Manual Manual de de Produção Produção Gráfica Gráfica
Maria Eduarda de Souza Zimmermann
Maria Eduarda de Souza Zimmermann
Manual Manual de de Produção Produção Gráfica Gráfica 1ª edição Florianópolis - Santa Catarina, 2016
editora UFSC
“Quando uma forma cria beleza, tem na beleza sua própria justificativa.” Oscar Niemeyer
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Sumário 00. Introdução
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01. Processos de Impressão
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02. Acabamentos
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03. Check-list
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04. Exemplo Aplicado
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05. Glossário
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00.
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Introdução A história da escrita e o desenvolvimento do papel estão estreitamente ligados a história da impressão. Para chegarmos em Gutenberg e sua prensa, precisamos entender como a escrita influenciou a evolução do papel, que foi imprescindível para a invenção da imprensa.
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A Escrita A escrita como conhecemos não vem de muito longe, porém para chegarmos neste ponto precisamos começar a partir do momento que temos os primeiros indícios da presença do homem na Terra. Uma das primeiras civilizações a desenvolver um sistema de escrita foi a egípcia. Sua escrita é composta por símbolos divisíveis de fonogramas (sinais fonéticos) e ideogramas (sinais que significam uma ideia), dispostos na vertical, da direita para a esquerda.
Hieróglifos egípcios em papiro
Aos poucos esse tipo de escrita foi gradualmente sendo conduzida para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras, aproximando a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua oral. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades justapostas, mais ou menos independente umas das outras e nitidamente diferenciável, o que permitiu o surgimento dos primeiros alfabetos. A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer 11
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palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias.
Alfabeto fenício
Durante a Idade Média, apenas poucas pessoas possuíam a Bíblia ou livros de qualquer tipo. Os textos eram copiados à mão por monges, em folhas de papiro ou pergaminho. O custo do material e o tempo para os copistas tornava inviável a posse de um livro para um homem comum, além de que muitas pessoas não conseguiam ler a própria língua (a grande maioria era escrito em latim), tornando tudo ainda mais escasso.
Monges copistas
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Tipografia e a Imprensa Uma das maiores mudanças foi na Alemanha, durante o período do século XV (por volta de 1450) quando Johannes Gutenberg experimentou a impressão com tipos móveis de metal. Ao montar um livro com tipos de chumbo, ele podia fazer muitas cópias a um custo muito inferior ao de um texto copiado à mão. Seu primeiro trabalho impresso foi duzentas cópias da Vulgata, a Bíblia latina. Conforme liam, as pessoas começaram a se sentir parte do maravilhoso mundo da Bíblia.
Johannes Gutenberg e a prensa tipográfica
A partir da invenção da imprensa, o aumento de consumo fez com que aumentasse o número de moinhos papeleiros. As formas das letras do alfabeto latino evoluíram através do tempo, servindo como base para a criação dos tipos utilizados nos livros e na Bíblia. Além disso, As tipografias criadas na Europa possuem suas marcas características originais da cultura do país em que foram concebidas. 13
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“
“
“O processo de Gutenberg era um perfurador feito do aço, com uma imagem espelhada da letra a qual era pressionada em um metal e formava uma forma da letra. Nesta “forma” era derramado um metal derretido, o que dava origem ao tipo. Depois cada tipo era posto em uma matriz para dar forma à página do texto, esta formava uma espécie de carimbo, que pressionado no papel resultava na impressão” A importância da tipografia na história e na comunicação” Ana Paula dos Santos; Suzana Funk
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O Papel Os primeiros suportes da escrita e da arte humana eram muito mais rústicos do que a folha de papel como conhecemos hoje. Os registros mais antigos de pinturas do homem foram feitos nas paredes de pedra das cavernas. Além da pedra, outros suportes utilizados nos primórdios da história foram a argila, madeira, folhas de árvore (como a palmeira), couro de animais (pergaminho) e alguns metais.
Pintura em cavernas
Escrita na argila
Arte em pedra
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O primeiro precursor mais parecido com o papel como conhecemos foi o papiro. As folhas de papiro eram feitas a partir de fatias retiradas do caule de uma planta, muito comum no Egito. Essas fatias eram lavadas e dispostas uma ao lado da outra, e depois de secas eram prensadas e polidas, se transformando numa superfície flexível e sensível a tinta.
Fabricação do papiro
A popularização do papiro levou a escassez da planta, o que obrigou a procura de novos materiais para substituí-lo. Assim, a técnica chinesa de produção de papel que utilizava fibras de algodão, seda ou cascas de amoreira, começou a ser disseminada. Aos poucos, a fabricação do papel foi sendo refinada até chegar à folha de papel como conhecemos, feito a partir da celulose, um composto encontrado na casca das árvores. Nota: a primeira fábrica de papel do mundo surgiu na Itália.
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Processos de Fabricação
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A principal matéria-prima para a produção de papel são toras de madeira. Nas fábricas, após serem cortadas, elas passam por um descascador e picador, de onde saem na forma de pequenos cavacos (lascas). Num tanque chamado digestor, os cavacos são cozidos dentro de um líquido composto por água e alguns agentes químicos, como sulfitos. O resultado desse cozimento é chamado de polpa. A polpa passa por um processo de lavagem, em tanques e centrífugas, onde são extraídos os cavacos que não se dissolveram e outras impurezas. Depois, ela é deixada em repouso em outros tanques, numa etapa chamada de branqueamento, para separar a celulose de outros resíduos. Os restos não aproveitados de madeira são queimados em caldeiras e transformados em energia elétrica em turbogeradores a vapor. A energia gerada aqui alimenta o próprio processo de fabricação do papel.
A polpa de celulose, ainda com alto teor de água, passa por uma máquina chamada mesa plana, que transforma essa massa úmida em uma grande folha contínua e lisa, pousada sobre uma esteira rolante de feltro. A grande folha, movida pela esteira rolante, passa por rolos de prensagem e secagem com ar quente, que retiram o excesso de água, compactam o papel e alisam a folha. Dependendo do tipo de produto que se quer, ela ainda passa pelo coater (revestidora), um rolo que aplica uma película que protege ou dá brilho ao papel.
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Finalmente, a folha passa por um aparelho chamado enroladeira e por rolos de rebobinagem, onde o papel se descola da esteira rolante e forma enormes rolos, estando pronto para o corte e o empacotamento.
