Apostila didática de parasitologia veterinária

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – RS Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia

Livro didático – 2ª edição - 2007

Dra. Sílvia Gonzalez Monteiro Professora de Parasitologia Veterinária



Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia

Este livro didático tem a finalidade de auxiliar os alunos em Medicina Veterinária no estudo dos parasitas dos animais domésticos.



INDICE:

Conteúdo Programático

13

Conceitos em Parasitologia

17

Tipos de Parasitos

17

Tipos de Hospedeiros

18

Tipos de Ciclo dos Parasitos

18

Especificidade dos Parasitos

18

Ação do Parasito sobre o Hospedeiro

18

Períodos de Parasitismo

19

Classificação dos Seres Vivos

19

Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica

20

Filo Arthropoda

22

Classe Arachnida

23

Ordem Acari (Acarina)

24

Subordem Mesostigmata

24

Família Dermanyssidae

24

o •

Família Macronyssidae o

Gênero Varroa

Família Raillietidae o

Gênero Macrocheles

Família Varroidae o

Gênero Laelaps

Família Macrochelidae o

Gênero Ornithonyssus

Família Laelapidae o

Gênero Dermanyssus

Gênero Raillietia

Subordem Metastigmata (Carrapatos)

24 25 26 26 26 27 27 28 28 29 29 30


Família Ixodidae (carrapatos duros)

30

o

Gênero Rhipicephalus

33

o

Gênero Boophilus

35

o

Gênero Amblyomma

37

o

Gênero Anocentor

38

Família Argasidae (carrapatos moles)

38

o

Gênero Argas

39

o

Gênero Ornithodorus

40

o

Gênero Otobius

41

Pôster Carrapatos

42

Subordem Astigmata (sarnas)

43

Morfologia das Sarnas

44

Família Sarcoptidae

45

o

Gênero Sarcoptes

45

o

Gênero Notoedres

45

Família Cnemidocoptidae o

Gênero Cnemidocoptes

Família Psoroptidae

46 46 47

o

Gênero Psoroptes

47

o

Gênero Otodectes

48

o

Gênero Chorioptes

48

Subordem Actinedida (Prostigmata)

54

Família Cheyletidae

54

o •

Família Myobiidae o

Gênero Myobia

Família Demodecidae o

Gênero Cheyletiella

Gênero Demodex

Família Trombiculidae

54 54 54 55 55 57


o

Gênero Trombicula, Eutrombicula

57

Subordem Cryptostigmata

58

Família Oribatidae

58

Classe Insecta

59

Classificação dos insetos

64

Ordem Phthiraptera (Piolhos)

65

Subordem Amblycera (Antenas escondidas)

66

o

Gênero Menopon

67

o

Gênero Menacanthus

67

o

Gênero Heterodoxus

68

Subordem Ischnocera (Antenas livres)

68

o

Gênero Trichodectes

68

o

Gênero Bovicola

69

o

Gênero Felicola

69

o

Gênero Goniodes

69

o

Gênero Lipeurus

70

Subordem Anoplura (Picadores - Sugadores)

70

o

Gênero Pediculus

70

o

Gênero Pthirus

72

o

Gênero Haematopinus

73

o

Gênero Linognathus

74

Pôster Piolhos

76

Ordem Hemiptera

77

o

Família Reduviidae (Barbeiros)

77

Gênero Panstrongylus

78

Gênero Triatoma

78

Gênero Rhodnius

79

o •

Família Cimicidae (Percevejos)

Gênero Cimex

79 79


o •

Gênero Ornithocoris

80

Ordem Siphonaptera (Pulgas)

82

o

Gênero Tunga

83

o

Gênero Ctenocephalides

84

o

Gênero Pulex

85

o

Gênero Xenopsylla

85

Pôster Pulgas

87

Ordem Diptera

88

Classificação dos Diptera

89

Subordem Nematocera - Classificação

91

Subordem Nematocera (Mosquitos)

92

o

Gênero Anopheles

92

o

Gênero Aedes

93

o

Gênero Culex

94

o

Gênero Culicoides

96

o

Gênero Lutzomyia

98

Gênero Simulium

100

Subordem Brachycera Tabanomorpha (Mutucas)

102

o

Gênero Chrysops

104

o

Gênero Tabanus

105

Subordem Brachycera Cyclorrapha (Moscas)

107

o

Gênero Musca

108

o

Gênero Fannia

109

o

Gênero Stomoxys

109

o

Gênero Haematobia

110

o

Gênero Cochliomyia

o

Gênero Chrysomyia

o

Gênero Phaenicia

o

Gênero Sarcophaga

111 113 114 114


Gênero Oestrus

Gênero Dermatobia o

Gênero Gasterophilus

Seção Pupipara

Família Hippoboscidae o

Gênero Hippobosca

o

Gênero Pseudolinchia

o

Gênero Lipoptena

o

Gênero Melophagus

115 116 118 119 119 119 119 120 120

Filo Protozoa – Chave de Classificação

121

Filo Protozoa (Unicelulares)

122

Subfilo Sarcomastigophora

123

Classe Mastigophora – Locomoção por Flagelos o

Gênero Tritrichomonas

o

Gênero Giardia

o

Gênero Histomonas

o

Gênero Trypanosoma

o

Gênero Leishmania

124 125 126 127 128 131

Subfilo Apicomplexa

134

Classe Sporoazida ou Coccidia

134

o

Gênero Eimeria

o

Gênero Isospora

o

Gênero Cryptosporidium

o

Gênero Toxoplasma

o

Gênero Cystoisospora

o

Gênero Neospora

o

Gênero Hepatozoon

Classe Piroplasmasida o

Gênero Babesia

136 137 138 139 137 140 142 144 144


Ordem Rickettsias

147

o

Gênero Ehrlichia

147

o

Gênero Anaplasma

149

Helmintologia (Metazoários)

151

Filo Plathelmintos (Vermes Achatados)

151

Classe Trematoda (Vermes em forma de folha)

152

o

Gênero Fasciola

153

o

Gênero Eurytrema

154

o

Gênero Paramphistomum

156

o

Gênero Schistosoma

156

Classe Cestoda (Vermes segmentados)

159

o

Gênero Taenia

161

o

Gênero Echinococcus

163

o

Gênero Davainea

165

o

Gênero Raillietina

165

o

Gênero Dipylidium

166

o

Gênero Amoebotaenia

167

o

Gênero Anoplocephala

168

o

Gênero Paranoplocephala

168

o

Gênero Moniezia

170

o

Gênero Thysanosoma

171

Filo Nemathelminto (Vermes redondos) – Chave de Classificação

173

Classe Nematoda

174

Ordem Rhabditida

176

o •

Ordem Oxyurida o

Gênero Strongyloides

Gênero Oxyuris

Ordem Ascaridida o

Gênero Heterakis

176 178 178 179 179


o

Gênero Ascaridia

180

o

Gênero Ascaris

180

o

Gênero Parascaris

181

o

Gênero Neoascaris

182

o

Gênero Toxocara

182

o

Gênero Toxascaris

183

Ordem Strongylida

184

o

Gênero Strongylus

185

o

Gênero Triodontophorus

188

o

Gênero Syngamus

189

o

Gênero Stephanurus

190

o

Gênero Oesophagostomum

192

o

Gênero Ancylostoma

194

o

Gênero Bunostomum

196

o

Gênero Trichostrongylus

198

o

Gênero Haemonchus

199

o

Gênero Cooperia

201

o

Gênero Ostertagia

202

o

Gênero Hyostrongylus

203

o

Gênero Dictyocaulus

205

o

Gênero Nematodirus

206

Ordem Spirurida

207

o

Gênero Habronema

207

o

Gênero Draschia

208

o

Gênero Dipetalonema

209

o

Gênero Dirofilaria

210

Ordem Enoplida

211

o

Gênero Trichuris

211

o

Gênero Capillaria

213


o

Gênero Dioctophyma

213

TÉCNICAS

215

Coleta e montagem de endoparasitas

215

Pesquisa de ectoparasitas

217

Pesquisa e coletade ácaros produtores de sarna

220

Técnicas helmintológicas

221

Técnica de Willis

222

Técnica de Hoffman

222

Técnica de Baermann

223

Técnica de Sedimentação pelo acetato de etila

224

Técnica de centrífugo-flutuação

225

Técnica de Mac Master

225

Exame direto de fezes

227

Coprocultura

227

Esfregaço direto de fezes

228

Método da gota espessa

228

Fórmulas

230

Exame de fezes de cão e gato

232

Exame de fezes de ruminantes

238

Exame de fezes de suínos

246

Exame de fezes de equinos

251

Exame de fezes de aves

257

Diagnóstico dos principias protozoários

261

Principais artefatos encontrados em exame de fezes

271


13 ______________________________________________________________________________________________

Os ectoparasitos devem ser entregues em

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

álcool

70oC,

identificados

com

nome

do

Disciplina: Parasitologia Veterinária

espécime, data e local da coleta. A etiqueta

Curso: Medicina Veterinária

deve ser escrita em papel de seda à lápis e

Departamento: Microbiologia e Parasitologia

imersa dentro do vidro onde está o parasito.

Horas/aula: 90 Os endoparasitos devem ser fixados em Railliet-

Validade: a partir de 2002

Henry

(ácido

acético+formol+água),

ecológico,

identificados com nome do espécime, data e

biológico e sistemático dos principais parasitas

local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em

dos animais domésticos. Estudo do controle e

papel de seda a lápis e imersa dentro do vidro

diagnóstico.

onde está o parasito.

OBJETIVOS:

PROGRAMA DA DISCIPLINA:

EMENTA:

Estudo

morfológico,

Oferecer aos estudantes do Curso de Medicina Veterinária:

UNIDADE I

Conhecimentos sobre taxonomia, nomenclatura, sinonímias, morfologia, fisiologia, localização e

INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA

hospedeiros

-

Conceito

domésticos.

-

Definição de Parasito

Conhecimentos sobre o ciclo evolutivo, a

-

Tipos de parasito

epidemiologia e a importância econômica dos

-

Tipos de Hospedeiro

parasitos dos animais domésticos.

-

Tipos de ciclos do parasito

diagnóstico

-

Especificidade dos Parasitos

parasitológico para identificação dos parasitas

-

Ação do parasito sobre o hospedeiro

dos animais domésticos.

-

Períodos de Parasitismo

Aplicação

dos

das

parasitos

técnicas

dos

de

animais

REGRAS INTERNACIONAIS DE

MATERIAL PARA AULAS PRÁTICAS: Jaleco, Agulha histológica, pinça.

NOMENCLATURA -Classificação dos seres vivos

AVALIAÇÕES:

-Classificação das Espécies, Gêneros, Famílias,

Os alunos serão avaliados através de duas

-Ordem e Classes.

provas

(práticas,

escritas

e/ou

apresentação de coleção de parasitas.

orais)

e UNIDADE II FILO ARTHROPODA

COLEÇÃO:

1.1-CLASSE ARACHNIDA

A coleção é composta por seis alunos.

1.1.1-Ordem Acarina Subordem Mesostigmata

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


14 ______________________________________________________________________________________________

-Família Dermanyssidae

- Família Pediculidae

-Família Macronyssidae -Família Laelapidae

1.2.2. – Ordem Hemiptera

-Família Macrochelidae

a- Sub-Ordem Gymnocerata

-Família Varroidae

- Família Reduviidae

-Família Raillietidae

- Família Cimicidae

Sub-Ordem Metastigmata

1.2.3. – Ordem Siphonaptera

- Família Ixodidae

a- Sub-Ordem Fracticipta

- Família Argasidae

- Família Hystrichopsyllidae

Sub-Ordem Astigmata

b- Sub-Ordem Integricipta

- Família Sarcoptidae

- Família Hectopsyllidae

- Família knemidocoptidae

- Família Pulicidae

- Família Psoroptidae 1.2.4. –Ordem Diptera Sub-Ordem Prostigmata

a- Sub-Ordem Nematocera

Famílias:

- Família Culicidae

- Demodecidae- Demodex

- Família Ceratopogonidae

- Myobiidae-

- Família Simulidae

-Cheyletidae-

Myobia Cheyletiella

- Família Psychodidae

-Trombiculidae- Trombicula b- Sub-Ordem Brachycera Tabanomorpha Sub-Ordem Cryptostigmata

- Família Tabanidae

- Família Oribatidae c- Sub-Ordem Brachycera Cyclorrhapha 1.2.- CLASSE INSECTA 1.2.1. – Ordem Phthiraptera a- Sub-Ordem Amblycera - Família Menoponidae - Família Boopidae

- Família Muscidae - Família Calliphoridae - Família Sarcophagidae - Família Oestridae - Família Cuterebridae - Família Gasterophilidae

b- Sub-Ordem Ischnocera

- Família Hippoboscidae

- Família Trichodectidae - Família Philopteridae

UNIDADE III Protozoários

c- Sub-Ordem Anoplura - Família Haematopinidae

-

Conceito. Morfologia Geral

-

Endamoebidae, Trichomonadidae

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


15 ______________________________________________________________________________________________

-

Hexamitidae, Mastigoamoebidae

-

Trypanosomatidae

-

Eimeridae

-

Sarcocystidae

-

Plasmodidae, Haemoproteidae,

- Coleta e conservação de Artrópodes

-

Hepatozoidae

- Mallophaga e Anoplura

-

Babesiidae, Theileridae

- Diptera

-

Anaplasmataceae e Rickettsiaceae

- Culicidae,Ceratopogonidae,

- Trichuriidae

AULAS PRÁTICAS

Psychodidae

e

Simulidae UNIDADE IV

- Brachycera e Muscidae

Trematoda

- Calliphoridae,

-

Conceito. Morfologia Geral

Cuterebridae, Gasterophilidae

-

Fasciolidae, Dicrocoelidae

- Acari, Gamasida e Oribatida

-

Paramphistomatidae

- Ixodida e Acaridida

-

Schistosomatidae

- Coleta e conservação de Helmintos

-

Técnicas de exames de fezes

- Técnicas de exame de fezes

Sarcophagidae,

Oestridae,

- Morfologia de ovos e oocistos UNIDADE V

- Diagnóstico de Hemoparasitos

Cestoda

- Identificação de larvas de Trichostrongylidae

- Conceito. Morfologia Geral

- Morfologia de Nematódeos

- Taeniidae.

- Morfologia de Cestódeos

- Davaineidae, Hymenolepidae

- Morfologia de Trematódeos

- Dilepididae, Anoplocephalidae.

- Morfologia de Protozoários

UNIDADE VI

BIBLIOGRAFIA

Nematoda

BARRIGA, O. O. 2002. Las Enfermedades

- Conceito. Morfologia Geral

Parasitarias de los animales domésticos em la

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- Oxyuridae

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Médico-Veterinário. Editora UFPR. 1a edição

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FREITAS, M. G. et al – 1982. Manual de Acarologia Médica e Veterinária 6a edição

URQUART,G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L.;

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A.

Parasitologia GEORGI,

J.R.

Parasitologia

veterinária.

M.;

JENNINGS,

Veterinária.

F.

W.

Segunda

1998. edição.

Editora Guanabara koogan. 273 p.

Philadelphia. Portuguesa, Saunders. 1980. E-mail: sgmonteiro@uol.com.br HARDWOOD, R. F. & JAMES, M. T. 1979. Entomology in Human and Animal Health, 548 p HOFFMANN, R. P. 1987. Diagnóstico de

Homepage: http://w3.ufsm.br/parasitologia E-mail laboratório:parasito@w3.ufsm.br

Parasitismo Veterinário. Editora Sulina. 156 p.

NEVES, J. 1983. Diagnóstico e Tratamento das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan. 1248p.

PESSOA, S. B. 1978. Parasitologia Médica – 10a edição Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 851 p.

PINTO, C. 1938. Zooparasitos de Interesse Médico Veterinário. Pimenta de Mello & Cia, Rj. 375 p.

REY, L. 2001. Parasitologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 856 p.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


17 ______________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO I Conceitos e Classificação ____________________________________________________________________________________

utilizado

I - CONCEITOS EM PARASITOLOGIA

para

endoparasitos

(pode

ocorrer

infecção sem haver manifestação de doença). 1) PARASITO: Origem grega significa ser que se alimenta de

5) INFESTAÇÃO:

outro (hospedeiro).

É o estado ou condição de ser infestado,

Indivíduo que necessita outro ser para ter

restrito à presença de parasitas externos.Termo

abrigo, alimento, para reproduzir e perpetuar a

utilizado para ectoparasitos.

espécie. A relação parasita - hospedeiro é muito importante, por exemplo: -

Acantocéfalos

e

cestóides:

têm

uma

II - TIPOS DE PARASITOS:

dependência de 100 % do hospedeiro, pois

1) OBRIGATÓRIO:

necessitam deles para sua nutrição.

Aquele que precisa de um hospedeiro para

- Nematóides: têm uma dependência menor,

sobreviver. Ex: Toxoplasma.

pois possuem tubo digestivo e obtêm seu O2 no próprio habitat.

2) FACULTATIVO: Aquele que pode ou não viver parasitando, ou

2) ENDOPARASITOS:

seja têm fase de vida livre. Ex.: Sarcophagidae

São aqueles que têm contato profundo com

(As moscas são atraídas pelo exsudato das

tecidos e órgãos dos hospedeiros. Ex: helmintos

lesões, botam ovos, eclodem as larvas que se

e protozoários.

alimentam do tecido necrosado. Normalmente essas larvas são encontradas em animais em

3) ECTOPARASITOS:

putrefação.

São aqueles que têm contato com a pele dos hospedeiros. Ex: artrópodes (ácaros e insetos)

3) ACIDENTAL:

como berne, carrapatos, pulgas.

Acidentalmente

entra

em

contato

com

o

hospedeiro porém não evolui nele. Aquele que 4) INFECÇÃO:

vai a outro lugar que não o ideal e fica por

Invasão de um hospedeiro por organismos

acaso. Ex.: Dipylidium.

(vírus, bactérias, protozoários, helmintos).Termo 4) TEMPORÁRIO: Procura

o

hospedeiro

somente

para

se

alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos.

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18 ______________________________________________________________________________________________

5) PERMANENTE:

berne ovipõe na mosca de estábulo e passa de

Permanece no hospedeiro em todas suas fases.

ovo à larva.

Ex.: sarnas. IV - TIPO DE CICLO DO PARASITO 6) PERIÓDICO: Apenas em uma determinada fase de sua vida

1) MONOXENO:

é parasito. Aquele que parasita por tempo

Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem

determinado. Ex: carrapato, berne, miíase.

necessitar de HI. Ex: Haemonchus.

III - TIPOS DE HOSPEDEIROS

2) HETEROXENO: Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: Ciclo de Dipylidium, Fasciola.

1) DEFINITIVO (HD): É aquele onde o parasito é encontrado na sua forma adulta. Em protozoários, ele se encontra

V - ESPECIFICIDADE DOS PARASITOS

na fase sexuada. 1) ESTENOXENOS: 2) INTERMEDIÁRIO (HI):

Quando são muito específicos, só aceitam

É aquele onde se encontra a forma imatura do

aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium .

parasito. Em protozoários, ele se encontra na fase

assexuada.

Ex:

Anopheles

(HI

do

2) EURIXENOS: Quando são pouco específicos, tendo uma

Plasmodium).

variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma . 3) PARATÊNICO: Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga

VI

o parasito. É quase indispensável, entra no ciclo

HOSPEDEIRO

-

AÇÃO

DO

PARASITO

SOBRE

O

por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do Histomonas).

1) AÇÃO MECÂNICA: A) Obstrução: como a de Ascaris, formam bolos de vermes no intestino e o obstruem.

4) VETOR: Usado para Artrópodes.

B) Compressão: como a do cisto hidático,

Podem ser:

que conforme vai crescendo vai comprimindo os

- Mecânico: Mero transportador. Ex: o ácaro Macrocheles

orgãos.

usa o besouro para se transportar. - Biológico: É

como

um

2) AÇÃO ESPOLIADORA: HI,

pois

vai

haver

um

desenvolvimento do parasito. Ex: a mosca do

Seqüestram nutrientes e fluidos do hospedeiro. Ex: Haemonchus.

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19 ______________________________________________________________________________________________

3) AÇÃO INFLAMATÓRIA/ IRRITANTE: Penetração ativa de larvas na pele. Ex:

CLASSIFICAÇÃO ARTIFICIAL:

Strongyloides papillosus.

Apoia-se em caracteres de certos órgãos estudados pelo especialista e por ele escolhidos arbitrariamente.

4) AÇÃO DE TRANSMISSÃO: Transmitem agentes patogênicos. Ex: Carrapato transmitindo Babesia.

DIVISÕES:

VII - PERÍODOS DE PARASITISMO

ESPÉCIE - é a reunião de indivíduos que possuem características semelhantes e que ao

1) PERÍODO PRÉ-PATENTE (PPP):

reproduzirem-se transmitem a sua descendência

Do momento da infecção até a maturidade

esses mesmos caracteres, dando origem assim

sexual.

a novos indivíduos igualmente semelhantes. A espécie distingue-se pelos seus caracteres

2) PERÍODO PATENTE (PP):

próprios, porém podem possuir certo número de

Da fase adulta até a fase de fim da vida dos

caracteres comuns com outros organismos que

parasitos ou fim da infecção. Em protozoários, é

lhes são vizinhos. Descendência comum: Graus

a fase de reprodução sexuada.

de variação quase que imperceptíveis; até em indivíduos da mesma geração, há grande semelhança

CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

entre

eles.

Cada

grupo

de

indivíduos representante da unidade zoológica -NECESSIDADE:

constitui uma espécie. São tão semelhantes

Distribuição dos seres em grupos formados

entre si como os descendentes de um só

segundo as afinidades mais ou menos íntimas e

indivíduo, tendo traços comuns a todos eles e

que pareçam evidentes para o especialista.

que

são

denominados

de

caracteres

específicos. CLASSIFICAÇÃO NATURAL: Apoia-se em dados filogenéticos (estuda a

VARIEDADE E RAÇA:

evolução de um grupo ou espécie de plantas ou

Na mesma espécie podem ocorrer um ou mais

animais, estudo da evolução das espécies),

grupos com uma ou várias pequenas diferenças

ontogênicos

(estudo

desenvolvimento

desde

da o

origem

e

da forma específica típica, e que se perpetuam

nascimento

até

na geração. Este grupo ou grupos recebem o

adulto) e biogeografia procurando evidenciar as

nome de variedade ou raça.

diferenças e as relações de parentesco entre os

Pode desaparecer ao modificar o meio em que

pontos extremos da árvore genealógica dos

vivem.

seres vivos e que representam as espécies atuais conhecidas. Desta forma procura-se

SUB-ESPÉCIE:

esclarecer a história da evolução destes seres. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


20 ______________________________________________________________________________________________

Formas

intermediárias

entre

espécie

e

Ramo ou Filo – Conjunto de Classes.

variedade. Grupo de indivíduos que apresenta

Os diversos ramos ou filos pertencem ao Reino

dentro

animal ou ao Reino vegetal.

da

espécie

alguma

característica

particular que se transmite por herança. Ex: Felis catus domesticus.

TERMOS INTERMEDIÁRIOS: Há

necessidade,

em

diversos

casos,

de

GÊNERO:

fazermos grupamentos intermediários entre os

A reunião de espécies chama-se de GÊNERO.

diversos grupos, antepondo-se prefixos sub ou

Muitos gêneros, além dos caracteres que lhes

super

são peculiares, apresentam (em comum com

respectivamente abaixo ou acima de um certo

outros gêneros) certo número de caracteres

grupo. Desta forma, podemos Ter: FILO – sub-

também semelhantes, e a reunião desses

filo, CLASSE – sub-classe.

grupos todos constituem um conjunto mais vasto

ORDEM – sub-ordem – super-família – FAMÍLIA

que se denomina FAMÍLIA.

– sub-família – Tribu.

Grupos de espécies consideradas próximas

GÊNERO – sub-gênero – ESPÉCIE – sub-

entre si pela comunidade de certos caracteres

espécie – variedade.

conforme

o

grupamento

situar-se

denominados genéricos, recebendo cada grupo o nome de gênero (genus). A validade dos

REGRAS INTERNACIONAIS DE

caracteres

NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

genéricos

apoiados

em

poucos

caracteres podem carecer de base, pois a descoberta

de

grupos

intermediários

de

Código

que

visa

impedir

científica

confusões dos

na

espécies nas quais estes aspectos apresentam

designação

animais

grande gama de variação, levam o especialista

uniformizando-a. Tem como ponto de partida a

a agrupar vários gêneros sob uma designação

classificação de Linnaeus 1758.

única. Nomenclatura Zoológica é o sistema de nomes GRUPOS SUPERIORES AO GÊNERO:

científicos aplicados aos animais vivos ou

Família – Terminam sempre em idae. Conjunto

fósseis.

de gêneros que mantêm entre si grandes

independente de outros sistemas.

A

nomenclatura

zoológica

é

afinidades, oferecendo certo número de traços comuns. No caso da existência de famílias

Uma só palavra (uninominal):

também com certo número de características

O nome de um grupo superior à espécie. Ex:

comuns com outras famílias, sua reunião vai se

Necator

constituir numa ORDEM.

Strongyloidea

Ordem – Conjunto de Famílias. As diversas

(Classe).

(gênero),

Ancylostomidae

(superfamília),

(família), Nematoda

ORDENS do mesmo modo podem reunir-se formando uma CLASSE.

Duas palavras (binominal):

Classe – Conjunto de Ordens. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


21 ______________________________________________________________________________________________

O nome de espécie. Ex: Necator americanus, Ancylostoma caninum.

Três palavras (trinominal): O nome de subespécie. Ex: Hymenolepis nana fraterna, Trypanosoma vivax vienes.

Parênteses: O nome de um subgênero é escrito dentro de parênteses, entre o nome genérico e o nome específico. Ex: Heterakis (Heterakis) gallinarum, Oesophagostomum (Bovicola) radiatum.

A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada; se for uma combinação arbitrária de letras deve ser formado de modo a ser tratado como palavra latina.

O nome genérico (gênero) deve ser empregado como substantivo no nominativo singular e sempre escrito com a primeira letra maiúscula. Ex: Oxyuris equi, Babesia caballi.

O nome específico (espécie) deve ser sempre escrito em letra minúscula. Um nome específico dedicado a uma mulher deve terminar em ae e se for para homem em i. Ex: cuvieri – ruthae.

-O nome de uma sub-família é formado acrescentando-se inae. Ex: Culicinae

-O nome de família é formado acrescentando-se idae. Ex: Eimeriidae

-O nome de uma superfamília deve ter a terminação oidea. Ex: Strongyloidea

-Tribo deve terminar em ini. Ex: Anophelini _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


22 ______________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO II Artrópodes ____________________________________________________________________________________

FILO ARTHROPODA (ARTHRON= ARTICULAÇÃO, E PODOS=PÉS) - Tubo digestivo completo. CARACTERÍSTICAS:

- Sistema circulatório aberto (a hemolinfa não

- Apêndices articulados.

está contida em vasos, é transparente, contém

- Simetria bilateral.

hemócitos e circula entre os órgãos).

- Corpo

geralmente

segmentado

(somitos,

- Respiração

por

traquéias,

metâmeros) e articulado exteriormente.

pulmões.

- Cabeça,

- Fecundação interna.

tórax

e

abdômen

diferenciados

brânquias

e/ou

(insetos) ou fusionados (ácaros).

- Presença de órgãos de sentido como antenas,

- Exoesqueleto endurecido (quitina).

pêlos sensitivos.

- Fazem mudas.

- Reprodução sexuada.

CLASSES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRI A:

Classes

ARACHNIDA

Exemplos

Aranha,

INSECTA escorpião, Piolho,

PENTASTOMIDA

pulga,

mosca, Linguatul ídeos.

carrapato e sarna.

mosquito.

Regiões do corpo

Cefalotórax, abdômen

Cabeça, tórax, abdômen

Peças bucais

Quelíceras, palpos

Labro,

Corpo lanceolado

mandíbulas, Dois pares de ganchos

maxilas e lábio o

N de Antenas

Áceros

Díceros

Áceros

Pares de patas

4 pares patas

3 pares patas

Ápodes

Ciclo evolutivo

Direto, exceto acarinos

indireto

Indireto

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


______________________________________________________________________________________________ 23

CLASSE ARACHNIDA Ordem Acarina (Acari)

MESOSTIGMATA (sem dentes no hipostômio)

METASTIGMATA

PROSTIGMATA

ASTIGMATA

ORIBATIDA

o

(estigma situado

(sem estigma respiratório)

Cryptostigmata

o

anteriormente)

o

(Estigma entre o 3 e 4 par de patas ou atrás do 4 par

(respiração

de patas e hipostômio com

cutânea)

dentes recurrentes) Dermanyssidae -Dermanyssus

Argas

Demodecidae- Demodex

Argasidae- Ornithodorus Macronyssidae- Ornythonissus

Sarcoptidae -

Myobia

Knemidocoptidae- Knemidocoptes

Laelaps Ixodidae- Rhipicephalus

Varroidae-

Sarcoptes

Otobius Myobiidae-

Laelapidae-

Notoedr es

Varroa

Cheyletidae - Cheyletiella

Psoroptidae-

Boophilus

Otodectes

Amblyomma Macrochelidae - Macrocheles

Anocentor

Psoroptes

Chorioptes Trombiculidae- Trombicula (só a larva é parasita, com

Railletidae-

Railletia

3 pares de patas)

MyocoptidaeAnalgidaeAcaridae -

Myocoptes

Megninia

Ácaros da poeira

__________________________________________ ___________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

Oribatuloidea


24 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

PARTE I Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ FILO ARTHROPODA

GÊNERO: Dermanyssus

CLASSE ARACHNIDA

ESPÉCIE: Dermanyssus gallinae

ORDEM ACARI (ACARINA)

CARACTERÍSTICAS:

CARACTERÍSTICAS:

- Escudo dorsal redondo.

- Ácaros de pequeno porte.

- Quelíceras

- Quelíceras modificadas e palpos curtos.

que

terminam

em

quelas

(bifurcação).

- Cefalotórax e abdômen fusionados.

- Todas as patas com garras e carúnculas.

- Corpo coberto por placas dorsais e ventrais.

- Escudos truncados posteriormente.

- Larvas com três pares de patas.

- Chamado vulgarmente de piolhinho, ácaro

- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. - Respiração cutânea ou traqueal.

vermelho das aves). - Passa a maior parte do tempo fora do hospedeiro, em frestas e gaiolas. Quando no

SUBORDEM MESOSTIGMATA (Gamasida)

hospedeiro, preferem a região da cloaca.

(meso - mediano; stigmata - espiráculo)

- Especificidade baixa e ciclo rápido (45 dias).

CARACTERÍSTICAS:

HOSPEDEIROS:

- Um par de estigmas respiratórios ao nível da

Parasita

coxa II e III abrindo-se em peritremas

de

galinhas

e

outras

aves

(principalmente canários).

alongados. - Presença de escudo dorsal.

CICLO:

- Hipostômio desprovido de dentes recurrentes. - Podem ser de vida livre ou parasitas internos (vias respiratórias) ou externos de répteis, aves e mamíferos. - Podem ser vetores de agentes patogênicos, provocar reações cutâneas e alguns podem causar anemia. - Ciclo: ovo - larva - protoninfa - deutoninfa adultos

FAMÍLIA DERMANYSSIDAE Figura 1. Visão dorsal do ácaro das aves, Dermanyssus sp. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


25 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

desenvolvimento das aves jovens. - Pode atacar o homem causando dermatites. - Podem ser vetores de agentes patogênicos (vírus, bactérias). - A anemia pode levar a morte dos animais.

- CONTROLE: - Remoção dos ninhos das aves. - Limpeza dos galinheiros, gaiolas. - Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos das instalações. - Higiene e isolamento das aves parasitadas. - Aquisição de aves livres de ácaros. Figura 2. Dermanyssus sp. montado em lâmina

FAMÍLIA MACRONYSSIDAE

A fêmea desse ácaro inicia a postura 12 a 24 horas

após

se

alimentar

de

sangue

no

hospedeiro. Ovos são depositados em fendas ou detritos acumulados no galinheiro, ninhos

GÊNERO Ornithonyssus ESPÉCIES:

Ornithonyssus

bursa,

Ornithonyssus sylviarum

das galinhas ou de outras aves. As fêmeas fazem várias posturas sucessivas, sendo cada postura precedida de uma alimentação de sangue.

48 a 72 horas após a postura há a

eclosão das larvas (estas não se alimentam) e em 24 a 48 horas passam a protoninfa. 24 a 48 horas passam a deutoninfa (estas se alimentam)

Adultos podem sobreviver até 4 a 5 meses no

- Especificidade baixa e ciclo rápido. - Geralmente passa todo o ciclo sobre a ave. - Hematófago.

- Localização preferida é na cloaca que fica com aparência de suja (escura), mas em grandes

ambiente sem alimentação. O hábito alimentar é noturno. De dia são ninhos

- Quelíceras finas e longas.

meses sem alimentação.

O ciclo todo pode ser completado em 7 dias.

nos

- Escudo dorsal pontiagudo.

- Fora do hospedeiro pode sobreviver até dois

e em mais 24 a 48 horas passam a adultos.

encontrados

CARACTERÍSTICAS:

e

frestas

dos

infestações é encontrado em todo o corpo da ave.

galinheiros. HOSPEDEIROS: IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

Galinhas e outras aves domésticas (perus, patos) e silvestres (pombos, pardais).

E SAÚDE PÚBLICA: - Provoca diminuição da postura, perda de peso,

irritação,

anemia,

influencia

no

ESPÉCIE: Ornithonyssus bacoti

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26 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

animais devem ser tratados com acaricidas. CARACTERÍSTICAS: - Parasita de ratos silvestres, podendo parasitar

FAMÍLIA LAELAPIDAE

ratos brancos e camundongos, pois podem

GÊNERO Laelaps

entrar em laboratórios.

ESPÉCIES: Laelaps nuttalli, Echinolaelaps echidninus

CICLO: As fêmeas fazem a postura sobre o hospedeiro ou nos ninhos, sendo grande o número de ovos nas plumas das aves - As larvas eclodem em cerca de três dias (não se alimentam) - em 17

- O 1o par de patas é em forma de S e projetase anteriormente. - Placa genito-ventral ou placa epiginial em forma de gota e escavada posteriormente.

horas passam a protoninfas que se alimentam -

- Presença de cerdas no corpo.

mais 1 a 2 dias passam a deutoninfas - mais 1 a

- Placa dorsal não é dividida e cobre quase todo

2 dias à adultos.

o dorso.

Ciclo pode ser completado em 7 dias.

Figura 4. Ácaro Laelaps sp. HOSPEDEIROS: Ratos Figura 3. Ornithonyssus adulto. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE PÚBLICA: Mesmo do gênero Dermanyssus.

CICLO: São ovovivíparos. A fêmea dá nascimento a larvas que não se alimentam após 10 a 12 horas da fecundação - em 3 a 8 dias passam a protoninfa - em 3 a 8 dias passa a deutoninfa - e

CONTROLE: Mesmo do gênero Dermanyssus, porém os

em mais 5 a 6 dias a adultos. Habitam os ninhos dos ratos.

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27 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

HOSPEDEIROS: IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

Moscas (principalmente Musca domestica) e

E SAÚDE PÚBLICA:

outros insetos.

Tem importância em animais de laboratório. O Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de

CICLO:

um protozoário (Hepatozoon muris) que se aloja

As fêmeas deste ácaro utilizam-se das moscas

no fígado dos ratos.

e outros insetos para dispersão e efetuam a ao

postura nos locais de criação de mosca (fezes).

parasitarem ratos infestados. O rato ao ingerir o

As larvas eclodem em 6 a 10 horas apresentam

ácaro adquire a infecção.

3 pares de patas e não se alimentam. Em 6 a 11

O Echinolaelaps pode provocar dermatite no

horas mudam para protoninfas, em 13 a 24

homem.

horas para deutoninfas e levam quase 24 horas

Os

ácaros

adquirem

o

protozoário

da fase de deutoninfa à adultos. CONTROLE: Limpeza das gaiolas, esterilizá-las com calor, vapor, acaricidas. Aplicação de acaricida nos ratos.

FAMÍLIA MACROCHELIDAE

GÊNERO Macrocheles ESPÉCIE Macrocheles muscaedomesticae

CARACTERÍSTICAS: - Quelíceras queladas fortemente.

Figura 5. Ácaro Macrocheles sp.

- Placa dorsal única. - Primeiro par de patas mais fino, mais longo e sem carúnculas e garras que os demais. - Escudo ventral e genital separados. - Encontra-se em fezes de ruminantes, eqüinos e aves de postura. - Alimentam-se

de

larvas

de

moscas

e

nematóides. - Funciona como controle biológico dos outros, pois os insetos carregam agentes patogênicos (bactérias). - Parasita outros artrópodes.

Figura 6. Ácaro Macrocheles parasitando Musca domestica.

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28 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

O ciclo é completado em 2 a 3 dias.

CARACTERÍSTICAS:

Enquanto a mosca completa 1 geração o ácaro

- Escudos

desenvolvidos

completa 3 gerações.

quitinizados

(ex:

As fêmeas podem ficar ovipositando por até 24

metapodossomal).

escudo

e

bastante

metapodal

ou

- Patas bem desenvolvidas com ventosas.

dias e cada uma coloca um total de 90 ovos.

- Corpo mais largo do que longo. - A larva da abelha morre ou tem disfunção de

IMPORTÂNCIA: - Os adultos são predadores dos ovos e larvas de 1

o

ínstar de moscas, enquanto que as

alguma estrutura devido à alimentação do ácaro com hemolinfa.

ninfas alimentam-se mais comumente de nematóides

promovendo

um

controle

biológico. - É

problemático

em

insetos

criados

em

laboratório.

CONTROLE: - Por

ser

um

problema

em

laboratórios,

recomenda-se o uso de telas nas janelas e portas para impedir o acesso de moscas, já que estas podem estar dispersando os ácaros. - Pulverizar as fezes para controlar as larvas (não

é

ideal

porque

mata

também

os

predadores e passada a ação do inseticida há uma superpopulação de larvas) e pulverizar o ambiente (instalações).

CONTROLE BIOLÓGICO: É complicado por requerer ambiente úmido, porém não fluído e não se alimentam de larvas de 2o e 3o ínstar, consomem em média dez presas por dia, não são muito longevos (a fêmea

Figura 7. Visão ventral (acima) e dorsal de Varroa jacobsoni.

vive em média três semanas). HOSPEDEIROS: FAMÍLIA VARROIDAE

Abelhas.

GÊNERO Varroa ESPÉCIE Varroa jacobsoni

CICLO: Pouco conhecido. Alguns estudos relatam a

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29 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

preferência desse ácaro por zangões, pois estes

ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas

têm livre acesso a outras colméias, levando a

no meio ambiente. As fêmeas dão nascimento

dispersão do ácaro.

as larvas (ovovivíparas) que não se alimentam. Esse ácaro provoca escarificação da pele do animal ao fixar-se (o pedicelo possui garras) o

IMPORTÂNCIA: Ocorrem

grandes

prejuízos

em

apiários,

que leva a uma otite bacteriana subclínica

principalmente em regiões frias pelo estresse, o

(facilita

ácaro parasita principalmente larvas e pupas, o

zebuínos são mais sensíveis a esse ácaro do

que causa má formação dos insetos ou morte.

que o gado europeu, e a presença do ácaro no

Quando os insetos adultos são

ouvido é comum nos animais (20-40 ácaros por

parasitados

eles

tem

diminuição

na

sua

a

penetração

das

bactérias).

Os

ouvido).

produção e no caso de zangões há o perigo do ácaro alastrar-se para

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

outras colméias

E SAÚDE PÚBLICA:

Os prejuízos maiores são em colméias puras

Tem importância apenas como porta de entrada

onde os insetos são mais sensíveis (Europa,

para

EUA), no Brasil com os

bacterianas.

bactérias

e

conseqüentemente

otites

cruzamentos das espécies melíferas, estas adquirem maior resistência a esse ácaro.

CONTROLE: Limpeza e aplicação de acaricida no conduto

FAMÍLIA RAILLIETIDAE

auditivo, pois a presença do ácaro pode levar a

GÊNERO Raillietia

otite.

CARACTERÍSTICAS: - Parasita o conduto auditivo externo. - Escudo dorsal sem forma. - Presença de placa anal.

ESPÉCIES Raillietia flecthmanni, Raillietia auris, Raillietia caprae.

HOSPEDEIROS: Raillietia flecthmanni - búfalos e bovinos Raillietia auris - bovinos Raillietia caprae - caprinos (principal) e ovinos

CICLO: As fêmeas, machos e larvas localizam-se no _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


30 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

PARTE II Carrapatos ____________________________________________________________________________________ FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA

ORDEM ACARI (ACARINA) CARACTERÍSTICAS: - Ácaros de pequeno porte. - Quelíceras modificadas e palpos curtos. - Cefalotórax e abdômen fusionados. - Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Larvas com três pares de patas. - Ninfas e adultos com quatro pares de patas. - Respiração cutânea ou traqueal.

Figura 9. Teleógina de carrapato. - Fêmeas com área porosa na base do capítulo. - Hipostômio com dentes recurrentes.

SUBORDEM METASTIGMATA (carrapatos) (meta - atrás; stigmata - espiráculo)

- Carrapatos com escudo dorsal cobrindo toda a face dorsal no macho e somente 1/3 face dorsal da fêmea, ninfa e larva.

FAMÍLIA IXODIDAE

- Podem ser vetores de agentes patogênicos, provocarem reações cutâneas e causarem anemia. - Dimorfismo sexual nítido. - Ciclo: ovo - larva - ninfa – adultos.

CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS: As fêmeas após se destacarem dos hospedeiros procuram um abrigo próximo ao solo, onde Escudo

põem grande quantidade de ovos. O período de ovipostura é de vários dias.

Figura 8. Escudo incompleto na fêmea e completo no macho de Ixodidae.

Terminada a oviposição as fêmeas morrem. Os ovos são castanhos, esféricos e pequenos. O desenvolvimento do ovo até adulto depende

CARACTERÍSTICAS:

muito das condições de temperatura. As baixas

- Possuem um par de estigmas respiratórios ao

temperaturas

nível da coxa IV abrindo-se em peritremas

prolongam

os

estádios

de

desenvolvimento.

curtos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


31 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

alguns dias, a larva sofre muda da cutícula e se transforma em ninfa. Esta que é octópoda espera alguns dias para o enrijecimento da cutícula,

ingurgita-se

de

sangue

e

muda

novamente de cutícula para se transformar em adultos (macho ou fêmea). As fêmeas repletas de sangue se desprendem do hospedeiro e no solo após um período de descanso, iniciam a ovipostura. Os

Figura 10. Postura de Ixodidae.

machos

permanecem

mais

tempo

no

hospedeiro. A cópula usualmente ocorre sobre o Durante

o

desenvolvimento

os

ixodídeos

hospedeiro.

passam pelos estádios de larva hexápoda, ninfa octópoda e adulto. Larvas eclodidas sobem pelas gramíneas e arbustos e esperam a passagem do hospedeiro para os quais se transferem. Após sugar o sangue dos hospedeiros durante

CLASSIFICAÇÃO DO CICLO DE ACORDO COM O NÚMERO DE HOSPEDEIROS: 1- Monoxeno - Carrapato de um só hospedeiro – É quando todos os três estádios (larva, ninfa e adulto) se alimentam no mesmo hospedeiro,

Figura 11. Ciclo de Boophilus microplus. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


32 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

onde também realizam as mudas. 3- Trioxeno – Carrapato de três hospedeiros – 2- Dioxeno – Carrapato de dois hospedeiros –

Para cada estádio há um hospedeiro, todas as

Os estádios de larva e ninfa são no mesmo

mudas são feitas fora do hospedeiro.

hospedeiro, onde também é realizada a primeira ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o ixodídeo

adulto

procura

um

segundo

hospedeiro.

Figura 12. Ciclo de um carrapato monoxeno.

Amblyomma (Trioxeno) 1- Larvas se alimentam no animal e ingurgitam. 2- Larva muda para ninfa no solo. 3- Ninfa se alimenta, ingurgita e deixa o animal. 4- Ninfa muda para macho ou fêmea 5- Machos e fêmeas copulam e se alimentam no animal. 6- Fêmea vai ao solo fazer postura.

Figura 13. Ciclo de um carrapato trioxeno. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


33 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

Chave para identificação dos gêneros da família Ixodidae encontrados no Brasil 1- Escudo sem ornamentação

2

Escudo com ornamentação

4

2- Olhos ausentes

3

Olhos presentes

4

3- Festões ausentes e sulco anal anterior ao ânus

Ixodes

Festões presentes, sulco anal posterior ao ânus, segundo artículo dos palpos angular Haemaphysalis lateralmente 4- Festões presentes

5

Festões ausentes

6

5- Com 11 festões e olhos presentes

Amblyomma

Com 7 festões e olhos presentes

Anocentor

Festões presentes somente nos machos, escudo usualmente sem ornamentação, coxa I Rhipicephalus com 2 espinhos longos, com 4 placas adanais ventrais (2 pouco desenvolvidas) 6- Sulco pós-anal ausente nas fêmeas e pouco evidente nos machos, Coxa I com dois Boophilus espinhos curtos em ambos os sexos, com 4 placas adanais bem desenvolvidas

OBS: Larvas – Possuem 3 pares de patas e escudo incompleto. Ninfas – Possuem 4 pares de patas e escudo incompleto. Fêmeas – Possuem 4 pares de patas e aparelho genital. Machos- Possuem 4 pares de patas, escudo completo e aparelho genital.

GÊNERO: Rhipicephalus

- Base do gnatossoma geralmente hexagonal.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Palpos e rostro curtos.

Base do capítulo hexagonal

Placas adanais Figura 14. Ninfa de Rhipicephalus sanguineus.

Figura 15. Macho de Rhipicephalus sanguineus.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


34 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

- Escudo sem ornamentação; olhos e festões presentes, coxa I bífida. - Machos com um par de placas adanais desenvolvidas e um par rudimentar. - Peritremas em forma de vírgula acentuados no macho e pouco acentuados na fêmea.

ESPÉCIE: Rhipicephalus sanguineus

HOSPEDEIROS: - Parasita de cães, mas pode parasitar também gato e carnívoros silvestres.

CICLO:

É

um

carrapato

que

exige

três

Figura 16. Cão parasitado por Rhipicephalus sanguineus.

hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), pois todas as mudas são feitas fora dos

As fêmeas põem de 2000 a 3000 ovos em toda

hospedeiros.

sua vida.

PARÂMETROS BIOLÓGICOS PERÍODO

DIAS

Pré- postura

3

Incubação

17-60

Sucção da larva

2-7

Muda da larva

5-23

Sucção da ninfa

4-9

Muda da ninfa

11-73

Sucção da fêmea

6-30

SOBREVIVÊNCIA

Altas

infestações

provocam

desde

leves

As larvas não alimentadas podem sobreviver até

irritações até anemia por ação espoliadora.

oito meses e meio.

O carrapato pode atacar qualquer região do

As ninfas seis meses.

corpo, porém é mais freqüente nos membros

Adultos até 19 meses.

anteriores e nas orelhas. É considerado o principal transmissor da babesiose canina; a

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

transmissão

pode

ser

transovariana

ou

E SAÚDE PÚBLICA:

transestadial, pode também transmitir vírus e

Este carrapato é comum em cães. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


35 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

bactérias. Pode atacar o homem causando dermatites.

CONTROLE: -Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento duas ou três vezes com intervalos de 14 dias. -Limpeza dos canis. -Aplicação de acaricidas nas paredes, teto e piso das instalações. -Higiene e isolamento dos cães.

GÊNERO

Boophilus

Figura 18. Macho de Boophilus microplus.

ou

Rhipicephalus Atualmente, após sequenciamento genético o gênero Boophilus passou a ser subgênero de

- Festões ausentes. - Peritremas arredondados ou ovais. - Machos com dois pares de placas adanais desenvolvidas

e

geralmente

com

prolongamento caudal.

Rhipicephalus, passando então a se chamar Rhipicephalus (Boophilus) microplus.

ESPÉCIE

Rhipicephalus

(Boophilus)

microplus

HOSPEDEIROS: Bovídeos, pode ser encontrado em outros hospedeiros domésticos e silvestres.

CICLO: O R.(B.) microplus é um carrapato de um só hospedeiro (monoxeno). As Figura 17. Gnatossoma de Rhipicephalus (Boophilus) microplus

fêmeas

teleóginas)

e

ingurgitadas prestes

a

(denominadas darem

início

a

ovoposição desprendem-se naturalmente do hospedeiro e no solo procuram um lugar

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

apropriado para a ovipostura.

- Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos

A oviposição pode durar vários dias. As

lateral e dorsalmente.

teleóginas realizam a postura de 3000 a 4000

- Base do gnatossoma hexagonal.

ovos que permanecem aglutinados. Terminada

- Escudo sem ornamentação.

a ovoposição a fêmea morre.

- Olhos presentes. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


36 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

A duração do ciclo não parasitário varia muito

*NAS PASTAGENS:

dependendo das condições climáticas, sendo 27

a)Limpeza das pastagens

0

Mudança de vegetação através de drenagem,

desenvolvimento do ciclo.

calagem

C e 80% umidade as condições ideais para o

e

gradagem

do

solo

diminui

consideravelmente a quantidade de larvas na pastagem. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA:

A limpeza, com corte de pastos, de arbustos

1-

(abrigos naturais das larvas) contribui para

Dano

direto

causado

pela

picada

do

carrapato, com irritação local e perda de sangue

diminuição da infestação dos rebanhos.

-A picada do carrapato provoca irritação e predispõe o animal a ataques de moscas –

b)Rotação das pastagens

miíases.

Consiste na mudança dos rebanhos para novas

-A pele irritada serve de via de acesso para

pastagens em épocas estratégicas, de acordo

infecções secundárias.

com a biologia do carrapato.

-Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5 ml de

A pastagem deve permanecer em descanso por

sangue, o que provoca anemia e perda na

determinado tempo até que as larvas morram

produtividade de carne e leite.

por falta de alimentação.

-Desvio de energia: Há um enorme esforço do animal para compensar os danos causados pelo

c)Queima das pastagens

carrapato o que representa um desvio de

É um método bastante utilizado no Brasil, porém

energia que seria convertida para produção.

pouco eficaz, pois algumas larvas não morrem

-Desvalorização dos couros e diminuição na

porque penetram no solo ou nas partes mais

produção das vacas leiteiras.

profundas da vegetação.

2- Inoculação de toxinas

d)Tratamento

-Durante a sucção eles injetam substâncias

carrapaticida

tóxicas prejudiciais a saúde dos bovinos.

Não compensa, é uma operação difícil e

-As picadas podem produzir uma paralisia que

onerosa.

das

pastagens

com

se inicia nos membros anteriores e em poucos dias atinge todos os órgãos. Não se tem notícia

*CONTROLE NO HOSPEDEIRO

disso no Brasil.

a)Banho de Imersão É o método preferido há vários anos.

3- Transmissão de doenças

Utilizado para propriedades com grande número

-Transmite a Babesia e o Anaplasma agentes

de animais, pois o custo das instalações e gasto

causadores da tristeza parasitária bovina.

com produtos químicos é alto.

-Pode transmitir também viroses e bactérias. b)Aspersão ou spray CONTROLE: _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


37 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

É econômico e prático, utilizado em pequenas

não deixar que entrem em açudes após o

propriedades.

banho.

Os resultados dependem muito da habilidade e

- Enviar ao laboratório se preciso, amostras do

do cuidado do operador.

banho

para

O jato de deve molhar o animal no sentido

medicamento.

medir

concentração

do

oposto a implantação do pelos. É mais seguro que o de imersão para animais

GÊNERO Amblyomma

novos e vacas gestantes. Deve-se seguir a risca as instruções dos

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

fabricantes dos carrapaticidas.

- Palpos e hipostômio longos. - Geralmente ornamentado.

RECOMENDAÇÕES

NA

APLICAÇÃO

DOS

- Olhos e festões presentes.

BANHOS:

- Base do gnatossoma de formas variadas.

- Verificar o nível da suspensão ou emulsão no

- Placas adanais ausentes no macho.

tanque carrapaticida, ajustando o volume com

- Peritremas em forma de vírgula ou triangular.

adição de água ou de carrapaticida. - Homogeneizar a emulsão ou suspensão, revolvendo o sedimento antes de banhar o gado. - Fazer a recarga do banheiro de acordo com as instruções do fabricante. - Banhar os animais descansados e sem sede. - Banhar os animais nas horas mais frescas do dia. - Evitar exposição dos animais ao sol quente. - Evitar banhar os animais em dias de chuva, e Figura 20. Carrapato Amblyomma sp. ESPÉCIE Amblyomma cajennense

HOSPEDEIROS: - Parasita a maioria dos animais domésticos e alguns silvestres. - Pode parasitar o homem. Figura 19. Peritrema de Amblyomma.

CICLO:

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38 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

É um carrapato que exige três hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), pois todas as

ESPÉCIE Anocentor nitens

mudas são feitas fora dos hospedeiros. A fêmea põe de 6000 a 8000 ovos em toda sua

HOSPEDEIROS: Eqüídeos.

vida. LOCALIZAÇÃO: Principalmente no pavilhão auricular.

IMPORTÂNCIA: Pode transmitir vários agentes patogênicos, como Borrelia, agente da doença de Lyme e

CICLO:

Rickettsia

Monoxeno.

rickettsi

causadora

da

febre

maculosa.

As fêmeas põem em média 3000 ovos no solo.

A sua picada pode originar ferimentos na pele

As larvas podem resistir até 71 dias sem se

de cura demorada.

alimentar quando as condições são favoráveis.

CONTROLE:

IMPORTÂNCIA:

Mesmo do Rhipicephalus.

Pode transmitir vários agentes patogênicos como Babesia.

GÊNERO Anocentor

A sua picada pode originar ferimentos na pele

.

com até perda da orelha.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Favorece miíases.

- Rostro e palpos relativamente curtos. - Peritremas circulares (parece um dial de telefone). - Escudo sem ornamentação. - Com sete festões. - Coxas IV muito maiores que as demais. - Sem placas adanais.

Figura 22. Fêmea de A. nitens FAMÍLIA ARGASIDAE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Não possuem escudo. - Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e Figura 21. Peritrema de Anocentor nitens

anterior nas larvas.

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39 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

- Palpos livres. - Orifício genital entre as coxas I e II. - Fêmeas sem áreas porosas na base do capítulo. - Tegumento coriáceo, rugoso e granuloso. - Peritrema entre o 3 e 4 par de coxas. - Dimorfismo sexual pouco acentuado.

GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA: Argas, Ornithodorus e Otobius.

GÊNERO Argas CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: - Face dorsal separada da ventral por um bordo lateral nítido. - Achatado dorso-ventralmente. - Aparelho bucal na face ventral.

Figura 24. Face dorsal e ventral de Argas sp.. −

Durante o dia os adultos permanecem

escondidos em buracos e frestas, sob cascas de árvores, lugares protegidos da luz. −

À noite saem dos esconderijos e sobem nas

aves para sucção que dura em média 30 minutos. −

Após a alimentação as ninfas e adultos

voltam para os esconderijos e as fêmeas se preparam para postura. − Figura 23. Carrapato Argas sp.

HOSPEDEIROS: Galinha, peru, pombo e outras aves. Carrapato comum em galinheiros.

CICLO:

Cada sucção corresponde a uma postura de

120 a 180 ovos. −

A fêmea põe ao todo uns 600 ovos.

O período de incubação dos ovos é de três

semanas

dependendo

da

temperatura

e

umidade. −

A larva hexápoda ataca as aves, fixando-se

geralmente na pele do peito e sob as asas onde

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40 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

suga durante 5 a 10 dias, depois disso ela

retorna ao esconderijo.

esconderijos, e as fêmeas só realizam postura

Depois

esconderijo

de

ingurgitada

onde

ela

muda

volta

a

ao

Os adultos copulam fora do hospedeiro, nos

após o repasto sangüíneo.

cutícula

transformando-se na N1 (ninfa 1 ou protoninfa).

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

E SAÚDE PÚBLICA:

Esta procura o hospedeiro e alimenta-se por

30 a 60 min.

-Tem importância pela sua ação espoliadora

Regressa ao abrigo e muda para N2.

levando à anemia e mortalidade de aves,

Esta também procura o hospedeiro se

principalmente as jovens.

alimenta e muda.

- Há lesões hemorrágicas na pele.

Após a muda aparecem os adultos.

-Os carrapatos irritam as aves, estas bicam a

Ciclo biológico em condições favoráveis de

pele e conseqüentemente há diminuição da

temperatura e umidade se completa em 2

postura.

meses.

-Há desenvolvimento retardado das aves novas. -Serve como transmissor de microorganismos (Borreliose).

DIAGNÓSTICO: Procurar os ácaros à noite, larvas a qualquer hora do dia principalmente embaixo das asas.

GÊNERO Ornithodorus CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Argasidae sem limitação das faces dorsal e ventral. Figura 25. Ciclo do carrapato de aves Argas.

- Formato de corpo retangular. -Hipostômio bem desenvolvido nos adultos.

1- Adultos ingurgitam sobre a ave. 2- Fêmea cai e faz postura dos ovos. 3- Larvas fixam-se na ave. 4- Larvas ingurgitam.

HOSPEDEIROS: Homem e animais domésticos.

5- Larvas caem e fazem ecdise. 6- Ninfas 1 fixam-se na ave e ingurgitam.

CICLO:

7- Ninfas 1 caem e fazem ecdise para Ninfas 2

Vivem em solo arenoso, em áreas sombreadas,

8- Ninfas 2 sobem na ave e ingurgitam.

ao redor de árvores.

