Smart City em São Gonçalo dos Campos

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smart city em são gonçalo dos campos Nº 0-01

Dezembro,2019

Trabalho Final de Graduação

Raphaela da Franca Silva Andrade

Universidade Salvador

Autora

Salvador, Bahia, Brasil

Maurício Felzemburgh Vidal

Arquitetura e Urbanismo

Orientador

2019.2


Agradecimentos

Com mais uma etapa da minha vida concluída, agradeço a Deus por ter chegado até aqui e a todos que es,veram ao meu redor pela força, companheirismo e compreensão, por cada vez que eu ,ve que dizer “não posso...tenho que fazer projeto”. Aos meus pais, Deborah e Neto, sou grata pela minha vida, por serem minha base e estarem ao meu lado em todas as horas, principalmente pelo grande apoio no primeiro ano de faculdade, que, com tantas idas e vindas diárias, encorajaram minha escolha. Essa jornada é nossa vitória! Amo vocês! Aos meus avós, Fá,ma e Chiquinho, agradeço por serem um dos pilares mais importantes da minha vida, me acolherem e apoiarem, fazendo sempre o possível para realizar todos os meus sonhos. Também aos meus avós, Toninha e Costa, pelo amor e carinho, acreditando no meu potencial. Aos meus irmãos, Gustavo e Juliano, pelo amor incondicional. Aos meus ,os, Almira, Flávia, Alex, Priscila, Erika, Dulce e padrinhos Fábia e Marcelo sempre companheiros e disponíveis.

Ao meu namorado, Thiago, meu parceiro de todos os dias, pela presença, companheirismo, amor, compreensão, es;mulo e aprendizado durante esses anos. Sou grata também aos meus professores, meus mestres que trilharam esse caminho me enriquecendo de conhecimento. E aos meus chefes e colegas de trabalho por contribuírem para meu crescimento profissional. Aos meus amigos e parentes, que apesar da distância e da ro,na, fazem parte da minha felicidade. Obrigada a todos. 2


Raphaela da Franca Silva Andrade

Universidade Salvador

Autora

Salvador, Bahia, Brasil

MaurĂ­cio Felzemburgh Vidal

Arquitetura e Urbanismo

Orientador

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SUMÁRIO 06 LISTA DE FIGURAS

74

CONVERSÕES

08 RESUMO / ABSTRACT

76

CALÇADAS

11 SOBRE

80

VIAS

12

NTRODUÇÃO

82

ESTAÇÕES DE CARGA

14

JUSTIFICATIVA

84

CORTES

16

O CONCEITO DE SMART CITY

88

19 PROJETOS DE REFERÊNCIA

URBANISMO ECOLÓGICO

88

PRODUÇÃO DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL ARBORIZAÇÃO

20

SONGDO

22

MASDAR

92

24

SMART CITY LAGUNA

94

VALORIZAÇÃO DA CULTURA E LAZER

26

HAVVADA

98

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

28

SMART CITY NO BRASIL

98

POTENCIAL COMERCIAL

100

ESTRUTURAÇÃO

33 SÃO GONÇALO DOS CAMPOS

CONEXÃO EM TEMPO INTEGRAL

34

A CIDADE

104

38

POPULAÇÃO

106 REFERÊNCIAS

36

LAZER

40

CENÁRIO ECONÔMICO

44

TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA

46

CENRÁRIO FÍSICO

52

O RIO JACUÍPE

55 SMART CITY EM SÃO GONÇALO DOS CAMPOS 56

A ILHA

58

IMPLANTAÇÃO

61 DIRETRIZES PRINCIPAIS 62

MOBILIDADE INTELIGENTE

63

CICLOVIAS / CICLOFAIXAS

68

PONTOS DE ÕNIBUS

72

ROTATÓRIAS 5


L I S TA D E F I G U R A S FIGURA 01: Foto aérea de Nova York por Tom Adams. FIGURA 02: Perspec,va de Sondgo. FIGURA 03: Perspec,va de Sondgo. FIGURA 04: Perspec,va de Masdar. FIGURA 05: Masterplan de Masdar. FIGURA 06: Perspec,va da Smart City Laguna. FIGURA 07: Masterplan da Smart City Laguna. FIGURA 08: Concepção de Havvada.

FIGURA 22: São João em São Gonçalo dos Campos. FIGURA 23: Club Águas Claras. FIGURA 24: Mapa da localização do Centro Industrial do Subaé. FIGURA 25: Mapa da localização do Recôncavo Baiano. FIGURA 26: Foto da entrada a Gujão Alimentos. FIGURA 27: Censo 2010-Cadastro Geral de empresas em São Gonçalo dos Campos.

FIGURA 09: Perspec,va de Havvada.

FIGURA 28: PIB per capta de Salvador, Luiz Eduardo Magalhães e São Gonçalo Dos Campos.

FIGURA 10: Eixos de análise do Ranking Smart Ci,es no Brasil.

FIGURA 29: Foto da rua de São Gonçalo dos Campos em 1957.

FIGURA 11: Resultados do Ranking em 2017 e 2018.

FIGURA 30: Foto da rua de São Gonçalo dos Campos atualmente.

FIGURA 12: Mapa da localização das cidades vencedoras no Ranking de 2019.

FIGURA 31: Foto do Mercado de São Gonçalo dos Campos atualmente.

FIGURA 13: Resultado do Ranking de 2019.

FIGURA 32: Foto do Mercado de São Gonçalo dos Campos em 1957.

FIGURA 14: Mapa das rodovias ao redor de São Gonçalo dos Campos. FIGURA 15: Foto aérea da cidade de São Gonçalo dos Campos. FIGURA 16: Mapa das cidades vizinhas a São Gonçalo dos Campos. FIGURA 17: Perguntas e respostas ob,das na entrevista com a população. FIGURA 18: Fotos da cidade de São Gonçalo dos Campos. FIGURA 19: Fotos da cidade de São Gonçalo dos Campos. FIGURA 20: Fotos da cidade de São Gonçalo dos Campos. FIGURA 21:: Censo 2010—Situação domiciliar da população.

FIGURA 33: Gráfico de temperaturas máximas e mínimas. FIGURA 34: solar.

Gráfico da média diária de energia

FIGURA 35: Estudo dos ventos da Ilha. FIGURA 36: Estudo solar da Ilha. FIGURA 37: Gráfico de chuva mensal média. FIGURA 38: Gráfico dos horários de luz solar. FIGURA 39: Topografia da cidade. FIGURA 40: Topografia original da Ilha. FIGURA 41: Cortes na topografia original da Ilha. FIGURA 42: Mapa da localização do Rio Jacuípe em relação a São Gonçalo dos Campos e da Usina Pedra do Cavalo.

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FIGURA 43: Foto aérea da Usina Pedra do Cavalo.

FIGURA 62: Mapa dos principais pontos de conversões na cidade.

FIGURA 44: Mapa das rodovias ao redor de São Gonçalo dos Campos.

FIGURA 63: Detalhe da setorização da calçada. FIGURA 64: Mapa das vias da cidade.

FIGURA 45: Mapa dos acessos.

FIGURA 65: Carro elétrico abastecendo na calçada

FIGURA 46: Foto da Ilha de São Gonçalo dos Campos.

FIGURA 66: Carro elétrico abastecendo em estacionamento.

FIGURA 47: Foto da Ilha de São Gonçalo dos Campos.

FIGURA 67: Secção de ,po de via.

FIGURA 48: Foto da Ilha de São Gonçalo dos Campos.

FIGURA 68: Secção de ,po de via. FIGURA 69: Secção de ,po de via.

FIGURA 49: Mapa da localização da Ilha de São Gonçalo dos Campos.

FIGURA 70: Secção de ,po de via.

FIGURA 50: Mapa da topografia original e modificada.

FIGURA 71: Peça em desenvolvimento pelo designer Jader Almeida.

FIGURA 51: Esquema dos eixos da diretriz.

FIGURA 72: Funcionamento da energia solar residencial.

FIGURA 52: Perspec,va ciclovia.

FIGURA 73: Funcionamento da captação de água da chuva em uma unidade residencial.

FIGURA 53: Mapa das ciclovias e ciclofaixas e suas ligações através dos espaços.

FIGURA 74: Logomarca do LEED.

FIGURA 54: Perspec,va ciclovia com luminóforos.

FIGURA 75: Efeito barreira das árvores nas calçadas.

FIGURA 55: Detalhe da implantação da ciclofaixa.

FIGURA 76: Distâncias ideais com base no porte das árvores.

FIGURA 56: Detalhe da implantação da ciclovia.

FIGURA 77: Mapa das praças e áreas com uso comercial e serviços.

FIGURA 57: Perspec,va do ponto de ônibus proposto.

FIGURA 78: Mapa das áreas com potencial comercial.

FIGURA 58: Mapa das paradas e das rotas de ônibus.

FIGURA 79: Mapa das áreas com potencial de desenvolvimento econômico.

FIGURA 59: Perspec,va da demonstração da rotatória.

FIGURA 80: Mapa das áreas com potencial de desenvolvimento econômico.

FIGURA 60: Vista de topo da rotatória com sen,dos.

FIGURA 81: Exemplos de conexões.

FIGURA 61: Mapa dos principais pontos de conversões na cidade.

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RESUMO Este Trabalho Final de Graduação contém a parte introdutória com clareza sobre o tema, objetos de trabalho, jus,fica,vas do trabalho e aborda o conceito base de Smart City (Cidade Inteligente). Logo após é tratado sobre os projetos de cidades inteligentes de maior referencia no mundo e como é tratado as cidades no Brasil. No capítulos seguinte, dados foram coletados sobre o município de São Gonçalo dos Campos sobre a população, cenário econômico, ,pologia arquitetônica atual, cenário \sico e sobre o Rio Jacuípe em relação a cidade. O estudo da Smart City em São Gonçalo dos Campos se inicia determinando sua localização e reunindo dados sobre ela. Após, o planejamento feito com base em diretrizes é destrinchado entrando a fundo nelas com referencias desenvolvidas e existentes. Por fim, o conceito base de conexão demonstrando a ligação das diretrizes e a importância dela pra cidade.

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ABSTRACT

This Undergraduate Final Paper contains the introductory part with clarity on the topic, work objects, work jus,fica,ons, and addresses the core concept of “Smart City”. Soon a^er, it deals with the most referenced smart city projects in the world and how ci,es in Brazil are treated. In the following chapters, data were collected about the municipality of São Gonçalo dos Campos on popula,on, economic scenario, current architectural typology, physical scenery and on the Rio Jacuípe in rela,on to the city. The study of Smart City in São Gonçalo dos Campos begins by determining its loca,on and gathering data about it. A^erwards, planning based on guidelines is broken down by going deep into them with developed and exis,ng references. Finally, the basic concept of connec,on demonstra,ng the connec,on of the guidelines and its importance to the city.

