Numero 00 Julho 2014

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cultura - reportagem - cidadania - moda - tendências - actualidade - turismo

magazine

EDIÇÃO # 00 JULHO 2014

NEIDE RODRIGUES

NEIDE RODRIGUES A PÉROLA DO ARQUIPÉLAGO NA EUROPA PÁGINA 8

UNITEL JÁ OPERA EM São Tomé e Príncipe A UNITEL JÁ CHEGOU PÁGINA 23

O REINO UNIDO Avalanche da Emigração São-Tomense PÁGINA 30

NOVA Miss São Tomé & Príncipe Europa 2014 PÁG. 10


Transpo rtes Aéreos de São Tomé e Príncipe

A LINHA QUE LIGA-NOS À EUROPA


SANTOMENSIDADEÍNDICE

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04 EDITORIAL 05 ARTIGO DE OPINIÃO

ABENÇÁ ÔÔ

07

NA PRIMEIRA PESSOA

ROSELYN SILVA

09 LEI DO MECENATO 11 DESTAQUE

UNITEL JÁ OPERA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

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TENDÊNCIAS & MODA

PARA A MULHER SANTOMENSE

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SOCIEDADE E CULTURA

SUGESTÃO DE LEITURA

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NÓS NO MUNDO

REINO UNIDO

07

ROSELYN SILVA

20 PUBLIREPORTAGEM

ORGANIZER EVENTOS

21 NOITES QUENTES EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 23 CONEXÃO LUSÓFONA 26 CONTADJI 28 FACTOS & ACONTECIMENTOS 30 NEIDE RODRIGUES 34 TURISMO 38 PÁGINAS DA ECOLOGIA 41 GEMINAÇÕES 76 NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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TENDÊNCIAS &

MODA

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UNITEL JÁ OPERA EM SÃO

TOMÉ E PRÍNCIPE


SANTOMENSIDADEEDITORIAL

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EDITORIAL EMAIL: magazine.santomensidade@gmail.com

FOTO: José António Marques

DIRETOR E EDITOR: Celso Soares

É tempo de partilharmos a nossa cultura com os outros,

mostrarmos ao mundo o que temos de bom, o que fazemos de genuíno através dum conceito que nos permite afirmar o nosso posicionamento no mercado. Caro(a) leitor(a)!

Benvindo(a) a mais a mais um projeto que acaba de desabrochar: - SANTOMENSIDADE. Mais do que um veículo de comunicação, somos a “baga téla”* de conteúdos que transporta a nossa essência de ser e estar santomenses “noutra dimensão”. Magazine SANTOMENSIDADE é o novo “new média” que visa transportar novas tendências do mercado através de “entertainment news” social, cultural, turística entre outras. A localização geográfica, a fauna e a flora fazem de S. Tomé e Príncipe um verdadeiro encanto de natureza. Um espaço privilegiado para o habitat de várias espécies vegetais e animais, alguns

dos quais já sinalizados como estando em vias de extinção. Esses elementos associados à massa humana de origem diversa que co -habitam estas ilhas do Equador constitui, por si só, uma riqueza peculiar. O falcão - milhafre de bico amarelo é um dos exemplos de aves abundantes no país. Foi eleito para nossa imagem corporativa, por ser a ave de rapina que aglutina características como visão global e telescópica, capacidade de locomoção rápida associado ao seu porte altivo. Essência de ser e estar que preenchem o conceito desta revista. A nossa visão está orientada para a cidadania. Temos como objetivo revelar e reforçar a divulgação de ‘boas notícias”.

Existimos para que seja mais um contributo de comunicação da dinâmica interna e externas das ilhas de S. Tomé e do Príncipe, da cultura da cultura, de uma nova vida económica das nossas gentes aberta ao mundo. O nosso compromisso é captar e transmitir o reflexo da imagem de quem somos e do que ousamos querer construir e que emana a essência da nossa origem diversa e globalizante. É tempo de partilharmos a nossa cultura com os ou tros, mostrarmos ao mundo o que temos de bom, o que fazemos de genuíno através dum conceito que nos permite afirmar o nosso posicionamento no mercado. Deixamos um convite para que façam a festa connosco. Tal como a STP AIRWAYS,

ficha técnica Produção

Distribuição

Propriedade e editor: CulturFACEIS - Associação Cultural Para o Desenvolvimento

Online

director: Celso Soares magazine.santomensidade@gmail.com

Apoio Institucional: Ministério da Indústria, Comércio e Turismo de São Tomé e Príncipe

CONSULTORIA: Sabina Pina magazine.santomensidade@gmail.com DESIGN: Vbomb A\V Collective vbombcollective@gmail.com REVISÃO: Sabina Pina PAGINAÇÃO: Rita Casaes rita.casaes@gmail.com

Publicidade pubsantomensidade@gmail.com

Nota: Isento de Registo na E.R.C., ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, artigo 12.º nº. 2.

voamos em mais um desafio e contamos com a companhia de todos para essa partilha, convivência e fortalecimento entre as comunidades ... Queremos ver o mundo globalizado e sermos vistos e apreciados por ele. Se viaja pela primeira vez, ou se escolher a nossa companhia para as suas viagens de e para S. Tomé e Príncipe esperamos poder apresentar-lhe mais um motivo para ir ao encontro de SANTOMENSIDADE. O nosso muito obrigado e … ATÉ BREVE

* “Baga-téla”- panela da terra. Caldeirão da terra onde são cozinhados pratos ou poções incluindo as “mágicas”


SANTOMENSIDADEOPINIÃO

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ARTIGO DE OPINIÃO

ABENÇÁ ÔÔ REPORTER: Abigaíl Cosme

ESTAS LÍNGUAS QUE NOS UNEM!

SOBRE A AUTORA Abigail Tiny Cosme, natural de São Tomé e Príncipe, Licenciada em Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Pós-graduada em Educação Especial, Domínio Cognitivo e Motor pelo Instituto Superior de Ciências Educativas – Odivelas; Bolseira de investigação no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa; Mestranda em Linguística na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Se língua é cultura e cultura é identidade, então, quem somos nós? Ser são-tomense é um conceito que abarca em si a complexidade das coisas simples. A história deste país escreve-se e reescreve-se de povos que chegaram, que ficaram, que partiram. Os primeiros trouxeram projetos, planos e ambições; de terras novas e riqueza fácil. Com eles trouxeram também gentes e povos de outras povoações, arrancados e plantados em São Tomé e Príncipe. Uns vieram com corpos feridos, outros com feridas almas, outros ainda crentes de corpo e alma de que um qualquer santo lhes mudaria rumo da história. E a história mudou. Escreveu o poeta: “Minha pátria é a Língua Portuguesa”. Ora, sendo eu um ser são-tomense aproprio-me do conceito e atrevo-me ainda a acrescentar, minha pátria é a Língua Portuguesa, sim! Mas minha pátria é também o Forro, o Angolar, o Lung’Ie, o Cavêdê e o Tonga. Sou Tonga porque nas minha veias corre o cruzamento de gerações, de povos e de culturas. Gerações que trouxeram consigo a sabedoria do ancião, povos que transportaram a irreverência da juventude e culturas que evidenciaram a inocência da criança. Sou Cavêdê porque tenho no ADN a capacidade de sonhar a mudança, de partir rumo ao incerto abraçando a sodade. Sou Cavêdê porque ouso ser, quando ao meu dispor tenho apenas a arma da resiliência. Sou Angolar porque sou insubordinado. Porque não me acomodo ao estado das coisas e me revolto, contra as injustiças, contra as desigualdades, contra a natureza do Homem, contra mim própria. E luto. E venço. Sou Forro, porque sou livre. É esta confluência de heranças que constrói a genética de São Tomé e Príncipe. As nossas línguas são o resultado de nós próprios, sendo que estas devem ser motivo de inclusão e união entre as gentes pois são elas que, em primeira análise, nos identificam. É com elas que pensamos e transmitimos esse mesmo pensamento, é nelas que sonhamos e viajamos para outros mundos. É com elas que transmi-

timos sentimentos, que descrevemos o indiscritível, que nos damos a conhecer, que nos apaixonamos… Se o sonho comanda a vida, a língua é a expressão desse sonho e a concretização dessa vida. Se assim é, ao que se deve esta sensação de uma sociedade dividida em pequenos mundos, onde cada um é aquilo que fala e como fala? Porquê esta sensação de uma sociedade ‘babel’ onde cada língua parece encerrar em si mesma a sua bênção e a sua consequente maldição? A resposta a estas questões deixo à consideração da história e da consciência. Porém, desafio o leitor a apropriar-se da sua história, a consciencializar-se da sua importância e a apropriar-se dessa cultura que é de todos nós. Porque a minha pátria são os povos que em mim habitam, são as culturas que me geraram, são as línguas que me viram nascer!



SANTOMENSIDADEOPINIテグ

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NA PRIMEIRA

FOTO: Nテュdia Alemテ」o

PESSOA


SANTOMENSIDADENAPRIMEIRAPESSOA

FOTO: Nídia Alemão

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ROSELYN SILVA DESIGNER DE MODA “ inspiration drawn from traditional african patterns, into contemporary design” O meu trabalho apresenta uma perfeita fusão afro-europeia na sua génese. É aliás, o reflexo da minha própria personalidade: nasci em São Tomé e Príncipe e vivo desde os quatro anos em Portugal. Desde cedo que se evidenciou o meu talento para o design, e foi entre os tecidos africanos (capulanas), que comecei a dar asas à minha imaginação e criatividade como estilista ao transformar estes tecidos em peças modernas e casuais de pronto-a-vestir. Durante o ano de 2013, decidi dar a conhecer ao mundo o meu trabalho. Criei a minha primeira colecção, à qual chamei Rose Collection, uma mistura vibrante de cores e padrões africanos, com corte moderno. Assim que algumas imagens das peças saíram a público, através das redes sociais (facebook, Youtube, etc...), os convites não se fizeram esperar. As minhas peças únicas e originais levaram-me a ser convidada para diversos eventos (como por exemplo Dia da Mulher de S.Tomé e Príncipe - Londres, Gala Miss Beleza Moçambique - Casino Estoril, entre outros e a fazer várias entrevistas nos meios de comunicação social (SIC, TVI, CMTV, RTP África, SIC Internacional, STP TV, Banda TV, RTP 2 e a rádio RDP

África), onde divulguei o meu trabalho. Felizmente a marca Roselyn Silva tem sido um verdadeiro sucesso e a forma mais fácil de conhecer o meu trabalho é através da minha página do facebook www.facebook.com/RS.roselynsilva, ou do site oficial www.roselynsilva.com. Para os próximos tempos, está prevista a abertura de atelier/loja em Lisboa, e nova colecção também para homem e criança. Os meus designs são todos exclusivos e cada peça é pensada ao detalhe, na forma como fundir os padrões com o corte, passando por materiais de qualidade superior e padrões únicos. Acredito que o meu trabalho revela o melhor que a alta costura tem para oferecer, dentro do género. Invisto toda a minha paixão nos meus desenhos, mas quero ir mais longe e acredito que este é o projecto da minha vida.