9- No solo as N2 passam a adultos, macho e fêmea.

Muito parecido com o anterior, só mudam os

10- Adultos sobem na ave e alimentam-se.

hospedeiros e passam por duas ou mais fases de ninfa antes de chegarem a adultos.

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41 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

HOSPEDEIROS: - Eqüinos. - Ruminantes. - Suínos. - Caninos. - Homem.

ESPÉCIE: Otobius megnini

CARACTERÍSTICAS: - Vive nos estádios larvais e ninfais nas orelhas de

eqüídeos,

bovinos,

ovinos

e

outras

espécies. - Os adultos não são parasitos. - Todas

as

mudas

são

realizadas

no

hospedeiro. - Os

Figura 26. Vista dorsal e ventral de Ornithodorus sp.

parasitos

sugam

sangue

e

causam

irritação que resulta em inflamações. - As larvas e ninfas localizam-se na orelha.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

- Os adultos vivem em esconderijos como

E SAÚDE PÚBLICA:

galhos de árvores onde ocorre a cópula e a

-Transmissor da Borrelia causadora da doença

postura (adultos não se alimentam). - As larvas eclodem, vão até o hospedeiro

de Lyme. -São hematófagos e provocam grande irritação.

(orelha) em 5 a 15 dias passam a ninfa1 – ninfa2 – podem ficar até seis meses na orelha – deixam o hospedeiro e vão para lugares

CONTROLE: Destruição

dos

esconderijos,

aplicação

de

altos e secos onde se transformam em adultos.

acaricidas.

GÊNERO Otobius

DIAGNÓSTICO:

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Otoscopia para visualizar larvas e ninfas.

- Argasidae

com

tegumento

granuloso

no

estádio adulto. - Olhos ausentes. - Hipostômio bem desenvolvido na ninfa e vestigial nos adultos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


42 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

Laboratório de Parasitologia Veterinária da UFSM Responsável: Dra Silvia Gonzalez Monteiro

Principais Carrapatos de Importância Médica Veterinária Amblyomma

Amblyomma (peritrema)

Anocentor Anocentor (peritrema)

Boophilus

Boophilus (peritrema)

Rhipicephalus Rhipicephalus (Peritrema)

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


43 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

PARTE III Sarnas ____________________________________________________________________________________ SUBORDEM:

SARCOPTIFORMES

OU

um hospedeiro susceptível. Contato direto entre

ASTIGMATA

os animais e fômites.

CARACTERÍSTICAS:

PERÍODO DE INCUBAÇÃO:

-Ácaros sem estigmas respiratórios (trocas

Varia

gasosas pela pele).

hospedeiro, número de ácaros transferidos e

-Coxas fundidas a face ventral do corpo.

local de transferência. Varia de 2 a 6 semanas.

com a espécie, susceptibilidade do

-Quelíceras com quelas. -Corpo pouco quitinizado.

ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO:

-Tarsos com empódio unciforme ou em forma de

Ovos, larvas, duas gerações de ninfas e adultos.

ventosa. -Olhos ausentes.

CICLO COMPLETO -Psoroptidae: 8 a 20 dias / -Sarcoptidae: 10 a 20 dias.

TRANSMISSÃO: Ocorre quando os ácaros são transferidos para

Família

Gênero

Hospedeiro Vertebrado

Espécie

Sarcoptidae

Sarcoptes

Homem

Sarcoptes scabiei

Eqüinos

S. scabiei var. equi

Cães

S. scabiei var. canis

(Ácaros escavadores)

Suínos

S. scabiei var. suis

Bovinos

S. scabiei var. bovis

Ovinos

S. scabiei var. ovis

Caprinos Notoedres

Gatos, coelhos,rato

Notoedres cati, N. cuniculi, N. muris

Cnemidocoptidae

Cnemidocoptes

Galiformes

Cnemidocoptes gallinae

(Ácaros escavadores)

(sarna podal das aves)

Galiformes

Cnemidocoptes mutans

Periquito

Cnemidocoptes pilae

Eqüinos

Psoroptes equi

Coelhos

Psoroptes cuniculi

Ovinos

Psoroptes ovis

Bovinos

Psoroptes natalensis

Psoroptes Psoroptidae

Psoroptes bovis

(Ácaros superficiais)

Psoroptes caprae

Chorioptes

Ruminantes, eqüinos e coelhos

Chorioptes ovis, Chorioptes bovis, Chorioptes equi, Chorioptes cuniculi

Otodectes

Cão, Gato, e outros carnívoros

Otodectes cynotis

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44 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

MORFOLOGIA DAS SARNAS:

Figura 27. Sarcoptes sp. Figura 30. Psoroptes sp

Figura 28. Notoedres sp.

Figura 31. Chorioptes sp.

Figura 29. Cnemidocoptes sp. Figura 32. Otodectes sp.

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45 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

1-FAMÍLIA SARCOPTIDAE: (ESCAVADORES) - Escavam galerias na pele (intradérmicas) na

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

qual penetram profundamente provocando um

- 0,2 a 0,5 mm

espessamento da pele, sem formação de

- Gnatossoma cônico, tão longo quanto largo.

crostas.

- Corpo estriado com áreas escamosas e

- Corpo globoso.

espinhos curtos e grossos na face dorsal.

- Rostro curto e largo.

- Machos com ventosas nas patas I, II, e IV.

- Patas curtas e grossas

- Fêmeas com ventosas nas patas I e II.

- Patas

posteriores

encaixadas

total

ou

- Ânus terminal.

parcialmente no idiossoma (parte final do

- Pedicelo longo e simples

corpo).

- Corpo globoso.

- Machos sem ventosas copuladoras adanais.

GÊNERO: Notoedres

- Gêneros: Sarcoptes, Notoedres.

ESPÉCIE: Notoedres cati (gato), muris(rato)

Figura 33. Túneis escavados por Sarcoptes e Notoedres na epiderme.

GÊNERO: Sarcoptes ESPÉCIE: Sarcoptes scabiei: var. equi, var.

Ânus dorsal

canis, var. suis.

Figura 35. Sarna do gênero Notoedres CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Sarna da cabeça do gato. - Ânus dorsal. Presença de espinhos

- Corpo globoso. - 0,1 a 0,25 mm. - Machos com ventosas nas patas 1, 2 e 4.

Figura 34. Sarna do gênero Sarcoptes sp.

- Fêmeas com ventosas nas patas 1 e 2.

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46 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

- Face dorsal com escamas rombas.

- Corpo estriado, face dorsal com saliências mamelonadas.

CICLO BIOLÓGICO:

- Gnatossoma mais largo do que longo.

GÊNERO Sarcoptes e Notoedres

- Fêmeas sem ventosas nas patas.

Em seu ciclo evolutivo passam pelas fases de

- Machos com cerdas longas e ventosas em

ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fêmea

todas as patas.

imatura

- Pedicelos não segmentados.

e

fêmea

adulta

ou

ovígera.

A

transformação da fêmea imatura em adulta

- Ânus terminal

ocorre após a fertilização. A fêmea fertilizada

- Apresentam duas cerdas ao lado do ânus

escava galerias na epiderme, onde se nutre de linfa. À medida que escava seu túnel, vai efetuando a postura dos ovos. Esses vão surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se Gnatossoma mais largo que longo

sucedem durante dois meses, ficando para trás os mais velhos. A fêmea gasta cerca de meia hora para atravessar a camada córnea da pele. O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo aspecto irritativo e pelas excreções enegrecidas que a fêmea vai deixando. Os ovos dão nascimento, em cerca de cinco dias, a larvas hexápodes que passam para a superfície da pele onde procuram alimento, abrigo e passam por uma ecdise, surgindo as ninfas, octópodes. Após nova muda de pele, surgem os machos e as fêmeas imaturas; o primeiro procura essas últimas para a fertilização. Passados alguns dias, a fêmea imatura, já fertilizada, passa por nova ecdise resultando na fêmea adulta, que procura penetrar na pele recomeçando o ciclo. Assim, o ciclo se completa em 10 a 14 dias.

Figura 36. Sarna do gênero Cnemidocoptes

2- FAMÍLIA CNEMIDOCOPTIDAE

GÊNERO Cnemidocoptes ESPÉCIE Cnemidocoptes mutans CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Sarna podal dos galináceos. - Não possuem espinhos na face dorsal.

Ciclo biológico do gênero Cnemidocoptes As fêmeas não praticam galerias como fazem as do

gênero

Sarcoptes;

elas

permanecem

sedentárias e sua presença determina uma proliferação aumento

epidérmica da

acompanhada

substância

córnea.

de Essa

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47 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

proliferação é bem marcada nas excrescências

em que se desenvolve o tecido esponjoso, não

das patas, resultado de um tecido alveolar

se nota mais qualquer sinal de inflamação.

tomado de numerosas pequenas câmaras, repletas de ácaros em todos os estágios do

3- FAMÍLIA PSOROPTIDAE – ácaros não

desenvolvimento. O ácaro invade ativamente a

escavadores

epiderme, penetrando no folículo plumoso ou

- São ácaros superficiais, produzem formação

atravessando diretamente a camada córnea

de crostas espessas.

epidérmica, Instala-se nas camadas superficiais

- Corpo ovóide.

da epiderme, danificando-a em direção à derme.

- Face dorsal sem espinhos.

Ao mesmo tempo os bordos da depressão por

- Rostro longo e cônico.

onde

- Machos com ventosas (copuladoras) adanais.

penetrou

reagem

produzindo

uma

abundante quantidade de substância córnea que

- Patas longas e espessas, 40 par de patas nos

vai

machos é menor que o terceiro.

recobrir

transformando-a

totalmente em

uma

a

depressão,

pequena

fechada. No estágio seguinte

bolsa

- Gêneros: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes.

as células

epidérmicas entram em proliferação, englobando

GÊNERO Psoroptes

o ácaro. No interior da câmara o ácaro

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

permanece separado do estrato por germinativo

- Corpo ovóide.

da pele por uma fina camada de queratina.

- Parasitas de eqüídeos, bovinos, ovinos,e

Pouco a pouco a câmara vai se aprofundando

coelhos.

na derme. Parece que todo o desenvolvimento

- 0,5 a 0,8 mm.

do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. Em certo momento a bolsa primitiva dará origem, por meio de um mecanismo semelhante ao brotamento, a uma bolsa secundária que acaba por se separar da bolsa mãe. A repetição do mecanismo conduz finalmente à produção de um tecido esponjoso. Apenas na fase inicial da invasão das camadas superficiais da epiderme pelo ácaro estabelecese uma reação inflamatória; esta consiste em uma necrose focal da parte da derme ou epiderme imediatamente subjacente ao ponto de penetração do ácaro. Observa-se também a presença de um exsudato inflamatório. Logo que o ácaro se instala mais profundamente na

Pedicelo triarticulado

epiderme, essas manifestações inflamatórias

Figura 37. Sarna do gênero Psoroptes

desaparecem e durante os estágios seguintes, _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


48 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

- Gnatossoma mais longo que largo.

- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV.

- Patas grossas e longas terminando em longos

- Machos sem tubérculos abdominais.

pedicelos tri-segmentados - Machos com ventosas nas patas I, II e III.

GÊNERO Chorioptes:

- Fêmeas com ventosas nas patas I, II e IV.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

- Machos

- Sarna de ovinos, bovinos, caprinos e eqüinos.

apresentam

duas

ventosas

copulatórias ao lado do ânus

- 0,3 a 0,6 mm.

- Machos com 40 par de patas bem reduzido.

- Gnatossoma tão longo quanto largo.

- Ânus terminal.

- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. - Fêmeas com ventosas nas patas I,II e IV.

GÊNERO Otodectes

- Pedicelo curto e simples, sem segmentação.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

- Peças bucais arredondadas.

- Sarna auricular de cães e gatos.

- Machos com tubérculos abdominais.

- 0,3 a 0,5 mm. Pedicelo curto

- Ventosas com pedicelos curtos e simples, sem segmentação.

Ápódemas divergentes

- Corpo ovóide. 0

- O 4

par de patas das fêmeas é muito

pequeno. - Gnatossoma em forma de cone. - Fêmeas com ventosas nas patas I e II.

Figura 39. Ácaro Chorioptes sp.

Ciclo Ápódemas convergentes

biológico

dos gêneros

Psoroptes,

Otodectes e Chorioptes As sarnas psorópticas são produzidas por ácaros dos gêneros Psoroptes, Otodectes e Chorioptes, da família Psoroptidae dos ácaros Astigmata parasitos. Caracterizam-se por serem sarnas não penetrantes, superficiais, em que o agente causal não pratica galerias dentro da

Figura 38. Macho de Otodectes sp. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


49 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

pele do hospedeiro, e se desenvolve nas regiões

intermamário, escroto, regiões glúteas, podendo,

lanosas ou bem dotadas de pêlos dos animais.

no entanto, estender-se por todo o corpo, sendo

Elas apresentam as mesmas fases evolutivas

raro no rosto. O papel patogênico não reside

em seu ciclo que Sarcoptes scabiei, no entanto,

somente na lesão produzida pelo ácaro mas

não praticam galerias no interior da pele. Esses

também na contaminação secundária desta ou

ácaros

das escoriações provocadas pelo indivíduo ao

picam

a

pele

causando

irritação,

descamação e exsudação de soro, vivem e se

se coçar.

multiplicam sob a descamação provocada e a

Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais

sua contínua atividade provoca o agravamento

domésticos podem infestar o homem, porém a

da lesão. Alastra-se de preferência nas regiões

de origem animal é muito menos grave do que a

bem dotadas de pêlos do corpo do animal.

humana, porque os ácaros não escavam a pele e não se multiplicam. Ocorre apenas uma

DIAGNÓSTICO DAS SARNAS:

erupção papular avermelhada, com prurido que

Detecção dos ácaros nas galerias (extração

desaparece em poucas semanas.

mediante agulhas) ou em raspados de pele. A

Os ácaros que causam a sarna sarcóptica dos

verificação dos túneis, das vesículas que se

animais

formam na parte terminal desses e a distribuição

semelhantes à espécie que causa a escabiose

zonal

o

humana, mas representam subespécies de S.

obtida

scabiei, pois não são facilmente transferidas de

das

lesões

diagnóstico.

A

sua

são

elementos para

confirmação

é

fazendo um raspado do material cutâneo para a

domésticos

são

estruturalmente

um hospedeiro para outro.

obtenção de exemplares do ácaro e observação microscópica.

SINTOMAS: Família Sarcoptidae:

EPIDEMIOLOGIA DA SARNA SARCÓPTICA:

Pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e

A sarna sarcóptica humana é conhecida desde

engrossamento da pele.

remota

Uma

antigüidade.

A

infecção

alastra-se

das

características

principais

dessa

rapidamente em grupos de pessoas como em

parasitose é o prurido que vem sobretudo à

hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais

noite, quando o indivíduo deita para dormir. A

etc.,

O

lesão cutânea é típica: observam-se áreas

contágio se realiza quando as fêmeas do ácaro

eritematosas, pápulas foliculares e vesículas nas

passam do indivíduo atacado para o indivíduo

regiões afetadas.

sadio; é favorecido pelo uso de roupas de cama

A maioria dos sintomas cutâneos é devida a

ocupados anteriormente por pessoas infestadas,

infecções secundárias. Há indicações de que a

peças do vestuário e quase sempre é noturno. O

primeira infestação pelo ácaro não determina

contágio é facilitado pela falta de higiene e

coceira imediata; depois de cerca de um mês

promiscuidade. O ácaro localiza-se na epiderme,

aparece o prurido e então se instala a coceira - o

sob a camada córnea, predominantemente nos

paciente tornou-se agora sensível ao ácaro.

espaços interdigitais, cotovelos, axilas, sulco

Após ter sido infestado uma vez, ao se

causando

sérios

inconvenientes.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


50 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

reinfestar, a inflamação tem lugar em poucas

escamas semelhantes às da caspa. Não sendo

horas. Uma pessoa já sensibilizada começa a se

tratada, a sarna sarcóptica prejudica muito a

coçar imediatamente e freqüentemente remove

saúde dos animais que passam por um período

o ácaro, terminando a infecção, enquanto que

de desnutrição progressiva terminando com a

na pessoa não sensibilizada o parasita se

morte do animal.

desenvolve por cerca de um mês antes que o hospedeiro tome conhecimento.

- A sarna sarcóptica do carneiro e ovelhas se desenvolve nas partes não recobertas de lã,

- Na cabra a sarna sarcóptica geralmente se

portanto, na cabeça do animal. Provoca coceira

inicia

intensa,

pela

cabeça

e

orelhas,

podendo

determinando

o

ato

de

coçar

generalizar-se e invadir o corpo e membros.

ocasionando lesões cutâneas; freqüentemente

Caracteriza-se

há infecção nos olhos que podem conduzir à

pela

formação

de

crostas

acompanhada de coceira, perda de pêlos e

perda da visão.

espessamento da pele. - Na sarna sarcóptica dos cavalos, as primeiras - No cão a sarna sarcóptica manifesta-se no

lesões visíveis ocorrem na cernelha e em torno

início por um prurido ou coceira que coincide

da cabeça, podendo também se iniciar pelo

com o aparecimento de pequenos pontos

peito e pelos flancos. A intensa coceira obriga o

vermelhos na pele, semelhantes a picadas de

animal a se esfregar fortemente contra objetos

pulgas, que se localizam inicialmente na cabeça,

que o rodeiam. A presença e a atividade dos

focinho, ao redor dos olhos e principalmente na

ácaros causa intensa irritação; a pele inflama-se,

margem da orelha, mais tarde as máculas são

aparecendo vesículas em torno do ponto de

substituídas por vesículas (pequenas bolsas

penetração dos ácaros. As vesículas, sendo

cheias

rompidas,

de

líquido).

Os

pêlos

caem

libertam

o

seu

conteúdo

que,

progressivamente e com o ato de coçar há

secando, dá origem às crostas. Nas áreas

exsudação de soro que, secando, origina

afetadas os pêlos mantêm-se eretos e muitos

crostas salientes que se iniciam, sobretudo no

caem. Do ato de coçar resulta injúria mecânica

bordo posterior da orelha. Quando se desconfia

com a formação de grandes crostas firmemente

que um cão está atacado por sarna sempre se

aderentes aos tecidos subjacentes. Com a

deve examinar a parte inferior da margem

movimentação do animal podem romper-se e o

posterior das orelhas. Nessa região a sarna

soro e sangue conferem uma coloração amarelo

provoca um grande número de pequenas

- avermelhada às lesões. A parasitose pode ter

saliências no tamanho de grãos de areia de

curso rápido e ser até mortal. A sarna sarcóptica

modo que, quando se aperta e se passa essa

eqüina é geralmente transmitida por contato

região entre os dedos, se tem uma sensação de

direto entre os animais; no entanto, arreios,

aspereza

selas e outros também podem ser responsáveis

semelhante

à

uma

superfície

granulosa”. Nos cães novos as lesões se

pelo contágio.

manifestam pelo desprendimento de pequenas _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


51 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

- No coelho a sarna sarcóptica manifesta-se no focinho, lábios, queixo, base das unhas, orelhas e planta dos pés. É acompanhada de intensa coceira e de formações crostosas. Dissemina-se facilmente nas criações e quando não tratada é mortal.

- No gado bovino a sarna sarcóptica é pouco freqüente; geralmente se inicia na parte interna das coxas, na face inferior do pescoço e na base da cauda, de onde pode alastrar-se para todo o corpo.

- Também o porco é um animal sujeito ao ataque por S. scabiei, onde a sarna se instala de início na cabeça, principalmente nas orelhas e ao redor dos olhos, de onde pode alastrar-se por

Figura 40. Lesão de sarna notoédrica em gato. formando cadeias, principalmente na borda das orelhas, deformando o contorno destas; em seguida

aparecem

crostas

cinzentas-

amareladas, provocando a queda dos pelos.

todo o corpo. Manifesta-se por intensa coceira e pela formação de crostas, sendo mais severa

Sarna Cnemidocóptica: Aves andam com dificuldade, prurido moderado,

em leitões.

patas com aspecto engrossado e descamação da pele, má formação das patas.

Sarna Notoédrica: - Em gatos localiza-se principalmente nas orelhas e na cabeça do animal, podendo estender-se para

outras partes do

corpo,

sobretudo em torno dos órgãos genitais. Os sintomas incluem coceira, formação de crostas que se espessam, endurecem e se desenvolvem à

custa

de

extravasamento

exsudações

de

de

Eventualmente

sangue.

soro

e

Sarna Psoróptica: - Psoroptes bovis (Gerlach, 1857) é a causadora da

sarna

psoróptica

em

bovinos,

cujos

primeiros sintomas são coceira intensa da pele na cernelha, na base da cauda ou nas partes látero - dorsais do pescoço. Dessas regiões pode alastrar-se pelo dorso e flancos do animal, atingindo eventualmente todo o corpo. À medida

pode se transferir para o homem.

que os ácaros se multiplicam, infligem uma série - Em coelhos ocorre prurido nos lábios e região nasal. Essa sarna é cefálica, iniciando-se nas orelhas e depois descendo pela parte ventral do pescoço, podendo estender-se às patas e região dos

órgãos

genitais.

As

lesões

iniciais

constituem-se de pequenas pápulas que vão

de pequenos ferimentos a pele, seguidos de coceira, formação de pápulas, inflamação e exsudação de soro. O soro que vem a superfície mistura-se com sujeira e solidifica-se formando escamas

amarelo

-

acinzentadas,

freqüentemente mostrando também manchas de

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52 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

sangue. Inicialmente as escamas têm cerca de

infestação são indicadas por hiperemia (excesso

0,5 cm de diâmetro; à medida que os ácaros vão

de fluxo sangüíneo na superfície do corpo) e

passando para a pele sadia circunjacente, a

pela formação de crostas vermelho castanhas

lesão gradativamente aumenta. Com o avançar

próximo da base do pavilhão auricular; com o

da parasitose, extensas áreas ficam desnudas e

avançar da parasitose, pode afetar toda a

cobertas de crostas. A pele espessa-se, a

superfície interna da orelha. A complicação mais

coceira é intensa e o animal é constantemente

séria é a infecção piogênica do ouvido médio

irritado.

que pode se estender ao ouvido interno. A invasão das lesões por bactérias pode levar à

- Psoroptes caprae causa a sarna psoróptica em

formação de ulcerações. A presença de ácaros

cabras, tendo a parasitose desenvolvimento

no ouvido médio resulta também em distúrbios

idêntico

nervosos;

à

observada

na

espécie

bovina,

os

animais

assim

atacados

podendo aparecer em qualquer parte do corpo;

freqüentemente sacodem a cabeça e raspam

parece haver tendência a se limitar às orelhas

com as unhas

da cabra, determinando sarna auricular que

produzindo

embora rara, pode causar surdez, perda de

intensificam as dores.

a base do pavilhão auditivo

ferimentos

que

ainda

mais

apetite e, em casos extremos, a morte do animal.

Sarna Otodécica: Essa espécie determina irritação no conduto

- Psoroptes ovis é a responsável pela sarna

auditivo de cães e gatos; não pratica galerias

psoróptica de carneiros e ovelhas, em que

no tegumento, mas alimenta-se de fluidos

provoca desmerecimento do couro e da lã, e

tissulares na profundidade do canal auditivo,

assume tal aspecto de gravidade que chega a

próximo do tímpano. Da porção média do

determinar a morte dos animais parasitados. A

conduto auditivo para o tímpano aparecem

irritação é severa e freqüentemente se observa

crostas;

os animais infestados coçarem-se e mesmo se

hemorrágico. Em virtude

morderem.

provocada pelo ácaro, o canal vai acumulando

o

tímpano

pode

mostrar-se

da intensa irritação

produtos inflamatórios, cera alterada e ácaros. - Psoroptes equi, a sarna psoróptica em cavalos

Freqüentemente

é semelhante àquela descrita para bovinos,

afetados.

sendo as primeiras lesões observadas na

Em casos de parasitoses intensas os animais

cabeça.

mostram

sinais

ambos

de

os

ouvidos

distúrbios

são

nervosos,

freqüentemente se movendo em círculos ou - Psoroptes cuniculi ataca coelhos, restringindo-

sacudindo a cabeça. O ato de coçar muitas

se geralmente ao pavilhão da orelha (sarna

vezes conduz ao aparecimento de hematomas

auricular não penetrante); pode expandir-se

na orelha. Infecções bacterianas secundárias as

infestando outras partes da cabeça, pescoço e

vezes resultam em inflamações

mesmo as patas. As primeiras manifestações da

médio e mesmo das meninges.

do ouvido

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53 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

O. cynotis também ataca o furão.

Separação dos animais infestados, alimentação adequada, condições de higiene do recinto

Sarna Chorióptica:

satisfatórias, esterilizar o material de uso nos

- Chorioptes ovis, parece ser a única espécie do

animais (arreios, coleiras) com acaricida sendo

gênero assinalada no Brasil (Freire, 1955),

melhor não utilizá-los antes de 14 à 17 dias.

causa a sarna chorióptica em carneiros e ovelhas,

localizando-se

principalmente

nas

rugas da bolsa escrotal dos carneiros, e que não invade as partes do corpo revestidas de lã comprida.

Por

esse

motivo

foi

também

designada de sarna das partes baixas. Ataca também os pés e os membros, subindo até a face interna das coxas, região escrotal dos carneiros e da mama das ovelhas. As regiões parasitadas se recobrem de crostas e produzem prurido bastante intenso. Parece não atacar a cabeça e demais partes do corpo.

- Chorioptes cuniculi determina em coelhos uma parasitose auricular

quase não

indistinguível

penetrante,

da

sarna

causada

por

Psoroptes, no entanto, é bem menos séria.

- Chorioptes equi

determina uma parasitose

semelhante àquela causada por Psoroptes, mas, as lesões estão geralmente confinadas às partes inferiores das patas, notadamente do boleto, sendo por isso também denominada sarna das patas dos cavalos.

- Chorioptes bovis é responsável pela sarna chorióptica

do

gado

semelhante

a

sarna

bovino,

bastante

psoróptica,

porém

localizada e menos séria. Geralmente restringese à cauda e aos boletos das patas anteriores e posteriores e via de regra não se alastra.

PROFILAXIA: _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


54 Ácaros - Prostigmata ____________________________________________________________________________________

PARTE IV Prostigmata ____________________________________________________________________________________ FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA

ESPÉCIES: -Cheyletiella yasguri – Comumente encontrada em cães.

ORDEM ACARI (ACARINA)

-Cheyletiella blakei – Comumente encontrada SUBORDEM ACTINEDIDA (PROSTIGMATA)

em gatos. -Cheyletiella

CARACTERÍSTICAS: - Estigmas

respiratórios

quando

presentes,

situados anteriormente. - Ovo –Larva – Protoninfa – Deutoninfa – Adultos. - Famílias:

Cheyletidae,

Demodecidae e Trombiculidae.

Myobiidae,

parasitovorax

Comumente

encontrada em coelhos. Todas as espécies podem ser transmitidas para outros animais e ao homem.

CARACTERÍSTICAS: - Os ácaros são grandes (385 µm ), vivem sobre a superfície da pele e seus ovos ficam presos

FAMÍLIA CHEYLETIDAE

em fios do pêlo.

GÊNERO Cheyletiella

CICLO:

HOSPEDEIROS:

- O ciclo desses ácaros é em média de 21 a 35

Coelhos, cães e gatos.

dias sobre o hospedeiro, mas adultos podem sobreviver fora do hospedeiro por 2-14 dias, por isso

a

infestação

pode

ser

adquirida

do

ambiente (Ex: cama) ou por contato direto. PATOGENIA: - Provoca caspa, dermatite descamante. - No homem causa irritação na pele e coceira. - O grande número de ácaros brancos movendose sobre a superfície da pele é chamado de “caspa ambulante”.

FAMÍLIA MYOBIIDAE Figura 41. Adulto de Cheyletiella

GÊNERO Myobia

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55 Ácaros - Prostigmata ____________________________________________________________________________________

CARACTERÍSTICAS: - Causa sarna em camundongos, com coceira e perda de pêlo. o

- 1 par de patas modificado. - Alargamento na lateral do corpo. - Cerdas na extremidade posterior.

Figura 43. Ácaro Demodex humano (acima) e de cão (abaixo). - Dois estádios ninfais. - Corpo dividido numa parte anterior curta e uma posterior alongada e com estriações. ESPÉCIES: -Demodex canis (cão) -D. phylloides (suino) -D. pholiculorum (homem)

Figura 42. Ácaro de roedores Myobia sp.

CARACTERÍSTICAS: - Sarna profunda, que vive no folículo piloso, CONTROLE Higiene, manutenção adequada alimentar, tratar o animal doente e evitar contato com outros animais e fômites.

glândulas sebáceas e sudoríparas por isso tem o corpo alongado. Podem viver em linfonodos e outros órgãos internos como o rim, fígado. - O estabelecimento da doença está relacionado à imunidade. Normalmente atinge filhotes de 3 a

FAMÍLIA DEMODECIDAE

6 meses.

GÊNERO Demodex ESPÉCIES:

Demodex

- Aparecem áreas circunscritas de alopecia na canis

(cão),

D.

phylloides(suino), D. pholiculorum (homem)

cabeça, ao redor dos olhos e na parte inferior da pata (projeções ósseas nas extremidades).

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Patas curtas. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


56 Ácaros - Prostigmata ____________________________________________________________________________________

ninfal

chamada

protoninfa

e

após

para

deutoninfa, ocorre a diferenciação para machos e fêmeas, que vão para a superfície da pele a fim de copularem (fase de contaminação). Após a cópula as fêmeas ovígeras (já fecundadas) e os machos voltam para o folículo piloso. Pode ocorrer o rompimento do folículo e o ácaro mover -se para outros órgãos (ex. fígado) mas não há danos.

CONTROLE: Como é uma sarna de ocorrência natural na Figura 44. Lesões de sarna demodécica. - Há formação de crostas, pontos vermelhos, queda acentuada de pêlos. Não há evidência de prurido.

pele que produz doença em imunodeprimidos, deve-se pesquisar a causa da imunodepressão (mudança de casa, na alimentação, stress) e evitar contato da mãe doente com a ninhada. * D. foliculorum e D. brevi atingem humanos,

- Tipos: Úmido, quando tem pus (infecção

sendo que a primeira nos folículos pilosos do

secundária-imunodepressão).

rosto e a segunda nas glândulas sebáceas do

Seco, com prurido intenso e crosta

mesmo.

superficial. Geralmente inicial e passa para o estado úmido.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Através da coleta de

- Atacam mais os animais jovens e de pêlo

material:

curto. Animais sadios podem ter mesmo sem

1)Para ácaros que penetram profundamente,

apresentar a doença.

como Sarcoptes, Notoedres e Demodex.

- A maioria dos casos é branda e a recuperação espontânea, mas em alguns casos pode levar até a morte (nesses casos os pêlos se tornam esparsos sobre regiões cada vez maiores e a pele se torna áspera e seca - é a sarna vermelha).

? Mergulhe a lâmina de bisturi em óleo mineral, pegue uma prega de pele e raspe mantendo um ângulo reto com a pele até produzir um leve sangramento. 2)Cnemidocoptes. ? Amoleça as crostas com água morna e óleo mineral. Remova as crostas mais soltas, macere

CICLO: Ácaros dentro do folículo piloso, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas (no cão principalmente no folículo piloso e glândulas sudoríparas). Ocorre a eclosão das larvas dentro do folículo, estas passam para a fase

e olhe no microscópio. 3)Sarnas superficiais (Psoroptes, Chorioptes e Otodectes). ? Raspe as crostas soltas e guarde em pote bem fechado. Macere algumas crostas com óleo

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57 Ácaros - Prostigmata ____________________________________________________________________________________

mineral, coloque em uma lâmina e olhe no

requerer de dois meses a um ano, sendo que 1

microscópio com objetiva de 10X.

a 5 gerações podem ser produzidas por ano, fato esse que vai depender da temperatura,

FAMÍLIA TROMBICULIDAE

umidade, e localização. As larvas ficam 15 dias

GÊNERO Eutrombicula, trombicula

no hospedeiro e caus am dermatite intensa, pois inoculam saliva tóxica que lesa as células . As larvas se alimentam-se de linfa.

CARACTERÍSTICAS: - Hematófaga. - Conhecida como micuim. - Escudo com cerdas ramificadas. - Febre fluvial é transmitida pelos trombiculídeos. -Transmitem Rickettsia a roedores silvestres que não desenvolvem a doença, mas podem mais tarde transmitir ao homem. - Saliva tóxica – Causa prurido - Cheio de cerdas nas patas. - Quelíceras pontiagudas

CICLO BIOLÓGICO: São ácaros de vida livre, ninfas e adultos vivem e alimentam-se em matéria orgânica. No solo as fêmeas põem os ovos em áreas abrigadas, em uma semana eclodem as larvas que possuem três pares de patas e é a fase parasitária. Quando um animal ou homem se aproxima as larvas

laranja-amarelada

ou

laranja-

avermelhada rastejam na superfície de terra ativadas pelo CO2 da respiração, fixam-se, alimentam-se no animal e após vão ao solo onde mudam para ninfas e posteriormente para adultos. Adultos normalmente vivem em lugares protegidos e ficam mais ativos na primavera. A ninfa, como o ácaro adulto, tem oito patas. Os corpos são normalmente cabeludos. As ninfas e adultos alimentam de insetos pequenos ou outros organismos. O ciclo de vida inteiro pode _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


58 Ácaros - Cryptostigmata ____________________________________________________________________________________

PARTE V Cryptostigmata ____________________________________________________________________________________ FILO ARTHROPODA

Vivendo no solo, sobem pelas hastes do capim

CLASSE ARACHNIDA

onde são ingeridos pelos animais; no trato digestivo dos animais ocorre a libertação do cestóide que vai parasitar o bovino (eqüino).

ORDEM ACARI (ACARINA) SUBORDEM

CRYPTOSTIGMATA

OU

ORIBATIDA

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRI A E SAÚDE PÚBLICA: É importante por agir como transporte de

SUPER FAMÍLIA GALUMNOIDEA

cestóides para os animais.

FAMÍLIA GALUMNIDAE CONTROLE: SUPER FAMÍLIA ORIBATULOIDEA

Não se tem medidas adequadas para o controle

FAMÍLIA ORIBATIDAE

no pasto.

CARACTERÍSTICAS: ? Os ácaros incluídos na subordem Oribatei ou Cryptostigmata constituem um dos mais numerosos grupos de artrópodes do solo, tanto em número de espécies quanto em número de indivíduos. Eles têm um papel importante na decomposição de substâncias orgânicas no solo. ? Respiração por tubos traqueais que se abrem em estigmas respiratórios na base das patas. Figura 45. Ácaro Cryptostigmata. HOSPEDEIROS: Não

possuem, são

ácaros

de

vida

livre.

CICLO: Ovo

- larva - 3 fases ninfais (protoninfa,

deutoninfa

e

tritoninfa)

e

adultos.

Habitam as camadas superficiais do solo, onde alimentam-se de fezes (coprófagos) podendo desse modo adquirir os ovos de cestóides. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


59 ______________________________________________________________________________________________ • Cada par de patas é inserido em um segmento

CLASSE INSECTA

torácico. MORFOLOGIA EXTERNA:

• A pata se divide em coxa, trocanter, fêmur,

• Os insetos são artrópodes com o corpo dividido

tíbia e tarsos.

em três regiões bem distintas: cabeça, tórax e

• Os tarsos são divididos em três a cinco

abdômen.

segmentos

• Com um par de antenas.

estruturas membranosas chamadas empódio

• Com

três

pares

de

pernas;

É

também

que

podem

e

nesses

ou

não

estão

ter

as

dois

garras

e

apêndices

posteriores chamados de pulvilo.

conhecida por classe hexápoda. • Adultos geralmente, com um ou dois pares de asas.

ASAS

• Respiração traqueal.

Os insetos podem ser ápteros (sem asas -

• Orifício

genital

situado

na

extremidade

pulgas e piolhos) ou dípteros (com 1 ou 2 pares de asas).As asas são estruturas membranosas

posterior do abdome. • Simetria bilateral.

com

• As antenas são divididas em escapo (parte

compostas por nervuras ou veias e suas

articulada na cabeça), pedicelo e flagelo (1 a 10 segmentos). Pode ou não existir arista nos

cerdas

ou

espinhos.

São

características identificam famílias ou gêneros. 1. Nervura Costa (C) - completa ou incompleta 2. Nervura Subcosta (SC)

flagelos. • Os olhos compostos (omátides) são formados por centenas de omatídeos. Visão bastante • Dois a três ocelos, auxiliares na parte dorsal da cabeça, entre os olhos compostos. • Aparelho bucal com um par de mandíbulas, 1 par de maxilas (pode ter palpos maxilares), 1 labro dorsal, 1 lábio ventral e 1 hipofaringe. • Na extremidade da probóscida existe um par de labelas, que varia de tamanho com o tipo de bucal

3. Nervura Radial (R) 4. Nervura Mediana (M) - bifurcação da nervura Radial

ampla para o inseto.

aparelho

escamas,

(mastigador:

mandíbulas

desenvolvidas ou picador: estiletes perfurantes) • O tórax é dividido em 3 segmentos: Protórax, Mesotórax e Metatórax e cada um desses é dividido em 4: um segmento dorsal (noto), dois segmentos laterais (pleura) e um segmento

5. Nervura Cubital (Cu) 6. Nervura Anal (A) OBS: Cada área delimitada por nervuras chamase célula. Essa pode ser apical e fechada ou discal. As nervuras costa e subcosta não se ramificam.

ABDÔMEN Segmentos em anéis, sem apêndices e com cerdas. É onde aparece a abertura genital. Apresenta na região pleural (lateral) os estigmas respiratórios ou espiráculos. Essa região é menos quitinizada para permitir a distensão abdominal.

Os

três

últimos

anéis

não

ventral (esterno).

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60 ______________________________________________________________________________________________

apresentam

espiráculos.

insetos

com

espiráculos no tórax.

Funções: Digestão e absorção dos alimentos. Em alguns insetos há divertículos, geralmente situados

na

parte

anterior

do

estômago,

MORFOLOGIA INTERNA DOS INSETOS

denominados cecos gástricos.

1.Sistema Digestivo –

Proctodeu,

Nos insetos o canal alimentar consiste de um

Freqüentemente, está dividido em três partes:

tubo quase reto, que se estende da boca,

- Intestino delgado ou íleo.

situada na extremidade anterior, até o ânus,

- Intestino grosso ou cólon.

situado posteriormente.

- Reto.

Este tubo é diferenciado em três regiões

O íleo é tubular, o colo é dilatado e o reto

distintas:

globular ou piriforme. Este possui número

- Intestino anterior ou estomodeu.

variável de papilas - chamadas papilas retais - e

- Intestino médio ou mesêntero.

termina pelo ânus.

- Intestino posterior ou proctodeu. Glândulas salivares: Estomodeu:

Ao nível da cavidade bucal abre-se o duto das

Inicia na boca ou cavidade bucal e está dividido

glândulas salivares situadas no tórax ou se

nas seguintes porções: faringe, esôfago, papo e

prolongam até o abdome.

proventrículo.

As glândulas salivares variam nos diferentes

- A faringe, nos insetos sugadores, possui

insetos, podendo ser simples ou lobadas,

musculatura poderosa, e funciona como uma

colocadas simetricamente uma de cada lado do

bomba de sucção.

corpo do inseto.

- O esôfago é um tubo simples que se prolonga

De cada lado sai um duto salivar que se reúnem

até o tórax; sua porção posterior se dilata, em

para formar um canal coletor único, por onde se

alguns insetos, para formar o papo. Ao papo

escoa a secreção salivar.

segue-se o proventrículo que se caracteriza pela forte musculatura das suas paredes e pela

Natureza da secreção salivar

presença de dentes e espinhos.

Varia muito nos vários grupos de insetos; as espécies que se alimentam de sangue de

Função do estomodeu:

vertebrados,

freqüentemente

produzem

É armazenar os alimentos e triturá-los; aí

secreção salivar que contém uma substância

começa também a digestão, graças às enzimas

anticoagulante.

de várias naturezas que variam de acordo com o

A inoculação da secreção salivar por insetos

tipo de alimentação do inseto.

hematófagos, durante o ato de alimentação, provoca nos hospedeiros uma reação cutânea

Mesêntero:

variável de intensidade, de quase imperceptível

Varia de forma segundo o grupo dos insetos.

até severa.

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61 ______________________________________________________________________________________________

Alguns insetos aquáticos possuem brânquias. 2. Sistema Excretor – Ao nível da junção do mesêntero com o

4. Sistema Circulatório –

proctodeu abrem-se os tubos de malpighi, de

Os insetos têm circulação aberta.

função excretora.

A

excreção

nos

insetos

se

apenas

um

vaso

que

se

estende

realiza,

dorsalmente do tórax ao abdome, acima do

principalmente, pelos tubos de Malpighi, que

aparelho digestivo, e que se chama vaso dorsal.

funcionam corno se fossem rins. Os tubos de Malpighi, cujo número e tamanho

Coração:

variam de inseto para inseto, consistem de

É a porção dilatada do vaso dorsal, constituída

vários

de várias câmaras, situada posteriormente.

túbulos

alongados

fechados

na

extremidade livre e que se abrem na luz

A porção mais delgada, situada anteriormente, é

intestinal pela outra extremidade.

a aorta dorsal.

A urina, que é filtrada através das células que

O sangue penetra pelos ostíolos, e daí pela

forram internamente os túbulos, cai na luz

contração do coração é impulsionado para a

destes túbulos e escoa para o intestino, onde é

aorta dorsal.

misturada com as fezes. Antes de ser eliminada

O sangue ou hemolinfa sai da aorta para banhar

pelo ânus, uma grande quantidade de água é

os

reabsorvida pelas glândulas retais e retida no

hemocele, deslocando-se no sentido antero-

organismo do inseto. Este poder de retenção da

posterior.

vários

órgãos

internos,

situados

na

água varia com o inseto e com seu estádio de desenvolvimento.

Hemolinfa: É um líquido claro, esverdeado ou amarelado,

3. Sistema Respiratório –

raramente vermelho, que serve de meio de

-

trocas químicas necessárias ao funcionamento

Os insetos possuem um sistema de tubos

denominados sistema traqueal .

dos tecidos e órgãos.

- As traquéias se abrem para o exterior através

-

de

denominadas hemócitos.

orifícios,

localizados

lateralmente

nos

A

hemolinfa

contém

numerosas células

segmentos torácicos e abdominais, chamados estigmas ou espiráculos respiratórios. - Os estigmas possuem estruturas destinadas a regularizar a entrada e saída do ar no corpo do inseto. Regra geral existem 10 pares de estigmas; nas formas típicas há um par no mesotórax, um na margem anterior do metatórax e um par em cada um dos primeiros sete ou oito segmentos do abdome. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


62 ______________________________________________________________________________________________

gânglios. Desse conjunto partem fibras que inervam as várias partes do corpo. Este conjunto constitui o sistema nervoso periférico. Na frente do cérebro há um gânglio que constitui Hemolinfa

o sistema nervoso simpático e que inerva as vísceras do inseto. Nos insetos os órgãos dos sentidos são muito desenvolvidos. Há várias células situadas em várias partes do corpo, que estão associadas a pelos e cerdas.

Figura 46 . Pata de carrapato seccionada mostrando a hemolinfa.

Os insetos possuem órgãos especiais dos sentidos da visão, da audição, da gustação, do olfato, etc. O complexo das células sensoriais é

Função da hemolinfa:

conhecido por "sensilia".

Consiste no transporte do material nutritivo para os tecidos e recolher os produtos de excreção

Pêlos do corpo dos insetos

para os órgãos excretores.

Funcionam como órgãos sensoriais que captam vários estímulos mecânicos e químicos.

Hemócitos: Funções:

Percevejos e as pulgas - possuem órgãos que a

mesma

dos

leucócitos

dos

células

estranhas

ao

mamíferos. Alguns

detém pequenas alterações na temperatura, orientando-os para os seus hospedeiros.

fagocitam

organismo e são, especialmente ativos nos

Piolhos

-

possuem

órgãos

receptores

da

umidade.

processos de mudas e metamorfoses. Às vezes, os hemócitos se congregam ao redor

6. Sistema Reprodutor –

de corpos estranhos ou de larvas de filarídeos.

Os insetos, regra geral, são artrópodes de sexos separados.

5. Sistema Nervoso –

Há raros casos de hermafroditismo. Em algumas

Cérebro:

espécies a ocorrência de partenogênese é

Situado na região do esôfago encontra-se o

normal.

gânglio supra-esofageano, também chamado

Nos insetos de vida social, como as abelhas, as

cérebro.

formigas e os cupins, algumas formas - as

Do cérebro parte uma dupla cadeia de gânglios

operárias - são incapazes de se reproduzirem.

ventrais que se dirige para a extremidade posterior

do

corpo.

Os

gânglios

se

a. Aparelho Genital Feminino –

intercomunicam com o cérebro por meio de

É constituído de dois ovários que por sua vez

conexões longitudinais. Usualmente para cada

são formados de vários ovaríolos, onde se

segmento abdominal corresponde um par de

originam as células germinais.

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63 ______________________________________________________________________________________________

Os ovaríolos se reúnem e formam os ovidutos,

Alguns ovos possuem espinhos ou outras

um de cada ovário; estes vão constituir o oviduto

estruturas características na casca.

comum, cuja parte posterior é a vagina. Associada

à

vagina,

na

sua

extremidade

Postura:

posterior, há uma câmara genital, em forma de

É

saco, que é a espermateca ou receptáculo

oferecem

seminal

os

desenvolvimento das formas jovens. Algumas

espermatozóides. Ainda anexas à vagina estão

espécies põem ovos isolados uns dos outros,

as glândulas anexas, que fornecem o material

enquanto outras põem os ovos aglomerados.

onde

se

armazenam

realizada,

geralmente,

em

condições

lugares

que

adequadas

ao

para o revestimento do ovo. Mudas: b. Aparelho Genital Masculino –

Durante o desenvolvimento do ovo até o estádio

O aparelho genital masculino é formado de dois

adulto

testículos, um de cada lado do canal alimentar,

transformações

dos quais originam-se os dutos eferentes. Estes

eliminação

se reúnem para constituírem o duto ejaculatório

fenômeno é conhecido por metamorfose dos

que se abre para o exterior. Cada duto eferente

insetos.

o

inseto

e

nas

sofre

uma

suas

renovação

série

estruturas, da

cutícula,

de com cujo

se dilata para formar uma vesícula seminal, onde se alojam os espermatozóides, antes de

Exsúvia:

serem injetados na fêmea. Associadas ao

A cutícula eliminada é denominada exsúvia.

aparelho genital masculino existem as glândulas

Antes de atingir a fase adulta, o inseto muda

acessórias que lançam no duto ejaculatório o

várias vezes de cutícula.

fluido seminal destinado a acompanhar os espermatozóides. O duto ejaculatório termina

Estádio:

pelo

É a forma dos insetos entre duas mudas. O

edeago

Externamente

que a

é

o

genitália

órgão

copulador.

masculina

está

crescimento do inseto somente se realiza na

relacionada com a copulação e transferência do

ocasião da muda, pela ruptura da cutícula do

esperma para os órgãos genitais femininos.

estádio anterior. A cutícula nova, pela ação do ar, vai aos poucos

DESENVOLVIMENTO E METAMORFOSE

adquirindo

consistência

e

assumindo

a

coloração natural dos insetos. Os insetos são, na maioria, ovíparos. Excepcionalmente existem algumas espécies

Ametabolia:

vivíparas.

Quando

Geralmente os ovos são ovais, esféricos ou

apresentarem transformações substanciais. As

alongados, mas há fêmeas que põem ovos em

formas jovens são semelhantes às formas

forma de tonel ou de disco. A casca que envolve

adultas, diferindo apenas pela dimensão. Este

o ovo varia muito, em espessura, forma e cor.

tipo

de

os

insetos

se

desenvolvimento

desenvolvem

é

chamado

sem

de

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64 ______________________________________________________________________________________________

ametabolia e os insetos são chamados de

A pupa não se alimenta.

ametábolos.

Os insetos deste tipo são conhecidos por holometábolos ou holometabólicos. Neste grupo

Tipos fundamentais de formas imaturas:

incluem-se os insetos das ordens Diptera e

As ninfas e as larvas. As ninfas diferem dos

Siphonaptera (Pulgas).

adultos pela ausência de órgãos genitais e pelos rudimentos de asas. As larvas, entretanto, são

CLASSIFICAÇÃO

muito diferentes dos adultos, tanto sob o aspecto

morfológico

como

biológico.

A

A classe Insecta compreende 26 ordens, das

passagem do estádio de larva para adulto se dá

quais

através de um estádio intermediário que é a

interesse na patologia médica e veterinária:

as

seguintes

incluem

espécies

de

pupa. Dois tipos fundamentais de metamorfose podem

Ordem Diptera (moscas e mosquitos)

ocorrer no desenvolvimento dos insetos:

Ordem Hemiptera (barbeiros e percevejos)

(1) - metamorfose incompleta ou hemimetabolia

Ordem Siphonaptera (pulgas)

(2) - metamorfose completa ou holometabolia

Ordem Phtiraptera (piolhos)

(1) Metamorfose incompleta - hemimetabolia. Neste tipo de metamorfose os estádios jovens, que são ninfas, são semelhantes aos adultos. As principais diferenças observadas entre as formas imaturas e os adultos são o tamanho e proporções do corpo, o tamanho das asas, desenvolvimento dos ocelos, quando presentes, formas das antenas e peças bucais. Inclui-se neste tipo de metamorfose os insetos das ordens Hemiptera e Phtiraptera. Os insetos deste grupo são conhecidos por hemimetábolos ou hemimetabólicos.

(2). Metamorfose Completa - holometabolia. Neste tipo os estádios jovens são muito diferentes dos adultos, tanto sob o ponto de vista morfológico como sob o ponto de vista de hábitos. O indivíduo recém eclodido é a larva e o estádio imediatamente anterior ao adulto é a pupa. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


65 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

PARTE VI Piolhos ____________________________________________________________________________________ CLASSE INSECTA

CARACTERÍSTICAS

DOS

PIOLHOS

MASTIGADORES (MALÓFAGOS): Cerdas pelo corpo. Ausência de asas. Passam toda a vida no hospedeiro, agarrados aos pêlos ou penas. Metamorfose

incompleta

(hemimetábolos). Certa especificidade para cada espécie, mas

o

mesmo

animal

pode

ser

parasitado por várias espécies. Maior quantidade de piolhos no inverno (por

causa

da

temperatura)

pela

aglomeração de indivíduos. A

fêmea

cimentante

produz

uma

substância

nas

suas

glândulas

coletéricas que permite que os ovos

Figura 47. Características de um piolho anoplura (sugador).

fiquem colados ao pelo ou penas.

ORDEM PHTHIRAPTERA

Parasita de aves e mamíferos. Os piolhos mastigadores possuem a cabeça mais larga do que o tórax. Os piolhos sugadores possuem a cabeça mais estreita que o tórax.

Três Subordens: -Amblycera

(antena

escondida)-

Piolhos

mastigadores. -Ischnocera

(antena

livre).-

mastigadores.

Piolhos

Figura 48. Ovo (lêndea) de piolho de aves fixado à pena.

-Anoplura – Piolhos sugadores. IMP. MED.VET DOS PIOLHOS: O animal se coça, não se alimenta bem, fica irritado, com má aparência e podem aparecer _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


66 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

infecções secundárias, o que gera perda de

Os piolhos mastigadores se alimentam de

peso e queda na produtividade.

bárbulas de penas e de células de descamação

As espécies que infestam aves são mais

da pele. Algumas espécies ingerem sangue que

daninhas

aflora à superfície da pele.

que

aquelas

ectoparasitas

de

mamíferos. Quando a infestação é muito grande, o animal

DISSEMINAÇÃO:

torna-se irritadiço, espoja-se na terra, coça-se

Através de contato direto, fora do hospedeiro

muito,

morrem em três a sete dias.

não

descansa,

adquire

péssima

aparência e pouco se reproduz. De tanto se coçarem acabam arrancando as penas ou os

LONGEVIDADE SOBRE O ANIMAL:

pêlos, escarificando a pele, o que resulta em

20 a 40 dias

ferimentos agravados por invasão bacteriana. A espécie Trichodectes canis pode servir como

ESPECIFICIDADE:

hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum

Possuem

um cestódeo parasito do cão e ocasionalmente

hospedeiro pode ser parasitado por várias

do homem (através da ingestão do piolho

espécies de malófagos, mas dificilmente 1 sp.

contendo a larva do cestódeo).

de malófago adapta-se a outro hospedeiro que

As espécies que vivem rentes à pele das aves

não o seu). São mais ou menos adaptados a

podem causar sérios prejuízos. Menacanthus

determinadas regiões do corpo.

alta

especificidade.

(Um

mesmo

stramineus (piolho de aves) irrita a pele provocando descamação epitelial e afloramento de sangue do qual se alimentam.

CONTROLE: Tratar e manter os animais isolados e em boas condições de higiene.

PERÍODO EMBRIONÁRIO - Dura cerca de uma

A ocorrência de malófagos é bastante

semana.

comum, principalmente, nos meses mais frios.

CICLO

BIOLÓGICO

GERAL

DOS

Deve-se tratar com inseticidas duas vezes

MALÓFAGOS (PIOLHOS MASTIGADORES):

por semana durante três a quatro semanas.

Ovo – ninfa 1 – ninfa 2 – ninfa 3 – adulto.

Os malófagos passam toda a sua vida entre

Ninfas são parecidas com os adultos, exceto

as penas e os pêlos de seus hospedeiros,

pela

onde põem os seus ovos, em grandes

ausência

de

edeago

gonopódios nas fêmeas.

no

macho

e

massas, sempre colados ao substrato. Tratar com inseticidas repetindo após 10 a

DURAÇÃO DO CICLO:

14 dias.

Mais ou menos 20 dias. SUBORDEM AMBLYCERA ALIMENTAÇÃO:

CARACTERÍSTICAS: Palpos maxilares presentes.

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67 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

Antenas com quatro segmentos.

Abdômen com uma fileira de cerdas dorsal

Fossetas antenais (depressão para guardar

em cada segmento.

as antenas).

Espinhos gástricos visíveis.

Piolhos mastigadores.

Tarso com duas garras.

Antena Palpo

Figura 49. Cabeça de um Amblycera.

Figura 51. Menopon sp. piolho mastigador das aves.

FAMÍLIA MENOPONIDAE

GÊNERO: Menopon ESPÉCIE Menopon gallinae HOSPEDEIROS: Aves.

GÊNERO: Menacanthus ESPÉCIE Menacanthus stramineus HOSPEDEIROS: Aves. Parasita de galinhas, perus, faisões e excepcionalmente pombos.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Possui a cabeça mais larga que o tórax. Apresenta dois tufos de cerdas no quinto segmento abdominal. Menores que um centímetro.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Duas fileiras de cerdas longas e curtas nos segmentos abdominais. Fronte provida

de

processo

espinhoso

Ápteros.

Tufos de cerdas

Figura 50. Segmento abdominal de Menopon mostrando os tufos de cerdas

Figura 52. Menacanthus sp. piolho mastigador de aves.

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68 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

recurvo para trás e para baixo.

Antenas filiformes (três a cinco segmentos).

Antenas com quatro segmentos.

Sem fossetas antenais (antenas livres).

Possuem palpos.

Piolhos mastigadores.

FAMÍLIA BOOPIDAE

FAMÍLIA TRICHODECTIDAE

GÊNERO Heterodoxus

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

ESPÉCIE Heterodoxus spiniger

Três segmentos antenais.

HOSPEDEIROS: Cão

Uma garra ligada ao hospedeiro.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Dois espinhos na região dorsal da cabeça Cabeça subtriangular

GENERO Trichodectes ESPÉCIE Trichodectes canis HOSPEDEIROS: Cão

Têmporas estreitas, não salientes. Parte inferior da cabeça com 2 ganchos voltados para trás e implantados junto à base dos palpos maxilares

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça hexagonal. Uma só garra.

Palpos maxilares com 4 artículos

Antenas com três segmentos.

Protórax livre

Têmporas sem lobos posteriores.

Uma fileira de cerdas longas no abdômen com tergitos e pleuritos bem quitinizados Duas garras nos tarsos

Fronte arredondada. Todos segmentos abdominais com placas pleurais (pleuritos).

Parasito de cães

Estigmas

respiratórios

do

segundo

ao

sétimo segmento (seis pares). Pleuritos

Cerdas abdominais longas. Edeago grande. Não tem palpos. Vetor de Dipylidium caninum para cães.

Placas pleurais

Tergitos Figura 53. Heterodoxus mastigador de cães.

sp.

piolho

SUBORDEM ISCHNOCERA

CARACTERÍSTICAS Palpos maxilares ausentes.

Figura 54. Trichodectes sp., piolho mastigador de cães.

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69 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

GÊNERO Bovicola CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

ESPÉCIE Bovicola sp. HOSPEDEIROS: Ruminantes

Cabeça com aspecto pentagonal, olhos

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

atrás das antenas.

Cabeça arredondada com a “bochecha”

Três

pares

de

estigmas

respiratórios

repartida.

abdominais.

Cerdas abdominais curtas, iguais e em filas

Cerdas abdominais muito curtas.

transversais.

Abdômen do macho com pequena saliência

Manchas nos tergitos.

posterior formada pelo último segmento.

Cabeça tão larga quanto longa

Antenas sem dimorfismo sexual.

FAMÍLIA PHILOPTERIDAE Tergitos

Cinco segmentos antenais com 2 garras ligadas ao hospedeiros.

