Jornal Agropacto

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Informativo Semanal Ano 16 - Nº 672 - 15 a 21/08/2012 16 anos

EDITORIAL

“Egito, uma dádiva da APP” Até o VII milênio aC, o norte da África era uma ambiente local tenha sido devastado de forma total densa floresta e a área do atual Egito, um imenso e irreversível. Os eventuais danos causados foram l ag o. I nst al ou-se, na r eg i ão, um p r ocesso d e desprezíveis em relação ao bem proporcionado aos desertificação que perdurou até o III milênio aC. As habitantes beneficiários e, por que não dizer, a todo populações locais passaram a se aglutinar ao longo o mundo, afinal a grande civilização egípcia alavancou do pântano que se formara no vale do rio Nilo, por a não menos importante civilização grega que, por evaporação das águas do lago. A sobrevivência do sua vez, alavancou a romana, da qual emergiu o ser humano, em ambiente tão inóspito, só foi possível Renascimento...e aqui estamos nós ! graças à drenagem do pântano, com No Egito atual, como na Antiguidade, vistas às práticas agropecuárias. toda a atividade agrícola é desenvolvida As inunda çõe s anua i s do N il o ao longo das margens do Nilo, em área “O brilho da forneciam a recarga da fertilidade do que representa apenas quatro por cento solo das margens e propiciou a criação inteligência humana da área total de um milhão de km2. No de um vale convexo, onde as margens território nacional cabem, folgadamente, são mais altas que as áreas que lhes mais de oito Egitos. Suponhamos que direcionou a são contí gua s. I sso p er mi ti u aos e st e esta do ár ab e fi ze sse p ar te d a natureza em proveito nossa f ed er a çã o. Per a nt e a nossa ribeirinhos o controle das cheias, através de canais que direcionam o fluxo d’água legislação ambiental, a atividade agrícola próprio. A alta e xced ente às ba cia s pa ra le la s e gí pcia ser i a cl assi fi cad a como d e existentes ao longo do rio, verdadeiros d esenvolv im e nt o nã o suste nt áv el , produtividade reservatórios de água para as práticas deveria ser imediatamente abandonada agrícola criou uma e a com uni da de e g íp ci a, al ém d e agriculturais, principalmente. O brilho da inteligência humana das economias mais apenada, estaria incursa em multas d ir ecionou a na tur eza em p rove it o i ncal cul áv ei s. Poré m se a nossa próprio. A alta produtividade agrícola pujantes da época.” legislação ambiental é, como querem os criou uma das economias mais pujantes nossos ambientalistas mais radicais, da época. A fabulosa civilização egípcia fruto de ciência pura, como o são as Leis só foi possível por que a sua produção agrícola gerou de Newton, os Princípios da Termodinâmica, etc., os excedentes econômicos que possibilitaram o d ev er ia se r ap li cá v el d e f or ma consentâ ne a à aparecimento de uma elite pensante numerosa. A r ea li da de do Egi to, e xe mp lo comp rova do, máxima, do historiador grego Heródoto, de que “O historicamente, de desenvolvimento sustentável, via Egi to é uma d á di va d o Ni lo”, nã o cont em pl a intervenção racional em APPs . O fato é que não se integralmente a realidade dos fatos, pois não leva aplica, portanto... em conta a ação humana que direcionou toda essa Assim, é por conta de aspectos como os que radical intervenção no meio ambiente, com vistas ao f or am com enta d os q ue a com uni da de a gr ícol a atendimento das necessidades da população egípcia. brasileira anseia por uma legislação ambiental que Essa intervenção já dura, comprovadamente, mais seja fundamentada em ciência e não em militância de cinco milênios e não há indícios de que o meio ideológica, que contemple a diversidade ambiental

EDITORIAL  Egito, uma dádiva da APP Páginas 01 e 02

EVENTOS Página 02

PEQUENAS NOTAS Página 05

NOTÍCIA DA CNA

FIQUE SABENDO China pede que produtores contenham preços de óleos comestíveis Pervisão de aumentos das vendas de leite longa vida  FAERN conhece novas práticas de agricultura irrigada e cadeia do leite Páginas 03 e 04

