Itajai - Pulralidade etnica desde sempre

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Editorial Trabalho de conclusão da disciplina de fotojornalismo Curso superior de Tecnólogo em Fotografia – Univali Título: Itajaí: Pluralidade étnica desde sempre Professor: Robson Souza Acadêmica: Catiana Lunardon Texto e legendas: Catiana Lunardon Edição e diagramação: Catiana Lunardon Fotos: Catiana Lunardon Imagem página 46 - escultura: Mauro Sérgio Santos


Prefácio

Aqui começa o que deveria ser um trabalho voltado à tradição da cultura lusoaçoriana no município de Itajaí. De início pretendia-se registrar os movimentos ligados à esta cultura. Pensava-se no registro de imagens de festa e alegria que geralmente envolvem os eventos tradicionais.

No entanto, por conseqüência da revisão bibliográfica

houve necessidade de mudança e de acréscimo de conteúdo. Necessidade esta até moral, de

colaborar

discorrendo

dentro

do

conhecimento

“recém-adquirido”

acerca

das

circunstâncias em que se deu a colonização no município de Itajaí e das quais pouco se fala. Tocar nos documentos originais aproximou-me dos acontecimentos e o que parecia estórias da disciplina de história do colégio transformou-se para mim em História. História

que retrata violência, manipulação de pessoas, falsas promessas e preconceitos. Pretende-se ainda neste estudo mostrar movimentos culturais existentes hoje em Itajaí. É importante ressaltar que os movimentos aqui registrados compõe apenas ma pequena parcela das atividades culturais. Esta limitação deve-se a abrangência do assunto e do tempo definido para entrega do trabalho.

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Poder e preconceito são ingredientes perigosos, e quando inseridos na mesma receita, ou seja, no mesmo contexto podem ser mortais. Quando os portugueses aportaram no Brasil e consideraram-se descobridores desta terra já habitada por índios, deu-se o início da matança. Pela ação militar e religiosa dos portugueses, estes povos foram destruídos e, em Itajaí não foi diferente. Cercados entre o planalto e o litoral catarinense, os que sobreviviam eram capturados, escravizados e cristianizados. (Lenzi, 2002) Restaram-lhes as cruzes.

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Segundo Lenzi (2002) em Itajaí chegou a ser criado com autorização do Governo Imperial grupos para caça aos bugres em 1833, com duração de 43 anos. Tratava-se das companhias de pedestres. Em sua obra Lenzi cita diversos trechos de textos publicados na mídia da época, tornando-nos de certa forma testemunhas do etnocídio que ocorreu nesta época. Analisando o texto abaixo muito mais do que o alto grau de violência e garantia de posse das terras, verifica-se que caçadores de bugres acreditavam estar efetuando uma "limpeza“,

deixando claro o entendimento do conceito de ser ou não

humano.

“O metal dessa tinta que enferruja na lâmina da faca, surda e cega, antes loquaz e pânica, não é o sangue das gentes brancas, limpas germânicas: é óleo que fluía na máquina de um bípede emplumado: o xokleng, o bicho bugre, ríspido animal nocivo e impertinente que se pensa dono deste continente. Indigente animal que pegado de surpresa nas aldeias das matas, assusta-se com o estampido das balas e é agradável matar com um golpe de faca se o gume é aceso e no golpe se opõe o comedido peso”

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Conforme

menciona

Lenzi

(2002), João José Coutinho, subdelegado

de Policia da Freguesia de Itajaí, ordena em

18

de

encarregado

fevereiro do

de

1856

destacamento

ao dos

pedestres em uma das investidas contra os

índios,

para

descobrirem

o

arranchamento, inutilizá-lo, afugentar os bugres e prender os que se opusessem, não fazendo fogo, senão no caso de resistência. Uma linha de abordagem bem diferente pode ser observada no conteúdo do artigo intitulado “A Carnificina dos Bugres”

componente

do

jornal

O

Novidades.

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“De resto, em razão do antagonismo, ao nível de etnocídio, entre a ordem indígena

e

a

ocidental

dominante,

sobrevivem

apenas contingentes residuários, alojados em

reservas.

resultantes

Outros dos

contingentes

processos

de

miscigenação, com integrantes da nova

ordem

intervencionista

dominadora,

subsistem nos campos do Planalto sem, entretanto identificação cultural indígena.” Santos, (2000)p 74

Hoje indígena

no

litoral está

a

população

confinada

à

uma

pequena reserva em Biguaçu e com alguma freqüência podemos observar as índias que se aventuram com as crianças ao município de Balneário Camboriú, onde permanecem nas calçadas expondo seu artesanato e na BR 101.

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Busquei conversar com uma das índias mas se expressava com dificuldade. Repetidamente ela me dizia: “Tem que pagar...Tem que pagar”. Ao explicar que era estudante e que gostaria de conversar um pouco novamente ouvia: “Tem que pagar...Tem que pagar”. Adquiri uma pequena onça e fui embora com a compreensão de uma certa rispidez no trato.

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Devido a necessidade de estabelecer uma retaguarda logística próxima à bacia do Prata, e garantir a posse para coroa portuguesa foi iniciado o processo de colonização em 1748 em Santa Catarina, onde em 06 de janeiro chegam 85 casais de açorianos e 461 pessoas. Em 18 anos já haviam imigrado 5000 açorianos. Caruso (1996) e Lenzi (2002) .

O que levou os açorianos a mudarem-se para uma terra "recém descoberta"?

Caruso em 1996 aventa várias hipóteses sobre as razões da imigração dos açores para o Brasil. Diferentemente de outros autores ele acredita que os açorianos estavam descontentes e pobres trabalhando em terras geridas por nobres e doados a estes pela coroa portuguesa. Os terrenos eram de difícil manejo complicando o processo de trabalho . Excesso populacional é outra hipótese, na qual Caruso também não acredita. A coroa tinha interesse em casais com filhos. Entre 1748 e 1756 houve tanto interesse por parte dos açorianos que os navios não supriram a demanda. Curiosamente após 1950 o interesse decaiu a ponto de pessoas serem obrigadas a emigrar para o Brasil. Foi determinado para que se houvesse “casais de vadios, ociosos ou perturbadores da paz estes deveriam ser presos e embarcados para o Brasil. A miragem brasileira de fartura e enriquecimento certamente contribuiu para a saída dos açorianos rumo ao Brasil, tanto que entre estes havia nobres e burocratas.

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As famílias tiveram pálido apoio oficial, mas sob a condição

de pequenos proprietários

sesmeeiros. A importância desta experiência colonizadora segundo Santos, (2000) se associava à estratégia de defesa territorial e se destinava ao uso mais diversificado da terra. Muito mais do que o domínio das técnicas de moagem de cereais, os açorianos aperfeiçoaram técnicas da redução da mandioca, transformação da cana-de-açúcar, cultivo de tubérculos e algumas hortaliças, construção náutica, confecção de carroças, estábulos e

cocção da argila formando uma rede de engenho e

pequenas olarias.

