EDIÇÃO ESPECIAL QUARTA-FEIRA 1 DE SETEMBRO DE 2010
100
Edição doCentenário SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA 1º de setembro de 1910
DEZ ÍDOLOS Pág. 7 | O JOGO dos 100 anos Pág. 12 | o novo estádio Pág. 14 | A festa Pág. 6
EDITORIAL
humor
Por que o Corinthians
JORNALTIMÃO | 02
P
ara esta edição comemorativa do Centenário corinthiano, o Timão – O Jornal da Fiel teve uma difícil missão: mostrar e traduzir para o torcedor o clube que ele tanto ama. E é no amor que a República Alvinegra se ancora. Para explicar “por que o Corinthians?” é preciso olhar para fora dos muros do Parque São Jorge. Não há resposta única ou simples para explicar o fenômeno social, coletivo ou individual, que é o corinthianismo. Uma máxima indica o caminho: o corinthiano ama amar o Corinthians. Ponto. É isso que o diferencia dos outros torcedores. Ao analisarmos as características mais marcantes das torcidas brasileiras, vemos que o sãopaulino é alguém que ama vencer. O resultado, para ele, é a meta a ser atingida. Prova disso é a quantidade de público no Morumbi quando o time não está em fases finais de campeonatos. Já o palmeirense exige um futebol bonito, não apenas de resultado. Parece que as academias palestrinas e os títulos dos anos 90 estabeleceram um padrão no qual qualquer equipe palmeirense que não o atingir será duramente criticada. Esses são os dois exemplos dos rivais mais próximos. Há também os gremistas, que querem raça acima de tudo, o cruzeirense, que exige estabilidade, e por aí afora. Cada time tem uma torcida com um traço que se sobressai sobre os outros. O corinthiano também quer vencer e ver o time jogar com raça, mas o que importa para ele, no fundo, é o amor incondicional pelo clube que escolheu. O corinthiano só se vê como tal se ele amar e empurrar seu time até o fim, sob qualquer circunstância. E é justamente a capacidade dos torcedores alvinegros de amar o amor pelo clube que fez o Sport Club Corinthians Paulista crescer sem parar, ano após ano. Desde 1910.
EXPEDIENTE Edição: Luiz Felipe Silva e Rodrigo Pedroso Redação: Alexandre Ciszewski, Aryanna Oliveira, Luiz Felipe Silva e Rodrigo Pedroso Conselho Editorial: Celso Unzelte Direção de Arte: Kareen Sayuri
TABELA
Classificação
CAMPEONATO BRASILEIRO
PG
J
V
E
D
GP
GC
SG
1º Fluminense
37
17
11
4
2
30
13
17
2º Corinthians
34
17
10
4
3
29
18
11
3º Santos
27
16
8
3
5
27
21
6
01/09/2010 – HOJE
4º Internacional
27
16
8
3
5
22
19
3
19h30 – Vitória x Internacional
5º Botafogo
27
17
7
6
4
27
18
9
6º Cruzeiro
25
17
6
7
4
18
15
3
7º Ceará
25
17
6
7
4
14
11
3
19h30 – Grêmio Prudente x Botafogo
8º Avaí
23
17
6
5
6
27
26
1
9º Palmeiras
23
17
5
8
4
18
18
0
21h00 – Goiás x Atlético-MG
10º Vasco
23
17
5
8
4
17
18
-1
11º Guarani
23
17
5
8
4
20
22
-2
12º Atlético-PR
21
17
6
3
8
20
27
-7
13º Flamengo
21
17
5
6
6
14
14
0
14º Vitória
21
17
5
6
6
21
22
-1
15º São Paulo
19
17
4
7
6
20
22
-2
16º Prudente*
16
17
4
7
6
19
22
-3
17º Grêmio
16
17
3
7
7
20
24
-4
18º Atlético-MG
14
17
4
2
11
18
30
-12
19º Atlético-GO
14
17
3
5
9
17
23
-6
20º Goiás
13
17
3
4
10
14
29
-15
Vaga na Libertadores (*) Perdeu 3 pontos no STJD
Sul-Americana
Rebaixamento
Na Libertadores
18ª RODADA
19h30 – Grêmio x Guarani
22h00 – Cruzeiro x Flamengo 22h00 – Atlético-PR x Ceará 22h00 – Fluminense x Palmeiras
02/09/2010 – AMANHÃ 21h00 – Santos x Avaí 21h00 – São Paulo x Atlético-GO
JOGO ADIADO – 13/10/2010 22h00 – Vasco x Corinthians
EM FOCO © Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
130 mil corinthianos fazem a festa no Anhagabaú: “É o time do povo, é o Coringão!”
Miguel Bataglia, primeiro presidente do Corinthians, em 1910
fala, fiel! @mlkdentinho: Meus amigos é uma honra poder vestir a camisa do Todo Poderoso, o time do meu coração. Parabéns Corinthians pelos seus 100 anos de história!
TORCEDOR DA RODADA © Divulgação
timão no twitter
@mariadetija: Trending Worldwide : 100 anos do timão #corinthians #timao100anos
República Popular do Corinthians Nos dias que antecederam o Centenário, fez sucesso na internet o site da República Popular do Corinthians (http:// www.republicadocorinthians.br), uma criação da Nike em parceira com a diretoria do Timão. Como uma verdadeira nação que somos, temos direito a documentos que comprovem nossa nacionalidade corinthiana, com muito orgulho e muito amor. Agora o alvinegro de coração pode tirar RG e certidão de nascimento corinthianos, além de poder anistiar seus amigos torcedores de outros clubes. “Não há explicação para o que somos. Só sabemos que nunca o deixaremos de ser. Somos quase 30 milhões. Somos, oficialmente, uma nação.” [República Popular do Corinthians]. Vale a pena conferir também o vídeo no Youtube, com mais de 300 mil visitas até a virada do Centenário. (http://www.youtube.com/watch?v=53hcGXGDCcI&featu re=player_embedded)
@vmxavier: Parabéns ao maior time do mundo! Paixão, raça e orgulho de ser corintiano! A fiel te parabeniza! #timao100anos @WilliamAmaral: Reveillon corinthiano.... Parabéns nação corinthiana... #timao100anos @mikakamiguchi: Independente de qualquer título, somos uma torcida que temos um TIME e não apenas um TIME com torcida! @100anosdetimao #TIMÃO100ANOS @patimiraia: É na quarta-feira. Foi ontem. É hoje. Será sempre. O Corinthians não precisa de data para celebrar. Só precisa de Corinthians. #timao100anos @bferrari: Gritos e mais gritos na vizinhança. Estou emocionado! @ACorinthiana: Indescritível a festa do Centenário do Corinthians, não consigo expressar, foi a coisa mais linda do mundo. Q orgulho! #100anosdeCorinthians @yulebisetto: O Anhangabaú foi a coisa mais linda que já vi. Imagine aquele monte de gente cantando o Hino do #Timao !!! SEM PALAVRAS... lindo demais!
