SUMÁRIO
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Primeiras Palavras Como ser fiel no uso do tempo e das oportunidades
Palavras do redator Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho. (Salmo 119.105)
LIÇÕES 28 Temor ao Senhor data
32 Pais, criem seus filhos data
36 Filhos ouçam seus pais data
40 Amizades, só as verdadeiras data
Vida Cristã O diácono
44 Seja justo data
um devedor 48 Fiador, em potencial data
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Apoio Ministerial Pregar, escrever e ensinar, artes presentes no ministério pastoral
52 A fidelidade na vida conjugal data
56 Quatro opostos do bem viver data
60 Inimigos do bem viver data
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Bíblia Mudanças – você as percebe?
64 Jamais encubra pecado data
68 Aprenda a dialogar data
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Mundo Jovem “A igreja precisa fazer alguma coisa!” Apresentação
72 O sucesso que faz bem data
76 Aprenda com os animais data
Olá! Antes de tudo, quero parabenizá-los pela revista Palavra e Vida. Eu não conhecia a revista, pois moro em Palmas - TO, e só pude ter um exemplar da revista em mãos quando estive em viagem ao Rio de Janeiro. Agora, estamos estudando edições passas. Isso não interfere no aprendizado, uma vez que os estudos não deixam de ser atuais. Mesmo um pouco fora de tempo, preciso parabenizar a todos da equipe pela revista do primeiro trimestre de 2013, e especialmente ao pastor Elildes Fonseca, que escreveu as lições. Todas têm argumentações claras e respostas ainda mais precisas, inclusive no que diz respeito aos batistas. Percebo que muitos jovens são questionados com relação à sua própria denominação e muitas vezes não sabem o quê nem como responder. Há muito tempo não via estudos da EBD mencionarem este aspecto. Minha única sugestão é com relação à diagramação: o texto justificado e hifenizado proporciona uma leitura mais fácil. Fiquem com Deus! Grato, Jonatas dos Santos Pinheiro
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Meus amados irmãos, Primeiramente gostaria de parabenizar toda a equipe responsável pelas publicações e excelentes lições que temos estudado ao longo do ano. Como forma de melhorar, não o conteúdo, mas o visual da revista, sugiro repensarem a cor de algumas letras, principalmente os títulos. O verde escolhido e a tonalidade tem nos dificultado no momento da leitura. As leituras bíblicas, então, quase não conseguimos visualizar no primeiro momento. Quanto ao corpo da lição a visibilidade é excelente. Em Cristo, Gilberto Martins Pastor auxiliar na 1ª IB em Tarcisio Miranda Campos do Goytacazes.
Graça e Paz de Jesus Cristo, Senhor e Salvador nosso. Parabenizo o pastor Marcos, redator desta revista, por suas palavras no assunto “Resgatando a importância da Educação Cristã” - pgs. 13 e 14 - terceiro trimestre 2013. O referido pastor fala do desinteresse e a não valorização do(a) Educador(a)
Religiosos(a) e pela Educação Cristã. Palavras oportunas e relevantes... chama-nos a atenção quanto ao assunto. Precisamos não somente valorizar a Educação Cristã e o Educador em si, mas também o ministro de Música, o de Evangelismo, o de Crianças, etc. Quando a igreja investe sem medo e mesquinharia nestes e outros, a igreja tende a ganhar. Há um grande diferencial entre as igrejas que investem nestes ministérios... bem como Missões... é só bênçãos e desafios vencidos pela igreja. Até hoje, lembro-me com grande carinho das Educadoras Cristãs que passaram pela minha caminhada como cristã. Sonho, também, com o dia em que a igreja na qual sou membro também possa ter e manter esses ministérios auxiliares. Parabenizo também pelos treinamentos de EBD, evangelismo, capelania e outros que a Convenção patrocina e disponibiliza para as igrejas e nas igrejas. Estou grandemente interessada em trazer alguns destes treinamentos para a minha
gente. Sem mais, abraço fraterno a todos da Palavra e Vida. Kenia Cristina Lopes Amaro – 1ª IB Vila Barcellos - Belford Roxo, RJ Prezados Senhores: Com grande satisfação recebi a revista Palavra e Vida, que fala das vidas que marcaram seu tempo, e venho parabenizar o belíssimo trabalho de seus realizadores. Vocês também estão marcando o seu tempo para DEUS, trazendo um grande trabalho de estudo para nós e também para aqueles que estão iniciando uma vida cristã, e gostaria de deixar uma sugestão: se possível colocar em cada lição um pequeno exercício para que os alunos possam responder e assim serem estimulados a aprender e buscar mais o estudo de cada lição. Que DEUS continue a abençoar a todos vocês que estão envolvidos no preparo de cada revista. Luiz Fernando de Almeida - 2ª IB em Arsenal São Gonçalo – RJ
Escreva para nossa redação.
contato@batistafluminense.org.br Mande suas sugestões, críticas e observações.
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Primei
Como ser fiel no uso do tempo e das oportunidades
U
ma leitura do Salmo 90 nos coloca diante de uma verdadeira reflexão sobre a vida, com um forte componente quanto ao uso do tempo e das oportunidades, de modo que ao fim possamos ter a certeza de que vivemos o melhor que podíamos viver e contamos ao longo do tempo com a bênção e a graça de Deus sobre nós. São dois os versos-chave: Ensinanos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios (12) e o último verso que diz: E seja sobre nós a formosura do Senhor nosso Deus, e confirma
sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos (17). Nada é pior que passarmos pela vida sem de fato vivenciá-la em todo o seu esplendor e potencial. Só temos esta vida para vivermos e devemos fazê-lo sabiamente. Ouvimos com frequência as pessoas dizerem: “gostaria de fazer melhor uso do meu tempo”. Raramente alguém diz: “Gostaria de controlar melhor a mim mesmo”. A fim de manejar a nossa vida precisamos, evidentemente, aprender a controlar a nós mesmos. Na verdade, um bom controle do tempo 5
é a única forma pela qual podemos obter mais dele para fazer as coisas que realmente gostamos de fazer. Não é raro encontrarmos quem indague: “Para onde foi o meu tempo?”. Esta indagação retórica, sem dúvida, expõe erradamente o caso. O tempo não sai de cena; ele simplesmente passa na velocidade de sempre. Descobrimos que ninguém tem mais tempo ou menos tempo do que um ou outro. Cada pessoa tem direito a 1.440 minutos por dia, 168 horas por semana. Todos temos em cada dia a mesma quantidade de tempo que os demais. Eis o paradoxo: ninguém tem tempo suficiente; cada um tem todo o tempo que existe. Eis o grande desafio: Sermos fiéis no uso do tempo, não o deixando escapar, vivendo os dias sabendo que não podemos dispor deles uma outra vez. O tempo, como a oportunidade, é algo tão precioso que um tempo passado, nunca será nosso de novo. Fará apenas parte da nossa história de realizações ou decepções. Uma vez passado, nós o teremos desperdiçado pela eternidade afora. Como contar sabiamente cada dia? Como ser fiéis no uso do tempo e das oportunidades? Primeiro - Viva a vida sob a perspectiva da grandiosidade 6
de Deus – Nos primeiros três versículos do salmo 90 aprendemos tudo o que precisamos sobre esta grandiosidade. Ensina-nos o salmista que o nosso Deus é grande porque é eterno; que o nosso Deus é grande porque é imutável. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente; que o nosso Deus é grande porque tem em suas mãos o controle de tudo e de todas as coisas. Qual é a sua compreensão de Deus? Reconhecê-lo grande como Ele é de fato o fará melhor e o abençoará. Neste salmo Deus é reconhecido como eterno, refúgio, poderoso, soberano e sustentador. Deus é o centro de tudo. A partir da visão da grandiosidade de Deus, a nossa vida muda de rumo, de direção e de propósitos. Viveremos para a sua glória e louvor, o que nos fará redirecionar alvos, e refazer e fazer novos propósitos. Qual é a sua visão de Deus? Quem é Deus pra você? Como contar sabiamente cada dia? Como ser fiéis no uso do tempo e das oportunidades? Segundo - Viva a vida sob a perspectiva de sua fragilidade – Nos versículos 4 a 10 somos levados a esta reflexão. Quem pensa de si mesmo como alguém forte, invencível, acaba deixando passar grandes oportunidades na vida, por pensar que tem sempre
à sua disposição todo o tempo do mundo e que poderá sempre fazer o que acha da vida, porque está no controle dela, o que não é verdade. Diz o salmista que a nossa vida é frágil, por isso breve. Acabam-se os anos como um conto ligeiro...; que a nossa vida é frágil por isso precisa ser bem aproveitada. Nós a aproveitamos bem à medida que cumprimos com os objetivos de Deus para nós. A esta altura é importante que entendamos a verdadeira questão: não é se fizemos tudo o que queríamos ou não fazer na vida e com a vida, mas se fizemos tudo o que Deus esperava que nós fizéssemos. Jesus não fez tudo o que todos desejavam dele, talvez nem tudo o que Ele mesmo desejava. Deve ter sido criticado por não ter feito determinadas coisas que outros líderes entendiam serem prioritárias ou de grande relevância, mas sempre fez o que o Pai desejava. Disse Jesus: A minha comida e bebida é fazer a vontade do meu Pai, que está nos céus. A fragilidade da vida é exposta com a chegada dos 70 anos, quando vêm também algumas limitações. A nossa vida se mostra frágil quando somos expostos aos erros que cometemos e nos deparamos com os limites que nos são impostos pela santidade de Deus, quando comparada com nossa pecaminosidade. O Salmista diz: Diante de ti puseste
as nossas iniquidades. Limites nos são impostos pela natureza física que temos. Há várias expressões no texto que são fortes e chocantes: ... dias que vão passando..., acabam-se os anos como um conto ligeiro, setenta anos com marca de robustez, pois passa rapidamente e nós voamos. A fragilidade da vida, e as limitações humanas nos advertem e nos desafiam: vamos enquanto é dia, vamos já! Sermos fiéis no uso do tempo e das oportunidades implica esta visão da vida. Seremos mais cuidadosos, mais aplicados, mais determinados com o reconhecimento de nossa fragilidade. Como contar sabiamente cada dia? Como ser fiéis no uso do tempo e das oportunidades? Terceiro - Viva a vida sob a perspectiva de que o seu verdadeiro significado está em Deus – Dos versos 12 ao 17, o salmista nos leva a focar a nossa necessidade absoluta de Deus e do seu agir em nós. São muitas as expressões de carência e total dependência de Deus: Ensina-nos - é uma atitude humilde de quem reconhece que nada pode fazer sozinho; de quem quer realizar algo grande para o Deus grande; de quem vê o futuro como uma oportunidade de bênçãos; Volta-te 7
para nós - Um pedido, um clamor. Estar só, sem Deus e sem direção é angustiante. A base do clamor é a compaixão de Deus; Sacianos - Há uma sede de Deus, da sua benignidade. O dia a dia sem Deus é sem sentido. A rotina com Deus é leve e abençoadora; Alegranos - Um clamor por compensação pelos dias difíceis que vivemos. Há momentos interessantes em nossa caminhada com Deus. Há momentos em que fracassamos, quando somos rejeitados, quando somos confrontados; Apareça a tua obra - Deus precisa agir por nós com braço forte. É Ele quem faz por nosso intermédio; Seja a tua graça sobre nós e confirma - Sem a graça de Deus não tem graça a vida. O sorriso desaparece, a tristeza toma conta. Que salmo maravilhoso! Moisés nos dá uma aula sobre o bom uso do tempo e das oportunidades mostrando que isto requer de nós uma tomada de posição: reconhecimento da grandeza de Deus, da nossa fragilidade e limitações e da importância de se
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buscar a bênção do Senhor todos os dias. O manejo do tempo exige perseverança e autodisciplina, mas nenhum outro investimento paga dividendos mais alto (Peter Drucker). Quem deseja usar bem o tempo e as oportunidades, lembrese: Separe tempo para trabalhar – é o preço do sucesso; “Separe tempo para pensar – é a fonte do poder; Separe tempo para divertir-se – é o segredo da juventude eterna; Separe tempo para ler – é a fonte da sabedoria; Separe tempo para fazer amizades – é o caminho da felicidade; Separe tempo para sonhar – é engatar seu vagão numa estrela; Separe tempo para amar e ser amado – é o privilégio dos remidos; Separe tempo para olhar à sua volta – é o dia que é muito curto para ser egoísta; Separe tempo para rir – é a música da alma; Separe tempo para Deus – é o único investimento duradouro”.1 José Maria de Souza Pastor, diretor executivo da CBF 1 Como aproveitar ao máximo o seu tempo e o seu potencial da Editora Betânia.
Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho. (Salmo 119.105)
A
palavra Bíblia significa “livros”, e vem do grego (língua em que foi escrito o Novo Testamento) “tà Bíblia” - ou seja, livros sagrados. O plural justifica-se, uma vez que a Bíblia não é um livro somente, mas uma biblioteca composta de 66 livros, 39 dos quais pertencem ao Antigo Testamento e 27 ao Novo Testamento. Segundo a 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada no dia 28/3/11, a média de leitura do brasileiro é de 4 livros por ano, sendo apenas 2,1 livros até o fim. O número é menor do que o registrado em 2007, quando foi feita a 2ª edição da pesquisa. Na época, a média de livros lidos por ano era de 4,7. O levantamento foi feito pelo Ibope Inteligência com 5 mil entrevistados em 315 municípios entre junho e julho de 2011. A pesquisa, encomendada pelo Instituto Pró-Livro, mostra ainda
que metade da população - cerca de 88,2 milhões de pessoas - é considerada leitora, ou seja, leu ao menos um livro nos últimos três meses. O índice é menor do que o registrado em 2007, quando 55% da população haviam declarado ter lido ao menos um livro nos três meses que antecederam a pesquisa. O CentroOeste é a região com melhor média de livros lidos, seguido pelo Nordeste, Sudeste, Sul e Norte. A Bíblia é o livro mais lido no Brasil, seguido por livros didáticos, romances, livros religiosos, contos e livros infantis. As mulheres leem mais do que os homens. Enquanto 53% delas são leitoras, entre os homens o índice é de 43%. 9
Os dez primeiros títulos de livros que as pessoas disseram ter lido recentemente ou estar lendo durante a realização da pesquisa são: 1 – Bíblia; 2- Ágape; 3 – A cabana; 4Crepúsculo; 5 – Violetas na janela 6 – O caçador de pipas; 7 – O pequeno príncipe; 8 – Amanhecer; 9 – Dom Casmurro; 10- Harry Potter.1 Portanto a Bíblia é o livro mais lido no Brasil e no mundo, pois ela não somente forma o alicerce duma vida efetiva de oração, mas é fundamental em qualquer outro aspecto da vida cristã. Enquanto a oração é a maneira de nos comunicarmos com Deus, a Bíblia é a maneira de Deus se comunicar conosco. A Bíblia oferece salvação eterna como um dom totalmente gratuito da graça e da misericórdia de Deus; contém os mais elevados padrões morais dentre todos os livros, oferecendo uma solução realística e permanente para o problema do mal e do pecado humano. Em Atos 17.11 lemos que os judeus de Bereia conferiam tudo, examinando diariamente as Escrituras para ver se o que Paulo estava ensinando era verdade. Por causa disso, foram elogiados como possuidores duma grande nobreza de caráter. Há uma lição importante aqui. Os bereanos não foram condenados por examinar o que 1 “Retratos da Leitura no Brasil”, realizado em 2011 pelo Instituto Pró-Livro,
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Paulo dizia. Antes, foram elogiados por causa disso. Examinar as Escrituras exige disciplina e dedicação, mas os dividendos são realmente gratificantes. Os bereanos checavam-na diariamente, e assim é que deveríamos fazer. Portanto busque diariamente a leitura da Bíblia para fortalecer a vida cristã e ouvir o que Deus deseja para você. No 2º domingo de dezembro comemoramos o Dia da Bíblia, por isso realize uma programação voltada a incentivar a leitura e o estudo da Palavra de Deus na sua igreja. Mande através do nosso email: educacaoreligiosa@batistafluminense. org.br o que a sua igreja realizou no Dia da Bíblia que colocaremos na próxima edição da revista. Caro leitor, chegamos ao último trimestre de 2013 completando a 39ª edição da revista. Sabemos que a revista tem sido muito útil aos alunos e professores das igrejas batistas fluminenses, trazendo ao aluno conhecimento e alegria em estudar a Palavra de Deus. Portanto contamos com cada aluno, professor e leitor da revista sugerindo temas e fazendo observações sobre conteúdo, formatação, cores e artigos para melhorarmos. Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda Diretor de Educação Religiosa Redator da Revista
O diácono
S
ervidor alegre. Contente com o seu trabalho. Ele o faz por causa de Cristo, o Servo maior. O seu coração se rejubila em servir. As suas entranhas fervilham de gratidão por trabalhar modestamente. Um homem ou uma mulher simples no sentimento, nas palavras e nas ações. Não busca holofotes. Não almeja o pódio, mas o chão ou o húmus. Não está interessado em elogios, mas em engrandecer o Senhor com o que faz. O seu trabalho é excelente. Seus relacionamentos saudáveis. O seu coração é prazeroso em repartir o pão, o espaço e o cuidado. É proativo. Uma pessoa admirada pelos mais novos e mais velhos. Sensível às necessidades dos outros. Nutre
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a hospitalidade em seu coração. Pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar (Tg 1.19). Sábio em suas decisões. Que tem prazer em adorar a Deus em espírito e em verdade (João 4.24). Ele é manso e humilde de coração (Mt 11.29). Aprecia viver aos pés do Mestre para aprender a ser um cristão melhor, mais útil. A sua família é ajustada. Ele é um referencial ético. Responsável em tudo o que faz. Tem o dom da misericórdia. Detentor de um espírito cooperativo e interativo.
Respeitado em todos os segmentos da igreja. Um facilitador. Amigo sincero do pastor da igreja e ora por toda a liderança. O seu prazer maior é glorificar a Deus em tudo o que faz. A Bíblia é o seu vademecum ou manual de vida. Não é um diácono-problema, mas é um diácono-solução. Uma pessoa de oração, que tem deleite em entrar no santo dos santos em Cristo Jesus. Aprecia muito testemunhar de Cristo, sendo exuberante. O evangelismo é o seu estilo de vida. Sincero, procurando sempre ter um olhar introspectivo. Um homem cheio do temor do Senhor. Eis o diácono bíblico chamado para ser oficial da igreja. Que não pleiteia cargos, mas cargas. Ele deve ter a fé de Abraão; a simplicidade de Isaque; a persistência de Jacó; a capacidade administrativa de José; a liderança
de Moisés; a liderança na família à semelhança de Josué; a confiança de Davi; a amizade de Jônatas; a sinceridade de Jeremias; o amor de João; a coragem de Estêvão; o espírito evangelístico de Paulo. Deve ser um imitador de Deus como filho amado, andando em amor como Cristo nos amou e a si mesmo se entregou por nós (Ef 5.1,2). Que privilégio ser um diácono, um servidor de Jesus, um homem amoroso, deleitoso e espirituoso. Íntegro a toda a prova. Cheio do Espírito e de sabedoria. Que ama a igreja do Senhor Jesus, sua família e o seu país. Um diácono que dê prazer ao coração do Pai, que o criou e o redimiu em Cristo Jesus, Seu Filho. Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pr. pitzerjacob@gmail.com
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Pregar, escrever e ensinar, artes presentes no ministério pastoral
A
dinâmica do ministério pastoral envolve atividades diversas. Dependendo da visão do pastor e da necessidade de sua comunidade, tarefas nunca vistas em alguns serão normais e corriqueiras em outros. Assim sendo, para uns, visitar tornase o centro de suas atividades e, para outros, tal atividade não faz parte de sua visão nem, propriamente, das necessidades da realidade, limitandose aos contatos pessoais quando uma ovelha ou pessoa ligada à igreja está internada ou enferma na própria casa. Não se deve ter atitude comparativa, nem de julgamento sobre a eficácia nem de desvio de foco da missão.
