Design Editorial & Multiplataformas

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DESIGN GRÁFICO ESTÁCIO

DESIGN EDITORIAL & MULTI PLATAFORMA

ISABELA MAFRA 201007014164

SEMINÁRIOS INTEGRADOS EM DESIGN GRÁFICO PROFESSORA PAOLA VICHY JUNHO DE 2022


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O QUE É DESIGN EDITORIAL?

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MULTI PLATAFORMAS

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PLATAFORMAS IMPRESSAS E DIGITAIS


dice SEMINÁRIOS INTEGRADOS EM DESIGN GRÁFICO

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OS TIPOS DE LEITOR

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CROSSMIDIA E SUAS LINGUAGENS

PESQUISA

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 3


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O QUE É DESIGN EDITORIAL?

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Este projeto apresenta vias de caráter teórico e exploratório e se propõe a identificar, apresentar e problematizar características da atividade do design editorial, que por sua vez, refere-se à área de especialização do design gráfico que desenvolve livros, revistas, jornais e outras peças (O VALOR..., 2003), onde a principal função é, em suma, o transpasse de dados a nível informativo. O design editorial vem sendo utilizado antes mesmo de se estabelecer o termo “Design”, partindo dos velhos tempos onde monges produziam os valiosos livros de acesso exclusivo da nobreza e igreja, ainda em processos caligráficos. Com o surgimento dos tipos móveis, tal atividade passou a ganhar cada vez mais espaço, bem como relevância, pois, “um texto não existe enquanto conteúdo abstrato, precisa tomar uma forma sensível: posso ouvi-lo, tocá-lo, vê-lo, percebê-lo em movimento etc.” (GRUSZYNSKI, 2015, p. 572). Nesta categoria, “o design bemsucedido, assim, não deve aparecer,

ele é apenas um veículo neutro para que o conteúdo se faça presente.” (GRUSZYNSKI, 2015, p. 572). Para Zappaterra (2007), design editorial pode entreter, informar, instruir, comunicar, educar ou uma combinação de tudo isso. Cardoso (2012), ressalta que a forma abrange a estrutura, configuração e aparência. Portanto, estabelecese que a experiência de leitura juntamente com o desenvolvimento tecnológico e o crescente uso do design editorial estimulou o surgimento de novas ideias e técnicas de design, participando assim da constituição de práticas de leitura (CHARTIER, 1996).


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MULTIPLATAFORMAS

Na atualidade, as pessoas deixaram de consumir conteúdos informativos e de entretenimento de maneira isolada. No que antes as pessoas se atinham a usar, por exemplo, jornais impressos para obtenção de informações do dia-a-dia apenas através por este meio, hoje é possível encontrar tais textos também em outros veículos. Como menciona ANDAKU: “Entretanto, é preciso entender que o conteúdo não é apenas adaptado e repetido em diferentes mídias. Cada meio possui seu papel na convergência de informações que chegam às pessoas. O produto final é a soma da narrativa de todos os meios. Cada meio é responsável por contar parte ou detalhes da história. Entretanto, a história pode ser entendida, mesmo que você não tenha acesso a todas as plataformas.”

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PLATAFORMAS IMPRESSAS E DIGITIAIS A seguir, vejamos as principais plataformas onde o design editorial é aplicado:

PLATAFORMAS IMPRESSAS JORNAL Com a finalidade de integrar o público aos acontecimentos diários, foi organizado em temas, unicamente para que o leitor encontre seus assuntos de preferência com mais facilidade.

FOLHETO O afolheto é um objeto impresso de poucas ou única folha, com teor informativo ou publicitário.

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REVISTA Também considerado veículo de comunicação em massa, contudo, possui espaço maior entre as edições, além de geralmente tratar de temas específicos para determinado público-alvo.

LIVRO Classificados por área de conhecimento e por diferentes gêneros, os livros costumam possuir acima de 50 páginas, cumprindo a função de instrumento de estudo e/ou entretenimento.

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PLATAFORMAS DIGITAIS

Além de tais mídias, podemos contar com uma grande variedade de sites, isto é, agrupamentos de páginas, nas quais pessoas e empresas podem inserir conteúdos e recursos diversos, com a finalidade de serem exibidos na internet (CIAWEBSITES). Assim como os principais meios impressos, o meio digital também possui diversas categorias. Vejamos: PORTAL Sites com boa estrutura, onde é possível encontrar diversas páginas de diferentes classificações, como notícias, dicas, propagandas, vídeos, etc. Numa comparação genérica, se assemelha aos jornais impressos. BLOG Como uma coleção de postagens, os blogs podem tratar de determinados temas, muitas das vezes aplicando a opinião pessoal do autor. .