“Durante o ano de 2013, decidi dar a conhecer ao mundo o meu trabalho. Criei a minha primeira colecção”


SANTOMENSIDADEMECENATO

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LEi DO

MECENATO EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE A Lei que isenta as empresas privadas do pagamento de taxas aduaneiras e de contribuições fiscais em determinados produtos, foi muito recentemente aprovada na generalidade pelo parlamento são-tomense. O objetivo dessa Lei é relançar as políticas (cultural e desportiva) que carecem de financiamento. Gil Costa, deputado da bancada parlamentar do PCD, afirmou que o desporto nacional aguardava há bastante tempo por este “balão de oxigénio”. Por sua vez, Levy Nazaré, líder da bancada da ADI (oposição), alertou o Executivo para tomar medidas urgentes para acomodar este processo, que do seu ponto de vista, pode abrir o caminho à fuga ao fisco. Entretanto, um deputado felicitou Danilson Coto, Ministro da juventude e Desporto por ser o impulsionador deste instrumento considerado “muito importante para o desenvolvimento do desporto” e a cultura de São Tomé e Príncipe. Contudo, o parlamento são-tomense fez com que o governo retirasse o diploma sobre proteção social. Em causa esteve a falta de divul-

gação e algumas incongruências. Segundo o site oficial da RFI (Radio France Internacional), durante a discussão do diploma, o deputado Abnildo de Oliveira, da ADI, partido da oposição, denunciou o facto de o diploma vir assinado pela ministra da saúde e assuntos sociais Maria Tomé mau grado a impossibilidade do sucedido visto que apenas tomou posse a 6 de Junho de 2013. Tratando-se dum instrumento novo que vai entrar na sociedade santomense, torna-se necessário a implementação da vertente pedagógica para evitar a incompreensão dos trâmites processuais, tanto da parte das Organizações (públicas e privadas), da Sociedade Civil e dos empresários. Gradualmente, as empresas compreenderão que com esta ferramenta poderão conquistar o lucro indirecto através de acções de carácter social. E porque não, chamar a Responsabilização Social às empresas e empresários?



SANTOMENSIDADEDESTAQUE

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DESTAQUE UNITEL JÁ OPERA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE “A UNITEL NÃO ESTÁ A CHEGAR. A UNITEL JÁ CHEGOU” Oportunidade de emprego e de prestação de serviços que vão beneficiar o desenvolvimento do país.

O sinal da empresa angolana de telecomunicações, UNITEL, já é realidade desde final do mês de Maio último em São Tomé e Príncipe quando, Manuel Pinto da Costa, Presidente da República e Gabriel Costa, Primeiro-ministro inauguraram a nova rede de telecomunicações da UNITEL na Capital São Tomé. Aconteceu na zona do bairro militar onde foi erguida uma das antenas de telecomunicações da segunda operadora de telecomunicações no Arquipélago. Segundo o jornal digital Tela Non, refere que fase inicial de instalação no mercado nacional a empresa angolana anunciou que está a gastar 30 milhões de dólares. “A UNITEL não está a chegar. A UNITEL chegou”, disse Manuel Lemos, Director da UNITEL para São Tomé e Príncipe. Durante a cerimónia de inauguração o Director da UNITEL-STP, prometeu fazer o melhor para o público são-tomense. A nível económico, a entrada da mais uma operadora no mercado

das telecomunicações para concorrer com a CST, traz vantagens «Sendo a oferta maior, a tendência é para que o mercado seja competitivo. Obviamente que vai provocar um impulso no desenvolvimento do país», disse o economista António Quintas. Entretanto o Presidente da República, realçou a oportunidade de emprego e de prestação de serviços que vão beneficiar o desenvolvimento do país. Importa referir que o Governo de Angola, fez-se representar nesse momento inaugural pelo Ministro das Telecomunicações e Novas Tecnologias José Rocha e por Rosa Pacavira, Ministra do Comércio. Desta já fica aberto um mercado concorrencial entre a CST e a UNITEL, as duas Empresas que disputam o espaço de telecomunicações em São Tomé e Príncipe e o consumidor final já está atento às melhores ofertas do mercado tanto no âmbito empresarial como individual…


SANTOMENSIDADEDESTAQUE

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A importância do turismo no Espaço CPLP - desafios e oportunidades é o tema da abordagem de Demóstenes Pires dos Santos, Ministro do Comércio, Turismo e Indústria de São Tomé e Príncipe que participa também na primeira mesa redonda da Comunidade nesse domínio. De acordo com publicação da AICEP, a iniciativa tem como objectivo principal criar um ponto de encontro, de debate e de negócios no sector do turismo do espaço CPLP, servindo como referência para os sectores público e privado destes países. O Fórum visa a promoção de negócios e de investimentos no sector do turismo; a criação para um melhor entendimento sobre a realidade e oportunidades de negócios e investimentos; o desenvolvimento de novos canais de comunicação e de cooperação público-privada no sector do turismo; e a promoção da transferência de know-how no âmbito do turismo entre os países membros da CPLP. Fonte: AICEP

“INTENSIFICAR A COOPERAÇÃO EMPRESARIAL NO SECTOR DO TURISMO E NO ESPAÇO DA CPLP”


SANTOMENSIDADETENDÊNCIAS&MODA

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TENDÊNCIAS & MODA PARA A MULHER SANTOMENSE REPORTER: Roselyn Silva

SITE: www.roselynsilva.com

uma blusa larga e colorida, dão sempre aquele ar jovem e divertido; para as senhoras mais conservadoras, sugiro um elegante fato (calça e blazer ou saia e blazer) de tecido estampado, deixando-as assim mais alegres; e quanto às meninas que não gostam de perder uma festa, sugiro vestidos curtos e justos (q.b.) feitos com os nossos tecidos africanos, vão ver que certamente serão as mais bonitas da festa!!!

MODELO: Neide Rodrigues STYLING: Roselyn Silva FOTO: Índia Caçador

A mulher santomense é caracterizada como sendo uma mulher trabalhadora, determinada e sonhadora. E na minha opinião, mulheres assim merecem ser exaltadas, não somente pela sua personalidade mas também pela sua beleza.

-roupa. A moda é um reflexo da nossa identidade, por isso sugiro que antes de vestirem algo, pensem o que essa peça irá transmitir, alegria, tristeza, gordura, magreza, enfim, há vários factores que influenciam a nossa forma de vestir.

Como santomense, admito que há uma necessidade de incentivar as minhas conterrâneas a apostarem na sua beleza física, cuidando mais do corpo e a valorizar mais o seu guarda

Eu gosto de estar na moda, isso transmite modernidade, confiança e atitude. Gosto de estar a par das novidades e acima de tudo, passar para os outros esse bem-estar comigo e com o meu corpo, escolhendo roupas que se adequem ao meu corpo e à minha personalidade. Vou partilhar com as mulheres santomenses a minha sugestão para realçar a nossa beleza em 2014: os vestidos coloridos ficam sempre bem no nosso tom de pele chocolate, acompanhado com uma maquilhagem leve e fresca; os calções de ganga combinados com


SANTOMENSIDADETENDÊNCIAS&MODA

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“ vestidos curtos e justos feitos com os nossos tecidos africanos ” MODELOS: Neide Rodrigues STYLING: Roselyn Silva FOTO: Índia Caçador


SANTOMENSIDADETENDÊNCIAS&MODA

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SOCIEDADE

CULTURA

&

SUGESTÃO DE LEITURA A ÚLTIMA HISTÓRIA DE AMOR DE Conceição Queiroz É uma história que fala do lugar do mal. De como um episódio trágico pode transformar toda uma vida. O ponto de partida é inspirado num episódio que sucedeu na própria família da autora: a jornalista Conceição Queiroz é bisneta de um alemão, homem racista e temido pela população que habitava a zona onde se instalou em Moçambique. SINOPSE: Duas balas atingem-no e Zinkke cai por terra com uma das recémnascidas ao colo. O avô é implacável – segura-a pelos pés e, cruelmente, esmaga-a contra o tronco de uma árvore. Ângela consegue escapar com Gabriela, a outra filha. É preciso deixar Moçambique.

Gabriela cresce em Lisboa, a ouvir os relatos da mãe sobre a terra onde nasceu, e deseja voltar a África para conhecer as suas raízes. Vai confrontar-se com a história da avó, traída e abandonada pelo marido, e desvendar o passado da mãe, que, depois de tantos anos, continua agarrada a um grande amor. Será ela a mesma pessoa depois dessa viagem? Neste romance apaixonante, inspirado num episódio da própria família da autora, a jornalista Conceição Queiroz transporta-nos para o esplendor de África, para esse mundo surpreendente onde foi vivida a última história de amor. José Eduardo Agualusa escreve o prefácio deste livro com data de lançamento marcada para 16 de Julho.

TÍTULO: A ÚLTIMA HISTÓRIA DE AMOR AUTORA: Conceição Queiroz EDITORA: ESFERA DOS LIVROS GÉNERO: ROMANCE

FOTO: Artur Lourenço/Revista Lux

Conceição Queiroz nasceu em Moçambique. É jornalista desde 1994. Trabalhou no grupo Semanário, no Rádio Clube Português e foi Directora de Informação da Televisão de Cabo Verde. É grande repórter na TVI e esteve em reportagem em Angola, no Reino Unido, em Moçambique, no Uganda, na África do Sul, e num dos maiores campos de refugiados do mundo, no Quénia. O seu trabalho foi distinguido por uma dezena de prémios: entre os galardões que recebeu encontram-se os da Unesco, da Liga Portuguesa Contra o Cancro e da AMI – Jornalismo Contra a Indiferença. Entrou para o ensino superior com 19 valores, licenciou-se em Sociologia e frequentou uma segunda licenciatura em Política Social. É Mestre em História Moderna e Contemporânea e doutoranda em Estudos Portugueses, com especialização em Literatura Portuguesa, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É membro do Centro de Investigação Media e Jornalismo. A Última História de Amor é o seu terceiro livro, depois de ter publicado Serviço de Urgência (2007) e Os Meninos da Jamba (2008).


SANTOMENSIDADESOCIEDADE&CULTURA

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SUGESTÃO DE LEITURA POR AMAR-TE TANTO DE ALZIRO FERREIRA “Por Amar-Te Tanto” é uma obra que nasce longe do quotidiano do escritor, das suas emoções e inquietações. A distância entre a família, o país, as suas emoções e inquietações desafiou o jovem escritor santomense em oferecer o livro de poesia aos leitores onde as palavras reflectem os seus sentimentos, emoções e experiências que vai vivendo diariamente longe de tudo e de todos.

O tema “AMOR” manifesta-se como o fio umbilical entre os poemas, onde se pode interpretar uma relação estreita e intrínseca entre o “EU”, sujeito poético, e o “TU”, coisa ou a pessoa amada. Aliás, o mesmo, é-nos sugerido, antecipadamente, pela capa que ilustra e nos remete para a indefinição deste nobre sentimento.

Embora triste e só, paradoxalmente, o autor guardava dentro de si muito amor, sendo um ingrediente fundamental para

Magazine Santomensidade sugerelhe tudo mas, tudo “Por Amar-Te Tanto” … boa leitura…

Alziro Ferreira nasceu na localidade de “Santana”, São Tomé. Até aos 9 anos de idade viveu em vários locais entre as quais a roça “Água-Izé” até que a sua família residência em Agua -Bobó. Em consequência do acidente que sofreu durante uma partida de futebol com os seus irmãos, Alzimiro foi obrigado a viajar para Portugal a fim de beneficiar duma intervenção cirúrgica.

TÍTULO: POR AMAR-TE TANTO, AUTOR: ALZIRO FERREIRA EDITORA: EDIÇÕES VÍRGULA GÉNERO: POESIA

apresentar nesta obra, trinta e nove poemas, em versos livres.

Ao sabor dessa viagem inesperada da vida, nasce a obra “Por amar-te tanto”. Um menino que aos 13 anos vem para Portugal sozinho, longe da família e sem ocupação, refugia-se na escrita para combater a solidão que sentia. Como o próprio autor afirma, o livro é “um registo das minhas emoções e experiências”.