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Aqui parte do edital publicado nos açores em 07/08/1947 (Caruso - 1996) chamando as pessoas para o Brasil. Facilidade no transporte por mar e por terra até os sítios Homens não podem ter mais de 40 anos, mulheres não mais que 30 A cada mulher com mais de 12 e menos de 25 anos, casada ou solteira se dará 2400 réis de ajuda Aos casais que levarem filhos receberão 1000 réis para ajuda por filho Cada casal ainda receberá uma espingarda, duas enxadas, um machado, um enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas e uma serra com sua lima e travadoura, dois alqueires de sementes, duas vacas e uma égua. No primeiro ano receberão farinha suficiente para o sustento.

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A pesca nos açores praticamente inexiste. Conforme Caruso (1996) as condições naturais dificultam a atividade da pesca ao extremo: não há praia, o chão é irregular com pedras, cascalhos e pedaços de lava negra . Uma rede de arrasto jamais se moveria um centímetro neste local. O mar é imenso mas os bancos de pesca são raríssimos. As tempestades são violentas e não há abrigos para as embarcações. Sendo assim concluímos que o açoriano veio e aprendeu o ofício da pesca aqui. Santos, (2000) diz ainda que a pesca em Santa Catarina tornou-se fator importante da economia. Tornaramse responsáveis pelo abastecimento alimentar de peixe fresco, salgado e defumado, para tripulantes e passageiros de veleiros e vapores que atracavam nos portos de São Francisco do Sul, Itajaí, Florianópolis e Laguna, condicionando o surgimento de comunidades de agricultores-pescadores na faixa litorânea. Segundo Edison DÁvila citado por Lenzi (2002) durante todo o século XVIII a grande

atividade econômica esteve em torno da extração de madeira. A abundância da madeira, da pesca e a fertilidade das terras provocaram o requerimento de sucessivas sesmarias por altos funcionários públicos, militares, eclesiásticos e comerciantes da sede da Capitania de Santa Catarina sem jamais haverem executado alguma benfeitoria e prejudicando o direito dos posseiros anteriormente estabelecidos. As terras da Foz do Itajaí já estavam todas ocupadas no início do século XX.

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Movimentos da cultura Açoriana Hoje em Itajaí Com sede no bairro São João e fundada em 2001 a Associação Luso Açoriana de Itajaí (ALAI) busca desenvolver atividades que promovam a cultura luso-açoriana em Itajaí.

Celi Borba Furtado representando a Univali. Premiação pelo apoio às ações culturais 1º Encontro da Cultura Luso-açoriana 12


O fado

Buscando

refúgio

devido

as

invasões francesas, a corte portuguesa veio

para o Brasil no início do século XIX. O fado passou a integrar influências dos ritmos brasileiros

em

intercomunicação

com

a

poesia nascida nos bairros populares de Lisboa.

O ligado

à

vida

fado

está

marítima

profundamente e

à

atividade

portuária , sendo desta forma inserido em cidades com traços semelhantes como é o caso de Itajaí.

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Célia Pedro e o fado Segundo site da cantora sua carreira teve início em meados do ano de 1997, com grande incentivo nas festividades da Marejada. Dentre seus objetivos destacou-se o de valorizar a cultura e o legado dos colonizadores açorianos no nosso País. Ao cantar o Fado a cantora afirma: "É algo sobrenatural, brota e chega ao auge na voz". Seu repertório musical abrange desde os conceituados fados tradicionais, conhecidos como Hinos Portugueses e Fados

Contemporâneos

com

leituras

diversificadas

e

atuais. Em abril de 2006, Célia Pedro foi presenteada com uma viagem a Portugal, onde mostrou seu trabalho nas casas de fados de Lisboa, Coimbra e ainda na Espanha. Em "Fátima", fez uma homenagem especial à Nossa Senhora, participando da cerimônia de uma missa campal, com a presença de centenas de devotos. Aind em sua turnê internacional, passou pela Argentina, onde realizou três apresentações no Museu Cultural do Tango, Centro da Cidade de Buenos Aires.

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A discografia: Três Compact Discs: "Canto a Terra Irmã" (2002), "Célia Pedro e Convidados" (2004), e "FADOS 2008", além de um DVD (2009). Em suas apresentações, Célia Pedro homenageia a famosa canção portuguesa que diz: “Oração tão pequenina, de uma beleza elevada”. Ao cantar o fado e rogando por todos nós, os

pecadores, esta fadista itajaiense, declama suas canções. Célia Pedro gosta de enfatizar em suas entrevistas que é natural da Cidade do Porto, porém, do Porto de Itajaí!. Atualmente a cantora também apresenta, junto com

o

músico

e

apresentador

Cristiano

Mendonça, o programa "Lusitando", na TV Itajaí, canal 20, que tem como foco a música,

a

gastronomia, a literatura, o artesanato e o folclore açoriano. 15


Grupo Fios de Prata

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Folclore - Boi de Mamão

O Boi de Mamão é uma tradição

comum a outros estados brasileiros e tem origem africana. O primeiro registro em Santa Catarina desta folia é de 1871. Antigamente a brincadeira era conhecida como “Boi de Pano”, mas com a pressa de se fazer a cabeça do boi, utilizou-se um mamão verde, daí seu nome atual. A dança é muito

semelhante

ao

"Bumba

meu

Boi",

do

nordeste brasileiro. A diferença está na alegria, improvisação e descontração. 17


Italianos Por que vieram para o Brasil?

Celva (2008) discorre sobre as dificuldades que os italianos enfrentavam antes de 1875. A maior parte dos imigrantes italianos veio de Trento, onde havia pouco trabalho nas indústrias e o trabalho no campo se estendia até 12h por dia. Os camponeses estavam revoltados com os ricos ou proprietários de algum negócio em função das condições adversas de vida e do trabalho. O Frio: “Tudo o que era líquido congelava”.

As casas eram

úmidas e sem conforto,

onde

viviam várias famílias juntas em reclusão com os animais. Isso facilitava o surgimento e disseminação de doenças. A peste casou mais de 2000 mortes em 1630 além da tuberculose. Alimentação precária: a polenta era a base da dieta que por vezes era diversificada com leite e

queijo.

Contavam ainda com a pesca e após a missa de domingo formavam-se grupos para caça. Rotina

de dieta com carne só para os mais abastados. Muitos eventos colaboraram para o fenômeno migratório ao Brasil conforme Celva: redução drástica da produção de vinho devida instalação da ferrugem nas parreiras. Desmantelamento da indústria da seda natural devido a doenças que dizimavam as criações, gerando desemprego. O surto epidêmico da Pelagra espalhou-se por toda a região. Grandes inundações devastaram casas e plantações.