 Aumento dos custos de produção domina reunião da Comissão Nacional de Pecuária de Leite Página 04

ESPAÇO DO AGROPACTO Resumo da reunião do dia 14/08/2012 Páginas 05 e 06

AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO


16 anos Nº 672

do nosso país continente, que leve em conta as circunstâncias sociais, econômicas e tecnológicas das m ui to d i fe re nt es re gi õe s brasileiras e que seja fruto de um p roce sso d em ocr át i co de d iscussã o, ond e t od os os interessados sejam equanimente ouv id os e judi ci osa me nt e

sopesados . O primeiro passo nessa direção foi dado com a recente proposta de revisão do a tual C ód i go Flore sta l, p el o Congresso Brasileiro. (*) Noel Loureiro, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – FAEAL

Órgão de divulgação de assuntos de interesse do Setor Agropecuário e do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense. Coordenação e Elaboração: Gerardo Angelim de Abuquerque - Chefe de Gabinete da FAEC Coordenador Geral do Agropacto: FLÁVIO VIRIATO DE SABOYA NETO (Presidente da FAEC) Membros do Comitê Consultivo: Setor Público Evandro Vasconcelos Holanda Júnior - Embrapa Caprinos e Ovinos João Hélio Torres D'Ávila - UFC José Alves Teixeira - BNB Lucas Antonio de Sousa Leite - Embrapa Agroindustria Tropical Paulo Almicar Proença Sucupira - BB Raimundo Reginaldo Braga Lobo - ADECE Setor Privado Alderito Raimundo de Oliveira - CS da Cajucultura Álvaro Carneiro Júnior - CS de Leite Cristiano Peixoto Maia - CS do Camarão Edgar Gadelha Pereira Filho - CS da Carnaúba Euvaldo Bringel Olinda - Instituto Frutal João Teixeira Júnior - CS da Fruticultura e UNIVALE Paulo Roque Selbach - CS. Flores Vinícius Araújo de Carvalho - CS do Mel Carlos Prado - Itaueira Agropecuária Francisco Férrer Bezerra - FIEC João Nicédio Alves Nogueira - OCB/CE Luiz Prata Girão - BETÂNIA Paulo Jorge Mendes Leitão - SEBRAE-CE

Eventos Simpósio: O Simpósio sobre Fruticultura que tem como tema: “Oportunidades e D e saf i os d o S e tor ” aco nte ce rá no A nf it e atro d o D e p arta me nto d e Agroindústria, da ESALQ/USP, em Piracicaba – SP, nos dias 30 e 31 de agosto de 2012. As inscrições são realizadas na página do curso com pagamento por boleto bancário ou através do encaminhamento de ficha de inscrição, juntamente com o comprovante de depósito bancário e da taxa de inscrição, para a organização do curso. telefone: (19) 3422-2755, e-mail cdt@fealq.org.br e site agroevento.com/agenda/simposio-sobre-fruticultura/ Exposição: De 5 a 9 de setembro de 2012, acontecerá no Parque de Exposição Ené ias B and eira Filho, a 49ª EX POIG UATU, multie v ento d as áre as d e agropecuária, indústria, comércio, turismo e entretenimento, já tradicional na Região Centro Sul do estado do Ceará, que tem como objetivo apresentar as potencialidades dos segmentos contemplados no sentido de promover o crescimento da região e o desenvolvimento de novos negócios. A EXPOIGUATU é o maior evento da região e significa grande oportunidade de estar próximo de um público potencial que representa cerca de 10% da população do estado do Ceará. A Exposição apresentará as seguintes atrações: animais bovinos, suíços, equinos, caprinos, ovinos e aves, produtos e serviços agropecuários, produtos e serviços industriais, desfiles de animais, concurso leiteiro, palestras, workshops, apresentações de vídeos, desfiles de moda, concurso rainha EX POIG UATU e show com artistas re gionais e nacionais. Informaçõe s: www.49expoiguatu.com.br e telefones: (88) 3581 4190 / 8803 7398 / 9958 3441.