SANTOMENSIDADENÓS NO MUNDO

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NÓS NO MUNDO Avalanche da emigração são-tomense para o Reino Unido AUTORIA: Hélio Bandeira

WEBSITE: www.heliobandeira.com

Téla di San Lénha É esta a denominação do Reino Unido – Terra da Senhora Rainha, expressa no crioulo são-tomense, o Forro. Desta forma, referem muitos São-tomenses ao território que sempre aparentou-lhes ser um destino de requinte, ou mesmo “um éden impermeável”. A priori, pode até parecer uma análise redutiva, mas se nos despirmos de preconceitos, vemos que, mesmo nos dias de hoje, até para as outras nações do primeiro mundo – ipse dixit, Inglaterra impõe-se como um “Oásis” por diversos motivos. Na primeira década que seguiu a ascensão das ilhas de São Tomé e Príncipe à (In)dependência Nacional, a relação entre o país e a Grã-Bretanha, bem como as presenças dos nacionais no território, eram meramente diplomáticas. A partir da década 90 do século passado, fora deste domínio, despontaram alguns interesses comerciais mais intensos, e, como consequência destes, intenções de fixação de residência; contudo, as limitações ainda eram enormes, pois que, além da insularidade territorial, a rigidez da política de imigração impunha-se como o factor de impedimento, sobretudo, para os nacionais dos países que não eram membros da União Europeia (ora CEE) ou da Commonwealth. Porém, neste mesmo período, os Angolanos já aterravam e aportavam nas ilhas britânicas numa

SOBRE O AUTOR Hélio Bandeira é escritor romancista, natural de São Tomé e Príncipe. Iniciou as suas actividades literárias no início dos anos 90 na ULAJE CLUBE UNESCO União Literária e Artística Juvenil, organização da qual foi um dos membros fundadores. É também Autor de crónicas e artigos nos vários meios de comunicação da imprensa escrita lusófona. Reside actualmente em Liverpool, no Reino Unido, onde faz literatura em língua portuguesa.

emigração familiar, muitos com o estatuto de refugiados devido da fuga a luta armada, outros também no contexto académico e/ou empreendimentos comerciais. Este elemento, joga um papel fulcral para os São-tomenses na sua entrada crescente no país; pelo que, devido ao relacionamento especial que sempre caracterizou estes dois povos, os Angolanos vão assim servir-lhes de “reboque”, passe-se a expressão, abrindo-lhes algumas portas e indicando alguns caminhos. Já o havia dito, e volto a frasear: toda a emigração, seja ela por que motivo for e qual for o seu resultado, é sempre forçada, e a grande motivação está intimamente relacionada com a tradicional busca de melhores condições de vida, ou mesmo a luta pela sobrevivência, em casos mais dramáticos. Os tratados, de Maastricht (1993) e Amesterdão (1997), permitiram e consolidaram, respectivamente, a livre circulação de pessoas nos países subescritores, bem como a permanência e o direito de trabalho, sem grandes formalismos. No entanto, o “Opt out” do Reino Unido que excluiu o país da subscrição integral dessas directivas, e igualmente no Tratado Schengen (1995), no qual a Irlanda e a Dinamarca se juntaram no “Opt Out”, limita essa circulação aos cidadãos naturais dos estados membros da UE em plenos direitos.


SANTOMENSIDADENÓS NO MUNDO

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O irónico contraste da evolução da presença portuguesa na UE contra o agravamento das condições económicas e sociais em Portugal começou a sugerir a emigração como uma alternativa válida, e apontava a Inglaterra como um destino mais apropriado e óbvio. Emigração, esta, que seria uma ré-emigração, para grande parte dos São-tomenses Portugueses. Embora esta entrada tenha sido em número progressivamente crescente, no início de 2000 já estimava-se cerca de uma centena de famílias nesta categoria. Juntamente com alguns portugueses – ditos de gema, a maioria chegava pelos contactos pré-estabelecidos com os seus conhecidos ora residentes no território ou pelas agências portuguesas de recrutamento, que forneciam mão-de-obra para grandes multinacionais: unidades fabris e indústria de alimentação, como a Grampian, Vion, Bernard Matthews, etc., principalmente, para as regiões de Suffolk e Midland; tal é que, são nestas regiões onde se concentrou a maior parte desta emigração. A Lei Orgânica, entrada em vigor em 2006, gerou uma nova classe dos portugueses - sine nulla discrimine - muitos de origem São-tomense. Sob as mesmas motivações já referidas, verifica-se o boosting da entrada dos São-tomenses no Reino Unido à partir deste período, numa avalanche continuada. Nem sempre os motivos de atracção às certas venturas são os mesmos que condicionam a sua perpretação. Neste caso particular, o estímulo era, sem dúvida, as oportunidades de trabalho, uma integração rápida - quase que automática, pelo menos no contexto social, pese embora as barreiras linguísticas para a grande maioria. Como reportado por um dos dinossauros desta emigração, «notava-se um sentimento quase que generalizado de acarinhamento e solidariedade das pessoas, o que não se via em Portugal, por exemplo». Para alguns, não seria um “Sonho Britânico” preenchido se não houvesse uma passagem por Londres, e assim, o anseio da ascensão académica acaba por ser um dos pretextos para essa posterior migração para a capital, com grande ênfase para a região do East London. Actualmente, a emigração são-tomense para o Reino Unido afigura-se como uma das mais significativas e mais expressivas em números (estimado em 9 mil) na Europa. A falta de uma representação

diplomática física em Londres e da capacidade eleitoral parecem ser algumas das frustrações unanimemente partilhadas no seio da comunidade, deixando-a sem outra opção que não seja o refúgio na segunda cidadania. A importância desta particular diáspora não deve, no entanto, ser subvalorizada pois que é de grande contribuição no envio de remessas e produtos ao país, como também, acrescenta outros elementos que são a formação académica e uma visão cosmopolita do mundo. Não obstante ao valor exorbitante da comunicação com as ilhas, cuja abordagem foi por mim retratada num dos meus artigos, não parece haver um distanciamento da terra natal; e por outro lado, é notável a frenética manifestação de intenções de darem os seus contributos na resolução de questões que afligem o país, e naquilo que se revele benéfico. Certamente poderá haver outros testemunhos, e convém sublinhar que, nem todos partilham a mesma ventura ou desventura. Como em qualquer parte, a “categoria” dentro da classe é vasta, e igualmente os motivos da sua permanência no Reino Unido. Para a maioria dos ca-

sos, a tradicional “busca de melhores condições de vida” continua a ser o argumento principal; e assim, no Reino Unido, o dia-a-dia da diáspora se faz num leve-leve, em várias cidades e em vários contextos; mas a verdade é que, a estrada do “Welcome” ao “Good Bye” só é conhecida por aqueles que a percorrem.


SANTOMENSIDADEPUBLIREPORTAGEM

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PUBLIREPORTAGEM

ORGANIZER EVENTOS “Promover e internacionalizar o nome de São Tomé e Príncipe” (Empresa Nacional de Combustíveis e Óleo) – Maio e Junho de 2013. A “ORGANIZER EVENTOS” é actualmente a maior empresa de realização de eventos em São Tomé e Príncipe. Estamos qualificados para prestar todos os serviços na área da realização de eventos, publcidade e relações públicas, com elevado nível de qualidade e profissionalismo. Estamos solidamente implantados no mercado há mais de 3 anos, durante os quais, temos mantido aceso o slogan que norteou a criação da empresa e que nos tem levado a superar as inúmeras barreiras que vão surgindo no nosso caminho num País com carências em todos os sectores: “Promover e internacionalizar o nome de São Tomé e Príncipe”. Temos como parceiros institucionais, o Grupo Pestana STP, o Hotel Praia, a Ideal Som (Empresa de audiovisuais e iluminação), a Soares da Costa, a Câmara Distrital de Água Grande e a agência de Viagens e Turismo STPtours.

- Cerimónia principal e o Jantar comemorativo da inauguração da nova sede do BISTP (Banco Internacional de STP) - Maio de 2013. - Inauguração da nova sede do Banco Equador – Novembro de 2013. - Jantar de Gala oferecido pelo Presidente da República de São Tomé e Príncipe ao seu homólogo de Taiwan, aquando da sua visita oficial à STP – Janeiro de 2014. Somos também os promotores e organizadores da “BEACH PARTY IN CITY”, um conceito de festa em praia urbana com presença de Djs nacionais e estrangeiros que foi lançado em Julho de 2012 e que agora ficou institucionalizado como festa oficial da Gravana (época seca em São Tomé), que se realiza todos os anos nos meses de Julho, Agosto e Setembro e que entra este ano na sua 3ª temporada e tem contado com uma média de 1.400 participantes por festa, o que torna a BP no maior evento lúdico do País. Pontificam também no nosso calendário fixo anual, a realização do “jantar da mulheres guerreiras” (jantar dançante comemorativo do dia da Mulher africana – 31 de Julho) e a realização da “Festa do arquivo”, com musicas do antigamente. Para mais informações ou para verem as fotos desses e outros eventos, podem visitar a nossa página no Facebook em:

http://www.facebook.com/eventos.organizer

Já realizamos mais de 60 eventos de média e grande dimensão, dos quais podemos destacar: - Feira empresarial da Mulher São-tomense, em alusão ao dia da mulher São-tomense – De 15 à 19 de Setembro de 2012. - Cerimónia de comemoração do dia do Herói Nacional e lançamento da Biografia do Dr. Agostinho Neto em STP (Embaixada de Angola em STP) – Setembro de 2012. - Inauguração do Supermercado “SuperCkado” (Grupo gabonês CECA GADIS) – Outubro de 2012. - After Party do Lançamento da Fibra Óptica pela CST (Companhia São-tomense de Telecomunicações) – Fevereiro de 2013. - Abertura do ano judicial em STP (Supremo Tribunal de Justiça) – Março de 2013. - Inauguração das 3 primeiras Bombas de Combustível da ENCO

No que toca à estrutura organizativa, a Organizer Eventos está assim definida: - Director Geral: Wuando Castro (em licença temporária, por motivos profissionais). - Coordenadora de Eventos: Elisabete Rita. - Departamento de logística, iluminação e som: Melvim Castro. - Departamento de Decoração: Liquete Trigueiros e Minucha. - Departamento de Comunicação e Imagem: Waldiner Boa Morte e Soraya Rita. - Departamento de Marketing e Publicidade: Nelsy Silva e Loyda Vera Cruz


SANTOMENSIDADESOCIEDADE&CULTURA

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noites quentes em são tomé...

O que é tropical é quente e sem

passar pelo nosso Arquipélago

exemplo, durante as noites so-

quente, ficam uns pés de dança

“rasuras”. Para quem gosta de

e disfrutar das maravilhas que a

bem ao palco da CACAU, vários

inspirada de várias fontes entre o

ambiente quente de paz e tran-

natureza oferece para saborear a

artistas que se cruzam através da

Kizomba, samba, semba, socopé,

quilidade nocturna, pode disfrutar

diversidade musical “fabricada”

língua materna e a língua portu-

ússua, vira e sem esquecer algu-

a natureza, os sons e a gastrono-

localmente graças ao (re) encontro

guesa. Fundem-se sons, mistu-

mas vozes de fado que pintam

mia de São Tomé e Príncipe. Enga-

de gerações de artistas nacionais

ram melodias e soltam-se vozes

as noites coloridas e quentes na

ne-se quem pense na pequinês e

e estrangeiros que casualmente

e aplausos para deixarem as mar-

Capital São Tomé… Vale o nosso

fixe apenas na dimensão do País.

vão se juntando no espaço de ani-

cas de saudade - despedidas entre

“leve-léve” que está sempre pre-

Engane-se quem nunca desejaria

mação da Capital São Tomé. Por

quem fica e quem parte da Terra

sente …

Actualmente a cidade de São Tomé

caso da Nadir Tati, a estilista ango-

é um autêntico berço da inter-cul-

lana de alto gabarito internacional

turalidade e do conforto. Por isso,

que deixou a sua marca em São

muitos visitantes europeus e afri-

Tomé e Principe na noite em que

canos têm desenvolvido um con-

apresentou uma das suas mais

junto de actividades no país que

recentes colecções. Nessa noite

dão forma e conteúdo às noites

desfilaram modelos angolanas e

quentes no nosso arquipélago. É o

santomenses.

