TCC - Realidade X Irrealidade - Construção da Percepção Ambígua do Martim Cererê

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ARTES VISUAIS CURSO DE DESIGN DE AMBIENTES

LUAN HENRIQUE DA CONCEIÇÃO MAIKSON ALVES DE SOUSA RIBEIRO

d i a e l E R a D

reALiDADe X IrREALidADe:

X

a E I R r a L I d D e: Construção da percepção ambígua do Martim Cererê

Goiânia - GO 2017


FICHA CATALOGRÁFICA CONCEIÇÃO, Luan Henrique da; RIBEIRO, Maikson Alves de Sousa. 2016 REALIDADE X IRREALIDADE: Construção da percepção ambígua do Martim Cererê – Goiânia, GO: Design de Ambientes/ UFG, 2017. 75p.: ll. – (Trabalho de Conclusão de Curso II – Curso de Design de Ambientes, Universidade Federal de Goiás).

1. Design de Ambientes 2. Centro Cultural Martim Cererê 3. Ambiguidade 4. Intervenção Urbana 5. Design Emocional.

© 2017 Todos os direitos autorais reservados a Luan Henrique da Conceição e Maikson Alves de Sousa Ribeiro. A reprodução de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita com autorização por escrito dos autores. Endereço¹: Rua Ouro Preto Qd.31 Lt.22 Bairro Capuava - Goiânia - Goiás Fone (062) 981715624; Celular; E-mail: luan.conc@gmail.com Endereço²: RuaRB-08, Qd 05 Lt28 - Setor Recanto do Bosque - Goiânia - Goiás (Casa 2) Fone (062) 981233636; Celular (0xx) 62; E-mail: maiksonsr@gmail.com


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ARTES VISUAIS CURSO DE DESIGN DE AMBIENTES

LUAN HENRIQUE DA CONCEIÇÃO MAIKSON ALVES DE SOUSA RIBEIRO

d i a e l E R a D

X

reALiDADe X IrREALidADe:

a E I R r a L I d D e: Construção da percepção ambígua do Martim Cererê

Relatório final da monografia apresentada à Universidade Federal de Goiás como exigência para obtenção do título de bacharel em Design de Ambientes.

Orientadora TCC-I: Profª. Dr. Carolina Ferreira da Fonseca Orientadora TCC-II: Profª. Ms. Camila Arantes

Goiânia - GO 2017


Dedicamos esta monografia à todos os indivíduos que se encontram em estado de dúvida, que buscam sua afirmação, que acreditam na complexidade da existência e na conspiração e que, infelizmente, podem se sentir descontentes por não se encaixarem em um padrão.

vIVA à DiVErSIDADe, à CONFuSão e À GriTaRIA!

Agradecemos, em primeiro lugar, às mães, figuras de

Ao designer gráfico Luís Augusto Araújo de Sousa,

força que nos apoiam sempre.

por nos ajudar a conceber representações.

Ao Movimento Estudantil (N_Goiânia 2014, seintegra! e

À corretora, amiga e tradutora

Ocupa Fav) por proporcionar um espaço de encontros,

Luciana Paula Rosa do Santos.

convivência e construção. Às amigas, colegas parceiras de assalto da turma da FAV. À professora, amiga e orientadora do TCC 1 Carolina Fonseca - pela imensa ajuda.

À professora, amiga e orientadora Camila Arantes por nos acolher no TCC-2.

À todas as condições problematizadoras da realidade.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ARTES VISUAIS CURSO DE DESIGN DE AMBIENTES

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso: REALIDADE X IRREALIDADE: Construção da percepção ambígua do Martim Cererê, elaborado por Luan Henrique da Conceição e Maikson Alves de Sousa Ribeiro, como exigência para obtenção do título de Bacharel em Design de Ambientes.

COMISSÃO EXAMINADORA:

_______________________________________________________________ Prof. Ms. Laila Beatriz da Rocha Loddi (Professora, UEG)

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Carolina Ferreira da Fonseca (Professora, UFG)

_______________________________________________________________ Prof. Ms. Camila Arantes de Melo (Orientadora, UFG) Goiânia, 07 de dezembro de 2017


moNOgrafiA

Final Report/Monography

Curso de Design de Ambientes

Curso de Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás

Universidade Federal de Goiás

REALIDaDE X IRREALIDADE: Construção da percepção ambígua do Martim Cererê

Autores:

Authors:

Luan Henrique da Conceição

Luan Henrique da Conceição

Maikson Alves de Sousa Ribeiro

Maikson Alves de Sousa Ribeiro

Orientadora:

Supervisor:

Prof. Ms. Camila Arantes

Professor M.A. (Master of Arts) Camila Arantes

Data e local da defesa:

Presentation Date and Place:

Goiânia, 07 de dezembro de 2017

December 7th, Goiânia-GO, Brazil.

