EXECUÇÃO DE MICRO ESTACAS INJETADAS C/ APLIC. DE CALDA CIMENTO P/ CONS. DE ATERRO IMPEDINDO RECALQUE

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EXECUÇÃO DE MICRO ESTACAS INJETADAS COM APLICAÇÃO DE CALDA DE CIMENTO PARA CONSOLIDAÇÃO DE ATERRO IMPEDINDO RECALQUE NA PLATAFORMA FERROVIÁRIA. Luiz Antônio Naresi Júnior - Consultor, Comercial – Progeo Engenharia Ltda – Belo Horizonte MG, Brasil, naresi@progeo.com.br Carlos Alberto Portela - Gerente de Projetos – Progeo Engenharia – Belo Horizonte – MG, Brasil RESUMO: O objetivo deste trabalho foi o de execução de obras emergências de consolidação para estabilização de recalque de aterro ferroviário em ferrovias do Brasil em locais de solo mole ou saida de emboque de túneis onde o maquinista ao trafegar pela via ferrea percebe devido ao impacto na cabine o desnível da linha que é maléfico para estabilidade do vagão na ferrovia, correndo o risco de descarrilhamento podendo casar acidente. A metódologia é importante e tem demonstrado eficiencia, pois resolve o problema do recalque sem a paralisação da via ferroviária evitando assim a perda da produção no transporte ferroviário. A metodologia preve a perfuração em leque com espassamentos de 0,50 a 1,00 m com profundidade suficiente a atingir a região de solo geologicamente e geotecnicamente com uma condição de suporte com número de SPT mais elevados garantindo uma carga de fundação mais resistente. A perfuração deverá ser revestida em se tratando de solo mole, pois o furo poderá fechar. Em seguida e introduzido tubo de PVC de 45 mm, dotado de válvulas manchetes com armação adicional ou não, dependendo das cargas que se deseja alcançar. No interior do tubo e introduzido uma manobra metálica com obturador onde se estaciona o mesmo nas válvulas manchetes e é injetado calda de cimento com pressões controladas, anotandose em boletins apropriados com o controle de pressão e consumo injetado seguindo o projeto da consultoria especializada. É repetida a sequencia de injeção ao longo da ferrovia onde o problema de recalque e abatimento do solo estiver ocorrendo. O processo tem dado resultado satisfatório eliminando-se o problema. Existe um controle topografico externo com nível a laser onde é indentificado inclusive o monitoramento da face superior do trilho ferroviário, sendo importante no controle de qualidade e segurança da ferrovia.

Figura 1. Seção transversal para a perfuração com gabarito reduzido FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 1


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PALAVRAS-CHAVE: Injeção de consolidação, tratamento de maciço ferroviario, recalques de plataformas, micro estacas injetadas, tratamento de maciço e fundação. 1

INTRODUÇÃO

1.1 Histórico da Obra:

ao longo de determinado trecho, principalmente quando o trem sai de um túnel em maciço rochoso e cai no aterro.

O maquinista trafega pela ferrovia e percebe quando sua composição trafega em determinado trecho impacto provocado pela diferença de nível e aciona o CCO – Centro de Controle Operacional que registra a ocorrencia e passa para a diretoria de engenharia do responsável pela ferrovia, que aciona o suprimento para contratação de empresa de sondagem e consultoria e solicita redução da velocidade naquele trecho esecífico. 1.2 Condições Geológicas - Geotécnicas e Históricas do local

Figura 3. Injeções inclinadas abaixo da Ferrovia

Entender o problema com um perfil geológicogeotécnico nas mãos é a garantia de sucesso da obra.

Figura 2. Perfil Geológico - Geotécnico Após o conhecimento do subsolo, poderá se conhecer onde ocorre o problema de solo mole e partir para a solução do projeto.

Figura 4. Malha de tubos verticais para tratamento previo de solo mole para travessia de escavação de túnel

Principalmente quando exista a ocorrência de solo-mole, orgânico e camadas onde haja a necessidade de introdução de novos esforços para a finalidade de melhorar a condição da fundação do maciço. Nas plataformas ferroviária e muito comum ouvir relatos dos maquinistas ferroviários de que os trens em alguns trechos ao se locomoverem pela linha férrea terem impactos causados por desníveis causados por recalques FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 2


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1.4 Detalhe típico de um canteiro de obras na frente de serviço. Como se trata de uma obra de curta duração, com poucos funcionários geralmente em espaços pequenos, pois ao lado da ferrovia não existe em determinados locais próximos da obra espaço sufuciente, o canteiro e mais extenço e com pouca largura.

