços atraentes que melhoram o contexto do meio urbano que se está inserido. A partir da análise das atuais problemáticas geradas pela degradação do Rio dos Macacos, há a necessidade de intervenção na região que é constantemente afetada pelas fortes chuvas. aumento da vegetação na rua, diminuindo as temperaturas e mitigando os alagamentos
técnicas de bioengenharia para a margem do rio
aumento da infiltração das águas no solo
aproximação da população com as águas dos rios
Corte esquemático - Infraestrutura verde Focada em soluções sistêmicas que interrelacionem a cidade com o ecossistema natural permitindo espaços flexíveis com diferentes funções ao longo do tempo.
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Metodologia
Com o estudo e entendimento da morfologia, topografia e hidrografia do recorte, foi preciso desenvolver uma metodologia de entendimento através de características de cada trecho do rio para propor a solução mais adequada para cada recorte. A estratégia adotada busca permear diferentes escalas de projeto, para isso foi feita uma análise da região baseada na leitura da bibliografia apresentada no final do caderno, pesquisas, entrevistas com moradores e transeuntes, visitas técnicas na área e elaboração de mapas com a atualização de informações recolhidas no site da Prefeitura e de textos e artigos que abordavam o assunto. A partir disto, permitiu a criação de um diagnóstico que irá embasar as áreas escolhidas para o desenvolvimento de projeto mais detalhado.
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Conceituação Estratégias
POLUIÇÃO
A partir do entendimento do contexto da cidade e como ela é pensada, o projeto propõe uma nova relação rio-cidade com objetivo final de criar novos espaços urbanos requalificados, mais atraentes e convidativos. Para tal é preciso entender o bairro do Jardim Botânico, identificando as principais causas e os problemas latentes da região, com o intuito de mitigá-los e tornar o espaço mais resiliente. O Rio dos Macacos está inserido num local bastante diversificado, logo há a necessidade de identificar os traços mais marcantes e as questões de cada trecho do rio. Os conceitos adotados para nortearem o projeto são voltados para a recuperação e renaturalização do Rio dos Macacos. Com isso, é preciso entender a relação homem-água, esta que, muitas vezes, é associada à doenças e sujeira, mostrando que a água é solução e não um problema. O trabalho visa dar um novo significado à ela, aproximando a população através da criação de espaços de permanência próximos à água. Além de repensar o planejamento urbano mais integrado com uma infraestrutura verde que traga mais qualidade aos espaços da cidade.
Rio Urbano
Canalização
Cidade Infraestrutura cinza monofuncional Chuva
Impermeável REDIRECIONAR
FILTRAR
RETER
INFILTRAR
ACUMULAR
TRATAR
Fonte: Low Impact Development - a design manual for urban areas
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ALAGAMENTOS
Tratar água
Fitorremediação
ESPAÇOS VERDES MULTIFUNCIONAIS
Reter água
Alagado construído “Wetland”
Redirecionar o fluxo de água
Biovaleta
MITIGAR PROBLEMAS
Espaços de permanência
Espaços de alto valor ecológico
INFRAESTRUTURA VERDE soluções baseadas na natureza
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Projetos Referência MILL RIVER PARK (Stamford, Connecticut, EUA) O Rio Rippowam era conhecido por Mill River devido à presença de vários moinhos. A região industrial contava com várias vilas operárias no entorno vivendo em função destes moinhos. O rio tinha um dique que represava água e era altamente degradado. A cidade de Stamford sempre sofreu com inundações e furacões e relembram principalmente dos grandes estragos gerados pelos que ocorreram nos anos de 1938 e 1955. A região do Mill River não era diferente, por isso um grupo de moradores a partir da iniciativa Mill River Park Collaborative quis encontrar uma solução para as inundações que afetavam a área. O Mill River Park é um projeto de iniciativa de um agrupamento entre a prefeitura de Stamford, organizações civis e empresas locais. O projeto localizado na cidade de Stamford nos EUA visa à despoluição do Rio Rippowam. A ideia de fazer o parque surgiu, em 2002, com o objetivo minimizar os efeitos das enchentes e criar um grande espaço aberto entorno do rio. Em 2007, teve início o plano de expansão do corredor verde ao longo do Rio Rippowam que está desmembrado em várias etapas que se perduram até hoje. O escritório OLIN em parceria com o município e o colaborativo Mill River Park desenvolveram um projeto de recuperação das margens do rio que era canalizado e poluído. A intenção é tornar suas margens num parque ativo e vibrante oferecendo aos moradores espaço de lazer e contato com a natureza. O parque serve como um conector urbano tanto para os moradores de ambas as margens como do rio com a cidade, criando vias e caminhos que cortam o rio em diversos pontos. 16
Foto 01 - Dique Mill River Fonte: The Plan for Mill River Park (Masterplan) - Stamford Historical Society Foto 02 - Projeto em fase de obra Fonte: Lindsay Niegelberg Disponível em: https://www.stamfordadvocate.com/ Foto 03 - Rio Rippowam - Antes (2007) Margens canalizadas sem área de infiltração Fonte: The Plan for Mill River Park (Masterplan) Foto 04 - Depois da implantação da renaturalização do Rio Rippowam (2013) Margens renaturalizadas com vegetação nativa Fonte: The Plan for Mill River Park (Masterplan)
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O projeto visa promover a conscientização da população assim como mobilizar, preservar e cuidar para a expansão do corredor de vida selvagem urbana e recuperar flora e fauna nativas. Neste projeto a materialidade foi pensada de acordo com o funcionamento de cada espaço. Hoje o parque conta com aproximadamente 5 km de parque linear ao longo do rio com um pouco mais de 10 hectares de espaços abertos. O projeto até onde se tem informação foi implantado: _o Playground (2006), _a recuperação do rio (2009), onde foram pensados área dentro do parque para conter as enchentes, _diversos espaços verdes voltados para diferentes atividades (2013), _o Aquarion Rain Garden (2013), o jardim de chuva que aumentou a área de infiltração das águas, _a plantação de mais de 400 árvores locais (2013) _e a criação do pavilhão que abriga um carrossel (2015). O projeto visa também a criação de uma fonte que serve no verão para refrescar o público como no inverno serve como pista de patinação no gelo, além da expansão do parque com corredores verdes pela cidade.