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Após a assinatura do Contrato Caetano Pinto a imigração se intensificou. Esse contrato de política imigratória previa a importação para o Império de 100.000 imigrantes europeus. (Decreto N. 5.663 – de 17 de junho de 1874). Piazza (1976) Menezes e Souza citados por Piazza (1976) analisam na Tese sobre a colonização do Brasil a aplicação do contrato Caetano Pinto: “ Por este contrato chega o imigrante ao Brasil, livre de dívidas, sem haver despendido um real com a passagem, sem obrigação de ir para um ponto determinado, que ele na Europa não podia ter conhecido com individuação, por falta de informações completas, achando-se, portanto, habilitado, visto estar livre de compromissos, a escolher para campo de sua atividade o estabelecimento agrícola , oficial ou particular, que mais lhe convier, e esperar na hospedaria do Governo, onde nada paga, a colocação em que mais garantia enxergar. Ainda será gratuito o transporte, se preferir empregar-se nalguma colônia do Estado, onde lhe darão um lote de terras, de que se constituirá pleno proprietário. Já é muito mais não é tudo. Em primeiro lugar: onde está o escritório de imigração, dotado de todos os elementos de informação e com agências

nas províncias, por meio do qual o imigrante chega ao conhecimento dos

estabelecimentos agrícolas, que mais condizem com seus meios, tendências e vocação de trabalho, dos salários, que aí se costumam pagar aos trabalhadores rurais e de outras circunstâncias essenciais, que devem determinar sua direção o destino ulterior? Depois: onde os núcleos coloniais, convenientemente preparados, para receberem a orda de imigrantes, que, em virtude desses e de outros contratos, inundará o Brasil?” p58 19


Chegam ao porto de Itajaí em maio e junho de 1875 os primeiros italianos do norte ou tiroleses do sul e vão ser encaminhados à colônia de Brusque. Entre diversos mapas estatísticos da província de Santa Catarina com resultados até dispares cita-se aqui o registro escrito por Paiva em 1872 e citado por Piazza. É possível observar a penetração das correntes migratórias, onde Itajaí tem o maior número de estrangeiros.

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E vieram diante das seguintes promessas por parte do Brasil:

- Um lote excelente para agricultura já desmatado para iniciar o plantio;

- Uma casa espaçosa para conter uma família;

- Ferramentas, utensílios e todas as sementes necessárias;

- Fornecimento gratuito de todos os mantimentos necessários para o manutenção da família durante 6

meses, quando já disporiam da primeira colheita.

- Transporte gratuito até o destino;

-Auxílio – doação de 20 mil réis para pessoas com mais de 10 anos e menos de 50.

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Estas promessas invadiram os pensamentos dos camponeses, que se permitiram sonhar com uma vida digna, uma terra sua. É o que podemos ver quando Celva (2008) apresenta uma das canções idealizadas pelos imigrantes:

"Quando saremos em mericavederano i siori Mena graça e Le siori Le que zapa su." Que quer dizer: Quando estivermos na América, vamos ver os ricos que carregam esterco e as ricas que capinam. No Brasil há tanta fartraque as linguiças e salames são pendurados no pescoço dos cães como coleiras."

Ou seja, além sonhar, vislumbra a concretização deste e ainda poderiam ver seus algozes provando

do próprio veneno. Venderam ou doaram os pertences que não foram selecionados para compor os 100 quilos de carga gratuita que poderia ser levada no navio. E lá foram eles. Chegaram ao porto de Itajaí em maio e junho de 1875 os primeiros italianos do norte ou tiroleses do sul e são encaminhados à colônia de Brusque.

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Celva (2008) levantou em seus estudos que a embarcação utilizada era à vela, deixando os imigrantes à mercê das condições climáticas. Da Itália até o Rio de Janeiro foram 5 meses e meio de viagem exaustiva. Do Rio de Janeiro a Itajaí mais 20 dias. Ao chegar depararam-se com uma realidade dura e pungente. O auxílio alimentação era insuficiente, gerando uma desnutrição total. Não existia casa, nem sequer cabana, deveriam construí-las eles próprios. Nas primeiras noites dormiram ao relento. Tiveram que pagar seu lote, que foi pago aos poucos. Tiveram que pagar sua viagem, ao menos até o porto que os levaria até o Brasil. Assim o imigrante pisava no país como devedor. É fácil imaginar o impacto que os italianos sofreram com a saída de um mundo já evoluído e povoado que começava a industrializar-se, sendo trocado por um mundo onde não havia remédios, nem uma gota de leite, apenas índios considerados selvagens. Segunda leva de imigrantes veio em 1889. Em razão do porto,

o Município de Itajaí funcionava como parada provisória para

imigrantes que vieram a integrar outras colônias como Brusque, Blumenau, etc.

No município de

Itajaí os italianos concentraram-se nas localidades hoje rurais e peri urbanas como

São Roque,

Limoeiro, Brilhante, Itaipava e Arraial dos Cunhas.

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Neste trabalho foram realizadas algumas entrevistas com descendentes de imigrantes. Entre eles o Sr Artino Stedile casado com a Sra. Dosolina. O Sr Stedile é bisneto de Luiza Plotheger que como tantas outras mulheres deram à luz no navio. Esta menina é mencionada por Celva (2008) num episódio quase trágico. A menina após o nascimento permaneceu em um berço improvisado, e em função do balanço das águas um grande caixote de madeira despencou de uma prateleira caindo sobre o berço. A menina não sofreu ferimentos e recebeu o nome de Fortunata, que significa cheia de riqueza

e sorte, por ter escapado ilesa.

Sr Stedile

conversa a necessidade de vigia constante naqueles primeiros tempos,

relatou durante a

onde as pessoas se

revezavam dia e noite devido aos ataques dos índios. Quando se refere aos índios fala com a expressão de quem parece ter vivenciado aquele tempo: -Eles eram bravos!!! Matavam mesmo. Sr Stedile reafirma que os imigrantes não foram esclarecidos sobre a presença dos indígenas, mas sim informados sobre uma terra descoberta que precisava ser ocupada. Por um tempo fala sobre as dificuldades do passado mais remoto, das melhorias que já ocorreram e das facilidades da vida de hoje.

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Artino Stedile

Dozolina Stedile

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Debulhadeira de espiga de milho manual. Com 100 anos de uso aproximadamente.

26


Atualmente

Sr

Artino

cultiva

Mandioca. Já perdeu algumas safras devido ao represamento

da

água

provocado

barragem quando chove muito.

pela

Na época da

construção da barragem tentaram de tudo para que fosse construída mais acima do rio. Mesmo com audiência pública não obtiveram êxito. Atualmente tenta reaver os prejuízos por meio de ações na justiça. Ainda

vivem

na

simplicidade

utilizando fogão à lenha e utilizando água de bica. Tem uma pequena horta para consumo próprio.

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Os moradores do século XIX que eram luso-açorianos passaram a dividir espaço no início do século XX com alemães, italianos e poloneses lucrando com casas comerciais. Estabeleceu-se uma infra-estrutura que recebia e alojava temporariamente os imigrantes que chegavam através do porto e depois subiam rio acima. Lenzi (2002)

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Através

dos

jornais

é

possível

verificar

a

diversidade

de

imigrantes

que

se

estabeleceram no município de Itajaí. Seja nos anúncios das casas comerciais, seja pelos profissionais que ali ofereciam seus serviços.

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Uma parcela dos açorianos aprenderam o ofício da pesca.

Konder e Linhares citados por

Lenzi (2002) caracterizam a localidade do “Saco da Fazenda” como uma grande comunidade pesqueira já existente no Século XIX e onde se constitui até hoje como abrigo para embarcações.