RESUMO

ABSTRACT

A capacidade de criação e imaginação do ser humano,

The capacity of creation and imagination of the human

em especial, do designer, encontra muitas referências

being, especially the designer, finds many references

na contemporaneidade, o que pressupõe aspectos

in the contemporaneity, which presupposes quite

bastantes funcionais, encontrados na rotina diária.

functional aspects, found in the daily routine. Problems

Problematizando como o indivíduo percebe o espaço,

of how the individual perceives the space, we will use

usaremos uma investigação bibliográfica, uma análise do

a bibliographical research, a space analysis and Design

Centro Cultural Martim Cererê (CCMC) – espaço goianiense

methodologies, to create an urban intervention in

localizado no Setor Sul – e metodologias de Design,

three places in the city. The space analysis will be on

para criar uma intervenção urbana em três locais que

Centro Cultural Martim Cererê (CCMC), a cultural space

venha (des)construir as (im)possibilidades, baseada na

in Goiânia, Goiás State, Brazil. This intervention will

experiência humana, tanto individual como comunitária,

make possible, through human individual and community

mediadas pelo espaço, uso e significação; utilizando

experience, mediated by space, its use and significance,

ferramentas baseadas na confusão, na ambiguidade e no

using tools based on confusion, ambiguity and emotional

design emocional.

design.

Palavras-chave:

Keywords:

Design de Ambientes, Centro Cultural Martim Cererê,

Environment Design, Perception, Ambiguity, Urban

Ambiguidade, Intervenção Urbana, Design Emocional.

Intervention, Emotional Design


Lista de Figuras e Quadros Figura 1 Figura 2

Abrigo de pescador depois da chuva, séc 12 ou 17, autor desconhecido Fita de Moebius II (Formigas) - Escher (1963)

15 16

Figura 3

Relatividade - Escher (1953)

16

Figura 4 Figura 5 Figura 6 Quadro 1 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Quadro 2 Quadro 3 Figura 26

Localização CCMC: Ruas e Quadras (1953) 11º Grito Rock Mapa de Uso do Solo Análise ao longo do tempo, CCMC Planta baixa com setores Entrada lateral do Mutirama Brinquedo Twister Quebrado Praça do Trabalhador e Antiga Estação Ferroviária Empresa atuando contra os ratos Intervenção de Pet feita pelo artista Eduardo Srur Os três pontos de implantação e sua triangulação Praça Cívica: Eixos Estruturais Entorno: Praça Cívica Praça do Cruzeiro: Eixos Estruturais Monumento do Cruzeiro do Sul Entorno: Praça do Cruzeiro CEPAL do St. Sul: Eixos Estruturais Fachada Entorno: CEPAL do St. Sul Mapa mental 1: Mecanismos de Ilusão Mapa mental 2: Ilusão Beco da Codorna Beco da Codorna Figuras de Linguagem como programa de necessidade Cor Projeto Quatro Vigas, do arquiteto brasileiro Solano Benitz

17 17 17 18 19 20 20 20 20 22 22 22 22 22 22 24 24 24 24 25 25 26 26 27 28 29

Figura 27

Obra e Instalação Unity, do Artista Bohyun Yoon

29

Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Quadro 4 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55

Obra Emulsifier, do Artista Thomas Medicus Obras da Fotógrafa e Designer Gráfica Lara Willians Fotografias e performances de Ana Mendieta Obras do Artista Hans Breder (1935) Imagem formada com um espelho plano Fórmula da angulação de espelhos planos e número de imagens Cronograma Figura Semântica: Fotomontagem Luís Araújo Esqueleto do Objeto Semântico Vista Interna do Objeto Semântico Vista Externa do Objeto Semântico Uso do Objeto Semântico Estudo da Forma: 180° Estudo da Forma: 90° Estudo da Forma: 45° Primeira Malha- Estudo Layout dentro da caixa d’água Insígnia de Sakura Card Captors Círculo alquímico de Fullmetal Alchemist Círculo alquímico da água de Fullmetal Alchemist Novos Layouts Implantação Praça Cívica Implantação - Praça do Cruzeiro Implantação - Cepal Layout com Setores Vista Explodida Ser Objeto, Caixa D’agua Ser Objeto, Fantasma Ser Objeto, O anjo Visualização Tridimensional

31 31 31 32 33 33 35 36 36 36 36 37 37 37 37 37 38 38 38 38 39 40 40 40 41 42 43 43 43-48