Foto 01 - Contato e uso do rio Fonte: OLIN Foto 02 - Área recreativa de contato direto com o rio Fonte: OLIN - Sahar Coston-Hardy
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Foto 03 - Mapa antigo do trecho do dique no Mill River Fonte: Mill River Collaborative Foto 04 - Masterplan do Mill River Park (2014) Fonte: OLIN Disponível no site da ASLA - American Society of Landscape Architects
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BISHAN PARK (Bishan, Singapura) O projeto visa a recuperação do Rio Kallang, em Bishan na Singapura, que estava canalizado e afetava a região em momentos de fortes chuvas com grandes enchentes. Faz parte do programa ABC Waters em parceria com o estado que visa a longo prazo transformar os corpos d’agua de Singapura, visando a melhoria na drenagem das cidades e a criação de espaços de encontros e lazer. O projeto foi concluído em 2012 recuperou o ecossistema natural através da renaturalização do rio (2,7km concretado em 3,2km de curso natural com meandros ao longo do parque), criando também espaços de recreação e áreas de acomodação das águas, evitando alagamentos na cidade. São 62 hectares de parque linear com travessias que conectam os dois bairros que estavam nas margens do rio e áreas verdes. De acordo com o Atelier Dreiseitl (escritório responsável pelo projeto), foram plantadas 66 espécies de flores silvestres e com isso foi registrado a aparição de 59 espécies de aves e 22 de libélula, indicando um aumento de 30% da biodiversidade.
Foto 01 - Rio Kallang antes (2008) Fonte: PUB (Singapore’s national water agency Foto 02 - Rio Kallang depois da implantação do projeto (2012) Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl
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Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl
Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl
Masterplan do projeto Bishan Park Fonte: PUB (Singapore’s national water agency)
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Além disso, os arquitetos optaram por plantas que ajudassem a limpar as águas do rio. Propuseram técnicas de bioengenharia nas margens do rio e escolheram uma vegetação resistentes que aguentassem o transbordamento do rio. Com a implantação do novo projeto, o rio comporta mais 40% de água do que a canalização que existia. Hoje o Bishan Park é um dos mais populares parques de Singapura. No local já existiam espaços para atividades recreativas e caminhadas que foram preservadas, no redesenho do parque. Foram pensados também um parque aquático e uma horta comunitária, espaços de convívio e equipamentos públicos e privados como academia de ginastica, cinemas e ate mesmo redes de fast-food.
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Foto 01 - Técnicas de bioengenharia do solo Recuperação da mata ciliar ao longo do Rio Kallang Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl Foto 02 - Playground Água usada é limpa e tratada por uma bacia de fitorremediação Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl Foto 03 - Bishan Park durante uma tempestade Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl Foto 04 - Bishan Park depois de uma tempestade Fonte: Ramboll Studio Dreiseitl
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Jardim Botânico Contexto histórico
No século XVI, o governador Cristóvão de Barros funda, onde hoje é o Jardim Botânico, o Engenho d’El Rey junto a uma lagoa de águas salobras. No decorrer dos séculos, o engenho foi dividido em outros dois que se mantêm até o início do século XIX. Com a chegada da família real, nesta mesma época, houve a implantação da Fábrica Real de Pólvora nas margens da Lagoa e a criação do Horto Florestal, que se tornaria o atual Jardim Botânico. O declínio da cana-de-açúcar, na segunda metade do século XIX, provoca a desativação dos engenhos e a fragmentação destes em chácaras. Em 1871, com o advento do bonde, as chácaras voltam a ser valorizadas e há a ocupação da região com indústrias têxteis e suas vilas operárias, tornando os atuais bairros do Jardim Botânico e Gávea numa das áreas mais industrializadas da época. Porém, no século seguinte, o prefeito Pereira Passos inicia uma reforma urbana que incluía o aterramento e o saneamento da Lagoa Rodrigo de Freitas, mudando fortemente sua fisionomia. Com esta reforma são abertas novas vias, como a Avenida Epitácio Pessoa, e os canais de escoamento são regularizados ao longo da cidade (canal da avenida Visconde de Albuquerque e canal Jardim de Alah, no Leblon). Com o fim da fase industrial do bairro, os terrenos remanescentes são loteados e dão lugar às residências. Os primeiros núcleos residenciais do bairro se dão próximos à Lagoa, na orla do Jardim Botânico. Para permitir a expansão do bairro se realizou novos aterramentos voltados para o Vale dos Macacos e para o talude do Corcovado. Diferentes classes socioeconômicas, em sua maioria de classe média, passam a fazer parte do mesmo espaço. Em 1967, com a retirada de algumas favelas, há a abertura do Túnel Rebouças, principal ligação entre Zona Norte e Zona Sul. O prefeito Marcos Tamoyo, em 1975, proíbe a alteração do espelho d’agua da Lagoa, assim como estabelece um alinhamento das margens para 24
utilização com fins recreativos, o que implicou na remoção da favela que existia onde hoje é o Parque da Catacumba. Somente nos anos 2000 que a margem da Lagoa é realmente tombada, configurando a geografia que temos hoje. De acordo com Gaspar1, a Lagoa que tinha um espelho d’agua de 4,48 milhões de m2, com as alterações urbanísticas e de saneamneto, hoje ficou reduzido a menos de 50% do ser espelho original, com 2,30 milhões de m2.
Foto 01 - Aterramento da Lagoa Rodrigo de Freitas (1930) Ao fundo palmeiras do Jardim Botânico e chaminé da Fábrica Corcovado Disponível em: http://www.arqueologia-iab.com.br/portfolios/view/16 Foto 02 - Aterros para o Jockey Club Braseiliro (1930) Disponível em: http://www.arqueologia-iab.com.br/portfolios/view/16 Foto 03 - Orla da Lagoa Rodrigo de Freitas (1938) Fonte: Arquivo do Museu Aeroespacial Foto 04 - Corte Cantagalo (1960) Fonte: Acervo de Osmar Carioca
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Mapa de variação da orla da Lagoa Rodrigo de Freitas Fonte: site Foi um Rio que passou - disponível em: http://www.rioquepassou.com.br/2007/03/13/variacao-historia-da-orla-da-lagoa/
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Margem Margem Original Margem Original Original (1809) (1809) (1809)
Aterro (1880)
Aterro Aterro (1965) (1965)
Aterro Aterro (1920) (1920)
Rio Cabeça
Rio dos Macacos
Rio Rainha
Perfil 1809 Perfil 1880 Perfil 1920 0 10
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Perfil 1965
Mapa Hidrográfico e limites da Lagoa Rodrigo de Freitas atual Fonte: ArcGIS - Instituto Pereira Passos
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Contexto urbano atual
O Jardim Botânico se desenvolveu a partir da rua Jardim Botânico em direção ao Maciço da Tijuca, com ruas calmas de caráter predominantemente residencial. Nele está inserido grande parte do curso do Rio dos Macacos. O bairro, até o século XX, era composto de casas térreas e sobrados e, ao longo do tempo, passou também a ser ocupado por edifícios de apartamentos. Atualmente, o crescimento populacional do bairro está estagnado. A população é predominantemente de classe média a alta. Existe um conflito socioeconômico com a classe mais baixa que ocupa as construções irregulares no Horto Florestal, região acima do Parque do Jardim Botânico. Sua estruturação viária se dá pela rua Jardim Botânico, importante via de passagem e conexão entre o Centro e a Zona Oeste da cidade, composta principalmente por comércios e serviços. As ruas Pacheco Leão e Lopes Quintas também são vias importantes que apesar de apresentarem um caráter fortemente residencial ainda possuem algum tipo de comércio local. O bairro é conhecido pela expressiva quantidade de vegetação devido à presença do Parque Nacional da Floresta da Tijuca, além dos parques históricos: Parque Laje e Jardim Botânico; que deixam a temperatura do bairro mais amena. No entorno também está inserido o Jockey Club, espaço voltado para corridas de cavalo, que foi construído na metade do século XX e hoje se encontra subutilizado. A Lagoa Rodrigo de Freitas também possui sua margem voltada para atividades de lazer da população. Há a presença e o surgimento de vários bares e restaurantes, principalmente, no entorno da rua Pacheco Leão, configurando um pólo gastronômico noturno.
