objeto mimético isabella silva magalhães OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 1
capa dura colorida formato 30 x 30 cm
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verso da capa. colorido
isabella silva magalhães
objeto mimético Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de Uberaba como requisto parcial para obtenção do título de arquiteto urbanista. Orientador: Prof.° Me. Marcel Alessandro Claro
UBERABA 2016
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frente folha de apresentação. colorido.
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verso da folha de apresentação
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isabella silva magalhães
objeto mimético Trabalho Final de Graduação apresentado à Universidade de Uberaba como parte das exigências para obtenção do título de arquiteto urbanista.
Uberaba,
_____
de
_____________
de
2016.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________________________ Prof. Me.: Marcel Alessandro Claro | UNIUBE orientador
____________________________________________________________ Prof. Me.: Rodrigo Luiz Minot Gutierrez |UNIUBE examinador
____________________________________________________________ Arquiteta Urbanista Prof. Dra: Alessandra B. C. G. Alves |UFTM examinadora
UBERABA MINAS GERAIS 2016
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frente folha de carimbo
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verso da folha de carimbo
Poderia falar das dificuldades, das noites em claro e do choro. Mas, não. Hoje quero dizer o quanto sou abençoada por Deus. Por Ele ter me privilegiado com a minha jornada e com os melhores guardiões que alguém poderia desejar. Agradeço a esses guardiões por ajudarem a me tornar uma pessoa melhor. Agradeço à minha mãe, Eledir, por fazer das minhas lágrimas suas lágrimas, dos meus sorrisos seus sorrisos e, sei que sem seu amor nada seria. Ao meu pai, Hélio Rubens, pelo amor, apoio e o auxílio a me levantar dos tombos. À minha irmã, Carol, que sempre esteve ao meu lado me protegendo e aconselhando. Aos meus avós, principalmente à vovó Maria, pelas orações e carinho incondicional. Agradeço aos amigos que me incentivaram nas fases mais difíceis. Aos mestres, em especial, ao meu orientador Marcel Claro, pela paciência e pelo entusiasmo com meu projeto. Agradeço, também, os meus tios e primos que torceram por mim, e, à todos os feirantes da Feirarte que me acolheram. Dedico a vocês a minha primeira conquista!
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frente folha de agradecimento
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verso da folha de agradecimento
"Que não nos faltem bons sentimentos. Que nos falte egoísmo. Que nos sobre paciência. Que sejamos capazes de enxergar algo de bom em cada momento ruim que nos acontecer. Que não nos falte esperança. Que novos amigos cheguem. Que antigos sejam reencontrados. Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas. Que a cada sorriso que uma criança der nos faça ter um bom dia e enxergar uma nova esperança. Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha. Que não nos falte vontade de sorrir. Que sejamos leves. Que sejamos livres de preconceitos. Que nenhum de nós se esqueça da força que possui. Que não nos falte fé e amor." ABREU, Caio Fernando.
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frente folha de rosto
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verso da folha de rosto
A
resumo proposta principal do trabalho consiste
aos sábados. Demonstra-se as peculiaridades da feira e se
na elaboração de um objeto arquitetônico, que atenda as
faz um estudo a acerca de seus aspectos de implantação e
demandas espaciais, funcionais e estruturais dos feirantes que
estruturação.
participam da Feirarte em Uberaba. O projeto deve se atentar
Por fim, a terceira parte do caderno consiste na
para questões relacionadas à montagem e à desmontagem,
proposta projetual do objeto arquitetônico destinado à
ao transporte e à implantação do objeto arquitetônico, levando
Feirarte, apresentando as premissas e diretrizes, o programa, as
em consideração atividades de gastronomia e artesanato
representações volumétricas em maquetes digitais, desenhos
que acontecem na feira. Além disso, espera-se que a partir
e croquis que foram relevantes para o desenvolvimento do
do objeto arquitetônico a identidade visual da própria Feirarte
projeto e peças gráficas do projeto.
seja desenvolvida e marcante. Para que o projeto possa suprir as necessidades de executabilidade prática, adaptabilidade e segurança, devese se atentar para o conceito de mimetismo, amplamente usado na natureza para que se crie um projeto consistente que promova o funcionamento do objeto através de 'partes' que possibilitem sua utilização isoladas ou em conjunto, assim, criando uma arquitetura adaptativa, que singulariza a Feirarte e proporciona autonomia para os feirantes. A primeira parte desse caderno consiste em reflexões teóricas buscando um referencial sobre o desenvolvimento e a contextualização histórica das feiras livres. Logo em seguida, é exposta a trajetória das feiras livres no Brasil até sua consolidação na cidade de Uberaba. Também, nos capítulos seguintes são discutidos os paradigmas socioculturais e a caracterização contemporânea das feiras e é feito um estudo sobre a estruturação da feira livre no meio urbano como arquitetura móvel. Na segunda parte o tema retratado diz respeito às principais feiras livres que acontecem em Uberaba e, por meio de uma pesquisa etnográfica e bibliográfica, faz-se uma imersão na Feirarte, que ocorre na Praça Jorge Frange
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Palavras-chave: feira livre, objeto mimético, arquitetura portátil, arquitetura modular.
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frente resumo
. 01
Introdução
2.
. . . 03
3.
. . . 07
4.
. . . 11
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verso do resumo. *indice, gráfia continua na próxima página
Estruturação da feira: urbana e arquitetura movél
Paradigmas socioculturais e caracterização contemporânea da feira livre
Trajetória da Feira: do Brasil à Uberaba
Contextualização da Feira Livre
1.
5.
. . 19
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. . . 25
. . . 35
. . . 43
. . . 62
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Referências Bibliográficas
Objeto Mimético
Referências Projetuais
Feirarte e suas especificidades
Uberaba e suas principais feiras
6.
7.
8.
9.
1 0. . 86
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frente indice, gráfia precisa "encaixar" com a página anterior
1 A
feira livre e a feira festim são eventos
relacionados ao objeto de estudo deste trabalho final de graduação. São as estruturas móveis que organizam espacialmente esses eventos, daí a relevância de aprimora-las. O projeto desenvolve-se através das investigações da principal feira festim de Uberaba – a Feirarte. Atualmente, feira livre é uma das poucas expressões culturais seculares cotidianas que se mantem. Porque se trata de um evento nômade que oferece um intercâmbio de costume, arte, dialeto, gastronomia, vestimenta (...) para outras localidades. Nesse contexto, os processos cotidianos que organizam a feira são referenciais. Sendo eles das mais variadas concepções, segundo Leny Sato (2012): são interações simbólicas desenroladas tendo-se em vista a dimensão técnica à disposição (equipamentos, máquinas, procedimentos, etc.) e o ambiente socioeconômico e cultural no qual se insere. Sendo assim, organização é lida, no caso das feiras, como fluxos de ações e significados (Spink,1991); portanto, organização não é “coisa” (estrutura e papéis sociais), mas processo. (Sato, 2012, p.22)
Fig. 01: Descongele a feira, 2011. MORELLI, Marina, 2011. Disponível em: http://www.vaprafeira.com/ Acessado em: 20 de maio de 2015.
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verso indice. introdução
1
introdução
os
al
m
De acordo, com a combinação de cada processo é
Isso ocorre porque a sociedade contemporânea estimula
as.
que acontece a singularidade de determinada feira, o leque
o consumismo de marcas e um ritmo ultra acelerado fazendo
al
de possibilidades estruturais da feira é ilimitado. Sato investiga
com que as pessoas achem mais cômodo ir a um supermercado.
ma
os processos cotidianos que organizam o trabalho na feira livre
As teorias de Marina Morelli (2011) e de Leny Sato (2012) serão
se
através das interações socioeconômicas e culturais, sendo, lidas
as principais embasadoras deste estudo. Embora, Morelli e Sato
m
como fluxos de ações entre seus usuários. É preciso reconhecer
analisem a feira através das interações sociais e econômicas,
ta
que “as feiras livres trazem para as cidades contemporâneas
suas vertentes conceituais são essências para compreender o
os
a vivência e a vivacidade do espaço público, através de
funcionamento, a organização e a situação contemporânea
es
equipamentos urbanos periódicos desmontáveis e as demandas
desse evento, consequentemente, auxiliando nessa proposta.h
locais.” (Morelli, 2011, p.32). Portanto, propor a reformulação
As estruturas físicas desses eventos são aderidas como
as
das barracas de feira é tentar garantir a continuidade desses
instrumento de estudo desse trabalho final de graduação,
ão
eventos sem depender totalmente dos espaços públicos para
considerando-as como equipamentos urbanos periódicos
o
melhorias. Deste modo, tentando evitar que sua atividade seja
desmontáveis. Desse modo, desenvolvendo uma proposta
e.
comprometida.
projetual de um objeto arquitetônico portátil, o qual ofereça
as,
A perspectiva de Morelli (2011) é que incentivando o
qualidade de trabalho para os feirantes. Também visando à
1);
uso das feiras pelos moradores locais trará ao meio público a
segurança das instalações, especialmente, elétricas e de gás
e
ressuscitação da sociabilidade, de acordo com a pesquisa feita
GLP (gás de cozinha). Dessa maneira não deixando de dar
pela autora 42% da população paulistana prefere ir à feira e
continuidade das feiras na cidade de Uberaba.
32% ao supermercado, porém, apenas 23% da população da capital vão a feira e 42% vão ao supermercado.
1
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frente introdução
2 A
fome é responsável pelas primeiras
explorações territoriais que os animais fizeram e, no caso dos homens isso inclui sociabilização e trocas culturais. Deste modo, levando a grandes desenvolvimentos, pois, de acordo com Franco (2004,P.17), “quando o homem aprendeu a cozinhar os alimentos, surgiu uma profunda diferença entre ele e os outros animais.” Ao longo dessa evolução, o homem primitivo passou a fazer associações do momento de alimentar-se às reuniões de grupo. Por isso, a humanidade fez dessa ocasião algo importante, onde o costume da refeição começa com uma simples fogueira reunindo o clã, portanto, indo além da nutrição. Devido essas interações ancestrais, a organização social torna-se tão complexa que dá origem: a estruturação familiar dos clãs, a divisão de trabalhos, os costumes religiosos e, aos primeiros contatos econômicos; portanto, delimitando culturalmente cada grupo. Desdobraramse, então, os primórdios da prática comercial, constituindo a feira livre. A palavra feira vem do latim “feria.ae” - ‘dia de festa’. Dados e fontes dizem que as primeiras feiras foram realizadas em 500 a.C. nas antigas civilizações fenícias das cidades de Tiro e Cartago que comercializavam os bens adquiridos pelas frotas navais e também armas e objetos de porcelanas. Mas a popularização e
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verso introdução. inicio de capitulo grafia continua
contextualização da feira live
2
as
os
reconhecimento das feiras como lugar de reunião e
Trabalhando com mercadorias diferentes é natural que
o,
troca entre mercadores e cidadãos foi se consolidar
houvesse um ponto de troca entre os comerciantes do eixo
m
por volta da Idade Média, com a crise do feudalismo
mediterrâneo e do eixo nórdico. Os locais destas confluências
os
e o ressurgimento do comércio na Europa. (MORELLI,
eram determinados por uma logica geográfica que permitisse
os
2011, p. 36)
estabelecer tratos comerciais durante vários dias e ocorria na
A economia do ocidente medieval tem por finalidade
região do mediterrâneo francês.
er
a subsistência dos homens. Não vai, além disso. Se
Na região de Champagne ocorriam seis feiras anuais
o.
parece ultrapassar a satisfação é uma noção do
que atraíam negociantes de várias partes, e para ali
o
estritamente necessário, é porque, com certeza, a
cada vez mais iam italianos e nórdicos. A razão dessa
do
subsistência é uma noção socioeconômica e não
preferência devia-se aos privilégios que os condes
es
puramente material. A subsistência varia segundo
de Champagne concediam aos comerciantes. A
dá
as camadas sociais. Para as camadas superiores,
caminho das feiras, eles já se beneficiavam graças
os,
a subsistência inclui a satisfação de necessidades
a um salvo-conduto que os protegia de senhores
os;
maiores, deve permitir-lhes conservar sua posição
feudais ambiciosos e de ladrões. (FRANCO JÚNIOR
m-
social, não decair. Sua subsistência é fornecida numa
, 1986, p.52)
a
pequena parte pelas importações estrangeiras. (LE
As maiores feiras da região de Champagne eram a de
GOFF, 2005, p.218)
a’.
Em virtude dessa variabilidade, o comércio na Idade Média
m
dividia-se em duas modalidades: entre as aldeias, castelos e
as
burgos, focando em produtos locais e alimentos; e, entre o
m
Ocidente e o Oriente, envolvendo exportações de artigos de
as
luxos, como: tecidos, especiarias, metais.
Lagny-sur-Marne, Bar-sur-Aube, Provins e Troyes, estrategicamente locadas próximas a estradas e rotas mercantes.
04
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
Durante todo o processo de desenvolvimento comercial
Houve, também, o ressurgimento comercial; evoluindo
europeu, as atividades sofreram com oscilações por causa de
a Rota do Norte até chegar à Rússia. Esses avanços foram
guerras e, principalmente, pelas ocupações do antigo império
conquistas dos nórdicos, uma vez que os mediterrâneos
otomano. Porém, há discordância entre os estudiosos, segundo
encontravam-se subjugados aos povos árabes.
Le Goff (2005) essas invasões teriam prejudicado a pratica
Os nórdicos, tomados em conjunto, realizaram
comercial europeia. Já para Franco Júnior, essas ocupações
uma transformação espetacular na economia
apenas atrasaram um desenvolvimento, mas, foram de grande
europeia. O comércio que até o fim do século VII,
enriquecimento cultural e influencia a reformulação do sistema
e ainda no século VIII, esteve centralizado quase
econômico medieval. Onde:
que exclusivamente no Mediterrâneo, foi orientado
A propriedade era quase desconhecida na Idade
para o norte durante os séculos IX e X. (HODGETT,
Média como realidade material ou psicológica.
1975, p.67-8)
Do camponês ao senhor, cada indivíduo tinha
Mas, o renascimento do comércio não pode ser
somente direitos mais ou menos estendidos de posse
separado
do
crescimento
das
cidades.
Os
pedestres
provisória, de usufruto. O camponês, cujos campos
determinaram a escala das cidades medievais, as ruas
em que vivia não eram mais do que uma concessão
largas eram desnecessárias. Por isso as feiras costumavam
senhorial que poderia ser revogada e eram
acontecer nas portas das muralhas, que depois viraram
frequentemente redistribuídos às comunidades.
grandes praças centrais (praça do mercado). A prática da
Portanto, a emigração camponesa individual
feira livre, também, foi de encontro às datas comemorativas
ou coletiva foi um dos grandes fenômenos da
religiosas transformando-se em grandes festividades religiosas.
demografia e da sociedade medievais. (LE GOFF,
Gerando, festivais onde as trocas culturais – como: teatro,
2005, p.127)
música, produtos, gastronômica – deram o pontapé para as grandes feiras de exposições e comerciais que ocorrem como atualmente.
E, com a ocupação turca, o sistema econômico
Nas feiras, também, se sofisticaram as práticas
feudal sofreu alterações, sendo a principal mudança o
comerciais com relação a moedas, pagamentos a
estabelecimento de posse e uma reformulação de relação
prazo, troco e estabilidade de preços, o capitalismo
com o espaço público.
comercial. A variedade de moedas em circulação nas feiras levou ao surgimento dos bancos. (MORELLI, 2011, p.36)
Evoluindo até chegar ao sistema econômico atual.
