Parque Ecológico Sobradinho

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PARQUE ECOLÓGICO SOBRADINHO

uma conexão entre a cidade, as pessoas e o cerrado

Lucas Caldeira 1


Via contorno 1:12500

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2/2019

PARQUE ECOLÓGICO SOBRADINHO

uma conexão entre a cidade, as pessoas e o cerrado

ALUNO:

Lucas Willian Caldeira da Silva 12/0036592

ORIENTADORA:

Profª Vânia Raquel Teles Loureiro

BANCA EXAMINADORA: Profª Luciana Sabóia Profª Patrícia Gomes Profª Vânia Loureiro

Brasília/DF, 15 de novembro de 2019.

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sumário. introdução

apresentação: resgate ao dourado

consideraçãoes iniciais: requalificação urbana e ecológica problemática e justificativa objetivo e não escopo

09 10 12 13

contextualização

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limites

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localização objeto

referencial teórico

sistema de espaços livres públicos cidade para pessoas

dimensões morfológicas do processo de urbanização o cerrado metodologia

escala global escala local

diagnóstico

resumo das dimensões bioclimática e econômico-financeira resumo das dimensões funcional e copresencial

resumo das dimensões topoceptiva e expressivo-simbólica

4

07

16 19 23 24 25 26 27 29 30 31 33 64 66 68


proposta final

conceito: cerrado, mar de brasília

partido: o parque ecológico sobradinho escala global

via contorno pontes

peabiru

locação dos parques urbanos passarelas mirantes

mapa geral escala local

partido local

jardim de cerrado materiais

parques urbanos memorial

parque caliandra parque lobeira

parque palipalan

parque mangabeira parque pequi

71 72 74 77 78 80 82 84 86 88 90

parque jacarandá

120

parque das águas

126

parque arnica

parque canela-de-ema parque gomeira parque ipê

parque copaíba parque buritis

parque maniçoba parque murici

93

conclusão

96

referências bibliográficas

94 97

agradecimentos

122 128 129 130 131 132 136 137 138 138 139

99

100 102 106 108 112 114 5


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introdução.

as pessoas, a cidade e o Cerrado

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O ameaรงado dourado do Cerrado - foto de Ruy de Menezes Coitinho, 2014

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RESGATE AO DOURADO O Cerrado brasileiro é um bioma sob constante pressão. Principal vítima da expansão da fronteira agrícola, este hotspot vê sua área ser reduzida ano após ano pelo aumento da urbanização e, principalmente, pelo crescimento da região de exploração agropecuária.

Com isso, cada vez mais a fauna e a flora do bioma têm sua capacidade de reprodução e sobrevivência ameaçados, forçando a variabilidade genética e o tráfego de biodiversidade para baixo, o que torna urgente medidas de preservação das espécies. Essa redução da biodiversidade, somada a questões culturais, leva o povo que vive no Cerrado à ignorância sobre o bioma. Retrato disso é a quase inexistência de espécies herbáceas e arbustivas presentes nos canteiros públicos, jardins particulares e viveiros comerciais, levando muitos a crer que lenhosas, como o ipê, são unanimidade em termos de representatividade do Cerrado.

A partir disso, uma das formas de se preservar o bioma é conscientizando a população que nele vive, permitindo não só o interesse pela paisagem das suas diversas fitofisionomias, mas também pela pesquisa de cultivo e restauração e pela fundamental pressão social sobre os agentes políticos e econômicos capazes de tomar medidas efetivas contra a sua acelerada extinção. Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo projetar um Parque Ecológico e Urbano no coração de Sobradinho/DF, região de Cerrado do Planalto Central brasileiro, de modo a não só levar lazer e espaços de convivência à população, mas também servir como Parque-Escola, onde serão feitas tentativas de reprodução da flora do Cerrado, em especial a flora com potencial ornamental e de restauração de áreas degradadas, numa síntese berçário-museu.

Como consequência direta, também servirá para preservar o restante de Cerrado nativo dessa região administrativa, que é importante corredor ecológico entre o Rio São Bartolomeu, a Reserva Biológica da Contagem e o Parque Nacional de Brasília.

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REQUALIFICAÇÃO URBANA E ECOLÓGICA Enxergando o Parque proposto como protagonista de uma requalificação urbana e ecológica, é preciso propor a partir dele um conjunto de adequações capazes de permitir a apropriação e o respeito ao espaço pelas pessoas, além de manter por mais tempo sua identidade local, tanto na dimensão natural quanto na dimensão artificial. Essa requalificação terá o paisagismo e a proposição de atividades e conexões como eixos estruturadores, os quais apontarão para um conjunto de mudanças espaciais harmonizado com a manutenção de parte das características consolidadas (paisagens naturais, rotas). Trata-se, portanto, de uma série de ações geradoras de novos usos e novas percepções originada a partir de uma síntese entre aquilo que existe e aquilo que seja capaz de melhorar. Posto isso, ao analisar a área objeto de estudo, no caso o Parque Recreativo Sobradinho e as áreas adjacentes, percebe-se a necessidade de sua requalificação frente ao desperdício de potencialidades. O local pode ser resumidamente descrito como um espaço implantado entre as regiões administrativas de Sobradinho e Sobradinho II, dotado de infraestrutura viária, de um terminal rodoviário de transporte coletivo, de quadras e campos de futebol, de áreas verdes, com uso do solo predominantemente residencial e com a presença frequente de praticantes de caminhada e de ciclismo. Esse cenário é contraposto à falta de integração entre ciclistas, motoristas e pedestres, que utilizam o mesmo espaço, à falta de segurança, às péssimas condições bioclimáticas, às deficiências estéticas e simbólicas, à falta de mobiliário urbano, à segregação espacial, a degradação ambiental, entre outros problemas. Portanto, o local apresenta um péssimo desempenho, ainda mais se considerarmos que a cidade deve promover o alcance aos atuais direitos constitucionais, como aqueles relativos à cidade, à moradia, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao transporte, ao lazer e à segurança.

Acredita-se que o baixo investimento estatal, centralizado no Plano Piloto da capital federal, contribuiu para o agravamento desse estado, favorecendo o aparecimento de mais assentamentos irregulares e a formação de uma morfologia descontínua e desordenada. Por conta disso, a comunidade se viu obrigada ou a utilizar esses espaços precários ou a se deslocar para outras regiões ou a simplesmente se abster dos espaços livres públicos, reforçando ainda mais a exclusão e o status da região como “dormitório”. 10


Para reverter esse cenário é preciso uma análise profunda e sistêmica da atual performance do objeto de estudo nas escalas local – contemplando um diagnóstico do objeto de estudo e do seu entorno imediato, e regional – abrangendo as demais áreas das regiões administrativas de Sobradinho e Sobradinho II e parte do sistema de espaços livres públicos do Distrito Federal.

Considerando a abordagem contemporânea de planejar e projetar a cidade para as pessoas1, será utilizada a metodologia das Dimensões Morfológicas do Lugar2. Essa metodologia permitirá entender como o espaço se apresenta para as pessoas através da aplicação de ferramentas distribuídas nas seis dimensões propostas: bioclimática, copresencial, econômico-financeira, expressivo-simbólica, funcional e topoceptiva.

Ainda nessa visão sistêmica, para que o diagnóstico e o projeto sejam eficientes, o objeto de estudo será considerado como parte de um sistema de espaços livres públicos (SELP)³, o que sugere o cumprimento de diretrizes capazes de relacioná-lo com os espaços livres locais e regionais. Dentre essas diretrizes, pode-se citar a promoção da integração através de um sistema viário democrático (pedestre-bicicleta-automóvel), de corredores arbóreos, dos jardins de Cerrado e da implantação racional do mobiliário urbano. Espera-se que o projeto solucione os problemas apontados pelo diagnóstico e garanta um bom desempenho do objeto de estudo, o qual também deverá dialogar com seu sistema, de modo a garantir o acesso e a apropriação do espaço pelas pessoas. Assim, poderão ser cumpridos os princípios da Política Urbana e os direitos ordenados pela Constituição Federal de 1988, essenciais à comunidade ali inserida.

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Neste trabalho, essa abordagem será baseada nas obras de Jane Jacobs

(JACOBS,2011) e Ian Gehl (GEHL, 2013);

2 São as dimensões para análise do desempenho morfológico dos lugares, concebidas

pelo grupo de pesquisa Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (DIMPU), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Como metodologia,

essas dimensões permitem analisar o espaço através de várias camadas de correlação entre os grupos sociais e seu meio ambiente (KOHLSDORF, 2017).

3 Sistema de espaço livre público é uma rede inter-relacionada de espaços abertos e de propriedade pública, livres de um invólucro construtivo. Contempla as áreas verdes, como

parques e praças, o sistema viário, os terrenos vazios (MACEDO, 1995; MAGNOLLI, 1982; QUEIROGA, 2011).

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PROBLEMÁTICA

JUSTIFICATIVA

A partir da observação do lugar (como morador), constatou-se que a via de contorno do Parque Recreativo Sobradinho II é utilizada com frequência pela comunidade, mas sem apresentar um desempenho satisfatório. No geral, a comunidade se desloca até o local para utilizar o terminal rodoviário, para atravessar as pontes e passarelas entre Sobradinho e Sobradinho II, para colher frutas ou para praticar caminhadas e ciclismo.

Após perceber problemas no espaço urbano, o campo da Arquitetura e do Urbanismo, em conjunto com a comunidade, com o Estado e com outras áreas do conhecimento, deve ter uma postura crítica e construtiva, respondendo com proposições eficazes e baseadas em metodologias condizentes com a realidade local.

Apesar das potencialidades, as vias da área consolidada de Sobradinho II não possuem uso democrático, sendo projetadas apenas para automóveis. Os pedestres precisam dividir as poucas calçadas estreitas e os ciclistas se arriscam em vias sem acostamentos ou ciclofaixas. A via paralela ao parque quase sempre não possui calçada, sendo contornada predominanemente por via bidirecional de velocidade máxima de 30 a 60 km/h.

Outra local precário é a área interna do parque, protegido pelo Instituto Brasília Ambiental – IBRAM1. A área é prodominntemete formada por Veredas, Mata de galeria e Campo Sujo de Cerrado, com muitas espécies invasoras, despejo irregular de esgoto e acumulação de lixo. Nele não há nenhuma benfeitoria, apenas ocupação de chacareiros, um curral público e uma passarela de madeira que liga Sobradinho à Sobradinho II, conforme será ilustrado no capítulo de diagnóstico. Um ponto a destacar é o vazio ao redor do Parque. Tanto em Sobradinho, quanto em Sobradinho II existem áreas vazias oriundas do parcelamento urbano, com muros distantes em média 85 metros da borda do parque, aumentando a sensação de insegurança e dificultando o uso do espaço na escala local. Soma-se a isso o predominante uso residencial da área de expansão, distante em média 600 metros dos principais aglomerados comerciais da região.

É preciso, portanto, abordar esse cenário com um diagnóstico formal, através de metodologias pesquisadas e consolidadas. A partir desse diagnóstico, o projeto poderá ser subsidiado com informações precisas e será capaz de propor soluções que respeitem as diversas dimensões do espaço, tornando-o adequado para as pessoas e para a preservação do Cerrado.

1 Órgão público distrital executor das políticas públicas ambientais e de recursos hídricos no Distrito Federal. Administra os parques e responde pelos trabalhos de restauração necessários à preservação do Cerrado nessas equipamentos.

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É essa postura que justifica o trabalho do arquiteto e urbanista, que, motivado por um problema, contribui com soluções necessárias à melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Sobre os direitos da comunidade, a Constituição Federal de 1988 previu como princípios da Política Urbana o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia do bem-estar de seus habitantes. Tal entendimento foi ampliado com a publicação do Estatuto da Cidade2 e do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT)3, ambos reforçando a importância do espaço público na vida das pessoas. Isso significa que a proposição da requalificação urbana e ecológica do objeto de estudo constitui resposta aos ordenamentos constitucionais e infraconstitucionais e, se bem concebida, torna-se-á verdadeira ponte para a consecução de direitos. Acredita-se que a aplicação de ferramentas metodológicas consolidadas, baseadas em pesquisas acadêmicas e em aplicações práticas, poderá direcionar a proposição das estratégias de projeto. Por isso foi proposta uma abordagem baseada no método das Dimensões Morfológicas dos Lugares, já que ela permite uma visão sistêmica e integrada das múltiplas formas de correlacionar o espaço com as pessoas. Além disso, como suas ferramentas metodológicas são amplamente testadas, ela possibilita a elaboração orientada do diagnóstico e do projeto. Já a interpretação do espaço como elemento de um Sistema de Espaços Livre Públicos é justificada por ele estar, de fato, integrado a um conjunto interrelacionado de outros espaços, principalmente através do sistema viário, dos conectores ambientais e da paisagem.

Propor sua qualificação sem considerar essas relações pode gerar novas deficiências morfológicas e não resolver o atual problema.

2 Lei federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta a Política Urbana da Constituição Federal de 1988;

3 Lei complementar n° 803/ 2009. É o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana do DF.


OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é propor a requalificação urbana e ecológica do Parque Recreativo Sobradinho, criando uma nova conexão entre as pessoas, a cidade e o Cerrado, com foco na interação entre os diferentes usuários e as diferentes expectativas sociais, reconhecidas a partir da análise da configuração do lugar. Os objetivos específicos são:

1. Diagnosticar: levantando as características e estudando a performance do objeto de estudo e do seu entorno – escala local – e da demais áreas de Sobradinho e Sobradinho II – escala regional;

2. Conectar: através da proposição de novas rotas de deslocamento e da qualificação das vias para uso democrático por pedestres, ciclistas e motoristas; 3. Fomentar a permanência através da proposição de novas atividades, novos usos do solo e de estratégias bioclimáticas e de segurança;

4. Promover o convívio por meio da implementação ou da revitalização de equipamentos de lazer e do mobiliário urbano; 5. Restaurar, a partir da criação de um novo conceito paisagístico que auxilie na reprodução e na divulgação de espécies do Cerrado, sem deixar de criar um ambiente propício para a vida urbana com qualidade e para apreeensão da paisagem. diagnosticar

conectar

permanecer

conviver

restaurar

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contextualização. sobradinho: a cidade serrana

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LOCALIZAÇÃO A área de projeto fica no encontro entre as regiões administrativas de Sobradinho e Sobradinho II, Distrito Federal, distante aproximadamente 18km da Esplanada dos Ministérios.

Ela está dentro da Unidade de Planejamento Territorial Norte, que se vincula às diretrizes do Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT/2009. Sua parte mais meridional é limitada pela BR-020, via utilizada principlamente pela população de Sobradinho e de Planaltina para acesso ao Plano Piloto de Brasília. Sobradinho foi fundada em 1960 para abrigar a população que auxiliou a construção de Brasília e para aumentar a capacidade agrícola do DF, desenvolvida na região desde pelo menos o século XIX. O arquiteto Paulo Hungria Machado foi quem desenvolveu o primeiro estudo urbanístico.

Sobradinho II surgiu na década de 1990, época em que era chamado de Núcleo Habitacional Sobradinho II, parte integrante da RA de Sobradinho. Tinha como objetivo abrigar famílias que residiam em condições precárias em Sobradinho e em outras regiões. Nota-se também a expansão de loteamentos irregulares na região, em especial na Fazenda Paranoazinho (privada), na Fazenda Sálvia (pública) e em outras glebas.

