UMA INFLUÊNCIA INTERNACIONAL NO PROCESSO URBANÍSTICO DA BAIXA: A PRAÇA DO COMÉRCIO
Resumo
A presente investigação fundamenta a influência europeia no trabalho dos arquitectos portugueses do Iluminismo. Com base nos estudos já realizados focamos a nossa atenção no desenho da Praça do Comércio e numa hipotética origem desta Praça na Praça Real francesa. Fica demonstrado que Lisboa da segunda metade do século XVIII terá sido desenhada à luz das teorias da época e que o arquitecto Eugénio dos Santos e Carvalho envolvido no projecto de reconstrução da Baixa tinha na sua biblioteca particular obras de referência da tratadística francesa que terão influenciado a sua arquitectura. O espaço principal do plano da Baixa, a Praça do Comércio, pode ser comparado à Place de Nos Conquêtes , antecessora da Place Vêndome, no seu desenho urbano, arquitectura e dimensões.
Abstract
This investigation shows the European influence on the work of the Portuguese architects of the Illuminist period. Based on previous studies we focus our attention on the design of Praça do Comércio and on the hypothesis that this square is based on the French Royal Square. We demonstrate that the design of Lisbon of the second half of the eighteen century was designed by the theories and best practices of the time. We also show that the architect Eugénio dos Santos e Carvalho, member of the reconstruction team for Baixa had in his private library several reference books of the French architectonic practice that certainly influenced his architecture. The main space of the Baixa plan, Praça do Comércio, can be compared to the Place de Nos Conquêtes, predecessor of the Place Vêndome it its design, architecture and dimensions.
Palavras-chave
Influências Urbanísticas; Século XVIII; Lisboa; Praça Real; Praça do Comércio
Keywords
Urban Influences, eighteen century, Lisbon, Royal Square, Praça do Comércio
1. A Lisboa de Pombal - o processo do plano de reconstrução da Baixa A 1 de Novembro de 1755 um grande terramoto destruiu grande parte de Lisboa permitindo a D. José (1714 1777) estruturar uma nova cidade com a ajuda de Sebastião José de Carvalho e Mello (1699 1782), futuro Marquês de Pombal.
Da equipa que colabora na reestruturação de Lisboa salienta-se o engenheiro-mor do reino, Manuel da Maia (1678 1768) que apresenta uma dissertação sobre como reconstruir Lisboa. A entrega do texto da dissertação foi faseada, tendo Manuel da Maia terminado a : 1º parte - 4 de Dezembro de 1755; 2º parte - 16 de Fevereiro de 1756 e 3º parte 31 de Março de 1756 com um aditamento de 19 de Abril de 1756.
A dissertação de Manuel da Maia, para além de funcionar como uma memória de hipóteses de projecto a considerar na reconstrução de Lisboa é, também, um exemplo interessantíssimo de perequação. A implementação de um plano não se faz só com um bom desenho, mas por um conjunto de medidas que afectam o proprietário ou proprietários do terreno e que oferecem alternativas de mais valia para o espaço de intervenção. Nisto Manuel da Maia estava consciente e foi precursor. As suas preocupações eram de modernização do tecido da cidade, na procura de ruas rectas e
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largas, mas também numa solução urbanística de grande escala que tinha em consideração os direitos dos proprietários antigos.
Manuel da Maia estabelece cinco modos possíveis para a reconstrução da cidade de Lisboa: 1º Refazer Lisboa como era antes do Terramoto; 2º Refazer Lisboa mantendo a altura original dos edifícios, mas alargando as ruas, evitando as passagens cobertas; 3º Refazer Lisboa diminuindo as alturas dos edifícios (para dois pisos sobre o térreo) e mudando as ruas estreitas para largas; 4º Refazer Lisboa destruindo o resto da cidade e fazendo novas ruas com largura e altura devida e 5º Refazer Lisboa em Belém (zona praticamente não afectada pelo terramoto).
Manuel da Maia pondera sobre cada uma das hipóteses de reconstruir Lisboa e a 4 de Dezembro de 1755 envia ao Duque de Lafões, na sua qualidade de Regedor das Justiças a 1ª parte da dissertação. É seleccionada a quarta hipótese, que implicava a reconstrução no mesmo local mas de acordo com um novo plano.
Manuel da Maia organiza então na 3ª parte da sua dissertação diferentes equipas de projecto com objectivos distintos para elaboração do melhor plano de reconstrução da cidade de Lisboa. Para tal reuniu seis homens de sua confiança e definiu equipas de projecto para os vários planos. Estruturou seis planos, dos quais está desaparecido o desenho do nº 5 (SAMPAYO e RODRIGUES, 2009)1: para o plano 1 seleccionou o Ajudante Pedro Gualter da Foncêca e Praticante Francisco Pinheiro da Cunha; para o plano 2 seleccionou o Capitão Elias Sebastião Pope e o seu filho, o Praticante Joze Domingos Pope; para o plano 3 seleccionou o Capitão Eugénio dos Santos de Carvalho e o Ajudante Antonio Carlos Andreas; para o plano 4 seleccionou o Ajudante Pedro Gualter da Foncêca; para o plano 5 seleccionou o Capitão Eugénio dos Santos de Carvalho e para o plano 6 seleccionou o Capitão Elias Sebastião Pope.
Uma das propostas foi escolhida, a correspondente ao desenho do plano 5 da responsabilidade de Eugénio dos Santos de Carvalho, como é dito por Manuel da Maia na sua dissertação (AIRES, 1910, p. 50) e foi trabalhada ao longo da segunda metade do século XVIII, como comprovado pela cartografia encontrada nos arquivos portugueses (MARAT MENDES [et al.], 2011)
É licito observar que o projecto da Baixa de Lisboa é evidentemente um a submissão da arquitectura ao urbanismo, é um projecto onde tudo está desenhado num estilo que sabia dosear muito bem o melhor do barroco com o melhor do estilo Neoclássico (LEAL, 2004, pp. 14 15). Interessa saber quais as suas referências.
2. Um paradigma - as influências no projecto da Baixa “A Lisboa de Pombal nada deve a estas obras longínquas; além disso, podemos estar certos de que os seus arquitectos não se debruçaram sobre elas mesmo se Mardel pôde ter conhecido experiências e realizações de Londres, de Paris e de Viena, antes de vir instalar-se na corte portuguesa. A verdade é que nenhum eco desse hipotético conhecimento consta de documentação gráfica ou legislativa em Portugal.” (FRANÇA, 1987, p. 159)
“Dos pontos de vista morfológico e arquitectónico, podem sempre ser referidas outras experiências semelhantes, contemporâneas às de Lisboa, como os casos franceses de Reims, Lyon, Bordéus, Nancy e Nantes. A verdade é que as especificidades atrás enunciadas e a tradição arquitectónico urbanística da escola portuguesa de Engenharia Militar jamais terão servido de impedimento para o conhecimento e integração do que de mais inovador e interessante se fazia no exterior. Existe de facto uma articulação internacional do processo de renovação urbanística da Baixa, a qual
1 Ratton (1992, pp. 232 240) enumera os arquitectos da cidade explicando as várias sucessões. Afirma que a planta da nova cidade é da responsabilidade de Eugénio dos Santos e Carvalho, e que lhe sucedeu Carlos Mardel (RATTON, 1992, p. 233 e 237)
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carece de um aprofundamento capaz nesta acção para a sua eventual candidatura a Património da Humanidade.” (ROSSA, 2003, pp. 37 38)
São antagónicas as citações acima apresentadas. Embora saibamos que o trabalho de França (1987), sobretudo a partir da publicação da sua tese “Lisboa Pombalina e o Iluminismo”, foi impulsionador das investigações históricas sobre a cidade de Lisboa e que a grande maioria dos historiadores portugueses considera os seus estudos, não podemos deixar de confrontar a sua teoria relativamente às influências estrangeiras de Portugal no século XVIII.