Paul “di’Anno” Andrews ex-vocalista do Iron Maiden: corinthiano desde que viu Sócrates com a camisa alvinegra. “Adoro e sempre volto ao Brasil. É o país, são as pessoas e, claro, é o Corinthians.” Ídolo corinthiano: “Sócrates! O vi jogar pela primeira vez em uma TV na Inglaterra e foi como ver Deus.” Amor ao Timão: “Foi interessante para um cara inglês ver um time sul-americano jogando como meu time em Londres – venho de uma “favela” de Londres, sabe?” Jogos do Corinthians: “Meu melhor amigo me levou nos primeiros jogos e foi muito simpático. Desde então acompanho o Corinthians há 18 anos.” Gavião da Fiel?: “Fui à Gaviões há uns três anos e foi fantástico! Foi uma honra tão grande me tornar membro que eu e um amigo até choramos no caminho de volta.” Coleção de camisas: “Compro camisas do Corinthians todo ano. Quero até investir algum dinheiro no time.” E o Ronaldo? “Acho que estamos do mesmo tamanho (risos). Mas ainda acho Ronaldo um grande jogador. Mesmo fora de forma, ninguém consegue detê-lo.” Quer participar dessa seção? Envie e-mail para timaojornaldafiel@gmail.com e conte sua história.
JORNALTIMÃO | 03
O Corinthians será o time do povo, e é o povo quem vai fazer esse time
escalação
os guerreiros do centenário Conheça a ficha técnica dos 11 titulares que defenderam o Timão em 2010 mais Ronaldo, que quase não jogou, mas é o símbolo desta Era. Veja ainda a comparação entre os dois comandantes da nau alvinegra neste ano
JORNALTIMÃO | 04
Alessandro
Chicão
William
Julio Cesar de Sousa Santos, 27 de outubro de 1984, São Paulo (SP). Altura: 1,86 m Camisa: 1 Jogos pelo Timão: 32 Clubes: Corinthians Títulos: Copa São Paulo de Juniores (2004 e 2005), Camp. Brasileiro (2005), Camp. Brasileiro Série B (2008), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)
Alessandro Mori Nunes, 10 de janeiro de 1979, Assis Chateaubriand (PR). Altura: 1,79 m Camisa: 2 Jogos pelo Timão: 109 Gols pelo Timão: 2 Clubes: Flamengo, Palmeiras, Dínamo Kiev (Ucrânia), Cruzeiro, Grêmio e Santos Títulos: Camp. Ucraniano e Copa da Ucrânia (Dínamo Kiev - 2005), Camp. Brasileiro Série B (Palmeiras - 2003, Grêmio - 2005 e 2008), Camp. Paulista (Santos - 2007 e 2009) e Copa do Brasil (2009)
Anderson Sebastião Cardoso, 3 de junho de 1981, Mogi Guaçu (SP). Altura: 1,80 m Camisa: 3 Jogos pelo Timão: 137 Gols pelo Timão: 32 Clubes: Mogi Mirim, Portuguesa Santista, América (SP), Juventude e Figueirense Títulos: Camp. Catarinense (Figueirense - 2006), Camp. Brasileiro Série B (2008), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)
William Machado de Oliveira, 24 de outubro de 1976, Belo Horizonte (MG) Altura: 1,89 m Camisa: 4 Jogos pelo Timão: 142 Gols pelo Timão: 4 Clubes: América (MG), Desportiva (ES), Ipatinga (MG), Cabofriense (RJ), Portuguesa, Joinville (SC) e Grêmio Títulos: Camp. Mineiro (Ipatinga - 2005), Camp. Gaúcho (Grêmio - 2006 e 2007), Camp. Brasileiro Série B (2008), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)
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© Paulo Liebert/AE
© Alex Dias/AE
© Djalma Vassão/Gazeta Press
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Julio Cesar
Jorge Henrique Jorge Henrique de Souza, 23 de abril de 1982, Resende (RJ). Altura: 1,69 m Camisa: 23 Jogos pelo Timão: 92 Gols pelo Timão: 17 Clubes: Náutico, Atlético PR, Santo André, Ceará, Santa Cruz e Botafogo Títulos: Camp. Pernambucano (Náutico - 2001/02/04), Camp. Paranaense (Atlético PR - 2005), Camp. Cearense (Santa Cruz - 2006), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009) © Agência Estado/AE
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© Divulgação/Corinthians
Ralf
Jucilei
Elias
Bruno César
Dentinho
Ralf de Souza Teles, 9 de junho de 1984, São Paulo (SP). Altura: 1,80 m Camisa: 5 Jogos pelo Timão: 41 Gols pelo Timão: 2 Clubes: Taboão da Serra, São Paulo, Imperatriz-MA, XV de Jaú, Gama-DF, Noroeste e Barueri-SP Títulos: Camp. Maranhense (Imperatriz - 2005)
Jucilei da Silva, 6 de abril de 1988, São Gonçalo (RJ). Altura: 1,85 m Camisa: 8 Jogos pelo Timão: 75 Gols pelo Timão: 5 Clubes: Corinthians Paranaense Títulos: nenhum
Elias Mendes Trindade, 16 de maio de 1985, São Paulo (SP). Altura: 1,73 m Camisa: 7 Jogos pelo Timão: 148 Gols pelo Timão: 20 Clubes: Palmeiras, Juventus, Náutico e Ponte Preta Títulos: Camp. Brasileiro Série B (2008), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)
Bruno César Zanaki, 3 de novembro de 1988, Santa Barbara d’Oeste (SP). Altura: 1,77 m Camisa: 10 Jogos pelo Timão: 17 Gols pelo Timão: 9 Clubes: Grêmio, Palmeiras, Noroeste e Santo André Títulos: nenhum
Bruno Ferreira Bonfim, 19 de janeiro de 1989, São Paulo (SP). Altura: 1,75 m Camisa: 31 Jogos pelo Timão: 163 Gols pelo Timão: 49 Clubes: Corinthians Títulos: Camp. Brasileiro Série B (2008), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)
RAIO X DOS COMANDANTES FICHAS TÉCNICAS © Mário Angelo/AE
© Divulgação
Mano Menezes e Adílson Batista foram – até o momento – os dois comandantes do Corinthians no ano do Centenário. Apesar de o gaúcho ter ficado muito mais tempo à frente da equipe alvinegra, Timão – O Jornal da Fiel analisa os estilos dos dois treinadores e apresenta seus números à frente do time. Mano Menezes não renega as origens e prioriza a defesa em qualquer equipe que treine. Marcação dura, todos os jogadores se doando para fechar espaços do adversário e contra-ataques fulminantes são as características dos times armados pelo gaúcho de Passo do Sobrado. No Corinthians, Mano armou uma equipe no 4-3-3 que, sem a bola, se retraía, com Dentinho e Jorge Henrique auxiliando a marcação, formando assim um 4-5-1. Douglas, André Santos e Cristian – todos vendidos no meio de 2009 – se destacaram com Mano após passagens menos marcantes por outros clubes. Apesar de comandar o Timão por apenas seis vezes até 1º de setembro, o paranaense Adilson Batista já deu mostras de que não deve mexer muito na equipe – pelo menos até o final do ano. Embora ainda use o 4-4-2 de Mano, o atual técnico corinthiano prefere equipes que se exponham mais no ataque e priorizem o toque de bola, como foi o caso do Cruzeiro montado e dirigido por ele entre 2008 e 2010. A única contratação indicada por Adílson é o do jovem zagueiro Thiago Heleno, de 21 anos, que foi comandado por ele em Minas Gerais. Filho de pai corinthiano, o ex-zagueiro, que tem contrato até o final de 2011, tem a missão de seguir brigando pelo título do Campeonato Brasileiro.