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Processo de fabricação do papel
Para se obter um produto de qualidade, deve-se observar algumas características do papel em reação a printabilidade: o comportamento em máquina; a capacidade de tintagem e a capacidade de reflexão da imagem impressa. O acabamento pode ser áspero, liso, macio, acetinado, prensado… nos dois ou em um só lado. A prensagem, tanto em calandras quanto em prensas, influi na aparência, na qualidade e consequentemente, no preço do papel. O peso é dado ao papel durante o processo de manufatura, pois depende do número de vezes que ele passa pelos rolos da calandra (cilindro de borracha). Já o revestimento, é aplicado sobre a superfície da folha, com a finalidade de torná-la mais uniforme e menos áspera, melhorando a opacidade do papel e a qualidade da impressão.
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Tipos de Papéis Existem três tipos de papéis: os revestidos, os não revestidos e os especiais. (01) Revestidos: superfícies uniformes, com maior qualidade de impressão e grau de brilho. Ex: papel acetinado; papel para impressão em rotogravura; bristol; papel bíblia; bond; couché-gessado e etc. (02) Não revestidos: superfície áspera. Ex: papel de jornal, papel para impressão em Offset, cartolina e papelão, apergaminhado, kraft e etc. São mais porosos, absorvem melhor a tinta. Logo, quanto mais poroso o papel, maior a tendência ao atravessamento. (03) Papéis especiais: papéis dos mais variados tipos, que não se enquadram em outras classificações. São uma opção mais barata. Ex: papel fôrma (ou de tina); vergé; papéis feitos à mão; bordas dentadas; papel da China e papel Japonês e etc. Exemplos 01 Revestidos papel acetinado.: é prensado em calandras perdendo um pouco de espessura. Permite melhor impressão de caracteres e ilustrações.
papel bristol.: cartão de melhor qualidade que se obtém pela colagem de folhas, empregam-se em trabalhos de luxo (cartões de visita, eventos, etc).
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papel super bond.: feito com pasta de trapos, pasta química de melhor qualidade. Usado para escrita, envelopes, e encartes.
couchê brilho.: papel brilhante muito próprio para impressão de textos, apesar de ser muito lúcido e incomodar a visão, utilizado em revistas.
02 Não Revestidos papel offset.: papel com bastante cola, de superfície uniforme, livre de felpas e penugem, preparado para resistir a ação da umidade.
papel jornal: papel de baixa qualidade, deve ser usado em apenas rotativas de jornal.
apergaminhado.: qualidade superior, imita o pergaminho.
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03 Papéis Especiais verge: textura fosca com uma trama formada por pequenos sulcos, branco ou cores pastéis. Causa sobriedade e diferenciaçã o ao projeto, mas é muito utilizado. papel-da-China: fabricado com a casca do bambu, aspecto sujo, mas macio e brilhante, usado em tiragem de gravuras.
papel japonês/papel-de-arroz: branco ou pouco amarelado, sedoso, espesso, transparente, frágil, utilizado em gravuras.
papel crepom: é um dos mais leves que existem, é produzido ao ser coberto por uma espécie de cola e posteriormente encrespado.
papel marrakech: usado em impressos que precisam de mais sofisticação, como por exemplo em cardápios, catálogos, convites, etc.
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Tamanhos Padronizados No Brasil, exite o padrão AA (76 x112 cm) e BB (66 x 96 cm).
Padrão AA
Padrão BB
O Formato Internacional é o DIN (DIN (Deutsches Institut für Normung) e o ISO (International Organization for Standardization).
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Cor Cor de seleção: tintas das cores básicas: ciano, magenta, amarelo e preto. (CMYK - Escala Europeia) Cores de escala: cores reproduzidas a partir das cores de seleção, ex: laranja, verde, lilás. Escala RBG: Sistema de cores aditivas formado por Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue). O propósito principal do sistema RGB é a reprodução de cores em dispositivos eletrônicos, como monitores de TV e computadores, por feixes luminosos de luz. Escala CMYK: sistema de cores subtrativas formado por Ciano (Cyan), Magenta (Magenta), Amarelo (Yellow) e Preto (Black (Key)).É empregado por imprensas, impressoras e fotocopiadoras para reproduzir a maioria das cores do espectro visível, e é conhecido como quadricromia.
Escala CMYK e RGB
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Importante: na produção de um impresso sempre converter as cores originais geradas nos programas em RGB para CMYK. O designer indica as retículas a serem utilizadas por cada tinta. Essa indicação se realiza por porcentagem, forma utilizada para definir a quantidade de pontos de cada cor de seleção para se alcançar aquela cor de escala. Por exemplo, um laranja pode corresponder a 50% de Magenta + 100% de Yellow. Cores Especiais: cor especial (cores spot, nos programas de computador) é qualquer cor que não seja impressa a partir da combinação das tintas Cyan, Magenta, Yellow e Black. Um vermelho feito com tinta vermelha ou um dourado por exemplo, são tintas especiais. Escala Pantone: Considerada tinta especial, é uma escala baseada em 14 tintas, essa escala consegue produzir 1114 cores especiais. Além disso, foi criada uma padronização numérica das cores para facilitar a sua identificação. Apenas 45% das cores Pantone são fielmente reproduzidas em 4 cores. Cada cor tem um código numérico + letra(s) que a define. C= coated; U= uncoated; M= matte. O fenômeno de Hexacromia Pantone é quando utiliza-se dois tons muito saturados de laranja e verde, ao lado da escala CMYK, gerando cores mais vivazes, porém possui um custo mais elevado e seis tintas geram seis impressões.
Amostra de cores Pantone
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Sobrecarga de Tinta O excesso dos pontos de cada uma das quatro cores de seleção “entope” as retículas e a grande quantidade de tinta requerida aumenta o ganho de ponto, gerando imagens borradas, escuras ou com má definição. Esse exagero de tintas também aumenta o risco de rasgos durante a impressão, produz decalques de uma folha no verso da outra, além de exigir um maior tempo de secagem. Para evitar esses problemas há um limite para a soma das porcentagens, no processo offset, de 260 a 320%. Por isso é comum corrigir as porcentagens, para que todos os meiostons sejam formados por uma soma dentro do limite aceitável.
Limite de tintas recomendado para separação em CMYK
Entrada em Máquina Cada cor utilizada numa impressão corresponde a uma impressão em separado. No jargão gráfico, cada uma destas impressões é chamada de entrada em máquina. Por isso, um dado fundamental para um serviço de impressão é informar quantas entradas em máquina aquele trabalho requer. Esta informação é dada de uma maneira padronizada: x/y. Ele é formado por dois números, separados por uma barra, que indica quantas entradas em máquina (impressões de cada tinta) cada face do papel terá, ex: 2/0 = impressão de duas cores numa face e nenhuma impressão no verso.