GÊNERO Goniodes ESPÉCIE Goniodes sp HOSPEDEIROS: Aves

Figura 55. Bovicola sp., mastigador de ruminantes.

piolho

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça em forma de chapéu e com 2 cerdas longas nas extremidades laterais. Tarsos com duas garras.

GÊNERO Felicola ESPÉCIE Felicola subrostrata

nos dois sexos, o último segmento não

HOSPEDEIROS: Felinos

Figura 56. Felicola, mastigador de felinos.

Antenas com cinco segmentos imbricados

piolho

Figura 57. Goniodes sp., piolho mastigador de aves.

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70 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

clavado.

fica no piolho e através das fezes deste,

Tem apêndices recurvos em gancho na

penetra nas feridas.

frente FAMÍLIA PEDICULIDAE

GÊNERO Lipeurus

GÊNERO Pediculus

ESPÉCIE Lipeurus sp

ESPÉCIE Pediculus humanus

HOSPEDEIROS: Aves.

HOSPEDEIROS: Humanos LOCAL: Cabeça

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

-Corpo e cabeça alongados. -Fronte larga, arredondada no ápice.

Olhos grandes.

-Mancha mediana no tórax.

Corpo alongado, cabeça ovóide. Tórax sem segmentos aparentes. Cinco segmentos nas antenas. Olhos simples. Abdômen com sete segmentos. Presença de um rostelo ou dentes préestomais para cortar a pele. Placas pleurais bem quitinizadas. Presença de gonopódios nas fêmeas (duas saliências côncavas internamente e situadas uma de cada lado do orifício genital) com

Figura 58. Lipeurus mastigador de aves.

sp.

piolho

que

se

prende

aos

pêlos

durante

a

ovipostura para o alinhamento dos ovos.

Olhos

SUBORDEM ANOPLURA CARACTERÍSTICAS Piolhos picadores-sugadores (hematófagos). Ausência de asas. Garras grandes. Passam toda a vida agarrados aos pêlos do hospedeiro. Metamorfose incompleta (Hemimetábolos). Transmissores

de

Rickettsia

prowasekii

causador da febre das trincheiras em situações de guerra, microorganismo que

Figura 59. Olhos de Pediculus sp.

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71 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

BIOLOGIA:

muita higiene.

A fêmea põe ovos operculados nas bases dos

As picadas provocam prurido e erupções na

pêlos ou nos fios das vestimentas (conforme

pele, agravadas pela invasão de agentes

subespécie). A fixação no pêlo ou fio se dá por

secundários. Há correlação entre o grau de

uma

infestação

substância

secretada

por

glândulas

especiais (glândulas coletéricas).

e

o

comprimento

dos

cabelos

(Mulheres são mais parasitadas que homens).

Cada fêmea põe cerca de 7 a 10 ovos diariamente (Lêndeas).

DOENÇAS QUE TRANSMITEM:

Período de incubação dos ovos - 8 a 9 dias em

1-Tifo exantemático - Causado pela Rickettsia

condições ideais de temperatura e umidade (33

prowaseki - os piolhos se infectam ao sugarem

o

a 40 C e 90% U. R.).

sangue de um indivíduo doente. A transmissão

Hemimetabólicos- ovo- ninfa (três mudas) –

não se dá pela picada do inseto, nem pela via

adulto.

transovariana. A transmissão da infecção se dá

Desenvolvimento pós-embrionário: 8 a 9 dias.

pela contaminação de feridas da pele com as

Longevidade dos adultos – 9 a 10 dias.

fezes dos piolhos ou pelo esmagamento do conteúdo intestinal em áreas em abrasão. Os

CICLO TOTAL – Em média 18 dias (em

piolhos morrem da infecção em poucos dias.

condições

(invade os tecidos dos piolhos destruindo as

favoráveis

de

temperatura

e

umidade).

células.) O ato de esmagar o piolho com os

Picam o homem intermitentemente (picada dura

polegares possivelmente ocasiona a infecção. A

3 a 10 minutos ou mais). São mais ativos à noite

rickettsia pode permanecer viva e virulenta nas

ou durante o descanso do paciente.

fezes do piolho durante 66 dias.

IMPORTÂNCIA MÉDICA:

2-Febre

São

encontrados

em

indivíduos

de

baixo

escalão social, principalmente que não tem

das

trincheiras-

Transmitida

pela

Rickettsia quintana- O nome surgiu porque a doença

apareceu

entre

os

soldados

que

combatiam nas trincheiras durante a primeira Placas pleurais

guerra mundial (mais de 1 milhão de casos). O doente

apresenta

febre

com

dores

generalizadas somente durante cinco dias, por isso é denominada quintana. O sangue, porém é infectante por quase dois meses. Não é injuriosa aos piolhos (se multiplica no lúmem intestinal) Fonte de infecção é a picada ou fezes. Fezes secas conservam poder infectante durante muito tempo, de modo que a infecção pode ser Figura 60. Pediculus humanus piolho sugador de humanos.

transmitida também por inalações.

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72 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

3-Febre recorrente-Transmitida pela Borrelia

BIOLOGIA:

recurrentis

se

Não é de muita atividade, permanecendo preso

desenvolve na hemocele do inseto). O homem

a dois pêlos durante vários dias, quase sempre

só se infecta pelo esmagamento do inseto e

com as peças bucais presas na pele do

libertação

hospedeiro.

do

uma

espiroqueta

conteúdo

da

que

hemocele

em

Além da região pubiana pode ser encontrado em

qualquer ferimento da pele.

regiões

densamente

pilosas

(cabeça,

GÊNERO Pthirus

sobrancelhas, axilas, etc.).

ESPÉCIE Pthirus pubis

Após a cópula que se realiza no hospedeiro, a

HOSPEDEIROS: Humanos.

fêmea põe ovos nos pêlos da região pubiana ou

LOCALIZAÇÃO: Púbis, axilas, sobrancelhas,

de outras.

cílios (regiões de bastante cabelo). PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 7 a 8 dias. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Garras enormes. Tubérculos

Tórax mais largo que o abdômen. Pernas robustas. Primeiro

par

de

patas

é

menos

desenvolvido. Unhas do segundo e terceiro par de patas fortemente recurvadas. Abdômen

com

os

cinco

primeiros

segmentos fusionados. Abdômen apresenta lateralmente quatro tubérculos

salientes

com

cerdas

nas

Figura 61. Pthirus sp., conhecido por chato, piolho sugador de humanos.

extremidades. Os espiráculos 3, 4 e 5 estão na mesma linha transversal.

CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS:

DESENVOLVIMENTO: 13 a 16 dias.

CICLO TOTAL: 30 dias.

É chamado de “chato” porque é achatado. Precisam da temperatura corporal para sobreviver. Só suportam dois dias fora do

SOBREVIVÊNCIA FORA DO HOSPEDEIRO: Adultos e ninfas vivem dois a três dias.

hospedeiro. Ciclo de ± 16 dias (de ovo a ovo ± 30 dias),

LONGEVIDADE NO HOSPEDEIRO: 30 dias.

com 30 dias de vida adulta.

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73 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

DISSEMINAÇÃO:

Principalmente

por

via

sexual. Também através de toalhas, roupas, assentos de privadas, etc.. OBS: Não se conhece transmissão de doenças, mas sua presença causa prurido mais ou menos intenso, que incomoda o indivíduo. As picadas produzem manchas azuladas na pele devido a saliva das glândulas reniformes.

FAMÍLIA HAEMATOPINIDAE

Figura 62. Haematopinus sp. piolho sugador de ruminantes, suínos e eqüinos.

GÊNERO Haematopinus HOSPEDEIROS: Ruminantes, suínos, bubalinos e eqüinos.

-Haematopinus suis-(suínos) -Piolho dos animais domésticos.

-Haematopinus eurysternus (bovino)-Ocorre

mais

freqüentemente

em

animais

-Muito comum no Brasil.

adultos.

-Regiões mais freqüentes - Dobras do pescoço,

-Clima temperado - No inverno os animais ficam

base das orelhas e entre as pernas.

confinados no interior de estábulos ocorrendo aumento considerável da população de piolhos.

-H. asini- (equídeos)

-Regiões corporais - Pescoço, base da cauda e

-Base da crina e base da cauda.

chifres, nas infestações altas a parasitose se generaliza por todo o corpo.

-H. tuberculatus- (búfalos)

-Verão - os piolhos são raros, limitando-se à

-Podem parasitar bovinos.

orelha e locais onde os pêlos são mais longos. -Brasil - Não constitui problema de grande significação, provavelmente

devido ao fato

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça estreita e alongada.

de não resistirem aos raios solares diretos e a

Sem olhos.

temperatura elevada do corpo do animal.

Antenas com 5 segmentos. Tórax largo.

-Haematopinus quadripertusus- (bovino)

Coxim tibial entre a base da tíbia e tarso.

-Ocorre no Brasil (espécie mais prevalecente

Abdômen alargado.

nos trópicos).

Todas as patas iguais.

-Fêmeas põem ovos quase que exclusivamente

Placas pleurais e parapleurais.

nos pêlos da cauda do animal.

Tubérculos pós-antenais.

-Ninfas sobem para regiões da cabeça, do

Machos possuem um pênis ou edeago.

pescoço e outras onde se tornam adultas. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


74 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

com evidente prejuízo para saúde dos animais. A pele pode se tornar seca com aspecto de

BIOLOGIA: Ectoparasitos de animais domésticos com

sarna.

ciclo biológico parecido ao descrito dos

permanentemente

piolhos humanos.

alimentam direito nem descansam, o que origina

Fêmeas

põem

ovos

nos

pêlos

dos

hospedeiros fixando-os com uma substância

queda

Os

de

animais

parasitados,

pelos

produção

e

piolhos,

prejuízo

injuriados não

para

se

os

fazendeiros.

cimentante. Fêmea põe em média 3 a 6 ovos/dia.

FAMÍLIA LINOGNATHIDAE

Ciclo de 9 a 19 dias. Adultos vivem 30 dias.

GÊNERO Linognathus

Concentra-se em pêlos longos.

Linognathus setosus (cães)

Três estádios ninfais, cada estádio: três a

L. vituli (bovinos)

quatro dias.

L. pedalis (ovinos)

Hemimetabólicos. HOSPEDEIROS: Cães, ruminantes. PERÍODO DE INCUBAÇÃO É de 9 a 19 dias dependendo da espécie, das

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

condições de temperatura e umidade e do meio

Sem placas quitinizadas.

em que são mantidos os animais (ovos não se

Abdômen membranoso.

o

desenvolvem em temperatura inferior a 25 ).

Primeiro par de patas é menor que o segundo e o terceiro.

PERÍODO DE PRÉ-OVIPOSIÇÃO:

Cinco segmentos nas antenas.

É em média de três dias, a fêmea inicia postura que dura vários dias. Número de ovos varia com a espécie (um a quatro por dia). H. suis (mais ou menos 90 ovos, cerca de 3 a 6 por dia).

CICLO TOTAL-20 a 40 dias dependendo da espécie e fatores ambientais.

IMP.MED.VET: -Leva a perda de produtividade dos animais. -A picada do piolho, com inoculação de saliva

Figura 63. Linognathus sp., piolho sugador de cães e ruminantes.

irritante, provoca prurido, obrigando o animal a se coçar e morder o local da picada para se livrar do inseto. O ato de coçar pode provocar

HOSPEDEIROS:

ferida que se agrava pela invasão de germes, _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


75 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

L. vituli - bovinos leiteiros e animais novos.

pelo corpo do animal (Mastigadores) ou

Encontrados no pescoço, barbelas, espáduas,

permanecem presos ao pelo (Anoplura).

períneo, etc.. L. setosus - Cães (novos e velhos)- mais

LOCALIZAÇÃO NO HOSPEDEIRO:

comum em cães de pêlos longos do que de

Preferencialmente na parte superior do corpo,

pelagem curta.

desde a cabeça até a cauda. Há exceções: H. quadripertusus (vassoura da cauda).

BIOLOGIA: Parecida com Haematopinus.

H. suis (nas dobras da pele atrás da orelha

Fêmeas depositam ovos nos pêlos do

e região púbica= início da infestação).

hospedeiro.

Menopon/Menacanthus

Três estádios ninfais.

cobrem o corpo).

-

(penas

que

Duração do ciclo 30 a 40 dias (depende da espécie).

SAZONALIDADE: Mais freqüente no inverno.

TRATAMENTO DOS PIOLHOS EM GERAL:

O pêlo cresce e forma um micro-habitat.

-Medidas de higiene.

No RS há problemas nesta época do ano por

-Aplicação de inseticida.

causa do frio (animais ficam mais próximos uns

-Alguns Inseticidas não agem sobre lêndeas,

dos outros ou são estabulados). Deve-se tratar

então, recomenda-se uma segunda aplicação

antes os animais.

após 10 a 14 dias. IMPORTÂNCIA DOS PIOLHOS: Os anopluras são mais patogênicos do que os

ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA: Identificação

das

espécies,

direcionar

o

mastigadores, pois provocam perda de sangue,

tratamento para a espécie afetada (hospedeiro).

tem

Importante para o diagnóstico e medidas de

patogênicos, abrem uma porta de entrada para

controle.

infecções secundárias, há o enfraquecimento

capacidade

de

transmitir

agentes

dos animais e irritações na pele. CICLO

BIOLÓGICO

DOS

PIOLHOS

EM

GERAL:

CONTROLE DOS PIOLHOS:

No hospedeiro (Anoplura e Mallophaga):

-Produtos químicos em banhos de imersão ou

ovo- ninfa- adulto (macho e fêmea).

aspersão com pressão. Repetir em 10 a 14 dias.

Hemimetábolos.

-Pente fino.

Completa-se em 25 a 35 dias.

-Inseticida em pó nos ninhos.

Ovos (lêndeas) são colocados presos ao

-Limpeza e esterilização dos fômites.

pêlo e em contato com a pele eclodem as

-Produtos pour-on.

ninfas, passam a adultos que se locomovem

-Ivermectinas para sugadores.

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76 Phthiraptera-Piolhos ______________________________________________________________________________________________

Principais Piolhos de Importância Médica Veterinária

Trichodectes

Felicola

Heterodoxus

Bovicola Haematopinus Linognathus

Goniodes

Lipeurus Struthiolipeurus

Columbicola Pthirus

Pediculus Chelopistes

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77 Hemípteras – Barbeiros e ______________________________________________________________________________________________percevejos

PARTE VII Hemípteras ____________________________________________________________________________________ ORDEM HEMÍPTERA

FAMÍLIA REDUVIIDAE - barbeiros

CONCEITOS BÁSICOS:

SUBFAMÍLIA TRIATOMINAE

• Dois pares de asas. • Corpo grande e achatado dorso ventralmente.

NUTRIÇÃO:

• Alimentação: podem ser hematófagos (rostro

São hematófagos em todos os estágios de

curto e reto com três segmentos), predadores ou

evolução (ninfas, fêmeas e adultas). Após a

entomófagos (rostro curvo em forma de arco) e

alimentação defecam.

fitófagos (rostro (hipostômio + quelíceras) longo e com quatro segmentos).

CICLO BIOLÓGICO:

• Olhos bem grandes.

Depois da última muda para adultos, a fêmea e

• Geralmente apresentam dois pares de asas

o macho copulam. Não precisa alimentação

um par anterior do tipo hemiélitro, ou seja, asa

prévia. A fêmea copula apenas uma vez e faz

com parte apical membranosa e parte basal

postura parcelada (1 a 40 ovos em cada

coriácea (dura), que serve para proteção das

postura) num total de quase duzentos ovos em

asas posteriores (membranosas, destinadas ao

toda a sua vida. O macho copula várias vezes.

vôo) quando em repouso.

Após a postura os ovos são brancos e

• Hemimetabólicos (metamorfose incompleta):

operculados. Depois escurecem e quando o

ovo - ninfa (cinco fases) – adulto.

embrião está formado ficam rosados. Período de incubação: 15 a 30 dias. Os ovos do gênero Triatoma e Panstrongylus são isolados, os do gênero Rhodnius são aderidos. A duração do ciclo depende da temperatura, Conexivo

Parte membranosa

Parte coriácea

Figura 64. Asa em hemiélitro.

SUBORDEM CRYPTOCERATA – aquáticos.

SUBORDEM GIMNOCERATA

Figura 65. Adulto, ovos e ninfas de barbeiro.

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78 Hemípteras – Barbeiros e ______________________________________________________________________________________________percevejos

O Panstrongylus possui o tubérculo inserido bem próximo aos olhos compostos (omatídeos) . O Rhodnius possui o tubérculo inserido próximo ao rostro (aparelho bucal).

GÊNERO Panstrongylus CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Tamanho grande. • Cabeça curta e grossa. • Tubérculo antenal bem próximo ao olho.

Figura 66 Inserção do tubérculo antenal dos triatomíneos de importância veterinária. alimentação, umidade relativa e espécie de barbeiro. Em média de 180 a 300 dias.

IMPORTÂNCIA: Os gêneros dessa família servem de hospedeiro

Figura 67. Cabeça de Panstrongylus sp.

intermediário para o agente causador da doença de chagas (Trypanosoma cruzi que é transmitido

GÊNERO Triatoma

pelas fezes do barbeiro).

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Conexivo (parte dorsal onde a asa não cobre)

HABITAT:

amarelado.

Habitam locais escondidos (toca de tatu, copa

• Tubérculo da antena entre o olho e a

de árvores, frestas na casa) e possuem hábito

extremidade da cabeça.

noturno.

GÊNEROS: Temos três gêneros de importância nessa família: Rhodnius, Triatoma e Panstrongylus. Eles são diferenciados principalmente pela inserção do tubérculo antenífero. O Triatoma possui o tubérculo na porção medial da cabeça.

Figura 68. Cabeça de Triatoma sp.

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79 Hemípteras – Barbeiros e ______________________________________________________________________________________________percevejos

GÊNERO Rhodnius CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Tubérculo antenal bem perto do ápice. • Cabeça muito longa e delgada, mais longa que o tórax. • Conexivo de cor amarelada com manchas oblongas negras. • Antenas com quatro segmentos.

OBS: Barbeiro peridomiciliar - chega perto, mas não consegue ovopositar.

Figura 70. Lesão em homem provocada pelo percevejo Cimex.

Barbeiro domiciliar - capacidade de colonizar a habitação humana (principalmente casas mal construídas). **Um bom transmissor é aquele que tem

FAMÍLIA CIMICIDAE - percevejos da cama CARACTERÍSTICAS: • Corpo bem menor que o dos barbeiros.

capacidade de domicialização, susceptibilidade

• Asas atrofiadas.

ao T. cruzi, tamanho da colônia, grau de

• Não transmitem doenças.

antropofilia e outros.

• Fazem seus ninhos próximo de onde a pessoa dorme e saem a noite para se alimentar.

GÊNERO Cimex HOSPEDEIROS: Morcego e homem.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Pronoto

bem

pronunciado

e

largo

no

Pronoto Figura 69. Cabeça de Rhodnius sp.

CONTROLE: Uso de inseticidas, condições decentes de moradia humana e animal, telas nas janelas, destruir ninhos dos barbeiros próximos as casas. Figura 71. Cimex sp. conhecido como percevejo. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


80 Hemípteras – Barbeiros e ______________________________________________________________________________________________percevejos

comprimento (quatro vezes mais largo que alto).

condições, pode viver um ano ou mais sem

• Um par de cerdas no ângulo posterior do

comida.

protórax.

Um

• Ápteros.

aproximadamente 10 a 15 minutos, e um jovem

• Muito peludos.

(ninfa) em três a cinco minutos. Ele então

adulto

ingurgita-se

com

sangue

em

retorna para o seu esconderijo para fazer a digestão

do

sangue.

Faz

alimentações

repetidas.

GÊNERO Ornithocoris HOSPEDEIROS: Aves.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Pronoto com a parte anterior mais estreita que a posterior parecendo uma figura trapezoidal.

Figura 72. Cimex sp. visão ventral e dorsal.

• Dois pares de cerdas nos ângulos posteriores do protórax.

CICLO BIOLÓGICO: A fêmea põe um a cinco ovos por dia. Ela pode

• Rostro atingindo a coxa um.

pôr um total de 200 ovos quando bem

• Antenas com terceiro e quarto artículo mais

alimentada e em temperaturas superiores a 28°

delgados que os dois primeiros.

C. Os ovos são pegajosos quando recém postos

• Parasita de aves.

e aderem ao objeto no qual eles são colocados. Ovos chocam de seis a 17 dias. Ninfas recentemente eclodidas alimentam-se imediatamente quando há comida disponível. Elas mudam cinco vezes (trocam a pele externa ou exosqueleto para crescerem) antes de alcançarem a maturidade, alimentando-se entre cada muda. Pode haver três ou mais gerações por ano. Todas as fases são encontradas em uma população que está reproduzindo. Podem viver durante várias semanas sem

Figura 73. Ornithocoris sp. vista dorsal e ventral.

alimentar-se se a temperatura está amena e durante vários meses se a temperatura está baixa. O hemíptera vive em média 10 meses com

alimentação

disponível.

Em

algumas

Espécie Ornithocoris toledoi HOSPEDEIROS: Galinhas.

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81 Hemípteras – Barbeiros e ______________________________________________________________________________________________percevejos

CICLO BIOLÓGICO: Após a alimentação (hematófagos) que dura 5 minutos, ocorre a cópula. Para cada postura a fêmea copula uma vez. O período de prépostura é em média de 7 dias. Entre duas posturas há um intervalo de 7 a 10 dias, após o qual, a fêmea copula outra vez. Em cada postura são postos em média até 50 ovos. Há também 5 estádios ninfais. Cada estádio ninfal realiza cerca de 3 repastos sangüíneos antes de nova ecdise. O ciclo completo varia entre 40 a 90 dias, podendo os adultos viverem até 200 dias.

IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA DOS HEMÍPTERAS: Através

da

picada

causam

irritação

e

incomodam o homem e os animais perturbando a sua tranqüilidade. Podem provocar anemia e os gêneros pertencentes à família Reduviidae são

responsáveis

pela

transmissão

do

Trypanosoma cruzi.

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82 Siphonaptera - Pulgas _____________________________________________________________________________________________

PARTE VIII Pulgas ____________________________________________________________________________________ ORDEM SIPHONAPTERA

- Holometábolos (metamorfose completa): ovo –

Siphon- sifão, a- ausência, pteros – asas

larva – pupa – imago ou adulto. - Ectoparasitos obrigatórios periódicos, somente

CARACTERÍSTICAS:

os adultos permanecem transitoriamente no

- Nome vulgar: Pulgas.

corpo do hospedeiro para a sucção do sangue,

- Não apresentam asas.

deixando-o após o repasto.

- Achatadas lateralmente, o que facilita o andar pelos animais. -Corpo

BIOLOGIA:

revestido

de

quitina

As pulgas desenvolvem-se por metamorfose

escorregadia e cerdas voltadas para trás que

completa. As fêmeas fecundadas, depois de um

auxiliam a pulga a deslizar entre as penas e

ou

pêlos dos hospedeiros não permitindo que

numero variável de ovos (entre três e 18) em

voltem (dêem ré).

cada postura. O número total de ovos pode

- Pernas longas, principalmente as posteriores,

chegar a muitas centenas, dependendo da

adaptadas para o salto.

espécie. Os ovos das pulgas são brancos,

- Antena com três segmentos (escapo, pedicelo

grandes (0,5 mm) e visíveis a olho nu sobre

e clava) e sulco antenal que divide a cabeça em

fundo escuro. A postura ocorre quase sempre

fronte (parte anterior) e occipício (atrás do sulco

nos lugares onde habitam os hospedeiros,

antenal).

quando os ovos são postos nos pêlos ou penas

- Aparelho bucal picador-sugador: hematófago.

do hospedeiro estes não se fixam e caem ao

-Abdômen

solo.

formado

espessa

por

10

segmentos

vários

O

repastos

sangüíneos,

desenvolvimento

desovam

depende

das

(urômeros) imbricados. Os segmentos dois a

condições de temperatura e umidade, mas no

sete possuem de cada lado um estigma. O nono

verão o ciclo se completa em 21 dias.

metâmero apresenta em ambos os sexos uma

A larva sai do ovo por uma abertura na cápsula

placa sensorial chamada de sensila.

cefálica.

- Três segmentos torácicos e 10 abdominais.

esbranquiçadas, ápodas e possuem aparelho

-Podem

(dentes

mastigador. O alimento das larvas é sangue

espiniformes,

digerido, seco, eliminado com as dejeções das

quitinosos)

apresentar que

ctenídeos

são

cerdas

As

larvas

são

vermiformes,

dispostas como dentes de um pente, cuja

pulgas adultas. Em condições favoráveis a larva

localização,

passa para pupa em 9 a 15 dias, mas no inverno

número,

tamanho,

forma

e

disposição são importantes na sistemática.

ou na falta de alimento pode prolongar-se por

-Algumas

até 200 dias. A primeira muda ocorre entre o

rachado.

pulgas

apresentam

mesonoto

terceiro ao sétimo dia e, após três a quatro dias realiza-se a segunda muda. Depois das mudas

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83 Siphonaptera - Pulgas _____________________________________________________________________________________________

SUBORDEM INTEGRICIPTA - Não apresenta fratura no occipício.

FAMÍLIA HECTOPSYLLIDAE

GÊNERO Tunga - bicho de pé HOSPEDEIROS: Suínos, cães e homem (rural)

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Quase não tem tórax (achatadas): Os três

Figura 74. Ovo de pulga. a larva tece um casulo pegajoso que se fixa em algum substrato e fica camuflado pela poeira. Realiza-se então a terceira e última muda, dando origem a pupa. A fase de pupa dura de 7 a 10 dias mas pode chegar a mais de um ano se a temperatura não for favorável. As pulgas adultas permanecem no casulo até sentirem a presença do hospedeiro através da liberação de

segmentos torácicos juntos, são menores que 1 segmento abdominal. -

Duas

mandíbulas

(lacínias)

retilíneas,

serrilhadas e longas. - Palpos labiais com dois segmentos pouco quitinizados. - Menores pulgas que existem (1 mm). - Não possuem ctenídeos.

gás carbônico e vibrações. BIOLOGIA: As fêmeas depois de fecundadas introduzem-se

PERÍODOS DE SOBREVIVÊNCIA Sem alimento

Com alimento:

Pulga do homem – 125 dias

513 dias

Pulga do cão – 58

234 dias

Pulga do rato – 38 dias

100 dias

na pele (pode ser em qualquer lugar, mas a preferência são os dedos do pé, junto ao canto das unhas) do hospedeiro, deixando livre, em comunicação com o meio exterior apenas o Segmentos torácicos

Figura 75. Larva de pulga presente no ambiente.

Figura 76. Macho adulto de Tunga penetrans.

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84 Siphonaptera - Pulgas _____________________________________________________________________________________________

ápice do abdômen, no qual se encontra a

saia inteiro, a destruição no interior da pele pode

abertura do ovipositor. Instalada no hospedeiro

causar infecção.

começa

a

sugar

sangue

e

inicia-se

o

desenvolvimento dos ovos (até 100), que não

SINTOMAS:

são eliminados de imediato permanecendo no

No início da penetração ocorre um leve prurido,

abdômen até a pulga ficar do tamanho de uma

mas com o intumescimento do abdômen do

ervilha. Após o período de incubação os ovos

inseto surge a sensação dolorosa.

são expelidos e o resto do ciclo é como o da

Cabeça da pulga

maioria das pulgas. Depois de todos os ovos serem postos a pulga murcha e cai ao solo ou é expelida pela ulceração que se forma no local da penetração. Machos e fêmeas não fertilizadas sugam intermitentemente seu hospedeiro. Somente quando a fêmea é copulada ela penetra na pele. O macho morre. Os ovos levam 3-4 dias para eclodirem as larvas e 2 a 3 semanas após tornam-se adultos. Ciclo completo: Em torno de 30 dias.

Figura 78. Tunga penetrans íntegra, retirada do interior da pele do hospedeiro.

FAMÍLIA PULICIDAE

GÊNERO Ctenocephalides HOSPEDEIROS: cão e gato.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Apresentam olhos.

Figura 77. Fêmea de pulga penetrante pronta para postura.

- Apresentam ctenídeos pronotal e genal.

TRATAMENTO:

CICLO BIOLÓGICO:

A retirada do inseto deve ser realizada por

-A oviposição é feita tanto no hospedeiro como

meios

agulha

no ambiente e nesse eclodem as larvas que

esterilizada procurando alargar a abertura da

permanecem no ambiente se alimentando de

cavidade onde está o inseto a fim de que ele

detritos e fezes das pulgas adultas (as larvas

mecânicos.

Usa-se

uma

não são hematófagas). As larvas produzem uma _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


85 Siphonaptera - Pulgas _____________________________________________________________________________________________

substância gosmenta que formará o pupário e

CICLO BIOLÓGICO:

essa pupa é o processo de transição de larva

A fêmea fertilizada vai procurar o hospedeiro e

para adulto. A pupa não se alimenta. Dela

suga o seu sangue, distendendo o seu abdômen

emergem os adultos machos e fêmeas que são

(fica parecendo uma ervilha) e depois libera os

hematófagos.

mais

ovos no ambiente. Estes passam a larvas,

acelerado é o ciclo (pode ser de 21 a 150 dias).

pupas e adultos (fêmeas e machos). Só fica no

As pulgas têm uma grande resistência à

hospedeiro para se alimentar. Utiliza estábulos

inanição, durando cerca de 30 a 50 dias sem se

para colonização, principalmente em condições

alimentar

deficientes de higiene.

e

Quanto

têm

mais

quente,

preferências,

mas

não

especificidade. É hospedeiro intermediário de Dipylidium caninum.

Pronotal

Genal Figura 80. Cerda anterior ao olho e occipital de Pulex.

GÊNERO Xenopsylla Figura 79. Ctenídios de Ctenocephalides.

ESPÉCIE Xenopsylla cheops HOSPEDEIROS: Ratos.

CONTROLE:

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Deve-se tratar não só o animal, mas também o

-Não possuem ctenídeos.

ambiente.

-Possuem fileira de cerdas no occipício, em forma de V.

GÊNERO Pulex

-Possuem mesonoto rachado.

HOSPEDEIROS: Homem. IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

PULGAS EM GERAL:

- Não apresentam ctenídeos genal e pronotal.

- A presença de pulgas sobre o corpo do animal,

- Mesopleura sem espessamento interno.

pode causar uma reação cutânea pela ação da

- Possuem uma cerda anterior ao olho e uma

saliva desse inseto.

cerda occipital.

- A Tunga pode propagar o tétano (Clostridium tetani).

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86 Siphonaptera - Pulgas _____________________________________________________________________________________________

-Algumas pulgas são hospedeiras intermediárias de cestódeos (Dipylidium – Ctenocephalides). -A morte de ratos dissemina pulgas (Xenopsylla) contaminadas com o bacilo Yersinia pestis, que transmite a peste bubônica. Quando os roedores adoecem da peste e morrem, as pulgas abandonam o cadáver e vão alimentar-se em outro animal ou no homem. A bactéria fica no proventrículo do estômago da pulga, onde se reproduzem ocasionando obstrução parcial ou total do tubo digestivo. As pulgas nessa condição não conseguem se alimentar direito e ficam

num

estado

de

fome

permanente,

impelindo-as a atacar os animais vorazmente. O proventrículo parcialmente bloqueado faz com que

haja

refluxo

de

sangue

contido

no

estômago, então quando a pulga se alimenta regurgita para o interior do corpo do animal sangue infectado com bacilos. *Pulga semibloqueada - é a mais importante porque a pulga consegue ingerir algum nutriente e por isso ela sobrevive mais tempo, porém está sempre com fome, picando vários hospedeiros e transmitindo a bactéria. Com o passar do tempo passa

a

bloqueada,

que

morre

logo.

Mesonoto rachado

Figura 81. Cerdas em “V” de Xenopsylla sp. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


87 Siphonaptera - Pulgas _____________________________________________________________________________________________

Principais Pulgas de Importância Médica Veterinária Ctenocephalides

Ctenocephalides Cabeça de Tunga

Tunga

Pulex Cerdas na cabeça XenopsyllaCerdas em forma de V

Pulex

Xenopsylla

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88 ______________________________________________________________________________________________

ORDEM DIPTERA

- Mesotórax mais desenvolvido que o pró e

(Moscas, Mutucas e Mosquitos)

metatórax.

CABEÇA:

ASAS:

- Cabeça articulada bem distinta do tórax, com 1

-

par de antenas, 1 par de olhos compostos, 1 a 3

transparentes,

ocelos e aparelho bucal.

nervuras longitudinais e poucas transversais.

Asas

Mesotorácicas com

membranosas

número

moderado

e de

- O par de asas é inserido no mesotórax. - No metatórax aparece o balancim ou halter

APARELHO BUCAL: moscas

(asas metatorácicas atrofiadas e transformadas

mosca

em pequenas hastes, órgãos de equilíbrio) e

doméstica). Apresenta um par de mandíbulas

também uma estrutura membranosa chamada

cortantes, um par de maxilas para triturar, um

calíptera ou alúla (situada no lado posterior da

lábio, um labro e hipofaringe. As maxilas podem

base da asa), as duas estruturas são auxiliares

apresentar palpos maxilares (não confundir com

das asas, dando equilíbrio ao vôo.

-

Aparelho

hematófagas)

bucal

picador

ou

lambedor

(Ex. (Ex.

antenas que estão entre os olhos). -

As

labelas

nos

lambedores

são

muito

PATAS:

desenvolvidas e apresentam canalículos (tipo

- Pernas com cinco artículos tarsais.

esponjinha)

- Tarsos terminam em duas garras, embaixo das

e

desenvolvidos

nos e

sugadores

apresentam

são

pouco

dentículos.

A

unhas há os púlvilos e o empódio.

exceção é que na mutuca (sugador) as labelas

- Larvas sem apêndices locomotores.

são grandes e têm dentículos.

- Pupas livres, móveis ou imóveis envolvidas pelo pupário resultante do endurecimento da

Antenas

Olhos

última pele larval.

ANTENAS: - As antenas possuem três segmentos: escapo, pedicelo e flagelo (esse pode ter de 1 a 16 segmentos),

pluriarticulado

ou

não.

Essas

características definem a subordem.

Aparelho bucal Figura 82. Cabeça de mosca.

- Subordem Nematocera – Mosquitos – Antenas filiformes

com

semelhantes

no

mais

de

flagelo.

seis Na

artículos subordem

Nematocera as antenas têm cerdas. Fêmeas TÓRAX:

apresentam

poucas

cerdas

e

machos

apresentam muitas cerdas. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


89 ______________________________________________________________________________________________

Essa pode ser simples ou nua, bipectinada, pectinada

dorsalmente

e

pectinada

ventralmente.

antenas

Antenas

Figura 83. Fêmea de mosquito mostrando as antenas com poucas cerdas. -

Subordem

Brachycera

Tabanomorpha

Tabanídeos ou mutucas – Antenas com três Figura 85. Antena de brachycera l h h

artículos sendo que o último é anelado. Sem arista.

OLHOS: -Os olhos compostos são grandes, ocupam quase toda a cabeça e são constituídos por células denominadas omatídeos. Na subordem Brachycera Cyclorrhapha, os olhos das fêmeas Antenas

são dicópticos (olhos separados) e dos machos são holópticos (olhos juntos). -Ocelos entre os olhos compostos.

CLASSIFICAÇÃO: A

ordem

díptera

esta

dividida

em

três

subordens: Figura 84. Antena de tabanídeo.

- Nematocera – Mosquitos. - Brachycera Tabanomorpha – Tabanídeos ou

- Subordem Brachycera Cyclorrhapha – Moscas

mutucas.

em geral – Antenas com três artículos, com

- Brachycera Cyclorrhapha – Moscas em

arista.

geral.

-No caso das moscas não se vê escapo nem

HABITAT:

pedicelo, mas sim o flagelo, que é pendurado e

Forma adulta é terrestre, vivem em ambiente

há uma cerda, um apêndice chamado arista.

diferente daquele onde se desenvolveram as larvas.

Encontram-se

com

freqüência

em

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90 ______________________________________________________________________________________________

descampados, folhagens,

florestas, alguns se

Na subordem Brachycera Cyclorrhapha

as

adaptaram a regiões inóspitas como mangues,

larvas são do tipo acéfalo e os adultos emergem

desertos, cerrados, cavernas.

da pupa através de uma fenda que circunda a

As larvas de dípteros desenvolvem-se em água

parte anterior do pupário.

corrente ou estagnada, matéria orgânica em decomposição , no interior de vegetais, ou como

IMPORTÂNCIA:

parasitas de animais.

Os dípteros são os mais importantes grupos de insetos de importância Médica veterinária e

NUTRIÇÃO:

humana,

Varia de acordo com a espécie.

transmissão de inúmeros agentes patogênicos

Pode

ser:

Flores,

matéria

orgânica

pois

são

responsáveis

pela

em

por meio da picada ou contaminando alimentos

decomposição, seiva que escorre dos vegetais,

com germes patogênicos que carregam em suas

suor, exsudatos de úlceras cutâneas, sangue

pernas ou aparelho bucal. Há ainda dípteros

de diversos animais, existem também muitas

cujas larvas se desenvolvem à custa de tecidos

espécies predadoras que nutrem-se sugando os

de vertebrados, causando as bicheiras ou

humores dos insetos que capturam.

miíases.

REPRODUÇÃO:

Metamorfose completa – Holometábolos. Ovo Larva - Pupa – Adultos. Durante o estágio larvário os insetos sofrem 3, 4 ou mais ecdises.

As larvas são ápodes e podem ser de dois tipos: Eucéfalas – Com cabeça distinta e móvel, armada de mandíbulas e maxilas com dentes quitinosos. Acéfalas- Com cabeça reduzida e peças bucais rudimentares,

transformadas

em

ganchos

internos.

Nas Subordens Brachycera Tabanomorpha e Nematocera as larvas são do tipo eucéfalo e o adulto que se forma no interior da pupa emerge através de uma fenda em forma de T situada no dorso da pupa.

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Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________ 91

CLASSIFICAÇÃO DE NEMATOCERA

FILO

Arthropoda -Tubo

digestivo

CLASSE

Insecta -Díceros

Nematocera

-Um

-Um

par

de

par

de

SUBFAMILIA

Culicidae

Anophelinae

(Mosquitos)

Palpo fêmea=probóscida

-Antenas nos machos é

patas.

-Holometábolos

articuladas

plumosa.

-Corpo dividido

-Aparelho bucal

-Fêmeas parasitas

-Probóscida

em

picador-

-Olhos compostos

desenvolvida

sugador

-Adulto emerge da

-Patas articuladas

de hemolinfa.

Díptera

FAMÍLIA

antenas longas e

-3

repleto

SUBORDEM

asas

completo.

-Celoma

ORDEM

pares

de

cabeça,

tórax abdômen

e

lambedor

ou

pupa através de

TRIBO

GÊNERO

Anophelini

Anopheles

Culicini

Culex

Culicinae

Aedes

bem Palpo fêmea<probóscida

Ceratopogonidae

fenda dorsal em T

Culicoides (pólvora)

Simulidae

Simulium (borrachudo)

Psychodidae

Phlebotomus Lutzomyia (Palha)

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92 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

PARTE VI Mosquitos ____________________________________________________________________________________ ORDEM DIPTERA

- Larvas horizontais na superfície d’água

SUBORDEM NEMATOCERA

- Pupas com trompa respiratória de forma

FAMÍLIA CULICIDAE

cônica curta e de abertura larga.

CARACTERÍSTICAS:

- Fêmeas com palpos delgados e do mesmo

- Sem ocelos.

comprimento da probóscida.

- Antenas com 15-16 segmentos.

- Machos com últimos segmentos do palpo

- Pernas longas.

dilatados e pilosos, dando aspecto de clava.

- Conhecido como mosquito. - Fêmeas hematófagas sugam sangue à noite. - Machos alimentam-se de sucos vegetais. - Fêmeas colocam seus ovos em locais úmidos (plantas flutuantes) ou água.

SUBFAMÍLIA ANOPHELINAE CARACTERÍSTICAS: - Adultos com escamas abundantes. - Probóscida bem desenvolvida.

Palpos

- Palpos retos. - Olhos grandes. - Antenas nos machos plumosas.

TRIBO ANOPHELINI

Figura 86. Fêmea de Anopheles

GÊNERO Anopheles CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Primeiro tergito abdominal sem escamas. - Coxa posterior mais curta que a largura do mesoepímero.

BIOLOGIA DE ANOPHELES - Criadouros são lagoas, rios e represas. - Veiculador

da

malária

(esporozoítas

do

Plasmodium vivax na glândula salivar)

- Palpos da Fêmea de comprimento igual ao da

- Hábito crepuscular e noturno.

probóscida.

- Quando em repouso esses mosquitos formam

- Escuama com franja completa.

um ângulo quase reto ao substrato.

- Ovos providos de flutuadores e postos isoladamente.

SUBFAMÍLIA CULICINAE

- Larvas sem sifão respiratório.

TRIBO CULICINI

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93 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

existentes em barris, potes de

barro, vasos,

cacos de garrafa. - Depositam os ovos separadamente em vários lotes, postos em intervalos de um ou mais dias. - Ovos resistem a dessecação por vários meses. Palpos

- Hábito diurno gostam de temperatura elevada e picam raramente quando a temperatura fica

Figura 87. Macho e fêmea de Culicinae.

abaixo de 23 graus.

GÊNEROS: Aedes, Culex.

- O ciclo dura 11 a 18 dias em temperatura de 26 graus centígrados.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

- Longevidade: Em laboratório uma fêmea viveu

- Lobo pronotal menor que o meron.

até 154 dias.

- Escuamas com franjas, via de regra, completa

- A fêmea após ter feito a postura de seus ovos

com ou sem espiraculares .

morre rapidamente. Em condições normais uma

- Ovos desprovidos de flutuadores e postos em

fêmea

jangada.

sangüíneos em um mês o que é de grande

- Larvas com sifão respiratório.

importância na transmissão da febre amarela.

- Dispõem-se obliquamente

superfície

fazer

12

ou

mais

repastos

ou

- A cópula se processa 12 a 24 horas após o

líquida

nascimento do imago e estimula o desejo de

perpendicularmente na

pode

permanecendo com o corpo mergulhado.

sugar sangue. As fêmeas virgens dificilmente

- Pupa com trompa respiratória de forma

sugam sangue. As fêmeas após sugarem

tubulosa, mais ou menos cilíndrica alongada e

sangue fazem a postura dos ovos em poucos

de abertura estreita.

dias;

- Fêmeas com palpos curtos de comprimento

açucarados, não há postura.

se

forem

alimentadas

com

líquidos

menor que a tromba - Machos com palpos longos, mas os últimos segmentos não são dilatados, e são maiores que a tromba. - Quando em repouso esses mosquitos ficam com o corpo paralelo a superfície.

GÊNERO Aedes: Espécie Aedes aegipty CARACTERÍSTICAS: - Postura

preferencialmente

(vizinhança

da

água ou na sua superfície) em águas limpas Figura 88. Fêmea de Aedes _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


94 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

- Cada fêmea pode pôr de 70 a 150 ovos.

GÊNERO Culex

- Esse mosquito é doméstico e nas horas de

CARACTERÍSTICAS:

repouso (noite) se esconde atrás ou debaixo de

- Doméstico de hábito noturno.

móveis.

- Fêmeas depositam seus ovos em água

- As larvas se alimentam de bactérias contidas

estagnada pura ou impura nas imediações dos

na água e possuem sifão respiratório com um

domicílios.

tufo de cerdas.

- Os ovos, postos verticalmente são aglutinados

- Transmite a febre amarela e a dengue.

Palpos

Figura 91. Fêmea de Culex. Figura 89. Tórax de Aedes aegipty

Figura 90. Sifão respiratório de larva de Aedes sp.. Figura 92. Larva de Culex sp. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


95 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

formando uma jangada. - As fêmeas são antropófilas.

POSTURA E OVOS:

- É encontrado principalmente nos dormitórios,

Uma vez alimentada, a fêmea quando está com

sobre o teto, móveis e roupas.

seus

- Após a desova a fêmea morre ou sobrevive

postura, e o lugar da postura varia de espécie

poucos dias.

para espécie.

ovos

amadurecidos

precisa

fazer

a

- -Larvas possuem sifão respiratório com vários tufo de cerdas.

Anopheles:

- Ciclo dura em média 10 a 11 dias.

Gostam de fazer a postura em grandes coleções

-

Transmite

Wuchereria

bancrofti

(filária,

Elefantíase).

de água parada, água com leve correnteza ou em água coletada de bromélias. Os ovos de Anopheles não resistem a dessecação, não

BIOLOGIA DA FAMÍLIA CULICIDAE

agüentam três dias em lugar seco.

ALIMENTAÇÃO:

Os ovos de anofelinos são postos isoladamente

Quando adultos as fêmeas alimentam-se em

na superfície da água, sendo que possuem

geral de sangue pois tem necessidade para que

flutuadores laterais.

se processe a maturação dos ovos mas não para sua subsistência pois em laboratório

Aedes:

sobrevivem apenas com água e açúcar., os

Colocam seus ovos à beira das águas de

machos alimentam-se de sucos de frutas e

pequenas

néctar de flores.

Evaporando-se a água os ovos aderem as

coleções

de

vasos,

latas,

etc.

paredes do vaso e resistem ali por vários meses, quando cai a chuva há a eclosão das

CÓPULA: Nos

crepusculares

larvas. Isso explica a disseminação desses

(anofelinos) a cópula se dá momentos antes de

mosquitos para todos os lugares. Os ovos de

se dirigirem para as casa. Há mesmo a

Aedes são postos isoladamente, mas não

chamada “dança nupcial” em que os mosquitos

possuem flutuadores..

ficam

mosquitos

voando

de

em

hábitos

largos

círculos,

se

efetuando a cópula. Os machos e fêmeas saem

Culex:

dos criadouros e em geral copulam no ar e essa

Os ovos de Culex são colocados sempre em

cópula ocorre de duas maneiras: No Aedes

posição vertical formando jangadas capazes de

aegypti, o macho fica sob a fêmea fixando-a por

flutuar.

meio de duas pinças laterais, o ato dura 4 a 5 segundos; no Anopheles, macho e fêmea se

LARVAS:

prendem pela extremidade posterior, ficando em

As larvas são encontradas na água, ainda que

linha.

possam sobreviver algum tempo em ambiente

Um macho pode copular várias fêmeas e uma

úmido.

fêmea pode ser copulada por vários machos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


96 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

O período larvário representa a fase de

mosquitos

crescimento do inseto, durante a qual a larva

cefalotórax e abdômen.

expulsa quatro vezes a pele; são as mudas ou

As pupas da família culicidae também se

ecdises.

localizam na água. Após a saída do mosquito

As

larvas

se

alimentam

de

é

constituído

de

duas

partes:

microorganismos.

adulto ele fica em cima da pele da pupa que

As larvas são vermiformes e desprovidas de

acabou de deixar para que ocorra a quitinização

patas e asas.

(quitina em contato com o ar endurece).

O corpo da larva é constituído de cabeça, tórax e abdômen. A respiração é feita por um sifão respiratório na extremidade final do abdômen. Anopheles não possui sifão respiratório.

Figura 95. Pupa de Nematocera.

FAMÍLIA CERATOPOGONIDAE Figura 93. Larva de Anophelinae Sifão respiratório

Sinonímia: Mosquito pólvora, maruins.

GÊNERO Culicoides. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Bem pequeno, até 4 mm. - Peças bucais curtas, pungitivas e sugadoras nas fêmeas. - Asas hialinas com manchas claras e escuras recobertas de curta pilosidade.

Figura 94. Larva de Culicinae.

-Antenas longas com 14 segmentos com formato de contas de rosário, plumosas nos

PUPAS: Após a quarta muda larvária emerge a pupa,

machos. Os primeiros segmentos antenais parecem bolas.

com a forma de uma vírgula. É móvel, porém não se alimenta O corpo das pupas de _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


97 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

BIOLOGIA Ovos: Os ovos são alongados e levemente

CARACTERÍSTICAS DO CULICOIDES:

encurvados; o período de incubação é de 2 a 7

- Vive nos mangues e terrenos pantanosos, pois

dias dependendo das condições do ambiente.

se desenvolvem em certo grau de salinidade. - Ovos postos em água doce ou salgada.

Larvas: As larvas apresentam 12 segmentos

- As fêmeas fazem a postura em pedras,

abdominais; desenvolvem-se em meio aquático

pedaços de pau.

ou semi-aquático, isto é em terrenos lodosos ou

-

de muita umidade, tanto pode ser de água doce

hematófagas.

Seis

estágios

larvais,

fêmeas

são

como salgada; habitat ideal é o mangue. As larvas nadam com agilidade em busca de

IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA:

microorganismos para se nutrirem.

A picada é semelhante a um fósforo aceso no braço, a picada faz formações bolhosas na pele

Adultos: São encontrados em mangues, zonas

que não raro se complicam com infecção

de marés, voam pouco, não se afastam muito do

secundária pelo ato de coçar. Causa dermatite

lugar onde habitam. Machos e fêmeas reúnem-

em eqüinos, com perda de pele.

se em grandes enxames onde ficam voando em

A

turbilhão para a cópula. As fêmeas fixam-se ao

urticarianas.

corpo de outros insetos e sugam-lhes a

Transmite filarias e vírus da língua azul para

hemolinfa. Se o macho após a cópula não fugir,

bovinos e ovinos.

a

fêmea

nutre-se

dele.

As

fêmeas

picada

produz

lesões

eczematosas

são

hematófagas e atacam vorazmente o homem.

FAMÍLIA PSYCHODIDAE

Podem matar se atacarem em bandos. Tem hábito crepuscular, mas podem sugar à noite ou

SUBFAMÍLIA

até de dia.

mosca dos banheiros. Sem importância em

PSYCODINAE:

Psychoda

-

medicina veterinária. Antenas

SUBFAMÍLIA PHLEBOTOMINAE:

PRINCIPAIS GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: -

Gênero

Phlebotomus

(Encontrado

na

Europa)

- Gênero Lutzomyia (Encontrado nas Américas) – mosquito palha. Figura 96. Cabeça de Culicoides.

GÊNERO Lutzomyia

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98 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

e com duas manchas escuras no lugar dos

- Olhos compostos ocupando grande parte da

olhos. O desenvolvimento larval ocorre na água,

cabeça.

em matéria vegetal em decomposição, nos

- Ocelos ausentes.

buracos

- Antenas tão longas quanto o comprimento da

apodrecidas

cabeça e tórax com densa pilosidade.

desenvolvimento larval se dá em 30 dias e

- Dípteros muito pequenos, 4mm no máximo.

depois de quatro mudas de pele passam a pupa.

- Palpos maiores que a probóscida com 3 a 5

As

artículos.

inteiramente aquático, mas em lugares de muita

- Asa com formato lanceolar e com nervuras

umidade, onde a luz raramente incide, com

longitudinais e paralelas.

abundante matéria orgânica que lhes sirva de

- Cerdas longas pelo corpo.

nutrição; nas florestas as larvas se criam

- Abdômen com 10 segmentos; do oitavo em

embaixo da camada de folhas mortas que

diante os segmentos se modificam e formam as

reveste o solo, nas frestas das rochas, nas tocas

peças do aparelho genital.

que servem de abrigo a animais silvestres.

BIOLOGIA

Pupas: As pupas mostram cabeça distinta,

Ovos: Os ovos dos psicodídeos são alongados,

pernas e asas unidas ao corpo.

pardo-escuros,

A fase de pupa transcorre entre 10 e 15 dias.

depositados

em

ambientes

de

larvas

árvores e

nunca

cheios

em

se

de

folhas

excrementos.

criam

em

O

ambiente

aquáticos ou semi-aquáticos, isoladamente ou em grupos.

Adultos: Os adultos na conformação geral do corpo parecem um pequeno mosquito. O

Larvas: Quatro estádios larvais. As larvas são

aparelho bucal das fêmeas é adaptado para

vermiformes, ápodas, com a cabeça não retrátil

sugar

sangue,

elemento

essencial

para

maturação dos ovos. Os machos nutrem-se de sucos vegetais. A grande maioria dos psicodídeos habitam as Asa em forma de lança

florestas, em lugares sombrios próximos à pequenas porções de água. Algumas espécies aparecem, eventualmente no interior de habitações humanas ou dos abrigos dos animais domésticos, escondendo-se em cantos escuros durante o dia e saindo à noite em busca de alimento. Algumas espécies podem

sugar

sangue

de

dia.

Habitações

próximas a matas estão sujeitas a receber a Figura 97. Adulto de Lutzomyia sp.

visita desses mosquitos. São atraídos pela luz das lâmpadas.

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99 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

Os

mosquitos

flebotomíneos

têm

pouca

capacidade de vôo. Não procuram alimento a mais de 200 metros de distância. Antenas Longevidade dos adultos: 27 dias.

ASTENOBIOSE OU DIAPAUSA: Normalmente a duração do período larval depende da temperatura e umidade; em baixa temperatura esse período pode prolongar-se em

Aparelho bucal

virtude de uma fase de hibernação que a larva Figura 98. Aparelho bucal de Simulium sp

sofre depois da terceira muda. Em

certas

destas

espécies,

condições,

porém,

sem

que

independente se

verifique

diminuição da temperatura e alteração do teor

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

de umidade, a larva hiberna e sua evolução se

- O adulto apresenta asa com nervuras em

interrompe. Assim em uma postura podemos ter

apenas uma parte dela, a antena parece um

ovos que evoluem até fase adulta e outros que

chifre e possui os segmentos do flagelo

ficam em hipobiose por meses.

achatados. -

Dípteros

pequenos

(1,5

a

4

mm.

de

IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA:

comprimento), robustos, lembram uma pequena

Os flebotomíneos são hospedeiros de agentes

mosca.

causadores de doenças que afetam o homem e

- Seu corpo é revestido de fina e curta

animais domésticos.

pilosidade aveludada, escura nas fêmeas e

São transmissores da Leishmania, causadora da

colorida nos macho.

Leishmaniose Visceral e/ou cutânea.

- Olhos compostos, separados nas fêmeas e

Transmitem também muitos vírus entre os quais

juntos nos machos.

o responsável pela febre dos três dias (febre

- Tórax giboso.

papatasi) muito conhecida na Europa. Podem

- Pernas curtas e fortes.

veicular ainda o vírus da estomatite vesicular,

- Antenas com 11 segmentos, sem cerdas e

doença séria em bovinos, cavalos e suínos.

curtas (parece um chifre).

FAMÍLIA SIMULIDAE

BIOLOGIA

Mosquitos conhecidos como borrachudo ou

Os machos vivem sugando flores, ao contrário

pium

das fêmeas que são sugadoras de sangue de vertebrados, tendo para isso uma probóscida

GÊNERO Simulium

pungitiva.

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100 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

A desova dos simulídeos se dá na água de rios

de ar, formando uma bolha, à medida que a

e riachos com bastante correnteza, depositada

bolha

sobre a vegetação marginal ou sobre rochas

insinuando-se para o seu interior, a bolha se

pouco submersas; geralmente a postura efetua-

desprende do pupário e sobe a tona d’água, se

se quando a fêmea voa rente a superfície da

desfaz, e põem em liberdade o borrachudo.

aumenta,

o

borrachudo

adulto

vai

água ou pousa sobre ela. Cada fêmea pode depositar até 500 ovos, junto aos quais é

Adultos: Os machos costumam reunir-se em

eliminada

que

grandes enxames, geralmente ao entardecer

mantém os ovos aglomerados. Depois de 5 a 7

para aguardar que alguma fêmea entre na

dias de incubação surgem as larvas.

dança; quando isso acontece, logo um casal se

Larvas e pupas ficam abaixo do nível das águas

afasta para a cópula.

e as larvas apresentam ventosa posterior (para

Habitam áreas de cachoeiras e rios, pois só se

fixação), escova oral (para captar nutrientes

desenvolvem em águas correntes.

rapidamente),

é

Hábitos

chamada de semifixa) e glândulas salivares que

bandos.

uma

substância

gelatinosa

pseudópodes

(por

isso

diurnos

(crepuscular),

atacam

em

produzem um fio pegajoso do qual são tecidas as pupas. As pupas são em forma de cone com filamentos traqueais (para absorção de O2). Ciclo se completa em quatro a oito semanas em condições ideais de temperatura e umidade.

Longevidade dos adultos: 2 a 3 semanas.

Larvas: Possuem o corpo liso, cabeça bem diferenciada, parte posterior do corpo é dilatada e tem uma estrutura que serve para sua fixação. A larva fica vertical ao solo fixada ao substrato. Ela nutre-se de microorganismos encontrados

Figura 99. Adulto de Simulium sp. (borrachudo).

na água. A apreensão dos microorganismos é

IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA:

feita por penachos situados um em cada lado da

A picada, no início é imperceptível, quando

cabeça. Após seis mudas elas tecem um casulo

sentimos, a fêmea já está no final do repasto

cônico (com a secreção das glândulas salivares)

sangüíneo. No local da picada surge um

fixo na base e aberto em cima e passam a pupa.

pequeno

ponto

hemorrágico

e

uma

leve

sensação de dor que se transforma em prurido. Pupas: Apresentam em cada lado do tórax

Transmitem doenças de filarídeos (elefantíase,

brânquias

onchocercose).

respiratórias

constituídas

de

expansões filamentosas. Depois de completo o

Transmite

também

o

Leucocytozoon para aves.

desenvolvimento da pupa, o pupário enche-se _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


101 Nematocera - Mosquitos _____________________________________________________________________________________________

A mais importante parasitose transmitida por esse mosquito é a Onchocerca volvulus que pode ocasionar cegueira. Os adultos dessa filária formam nódulos subcutâneos em várias partes do corpo humano; nesses nódulos a filária se reproduz originando as microfilárias que migram para a periferia do corpo onde o mosquito as ingere ao sugar sangue. Quando o mosquito vai sugar outra pessoa inocula as microfilárias que migram pelo corpo e muitas vezes se instalam no globo ocular causando cegueira.