Secretária: Teresa Lenice Nogueira da Gama Mota Kamylla Costa De Andrade Editoração Digital: Brunno Carvalho Helena Monte Lima Taquigrafia: Irlana Gurgel Patrocínio: BANCO DO BRASIL S/A BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A SEBRAE/CE

CONSULTA Para maiores esclarecimentos sobre as informações aqui divulgadas, favor comunicar-se coma SECRETARIA EXECUTIVA DO PACTO DE COOPERAÇÃO DA AGROPECUÁRIA CEARENSE. Endereço: Rua Edite Braga, 50 Jardim América - 60.410-436 Fortaleza - CE Telefones: (0xx85) 3535-8006 Fax: (0xx85) 3535-8001 E-mail: agropacto@faec.org.br Site: www.agropacto-ce.org.br

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PRODUTOR RURAL: Pague a Contribuição Sindical em benefício da manutenção do Sistema Sindical Rural


Fique Sabendo China pede que produtores contenham preços de óleos comestíveis

O governo chinês pediu aos produtores do País que evitem aumentar os preços dos óleos comestíveis “a não ser que seja a bsol ut am ente necessá ri o”, apesar de não existir nenhum sistema de controle dos preços de óleos de cozinha, afirmou a Wilmar International Ltd, maior empresa produtora de óleo de palma do mundo. A e mp re sa li sta da e m Cingapura afirmou que Pequim hav ia p ed i do q ue os fornecedores de óleo comestível

do país mantivessem seus preços estáveis, o que levou as ações da Wilmar a caírem até 6,4 por cento para seu nível mais baixo em três anos. “ Nã o há com o contr ol ar os preços dos óleos de cozinha, mas o governo aconselhou às empresas que o aumento dos mesmos devem ser e vi ta dos, a m enos q ue sej a absolutamente necessário”, afirmou o porta-voz da Wilmar. A última vez que a China limitou os preços dos óleos comestíveis foi em 2010 em meio a uma crescente inflação, uma jogada que fez as a ções d as e mp re sas p rodutora s despencarem. D e qua lq ue r m anei r a, os produtores não planejam aumentar os preços do óleo de soja a curto prazo, uma vez que os preços do mercado já registraram queda de 3 por cento nesta semana devido aos p re ços ma is b ar at os d o ól eo d e

palma, que atingiram seus valores mais baixos em cinco semanas. O óleo de palma é um substituto fundamental para o óleo de soja. A C om issã o Na ci onal d e D esenvolv im ento e R ef or ma s estava mais preocupada com os preços do óleo de amendoim, que recentemente tiveram alta devido a um a ba ix a no fornecim ento doméstico, afirmou uma fonte da indústria. “Os preços do óleo de amendoim tiveram uma alta considerável, por isso os fornecedores estão sendo solicitados a estabilizarem seus preços”, disse uma fonte da indústria que pediu para não ser identificada. O óleo de amendoim corresponde a somente cerca de 9 por cento do consumo de óleos comestíveis na China.

Previsão de aumento das vendas de leite longa vida

A Indústria de Leite Longa Vida projeta que as vendas do produto deverão crescer entre 3,5% e 4% em 2012 em relação a o ano p assa do, q ua nd o o i ncre m ento ob se rv a do na comparação com 2010 chegou a 6,7%. A prevista redução de ritmo decorre dos respingos da cri se m undi al na e conomi a b ra si le ir a, d e a cord o com avaliação de Laércio Barbosa, p re si de nte da Associa çã o Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). “A te nd ê ncia é que o segundo semestre recupere o primeiro, marcado por um certo d esânim o”, af ir mou Ba rb osa