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01.
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Processos de Impressão Os processos de impressão são definidos pela forma como ocorre a transferência dos elementos gráficos para o papel e podem ser classificados em: relevográficos, encavográficos, planográficos, e permeográficos.
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Relevográficos Neste tipo de impressão a matriz/chapa possui um alto relevo. A tinta fica depositada sobre a matriz/chapa.
Xilogravura Foi um dos primeiros métodos de impressão. De origem chinesa, chegou à Europa no século 14, sendo utilizada naquele século e no seguinte inclusive para a impressão de livro. O nome vem de xilo = madeira + glifo (marcar) ou ia (ação). Consiste em fazer a imagem desejada invertida sobre uma prancha lisa, de madeira, e depois é “escavada” a madeira, com goivas, retirando toda a madeira que não faz parte da área desenhada, deixando em relevo a imagem para ser reproduzida. Benefícios: técnica de impressão clássica e tradicional. Problemas: requer muito trabalho manual preciso.
Exemplo de Xilogravura
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Tipografia É um método de impressão direto em alto relevo, que utiliza como matriz os tipos (peças fundidas, letras, números , caracteres especiais) e clichês (para desenhos ou fotos). Possui baixo custo, é impresso em pequena tiragem e tem boa aplicação em cartões de visita, convites, cartões comemorativos, notas fiscais, etc. Benefícios: impressão clássica. Problemas: requer bastante trabalho.
Tipos fundidos
Flexografia É um sistema de impressão rotativo direto e com tinta de secagem rápida. Utiliza clichés à base resinosa, ajustáveis sobre os cilindros porta-clichês e entintados por um cilindro simples ou outro provido de uma racle, que transportam tintas líquidas ou pastosas sobre qualquer suporte. Os elementos que serão impressos ficam em relevo na matriz e são entintados, imprimindo mediante pressão sobre o suporte.
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Benefícios: a flexografia consegue imprimir em uma variedade de materiais muito grande, como plásticos e latas, e por isso é muito usada em embalagens de alimentos. Além disso, ela apresenta baixo custo e as matrizes criadas tem alta durabilidade chegando a poder produzir mais de 1.200.000 cópias dependendo das condições das máquinas impressoras e de outras variáveis. É o melhor processo para embalagens termoencolhíveis. Problemas: tem dois problemas bem comuns: o squash - é o ganho de ponto que pode acontecer na impressão, causando algumas deformações na arte final; e o trapping que é a sobreposição de cores que acontece, principalmente quando não há um bom controle de qualidade.
Processo de Flexografia
Termografia Também conhecido como Relevo Americano, é um tipo de impressão de imagens e textos em relevo com o uso de calor. Assim, consiste na cobertura de uma fina camada de tinta úmida com um pó termoplástico que, quando aquecido, torna-se um líquido homogêneo. No resfriamento, o líquido solidifica-se em relevo sólido sobre a área impressa. Benefícios: a impressão não é tão cara quanto outros acabamentos utilizados para a mesma finalidade; Pode ser aplicado em detalhes finos com precisão. Problemas: o pó usado é caro; Difícil de encontrar gráficas que trabalhem com termografia. 31
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Exemplo de relevo americano
Encavográficos Processo com a matriz/chapa cavada com sulcos. Este sistema faz com que a tinta fique depositada dentro da matriz/chapa.
Talho Doce O processo começa com o desenho sendo entalhado em uma superfície, geralmente de metal. Depois de pronto, a superfície é coberta de tinta. Ela então é esfregada até remover a tinta da superfície, deixando-a limpa, apenas com a tinta que ficou depositada na incisão (entalhe). O suporte a ser impresso, como por exemplo o papel, é colocado na parte superior e um rolo aplica uma forte pressão contra a placa, transferindo a tinta do entalhe para o papel. Benefícios: é praticamente impossível de imitar impressões feitas em talho doce. Por essa razão, é uma técnica muito usada na fabricação de documentos e do dinheiro para dificultar falsificações. Problemas: é um processo demorado, trabalhoso e exige habilidade. 32
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Exemplos de talho doce, é utilizado na fabricação do real
Rotogravura O processo de impressão rotogravura é chamado também de processo em baixo relevo, porque a imagem na matriz é um baixo relevo em relação à superfície do cilindro. A matriz de impressão do processo rotogravura é criada na gravação de pequenos alvéolos em um cilindro de cobre, por processos químicos ou por processos eletromecânicos que usam um pequeno diamante. Depois da gravação, esse cilindro é revestido em cobre para aumentar sua durabilidade. Durante o processo 33
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de impressão o cilindro gira dentro de uma banheira de tinta, que em seguida é raspada, deixando apenas os pequenos alvéolos preenchidos. Então, a superfície a ser impressa é pressionada contra esse cilindro por um rolo, transferindo para ela a tinta dos alvéolos. Benefícios: imprime sobre diversos tipos de materiais flexíveis e semiflexíveis como alumínio, plástico e papelão; tem alta velocidade e qualidade de impressão, além de uma secagem da tinta quase instantânea; a vida útil dos seus cilindros de impressão é muito maior em relação a outros processos, como o offset, podendo imprimir aproximadamente 10.000.000 cópias. Problemas: os cilindros de impressão demoram mais para serem feitos e possuem um custo elevado quando comparado a outros processos de impressão como a flexografia e o offset.
Processo de rotogravura
Tampografia Sistema indireto de impressão que utiliza um clichê em baixo relevo. A imagem é transferida da matriz para o suporte através de uma peça de silicone denominado tampão. O tampão pode ter diferentes formatos e, aliado a sua flexibilidade, permite a impressão em superfícies irregulares, tais como: côncavas, convexas e em degraus (não planas). 34
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Benefícios: apresenta altíssima qualidade de impressão em grafismos e traços finos, Possibilita impressões em superfícies irregulares, côncavas, convexas e em degraus. Problemas: a impressão pode ter falhas e baixa cobertura.
A grande maioria das tampas são feitas por esse processo
Planográficos Neste processo de impressão a matriz/chapa é plana. A tinta é atraída para às áreas de grafismo devido a uma propriedade adesiva da camada que constitui a chapa.