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Cada um, diante de Deus, dará contas de seu ministério. O importante é que se cumpra responsavelmente a missão e, como Paulo, declare: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus” - Atos 20.24. Embora não conste no texto original, gosto da ideia de versões que acrescentaram a palavra alegria, por acreditarem, provavelmente, que era
sempre a atitude de Paulo, haja vista sua carta aos filipenses ser chamada de “Carta da Alegria”. Algumas atividades, entretanto, tornam-se indispensáveis no bom desempenho do pastorado. Devem ser encaradas como arte. Dentre elas, destaco: pregar, escrever e ensinar. E, aqui, merece uma advertência: são áreas que mais somos tentados a desprezar, principalmente as duas últimas. Isso porque nossa chamada cultura evangélica sugere ser de pouco valor. Exemplificando: provavelmente, uma ovelha dará muito mais valor a uma visita sem qualquer objetivo, apenas para papear e tomar um cafezinho, do que um bom texto escrito pelo seu pastor e, até mesmo, por uma boa aula na Escola Bíblica. A situação torna-se problemática quando o pastor despreza o exercício dessas três artes, envolvendo-se em atividades que muito pouco produzirão para o bem-estar de seu rebanho. A arte de transmitir a palavra por intermédio da pregação, da escrita e do ensino precisa ser valorizada e assumida com disciplina. E, como arte, implica criação, beleza, criatividade, harmonia e equilíbrio por parte do profeta de Deus. Caminhemos no entendimento de cada uma dessas três artes.
A arte de pregar Muito se tem falado na pregação relevante e, parece-nos, que alguns
sugerem ter descoberto a pólvora, em alguns casos, desconsiderando um legado de grandes homens e mulheres que se dedicaram à tarefa de transmitir a palavra por meio da pregação. É verdade que devemos nos contextualizar e buscar sempre novos recursos para levar a essência de forma variada. E é preciso sabedoria para ajustar essência e forma sem que uma prevaleça sobre a outra, mesmo considerando que aquela é mais importante. Mas o fato é que pregar exige muito mais do que uma postura piedosa do tipo “Deus me dará a mensagem”. Inclusive quando a atividade de pregação acontece no mesmo lugar por muitos anos. Todo pregador trilhará a via de duas mãos: pregar o que o povo quer ouvir ou o que precisa ouvir. O problema é que a necessidade do povo virá com a roupagem da vontade de Deus e o problema maior é que essa roupagem é definida pelo pregador. Assim, corre-se o risco de uma mensagem com toda a “autoridade divina” ser produto meramente de influências na vida de quem a emite. E ainda devemos considerar a possibilidade que o que se quer ouvir seja o que se precisa ouvir. É um problema que só com dependência de Deus, sem arrogância e presunção, se resolverá. Permita-me uma experiência: algumas vezes, alterei o programa de mensagem por surgir no momento problemas relacionados ao tema no meio do rebanho. Só a 15
eternidade revelará se agi correto ou não. Há quem sugira, entre eles o respeitadíssimo pastor Israel Belo de Azevedo, um programa anual de pregações que deverá ser conhecido da congregação com a mesma antecedência. Sem dúvida, evitaria a minha atitude. Por outro lado, mesmo com o programa definido e conhecido do povo, o envolvimento emocional poderia trazer conclusões do tipo “mensagem direcionada”. De certa forma, há um clamor por sermões com substância. O pastor Darlyson Feitosa, na Revista Sistemática Equatorial, no artigo “O uso do grego na pregação, página 73, advertiu: “Observando-se cerca de 50 sermões num período de seis meses, constatou-se: o sermão expositivo foi o menos usado. Não apenas menos usado – ele representou apenas 6% do total (precisamente três sermões). É por essa e outras razões que se tem afirmado que pregação expositiva tem perdido o seu lugar de primazia no púlpito ou simplesmente nunca desfrutou de tal posição”. Sobre manter a essência e alterar a forma, sugiro ouvir três grandes pregadores que, na mesma igreja, em tempos diferentes, exemplificam isso: João Filson Soren, Fausto Aguiar de Vasconcelos e João Soares da Fonseca (visite http://www.pibrj.org.br). Mas considere que a mudança não se deu da noite para o dia, levou tempo. Pregar é uma arte. Escrever, também. É o que veremos a seguir. 16
A arte de escrever Provavelmente, aqui resida um dos maiores problemas para os pregadores. Diferentemente da pregação, que sugere ter ouvido a voz de Deus, não temos a mesma ousadia em assumir que recebemos um texto diretamente de Deus para escrever aos leitores. Até porque poderia sugerir heresia se levarmos em conta a ideia de inspiração tão presente em nosso entendimento de formação do texto bíblico. Por outro lado, escrever o sermão que “recebeu” de Deus também se torna uma tarefa muito árdua para a grande maioria, por algumas razões, entre elas: 1ª - organização, pois demandaria investir bem mais tempo nessa atividade; 2ª - dificuldade para a atividade, considerando que boa parte sente-se despreparada para tal ofício; 3ª - desvalorização, por concluir que os ouvintes não se interessam por leitura. Parece-nos que o problema maior é com as duas primeiras, até porque uma de nossas ações deve levar o povo a se interessar mais pela leitura, contribuindo para melhoria desse quesito na realidade brasileira, que é uma das piores do mundo. O que se deve ter em mente é o valor da palavra escrita até por questões históricas. É comum encontrarmos casos de grandes nomes em nosso meio que nada escrito deixaram, a não ser a reprodução de sermões e
palestras, transformados em livros por outros, alguns, anos depois de sua partida. Também não se pode esquecer que para escrever, é preciso ler. E aqui também reside um grande problema. Soube de casos em que universitário conclui uma graduação sem ter lido um livro sequer da área. A partir da cultura reinante em nossa terra, média de menos de dois livros por ano por pessoa, os envolvidos com o ministério dedicam pouco tempo à leitura. Alguns, até à própria Bíblia, registrando casos de pastores que nunca leram toda a Bíblia. Dedicar-se à escrita, considerando o contexto em que estamos inseridos, é uma luta permanente. Considerando que se trata de luta, é preciso que nos preparemos e nos lancemos ao desafio. E tem início
com o próprio pastor, alterando o paradigma instalado que pouco se valoriza o texto escrito. Desde pastoral em boletins, que para alguns é um martírio, até os próprios sermões, deve-se dedicar ao hábito e, pouco a pouco, com a ajuda de orientadores, crescer na arte de escrever. Um exercício sugerido é que se escreva todo o texto e, após várias leituras, elimine-se o desnecessário. Com a prática, será percebida a evolução e a capacidade de síntese acontecerá naturalmente. E cada leitura e tentativa de encurtar o texto será uma atividade prazerosa. Atrelada à arte de pregar e escrever, está a de ensinar, mas esta veremos na próxima revista. Pr. Neemias Lima Pastor da Igreja Batista do Braga – Cabo Frio (RJ)
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Mudanças – você as percebe?
À
proporção que o tempo passa, muita coisa muda. O interessante é que muitos não percebem as mudanças que chegam para ficar. Podemos exemplificar isso com o texto evangélico. Antigamente falávamos em Velho Testamento e Novo Testamento. Enquanto Novo continua em uso, substituímos Velho por Antigo. Aqui e ali, de vez em quando, alguém ainda fala em Velho Testamento. Uma outra mudança ocorreu na forma de abreviar os nomes dos livros da Bíblia, assim como a indicação de capítulos e versículos. Por exemplo, para abreviar Gênesis, capítulo 15, versículos de 1 a 10 procedíamos assim: Gên. 15: 1-10. Agora é um pouco mais simples: Gn 15.1-10. Percebeu as diferenças? O nome do livro é abreviado com
duas letras, e depois do capítulo usa-se ponto. Se os versículos são contíguos, usamos vírgula e não traço: Gn 15.13,14. Uma outra mudança ocorreu com aqueles livros de mais de um volume, como Primeiro Livro de Samuel. Antes usávamos algarismos romanos para abreviá-los (I Sam.) e agora usamos algarismos arábicos (1Sm), sem espaço. Cuidado para não anunciar uma leitura em Primeira Samuel, no feminino, conforme ocorre com frequência; diga Primeiro Samuel, concordando com “livro”. 19
Como não poderia deixar de ser, o mesmo procedimento é adotado em relação às cartas – Primeira Epístola do Apóstolo S. Paulo aos Coríntios (RC SBB, 1969) ou Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios (RA SBB, 1993): I Cor. foi substituído por 1Co no texto atual. Os evangelhos, que nessas duas versões eram segundo S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João, passaram a ser segundo Mateus, etc. Algumas outras observações são oportunas. Primeira: o Livro dos Salmos não está dividido em capítulos. Por isso, ao anunciar uma leitura nesse livro, não diga Salmos, 23.1-3 (que seria
interpretado como Livro dos Salmos, capítulo 23, versos de 1 a 3), mas diga Salmo 23.1-3. Segunda: podemos indicar de forma abreviada a leitura de capítulos seguidos ou não. Por exemplo: Gn 1-5 significa Gênesis, capítulos de 1 a 5; Gn 1, 5 significa Gênesis, capítulos 1 e 5. Terceira: Os livros de Obadias (Ob), Filemom (Fm), 2João (2Jo), 3João (3Jo) e Judas (Jd) também não têm capítulos. Assim, Jd 20 significa Judas, versículo 20. Agora confira a relação completa dos livros da Bíblia com as abreviaturas atualizadas:
Antigo Testamento Gn - Gênesis Êx - Êxodo Lv - Levítico Nm - Números Dt - Deuteronômio Js - Josué Jz - Juízes Rt - Rute 1Sm - 1Samuel 2Sm - 2Samuel 1Rs - 1Reis 2Rs - 2Reis 1Cr - 1Crônicas
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2Cr - 2Crônicas Ed - Esdras Ne - Neemias Et - Ester Jó - Jó Sl - Salmos Pv - Provérbios Ec - Eclesiastes Ct - Cântico dos Cânticos Is - Isaías Jr - Jeremias Lm - Lamentações Ez - Ezequiel
Dn - Daniel Os - Oseias Jl - Joel Am - Amós Ob - Obadias Jn - Jonas Mq - Miqueias Na - Naum Hc - Habacuque Sf - Sofonias Ag - Ageu Zc - Zacarias Ml - Malaquias
Novo Testamento Mt - Mateus Mc - Marcos Lc - Lucas Jo - João At - Atos dos Apóstolos Rm - Romanos 1Co - 1Coríntios 2Co - 2Coríntios Gl - Gálatas
Ef - Efésios Fp - Filipenses Cl - Colossenses 1Ts - 1Tessalonicenses 2Ts - 2Tessalonicenses 1Tm - 1Timóteo 2Tm - 2Timóteo Tt - Tito Fm - Filemom
Um fato interessante ocorre com “minh’alma”, expressão que não tem curso na língua que se pratica hoje no Brasil. O Hinário para o Culto Cristão, com mais de 20 anos de idade, a aboliu, mas até hoje não encontramos uma congregação que entoe “Canta, minha alma! Canta ao Senhor!”; todas continuam cantando “minh’alma”, mesmo quando a letra atualizada é projetada diante de todos. Algumas vezes, precisamos fazer referência a um termo citado anteriormente, mas dois termos foram citados, e o leitor pode ficar indeciso ao identificar a qual dos dois nos referimos. Quando um dos termos é uma das pessoas da
Hb - Hebreus Tg - Tiago 1Pe - 1Pedro 2Pe - 2Pedro 1Jo - 1João 2Jo - 2João 3Jo - 3João Jd - Judas Ap - Apocalipse
trindade, podemos identificá-lo, usando a inicial do pronome em maiúscula, evitando dessa forma a ambiguidade. Nesses casos usamos d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquele. Mas é bom frisar que esse procedimento só deve ser usado quando houver necessidade, e não em todas as ocorrências desses pronomes em referência às pessoas da trindade. Conforme podemos perceber, também no texto evangélico mudanças acontecem. Às vezes não as percebemos, mas às vezes resistimos a elas. Adalberto Alves de Sousa Revisor literário
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“A igreja precisa fazer alguma coisa!”
E
ssa frase foi a que mais ouvi durante os meus poucos anos como líder de adolescentes e jovens. Muitos pais e familiares acreditam que a realização de eventos por parte da igreja é o que fará seus filhos e netos se firmarem no caminho do Senhor. Lamento informar, mas estão profundamente enganados! E o mais interessante é que ao pronunciar essa frase, queremos reportar a responsabilidade para a instituição e acabamos esquecendo que a igreja somos nós, logo, a responsabilidade é nossa! 22
Não serei radical a ponto de afirmar que os eventos realizados pela igreja para crianças, adolescentes e jovens não surtem resultados, mas só os eventos não fundamentarão as experiências necessárias para um cultivo de uma vida espiritual saudável e o desenvolvimento da vida cristã. Precisamos de famílias que busquem valores sólidos e exemplos na Palavra de Deus para ensinar seus filhos e netos na presença de d’Ele. Os eventos e atividades servem como uma injeção de ânimo, e
só precisa de injeção quem quer prevenir-se de doenças ou quem está doente. Quem vive de injeção é porque seu corpo não produz anticorpos necessários para sua sobrevivência. Precisamos cultivar em nossas famílias hábitos saudáveis e tornar nossa casa um local onde a presença de Jesus seja constante em palavras, ações e atitudes, consolidando assim a fé da nova geração, para que ao “envelhecer não venham se desviar dele”. Igreja e família precisam caminhar em conjunto, pois mediante aos desafios que tentam desviar nossos jovens do “caminho que se deve andar”, somente uma sólida parceria farão os efeitos necessários para consolidação da nova geração com o Evangelho. Quando cada um trabalha isoladamente, acabamos criando crentes obcecados por igreja, que não vivem o ambiente familiar, ou crentes imaturos, cheios de complexos por falta de crescimento e desenvolvimento espiritual, que só veem coisas erradas na igreja. Como famílias cristãs precisamos compreender que a igreja já tem uma missão grandiosa, pois além de sinalizar o caminho para os que tem suas famílias no Evangelho, ainda tem como missão cuidar de forma
integral daqueles que não tem nenhuma referência familiar cristã. Por este motivo, se a família abraçar sua missão, tudo ficará mais fácil. Ao invés de jogar responsabilidades ou até mesmo culpar a igreja e ministérios, assuma sua participação e faça do seu lar um ambiente onde se vivam a graça e a misericórdia de Deus. Participe da vida espiritual do seu filho, seja exemplo de vida, de alguém que foi transformado pelo poder do Evangelho e que deixa os valores bíblicos evidentes no seu dia a dia. Torne a ida à igreja (templo) algo prazeroso, cercada de alegria, cheia de expectativas e não um mero compromisso religioso. Cuidado com suas palavras quando se referir ao seu pastor, liderança e irmãos da igreja, mostre como é bom viver em comunhão, como é maravilhoso servir a um Deus verdadeiro, todos juntos, independentes das diferenças, pois maior é o que nos une do que o que os separa. “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”(Efésios 6.4). Pr. Felipe Oliveira Diretor Executivo da Juventude Batista do Estado do Rio de Janeiro executivo@juberj.com.br 23
B
EM VIVER nasce de muitos desejos do dia a dia na vida do crente. De ver dias melhores, de gozar de uma qualidade de vida, de escapar das armadilhas, de estar bem consigo, ao mesmo tempo estar bem com o Senhor e o próximo. Salomão chama os seus conselhos de parábolas, enigmas... que poderíamos chamar de máximas para a vida. Pensamos em “regras para bem viver”. Mas estamos vivendo em tempos de conflitos, contradições, desrespeito às regras. Bem Viver é suficiente para pensar e repensar nossa vida.
Já não podemos dizer como há alguns anos – “no tempo da vovó” ou “como já dizia a vovó” e pronunciavase um dito popular que trazia no seu bojo um ensinamento, uma palavra de sabedoria. Levava-se um tempo para ser avô e avó, e isso após uma boa experiência de vida. As etapas da vida eram vividas dentro do seu tempo. A criança tinha infância; o adolescente passava a adolescência sem ser chamado de “aborrecente”. A juventude gozava do vigor da idade. Tornava-se adulto cheio de planos, projetos, intentos (Pv 16.1-3). Casavam-se, constituíam
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família e tinham filhos naturalmente. Transmitiam-lhes os muitos conselhos recebidos dos pais, dos mais velhos – avós, tios, amigos da família... A frase preferida da Salomão é a que mais me chama a atenção: sabe aqueles dias em que o nosso pai pegava a vara – que podia ser um chinelo, um cinto de couro ou uma “correia” – e nos chamava em particular, e dizia: “filho, você sabe que errou. Papai falou para você não fazer isto e você fez. Como eu havia dito, agora vou ter que usar a vara.” E, então, dava umas chineladas e falava: “Você está apanhando por isso, por isso e por isso.” Agora vá para o seu quarto pensar no que você fez e nunca mais faça isso. Salomão diz: “Filho meu!” Hoje os tempos são outros. Em vez disso, palavras impensadas, amaldiçoadoras têm sido proferidas pelos pais aos filhos e vice-versa. Tais palavras revelam insensatez, assunto que Provérbios trata com toda a propriedade. Provérbios é um livro de sabedoria. Faz parte da literatura sapiencial. É como aquele capítulo do manual que ensina como fazer tudo funcionar direito. Que explica pacientemente, com linguagem inteligível. Diferente dos manuais atuais, que, às vezes, nem sequer vêm traduzidos na nossa língua. Provérbios revela, de início, o propósito para o qual foi escrito: Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as 26
palavras da prudência. Para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade. Para dar aos simples, prudência, e aos moços, conhecimento e bom siso – 1.2-4. Mas também mostra onde tudo pode dar errado ou – literalmente – acabar mal: há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte (14.12).