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31


Saco da Fazenda

32


ItajaĂ­

33


O governo brasileiro foi atuante com sua propaganda enganosa e política racista de branqueamento ao estimular a imigração. (Lenzi, 2002) Neste ponto podemos inserir os dados referentes aos imigrantes africanos que com pouca freqüência são mencionados. No início foram trazidos à força na condição de escravos. Após a abolição da escratura medidas foram tomadas para que não imigrassem para o Brasil por conta própria, como veremos mais adiante. Como bem coloca Silva (1996) em relação a população afro: parece não existir, tal silêncio sobre o assunto. A antropóloga Ilka Boaventura Leite citada por Silva(1996) contextualiza o ser negro:

“Um fato é notório: convertido em escravo, o africano passou a ser denominado negro (...). Depois de escravo no Brasil, o “negro” para todo o mundo. Tornou-se cidadão de 2ª categoria; a população de origem lhe foi negada, e as identidades, quer seja pessoal, social, racial ou

étnica, está

vinculada até hoje, a adjetivos.”

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Era comum que os escravos usassem o sobrenome de seus donos. Manoel Caetano Vieira em seu testamento (1871) tem escravos como beneficiários. Uma exceção é claro. Na verdade o mais comum era que os mesmos fossem citados na condição de bens móveis como se verifica em transações feitas.

Arquivo público. Fundo cartório de Registro de compra e venda de imóveis. Série de Notas. Livro XIII. Ano 1873 p05

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Distribuição populacional na Província de Santa Catarina segundo Piazza

Existem divergências no que se refere à dados estatísticos de contagem populacional para períodos semelhantes.

Hoje o processo estatístico ainda é complexo e motivo para muita discussão. Há de se considerar para análise,

a existência de restrições nas técnicas utilizadas em meados do século XVIII muito

maiores do que as de hoje em se falando de estatísticas vitais. 36


Por consequência da abolição da escravidão e da vinda dos imigrantes para o Brasil tornase o negro “dispensável”.

Lenzi (2002) fala da construção do ”Darwinismo Social” que surge com a

comprovação da teoria evolucionista. Assim quanto mais diferente do modelo europeu mais atrasada era considerada a sociedade.O brasileiro começa a buscar um modelo racial considerado ideal que pudesse representá-lo a contento. Analisando este contexto era de se esperar que os discursos fossem carregados de preconceitos. O jornal “O Pharol” de Itajaí publica em 13 de agosto de 1921 um texto sob o título “Um

projeto prohibindo a imigração da Raça Preta para o Brasil: “Assignado pelos senhores Andrade Bezerra e Cincinato Braga, foi apresentado à câmara o seguinte projeto de lei: Art. 1 – Fica prohibido no Brasil, a imigração de indivíduos humanos das raças de cor preta. * Parágrafo primeiro – Será permitida a entrada desses indivíduos em território brasileiro contanto que perante as autoridades políticas do litoral e das fronteiras terrestres, assignarem termos que obriguem a não permanecer no país mais de 6 meses, e mostrarem trazer pelo menos a importância correspondente a 5:000 $000 em moeda corrente brasileira para as suas

despesas de estadia e

regresso. Parágrafo segundo - Os que transgredirem essa lei, serão expulsos do território nacional”. Quando tiveram o cuidado de nominar a raça de cor preta no plural

fica evidente

que

estariam inclusos ali mulatos com todas as variações de tons, ou seja, todos que fossem não brancos. * Grifo meu

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O homem branco por se considerar um ser de qualidade superior quis obrigar os negros a abandonar suas crenças

religiosas

e

adotar

cristianismo.

Certamente

alguns

se

converteram de fato, outros “encenaram” uma conversão para proteção de suas crenças e de seu corpo dos castigos. Conveniente então, falar agora sobre a Festa da Nossa Senhora do Rosário, a festa dos pretos. Este era um dia muito especial por que havia nele uma certa liberdade. Neste dia negros eram coroados rei e rainha. Silva (1996) realizou várias entrevistas com os negros mais antigos da região. A grande maioria

residentes em Penha

onde a festa tradicionalmente aconteceu por muito tempo. E

relataram... A escolha dos reis era feita pela irmandade. A partir daí já se iniciava a organização (criação de galinhas, gado, porcos). O trabalho de organizar a festa não era uma atividade penosa, mas um apêndice do banquete. Os brancos iam ver porque apreciavam. Muitas pessoas se candidatavam para ser rei e

rainha, inclusive pessoas de cor branca, descendentes de imigrantes alemães e italianos, etc. e de fato os brancos invadiram a festa dos pretos.

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Alguns fatores influenciaram para que os brancos “invadissem” a festa do Rosário:

Necessidade promessas

por

dos

brancos

graças

de

pagar

recebidas.

Nesses

casos eram coroados, mas não pelo padre.

Os

antigos

foram

falecendo,

outros

migraram para centros urbanos vizinhos em busca de dias melhores.

Alto custo da festa

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Do que se trata a festa do Rosário

A Festa do Rosário está ligada a grupos negros. Já existia em 1906 conforme relato de um padre francês que esteve no município em visita. Nesta festa ocorre a coroação de um rei e rainha negros. Alguns autores atribuem a festa a uma influência européia. A outra que parece mais provável é a que defende a origem afro-brasileira do culto. Senhora do Rosário à África por imposição.

Os missionários levaram Nossa

Os negros incrementaram com os reis, as lutas e

bailados guerreiros recriando a festa. 40


Festa do Rosário 2010 Por um período começaram a definir o rei a e rainha da festa por sorteio (podia ser sorteados brancos e pretos). Atualmente somente negros podem ser coroados.

A

festa que antigamente

acontecia no município de Penha foi trazida para Itajaí onde existe uma organização da raça negra

atuando para manter tradições e apoio por parte da paróquia do bairro São João.

41


A missa e coroação dos reis

42


43


Condução da procissão

44


O banquete

Nas festas populares a abundância é uma das imagens marcantes, como descreve Bakthin citado por Silva

(1996): “O banquete é uma peça necessária a todo regorgizo popular. Não se trata de forma alguma do beber e do comer cotidianos, que fazem parte da existência de todos os dias de indivíduos isolados”. E na Festa da Nossa Sra. do Rosário “a festança” tinha o seu lugar de destaque, onde a fartura e a

abundância eram requisitos observados com rigor e mais, gratuitamente. Nos

vários

depoimentos

colhidos

por

Silva

sempre aparece em destaque a alimentação com ênfase à fartura que é uma característica determinante da festa.

Festa do Rosário 2010 Almoço

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Historiadores

encontraram

documentos

que

mostraram não só a presença de afro-descendentes, mas também de *negros de nação em Itajaí. “A população em estimativas de 1819 em Santa Catarina, antes do início das imigrações estrangeiras, não chegava a 50 mil habitantes, dos quais ¼ eram de afro-escravos.” (Santos, 2000 p67) Sempre houve barreiras para que os negros pudessem exercer sua religiosidade quando "não branca". No passado mais ainda, uma vez que, assim como aos índios o homem branco escravizou o negro e julgando-se superior , mais inteligente e evoluído

o fez curvar-se ao cristianismo.

Pai Altamiro em entrevista concedida ao jornalista André Pinheiro relata que a escravidão já não mais existia e, ainda assim

muitas

vezes

os

trabalhos

tiveram

que

ser

interrompidos devido a pedradas vindas por intolerância religiosa.

*Negros de nação – Africanos 46


Religiões

A organização das religiões negras no Brasil deu-se no

século XIX com a vinda de

africanos trazidos no período final da escravidão e sua fixação em meio urbano. Neste contexto foi possível o contato mais próximos entre os africanos com certa liberdade de movimentos levando a formação

de

grupos

de

culto

organizados.