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3km
Mapa Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro - Área de estudo Fonte: Parque Nacional da Tijuca Disponível em: http://parquenacionaldatijuca.rio/ Foto 01 - Bairro com caráter residencial - Rua Estella (2019) Fonte:Acervo pessoal Foto 02 - Parque Jardim Botânico (2019) Fonte: Acervo pessoal Foto 03 - Comércios e serviços - Rua Jardim Botânico (2019) Fonte: Acervo pessoal Foto 04 - Vida noturna - Rua Pacheco leão (2016) Fonte: Jojô Café Bistrô
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Características físicas
A bacia hidrográfica na qual o Rio dos Macacos está inserido pertence à sub-Bacia da Lagoa Rodrigo de Freitas que drena as águas de parte dos bairros do Jardim Botânico, Lagoa, Gávea e Alto da Boa Vista. Ela possui extrema importância para a cidade já que abrange vários pontos turísticos e compreende importantes vias de trânsito da cidade onde circulam mais de 200 mil veículos por dia9 (MIGUEZ, 2012), como a Av. Borges de Medeiros e a Rua Jardim Botânico. O Rio dos Macacos, principal rio que deságua na Lagoa, possui 4,46 km de extensão, 9,07 km2 de área de drenagem e nasce na Serra da Carioca entre os morros de Queimados e Sumaré, a aproximadamente 520 m de altitude. A contribuição deste vem principalmente de rios que nascem no Maciço da Tijuca e deságuam em sua margem esquerda, como o Rio Cabeça, seu principal tributário (com 3,20 km de extensão), que teve seu curso desviado, desaguando no no canal da Av. Lineu de Paula Machado. Na margem direita, há uma conexão com a Bacia do Rio Rainha, através do Canal do Jockey que foi construído para permitir a transposição de vazões entre as duas bacias, isto é, dependendo do nível d’agua de cada rio, o Rio dos Macacos pode, por vezes, desaguar na Praia do Leblon através do canal da Av. Visconde de Albuquerque ou desaguar na Lagoa junto ao Clube Naval do Piraquê. A situação mais comum é o seu deságue na Praia do Leblon já que em sua foz há uma comporta que permanece fechada durante a maior parte do tempo.
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Encontro do Rio Cabeça no canal da Av. Lineu de Paula Machado Fonte: Acervo pessoal
Rio Cabeça
Rio dos Macacos
Clube Naval Piraquê
Parque Jardim Botânico
Canal do Jockey Jockey Club Brasileiro
Rio Rainha
Canal Visconde de Albuquerque
Jardim de Alah
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0,6
1,2km
Mapa de localização da sub-Bacia da Lagoa Rodrigo de Freitas Fonte: ArcGIS - Instituto Pereira Passos
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Tipologias
Uma vez que o foco da intervenção é o Rio dos Macacos, vi a necessidade, para o melhor entendimento da dinâmica do entorno, de dividir o rio em tipologias, baseado na conformação urbana e histórica de cada trecho. Com as visitas em campo e as entrevistas realizadas, o rio apresenta características bem demarcadas em 4 áreas que agrupei nas seguintes tipologias: NASCENTE, ALTO RIO, MÉDIO RIO e BAIXO RIO.
Riacho do Pai Ricardo
Rio dos Macacos
NASCENTE Mapa Bacia de inundação do Rio dos Macacos Fonte: ArcGIS - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Instituto Pereira Passos (2011)
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ALTO RIO
Rio Cabeça Rio Algodão
Jardim Botânico
Rio dos Macacos
Canal do Jockey
Jockey Club
MÉDIO RIO
BAIXO RIO 0 50
150
300m
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NASCENTE (Tipologia 01) Trecho inicial do rio, da nascente até o início da ocupação urbana. Localizado dentro do Parque Nacional da Tijuca, área de proteção ambiental. A calha é preservada, possui as margens naturais com vegetação nativa e águas limpas. Sem intervenção humana.
Corte Tipológico Nascente
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1 3
3
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Foto do Rio dos Macacos dentro da Floresta da Tijuca Fonte: Patrícia Nascimento
Foto do Rio dos Macacos dentro da Floresta da Tijuca Fonte: Acervo pessoal
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ALTO RIO (Tipologia 02) Trecho que compreende um primeiro contato da mata com a ocupação urbana. Há a presença de ocupações irregulares, uma vez que estão inseridas em áreas federais de preservação, além de algumas estarem muito próximas da margem do rio, oferecendo risco aos moradores. Apesar de possuir acesso à infraestrutura urbana, como água, esgoto, recolhimento de lixo e energia é possível perceber que certas construções despejam o esgoto e até mesmo resíduos sólidos nas águas do rio. A calha começa a sofrer modificações em determinados trechos devido às ocupações existentes.
Corte Tipológico Borda
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0
1
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6m
0
1
3
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Rio dos Macacos Leito natural Fonte: Acervo pessoal
Construções na margem do rio afluente do Rio dos Macacos Casas oferecem risco aos moradores Fonte: Acervo pessoal
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MÉDIO RIO (Tipologia 03) Trecho que abrange parte do Parque Jardim Botânico e construções majoritariamente residenciais unifamiliar. A rua Pacheco Leão é o eixo estruturador da região, onde possui uma parcela mínima de comércio local e alguns bares e restaurantes. O Rio dos Macacos corre dentro do Parque JB, canalizado numa escala menos agressiva e já apresenta quantidade intermediária de poluição doméstica, devido a ligações clandestinas.