Litografia A pedra calcária é primeiro polida com uma variedade de grãos até atingir a textura desejada. É então desenhado por cima da pedra com algum material rico em gordura e em seguida é espalhado uniformemente 35
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goma arábica por toda a superfície. Derrama-se querosene em cima da pedra, retirando todo o pigmento do material usado para o desenho. Esse processo mantém a gordura, que é o que importa para a impressão. Após essa etapa a pedra é umedecida com água e então a tinta é espalhada por toda a superfície. A tinta só se fixará nos lugares cobertos pelo desenho (coberta de gordura) e será repelida pela água dos outros pontos. Só então o papel é pressionado contra a pedra para realizar a impressão. Benefícios: é um procedimento clássico, muito usado para obras de arte. Permite desenhos delicados. Problemas: a pedra usada na impressão é escassa, o que torna o processo caro. Além disso, é uma técnica trabalhosa, lenta e especializada. Não é viável para uso em grandes produções.
Processo de litografia
Offset O sistema de impressão Offset é baseado na repulsão natural entre a água e substâncias gordurosas (no caso a tinta). A imagem é gravada numa chapa. A área de impressão é preparada para receber a tinta, ao passo que as demais áreas são preparadas para receber a água e repelir a 36
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tinta. A chapa com a área de impressão definida é fixada em um cilindro próprio que ao girar, é banhado com água e tinta. A chapa repele a tinta, que o fim só permanece na área de impressão. Em seguida o cilindro irá marcar a imagem em um segundo cilindro revestido de borracha, chamado blanqueta. Só então a imagem será transferida para o suporte final, a partir do cilindro de borracha, efetuando a impressão. Benefícios: baixo custo para altas tiragens; permite o uso de cores especiais; boa qualidade de impressão; alta velocidade de impressão; permite a impressão de grandes formatos. Problemas: requer limpeza das máquinas na troca de impressão; processo muito poluente; alto custo para produção da matriz.
Processo do offset
Offset seco O offset seco é direcionado à impressão de tarjas, fundos de segurança e também para a realização do registro frente-e-verso. Esse dispositivo garante cópia coincidente nos dois lados da nota, impressos simultaneamente. Assim, não utiliza um mecanismo umedecedor. A área de contragrafismo da chapa é feita de uma borracha de silicone, que 37
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repele a tinta sem precisar de água. O uso do offset seco deve crescer com o desenvolvimento da tecnologia e o reconhecimento de suas vantagens ao meio ambiente. Benefícios: como não é necessário obter o equilíbrio correto entre água e tinta, esse método requer menos tempo de preparação; há baixo ganho de ponto e o processo é menos agressivo ao meio ambiente, uma vez que não há o uso e descarte de produtos químicos na solução umedecedora. Problemas: na ausência da água, a temperatura da tinta nos rolos precisa ser mantida a um nível baixo, o que exige tintas especiais além de um ajuste frequente da impressora.
Offset digital É a impressora off-set cuja chapa, pré-montada no cilindro da chapa, é copiada a partir de dados digitais sob o comando de um computador. Ela elimina algumas etapas, principalmente na geração de fotolitos. Na impressão off-set digital o fotolito não existe mais. As informações são gravadas direto na chapa (que vai na máquina). Ideal para médias e pequenas tiragens. Benefícios: tem a possibilidade de encomendar somente a quantidade que o cliente necessita, reduzindo os custos; mesma qualidade offset com a versatilidade e a agilidade das impressoras digitais. Problemas: vale a pena apenas para pequenas tiragens.
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Máquina de offset digital
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Impressão Digital Dispensa o uso de fotolitos e é feita em copiadoras coloridas (para pequenas tiragens até 200 cópias), plotters (para impressão de grandes formatos), impressoras de provas digitais e também as chamadas de impressoras digitais que imprimem grandes tiragens sem fotolitos. Os desafios da impressão digital estão focados em reduzir os custos para a popularização de seu uso. Benefícios: rapidez e baixo custo em pequenas tiragens. Problemas: vale a pena apenas para pequenas tiragens.
Impressora digital
Impressão U.V. Com a tecnologia UV, além de eficiência e alta qualidade de impressão, você consegue soluções de impressão tanto em materiais flexíveis, como lonas e adesivos, como em materiais rígidos tais como MDF, PVC, PVC expandido, vidro, acrílico, alumínio ou aço. Por isso, hoje é possível ter as suas fotos em capas para celulares, ímãs de geladeira, quadros, dentre outros diversos produtos, com muita qualidade e excelente resolução.
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Benefícios: além da agilidade de impressão e secagem das peças, há ainda questões como a durabilidade da impressão, consideravelmente superior; redução nas distorções das peças e cores mais brilhantes. Problemas: vale a pena apenas para pequenas tiragens.
Impressão U.V. em processo
Impressos de Segurança São impressos que passam por um processo diferenciado na impressão, o que garante a sua legitimidade. Os elementos utilizados neste processo são tintas com diferentes reagentes, papéis especiais, selos em hot-stamping e holografia. Com isso, as suas aplicações são em papel filigranado, como marca d’agua (somente visível contra luz, aplicado em dinheiro), em itaglio (cédulas de identidade), em impressão arco-íris (múltiplas cores de um espectro em uma impressão – selos). Além disso, tem a holografia (escala cromática que é alterada com a incidência da luz natural), o fundo numismático (efeito tridimensional), o guilloché (agrupamento de desenhos geométricos, dificultando a falsificação), a micro-letra (linha formada por letras muito pequenas) e por fim a tinta invisível (somente é possível identificar com luz ultravioleta). São muito utilizados em diversas ocasiões diferentes.
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Benefícios: é praticamente impossível de imitar os impressos de segurança, pelos processos diferenciados que garantem sua legitimidade. Problemas: é um processo demorado, trabalhoso e exige habilidade.
Exemplos de impressos de segurança
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Permeográficos Neste tipo de impressão a chapa é uma tela onde a tinta atravessa a matriz nas áreas de grafismo.
Serigrafia Processo de impressão direta através de uma tela de nylon vazada nas áreas de impressão e vedada nas áreas de não impressão. Sua aplicação pode ser feita em diversos tipos de materiais, como papel, tecido, plástico, cerâmica, vidro, metal, couro, etc. Benefícios: é um processo barato; aceita uma grande gama de suportes (tecido, papel, plástico…); as telas podem ser reaproveitadas. Problemas: não indicado para impressões com muitas cores; fácil de causar erro no encaixe das cores, apenas para pequenas/médias tiragens.