Figura 5. Vista dos tubos manchetados instalados prontos para injeção ou reinjeção 1.3 Tratamento para melhorar a capacidade de escavação de túneis de drenagem no leito ferroviário. Fazendo este tratamento de consolidação ao longo do eixo de onde irá atravessar a escavação do túnel de drenagem, este tratamento de consolidação nas regioes de solo mole ou presença de água ira permitir o tratamento do maciço a ponto de criar um envolucro de calda de cimento capaz de impedir até mesmo a entrada de água do lençol freático e oferecendo uma garantia da segurança dos trabalhadores durante a escavação frontal do túnel, inserindo novos parametros de segurança do trabalho de escavação evitando acidente.

Figura 6. Interior da estrutura metálica do Túnel Linner tratado exteriormente por injeção de calda de cimento

Figura 7. Detalhe do canteiro de obras da frente de serviço 1.5 Perfil básico do tratamento sob a ferrovia A técnica de tratamento do maciço ferroviário e feito abaixo dos locais onde é identificado o problema. Localiza-se o abatimento e através da introdução de perfurações em forma de leque sem impedir o transito de trens, da linha férrea. Introduzindo nestes furos, tubos de PVC manchetados até atingir a região do solo mole ou do solo que tem determinada particularidade de apresentação de recalque para que nestes locais através da injeção de calda de cimento nas manchetes seja possível a abertura das mesmas para formação de bulbo (estaca de cimento) e tratamento de consolidação da área vizinhoacom a calda de cimento, que irá melhorar a capacidade de suporte do solo. A introdução do cimento nos vazios do solo promove uma nova configuração deixando o solo mais resistente, como consequência impedindo o recalque. FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 3


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1.7 Controles de Nível do Trilho Ferroviário Em alguns casos temos inclusive de parar de injetar, pois teremos de fazer o controle do nível das linhas, pois existe o risco da eficiência do tratamento ser tão grande a ponto de se fazer um macaqueamento hidráulico da calda de cimento injetado no maciço ferroviário, sendo esse controle necessário para evitar desnível na linha ferroviária. Após o tratamento de injeção e sempre indicado as socadoras e niveladoras de linha fazerem a manutenção após os serviços do trecho tratado.

Figura 8. Detalhe do leque de tubos de PVC manchetados e da formação das estacas e consolidação lateral 1.6 Definição do Projeto Em locais que se é possível fazer em tempo a sondagem geológico-geotécnica o que é mais correto, antes da execução e definição do projeto de tratamento, teremos uma medida do SPT ao longo das camadas de solo, após o tratamento com injeção de calda de cimento, a medida do SPT aumenta ao longo do maciço, demonstrando assim a perfeita eficiência do processo. À medida que se puder ir injetando em novas fazes a melhora do SPT também aumenta, às vezes e necessária a execução de várias fases de injeção, sendo necessário um controle de campo eficiente e um mapeamento dos resultados.

Figura 9. Detalhe típico de um determinado local a ser tratado com a posição dos furos

Figura 10. Socadoras niveladoras após a injeção são indicadas a corrigir o trecho tratado 1.8 Conceituação do Tratamento Das condições descritas no item anterior, conclui-se da necessidade de adoção de uma sequência de furos dos dois lados da linha em forma de leque com furos intercalados a cada 50 cm com cerca de 30° de inclinação, o que pode variar de acordo com o gabarito ferroviário com profundidades variadas podendo chegar até 25,00 m ou mais dependendo do local a ser tratado, a ponto de se permitir atingir a profundidade necessária para consolidação e melhoria da capacidade de suporte de carga do solo. As manchetes serão a cada 50 cm pois garantem melhor eficiência no tratamento da consolidação e tratamento do solo.

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Figura 11. Detalhe do local de um trecho ferroviário de 100 m onde será realizado o tratamento de injeção 1.9 Descrição do Tratamento 1.9.1

Basicamente os serviços serão executados nas seguintes etapas:

1.9.2

Montagem do canteiro de obras, contendo área de vivencia adequada, central de injeção de forma que os serviços possam acompanhar vários pontos da ferrovia.

Figura 13. Tubo de PVC manchetado, estoque mínimo na frente de serviço. 1.9.4

Execução da Perfuração roto percussiva, com furo revestido dependendo da condição geológico geotécnica do local, para permitir a instalação do tubo de pvc manchetado de forma a fazer uma malha de furos primários espaçados a cada 0,50 m.