x
Mano Menezes
Luiz Antônio V. de Menezes, 11 de junho de 1962, Passo do Sobrado (RS). Tempo no Timão: 5/12/2007 até 25/7/2010 Estreia: Corinthians 3 a 0 Guarani – Campeonato Paulista de 2008 Jogos: 185 Vitórias: 103 Empates: 49 Derrotas: 33 Aproveitamento: 64,5% Curiosidades: O goleiro Felipe foi o jogador que mais vestiu a camisa alvinegra na Era Mano, em 153 jogos; nos dois Paulistões que não foi campeão (2008 e 2010), o Corinthians ficou em quinto lugar
Adílson Batista Adílson Dias Batista, 16 de março de 1968, Adrianópolis (PR). Tempo no Timão: 26/07/2010 Estreia: Corinthians 1 a 1 Palmeiras – Campeonato Brasileiro de 2010 Jogos: 6 Vitórias: 3 Empates: 1 Derrotas: 2 Aproveitamento: 55,5% Curiosidades: Foi titular na final do Mundial da Fifa de 2000, quando o Timão bateu o Vasco e foi campeão; cobra na Justiça uma dívida trabalhista do clube no valor de R$ 500 mil
Um século de Timão Joaquim Ambrósio e Antônio Pereira, pintores de parede. Raphael Perrone, sapateiro. Anselmo Correa, cocheiro. Carlos Silva, trabalhador braçal. Foram esses os responsáveis pela fundação do Sport Club Corinthians Paulista, em 1º de setembro de 2010. Homens de origem humilde e de profissões simples, mas que acabavam de fundar, naquela data, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo – mais precisamente na rua dos Imigrantes –, o que viria a se tornar a paixão de milhões de brasileiros. O Corinthians nasceu sem muitas pretensões, em algumas reuniões na barbearia de Salvador Bataglia e na confeitaria de Afonso Desiderio, sob a luz de um lampião. Com certeza tudo isso ajudou o clube a conquistar e transformar o coração dos seus torcedores, despertando um amor incomparável. Quem não se lembra do título perdido em 74 para o Palmeiras, a invasão no Maracanã em 76, ou de Basilio, que entrou para a galeria dos imortais do Corinthians ao fazer o gol contra a Ponte Preta, que pôs fim a uma longa era sem títulos? O Corinthians é único e mágico e consegue unir todas as classes da sociedade, desde a mais alta até a mais baixa, fazendoos irmãos, mesmo sem jamais terem sequer algum tipo de contato. O Timão tem em sua torcida a grande responsável por esta metamorfose que transforma o amor em paixão. Esse amor que é capaz de imortalizar um gol, um jogador, um determinado jogo e, por fim, um título. Mas é essa mesma torcida que tem na paixão o seu grande adversário, pois em alguns minutos o mesmo ídolo é crucificado, o jogo perdido entra para a história e o título não alcançado passa a ser motivo de inspiração para o próximo campeonato. Com certeza um amor assim que transcende a razão é o que faz do Corinthians o clube mais brasileiro. Parabéns Corinthians pelo seu Centenário!
“Zé da Fiel” Zé Elias nasceu em 25 de setembro de 1976, em SP. Jogou no Corinthians, como volante, de 1993 a 1996, 60 partidas oficiais e dois gols. Campeão Paulista e da Copa do Brasil em 1995. Atualmente, é comentarista da Rádio Globo (SP) e colunista do Timão – O Jornal da Fiel
JORNALTIMÃO | 05
Roberto Carlos da Silva, 10 de abril de 1973, Garça (SP). Altura: 1,68 m Camisa: 6 Jogos pelo Timão: 41 Gols pelo Timão: 4 Clubes: União São João, Atlético-MG, Palmeiras, Internazionale (ITA), Real Madrid (ESP) e Fenerbahçe (TUR) Títulos: Copa do Mundo (Seleção Brasileira - 2002), Copa América (Seleção Brasileira - 1997/99), Copa das Confederações (Seleção Brasileira - 1997), Camp. Brasileiro (Palmeiras - 1993/94), Camp. Espanhol (Real Madrid - 1997, 2001/03/07), Liga dos Campeões (Real Madrid - 1998, 2000/02) e Mundial Interclubes (Real Madrid - 1998 e 2002)
© Divulgação
Roberto Carlos
© Reuters
Ronaldo Luís Nazário de Lima, 22 de setembro de 1976, Rio de Janeiro (RJ). Altura: 1,83 m Camisa: 9 Jogos pelo Timão: 56 Gols pelo Timão: 30 Clubes: Cruzeiro, PSV (HOL), Barcelona (ESP), Internazionale (ITA), Real Madrid (ESP), Milan (ITA) Títulos: Copa do Mundo (Seleção Brasileira - 1994, 2002), Mundial de Clubes (Real Madrid - 2002), Camp. Espanhol (Real Madrid - 2003), Copa da Espanha (Barcelona - 1997), Copa da Holanda (PSV - 1995), Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)
© Fernando Soutello/Gaveta Press
Ronaldo
TOQUE DO ZÉ
clube centenário
Réveillon Alvinegro faz a festa no Show da Virada do Centenário
JORNALTIMÃO | 06
© Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Evento foi marcado por longa queima de fogos de artifício, grande estrutura e elenco corinthiano, além da presença maciça da Fiel Torcida
Parabéns, Timão: jogadores de todos os tempos estiveram presentes aa festa do vale do Anhangabaú
Era para ser uma grande festa que marcaria os 100 anos de existência do Corinthians, mas o que se viu na virada de terça-feira (31) para 1º de setembro, data em que o Timão foi fundado, foi um gigantesco espetáculo, típico das viradas de ano na avenida Paulista, cartão-postal de São Paulo. A diretoria do clube estimava a participação de 50 mil torcedores no vale do Anhangabaú na última noite, mas aproximadamente 130 mil pessoas estiveram presentes para festejar. No começo da tarde de terça, antes mesmo da festa começar, a polícia recebeu denúncia anônima sobre um objeto suspeito que havia sido abadonado no vale do Anhangabaú. Após varredura do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), o local foi liberado para os torcedores, que começaram a se concentrar no local às 17h. Enquanto o Anhangabaú era pintando de preto e branco, o presidente Lula recebia de Andrés Sanchez a camisa oficial do Centenário, acompanhada do título de Cidadão Corinthiano. A festa foi comandada por Neto, um dos grandes ídolos da Fiel. O ex-camisa 10 recepcionou seu ex-colega de elenco Ronaldo, goleiro titular do Timão entre 1988 e 1998, que reeditou sua banda Ronaldo e os Impedidos agitando a festa com muito rock and roll. Outros corinthianos se apresentaram na festa alvinegra, como os rappers Xis e Rappin Hood, as cantoras Negra Li e Paula Lima, a dupla Maria Cecilia e Rodolfo e os grupos Exaltasamba e Nuwance.
Quando o elenco corinthiano subiu ao palco, o capitão William falou aos milhares de fieis presentes, mas o grande momento da festa foi a homenagem feita ao atacante Ronaldo. O Fenômeno recebeu das mãos do governador de São Paulo, Alberto Goldman, o título de cidadão paulistano pela Câmara Municipal. Enquanto seus gols passavam no gigantesco telão exibido na festa, a torcida ovacionava o ídolo, que emocionado declarou seu amor ao clube. “Eu não poderia imaginar passar por essa vida sem vestir essa camisa. É um sonho realizado. Sou o homem mais feliz do mundo!”.