CONTROLE: Povoar lagos com peixes que se alimentam deles

e

controle

biológico

por

Bacillus

thuringiensis. Evitar a poluição dos rios que termina como os peixes.

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102 Brachycera Tabanomorpha Mutucas ______________________________________________________________________________________________

PARTE VII Mutucas ____________________________________________________________________________________ SUBORDEM BRACHYCERA TABANOMORPHA

- Asa com terceira nervura longitudinal bifurcada

FAMÍLIA TABANIDAE

(R4 +5). Com espinhos na nervura costal da asa.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

- Occipício com uma cavidade.

- Tamanho de 0,6 a 3 cm.

- Machos desprovidos de mandíbulas e não

-

Chamados

vulgarmente

de

mutucas

ou

moscas do cavalo.

hematófagos. - Mandíbulas nas fêmeas para cortar a pele.

- Dípteros robustos. - Aparelho bucal lambedor e sugador (curto e grosso). -

O

CICLO BIOLÓGICO: É completo, holometabólico. Ovo- larva- pupa e

mecanismo

principal

para

achar

os

hospedeiros é a visão e assim os olhos grandes servem bem esta função.

imago (adultos). Em climas quentes o ciclo dura em torno de quatro meses. Após o repasto, as fêmeas põem lotes de

- O CO2 também atua como uma fonte de odor

centenas de ovos.

para atrair algumas espécies. - Os olhos são coloridos e usados para atrair o sexo oposto. A coloração de olho varia entre espécie sendo unicoloridos ou horizontalmente coloridos

em

Tabanus,

manchados

em

Chrysops, e com faixas em zigue-zague em Haematopota. - Antenas com três segmentos e o flagelo apresenta anelações que são projetadas para frente. - No momento há mais de 3,000 espécies conhecidas de Tabanídeos. - Os três gêneros principais de importância são:

Ovos: Os ovos dos tabanídeos são alongados com um a dois milímetros de comprimento. A oviposição ocorre tanto em ambiente aquático como úmido (pântanos, troncos podres). Os ovos não são postos diretamente na água, mas

em

vegetação

pendente,

pedras

e

escombros (sobre plantas aquáticas, sobre o musgo que recobre as pedras marginais dos rios, córregos e lagoas, em troncos de árvores cheios de detritos vegetais). Os ovos são de cor branca cremosa a cinzentos, são postos em

o Chrysops, Tabanus, e Haematopota. - Cabeça semi-esférica ou semilunar. - Mesonoto desenvolvido (meio do tórax).

Bifurcação na ponta da asa

- Olhos holópticos nos machos e dicópticos nas fêmeas (separados). Presença ou não de ocelos afuncionais. Figura 100. Asa de Tabanidae. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


103 Brachycera Tabanomorpha Mutucas ______________________________________________________________________________________________

grandes massas que variam de 200-1000 ovos e

São achadas larvas de Chrysops em substrato

a oviposição varia com gênero do díptero.

com maior conteúdo de água e são assim

O número de ovos e período de incubação é

hidrobiontes.

variável (Período de incubação = 10 dias a oito

As larvas de Tabanus são encontradas em

meses).

substratos um pouco mais secos e têm uma

A eclosão das larvas acontece quatro dias

distribuição mais ampla. Estas larvas são

depois dos ovos serem postos, embora este

chamadas semi-hidrobiontes,

tempo dependa da temperatura ambiente.

A fase larval leva freqüentemente vários meses. A duração de desenvolvimento varia de dez a

Larvas:

onze semanas às temperaturas mais altas, para

As larvas ao eclodirem dos ovos, caem na água

42 semanas às mais baixas temperaturas.

e completam o seu desenvolvimento no lodo do

O primeiro instar larval eclode, passa para o

fundo d’água (se enterram); são carnívoras

segundo instar larval que é positivamente

(Tabanus) alimentando-se de pequenos animais

fototático fazendo com que se mova pela

ou de larvas de outros insetos, não encontrando

superfície do substrato. Este segundo instar não

alimentação suficiente tornam-se canibais. As

se alimenta e em três a seis dias a terceira fase

larvas carnívoras (aparelho bucal mastigador)

de instar é alcançada. O terceiro instar é

na falta de alimento podem atacar animais e

negativamente fototático e escava abaixo do

humanos. Passam por 8 estágios larvares,

substrato. O alimento da larva de Chrysops é

sendo que o desenvolvimento é bem variável,

material orgânico encontrado no substrato, a

em função da espécie, clima e quantidade de

larva de Tabanus é carnívora equipada com

alimento.

mandíbulas. As larvas alimentam-se de outras

O local de desenvolvimento para a larva

larvas

depende do gênero e pode ser dividido em

nematódeos,

habitats distintos.

conseqüência disto é que estas larvas são

A divisão é principalmente baseada no conteúdo

achadas com baixa densidade populacional no

de

substrato. Isto contrasta com as densidades

água

do

substrato

no

qual

a

desenvolve.

larva

de

inseto, sendo

crustáceos,

caracóis

e

também,

canibais.

A

larvais de Chrysops no substrato que pode ser muito densa.

Pupa O período pupal é curto, de alguns dias ou semanas. As pupas são parecidas com a crisálida (pupário) das borboletas. A pupação se Antenas

Aparelho bucal

dá no mesmo lugar das larvas, porém procuram locais menos encharcados. Quando passam a pupas, elas migram até

Figura 101. Aparelho bucal de Tabanidae.

próximo a superfície do lodo.

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104 Brachycera Tabanomorpha Mutucas ______________________________________________________________________________________________

A fase de pupa desenvolve-se em uma a três

CARACTERÍSTICAS

semanas

- Presença de ocelos funcionais. - Com esporão tibial na pata III.

Nutrição:

- Terceiro artículo das antenas formado de anéis

Os machos nutrem-se de néctar de flores. As

justapostos sempre em número superior a cinco.

fêmeas também sobrevivem com néctar, porém

- Probóscida alongada.

precisam de sangue para a maturação dos ovos.

- Asa manchada e tamanho pequeno (tribo

As fêmeas localizam sua presa pela visão e

Chrysopsini);

suas picadas são profundas e dolorosas. As

- Olhos pilosos e probóscida longa (tribo

fêmeas muitas vezes não conseguem terminar o

Scionini).

repasto sangüíneo já que o animal ou pessoa se sente bastante incomodado e a retira do local

1-TRIBO CHRYSOPSINI

onde estava sugando. As maxilas e mandíbulas

GÊNERO Chrysops

são usadas para cortar o couro ou esfolar com

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

uma ação do tipo tesoura. O corte resultante é

- Raramente maiores que 10 mm

fundo e doloroso e flui sangue. O labro ingere o

- Suas asas apresentam faixa transversal preta

sangue exposto. Devido à natureza cortante da

mediana

picada o díptero está freqüentemente sendo

- Terceiro artículo antenal com o primeiro anel

espantado

tão longo quanto os quatro seguintes reunidos.

e

ainda querendo

alimentar-se.

Quando espantado o tabanídeo voa a uma distância pequena e então retorna. A

próxima

recentemente

prioridade emergido

para é

o

tabanidae

acasalar.

Isto

acontece durante as primeiras horas da manhã. Machos e fêmeas entram junto em enxames e a copula é iniciada no ar, o ato é terminado no solo e leva aproximadamente cinco minutos. O reconhecimento de fêmeas por machos é feito através da visão embora não é no momento

Figura 102. Mutuca do gênero Chrysops sp.

conhecido se um ferormônio de agregação causa os enxames matutinos de machos

Habitat: São silvestres e raramente encontrados nos domicílios. São de hábito diurno e sua picada é bastante dolorida. Surgem nos meses quentes.

2-TRIBO SCIONINI GÊNERO Fidena - Nunca maiores que 15 mm, corpo coberto por curta pilosidade, superfície dos olhos recoberta de fina pubescência, probóscida estiletiforme, longas, sempre maior que a altura da cabeça.

SUBFAMÍLIA PANGONINAE _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


105 Brachycera Tabanomorpha Mutucas ______________________________________________________________________________________________

SUBFAMÍLIA TABANINAE 2-TRIBO DIACHLORINI 1-TRIBO TABANINI

-Basicostas de um modo geral sem setas.

Basicostas densamente revestidas de setas e

-Labelas esclerosadas.

labelas densamente pilosas.

-Presença de vestígios de ocelos.

GÊNERO Tabanus

GÊNEROS: Diachlorus, Chlototabanus, etc.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Basicosta (projeção próxima à base da nervura

CARACTERÍSTICAS DAS FÊMEAS QUE SÃO

costal) com cerdas (tribo TABANINI) ou sem

BOAS TRANSMISSORAS DE PATÓGENOS:

cerdas (tribo DIACHLORINI). - Sem esporão tibial na pata III.

1. Anatogenia - sem repasto sangüíneo não há

- Ausência de ocelos funcionais.

maturação

- Probóscida raramente mais longa que altura da

fundamental).

nos

ovários

(hematofagia

cabeça. Geralmente curta e robusta. 2. Telmofagia - rasga a pele até atingir o vaso sangüíneo com extravasamento de sangue . Infecta-se tanto por um agente presente no sangue como na pele.

3. Agressividade - ataca qualquer um, sem especificidade nem hospedeiro.

4. Alimentação interrompida - leva eventuais patógenos

para

outros

hospedeiros,

transmitindo a doença do primeiro. Figura 103. Cabeça de Tabanus sp. 5. Grande repasto – aumenta o nível de transmissão.

6. Grande capacidade de vôo - procura vários hospedeiros para satisfazer a sua alimentação Pode voar até 20 km.

7. Picada dolorosa Figura 104. Mutuca do gênero Tabanus sp.

PRINCIPAL FORMA DE TRANSMISSÃO DOS AGENTES PATÓGENOS:

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106 Brachycera Tabanomorpha Mutucas ______________________________________________________________________________________________

1.

Mecânica

(vetor

mecânico)

-

aquele

hospedeiro que leva ativamente o patógeno e inocula num outro, porém nesse tempo não há desenvolvimento do patógeno no inseto.

PATOGENIA DOS TABANÍDEOS - Transmissão de anemia infecciosa eqüina e peste suína. - Transmissão de bacterioses. -

Transmissão

de

protozoários

como

o

Trypanosoma evansi para eqüinos, suínos e cães. - Efeito da picada (dor).

CONTROLE: 1)Deve-se eliminar o habitat de criação de larvas (como terrenos mal drenados), pois os adultos permanecem em regiões próximas ao desenvolvimento das larvas.

2) O controle químico deve ser feito utilizando inseticida de contato com efeito residual nos estábulos e nos animais.

3)

Fitas

escuras

adesivas

colocadas

nos

estábulos funcionam como armadilhas para capturar esses insetos.

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107 Moscas ______________________________________________________________________________________________

PARTE VIII Moscas ____________________________________________________________________________________ SUBORDEM BRACHYCERA MUSCOMORPHA

- Presença de calíptera

I. DIVISÃO ASCHYSA

- Com ou sem cerdas na hipopleura (região

FAMÍLIA SYRPHIDAE

entre a pata II e a pata III).

CARACTERÍSTICAS: - Não têm sutura ptilineal (mancha entre os

2.1 SEM CERDAS NA HIPOPLEURA

olhos, cicatriz de uma membrana que se rompe na hora de sair do pupário). - Sem importância na Medicina Veterinária.

Escutelo

II. DIVISÃO SCHYZOPHORA - Com fissura ptilineal ou frontal

Calíptera

Figura 106. Calíptera da asa de muscídeo. 2.1.1 COM APARELHO BUCAL FUNCIONAL Fissura

FAMÍLIA MUSCIDAE - Quatro faixas negras no mesonoto. - Apresentam uma célula distal na asa. - Três estágios larvares, sendo que a larva é

Figura 105. Fissura ptilineal.

vermiforme

e

esbranquiçada.

Na

sua

extremidade anterior possui ganchos (para capturar

alimentos)

e

na

posterior

possui

1. SEÇÃO ACALIPTRATAE

estigmas respiratórios com 1, 2 ou 3 aberturas,

CARACTERÍSTICAS

de acordo com a fase larval (L1, L2, L3).

- Ausência de calíptera (estrutura que auxilia no vôo).

A) SUBFAMÍLIA MUSCINAE

- Sem importância em Medicina veterinária.

- Aparelho bucal lambedor.

- Ex: Drosophila.

2. SEÇÃO CALIPTRATAE CARACTERÍSTICAS _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


108 Moscas ______________________________________________________________________________________________

GÊNERO Musca ESPÉCIE Musca doméstica

CARACTERÍSTICAS MORFOLÒGICAS: - Tamanho: ± 9 mm. - Tórax é cinza com quatro listras longitudinais

Figura 108. Peritrema de Musca sp.

escuras e largas no dorso.

- Sob condições favoráveis as fêmeas tornam-se

- O abdômen possui os lados de cor amarelada

receptivas para cópula aproximadamente 36

na metade basal. A porção posterior é marrom

horas após a emergência da pupa.

escura e possui uma faixa longitudinal escura no

- Durante o processo de cópula as asas dos

meio do dorso.

machos promíscuos rapidamente se desgastam

- Aparelho bucal com palpos maxilares médios,

pela ação vigorosa das fêmeas resistindo ao

labela com pseudotraquéias (liquefaz o alimento

galanteio.

sólido).

- A postura é feita quatro dias após a cópula e

- Antena com arista plumosa (cerdas dos dois

são depositados 75 a 150 ovos por vez. A

lados).

incubação é em média de 24 h, sendo que em

- Estigmas da larva têm abertura fora do centro.

temperatura de 25 a 35oC o período de incubação é de 8 a 12 h e em 23 a 26oc - 3 a 4 dias. A postura é feita em fezes e material orgânico em decomposição, levando em torno de uma a três semanas para passar de L1 a L3 dependendo

do

substrato

e

temperatura

ambiente. - O período pupal é de 14 a 28 dias, mas no verão leva quatro a cinco dias. - A temperatura é fator limitante para a mosca, pois o tempo de vida dos adultos varia de 30 dias no verão e mais do que isso no inverno. A Figura 107. Adulto de Musca domestica.

30oC o tempo de ovo a adulto é de 10 dias e a 16oC é de 46 dias. Além disso, só 10% dos ovos

BIOLOGIA:

chegam a adulto, também devido à temperatura.

- A Musca é atraída por comida humana, mas

- A umidade também é limitante, pois as larvas

também é encontrada em excrementos e

devem penetrar logo nas fezes se não morrem

qualquer espécie de sujeira. Patógenos podem

pela ação dos raios solares.

ser regurgitados na comida via gota de vômito.

- Número de ovos por fêmea: 350 - 900.

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109 Moscas ______________________________________________________________________________________________

- Ciclo médio de vida (ovo à adulto em dias): 10

- Tamanho bem pequeno (4 à 5 mm).

dias em temperatura excelente.

- Pernas pretas, halteres amarelos. - Larva apresenta projeções com espinhos que

SUBSTRATOS: Alimentos açucarados, carne,

funcionam como flutuadores que permitem

excrementos,

sobreviver em meio semi-líquido. Antena com

matéria

orgânica

em

decomposição ou meios em fermentação.

arista nua. - Parece uma pequena mosca doméstica.

HABITAT: Lixo, estações de tratamento de

- Aparelho bucal lambedor.

efluentes,

jardins

- Abdômen translúcido.

orgânica,

resíduos

que

recebem

de

adubação

matérias

primas

- M1 paralela e acentuada.

açucaradas, meios fermentados. BIOLOGIA: IMPORTÂNCIA:

- Desenvolve-se em fezes de aves.

1) Transporte forético: de microorganismos que

- Ocorre mais no meio rural.

levam à febre tifóide, disenteria, cólera e mastite

- O período de ovo a ovo leva 30 dias.

bovina,

de

protozoários

como

Entamoeba,

Giardia e helmintos como Taenia sp., Dipylidium

IMPORTÂNCIA:

e

Pode ser hospedeiro intermediário de Raillietina

nematóides

espirurídeos.

É

também

veiculadora de D. hominis.

sp.,transmissor de vermes espirurídeos e produz irritação nas aves, provocando perda de peso e

2) Hospedeiro intermediário: de endoparasitos

postura.

como Habronema em cavalos e Raillietina em aves.

B) SUBFAMÍLIA STOMOXYDINAE - Aparelho bucal picador - sugador (machos e fêmeas hematófagas).

GÊNERO Fannia ESPÉCIE Fannia sp. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

GÊNERO Stomoxys

- Antena com arista nua.

ESPÉCIE Stomoxys calcitrans – Mosca dos estábulos.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Aparelho bucal com palpos curtos e dentes pré-estomais na labela. - Lembra a mosca doméstica, porém possui uma probóscida preta que é usada para picar a pele e sugar o sangue. Possui um abdômen mais largo Aristas

_____________________________________________________________________________________________ Figura 109. Antena com arista nua de Fannia. Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


110 Moscas ______________________________________________________________________________________________

que o da Musca e possui marcas xadrezes no dorso do abdômen. - Possui quatro listras longitudinais no tórax similares a da Musca.

Palpos

- Antena com arista pectinada (cerdas apenas de um lado). - Larvas com dois estigmas contendo três Probóscida

aberturas em forma de s na L3.

Figura 111. Aparelho bucal de Stomoxys sp. partes

baixas

do

animal

como

pernas

e

abdômen. - O desenvolvimento do ciclo, de ovo a ovo é de 30 dias e a postura de 25 a 30 ovos por vez. A incubação é de um a quatro dias, e o tempo de L1 a L3 é de aproximadamente 20 dias. - O período pupal é de 13 dias no verão e de Figura 110. Adulto de Stomoxys sp.

três a quatro meses no inverno.

IMPORTÂNCIA:

BIOLOGIA: Têm preferência por eqüídeos, mas alimenta-se numa grande variedade de animais como bovinos, porcos, cães e humanos. Durante o seu estágio

adulto

são

feitos

vários

repastos

sangüíneos e uma mosca alimenta-se da vários

Causa anemia nos animais e é a principal veiculadora de ovos de Dermatobia hominis, faz transmissão mecânica do T. evansi, serve de hospedeiro intermediário do Habronema sp., é transmissor de anemia infecciosa eqüina e causa irritação no animal que não se alimenta

hospedeiros em um dia. - Depois de ingurgitados, tanto macho quanto

direito e tem perda de peso.

fêmea ficam lentos enquanto digerem o repasto sangüíneo.

GÊNERO Haematobia

- Os lugares onde são mais comumente

ESPÉCIE Haematobia irritans (mosca do

encontrados são: cercas, parede de casas, de

chifre).

estábulos.

Quando

são

perturbadas

elas

geralmente voam e retornam ao mesmo local.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

- Essas moscas têm hábito diurno e localizam o

- Tamanho de ± 6 mm.

hospedeiro através do gás carbônico expelido

- Aparelho bucal com palpos longos e labela

pela respiração, elas preferem se alimentar nas

sem dentes.

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111 Moscas ______________________________________________________________________________________________

as fezes em camadas finas, pois as larvas não sobrevivem aos raios solares. As moscas não depositam ovos em fezes fermentadas porque os gazes e ácido lático matam as larvas. Os inseticidas não são muito eficientes porque além de algumas moscas serem resistentes, matam outros microorganismos úteis. No caso dos

Palpos Probóscida

eqüídeos,

as

camas

devem

ser

sempre

trocadas (de 10 a 15 dias) para evitar proliferação de moscas. Figura 112. Palpos longos de Haematobia sp.

2.2. COM CERDAS NA HIPOPLEURA (em seqüência linear acima da coxa 3)

BIOLOGIA: - Fica o tempo todo em cima do animal (no

2.2.1 COM APARELHO BUCAL FUNCIONAL

dorso) de cabeça para baixo e só desce para fazer postura nas fezes frescas. Todo o

FAMILIA CALLIPHORIDAE

desenvolvimento é nas fezes (L1 até adulto).

CARACTERÍSTICAS

- Ciclo curto de 16 dias (no verão completa o

-

ciclo em oito a nove dias).

canalículos).

- Alimenta-se o tempo todo, causando anemia.

- A maior importância dessas moscas é a fase

- Prefere animais mais escuros.

larvar,

Aparelho

pois

bucal

são

lambedor

produtoras

(labelas

de

com

miíases

(bicheira). CICLO BIOLÓGICO:

- Chamadas vulgarmente de moscas varejeiras.

As larvas eclodem em 24 horas e desenvolvemse durante três dias, mudam para pupas e após

GÊNERO Cochliomyia

seis dias emergem os adultos (moscas) que ficam no corpo dos animais de cabeça para baixo e põem até 180 ovos cada.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Distingui-se o sexo pelos olhos (as fêmeas são dicópticas e machos são holópticos).

IMPORTÂNCIA: Perda de 40 kg se o animal tiver 500 moscas nele (em torno de 30 dias). Também é veiculadora de D. hominis.

- Apresentam ocelos. - Palpos muito curtos. - Flagelos claros (tendem a amarelo). - Arista bipectinada. - Tórax verde a azul metálico.

CONTROLE GERAL DAS MOSCAS: Deve-se ter um controle higiênico, fazendo

- Três linhas negras longitudinais no tórax. - A fêmea adulta apresenta basicosta clara.

esterqueiras, compactação de fezes, espalhar _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


112 Moscas ______________________________________________________________________________________________

Podem ser: 1. Clínica (localização anatômica) a)Cutânea - podem ser furunculosas (ex: berne), rasteiras e ulcerosas ou traumáticas.

b)Cavitária - ouvido, nariz.

Faixas negras no tórax

c) Orgânica – internas.

2. Etológica Figura 113. Adulto de Cochliomyia sp.

a)Pseudomiíase – acidental.

- No 5o tergito abdominal, nas laterais, há uma

b)Miíase

pilosidade prateada (cerdas aveludadas) como

secundárias

manchas claras.

necrobiontófagas, que se alimentam de tecido

- As larvas são vermiformes segmentadas e

em decomposição. Ex: Cochliomyia macellaria.

semi-específica, -

é

facultativas

causada

por

ou

moscas

com parte posterior do corpo truncada. Na parte anterior, aparelho bucal com esqueleto cefálico,

c)Miíase específica, obrigatória ou primária -

espinhos quitinizados em cada segmento do

é causada por moscas biontófagas, que se

corpo.

aberturas

alimentam de tecido vivos. Ex: Cochliomyia

estigmas

hominivorax.

Posteriormente

respiratórias

estão

(peritrema

as

com

alongados). ESPÉCIE Cochliomyia hominivorax CICLO BIOLÓGICO: Ovo (16 a 24 h.), L1, L2, L3, pupa e adulto. Aparecem

CARACTERÍSTICAS:

muito na primavera devido à temperatura e umidade

- Estigma da larva em forma de dedos separados.

IMPORTÂNCIA:

- Espinhos no final do corpo da larva com forma

Além de serem causadoras de miíases, são

predominantemente em v.

veiculadoras de patógenos.

- Larva com troncos traqueais pigmentados e alongados.

MIÍASES – É a infestação de vertebrados vivos com larvas

BIOLOGIA:

de dípteros que, em certos períodos, se

- Ciclo de 20 dias, sendo que 10 no hospedeiro,

alimentam dos tecidos vivos ou mortos do

onde faz postura em feridas.

hospedeiro, de suas substâncias corporais

- A longevidade dos machos é de 25 dias e das

líquidas ou do alimento por ele ingerido.

fêmeas de 35, mas pode

variar

com a

temperatura. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


113 Moscas ______________________________________________________________________________________________

curtos que de C. hominivorax.

BIOLOGIA: Ciclo de 10 a 12 dias e a longevidade é de 45 dias, mas pode variar com a temperatura.

GÊNERO Chrysomyia Figura 114. Peritremas de Cochliomyia hominivorax.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Tórax com brilho metálico verde à azul. - Brilho acobreado em algumas espécies.

CONTROLE: -Esterilização de machos de C. hominivorax. Assim a fêmea não bota ovos, mas continua veiculando patógenos, logo não é muito eficaz. -Fazer tratamento de lesões na pele, com repelente e cicatrizante.

- Dimorfismo sexual pelos olhos (fêmeas dicópticas e machos holópticos). - Olhos acinzentados. - Arista bipectinada. - Palpos achatados lateralmente e parte distal mais larga, cinzenta e com cerdas bem longas. - Aparelho bucal lambedor.

ESPÉCIE Cochliomyia macellaria

-

Não

apresenta

listas

longitudinais

no

mesotórax. CARACTERÍSTICAS MORFOLÒGICAS: - Estigma da larva em forma de dedos bem juntos. - Espinhos no final do corpo da larva são mais

- Remigium (tronco da asa que origina a nervura radial. Localiza-se logo abaixo da nervura costa, já que a subcosta está colada ao tronco) com cerdas.

robustos e predominantemente em W. - Troncos traqueais da larva mais claros e mais

BIOLOGIA - Provoca miíase secundária e preferem fezes de aves, lixo e carcaça de animais. - Aparecem muito na primavera devido a temperatura e umidade.

ESPÉCIE Chrysomyia megacephala – Ciclo biológico de 10 dias e longevidade de 60 dias (até 120 em laboratório), mas pode variar com a temperatura. Figura 115. Peritrema da larva de Cochliomyia macellaria.

ESPÉCIE Chrysomyia albiceps –

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114 Moscas ______________________________________________________________________________________________

GÊNERO Phaenicia CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Corpo com brilho metálico verde, azul ou cor de cobre. - Com ocelos. - Não tem listas negras no mesonoto. - Arista bipectinada. - Aparelho bucal lambedor. - Frontália e parafrontália com cerdas prateadas. - Remigium nu (sem cerdas).

Figura 116. Adulto de Chrysomyia sp. Ciclo biológico de 11 dias e longevidade de 30 a 40 dias, mas pode variar com a temperatura.

ESPÉCIE Chrysomyia putoria – Ciclo biológico de 10 dias e longevidade de 30 a 40 dias, mas pode variar com a temperatura. Figura 117. Adulto de Phaenicia sp. CONTROLE: -As larvas fazem controle natural entre elas, pois

BIOLOGIA:

são predadoras umas das outras, mas de

Provocam miíase secundária, preferem fazer a

qualquer

postura em fezes de aves, lixo e carcaça de

maneira

são

veiculadoras

de

patógenos, por isso não adiantaria proliferá-las. -

animais.

Não deixar esterqueiras abertas, evitar acúmulo de lixo.

ESPÉCIE Phaenicia eximia, P. cuprina e P.

-Microhimenópteros como as vespas furam as

sericata

pupas vivas das moscas e enfiam o ovipositor

Ciclo biológico de 12 dias e longevidade de 40

para

dias para os machos e 50 para as fêmeas,

depositar

ovos,

o

que

impede

a

continuação do ciclo da mosca.

podendo variar com a temperatura.

-O ideal é um controle integrado, biológico e químico.

FAMÍLIA SARCOPHAGIDAE

GÊNERO Sarcophaga _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


115 Moscas ______________________________________________________________________________________________

Provocam miíases secundárias, pseudomiíases, CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

as

larvas

são

predadoras

- Moscas de médio à grande porte

veiculadoras de patógenos.

e

ainda

são

- Coloração escura acinzentada (sem brilho metálico)

2.2.2 MOSCAS COM APARELHO BUCAL

- Possuem três listas negras no tórax e cerdas

AFUNCIONAL

na hipopleura, não confundir com muscídeo.

- Adultos não se alimentam.

- Aparelho bucal funcional lambedor

- Larvas causam miíases.

- Probóscida não quitinizada e maleável - Abdômen com manchas negras (parece

FAMÍLIA OESTRIDAE

xadrez)

GÊNERO Oestrus HOSPEDEIROS: Ovinos e caprinos. LOCAL: Fossas nasais.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Adulto com olhos pequenos e bem separados e fronte com crateras. Flagelo com arista nua. - Larvas grandes com uma placa peritremática em forma de “D”. Os estigmas são porosos. A larva I mede 1-3 mm., é segmentada e apresenta filas transversais de espinhos e 2 ganchos bucais quitinosos fortes e curvos que formam o cefaloesqueleto. A larva II mede 1,5-

Figura 118. Adulto de Sarcophagidae.

12 mm., apresenta poucos espinhos no segundo BIOLOGIA

segmento. A larva III mede uns 20 mm., é de cor

- Larvas vivem em cadáveres e têm a parte

branca quando lovem e amarela-parda quando

posterior

cefálico

madura. Possui dorsalmente bandas quitinosas

quitinizado, cerdas no segmento do corpo (não

largas em todos os segmentos, os quais estão

são espinhos) e aberturas respiratórias internas

desprovidos de espinhos com exceção do

na parte posterior que parecem dedinhos de

segundo que possui poucos. Posteriormente

luva.

todas larvas apresentam peritremas, cuja forma

- Fêmeas são larvíparas (até 50 larvas por vez)

e tamanho é importante para identificação.

truncada,

esqueleto

o que é vantagem na competição por carcaças. BIOLOGIA IMPORTÂNCIA:

As moscas adultas são muito ativas durante os meses quentes, primavera-verão e início do outono. As horas de vôo coincidem com as de

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116 Moscas ______________________________________________________________________________________________

máxima luminosidade, momento em que os

As larvas III maduras, saem para o exterior,

animais ficam na sombra, agrupados e se

favorecendo

protegem entre si mantendo sua cabeça baixa e

defensivos do animal. A metamorfose até adulto

narinas

fêmeas

leva entre 25-30 dias em período quente,

fecundadas depositam larvas I imersas em uma

prolongando-se até 2-3 meses na estação fria,

mucosidade nas imediações das fossas nasais.

momento que aproveitam para entrar em

Estas migram e invadem cavidades, seios

diapausa pupal. O adulto emergente da pupa

nasais,

Seu

não se alimenta, pois suas peças bucais são

desenvolvimento parece depender da geração a

rudimentares. A cópula ocorre no solo e os

que pertence. Será mais rápido (15 dias) para

adultos

larvas depositadas na primavera-verão, e mais

hospedeiro está presente. A fêmea põe 30-50

tardio no final de verão, início de outono,

larvas em cada postura, podendo chegar a 500

podendo entrar em um período de letargia

em todo o período de larviposição. O CO2 e o

larvária de 7-9 meses. As mudas larvais L-II e L-

odor do hospedeiro atraem as moscas. O

III ocorrem em 25-35 dias, prolongando-se até

número médio de larvas por animal pode oscilar

10-11 meses no caso de gerações de outono e

entre 5 a 30 exemplares.

próximas

paranasais

do

solo.

e

As

frontais.

sua

saída

freqüentam

pelos

os

mecanismos

lugares

onde

o

condições climáticas adversas. As larvas, por meio de seus espinhos e céfalo-

IMPORTÂNCIA:

esqueleto,

mucosas

Inflamação dos seios frontais e infecção, devido

sinusais, iniciando-se nos cornetos, cavidade e

a presença de larvas (L2 e L3) que irritam e

tabique nasal, podendo chegar aos seios

saem pelo espirro ou por livre vontade e que

frontais. Alimentam-se de sangue, tecidos da

podem ficar de 2 semanas até 10 meses no

mucosa e muco que ela segrega.

animal. É chamada praga de verão porque as

exercem

irritação

das

moscas irritam os animais que ficam indóceis e tentam esconder o focinho. Raramente é mortal.

CONTROLE: é muito difícil, pois o que deve ser feito é a prevenção na época em que mais ocorre, começando no meio da primavera e não deixando a larva se desenvolver.

FAMÍLIA CUTEREBRIDAE

GÊNERO

Cuterebra

(BERNE

DE

ROEDORES).

Figura 119. Larva de Oestrus sp.

GÊNERO Dermatobia

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117 Moscas ______________________________________________________________________________________________

ESPÉCIE Dermatobia hominis (sua larva é chamada de berne).

HOSPEDEIROS: Mamíferos (mais importante bovino e cão).

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Adulto com cabeça e tórax castanhos e abdômen azul metálico. • Larva com espinhos e ganchos só na parte mais larga. Estigmas respiratórios na parte mais estreita.

BIOLOGIA: • A atividade da larva é noturna e a L3 não é piriforme. • Adultos não se alimentam e vivem em matas (florestas, ilhas de matas, fazendas ou beira de rio).

Figura 121. Abdômen metálico de Dermatobia sp. como a musca doméstica), e esses levam os ovos até os animais. Em torno de sete dias (varia com temperatura e umidade) eclodem as larvas (por estímulo térmico a larva abre o opérculo), que penetram na pele (mesmo estando íntegra). Estas possuem espinhos

CICLO BIOLÓGICO: As moscas, que são duas a três vezes maiores que a mosca doméstica tem uma reprodução constante porque só possuem três dias de vida. Elas não vão aos animais, mas depositam uma massa de ovos (um ovo por segundo) no

somente em metade do seu corpo para se fixarem na pele. As larvas não chegam a atingir os tecidos, ficam logo abaixo da pele. Depois de ± 40 dias, as larvas caem no chão e viram pupas que ficam sem se alimentar por 32 dias e só aí viram adultos (moscas).

abdômen de vetores foréticos (insetos zoofílicos, Obs: Os animais de pêlo escuro são mais afetados que os de pêlo claro. Mas a preferência é do vetor e não da Dermatobia por causa da reflexão da onda luminosa (o preto atrai mais os insetos)

CONTROLE DOS VETORES: *QUÍMICO: Figura 120. Cabeça de Dermatobia sp.

Inseticidas tópicos, injetáveis.

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118 Moscas ______________________________________________________________________________________________

Figura 122. Larva L3 de Dermatobia sp. Figura 123. Adulto de Gasterophilus sp. *BIOLÓGICO: Parasitóides (microhimenópteros), predadores

no caso de outras spp), estigmas com aberturas

(formigas,

cheias de trabéculas.

ácaros,

pássaros),

fungos

(Metarhizium, Beauveria), bactérias (Bacillus

• Adultos com um par de asas.

thurigiensis). CICLO BIOLÓGICO: MANEJO

INTEGRADO:

inseticida;

raças

resistentes (zebu)

A oviposição é feita em vôos rápidos e os ovos aderem ao pêlo. De 7 a 10 dias tem-se a eclosão da L1 que penetra na mucosa bucal

FAMÍLIA GASTEROPHILIDAE

onde fica migrando de 2 a 6 semanas (varia com

GÊNERO Gasterophilus

a espécie). As larvas são deglutidas por

ESPÉCIES G. nasalis; G. intestinalis; G.

eqüídeos e quando chegam ao estômago e

haemorroidalis

duodeno, vão à L2 e L3 e pelas fezes chegam

HOSPEDEIROS: Eqüinos.

LOCAL: Duodeno e estômago (larvas).

CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: • Adulto possui o corpo recoberto por pêlos sedosos e amarelos (lembra abelha, mas essa têm dois pares de asas). • Larvas grandes com ganchos orais em forma de

foice,

corpo

segmentado

coberto

por

espinhos (Uma fileira no caso de G. nasalis e 2

Figura 124. Ovo de Gasterophilus preso ao pêlo.

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119 Moscas ______________________________________________________________________________________________

5) Eliminação: G. nasalis e G. intestinalis saem direto nas fezes com o peristaltismo. G. haemorroidalis antes de ser eliminado se fixa no plexo hemorroidário podendo levar a um prolapso retal e depois tétano, já que as fezes dos eqüinos são ricas em Clostridium tetani pelo fato do cavalo cortar a gramínea bem rente ao solo, vindo terra junto com esporos.

CONTROLE: Figura 125. Larva de Gasterophilus sp.

Depende da criação e do manejo, mas se deve cortar o pêlo da ganacha no verão e escovar ou

ao solo virando pupa e mais tarde, adultos.

passar esponja com água morna, para soltar os ovos presos ao pelo e matar as larvas.

PARTICULARIDADES DAS ESPÉCIES:

1) Oviposição: G. nasalis e G. haemorroidalis realizam oviposição nos pêlos da região da ganacha (barba) enquanto que G. intestinalis prefere pêlos dos membros anteriores.

2) Eclosão

da

larva:

G.

nasalis

SEÇÃO PUPÍPARA • A pupa se encontra sempre no chão onde se enterra para fugir de predadores. Ela se forma pelo endurecimento da larva três. • A fêmea origina diretamente a pupa.

e

G.

haemorroidalis a larva penetra na mucosa assim que eclode, já em G. intestinalis para abandonar o ovo a larva necessita um estímulo térmico de umidade e fricção. Os estímulos são dados pela lambida do cavalo.

• As larvas se desenvolvem no pseudo-útero da fêmea. • As

moscas

são

achatadas

dorso-

ventralmente • Apresentam um envoltório coriáceo (duro) • Dípteros anômalos (por não apresentarem asas ou terem asas rudimentares)

3) Migração boca-estômago: Em G. nasalis

• Todos hematófagos

antes de ser deglutido a larva para na faringe

• Os palpos guardam as peças bucais (nos

(uma a duas semanas) podendo ocorrer asfixia.

outros dípteros é o lábio)

Em G. haemorroidalis e G. intestinalis, as larvas vão direto ao estômago.

FAMÍLIA HIPPOBOSCIDAE

GÊNERO Hippobosca 4) No estômago e intestino: Todos preferem o piloro e o duodeno e o período parasitário é de

GÊNERO Pseudolinchia

9 a 11 meses. Podem causar cólicas.

Espécie Pseudolinchia canariensis

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120 Moscas ______________________________________________________________________________________________ • Asa desenvolvida e caduciforme. • Ficam presos no pêlo por uma substância

HOSPEDEIROS: pombos.

pegajosa na pupa. CARACTERÍSTICAS: Asa somente com veia r-m presente.

IMPORTÂNCIA:

transmissor

do

GÊNERO Melophagus protozoário

Haemoproteus columbae.

HOSPEDEIROS: Ovinos

CARACTERÍSTICAS: • Asa reduzida à pequena calosidade • Ficam presos à lã por uma substância pegajosa na pupa

IMPORTÂNCIA: Transmissor

do

protozoário

Trypanosoma

mellophagium Figura 126. Hipoboscidae de pombos.

GÊNERO Lipoptena HOSPEDEIROS: Cervídeos

CARACTERÍSTICAS:

Figura 128. Parte anterior de Melophagus

Figura 127. Melophagus, parasito de ovinos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


Protozoários ______________________________________________________________________________________________ 121 FILO PROTOZOA

SUBFILO SARCOMASTIGOPHORA CLASSE SARCODINA

SUBFILO CILIOPHORA

CLASSE MASTIGOPHORA

ORDEM TRICHOSTOMORIDA ORDEM AMOEBINA

ORDEM RHIZOMASTIGINA

ORDEM TRICHOMONADIDA

ORDEM DIPLOMONADIDA

ORDEM KINETOPLASTIDA FAMILIA BALANTIDIIDAE

FAMÍLIA MASTIGAMOEBIDAE

FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE

GÊNERO HISTOMONAS

GÊNERO TRICHOMONAS

FAMÍLIA HEXAMITIDAE GÊNERO GIARDIA

FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE

GÊNERO TRYPANOSOMA

GÊNERO BALANTIDIUM

GÊNERO LEISHMANIA

FAMÍLIA ENDAMOEBIDAE

CLASSE PIROPLASMASIDA

SUBFILO APICOMPLEXA OU SPOROZOA

GÊNERO ENTAMOEBA

ORDEM PIROPLASMORIDA CLASSE SPOROASIDA OU COCCIDIIA

FAMILIA BABESIDAE

ORDEM EUCOCCIDIORINA

FAMILIA EIMERIIDAE GÊNERO EIMERIA

FAMILIA CRYPTOSPORIDAE

GÊNERO ISOSPORA

FAMILIA PLASMODIIDAE

GÊNERO CRYPTOSPORIDIUM

GÊNERO BABESIA

FAMILIA SARCOCYSTIDAE

FAMILIA HEPATOZOIDAE GÊNERO SARCOCYSTIS

GÊNERO PLASMODIUM GÊNERO HAEMOPROTEUS

GÊNERO TOXOPLASMA

GÊNERO HAMMONDIA

GÊNERO HEPATOZOON GÊNERO BESNOITIA

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122 Protozoários ______________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO III Protozoários ____________________________________________________________________________________

atuam

FILO PROTOZOA

beneficamente

compondo

a

flora

intestinal de ruminantes.

MORFOLOGIA DOS PROTOZOÁRIOS

CARACTERÍSTICAS:

Pseudópodes:

São

prolongamentos

- Unicelulares, eucariontes (com membrana

citoplasmáticos

encontrados

nuclear).

Geralmente emitem apenas um e o corpo

- Com organelas adaptadas ao parasitismo

acompanha.

em

amebas.

como flagelo, cílios e pseudópodes. - Membrana lipoprotéica para limitar as trocas

REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS

(permeabilidade), que pode ser fina ou grossa.

I - Sexuada (Gametogonia ou Esporogonia):

- Uninucleados, sendo que o período que

Ocorre troca de material genético

precede a divisão pode ter vários núcleos.

1.Cópula- União do macho com a fêmea.

- Presença de organelas estáticas, como por

2.Conjugação- fusão entre célula fêmea e

exemplo, a membrana cística.

macho dando origem à célula filha. O macho (microgameta) geralmente é menor que a fêmea

Flagelo:

Organela

que

se

origina

do

cinetoplasto (extremidade anterior) e ao se

(macrogameta), mas as células filhas são todas iguais (isogametas).

dirigir para a cauda carrega uma membrana, formando a membrana ondulante. Ele precisa de

II - ASSEXUADA: CÉLULA MÃE ORIGINA

muita

CÉLULA FILHA

energia

e

aparece

na

classe

dos

Trypanosoma.

1. Divisão binária - Núcleo se divide igualmente dando origem a duas células idênticas à mãe.

Cílios: Dão pouco impulso ao parasito, mas

Ex: Trypanosoma e Amebas

2. Divisão

binária

sucessiva

ou

divisão

múltipla - É o caso das amebas.

3. Brotação - Brotamento de novas células dentro da célula mãe, a qual é bem maior no Figura 129. Locomoção por flagelos.

início.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


123 Protozoários ______________________________________________________________________________________________

4. Endodiogenia - Dentro da célula mãe ocorre a

formação

das

células

filhas

(núcleo

e

citoplasma) e só depois se rompe a membrana

II- AnaeróbicaVivem em meio onde não há muito oxigênio.

citoplasmática da mãe. TIPOS DE PARASITAS 5. Esquizogonia

-

Esquizonte

(célula

que

I - Monoxeno:

sofrerá esquizogonia) se divide sucessivamente

Só um hospedeiro. Ex: Entamoeba, Giardia,

e ocorre formação de milhões de merozoítas

Tritrichomonas.

(núcleo que vai originar um indivíduo) II- Heteroxeno: OBS: Os protozoários podem apresentar dois

Precisa de mais de um hospedeiro para

tipos de reprodução juntos.

completar o ciclo. Ex: Plasmodium, Babesia, Trypanosoma.

NUTRIÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS I-HOLOZÓICA-

DIVISÃO DO FILO PROTOZOA

Nutrem-se de matéria orgânica já elaborada.

TRÊS SUBFILOS:

Envolve a captura, ingestão, assimilação e eliminação

das

porções

não

digeridas.

I-Subfilo

Protozoário tira a substância do hospedeiro,

classes:

digere e joga fora. Ocorre na maior parte dos

a)

protozoários. Ex.: Amebas, Plasmodium (utiliza-

flagelos)- Trypanosoma, Tritrichomonas,

se de parte da hemoglobina para se nutrir).

Leishmania, Giardia, Histomonas.

II- HOLOFÍTICA-

b)

Protozoários sintetizam seu material nutricional

pseudópodes) – Amebas.

Sarcomastigophora:

Classe

Classe

Mastigophora

Sarcodina

Possui

duas

(locomoção

(locomoção

por

por

usando raios solares como fonte de energia. Não tem importância veterinária.

II-

Ex.: fitoflagelados.

classes:

SubFilo

Apicomplexa

ou

Sporozoa:

2

a)Classe Sporoasida ou Coccidia-Coccídeos: Toxoplasma,

III- SAPROZÓICAUtilizam

a

dissolvida

matéria em

orgânica

líquidos.

São

e

inorgânica

Cryptosporidium,

Eimeria,

Sarcocystis.

osmotróficos

(absorvem substâncias digeridas da célula ou do

b)Classe Piroplasmasida - Babesia

tecido do hospedeiro) Ex.: Trypanosoma. III- SubFilo Ciliophora: RESPIRAÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS

a)Ciliados (sem muita importância).

I- AeróbicaVivem em meio rico em oxigênio .

FILO PROTOZOA

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124 Protozoários ______________________________________________________________________________________________

I -SUBFILO SARCOMASTIGOPHORA Nesse

Subfilo

estão

compreendidos

os

protozoários que possuem organelas para sua locomoção como: flagelos, pseudópodes ou ambos.

CARACTERÍSTICAS: - Normalmente não intracelulares. - Possuem organelas de locomoção como flagelos e pseudópodes.

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125 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

PARTE I Flagelados ____________________________________________________________________________________ CLASSE MASTIGOPHORA – Locomoção por

O macho uma vez infectado passa a ser o

flagelos.

agente transmissor. Pode ocorrer contaminação por fômites e inseminação artificial. As vacas por

I-ORDEM TRICHOMONADIDA

sua vez adquirem resistência com o tempo,

Possuem quatro a seis flagelos (sendo um

podendo dar origem a terneiros sãos por

recorrente) unidos a uma membrana ondulante.

inseminação artificial (para não contaminar os touros).

FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE

GÊNERO Tritrichomonas

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

ESPÉCIE Tritrichomonas foetus.

Leva ao aborto precoce nas vacas (pouco

HOSPEDEIROS: Bovinos.

detectado devido ao pequeno tamanho do feto) ou absorção fetal. Esse protozoário pode ainda

LOCAL: Prepúcio dos machos e vagina das

invadir o útero atacando as membranas fetais e

fêmeas.

causando a Trichomonose genital das vacas. Permite

o

aparecimento

de

infecções

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

oportunistas, principalmente se ocorrer retenção

- Trofozoíta com formato piriforme.

de

- Sem simetria bilateral.

sintomatologia, mas passa o parasito para

- Presença de quatro flagelos, sendo três curtos

outras

e

inviabilizado para reprodução (o tratamento no

um

que

vai

à

extremidade

posterior

carregando parte da membrana plasmática e

placenta.

O

vacas

macho

através

não

do

apresenta

coito,

sendo

macho não é seguro).

formando assim a membrana ondulante. - Possui um axóstilo no centro do corpo.

DIAGNÓSTICO:

- Possui um núcleo deslocado.

Lavagem

- Possui um citóstoma, que é uma vesícula

fisiológico e observação do conteúdo em

alongada por onde o parasito se alimenta.

microscópio. Cultura do material.

CICLO BIOLÓGICO:

PROFILAXIA:

A transmissão é puramente mecânica e se dá

Retirar o touro do plantel, dar descanso sexual

através do coito, por isso esse protozoário não

para as fêmeas (três a quatro meses, pois a

apresenta forma cística, pois não necessita de

mudança de pH durante o cio mata o parasito) e

resistência no meio ambiente.

utilizar

do

touro

trato

reprodutivo

negativo

e

com

sêmen

de

soro

boa

procedência.

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126 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

OBS: T. vaginalis - Aparece nas mulheres. Ë

Ingestão de cistos contidos nos alimentos e

favorecido pela baixa de pH (quando a mulher

água.

passa

Os cistos são viáveis por até duas semanas no

da

puberdade).

Fazer

exames

ambiente.

ginecológicos periodicamente. T. gengivalis - Aparece em pessoas que têm muita cárie e tártaro, pois o protozoário

FORMAS EVOLUTIVAS: Cisto e trofozoíto.

digere restos alimentares e bactérias. Fazer revisão periódica dos dentes. T. intestinalis - Há baixa patogenicidade no homem. Aparece no esôfago de pombos.

II - ORDEM DIPLOMONADIDA FAMÍLIA HEXAMITIDAE A forma trofozoíta apresenta simetria bilateral e seis a oito flagelos.

GÊNERO Giardia ESPÉCIE Giardia lamblia = intestinalis

HOSPEDEIROS:

Figura 130. Cistos de Giardia sp. corados pelo lugol. Aumento de 400X.

Homem, cão, caprinos, bovinos.

LOCAL: Intestino.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Trofozoíta com formato piriforme. - Possui dois núcleos. - Possui vários flagelos (seis a oito). - Possui dois axóstilos. -

Possui

discos

suctórios

(ventosas)

que

mantém o parasito na mucosa para que ele se alimente. - Apresenta forma cística alongada com quatro

Figura 131. Forma trofozoíta de Giardia sp.

núcleos. - Com simetria bilateral.

CICLO BIOLÓGICO: A contaminação se dá através da ingestão de

TRANSMISSÃO:

alimentos ou água contaminados com a forma

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127 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

cística. No intestino ocorre a liberação dos

-Organismos amebóides e uninucleados. Seu

trofozoítos que se multiplicam por fissão binária,

único flagelo nasce de um grânulo basal

algumas formas se encistam na mucosa do

próximo ao núcleo.

intestino e evoluem até cisto que é eliminado com as fezes e que resistem às condições

ESPÉCIE Histomonas meleagridis.

adversas do ambiente. O cisto no duodeno após fissão binária dá origem a dois trofozoítos. Os

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galinhas e perus.

trofozoítos fixam-se nas células do intestino, se

Pode aparecer em codornas, pintos e faisão.

encistam, amadurecem e, após, os cistos são eliminados para a luz do intestino por onde vão

HOSPEDEIRO

ao meio exterior com as fezes.

gallinarum.

INTERMEDIÁRIO:

Heterakis

LOCAL: Mucosa de ceco e no fígado de perus.

TRANSMISSÃO: A ave contamina-se por Ingestão de ovos de Heterakis gallinarum (parasita dos cecos das aves) contendo o Histomonas no seu interior.

ESTÁGIOS: Trofozoíto.

CARACTERÍSTICAS Figura 132. Desenvolvimento da Giardia no hospedeiro.

CORTE

MORFOLÓGICAS

HISTOLÓGICO

DE

CECO

(EM OU

FÍGADO): IMP. EM HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA: Leva a casos de cólica e diarréia.

PROFILAXIA: Limpeza do ambiente, lavar bem os alimentos e só beber água filtrada.

III- ORDEM RHIZOMASTIGINA FAMÍLIA MASTIGAMOEBIDAE

GÊNERO Histomonas.

- Trofozoíta arredondado com núcleo basófilo (roxo) e citoplasma negativo (branco). - Flagelo não visível. - Presença de eosinófilos (rosa).

CICLO BIOLÓGICO: O verme Heterakis gallinarum ao se alimentar da mucosa do ceco das aves se infecta com o protozoário. Quando é feita a postura de ovos de Heterakis para o meio ambiente, esses já possuem no seu interior os trofozoítos de Histomonas. As aves ao se alimentarem podem

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

ingerir

ovos

embrionados

desse

verme

(Heterakis) e quando a sua larva eclode e se _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


128 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

fixa no intestino, os parasitas (Histomonas)

próximo ao núcleo e flagelo livre sem membrana

liberam-se e penetram na mucosa do intestino

ondulante.

onde se reproduzem por fissão binária. Alguns trofozoítas migram para o fígado produzindo

- Forma epimastigota: Estrutura em forma de

lesões características.

foice onde o cinetoplasto é anterior e aparece próximo ao núcleo.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Pode levar a inflamação do ceco seguida de

- Forma promastigota: estrutura em forma de

alterações

foice que aparece em cultura de células e em

patológicas

(enterohepatite),

acarretando

no

fígado

na queda

de

hospedeiro

invertebrado.

Ë

uma

forma

produtividade do plantel e até morte das aves.

alongada, onde o flagelo não forma membrana

É uma doença principalmente de aves jovens.

ondulante, o cinetoplasto fica na extremidade anterior, longe do núcleo e este é central.

PROFILAXIA: Os perus devem ser criados em terrenos que

- Forma esferomastigota: Estrutura arredon-

não tenham sido utilizados por galinhas, pois as

dada que aparece dentro de células que possui

galinhas são os principais reservatórios da

um núcleo central e um cinetoplasto e ainda um

doença já que disseminam o parasito sem

pequeno flagelo.

adoecer.

IV - ORDEM KINETOPLASTIDA

FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE

GÊNERO Trypanosoma ESTÁGIOS DE VIDA DO TRYPANOSOMA Figura 133. Forma tripomastigota do Trypanosoma cruzi.

- Forma tripomastigota: Estrutura em forma de foice que aparece sempre em esfregaço de sangue e em hospedeiro vertebrado. Apresenta

- Forma amastigota: Estrutura arredondada que

flagelo livre na extremidade anterior, membrana

aparece dentro das células e por isso não

ondulante, um núcleo central, cinetoplasto e

necessita de movimento, logo não apresenta

blefaroplasto (local exato onde o flagelo se

flagelo.

forma).

cinetoplasto em forma de bastão. Sempre em

Possui

um

núcleo

central

e

um

hospedeiro vertebrado. - Forma opistomastigota: Estrutura em forma de foice

que

apresenta

cinetoplasto

posterior

REPRODUÇÃO:

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129 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

Assexuada por divisão binária.

depois passa a epimastigota e no final do trato digestivo

forma-se

a

forma

infectante

TRANSMISSÃO:

(tripomastigota metacíclica). Para infectar, ao se

Inoculativa ou contaminativa.

alimentar à noite no hospedeiro ele defeca próximo a picada (Trypanosoma da secção

ESPÉCIES DE TRYPANOSOMA

stercoraria - transmissão contaminativa). Há

SEÇÂO STERCORARIA – transmitido através

calor e inchaço no local da picada e o

das fezes

hospedeiro ao se coçar faz com que as fezes contaminadas com tripomastigotas penetrem na ferida. No tecido retículo endotelial passa a

I - Trypanosoma cruzi

forma amastigota onde sofre divisão binária e HOSPEDEIROS: Humanos, primatas, cães e

vai

à

circulação,

gatos.

tripomastigota (permanece uns cinco dias na circulação). tripomastigotas

VETORES: Hemípteras (barbeiros).

transformando-se

Um

grande

é

destruído

em

número na

de

circulação,

entretanto os que escapam vão se localizar em CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

diferentes órgãos e tecidos (musculaturas do

1. Forma tripomastigota (circulante):

cólon, esôfago, baço, fígado, coração) onde se

- Forma de C.

transformam em amastigotas constituindo os

- Extremidades pontiagudas.

focos secundários e generalizados. Nestes

- É a fase contaminativa para o hospedeiro.

focos

- Núcleo central grande (se cora em roxo).

multiplicação, com novas invasões, evoluem

- Presença de membrana ondulante e flagelo.

para a forma flagelada e voltam ao sangue

- Cinetoplasto grande e próximo a extremidade

periférico para recomeçar o ciclo. O inseto é

posterior (se cora em roxo).

infectado ao picar o homem para se alimentar.

secundários,

os

amastigotas,

após

2. Forma amastigota (tecidual): - Possui forma arredondada. - Encontrada nos tecidos (principalmente na musculatura

cardíaca),

é

a

fase

de

multiplicação. - Núcleo não tão grande.

CICLO BIOLÓGICO do T. CRUZI: O

barbeiro

ingere

(tripomastigotas)

ao

as

formas

picar

o

circulantes hospedeiro

contaminado e no tubo digestivo o protozoário

Figura 134. Ciclo de Trypanosoma da seção Salivaria.

se multiplica, se transforma em promastigota, _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


130 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

inocula as formas promastigotas (Trypanosoma

IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA: Promove

a

hiperfunção

de

órgãos

como

da secção salivaria - transmissão inoculativa)

esôfago, coração e cólon ocorrendo aumento no

que penetram nas células retículo endoteliais

tamanho dessas estruturas e os sintomas à

virando amastigotas e passam à circulação

longo prazo são febre, lesões no sistema

sangüínea na forma tripomastigota.

cardíaco e digestivo. No local onde ocorreu a picada forma-se um edema que é chamado de

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

chagoma ou sinal de Romanã.

Leva a doença de caráter crônico onde, ao longo dos anos, o animal pode ou não estar

PROFILAXIA:

contaminado. Na África ele utiliza como vetor a

Deve-se evitar habitações precárias (pois é

mosca Tsé tsé que causa a doença do sono.

comum a presença de ninhos do barbeiro) e

Pode causar morte por hemorragia ou isquemia.

deve-se combater o hemíptera destruindo seus ninhos.

PROFILAXIA: Combate aos vetores.

SEÇÂO SALIVARIA- Transmitido via picada II - Trypanosoma vivax

III - Trypanosoma equinum= evansi

HOSPEDEIROS: Ruminantes, principalmente bovinos e bubalinos.

HOSPEDEIROS: Eqüinos.

VETORES:

VETORES:

Stomoxys e tabanídeos.

Stomoxys e tabanídeos.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

1. Forma tripomastigota:

1. Forma tripomastigota:

- Forma de foice, mas sem forma de C e bem menor que o T. cruzi. - Núcleo grande e central (se cora em roxo). - Cinetoplasto pequeno e fraco(se cora em roxo). - Extremidade posterior mais arredondada.

CICLO BIOLÓGICO: O

vetor

pica

o

hospedeiro

contaminado

ingerindo a forma tripomastigota e na sua probóscida se transforma em promastigota, que se multiplica por divisões binárias sucessivas e quando o inseto pica novamente outro animal

Figura 135. Forma tripomastigota de T. evansi.

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131 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

- Núcleo bem visível.

- Cinetoplasto bem pequeno.

- Cinetoplasto praticamente invisível.

- Membrana ondulante bem visível.