Atualmente a Urbanizadora Paranoazinho S.A., responsável pela gleba da Fazenda Paranoazinho, está realizando uma regularização fundiária na região.

A empresa também é responsável pelo recém aprovado projeto da denominada Cidade Urbitá, que obteve autorização distrital para ser construída na região¹. _________________________________________________________

1 Ressalta-se que a Cidade Urbitá faz divisa com praticamente toda a porção oeste da área de projeto. A Urbanizadora Paranoazinho S.A. gentilmente cedeu materiais para a confecção deste trabalho, mas ainda sim não foi possível realizar o diagnóstico da área, pois os dados não foram entregues em sua totalidade, em especial o projeto urbanístico. De todo modo, o auxílio da Urbanizadora ao ceder os materiais foi primoridal para o desenvolvimento do projeto, em especial na parte ambiental.

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A região formada por Sobradinho II e Sobradinho é cercada por uma vasta área de condomínos irregulares e desconexos com a área consolidada. Essa mancha de ocupação irregular, somada às últimas expansões, aproxima-se dos corpos d´’agua e da massa vegetal.

Nota-se que a região possui ampla área permeável, com diversas barreiras naturais, como as massas vegetais, os vários córregos e uma cadeia de morros, que lhe dão a fama de “Cidade Serrana”. A Região está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Maranhão, na Unidade Hidrográfica do Córrego Brejo do Lobo e do Ribeirão Sobradinho, afluentes do Rio São Bartolomeu, e na Área de Proteção Ambiental - APA do Planalto Central.

O mapa à direita evidencia o sistema de parques do DF, onde se destaca o Canela de Ema (1), Viva Sobradinho (2), Jequitibás (3), Vivencial de Sobradinho (4), Reserva Biológica da Contagem (5), Nacional (6), Burle Marx (12), Olhos D’água (13) e da Cidade (28).

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REGIÕES LIMÍTROFES A área de projeto possui 297 hectares, sendo limitada ao norte por Sobradinho II (azul), a sudeste por Sobradinho (vermelho), a oeste pela Cidade Urbitá (amarela) e por condomínios (roxo).

A PDAD 2018¹ identificou que população urbana da RA Sobradinho II era de 85.574 pessoas, sendo 52% do sexo feminino. A idade média era de 33,1 anos. O mesmo estudo apontou que a RA de Sobradinho tinha em 2018 uma população urbana de 60.077 pessoas, sendo 53,3% do sexo feminino. A idade média era de 35,5 anos.

Já a Cidade Urbitá foi aprovada para uma população de 118 mil habitantes, com uma previsão de ocupação total em 40 anos.

Consideradno esse prazo de 40 anos e a taxa de crescimento populacional anual de 1,36%², a região poderá ter uma população de até 360 mil pessoas, o que levaria a uma relação de aproximadamente 1200 hab/hectare da área do Parque em 2060. Ressalta-se que esta relação só poderá ser precisa com um estudo demográfico específico de crescimento urbano da região, que não é objetivo deste trabalho. Mas, pelos dados atuais, é possível notar a forte pressão populacional sobre a área a ser preservada, justificando a proposição projetual para contenção do processo de degradação e criando soluções de lazer e qualificação paisagística para a população adjacente.

1 Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2019. De autoria da Companhia de Planejamento do Distrito Federal. 2 Resolução nº 3/2019 (publicada no Diário Ofical da União de 28/08/2019, seção 1, pg. 374). Estimativa para população de Estados e Municípios. De autoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitica.

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OBJETO Em cinza podemos ver as vias de Sobradinho, Sobradinho II e Condomínios disponibilizadas pelo Geoportal da SEDUH/DF, em 2019.

Em azul estão as vias da Cidade Urbitá, desenhadas a partir de uma imagem da apresentação pública feita pela Urbanizadora Paranoazinho S.A. ao CONPLAN/DF¹, em 2018. Ressalta-se que o desenho urbano da Cidade Urbitá utilizado neste projeto é apenas uma tentativa de aproximação ao desenho apresentado ao GDF, não representado necessariamente o projeto original ou o aprovado, visto não estarem disponíveis até o fechamento deste trabalho. Em vermelho está o contorno da área de projeto, com 297,04 ha.

1 Apresentação realizada na 66ª Reunião Extrordinária do CONPLAN/DF, em 20/12/2018. O desenho das vias está na pg. 30 do documento, conforme link <https://bit.ly/2q60FXG> (último acesso em 12/11/2019).

Cidade Urbitá (créditos: Urbanizadora Paranoazinho S.A.)

Via contorno 1:12500

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PARQUE NACIONAL

GRANDE COLORADO

REBIO

SOBRADINHO II

URBITÁ

PARQUE

BR-020

SOBRADINHO

Vista aérea da área de projeto com a BR-020 como limite. Créditos: Urbanizadora Paranoazinho S.A.

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LAGO PARANOÁ PARQUE NACIONAL GRANDE COLORADO REBIO

URBITÁ

SOBRADINHO II

LAGOA

Vista da Lagoa Canela-de-Ema, pertencente à área de projeto. Note o Lago Paranoá ao fundo. Créditos: Urbanizadora Paranoazinho S.A.

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referencial teórico. “Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.”

Isaac Newton

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O SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS Para Macedo (1995) e Magnoli (1982) espaço livre é aquele não ocupado por um volume edificado, não contido em um invólucro, descoberto. É o vazio, o negativo daquilo que é construído. Pode ser “público”, como parques, praças, campos de futebol, ruas, calçadas, corpos hídricos; ou “privado”, como quintais, áreas de lazer em condomínios, recuos, pátios internos, estacionamentos descobertos, áreas verdes.

Segundo Macedo (1995), existem várias espécies de espaços livres, como: as áreas de lazer, que podem ser ativas (espaços para jogos e brincadeiras) ou contemplativas (possuem valor cênico/paisagístico expressivo); as áreas verdes, que são aquelas com massa vegetal de valor social; e as áreas de circulação, que contemplam o sistema viário.

Macedo (1995, pg. 19) também ensina que não devemos confundir espaço livre com área verde, sendo esta apenas uma espécie daquele. Ele aponta para o perigo em achar que a vegetação estrutura espaços ou em relacionar imediatamente as áreas verdes com o lazer urbano, pois, caso elas estejam mal distribuídas ou em locais de difícil acesso, podem não ter um significado social expressivo para o uso cotidiano (como uma reserva ecológica de entrada controlada). Já para Queiroga e Benfatti (2007), é importante destacar a diferença entre as esferas pública e privada e os espaços relacionados. A esfera pública é aquela onde acontecem as relações da coletividade, a copresença, a política, o “se mostrar”, onde se desenrola a vida pública. A esfera privada é onde ocorre a intimidade, a vida familiar, os assuntos que se retiram à individualidade.

Para Morin (2008 Apud Queiroga, 2011, p. 27), um sistema é um objeto complexo, paradoxalmente aberto – pois se relaciona com outros sistemas - e suficientemente fechado – para que possa ser caracterizado como sistema. Um sistema é formado por elementos que se relacionam, constituindo uma organização e uma estrutura estável, “o todo sistêmico”, podendo conter subsistemas. Dessa forma, Queiroga (2011) propõe entender o sistema de espaços livres (SEL) urbanos como:

“(...) os elementos e as relações que organizam e estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um determinado recorte urbano – da escala intraurbana à regional. Como um sistema aberto, o SEL urbano se relaciona ao SEL regional, e assim sucessivamente, redefinindo-se reciprocamente em um processo dialético escalar”.

Ele afirma que os espaços livres públicos não precisam, necessariamente, ser conectados fisicamente (ex.: a contribuição ambiental das áreas permeáveis de uma cidade). Nesse sentido, a conexão física é apenas uma das possíveis interrelações do SEL. Posto isso, entende-se que uma abordagem de projeto baseada num Sistema de Espaços Livres Públicos (SELP) permite ações específicas em pontos determinados do tecido urbano, de modo a induzir uma reverberação da apropriação da cidade. Isso dispensaria a qualificação imediata de todos os espaços livres públicos, sugerindo uma série de intervenções específicas no decorrer dos anos.

Ao definir o conceito de espaço livre público, Queiroga (2011) o limita àquele de propriedade pública, classificando, por conseguinte, o espaço livre privado como aquele de propriedade privada. Nota-se, portanto, que o conceito de espaço público é relativizado para “espacialidade pública”, retirando do conceito de espaço livre público aqueles de propriedade privada (shoppings, estádios, universidades privadas, feiras privadas).

O mapa de permeabilidade da extremidade nordeste do Parque Recreativo Sobradinho - esquerda - é equivalente ao Sistema de Espaços Livres Públicos (área branca). Já o mapa de cheios e vazios - direita - representa o Sistema de Espaços Livres, público e privado (área branca), pois considera as áreas não construídas internas aos lotes.

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CIDADE PARA PESSOAS

Figura a - O urbanismo modernista e o seu funcionalismo. Os vazios destacam o desenho, mas afastam as pessoas. Créditos: Le Corbusier.

Ao criticar o conceito de cidade como máquina e focar no conceito de “cidade para pessoas”, teóricos como Jan Gehl (2013) e Jane Jacobs (2011), apesar de diferentes abordagens, afirmam que um conjunto de características e ações poderia ou não favorecer a permanência e a interação de pessoas em um determinado espaço. Eles defendiam que pessoas seriam atraídas por pessoas, e não apenas por lugares. A partir de observações empíricas, Gehl e Jacobs estudaram quais propriedades e características os espaços públicos devem ter para que haja circulação, interação e permanência de pessoas.

Para Jacobs (2011) a diversidade de usos e de tipologias edilícias possui o poder de atrair uma maior variedade de pessoas e de interesses. Ela defende que a concentração de edifícios e a implantação de quadras mais curtas diminuem as distâncias a serem percorridas, o que gera uma maior circulação e uma melhor apropriação do espaço, alimentando a sustentabilidade local e a sensação de segurança. Ainda sobre a segurança, Jacobs destaca que os edifícios devem voltar-se paras as ruas (olhos da rua), com aberturas ativas nas fachadas, promovendo a vigilância entre pares e fomentando a segurança entre desconhecidos.

Figura b - Proposta de multiplas atividades urbanas: feiras, comércios com fachadas ativas, encontros. Créditos: Natália Garcia.

Com uma abordagem mais sistemática, Gehl (2013) estuda o comportamento humano e a forma de apropriação do espaço através dos sentidos, estabelecendo propriedades espaciais que induzem ou não o contato interpessoal. Ele afirma que a definição correta dos desníveis dos caminhos, a especificação eficaz dos pisos e dos mobiliários, a arborização bem distribuída, a escolha dos fluxos, a integração entre os tráfegos de pedestres, motoristas e ciclistas e a redução das distâncias promovem a apropriação do espaço. Ele também defende, assim como Jacobs, que a movimentação de pessoas atrai outras pessoas e que a ativação das fachadas aumenta a segurança através da vigilância mútua.

Ele classifica as atividades em: “necessárias”, aquelas atividades, em parte, obrigatórias (ir ao trabalho, ir à escola, buscar a correspondência, pegar um ônibus, fazer compras); “opcionais”, aquelas executadas a partir do desejo pessoal e das condições apresentadas pelo espaço e pelo tempo (fazer caminhada, praticar ciclismo, sentar e apreciar a paisagem ou tomar banho de sol); e “sociais”, aquelas atividades copresenciais, que dependem da presença de outras pessoas, como conversas, brincadeiras entre crianças, prática de esportes coletivos ou simplesmente parar e apreciar o “movimento” da cidade e dos seus transeuntes.

Figura c - Rua das Flores, Curitiba, Paraná, Brasil. A movimentação de pessoas gera a vigilância mútua. O mobiliário e o desenho promovem a permanência. Créditos: Natália Náiade.

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DIMENSÕES MORFOLÓGICAS DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO Figura a - dimensão bioclimática nas sombras de Maringá-PR. Créditos: Suely Sanches

Ao avaliar a performance e ao propor parâmetros de desempenho do espaço urbano, faz-se necessária uma leitura multidimensional, garantindo que as formas de percepção e de apropriação desse espaço pelas pessoas sejam consideradas.

Macedo (1995, pg. 24) ensina que a adequação do SELP deve respeitar as dimensões: (a) funcional, com a correta conformação morfológica e dimensional para garantir usos específicos; (b) ambiental, que permite ao usuário condições de salubridade na execução das atividades; e (c) estética. Já Kohlsdolf (2017) apresenta um método organizado através de seis expectativas criadoras de dimensões que correlacionam grupos sociais e seu meio ambiente, denominado Dimensões Morfológicas do Lugar. Em síntese, essa abordagem permite a decomposição do espaço, de modo a conhecer o domínio cognitivo de qualquer situação arquitetônica.

Figura b - dimensão copresencial nesse cenário para fotos no Central Park-NY. Créditos: Pratyeka, 2010.

No presente trabalho será utilizado o método das Dimensões Morfológicas do Lugar, pesquisado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, que contempla as dimensões:

Figura c - dimensão econômico-financeira nessa estrutura da CPTM em Guarulhos. Créditos: Viajabi.com.br.

a) bioclimática, que correlaciona expectativas de conforto físico humano com as características climáticos do meio;

b) copresencial, que trata das relações entre configurações espaciais e sistemas de interação entre pessoas; c) econômico-financeira, que correlaciona a quantidade de recursos com os indivíduos beneficiados ou onerados; d) expressivo- simbólica, que analisa a capacidade dos espaços em despertar nossas emoções estabelecendo vínculos afetivos e construindo significados

Figura d - dimensão expressivo-simbólica no piso do Parque Superkilen, Dinamarca. Créditos. Emily Lavieri-Scull, 2013.

e) funcional, que correlaciona expectativas de adequação e eficiência espaciais a atividades pragmáticas desenvolvidas ou pretendidas por pessoas; e

Figura e - dimensão funcional no desenho viário dessa rua de Copenhague. Créditos: esglobal.org.

f) topoceptiva, que contempla as características espaciais capazes de oferecer noções de localização.

Figura f - dimensão topocetiva no conjunto de buritis dessa Vereda do Cerrado. Créditos: Arnaldo Silva.

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O CERRADO O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, representando cerca de 23% da área do território, predominantemente na região do Planalto Central, e abarcando pelo menos 11 Estados da Federação e o Distrito Federal¹.

Ele faz a transição entre os outros biomas locais (a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Pantanal e a Caatinga), além de estar presente em outros países sulamericanos, como Paraguai e Bolívia¹. O Clima predominante é o Tropical Sazonal, com estação chuvosa e estação seca bem marcadas e precipitações concentradas entre outubro e março. Além disso, a temperatura diária é de grande oscilação¹.

A vegetação do Cerrado possui formações savânicas – com predomínio de herbáceas, campestres – com predomínio de herbáceas e arbustivas, e florestais – com predomínio de arbóreas¹. Essa diversidade ainda é ampliada nos diferentes tipos fitofisionômicos que formam as diferentes paisagens do bioma, tais como o Campo Limpo, o Campo Sujo, a Vereda, a Mata Ciliar e o Campo Rupestre.

Figura g - Principais fitofisionomias do Cerrado. Créditos. Manuel Ferreira, Laerte Gumarães Ferreira, Alfredo Huete e Alejandro Peccinini, 2006.