Celso Unzelte lança a “Bíblia Corintiana”
Marco de fundação revitalizado
Abraço Fiel no Dia do Corinthians
Na noite de ontem (31), foi realizada na Fnac da Avenida Paulista a festa de lançamento da Bíblia do Corintiano, escrita pelo jornalista Celso Unzelte. O livro, em formato de bíblia, vem dentro de um estojo que acomoda também mais de 30 reproduções de documentos históricos, como ingressos e capas de jornais de dias seguintes às grandes conquistas do clube. A publicação é um produto oficial licenciado pelo clube.
A diretoria do Corinthians anunciou a revitalização do marco de fundação do clube, na esquina das ruas José Paulino e Cônego Martins, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. O torcedor está convidado a participar da festa levando lampiões, objeto símbolo da fundação do clube. O evento acontecerá hoje, às 19h10. Esperam-se cerca de 10 mil corinthianos no local.
Encerrando as festividades no dia em que o Timão completa 100 anos, será realizada hoje, no Parque São Jorge, a partir das 21h, o Abraço Fiel. A concentração para o evento será no estacionamento do clube, com música de trio elétrico e queima de fogos. A Fiel Torcida está convidada a abraçar o clube e dar os últimos parabéns nos festejos de comemoração do Centenário.
Ídolos do passado e do atual elenco desejaram “Feliz Corinthians” a cerca de 130 mil fiéis
Emoção
Alguns minutos antes da meia-noite, teve início a contagem regressiva para o Centenário. Ao som da bateria unificada das torcidas, o hino corinthiano foi cantado por dezenas de milhares de vozes. O réveillon preto e branco do Corinthians foi marcado por uma longa queima de fogos por toda a cidade de São Paulo. E o maior presente de aniversário ainda viria da boca do presidente do clube. Andrés anunciou oficialmente o estádio corinthiano, em Itaquera, provável sede da abertura da próxima Copa do Mundo (ver mais na pág. 14).
DO século
Galeria de Ídolos
JORNALTIMÃO | 09
10+
10+
São Paulo, 7 de março de 1895 - 31 de maio de 1977. Corinthians – de 1913 a 1930. 296 jogos (215 V, 35 E, 46 D) e 235 gols. 8 títulos paulistas (1914, 16, 22, 23, 24, 28, 29* e 30). * Não disputou nenhum jogo no Campeonato Neco começou no terceiro quadro do Corinthians, em 1911, e, dois anos depois subiu à equipe principal. No Paulista de 1914, primeiro título da história do clube, foi o protagonista alvinegro: nas dez vitórias do Corinthians no torneio, o atacante marcou em oito e foi o artilheiro geral, com 12. Durante crise financeira do Corinthians, em 1915, Neco, que estava no Mackenzie, teria participado de um “assalto” à sede para esconder os bens do clube em local seguro para que os credores não pudessem levá-los. Com a cara do Corinthians, Manoel Nunes é o recordista de tempo de clube, 17 anos. Primeiro grande ídolo da Fiel, o polivalente atleta (jogou de meia, ponta-esquerda e centroavante) foi também o primeiro jogador a ser homenageado com um busto no Parque São Jorge.
Teleco
ANOS 30
Manuel Nunes
Del Debbio Armando Del Debbio Santos, 2 de novembro de 1904 – São Paulo, 8 de maio de 1984
© Reprodução/Arquivo Celso Unzelte
Corinthians – Jogador: de 1922 a 1931 e de 1936 a 1939. 215 jogos (143 V, 31 E, 41 D) e 2 gols. 8 títulos paulistas (1922, 23, 24, 28, 29, 30, 37 e 39). Técnico: de 1939 a 1942, 1947 a 1948 e 1963. 175 jogos (114 V, 35 E, 36 D). 3 títulos paulistas (1938, 39 e 41). Del Debbio foi mais um ídolo nascido dentro do Corinthians. Vindo do segundo quadro do clube, conquistou a posição de zagueiro titular com apenas 18 anos, no Paulistão de 1922, condição que manteve até sua transferência para o Lazio, da Itália, em 1931. Nesta primeira passagem pelo Timão, Del Debbio foi campeão paulista seis vezes e formou uma linha de defesa fantástica ao lado do goleiro Tuffy e do zagueiro Grané. Quando voltou da Itália, Del Debbio ajudou no título do Paulista de 1937. No ano seguinte assumiu a função de técnico e levantou mais um troféu. Na conquista, entrou em campo na vitória por 2 a 1 sobre o Ypiranga, e se tornou parte do plantel campeão. Como técnico, Del Debbio é o recordista de vitórias pelo Timão.
Uriel Fernandes Uriel Fernandes, Curitiba, 12 de novembro de 1913 Osasco, 22 de julho de 2000 Corinthians – de 1934 a 1944. 246 jogos (155 V, 38 E, 53 D) e 251 gols. 4 títulos paulistas (1937, 38, 39 e 41). Se Pelé foi o maior artilheiro da história do futebol, os corinthianos podem se orgulhar de ter um centroavante com média de gols maior que a do Rei do Futebol. Pelo Timãom Teleco esteve em campo 246 vezes e balançou as redes adversárias em 251 oportunidades. Uma média de 1,02 gol por jogo, contra 0,93 de Pelé. Paranaense, Uriel Fernandes, que recebeu da avó o apelido de Teleco, jogava no Britânia Sport Club – que, após muitas fusões, se tornaria o atual Paraná Clube – antes de chegar ao Corinthians. No Alvinegro, foi campeão paulista quatro vezes e artilheiro em cinco oportunidades. No Paulistão de 1939, Teleco marcou 32 gols, até então recorde do campeonato. Teleco deixou o Corinthians para jogar no Santos e Juventus, mas não se despediu de vez do clube. Entre 1967 e 1991 foi o responsável pela manutenção de sala de troféus do Parque São Jorge. © Reprodução/Arquivo Celso Unzelte
ANOS 20
ANOS 10
Neco
© Reprodução/Arquivo Celso Unzelte
JORNALTIMÃO | 08
DO século
Galeria de Ídolos
Santos, 18 de junho de 1922 - 1 de maio de 2000 Corinthians – de 1945 a 1957. 549 jogos (352 V, 105 E, 92 D) e 305 gols. 3 Torneios Rio-São Paulo (1950, 53 e 54), 3 títulos paulistas (1951, 52 e 54) e 1 Pequena Taça do Mundo (1953). Já foram contabilizados 10043 gols pelo Sport Club Corinthians Paulista em cem anos de história. Desses mais de 10 mil gols, ninguém colaborou mais que Cláudio Christovam de Pinho, o ponta-direita que marcou 305 vezes com a camisa corinthiana. Chamado de “Gerente” pela imprensa e torcida, devido sua liderança dentro de campo, Cláudio só conquistou títulos na década de 50: como capitão, levantou sete taças e participou da fantástica linha de ataque ao lado de Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. Cláudio foi campeão sul-americano em 1949 pela seleção brasileira. Sua não convocação para a Copa do Mundo de 1950 foi muito criticada à época, pois o treinador Flavio Costa preferiu levar o lateral direito Alfredo para o seu lugar. O maior artilheiro do Timão, contudo, começou a carreira no Santos e teve ainda passagens por Palmeiras e São Paulo.