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

12

2.1 Da função à emoção:

12

uma contextualização histórica sobre a forma e o Design 2.2 A percepção humana: suas dinâmicas e impasses

13

2.3 Interpretar espaços: criar (in)realidades.

15

2.4 O Centro Cultural Martim Cererê

17

2.4.1 CCMC: uma breve história sobre a temporalidade espacial

18

2.4.2 Ao mesmo Tempo: Espaços públicos similares ao CCMC

20

2.4.2.1 O Mutirama

20

2.4.2.2 A Praça do Trabalhador ou Antiga Estação Ferroviária

21

2.5 Os três locais de implantação – Triangulação

22

2.5.1 Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira - Praça Cívica

23

2.5.2 Praça Comendador Germano Roriz - Praça do Cruzeiro

23

2.5.3 CEPAL do Setor Sul

24

3 . METODOLOGIA

25

3.1 Mapa Mental

25

3.2 Público-Alvo

26

3.2.1 O Beco da Codorna

26

3.3- Programa de necessidades representativas

27

3.4 As Cores

28


3.5 Análise de Similares

28

3.5.1 Ambientes Emocionais - Projeto Quatro Vigas

28

3.5.2 Fragmentação da Imagem e representação 3D: Instalação Unity

29

3.5.3 Fragmentação da Imagem e impressão 3D: Obra Emulsifler

30

3.5.4 Espelhos: Fotografias de Laura Willians

31

3.5.5 Espelhos: Fotografias e Performance de Ana Mendieta

31

3.5.6 Espelhos: Fotografia de Hans Brender

32

3.6 Materiais, Estratégias e Tecnologias

32

3.7 Esfera Semântica: Mood Board.

36

3.8 Estudos da Forma

37

3.9 Croquis

38

4. Partido Adotado: Implantação, Conceito, Produto e Descrições

4.1. Expressão 3D e Renderizações

39

44

5. Considerações finais

49

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

50

Apêndice 1: Croquis

52

Apêndice 2: Caderno Executivo

55


1in

t

r

~ D u A o O ç

in t r o d u Ç a ~O

A percepção humana, dentro do princípio da modernidade,

A temporalidade do espaço, sua existência e o significa-

1

desdobrou-se em uma esfera funcionalista , configuran-

do para o ser humano vão de encontro com o descaso ad-

do um pensamento racional, no qual as experiências e

ministrativo de diversos espaços goianos, que ao longo

sensações são da ordem da velocidade e precisão sistê-

de décadas demonstram diversas performances de (in)

mica, limitando os sentidos à soberania da visão, negli-

existência espacial. Exemplos destes são CCMC, o Parque

genciando os demais (Pallasmaa, 2001).

Mutirama e a Praça do Trabalhador. Ainda assim, a comu-

2

nidade consegue reconfigurar estes espaços a partir Os cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfa-

da quebra de verticalização pela própria (re)existência,

to) operam em uma relação entre receptores e trans-

como o Beco da Codorna, atualmente transformado em

missores; alguns, estimulados ao longo da vida e outros,

museu de arte urbana.

deixados por um processo de higienização social; como por exemplo, o paladar, o tato e olfato que passam por

Para a realização deste trabalho, faz-se necessária a

momentos “desagradáveis”. (Hall, 2005)

investigação dos mecanismos e processos humanos que sintetizam a percepção, a pesquisa de estratégias ge-

A contemporaneidade problematiza tal pensamento, en-

radoras de ambiguidade e a criação de uma atmosfera

tre forma-função e forma-emoção; assim Desmet (2002)

caótica baseada no CCMC, concretizada em uma instala-

e Gombrich (1909) focam em aspectos mais subjetivos

ção no entorno deste centro cultural, discutindo como

da (in)formação humana, colhida ao longo da vida pela

diversos grupos percebem tanto o centro cultural como

faculdade do aprendizado cognitivo e pela cultura.

o entorno espacial.

Com base nisso, a ambiguidade é pretexto deste traba-

O estudo das (im)possibilidades e ambiguidades são

lho, aplicando-se aqui, estratégias de representações

colhidas neste trabalho através de pesquisas bibliográ-

“impossíveis” na ordem do espaço físico e na ordem hu-

ficas e representações diversas: partindo das gravuras

mana, usando os sentidos, articula-se assim uma esfera

de Escher (1953), em suas construções de espaços (im)

conturbada, referenciada pela história do Centro Cul-

prováveis e a fluidez cíclica de seres como paginações;

tural Martim Cererê (CCMC) e diversos espaços memoriais

pela reflexão da memória do espaço,pela análise de

goianienses.

similares, por tecnologias da imagem e pelo processo de crença, reflexos destas séries de análises.

