Universidade lusíada de lisboa.faculdade de arquitectura e artes.2008/2009.arquitectura 2.2º ano
visita de estudo 01 santuário do cabo espichel + escola de educação de setúbal
Objectivos O sítio como instrumento do projecto. Identificação de estratégias de projecto a partir de um sítio, um programa e uma materialidade. O projecto enquanto processo, da génese à representação sistematizada da proposta, demonstrando o domínio da topografia. Experiência da obra de arquitectura, seu registo e observação analítica, como parte da aprendizagem do aluno. Percurso Lisboa – Sesimbra – Cabo Espichel – Setúbal (via Serra da Arrábida) - Lisboa Regras Experiência, leitura, interpretação e registo das obras visitadas. Não são permitidas fotografias. Os registos devem corresponder a uma visão pessoal interpretativa da obra por parte do aluno, tanto ao nível da compreensão global do projecto como da sua materialização visível em detalhes específicos seleccionados. Apresentação Registos gráficos: esquissos sobre ‘caderno de viagem’ de formato 13x21 cm (tipo ‘Moleskine’ ou equivalente. O ‘caderno de viagem’ acompanhará o aluno ao longo de todas as visitas organizadas no âmbito da disciplina e será entregue após cada uma, assim como no final do ano lectivo. Calendário Visita: 8 de maio de 2009 Entrega registos: 11 de maio de 2009 Organização (Turmas A,B,C e D) João maria trindade . Ana magalhães . Helena botelho . Marco buinhas
SANTUÁRIO DE Nª Sª DO CABO ESPICHEL (SÉC. XVII E XVIII) ERMIDA DA MEMÓRIA (SÉC. XV)
O conjunto arquitectónico do chamado Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, implantado no extremo do Cabo Espichel, é sem dúvida o mais importante e característico do Concelho. Há neste precioso agregado de edificações, desde a antiga Ermida da Memória à Igreja Seiscentista, desde os corpos rústicos das "hospedeiras" ao aqueduto e à "Casa da Água", uma unidade de valores gráficos que fez esquecer a disparidade de estilos. O culto de Nossa Senhora do Cabo perde-se na bruma dos tempos e é crível que anteriormente à sua veneração - a partir do Séc. XV o Cabo Espichel fosse centro de peregrinações. O actual culto remonta a cerca de 1410, ano em que teria sido descoberta na extremidade de Cabo Espichel a venerada imagem de Nossa Senhora do Cabo. Antes de 1701 - data da construção da actual igreja - o arraial era circundado de casas para os romeiros que não obedeciam a alinhamento especial, e que se dispunham em torno do primitivo templo. A partir de 1715, a grande afluência de círios ao Cabo obrigou a que se construíssem hospedarias com sobrados e lojas. A arcarias corre ao lado de dois corpos sem recorrer a arranjos construtivos de perfil erudito. A obra das hospedarias iniciou-se em 1715, mas só entre 1745 e 1760 foi ampliada para as dimensões actuais. A igreja actual remonta a 1701 e é da iniciativa real de D. Pedro II. Penetrando no templo através de um guarda-ventos de madeira do Brasil, vislumbramos a ampla nave da Igreja, coberta por um tecto em madeira com uma composição a óleo que representa a Assunção da Virgem, obra do pintor Lourenço da Cunha. Sobranceira às escarpas que afloram no extremo do Cabo Espichel, a poente da igreja e das hospedeiras, situa-se a Ermida da Memória, templinho implantado precisamente no local onde a tradição diz ter-se dado a aparição da Virgem. A presença de um trilho fóssil de pegadas de dinossauros, com origem na praia subindo a falésia até ao planalto onde se encontra o Santuário, deu origem a uma lenda curiosa, que relata a existência de um animal, designado por "MUA", o qual teria conduzido Nossa Senhora, da praia até ao planalto. De facto, até 1428, a ermida era conhecida por Santa Maria da Pedra da Mua. A Romaria que se celebra anualmente no Cabo Espichel, tem origem num culto cristão que remonta segundo um documento régio de D.Pedro I a 1357.
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE SETÚBAL (1986 –1994) ÁLVARO SIZA VEIRA