Muitas espécies vegetais do bioma tornaram-se xeromórficas (adaptadas à seca), desenvolvendo estratégias contra o solo pobre em nutrientes, rico em alumínio, arenoso ou rochoso e contra os incêndios que ocorrem anualmente nas áreas de Cerrado. Com isso, é notória a presença de cascas com cortiça grossa e caule retorcido, espinhos, proteção por pilosidade, folhas espessas e duras, além de raízes profundas para a captação de água dos lençóis freáticos¹, o que permite que mesmo na seca o Cerrado apresente verde e até mesmo flores e frutos.

Essa relação do Cerrado com as raízes é fato relevante, pois nas vegetações de porte alto e médio elas chegam a ser maiores que a parte visível das plantas, o que dá ao bioma a alcunha de floresta invertida (ou floresta enterrada).

Em algumas herbáceas, as raízes são superficiais, favorecendo a manutenção da agua na parte superior do estrato do solo. Essa relação das raízes, por exemplo, é o que permite a rebrota, que faz com que o Cerrado se recupere após as constantes queimadas. Outro ponto, o desenvolvimento das herbáceas e arbustivas, predominantes nas formações campestres e savânicas, dá-se pelos espaços não sombreados pelas espécies arbóreas. Inclusive é comum encontrar árvores de baixa densidade folicular e de copa elevada, o que permite a passagem da luz solar para o crescimento de herbáceas, e arbustivas em sua base, as quais, como dito, possuem a capacidade de manter o solo úmido por alguns períodos e beneficiam-se da matéria orgânica despejada pelas árvores.

Essa é a base da composição paisagística do Cerrado: um tapete de herbáceas, em tons amarelados, com incrustações de arbustos, árvores e, a depender da época, de flores e frutos. A topografia, a presença de corpos d’agua e as formações rochosas completam o mosaico de texturas e formas. Essas interações das espécies vegetais com o clima, a umidade, a iluminação e o solo é expandida com a relação com os fungos, as bactérias, os insetos e os animais, gerando uma alta biodiversidade de cores, texturas, tamanhos e formas. São 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas, cerca de 199 espécies de mamíferos, cerca de 837 espécies de avifauna, 1200 espécies de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios². 1 RIBEIRO; WALTER, 1988 apud BOKOS, 2017, p.14-15.

2 Ministério do Meio Ambiente. O Bioma Cerrado. Disponível em <https://www. mma.gov.br/biomas/cerrado> (último acesso em 11/11/2019).

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metodologia. produzindo um parque

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METODOLOGIA: ESCALA GLOBAL A metodologia de projeto contempla os conceitos essenciais, procedimentos e ferramentas que servirão para diagnosticar e propor as soluções pretendidas. É a apresentação detalhada de todas as ações e metas para produção do parque. A ideia geral é aplicar as dimensões morfológicas do lugar (DIMPU) no parque e em seu tecido urbano imediato, de modo a aprender sobre o espaço e propor soluções na escala global, que envolve o parque como um todo, e na escala local, que envolve soluções pontuais em determinada localidade do parque. Além dela, uma metodoliga espécifica de composição paisagistica (melhor explicada a frente) será aplicada de forma complementar na escala local.

Como processo de aplicação das Dimensões Morfológicas do Lugar será seguido o procedimento definido por Kohlsdolf (2017), a saber: (a) análise: explicar os fenômenos e as situações do lugar de acordo com suas prováveis implicações nas seis dimensões, descrevendo elementos e categorias incidentes em cada uma; (b) Diagnóstico: julgar, tanto individual como globalmente, a convergência do fenômeno e da situação quanto ao seu desempenho efetivo nas seis dimensões; (c) Programação: sugerir novas metas de modo a superar os problemas detectados. (d) Novo ciclo: iniciar outro ciclo de análise e avaliação da proposta, elaborando outra, caso necessário. Tanto a análise, quanto o diagnóstico devem contemplar as seis dimensões.

.ANÁLISE

.DIAGNÓSTICO

.PROGRAMAÇÃO

.NOVO CICLO

I.

CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

a) b) c)

Localização geral com elementos principais (vias, áreas verdes, cursos de água, etc.) Caracterização Socioeconômica da área e envolventes (Dados PDAD, RA, outros) Enquadramento da área no panorama da legislação urbanística do DF

II.

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE MORFOLÓGICA DA ÁREA DE ESTUDO

a)

Categorização dos elementos de desenho urbano presentes na área e envolvente direta • Elementos fundiários (macro e micro parcela); • Elementos de áreas livres (circulação, espaços livres e vegetação); • Elementos do Sítio físico (terreno, solo, recursos hídricos); • Elementos edilícios (tipologias); • Elementos complementares (mobiliário urbano, sinalização, marcos visuais, outros); • Estrutura de atividades (usos e dinâmicas predominantes).

II.

IDENTIFICANDO PROBLEMÁTICAS

a)

Análise Dimensional da área e envolvente consolidada • Dimensão Funcional; • Dimensão Bioclimática; • Dimensão Econômico-financeira; • Dimensão Expressivo-Simbólica; • Dimensão Topoceptiva; • Dimensão Copresencial.

b) Síntese das problemáticas encontradas (confronto entre os dois momentos de caracterização espacial); IV. ESTUDO DE CASO Figura a - Fluxo de procedimentos. As etapas de diagnóstoco e de programação deverão respeitar as 6 dimensões morfológicas. A etapa de programação será derivada dos resultados do diagnóstico, do questionário e dos padrões definidos no estudo de caso.

A seguir serão apresentadas as atividades inerentes a cada etapa, baseadas nas recomendações da abordagem dimensional (Kohlsdorf, 2017) e no plano de curso da disciplina de Projeto de Urbanismo I (2/2017), de autoria das professoras Liza Andrade e Vânia Loureiro, docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAUUnB).

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a) Escolha das referências projetuais de parques urbanos; VI. DEFINIÇÃO DAS INTENÇÕES/ PARTIDO b) Definição do partido e das intenções do projeto (croquis, esquemas, plantas,etc.); c) Definição dos padrões espaciais complementares (croquis, esquemas, etc.). VII. PROPOSTA a) Negociação entre cada dimensão; b) Proposta final.


METODOLOGIA: ESCALA LOCAL Na escala local de projeto, que contempla os parques urbanos que comporão o Parque Ecológico (escala global), será utilizada uma adaptação à metodologia paisagística de jardins naturalistas de Piet Oudolf¹, que defende o uso de uma comunidade diversa de espécies vegetais frente ao cultivo tradicional de blocos de uma mesma espécie.

Considerando a utilização exclusiva da flora do Cerrado na composição dos jardins do projeto, que se justifica pela prevenção da introdução de espécies invasoras, a metodologia defendida por este trabalho consiste nos seguintes passos: 1. Desenhar as jardineiras, caminhos e demais soluções de mobiliário conforme diagnostico, conceito e partido;

2. Pesquisar a fitofisionomia e as condicionantes do local do jardim, que neste projeto consiste predominantemente de Campo Limpo e Campo Sujo degradados; 3. Definir as árvores âncora, que são aquelas proximas a via e que servem de marco visual para o parque urbano (concentrar árvores na borda é necessario para evitar sombreameo excessivo nas herbáceas e arbustivas). 4. Definir o grupo de espécies matriz, que são aquelas que irão forrar o solo, servindo de suporte para a composição paisagística. Recomenda-se a utilização de herbáceas, em especial gramíneas;

5. Definir o grupo de espécies dispersas, que são aquelas capazes de preencher e articular a paisagem com cores cromáticas em contraste com as espécies matrizes. Recomenda-se o uso de herbáceas e arbustivas com flores, frutos ou folhas de cores e texturas marcantes. 6. Definir o grupo de espécies protagonistas, que são aquelas capazes de chamar a atenção do observador na paisagem. Recomenda-se o uso de espécies arbóreas e arbustos com baixa densidade folicular.

Figura b - Oudolf private garden. Créditos: Piet Oudolf, 2011.

Essa estratégia de projeto foi escolhida por se aproximar da situação natural de competitividade e de relações ecológicas enfrentada pelas espécies vegetais que compõem o mosaico do bioma, além de facilitar a execução dos jardins de Cerrado, que poderá ter cultivo por semeadura direta², por exemplo. Além disso, e dentro da ideia de Parque-Escola e da síntese berçário-museu, que posiciona o parque como centro de pesquisa e cultivo de espécies de Cerrado para difusão e apresentação ao público, a estratégia dos jardins naturalistas permite reunir diversos tipos de espécies de uma mesma paleta de cores e de diferentes texturas, alturas e formas.

As condicionantes locais, como já explicado, são o reduzido catálogo de espécies herbáceas e arbustivas com potencial ornamental e de cultivo dominado, a disponibilidade de mudas e sementes e as características físicas da região, que definirão o custo de execução e de manutenção (clima, temperatura, solo, polinizadores).

A partir daqui é possível notar que, para o sucesso da execução do projeto, é fundamental a participação de pesquisadores, de profissionais e de membros da comunidade acostumados com o cultivo de espécies das diferentes fitofisionomias, algo que mais que justifica enxergar o projeto como Parque-Escola, forjado de uma interação entrea academia e a sociedade.

Com isso, a própria estratégia projetual de utilizar espécies locais gera a necessidade de infraestruturas especificas, como viveiros de mudas, armazéns de sementes e orquidários, por exemplo. Como nota importante, apesar de a metodologia de Piet Oudolf servir de base para este projeto, cito a forte influência do excelente trabalho desempenhado pelo escritório Mariana Siqueira Arquitetura da Paisagem³ e pelo importante ensaio teórico da arquiteta e urbanista Helena Bokos4. 1 OUDOLF, P.; GERRITSEN, H. Planting the Natural Garden. Portland: Timber Press, 2003.

2 Consiste em lançar sementes de espécies vegetais diretamente no solo, sem grandes mobilizações de terra, sendo particularmente importante para os estratos herbáceo e arbustivo. 3 Coordenado pela Arquiteta e urbanista Mariana de Melo Siqueira, idealizadora do projeto Jardins de Cerrado, que visa à criação de uma expressão paisagística para a savana brasileira.

4 BOKOS, H. Jardins de Cerrado: Ideias para a criação de uma identidade paisagística utilizando a flora nativa. Brasília: FAU-UnB, 2017.

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anรกlise e diagnรณstico. conhecer para melhorar

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Sobradinho e Sobradinho II possuem 5 parques e uma reserva biológica. Eles estão dispostos nas avenidas que contornam as duas regiões, tradicionalmente utilizadas pela comunidade para caminhada e ciclismo.

Essa disposição pode ser percebida no mapa acima através da linha vermelha, que sugere a configuração linear entre eles. Essa configuração é percebida principalmente pelos ciclistas e pelos motoristas e um pouco menos pelos pedestres.

Exceto pela Reserva Biológica da Contagem, o conjunto de parques é formado pela zona de mata próxima aos Ribeirão Sobradinho, pelo Córrego Paranoazinho e afluentes. Esse expressão bucólica forma a paisagem das região, sendo apropriada imediatamente pela comunidade em práticamente todas as ruas e vielas.

O Parque dos Jequitibás é o único que dispõe de equipamentos, sendo tradicionalmentee o ponto de chegada ou de partida dos praticantes de caminhada e ciclismo. O Parque Recreativo Sobradinho II - entendido como a soma dos parques 2, 3 e 4 - serve apenas de paisagem para os ciclistas , motoristas e pedestres, não dispondo de nenhuma atividade em seu perímetro. O parque Vivencial de Sobradinho (6) foi o úlltimo a ser criado e é praticamente desconhecido para os moradores. Nele não há atividades, tendo como objetivo a preservação da nascente do Ribeirão Sobradinho.

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1. Reseva Biológica da Contagem 2. Parque Recreativo e Ecológico Canela de Ema 3. Parque Recreativo Sobradinho II 4. Parque Centro de lazer e Cultura Viva Sobradinho 5. Parque dos Jequitibás 6. Parque Ecológico e Vivencial de Sobradinho


Parque dos Jequitibás: o único parque da região de Sobradinho com infraestrutura instalada. Créditos: Google, 2019.

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O sistema de transporte público da região, formado por viagens de ônibus, é bem distribuido nas áreas urbanas consolidadas. Quase todos os pontos da região estão a 500 metros de alguma parada de ônibus. São 20 linhas, entre circulares e regionais (Plano Pilo, SIA e Planaltina/DF), que ligamos três terminais locais ao resto da malha do DF. Na região do Parque Recreativo Sobradinho II há o Terminal Rodoviário de Sobradinho II, que atrai muitos passageiros diariamente. A região possui uma ciclovia (a oeste) e uma ciclofaixa (a leste), que margeiam respectivamente a Reserva Biológica da Contagem e o Parque dos Jequitibás. Elas não possuem continuidade no resto da malha, o que obriga os cicliistas a dividirem o resto da rota com carros e com pedestres. A rota de caminhadas se estende por quase todas as avenidas de contorno, ligando todos os parques da região, com exceção da área do Canela de Ema, descontíua por conta de invasões. As calçadas são estreitas e, em boa parte do trajeto, sem qualquer sobreamento. Há também uma carência de faixas de pedestres ou outras soluções para a travessia das vias.

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rota de caminhadas ciclovia/ ciclofaixa rota de transp. coletivo terminal rodoviário parada de ônibus Área sobreada


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Sobre os equipamentos públicos, a região possui mais de 32 pontos educacionais (escolas, creches, bibliotecas e centros de língua), sendo que a maioria está a mais de 500 metros das margens dos parques. Os equipamentos de usso ins�tucional, como delegacias e hospitais/UPA’s, estão pelo menos a 1500 metros dos parques. Os centros comerciais, onde se localizam os pontos em cinza no mapa, também estão distantes entre 1000 e 1500 metros das margens do tecido urbano. Observa-se que os equipamentos ligados ao lazer estão dispostos em boa barte das áreas de Sobradinho e Sobradinho II, sendo frequentemnte dispostos nas regiões marginais do tecido. Ao todo, a região possui 9 campos de futebol próximos aos parques, além de 5 quadras poliesportivas. Há também 03 pontos de encontro comunitário ladeando os parques, com equipamentos de ginástica.

escola creche/ educação infan l centro de línguas biblioteca campo de futebol estádio/ ginásio quadra de esportes praça ponto de encontro comunitário hospital posto de saúde/ UPA asilo atendimento psicossocial

administração regional polícia/ bombeiros/ DETRAN fórum/ tribunal centro comunitário restaurante comunitário cemitério feira banco correios clube parque ecológico

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C A B

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via local via coletora via arterial via expressa A, B, C, D Seções viárias

VIA LOCAL

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VIA COLETORA

VIA ARTERIAL

VIA EXPRESSA


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Destaca-se a degradação ambiental da nascente do córrego que abastece a Lagoa Canela-de-ema, que nasce ao norte da área de projeto (figuras A e B). Toda a água pluvial do eixo de via perpendicular à via contorno desce em velocidade até uma galeira improvisada, causando erosão e trazendo lixo à área de proteção permanente.

Nas figuras E, C e D é possível ver uma valeta que conduz as águas pluviais do Cemitério de Sobradinho II até à Lagoa. Recomenda-se a colocação de filtros biológicos no Cemitério para contenção do necrochorume.