1

2 Performance: Modo como alguém, se comporta ou atua na

Os teóricos funcionalistas compreende a sociedade como um grande sistema, onde cada indivíduo ou núcleo

execução de alguma coisa; desempenho. (Dicionário Dicio,

desempenha uma função, comparada a uma grande máquina

disponível em: <https://www.dicio.com.br/performance>.

com suas diferentes engrenagens. (Info-Escola, disponível

Acesso 16/11/2017)

em: <https://www.infoescola.com/sociologia/funcionalismo>. Acesso 16/11/2017)

10


Os resultados dessas pesquisa serão três instalações,

Como hipótese, trabalhamos com ferramentas opositivas

sendo que, em cada uma delas haverá uma série de obje-

como realidade-virtualidade e certeza-incerteza, atra-

tos interativos que remete a três fases históricas do

vés do design emocional, ressaltando aspectos físicos,

CCMC (Quadro 1). As três instalações serão implantadas

históricos e sensoriais do CCMC, a fim de conscientizar

ao mesmo tempo, na Praça Cívica, na Praça do Cruzeiro e

a população funcionalista e/ou ociosa quanto ao pro-

no CEPAL do Setor Sul, lugares escolhidos devido a uma

cesso de higienização e (in)visibilização da cidade, de-

triangulação geográfica, na qual o CCMC é o ponto cen-

monstrando que a forma vai além do exercício da função

tral, e também pelo fato de serem locais de alto tráfego

confundindo a interpretação humana.

4

de pessoas, o que pode contribuir para a visibilidade do CCMC. Nos últimos dias de exposição, conforme o crono-

A motivação deste trabalho deu-se pelas composições

grama (Quadro 4), as cúpulas da Praça do Cruzeiro e do

poéticas da contemporaneidade que pretendem contur-

CEPAL serão desmontadas e levadas à Praça Cívica para

bar e/ou aguçar a percepção; operando como desautoma-

dar unidade à narrativa da instalação.

tizadoras da operacionalidade humana.

Cria-se assim, coisas para serem coisas… Que deixam de ser coisas… Ilusões/ simulações; mapas-mentais, esferas semânticas, figuras fluidas, pontiagudas, convergentes e divergentes, dentro de diversas inspirações e interpretações; propondo assim, uma intervenção urbana em Goiânia, motivando a horizontalidade espacial e discussão sobre o CCMC quanto a suas próprias representações, 3

gerando uma metalinguagem .

3 Metalinguagem: Figura de linguagem que fala da própria

4 Ócio: Ausência de ocupação; falta de trabalho; ociosidade.

linguagem. (Portal Significados, disponível em: <https://www.

(Dicionário Dicio, disponível em: <https://www.dicio.com.br/

significados.com.br/metalinguagem>)

ocio>. Acesso em: 16/11/17)

11


2-

FuNdAMEn tAÇão fUnDameNtaÇÃo

TEóRICA

Neste capítulo, apresenta-se os fundamentos teóricos que norteiam o trabalho: com informações sobre Design emocional, os 5 sentidos e a interpretação. Uma análise diacrônica e sincrônica do Centro Cultural Martim Cererê ao longo do tempo e ao mesmo tempo; despertando interpretações ambíguas que nos fazem refletir. Por fim, contextualiza-se a intervenção urbana e os três locais de implantação, propondo conceitos de (In)visibilidade geográfica e a reflexão sobre o espaço.

2.1 Da fuNçãO à eMoção – uMA conTexTUaliZAçãO históricA Sobre A fOrMa e O DesigN

A área do Design pode ser determinada por duas linhas

Desmet (2002) estudou como a aparência de um produto

de pensamento: a primeira, o funcionalismo, surgido no

pode evocar emoções. Utilizou, para o desenvolvimento

séc. 19 e propagado ao longo do séc. 20, pode ser com-

de sua pesquisa, a Appraisal Theory (Frijda, 1986; Lazarus,

preendido, grosso modo, na frase proferida por Louis

1991), que propõe que as emoções são respostas automá-

Sullivan: “A forma segue a função”. Foi a fase moderna

ticas do usuário em relação ao efeito de um produto sob

do Design, na qual predominou como ponto determinante

seu bem-estar.

para a criação, concepção e análise de um artefato-objeto, a função. Desenvolvido na teoria e na prática pela Bauhaus, na Escola Superior de Design de Ulm e no

Complementando esse raciocínio, Norman (2004) focou

movimento chamado Die Gute Form (A boa forma) que, em

seus trabalhos na maneira como as pessoas lidam e uti-

português, se conhece como “bom design” (BURDEK, 1994).