Corinthians – de 1948 a 1960 e de 1964 a 1967. 604 jogos (358 V, 130 E, 115 D) e 175 gols. 3 Rio-São Paulo (1950,53 e 54), 3 títulos paulistas (1951, 52 e 54) e 1 Pequena Taça do Mundo (1953). Luiz Trochillo ficou conhecido pela Fiel como o Pequeno Polegar. O apelido se deu por sua estatura, apenas 1,64 m. Meia-direita abusado, aguerrido e provocador, Luizinho começou e terminou a carreira profissional no Corinthians, com apenas uma passagem pelo Juventus. “Sofri demais, não queria enfrentar o Corinthians. E foi 3 a 2 para eles, quer dizer, para nós, sei lá”, disse sobre o terceiro jogo contra o time do coração. Foi de Luizinho o gol do último título do Corinthians antes do período de 22 anos sem conquistas, na final do Paulistão de 1954, de cabeça (!), contra o Palmeiras. O Verdão foi sua principal vítima: é o maior artilheiro da história do derby, com 21 gols. Reza a lenda que em um confronto com o Palmeiras, Luizinho deixou Luiz Villa caído no chão após um drible e debochou do rival sentando em cima da bola. Em 1996, jogou cinco minutos contra o Coritiba, na estréia de Edmundo.
ORECO
Valdemar Rodrigues Martins Santa Maria (RS), 13 de junho de 1932 - Ituverava (SP), 3 de abril 1985 Corinthians – de 1957 a 1965. 408 jogos (222 V, 89 E, 97 D) e 3 gols. Oreco esteve no Corinthians em um momento difícil de nossa história. Passou oito anos no clube sem conseguir ser campeão uma vez sequer, mas tem como alento ter sido o primeiro alvinegro, ao lado do goleiro Gilmar, a integrar o plantel da seleção brasileira em títulos de Copa do Mundo, em 1958. E só não repetiu o feito em 1962 porque se machucou às vésperas da Copa. Chegou do Internacional como lateral esquerdo – considerado por muitos o melhor do futebol brasileiro depois de Nilton Santos –, mas no Corinthians jogou também como zagueiro. Foi um dos símbolos da raça corinthiana e um dos maiores responsáveis pela Taça dos Invictos, em 1957, a única que conquistou pelo Timão. Saiu do Corinthians para atuar no Millonarios, da Colombia, país que na época tinha um campeonato local fortíssimo. Faleceu em 1985, quando sentiu um mal súbito durante uma partida de futebol de veteranos.
JORNALTIMÃO | 09
São Paulo, 7 de março de 1930 a 17 de janeiro de 1998
ANOS 60
Cláudio Christóvam de Pinho
Luiz Trochillo
© Reprodução/Arquivo Celso Unzelte
ANOS 40
CLAUDIO
© Reprodução/Arquivo Celso Unzelte
© Reprodução/Arquivo Celso Unzelte
ANOS 50
LUIZINHO
10+ Roberto Rivellino São Paulo, 1 de janeiro de 1946 Corinthians – de 1965 a 1974. 474 jogos (238 V, 136 E, 100 D) e 144 gols. 1 Torneio Rio-São Paulo (1966*). * Dividido com Botafogo, Santos e Vasco. Em cem anos de Corinthians, Roberto Rivellino é considerado por muitos o atleta mais talentoso que já vestiu o manto alvinegro. Desproporcional à qualidade técnica de Riva está a quantidade de títulos conquistados no Timão: apenas um Rio-São Paulo dividido com outros três times. Rivelino é mais um craque nascido nas categorias de base do clube. Estreou com 19 anos e assumiu a camisa 10, com a qual ficaria até a fatídica derrota para o Palmeiras na final do Paulistão de 74. Reverenciado como ídolo e líder da equipe, Rivellino perdeu a bola que gerou o contra-ataque do gol verde. A torcida não o perdoou, e, para nossa tristeza, Riva foi desfilar o seu talento no Fluminense. Os passes mágicos, lançamentos certeiros, chutes demolidores e o recém inventado drible elástico, no entanto, marcaram os quase dez anos do Reizinho do Parque na meia-esquerda do Timão. Em 1970, Rivellino – que no México recebeu o apelido de Patada Atômica – foi o representante corinthiano, junto do goleiro Ado, na conquista do inédito e invicto tricampeonato mundial da seleção brasileira. © Arquivo/Gazeta Press
Sócrates
ANOS 80
ANOS 70
Rivellino
© Daniel Augusto Jr.
JORNALTIMÃO | 10
DO século
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira Belém (PA), 19 de fevereiro de 1954 Corinthians – de 1978 a 1984. 298 jogos (153 V, 90 E, 55 D) e 172 gols. 3 títulos paulistas (1979, 82 e 83). Sócrates já chegou Doutor no Corinthians. Com 24 anos e formado em medicina, o meia aparentemente desengonçado, alto e muito magro foi comprado do Botafogo de Ribeirão Preto por meio de uma malandragem de Vicente Matheus, que correu na frente da diretoria do São Paulo, também interessada no jogador (o então presidente marcou uma reunião com os tricolores para negociar a compra do volante Chicão e deu um chá de cadeira), e viajou para Ribeirão Preto para fechar o contrato Se Sócrates ainda não era uma estrela no Paulistão de 79, no bicampeonato de 82 e 83 foi líder, capitão e craque do time. O toque de bola genial, os passes de calcanhar e sua inteligência rara compensavam a pouca dedicação à vida de atleta: era visto constantemente fumando e tomando cerveja, práticas que nunca negou. Um dos capítulos mais gloriosos da história do Corinthians também teve o dedo de Sócrates. O movimento Democracia Corinthiana, que o meia liderou junto de Wladimir e Casagrande, foi um marco no processo de democratização brasileira na década de 80. Foi também um dos expoentes da seleção brasileira que encantou o mundo na Copa de 1982. O Magrão deixou o Corinthians para jogar na Fiorentina, da Itália, em 1984, mas continuou declarando seu amor pelo Timão.
Neto
© Daniel Augusto Jr.
José Ferreira Neto Corinthians – de 1989 a 1993 e 1996 a 1997. 228 jogos (105 V, 74 E, 49 D) e 80 gols. 1 título paulista (1997) e 1 brasileiro (1990). Copa do Mundo da França, em 1998. Em campo estavam Espanha e Argélia quando, no Estádio La Beaujoire, em Nantes, foi estendida a faixa “Neto, o Eterno Xodó da Fiel”, que ficou à mostra para mais de cem países no mundo todo. Essa é uma prova da relação de amor da nação corinthiana com o talentoso e polêmico meia esquerda. José Ferreira Neto se tornou o Xodó da Fiel em 1990, quando ele marcou nove dos 23 gols do Corinthians na campanha do primeiro título nacional da história do clube. Além de muito técnico, Neto foi também um exemplo de raça: sabendo de sua importância para o time, entrou em campo lesionado contra o Bahia, na semifinal, e marcou o gol da vitória. Foi, ainda, o capitão que ergueu a taça na final. E o Corinthians deve a Emerson Leão, desafeto de Neto, a chegada do craque ao Parque São Jorge. O meia estava no Palmeiras quando Leão era o técnico. Após série de problemas de relacionamento entre os dois, o Corinthians ofereceu uma troca ao Verdão: Dida e Ribamar por Neto e Denys. Eles aceitaram, para alegria da Fiel – e do próprio Neto, declaradamente corinthiano. Além de Palmeiras, Neto atuou também por Guarani, Bangu, São Paulo e Santos, antes de regressar ao time do coração. Mesmo fora de forma, foi um reserva útil no título do Paulista de 97.
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Santo Antônio de Posse, 9 de setembro de 1966
Marcelinho Carioca
© Daniel Augusto Jr.
