UM PROJETO PARA O GLICÉRIO

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UM PROJETO PARA O GLICÉRIO Plano de bairro, habitação, escola e teatro





UM PROJETO PARA O GLICÉRIO Plano de bairro, habitação, escola e teatro

Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

Márcia Cezar Zaccaria Endrighi

Orientador Artur Rozestraten

junho 2011



AGRADECIMENTOS

A concretização do presente trabalho e a finalização de uma importante etapa na minha trajetória profissional só foi possível devido à fundamental ajuda de amigos e família, que estiveram presentes em todos os momentos durante minha graduação. Agradeço ao meu orientador, Artur Rozestraten, pela paciência durante esses dois semestres de convívio, pela pertinência das opiniões e sutileza dos comentários. Agradeço também aos amigos Luis Nishi e Felipe Bueno pelo apoio e ajuda técnica durante os últimos dias, e aos amigos Patrícia Bertucci, João Francisco Pasqua e Luis Carlos Martins por me acompanharem durante as «aventurosas» visitas ao local de estudo. Devo ressaltar também a importância de alguns amigos que ajudaram não só na formação profissional técnica, mas principalmente de caráter, pessoas as quais eu alimento profunda admiração e respeito, dentre eles o arquiteto Rafael Kern. Não posso me esquecer dos profissionais que trabalharam comigo durante os últimos meses, que me auxiliaram nas questões técnicas e metodológicas, e da arquiteta Lia do PAC (programa de atuação em cortiços) que primeiro me apresentou a área sobre a qual me debrucei durante os últimos meses. Finalmente agradeço profundamente à minha família, meu pai, irmão e principalmente à minha mãe, que sempre estiveram presentes, apoiando e incentivando minhas escolhas.

Este trabalho é dedicado a todos vocês, que ajudaram a formar mais que uma profissional, uma pessoa.



SUMÁRIO

07

INTRODUÇÃO Conceituação da proposta

10 36 38

DOSSIÊ DE PESQUISA Histórico do Glicério PRIH Glicério Projetos de referência

41 48 63

LEVANTAMENTOS urbanos cortiços desenhos apropriação espacial

70 77 87 94 100

PROPOSTA DE PROJETO Problemática, programa e estudo preliminar Plano Urbano Escola Teatro Prédios habitacionais

124

BIBLIOGRAFIA



7 INTRODUÇÃO

01

CONCEITUAÇÃO DA PROPOSTA A temática da habitação no centro de São Paulo é pauta nos grandes debates urbanos. O esvaziamento e a degradação das áreas centrais é resultado de um processo de ocupação e crescimento urbano, caracterizando um cenário de redução acentuada do número de moradores, existência de muitos imóveis vagos e subutilizados, degradação do patrimônio histórico e cultural, concentração de moradias precárias e insalubres, principalmente cortiços, concentração de atividades informais, mudança no perfil socioeconômico dos moradores, usuários e das atividades locais e, ainda, a saída de setores de serviços públicos e privados para outras centralidades. Alguns dados estatísticos podem fornecer a dimensão do problema: entre 1980 e 2000 houve uma redução populacional de 13 distritos da Área Central, num total de 225.000 moradores. No entanto, no mesmo período analisado, a população do município aumentou em 1,9 milhão de pessoas. O contra-senso observado justifica a necessidade de discutir o assunto, no intuito de reverter esse o quadro de esvaziamento do centro de São Paulo através do incremento habitacional. A necessidade de morar próximo ao local de trabalho, em área provida de infra estrutura, e a falta de investimento público e particular nesse sentido, gerou o crescimento das formas de habitação informal no centro de São Paulo. Dentre essas modalidades encontra-se o cortiço (moradia coletiva multifamiliar) com elevados valores de aluguel e péssimas condições sanitárias e de conservação dos imóveis. É nesse contexto que se insere o presente trabalho, procurando fomentar a questão da habitação no centro da cidade através da crítica ao modelo exploratório dos cortiços e da proposição de conjuntos habitacionais.


8 Para tanto foi escolhido como bairro para estudo a Liberdade, mais precisamente o Baixo Glicério, área central próxima a praça da Sé, onde proliferam os cortiços e habitações informais. Como área de projeto foi selecionado o trecho de quadra compreendido entre as ruas São Paulo, Sinimbú e Glicério. Essa área apresenta um número considerável de edifícios encortiçados, casarões da primeira metade do século XX, compostas por 1 ou 2 pavimentos mais porão. O conjunto é de grande valor arquitetõnico, apesar de não ser tombado, no entanto se encontra em total estado de degradação devido ao descaso dos proprietários e ao uso predatório do espaço. Através de visitas à área foram localizados terrenos não edificados na quadra estudada, que permitiam facilmente a implantação de um conjunto habitacional que possibilitasse a retirada da população que em condições precárias habita os casarões, possibilitando o uso dos mesmos para fins não tão degradantes, como escritórios, creches ou escolas, comércio, como restaurantes, dentre outros usos. No entanto, durante o processo de desenvolvimento do trabalho, fez-se necessário um estudo mais aprofundado das cicatrizes urbanas que conformam esse espaço. O Glicério é marcado pela segregação resultante da implantação da Radial Leste Oeste, apresentando graves problemas físico espaciais, de transposição, falta de espaços de lazer e de esportes, dentre outros. Essas necessidades foram norteadoras para a realização de um projeto urbano que visa conectar os dois lados do Glicério, o que confere melhores condições para a realização do projeto habitacional.

METODOLOGIA Durante uma primeira fase foram desenvolvidas pesquisas de uso e ocupação do solo no entorno, com a identificação das ruas de maior fluxo de pedestre, bem como um estudo de gabarito de edificações. Visitas às residências também foram necessários para definição da demanda habitacional, bem como análise da situação estrutural das casas estudadas. Chegou-se assim, durante essa fase, a um projeto urbano esquemático e ao desenvolvimento das primeiras diretrizes para o projeto habitacional, concomitantemente com a realização de pesquisa sobre as casas de origem operária. Finalizada essa primeira fase, durante uma segunda etapa foram desenvolvidos com maior precisão o projeto habitacional e de readequação dos edifícios históricos e o detalhamento do desenho urbano.



10 DOSSIÊ DE PESQUISA

01

O dossiê de pesquisa compõe-se, de estudos em escala urbana, da história do bairro até os dias atuais, estudos sobre o PRIH Glicério e de referências projetuais.

HISTÓRICO DO GLICÉRIO A BAIXADA DO GLICÉRIO O Glicério localiza-se na escarpa que desce a partir da coroa central em direção à Várzea do Carmo (que compreende a bacia do Rio Tamanduateí) e sempre foi caracterizada como zona de difícil apropriação, principalmente devido às cheias, suas áreas pantanosas representavam um obstáculo físico à expansão da cidade em direção à zona leste. A urbanização do bairro se da tardiamente, por volta do final do século XIX, devido às condições topográficas da área e as cheias periódicas do Rio Tamanduateí. Até então a área era ocupada por chácaras de famílias abastadas, dentre as quais: Chácara do Tabatinguera ou de Dona Ana Machado e Quinta de Francisco Machado ou Chácaro dos Ingleses, onde futuramente foram abertas as ruas Conselheiro Furtado e Conde de Sarzedas, na primeira, e Rua Sinimbú (antiga Rua da fábrica), na segunda. A partir de 1850 houve uma pressão do poder principal sobre os proprietários de terra para que aproveitassem com mais eficiência as terras que possuíam, forçando-os a abrir ruas, alamedas e largos. Foram, então, construidos os primeiros arruamentos, e loteamentos, inicialmente sem nenhum planejamento. Datam dessa época as principais ruas do bairro como Conselheiro Furtado e Conde de Sarzedas. À partir de 1.868 verificam-se diversos eixos de expansão da cidade, chegando até a área das chácaras. Instalam-se na área várias repúblicas de estudantes, a Santa Casa de Misericórdia e algumas residências. No começo do século passado loteamentos e arruamentos ao longo dos caminhos tradicionais substituíram por completo as chácaras.