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SOBRE 11


INTRODUÇÃO Tema Cidades inteligentes.

Objeto Smart City em São Gonçalo dos Campos

Obje?vo geral Desenvolver o masterplan estratégico da smart city.

Obje?vos específicos Pesquisar

bibliografia existente referente a cidades inteligentes;

Analisar

condicionantes \sicas, legais, ambientais e socioeconômicos na região de São Gonçalo dos Campos;

Pesquisar

e estabelecer diretrizes e soluções projetuais.

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Metodologia 1. Levantamento de referências bibliográficas em sites, ar,gos, livros e reportagens sobre a abordagem de smart ci,es, estudos, anteprojetos, projetos em andamento, e entrevista com profissionais sobre o tema.

2. Reunião de dados sobre a cidade de São Gonçalo dos Campos através de visitas, entrevistas com a população, levantamento de informações em sites, ar,gos e legislações.

3. Estudo sobre tecnologias já adotadas em cidades já existentes em relação a IoT (Internet das Coisas) com a cidade, filtragem destas em relação ao projeto e definição das soluções com base em diretrizes principais.

4. Elaboração da proposta em um masterplan estratégico, reunindo as soluções adotadas em um traçado urbanís,co na Ilha de São Gonçalo dos Campos.

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J U S T I F I C AT I VA

De acordo com a edição de 2014 do relatório “Perspec,vas da Urbanização Mundial” (World Urbaniza on Prospects) (UNITED STATES OF AMERICA, 2019) produzida pela Divisão das Nações Unidas para a População do Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais (DESA), diz que: Em 1990, havia 10 "megacidades" com 10 milhões de habitantes ou mais cada, onde habitava um total de 153 milhões de pessoas, cerca de 7% da população urbana global.

Tendo essa es,ma,va de cresciEm 2014, há 28 mega-cidades mento populacional na área urbana, é deduzida também a grande mudanno mundo são o lar de 453 milhões ça que as cidades irão sofrer com esde pessoas ou cerca de 12% dos habi- sa migração, dentre os principais está tantes a nível mundial. o espaço. Com a globalização e a tecnologia, novos es,los são adotados, a ver,calização, por exemplo, é fruto da necessidade de uma quan,dade maior de pessoas u,lizar a mesma área, Em 2030 espera-se que haja 41 sendo assim a modificação da paisagem já é alterada de acordo com a mega-cidades com 10 milhões de hademanda. bitantes ou mais e es,mam também Uma cidade pequena com uma que em 2045 a população Urbana a população em crescimento tende a nível Mundial ultrapasse os 6 mil mi- mudar rapidamente sua caracterís,ca lhões. espacial. Atualmente das 28 megacidades, 16 estão localizadas na Ásia, 4 na América La,na, 3 delas em África e na Europa, e 2 na América do Norte.

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O estudo de uma Smart City tem como finalidade suprir demandas e implantar soluções de problemas existentes e futuros que as cidades enfrentam e irão enfrentar. O conceito deste ainda esta sendo aprofundado, embora tenha definições, não há regras de sua implantação, mas as soluções propostas desde o seu início acrescentam e ins,gam pesquisadores e profissionais de diversas áreas a pensar e adaptar estas para cada área por todo o mundo. Trazer a tecnologia para uso a favor da cidade é o futuro do planeta, e de forma organizada, planejada e sábia, a implantação dela traz a tona o conceito de integração e conexão da população, e atualmente precisamos u,lizar deste mecanismo para estreitar os laços da natureza humana.

São Gonçalo dos Campos possui um potencial de área, trabalho, localização e outros, que por também ter o fator de já possuir muitas industrias, viabiliza o inves,mento de infraestrutura para maior valorização da área e estruturação da população para incen,var o desenvolvimento deste.

FIGURA 01: Foto aérea de Nova York por Tom Adams (https://unsplash.com/photos/JDHQM-y4nxg)

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O CO N C E I TO S M A RT C I T Y

“Smart City” traduzido para “Cidade Inteligente” foi um conceito citado no início da década de 90 (KOZMETSKY; SMILOR; GIBSON, 1992) fundamentado no desenvolvimento, aplicação e u,lização de tecnologias da informação e comunicação. Para Ignasi Capdevila e Ma;as Zarlenga (CAPDEVILA; ZARLENGA, 2015) cidades podem ser conceituadas como ecossistemas complexos, com interesses diversos são obrigados a colaborar para garan,r um ambiente sustentável e uma qualidade de vida adequada. Assim, para esses autores, uma cidade inteligente pode ser descrita como uma cidade que usa TICs para aumentar a qualidade de vida dos seus habitantes, contribuindo para um desenvolvimento sustentável.

Com o fenômeno de desenvolvimento urbano dependente de tecnologia, inovação e globalização, o conceito de Smart City foi entendido como uma combinação em um sistema de informação que integram serviços de infraestrutura urbana, ou qualquer ,po de inovação tecnológica para o planejamento, desenvolvimento e operação de cidades. Cada serviço de uma Smart City pode e, provavelmente, terá tecnologias de acesso diferentes como Internet, Wi-Fi, Bluetooth, entre outros. Para que o conceito se mantenha, é necessária a capacidade de interconectar tecnologias de forma fácil e transparente. Neste sen,do, surge a Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT) (ZANELLA et al., 2014), vista como a chave para essa integração.

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No pensamento do conjunto urbano o conceito de Smart City consegue ser aplicado em cidades já existentes e no planejamento de novas cidades. Sendo seu maior princípio a conexão, com os avanços e a imersão da tecnologia no co,diano facilita essa integração nas cidades. Aplica,vos são os principais meios de conexão, e a migração de muitas tarefas manuais para as plataformas permite a coleta de dados que é imprescindível em uma Smart City. A coleta de dados é um controle essencial na hora de fazer novas escolhas em uma cidade, com essa conexão, dados e integração da população novos rumos serão tomados em seu crescimento e melhorar a convivência é o resultado principal a ser ob,do.

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P R O J E TO S D E R E F E R Ê N C I A 19


P R O J E TO S D E R E F E R Ê N C I A SONGDO Songdo é a cidade prome,da a ser a mais inteligente e sustentável do mundo. É situada na Coreia do Sul, com um inves,mento de aproximadamente US$ 40 bilhões, e possui um terreno em construção do tamanho da cidade de Curi,ba (FIGURA 02). De acordo com a empresa responsável pelas obras, Gale Interna,onal, ela foi desenhada para eliminar os automóveis e é um projeto que começou em 2004 que prioriza transporte cole,vo, como ônibus, metrô e bicicletas, ao invés do trânsito de carros. A cidade é o maior inves,mento privado do setor imobiliário da história, a maior parte do dinheiro veio das empresas Gale Interna,onal e Posco, e do banco de inves,mentos Morgan Stanley. O dinheiro é des,nado, em grande parte a criação de uma “rede universal” que u,lizará a internet para ligar não apenas pessoas, mas também objetos, casas e carros. Eles criaram um plano urbanís,co em que escritórios, parques, disposi,vos médicos e escolas estão rela,vamente próximas das casas. Os apartamentos e negócios foram construídos todos a uma distância de 12 minutos de estações de metrô ou de paradas de ônibus.

As ruas vazias poderão ter luzes diminuídas, enquanto que as movimentadas terão a iluminação reforçada. A tecnologia permi,rá ao centro de controle ajustar o intervalo dos semáforos, criar desvios e fornecer alertas mais cedo. O projeto tem 50 milhas (aprox. 80,45 km) de ciclovias ao seu redor, conectando toda a rede de 90 milhas da cidade (aprox. 144,85km). Cerca de 40% da área é reservada para espaços verdes, cerca do dobro de Nova York. Ela não terá caminhões de lixo, ao invés disso, um sistema de tubos pneumá,cos vai sugar os descartes dos prédios direto para uma central em alguns segundos que, por sua vez, vai reciclá-lo ou transformá-lo em energia. A cidade de Songdo também produz três vezes menos gases de uma casa comparando com outras cidades do mesmo tamanho. Qualquer nova cidade vai aumentar o uso global do água, porém, um desenho inteligente do terreno, mecanismos de retenção de água da chuva e o tratamento de águas cinzas de pias e máquinas de lavar permi,rão ao sistema de irrigação da cidade usar apenas um décimo da quan,dade de água limpa que seria esperada para uma cidade desse porte. (MOSER, 2013) 20


A distribuição dos usos na cidade servem pra complementar as cidades ao redor, tendo um foco maior na parte residencial e de consumo básico, sendo assim pensada como uma cidade suporte, e não uma cidade completa, dificultando e fazendo a população se deslocar por serviços simples.

A tecnologia u,lizada na cidade contribui totalmente no seu funcionamento e na qualidade de vida da população, porém a infraestrutura e implantação desta com os recursos tecnológicos possui um custo muito elevado e não muito viável financeiramente com a implantação destes no atual cenário do Brasil, sendo possível traduzir estas soluções em diferentes mecanismos.

FIGURA 02: Perspectiva de Sondgo (https://unsplash.com/photos/JDHQM-y4nxg)

FIGURA 03: Perspectiva de Sondgo (https://www.tecmundo.com.br/mobilidade-urbana-smart-cities/123942-coreia-sul-criando-cidade-desenhada-nao-ter-carros.htm)

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P R O J E TO S D E R E F E R Ê N C I A MASDAR Localizado nos Emirados Árabes, a cidade de Masdar será "a primeira cidade do mundo livre de carbono". O projeto foi iniciado em 2006, e levou 3 anos para que este se realizasse. Com um inves,mento de aproximadamente US$ 1,4 bilhão, a cidade conta com uma rua principal, 6 prédios, 101 apartamentos pequenos, uma imensa livraria eletrônica e, no centro de tudo, o Masdar Ins,tute (Ins,tuto Masdar). Ela é um quadrado perfeito, com aproximadamente 1.500 metros de cada lado, 6 mil km² , erguida sobre uma base de sete metros de altura para aproveitar a brisa do deserto (FIGURA 05). Norman Foster, o principal sócio da empresa responsável pelo projeto, descobriu que construir as cidades sobre um platô elevado era uma delas. Outra era fazer ruas estreitas para potencializar o vento encanado e as sombras, com essas medidas, eles esperam baixar muito a temperatura local e economizar mais da metade do total de energia necessário para fazer a cidade funcionar.