Até o final do século passado, tais religiões estavam consolidadas, mas continuavam a ser religiões étnicas dos grupos negros descendentes dos escravos. No início do século XX, no Rio de janeiro, o contato do candomblé com o espiritismo kardecista trazido da França no final do século propiciou o surgimento de uma outra religião afro-brasileira: a umbanda, que tem sido reiteradamente identificada como sendo a religião brasileira por excelência, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradições africanas, espíritas e católicas.

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Candomblé

Existem muitos orixás. No Brasil somente 16 são cultuados: Essú, Ògún, Osossi, Osanyin, Obalúayé, Òsùmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Obá, Ewa, Osun, Yemanjá,

LogunEde,

Oságuian

e

Osàlufan.

Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das Religiões Afro-Brasileiras praticadas principalmente no Brasil mas também em países

adjacentes

Venezuela.

como

Uruguai,

Argentina,

e

Tem por base a alma da Natureza, sendo

portanto chamada de anímica. Foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil. É uma religião

monoteísta,

embora

alguns

defendam

que

cultuem vários deuses. O deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

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O candomblé, que até 20 ou 30

anos

atrás

era

religião

confinada

sobretudo na Bahia e Pernambuco e outros

locais

em

que

se

formara,

caracterizando-se ainda uma religião exclusiva

dos

grupos

negros

descendentes de escravos, começou a mudar nos anos 60 e a partir de então a se espalhar por todos os lugares, como

acontecera

antes

com

a

umbanda, oferecendo-se então como religião

também

voltada

para

segmentos da população de origem não-africana.

Assim

o

candomblé

deixou de ser uma religião exclusiva do segmento negro, passando a ser uma religião para todos. Neste período a umbanda já começara a se propagar também para fora do Brasil.

49


Umbanda

No início do século XX o contato do candomblé com o espiritismo kardecista trazido da

França

no

final

do

século

propiciou

o

surgimento de uma outra religião afro-brasileira: a

umbanda,

que

tem

sido

reiteradamente

identificada como sendo a religião brasileira por excelência, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro

de

tradições

africanas,

espíritas

e

católicas. Desde o início as religiões afro-brasileiras formaram-se em sincretismo com o catolicismo, e em grau menor com religiões indígenas. O culto católico aos santos, numa dimensão popular politeísta, ajustou-se como uma luva ao culto dos panteões africanos. A partir de 1930, a umbanda espraiou-se por todas a regiões do País, sem limites de classe, raça, cor, de modo que todo o

País passou a conhecer, pelo menos de nome, divindades como Iemanjá, Ogum, Oxalá etc. 50


A essência, da Umbanda fundamentam-se no seguinte:

 Existência de um Deus único Crença de entidades espirituais em evolução Crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual Crença em guias mensageiros Na existência da alma

Na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médiun A Umbanda se propõe a produzir, pela magia, modificações existenciais que permitam a melhoria de vida do ser humano. Através do ato da caridade e dedicação espiritual é que o médiun de Umbanda vai adquirindo elevação e consciência do valor de seu dom mediúnico, que na verdade foi lhe dado por Zambi para que se aprimorasse aqui na terra.

51


Linhas de Umbanda:A Umbanda se divide em 07(sete) linhas que são assim classificadas:

1- Linha de Oxalá ou Linha de Santo - Nesta linha as falanges são de Santo Antônio, São Cosme e Damião, Santa Rita, Santa Catarina, Santo Expedito e São Francisco de Assis. Esta linha é responsável por desmanchar os trabalhos de magia. 2- Linha de Yemanjá - Tem falanges das sereias que tem por chefe Oxum. Ainda nessa linha temos a falange das ondinas chefiada por Nanã; falange das caboclas do mar; Indaiá da falange dos Rios; Yara dos marinheiros e Tarimã das Calugas-Caluguinha da Estrela-guia. 3- Linha do Oriente - Subdividida pelas falanges do Hindus, dos médicos, dos árabes, chineses, oriente, romanos e outra raças européias. 4- Linha de Oxossy - Dividida nas falanges de Urubatão, Arariboia, Caboclo das 7 Encruzilhadas, Águia Branca e muitos outros índios chefes falangeiros que protegem contra magia, dão passes e ensinam o uso das plantas medicinais. 5- Linha de Xangô - Dividida nas seguintes falanges: falange de Yansã, do Caboclo do Sol, Caboclo da Lua, Caboclo da Pedra Branca, Caboclo do Vento e Caboclo Treme-Terra.

52


6- Linha de Ogun - Dividida nas falanges de Ogun Beira-Mar, Ogun Iara, Ogun Megê, Ogun Naruê, Ogun Rompe-Mato, esta linha protege os filhos contra as brigas, lutas e demandas. 7- Linha Africana

- Dividida nas falanges do Povo da Costa, Pai Francisco, Povo do Congo, Povo de Angola, Povo de Luanda, Povo de Cabinda e Povo de Guiné, eles prestam caridades e orientam os fiéis para a prática do bem.

53


Em

entrevista

realizada com Pai de Santo Mauro e a Mãe de Santo Inês falamos sobre as condições para

a

trabalhos

realização

dos

hoje no município

de Itajaí. Segundo eles ainda existe muita intolerância. Um exemplo bem claro é que o terreiro aberto por eles há 6 meses já está na mira de vizinhos.

O

casal

ficou

sabendo que a prefeitura foi procurada por 3 pessoas para que tomasse providências e fechasse o local.

Mãe de Santo Inês

Pai de Santo Mauro

Felizmente hoje a Umbanda tem uma federação que estabelece algumas regras que devem ser cumpridas pelos terreiros, funcionando desta forma como um protetor, assegurando o direito do cidadão ser livre e exercer suas crenças. 54


Umbanda Mãe de Santo Inês já atende há 35 anos sua residência. Com longa vivência na Umbanda eles afirmam que o preconceito não é pequeno. A opressão vem de muito tempo. Antigamente os jesuítas exerciam muita pressão para adesão ao cristianismo e o culto à oxalá precisava ser às escondidas. Como explica o Pai de Santo Mauro, o que estragou a Umbanda foi a macumba, que se utiliza dos poderes para trabalhos que tragam o mal. As pessoas desconhecem o assunto e confundem muito. Nas palavras de pai Mauro: “Para muitas pessoas a Umbanda utiliza de macumba o que não é verdade. Macumba trabalha só magia negra. Sangue sobre sangue. É sempre realizada na mata. Umbanda não trabalha assim. “ Explicando sobre seu trabalho e os pressupostos expõe: “Vou doar minha energia pra você. Todos têm livre arbítrio Aviso que a lei do retorno existe. Tudo o que fizeres voltará para ti em algum momento, então pensa, pois vais arcar com as conseqüências. Funciono como um intermediário. Repasso as solicitações às entidades, elas é que resolvem se vão conceder. A maioria das pessoas procura por cura de doenças. Os médiuns não podem usar o domínio para vantagem própria, mas para se proteger sim.”