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verso folha
do
m
os
m
ia
VII,
se
do
TT,
er
es
as
m
m
da
as
Fig. 02: Linha cronológica da feira livre, 2011. MORELLI, Marina, 2011.
as.
Disponível em: http://www.vaprafeira.com/
o,
Acessado em: 20 de maio de 2015.
as
mo
as a
mo
ão
LI,
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frente folha
3 N
o Brasil a feira livre foi trazida no bagageiro dos
portugueses, ainda caracterizada por costumes medievais, a feira ocorria pontualmente ou como festins religiosos.
O
comércio local limitava-se à vendas e pequenas mercearias que supriam as necessidades básicas . Nesse contexto, a feira livre divide-se em duas vertentes: a feira livre cotidiana e a feira livre como festival. Porém, há dificuldades para contextualizar a feira livre no Brasil devido às documentações econômicas terem sido focadas nas exportações e importações entre o Brasil-Colônia e Portugal. E, essa documentação está voltada especialmente para o principal centro comercial do país, São Paulo, onde, registra-se “certa oficialização” da comercialização no século XVIII. As quitandas¹ foram modalidade de comércio que perdurou por bastante tempo e há de interferir no funcionamento das feiras. Em 1877, o jornal Correio Paulistano noticiava decisão tomada pela Câmara Municipal de mudar o local em que as quitandeiras comercializavam seus produtos,
qui·tan·da ¹ (quimbundo, quitanda, feira, venda) substantivo feminino 1. Pequena loja ou barraca de negócio. 2. [Angola, Brasil] Pequeno estabelecimento onde se vendem frutas, hortaliças, ovos... 3. [Brasil] Tabuleiro em que o vendedor ambulante transporta as suas mercancias. 4. [Brasil] Conjunto de iguarias doces ou salgadas caseiras. 5. [Informal] Conjunto de quinquilharias. Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2015. Disponível em: http://www.priberam.pt/dlpo/quitanda Consultado em: 05 de junho de 2015.
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verso. inicio de capitulo grafia continua
3
trajetória da feira: do brasil à uberaba
os
is,
O
as
ra
ra
re
do
ia
te
e,
lo
ue
no
io
ra
as
sob o argumento de que esses comerciantes e
era “a de Pilatos configurava-se em um evento comercial
suas carroças atrapalhavam o trânsito na rua do
e festivo tomando-se por referência o calendário de
Palácio, da Imperatriz e do Comércio (hoje rua
comemorações da igreja católica e o ciclo de cultivo na
Álvares Penteado). Determinava-se, ao mesmo
agricultura” (SATO, 2012, p.39). Porém, mesmo com os esforços
tempo, que elas vendessem os gêneros na praça do
dos feirantes houve o declínio da pratica, em especial, pelo
Mercado ou no largo do Colégio. Porém, tal notícia
caráter econômico da cidade. Uma vez que São Paulo foi e é
“levantou grande clamor no seio da população, a
referencia comercial para o Brasil, começou a aderência dos
tal ponto que fez com que a Província de São Paulo
comércios modernos. Nesse âmbito, a feira livre corriqueira foi
combatesse aquela deliberação, voltando tudo
transferida para um centro local, que ainda possui o caráter de
ao seu antigo estado” (Martins, 2003, p.296). A esse
abastecimento da cidade, porém, agora como estocagem e
respeito, Mauro (1991) afirma: Apesar de haver sido
distribuição para os grandes mercados. Os feirantes criativos
aberto, em 1867, o primeiro mercado do público, as
viram nessa configuração a facilidade de “fazer feira para
barracas da época de Saint-Hilaire ainda existiam,
feira”, onde eles utilizam deste serviço para barganhar os
atrapalhando o tráfego na estreita rua do Triângulo.
preços de produtos e, assim, levar a feira para outros locais –
(SATO, 2012,p.146). A primeira feira “oficial” (perante
mesmo que quase extinta da metrópole.
a lei) teve lugar no largo do General Osório e
Vale ressaltar que esta foi a realidade de São Paulo,
reuniu cerca de 26 feirantes; a segunda, no largo
pois sua configuração socioeconômica desenvolveu-se de
do Arouche, congregou 116 feirantes. Outras se
maneira única e, especializou-se no comercio moderno. Já na
seguiram. Um ano depois, contabilizavam-se sete,
cidade do Rio de Janeiro houve aceitação das feiras.
nos seguintes locais: Arouche, largo General Osório,
Realidade oposta é descrita por Jesus (1981) na
largo Morais de Barros, largo de São Paulo e rua São
cidade do Rio de Janeiro, onde a sociedade civil
Domingos (Bruno apud Guimarães, 1969). (SATO,
organizada por meio da Famerj (Federação das
2012, p.41)
Associações de Moradores do Rio de Janeiro) articulou a implantação das “feirinhas”, como
A regulamentação das feiras em São Paulo deu-se de
vistas a suprir moradores com produtos alimentícios.
maneira forçada pelo poder público para restringir os locais
Com essa iniciativa, alcançou-se redução de 30%
onde aconteciam, devido à interferência na mobilidade. De
os valores de gêneros alimentícios. No ano de 1983,
acordo com Sato, as feiras paulistanas configuradas como
contabilizaram-se quatrocentas associações de
festivais ocorriam com menor frequência,
bairro que desenvolviam trabalho
08
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
01
nesse sentido, suprindo cerca de dezesseis mil famílias. (SATO, 2012, p.59)
E, a capital fluminense, tendo o turismo como uma das principais fontes econômicas, fez das feiras uma atração, chegando ao quadro atual, onde a feira na orla Copacabana funciona todos os dias na venda de produtos típicos e lembranças. Já, na caracterização das feiras no interior do Brasil é importante colocar a representatividade dos colonizadores. A colonização portuguesa consistia, em primeira instância, apenas na exploração das riquezas naturais e assim que estas acabavam o processo de expansão se dava para o interior do Brasil. A região centro-oeste brasileira teve sua ocupação consolidada
através
do
estabelecimento
de
cidades
intermediarias entre São Paulo e as rotas de exploração. De acordo com Luís Augusto Bustamante Lourenço (2002), as redes urbanas no Triângulo Mineiro formaram-se a partir de um aglomerado inicial, chamada de cidade primaz. Através de conexões entre as ferrovias e rodovias interligando as cidades uma a outra. As redes se formavam por interesses econômicos, assim iam crescendo as rodovias e os arraias (vilas) nos caminhos. Quando o interesse local econômico acabava, ia surgindo novos caminhos com novos arraias ao longo dele, para procurar novas economias. Quando um caminho se consolida, as cidades nessa estrada se consolidam também. Sintetizando o papel do núcleo do arraial (inicio da formação das cidades no interior do Brasil):
Fig. 03: Aldeamentos na Estrada Real dos Goiases (1748-1816).
O papel de núcleo aglutinador do arraial era
APUD LOURENÇO, Luís Augusto Bustamante, 2005.
importante tanto para a oligarquia fundiária,
Disponível: no Livro Á Oeste das Minas, 2005.
quanto para os pequenos proprietários, agregados e escravos. Ao mesmo tempo em que o povoado era o lugar onde se produzia a identidade do grupo rural de vizinhança, era o também lugar onde se amenizavam as tensões de classe, ao se reforçarem os laços de paternalismo e dependência. Dessa forma, o arraial ocupava um papel importante como lugar da reprodução das relações de classe no meio rural brasileiro. (LOURENÇO, 2002, p.200)
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verso folha
1
).
A colonização do triangulo mineiro e a ascensão de
Portanto, a cidade de Uberaba, consolida-se como um ponto
Uberaba, apesar de notável, não foram fenômenos isolados
de parada para os tropeiros, havendo trocas de mercadorias.
em Minas Gerais. “Minas fazia parte do sistema de produção
Dessa maneira o município cria uma tradição em vários
para o mercado interno, que incluía várias outras províncias
âmbitos comerciais, que antigamente colaborava para o
da região centro-sul do Império do Brasil.” (LOURENÇO, 2002, p.
abastecimento alimentício e suprindo as necessidades urbanas
220). O único tipo de via que interligava a rede de arraias eram
com a troca de produtos, portanto, acontecendo feiras livres.
as estradas, que era fundamental à prosperidade de centros mercantis. A conquista do Oeste mineiro se fez mediante a expansão por ramificações, desde o leste, de um sistema de caminhos, em cujas pontas iam surgindo os arraias. E, com o desenvolvimento surgia as bocas de sertão – que eram hierarquicamente acima dos arraias. A boca de sertão era o entreposto dos fluxos mercantis vindos dos dois lados da rede, por isso rapidamente se tornava um núcleo urbano, por causa da presença de uma classe de mercadores fixos. A existência de uma classe de mercadores em tempo integral na boca de sertão contava com um mercado, representado por um território e respectivos consumidores de vendas em atacado. (LOURENÇO, 2002, p. 225)
Assim, constituiu-se Uberaba, a princesa do Sertão. As ações das lideranças da elite uberabense tiveram vantagens por causa da localização do arraial, pois havia caminhos mais curtos para Goiás e entre outras regiões. Fazendo aumentar a fluidez entre as cidades. Essas ações não se resumem “à aberturas de vias. Houve também um esforço de povoamento com a expulsão dos índios e a concessão de sesmarias² entre 1816 e 1822.” (LOURENÇO, 2002, p 239).
ses·ma·ri·a ² substantivo feminino 1. Terra inculta ou abandonada. 2. Maninho. Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2015. Disponível em: http://www.priberam.pt/dlpo/sesmaria Consultado em: 17 de setembro de 2015.
10
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frente folha
4 A
configuração dessas práticas cotidianas
de mercado de rua, constituem as formas de sociabilidade e desempenho dos sujeitos que interagem nos espaços urbanos, sendo assim, um “papel social” de vendedores e/ou de consumidores. Pode-se afirmar que as feiras são equipamentos urbanos destinados à comercialização de produtos hortifrutigranjeiros. Mesmo que sejam periódicas e que não seja uma construção consolidada, as feiras prestam um serviço público para as cidades já que são fundamentais na comercialização de alimentos. No simbolismo da circulação de alimento na cidade e nas praticas culturais que se tecem - no tempo e no espaço - ao interpretar a duração das diversas configurações das formas de vida coletiva no contexto das modernas sociedades urbano-industriais. Os gestos de compra e venda que conformam o mercado de rua nas cidades contemporâneas e a organização de suas redes de sociabilidade estabelecem-se nas diferentes feições das interações no interior do mercado. Essas diferentes feições que mercados de rua e feiras livres expressaram num determinado contexto urbano se expressam por gestos e práticas cotidianas, que são portadores de vida na cidade, afirma Vedena (2008). Mesmo com sua importância no papel urbano as feiras estão sofrendo com o desenvolvimento econômico acelerado e pelas modificações na morfologia urbana brasileira. Pois, “o comercio varejista de gêneros alimentícios sofreu mudanças significativas com a forte entrada de super e hipermercados, além de mudanças no estilo de vida da população.” (SATO, 2012, p.43)
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verso. inicio de capitulo grafia continua
4
as
paradigmas socioculturais e caracterização contemporânea da feira livre Diversos vetores são tomados para
de
compreender a posição da feira livre no
os
espaço urbano e no mercado de trabalho,
es
tais como as mudanças dos hábitos de vida,
ão
a mudança na vida econômico-produtiva,
de
os crescimentos urbano e populacional,
e
dentre muitos outros. No Brasil a organização
m
econômica é o vetor atual que interfere
ais
na atuação das feiras no meio urbano. De acordo com Leny Sato,
e
a tensão entre o comercio da
ço
feira livre e o das grandes redes
as
de super e hipermercados
es
– exemplares do comercio
ue
varejista de alimentos – é
e
constantemente
se
pelos feirantes. A pulverização
o.
es
relatada
dos
Fig. 04: Interação das Feiras x Supermercados, 2011. MORELLI, Marina, 2011.
m
Disponível em: http://www.vaprafeira.com/
de
Acessado em: 20 de maio de 2015.
ua
supermercados
frequentemente considerada
a
é causa
da
queda de movimento das feiras livres. A abertura dos
o
es
É inegável que a feira livre ultrapassa o caráter meramente
ta
comercial, pois, acontecem trocas de cultura e afetividade.
a
São ainda condizentes aos parâmetros urbanos atuais e
as
são periódicas, desmontáveis e adaptáveis. Favorecendo
supermercados aos domingos afetou
significativamente
o
movimento de fregueses nas feiras. (SATO, 2012, p.52)
pequenos produtores e/ou comerciantes, ressuscitando o espaço público: a cidade, afirma Morelli (2011).
12
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
O primeiro supermercado de São Paulo foi instalado em1953, batizado “Sirva-se”, trazia outra concepção em relação à venda: o autosserviço. A autonomia de consumo nasceu século XX nos Estados Unidos. Logo depois, a invenção da escada rolante possibilita a geração de grandes mercados integrados num único edifício, recebendo o nome de shopping center, surgindo como opção para lazer. Os
shopping
centers
foram,
então,
sendo
construídos aos montes nas cidades americanas e posteriormente espalhando-se pelo mundo, como uma formula mágica de vendas. Simbolizam a sociedade capitalista dos interesses individuais, na qual o carro particular é o principal meio de transporte, e onde muros e artificialidades aparentemente não são problemas. Os super/ hipermercados são uma derivação dos shopping
Fig. 05: Feiras esmagadas, 2011. MORELLI, Marina, 2011. Disponível em: http://www.vaprafeira.com/ Acessado em: 20 de maio de 2015.
centers, porém especializados na venda de produtos alimentícios. De qualquer forma não deixam de criar muros para a cidade, gerando um ambiente gigante e completamente auto-centrado, onde o acesso preferível é para o automóvel e não há grandes trocas de conversa ou consultoria nas compras. (MORELLI, 2011, p.55-6)
não sabe a grandíssima variedade de produtos que se encontra.Além de serviços, reparo de panelas e afiação de facas, por exemplo. (MORELLI, 2011, p.69)
Porém, o fator que faz com que as feiras continuem existindo, na visão de Sato, é por motivos econômicos e
No Brasil, porém, os shoppings se instalaram mais tarde
organizativos, uma vez que é o meio de comercialização
do que os supermercados; por isso, ainda ocorriam inúmeras
de determinados gêneros mais capilarizados na cidade,
feiras livres e festins que supriam o lazer. Desenvolvendo a
representando ainda uma notável capacidade para o
economia e influenciando no comportamento social. Com a
escoamento de grandes volumes de hortifrutigranjeiros e de
chegada gradativa dos supermercados e shoppings as feiras
pescados. Pode-se dizer que se a feira livre sente-se pressionada
ficaram em segundo plano como comercio e lazer.
pelas grandes redes de supermercado, mas ela também as
A maioria das pessoas deixa de ir às feiras porque
pressiona. O fator controverso da feira é o questionamento sobre
pensa que indo ao supermercado encontrará mais
as condições de higiene, por isso, cogita-se a seu extermínio
coisas e pela praticidade prefere ir a só um lugar
quando se discute o acelerado crescimento das metrópoles,
e comprar tudo o que necessita de uma única
alega-se que a sua persistência nela é anacrônica. Segundo a
vez. Este pensamento não pode ser condenado
perspectiva do trabalho de Morelli:
ou posto em discussão, uma vez que nas cidades contemporâneas a praticidade é realmente um fator importante nas conturbadas rotinas, porém
Há quem pense que as feiras hoje são desnecessárias devido
à
grande
circulação
de
automóveis
deveriam ser extintas.
quem não tem o habito de ir à feira muitas vezes
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verso folha
Porém, acabar com as feiras seria afirmar que os
O posicionamento atual da feira nas grandes cidades
grandes centros comerciais são a melhor opção
a faz lidar com mudanças de magnitude considerável em
urbana de organização de comércio nas grandes
relação ao modo de vida da população e aos usos do espaço
metrópoles, negando a importância do uso do
urbano. Justamente por essa organização que as feiras se
espaço público, dos pequenos comerciantes na
mantem, afinal, moldam-se as necessidades logísticas de cada
cadeia de produção e das construções de uso
bairro em que se insere.
variado e adaptáveis.” (MORELLI, 2011, p.45)
A feira livre mudou, porém, é a mesma feira
Além disso, a feira aparece como um espaço de
livre,
lazer e de entretenimento, recuperando a sua face
notadamente o tipo de relação que estabelece
folclórica. São, então, situações que denotam a
com os consumidores, sua estrutura organizacional,
polêmica que se instauram a partir das diversas
o tipo de processo de trabalho e a tecnologia
visões que esse tipo de comércio suscita por utilizar
empregada. A criatividade é infinita e a habilidade
o espaço público, mesmo quando isso esteja
para lidar com as circunstâncias salta aos olhos. As
obrigado pela regulamentação do Estado, no
múltiplas possibilidades com que um acontecimento
caso, o poder municipal. (SATO, 2012, p.58)
pode ocorrer – os arranjos, as combinações e as
pois
preserva
suas
feições
substantivas,
permutações – fazem um uso concreto do conceito (matemático)
ue
materializando-se
nos
afazeres.