De acordo com Gugelmin (2011) um dos destaques da cidade, tanto no aspecto tecnológico quanto visual, é a torre eólica de 45 metros que informa aos cidadãos a quan,dade de energia consumida na cidade, também responsável por gerar eletricidade a par,r dos ventos fortes caracterís,cos da região. Entre os projetos que estão sendo desenvolvidos está uma usina de dessalinização da água movida a par,r de energia solar. Além de criarem uma “fazenda solar”, um complexo de 87mil mil painéis solares distribuídos em 22 hectares para aquecer grandes quan,dades de água, tendo como resultado a produção de cerca de 17.500 MWh de energia limpa por ano. A expecta,va é que, até 2025, cerca de 50 mil pessoas habitem as construções futuristas do local. Além disso, a expecta,va é que cerca de 12 mil pessoas façam o trajeto diário do local até a cidade mais próxima, Abu Dhabi.

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O projeto da cidade Masdar demonstra o exemplo de planejamento que deve-se pensar para cidade enquadrando suas soluções dentro da realidade de inves,mento e necessidade da população, além de conseguir reunir e aproveitar ao máximo o

potencial de produção de energia limpa, porém a cidade se enquadra mais como bairro planejado, pois sua localização é estratégica e acaba sendo dependente de ar,\cios externos, assim promovendo um grande fator de deslocamento.

FIGURA 04: Perspectiva de Masdar (https://manchetedovale.com.br/colunas/conexao-sustentavel/masdar-city-a-cidade-mais-sustentavel-do-mundo)

FIGURA 05: Masterplan de Masdar (www.imagenesmy.com/imagenes/masdar-city-construction-0c.html )

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P R O J E TO S D E R E F E R Ê N C I A SMART CITY LAGUNA A Planet Smart City é responsável pela idealização da primeira cidade inteligente inclusiva do mundo, desenvolvida em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, a 55 km de Fortaleza. De acordo com o site da empresa Planet (GRUPO PLANET, 2019), a Smart City Laguna possui no total 330 hectares e integra soluções inteligentes e prá,cas de engajamento social para oferecer residências de alta qualidade a preços acessíveis para mais de 25 mil moradores. A Smart City Laguna oferecerá serviços públicos, como escolas e unidades de saúde, além de um centro comercial, com lojas e serviços locais, contribuindo para a oferta de empregos na região (FIGURA 07). Graças à metodologia criada pela Planet, é possível o,mizar custos de construção, de infraestrutura, aproveitar os bene\cios econômicos oferecidos pelos sistemas de energia renovável, como energia solar e reuso de água de chuva. Para os moradores, isso tem impacto direto na redução de despesas e melhor manutenção dos serviços cole,vos.

Em virtude do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que possui porto de nível internacional e uma das siderúrgicas mais modernas do mundo, a região vive uma grande ascensão econômica, além de possuir belas praias e grande vocação turís,ca. O Hub de Inovação, coração social da cidade, é sede da biblioteca e do cinema e abriga diversas a,vidades gratuitas como cursos de inglês e informá,ca. O Ins,tuto Planet envolve os moradores da Smart City Laguna e a população do entorno em a,vidades que buscam construir uma cidade harmônica e feliz e um ambiente urbano rico em desenvolvimento para todos (GRUPO PLANET, 2019). A Smart City Laguna tem como desenho urbano semelhante a um condomínio fechado padrão, perdendo um dos principais pontos de conec,vidade e relações interpessoais, além de segregar a cidade em zonas, fazendo que o espaço não tenha a,vidades con,nuas ao longo do dia, assim podendo gerar “espaços mortos” na cidade.

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FIGURA 06: Perspectiva da Smart City Laguna (https://smartcitylaguna.com.br/smart-city-laguna-sera-premiada-pelo-sindicato-dos-engenheiros-do-estado-de-sao-paulo/)

FIGURA 07: Masterplan da Smart City Laguna (https://smartcitylaguna.com.br/wp-content/themes/smartcitylaguna_1-0/pdf/MASTERPLAN_060619_BX.pdf)

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P R O J E TO S D E R E F E R Ê N C I A HAVVADA

A proposta para a comunidade insular Havvada (que significa “ilha aérea” em turco) consiste em seis colinas que circundam um centro da cidade (FIGURA 08). Essa orientação, enraizada na geometria sagrada do número sete, onde seis objetos cercam um sé,mo, é aparente na natureza, religião, \sica e até mesmo na forma molecular da água. De acordo com (DROR, 2012), com base na lógica de Buckminster Fuller de uma cúpula geodésica, cada colina ergue-se no topo de uma mega esfera estrutural que sustenta as residências nas encostas e uma vida comunitária no centro, e é formada por uma esfera estrutural que abriga residências com telhado verde no exterior e empresas comerciais no interior.

O projeto proposto para a maior parte da ilha depende de compressão e integridade tensional; maximiza o material u,lizado para construir a estrutura e infraestrutura da ilha. O planejamento urbano o,miza as encostas das colinas e a vista panorâmica de cada lado para maiores áreas residenciais (BENSHETRIT, 2019).

A paisagem inclinada permite visões panorâmicas da linha do horizonte e atua como um sistema de ven,lação, onde o vento e a chuva são constantemente reciclados. As colinas verdes, como Fuller descobriu, fornecem meios significa,vos e naturais para o aquecimento e o resfriamento, e contribuem para um ecossistema individual e uma operação de renovação energé,ca sustentável (FIGURA 09).

Havvada é uma proposta com fatores interessantes e soluções bem pensadas, mas de design e ideia utópica e, talvez, de di\cil adaptação do ser humano por ter espaços limitados demais, além de um inves,mento extremamente alto que poderia ser inves,da em outras opções e infraestrutura de cidades inteligentes.

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Nosso obje vo é que os 6 microambientes preparem o terreno para uma comunidade que produz mais energia do que consome. A oportunidade agrícola pode rar proveito dos diferentes microclimas em diferentes alturas / níveis das encostas das colinas para criar uma variedade de vegetação e cultura. Cada ecossistema visa se tornar um microambiente totalmente auto-suficiente que também pode interagir e se complementar.

FIGURA 08: Concepção Havvada (https://www.archiscene.net/location/turkey/havvada-island-dror-benshetrit/)

FIGURA 09: Perspectiva de Havvada (www.studiodror.com/for/havvada/)

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S M A RT C I T Y N O B R A S I L

O Ranking Connected Smart Ci,es de 2017, 2018 e 2019 foi desenvolvido pela Urban Systems, através de metodologia própria e exclusiva, em parceria com a Sator, empresa líder na elaboração de plataforma d e negócios. Foi mapeada cidades brasileiras baseadas em 11 eixos (FIGURA 10). Dentre cada eixo foi analisado os indicadores, mais especificamente adentrando os pontos mais importantes para analisar a evolução das cidades. Além disso, houve também a divisão entre os portes das cidades com base na população, o corte apresentado foi de 50 a 100 mil habitantes, de 100 a 500 mil habitantes e de 500 mil habitantes.

FIGURA 10

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FIGURA 11

Dentre os mapas desenvolvidos para cada fator foi também um mapa geral, mostrando o resultado do Ranking de 2019 (FIGURA 12). Ao lado, a tabela mostrando a comparação dos anos de 2017 e 2018 (FIGURA 11), e o total de pontos resultante dos indicadores, e abaixo a tabela com os resultados de 2019 (FIGURA 13), todos com suas respec,vas notas, sendo para cada indicador 1 ponto.

FIGURA 09, 10, 11 e 12: Indicadores e resultados do Ranking Connected Smart Cities pela Urban System (https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/48668/1568738869Ranking_CSC_Final.pdf)

FIGURA 12

FIGURA 13

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Os indicadores desenvolvidos (FIGURA 14) por cada eixo (FIGURA 13) apresentam tópicos a serem observados e analisados em todas as cidades. Cada indicador na cor da diretriz correspondente, possui 70 no total, e cada Ranking divulgado é reanalisado :

As mudanças de métrica dos indicadores.

A inserção dos novos indicadores.

A evolução que o município apresentou nos indicadores analisados;

A evolução apresentada pelos municípios em posições próximas;

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Os resultados das cidades analisadas podem trazer fatores relevantes para abertura de novas discussões no planejamento destas, como Segurança, Saúde, Governança, Mobilidade, e outros, assim auxiliando no desenvolvimento da cidade.

FIGURA 13: Indicadores do Ranking Connected Smart Cities pela Urban System (https:// d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/48668/1568738869Ranking_CSC_Final.pdf)

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S Ã O G O N Ç A LO D O S C A M P O S 33


A C I DA D E Com os territórios das freguesias de São Gonçalo dos Campos da Cachoeira e de Nossa Senhora do Resgate das Umburanas, que foram desmembrados de Cachoeira por Lei Provincial de 28.07.1884, fundou-se então São Gonçalo dos Campos. Em 1931, teve o nome simplificado para São Gonçalo, mas em 1943 retomou a denominação atual. A sede criada com a denominação de São Gonçalo dos Campos da Cachoeira, foi elevada em 1689 à categoria de cidade por Lei Estadual de 25.06.1895.

FIGURA 14: Mapa das rodovias ao redor de São Gonçalo dos Campos (Elaborado pelo autor)

Em divisão territorial datada de 31./12/1963, o município é cons,tuído de 3 distritos: São Gonçalo dos Campos, Afligidos e Sergi. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007 de acordo com o IBGE (2010). A cidade de São Gonçalo dos Campos se situa em um ponto estratégico. Cortada pela BR 101 e BA 502, (FIGURA 14) sua proximidade com os principais municípios da Bahia faz com que seu potencial de produção e distribuição sejam muito elevados (IBGE, 2010).

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FIGURA 16: Foto aérea da cidade de São Gonçalo dos Campos (FONTE: www.saogoncalodoscampos.ba.gov.br/cidade)

São Gonçalo dos Campos possui uma área de 294,76 km² (IBGE, 2017). A cidade se encontra na microrregião de Feira de Santana, e na mesorregião Centro Norte Baiano.

FIGURA 16: Mapa das cidades vizinhas a São Gonçalo dos Campos (Elaborado pelo autor)

Ela tem como municípios vizinhos Feira de Santana, Antônio Cardoso, Conceição de Feira e Santo Amaro (FIGURA 16).

35


A C I DA D E “Qual a sua idade?”

Em visita no dia 05 de março de 2019 no município de São Gonçalo dos Campos, foi feita uma entrevista com a população, e no dia 14 de março foi feito um ques,onário online, ambos ob,veram pergunta em comum obtendo as seguintes respostas: “Qual seu principal meio de deslocamento?”

“Qual o maior problema da sua cidade?”

“Possui filhos? Se sim, quantos?”

“Você já ouviu falar sobre Smart Ci?es (Cidades Inteligentes)?”

