ISPA - INSTITUTO UNIVERSITÁRIO
29 JUNHO 2016
INFLUÊNCIA SOCIAL DONALD TRUMP
QUEM É DONALD TRUMP? Fique a conhecer melhor Donald Jr. Trump o multimilionário que decidiu que queria ser o Presidente dos Estados Unidos.
ESTRATÉGIAS DE INFLUÊNCIA SOCIAL Reciprocidade, Consentimento, Conformismo, Validação Social, Liking, como é que ele convenceu milhões de americanos a escolhê-lo como candidato presidencial? DOCENTE: JORGE SENOS DISCENTE: MAFALDA MASCARENHAS
E AGORA? O que irá acontecer agora que já chegou a candidato presidencial?
influência social índice
03 Primeiras palavras 05 Quem é Donald Trump? 08 A Campanha 14 Estratégias de influência social 15 Reciprocidade 17 Consenso & Conformismo Validação Social 19 Liking
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21 Nomeação Presumível dos Republicanos 22 Referências 23 Muito mais a dizer
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* imagem da capa - No Clowning Around de Tony Pro
influência social
Projeto Pessoal de Mafalda Mascarenhas para a unidade curricular de Influência Social 2015/2016 ISPA - Instituto Universitário das Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida
PRIMEIRAS PALAVRAS
UM TRABALHO DE INFLUÊNCIA SOCIAL SOBRE DONALD TRUMP? Por Mafalda Mascarenhas Editora-chefe
Escolhi o meu tema na segunda ou terceira aula: queria abordar a influência social na política. A psicologia política sempre me interessou e achei que seria uma boa oportunidade para o explorar mais afundo. Na aula surgiu a ideia de estudar ou as eleições parlamente legislativas portuguesas (que entretanto decorreram) ou a campanha de Donald Trump, um personagem caricato que dizia querer ser candidato à Casa Branca.
A maior proximidade do caso português pesaram a favor (por ter acesso a mais informação e de vários pontos de vista) e contra (por ser difícil o afastamento necessário para poder fazer uma boa análise. Optei por Trump e embarquei numa grande aventura. E porque apresentar o meu trabalho através de uma revista? Porque para mim esta unidade curricular foi muito sobre a capacidade de comunicar para lá do mundo científico, a capacidade de lermos os acontecimentos do dia-a-dia com a nossa ferramenta predilecta, a psicologia e sermos capazes de criar campanhas e projectos onde a psicologia não se vê, mas sente-se. E assim surgiram as próximas páginas , espero que gostem.
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Antes de mais quero apresentar-vos o primeiro número da revista Influência Social. Surgiu no contexto de um trabalho para uma unidade curricular com o mesmo nome. Para esta cadeira tínhamos que criar um projecto pessoal em que criaríamos ou analisaríamos uma campanha eleitoral.
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SADLY THE AMERICAN DREAM IS DEAD. BUT IF I GET ELECTED PRESIDENT. I WLL BRING IT BACK, BIGGER AND BETTER THAN EVER.
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DONALD TRUMP
Influência Social
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onald John Trump nasceu a 14 de Junho de 1946, em Queens, Nova Iorque. É o presidente da The Trum Organization e é atualmente o candidato presumido do partido republicano para as eleições presidenciais de 2016. Filho de Fred Trump e Marie Anne MacLeod.
A sua mãe era escocesa e os seus avós paternos alemães, todos foram para os Estados Unidos à procura do sonho americano. Também duas das três mulheres com quem foi casado, não são americanas:Ivana é checa e Melania é jugoslava. Com uma família tão multicultural, torna-se difícil compreender a sua intolerância face aos imigrantes.
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QUEM É DONALD TRUMP?
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Quem é Donald Trump?