França argumenta o trabalho urbanista português setecentista como um produto original alheio a influências (FRANÇA, 1987, pp. 304-305). Por outro lado, as influências inglesas em Portugal nesta época são um dado adquirido para alguns investigadores como Murteira (2004, pp. 56 57) e Rossa (2004b). Sendo a questão das referências francesas destacada em Oliveira (2004) e Duarte (2004)
Murteira (2004, p. 56) defende uma investigação apoiada numa teoria de uma Lisboa setecentista em sintonia com outras cidades europeias. Segundo esta historiadora o Projecto de Edimburgo setecentista (1767) foi realizado de acordo com desenho urbano e programa arquitectónico com similaridades com o projecto pombalino para Lisboa (1756). Para Murteira (2004, p. 57), Edimburgo não é a única cidade próxima de Lisboa na configuração urbana. Em Londres a administração da cidade preocupada com a sua reconstrução após o incêndio de 1666 cria normas para as novas construções e procedimentos legais para resolver os direitos de propriedade, cujas ideias eram, em parte, comuns às discutidas à época em Lisboa. Rossa (2004b, p. 36) (2003, pp. 36 37) concorda com a teoria de Portugal ter sofrido influências estrangeiras que condicionaram o desenho da nova Lisboa setecentista. Diz nos que a relação de Lisboa com Turim e Londres parece ser evidente. Segundo Rossa as referências não foram suficientes pelo menos do posto de vista urbanístico. Terá havido alguns aspectos de “natureza arquitectónica” com origem naquelas duas cidades e disso faz prova a composição dos edifícios da Praça do Comércio. Rossa lembra que na dissertação de Manuel da Maia está explicito a imitação das ruas de Londres e que o texto sugere as teorias de Laugier (ROSSA, 2004b, p. 36)
Embora Manuel da Maia se lamente na dissertação pela perda da sua biblioteca com o terramoto, é nítido o seu conhecimento de reconstrução de outras cidades na Europa, como Londres ou mesmo Turim (MULLIN, 1992, p. 164). De facto, Manuel da Maia na sua dissertação primeiro menospreza os trabalhos de Turim e Londres, mas depois acaba por afirmar, no Parágrafo 15.º da terceira Parte, que o desenho das Ruas de Londres são uma referência: “Em 5.º lugar offereço a planta de huma rua de 60 palmos de largo á imitação de algumas da de Londres dividida em três partes, a do meyo de 40 palmos de largo para carroagens, e gente de cavalo, e as duas dos lados de dez palmos de largo cada huma para a gente de pé e Cadeirinhas, com a separação de pilares e pavimento que o profil mostra, e no mesmo profil a figura da Cloaca, ou Cano Real para serventia das agoas dos montes e limpeza dos conductos, que dos edifícios se lhe introduzem.” (AIRES, 1910, p. 49)
Sabendo que a planta da nova cidade de Lisboa é da responsabilidade de Eugénio dos Santos (AIRES, 1910, p. 50) (RATTON, 1992, p. 233 e 237) importa saber qual era a sua formação.
O contributo de Oliveira (2004) (2007) na investigação sobre Eugénio dos Santos e Carvalho é valioso e adianta todo um trabalho sobre este arquitecto setecentista. Oliveira analisou a biblioteca particular de Eugénio dos Santos e Carvalho2 e com base nesta enfatiza a existência duma cultura arquitectónica informada nos tratados franceses (OLIVEIRA, 2004, p. 72).
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2 Trabalho começado por Bonifácio em 1990 aquando da sua tese de doutoramento (BONIFÁCIO, 1990)
Eugénio dos Santos e Carvalho não terá ficado apenas por imagens de referência, mas terá absorvido as teorias da época: “(...) São extraordinárias as afinidades entre as concepções de cidade de Pierre Patte e de Eugénio dos Santos e Carvalho porque não se reduzem a coincidências gráficas; ambos parecem partilhar o mesmo conceito de rua como uma máquina de regulação de vários tipos de fluxos.” (OLIVEIRA, 2004, p. 74)3
O próprio Joaquim Machado de Castro (1810), escultor da estátua equestre do rei a ser colocada na Praça do Comércio, afirma que Eugénio dos Santos e Carvalho tinha como referência no seu trabalho a arquitectura francesa4 (OLIVEIRA, 2007, pp. 19 20)
Para Duarte (2004), no que se refere à tipologia do prédio pombalino, os engenheiros não disponham de grande tempo para especulações e terão usado o que já se tinha experimentado. Assim as suas grandes inspirações derivam de desenhos de edifícios anteriores ao terramoto alguns desenhados para Lisboa. Sendo possível que o edifício pombalino descenda de tipologias criadas pelo arquitecto italiano Sebastiano Serlio (1475 1552). Este autor é concordante com Oliveira (2004, p. 72) quanto aos arquitectos principais do plano de Lisboa (Eugénio dos Santos e Carvalho e Carlos Mardel) sofrerem influências da tratadística francesa (DUARTE, 2004, p. 82)
De facto observando livros como "L'art de bâtir des maisons de campagne" de Charles Étienne Briseux (1743) ou "Cours d'architecture" de Jacques François Blondel (1777) e confrontado com os edifícios pombalinos percebemos que apresentam um ar de família.
Acredita se, assim, que desde sempre houve circulação de ideias culturais e urbanísticas. Basta pensar nos arquitectos que trabalharam em cidades diversas. Aquando do terramoto de 1755 tratavam dos planos e projectos de reconstrução de Lisboa vários estrangeiros, entre eles: Carlos Mardel (Húngaro5), João Carlos Bibbiena (Italiano), João Frederico Ludovice (Alemão) e Miguel Angelo de Blasco (Italiano).
Uma das cartas mais antigas que se conhece para a reconstrução de Lisboa (após a escolha de Manuel da Maia) tem como autores Eugénio dos Santos de Carvalho e Carlos Mardel (c. 1695 1763). Depois da morte de Eugénio dos Santos de Carvalho em 1760, Mardel continua o acompanhamento dos trabalhos para a reconstrução de Lisboa tal como refere Ratton (1992, p. 233 e 237). Se Mardel for francês como supôs Viterbo (1922, pp. 367, 372 e 373) podemos colocar a hipótese de conhecer bem algumas cidades da França e de as suas memórias terem influenciado no seu trabalho como arquitecto e engenheiro ao serviço de D. José.
Com base no que justificámos e considerando que Eugénio dos Santos e Carvalho, assim como Carlos Mardel estão na origem do desenho da nova Lisboa setecentista e provada a existência de manuais de arquitectura francesa na biblioteca particular de Eugénio dos Santos e Carvalho ficamos mais alertas para a descoberta de semelhanças entre o projecto de Lisboa e algumas referências francesas.
3 Ver : (PICON, 1992) e (ROSSA, 2004a, pp. 37 38)
4 Na biblioteca de Eugénio dos Santos “De outros autores franceses e fora da classificação de textos instauradores, encontram se: o tratado das ordens de Roland Fréart de Chambray (1650) (n. 151); a famosa recolha de Pierre Jean Mariette (1694 1774), l’architecture françoise (1727) (n.149) e De la distribution des maisons de plaisance et de la décoration des édifices en général (1737 1738) de Jacques François Blondel (1705 1774) (n. 141), dois títulos sumptuosamente ilustrados, dirigidos, essencialmente, aos diletantes e aos encomendadores, que funcionam como elogios aos arquitectos e à arquitectura francesa; (…)” (OLIVEIRA, 2007, pp. 69 70)
5 Referido por muitos como natural da Hungria, Carlos Mardel, poderá ser Francês. Segundo Viterbo os pais de Carlos Mardel eram naturais de Montpellier e este residiu em Montpellier. Esta tese é apresentada por Viterbo no III Volume do Dicionário histórico documental dos arquitectos, engenheiros e construtores portugueses (VITERBO, 1922, pp. 367, 372 e 373)
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3. Praça do Comércio uma Praça Real
Partindo do pressuposto inicialmente apresentado, que a Praça do Comércio tem origem na Praça Real francesa, é importante caracterizar a Praça Real francesa e analisar a biblioteca de Eugénio dos Santos e Carvalho, assim como a iconografia/cartografia destas praças.