Total de entrevistados: 21 na cidade + 76 no formulário online FIGURA 17: Perguntas e respostas obtidas na entrevista com a população (Elaborado pelo autor)

36


FIGURA 20: Fotos da cidade de São Gonçalo dos Campos (Acervo pessoal)

37 FIGURA 18: Fotos da cidade de São Gonçalo dos Campos (Acervo pessoal)

FIGURA 19: Fotos da cidade de São Gonçalo dos Campos (Acervo pessoal)


POPUL AÇÃO

Sua população es,mada no Censo 2010 feito pelo IBGE (Ins,tuto Brasileiro de Geografia e Esta;s,ca) foi 33.283 habitantes, e em 2018 foi 37.139 com sua densidade demográfica em 2010 de 110,67 hab/km², e em 2018 112,92 hab/km². Seu IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) em 2010 foi 0,627, sendo uma faixa do IDHM médio entre 0,600 e 0,699. De acordo com as pesquisas feitas pelo IBGE, 2010, vê-se que a distribuição da população em território urbano e rural é equilibrado (FIGURA 21). Com a dimensão da cidade, há apenas uma concentração urbana, sendo o resto bem distribuído ao longo do entorno.

Domicílios par?culares

9015

domicílios

Situação domiciliar Urbana

4660 domicílios

Rural

4355 domicílios

População Residente

33283

pessoas

Situação domiciliar Urbana Rural

15925 pessoas 16177 pessoas

FIGURA 21: Censo 2010—Situação domiciliar da população (FONTE? www.ibge.gov.br/)

38


LAZER Com base na entrevista feita com a população local, as opções de lazer dos moradores da cidade são algumas cachoeiras nos arredores do município, sentar nas praças e jardins que são distribuídos ao longo da cidade, andar de barco ou lancha pelo Rio Jacuípe. No caminho entre Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos, no Povoado de Tapera, encontra-se uma das maiores atrações de lazer, o Águas Claras Club (FIGURA 23). Com 165.500 m² de área, o Club atende todas as idades e é a primeira opção de muitos moradores de São Gonçalo. A cidade costuma receber uma grande quan,dade de pessoas principalmente no período das festas de São João (FIGURA 22), devido a tradição de shows e apresentações em uma cobertura extensa que é o Centro de Abastecimento da cidade que funciona todo sábado.

FIGURA 23: Club Águas Claras (FONTE: www.aguasclarasclub.com.br/)

FIGURA 22: São João em São Gonçalo dos Campos (FONTE: www.saogoncalodoscampos.ba.gov.br/imprensa/noticias/185 )

39


C E N Á R I O E CO N Ô M I CO De acordo com o site da Prefeitura de São Gonçalo dos Campos São Gonçalo dos Campos (2019), o município é banhado pela Região Industrial do Recôncavo Baiano; o Centro Industrial do Subaé que está localizado entre o Sul de Feira de Santana e o Norte de São Gonçalo dos Campos (FIGURA 24) é o terceiro maior Centro Industrial da Bahia perdendo apenas para o Polo Petroquímico de Camaçari e para o Centro Industrial de Aratu, o CIS é o maior centro industrial da Região Metropolitana de Feira de Santana.

FIGURA 24: Mapa da localização do Centro Industrial do Subaé (Elaborado pelo autor)

Centro Industrial do Subaé

Outras fontes de renda de grande importância para o município são a Fumicultura, a Avicultura, a Agricultura em geral e a Pecuária. São Gonçalo dos Campos por estar localizada na região da Mata Fina possui o clima e o solo ideal para o plan,o do fumo, está é a principal região fumageira do estado da Bahia e engloba vários municípios do Recôncavo Baiano entre São Gonçalo dos Campos e Cruz das Almas (FIGURA 25).

40


É em São Gonçalo dos Campos que está instalada a Menendez & Amerino, maior fabricante de charutos do Brasil detendo 70% do mercado nacional. Atualmente a renda do município também está voltada diretamente a avicultura tornando-se um novo polo regional com a JBS - Seara e a Gujão Alimentos.

41

FIGURA 25: Mapa da localização do Recôncavo Baiano (Elaborado pelo autor)

Recôncavo Baiano

O município de São Gonçalo dos Campos faz parte do Polo Avícola da Bahia que engloba vários municípios da Região do Recôncavo Baiano (FIGURA 25), em que se destaca a cidade vizinha Conceição da Feira que é considerada a Capital do Frango.

FIGURA 26: Foto da entrada a Gujão Alimentos (Acervo pessoal)


C E N Á R I O E CO N Ô M I CO Com base os dados coletados pelo IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS, 2010), vê -se um aumento de pessoas trabalhando e assalariados, foi visto também que em 2011 a 2013 houve um aumento considerável de empresas atuando na cidade, em 2014 diminuiu em 20%, mas teve uma boa recuperação em 2015 e permaneceu em 2016 a quan,dade (FIGURA 27). Atualmente, o grupo JBS Foods possui uma sede da Seara Alimentos na cidade de São Gonçalo dos Campos, e de acordo com Flávia Andrade de Freitas, veterinária responsável pelo controle de qualidade na empresa atualmente, hoje a empresa emprega aproximadamente 2.500 funcionários, onde quase 95% são residentes da cidade de São Gonçalo dos Campos.

Cadastro Central de Empresas em São Gonçalo dos Campos Indicador

2006 268

2007 294

2008 323

2009 336

2010 350

2011 445

2012 424

-

-

321

335

349

442

423

Pessoal ocupado

2850

3288

3451

3337

3536

4049

4326

Pessoal ocupado assalariado

2622

3010

3142

3003

3135

3495

3758

Salário médio mensal Salários e outras remunerações

1,7 2.0 1.7 1.8 1.6 2.0 2.0 20292 25422 27821 34594 36641 48404 60706

Unidades locais Número de empresas atuantes

FIGURA 27: Censo 2010-Cadastro Geral de empresas em São Gonçalo dos Campos (FONTE: www.ibge.gov.br/)

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PIB per capta (Unidade: R$) 60.000

40.000

20.000

0 2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Luiz Eduardo Magalhães Salvador São Gonçalo dos Campos FIGURA 28: PIB per capta de Salvador, Luiz Eduardo Magalhães e São Gonçalo Dos Campos (FONTE: www.ibge.gov.br)

A cidade pelo seu território e necessidade de emprego, tem um potencial industrial considerável que pode fazer a cidade crescer semelhante ao crescimento em Luiz Eduardo Magalhães, Bahia, que obteve um crescimento de 278% em apenas sete anos (FIGURA 28). 2013 445

2014 358

2015 394

2016 394

Unidade unidades

444

356

393

393

unidades

4043

4815

5224

5698

pessoas

3472

4358

4755

5260

pessoas

1.9 62555

2.1 2.0 73818 96515

1.9 107238

salario mín. R$ 43


T I P O LO G I A A R Q U I T E T Ô N I C A Como consequência do crescimento da fumicultura na região em torno de 1950 o município se tornou independente de Cachoeira em 1884 e manteve-se durante muito tempo na categoria de cidade mais organizada e de abrigar uma elite com ideias modernizadoras o que proporcionou à cidade uma urbanização planejada, tendo sido necessário o envio de alguns arquitetos á outras cidades brasileiras e europeias para trazer as novidades para a localidade. De acordo com o texto de Lessa (2011), São Gonçalo dos Campos também foi local de visita de várias pessoas influentes do Brasil desde D. Pedro II a Juracy Magalhães, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas entre outros.

Por possuir o ;tulo de Suíça Baiana, Cidade Jardim, pelo seu clima fresco e agradável, foi o local mais recomendado para cura de doenças, passeios e repouso de pessoas ricas vindas da capital baiana (Salvador) e de outros lugares do Brasil. Sendo assim, as elites citadinas, do período estudado, eram formadas pelos donos de armazéns, gerentes, fazendeiros e alguns comerciantes que se fizeram presentes na configuração atual do município patrocinando obras públicas e na ostentação de casarões no centro da cidade.

São Gonçalo dos Campos em 1957

FIGURA 29: Foto da rua de São Gonçalo dos Campos em 1957 (FONTE: www.idades.ibge.gov.br/brasil/ba/sao-goncalo-dos-campos/historico)

São Gonçalo dos Campos atualmente FIGURA 30: Foto da rua de São Gonçalo dos Campos atualmente (Acervo pessoal)

44


FIGURA 31: Foto do Mercado de São Gonçalo dos Campos atualmente (Acervo pessoal)

FIGURA 32: Foto do Mercado de São Gonçalo dos Campos em 1957 (FONTE: www.idades.ibge.gov.br/brasil/ba/sao-goncalo-dos-campos/historico)

Mercado Municipal atualmente

Mercado Municipal em 1957

Como a maioria dos moradores da cidade estavam nas áreas rurais e a principal a,vidade era a comercialização do que era produzido em suas próprias terras, o Mercado Municipal ,nha uma importância extrema na cidade, tendo como principal praça no período do ano de 1950. Atualmente a praça ainda tem o comércio em evidência, mas é mais expandido pela cidade (FIGURA 31 E 32).

Atualmente a fachada da maioria das casas no centro ainda possui caracterís,cas desse período crescimento da cidade (FIGURA 29, 30, 31 E 32). Devido a globalização, algumas instalações foram totalmente demolidas e construídas com uma ,pologia arquitetônica mais contemporânea.

45


C E N Á R I O F Í S I CO T E M P E R AT U R A S E E N E R G I A S O L A R De acordo com Weather Spark (2019), a estação quente permanece por 5,2 meses, de 28 de outubro a 4 de abril, com temperatura máxima média diária entorno de 33 °C. O dia mais quente do ano é 28 de janeiro, cuja temperatura máxima média é de 34 °C e a mínima média é de 22 °C. A estação fresca permanece por 2,6 meses, de 3 de junho a 24 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 30 °C. O dia mais frio do ano é 2 de agosto, com média de 18 °C para a temperatura mínima e 29 °C para a máxima (FIGURA 33). A energia solar de ondas curtas incidente diária média passa por variações sazonais moderadas ao longo do ano. O período mais radiante do ano dura 5,7 meses, de 19 de setembro a 10 de março, com média diária de energia de ondas curtas incidente por metro quadrado acima de 6,8 kWh. O dia mais radiante do ano é 22 de outubro, com média de 7,2 kWh. O período mais escuro do ano dura 2,6 meses, de 13 de maio a 1 de agosto, com média diária de energia de ondas curtas incidente por metro quadrado abaixo de 5,5 kWh. O dia mais escuro do ano é 21 de junho, com média de 5,0 kWh (FIGURA 34) (WEATHER SPARK, 2019). 46


amena

quente

40 ºC 35 ºC

34º

33º

33º

30 ºC

30º

29º

20º

20º

25 ºC 20 ºC

22º

15 ºc

22º

21º

10 ºC 5 ºC Dez

Nov

Out

Set

Ago

Jul

Jun

Mai

Abr

Mar

Fev

Jan

0 ºC

Média diária de energia solar de ondas curtas incidentes 9kWh

escuro

radiante

radiante 22 de out 7,2kWh

10 de mar 6,8kWh

8kWh 7kWh

21 de jun 5,0kWh

6kWh 5kWh 4kWh 3kWh 2kWh

47

Dez

Nov

Out

Set

Ago

Jul

Jun

Mai

Abr

Mar

Fev

0kWh

Jan

1kWh

FIGURA 33: Gráfico de temperaturas máximas e mínimas (FONTE: www.pt.weatherspark.com/)

quente

FIGURA 34: Gráfico da média diária de energia solar (FONTE: www.pt.weatherspark.com/)

Temperaturas máximas e mínimas médias


C E N Á R I O F Í S I CO S O L , C H U VA E V E N TO S Com base nos dados da Análise Retrospec,va da Era Moderna (MERRA-2, 2016) no site Weather Spark (2019), para demonstrar a variação entre os meses e não apenas os totais mensais, mostramos a precipitação de chuva acumulada durante um período con;nuo de 31 dias ao redor de cada dia do ano. São Gonçalo dos Campos tem variação sazonal significa,va na precipitação mensal de chuva. Chove ao longo do ano inteiro na cidade, sendo que o máximo de chuva ocorre durante os 31 dias ao redor de 30 de abril, com acumulação total média de 99 milímetros. O mínimo de chuva ocorre por volta de 2 de outubro, com acumulação total média de 33 milímetros (FIGURA 37). A duração do dia em São Gonçalo dos Campos não varia significa,vamente durante o ano, cerca de 51 minutos a mais ou a menos de 12 horas no ano inteiro (FIGURA 36 E 38).