Com isso, a feira livre consegue alcançar níveis de
as
adaptabilidade invejáveis. (SATO, 2012, p.225)
11,
m e
ão
e, o
de
da
as
re
io
es, a
as
Fig. 06: Marché avec Ecce Homo vers, 1561. JOACHIM BEUCKELAER. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Joachim_Beuckelaer_-_
eis
March%C3%A9_avec_l%27Ecce_Homo_vers_1561.jpg Acessado em: 13 de fevereiro de 2015.
14
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frente folha
Fig. 07: Abragência das feiras e supermercados na cidade de Uberaba - MG, 2015. Acervo da Autora.
Conforme a figura 07, no município de Uberaba, as feiras persistem por conseguirem acolher a produção e o comércio local e, por chegarem aos bairros de periferia. Onde as grandes redes de supermercados não chegam, e, causam transtornos em relação à infraestrutura urbana pois não visam o pedestre como principal usuário.
15 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 28
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verso folha
A extinção da feira só ocorrerá quando os usuários à
A feira festim é a mais próxima da antiga configuração
abandonarem, pois quem delimita o uso e as feições do espaço
medieval, que no inicio aconteciam fora das cidades medievais,
público é a população, quadro distante nas realidades das
em localidades estratégicas de rotas comerciais, realizavam-
grandes metrópoles e na cidade de Uberaba. A intensificação
se durante as datas religiosas festivas, apresentavam comidas
do uso da feira irá depender de muitos fatores, como: a
típicas regionais, mercadorias variadas, artesanato. Também
reformulação da prática de consumo, o estimulo à população,
era considerado como um evento recreativo apresentando
o uso do solo perante o poder legislativo, o resgate cultural da
músicas e danças típicas, gerando um intercâmbio cultural
sociabilidade urbana e sua associação com o lazer.
através de seus costumes, produtos e alimentos. Atualmente,
A feira sendo uma estrutura flexível e periódica atende
as feiras festim que ocorrem em Uberaba são marcadas por
a uma demanda local, favorecendo pequenos produtores
datas religiosas e, dois casos são eventos periódicos, sendo
e comerciantes, transpondo obstáculos da urbanidade
as feiras gastronômica Dom Eduardo e a Feirarte - que serão
contemporânea, como aliviar o trânsito. Logo, a configuração
expostas adiante.
organizacional, social, cultural e econômica das feiras delimita suas estruturas de ações e físicas. Deste modo, pode caracterizar distintos modelos de feira livre. Sendo eles: a feira livre, a feira festim e a feira comercial/de exposição.
Fig. 08: Feira Gastronômica Dom Eduardo, 2015. UBERABA, Fundação Cultural. Disponível em: https://www.facebook.com/culturauberaba/photos/a.83059129035 6533.1073742320.109954989086837/830593417022987/?type=3&theater Acessado em: 13 de junho de 2015.
16
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frente folha
Em
Uberaba,
a
principal
representante
dessa
modalidade é a ExpoZebu, que acontece anualmente para negociação de produtos agropecuários e de gados de elite. As feiras estão presentes no município desde sua formação tendo as mais variadas formas de adaptar-se as mudanças da sociedade uberabense. Tornando-se balizadoras econômicas e de desenvolvimento urbano. O parecer geral dados pelos autores, Morelli e Sato, é um tanto desanimador. Para eles as feiras estão perdendo sua essência, Morelli, por exemplo, levanta militância para salva-lá; enquanto, Sato não define se as feiras estariam se transformando para melhor ou se estão ficando cada vez mais escassas. Abordar vários pontos de estudos dos autores não significa estar concordando com tudo, principalmente, pelo Fig. 09: Feira do Bairro Abadia, apresentação de músicos, 2015. Acervo da autora. A feira livre é uma variação da feira festim, com o desenvolvimento socioeconômico da Idade Média a feira
cenário e aspectos dos diferentes. O estudo de Morelli foca nos processos de ocupações urbanas, nas estáticas econômicas e nos processos cronológicos
começou a ser reduzida para suprir as necessidades de
para delimitar suas conclusões. Sato opta por focar em
abastecimento municipal, passando a ser realizadas dentro
perspectivas socioculturais. Unindo as teorias e conclusões dos
das cidades. A feira livre contemporânea é majoritariamente
autores e, especialmente, adequando ao cenário uberabense
econômica, mas isso não a impede de exprimir as relações interpessoais e/ou outras atrações no evento, como é o caso da Feira do Abadia – tradicional feira uberabense que será
temos um outro resultado: as feiras uberabenses não estão sendo extintas, pelo menos, não imediatamente. As feiras uberabenses conseguiram chegar num nível de tradicionalismo, isso garante
mostrada em outro capítulo.
investimentos governamental e atrai público. Os feirantes são, também, um componente primordial, pois eles mantem a vivacidade das feiras e fazem um ótimo marketing informal. E, finalmente, a característica das feiras que as acompanham desde seus nascimento, a hábil adaptabilidade. O fator de adaptação é o que tornou as feiras atuais um grande instrumento de multinacionais, como as feiras de Fig. 10: Exposição de Gir Leitero da Alta Genetics, 2012.
exposição. E, essa mesma adaptabilidade a levou a sobreviver e
GENETICS, Alta, 2012.
atrair outras atividades para si. O conflito do uso do automóvel
Disponível em: http://altagenetics.com.br/Uploads/Noticias/image/FOTO%201(3).
citado por Morelli, por exemplo, no cenário uberabense não
jpg
prejudicou as feiras, na verdade, atraiu usuários de outras
Acessado em: 27 de maio de 2015.
17 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 30
verso folha
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sa
ra
e.
ão
localidades, fortalecendo seu acontecimento na cidade e aumentando as experiências sociais na cidade de Uberaba, como pode ser visto nas figura 14 e 15.
da
as
m
do
ra
se
ais
ão
lo
es
os
m
Fig. 11: Feirarte, trânsito de automóveis, 2015.
os
Acervo da autora.
se
do
es
te
o, a
al.
m
ais
de e
el
ão
Fig. 12: Área de estacionamento se formando durante o acontecimentdo da feira livre do bairro Abadia, 2015. Acervo da autora.
as
18
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frente folha
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5 O
trabalho desenvolvido na feira cria uma
rede de organização das feiras pela cidade. Essa rede espalha informações construindo uma cultura geral sob feirantes e usuários – visível por meio de um vocabulário especifico, da estética e dos arranjos interacionais e das formas de trabalho – de modo organizativo ao meio urbano. A rede abriga e é construída pela presença de várias lógicas que se encontram em um lugar, em um dia da semana e se espalham em várias outras feiras livres nos outros dias. Em pequenos espaços e num determinado tempo, há maior densidade de encontros que dão substância a essa organização, construindo, questionando e repondo continuamente as regras, os valores e a cultura. A feira livre deve ser compreendida, então, como um continuo organizar, baseado em acordos e negociações, em cooperações e competição e na execução de regras táticas; baseia-se na troca de ideias, de pontos de vista, de argumentos de experiências. Isso garante à agilidade, a extrema adaptabilidade e a criatividade de formas de se fazer a feira livre. (SATO, 2012, p.137-8)
Para o funcionamento dessa rede, a estrutura física que constitui as feiras é de grande relevância. Onde o elemento de caráter estrutural singulariza a leitura de ações, delimitando o espaço e sociabilidade, o fato de o trabalho do feirante ser itinerante, exige que sua estrutura adapte-se as demandas. Numa feira especifica o resultado do espaço acontece de acordos entra as ações e o objeto, por exemplo, uma banca que cede lugar para outras duas, àquelas avizinhadas, possibilitando o aumento da metragem de ambas.
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5
estruturação da feira: urbana e arquitetura movél
ma
vários lugares. (SATO, 2012, p.181)
ha
Nessa situação é como se o feirante tivesse que montar
e
uma loja todo dia. Montar uma loja para o feirante não consiste
Assim, o planejamento das atividades de trabalho dos
da
apenas na estrutura física. No estudo de Sato, o direcionamento
feirantes tem que considerar a matriz temporal composta
ho
social, explica que a logística da loja é de suprema importância,
por uma dimensão longitudinal – a questão da compra e/ou
como se pode analisar em suas palavras:
produção do artigo oferecido ao âmbito do espaço. A escolha
de
A loja do feirante remete não apenas ao trabalho
do local que a feira acontecerá pode afetar o movimento de
ar,
fisicamente árduo de montagem e desmontagem
vendas daquela feira. Para arcar com essa organização de
as
das bancas, mas a um nomadismo que exige
trabalho, o objeto físico torna-se uma auxiliar do feirante, pois
os
posicionar-se, a cada dia, em cada feira, em cada
ele recepcionará seus clientes uma vez que o caráter principal
or
lugar, em um ambiente geográfico, social, cultural
da feira livre é essa relação entre comerciante e freguês.
sa
e econômico diferente; portanto, significa fazer e
Portanto, se o trabalho itinerante tivesse maior adaptabilidade
do
situar-se num ambiente organizativo e diferente.
a essas demandas o comerciante poderia preocupar-se menos
(SATO, 2012, p.141)
quanto à logística das estruturas físicas ganhando tempo.
A
Quanto
à
estrutura
das
barracas,
só
há
mo
Consequentemente, os feirantes têm não apenas “uma
e
loja”, mas “várias lojas” possíveis de serem montadas. No geral,
especificação, no caso de São Paulo, de material
e
as diferentes “lojas” são pouco evidentes. A origem étnica, a
para os pescados e frituras, que deve ser de metal
ca
naturalidade da freguesia e o segmento econômico e social
para maior higiene. As outras barracas da feira
de
ao qual ela pertence têm indicadores na feira livre. O trabalho
apresentam diversas características: há clássicas
ma
itinerante é pouco interpretado nessas lojas, assim, atribuindo ao
estruturas de madeira, utilizadas para receber cargas
se
lojista toda a responsabilidade de transformação através das
mais pesadas e em situações que não necessitem
interações interpessoais na ocasião. Ou seja, a problemática
de lavagens constantes, como para a venda de
ue
espacial é a menor preocupação, “a loja” deve se inteirar
frutas. Mas, também há barracas que misturam
to
da ambiência social do bairro que está inserida. O ato de
materiais, partes em aço e outras em madeira,
do
“montar uma loja todo dia” traz para o feirante a exigência de
demonstrando certo aspecto de improviso. Porém,
considerar um sistema de trabalho.
há também nas feiras outros tipos de barracas não
er
as.
Há feirantes que tem mais de uma unidade produtiva
convencionais, como: balcões estruturados por
de
e nem sempre elas são montadas na mesma feira,
caixas de madeira ou plástico; caminhões que
ca
porém um único caminhão deve transportá-las e
contam com adaptações e máquinas que servem
as,
sua agenda diária deve incluir os deslocamentos,
de apoio para a barraca; e as ‘não-barracas’, ou
carregamentos/descarregamentos das bancas em
seja, uma estrutura improvisada na própria rua que
20
9 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 33
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
dispõe os produtos. (MORELLI, 2011, p.51)
Para a articulação das feiras, a estrutura física pode ser considerada como: barracas – sendo montadas de diversas maneiras e materiais, balcão, caminhão, não barraca – sendo estruturada um modo de exposição pra os produtos como painéis e, ambulantes (este não entra na delimitação dos objetos, mas ajuda a formular as feiras).
Fig. 13: As diversas estruturas usadas para barracas (e não-barracas), 2011. MORELLI, Marina, 2011. Disponível em: http://www.vaprafeira.com/ Acessado em: 20 de maio de 2015.
Das estruturas citadas por Morelli, nas ferias uberabenses encontramos todas. Na feira do bairro Abadia, as principais estrutura de barracas são de aço e madeira e caminhão, porém, também há ocorrência de caixas e não-barracas, pode ser constatado pelas figuras 18 e 19. Já na feira gastronômica Dom Eduardo todas as barracas são de metal para acomodar as instalações de cozinha, de acordo com a figura 20. E, na Feirarte, são presentes estruturações de aço, ambulantes e não - barracas, conforme as figuras 21 e 22. Fig. 14: Estrutura barraca - caminhão, Feira do Abadia, 2015. Acervo da autora.
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Fig. 17: Estrutura de não-barraca (mesa), Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 15: Estrutura de não - barraca, Feira do Abadia, 2015. Acervo da autora.
Fig. 16: Estrutura de barraca em aço, Feira Gastronômica Dom Eduardo, 2015. Fig. 18: Ambulantes, Feirarte, 2015.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
.