Provérbios “A palavra provérbio vem do latim, proverbium, formada por pro, “antes”, e verbum, ‘palavra’. Onde pro pode ter o sentido de ‘de acordo com’, ou ‘através de’. No hebraico o vocábulo correspondente é mashal, ‘ser semelhante’, o que salienta o valor dos provérbios para a feitura de comparações e observações sutis e inteligentes. “Um provérbio é uma declaração expressiva, incisiva e concisa, embora com o intuito de transmitir um pensamento novo ou importante. Pode ser uma declaração enigmática ou uma máxima, como se fosse uma minúscula parábola ou símile. “Um provérbio também pode ser uma ‘declaração enigmática’, que requer meditação e análise para que possa ser definido ou compreendido. “Os provérbios podem ser encontrados espalhados pela Bíblia inteira, mas o Livro de Provérbios é uma espécie de coletânea principal de provérbios, atribuídos a Salomão.
“Antes da escrita haver sido inventada, os provérbios circulavam sob forma oral. Era um costume universal. Eles são especialmente úteis no ensino de princípios éticos, e para exprimir expressões de bom senso. São excelentes instrumentos didáticos. “Tradicionalmente, o volume maior do livro de Provérbios tem sido atribuído a Salomão, filho de Davi e rei de Israel (Pv 1.1, 10.1 e 25.1). Entretanto, o próprio livro menciona dois outros autores: Agur (30.1) e Lemuel (31.1). “O próprio livro de Provérbios assevera claramente o seu propósito em Provérbios 1.2-4: infundir sabedoria e discrição aos homens,
especialmente no caso dos símplices, destituídos de experiência na vida. É propósito do livro inteiro orientar os homens na conduta prática diária. Essa sabedoria, esse temor ao Senhor é algo necessário para a formação de um caráter bem cultivado. “Embora o livro de Provérbios seja uma obra de cunho eminentemente prático, ensinando como o homem deve viver diariamente, a sabedoria ali ensinada está solidamente escudada sobre o temor ao Senhor.” (O Velho Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Provérbios, pp. 2529-2532). Pr. Antonio Regly
Quem escreveu? Antonio de Moraes Regly é carioca, nascido no então Distrito Federal, em 07/06/1958. É pastor há 21 anos, pastoreando atualmente a Primeira Igreja Batista em Presidente Juscelino, Mesquita/RJ. Escreveu as lições 7 a 13 – Conselhos de Tiago – da Palavra e Vida, 4º trimestre de 2012. Casado com a professora Sonia Alves Barbosa Regly (10/11/79), com quem tem duas filhas: Lívia (1980) e Evelyn (1983). Avô de Gabriel (1997) e Giovanna (2002). Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, turma Landon Jones, 1991 e graduado em Pedagogia (Orientação Educacional) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1993). Foi presidente da OPBB (Subseção Nilopolitana – 2003/2005). 27
Data do Estudo
Licao 1 Texto Bíblico: Provérbios 1.7
Temor ao Senhor
Introdução
T
emer ao Senhor não significa ter medo de Deus, mas respeitá-lo como um filho honrado respeita seus pais terrenos. Assim como este respeito agrada aos pais, o filho de Deus que teme ao Pai muito o alegra. O temor do Senhor é reverência, é obediência aos preceitos divinos e observância da sua Palavra; é o caminho que conduz à vida e à segurança; é certeza de estar sempre na presença de Deus. Por isso mesmo, o filho de Deus que teme ao Senhor rende-lhe culto com o seu viver, e é constantemente grato pela sua graça e misericórdia. Ele glorifica a Deus com a sua fé; crê no Senhor e na sua Palavra; é submisso a ela e a coloca em prática.
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Aquele que teme ao Senhor busca ter um relacionamento de intimidade com Ele semelhante ao do filho com seus pais aqui na terra (3.32). Temer ao Senhor é conhecê-lo na sua essência e proclamar o seu santo nome de forma a torná-lo conhecido aos homens.
1. O temor do Senhor encaminha para a vida Quando o bebê começa a perceber as coisas e pessoas à sua volta, a balbuciar as primeiras palavras, tem início o processo de encaminhamento para a vida. Nessa fase os pais começam a se preocupar com o futuro do seu filho, em qual escola ele irá estudar, que carreira irá seguir, e assim por diante.
Poderíamos chamar Provérbios 22.6 de um micromanual que ensina como encaminhar o homem para a vida: Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. Esse caminho é o temor do Senhor, que encaminha para a vida (19.23). Encaminhar é mostrar o caminho, pôr no bom caminho, aconselhar para o bem. É também conduzir, dirigir e guiar pela Palavra de Deus. Não temer ao Senhor é loucura, é descaminho; é perder-se ao longo da vida. Pior que isto, é cair nos laços da morte (14.12,27;16.25). Por intermédio da sua Palavra, Deus tem mostrado o caminho que conduz o homem à vida: Jesus. Provérbios 8 revela a Sabedoria personificada no Filho de Deus. Lendo João 1.118 e 14.6 entendemos que este é o caminho para a vida eterna. O modo de o Pai falar com seus filhos – eu e você – é: “Filho meu”. A orientação do Pai é esta: se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus (2.15). O bom encaminhamento para a vida depende da aceitação, obediência
e prática dos mandamentos do Senhor. Em suma, do cumprimento da sua Palavra.
2. Permaneça no temor do Senhor todo dia Você já teve a oportunidade de conhecer alguma pessoa que andou certinha boa parte da sua vida. Mas chega um dia em que você toma conhecimento de que essa mesma pessoa “virou a cabeça”. Mudou repentinamente seu comportamento de “certinha” e passou para “o lado errado”. No sentido figurado é o que significa virar a cabeça. Por causa do pecado, todo homem está sujeito a cair, a desviar-se para o mal. Mas você pode evitar que isto aconteça com a sua vida: O teu coração não inveje os pecadores. Não queira fazer o que eles fazem. Pode haver prazer no que eles fazem, mas é insensato e não há esperança para o seu fim (24.20). Porém a orientação é manter o temor do Senhor no coração continuamente. Literalmente, o dia inteiro, todos os dias: antes permanece no temor do Senhor todo dia (23.17). O homem que assim procede será bem-aventurado (28.14); alcançará a felicidade ao extremo e será bem-sucedido. Qualquer que seja o convite, qualquer que seja a proposta para o mal esteja certo: não acabará bem (1.10-19,26,32). Se escolher o temor do Senhor você viverá bem por muitos dias. Você será muito feliz 29
(10.27;28.14). Provérbios chama de galardão o resultado da vida que o homem alcançar. Se proceder bem, será coroado. Se proceder mal o galardão – o prêmio, o resultado, as consequências – serão a desgraça, a perdição (24.14; 10.27,29;13.13; 15.9).
3. Não confie no seu conhecimento Não importa de onde o homem adquira seu conhecimento. Se na melhor universidade do mundo, se num laboratório científico, ou mesmo na Palavra de Deus. É preciso ser humilde e reconhecer que toda a sabedoria e conhecimento provêm de Deus: então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento (2.5,6). Deus é insondável e o homem nada poderia saber a Seu respeito se Ele mesmo não nos revelasse o necessário em Sua Palavra. Na Palavra de Deus o homem achará o que de Deus se pode saber com segurança. E nesta mesma Palavra o homem chega ao conhecimento e entendimento de Deus. A ciência e os livros não podem revelar Deus ao homem. Ao ingressar na universidade, alguns jovens ou mesmo pessoas já amadurecidas são seduzidos pelo conhecimento, e acabam entrando pelo caminho da incredulidade no saber divino. Depois de alguns anos de estudo, pensam que todo o 30
conhecimento que agora possuem foi adquirido por si mesmos. Por esta vaidade acabam distanciandose de Deus e desviando-se dos Seus caminhos. Abandonam o temor do Senhor. Enredam-se em conhecimento e sabedoria humanos. O homem, por si só, não pode dirigir os próprios passos. O conhecimento que vem de Deus é uma dádiva para o homem que busca a verdadeira sabedoria. E o temor do Senhor é o seu começo (1.7).
4. Viva em segurança Aquele que se recusa a crescer no conhecimento de Deus, a aprender a sua Palavra, torna-se presa fácil do pecado. Acabará em ruína (10.29), será apanhado pelos laços da morte (14.27) e cairá no mal (28.14). Estamos vivendo os últimos dias e os tempos difíceis (2Tm 3.1), os quais têm sido marcados pela insegurança abrangendo todas as áreas da vida humana. O homem que não teme a Deus vive assustado pelas calamidades, pelos perigos, pela violência, pela possibilidade de qualquer coisa ruim lhe acontecer. Falta-lhe paz interior. Alguns depositam sua confiança nos bens que possuem, fazendo deles a sua segurança. Mas a morte põe um fim em tudo (11.4,7,28). O homem que teme ao Senhor adquiriu a sabedoria divina. Esta sabedoria faz com que ele habite em segurança. Estará livre do temor
5. Receba elogios de Deus No poema que descreve a mulher virtuosa (31.10-31) beleza e formosura são citadas como virtudes externas e passageiras. Por isso, de pouco ou nenhum valor. O contexto em que vivemos revela a valorização equivocada da beleza física masculina e feminina. Padrões consagrados pela mídia são transformados em alvos a serem conquistados a qualquer custo. Essa busca tem custado vidas, nas diversas cirurgias plásticas, dietas exageradas, ingestão de produtos objetivando a modelação do corpo, entre outros procedimentos. Homem e mulher que possuem a sabedoria de Deus serão elogiados tanto pelos homens quanto pelo Senhor. Provérbios 31.30 revela onde está o verdadeiro valor: o temor do Senhor.
Para pensar e agir Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido. O homem de bem alcançará o favor do Senhor, mas o homem de perversas imaginações ele condenará (12.1,2). Qualquer explicação para os erros do homem será mera desculpa diante do Senhor. Só existem duas formas de viver: com sabedoria ou com
estupidez. Ser sábio é temer a Deus. O estúpido rejeita Deus e a sua Palavra. Usa sua mente para o mal. Por isso mesmo recebe de Deus a condenação. No seu fim é de todo destruído. O bom encaminhamento para a vida e a solução para os problemas do homem estão nestas palavras: temer ao Senhor. Você precisa conhecer a Deus. Deus se revela na sua Palavra. Se você conhece a Deus sabe que deve viver longe do mal e afastar-se dos caminhos tortuosos e do homem mau. Não trilhá-los é agir com sabedoria. Não buscar nem andar em má companhia é prudência. Você precisa ler a Bíblia para aprender a Palavra de Deus. Em aprendendo, deve colocá-la em prática. Há uma linda canção, interpretada pelo saudoso irmão Sérgio Pimenta, que já está na glória, cuja letra é o texto de João 14.21 – Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Escolha, pois, viver com sabedoria, temendo ao Senhor.
Leituras Diárias
do mal (1.33;19.23). O caminho do Senhor é, ao mesmo tempo, fortaleza e refúgio para seus filhos (10.29 e 14.26).
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 2.1-5 Provérbios 8.13;9.10 Provérbios 10.27-29 Provérbios 14.2,26,27 Provérbios 15.9,16,33 Provérbios 16.6,7;1.23;22.4 Provérbios 24.21;28.14;31.30
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Data do Estudo
Licao 2 Texto bíblico: Provérbios 22.6
Pais, criem seus filhos
Introdução
H
á alguns anos exerci por alguns meses um ministério com crianças numa igreja onde era membro. Chegou uma mãe com seu filho chorando muito, o qual não queria ficar na sala. A mãe pegou a criança e entregou de forma ríspida à professora, e disse: “Minha irmã, é seu, é o seu ministério!”. Temos visto situações semelhantes repetirem-se em nossas igrejas. Mas esse não tem sido o mais grave. Pelo menos, nas salas dos departamentos 32
infantis das igrejas, as crianças recebem alguma orientação dos(as) professores(as), ouvem suas queixas, confortam-nas, oram com elas, mas não podem substituir você, pai, você, mãe. Pais que têm deixado seus filhos à sorte da televisão. Cada vez mais crianças pequenas de 5, 6 anos, passam horas à frente de um equipamento eletrônico: computador, tablet; videogames, smartphones. Sozinhos, sem atenção, sem diálogo, sem uma orientação sequer. E onde estão seus pais? Fazendo o mesmo.
Criar filhos é responsabilidade exclusiva dos pais. Esta é a mensagem de Provérbios: Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele (22.6).
1. Criar filho é gerar um sábio Criar filhos é gerar sábios. Grandemente se regozijará o pai do justo, e o que gerar um sábio, se alegrará nele (23.24). A geração de um filho não está restrita tão somente ao ventre da mãe, mas principalmente fora dele. É quando a criança nasce que tem início a mais difícil tarefa dada por Deus ao homem: criar o seu filho. A geração de um sábio dá-se pela sabedoria dos pais recebida do próprio Deus. Falando da sabedoria em Provérbios 2.1-11: se aceitares, se esconderes (trazer consigo), se clamares, se te renderes a ela (à sabedoria), se a buscares... você terá a sabedoria necessária para gerar um sábio: Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento (2.6). Gerar um sábio é criar o seu filho no temor do Senhor, ensinando-lhe o conhecimento de Deus, preparando-o para a vida do começo ao fim. Os pais que negligenciam esta orientação estão fadados a gerar filhos tolos: O que gera um tolo para a sua tristeza o faz; e o pai do insensato não tem alegria (17.21).
2. Criar filho exige castigar quando necessário A Bíblia Viva diz: O castigo do Senhor é uma prova do Seu amor por você; Ele faz a mesma coisa que um pai cheio de amor faz por seu filho (3.12). Deus castiga os seus filhos, mas não o faz como carrasco. O faz com um propósito, para o bem deles. Do mesmo modo, pai e mãe, haverá momentos em que será inevitável o castigo. O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga (13.24). Não castigar é o mesmo que odiar. É deixá-lo à própria sorte de fazer algo que não pode: criar-se ou corrigir-se a si mesmo. Provérbios diz: A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe (29.15). Castigar não é torturar ou espancar em excesso. Cometer insanidades como queimar mãos. Agredir a ponto de causar lesões graves. Castigar é contrariar quando o filho está errado; é não fazer as vontades dele. Castigar é corrigir a seu tempo, para o bemestar do seu filho: Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar (19.18). À luz de Provérbios, castigar é o mesmo que advertir, admoestar, corrigir, disciplinar, emendar, repreender. Advertir é, ao mesmo 33
tempo, censurar levemente. Explicar com atenção considerando a importância disso para o seu filho. Mas, quando preciso, também fazêlo com palavras duras. Admoestar é aconselhar. Algo que exige tempo, que, às vezes, você pensa que não pode perder. Mas é certo que se não investir esse tempo agora, perderá mais tempo ainda para resgatar seu filho de alguma delicada situação. E, o que é pior, poderá perdê-lo para sempre. Corrigir é dar a forma correta, é endireitar ou, ensinar o caminho direito. Disciplinar é estabelecer limites. Temos visto pais quase enlouquecidos por não mais terem o controle sobre seus filhos. Falta de limites. Crianças que ficam o dia inteiro na internet. Não estudam, não fazem os deveres e trabalhos de casa. Ficam em recuperação, perdem o ano letivo. Atrapalham as férias dos pais. Sempre há tempo para rever posições. Revejam as suas, pais, e tudo começará a mudar para melhor. Emendar é tirar defeitos. Há pais que em vez de tirar, estimulam os defeitos dos seus filhos. “Ah! Ah! Que bonitinho!” Repreender é arguir o erro cometido, confrontá-lo à luz da Palavra e, energicamente, censurá-lo. Não seria preciso, mas vou dizêlo. Em todas estas coisas, pai e mãe, vocês precisam ser exemplos.
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3. Criar filho é instruir Esta é a máxima de Provérbios para a criação dos filhos: Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele (22.6). Instruir demanda, entre outras coisas, três etapas fundamentais na vida de uma criança: a transmissão do conhecimento, o exercício e a domesticação. 3.1 – Transmitindo o conhecimento Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe... (1.8). Qual o tempo em que a criança deve receber esta instrução, este conhecimento? Quando menino, na infância. Esta é a idade do aprendizado. Tudo o que for ensinado a uma pessoa, na infância, ela não esquecerá jamais. Os pais devem falar da Bíblia aos seus filhos. Provérbios é um livro riquíssimo em sabedoria para o lar e para a preparação para a vida fora do lar, pois fala do temor ao Senhor, de fé; apresenta os valores morais verdadeiros. Revela também as consequências daquele que desobedece aos ensinamentos recebidos, em especial, dos seus pais. 3.2 – Exercitando o seu filho Para exercitar alguém é preciso fazer primeiro. Instruir significa conduzir à prática pelo exemplo. Os maus exemplos estão por toda a parte. A
igreja não está à parte. Se vocês – pai e mãe – seguirem as orientações da Palavra, examinarem tudo e retiverem o que é bom, em qualquer lugar em que estiverem com o seu filho poderão exercitá-lo, mostrando o certo e o errado, de forma que ele compreenda e não fique só na teoria. Mas o exemplo de vocês, por si só, será suficiente para marcar positiva ou negativamente a vida do seu filho. 3.3 – Domesticando seu filho Instruir é domesticar, que significa: tornar doméstico; amansar; domar. Amansar e domar, em sentido figurado, você obtém ensinando limites. E o que significa tornar doméstico? “Tornar da casa ou referente à casa; à vida da família; familiar”. Domesticar é ter limites para impor limites. Domesticar é ensinar limites. Para ensinar limites é preciso que você conheça, tenha e estabeleça os limites. Reflita primeiro: quais os seus limites? Você respeita limites? Se a sua resposta foi "sim" a esta última pergunta, você já tem tudo para domesticar o seu filho.
abençoado, bem-sucedido em todos os seus projetos, você terá de viver nos caminhos do Senhor”. Poderíamos escolher um versículo e dizer este será o seu versículo para toda a vida: Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido (Js 1.8). O versículo é completo e perfeito, mas ele exige interação: com o pai, com o filho, com a Palavra, com o Pai celeste, com o semelhante. O mesmo acontece com Provérbios 22.6: Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. Não se desviar é não mudar a direção; não se afastar do ponto onde se encontrava; não alterar o destino; não se distanciar do Senhor; não pecar. Quando instruímos os filhos nos caminhos do Senhor pela Palavra, eles aprenderão que o Pai está sempre orientando a vida deles.