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O seu pai tinha uma empresa imobiliária Elizabeth Trump and son que teve bastante sucesso em Manhattan. Foi lá que Donald começou a sua carreira quando terminou a faculdade. Quando assumiu a liderança, em 1971, com apenas 25 anos. Nessa altura, mudou o nome da empresa para The Trump Organization. Por esta altura, já tinha feito uma série de negócios bem sucedidos, sobretudo na zona de Manhattan. Quando entrou para a empresa do pai incentivou o investimento em projetos de renovação e construção civil, aumentando o capital da empresa. Para além disso, é de salientar que os edifícios mais marcantes do seu império têm o seu nome, sendo o mais conhecido a Trump Tower, em Manhattan, onde estão os seus escritórios e residência. Mas o nome Trump, não ficou só pelos edifícios e ao longo dos anos foi-se alastrando a todos os produtos possíveis e imaginários, desde perfumes, a champanhes, passando por sites de viagens, concursos de beleza, campos de golf, marcas de roupa e até bonecos do Donald Trump. Assim, Donald Trump não só se tornou um dos homens mais ricos do mundo, como se tornou numa marca que todos já ouviram falar. Outro marco na carreira de Trump é o seu reality show The Apprentice (o Estagiário), muito conhecido nos Estados Unidos, onde eram
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Aos 13 anos foi para a Academia Militar de Nova Iorque devido ao seu mau comportamento. E apesar de alegadamente ter tido muito sucesso na Academia, nunca serviu o seu país, nomeadamente na Guerra do Vietname por ter sido considerado não apto por razões médicas a maior parte dos anos e ter tido sorte nos restantes.
comuns as cenas onde Trump maltratava os seus estagiários, sendo que ficou famosa a frase “You’re fired”, por Trump despedir com frequência os concorrentes. Ultimamente, quase a chegar aos 70 anos decidiu dedicar-se à vida política. Mas desenganem-se aqueles que pensam que esta foi a primeira tentativa. Já em 2000, Trump tentou candidatar-se pelo partida reformista, mas acabou por desistir perante projeções que lhe davam apenas 7% dos votos. Ao longo dos anos Trump doou para campanhas democratas e republicanas. Em 2015, decidiu candidatar-se à nomeação republicana e a 3 de Maio de 2016 foi nomeado candidato presumido do partido.
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Pessoa mais rica do mundo
com uma fortuna avaliada em 4,5 mil milhões de dólares THAT'S ONE OF THE NICE THINGS. I MEAN, PART OF THE BEAUTY OF ME IS THAT I'M VERY RICH. SO IF I NEED $600 MILLION, I CAN PUT $600 MILLION MYSELF. THAT'S A HUGE ADVANTAGE.
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A CAMPANHA
Donald Trump anunciou a sua candidatura a 16 de Junho de 2015 na Trump Tower em Nova Iorque. Atualmente é o candidato presumível do partido republicano às eleições presidenciais. Apesar de existir uma maioria dos delegados que apoia Trump (neste momento 1239), existem alguns deputados que ainda procuram alternativas à nomeação de Trump. Uma campanha que começou quase como uma anedota, mas que terminou com a vitória das primárias por Donald Trump, pelo meio uma série de incidentes mediáticos, como quando pessoas de raça negra foram expulsas dos seus comícios; com declarações pouco diplomáticas e momentos que geraram indignação um pouco por todas as partes do mundo, como quando afirmou que deveria ser bloqueada a entrada de muçulmanos no país, até se compreenderem completamente as questões relacionadas com o Daesh, ou quando propos a recuperação de métodos de tortura proibidos há anos pelas convenções de direitos humanos.
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Alguns críticos prevêm uma mudança de discurso nas eleições presidenciais, mas é difícil saber o que esperar de um personagem tão carismático.
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A Campanha
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AS POSIÇÕES DE TRUMP
Baseado no site oficial da campanha de Trump
FAZER O MÉXICO PAGAR O MURO
Esta é uma das posições mais polémicas da campanha de Donald Trump, ele não só quer construir um muro entre o México e os Estados Unidos, como quer que seja os mexicanos a pagar por esse muro.
REFORMA DO SISTEMA DE SAÚDE Donald Trump já se manifestou várias vezes contra o Obamacare, o programa que garante um maior acesso a cuidados de saúde por parte dos americanos. Assim, Trump pretende revogar esta lei e restabelecer o mercado livre nos cuidados de saúde .
REFORMA NO COMÉRCIO COM A CHINA Donald Trump considera que os Estados Unidos abriram os seus mercados à China e que a China não reciprocou esta ação, acusa ainda a China de manipular a moeda. .
REFORMAS NA ADMINISTRAÇÃO DOS VETERANOS
Diminuir os tempos de espera no acesso aos cuidados de saúde para os veteranos e melhorar a qualidade dos mesmos Novamente, aqui uma das ferramentas será a liberalização do mercado dos cuidados de saúde.