Processo da serigrafia
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Plotter Eletrostática A plotter eletrostática é empregada para a produção de projetos em grandes formatos que exigem maior qualidade de resolução das imagens (em geral, até 400 DPI) e, grande resistência a intempéries. São o cruzamento entre plotters e impressoras a laser. Por isso, é utilizada em painéis gigantes de publicidade fixados em laterais (empenas) ou fachadas de prédios, bem como letreiros e backlights. Banners, displays, faixas e outros impressos promocionais também são aplicações. Benefícios: alta qualidade em impressos de grandes portes; impressões em diversos formatos e tamanhos (ex: chapas de metal, plástico e etc). Problemas: máquina cara; impressora grande (ocupa muito espaço).
Máquina de plotter
Router Mais conhecida como corte do que impressão, a Router faz cortes em materiais semi rígidos.É um equipamento que possui 3 eixos (x, y e z) e o controle destes é todo computadorizado. Para receber o comando é necessário gerar o código G, que é transformado nos movimentos.
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Informa-se ao programa a espessura do material, qual a fresa a ser utilizada (para cada material existe uma), o avanço dos eixos (que é a velocidade de x e y), e o passo vertical (que consiste no controle do eixo z). Benefícios: consegue imprimir (cortar) em materiais mais rígidos como madeira, plásticos, acrílicos e alumínio; corta materiais com até 15 cm de espessura. Problemas: não é tão preciso em desenhos pequenos e não consegue fazer tantos detalhes.
Exemplo de router em MDF
Sublimação É um processo de transferência de imagens para uma superfície, por meio de tinta, em forma de gás para um papel especial. A inovação desse processo esta baseada na impressão via transferência por sublimação que também ficou conhecida como impressão a seco. Assim, a arte é impressa no papel sublimático em uma impressora jato de tinta adaptada com um bulk ink. Utiliza tinta sublimática ao invés de cartuchos de tinta. Após essa impressão, é transferida para o material desejado através da prensagem a quente, onde a tinta receberá muito calor e passará da fase sólida diretamente para a gasosa. Importante ressaltar que a arte precisa ser impressa espelhada. Esse processo só acontece em poliéster. Os produtos de diferentes materiais precisam receber uma camada externa de resina a base de poliéster. Benefícios: quantidade de cores; riqueza dos detalhes; custo fixo ou; impressão de alta durabilidade e impressão em diferentes superfícies. 44
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Problemas: dificuldade de estampar peças escuras pois a tinta sublimática é translúcida; dificuldade para alcançar boa fidelidade nas cores; não possui boa cobertura e a impressão ocorre apenas em materiais de poliéster ou com camada.
Exemplo de impressão por sublimação
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02.
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Acabamentos Os acabamentos são a última etapa do processo gráfico e sempre ocorrem após a impressão das peças. Eles podem ser necessários para a finalização do impresso ou simplesmente para agregar maior valor ao resultado final.
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Refile Por ser uma etapa básica e invariavelmente necessária, o refile sequer é mencionado no item “acabamento”. Ele é o tipo de acabamento mais comum por ser fundamental para a qualidade do impresso. Suas principais funções são:
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Eliminar margens e marcas de impressão, como a sangria e marcas de corte. Em lâminas soltas, para separar diversas unidades impressas (corte linear). Em impressos paginados, para “abrir” os cadernos após eles serem formados pela dobradura da folha de entrada. Definir o formato definitivo do impresso, já na etapa final do acabamento.
Gulhotina de papel, um dos instrumentos usados para fazer o refilamento do papel
Dobradura Chama-se de dobra o acabamento dado ao material que tem o intuito de mudar o seu formato. É um acabamento muito utilizado em folders. As dobras mais comuns são as paralelas (viradas para o mesmo lado), as sanfonadas (viradas para lados diferentes, alternadamente) e as cruzadas (uma dobra sobrepõe a outra, ortogonalmente). 49
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Exemplos de dobraduras em papel
Vincagem O vinco é um sulco aplicado ao papel para facilitar o seu manuseio ou a realização de dobras. Ele é utilizado em capas de brochuras com lombada quadrada, localizado próximo à lombada, permitindo a abertura da capa sem forçar o papel. No segundo caso, é usado em papéis de maior gramatura, que possuem uma resistência maior e podem “quebrar” com a dobra. Por exemplo, um papelão ao ser dobrado “quebra”. Geralmente, papéis a partir de uma gramatura de 200g precisam ser vincados.
Vincador de papel
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Corte com Faca Embora o refile também seja um corte, este termo (corte com faca) é utilizado para aqueles que necessitam de lâminas específicas (que não podem ser produzidos nas guilhotinas comuns). Muito adotado na confecção de embalagens para a geração de abas e também para valorização de projetos gráficos. Podem ser criados infinitos tipos de faca, conforme a necessidade e preferência do cliente para o projeto.
Faca de corte para embalagem
Encadernação Última etapa no processo de acabamento de impressos paginados. Pode ser feito de algumas maneiras diferentes, como encadernação com lombada canoa; lombada quadrada; lombada costurada; ou mecânica. Lombada quadrada: as páginas são fixadas por aplicação de cola na lombada utilizando um adesivo térmico (hot melt). Os cadernos são colecionados, sobrepondo-se uns sobre os outros. A lombada dos cadernos é cortada e fresada, deixando as páginas livres para receber cola. Após a aplicação da cola, a capa é colada ao miolo. 51
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Lombada canoa: as páginas são fixadas através de grampos metálicos na lombada. Os cadernos e a capa são colecionados acavalando-se uns sobre os outros para receber o grampo. Wire-O: garras metálicas opostas atravessam as perfurações feitas em uma das bordas das folhas e se juntam para encadernar as páginas. Lombada costurada: as páginas são sobrepostas e costurados com linha e depois se cola a capa. Esta lombada é bastante utilizada em livros que necessitam de muita durabilidade ou sofisticação. Mecânica: relativamente barata, consiste na reunião das páginas pelo encaixe dessas em acessórios plásticos ou metálicos por meio de furos. É o caso dos espirais, wire-o, grampo-pasta-arquivo , pasta arquivo etc. No layout é preciso prever uma margem interna maior, para que as áreas impressas não sejam perfuradas.