Gady (2008, p. 95) recoloca a questão sobre se as Praças Reais francesas terão sido criadas por Luís XIV, pelo ministro Louvois ou se o foram pelo historiador Pierre Lavedan. Gady pretende questionar se existe uma Praça Real ou se esta não é continuidade de um passado, ou somente criação do tempo de Luís XIV. No seu texto “La place royale existe telle? Réflexions sur les places royales en France sous Louis XIV” é confirmada a originalidade da Praça Real. Segundo Gady (2008, p. 96) é durante o período de Luís XIV (1643 1715) que o conceito de "Praça Real" é definido pela primeira vez, principalmente por Jean François Lemée, teórico da monarquia, no seu Traité des Statues (1688). De acordo com Lemée as Praças Reais deveriam ser regulares, ornamentadas no centro por uma figura de bronze do soberano e enquadradas por edifícios com fachadas uniformes. Para Lemée estas praças deviam situar-se no centro das cidades.
A Praça Real evolui no seu conceito acompanhando os tempos. Podemos mesmo distinguir dois tipos de Praças Reais, as Praças Reais projectadas no reinado de Luís XIV e as Praças Reais projectadas no reinado de Luís XV. As Praças Reais desenhadas no reinado de Luís XIV pontuam a malha urbana e são de geometrias muito regulares. Nestas é acentuado o efeito de espaço fechado dominado pela configuração arquitectónica realçada por eixos principais que se relacionam com a estátua central e com ruas de acesso que aparecem simetricamente distribuídas. Podemos presenciar, com poucas variantes, a materialização dos factores supramencionados: na Praça Dauphine, na Praça dês Vosges e na Praça Vendôme.
No século XVIII com Luís XV começam a surgir os espaços abertos em oposição aos anteriores e a sua materialização foi assegurada com a introdução da natureza. A nova praça poderia abrir se para três direcções com espaços abertos (MORRIS, 1984, p. 229). Para além do conceito espacial que estabelece a relação da praça com o espaço vazio (paisagem) a articulação da rede viária urbana, permite no espaço da praça, canalizado na estátua do Rei, a intercepção de várias direcções. Como exemplo de praça que materializa tais características temos a Praça Real de Luís XV (a actual Praça da Concórdia). Assim a praça do Iluminismo evidencia a inter relação entre praça e cidade, numa atitude de espaço aberto, justificando muitas vezes um sistema centralizado de extensão infinita localizado no limite da cidade, e que relaciona o espaço urbano com a paisagem. Esta praça adquiriu o estatuto de espaço “aberto” e trata na sua essência a modificação estilística do século XVII para o século XVIII, relacionando se de forma mais expressiva com toda a envolvente.
A Praça do Comércio apresenta características da Praça Real de Luís XIV, mas também influências da Praça Real de Luís XV enquanto espaço aberto virado para a paisagem.
Lavedan associa a Praça do Comércio a outra praça aberta construída no mesmo período. Compara a Praça do Comércio com a Praça Real de Bordeaux e diz que a Praça do Comércio em Lisboa é frequentemente vista como uma réplica da Praça Real de Bordeaux e que as relações comerciais entre as duas cidades podem explicar este facto. Devido à situação e desenho destas duas praças chega mesmo a associar também a Praça Luis XV (LAVEDAN, 1993, p. 224). Contudo, segundo Lavedan a Piazzetta de Venise (Praça de São Marcos) é a que se aproxima mais da Praça de
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Lisboa, as duas têm uma escada de desembarque e colunas6 (LAVEDAN, 1993, p. 224).
Na classificação de Zucker (1958, pp. 11 13) a Praça do Comércio é uma “Dominated Square”. Para Zucker existem tipos de praça que aparecem sempre ao longo dos tempos independentemente da cultura, da topografia ou mesmo do clima. Na “Dominated Square” paradoxalmente, o elemento dominante pode ser um vazio, uma vista sobre uma montanha ou pode ser a margem de um rio ou mar.
Segundo a definição de Lemée, antes apresentada, para as Praças Reais a Praça do Comércio corresponde às características de uma Praça Real por ser um espaço regular, ornamentado ao centro pela estátua do Rei e enquadrada por edifícios com fachadas uniformes, mas não se situa no centro da urbe.
Como refere Ribeiro (2006) a Praça do Comércio e a Place de Nos Conquêtes têm muitos pontos em comum, a começar pelas suas formas, proporções e carácter simbólico.
Conforme Oliveira (2004, p. 72), o trabalho de Eugénio dos Santos e Carvalho terá bases no que se fazia na França setecentista e seiscentista. Dai que se possa colocar a hipótese de Eugénio dos Santos e Carvalho ter conhecimento do trabalho de J. Hardouin Mansart (arquitecto da Place de Nos Conquêtes ao serviço de Luís XIV).
Em certa medida o projecto da Praça do Comércio poderá ser comparado com a Place de Nos Conquêtes. Esta comparação terá de ser realizada com algumas ressalvas, pois a Place de Nos Conquêtes (1685 99) antecessora da Place Vêndome (1699) obedece aos parâmetros das Praças Reais projectadas no reinado de Luís XIV localizadas no interior da cidade, onde a Praça Real aparece pontualmente no tecido da cidade, não havendo nenhuma relação preestabelecida entre estes espaços e a Praça do Comércio, embora à margem da urbe, é desenhada com base na morfologia urbana da Baixa de Lisboa.
Foi analisada por nós a cartografia e iconografia relativa à reconstrução de Lisboa nomeadamente no que diz respeito aos desenhos para a Praça do Comércio. Assim como a iconografia existente para a Place de Nos Conquêtes. Dessa cartografia e iconografia salientámos os seguintes elementos:
Tabela 1 Cartografia e iconografia da Praça do Comércio e da Place de Nos Conquêtes FONTE
1. Planta com a distribuição das massas arquitectónicas dos vários corpos que constituem a Praça do Comércio
2. Real Praça do Comércio e mostra parte do edifício da alfândega e do Arsenal de Marinha
Museu da Cidade
Arquivo Histórico do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
3. Vista perspectiva de um projecto da Reconstrução do Terreiro do Paço Museu da Cidade
4. Perspectiva imaginária da Praça do Comércio com torreões cupulados, segundo um projecto que não chegou a ser realizado
5. Une perspective de la Grande Place de Lisbonne Nouvellement batie sur les Desseins de François Marca
Museu da Cidade
Museu da Cidade
6. Vue et perspective de la place de Louis le Grand Biblioteca Nacional de França
7. Place de Nos Conquêtes, inauguration of statue Biblioteca Nacional de França
Da análise à cartografia e iconografia aqui enumerada e a outra mais vasta podemos afirmar que o primeiro desenho que conhecemos atribuível a Eugénio dos Santos e Carvalho com a marcação do sítio para a estátua data, em princípio, de 1759. Na
6 Tirando o caso concreto da Place Royale de Bordeaux estas referências de Lavedan não nos parecem tão revelantes.
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maioria das cartas não observamos assinalada a estátua, mas uma carta de [1777] indica a.
A colocação da estátua como resultado de um planeamento de conjunto para a Praça do Comércio é defendida por Ochoa (2011, p. 63) e é também um dos argumentos de Lemée, que afirmava que, para as estátuas das praças reais, deveria existir uma interacção entre arquitectura e o monumento esculpido; o que supunha que o arquitecto teria concebido, as duas operações de maneira concomitante, para equilibrar a relação entre os dois elementos (GADY, 2008, pp. 96 97)
A carta que encontramos atribuível a Eugénio dos Santos e Carvalho (2) apresenta os torreões, o arco e a estátua, assim como as galerias com as arcadas. Relativamente à iconografia temos informações diferentes. Uma das perspectivas não apresenta nem torreões, nem arco, nem mesmo estátua (5) e a outra não apresenta torreões nem estátua. Sendo a mais próxima do construído a intitulada "Perspectiva imaginária da Praça do Comércio com torreões cupulados" que apresenta uns torreões com cúpulas que não vingaram.