11 Pode-se separar a expansão urbana da Liberdade como um todo em quatro momentos, um primeiro configurado pelo caminho de carro para o Ibirapuera, nas proximidades da atual Praça João Mendes, um segundo momento ao longo do caminho do mar, próximo ao largo São Paulo, atual Praça Almeida Júnior, onde foi instalado o Mercado de Carnes, um terceiro momento ocupando o Glicério e Tamandaré, e um quarto momento, por volta de 1997, ocupando a região da Rua Conde de Sarzedas. O desenvolvimento industrial verificado no começo do século e a localização das indústrias junto ao traçado das vias férreas sobre o município determinaram a aglutinação das residências proletárias numa nova direção (Brás e bairros vizinhos) enquanto as classes burguesas se afastaram das faixas paralelas à ferrovias e localizando em direção aos bairros dos Campo Eliseos, Santa Ifigênia, Consolação, Higienópolis e Avenida Paulista. As duas primeiras indústrias de porte eram a Sudam, fábrica de cigarros, e a Penteado Indústria Têxtil, mesmo nome dado à Várzea na época. Nos terrenos mais baixos e desvalorizados, nas proximidades destas duas fábricas ergueram-se as vilas operárias, como a antiga Vila Suissa, posteriormente denominada Vila dos Estudantes. Nesse período foram construídas as inúmeras casas operárias, principalmente para abrigar o contingente operário italiano. O Glicério ganha feição operária, com estrutura espacial e social homogênea, traduzida nas relações de vizinhança existentes. Data dessa época a maioria das vilas. Por volta de 1883 , com a instalação do Curso Jurídico em São Paulo, podia-se constatar a existência de pensões estudantis no bairro, devido à presença dos estudantes, principalmente na Rua dos Estudantes. Habitadas por famílias de baixa rende, os terrenos então subutilizados , devido à profundidade de 60 metros, passaram a comportar novas construções menores além da principal, alugadas para outras famílias, criando um processo de encortiçamento intensificado na década de 20. Os casarões tradicionais também passavam pelo mesmo processo, transformados em pensões e posteriormente em cortiços, quando as famílias proprietárias não dispunham mais de condições para mantê-los.

MAPA DA BAIXADA DO GLICÉRIO EM 1890 Imagem retrata o rio Tamanduateí antes da retificação e as primeiras vias importantes, como Conselheiro Furtado, rua da Liberdade, rua dos Estudantes e rua Barão de Iguape. As quadras são grandes e boa parte da área mais elevada do Glicério ainda estão sem arruamento. FONTE mapa desenhado por Jules Martins, em 1890


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MAPA DA BAIXADA DO GLICÉRIO EM 1930 Imagem retrata o rio Tamanduateí já retificação e todo o arruamento que permaneceu até a construção da Radial Leste Oeste. A maioria das vilas ja esta presente no mapa. Pode-se observar a presença de importantes edificações, algumas ainda preservadas, tais como o Palácio da Justiça e o castelinho da rua Conde de Sarzedas, e outras demolidas tais como o Teatro São Paulo.

MAPA SARA BRASIL - 1930

FONTE mapa cadastral da PMSP.

FONTE IGEPAC


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PRAÇA CONDE DE SARZEDAS (ATUAL MARIO MARGARIDO) - 1944 Casas operárias de um pavimento, algumas com porão. FONTE IGEPAC


14 Década a década de 50 ocorrem grandes transformações no bairro, tanto físico quanto socialmente. Até então a característica básica do bairro era a horizontalidade: casas baixas, de implantação irregular, mas mantendo escala e densidade que conferiam um aspecto agradável ao bairro, no entanto o desenvolvimento do setor terciário no centro durante a década de 50 acaba por influenciar diretamente o espaço. Em 1957 foi construído um conjunto de 20 edifícios de dez a vinte pavimentos nas ruas Oscar Cintra Gordinho e Helena Zerrener, popularmente conhecidos como “os pombais”, com finalidade meramente especulativa, comprometendo irremediavelmente a estrutura urbana existente. Geralmente kiitchnettes de 60m², sem área de serviço e com sérios problemas de ventilação e insolação. Valiam-se de legislação antiga, inoperante, para contruir sem recuos frontais ou laterais, áreas livres para recreação, estacionamento, dentre outros. Processo de reciclagem populacional: No início do século XX, segundo dados do Anuário Estatístico de São Paulo, observa-se a então presença de um grande contingente de imigrantes italianos na região, os quais dedicavam-se ao comércio e atividades industriais. Posteriormente observou-se a presença de um relativo número de portugueses, e em 1939 a migração japonesa , os quais instalavam-se nos porões dos casarios devido aos baixos aluguéis. Foi nos casarios da rua Sinimbú e rua São Paulo que funcionários de uma empresa que importava alimentos abriram uma pensão que tinha como cozinheiros um casal de japoneses. Essa pensão pode ser considerada um marco na fixação urbana dos japoneses no bairro. Por volta do ano de 1963 houve um incremento da migração coreana, que fugidos da ameaça comunista na península coreana ocuparam a área. Mais recentemente os nordestinos e posteriormente os peruanos, atraídos pelos baixos aluguéis e pela proximidade do comércio na área central, aceleraram o processo de diferenciação cultural e social, que poderia ser positivo se não acabasse por configurar uma fragmentação no bairro, fomentada pela característica transitória dos residentes, principalmente divido a predominância de aluguéis.

MAPA DA BAIXADA DO GLICÉRIO EM 1954 Massificação das construções e adensamento da área próxima ao parque Dom Pedro II. Após a desativação do sistema de bondes e demolição do terminal de bondes na rua Glicério a área passou a ser ocupada. FONTE mapa cadastral da PMSP.


15 Década de 60: Construção do elevado Costa e Silva (Radial Leste Oeste) para ligação das regiões leste e oeste da cidade, seccionou diversas quadras e separou o Glicério do restante da Liberdade, provocando ainda sérios problemas de poluição atmosférica, visual e sonora. Para viabilizar sua implantação foram demolidos um grande número de edificações, além da antiga Praça São Paulo e de seu teatro (Teatro São Paulo), além de originar um corte intransponível em toda a extensão do bairro, quebrando sua continuidade e integração. A escassez de conexões da Conselheiro Furtado em direção à Várzea do Glicério, gerando um realidade profundamente deteriorada e lúgubre, levando ao fomento do encortiçamento das edificações. A posterior implantação da rodoviária do Glicério (já não existe mais) sob o elevado, operando com ônibus do norte e nordeste do país, veio a se tornar outro pólo de deterioração do local por influenciar o aparecimento de um comércio desestruturado e improvisado para atender a demanda. Tais características, de obstáculos e delimitador físico do sítio central, conferem atualmente ao local situações espaciais e funcionais bastante particulares que moldam uma paisagem acentuadamente marcada por um sistema de viadutos de transposição e interligação (construída no governo Faria Lima, 1968) e por atividades que normalmente deveriam estar situadas perifericamente, como o terminal de ônibus do Parque Dom Pedro II e o comércio atacadista. O bairro caracteriza-se por ser uma zona de passagem, transição, apesar do potencial de aproveitamento paisagístico e de implantação de habitação na área.