durante evento que comemorou os 18 anos da entidade, em São Paulo. N as conta s do d ir ig ente , o volume de vendas até o fim de 2012 deverá chegar a 6 bilhões de litros, ou R$ 12 bilhões. Ele reforça sua expectativa baseado na presença do leite longa vida (UHT) em 87% dos lares brasileiros. “No início dos anos 1990 não chegava aos 10%”. O presidente da ABLV aposta no aumento do consumo no Nordeste, considerada a nova fronteira agrícola p ar a o se gm ento de l ácte os. A associação registrou um crescimento de 5 pontos percentuais nos últimos cinco anos, em especial no Ceará e Pernambuco. Hoje, a região ainda responde por apenas 10% (3 bilhões de litros) da produção nacional. “Mas este cenário vai mudar em breve”, prevê. A transformação, segundo ele, será semelhante à que ocorreu em outras bacias leiteiras no passado, como Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, que se incorporaram às tradicionais produções de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Mesmo oti mi st a, L aé rci o Ba rb osa nã o

d esca rt a as di fi cul da de s encontradas pelo segmento, em especial, o aumento nos custos da atividade leiteira. “As recentes altas de milho e soja têm sido um p robl e ma e t a nt o p ar a o pecuarista”. Segundo levantamento do C ep ea /Esa lq , os custos com alimentação concentrada subiram 7 % de m ai o pa ra j unho, consi de ra do o a um ento m ai s expressivo durante o primeiro sem estr e do ano. Em contr ap art ida , o p reço méd io pago ao produtor pelo litro de leite teve queda de 1,24% em relação a maio. De acordo com os p esquisad or es, a queb ra na produção de soja no Brasil e as incertezas com a safra americana em decorrência da seca, elevou a procura pelo grão, turbinando seus preços. O estudo aponta, ainda, que o cenário não mudará nos próximos meses.

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Fique Sabendo FAERN conhece novas práticas de agricultura irrigada e cadeia do leite O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande d o No rte (FA ER N) , J osé Á l var e s Vieira, fez uma viagem ao estado do Ceará acompanhado do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lajes, César Militão, para um Dia de Campo no município de Limoeiro do Norte, organizado pela Comissão de A g ric ult ura , P e cu ári a, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Na oportunidade, os visitantes ac omp anh ara m o p ro ce s so d e prod ução d e silag em, a partir do milho com a espiga, um dos mais mo d e r nos d a A mé ric a L ati na. O p roce sso é realizad o com uso d e co lhe d or a de f orr ag e m, au top rop e li d a e o ins umo é d e sti nad o, p re f e r e nc ial me n te , à ração para alimentação de bovinos nas propriedades produtoras de leite. Os p a rti cip a nte s t amb é m conheceram a produção de leite, por me io d e mod e rno si ste ma d e ordenha mecanizada, inseminação artificial, além de eficiente programa de gestão, incluindo-se o p aste jo ro tac ion ad o e irr ig a d o p or p i v ô

central. “Numa área arrendada de 2.500 he cta re s , n o p e rím e tr o i rri g ad o, p r od u zim os se ma nal me n te 7.5 00 to ne l ad a s d e s ilag e m, q u ant id a d e suficiente para alimentar um rebanho de 30 mil bovinos é algo incrível. E mais incrível ainda por ser vizinho de áreas totalmente tomadas pela seca brava”, ressaltou o presidente da FAERN, José Vieira. A e quipe da FA ERN conhece u o modelo inovador de produção leiteira d e s e nv olv id o p e la Faze nd a Flor d a Serra. Utilizando um modelo contratual semelhante ao sharemilker neozelandês (c om p ar ce i ros q u e t rab alh am na p r op r ie d ad e e re c e b e m u ma p orce ntag e m d o lucro e m troca d o trabalho) e um sistema de produção basicamente utilizando pasto irrigado e re b an ho me s tiç o, a p ro p ri e d a d e co nse g ue p r od u zir l e it e c om cus to operacional de R$ 0,50 pelo litro. O segredo começa no sistema de produção, em que as vacas pastejam os ca p in s t if t on (p r inc ip a lme nte ), tanzânia e crioulo, receb endo como complemento 1 kg de ração para 3 litros de leite, chegando a 4 kg em alguns mome ntos. O obje tiv o é re duzir ao

