NO CONTROLE O CONSTANTE TRABALHO DA POLÍCIA MILITAR NO TRANSITO DE BRUSQUE, GUABIRUBA E BOTUVERÁ
THAYANA N. HEINZEN RICKEN
RICKEN, Thayana Nassiê Heinzen No Controle - O constante trabalho da Polícia Militar no trânsito de Brusque, Guabiruba e Botuverá. Brusque/2010. Coordenação: Robson Souza. Fotos: Thayana N. Heinzen Ricken. Foto contracapa: Esmael Silva. Fontes: IBGE DETRANNET POLÍCIA MILITAR DE BRUSQUE Texto de Apresentação: Cap. Assumção - Setor de Relações públicas da Polícia Militar do Maranhão/2010.
Agradecimentos Dedico e agradeço este trabalho ao Batalhão da Policia Militar de Brusque pela divulgação de dados em especial ao Capitão Otávio pela cordialidade no sanamento de questões práticas e ao Soldado Magnus pelo tempo dedicado e atenção proferida, os quais são principais responsáveis para a realização do mesmo. E aos professores Robson Souza e Luciano Duque pelas oportunidades e paciência antes, durante e depois das ideias formadas.
Apresentação
O policial é como aquela menininha, que quando é boa, é muito, muito boa, mas quando é má, é abominável. Quando um policial é bom, ele “é pago para isso”. Quando comete um erro, “ele é um corrupto, e isso vale para todos os outros da raça dele”. Quando ele atira num assaltante, ele é um herói, exceto quando o assaltante é “apenas um garoto e qualquer um podia ver”.
O que é ser policial?
Muitos têm casas, algumas cobertas de plantas, e quase todas cobertas de dívidas. Se ele dirigir um carro de luxo, ele é um ladrão. Se for um carro popular, “quem ele pensa que está enganando?” O crédito dele é bom, o que ajuda bastante porque o salário não é. Policiais educam muitos filhos, muitas vezes, os filhos dos outros.
Policiais são humanos (acredite se quiser!) como o resto de nós. Eles vêm em ambos os gêneros, mas na maioria das vezes são do sexo masculino. Eles também vêm em vários tamanhos. Na realidade, depende se você estiver à procura de um deles ou tentando esconder algo. Quase sempre, no entanto, eles são grandes.
Um policial vê mais sofrimento, sangue, problemas e alvoradas que uma pessoa comum. Como os carteiros, os policiais têm que estar trabalhando independente das condições do tempo. Seu uniforme muda de acordo com o clima, mas sua maneira de ver a vida permanece a mesma; na maioria das vezes, é entristecida, mas no fundo, esperando um mundo melhor.
Encontra-se policiais em todos os lugares: na terra, no mar, no ar, à cavalo, em viaturas, e até na sua cabeça. Independente do fato de “nunca se encontrar nenhum quando se quer um”, eles geralmente estão por perto quando mais se precisa deles. A melhor maneira de conseguir um é geralmente por telefone.
Policiais gostam de folgas, férias e café. Eles não gostam de buzinas, brigas familiares, e principalmente, autores de cartas anônimas. Eles têm sindicatos e federações mas não gostam de fazer greve. Têm que ser imparciais, educados, e sempre devem lembrar do slogam “a seu serviço”. Às vezes é difícil, especialmente quando um indivíduo lhe lembra, “eu pago impostos, portanto pago seu salário”.
Policiais dão palestras, fazem partos, e entregam más notícias. Se exige que eles tenham a sabedoria de Salomão, a disposição de um cavalo corredor e músculos de aço - muitas vezes são até acusados de terem o coração fundido no mesmo metal. O policial é aquele que engole a saliva a grandes penas, anuncia o falecimento de um ente querido e passa o resto do dia se perguntando porque, ó Deus, foi escolher esta porcaria de trabalho.
Policiais recebem elogios por salvar vidas, evitar distúrbios, e trocar tiros com bandidos (de vez em quando, sua viúva recebe o elogio!). Mas algumas vezes, o momento mais recompensador é quando, após fazer alguma gentileza a um cidadão, ele sente o caloroso aperto de mão, olha nos olhos cheios de gratidão e ouve, “obrigado e Deus te abençoe”.
