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Prefácio
A literatura é um encontro e o livro Novos Poetas Londrix que entregamos é mais que o resultado do concurso homônimo organizado pelo Festival Literário de Londrina – Londrix Foram 159 poemas inscritos, textos de alunos de Escolas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, tanto da rede pública quanto particular de Londrina-PR Cada trabalho selecionado, apresenta ideias, palavras, sensações e imagens que traduzem os anseios juvenis e desvelam a cidade e as relações pessoais a partir de suas percepções de mundo Versam esses jovens escritores sobre o amor Versam sobre a amizade Versam sobre o convívio Versam sobre seu autoconhecimento, suas angústias A publicação desse livro é uma pista reveladora para nós leitores E essa pista foi também indicada pelos professores que incentivaram seus alunos a participarem do Concurso Esses mestres são a própria poesia, pois constroem um território de linguagem e pensamento por meio da literatura
Impressiona saber que o livro Novos Poetas Londrix reúne 20 textos de jovens, alguns bem jovens e que esses indivíduos podem com a literatura refletir sobre sua existência e se compreender melhor como ser humano no mundo Não só os que se debruçaram nessa árdua tarefa de escrever poesia, mas também nós leitores Manter tais questões vivas talvez seja a razão de ser da poesia e dos poetas em cada contexto em que surjam e atuem E qual a razão de um Festival promover um concurso de poesia? A pergunta serve antes como um instrumento para desvendar ainda mais a poesia, compreender gerações, estimular a criatividade e a sensibilidade à vida Promover a poesia não é uma simples função do Londrix Promover a poesia significa estar atentos para a verdade de mundo que se coloca por meio desta arte E para justificar a serventia de
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um livro de poemas, empresto as palavras de Leminski: “A poesia é um inutensílio, a única razão de ser da poesia é que ela faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa porque elas são a própria razão de ser da vida. Querer que a poesia tenha um por que, querer que a poesia esteja à serviço de alguma coisa, é a mesma coisa que querer, por exemplo, que um gol do Zico tenha uma razão de ser, tenha um por que, além da alegria da multidão. É a mesma coisa, de querer, por exemplo, que o orgasmo tenha um por que. É a mesma coisa de querer, por exemplo, que a alegria da amizade, do afeto, tenha um por que. Acho que a poesia faz parte daquelas coisas que não precisam ter um por que... As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. O serviço militar. Dar lucro. Não enxergam que a arte (a poesia é arte) é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade. As utopias, afinal de contas, são, sobretudo, obras de arte. E obras de arte são rebeldias. A rebeldia é um bem absoluto. Sua manifestação na linguagem chamamos poesia, inestimável inutensílio. As várias prosas do cotidiano e do(s) sistema(s) tentam domar a megera. Mas ela sempre volta a incomodar...”
Os leitores, nesse livro, mais que um “debut” de jovens alunos escritores, podem reconhecer a presença literária marcante de uma geração que deseja fazer vale sua voz
Preciso aqui lembrar que a ação do concurso foi desenvolvida durante o pico da Pandemia e enfrentou como a sociedade inúmeros problemas, um deles foi a prorrogação do próprio concurso, que teve início em 2020
Agradecimentos especiais aos colegas que aceitaram essa empreitada e doaram seu tempo para leitura e avaliação dos textos enviados para seleção: Claudia Freitas, Frederico Garcia Fernandes, Marcos Losnak
Chris Vianna Diretora do Festival Literário de Londrina - Londrix