Corte Tipológico Residencial
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3 3
6m 6m
Rua Pacheco Leão Parque JB (à esquerda) e sobrados majoritariamente residenciais Fonte: Acervo pessoal
Rio dos Macacos canalizado Inserido dentro do Parque JB Fonte: Acervo pessoal
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BAIXO RIO (Tipologia 04) Trecho final do rio, que abrange parte final do Parque JB e o Jockey Club, é região mais adensada, altamente consolidada e urbanizada. É a parte mais baixa e estreita da planície, junto à foz, onde a ocupação urbana é mais intensa apresentando índices elevados de poluição na água, além de receber água da Bacia do Rio Rainha e do Rio Cabeça, ambos também poluídos. Sofre modificação do percurso original, é canalizado e seu entorno altamente impermeabilizada. Neste trecho está presente a via estrutural do bairro, rua Jardim Botânico, onde há grande variedade de comércios e serviços.
Corte Tipológico Urbano
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0 01
1
3 3
6 m6 m
Rua Jardim Botânico próximo à esquina da rua Pacheco Leão Via estrutural do bairro, com alto fluxo de veículos e pessoas Fonte: Acervo pessoal
Rio dos Macacos canalizado na rua General Garzon Área pouco atrativa já que é faceada pelo muro do Jockey Fonte: Acervo pessoal
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Análise Inserção do contexto urbano
Pode-se observar através da topografia que sua serra decai rapidamente até a Lagoa, favorecendo naturalmente a aceleração no escoamento das águas que chegam muito rápido nas planícies altamente habitadas. A bacia do rio permeia diferentes esferas de vegetação, desde floresta nativa (remanescentes da Mata Atlântica presentes no sopé do Maciço da Tijuca), vegetação secundária (parque JB) até a ausência de áreas verdes e de infiltração. Apesar da forte presença de vegetação, a Bacia do Rio dos Macacos, hoje, só apresenta 40% de sua cobertura original (MIGUEZ, 2012), devido ao crescimento urbano acelerado e desordenado. Além disso, a grande quantidade de água que vem pelos rios da bacia é devido as suas nascentes localizadas no Alto da Boa Vista onde se encontram os maiores índices de chuva na cidade. O crescimento do bairro se deu mais intensamente na parte mais baixa e plana da planície de inundação. Aliado à isso, o trecho final do Rio dos Macacos, localizado na rua General Garzon, foi o que sofreu mais com as impermeabilizações e com o desvio do curso original sendo delimitado num canal subdimensionado. Com isso, quando há chuvas intensas na região, sua rede de drenagem colapsa, o rio transborda, a águas invadem as ruas, chegando a mais de 1,00 m de altura na esquina da rua Pacheco Leão com a rua Jardim Botânico. O fluxo mais notável de pessoas se dá na rua Jardim Botânico devido a quantidade de serviços e comércios oferecidos ao longo desta assim como a infraestrutura de transporte conectando com o resto da cidade. Subindo em direção a encosta, o fluxo de pessoas assim como o de veículos diminui gerando uma atmosfera mais tranquila, sem ruídos e menos caótica.
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m 500 450 400
350 300
Riacho do Pai Ricardo
250 200
Rio Rainha Rio Cabeça
150
Rio Algodão
100 50 1
2
3
4
km
Perfil longitudinal do Rio dos Macacos Identificando o encontro do rio com seus afluentes Fonte: retirado do Artigo “Rede de drenagem em área tropical”
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Uso do solo
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Av. Borges de Medeiros
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0
100m
Usos do solo Uso misto (térreo com comércio e serviços)
Uso recrativo (parques e clubes)
Área de preservação
Majoritariamente residencial
Ocupação irregular
Praças públicas
Mapa análise - Uso do solo Conformação urbana Realizado com base nos dados do Instituto Pereira Passos e ArcGIS
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Fluxos e Caminhabilidade
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Fluxos e caminhabilidade Intenso fluxo de veículos e pouco de pessoas (lugar não convidativo para caminhar)
Fluxos e caminhabilidade 0
Intenso de veículos e pouco de pessoas Fluxo fluxo moderado de carros e médio de pessoas (lugar não convidativo para caminhar) (lugar não convidativo para caminhar)
Pouco fluxo de carros e pessoas Fluxo intenso de carros e pessoas (lugar calmo e desconfortavél decaminhar) caminhar) (lugar calmo e confortavél de
Intenso fluxo de veículos e pouco de pessoas (lugar não convidativo para caminhar)
Fluxo moderado de carros médio de pessoas Fluxo intenso carros eepessoas Pouco fluxo dede carros e pessoas (lugar não convidativo para caminhar) (lugar com atrativos) (lugar calmo e desconfortavél de caminhar)
Fluxo de carros e pessoas Raiointenso de 150m de caminhabilidade (lugar calmo confortavél de caminhar) a partir do ecomércio
Fluxo moderado de carros e médio pessoas Intenso fluxo de veículos e pouco dede pessoas (lugar não não convidativo convidativo para para caminhar) caminhar) (lugar
Fluxo intenso dede carros pessoas Fluxo intenso carros e pessoas Pouco fluxo de carros ee pessoas (lugar com atrativos) (lugar calmo confortavél de de caminhar) (lugar calmo eedesconfortavél caminhar)
Raio de 150m de caminhabilidade a partir do comércio
Fluxo moderado intenso dede carros e pessoas Fluxo carros e médio de pessoas (lugar não comconvidativo atrativos) para caminhar) (lugar
Fluxo intenso e pessoas Raio de 150mde decarros caminhabilidade (lugar calmo e confortavél de caminhar) a partir do comércio
100m
Fluxos e caminhabilidade Fluxos e caminhabilidade
Mapa análise - Vias urbanas Fluxos e caminhabilidade Fluxo intenso de carros e pessoas (lugar com atrativos)
Realizado com base nos dados do Instituto Pereira Passos e ArcGIS
44
Pouco fluxo de carros e pessoas (lugar calmo e desconfortavél de caminhar)
Raio de 150m de caminhabilidade a partir do comércio
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Vegetação
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Mapa análise - Vegetação Tipo de vegetação e permeabilidade do solo Realizado com base nos dados do Instituto Pereira Passos e ArcGIS
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Pluviometria (chove...)
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Jardim Botânico
Lagoa
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Mapa análise - Pluviometria Realizado com base no material fornecido pelo professor orientador
Mapa macro de Pluviometria
46 Pluviometria (chove...)
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Lagoa Rodrigo de Freitas
Topografia, Hidrografia, Alagamentos
Lagoa Rodrigo de Freitas
0
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Curva de nível
Hidrografia
Alagamentos (água sobe...)