Figura 14. Deslocamento da Perfuratriz lateralmente a ferrovia Figura 12. Canteiro de Obras 1.9.3

Montagem no canteiro de obras do tubo de PVC manchetado e estoque mínimo necessário para aplicação nos furos perfurados. FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 5


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2.1.2

EXECUÇÃO DA PERFURAÇÃO

A perfuração é feita de forma rotopercussiva (rotacionando e percutindo) no diâmetro de cerca de 100 mm e de preferencia concomitante a aplicação de revestimento metálico.

Figura 15. Posicionamento da Perfuratriz no local definido pelo projeto 2

METODOLOGIA EXECUTIVA

2.1 PERFURAÇÃO 2.1.1

– FUROS EXPLORATÓRIOS

Os furos exploratórios, geralmente são considerados os primeiro furos de um determinado trecho da ferrovia, servem para análise do comportamento da pressão inicial e até mesmo da absorção da calda de cimento, podendo ser feito com perfuração roto percussiva que vai definir os locais de solo e topo rochoso bem como poderão ser executados com sondagem rotativa, diâmetro NX, com retirada de amostra indeformada e classificação de testemunhos. Os ensaios de perda d’água poderão ser executados em trechos de 3,0 m e em 3 estágios de pressão para pesquisa da permeabilidade do solo e ter uma ideia do consumo de calda de cimento por metro linear de perfuração, porém geralmente com o critério de injeção de calda a critério do projetista poderão ser eventualmente eliminados, apenas com o estudo do comportamento da injeção da calda de cimento no furo exploratório. Os furos exploratórios serão injetados segundo os mesmos critérios definidos para o restante do trecho a serem injetados e tratados.

Figura 16. Posicionamento da Perfuratriz no local definido pelo projeto Preferencialmente os furos exploratórios deverão ser executados a partir do terreno natural, antes da escavação prevista no projeto. Os equipamentos a serem utilizados na execução dos furos serão os convencionais do tipo perfuratrizes sobre esteira roto percussivas ou equipamentos utilizados nas sondagens com retirada de testemunhos em rocha. Os equipamentos de furação deverão ter características e estar em condições de executar os furos na sua totalidade de comprimento e de preferência com recuperação do material fragmentado que sai pelo ar comprimido ou até mesmo retirado pelo amostrador da sondagem quando for necessário para que se possa ter uma ideia do comportamento de pelo menos 70% do furo. O Consultor poderá autorizar o aprofundamento de um determinado furo exploratório, caso o mesmo não tenha atingido um maciço rochoso com onde tenha se detectado uma grande absorção de calda.

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será definido a partir do ponto considerado impenetrável ao avanço por trépano e lavagem. O diâmetro do furo na região do tratamento deverá ser compatível com o diâmetro do furo do tubo de PVC manchetado e do trecho a ser tratado.

Figura 17. Detalhe da perfuração com revestimento Dependendo do local onde não houver espaço para a colocação de uma perfuratriz convencional sobre esteira, poderá ser utilizado a torre de perfuração montada sobre andaimes com controle de central hidráulica lateral Figura 19. Detalhe da perfuratriz posicionada ao lado da ferrrovia O trecho a ser injetado será perfurado com perfuratriz rotopercussiva e o furo deverá ter um diâmetro mínimo de 2 1/2”. O furo será executado em toda a sua profundidade prevista, para posterior injeção em trechos de 0,50 m, pelo processo ascendente. 2.1.3 – ENSAIO DE PERDA D´ÁGUA Figura 18. Perfuração feita com torre montada sobre andaime em locais de plataforma reduzida Os furos serão executados lateralmente a ferrovia de tal sorte que fique fora do gabarito ferroviário garantindo a segurança dos trabalhadores e de tal maneira que a locomotiva não atinja os equipamentos conforme gabarito previsto em projeto. O trecho de solo ou saprolito existente sobre a camada de rocha alterada a ser tratada, deverá ser perfurado por percussão ou por lavagem, com revestimento do furo. O topo da rocha alterada quando existente

Os ensaios de perda d’água sob-pressão serão facultativos a critério do projetista consultor e se forem executados deverão ser feitos em trechos de 3,0 m em 3 estágios de pressão e a medida que o furo for sendo perfurado. Previamente à execução do ensaio, o trecho do furo deverá ser lavado com água sob-pressão, de forma a remover todos os detritos da parede e do fundo do furo. As pressões a serem utilizadas nos 3 estágios serão a pressão inicial, pressão máxima e pressão final. FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 7