A Praça do Comércio e a Place de Nos Conquêtes apresentam ambas planta rectangular (próxima do quadrado) com um lado aberto, com um eixo centralizado composto pela estátua do monarca a cavalo emoldurada ao fundo por um Arco do Triunfo (RIBEIRO, 2006)7 .
As arcadas são outro elemento comum a estas duas praças. França (1987, p. 158) descreve a Place de Nos Conquêtes e a Place de la Bourse e diz que esta última tem uma afinidade com a Praça do Comércio pelas arcadas. Então e a Place de Nos Conquêtes? Nesta as arcadas parecem ser vazadas como na Praça do Comércio8
Em termos de medidas a Praça do Comércio foi desenhada em [1758] por Eugénio dos Santos e Carvalho e Carlos Mardel com 200 x 170 m e construída com 198 x 182 m9. Enquanto a Place de Nos Conquêtes foi projectada para ter 168 x 152 m (ZISKIN, 1994, p. 149). As dimensões apresentadas evidenciam proporções muito próximas da praça francesa com a praça portuguesa construída. Isto pode ser verificado multiplicando as medidas da Place de Nos Conquêtes pelo factor 1,19 obtendo medidas semelhantes à praça construída. A praça desenhada em [1758] é ligeiramente mais rectangular uma vez que a medida menor apresenta menos 12 metros de comprimento em relação ao construído e no lado maior eram propostos mais 2 metros. Assim o construído aproxima se mais da Place de Nos Conquêtes.
Os planos definidores destas duas praças são muito semelhantes. Ambas apresentam uma galeria com arcadas sobre a qual estão dois pisos. Numa das fachadas vislumbra-se o arco do triunfo. O desenho do arco do triunfo francês é simples, contempla apenas um frontão triangular coroando a composição enquanto o português se apresenta ao estilo barroco muito ornamentado.
A grande diferença no desenho destas praças está no lado aberto da praça. A Place de Nos Conquêtes abre para uma rua (Rue de Saint Honoré) denunciada na iconografia onde se evidencia o movimento causado pela passagem dos coches. A Praça do Comércio abre para o Rio Tejo com o movimento dos barcos dai esta praça
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Para a descrição formal da Place de Nos Conquêstes são úteis os seguintes textos: (ZISKIN, 1992), (CLEARY, 1986) e (CLEARY, 1999)
8 Para França as arcadas são deste tempo e assim estão justificadas: “...é bem corrente projectar arcadas neste momento da tradição clássica.” (FRANÇA, 1987, p. 158). Se as arcadas eram assim tão comuns, como afirma França, como se explica que as outras cinco praças portuguesas setecentistas não tenham arcadas? Veja se a Praça Mouzinho de Albuquerque em Braga, o Rossio em Lisboa, a Praça Marquês de Pombal de Vila Real de Santo António, a Praça Marquês de Pombal em Porto Corvo e a Praça dos Imperadores em Manique do Intendente.
9 Aferido por nós após introdução da cartografia digitalizada no Autocad e feitos os respectivos rescales.
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se aproximar também do conceito de Praça Real de Luis XV que relaciona o espaço urbano com a paisagem.
É necessário realçar mais um aspecto comum às duas praças (Praça do Comércio e Place de Nos Conquêtes) o facto de simbolizarem uma Entrada Real10 enfatizada pela estátua do Rei e pelo Arco do Triunfo. O Arco do Triunfo como obra efémera surgiu pela primeira vez na Entrada de Felipe I em 1581. A partir desse evento as festas do tipo entradas passaram a ser comuns no Terreiro do Paço. No século XVIII as duas entradas principais foram marcadas pelas consortes de D. João V em 1708 e de D. José em 1729. A memória destes eventos marcou a cultura do povo e Eugénio dos Santos e Carvalho recorreu a estes elementos reinserindo os na Praça do Comércio.
A Praça do Comércio não poderá ser vista de um modo isolado. Terá de ser enquadrada no conjunto das obras arquitectónicas portuguesas da altura e com o espaço prévio. Assim como Ludovice, arquitecto do Convento de Mafra, usou a memória para a representação do seu grandioso edifício em Mafra criando dois torreões idênticos ao construído anos antes no Terreiro do Paço (edifício de Terzi), também Eugénio do Santos e Carvalho aquando da reforma do Terreiro do Paço recriou mais uma vez dois torreões os quais enquadram hoje a grande praça de Lisboa. Podemos assim, afirmar que o edifício de Terzi transformou-se num modelo a seguir, tal como o foi a fachada de S. Vicente Fora para o corpo central do Convento de Mafra.
O Terreiro do Paço não era uma praça criada de raiz, mas um espaço que eviden ciava várias fases da história. Deste modo, embora possam existir reminiscências do terreiro na Praça do Comércio, como a do edifício de Terzi, existe nitidamente um fundamento teórico no Iluminismo, onde sobriedade e o pragmatismo imperavam.
O desenho da Praça do Comércio de planta rectangular (próxima do quadrado) foi proposto pela primeira vez num plano de 1756 da autoria de Eugénio dos Santos de Carvalho e de António Carlos Andreas. Mais tarde na proposta a edificar foi assumida a planta rectangular (próxima do quadrado) que contrariava a forma alongada do espaço antecessor, o Terreiro do Paço, o que demonstra que nem tudo são reminiscências do passado.
4. Conclusões
Será que podemos então falar de uma Lisboa setecentista estrangeirada? Terá Lisboa influenciado também?
Com base nas informações de autores diversos (ROSSA, 2003) (MULLIN, 1992) (OLIVEIRA, 2004) (DUARTE, 2004) podemos hoje afirmar que Lisboa terá sido desenhada na segunda metade do século XVIII com referência a outras construções urbanísticas estrangeiras.
É sabido então que Eugénio dos Santos e Carvalho era um homem bem informado e que possivelmente terá sido influenciado por engenheiros arquitectos da altura. Todavia, ironicamente, parece que os projectos de Eugénio dos Santos e Carvalho não terão servido de inspiração aos colegas do século XVIII: “(...). Como os seus projectos para a Baixa não foram publicados e permaneceram no mais absoluto anonimato em termos internacionais, o seu trabalho não conseguiu ter qualquer impacto na teoria da arquitectura e do urbanismo da segunda metade do século XVIII.” (OLIVEIRA, 2004, p. 72).
Lisboa terá influenciado assim muito pouco primeiro por se encontrar muito longe da Europa, segundo pelo facto da experiência se ter realizado em “circuito fechado”.
10 Também conhecida por Entrada Triunfal ou Entrada Jubilar corresponde ao conjunto de cerimónias e festividades que acompanhavam a entrada formal de monarca ou de um seu representante numa cidade durante a Idade Média e o Renascimento.
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Apesar disto, existe quem acredite que Carolina11, cidade andaluza fundada em 1755 possa ser uma consequência da nova Lisboa, assim como a cidade de Edimburgo12. Embora se possa afirmar que Eugénio dos Santos e Carvalho tenha sido em parte influenciado pelos trabalhos dos seus colegas franceses também é certo que o seu trabalho se distingue por uma especificidade própria.
Como vimos existem posições divergentes quanto aos fundamentos de génese da concepção da Praça do Comércio. Atendendo ao que alguns investigadores explicitam temos posições antagónicas que carecem de novos estudos. A nossa hipótese é a de que a Praça do Comércio efectivamente é um reflexo das influências iluministas francesas nomeadamente da Place de Nos Conquêtes.
Os projectos urbanísticos e arquitectónicos portugueses do século XVIII são um resultado de aprendizagens passadas onde se soube sempre muito bem articular o erudito com o vernacular e onde influências diversas afectaram a cultura de então. Sendo o projecto da Baixa um misto de registos que proviam da tradição arquitectónico urbanística da escola portuguesa de Engenharia Militar e das obras contemporâneas francesas.
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LAVEDAN, P. Nouvelle histoire de Paris : histoire de l'urbanisme à Paris. 2ª Edição. Paris: Diffusion Hachette, 1993.