lizam as informações e a influência desse processo nas emoções, identificando três níveis de processamento,

A segunda linha de pensamento do Design é o período

sendo o primeiro, o nível visceral (relacionado à per-

contemporâneo, com momentos de consolidação, mudan-

cepção direta); o segundo, o comportamental (relativo

ças e questionamentos, na qual a percepção dogmática

ao uso); e o terceiro, o reflexivo (partindo de pensa-

do pensamento que o antecede é reformulada e comple-

mento consciente). Propôs, a partir de seus estudos, que

mentada para que designers remodelam seus processos

o Design poderia seguir três diferentes estratégias:

em busca de produzir resultados que (re)configurem a

design para aparência (ou design visceral), design para

poética dos objetos, desenvolvendo o lado emocional,

conforto/facilidade de uso (design comportamental) ou

que até então era realizado intuitivamente.

design para significado reflexivo (design reflexivo).

12


Para exemplificar essas influências que o objeto pode

Pallasmaa (2001) demonstra como a percepção tem ca-

tensionar nos usuários e a maneira que elas se propagam,

ráter diverso e a subjetivo; como nos relatos de Peter

tem-se o relato de Norman (2004) a respeito do espre-

Ostwald em seu livro Soundmaking (1963). Este relata a

medor do designer Phillip Starck, clássico objeto para

ambiguidade de interpretações de um som modificado/

se discutir o assunto:

mascarado em nove decibéis de ruído branco aplica-

5

dos em pacientes em um hospital de doenças mentais. O espremedor era realmente sedutor. Eu o vi e, ime-

As interpretações sobre este som são diversas: vozes

diatamente, passei pela sequência de respostas tão

humanas, maquinário fabril, e instrumentos musicais

adoradas por comerciantes: ‘uau, eu quero’, disse para

(OSTWALD, 1963).

mim mesmo. Só então perguntei: “O que é? Para que serve? Quanto custa?”, concluindo com: “Vou comprar”,

Santaella (1998) explica que o problema da percep-

o que fiz. O espremedor é de fato bizarro, mas adorá-

ção tem despertado interesse nos últimos tempos

vel. (Revista Clichê, disponível em: <http://www.revis-

devido ao impulso dos recentes estudos promovidos

tacliche.com.br/2013/08/o-design-que-te-seduz> 2013)

pelas ciências cognitivas, além de mudanças no tipo de aproximação que se tem buscado dar à percepção.

Os pontos citados acima servem de diretrizes para o desenvolvimento de projetos que ultrapassem essas

No século 20, surgiram várias teorias da percepção que

linhas, até então intuitivas, e motiva a uma descons-

demonstram a tendência dominante de reduzir os pro-

trução do pensamento de Louis Sullivan. Servem também

cessos de interpretação, dando exclusividade ao visual,

para enfatizar que, no mundo contemporâneo, a forma

em detrimento dos demais sentidos. A principal razão

não é apenas função, mas também emoção; esta última

parece estar relacionada ao fato de que pesquisas em-

tem sua parcela de importância no Design, passando por

píricas revelam que 75% da percepção humana é visual.

múltiplos processos, correspondendo ao envolvimento,

Os outros 20% são relativos à percepção sonora e os

aceitação, representação e a simbolização do objeto.

5% restantes a todos os outros sentidos, ou seja, tato,

Forma é emoção, expressão, subjetividade, é um desenca-

olfato e paladar (SANTAELLA, 1998). Um indicativo de tal

deamento de significados.

estudo é a manifestação moderna de Le Corbusier apresentada por Pallasmaa (2002):

2.2 A PERCepção hUMANA:

Eu existo na vida apenas se posso ver. O homem vê a

suas DInâMIcas E ImpASSeS

criação da arquitetura com seus olhos, que estão a 1 metro e 70 centímetros do chão. A arquitetura é uma

Para entender o processo de percepção humana, devemos

coisa plástica. Chamo de plástico aquilo que é visto e

entender: a natureza do ser, os sistemas receptores do

medido pelos olhos (Pallasmaa, 2011, p. 26 apud CORBU-

ser, a influência da cultura e as manipulações de signi-

SIER, 1959).

ficados (HALL, 2005).

5 Ruído branco: é um tipo de ruído produzido pela combinação simultânea de sons de todas as frequências. Definição disponível em: <https://annaraimondo.files. wordpress.com/2013/04/forder-ruido-branco-130331-af.pdf>.