TEM UM EVENTO QUE GOSTARIA DE DIVULGAR? Envie-nos um email com a descrição do evento e foto e poderá ver o seu evento destacado no nosso magazine.

divulgacaosantomensidade@gmail.com



SANTOMENSIDADECONEXÃOLUSÓFONA

FOTO: Alfredo Matos/Conexão Lusófona

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CONEXÃO

LUSÓFONA LARGO DO INTENDENTE EM LISBOA ACOLHE O 3º FESTIVAL DA CONEXÃO LUSOFONA A associação Conexão Lusófona conseguiu pela terceira vez consecutiva juntar os artistas da lusofonia numa viagem sonora e contagiante por oito países que têm a história cultural bastante comum. Por isso, o Largo do Intendente, em Lisboa, converteu-se num autêntico berço de convívio e de conforto de miscigenação musical. O evento que aconteceu com uma abertura bastante agradável através da dupla Andreia Soares e Liliana Almeida que saudaram o grande público que se dirigiu a zona histórica da Cidade de Lisboa à procura de boa música. As jovens cantoras do estilo pop, apresentaram o Projecto Kaya, e o single Fangolé. Uma iguaria bem “misturada” - o fado com ritmo “mwangolé”. Depois o cantor Paulo de Carvalho, subiu ao placo para juntar a sua voz à mais uma feta da lusofonia. Tratou-se duma verdadeira “conexão” porque o cantor português é uma referência entre os caminhos da liberdade. Cantou “E Depois do Adeus”. De Angola, chegou o Paulo Flores para reavivar a memória dos presentes com “Ser da Lata” e “Mama Lélé”. Desta vez a musica teve a participação especial do filho que já lhe segue as pisadas. Um acreditar no futuro para as novas gerações da música lusófona.


SANTOMENSIDADECONEXÃOLUSÓFONA

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Paulo é um jovem simpático, humilde e sempre disponível para ajudar por isso, revela que “ é bom mostrarmos as nossas diferenças e mostrar o que cada um tem de melhor para construirmos um mundo que fala português com muito mais importância e consistência”. Entretanto, Lura cantora cabo-verdiana entrou em palco para intensificar ainda mais o ritmo e a dança na noite verdadeira noite da “conexão”. Um cenário lindo que pareceu de “improviso”, começou de mãos dadas com Paulo Flores, para cantar “É só ma bo”, e deu sequência com os temas “Raboita di Rubon Manel”, “Vasulina” e “M’bem di Fora”. O certo é que, o calor da noite aumentou de temperatura - momento “sabi”. Com o funaná nos pés das pessoas que estiveram no local. A cantora cabo-verdiana acredita que esta vontade de nos juntar é “muito importante e nisso a Conexão Lusófona está de parabéns”. E desde já aproveitamos para felicitar os nossos irmãos de Cabo Verde pela a comemoração do 39º Aniversário da sua Independência.

Guiné Bissau tambem marcou a sua presença no espetáculo com o grande artista - Patche di Rima, O jovem teve muita “garra” no palco e em momento nenhum desperdiçou a energia e foi muito mais longe desafiando o público presente para dançar “Guiné tem ku tené paz”. Os “Calema” brilham na noite de “conexões” Para a adocicar a alma da noite de “conexões” a dupla “Calema” subiu ao palco para representar São Tomé e Príncipe. Os irmãos Cale-

ma, acreditaram no dom natural, profissionalismo associado ao talento para cantar um medley ao som da guitarra de António e do cajon de Fradique. Os românticos das “ilhas Maravilhosas” que atualmente residem em Paris, França lançaram o seu primeiro CD no ano de 2010, intitulado “Ni Mondja Anguené”. Em fase de últimos preparativos para o lançamento do novo álbum, os Calema cumprem uma agenda de espectáculos em Lisboa. Brevemente, teremos novidades e mais informações a dupla romântica no Magazine Santomensidade. O guitarrista Kay Limak, pertencente o grupo Laloran Tasi Timor, brindou o público com os diferentes estilos orientais. Enquanto Stewart Sukuma fez a excelente atuação em palco. Também desafiou o público com o estilo original de Moçambique - marrabenta. Sukuma não escondeu a sua satisfação e disse “estes espetáculos são muito importantes para que os músicos das várias vertentes se possam conhecer, sem discriminação absolutamente nenhuma. O momento é de consagração destes povos aqui unidos”. Finalmente, António Zambujo convidou Luís Represas e juntos cantam “Zorro” numa autêntica noite de alegria e de alegria.

Os Couple Coffee, subiram ao palco com as músicas de Chico Buarque e Zeca Afonso. E, todos juntos por uma boa causa e com o objectivo comum em palco interpretaram “Venham mais cinco”, de Zeca Afonso, e “Sodade”. Assim, a festa promovida pela Conexão Lusófona vai crescendo de ano para ano.



SANTOMENSIDADECONTADJI

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Contadji

Tempos Longínquos REPORTER: Horácio Will

Longe vão os tempos de que falo. . O Sol não terá repetido tanto as suas voltas, mas são tempos longínquos. Aqueles em que os miúdos não encontravam motivos para estarem em casa sem que a isso fossem obrigados. Quando os pais endinheirados não conseguiam comprar caixas de isolamento nem amizades virtuais para os filhos. Quando desde pequenos se descobria que qualquer sofrimento parecia menor que o da exclusão. Era a altura em que mais que um seria ajuntamento necessário para prática de exercícios físicos, e um e uma roda já era mais que um. Os exercícios necessários para queimar os excessos produziam mais energia. Era altura em que os pais ignoravam a teoria de causa-efeito ou simplesmente se esqueciam da lógica. Pois acreditavam que os açoites seriam os melhores auxiliares dos educadores; que teriam o condão de indicar os melhores caminhos; que produziam ensinamentos sobre áreas desconhecidas e que reduziriam o desgaste anárquico das energias. Mais energias geravam maior necessidade de as libertar e provocava menor contenção do ego. Ninguém queria um filho molengão e ninguém parecia saber que a agilidade e a destreza cresciam da traquinice. O ajuntamento responsável pelo cuidado do físico responsabilizava-se também pela difusão de conhecimentos. Os conhecimentos chegavam a todos através dos degraus das idades. Quem soubesse estar com um olhar manhoso aparentemente distante, ao pé dos mais velhos conseguiria conquistar a indiferença destes e lograria ser das mais interessantes fontes de informações no meio da tagarelice. Assim, já podiam explicar de onde nasciam as crianças, mais grave: como eram feitas; qual era a feiticeira que tinha tentado levar a vida de uma criança; que às 11 horas se não devia andar pelas matas porque eram horas das feiticeiras e do diabo; que quem visse as feiticeiras a “fitixá” devia se esconder para não ser visto por elas e nunca dizer a ninguém sob a pena de perder a vida; que os punhos cerrados com os polegares enfiados entre os dedos médios e os anelares dirigidos a uma feiticeira faziam-lhe comichões no sulco nadegueiro; quem eram as feiticeiras; quais foram as que pelas suas acções, os espíritos identificaram no dia de Djambi através de “caixa” que é um humano porta-voz de almas penadas; que desgraça se tinha abatido sobre alguém ou alguma família e quem teria conseguido o feito através do feitiço e qual a causa; que doenças tinham os outros; que negócios faziam os outros; que azares teríamos se urinássemos sobre o lume aceso; que doenças teríamos se alguém irritado com a localização reprovável da eliminação dos nossos dejectos

se decidisse a queimá-los; que evacuar ao pé do companheiro sem respeitar pelo menos a distância de um braço, originaria a que a próxima mãe que desse a luz depois do acto pariria uma serpente; que os cães uivavam para anunciar uma morte ou por ver o espírito de última pessoa falecida na povoação; que palavras mágicas nos permitiriam livrar da presença do Diabo se nos tentasse incomodar com a sua aparição; que astúcias usaram as pessoas que tiveram outros encontros incómodos como com os lendários sete ladrões… Naqueles tempos – ou não será que também nestes – as informações mais medonhas produziam o efeito de dependência sobre os ouvintes. Quantos pequenos não sentiam desarranjos intestinais ao escutarem as conversas dos mais velhos? Quem não esperava pelos comunicadores que transmitiam histórias das mais medonhas? Era desprezível o ouvinte que não sentisse que o sobrenatural estava sempre do outro lado de qualquer facto. Causava repulsa o ouvinte que fizesse perguntas sobre as causas que pudessem conduzir aos efeitos sem ter contemplado o sobrenatural nas suas observações. Nos ajuntamentos entre os pequenos também se propagavam conhecimentos medicinais. Às vezes as nossas frequentes dores de barriga se aliviavam com simples cruz feita no umbigo com um dedo insalivado. A urina fazia milagres sobre as luxações nos dedos dos pés descalços que chocavam contra as pedras, raízes das árvores ou contra os pés dos outros colegas num campo improvisado de futebol. Como toda a culpa era imputada aos lesados como forma de os pais ficarem mais tranquilos com o seu sobrecarregado leque de preocupações ou simplesmente para não alterarem o seu naipe de despreocupações, os pequenos descobriam palavras mágicas para serem ditas antes de colher um pouco de folha-ponto que seria esmagada até libertação de líquido para ser aplicado nas feridas sangrantes provocadas por quedas sobre vegetais espinhosos, pisadelas aos vidros ou às pedras laminadas ou golpes sofridos tanto nas lutas como nas brincadeiras mais descuidadas. Como culpados de tudo, muitas vezes era necessário os pais nunca descobrirem esses ferimentos enquanto não infectassem muito provocando dores incapacitantes ou libertação de cheiros cativadores da curiosidade dos mais velhos. A folha-damina esmagada o suficiente para libertar um pouco do fluido do seu limbo carnudo, depois de se benzer, aplicava-se sobre o hematoma com resultados miraculosos. A folha de gligô com um pouco de urina colmatava a falta da folha-damina.