Mestras
Corpos hídricos
mais de 1,00m
de 0,50 a 0,75m
de 0,15 a 0,30m
Intermediárias
Fluxo das águas
de 0,75 a 1,00m
de 0,30 a 0,50m
menos de 0,15m
(de 25 em 25 m)
Mapa Análise - Ambiental Topografia, Hidrografia, Alagamentos Realizado com base nos dados do Instituto Pereira Passos e ArcGIS e do artigo “Interações entre o rio dos Macacos e a Lagoa Rodrigo de Freitas sob a ótica dos problemas de drenagem urbana e ações integradas de revitalização ambiental”
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Em determinadas ruas é mais agradável de caminhar devido a presença de árvores e suas sombras, porém em outras como a rua Pacheco Leão e a rua Jardim Botânico possuem uma vegetação esparsa que não gera sombra, provocando desconforto em quem anda, principalmente na hora de sol forte. A rua General Garzon além da falta de arborização também apresenta uma sensação de insegurança já que na rua não há nenhuma atratividade de comércio. A rua é faceada pelo muro do Jockey Club de um lado e do outro com muros de prédios residenciais. A partir do mapeamento e das entrevistas com os moradores, percebe-se a falta de espaços públicos de lazer. Apesar da proximidade com o Parque JB, muitos moradores deixam de ir devido ao preço para acessar o local.
01
Problemática A presença de ocupações irregulares num longo trecho de preservação do parque JB geram disputas judiciais e de interesse socioeconômico já que a maior parte dos moradores da região são de classe média a alta. Além disso, geram um debate em relação a sua remoção já que por estarem muito próximos dos rios da bacia são considerados locais de risco. A partir da leitura da análise da qualidade da água do Rio dos Macacos feita por Muraro, Hamacher e Fernandez, percebese que o rio pode ser dividido em três momentos: o primeiro a montante do rio onde o rio não apresenta sinal de contaminação uma vez que não há influência urbana, o segundo já em contato com a urbanização do bairro que há uma quantidade média de contaminação de cunho doméstico e o terceiro, próximo à foz, que possui altos índices de contaminação antrópica. Com isso, é preciso repensar maneiras de manejar tais águas de acordo com cada trecho e a influência da região no rio. 48
Foto 01 - Vista aérea da rua General Garzon durante forte chuva no Rio de Janeiro (2010) Fonte: Genílson Araújo - Agência O Globo - disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/enchentes-sao-problema-historico-em-diversos-pontos-do-rio-23587916 Foto 02 - Casa destruída pela força da água do rio na forte chuva ocorrida em abril de 2019 Fonte: Acervo pessoal Foto 03 - Rio dos Macacos transborda e invade casas próximas Fonte: Marcos Serra Lima - G1 Foto 04 - Ocupações irregulares na margem do Rio dos Macacos Fonte: Acervo pessoal
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49
A impermeabilização do solo, consequência da intensa urbanização no entorno, aliado ao rápido escoamento das águas da parte alta da bacia, durante períodos de chuvas intensas provoca enchentes nas partes mais baixas da planície. Além disso, o sistema de drenagem da região é subdimensionado não suportando o fluxo de água durante os picos de chuva que não infiltram no solo, transbordando para vias de grande importância urbana como a rua Jardim Botânico e Av. Borges de Medeiros. Estas vias passam a exercer a função de rede de escoamento complementar, interferindo no trânsito da cidade. Outro ponto levantado com as entrevistas de moradores é o deságue do Rio Algodão, que nasce no Maciço da Tijuca desce por uma galeria e deságua no Rio dos Macacos dentro do Parque JB. Durante fortes chuvas, a galeria por onde corre o rio (embaixo da rua Von Martius) não suporta e se rompe, gerando transtornos na região como a destruição da pavimentação da rua e do muro do Parque. Portanto, é preciso encontrar soluções que resolvam as cheias da bacia assim como haja uma recuperação do ecossistema ali antes existente, melhorando as condições da qualidade do entorno do rio assim como integrar ele ao meio urbano.
01
Foto 01 - Trechos da rua Pacheco Leão sem arborização O caminhar é desconfortável Fonte:Acervo pessoal Foto 02 - Desejo irregular no Rio dos Macacos de resíduos sólidos Fonte: Acervo pessoal Foto 03 - Ocupação irregular na margem do Rio dos Macacos e despejo irregular de esgoto Fonte: Acervo pessoal
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Foto 01 - Enchente na rua Jardim Botânico (1988) visto em direção à Gávea Fonte:Arquivo de Evandro Teixeira Disponível em: https://www.flickr.com/photos/frenetico/3441685509/in/photostream/ Foto 02 - Enchente na rua Jardim Botânico (2019) visto em direção à Jardim Botânico Fonte: Felipe Dana - Associated Press Foto 03 - Alagamento dentro dos estábulos do Jockey Club (1985) Fonte: Fernando Rodrigues - Agência O Globo Foto 04 - Alagamento dentro dos estábulos do Jockey Club (2019) Fonte: Arquivo de Fernando Lopes Disponível em: https://www.jcb.com.br/home/noticias/183953/comite-de-crise-sereune-e-avalia-as-consequencias-da-chuva/ Foto 05 - Erosão causada devido a força da água do Rio dos Macacos Fonte: Acervo pessoal
53
Intenção Diagnóstico
A partir da infraestrutura verde, propor soluções que mimetizem as funções naturais da paisagem gerando serviços ecossistêmicos nas áreas degradadas. É preciso encontrar soluções que resolvam as cheias da bacia assim como haja uma recuperação do ecossistema ali antes existente. Acima do parque do Jardim Botânico, há a presença de ocupações irregulares nas encostas que precisa ser controlada, evitando a expansão desse crescimento e a redução da cobertura vegetal. Para tal é preciso, remover as construções em situação de risco, regularizar o restante e realocar. Além de não permitir novas ocupações e promover a conscientização da população local para a preservação da natureza. É preciso criar espaços de integração do rio com a população, através de espaços de permanência próximos ao rio, além de pensar em espaços destinados a acomodação de grandes volumes de água, complementando a rede de drenagem e desafogando-a. Conscientização de preservação da natureza no Horto Fonte: Acervo pessoal
Proposta de usos para recuperação da margem do rio Fonte: Acervo pessoal
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Ocupações irregulares 0
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MÉDIO RIO
Meio urbano
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Ambiental
Manter ocupações
Novo limite Parque JB
Zona de amortecimento
Remover ocupações
Manter ocupações Costurar malha urbano
Novo Parque JB de águas Áreaslimite de acomodação
Sistema de Remover drenagemocupações do Parque JB
Recuperação margem da Lagoa Costurar malha urbano do Parque JB
Áreas de acomodação de águas
Sistema de drenagem do Parque JB
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Novo limite Parque JB Integrar-conectar
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Áreas de acomodação de águas Mapa diagnóstico e intenção
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Propostas
Num panorama macro, propõe-se a abertura do Rio Cabeça diretamente para a Lagoa, reduzindo o volume de água que a bacia do Rio dos Macacos drena. O projeto visa também intervenções que retenham e o retardem as águas na parte alta do rio. Não há a necessidade de intervenção no trecho da Nascente já que o Rio dos Macacos se encontra preservado. Logo, o projeto se
desenvolve a partir dos outros 3 trechos no qual o rio se encontra inserido na cidade. Propor área de amortecimento entre a mancha urbana e a floresta preservada, com projetos que conscientizem a população, como o ecoturismo. No âmbito hidrológico, à montante do rio, recuperar as calhas secundárias e propor alagados construídos que retenham parte da vazão do rio. No trecho intermediário, criar
NASCENTE Mapa proposta
58
ALTO
O RIO
Zona de amortecimento - Agrofloresta Biovaleta Renaturalizar margem Técnicas de bioengenharia - margem Retardar água
pequenas bacias de fitorremediação para o tratamento inicial e acomodação das águas. Junto à foz, propor espaços de acomodação de águas e a recuperação da margem da Lagoa, permitindo a restauração do ecossistema.