Não é possível instruir uma geração para toda uma vida em uma única oportunidade. A instrução vai desde a mais tenra infância até a velhice. Seria maravilhoso se pudéssemos dizer uma única vez aos nossos filhos: “Olha, se você quiser ser feliz,
Leituras Diárias
Para pensar e agir
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 1.8-9 Provérbios 2.1-5 Provérbios 2.6-11 Provérbios 3.12; 13.24; 19.18; 29.15
Provérbios 17.21 Provérbios 22.6 Provérbios 23.24
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Data do Estudo
Licao 3 Texto Bíblico: Provérbios 1.8
Filhos ouçam seus pais
Introdução
H
á alguns anos um e-mail foi compartilhado na internet contando a história de uma jovem de 19 anos que começou a beber e usar drogas. O texto foi também publicado em alguns blogs. Saiu para mais uma de suas “noitadas” com quatro jovens, entre eles um menor, com apenas 13 anos de idade. Quatro dos seus “amigos” passaram em sua casa e a chamaram. 36
Aparentavam estarem embriagados. O som do carro estava em alto volume e os jovens bebendo. A mãe da moça aflita acompanhou-a até o carro e lhes disse: “Deus acompanhe vocês.” Ouviu-se uma gargalhada dentro do carro e a moça colocou a cabeça para fora e respondeu para sua mãe: “Só se ele for no porta-malas, porque aqui está lotado!” Logo após terem partido, o motorista perdeu o controle do carro, que estava em alta velocidade, e
bateu de frente num poste. Havia bebidas e drogas dentro do carro. Os cinco ocupantes do carro morreram. Um fato que deixou bombeiros e a perícia técnica intrigados foi ver o carro totalmente destruído, exceto o porta-malas, que estava intacto. Dentro dele encontraram uma cartela com 34 ovos em perfeito estado. Nos blogs, houve quem zombasse de Deus em alguns comentários, por causa dos ovos e o porta-malas intactos. Se a história é verídica, ou não, não foge à realidade de muitos filhos desobedientes a seus pais, e rebeldes, cujo fim tem sido trágico como o dessa jovem.
compartilhar da sua sorte. Em vez disso devem evitá-los. Há quase vinte anos, pastoreei uma congregação numa favela. O templo ficava em frente à rua que dava acesso à boca de fumo. Certa vez o dono da boca mandou um recado pedindo que eu fosse lá orar por eles. Ao chegar ao local entrei na casa e perguntei se tinham consciência do caminho que estavam trilhando. Alguns responderam que sim e que era o que queriam. Antes de completar dois anos, todos eles já haviam sido mortos (14.12 e 16.25).
1. Esta pessoa não é uma boa amizade
“Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes a prudência” (4.1). A máxima para o bem viver é ouvir os pais. Ouvir implica dar atenção, escutar; considerar, obedecer; observar os conselhos; receber reprimenda, sofrer censura, sem se rebelar. A prudência é a virtude que faz prever e procura evitar as inconveniências e os perigos; cautela, precaução. Filhos, quantas histórias de colegas seus você já ouviu em que eles se deram muito mal por não ouvirem seus pais? Talvez você mesmo tenha sofrido algum dano por uma desobediência ou teimosia: “Não quero você soltando pipa na laje, está entendendo?” Você subiu escondido, foi soltar a sua pipa e, de repente, distraiu-se com outra pipa voada e
Muitas vezes os pais alertam seus filhos quanto às amizades e companhias, e recebem em troca ameaças, palavras agressivas, acusações infundadas, além da teimosia e rebeldia em manter tal relacionamento. Ameaçam sair de casa; dizem aos pais que eles não sabem de nada e quando têm pouca instrução, chamamnos de “burros”; acusam-nos de preconceituosos. É inevitável aos filhos de Deus entrarem em contato com os ímpios, enquanto viverem neste mundo (4.14,15). Entretanto não devem deliberadamente procurar sua companhia ou imitá-los, para não
2. As consequências da desobediência, rebeldia ou teimosia
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despencou de cima da laje. Se você está lendo esta lição, menos mal. Sinal que você sobreviveu. Mas quantos perderam a vida caindo da laje ou atropelados, correndo atrás de pipa?
3. A geração perversa Alguns pais ficam se perguntando: “Onde foi que eu errei?”. Outros nem sequer tiveram tempo de fazer tal pergunta. Estou falando do nosso contexto em que vários filhos assassinaram seus pais por causa do egoísmo: queriam se apropriar da herança; da rebeldia: não queriam mais ouvir suas reprimendas; da crueldade: “eu não gostava dela, por isso a matei” – depoimento de um menino de 13 anos, que matou a mãe. É fato que pais erram tentando acertar. Outros erram pela omissão em não querer educar seus filhos. Há pais que tentam compensar a ausência com mimos e presentes. Mas há pais que mesmo tendo se esforçado para acertar o máximo, dando bons exemplos, boa educação, instruindo no caminho do Senhor, geraram filhos e filhas perversos. Neste assunto, Provérbios é conforto para estes pais, revelando que há, e sempre haverá, uma geração perversa. 3.1. O insensato Está no seu perfeito juízo, mas age como irracional. Procede como se fosse um demente, mas não é. Suas atitudes com os pais remetem aos atos de um louco. Este filho é tristeza 38
e desgraça para seu pai, e amargura para sua mãe. Aflige aqueles que o trouxeram ao mundo. É o filho opressor. Tem mais consideração com os estranhos do que com seus pais. É o filho que antecipa a morte dos pais com os muitos desgostos a eles impostos (13.25;15.5,20;19.13,26). 3.2. O que despreza e amaldiçoa As palavras desprezar e amaldiçoar e suas derivações são muito pesadas. Desprezar é não dar valor (falta de apreço). É desconsiderar e tratar com desdém. É repulsar com nojo. Amaldiçoar é abusar por meio de palavras e ações, envolvendo imprecações e palavras ásperas; tomar a casa deles para uso próprio e, assim, expulsá-los do lar ou privá-los de desfrutarem do lar que por direito é seu (19:26). Amaldiçoar significa abominar; declarar mau ou funesto; destinar ao infortúnio, ao abismo. No contexto de Provérbios, amaldiçoar tem em vista atos de desprezo aos pais, e zombar deles. É quebrar o quinto mandamento (Êx 20.12). De acordo com o pensamento hebreu, o filho que assim procede está em densas trevas. O resultado disso será a morte prematura ou violenta. Virá sobre ele toda a sorte de calamidades e não terão posteridade (20:20;30:17). 3.3. O que rouba Tem sido cada vez mais comum filhos furtarem seus pais: pegar dinheiro; objetos (para fazer dinheiro,
3.4. A geração deste tempo Esta geração perversa é hoje um dos sinais dos últimos tempos (2Tm 3.1-9), cujas características são descritas em Provérbios 30.1114: Há uma geração que amaldiçoa a seu pai e que não bendiz a sua mãe (desobedientes a pais e mães – 2Tm 3.2). Há uma geração que é pura aos seus olhos e que nunca foi
lavada da sua imundícia (pecadores deliberados; incontinentes; profanos; mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela – 2Tm 3.3-6). Há uma geração cujos olhos são altivos e cujas pálpebras são levantadas para cima (soberbos, orgulhosos – 2Tm 3.2,4). Há uma geração cujos dentes são espadas e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos e os necessitados entre os homens (cruéis, obstinados, opressores 2Tm 3.3,4).
Para pensar e agir Todas estas coisas poderão ser evitadas se tão somente você, filho, filha, ouvirem seus pais. Se você não mora com seus pais por algum motivo e está sob os cuidados de algum parente, ouça-o e obedeça às suas orientações. Se você mora só, faça uso do manual perfeito para a vida: a Palavra de Deus. Provérbios é um livro especial para pais e filhos. Ouso dizer que mais para os filhos que para os pais. O modo carinhoso de falar é como um colo para o bebê. Pense nisto com carinho.
Leituras Diárias
não se importando com o valor do bem, vendendo-o por qualquer ninharia); cartão de crédito etc. para comprar drogas, ou outras coisas para si mesmos. Provérbios fala de roubo: O que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: Não há transgressão, companheiro é do destruidor (28.24). O sentido no texto é furtar. O dicionário da língua portuguesa e o Código Penal definirem roubo como o ato de “Subtrair (coisa alheia móvel) para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistir”. Mas roubar significa também “Tomar para si, furtiva [escondido; às ocultas]; e inesperadamente”. Logo, o mesmo sentido de Provérbios. O filho que rouba pai e mãe atingiu o mais baixo nível da degradação moral que uma pessoa pode atingir. O texto deixa claro que o filho ladrão faz isso e ainda justifica seu furto. No seu pensamento age como se tivesse pegando algo que é também seu por direito.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 4.14,15 Provérbios 14.12;16.25 Provérbios 13.25;15.5,20;19.13,26
Provérbios 12.10;17.11 Provérbios 28.24 Provérbios 30.11-14 2 Timóteo 3.1-9
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Data do Estudo
Licao 4 Texto Bíblico: Provérbios 27.17
Amizades, só as verdadeiras Introdução
P
recisamos entender a definição de amigo, haja vista que a palavra está banalizada. “Amigo” pode ser qualquer um. Nas redes sociais você adiciona amigos. Nas relações sociais se você é apresentado a uma pessoa, geralmente acabam chamando você de amigo. Mas o que é ser amigo? O que define um amigo? Na Palavra de Deus encontramos algumas amizades bastante interessantes: Davi e Jônatas (1Sm 18.1-4); Abraão e Deus (Is 41.8); Moisés era alguém de quem Deus disse: “boca a boca falo com ele” (Nm 12.8). O amigo é alguém que tem pleno acesso a outra pessoa, inclusive o coração. Há amigos que nos são dados por Deus. Num dado momento, na hora que mais precisamos, Deus coloca pessoas em o nosso caminho para serem nossos amigos e cuidar de nós, como faz o amigo. Foram enviados por Deus para nos devotar
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sua amizade. Outros, o Senhor nos proporciona a oportunidade de conquistar e sermos conquistados. Há amigos que Deus faz-nos chegar no decorrer da vida e, quando menos pensamos, eles surgem de Deus para nos devotar sua amizade. Por sua vez, Satanás se encarrega de colocar “amigos” no caminho do homem. Ele escolhe pessoas que andam com ele, que o servem, que são seus escravos, que lhe prestam serviços, para seduzir e tentar levar à destruição os filhos de Deus.
1. Definição de amigo O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa assim define amigo: 1. Que é ligado a outrem por laços de amizade; 2. Em que há amizade; amical, amistoso; 3. Simpático, acolhedor; 4. Que ampara ou defende; protetor; 6. Benigno, propício (favorecedor; que dispensa favores); 7. Homem ligado a outrem por laços de amizade; 8. Companheiro.
Entendi ser oportuno incluir estas expressões, porque Provérbios as descreve com muita propriedade.
2. Amigo do alheio (ladrão), amigo de Satanás Provérbios 1.10-19 descreve a maneira sorrateira como atua o amigo do alheio, como é chamado figuradamente o ladrão, também amigo de Satanás, por fazer o que lhe é próprio: Atrai com palavras agradáveis (10), seduz com oferta de riqueza de bens (13); propõe uma unidade para o mal (14). A advertência: Não te ponhas a caminho com eles (15). O seu fim está determinado: armam ciladas contra o seu próprio sangue; e espreitam suas próprias vidas (18). Todo aquele que se deixa aliciar por este tipo de amizade, morte e destruição encontrarão (32). Jesus também adverte: O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir (Jo 10.10).
3. Falsos amigos ou amigos de fachada Provérbios cita alguns tipos de amigo comuns em o nosso meio e, infelizmente, no seio da igreja temos alguns deles. São do tipo que se declaram amigo de qualquer um e para qualquer um: todos são seus amigos. Usam da “amizade” para aproximaremse e obterem algo do seu interesse. São
do tipo intriguista, daquele que instiga a contenda (16.28), que gosta de revolver assuntos ou situações que já foram superadas (17.9). Há um pensamento que define muito bem esse tipo de “amigo”, o intriguista: “Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e cresça, que se torne pública e que seja muito comentada. Algo que lhe dê continuidade. É por isso que fofocar é uma tentação. Porque dá, por poucos minutos, a sensação de ser portador de uma informação valiosa que está sendo gentilmente dividida com os outros. Na verdade, está-se exercitando uma pequena maldade, não prevista no Código Penal. Fofocas podem provocar lesões emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre deixa um rastro de desconfiança. Onde há fumaça há fogo, acreditam todos, o que transforma toda fofoca numa verdade em potencial. Não há fofoca que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas” (Martha Medeiros, jornalista, escritora, aforista e poeta brasileira). Outros falsos amigos: os amigos dos ricos (14.20 e 19.4); os insinceros (19.4, 7); os aduladores (19.6); os oportunistas (27.14).
4. Amigo do peito, amizade verdadeira A expressão amigo do peito significa: amigo muito querido; amigo 41
íntimo. Provérbios define melhor o verdadeiro amigo: é aquele que ama todo o tempo (17.17), é conselheiro (27.9), podendo esta amizade assemelhar-se à pessoa de um irmão de sangue (18.24). 4.1. Ser amigo é amar de verdade Amigo é aquele que ama de verdade, tornando-se semelhante a um irmão de sangue. Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão (17.17). As adversidades podem proporcionar ao homem aquilo que ele menos espera: encontrar um verdadeiro amigo. Isso porque, em tempos de tribulação, tais homens se unem para enfrentá-la e só pararem quando virem vencido o problema. Acabam se tornando colunas e sustentáculos para o outro. 4.2. Ser amigo é ser conselheiro Conselho é a advertência emitida pelo amigo em favor do seu amigo. Aconselhar é transmitir cautela, prudência; um parecer que possibilite uma tomada de decisão correta, que obtenha bom resultado. O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial (27.9).
5. Outras características de uma verdadeira amizade A amizade verdadeira e os benefícios por ela proporcionados são 42
revelados em Pv 27.17. As diversas traduções – RA, RC, NTLH, S21, NVI – usam quase as mesmas palavras: Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo. Na Bíblia Viva o texto foi traduzido assim: Como duas lâminas de ferro ficam mais afiadas quando são esfregadas uma contra a outra, dois amigos que discutem seus problemas com sinceridade acabam mais amigos e mais maduros do que antes. Este é um provérbio famoso nos dias de Salomão, que traz a ideia de que as pessoas crescem ao interagirem entre si, ajudando umas às outras. 5.1. Aprender do outro O primeiro sentido da palavra afiar neste texto é aprender do outro. A amizade tem como propósito tornar pessoas conhecidas umas das outras. À medida que o amigo dá-se a conhecer ao outro, e viceversa, estabelece-se uma relação de intimidade. Você e o seu amigo verdadeiro não conseguirão saber tudo a respeito do outro. A vida é curta, o tempo é pouco. Contudo, à medida que abrirem o coração, um universo de conhecimento do outro é formado. 5.2. O aprimoramento do caráter Afiar tem, no original, o sentido de aprimorar e moldar o caráter do outro. O homem se comporta às vezes contrário ao seu próprio caráter. Vou
5.3. O crescimento mútuo Este é o outro sentido de afiar: dois amigos que discutem seus problemas com sinceridade acabam mais amigos e mais maduros do que antes. A amizade verdadeira nos faz pensar nas coisas que temos em comum e nas outras mais que nos fazem diferentes. A amizade faz o homem superar suas limitações, o seu eu, a sua vontade própria, para servir e ser útil ao outro. A faca é feita para cortar. Se não estiver afiada não terá sua utilidade. Afiar o outro tem o sentido figurado de educar o outro, produzir o fio cortante que o tornará um instrumento apropriado para servir os outros.
Para pensar e agir Faça uma lista com nomes daqueles que você considera seus amigos verdadeiros. Se desejar, ao lado de cada nome, escreva um breve relato de como e onde o
conheceu. Amplie listando as suas qualidades. Se quiser liste também os defeitos. Agora, faça outra lista daqueles que dizem ser seus amigos. O Facebook pode ser um bom roteiro. Será trabalhoso se sua lista for enorme. Mas tente. Feito isto, reflita nos conselhos, convites e propostas que você tem recebido: dos amigos, no sentido literal da palavra, os descritos e qualificados pela Palavra de Deus e os outros, digamos “amigos”. Meu irmão e minha irmã, vocês estão diante da Palavra de Deus. A Sabedoria, personificada no Livro de Provérbios (1.20), fala claramente das consequências pela escolha errada de uma amizade. É loucura insistir (1.20, 32). Você sofrerá duras consequências pela má escolha. Melhor dizendo, pela sua rebeldia à Palavra (1.26, 27, 31 e 32). Se entender que deve, diga não aos falsos amigos. Eles sempre se revelam. Abra mão desta(s) amizade(s). Diga sim aos verdadeiros amigos. Você viverá em paz e segurança (1.33).
Leituras Diárias
dar um exemplo: quando alguém faz uma grosseria e o outro revida na mesma proporção, o amigo, então, intervém e diz: “Não faz mais isso, não! Você não é assim. Isso não faz parte do seu caráter”. Quando alguém tratar você assim, em vez de engrossar também, trate-o com toda a delicadeza e polidez.Você vai deixálo desconcertado e envergonhado. E você será visto como um sábio!
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 1.10-19 Provérbios 1.20-23 Provérbios 1.24-33 Provérbios 14.20 Provérbios 16.28;17.9;27.14 Provérbios 17.17; 18.24; 27.9
Provérbios 19.4,7
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Data do Estudo
Licao 5 Texto Bíblico: Provérbios 11.31
Seja justo
Introdução
O
que é ser justo? Como definir a pessoa do justo? Provérbios define o justo com duas palavras: homem bom (10.3,6,7,24;11.10 – Bíblia Viva). Interessante é a definição dada pelo dicionário da língua portuguesa (Aurélio). No sentido teológico justo é “a pessoa que está de acordo com a justiça de Deus”, citando como exemplo o Salmo 145.17: Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras. De acordo com o pensamento hebreu, justo é aquele que pratica a Lei e as cerimônias judaicas (Mc 2.17).
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No Antigo Testamento, a justiça de Deus é o atributo pelo qual, ao tratar com as pessoas, Deus age de acordo com as normas e exigências da perfeição de sua própria natureza (Sl 119.142). Por isso Deus castiga tanto os incrédulos (Dt 33.21; Sl 96.13) como o seu próprio povo (Sl 50.5-7; Is 28.17) e, com imparcialidade, socorre os necessitados (Dt 10.17,18; Sl 72.2). Em o Novo Testamento, é o ato pelo qual Deus, em sua graça e em conformidade com a sua aliança, selada com o sofrimento, morte e ressurreição de Cristo, perdoa os pecados do homem por meio da fé (Rm 3.21-26; 1Co 1.30; 2Co 5.21).
Nos capítulos 10.1 ao 22.16 encontramos citações acerca do contraste da vida do justo com a do ímpio. Nesta lição veremos como Provérbios descreve o justo e o ímpio, o que eles fazem e as suas recompensas.
1. Como Provérbios descreve o justo O justo é aquele que aceita os mandamentos (10.8). Anda em integridade, por isso, anda seguro e agrada a Deus (10.9;11.3,20). Na sua boca se acha a sabedoria e palavras agradáveis. Ele conhece a Deus (10.13,14,31,32). O justo teme ao Senhor, em quem tem esperança, e é feliz (10.27,28). O justo tem a proteção do Senhor por andar nos seus caminhos (10.29). É humilde (11.2). Seu prazer é fazer o bem ao próximo e a si mesmo (11.17,23). É um ganhador de almas (11.30). Seus pensamentos são retos e aprecia ouvir bons conselhos (12.5,15). Ele ama a disciplina e fala sempre a verdade (12.1,17). Um bom orientador eis o que é o justo (12.26).
2. O que faz o justo? A vida do justo é dinâmica e de serviço ao seu Senhor. Tudo o que faz é direcionado ao próximo por intermédio do altruísmo, caridade e generosidade. 2.1. O justo trabalha O justo trabalha (10.16) e o seu labor é abençoado pelo Senhor.