Alguns exemplos de lombadas aplicados
Impressões Adicionais Hot stamping: processo relevográfico que consegue obter efeito semelhante ao de uma impressão em metal, tanto em relação a coloração quanto ao brilho. Nele uma fita impressora é que pressionada por um clichê a alta temperatura, passando esse efeito para o material desejado. Vários termos são utilizados para descrever esse processo, incluind estampagem e quente, xilografia e gravação metálica. 52
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Aplicação de hot stamping em cartão de visitas
Revestimentos Plastificação: seu principal objetivo é o aumento de durabilidade do impresso e por isso é muito utilizado em capas. É aplicado por calor e pressão um filme em geral de polietileno. Não recomenda-se a aplicação em papéis abaixo de 120g/m², impressão de tintas metálicas e papéis ásperos com grandes áreas chapadas.
Peça plastificada
Laminação fosca (BOPP): aplicação de uma película plástica e fosca. Recurso com objetivo e efeito semelhante ao da plastificação, porém com maior aderência. A laminação fosca tem sido largamente utilizada por proporcionar um acabamento discreto e elegante. 53
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Verniz: é um composto incolor aplicado a materiais impressos para proteger o suporte contra desgaste, manipulação ou resíduos, ou para aprimorar a aparência visual de um projeto e seus elementos.
Cartão de visitas com acabamento em verniz
Verniz UV: É um acabamento muito utilizado, principalmente em cartões de visita e consiste em deixar uma área específica com destaque envernizado. Ele é conhecido por dar mais sofisticação ao material, apresentar a nitidez das cores, dar brilho a elementos específicos e aumentar a resistência do impresso.
Cartão de visitas com aplicação de verniz U.V.
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Efeitos sobre o Papel Gofragem: Processo de decoração de papel ou de cartão com texturas em relevo, pela pressão contra chapas ou cilindros gravados. O processo de gofragem envolve uma matriz em alto-relevo, montada sob o suporte a ser estampado, e uma contra-matriz em baixo-relevo que se encaixa perfeitamente à primeira, montada sobre o suporte; quando pressionadas, produzem uma imagem em alto-relevo no suporte.
Exemplo de gofragem
Picote: Perfuração em linha na folha, utilizado para tornar o destaque dela mais fácil.
Exemplo de picote
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Serrilha: Tem o mesmo propósito do picote, porém é só uma marcação na folha, sem apresentar furos.
Aplicação de serrilha
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Checklist de Informações Gráficas
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Fechamento de Arquivo Esse processo assegura que um arquivo PDF (Portable Document Format), ou um documento de layout de página original antes da criação do PDF, seja fornecido à gráfica ou ao birô sem erros, evitando possíveis problemas em etapas posteriores. O fechamento de arquivo pode ser executado por meio do uso de softwares especializados como Enfocus Pitstop Professional ou o Flightcheck Professional da Markzware. Porém a funcionalidade de fechamento incorporada a softwares como o InDesign, por exemplo, dispõe de inúmeros recursos e satisfaz praticamente todas as exigências de pré-impressão. Enviar um arquivo aberto significa enviar o documento original, em formato CDR, AI, INDD, acompanhado das fontes para instalação. Esse procedimento é usado em alguns casos, mas a maioria das gráficas, principalmente as de grande porte, só aceita arquivos fechados, ou seja, o PDF. Ao trabalhar com um PDF pronto para impressão a gráfica processa a imagem rasterizada (RIP), faz o ajuste de trapping e organiza o plano de imposição para a produção de provas e posterior impressão.
Variações de PDF para Impressão PDF/X-1a (2001 e 2003): requer a incorporação de todas as fontes, a especificação das máscaras e sangrias apropriadas e a exibição das cores no modo CMYK, cores especiais ou ambos. Arquivos compatíveis devem conter informações que descrevam a condição de impressão para a qual foram preparados. Arquivos PDF criados para compatibilidade com o PDF/X-1 a podem ser abertos no Acrobat 4.0 e no Acrobat Reader 4.0 ou posterior. PDF/X-1a: podem ser abertos no Acrobat 4.0 e no Acrobat Reader 4.0 ou posterior. Além disso, ele usa o PDF 1.3, reduz a resolução de imagens coloridas e em tons de cinza a 300ppi e imagens cromáticas a 1200 ppi, incorpora subconjuntos de todas as fontes, cria PDFs sem marcas e nivela a transparência por meio da configuração Alta resolução. 61
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PDF/X-3: Essa predefinição cria um PDF baseado no padrão ISO PDF/X-3:2002. Os arquivos PDF criados nessa configuração podem ser abertos no Acrobat 4.0, no Acrobat Reader 4.0 ou posterior. PDF/X-4 (2008): Esses arquivos de criação predefinidos ISO PDF/X-4:2008 oferecem suporte para transparências vivas (a transparência não está nivelada) e gerenciamento de cores ICC. Arquivos PDF exportados com essa predefinição estão no formato PDF 1.4. Imagens têm a resolução diminuída, são comprimidas e as fontes são inseridas da mesma maneira que nas configurações PDF/X-1 e PDF/X-3. É possível criar arquivos compatíveis com PDF/X-4:2008 diretamente nos componentes do Creative Suite 4 e 5 (illustrator, InDesign e Photoshop). O Adobe Acrobat Pro Fornece facilidades para validar e comprovar arquivos PDF em conformidade com PDF/X-4:2008 e também para converter outros arquivos não PDF para PDF/X-4:2008 se possível, por essa maior compatibilidade. A Adobe recomenta PDF/X-4:2008 como o melhor formato de arquivo PDF para trabalhos de impressão.