Atualmente o bairro vem passando por uma verticalização crescente impulsionada pela especulação imobiliária, que ameaça a descaracterização do bairro e a demolição das interessantes edificações, para remembramento de lotes e construção de grande edifícios, em sua maioria habitacionais destinados á classe média, como ocorreu na área de projeto nas ruas Sinimbú e Barão de Iguápe, demolidas em 1982 para dar lugar a um grande prédio habitacional. Esse estudo exprime a urgência de planos urbanos na região, no intuito de tentar preservar a configuração espacial do bairro, as edificações, mas também construindo novos edifícios de médio porte, aproveitando a estruturação geral da área e sua proximidade com o centro. É nesse intuito que se insere o presente trabalho.


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GEGRAN 1974 Construção do Elevado Costa e Silva na década de 60 promove uma segregação do bairro e a demolição de diversos edifícios, dentre eles o do Teatro São Paulo. Início do processo de verticalização na rua Conde de Sarzedas. FONTE mapa cadastral da PMSP.

SITUAÇÃO ATUAL Mapa desenvolvido à partir da base do GEGRAN e de imagens aéreas. Observa-se a demolição de alguns conjuntos de casas para construção de edifícios verticalizados. FONTE desenvolvimento próprio.


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EM SENTIDO HORÁRIO-

FONTE IGEPAC

BAIXADA DO GLICÉRIO, VISTA ENTRE A RUA BARÃO DE IGUAPE E RADIAL LESTE - 1984 PRAÇA ALMEIDA JÚNIOR, DEMOLIÇÃO DO TEATRO SÃO PAULO, 1969 PRAÇA ALMEIDA JÚNIO, TEATRO SÃO PAULO, 1940 MERCADO DE CARNES, ATUAL PRAÇA ALMEIDA JÚNIOR, 1889


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RUA CONSELHEIRO FURTADO, OBRAS DA RADIAL LESTE-OESTE, 1972 e RADIAL LESTE-OESTE, VIADUTO CIDADE DE OSAKA, 1984 FONTE IGEPAC

DEMOLIÇÃO DE EDIFÍCIOS DESAPROPRIADOS ENTRE AS RUAS GALVÃO BUENO E GLÓRIA, PARA A CONSTRUÇÃO DA RADIAL LESTE-OESTE - 1970 FONTE IGEPAC


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VILA DOS ESTUDANTES - 1984 Deterioração das casas e do bairro após construção da Radial Leste-Oeste FONTE IGEPAC


20

VILA SUIÇA - 1984 Deterioração das casas e do bairro após construção da Radial Leste-Oeste. Os «pombais» ao fundo. FONTE IGEPAC


21 RADIAL LESTE-OESTE - 1984 FONTE IGEPAC

VILA SARZEDAS - 1984 FONTE IGEPAC

VISTA GERAL DA BAIXADA DO GLICÉRIO - 1984 FONTE IGEPAC


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MAPA DE DEMOLIÇÕES E UNIDADES LANÇADAS-1982 FONTE IGEPAC


23

RUA SINIMBÚ-CASAS EM DEMOLIÇÃO - 1982 FONTE IGEPAC

RUA SINIMBÚ ESQUINA COM A BARÃO DE IGUAPE-CASAS EM DEMOLIÇÃO - 1982 FONTE IGEPAC


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CASARIOS RUA SINIMBÚ - 1984 FONTE IGEPAC

RUA DOS ESTUDANTES-CONJUNTO DE CASAS - 1984 FONTE IGEPAC


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VISTA RADIAL LESTE-OESTE EM DIREÇÃO AO BRÁS FONTE arquivo pessoal


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VISTA RADIAL LESTE-OESTE EM DIREÇÃO AO BRÁS vista do pombais ao fundo da foto FONTE arquivo pessoal


27

VISTA RUA CONDE DE SARZEDAS FONTE arquivo pessoal

VISTA ESCADARIA CONDE DE SARZEDAS EM DIREÇÃO AO GLICÉRIO FONTE arquivo pessoal


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VISTA ESCADARIA CONDE DE SARZEDAS EM DIREÇÃO AO GLICÉRIO FONTE arquivo pessoal


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VISTA EM DIREÇÃO À ESCADARIA DA CONDE DE SARZEDAS FONTE arquivo pessoal


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ESPAÇOS DE LAZER À RUA ANITA FERRAZ FONTE arquivo pessoal

ESPAÇOS DE LAZER À RUA ANITA FERRAZ FONTE arquivo pessoal


31

VISTA RADIAL LESTE-OESTE AO FUNDO FONTE arquivo pessoal


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ABAIXO DO VIADUTO DA RADIAL LESTE-OESTE FONTE arquivo pessoal


33

EDIFÍCIOS RUA SINIMBÚ FONTE arquivo pessoal


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EDIFÍCIOS À VILA LINS FONTE arquivo pessoal

VISTA DA VILA LINS EM DIREÇÃO À RUA GLICÉRIO FONTE arquivo pessoal


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CASAS À RUA SÃO PAULO FONTE arquivo pessoal


36 DOSSIÊ DE PESQUISA

02

PRIH GLICÉRIO Perímetro de Reabilitação Integrada do Habitat na região do Glicério Como a Luz, por se tratar de bairro antigo, o Glicério é carente de espaços públicos abertos – praças e parques - para atender às necessidades de lazer e encontro da população. Sendo área adjacente ao centro, portanto muito próxima dos escritórios e do comércio, concentram-se ali muitos catadores de papel e de lixo reciclável, cuja triagem e estocagem se faz, em regra, sob os viadutos, ou então em imóveis bastante deteriorados. uma pesquisa qualitativa que se efetivou por meio de quatro “oficinas”, cada uma com a participação de um número pequeno de pessoas (em torno de seis), de modo que todos pudessem se expressar à vontade, seja verbalmente, seja por meio de desenhos ou de maquetes. Eram todos residentes no bairro; uns moravam em casas “normais”, outros em cortiços ou pensões (hotéis muito baratos), outros em albergues. A pesquisa relatou as dificuldades daquelas pessoas em assumir o espaço público. Evitam-no pois o consideram inseguro e palco de violência. As informações permitiram constatar a carência sofrida pelos moradores do Glicério no referente às oportunidades de lazer de um modo geral, e o seu interesse em ver o bairro equipado com espaços livres destinados à recreação. Com base nas informações provenientes das “oficinas” e nas oportunidades divisadas pela equipe do LABPARC nas diversas visitas in loco, levantaram-se algumas possibilidades de intervenção nos limites do PRIH-Glicério.