22
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frente folha
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Em virtude, dessa urgência para acolher os trabalhos
urbano. Para o desenvolvimento funcional de um projeto
dos feirantes é que este trabalho final de graduação pretende
portátil, segundo as analises de Miotto, é necessário “ser capaz
debruçar-se sob a ótica da arquitetura portátil. Não se pode
de produzir interpretações funcionais do projeto e compará-las
dizer quando surge à arquitetura efêmera, qual o contexto de
com os requerimentos funcionais estabelecidos da formulação
sua origem e precursores. Ao que tudo indica a arquitetura
do problema” (Apud MIOTTO, 2013, P.465) A fase inicial do projeto é a mais adequada para
efêmera está presente em todo o desenvolvimento da humanidade, desde as tendas dos nômades às atuais estruturas
inserir
medidas
para
propor
de pavilhões para exposições. Seu aprimoramento é inegável
etapa tem condições propícias para implantar estratégias
para o acolhimento da demanda atual das feiras. De acordo
de
construtibilidade
com Eduardo Scóz (2009), a verdade é que arquiteturas
de
componentes.
efêmeras sempre existiram em todo o mundo, mas, suas
minimamente requisitos ou situações de produção ou de
implicações nunca foram tratadas com a devida importância,
utilização que possam ser alteradas, sem que exista variações
sequer eram vistas como arquiteturas, ou dignas de projeto
expressivas na quantia de recursos financeiros necessários
arquitetônico. Era vista como uma arquitetura primitiva sem
a produção ou utilização. Já, no entender de Eduardo Scóz
importância. O grande atrativo deste tipo de arquitetura
(2009), uma obra efêmera é aquela que já tem em seu início
está em suas características e propriedades. Sendo as mais
a confirmação que precisa ser desmontada. Os caminhos
relevantes no caso:
que se abrem frente a essa condicionante de projeto são
que
Estes
racionalização,
incorporem
elementos
pois
esta
estandardização
necessitam
atender
A montagem rápida
diversos, entretanto, não estão exclusivamente ligadas a
Sua instalação sem alterar o local inserido e,
resolver o problema de seu impacto ambiental. Logo, a leitura
O tempo determinado no espaço em que está inserida.
urbana de onde esse objeto estará inserido é tão importante
O desafio de criar um espaço efêmero comercial é
quando a modulação do projeto. Obviamente as correlações
de estabelecer uma conivência cultural e harmonia
sociais podem direcionar as especificações de uma estrutura
estética, além de uma interação com o espaço,
para feiras urbanas. Pois, ao tirar partido da percepção de
como também criar um universo onde o consumidor
nossos sentidos através de possíveis situações inseridas a uma
perceba a identidade da empresa. Não se trata
determinada ambiência pode atrair o visitante. Moitto, afirma
somente da apresentação, representação ou
que este artificio cria ambientes de imersão, que estimulam e
promoção do produto, mas de proporcionar uma
provocam experiências que fazem as pessoas retornarem ao
ideia de uma empresa produtora. O marketing, o
local.
design, a arquitetura, a fotografia e a publicidade
Num projeto de arquitetura efêmera, “a materialidade
conectam-se em uma única composição que irá
deve ser pensada com sua duração à vista, como ela se
se formar o estande ou algum outro formato de
equilibra e através dela se dar à leitura e a compreensão do
arquitetura efêmera e comercial como forma de
espaço. Obras devem ser tão leves e inofensivas quanto menor
expressão. (APUD MIOTTO, 2013, P.464)
seu período de uso”. (SCÓZ, 2009, p.53) Caio Vassão propõe
A fala de Juliano Miotto (2013) refere-se especificamente
o termo “arquitetura adaptável” para incluir a problemática
à feiras de exposição, porém, sua conceituação aplica-se
social em suas considerações quanto à mobilidade do
de maneira muito coerente as feiras de ruas. Nesse caso a
ambiente.
questão de criar uma identidade para a loja do feirante ou
Outra forma de entender a arquitetura portátil é
uma identificação da feira dentro da especificação no meio
que, em sua proposição, estão sendo concebidos
23 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 36
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verso folha
to
edifícios não mais em apenas três dimensões (o
há possibilidade de excluir os condicionantes urbanísticos.
az
espaço entendido como a coleção dos eixos
Todos os autores acima concordam que o objeto deve se
as
cartesianos), mas também quatro dimensões,
inserir adequando-se as necessidades socioculturais de cada
incluindo o tempo. (VASSÃO, 2002, p. 11)
ambiente para não negar à cidade o seu papel acolhedor
ão
Isso acontece, porque para Vassão, o tempo é um dos
ra
elementos primordiais à arquitetura portátil, uma vez que o
ta
tempo é o agente das transformações no espaço urbano.
as
Entende-se que a mobilidade é inerente às populações e
ão
que o ambiente construído pode acompanhar ou não esta
er
mobilidade. Sendo assim, o transporte mecanizado é outro
de
fator para fundamentar a arquitetura itinerante. “Assim, muitos
es
projetos mencionam uma sistemática de construção do
os
espaço, desprovidos de qualquer relação com um território
óz
determinado ou em locais em específicos." (VASSÃO, 2002, p.
io
16)
os
Pois, Vassão adota a concepção de que arquitetura
ão
efêmera não depende de uma “concepção de ambiente
a
construído”, e, sim de um “projeto a ser executado”. Esse
ra
projeto a ser executado tem que levar em consideração o
te
transporte, a montagem, o uso, a desmontagem.
es
Por isto, cria-se uma controvérsia quando a arquitetura
ra
portátil, pois sendo considerada ‘um processo em execução’
de
poderia anular o papel da cidade. Porém, a cidade acolhe
ma
esse processo, sendo assim:
ma
A cidade enfrenta uma crise crescente que não pode
e
ser resolvida por uma atitude de “conformidade”. Ela deve
ao
abranger o desafio de conviver com uma grande diversidade e
aos habitantes.
diferença, abordar a agenda de sustentabilidade, repensar seu
de
papel e finalidade para sobreviver bem em termos econômicos,
se
culturais e sociais e administrar a crescente complexidade.
do
(LANDRY, 2013, p. 5) Ou seja, esses recursos que as cidades e
or
regiões têm possibilidade de usar com criatividade podem ser
õe
sólidos, materiais, tangíveis ou suaves, imateriais e intangíveis,
ca
reais e visíveis, simbólicos ou invisíveis, contáveis, quantificáveis
do
e calculáveis ou ter a ver com percepções e imagens. Fazendoas cidades ambiciosas que procuram projetar e orquestrar seus
é
os
atrativos de forma “icônica” (LANDRY, 2013, p. 52) Portanto, ao pensar em arquitetura adaptável não
24
3 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 37
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frente folha
6 I
nicia-se a ocupação do Triângulo Mineiro, ficando
sob a jurisdição de Goiás. Abertura de estradas por ordens da coroa Portuguesa. 1725 - expedição do filho de Anhanguera fundou em o povoado de Vila Boa em Goiás. 1766 - criado o Julgado de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, sob a administração de Goiás, local rico em minas auríferas e de intensa exploração. 1818 - ergueram uma Capela tendo como oragos Santo Antônio e São Sebastião, benzida em pelo padre Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick, do Desemboque. Assim foi estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja. Esta instituição representava prestígios decisórios junto aos governos. Visto que em 2 de março de 1820, o rei D. João VI decreta a elevação de Uberaba à condição de Freguesia. Passa para a jurisdição de MInas Gerais. 1836 - o Governo Provincial de Minas Gerais cria o Município de Santo Antônio de Uberaba. 1856 - a importância regional da Vila de Santo Antônio de Uberaba e a fez merecer o título de Cidade. No século XX, a cidade demonstra um crescimento da agricultura, da pecuária, da indústria e do comércio, atendendo as demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à população. Hoje
Uberaba
representa
um
centro
comercial
dinâmico, uma agricultura produtiva, um parque industrial diversificado e uma planejada estrutura urbana. História de Uberaba, 20--. CASANOVA, Marta Zednik de. Modificada pela autora. Disponível em: http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,328. Acessado em: 03 de maio de 2015.
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verso. inicio de capitulo grafia continua
29/06/2016 07:42:05
uberaba e suas principais feiras
6
o Matendo o seu caráter histórico Uberaba continuou
a.
a prosperar e tornou-se um município acolhedor para a
o
realização de feiras e eventos festivos, especialmente, os eventos relacionados à datas religiosas.
o
Atualmente, a cidade conta com 21 feiras e 02
m
feirões, totalizando 23 eventos, conforme a figura 25, sendo 06 matinais (dás 6:00 ao 12:00 h) e 18 noturnos (dás 16:00 às
os
22:00 h). Neste importante comércio popular de produtos
e
hortifrutigranjeiros, alimentos e artesanato participam cerca
e.
de 670 feirantes e emprega cerca de 1.200 pessoas. Dos 117
a
bairros da cidade cerca de 60 são atendidos pelas feiras, onde
o
passam semanalmente cerca de 40.000 pessoas. (Adaptado
o
pela autora. UBERABA, Prefeitura de, 2015) O que a Prefeitura de Uberaba classifica como 'feirão'
a.
o
Fig.19: Localização de Uberaba, 2015. WIKIPÉDIA.
é o evento que acontece praticamente como na era medieval.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MinasGerais_Municip_
Uma feira livre de dimensões (físicas e de ações) muito bem
Uberaba.svg . Acessado em: 22 de março de 2016.
estabelecidas pelo tempo e pelo fluxo de usuários, ocorrendo em vias importantes, obstruindo o trânsito. Normalmente, as
o Dados IBGE 2015:
feiras em dias utéis são para comercialização de produtos
o
População estimada 2015 ................................. 322.126 hab.
hortifrutigranjeiros,
o,
População 2010 .................................................. 295.988 hab.
norturnas costumam oferecer outras mercadorias, como
is
Área de unidade territorial (km²) ............................. 4.523,957
alimentação mais completa - refeições e bolos, por exemplo,
Densidade demográfica (hab/km²) .............................. 65,43
prontos para consumo. Por tanto, não se sabe ao certo quantas
IDH 2010 ............................................................................. 0,772
dessas feiras livres acabam extendendo à um 'festim'.
al
al
principalmente
as
matinais.
As
feiras
Tabela 01: Dados estatísticos de Uberaba, 2015. ESTATÍSTICA, Instituto Brasileiro de Geografia e. Disponível em: http://cod.ibge.gov.br/MEO e http://cod.ibge.gov.br/MG8 . Acessado em: 15 de março de 2016.
26
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
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Fig. 20: Locação de feiras na cidade de Uberaba - MG, 2015. Acervo da Autora.
Legenda: 1 - FEIRA LIVRE DO BAIRRO ABADIA 2 - FEIRA GASTRONÔMICA DOM EDUARDO 3 - FEIRARTE
27 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 40
verso folha
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Oficialmente as feiras festim uberabenses são: a feira gastronômica Dom Eduardo e a Feirarte. A feira gastronômica Dom Eduardo e a Feirarte e, acontecem em praças tradicionais da cidade. A feira do bairro Abadia é considerada festim por ser realizada aos domingos e se estender do horário delimitado pela prefeitura para acolher inúmeras atividades dos usuários. Além disso, por provavelmente ser a feira mais antiga em atividade de Uberaba é indicada como ponto turístico. Cada feira será analisada e terá suas características pontuadas a seguir.
feira do abadia Uberaba conhecida também como a cidade das Sete Colinas abriga muitos bairros e uma diversidade morfológica e
Fig. 21: Limite do bairro Abadia e locação da feira do Abadia,
cultural nesses bairros. O bairro Abadia é um dos mais antigos
2015.
do município situa-se nas antigas colinas de Misericórdia e
Fonte: Google Earth. Modificado pela autora.
Barro Preto. Os mais velhos contam que a formação inicial do bairro começou com a ocupação de escravos libertados, por isso possui características sociais muito diversas. Prova disso são as transformações que o bairro sofreu, como: o Hospital das Clínicas que foi um presídio. Sua ocupação também contou com a influência religiosa, tendo a Igreja de Nossa Senhora da Abadia como um ponto tradicional e turístico da cidade. Atualmente, conta também com uma ampla diversidade de serviços e comércios, tendo a mais tradicional e mais antiga feira (documentada) de Uberaba, a feira do Abadia.
Fig. 22: Feira do Abadia, 20--. Autor Desconhecido.
A feira acontece na Avenida Prudente de Morais, todos os domingos das 6:00 às 12:00 horas. É preciso ressaltar que este
Disponível em: http://abadiacorina.blogspot.com.br/ Acessado em: 08 de junho de 2015.
é o horáio oficial estipulado pela Prefeitura Municipal, porém, há relatos de que a feira termine mais tarde, geralmente, antes das 15:00 horas. Ressalta-se ainda que a feira tem um caráter muito especifíco quanto à economia, pois, ela atende toda a micro e pequena produção agropécuaria, portanto, sendo regulamentada pela Secretária de Agricultura de Uberaba. A feira é a mais tradicional da cidade, recebe um grande fluxo de usuários e conta com o maior número de feirantes inscritos, sendo um total de 611 feirantes.
28
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Fig. 23: Campus UFTM, 20--. Autor Desconhecido. Disponível em: http://abadiacorina. blogspot.com.br/ Acessado em: 08 de junho de 2015.
Fig. 24: Praça da Igreja de Nossa Senhora da Abadia, 2015.
Fig. 28: Início da Avenida Prudente de Morais num domingo de feira, 2015.
Fig. 27: Igreja de Nossa Senhora da Abadia, 2015. Acervo da autora.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 29: Avenida Prudente de Morais nas limitações da feira, 2015. Acervo da autora.
Fig. 30: Mapa de uso e ocupação do solo do entorno da feira do Abadia, 2015. Acervo da Autora.
Fig. 25: Feirante negociando na feira do Abadia, 2015. Acervo da autora.
Fig. 26: Público andando na feira do Abadia, 2015. Acervo da autora.
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29 29/06/2016 07:42:09
verso folha
a m
e a,
A feira do bairro Abadia possui uma identidade cultural
A feira gastronômica Dom Eduardo já acontece há
formada pela diversidade dos frequentadores e dos feirantes
alguns anos, infelizmente sem documentação confiavél não
e, possui um apoio formal do poder público, tanto que todos os
pode-se precisar. Os feirantes relatam que há anos poucos
dias de acontecimento da feira é feita fiscalização de feirantes
feirantes atendiam no local, depois com a ida do parquinho
não-cadastrados.
de diversões houve um grande movimento e o poder público regulamentou. A feira se caracterizou especilamente como
feira gastronômica dom eduardo
recreação e atendimento de comidas típicas, havendo ainda pequenos shows de música popular brasileira. Portanto, sendo
O bairro Dom Eduardo carece de informações
gerida pela Secretária de Cultura de Uberaba e, posteriormente
documentadas e confiavéis. O bairro é um pouco mais novo
sua administração foi levada à Fundação Cultura de Uberaba.
do que os outros dois bairros da Feirarte e da feira do Abadia
A coordenação da Fundação Cultural revitalizou bastante a
e, por isso ainda possui em sua morfologia áreas vazias. Sobre
feira com o patrocínio para shows e eventos comemorativos
sua história, os mais velhos contam que o bairro foi batizado
(datas especiais, como dia das mães e dia das crianças).
em homenagem ao primeiro bispo de Uberaba, o então Dom
O horário oficial estipulado pelo poder público é
Eduardo Duarte Silva. O bispo também geriu o desenvolvimento
das16:00 às 22:00 horas. Porém, muitos feirantes extendem seu
do atual Colégio Marista Diocesano. Diferente do bairro
atendimento até por volta das 23:30 horas. A proximidade com
Abadia, o D. Eduardo possui uma morfologia mais uniforme e
o Colégio Marista é um fator muito favoreceu à movimentação
aparenta ocupação de classes sociais menos diversificadas e
e fluxo da feira, pois o evento ocorre todas as sextas-feiras e, a
mais abastadas.
feira atende os pais e alunos da escola no momento de saída
Atualmente conta com a tradicional escola Marista
da aula. A feira conta com cerca de 20 feirantes cadastrados
Diocesano em funcionamento tendo em seu entorno a praça
oficalmente pela Fundação Cultural, porém muitos feirantes
Dom Eduardo e os mais variados tipos de serviços.
relatam que há mais de 20 feirantes.