Independentemente de ganhar um bom salário, ou ainda que ganhe pouco, Deus prospera a sua renda. Seu dinheiro é aplicado em coisas boas. É empregado no seu bem-estar, no da sua família e também do seu próximo. 2.2. É bondoso com o próximo A bondade do justo beneficia e faz alegrar toda uma cidade. Seu prazer está em ajudar o próximo. A vida do justo produz bênção para ele e para todos à sua volta (11.10,11). 2.3. Pratica a justiça Pode parecer redundante dizer que o justo pratica a justiça (21.15). Mas a ênfase está no modo como ele a pratica: com alegria. Ser justo não é um fardo pesado a ser carregado, mas uma oportunidade para fazer o bem e colher o seu fruto.
3. As recompensas do justo As recompensas do justo são muitas. Elas incluem as bênçãos do Senhor em todas as áreas da sua vida, sendo a maior delas a salvação, que lhe dá o direito à vida eterna. A lista é extensa, mas vale a pena contemplar cada uma delas. O Senhor não o deixa passar fome (10.3). As bênçãos do Senhor estão sobre ele (10.6). Mesmo após a morte, será lembrado como uma bênção entre os homens (10.7). Deus atende o desejo do seu coração (10.24). 45
O justo jamais será abalado porque os seus pés estão firmados sobre a rocha, que é o Senhor (10.25,30). O Senhor remove os obstáculos e endireita a vida do justo (11.5). Endireitar significa neste contexto errar menos ou ser corrigido e retomar o caminho direito. O Senhor livra o justo das tribulações (11.8 e Sl 34.19). O galardão do justo é a justiça que ele mesmo semeou e o favor do Senhor (11.18;12.2;13.21). A geração do justo desfrutará da liberdade (11.21). A vida do justo será próspera em todos os sentidos (11.28). Deus ouve a oração do justo e provê para ele (15.29).
4. Como Provérbios descreve o ímpio O ímpio é tratado em Provérbios como o insensato, cujo caminho é o da iniquidade. Suas obras más o arrastam para o abismo. O ímpio se ilude com as vantagens passageiras, frutos do seu pecado. Este inclui a riqueza obtida facilmente (11.7,28;13.11), os “amigos” de ocasião (19.4) e a soberba (16.18; 29.23). A boca do ímpio esconde a malícia (10.6,8,14,31,32;11.9). O ímpio acha que o pecado é divertimento (10.23). Ele está intimamente ligado às escolhas embaraçosas da vida, que está sempre em constante perigo (11.3,5,6). Os atos do ímpio causam dano a si mesmo. Com a sua maldade caminha para a morte sem se importar com 46
isso. O seu viver é abominável ao Senhor (11.17,19,20;12.26). Tem fascinação pelas coisas proibidas. Enquanto o justo se contenta com aquilo que Deus lhe concede, o ímpio, descontente, cobiça aquilo que é dos outros (12.12). Suas palavras revelam quem ele é; é predisposto a caluniar, causando vergonha e desonra ao próximo e a si mesmo (12.13;13.5). Não tem domínio próprio (12.16).
5. O que faz o ímpio? O viver do ímpio é agitado e seus pés caminham depressa para o mal. Quando ricos, fazem do dinheiro o seu deus. Sua vida é caracterizada por dois extremos: ou é avarento ou esbanjador. Quer tudo para si, mesmo que para isso tenha de defraudar o próximo (1.1 6;6.18;11.7,10,11,28;13.11). 5.1. O ímpio também trabalha O fruto do trabalho do ímpio é para a satisfação dos seus desejos carnais e para propósitos pecaminosos, como o orgulho, a luxúria e a devassidão. Gasta o seu dinheiro em festas e excessos. Para o ímpio ter muito dinheiro e fazer estas coisas é ter prosperidade (10.16). 5.2. O ímpio é corrupto e egoísta Provérbios 11.10,11 retrata o ímpio como o homem egoísta. É o corrupto dos nossos dias. Aquele que defrauda, sonega, corrompe e é corrompido. Tal homem é uma maldição para a cidade, o estado ou o país inteiro.
5.3. O ímpio só pratica o mal O ímpio pratica toda a sorte de males e busca escapar da punição merecida. Aproveita-se da iniquidade dos outros, tem em mente que a justiça é uma coisa desprezível. Pensa que poderá ficar impune. Em sendo levado perante a justiça ficará aterrorizado, pois sabe que, em algum momento, receberá a sua condenação, quer seja ela terrena, quer seja do Senhor, que é juiz justo (Sl 7.11; Pv 21.15).
6. As recompensas do ímpio O pecado gera consequências más ao ímpio, sendo a maior delas a morte eterna. A memória do ímpio findará com a própria morte (10.7). No original, significa dizer que “a sua memória apodrecerá juntamente com a putrefação do seu corpo” (O Velho Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Provérbios, p. 2584). A desgraça que o ímpio tanto teme virá repentinamente (10.24). O ímpio tem vida curta (10.27). A destruição o espera (10.29;11.19). Não ficará impune e sofrerá a condenação divina (11.21;31;12.2). O pecado do ímpio é a sua própria punição (13.21).
Para pensar e agir Se o justo é punido na terra, quanto mais o perverso e o pecador (11.31)!
Ninguém pecará impunemente. Homens e mulheres de Deus no passado foram punidos (Moisés, Miriã, Davi, Sansão... a lista é extensa), quanto mais o ímpio. A retidão leva o homem ao final feliz, enquanto o pecado o leva à destruição. Trazendo os ensinamentos de Provérbios para os nossos dias podemos crer que vale a pena ser justo. Esteja certo de que agradar a Deus produz bem-estar, alegria, resulta em bênçãos e conduz à vida eterna. Em contrapartida, a rebeldia contra Deus, a desobediência e rejeição à sua Palavra produz sofrimento e destruição ao homem. É só olhar à volta e ver as cracolândias, os prostíbulos, os tráficos de mulheres, os mendigos nas ruas, as baladas regadas a álcool e drogas, a violência de todas as formas. Homens e mulheres que, por causa dos vícios, perdem família, emprego, a honra, a dignidade. E por que não falar de servos e servas do Senhor que se deixam seduzir pelo pecado e perdem a comunhão com Deus e com a igreja; pastores que perdem o seu ministério e, com ele, a sua família?
Leituras Diárias
Causa destruição dentro e fora. Há alegria na cidade quando estes homens morrem.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 10.3,6-9 Provérbios 10.13,14,16,17 Provérbios 10.24-31 Provérbios 11.8-11,18-21,23,28,30,31
Provérbios 12.3,5,7,10,12,13 Provérbios 13.5,9,21;14.32;15.6,29 Provérbios 20.7;21.3,12,15,21
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Data do Estudo
Licao 6 Texto Bíblico: Provérbios 22.26,27
Fiador, um devedor em potencial
Introdução
T
em sido cada vez mais comum pessoas maduras, com experiência de vida, ficarem endividadas da noite para o dia, com o nome manchado na praça, porque deixaram-se levar pelo coração e não pela razão. As estatísticas revelam que boa parte dos aposentados estão com seus proventos comprometidos com dívidas. Pessoas maiores de 65 anos que contraíram empréstimos para filhos, netos, e outros parentes, os quais se comprometeram pagar rigorosamente, mas não o fizeram. Outros, como a história de um jovem descrita em Provérbios 6, no afã de ajudar um amigo, comprometeuse como fiador, ainda que não tivesse recursos para quitar a dívida caso o outro não pagasse. Não parou para
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pensar nesta possibilidade e acabou com um grande problema nas mãos. Há quem empreste cheque, o nome, cartão de crédito, faz empréstimo em seu nome para ceder o dinheiro a outrem, assina como fiador num aluguel de imóvel e até na compra de um carro. Em alguns casos, como fiador de aluguel de imóvel, faz-se necessário dar como garantia algum bem. Se você tem como arcar com todas as despesas, pode ficar sem a importância a qual se comprometeu como fiador, é por sua conta e risco. Mas se não tem, por que correr esses riscos? E o pior de tudo, por que desobedecer a orientação da palavra?
1.Fiador: falto de entendimento O texto é rigoroso em suas palavras: “O homem falto de
entendimento compromete-se, ficando por fiador na presença do seu amigo” (17.18). Salomão classifica o fiador como um homem sem bom senso, um insensato. A palavra mais adequada é: um desmiolado. É alguém que não quer compreender as coisas ou fazer uso da inteligência que lhe foi dada por Deus. Não sabe discernir entre o certo e o errado.
2. O fiador insensato nos dias de hoje Há várias maneiras de uma pessoa se enredar por ser fiador. Em o nosso dicionário da língua portuguesa, fiador é “Aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança.” É assumir desta forma o compromisso: “se ele não pagar eu pago”. Qual seria a coisa mais sensata a fazer ante um pedido para você ser fiador? Primeiro, uma análise nas suas condições financeiras. Minha receita comporta mais esta despesa? Procurar saber da situação financeira do outro. Ele quer alugar uma casa cujo aluguel é R$600,00. Consideremos que receba um salário líquido de R$ 1.000,00. É notório que ela não conseguirá pagar este aluguel. Considere que uma casa tem outras despesas. Ser fiador desta pessoa é ter a certeza de que você é que pagará o aluguel.
3. Evite problemas sérios O que implica ser um fiador?O fiador é aquele que toma para si a responsabilidade das dívidas de outra pessoa. Quase sempre é ele, o fiador, que acaba tendo que pagar toda a dívida ou a maior parte dela. E isso acaba se tornando um fardo pesado demais para carregar. “Não estejas entre os que se comprometem, e entre os que ficam por fiadores de dívidas, pois se não tens com que pagar, deixarias que te tirassem até a tua cama de debaixo de ti?” (22.26,27). A advertência é clara. É dirigida a um, mas para que não engrosse a lista dos que se enrolaram por se tornarem fiadores. Deixa claro que esta é uma situação fácil de acontecer por falta de sabedoria. Se ser fiador de um amigo pode trazer sérios transtornos, ser fiador de um estranho certamente sofrerá prejuízos financeiros, dentre outros males: “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que evita a fiança estará seguro” (11.15). O ensino aqui é pragmático. É assim que funciona na prática. Está explícito que, o mínimo que um fiador poderá sofrer, por se colocar nesta posição, será a inquietação de aguardar a chegada do dia em que a dívida será quitada. Ao contrário, aquele que resiste ser fiador do próximo permanecerá em segurança financeira e evitará toda sorte de problemas. 49
4. E agora, como vou pagar? Um jovem bem intencionado, amigo de outro jovem com menos recursos que ele, decide ser seu fiador num empréstimo (Pv 6.1-5). Não se sabe o valor, mas observa-se que deixou-se levar – empolgar seria mais apropriado – pelas palavras. Assumiu um compromisso que não podia, haja vista que seus recursos davam apenas para sua mantença. Chegou o dia de pagar a dívida. O amigo desprovido de recursos não tem com o que pagar. O fiador, também não. O credor não quer saber. Quer receber o que é seu. Naqueles tempos era costume dar a mão para firmar o acordo. A palavra empenhada tinha o seu devido valor. Era compromisso irrevogável. Uma vez feito o acordo o fiador estava preso ao credor e só ficava livre com o pagamento da dívida. De acordo com uma hipérbole oriental, uma vez tomadas decisões imediatas, o homem não podia deitarse na cama enquanto seu problema não fosse resolvido. A orientação é urgente: já que caíste nas mãos do teu companheiro, livra-te, vai, humilha-te, importuna-o, não o deixe descansar enquanto não arcar com o seu compromisso (6.3,4).
5. Quer ser fiador? Esteja pronto para arcar com as perdas Ser fiador é estar pronto para arcar com as perdas. Era permitido pela 50
lei que se tomasse a roupa de um homem por penhor da dívida (Êx 22.26), ainda que esta tivesse de ser devolvida ao dono antes do pôr do sol. Era costume também entre os povos da antiguidade tomarem as roupas exteriores daquele que não tinha como pagar sua dívida. Por duas vezes Salomão adverte como não cair nesta situação: “Ficando alguém por fiador de um estranho, tome-se-lhe a roupa” e “quando alguém fica por fiador do estranho, toma-lhe até a sua roupa” (20.16 e 27.13). E até a cama poderia ser tirada (22.27). Embora a lei proibisse que se tomasse o leito de um homem (Êx 22.26,27), nem todos respeitavam a lei. Não só tomavam o leito, bem como as cobertas e demais tecidos da cama.
Para pensar e agir 1. Não assuma dívida dos outros Por melhor que seja sua intenção de ser solidário, de ajudar uma outra pessoa, você tem de estar cônscio que, ao se tornar fiador você poderá se desestabilizar financeiramente e contrair uma dívida que não é sua. Você tem ideia dos problemas que podem lhe ocorrer? Você que não tinha dívidas, agora, pelo menos tem uma: daquele que você é fiador. 2. Não se acumule de problemas São muitos os problemas que as dívidas geram para uma pessoa, que
que boa parte das empresas não aceitam candidatos com nomes negativados. 3. Não tire a tranquilidade do seu lar As dívidas quebram a comunhão. Cria dificuldade para o que não deve (e não gosta de dever) de entender, de perdoar, de ajudar. As dívidas dificultam a comunicação. O cônjuge se sente lesado pelo outro e não aceita conversar sobre o problema. As dívidas fazem perder a paciência com os filhos, com o cônjuge, com os irmãos na igreja, com o chefe e os colegas no trabalho. As dívidas geram ansiedade; que gera a impaciência, que leva ao pânico. 4. Não acabe com a sua saúde As dívidas fazem adoecer. Além da depressão, as dívidas podem fazer uma pessoa enfermar e contrair alguns tipos de doenças como hipertensão, úlcera, problemas cardiovasculares, neurológicos; podem levar à loucura; colocam a vida em risco.
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vão desde a afetação da sua vida espiritual, junto à família e para você próprio devedor. Se você for casado, então, os problemas poderão se agravar ainda mais, pois podem levar o casal à brigas constantes, ao ódio recíproco e ao divórcio. As dívidas geram revolta tanto por parte de quem deve, que, não vendo uma saída, sente-se desamparado, sozinho, abandonado por Deus, quanto por parte do cônjuge, que se sente lesado, traído; algumas vezes agindo com retaliações ou até mesmo abandonando o companheiro devedor. As dívidas geram sentimento de vergonha. Grande parte das pessoas que nunca deveram ou tiveram seus nomes negativados, e agora devem por terem sido fiadoras ou aberto alguma concessão para outros comprarem em seu nome, sentemse envergonhadas da sua situação. Tentam esconder ou mascarar o problema. Às vezes até usam como alternativa “abafar o caso”, o que acaba agravando ainda mais a situação. As dívidas mancham a idoneidade da pessoa. O devedor inadimplente tem o seu nome maculado ao ser incluído na lista da Serasa e no Serviço de Proteção ao Crédito, ou ainda no Cadastro de Cheques sem Fundo do Banco Central. Tais restrições impedem uma pessoa desempregada de arranjar um emprego, haja vista
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Provérbios 6.1-5 Provérbios 11.15 Provérbios 17.18 Provérbios 20.16 Provérbios 22.26 Provérbios 22.27 Provérbios 27.13
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Data do Estudo
Licao 7 Texto Bíblico: Provérbios 5.18
A fidelidade na vida conjugal
Introdução
A
sociedade de um modo geral mudou radicalmente nas últimas décadas a maneira de relacionarse afetivamente. O namoro deixou de ser namoro, “ficar” virou opção da moda. Namoro virou sinônimo de morar juntos. Estar com um homem ou uma mulher debaixo do mesmo
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teto “virou” marido e mulher. O mesmo se aplica a dois homens e duas mulheres que decidem assim viver. O romantismo das músicas foi mudado por apologias à imoralidade, ao sexo bizarro e desenfreado, causando toda a sorte de problemas que vão desde os abusos, a promiscuidade, a violência sexual praticada nas ruas e dentro de casa,
deixando para trás um lastro de destruição de vidas. A mídia criou nomes fantasia para a prostituta, a licenciosa, a meretriz, que foram trocados por "modelos", e a prática sexual ilícita, por "serviços". A venda do corpo, por "ensaios" ou "nus artísticos". Com um tom de humor surgiram as “empreguetes”, as “periguetes”, entre outros. Tudo com o propósito de dar um caráter normal a toda esta imoralidade. Lares destruídos, famílias dilaceradas, homens e mulheres desorientados, filhos arrasados. Igrejas com problemas, ministérios abalados ou destruídos. Este tem sido um mal deste século, em que Satanás tem aproveitado as brechas e a falta de leitura e meditação da Palavra de Deus por parte dos crentes. A igreja deixou de estar alerta há muito tempo, deixando-se distrair e envolver com a imoralidade sexual mascarada com o nome de entretenimento. Provérbios trata esta questão com muita seriedade. É o livro que mais aborda com clareza os pecados sexuais, falando de forma clara e objetiva, ao mesmo tempo com advertências preventivas de modo a evitar que o homem caia no laço do maligno. E, se cair, ai dele com as consequências!
Indo direto ao assunto Todo crente, em especial os homens – para sua reflexão – e pais – para
instruírem seus filhos – deveriam ler e explanar exaustivamente os capítulos 5, 6 e 7 de Provérbios, principalmente nestes tempos. Eles falam da fidelidade conjugal e do perigo das relações sexuais ilícitas.
1. A fidelidade conjugal O capítulo 5 fala da fidelidade conjugal. Um poço era algo valiosíssimo numa terra árida como Israel. O mesmo se diz da esposa, cujo valor é inestimável (18.22 e 19.14). Por isso, sua comparação a uma fonte d’água é um gesto afetivo. Uma declaração de amor. Quem tem um poço, bebe e desfruta das suas águas. O insensato as compartilha com estranhos. Compartilhar as águas é a metáfora que ilustra o mesmo que ser infiel. Salomão adverte para o fato de o mesmo acontecer à esposa, a infidelidade dela. Por que outros, os estranhos, beberiam da tua fonte d’água ou a tua água se espalharia pelas ruas (5.16,17)? Os versos 18-20 são um conselho ao casal para se alegrarem com a felicidade que é o casamento. Mas, em havendo infidelidade, nada passa escondido aos olhos do Senhor, que tudo vê (5.21-23). O fim do homem e da mulher que assim procedem é a morte.