Recomendações Gerais Definir a margem de acordo com o processo e encadernação: dependendo da forma como o material será encadernado, seja espiral, lombada, quadrada ou canoa, existe a necessidade de uma margem de segurança maior. Assim, irá evitar dificuldades de manuseio e principalmente o corte do texto. Em geral uma margem de segurança de 1,5 a 2cm é suficiente, considerando que pelo menos 0,3 cm serão usados no refile. Usar a sangria do documento: este recurso deve ser usado sempre que o layout apresentar imagens ou outros elementos que devem ser impressos até o limite da lateral. Para evitar que após o refile fiquem aparecendo filetes bancos na lateral é recomendado prolongar as imagens além da linha de corte de 0,3 a 0,5 cm. Essa margem de segurança é definida como sangria ou sangra, sendo o designer o responsável por colocar esse valor no documento antes/na hora de salva-lo. 62
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Imagens com 300dpi (mínimo) de resolução: a resolução do arquivo deve ser proporcional a resolução de saída de impressão. A maioria das gráficas trabalha com no mínimo 150lpi, necessitando assim do dobro de dpi para um bom resultado. Achatar as imagens (compactar camadas): ao usar filtros, lentes, transparências e outros recursos é recomendado fundir todos os elementos gerando uma única imagem, sem camadas e já convertida em CMYK. Padrão de cor CMYK: a maioria dos processos de impressão trabalha com a escala CMYK portanto o arquivo final deve estar preparado para este formato. Essa conversão pode ser automática no fechamento do arquivo, se for o caso, mas isto não é recomendado devido às variações que podem ocorrer. O ideal é que as imagens sejam convertidas e preparadas previamente, com todos os ajustes necessários. Não converter fontes em curva: algumas fontes podem apresentar problemas de pontos ao serem convertidas em curvas principalmente as de textos pequenos. O ideal é incorporar as fontes no arquivo fechado, como por exemplo o que acontece no PDF. Assim, as fontes serão visualizadas e impressas da forma correta, mesmo que não estejam instaladas no outro computador. Além disso, por uma questão de direitos autorais não se deve enviar fontes a não ser que sejam gratuitas, junto com o arquivo. Não usar texto preto com cores compostas (preto calçado): o recurso de calçar o preto com as outras cores da escala é recomendado apenas para grandes áreas de cobertura. Quando este recurso é usado no texto gera efeito indesejável de sobrecarga de cor. Imposição de páginas: a imposição consiste em organizar as páginas de acordo com a forma como serão encadernadas. Esse processo é feito automaticamente em softwares como o InDesign. As gráficas preferem receber o arquivo fechado com páginas separadas, sem imposição, pois este processo é feito posteriormente para a gravação das chapas. De qualquer forma o designer deve fazer um boneco com as páginas posicionadas para planejar o layout e gerar um protótipo para apresentar ao cliente. 63
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Checklist
1Não utilize cores RGB, use sempre CMYK ou cores especiais. 2Salve sempre suas imagens/fotos em TIF. 3Salve gráficos e vetores em EPS. 4Confira a resolução. Para impressão offset o ideal é 300 dpi. o arquivo final para gráfica em TIF, EPS ou PDF. Procure não 5Envie enviar em arquivo aberto. para não escrever muito perto das bordas. Faça uma área de 6Cuide proteção (5 mm). 7Lembre-se de sangrar seus arquivos (5 mm). 8Indique com linhas (de 3 mm) as marcas de corte. 9Indique com linhas tracejadas (de 3 mm) o local das dobras. de iniciar o trabalho pense no tipo de papel que irá usar e consulte 10Antes o fornecedor gráfico para saber se as características do mesmo são compatíveis com o seu trabalho.
de iniciar o trabalho confira a tabela de aproveitamento de papel 11Antes (de acordo com a gráfica que irá imprimir) e tente adequar seu trabalho. para o cliente fazer uma correção detalhada do material final a ser 12Peça impresso. Isso diminui a porcentagem de erros e diminui sua parcela de culpa no caso de algum erro.
sempre prova do seu trabalho com as últimas modificações e de 13Envie preferência no tamanho 1:1. 64
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todas as fontes usadas com suas devidas famílias (ex. regular, bold, 14Envie itálica, black, extra light, etc). somente os arquivos que devem ser impressos. Não mande arquivos 15Envie com páginas em branco ou com páginas que não devem ser impressas. todos os objetos que estiverem fora da página ou que não devam 16Elimine ser impressos.
17Deixe e-mail ou telefone de contato com a gráfica. qualquer observação que for necessária no seu trabalho, tais 18Anote como: camada para silk, número de cores, cores especiais, corte especial, e etc, para facilitar e afirmar esses requisitos na hora da impressão.
seus arquivos, evite usar blends, lentes, transparências, 19Simplifique patterns, etc. Caso utilize alguns destes efeitos, converta-os em vetor. mudar o tamanho das imagens nos programas de ilustração ou de 20Evite paginação, faça nos próprios programas de edição de imagem. amplie suas imagens, escaneie de novo caso você precise em um 21Não formato maior, quando você amplia elas na verdade está perdendo resolução e com isso qualidade.
as opções bold e/ou itálico para fontes pode funcionar para 22Marcando a tela ou impressão em baixa resolução mas quando a impressão for em
alta resolução pode não funcionar, você deve ter certeza de que tem a fonte que quer usar e sua respectiva família. Exemplo: usar Helvetica e Helvetica Bold funciona pois existe esta fonte correspondente, agora usar Futura Black e depois selecionar a opção Bold não irá funcionar pois não existe a fonte Futura Black Bold.
o trabalho requeira alguma faca especial, procure não colocar nada 23Caso muito perto da margem de corte.
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Indique o formato das facas especiais com uma cor pura (magenta, ciano ou amarelo). Evite o preto neste caso.
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Lembre-se que a faca de corte é feita com uma lâmina torcida no formato solicitado. Quanto mais simples menor o custo e as chances de erro.
os locais de verniz localizado com 100% de uma cor pura em 26Indique uma página separada. Especifique bem que aquela página é referente a aplicação de verniz e deixe claro a que página ela deve ser aplicada.
do trabalho impresso você (e seu cliente) tem o direito de ter 27Depois de volta o fotolito e a faca de corte. Você pagou por eles e pode querer utilizar novamente em alguma tiragem futura.
todas as gráficas trabalham da mesma maneira com todos os 28Nem materiais. Por isso, a cada novo trabalho procure fazer orçamentos em outras gráficas. As vezes uma gráfica que trabalha bem e barato com corte especial não consegue reproduzir com precisão as cores. Pesquise sempre.
realizar um trabalho impresso pense no processo inteiro, desde a sua 29Ao criação, envio de arquivo, impressão, distribuição, local de distribuição,
manuseio e descarte. A preocupação com o processo é a principal característica de uma arte-final bem realizada.