A 44

B


D

E

C 45


A Lagoa Canela-de-Ema só existe por conta de uma estrada de terra batida aberta pela população há anos atrás (figura D). O represamento da água formou aquele corpo d’água (figura A), onde floresce um região de Vereda. Com as chuvas, há alagamentos na região por conta da proximidade das invasões em relação às cotas mais baixas (figura C).

Recomenda-se a remoção de parte das famílias para fora da área de alagamento (figura B), conduzindoas para habitações coletivas de interesse social que podem ser construídas nos vazios urbanos ao redor da área de projeto, contribuindo inclusive para o uso e a segurança da área de projeto. Sobre a estrada de terra, recomendase sua manutençao para preservação da Lagoa, mas proibindo o tráfego de veículos. Uma passarela pedonal pode ser proposta acima dessa estrada, de modo a manter a conexão já realizada pelas pessoas entre os condomínios e Sobradinho II.

A 46


B

C

D 47


Na área de projeto também foram construídas 04 bacias de contenção para águas pluviais, de modo a preservar a área protegida e auxiliar no sistema de drenagem urbana (figuras A, B e C).

O grande problema dessas bacias, além da qualidade estética, é que elas destrutirm áreas de frutíferas (principalmente mangas) frequentadas pela população. Recomenda-se um novo desenho através de wetlands¹, com caminhas para contemplação, além de flora nativa frutífera, recompondo o uso anterior.

Também na área de projeto está o Curral Público de Sobradinho, onde carroceiros e catadores fazem um importante papel de triagem de resíduos (figuras D a F).

A

Apesar da usa importância socioeconômica, os resíduos acumulados no curral agridem as veredas vizinhas. Os cavalos também não têm local adequado para ficar. Recomenda-se a manutenção do Curral, mas com a construção de uma arquitetura capaz de abrigar os cavalos, os resíduos e a administração.

1 Wetlands são bacias ou canais rasos capazes de tratar diversos tipos de efluentes a partir de vegetação aquática

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C

B


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Tal cenário justifica o zoneamento da área de projeto em níveis de preservação, de modo a proteger esse conector e a biodiversidade que ali transita.

S ão eir

Esse conector segue os corpos d’água da região e serve para trocas e reprodução da biodiversidade, em especial pequenos pássaros, peixes e vegetção (PDOT, 2009).

Rib

Além de estar na Bacia do Rio São Bartolomeu, a região possui um conecotr ambiental que parte da divisa sul com o Goiás, passa pelo Rio, atravessa a àrea de projeto, ladeia a Reserva Biológica da Contagem e termina no Parque Nacional de Brasília.

Créditos: o mapeamento das veredas n° 02 a n° 11 foi gentilmente cedido pela Urbanizadora Paranoazinho S.A. As demais veredas foram desenhadas a partir de contorno manual de imagem do Geoportal da SEDUH/DF em 2019.

vereda

corpo d’água

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VEGETAÇÃO Conforme o mapa de cobertura de solo ao lado, disponibilizado pelo Geoportal da SEDUH/DF e retirado por satélite em 2019, a área de projeto é composta por: formações campestres nas cotas intermediárias, sendo identificados o Campo Sujo e o Campo Limpo (conforme figura a/b); formações savânicas na parte mais ao norte, próximo da lagoa (conforme figura e); e formações florestais na área próxima aos corpos d´’agua e nas cotas baixas, sendo identificadas matas ciliares (conforme figura c) e forte presença de veredas (conforme figura d). É possível encontrar na área do parque uma forte presença de áreas degradadas e com solo exposto, além da presença de plantas invasoras.

Por questões técnicas, e considerando a complexidade do trabalho de inventário de espécies e acesso ao local de mata, não foi possível catalogar in loco as espécies e outras formações.

Desse modo, para fins projetuais, recomenda-se o zoneamento da áea de projeto em uma área de preservação, onde será feita a restauração na vegetação original pelos órgãos competentes, e uma área de atividades nas bordas, onde serão implantados jardins de Cerrado, conforme as condições locais confortáveis à fitofisionomia predominante: campos limpo e sujo e formação Savânica. No caso das Veredas e eventuais campos de murundus, recomenda-se a não execução de jardins de Cerrado, mas apenas mirantes e passarelas próximas para contemplação.

formação florestal

formação savânica

formação campestre agricultura

solo exposto

área construída

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Figuara a/b - Cerrado Campo Limpo e Campo Sujo na APA Jalapão, de São Félix do Tocantins/TO. Créditos ICMBio

Figura c - Mata Ciliar de Cerrado. Créditos: Elma Carneiro, 2015

Figura d - Vereda, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins/TO. Créditos: ICMBio

Figura e - formação savânica próxima da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins/TO. Créditos: ICMBio

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RESUMO DO DIAGNÓSTICO DIMENSIONAL

BIOCLIMÁTICA FRAGILIDADE 1. Alta incidencia solar no período no período quente-seco; 2. Alta Variação térmica; 3. Baixa umidade;

4. Grandes áreas desmatadas ou com risco de desmatamento;

5. Baixa Vazão dos corpos d'água;

6. Alto risco de contaminação do solo; 7. Alto risco de contaminação do aquífero;

8. Presença de edificações na APP's dos corpos d'agua;

9. Presença de Estação de Tratamento de Esgoto; 10. Presença de conector ambiental; 11. Proximidade com a Reserva Biológica da Contagem;

12. Pouca permeabildiade do solo.

POTENCIALIDADE 1. Mata ciliar presente nas margens dos corpos d'agua; 2. Áreas livres para plantio de árvores de porte no canteiro central e nas margens das vias marginais;

3. Presença de corpos d'água em toda a extensão da área de projeto; 4. Áreas desmatadas com poucas construções (áreas urbanas não consolidadas); 5. Baixos níveis de ruído;

DIRETRIZ 1. Alto nível de preservação das APP's devido à baixa vazão e aos riscos de contaminação e erosão do solo;

2. Sobreamento, de modo a reduzir o ofuscamento e a exposição solar;

PROPOSTA 1. Zoneamento da área do parque em: zona de preservação, zona de atividades e zona contorno (transição);

2. Proposições projetuais pontuais devido à baixa demanda, permitindo o reflorestamento das áreas sem intervenção artificial; 3. Plantio de vegetação de porte nas vias marginais;

4. Usos contemplativos nas áreas próximas aos corpos d'água, como mirantes, decks e esportes radicais sem o uso de equipamentos de impacto;

5. Reassentamento das famílias das áreas de risco para os futuros edifícios residenciais multifamiliares a serem contruídos no cinturão de vazios próximo ao parque;

6. Utilização de técnicas de infraestrutura verde, como biovaletas, wetlands jardins de chuva, jardins verticais.

P diretriz da proposta final

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D diretriz fora do objeto

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P

P P

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D


ECONÔMICO-FINANCEIRA FRAGILIDADE 1. Alta declividade da topografia, aumentando a velocidade de escoamento da água;

2. Deficiência na disposição das quadras em relação à topografia, em especial em Sobradinho II, aumentando os custos com infraestrutura e superestrutura;

3. Da análise dos espaços livres, é possível ver que a região possui muitas áreas vazias, como o cinturão de vazios, o que aumenta o custo de infra e superestrutura. Isso dificulta a distribuição de ônus e benefícios, com regiões desocupadas e abastecidas com infraestrutura básica; 4. Calçadas desniveladas ou inexistentes, sugerindo a readequação ou a execução; 5. Áreas objeto de reassentamento, criando custos de provição habitacional; 6. Áreas ambientalmente degradas e necessitando de um alto grau de preservação. Isso aumenta os custos com reflorestamento e limita o uso industrial, o que tem impactos econômicas na produção local de riquezas;

POTENCIALIDADE 1. Terrenos vazios e com infraestrutura básica instalada;

2. Longas avenidas paralelas à maior direção de delcividade, reduzindo os custos com infraestrutura;

3. Grandes áreas passíveis de reflorestamento, aumentando a quantidade de área verde de baixo nível de manutenção; 4. Pouca distância das diversas regiões da cidade em relação ao parque (que a envolve), diminuindo a necessidade de usos de automóveis e sugerindo o uso de bicicleta para vistar o parque ou ir ao trabalho/escola; 5. Boa distribuição de espaços livres verdes, reduzindo a demanda necessária por atividades no parque. Isso diminui a necessidade de equipamentos pelo rateio da demanda com os outros espaços livres, em especial as praças, quadras poliesportivas e os pontos de encontro comunitário;

DIRETRIZ 1. Ocupação dos terrenos vazios vizinhos ao parque para uso efetivo da infraestrutura intalada;

2. Intervenções pontuais na área do parque dvido à demanda; 3. Readequação de vias para melhor integração do sitema de espaços livres.

PROPOSTA 1. Construção de edificios residenciais multifamiliares com térreo comercial, abrigando as famílias reassentadas e compensando a atividade econômica atingida pela proibição do uso comecial na zona de contorno;

2. Execução de benfeitorias pontuais no perímetro do parque com preferências para atividades não desempenhadas em outros espaços livres públicos, rateando a demanda com o Parque dos Jequitibás e demais espaços livres; 3. Construção de calçadas, ciclovias/ciclofaixas para melhor conectar o sistema de espaços livres, reduzindo os custos de transporte.

D

P

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8. Baixa densidade urbana. Cidade dispersa.

P diretriz da proposta final D diretriz fora do objeto

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RESUMO DO DIAGNÓSTICO DIMENSIONAL

FUNCIONAL FRAGILIDADE 1. Ausência de uso comercial e institucional nas margens do parque; 2. Grandes áreas de uso residencial unifamiliar exclusivo, sem variedade no uso e ocupação do solo;

3. Concetração do uso comercial em poucas vias, gerando estacionamentos irregulares, problemas de ciruclação e a necessidade de percorrer grandes distancias das residencias até os locais de varejo e serviços; 4. Nas áreas internas de Sobradinho II, vias estreitas para o crescente aumento de demanda por ciculação de veículos, pedestres e ciclistas;

5. Ausência de ciclovias/ ciclofaixas no sistema de espaços livres públicos marginais ao parque ou de conexão deste com os demais espaços livres de lazer;

6. Calçadas inacessíveis devido os desníveis e a alta declividade do relevo; 7. Calçadas inexistentes próximas ao parque ou com dimensões reduzidas para a demanda;

POTENCIALIDADE 1. Terrenos vazios, vizinhos ao parque, com infraestrutura básica instalada; 2. Longas avenidas paralelas e perpendiculares à maior direção de declividade; 3. Avenidas com boas dimensões de leito contornando a área de projeto;

4. Grande avenidas com poucas mudanças de direção conectando as duas regiões; 5. Proximidade funcional entre as áreas residenciais e o parque;

6. Possibilidade de conexão das áreas através de pontes e passarelas

DIRETRIZ 1. Ocupação dos terrenos vazios para uso efetivo da infraestrutura intalada; 2. Readequação de vias para melhor integração do sitema de espaços livres e utilização pelas pessoas.

3. Conectar Sobradinho, Sobradinho II e a Cidade Urbitá;

PROPOSTA 1. Construção de edificios residenciais multifamiliares com térreo comercial;

2. Aumento da taxa de ocupação e do índice de aproveitamento da quadras adjacentes ao parque, favorecendo o uso misto; 3. Previsão do uso institucional de atividades atrativas, como escolas e hospitais, para atendimento da nova configuração da demanda de moradores;

4. Redução dos estacionamentos na área marginal ao parque para execução de espaços para pedestres e ciclistas; 5. Construção de calçadas, ciclovias/ciclofaixas para melhor conectar o sistema de espaços livres, reduzindo os custos de transporte; 6. Criação das pontes Sobradinho II-Condomínios, Sobradinho-Sobradinho II já prevista no Plano Diretor Local, e Urbitá-Sobradinho, aprovada pelo GDF em 2019. 7. Criação de passarelas pedonais entre pontos do parque.

8. Muitas ocupações irregulares, em especial os condomínios horizontais; 9. Baixa permeabilidade dos lotes;

10. Falta de conexão entre Sobradinho II e a BR-020.

66

P diretriz da proposta final D diretriz fora do objeto

D

D

D

D

P

P

P


COPRESENCIAL FRAGILIDADE 1. Baixa densidade nos espaços vizinhos ao parque;

2. predominância de fachadas inativas; 3. Pouco uso de abrangência noturna;

4. Atividades dos espaços livres de frequência dominical;

5. Cinturão de lotes vazios ao redor do parque 6. Pouca utilização das vias marginais ao parque por pedestres e ciclistas;

7. Ausência de uso comercial na área marginal;

8. Falta de infraestrutura para pedestres e ciclistas, como calçadas e ciclovias (acessibilidade); 9. Ausência de transporte público passando pelas áreas marginais ao parque, com exceção da área do terminal rodoviário; 10. Concentração do comércio em poucas regiões; 11. Pouco sombreamento, empurrando a prática de esporte para o fim da tarde e início da manhã. 12. Ausência de equipamentos públicos, como coopervias, aparelhos de ginástica, edifícios comunitários, brinquedos; 13. Criminalidade no Buritizinho.

POTENCIALIDADE 1. Terrenos vazios, vizinhos ao parque, com infraestrutura básica instalada; 2. Proximidade funcional entre as áreas residenciais e o parque (o parque parece abraçar a região); 3. Avenidas com boas dimensões de leito contornando a área de projeto;

4. Terminal rodoviário próximo à saída de Sobradinho II e vizinho ao parque; 5. Grandes áreas abertas de rápida

apreensão, facilitando a observação do espaço (segurança);

6. Vegetação frutífera e áreas alagadas, interessantes para atrair visitantes ao parque;

7. Pouca diversidade de uso nas quadras residenciais, o que pode atrair pessoas para a área do parque com a implantação de comércio e o uso institucional de abrangência local, regional e central.