Zona de amortecimento - Agrofloresta
Limite Parque JB
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Biovaleta
Soluções de retenção de água
Renaturalizar margem
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Área de encontro e permanência
Técnicas de bioengenharia - margem C
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Projeto A partir do desenvolvimento da pesquisa e da análise feita, o projeto se desdobra em um masterplan de um grande parque linear ao longo das margens do Rio dos Macacos. O parque linear, que possui 2,7 km de extensão, conta com espaço de recração infantil, quadras, horta comunitária, praças molhadas, academia ao ar livre, praça gastronômica de apoio ao bares e restaurantes da rua Pacheco Leão, espaço para cachorro, espaços de acomodação e tratamento de água, retardo das águas e lagoas secas. O projeto conta também com a renaturalização da margem da Lagoa, melhorando a absorção e aumentando o espaço para comportar mais volume de água, e um sistema de tratamento das águas do Rio dos Macacos dentro do Jockey Club, reaproveitando o espaço subutilizado. Aliado à isso conectar o sistema de drenagem do Parque Jardim Botânico com o Rio dos Macacos afim de permitir o escoamento das águas para os pontos mais baixos e pensados para receber tal volume. Ao longo de toda sua extensão, o projeto visa recuperar a calha secundária do rio e utilizar técnicas de bioengenharia em locais mais engessados como o trecho final do rio. Além disso, propõe-se mudar o limite do Parque do Jardim Botânico a fim de expandir a calçada e criar as áreas de encontros conectando os dois lados da via Pacheco Leão, gerando mais atratividade.
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Redirecionar
Parquinho
Infiltrar
Área de permanência
Reter
Comida
Acumular
Quadra
Tratar
Academia
Horta comunitária Espaço PET
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Alto Rio
Através de estratégias da infraestrutura verde, propor biovaletas vegetadas ao longo das vias direcionando as águas superficiais para as áreas permeáveis e jardins de chuva que aumentem a vegetação nas calçadas, melhorando a qualidade das mesmas e aumentem as áreas de infiltração do solo. Estas biovaletas servem para separar a via de veículos da ciclovia, pensada no nível da rua com piso drenante (mais permeável), assim como a calçada. O rio conta em determinados trechos com barreiras que retém e controlam o fluxo de água, reduzindo sua velocidade e retardando sua chegada na parte baixa da planície.
Diagrama desaceleração do fluxo de água
62
Rua Marquês
de Sabará
Vedélia Samambaiaçu do brejo (Sphagneticola trilobata) (Dicksonia sp.)
A
Lagoas Secas
Jardins de chuva
Trevo-aquático (Marsilea Deflexa)
Bacia de Retenção
Rua Pacheco Leão
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Playground
Bosque
MAPA-TRECHO ALTO RIO
Floresta preservada Decks Lago de Acumulação
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Gradil 63 0
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Neste trecho, com a remoção da população que estava na zona da faixa marginal de proteção, cria-se um espaço que permite a requalificação das margens e da calha secundária do rio para a acomodação da água nos momentos de cheia. Cria-se um espaço infantil de recreação voltado para a margem do lago, permitindo uma maior aproximação e um contato direto das crianças com o rio. Além disso, o projeto também conta com decks de observação e pontes para o atravessamento do rio conectando os dois lados do rio. Por fim, cria-se lagoas secas junto ao rio que funciona como pequenos brejos que acumulam, principalmente água da chuva, mas também servem para acomodar as águas do Rio dos Macacos caso o rio venha a transbordar.
Vista lagoa seca em momento de vazante
Vista lagoa seca em momento de cheia As lagoas secas são depressões no relevo que servem para acumular água quando a calha do rio e as biovaletas não comportam o volume de água que se recebe. Além de recolher a água da chuva que cai no local, permitindo a infiltração da mesma no solo.
64
Ingá (Inga sessilis)
Pitangueira (Eugenia uniflora)
Vista Parquinho
RIO DOS MACACOS
cheia
2,00 m
19,80 m
19,30 m
3,00 m
4,50 m 1,25 m
requalificar margens 2,00 m e2,00 calha secundária m (acomodação da água)
contato da 19,80maior m população com a água 19,80 m
Corte AA - Relação Parquinho-Lago
margens
aumentar permeabilidade do msolo e gerar sombra 19,30 nas calçadas
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Taboa Trevo-aquático (Thypha domingensis) (Marsilea Deflexa) 65
Médio Rio
Com o novo limite do Parque do Jardim Botânico, cria-se novos espaços públicos de lazer voltados aos moradores locais. Neste trecho, o parque conta com um bosque, um gramado, um lago, lagoas secas, arquibancadas, um point com quiosques, uma praça molhada e um acesso ao Parque JB. O projeto preve o estreitamento da rua Pacheco Leão e a retirada das vagas de estacionamento para aumentar a permeabilidade do solo. Há a implantação de traffic calming a fim de facilitar o atravessamento das pessoas, uma vez que esta via não conta com sinais de trânsito. Junto às calçadas, cria-se pontos de descanso e encontro de pessoas com arquibancadas. Além disso, há a implantação de uma ‘rotatória’ vegetada no cruzamento da rua Von Martius com a rua Pacheco Leão que permite a retenção da água que desce pela via. O lago criado no encontro do Rio Algodão com o Rio dos Macacos serve como mais um espaço de acumulação de água, além de criar uma ambiência agradável com um gramado arborizado junto às suas duas margens que serve como uma área de permanência, descanso, lazer e picnics. Este espaço conta com o apoio de alguns quiosques que podem servir comidas e bebidas rápidas. Além disso, o lago possui atravessamentos que permitem novos caminhos conectando o bosque. Ao longo do Rio dos Macacos, há a implantação de áreas de permanência que contam com uma praça molhada, que são espaços amplos que contam com jatos d’água que saem do chão que visam criar uma nova atratividade e interatividade da população com a água.