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Em duas das vezes em que fui de férias ao país natal trouxe recordações curiosas dos tempos em que estar com os outros era a única forma de sentir a vida. As dores de barriga também eram da culpa dos que comiam o que não deviam embora queixando-se de fome podiam não ter mais que uma desagradável resposta. Assim, comia-se folha-de-matruço com sal, casca de limão com sal, folhas novas das goiabeiras, ióbò ou milhentas outras receitas. Em duas das vezes em que fui de férias ao país natal trouxe recordações curiosas dos tempos em que estar com os outros era a única forma de sentir a vida. Sendo filho de uma Enfermeira que tentava colocar tratamentos médicos acima dos tradicionais, acreditando ela que os cuidados de higiene seriam mais salvaguardados, beneficiei pouco de conhecimentos da medicina tradicional que se difundiam informalmente. Todavia, no meu primeiro regresso, através de um programa de intercâmbio entre estudantes portugueses e são-tomenses, tivemos de efectuar algumas actividades culturais e desportivas no país. Foi numa dessas ocasiões que sofri uma bolada no olho esquerdo, ainda nos primeiros dias de férias, o que me não permitia suportar a luz do sol nem estar em locais iluminados de noite. Os bonés foram insuficientes para me fornecer qualquer protecção e alívio. Tão insuficientes como os descongestionantes oculares que existiam no meio hospitalar. Senti que o gozo das minhas melhores férias de sempre estava acabado praticamente sem se ter iniciado. Ao terceiro dia sem qualquer alívio, fiz um esforço tremendo para visitar algumas idosas que iluminaram a minha infância com aquela simpatia genuína de mulheres são-tomenses. Ia regressando depressa ao meu isolamento quando de uma delas surgiu um aconselhamento: “Horácio mói uma folha-damina e aplica-a no sobrolho deitado de costas de modo a que o líquido da folha não se escorra para o olho.” Fi-lo. Fiquei deitado por mais ou menos meia hora e levantei-me sem voltar a me lembrar de qualquer incómodo com a luz. A dor só se foi manifestando à palpação e muito pouco até se tornar totalmente esquecida. Nas férias seguintes, fui fazer um passeio a pé para estar com alguns idosos e velhos conhecidos. De regresso tive dificuldades em

evitar contorcer-me com as dores abdominais e inventei habilidades para despedir-me das que me quisessem fazer companhia na minha caminhada. Pois, o desarranjo intestinal obrigava a curtas paragens. Foi numa dessas paragens que me recordei do dia em que tivera de me esconder depois de longa corrida por causa de um idoso que nos ia chicoteando quando decidíramos deitar abaixo alguns safús, lançando pedradas que fariam cair grande parte de frutos ainda não amadurecidos na altura. Do meu refúgio vira uma pequeníssima goiabeira que me chamou atenção porque era planta rara na freguesia da Madalena. Ao verificar o local, deparei-me com uma frondosa goiabeira de grande porte e carregada de goiabas verdes. Comi algumas folhas tenras e tive o resto de viagem descansado.

Hoje pergunto-me quanto seria necessário para dedicação ao conhecimento das substâncias activas com efeitos medicinais naquelas plantas; que doses seriam necessárias para cada sintomatologia específica e qual seria o melhor método de extracção e conservação das mesmas substâncias. Tenho uma crença: com muita paixão, menos piscinas que não se usam, menos carros melhores que as estradas, menos casas maiores que as famílias e menos aparências superiores aos valores humanos em cada um, com alimentação suficiente, com a saúde mais cuidada, aqueles tempos longínquos de que falo, estarão mais distantes. Sonharemos menos e veremos mais facilmente os tempos de sonho que tanto tardam em chegar.


SANTOMENSIDADEFACTOS&ACONTECIMENTOS

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FACTOS &

ACONTECIMENTOS REPORTER: Mário Lopes

EMAIL: joe.bloggs@domainname.com

BLOG: www.address.co.uk

Um imenso laboratório farmacêutico brota da terra em São Tomé e Príncipe

Ainda é através da medicina tradicional que cerca de 80% da população de países em vias de desenvolvimento assegura os cuidados primários de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde, que instituiu, a 31 de Agosto de 2003, o Dia da Medicina Tradicional Africana. Em São Tomé e Príncipe a cura de várias enfermidades e moléstias com recurso a plantas medicinais não é excepção. O segundo país mais pequeno de África, a seguir às Seychelles, é considerado o “el dorado” de muitos investigadores internacionais, sendo mundialmente reconhecido como um dos maiores “hotspots” africanos de biodiversidade, com pelo menos 148 espécies de plantas exclusivas daquele lugar. Com uma imensa riqueza natural, nas ilhas dá-se grande importância às plantas medicinais face aos medicamentos industrializados forjando assim o seu uso peculiar.

tradicional. De facto, há muitos locais em que é praticamente inexistente, ou mesmo nula a prática de medicina ocidental… Aqui, a medicina tradicional reveste-se de uma importância decisiva, já que é, por vezes, a única alternativa terapêutica a que as populações podem ter acesso. Quem possui conhecimentos profundos sobre a matéria são os terapeutas tradicionais, usualmente conhecidos por várias denominações locais como “tchiladô ventosa” (aplicador de ventosas), “stlijon mato” (cirurgião de mato), “patlela” (parteira tradicional). Estas pessoas quase centenárias (salvo raras excepções) são portadoras de conhecimentos que foram passados por seus ancestrais por via da transmissão oral, e hoje em dia estão numericamente em extinção. No início de Agosto o Global Voices reportou sobre o projeto documental Soya Kutu (Estórias Curtas) que tem produzido curtas-metra-

A veracidade da acção terapêutica das plantas utilizados já foi comprovada por investigadores que estiveram no terreno, como Maria do Céu Madureira, que tem sido nos últimos anos um dos rostos de destaque na recolha, sensibilização e difusão (com os devidos créditos) desta riqueza intelectual vigente nas ilhas. Dados científicos e receitas tradicionais sobre o uso de múltiplas plantas foram publicados num livro com a coordenação da investigadora em farmacologia e etnobotânica, intitulado “Estudo Etnofarmacológico de Plantas Medicinais de S. Tomé e Príncipe”. Num artigo sobre “Plantas Medicinais e Medicina Tradicional de S. Tomé e Príncipe”, disponível no repositório do Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Maria do Céu Madureira afirma que: Em S. Tomé e Príncipe um grande número de medicamentos derivados de plantas tem sido utilizado desde há séculos pela medicina

gens de animação envolvendo um conjunto de “médicos tradicionais”, crianças e jovens. Os pequenos vídeos contam histórias em torno das plantas medicinais e seus usos tradicionais, valorizando as referências culturais que se lhe associam. Um exemplo é o prato mais típico do país, Calulu, que contém ervas medicinais com efeitos benéficos para a malária, cólicas, lombrigas, diarreia, desinteria, dor de cabeça, entre outros, como mostra o vídeo “Depois do Dia do Bocado” (disponível somente online). Jovens estudantes de um curso de Turismo descreveram a sua percepção da importância da medicina tradicional para a sociedade santomense num trabalho realizado para a disciplina de História do Património:


SANTOMENSIDADEFACTOS&ACONTECIMENTOS

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Constatamos que a nossa terra está enriquecida de cura para todo o tipo de moléstias e doenças. Desde as mais insignificantes ervas daninhas, até as árvores de grandes portes, constituem uma fonte de remédios para todos os males. Não descurando a preocupação eminente com a perda deste patrimônio imaterial, eles afirmam que “a medicina tradicional adquiriu um peso significativo na sociedade são-tomense” porque:

(…) faz parte da crença do povo são-tomense, pois desde há muito tempo que as pessoas acreditam nos tratamentos e nos efeitos da medicina tradicional. Esta crença foi-nos transmitida pelos nossos avós, tornando-se assim, a nossa tradição «quá cú bé mé nu, dona mu cá fé, ele só çá vede, ele só cá buá dá nom» – (o que eu vi minha mãe e minha avó a fazerem, é para mim verdadeiro e melhor para nós) Segundo eles, a prática tem diminuído gradualmente no país por razões diversas como o desinteresse das gerações mais novas, a recusa dos mais velhos em transmitir conhecimentos aos mais novos, e a diminuição da credibilidade da medicina tradicional face à medicina científica. Por isso, afirmam, “é necessário preservar este conhecimento, para que não desapareça”. Enquanto que muitos curiosos e especialistas estrangeiros continuam a fazer expedições a São Tomé e Príncipe em busca dos “médicos tradicionais” das ilhas para que os mesmos partilhem seus conheci-

“ nossa terra está enriquecida de cura para todo o tipo de moléstias e doenças. Desde as mais insignificantes ervas daninhas, até as árvores de grandes portes, constituem uma fonte de remédios para todos os males. “

mentos, há quem critique “a apropriação do conhecimento tradicional” ao serviço da indústria farmacêutica. Xavier Muñoz, Geógrafo e Presidente da Associação Caué-Amigos de S.Tomé e Príncipe radicado em Barcelona, escreveu em 2008: As diferentes espécies de plantas medicinais que escondem os matos húmidos africanos estão a dar dia a dia novas fórmulas de princípios ativos farmacológicos nos laboratórios das grandes multinacionais, que são imediatamente patentados, baixos [sic] marcas industriais e produzidos com os anos a grande escala. Posso concordar que os custos de desenvolvimento dos produtos farmacológicos nessas empresas podem ser altos, mas isso não deveria supôr a apropriação dos direitos sobre a base do conhecimento que é originário muito frequentemente do saber tradicional local. Ele acredita que esse conhecimento devia ser valorizado e preservado, tal como Brigida Rocha Brito, doutorada em Estudos Africanos, que apela às mãos dadas entre saberes: Também defendo que as medicinas tradicionais são de preservar, bem como o conhecimento dos mais velhos. Acredito que este pode vir a ser um excelente trabalho de parceria entre a investigação científica e a sabedoria tradicional de carácter popular. Obs: Publicado originalmente no Global Voices (www.globalvoiceonline. org) e republicado com o consentimento do autor com base na licença Creative Commons Attribution 3.0


SANTOMENSIDADEENTREVISTA

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A Pérola do Arquipélago na Europa

NEIDE

RODRIGUES REPORTER: Celso Soares

Entrevista com a Miss são tomé e Príncipe Europa 2013 “ Ser mulher santomense implica não esquecer das nossas origens e ser bem educada”

Nasceu há 18 anos na Cidade de Neves, Distrito de Lembá (São Tomé e Príncipe) e tem descendência caboverdiana. Aos oito anos de idade viaja com a sua família para Portugal Secundária de Camarate 2010, estuda Curso Técnico de Turismo na Escola Secundária de Lumiar. Depois de vencer o concurso “Miss Primavera” realizada na escola de Lumiar, ganhou o gosto e encheu-se de confiança para os desafios seguintes. Decidiu concorrer à primeira edição do Concurso Miss São Tomé e Príncipe – Europa 2013 e obteve a brilhante vitória diante das 14 candidatas santomenses que residem no continente Europeu. Embora deslumbrante, a jovem não se deixa enganar com a sua beleza. É cautelosa, responsável e muito profissional. Graças a sua humildade, tem conseguido vitórias durante o percurso. O resultado do primeiro concurso de Miss São Tomé e Príncipe – Europa mudou ligeiramente o seu modo de vida, além de conhecer novas pessoas, tem surgido convites ou propostas. A “coqueluche” santomense já cedeu a sua imagem a alguns trabalhos de referência como a publicidade da Movicel, marca RS (Roselyn Silva), participou em Black Fashion Week Lisboa, catálogo Coleure magazine da marca Didimara. Também já teve a oportunidade de desfilar no passerelle stylon Amsterdam em Holanda. A jovem modelo santomense abriu-nos a janela do seu coração acompanhado de sorriso que estreia a capa Magazine Santomensidade: SANTOMENSIDADE (S): O que é vida para uma jovem da tua idade? Neide (N)- Na minha opinião, a vida para uma jovem da minha idade é ter novas experiências e aproveitá-la ao máximo.