13


O arquiteto sintetiza assim um sintoma da percepção,

para uma possível dominância de alguns sentidos – visão

devido à centralidade do globo ocular, que culminou na

e audição – sobre os outros, está diretamente ligada à

secundarização dos outros sentidos, dentro do processo

histórica criação dessas ferramentas, que podem ser ex-

de percepção. Hall (2005) afirma que existem alguns fa-

tensões potencializadoras dos sentidos, exemplo dessa a

tores hierárquicos dos receptores visuais que compõem

câmera fotográfica.

também uma relação de poder sobre a percepção; a velocidade e complexidade do sistema ocular são parâmetros

Pallasmaa (2001) também conclui algo em proximidade

de transmissão e captação de informações.

explorando Ong (1991), com criações geradoras de uma nova oralidade, como a fala e a escrita, partindo à

A visão e a audição, de acordo com Santaella (1998), são

explorar o espaço “a mudança do discurso oral para o

sistemas mais apurados, devido a sua ligação cerebral;

escrito foi essencialmente uma transposição do espaço

estes, definidos como verdadeiros órgãos codificadores

sonoro para a o visual” (Pallasmaa, 2001, p. 36).

e decodificadores das informações emitidas, realizando assim parte da tarefa que seria de responsabilidade do

Com as modificações e influências da nossa cultura,

cérebro, em divergência aos outros sentidos, que são

temos uma considerável queda na utilização de alguns

buracos ligados às vísceras, sendo sentidos mais visce-

mecanismos receptores, como por exemplo o tato e o

rais – corporais, vagos, difusos, mais sensoriais, o que

paladar. Somos acostumados a perceber os espaços com

não quer dizer que esses não são capazes de criar for-

os receptores de forma mais higiênica, enquanto uma

mas de pensamentos ou quase pensamentos, que lhes são

criança interage com o espaço em grande parte com o

próprias (SANTAELLA, 1998).

tato e o paladar (Hall, 2005).

Hall (2005) ainda classifica os receptores do ser huma-

Incentivos para o uso de outros sentidos partem do

no (os sentidos) numa relação dimensional entre distân-

trabalho da artista Lygia Clark (1960), com sua série de

cia e proximidade, classifica-os assim como: receptores

obras chamada Bichos , estes seres articulados compos-

remotos (olhos, ouvido e nariz) e receptores imediatos,

tos de placas de alumínio com dobradiças, proporcio-

(pele e músculos). Cada um desses receptores configura

nando maleabilidade das formas convidado o usuário a

uma esfera da composição do ambiente: visual, auditiva,

experimentar a obra com o tato.

6

química/olfativa, térmica e tátil. Deste modo, entender esses receptores ou órgão decodificadores pela relação

Assim, percebe-se que o processo de cognição passa por

entre distância e velocidade, tanto dentro do indivíduo

uma extensa cadeia de fatores colaborativos, palpáveis

(biologicamente), como do ambiente, é fundamental para

de aspectos relacionais do corpo com o ambiente (os

a criação do espaço, sendo este real ou virtual.

sentidos e suas informações) e do corpo com a mente (interpretação).

Em contextos históricos, a atualização dos moldes de comunicação e/ou ferramentas extensoras dos sentidos

6 Bichos: série de 1960, de Lygia Clark, são objetos com

acompanha a contemporaneidade, o que implica em novos

dobradiças metálicas manipuláveis. Youtube, disponível em:

embasamentos para a criação de novos discursos, geran-

<https://www.youtube.com/watch?v=lfitsC4m_dY>, Acesso

do assim impacto econômico, social e político Pallasmaa

20/11/17

(2001). Conforme Santaella (1998), a principal conclusão

14


2.3 InterpReTaR EspAçOS E cRiar (in)rEALIDaDEs

Anteriormente, observamos que a cultura é o ponto

Este ainda apresenta o mesmo processo operando pela

chave para a interpretação. A projeção de experiências

audição, como escutar o rádio do inimigo durante a

e ditados reverbera na mente, sendo ponto de partida

guerra e entender uma informação do que é falado:

para o processo da reflexão: Estive empregado, durante seis anos, pela BBC, no “Serviço de Monitoração” ou posto de escuta, no qual

Aquilo que chamamos de contexto mental pode ser, precisamente, aquele estado de prontidão para come-

mantínhamos sob a vigilância constante as trans-

çar a projetar, para lançar os tentáculos de cores-

missões radiofônicas de amigos e inimigos. Foi nesse

-fantasmas e imagens-fantasmas, que sempre adejam

contexto que comecei a compreender a importância da

em torno das nossas percepções. (GOMBRICH, 1909 p.

projeção dirigida do material simbólico. Algumas das

189)

transmissões que nos interessavam eram, por vezes, apenas audíveis, e tornou-se uma verdadeira arte de