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2. Laços que destroem casamentos Ao falar da mulher estranha (5.3), a alheia (7.5), a licenciosa, a adúltera (6.26), a prostituta (6.26), a vil (6.24), Provérbios descreve a astúcia como estas enredam as suas vítimas. Contudo só são por elas apanhados aqueles que ignoram os conselhos dos pais e também da Palavra de Deus. Os que por elas são apanhados, descem ao mais baixo nível social e, não se libertando, ao fundo do abismo. A mulher alheia, a estranha: aquela que é imoral, impudica; qualquer mulher devassa; a prostituta vive desregradamente, avilta o próprio corpo, que vende seu corpo por dinheiro ou outra(s) coisa(s) do seu interesse; a adúltera, que destrói vidas, famílias, e não se importa com isso. Antes se põe como inocente (6.32 e 30.20). A licenciosa, que usa de excessiva licença, que se atira em cima, que se oferece; indisciplinada, desregrada; sensual, libidinosa; libertina; a mulher vil: aquela que seduz com palavras. Todas têm uma característica em comum: apresentam-se formosas. Andam enfeitadas, com astúcia de coração. Geralmente, alvoroçadas, irrequietas e irreverentes. Rosto impudente, veneno nas suas palavras. Contextualizando: produzidas em todos os sentidos. Desde a estética, e tudo o mais maquiado: “boa moça”, “do bem”, “família”, “quer ser esposa”. Provérbios diz: Não cobices 54
no teu coração a sua formosura. Esta “formosura” tem um único propósito: mostrar que está disponível para o sexo ilícito. Nem te prendas aos seus olhos. Tem olhos de serpente; olhos que hipnotizam, que provocam cegueira, que atraem para a morte. Estas mulheres envenenam com palavras (7.13): “Era você mesmo que eu procurava, que eu queria encontrar” (7.15). E aí estende a sua rede: Já cobri a minha cama; já perfumei o meu leito; saciemo-nos de amores até à manhã; o marido não está em casa; foi fazer uma longa viagem... (7.16-21).
3. “Bom começo”, amargo fim Há várias maneiras de um homem e uma mulher serem atraídos para o mal. Um atrativo com aparências inocentes, inofensivo aos olhos dos mais incautos tem sido as redes sociais. Por detrás destas redes estão toda a sorte de pessoas. Desde gente de bem, de família, inocentes, sinceras, aos mais vis seres humanos. Estes, em sua maioria em busca de uma vítima, para um encontro furtivo, para um algo mais, para um “namoro virtual”, um relacionamento sexual, e tantas coisas mais. Começa-se com um bate-papo, uma conversa de quem não quer nada e, quando menos se espera, deixouse apanhar. Algumas pessoas agem como se tivessem perdido a vergonha.
aquele que faz isso destrói a sua alma. Como o boi que vai para o matadouro, e como vai o insensato para o castigo das prisões; até que a flecha lhe atravesse o fígado; ou como a ave que se apressa para o laço, e não sabe que está armado contra a sua vida. Muitíssimos os que por causa dela foram mortos. A sua casa é caminho do inferno que desce para as câmaras da morte (Pv 5.3-5, 22,23;6: 26,32,33;7.22,23,26,27).
Para pensar e agir Se você não consegue passar um dia sem internet, sem assistir aos programas humorísticos, em especial aqueles que de humor só têm o nome, mas o seu conteúdo está repleto de apologias ao sexo, prostituição, homossexualismo, promiscuidade, zombaria com as coisas de Deus, reveja sua postura como servo e serva de Deus, como discípulo de Jesus. Você convidaria Jesus para estar na sua casa para assistir a um programa humorístico na sua televisão? Jesus tem aprovado suas conversas nas redes sociais?
Leituras Diárias
São sem pudor. Na verdade elas procuram estas coisas e agir assim. O pecado cauterizou a sua consciência fazendo-as a pensar e agir como se tudo fosse normal. Contudo chega o momento das consequências. É quando se dão conta da desgraça em que se meteram. Geralmente acabam abandonadas, solitárias, na miséria, doentes, sem perspectiva de vida. E isso quando não acabam perdendo a própria vida. Quantos(as) já morreram assassinados(as) após um encontro virtual? Quantos, uma vez contaminados, acabaram morrendo pela doença? A própria solidão mata: homens e mulheres que passam a viver longe do cônjuge, da vida em família, do convívio dos filhos.Quem se envolve com estas coisas tem um fim amargo demais. Porque os lábios da mulher ESTRANHA destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes. Os seus pés descem para a morte; os seus passos estão impregnados do inferno. As suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá, porque desavisadamente andou, e pelo excesso da sua loucura se perderá. Porque por causa duma prostituta se chega a pedir um bocado de pão; e a adúltera anda à caça da alma preciosa. O que adultera com uma mulher é falto de entendimento;
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Provérbios 5.1-13; 9.13-18 Provérbios 5.14-23 Provérbios 6.20-25 Provérbios 6.26-35 Provérbios 7.1-9 Provérbios 7.10-18 Provérbios 7.19-27
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Data do Estudo
Licao 8 Texto Bíblico: Provérbios 8.13
Quatro opostos do bem viver
Introdução
O
pecado anda na contramão do bem viver. Andar na contramão do trânsito é uma boa ilustração para este estudo. Câmeras instaladas nas rodovias têm flagrado motoristas trafegarem pequenos trechos e até vários quilômetros na contramão, colocando em risco a própria vida e a dos demais motoristas, ou até provocando acidentes fatais. Do mesmo modo o homem tem pecado deliberadamente não se importando se alguém está vendo, se todos estão vendo; se vai continuar
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“se dando bem” ou algo ruim vai acontecer. Na igreja não tem sido diferente. Há crentes com práticas abomináveis ao Senhor e “não estão nem aí” para o que fazem. Quando advertidos reagem como vítimas. Esquecem-se de que “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (15.3). Quatro práticas pecaminosas se opõem ao bem viver: a soberba, pecado que derrubou Lúcifer (Is 14.11,12); a arrogância, o mesmo que orgulho; o mau caminho, que
é a rebeldia contra Deus; e a boca perversa, com todos os males que a língua produz.
1. A soberba O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define soberba como: “1. Elevação ou altura de uma coisa em relação a outra. 2.Orgulho excessivo; altivez, arrogância, presunção, sobrançaria. Esta, significa: “que está superior, acima de; que domina; proeminente: que vê ou olha do alto; que se comporta desdenhosamente,” ou seja, que despreza os outros. Há um pensamento que assim define a soberba: “é a manifestação de orgulho, pretensão e presunção de superioridade que uma pessoa exerce sobre as demais, ela pensa fazer os homens acreditarem que de fato são melhores que os outros, mas se definham lentamente até virem a sucumbir. O preconceituoso, por exemplo, é o empregado da soberba embora acredite ser o patrão.” (Júlio Ramos da Cruz Neto – www. pensador.uol.com.br/soberba) Provérbios chama o soberbo pelo nome: zombador é o seu nome (21.24). É presumido. Trata com indignação e soberba. É aquele que quer andar por cima ou estar por cima. Tem o pescoço emproado; o nariz em pé. Dura é a sua cerviz. Com a soberba vem a afronta (11.2), a contenda (13.10), a tolice (14.3), a ruína e a queda (16.18). A própria soberba abate o homem (29.23).
2. A arrogância A arrogância está entre as sete coisas que o Senhor odeia e abomina, listadas em Provérbios 6.16-19; 21.4. No texto é descrita como “olhos altivos”. É o “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas; soberba. 2. Insolência, atrevimento; ato ou efeito de atribuir a si direito, poder ou privilégio; qualidade ou caráter de quem, por suposta superioridade moral, social, intelectual ou de comportamento, assume atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; orgulho ostensivo, altivez; que é insolente, mal-educado, atrevido” (Dicionários Aurélio e Houaiss da Língua Portuguesa). O arrogante é aquele que se tem em alta conta e quer ser mais do que realmente é. Que se considera e se coloca acima ou melhor que os outros: Há uma geração cujos olhos são altivos, e as suas pálpebras são sempre levantadas (30.13). Mas lembre-se: a arrogância conduz à perdição (11.2); precede a queda: (16.18); separa o homem de Deus (16.5).
3. O mau caminho A palavra caminho é usada na Bíblia para indicar a conduta seguida por uma pessoa. O bom caminho é definido em Provérbios pelas palavras: temor do Senhor (8.13). É o caminho daquele que lhe obedece, que faz a sua vontade, que anda na sua presença. 57
O caminho mau é o caminho errado, marcado pela prática deliberada do pecado, pela desobediência e rebeldia contra o Senhor. O mau caminho, também chamado em Provérbios de vereda dos ímpios, é determinado pela necessidade. O néscio rejeita a sabedoria e peca contra Deus. Fala coisas perversas, ama praticar o mal e procura desviar o reto do seu caminho bom. O assédio para trilhar o caminho mau é constante. Há convites de toda sorte, para qualquer tipo e idade. Uns com duplo sentido, outros explícitos com a maior desfaçatez. Basta olhar o Facebook, rede social mais frequentada ultimamente. E o que é pior: crentes mal encaminhados, tentando desviar outros do bom caminho. Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados! Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal (4.26,27).
4. A boca perversa É aquela que se compraz em falar o que é mau, palavras odiosas, com o propósito de causar dano a outrem. Todo crente deveria seguir à risca o que disse Jesus: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna (Mt. 5.37). Será muito forte dizer – pegar pesado – que o que tem a boca perversa é porta-voz do diabo? Olhando para Provérbios 8.13 podemos afirmar que o temor do 58
Senhor consiste em falar somente o que abençoa, o que é bom, o que edifica, o que é justo, o que é puro, o que é verdadeiro... Provérbios tem, pelo menos, uma centena de versículos referindo-se ao uso próprio e impróprio do falar: boca, lábios, língua, mentira, palavra, proferir, testemunha, etc. Os nomes para os pecados da língua que encontramos em Provérbios estão tão presentes e em evidência, como nunca aconteceu antes. Apesar do risco de uma ação judicial, pessoas falam umas das outras sem o menor escrúpulo ou pudor, fazendo-se valer de outra coisa evidente na nossa sociedade: a impunidade. Crentes que abusam da língua para praticar toda a sorte de males no seio da igreja: palavra dura (15.1); falar demais (10.18,19;12.6,18;20.19); falsidade (4.24;12.19;17.20; 21.6;25.23;26.26;28.23); mentira (6.17; 17.4; 30.6,8); mexeriqueiro (18.8; 26.22); testemunha falsa (6.1; 12.17;14.5;19.5,9;21.28;25.18), entre outras.
5. Cuidado com o que você fala Provérbios 10.19 diz: Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio. Toda palavra proferida gera uma consequência boa ou má. Abençoa ou causa dano. O palrador convive com a falsa liberdade – ele fala o que quer,
6. Prefira as boas palavras Assim como uma chuva de prata dá um brilho todo especial aos eventos sociais, boas palavras são como pérolas preciosas que mudam para melhor a vida de uma pessoa. Com um contexto marcado pela imoralidade expressa por toda a sorte de palavras, o crente deve procurar fazer a diferença com um linguajar digno de um seguidor de Jesus. Seja um sábio ao moderar suas palavras (10.19;12.18). Opte sempre por falar a verdade (8.7;12.17,19). Lembre-se: não existe mentira santa. A mentira é do diabo, que é o pai dela (Jo 8.44). Para alguns na igreja, a mentira é uma falta leve ou um mal necessário. Mandar o cônjuge ou o filho dizer que não está em casa, quando está; inventar desculpas; e coisas semelhantes são mentiras. Algumas são levadas a efeito com gracejos e até piadas. Mas Deus as abomina. Seja justo no falar. É sábio proceder assim (10.31;15.2). Fale somente o que é reto (12.6). Leve a alegria com boas palavras (12.25;15.4,26;16.24).
Leve a calmaria e a paz com palavras brandas (15.1,23;25.11,15). Fique livre de angústias por causa das palavras impensadas (21.23).
Para pensar e agir Alguns homens e mulheres de Deus deixaram-se levar pelo orgulho, tornaram-se autossuficientes. Passaram a depender mais de si mesmos, de seus carismas, conhecimentos e estratégias. Quando tudo parecia ser um sucesso, não mais caminhavam com Deus, estavam sós. O motivo de suas quedas: arrogância e soberba. Há algo interessante para você pensar e repensar no texto: O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu odeio (8.13). A ordem em que aparecem os quatro opostos do bem viver: a soberba e a arrogância são como duas portas que, uma vez abertas, ambas dão para o mau caminho. Este, uma vez trilhado, conduz à boca perversa. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto (18.21).
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quando quer e como quer – e ilude-se que este seu comportamento nunca lhe fará mal. Além disso, ignora as palavras de Jesus: os homens darão conta de todas as palavras não proveitosas no dia do juízo (Mt 12.36). A boca do justo jorra sabedoria, mas a língua da perversidade será cortada (10.31). Não ficará impune.
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Provérbios 11.2;13.10;14.3;16.18;21.24;29.23 Provérbios 6.16-19;11.2;16.5,18;21.4;30.13 Provérbios 2.12;4.14,26,27;8.36;28.10 Provérbios 6.17;15.1;17.4;18.8;26.22;30.6,8 Provérbios 4.24;12.19;17.20;21.6;25.23;26.26;28.23 Provérbios 6.19;12.17;14.5;19.5,9;21.28;25.18 Provérbios 10.18,19;12.6;12.18;20.19
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Data do Estudo
Licao 9 Texto Bíblico: Provérbios 16.6
Inimigos do bem viver
Introdução
V
ocê já ouviu falar no desafio da canela? Estava dirigindo, ouvindo um programa de rádio, quando ouvi a apresentadora fazer esta pergunta a uma jornalista. Ela respondeu em tom de humor e disse que, inicialmente, pensou que fosse uma brincadeira inofensiva. Mas resolveu pesquisar na internet e constatou a insanidade e o perigo da brincadeira. Para que você não fique curioso, o desafio da canela consiste em colocar
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uma colherada cheia de canela em pó dentro da boca e tentar engolir a seco (sem qualquer líquido) e de uma só vez. Os principais adeptos são jovens, porém o número de adultos vem crescendo constantemente. Para os incautos, a tarefa, que parece fácil e inocente, na realidade é muito perigosa. Há vários casos registrados de pessoas que foram internadas por tentarem o desafio. A maioria crianças e adolescentes, mas inclui adultos. Desafios semelhantes, como a ingestão de bebidas e comidas em
grande quantidade, têm acontecido visando à obtenção de recordes. Em maio deste ano uma jovem de 21 anos morreu após participar de uma competição, em Campo Grande (MS). A notícia não divulgava o prêmio para o vencedor. Apenas informava no que consistia a disputa: tomar a maior quantidade de tereré, bebida típica de Mato Grosso do Sul. A moça fazia parte de uma roda composta por dez pessoas, que tomou 54 litros da bebida em 3 horas, e o grupo não foi o vencedor. Você pode estar perguntando: o que estas coisas têm a ver com o estudo do Livro de Provérbios? Provérbios fala dos inimigos do bem viver. De pessoas estúpidas (o néscio), imbecis (o estulto), dementes (insensatos), entre outras que se constituem inimigas do bem viver.
1.O assassino Existe hoje, em o nosso País, uma luta para a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Os argumentos a favor defendem a tese de que a impunidade incentiva o crime. Alegam ainda que não é justo uma pessoa ter direito de tirar a vida de outra e não ser punida por isso. Mais grave ainda, a reincidência no crime. Os que são contra, baseiam-se nos índices de criminalidade envolvendo menores: os delitos cometidos por adolescentes correspondem a menos de 10% do total de crimes cometidos
no País e não constituem o foco de criminalidade no Brasil. Provérbios mostra onde tudo começa: a ambição, ganância e inveja (1.10-19). O texto alerta para o homem não buscar a companhia de criminosos: assassinos, ladrões, traficantes, sequestradores. Gente que não valoriza a própria vida e está disposta a matar por qualquer coisa. Deus odeia e abomina o que pratica estas coisas: Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: (...) mãos que derramam sangue inocente (6.16,17).
2. O beberrão e o comilão Qual o programa mais “badalado” (no sentido informal, mais comentado por tudo que nele acontece) do fim de semana? Churrasco e cerveja. Pelo menos esta é prática constante aqui no Rio de Janeiro. Provérbios condena a bebedeira e a glutonaria (23.20). São práticas que conduzem a outros excessos e pecados. A iniquidade é o seu prato principal (4.17). O vinho aparece personificado em 20.1, cuja característica é a de um escarnecedor ou zombeteiro. Um sujeito dado a brigas. Quanto mais bebe, mais agressivo e violento fica (4.17). A bebida forte e misturada faz o homem perder a razão e ficar fora de si. “Ais” e “pesares” o esperam. Seis questionamentos são apresentados para uma profunda reflexão, coisa que um bêbado não pode fazer 61
(ponderar): Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as pelejas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? (23.29). Contextualizando, “1. O que pode produzir ‘ais’ como o alcoolismo? Os problemas criados pelo alcoolismo são pessoais, familiares e sociais. 2. O que gera tais tristezas – a mente embotada, o emprego perdido, os pais envergonhados e a família entristecida e quebrada, o divórcio, os filhos orfanados, cujo pai está presente mas é como se não o estivesse? 3.O que causa tantas contendas – as discussões intermináveis, os problemas sociais, as brigas nos bares, as detenções na rua, a permanência nos cárceres? 4. O que causa tantas queixas da parte das esposas, os maridos descontentes, os apelos inúteis das crianças, as queixas por parte da vizinhança? 5. O que causa tantos problemas físicos – os espancamentos aplicados pelos policiais, as brigas com outros bêbados que deixam ferimentos, as feridas infligidas contra as esposas e os filhos, o fígado estragado, o cérebro prejudicado? 6. O que causa olhos tão rapidamente injetados de sangue, o olhar vago, a face avermelhada, a aparência de ‘bêbado’, tão fácil de distinguir? Embriagarse é uma coisa má (20.1). É algo acompanhado por torturas pessoais e familiares, dos amigos e da sociedade. Produz pobreza e desgraça. O sábio, pois, evitará tudo isso” (O Velho 62
Testamento Interpretado Versículo por Versículo, p. 2657, 2658 [Leia 4.17;23.29-35;31.4,6]).
3. O devasso Aquele que é dissoluto (depravado), libertino (imoral) e licencioso. Este, é “o que abusa da liberdade, que agride as normas e convenções sociais; desregrado, indisciplinado que agride a decência; a que falta restrições morais ou legais; que desconsidera as proibições sexuais; marcado pelo desregramento moral” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Uma das características destas pessoas é ser espalhafatoso(a). Não basta praticar, pecar, faz-se necessário mostrar para todo mundo o que está fazendo, como se buscasse atrair adeptos. É uma forma de apologizar a sua imoralidade. Defendê-la ou apregoá-la como se fosse a própria justiça e, ao mesmo tempo, dizer “Venha se juntar comigo! Vamos fazer o que todo mundo está fazendo!” Provérbios 5,6,7,9 fala da imoralidade generalizada: adultério, prostituição, sexo ilícito em todas as suas formas e suas consequências. E aconselha: Afasta dela o teu caminho e não te aproximes da porta da sua casa (5.8). Leia ainda 6.32 e 7.24-27.
4. O estulto, o insensato e o néscio O estulto, o insensato e o néscio são semelhantes. Há em Provérbios, pelo menos, 71 referências aos três.