FIGURA 35: Estudo dos ventos da Ilha (Elaborado pelo autor)

A velocidade horária média do vento em São Gonçalo dos Campos passa por variações sazonais pequenas ao longo do ano. A época de mais ventos no ano dura 3,9 meses, de 4 de agosto a 1 de dezembro, com velocidades médias do vento acima de 10,6 quilômetros por hora. O dia de ventos mais fortes no ano é 19 de outubro, com 11,5 quilômetros por hora de velocidade média horária do vento. A época mais calma do ano dura 8,1 meses, de 1 de dezembro a 4 de agosto. O dia mais calmo do ano é 25 de março, com 9,7 quilômetros por hora de velocidade horária média do vento A direção média horária predominante do vento em São Gonçalo dos Campos é do Sul e Leste durante todo o ano (FIGURA 35).

FIGURA 36: Estudo solar da Ilha (Elaborado pelo autor)

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FIGURA 37: Gráfico de chuva mensal média (FONTE: www.pt.weatherspark.com/)

200 mm 150 mm

30 de abr 99mm

100 mm

1 de jan 50 mm 46mm

1 de dez 62mm

2 de out 33mm

Dez

Nov

Out

Set

Ago

Jul

Jun

Mai

Abr

Mar

Fev

Jan

0 mm

Horas de luz solar e crepúsculo 24h

0h

noite

20h

4h

16h 12h

8h 12h e 52min 12h 22 de dez 16h

12h e 7min 20 de mar

8h

dia

49

Dez

Nov

Out

Set

Ago

20h Jul

Jun

Mai

Abr

Mar

Fev

Jan

4h 0h

12h e 6min 23 de set

11h e 24min 21 de jun

24h

FIGURA 38: Gráfico dos horários de luz solar (FONTE: www.pt.weatherspark.com/)

Chuva mensal média


C E N Á R I O F Í S I CO TO P O G R A F I A De acordo com os dados coletados pela (Análise Retrospec,va da Era Moderna (MERRA-2), 2016) as coordenadas geográficas de São Gonçalo dos Campos são: la,tude -12,433°, longitude -38,967° e 213 m de al,tude. A topografia dentro do perímetro de 3 quilômetros de São Gonçalo dos Campos contém apenas variações pequenas de al,tude, como mostrado na Figura 39, com mudança máxima de 113 metros e al,tude média acima do nível do mar igual a 213 metros. Dentro do perímetro de 16 quilômetros, há apenas variações pequenas de al,tude (299 metros). Dentro do perímetro de 80 quilômetros, há variações muito significa,vas de al,tude (844 metros). A área dentro do perímetro de 3 quilômetros de São Gonçalo dos Campos é coberta por terra fér,l (50%), árvores (19%), arbustos (18%) e pasto (14%); dentro do perímetro de 16 quilômetros, por terra fér,l (30%) e arbustos (21%). Finalmente, dentro do perímetro de 80 quilômetros, por terra fér,l (27%) e árvores (26%).

50


FIGURA 39: Topografia da cidade (FONTE: pt-br.topographic-map.com/maps/g2ts/São-Gonçalo-dos-Campos/)

São Gonçalo dos Campos

TOPOGRAFIA ORIGINAL

FIGURA 40: Topografia original da Ilha (Elaborado pelo autor)

Foi feito duas seções (FIGURA 41) na topografia original (FIGURA 40), uma mostrando o corte com o Rio Jacuípe (CORTE AA) dos dois lados, e outra o acesso á Ilha (CORTE BB). Rio Jacuípe

Rio Jacuípe

CORTE BB Rio Jacuípe FIGURA 41: Cortes na topografia original da Ilha (Elaborado pelo autor)

51

CORTE AA


O R I O JA C U Í P E

O município de São Gonçalo dos Campos é banhado a oeste pelo Rio Jacuípe, a sul o Rio Paraguaçu e entre Governador Mangabeira e Cachoeira, está a Usina Hidrelétrica da Pedra no Cavalo (FIGURA 42). O Rio Jacuípe em relação a Feira e São Gonçalo dos Campos, por muitos anos, serviu como ponto turís,co e de lazer para a população e os visitantes da cidade, e também já foi fonte de sustento para muitos pescadores, até a poluição ligada ao crescimento desordenado da cidade. A cidade tem como potencial a possibilidade de fazer interferências no Rio Jacuípe que traga de volta bene\cios para os moradores da região. A Usina Hidrelétrica de Pedra do Cavalo possui 30.156 hectares e é responsável por boa parte do abastecimento da Região Metropolitana de Salvador e mais a região de Feira de Santana, beneficiando cerca de 4 milhões de habitantes.

Após um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) feito pelo Ins,tuto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) o Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) em junho de 2016 recomendou ao Ins,tuto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) que determinasse a suspensão das a,vidades da usina, o que ainda não ocorreu. 52


Já sustentei minha família com renda exclusiva da pesca. Eu comecei aqui

u lizando rede três malhas, mas hoje trabalho com várias coisas para que possa sobreviver. Posso afirmar que a poluição afastou muitos peixes. É de cortar o coração ver o estado que esse rio se encontra e ninguém faz nada.

- João da Conceição em uma entrevista, pescador há mais de trinta anos na região, que hoje precisa trabalhar de ajudante de pedreiro para sobreviver.

FIGURA 42: Mapa da localização do Rio Jacuípe em relação a São Gonçalo dos Campos e da Usina Pedra do Cavalo (Elaborado pelo autor)

(NAYLLANE, 2017)

RIO JACUÍPE

FIGURA 43: Foto aérea da Usina Pedra do Cavalo (FONTE: www.jornalgrandebahia.com.br/2016/06/mpf-recomenda-ao-inemainterdicao-da-usina-hidreletrica-da-pedra-do-cavalo/ )

USINA HIDRELÉTRICA PEDRA DO CAVALO

53


54


S M A RT C I T Y E M S Ã O G O N Ç A LO D O S C A M P O S 55


A ILHA Na mesma data da visita a cidade, foi feita a visita a Ilha de São Gonçalo dos Campos. A localização desta possui o privilegio de ter o Rio Jacuípe banhar aproximadamente 90% do seu perímetro (FIGURA 44). Com 1,85km² de área e á Oeste do município, a Ilha atualmente não possui ruas calçadas, saneamento básico, infraestrutura urbana, possui algumas casas e dois comércios sendo eles bares, pois é um local de lazer da população que usufrui do Rio Jacuípe.

FIGURA 44: Mapa das rodovias ao redor de São Gonçalo dos Campos (Elaborado pelo autor)

FIGURA 45: Mapa dos acessos (Elaborado pelo autor)

Possui três formas de acesso, via terrestre pela BA-502 com apenas um acesso para entrada e saída, via fluvial pelo Rio Jacuípe e via aérea (FIGURA 45).

56


FIGURA 47: Foto da Ilha de São Gonçalo dos Campos (Acervo pessoal)

FIGURA 46: Foto da Ilha de São Gonçalo dos Campos (Acervo pessoal)

FIGURA 48: Foto da Ilha de São Gonçalo dos Campos (Acervo pessoal)

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I M P L A N TA Ç Ã O

FIGURA 49: Mapa da localização da Ilha de São Gonçalo dos Campos (Elaborado pelo autor)

O projeto foi pensado em trazer os conceitos da cidade inteligente na implantação (FIGURA 50). O aproveitamento máximo da topografia na implantação das vias e loteamentos e a junção da diretriz de ter acessibilidade em todo o deslocamento, além disso, analisando a al?metria do terreno vê-se que ao centro da Ilha encontram-se os pontos mais altos, e ao ir em direção ás margens do Rio Jacuípe a topografia vai rebaixando até o encontro com a água. A localização da Ilha de São Gonçalo dos Campos possui o privilegio de ter o Rio Jacuípe banhar aproximadamente 90% do seu perímetro (FIGURA 49). Com 1,85km² de área e á Oeste do município, a Ilha atualmente não possui ruas pavimentadas, e é um local de lazer da população.

58


TOPOGRAFIA ANTERIOR

VIAS IMPLANTADAS

EDIFICAÇÕES EXISTENTES

TOPOGRAFIA MODIFICADA FIGURA 50: Mapa da topografia original e modificada (Elaborado pelo autor)

59


60


D I R E T R I Z E S P R I N C I PA I S

MOBILIDADE

DESENVOLVIMENTO

INTELIGENTE

ECONÔMICO LOCAL

Cons?tuir uma rede de transportes equilibrada e mista reduzindo os impactos ambientais.

Estabelecer pontos estratégicos para desenvolvimento do comercio local através de equipamentos e organização urbana.

URBANISMO

CONEXÃO EM

ECOLÓGICO

TEMPO INTEGRAL

Preservação do meio ambiente através de métodos para diminuir o impacto da cidade nos ecossistemas e fazer o aproveitamento de energias limpas e renováveis.

Elaboração de um sistema com informações e monitoramento da cidade de fácil acesso para todos os cidadãos.

VALORIZAÇÃO DA CULTURA E LAZER Espaços des?nados a pra?ca de a?vidades de integração da população promovendo lazer e cultura.