37 PROPOSTAS: Na parte do Glicério situada ao norte das vias elevadas que seccionam o bairro, o PRIH Glicério propunha: • valorização da escadaria que conecta as ruas Conde de Sarzedas e Anita Ferraz • requalificação de uma pequena “área de lazer” situada numa das esquinas da rua Anita Ferraz • tratamento da faixa de “área verde” junto à rua Dr. Lund, que separa as ruas locais do trânsito de passagem junto ao viaduto. Esta faixa, embora estreita, parece ser estratégica para a delimitação do espaço do bairro e para a sua ambientação, além de registrar-se ali uma apropriação incipiente. Na parte ao sul as propostas compreendiam: • anexação de uma faixa de rolamento da rua Junqueira Freire, sub utilizada, ao passeio de pedestres, integrando-se ao espaço já apropriado pelo público, junto a um bar, numa das esquinas da rua • implantação de área de lazer no trecho sem saída da rua Cesário Ramalho • ampliação e arborização do passeio da rua Teixeira Mendes, junto ao Pólo da Terceira Idade, que é uma importante referência no bairro • reformulação das praças José Luís de Mello Malheiros e Nina Rodrigues, hoje praticamente inacessíveis aos moradores por estarem ilhadas pelo tráfego de veículos Por fim, aventou-se uma possível integração espacial dos setores norte e sul do Glicério atuando-se justamente nas vias que os separam. Assim, os mesmos elementos que causaram a drástica divisão podem vir a ser peças chaves para a reintegração das partes. Atualmente, os baixos da avenida Radial Leste-Oeste e do viaduto do Glicério, que lhe dá continuidade, formam um espaço segregado, mal mantido, inseguro, evitado pelos moradores do PRIHGlicério e pelas pessoas que por ali transitam, de um modo geral. Esse espaço poderia ser alvo de projeto que o reabilitasse através de pisos, pintura (que poderia incluir murais e outros recursos artísticos), iluminação, etc., tornando-se de fato um espaço de ligação entre os dois setores. As intervenções propostas nas praças José Luís de Mello Malheiros e Nina Rodrigues, a que já se fez menção, poderão auxiliar na formação de um “tecido conectivo”, adequado ao uso pelos pedestres, interligando os espaços ao sul e ao norte da avenida Radial Leste-Oeste. Vislumbra-se assim a possibilidade de constituição de um percurso paisagisticamente qualificado, tendo a escadaria da rua Anita Ferraz como um dos pontos extremos, passando pelos espaços livres tratados ao longo da rua Dr. Lund, prosseguindo pelos baixos da avenida Radial Leste-Oeste e do viaduto do Glicério, devidamente recuperados, até atingir as praças José Luís de Mello Malheiros e Nina Rodrigues.


38 DOSSIÊ DE PESQUISA

03

REFERÊNCIAS PROJETUAIS LAPA, PORTO, PORTUGALALVARO SIZA Referência projetual mais conceitual. Diversidade de tipologias, interessante implantação no terreno, criação de pátios públicos e comércio. FONTE arquivo pessoal

CONJUNTOS HABITACIONAIS EM AMSTERDÃ, HOLANDA FONTE arquivo pessoal


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OLARIAS, PARI, SÃO PAULO, SP - FÁBRICA URBANA A partir da escala do lote, viabilizam-se alternativas urbanas e tipológicas – comércio voltado à rua, áreas coletivas equipadas, pátio interno, circulação mecânica, galerias horizontais abertas, conectando os apartamentos ao pátio (visualmente), diferentes gabaritos, gerando um “bloco” de edifícios. Sistema de locação social. FOTO: MARIO NADER

VILA MARA, SÃO MIGUEL PAULISTA, SÃO PAULO, SP HÉCTOR VIGLIECCA E BRUNO PADOVAN Densidades altas associadas a qualidade dos espaços coletivos públicos. FOTO: NELSON KON

CASARÃO DO CARMO - HÉCTOR VIGLIECCA



41 LEVANTAMENTOS

O dossiê de levantamentos é composto por um compêndio de informações referentes à região do Glicério, com especial atenção à área compreendida pelas ruas São Paulo, Sinimbú e Glicério.

01

LEVANTAMENTOS URBANOS O Glicério localiza-se no bairro da Liberdade, área central de São Paulo. á direita da Rua Conselheiro Furtado, sendo secionado pela Radial LesteOeste. Essa região, como já comentado, é ocupada em sua maior parte por residências de baixo gabarito, ocupadas por pensões ou cortiços. Para complementar os estudos foram desenvolvidos mapas de uso do solo e gabarito das edificações, que auxiliaram na proposição do plano urbano geral e dos edifícios. Entrevistas com os moradores das casas na Rua São Paulo e Sinimbú revelou uma deficiência de espaços de lazer, escolas e equipamentos culturais, como bibliotecas e teatros. Essas necessidades foram confirmadas através de análises dos mapas fornecidos pela SEMPLA.

BAIRRO DA LIBERDADE E BAIRROS CIRCUNDANTES FONTE IGEPAC


42

PERÍMETRO DAS SUBÁREAS DA LIBERDADE FONTE IGEPAC


43


44


45

MAPA BENS TOMBADOS E EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS FONTE

MAPA ESPAÇOS CULTURAIS FONTE INFOLOCAL

M A PA I M Ó V E I S ENCORTIÇADOS FONTE

MAPA ESCOLAS FONTE INFOLOCAL


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CORTES RUA ANITA FERRAZ

CORTE RUA SÃO PAULO

CORTES URBANÍSTICOS


47

ZEIS 3 - áreas com predominância de terrenos ou edificações subutilizados situados em áreas dotadas de infra-estrutura, serviços urbanos e oferta de empregos, ou que estejam recebendo investimentos desta natureza, onde haja interesse público, expresso por meio desta lei, dos planos regionais ou de lei especifica, em promover ou ampliar o uso por Habitação de Interesse Social - HIS ou do Mercado Popular - HMP, e melhorar as condições habitacionais da população moradora; coeficiente de aproveitamento mínimo : 0,3 coeficiente de aproveitamento básico: 1 coeficiente de aproveitamento máximo: 4,0 exigência de recuos poderá ser dispensada, desde que garantidas as condições de aeração e insolação dos cômodos, definidas na legislação


48 LEVANTAMENTOS

02

LEVANTAMENTOS CORTIÇOS

O cortiço é a unidade usada como moradia coletiva multifamiliar,

apresentando total ou parcialmente as seguintes características: constituído por uma ou mais edificações em um mesmo lote urbano, subdividida em vários cômodos alugados, subalugados ou cedidos a qualquer título, várias funções exercidas no mesmo cômodo, acesso e uso comum dos espaços não edificados e instalações sanitárias, circulação e infra-estrutura, no geral, precárias e superlotação de pessoas.

” LEI MOURA (LEI MUNICIPAL 10.928 DE 8 DE JANEIRO DE 1991)


49

MAPA DE EDIFICAÇÕES, LOTES E TOPOGRÁFICO GEGRAN 1974


50

IMAGEM DE SATÉLITE FONTE GOOGLE EARTH


51

PLANTA ÁREA DE PROJETO


52 EDIFÍCIOS À RUA SÃO PAULO As habitações à Rua São Paulo são edificações de 3 pavimentos, um primeiro pavimento rebaixado 60 centímetros em relação ao nível da calçada possui em sua maioria um pequeno comércio na fachada da rua, em geral bares. O acesso à parte dos fundos do terreno se da em nível, dada a diferença de cotas entre a rua e o quintal. Através dos fundos do terreno se obtém acesso a 4 dormitórios, sem sanitários. O segundo pavimento possui um pé direito alto, característicos dos casarões, e é composto por cinco dormitórios, um sanitário e uma área de serviço. Da área de serviço tem-se acesso aos fundos do terreno, através de uma escada de alvenaria. Esse configura-se como o único acesso aos apartamentos do primeiro pavimento. Uma escada de madeira em péssimas condições de conservação permite acesso ao terceiro pavimento da edificação. No terceiro pavimento encontram-se mais quatro dormitórios e um sanitário. No fim do corredor tem-se acesso ao terraço, também de uso comum de todos os moradores, sendo o local utilizado para estender roupas, dentre outros usos. Os sanitários obtém água encanada através de ligações ilegais com a rede de águas pluviais e toda a energia elétrica é obtida da mesma maneira. O estado de conservação geral das edificações é péssimo. Algumas janelas encontramse quebradas, outras tantas foram substituídas por novas esquadrias que não respeitavam o desenho original, o reboco da maioria das casas não esta completo e percebe-se a parede de tijolos, que encontra-se desprotegida e sujeita às imtempéries. A escada de acesso ao terceiro pavimento, de madeira, também encontra-se em péssimas condições de conservação, mas ainda é possível uma restauração da mesma. A laje de madeira precisaria passar por uma análise estrutural mais apurada, mas a princípio é possível realizar uma restauração. O telhado das edificações precisaria ser totalmente refeito, dado não só o estado de conservação, como também a substituição das telhas originais por telhas de zinco, realizada pelos moradores.