DIRETRIZ 1. Ocupação dos terrenos vazios; 2. Readequação de vias;

3. Mudança de uso e ocupação do solo; 4. Adequação do espaço para atividades atualmente utilizadas;

5. Proposição de atividades atualmente não realizadas; 6. Ativação das fachadas.

PROPOSTA 1. Usos misto e mutlifamiliar nas quadras vazias próximas ao parque; 2. Sobreamento das vias;

3. Contrução de calçadas e Ciclovias;

D P

4. Atividades de baixo impacto ambiental na área do parque, como tirolesa, pista de skate, cooper, ciclismo, ginástica, playgrounds, mirantes, pergolados e espaços de contemplação;

P

6. Proposição de permeabildiade para a fachadas;

P

5. Criação de equipamentos de grande atração, como museus, memoriais, centros de educação ambiental; 7. Iluminação pública, bicicletários, bancos e sinalização vertical e horizontal; 8. Adequação de calçadas, rampas e escadas para acesso ao parque; 9. Edificações para atividades sociais e reuniões comunitárias; 10. Edificações para vigilância de instalações;

11. Térreo comerical e uso institucional próximo ao parque.

P

D P P P P D

P diretriz da proposta final D diretriz fora do objeto

67


RESUMO DO DIAGNÓSTICO DIMENSIONAL

TOPOCEPTIVA FRAGILIDADE 1. Em Sobradinho II, as vias são estreitas, com várias mudanças de percurso; 2. Por conta do relevo, há ascensos e descensos exessivos nas vias perpendiculares ao parque; 3. As áreas residenciais mais afastadas do parque possuem pouco efeito de direcionamento e orientabilidade devido ao número excessivo de mudanças de direção;

POTENCIALIDADE 1. Em Sobradinho, as quadras de desenho racional, trazem um efeito sequencial quando vistas dos percursos marginais ao parque, com aréas verdes e boa orientabilidade;

2. Nas duas regiões existem ruas perpendiculares ao parque, que possibilitam a apreensão do relevo na medida em que o observador se aproxima do parque, com preparação para o efeito de amplitude, alcançado ao chegar nas vias de contorno; 3. Bons efeitos perspectivos nas vias marginais, permitindo que o observador apreenda o contorno do parque e a linha de fachadas vizinha;

DIRETRIZ 1. Manter o efeito de realce do parque nas vias perpendiculares;

2. Manter o efeito perspectivo das vias marginais; 3. Criar atividades contemplativas e equipamentos auxiliares; 4. Usos de vegetação para marcos das entradas e pontos de intervenção (marcos);

PROPOSTA 1. Evitar impedimentos visuais nas vias perpendiculares ao parque para não atrapalhar o efeito de realce;

2. Controlar o gabarito das novas edificações para manter o direcionamento; 3. Decks e mirantes;

4. Usos de árvores altas, como palmeiras, para marcar as entradas e saídas principais do parque, bem como vegetação com floração acentuda;

4. Apreensão quase total da Região nas entradas (BR-020 e DF-150) devido a sua implantação no fundo de vale de uma cadeia de montes cidade serrana; 5. Forte sensação de conexão e direcionamento nas vias perpendiculares e vizinhas ao parque, que permitem a

identificação do mesmo pelos observadores (efeito de realce); 6. Devido à topografia e à presença de alagados, há vocação para pontos de contemplação (efeito mirante).

P diretriz da proposta final

68

D diretriz fora do objeto

D D P P


EXPRESSIVO-SIMBÓLICA FRAGILIDADE 1. Continuidade e semelhança excessivas das soluções de fachadas (muros de alvenaria e portão de aço). Falta de originalidade; 2. Unidade e monotonia da quadras residenciais marginais ao parque, com altura térrea e vias de asfalto sem calçada; 3. Paisagem árida, de tons cromáticos de cinza, com pouca ou nenhuma vegetação;

4. Ausência quase total de efeitos de fundo x figura, com protagonismos desempenhados por edifícios comerciais, normalmente complementares entre si, nas poucas avenidas comerciais distantes do parque;

5. Sem elementos construtivos dominantes próximos ao parque (com exceção da passarela);

POTENCIALIDADE 1. Forte campo visual causado pelo efeito de aplitude das vias marginais, onde é possível acompanhar o contono verde do parque;

2. Domínio das massas vegetais na paisagem, posicionadas com frequência no final das vias perpendiculares ao parque; 3. Intervalos bem definidos, com clareza e simplicidade, nas quadras de Sobradinho marginais à via que conecta a área de projeto com o Parque dos Jequitibás; 4. Disponibilidade de área livre nas vias e nas clareiras para proposição de marcos visuais e efeitos plásticos; 5. Possibilidade de identificar o parque a partir da BR-020;

6. "Estações" dispostas de forma homogênea, no encontro entre as vias perpendiculares e paralelas ao parque.

DIRETRIZ 1. Proposição paisagística no limite entre a zona de contorno e a zona de preservação, com o uso da flora; 2. Proposição de marcos visuais;

3. Acentuar o efeito perspectivo nas vias marginais;

PROPOSTA 1. Usos de arvores altas, como palmeiras, para marcar as entradas e saídas principais do parque, bem como vegetação com floração acentuda para quebrar a monotomia; e gerar diversidade na paisagem;

2. Uso de cores nas ciclovias e ciclofaixas para acentuar o efeito de continuidade das vias marginais; 3. Uso de iluminação de caixa de via e de pedestres;

4. Plantio de vegetação nas vias perpendiculares e de conexão entre outros elementos do sistema de espçaos livres; 5. Equipamentos públicos dispostos na paisagem, como bancos, biciletários e edificações internas do parque;

6. Execução de novos revestimentos nos estacionamentos, como piso grama, reduzindo a simplicidade das soluções locais em asfalto; 7. Criação de percursos entre a área construída e o parque, em especial na zona de contorno.

P

P P

D

P

P

P

P diretriz da proposta final D diretriz fora do objeto

69


70


proposta final. um parque ecolรณgico e urbano

71


CERRADO, MAR DE BRASÍLIA Ao explorar o imaginário candango sobre a apreensão da paisagem desse pequeno pedaço de planalto central, não é raro ouvir que o céu é considerado o mar de Brasília. Até porque, como boa filha de povos que vieram do litoral, nossa capital não poderia deixar de ter algum elemento da paisagem que remetesse ao infinito d’água da costa brasileira. Mas, sem menosprezar o céu brasiliense – que, de fato, é um espetáculo sem igual, o verdadeiro mar desse quadrilátero está bem aqui no chão e nos cerca desde antes dos povos Kariri-Xocó e Tuxá, de Cruls e de Bonifácio, de Kubistchek e de Costa, de Niemeyer e de Lelé.

Esse mar nos enche da mais bela biodiversidade e de prazeroso espanto. As conchas e os pequenos crustáceos daqui são as pequenas herbáceas multicoloridas e os resistentes insetos. Os bancos de areia estão aqui também, mas como as gramíneas que forram de dourado nossa terra. A sombra dos guarda-sóis são apenas um sussurro frente àquela proporcionada pelos ipês, jacarandás e buritis que em nosso mar crescem.

72

Assim como o mar costeiro derrama vida nos bancos de areia, o nosso mar espalha em suas bordas as gramíneas, as herbáceas, as lenhosas tortuosas, os insetos e pequenos animais.

O Cerrado é, portanto, o grande mar de Brasília. Mar de chão, não de céu. Espaço que, assim como aquele que banha a costa, também inspira poetas, esconde mistérios, desafia, alimenta, emprega, embeleza, dá identidade e resiste.

Diferente do mar costeiro, o nosso mar ainda não foi descoberto por muitos daqueles que aqui vivem (e que daqui se dizem filhos). É visto como mato, como barreira, com desdém. Sua beleza e sua biodiversidade ainda são negligenciadas por muitos até o ponto de esquecermos a sua presença e a sua potência como bioma, como paisagem e como protagonista da nossa cultura.

Para materializar esse novo imaginário e trazê-lo ao cotidiano dos brasilienses, o Parque Ecológico Sobradinho foi pensado a partir do Cerrado como mar, o qual foi estruturado de forma análoga ao mar costeiro e a partir da crítica ao desconhecimento da população sobre o Cerrado, da vontade de mostrá-lo e da sua urgente preservação.


O Mar de Cerrado (Fonte: Autor. Colagem com imagens de Arnaldo Silva [vereda] e de Americas Copacabana Hotel. 2019)

73


PARQUE ECOLÓGICO SOBRADINHO

4. zona de preservação

Na escala global, e a partir de uma ideia muito simples, o mar de cerrado proposto pode ser estruturado nas seguintes camadas: (1) a zona de contorno, que remete ao calçadão praiano, onde estão as vias, as calçadas e as ciclovias externas; (2) a zona de atividades, que remete à faixa de areia, onde estão as árvores (guarda-sóis), as pequenas herbáceas e gramíneas (Conchas, estrelas do mar) e as atividades de intensidade intermediária; (3) a zona de transição, que remete à agua rasa dos surfistas e dos banhistas mais corajosos, onde fica a via interparques e os locais de esportes radicais; e (4) a zona de preservação, que remete ao misterioso mar aberto, onde estão as áreas de proteção.

3. zona de transição

2.1 zona de atividades ativa

A zona contorno (1) é o espaço de conexão entre o parque e o tecido urbano adjacente, servindo de primeiro elemento de junção entre as diversas áreas internas e de primeira zona de contemplação do projeto. Nessa zona é proposta uma faixa de segurança, para plantação de lenhosas e a colocação de postes de iluminação, uma ciclovia bidirecional e uma ampla calçada para prática de caminhadas e corridas.

2. zona de atividades inativa

A zona de atividades (2) é a escala local, espaço onde se concentram as principais atividades de parque urbano, como quadras poliesportivas, edificações, playground, rede de assentos e jardins artificiais de cerrado. Ela é dividida em duas: a zona ativa, onde serão implantados os 16 parques urbanos que compõem o parque ecológico; e a zona inativa (2.1), que não terá atividades fixas, mas poderá ser objeto de futuros estudos para expansões de atividades. Essa subdivisão é importante para que seja evitada a ocupação de toda a borda do parque ecológico, permitindo o contato do tecido urbano com a vegetação preservada e o livre trânsito de espécies nos conectores ambientais que cortam o projeto. A zona de transição (3) é uma faixa estreita onde serão permitidas atividades como caminhadas, ciclismo, cooper, arvorismo e outras de cunho radical. Nela será implantada a via interparques (Peabiru), proibida para automóveis e motocicletas.

A zona de preservação (4) é o local de proteção das espécies vegetais e animais. Nela não é permitido o acesso ou atividades não autorizadas previamente pelo Instituto Brasília Ambiental IBRAM/DF. Coloca-se como diretriz que o IBRAM/DF execute a restauração da vegetação nativa. Em termos de projeto, nessa zona serão propostos os mirantes de contemplação e as passarelas, ambos em altura, liberando a cota natural para o trânsito da fauna e da flora.

1. zona contorno

0. tecido urbano adjacente 1. zona contorno 2. zona de atividades ativa 3. zona de transição 4. zona de preservação

2.1 zona de atividades inativa

74


vegeação restaurada

zona de transição zona de preservação INTERIOR DO PARQUE

mar

pontes

água rasa

mirantes

zona de atividades

esportes radicais

praia

via interparques

jardins de cerrado

caminhos pavimentados

playgrounds

quadras poliesportivas

zona contorno

edificações

decks

calçada

ciclovia

faixa de segurança

AV. DE CONTORNO

calçadão nível de preservação

nível de atividades

75


76


escala global. estruturando um parque

77


VIA CONTORNO A borda do Parque Ecológico Sobradinho e formada pela Via Contorno, que possui predominantemente duas caixas viárias típicas: uma mais estreita, nas regiões próximas à Lagoa e à Estação de Tratamento da CAESB (Corte B-B’); e outra mais longa, típica das áreas amplas do tecido urbano (corte A-A’).

caixa estreita caixa ampla

Vias Urbitá Vias Sobradinho

Via contorno 1:12500

78


A caixa viária da Via Contorno foi pensada para promover a democracia entre motoristas, pedestres e ciclistas, como foco nos dois últimos. A partir da borda do Parque foi prevista uma calçada de 2,50 metros para passeios, cooper e colocação de iluminação - de piso ou em altura.

Após, uma ciclovia bidirecional de 2,50 metros e uma faixa de segurança para árvores âncora e postes de iluminação.

250

250

150

350

350

100

250

250

Corte A-A'

1:100

Foram previstas duas faixas de rolamento, em mão única, o que reduz a distância entre as edificações e o parque e aumenta o movimento na via, visto que os motoristas deverão utilizála obrigatoriamente para transitar pelo contorno ou para sair de outras vias também de mão única.

Apenas na caixa estreita (corte B-B’) foi permitido o sentido bidirecional da pista. Como diretriz, as edificações deverão ter recuo térreo de 2,50 metros para colocação de mesas e trânsito de clientes dos comércios.

250

285

285

100

250

250

Corte B-B'

1:100

79


PONTES São previstas 03 pontes em altura cortando o projeto, de modo a conectar a Urbitá, Sobradinho, Sobradinho II e Condomínios, ambas já aprovadas pelo Governo de Brasília. As pontes 1 e 2 já estão previstas no PDOT, enquanto a ponte 3 foi aprovada junto com a CIdade Urbitá.

Destaque-se a ponte 1, que servirá para absorver o trânsito dos carros retirado da estrada de terra batida que represa a Lagoa.

CONDOMÍNIOS

1

2

SOBRADINHO II

SOBRADINHO

1. Ponte Urbitá-Sobradinho II 2. Ponte Sobradinho-Sobradinho II 3. Ponte Urbitá-Sobradinho

Via Contorno Eixo das pontes Vias Urbitá Vias Sobradinho

3

CIDADE URBITÁ

Pontes PDOT 1:12500

20

-0 BR

80


Corte C-C'

1:100

Todas as pontes estão em altura, liberando a cota natural para passagem da fauna e da flora pelos conectores, além de, em alguns momentos, liberar a via interparques por baixo.

As pontes 2 e 3 possuem a mesma caixa viária, com previsão de uma calçada, uma ciclovia, uma faixa de segurança e um pista bidirecional com 4 faixas. Essa quantidade de faixas de rolamento se deve ao fato de essas pontes absorverem os deslocamentos entre a região e a BR-020 (Cortes D-D’ e E-E’). No caso da ponte 1, mais próxima da Lagoa (Corte C-C’), o trânsito é reduzido, sendo previstas apenas 3 faixas de rolamento. Nela são previstas duas calçadas para que os pedestres consigam observar o parque ao norte e ao sul.

210

350

290

350

100

250

250

280

320

100

250

250

Cortes D-D' e E-E'

1:100

Todas serão em concreto armardo.

320

280

81


VIA PEABIRU Trata-se do caminho interno do Parque Ecológico Sobradinho, que faz a transição do limite da Zona de atividades com o início da zona de maior preservação.

Ele foi desenhado a partir de três diretrizes: declividade máxima de 8,33%, para um uso confortável; contornar as áreas de preservação permanente; e se aproximar, por alguns momentos, da borda do parque, de modo a dar acesso. Por conta da topografia da região (que não tem cota única contornando o parque) e da proximidade da APP com algumas áreas da borda, em alguns pontos as diretrizes foram flexibilizadas. Contudo, conforme mapa ao lado, a declividade média de 3% foi alcançada. Com isso, as caminhadas, as corridas e o ciclismo foram viabilizados.

O Peabiru¹, como será chamada a via interparques, terá um importante papel na homogeneização do desenho do projeto, servindo de circuito para aqueles qe quiserem conhecer os diversos parques urbanos do projeto.

Curva de nível = 1m

APP Peabiru Declividade Via Contorno

Vias Urbitá Vias Sobradinho

Via Peabiru 1:12500

82


A largura da caixa do Peabiru é de 4,00 metros, permitindo uma pessoa caminhando, uma pessoa correndo e dois ciclistas.

Essa divisão é necessária para prevenir conflitos entre os praticantes de esportes e os pedestres. No Peabiru não é previsto o uso de automóveis ou motocicletas.

No Corte F-F’ é possível notar a relação entre a via e a vegetação: de um lado a vegetação nativa dos Jardins de Cerrado; e do outro a vegetação nativa restaurada. 200

200

Corte F-F'

1:50

1 “Peabiru” (caminho de grama amassada, em Tupi) é o nome de uma antiga trilha dos povos ameríndios que saía do litoral brasileiro e seguia até os Andes peruanos. Um caminho místico, para aqueles povos, e fantástico por conta de seu comprimento, paisagens e importância cultural. Em homenagem aos povos ameríndios e a sua história, a Via Interparques será batizada de Peabiru.

Espera-se que o nome ajude na conscientização dos visitantes sobre a causa indigenista e desperte interesse sobre a história da formação do Brasil. (Créditos pela foto: desconhecido).