Fig. 31: Limite do bairro Dom Eduardo e locação da feira do
Fig. 32: Feira Gastronômica Dom Eduardo, 2015. UBERABA, Fundação Cultural. Disponível em: https://www.facebook.comculturaubera
Gastronômica Dom Eduardo, 2015.
baphotosa.830591290356533.1073742320.109954989086837830592450356417type=3
Fonte: Google Earth. Modificado pela autora.
&theater. Acessado em: 13 de junho de 2015.
30
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frente folha
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Fig. 36: Vista da feira Gastronômica Dom Eduardo, 2015. Acervo da autora.
Fig. 37: Inicio da desmontagem de barraca na feira Gastronômica Dom Eduardo, 2015.
Fig. 33: Mapa de uso e ocupação do solo do entorno da feira G. D.
Acervo da autora.
Eduardo, 2015. Acervo da Autora.
Fig. 34: Paróquia do Santissímo Sacramento, 2015.
Fig. 35: Colégio Marista Diocesano, 2015.
Fig. 38: Infraestrutura da praça Dom Eduardo, 2015.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 39: Exemplo de edíficios no entorno imediato da praça Dom Eduardo, 2015. Acervo da autora.
Acervo da autora.
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verso folha
A feira gastronômica Dom Eduardo possui uma
A feira iniciou-se de maneira informal, relatam os mais
identidade que foi moldada pela administração da Fundação
antigos feirantes, sendo realizada anteriormente em datas
Cultura de Uberaba, devido a frenqüência de um público
festivas da Igreja São Benetido. Posteriormente, começaram a
mais exigente na Feira D. Eduardo ocorre shows com maior
realizá-la aos sábados à noite próximo do horário de terminío
regularidade. Além disso, a administração da feira sempre faz
da missa.
eventos em datas comemorativas para alavancar seu fluxo.
Desenvolvimento Social - Seds, passa a regir a feira desde 01
feirarte
de maio de 1997. Para um fortalecimento do evento o orgão
A Feirarte, feira de artesanatos e gastronômica, situa-
público desenvolve
“Projetos de Geração de Trabalho e
se na praça São Benedito. O bairro São Benedito abriga a
Renda”, que visam amenizar as condições de desemprego
feira à 18 anos. O bairro é adjacente ao centro da cidade
e
de Uberaba, sendo assim, um dos bairros mais antigos e nele
artesão. Criando então o Projeto Feirarte, através da produção
está locado a Igreja de São Benedito que batiza o complexo.
individual e familiar de artesanato e arte. Esse projeto busca a
O povoado conta com uma morfologia tradicional de áreas
valorização e inserção do artesão no mercado de trabalho,
antigas da cidade, traçado mais irregular e orgânico, casas
fazendo com que ele tenha deste espaço um local de cultura,
com aparência colonial que se misturam as características
lazer e comercialização.
pobreza
valorizando o artesanato local, bem como o
centrais, até então a praça Dr. Jorge Frange era utilizada
A Feirarte acontece todos os sábados das 16 às 23 horas
como rodoviária. Depois na década de 1960, o bairro se
, na Praça Jorge Frange, atendendo atualmente 100 feirantes e
desenenvolveu mais a partir da construção de dois loteamentos.
artesãos, e um público visitante variado. A feira passa por uma
A praça perdeu essa atividade de rodoviária, assim que o
queda de consumidores e fica algum tempo, que não consiguiu
novo terminal rodoviário foi inaugurado em 1974. A partir daí, o
determinar negligenciada pelo poder público. Então, em 2007,
praça torna-se negligenciada pelo poder público.
a prefeitura regulamenta a feira novamente através de um decreto para criar uma identificação, novas ações e atrações para atrair o público, como: shows e a oficialização do setor
m
os
Com a ocupação ganhando força, a Secretaria de
alimenticío. Dentre essas ações também houve a reforma da praça pensada para receber a feira, disponibilizando vários pontos de eletricidade.
Fig. 40: Limite do bairro São Benedito e locação da Feirarte, 2015.
.
Fig. 41: Banco da Praça Jorge Frange com pontos de
Fonte: Google Earth. Modificado pela autora.
eletricidade, 2015. Acervo da autora.
32
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frente folha
Fig. 42: Vista do Parquinho da Feirarte, 2015.
Fig. 44: A feira iniciando, 2015.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 45: Vista da área das barracas de artesanato Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 46: Infraestrutura da Praça Jorge Frange, 2015. Acervo da autora.
Fig. 47: Igreja de Santo São Benedito, 2015. Acervo da autora.
Fig.43: Mapa de uso e ocupação do solo do entorno da feira Feirarte, 2015. Acervo da Autora.
Fig. 48: Entorno imediato da feira, 2015. Acervo da autora.
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verso folha
A Feirarte é a feira festim que mais passou por reformulações e, ainda assim, continua sem um coordenador fixo, tendo sua fiscalização negligenciada. Além disso, a feira não possui uma identificação clara para os usuários. A infraestrutura da praça favorece o acontecimento da feira, porém, falta manutenção dos pontos eléricos, pois já foram relatados pontos deficientes. A iluminação da praça também é precária. A principal reclamação dos feirantes é que a Prefeitura investe pouco e mal incentiva a ocorrência de shows e/ou atrações. Portanto, deixando a Feirarte prejudicada em comparação com as outras feiras.
a
34
3 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 47
frente folha
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7 D
entre as três feiras uberabenses, a Feirarte se
destaca pelo fato de ser um evento que sofreu (e ainda sofre) oscilações na trajetória, precisando ainda se estabelecer e criar uma identidade que a expresse. ABADIA feirão
D. EDUARDO festim
FEIRARTE festim
6:00 - 12:00 Secretária de Agicultura
16:00 - 22:00 Fundação Cultural
16:00 - 22:00 Secretária de Desenvol vimento Social
incentivo público
médio
alto
baixo
fluxo de usuário
altissímo
médio
alto
identidade cultural
altissíma
alta
baixa
altissíma
baixíssima
alta
característica horário oficial
órgão gestor
relevância econômica para o bairro
Tabela 02: Comparativo entre as feiras, 2015. Acervo da autora.
De acordo com tabela 02, a Feirarte é ainda um evento que não conseguiu atrair os incentivos públicos por não estar devidamente estabelecida, pois, não há uma identidade de atuação e visual. E, será desssa falta de "caracterização" que a proposta se apropiará para fornecer um obejto arquitetônico que supra a demanda dos feirantes. O último investimento público efetivo na Feirarte foi em 2007, quando a Prefeitura de Uberaba sancionou um decreto para reformular o evento, investindo na 'reformar' da praça Jorge Frange para receber as barracas. Também houve a regulamentação dos feirantes e das barracas.
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verso. inicio de capitulo grafia continua
feirarte e suas especificidades
7
se
e) e
questões do decreto x situação atual O Decreto nº 3339/2007, em seu artigo primeiro, define como público beneficiário os produtores artesanais nas áreas de gastronomia, objetos de arte e decoração, vestuário e
e
utilitários domésticos de cama, mesa e banho. O parágrafo 5º do artigo 3º faz referência ao ‘número de barracas’, em relação a alocabilidade do espaço da praça, a demanda, diversidade e qualidade. Atualmente predominam as unidades de gastronomia, proporcionando foco e, com isso, determinando uma certa particularidade ao evento. Atrelado
ao
fato,
desta
tendência
econômica
espontânea devido ao maior consumo, houve uma abstenção de expositores das áreas de decoração e utilitários, gerando
Fig. 49: Primeira página do decreto n°. 3339/2077, 2015. Acervo da autora. Decreto disponível em: http://www.uberaba.mg.gov.br:8080/portal/acervo/ portavoz/arquivos/2007/692%20-%2022-12-2007.pdf
um ciclo vicioso de desvalorização do setor, com pouca variedade de oferta e diminuição da procura. Outro fato notório é que um número significativo dos expositores da área de gastronomia são ‘profissionais de feiras’ atuando em outros espaços como em ‘Feiras Livres’, ‘Feira de
to
Gastronomia’ e outros eventos sociais e culturais, enquanto, os
ar
expositores das áreas de decoração e utilitários não possuem
de
muitos espaços em ‘outras feiras’ onde oferecer e comercializar
a
seus produtos que não seja a Feirarte. Houve um crescimento desordenado com flagrante
co
desrespeito às normas estabelecidas pelo Decreto 3.339, em
m
especial no tocante a ocupação do espaço (2 x 2 metros
to
+ 10 mesas), o que equivale a aproximadamente 29 metros
ça
quadrados por unidade expositora, porém, muitos feirantes
a
ocupam um espaço maior com mesas e caixas fora dos limites
Mesmo a Prefeitura Uberabense alegando que a infraestrutura é boa para receber a feira, ela ainda é precária. O decreto limitou os feirantes e eles acabam por desrespeitálo para atender melhor seus clientes. Os feirantes representantes da gastronomia cooperam entre si para criar áreas de abrigo contra a chuva, gerando áreas espontâneas de permanência. Já os feirantes representantes do artesanato estão totalmente 'sufocados' pelo decreto, as dimensões cedidas são extremamente pequenas e não permitem que eles troquem o local da implantação. Além, de demarcar as áreas de implantação permanentes que acabam não atraindo consumidores devido a distância da área de gastronomia, pois, a maioria dos frequentadores procuram as barracas de alimentação.
das barracas.
36
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
Fig. 50: Infraestrutura da praça, 2015. Acervo da autora.
Fig. 54: Coreto - palco, 2015.
Fig. 56: Vista da banca de Revista, 2015.
Fig. 58: Exemplo de lixeiras, 2015.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 51: Área do parquinho, 2015. Acervo da autora.
Fig. 59: Monumento Japônico, 2015. Acervo da autora.
Fig. 52: Área do parquinho durante a feira, 2015. Acervo da autora.
Fig. 57: Planta de implantação atual da Feirarte na praça Jorge Frange, 2015. Fig. 53: Monumento Maçônico, 2015.
Fig. 55: Estátua Andarilho, 2015.
Fonte: Secretária de Planejamento. UBERABA, Prefeitura de. Modificado pela autora.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
37 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 50
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verso folha
espacial
Para estruturar a implantação da feira todos os
(implantação) da Feirarte é precária. Demandam de uma
feirantes são cadastrados e possuem um local "demarcado".
revisão quanto à estipulação de metragem quadrada utilizada
Embora todos os feirantes sejam cadastrados não são todos os
pelo feirantes, pois o sancionado pela Prefeitura não condiz
sábados que eles comparecem podendo haver alterações na
com a realidade.
disposição das barracas no espaço da praça.
Conforme
a
figura
62,
a
organização
A precariedade das barracas é a principal preocupação
Desde abril de 2015, está havendo uma lista de presença
deste trabalho, embora o improviso e criatividade são
dos feirantes que comparecem assiduamente, segue a lista de
determinantes na tentativa dos feirantes de melhorar a
presença do sábado do dia 08 de abril de 2015, conforme as
infraestrutura das barracas, basta analisar sua estrutura para
tabelas 03 e 04.
as,
perceber o risco quanto as instalações. Pois, essas adaptações muitas das vezes geram situações perigosas, especialmente no que se refere às instalações elétricas e ao gás GLP (gás de cozinha), conforme as figuras 63 e 64.
Fig. 60: Instalação de gás (barraca do "Yakissoba"), 2015. Acervo da autora.
e Fig. 61: Instalação de elétrica (barraca do "Yakissoba"), 2015. Acervo da autora.
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Gastronomia (branco) 1
Proprietário
Nº mesas
M² (mesas)
5
20,00
Antonia Cândida de Souza
Tamanho Barraca 2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
M² (barraca + extensão) 7,00
Produtos Batata frita, mini pizza, caldo de cana, sucos Bebidas
2
3
4
5 6
Cleia Marcia Caetano de Barros Gilberto Gonçalves Borges Janete Almeida Silva Santos
Rita de Cássia Pereira Yoshizaki Maria Adenilza Silva Souza
6
24,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
7,00
Doces, salgados e sucos - Bebidas
20
80,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
7,00
Estrogonofe, mexidos, porções bebidas
12
48,00
2,5 X 2,5
6,25
Yakisoba, massas, salgados, empadões, lanche natural - Bebidas
-
-
2,0 X 2,0
4,00
Doces – mini bolos, tortas doces
4
16,00
2,0 X 2,0
4,00
Feijoada, acompanhamentos, caldos - Bebidas
7
Edna Maria de Souza
10
40,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
7,00
Massas, macarrão chapa, canelone, nhoque, lasanha Bebidas
8 9
Waldemar Bernardes Júnior Paulo Cesar R dos Santos
5
20,00
3,0 X 3,0
9,00
-
-
2,0 X 2,0
4,00
Acarajé Ponto do doce – cocadas, maça do amor, amendoim, canudinhos, etc.
10 11
Maria Helena dos Santos Durcia das Graças de Faria
6
24,00
2,0 X 2,0
4,00
Pastéis e outros salgados - Bebidas
8
32,00
2,0 X 2,0
4,00
Porções de peixe, fígado, batata frita, quibe, salgados Bebidas
12
13
14
Anália Maria Graciano
7
José Lucas dos Santos
10
Marco Antônio Borges Moreira Ângela Arantes B Moreira
-
28,00
2,0 X 2,0
4,00
Empadão; nhoque; batata recheada Bebidas
40,00
-
2,0 X 2,0 + E 3,0 X 2,0
10,00
2,0 X 2,0
4,00
Algodão doce, espetinho carne e frango, cachorro quente - Bebidas Sorvetes e quitandas finas - palha italiana Bebidas
E = Extensão: Espaço utilizado para acomodar carrinhos de transporte, caixas de isopor e freezers, materiais de trabalho, outros... Normalmente essa ocupação é lateral ou atrás das unidades expositoras, o que esteticamente é deplorável. OBS: Para cada mesa com 4 cadeiras mais espaço para o trânsito de pessoas e entre tendas foi considerada a dimensão de 2 x 2 m, ou seja 4m², sendo portanto considerado 1m² por pessoa.