Na TV, o policial é um idiota que não conseguiria encontrar um elefante numa geladeira. Na vida real, se espera dele que ele encontre um menininho loiro “mais ou menos desta altura” numa multidão de quinhentas mil pessoas e que fica se escondendo da polícia porque seus pais o ensinaram a ter medo como forma de educá-lo. Na ficção ele recebe ajuda de detetives particulares, repórteres e de testemunhas “eu sei quem foi”. Na vida real, quase tudo que ele recebe do povo é “eu não vi absolutamente nada”. Quando ele dá uma ordem dura, ele é grosso. Se ele lhe soltar com uma palavra gentil, é uma mocinha. Para as crianças, ele é as vezes um amigo, outras um monstro, dependendo da opinião que têm seus pais a respeito da Polícia. Ele “vira a noite”, dobra escalas, e trabalha aos sábados, domingos e feriados; sempre o chateia muito quando um engraçadinho vem lhe dizer “epa, este fim de semana é Carnaval, estou à toa, vamos à praia”, esta é a época do ano em que eles trabalham vinte horas por dia.
(Cap. Assumção - Polícia Militar/MA)
Nota da Autora Estamos tão acostumados a ler, ouvir e tecer comentários sobre o lado pouco elogiável dos policiais, que, às vezes, esquecemos de um detalhe: eles são seres humanos com necessidades, anseios e sentimentos como qualquer um outro. São cem, duzentas, trezentas ou mais ligações por dia. Os telefones chamam por socorro dos casos mais graves aos mais absurdos, casos estes que podem atrazar o chamado de quem esteja realmente necessitando da presença da Policia Militar. Em um país com um transito tão violento e em uma região com um das maiores números em vitimas de acidentes de trânsito do país, apreciaremos uma pequena fração da grande responsabilidade desses homens quando vestem a farda deixam família e lazer como segundo plano para dedicar-se integralmente à segurança e bem estar da população
Canção da Policia Militar Letra e Música: Ten Cel Roberto Kel I
II
Na grandeza do nosso passado Na bravura que o tempo guardou Nossa Farda é um atestado Que o heroísmo já glorificou A defesa da Lei e dos lares Essa Farda nos faz garantir Os deveres são nossos altares Destinados ao crime banir
Quer na paz patrulhando à cidade Quer na guerra ou em pleno sertão Onde faça mister a verdade Onde faça mister a razão Ao tombarem a serviço da Lei Nossos bravos heróis destemidos Esquecidos soldados da grei Jamais sejam por nós esquecidos
Estribilho
Estribilho
Salve PM Catarinense O teu nome havemos de honrar Na batalha que o bem sempre vence Para a Lei na vanguarda ficar Na batalha que o bem sempre vence Para a Lei na vanguarda ficar
Salve PM Catarinense O teu nome havemos de honrar Na batalha que o bem sempre vence Para a Lei na vanguarda ficar Na batalha que o bem sempre vence Para a Lei na vanguarda ficar
ESTATÍSTICA
Número de chamadas atendidas pelo COPOM Número de ocorrências atendidas Número de pessoas detidas e encaminhadas a DELEGACIA Número de acidentes de trânsito – lesões corporais Número de acidentes trânsito – danos materiais Ocorrências diversas
487 26 02 02 06 16
* Tabela real divulgada à imprensa no dia 15/11/2010 de um período de 24 horas
Atualmente, o batalhão da Policia Militar deBrusque conta com um corpo de 100 homens e 30 viaturas e atende os municipios de Brusque, com 105 mil habitantes, Guabiruba com 18.433 e Botuverá com 4.468 (*)
*dados Censo 2010
Câmeras de Monitoramento Atualmente, a cidade de Brusque conta com dez câmeras de monitoramento em pleno funcionamento. A trasmissão em tempo real e o arquivamento das imagens por um periodo aproximado de dez dias é de exclusividade do COPOM, que faz monitoramento constante dos dez pontos estrategicos vigiados pelas câmeras da cidade.
“A Polícia Militar não enxerga as câmeras de monitoramento como meio preventivo da violência na cidade e no trânsito. Elas ajudam na diminuição da impunidade. Em um acidente em um cruzamento, por exemplo, as câmeras acusam claramente quem estava em posição irregular.” (Cap. Otávio)
FONTE: IBGE e DETRANNET (DEZ/09)
Acima, o comparativo da frota de veículos por número de habitantes nas cidades da região. Números que mostram que o visível crescimento do número de veículos em circulação (tabela à direita) assemelha-se ao número da população geral das cidades, estando próximo de existir um veículo por habitante.