11 Carolina é considerada o melhor e mais completo exemplo do urbanismo espanhol no Iluminismo. Num estudo sobre o urbanismo espanhol, Chueca Goitia sugere que Carolina pode ter uma explicação na Lisboa Pombalina, assim como no desenho de Vila Real de Santo António (CHUECA GOITIA, 1968, pp. 180 181) (GARCIA Y BELLIDO, 1968)
12 Murteira (2004, p. 57) associa o projecto de Edimburgo (1767) ao projecto da Baixa (1756).
9
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LEAL, J. E. D. C. Legitimação artística e patrimonial da Baixa Pombalina : um percurso pela crítica e pela história da arte portuguesas . Monumentos revista semestral de edifícios e monumentos, Lisboa, v. 21, p. 6 17, 2004.
MARAT MENDES, T.; SAMPAIO, M. G. T. D.; RODRIGUES, D. Measuring Lisbon Patterns: “Baixa” from 1650 to 2010. Nexus Network Journal architecture and mathematics on-line, v. 13, n. 2, p. 351 372, 2011.
MORRIS, A. E. J. Historia de la forma urbana : desde sus orígenes hasta la Revolución Industrial. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1984.
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MURTEIRA, H. Lisboa antes de Pombal: crescimento e ordenamento urbanos no contexto da europa moderna (1640 1755). Monumentos - revista semestral de edifícios e monumentos, Lisboa, v. 21, p. 50 57, 2004.
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Eugénio dos Santos de Carvalho, arquitecto e engenheiro militar (1711 1760): cultura e prática de arquitectura. 2007. (Tese de Doutoramento em História da Arte Época Moderna). Departamento de História da Arte, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, Lisboa.
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RATTON, J. Recordações. Lisboa: Fenda, 1992.
RIBEIRO, N. P. Festa Barroca e Espaço Urbano: O Caso da Lisboa Pombalina. Patrimônio & Cultura 2006. Disponível em: <http://nelsonporto.blogspot.com/2006_08_01_archive.html>.[05 de Dezembro de 2008] >.
ROSSA, W. A Baixa de Lisboa no Contexto do Urbanismo Português . Jornadas A Baixa Pombalina e a sua importância para o Património Mundial. URBANA, C. M. D. L. P. D. L. U. E. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa: Pelouro do Licenciamento Urbanístico e Reabilitação Urbana, p. 28 39, 2003.
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SAMPAYO, M. G. T. D.; RODRIGUES, D. The five plans for the aftermath of 1755 Lisbon earthquake: the interplay of urban public spaces Urban morphology and urban transformation. Guangzhou China: ISUF 2009.
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ZUCKER, P. Town and Square. Nueva York: Columbia University Press, 1958.
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Última atualização: 12/07/2012
Áreas Temáticas
TEMA CENTRAL: A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADE: UMA VIA DE MÃO DUPLA
Nas discussões finais do XII SHCU, em Vitória/ES, algumas questões começaram a destacar-se. Uma delas é a que foi tomada como mote para esse, XII SHCU: a circulação das idéias urbanísticas é uma via de mão dupla, quaisquer que sejam as territorialidades envolvidas. Essa circulação pode se dar em termos inter-continentais ou intra-continentais, como por exemplo, entre Europa e América, ou Estados Unidos e Brasil. Em qualquer caso, não há mais lugar para visões unilaterais, nas quais historicamente se creditavam aos países do Norte, como centros ativos de emissão de teorias e paradigmas urbanísticos e os países do Sul, como periferia receptora, passiva ou no máximo adaptadora. Entretanto, essas visões não levavam em conta a complexidade das trocas culturais, no pensar e no agir sobre a cidade, a multiplicidade de aspectos que podem assumir de parte a parte, as ressonâncias recíprocas que as qualificam. Explorar e debater essa complexidade multifacetada é o objetivo deste seminário.
As sessões temáticas serão em número de cinco, com sessões de comunicação oral paralelas. Prevêem-se seis trabalhos em cada sessão de comunicação, resultando na seleção de noventa trabalhos para apresentação. Poderá haver seleção de um número complementar de trabalhos só para publicação, a critério da comissão científica.
Em qualquer caso, a seleção se fará a partir de trabalho completo.
ST1 - A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS NA CONSTITUIÇÃO DO PENSAMENTO URBANÍSTICO
ST2 - A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS NA EVOLUÇÃO DA PRÁTICA URBANÍSTICA
ST3 - A REPRESENTAÇÃO E O IMAGINÁRIO DA CIDADE
ST4 - O PATRIMÔNIO E PAISAGEM CULTURAL
ST5 - O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO NO TERRITÓRIO .
ST1: A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS NA CONSTITUIÇÃO DO PENSAMENTO URBANÍSTICO
A constituição do urbanismo como campo disciplinar. A difusão do pensamento urbanístico e seu impacto na prática. As diferentes áreas do conhecimento e sua contribuição para a formação do pensamento urbanístico. A academia e instituições como lócus de difusão e formulação de ideias sobre a cidade e o urbanismo. Tipologias arquitetônicas e morfologia urbana. A circulação das ideias urbanísticas e seus vetores de transferência e intercâmbio.
PROGRAMAÇÃO ST1
Horário DIA 16/10 – TERÇA-FEIRA DIA 17/10 – QUARTA-FEIRA DIA 18/10 – QUINTA-FEIRA 8:30
TIAGO CARGNIN GONÇALVES, MARIA HELENA LENZI: O ENSINO DE PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA NO ÂMBITO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL (ANPUR)
LUIZ AUGUSTO MAIA COSTA: ANTÔNIO FRANCISCO DE PAULA SOUZA E A COMPONENTE NORTE AMERICANA DA FUNDAÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DE SÃO PAULO, 1893
JOSÉ FRANCISCO BERNARDINO FREITAS: A FORMAÇÃO DE URBANISTAS E A REALIDADE MUNICIPAL: UMA EXPERIÊNCIA LATO SENSU
RODRIGO SANTOS DE FARIA: O DEPARTAMENTO NACIONAL DE URBANISMO: IDÉIAS E ORIGENS NO PROCESSO HISTÓRICO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SETOR DE URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO NO GOVERNO FEDERAL BRASILEIRO
VERA RESENDE: DISCURSOS SOBRE O PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL: A AGENDA AO FINAL DA DÉCADA DE 1950
VIRGINIA
NESTOR RAZENTE, LÍVIA RIZZI RAZENTE: FORDLÂNDIA CIDADE-EMPRESA UTÓPICA NA SELVA
MARIA ANA FERRÉ: O PROJETO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA DE TUCUMÁN (1946-1955)