REFORMA NOS IMPOSTOS
A nível tributário Trump quer a isençao de impostos para pessoas com um rendimento anual inferior a 25 mil dólares e a diminuição dos impostos aos restantes, incluindo uma diminuição da tributação relativamente aos negócios de grande volume.
DIREITO À SEGUNDA EMENDA
Donald Trump defende o direito à posse de armas por civis para auto-defesa, previsto pela segunda emenda da constituição dos Estados Unidos. Propõe uma melhoria no sistema de saúde mental como forma de prevenir tiroteios em massa.
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REFORMA NA IMIGRAÇÃO
Dificultar a entrada de imigrantes, obrigar à contratação de cidadãos nacionais vs. estrangeiros, enviar de volta para o país de origem todos os imigrantes que tenham sido condenados ou revogar a lei do direito à cidadania por nascimento são algumas propostas de Trump para diminuir a taxa de imigração.
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A Campanha
Sobre as propostas de Trump (ver a página anterior), podemos ver que a palavra mais usada é reforma, presente em cinco das sete propostas. De facto, neste momento a luta entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Trump prende-se com a escolha entre "mais do mesmo" ou uma reforma ao país. Trump tem reunido um grande apoio junto da classe média, que perdeu poder económico com a crise mundial que se tem vivido nos últimos anos. Numa análise de Dezembro, do Washington Post, a base de apoiantes de Trump eram os homens, brancos e com um salário abaixo dos 50 mil dólares anuais. Numa nova análise, realizada pelo The Atlantic, em Março, os maiores preditores do voto a favor de Trump eram: não ter concluído nenhum grau de ensino superior; sentir que não se tem voz politica; apoiar o autoritarismo e ter medo do terrorismo e vivem em estados onde existem resentimentos relativamente ao racismo. Isto não será uma surpresa, dado que são precisamente as pessoas da classe média/média baixa que mais sofreram com a crise e que viram perder-se o ideal do sonho americano. São estes que são mais afectados pelas promessas de voltar à antiga prosperidade económica. Mas como muitos oponentes de Trump têm feito notar, a América de Trump não será melhor para todos. "Make America Hate Again" (fazer a América odiar outra vez) é o que muitos vêm na campanha de Trump. A começar pelos seus comícios, onde apelou à violência contra protestantes (nomeadamente negros e muçulmanos) e tendo em conta a recente escalada do racismo em Inglaterra, pósBrexit, é muito provável que se Trump for eleito o mesmo aconteça nos Estados Unidos. Trump tem utilizado a retórica divisionista dos partidos nacionalistas, para exaltar os valores americanos (o que dizer das Freedom Girls, as
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meninas vestidas com a bandeira dos Estados Unidos que cantam o hino de Trump?), reforçando frequentemente que o país estaria melhor se impusesse a sua soberania (face à China) e expulsasse os imigrantes (sobretudo, os muçulmanos e os mexicanos). Também tem planos para as forças militares, nomeadamente uma das suas medidas refere-se aos veteranos de guerra, uma forma de exaltar vitórias passadas. Este discurso é particularmente curioso quando pensamos que os americanos são uma mistura de culturas e o próprio Trump não tem origem americana. Mas não se trata de estar cientificamente correto, o objetivo desta retórica é aproveitar a crise económica e os avanços do Estado Islâmico para criar um discurso que divida "nós" - os americanos e eleitores - e "eles" - os imigrantes, que sem voz, assistem a tudo isto. A sua campanha não é só favorável a americanos com pouca educação, mas também as empresas poderão ter muito a ganhar: o mercado livre na saúde, a diminuição de impostos para empresas e uma luta para recuperar de volta negócios perdidos com a China, são tudo medidas que Trump pretende por em prática. Enfim, quando Trump se candidatou, muitos acharam que não passava de uma piada de mau gosto para animar as eleições ou de um capricho de "menino rico". No entanto, Trump mostrou que não estava a brincar, venceu as primárias e é quase certo que será o candidato a presidente do partido republicano. Se há uns meses atrás todos achavam que a sua carreira política terminaria rápido, agora as sondagens apontam apenas uma ligeira vantagem de Hillary para Trump. Apesar de todos os escândalos, declarações indelicadas e medidas polémicas, é cada vez mais provável que Trump possa vir a ser o 45º presidente dos Estados Unidos da América.