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Exemplo Aplicado
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Para facilitar o processo de orçamento em gráficas, segue abaixo um modelo de e-mail com a resposta da gráfica sobre o orçamento de um Livro de Receitas. É importante ressaltar todas as especificações técnicas do projeto, pois tudo isso irá influenciar no custo final. MODELO DE E-MAIL:
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Foi enviado as seguintes gráficas: (01) ROCHA (02) ELBERT (03) DARWIN
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Glossário
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ARQUIVO ABERTO (sm) Termo utilizado para arquivos de computador em formato nativo do programa utilizado para criação do trabalho. Ex.: .CDR, AI, PSD etc. Arquivo salvo no próprio programa criado como por exemplo arquivos de PageMaker/InDesigner, QuarkXpress, Illustrator ou CorelDRAW. ARQUIVO FECHADO (sm) Termo utilizado para arquivos de computador em formato nativo da impressora onde este será impresso. Ex.: PS, PRN, PDF etc. Arquivo salvo para uma impressora PostScript com todas as configurações de saída de filme, lineatura etc. BIRÔ (sm) Significa a parte em gráficas digitais rápidas (mais fajutas), que cuida da finalização do arquivo para impressão. BOBINAS (sf) Grande rolo de papel contínuo, para impressões tipográficas de grande tiragem. BROCHURA (sf) Encadernação simples, na qual os cadernos são cosidos ou colados na lombada de uma capa mole. 79
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CONTA-FIOS (sm) Pequena lupa de grande aumento, montada sobre uma peça dobradiça, bastante usada na indústria têxtil para observar os fios de um tecido e em tipografia para verificar detalhes de impressão. CHECK-LIST (sm) Enumeração do conjunto de acções a desenvolver por forma a atingir determinado objetivo com a máxima eficiência. CMYK (sf) Espaço de cor cujas cores primárias são C (Cyan, ciano), M (Magenta) e Y (Yellow, amarelo), mais o canal adicional K (preto). É o mais usado em impressos de papel. As cores da quadricromia. COAT (revestimento) (sm) Diz-se de todo material depositado sobre uma superfície (verniz, tinta etc), para melhorar a qualidade de impressão. COLOFÃO (sm) Inscrição que pode estar no fim ou início do livro e que contém a informação sobre título, autor, editor, gráfico, tipografia, local e data de impressão, entre outros. 80
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DPI (Dots Per Inch) (sm) Pontos por polegada; unidade de medida de resolução. É a medida de resolução de uma impressora digital, imagesetter, ou CTP. ESCALA DE CORES (sf) Tabela impressa que contém as diversas combinações de tonalidades de cor. EPS (sm) Encapsulated PostScript. Criado pela Adobe Systems, é um formato universal de arquivos para intercâmbio de informações entre equipamentos e programas gráficos. ESTÊNCIL (sm) Folha recortada de modo que, ao ser aplicada sobre uma superfície lisa e passando-se tinta por cima, reproduz a gravura nela traçada. FOTOLITOS (sm) Pedra ou placa de metal com imagem reproduzida por fotolitografia para impressão ou transporte. flme fotográfico, positivo ou diapositivo, no transporte de imagem para matrizes de impressão offset, serigrafia etc.; filme.
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FONTE (sf) Arquivo de computador que possui a descrição matemática de um determinado tipo de letra. GANHO DE PONTO (sm) O ganho de ponto é o aumento do tamanho do ponto da retícula verificado quando se compara o tamanho original do ponto no arquivo com o ponto (resultado) impresso. O efeito do ganho de ponto deve ser minimizado pela compensação durante a produção do arquivo digital. GCR (sm) Gray Component Replacement (Substituição do componente cinza). Substituição de áreas om sobreposição neutra das três cores (Cyan, Magenta e Amarelo) por preto. O GCR diminui a porcentagem da sobreposição das 4 cores. GRAMAGEM (sf) Peso em gramas de um determinado papel. Variação: gramatura. INCLINAÇÃO DE RETÍCULA (sf) Descreve o ângulo entre as retículas das 4 cores sobrepostas em imagens coloridas. A inclinação errada pode causar o efeito de “moiré”. 82
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JPEG (sm) Formato de arquivo de imagens comprimidas. MARCA DE CORTE (sm) É a indicação de onde o papel vai ser cortado. MARCA DE DOBRA (sm) É a indicação de onde o papel vai ser dobrado. MARCA DE PICOTE OU SERRILHA (sm) É a indicação de onde o papel vai ser picotado. MARGEM DE PINÇA (sf) Zona com cerca de 1,5 cm na margem da folha de papel que será agarrada pelas pinças da máquina de impressão. MOIRÉ (sm) Padrão de interferência criado pela justaposição de duas ou mais estruturas geometricamente regulares e repetitivas. Angulatura errada das cores CMYK na hora da impressão. Quando ocorre entre retículas de impressão, causa um efeito visual de “ondas” ou “ilhas”, como se fosse um borrão onde se esperaria uma cor chapada. 83
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PANTONE (sm) Padrão de cores muito utilizado em artes gráficas como referência para impressão. PIXEL (sm) Menor unidade de uma imagem digital. POLICROMIA (sf) Processo de impressão onde, a partir de quatro cores básicas (ciano, magenta, amarelo e preto), são geradas todas as outras cores do espectro visível. POSTSCRIPT (sm) Uma linguagem de programação especializada para visualização de informações, ou uma linguagem de descrição de páginas, originalmente criada para impressão e posteriormente modificada para o uso com monitores. RETÍCULAS (sf) Aparelho semelhante usado em fotogravura, interposto entre a objetiva e a chapa, que torna possível a reprodução dos meios-tons pela decomposição da imagem em inúmeros e pequeníssimos pontos.
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ROSETA (sm) Efeito visual formado pelas retículas quando o resultado final de todas as inclinações é correto. RESMA (sf) É uma tradicional unidade de medida para contar folhas de papel. UCR (sm) (Under Color Removal) Técnica que remove Cyan, Magenta e Amarelo nas áreas de sombras neutras, compensando com preto e evitando problemas de decalque na impressão. ZIP (sm) Formato de compactação mundialmente adotado.
de
arquivos
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Referências Bibliográficas http://clubedodesign.com/2014/07/producao-grafica-4-reticula-meio-tom-e-traco/ https://joaclintistgud.wordpress.com/2013/02/18/inkscape-krita-y-scribus-preparar-el-pdf-en-cmyk-para-imprenta-offset-1-perfiles-de-color/ http://forum.outerspace.com.br/index.php?threads/t%C3%93pico-oficial-smartphones-e-tablets-moto-maxx-r-1618-em-10x.365171/page71 i https://helpx.adobe.com/br/illustrator/using/printers-marks-bleeds. html https://www.printi.com.br/blog/os-processos-de-impressao-e-suas-caracteristicas http://www.imprimapormenos.com.br/blog/impressao/sistemas-de-impressao/ http://www.aplike.com.br/down/processos_impressao.pdf
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Este livro foi produzido com papel couchê fosco 115 g/m2 no miolo e capa couchê fosco 300 g/ m2. A tipografia utilizada é a Adobe Devanagari, tamanho 12 pt para o corpo de texto e Arca Majora 3 com tamanhos variáveis para títulos e subtítulos. Dezembro de 2016
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