ROBERTA TABORDA SANTA CATHARINA: AS PRIMEIRAS ORDENANÇAS URBANÍSTICAS DA CIDADE DE PELOTAS/RS: DO CÓDIGO DE CONSTRUÇÃO DE 1915 AO RELATÓRIO DE SANEAMENTO DE 1947
HORACIO TORRENT: LA IDEA DEL PLAN, DEL ARTE CIVICO AL URBANISMO MODERNO: CIRCULACIONES EN LAS PUBLICACIONES PERIODICAS EN CHILE 1930-1940
(COFFEE
GISELA CUNHA VIANA LEONELLI: A ATUAÇÃO DOS JURISTAS NA REGULAÇÃO
Inscrição
Submissão
Home | Apresentação | Histórico | Público Alvo | Áreas temáticas | Comissão Organizadora | Comissão Científica | Programação
Palestrantes | Submissão de artigos | Datas | Inscrição | Local | Informações Turísticas | Hospedagem | Promoção | Apoio | Contato
9:00
9:30
10:00
10:30 COFFEE BREAK
BREAK 11:00
DO PARCELAMENTO DO SOLO NO BRASIL: DE UMA LEI PARA LOTEAMENTO A UMA LEI PARA CONDOMÍNIO FECHADO 11:30 PAOLA BERENSTEIN JACQUES, THAIS DE BHANTHUMCHINDA PORTELA, JOÃO SOARES PENA, ADALBERTO VILELA, OSNILDO ADÃO WAN-DALL JUNIOR: CRONOLOGIA DO PENSAMENTO URBANÍSTICO: A CIRCULAÇÃO DE IDEIAS SOBRE A CIDADE MÔNICA FIUZA GONDIM: O MOVIMENTO NA MORFOLOGIA URBANA 12:00 CANDIDO MALTA CAMPOS: A CIRCULAÇÃO DO IDEÁRIO URBANÍSTICO NA AMÉRICA DO SUL NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX: INTERPRETAÇÕES E CONCEITOS RESERVA TÉCNICA 12:30 RESERVA TÉCNICA 14:00 ELISÂNGELA DE ALMEIDA CHIQUITO: IMBRICAÇÕES ENTRE LEBRET E A ONU NO PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL NO II PÓS-GUERRA 14:30
PONTUAL: AS REDES ECONOMIA E HUMANISMO NA AMÉRICA LATINA: “LA GRANDE FAMILLE E.H” E “UN RESEAU D’AMITIÉS CONTINENTAL” 15:00 IVVY PEDROSA CAVALCANTE PESSÔA QUINTELLA: A CIDADE COMO OBRA DE ARTE: A CONTRIBUIÇÃO DE G. C. ARGAN PARA O PENSAMENTO URBANÍSTICO 15:30 DIRCEU PICCINATO JUNIOR: A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO “BACHAREL URBANISTA” WASHINGTON LUIS
Aproveite os prazos especiais para se fazer a inscrição com desconto. [ + ] Mais detalhes
O processo de submissão de trabalhos é completamente automático. [ + ] Mais detalhes XII - SHCU Outubro de 2012 http://www.ufrgs.br/propur/xiishcu/index.php?p=grupos 1 de 5 12/08/28 12:03
PEREIRA DE SOUSA NA CIDADE DE BATATAIS/SP: O CÓDIGO DE POSTURA DE 1894
COFFEE BREAK
INÊS MARTINA LERSCH: INDÍCIOS DE UMA TRAJETÓRIA: A FORMAÇÃO E AS IDEIAS DO ENGENHEIRO BENNO HOFMANN
VERA GRIENEISEN: O URBANISMO DE THEODOR FISCHER NA ALEMANHA DOS COMEÇOS DO SÉCULO XX
JOSÉ CARLOS HUAPAYA ESPINOZA: A EXPERIÊNCIA ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA BRASILEIRA NA REVISTA “EL ARQUITECTO PERUANO”: DIVULGAÇÃO, INFLUÊNCIAS E CRÍTICAS, 1937-1960
RESERVA TÉCNICA
ST2: A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS NA EVOLUÇÃO DA PRÁTICA URBANÍSTICA
A prática urbanística no contexto dos limites territoriais. A prática disciplinar como fator da constituição do pensamento urbanístico. A circulação de ideias sobre a cidade e a evolução da prática profissional. Análises comparativas no processo de urbanização ou de evolução urbana. Paradigmas disciplinares e prática profissional. Ideias urbanísticas na transferência e intercâmbio de soluções.
PROGRAMAÇÃO ST2
Horário DIA 16/10 – TERÇA-FEIRA DIA 17/10 – QUARTA-FEIRA DIA 18/10 – QUINTA-FEIRA 8:30
RODRIGO BAETA: AS ORDENANZAS DE POBLACIÓN E SUA REAL IMPORTÂNCIA PARA A CONFIGURAÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS HISPANO-AMERICANOS
9:00
9:30
10:00
ISABELLE CURY: A FORMAÇÃO URBANA DOS NÚCLEOS MARÍTIMOS ATLÂNTICOS DA EXPANSÃO URBANA ULTRAMARINA PORTUGUESA
MAFALDA TEIXEIRA DE SAMPAYO, ANA MARIA TAVARES MARTINS: UMA INFLUÊNCIA INTERNACIONAL NO PROCESSO URBANÍSTICO DA BAIXA: A PRAÇA DO COMÉRCIO
PAULO DE ASSUNÇÃO: SABERES NA ARTE DE EDIFICAR: A CIRCULAÇÃO DAS IDÉIAS NA RECONSTRUÇÃO
MONICA PEIXOTO VIANNA: AS REFERÊNCIAS URBANÍSTICAS E A PRÁTICA PROFISSIONAL NA FORMAÇÃO DE UM MÉTODO DE PLANEJAMENTO
KLAUS CHAVES ALBERTO: A NOÇÃO DE INTEGRAÇÃO UNIVERSITÁRIA NOS CAMPI DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA E DA UNIVERSIDADE DE CAMPINAS: DUAS INTERPRETAÇÕES DO MESMO IDEAL
LORENZA PAVESI: CHRISTOPHER ALEXANDER E A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
JACQUES SILLOS: A CIRCULAÇÃO DAS IDÉIAS E OS SISTEMAS SUBTERRÂNEOS DE TRÁFEGO AUTOMOTOR
COFFEE BREAK (COFFEE BREAK
NÁDIA SOMEKH: A CIDADE NEGÓCIO: A VERTICALIZAÇÃO E AS IDÉIAS DE ANHAIA MELLO PARA SÃO PAULO
RENATO LEÃO REGO: MODERNIDADE NO INTERIOR DO PARANÁ: O NORTE DO PARANÁ, OS ENGENHEIROS, ARQUITETOS E URBANISTAS FORÂNEOS E A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM REGIONAL
FABÍOLA CASTELO DE SOUZA CORDOVIL, LEONARDO CASSIMIRO BARBOSA, RAQUEL AGOSTINHO BARBOSA: A EXPANSÃO URBANA E O PLANO MODERNO: REFERÊNCIAS TEÓRICAS E URBANÍSTICAS NA CONFORMAÇÃO DE ÁREAS VERDES EM MARINGÁ, PR, ATÉ 1988
JAVIER FEDELE: GENEALOGÍAS DE LA EXTRAURBANIDAD: HISTÓRIAS SOBRE LA RELACIÓN PUERTO Y CIUDAD (SANTA FÉ, ARGENTINA)
CAROLINA HELDT D’ALMEIDA: PRÁTICAS DO EMPRESARIAMENTO DA CIDADE: PORTO MARAVILHA E PORTO VALONGO
MARIA CRISTINA DA SILVA SCHICCHI, EDUARDO MOSQUERA ADELL: REABILITAÇÃO URBANA PARA HABITAÇÃO SOCIAL: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS ENTRE GOVERNOS LOCAIS IBEROAMERICANOS
RESERVA TÉCNICA RESERVA TÉCNICA
RICARDO TREVISAN: UM CALEIDOSCÓPIO PROFISSIONAL NA CRIAÇÃO DE CIDADES NOVAS
PAULO ROBERTO MASSERAN: A AÇÃO URBANÍSTICA DE MÁRIO DE ANDRADE EM SÃO PAULO: CULTURA, PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (1935-1938)
ADRIANA ECKERT MIRANDA: O URBANISMO NA CONCEPÇÃO DE MIRANDA NETTO
MARLICE AZEVEDO: SER OU NÃO SER CAPITAL: NITERÓI E A INFLUÊNCIA DE SEUS ESTATUTOS MUTANTES NA SUA CONFORMAÇÃO URBANA
COFFEE BREAK
VINICIUS LUZ DE LIMA, CANDIDO MALTA CAMPOS: TRÊS PLANOS PARA TRÊS METRÓPOLES SUL-AMERICANAS, 1923-1930: MATRIZES DE ANÁLISE DO PLAN NOEL (BUENOS AIRES), PLANO AGACHE (RIO DE JANEIRO) E PLANO DE AVENIDAS (SÃO PAULO)
ANA LUCIA BRITTO: OS SISTEMAS DE DRENAGEM NO RIO DE JANEIRO: DISCUTINDO AS INOVAÇÕES DO PLANO AGACHE
ROGÉRIO DE CASTRO OLIVEIRA, LUIZ HENRIQUE HAAS LUCCAS: URBANIDADES EM CONFLITO: DOIS ESTUDOS PARA A MODERNIZAÇÃO DE PORTO ALEGRE (1943)
RESERVA TÉCNICA
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XII - SHCU Outubro de 2012 http://www.ufrgs.br/propur/xiishcu/index.php?p=grupos 2 de 5 12/08/28 12:03
ST3: A REPRESENTAÇÃO E O IMAGINÁRIO DA CIDADE Os saberes,
a cidade.
ofícios
cultura
Horário
seus veículos multidisciplinares.