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Site institucional: destinado a empresas, para a divulgação de informações institucionais, como: valores da empresa, equipe, produtos e serviços, portfólio, contato, etc. E-commerce: as famosas lojas virtuais, com o fim de realizar a venda de produtos e serviços pela internet.


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REDES SOCIAIS

Por último, vale frisar o uso de algumas das redes sociais mais populares atualmente (ROBINSON, 2022):

TWITTER rede social categorizada como microblog, o Twitter permite seu usuário que publique mensagens curtas de até 140 caracteres, conhecidas como “tweets”. Por lá se compartilham idéias, conteúdos de interesse e eventos em tempo real. FACEBOOK a maior rede social em funcionamento atualmente (BELING), é uma das formas mais utilizadas entre aqueles que acessam a internet, para se conectar com outras pessoas e também para realizar buscas rápidas de informações sobre outros usuários e pequenos grupos de interesse. INSTAGRAM Social visual, criativa e interativa, o Instagram permite o compartilhamento de imagens e vídeos de curta duração a partir do próprio aplicativo, além de pequenos textos em legendas.

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OS TIPOS DE LEITOR Naturalmente, torna-se impossível falar de mídias impressas e digitais sem citar a ponta final das mesmas, a quem se destina todo o trabalho envolvido em termos de design e usabilidade, portanto, o leitor. Para entendermos melhor seus usuários, devemos levar em conta a multiplicidade de tipos de leitores, claramente para diversos tipos de

leitura. Como menciona Santaella , há o leitor de gráficos, leitor de signos e sinais, leitor de imagens em movimento, dentre muitos outros. Partindo para um lado mais generalista, o que de forma alguma anula as singularidades de cada tipo de leitor, vejamos as características cognitivas e até mesmo de percepção desta vasta diversidade de leitores.

Ainda segundo Santaella: “O primeiro é o leitor contemplativo, da era do impresso e da imagem expositiva, nascido no Renascimento. O segundo, é o leitor do mundo em movimento, dinâmico e híbrido, nascido com a explosão do jornal, fotografia e cinema. O terceiro leitor é aquele que emerge dos espaços virtuais.”

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CROSSMÍDIA E SUAS LINGUAGENS Até aqui então postos os tipos de mídias e os tipos de leitor, precisamos considerar o acelerado desenvolvimento do mundo, graças aos avanços tecnológicos que proporcionam a velocidade de comunicação entre as pessoas por todo o planeta. O acesso à internet vem se popularizando com o passar do tempo, sendo possível estar conectado em diversos lugares e utilizando aparelhos para conexão. Estar conectado passou a fazer parte do cotidiano de um número de pessoas que cresce cada vez mais e a cada dia. Desde o surgimento das primeiras fontes de comunicação em massa, o comportamento humano vem se modificando e se adequando a tais estímulos, que atingem diversas faixas etárias. A internet se tornou uma ferramenta essencial de informação e divulgação e, nela se interage e se debate qualquer assunto, numa linguagem simples, carregada de gírias, abreviações e linguagem popular, dispensando o uso de normas de ortografia ou linguagem formal por obrigação. Assim sendo, é de se entender que, uma vez que a língua

escrita no meio do cyberspace é, em suma, informal, devemos considerar a diferença também no campo da leitura. Estabelecendo uma relação entre leitura e desenvolvimento tecnológico, voltamos ao uso do Design Editorial, que por sua vez, trabalha em comum acordo com novas idéias e técnicas a fim de atingir corretamente o usuário final do produto escrito. Ao considerarmos então que a linguagem adotada, tanto para leitura quanto para escrita num campo informativo impresso é deveras carregado de formalidade, respeito ao uso das regras gramaticais de seu idioma e referências à fontes seguras, devemos então estar atento à diferença do uso das mesmas características ao chegarmos no campo digital. O questionamento que este trabalho traz é justamente sobre a aplicação do Design Editorial em produtos crossmídia, isto é, um único produto em diferentes canais para o mesmo consumidor.

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¹Santaella: “o ciberespaço é todo e qualquer espaço informacional multidimensional que, dependente da interação do usuário, permite a este o acesso, a manipulação, a transformação e o intercâmbio de seus fluxos codificados de informação” (2004, p. 45).

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METODOLOGIA

Uma breve pesquisa foi feita para que seja possível entender as diferentes necessidades do leitor ao consumir mídias impressas e digitais. 33 (trinta e três) pessoas que se identificam como homens e mulheres cis, moradoras do estado do Rio de Janeiro responderam ao formulário online, na faixa dos 21 a 30 anos em sua grande maioria.