máximo a suplementação e o custo dela - com a melhoria do manejo de pastagens. O teor de proteína bruta da ração foi reduzido de 22% para 17% , resultando em economia de custos. “É um verdadeiro oásis de produtividade e trabalho eficiente. Um modelo totalmente novo e que poderia ser analisado pelos nossos té cni cos g o v e rn ame nta is. O RN d e v e r ia se e sp e lha r n e ss e b om e xe mplo e te ntar alg o p are cid o”, explicou o presidente do Sindicato d o s P rod uto re s d e L aje s, Cé s ar Militão. De acordo com o presidente da FAERN José Vieira, os técnicos do governo estadual poderiam planejar uma viagem para Limoeiro do Norte e analisar a viabilidade das ideias do Ceará. “Acredito que eles ficariam e n can tad os com o p roj e to e poderiam trazer algo para cá. E um b o m c ome ço p od e ria se r n as propriedades que compõe o projeto do Baixo - Açu II. Acredito que a região ganharia e a nossa economia teria os bons resultados que o estado vizinho já possui”, completou Vieira.

Notícia CNA Aumento dos custos de produção domina reunião da Reunião Nacional de Pecuária de Leite O aum e nt o d o s c ust os d a p r od u ção d e le ite f oi o p rin cip al as sun to tra tad o na re uni ão d a Comissão Nacional d e Pe cuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizada no último dia 15, na sede da entidade, em Brasília. De junho de 2011 ao mesmo período deste ano, os custos op e ra cio nai s de p ro d uç ão aumentaram 13,98%, segundo índice d a E mb rap a G ad o d e Le ite . Para agravar a situação, o preço do leite pago ao produtor caiu em torno de 6% no mesmo período analisado, de acordo com o IG PDI d a Fund ação Getúlio Vargas. Os altos preços de in sum os com o a s oja e o m ilh o, p r inci p ai s c omp o ne n te s d a raç ão animal, f oram ap ontados como os v ilõe s do aume nto d os custos d e produção da pecuária leiteira. “O aum e nt o d o s cu sto s e s tá diminuindo a renda do produtor de leite que, normalmente, já é baixa”, explicou o presid ente da comissão Rod rig o A lv im. S e g und o A lv im, a

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queda da re nd a p od e a f e t ar negativamente a produção, uma vez que os produtores deixam de investir no trato do plantel. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Centro de Estudos Avançados e m Economia A plicad a (ICAP-L/Ce pe a), e m Minas Gerais, principal Estado produtor de leite, houve redução de 1,5% do índice, em maio, o que já pode ser um reflexo do aumento dos custos de produção. No sul do País, o ICAP-L/Cepea recuou e m S a nta Ca tar in a e no Pa ran á, enquanto na Bahia a queda chegou a 4%. Em Goiás, no entanto, houve uma elevação de 3,6% do índice, graças ao cl ima ai nd a f a v or áv e l p ara o crescimento das pastagens. Em relação à elevação dos preços da soja e do milho, nos últimos três meses, a tonelada do farelo de soja aumentou cerca de 63% na região de Po nta G r oss a (P R) e 3 6% e m Ub e rl ând ia (MG ). Já no p e río d o compreendido entre agosto de 2011 e ag ost o d e st e a no, o cre sci me n to registrado nessas regiões foi de 97,17%

