COLETIVO PITINGA
Coma, que é nosso!
O OBJETO NA ARTE Não é pintura, não é desenho, nem gravura, nem escultura, não se enquadra em nenhuma das categorias. O que é isso? Objeto. Marcio Doctors Curador e critico de arte
Livro da Criação (Depois as Águas foram baixando, baixando, baixando) Ligia Pape, 1959
A Varanda da Mulher Infeliz - Objeto Keyla Sobral - 2012
Objeto é uma expressão plástica que busca estar no limite das coisas. Pega daqui, pega dali e cria uma dobra expressiva. Marcio Doctors Curador e critico de arte
Neutralização por adição e por oposição Cildo Meireles, (RJ, 1978)
APROPRIAÇÃO O termo é empregado pela história e pela crítica de arte para indicar a incorporação de objetos extra-artísticos, e algumas vezes de outras obras, nos trabalhos de arte.
'Insertions into Ideological Circuits: CocaCola Project', Cildo Meireles 1970
Campbell’s Soup - 1962 - Andy Warhol
Coca Cola Vase - Ai Weiwei, 1997 Vaso da dinastia Tang
PROCESSO HISTORICO
A produção e a comercialização de objetos intensificaram-se no decorrer do século XX e os movimentos artísticos, contemporâneos deste aumento do consumo, retratam as relações entre objeto, indivíduo e sociedade...
… também influenciados pelos contextos políticos e econômicos de suas épocas, marcados pelos traumas das duas grandes guerras mundiais, pelo holocausto, pela guerra fria e pela globalização.
objeto passou a ser encarado como possibilidade de arte ou de negação da arte em diferentes movimentos artísticos considerados vanguardistas.
Ao longo do século XX, o
O Dadaísmo foi um movimento de negação da arte e surgiu durante a Primeira Guerra Mundial. Os dadaístas se opunham ao status atribuído à obra de arte, como algo único e acabado. Criticavam todo tipo de equilíbrio, enfatizando a não lógica e o absurdo.
Para René Magritte, um dos principais artistas surrealistas, os objetos
estão ligados ao homem e o homem inconscientemente a eles vinculado. Magritte concentrou suas pesquisas estéticas no inconsciente transmitido pelo homem aos objetos.
Rejeitando a idéia de que a arte e a vida deveriam ficar separadas, artistas britânicos e norteamericanos passaram a usar os objetos produzidos em grande escala e imagens fotográficas de jornais e revistas para fazer uma conexão entre a arte e o consumismo mundial do pós-guerra.
OS READY-MADE
“Será arte tudo o que eu disser que é arte” Marcel Duchamp
Ready-made: consiste em extrair um objeto do seu uso cotidiano e, com nenhuma ou pequenas alterações, atribuir-lhe valor artistico.
Abraham Palatrik Aparelhos Cinecromáticos” (produzidos a partir de 1951)
Hélio Oiticica Hélio Oiticica, Box bolide 12, "archeologic" 1964-65
Ligia Pape livro da arquitetura, 1959
Ligia Clark Lygia Clark, Bicho Pรกssaro do Espaรงo (Maquette), 1960
Ivens Machado Mapa Mudo, 1979
Ana Bella Geiger Gavetas de Memรณrias, de Anna Bella Geiger, 1970-2016
Nelson Lerner Nelson Leirner Porco Empalhado, 1966
Guto Lacaz Rรกdios Pescando, Guto Lacaz, 1948
Cido Meireles
In-mensa Madeira 1982 Neutralização por adição e por oposição, 1978
Monumento Belém 400 anos
Interior do Museu de Arte Contemporâne a de Belém
Alex Atala, em referencia ao Polo Gastronômico de Belém
AMAI-VOS, Lucia Gomes da série … Das Coisas Dos Homens 2000/2004/2006
A noção de partilha está inscrita na postura de Lúcia Gomes. Em Amaivos, 2005, originalmente uma instalação que se desdobra na ação de distribuir beijus [espécie de bolacha regional feita com farinha de mandioca e muito utilizada como uma das fontes principais de alimento por famílias extremamente carentes no interior da região] com a inscrição “amai-vos”, pintada com tinta vermelha comestível, a artista mais uma vez lança mão de particularidades culturais para falar de valores da humanidade. A divisão do pão, do “pão” do nortista que divide o biscoito-hóstia de Gomes, mas sem o peso da culpa de uma religião qualquer, em uma situação lúdica de brincadeira, de romper o saco plástico, tal qual criança pronta para devorar o alimento que, diferentemente do biscoito chinês, já traz a frase revelada: “Amai-vos”.