- Membrana ondulante bem visível.

- Número maior de grânulos no citoplasma.

- Grânulos no citoplasma. CICLO BIOLÓGICO: CICLO BIOLÓGICO:

É um Trypanosoma da secção Stercoraria e a

Os vetores picam o hospedeiro contaminado e

transmissão é venérea, ou seja, via sexual.

se alimentam da forma tripomastigota e essa forma é diretamente inoculada em outros

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

animais (Trypanosoma da secção salivaria -

Leva a uma doença venérea chamada durina,

transmissão

ocorre

na qual os sintomas mais comuns são: secreção

desenvolvimento do Trypanosoma no inseto, a

excessiva na mucosa genital e edema dessas

transmissão é mecânica. Como a picada do

partes. Em casos severos pode ocorrer aborto.

inoculativa).

Não

tabanídeo é dolorosa facilita a transmissão, pois o animal sente logo e se coça.

IV - ORDEM KINETOPLASTIDA FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Essa espécie causa o Mal das cadeiras,

GÊNERO Leishmania

doença no qual os sintomas são: Paralisia progressiva dos membros posteriores, febre, anemia e emaciação.

PROFILAXIA: Combate aos vetores.

IV - Trypanosoma equiperdum

HOSPEDEIROS: Eqüinos e asininos.

Figura 136. Amastigotas de Leishmania sp.

TRANSMISSÃO: Passam de hospedeiro vertebrado para outro hospedeiro vertebrado sem auxílio de insetos vetores. Transmissão de tripomastigotas através do coito.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 1. Forma tripomastigota: - Núcleo bem visível.

Figura 137. Promastigotas de Leishmania

sp. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


132 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

Protozoário da classe Mastigophora (flagelado)

promastigotas, que ao se multiplicarem podem

que é transmitido para o vertebrado pela picada

até obstruir o canal alimentar do inseto. Este, ao

de um inseto vetor. Há duas espécies de

inocular saliva no hospedeiro definitivo manda

importância: Leishmania donovani (agente da

aquele “bolo” de formas promastigotas que

leishmaniose visceral) e Leishmania braziliensis.

penetram nos macrófagos e se transformam em

(agente da leishmaniose cutânea).

amastigotas, onde se multiplicam e ganham a corrente sangüínea indo ao baço ou fígado.

I - Leishmania donovani HOSPEDEIROS: Homem e cães.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Provoca uma doença chamada leishmaniose visceral

VETORES: Phlebotomum e Lutzomyia.

ou

calazar,

onde

as

formas

promastigotas se proliferam nos macrófagos e LOCALIZAÇÃO:

os destroem. Em casos avançados pode atingir

Os protozoários se multiplicam no interior de

o tubo digestivo causando diarréia, abdômen

macrófagos, que acabam sendo destruídos,

distendido e mortalidade que alcança 70 a 90%

causando

nos casos não tratados. É uma zoonose onde os

a

liberação

dos

parasitos,

que

cães

invadem macrófagos vizinhos.

são

excelentes

reservatórios

de

Leishmania para o homem. CARACTERÍSTICAS CORTE

MORFOLÓGICAS

HISTOLÓGICO

DE

FÍGADO

(EM OU

BAÇO):

1. Forma amastigota: -

Estruturas

arredondadas

pequenas

e

aglomeradas. - Núcleo central. - Ausência de flagelo. - Encontrada nos vertebrados.

2. Forma Promastigota:

Figura 138. Ciclo biológico de Leishmania sp.

- Encontrada no inseto vetor. - Corpo alongado. - Flagelo livre na extremidade anterior do corpo.

PATOGENIA: A L. donovani é um parasito exclusivo do

CICLO BIOLÓGICO:

Sistema Fagocitário Mononuclear (antigo Sist.

Na picada o vetor (Lutzomyia) se infecta com a

Ret. Endotelial), principalmente das células

forma

de

localizadas no baço, fígado e medula óssea. No

macrófagos) e essas se transformam em

citoplasma das células os parasitas multiplicam-

amastigota

(que

está

dentro

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133 Flagelados ______________________________________________________________________________________________

se, distendendo as células até sua ruptura. Os parasitas liberados são fagocitados por novas

CICLO BIOLÓGICO:

células

Na picada o vetor se infecta com a forma

reticulares

e

este

ciclo

continua

indefinidamente.

amastigota

e

essas

se

transformam

em

promastigotas no canal alimentar do inseto. Ao Conseqüências: Aumento dos órgãos ricos em

picar o hospedeiro definitivo inocula um “bolo”

macrófagos

A

de formas promastigotas que penetram nas

medula óssea sofre atrofia uma vez que as

células retículo endoteliais e se transformam em

células reticulares aí situadas, são desviadas

amastigotas, que se multiplicam e ficam na pele

pelo parasitismo, para a função macrofágica.

do hospedeiro.

(hepato

e

esplenomegalia).

Quadro hematológico com pancitopenia, mais especialmente

leucopenia

e

anemia

por

hemorragia devido a baixa de plaquetas.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Leva a séria lesão cutânea, principalmente no focinho dos cães e na região nasal dos homens,

PROFILAXIA:

podendo invadir as mucosas produzindo erosão

Eliminação de cães infectados e combate aos

nos

vetores.

leishmaniose cutânea ou úlcera de Bauru.

tecidos

cartilaginosos.

É

a

chamada

Também é uma zoonose e os cães são ótimos reservatórios da doença para o homem.

II - Leishmania braziliensis HOSPEDEIROS: Homem e cães. VETORES: Phlebotomum e Lutzomyia.

PROFILAXIA: Eliminar cães infectados e combater os vetores.

CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

(EM

Se prevenir contra insetos principalmente nos bosques úmidos.

CORTE HISTOLÓGICO DE PELE): 1. Forma amastigota: -

Estruturas

arredondadas

pequenas

e

b) CLASSE Sarcodina – Locomoção por

aglomeradas.

pseudópodes.

- Núcleo central.

São as amebas, e não possui muita importância

- Ausência de flagelo.

em Medicina veterinária.

PATOGENIA: A infecção estabelece-se pela inoculação de promastigotas

através

da

picada

de

flebotomíneos. Os parasitas ficam incubados (em média de duas semanas a dois meses) nas células histiocitárias da pele onde se multiplicam sob a forma de amastigotas, aparecendo então a lesão inicial. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


134 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

PARTE II Coccídeos ____________________________________________________________________________________ SUBFILO APICOMPLEXA ou SPOROZOA

1. Macrogametócito - Estrutura arredondada repleta de grânulos grandes e periféricos e um

CARACTERÍSTICAS:

núcleo central que é o macrogameta.

- Complexo apical (só é visto em microscopia eletrônica) na extremidade anterior que permite

2. Microgametócito - Estrutura com formato

que o protozoário penetre dentro da célula a ser

irregular (meio oval) com milhares de grânulos

parasitada.

pequenos espalhados no citoplasma que são os

- Parasitas intracelulares

microgametas.

- Só os microgametas apresentam flagelos 3. Oocisto imaturo ou zigoto - Estrutura disforme a) CLASSE SPOROAZIDA OU COCCIDIA

que apresenta uma membrana forte.

ORDEM EUCOCCIDIORINA I - SUBORDEM EIMERINA

4.

Esquizonte

FAMÍLIA EIMERIIDAE

arredondadas

ou

meronte

grandes,

-

que

Estruturas apresentam

merozoítas (estruturas em forma de foice) no CARACTERÍSTICAS:

seu interior.

- Coccídeo com ciclo evolutivo direto. - Oocistos contendo esporocistos que possuem

5. Oocisto esporulado - Estrutura ovóide,

no seu interior esporozoítas.

translúcida, esverdeada, com parede dupla e

- Merogonia e gametogonia nas células do

contendo esporocistos e esporozoítas. No caso

hospedeiro.

de Eimeria são quatro esporocistos com dois

- Esporogonia (meiose) geralmente fora do

esporozoítas no seu interior e no caso de

corpo do hospedeiro.

Isospora são dois esporocistos com quatro

- Microgametas com dois ou três flagelos.

esporozoítas no seu interior.

- Os gêneros são diferenciados pelo número de esporocistos nos oocistos e o número de

6. Merozoítas de 1ª geração - são pequenos

esporozoítas nos esporocistos.

tanto em Eimeria quanto em Isospora.

GÊNEROS Eimeria e Isospora.

7. Merozoítas de 2ª geração - são pequenos (microzoítas)

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

em

Eimeria

e

grandes

(macrozoítas) em Isospora.

FASES DE REPRODUÇÃO:

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135 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

1. Assexuada - esquizogonia ou merogonia:

doenças

ocorre no interior do hospedeiro.

diminuição no desenvolvimento. Em suínos,

típicas

de

filhotes

com

diarréia,

Isospora suis é limitante no caso de leitões, pois 2. Sexuada ou gametogonia: ocorre no interior

interfere na absorção intestinal, causa diarréia, e

do hospedeiro.

os animais não atingem os 90 kg ideais para abate. Em aves, a mortalidade pode chegar a

3. Esporogonia (esporos = oocisto): ocorre no

100%.

meio ambiente. OBS 1: Em coelhos, E. stieda se encontra no fígado. O esporozoíta vai ao fígado pela via

TIPOS DE CICLO EVOLUTIVOS

porta e no endotélio do ducto biliar forma I - CICLO EVOLUTIVO PROPAGATIVO:

merontes I e II, macro e microgametócitos,

É o que ocorre em aves, com espécies como E.

gametas e oocisto, e depois vai à bile e sai nas

tenella (que ocorre em aves de corte), E.

fezes.

acervulina e E. necatrix (ambas ocorrem em poedeiras). Nesse ciclo, são formados três tipos

OBS 2: Cada geração é mais patogênica que a

de

os

outra

os

formados

merozoítas:

um

que

macrogametócitos,

outro

microgametócitos

e

um

formará

que

formará

terceiro,

sem

diferenciação que formará os merontes e

porque

produz

mais

mais

oocistos.

macrogametócitos

São que

microgametócitos porque esse último produz milhões de microgametas

depois, macro e microgametócitos levando a 2ª geração.

PROFILAXIA DAS COCCIDIOSES: 1. Coccidiose aviária: Deve ser feito bom

II- CICLO EVOLUTIVO PROLIFERATIVO:

manejo e o emprego de coccidiostáticos na

É o que ocorre em ruminantes, com as espécies

ração e na água. O galpão deve ser bem

E. bovis e E. zuerni em bovinos e E. arloingi e

ventilado para diminuir a umidade local e manter

E. christenseni em caprinos, nos suínos, temos

a cama sempre seca.

Isospora suis. No caso de ruminantes, depois da fase trofozoíta é formado o primeiro meronte no

2. Coccidiose bovina: Deve ser feito um bom

intestino delgado e quando os merozoítas vão

manejo, comedouros e bebedouros trocados

ao intestino grosso, dão origem a um segundo

diariamente e mantidos no alto (evita que os

meronte bem pequeno, é esse quem forma os

animais defequem neles) e camas secas.

macro e microgametócitos para chegar a oocisto. Nos suínos ocorre o mesmo, sendo que

3. Coccidiose em coelhos: Deve ser feita a

tudo no intestino delgado.

limpeza

diária

das

gaiolas,

coelheiras

ou

cercados e a manutenção dos comedouros e IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

bebedouros limpos. As criações devem ter pisos

Nos ruminantes esses protozoários causam

de tela de arame.

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136 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

A patogenia depende da espécie de Eimeria, do

GÊNERO Eimeria

número de oocistos ingeridos, da idade da ave (quanto mais jovem mais susceptível), presença

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

e severidade de outras doenças, eficácia do

Eimeriidae cujos oocistos esporulados possuem

coccidiostático, estado nutricional das aves e

quatro esporocistos e cada oocisto recém saído

nível de medicação na ração.

nas fezes e que não está esporulado, possui um núcleo.

CICLO: Os oocistos eliminados com as fezes do hospedeiro são imaturos (não esporulados). No meio ambiente ocorre a esporulação dos oocistos, para isso precisa de O2, temperatura de 25 a 30 graus e umidade de 70 a 80%. O tempo de esporulação nessas condições é de dois a três dias. Os oocistos esporulados são infectantes e podem permanecer viáveis por dois a três meses. O hospedeiro se contamina ao ingerir esse oocisto. Na moela ou estômago

Figura 139. Oocisto não esporulado de Eimeria sp.

o oocisto é destruído, liberando os esporocistos. Depois pela ação da tripsina e da bile ocorre a liberação dos esporozoítos no intestino delgado. Esses esporozoítos penetram nas células da mucosa intestinal, arredondam-se e originam os trofozoítos que passam a esquizontes iniciando assim a reprodução assexuada denominada de

Figura 140. Oocisto esporulado de Eimeria sp.

HOSPEDEIROS: Mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes.

PATOGENIA

Figura 141. Ciclo biológico de Eimeria

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137 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

esquizogonia ou merogonia. Cada esquizonte

O gênero Isospora pertence à família Eimeriidae

(ou meronte) tem em seu interior um número

e o gênero Cystoisopora pertence à família

variável de merozoítas (depende da espécie).

Sarcocystidae.

Esses merozoítas rompem a célula hospedeira atingem a luz do intestino e invadem novas

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

células epiteliais, arredondando-se e formando

• Oocistos possuem dois esporocistos contendo

uma nova geração de esquizontes. Alguns

quatro esporozoítos cada quando esporulados.

merozoítos da segunda geração penetram em novas células e dão início a terceira geração de esquizontes, outros penetram em novas células e dão início a fase sexuada do ciclo, conhecida como

gametogonia.

merozoítos

se

A

maioria

transforma

em

desses

gametócitos

femininos ou macrogametócitos que vão formar os macrogametas. Outros se transformam em microgametas ou gametócitos masculinos que vão dar origem aos microgametócitos. Os microgametas rompem a célula e vão até o macrogameta

para

a

fertilização.

Dessa

fertilização resulta o zigoto que desenvolve uma parede dupla em torno de si, dando origem ao oocisto. Os oocistos rompem a célula e passam à luz intestinal saindo para o exterior com as fezes na forma

não

infectante,

pois

não

estão

esporulados. No ambiente em um a cinco dias esporulam e tornam-se infectantes.

HOSPEDEIROS: Aves e carnívoros. Quando

IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: Essa parasitose destrói as células do intestino causando diarréia sanguinolenta, acarreta uma baixa

conversão

alimentar,

diminuição

Figura 142. Acima oocisto não esporulado, abaixo oocisto esporulado de Isospora sp.

da

encontrado em aves o gênero é Isospora e quando encontrado em carnívoros é chamado de Cystoisospora.

resistência orgânica, redução do peristaltismo intestinal, perda de peso e predispõem a infecção bacteriana secundária.

HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: No ciclo de Cystoisospora pode ocorrer o ciclo com ingestão de roedores parasitados.

GÊNERO Isospora e Cystoisospora _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


138 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

Na esporogonia, sob condições ideais de temperatura alta, oxigenação e umidade, o oocisto

sofre

divisão,

formando

dois

esporocistos, contendo quatro esporozoítos em cada um.

ESPÉCIES: Cystoisospora canis – Cão. Cystoisospora felis – Felinos. Cystoisospora rivolta – Felinos. Cystoisospora ohioensis – Cão. Figura 143. Ciclo biológico de Cystoisospora sp.

PATOGENIA:

CICLO BIOLÓGICO:

Pouco patogênica. Produz diarréia em filhotes e

A contaminação se dá através de alimentos

diminuição

como ração, capim e água contaminados com o

autolimitante.

no

desenvolvimento,

porém

é

oocisto esporulado. No tubo digestivo do animal os esporozoítos saem do oocisto e penetram na

FAMÍLIA CRYPTOSPORIDIIDAE

célula epitelial do intestino onde se arredondam,

GÊNERO Cryptosporidium

passando a serem chamados de trofozoítas. Começa a reprodução assexuada. Sucessivas

HOSPEDEIROS: Homem, rato, macaco, bovino,

mitoses

ovino, caprino, eqüino, suíno, canino, felino.

vão

formando

vários

núcleos

e

citoplasmas para formar os esquizontes (ou merontes) que contém os merozoítas. A célula

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

não suporta a pressão e se rompe, liberando os

- Oocisto medem em torno de 5 µm e contém

merozoítas que seguem dois caminhos:

quatro

- Penetram novamente nas células intestinais

esporocistos.

esporozoítas

e

sem

apresentar

fazendo outra fase de reprodução assexuada que formará uma 2ª geração. - Continuam para a fase sexuada, onde os merozoítas

dão

origem

a

macro

e

microgametócitos. Os microgametas que estão nos microgametócitos saem da célula parasitada e fecundam os macrogametas (e com isso perdem seus flagelos – ex-flagelação) formando o gameta ou oocisto imaturo. Esse sai nas fezes

Figura 144. Oocisto de Cryptosporidium sp. 400X

para fazer a esporogonia. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


139 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

- Educação sanitária.

CICLO: Característico de Coccídeo. É monoxeno. Ocorre esquizogonia na superfície

FAMÍLIA SARCOCYSTIDAE

das células intestinais com duas gerações de

-

esquizontes e outra de multiplicação sexuada

Eimeriidae.

(gametogonia) com formação de macro e

- A esporogonia pode ocorrer dentro ou fora do

microgametócitos. Os microgametas fecundam

hospedeiro.

os macrogametas originando oocistos com

- A reprodução assexuada ocorre no hospedeiro

quatro esporozoítos de parede espessa que são

intermediário e a sexuada no definitivo.

eliminados já infectantes. Esporulação dentro do

- Ocorre predação, onde o hospedeiro definitivo

hospedeiro. A esquizogonia e a gametogonia

se infecta ao ingerir restos do hospedeiro

ocorrem em microvilosidades intestinais.

Intermediário.

Alguns

oocistos

rompem-se

dentro

Ciclos

evolutivos

semelhantes à

família

do

hospedeiro promovendo auto-infecção.

GÊNERO Toxoplasma ESPÉCIE Toxoplasma gondii

HOSPEDEIRO

DEFINITIVO:

Felídeos,

principalmente o gato.

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Diversos

mamíferos e répteis.

CARACTERÍSTICAS CORTE

MORFOLÓGICAS

HISTOLÓGICO

DE

FÍGADO

(EM OU

CÉREBRO): - Pseudocisto - estrutura alongada, sem parede definida onde se encontram os taquizoítas. Figura 145. Ciclo biológico de Cryptosporidium sp.

- Cisto - estrutura arredondada com parede bem definida onde se encontram os bradizoítas.

PROFILAXIA: - Água limpa em bebedouro adequado, com

- Zoíta - estrutura em forma de foice com um núcleo. Não aparece em corte histológico.

altura que impeça os animais nele defecarem. - Comedouros no alto para que não sejam infectados pela cama. - Higiene dos estábulos, remoção e incineração das camas. - Tratamento dos animais parasitados.

CICLO BIOLÓGICO: O hospedeiro intermediário ingere o oocisto ao pastorear ou ao ingerir alimentos mal lavados. No trato digestivo há liberação de esporozoítos que pela via sangüínea vai ao fígado, cérebro e

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140 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

No hospedeiro intermediário pode ocorrer má formação fetal, hidrocefalia fetal, morte cerebral, aborto em ovinos, bovinos e eqüinos, podem ocorrer distúrbios pulmonares, fortes dores musculares, cegueira e queda na produção.

PROFILAXIA: Deve ser feita a limpeza diária de gatis, remoção adequada de fezes, precauções higiênicas como lavar as mãos antes das refeições e uso de Figura 146. Ciclo de Toxoplasma gondii outros órgãos passando a se chamar trofozoítos.

Nestes

ocorre

a

reprodução

luvas na jardinagem, não dar carne crua aos gatos, cobrir as rações.

assexuada (esquizogonia). Esta fase é tão rápida que os trofozoítas são chamados de taquizoítas e é a fase aguda da doença. O organismo do animal reage e cria anticorpos e

OBS: Hammondia e Frenkelia também são parasitas de cães e gatos e têm importância no diagnóstico diferencial de oocistos.

os taquizoítas então diminuem sua velocidade de

reprodução

passando

a

se

chamar

bradizoítas, que formam uma parede cística

GÊNERO Neospora ESPÉCIES: Neospora caninum

como proteção aos anticorpos. O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir restos de animais

HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Cão.

contaminados com os esquizontes (cistos), na mucosa intestinal ocorre a gametogonia e o

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Bovinos,

oocisto formado vai ao meio ambiente com as

caninos, caprinos, ovinos, eqüinos e cervídeos.

fezes. Ocorre a esporulação formando um conjunto de dois esporocistos contendo quatro

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

esporozoítas e esses esporozoítas são as

- Oocistos medem entre 10 à 12 µm.

formas

- Os taquizoítos e cistos são as formas

infectantes

para

o

hospedeiro

intermediário.

encontradas intracelularmente no hospedeiro intermediário

OBS: Pode haver transmissão pré-natal. O

- Os taquizoítos possuem forma de lua e medem

hospedeiro intermediário pode contaminar-se

em torno de 6 X 2 µm de comprimento, e podem

através da ingestão de carne mal cozida

ser encontrados em diferentes células do corpo.

contendo cistos do parasito.

- Os cistos possuem forma oval, podem medir até 107 µm de diâmetro e são encontrados nas

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

células do sistema nervoso.

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141 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

-

Dentro

dos

cistos

estão

presentes

os

-

Mumificação

fetal,

fetos

autolisados,

bradizoítos medindo em torno de 7 x 1,5 µm de

natimortos, bezerros deformados

comprimento.

- Nascimento vivo seguido de morte. -

Nascimento

de

bezerros

com

sinais

CICLO BIOLÓGICO:

neurológicos: encefalomielite, paralisias, ataxia

O parasito, sob reprodução sexuada, reproduz-

motora (incoordenação motora) exoftalmia ou

se no intestino do cão e, posteriormente, seus

olhos de aparência simétrica.

oocistos (medindo 10-12 µm de diâmetro) são

- A maioria dos bezerros com neosporose

levados ao ambiente pelas fezes.

morrem nas quatro primeiras semanas de vida.

A esporulação ocorre nas fezes, dentro de três dias, não sendo, portanto, infecciosos em fezes

DIAGNÓSTICO:

frescas. Os oocistos esporulados contêm dois

Os

esporocistos, com quatro esporozoitos cada um.

imunohistológicos, imunofluorescência indireta

Os oocistos são resistentes no ambiente e

(IFI), imunoenzimático (ELISA), PCR.

permanecem viáveis por longo período até

Atualmente,

serem

hospedeiro

sorológicos, como imunofluorescência indireta

alimentos

(IFA) e o teste imunoenzimático (Elisa) que

consumidos

intermediário,

por

pelo meio

de

meios

utilizados

é

são

possível

histológicos

realizar

ou

testes

contaminados.

indicam exposição dos animais a Neospora, não

Após a ingestão dos oocistos esporulados, pelo

significando que os mesmos estejam doentes.

hospedeiro

esporozoítos

Se uma vaca é positiva não significa que um

os

tecidos

aborto foi induzido por Neospora com base nos

sistêmica

dados do exame sorológico. Para confirmar se o

intermediário,

desencistam-se

e

desenvolvendo

uma

(reprodução

os

invadem

assexuada,

infecção

esquizogonia).

O

aborto foi causado por N. caninum, o parasito

parasito forma principalmente no cérebro, cistos

deve ser encontrado nos tecidos fetais.

chamados de bradizoítos. Estes, apesar de

O teste de imunohistoquímica dos tecidos fetais,

estarem em estado latente, quando ingeridos

que utiliza o feto inteiro, ou pelo menos o

pelo cão são infecciosos. No cão esses

cérebro e a medula, é o mais eficiente e

bradizoítos penetram nas células intestinais

preferencial

onde fazem a reprodução sexuada eliminando

diagnóstico. O isolamento e cultura do agente

oocistos não esporulados para o meio ambiente.

também confirmam a presença de Neospora no

método

para

confirmar

o

processo patológico. SINAIS CLÍNICOS: - Abortamento no hospedeiro intermediário em

MATERIAL UTILIZADO PARA EXAME: Soro

qualquer época da gestação, fetos podem

bovino - as amostras devem ser colhidas até 90

morrer no útero.

dias após o abortamento (depois deste prazo, o

- Reabsorção fetal.

nível de anticorpos cai drasticamente). Feto abortado - deve ser encaminhado resfriado.

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142 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

TRATAMENTO: O tratamento para neosporose

OBS: O cão se infecta ao ingerir o carrapato.

é feito com sulfas e vacinas. CICLO: ZOONOSE: Não há evidência do leite ou carne

O cão infecta-se ao ingerir o carrapato que

de animais infectados, transmitirem Neospora

contém esporocistos na sua cavidade corporal.

ao homem.

Ocorre destruição dos esporocistos e liberação dos esporozoítas que penetram na parede

CONTROLE:

intestinal e através da corrente sanguínea

1) Evitar que os cães contaminados defequem nos depósitos de alimentos e bebedouros. -Use as vantagens de depósitos fechados cubra os silos com lonas plásticas após sua abertura. 2) Educar a população a castrar os cães nas fazendas e vizinhanças.

passam

ao

baço,

linfonodos,

pulmões,

músculos, fígado e medula onde fazem a esquizogonia. Nesses locais ocorrem várias gerações de esquizontes, após os merozoítos penetram nos leucócitos circulantes e passam a gametócitos. O ciclo se completa quando o

-Castrar cães que não são necessários à procriação.

carrapato ingere sangue contaminado com os gametócitos. Os gametócitos livres se unem em

-Orientar seus vizinhos que mantenham seus cães nas suas propriedades

pares e formam os zigotos que ficam no interior do carrapato (hemocele) e passam a oocisto

-Comunicar as autoridades locais (vigilância sanitária) sobre a presença de cães sem dono.

contendo

30

a

50

esporocistos

com

16

esporozoítos em cada.

3) Todo feto abortado e restos placentários deverão obrigatoriamente ser enterrados, para prevenir o consumo pelos cães.

SUBCLASSE GREGARINASINA FAMÍLIA HEPATOZOIIDAE

GÊNERO Hepatozoon ESPÉCIE Hepatozoon canis HOSPEDEIRO

DEFINITIVO:

Carrapato

Rhipicephalus sanguineus. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Cães.

LOCAL: Interior de leucócitos.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Figura 147. Ciclo biológico do Hepatozoon sp.

- Isogametas que são estruturas alongadas no interior dos neutrófilos.

IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA:

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143 Coccídeos ______________________________________________________________________________________________

É uma parasitose assintomática, encontrada geralmente

com

outras

parasitoses

como

Babesia e Ehrlichia.

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144 Babesias ______________________________________________________________________________________________

PARTE III Babesias ____________________________________________________________________________________ CLASSE PIROPLASMASIDA ORDEM PIROPLASMORIDA FAMÍLIA BABESIDAE

GÊNERO Babesia CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

E

HOSPEDEIROS: 1. Babesia canis - Cães

Figura149. Babesia bovis no interior da hemácia

-Grande Babesia. -Aparece um a dois trofozoítas dentro da

-Pode aparecer nos capilares do cérebro, provocando trombos nos vasos.

4. B. bigemina (transmissão por ninfas e adultos do carrapato)- Bovinos. -Grande Babesia. -Aparece um a dois trofozoítas dentro de cada hemácia

Figura 148 . Babesia canis no interior da hemácia. hemácia.

2. Babesia gibsoni- Cães -Pequena Babesia.

Figura 150. Babesia bigemina no interior da hemácia.

3. Babesia bovis (transmissão por larvas do carrapato) – Bovinos.

5.

-Pequena Babesia.

recentemente Theileria equi - Equinos

-Parasitemia muito baixa.

-Pequena Babesia.

-Aparece de um a dois trofozoítas dentro de

-Parasitemia muito alta.

B.

equi

ou

Nutallia

equi

ou

mais

cada hemácia.

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145 Babesias ______________________________________________________________________________________________

-Aparecem um, dois, três ou quatro trofozoítas,

tubo digestivo do carrapato e nelas se multiplica

sendo que quando aparecem quatro, são em

por divisão binária ou múltipla até as células se

forma de cruz de malta.

romperem

-Animal permanece portador por toda a sua

(organismos claviformes, móveis e alongados).

vida.

Esses vermículos migram para os tecidos da

e

liberarem

os

vermículos

fêmea do carrapato, através da hemolinfa, 6. B. caballi - Equinos

podendo

chegar

aos

-Grande Babesia.

transovariana)

-Aparece um a dois trofozoítas dentro da

(transmissão

hemácia.

trofozoítas. O carrapato ao sugar o hospedeiro

ou

ovários

as

(transmissão

glândulas

transestadial)

na

salivares forma

de

inocula as formas trofozoítas que penetram nas hemácias

do

animal

e

se

dividem

assexuadamente por divisão binária formando merozoítas. A célula se rompe e os merozoítas são liberados penetrando em novas hemácias.

TIPOS DE TRANSMISSÃO: Figura 151. Babesia caballi no interior da hemácia.

Transovariana

-

Ocorre

nas

babesioses

transmitidas por carrapatos monoxenos, como Boophilus microplus e Anocentor nitens. Por só

CICLO BIOLÓGICO: O carrapato ao se alimentar do sangue do hospedeiro definitivo ingere os merozoítos que se diferenciam e fazem a reprodução sexuada

terem um hospedeiro na vida, a transmissão é da fêmea para seus ovos. As larvas ou ninfas originadas

desses

irão

contaminar

outros

animais.

ou gametogonia que vai dar origem a um zigoto chamado oocineto. Este penetra nas células do

Transestadial

-

ocorre

nas

babesioses

transmitidas por carrapatos heteroxenos, como Rhipicephalus sanguineus. Por a muda ocorrer no solo, a larva infectada passa para ninfa com as formas infectantes e essa então transmite o parasita a outro animal.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Além da destruição das hemácias gerando anemia, observam-se lesões em outros órgãos irrigados pelo sangue contaminado. O baço filtra hemácias Figura 152 . Ciclo de Babesia sp.

parasitadas

(e

incha

causando

esplenomegalia) e acaba por não identificá-las

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146 Babesias ______________________________________________________________________________________________

mais fagocitando também as hemácias sadias e com isso intensifica a anemia (anemia auto imune). No rim as hemácias se rompem e no fígado ocorre hemoglobinúria por não ocorrer metabolização

da

hemoglobina.

Ainda,

a

Babesia ativa a calicreína e leva ao aumento de permeabilidade dos vasos e vasodilatação, provocando uma estase circulatória. No quadro de babesiose cerebral bovina ocorre destruição dos capilares cerebrais e se observa aumento da coagulação intravascular, hiper excitabilidade e incoordenação.

PROFILAXIA: Deve ser feito o controle dos vetores. Em regiões endêmicas os animais já têm imunidade adquirida através do colostro que deve ser reforçada

gradativamente

com

o

desenvolvimento do animal.

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147 Rickettsias ______________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO IV Rickettsias ____________________________________________________________________________________ A multiplicação ocorre por divisão binária

ORDEM RICKETTSIALES

somente dentro da célula hospedeira. Apesar de DEFINIÇÃO:

serem capazes de metabolismo próprio para seu

As rickettsias são consideradas pertencentes a

desenvolvimento,

um

por

transportador de ATP que utiliza ATP do

apresentarem aspectos comuns entre elas e

hospedeiro. A energia do parasito, portanto, é

por serem disseminadas por artrópodos que

proveniente em grande parte de ATP do

servem de vetores.

hospedeiro.

grupo

separado

de

bactérias

possuem

um

sistema

As rickettsias são bactérias com parasitismo intracelular

obrigatório.

semelhantes

a

São

bactérias

extremamente

estruturalmente

CLASSIFICAÇÃO:

gram-negativas,

A mais recente se encontra na 10ª Edição do

pequenas,

aproximadamente

0,25

mm

de

com

Bergey´s Manual of Sistematic Bacteriology,

diâmetro,

escrito por Garrity, Winters, Kuo e Searles, e foi

formando cocobacilos normalmente corados

publicado em 2002.

com Giemsa e fracamente corados por Gram.

Nesta classificação a Ordem das Rickettsiales

Podem estar agrupados em pares, em cadeias

está inclusa no Filo das Proteobacterias, classe

ou

Rickettsia

das Alphaproteobacterias. A divisão em tribos,

prowazekii, causadora de tifo, não apresentam

que era comumente utilizada, foi abandonada.

flagelos.

A

A maioria das espécies é encontrada somente

retirada e os gêneros pertencentes a ela

no citoplasma das células hospedeiras, mas

(Aegyptianella,

aquelas

Neorickettsia)

isolados.

Com

exceção

causadoras

da

da

febre

maculosa

família

Anaplasmataceae

foi

Anaplasma, foram

inclusas

novamente

Ehrlichia na

e

Família

multiplicam-se no núcleo e saem para o

Ehrlichiaceae. O gênero Cowdria foi abolido e

citoplasma.

sua única espécie a Cowdria ruminantum foi

O envelope típico consiste de 3 camadas. Uma

reclassificada como pertencente ao gênero

membrana citoplasmática mais interna, uma

Ehrlichia.

parede celular rígida e uma externa com

Os gêneros Eperythrozoon e Haemobartonella

composição química típica de membrana e com

passam a família Mycoplasmataceae.

aspecto

trilaminar.

A

parede

celular

é

quimicamente similar a dos Gram negativos e

FAMÍLIA Ehrlichiaceae

possuem invaginações intracitoplasmáticas. O

GÊNERO Ehrlichia

citoplasma possui ribossomos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


148 Rickettsias ______________________________________________________________________________________________

a 5 dias, com a formação do corpo inicial; e (3) HOSPEDEIROS: Cães e gatos (muito raro)

formação das mórulas, sendo estas constituídas por um conjunto de corpos elementares envoltos

HOSPEDEIRO

INVERTEBRADO:

Carrapato

Rhipicephalus sanguineus.

por uma membrana. O cão é infectante apenas na fase aguda da doença,

quando

existe

uma

quantidade

LOCALIZAÇÃO:

importante de hemoparasitas no sangue. O

Organismos encontrados nos leucócitos.

carrapato poderá permanecer infectante por um período de aproximadamente um ano, visto que

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

a infecção poderá ocorrer em qualquer estado

São bactérias intracelulares obrigatórias dos

do ciclo.

leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou trombócitos.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: A Ehrlichiose apresenta sinais inespecíficos

CICLO BIOLÓGICO:

sendo que há 3 fases da doença que pode ser

O vetor de maior importância na transmissão da

fatal se não tratada.

enfermidade

Na fase aguda que ocorre após um período de

é

o

carrapato,

mais

especificamente, o Rhipicephalus sanguineus .

incubação que varia entre 8 e 20 dias e perdura

No carrapato, a E. canis se multiplica nos

por 2 a 4 semanas o animal apresenta

hemócitos e nas células da glândula salivar,

hipertermia (39,5 - 41,5 oC), anorexia, perda de

propiciando,

peso

portanto,

a

transmissão

e

astenia.

Menos

freqüentemente

transestadial. Em contra partida, a transmissão

observam-se outros sinais inespecíficos como

transovariana provavelmente não ocorre. A

febre, secreção nasal, anorexia, depressão,

transmissão

pela

petéquias hemorrágicas, epistaxis, hematúria,

inoculação de sangue proveniente de um cão

ou ainda edema de membros, vômitos, sinais

contaminado para um cão sadio, pelo intermédio

pulmonares e insuficiência hepato-renal. Essa

do carrapato.

fase

A infecção do cão sadio se dá no momento do

proprietário.

repasto

Na fase sub-clínica é geralmente assintomática,

do

entre

animais

carrapato

se

infectado.

faz

Após

um

pode

passar

desapercebida

pelo

período de incubação de 8 a 20 dias, o agente

podendo

se

complicações como depressão, hemorragias,

multiplica

mononuclear

nos

órgãos

fagocítico

do

(fígado,

sistema baço

e

ser

encontradas

edema de membros, perda de apetite e palidez

linfonodos).

de

O ciclo da Ehrlichia é constituído de três fases

hifema,

principais:

descolamento de retina e cegueira .

(1)

penetração

dos

corpos

algumas

mucosas

Ocasionalmente,

hemorragia

observa-se

sub-retinal,

uveíte,

elementares nos monócitos, onde permanecem

A fase crônica da erliquiose assume as

em crescimento por aproximadamente 2 dias;

características de uma doença auto imune.

(2) multiplicação do agente, por um período de 3

Geralmente nesta fase o animal tem os mesmos

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149 Rickettsias ______________________________________________________________________________________________

sinais

da

fase

encontrando-se

aguda apático,

susceptibilidade secundárias,

porém

caquético

aumentada em

atenuados,

a

e

com

infecções

conseqüência

do

comprometimento imunológico.

que o torna uma peça útil para a elaboração do diagnóstico. Um outro teste bastante simples e disponível, é o teste de Immunocomb, que se baseia na detecção de anticorpos IgG contra Erlichia canis no

Este

monitoramento

DIAGNÓSTICO: O

soro.

diagnóstico

muito

níveis

de

útil

no

anticorpos,

principalmente nas fases sub-clínica e crônica,

observação de E. canis em esfregaços de

onde é muito difícil o encontro da E. canis em

sangue do cão infectado, ou em decalques dos

esfregaço

órgãos alvo.

monitoramento dos níveis de anticorpos pós

ainda

realizar

o

consiste

dos

é

na

Pode-se

laboratorial

teste

diagnóstico

por

sanguíneo.

É

também

útil

no

tratamento.

imunofluorescência indireta, que constitui um método sensível e muito específico, permitindo o

PROFILAXIA:

diagnóstico preciso da erliquiose.

A prevenção da doença tem um caráter de suma

A trombocitopenia presente no quadro clínico

importância nos canis e no locais de grande

não permite que se confirme o diagnóstico da

concentração de animais. Devido a inexistência

doença, mas em áreas sabidamente endêmicas,

de vacina contra esta enfermidade, a prevenção

a erliquiose dever ser considerada como a

é realizada através do controle do vetor da

primeira suspeita. A confirmação do diagnóstico

doença: o carrapato. Para tanto, produtos

pode

encontrado

acaricidas ambientais e de uso tópico são

hipoalbuminemia e hiperglobulinemia associado

eficazes desde que seja realizado o manejo

a trombocitopenia.

correto.

A técnica de PCR (polymerase chain reaction),

Todo animal que entre em uma propriedade ou

permite

canil, deve ser mantido em quarentena e tratado

ser

um

reforçada

se

diagnóstico

for

rápido

e

com

sensibilidade semelhante a outras técnicas, o

para

carrapatos.

Caso

seja

positivo

para

Ehrlichia, deverá ser tratado antes de ingressar na criação. Nas áreas endêmicas, o fluxo de cães deve ser mínimo e quando ocorrer, recomenda-se tratar o animal com doxiciclina por um período de 1 mês.

GÊNERO Anaplasma ESPÉCIES: Figura 153. Corpúsculo de Ehrlichia em neutrófilo segmentado.

-A. centrale

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150 Rickettsias ______________________________________________________________________________________________

-A. marginale

até 70% dos eritrócitos sanguíneos em uma semana após o período de incubação. A doença

HOSPEDEIROS: Bovinos

aparece clinicamente após o dia 40 após o contato com o carrapato contaminado.

HOSPEDEIRO

INVERTEBRADO:

Carrapato

Boophilus sanguineus.

Não há hemoglobinúria, pois as hemácias são destruídas no baço e fígado e não na corrente sanguínea.

LOCALIZAÇÃO: Organismos encontrados nos eritrócitos.

PROFILAXIA: -Tratamento dos animais para que não fiquem

CICLO BIOLÓGICO:

portadores.

A transmissão é feita por carrapatos ou

-Premunição

mecânica, por meio de seringas hipodérmicas

sangue de animais portadores.

ou instrumentos cirúrgicos contaminados.

-Evitar que os animais adquiram carrapatos

No sangue, o organismo penetra no eritrócito,

antes da premunição.

forma um vacúolo e divide-se por divisão

-Combater o superparasitismo pelo emprego de

binária, formando um corpúsculo de inclusão.

banhos carrapaticidas.

Saem das hemácias e penetram em outras

-Esterilizar os fômites.

dos

animais

suscetíveis

com

promovendo uma intensa anemia.Os eritrócitos parasitados são ingeridos pelo carrapato e transmitidos para outros bovinos, ou através de utilização

entre

contaminado

os

como

animais seringas

de

material

e/ou

material

cirúrgico.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Quatro semanas

DIAGNÓSTICO: Presença de organismos pequenos e redondos de cor vermelha - escura no interior dos

Figura 154. Corpúsculos Anaplasma nas hemácias.

de

eritrócitos em esfregaço sanguíneo corado com Giemsa. Testes de fixação de complemento, aglutinação e imunofluorescência indireta.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Produz uma reação febril aguda, acompanhada por grave anemia hemolítica que pode destruir _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


151 ______________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO V Helmintos ____________________________________________________________________________________

HELMINTOLOGIA - Metazoários - NEMATHELMINTOS: vermes redondos, com parede do corpo chamada de cutícula. - PLATHELMINTOS: vermes achatados, com parede do corpo chamada de tegumento. - ACANTOCEPHALA: Cabeça em forma de espinho.

FILO PLATHELMINTOS (Platy = achatados) - Vermes achatados dorso-ventralmente. - Hermafroditas. - Simetria bilateral. - Não possuem esqueleto. - Tubo digestivo incompleto. - Não possui cavidade corpórea, mas sim parênquima. - São divididos em: -Classe Trematoda, com subclasses Digenea e Monogenea**. -Classe Cestoda.

**Monogenea:

Helmintos

ectoparasitas

de

peixes, mais especificamente de brânquias, que dificultam a respiração. Fazem ciclo direto, ou seja, são monoxenos.

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152 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

PARTE I Trematóides ____________________________________________________________________________________ CLASSE TREMATODA (trematoda = furos)

sempre um molusco e o segundo, um peixe ou crustáceo.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Formato semelhante a uma folha.

CICLO

- Não são segmentados.

TREMATÓDEOS:

-

Tubo

digestivo

sem

ânus

(metabólitos

EVOLUTIVO

GERAL

DOS

Os ovos que saem nas fezes (em alguns casos

excretados pela boca).

podem

- Ceco termina em fundo de saco.

(embriões)

- Presença de glândulas vitelínicas (produzem

Estes,

vitelo, matéria necessária para formação do

substâncias

ovo).

ambientais, abrem o opérculo do ovo por onde

- Possui ventosas oral, ventral (ou acetábulo) e

sai o miracídio e passa para o meio aquático,

genital (ou gonotil) para fixação no hospedeiro e

necessário para sua sobrevivência. Ele nada até

movimentação sobre o mesmo.

atingir

- Revestimento externo (tegumento) resistente.

geralmente é um molusco - aquático ou terrestre

Possui músculos sobre a lâmina basal que

onde penetra nas partes moles, perde os cílios e

mantém a forma do parasito.

passa a ser chamado de esporocisto (o

sair

via ciliados

possuem

o

oral)

geram

chamados

glândulas

que,

miracídios.

que

produzem

à

condições

associadas

hospedeiro

indivíduos

intermediário,

que

miracídio já apresenta cone cefálico e vive no BIOLOGIA:

máximo 24 horas). O esporocisto divide –se

- Sistema excretor com tubos pronefridiais,

inúmeras vezes no hepatopâncreas do molusco

vesícula excretora e células excretoras (células

originando milhares de formas infectantes, que

flama), com cílios para filtração.

saem pelas partes moles e infectam o ambiente.

- Sistema reprodutor masculino com testículos,

* O esporocisto pode ter uma ou duas gerações.

canais eferentes, canal deferente e bolsa do

Quando de 1ª geração forma-se a rédia

cirro

glândulas

(também no hospedeiro intermediário) a qual vai

prostáticas, o órgão peniano que é chamado de

originar várias cercárias, que possuem cauda

cirro e um poro genital.

saem do molusco e se fixam na vegetação

- Sistema reprodutor feminino com ovário,

passando a serem chamadas de metacercárias

reservatório

laurer,

, (possuem uma proteção cística e são as

reservatório vitelínico, oótipo, glândulas de

formas infectantes) cercária sem a cauda, que

mehlis, poro genital e alças uterinas.

podem

- Heteroxenos podendo apresentar até três

intermediário ou não). Quando de 2ª geração

hospedeiros intermediários. O primeiro HI é

não há fase de rédia.

com

vesícula

seminal,

seminal,

canal

de

estar

no

segundo

hospedeiro

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153 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

CONTROLE: -Combater os moluscos. -Tratar os animais

CLASSE TREMATODA SUBCLASSE DIGENEA - Aparelho genital masculino e feminino no mesmo indivíduo. - Necessitam de dois hospedeiros.

Figura 156. Ovo de Fasciola hepatica.

ORDEM GASTEROSTOMATA

CARACTERÍSTICAS:

- Boca que se abre dentro de uma ventosa oral

-

(anterior).

ventralmente.

Adultos

grandes

e

achatados

dorso-

- Acetábulo bem desenvolvido (ventosa ventral). SUBORDEM DISTOMATA

- Bolsa do cirro bem desenvolvida.

SUPERFAMÍLIA FASCILOIDEA

GÊNERO Fasciola CARACTERÍSTICAS: - Presença ou ausência de bolsa do cirro e

ESPÉCIE Fasciola hepatica

acetábulo terminal. - Genitália ramificada.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos e ovinos (pode

I - FAMÍLIA FASCIOLIDAE

parasitar

eqüídeos,

bubalinos

e

humanos).

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Molusco

aquático - Lymnaea viatrix (região Sul) e Lymnaea columela (região Sudeste).

LOCAL: Ductos biliares.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Cone cefálico, que é uma projeção anterior do corpo onde fica a abertura da ventosa oral. - Corpo muito grande em relação aos outros trematódeos, com espinhos no tegumento. - Só se distingue ovário e testículos pela Figura 155. Adultos de Fasciola hepatica.

localização.

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154 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

- Ovos com 150 µm amarelados pela bile.

intestinal

e

caem

na

cavidade

peritonial

perfurando o peritônio visceral do fígado e neste CICLO BIOLÓGICO:

local migram até quatro meses, depois vão aos

Os ovos saem nas fezes do hospedeiro

ductos biliares onde ficam adultos, se alimentam

definitivo e as chuvas os arrastam até os riachos

de sangue e após oito semanas da infecção já

onde são liberados os miracídios que migram e

eliminam ovos.

penetram ativamente na partes moles dos

PPP - 3 a 4 meses

moluscos, formando então os esporocistos, que migram

para

a

região

pré-cordial

e

se

IMPORTÂNCIA

EM

HIGIENE

E

SAÚDE

transformam em rédia I. Se o meio for favorável

PÚBLICA:

ele vira logo cercária, mas se não, como no

- Observar a proveniência das verduras e outros

caso de uma estiagem prolongada, o molusco

alimentos

se afunda na lama e só quando o meio se torna

humanos (zoonose).

porque

é

passível

de

parasitar

favorável é que seu metabolismo volta ao normal e a rédia se torna cercária. Essas são

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

semelhantes aos adultos e já apresentam

- As formas jovens migram no parênquima

cauda, saindo pelas partes moles do molusco e

hepático destruindo-o. É a fase aguda da

caindo na água. Dirigem-se então para o talo

doença.

submerso do capim da várzea onde se fixam,

- Os adultos provocam espoliação nos ductos

perdem a cauda e passam a metacercária que

biliares e na forma crônica da doença pode

possui uma substância cimentante que evita a

haver calcificação dos ductos biliares.

desidratação e aí sobrevive por anos. Quando

- Provoca perdas na produção animal e mortes

há estiagem, a lâmina dos rios desce e elas

muitas vezes pela migração das formas jovens,

ficam expostas, e assim são ingeridas pelos

sendo que por isso, o exame de fezes é

hospedeiros definitivos ao pastorear. No tubo

negativo, pois ainda não há eliminação de ovos.

digestivo desses animais as metacercárias perdem as carapaças de proteção e passam a

II - FAMÍLIA DICROCOELIIDAE

ser formas jovens que penetram na mucosa

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS - Posição anterior do ovário e testículo em relação ao útero. - Ceco mediano retilíneo. - Glândulas vitelínicas medianas ao corpo do parasito.

GÊNERO Eurytrema ESPÉCIE Eurytrema pancreaticum Figura 157. Cercaria de Fasciola. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


155 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.

digestiva, esporocisto II. Formam-se então as cercárias (que saem do molusco com um muco) e essas se aderem ao talo do capim, que é ingerido

pelo

gafanhoto.

As

cercárias

atravessam o tubo digestivo e passam a metacercárias

na

cavidade

celomática

do

gafanhoto, que é ingerido acidentalmente pelo hospedeiro

definitivo

ao

pastorear

e

as

metacercárias passam do intestino e vão se localizar nos ductos pancreáticos, onde se tornam adultos.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

Figura 158. Eurytrema pancreaticum adultos.

Cecos

Testículos Ovários

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: 1-Moluscos

terrestres:

Bradybaena

similaris

Útero

(caracol). 2-Gafanhoto: Conocephalus sp.

LOCAL: Ductos pancreáticos.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Figura 159. Adulto de Eurytrema sp.

- Corpo grande. - Ventosa oral grande.

Apesar da destruição dos ductos pancreáticos é

- Esôfago curto.

questionada a sua ação tendo em vista que o

- Testículos bem separados e na mesma

animal não exterioriza a doença.

zona (mesmo plano horizontal). - Ovário posterior aos testículos.

SUBORDEM AMPHISTOMATA

- Cecos que não vão ao terço mediano do

SUPERFAMÍLIA PARAMPHISTOMATOIDEA

corpo. - Acetábulo mediano.

CARACTERÍSTICAS - Acetábulo terminal ou subterminal.

CICLO BIOLÓGICO:

- Não são achatados e têm formato de pêra.

Os ovos saem nas fezes do hospedeiro definitivo e os moluscos ingerem esses ovos

FAMÍLIA PARAMPHISTOMATIDAE

que liberam o miracídio no seu intestino. Na

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

cavidade celomática forma-se esporocisto I e na _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


156 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

- Testículos na mesma zona.

vegetação para se encistarem (quando em

- Porte médio à grande.

forma de cisto são chamadas metacercárias). O hospedeiro definitivo ingere as metacercárias ao

1 - GÊNERO Paramphistomum

pastorear e a membrana cística da metacercária

ESPÉCIE Paramphistomum cervi

se rompe liberando formas jovens do trematoda que se fixam na porção inicial do intestino delgado e rúmem.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

São mais patogênicos no

Molusco

aquático: Lymnaidae e Planorbidae.

\A

O Figura 161. Paramphistomum mostrando A – acetábulo ou ventosa ventral e O - Ventosa oral. intestino delgado que no rúmem.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Figura 160. Adultos de Paramphistomum

Os parasitos produzem diarréias fétidas e escuras e o animal fica muito debilitado.

LOCAL: Rúmem.

SUBORDEM STREGEATA

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

SUPERFAMÍLIA SCHISTOSOMATOIDEA

-Não apresenta ventosa genital.

FAMÍLIA SCHISTOSOMATIDAE CICLO BIOLÓGICO: Os ovos saem nas fezes e liberam no meio

GÊNERO Schistosoma

ambiente o miracídio que vai à água penetrar no

ESPÉCIE Schistosoma mansoni

hospedeiro

Schisto- fenda / soma- corpo

intermediário

(molusco),

no

hepatopâncreas deste, passa a esporocisto I. Após, surgem as rédias que originam cercárias

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem.

e essas saem pelas partes moles do hospedeiro intermediário

e

na

água

procuram

uma

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157 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Molusco

aquático Biomphalaria e Planorbis.

ambiente

aquático

migram

ativamente

até

penetrarem na pele íntegra do hospedeiro definitivo.

LOCAL: Veias mesentéricas e hepáticas.

Esse

também

pode

se

infectar

bebendo água contaminada. A furcocercária no tubo digestivo perde a cauda, passa a adulto-

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

jovem que se diferencia em macho e fêmea e

- Possui dimorfismo sexual.

pela circulação vai às veias mesentéricas e

- Fêmea

filariforme

fica

dentro

do

canal

intra-hepáticas.

ginecóforo do macho. - Macho mais grosso, com ventosas oral e ventral (em torno de 1 cm de comprimento).

Figura 163. Molusco Biomphalaria sp. PERÍODO PRÉ-PATENTE: 2,5 a 3 meses.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Figura 162. Macho (maior) e fêmea de Schistosoma sp.

Algumas espécies ocorrem em roedores e bovinos e suspeita-se que eles atuem como hospedeiros alternativos mantendo parasitos.

CICLO BIOLÓGICO Após a cópula a fêmea migra para ramos

IMPORTÂNCIA

menores das mesentéricas e lá fazem a postura.

PÚBLICA:

Os ovos possuem um espinho e uma substância

É importante o tratamento de fontes de água

EM

HIGIENE

e

SAÚDE

irritante da mucosa e por isso ele consegue chegar ao tubo digestivo e assim sair nas fezes. Quando isso ocorre no ambiente aquático, o miracídio penetra ativamente no hospedeiro intermediário (molusco) indo ao hepatopâncreas para formar esporocisto de 1ª geração e depois de

geração

e

ainda

cercárias

(furcocercárias). Estas apresentam uma cauda bífida, saem do hospedeiro intermediário e no Figura 164. Ovo de Schistosoma sp. 100X _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


158 Trematóides ______________________________________________________________________________________________

natural, pois a água é o meio de infecção tanto para hospedeiro definitivo como para hospedeiro intermediário. No homem, os sintomas são: diarréia sanguinolenta e com muco, anorexia, sede anemia.

PROFILAXIA: Identificar os meses de população máxima de caramujos pela temperatura, não deixando que os bovinos fiquem expostos a extensões de água contaminada nessas ocasiões.

Figura 165. Furcocercária de Schistosoma sp.

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159 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

PARTE II Cestóides ____________________________________________________________________________________ CLASSE CESTODA

perfusão).

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

FORMAS DE ESCÓLEX:

- Apresentam formato de fita.

- Triangular.

- Têm corpo segmentado dividido em escólex

- Afilado.

(para fixação), colo e estróbilo (corpo que é

- Globoso.

dividido em proglotes).

- Com rostelo e ventosas sem ganchos.

- Hermafroditas.

- Com rostelo e ventosas com ganchos.

- Tamanho de corpo varia com o gênero de cestóide (de mm a metros).

FORMAS DE PROGLOTES:

- Obrigatoriamente parasitos de animais.

1-Jovem: Não se vê estruturas de reprodução.

- As formas adultas localizam-se no trato digestivo. - Necessitam

2-Maduro: Podem ser mais largos do que longos pelo

menos

um

hospedeiro

ou o contrário, o aparelho genital pode ser

intermediário para completar o ciclo biológico.

simples ou duplo e ainda pode haver três

- Sistema digestivo ausente (alimenta-se por

testículos ou mais no mesmo proglote. O aparelho

genital

é

constituído

de

ovários

lobulados com um útero em forma de saco entre Escólex

eles e glândulas vitelínicas abaixo, testículos espalhados na proglote, bolsa do cirro, canal deferente e o átrio genital.

Colo

Estróbilo

Figura 166. Divisão do corpo de um cestóide.

Figura 167. Cápsula ovígera contendo ovos com embrião no seu interior.

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160 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

3-Grávido: podem ser mais largos do que longos ou o contrário, podem ter útero transversal com saculações horizontais ou útero horizontal com saculações

transversais

e

ainda

podem

apresentar cápsulas ovígeras com ovos no seu interior contendo um embrião hexacantor. Cysticercus

1,5 cm

TIPOS LARVARES: 1-CYSTICERCUS: vesícula semitranslúcida que

Figura 168. Forma larval cysticercus no tecido.

apresenta no seu interior um escólex, que está invaginado e que pode apresentar rostelo com ganchos ou não. Nesse tipo larvar o hospedeiro intermediário é vertebrado.Tamanho: 1 a 2 cm.

2-ESTROBILOCERCUS:

Vesícula

evaginado, ou seja, um pescoço longo e Nesse

tipo

larvar

Cysticercus que apresenta no seu interior vesículas filhas com escólex ou escólex soltos e

semitranslúcida que apresenta um escólex

pseudo-segmentado.

5-CISTO HIDÁTICO: Vesícula maior que o

o

hospedeiro intermediário é vertebrado.

a esse conjunto se dá o nome de areia hidática. No seu envoltório há uma membrana composta de proteínas, um epitélio germinativo e uma camada de reação do hospedeiro à presença da forma

larvar.

Nesse

caso

o

hospedeiro

intermediário é vertebrado.

3-COENURUS: Vesícula que apresenta no seu interior vários escólex invaginantes. Nesse tipo larvar o hospedeiro intermediário é vertebrado.

SUBCLASSE EUCESTODA ORDEM CYCLOPHILIDEA CARACTERÍSTICAS -Quatro ventosas no escólex.

4-CYSTICERCÓIDE:

Vesícula

escólex

Nesse

invaginado.

rígida tipo

com

larvar

o

-Fazem apólice (proglotes se desprendem e saem nas fezes).

hospedeiro intermediário é invertebrado.