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As pressões iniciais e finais deverão ter um valor correspondente a 50% da pressão máxima. A pressão máxima de ensaio será definida pela equação: Pmáx = 0,25H onde, Pmáx = pressão máxima de injeção (Kgf/cm2) H = profundidade em metros do obturador, contado a partir da boca do furo.

trabalhando, tamponam o furo do tubo de PVC evitando não só o retorno da calda injetada bem como a garantia da proteção do interior do tubo de PVC. Furos obstruídos, onde não for conseguida uma boa limpeza, deverão ser obturados globalmente, executando-se perfuração e injeção de furo ao lado. A reperfuração ocorrre em alguns casos e deve ser previsto para a garantia da qualidade dos serviços. 2.2 APLICAÇÃO DO TUBO MANCHETADO NO INTERIOR DO TUBO DE REVESTIMENTO Aplicação do tubo manchetado no interior do furo ou do tubo de revestimento;

Figura 20 - Detalhe da perfuração Roto percussiva 2.1.4 – LAVAGEM DOS FUROS Imediatamente antes da injeção, o furo deverá ser lavado com jatos de ar ou água limpa até que a água de lavagem saia isenta de impurezas perceptíveis por meios visuais ou táteis.

Figura 21 – Lavagem dos Furos Caso a injeção do furo não seja efetuada logo após a lavagem, o furo deverá ser protegido de maneira a não permitir a entrada de sujeira ou ser relavado pouco antes da injeção, para isso existem as manchetes que quando não estão

Figura 22 – Detalhe da perfuração rotopercussiva por dentro do furo já revestido para poder aplicar o tubo manchetado

Figura 23 - Introdução do tubo de PVC manchetado no interior do revestimento 2.3 INJEÇÃO DE BAINHA Para sacar o revestimento e deixar o tubo manchetado protegido sem que o furo feche apos a retirada do revestimento, injetamos a ultima manchete no fundo do furo e deixamos a FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 8


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calda de cimento vasar na boca do revestimento, para que na sequencia promover a retirada do mesmo.

Figura 24 - Detalhe do tubo de PVC após a injeção 2.4 APLICAÇÃÇÃO DO OBTURADOR DE INJEÇÃO

furo fechar, evitando o estrangulamento das manchetes. 2.6 INJEÇÃO DE CONSOLIDAÇÃO DOS TUBOS DOTADOS DE VÁLVULA MANCHETES Para injeção dos furos serão adotados os critérios estabelecidos pelo projeto para o trecho da ferrovia a ser tratado. Utilizamos o misturador duplo vertical onde os sacos de cimento são batidos o cimento e a água num fator de A/C 0,5 num sistema fechado que permita o preparo da calda onde em um circuito a calda e injetada no furo a pressões de até 2 até 15 kg / cm2 dependendo do projeto com rigido controle em boletins apropriados e quando a calda se da a “nega”, ou seja, quando a pressão aumenta de forma a ficar muito alta, mudamos a chave do circuito para haver o retorno da calda de cimento na 2ª cuba até que mudemos a manobra do obturados de posição até a manchete superior.

Figura 25 - Detalhe do funcionário aplicando o obturador de injeção no tubo de PVC manchetado 2.5 SAQUE DO REVESTIMENTO: Saque do revestimento, e em paralelo aplicação do tubo de pvc manchetado, que também poderá ser inserido por imersão direto sobre a calda de cimento caso a perfuração seja mais curta, ou mantido dentro do revestimento a medida que a manobra de saque do mesmo e feito, pois geralmente o revestimento e sacado em seções que podem variar de 1,50 m a 3,00 m. Geralmente, após aplicada a injeção de bainha, no mesmo dia é aplicado o tubo manchetado em vários furos sendo que se volta a atividade no dia seguinte para início da injeção de fases; pois o tubo manchetado protegido pela injeção de calda de cimento feito na bainha, já impede do

Figura 26 - Misturador e Agitador duplo horizontal

Figura 26 – Rasgando o saco de cimento para preparo da calda FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 9


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m, reperfurando-se os trechos injetados após a cura, os quais estarão aptos para fixar o obturador. A critério do projeto e em determinados casos de obra, poderão ser utilizados outros processos para fixação do(s) obturador (es), desde que não prejudiquem a eficiência das injeções.