5. O semeador de contendas Na lista de Provérbios 6.16 este é o pior dos pecados, infelizmente, muito vivo e presente nas nossas igrejas. Como é difícil encontrar alguém disposto para evangelizar e orar. Contudo, o semeador de contendas faz seu trabalho com “espírito voluntário”. Para ele não tem tempo ruim. Faça sol, faça calor; pode chover ou fazer frio, se tiver de sair de casa para mais “um trabalho”, “já é”, como costumam dizer os adolescentes. É um destruidor de vidas, de ministérios e de talentos. Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração
(Hb 3.7,8). Mude de vida. O Senhor odeia e abomina este pecado.
Para pensar e agir Quer viver bem? Não seja, nem inveje nenhum desses: o assassino; o beberrão e o comilão; o devasso; o estulto, o insensato e o néscio; e o semeador de contendas. Está claro que para viver bem o homem deve afastar-se do mal. Não conseguirá fazer isso com suas próprias forças ou conhecimento. É preciso depender de Deus e andar na sua presença. Uma grande desculpa para fugir de compromissos ou de priorizar coisas importantes é dizer que não tem tempo. Muitos na igreja fazem isso. Na verdade, ainda que os tempos estejam sendo abreviados (Mt 24.22), tem faltado à igreja, que somos nós, administrar melhor o tempo, priorizar a leitura da Bíblia e a oração, pessoas, relacionamentos, etc. Muitos não sabem hoje o que é mordomia cristã e quando ousamos falar que o crente é também mordomo do seu tempo tem gente que olha de cara feia para o pastor.
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Seleciono estas: 1.22,32;10.1,8,10,14,1 8,21,23;26.1, 3-12). São aqueles de quem se pode dizer: tal este, tal aquele. São os que vivem fazendo asneiras, criando problemas para si e para os outros. O estulto é o tolo, néscio, imbecil, insensato, inepto, estúpido. O insensato é “aquele que não é conforme ao bom senso, à razão; demente, louco; descocado; que ou aquele que não está em seu juízo, cujos atos são contrários ao bom senso, à justa medida; insano, doido, delirante” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). O néscio é aquele que é desprovido de conhecimentos, de discernimento; estúpido, ignorante. É o incapaz, desprovido de sentido, de coerência, aptidão ou competência.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 1.10-19 Provérbios 6.16,17 Provérbios 7.1-14 Provérbios 7.15-27 Provérbios 23.29-35 Provérbios 6.20-35 Provérbios 26.1,3-12
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Data do Estudo
Licao 10 Texto Bíblico: Provérbios 28.13
Jamais encubra pecado
Introdução
É
uma ilusão o homem pensar que pode pecar, encobrir o seu pecado e não sofrer dano algum. O homem pode esconder seu pecado de qualquer pessoa. Se crente, pode esconder do pastor e da igreja. Mas não pode encobrir seu pecado de si mesmo e de Deus, ou até daquele(a) com quem pecou. Maridos e esposas que são santarrões na igreja e, em casa, uma outra pessoa. Filhos que estão
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envolvidos com a obra na igreja mas que maltratam os pais com suas atitudes e palavras. Pais que fazem o mesmo e até ficam sem falar com os filhos. Crentes que brigam ou vivem provocando o vizinho. Tem um ditado que define bem este tipo de pessoa: “Quem não te conhece que te compre”. Na interpretação popular, é direcionado para o sonso, “metido a santinho”. Quem não o conhece vai acreditar que ele é do jeito que diz ser. É também aplicado para dizer a uma
pessoa que ela engana muito bem ou tem “duas caras.” Há crentes hipócritas tentando se esconder atrás da Palavra de Deus, pegando textos isolados da Bíblia, interpretando-os segundo sua própria conveniência. Afirmam para si mesmos: “Não estamos sob o julgo da Lei e estamos sob a graça de Deus” e “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5.20). Contudo esquecem, ou ignoram a Palavra por completo (Gl 6.7,8; Tg 1.14 e Pv 28.13).
1. Encobrir Encobrir pecado é demonstrar total falta de temor ao Senhor. É agir como se Deus não estivesse vendo ou tomando conhecimento. Ou, pior que isto, “Sei que Deus está vendo, mas Ele sabe que sou fraco, então continuarei pecando”. Quem peca e encobre pecado age e pensa exatamente assim. Os significados do verbo encobrir revelam a gravidade deste pecado. Encobrir pecado é pecar duas vezes. Pecado encoberto é pecado conservado. Encobrir significa: impedir de ser visto: semelhante a esconder o rosto com um capuz ou máscara; ocultar; não revelar, manter em segredo, guardar: com relação ao pecado, alguém consegue fazer isso consigo e com Deus? Acolher ou abrigar a: é aceitar ou acolher o pecado como quem recebe uma pessoa na sua casa. Agasalhar: é o mesmo que receber bem e com
agrado; alimentar e dar proteção; dissimular: fingir; não dar a perceber; não dizer: o mesmo que não confessar ou contar para Deus. Encobrir significa ainda “receptar o produto do roubo”. Em se tratando de pecado é o mesmo que encobrir pecado dos outros. A igreja e/ou o pastor têm conhecimento, mas não tomam a atitude que têm que tomar (Mt 18.14-18). 1.1. Encobrir presume impunidade Estamos falando de pecado encoberto, logo, presumir impunidade é imaginar que o pecado permanecerá oculto por um período de tempo ou por toda uma existência. É imaginar que poderá ir levando e pensando: “Um dia eu deixo!” Não tem sido assim quando apresentamos Jesus a alguém e ele diz: “No dia em que eu deixar de fumar, deixar de beber... eu aceito Jesus?" Acontece o mesmo com o crente. Ele vai levando o pecado enquanto ninguém descobre. Ou continua seu círculo vicioso: peca, “confessa”, peca “confessa” – somente confessa entre aspas, porque o pecado é real, mas a confissão é da boca para fora. Como dito anteriormente, pecado encoberto é pecado conservado. O presumido é um zombador de Deus. 1.2. Não ficará impune A Bíblia é clara em dizer que o pecado tem um salário: a morte (Pv 65
19.16; Ez 18.20; Rm 6.23). Manterse no pecado é como o câncer não descoberto e, por isso, não tratado. O “câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo” [Site do Instituto Nacional de Câncer (Inca), http://www.inca.gov.br/conteudo_ view.asp?id=322.] Tal como o câncer, que na maioria das vezes mata quando atinge o estágio de metástase, assim o pecado encoberto. Começa com o desejo, que, em seguida, é consumado. Ao fim gera a morte (Tg 1.14,15). 1.3. Jamais prosperará O contraste entre pecar e ser perdoado está na dor física e psicológica que o pecado impõe ao pecador (Sl 32.3,4), e a alegria que a misericórdia de Deus proporciona por intermédio do perdão (Sl 32.7). Certa vez um servo de Deus, observando a vida do ímpio, resolveu desabafar e disse: “Meu problema é que eu tinha inveja dos orgulhosos, vendo o sucesso e a felicidade dos maus. Para eles a vida é tranquila e sem preocupações. Eles têm boa saúde, estão sempre gordos e fortes. Eles não precisam se cansar; nem passam pelos problemas e dificuldades dos outros homens. Por isso exibem seu orgulho 66
como se fosse uma joia; por isso a violência cerca suas vidas como uma roupa cobre o corpo. “Por causa de sua riqueza, seus olhos desejam tudo que seus corações imaginam. São perversos por natureza; conversam com muito orgulho sobre as suas maldades e mentiras. Fazem ameaças contra o próprio Deus e suas calúnias se espalham por toda a terra. Por isso o povo, confuso, procura orientação com esses homens e aceita tudo o que eles dizem, como se fosse água pura da fonte. E ainda pergunta: ‘Será que Deus sabe o que está acontecendo? Será que Deus entende o que se passa na terra?’. “Vejam bem o que acontece com os orgulhosos! Eles não precisam se esforçar; vivem tranquilos e suas riquezas aumentam a cada dia. Será que foi à toa que eu me esforcei para não pecar e permanecer puro? Vejam qual foi o resultado: sofrimento e problemas durante toda a vida! Mas realmente é muito difícil entender esse fato – o sucesso de pessoas que desprezam a Deus! “Até que um dia, quando estava no templo de Deus, entendi o triste destino reservado para essa gente. Deus os colocou num caminho bastante liso, onde eles vão escorregando até caírem na mais completa destruição. Eles serão destruídos de repente, destruídos completamente por aquilo que mais temem” (Asafe, Sl 73.3-19, Bíblia Viva).
Mas o que as confessa e deixa. Só há uma forma de sobreviver ao pecado: confessar e deixar. O Espírito de Deus revela ao homem quando está certo, agindo de acordo com a vontade de Deus, e quando está no erro, falando o que deve fazer (Is 30.21; Jo 16.8). Confessar – na rubrica religião (dicionário Houaiss) – significa “contar seus pecados ou declará-los a Deus em oração, para obter absolvição.” No Dicionário Aurélio, confessar é “declarar, revelar; reconhecer a verdade, a realidade de (ação, erro, culpa, etc.); fazer a confissão dos seus pecados”. A confissão tem que ser completa: confessar e deixar. Ler sinônimos o tempo todo pode dar a sensação de algo maçante, mas é o que Deus faz conosco, por intermédio da sua Palavra o tempo todo. Deixar é cessar de pertencer a (1 Jo 3.8); apartar-se de (Pv 1.15; 4.14,15); abandonar a convivência (com); separar-se (de) (Pv 5.8-11; 6.25); desistir de (hábitos, vícios, comportamentos (Pv 4.24); abandonar (algo), fazendo uma opção diferente (Pv 6.3,5); mover-se para fora de; sair, retirar-se de (Pv 4.27; 7.25).
3. Para alcançar misericórdia O justo – o homem bom de Provérbios – também peca. Por isso mesmo estará sujeito a muitas quedas (24.16). Porém não tentará
encobrir seus pecados. Confessará seus pecados a Deus e também àqueles a quem tiver ofendido. Será perdoado. Alcançar misericórdia, no original, significa “apiedar-se”, “tratar com cuidado.” A palavra é aplicada no sentido de acudir os aflitos, os pobres e os fracos, e mostrar a graça de Deus aos homens pecadores.
Para pensar e agir O mundo, na pessoa do ímpio, tem zombado de Deus e da sua Palavra. Infelizmente muitos crentes têm feito pior. O ímpio está na ignorância. Já o crente conhece a Verdade, que é Jesus. Por que, então, brincar de “escondeesconde” com o pecado? O que peca e se arrepende, confessa e deixa o erro está livre das amarras do pecado. Mas o que encobre vive preso a ele. Aperto e angústia lhe sobrevirão e encontrará a morte (Pv 1.27; 5.22,23). Já o confesso experimenta a alegria pelo perdão alcançado e preserva sua alma (Sl 32.5-7; Pv 16.17).
Leituras Diárias
2. Confessar e deixar
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
Provérbios 28.13; Gálatas 6.7,8; Tiago 1.14,15
Provérbios 1.15;4.14,15;1João 3.8 Provérbios 24.16; Mateus 18.14-18 Provérbios 19.16; Ezequiel 18.20; Romanos 6.23
Provérbios 16.17; Salmo 32.5-7; Isaías 30.21; João 16.8
Sábado Provérbios 1:27;4:24,27 Domingo Provérbios 5.8-11,22,23;6.25;7.25
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Data do Estudo
Licao 11 Texto Bíblico: Provérbios 16.24
Aprenda a dialogar
Introdução
O
diálogo é um dos principais caminhos para solução dos problemas nas relações interpessoais. Em contrapartida, a falta de diálogo tende a piorar as coisas. Todo ser humano enfrenta um ou mais problemas de relacionamento, a maioria solucionáveis se houver a intenção dos dois em resolvê-los. Há casos em que a possibilidade de diálogo se esgotou. Feridas foram abertas por palavras agressivas, que magoaram e ofenderam, e precisam ser curadas pelo Senhor. A falta de diálogo entre casais, pais e filhos, parentes, vizinhos, colegas de
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escola, trabalho e irmãos em Cristo, entre outros nos dias de hoje, nos leva a muitos questionamentos. Por que no tempo do namoro o casal estava sempre predisposto ao diálogo? Por que, mesmo divergindo, conseguiam conversar sem trocar palavras ásperas, sem se ofenderem? Por que pais deixam de falar com os filhos e filhos evitam dialogar com seus pais? Por que parentes, mesmo aqueles mais achegados, às vezes congregando na mesma igreja, que antes conversavam, já não fazem isso nestes dias? O mesmo se diz dos amigos de ministério que se isolam e não se falam mais.
O que está acontecendo com as pessoas hoje quando comunicar alcançou o mais alto nível de recursos disponíveis? O que Provérbios tem a nos ensinar sobre o diálogo?
1. O que é diálogo? Diálogo é “conversa entre duas ou mais pessoas; conversação, troca ou discussão de ideias, de opinião, de conceito, com vista à solução de problemas, ao entendimento ou à harmonia; comunicação” (Dicionário Aurélio). Deve estar acompanhado do respeito, definido como: honrar; não causar danos; poupar; fazer justiça; suportar, aturar, admitir, tolerar, dar importância. O propósito do diálogo entre duas pessoas é semelhante à Revelação de Deus ao homem: conhecer e dar-se a conhecer. Duas pessoas enamoradas – marido e mulher são e serão namorados até que a morte os separe – devem conversar a respeito de si mesmas e comunicar-se com a outra. Dialogar é expressar com palavras e atitudes o que um sente pelo outro; o que almeja, o que espera, o que está disposto a oferecer, tudo isso com afeto, amor, carinho, sinceridade e ternura. A empatia é importante no diálogo. Saber se colocar no lugar do outro para ouvir, entender, compreender e aceitar o que outro está dizendo (25.11,12). Em vez de perguntar: “Você está entendendo?” Dizer:
“Estou conseguindo ser claro?” Ou: “Estou me fazendo entender?”. Dialogar é, ainda, ser simples, porém objetivo. É esforçar-se para comunicar e entender. É transmitir ao outro o que quer dizer, sem segundas intenções ou interesses. É conversar “desarmado”, deixar as “pedras” de lado ou outra coisa que possa ferir o outro. É exercer a capacidade natural de saber ouvir – Deus lhe deu dois ouvidos (20.12) – e saber calar – e uma boca. Saber discernir – inteligência – o melhor momento para dialogar. A reciprocidade é essencial no diálogo. Aquele que fala deve também permitir que o outro fale. Deve saber esperar o outro concluir sua fala, expor o seu pensamento, sem interromper, mesmo que seja prolixo.
2. Não é diálogo A discussão sob ânimo acirrado, momento em que, na maioria das vezes, são proferidas palavras com a intenção de agredir, denegrir a imagem do outro, ferir e magoar. Também não é gritaria – “fazer barracos” – na linguagem popular. Isso se chama bate-boca. Não é diálogo: ignorar o outro quando está falando; interromper a todo instante a fala do outro; falar com deboche; sarcasmo; fugir à conversa; faltar com sinceridade na conversação. Ex.: dizer que está tudo bem, quando não está. Deixar que somente o outro fale, e ficar calado, é monólogo, não é diálogo. 69
3. Aprendendo a dialogar com Provérbios Provérbios fornece as regras básicas para o diálogo. Ensina a propriedade no falar e os danos provocados pelas palavras impensadas. O crente deve demonstrar com as suas palavras o que aprendeu com a Palavra de Deus (15.2). É exatamente o que diz este provérbio: o homem que aprendeu a lei fala corretamente, colocando em prática o que aprendeu. Já o tolo usa a língua para destruir. 3.1. Evite contender Contender é brigar ou discutir sem motivo ou por pequenas coisas. Provérbios adverte contra as brigas sem fundamento. No original em que foi escrita a expressão, contendas são o mesmo que litígio – demanda, disputa, pendência – baseadas em coisas sem motivo ou razão (3.30). O homem contencioso no contexto de Provérbios é aquele que não tem valor, que vive em profunda degradação moral. É como alguém que vive cavando desgraças do próximo e de si mesmo. Suas palavras se assemelham àquele homem no circo que engole fogo e cospe fogo. Quem ficar na frente dele será queimado (16.27). É semelhante a um agricultor maligno, que semeia sementes do mal (16.28), como aquele inimigo que semeou o joio em meio à plantação de trigo (Mt 13.24-30). O mal que ele causa não 70
pode ser extirpado de imediato, como se arranca ervas daninhas em meio a uma plantação. É preciso muito cuidado e cautela para que, ao tentar resolver o problema, não acabe destruindo de vez a semente boa que cresceu junto com a semente má. Provérbios ilustra ainda como tem início a contenda e o mal que ela produz: é como a rachadura nas paredes de uma represa (17.14). Quando ocorre uma rachadura numa represa, em pouco tempo, ela vai abrindo aos poucos até romper-se de vez, derramando toda a água. Esta vaza de uma vez só e vem arrastando tudo o que houver pela frente, causando destruição. Ocorre o mesmo com as palavras do contencioso: atinge a todos. E continua falando e, quanto mais fala, mais contendas desperta (18.6). Leia:15.18; 17.19; 29.22. 3.2. Pense antes de falar Geralmente as pessoas que falam sem pensar vêm a se arrepender logo em seguida por ter ferido ou magoado a pessoa que tanto ama. Mas há aquelas que não se importam com isso e vivem a dizer: “Eu falo mesmo!”, “Tô nem aí!” ou: “Pronto: falei!” (10.19). O provérbio revela o quanto as pessoas falam demais em algumas ocasiões, em especial numa discussão. Há poder nas palavras. Uma vez proferidas podem ferir o coração do outro. Saber se controlar ao falar, ponderar o que vai dizer, é usar de sabedoria.
3.3. Fale somente o que é bom Ainda que não seja um procedimento normal, é comum pessoas gritarem umas com as outras quando deveriam dialogar. Gritar com o outro pode gerar revolta e trauma, e tornar duas pessoas irreconciliáveis. O problema se agrava ainda mais quando uma delas vem a falecer. A ansiedade faz o homem adoecer e pode levá-lo a ofender o outro com palavras. Ao arrepender-se do que disse, tende a entristecer-se profundamente. Somente uma palavra boa pode reanimá-lo, curar o enfermo (12.25). Os pensamentos do homem mau, transformados em palavras, aborrecem ao Senhor. Mas as palavras do homem bom agradam ao Senhor e o seu semelhante (15.26). Da mesma forma, a palavra boa e oportuna, que ajuda o outro, alegra o coração dos dois: o que a profere e o que a recebe (15.23). O homem e a mulher de Deus devem buscar e reter a sabedoria
de Deus, ensinada na sua Palavra. A profundidade do saber provém de Deus e é uma fonte inesgotável. A Palavra de Deus é semelhante ao ribeiro transbordante, cujas águas são abundantes e concede vida ao que dela beber (18.4). Leia 16.21,24 e 25.15.
Para pensar e agir Provérbios ensina como usar as palavras de maneira proveitosa e útil. Para o bem e não para o mal. Como estabelecer e manter os relacionamentos saudáveis por meio das palavras boas, e nunca “detonar” as pessoas, como quem liga um detonador a uma banana de dinamite. Algumas pessoas ofendidas se ressentem mais que outras. Tornam-se duras de coração, como as barras de ferro nas portas do castelo: é quase impossível quebrá-las. Dificilmente, aceitam a reconciliação (18.19). Peça a Deus sabedoria quando tiver de falar com alguém. Seja a sua oração: “Deus, dê-me palavras para consertar esta situação, para que haja reconciliação entre mim e o meu irmão."