MARCELO TEIXEIRA: A CIDADE BOÊMIA: CIRCULANDO IDÉIAS E FORMANDO CORPOS
9:00
ROBERT MOSES PECHMAN: A GRAMÁTICA DO PODER: QUANDO A PALAVRA ENVENENA A CIDADE
WASHINGTON LUIS LIMA DRUMMOND IMAGENS DA CIDADE: DO SEGREDO DA CENA À OBSCENIDADE MIDIÁTICA
LINEU CASTELLO, LARA SMIDT UMA IDEIA RESILIENTE NA HISTORIA DO URBANISMO
ANA CLAUDIA VEIGA DE CASTRO: RICHARD MORSE E A FORMAÇÃO DA METRÓPOLE PAULISTA: CULTURA URBANA ENTRE NOVA YORK E SÃO PAULO
GILBERTO FLORES CABRAL: VISÕES E UTOPIAS MODERNISTAS NO BRASIL: LE CORBUSIER E BLAISE CENDRARS NO RIO DE JANEIRO - GILBERTO FLORES CABRAL
CLÁUDIO CALOVI PEREIRA: PROJETO URBANO PRÉ-BRASÍLIA: REIDY, NIEMEYER E O CAMPUS DO CENTRO TÉCNICO DA AERONÁUTICA
ANA PAULA CASASSOLA: O LUGAR DA LOUCURA E DA CAMINHADA NO RIO DE JANEIRO NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O XX
MARCOS VIRGÍLIO DA SILVA: “É UMA ORDEM SUPERIOR”: URBANISMO E UMA CIDADE DE TRADIÇÕES E MEMÓRIAS DEVASSADAS
JOSÉ ARTUR D'ALÓ FROTA, ELINE MARIA M. PEREIRA CAIXETA: UM URBANISMO PENDULAR GOIÂNIA: ENTRE A MONUMENTALIDADE DO URBANISMO ACADÊMICO FRANCÊS E A ESCALA DOMÉSTICA DA TRADIÇÃO DA CIDADE JARDIM
LINDENER PARETO JUNIOR: UM PRÁTICO LICENCIADO EM SÃO PAULO: JOAQUIM C. A. CAVALHEIRO E A CONSTRUÇÃO “ANÔNIMA” DA CIDADE
(COFFEE BREAK
ANDRÉA DE LACERDA PESSÔA BORDE: AVENIDA PRESIDENTE VARGAS: CONTRAPONTOS.
NEILA DOURADO GONÇALVES MACIEL:A INTEGRAÇÃO DAS ARTES NA ARQUITETURA MODERNA EM SALVADOR: O DOMÍNIO DE UM DISCURSO
ANDREA SOLER MACHADO: A ORLA IMAGINÁRIA DE PORTO ALEGRE
RESERVA TÉCNICA RESERVA TÉCNICA
JIMENA VEJA, MARIA CRISTINA DA SILVA SCHICCHI: A POLÍTICA URBANA DO ÚLTIMO GOVERNO MILITAR ARGENTINO (1976-1983) E A MODERNIZAÇÃO DE BUENOS AIRES.
CLAUDIA BARBIERI: AS TRANSFORMAÇÕES URBANAS DE LISBOA PELO OLHAR QUEIROZIANO -
PAULA SILVEIRA DE PAOLI: UM ESPELHO ÀS AVESSAS: A RUA DA URUGUAYANA NAS REFORMAS URBANAS DE PEREIRA PASSOS (1902-1906)
ADRIANO SANTOS SOARES: O PAC COMPLEXO DO ALEMÃO E SEUS IMPACTOS NA PAISAGEM: IMAGENS, REPRESENTAÇÕES E DISCURSOS
COFFEE BREAK
GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS: LEITURAS VIAJANTES: A CIDADE COLONIAL BRASILEIRA ENTRE OLHARES ESTRANGEIROS
THAÍS AMORIM ARAGÃO: OFÍCIO DE AMBULANTE: SABER SOBRE A CIDADE
IVONE SALGADO: TOPOGRAFIAS MÉDICAS NA CONSTITUIÇÃO DO CAMPO DISCIPLINAR DO URBANISMO
YASMINIE MIDLEJ SILVA FARIAS CERQUEIRA: ESPAÇO PÚBLICO NA CIDADE COLONIAL BRASILEIRA - ANÁLISE SEGUNDO AUTORES CLÁSSICOS DO PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO: GILBERTO FREYRE, SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA E ROBERTO DAMATTA
os
e
A cultura urbana e o imaginário na formação do pensamento urbanístico e na representação da cidade. Seu significado e as práticas sociais. As várias formas de expressão da
urbana e
PROGRAMAÇÃO ST3
DIA 16/10 – TERÇA-FEIRA DIA 17/10 – QUARTA-FEIRA DIA 18/10 – QUINTA-FEIRA 8:30
9:30
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10:30 COFFEE BREAK
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ST4: O PATRIMÔNIO E PAISAGEM CULTURAL A temática do patrimônio associada às relações sócio-espaciais, referidas ao tempo e ao espaço. O patrimônio histórico-cultural nestas relações e a construção das agregações entre memória e a construção do presente e das visões de futuro. A paisagem na cidade ou na região e suas relações com os elementos que constituem a paisagem cultural. PROGRAMAÇÃO ST4 Horário DIA 16/10 – TERÇA-FEIRA DIA 17/10 – QUARTA-FEIRA DIA 18/10 – QUINTA-FEIRA 8:30 RAFAELA MABEL SILVA GUEDES, MARIA BERTHILDE MOURA FILHA: A PAISAGEM URBANA E A PAISAGEM CULTURAL NAS DISCUSSÕES PATRIMONIAIS RENATA ROGOWSKI POZZO: A PONTE HERCÍLIO LUZ NA TRANSIÇÃO PARA A MODERNIDADE CAPITALISTA EM FLORIANÓPOLIS: MONUMENTO OU RUÍNA? 9:00 ANA LÚCIA GOELZER MEIRA, ANNA ELIZA FINGER: DOS MONUMENTOS AOS CONJUNTOS URBANOS: TRAJETÓRIA DA PRESERVAÇÃO EM NÍVEL NACIONAL NO RIO GRANDE DO SUL MARCOS ANTONIO SILVA LINO: INTERVENÇÕES URBANAS E A TENDÊNCIA À DISSOLUÇÃO DE IDENTIDADES: CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS SOBRE A PONTE ESTAIADA OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA – SÃO PAULO: 9:30 MARIA MATILDE VILLEGAS J., VLADIMIR FERNANDO STELLO: A PERCEPÇÃO DO ESPAÇO MISSIONEIRO: DA RENATA HERMANNY DE ALMEIDA, GIOVANNA GONÇALVES SILVA: MODIFICANDO PREEXISTENCIAS XII - SHCU Outubro de 2012 http://www.ufrgs.br/propur/xiishcu/index.php?p=grupos 3 de 5 12/08/28 12:03
REDUÇÃO AO SÍTIO ARQUEOLÓGICO:
CRÍTICAS. EXPERIMENTAÇÕES BRASILEIRAS, 1950-2010:
RESERVA TÉCNICA RESERVA TÉCNICA
COFFEE BREAK (COFFEE BREAK
ADRIANA MARA VAZ DE OLIVEIRA: PATRIMÔNIO E REPRESENTAÇÃO
MARTHA MACHADO CAMPOS: PORTO E ATMOSFERA:CORPO PAISAGÍSTICO NA CIDADE DE VITÓRIA (ES)
LETÍCIA NARDI: USOS E SENTIDOS DO CENTRO HISTÓRICO DE PARANAGUÁ-PR
NÁDIA MENDES DE MOURA: MEMÓRIA E HISTÓRIAREFLEXÕES SOBRE A IGREJA MATRIZ DE PIRENÓPOLIS.GO
ANA CAROLINA PELLEGRINI, CARLOS EDUARDO DIAS COMAS: O FUTURO DO PRETÉRITO E A INVENÇÃO DO PATRIMÔNIO: O MUSEU DO PÃO EM ILÓPOLIS