Figura 27 – Ilustração da injeção na manchete

Figura 29 - Esquema da montagem da bancada de injeção da estaca circuito de injeção será do tipo fechado O circuito de injeção será do tipo fechado, isto é, provido de tubulação de retorno. Assim sendo, a pressão de injeção será fixada pela abertura do registro situado no circuito principal. Figura 28 - Detalhe da manchete no tubo de PVC na hora da abertura durante a injeção de calda de cimento. 2.6.1 MÉTODOS DE INJEÇÃO Em princípio, os furos deverão ser injetados de maneira ascendente, em trechos da ordem de 0,50 metros de comprimento, utilizando-se obturadores de borracha. Caso se mostre inviável a obturação devido às características da rocha (fraturada, alterada, etc), a injeção deverá ser descendente, em trechos da ordem de 0,50

2.6.2 EQUIPAMENTOS PARA AS NJEÇÕES E ENSAIOS Todos os equipamentos para as injeções e ensaios deverão estar em perfeitas condições de funcionamento, de maneira a evitar interrupções no trabalho, devido a quebra de equipamento, falta de acessórios, etc. Os equipamentos de execução serão:  Perfuratriz roto-percussiva;  Sonda-rotativa;  Bomba para abastecimento de água com FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 10


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       

capacidade superior a 100,0 l/min; Bomba injetora com vazão de 150,0 l/min a uma pressão de 14,0 kgf/cm2; Agitador e misturador de alta rotação e com capacidade mínima de 3 vezes a vazão da bomba injetora; Hidrômetro; Manômetro; Tubulação; Estabilizador de pressão; Ferramentas adequadas e outros equipamentos e materiais necessários a execução dos serviços; Bem como todos os demais equipamentos de controle necessários ao bom desempenho da obra;

2.6.3 PRESSÃO DE INJEÇÃO A pressão manométrica de injeção a ser aplicada poderá ser P = 0,25H, sendo “P” a pressão em kgf/cm2 e “H” a profundidade em metros, contada da boca do furo até a posição do obturador. Após os primeiros resultados será estudada a conveniência ou não de alterar a pressão de injeção a critério do consultor ou conforme previsto no projeto. No trecho superior (mais próximo à superfície) a pressão manométrica de injeção não deverá ser superior a 0,5 kgf/cm2. A pressão máxima de injeção pode variar caso a caso, geralmente não superior a 15 kg/cm2, porém nada que impeça de fazê-la em caso de necessidade de tratamento específico. A pressão final não deverá ser imposta de vez, mas sim atingida através de aumentos parciais, cada um com alguns minutos de duração. 2.6.4 MATERIAIS a) Composição das Caldas As caldas a serem utilizadas nas injeções serão constituídas de água e cimento, eventualmente com a adição de bentonita, raramente com utilização de areia ou de produtos químicos.

O cimento poderá ser do tipo Portland ou Pozolânico ou ainda qualquer outro tipo que propicie uma calda com as características reológicas especificadas. c) Areia A areia a ser utilizada será de granulometria fina, com grãos de preferência rolados, não contendo matérias orgânicas. d) Água A água destinada às injeções será visualmente limpa e não conterá percentagens exageradas de materiais dissolvidos, de óleos, de sulfatos, de materiais coloidais em suspensão. A temperatura da água para o preparo das caldas de injeção não deverá ultrapassar 25°C, nem descer abaixo de 5°C. e) Aditivos O emprego de aditivos, fluidificantes, aceleradores ou retardadores, e de um mo do geral, de quaisquer produtos aditivos do cimento geralmente não acontecem neste tipo de tratamento devido a sistemática assertiva na sucessão de vários tratamentos idênticos com sucesso ao longo da ferrovia. É proibido o uso de qualquer produto com composição química desconhecida f) Bentonita A bentonita poderá ser utilizada na preparação das caldas bentonita-cimento deverá apresentar um limite de liquidez igual ou superior a 400%. A bentonita em suspensão na água não deverá conter qualquer partícula de dimensão superior a 0,080 mm (a calda de bentonita pura não deverá deixar qualquer percentagem de material retido quando peneirada por via úmida através da peneira #200). Além disso não deverá conter qualquer elemento prejudicial à pega do cimento.

b) Cimento FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 11


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g) Produtos Químicos Poder-se-á recorrer a produtos químicos, sempre sujeitos à aprovação prévia desde que comprovada a eficiência, porém o tratamento com a calda de cimento, tem apresentado excelentes resultados. 2.6.5 Características das Caldas As dosagens da calda de cimento e água são geralmente definidas utilizando caldas de água cimento variando de 0,50 a 0,70 (EM PESO). Se a pressão de injeção permanecer baixa será utilizada a calda no traço água / cimento igual a 0,50 (EM PESO)