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verso folha
15 16
17
Luzimeire de Souza Ferreira Joselaine Mayumi Nicekawa Cristiane Mercês A dos Santos
-
-
2,0 X 2,0
4,00
Churros, crepes Bebidas
10
40,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 x 1,5
7,00
Yakisoba, batata recheada, espeto de peixe - Bebidas
10
40,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
7,00
Produtos de tapioca e doces Bebidas
18
Mara Lucia Vaz Marques
14
56,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
7,00
Porções de carnes, batata frita, lanches diversos -
19
Tânia das Graças A Santos Luzia Aparecida Silva Douglas José Macedo Ribeiro Celia Cristina Silva de Souza
4
16,00
2,0 X 2,0
4,00
Bolos e tortas doces
14
56,00
2,0 X 2,5 + E 2,0 x 1,5 2,0 X 2,0
7,00
-
Bebidas
e
20
,
21 22
s
2
8,00
18
72,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 2,0
Pastéis e outros salgados - Bebidas
4,00
Vinho e sucos de uva
8,00
Torresmo, feijoada - galinhada e acompanhamentos Bebidas
23
Livia Lyz da Silva
2
8,00
2,0 X 2,0
4,00
Doces – brigadeiros, cup cake, tortas doces Bebidas
24
Rejane Julien Loes
6
Rodney Roberto Rosa Maria Inácia da Silva José Teodoro de Almeida Valeria Cristina Saturno
10
24,00
2,0 X 1,0 + E 2,0 x 2,0
6,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 2,0 2,0 X 2,0
8,00
Galinhada e acompanhamentos Bebidas
25
o
26
s
27
,
28
40,00
4
16,00
Massas - Macarrão na chapa e outros - Bebidas
4,00
Algodão doce, churros Bebidas
10
40,00
7
28,00
3,0 X 3,0 + E 3,0 X 3,0 2,0 X 2,0 + E 2,0 X 2,0
18,00
Bebidas
8,00
Produtos milho, caldo, pamonha, cozido, mingau, salgados -
;
Bebidas
-
29 30
31
Orestes Gomes da Costa Vilma Aparecida Arantes Souza Eurípedes Rosa da Silva
15
60,00
9
36,00
2,0 X 2,0 + E 4,0 X 4,0 2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
20,00
Espetos de carnes Bebidas
7,00
Galinhada e acompanhamentos Bebidas
10
40,00
Total (m²)
952,00
2,0 X 2,0 + E 2,0 X 1,5
7,00
Espetos de carnes Bebidas
211,25
Tabela 03: Presença dos feirantes da gastronomia do dia 08 de abril de 2015, 2015. Fonte: CASTANHEIRA, Geraldo L. (ex-coordenador da Feirarte).
40
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Artesanto Acessórios (vermelho) 1
Proprietário
Tamanho Barraca
M²
Produtos
Andrea Nakamura Alves da Silva José André de Moraes
1,5 X 1,0
1,5
Cintos
1,5 X 1,0
1,5
Luciana Aparecida de Lima Neusa Maria Henrique de Oliveira Osvaldina Rosa da Silva (Simone) Sonia Bernadete da Silva Verônica Angelica de Melo
1,5 X 1,0
1,5
Travessas, tiaras, faixas, laços para cabelo Bijuteria
1,5 X 1,0
1,5
1,5 X 1,0
1,5
Bijuteria,cintos, chinelos bordados Chinelos bordados
1,5 X 1,0
1,5
Chinelos bordados
1,5 X 1,0
1,5
Bonecas de pano
Ana Elisa Brito Fernandes
1,5 X 1,0
1,5
1,5 X 1,0
1,5
10
Anísio Francisco Marques Antônio José Nunes
1,5 X 1,0
1,5
11
Cleusa Lima Fonseca
2,5 X 1,0
2,5
12
Eliete Venâncio de Oliveira
1,5 X 1,0
1,5
13
Inimá de Souza Carvalho
2,5 X 1,0 + E 3,0 X 3,0
11,5
14
Isaura do Nascimento
1,5 X 1,0
1,5
15
José Alberto de Oliveira
1,5 X 1,0
1,5
Arranjos: tupias, frutas de sisal, bolas, trabalhos c pedras, chaveiros, peças em MDF. Madeira, bambu, palha, etc. Peças decorativas e utilitárias em cobre Arranjos florais, potes decorativos, peças em gesso, bolas decorativas, etc. Produtos em MDF: Caixas organizadoras, quadros, biscuit, dec. Infantil vidros e outros Móveis, utilitários, painéis e brinquedos em madeira Artesanato em papel, bonequinhos de tecido, filtro dos sonhos, etc. Variedades em utensílios e peças decorativas, terços, bonecas, peso de porta, colares, etc.
2 3 4 5 6 7 Decoração (azul) 8
9
41 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 54
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verso folha
16
Juliana Maria de Morais
1,5 X 1,0
1,5
17
Maria Abadia Silva Leal
1,5 X 1,0
1,5
18
Marina Aparecida de S Garcia
1,5 X 1,0
1,5
19
Regina Célia Alves Silva
1,5 X 1,0
1,5
20
Salvador Barbosa de Oliveira
2,5 X 1,0
2,5
21
Sirlene Capole da Silva
1,5 X 1,0
1,5
22
Marcos Antônio de Carvalho / Maika Edmar Aparecido Coimbra - início previsto em 08/04/2015 Marta Passos do Nascimento
1,5 X 1,0
1,5
2,0 x 2,0
4,0
1,5 X 1,0
1,5
Nael Nascimento Claudino - início em 14/03/2015
3,0 x 4,0
12,0
Cristiane Cristino Gomes
1,5 X 1,0
1,5
27
Luzia Afonso da Cunha
1,5 X 1,0
1,5
28 29
Osvaldira Rosa da Silva Valdeci Aparecida Silva
1,5 X 1,0 1,5 X 1,0
1,5 1,5
,
s
23
s
24
25
Confecção (verde) 26
o, Total (m²)
Cerâmica – santos, painéis, etc. Artesanato em papelão, pedrarias etc., Mandalas, arranjos, potes, luminárias, outros. Produtos em MDF: Caixas organizadores, placas, móbiles Decoração para quartos de bebê Peças decorativas e utilitárias: MDF, madeira, pedras, bambu, cabaças. Arranjos de flores em EVA e outros materiais Tonéis e utensílios de madeira - cachaça Quadros, cestos, pedestais Arranjos, flores e lembranças para festas e aniversários em E.V.A. Móveis e utilitários de pneus
Utilitários domésticos de tecido – cama, mesa e banho Utilitários domésticos de tecido - cama, mesa e banho, crochê Roupas e crochê Utilitários domésticos de tecido – cama, mesa e banho
68,5
Tabela 04: Presença dos feirantes do artesanato do dia 08 de abril de 2015, 2015. Fonte: CASTANHEIRA, Geraldo L. (ex-coordenador da Feirarte).
Será a partir destes dados que a proposta do objeto arquitetônico se estruturará.
42
1 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 55
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8 E
mbora os feirantes sejam criativos e possuam
uma adaptatividade alta, as questões do decreto n° 3339/2007, acabaram limitando as modificações das barracas. Compreendo que arquitetura portátil é uma estruturação pessoal e que deve se adequar aos usuários, especialmente, quando sua infraestrutura interfere diretamente nas ações e no bem - estar dos desfrutadores. Chegou-se à essa conclusão devido ao acompanhamento da montagem de barracas e do acontecimento da feira. Existem questões dominantes quando à estrutura das barracas de feiras da Feirarte, tanto sob a perspectiva dos freqüentadores quanto dos feirantes: segurança higiênica, segurança das instalações elétrica, abrigo de permanência para dias chuvosos e armazenamento de produtos. As barracas da Feirarte possuem estrutura em metal, cobertura e vedação em lona. As barracas da Feirarte, embora precárias, são a estrutura real e mais fácil de acolher o termo portátil, portanto também serão referências utilizadas para embasamento projetual. A arquitetura portátil acontece nas seguintes fases: transporte, [des] montagem e tempo de uso. O transporte das barracas da Feirarte, normalmente, ocorrem em kombis, no porta-mala de carro e/ou carretinhas que se engatam nos veículos. As barracas da gastronomia, pelo decreto, devem ter 2 x 2 metros, sendo, 4 m² de ocupação, porém, não é suficiente para acolher com conforto as atividades, conforme demonstrado a seguir.
43 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 56
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verso. inicio de capitulo grafia continua
referências projetuais
8
m
n°
as.
ão
e, e
ão e
as
os
Fig. 62: Transporte da estrutura da barraca e utensílios,
Fig. 64: Exemplo da estrutura de aço montada e da área de
Feirarte, 2015.
extensão (barraca do Oreste), Feirarte, 2015.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 63: Estrutura comum das barracas, Feirarte, 2015.
Fig. 65: Feirante 'amarrando' a cobertura em lona, Feirarte,
al,
e,
er
as
e,
as
lo
o,
as
2015.
Acervo da autora.
3
Acervo da autora.
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44 29/06/2016 07:42:31
frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
Fig. 66: Barraca com a estrutura, cobertura e vedação executadas, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 68: A situação após a barraca ser 'mobiliada' se repete na barraca do 'Strogonof', Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 67: O interior da barraca ocupado abriga apenas uma pessoa com conforto precar, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
45 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 58
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verso folha
Fig. 70: Instalação
Fig. 71: Instalação
improvisada para
improvisada para
distribuição de gás
distribuição de
GLP, Feirarte, 2015.
eletricidde, Feirarte,
Acervo da autora.
2015. Acervo da autora.
Os feirantes também improvisão áreas de permanência para locar as mesas, que são executadas com lonas, cordas, varas de aço ou PVC e também são usadas as árvores, conforme as figuras 76 e 77.
e
Fig. 69: Nitidamente o espaço estipulado pelo decreto não comporta todos os utensílios usados pelos feirantes, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 72: Instalação de área de permanência, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
47
5 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 59
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frente folha
Fig. 73: Instalação de área de permanência, Feirarte, 2015.
Fig. 75: Exemplo das estruturas executadas e da área de
Acervo da autora.
permanência sendo ocupada pelas mesas, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 76: Exemplo das estruturas executadas e da área de permanência sendo ocupada pelas mesas, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 74: O feirante Beto amarrando a corda que traciona a lona para área de permanência, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
48 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 60
verso folha
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As barracas do artesanato, pelo decreto, deve ter a
Alguns feirantes para tentar se acomodar e não infringir
dimensão de 1,5 x 1,0 metro, sendo 1,5 m². Depois de algum
o decreto adotam duas barracas de 1,5 x 1,0 metro, de acordo
tempo, foi inserida uma cláusula flexibilizando para alguns
com a figura 82.
feirantes a dimensão de 2,5 x 1,0 metros, sendo 2,5 m² de ocupação e, também não é suficiente para acolher com conforto as atividades, conforme demonstrado a seguir.
Fig. 79: Exemplo de duas barracas de 1,5 x 1,0 m "unidas" para acomodar os produtos, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 77: Exemplo de uma barraca de 1,5 x 1,0 m, com extensão para exposição das peças, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
Fig. 80: Exemplo de barraca de 2,5 x 1,0 m, Feirarte, 2015. Fig. 78: Exemplo de uma barraca de 1,5 x 1,0 m, sem área
Acervo da autora.
para estocagem e produção, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
49
8 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 61
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No caso das barracas de 2,5 x 1,0 metros - que são apenas feirantes que foram cadastrados depois da inclusão da cláusula que a utilizam -, existe a possibilidade de "esconder" as caixas e estocar peças, conforme mostra a figura 84.
Fig. 82: Medida mínima para o preparo de alimento. PRONK, Emile, 2003. Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/ dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf. Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
Fig. 81: Área de estocagem precária de uma barraca 2,5 x 1,0 m, Feirarte, 2015. Acervo da autora.
A analise da organização, implantação e das barracas da Feirarte norteiam o que o objeto arquitetônico precisará prover. Logo, é plausível propor um projeto com dimensão mínimas sem deixar de ser funcional, adaptável e confortável,
Fig. 83: Medida mínima para cozinhar. PRONK, Emile, 2003. Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/ dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf. Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
por isso, as aplicações técnicas se basearam nas dimensões ergonômicas. Essas dimensões são referências para atividades como: preparar os alimentos (cortar, sovar,...) , cozinhar (o ato de cozir), assar - fritar, lavar louça, circulação. E, como o espaço se configura a partir do fluxo de trabalho
Fig. 84: Medidas mínima e máxima para assar/fritar. PRONK, Emile, 2003.
aplicado as ações citadas acima.
Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/ dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf. Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
50 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 62
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,
Fig. 85: Medida mínima para lavar louça. PRONK, Emile, 2003. Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/ dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf.
Fig. 88: Medidas mínimas para fluxo de trabalho triângulo
Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
invertido. PRONK, Emile, 2003. Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/ dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf. Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
Ao decorrer serão expostos projetos exemplares que traduzam qualidades de um objeto portátil, seja em arquitetura ou design de produto, contendo as devidas aplicações de antropometria. E, por consequência também servindo de inspiração.
Fig. 86: Medidas mínimas para fluxo de trabalho linear. PRONK, Emile, 2003. Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/ dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf. Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
Fig. 87: Medidas antropométricas de alturas para instalação de bancadas e armários. PRONK, Emile, 2003. Disponível em: https://estudanteuma.files.wordpress.com/2013/04/dimensionamento_em_arquitetura-cc3b3pia.pdf. Acessado em: 22 de janeiro de 2016.
51
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bratwurststände Local: Berlim, Alemanha Inventor: Bertram Rohloff Ano: 1998 Muito característico na Alemanha encontrar essa "carrocinha - armadura" - que em inglês é chamada de Grillwalker (grelha ambulante) destina ao preparo de bratwürt (cachorro-quente). O grillwalker é um aparelho que pesa apenas 15,5 kg. O peso é distribuídos de forma ergonômica pelo os quadris, ombros e costas do usuário por meio de um sistema de execução de alças, para não prejudicar a coluna vertebral. A
armazenamento e distribuição de gás
garrafa de gás está situada por trás do fornecedor, sendo de 2 kg e dura em média 8 horas.
valvúla de controle de gás
Existe um pequeno estoque de alimentos dispostos entre a barriga e a grelha, sendo uma pequena caixa. Assim, facilitada estruturação
a ação de grelhar e preparar o cachorro - quente. A segurança da grillwalker foi comprovada por um teste de protótipo CE (teste de segurança específico da União Européia). Um sensor de inclinação desliga a alimentação de gás caso aconteça uma posição inclinada a 45 ° (que é
alças de sustentação Fig. 89: Bratwurstände, 20--. Autor Desconhecido. Modificada pela autora.
uma inclinação caso o usuário se curve em situações de mal -
Disponível em: http://www.grillwalker.de/pictures/GW-Verkaeufer-07.jpg.
estrar, simulando a inclinação de posições da ação de vômito
Acessado em: 22 de agosto de 2015.
e desequilibrio), de modo que mesmo em caso de uma colisão ou de um ajuste de tontura ou sensação de desmaio súbita do fornecedor não haverá derramamento de gás. Além disso, ele
cobertura
tem uma paragem de emergência, pelo qual a alimentação de gás podem ser simplesmente e rapidamente interrompida numa situação perigosa pelo próprio usuáio.
grelha e 'estocagem'
Fig. 90: Grillwalker, 20--. Autor Desconhecido. Disponível em:http://www.grillwalker.de/ pictures/GW-Verkaeufer-01.jpg. Acessado em: 22 de agosto de 2015.
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verso folha
a
pdu Local: São Francisco, Estados Unidos Arquitetos: EDG Interior Architecture + Design Ano: 2012 PDU ou UJP - Unidade de Jantar Portátil foi projetado por jovens arquitetos pensando, especificamente no momento da refeição 'afetiva', sendo destinado principalmente à caminhoneiros. Por isso é instalado na área externa de redes de fast food. Este protótipo é
uma
nova
combinação
de
materiais
tecnológicos, como: plásticos dobráveis, mesas portáteis e cadeiras dobráveis
que oferece
implantação e desmontagem rápida. O material é leve, translúcido e fluorescente, o
a área demarcada em amarelo é a cobertura origami
PDU foi em painéis de plástico corrugado com dobras inspiradas em origami. Ligados por laços simples através de orifícios pré - perfurados, passados pos astes de metal, assim, a estrutura
a área demarcada em roxo é o deck para encaixar a cobertura
se expande e contrai. Sendo fixa d a em um tablado (espécie de deck). Toda essa estrutura pode ser montada, implantada e m odificad
Fig. 91: Montagem do PDU por duas pessoas, 2012. Autor Desconhecido. Modificado pela autora.
por apenas duas pessoas. A
instalação
elétrica
é
feita
de
forma
Disponível em: http://architizer.com/projects/pdu/#.
independente do objeto arquitetônico e, para
Acessado em: 22 de agosto de 2015.
acomodá-la são feito orifícios no deck ou na cobertura estrutural para passar as fiações. O custo total de materiais para a construção de PDU é de aproximadamente US$ 2.000 (dois Fig. 92: Vista externa do PDU, 2012.
mil doláres).