LUCIA GOMES Nem que L Faça 100 anos, Lucia Gomes, 2008 - OBJETO
Nascida em 1966, Lucia Gomes é uma artista paraense das mais irrequieta, e difunde a ideia de que por meio da arte se modifica a maneira de pensar, agir, ver e sentir o entorno e o mundo. Artista plástica. Desde 1996 atua na cena artística, e corrobora a idéia de que por meio da arte se modifica o pensar, o agir, o ver e sentir o entorno e o mundo. Principais participações em Coletivas: Salão Arte Pará. Belém, PA [1999, 2002, 2003 (2º prêmio) a 2007]; Evidências, com Amai-vos, instalação. Exposição Coletiva na Kunsthaus, Wiesbaden-Alemanha (2003); Projéteis de Arte Contemporânea. FUNARTE, Rio de Janeiro, RJ, e Carreau du Temple, Paris, France, com Estivas e Casa de Farinha (2003 e 2005 respectivamente); Bolsa de Criação Artística do Instituto de Artes do Pará, Belém-PA (2003); Projeto Prima Obra, FUNARTE, com Casa de Farinha. Galeria Fayga Ostrower, Brasília, BSB (2003); Salão Nacional de Arte de Goiás com WWW - instalação. Goiânia, GO (2004); Exposição ABRE ALAS com a instalação Amai-vos. Galeria A GENTIL CARIOCA, Rio de Janeiro, RJ (2007); Contigüidades: dos anos 1970 aos anos 2000”, com a obra NEM QUE L TENHA 100 ANOS, Museu do Estado do Pará. Belém, PA (2008); XII SAMAP, com Madonna. João Pessoa, PB. Prêmio Revelação (2008); ECOLÓGICA coletiva no MAM de SP (2010). Ações e exposições individuais mais recentes: 1945 -O BEIJO- Fim do Holocausto, interferência, Belém, PA (2006); MADONNA DE LUCIA GOMES, Centro Cultural Brasil-Estados Unidos- Belém, PA (2008); TOCTOCTOC... folge dem Fluss, interferência artística, Dickbuch, ZH (2008/9); aBRa, interferência. Abaetetuba, PA (2008); Der Fussboden am Bahnhof ist mein!; Winterthur, ZH (2008); POSTNET (Justiça ChamaDA Esperança; O MANDARIN; ABRA; 70x Quanto Mesmo?; ISSO NÃO É ARTE. Dickbuch,ZH (2008); 1964DITADURA1985, interferência; Casa das 11 Janelas; Belém, PA (2009); O gato e seu amigo sapo com um elefante nas costas numa poça d’água na floresta. Instalação, fotos etc. Kunsthaus Wiesbaden, Alemanha (2009). aBRa Museu do estado do Pará (2010) .
Esboços da Série … das coisas dos homens, de onde usamos como referencia a performance AMAI-VOS. Nos esboços é possível ver outros trabalhos da artista Lucia Gomes sobre onde o objeto era a linguagem usada. Convite e Cidadão do Mundo
Nem que EU Faรงa 100 anos
COLETIVO PITINGA No Ver-O-Peso, maior mercado a céu aberto da América Latina, chama-se de PITINGA a cuia ainda em seu estado natural, apenas cortada e lixada. Fazem parte do coletivo PITIGA, os discentes: ANGÉLICA ABREU CRISTIANO AMORIN LEANDRO MARCOS RODOLFO
Feitas a partir do fruto da cuieira que é partido e deixado para amolecer na água
Durante o século XVII, viajantes naturalistas relataram o uso das cuias e sua importância nas trocas comerciais, heranças deixadas pelos índios da aldeia “Gurupatupa” são até hoje produzida nas regiões do baixo Amazonas, principalmente no Monte Alegre em Santarém (chamados pinta cuias). Entre os anos de 1783 e 1792, o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, em sua expedição de reconhecimento da Amazônia brasileira, narrou com riqueza de detalhes os processos desse artesanato. Alguns exemplares foram enviados ao rei de Portugal, onde formam a preciosa coleção no museu da Universidade de Coimbra e na Academia de Lisboa
BIOPIRATARIA / RIQUEZA DE SABORES É possível ver uma verdadeira aquarela ao passar em qualquer uma das feiras abertas de Belém do Pará é incrível a variação de cores e cheiros. Não é à toa que um dos grandes destaques da biodiversidade amazônica as frutas paraenses, são conhecidas como diferenciadas pelo resto do Brasil e do mundo. Açaí – a maior conhecida -, cupuaçu, bacuri, taperebá, uxi, entre diversas outras, se constituem numa viagem sensorial para turistas, visitantes e compradores. Hoje, boa parte das frutas regionais desperta curiosidade pelos sabores únicos cada vez mais apreciados nacionais e internacionalmente estimulando “ Biopirataria”,( a apropriação não autorizada do patrimônio biológico de um determinado povo ou país). Isso inclui o contrabando de organismos, a apropriação indevida de conhecimentos de povos tradicionais e a comercialização de produtos feitos a partir de espécies nativas de uma determinada região.