e 124%, respectivamente. O milho, por sua vez, registrou aumento de 41% no preço da saca de 60 quilos, na região de Uberlândia, e de 42% em Rondonópolis (MT), no período compreendido entre junho e agosto deste ano. Assistência técnica e extensão ru ral – Dur ant e a re uni ão d a Comissão Nacional de Pecuária de Le ite d a CN A , o p r e si d e n te d o Instituto CNA, Moisés Gomes, fez uma breve explicação sobre como atua rá a a g ê ncia d e as sistê n cia té cni ca e e x te ns ão rur al q ue o G ov e rno Fe d e ral p re t e nd e cri ar. Segundo Moisés, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, levou à p r e si d e n te d a Re p úb lic a, Dil ma Rousseff, a proposta de uma agência p a uta d a p e l a m e ri toc rac ia na av ali açã o d os té c nic os e x te n sio nis tas . S e rã o d e f i nid os in d ic ad o re s e me tas q u e , se cu mp r id a s, re t or nar iam co mo bonificações aos técnicos.


Pequenas Notas Ovo atinge cotação recorde: O avicultor está recebendo mais pelo ovo. Em São Paulo, a caixa com 30 dúzias terminou a primeira quinzena de agosto cotada em R$ 51,00, em média. Este valor é 6,2% maior frente à primeira quinzena de julho. Em relação ao mesmo período do ano passado, a valorização foi de 22,2%. Naquela época, o avicultor recebia R$ 42,15 por caixa. O atacado acompanhou a alta. Na primeira metade de agosto a caixa de ovo custou, em média, R$ 56,00, 5,6% e 15,6% superiores em relação à mesma quinzena de julho deste anos e de agosto de 2011, respectivamente. Este é a maior cotação já registrada na granja e no atacado. Crise na Suinocultura: Representantes do setor da suinocultura reuniram-se dia 10 de Agosto, com o Secretário da Fazenda do Estado do Ceará, Mauro Filho, para tratar sobre a fiscalização da entrada de animais no Estado. Esta audiência com o secretário é fruto da reunião realizada dia 24 de julho, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – FAEC, com a participação da Associação dos Suinocultores do Estado do Ceará – ASCE, empresários e entidades do setor, que debateram sobre a crise da suinocultura no Ceará, com o objetivo de encontrar alternativas para combater a entrada de animais de outros Estados, que está ocasionando uma grande concorrência e desequilíbrio no mercado. Vários encaminhamentos foram propostos a partir desta reunião do setor, e todos os presentes foram a favor da realização da reunião com o titular da Secretaria da Fazenda – SEFAZ. Maiores produtores de carne de frango: Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de carne de frango em 2011 foi de 80,4 milhões de toneladas. O Brasil participou com 16,0% deste total. Foram 12,9 milhões de toneladas. O país foi o terceiro maior produtor em 2011. A maior produção foi a dos Estados Unidos, 16,7 milhões de toneladas, que compôs 20,8% do total mundial. Na segunda posição ficou a China, com participação de 16,4%, o que equivale a 13,2 milhões de toneladas. A União Europeia figura na quarta colocação, com 9,4 milhões de toneladas e uma fatia de 11,7% do total. Para 2012 o USDA estima uma produção global de 82,2 milhões de toneladas. Um aumento de 2,2% em relação a 2011. O departamento estima redução de 1,8% na produção norte americana e aumentos de 4,0%, 3,0% e 1,9% nas produções chinesa, brasileira e europeia, respectivamente.

Espaço Agropacto Resumo da reunião de 14 de agosto de 2012 Tema: As ações da uece voltadas para o desenvolvimento da agropecuária cearense Palestrante: PROFESSOR JOSÉ JACKSON COELHO SAMPAIO, Reitor da Universidade Estadual do Ceará – UECE