Vista lagoa seca em momento de cheia
66
Lantana-branca (Lantana undulata)
Taboa (Thypha domingensis)
Lago de Acumulação Traffic Calming
Jardins de chuva
'Rotatória' de Retenção ar Rua Von M
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Trevo-aquático (Marsilea Deflexa)
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Lagoas Secas
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MAPA-TRECHO MÉDIO RIO
Zona Picnic Pontos de encontro
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Praça molhada Mini sistema de Tratamento de água 67 0
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Corte AA - Rua Pacheco Leão ANTES
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Ingá (Inga sessilis)
Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus)
Vedélia (Sphagneticola trilobata)
2,00 m
2,00 m 3,50 m 3,50 m
7,00 m
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2,60 m 2,50 m 2,60 m 2,50 m 0,60 m 0,60 m
Corte AA - Rua Pacheco Leão DEPOIS
2,00 m
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Corte BB - Rua local ANTES
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As ruas locais, em sua maioria, são feitas de paralelepípedo que aju0 Porém 1 3 da bastante na infiltração da água no solo. as calçadas destas 6 m vias são bastante estreitas para serem confortáveis para o passeio e ainda comportar algum tipo de vegetação. A via hoje é considerada larga para o pequeno fluxo de veículos que transita por ela, logo 5,80 mpropõe-se estreitar 2,00 amvia criando jardins de chuva ao longo das calçadas. Opta-se pela alternância dos jardins de chuva para permitir a presença de sombra em ambas as calçadas assim como não atrapalhar a saída dos veículos de suas casas.
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Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus)
Corte BB - Rua local DEPOIS
1,50 m
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1,40 m
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1,40 m 2,00 m
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1,40 m 2,00 m
Planta baixa Rua local DEPOIS
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6m
Baixo Rio
FOZ Neste recorte, o desenho de projeto fica mais restrito uma vez que é um espaço muito adensado e consolidado. A partir da ánalise e estudo de fluxo de veículos na rua General Garzon, percebe-se que não há necessidade de manter a estrutura viária atual, então propõe-se o fechamento de uma das vias aumentando a calçada junto ao Jockey Club, sem modificar as rotas existentes da cidade. Com isso, cria-se um boulevard exclusivo para pedestres e ciclistas junto a margem direita do Rio dos Macacos. Aliado à isso retirase o muro do Jockey Club e permite a instalação de comércio e serviços nas antigas e subutilizadas construções dando atratividade ao local. Quebrar a canalização hoje existente no trecho final do Rio dos Macacos, no canal da Av. Lineu de Paula Machado e no Canal do Jockey, usando técnicas de bioengenharia do solo com o uso do muro de gabião, enrocamento e estaquia, aumentando a permeabilidade do solo. Na margem direita do Rio dos Macacos propõe-se a expansão e recuperação de sua calha secundária que permite o acesso da população e também como acomodação e infiltração de grandes volumes de água. Para dar mais qualidade ao espaço, aumenta-se a vegetação urbana propiciando mais sombras, deixando o caminho mais confortável. Junto a este boulevard peatonal, cria-se decks de madeira ao longo do rio que se projete para dentro do Rio dos Macacos, permitindo novas visadas e áreas de contemplação.
Isométrica funcionamento Jardim de chuva
72
Mangue-vermelho (Rhizophora mangle)
Margem vegetada (Bioengenharia)
C
Av. Borges de Medeiros
Av. Lineu de Paula Machado
Jardins de chuva
Mangue-branco (Laguncularia racemosa)
3
Rua Gen. Garzon
C
0 5
Nova comporta
Boulevard peatonal
MAPA-TRECHO BAIXO RIO - Rua General Garzon
Decks
15
30m
Biovaleta + Bacias de Retenção 73
1,00 m 1,00 m 5,00 m 5,00 m 1,00 m
5,00 m 5,00 m
5,00 m
5,00 m
Corte AA - Rua General Garzon ANTES
1,20 m 1,20 m
7,00 m 7,00 m 7,00 m
1,20 m
1,00 m 1,00 m 2,50 m 2,30 m 2,00 m 2,50 m 2,30 m 2,00 m 1,20 m 1,00 m 1,20 m
2,50 m 2,30 m 2,00 m 1,20 m
0
0
1
1
3
3
6m 6m
74 0
1
3
6m
Taboa (Thypha domingensis) Lantana-branca Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus) (Lantana undulata)
Pitangueira (Eugenia uniflora)
cheia
2,50 m 3,00 m 2,00 m
Aumento da permeabilidade 3,00 m 2,00 m e arborização urbana
3,00 m 2,00 m
Corte AA - Rua General Garzon DEPOIS
5,00 m
10,70 m
Técnicas de Bioengenharia 5,00 m 10,70 m como Estaquia, Gabião e 5,00 m 10,70 m Enrocamento
3,00 m
5,50 m 2,50 m 3,00 m
Mudança2,50 do5,50 sistema viário antigo para permitir 0 1 3 6m m m 3,00 m abertura de um Boulevard peatonal e criação 5,50 m de comércios e serviços 0 1 3 6m 0
1
3
6m
75
No que tange a questão dos dois canais que desembocam no Rio dos Macacos, os jardins filtrantes flutuantes permitem a limpeza das águas através de plantas que possuem tais propriedades reduzindo a poluição presente neles. Para ajudar o tratamento das águas e na questão das enchentes, recuperar e vegetar o talude da margem da Lagoa, que em determinados pontos haja decks de comtemplação e aproximação da população. Na foz do rio, retira-se a comporta hoje existente e cria-se uma nova que fique permanentemente aberta. Esta nova comporta controla a vazão que deságua na Lagoa, redirecionando a maior parte do fluxo para o tratamento de água pensado dentro do Jockey Club. Em situação normal, o maior fluxo de água é direcionado ao Jockey Club. Nos períodos de fortes chuvas, a comporta que possui uma abertura na parte superior, semelhante ao sistema de retardo da água usado à montante da bacia, que serve para desafogar e extravasar a água em direção à Lagoa Rodrigo de Freitas. Afim de conscientizar a população e trazer para o cotidiano das pessoas que os rios da cidade estão no nosso dia-a-dia, propõe-se o uso de um gradil metálico vazado no trecho final do Rio dos Macacos.