ANOS 2000
ANOS 90
Galeria de Ídolos
Marcelo Pereira Surcin Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1971 Corinthians – de 1994 a 1997, de 1998 a 2001 e 2006. 435 jogos (212 V, 110 E, 113 D) e 206 gols. 4 títulos paulistas (1995, 97, 99 e 2001), 1 Copa do Brasil (1995), 2 Brasileiros (1998 e 99) e 1 Mundial de Clubes (2000). Para muitos, Marcelinho é o maior ídolo da história corinthiana e por isso o Pé de Anjo número dois (o primeiro sempre será Basílio) foi o escolhido para ser o Senhor Centenário. Em sua primeira passagem pelo clube, comprado junto ao Flamengo, Marcelinho virou Marcelinho Carioca e se identificou com a nação alvinegra. Gols, títulos e muita personalidade agradaram à torcida, até ele ser vendido ao Valencia, da Espanha, por US$ 7 milhões. E foi justamente graças a ela, a torcida, que o camisa 7 voltou ao time cuja camisa é sua segunda pele. A Federação Paulista comprou o passe do jogador e promoveu a campanha Disk-Marcelinho. A Fiel votou em peso e, com 62,5% dos votos, trouxe o craque de volta. Mais títulos vieram, em especial dois Brasileirões e o Mundial da Fifa. No entanto, a saída foi pela porta dos fundos. Uma briga com o resto do elenco, principalmente com Ricardinho, fez Marcelinho ser dispensado. Recontratado em 2006, jogou mal, arrumou brigas e foi novamente dispensado. A despedida, digna, foi realizada esse ano contra o Huracán, da Argentina, no Pacaembu. Por Luiz Felipe Silva
centenário
JORNALTIMÃO | 12
© Arquivo/AE
Freddy Rincón recebe a taça de Joseph Blatter, presidente da Fifa, e a ergue em pleno Maracanã
O CAMPEÃO DOS CAMPEÕES Vitória nos pênaltis sobre o Vasco dá ao Corinthians o primeiro título mundial de sua história
O
s corinthianos já podem estufar o peito e gritar para o mundo: o Corinthians é o campeão dos campeões. Na noite de sexta-feira (14), a equipe de Edílson, Marcelinho Carioca e Rincón bateu o Vasco de Romário e Edmundo nos pênaltis e foi campeã do primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa. A partida, que só foi decidida nos pênaltis (4 a 3), terminou sem gols, tanto no tempo regulamentar quanto na prorrogação. Mesmo com o placar zerado, corinthianos e vascaínos criaram boas chances de gol em um Maracanã com mais de 70 mil pagantes. O jogo foi muito duro e pegado. Os corinthianos viram o time carioca, atuando em casa, começar melhor a partida e quase abrir o placar logo no começo, com Romário, de cabeça após cobrança de escanteio. Mas o Corinthians tratou de dar o troco e Luizão chutou cruzado com muito perigo para o gol de Helton. Tudo isso em apenas quatro minutos! Com o apoio da torcida, o Vasco pressionava mais e dominava a partida. Os cruzmaltinos tiveram claras chances de gol com Edmundo, Romário e Juninho, mas havia uma muralha no gol corinthiano: Dida. Quando não era ele que salvava, lá estava o zagueiro Adílson para impedir o gol vascaíno. Mes-
mo com o domínio dos cariocas, quem quase abriu o placar foi o Timão. Em belo contra-ataque, aos 37 minutos, o goleiro vascaíno Helton se esticou todo para defender o chute do Pé-de-Anjo.
Edmundo correu para a bola, bateu e... pra fora! O Corinthians é o primeiro campeão mundial de um torneio organizado pela Fifa
O segundo tempo começou tão movimentado quanto o fim do primeiro. O Corinthians estava com fome de jogo – com fome de título. Edílson assustou a torcida vascaína, ao arrematar rente à trave direita. A decisão do mundial estava sofrida, como o co-
rinthiano gosta. Marcelinho Carioca e Luizão quase marcaram, exigindo boas defesas do goleiro do Vasco antes do apito do árbitro holandês Dick Jol encerrando o tempo regulamentar. Na prorrogação, mais nervosismo para os torcedores de ambos os lados. Valia o gol de ouro, ou seja, quem marcasse levava o caneco para casa. Logo no começo, Alex Oliveira quase acaba com a euforia corinthiana ao cobrar falta com perigo, exigindo boa defesa de Dida. Cansadas, as duas equipes afrouxaram o ritmo e cozinharam o jogo até a disputa de pênaltis. Nas cobranças, Rincón fez 1 a 0 em um chutes daqueles que dão frio na espinha da Fiel. Romário empatou para o Vasco. Em seguida, Fernando Baiano e Luizão, para o Corinthians, e Alex Oliveira, para o Vasco, anotaram suas cobranças. Então, brilhou a estrela do nosso paredão: Dida pegou o pênalti de Gilberto. Edu aumentou para 4 a 2 e o título estava cada vez mais próximo! Viola fez para o Vasco e Marcelinho teve a chance de selar a vitória, mas Helton defendeu a penalidade. Era a vez do Vasco cobrar. Edmundo correu para a bola, bateu e...pra fora! O Corinthians conquista o mundo. Somos, de fato, o campeão dos campões. Por Alexandre Ciszewski
MELHORES MOMENTOS
04’ 13’ 18’
Dida: 8,5 – Fechou o gol do Timão e tranquilizou a defesa corinthiana
Luizão chuta cruzado com muito perigo para o gol de Helton
Índio: 7 – Partida discreta. Não apoiou o ataque, mas cuidou bem de suas funções defensivas
Edílson cruza da direita para Luizão, no meio da área, que arremata para longe
Adílson: 8 – Fez desarmes importantíssimos. Sempre no lugar certo e na hora certa
Paulo Miranda recebe de Juninho e manda um petardo. A bola pega a rede pelo lado de fora
Fábio Luciano: 7,5 – Sólido na marcação, não deu espaços para os atacantes vascaínos Kléber: 7 – Sem brilho, mas eficiente na marcação e no apoio ao ataque Rincón: 8 – O paredão do meio-campo alvinegro. Liderança fundamental nos momentos mais nervosos do jogo
20’
Felipe passa por três defensores corinthianos e rola a bola para Edmundo, que chuta forte. A bola tinha endereço certo, mas Adílson tira na hora agá
37’
Marcelinho Carioca entra na área após rápido contra-ataque e chuta de primeira. Helton defende
50’ 65’
Edílson assusta a torcida vascaína com um remate que passa rente à trave direita de Helton
Romário passa para Juninho que fica cara a cara com Dida. O meia, que esperava tabela com o Baixinho, tocou no vazio
69’
Marcelinho Carioca cobra escanteio venenoso e quase marca gol olímpico. Helton chega à bola de mão trocada
Personagens Dida Fechou o gol durante a partida e pegou até pênalti na série final
Vampeta: 7 – Ajudou a fechar o meio-campo com marcação forte, bom toque de bola e chegada ao ataque
Marcelinho Carioca Apesar de ter perdido o pênalti, quase fez um belo gol olímpico
Edílson O capetinha infernizou a zaga do Vasco e jogou demais no Mundial
Gilmar: Jogou pouco. Sem nota Ricardinho: 6,5 – Sem brilho, mas articulou bem a equipe Edu: 7,5 – Entrou no segundo tempo e ajudou no meio-campo, com forte marcação e distribuição de bolas Marcelinho Carioca: 8 – Deu trabalho para o goleiro Hélton
Caminho até o título 5/1 Corinthians 2 x 0 Raja Casablanca (Marrocos) Luizão, aos 5’, e Fábio Luciano, aos 19’ do 2º
Edílson: 8,5 – Puxou contra-ataques, partiu pra cima do Vasco e deu belos chutes