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MOBILIDADE INTELIGENTE O desenvolvimento da mobilidade de uma cidade mais equilibrada vai em desencontro com o modelo atual de logís?ca, a priorização do automóvel individual. Na diretriz desenvolvida, a mobilidade parte do conceito de integração e pra?cidade, no qual se ar?cula entre todos os modais de transporte para distribuir o uso e diminuir o tempo de deslocamento. Com uma rede ampla, o transporte publico cole?vo envolve os corredores de ônibus com integração ás faixas de pedestres, ciclovias, transportes priva?vos promovendo a acessibilidade em todas as regiões da cidade, estabelecendo recursos mínimos de implantação para melhor qualidade de deslocamento. Dentre a caixa de rua, foram definidos como padrões em toda a cidade algumas dimensões essenciais do sistema cicloviário e circulação de pedestres para priorização dos mesmos, já que são os modos de transporte menos poluentes, mas ainda sim dando espaço ao transporte motorizado cole?vo e individual, es?mulando a população u?liza-los do ?po elétrico.

62


C AT E G O R I A S D E S O LU Ç Õ E S A D OTA DA S :

CICLOVIAS

PONTOS DE ÔNIBUS

ROTATÓRIAS

CALÇADAS

VIAS

ESTAÇÕES DE CARGA FIGURA 51: Esquema dos eixos da diretriz (Elaborado pelo autor)

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MOBILIDADE INTELIGENTE CICLOVIAS

Um dos maiores incen?vos do planejamento da cidade foram as ligações entre os espaços, e com foco nisso as ciclovias, um dos meios de transporte mais enfa?zados, foram traçadas com o uso de novas tecnologias. O traçado urbano visou flexibilizar os deslocamentos, e as ciclovias representadas na Figura 53 demonstram o percurso com ligação entre praças e parques, e rotas alterna?vas com conexão com a natureza, melhorando a logís?ca entre escola, trabalho, áreas de lazer e residências.

64


CICLOVIA/CICLOFAIXA LIGAÇÕES DE ESPAÇOS FIGURA 53: Mapa das ciclovias e ciclofaixas e suas ligações através dos espaços 65

(Elaborado pelo autor)


MOBILIDADE INTELIGENTE CICLOVIAS noite

A base para uma infraestrutura da circulação de bicicletas e (veículos pa?netes, entre outros) requer ciclovias, ciclofaixas e faixas compar?lhadas. As ciclovias u?lizam obstáculos Nsicos como calçadas, muretas e meios-fios, e compõe a maior parte da rede estabelecida na cidade. As ciclofaixas são delimitadas por sinalizações horizontais ou diferenciações no piso, sem obstáculos Nsicos, elas são u?lizadas na passagem de vias com bastante fluxo para vias de menor fluxo. As faixas compar?lhadas dão-se pela mudança de pavimentação, delimitando apenas a divisão entre veículos e pedestres, assim ocorrendo quando estes adentram praças e áreas residenciais. Dentre o traçado, 100% possuem sinalização seguindo as Normas Brasileiras, além de serem pintadas por luminóforos, que são preparações químicas inorgânicas que com as radiações visíveis ou invisíveis produzem fenômeno de luminescência. A aplicação dessa ?nta produz o efeito da luz durante em média 10 horas de duração, tempo suficiente para manter os caminhos bem sinalizados, isso reduz o gasto de energia com iluminação urbana pública além de agredir menos os ecossistemas que circundam a cidade, com intuito de preservar e amenizar as interferências no meio ambiente. (FIGURA 54)

CICLOVIA PINTADA COM LUMINÓFOROS

FIGURA 54: Perspectiva ciclovia com luminóforos (Elaborado pelo autor)

De acordo com a projeção do ciclista na via, ele requer apenas 0,60m e contando com as oscilações ele necessita de mais 20cm de cada lado. U?lizar um espaço exclusivo superior a 2,10m pode ser u?lizada indevidamente por outros meios motorizados, por isso foi adotado como padrão 1,80m de largura para vias bidirecionais, e 1,20m para unidirecionais em trechos curtos e com pouco tráfego. (FIGURA 55 E 56)

66


CANTEIRO

1.80

.80

FIGURA 56: Detalhe da implantação da ciclovia (Elaborado pelo autor)

CICLOVIA

.50

VIA

CANTEIRO

CALÇADA

A ligação da ciclovia com a calçada dá-se por intervalos de acordo com a necessidade da edificação, mantendo a segurança do pedestre e tendo uma faixa de desaceleração para a segurança do ciclista. EDIFICAÇÕES

EDIFICAÇÕES FIGURA 55: Detalhe da implantação da ciclofaixa (Elaborado pelo autor)

CANTEIRO .50

CALÇADA

CICLOFAIXA

VIA

1.20

Nos detalhes das Figuras 55 e 56 mostra-se a amplitude da calçada com sombreamento dos canteiros, a ciclovia entre dois canteiros e assim a via e a ciclofaixa entre a via e o canteiro.

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MOBILIDADE INTELIGENTE PONTOS DE ÔNIBUS

Um dos ?pos de transporte cole?vo adotado no traçado da cidade foi o sistema motorizado cole?vo, o ônibus. Reunindo alguns avanços tecnológicos e soluções já adotadas em muitas cidades hoje em dia, os pontos de ônibus serão equipados com: Painéis

em braile informando as rotas e horários dos ônibus;

Painéis

intera%vos com duvidas, rotas, horários, informa%vos e atualizações da cidade;

Aviso

sonoro e visual informando a necessidade da parada dos ônibus para motoristas, pedestres e passageiros.

Equipados

com painéis de energia solar e sistema de captação da água da chuva, sua informação de eficiência energé%ca também aparecerá no painel e estará disponível nas plataformas digitais da cidade.

Cobertura

ampla com 6,70m² e fechamento com ripas de madeira para promover conforto térmico;

Placas solares na cobertura;

68


COBERTURA

SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA E IRRIGAÇÃO

SINALIZAÇÃO SONORA E VISUAL RIPAS DE MADEIRA SUPORTE DE BICICLETA

PAINEL INFORMATIVO EM BRAILE

PAINEL INTERATIVO

ASSENTO

FIGURA 57: Perspectiva do ponto de ônibus proposto (Elaborado pelo autor)

CANTEIRO COM IRRIGAÇÃO AUTOMÁTICA

A implantação das placas solares na cobertura do ponto vai variar de acordo com a posição deste em relação a cidade, devido a inclinação necessária para melhor desempenho, a placa precisa de 10 a 15 graus e possuir uma quan?dade de horas necessárias de exposição ao sol, portanto cada ponto precisa ser estudado na hora da instalação da placa solar.

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MOBILIDADE INTELIGENTE PONTOS DE ÔNIBUS

O mapa desenvolvido na Figura 58 apresenta a localização dos pontos de ônibus e as possíveis rotas que seguirão. Esta, engloba todos cantos da Ilha, conseguindo atender a demanda do deslocamento co?diano, e entorno das praças e comércios têm -se entre 2, 3 e 4 paradas ao seu redor, possibilitando uma maior versa?lidade para o pedestre quando for localizar o ônibus através dos aplica?vos, a fim de garan?r o transporte a depender de sua localização. Também vê-se a abrangência dos pontos em relação a caminhabilidade, que é a acessibilidade no ambiente urbano, tendo como obje?vo na sua disposição de pontos e rotas, a facilidade e distancias reduzidas entre os estabelecimentos e as estações, sendo representadas com raios de 100m.

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PONTOS DE ÔNIBUS ROTAS RAIO DE 100m

FIGURA 58: Mapa das paradas e das rotas de ônibus (Elaborado pelo autor)

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MOBILIDADE INTELIGENTE ROTATÓRIAS O desenho urbano em si também teve como intenção ser um dos fatores diferenciais da cidade inteligente. Foi tomada a decisão de não possuir semáforos, e para atender a necessidade de cruzamentos foi elaborada rotatórias estratégicas a fim de não aumentar o gasto de energia na cidade, manter a velocidade dos veículos motorizados, além de reduzir com antecedência quando há possível contato com cruzamento de pedestres e ciclovias, visando a segurança. Com a criação das rotatórias, foi aumentado as possibilidades de conversão diminuindo a problemá?cas de retornos demorados e esperas nas travessias, além do fluxo con?nuo onde gera maior movimento nas ruas e consequentemente a sensação de segurança, diminui o risco de acidentes, com essas soluções ocorre a economia de combusWvel e assim a emissão dos gases poluentes. FIGURA 59: Perspectiva da demonstração da rotatória (Elaborado pelo autor)

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VIA SENTIDOS DO TRÁFEGO FIGURA 60: Vista de topo da rotatória com sentidos (Elaborado pelo autor)

SENTIDO ROTATORIA

A Figura 60 mostra como exemplo um esquema do funcionamento da rotatória com duas faixas abrangendo 8 sen?dos diferentes. O centro da rotatória abre possibilidades para futuras instalações de praças, espaço de preservação ambiental, ocupações temporárias, entre outros.

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MOBILIDADE INTELIGENTE CONVERSÕES

As rotatórias mostradas são exemplos da diretriz que promove um tráfego con?nuo, e no mapa ao lado em círculos amarelos são mostradas os locais de conversão dos veículos que u?lizarão de canteiros ou espaços públicos com faixa de espera e faixas livres para que sejam feitas corretamente. Assim, as distâncias, espaçamentos e sinalizações seguirão as leis e ar?gos do Código de Trânsito Brasileiro - DETRAN. Os pontos sinalizados (FIGURA 61) também são locais de fluxo con?nuo de veículos, por isso, em um raio de 50m de cada conversão, haverá mudanças de níveis para as vias e direção para as ciclovias e ciclofaixas, usando destes métodos promovendo indicar aos motoristas, ciclistas e pedestres de forma segura que há essa divergência a frente. Seguindo o funcionamento de uma rotatória demonstrada na Figura 60, os pontos indicados possuem formas diferentes, mas seguirão com os padrões necessários.

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PONTOS DE CONVERÕES FIGURA 61: Mapa dos principais pontos de conversões na cidade (Elaborado pelo autor)

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MOBILIDADE INTELIGENTE CALÇADAS A parte mais importante da cidade são as calçadas. Nelas todo o conceito de integração, segurança, melhorias e soluções são aplicados e é a chave para uma qualidade de vida. Faz parte de todo percurso a circulação a pé, sendo ele o principal ou complementar de outro meio de transporte. Levando em total consideração, todos nós u?lizamos as calçadas, diferentes faixas etárias, com mobilidade reduzida ou não, animais, e assim para que todos se sintam confortáveis, atendam as suas necessidades e tenham segurança, o desenho da calçada estabelece dimensões e ar?Ncios mínimos e básicos para ser acessível a todos. No âmbito técnico, elas precisam atender alguns pontos principais contando que haja diferentes instalações e a?vidades que exijam faixas de fluxos diferentes, sendo eles: Faixa

de serviço para a locação de mobiliários urbanos como bancos, lixeiras, postes e rampas;

Faixa

de arborização com árvores e arbustos;

Faixa de fluxo con<nuo; Faixa

de segurança para variações da caminhabilidade.