EXEMPLO PLANTA DE APARTAMENTO À RUA SÃO PAULO

Aparentemente a estrutura das residências é de alvenaria autoportante, que devido à exposição ao sol e chuva deveria passar por uma análise estrutural para diagnosticar os pontos críticos. Segundo análise primária realizada em visita à edificação a restauração da mesma é factível.


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TERCEIRO PAVIMENTO

PAVIMENTOS DA HABITAÇÃO À RUA SÃO PAULO

SEGUNDO PAVIMENTO

PRIMEIRO PAVIMENTO


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CONJUNTO DAS HABITAÇÕES À RUA SÃO PAULO


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FOTOS CASAS RUA Sテグ PAULO FONTE ARQUIVO PESSOAL


56 EDIFÍCIOS À RUA SINIMBÚ As habitações à Rua Sinimbú são edificações de 3 pavimentos, um primeiro pavimento rebaixado quase 2 metros em relação ao nível da calçada. O acesso à parte dos fundos do terreno se da em nível, dada a diferença de cotas entre a rua e o quintal. Através dos fundos do terreno se obtém acesso a 6 dormitórios e a um pequeno sanitário. O segundo pavimento possui um pé direito alto, característicos dos casarões, e é composto por seisdormitórios, um sanitário e uma varanda de circulação entre os quartos. Da varanda tem-se acesso aos fundos do terreno, através de uma escada de alvenaria. Esse configura-se como o único acesso aos apartamentos do primeiro pavimento. Uma escada de madeira permite acesso ao terceiro pavimento da edificação. No terceiro pavimento encontram-se mais três dormitórios, um sanitário e uma área de serviço. O estado de conservação geral das edificações é péssimo. Algumas janelas encontramse quebradas, outras tantas foram substituídas por novas esquadrias que não respeitavam o desenho original. O reboco da maioria das casas não esta completo e percebe-se a parede de tijolos, que encontra-se desprotegida e sujeita às imtempéries. A escada de acesso ao terceiro pavimento, de madeira, também encontra-se em péssimas condições de conservação, mas ainda é possível uma restauração da mesma. A laje de madeira precisaria passar por uma análise estrutural mais apurada, mas a princípio é possível realizar uma restauração. O telhado das edificações precisaria ser totalmente refeito, dado não só o estado de conservação, como também a substituição das telhas originais por telhas de zinco, realizada pelos moradores. Aparentemente a estrutura das residências é de alvenaria autoportante, que devido à exposição ao sol e chuva deveria passar por uma análise estrutural para diagnosticar os pontos críticos. Segundo análise primária realizada em visita à edificação a restauração da mesma é factível.


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TERCEIRO PAVIMENTO PAVIMENTOS DA HABITAÇÃO À RUA SINIMBÚ

SEGUNDO PAVIMENTO

PRIMEIRO PAVIMENTO


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CONJUNTO DAS HABITAÇÕES À RUA SINIMBÚ


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FOTOS CASAS RUA SINIMBÚ FONTE ARQUIVO PESSOAL


60 EDIFÍCIO À RUA SINIMBÚ COM SÃO PAULO A habitação à Rua Sinimbú com São Paulo é um edifício de 3 pavimentos, um primeiro pavimento rebaixado quase 60 centímetros em relação ao nível da calçada, utilizado como bar. O acesso à parte dos fundos do terreno se da em nível, dada a diferença de cotas entre a rua e o quintal. O segundo pavimento possui um pé direito alto, característicos dos casarões, e é composto por quatro dormitórios, um sanitário e uma oficina. Da varanda tem-se acesso aos fundos do terreno, através de uma escada de alvenaria. Uma escada de madeira permite acesso ao terceiro pavimento da edificação. No terceiro pavimento encontram-se mais sete dormitórios, um sanitário e uma área de serviço. O estado de conservação geral das edificações é péssimo. Algumas janelas encontram-se quebradas, outras tantas foram substituídas por novas esquadrias que não respeitavam o desenho original. O reboco da maioria das casas não esta completo e percebe-se a parede de tijolos, que encontra-se desprotegida e sujeita às imtempéries. A escada de acesso ao terceiro pavimento, de madeira, também encontra-se em péssimas condições de conservação, mas ainda é possível uma restauração da mesma. A laje de madeira precisaria passar por uma análise estrutural mais apurada, mas a princípio é possível realizar uma restauração. O telhado das edificações precisaria ser totalmente refeito, dado não só o estado de conservação, como também a substituição das telhas originais por telhas de zinco, realizada pelos moradores. Aparentemente a estrutura das residências é de alvenaria autoportante, que devido à exposição ao sol e chuva deveria passar por uma análise estrutural para diagnosticar os pontos críticos. Segundo análise primária realizada em visita à edificação a restauração da mesma é factível.


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TERCEIRO PAVIMENTO

PAVIMENTOS DA HABITAÇÃO À RUA SINIMBÚ e SÃO PAULO

SEGUNDO PAVIMENTO

PRIMEIRO PAVIMENTO


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HABITAÇÕES À RUA SÃO PAULO

HABITAÇÕES À RUA SINIMBÚ


63 LEVANTAMENTOS

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DESENHOS PARA APROPRIAÇÃO ESPACIAL

Antes de iniciar o processo projetual e mesmo durante o mesmo, em alguns momentos fez-se necessário um maior entendimento das relações espaciais, do uso do espaço e dos detalhes arquitetônicos do entorno, sendo realizados durante esse período uma série de desenhos com o intúito de auxialiar na percepção espacial e arquitetônica, gerando futuramente diretrizes projetuais.


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PROPOSTA DE PROJETO A proposta de projeto, fundamentada na integração das partes do Glicério secionadas pela Radial Leste-Oeste e na recuperação das relações de vizinhança características do bairro, é dividida basicamente em: plano urbano geral para o bairro e o desenvolvimento de 3 edificações: uma escola, um teatro e prédios habitacionais.

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PROBLEMÁTICA E PROGRAMA

O Glicério, como comentado anteriormente, no item «histórico do Glicério» foi uma área que sofreu um intenso processo de encortiçamento e desvalorização paisagística após a construção da Radial Leste-Oeste, que criou uma cicatriz no bairro, com poucos e inóspitos pontos de transição. A principal diretriz urbanística do projeto é a conexão de ambas a partes do Glicério, com a valorização paisagística da conexão entre a Rua Conde de Sarzedas( área de intensa circulação devido ao comércio religioso) através da escadaria da Rua Anita Ferraz, passando pelas importantes e desvalorizadas vilas da região, fomentando os usos embaixo do viaduto e conectando com a área de projeto das edificações. Atualmente para acessar a Rua São Paulo os veículos necessitam entrar na radial, dificultando assim o acesso à área. Para os transeuntes a passagem somente é possível ao longo da rua Glicério, permanecendo a transição impossível ao longo das outras quadras. Foi, então, criada uma rua para ligar os dois núcleos do bairro, facilitando o acesso aos pedestres e automóveis . Essa nova via interliga a alça já existente para retorno à rua São Paulo. Para tanto foram demolidas algumas edificações, em sua maior parte galpões de baixo gabarito e sem grandes valores arquitetônicos.