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A Campanha
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8 MOMENTOS POLÉMICOS OS VÁRIOS ATAQUES AO MÉXICO, sendo que uma das bandeiras da sua campanha é o muro que quer construir na fronteira sul, pago pelo México ATAQUES AOS MUÇULMANOS, proibindo a sua entrada nos EUA e sugerindo que andem na rua identificados THE FREEDOM KIDS - as crianças que cantam o hino de Donald Trump e que fazem lembrar a mocidade portuguesa de Salazar SAUDAÇÃO A TRUMP" - durante os seus comícios pediu aos seus apoiantes que prometessem votar nele, com um movimento parecido com a saudação nazista "
INCIDENTES COM PROTESTANTES e incitar a violência contra os mesmos GOZAR COM A SUDAÇÃO DO SEU ADVERSÁRIO MARCO RUBIO, Donald Trump usou uma garrafa de água para exemplificar a sudação do seu adversário, no comments
Se a Ivanka não fosse minha filha, namorava com ela" "
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OFENDER JORNALISTAS DO SEXO FEMININO, chamando-lhes gordas, feias e outras ofensas da mesma índole
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I WILL BUILD A GREAT WALL - AND NOBODY BUILDS WALLS BETTER THAN ME, BELIEVE ME AND I'LL BUILD THEM VERY INEXPENSIVELY . I WILL BUILD A GREAT, GREAT WALL ON OUR SOUTHERN BORDER, AND I WILL MAKE MEXICO PAY FOR THAT WALL. MARK MY WORDS.
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DONALD TRUMP
O NOVO LIVRO Influência Social
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Influência Social
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ESTRATÉGIAS DE INFLUÊNCIA SOCIAL
Existem duas abordagens aparentemente semelhantes na análise de campanhas políticas: a persuasão e a influência social. Enquanto que a primeira envolve mudança de atitudes, a segunda envolve mudanças de comportamentos na presença dos outros; enquanto que a primeira analisa a mensagem, os emissores e os receptores e entra mais frequentemente no campo da cognição, a segunda estuda comportamentos visíveis de compliance com as normas. Apesar de a maior parte das estratégias utilizadas nas campanhas políticas serem as estratégias de persuasão, também são mobilizadas estratégias de influência social. sobre elas se debruçará este artigo.
Estratégias de Influência Social
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Influência Social
amos começar por estudar o papel da reciprocidade na campanha de Donald Trump. Na realidade, este é um dos princípios mais presentes nas usa campanha, a par da Likbability. O princípio da reciprocidade refere-se à necessidade de as pessoas tentarem pagar de volta aquilo que outra pessoa lhes dá. Na política, este princípio significa que quando as pessoas sentem que um político ou um partido lhes deu algo, se irão sentir mais compelidas a votar neles, como forma de reciprocar aquilo que lhes foi dado e de minimizar a dívida. Porém, para que o princípio seja activado é necessário que as pessoas sintam que algo lhes foi dado, isto implica que aquilo que é dado, não seja algo que as pessoas sintam que lhes é devido, nem algo que ative a ideia de que estamos perante uma
troca comercial. Assim, se um político quer obter votos e oferece electrodomésticos durante a campanha eleitoral, as pessoas sentem que estão a ser pagas para votar nele e isso não activa a necessidade de reciprocidade. Por outro lado, se oferecer flores a todas as senhoras com que se cruzar durante a campanha, isso será uma doação num plano mais simbólico e que ocorre de forma tão desfasada do dia das eleições que é difícil que as pessoas sintam que se trata de uma troca comercial, permitindo que o princípio seja activado. Também se o político se comprometer a garantir maior segurança nas ruas, em vez de prometer uma nova rotunda, isso terá um
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O princípio da reciprocidade na necessidade de as pessoas tentarem pagar de volta aquilo que outra pessoa lhes dá
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Estratégias de Influência Social
maior impacto. No caso dos políticos, é comum que prometam dar/melhorar algo. Nesse caso, não só o voto é uma condição necessário para que a promessa se realize como a promessa é algo que esses políticos estão a dar as pessoas e isso activa o princípio da reciprocidade. No caso da campanha de Donald Trump, ele quer tonar a "America Great Again" (tornar a América Grande outra vez), é esse aliás o slogan da sua campanha e o centro de activação de estratégias de reciprocidade na sua campanha. Deixaremos de parte a análise da mensagem, que cabe mais à persuasão e passaremos a analisar a forma como este slogan e a campanha de Trump activam o princípio da reciprocidade. Com o slogan Make America Great Again, Trump está a dar de volta aos americanos uma América Grande, está a dar-lhes de volta o sonho americano. Este slogan é particularmente eficaz com pessoas de classe média que viram o seu poder de compra diminuir durante os últimos anos de crise económica. Para que possa dar uma América Maior aos americanos, Trump terá que expulsar os mexicanos e muçulmanos roubam emprego e consomem os recursos dos "americanos de pleno direito", diminuirá os impostos e propõe-se a tornar a América mais competitiva. Ele está a dar-lhes estar algo, na realidade várias coisas, : empregos, poder de compra, qualidade de vida, entre tantas outras coisas.