55


Médiuns

Estão disponíveis no terreiro São Lázaro os serviços de benzimento, descarrego, passes mediúnicos através das mãos e palavras, jogo de búzios. Também são realizados batismos de médiuns. Pergunto do significado dos símbolos: Vela: o anjo da guarda precisa um ponto de luz pra proteger. Branco: devido aos orixás e proteção. Pureza. Guias: Para orixás. São vibratórias. Cada orixá tem uma. 56


Existe na Umbanda uma linda falange denominada

de “Falange

dos Preto-Velhos” ou

“Linha das Almas”. Originários dos escravos no cativeiro, os preto-velhos tem como característica principal

a

prática

da

caridade.

Os preto-velhos viviam no cativeiro amontoados em senzalas, alimentavam-se de mingau de farinha, inhame, toucinho, banana, enfim comiam tudo que tivesse

calorias

baratas.

Eram

submetidos

às

condições desumanas e implacáveis de trabalho. Só os

mais

fortes

sobreviviam.

Preto velho

Um preto-velho quando incorpora no médiun vem de forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo tosco que existia nas senzalas.

57


Os

preto-velhos

ainda

fumam

cachimbo de barro ou de madeira rudimentar, falando com os visitantes e filhos-de-santo, usando um linguajar comum aos escravos que

não

falavam

bem

o

português.

Destaco abaixo alguns nomes de preto-

velhos

que

baixam

prestando

inúmeras

caridades: Pai Joaquim da Angola Pai Joaquim do Congo Tia Maria Vovó Benedita , Vovó Maria Conga Vovó Maria Redonda , Vovó Cambinda Vovó Luíza , Vovô Rei do Congo Vovó Catarina D’Angola

58


As incorporações, os passes e descarregos feitos pelo médiun de Umbanda são todo o conjunto de afazeres espirituais que dia a dia fazem parte da vida do médiun.

59


Relação das cores das Guias X Orixás Exu - preto e vermelho Ogun - vermelho Oxossy - verde Xangô - marrom Oxum - claro azul Yansã ou Oyá - amarelo ouro Omolu e Obaluayê - preto e branco Yemanjá - cristal/azul e branco Nanã - roxo Oxalá - branco

60


Jogo de Búzios Conforme

Fernando

do

Sangò o jogo de búzios é utilizado na religião do Candomblé e Umbanda. São muitos os métodos de jogo, o mais comum é no arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa preparada. Ao iniciar o jogo faz-se a reza e saúda todos os Orixás, e o Orixá conduz o modo como os búzios se espalham pela mesa, dando assim as respostas às dúvidas que lhes são colocadas.

Búzio é uma concha colhida na praia de vários tamanhos, é utilizada também no candomblé como adorno nas roupas dos Orixás formando diversos desenhos, nos fio-de-contas são colocados como fecho ou como Brajá todo feito de búzios, objeto sagrado de

comunicação com os Orixás nas consultas ao jogo de búzios.

61


Atualmente

o

movimento

negro

vem

se

articulando de forma organizada. A exemplo vemos as inúmeras atividades desenvolvidas no mês da consciência negra: Congresso de políticas públicas para promoção da igualdade racial; Oficinas de dança Contação de histórias;

Exposições e manifestações culturais Mostra de danças africanas e afro-brasileiras, entre outros.

62


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

63


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

64


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

65


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

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Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

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Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

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Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

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Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

70


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

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Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

72


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

73


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

74


Mostra danรงas africanas e afro-brasileiras

75


Mostra danรงas africanas - Encerramento

76


Trabalhos executados por alunos das escolas públicas sobre o tema diversidade e respeito - Exposição na Prefeitura

77


Importante participação da escola na condução dos conceitos para igualdade racial

78


79


Enquanto estagiário de história, Severino participou das atividades de tombar todo o acervo transferido da biblioteca central da Univali para o arquivo histórico municipal em Itajaí em 1990. E foi nesta documentação composta por cartas, textos, vários recortes de jornais (na maioria pertencente a Marcos Konder) que Severino constatou

o fato de que existiam alemães , italianos e tantos outros

imigrantes, que participaram da esfera pública da cidade e constituíram uma esfera privada bastante organizada e forte.

Disputas partidárias, atividades ligadas à filantropia e princípios de civilidade. Na esfera pública é que as elites buscavam marcar posições. Severino (1999)

80


Atualmente não existe em Itajaí movimentos atuantes no sentido de resgatar, manter ou evidenciar as tradições da cultura alemã e por esta razão muitas pessoas desconhecem tanto a existência destes imigrantes no

final do século XIX e início do XX,

quanto a representatividade

destas pessoas no e para o município. Severino, 2002 desenvolveu um trabalho cujo foco trabalhava com imigrantes alemães do centro da cidade de Itajaí, no início do século XX. Surpreendeu-se com os anúncios nos jornais redigidos em língua alemã, sendo que a maioria dos anunciantes eram imigrantes. Severino cita Barreto, 1953 dizendo que compartilha de uma reflexão que justifica a simpatia pelos anúncios de jornal dizendo: - Se leio os anúncios, é para estudar a vida e a sociedade. Os anúncios são uma manifestação delas.

81


Um indício de participação ativa e tentativa de manutenção de uma das línguas foi a criação da escola alemã. Sociedade Escolar alemã, fundada em 1876.

O presidente da sociedade chegou a receber um telegrama onde felicitava a iniciativa alemã da colônia. A Guerra de 1914 incentivou o movimento nacionalizador, quando em 1917 passou a participar do conflito, “sendo então fechadas todas as escolas primárias estrangeiras (...) Lenzi (2002).

82


Os alemães deixaram de existir como grupo étnico específico. Muitas evidências possibilitam-nos localizar alguns hábitos e costumes que a história ainda não apagou. Com estes elementos podemos situar suas posições na sociedade itajaiense.

Lauro Muller

Sociedade Atiradores

83


Igreja Luterana: idealizada por Samuel Heusi, com o objetivo de construir um cemitério próprio para os evangélicos de Itajaí. Localizada à rua Cônego Tomaz Fontes, esquina com a rua Dr. José Bonifácio Malburg. (Silva, 1995 p. 60)

84


Sobram casarios especialmente na região próxima do porto. Severino (1999) considera os casarios em estilo germânico como evidência importante a ser considerada no estudo dos imigrantes alemães e sua posição social na cidade.

Casarão Malburg: Foi concluído em 1915. Mansão coberta com telhas importadas da França. Situado na

esquina da Rua Pedro Ferreira com a Praça Vidal Ramos. (Silva 1995 p94) 85


Casa Assemburg: Localizada à rua Lauro Muller, é uma construção baixa em estilo eclético, típico dos edifícios do final do século XIX e começo do século

XX,

neoclássicos.

caracterizado Funcionava

a

por casa

elementos comercial

construída em 1866. Em função da expansão da empresa a área construída expandiu também até chegar à Av. Beira rio. com uma parte demolida

Encontra-se altamente noutra funcionando o

mais antigo Bar da Cidade . O Trud’s Bar. (Silva 1995 p100)

86


Arquivo Histórico: Construído em 1910. Situado à rua Lauro Muller, 335. Restaurada em 2000.(Machado 2001 p 47)

87


Casa Konder: Inaugurada em 1897 e considerada monumental para a época. Foi construída pelo mestre de obras Roenick e reformada

em 1929 pelo arquiteto Kaulich.