Autor Desconhecido. Disponível em: http://architizer.com/projects/pdu/#. Acessado em: 22 de agosto de 2015.
53
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frente folha
kitchen design rockwell Local: -
Arquitetos:
David
Rockwell Ano: A
cozinha
Design
Rockwell foi proposta para
espaços
limitadaos e que precise de um aproveitamento extra. Ainda
um
pelas
protótipo,
imagens
deduzível
é
que
as
instalações hidráulicas e elétrica sejam no no sub solo, liberando toda
a
área
bancada interior
e
para
armazenamento. Toda ela
compactada se
torna
um
balcão retangular, em utilização pode
o
usuário
modá-la
Fig. 93: Etapas da Kitchen Design Rockwell, 20--. ROCKWELL, David. Modificado pela autora. Disponível em: http://www.rockwellgroup.com/curiosities/cooking.
de
Acessado em: 22 de agosto de 2015.
acordo com a atividade e
necessidade
de
espaço.
54 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 66
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29/06/2016 07:42:43
orange solar tent Local: -
Inventor: Kascope Design tecido fotovoltaico
Ano: 2010
Fig. 95: Detalhe do tecido Orange ainda
Solar um
Tent,
protótipo,
fotovoltaico, 2010. DESIGN,
é
Kascope.
uma tenda provida de
Disponível em: http://www.tuvie.com/
energia solar, através de um
tecido fotovoltaico
Fig. 94: Orange Solar Tent, 2010. DESIGN, Kascope.
orange-solar-tent-concept-with-variousunique-features/.
para geração de energia
Disponível em: http://www.tuvie.com/orange-solar-tent-concept-with-various-unique-
solar por meio de uma
features/.
indução magnética para
Acessado em: 22 de agosto de 2015.
Acessado em: 22 de agosto de 2015.
distribuição de energia. A inovadora "tecnologia estrutura dos painéis fotovoltaicos
glo-cação" desta tenda permitirá o usuário para identificar a
noite,
sua pois
tenda ela
fica
fluorescente na cor laranja cabos tensionados para estruturar a barraca
- daí o nome. O tecido fotovoltaico é instalado numa 'cúpula' retrátil em forma de capacete de motocicleta.
local fixo para 'tomadas'
Fig. 95: Orange Solar Tent, 2010. DESIGN, Kascope. Disponível em: http://www.tuvie.com/orange-solar-tent-concept-with-various-uniquefeatures/.
4
Acessado em: 22 de agosto de 2015.
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55 29/06/2016 07:42:43
kayo extensible table Local: Itália Inventor: Satyendra - Pakhalé Ano: 2016 Em mais de 40 anos, a FIAM foi pioneira na fabricação de artefatos em técnicas industriais em vidro e, a FIAM (empresa de móveis italiana) propõe
a
Satynedra
-
Pakhalé
(empresa de design industrial) a projetar o principal produto da FIAM em 2016, a sua mesa extensível. A
Fig. 97: Detalhe do mecanismo
Satyendra Pakhalé cria uma mesa
extensível, 2016. PAKHALÉ,
elegante, sem qualquer elemento estrutural em toda a sua extensão. Depois de vários protótipos, eis que surge
um
mecanismo
Satyendra. Disponível em: http://www.satyendra-pakhale. com/projects/view/95/kayo-extensible-table; Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
extensível Fig. 99: Detalhe do mecanismo
inovador.
extensível, 2016. PAKHALÉ, Satyendra.
E, assim nasce a "Extensible Tabela
Disponível em: http://www.satyendra-pakhale.com/
Kayo".
projects/view/95/kayo-extensible-table;
A superfície principal da mesa e as
Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
pernas dobradas são de vidro, já as partes extensíveis estão ligados por um mecanismo compacto que opera pela simples utilização de um botão permitindo que a mesa seja 'alargada', através de placas de vidro atingindo a impressionante extensão de três metros.
Fig. 98: Desenvolvimento do mecanismo extensível, 2016. PAKHALÉ, Satyendra. Disponível em: http://www.satyendra-pakhale.com/ projects/view/95/kayo-extensible-table;
Fig. 100: Mesa Kayo, 2016. PAKHALÉ, Satyendra.
Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
Disponível em: http://www.satyendra-pakhale.com/ projects/view/95/kayo-extensible-table; Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
56 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 68
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verso folha
/
sink-in Local: Designer: Keren Shiker Ano: 2015 'Sink-In
'é
uma
peça
ajustável de mobiliário de assento que permite uma variedade de posições com altura e largura diferentes de acordo com o usuário. A
cadeira
'Sink-In'
é
construída a partir de dois quadros de madeira cheios de "filetes" de esponja, que pode ser movido para trás e para a frente, criando assim
Fig. 101: SKIN-IN, 2015. SHIKER, Keren.
vários tipos de diferentes
Disponível em: https://sites.google.com/site/kshikerdesign/the-root-1/sink-in.
modelos de cadeiras em
Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
vários tamanhos e alturas. A mobília pode ser colocada na vertical ou na horizontal. Os
quadros
são
de
madeira
de
feitos bétula,
100/70 cm e, e seu interior é
completado
com
204
unidades de esponja rígida de 70 cm de comprimento e 5 cm de largura. Quando
o
desocupado um
elemento
Fig. 102: Detalhe da esponja da SKIN-IN, 2015. SHIKER, Keren. Disponível em: https://sites.google.com/ site/kshikerdesign/the-root-1/sink-in. Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
móvel
é
torna-se escultórico
Fig. 103: SKIN-IN em uso, 2015. SHIKER, Keren.
decorativo no espaço.
Disponível em: https://sites.google.com/site/kshikerdesign/the-root-1/sink-in. Acessado em: 16 de fevereiro de 2016.
57
6 OBJETO MIMÉTICO 2016 .indd 69
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weaving a home
Local: -
Arquiteta: Abeer Seikaly Ano: 2015 "A arquiteta, designer e artista Abeer Seikaly construiu sua carreira em torno de uma base de conhecimentos interdisciplinares que envolvem a arquitetura, o design, a arte, a moda e o design têxtil. O projeto "Weaving a Home" (Tecendo um Lar), foi desenvolvido por ela, através de uma
Fig. 104: Weaving a Home, 2015. SEIKALY, Abeer. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/777864/em-detalhe-tecidoestrutural-para-construcoes-de-emergencia. Acessado em: 22 de março de 2016.
interessante exploração em torno da construção de refúgios emergenciais sustentáveis por meio de tecidos expansíveis e dobráveis. O sistema se torna estrutural ao fechar-se sobre si mesmo, formando uma espécie de domo, e permite incluir as instalações básicas em meio às camadas de "sua pele". O conceito por trás do tecido estrutural é a constante tração do tecido que se dobra facilmente em superfícies planas para o transporte. Os fios da trama se ajustam a seus diferentes propósitos, por exemplo, criar janelas e espaços de armazenamento, ou um tecido solar "extensível" para gerar energia e coletar água da chuva. O sistema é construído a partir de componentes plásticos resistentes tecidos em um padrão predeterminado para
Fig. 105: Vista interna Weaving a Home, 2015. SEIKALY, Abeer. Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php. Acessado em: 22 de março de 2016.
formar uma "unidade" singular. A unidade em si é flexível e se dobra através de seu eixo central. O nível que a unidade pode ser dobrada depende do número de componentes e da elasticidades do tecido. O tipo de tecido será inevitavelmente aquele que tiver a durabilidade e flexibilidade necessária e que possa servir a várias funções. Já que os elementos estruturas foram concebidos para serem ocos, as instalações de água e eletricidade podem ser incorporadas à estrutura, entre as camadas, de forma muito similar a uma divisória tradicional." Explicação sobre o projeto Weaving a Home, 2015. FRANCO, José Tomás. Tradução: BRATTO, Rômulo. Modificada pela autora.
Fig. 106: Vista externa noturna, 2015. SEIKALY, Abeer. Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php.
Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/777864/em-detalhe-tecido-estrutural-paraconstrucoes-de-emergencia.
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vista frontal tubo (compressão)
tecido esticável
costura (tensão)
unidade formando
sistema
sistema
formando estrutura
rotação através eixo central
6.
r.
Fig. 107: Teste estrutural em maquete, 2015. SEIKALY, Abeer. Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php. Acessado em: 22 de março de 2016.
Fig. 108: Analise de desenvolvimento estrutural para proposta, 2015. SEIKALY, Abeer. Modificada pela autora. Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php. Acessado em: 22 de março de 2016.
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a membrana estrutural a água que transborda do reservatório 'resfria'
possibilita a troca de ar quente por ar frio
o ambiente interno
reservatório que capta água pluvial
bateria que armazena energia solar
Fig. 109: Cortes estruturais, 2015. SEIKALY, Abeer. Modificada pela autora. Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php. Acessado em: 22 de março de 2016.
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montagem/desmontagem transporte
cap = cúpula para iluminação natural tubo (instalações e suporte estrutural) reservatório de água
tampa com conectores
Fig. 111: Weaving a Home, 2015. SEIKALY, Abeer. camada superior de tecido estrutural dobrável
Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php. Acessado em: 22 de março de 2016.
Os projetos exemplares possuem muitas características
camada inferior de tecido estrutural dobrável
em comum, todas aplicadas de uma maneira a atender o programa e, principalmente os usuários, através das qualidades de: adaptabilidade, conexões multifuncionais, autossuficiência,
anel externo
dimensões antropométricas mínimas,
com conectores
instalações funcionais seguras e executabilidade prática. E, essas qualidades se mostram totalmente compatível com as necessidades dos feirantes da Feirarte. bateria que armazena "energia solar"
Fig. 110: Camadas que compõe a estrutura, 2015. SEIKALY, Abeer. Modificada pela autora. Disponível em: http://www.abeerseikaly.com/weavinghome.php. Acessado em: 22 de março de 2016.
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9 A
proposta de um objeto arquitetônico,
para a Feirarte, é que ela atenda a demanda dos feirantes sem limitar o processo organizativo de cada um. Há também a necessidade de conciliar na implantação os ramos de gastronomia e artesanto criando uma identidade visual para a feria. O projeto do objeto arquitetônico foi pensado para incorporar as qualidades citadas no capítulo anterior. Dessas qualidades as importantes para os feirantes são executabilidade prática, adaptabilidade e segurança, portanto, devem também ser reproduzidas no objeto proposto. Sendo assim, o objeto arquitetônico deve suprir ações para o um melhor desempenho em uso. Essas ações foram associadas as etapas que o objeto deve realizar: transporte montagem
conexões
uso
comprimir
função
girar
encolher
material
puxar
desmontagem
sanfonar retrair dobrar
forma implantação
esticar desdobrar deslizar
Fluxograma 01: Ações para compor o projeto, 2016. Acervo da autora.
Para isso, o projeto vai se apropriar de um conceito amplamente utilizado na natureza: o mimetismo. Mimetismo é é a capacidade, possuída por algumas espécies de animais, de mudar a cor ou a forma do corpo para ficar parecido com outros animais, podendo desta forma ter algum tipo de
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verso. inicio de capitulo grafia continua
objeto mimético
9
o,
es
m
de
ra
ra
as
de
m
m,
or
as
vantagem. O mimetismo tem como um dos objetivos dar ao
Além de ter que solucionar o problema da salubridade
animal condições de proteção contra seus predadores. Alguns
para as unidades da gastronomia e de armazenamento para
animais usam também esta capacidade para facilitar a caça.
as unidades do artesanato; há a pendência da chuva que
Essas mudanças podem ocorrer tanto aparência dos animais
todos os feirantes e freqüentadores protestam. Esse conflito é o
(cor, textura, forma) quanto no comportamento.
ponto de união entre os feirante de cada ramo e, foi dele que
A questão do mimetismo que mais considerei foi a de que alguns animais possuem a eficiência de adaptar-se ao
resolvi me apropriar para buscar uma identidade visual. Para esse fim, segue a analise das necessidades:
espaço, muitas das vezes se 'incorporando' a ele, detendo todas as probabilidades de sobrevivência, os animais mais conhecidos por utilizarem o mimetismo são: as borboletas e as
gastronomia
CHUVA
artesanato
salubridade
proteção
vitrine
"cozinha"
permanência
produção
cobras não pesonhentas. Esse conceito é utilizado na organização social humana como uma figura de linguagem, que consiste na definição de comportamentos individuais para ajustes sociais. Sendo um processo pelo qual um ser passa para se adequar a uma nova ações
situação, pode ser a adaptação a uma nova realidade ou a um ambiente social extremo. Pessoalmente, as feiras e suas
praticidade
ações são um dos melhores exemplos de mimetismo social, por
adaptação
isso, o projeto arquitetônico denomina-se Objeto Mimético.
função
Portanto, decidi - me por fazer uma analogia das etapas forma
do projeto com as fases das borboletas:
implantação lagarta
casulo
identidade
borboleta
visual objeto
to é
mimético (DES)montagem
transporte
Feirarte
uso
is,
do
Fluxograma 02: Analogia de inspiração para o projeto, 2016.
de
Acervo da autora.
Fluxograma 03: Análise de itens para o projeto de acordo com o conflito da chuva, 2016. Acervo da autora.
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frente. grafia deve "encaixar" com a página anterior
Fundamentando-se no diagnóstico anterior, foram adotadas as seguintes premissas:
gastronomia
em comum
artesanato
'nome'
chuva
'nome'
caixa
proteção
caixa
estocagem
permanência,
exposição
"refrigerador"
acolher os
de produtos
portabilidade do objeto, design modular e adaptativo, propondo um objeto que possa ser moldado pelo usuário através de "peças" para compor um todo, e conexões para criação da identidade visual da Feirarte, através de áreas de permanência e sociabilidade a partir do objeto. A partir, dessas premissas o partido arquitetônico só pode ser o de:
água potável
promover o funcionamento do objeto através de 'partes'
estocagem
instalação área de
elétrica
que possibilitem sua utilização isoladas ou em conjunto, assim,
área para
criando uma arquitetura adaptativa, que singulariza a Feirarte
preparo e
e proporciona autonomia para os feirantes.
molhada
Para tal, elaborei os programas, um para o ramo de
clientes
(higienização
gastronomia e o outro para o ramo de artesanato, destacando
das mãos)
as exigências em comum que precisam ser sanadas, conforme
"esgoto"
o fluxograma 04.
segura
produção
escoamento de água pluvial identidade Feirarte
área para cozir: fogão forno grelha instalação do gás GLP segura lixo seguro Fluxograma 04: Programas para o projeto, 2016. Acervo da autora.
desenvolvimento projetual Os primeiros croquis propunham uma barraca completa, que se formaria atráves de partes, como painéis e caixas, e seria estruturada por um pórtico, que foi pensado
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para 'marcar' a estética, assim fornecendo identidade visual. Porém, conforme as orientações do orientador e dos professores examinadores o projeto evolui para um nível mais focado no design de móveis e industrial, pois assemelhava-se à arquitetura convencional o que não solucionaria a demanda dos feirantes. Serão apresentados, a seguir, os croquis de todas as propostas.
proposta 01 A proposta 01 foi desenvolvida 'reformulando' a barraca tradicional e tentando adequa-lá as necessidades dos usuários.