83


PU8

LOCAÇÃO DOS PARQUES URBANOS Foram previstos 16 parques urbanos no interior do Parque Ecológico Sobradinho.

Pensados para serem construídos no decorrer dos 40 anos da expansão da Cidade Urbitá (parques PU2 a PU7) e para atender a atual demanda da população de Sobradinho II, Sobradinho e Condomínios (Parques PU1 e PU8 a PU16), eles servirão para qualificar a escala local, conforme será explicado individualmente no capítulo de cada um deles.

Começando pela parte meridional, o primeiro parque urbano (PU1) é o Memorial do Cerrado, que servirá de marco desde a BR-020 e terá a sede da adminstração do parque, além de uma homenagem às espécies extintas.

nascente setor de esportes

setor de mansões PU9

lagoa

bacia 01

conexão regional

PU10 rodoviária bairro Buritis

curral público conexão regional

PU7 PU11 bacia Urbitá

Após sair dele, o visitante poderá ir até o Parque Caliandra (PU2) para se ambientar com o desenho típico dos jardins de Cerrado.

bacia 02

Parque urbano

escola FUNAI

PU13

PU15 horta existente

PU12

PU6

PU14

av. central

bairro Buritizinho

conexão REBIO

esporte amador

PU16

proximidade horta PU6

subestação PU4

local de interesse

Eixos conectores Peabiru Hidrografia Via Contorno Vias Urbitá Vias Sobradinho

PU3

conexão regional

ETE

PU5 PU1

córrego paranoazinho

Parques Urbanos 1:12500

BR-020 PU2

84


Depois vem o Parque Lobeira, onde está o Centro de Educação Ambiental, local em que serão fornecidas informações sobre o Cerrdado e sua biodiversidade.

Seguindo, o visitante encontra o Parque Palipalan (PU4), local de pesquisa e reprodução da flora nativa para uso no parque e na difusão paisagística.

Adiante vem o Parque Mangabeira (PU5), onde os visitantes experimentarão as frutas do cerrado e contemplarão as veredas e a bela vista do centro do Parque Ecológico a partir do mirante. Depois teremos o Parque Pequi (PU6), onde será possível encontrar produtos de matéria prima nativa, ver teatro ao ar livre e visitar o Orquidário.

Andando mais, o visitante encontra a Wetland Jacarandá (PU7), onde será possível observar o tratamento de águas pluviais e uma diversidade de herbáceas e gramíneas.

Contornando a borda nordeste o visitante chegerá no Parque das Águas (PU9), onde poderá brincar na fonte de piso, praticar natação no Centro de Esportes Aquáticos ou andar no mirante até a Lagoa Canelade-Ema.

Seguindo a leste, ele conhecerá o Parque Copaíba (PU13), que abriga a horta comunitária, onde ele poderá plantar e colher com as próprias mãos.

Mais a frente ele verá o Parque Gomeira (PU11) onde poderá ver as colméias de abelhas sem ferrão, visitar o Museu de Polinizadores e experimentar o mel de jataí.

Adiante vem o Parque Maniçoba (PU15) onde ele terá uma aula no Museu dos Povos do Cerrado e conhecerá o mito do Caboclo Sete Flechas.

Essa lagoa é tão importante para o Parque que o visitante poderá vê-la novamente na Wetland Canela-de-Ema (PU10), abrigado em um pergolado.

Perfazendo a borda do bairro Buritizinho, o visitante encontrará a enorme Wetland Ipê (PU12), onde poderá observar a Torre de TV digital no horizonte e conhecer sobre as arbustivas plantadas entre as bacias de contenção.

Na extremidade leste chegará ao Parque Buritis (PU14), onde poderá desfrutar da rampa de skate e da tirolesa, observar os cavalos e conhecer mais sobre o trabalho dos carroceiros e dos catadores de resíduos do Curral Público.

Por fim chegará no Parque Murici (PU16), onde poderá jogar futebol ou praticar artes marciais, além de visitar o estonteante Mirante do Sitema de Veredas a leste do Ribeirão Sobradinho.

No região setentrional, o visitante encontrará o Parque Arnica (PU8), onde poderá ver o Parque Ecológico a partir de uma rodagigante, observar espécies de campo rupestre e aprender sobre a nascente da Lagoa.

85


PA1

PASSARELAS

setor de esportes

Foram previstas 09 passarelas, sendo 01 já existente.

escola

Elas servirão para conectar alguns pontos do Parque e propiciar a contemplação da paisagem interna. A passarela PA1 é uma ponte de conexão sobre a nascente da Lagoa, garantido a continuidade do Peabiru.

A PA2 substitui a estrada de terra que estrangula a Lagoa, permitindo a conexão pedonal entre os condomínios e Sobradinho II.

creche

escola PA2

A PA7 já foi construída.

A PA8 faz a ligação do Parque à ciclofaixa de Sobradinho, em altura.

creche escola escola lago

PA7

PA5

PA3

PA6

A PA9 liga o Memorial ao Parque Caliandra.

Vereda PA1

escola

PA4

Local da Passarela

Passarelas Eixos conectores Ciclofaixa existente Hidrografia Via Contorno Vias Urbitá Vias Sobradinho

Passarelas 1:12500

86

rodoviária creche

A PA4 liga o Parque Pequi a um pequeno lago e a Sobradinho II.

A PA6 liga a horta aos viveiros e serpenteia as veredas.

PA8 escola

escola

comércio Buritis

A PA3 também é uma ponte sobre o córrego, garantido a continuidade do Peabiru.

A PA5 faz a conexão entre o centro da Urbitá e Sobradinho II.

feira permanente administração sob 2

comércios

ciclofaixa existente

UPA

PA9


corrimão em madeira

Para as novas passarelas foi pensada uma estrutura em altura, suportada por uma seção metálica vazada e com perfis longitudinais de amarração.

Dmáx = 200

base metálica estrutural

base metálica estrutural

O piso é de madeira sustentável, seguindo o padrão utilizado nos bancos, decks e mirantes.

Essa solução permite que as passarelas façam curvas ou se inclinem em todas as direções, tornando-as capazes de serpentear as veredas ou de mudar a declividade.

500

corrimão em madeira

120

cabo metálico trançado

régua plástica 460x15x5

100

A largura útil do piso é de 4,60 metros, permitindo a convivência confortável entre ciclistas e pedestres

régua plástica 460x15x5

ripa metálica base metálica estrutural pilar metálico Ø50 cm

Detalhe - Passarela 1:50

87


MIRANTES MT1

Foram previstos 10 mirantes, estruturas lineares em madeira responsáveis por levar o visitante até as Veredas e permitir o contato manual com a cota natural da área preservada. O Mirante MT1 serve à Lago Canela-de-Ema, direcionando os visitantes a partir do Wetland e do Parque das Águas.

O MT2 e o MT3 permitem a observação da área de veredas do bairro Buritis. Os demais mirantes levam o visitante até os sistemas de Veredas a partir dos parques urbanos do projeto.

MT9 MT2

MT3

MT8 MT10

MT8

Vias Urbitá Vias Sobradinho Veredas MT1

MT7 MT4

Local do Mirante

Mirantes Peabiru

Via Contorno

Mirantes 1:12500

88

MT5

MT6


A ponta dos mirantes foi desenhada para ser acessível e para permitr o contato do visitante com a cota natural das Veredas.

Mirante - Planta-baixa 1:50

A estrutra será totalmente em madeira natural, com réguas de piso em madeira sustentável.

Com exceção da área de contato, eles deverão ficar em altura, longe da cota natural, de modo a preservar o trânsito da biodiversidade.

Corte H-H'

1:50

Corte I-I'

1:50

89


MAPA GERAL Na união de todos os elementos das escalas global e local, tem-se o mapa geral do Parque Ecológico Sobradinho.

Nele é possível notar com clareza a Zona de Preservação proposta, que auxiliará na manutenção dos corpos d’água, da flora e da fauna que passa pelo conector ambiental. De forma leve, as edificações, caminhos, passarelas e mirantes tocam a área do parque, permitindo que a maior parte dela fique permeável.

Outro ponto interessante é a forte conexão que o Parque faz entre a Cidade Urbitá, Sobradinho, Sobradinho II e Condomínios, cenário totalmente oposto à atual segregação das macroparcelas urbanas da região.

Via contorno 1:12500

90


91


92


escala local. desenho e materiais

93


corrente

jardim roxo

corrente

corrente

jardim azul

jardim roxo

jardim amarelo

a

mar

sa

a ra

águ

o

prai

adã

calç

ciclovia calçada deck

00

N 5

10

25

O Peabiru faz o papel de limite interno do parque urbano. O calçadão faz o limite externo. L'

Peabiru

50

A partir do conceito que enxerga o Cerrado como Mar, o desenho dos parques urbanos (escala local) partiu das marcações que as ondas fazem na areia da praia. As linhas curvas das ondas formam os limites entre os jardins, os decks e os caminhos.

94

restauração

Assim como as ondas lançam parte da biodiversidade marinha na praia, a zona de atividades recebe a biodiversidade do Cerrado. Essa diversidade será representada no projeto através de jardineiras em que uma paleta de cor será predominante na escolha das espécies. As paletas preodimnantes no Cerrado são as seguintes: roxo, rosa, azul, vermelho, alaranjado, verde e amarelo.

Dentro da zona de atividades será previsto um número reduzido de árvores de baixa densidade folicular, de modo a manter o desenvolvimento das ervas e das gramíneas longe de sombras. Para isso, a deficiencia de sombramento será resolvida com edificações, pergolados e decks, que também foram previstos para servir de ponto de observação. As árvores de alta densidade folicular (chamadas de âncora por servir de marco para o parque a partir da via) ficarão perto do Deck e da via contorno para não sombrear demais os jardins.


Aa

Pe

figura A - Espécie arbórea com 8 a 16 metros de altura. Floresce entre setembro e outubro. Pe - sucupira-roxa (Pterodon emarginatus vogel)

Cs - joão-bobo (Chresta sphaerocephala)

figura B - Espécie herbácea com 1 a 2,5 metros de altura. Floresce entre março e outubro. Créditos: Mauricio Mercadante.

Aa - Ayapana amygdalina

figura C - Espécie herbácea com 0,3 a 0,6 metros de altura. Floresce entre novembro e maio. Créditos: Mauricio Mercadante.

Ar

Ar As Cs Ar As

Aa

Cs

Ar Ar

As - marcela (Achyrocline satureoides)

Aa

Cs

A escolha da vegetação obedecerá a metodologia da escala local (baseada nos jardins naturalistas de Piet Oudolf), com uma forração matricial de gramíneas, seguida de um mosaico de ervas e arbustos dispersos, coroados por árvores ou arbustos protagonistas.

No exemplo acima, a jardineira roxa tem como forração matricial o Capim rabo-deraposa (Aristida riparia) e como dispersas as flores do João-bobo, da Marcela e da Ayapana amygdalina. A protagonista escolhida foi a Sucupira-roxa.

Ar - capim rabo-de-raposa (Aristida riparia)

Por conta da dificuldade em encontrar e cultivar a flora nativa do Cerrado, as espécies deverão ser misturadas entre as que já se sabe que teremos sucesso no desenvolvimento e aquelas ainda em pesquisa.

Por isso a ideia de Parque-Escola presente no projeto, que fomentará a reunião de pesquisadores, profissionais e comunidade na construção dos Jardins de Cerrado do Parque Ecológico Sobradinho.

figura D - Espécie herbácea com 1 a 1,5 metros de altura. Floresce entre março e abril. Créditos: Mauricio Mercadante. figura D - Espécie herbácea com 1 a 1,6 metros de altura. Floresce entre março e maio. Créditos: Mauricio Mercadante.

figura F - Aqui é possível ver o capim como forração matricial, o chuveirinho (palipalan) como dispersa e as árvores ao fundo como protagonistas. Créditos: <correiodoestado.com.br>.

95


As arvores, em especial as de alta densidade folicular, serão concentradas perto do deck e da via contorno, não sombreando demasiadamente as forrações.

No exemplo abaixo, temos duas jardineiras roxas e amarelas, onde diversas espécies da paleta predominante estão sobre a forração matricial de capim.

Neste esquema típico da escala local, é possível notar a zona de preservação, com mata nativa restaurada, e o Peabiru (em asfalto drenante) limitando o parque urbano.

1

K

os caminhos internos reforçam o partido de onda da escala local, sendo consituidos de bloco de concreto drenante.

96

5

10

25

6

4

3

2

N

5

e2

alh det

K

1:1000

O pergolado faz parte das estratégias de sobreamaneto da área, reduzindo o ofuscamento e a exposição à luz solar.

O deck é outra solução típica dessa escala. Ele serve para observação e para aproveitar o sombreamento das árvores marginais.

Entre o deck e a via contorno comumente serão previstos espaços de convivência sombrados.

a via contorno é formada predominantemente por uma calçada, uma ciclovia bidirecional, uma faixa de segurança, a pista, faixa de serviço, calçada e limita-se com a linha de edificações.

50


PISO DRENANTE TIPO A

Os bancos, mirantes, passarelas e decks do projeto utilizarão réguas de madeira sustentável (polímero reciclado).

Bloco de concreto drenante. Será utilizado nos caminhos internos dos parques urbanos.

PISO DRENANTE TIPO B

Placa de concreto drenante. Será utilizada ao redor de playground, pergolados e edificações. Ao lado, a referência de bancos de madeira sobre uma jardineira naturalista do Muzeon Park of Arts, Moscou. Créditos: Google Inc.

PISO DRENANTE TIPO C

Pedra pirinópolis. Será utilizada ao redor de algumas jardineiras e dos pontos internos de contemplação das mesmas.

PISO DRENANTE TIPO D

Bloquete em pedra basáltica. Será utilizado na área da roda-gigante do Parque Arnica e nos estacionamentos vizinhos. Ao lado, a referência de mirante sobre área alagada do Parque Manancial da Haerbin, China. Créditos: Turenscape, 2009.

PISO DRENANTE TIPO A

Asfalto drenante. Será utilizado no Peabiru (via interparques), permitindo alta absorção.

PISO DRENANTE TIPO A

Pedra portuguesa. Será utilizada nas calçadas da via de contorno, remetendo aos calçadões.

97


98


parques urbanos. escala local

99


10

MEMORIAL DO CERRADO O circuito de visita ao Parque Ecológico Sobradinho inicia no Memorial do Cerrado, primeiro parque urbano do projeto. 8

Assim como os faróis costeiros guiam os marinheiros até a terra, o “faról/mirante” (1) é o marco responsável por atrair os visitantes que vem desde a BR-020 (12) e da região de Sobradinho.

9

J'

7

Eles poderão subir nessa estrutrura a partir da administração, no térreo, apreendendo a paisagem do Parque e adiantando o circuito a ser realizado.

Após, o passeio continua com um percurso pela 5passarela de arvorismo (2), onde os visitantes poderão observar as árvores raras e ameaçadas, da menos preocupante até as espécies extintas da natureza. Esse caminho aumenta a tensão do visitante a cada avanço 4 na direção das espécies em estado de maior criticidade. No fim do arvorismo, ele irá se deparar com o Memorial (5), um muro de 8 metros de altura por 50m de comprimento onde estarão escritos os nomes científicos das espécies do Cerrado extintas ou ameaçadas de extinção. J 3

Essa primeira parte servirá principalmente 6 para preparar o visitante para o restante do circuito, despertando o senso de urgência na preservação do bioma, além de criar empatia perante a situação da sua biodiversidade.