71 Ao longo das vilas e da Rua Anita Ferraz foram criados calçadões, mas que permitem a passagem de automóveis, se necessário. Ao longo da Rua Anita Ferraz foi destinado espaço para construção de uma praça e de uma escola de ensino técnico, que permanecerá aberta durante o dia e noite, criando uma circulação contínua no espaço e reafirmando o potencial das casas para criação de repúblicas e pensões estudantis. Ao longo da vila, no local onde haviam habitações de origem operária de um pavimento demolidas, será incentivada construção de pequenos comércios, como bares, restaurantes e papelarias, utilizando a fachada das casas demolidas, preservadas porém em péssimo estado de conservação. Naturalmente é de se esperar que esse processo ocorra naturalmente devido à intensa circulação gerada pela escola técnica de médio porte. Sob o viaduto foi preservado o edifício da Associação Minha Rua Minha Casa, e construída uma quadra poliesportiva com arquibancada, cercada para permitir fechamento noturno, criando um dos raros espaços para prática de atividades físicas, reivindicação constante dos moradores da região. Foi também construída uma praça para prática de diversas atividades. Na área compreendida entre as ruas São Paulo, Sinimbú e Glicério foi feito um plano para as casas a serem preservadas, sendo as casas da Rua Sinimbú destinadas a implantação de uma escola de ensino fundamental e médio, atendendo à demanda da população. Na rua São Paulo foi aberta uma praça e construído um pequeno teatro de bairro, referência distante ao antigo Teatro São Paulo, demolido durante a construção do Viaduto. O Teatro apresenta a opção de se abrir para a praça e pode ser usado como palco para shows durante as feiras realizadas na região. Conectando a Vila Lins, com a Rua São Paulo e Glicério foi criado um projeto de habitação para realocar parte dos moradores dos cortiços desapropriados para restauro e implantação dos novos usos. O projeto reforça o desenho das vilas.


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CORTE RUA EGAS MUNIZ DE ARAGÃO- SITUAÇÃO ATUAL

CORTE RUA EGAS MUNIZ DE ARAGÃO- EDIFÍCIOS A SEREM DEMOLIDOS

CORTE RUA EGAS MUNIZ DE ARAGÃO- PROPOSIÇÃO


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CORTE RUA SÃO PAULO- SITUAÇÃO ATUAL

CORTE RUA SÃO PAULO- EDIFÍCIOS A DEMOLIR

CORTE RUA SÃO PAULO- PROPOSIÇÃO


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CROQUI ILUSTRATIVO TEATRO E CASAS VISTOS DA NOVA PRAÇA


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PROPOSTA DE PROJETO

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PLANO URBANO

A principal diretriz urbanística do projeto é a conexão de ambas a partes do Glicério, com a valorização paisagística da conexão entre a Rua Conde de Sarzedas( área de intensa circulação devido ao comércio religioso) através da escadaria da Rua Anita Ferraz, passando pelas importantes e desvalorizadas vilas da região, fomentando os usos embaixo do viaduto e conectando com a área de projeto das edificações. Foi criada uma rua para ligar os dois núcleos do bairro, facilitando o acesso aos pedestres e automóveis . Essa nova via interliga a alça já existente para retorno à rua São Paulo. Para tanto foram demolidas algumas edificações, em sua maior parte galpões de baixo gabarito e sem grandes valores arquitetônicos. Ao longo das vilas e da Rua Anita Ferraz foram criados calçadões, mas que permitem a passagem de automóveis, se necessário. Ao longo da Rua Anita Ferraz foi destinado espaço para construção de uma praça e de uma escola de ensino técnico, que permanecerá aberta durante o dia e noite, criando uma circulação contínua no espaço e reafirmando o potencial das casas para criação de repúblicas e pensões estudantis. Essa praça recebeu bancos, iluminação pública, equipamentos de lazer infantil e equipamentos para exercícios físicos.


78 Para criar uma linguagem homogênea para o projeto foi desenvolvida uma paginação de piso em cimento de diferentes tonalidades, com um faixa de material cerâmico, criando uma linha que acompanha todo o projeto urbano e indica uma circulação. Os espaços destinados a permanência, onde foram desenhadas as praças, receberam uma paginação de piso quadriculada, áreas verdes com arborização e bancos, além de outros equipamentos urbanos. Ao longo da vila, no local onde haviam habitações de origem operária de um pavimento demolidas, será incentivada construção de pequenos comércios, como bares, restaurantes e papelarias, utilizando a fachada das casas demolidas, preservadas porém em péssimo estado de conservação. Naturalmente é de se esperar que esse processo ocorra naturalmente devido à intensa circulação gerada pela escola técnica de médio porte. Antes do viaduto e próximo ao novo comércio foi desenhada uma praça com equipamentos de lazer infantil e para exercícios, além de mesas e bancos. Sob o viaduto foi preservado o edifício da Associação Minha Rua Minha Casa, e construída uma quadra poliesportiva com arquibancada, cercada para permitir fechamento noturno, criando um dos raros espaços para prática de atividades físicas, reivindicação constante dos moradores da região. Foi também construída uma praça para prática de diversas atividades, como skate e exercícios físicos.


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PLANO URBANÍSTICO GERAL


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PLANO URBANÍSTICO RUA ANITA FERRAZ

PRAÇA RUA ANITA FERRAZ


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PLANO URBANÍSTICO - VILAS

PRAÇA RUA DOUTOR LUND


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PLANO URBANÍSTICO - VIADUTO

PRAÇA - VIADUTO


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CONJUNTO DE EDIFÍCIOS


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CORTE ESCOLA E HABITAÇÃO E VISTA DO FUNDO DAS CASAS DA RUA SÃO PAULO


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IMAGEM ILUSTRATIVA PLANO URBANO - RUA ANITA FERRAZ



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PROPOSTA DE PROJETO

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ESCOLA Pesquisas com a população revelaram a necessidade de implantação de mais escolas na região. Nesse sentido foi proposta uma escola de ensino fundamental (primeira a nona série) e médio (primeiro, segundo e terceiro colegial). As casas da rua Sinimbú foram escolhidas para abrigar a escola, para assim preservá-las, considerando seu valor histórico, e por estarem todas na mesma cota de nível, facilitando assim a conexão interna de todas as casas. Duas das casas, localizadas na esquina da rua Sinimbú com a vila Lins, sofreram incêndio no final do século passado, encontrando-se em pior estado de conservação que as demais, sem cobertura e com as lajes dos pavimentos em precária situação. Toda a configuração interna está condenada, mantendo-se apenas as fachadas ainda em estado de possível restauração. Essas duas casas foram então escolhidas para abrigar o acesso principal da escola e a circulação vertical mecanizada, um bloco revestido ed material industrial que se destaca do volume das casas, marcando a intervenção e dialogando com a circulação vertical dos prédios habitacionais projetados. As paredes remanescentes foram removidas e foi criado um mezanino no segundo pavimento (60 centímetros elevado em relação ao nível da rua), destinado á recepção da escola, acessado por uma rampa. As paredes que conectavam as casas entre si foram removidas em determinado ponto para criar o corredor das salas de aula (primeira à quinta série), dos departamentos e sala dos professores. No final do corredor obtém-se acesso à biblioteca, composta de um mezanino destinado às mesas de estudo e um nível mais baixo, na cota da rua, com as prateleiras e administração. A biblioteca possui um acesso independente pela esquina da rua Sinimbú com a São Paulo, que permanece fechado durante os horários de aula, mas que pode ser aberto durante os fins de semana, para usufruto de toda a população do entorno.