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Na realidade Trump está a dar alguns americanos, desesperados e desalentados, algo com um poder simbólico muito forte: esperança. Assim, os seus apoiantes sentem a necessidade de repor aquilo que Trump lhes está a dar. Participaram em comícios, defenderam-no e, mais importante, deramlhe o seu voto nas primárias e muito provavelmente voltaram a dar-lhe o seu voto nas eleições presidenciais. Outro momento gerador de reciprocidade, são os produtos de merchandising da campanha, pequenas atcuações e outras coisas que são oferecidas durante a campanha. Porque é que todas as campanhas, das associações de estudantes às presidenciais, utilizam esta estratégia? Porque quando nos dão algo, tendemos a querer retribuir. Depois de nos ser oferecida uma t-shirt ou de termos assistido a uma actuação gratuitamente, sem nos ser pedido nada em troca, sentimo-nos em falta para a pessoa que nos deu essas coisas, neste caso o que podemos dar de volta é o nosso voto. . Porém é preciso ter em conta, que este tipo de estratégias podem ter exactamente o efeito oposto. Se as pessoas sentirem que lhe está a ser dado algo em troca de um voto, percebem a dádiva pelo que ela é: uma estratégia de manipulação, e não sentem qualquer tipo de obrigação de retribuir. Neste caso, não terão problemas em aceitar o que lhes quiserem dar, mas isso não terá qualquer influência no seu voto.
Estratégias de Influência Social
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Os media optaram por explorar a semelhança do gesto com a saudação nazista, mas a verdade é que o poder deste o gesto caricato reside nas estratégias de Influência Social que mobiliza. Quando as pessoas fizeram o juramento, fizeram-no num grupo, que decidiu alinhar naquilo que lhes era pedido, ainda que alguns não se identificassem muito com o momento criado por Trump, ao verem os outros a participar acabaram por se sentir impelidos a fazer o mesmo. Isto acontece através de um princípio conhecido como validação social, segundo o qual nos guiamos pelas acções dos outros à nossa volta. Gostando ou não, concordando ou
A validação social é a utilização das acções dos outros para inferior o valor de uma ação. A ação correcta é aquela que os outros estão a fazer. não, a grande maioria dos que ali estavam participaram no momento. Afirmaram perante os outros, perante Trump e perante si próprios que iriam votar em Trump, fizesse chuva ou sol . Quando chegaram a casa nesse dia, alguns podiam perguntar-se porque tinham feito aquilo, mas a verdade é que já o tinham feito. O desejo de ser consistentes é um motivador central do nosso comportamento. Assim, a partir do momento que me comprometo com algo, farei tudo para ser consistente com esse comprometimento. A partir do momento
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Um momento extremamente caricato, mas que envolve estratégias de influência social fortíssimas, foi o comício onde Trump pediu as pessoas que levantassem a mão direita e que jurassem, em conjunto, ir votar em Trump nas primárias.