Hoje abriga parte das

instalações da Caixa Econômica. (Silva 1995 p106)

88


Palácio Marcos Konder: Elaborado pelo arquiteto alemão Jacob Goettmann. Início da construção

em

1920

e

inaugurado

em

outubro de 1925. (machado 2001)

89


Igreja

da

Imaculada

Conceição:

O

terreno foi doado em 2 de abril de 1824 pelo casal José Coelho da Rocha e Maria Coelho da Rocha e a igreja foi fundada em 1837. Ampliação em 1889. (Silva 1995 p96) 90


Igreja da Imaculada Conceição: parte interna. O terreno foi doado em 2 de abril de 1824 pelo casal José Coelho da Rocha e Maria Coelho da Rocha e a igreja foi fundada em 1837. Ampliação em 1889. (Silva 1995 p96)

91


Igreja Matriz: Arquitetura neogótica, com arcos romanos. Possui 55 vitrais. As estrelas e os capitéis das colunas são folheados a ouro. A planta atual foi desenhada por Simão Grimlich e pintada

internamente por Aldo Locatelli e Emilio Sessa. Início 1941 e inauguração em novembro de 1955. (Machado, 2001 p.79)

92


Capelinha de Cabeçudas: Idealizada em 1920. A estrada foi patrocinada por João Bauer que construiu ali sua casa de veranio. , sendo seguido por outras famílias entre elas Currlin, Fontes, Miranda, Pfeilisticker, Heusi, Malburg, Buettner, Burghardt, Schauffert, Silva, Voigt, Borba, Bornhausen, Zwolfer e Renaux. (Silva 1995 p118)

93


Capelinha de Cabeçudas e Casa de Praia da Família Renaux em destaque Data e autor desconhecidos

94


Casa de praia da Família Renaux - Cabeçudas

95


Casa de praia da Família Renaux – Cabeçudas. Terreno adquirido em 1923. Casa em estilo chaimel. Hoje pertence a outro proprietário.

96


Casa de praia da Família Renaux – Cabeçudas. Painéis importados de Madrid - Espanha

97


Casa de praia famíla Renaux – quarto frontal

Elevado com piso espanhol e pequenos azulejos com motivos festivos portugueses 98


Hotel

Brazil:

Inaugurado

em

1897.

Situado à Ra Lauro Muller e de nome Atal Rota

do

Mar.

Ponto

de

informações

durante a guerra. Era parada obrigatória das pessoas ilustres. Demonstrava o poder da elite com requintadas sacadas de ferro trabalhado , pé direito alto e janelas grandes. (Silva 1995 p110)

99


Mercado público: Após longa espera surge em 1917,

marcado

germânica,

por

tendência

visível

influência

dominante

nas

edificações do médio vale . Em contradição, assentava-se uma fração de espaço açoriano. No pátio interior com sua fonte central, uma influência andaluza. (Silva 1995 p120)

100


Mercado pĂşblico

101


Muitos luso brasileiros compuseram a elite de Itajaí no século XIX, diferentemente do homem simples já descrito, inclusive negavam qualquer ligação com este. A classe abastada independente da etnia sentia-se civilizada e responsável pela civilidade da população. Lenzi (2002) No município foi criado o Centro aformoseador onde se estabeleceram regras de boa conduta e higiene que deveriam ser cumpridas por todos. 102


A vinda dos japoneses Nas palavras a seguintes o relato do

casal

Sekiguchi.

imigrante Após

a

japonês guerra

Sr.

E

restou

Sra. muita

pobreza no Japão. O chamado para o Brasil veio de uma cooperativa chamada Cotia. O contrato inicial era para 4 anos de trabalho. Neste

contrato

os

“sócios”

brasileiros

entravam com adubo e financiamento de outros

suplementos,

enquanto

que

os

imigrantes entravam com a mão de obra. Entre 1955 e 1962 vieram 2600 homens para o Brasil. O Sr Sekiguchi chegou no ano de 1958 em São Paulo. Após o término do contrato e muito descontentamento com a relação da sociedade onde os brasileiros não cumpriam com sua parte, o Sr. Sekiguchi deixa São Paulo rumo a Santa Catarina onde estabeleceu residência fixa em 1962.

Nobu e Kenjiro Sekiguchi 103


Esta imagem trata-se do dia em que a Sra. Nobu embarcou rumo ao Brasil. O homem em destaque era o agenciador de matrimônios. As negociações eram feitas por ele através de cartas. Foram chamadas 60 mulheres sendo que viajavam aos poucos.

Japão, 1961 – acervo privado 104


Quanto a vinda para o Brasil a Sra. Nobu conta que a viagem teve duração de 42 longos dias e que ao invés de alívio quando aportou no Brasil sentiu muito medo. O dia 17 de setembro de 1961 ficou marcado pois devido à Janio Quadros, havia militares armados a cada metro. Sobre budista,

mas

as não

tradições acho

ela

errado

conta: as

“Sou

outras.”

Antigamente não podia comer animais de 4 pés, hoje já pode. Compara os tempos mais antigos com os dias atuais: a tradição diz que o 1º filho deve trabalhar na roça e cuidar dos pais. Os outros podem ser carpinteiros, pedreiros, etc. No entanto agora os japoneses só querem trabalhar com a informática. A pesca foi invadida pelos coreanos, filipinos e chineses. Então tem muita gente para informática e pouco emprego. De 2000 pra cá o Japão decaiu junto com os Estados Unidos. Com pouco emprego, demissões em massa, despesas pessoais que se acumulam em

Sra. Nobu Sekiguchi

dívidas o índice de suicídio no Japão é alto. 105


Os jovens não querem mais casar e nem ter filhos. Filho é despesa e o governo lá não ajuda como aqui. Embora reconheça a falta de apoio, guarda uma foto da família do imperador e durante a conversa comenta que o imperador também manda no país e que mandou parar a guerra após a explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki. Percebi orgulho na fala dela pois ali estava evidente na sua compreensão que o imperador colocou seu povo acima do desejo de vencer a guerra. E ela completa sobre a foto: “Esse é o jeito de ficarmos perto, é o mais perto que podemos ficar deles”.

Imperadores do Japão - Acervo privado 106


Livros e revistas da família Sekiguchi

Viagens freqüentes à São Paulo garantem a aquisição de leitura na língua de origem

107


Em função do número de pesquisadores que já visitou a família a Sra. Nobu solicitou aos familiares do Japão que enviassem este documento que possui fatos marcantes durante toda a história que se tem conhecimento do Japão.

108


Colônia Japonesa Itajaí - Propriedade da família Sekiguchi

Autor da imagem desconhecido

Na propriedade além de hortaliças

são

também cultivadas ervas aromáticas (temperos). Os

produtos são comercializados na região e em São Paulo.

109


Fatiador de gengibre

Outro produto bastante consumido em São Paulo Ê a conserva de gengibre doce. O processo inteiro para execução da conserva acontece na propriedade.

110


Itajaí apresenta-se hoje como de origem açoriana.