88 As sacadas das casas foi conectada, permitindo assim um acesso alternativo ao corredor. Dessas sacadas partem 3 escadarias que dão acesso à área de recreação externa, 3,20 metros rebaixada em relação ao segundo pavimento. Esse espaço foi destinado também aos auditórios, espaço para eventos, lanchonete, sanitários e depósitos. Da área externa tem-se acesso, por um portão, ao corredor que conecta todas as casas estudadas ao teatro e à nova vila do conjunto habitacional e se configura como uma entrada secundária. O terceiro pavimento, acessado por elevador ou escadas, comporta as salas de aula de sexta série ao terceiro colegial e um refeitório. As salas de aula têm acesso a terraços, onde podem ser realizadas aulas ao ar livre. Quanto á estrutura da escola, considera-se que o peso estrutural antes descarregado nas paredes que foram demolidas será distribuído por vigas metálicas ou de madeira para as paredes laterais, que serão reforçadas com pilares de mesmo material da viga, de forma a diferenciar-se da estrutura original da casa.

HABITAÇÕES À RUA SINIMBÚ


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N IMPLANTAÇÃO ESCOLA desenho sem escala


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ESCOLA - PRIMEIRO PAVIMENTO cota-2,60 metros abaixo do nível da rua desenho sem escala

CASAS À RUA SINIMBÚ PRIMEIRO PAVIMENTO em vermelho-paredes à serem demolidas desenho sem escala


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ESCOLA - SEGUNDO PAVIMENTO cota-60 centímetros acima do nível da rua desenho sem escala

CASAS À RUA SINIMBÚ SEGUNDO PAVIMENTO em vermelho-paredes à serem demolidas desenho sem escala


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ESCOLA - PRIMEIRO PAVIMENTO cota-4,40 metros abaixo do nível da rua desenho sem escala

CASAS À RUA SINIMBÚ TERCEIRO PAVIMENTO em vermelho-paredes à serem demolidas desenho sem escala


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CORTE ESCOLA


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PROPOSTA DE PROJETO

04

TEATRO Uma das premissas dos projeto urbano é a diversificação de usos, que garantirá novas apropriações espaciais e melhora nos níveis de segurança do bairro. Hoje em dia a região é basicamente residencial, com pequenos comércios e serviços, como oficinas de automóveis. Para que o quadro mudasse, além das escolas e equipamentos esportivos, foi proposto um pequeno teatro de bairro, referência distante ao teatro São Paulo, e que garantirá uma circulação noturna ao espaço e será ponto de convergência do projeto urbano. A área escolhida para implantação do teatro foi ao lado da rua São Paulo, nas proximidades dos edifícios residenciais. Alguns lotes da quadra em frente foram escolhidos para abrigar uma praça, ampliando o campo de atuação do teatro. O teatro foi dimensionado em planta utilizando-se como base 3 módulos das residências da rua São Paulo. A altura também respeita o gabarito das edificações do entorno para não interferir na visualidade geral do conjunto de casas. A elevação do edifício voltada para a rua São Paulo recebeu uma abertura com fechamento em portas estilo camarão que permite que o teatro se abra para a praça, possibilitando novos usos para o espaço. Durante as feiras realizadas na região o palco do teatro poderia servir como palco para apresentações musicais, ou mesmo para espetáculos dirigidos para públicos dentro e fora do teatro, concomitantemente.


95 O acesso ao teatro se dá a partir de duas entradas. A entrada principal, destinada aos espectadores, volta-se para sul, em direção a um dos edifícios habitacionais e permite acesso ao segundo pavimento da edificação, localizado na cota da rua. Essa decisão projetual está relacionada com uma intenção de incentivar a circulação de pedestres permeando a quadra. Nesse pavimento localizasse um balcão que serve como foyer e como espaço para apresentações musicais voltadas para a arquibancada externa, a arquibancada interna, o palco e a escada de acesso para o nível inferior, bem como uma plataforma elevatória que garante a acessibilidade universal do espaço. O primeiro pavimento, ou subsolo, é destinado aos ensaios, camarins e sanitários. O acesso da-se de duas maneiras, por dentro do teatro, como já mencionado, ou através de uma arquibancada externa que permite que o espaço de ensaio se abra para essa arquibancada, criando uma segunda opção para apresentações. O terceiro pavimento é destinado aos equipamentos técnicos de controle de som e luz. A estrutura é de aço com treliças na cobertura, permitindo assim a construção de grandes vãos.


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PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO desenho sem escala

PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO desenho sem escala


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PLANTA TERCEIRO PAVIMENTO desenho sem escala


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CORTE TRANSVERSAL TEATRO desenho sem escala


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IMAGEM ILUSTRATIVA TEATRO-ABERTURA PARA A PRAÇA


100

PROPOSTA DE PROJETO

05

HABITAÇÃO A temática da habitação em áreas centrais foi norteadora da escolha da área de estudo. O esvaziamento e a degradação das áreas centrais, resultado de um processo de ocupação e crescimento urbano, caracteriza um cenário de redução acentuada do número de moradores, existência de muitos imóveis vagos e subutilizados, degradação do patrimônio histórico e cultural e concentração de moradias precárias e insalubres, principalmente cortiços No sentido de incrementar e fomentar o uso habitacional no centro de São Paulo e discutir a situação dos cortiços foi proposto o desenvolvimento de um conjunto habitacional na área. Destinado às famílias desapropriadas dos cortiços as novas edificações foram projetadas para atender às necessidades dessa população em específico. Os edifícios foram implantados no terreno de modo a criar uma circulação dentro da quadra, criando espaços semelhantes à vilas, tipologia padrão do bairro. Uma torre de circulação vertical foi posicionada de modo à servir a todos os edifícios, barateando assim seu custo de implantação e manutenção. O posicionamento dos edifícios gerou dificuldades com iluminação e insolação dos quartos, problema resolvido com a escolha de apartamentos duplex, que permitem que os quartos e a circulação horizontal estejam voltados para a mesma fachada, sempre em andares alternados. Essa decisão projetual barateia a implantação dos elevadores, que atendem apenas andares alternados.


As extremidades dos dois primeiros pavimentos de dois dos prédios habitacionais foram destinadas a pequenos comércios, garantindo assim uma circulação dentro da quadra e garantindo a segurança do espaço criado. Pesquisas de campo e entrevistas com os moradores dos cortiços forneceram os dados necessários para estipular o número de apartamentos e suas tipologias, dentro dos limites legislativos de HIS e HMP. Cerca de 30% dos apartamentos encortiçados eram ocupados por casais ou pessoas solteiras. 60% por famílias de 4 a 5 membros e aproximadamente outros 10% por famílias grandes, com 6 a 8 membros. A pesquisa demonstrou uma necessidade de desenvolver durante o projeto tipologias diferentes para atender a cada uma das necessidades. O primeiro pavimento foi destinado a apartamentos térreos de 50 metros quadrados, voltados prioritariamente a pessoas com dificuldade de locomoção e idosos. Para reservar o acesso dos moradores desses apartamentos e garantir a privacidade dos ambientes internos foram criados jardins, segregados da circulação das vilas por muretas de 1,10 metro de altura. A altura das muretas é fundamental para garantir a visibilidade da vila por parte dos moradores desses apartamentos. Serão 8 apartamentos acessíveis. Os apartamentos para solteiros e famílias pequenas foi implantado no segundo pavimento dos edifícios. O acesso a esses apartamentos é realizado por escadas que servem para 2 apartamentos cada uma. Esse tipo de solução foi escolhido para assim permitir que os quartos estejam sempre voltados para as fachadas norte ou oeste sem que com isso estejam voltados para os corredores de circulação. Por possuírem uma metragem quadrada pequena (aproximadamente 35 metros quadrados) a solução aplicada aos outros apartamentos duplex foi descartada. A escolha das escadas foi fundamental para garantir também uma circulação distribuída pela vila, como observado nas vilas do bairro. As escadas tem largura de 1,85 metro, garantindo espaço suficiente para que as pessoas as usem também para sentar sem comprometer a passagem. Serão 16 apartamentos para essa tipologia.

