Manifestos
Definição (...)texto de natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um problema ou fazer a denúncia pública de um problema que está ocorrendo, normalmente de cunho político. O manifesto destina-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para uma determinada ação.
Estrutura Deve conter: - Título; - Identificação e análise do problema; - Argumentos que fundamentam o ponto de vista; - Local e data; - Assinaturas dos autores e simpatizantes da causa.
Características - Estrutura de dissertação; - Tom de conclamação; - A linguagem pode variar, dependendo de alguns fatores: a quem o manifesto é dirigido? onde será divulgado? em jornal, rádio, televisão? Costuma-se preferir a linguagem formal, com verbos no presente do indicativo ou no imperativo;
Características - Corpo do texto: o problema é identificado e analisado, apresentando-se argumentos que validem o que se diz. Como o texto é de caráter argumentativo (pretende convencer o leitor de algo), deve-se recorrer a argumentos sólidos;
Características - Local, data e assinaturas: tanto assinaturas das pessoas que participam na elaboração do texto como das que apoiam o que está sendo afirmado; - Título: indica o conteúdo do manifesto; - É diferente do abaixo assinado, pois não é uma reivindicação, mas uma declaração de intenções.
Forma
Oswald de Andrade, 1928
Forma
1952
Manifesto Futurista Filippo Marinetti| 1909 "9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher. 10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária. 11. Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas;(...)”
Manifesto Dadaísta Tristan Tzara | 1918 "Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmação também, eu não sou nem pró nem contra e não explico por que odeio o bom-senso" “A maneira de olhar rápido o outro lado de uma coisa, para impor indiretamente sua opinião, se chama dialética, ou seja, decidir no caraou-coroa sob uma aparência de seriedade. Se eu grito: Ideal, Ideal, Ideal conhecimento, conhecimento, conhecimento Boomboom, boomboom, boomboom”
Marcel Duchamp, 1917
“Para fazer uma poesia dadaísta: -
Pegue um jornal. Pegue uma tesoura. Escolha no jornal um artigo que tenha o comprimento que você deseja dar à sua poesia. - Recorte o artigo. - Corte de novo com cuidado, cada palavra que forma este artigo e coloque todas as palavras num saquinho. - Agite delicadamente. - Tire uma palavra depois da outra colocando-as na ordem em que você as tirou. - Copie-as conscienciosamente. A poesia se parecerá com você. E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo." Tristan Tzara
Manifesto Antropofágico Oswald de Andrade | 1928 “Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question (...) Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.”
Tarsila do Amaral, 1928
Manifesto da Bauhaus Walter Gropious | 1919 “Não há nenhuma diferença essencial entre artista e artesão, o artista é uma elevação do artesão, a graça divina, em raros momentos de luz que estão além de sua vontade, faz florescer inconscientemente obras de arte, entretanto, a base do ‘saber fazer’ é indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte de criação artística. Formemos, portanto, uma nova corporação de artesãos, sem a arrogância exclusivista que criava um muro de orgulho entre artesãos e artistas. Desejemos, inventemos, criemos juntos a nova construção do futuro, que enfeixará tudo numa única forma: arquitetura, escultura e pintura que, feita por milhões de mãos de artesãos, se alçará um dia aos céus, como símbolo cristalino de uma nova fé vindoura.”
Ornamento e Crime Adolf Loos | 1870 - 1933 "O ornamento é um desperdício de mão-de-obra e, por isso, um desperdício de saúde. Foi sempre assim, no entanto, hoje o ornamento também significa desperdício de material e ambos significam desperdício de capital." “Não admito o argumento de que o ornamento aumenta a alegria de viver (...) o ornamento não está mais relacionado organicamente com a nossa cultura, ele não é mais também a expressão da nossa cultura. O ornamento que é criado hoje, não tem nenhuma relação conosco, não tem de modo nenhum uma relação humana, nenhuma relação com a ordem mundial. Não é suscetível ao desenvolvimento.”
Manifesto de Alchimia Alessandro Mendini | 1984
“Per Alchimia il suo compito di gruppo che disegna è quello di consegnare agli altri una testimonianza del “pensiero sentimentale”. La motivazione del lavoro non sta nella sua efficienza pratica, la “bellezza” dell’oggetto consiste nell’amore e nella magia con cui esso viene proposto, nell’anima che esso contiene. Per Alchimia l’uomo e la donna di oggi vivono in stato di turbolenza e di squilibrio, ma sopratutto la caratteristica della loro vita è quella del “dettaglio”: frammenti organizzativi, umani, industriali, politici, culturali…”
Kandissi Sofa, 1978c
Ettore Sottsass, 1981
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