Corte J-J' 1:500 3

100

10

15

1 2

3

12 11

- Muro em concreto armado com tipografia metálica parafusada. - Ao ser extinta, a espécie tem seu nome riscado.

1:1000

N 5

10

25

50


10 10

8

7

5

9

8

9

J' J'

7

1 3

5 4

13

3

2

1

2

12 12

4 11 11

J J

3 6

3

Corte J-J' Corte J-J'

6

1. Farol/ Administração 2. Passarela de arvorismo 3. Acesso 4. Loja/guarita 5. Memorial1:500 6. Passarela Urbitá 1:500 7. Peabiru 15 10 3 8. Jardins de Cerrado 9. Quadra de esporte privada (existente) 15 10 3 10. Estacionamento 11. Ribeirão Sobradinho 12. BR-020 13. ETE CAESB (existente)

1:1000 1:1000

N 5

10 5

25 10

N

50 25

jardineira verde jardineira roxa jardineira vermelha jardineira amarela

50

101


PARQUE CALIANDRA Prosseguindo o circuito a partir do Memorial ou da BR-20, o visitante chega ao Caliandra, o parque urbano do primeiro acesso, já desenhado com o partido e o conceito comum da escala local, implantado para servir de âncora ao Parque Ecológico Sobradinho no início da Cidade Urbitá. A intenção é que as suas cores e infraestrutura chamem a atenção dos motoristas que transitam na rodovia, além de causar um efeito topoceptivo (de marco) no acesso à Cidade Urbitá.

1. Passarela 2. Quadra poliesportiva 3. Pergolado 4. Playground/ginástica 5. Peabiru 6. Apoio

Em termos de infraestrutura, foram previstos uma quadra poliesportiva para suprir parte da demanda dos futuros moradores da Cidade Urbitá, um ponto de sombreamento por pergolado, para servir de abrigo contra o sol durante a contemplação dessa porção de Cerrado, um playground e um ponto de apoio para ciclistas e praticantes de caminhada, com paraciclo e bebedouros – tal ponto é importante para servir de suporte àqueles que praticarão esporte no decorrer da BR-020.

jardineira roxa jardineira amarela jardineira azul jardineira vermelha

1:1000

A vegetação destaque é a de paleta vermelha, tendo a arbustiva Caliandrado-Cerrado (Calliandra dysantha) como âncora.

5

e2

lh eta

d

K

1 4

3

2

102

K

6

N 5

10

25

50


Detalhe 2

K

1: 250

N

1

2

5

10

1 - área de recuperação

-3,00m i = 3,4%

2 - peabiru (via interparques) - 3m 3 - contemplação interna (piso drenante C)

-2,0 m

Vt - Gomeira (Vochysia thyrsoidea Pohl)

-2,45 m

i = 3,2%

Cd - Flor do Cerrado (Calliandra dysantha) 4 - melgueira (meliponicultura) 5 - jardineira amarela Hi - ipê roxo (Handroanthus impetiginosus) 6 - jardineira roxa 7 - jardineira azul

-1,45 m

8 - espaço de meditação (pergolado) Af - aroeira do campo (Astronium fraxinifolium) 9 - piso drenante B -2,10 m

10 - piso drenante C

11 - piso drenante A

i = 3,0%

-1,45 m

Jc - jacarandá caroba (Jacaranda cuspidifolia)

12 - jardineira vermelha 0,0 m

13 - banco em ripa plástica - 0,45x0,45xL

10

14 - deck em ripa plástica

K'

16 - ciclovia - 2,5m 17 - faixa de segurança - 1,0m

5 2 1

0,0 m -0,15 m

1:250

15 - calçada em concreto - 2,5m

0,0 m

Corte K-K'

-0,70 m

103


Perspectiva típica dos parques urbanos propostos. Na imagem acima, do pergolado do Parque Caliandra, é possível notar o jardim naturalista com flora nativa, onde há o predomínio da paleta vermelha, além de formas e texturas diversas. O deck de madeira próximo à via, diretriz de projeto, serve de ponto de observação e de sombreamento, uma vez que as árvores de maior sombra, como já dito, só podem se concentrar perto da calçada para não inviabilizar o desenvolvimento das arbustivas e das herbáceas.

104


Perspectiva típica dos mirantes sobre áreas de Veredas. Na perspectiva acima, do mirante do Parque Lobeira, observamos a estrutura em madeira contrastando com o campo úmido de herbáceas e com os buritis, marcos dessa fitofisionomia muito presente na área de projeto.

105


PARQUE LOBEIRA 1. Ponto Urbitá-Sobradinho 2. Centro de Educação Ambiental 3. Salão de esportes 4. Pergolado 5. Quadra poliesportiva 6. Peabiru 7. Mirante 8. Vereda

Este parque urbano foi desenhado para causar os efeitos topoceptivo e expressivosimbólico para os pedestres, ciclistas e motoristas que transitam na ponte de conexão entre a Cidade Urbitá e Sobradinho.

Por conta dessa conexão regional, aqui foi previsto o Centro de Educação Ambiental, com atividades focadas na fauna do Cerrado. Também foram previstas uma quadra poliesportiva e uma edificação para prática de esportes individuais (tal solução visa reduzir o caráter masculinizado do espaço da quadra poliesportiva).

Foi previsto um mirante para acesso à região de vereda adjacente, permitindo o contato entre os visitantes e a flora nativa do alagado. A vegetação destaque é a de paleta verde, tendo a arbustiva Lobeira (Solanum lycocarpum) como âncora.

jardineira roxa jardineira amarela jardineira verde

Corte L-L' 1:1000

1:1000

N 5

10

25

6 detalhe 3

1

L

2

3

5

7

4

106

L'

8

50


Detalhe 3

-4,00 m

1: 250

i = 1,0%

N

1

2

5

10

-3,05 m

1 - quadra poliesportiva 2 - salão de esportes -3,50 m

3 - piso drenante C -3,50 m -3,05 m

4 - jardineira amarela

Hi - ipê roxo (Handroanthus impetiginosus)

i = 1,7%

5 - jardineira roxa

0,0 m

6 - jardineira verde

Sl - lobeira (Solanum lycocarpum)

7 - deck em ripa plástica

-0,70 m

Vt - Gomeira (Vochysia thyrsoidea Pohl)

8 - banco em ripa plástica - 0,45x0,45xL

0,0 m 0,0 m -0,70 m

9 - piso drenante B

-0,15 m

10 - calçada em concreto - 2,5m 11 - ciclovia - 2,5m

107


PARQUE PALIPALAN Principal parque urbano do projeto, ele concentra os viveiros de pesquisa e de reprodução de mudas da flora nativa do Cerrado.

Foi implantado neste local ser uma antiga área degradada por chacareiros, por ter uma das maiores áreas disponíveis entre a borda do Parque Ecológico e as Áreas de Preservação Permanente e pela conexão logística com a horta privada e a horta comunitária de Sobradinho II, explicadas mais a frente neste projeto.

1. Viveiro de Herbáceas 2. Viveiro de Gramíneas 3. Viveiro de Arbustivas 4. Armazém 5. Viveiro de Lenhosas 6. Playground/Ginástica 7. Passarela 8. Peabiru

Foram previstos um viveiro para herbáceas, um viveiro exclusivo para gramíneas, um viveiro para arbustivas, um viveiro para lenhosas, um armazém para sementes e insumos e um playground com aparelhos de ginástica.

1:1000

A vegetação destaque é a de paleta verde, tendo o Chuveirinho (Paepalanthus palipalan) e a Arnica (Lychnophora ericoides) como destaques. 7

jardineira rosa jardineira laranja jardineira roxo jardineira amarela jardineira azul jardineira vermelha

8

1

2 3

4

5

detalhe 4

6

108

N 5

10

25

50


-1,00 m -0,70 m

-0,15 m 0,00 m i = 5,70%

i = 6,00

%

7 - armazém

6 - melgueira (melipolicultura)

Pp - chuveirinho (Paepalanthus palipalan)

Hc - Ipê amarelo (Handroanthus chrysotrichus)

5 - deck em ripa plástica

Pe - sucupira roxa (Pterodon emarginatus vogel)

4 - viveiro de árvores

3 - banco em ripa plástica - 0,45x0,45xL

Ss - pau-rei (Sterculia striata)

Aa - angico (Anadenanthera falcata)

Le - arnica-do-cerrado (Lychnophora ericoides Mart.)

2 - viveiro de herbáceas

1 - viveiro de gramíneas

Detalhe 4 N

0,00 m

1: 250

1 2 5 10

-1,40 m

-1,20 m

-0,70 m 0,00 m

0,00 m

109


Perspectiva do Parque Palipalan. Os viveiros de espécies nativas cobertos com tela dão a transparência necessária para que os visitantes tenham contato com a pesquisa e as técnicas de cultivo, auxiliando na educação ambiental.

110


111


PARQUE MANGABEIRA Parque urbano mais próximo ao Córrego Paranoazinho, o Mangabeira foi pensado como local de contemplação da porção central de Cerrado do Parque Ecológico, por conta da sua posição topográfica, e como um ponto de frutíferas nativas, por ter acesso facilitado no cruzamento da Via de Contorno e da Via de acesso à BR-020.

Nele estão previstas a plantação de espécies frutíferas (com árvores mais próximas à Via Contorno para não sombrear as áreas de herbáceas), além de um pergolado, uma quadra poliesportiva, um deck em altura e um mirante para acesso à Vereda vizinha.

1

A vegetação destaque é a de paleta alaranjada, tendo a Mangabeira (Hancornia speciosa) como âncora.

2

3

detalhe 5

5

4

jardineira roxa jardineira amarela jardineira verde jardineira alaranjada

1:1000

112

N 5

10

25

50

1. Pergolado 2. Quadra poliesportiva 3. Mirante 4. Peabiru 5. Vereda


Detalhe 5

-2,00 m

N

-1,00 m 1

1: 250

2

5

10

Em - mulungu (Erythrina mulungu) 1 - jardineira alaranjada

-0,15 m

2 - quadra poliesportiva

Pe - sucupira roxa (Pterodon emarginatus vogel) -1,00 m

Hs - mangabeira (Hancornia speciosa)

-2,00 m

0,00 m

-0,45m

0,00 m

Vh - pau amarelo (Vochysia haenkeana) 3 - ciclovia - 2,5m 4 - calรงada em concreto - 2,5m 5 - jardineira amarela

0,00 m

6 - piso drenante B

7 - piso drenante C

i = 8,0%

i = 8,0%

8 - piso drenante A

9 - melgueira (melipolicultura) 10 - jardineira roxa 11 - deck em ripa plรกstica

12 - banco em ripa plรกstica - 0,45x0,45xL

113


Perspectiva do Parque Maniçoba. As forrações de herbáceas trazem forte expressão à paisagem.

114


Na parte mais à direita é possível notar o comportamento das espécies na época seca, importante período anual do Cerrado.

115


PARQUE PEQUI

Desenhado para ser o principal ponto de encontro comunitário, o Pequi foi implantado neste ponto por conta da sua posição na foz do córrego que vem da Reserva Biológica da Contagem, por sua vista, que abarca a porção Central do Cerrado no Parque Ecológico e por sua ligação por passarela entre a Cidade Urbitá, uma pequena lagoa e Sobradinho II, fazendo com que a área tenha um caráter bucólico. A presença dele na foz do córrego, que também poderá servir de conector, tem como intenção proteger essa área de sensibilidade ambiental, chamando a atenção dos visitantes sobre a sua importância. Nele será concentrada a maior parte do programa do lado oeste do Ribeirão Sobradinho.

Estão previstos o Centro Comunitário Regional, um espaço para restaurante e feira de produtos de matéria-prima nativa, uma quadra poliesportiva, um teatro de arena, um playground, um pergolado, aparelhos, e um Orquidário.

1

A vegetação destaque é a de paleta amarela, tendo o Pequizeiro (Caryocar brasiliense) como âncora.

2 3 4

5

M'

8

M

6

7

11

lhe 6

deta

1. Quadras poliesportiva 2. Teatro de arena 3. Orquidário 4. Pergolado 5. Feira/ Restaurante 6. Centro Comunitário 7. Playground 8. Ginástica 9. Apoio 10. Mirante

jardineira roxa jardineira amarela jardineira azul

9

116

1:750 10

N 5 10

25

50


Detalhe 6

M

-0,65 m

1: 200

N

-0,65 m

1

-0,90 m

2

5

10

i = 1,0

%

1 - centro comunitário - 8.936,00m² - h=6m

2 - contemplação interna (piso drenante C) -0,85 m

3 - jardineira roxa -0,85 m

-1,00 m -1,0 m

i = 0,1%

4 - playground - 1.868,00m² - h=3,5m -0,85 m

i = 35%

i = 35%

-1,0 m

5 - jardineira amarela

Cb - Pequi (Caryocar brasiliense)

Hc - Ipê amarelo (Handroanthus chrysotrichus)

-0,85 m

6 - piso drenante B 7 - restaurante - 12.861,00m² - h=7m 8 - piso drenante A

13 - ciclovia - 2,5m

-0,15 m

14 - faixa de segurança - 1,0m M'

5 2

12 - calçada em concreto - 2,5m

1

11 - deck em ripa plástica

0,0 m

1: 200

10 - aparelhos de ginástica - 804,00m² - h=3m

Corte M-M'

i = 3,33%

9 - banco em ripa plástica - 0,45x0,45xL

0,0 m

0,0 m

-0,85 m

10

-0,85 m

-0,65 m

117


Perspectiva do Parque Pequi, representando a convivĂŞncia entre os visitantes.

118


119


N

N

3 1

1

2

2

1:5001:500 3

PARQUE JACARANDÁ

O Jacarandá abriga a wetland oeste do Parque Ecológico Sobradinho. A implantação se deu por sua posição próxima à via de ligação entre a Cidade Urbitá e Sobradinho II, além de ser o último ponto antes do sistema de Veredas do Buritizinho, o que enseja a contenção e tratamento das águas pluviais contaminadas que vem do tecido urbano a montante.

A Wetland Jacarandá, assim como as demais do projeto, é constituída de rasgos na topografia original do local, com geometria capaz de suportar o volume de água pluvial a ser carregada. Entre as bacias de retenção foram pensados caminhos paralelos, para contemplação, e passeios transversais.

Como equipamentos, foram previstos um playground e um pergolado. A vegetação destaque é a de paleta roxa, tendo o Jacarandá (Machaerium opacum) como âncora.

120

N'

N'

1. Pergolado 2. Playground

3

jardineira roxa jardineira verde

jardineira laranja

jardineira vermelha

3

10

1015

15

N

N


Perspectiva da Wetland Jacarandá, onde é possivel notar com clareza o desenho em curva das forrações herbáceas e arbustivas nativas. As Wetlands do projeto são cercadas por passeios e filtram apenas águas pluviais contaminadas, não tratando efluentes puros de esgotamento sanitário.