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Os demais apartamentos são duplex, acessados a partir de escadas ou elevadores que se distribuem em corredores de circulação. Serão 26 apartamentos de 50 metros quadrados e 4 HMPs de 70 metros quadrados, totalizando 54 apartamentos nos 3 blocos de habitação. Os corredores de circulação receberam especial atenção tendo um desenho não objetivo, de modo a criar espaços destinados a permanência. Foi garantida uma largura mínima por lei de 1,20 metros, de circulação livre e alguns espaços que permitem usos diversos e que propiciam diferentes vistas do entorno, incentivando o que é uma das premissas do projeto como um todo e incentivando as relações de vizinhança características do bairro em anos passados. A mureta da circulação é arrematada com uma canaleta de material cerâmico que permite aos habitantes plantarem algumas espécies de plantas à sua escolha. O bloco de edifício mais próximo da vila e dos casarios tem o menor gabarito: 4 pavimentos, de modo a não agredir visualmente as edificações do entorno. Os outros dois blocos possuem 6 pavimentos, respeitando as necessidades de iluminação da vila criada e as relações de proporção com o espaço urbano. O terraço de todos os edifícios é usado para estender roupas ou outros usos. As esquadrias têm modulações de 1, 1,5 e 2 metros, com altura de 2,40 metros, de modo a gerar aberturas generosas. As esquadrias dos dormitórios são constituídas de duas venezianas que abrem para fora, um guarda corpo de altura 1,10 metro e duas folhas de vidro que abrem para dentro dos apartamentos. Essas janelas permitem que ao ser abertas funcionem como sacadas e permitam uma ampla vista do entorno. A modulação de 1 metro e o perfil longilíneo das janelas dialoga com as janelas dos casarios estudados. Quanto à estrutura o edifício foi projetado em concreto armado, com basicamente duas linhas de pilares com vão máximo de 6,30 metros mais balanço máximo de 1,70metro e vão mínimo de 5,10. A distância de piso a piso é de 2,96 metros, com 10 centímetros de laje e 40 centímetros de viga.


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1

2

N

PRIMEIRO PAVIMENTO-COTA DA RUA apartamentos de 1 pavimento acessíveis e comércio - tipologias 1 e 2 desenho sem escala


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3

4

N

SEGUNDO PAVIMENTO- cota 2.96 apartamentos de 35 metros quadrados mais mezanino do comĂŠrcio - tipologias 3e4 desenho sem escala


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5

6

7

8

N

TERCEIRO PAVIMENTO-cota 5,92 apartamentos duplex - tipologias 5, 6, 7 e 8 desenho sem escala


105

N

TERCEIRO PAVIMENTO-cota 8,88 apartamentos duplex - tipologias 5, 6, 7 e 8 pavimento superior desenho sem escala


106

5

9

N

QUINTO PAVIMENTO-cota 11,84 apartamentos duplex - tipologias 5 e 9 desenho sem escala


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N

SEXTO PAVIMENTO-cota 14,80 apartamentos duplex - tipologias 5 e 9 desenho sem escala


108

N

Sร TIMO PAVIMENTO-cota 17,76 terraรงos desenho sem escala


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CORTE HABITAÇÃO desenho sem escala


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CORTE HABITAÇÃO E TEATRO desenho sem escala


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PLANTA UNIDADE2TIPO 1 - 50m desenho sem escala


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PLANTA UNIDADE TIPO 2 - 50m2 desenho sem escala


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D

PLANTA UNIDADE TIPO 3 - 35m 2 desenho sem escala


114

D

PLANTA UNIDADE TIPO 4 - 35m2 desenho sem escala


115

S

2

PLANTA UNIDADE TIPO 5 - 70m desenho sem escala


116

S

2

PLANTA UNIDADE TIPO 6 - 50m desenho sem escala


117

S

2

PLANTAS UNIDADE TIPO 7 - 50m - desenho sem escala


118

S

2

PLANTAS UNIDADE TIPO 8 - 70m - desenho sem escala


119

S

2

PLANTAS UNIDADE TIPO 9 - 70m - desenho sem escala


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IMAGEM ILUSTRATIVA DO PROJETO - VISTA DA NOVA PRAÇA 2


121

IMAGEM ILUSTRATIVA DO PROJETO - VISTA A PARTIR DA VILA 2


122

IMAGEM ILUSTRATIVA DO PROJETO - VISTA DO TEATRO E DO EDIFÍCIO 2



124 BIBLIOGRAFIA

BARTALINI, Vladimir (1); LIMA, Catharina Pinheiro Cordeiro dos Santos (2); PALLAMIN, Vera (3), ESPAÇOS PÚBLICOS E REABILITAÇAO DO HABITAT NO CENTRO DE SÃO PAULO: PROJETOS DE INTERVENÇÃO URBANA NAS REGIÕES DA LUZ E GLICÉRIO, Nutau, 2004 CARICARI, Ana Maria; KOHARA, Luiz, Cortiços em São Paulo – soluções viáveis para habitação social no centro da cidade e legislação de proteção à moradia- Salvador: CESE, 2006 DIOGO, Erica Cristina Castilho, Habitação social no contexto da reabilitação urbana da área central de São Paulo, dissertação de mestrado, São Paulo, 2004 FRENCH, Hilary – Os mais importantes conjuntos habitacionais do século XX. Editora Bookman, 2009 COMENTÁRIO-O livro serve como referência para projetos de conjuntos habitacionais ou moradias multifamiliares. Apresenta cerca de 90 projetos, abrangendo o modernismo europeu, modernismo pós guerra, o pós modernismo e as interpretações contemporâneas. MOREIRA, Antônio Cláudio Moreira Lima; LEME, Maria Cristina da Silva; NARUTO, Minoru; PASTERNAK, Suzana, Intervenção em cortiço, uma experiência didática, São Paulo, FAUUSP, 2006 PICCINI, Andrea. Cortiços na cidade: conceito e preconceito na reestruturação do centro urbano de São Paulo – São Paulo: Annablume, 1999.


125 PMSP, Caderno do IGEPAC-SP Liberdade, Inventário geral do patrimônio ambiental, cultural e urbano de São Paulo – São Paulo: editora NC, 1987 SANTOS, André Luiz Teixeira, Laboratório de projeto integrado e participativo para requalificação de cortiço- São Paulo: FAUUSP, 2002 TEIXEIRA, Ana Claudia Chaves, COMARU, Francisco de Assis , CYMBALISTA, Renato, SUTTI, Weber – Conflitos em torrno do direito à moradia na região central de São Paulo.Relatório de projeto, 2005 COMENTÁRIO-Disserta sobre as mudanças no centro velho, terceirização do uso do solo e as possibilidades de implantação de usos residenciais nessa área.

ENDEREÇO ELETRÔNICO INFOLOCAL

http://infolocal.prefeitura.sp.gov.br/





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