O Coordenador Flávio Saboya a br iu a r euni ã o, d isse d a importância da presença da UECE no Ag ropa ct o e p assou i me di at am ente a p al av ra a o p al estr a nt e, q ue iniciou

circunstanciando algumas questões que articulam a visão acadêmica com o set or p rod utiv o. Fez um histórico sobre o início dos sistemas d e ensi no, se nd o o p ri me ir o a Universidade, no Século IX, com uma mudança na sua missão, ao surgir a universidade pública, com o objetivo de produzir para o poder do Estado. Chegou às formações napoleônicas, ao início da ideia de mercado de trabalho, formação de intelectuais e no final do século XIX, a Universidade incorporou a missão da pesquisa, e mais adiante, foi d esme m br ad a em Ce ntr os, Faculdades e Institutos. Disse que

as Universidades têm problema e m da r cont a da e norm e complexidade que sua história gerou e gerir as diferenças entre centros e periferia. A UECE tem ensino superior, mas disse que o ensino superior é a formação que autoriza alguém a um exercício p rofi ssi onal , enq ua nt o a Universidade tem diálogos, por e xe mp lo, com consel hos e o compromisso com a geração de conhe ci me nt os. Um a da s características da UECE é que ela não foi criada como Universidade, m as com o junçã o de cur sos preexistentes para formação de

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p rofi ssiona is com lógi ca s diferentes; outra, é que a UECE nasceu para ensinar e o salto para incorporar outras missões aconteceu em 1991, quando a Veterinária criou o primeiro curso d e me st ra do e m p roduçã o e r ep roduçã o de p eq ue nos r um inante s. A t er ce ir a car acte rí sti ca d a U EC E é se r interiorizada e ter multi campus, e hoj e t em 7 5 cur sos d e graduação no Estado do Ceará; 6 9% ( 2/ 3 ) dos al unos sã o e st ud ante s d e li ce nci at ur as. Ressaltou que sem a UECE, não hav ia b oa e duca çã o bá si ca , p or que el a f or ma va os p rofe ssor es p a ra o e nsino fundamental e médio. Na área da produção agrícola, as ciências a gr ár ia s, a U EC E te m concentração na Veterinária, mas se espalha por outros centros, como geografia e física aplicada. Informou que a UECE dispõe de um av iã o la bora tóri o, cuj o obj et i vo é se r usa do e m p esquisas sob r e de sa st re s naturais e identificar riscos de secas, enchente s e desertificação, mas havia uma b usca p el a suste nt a bi li da de , porque os custos são de 20 mil reais/mês. Números da UECE: 1 44 g rupos de p esquisa cad ast ra dos no CN Pq, 3 0 prog ramas de pós- gradua ção, d os q ua is 7 t êm m estr ad o e doutorado, 12 cursos a distância. Citou como importante para o setor agropecuário: um estudo e m ci ênci a bá si ca , sobr e o comportamento das formigas; estudos sobre zoonoses; linhas de pe sq ui sa sobr e a carcinicultura, reprodução animal, sanidade animal, etc. Disse ainda que o curso de Veterinária tem o terceiro maior programa de pósgraduação do Estado do Ceará e em alguns indicadores já era a m ai or univ er si d ad e e nt re a s e st ad ua is d o Ce nt ro-O este , Norte e Nordeste, que tem um total de 25 universidades. No geral, a UECE é 2ª do Ceará, 9ª do Nordeste e 53ª do País. Seu obj et i vo, di sse q ue er a apresentar a UECE e as várias p ossi bi li d ad es d e coope ra çã o com o setor. Finalizou colocandose à disposição para qualquer esclarecimento. Debates O C oord e na dor Flá vi o Saboya recompôs a mesa, abriu os de ba te s, no q ua l