Fig. 113: Desenho do "piso". Prosposta 01, 2015. Acervo da autora.
Foi neste proposta que também surgiu o conceito de trabalhar com um "quebra-cabeça" para que os feirantes pudessem de alguma forma colocar sua própria organização de trabalho.
Fig. 112: Prosposta 01, 2015. Acervo da autora.
Fig. 114: Prosposta de configuração do painel 01, 2015. Acervo da autora.
Esse pórtico, sustentaria painéis - horizontais e verticais unindo - os para o funcionamento da barraca.
a, e
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Fig. 117: Prosposta 01, tentado 'desconstruir' o refrigerador e integra-ló a barraca, 2015. Fig. 115: Prosposta de formação do painel 01, 2015.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 116: Prosposta de "desdobramento" de placas para formar caixas 01, 2015.
Fig. 118: Idéia de funcionamento do painél , 2015. Acervo da autora.
Acervo da autora.
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Fig. 119: Idéia de cobertura articulavél, 2015. Acervo da autora.
e
Fig. 121: Proposta 02, 2015. Acervo da autora.
Fig. 120: Idéia de cobertura articulavél, 2015. Acervo da autora.
Na figura 120, a cobertura articulavél é propsota para ambos os lados, assim, assemelhando-se (mesmo que abstratamente) as asas de borboletas.
proposta 02 A proposta 02 consistia em utilizar a formação funcional de bancada e a cobertura separadas e, também sugeria criar uma nova perspectiva estética para a feira, sendo esta marcad por arcos. Seriam duas corberturas: uma para a barraca e outra para gerar as áreas de permanência para incentivar a as relações interpessoais entre os clientes, portanto, estabelecendo um vínculo com a feira.
Fig. 122: Proposta 02, cobertura para área de permanência 2015. Acervo da autora.
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de bancada e a cobertura separadas, porém tentando evitar que a estética de barraca tradicional fosse perdida. Essa questão estético-espacial, foi muito deliberada, porque ao mesmo tempo que é necessário criar uma identidade visual para a feira (e por consequência para o objeto mimético) também é muito importante manter o conforto do feirante. A proposta 03 foi bastante baseada no desempenho das conexões, por isso, a seguir serão apresentados mais croquis Fig. 123: Proposta 02, cobertura para área de permanência
técnicos de detalhes conectivos.
2015. Acervo da autora.
Fig. 124: Proposta 02, perspectiva da implantação dos arcos, 2015. Acervo da autora.
As propostas 01 e 02 mostraram-se incompatíveis, pois se caracterizavam como arquitetura convencional. E, foi este o ponto de maior dificuldade encontrado, desassociar a arquitetura convencional das possíveis soluções. Para tentar solucionar as questões levantas e os itens do programa, entendi que as conexões são de suma importância ,
Fig. 125: Croqui de formatos para conexões, 2015. Acervo da autora.
pois será através delas que o Objeto Mimético adaptará, assim atendendo os usuários. Então, a resolução do objeto partiu da analise de possíveis conexões e materiais para facilitar o transporte, resultando em mais duas propostas.
proposta 03 A proposta 03 consistia em utilizar a formação funcional
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ar
sa
ao
al
o)
as
uis
Fig. 126: Croqui de conexão triangular, 2015. Acervo da autora.
Fig. 127: Croqui de desenvolvimento da aresta "U", 2016. Acervo da autora.
Fig. 126: Croqui inicial da aresta "U", 2016. Acervo da autora.
Fig. 128: Croqui de conexão "T", 2016. Acervo da autora.
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Fig. 129: Croqui inicial da aresta "T", 2016. Acervo da autora.
Fig. 131: Croqui "caixa d'´agua" e esquema de pontos da cobertura, 2016. Acervo da autora.
Fig. 130: Croqui de desenvolvimento da aresta "T", 2016. Fig. 132: Croqui de esquema de 'trava' para aresta T, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
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Fig. 133: Croqui de esquema de lay-out, 2016. Fig. 135: Croqui volumetria, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 134: Croqui dev vista frontal, 2016.
Fig. 136: Croqui vista lateral, para avaliar cargas estrutural 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
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Fig. 137: Croqui de vista frontal volumetrica feito no software SketchUp,2016.
Fig. 140: Croqui de detalhe da peça estrutural onde acontece
Acervo da autora.
rotação, 2016. Acervo da autora.
Fig. 138: Croqui volumetria feito no software SketchUp, 2016. , 2016. Acervo da autora.
Fig. 139: Croqui de detalhe da peça estrutural, 2016.
Fig. 141: Desenho técnicoe da peça estrutural, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
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ce
Pela ordem de desenvolvimento e criação da proposta
Depois de decida a volumetria, coube fazer analises de
03, ela poderia ser a finalista, porém realizando teste de
performance de peças. Como visto nas propostas anteriores,
estabilidade física (em maquete física) a aresta T não possuia
a conectividade das peças precisou ser minuciosamente
a devida solidez para 'travar' a estrutura com segurança.
elaboradas.
Então, foi depositada bastante atenção e tempo para
Ainda de acordo com a proposta anterior, ficou
fazer um cruzamento de qualidades técnicas e estéticas de
demonstrado que todas as peças necessitam de estabilidade
cada proposta para elaborar um projeto condizente com
estrutural para que possam trabalharem isoladas. No Objeto
o conceito, com a funcionalidade, com a estética e com a
Mimético 4.0, a "aresta T" transformou - se num cavalete e o
necessidade dos feirantes. Resultou, assim, a proposta 04, que
"pilar e viga aresta U" evoluiu para um pilar-viga articulável.
foi adotada como o Objeto Mimético ideal para a autora.
Então, a partir dessas peças foram sendo criadas as outras. O Objeto Mimético 4.0 pode ser composto por um total
proposta 04: objeto mimético A
proposta
de
desenhos
no
software
(feitas
no
04
será
manuais, Sketchup)
software
apresentada
maquete e
AutoCAD
peças e
de 15 peças, portanto, a concepção de lay-out pode (e deve) ser elaborada pelos feirantes.
em
croqui
eletrônica
(feita
gráficas
seguem
técnicas
em
anexo).
Buscando ser coerente com o discurso apresentado neste trabalho, o Objeto Mimético (4.0) começou a ser idealizado através da volumetria para que sua estética consiga manter uma lembrança visual afetiva nos usuários das feiras comuns.
Fig. 142: Croqui de volumetria, 2016.
Fig. 143: Evolução do pilar-viga articulável, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
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Para fazer o travamento dos pilares foi desenvolvia uma "viga funcional". Nela contém encaixes, iluminação e cobertura.
Fig. 144: Evolução do pilar-viga articulável, 2016. Acervo da autora.
A forma do pilar-viga articulável evoluiu para poder representar de forma abstrata as asas de borboletas. Depois foi elaborada uma maneira que facilitasse seu transporte.
Fig. 146: Croqui da viga funcional, 2016. Acervo da autora.
Para compor a bancada de trabalho o cavalete foi desenvolvido para adaptar-se aos desnivéis e de maneira a facilitar o transporte.
Fig. 145: Evolução do pilar-viga articulável, 2016.
Fig. 146: Croqui da viga funcional, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
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ia
A bancada também é composta de "caixas-funcionais"
e
que executam várias funções, sendo estas caixas: caixa
Com a junção de todas as peças, formou-se, então, o Objeto Mimétio 4.0, como demonstra as figuras a seguir.
funcional 01 - pia, caixa funcional 02 - gaveta-bancada, caixa funcional 03 - fogareiro-chapa. Sua elaboração deu-se a partir das dimensões de um bocal de fogareiro industrial comum comercializado em larga escala.
oi
Fig. 147: Croqui da caixa funcional 03, 2016.
a
Acervo da autora.
Fig. 149: Croqui de vista frontal e do pilar, 2016. Acervo da autora.
Foram desenvolvidos também os devidos complementos da barraca, como: reservatório de água potável, reservátorio de água servida, prateleiras - uma em estrutura pantográfica e uma funcional em estrutura telescópica, as devidas conexões e um carrinho - caixa térmica.
Fig. 148: Croqui da caixa funcional 01 e encaixes, 2016. Acervo da autora.
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Fig. 150: Croqui da prateleira funcional, 2016. Acervo da autora.
Fig. 152: Croqui do carrinho-caixa térmica, 2016. Acervo da autora.
Devido
ao
tempo
dedicado
a
resolução
da
funcionalidade, foi proposto apenas um lay-out por parte da autora. Porém, é evidente que a configuração da Objeto Mimético 4.0 possa adequar-se ao usuário.
Fig. 151: Croqui da prateleira pantográfica, 2016.
Fig. 152: Croqui do lay-out, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
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objeto mimético 4.0 Segue a apresentação de como as principais peças d do Objeto Mimético 4.0 funcionam. Todas as peças foram pensadas para que além de funcionais e estéticas sejam duravéis, uma vez , que a barraca para um feirante é um investimento econômico vital. O material escolhido foi alumínio inoxidável, em acabamento liso, tendo a espessura da chapa variável de acordo com a peça e, possui as seguintes propriedades físicas:
Acervo da autora.
O cavalete foi feito numa dimensão um pouco maior Liga (ABNT/ASTM) - 6351
para caso o feirante queira utiliza-ló para outros apoios a peça
Densidade à 20° C (p= peso específico) (g/cm³) - 2,71
esteja apta a atender essa criatividade organizativa do usuário.
Temperatura de Fusão (°C) - 555 à 650 Calor Específico 0 a 100 °C(cal/g °C) - 0,21 Coeficiente de Expansão Térmica20° a 100 °C (10-6 °C) - 24
a
Condutibilidade Térmica a 25 °C (cal/cm/cm²/seg °C) - 0, 44
a
Condutibilidade Elétrica à 20 °C(% IACS) - 46
to
Fig. 154: Cavalete, etapas, 2016.
Módulo de Elasticidade (MPA) - 70.000 Módulo de Rigidez (MPA) - 26.500 Tabela 5: Propriedades físicas do Alumínio, 2016. SHOCKMETAIS. Disponível em: http://www.shockmetais.com.br/. Acessado em 24 de junho de
Fig. 155: Exemplo da caixa - gaveta funcional , 2016. Acervo da autora.
2016.
Fig. 153: Pilar-viga articulável, etapas, 2016. Acervo da autora.
6
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Os lay-outs propostos são apenas uma das inúmeras opções que os feirantes terão. Esse lay-out é composto pela composição do mínimo possível em questão de peças e configuração espacial.
Fig. 157: Lay-out gastronomia, 2016. Acervo da autora.
Fig. 159: Detalhe da viga com seus possíveis tipos de encaixes, 2016. Acervo da autora.
Fig. 158: Cobertura gastronomia, 2016. Acervo da autora.
Para manter a facilidade em identificar cada ramo da Feirarte e também para contribuir com a estética tradicional da feira a cobertura as barracas da gastronomias foram colocadas de laranja e as barracas do artesanato em lona amarela.
Fig. 160: Detalhe do encaixe da viga com o pilar articulável, 2016. Acervo da autora.
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Fig. 164: Detalhe da da caixa fogareiro-chapa funcional, 2016. Acervo da autora.
Fig. 161: Detalhe do encaixe caixa funcional, 2016. Acervo da autora.
es,
Fig. 162: Simulação de lay - out da gastronomia, 2016. Acervo da autora.
Fig. 165 e 166: Reservatórios de água
,
servida e água potável 2016. Fig. 163: Detalhe da da viga funcional sem capota de
Acervo da autora.
proteção, 2016. Acervo da autora.
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Fig. 167: Simulação de barraca gastronomia, 2016. Acervo da autora.
Fig. 168: Carrinho-caixa térmica, 2016. Acervo da autora.
Fig. 169: Prateleira funcional, 2016. Acervo da autora.
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Fig. 170: Simulação da bancada gastronomia, 2016. Acervo da autora.
Fig. 173: Vista frontal gastronomia, 2016. Fig. 171: Prateleira
Acervo da autora.
pantográfica, 2016. Acervo da autora.
Fig. 174: Vista superior da bancada gastronomia, 2016. Acervo da autora.
Fig. 172: Vista lateral da barraca de gastronomia, 2016. Acervo da autora.
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Fig. 175: Simulação da barraca artesanato, 2016.
Fig. 177: Detalhe bancada da barraca artesanato, 2016.
Acervo da autora.
Acervo da autora.
Fig. 178: Detalhe dos encaixes da bancada artesanato, 2016. Acervo da autora.
Fig. 176: Vista frontal da barraca artesanato, 2016. Acervo da autora.
Fig. 179: Exemplo de peça conectiva para encaixe das caixas funcionais, 2016. Acervo da autora.
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As imagens anteriores e as simulações de lay-out comprovam que o projeto pode ser viável em larga escala e, principalmente, condiz com real necessidade dos feirantes. A outra parte do projeto consiste em propor uma implantação que valorize o setor de artesanato. E, a autora compreende que é também de muita importância apropriação do espaço da praça, portanto, as barracas do setor de gastronomia foram locadas em sua maioria nos "corredores" internos (que são também os mais largos) da praça. E, as barracas do setor de artesanato foram locadas nos corredores da praça que dão acesso ao setor gastronômico para que os usuários possam pelo menos visualizar as barracas de artesanto. Foi pensado, também, para este projeto uma estrtura que permitisse a criação de uma área de permanência. Porém, devido a dedicação em solucionar a estrutura portátil do Objeto Mimético, esta estrutura não foi desenvolvida, ficando assim uma oportunidade para reformular e aprimorar
Fig. 181: Simulação diurna da área de encontro com os dois setores, 2016. Acervo da autora.
este projeto no futuro.
6.
área de permanência Fig. 182: Simulação "ao entardecer" da área de encontro com área do parquinho (existente) barracas
os dois setores, 2016. Acervo da autora.
as Fig. 180: Implantação proposta, 2016. Acervo da autora.
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Fig. 185: Implantação humanizada, 2016. Acervo da autora.
A implantação proposta conseguiu locar 45 barracas do setor gastronômico e 45 barracas do setor de artesanato, assim, ampliando a feira e possibilitando que novos feirantes sejam beneficiados, já que a feira possui 100 feirantes cadastrados, porém, com uma evasão altissíma devido a falta de acolhimento da infraestrutura organizacional e espacial.
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Fig. 186: Simulação noturna, 2016. Acervo da autora.
A intenção do projeto Objeto Mimético 4.0 é de Fig. 184: Simulação diurna da área de setor gastronômico,
proporcionar maior conforto e segurança para os feirantes, e
2016.
especialmente, regastar através dele a coabitação urbana
Acervo da autora.
das feiras festins. Para maiores informações, segue em anexo, pranchas de desenhos técnicos.
Fig. 185: Simulação nortuna, 2016. Acervo da autora.
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