RICARDO DOS SANTOS TEIXEIRA, FERNANDA BORGES DE MORAES: O PLANO VIANA DE LIMA PARA OURO PRETO: A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADE PATRIMÔNIO
RESERVA TÉCNICA RESERVA TÉCNICA
RENATO DA GAMA-ROSA COSTA, ANA MARIA GADELHA A. AMORA: AS RELAÇÕES ENTRE A CIDADE, INSTITUIÇÕES DE SAÚDE E PATRIMÔNIO: O CASO DA COLÔNIA JULIANO MOREIRA E O BAIRRO DE JACAREPAGUÁ
JADER TADEU FANTIN, SARAH FELDMAN: DO INTERIOR PARA OS PORÕES, DOS PORÕES PARA AS FACHADAS: OS JAPONESES NO BAIRRO DA LIBERDADE EM SÃO PAULO
MARIA HELENA DE ANDRADE AZEVEDO, MARIA BERTHILDE MOURA FILHA: UMA HISTÓRIA DA CIDADE DA PARAHYBA CONTADA A PARTIR DA RUA DIREITA:
COFFEE BREAK
INÊS EL-JAICK ANDRADE, CARLA GILS VASCONCELLOS DE OLIVEIRA: JARDINS DO PAVILHÃO MOURISCO DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ E A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS PAISAGÍSTICAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX:
ROBERTO SEGRE, NAYLOR VILAS BOAS, GILSON DIMENSTEIN KOATZ: O LARGO DA CARIOCA NO RIO DE JANEIRO: COMPLEXIDADES DE UM ESPAÇO URBANO
LUDMILA DIAS FERNANDES, VALÉRIO MEDEIROS: UMA INTERPRETAÇÃO HISTÓRICO-MORFOLÓGICA DA PRAÇA DA LIBERDADE, EM BELO HORIZONTE:
RESERVA TÉCNICA
ST5: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO NO TERRITÓRIO . O espaço urbano e regional em transformação. Planos e projetos e sua inserção na historia da cidade e do urbanismo. A questão regional e as varias faces da interdisciplinaridade no contexto de seu planejamento. A ocupação do espaço urbano e regional e o papel do Estado como formulador e implementador de políticas públicas. PROGRAMAÇÃO ST5
DIA 17/10 – QUARTA-FEIRA
Horário DIA 16/10 – TERÇA-FEIRA
ANDREIA DO SOCORRO CONDURU
ISABELA ZANI DONATO
DIA 18/10 – QUINTA-FEIRA 8:30
ARQUITETURA MODERNA E CIDADE EM ARARAQUARA. ARTICULAÇÃO ENTRE
E DESENVOLVIMENTO URBANO
WALCLER
JULIANA MICHAELLO
MARGARETE
BEATRIZ
10:00
10:30
11:00
11:30
12:00
12:30
14:00
14:30
15:00
15:30 Debate 16:00
16:30
17:00
17:30
18:00
DE SOUSA CARDOSO, GUSTAVO DUARTE CARDOSO: A FORMAÇÃO URBANA DA CIDADE DE BELÉM: REFEXOS DA ECONOMIA GOMÍFERA
:
ARQUITETURA
(1945 –1985) 9:00 RAFAEL PALHARES MACHADO, FERNANDA BORGES DE MORAES: A INFLUÊNCIA DA CULTURA CRISTÃ NA GÊNESE URBANA DAS MINAS GERAIS
MACÊDO DIAS,
DE LIMA MENDES JUNIOR: ATLAS DO PAÍS DE SÃO SARUÊ 9:30 PEDRO RIBEIRO MOREIRA NETO, VALÉRIA ZANETTI, CHARLES LIMA: FORMAÇÃO DA REDE URBANA DO VALE DO PARAÍBA PAULISTA RESERVA TÉCNICA 10:00 RESERVA TÉCNICA 10:30 COFFEE BREAK (COFFEE BREAK 11:00 JOSARLETE MAGALHÃES SOARES, ÍTALO ITAMAR CAIXEIRO STEPHAN, ISADORA MARIA FLORIANO RIBEIRO: IMPLANTAÇÃO DE NÚCLEOS URBANOS E EXPANSÃO TERRITORIAL: GUIDO THOMAZ MARLIÈRE E A ZONA DA MATA MINEIRA NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XIX DORALICE SÁTYRO MAIA: CIDADES E FERROVIAS NO INTERIOR DO BRASIL: ORDENAMENTO TERRITORIAL E ALTERAÇÕES NA MORFOLOGIA URBANA 11:30 SIDNEY PIOCHI BERNARDINI: POLÍTICAS SANITARISTAS E URBANIZAÇÃO EM SÃO PAULO NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1892-1927)
RODRIGUES NEVES OLIVEIRA: ESCASSO E SEGREGADO: UMA ANÁLISE SOBRE A PRODUÇÃO DE ESCASSEZ E SEGREGAÇÃO ESPACIAL NA CIDADE DE SALVADOR – BA 12:00 DANIELLE HEBERLE VIEGAS: UM OUTRO FUTURO PARA O PASSADO DA CIDADE: A IDEALIZAÇÃO DA VILA POPULAR MAUÁ EM CANOAS/RS (1941-1948)
HELENA NOGUEIRA DIÓGENES, MARIANA QUEZADO COSTA LIMA: FORTALEZA: A EXPANSÃO TERRITORAL DA METRÓPOLE CEARENSE E OS VETORES DE CRESCIMENTO URBANO E METROPOLITANO 12:30 RESERVA TÉCNICA RESERVA TÉCNICA XII - SHCU Outubro de 2012 http://www.ufrgs.br/propur/xiishcu/index.php?p=grupos 4 de 5 12/08/28 12:03
LUCAS RICARDO CESTARO, CAMILA MORENO DE CAMARGO: CORTIÇOS EM SÃO PAULO NO CENTRO DA QUESTÃO HABITACIONAL
CAMILA RIGHI DE ALMEIDA, JOSÉ ALBERTO BARROSO CASTAÑON, KLAUS CHAVES ALBERTO: DIRETRIZES E INSTRUMENTOS LEGAIS DA ESCALA FEDERAL AO MUNICÍPIO: UM ESTUDO DE CASO EM TRÊS RIOS/RJ
WRANA PANIZZI: A POLÍTICA URBANA: IDAS E VINDAS NUMA NOTA SÓ
ADELITA ARAUJO DE SOUZA, JANE VICTAL FERREIRA: ITAIPU BINACIONAL E O PLANO GLOBAL DE URBANIZAÇÃO DAS CIDADES DA FRONTEIRA
COFFEE BREAK
FANIA FRIDMAN: NOTAS SOBRE O PLANEJAMENTO NO TEMPO JANGO
JEFERSON TAVARES: O CONCEITO DE REGIÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO E O PLANEJAMENTO TERRITORIAL
ALINE WERNECK BARBOSA DE CARVALHO: PRESERVAÇÃO X EXPANSÃO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO FÍSICO E AMBIENTAL DO CAMPUS DA UFV EM VIÇOSA
RESERVA TÉCNICA
14:00
14:30
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15:30
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16:30
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17:30
18:00
Comissão organizadora | Comissão científica | Investimento Local | Hospedagem Promoção | Apoio Fale Conosco Copyright © 2012 - SHCU - Seminário de História das Cidades e do Urbanismo XII - SHCU Outubro de 2012 http://www.ufrgs.br/propur/xiishcu/index.php?p=grupos 5 de 5 12/08/28 12:03