FONTE: DETRANNET
“A infração mais comum, em qualquer dia ou horário que a gente registra são os excessos de velocidade. O pessoal não respeita a sinalização e as vezes nem mesmo a presensa da Polícia Militar”
BLITZ - Policiamento preventivo
(Sd Silveira)
Circular pelas ruas e avenidas livremente sem se preocupar com velocidade, sinalização, pedestres, ciclistas, ou simplismente ignorar qualquer das leis de transito, pode trazer sérios problemas. O policiamento preventivo, as blitz, acontecem esporadicamente, em lugares diversos com posição estratégica e funcionam como uma prevenção que sempre resulta em surpresas não muito agradáveis aos motoristas indiferentes às regras de transito, tal como direção defensiva. FONTE: PM BRUSQUE
“Eu não diria que o trânsito de Brusque é violento, diria que o transito do Brasil é violento. A educação no transito é também uma questão cultural. Começa com a educação em casa, continua na escola e vai se consolidando conforme a pessoa vai crescendo.” (Cap. Otávio)
Quem não aprende por bem, acaba aprendendo por mal, e isso pode sair caro. Grande parte das vezes, os policiais são levados a usarem a caneta e aplicar uma multa por motivos aparentemente corriqueiros aos infratores. Porém, essas atitudes são necessarias num policiamento preventivo para evitar uma tragédia maior no futuro. Difícil é fazer o motorista compreender tal atitude.
“Como um exemplo prático, podemos pegar o uso do cinto de seguraça: de cada 10 motoristas flagrados sem cinto de segurança por exemplo, no mínomo 8 passarão a usar o cinto de forma correta dali pra frente. Infelismente, temos que forçar a consciência, fazendo ela pesar no bolso do infrator. (Cap. Otávio)
Veículos apreendidos
FONTE: PM BRUSQUE
Infrações lavradas
FONTE: PM BRUSQUE
Lei Seca LEI Nº 11.705, DE 19 JUNHO DE 2008. DECRETO Nº 6.488, DE 19 DE JUNHO DE 2008. Número de óbitos em acidentes de trânsito
INFRAÇÃO: Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool. (Dec. Lei = 2 dg/l ou 0,10 mg/l = 1 LATA DE CERVEJA) Penalidade – Gravíssima - multa (cinco vezes – R$957,00) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses; Medida Administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação
* Dados do IML em Brusque. ( ) Na região (Brusque, Botuverá, Guabiruba, Nova Trento e São João Batista). ** Óbitos na região (Brusque, Botuverá, Guabiruba, Nova Trento e São João Batista). Fonte IML/ Brusque. FONTE: PM BRUSQUE
CRIME Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 dc/l ou 0,3 mg/l (= 3 latas de cervejas) Pena: detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.
“De um modo geral, posso afirmar que a lei seca de certa forma dificultou o trabalho da polícia na hora de autuar o ato como crime de trânsito. Na lei anterior, bastava que o condutos estivesse sob influência de álcool pra ser considerado crime de trânsito, a quantidade mínima era aplicada na hora da concessão da multa. Com a lei atual a situação se inverteu, e de certa forma, beneficiou o motorista infrator.” (Cap. Otávio)
Fotos, dados, estat.isticas. Uma série de arquivos gerados atravéz da imprudência e desrespeito no trânsito de Brusque, região e do Brasil. sgundo o Cap Otávio da PM de Brusque, esses estudos ajudam a definir quais as causas de mais frequentes que trazem os condutores, passageiros e pedestres a óbito. De 2005 pra cá, tivemos aumento significativo no tamanho da frota por habitante, no número de habilitações emitidas, aumento também no número de acidentes e de infrações lavradas, porém percebemos uma queda no número de óbitos. Ainda segundo o Cap Otávio, ai que entra o trabalho preventivo da Polícia Militar, focando conscientizar a população das maiores ccausas de morte.
“Pra termos como base um caso real, podemos citar o caso do grande número de óbitos de motociclistas no transito. Em grande parte dos casos, foi constatado que a cinta jugular do capacete não estava devidamente ajustada de fazendo com que se soltasse da cabeça no momento da queda e perdendo sua principal função: proteger a cabeça. com esses dados na mão a Polí cia Militar trabalho em cima de conscientizar os motociclistas a esse respeito, fazendo com que esse número venha decaindo” (Cap Otávio)
Thayana N. H. Ricken, nascida em 22 de janeiro de 1987, em Manoel Ribas/PR, residente no município de Guabiruba/SC desde abril de 1991. Fotógrafa, acadêmica do Curso superior de Tecnologia em Fotografia – UNIVALI.