Diagrama de funcionamento da comporta
76
Foto atual canal Av. Lineu de Paula Machado
Esquema de funcionamento dos Jardins Flutuantes Fonte: http://www.soninha.com.br/camara/2018/12/04/floating-islands-solucao-natural-para-cuidar-das-aguas/
Foto-colagem proposta - Revitalização do canal da Av. Lineu de Paula Machado
77
1,00 m 1,00 m 4,00 m 1,00mm 4,00
7,00 m 7,00 m
4,60 m 4,60 m
10,00 m 10,00 m 12,50 m 12,50 m 10,00
4,00 m
7,00 m
4,60 m
12,50 m
Corte BB - Av. Borges de Medeiros ANTES
2,50 m 2,50 m 2,50 m
3,00 m 3,00 m
2,50 m 2,50 m
2,20 m 2,20 m
2,11 m 2,11 m
3,00 m
2,50 m
2,20 m
2,11 m
0 0
Lagoa Lagoa Lagoa
1 1
3 3
6m 6m
0 1 3 6m A Av. Borges de Medeiros conta com um canteiro central que divide as pistas à margem da Lagoa. Atualmente este canteiro está subultizado e concretado, assim como a margem da Lagoa. Logo, propõe-se em criar um sistema de biovaleta e pequenas bacias de retenção de água no canteiro central afim de recolher as águas superficiais das vias e renaturalizar a margem da Lagoa. Além disso, cria-se jardins de chuva nas calçadas tanto para aumentar a permeabilidade do solo como para aumentar a arborização das mesmas.
78
Taboa (Thypha domingensis)
Mangue-vermelho (Rhizophora mangle)
Trevo-aquático (Marsilea Deflexa)
Mangue-branco (Laguncularia racemosa)
2,00 m 2,00 m 2,50 m 1,50 m 2,50 m 1,50 m
Corte BB - Av. Borges de Medeiros DEPOIS
7,00 m 7,00 m
4,60 m 4,60 m
10,00 m 10,00 m
5,50 m 5,50 m 8,50 m 8,50 m
2,50 m 2,50 m
0,50 m 0,50 m
0 0
1 1
3 3
6m 6m
Planta baixa Av. Borges de Medeiros DEPOIS
79 0 1
3
6m
Baixo Rio
TRATAMENTO DE ÁGUA Este recorte também está localizado no trecho do Baixo Rio. A rua Jardim Botânico é o elemento mais marcante deste recorte e suas calçadas estreitas estão compreendidas entre o muro do Jockey Club e do Parque do Jardim Botânico. Para melhorar o andar de ambos os lados desta via de alto fluxo, cria-se jardins de chuva na calçada junto ao Jockey Club, aumentando a arborizaçao e a permeabilidade do solo, e recua-se o gradil do limite do Parque do Jardim Botânico em 1,50 m, aumentando a calçada e criando uma biovaleta vegetada que drena as águas superficiais da via. Esta biovaleta se conecta com a drenagem do Parque JB e com lagoas secas e bacias de retenção criadas próximas a borda do parque para acomodar as águas. Além disso nas alamedas centrais do Parque expande-se a drenagem para o Jockey Club cruzando as pistas de maneira visivel com um gradil metálico vazado, que direciona às águas para dentro do sistema de tratamento de água que limpa as águas do Rio dos Macacos.
Isométrica funcionamento Biovaleta
80
A
Biovaleta
Rua Jardim Botânico
Bacia de Retenção
Bosque
Alagado Construído
A
Jockey Club Parque JB
0 5
Bacia de Retenção
Gradil
MAPA-TRECHO BAIXO RIO - Parque JB e Jockey Club
15
30m
Mini sistema de Tratamento de água 0
5
15
30 m
81
Parque JB Parque JB
1,80 m 1,50 m
1,20 m
15,00 m 15,00 m
0,70 m
0,70 m Parque JB
Corte AA - Rua Jardim Botânico ANTES
82
1,50 m
15,00 m
Jockey Jockey
1,30 m
2,00 m 0,70 m
2,00 m
0
1
3
6m
0
1
3
6m
0
1
3
6m
Jockey
Trevo-aquático (Marsilea Deflexa)
Parque JB Parque JB
Parque JB
Corte AA - Rua Jardim Botânico DEPOIS
Lantana-branca (Lantana undulata)
Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus)
1,80 m 1,80 m 1,20 m 1,20 m
15,00 m 15,00 m
1,30 m 1,30 m
1,80 m
15,00 m
1,30 m
1,20 m
Jockey Jockey
0,70 m 0,70 m
0,70 m
Jockey
0 1 0 1
3 3
6m 6m
83 0
1
3
6m
O sistema de tratamento de água do Rio dos Macacos foi pensado aproveitando dois lagos já existentes dentro do Jockey Club como também usando de sua topografia. O tratamento se dá através vários ‘Wetlands’ conectados que permitem a passagem da água por diversas estações até a sua saída limpa. Wetlands ou alagados construídos são lagos que fazem uso de plantas que removem os contaminantes das águas por meio da atividade microbiana que ocorre nas raízes. No projeto, o Jockey Club deu lugar a vários Wetlands que se conectam fazendo o tratamento das águas, mas também funciona como uma grande bacia de retenção de água. Uma vez que haja um grande fluxo de água, o rio transborda para dentro do Jockey Club criando um grande lago e retém a água até parte se infiltrar no solo e parte for escoado pelo canal da Av. Visconde de Albuquerque até o mar.
Isométrica funcionamento Wetlands
ZONA INLET Aeração e purificação biológica
Corte esquemático Fitorremediação
84
ZONA MACRÓFITA Filtragem do solo e purificação biológica
ZO
Remoção de poluentes pesados e purificação biológica
00
11
33
66 m m
Remoção de patóge
PREVISÃO BACIAS DE FITORREMEDIAÇÃO Vazante 18.000 m3
Esquema funcionamento Tratamento de água Situação normal
Esquema funcionamento Tratamento de água Situação de cheia
ESPÉCIES FILTRANTES Aquáticas Flutuantes
Lentilha d’água (Spirodela polyrrhizasipes)
Aguapé (Eichhornia crassipes)
DE OBSERVAÇÃO OBSERVAÇÃO ONA DE
enos e purificação biológica
PREVISÃO BACIAS DE FITORREMEDIAÇÃO Cheia 60.000 m3
Submersa
Margem
Elódea (Egeria brasiliensis)
Taboa (Thypha domingensis)
ZONA LIMPA LIMPA ZONA Aeração e purificação biológica
Parque JB
Estabilização e controle da qualidade da água
1,80 m 1,20 m
15,00 m
Jockey
1,30 m
0,70 m
00
1 2
36
6 mm 12
85
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87
Projeto Final | 2019.2 DAU PUC-Rio
Luiza Nogueira Cavalcanti
Orientador: Pierre-André Martin