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Estratégias de Influência Social
O desejo de ser consistentes é um motivador central do nosso comportamento. Assim, a partir do momento que me comprometo com algo, farei tudo para ser consistente com esse comprometimento que disseram e assumiram publicamente que iriam votar em Trump naquele congresso, aquelas pessoas passaram a ter uma necessidade de consistência com aquilo que tinham dito. Seria altamente difícil, depois de terem assumido que iriam votar em Trump, serem inconsistentes e votarem noutro candidato. Nem é tanto o facto de o terem dito perante outras pessoas e de não desejarem ser inconsistentes perante os outros, é sobretudo uma necessidade de nos percebermos a nós próprios como consistentes e, de portanto, não agirmos de forma contrária à imagem que temos de nós próprios. Assim, se as pessoas já disseram que iam votar em Trump, alto e bom som, para manterem a consistência interna, terão que votar em Trump. É uma estratégia extremamente simples e eficaz, porque inicialmente as pessoas pensam que estão a fazer algo inocente e não compreendem as suas repercussões. Depois de já terem realizado a acção não há forma de voltar atrás. É um paradoxo, para
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manterem a consistência consigo próprios, terão que fazer algo que inicialmente nem sequer fariam. As questões da consistência também poderão vir a ser úteis no futuro, se Trump realmente conseguir a nomeação do partido republicano. A maior parte das pessoas identifica-se com um partido e são consistentes com a sua preferência na hora de votar. Deste modo, poderá funcionar a favor da campanha de Trump o facto de um grande número de estadunidenses se identificar como partido (em muitos estados, para votar nas primárias as pessoas têm mesmo que ser militantes desse partido). As pessoas se se identificam com o partido, terão mais tendência a seguir o candidato do partido, ignorando mais facilmente aspectos do próprio candidato. As pessoas pensam se eu sou deste partido (e provavelmente sempre fui) e se este é o candidato do meu partido, então é neste candidato que devo votar. Até porque, em teoria, o sistema das primárias garante que o candidato é nomeado por uma maioria dos militantes daquele partico (na prática, o sistema é bastante mais complexo, e é mesmo possível que o candidato que ganha não seja o que tem mais delegados e existem estados onde os delegados são nomeados de outra forma).
Estratégias de Influência Social
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Trump vê o seu nome como uma marca e nunca escondeu a sua forma de ver a vida como um negócio. De facto soube tornar o seu nome bastante familiar aos americanos: desde o mercado imobiliário, sites, reality shows, marcas de roupa, de vinho, etc, é difícil existirem americanos que nunca ouviram o nome Trump. E o mais provável é que o tenham ouvido muitas vezes e que este lhes seja bastante familiar. Já durante a campanha eleitoral, Trump fez questão de estar frequentemente presente nos media, chegando a ligar para os programas de
televisão para fazer ouvir a sua opinião e o seu nome. Desta forma, o seu nome torna-se muito mais familiar e na hora de votar, as pessoas tendem a votar no nome que lhes é mais familiar. Agora nas eleições gerais, Trump que terá que combater um nome igualmente muito familiar dos americanos: Clinton. Não só Bill Clinton foi presidente dos Estados Unidos durante 8 anos, o que o faz do seu nome, algo extremamente familiar para os americanos. Como a sua mulher Hillary, também já é uma conhecida dos americanos: primeiro como primeira dama, depois como senadora de Nova Iorque, Secretária de Estado e, por fim, candidata a presidente da república. O seu nome esteve também presente nas páginas dos tablóides e revistas cor-de-rosa aquando
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No capítulo sobre o Liking, Cialdini diz que “Parece que nas eleições os eleitores escolhem um candidato meramente porque o seu nome lhes é familiar" – nas eleições primárias Trump era um nome muito mais familiar, disseminado ao longo de anos e anos, em todos os produtos possíveis e imaginários, pelo contrário Ted Cruz ou John Karsich eram nomes muito menos conhecidos.
O liking é a tendência que temos para preferir pessoas que são mais semelhantes connosco, mais familiares, mais bonitas e, em geral, mais agradáveis.
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O facto de ter um nome familiar continuará a ser uma vantagem, mas não tanto como nas primárias. Na realidade, muitos jornais têm apontado que nas próximas eleições os americanos escolherão "do mal, o menos". Hillary e Trump são talvez os dois candidatos menos preferidos da história dos Estados Unidos. Muitos votaram Hillary, como um veto a Trump, mas o contrário também será verdade. Parece que a familiaridade dos dois e a quantidade de escândalos a que estão associados, pode tornarse um presente envenenado.
Mas Trump fala também aos corações dos empresários americanos, aos donos das grandes fortunas. Para começar, ele próprio é um empresário americano de sucesso, pelo que apresenta logo uma elevada semelhança. Mas não se fica por aqui, promete-lhes menos impostos sobre as suas fortunas, realmente que sentido faz o estado ficar com o dinheiro que tanto lhes custa a ganhar? Quer modificar o tratado com a China, uma das maiores potências económicas actuais, eliminando a concorrência aos empresários americanos: mas por outro lado quer eliminar o Obama Care e abrir o mercado dos cuidados de saúde.