ESPÉCIE T. solium T. saginata T. hydatigena

HOSPEDEIRO DEFINITIVO Homem

HI

TIPO LARVAR

NOME DA LARVA

LOCALIZAÇÃO

Suíno

Cysticercus

Cysticercus celullosae

Musc. cardíaca e esquelética

Homem

Bovino

Cysticercus

Cysticercus bovis

Musc. cardíaca e esquelética

Cão

Ruminante,

Cysticercus

Cysticercus tenuicollis

Serosas

Suíno. T. taeniformis

Felinos

Roedores

Estrobilocercus Cysticercus fasciolaris

T. serialis

Cão

Coelho

Coenurus

T. pisiformis

Cão

Coelho

Cysticercus

T. multiceps

Carnívoros

Herbívoros

Coenurus

Fígado e cavid. abdominal

Coenurus serialis

Tec.conjuntivo e serosas

Cysticercus pisiformis

Serosas, cavidade peritonial

Coenurus cerebralis

cérebro

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161 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

SUPERFAMÍLIA TAINOIDEA

saem nas fezes para o meio ambiente. No meio

FAMÍLIA TAENIIDAE

ambiente ocorre a degradação das proglotes e

GÊNERO Taenia

liberação dos ovos que são dispersos pelo vento, aves, chuvas. O hospedeiro intermediário

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

se contamina ingerindo os ovos em alimentos

-Número de proglotes variável, muitos deles

contaminados e pela ação da bile libera o

grávidos.

embrião hexacantor de dentro do ovo que vai

-Aparelho genital simples.

pela corrente sanguínea até a musculatura

-Proglotes maduras mais largas do que altas.

esquelética

-Proglotes grávidas mais altas do que largas.

desenvolvimento da forma larvar (cysticercus).

-Todas as espécies apresentam rostelo com

O hospedeiro definitivo se contamina ingerindo

ganchos exceto T. saginata.

carne crua ou mal cozida (ou vísceras) do

-Testículos ocupando todo o parênquima interno

hospedeiro intermediário. No tubo digestivo do

* As formas adultas estão sempre no hospedeiro

hospedeiro definitivo ocorre a evaginação do

definitivo e as formas larvares sempre no

escólex e se fixa a mucosa do intestino delgado.

ou

cardíaca,

onde

ocorre

o

hospedeiro intermediário. 1 - ESPÉCIE T. solium CICLO BIOLÓGICO GERAL:

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem.

No intestino delgado do hospedeiro definitivo

HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Suínos.

ocorre a fecundação das proglotes maduras

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

gerando proglotes grávidas que se destacam e

- Útero com até 14 ramificações.

Figura 169 . Ciclo biológico da T. solium e T. saginata parasita do intestino delgado de humanos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


162 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

Ventosa Coroa de ganchos

Figura 170. Cysticercus removido do tecido e corado. Observar a coroa de ganchos e ventosas.

Figura 171. T. saginata um parasita do intestino delgado de humanos. - Útero com 15 a 35 ramificações.

- Cabeça com rostelo de ganchos.

- Cabeça sem rostelo de ganchos.

- Adulto mede em torno de 3 metros de

- Mede em torno de 8 metros e possui mais de

comprimento com 800 a 1000 proglotes.

1000 proglotes.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

O homem pode se tornar o próprio hospedeiro

A presença da forma larvar na musculatura do

intermediário se ingerir acidentalmente os ovos.

animal leva a liberação parcial da carcaça ou até

A

se

seu descarte total, ou seja, têm importância

encaminhar para os olhos, cérebro e tecido

econômica grande já que é significativo em

subcutâneo

certas regiões do Brasil.

forma

larvar,

pela

podendo

circulação

levar

a

vai

alterações

patológicas como cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos. Nos suínos infectados

CONTROLE:

com

-Congelamento da carne a – 5 Co por 4 dias.

cisticercos

os

sinais

clínicos

são

inaparentes.

-Cozimento da carne. -Sistema eficiente de esgotos.

IMP.HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA: A defecação de seres humanos fora do vaso

3 - ESPÉCIE T. hydatigena

sanitário leva a disseminação dos ovos.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão. HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Ruminantes e

2 - ESPÉCIE T. saginata

suínos.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Bovinos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


163 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

Figura 173. Ovos de Taeniidae. Figura 172. Cysticercus tenuicollis, forma larval da T. hydatigena. OBS: A forma larval é o Cysticercus tenuicollis,

O verme adulto de quase 100 cm é encontrado

vulgarmente conhecido como “bolha d'água”.

no cão onde coloca seus ovos que vão ao meio ambiente com as fezes. O ovino ingere com a

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

pastagem os ovos contendo a oncosfera que é

Nos hospedeiros intermediários leva ao descarte

liberada e transportada pelo sangue ao cérebro

de vísceras com as formas infectantes.

ou medula espinhal onde desenvolve o estágio larval chamado de Coenurus cerebralis. Este, é

4 - ESPÉCIE T. taeniformis

um grande cisto (5 cm) cheio de líquido que

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos.

apresenta vários escólex na sua parede. E

HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Roedores.

conforme vai desenvolvendo-se vão aparecendo os sintomas clínicos no ovino como andar em

IMP.MED.VET:

círculos, alterações na postura, defeitos visuais,

A forma larvar determina achados clínicos e

paraplegias.

patológicos no fígado de roedores. PPP: 8 meses 5- ESPÉCIE Taenia multiceps

GÊNERO Echinococcus HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão e canídeos

ESPÉCIE Echinococcus granulosus

selvagens. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ruminantes,

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão.

principalmente ovinos.

IMP. MED. VET: _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


164 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

FORMA ADULTA: -Escólex e rostelo com ganchos. -Apresenta no máximo cinco proglotes. -É quase invisível a olho nu pelo seu pequeno tamanho (5 mm). CICLO BIOLÓGICO: O hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir vísceras do hospedeiro intermediário contendo o cisto hidático (forma larval). As larvas originam adultos no tubo digestivo do cão. As proglotes grávidas cheias de ovos se destacam e vão ao

Figura 174. Areia hidática retirada do interior do cisto hidático. HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

meio ambiente com as fezes. Neste, os ovos se

Animais

disseminam

e

o

hospedeiro

intermediário

infecta-se ingerindo os ovos nas pastagens ou

ungulados e homem.

em alimentos contaminados que dão origem às LOCAL:

larvas hexacantor que pelo sistema porta vão ao

Forma larvar no cérebro, fígado e pulmão.

fígado ou pela circulação vão ao pulmão e

Forma adulta no intestino de cães (permanece

cérebro.

por 5 a 6 meses). IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: A forma larvar no hospedeiro intermediário pode

VIABILIDADE DOS OVOS: 21 dias

levar a obstrução de canais respiratórios, distúrbios no fígado (cirrose), cérebro e pulmão.

FORMA LARVAR: Cisto hidático.

E se o cisto hidático se romper no hospedeiro CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

Figura 175. Adulto de Echinococcus granulosus 100X.

DA

intermediário esse pode morrer de choque, pois

Figura 176. Cisto hidático em fígado de ruminante. Observar a parede do cisto com várias vesículas filhas.

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165 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

da forma larvar e o hospedeiro definitivo se

foram liberados vesículas filhas e escólex.

infecta ingerindo o hospedeiro intermediário. No FAMÍLIA DAVAINEIDAE

tubo digestivo do hospedeiro definitivo as formas

GÊNERO Davainea

larvares se fixam no intestino delgado e

ESPÉCIE Davainea proglotina

desenvolvem-se até adultos, onde acabam o desenvolvimento do seu ciclo biológico.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Moluscos

É um parasito bastante patogênico e as infecções podem levar a quadros de inflamação

terrestres.

intestinal

nas

aves

levando

a

queda

de

produção (ganho de peso) gerando sérios

LOCAL: Forma adulta no duodeno.

prejuízos econômicos. FORMA LARVAR: Cisticercóide.

GÊNERO Raillietina CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

DA

ESPÉCIE Railletina tetragona

FORMA ADULTA:

Railletina cisticillus

-Corpo com poucas proglotes.

Railletina echinobothrida

-Aparelho genital simples. -Ventosas com ganchos no escólex.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos.

-Poro genital alterna o lado nas proglotes.

HOSPEDEIRO

-Cápsulas ovígeras com um ovo no seu interior.

terrestres, formigas e moscas.

INTERMEDIÁRIO:

Moluscos

LOCAL: Forma adulta no duodeno.

FORMA LARVAR: Cisticercóide.

Figura 177. Adulto de Davainea proglotina. CICLO BIOLÓGICO: As proglotes grávidas vão ao meio ambiente

Figura 178. Ovo de Raillietina

com as fezes e o molusco ingere os ovos. No corpo desse molusco ocorre o desenvolvimento _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


166 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

DA

-Corpo com muitas proglotes.

FORMA ADULTA:

-Presença de ventosas sem ganchos.

- Proglotes em formato de trapézio.

-Proglotes grávidas com cápsulas ovígeras

-Cápsulas ovígeras contendo de 6 a 18 ovos.

contendo ovos.

-Pode ou não apresentar rostelo. -Não se vê genitália.

SUBFAMÍLIA DILEPIDINAE

GÊNERO Dipylidium CICLO BIOLÓGICO:

ESPÉCIE Dipylidium caninum

As proglotes grávidas vão ao meio ambiente com as fezes e o molusco ingere os ovos. No

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão.

corpo desse molusco ocorre o desenvolvimento da forma larvar e o hospedeiro definitivo se

HOSPEDEIRO

infecta ingerindo o hospedeiro intermediário. No

(Ctenocephalides felis e C. canis) e piolho

tubo digestivo do hospedeiro definitivo as formas

(Trichodectes canis).

INTERMEDIÁRIO:

Pulgas

larvares se fixam no intestino delgado e desenvolvem-se até adultos.

LOCAL: Forma adulta no duodeno.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

FORMA LARVAR: Cisticercóide.

As infecções podem levar a menor produtividade do

plantel,

menor

ganho

de

peso

conseqüentemente perdas econômicas.

e

CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

DA

FORMA ADULTA: -Aparelho genital duplo.

FAMÍLIA DILEPIDIDAE

-Proglotes com laterais dilatadas.

-Presença de rostelo retrátil com ganchos. CICLO BIOLÓGICO: O cão infecta-se ao se coçar e lamber, quando acidentalmente

Figura 179. Adulto de Dipylidium caninum

ingere

a

pulga

contendo

Figura 180. Cápsula ovigera de Dipilydium contendo ovos

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


167 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

cisticercóide

no

delgado

esse

digerido

e

seu

interior.

hospedeiro

No

intestino

intermediário

liberação

da

forma

o

escólex

se

evagina,

cisticercóide,

é

FORMA LARVAR: Cisticercóide.

larvar se

CARACTERÍSTICAS

MORFOLÓGICAS

desenvolvem as proglotes e mais tarde as

FORMA ADULTA:

proglotes

-Corpo com poucas proglotes (máximo 13).

grávidas

saem

nas

fezes.

O

DA

hospedeiro intermediário se infecta ingerindo as

-Proglotes mais largas do que altas.

cápsulas ovígeras com os ovos ou com os ovos

-Aparelho genital simples.

e na cavidade celomática a larva se desenvolve.

-Rostelo com ganchos e ventosas sem ganchos. -Cápsulas ovígeras contendo ovos.

CICLO BIOLÓGICO: O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir o hospedeiro intermediário que contém a forma larvar. No tubo digestivo do hospedeiro definitivo ela se fixa no intestino delgado e desenvolve-se eliminando mais tarde, as proglotes grávidas que saem nas fezes. No ambiente o hospedeiro intermediário ingere os ovos que originam a Figura 181. Ciclo de Dipylidium caninum

forma larvar.

IMP.MED.VET:

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

Há uma incidência grande em criações de cães. As proglotes ativas saem pelo ânus causando um prurido muito grande o que leva muitas vezes o cão a arrastar o traseiro no chão. Em casos

de

altas

infecções

pode

ocorrer

inflamação intestinal, diarréia e cólica.

A importância é nas criações extensivas onde as aves ficam em contato direto com o chão e conseqüentemente

com

minhocas.

infecções elevadíssimas leva a alterações como gastrenterite, queda no desenvolvimento das aves e da produção.

GÊNERO Amoebotaenia

FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE

ESPÉCIE Amoebotaenia sphenoides

(Anoplo- desarmado/ cephalidae- cabeça)

HOSPEDEIRO

CARACTERÍSTICAS

DEFINITIVO:

Galináceos

domésticos.

Em

-Escólex globoso com ventosas bem visíveis e sem ganchos.

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Minhoca.

-Sem rostelo. -Útero no plano horizontal com saculações

LOCAL: Forma adulta no duodeno.

verticais.

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168 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

ESPËCIE Anoplocephala magna SUBFAMÍLIA ANOPLOCEPHALINAE HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

GÊNERO Anoplocephala ESPËCIE Anoplocephala perfoliata

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos (ácaros cryptostigmata).

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Ácaros

LOCAL: forma adulta no intestino delgado e

oribatídeos = ácaros cryptostigmata).

grosso.

LOCAL: Forma adulta no intestino delgado e

FORMA LARVAR: cisticercóide.

grosso. CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: -Estróbilo se destaca. -Corpo maior. -Não apresenta projeções digitiformes. -Ventosas que “olham” para cima. -Não se vê estruturas internas. -Proglotes empilhadas.

Projeções digitiformes

Figura 182. Porção anterior de A. perfoliata

FORMA LARVAR: Cisticercóide.

CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: -Estróbilo não se destaca. -Ventosas olham para as laterais. -Proglotes empilhadas. -Não se vêem estruturas internas. -2 pares de projeções digitiformes.

Figura 183. Anoplocephala magna.

GÊNERO Paranoplocephala ESPËCIE Paranoplocephala mamillana

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

GÊNERO Anoplocephala _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


169 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

C A

B

Figura 184. Ciclo biológico de Anoplocephalidae de eqüinos.

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos

CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:

(ácaros cryptostigmata).

-Fendas nas ventosas. -Ovário de um lado e testículos do outro.

LOCAL: forma adulta no intestino delgado ou

-Tamanho do corpo menor que Anoplocephala.

região pilórica do estômago. CICLO BIOLÓGICO GERAL: FORMA LARVAR: cisticercóide.

As proglotes grávidas se destacam e vão ao solo com as fezes (A) os ovos liberados são ingeridos por ácaros (B), no interior do ácaro se forma o cisticercóide. O ácaro é ingerido pelo eqüino há liberação do cisticercóide que fixa-se no intestino delgado tornando-se adulto (C). Um a dois meses após a ingestão de ácaros infectados com a forma larvar, os vermes adultos são encontrados no intestino dos eqüinos.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Figura 185. Ovo de

Em infecções altas pode causar inflamação no

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170 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

ponto de fixação do parasito (intestino delgado e grosso)

causando

obstrução

intestinal

FORMA LARVAR: cisticercóide.

e

raramente perfuração intestinal. Isso ocorre com

CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:

mais intensidade em Anoplocephala perfoliata e

-Glândulas interproglotidianas espalhadas nas

quase

bordas das proglotes.

não

ocorre

em

Paranoplocephala

mamillana. ESPÉCIE Moniezia benedeni FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.

GÊNERO Moniezia HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:

(ácaros cryptostigmata).

-Escólex com ventosas bem visíveis. LOCAL: Forma adulta no intestino delgado.

-Pescoço fino e longo. -Aparelho genital duplo. -Atinge 4,5 a 6 metros.

FORMA LARVAR: Cisticercóide.

ESPÉCIE Moniezia expansa

CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.

-Glândulas interproglotidianas comprimidas no terço mediano das bordas das proglotes.

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos CICLO EVOLUTIVO GERAL:

(ácaros cryptostigmata).

As proglotes grávidas ou ovos são eliminados LOCAL: Forma adulta no intestino delgado.

nas fezes e no pasto são ingeridos por ácaros e nesses se desenvolvem as formas larvares. O hospedeiro definitivo se contamina ingerindo

Escólex

Figura 186. Moniezia, anoplocephalidae de ruminantes.

Figura 187. Ovos de Moniezia.

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171 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

Figura 188. Ciclo biológico de Anoplocephalidae de ruminantes.

acidentalmente os ácaros nas pastagens. As

LOCAL:

formas adultas se fixam no intestino delgado

pancreático.

Forma

adulta

no

ducto

biliar

e

onde ocorre maturação e fecundação das proglotes.

FORMA LARVAR: Cisticercóide.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:

Embora sejam pouco patogênicos, em grandes

-Franjas na borda posterior de cada proglote.

infecções de cordeiros jovens pode levar a

-Aparelho genital duplo.

redução do peso corporal reduzindo assim a qualidade da lã.

SUBFAMÍLIA THYSANOSOMINAE

GÊNERO Thysanosoma ESPÉCIE Thysanosoma actinioides

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ácaros.

Figura 189. Proglotes franjados de Thysanosoma

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172 Cestóides ______________________________________________________________________________________________

CICLO BIOLÓGICO:

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA:

As proglotes grávidas são eliminadas nas fezes

A infecção leva a obstrução do ducto biliar

onde ocorre a liberação dos ovos. No pasto são

levando a icterícia e até colangite.

ingeridos por ácaros e nesses se desenvolvem as

formas

larvares

(cisticercóides).

O

hospedeiro definitivo contamina-se ingerindo acidentalmente os ácaros nas pastagens. As formas larvares vão via corrente sanguínea ao ducto biliar e pancreático, onde ocorre o desenvolvimento, maturação e fecundação das proglotes.

Figura 190. Thysanosoma actinioides adulto.

Figura 191. Ovos de Thysanosoma sp. Fora da cápsula ovígera.

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Nematóides ______________________________________________________________________________________________ 173 CLASSE NEMATODA

FILO NEMATHELMINTHES ORDEM STRONGYLIDA FAMILIA STRONGYLIDAE Strongylus

FAMILIA SYNGAMIDAE Stephanurus Syngamus FAMÍLIA ANCYLOSTOMATIDAE Ancylostoma Bunostomum FAMÍLIA CHABERTIDAE Chabertia Oesophagostomum FAMILIA TRICHOSTRONGYLIDAE Cooperia Ostertagia Teladorsagia Trichostrongylus Haemonchus

ORDEM OXYURIDA

ORDEM ASCARIDIDA

ORDEM SPIRURIDA

FAMÍLIA OXYURIDAE Oxyuris Passalurus Syphacia

FAMÍLIA ASCARIDIIDAE Ascaridia

FAMÍLIA PHYSALOPTERIDAE Physaloptera

FAMÍLIA DIOCTOPHYMATIDAE Dioctophyma

FAMÍLIA HETERAKIDAE Heterakis

FAMÍLIA THELAZIIDAE Thelazia Oxyspirura

FAMÍLIA TRICHURIDAE Capillaria Trichuris

FAMÍLIA ASCARIDIDAE Ascaris Parascaris Toxascaris Toxocara FAMÍLIA ACUARIIDAE Cheilospirura Dispharynx

FAMÍLIA SUBULURIDAE Subulura

ORDEM ENOPLIDA

FAMÍLIA SPIROCERCIDAE Ascarops Physocephalus Spirocerca

FAMÍLIA HABRONEMATIDAE Habronema

FAMÍLIA ONCHOCERCIDAE Dirofilaria Dipetalonema Onchocerca Setaria

FAMILIA DICTYOCAULIDAE Dictyocaulus Nematodirus FAMILIA ANGIOSTRONGYLIDAE Aelurostrongylus Angiostrongylus FAMILIA METASTRONGYLIDAE Metastrongylus

FAMILIA PROTOSTRONGYLIDAE Muellerius

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ORDEM RHABDITIDA FAMILIA STRONGYLOIDIDAE Strongyloides


174 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

PARTE III Nematóides ____________________________________________________________________________________ FILO NEMATHELMINTOS CLASSE NEMATODA CARACTERÍSTICAS - Vermes de corpo cilíndrico. - Simetria bilateral. - Dupla camada de membranas. - Músculos

lisos

segmentados

entre

as

membranas. - Pode apresentar cristas, espinhos ou asas (essas

podem

ser

cefálicas,

cervicais

ou

caudais). - Sistema digestivo completo (boca, vestíbulo oral, lábios, esôfago, faringe, intestino e ânus ou abertura anal). - Dimorfismo sexual (embora existam fêmeas partenogenéticas).

TIPOS DE BOCAS, VESTÍBULOS ORAIS E LÁBIOS - Boca simples, com coroa franjada ou ainda

Figura 192. Alguns exemplos de esôfago de nematóides.

com espinhos ou dentes (para hematófagos).

-Com abertura anal no final do corpo.

- Vestíbulo oral simples, com lamelas ou com

-Com abertura anal no meio do corpo.

dentes. - Trilabiada, bilabiada ou com interlábios.

SISTEMA GENITAL FEMININO: É composto por dois ovários, dois ovidutos, um

TIPOS DE ESÔFAGO

útero, uma vagina e uma vulva. Quanto ao tipo

-Simples ou filariforme.

de útero podem ser:

-Oxiuriforme (com bulbo posterior).

1.Opistodelfas: útero voltado para a parte

-Rabditiforme (com istmo e bulbo).

posterior do corpo.

-Com bulbo anterior.

2.Prodelfas: útero voltado para a parte anterior

-Com dois bulbos.

do corpo.

-Com divertículo.

3.Anfidelfas: útero dividido, sendo que os ovários ficam um para cada lado do corpo.

TIPOS DE INTESTINO _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


175 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

4.Mesodelfas: útero faz uma volta, onde os

(que são estruturas quitinizadas para condução

ovários quase se tocam.

do sêmen à abertura genital e que podem ser simples, com ganchos ou ornamentados), um

SISTEMA GENITAL MASCULINO:

gubernáculo (que orienta os espículos durante a

É composto por dois testículos, dois canais

cópula) e 1 bolsa copuladora com raios bursais.

deferentes, um canal ejaculador, dois espículos

Essa é dividida em troncos (para abraçar a fêmea): 1. Tronco ventral: dois troncos para cima. 2. Tronco lateral: três troncos para trás. 3. Tronco dorsal: três troncos para trás.

FORMA INFECTANTE PARA O HOSPEDEIRO A maioria dos nematóides infecta por L3.

TIPOS DE OVOS 1. Simples. 2. Operculado. 3. Bioperculado. 4. Larvado.

Figura 193. Estrutura de um macho de nematóide.

1

2

3

4

Figura 195. Tipos de ovos de nematóide. A casca apresenta três camadas: 1. Membrana de fertilização: responsável pela secreção da casca. É a parte mais interna. Figura 194. Estrutura de uma fêmea de nematóide.

2. Membrana lipoídica

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176 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

3. Membrana protéica: só aparece em alguns

GÊNERO Strongyloides

helmintos e esses ficam mais resistentes à

ESPÉCIE – Strongyloides sp.

condições ambientais ( ex: Ascarídeos).

Strongy- redondo/ oides- forma

OBS: os ovos podem ser encontrados em fezes, urina e expectoração brônquica.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: S. westeri: Eqüinos.

TIPOS DE FÊMEAS

S. ransomi: Suínos.

1.Ovovivíparas: Postura de ovos com embrião

S. papillosus: Bovinos.

ou larva formada (na hora da postura).

S. stercoralis: Homem, cão e gato.

2.Ovíparas: Postura de ovos no 1° estágio (sem segmentação).

LOCAL: Intestino delgado

3.Vivíparas: fêmeas fazem postura de larvas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: OBS: A resistência da larva é devido a sua

-Tamanho muito pequeno (♀ parasitas menores

cutícula. Em cada muda ela perde a cutícula e ganha outra, a não ser na passagem de L2 para

que 1 cm).

L3, pois aí a L3 retém a cutícula da L2 ficando

-Fêmeas partenogenéticas, com boca trilabiada,

com duas e se tornando assim mais resistente

sem cápsula bucal e com esôfago claviforme.

às condições do meio ambiente.

-Ovário e útero anfidelfos (alças p/ lados diferentes) e no 2° quarto do corpo.

FORMAS DE INFECÇÃO

-Larvas com esôfago filariforme, ocupando um

-Picada de mosquito.

terço do tamanho do corpo.

-Ingestão de ovos.

-Aparecem ovos por todo o corpo da fêmea.

-Ingestão de larvas.

-Ovo larvado com 50 a 60 micras.

-Ingestão do HI. -Infecção cutânea (penetração).

O desenvolvimento de L3 a adulto pode ser de várias formas: Alguns ficam no tubo digestivo e ali se desenvolvem; alguns se desenvolvem fixados à mucosa; e outros vão a circulação indo se desenvolver nos órgãos.

ORDEM RHABDITIDA SUPERFAMÍLIA RHABDITOIDEA FAMÍLIA STRONGYLOIDIDAE Figura 196. Ovo larvado de Strongyloides. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


177 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

através da ingestão de alimentos contaminados aonde a L3 chega ao tubo digestivo e no intestino rompe a parede, passa para a circulação e repete o ciclo. Também pode haver contaminação placentária.

2 - Heterogômico ou indireto: Em condições ambientais ideais a L1 segue o caminho que dará origem a L3 (forma infectante) ou origina formas não infectantes, ou seja, L1, L2, L3, L4 e L5 que amadurecem, vão a adultos de vida livre e copulam gerando formas parasitárias (fêmeas partenogenéticas).

PPP- 15 à 25 dias

IMP.MED.VET: Atingem

exclusivamente

animais

jovens

Figura 197. Ciclo biológico de Strongyloides sp.

(primeiros meses de idade), podendo afetar

OBS: Só as fêmeas partenogenéticas são

pele causa irritação, inflamação local e dermatite

parasitas. Essas são triplóides e possuem

localizada (que pode ser purulenta), tudo

esôfago filariforme. Machos são haplóides e

depende do número de larvas e do local de

fêmeas de vida livre são diplóides e produzem

penetração. A passagem pelo pulmão pode

indivíduos triplóides. Esses possuem esôfago

causar processos inflamatórios (pneumonia) e

rabditiforme (ocupa ¼ do corpo).

as formas adultas que estão nas vilosidades

fêmeas em lactação. A penetração das larvas na

intestinais

promovem

a

erosão

destas

CICLO BIOLÓGICO:

provocando infecção e levando a enterite

1 - Homogômico ou direto: Em condições

catarral, que apresenta muito catarro e muco.

ambientais favoráveis a L1 vai a L2 e L3 dentro

Pode gerar também aumento do peristaltismo

ou fora do ovo. O hospedeiro definitivo se

intestinal provocando diarréia, má absorção

contamina através da penetração das larvas L3

alimentar,

na pele e essas ganham as arteríolas, coração,

diminuição do desenvolvimento dos animais

pulmão e nos bronquíolos a L3 passa a L4 e vai

jovens. Em casos graves leva a morte do

aos brônquios, traquéia, laringe, onde são

animal.

deglutidas caem no tubo digestivo e passam a

Período pré-patente- 15- 25 dias.

desidratação

o

que

acarreta

L5 (larvas jovens) desenvolvendo-se as fêmeas partenogenéticas. Outra forma de infecção é _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


178 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

OBS: Utiliza-se para diagnóstico a técnica

-Macho com um espículo e asa caudal.

MACMASTER

-Ovos operculados, ovais e amarelados.

no caso de S. westeri, S.

ransomi e S. papillosus. Já para diagnosticar S. stercoralis utiliza-se a técnica de BAERMAN que procura larvas, pois os ovos são postos num estágio mais avançado.

ORDEM OXYURIDA SUPERFAMÍLIA OXYUROIDEA FAMÍLIA OXYURIDAE -Boca trilabiada. -Esôfago oxyuriforme ou rabditiforme. Figura 199. Adulto de Oxyuris.

GÊNERO Oxyuris ESPÉCIE - Oxyuris equi

. CICLO BIOLÓGICO: A - Ovo com L3 é ingerido.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

LOCAL: Intestino grosso

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho médio (♀ - 4 a 15 cm, ♂ - 0,9 a 1,2 cm).

B,C – Larva liberada no intestino. D – passa a L4 e L5 (adultos). E - Fêmea migra até o ânus onde deposita ovos na

região

perianal

com

uma

substância

cimentante.

PPP = Quatro a cinco meses.

-Esôfago oxyuriforme, com istmo longo. -Cauda terminando em forma de chicote. -Fêmeas com muitos ovos por toda a extensão do corpo.

B,C

E

A D

Figura 200. Ciclo biológico de Oxyuris equi. Figura 198. Ovo de Oxyuris equi _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


179 Nematóides ______________________________________________________________________________________________ Obs: Larvas podem eclodir e voltar ao intestino

LOCAL: Cecos.

grosso – retroinfecção. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

-Tamanho pequeno – 4 a 15 mm.

As

-Boca trilabiada.

formas

jovens

são

mais

patogênicas,

principalmente as L3 que penetram na mucosa

-Esôfago bulbiforme.

levando à inflamações intestinais (enterite)

-Machos

seguidas de diarréia. A substância colocada

tamanhos diferentes, uma ventosa pré-cloacal e

com o ovo na região perianal provoca um

asa caudal na extremidade posterior. Também

prurido intenso e o animal se coça, se

apresenta papilas pré-cloacais, cloacais e pós-

machucando e podendo perder pelo.

cloacais.

ORDEM ASCARIDIDA

CICLO BIOLÓGICO:

-Apresentam papilas pré-cloacais, cloacais e

Ciclo direto, sem migração. No ceco, as fêmeas

pós-cloacais.

fazem a postura de ovos (com uma célula e

apresentam

dois

espículos

de

casca espessa) e esses saem com as fezes SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA

para

FAMÍLIA HETERAKIDAE

desenvolvimento de L1 dentro do ovo (passa a

GÊNERO Heterakis

L2 e L3) e o HD se infecta ingerindo os ovos

ESPÉCIE - Heterakis gallinarum

o

meio

ambiente.

Ocorre

o

com a forma infectante (L3). No tubo digestivo da ave, que também pode ingerir minhocas que

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves.

mantém larvas L3 em seus tecidos, a L3 é liberada e vai ao ceco. Uma parte das larvas

H. PARATÊNICO (de transporte): Minhoca.

penetra profundamente na mucosa cecal e outra fica nas criptas do epitélio cecal fazendo as mudas para L4 e L5 e depois passando a adultos.

Figura 202. Ovo de Heterakis sp. Figura 201. Adultos de Heterakis gallinarum _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


180 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

fêmea faz a postura dos ovos que são levados ao meio ambiente com as fezes. No interior do

PPP = 4 semanas.

ovo em condições de temperatura e umidade IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

adequadas há a formação da L1, L2 e L3.

As larvas podem causar espessamento de mucosa cecal causando pequenas inflamações.

IMP.MED.VET:

As larvas ao se alimentarem da mucosa podem

É um dos helmintos mais comuns de aves. Um

ingerir e depois transmitir um protozoário

grande número de parasitas pode obstruir o

chamado Histomonas meleagridis (ou ele entra

intestino e causar a morte da ave. Geralmente é

na formação do ovo). É patogênico para perus

grave em animais jovens (até três meses de

jovens por isso não se recomenda criar perus

idade).

em terrenos já utilizados por galinhas.

FAMÍLIA ASCARIDIIDAE

SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA

GÊNERO - Ascaridia

FAMÍLIA ASCARIDIDAE

ESPÉCIE: Ascaridia galli

SUBFAMÍLIA ASCARIDINAE

GÊNERO Ascaris HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves. CARACTERÍSTICAS: - São parasitos de animais jovens porque

LOCAL: Intestino delgado.

interferem no crescimento e no ganho de peso. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

- Os ovos têm casca muito espessa e isso os

-Tamanho médio (♀ - 6 a 12 cm, ♂ -1 a 2 cm).

torna extremamente resistentes no solo. - O ovo não é atingido por desinfetantes.

-Esôfago claviforme.

- A fêmea coloca até 20.000 ovos por dia.

-Ovos semelhantes so de Heterakis. -Boca trilabiada. -Machos apresentam dois espículos de mesmo tamanho

e

extremidade

uma

ventosa

posterior.

pré-cloacal

Também

na

apresenta

papilas pré-cloacais, cloacais e pós-cloacais. -A cauda nos machos termina abruptamente.

CICLO BIOLÓGICO: O ciclo evolutivo é direto (sem migração). A ave

ESPÉCIE Ascaris lumbricoides

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem.

LOCAL: Intestino delgado.

GÊNERO Ascaris ESPÉCIE Ascaris suum

ingere o ovo com a L3 (estádio infectante). A L3 eclode no intestino delgado onde passam a L4 e

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos.

adultos (Machos e fêmeas). Há a cópula e a _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


181 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

LOCAL: intestino delgado.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho grande (♀ - 20 a 40 cm,♂ -15 a 25 cm). -Vagina no terço anterior. -Fêmeas terminam em cauda romba e machos possuem 2 espículos. -Boca trilabiada. Figura 204. Ciclo biológico de Ascaris suum. quando sai nas fezes não está larvado (B), mas para ser infectante precisa ocorrer a formação da L3 (Larva 3) no seu interior (C). PPP = 2 meses.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: As larvas podem causar pneumonia transitória (pulmão),

anemia

do

leitão

e

manchas

esbranquiçadas que condenam o fígado e que representam inflamação. Os vermes adultos Figura 203. Ovo de Ascaris suum.

podem levar a obstrução intestinal e icterícia, o que também pode levar a condenação da

CICLO BIOLÓGICO: Os suínos se infectam ao ingerirem (E) o ovo com membrana dupla contendo L3, ou ao ingerir hospedeiros

paratênicos

(minhocas

ou

besouros) contendo a L3 que é liberada no tubo digestivo (intestino principalmente ceco). A L3 penetra na mucosa (F), por via linfática vai aos

carcaça. Há importância em suínos jovens pois leva a diminuição no ganho de peso levando a um prolongamento no período de engorda.

GÊNERO Parascaris ESPÉCIE Parascaris equorum

linfonodos e pela veia porta vai ao fígado (G), coração e pulmão (H) via circulação. A muda

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

para L4 ocorre nos alvéolos, a larva (L4) vai à glote (I) é redeglutida e no intestino delgado elas

LOCAL: Intestino delgado.

se alojam fazendo o resto das suas mudas (L5) e se tornando adultos. As fêmeas fazem a

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

postura e os ovos saem nas fezes (A). O ovo _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


182 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Tamanho grande – (♀ - 20 a 50 cm,♂ -15 a 28 cm).

GÊNERO Neoascaris (Toxocara) ESPÉCIE - Neoascaris vitulorum

-Machos possuem asa caudal. -Boca trilabiada com interlábios.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO – Bovídeos.

PPP: Um a três meses.

LOCAL – Intestino delgado.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho grande – (♀ - 22 a 30 cm,♂ -15 a 26 cm). -Cor esbranquiçada. -Cabeça mais estreita que o corpo. -Boca trilabiada. -Ovos com 60 a 100 µm.

CICLO – Semelhante ao do Ascaris. Figura 205. Adultos de Parascaris

SUBFAMÍLIA TOXOCARINAE

GÊNERO Toxocara CICLO: Semelhante ao do Ascaris suum.

ESPÉCIE - Toxocara canis

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.

Pode ocasionar cólica e obstrução no intestino delgado de potros.

LOCAL: intestino delgado.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho médio (♀ - 9 a 18 cm,♂ - 4 a 10 cm). -Esôfago claviforme. -Boca trilabiada. -Asa cervical longa e estreita. -Apresentam ventrículo esofagiano. -Macho tem uma projeção digitiforme na cauda.

ESPÉCIE - Toxocara cati Figura 206. Boca trilabiada de _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


183 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Gatos. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos e caninos. LOCAL: Intestino delgado. LOCAL: Intestino delgado.

CARACTERÍSTICAS: -Tamanho médio – (♀ - 2 a 10 cm,♂ - 2 a 7 cm). -Esôfago claviforme. -Boca trilabiada. -Asa cervical. -Não apresentam ventrículo esofagiano.

Figura 207. Ovo de Toxocara

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho médio (♀ - 4 a 12 cm,♂ - 3 a 7 cm). -Esôfago claviforme. -Boca trilabiada. -Asa cervical larga e curta. -Apresentam ventrículo esofagiano.

Figura 209. Ovo de Toxascaris sp.

CICLO

BIOLÓGICO

GERAL

DE

TOXOCARINAE: As fêmeas fazem a postura dos ovos que saem nas fezes e forma-se a L1, L2 e L3 dentro do ovo. O HD se infecta de 4 maneiras:

1) Via oral - o hospedeiro definitivo ingere o ovo com a forma infectante, que é liberada no tubo digestivo e penetra na mucosa do intestino delgado e pela circulação porta vai ao fígado, Figura 208. Adultos de Toxocara canis.

depois coração e alvéolos pulmonares, onde faz a muda para L4, chega a glote sendo deglutida

GÊNERO Toxascaris

e indo novamente ao intestino, onde muda para

ESPÉCIE - Toxascaris leonina

L5 e torna-se adulta. Esse é o ciclo de Loss (ou

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184 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

hepatotraqueal) que ocorre em cães jovens (até

migração pulmonar no filhote por essa via.

três meses), pois em cães adultos as larvas chegam ao pulmão como L3 e pegam a

4) Via hospedeiros paratênicos - Pode haver

circulação de retorno para o coração e são

contaminação através da ingestão de roedores e

bombeadas pela aorta para diferentes partes do

aves (no caso de cães) e outros animais (no

corpo onde mantêm-se ativas por anos.

caso de gatos).

PPP = Quatro a cinco semanas.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: A ingestão do ovo com a L3, no caso de

2) Via transplacentária - Em fêmeas gestantes

Toxocara, pelo homem faz com que essa larva

as larvas passam pelo sangue arterial podendo

passe pelo fígado e desencadeie reações de

contaminar o feto. Se a cadela contaminar-se

corpo

antes da gestação e possuir as larvas na

hepáticas conhecidas como larvas migrans

musculatura,

visceral. Em cães a infecção pode levar à

hormonais

em elas

função podem

das ser

alterações

reativadas

estranho,

podendo

causar

lesões

e

pneumonia, enterite mucóide e até oclusão

contaminar o feto. É a forma de contaminação

parcial ou completa do intestino, e nos casos

mais importante nos cães, mas em gatos não

mais raros, perfuração com peritonite.

ocorre.

3) Via transmamária - As fêmeas passam as larvas aos filhotes através do leite. Não há

Figura 211. Cão com aparência típica de infecção por ascarídeo.

ORDEM STRONGYLIDA SUPERFAMÍLIA STRONGYLOIDEA -Macho

com

bolsa

copuladora

que

se

movimenta para auxiliar o movimento da cópula. -Ovos de casca dupla e fina com várias células no seu interior (ovo morulado).

FAMÍLIA STRONGYLIDAE CARACTERÍSTICAS: Figura 210. Ciclo biológico de Toxocara canis. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


185 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Presença de cápsula bucal. -Presença de esôfago claviforme.

S. equinus

SUBFAMÍLIA STRONGYLINAE -Cápsula bucal com formato subglobular. -Adultos hematófagos.

Figura 214. Da Esquerda para direita: Cápsula bucal de Strongylus edentatus, S. equinus e S. vulgaris.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: • Tamanho de pequeno a médio (♀ - 2 a 2,5 cm, ♂ - 1 a 1,6 cm). Figura 212. Adultos de Strongylus.

• Adultos hematófagos. • Cápsula bucal grande, com coroa franjada, apresentando dois dentes arredondados e um

GRANDES STRONGYLÍDEOS:

ducto da glândula esofagiana.

GÊNERO Strongylus

• Esôfago claviforme.

ESPÉCIE: Strongylus vulgaris

• Machos com bolsa copuladora e 2 espículos de tamanho médio.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

• Fêmeas terminando afiladamente.

LOCAL: Intestino grosso.

Figura 213. Cápsula bucal de Strongylus vulgaris.

Figura 215. Ciclo biológico de Strongylus.

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186 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

CICLO BIOLÓGICO: O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas pastagens

ou

na

água

contaminada.

No

intestino delgado a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso penetrar na mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Vai então à íntima da artéria mesentérica e atravessa a art. mesentérica anterior (cranial) fazendo aí as mudas para L4 e L5 e formando nódulos e lesões chamadas de arterite. Quando

Figura 217. Ovo de Strongylus sp. Pode-se contar os blastômeros

a L5 se desprende, atravessa a parede do

mesentérica anterior são responsáveis por

ceco/cólon caindo na luz intestinal. Nesse local

tromboembolias que levam a cólicas, o que

ocorre

pode até matar o animal por hemorragia interna

a

diferenciação

sexual

(machos

e

fêmeas). Após a cópula as fêmeas colocam os

pelo rompimento da artéria.

ovos que saem nas fezes e se desenvolvem no ESPÉCIE: Strongylus equinus

meio ambiente.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

LOCAL: Intestino grosso.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho de pequeno à médio (♀ - 3,5 a 5,5

Figura 216. L3 de Strongylus vulgaris obtida de coprocultura.

PPP = Seis a sete meses.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: É a espécie mais patogênica para eqüinos, porque

os

nódulos

formados

na

artéria

Figura 218. Cápsula bucal de Strongylus equinus.

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187 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

cm, ♂ - 2,5 a 3,6 cm). -Adultos hematófagos. -Cápsula bucal grande, com coroa franjada e apresentando três dentes pontiagudos (sendo um deles com ponta bífida) e um ducto da glândula esofagiana. -Esôfago claviforme. -Ovos medindo 98 µm de comprimento.

CICLO BIOLÓGICO: O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas pastagens

ou

na

água

contaminada.

Figura 219. Cápsula bucal de S. edentatus.

No

intestino delgado a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso penetrar na mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Atinge então a subserosa formando nódulos e

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho de pequeno a médio (♀ - 3,3 a 4,4 cm, ♂ - 2,3 a 2,8 cm).

após 11 dias atinge a cavidade peritonial (já como L4) e migra para o fígado onde provoca lesões. Após ± 3 meses, vai ao intestino grosso como L5 e aí amadurece virando adulto com 260 dias. Após a postura os ovos saem nas fezes e se desenvolvem em meio ambiente.

PPP = 9 meses.

-Adultos hematófagos. -Cápsula bucal grande, com coroa franjada, um ducto da glândula esofagiana e sem apresentar dentes. -Esôfago claviforme.

CICLO BIOLÓGICO: O Hospedeiro definitivo ingere a L3 nas

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Dependendo da quantidade de L3 ingerida o animal pode apresentar emagrecimento, dor, cólica devido a função hepática ou pancreática estar anormal.

pastagens

ou

na

água

contaminada.

No

intestino delgado a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso penetrar na mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Vai assim pela circulação porta ao fígado (após 11 a 18 dias) e depois de 9 semanas migram pelo

ESPÉCIE - Strongylus edentatus

ligamento hepático formando nódulos, nesse local fazem mudas para L4 e L5. Vão então à

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

cavidade peritonial, penetram na mucosa do ceco

LOCAL: Intestino grosso.

e

cólon

onde

aparecem

nódulos

hemorrágicos e após 3 a 5 meses já estão no lúmem para que haja cópula, postura e liberação

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188 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

dos

ovos

nas

fezes

com

posterior

desenvolvimento desses no meio ambiente.

-Cápsula bucal de tamanho médio, com coroa franjada, ducto da glândula esofagiana e com lâminas serrilhadas no fundo da cápsula.

PPP = Três a cinco meses. CICLO BIOLÓGICO: IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

Não

Dependendo da quantidade de L3 ingerida o

hematófagos.

animal pode apresentar emagrecimento, dor,

Não há muitas informações sobre o ciclo de

cólica

desenvolvimento deste parasito.

ocasionados

pela

função

hepática

migratório,

os

adultos

também

são

anormal e pelos nódulos no ceco/cólon. PEQUENOS STRONGYLÍDEOS:

GÊNERO Triodontophorus

SUBFAMÍLIA - CYATHOSTOMINAE

ESPÉCIE - Triodontophorus sp. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Intestino grosso. LOCAL: Intestino grosso. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

-Tamanho pequeno (Menores que 1,5 cm).

-Tamanho de pequeno a médio (♀ - 2,5 cm, ♂ -

-Não são hematófagos.

1,8 cm).

-Cápsula bucal de formato retangular e com parede espessa, com coroa franjada dupla,

-Adultos hematófagos.

Figura 220. Cápsula bucal de Triodontophorus sp.

Figura 221. Cápsula bucal de um pequeno estrôngilo.

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189 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

ducto da glândula esofagiana e com lâminas no fundo da cápsula.

FAMÍLIA SYNGAMIDAE

-Esôfago claviforme. CARACTERÍSTICAS: -Parasitas que vivem em permanente cópula.

CICLO BIOLÓGICO: Após

serem

ingeridas,

as

L3

infectantes

-Formato de taça.

penetram nas glândulas do intestino grosso (ceco e cólon) e migram dentro da mucosa. O

SUBFAMÍLIA SYNGAMINAE

hospedeiro

GÊNERO Syngamus

forma

um

foco

de

células

inflamatórias ao redor das larvas. As larvas mudam

para

L4

dentro

desses

ESPÉCIE - Syngamus trachea

nódulos

inflamatórios na segunda semana da infecção e

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves

emergem para o lúmem um a dois meses depois para

amadurecerem

(L5).

Em

animais

reinfectados as L4 permanecem nos nódulos por vários

meses,

o

que

é

conhecido

HOSPEDEIRO

PARATÊNICO:

Minhocas,

moluscos.

como

hipobiose larval estimulada pela imunidade do

LOCAL: Traquéia.

animal. Os ovos começam a aparecer nas fezes 6 a 14 semanas na primo infecção e 12 a 18

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

semanas na reinfecção. No ambiente as larvas

-Tamanho pequeno (♀ - 0,6 a 4 cm, ♂ - 0,2 a

passam a L1- L2- L3 em quatro a cinco dias (250C e 70% umidade).

0,6 cm). -Cápsula bucal em forma de taça com coroa

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

franjada e dentículos em sua base.

Esta infecção pode produzir diarréia, cólica e

-Esôfago claviforme e bem musculoso.

ocasionalmente morte. Na necrópsia pode ser

-Aparecem sempre em cópula, sendo que o

observada inflamação no ceco e cólon, com numerosas larvas dentro da mucosa. A patogenicidade é baixa.

Fêmea

Macho

Figura 222. Nódulos na mucosa do intestino grosso com pequenos estrôngilos.

Figura 223. Macho e fêmea de Syngamus trachea.

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190 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

macho apresenta bolsa copuladora forte e quitinizada com dois espículos de tamanho curto e a fêmea termina afiladamente. -A abertura vulvar é no meio do corpo.

CICLO BIOLÓGICO: Adultos na traquéia copulam e a fêmea faz a postura

dos

expectorados

ovos. para

o

Estes

podem

ser

meio

ambiente

ou

deglutidos e então eliminados com as fezes do hospedeiro. Há o desenvolvimento da L1, L2 e

Figura 225. Adultos de Syngamus trachea na traquéia de uma ave.

L3 no interior do ovo. Há a eclosão da L3 para o meio ambiente. O hospedeiro definitivo pode se

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

infectar de três maneiras: (A) ingerindo o ovo

Em aves jovens a infecção é mais grave. Há

com a L3. (B) ingerindo a L3 livre no ambiente.

formação de mucosidade que pode obstruir a

(C)

paratênico

traquéia e brônquios e matar por asfixia. No

infectado com a L3. As L3 ingeridas pelo

ponto onde os vermes se fixam há formação de

hospedeiro definitivo libertam-se de sua cutícula,

um

atravessam a parede intestinal (D), e pela

transformar em abscesso causando obstrução

circulação atingem o fígado, coração e pulmões

da traquéia. As aves apresentam-se com

(E). Nos pulmões perfuram os capilares dos

dispnéia, intranqüilidade, bico aberto e pescoço

alvéolos e vão aos bronquíolos, brônquios e

espichado como se tentassem deglutir algo.

traquéia (F) onde mudam para L4 e L5 (adultos).

Pode ocorrer pneumonia.

ingerindo

um

hospedeiro

nódulo

cheio

de

pús

que

pode

se

SUB FAMÍLIA STEPHANURINAE

GÊNERO Stephanurus ESPÉCIE - Stephanurus dentatus

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos.

LOCAL: Gordura peri-renal.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho pequeno à médio (♀ - 2,8 a 4,5 cm, ♂ Figura 224. Ciclo biológico do Syngamus trachea.

- 2 a 3 cm).

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


191 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Cápsula bucal em forma retangular, com duas

gorduroso ou em comunicação dos cistos com

projeções cuticulares anteriores, com coroa

ureteres por canalículos.Os ovos vão ao meio

franjada e dentículos em sua base.

ambiente com a urina (J).

-Esôfago claviforme e bem musculoso. -Os machos apresentam bolsa copuladora com

2) PERCUTÂNEA - As larvas L3 penetram na

raios curtos e atrofiados e dois espículos curtos,

pele escarificada (C) e fazem migração para os

a fêmea termina afiladamente.

pulmões onde se tornam L4, vão à aorta, fígado

-A abertura vulvar é no meio do corpo.

(E) (leva 40 dias) onde migram por três a nove meses, após passam a L5. Da cápsula de Glisson elas vão ao tecido gorduroso perirenal (F)

onde

acasalados

se em

tornam cistos

adultos, no

que

próprio

ficam tecido

gorduroso ou em comunicação dos cistos com ureteres por canalículos. Os ovos vão ao meio ambiente com a urina (J).

3) PRÉ-NATAL - Quando as larvas L5 caem na cavidade peritonial ocorre esse tipo de infecção. Figura 226. Adultos de Stephanurus dentatus em um ureter.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA:

CICLO BIOLÓGICO: Os ovos saem na urina e no solo eclodem em 24 a 48 horas. A L3 se desenvolve em três a cinco

dias

e

o

PPP = 9 meses.

hospedeiro

definitivo

É uma doença de animais adultos, pois os leitões são abatidos com seis meses de idade.

se

contamina de 4 maneiras:

1) ORAL – O suíno ingere a L3 (A) no ambiente ou a minhoca (B) serve como hospedeiro de transporte para L3 e o suíno ao ingerir a minhoca se contamina. Na parede do estômago (D) a larva faz sua muda para L4 e vai então ao fígado(E) (em três dias) onde fica migrando por 3 a 9 meses, após passa a L4 e L5. Da cápsula de Glisson elas vão ao tecido gorduroso perirenal (F) onde se tornam adultos, que ficam acasalados

em

cistos

no

próprio

tecido Figura 227. Ciclo biológico de Stephanurus

dentatus. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


192 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

Além disso, ocorre mais em animais criados em

-Presença

piquetes. A presença de cistos comprime os

desenvolvida e asa cervical pouco desenvolvida.

ureteres o que compromete o rim. Pode ainda

Apresentam papilas cervicais

atingir outros órgãos como medula.

-Machos com bolsa copuladora contendo dois

de

vesícula

cervical

bem

espículos de tamanho médio -Fêmeas terminando afiladamente

PROFILAXIA: Deve-se

manter

os

animais

em

locais

cimentados, limpos com comedouros mantidos no alto evitando dessa maneira que os animais urinem nesses locais. Recomenda-se abate dos animais infectados.

FAMÍLIA CHABERTIDAE SUBFAMÍLIA OESOPHAGOSTOMINAE

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Cápsula bucal retangular e pequena. -Dilatações cuticulares. -Presença de vesícula cefálica.

GÊNERO Oesophagostomum ESPÉCIE - Oesophagostomum radiatum

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.

LOCAL: Intestino grosso.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Figura 228. A- Vesícula cefálica BVesícula cervical e C - Asa cervical de O. radiatum.

ESPÉCIE - Oesophagostomum columbianum

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Caprinos e ovinos.

LOCAL: Intestino grosso.

-Tamanho pequeno (♀ - 1,6 a 2,2 cm, ♂ - 1,4 a 1,7 cm). -Cápsula bucal muito pequena, com coroa

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho pequeno (♀ - 1,4 a 1,8 cm, ♂ - 1,2 a

franjada dupla e vesícula cefálica (ou colar

1,7 cm).

cefálico).

-Cápsula bucal muito pequena, com coroa

-Esôfago claviforme

franjada dupla e vesícula cefálica. -Esôfago claviforme.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


193 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Presença

de

vesícula

cervical

pouco

-Cápsula bucal muito pequena, com coroa

desenvolvida e asa cervical bem desenvolvida.

franjada dupla, vesícula cefálica e papilas

Apresentam papilas cervicais.

cefálicas.

-Machos com bolsa copuladora contendo 2

-Esôfago claviforme.

espículos de tamanho médio.

-Presença de vesícula e asa cervical pouco

-Fêmeas terminando afiladamente.

desenvolvida. -Apresentam papilas cervicais. -Machos com bolsa copuladora e dois espículos de

tamanho

médio

e

fêmeas

terminando

afiladamente.

CICLO

BIOLÓGICO

GERAL

DOS

OESOPHAGOSTOMUM: O hospedeiro definitivo ingere as L3 e essas penetram na mucosa de qualquer parte do intestino delgado ou grosso e ficam envoltas em nódulos evidentes, onde se dá a muda para L4. As L4 emergem para a superfície da mucosa e migram para o cólon onde se desenvolvem até adultos.

Figura 229. A- Cápsula bucal B- Coroa franjada e C – Vesícula cervical de O. columbianum

PPP = 45 dias.

Ovo

ESPÉCIE - Oesophagostomum dentatum

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos.

LOCAL: Intestino grosso.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho pequeno (♀ - 1,1 a 1,4 cm, ♂ - 0,8 a 1 cm).

Figura 230. Ciclo biológico de Oesophagostomum sp.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Patologia

mais

ou

menos

acentuada.

Os

_____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


194 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

nódulos

na

parede

do

intestino

são

contaminados por bactérias.

-Parasitos hematófagos e vorazes. -Curvatura na extremidade anterior, no sentido dorsal.

SUBFAMÍLIA ANCYLOSTOMINAE

CARACTERÍSTICAS -Cápsula bucal subglobular e com dentes. -Esôfago claviforme e musculoso.

GÊNERO Ancylostoma ESPÉCIE Ancylostoma caninum Figura 231. Nódulos contendo larvas de Oesophagostomum sp.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.

OBS: CICLO DE VIDA LIVRE (para grandes estrongilideos,

pequenos

estrongilideos

LOCAL: Intestino delgado.

e

oesophagostominae). Os ovos são eliminados

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

nas fezes e no meio ambiente (de acordo com

-Tamanho pequeno (1 a 2 cm) e se apresenta

condições

curvado dorsalmente.

de

umidade

e

temperatura)

desenvolvem-se. No solo o ovo se rompe e a L1

-Cápsula bucal subglobular grande e que

em locais de alta umidade (solo úmido e

apresenta três pares de dentes no seu topo.

vegetação densa) cresce e troca de cutícula

-Esôfago claviforme e bem musculoso.

passando à L2, que cresce e ao fazer a muda para L3 retém a cutícula da L2 e forma outra, possuindo assim uma cutícula dupla e mais rugosa. Essa L3 contamina as pastagens e águas próximas. L1: apresenta um bulbo posterior. L3: o bulbo desaparece.

SUPER FAMÍLIA ANCYLOSTOMATOIDEA FAMÍLIA ANCYLOSTOMIDAE

CARACTERÍSTICAS

Figura 232. Cápsula bucal de Ancylostoma caninum.

-Presença de cápsula bucal na extremidade anterior.

ESPÉCIE - Ancylostoma braziliense

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195 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

definitivo por quatro vias: HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães. 1) ORAL – o hospedeiro definitivo ingere a L3 ao LOCAL: Intestino delgado.

lamber-se

e

essa

penetra

nas

glândulas

gástricas e intestinais onde faz muda para L4 e CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

quando chega ao lúmem passa a adulto, que se

-Tamanho pequeno e se apresenta curvado

fixa na mucosa do intestino delgado. É o ciclo

dorsalmente

direto.

-Cápsula bucal subglobular grande e que apresenta 2 pares de dentes, sendo um grande

PPP = ± 2 semanas.

e um pequeno . -Esôfago claviforme e bem musculoso.

2) PERCUTÂNEA - As larvas penetram na pele

-Machos com bolsa copuladora e 2 espículos de

do hospedeiro definitivo e migram pelos vasos

tamanho

terminando

sanguíneos ou linfáticos indo ao coração e

afiladamente. As fêmeas apresentam abertura

depois ao pulmão, atingem os alvéolos (passam

vulvar no meio do corpo.

a L4) os perfuram voltando então à glote e

médio

e

fêmeas

sendo redeglutidas. No tubo digestivo ocorre a CICLO BIOLÓGICO GERAL:

penetração

nas

glândulas

gástricas

ou

Vermes Hematófagos. Fêmeas fazem postura,

intestinais (passam a L5) e quando chegam ao

os ovos saem nas fezes e em condições ideais

lúmem passam à adultos ficando fixados na

de desenvolvimento há liberação de L1, L2 e L3.

mucosa do intestino delgado.

Isso ocorre em 5 dias e a L3 vai ao hospedeiro PPP = Duas a três semanas.

3) TRANSPLACENTÁRIA – As larvas em fêmeas gestantes migram através da circulação e pela placenta contaminam os filhotes, nesses, elas vão ao coração, pulmão, alvéolos e são redeglutidas. No tubo digestivo penetram em glândulas gástricas e intestinais onde fazem a muda para L4. Quando chegam ao lúmem mudam para L5 e adultos, que ficam fixados na mucosa do intestino delgado. Os ancilóstomos só chegam a maturidade quando o filhote nasce e após 10 a 12 dias já há ovos nas suas fezes.

PPP = Duas a três semanas. Figura 233. Ciclo biológico de Ancylostoma caninum. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


196 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

SUBFAMÍLIA BUNOSTOMINAE CARACTERÍSTICAS -Cápsula bucal não tão subglobular (mais retangular). -Presença de estruturas cortantes chamadas de lancetas.

Figura 234. Vermes adultos de Ancylostoma no intestino de cão. Fonte: Daniel Roulim 4) TRANSMAMÁRIA - As larvas nas fêmeas migram para os vasos sanguíneos e linfáticos e ao

chegarem

à

irrigação

das

glândulas

mamárias contaminam os filhotes pelo leite. As larvas

no

tubo

digestivo

desses

filhotes

penetram nas glândulas gástricas ou intestinais

Figura 235 Larva migrans cutânea transmitida pelo Ancylostoma.

e mudam para L4. Quando vão ao lúmem passam a L5 e adultos que ficam fixados na mucosa do intestino delgado.