Figura 30 – Monitoramento e controle de recalques durante a injeção

2.6.6 Sequencia de Injeção Os procedimentos aqui estabelecidos serão ajustados em campo, pois o processo acaba sendo por tentativa, com o objetivo principal da garantia do aumento da pressão de injeção nas fases sequentes, é a garantia que o tratamento tem efeito da melhoria do solo, ou seja, quanto mais se procurar injetar em fases de injeção, em dias seguidos, melhor será o tratamento do solo a ponto de tomar o cuidado inclusive de se evitar a macaquear o solo contra o lastro ferroviário, pois pode acontecer. O monitoramento e necessário para não haver desaliamento da grade ferroviária durante a execução dos serviços, tendo as atividades de injeção serem diariamente monitoradas. Caso ocorra o recalque positivo em algum dos trilhos, e em caso de ocorrência avisar imediatamente ao centro de controle operacional e aos responsáveis da ferrovia para baixar a velocidade dos trens naquele trecho e solicitar a socadora e niveladora para ajuste do nível da linha ferroviária. A foto abaixo mostra o controle diário através de medição comparativa, para acompanhamento e verificação da eficiência e controle da possibilidade de subida da linha em face da calda de injeção injetada no solo.

Figura 31 - Controle do nível da plataforma ferroviária. A nega da injeção será atingida quando a absorção de calda, num trecho submetido à pressão máxima para o mesmo atingir os critérios estabelecidos no projeto ou for detectado macaqueamento do solo ou recalque positivo da linha férrea.

Figura 32 - Nível a laser utilizado para controle do nível horizontal dos trilhos na obra FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 12


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2.6.7

Critérios para execução de furos eventuais

O critério para execução de furos eventuais de ordem superior (secundários e terciários) será em função da absorção de cimento. Se um dos trechos de um determinado furo primário tiver uma absorção de cimento igual ou superior a estabelecida em projeto e a pressão for baixa devemos fazer furos intermediários. 2.6.8 Registros da injeção Para cada furo injetado deverá ser executado o boletim de perfuração e de injeção, o qual deve indicar:

de última ordem injetados. Em regiões onde forem observadas grandes absorções de calda, poderão ser executadas sondagens mistas para verificação das condições do maciço após o tratamento. Nestes casos os furos poderão ser feitos ensaios de perda d’água e posteriormente injetados. 3

A todos que direta ou indiretamente participaram da execução deste caso real de obra, a Progeo e a todos os Líderes e encarregados que participaram deste tipo de obra. 4

a) Boletim de Perfuração  Número do furo, cota da boca, diâmetro e data  Espessura do capeamento e profundidade final  Ocorrências durante a perfuração  Eventual dados de ensaios b)    

Boletim de Injeção Número do furo e data Trechos injetados Traços, pressões e tomadas de caldas Ocorrências observadas

Figura 33 – Técnico controlando as pressões e anotando os dados em Boletim de Injeção 2.6.9

Furos de Controle ou confirmatórios

A eficiência da cortina de injeção será avaliada em princípio pelas tomadas de calda dos furos

AGRADECIMENTOS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Naresi, L.A.J. (2008) Segurança do trabalho em Obras de Contenção com Utilização de Tirantes, Dissertação de Mestrado, Programa de PósGraduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Juiz de Fora, 150 p. Luiz Antonio Naresi Júnior é engenheiro civil com ênfase na área de Saneamento, possui pósgraduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Ánalista Ambiental pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), e em Engenharia Geotécnica pela UNICID (Universidade Cidade de São Paulo). É especialista em obras de Fundação Profunda, Contenções de Encosta, Obras de Artes Especiais, Projetos de Contenção, Infraestrutura Ferroviária e Rodoviária. Atualmente é sócio da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), diretor do Clube de Engenharia de Juiz de Fora (MG), consultor, comercial e assessor da diretoria da Empresa Progeo Engenharia Ltda. Carlos Alberto Portela é projetista de construções industriais pesadas, com 29 anos de experiencia na Construtora Andrade Gutierrez, participando de obras como: Construção da Rodovia Airton Senna, Ferrovia do Aço, Açominas, Rodovia Chimore Yapacani – Bolívia. Atualmente é gerente de FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS - 13


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