Leituras Diárias
Provérbios fala da distorção das palavras e adverte quanto à precipitação, à ira e à fala impensada; a calúnia e o ataque pelas costas do próximo (4.24). Quando o homem não pensa para falar, não pondera suas palavras, só faz aumentar o conflito. Mas a palavra branda age como a água lançada ao fogo, apagando-o por completo (15.1). Leia também 15.28; 17.27,28; 29.20.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Provérbios 25.11,12 Provérbios 20.12 Provérbios 15.2 Provérbios 3.30; 16.27,28; 17.14,19; 18.6; 29.22 Provérbios 4.24; 15.1,28; 17.27,28; 29.20
Provérbios 12.25; 15.23,26 Provérbios 6.21,24; 18.4; 25.15
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Data do Estudo
Licao 12 Texto Bíblico: Provérbios 3.2
O sucesso que faz bem
Introdução
E
xistem hoje muitos best-sellers (livros que são vendidos em grande quantidade) nas livrarias tentando mostrar como encontrar o sucesso. Alguns livros apresentam fórmulas e estratégias para você ficar rico rapidamente e para conquistar toda a fama e posição que possa desejar. Entretanto nenhum deles chega aos pés da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Para o mundo, sucesso é ter muito dinheiro, possuir bens e propriedades caríssimos; ter cartaz naquilo que faz; alcançar a fama; tornar-se um ídolo
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e ser idolatrado; chegar à glória e receber o louvor dos homens. Diferente do mundo, cujo sucesso é egoísta, momentâneo e superficial, a prosperidade, a felicidade e o sucesso que Deus dá são duradouros. O homem natural ambiciona e persegue a fama e a glória só para ele. O caminho para o sucesso que vem do Senhor é ensinado nos doze primeiros versículos do capítulo 3 de Provérbios. Se você seguir cada um deles, além de viver bem e muito, sua vida de sucesso glorificará o nome do Senhor e alegrará a todos quantos viverem à sua volta.
1. Leia a Bíblia diariamente (3.1,2) Os guias de leitura bíblica foram criados com o propósito de incentivar o leitor e ajudá-lo nos estudos e controle dos livros lidos. Alguns deles apontam para uma leitura sequenciada – Gênesis a Apocalipse – ou mesclada – com livros do Antigo e Novo Testamentos. Estes ainda estabelecem tempos mais curtos para a leitura do livro sagrado: três, quatro e seis meses. Alguns irmãos e irmãs pensam que isso é uma regra para a leitura bíblica, como se o crente tivesse de ler a Bíblia em períodos estabelecidos/sugeridos pelo homem. O que Deus estabelece na sua Palavra é mais rigoroso que isto: é preciso ler e meditar dia e noite (Js 1.8; Sl 1.2; Pv 3.1). O servo do Senhor pode se lembrar – “não se esquecer” – de dedicar um tempo diário à leitura da Palavra de Deus e meditação nela. No contexto em que foi escrito (3.1), o instrutor era o mestre, o aluno era o filho, e o ensino era ministrado sob a forma individual ou em alguma escola formal existente na época. O mestre era também uma espécie de pai espiritual, que tinha como base o ensino da lei de Moisés, mas era utilizada a literatura de sabedoria existente. Há muitas promessas para aquele que pauta a sua vida pela Palavra de Deus. Vida longa e paz são algumas delas (3.2). A longevidade
prometida é acompanhada da paz. Esta, diz respeito aos inimigos externos – o homem em geral – e internos – as enfermidades, que atacam o corpo. Logo, paz pode ser entendida como saúde concedida ao homem bom.
2. Seja uma pessoa boa e fiel (3.3,4) Deus é conhecido pelo seu trato, pelo modo como trata o homem por intermédio destes atributos: benignidade e fidelidade. Tal homem deve imitar o seu Senhor fazendo o mesmo. Salomão descreve estas duas virtudes como joias a serem penduradas no pescoço, que embelezam aquele que as usa. No contexto de Provérbios estas qualidades são como inscrições feitas por Deus no coração do homem bom, traduzidas no seu viver. Tem ainda o sentido do amor de Deus dirigido ao homem e, este, reciprocamente, deve expressá-lo ao seu Senhor. Ser benigno e fiel é uma demonstração de fé nas promessas de Deus, que jamais falharão. Era uso comum os antigos fazerem inscrições em pequenas tábuas de madeira. “Escrever na tábua do teu coração” tem o mesmo sentido de quando Moisés recebeu os dez mandamentos, em tábuas de pedra. O mesmo que guardar no coração (4.23). A recompensa para o homem bom, aquele que cumpre as orientações 73
do versículo anterior (3.3), é que ele cairá na graça de Deus e dos homens. Aqui, o sentido é o aluno ser igual ao seu mestre. Então, o homem bom ser igual ao seu Senhor (3.4). Aplicando ao nosso contexto, quem assim proceder será uma pessoa querida e sábia ao mesmo tempo, semelhante àquelas que são procuradas para se obter um bom conselho.
3. Confie somente no Senhor (3.5,6) O ensino de Provérbios tem como propósito ensinar ao filho (aluno) o bom siso. À medida que este ia se desenvolvendo no seu aprendizado era advertido pelo mestre para não se envaidecer e passar a confiar em si mesmo, esquecendo-se de Deus. O aluno era ensinado a fixar o seu olhar no Senhor (confiar, 3.5a), e ao mesmo tempo distanciar o olhar de si mesmo (3.5b). A confiança, então, tem o sentido de exercitar aquilo que foi gravado no seu coração. “Estribar” (3.5b) complementa “confiar”. Aquele que diz confiar em Deus deve depender dele conscientemente, do mesmo modo que é preciso apoiar os pés no estribo para não desequilibrar-se ao andar a cavalo. Mesmo com os pés no estribo, o homem pode sofrer uma queda, caso o cavalo dê um pinote. Já o homem bom que confia no seu Senhor jamais será desamparado. É comum nos dias de hoje homens e mulheres de Deus tentarem “dar 74
o seu jeito” visando a solução dos seus problemas. Isso vale para todas as esferas da vida. Quando deveriam consultar a Deus de imediato por meio da oração. A leitura e meditação na Palavra revelam de pronto que o Senhor está prestes a guiar e acudir. Reconhecer significa literalmente “saber” (3.6a). O servo de Deus deve ter a consciência de que a escolha do bom caminho o levará à comunhão com o Senhor. Ressalte-se a palavra “todos”, que abrange todas as áreas da vida humana. Esse reconhecimento deve ser total. Deus deve ser colocado à frente de tudo, à frente de todas as decisões a serem tomadas. Endireitar é mais que uma simples orientação. É submeter-se à correção com o propósito de conduzir ao alvo, ou à direção e vontade de Deus.
4. Jamais confie em você mesmo (3.7,8) Um sábio não se forma por si mesmo. Foi ensinado pelo seu mestre, que lhe transmitiu o conhecimento de Deus. O homem que confia em si mesmo é orgulhoso e não teme a Deus. O temor a Deus é a máxima de Provérbios. O homem bom, que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos, conserva não só a personalidade em boa saúde, como também o seu corpo inteiro. A palavra corpo no original
5. Honre o Senhor com os seus bens (3.9,10) O ensino de Provérbios acerca do assunto, válido para o crente nos dias de hoje – e não somente para os judeus – era: se um homem honrasse o Senhor entregando o dízimo, as ofertas, ajudasse os pobres, seria abençoado. Os judeus levavam ao Templo as primícias do que plantavam e colhiam. Aplicando ao nosso contexto, a honra ao Senhor e a fidelidade na entrega do dízimo devem vir em primeiro lugar, ou seja, antes de qualquer coisa. Tem crente que faz exatamente o contrário. Ao receber seu salário, primeiro paga as contas. E dá ao Senhor o que sobrar ou o que não vai fazer falta. A abundância citada em Provérbios 3.10 é semelhante à de Malaquias 3.10. Celeiros e lagares são os lugares onde eram armazenados os grãos e o sumo da uva, antes da fermentação.
As duas figuras representam as bênçãos do Senhor derramadas sobre a vida do seu servo fiel. A figura maior usada nestes ensinamentos é Deus como Pai. Sua correção tem por finalidade aprimorar o ser por completo. O bom filho não se revolta – não rejeita, não se enoja – contra o pai pela disciplina recebida. Antes lhe é grato pelo seu amor por ele. A disciplina do Senhor é para fazer cumprir na sua vida tudo o que foi dito anteriormente, nos versículos: para que você viva bastante e tenha paz; tenha saúde física; seja sábio; receba, em abundância, as bênçãos do Senhor e seja uma pessoa de bem.
Para pensar e agir Numa rápida comparação da vida daquele que coloca Deus à frente de todas as coisas com a daquele que se julga sábio aos seus próprios olhos, vemos: o sucesso e o fracasso; a alegria e o sofrimento; a longevidade – uma vida com saúde completa: física, mental, espiritual, emocional e psicológica – e uma vida curta, com doenças de toda a sorte.
Leituras Diárias
significa umbigo. Através dele o feto é nutrido pela mãe na gestação. A palavra ossos é usada, figuradamente em Provérbios, para também indicar o corpo inteiro. O entendimento era que o seu conjunto forma o esqueleto, que compõe a estrutura do corpo humano. Os antigos não tinham o conhecimento da medicina que a ciência oferece hoje. Contudo, de alguma forma, chegaram à conclusão que dentro dos ossos longos há certa umidade. Esta é responsável pela saúde dos ossos.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Josué 1.8 e Salmo 1.2 Provérbios 3.1,2 Provérbios 3.3,4 Provérbios 3.5,6 Provérbios 3.7,8 Provérbios 3.9,10 Provérbios 3.11,12
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Data do Estudo
Licao 13 Texto Bíblico: Provérbios 15.9
Aprenda com os animais
Introdução
H
á muito que aprender com os animais em Provérbios. Salomão, descrito na Bíblia Sagrada como o homem cuja sabedoria era maior do que a de todos os homens do Oriente, demonstrou seu muitíssimo conhecimento, falando sobre as árvores, os animais, as aves, répteis e peixes (1Rs 4.29-34). Os animais pequenos reservam mais ensinamentos que os grandes em Provérbios. A formiga (6.6b-8 e 30.25) se destaca por ensinar o homem a não ser preguiçoso ou a deixar de sê-lo (6.9-11). Mas outros pequenos também ensinam: as aves (27.8); os coelhos (arganazes, 30.26); os gafanhotos (30.27); e a
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aranha (30.28). Na tradução Revista e Atualizada, os coelhos são citados como arganazes e a aranha é citada como geco ou lagartixa. Os ensinamentos fornecidos pelos grandes animais (30.29): o leão (30.30), o galo e o bode (30.31) são diretos e objetivos, alguns deles podendo ser aplicados à vida espiritual do homem bom. Lembrando que o homem bom de Provérbios refere-se ao justo.
1. A formiga e o preguiçoso O autor sagrado escolheu um animal, um inseto pequenininho e fraco, se comparado ao homem, como mestre para ensinar o preguiçoso: a formiga. Esta é a formiga segadora, aquela que trabalha durante o período
da colheita, muito comum na Palestina naqueles dias (30.25). Independentemente da espécie, as formigas são trabalhadoras diligentes. No formigueiro ninguém fica parado. Todas trabalham até que o seu objetivo seja alcançado. Escolhem o tempo certo para trabalhar. Seu trabalho se dá no verão (6.8), quando recolhem e armazenam grande quantidade de alimentos para o período de inverno, época em que se torna inviável para elas exercerem qualquer atividade. Uma animação infantil – Vida de Inseto – ilustra as dificuldades: além do frio, qualquer gota de chuva é para a formiga como uma tromba d’água; qualquer porção d’água que escorre as arrasta como uma enchente que acaba com tudo. O contraste entre a formiga e o preguiçoso é gritante. O preguiçoso, embora sendo forte e provido de inteligência – ainda que não a use a seu próprio favor – só sobrevive à custa das migalhas que os outros lhe dão, não se importando em passar fome ou necessidade em alguns momentos. Para ele, a vida é dormir, dormir, dormir (6.9). As formigas fazem o seu trabalho mesmo não tendo uma liderança definida, como um superior, oficial ou dominador (6.7). Deus as proveu com sabedoria para trabalharem concordemente. Não acontece o mesmo com certos homens, inclusive na igreja, que não gostam de trabalhar em conjunto.
Já o homem preguiçoso vive a dar desculpas. Diz: “Há um leão nas ruas” (22.13 e 26.13). Alguns chegam ao cúmulo de não ter disposição nem para se alimentar (19.24 e 26.15). Mesmo que alguém tente (6.9,10) não despertará. O mestre o alerta para as consequências no fim da vida: a velhice chegará acompanhada da pobreza (6.11).
2. A lição da ave A ordem natural estabelecida por Deus e a sabedoria com que dotou as aves revelam que uma ave só se ausenta ou se distancia do ninho (27.8) em circunstâncias adversas, como o ataque de algum animal ou do homem. O ninho é a garantia e manutenção da espécie, sendo essencial à vida e segurança. No contexto de Provérbios, esta orientação é para o aluno quando jovem, que abandonava os estudos por alguma causa secundária ou insignificante. Contextualizando, o ensino pode ser aplicado tanto ao ímpio quanto ao servo de Deus negligente. O homem sem Deus se ausenta do lar por motivos destrutivos: baladas, bebedeiras, etc., passando noites ou fins de semana inteiros fora de casa. Alguns homens e mulheres de Deus tentam justificar a negligência com a família dizendo que estão fazendo a obra. Uns por causa de ativismo eclesiástico, outros simplesmente por fugirem às responsabilidades 77
domésticas. A Bíblia diz que este negou a fé e é pior do que o infiel (1Tm 5.8). Aquele que se ausenta de casa sem motivo verdadeiro põe em risco a própria segurança e a de sua família. Fica exposto a tentações que o arrastam para o abismo, semelhante ao que aconteceu na parábola do filho pródigo (Lc 15.11-17).
3. Pequenos animais, grandes lições Quem poderia imaginar que uma formiga, ou mesmo uma aranha, pudessem ensinar alguma coisa ao homem? Pois ambos são mestres a ensinar até nos dias de hoje a arquiteto e engenheiros. Na construção civil engenheiros e arquitetos têm pesquisado cada vez mais as complexas construções destes insetos. Os formigueiros têm a sua construção e organização semelhantes às das grandes cidades. Já as teias de aranha têm inspirado diversas obras como coberturas de grandes estádios e pontes sustentadas por cabos de aço, cujas estruturas muito se parecem com as teias deste inseto (http:// construcaocivilpet.wordpress.com/tag/ formigueiros/). 3.1. As formigas Apesar do tamanho e fraqueza, realizam um grande empreendimento (30.25). Tanto a construção do formigueiro, quanto a sua provisão ensinam ao homem como proceder com o lar e a sua família. 78
3.2. Os coelhos Os coelhos são débeis na sua força, possuem porte pequeno e são chamados de povo (30.26), assim como a formiga, pelo autor sagrado. São comparados ao homem que forma povos e nações. O autor sagrado cita uma espécie que faz a sua casa na fenda da rocha. Mesmo protegidos pelas rochas, mantinham um animal de vigilância, próximo à entrada das covas. Quando o perigo se aproximava, emitia um assobio avisando os demais. Esta sabedoria ensina ao homem a importância da vigilância em todas as esferas da vida. 3.3. Os gafanhotos Assim como as formigas, os gafanhotos não possuem liderança específica (30.27). Eles não têm um rei para governá-los. Contudo, também são pequenos, trabalham juntos para prover sua alimentação. Organizam-se em bandos e se repartem. Ainda que o autor sagrado não tenha considerado que o trabalho do gafanhoto destrói plantações, causando grandes prejuízos ao homem, está em foco a organização e provisão. 3.4. A aranha As aranhas ensinam que até os insetos conquistam o seu espaço pela sua utilidade. Elas são de pequeno porte, o que possibilita ao homem apanhá-las com as mãos (30.28). Suas teias servem para apanhar outros
4. Três que “mandam bem” “Há três que têm um bom andar” (30.29): o leão, o galo e o bode. Observando-se estes animais o homem bom pode aprender importantes lições para a sua vida prática. O seu andar demonstra confiança e elegância naquilo que são e podem fazer. 4.1. O leão O leão é o rei dos animais pela sua força. Impõem-se pelo medo que causa aos outros animais e ao homem, e ninguém ousa desafiá-lo. Quem o observa fica admirado com a sua beleza e elegância. Estas qualidades deveriam inspirar o servo de Deus. A beleza da vereda do justo deve causar admiração naqueles que vivem à sua volta. Até porque é a coroa da criação e foi criado para a glória de Deus. 4.2. O galo O galo é comparado aos outros animais, e ao rei, pelo andar pomposo. É o rei do galinheiro, corajoso, vigilante e protetor do seu espaço. O crente deve ser corajoso, protetor da sua família, vigilante e disposto ao trabalho. O galo é um despertador natural. Não tem preguiça de levantar cedo, faça chuva ou faça sol. Assim deve ser o homem de Deus na obra do Senhor.
4.3. O bode O bode é o líder do seu habitat. Tem o andar imponente e defende o rebanho quando preciso. Há também o que se aprender com ele. O homem de Deus deve desempenhar bem a sua liderança e proteger seus liderados. Assim como os três animais citados ensinam também pela elegância, o homem e mulher de Deus devem ser elegantes no seu viver.
Para pensar e agir Além do aprendizado que os animais oferecem, eles possuem qualidades que alguns homens ímpios não têm. Certos crentes também não. Independentemente de tamanho e força, eles são diligentes, organizados, previdentes, provedores; trabalham em equipe e são vigilantes. Enfim, são úteis. O servo de Deus deve ser útil ao Reino. Deve se lembrar que sua maior missão é servir. A sabedoria dada por Deus ao homem supera, em muito, a dos animais. O homem é dotado de inteligência. Use-a para bem viver e para que outros vivam bem.
Leituras Diárias
insetos prejudiciais ao homem, mas que, para elas, constituem-se a sua provisão.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1Reis 4.29-34 Provérbios 6.6-11 Provérbios 20.4; 21.25; 22.13; 24.30 Provérbios 26.13-16 Provérbios 27.8 Provérbios 30.24-28 Provérbios 30.29-31
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Currículo 2014 CONVENÇÃO BATISTA FLUMINENSE
Primeiro Trimestre
Revista da Convenção Batista Fluminense
A EQUIPE DE JESUS: Os apóstolos com seus aspectos biográficos, ações empreendidas e mensagens deixadas. Pr. Noélio Nascimento Duarte
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Ano 10 - nº39 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2013 Diretor Executivo: Pr. José Maria de Souza
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Terceiro Trimestre
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Quarto Trimestre
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