Corte N-N' boca-de-lobo

galeria

condutor

bacia de contenção

piso drenante B

passarela

Peabiru

córrego

1:250 1

2

5

10

121


1 1

2 2

3 3

5 5

6 6

4 4

detalhe detalhe 7 7

PARQUE ARNICA Localizado no ponto mais setentrional do projeto, o Arnica foi projetado para servir principalmente à população do Setor de Mansões de Sobradinho II, para proteger a nascente que abastece a Lagoa Canela-de-Ema e para servir de mirante para o Parque Ecológico, visto estar na cota mais alta entre os parques urbanos. Além disso, a seção da Via Contorno que passa em frente ao parque urbano necessita de requalificação da paisagem, de modo a inserir marcos e elementos que garantam o atendimento às diretrizes das dimensões topoceptiva e expressivo-simbólica (acredita-se que a vegetação, as edificações e a roda-gigante consigam cumprir isso).

Nele estão previstos a quadra poliesportiva, uma roda-gigante para servir de mirante e ponto de atração, uma bilheteria/loja, um apoio da administração do parque e um playground com apoio a ciclistas e praticantes de caminhada. A vegetação destaque é a de paleta verde, com jardineiras formadas predominantemente de espécies de campo rupestre, tendo a Arnica (Lychnophora ericoides) como âncora.

122

1:1000 1:1000 1. Playgroun/Apoio 2. Quadra poliesportiva 3. Bilheteria/Loja 4. Roda-gigante 5. Administração 6. Nascente

N N 5

510 10

25 25

jardineira roxa jardineira amarela jardineira azul jardineira verde

50 50


Perspectiva da borda do Parque Arnica e sua Roda-gigante, marco visual topoceptivo do projeto.

123


Jc - jacarandá caroba (Jacaranda cuspidifolia)

9 - jardineira azul

10 - roda gigante

11 - bilheteria/ quiosque

12 - piso drenante D

13 - restauração IBRAM

14 - piso drenante A

15 - banco em ripa plástica - 0,45x0,45xL

16 - jardineira verde

17 - jardineira amarela

18 - jardineira roxa

19 - arquibancada

20 - cobertura em lona

21 - piso drenante B

22 - quadra poliesportiva

124


10 5 2 1

1: 250 N

6 - administração

Le - arnica-do-cerrado (Lychnophora ericoides Mart.)

Vt - Gomeira (Vochysia thyrsoidea Pohl)

5 - ciclovia - 2,5m

4 - calçada - 2,5m

3 - deck em ripa plástica

Hc - Ipê amarelo (Handroanthus chrysotrichus)

2 - contemplação

Pe - sucupira roxa (Pterodon emarginatus vogel)

1 - jardineira azul

Detalhe 7

125


55

PARQUE DAS ÁGUAS Localizado na região da Lagoa Canela-de-Ema, este parque urbano foi desenhado para abrigar o Centro de Esportes Aquáticos, demanda antiga da população de Sobradinho II. Esse uso é reforçado por sua proximidade ao Setor de Esportes de Sobradinho II, implantado ao lado. Para tanto, foram previstos uma piscina olímpica com arquibancada, uma fonte de piso para crianças na área externa, um playground, um apoio a ciclistas/praticantes de caminhada e um mirante que sai da Via Contorno e vai até a Lagoa, criando um maior contato entre os visitantes e o corpo d’agua.

44

Como diretriz de projeto da área externa ao parque, recomendase que a canaleta que sai do Cemitério de Sobradinho II até a Lagoa (que ficará coberta pelo mirante proposto) tenha um filtro contra necrochorume.

22

33

A vegetação destaque é a de paleta roxa, com jardineiras formadas predominantemente de espécies de áreas úmidas, tendo a Canela-de-ema roxa (Vellozia sp.) como âncora.

66

11

1. Centro de Esportes Aquáticos 2. Playground 3. Fonte de piso 4. Posto de vigilância/ máquinas 5. Apoio 6. Mirante da Lagoa

jardineira roxa jardineira amarela jardineira vermelha

1:500 1:500

126

N N 3 3

10 10

15 15


Perspectiva do Parque das à guas e sua fonte de piso para crianças. Nota-se o contraste das cores do jardim naturalista.

127


PARQUE CANELA-DE-EMA Assim como o Parque das Águas, este parque faz parte da área da Lagoa. Nele será prevista outra wetland de águas pluviais, a qual substituirá a bacia de contenção retangular hoje instalada, trazendo as pessoas de volta à região (antes era muito frequentada para colheita de mangas e visita à Lagoa).

3

A Wetland Canela-de-Ema possuirá a mesma configuração da Wetland Jacarandá, constituída de rasgos na topografia original do local, com geometria capaz de suportar o volume de água pluvial a ser carregada, caminhos paralelos para contemplação e passeios transversais. Um pergolado completa o programa. A vegetação destaque é a de paleta roxa, tendo a Canela-deema roxa (Vellozia sp.) como âncora.

1. Pergolado 2. Mirante da Lagoa 3. Peabiru

jardineira roxa jardineira amarela jardineira verde

1:1000

128

N 5

10

25

50

2 1


2

1

2

3

3

4

7

4 5

7

5

1

PARQUE GOMEIRA Vizinho ao bairro Buritizinho, de maior vulnerabilidade social, o Gomeira foi pensado para trazer não só lazer e qualidade paisagística ao local, mas também para servir de suporte à biodiversidade local e à economia da comunidade.

1:1200 1:1200 1. Ponte Urbitá-Sobradinho II 2. Apoio 3. Museu dos Polinizadores 4. Playground 5. Centro de Beneficiamento 6. Peabiru 7. Quadra poliesportiva

N 10

10

25

25

jardineira roxa jardineira amarela jardineira azul jardineira vermelha

50

50

75

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Isso porque ele abrigará o centro de meliponicultura, com criação de espécies de abelhas sem ferrão. O mel poderá ser explorado por uma associação de produtores e as abelhas farão o seu importante papel de polinização das espécies nativas.

O programa é complementado com uma quadra poliesportiva, um centro de beneficiamento, o Museu dos Polinizadores, um salão de esportes individuais e um playground com apoio a ciclistas e praticantes de caminhada. A vegetação destaque é a de paleta amarela, tendo a Gomeira (Vochysia elliptica) como âncora.

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PARQUE IPÊ Foi criado para requalificar as bacias de contenção retangulares atualmente instaladas, além de trazer lazer e qualidade paisagística.

Assim como as Wetlands Canela-de-Ema e Jacarandá, a Wetland Ipê será constituída de rasgos na topografia original do local, com geometria capaz de suportar o volume de água pluvial a ser carregada, caminhos paralelos para contemplação e passeios transversais. Um playground, um paraciclo e um pergolado completam o programa A vegetação destaque é a de paleta amarela, tendo o Ipêamarelo (Handroanthus albus) como âncora.

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1. Paraciclo 2. Pergolado 3. Playground

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PARQUE COPAÍBA Foi implantado neste local por conta da presença de uma horta privada que funciona há alguns anos na região e abastece os mercados e comércios próximos. Por sua importância, decidiuse manter a horta privada, com restauração apenas do espaço que invade a área de preservação permanente, além de instalar aqui uma horta comunitária.

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1. Peabiru 2. Playground/apoio 3. Sede horta privada 4. Centro de Beneficiamento 5. Pergolado

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O programa inclui um centro de beneficiamento comunitário, uma edificação para a horta privada, um pergolado e um playground com apoio aos visitantes.

A vegetação destaque é a de paleta roxa, tendo a Copaíba (Copaifera langsdorffii) como âncora.

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PARQUE BURITIS Local mais a leste do projeto, o Buritis é uma região com um sistema de veredas formado por muitas palmeiras de mesmo nome, sendo ladeado pela entrada sul de Sobradinho II, pela futura ponte prevista no PDOT, cortada pela única passarela de madeira da região e vizinha do Terminal Rodoviário e de uma Escola pública. Trata-se de uma das áreas com maior presença de pessoas no Parque Ecológico.

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1. Ponte Sobradinho-Sobradinho II 2. Rampas de Skate 3. Ginástica 4. Passarsela existente 5. Ponto de tirolesa 6. Sistema de Veredas 7. Mirante


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Outra característica importante da região é seu tradicional uso para colheita de frutíferas, uso que será mantido no paisagismo. Com isso, será um dos únicos parques urbanos propostos onde a presença de herbáceas e arbustivas será reduzida por conta da sombra causada pelas frutíferas arbóreas.

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No Parque Buritis também está presente o Curral Público de Sobradinho, um espaço de grande importância para famílias de carroceiros e catadores da região. Apesar da degradação que o resíduo acumulado causa ao sistema de veredas adjacente, decidiu-se manter o curral, prevendo o espaço para uma arquitetura adequada ao trato dos equinos, dos resíduos e para a administração.

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Além do Curral, o programa contempla mirantes que levam até às veredas, área de rampas (skate, bike), tirolesa, um apoio a ciclistas e praticantes de caminhadas e uma passarela em altura que ligará o Parque Ecológico à ciclofaixa de Sobradinho, conectando o projeto ao Parque dos Jequitibás.

1. Ponte Sobradinho-Sobradinho II 2. Sistema de Veredas 3. Passarela existente 4. Pasto 5. Curral Público 6. Pergolado 7. Mirante 8. Playground/apoio

Sua qualificação paisagística, incluindo a passarela que cruza em altura a via de ligação com Sobradinho, torne este parque urbano a nova entrada de Sobradinho II, sendo importante para o atendimento à dimensão expressivo-simbólica.

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PARQUE MANIÇOBA

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Implantando onde atualmente se localiza Centro de Formação em Política indigenista da FUNAI, o Maniçoba é um parque voltado para a cultura dos povos indígenas do Planalto Central. Foi criado para educar os visitantes sobre a história, o modo de vida e a cultura desses povos frente ao Cerrado.

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O desenho foi inspirado no mito do Caboclo Sete Flechas, cujo enredo diz que seus sete ataques têm o poder de quebrar maldições. Desse modo, os sete caminhos previstos no desenho paisagístico foram configurados de modo a criticar o desrespeito aos povos tradicionais do Cerrado, retórica a ser reforçada pelo Museu dos Povos do Cerrado, presente no mesmo sítio. Outro ponto, o Maniçoba é o único parque do projeto que possui estacionamento para automóveis, devido ao seu uso como escola.

A vegetação destaque é a de paleta verde, tendo a Maniçoba (Manihot carthaginensis) como âncora.

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1. Centro de Formação Indigenista (existente) 2. Museu dos Povos do Cerrado 3. Mirante 4. Peabiru 5. Sistema de Veredas

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PARQUE MURICI Na ligação entre a Cidade Urbitá e Sobradinho, o Murici está no caminho entre a região e a BR-020, o que o colocará como paisagem a ser apreendida pela população na ida ao trabalho e na volta para casa. Com isso, é importante sua qualificação em termos de construção da paisagem.

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Além disso, nele estão um campo de futebol muito tradicional em Sobradinho, usado pelo campeonato amador. É nele que está implantada uma das subestações de energia elétrica de Sobradinho.

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Por conta do uso predominantemente esportivo, foi pensado, além do campo de futebol, duas edificações para prática esportiva, de modo a reduzir o já citado caráter masculinizado no espaço. Um playground, um pergolado e o mirante que leva até o sistema de veredas completam o programa.

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A vegetação destaque é a de paleta amarela, tendo o Murici-mirim (Byrsonima intermedia) como âncora.

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8 1. Playground 2. Salão de esportes 3. Esportes individuais 4. Campo de futebol 5. Sistema de Veredas 6. Mirante 7. Ponte Urbitá-Sobradinho 8. Subestação CEB (existente)

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CONCLUSÃO

AGRADECIMENTOS

Desde uma surpresa apreendida a partir da BR-020 até as forrações savânicas das margens da Lagoa Canela-de-Ema, o Parque Ecológico Sobradinho se mostra como importante instrumento de conexão entre a Cidade Urbitá, Sobradinho, Sobradinho II e Condomínios, fazendo com que os povos dessas regiões sejam um só.

Primeiramente agradeço a Deus, que deu a minha vida, a natureza e o privilégio de estudar, trabalhar e criar. Tento te copiar, mas o Senhor é Grande!

Os jardins de Cerrado mostram-se como importantes articuladores da paisagem, com suas “praias” de herbáceas e arbustivas douradas e multicoloridas, qualificando paisagisticamente a cidade, ensinando que o Cerrado não é “mato” e que a beleza da natureza está em todas as escalas.

Agradeço também aos amigos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB), que resgataram minha mente fechada forjada nas mesas das exatas, ensinando-me empatia e abrindo meus olhos para a diversidade do mundo. Obrigado aos colegas da turma do 1°/2012 noturno, em especial aos colegas do “Cafezinho de Quarta”: Fred, Felipe, Rafael, Ariele, Gabi, Vic, Bárbara, Ju, Natália e Raquel.

Os campos restaurados na zona de preservação são um sinal de respeito às espécies do Cerrado, garantia que seus nomes dificilmente serão escritos no grande muro Memorial.

As wetlands surgem como importantes infraestruturas verdes, tratando as águas pluviais enquanto embelezam o Parque com uma pintura de ervas nativas. Os playgrounds, aparelhos de ginástica, apoios para ciclistas e decks chamam as pessoas ao Parque, lembrando-as que bom é viver em comunidade.

Os viveiros e armazéns de mudas e sementes materializam o conceito de Parque-Escola, lembrando aos pesquisadores, profissionais e comunidade que o Cerrado somente será salvo na união de várias mãos. De fato, o resultado do projeto é um sinal de respeito e atenção àquela comunidade e ao Cerrado, que clamam para serem reconhecidos como agentes de uma transformação sistêmica no Distrito Federal.

Apresentada a proposta final, o Parque Ecológico Sobradinho mostrou-se como resposta eficaz ao diagnóstico realizado, tornando-se uma opção de requalificação urbana e ecológica da região e ensinando o povo candango a amar e a preservar a nossa savana.

Agradeço e dedico este trabalho à minha família: Nathalia, minha eterna namorada arquiteta, que esteve ao meu lado em todos os momentos, dando essencial suporte. Amo-te; meus irmãos Thiago, Mariana e Emanuella, e meu pai, José Wilson, por seu amor e apoio; e, principalmente, minha mãe, Otacília, por seu amor, cuidado e luta para nos criar em Sobradinho II apesar de todas as dificuldades. Amo-te para sempre.

Agradeço imensamente às professoras e professores da FAU-UnB, que me fizeram enxergar mais longe. Dedico a vocês minha carreira e o meu pensamento crítico frente aos desafios que a arquitetura e o urbanismo têm a enfrentar. Em especial agradeço à Professora Vânia Loureiro, minha orientadora, que muito me ensinou sobre a empatia para com a comunidade local e sobre a sensibilidade entre o exercício de projeto e o meio ambiente. Seremos sempre amigos!

Agradeço também às Professoras Patrícia Gomes e Luciana Sabóia, membros da banca examinadora deste projeto, por suas importantes contribuições ao desenvolvimento do trabalho e pelas verdadeiras aulas sobre paisagem, meio ambiente e urbanismo. Agradeço aos demais servidores da UnB pelo importante papel desempenham apoiando as atividades da FAU.

Agradeço aos colegas da Administração Regional de Sobradinho II e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal pelos materiais e informações sobre o objeto.

Por fim, deixo um agradecimento especial aos amigos da Urbanizadora Paranoazinho S.A pelas conversas sobre a área de projeto e por cederem gentilmente materiais para a confecção deste trabalho. Boa sorte na construção da Urbitá! A todos o meu muito obrigado! O Cerrado resiste!

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2°/2019

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