Mas outro ponto importante da Likability é o facto de confiarmos mais e preferirmos pessoas que têm as mesmas ideias que nós. É assim que o discurso das massas se torna extremamente eficaz, quando os políticos dizem aquilo que as pessoas querem ouvir. E Trump sabe o que os americanos querem ouvir.
Trump mostra-se um semelhante com os "americanos comuns", defendendo valores mais conservadores; mas também com os "americanos ricos" através de um discurso mais neo-liberal. E assim consegue o voto de dois grupos difíceis de agradar ao mesmo tempo.
Ao "americano comum" Trump fala do sonho americano, diz-lhes que vai tornar a América Grande outra vez, diz-lhe que vai reduzir os impostos para os cidadão, coloca a culpa do estado actual do país nos mexicanos e nos muçulmanos. É isso que muitos americanos conservadores acham, é isso que querem ouvir e isso faz com que gostem ainda mais de Trump. Por outro lado, Trump parece sempre dizer o que pensa, independentemente do que seja politicamente correcto, o que traz mais realismo ao seu discurso. Quem o ouve, sente que este é o candidato que mais se assemelha a si próprio e sente-se compelido a votar nele.
Para além disso, consegue ainda o apoio dos fãs da segunda emenda, que defende o armamento de civis, bem como o apoio dos veteranos, uma vez que quer reformar a sua administração.
do escândalo que envolvia o seu marido e a estagiária Monica Lewinski, apoiada por muitos, criticada por outros tantos, Hillary acabou por manter o casamento com Bill..
Porém, tem conseguido centrar em si o desagrado de muitos mexicanos (nos EUA e no México), bem como dos muçulmanos. Para além disso, vários líderes mundiais já se manifestaram descontentes com uma futura eleição de Trump.
NOMEAÇÃO PRESUMÍVEL DOS REPUBLICANOS Por Mafalda Mascarenhas Fotografia por Carolyn Kaster
QUASE A TERMINAR
Porém a nomeação definitiva só acontecerá na Convenção do Partido Republicano, que será de 18 a 21 de Julho no Ohio. Até lá, Trump já assegurou o voto de 1237 dos 2472 delegados. A maior parte dos delegados são votados nas eleições primárias (ficando obrigados a votar na convenção numa determinada direcção), porém existem alguns estados que utilizam outros métodos para seleccionar os seus delegados, bem como delegados com liberdade de voto. Os delegados só estão vinculados às eleições primárias na primeira ronda de votações, o que se significa que a partir da segunda ronda os delegados são livres para votarem em quem quiserem. Esta é uma das opções para nao permitir que Trump chegue às eleições presidenciais, mas o apoio de 1237 delegados já lhe garante uma vitória na primeira ronda. NOMADIC
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TRUMP VENCE
A 3 de Maio, Trump ganhou as eleições primárias no Indiana, deixando os seus concorrentes sem qualquer hipótese de ganhar (porém ainda não tinha assegurado os 1237 delegados necessários para receber a nomeação do partido). Perante a vitória de Trump, Ted Cruz e John Kasich abandonaram a corrida, tendo Trump recebido a nomeação presumível do partido republicano.
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Influência Social
Fontes
Junho 2016
REFERÊNCIAS
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Este trabalho envolveu uma leitura atenta dos media nos últimos meses. Na realidade, a maior parte da informação (toda) sobre Donald Trump e a sua campanha vêm de vídeos, artigos e imagem consultados na internet, maioritariamente dos sites de jornais e revistas. Alguns estão na pasta da cadeira, mas o volume de informação tornou impossível que todas as peças de informação lá fossem incluídas. Foi também necessário ler e compreender o sistema de eleições americano, que é bastante diferente do português e para tal foram utilizados vídeos e sites como a wikipedia, que não sendo as fontes mais fidedignas, fazem um bom trabalho na simplificação de temas complexas, permitindo um entendimento mais que suficiente para o nível de profundidade necessário para a realização deste trabalho.
ON THE RUN MUITO MAIS A DIZER
sobre a campanha de Donald Trump, deixaremos isso para futuras edições. Este número procurou identificar e analisar algumas das estratégias de influência social de um homem que passou de uma candidatura cómica a nomeado presumível para ser o candidato do partido republicano para as eleições presidenciais. E as sondagens mostram que não está longe de uma vitória. Ainda há muito por escrever nesta história, mas por agora, o melhor é virar a página.
E AGORA?