7/1 Real Madrid (Espanha) 2 x 2 Corinthians
Fernando Baiano: Entrou só para bater o pênalti. Sem nota
Anelka, aos 19’ do 1º e 26’ do 2º, e Edílson,
Luizão: 8 – Movimentou-se bem no ataque, deixando-se à disposição para os companheiros
10/1 Al-Nasser (Arábia Saudita) 0 x 2 Corinthians
Oswaldo de Oliveira: 8 – Soube mexer na hora certa e suportou a pressão de um Maracanã lotado
Ricardinho, aos 24’ do 1º, e Rincón,
aos 28’ do 1º e 19’ do 2º
aos 36’ do 2º
14 /01 Corinthians 0 (4) x (3) 0 Vasco
ficha técnica Corinthians
vasco
1 - Dida 2 - Índio 3 - Adílson 16 - Fábio Luciano 6- Kléber 8- Rincón 5- Vampeta (23- Gilmar) 11- Ricardinho (20- Edu) 7 - Marcelinho 10 - Edílson (17- Fernando Baiano) 9 - Luizão
12 - Hélton 15 - Paulo Miranda 3 - Odvan 4 - Mauro Galvão e 13 - Gilberto 5 - Amaral 6 - Felipe (23- Alex Oliveira) 8 - Juninho (19 - Viola) 9 -Ramon (7 - Donizete) 10 - Edmundo 11 - Romário
Técnico Oswaldo de Oliveira
Técnico Antônio Lopes
Árbitro: Dick Jol (Holanda) Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) DATA: 14/01/2000 público: 73.000 pagantes RENDA: não divulgada GOLS: COR 0 (4) X (2) 0 VAS
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Notas
CLUBE centenário
NOSSA CASA Corinthians oficializa acordo para levantar estádio com capacidade de 48 mil pessoas. Arena deverá sediar abertura da Copa
JORNALTIMÃO | 14
A
gora é oficial. O Sport Club Corinthians Paulista terá sua casa própria. Ou melhor, o Corinthians vai levantar – sem qualquer ajuda de dinheiro público, de acordo com a diretoria do clube – a sua terceira casa, afinal a Fazendinha já é nossa e o Pacaembu será sempre o nosso Vaticano. O novo estádio será construído em um dos mais corinthianos espaços de São Paulo, Itaquera, na zona leste, e terá espaço para 48 mil fieis. Mais: a arena do Timão deverá ser também a casa de São Paulo na Copa do Mundo de 2014. Na última sexta-feira (27), o governador de São Paulo, Alberto Goldman, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, anunciaram que o Fielzão é a única alternativa de São Paulo para sediar a abertura do Mundial. Para isso, porém, o estádio precisa ter ao menos 65 mil lugares numerados. A solução mais provável é a instalação de arquibancadas removíveis – estilo Tobogã – atrás dos gols, com espaço para 10 mil lugares cada uma. O projeto inicial prevê que a arena tenha 48 mil lugares devido ao preço de construção e manutenção. Em parceria com a empreiteira Odebrecht, o Corinthians prevê um gasto de R$ 335 milhões para concluir a obra. Os 20 mil lugares a mais, que seriam instalados para a Copa do Mundo, acresceriam o orçamento em R$ 170 milhões, gasto com o qual o clube promete não arcar. O projeto ainda precisa ser aprovado pelos padrões técnicos da Fifa para ser oficializado como estádio de Copa do Mundo.
Em parceria com a empreiteira Odebrecht, o Corinthians prevê um gasto de R$ 335 milhões para concluir a obra
Independente da Copa, na engenharia financeira bolada pelo clube, os R$ 335 milhões que a Odebrecht irá gastar para concluir a obra serão pagos apenas com a venda dos naming rights (direitos sobre o nome do estádio) dentro de dez anos. Caso o valor arrecadado não atinja o investido pela empreiteira, o clube se responsabiliza por pagar a diferença – embora a diretoria afirme ser possível recuperar o valor em apenas três anos. O terreno utilizado para a obra tem cerca de 197 mil m² e faz parte do espaço cedido pela Prefeitura de São Paulo ao Corinthians, em 1978, em concessão válida por 90 anos para que o clube construísse seu estádio. O local já passa por processo de terraplanagem. O projeto está sob responsabilidade do escritório carioca CDCA, dos arquitetos Aníbal Coutinho, Antonio Paulo Cordeiro e Lourenço Diegues, e previsto para ser inaugurado em setembro de 2013.
Novo perfil de torcedor O torcedor de estádio ocasional está com os dias contados. Segundo Andrés Sanchez e Luis Paulo Rosenberg, presidente e vice-presidente de marketing, a ideia é que os ingressos dos jogos no futuro Fielzão não sejam sequer comercializados em bilheteria, mas sim entre os sócios-torcedores. Conforme o programa – hoje com 48 mil associados – cresça, a capacidade do estádio crescerá junto, até o limite de 70 mil lugares em até 20 anos. Por Luiz Felipe Silva
CONHEçA ITAQUERA Itaquera é um distrito paulistano localizado na zona leste da cidade e conhecido por ser uma das regiões mais corinthianas de São Paulo. Lá vivem 200 mil habitantes, com uma renda média de R$ 1.058,87 e IDH (índice que mede a qualidade de vida) de 0,795, o 76º mais bem avaliado na capital paulista, segundo dados obtidos em 2000 pela Prefeitura. O bairro, além de ser presenteado com o estádio do Timão, também será a casa do nosso futuro CT, considerado por Andrés Sanchez e Ronaldo como um dos maiores e mais modernos do mundo. O Timão – O Jornal da Fiel mostra como chegar à futura casa alvinegra:
Transporte público Itaquera conta com dois sistemas de transporte sobre trilhos. O Metrô chega ao distrito pela linha 3 – Vermelha, que liga as estações terminais Barra Funda e Corinthians-Itaquera. Quem chega da zona oeste ou faz a integração entre as linhas Azul e Vermelha, na estação Sé, deve seguir sentido Corinthians - Itaquera, última parada do trem. No mesmo local onde fica a estação de Metrô está a parada Corinthians-Itaquera da CPTM, que pertence à linha 11 – Coral, com início
© Divulgação/Corinthians
Localizado em Itaquera, o novo estádio deve ficar pronto em setembro de 2013
Todos os estádios do Timão Data de 1928 a inauguração da primeira casa alvinegra (embora o Timão já tivesse mandado jogos no Campo do Lenheiro e no Campo da Ponte Grande). O Parque São Jorge, Fazendinha, ou, para os menos íntimos, Estádio Alfredo Schürig, foi aberto no dia 22 de julho daquele ano, em um empate por 2 a 2 entre Corinthians e América-RJ. Com capacidade para pouco mais de 18 mil pessoas, a Fazendinha deixou de ser a melhor opção do time principal há décadas. O Parque São Jorge era o maior estádio da capital quando foi construido, mas nunca representou a grandeza do Corinthians. “O nosso campo de futebol, sejamos sinceros, não está à altura do Corinthians. É inadiável a construção de um estádio de verdade, do qual possamos nos orgulhar”, dizia o editorial da revista Corinthians, Órgão Oficial do clube, em março de 1953. De lá pra cá, muitas foram as tentativas de levantar uma casa à altura da Fiel. Vejas as principais:
prometeu que seria o responsável por levantar o estádio do Timão. Em 1965, Helu se interessou em usar o espaço pertencente ao clube na marginal Tietê, na altura do Tatuapé, para construir o Corinthião, que teria capacidade para 133 mil pessoas. Chegou-se a vender carnês à torcida para arrecadar fundos para a obra.