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A faixa de serviço está diretamente ligada com a faixa de arborização, porém a de serviço se des?na apenas para mobiliários urbanos em geral. Com a instalação de lixeiras inteligentes, postes de iluminação publica e rede elétrica, bancos, totens de informação e comunicação, a faixa liga-se com a de arborização quando há ligação entre as ciclovias e as calçadas, sendo assim as duas viram espaço de passagem e servem como a faixa de desaceleração para o ciclista quando necessário, sendo determinada 50cm de largura. A faixa de arborização é variante mas sempre presente, para vias com alto tráfego com separação entre ciclistas e vias, a dimensão dos canteiros deve-se ao porte das arvores u?lizadas afim de atender ambos, determinando 80cm de largura. Para vias com tráfego mais baixo, haverá separação apenas de pedestres e ciclovias, determinando 60cm de largura para os canteiros. Sendo determinado esses espaçamentos ao longo das vias, a depender da localização a faixa de serviço poderá ser integrada á faixa de arborização tendo assim os canteiros podendo ter 1,10 á 1,30 de largura.

A faixa de fluxo conWnuo u?liza como UP (unidade de passagem) do pedestre 60cm com variação de 0,05cm para os lados devido a caminhabilidade, totalizando a UP 70cm. Sendo assim consideramos a faixa de fluxo como mínima de 1,40m para que comporte duas pessoas lado a lado. Com ligação direta a este, a faixa de segurança é uma margem para eventuais desvios sendo estabelecida de 15cm quando houver ligação entre pedestre, mobiliário, ciclista e veículos.

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MOBILIDADE INTELIGENTE CALÇADAS

VIA

ARBORIZAÇÃO

CICLOVIA

ARBORIZAÇÃO

FAIXA DE SERVIÇO

FAIXA DE FLUXO

EDIFICAÇÕES

As representações a seguir nas Figuras 62 e 63 mostram exemplos das possibilidades de formatação das calçadas e suas divisões em faixas e fluxos, além das variações das faixas de arborização e serviço.

FIGURA 62: Detalhe da setorização da calçada (Elaborado pelo autor)

1.40

.50 .50

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VIA

FAIXA DE ARBORIZAÇÃO

CICLOVIA

FAIXA DE ARBORIZAÇÃO

FAIXA DE SERVIÇO

FAIXA DE FLUXO

EDIFICAÇÕES

FIGURA 63: Detalhe da setorização da calçada (Elaborado pelo autor)

1.40

.50 .50

Dentre as soluções das calçadas, a faixa de serviço possui mobiliários onde o conceito da cidade de integração os envolve com a tecnologia. As lixeiras que serão instaladas terão sensor de presença e se abrirá quando detectar movimento para o descarte de lixo. Ela possuirá as 5 cores padrão e aberturas indicando a separação para a coleta sele?va, sendo papel, plás?co, metal, vidro e orgânicos, e avisará caso a pessoa esteja jogando o lixo no compar?mento errado.

Para contribuir com a cidade, as lixeiras também possuirão uma conexão com um sistema que indicará quando ela es?ver perto de estar cheia, facilitando a coleta, além de ajudar no controle dos dados em relação ao reaproveitamento destes materiais em favor da cidade. 79


MOBILIDADE INTELIGENTE VIAS

Essa técnica tem como composição cerca de 14% de pó de pneu moído, ela é recomendada em vias com tráfego alto, moderado e baixo, além de possuir aproximadamente 40% menos custo-beneNcio que o asfalto tradicional contando com uma alta durabilidade, com pouca necessidade de manutenção, além do tempo de liberação pós-execução ser menos que o comum devido a capacidade de menor tempo de resfriamento.

Além das soluções adotadas com foco no pedestre, os veículos motorizados fazem parte da cidade, e afim de atender as necessidades do deslocamento as vias foram pensadas e implantadas com base na topografia e na inclinação ideal para ser acessível a todos, sendo assim, elas chegam a no máximo 8% de inclinação mesclando a pavimentação entre intertravado nas vias compar?lhadas e asfalto nas demais.

Ele também possui vantagens para os veículos pois o material é menos susceWvel à formação de trilhas de roda, reduz o risco de aquaplanagem e melhora a frenagem e aderência das rodas em comparação ao asfalto convencional, garan?ndo uma maior segurança.

Com aproximadamente 30km de extensão, a execução das vias conta com uma nova forma de aproveitamento, o asfalto-borracha, u?lizando pneus que são descartáveis de formas inadequadas, triturando este bem fino e agregando a composição do asfalto, assim incen?vado que empresas contribuam para a preservação do meio ambiente. Além destas, as vias compar?lhadas contam também com piso drenante intertravado com tonalidade clara, dissipando mais as possíveis ilhas de calor formada na cidade, além de possuir uma ó?ma drenagem da água evitando alagamentos (FIGURA 64).

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VIAS ASFALTO-BORRACHA VIAS COM PISO DRENANTE

FIGURA 64: Mapa das vias da cidade (Elaborado pelo autor)

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MOBILIDADE INTELIGENTE ESTAÇÕES DE CARGA

A adoção de carros elétricos irá diminuir dras?camente os resíduos poluentes da cidade, além de possui uma melhor eficiência energé?ca comparado aos veículos movidos a combusWvel, ele também possui uma condução maias agradável por ser silencioso, e também possui um custo de manutenção e operação muito inferior que os comuns. Espalhados pela cidade, os pontos de carga para veículos elétricos irão estar em lugares prá?cos como supermercados, shoppings, postos de combusWveis, estacionamentos públicos e privados e praças. De acordo om Schaun (2019) os postos de recarga públicos e privados, normalmente os carregadores são de carga rápida, em uma hora, quase sempre de forma gratuita. Isso acontece para evitar filas e que o mesmo carro não fique carregando por horas. Por lei, é proibido cobrar qualquer taxa ou tarifa por uso de energia em locais públicos, mas no caso de shoppings, estacionamentos ou espaços privados, há de se acordar.

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83 FIGURA 66: Carro elétrico abastecendo em estacionamento (FONTE: www.bomdinheiroimoveis.wordpress.com/2013/05/10/ construcoes-sustentaveis-maior-valorizacao-ao-investidor/carroeletrico-abastecendo-na-garagem-em-sp/ )

FIGURA 65: Carro elétrico abastecendo na calçada (FONTE: www.bracier.org.br/ noticias/brasil/3572-abastecer-carro-eletrico-custara-r-10.html)


FIGURA 67: (Elaborado pelo autor)

FIGURA 68: Secção de tipo de via (Elaborado pelo autor)

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FIGURA 70: Secção de tipo de via (Elaborado pelo autor) FIGURA 69: Secção de tipo de via (Elaborado pelo autor)

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U R B A N I S M O E CO L Ó G I CO PRODUÇÃO DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL Sendo este um dever da população e sendo obrigatório em cada edificação construída na cidade, além de ser u?lizada em tempo integral no funcionamento desta, a adoção de energias limpas e renováveis é essencial no controle do impacto que a cidade causa no meio ambiente ao ser construída.

A versa?lidade de ser adotada em diversos lugares e em diferentes tamanhos, possuir uma manutenção mínima, são algumas das vantagens da adoção da energia solar.

A energia limpa refere-se à energia produzida a par?r de recursos renováveis e que não produzem resíduos poluidores do ambiente, e entre as opções de energias limpas e renováveis, adota-se a energia solar.

Devido ao clima da cidade, onde possui predominância do sol o ano inteiro, e tendo uma variação pluviométrica que não prejudique em grande escala a captação do sol, propõese adotar em diferentes designs mobiliários que contribuam nessa captação e tragam conforto térmico ao local adotado. Como exemplo, o mobiliário Bird do designer Jader Almeida que, de acordo com a Figura 69, esta sendo desenvolvido, ele tem como obje?vo principal filtrar a luz do sol, proporcionando uma sombra suave. Seu formato possui duas estruturas semelhantes a asas, que tem hastes permi?ndo sua mobilidade para angulações diferentes de acordo com o sol, chegando até 360º perpendicular ao chão. (GUERRA, 2019)

FIGURA 71: Peça em desenvolvimento pelo designer Jader Almeida (FONTE: www.instagimg.com/user/jaderalmeida/8806324 )

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Trazendo ela pro funcionamento da cidade, ela passa a ser u?lizada em: Economia

na conta de luz em residências abrangendo o aquecimento de água, uso da energia;

Geração

de energia para abastecimento dos painéis informa%vos nos pontos de ônibus e praças;

Praças

em super>cies de mobiliários urbanos formando um parque solar em escalas diferentes;

1. . 2. .

De acordo com o Fontes (2019) a energia solar em residências segue os seguintes passos:

3. A energia conver?da pelo inversor é distribuída pela casa e alimenta qualquer equipamento elétrico ligado na tomada;

1. O funcionamento começa com as placas solares (corretamente conhecidas como módulos fotovoltaicos) que costumam ser instaladas sobre os telhados para a livre captação da luz do sol e sua conversão em energia elétrica;

4. Caso não haja consumo no momento em que a energia foi gerada, ela então passa pelo quadro de força da residência e é injetada na rede elétrica da distribuidora. 5. A rede elétrica, assim, funciona como uma bateria, recebendo a energia do imóvel e provendo para esse nos momentos em que o sistema não está gerando energia, ou seja, a noite.