m anif esta ram -se: Sr. Franci sco (Titico) que disse ser conhecedor d as d if iculd ad es p e la s quai s passava a Universidade e falou do seu estudo em relação à posição das Universidades do Estado do Ceará no mundo (dentre as cem maiores estava a USP, mas a UECE não a parecia entre as dua s mil primeiras) e perguntou como via o desafio de tirar a UECE desse lugar para as cem primeiras. O Sr. Anibal Arruda falou do seu trabalho com os Professores Nunes e Artur, da UECE, sobre a utilização da bagana de caju e da carnaúba na ração para animais ruminantes. Lamentou q ue a U EC E nã o f or ma ta sse projetos inovadores como aquele par a o BNB e que os tr abal hos produzidos naquela instituição não se realizassem na prática. O Sr. José Maria Pimenta deu exemplo de v ár ia s pe rsona li da de s que influenciaram a evolução brasileira, por exemplo, Napoleão Bonaparte e Clóvis Ramalheiro. Perguntou se a U EC E ti nha condi ções d e implantar um programa arrojado de fertilização in vitro para a pecuária l ei te ir a d o Esta do d o C ea rá . O palestrante respondeu: que não iria colocar a UECE na perspectiva do mundo, e sim do Brasil; que fazer a gestão de uma universidade era muito complexo e a prática das pesquisas era uma opção dos seus autores e passava pela criação de políticas públicas voltadas para a interface do sistema produtivo e a universidade; que a maioria dos doutores do Estado do Ceará eram professores universitários; que a função estratégica da UECE para produção de desenvolvimento era negligenciada; que a UECE tinha o NIT, uma incubadora de empresas; que não tinha maiores informações sobre fertilização in vitro; que os desafios enfrentados para colocar a UECE no ranking foram muitos até atingir o 53º lugar no Brasil; que o Governador Cid Gomes anunciou recurso da ordem de 12,5 milhões por ano para investimento no UECE. O Professor Célio citou diversos trabalhos que já existiam na UECE sob re r açõe s e di sse que a Faculdade de Veterinária incubou uma empresa relativa à fecundação in vitro, cuja técnica era totalmente dominada. No segundo bloco de perguntas, o Deputado Hermínio R esend e ob se r vou q ue as U ni ve rsid ad es d esenvolv ia m pe sq uisas fa ntá sti ca s, mas não chegavam na ponta e perguntou o que estava faltando na interlocução

entre a universidade e o Poder Púb li co p ar a que a s polí ti ca s p úb li ca s pude ssem ocorr er, colocando-se à disposição como Pa rlam ent ar. O Sr. Edil son de C astr o (I nst it ut o Agr op ol os) pe rguntou se o p rob lem a d os professores foi resolvido. O Sr. José Maria dos Santos Filho disse que existiam medidas pontuais, com o a cri ação do ce nt ro d e G ua iúba p ar a ap li ca çã o da s pesquisas, mas também existia o p robl em a cul tura l. Pe rg untou como as pesquisas poderiam ser d ef init iv a me nt e ap l icad as a o homem do campo. O palestrante disse que a maioria da população atualmente era urbana e a política era de fixação onde houvesse mercado de trabalho; explicou o q ue ser ia p esquisa bá si ca , tecnológica e aplicada e lançou à r ef le xã o q ue m f ar ia o ci cl o completo da produção; que nunca as pessoas estavam satisfeitas com o que ganham, mas o grande ciclo de greves da UECE estava findo e a luta maior atualmente e ra p or b oa s condi ções d e trabalho. No terceiro bloco, o Sr. Francisco de Assis Bezerra Leite, sentiu falta das especificações do curso de geografia na UECE. Sr. Osvaldo Vieira pediu para falar da extensão e o elo coma cadeia produtiva e pediu os contatos. O Sr. José Almir de Sousa perguntou sobre o andamento do estudo sobre o sistema reprodutivo das cabras e se o produtor iria receber aquela tecnologia. O palestrante r el at ou toda a sua f or ma çã o acadêmica e linha de trabalho e p re st ou a inda d iv er sos esclarecimentos, entre eles: que o curso de Geografia da UECE se desenvolveu muito bem, assim como o seu mestrado e naquele semestre, o doutorado; que foi criado o doutorado em ciências do cli ma ; que nã o di sp unha d e informações técnicas suficientes para falar a respeito do sistema reprodutivo das cabras; que o Governo do Estado autorizou a realização de concurso público para 76 vagas em 2012 e em 2013, 146 vagas para reposição dos aposentados dos últimos seis anos. O Coordenador agradeceu ao palestrante, aos presentes e encerrou a reunião.

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