GÊNERO: Bunostomum ESPÉCIE: Bunostomum phlebotomum

PPP = Duas a três semanas. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos. IMP.HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA: A

ancilostomose

é

uma

zoonose

pois

LOCAL: Intestino delgado.

normalmente em as larvas podem penetrar pela pele íntegra e ficar migrando nesse local

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

causando reação inflamatória. É a chamada

-Tamanho pequeno (♀ - 1,6 a 1,9 cm, ♂ - 1 a

larva migrans cutânea. 1,2 cm). IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

-Se apresentam curvados dorsalmente.

Os parasitos são hematófagos e podem causar

-Hematófagos.

a morte dos animais por anemia microcítica

-Cápsula bucal semi-retangular grande com dois

hipocrômica

pares de placas quitinizadas no seu topo e 2

(hemácias

menores

e

menos

coradas).O sangue ingerido não é metabolizado

pares de lancetas na sua base.

e sim reabsorvido no duodeno, fazendo com que

-Esôfago claviforme e bem musculoso.

as fezes fiquem diarréicas e mais escuras. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


197 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Machos com bolsa copuladora e 2 espículos de

1) ORAL - o hospedeiro definitivo ingere a L3 e

tamanho levemente alados.

essa

-As fêmeas apresentam abertura vulvar anterior

intestinais, faz muda para L4 e quando chega ao

a metade do corpo.

lúmem vai a adulto, que se fixam na mucosa do

penetra

nas

glândulas

gástricas

e

intestino delgado. É o ciclo direto.

PPP = pouco menos de dois meses.

2) PERCUTÂNEA - As larvas penetram na pele do hospedeiro definitivo e migram pelos vasos sanguíneos ou linfáticos indo ao coração e depois ao pulmão. Após, atingem os alvéolos Figura 236. Extremidade anterior de Bunostomum sp.

(passam a L4) e os perfuram voltando então à glote e sendo redeglutidas. No tubo digestivo

ESPÉCIE - Bunostomum trigonocephalum

ocorre a penetração nas glândulas gástricas ou intestinais (passam a L5) e quando chegam ao

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Caprinos e ovinos.

lúmem

se

transformam

em

adultos

onde

permanecem fixados na mucosa do intestino LOCAL: Intestino delgado.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Tamanho pequeno (♀ - 1,9 a 2,6 cm, ♂ - 1,2 a 1,7 cm). -Se apresentam curvados dorsalmente. -Cápsula bucal semi-retangular grande com 2 pares de placas quitinizadas no seu topo e 1 par de lancetas na sua base.

delgado.

PPP = 2 meses.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Como

são

parasitos

hematófagos

causam

anemia principalmente em animais jovens. O sangue ingerido não é metabolizado e sim reabsorvido no duodeno, fazendo com que as fezes fiquem diarréicas e mais escuras.

-Esôfago claviforme e bem musculoso. PROFILAXIA CICLO BIOLÓGICO GERAL: Os ovos saem nas fezes e com condições ideais

Manter os animais em locais limpos e separados por idade.

de desenvolvimento há liberação de L1, L2 e L3. Isso ocorre em 5 dias e a L3 vai ao HD por 2 vias:

SUPERFAMÍLIA TRICHOSTRONGYLOIDEA FAMÍLIA TRICHOSTRONGYLIDAE

CARACTERÍSTICAS: - Nematódeos delgados e pequenos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


198 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Tamanho muito pequeno – (♀ - 0,3 a 0,8 cm, ♂ - 0,2 a 0,6 cm). -Extremidade anterior afilada sem cápsula bucal. -Sem papilas cervicais. -Poro excretor situado normalmente em uma fenda visível na extremidade anterior. -Machos

com

bolsa

copuladora

bem

desenvolvida e 2 espículos desiguais, com forma e tamanhos diferentes. Um dos espículos

Figura 237. Adultos de Bunostomum sp.

é grosso e o outro fino. - Cápsula bucal pequena ou ausente. - Macho

com

bolsa

-Presença de gubernáculo.

copuladora

bem

-Raio dorsal no meio da bolsa.

desenvolvida. - Espículos curtos e grossos.

ESPÉCIE - Trichostrongylus colubriformis

- Ciclo monoxeno. - Infecção passiva por L3.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ovinos, caprinos e bovinos.

GÊNERO Trichostrongylus LOCAL: Intestino delgado CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Pequenos e delgados (0,2 a 0,8 cm).

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

-Sem cápsula bucal.

-Tamanho muito pequeno (♀ - 0,5 a 0,8 cm, ♂ -

-Poro excretor situado normalmente em uma 0,4 a 0,7 cm).

fenda visível na extremidade anterior. -Sem papilas cervicais. -Machos

apresentam

-Extremidade anterior afilada sem cápsula bucal. espículos

fortes

e

-Poro excretor situado normalmente em uma

gubernáculo.

PPP - 15 a 23 dias.

ESPÉCIE - Trichostrongylus axei

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Estômago (eqüinos).

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Figura 238. Trichostrongylus sp. adultos. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


199 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

fenda visível na extremidade anterior.

Papilas cervicais

-Sem papilas cervicais. -Machos

com

desenvolvida

e

bolsa 2

copuladora

espículos

de

bem

forma

e

tamanhos iguais. -Presença de gubernáculo. -Raio dorsal no meio da bolsa.

Figura 240. Extremidade anterior de Haemonchus sp.

ESPÉCIE - Haemonchus contortus – Ovina. H. placei – Bovinos.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes

LOCAL: Abomaso CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Extremidade anterior afilada e com pequena cápsula bucal.

Figura 239. Bolsa copuladora de Trichostrongylus sp.

-Presença

de

duas

papilas

cervicais

proeminentes e espiniformes. -Machos com bolsa copuladora com raio dorsal

GÊNERO Haemonchus

em posição assimétrica e em forma de forquilha

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Maior que os outros da família – ♂ - 0,1 a 1,2 cm e ♀- 1,8 a 3,0 cm. -Cápsula bucal pequena com um fino dente ou lanceta. -Com duas papilas cervicais. -Machos

com

lobo

dorsal

pequeno

e

assimétrico.

PPP - 26 a 28 dias.

Figura 241. Adulto de Haemonchus sp.

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200 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

(y).

LOCAL: Abomaso.

CARACTERÍSTICAS: -Presença de duas papilas cervicais. -Machos com bolsa copuladora com raio dorsal em posição assimétrica e em forma de taça (arqueado). -Espículos

de

ponta

fina

e

presença

de

gubernáculo. -As fêmeas apresentam um apêndice na região Figura 242 . Vulva de Haemonchus sp -Espículos de ponta fina e presença

vulvar, que pode ser linguiforme ou em forma de de

gubernáculo. -As fêmeas apresentam um apêndice na região vulvar, que pode ser linguiforme (grande e proeminente ou pequeno em forma de botão).

ESPÉCIE - Haemonchus similis

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.

botão.

SINAIS CLÍNICOS: 1) Haemoncose hiperaguda: É pouco comum, mas pode ocorrer em animais susceptíveis expostos a infecção maciça repentina. A enorme quantidade de parasitos provoca anemia, fezes de cor escura e morte súbita, devida a uma aguda perda de sangue. Há uma gastrite hemorrágica intensa.

2) Haemoncose aguda: Ocorre principalmente em animais jovens susceptíveis com infecções intensas. A anemia pode ocorrer rapidamente, mas há resposta eritropoiética da medula óssea. A

anemia

vem

acompanhada

da

hipoproteinemia e edema (papada) e produz a morte.

3) Haemoncose crônica: Muito comum e de importância

econômica.

A

enfermidade

se

produz por uma infecção crônica com um número baixo de parasitos (100 - 1000). A morbidade é de 100% mas a mortalidade é baixa. A anemia e hipoproteinemia podem ser Figura 243. Bolsa copuladora de Haemonchus sp.

graves dependendo da capacidade eritropoiética

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201 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

do animal e de suas reservas metabólicas

LOCAL: Intestino delgado.

nutricionais. * OBS: Na necropsia o animal tem mucosas e

CARACTERÍSTICAS:

pele pálidas, hidrotórax, ascite e caquexia.

-Tamanho muito pequeno – (♀ - 0,5 a 1,2 cm, ♂

OBS: A hipobiose é um fenômeno caracterizado

- 0,4 a 0,7 cm).

pela inibição ou retenção do desenvolvimento e

-Extremidade anterior afilada.

serve para sincronizar o desenvolvimento do

-Dilatações cuticulares cefálicas.

parasito com as condições do hospedeiro e do

-Machos

ambiente.

desenvolvida,

Alguns

trichostrongilídeos

são

com

bolsa

com

copuladora

espículos

capazes de fazer hipobiose, assim como D.

dentes na asa.

viviparus e D. filaria. Os principais fatores que

-Ausência de gubernáculo.

estimulam esta hipobiose são temperatura,

-Aspecto de vírgula.

nutrição e também resistência.

-Hematófagos.

GÊNERO Cooperia

PPP- 17 a 22 dias.

CARACTERÍSTICAS:

ESPÉCIE -Cooperia punctata

bem

apresentando

-Dilatações cuticulares cefálicas. -Não apresentam gubernáculo.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.

ESPÉCIE - Cooperia pectinata

LOCAL: Intestino delgado.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.

CARACTERÍSTICAS: -Tamanho muito pequeno – (♀ - 0,8 a 1,2 cm, ♂

Espículos Dilatações cuticulares cefálicas

Figura 244 . Bolsa copuladora e espículos de macho de Cooperia sp.

Figura 245 Cooperia.

Extremidade

anterior

de

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202 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

- 0,6 a 0,9 cm).

-Presença de gubernáculo. -Machos

-Extremidade anterior afilada.

com

bolsa

bolsa

copuladora

bem

desenvolvida contendo espículos iguais, curtos,

-Dilatações cuticulares cefálicas. -Machos

com

copuladora

bem

desenvolvida, com espículos sem dentes na asa, mas com uma escavação.

bifurcados ou trifurcados. -Papilas cervicais presentes. -Vulva recoberta por uma expansão cuticular chamada de processo vulvar.

-Ausência de gubernáculo.

-A L4 invade a mucosa do abomaso fazendo hipobiose.

OBS:

Figura 246. Adultos de Cooperia.

GÊNERO Ostertagia Figura 247. Adultos de Ostertagia sp.

GÊNERO Teladorsagia Ostertagia

e

semelhantes, parasitam

Teladorsagia as

espécies

bovinos

e

as

são de

de

muito

Ostertagia Teladorsagia

parasitam ovinos e caprinos.

Espículos Gubernáculo

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Teladorsagia – Ovinos Ostertagia - Bovinos

LOCAL: Abomaso

CARACTERÍSTICAS: -Tamanho muito pequeno (♀ - 0,8 a 1,2 cm, ♂ -

Figura 248. Bolsa copuladora de Ostertagia sp.

0,6 a 0,9 cm). -Extremidade anterior afilada. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


203 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

LOCAL: Estômago.

CARACTERÍSTICAS: -Tamanho muito pequeno– (♀ - 0,5 a 0,9 cm, ♂ - 0,4 a 0,6 cm). -Extremidade anterior afilada. -Esôfago alongado. -Papilas cervicais. -Machos

com

bolsa

copuladora

bem

desenvolvida com espículos iguais, curtos e gubernáculo em forma de agulha. Figura 249. Ciclo biológico de Ostertagia sp.

-Papilas pré-bursais.

1.O. ostertagi tem os espículos terminando em três processos em forma de gancho. 2. O. lyrata é muito semelhante à O. ostertagi. 3. O. trifurcata os espículos terminam com uma ponta forte.

Figura 251. Adultos de Hyostrongylus.

CICLO

BIOLÓGICO

GERAL

DOS

TRICHOSTRONGILIDEOS: Os ovos saem nas fezes (B) e vão ao meio ambiente. Figura 250. Lesão por Ostertagia sp. no abomaso

temperatura

Em e

condições umidade

as

favoráveis

de

larvas

se

L1

desenvolvem. A L1 liberada no conteúdo fecal se alimenta de organismos em decomposição e passa a L2 e L3 (formadas em 7 dias após a

GÊNERO Hyostrongylus

postura). As chuvas dispersam a L3, que é a forma infectante. Os hospedeiros definitivos se

ESPÉCIE - Hyostrongylus rubidus

contaminam ao ingeri-las. No rúmen (A) do animal as larvas perdem a bainha e se dirige ao

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos.

local de ação (abomaso ou intestino delgado) (C) onde passam a L4 e L5 e se tornam adultos.

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204 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

1) Trichostrongylus - quando a infecção é elevada eles podem alterar o pH do abomaso e como conseqüência aumentar o crescimento bacteriano, promovendo diarréia e em casos mais graves a diarréia pode vir a ser negra e fétida.

Se

não

tratados

pode

ocorrer

desidratação e até morte, levando a impactos negativos na produção.

2) Haemonchus - o hábito hematófago causa Figura 252. Ciclo biológico da maioria dos trichostrongilídeos.

anemia principalmente em animais jovens,

Fixam-se no local, copulam e então a fêmea faz

barbela pela perda de albumina devido a lesões

a postura.

no abomaso. A morte é freqüente em ovinos

podendo em casos graves causar edema de

porque quando o número de parasitos é elevado elas ingerem 250 ml de sangue por dia. Ocorre

PPP = 21 dias.

no mínimo queda da qualidade da lã (fica OBS: As larvas migram verticalmente para a

quebradiça).

ponta do capim quando há umidade suficiente, mas os raios ultravioletas e a falta de umidade

3) Ostertagia, Teladorsagia - os parasitos

podem matar as larvas e por isso nas horas

causam

mais quentes elas descem para se proteger.

condições são desfavoráveis como épocas de

lesões

no

abomaso

quando

as

muito calor. A L3 paralisa seu desenvolvimento OBS: Haemonchus e Ostertagia possuem uma

no inverno e no verão seu metabolismo fica

fase histiotrófica, que é quando a larva penetra

defeituoso, não absorvendo o alimento. O

no abomaso (A) (glândulas gástricas) após ela

animal perde peso e pode chegar à morte

muda e retorna para a luz intestinal (C) fazendo

mesmo com exames de fezes negativos, já que

a última muda (L4 - L5) e se torna adulta.

as larvas são formas imaturas e são elas que causam as lesões.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Quanto maior o número de animais por hectare

4) Cooperia - o contato com as vilosidades

de

de

intestinais causam irritação, aumentando o

ocorrerem às infecções. Os animais jovens são

peristaltismo e prejudicando assim a absorção.

mais susceptíveis pois os adultos adquirem uma

Isso leva a diarréia e efeitos negativos na

certa imunidade. Bovinos e ovinos podem ter

produção do animal.

pastagem,

maior

a

probabilidade

vários gêneros de parasitos ao mesmo tempo. CONTROLE DA VERMINOSE: _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


205 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

As vermifugações devem ser feitas nos meses

- Raio bursal da bolsa copuladora se bifurca no

de seca porque as larvas têm decréscimo de

ápice (forma de y)

crescimento já que o capim está mais baixo e os raios atingem as larvas matando-as e também

ESPÉCIE - Dictyocaulus viviparus

porque não há chuva suficiente para disseminar os ovos. Esse período ainda coincide com o

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.

maior número de parasitos dentro do hospedeiro e

sem

pasto

nutricionalmente.

para Com

ele

se

esse

equilibrar

tratamento

LOCAL: Brônquios e bronquíolos.

os

animais entram nos meses de chuva com um

CARACTERÍSTICAS:

baixíssimo índice de parasitismo.

-Tamanho pequeno (♀ - 6 a 8 cm, ♂ - 4 cm). -Boca trilabiada.

FAMÍLIA DICTYOCAULIDAE

-Esôfago filariforme.

SUB FAMÍLIA DICTYOCAULINAE

-Raio bursal da bolsa copuladora em forma de v.

CARACTERÍSTICAS: -Raios bursais bem desenvolvidos com alguns raios fusionados. -Espículos curtos e reticulados (grossos e iguais). -Ciclo

direto

(ausência

de

hospedeiro

intermediário). -Extremidade anterior com papilas cefálicas.

GÊNERO Dictyocaulus ESPÉCIE - Dictyocaulus arnfield HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

LOCAL: Brônquios e bronquíolos.

CARACTERÍSTICAS:

Figura 253. Postura de um animal parasitado por Dictyocaulus viviparus.

ESPÉCIE: Dictyocaulus filaria

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ovinos e caprinos.

-Tamanho pequeno (♀ - 4,3 a 6,8 cm, ♂ - 2,5 a 4,3 cm). -Boca trilabiada. -Esôfago filariforme.

LOCAL: Brônquios e bronquíolos.

CARACTERÍSTICAS: -Tamanho pequeno. -Boca trilabiada.

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206 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Esôfago filariforme. -Raio bursal da bolsa copuladoraem forma de v.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Mais patogênico para ovinos do que bovinos, a dictiocaulose é uma infecção respiratória devida

CICLO BIOLÓGICO GERAL: A

postura

dos

ovovivíparas)

é

ovos feita

larvados nos

(fêmeas

brônquios

e

a

ação

irritativa

do

parasita

no

epitélio

respiratório, gerando produção de muco e

bronquíolos que podem ser expelidos para o

proliferação

ambiente

nasal.

pneumonia (a respiração se altera, aumenta-se

Normalmente os ovos são deglutidos e no tubo

os movimentos abdominais). O animal fica em

digestivo ocorre a eclosão da L1, que sai nas

posição

fezes (A) e se alimenta de bactérias. Passa a L2

afastados, pescoço esticado para frente e boca

e depois L3, que não perde a cutícula de L2. O

aberta. Pode levar a morte.

pela

cavidade

oral

ou

de

bactérias.

ortopnéica:

Causa

membros

brônquio

anteriores

hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir a L3 nas pastagens, e a mesma é liberada no estômago e penetra na mucosa (M) do intestino delgado

ganhando

circulação

linfática.

preferencialmente Nos

gânglios

a

linfáticos

ocorre a muda para L4 e essa vai para o coração e pulmão onde penetra no parênquima pulmonar passando a L5. A L5 vai aos brônquios e bronquíolos sofrer a maturação sexual e postura.

Figura 255. Dictyocaulus sp. adultos em brônquio. Fonte: Carlos Luiz de Oliveira

SUBFAMÏLIA NEMATODIRINAE

GÊNERO Nematodirus

Figura 254. Ciclo biológico de Dictyocaulus viviparus.

PPP = 2 meses.

Figura 256. Adultos de Nematodirus.

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207 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

desidratação. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes. ORDEM SPIRURIDA LOCAL: Intestino delgado.

SUPERFAMÍLIA HABRONEMATOIDEA FAMÍLIA HABRONEMATIDAE

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Vermes finos de aproximadamente 2cm.

GÊNERO: Habronema

-Ovos grandes e ovais.

ESPÉCIE - Habronema muscae

CICLO: Típico da família Trichostrongylidae.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: eqüinos.

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

moscas

(principalmente Musca domestica).

LOCAL: Estômago.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Boca bilabiada -Tamanho pequeno (♀ - 1,3 a 2,2 cm, ♂ - 0,8 a 1,4 cm). Figura 257. Ciclo biológico de Nematodirus.

-Cápsula bucal bem desenvolvida e com 2 paredes curtas e retas.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

-Machos têm cauda espiralada, asa caudal,

Provoca uma atrofia das vilosidades intestinais

papilas pedunculadas e um espículo cinco vezes

(não penetra na mucosa) ocasionando diarréia e

maior que o outro.

ESPÉCIE - Habronema microstoma

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Moscas

(principalmente Stomoxys calcitrans).

LOCAL: Estômago.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Figura 258. Ovo de Nematodirus sp. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


208 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

-Tamanho pequeno.

-Ovos embrionados de casca fina.

-Boca bilabiada. -Cápsula bucal bem desenvolvida e com dois

CICLO BIOLÓGICO GERAL:

dentes atrás dela promovendo um afunilamento.

Os ovos saem nas fezes já com as L1 e são

-Machos têm cauda espiralada, asa caudal,

ingeridos pelos hospedeiros intermediários que

papilas pedunculadas e um espículo duas vezes

são as larvas das moscas. À medida que a

maior que o outro.

mosca se desenvolve, o helminto também o faz e assim a pupa tem a L2 e o adulto a L3 em suas glândulas salivares. As moscas vão ao lábio do eqüino se alimentar de resíduos alimentares, a larva pela probóscida da mosca ou o eqüino pode ingeri-la acidentalmente. Pode ocorrer das moscas caírem nos bebedouros. No tubo digestivo do eqüino há a digestão da mosca e a L3 é liberada no estômago e penetra nas glândulas estomacais sofrendo a muda para

Figura 259. Ovo de Habronema sp.

L4 e depois voltam à luz, onde fazem a muda para L5 e atingem a maturidade.

GÊNERO Draschia

PPP = 2 meses.

ESPÉCIE - Draschia megastoma IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

D. megastoma é a mais patogênica por ter preferência pela região glandular do estômago e

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Moscas

(principalmente Musca domestica).

isso induz à formação de tumores fibrosos na região fúndica (há eliminação de ovos dentro deles). Quando muito grave pode ocorrer

LOCAL: Estômago (geralmente em nódulos na

septicemia e até morte. Enquanto esta espécie

parede do estômago, raramente livres).

está em nódulos, as outras estão livres no estômago, só provocando irritação ou no

CARACTERÍSTICAS:

máximo gastrite catarral crônica com formação

-Tamanho pequeno.

de muco, o que prejudica a digestibilidade.

-Boca bilabiada. -Cápsula bucal bem desenvolvida e afunilada,

** HABRONEMOSE CUTÂNEA:

com duas reentrâncias (constrição cefálica).

Evolução errática que ocorre muito nos trópicos

-Machos têm cauda espiralada, asa caudal,

(principalmente no verão - por isso ferida de

papilas pedunculadas e um espículo duas vezes

verão) onde a mosca pousa em feridas na pele

maior que o outro.

dos eqüinos e as L3 ficam migrando pela pele

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209 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

É importante o uso de esterqueiras para diminuição da população de moscas. Tratar sempre

as

feridas

dos

animais,

pois

o

Pulgas

e

subcutâneo

e

tratamento é cirúrgico.

FAMÍLIA ONCHOCERCIDAE SUBFAMÍLIA ONCHOCERCINAE

GÊNERO Dipetalonema Figura 260. Ciclo biológico de Habronema sp.

ESPÉCIE Dipetalonema reconditum

causando hipersensibilização e com a resposta do hospedeiro, a ocorrência de formação de tecido

conjuntivo

causando

prurido.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.

Tem

aspecto tumoral podendo depreciar e até

HOSPEDEIRO

inutilizar o animal.

carrapatos.

OBS:

Pode

ocorrer

ainda

habronemose

LOCAL:

INTERMEDIÁRIO:

Adultos

no

tecido

pulmonar e até ocular, mas são bem mais raras.

perirenal do cão, microfilárias na circulação.

DIAGNÓSTICO:

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Não é fácil, porque os ovos e larvas eliminados

-Esôfago fácil de distinguir regiões.

não são facilmente encontrados nas fezes. Pode

-Bem pequenos (2,5 cm).

se encontrar larvas em lavado gástrico com

-Fêmeas parecidas com as de Dirofilaria immitis.

sonda. CICLO: PROFILAXIA:

A pulga ao se alimentar de um animal parasitado

com

microfilárias

Essas microfilárias atingem

contamina-se.

a hemocele das

pulgas e passam a L1, L2 e L3. As L3 alojam-se nas peças bucais do artrópode . Quando a pulga pica o cão para sugar sangue há a inoculação das L3 que migram para o tecido subcutâneo onde passam a L4 e L5 (adultos, macho e fêmea). Após a cópula há a liberação de microfilárias na circulação. Figura 261. Habronemose cutânea em eqüino. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


210 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

-Macho com extremidade posterior espiralada,

É importante no diagnóstico diferencial de

um espículo grande e outro pequeno e papilas

Dirofilaria immitis, mas é menos patogênico e na

pré e pós-cloacais.

clínica os sintomas são diferentes. CICLO BIOLÓGICO: As fêmeas fazem a postura das microfilárias

SUPERFAMÍLIA FILARIOIDEA

(L1) na circulação. A L1 vai à circulação CARACTERÍSTICAS:

periférica, onde o mosquito a ingere ao fazer o

-Importante para pequenos animais.

repasto sanguíneo. No estômago do mosquito a

-Esôfago com duas regiões: uma muscular e

larva penetra na mucosa estomacal e depois de

outra glandular.

24hs vai aos túbulos de Malpighi. Depois de 5

-Corpo alongado.

dias ocorre a muda para L2 e depois de mais 10

-Machos menores que as fêmeas.

dias, para L3. Essa vai à cabeça do mosquito e

-Espículos desiguais e de tamanhos diferentes.

se instala no aparelho bucal, aproveitando o

-Fêmeas larvíparas (microfilárias no sangue).

repasto sanguíneo do mosquito para infectar o

-Ciclo

cão. A larva vai então ao tecido subcutâneo,

indireto

(necessitam

de

hospedeiro

intermediário).

sofre muda para L4 e L5 e depois migra pela circulação periférica até o coração, onde fica

FAMÍLIA FILARIIDAE

adulta (no ventrículo direito ou na artéria

SUBFAMÍLIA DIROFILARINAE

pulmonar).

GÊNERO Dirofilaria OBS: É possível infecção transplacentária. ESPÉCIE - Dirofilaria immitis IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães

HOSPEDEIRO

INTERMEDIÁRIO:

Mosquitos

Culicidae.

LOCAL: Coração direito e artéria pulmonar

CARACTERÍSTICAS: -Tamanho médio (macho – 12 a 16 cm e fêmea25 a 30 cm). -Extremidade anterior simples. -Machos menores que as fêmeas. -Extremidade posterior da fêmea simples.

Figura 262. Dirofilaria immitis - adultos no coração de cão.

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211 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

Figura 263. Ciclo biológico de Dirofilaria immitis.

Figura 265. Cão com ascite. Pesquisa de microfilárias na circulação através

A patogenia é grande, em altas infecções pode ocorrer obstrução do ventrículo direito e da artéria pulmonar levando a trombos sanguíneos

de

esfregaço

sanguíneo,

técnica

da

gota

espessa, técnica de Knott e exames de imunodiagnóstico.

nos vasos o que gera falta de oxigenação nos órgãos vitais. Pode atingir ainda o pulmão causando

deficiência

respiratória

e

até

pneumonia. Ocorre perda gradativa de condição e intolerância a exercícios e o animal apresenta uma tosse crônica branda no final da doença. Pode ocasionar ascite. OBS: Poucos casos em gatos.

DIAGNOSTICO:

ORDEM ENOPLIDA SUPERFAMÍLIA DIOCTOPHYMATOIDEA -Extremidade anterior simples e mais afilada que a posterior. -Esôfago com duas porções (a primeira simples e a segunda formada por várias células). -Ciclo direto.

ORDEM ENOPLIDA FAMÍLIA TRICHURIDAE SUBFAMÍLIA TRICHURIÍNAE

GÊNERO Trichuris ESPÉCIE -Trichuris sp.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: -T. suis- suíno -T. vulpis- cão Figura 264. Microfilária em esfregaço sanguíneo.

-T. discolor- bovino e bubalino

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212 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

T. ovis- ovino

prepúcio.

-T. trichuria- homem

LOCAL: Ceco.

Figura 268. Adultos de Trichuris (verme chicote).

CICLO BIOLÓGICO GERAL: Figura 266. Espículo de Trichuris sp.

Os ovos saem nas fezes e no meio ambiente passam a ovos larvados (L1). O ovo é ingerido

CARACTERÍSTICAS:

diretamente pelo hospedeiro definitivo e a L1 é

-Tamanho pequeno à médio (♀ - 3 a 7 cm, ♂ - 2

liberada no intestino delgado onde penetra na mucosa cecal.(ou pode penetrar nas vilosidades

a 4 cm).

do intestino delgado) Quando adultos saem da

-Extremidade anterior simples e mais afilada que a posterior. -Esôfago com 2 porções: a primeira simples e outra formando várias células. -Fêmeas têm extremidade posterior simples e são ovíparas (ovos bioperculados e espalhados no ovário). -Machos têm apenas 1 espículo e este é envolvido por uma bainha dando aspecto de

Figura 269. Ciclo biológico de Trichuris sp. Figura 267. Ovo de Trichuris sp.

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213 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

mucosa e permanecem na luz intestinal indo se

ingeridos pelo HD em alimentos contaminados e

instalar no ceco.

a L1 é liberada no tubo digestivo e penetra na mucosa fazendo as mudas para L2, L3, L4 e

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

adulto e vai ao órgão alvo ou fica no intestino

Em grandes infestações leva à lesão da

delgado.

mucosa cecal gerando gastroenterite nos cães. A lesão abre portas para infecção secundária

OBS: C. hepática - os ovos não saem nas fezes,

(gastrenterite

pois

infecciosa)

podendo

ficar

eles

ficam

retidos

no

fígado

e

a

conjugado problema infeccioso e parasitário. A

contaminação se dá através do carnivorismo ou

maioria das infecções é leve e assintomática.

da morte do animal (que libera os ovos no ambiente).

SUBFAMÍLIA CAPILLARINAE

GÊNERO Capillaria

OBS2: C. annulata - pode ocorrer hospedeiros

ESPÉCIE - Capillaria sp.

paratênicos (anelídeos).

HOSPEDEIRO DEFINITIVO e LOCAL:

OBS3: Para diagnóstico usa-se as técnicas de

-C. plica- Rim e bexiga de cão e gato.

Willis e Hoffman.

-C. bovis - Intestino delgado de bovinos -C. hepatica- Fígado de cão, gato, humanos e

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:

roedores.

Só em alto grau de infestação é que ocorrem

-C. annulata- Inglúvio de galinhas e perus.

reações

inflamatórias

por

penetração

da

mucosa. Em C. hepatica pode ocorrer cirrose CARACTERÍSTICAS:

hepática.

-Tamanho pequeno (1 a 1,5 cm). -Extremidade anterior simples e mais afilada que

SUPERFAMÍLIA DIOCTOPHYMOIDEA

a posterior nesse caso é bem visível.

FAMÍLIA DIOCTOPHYMATIDAE

-Esôfago com duas porções: a primeira simples

SUBFAMÍLIA DIOCTOPHYMATINAE

e outra formando várias células. -Fêmeas têm extremidade posterior simples e são ovíparas (ovos bioperculados, com parede reta e arrumados certinhos no ovário) -Machos têm apenas 1 espículo e é envolvido por uma bainha dando aspecto de prepúcio.

CICLO BIOLÓGICO: Os ovos saem nas fezes morulados e no ambiente se tornam larvados (L1). Os ovos são

GÊNERO Dioctophyma ESPÉCIE: Dioctophyma renale

HOSPEDEIRO

DEFINITIVO:

Carnívoros

(preferencialmente cães).

HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: Anelídeos e peixes dulcícolas.

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214 Nematóides ______________________________________________________________________________________________

LOCALIZAÇÂO DO VERME ADULTO: Rim e

anelídeo aquático ingere o ovo e a L1 cai em sua cavidade celomática indo a L2. O peixe ingere o anelídeo com a L2 e em sua cavidade digestiva faz mudas até L4. O cão ingere o peixe com a L4 e no tubo digestivo ela penetra e migra para o rim. O homem ou hospedeiro definitivo também pode contaminar-se por ingestão do anelídeo.

OBS: Material para diagnóstico: urina. Figura 270. Ovos de Dioctophyma renale.

IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: O parasito destrói o parênquima renal. Causa

cavidade abdominal são os mais comuns.

insuficiência renal quando localizado no rim podendo levar a óbito. Em casos de localização

CARACTERÍSTICAS: -Pode

ser

encontrado

na solto

na

cavidade

abdominal ou na cápsula renal (já foi encontrado na pleura, peritônio, tecido subcutâneo, próstata,

cavidade

abdominal

provoca

peritonite.

Geralmente somente um rim é parasitado, o outro sofre hipertrofia para compensar a falta do destruído.

bexiga, ureter, uretra, fígado e estômago). -Fêmeas podem atingir até um metro. -Machos

apresentam

uma

pequena

bolsa

copuladora. -Maior incidência: rim direito.

CICLO BIOLÓGICO: Os ovos saem na urina morulados e no ambiente a L1 se desenvolve dentro do ovo. O

Figura 272. Dioctophyma renale em rim de cão.

Figura 271. Ciclo biológico de Dioctophyma renale. _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro


Técnicas ____________________________________________________________________________________________ 215

PARTE IV Técnicas ____________________________________________________________________________________ COLETA E MONTAGEM DE ENDOPARASITOS

1-ONDE COLETAR: -Os endoparasitos podem estar em vários órgãos de peixes, moluscos, crustáceos, insetos, animais domésticos, dentre outros. Em vegetais ocorrem principalmente na raiz.

-Também podem estar na cavidade do corpo e nas serosas de vários órgãos, assim como no peritônio, na musculatura e encistados nas nadadeiras.

2-COMO COLETAR: -Os endoparasitos são, preferencialmente coletados vivos. -Com um pincel ou estilete são transferidos para solução salina fisiológica na concentração correta. -Ainda na solução fisiológica, agitar fortemente para a limpeza dos lábios e abertura bucal, assim como da superfície da cutícula. -Os nematóides pequenos, como as larvas, devem ser coletados e mantidos em recipientes pequenos. -Os nematóides mortos devem ser coletados diretamente para o fixador frio.

3-COMO FIXAR: -Os nematóides vivos são transferidos da solução salina fisiológica para uma placa de Petri funda com pouco líquido. o -Aquecer o fixador A.F.A. a 65 C e derramar rapidamente sobre os nematóides.

-Deixar o fixador esfriar na própria placa de Petri. -Deixar o nematóide no fixador por 48 horas. -Os cestóides e trematóides devem ser prensados entre lâminas e colocados em fixador (A.F. A) frio por 48 horas.

Fórmula do A.F.A: - 93 ml solução fisiológica - 5 ml de formol - 3 ml de ácido acético Misturar tudo e colocar em frasco fechado.

4-COMO CONSERVAR: -Os endoparasitos devem ser conservados em etanol 70o GL, com ou sem 5-10% de glicerina.

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Técnicas ____________________________________________________________________________________________ 216 5-COMO CLARIFICAR: -Existem dois processos para a clarificação de nematóides: Processo 1- Para montagem em bálsamo do Canadá. Processo 2- Para montagem em gelatina de glicerina.

Processo 1- Para montagem em bálsamo do Canadá. 1-Etanol 70 o GL (para remoção da glicerina) 2-Etanol 80 o GL o

3-Etanol 90 GL

Tempo: 15 minutos em cada etapa. Essas etapas são para fazer a desidratação do material.

4-Etanol absoluto 1 5-Etanol absoluto 2 6-Lactofenol – Clarificador 7-Creosoto – Diafanizador (clarifica, diferencia e dá brilho).

O tempo requerido para as etapas 6 e 7 dependem da espessura do material, em média no creosoto devem ficar 24 horas. Obs: Os nematóides muito grandes devem passar por fenol a 10% após o lactofenol.

Processo 2- Para montagem em gelatina de glicerina. 1-Adicionar glicerina pura; poucas gotas a cada vez, na placa de Petri onde os nematóides estão em etanol glicerinado a 5% ou 10%. 2-Quando o etanol evaporar e, praticamente, só restar a glicerina, transferir um nematóide de cada vez para a glicerina pura. 3-Montar em gelatina de glicerina.

6-COMO MONTAR: * Em bálsamo do Canadá -Pingar aos poucos o bálsamo do Canadá, 1 a 3 gotas por dia, até o creosoto evaporar e ficar só o bálsamo. -Colocar uma gota de bálsamo sobre a Lâmina (no centro). -Procurar ter certeza que a face ventral está voltada para cima e a extremidade anterior está voltada para o observado. -Colocar lamínula com muito cuidado e devagar para evitar formação de bolhas.

* Em gelatina de glicerina -Aquecer, em banho-maria, o recipiente que contém a gelatina de glicerina. -Colocar, com bastão de vidro, uma gota de gelatina líquida sobre a Lâmina, de tamanho proporcional ao tamanho do espécime e da lamínula que será usada para cobri-lo. -Cuidado para que a gota não se espalhe além da lamínula.

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Técnicas __________________________________________________________________________________________ 217 PESQUISA DE ECTOPARASITOS

OBJETIVO Identificação dos artrópodes ectoparasitos.

COLETA •

Ácaros produtores de sarna. Raspagem profunda da pele ou serosidade do ouvido.

Pulgas, piolhos, malófagos, linguatulídeos. Coleta direta do animal, com auxílio de pincel umedecido ou pinças de pontas finas protegidas por algodão.

Carrapatos - Removidos individualmente por cuidadosa tração.

Hemípteros, moscas e mosquitos. Rede, armadilhas, iscas ou em frascos com ou sem aspiradores, cianeto, éter, acetato de etila ou clorofórmio.

Larvas de Gasterophilus sp. Através dos pêlos retirados da região mandibular e labial.

Larvas de Dermatobia hominis. Após a morte da larva, fazer incisão no nódulo subcutâneo, retirando com pinça ou compressão digital.

Larvas de Oestrus ovis em secreções nasais.

Outras miíases. As larvas são retiradas diretamente das lesões, após a sua morte.

MODO DE MATAR OS ARTRÓPODES ♦

Água quente.

Álcool.

Clorofórmio.

Éter.

Fumo de tabaco (meio rural).

CONSERVAÇÃO

Conservação dos exemplares secos ♦

Alfinete entomológico (de aço inoxidável), sendo após colocados em caixas entomológicas tratadas periodicamente com naftalina em pó.

Tubos de vidro, colocando a ponta do alfinete na tampa de borracha, parafinando a tampa.

Conservação de exemplares em meios líquidos •

Álcool 70o.

Formol 10%.

Líquido de Faure (pequenos insetos, larvas de dípteros e ovos de helmintos).

Conservação de exemplares em preparações montadas (pequenos artrópodes) ♦

Montagem em lâminas de microscopia.

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Técnicas __________________________________________________________________________________________ 218

ETIQUETAGEM Colocar todas as informações na etiqueta como: nome do hospedeiro, data, procedência, região do corpo em que foi encontrados, indicação do líquido conservador, nome do colecionador ou requisitante e nome vulgar e científico do artrópode. Deve ser escrito a lápis, quando colocadas dentro do vidro com o material e o líquido conservador.

IDENTIFICAÇAO A identificação dos artrópodes é feita através do uso de chaves para classificação.

MONTAGEM A montagem deve ser realizada antes que o artrópode comece a secar. No caso de exemplares secos é necessário passarem em câmara úmida durante dois dias, para torná-los moles. Existem várias técnicas de montagem, sendo as mais usadas as três modalidades seguintes:

1.Montagem a seco Os alfinetes entomológicos empregados devem ser de níquel ou aço inoxidável e com comprimento e espessuras variáveis. Após a montagem o material deve ser guardado em gavetas, caixas ou tubos com naftalina.

- Direta. Colocar o alfinete no tórax ou escutelo. Utilizada para dípteros, triatomídeos, himenópteros. - Indireta. O artrópode é fixado por meio de bálsamo, cola ou esmalte na extremidade de pedaços triangulares de cartolina. Utilizada para mosquitos ou outros insetos. - Caixas de vidro. Fixar o tórax do artrópode, utilizando cola. Empregado somente para demonstrações.

2. Montagem em liquido conservador 0 •Formol 10% ou álcool 70 . Colocar o artrópode sem nenhum preparo prévio. Utilizado para aranhas,

escorpiões e carrapatos. •Liquido de Faure. Possui a propriedade de conservar, matar, fixar, desidratar, clarear e servir de veículo de montagem de pequenos artrópodes, larvas e ninfas. A coloração é feita pela fucsina de Ziehl e a montagem entre lâmina e lamínula.

3. Montagem em bálsamo entre lamina e lamínula A montagem em lâmina e lamínula é indicada para adultos de pequenas espécies, larvas e ninfas.

Técnica 1 •

Colocar o artrópode em vidro de relógio e clarificar em potassa a 10%, a quente.

Transportar com tira de papel para outro vidro de relógio, com água destilada - alguns minutos.

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Técnicas __________________________________________________________________________________________ 219 •

Colocar com tira de papel no ácido acético a 10% - 5 a 10 minutos.

Desidratar em álcool a 60,70, 80, 90, 95 - 5 minutos em cada álcool.

Creosoto de Faia. Tempo variável, de minutos até tempo indeterminado, de acordo com a peça.

Gotejar o creosoto de Faia em uma lâmina, colocando o artrópode sobre a mesma.

Retirar o excesso de creosoto com papel filtro.

Pingar sobre o artrópode uma gota de bálsamo e cobrir com uma lamínula.

Técnica 2. Método de Costa Lima (coloração pela Fucsina) • Transferir o artrópode para a solução de potassa a 10%, contida em cápsula de porcelana. Aquecer em banho-maria, variando o tempo conforme a espessura do animal (10 a 15 ou mais minutos). • Transferir o artrópode por meio de uma tira de papel, para uma lâmina, adicionando algumas gotas de fenol liquefeito. • Observar ao estéreomicroscópio e com duas agulhas de ponta curva comprimi com cuidado, o artrópode, repetidas vezes, para expelir a potassa e fazer penetrar o fenol. • Corar pela fucsina de Ziehl aquecida ligeiramente, até desprender vapores. Este aquecimento é dispensável. • Desprezar a fucsina e colocar algumas gotas de fenol-xilol. • Escorrer o fenol-xilol e tratar com algumas gotas de xilol-fenol. • Desprezar o liquido e passar, duas a três vezes, pelo xilol puro. • Montar em bálsamo de Canadá, entre lâmina e lamínula.

Técnica 3. Método de Costa Lima (com ou sem coloração peia Fucsina) • Potassa 10% quente (aquecida em banho-maria): 5 a 10 minutos. • Água oxigenada pura até a clarificação (este tempo depende do material). • Fenol puro: 10 a 15 minutos. • Fenol-xilol: 10 minutos. • Óleo de cravo: 10 minutos. • Bálsamo, entre lamina e lamínula.

Observações • Do fenol puro, o artrópode pode ser colocado diretamente no creosoto até clarificar e, após, diretamente no óleo de cravo. • Se ao passar o exemplar pelo óleo de cravo o líquido ficar amarelado, isso indica que o mesmo ainda se acha embebido da solução de potassa cáustica a 10%, sendo conveniente voltar novamente ao fenol e depois continuar a operação. • No caso de corar o material, passa-se do fenol para a fucsina fenicada de Ziehl e depois desidratase e diferencia-se pelo fenol sem prolongar a diferenciação, que será continuada pelo óleo de cravo. Em seguida montar em bálsamo de Canadá. • Para uma melhor clarificação de pulgas é aconselhável mergulhar os indivíduos em água __________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


Técnicas __________________________________________________________________________________________ 220 oxigenada 10 vols., durante aproximadamente 30 minutos, antes de executar a técnica.

Técnica 4. Método simplificado para ácaros produtores de sarnas • Colocar o ácaro da sarna em álcool 950 • Transferir para o creosoto. • Montagem entre lamina e lamínula, utilizando o bálsamo.

PESQUISA E COLETA DE ÁCAROS PRODUTORES DE SARNAS •

Placa de Petri, bisturi, estilete, cotonete.

Raspado cutâneo ou serosidade do ouvido.

Goma de Berlese ou óleo mineral.

Lamina e lamínula.

Técnica •

Raspar profundamente a pele na região da lesão com um bisturi, ou coletar a serosidade do ouvido externo

com auxilio de um cotonete.

Colocar o material numa placa de Petri.

Examinar o material ao estereomicroscópio.

Resultado: Positivo ou Negativo.

Exame positivo. Coletar o parasito por meio de um estilete embebido em goma de Berlese ou óleo mineral e montar entre lâmina e lamínula. Identificar ao microscópio. Exame negativo. Neste caso há duas alternativas a seguir:

1.

Acrescentar solução de potassa 10% ao material coletado. Deixar atuar por tempo

indeterminado. Examinar o sedimento entre a lâmina e lamínula. Identificar ao microscópio.

2.

Técnica da Potassa-éter

Raspado das lesões com bisturi e glicerina.

Adicionar 15 ml de potassa 10% ao material coletado.

Juntar 15 ml de éter sulfúrico.

Agitar a mistura com auxilio de bastão de vidro.

Retirar o sobrenadante, quando ainda em movimento, colocando-o em placa de Petri.

Examinar ao estereomicroscópio com aumento 40x.

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Técnicas 221 ______________________________________________________________________

TECNICAS HELMINTOLÓGICAS

Técnica

Vantagens

Esfregaço direto

Desvantagens

-Rápida de preparar

-Pode não ver o parasita se a

-Nenhuma distorção de parasitas se

concentração de parasitos for

uma solução salina isotônica for

muito baixa ou se há muito

usada

sedimento ou gordura presente.

como

diluente.

-Única maneira para ver trofozoítos

-Areia,

ao vivo (salina isotônica deve ser

material

usado

diluente).

justaposição e é difícil de fazer

pássaros

o

-Útil

como para

fezes

de

sementes, fecal

ou

outro

podem

fazer

esfregaço.

pequenos e répteis (onde ovos de

-Pode levar muito tempo para

trematódeos são comuns).

examinar tudo

-Procedimento de flutuação dos

-Neste

ovos de helmintos mais comuns e

flutuam ovos de trematódeo e

oocistos

alguns ovos de vermes chatos

de

-Soluções

coccídios.

são

baratas.

-Distorce

procedimento

cisto

de

não

Giardia.

Sacarose saturada

-Há pouca sujeira para obscurecer a

-Inadequado para amostras de

ou sal

visão do parasita.

fezes gordurosas.

-Neste

procedimento

flutuam

a

maioria dos ovos de helmintos. -Melhor Flutuação

por

Sulfato de Zinco

método

para

cisto

-Procedimento

não

flutuará

alguns ovos de trematódeo, e de

alguns ovos de vermes chatos.

protozoário, especialmente Giardia.

-Inadequado para amostras de

-Há

fezes

pequenas

sujeiras

para

obscurecer visão de parasitas.

gordurosas.

-ZnSO4 é caro e um densímetro deverá ser usado para fazer a solução.

-Procedimento recupera TODOS os

-É mais difícil executar que

tipos de ovos de helmintos, larvas, e

outras

a

-Acetato de Etila é inflamável e

maioria

dos

cistos

de

técnicas.

protozoários.

caro.

-É a melhor técnica para materiais

-Há mais sujeira na lâmina de

Acetato

enviados na formalina

preparação que em lâminas de

de etila

- Amostras fixadas e para fezes

flutuação então levará muito

com conteúdo de gordura alto

mais tempo para fazer a leitura.

Sedimentação

por

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Técnicas 222 ______________________________________________________________________

SACAROSE SATURADA OU SAL TÉCNICA DE WILLIS

Principio Em uma solução saturada de sal ou açúcar os ovos dos helmintos tendem a subir, aderindo-se a parte inferior de uma lamínula colocada na superfície do líquido. É uma técnica qualitativa ou seja, serve para ver se há ou não ovos ou oocistos de protozoários. Usada principalmente em fezes de pequenos animais.

Vantagens: -Procedimento de flutuação dos ovos de helmintos mais comuns e oocistos de coccídeos. -Soluções são baratas. -Há pouca sujeira para obscurecer a visão do parasita.

Desvantagens: -Neste procedimento não flutuam ovos de trematódeos e alguns ovos de vermes chatos. -Distorce cisto de Giardia. -Inadequado para amostras de fezes gordurosas.

Técnica: •

Encher um tubo de ensaio com solução saturada (20ml).

Pesar dois gramas de fezes e colocar em um copo.

Acrescentar um pouco de solução hipersaturada nas fezes.

Homogeneizar com um bastão.

Acrescentar o restante da solução, coar e encher um tubo de ensaio até formar um menisco.

Colocar uma lâmina de vidro e deixar por 15 minutos.

Retirar a lâmina e inverte-la bruscamente sem deixar cair a gota de solução.

Pôr uma lamínula e levar ao microscópio usando objetiva de 10x.

TÉCNICA DE HOFFMANN, PONS E JANER 1934 SEDIMENTAÇÃO SIMPLES

Princípio: Sedimentação de ovos. Exame microscópico qualitativo direto, após concentração de fezes.

Objetivo: Pesquisa de ovos de trematódeos e cestódeos

Material: •

2 a 5 gramas de Fezes

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Técnicas 223 ______________________________________________________________________

Solução fisiológica ou água de torneira : 400 ml

Lâmina e lamínula

Bastão de vidro

Coador

Beaker com capacidade de 250 – 500 ml

Cálice de sedimentaçãp (300-500 ml)

Pipeta

Técnica: •

Diluir as fezes em 200 ml de solução fisiológica ou água no beaker. Se necessário, para haver o amolecimento deixar em repouso por 10 a 20 minutos.

Tamisar a suspensão diretamente no cálice de sedimentação

Deixar em repouso por 15 minutos

Decantar o sobrenadante e adicionar ao sedimento 200 ml de solução fisiológica ou água.

Deixar em repouso por mais 15 minutos

Decantar o líquido sobrenadante

Coletar com pipeta algumas gotas do sedimento

Examinar ao microscópio entre lâmina e lamínula

Se o primeiro resultado for negativo repetir o exame até três vezes

TÉCNICA DE BAERMANN O método de Baermann é usado para a extração de fases larvais vivas de nematóides nas fezes.

Técnica •

Coloque uma peneira em um Becker outro recipiente similar. Esparrame aproximadamente um grama de fezes em filtro de papel e coloque isto na peneira.

Colocar água morna* no Becker até cobrir as fezes. Tenha cuidado para não romper as fezes.

Deixe descansar durante uma hora * *

Retire a peneira

Coloque o líquido em um tubo de centrífuga de 15 ml.

Deixe na centrífuga durante 20 minutos

Usando uma pipeta de Pasteur, remova uma gota de sedimento do fundo do tubo e coloque

em

uma

lâmina

de

microscópio

para

exame.

* Este procedimento faz uso de duas características de comportamento da larva do nematóide. Primeiro, a água morna ativa a larva (porém, não aqueça acima de 37 a 40oClimite superior). Segundo, as larvas de nematóides mais parasitas são as piores nadadoras. ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


Técnicas 224 ______________________________________________________________________

Então, os eventos seguintes acontecem quando a peneira é colocada na água: As larvas migrarão pelo papel filtro e cairão na água. As larvas que não conseguem nadar vão até o fundo

do

prato

e

acumulam-se

lá.

* * Quanto mais tempo você esperar, mais larvas se acumularão no fundo do prato, mas com o tempo a amostra fecal começa a desmanchar e atravessa o filtro de papel o que conduz a um acúmulo de sedimento junto com as larvas.

TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO PELO ACETATO DE ETILA

Método: •

Misture uma porção de fezes (aproximadamente 5x5 mm) em 9 ml de água, coe e despeje essa solução em um tubo de centrífuga de 15ml.

Adicione três ml de acetato de etila, e tampa o tubo com uma rolha de borracha. Sacuda vigorosamente o tubo, e então centrifugue.

Usando uma vareta, “retire” o anel de gordura que se formou entre a água e o acetato de etila (a tampa adere ao lado do tubo e deve ser separado antes do conteúdo líquido do tubo poder ser decantado).

Decante o sobrenadante cuidando para manter o sedimento do fundo do tubo intacto.

Transfira algum sedimento do fundo do tubo para uma lâmina e examine. O sedimento pode ser transferido de vários modos:

1)Se algum líquido permanecer, o sedimento pode ser homogeneizado e uma gota transferida com uma pipeta para uma lâmina de microscopia.

2)Adicione uma gota de iodo ao tubo, mexa com uma vareta e então transfira com uma pipeta para a lâmina.

3) Use uma vareta para remover algum sedimento. Faça um esfregaço e cubra isto com uma lamínula como você faria em um esfregaço direto.

NOTA: Quando remover da centrífuga, seu tubo terá claramente camadas definidas: A. Uma camada de acetato de etila em cima. B. Um anel de gordura dissolvida no meio. C. Uma camada de água. D. Uma porção de sedimento ao fundo. A formalina utilizada para fixar ovos e cistos pode fazer estes não flutuarem (eles podem ter uma gravidade específica agora maior que 1.2 ) então esta técnica é preferida quando temos amostras de fezes fixadas em formalina.

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Técnicas 225 ______________________________________________________________________

NOTA: Se você quiser usar esta técnica somente para remover gordura, você pode homogeneizar o sedimento com uma solução de flutuação (hipersaturada), centrifugar, e remover o material do topo do flutuador para examinar ovos.

TÉCNICA DE CENTRÍFUGO FLUTUAÇÃO EM SULFATO DE ZINCO

Método: 1-Encha um tubo de centrífuga de 15 ml com solução de ZnSO4 (1.18 gravidade específica) * 2- Pese as fezes (2 a 3 gramas - aproximadamente 1 cm em diâmetro), misture a solução e coe. 3-Usando um funil, verta a mistura de fezes + ZnSO4 para o tubo de centrífuga. 4-

Centrifugue

durante

2

minutos

a

velocidade

alta

(1500

-

2000

rpm).

5- Usando uma vareta ou alça de platina remova uma amostra da superfície da solução e coloque em uma lâmina de microscopia. Você pode ter que fazer várias amostras com a vareta para adquirir bastante material para examinar - tem que ter o equivalente a uma gota grande na lâmina. 6-Adicione uma gota de iodo (cora os cistos) e uma lamínula. Examine na objetiva de 10X .

Nota 1: Se a amostra contém uma quantia grande de gordura ou outro material que flutuam em água, você, pode lavar a amostra antes de fazer a flutuação.Quando você centrifugar a mistura água (sem ZnSO4) -fezes, os ovos afundarão, mas a gordura permanecerá flutuante. Depois da centrifugação decante o sobrenadante e some solução de ZnSO4 - misture bem. Centrifugue como no passo 4.

Nota 2: Pode-se colocar diretamente uma lamínula no tubo de centrífuga cheio da solução e após centrifugação remover a lamínula para uma lâmina. Ir ao microscópio fazer a leitura.

* ZnSO4 solução (1.18 gravidade específica) é feito somando 386 gramas de ZnSO4 a 1 litro de água. A mistura deve ser conferida com um hidrômetro e deve ser ajustada a uma gravidade específica de 1.18. A ZnSO4 solução deve ser armazenada em vidros bem fechados para prevenir evaporação (e conseqüente mudança na gravidade específica da solução).

TÉCNICA DE MC MASTER A técnica de contagem de ovos de Mc Master é um método que determina o número de ovos de nematóides por grama de fezes para calcular a carga parasitária de lombrigas em um animal.

Vantagem: Ela é rápida e como os ovos flutuam livre de sujeiras fica fácil de contar os ovos.

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Técnicas 226 ______________________________________________________________________

Desvantagem:

Você

tem

que

usar

uma

câmara

contadora

especial.

Técnica •

Pese 2 gramas de fezes para ovinos e 4g para bovinos

Misture 60 ml de ZnSO4 ou solução saturada de sal ou açúcar. Homogeneíze bem.

Passe as fezes por um coador, retire o coador e com uma pipeta transfira uma amostra da mistura para um das câmaras de Mc Master.

Repita o procedimento e encha a outra câmara.

Espere 1 minuto e então conte o número total de ovos na lâmina.

Multiplique o número total de ovos nas 2 câmaras por 100, e este é os número de ovos por grama (OPG).

Se você utilizou 4 gramas multiplique por 50.

A matemática: O volume debaixo da área marcada de cada câmara é 0.15 ml (a área marcada tem 1 cm X 1 cm e a câmara é 0.15 ml fundo), assim o volume examinado é 0.3 ml. Estes é 1/200 de 60 ml. Se você utilizou 2 gramas de fezes, então multiplique por 100 (se utilizou 4 gramas multiplique por 50), o resultado final é o número de “ovos por grama de fezes”.

Significado: Ovino – 2 gramas de fezes 2 gramas

1 ovo X 100 = 100 OPG

Bovino – 4 gramas de fezes 4 gramas

1 ovo X 50 = 50 OPG

Ovos mais comuns: - Família Trichostrongylidae: Difícil de classificar o gênero, pois os ovos são muito parecidos. - Ascarídeo: Ovos que contém 3 camadas, fáceis de reconhecer. - Strongyloides: Ovo larvado, fácil de reconhecer. - Trichuris: Ovo bioperculado, fácil de reconhecer - Moniezia: Ovo de cestóide, formato quadrangular, triangular. - Eimeria: Oocisto de protozoário

Contagem: Ovinos - > 500 = dosificar < 500 = não dosificar

Bovinos e eqüinos - > 300 = dosificar < 300 = não dosificar

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Técnicas 227 ______________________________________________________________________

Coleta: Coletar uma amostra de 3 a 5 % do rebanho separado por idade. Ex: Campo 1 – 800 ovelhas de cria fazer exame de 20 a 24 amostras. Campo 2 – 500 borregas ( 2 a 4 dentes) – coletar 15 amostras Campo 3 – 300 ovelhas de cria - coletar 9 amostras

Ex: Ciclo do Haemonchus 21 = 7 dias = 28 dias Fazer a coleta a cada 28 dias.

OBS: Para o controle do rebanho: fazer a coleta a cada 28,30 dias. Para verificar a eficiência do medicamento: fazer a coleta 7 dias após a dosificação para verificar se foram eliminados ovos.

EXAME DIRETO DE FEZES Técnica •

Coloque uma porção muito pequena de fezes em uma lâmina, coloque uma gota de iodo, água ou solução fisiológica e mexa com uma vareta.Coloque uma lamínula e leve para o microscópio.

A proposta do iodo, água, ou solução fisiológica é separar a sujeira das fezes.