(S) Nasceu em São Tomé e Príncipe? Com que idade veio para Portugal? (N) - Sim, nasci. Vim com 8 anos. (S) Para ti, o que é ser Santomense? (N) - Para mim ser Santomense é ter um espirito livre e alegre. (S) Uma localidade de São Tomé que deixa marca… (N) - Monte Forte, pois foi lá que tudo aconteceu. (S) O que mais te impressiona ao longo da vida? (N) - O que mais me impressiona ao longo da vida é o facto de vermos um velho amigo que com o passar dos anos evolui de tal maneira que nem o reconhecemos é saber que a vida está cada vez pior. (S) Ser mulher Santomense, implica ser bela? (N) - Não, implica não esquecer das nossas origens e ser bem educada. (S) Para ti o que é beleza? (N) - Para mim a beleza está no interior de cada pessoa, porque por mais que pouca beleza haja, o carácter da pessoa começa a “transbordar”, ou seja, embeleza mais a pessoa. É importante sentirmo-nos bonitas e confiantes para subir a nossa auto-estima. (S) Estar em passarelle é uma prática corrente da tua vida? (N) - Sim, é algo que eu faria sempre, independentemente da minha idade. (S) Olhar o público é assumir uma postura e uma responsabilidade. Fala-me do teu primeiro contacto com grande público. (N) - O meu primeiro contacto com o público foi quando eu participei num concurso escolar que se chamava “Miss Primavera”, estava muito nervosa porque estavam lá os Directores, Alunos e os Visitantes. Porém o nervosismo não me venceu, acabei por ganhar. (S) Se te pedisse para falar dos talentos que Deus te deu, por onde começarias? (N) - Falaria precisamente no talento para desfilar, pois é preciso muita ousadia e confiança. (S) Como surge a ideia de participar no concurso Miss São Tomé e Príncipe/Europa? (N) - Surgiu pelo facto de ser um desejo pessoal e de representar o meu País a Nível Nacional e Internacional.


SANTOMENSIDADEENTREVISTA

31 (S) Depois do resultado do concurso até ao momento, o que mudou em ti? (N) - Depois do resultado do concurso até ao momento, o que mudou em mim foi a auto-estima e ganhei uma grande auto-confiança. (S) Sugerias as tua amigas a concorrer no Miss STP /Europa? (N) - Sim, porque é sempre uma experiência que mais tarde podermos recordar. (S) Qual a diferença entre a Neide em casa e Neide fora de casa? (N) - A diferença entre ambas é muito, pelas quais não posso revelar. (S) Trabalhos em consequência do resultado do concurso, qual mais te marcou? (N) - Os Trabalhos em consequência do resultado do concurso, que mais me marcaram foi a ida à Holanda, porque fiz uma sessão fotográfica com um Profissional incrível, e porque tive oportunidade de conhecer a cultura de um País na qual não estou habituada. (S) O que está mais enraizado em ti: a santomensidade ou a cul-

tura ocidentalista? (N) - O que está mais enraizado em mim é a cultura ocidental, pois vim viver para a Europa Ocidental muito nova e isso de certa forma influenciou a minha postura e o meu pensamento. (S) Existe alguma timidez em ti? (N) - Sim, mas evito demonstrá-la. (S) A boa maneira santomense, o que é bom garfo? (N) - A boa maneira santomense, um bom garfo é apreciar uma comida típica e tradicional que se chama Calulú e Banana com Peixe. (S) O que gostas de fazer nos tempos livres? (N) - Nos tempos livres gosto de fazer exercício físico, de passear e etc. (S) Em que parte do Mundo imagina estar daqui por 2 anos? (N) - Daqui por 2 anos imagino-me estar em Londres com a minha irmã.

CURIOSIDADES: SIGNO: Sagitário LIVRO: “O Diário da Nossa Paixão” de Nicholas Sparks e a “Vida sem limites” de Nick Vujicic FILME: “Legalmente Loira” e “Flor do Deserto”. MÚSICA: Kizomba, Semba e RnB. PAIXÃO: Moda VIAGEM: Volta ao Mundo LEMA DE VIDA: “Viver ao máximo pois a vida é curta”. O MAIOR PECADO: Todos os que marcam-nos para o resto da vida. A MAIOR VIRTUDE: Amar. O melhor de São Tomé e Príncipe: Gastronomia e a Beleza Natural. Um conselho aos jovens: Não desistam dos seus sonhos porque quando uma porta se fecha, uma janela abre-se.


SANTOMENSIDADEENTREVISTA

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“O Que mudou em mim foi a auto-estima e ganhei uma grande autoconfiança”



SANTOMENSIDADETURISMO&ECOLOGIA

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TURISMO

É o TURISMO, ESTÚPIDO! REPORTER: Osvaldo Abreu

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Em 1992 os EUA viveram outra daquelas inesquecíveis batalhas eleitorais entre os Republicanos e Democratas. Bill Clinton enfrentava George Bush (pai) e um independente, Ross Perot, num ambiente de pós-guerra do Golfo e com a economia dos EUA debilitada saindo lentamente da recessão de 1990-1991. Bush apoiado pela comunidade internacional levou os EUA a atacar o Iraque para expulsar Saddan Hussein do Kuwait. O estado da economia Americana de pós-guerra influenciou na derrota do Presidente G. Bush que não conseguiu ser reeleito para um segundo mandato. Atento a insatisfação do seu eleitorado pelo estado da economia doméstica, os estrategas da campanha do Bill Clinton acertaram numa célebre frase como slogan de campanha que posteriormente viria a converter-se numa espécie de palavra de ordem onde se poderia encontrar estampado em todos os departamentos e gabinetes oficiais dos EUA durante os 10 anos da Administração Clinton. Tratou-se de uma expressão moralizadora e forte capaz de despertar e centrar toda a atenção dos Norte-americanos para o essencial: A Economia. A célebre frase foi “It’s the Economy, Stupid!” e os resultados reflectidos nos principais indicadores macroeconómicos não deixam margem para dúvidas e podem ser vistos e analisados: http://www.academycomputerservice.com/economics/charts. htm Em 1989, um pequeno país que por ora denominarei de “Malanza” sofreu um colapso económico e o seu governo corria o risco de existência. Os principais parceiros económicos deixaram de existir como que por arte de magia e num intervalo de menos de 2 anos “Malanza” perdeu cerca de 95% da sua capacidade de trocas comerciais. O país parou e começou a retroceder em todas esferas socioeconómicas. Greves, revoltas, emigração massiva e ilegal, cortes radicais dos benefícios sociais, mercados e lojas vazias, iluminação eléctrica esporádica, fuga

BLOG: www.address.co.uk

massiva de quadros, etc. Os prognósticos mais optimistas davam aos Governantes de “Malanza” não mais de dois anos no poder. A economia de “Malanza” estava alavancada em trocas comerciais vantajosas. Do país se exportava produtos agrícolas, produtos da pesca e algumas matérias-primas recebendo em troca insumos e peças de reposição para a maquinaria industrial e agrícola, produtos vários de bens e consumo, assim como a necessária divisa para os negócios do Estado. Foi justamente este conceito de economia que desapareceu. Durante a sua longa agonia terminal, com a economia paralisada, as maquinas paradas, a produção sem mercado, etc, alguém se lembrou que o país estava situado num dos maiores centros económicos do mundo porém, não tinha relações comerciais com quase nenhum dos seus vizinhos. Alguém também se lembrou que o país não explorava as potencialidades naturais que tinha tal como faziam os seus vizinhos. Igualmente, alguém de repente se lembrou que a maioria dos vizinhos e potenciais “parceiros naturais” tinham a sua economia sustentada numa poderosa Indústria do Turismo e que a região era a segunda maior potência turística do mundo. TODOS verificaram que “Malanza” não tirava proveito daquela “dádiva” natural, não obstante ter melhores condições naturais e sociais que a maioria dos países vizinhos que já eram de facto potências turísticas. No meio do barulho, muitos “porquês” e “comos” foram surgindo até que “alguém de direito” decidiu orientar a “quem de direito” para reprogramar a via económica de “Malanza” com vista a mudar a situação vigente. No meio da calamitosa crise, tinha-se de fazer a magia de transformar os 5% em pelo menos 50%. Para isso, foi posta em marcha um plano de reconversão e reabilitação económica com base em 4 eixos fundamentais:


SANTOMENSIDADETURISMO&ECOLOGIA

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1. Investimento no Homem. Formar e reconverter quadros para adaptá-los á nova realidade e de acordo com plano de desenvolvimento a ser implementado 2. Investimento massivo nas infra-estruturas turísticas e afins 3. Abertura para investimento estrangeiro mediante flexibilização legislativa e muitos incentivos 4. Muita promoção do país além fronteira Foram criadas centenas de entidades comerciais “mistas”, dezenas de hotéis de qualidade com capital “misto” e outros exclusivamente privados, foram introduzidos programas agressivos de publicidade para promoção das potencialidades turísticas do país nos principais mercados emissores de turistas, foram criadas várias agências de turismo nos principais mercados mundiais, muitas parcerias, utilização dos principais canais de televisão de cobertura global para publicitar e vender os produtos turísticos de “Malanza” , etc. Três aspectos me chamaram atenção pela positiva durante esta campanha: 1. Quantidades de hotéis e camas que foram criadas em tempo record 2. Qualidade e diversidade de campanhas publicitárias internacionais: “lembro-me de ter estado em Lisboa em meados dos 90s e testemunhar a quantidade de revistas, artigos, imagens, relatos em revistas e TV sobre “Malanza” produzidos por personalidades famosas, e “Opinions Makers”. 3. Formação/reconversão de quadros. Milhares de cidadãos foram formados na arte de atrair e cuidar dos turistas. Milhares foram enviados para os tradicionais “mercados” de turismo numa espécie de “on-Job-training”. Profissionais que trocavam engenharia por gestão turística ou especialidades afins. Professores de inglês que viraram Gestores Turísticos ou mesmo recepcionistas de grandes hotéis. Países vizinhos com menos nível de desenvolvimento que “Malanza” mas com uma indústria turística altamente desenvolvida e de qualidade pas-

saram a ser os principais destinos e escolas dos profissionais e estudantes de turismo para os “agentes” de “Malanza”: Resultado desta campanha foi um boom turístico impressionante que pode ser revisto nos números abaixo indicados. “A propósito, Malanza é a ilha de Cuba. Utilizei tal nome para tentar mostrar que o importante são as políticas, as semelhanças, a mensagem e não nomes”. Num intervalo de 10 anos,

vazia. Muitos que já tiveram a oportunidade de visitar empreendimentos de lazer em S. Tomé e Príncipe, com certeza poderão rever-se nesta mesma situação. Deve ser duro e difícil para quem deseja investir. Quantas iniciativas do género não fecharam as portas ou estão literalmente “ás moscas” por falta de “turistas” domésticos ou estrangeiros? A situação das nossas belas praias e paisagens, não difere muito da nossa situação geográ-

Tabla de Indicadores de la Indústria Cubana de Turismo, 1990 - 2001 Turistas Miles