Fazendão – Vicente Matheus foi o recordista de projetos furados. A primeira ideia de Matheus era reformar a Fazendinha e ampliá-la para 120 mil pessoas. Não conseguiu, mas o projeto ficou guardado com Alberto Dualib, que, na década de 90, quase levou a parceira Hicks Muse a fazer do Parque São Jorge uma moderna arena – o resultado foi mais uma furada. A última foi na própria gestão de Sanchez: enquanto o estádio desejado não saísse, o clube usaria a Fazendinha para mandar jogos menores. A responsável pela obra seria a Luso Arenas – o projeto ainda está em andamento. na estação Luz e integração com diversas linhas de trens paulistas. Quem mora nas proximidades da região conta com mais de 20 linhas de ônibus regulares que passam em frente ao futuro estádio do clube, na av. Miguel Inácio Curi.
Transporte particular O estádio prevê, em projeto inicial, 2100 vagas de estacionamento para torcedores. O espaço nos arredores sinaliza com abertura de novos estacionamentos particulares e bolsões de carros. Quem planejar ir ao Fielzão pela marginal Tietê deve pegar a entrada para a rodovia Ayrton Senna e, em seguida, seguir para a av. Jacú Pêssego. Então, pegar, à direita, a rua Padre Viegas de Menezes, rua Tomasso Ferrara e, enfim, a rua Dr. Luis Aires, uma das vias de acesso ao estádio. Já os fieis que estiverem no corredor norte-aul ou vierem do Grande ABC paulista devem pegar a Radial Leste, passar pelos viadutos até cair na av. Alcântara Machado, e seguir nas av. Conde de Frontin e av. Antonio Estevão de Soares. O trajeto leva à rua Dr. Luis Aires, uma das vias de acesso ao estádio. Corinthianos que vierem direto do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, devem pegar a rodovia Hélio Smidt e entrar em São Paulo via rodovia Ayrton Senna, sentido litoral, e virar à direita na av. Jacu Pêssego. Virar à direita, a rua Padre Viegas de Menezes, rua Tomasso Ferrara e, enfim, a rua Dr. Luis Aires.
Raposão – Ainda na gestão Dualib, entre 1999 e 2001, a parceira Hicks Muse, após desistir de modernizar a Fazendinha, decidiu investir US$ 60 milhões em uma arena que seria construída no 18,5 km da rodovia Raposo Tavares. O projeto para 45 mil corinthianos seria um espaço de diversas atividades, como restaurantes, bares, lojas e museus. Não vingou porque a parceria foi desfeita.
MSI Arena – Mais uma vez a parceira nos deixa na mão. A MSI, do iraniano Kia Jorabchian, prometeu ser a responsável pelo milagre da nossa casa própria, em 2006. A ideia era comprar um terreno nas margens da Marginal Pinheiros, altura da atual Ponte Estaiada, e levantar uma arena com capacidade para 55 mil pessoas, com shopping center e disponibilidade para shows.
Pacaembu – Pelo menos em três oportunidades, o Corinthians quis arrendar o Pacaembu. A primeira aconteceu há 40 anos, ainda com Wadih Helu. A segunda foi na gestão da MSI: o plano A de Kia Joorabchian era comprar o estádio. A última tentativa ocorreu entre 2008 e 2009, para a concessão do Pacaembu ao clube por 60 anos. Em todas as oportunidades, os planos fracassaram.
Itaquerão – Em 1978, Vicente Matheus fechou acordo com a Prefeitura de São Paulo para ficar com o terreno de 200 mil m² em Itaquera desde que construísse o estádio do Timão. O sonho era megalomaníaco: uma casa que coubesse 200 mil fieis, sendo 110 mil lugares só de arquibancada. O projeto teve venda de carnês, instalação de pedra fundamental e até jogo marcado: a estreia seria em 1982, entre Corinthians e a seleção vencedora da Copa do Mundo do mesmo ano.
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Corinthião – Presidente do Corinthians entre 1961 e 1971, Wadih Helu
EU, fiel! © Alessandra Levtchenko
De pai para filho desde 1910. E de 1982 também!
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Washington Olivetto Washington Luiz Olivetto, São Paulo, 29 de setembro de 1951. É publicitário formado pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Presidente e diretor de criação da agência W/Brasil foi o primeiro brasileiro a conquistar o Leão de Ouro do Festival de Cannes, o mais importante do segmento. Olivetto é autor dos livros “Corinthians é Preto no Branco” e “Corinthians x Outros”.
1982, Democracia Corinthiana. Eu era vice-presidente de marketing do Corinthians e meu filho Homero era um garoto pequeno, mas já corinthiano. Por via das duvidas, resolvi que não custava nada solidificar aquela sábia e fundamental opção do menino. Meu plano se baseava na ideia de que Homero precisava entrar em campo com o time para sentir ao vivo a força da massa corinthiana, preferencialmente de mãos dadas com os nossos três grandes ídolos da época: Sócrates, Wladimir e Casagrande. E, quem sabe, em um dia de uma goleada alvinegra. Conversei com o “Magrão” sobre o assunto, e ele concordou com a minha tese. Combinamos que o craque me sinalizaria a partida adequada para essa nobre operação, de acordo
com o comportamento da equipe alvinegra durante a semana, tanto sob o ponto de vista técnico, quanto e, principalmente, do potencial do adversário. No dia 2 de novembro de 1982, Sócrates me ligou dizendo: “É amanhã à noite”. Assim, Homero entrou em campo junto com o Corinthians da Democracia Corinthiana, que goleou o Juventus por 5 a 1 na noite daquela quarta-feira de novembro. Homero é, nos dias de hoje, um corinthiano tão convicto e fanático quanto eu, e adulto com suas próprias teses e convicções. Olhando para trás, acredito que aquela noite da Democracia Corinthiana foi o momento fundamental para a sólida formação moral e cívica do meu filho. Do episódio de 82 extraio uma lição: nós corinthianos, independentemente dos resultados, somos sempre vitoriosos. Mas quando organizados, somos absolutamente imbatíveis.
aconteceu © Reprodução/O Comércio de São Paulo
Na esquina das ruas José Paulino (antiga rua dos Imigrantes) e Cônego Martins, sob a luz de lampiões, cinco operários se reuniram na madrugada do dia 31 de agosto para 1º de setembro de 1910 a fim de montar um time de futebol. Mais oito amigos contribuiriam com 20 mil réis e fundaram o Sport Club Corinthians Paulista, inspirado na equipe inglesa em turnê de sucesso pelo Brasil chamada Corinthian Team. Miguel Bataglia assumiu a presidência do clube e selou, desde o principio, o seu destino: “o Corinthians será o time do povo, e é o povo quem vai fazer esse time”.
Acima, registro do jornal O Ocmércio de São Paulo que informa o nascimento do Alvinegro. À direita, o primeiro presidente do clube: Miguel Bataglia