Em seu livro Arte da Ilusão, Gombrich (1909) demons-

interpretar aqueles poucos sopros de fala, que era,

tra como essas projeções de informações direcionam

a rigor, tudo o que tínhamos nos cilindros de cera

à interpretação do espectador, ou tentativa, como

em que essas emissões eram gravadas. Foi então que

na Figura 1, que com borrões e manchas dentro de um

aprendemos até que ponto os nossos conhecimentos

quadro tem-se uma paisagem nebulosa pela ausência de

ou nossas expectativas influenciam a nossa audição.

tinta ou interrupção da forma:

(GOMBRICH, 1909, p. 171)

A ideia de interpretar algo é validada por Gombrich (1909), a partir da ideia de tentativa/convicção, palpite/reconhecimento; no entanto, algumas questões emergem nesse contexto: como interpretar quando nos deparamos com figuras abstratas? Como nossa mente evoca o desconhecido? Como esse desconhecido pode ser reconhecido? Por fim, o autor cita um tratado chinês de arte:

[t]odos estão acostumados a ver cavalos e cães, uma vez que encontram diariamente. Reproduzi-los é muito difícil. Por outro lado, demônios e seres espirituais não têm forma definida, e, uma vez que ninguém os viu, é fácil pintá-los. (GOMBRICH, 1909, p. 229)

Ainda assim, Gombrich (1909), discorre sobre o poder de expressão da arte do Extremo Oriente, como as figuras Figura 1: Abrigo de pescador depois da chuva - Séc. 12

se expressam em poucos detalhes, traços e invisibilida-

ou 17: autor desconhecido. Fonte: Arte e Ilusão, Gombrich

des, entre uma técnica de sutileza e precisão.

(1909)

15


Entre a crença de “crer é ver” e “ver para crer” ex-

Gombrich (1909) afirma que o olhar único e a interpre-

planada pelo autor, sobre o poder da imaginação e a

tação precisa não passam de uma mera ilusão, operando

interação do homem com seus tentáculos captadores

dentro da perfeição e clareza, nos cegando diante de

de informação, entramos numa dimensão oculta, onde a

novas configurações, cancelando a capacidade de imagi-

adivinhação passa por diversos sistemas intra e extra

nar objetos improváveis.

individuais. Caminhemos assim por pontos obscuros da ambiguidaGuatarri (1992), em seu livro Caosmose, discorre sobre

de, ponto de partida para o entendimento do espaço na

7

a produção dessa subjetividade; plural e polifônica ,

subjetividade humana e na polifonia. Algo que tomamos

8

termos de Bakhtin (2009); que não dominam e nem pro-

consciência apenas quando entendemos que aquilo pode

duzem um significado, que guiam a uma casualidade, uma

ser mais de um, que passa de uma interpretação para

incerteza ou ambiguidade, como nas obras de Escher, que

a outra. Dentro da múltipla capacidade das coisas, ad-

evocam conceitos que vão desde perspectivas incomuns,

quirem um significado, tornando-se um signo. Com esse

lugares improváveis, à ciclos infinitos, afirmando uma

entendimento, analisemos o CCMC em sua subversivida-

identidade gráfica realista contraposta ao virtual. O

de

10

e dicotomia, que incita à confusão.

artista funde sólidos geométricos improváveis como a fita de Moebius em suas ilustrações (Figuras 2 e 3).

Descrevendo seu trabalho, Escher também é extremamen9

te paradoxal : Figura 2: Fita de Moebius II (Formigas) – Escher (1963). Nas minhas gravuras eu tento mostrar que vivemos em um mundo belo e ordenado, e não em um caos sem regras. Eu não consigo deixar de brincar com nossas certezas estabelecidas. Tenho grande prazer, por exemplo, em confundir deliberadamente a segunda e terceira dimensões, plana e espacial, e ignorar a gravidade. (Escher, O Mundo Mágico, 2011, p. 11)

7 Polifonia: Palavra que provém do grego que significa muitas vozes. (Dicionário Dicio, disponível em: <https://www. dicio.com.br/polifonia>. Acesso em: 20/11/17)

Figura 3: Relatividade - Escher (1953).