O material contido na lâmina deve estar fino o bastante para que você possa ler do princípio ao fim.

COPROCULTURA Objetivo: Identificação de larvas (L3) de nematódeos gastrintestinais de ruminantes.

Material: -Recipiente de vidro -Serragem lavada e esterilizada de pinho (só fezes, fezes secas e esterilizadas) -Tubo de ensaio -Placas de Petri -Pipeta -Cordão -Estufa

Preparo •

Coletar 20 a 30 gramas de fezes frescas coletadas diretamente do reto

Misturar as fezes com a serragem (2 partes de serragem para uma de fezes)

Molhar até ficar na consistência de barro

Encher o vidro com ¾ de sua capacidade.

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Técnicas 228 ______________________________________________________________________

Limpar os bordos do vidro e tampá-lo com a placa de petri colocando um cordão (ou papel enrolado) entre a placa e o vidro para que entre ar.

Levar a estufa e umedecer diariamente (se necessário) a mistura por 7 dias.

Coleta de larvas Encher o frasco com água até a borda. Tampar o vidro com a placa de petri invertendo-o bruscamente para evitar que a água derrame. Colocar com a pipeta 5 a 10 ml de água na placa de petri Após 3 a 4 horas coletar o conteúdo existente na Placa de petri com uma pipeta e pôr em tubo de ensaio Fazer a identificação ou guardar na geladeira (dura 4 meses).

ESFREGAÇO DIRETO DE FEZES Principio Confecção de um esfregaço de fezes com uma quantidade pequena de fezes.Técnica utilizada em casos de suspeita de grande infecção por parasitas.

Vantagens - Rapidez, pouco equipamento requerido e facilidade de fazer.

Desvantagens: -Pequena quantidade de fezes examinada que pode não detectar o parasitismo -Debris na lâmina que podem confundir a identificação

Material •

Lâminas e lamínulas

Pazinha

Lugol (opcional)

Solução fisiológica

Técnica •

Coloque uma gota de água na lâmina e uma quantidade igual de fezes

Misture com a pazinha

Faça um esfregaço com as fezes

Remova o excesso de fezes, adicione mais água ou salina e cubra com a lamínula.

Examine com objetiva de 10x para pesquisa de ovos e larvas e de 40x para pesquisa de protozoários

MÉTODO DA GOTA ESPESSA

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Técnicas 229 ______________________________________________________________________

Objetivo: Este método consiste em concentrar, sobre superfície reduzida, os hematozoários contidos em determinado volume de sangue.

Técnica: Coloca-se em lâmina uma a duas gotas de sangue. Espalha-se em forma circular com alça de platina, até conseguir uma camada uniforme. Deixar secar por exposição ao ar ou levar à estufa a 37oC. Em seguida, hemolisar com água destilada, a qual destrói os eritrócitos, deixando intactos os leucócitos e os hematozoários. Secar novamente e corar pelos métodos usuais. Examinar em objetiva de imersão.

CÁLCULO DA CARGA PATOGÊNICA

Cálculo do número de fêmeas: No fêmeas: OPG X quant. fezes dia Postura/fêmea/dia

Cálculo do número de machos 70% do número de fêmeas Ex: Peso vivo do rebanho – 20 kg (20.000g) OPG (Str.)= 2000

Coprocultura Haemonchus – 60%

Haemonchus 1200 ovos

Trichostrongylus- 20%

Trichostrongylus- 400 ovos

Cooperia- 20%

Cooperia – 400 ovos

Defecação diária do rebanho – 5% do peso vivo Rebanho- 1000 g.

a) Número de fêmeas Haemonchus – 1200 X1000g = 1200 = 240 fêmeas 5000 ovos/dia

5

Número de machos de Haemonchus= 70% fêmeas= 70% de 240 fêmeas = 188 machos Total- 428 Haemonchus

b) Número de fêmeas de Trichostrongylus – 400X 1000g = 2000 fêmeas 200 ovos/dia Número de machos de Trichostrongylus – 70% de 2000 = 1400 machos. Total- 3400 Trichostrongylus adultos. ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


Técnicas 230 ______________________________________________________________________

c) Número de fêmeas de Cooperia – 400 X 1000g. = 2000 fêmeas 200 ovos/dia Número de machos de Cooperia- 70% de 2000 = 1400 machos Total- 3400 Cooperia adultos

Equivalência patogênica 500 Haemonchus-

1 carga patogênica

428 Haemonchus –

0,8 carga patogênica

4000 Trichostrongylus -

1 carga patogênica

3400 Trichostrongylus –

0,8 carga patogênica

4000 Cooperia –

1 carga patogênica

3400 Cooperia –

0,8 carga patogênica

Carga patogênica total – 2,4 Dois (2) inicia doença.

Ovopostura diária estimada Haemonchus-

5000

Trichostrongylus

200

Cooperia

200

Strongyloides

3000

Bunostomum

1200

Oesophagostomum

3000

Nematodirus

50

Ostertagia

200

Chabertia

3000

Equivalência patogênica 500 Haemonchus = 100 Oesophagostomum= 3000 Ostertagia = 4000 Trichostrongylus , Cooperia, Nematodirus, Strongyloides = 200 Bunostomum

FÓRMULAS LUGOL Iodo................................06 gramas Iodeto de Potássio ........04 gramas H2O ..............................100 ml

SOLUÇÕES SATURADAS: ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


Técnicas 231 ______________________________________________________________________

SAL Densidade em 200 C – 1.19 Cloreto de sódio...................350 g Água destilada......................1000ml Dissolver o sal na água destilada morna. Filtrar.

AÇÚCAR Densidade em 150 C – 1.12 Açúcar..............................500 g Água destilada..................320 ml Formol comercial.............. 10 ml ou fenol 7 g.(preservativo) Dissolver o açúcar na água destilada morna, após a dissolução acrescentar o fenol ou formol.

SULFATO DE ZINCO Densidade em 150 C – 1.182 Sulfato de magnésio .......33 g Água destilada.................100 ml Adicionar água destilada quente no sulfato de zinco, filtrar.

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232 _____________________________________________________________________________

CÃES E GATOS INTRODUÇÃO O homem vive em contato direto com cães e gatos. Animais de estimação são infectados por vários gêneros de vermes – vários dos quais ocorrem em animais selvagens também. O alimento natural desses animais que consiste em carne, peixe e especialmente vísceras, é a maior fonte de infecção. Vermes de cães e gatos podem não ser somente patogênico para seus hospedeiros como podem também causar zoonoses. Algumas espécies de vermes são transferidas para o homem (como Toxocara canis, Echinococcus granulosus). Crianças em particular, são altamente susceptíveis, pelo íntimo contato com animais domésticos. Os ovos de vermes de Trichuris, Ascarídeos e Taenia são extremamente resistentes, assim representando um constante risco de reinfecção. Espécies de vermes podem habitar vários órgãos e tecidos de seus hospedeiros. A maioria ocorre no trato gastrintestinal. Alguns parasitam a bexiga e rins (Capillaria sp. e Dioctophyma renale), pulmões (Capillaria aerophila, Aelurostrongylus abstrusus) ou coração e vasos sangüíneos (Angiostrongylus vasorum, Dirofilaria immitis). Infecções de cães e gatos por vermes são diagnosticadas através de exame de fezes, urina e ocasionalmente sangue ou esputo. Muitos ovos de vermes encontrados nas fezes são de nematódeos gastrintestinais e poucas espécies de cestódeos. A presença de larvas de vermes em fezes de gato, indica a presença do verme pulmonar (Aelurostrongylus abstrusus); quando ocorre em fezes de cães indica a presença de Angiostrongylus vasorum. Na urina podemos encontrar o ovo de Capillaria plica, Capillaria felis cati e Dioctophyma renale. Deve-se ter o cuidado com o material utilizado na prática, pois algumas vezes pode ocorrer a contaminação de urina nas fezes e então podemos encontrar esses ovos em exame de fezes. Em exame direto ou técnicas de concentração raramente se observa a presença de ovos de Taenia, a não ser que os segmentos maduros já tenham se desintegrado. Segmentos maduros ocorrem separadamente ou em cadeias, são fáceis de ser observados a olho nu nas fezes e envolta da região anal. Espécies de Tenídeos podem ser diagnosticados por meio dos segmentos expelidos com as fezes. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE CÃES E GATOS 1.Com dois plugues polares 1.1.Protuberantes Casca lisa (nas fezes) Casca granulada (na urina, fezes ou esputo) 1.2.Não Protuberantes Casca espessa com superfície granular (na urina) 2. Sem Plugues polares 2.1. Esférico 2.1.1. Conteúdo não segmentado Casca lisa, transparente Casca áspera, marrom amarelado Aprox. 75 µ (cão) Aprox. 65 µm (gato) 2.1.2. Embrião hexacanto a. Sem embrióforo, 1 a 30 ovos em cápsulas ovígeras b. Com embrióforo, ovos separados.

2.2.Não esférico, ovóide. 2.2.1.Com larva 2.2.2.Sem larva a. Com opérculo > 120 µm, > 40 µm, b. Sem opérculo, ovos do tipo strongylidae ± 70 µm (cão) ± 65 µm (gato) (cão)

Trichuris Capillaria Dioctophyma

Toxascaris Toxocara canis Toxocara cati Dipylidium Taenia spp. Multiceps Echinococcus Strongyloides

Mesostephanus Apophallus Uncinaria Ancylostoma tuba Ancylostoma caninum

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233 _____________________________________________________________________________

Trichuris vulpis - Nematoda

Capillaria spp. - Nematoda

Cães

C. felis cati (gato) – C. plica (cão)

• • • • • •

Ovos de tamanho médio: 70-90 µm de comprimento por 32 – 41 µm de largura Lados das paredes levemente em forma de barril Dois plugues polares transparentes nos pólos Parede espessa com superfície lisa Conteúdo granular, não segmentado. Deve ser distinguido de ovos de Capillaria que são menores e tem casca granulosa.

• • • • • • • •

Ovos de tamanho médio: 60 - 65 µm de comprimento por 29 - 30 µm de largura Ovóide Alongado, com dois plugues polares. Plugues polares são transparentes, largos e aplainados. Casca de cor amarelada Conteúdo não segmentado, granular. Ovos são somente encontrados na urina Deve ser diferenciado de ovos de Trichuris vulpis, que são maiores e tem casca lisa, e de ovos de Capillaria aerophila que ocorre somente em fezes ou esputo.

Capillaria aerophila - Nematoda

Dioctophyma renale - Nematoda

Cães e gatos

Cães e gatos

• • • •

Ovos de tamanho médio: 60 - 74 µm de comprimento por 35 - 40 µ de largura Ovóide Alongado, com dois plugues polares. Casca de cor marrom amarelada Conteúdo granular fino

Deve ser diferenciado de ovos de Trichuris vulpis, que são maiores e tem casca lisa, e de ovos de Capillaria felis cati que ocorre somente em urina.

• • • •

Ovos de tamanho médio: 64 - 68 µm de comprimento por 40 - 44 µ de largura Ovóide com plugues polares levemente protuberantes Cor castanha amarelado Casca espessa com superfície granulosa, ovos não segmentados. Ovos ocorrem na urina

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234 _____________________________________________________________________________

Toxascaris leonina - Nematoda

Toxocara canis - Nematoda

Cães e Gatos

Cães

• • • •

• • • •

Ovos de tamanho médio: 75 - 85 µm. Quase esféricos ou levemente ovais Casca espessa, lisa e pálida. Conteúdo granular marrom amarelado, não segmentado e ocupando somente parte do ovo.

Ovos de tamanho médio: 75 - 90 µm. Quase esféricos ou levemente ovais Casca espessa, áspera, granular. Conteúdo granular marrom à preto, não segmentado e normalmente ocupando todo o ovo.

Deve ser distinguido de ovos de Toxocara, que tem casca áspera e conteúdo marrom ou preto.

Deve ser distinguido de ovos de Toxascaris leonina, que tem casca lisa, pálida e conteúdo marrom amarelado.

Toxocara cati - Nematoda

Dipylidium caninum - Cestoda

Gato

Cães e gatos

• • • •

Ovos de tamanho médio: 65 - 75 µm Quase esféricos ou levemente ovais Casca espessa, áspera, granular. Conteúdo granular marrom a preto, não segmentado e normalmente ocupando todo o ovo.

• • • • •

Ovos dentro de uma cápsula ovígera (120 – 200 µm) em número de 1 a 30 Ovos pequenos 26-50 µm. Quase esférico com membrana vitelina Ovo castanho a amarelado Contém embrião hexacanto no seu interior

Deve ser distinguido de ovos de Toxascaris leonina, que tem casca lisa, pálida e conteúdo marrom amarelado.

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235 _____________________________________________________________________________

Ovos de Taenia - Cestoda

Uncinaria stenocephala - Nematoda

Cães e gatos

Cães

• -

• • • •

Ovo de tamanho pequeno: Taenia pisiformis (cão) 32 - 37 µm de largura. Taenia hydatigena (cão) 35 - 38 µm de largura. Multiceps multiceps (cão) 31 - 36 µm de largura. Multiceps serialis (cão) 27 - 34 µm de largura. Hydatigera taeniformis (gato) 31 - 37 µm de largura. Echinococcus granulosus (cão e gato) 30 - 36 µm de largura. Echinococcus multiocularis (cão e raposa) 30 - 36 µm de largura. Esférico a elipsóide Contém embrião hexacanto Casca espessa, lisa, com embrióforo ( estriado radialmente) Estes ovos são observados somente após desintegração da proglótide

• • • • •

Ovos de tamanho médio: 63 – 80 µm de diâmetro por 32 - 50µ de largura. Ovóide. Pólos diferentes Paredes tendem a ser paralelas Casca fina, com superfície lisa. Blastômeros largos

Deve ser distinguido de Ancylostoma caninum que é menor e tem a parede mais fina.

Physaloptera - Nematoda

Diphyllobotrium - Cestoda

Cães e gatos

Cães e Gatos

Ovos alongados, espessados em um ou outro pólo encontrados em fezes ou vômito. Semelhante ao ovo de Spirocerca, porém, é mais oval.

Ovos semelhantes aos da Fasciola hepatica sendo amarelados e operculados, porém menores. 60- 70 µ

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236 _____________________________________________________________________________

Ancylostoma spp. - Nematoda

Aelurostrongylus abstrusus - Nematoda

Cães e Gatos

Gato

• •

• •

• • • • • • •

Ovo de tamanho médio A. caninum 56 – 65µm de diâmetro por 37 – 43 de largura (Cães) A. tubaeforme 55–76µm de diâmetro por 34– 45 de largura (Gatos) Ovóide Pólos similares e arredondados Lados das paredes com forma de barril Casca fina, lisa. 2 a 8 blastômeros grandes Deve ser distinguido de Uncinaria stenocephala que é levemente maior

A larva L1 é encontrada nas fezes. Tamanho médio: 360-400µ de diâmetro por 15 - 20µ de largura. O ovo tem uma casca fina e embriona-se no pulmão, mede 70 a 80µm por 50 75µm Larva curta, espessa com um espinho dorsal na cauda. Cabeça cônica com esôfago característico de Strongyloides Com conteúdo granular

• • • •

Esporulado

Spirometra - Cestoda

Toxoplasma - Protozoário

Cães e gatos

Gatos

• •

Ovos semelhantes ao do Diphyllobotrium

• •

Não Esporulado

Oocistos: 12 µ São encontrados nas fezes de gatos e não são esporulados em fezes frescas A esporulação ocorre em no mínimo 3 dias O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.

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237 _____________________________________________________________________________

Trofozoíta

Cistos

Giardia- Protozoário

Isospora - Protozoário (I. canis, I. felis, I. ohioensis, I. rivolta)

Cães e Gatos

Cães e Gatos

• •

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.

Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 40 µ

Cryptosporidium - Protozoário

Sarcocystis - Protozoário

Cães e Gatos

Cães e Gatos

• •

Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µ. Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.

Ao contrário de Isospora, estes são esporulados quando eliminados nas fezes e contêm dois esporocistos cada um com quatro esporozoítos. 14-15 µ

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238 ___________________________________________________________________________

OVINOS, CAPRINOS E BOVINOS INTRODUÇÃO Os ovos de vermes e larvas encontrados em fezes de bovinos são quase os mesmos encontrados em ovinos e caprinos. Há um desenvolvimento embrionário em ovos de Trichostrongylideos gastrointestinais: De acordo com a espécie de verme, os ovos contém de 4 a 32 blastômeros. Estes são os ovos de vermes mais freqüentemente encontrados e eles tem dimensões muito parecidas. A maioria dos laboratórios não consegue distinguir os ovos de Cooperia, Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia e Oesophagostomum, então dão o diagnóstico de: presença de Estrongilideos ou Trichostrongilideos nas fezes. Um diagnóstico correto pode ser feito com uma boa experiência e comparando as características com precisão. Se for preciso podem ser identificadas as larvas dos vários gêneros após coprocultura, e então confirmado o diagnóstico. Os ovos de vermes redondos como Trichuris (com plugues polares), Strongyloides (com larva no interior) ou os muito grandes como Nematodirus são facilmente reconhecidos. Os ovos de Toxocara vitulorum são bastante similares aos ovos de T. canis, parasito de cães, porém a camada externa da casca dos ovos de T. canis é mais larga que a de T. vitulorum. Os grandes e pequenos vermes pulmonares de ovinos são diferenciados pelo exame microscópico das larvas; em bovinos o único verme pulmonar encontrado é o Dictyocaulus viviparus. Uma infecção com trematódeos como a Fasciola hepatica é facilmente identificada pelos ovos típicos (amarelos e grandes com um opérculo). Se forem achados segmentos ou cadeias inteiras de segmentos maduros nas fezes um exame ao microscópio poderá confirmar uma infecção por Moniezia com típicos ovos irregulares. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE RUMINANTES 1.Com plugues polares 1.1Plugues polares protuberantes 1.2Sem plugues polares protuberantes 2.Sem plugues polares 2.1.Com larva - Casca fina, com larva de nematóide no interior - Ovos triangulares ou piramidais com larva contendo seis ganchos

Trichuris Capillaria

Strongyloides Moniezia

2.2.Sem larva 2.2.1.Com opérculo # Pequenos ovos de cor escura elipsóides e assimétricos # Ovos grandes e elipsóides a- amarelo ouro a marrom (140 µ) b- esverdeados a hialinos (160 µ)

Dicrocoelium Fasciola Paramphistomum

2.2.2.Sem opérculo a- Com parede espessa e membrana albuminosa b- Com dupla parede transparente > 130 µ ♦Ovos ovóides com grandes blastômeros escuros ♦Ovos elípticos com pólos não similares < 130 µ 4- 8 blastômeros > 8 blastômeros (16- 32) Pólos marcadamente distintos Pólos similares ou quase similares Com paredes paralelas Com paredes esféricas c- Ovos ovais com grandes blastômeros Com pólos mais ou menos assimétricos Com pólos similares d- Ovos ovais ou elipsóides com pequenos blastômeros Largo com pólos ligeiramente aplainados Pólos não muito largos, e mórulas com grande quantidade de pequenos blastômeros

Toxocara

Nematodirus Marshallagia Bunostomum Trichostrongylus Cooperia

Haemonchus Oesophagostomum Chabertia Ostertagia

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239 ___________________________________________________________________________

Trichuris ovis - Nematoda

Capillaria sp. (C. longipes – C. brevipes) Nematoda

Ruminantes

Ruminantes

• • • •

Ovos de tamanho médio: 75 µ (70-80) de comprimento por 35 µ (30-42) de largura Com dois plugues polares protuberantes e transparentes Parede espessa Conteúdo granular, sem blastômeros.

• • • • •

Deve ser distinguido de Capillaria (< 60 µ de comprimento; plugues polares aplainados).

Ovos de tamanho pequeno: 45 - 50 µ de comprimento por 22 - 25 µ de largura Com dois plugues polares pouco protuberantes e transparentes Lados das paredes são paralelos Conteúdo granular, não segmentado. Parede espessa com superfície enrugada

M.

Strongyloides papillosus - Nematoda

Moniezia - Cestoda

Ruminantes

Ruminantes

Ovos de tamanho médio: 47-65 µ de • comprimento por 25 - 26 µ de largura • Ovo largo, forma de elipse • Pólos largos, semelhantes e ligeiramente aplainados • Paredes laterais semelhantes • Casca fina, pálido, com superfície lisa. • É embrionado: contém a larva L1, que mais • tarde emerge do ovo, às vezes até mesmo no mesmo dia.

M.

Ovos de tamanho médio: o Moniezia expansa – ovinos formato mais ou menos triangular a piramidal : 50 - 60 µ o Moniezia benedeni – bovinos – Formato mais ou menos quadrangular: 80 - 90 µ Contém um embrião cercado por um aparato piriforme Parede espessa com superfície lisa, cor escura, cinzenta.

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240 ___________________________________________________________________________

Fasciol

Paramphistom Paramphistomum cervi - Trematoda

Toxocara vitulorum - Nematoda

Ruminantes

Ruminantes

• • •

Ovos de tamanho grande: maior que 160 µ (125 – 180) de comprimento por 75 – 103 (90) µ de largura Cor pálida, de cinzento a esverdeado. Pólo com tampa (opérculo) Nos estágios de início de segmentação ele contém 4 a 8 blastômeros cercados por aproximadamente 50 células.

• • •

Ovos de tamanho médio: 69 – 95 µ de comprimento por 60 - 77µ de largura. Quase esféricos Paredes espessas, nitidamente alveoladas. Contém conteúdo granular, não segmentado e usualmente preenchendo só uma parte do ovo.

Deve ser distinguido de Fasciola (menor, marrom amarelado)

Dicrocoelium lanceatum - Trematoda

Fasciola hepatica - Trematoda

Ruminantes

Ruminantes

Ovos de tamanho pequeno: 38 - 45 µ de • comprimento por 22 - 30 µ de largura • Marrom escuro • • Formato de elipse irregular • • Parede espessa • Contém o miracídio que preenche • completamente o ovo; é difícil de distinguir, • pois se observa vagamente o opérculo. •

Ovos de tamanho grande: (> 130 µ) 130 – 145 µ de comprimento por 70- 90 µ de largura. Elipse quase regular Pólos quase similares Paredes simétricas com forma de barril Paredes finas Ovos marrons amarelados, granulares; sem blastômeros. Pólo com tampa (um opérculo)

Deve ser distinguido de Paramphistomum cervi (é maior, de cor esverdeada) __________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro


241 ___________________________________________________________________________

Nematodirus - Nematoda

Bunostomum - Nematoda

Ruminantes

Ruminantes

Ovos de tamanho grande (>130 µ): - Nematodirus filicollis 150 µ (130 – 200) de comprimento por 75µ (70-90)de largura - Nematodirus helvetianus 212 µ (160 – 233)de comprimento por 97µ (87-121)de largura - Nematodirus spathiger 200 µ (175 – 260)de comprimento por 108µ (106-110)de largura - Nematodirus battus 164 µ (152 – 182) de comprimento por 72µ (67-77) de largura • Formato de elipse mais ou menos regular • Paredes similares • Pólos similares • Casca fina, pálido (N. filicollis, N. spathiger), claro(N. helvetianus) ou marrom (N. battus) • 2 a 8 grandes blastômeros

• •

Ovos de tamanho médio: o Bunostomum phlebotomum (bovino) 88104 µ de comprimento por 47 - 56µ de largura. o Bunostomum trigonocephalum (ovino) 88-104 µ de comprimento por 47 - 56µ de largura. De formato elíptico regular largo, com 4 a 8 blastômeros. Paredes com lados não similares, com um dos lados levemente aplainado.

Deve ser diferenciado de Chabertia (lados paredes similares e mais blastômeros)

Deve ser diferenciado de Marshallagia marshalli (pólos arredondados, 16032 blastômeros)

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242 ___________________________________________________________________________

Trichostrongylus - Nematoda

Cooperia - Nematoda

Ruminantes

Ruminantes

• Ovos de tamanho médio: - Trichostrongylus axei 70 - 108 µ de comprimento por 30 - 48 µ de largura - Trichostrongylus colubriformis 79 - 101 µ de comprimento por 38-50 µ de largura - Trichostrongylus vitrinus>90 µ . 85 - 125 µ de comprimento por 37-55 µ de largura • Elipse irregular • Pólos não semelhantes, não muito largos, um dos quais mais arredondado que o outro. • Lados das paredes diferentes, sendo um mais aplainado. • Casca fina, com superfície lisa. • 16 a 32 blastômeros

• Ovos de tamanho médio: - Cooperia oncophora – bovinos - 74 - 95 µ por 36-44 µ - Cooperia punctata – bovinos – 69 - 83 µ por 29-34 µ - Cooperia curticei – ovinos - 60 - 88 µ por 3042 µ • Elipse pequena regular • Pólos pequenos, quase similares. • Lados das paredes paralelos e aplainados • Casca fina com superfície lisa, o lado interno é coberto por uma fina membrana do ovo. • Muitos blastômeros, difícil de distinguir. Diferenciar de Ostertagia (paredes esféricas e pólos mais largos)

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243 ___________________________________________________________________________

Haemonchus - Nematoda

Oesophagostomum - Nematoda

Ruminantes

Ruminantes

• •

• Ovos de tamanho médio: -Oesophagostomum radiatum – bovinos - 75 - 98 µ por 46-54 µ -Oesophagostomum columbianum– ovinos– 65 • 88 µ por 40-54 µ • -Oesophagostomum venulosum – ovinos - 85 • 120 µ por 45-60 µ • Formato elíptico, largo e regular. • • Pólos arredondados e similares • Lados das paredes quase similares, parecidos com um barril. • • Casca fina com superfície lisa, o lado interno é coberto por uma fina membrana. Diferenciar de Oesophagostomum (blastômeros • 16 a 32 blastômeros são facilmente distinguidos) Diferenciar de Haemonchus (blastômeros são mais difíceis de distinguir) Ovos de tamanho médio: Média de 74 µ (62-95) de comprimento por 44 µ (36-50) de largura Elipse larga regular Pólos largos, aplainados e muito similares. Lados das paredes similares, parecendo um barril. Casca fina, amarelados com superfície lisa, a parte de dentro é coberta por uma fina membrana. Numerosos e quase não distinguíveis blastômeros.

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244 ___________________________________________________________________________

Chabertia ovina - Nematoda

Ostertagia - Nematoda

Ovinos

Ruminantes

• •

• Ovos de tamanho médio: -Ostertagia ostertagi – bovinos - 75 - 98 µ por 4654 µ • -Ostertagia circumcincta – ovinos - 75 - 98 µ por • 46-54 µ • Formato elíptico, regular • • Pólos não muito largos e simétricos • Lados das paredes simétricos, parecidos com • um barril • Casca fina com superfície lisa, o lado interno • é coberto por uma fina membrana. • Grande número de blastômeros difíceis de Diferenciar de Bunostomum (um lado da parede é distinguir e que preenchem quase todo ovo aplainado) Diferenciar de Haemonchus (redondo) e Cooperia (Paredes paralelas) Ovos de tamanho médio: Média de 90 µ (77-105) de comprimento por 50 µ (45-59) de largura Formato elíptico, largo e regular Pólos ligeiramente largos, aplainados e muito similares Lados das paredes similares, parecendo um barril Casca fina, com superfície lisa, a parte de dentro é coberta por uma fina membrana . 16 a 32 blastômeros.

Dictyocaulus viviparus – L1 - Nematoda

Dictyocaulus filaria – L1 - Nematoda

Ruminantes

Ruminantes

• •

• •

• • •

390-450 µ de comprimento por 25µ de largura Cabeça arredondada (não tem uma protuberância protoplasmática (botão cefálico) como Dictyocaulus filaria) Esôfago simples do tipo estrongiloide. Encontrado nas fezes Cauda termina em ponto cego

• •

550 – 580 µ Cabeça contém uma protuberância protoplasmática (botão cefálico) Muitos grânulos intestinais acinzentados Cauda termina em ponto cego

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245 ___________________________________________________________________________

Não esporul

Esporul ado

Muellerius capillaris- L1 – Larva - Nematoda

Eimeria - Protozoário ( E. zuernii, E. cylindrica, E. ellipsoidallis, E. auburnensis, E. bovis, E. ahsata, E. granulosa, E. ovina, E. faurei, E. ovinoidalis, E. crandallis, E. intricata)

Ovinos

Ruminantes

• •

• •

300 – 320 µ Cabeça sem uma protuberância protoplasmática (botão cefálico) Grânulos intestinais finos Cauda termina com um espinho dorsal e ondulada

Trofozoít

Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 30 µ

Cist

Giardia – Protozoário

Thysanosoma - Cestoda

Ruminantes

Ruminantes

• •

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.

Ovos muito pequenos, 19 – 26 µ, sem aparato piriforme. Presença de corpos para-uterinos nos ovos

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246 ______________________________________________________________________

SUINOS INTRODUÇÃO Os ovos de Ascaris suum, Trichuris suis, Strongyloides sp. e Metastrongylus sp. São fáceis de identificar. As diferenças entre os ovos de Oesophagostomum sp. e Hyostrongylus rubidus, ao contrário, são bastante difíceis de diferenciar; o diagnóstico diferencial é possível somente após cultura das fezes (coprocultura) e exame microscópico da larva. As características destas larvas são específicas das espécies. Os ovos de Strongyloides sp. são fáceis de reconhecer pela parede fina e lisa, e também por conter no seu interior uma larva (L1), essa larva emerge muito cedo do ovo, então para identificação desse ovo devemos examinar fezes frescas, recém expelidas. Em fezes velhas é difícil de identificar a larva de Strongyloides de outras larvas de vida livre que habitam o bolo fecal. O ovo de Metastrongylus também contém uma larva L1, porém a superfície do ovo é enrugada. Fezes de suíno também podem conter ovos de outros parasitas principalmente de ruminantes como: Trichostrongylus vitrinus e Trichostrongylus colubriformis e ovos de trematódeos de Fasciola hepatica e Dicrocoelium lanceatum.

CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE SUÍNOS 1.Com plugues polares

Trichuris

2.Sem Plugues polares 2.1. Com larva - Parede lisa e fina - Superfície enrugada - Elíptico e alongado, parede espessa 2.2. Sem larva Parede marrom, espessa Ovo pálido com casca lisa > 8 blastômeros < 8 blastômeros Ovo na urina

- Após trichinoscopia

Strongyloides Metastrongylus Physocephalus Ascaris *Hyostrongilus e Oesophagostomum Globocephalus Stephanurus

Trichinella

Protozoários: Giardia Eimeria Balantidium Isospora Outros: Schistosoma Gongylonema Macracantorhynchus

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247 ______________________________________________________________________

Trichuris suis -Nematoda

Strongyloides (S. papillosus (=suis) – S. ransomi) Nematoda

Suínos

Suínos

• • • •

Ovos de tamanho médio: 50-68 µm de comprimento por 21 – 31 µ de largura Lados das paredes levemente em forma de barril Dois plugues polares transparentes nos pólos Parede espessa com superfície lisa Conteúdo granular, não segmentado.

• • • •

Ovos de tamanho pequeno: 40 - 55 µm de comprimento por 20 - 35 µm de largura Forma elíptica Casca de cor verde acinzentada Parede muito fina Contém uma larva L1

Deve ser diferenciado de ovos de Metastrongylus que são mais largos e mais redondos.

Metastrongylus elongates - Nematoda

Physocephalus sexalatus -Nematoda

Suínos

Suínos

• • • •

Ovos de tamanho médio: 51 - 63 µ de comprimento por 33 - 42 µ de largura Forma elíptica ou arredondada Casca espessa com superfície enrugada Contém uma larva L1 A casca do ovo de Metastrongylus possui debris fecais aderidos.

• • •

Ovos de tamanho pequeno: 31 - 45 µ de comprimento por 12 - 26 µ de largura Ovo elíptico e alongado Casca espessa Contém uma larva

Deve ser diferenciado de ovos de Strongyloides sp. que são menores, mais lisos e mais elipsóides.

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248 ______________________________________________________________________

Ascaris suum - Nematoda

Globocephalus urosubulatus - Nematoda

Suínos

Suínos

• • •

Ovos de tamanho médio: 50 – 70µm de comprimento por 40 - 60µm de largura Elípticos ou redondos Casca espessa, aberto pelo lado de dentro por uma membrana. Cor marrom dourado.

Conteúdo: células granulares.

não

segmentadas,

• • •

Ovos de tamanho médio: 50 - 56 µm de comprimento por 26 - 35µm de largura Ovóide Casca fina, pálida com superfície lisa. Poucos blastômeros: 6 - 8

Deve ser distinguido de ovos de Oesophagostomum e Hyostrongylus que tem mais blastômeros.

Adultos Hyostrongylus rubidus - Nematoda

Hyostrongylus rubidus L3 – Larva - Nematoda

Suínos

Suínos

• • •

Ovos de tamanho médio: 69 - 85 µ por 39 – 45 µ de largura Ovóides com pólos redondos similares Ovo de superfície lisa e parede fina. Em fezes frescas: mínimo de 32 blastômeros.

Deve ser distinguido de ovos de Oesophagostomum, para isso deve ser feita cultura das fezes e diferenciação pelas larvas.

• •

Tamanho: Sem envoltura: 715 - 735 µ Com envoltura: 800 - 22 µ Cauda longa: 60 - 68 µ . A larva tem movimentos rápidos.

Deve ser distinguido de larvas de Oesophagostomum, que são mais curtas e mais espessas, e se movem mais lentamente. Usar técnica de Baermann, após cultura das larvas.

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249 ______________________________________________________________________

Oesophagostomum dentatum - Nematoda

Oesophagostomum dentatum L3 – Larva Nematoda

Suínos

Suínos

• • • • •

Ovos de tamanho médio: 66 - 80 µ por 38 - 47 µ Formato oval largo e regular Pólos arredondados e similares Lados das paredes quase similares, parecidos com um barril Casca fina com superfície lisa, o lado interno é coberto por uma fina membrana. Em fezes frescas: 8 a 16 blastômeros

• •

Tamanho: Sem envoltura: 515 - 532 µ Com envoltura: 660 - 720 µ X 30 µ Cauda curta: 45 - 53 µ . A larva tem movimentos lentos.

Deve ser distinguido de larvas de Hyostrongylus, que é mais longa e mais fina, e se move rapidamente. Usar técnica de Baermann, após cultura das larvas.

Diferenciar de Hyostrongylus A diferenciação é feita por meio de cultura de fezes e exame microscópico das larvas

Stephanurus dentatus - Nematoda

Trichinella spiralis - Nematoda

Suínos

Suínos, ratos, outros mamíferos e homem

• • • • •

Ovos de tamanho médio: 90 - 114 µ por 53 • • - 70 µ Formato elíptico largo e irregular Casca fina e transparente • Muitos blastômeros: 32 - 64 O ovo é encontrado somente na urina

Tamanho: 30 µ - 800 - 1000 µ A larva infectante vive encapsulada no tecido muscular de vários mamíferos e são adquiridos através da alimentação. A larva encapsulada no tecido tem formato espiral

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250 ______________________________________________________________________

Trofozoíta

Cisto

Giardia - Protozoário

Isospora - Protozoário

Suínos

Suínos

• •

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo dois a quatro núcleos e fibrilas. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.

Não esporulado

Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 18 µ

Esporulado

Eimeria – Protozoário (E. spinosa, E. porci, E. Macracantorhynchus - Acantocephala neodebliecki, E. debliecki, E. scabra) Suínos

Suínos

• •

Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 23 µ

Ovo oval com 110 µ Casca marrom escura e contém a larva acantor no seu interior.

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251 ______________________________________________________________________

EQUINOS INTRODUÇÃO Em nossas regiões quase todos os eqüinos são infectados por nematóides. A maioria da população de vermes possui grande variedade de espécies, sendo as mais patogênicas as pertencentes às famílias Ascaridae e Strongylidae. O diagnóstico das helmintíases é determinado principalmente pelo exame microscópico dos ovos dos vermes. Os ovos de Oxyuris equi e Parascaris equorum são bastante característicos e fáceis de identificar. O ovo de Dictyocaulus arnfield, Strongyloides westeri e Habronema spp. sempre contém uma larva. A larva deixa o ovo cedo – algumas vezes dentro do hospedeiro de forma que ovos e larvas podem ser encontrados nas fezes. Os ovos de Trichostrongylus axei, Triodontophorus spp., Trichonema spp. e Strongylus spp. são muito similares, a diferenciação é possível mediante apurada medida e comparação de suas propriedades morfológicas. As larvas desses nematóides obtidas após cultura das fezes, são facilmente distinguíveis com a ajuda de um microscópio. Um número de gêneros que ocorrem com menor freqüência não foi incluído aqui, como: Oesophagodonthus, Craterostomum, Gyalocephalus, Posteriostomum. Os ovos dos cestódeos Anoplocephala perfoliata, A. magna e Paranoplocephala mamillana são expelidos com as fezes. Os ovos de Trematódeos de eqüinos são principalmente parasitas de ruminantes (Dicrocoelium lanceatum, Fasciola hepatica). Por causa de sua localização em certos órgãos e tecidos, ovos de várias espécies de Spiruroidea e Filarioidea são impossíveis de achar nas fezes. Thelazia lacrymalis ocorre nos olhos. Setaria equina vive na cavidade abdominal, enquanto as microfilárias estão no sangue. A oncocerchose habita os tendões e tecido conectivo. As larvas de espécies de Filarioidea são detectadas no sangue ou fluido tissular. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE EQUINOS 1.Com larva 1.1.Com um plugue polar, assimétrico Oxyuris 1.2.Sem plugue polar 1.2.1. Uma única casca Cilíndrica Habronema Strongyloides - Elipsóide, < 50µ Dictyocaulus 1.2.2. Dupla casca do ovo, elipsóide > 80 µ 1.2.3. Tripla casca do ovo, quase esférica Anoplocephala ♦Embrião hexacanto = 16 µ perfoliata Anoploc. magna ♦Embrião hexacanto = 8 µ Paranoplocephala ♦Aparato piriforme bem desenvolvido 2.Sem larva 2.1. Com opérculo a) Pequeno, escuro e assimétrico. b) Grande, marrom amarelado à marrom. 2.2.Sem opérculo a) Esféricos > 90µ, amarelo ouro, casca espessa b) Não esféricos, ovóides ou elipsóides b.1) Pólos não similares b.2) Pólos similares Eixo menor, < ½ do eixo maior > 130 µ, lados das paredes parecem barris < 110 µ , Lados das paredes paralelos Eixo menor > ½ do eixo maior

Dicrocoelium Fasciola

Parascaris Trichostrongylus

Triodontophorus Trichonema Strongylus

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252 ______________________________________________________________________

• • • • • •

• • • • • •

Oxyuris equi - Nematoda

Habronema sp - Nematoda

Equinos

Eqüinos

Ovos de tamanho médio: 80-95 µ de comprimento por 40–45 µ de largura Ovóide, levemente assimétrico. Lados das paredes não são similares, um é mais aplainado. Plugue polar transparente em um pólo Parede espessa com superfície lisa Sempre contém um estágio tardio de mórula ou uma larva – L1

• • • • • •

Ovos de tamanho pequeno: 40 - 55 µ de comprimento por 8 - 16 µ de largura Cilíndrico ou baciliforme, fortemente comprimido. Paredes laterais em forma de barril Casca espessa Contém uma larva Nas fezes, ambos estágios de ovos ou larvas podem ser detectados.

Strongyloides westeri - Nematoda

Dictyocaulus arnfield - Nematoda

Equinos

Eqüinos

Ovos de tamanho pequeno: 40 - 50 µ de comprimento por 30–40 µ de largura Ovóides Lados das paredes são simétricos Pólos largos e similares Parede fina com superfície lisa Contém uma larva pequena e espessa

• • • • •

Ovos de tamanho médio: 80 - 100 µ de comprimento por 50 - 60 µ de largura Elipsóide Lados das paredes simétricos Casca fina Contém uma larva que emerge do ovo muito cedo

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253 ______________________________________________________________________

• • • •

Dictyocaulus arnfield – L2 – Larva Nematoda

Anoplocephala sp. - Cestoda

Equinos

Eqüinos

Tamanho 290 - 480 µ Espessura: 14 – 18 µ Larva bem desenvolvida, esôfago claramente visível. Cauda termina puntiforme (forma de ponto) com projeção transparente

• • • • • • •

• • • • • • • •

Ovos de tamanho médio: Anoplocephala perfoliata: 65 - 80 µ diâmetro do embrião 16 µ Anoplocephala magna: 50 –60 µ diâmetro do embrião 8 µ Paranoplocephala magna: 50 –60 µ diâmetro Quase esféricos, algumas vezes mais ou menos aplainados em um ou em vários lados. Superfície lisa, várias cascas finas Contém embrião hexacanto cercado por um aparato quitinoso piriforme (semelhante a uma pêra)

Dicrocoelium lanceatum - Trematoda

Fasciola hepatica - Trematoda

Equinos

Eqüinos

Ovos de tamanho pequeno: 38 - 45 µ de comprimento por 22 – 30 µ de largura. Marrom escuro Elípticos irregulares Lados das paredes não são similares Assimétricos Casca espessa Contém um miracídio que preenche o ovo completamente sendo difícil de distinguir. Opérculo não visível

• • • • • • •

Ovos de tamanho grande (> 130 µ ): 130 – 145 µ de diâmetro por 70 - 90µ de largura. Elípticos quase regulares Pólos quase similares Lados das paredes com formato de barril e simétricas Casca fina Ovo marrom amarelado, com grânulos, sem blastômeros. Com opérculo

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254 ______________________________________________________________________

Parascaris equorum - Nematoda

Trichostrongylus axei - Nematoda

Equinos

Eqüinos

• • • •

Ovo de tamanho médio: ± 100 µ de comprimento por ± 90 µ de largura. Quase esférico Marrom, amarelado. Casca espessa, coberta com pontos finos Contém uma ou duas células

• • • • • •

Triodontophorus sp - Nematoda

Cyathostoma (= Trichonema) - Nematoda

Equinos • • • • • • •

Ovo de tamanho grande: 130 – 140µ de diâmetro por 55 - 65µ de largura. Ovóide O eixo menor é < que a ½ do eixo maior Pólos quase similares ou similares Lados das paredes com forma de barril Paredes lisas Contém uma mórula com blastômeros grandes e pretos

Deve ser distinguido de Trichonema sp. (tamanho menor e lados das paredes paralelos) e Strongylus sp. (menor, e o eixo menor é maior que a metade do eixo maior)

Ovos de tamanho médio: 70 – 108µ de diâmetro por 30 - 48µ de largura. Elipse irregular Pólos não muito largos, não são similares um é mais redondo que o outro. Lados das paredes não similares, um é mais aplainado. Casca fina, com superfície lisa, recoberta no seu interior por uma membrana. 16 a 32 blastômeros Deve ser distinguido de Triodontophorus, Strongylus e Trichonema, pois este tem os pólos claramente diferentes e o número de blastômeros é sempre 16 ou mais.

Eqüinos •

O gênero Trichonema compreende uma grande variedade e espécies. E é impossível diferenciar os ovos dos vermes. • Ovos de tamanho médio: 100-110µ de diâmetro por 40 - 45µ de largura. • Ovóide alongado • O eixo menor é mais curto que metade do eixo maior. • Pólos quase similares • Lados das paredes paralelos mais ou menos aplainados. • Casca fina, com superfície lisa. • Contém uma mórula com um pequeno número de blastômeros Deve ser distinguido de Triodontophorus (maior) e Strongylus (eixo menor é maior que o eixo maior)

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255 ______________________________________________________________________

• • • • •

Cyathostoma (= Trichonema) L3 Larva.- Nematoda

Strongylus spp. - Nematoda

Equinos

Eqüinos

Tamanho grande: 850µ A larva tem uma envoltura Sua cauda é longa e termina em forma de chicote (proporção entre corpo e cauda é de 1,5/1) 8 células intestinais triangulares Deve ser distinguida de larvas de Strongylus ( 16 a 32 células intestinais)

• • • • • • • • • • •

• • •

Ovos de tamanho médio: Strongylus vulgaris: 83-93µ de diâmetro por 48 52µ de largura. Strongylus equinus: 75-92µ de diâmetro por 41 54µ de largura. Strongylus edentatus: 78-88µ de diâmetro por 48 52µ de largura. Ovóide Pólos similares ou quase similares Lados das paredes em forma de barril Eixo menor é maior que a metade do eixo maior. Casca fina, com superfície lisa. Contém uma mórula com um pequeno número de grandes blastômeros Deve ser distinguido de Trichonema e Triodontophorus (eixo menor é mais curto que metade do eixo maior).

Strongylus vulgaris - L3 – Larva - Nematoda

Strongylus edentatus. L3 – Larva Nematoda

Equinos

Eqüinos

Tamanho: 800 – 1000µ de diâmetro por 40µ de largura. Proporção entre corpo e cauda é de 2,5/1 Tem 28 a 32 células intestinais retangulares

• • •

Tamanho: 800 µ de diâmetro por 40µ de largura. Proporção entre corpo e cauda é de 2/1 Tem 20 células intestinais

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256 ______________________________________________________________________

Não esporulado

• • •

Esporulado

Strongylus equinus - L3 –Larva - Nematoda

Eimeria - Protozoário

Equinos

Equinos

Tamanho: 1000µ de diâmetro por 40µ de • largura. Proporção entre corpo e cauda é de 2,8/1 • Tem 16 células intestinais retangulares

Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. A Eimeria de eqüinos é muito grande – 70-90 µ, oocisto ovóide, fácil de diagnosticar.

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257 ______________________________________________________________________

AVES INTRODUÇÃO Discutir todas as espécies de vermes que acometem um número igualmente grande de espécies de aves é um trabalho de enciclopédia, por esse motivo somente os ovos dos principais vermes de pombo, galinha, peru, perdiz, faisão, ganso, cisne e periquito foram considerados. Para facilitar a diferenciação e assim achar o diagnóstico certo, uma lista de vários parasitas por espécie de pássaro foi somada à clássica “chave de ovos de vermes". Esta lista é restrita às espécies de vermes mais importantes e é dividida em três grupos: Nematóides, cestóides e trematóides. Para identificar todos os ovos de vermes de pássaros, foi feita uma tabela de diferenciação. Quando a lista de vermes, as espécies de pássaros e esta tabela de diferenciação é consultada, o diagnóstico fica simples. Um exato diagnóstico dos helmintos envolvidos vai, como regra, ser possível somente após o isolamento e determinação da espécie de verme.

CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE AVES

1.Com dois filamentos 2.Sem filamentos 2.1.Com plugues polares 2.2.Sem plugues polares a.Com embrião < 40 µ, com larva > 50 µ, com espinho Embrião hexacanto b.Sem embrião b.1. Com opérculo Opérculos aparentemente visíveis, elipsóides Opérculos difíceis de distinguir, ovóides b.2. Sem opérculo b.2.1. Conteúdo granular, não segmentado < 75 µ , ± paredes lisas > 75 µ , ± paredes em forma de barril b.2.2.Conteúdo segmentado < 75 µ , lados paredes paralelos > 85 µ , paredes em forma de barril

Notocotylus Catatropis Capillaria

Echinuria Ornithobilharzia Hymenolepis sp.* Raillietina sp.* Davainea sp.* Syngamus Cyathostoma

Heterakis Ascaridia Trichostrongylus Amidostomum

* Cestóides são determinados mais precisamente por achado nas fezes do proglote do verme adulto.

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258 ______________________________________________________________________

Echinuria uncinata - Nematoda

Capillaria sp - Nematoda

Ganso, pato, cisne

Pombo, ganso, pato, cisne, galinha, peru, faisão, perdiz, periquito

• • • •

Ovos de tamanho pequeno: 37µ de • • comprimento por 20 µ de largura. Elípticos Casca lisa e espessa • Contém uma larva • • •

• • •

Ovos de tamanho médio C. anatis: 47 - 65 µ de comprimento por 24 35 µ de largura C. caudinflata: 43 - 60 µ de comprimento por 20 - 27 µ de largura C. contorta: 50 - 65 µ de comprimento por 22 28 µ de largura C. obsignata: 50 - 62 µ de comprimento por 20 - 25 µ de largura Forma de limão - plugues polares transparentes e protuberantes Paredes laterais em forma de barril e assimétricas Casca lisa, marrom e espessa. Conteúdo granular não segmentado

Hymenolepis - Cestoda

Raillietina spp.- Cestoda

Cisne

Pombo, galinha, peru, faisão, perdiz.

• • • •

• • • •

Ovos de tamanho médio: 50-80 µ Esféricos à elipsóides Paredes lisas e finas Contém um embrião hexacanto.

Ovos de tamanho pequeno: 25-50 µ Esféricos à elipsóides Paredes lisas e finas Contém um embrião hexacanto

Os ovos são observados somente após desintegração do segmento maduro do cestóide ou da cápsula ovígera.

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259 ______________________________________________________________________

Syngamus trachea- Nematoda

Ascaridia sp.(A. galli , A. columbae) - Nematoda

Pombo, galinha, peru, faisão, perdiz, pato, ganso, cisne

Pombo, pato, ganso, cisne, galinha, peru, faisão, periquito, perdiz.

• • • • • •

Ovos de tamanho médio: 78-100 µ de comprimento por 43-60µ de largura. Elípticos Opérculos em ambos pólos Paredes laterais levemente em forma de barril Paredes lisas Mórulas contendo 8 a 16 blastômeros.

• Ovos de tamanho médio: • A.galli- 75-80 µ de comprimento por 45- 50µ de largura. • A. columbae- 68-90 µ de comprimento por 4050µ de largura • Ovos elípticos, paredes laterais levemente em forma de barril • Paredes espessas, lisas com três camadas. A camada do meio é a mais desenvolvida. • Conteúdo não segmentado • Deve ser distinguido do ovo de Heterakis que é menor e tem os lados da parede retos.

Heterakis sp. ( H. gallinarum, H. Isolonche, H. dispar) - Nematoda

Trichostrongylus - Nematoda

Pombo, galinha, peru, ganso, cisne, pato, faisão, perdiz.

Pombo, galinha, faisão, perdiz, ganso, pato, cisne.

• Ovos de tamanho médio: • H. gallinarum - 63-75 µ de comprimento por 36 -48µ de largura. • H.isolonche - 70-75 µ de comprimento por 40- 46µ de largura • H. díspar - 59-62 µ de comprimento por 31- 41µ de largura • Elípticos, com lados das paredes lisas. • Casca lisa e grossa • Conteúdo não segmentado

• • • •

Ovos de tamanho médio: 65-75 µ de comprimento por 35-42µ de largura. Ovóides, longos. Paredes com lados paralelos Pólos não são similares Casca fina de paredes lisas

Deve ser distinguido do ovo de Ascaridia que é maior e tem os lados em forma de barril.

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260 ______________________________________________________________________

Amidostomum - Nematoda

Strongyloides - Nematoda

Ganso, pato, cisne

Aves

• • •

Ovos de tamanho médio: 85-110 µ de comprimento por 50-82µ de largura. Elípticos, largos Grande numero de blastômeros Casca fina de paredes lisas

Não esporulado

• • • • •

Ovos de tamanho pequeno: 40 - 50 µ de comprimento por 30–40 µ de largura Ovóides Lados das paredes são simétricos Pólos largos e similares Parede fina com superfície lisa Contém uma larva pequena e espessa

Esporulado

Eimeria – Protozoário (E. acervulina, E. brunetti, E. tenella, E. necatrix, E. acervulina, E. máxima, E. mitis, E. praecox) Aves • • •

Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 14-41 µ, Oocisto ovóide, fácil de diagnosticar.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 261

PRINCIPAIS PROTOZOÁRIOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS CÃES E GATOS

Esporulado

Neospora caninum- Coccideo

Toxoplasma - Coccideo

Cães

Gatos

Oocistos não esporulados nas fezes. São esféricos, com 10 a 11 µm de diâmetro, muito similares aos de Hammondia heydorni do cão e Hammondia hammondi e Toxoplasma gondii do gato.

Trofozoíta

Não Esporulado

Oocistos: 12 µm São encontrados nas fezes de gatos e não são esporulados em fezes frescas A esporulação ocorre em no mínimo 3 dias O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.

Cistos

Giardia - Flagelado

Isospora - Coccideo (I. canis, I. felis, I. ohioensis, I. rivolta) = Cystoisospora- Coccideo

Cães e Gatos

Cães e Gatos

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.

Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 40 µm.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 262

Cryptosporidium - Coccideo

Sarcocystis - Coccideo

Cães e Gatos

Cães e Gatos

Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µm. Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.

Esporulado

Ao contrário de Isospora, estes são esporulados quando eliminados nas fezes e contêm dois esporocistos cada um com quatro esporozoítos. 14-15 µm.

Não Esporulado

Hammondia hammondi - Coccideo

Babesia canis - Hematozoário

Gatos

Cães

Oocisto com 10 a 12 µm. Não é considerado um coccídeo patogênico, porém tem importância devido à semelhança do oocisto com o de Toxoplasma.

Corpos piriformes dentro da hemácia com 2,5 a 5 µm de comprimento.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 263

Babesia gibsoni - Hematozoário

Ehrlichia - Rickettsia

Cães

Cães e Gatos

Corpos piriformes dentro da hemácia com 1 a 2 µm de comprimento.

São encontrados nos leucócitos como inclusões intracitoplasmáticas.

Haemobartonella- Rickettsia

Hepatozoon - Hematozoário

Gatos

Cães e gatos (raro)

Apresentam-se como cocos ou bastonetes curtos na superfície do eritrócito.

Gametócitos no interior de neutrófilos. Pode-se diagnosticar através esfregaço sanguíneo corado.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 264

Trypanosoma evansi- Flagelado

Trypanosoma cruzi - Flagelado

Cães e Gatos

Cães e gatos

Formas tripomastigotas encontradas em sangue periférico corado com giemsa. Há um pequeno ou quase invisível cinetoplasto.

Formas tripomastigotas encontradas em sangue periférico corado com giemsa. Possuem um grande cinetoplasto.

Leishmania - Flagelado

Trypanosoma cruzi - Flagelado

Cães e Gatos

Cães e gatos

Formas amastigotas encontradas em raspado ou biopsia de pele lesionada. Em aspirados de gânglios linfáticos, medula ou baço também podemos encontrar essas formas no interior de macrófagos.

Formas amastigotas encontradas em cortes histológicos.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 265

RUMINANTES

Não esporulado

Esporulado

Tritrichomonas foetus- Flagelado

Eimeria - Protozoário ( E. zuernii, E. cylindrica, E. ellipsoidallis, E. auburnensis, E. bovis, E. ahsata, E. granulosa, E. ovina, E. faurei, E. ovinoidalis, E. crandallis, E. intricata) -Coccideo

Bovinos

Ruminantes

Formas trofozoítas encontradas em exame da secreção vaginal ou prepucial. Medem cerca de 20 µm Reconhece-se pelo movimento ou cora-se com giemsa para visualizar seus flagelos e núcleo.

Trofozoíta

Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 30 µm

Cistos

Giardia – Protozoário

Cryptosporidium - Coccideo

Ruminantes

Ruminantes

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.

Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µm. Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 266

Babesia bigemina - Hematozoário

Babesia bovis - Hematozoário

Bovinos

Bovinos

Corpos piriformes dentro da hemácia com 4,5 a 5 µm de comprimento.

Corpos piriformes dentro da hemácia com 2,5 µm de comprimento.

Anaplasma – Rickettsia -Hematozoário

Trypanosoma vivax e T. evansi- Flagelado

Bovinos

Bovinos

Em esfregaços sanguíneos após coloração são encontrados pequenos pontos no interior das hemácias. 0,1 a 1µm de diâmetro. Não confundir com corpúsculos de Howell Jolly ou corante.

Formas tripomastigotas encontradas em sangue periférico corado com giemsa. Há um pequeno ou quase invisível cinetoplasto.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 267

EQUINOS Cisto

Trofozoito

Não esporulado

Esporulado

Giardia- Flagelado

Eimeria - Coccideo

Equinos

Equinos

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm.

Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. A Eimeria de eqüinos é muito grande – 70-90 µm, oocisto ovóide, fácil de diagnosticar.

FlageladoTrypanosoma vivax, T. evansiHematozoários

Trypanosoma equiperdum- flagelado

Equinos

Equinos

Tripomastigotas encontrados em esfregaço sanguíneo corado com giemsa.

Tripomastigotas encontrados em secreções vaginais ou prepuciais.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 268

Babesia equi -Hematozoário

Babesia caballi- Hematozoário

Equinos

Equinos

Possui 1,7 µm encontrada sozinha, em pares ou tétrades. Também chamada de pequena babesia

Possui 3 µm, encontrada em pares. Chamada de grande babesia dos eqüinos.

Cryptosporidium - Coccideo Equinos Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µm Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 269

SUINOS

Trofozoíta

Cistos

Giardia - Flagelado

Isospora - Coccideo

Suínos

Suínos

Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo dois a quatro núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.

Não esporulado

Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 18 µm

Esporulado

Eimeria – Protozoário (E. spinosa, E. porci, E. neodebliecki, E. debliecki, E. scabra) -Coccideo Suínos Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 23 µm

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Protozoários _____________________________________________________________________________________ 270

AVES

Não esporulado

Esporulado

Eimeria – Protozoário (E. acervulina, E. brunetti, E. tenella, E. necatrix, E. acervulina, E. máxima, E. mitis, E. praecox)- Coccideo Aves Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 14-41 µm, Oocisto ovóide, fácil de diagnosticar.

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_____________________________________________________________________________________ 271 PRINCIPAIS ARTEFATOS ENCONTRADOS EM EXAME DE FEZES

Pólen Esporos de fungo

Esporos de fungo Pólen

Bolha de ar

Esporo de planta

Espinho de planta

Ácaros e Ácaros e ovos de ácaro

ovos de ácaro

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272


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