Severino em sua obra intitulada

“Itajaí e a identidade açoriana: A maquiagem possível” discorre sobre a os esforços do poder

público para promover uma herança luso-açoriana à Itajaí que enaltece o homem simples do litoral ligado ao rio e ao mar, a fim concorrer com a gama de festas existentes no estado. Tanto Lenzi(2002) quanto Severino(1999) comentam sobre a associação entre o atraso na economia

e no desenvolvimento litorâneo a presença do elemento luso-açoriano feita pelos

imigrantes alemães e italianos. Lenzi salienta que esse descompasso econômico nada tem a haver com características étnicas e sim com as diferentes fases da formação econômica local. Enquanto os luso-brasileiros são herdeiros de um sistema mercantilista e feudal , os italianos e alemães são inseridos muito depois num contexto capitalista onde já se iniciava a revolução industrial. Severino destinou um capítulo do seu livro à falar da Marejada. Razões para criação desta festa e invenção da identidade açoriana como única. Na Marejada 2010 entre

muitas

apresentações folclóricas encontramos um local destinado à exposição de artesanato, comidas típicas, uma barraca intitulada como produtos açorianos que oferecia de tudo um pouco.

111


Marejada 2010

112


Na Marejada chamou-me atenção a barraca de doces portugueses. Conforme divulgado no blog da Marejada a empresa fornecedora dos doces é

conceituada com sede em de São Paulo.

Imediatamente me remeti à Severino e sua indignação pela herança cultural única. Muito provavelmente ele pensaria: - Itajaí é tão portuguesa que os doces portugueses precisam vir de São Paulo.

113


Deparo-me com este cartaz no campus da Univali de Itajaí em 2010 e logo penso: - Já vi esta história antes. Busco refletir sobre o respeito pela crença religiosa do outro nos dias de hoje. No site das Pontifícias Obras Missionárias encontro o seguinte texto: “O Concílio Vaticano II, falando das outras religiões, na declaração Nostra Aetate, afirma: “A Igreja Católica não rejeita o que tem de verdadeiro e santo nessas religiões. Ela considera com sincero respeito seu modo de agir e de viver, os preceitos e as doutrinas que, embora se diferenciem em muitos pontos daquilo em que ela mesma crê e propõe, não raramente refletem um raio daquela verdade que ilumina todos os homens. Todavia, ela anuncia e deve anunciar o Cristo, que é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), no qual os homens devem encontrar a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas” (NA 2)”.

Material da Campanha Missionária 2010 114


Nestas palavras a contradição se apresenta clara. A religião católica afirma que não rejeita o que tem de verdadeiro e santo nas outras religiões. E a pergunta que me vem a cabeça: - Quem define o que é verdadeiro e santo? É fácil aceitar o elemento comum: Cristo, e digo isso em relação à todas as religiões cristãs, não se trata aqui de um ataque à igreja católica. Se Cristo é o caminho, a verdade e a vida não é possível aceitar outro senão ele. É bem sabido que os orixás e o deus tupã não estão incluídos nesta história. Minha crítica na verdade é sobre os discursos de boa vizinhança que ecoam por

aí.

Inevitável

sentir

indignação

com

o

material

desenvolvido para campanha das missões onde o cristianismo é levado ao mundo e a embarcação guiada por um índio, que não é cristão na sua origem. Certamente este material teria sido rejeitado se as pessoas tivessem mais conhecimento da história. Nunca vi e não conheço ninguém que tenha visto um índio querendo convencer outrem da verdade do seu Tupã.

Deus

Por que a conversão é tão desejada? Precisamos sim

aprender a conviver com as diferenças respeitosamente.

115


Historicamente muitos povos sempre tentaram submeter outros à sua cultura sendo a religião um ponto central de atuação. O Depoimentos como o do pai de santo Mauro revelam ainda hoje um mundo de intolerância religiosa e preconceito. De fato há muito a evoluir na questão do respeito às diferenças. Itajaí com sua pluralidade étnica desde sempre mostra já os primeiros passos

para um convívio mais harmônico e pacífico entre as diversas etnias. As escolas trabalham o assunto. Os grupos têm se organizado, buscado ferramentas de proteção para garantir sua liberdade de expressão. Nas questões dos cultos afros por exemplo citamos a existência da FBU que consiste numa Entidade de Cúpula de Umbanda, Candomblé e demais Cultos Afro-Brasileiros. Com personalidade jurídica reconhecida em âmbito nacional que tem como função primordial legalizar os Templos,

fornecendo Alvará de Funcionamento, Estatutos e demais documentações necessárias ao exercício das atividades religiosas e sociais dos mesmos, promovendo através de cursos, o aperfeiçoamento dos Sacerdotes, Diretores de Cultos das Entidades filiadas.

“Um povo sem história é como um homem sem memória” Emília Viotti da Costa

Itajaí, 2010 Escola Básica Alberto Werner 116


BIBLIOGRAFIA Caruso, M M L; Caruso R C. Mares e longínquos povos dos AÇORES. Florianópolis: Insular, 1996. 238p Celva, E.C. Imigração Italiana em Guabiruba. Blumenau: Odorizzi, 2008. 216p

Jornal de Santa Catarina - 03 e 04 de julho de 2004

Lenzi, R. M, et al. Itajaí: outras histórias – Itajaí: Prefeitura Municipal/Secretaria de Educação: Fundação Genésio Miranda Lins, 2002. 280p Machado, ABSFA. Identificação do acervo cultural. V.1 Cidade de Itajaí: Fundação cultural de Itajaí, 2001. 98p Severino, J.R. Itajaí e a identidade açoriana: A maquiagem possível. Itajaí: Editora da UNIVALI, 1999. 218p

Silva, J.B.R. Negras Memórias. Itajaí: Prefeitura Municipal de Itajaí, 1996. 138p

Santos, S.C; et al. Santa Catarina no Século XX. Ensaios e memória Fotográfica. Florianópolis: UFSC: FCC edições, 2000. 248p

117


BIBLIOGRAFIA Silva, LD. Itajaí Imagens e memória. Itajaí. Fundação Genésio Miranda Lins, 1995. 126p

Piazza, Walter F. A escravidão negra: numa província periférica. Florianópolis: Garapuvu, 1999. 144p Piazza, Walter F. A colonização italiana em Santa Catarina. Florianópolis: IOESC, 1976. 89p SITES VISITADOS www.fietreca.org.br http://www.espirito.org.br/portal/doutri… http://www.celiapedro.com.br/biografia. htmhttp://fado.com/index.php?option=com_content&task=view&id=22&Itemid=27 http://marejadaoficial.wordpress.com/2010/10/13/doces-portugueses-fazem-sucesso-na-24%C2%AAmarejada http://www.pom.org.br www.unicamp.br/folclore/folc6/festa_rosario.html http://www.guiafloripa.com.br/cultura/folclore.php3#bmamao http://www.rosanevolpatto.trd.br/boimamao.htm http://www.caracol.imaginario.com/beloboi/boi3page.html#nome http://vivaverve.wordpress.com/2008/04/22/pai-altamiro-recebe-homenagem-pelos-50-anos-comobabalorixa-em-itajai/ 118


ENTREVISTADOS Dosolina e Artino Stedile em 30/10/2010 – Descendentes italianos Mãe de Santo Inês e Pai de Santo Mauro em 30/10/2010 – Descendentes africanos Nobu e Kenjiro Sekiguchi em 04/11/2010 – Imigrantes japoneses

119


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