My brazilian Brazil: O English na Música Brasileira

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Quanto à Redentora, let’s begin from the beginning. Durante a década de 1960, o governo dos EUA tomou providências a fim de evitar o surgimento de outros países com tendências aos ideais comunistas, como a Cuba de Fidel e do Che. Para isso, criou um programa com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico mediante a colaboração financeira e técnica em toda a América Latina. Corações e mentes dominados, o continente sob controle. Este plano ficou conhecido como “Aliança para o Progresso” (Alianza para el Progreso), e foi posto em prática entre 1961 e 1969. No Brasil, várias missões estadunidenses aportaram no litoral brasileiro; a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, recebeu visitas do navio estadunidense Hope, que distribuía leite em pó para a população local. Na mesma cidade, foi fundado um bairro chamado “Cidade da Esperança”, além da Escola Estadual Presidente Kennedy, inaugurada na ocasião de visita do senador estadunidense Robert Kennedy à capital potiguar. A “Aliança para o Progresso” duraria dez anos, com investimentos estimados em U$20 bilhões (aproximadamente U$500 bilhões no câmbio de Dezembro de 2015) feitos pelos EUA e diversas organizações internacionais, países europeus aliados e empresas privadas, que distribuíram essa “chuva” de dinheiro por toda América Latina. Depois dos investimentos, as cobranças; e como se sabe, a conta foi cobrada com juros... Em toda a região sul do continente americano houve uma proliferação de instalações industriais multinacionais, além de intervenção firme dos EUA junto às lideranças políticas, o que ocasionou diversas trocas de poder na região, com a imposição de governos autoritários alinhados aos interesses estadunidenses. Foi imposto um clima de terror ao panorama político, já alimentado durante os anos da guerra fria, e quaisquer tentativas de implantar alguma ação social que fosse identificada com forças mais à esquerda do espectro político foram rechaçadas com firmeza. Devido a isso, com medo das reformas de base propostas no Brasil por João Goulart (entre as reformas propostas por Jango constavam a regulamentação de atividades bancárias, direito a voto para analfabetos e patentes baixas das forças armadas, regulamentação de investimentos estrangeiros e ampla reforma agrária – todos em conformidade com interesses do Estado brasileiro), os líderes políticos civis, com apoio de parcelas significativas da sociedade brasileira e com a força das armas da maioria dos militares, promoveram o golpe civil/militar, que provocou uma série de atos institucionais extraordinários e nos levou aos chamados “anos de chumbo”.

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