Habitaciones Miles

Ingreso bruto US$ millones

Ingreso por Turista US$

Ventas Locales 65

2001

1 775

37.2

1 900

1 070

2000

1 774

34.7

1 948

1 098

61

1999

1 603

32.3

1 901

1 186

53

1998

1 416

30.9

1 759

1 242

49

1997

1 170

27.4

1 515

1 295

*

1996

1 004

26.9

1 333

1 328

*

1995

746

24.2

1 100

1 475

*

1994

619

23.3

850

1 373

*

1993

546

22.1

720

1 319

*

1992

461

18.7

550

1 193

*

1991

424

16.6

402

948

*

1990

340

12.9

243

715

12**

* No hay Datos Disponibles. ** Cifra Estimada Referência: “EL TURISMO COMO “LOCOMOTORA” DE CRECIMIENTO: REFLEXIONES SOBRE LA NUEVA ESTRATEGIA DE DESARROLLO DE CUBA” – Este documento esta disponível online para consulta

o número de turista aumentou de 340,000 para mais de 1,700,000 de indivíduos e o rendimento bruto derivado desta indústria aumentou de 243,000,000.00 para 1,900,000,000.00 US Dólares. Palavras para quê quando os números dizem tudo! Bem! Porquê toda esta lenga-lenga sobre Bill Clinton, “Malanza”, ou seja, Cuba, e outras minhas “parvoíces”? Sucede que neste momento estou sentado na Praia Inhame, no complexo turístico de mesmo nome no Sul da ilha de S. Tomé tendo o Ilhéu das Rolas como meu horizonte. O Resort é uma beleza rara onde o Nazaré (de padaria) soube aproveitar a luxuriante natureza e transforma-la num canto acolhedor, inclusive fazendo uso de energias renováveis para produzir electricidade. É uma tarde de sábado! Está um tempo fabuloso, a comida é maravilhosa, mas a instalação encontra-se praticamente

fica. Muito geostratégica, muito naturalmente imponente, muito próximo de um enorme mercado, mas sobretudo muitas intenções e muitas palavras. Lamentavelmente não temos conseguido

passar de sonhos e lamentos e ficamos especialistas em conversas e intenções. Somos um país das grandes contradições. Nunca tivemos guerra, mas as nossas estradas e muitos dos nossos edifícios urbanos e rurais parecem ter vividos

anos de batalha. Somos um Estado-Ilha mas temos o pior aeroporto e pior porto comparativamente aos restantes países costeiros da região. Não temos tribos mas não conseguimos pôr-nos de acordo numa só coisinha que seja de interesse nacional e para o bem comum. Temos uma natureza tropical agreste, propícia a todo tipo de doenças tropicais e endémicas, mas não temos um único centro de saúde com condições aceitáveis para nos tratarmos. Temos uma população extremamente jovem mas o liceu assim como as turmas estão arrebentando pelas costuras. A lista é extensa. O que somos então? Quanto já se escreveu ou se perspectivou para que a nossa galinha dos ovos de ouro deixasse de ser ficção? O que é que se tem feito de forma organizada, persistente e continuada para que de facto passemos das palavras aos actos e transformar as nossas ilhas no tal desejado Oásis de Turismo? É por isto e por outros factos que somos vistos como uns estúpidos. (You guys talk too much, dizem com algum carinho os nossos amigos). Pois, sabemos que a indústria turística constitui a âncora para a sustentabilidade económica e social do nosso país, contudo a nossa estupidez nos cega e não nos deixa agir. O ex-Presidente Fradique de Menezes terá sido nos últimos anos o dirigente que colocou em marcha uma das combinações-chave

para a indústria turística aqui em STP. Concordarão ou não comigo, mas a presença do Grupo Pestana mais a ex-AirLuxor “quase” desencravou o turismo em STP. Revejam os números!


SANTOMENSIDADETURISMO&ECOLOGIA

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Não poderia terminar sem antes relembrar a dica de como a Indústria do Turismo pode ser envolvente; Pensemos num casal europeu de renda média que consegue, mesmo nestes dias de crise, passar uma semana de férias turística em STP. Tomemos como referência o tipo de turismo de pacote contendo bilhete de avião e hotel com pensão mínima (pequeno almoço): As parcerias accionadas entre os hotéis em STP e as Empresas de Aviação, TAP, TAG e STP Airways, têm oferecido nos últimos anos uma gama de preços que variam desde 750 até mais de 1500 euros dependendo se o turista escolhe a Residencial Avenida, Pestana S. Tomé, Ilhéu das Rolas, Ilhéu Bom Bom, etc. Suponhamos que em média cada casal gaste mais 500 euros nesta semana para sua alimentação, deslocação interna, lazer, etc. Nesta ordem de ideias, o casal necessitaria de serviços de restauração, táxis, motoqueiros, alugueres de viaturas, guias turísticos e outros que por sua vez necessitariam de abastecimento de produtos agro-pecuários, horticultura, pesca, combustíveis, etc, etc. O Estado, por sua vez iria buscar receitas em forma de impostos sobre uma boa parte destes serviços.

PERGUNTA: Quais são os principais países emissores de turistas? Resposta: Alemanha, EUA, GB, China, França, Itália, Japão, Espanha. Pergunta: Quais seriam os mercados de turistas que nos dariam maiores garantias e aceitação? Resposta: Portugal, Angola, Espanha, França, Guiné Equatorial, Brasil, Nigéria e outros países de sub-região;

Agora, multipliquemos este casal de turista por 100, por 1.000, por 100.0000 e porque não por um milhão de turistas num ano. Significa sonhar muito alto? Há aqui um pequeno trabalho de casa para os economistas e não só. Este pequeno exercício representa a simulação da economia real onde cada cidadão pode participar e contribuir para desenvolvimento da sua família e do país. A pergunta que temos de nos fazer agora seria; como agir para alcançar tais números elevados de turistas? (Por isso, seguem algumas perguntas e respostas apelando a contribuição de todos os interessados.) Pergunta: Quais são os principais países emissores de turistas? Resposta: Alemanha, EUA, GB, China, França, Itália, Japão, Espanha. Pergunta: Quais seriam os mercados de turistas que nos dariam maiores garantias e aceitação? Resposta: Portugal, Angola, Espanha, França, Guiné Equatorial, Brasil, Nigéria e outros países de sub-região; Pergunta: Existe uma Marca STP? Resposta: Não sei. Pergunta: Como vender a Marca STP nestes mercados? Resposta: Caso exista, seria fazer muita Promoção. Pergunta: Como promover? Resposta: através de revistas, TV e rádios locais, Internet, panfletos e as tradicionais feiras. O Presidente Pinto da Costa tem feito apelos no sentido de cada cidadão ser o porta-estandarte da Marca STP. O Primeiro-ministro Patrice Trovoada tem vendido o “Mercado de Serviço STP” em vários cantos do mundo. Será que acções isoladas terão aquele efeito desejado? Pergunta: Como ultrapassar a fronteira dos nossos (poucos) tradicionais visitantes? Respostas: Utilizando os meios Globais. Ser o Suficientemente atrevidos para promover a Marca STP (We are All Cousin – We are your Famille, por exemplo) no CNN, BBC, Aljazeera, Sky, princi-

pais cadeias de TV de Portugal, de Espanha de Alemanha, de França, de ANGOLA, do Brasil. Comprando páginas nas principais revistas destes países, convidando os grandes Pivots de TV daqueles países para visitarem STP e pagar os mesmos para difundirem o nosso país nos seus programas; Pergunta: Se BISTP pode fazer publicidade na RTP e HB na TVS, como é que STP não pode fazer publicidade na SIC ou na TPA? Resposta: Eu não sei; Terá o país tirado proveito do monumental programa “Na Roça com os Tachos” de JCS? Não! É sem margem para dúvidas a maior exposição mediática que STP teve nos últimos anos. Pergunta: E os meios? Resposta: Um bom começo seria vendendo ou deixando de comprar uns “Toyotas Prado”. Bem, esta resposta não vale e vamos para coisa séria: Se poderia retomar a ideia de 2002 introduzida pelo Governo de Gabriel Costa mobilizando uma forte parceria público-privada, pois todos temos interesse no sucesso e no progresso do turismo; Pergunta: Como incentivar a participação de cidadão comum neste projecto? Resposta: ensaiando várias modalidades para o envolvimento dos utentes utilizando, por exemplo, a sigla STP. Projectar o turismo como economia familiar para o benefício comum no estilo já consensual Somos Todos Primos (STP). Ou seja, convencer as pessoas de que como família ou como stakeholder todos beneficiaríamos da participação activa e proactiva de todos. Numa só frase; com mais turistas Seremos Todos Prósperos (STP). Etc,etc. Pergunta: Que semelhança tem esta coisa de turismo com a afirmação de Clinton? Resposta: O Presidente Bill Clinton disse aos Americanos; É a Economia, Estúpido! Sucede porém que no caso de STP a nossa economia é o turismo. Pois, tal como aconteceu em Cuba, podemos colocar a palavra turismo no lugar de economia e já está: É o Turismo, Estúpido! Cuba despertou-se em 1990 para o turismo e reconverteu a sua economia agrícola para turística e com sucesso. Eu quero acreditar que não queremos continuar a ser estúpidos. Assim sendo, só temos que imitar o Presidente Bill Clinton. Como? Começando por assumir antes de tudo que somos estúpidos, escrevendo e postando a frase em tudo quanto é canto como forma de alerta. Depois, agir em conformidade para deixar de ser o que não queremos ser: Estúpidos. Osvaldo Abreu Produzido em 16 de Junho de 2012 (Este texto contou com revisão de quatro pessoas a quem retribuo a graça: Constâncio de Andrade; Lenicila Almeida; Afonso Varela e Abílio Neto)

SOBRE O AUTOR

Osvaldo Abreu Engenheiro Químico (1991/96); Mestrado em Energia térmica (1996/98): ISPJAE/Havana-Cuba. Estudos de especialização em Geociência e Sísmica Petrolífera (2001/05): EUA/ UK/Noruega. Foi Ministro das Obras Públicas Infra-estruturas, Recursos Naturais e Meio Ambiente entre 2012 e 2014. Gestor para Desenvolvimentos de Negócios para África da Empresa Petrolífera PGS-Exploration UK em Londres (2008-2012). Foi Também Director Técnico/Operation da Agência Nacional do Petróleo de STP (2004-2008). Assessor/Conselheiro de vários Primeiros-ministros de STP. Professor Universitário desde 1998 no Instituto Superior Politécnico de STP e Universidade Lusíada onde também foi Vice-Presidente e Gestor.


SANTOMENSIDADETURISMO&ECOLOGIA


SANTOMENSIDADEPÁGINAS DA ECOLOGIA

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PÁGINAS DA

ECOLOGIA EXPEDIÇÃO PRÍNCIPE “Um dos grandes objectivos era filmar o tordo-do-príncipe” Uma ave endémica em alto risco de extinção. Estimam-se que existam menos de 500 em toda a ilha.

“Tínhamos o objectivo de, em dois meses e meio no Príncipe, conseguir imagens suficientes para produzir um documentário que apresentasse de forma introdutória a beleza natural e a importância da ilha para a conservação da biodiversidade no planeta.” Não conhecíamos a ilha e a informação que havia ao nosso alcance era proveniente de alguns livros, artigos científicos e algumas conversas que tivemos com portugueses que já trabalharam e que trabalham na ilha do Príncipe ligados à conservação da natureza, como o Martim Melo, o Luís Costa da SPEA e o fotógrafo Alexandre Vaz, que muito contribuíram para o sucesso da expedição. Apoiados por estas informações partimos em direcção ao nosso destino prontos para completar a missão. Na ilha do Príncipe ficámos sedeados na capital, Santo António, com o apoio do Bom Bom Island Resort, que nos cedeu uma casa bem confortável para a nossa prolongada estada na ilha. O que se percebeu rapidamente foi que a avifauna da ilha, incluindo as espécies endémicas, era abundante também na parte norte da Ilha. Tínhamos sido avisados que o Sul era a parte mais selvagem e virgem do Príncipe, mas de facto muitas das espécies mais belas e abundantes eram facilmente observáveis nas florestas secundárias mais a Norte da ilha.