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TRAÇANDO PERFIL Para traçar melhor o perfil dessas pessoas, foram pedidas respostas quanto às suas formações e atuais ocupações. Dos trinta e três entrevistados, apenas dois (a) possuem formação até o Ensino Médio, enquanto os trinta e um restantes possuem Ensino Superior completo e atuam em cargos relacionados às suas áreas de formação. Além disso, 84,8% dos entrevistados consideram “Passeios e viagens” como um de seus interesses pessoais, seguido por “Filmes e séries” (78,8%), “Música e Instrumentos” (66,7%), “Gastronomia e cozinha”(54,5%) e “Leitura e Escrita” (48,5%), sendo estes os 5 assuntos mais populares entre os entrevistados. Em seguida, foi perguntado sobre preferências: acompanhar notícias ou procurar assuntos relacionados a seus interesses pessoais (acima mencionados). Aqui, 51,5% dos entrevistados responderam que se interessam tanto por um quanto por outro, o que mostra um balanço chamativo quando comparado à “Leitura e Escrita” como interesse pessoal no item anterior.

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84,8% 51,5% 72,7% 48,5% 72,7% 31,3% 42,4% 60,6% 72,7% 59,4%


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Passeios e viagens

Leitura e escrita

Notícias em redes sociais

Notícias em sites de jornais

Verificam notícias quando sobra tempo

15 minutos diários dedicados à notícias

Priorizam ao menos as manchetes

Necessitam de textos claros e curtos

Linguagem meio formal/informal nas redes sociais

Linguagem meio formal/informal nos impressos

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MAIS ALGUNS DADOS

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Após traçar os perfis e, partindo do pressuposto de que todas as pessoas procuram por notícias de modo geral, buscou-se entender em quais mídias os entrevistados costumam buscar por informações, juntamente com as razões que os fazem recorrer às mesmas. Nesta pergunta, 72,7% das pessoas responderam que buscam por notícias em redes sociais populares, como Instagram e Twitter. Na sequência, sites de jornais como Estadão, G1 e Folha de São Paulo com 48,5% e jornais televisivos como RJTV e Jornal Nacional com 45,4%.

até 15 minutos por dia segundo 31,3% das pessoas.

No próximo passo, os sites da Folha e do G1, juntamente com os jornais televisivos, e o Instagram do MídiaNinjaforamconsideradososmais recomendados, fazendo um paralelo aos critérios para recomendação, dos quais Popularidade, Confiabilidade, Facilidade de acesso e linguagem utilizada foram os mais votados.

Em conclusão, 72,7% preferem um meio termo de linguagem formal e informal nas postagens de redes sociais, bem como 59,4% têm as mesmas preferências quanto aos textos que compõem os jornais impressos e online.

72,7% dos entrevistados disseram que costumam consumir conteúdos informativos enquanto estão em casa ou quando lhes sobra algum tempo entre suas atividades diárias (39,4%), o que nos leva diretamente à questão do tempo em que se dedicam à mesma atividade,

Agora, sabendo do montante de tempo direcionado a este tipo de leitura, ficou claro quando 42,4% responderam que leem as manchetes rapidamente para se manter à par das últimas notícias e, dessa forma, 60,6% necessitam que os textos sejam claros e curtos incluindo também imagens ilustrativas. Outros 30,3% disseram preferir o maior número de informações possíveis na mesma matéria ou postagem.

“(...) os critérios para recomendação, dos quais Popularidade, Confiabilidade, Facilidade de acesso e Linguagem utilizada foram os mais votados.”


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CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa permitiu analisar o perfil de jovens entre 21 e 30 anos, em sua maioria - com nível superior e atuantes em suas áreas de formação. A faixa etária aponta para o Terceiro tipo de leitor, nascido numa era digital e interessado em estudos e tecnologias, como menciona Lúcia Santaella (p.6). Os indivíduos que marcam esta pesquisa são ligados à cultura de modo geral, como filmes, leitura e música. Estes também dispõem de pequena parte de seu tempo para absorver conteúdos relacionados a seus interesses pessoais. Dessa forma também foi possível avaliar sua necessidade de procurar por informações legítimas que emergem de fontes confiáveis sobre a vida cotidiana do Brasil e do mundo. O caminho percorrido ao longo deste trabalho nos leva a concluir que, partindo do pressuposto de que as redes digitais são para todos, contudo, são dominadas pelo leitor vindo da chamada Geração Z, nativos digitais. Podemos então entender que a função do designer diagramador editorial no caso levantado neste trabalho, deve levar em conta a diferença que se faz necessária ao entregar conteúdo

informativo na mídia digital, diferindo dos impressos em certo ponto: conteúdos que possuam linguagem leve, textos curtos e visualmente atrativos. Deve também se atentar à construir um produto final que dê sentido ao texto que venha a ser passado, utilizando de técnicas e aprimorando, ou ainda, descobrindo novos métodos capazes de diferenciar o produto físico do produto digital, levando em conta todos os dados e demandas das gerações e públicos que utilizam dos diversos tipos de mídias que se encontram disponíveis atualmente.

Isabela Mafra, junho de 2022

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