2. Essa energia é enviada ao inversor fotovoltaico, principal equipamento do sistema e que qual converte essa energia para as caracterís?cas de nossa rede elétrica;

FIGURA 72: Funcionamento da energia solar residencial (FONTE: www.blog.bluesol.com.br/energia-solar-em-casa/)

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U R B A N I S M O E CO L Ó G I CO PRODUÇÃO DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL O incen?vo do uso de energias limpas e renováveis através de poli?cas publicas com parceria com empresas, traz presente nas edificações cisternas de aproveitamento da água Disposi%vo de descarte das da chuva, da cozinha, chuveiros, pias, “primeiras águas”: é muito importanentre outros. te, pois, após alguns dias sem chuva, o De acordo com Feller (2015) telhado acumula poeira, folhas e detrium sistema de aproveitamento de tos, assim, este disposi?vo tem como águas pluviais possui, em geral, os função descartar a água dos primeiros minutos de chuva.; seguintes componentes: de materiais grosseiros: serve para separar eventuais materiais como folhas ou gravetos que caiam no telhado e sejam levados para o sistema de aproveitamento de água Calhas e condutores: são os condu- da chuva.; tos que fazem o transporte da água do telhado até onde ela vai ser ar- Armazenamento: é o reservatório em si, existem diversos métodos para dimazenada. mensionar reservatórios de água da chuva. Após isso a água é bombeada para um reservatório superior (separado do reservatório de água potável) e distribuída para os cômodos onde será u?lizada, como as bacias sanitárias e torneiras de jardim. Área

de coleta: é onde a água será captada, podendo ser coletada de telhados comuns ou até mesmo em associação com telhados verdes;

Separador

FIGURA 73: Funcionamento da captação de água da chuva em uma unidade residencial (FONTE: www.blog.render.com.br/construcao/agua-da-chuva-nao-a-deixe-ir-pelo-ralo/)

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Trazendo esse incen?vo, tornase obrigatório em todas as edificações o cer?ficado LEED (Leadership in Energy and Environmental ), traduzindo: Liderança em Energia e Design Ambiental. Com base no site ugreen, o conceito criado pelo United States Green Building Council (1993), tem seus fundamentos aplicados as poli?cas da idade, sendo eles: Reconhecer

liderança ambiental na indústria da construção;

Definir

“edi>cios verdes” através do estabelecimento de um padrão comum de medição;

FIGURA 74: Logomarca do LEED (FONTE: www.gbcbrasil.org.br/)

Promover

prá%cas de projeto e de construção integra%vas;

Para obter o cer?ficado LEED, as edificações precisam cumprir prérequisitos das seguintes categorias:

Es%mular a concorrência verde;

Localização e Transporte

Sensibilizar

os consumidores para os bene>cios da construção verde;

Lotes Sustentáveis

Propagar

a visão sobre o desempenho de um edi>cio ao longo do ciclo de vida do mesmo;

Transformar

Eficiência da Água Energia e Atmosfera

o mercado de constru-

Materiais e Recursos

ção. Qualidade Interna dos Ambientes Inovação e Prioridades Regionais

Sendo aplicado os conceitos e cumprido os pré-requisitos, obtemos edificações com eficiência energé?ca com estratégicas que contribuem para amenizar o impacto da implantação de uma cidade no meio ambiente.

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U R B A N I S M O E CO L Ó G I CO ARBORIZAÇÃO O papel das árvores no traçado urbano é de extrema importância, dentre os beneNcios principais estão: Sua

con%nuidade cria um corredor ecológico;

Reduz a poluição do ar; Impede a criação de ilhas de calor; Diminui

o impacto da implantação do cenário urbano;

Proporciona

conforto térmico nas edificações, calçadas, vias e ciclovias/ciclofaixas;

A implantação de forrações, arbustos e árvores nas calçadas , em relação ao porte e espécies, atendem a aspectos pensados com a infraestrutura adotada, o ar?go da PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR E SECIS (2017), o Manual Técnico de Arborização Urbana de Salvador o espaçamento ideal entre as árvores deve considerar o tamanho adulto da espécie.

FIGURA 75: Efeito barreira das árvores nas calçadas (Elaborado pelo autor)

“Existe certa tendência de árvores serem plantadas muito próximas umas das outras, para dar um impacto visual imediato. Um dos problemas de espaçamentos muito próximos é a transmissão de doenças por meio das raízes ou copas. Outro problema, que não é tão evidente, é o impacto no custo de manutenção no futuro. As árvores plantadas, muito próximas umas das outras, podem aumentar o custo de poda à medida que elas cresçam. O sombreamento mútuo das árvores pode causar mais galhos mortos. As árvores muito próximas sofrem estresse, deixando-as mais susceWveis a doenças e ataques de insetos e fungos” (Araujo & Araujo 2011).

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5,0—6,0 m

5,0—6,0 m

5,0—6,0 m

Pequeno porte

8,0—9,0 m

8,0—9,0 m

Médio porte

12,0—10,0 m

Grande porte FIGURA 76: Distâncias ideais com base no porte das árvores (Elaborado pelo autor)

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5,0—6,0 m


VA LO R I Z A Ç Ã O D A C U LT U R A E LAZER

O lazer é uma área que vem desenvolvido cada vez mais e desencadeado inves?mentos e estudos, é uma grande indústria que gira entorno de momentos para contribuir com a qualidade de vida e a saúde. Além de toda a infraestrutura urbana e tecnologias, a conexão das pessoas em espaços onde provocam o relaxamento e prazer são os espaços mais valorizados da cidade. Devido ao histórico da Ilha em ser opção de lazer para a população da cidade e arredores, foi observado e avaliado durante as entrevistas que eles não possuíam muitas opções de entretenimento além dos clubes e bares. Com isso, foi criado bolsões de espaços públicos com opções diversificadas de a?vidades com pequenos e grandes comércios em volta conforme a Figura 75.

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PRAÇAS E ÁREAS DE USO COMERCIAL E DE SERVIÇOS

FIGURA 77: Mapa das praças e áreas com uso comercial e serviços (Elaborado pelo autor)

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VA LO R I Z A Ç Ã O D A C U LT U R A E LAZER Nos espaços mostrados na Figura 75, a proposta é manter o espaço em constante funcionamento, dentre essas a?vidades estão: O conceito lazer, pode trazer como formas de conexões as manifestações culturais, com eventos, reuniões, ações, a religião, o esporte, a recreação, todas são formas de agrupar pessoas, conectá-las e trazer para os espaços vida, assim com uma frequência de pessoas o espaço provoca sensações de segurança e relaxamento.

Parques infan%s; Parques de diversão; Pistas de skate, pa%ns, corrida; Ciclovias; Academias ao ar livre; Lagoas ar%ficiais; Pavilhões

cuja cobertura permite

uso misto; Hortas comunitárias; Mirantes contempla%vos; Quadras

poliespor%vas, de futebol, vôlei, futsal, basquete;

Centros comunitários; Palcos para shows e apresentações;

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Entre as preocupações dos crescimentos das cidades e aumento da população, um dos principais combates da atualidade é o stress Nsico, mental e psicológico. As a?vidades têm como foco o momento de relaxamento, porém ele desenvolve uma das principais diretrizes da cidade, a conexão. Os problemas só pioram quando isso começa a afetar nossas relações com os outros, tornando diNcil atender até mesmo comando simples de uma maneira eficiente. Então é em momentos assim que se torna essencial para saúde ter um lazer, um descanso, que possamos ?rar um tempo para resolver conflitos internos para conseguirmos resolver os externos.

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D E S E N V O LV I M E N TO E CO N Ô M I CO POTENCIAL COMERCIAL Em conjunto com o planejamento urbano da cidade, a integração das moradias com os empregos é uma das soluções visando o desenvolvimento econômico da cidade. Descentralizando a cidade e dando uso misto aos ediNcios, o incen?vo á polos estratégicos gerará uma oferta maior de empregos, além de conseguir promover estratégias específicas, como incen?vos fiscais, qualificação e ampliação da infraestrutura. O mapa da Figura 76 mostra em amarelo áreas reservadas com potencial para a instalação de pequenos comércios que suprem as necessidades básicas dos bairros, como mercadinhos, farmácias, padarias, bancas de revistas, co-workings, entre outros, e raios de 250m mostrando a capacidade de suprir as áreas onde a predominância é residencial.

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RAIO 250m ร REA COM POTENCIAL COMERCIAL 99

FIGURA 78: Mapa das รกreas com potencial comercial (Elaborado pelo autor)


D E S E N V O LV I M E N TO E CO N Ô M I CO ESTRUTURAÇÃO Além de promover o uso do solo misto nos bairros, há três focos na cidade que englobam o desenvolvimento econômico (FIGURA 77): 1. Parque Tecnológico 2. Universidade e Centro de Pesquisa 3. Abastecimento da cidade e Tratamento Pluvial O Parque Tecnológico têm como intuito ser uma concentração de empresas, incubadora de negócios, centro de pesquisa e de ensino voltados a tecnologia. Com o histórico de potencial industrial na região de São Gonçalo dos Campos, o parque traz novas oportunidades de desenvolver na área da tecnologia os cursos técnicos já procurados nas indústrias, e devido ao contexto inserido da cidade inteligente, o parque tende a u?lizar a cidade como campo de pesquisa, estudo e prá?ca de novas descobertas.

A região para o abastecimento da cidade vai incen?var o uso do Rio Jacuípe para meio de transporte de suprimentos e pessoas ao longo das cidades que o rio engloba, assim também incen?vando o tratamento e reuso das águas pluviais para mecanismos da cidade, como por exemplo na geração de energia, objeto de estudo da universidade e do parque tecnológico.

A universidade e o centro de pesquisa vai incen?var a capacitação da população além de atender ao público da região que atualmente têm como referência e polo de ensino Feira de Santana.

100


3 2

1

ÁREA COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 101

FIGURA 79: Mapa das áreas com potencial de desenvolvimento econômico (Elaborado pelo autor)


D E S E N V O LV I M E N TO E CO N Ô M I CO As áreas indicadas na Figura 78 em vermelho demonstram espaços des?nados a prestação de serviços básicos e administra?vos para a cidade. Devido ao porte da cidade, e ao posicionamento em relação a sede de São Gonçalo dos Campos, a cidade deverá suprir a população que atualmente necessita se deslocar ás cidades vizinhas para diversos mo?vos. Acredita-se que uma infraestrutura de qualidade interfere diretamente na maneira como os serviços públicos são prestados, assim como, no controle da administração pública e na integração da população com as polí?cas implantadas, propondo assim, oferecer melhores condições para o desenvolvimento dos serviços públicos e atendimento da população.

102


ÁREA COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 103

FIGURA 80: Mapa das áreas com potencial de desenvolvimento econômico (Elaborado pelo autor)


CO N E X Ã O E M T E M P O I N T E G R A L Dentre todas as tecnologias, aplica?vos e sistemas criados para facilitar o dia-a-dia, o obje?vo de conectar a cidade vem através de muitas possibilidades, dentre elas, a intera?vidade com alguns mobiliários, aplica?vos nos smartphones de uso dos cidadãos, e outros. A Figura 79 demonstra o exemplo da conec?vidade, onde além da conexão entre as pessoas feita naturalmente pelo desenho urbano, os artefatos tecnológicos adotados são maneiras simples e obje?vas, sem a necessidade de objetos de ul?ma geração, mas formas de atender a maior parte da população possível. A conexão estabelecida entre os mobiliários da cidade, com o monitoramento das vias, das praças, com torres de comunicação mandando informações para os painéis espalhados pela cidade e também para os smartphones e computadores , deixando a população conectada com o funcionamento da cidade, além de ter vários artefatos que captam, produzem e reu?lizam a energia gerada. A essência da cidade inteligente é a conexão, sendo ela de todas as formas unidas, assim é possível ter um funcionamento harmônico entre a relação da população e a cidade.

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MONITORAMENTO

POPULAÇÃO

SMARTPHONES

TORRES DE COMUNICAÇÃO

MOBILIÁRIOS

CONEXÃO

ENERGIA

VIAS ILUMINAÇÃO

FIGURA 81: Exemplos de conexões (Elaborado pelo autor)

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