AÇAÍ Em 2003, os japoneses se apoderaram da marca e a registraram como propriedade da empresa K.K. Eyela Corporation. Se algum produtor quisesse exportar açaí para o Japão, teria de inventar outro nome ou pagar royalties para a dona da marca.
CUPUAÇÚ O fruto também foi alvo de apropriação indevida da marca pela empresa japonesa Asahi Foods que teve seu padido negado pelo escritório de Marcas do Japão. O pedido só foi negado devido a um regulamento de soberania das nações sobre o patrimônio genético reconhecido na Convênção da Biodiversidade em 1992. O registro da marca impediria legalmente a comercialização, em território japonês, de qualquer produto com o nome cupuaçu, como bombons, geléias ou até o cupulate, chocolate de cupuaçu desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
CASTANHA-DO-PARÁ A castanheira é considerada vulnerável pela União Mundial para a Natureza (IUCN) e, no Brasil, aparece na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente. A principal causa para o risco de extinção é o desmatamento, no Brasil, castanhais são derrubados para a construção de estradas e barragens, para assentamentos de reforma agrária e para a criação de pastos produção e extração de castanhas no Brasil caiu muito, devido à drástica diminuição de castanheiras no Brasil por conta da problemática citada anteriormente.
Série | COMA, É TUDO NOSSO
BELÉM, 400 anos. Fatos históricos desses 400 anos? A historia esta acontecendo agora! A questão não é o museu das 11 janelas ou o alimento. Qual a questão?
Dossiê Em 2016 Belém comemorou 400 anos de fundação. Durante os comemorativos do aniversario da cidade um acontecimento chamou atenção: o único museu de arte contemporânea da cidade esta na eminência de ser fechado até a construção de um novo espaço, sem previsão de conclusão. Em seu lugar será implantado um centro gastronômico, onde a culinária paraense será explorada e comercializada. Tal fato nos remete a um problema antigo, algo que durante estes 400 anos vem acontecendo corriqueiramente. Nossas riquezas, nossa arte, nossa cultura, desvalorizada. Retirada a força, sem consulta prévia. Nesta série, inspirados na performance Amai-vos, da artista paraense Lucia Gomes, convidamos a todos para comer também nossas riquezas gastronômicas.
Características Técnicas Dimensões: OBJETO 1: 8,2 CM x 16,3cm
OBJETO 2: 8,6 cm x 16,3cm
OBJETO 3: 9,4CM X 18,5CM
Proposta de Montagem
Cada cuia deve ser posta em cima dos cubos pretos dispostos como na imagem, tendo de distancia entre cada um no minimo 2 metros.
MAKING OFF
REFERENCIAS Todo o passado dentro do presente. Escrito por Cacilda Teixeira da Costa e Sérgio Zeigler. Roteiro e direção Sérgio Zeigler. Elenco Graziella Moretto e Edson Montenegro. São Paulo: Produtora Audiovisual Quark: TV Cultura, 2003. 25:19 min. Arte contemporânea e os processos de mudança na concepção de espaço (do espaço como lugar de exposição ao espaço como produtor de espacialidades), Comunicação de Elaine Caramella no Segundo Simpósio Internacional de Arte Contemporânea http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3182/apropriacao Ambientebrasil.com.br/amazonia/artigo/o-açai-do-para-e-do-mundo/html. https://pt.wikipedia.org.br/biopirataria. https://limnonews.wordpress.com/2016/piratas-na-amazonia. https://xumucuis.wordpress.com/lucia-gomes.
Lucia Gonรงalves de Carvalho/o-artesanato-de-cuias-em-pespectiva/santarem Lucia Gonรงalves de Carvalho/inventario-saberesqcriando-patrimonio/uerj-2044 Memoria.ebc.com.br/agencia-brasil/2006. Portal.iphan.gov.br/cuias-de-santarem. www.maxwell.pus.rio/a- imaterialidade- das- cuias- de- santarem.br. www.migalhas.com.br/migalhas-de-peso. www.greanpeace.org/brasil/cupuaรงu-e-nosso.