“Foi para nós um alivio perceber que íamos de facto conseguir produzir o filme, se calhar com mais facilidade do que tínhamos pensado à partida. Todos os dias nos lançámos para a captação das imagens, primeiro pelo Norte. Percorrendo os caminhos a pé, debaixo do calor e humidade tropicais, íamos observando as aves, répteis, insectos, gastrópodes, macacos, que se deixavam espreitar nos trilhos, caminhos e praias que íamos percorrendo.”


SANTOMENSIDADEPÁGINAS DA ECOLOGIA

39

foi um alívio para nós perceber que íamos conseguir fazer o filme

que nos separava do animal com o material às costas e finalmente encontrámos o tordo-do-príncipe. Estava também ele a encontrar-nos, tão curioso como nós, e assim permaneceu connosco durante cerca de 10 minutos antes de se afastar. Acabámos por ver esse mesmo tordo mais quatro vezes ao longo da nossa estada no Príncipe, no seu território, devido ao seu comportamento confiante, o que nos convenceu ainda mais do perigo que a espécie corre efectivamente.

Observávamos comportamentos, locais de passagem, locais de descanso, ninhos e muitas das imagens foram captadas na orla da floresta primária, onde a floresta verde e virgem toca na floresta secundária, com os seus frutos e flores doces e exóticos, gerando uma zona de fronteira que é rica e que oferece uma variedade de alimentos que atrai muitas das espécies da ilha. Mas por mais que conseguíssemos observar a espécie A ou B no Norte, teríamos brevemente que nos encaminhar para o Sul inóspito e desconfortável da Ilha, onde os tesouros mais escondidos esperavam por nós. No Sul esperavam-nos atracagens de barco perigosas e difíceis, em que as malas estanques à prova de água foram testadas ao máximo, trilhos enlameados com subidas desesperantes, chuvadas avassaladoras e longas horas de espera, mas as recompensas valeram, e muito, a pena. O Tordo é uma ave que evoluiu num ambiente sem predadores naturais e não tem medo de seres humanos, à semelhança do extinto dodot ou do também extinto kiwi da Nova Zelândia. Esse comportamento destemido e até curioso – é frequente aproximar-se de quem entre no seu território – é a grande causa da diminuição dos efectivos populacionais. As crianças disparam as suas fisgas em direcção aos animais que facilmente são atingidos, para além de haver também registos de caça para alimentação. Partimos numa manhã bem cedo, antes do sol nascer, em direcção a um trilho que nos ia levar a um local onde o nosso guia, Balú, tinha observado uma toca de Tordo cerca de quatro meses antes e onde tinha a certeza que íríamos encontrar o animal. Esperançosos, subimos o trilho difícil durante duas horas e, chegados ao local, conseguimos ver a toca que o Balú nos mostrou... mas o Tordo não aparecia. Meia hora depois o Balú grita a cerca de 40 metros acima de onde estávamos, em direcção ao topo da montanha. Corremos a distância

O tordo é apenas uma das 11 espécies endémicas que habitam a ilha, das que se conhecem claro está. O Príncipe ainda esconde alguns segredos muito bem guardados. O biólogo Martim Melo, que viaja regularmente às ilhas há vários anos, está convencido da existência de uma ave que vive na floresta e está determinado a encontrá-la nos próximos anos, talvez até meses. Estes endemismos são preciosos e variados, para além de improváveis, e são o foco do interesse de alguns dos visitantes da Ilha.

O PRÍNCIPE AINDA ESCONDE ALGUNS SEGREDOS BEM GUARDADOS


SANTOMENSIDADEPÁGINAS DA ECOLOGIA

40 O turismo de Natureza, ecoturismo, turismo de trekking e de aventura são actualmente recursos económicos reais e, para locais como pequenas ilhas ricas em biodiversidade, uma das poucas formas de produzir riqueza. Modelos como o da Costa Rica servem de exemplo a estratégias que podem ser implementadas em lugares como este e o nosso objectivo é também o de fomentar o interesse nesta área. Os objectivos da expedição foram sendo cumpridos um a um, ao longo dos dias e levaram-nos a conhecer praticamente todas as praias da ilha, vários dos picos e dos rios, o ilhéu do Jóquei – lar de um endémico e

simpático passarinho que apenas existe neste pequeno ilhéu a cerca de três quilómetros a sudeste da ilha, as ilhas Tinhosas – uma das principais colónias de nidificação de aves marinhas do Atlântico-este e vários recantos repletos de pequenas espécies de animais e plantas únicas no mundo, todas presentes numa ilha oceânica que nunca esteve em contacto com o continente africano.

O grande mistério do Príncipe é esse. Como é que podem ter chegado aqui anfíbios, tão intolerantes a águas salgadas, tendo que ultrapassar os cerca de 200 km que separam o Príncipe da África Continental? E os répteis? E o pequeno musaranho endémico só muito recentemente descrito como uma espécie nova? Há vários investigadores, oriundos de vários locais no Mundo, a tentar responder a estas questões e foi para nós um privilégio observar estes animais em primeira mão, no seu habitat natural, onde evoluíram e criaram as suas populações actuais. Para a equipa que viajou até ao Príncipe - o João, a Rita, e eu próprio- foi uma expedição inesquecível e o nosso desejo é que se encontre uma forma eficaz e inteligente para a gestão da biodiversidade da sua ilha. São Tomé e Príncipe é um dos países africanos mais pequenos, mas a sua taxa de endemismos é impressionante – é o pais do mundo com mais espécies endémicas por quilómetro quadrado, o que faz dele um verdadeiro jardim escondido para a evolução das espécies. As comunidades no Príncipe não valorizam a importância da biodiversidade da sua ilha. Não reconhecem valor traduzível em melhoria na qualidade de vida das mesmas e são por isso necessárias mais acções de divulgação e sensibilização junto das pessoas, sobretudo dos jovens mas também dos adultos, porque o tempo urge e não se pode trabalhar apenas nas gerações do futuro, mas também nas do presente. Para nós, o desejo é que se encontre uma forma eficaz e inteligente para a gestão da biodiversidade, a par com o desenvolvimento económico que também é necessário que se realize na ilha. Esperamos que o filme, que estará pronto nos primeiros meses de 2014, tenha uma divulgação muito significativa e que inspire em quem o veja o mesmo espanto e incredulidade que em nós provocou.

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE É O PAÍS DO MUNDO COM MAIS ESPÉCIES ENDÉMICAS POR KM2

SOBRE O AUTOR AIDNATURE.ORG Desde 2011 produzimos cerca de 10 curtas metragens documentais, 4 longas metragens documentais e 7 vídeos promocionais em Portugal, Timor Leste e São Tomé e Príncipe. Promovemos as mais diversas vertentes naturais dos territórios de língua portuguesa (alguns bastante desconhecidos) assim como as espécies que neles habitam. Dedicamo-nos em exclusivo à educação ambiental através da produção e divulgação de conteúdos media altamente apelativos. Divulgamos documentários de natureza, vídeos, design gráfico, sites, livros e fotografia, para lhe dar a conhecer a beleza natural dos países de língua portuguesa..


SANTOMENSIDADEGEMINAÇÕES

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geminações Boas relações entre o Município de Odivelas e o seu congénere de São Tomé e Príncipe. TEXTO: Rosa Videira - Técnica Superior da Câmara Municipal de Odivelas

As geminações estbelecem-se, em grande parte, pelas referências históricas comuns, pelos laços culturais e pela amizade, ou pela existência de uma comunidade de um determinado país. No caso de Portugal, sobretudo por razões histórico-culturais, os municípios tem dado primazia aos acordos de geminação com os municípios dos países africanos de língua oficial portuguesa. Nesta perspetiva, o Município de Odivelas celebrou dois protocolos de cooperação e geminação com Governo da Região Autónoma do Príncipe da República Democrática de São Tomé e Príncipe, um em 2008 e outro em 2009. O primeiro protocolo de geminação teve como objetivo fomentar o intercâmbio de experiências e conhecimento, a valorização da qualificação profissional, a entreajuda do desenvolvimento social local, as tradições e culturas das duas comunidades, e a utilização e promoção das novas tecnologias ao serviço das pessoas, como novo elemento de contacto e relacionamento, quer institucional quer pessoal. O segundo protocolo, celebrado em 2009, envolveu o Município de Odivelas, o Governo da Região Autónoma do Príncipe, bem como outras entidades (Escola Profissional Agrícola D. Dinis, Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar, Escola Profissional Gustave Eiffel, Centro Paroquial da Ramada e Associação de Jardins-Escolas João de Deus), e teve como objetivo apoiar os estudantes santomenses a desenvolver as suas competências académicas e profissionais.


SANTOMENSIDADENAPRÓXIMAEDIÇÃO

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NA PRÓXIMA EDIÇÃO 39º Aniversário da Independência DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE NA EUROPA JÁ FOI ELEITA A MISS SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2014 Marlene Silva é a sucessora de Neide Rodrigues As Comunidades da Diáspora santomense espalhada por alguns países da Europa promovem os festejos alusivo ao 39º aniversário da independência e da proclamação da República Democrática de São Tomé e Príncipe com muita música, dança, exposições de livros, de artes plásticas e lançamento de obras literárias. Pela primeira vez na Bélgica a pequena Comunidade residente junta cantores, artistas plásticos e amigos para dar corpo à festa de 12 de Julho em Bruxelas. A festa promovida pela Representação Diplomática santomense naquele País da Europa procura promover da melhor maneira o nome de São Tomé e Príncipe. Em Portugal, a 2ª Gala de Eleição Miss São Tomé e Príncipe/Europa marcou o início dos festejos na noite do dia 5 de Julho no Hotel Sana em Lisboa. O evento contou com a presença de Embaixadores de África do Sul, de Iraque, entre as Representações da Guiné Equatorial e outras individualidades e organizações amigas de São Tomé e Príncipe. As 18 candidatas concorrentes vieram do Reino Unido, França, Espanha, Holanda, Rússia e Portugal. Nela Santo, Mentora do projeto que começa a ganhar a sua maior dimensão justificou o evento como “ uma oportunidade para as jovens santomenses que vivem na europa poderem partilhar as suas experiências e conviverem entre si com o propósito de contribuir para a promoção da imagem positiva dos santomenses na Europa.” A jovem Marlene Silva, é a sucessora de Neide Rodrigues, que até a hora do evento era a detentora da coroa da primeira edição Miss São Tomé e Príncipe/Europa. O hotel Sana situado em Lisboa, foi pequeno para acolher a afluencia do público que se deslocou ao local para assistir a brilhante iniciativa da jovem Nela Santo que reside atualmente na Holanda. Os artisas como Juka, Gedy Blindado, Bruna, Mesáro Soares, Kátia Esteves, Gapa entre muitos outros brindaram a festa com todo o requinte vocal entre mistura santomense e além fronteira. A presença dos profissionais da RTP, Rádio Somos Primos e vários fotógrafos foi bastante notório nesta iniciativa da juventude santomense na Europa.

A festa que assinala os 39 anos da independência, contempla entre outras actividades o mega-Pic-Nic organizada pela ACOSP-Associação da Comunidade Santomense em Portugal, a CulturFACEIS-Associação Cultural Para o Desenvolvimento e a PROSAUDESC que acontece no dia 13 de Julho no Parque Queluz-Belas, situado no Conselho de Sintra. Enquanto a Mé-Non, “engrossa” a festa com a feira de livros no ISCTE – IUL Instituto Universitário de Lisboa. Toda a programação elaborada pela Comunidade Santomense em Portugal tem o apoio Institucional da Embaixada de São Tomé e Príncipe, sediada em Lisboa.



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