8 Mikhael Bakhtin: Filósofo e pensador russo (1895-1975) precursor de conceitos da linguagem interativa mediada pelo diálogo. (Portal Nova Escola, disponível em: <https://

10 Subversivo: que ou aquele que age de maneira a perturbar,

novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-

tumultuar as instituições, que é contra a ordem e deseja

do-dialogo>. Acesso em: 20/11/17)

o caos e a anarquia; perturbador, agitador; que incita a subversão ou revolução. (Dicionário Dicio, disponível em;

9 Paradoxal: aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.

<https://www.dicio.com.br/subversivo/>)

(Dicionário Dicio, disponível em: <https://www.dicio.com.br/ paradoxo/>. Acesso em: 20/11/17)

16


2.4 o CENTro culTuRaL MARtim cErErê

O Centro Cultural Martim Cererê localiza-se à Rua

Fundado em 20 de outubro de 1988 (um ano após o aci-

94A, quadra F18, próximo à Praça Cívica, no Setor Sul

dente radiológico em Goiânia), é berço de grandes

(Figura 4), um dos primeiros bairros de Goiânia, com

festivais de música, como o Bananada, o Vaca Amarela e

praticamente todas as áreas edificadas. Em seu en-

o Grito Rock; frutos de produtoras culturais da região.

torno há vias estruturais de grande fluxo, como a

Na atualidade, recebe shows de gêneros como rock e rap

Rua 84 (ligando a Praça Cívica à Praça de Cruzei-

(Figura 5), bem como outras atividades culturais/educa-

ro), Rua 83 (ligando a Praça Cívica à Praça Genaro

tivas.

Maltes), e Rua 86 (ligando a Praça Genaro Maltes à Praça do Cruzeiro). O espaço foi tombado pelo Decreto n° 1.136, de 4 de abril de 1997 pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbanístico (SEPLAN) sobre a sua carga memorial, reflexos do uso como reservatório de água que abasteciam o Setor Central e o envolvimento com a ditadura militar na cidade. Figura 6: Mapa de Uso do Solo (Rocha, 2011).

Rocha (2011), em sua monografia Complexo Cultural Martim Cererê, descreve como se deu a ocupação do Setor Sul, alegando que a mesma aconteceu de maneira mais efetiva, por volta da década de 50 e seguindo o Plano de Urbanização de Goiânia e o Decreto-Lei 2.104, de 27 de julho de 1937. Ela cita Manso (2001), sobre a organização física do setor, com o terreno pouco acidentado, de topografia suave e uma ligeira inclinação para o fundo Figura 4: Localização CCMC. (acervo pessoal)

de vales/parques, que são limites, segundo a ideia de organização de cidades jardins.

Apesar de localizar-se em um bairro com características residenciais, o entorno do centro cultural apresenta uma grande porcentagem de edificações com atividades comerciais, contudo, é marcado pela presença das poucas casas que ainda existem no setor (Figura 6), pequenas praças em suas laterais e a Escola Penitenciária, Centro de Excelência do Sistema de Execução Penal. Figura 5: 11º Grito Rock.

17


Local emblemático dentro do cenário goiano-nacional,

O CCMC é explorado por diversos discursos de (in)

misterioso em seu discurso de histórias imprecisas, o

existência, sendo um deles relativo à manutenção do

CCMC gera conflito entre o que é real para o espaço e

seu espaço. Fechado durante de 1 ano e 10 meses para a

o que é irreal, sendo assim um dispositivo de ambigui-

realização de uma manutenção, em uma reportagem para

dades e sensações extremas. Atualmente, o portal Curta

o Jornal Opção em 2013, segundo secretário da época,

Mais publicou um texto de Caio Miranda com o título “13

Gilvane Felipe, “Era perigoso alguém até tomar um cho-

lugares mal-assombrados em Goiânia”, no qual cita o

que lá, por causa dos problemas estruturais e elétricos.”

centro cultural: O Centro Cultural (Figura 7) conta com uma bilheteria 11

Apesar de nunca confirmadas oficialmente (com nomes

em laranja, um bar: Karuhá , com 167m; dois teatros: Py-

dos envolvidos), muitas lendas acerca da Ditadura

guá

Militar têm lugar nas caixas d’água que hoje são os

conjuntos de banheiros; um anfiteatro – Ytakuá , com

teatros. Apesar disso, alguns funcionários e frequen-

717.81m²; banheiros públicos de cinco boxes cada, tota-

tadores garantem já terem ouvido gritos e movimen-

lizando 91.9m² e área de administração com 65.86m . Em

tos estranhos por lá durante a noite. Há quem diga,

sua totalidade, a área do centro cultural atinge 4796,62

inclusive, que as luzes e sons do teatro começam

m , sendo 1626,81m² edificados.

12

13

e Yguá , ambos com 289m², com um camarim e dois 14

2

2

a funcionar sozinhos de vez em quando (Curta Mais, disponível em <http://www.curtamais.com.br/goiania/

11 Karuhá: Lugar de comer. Dicionário Xavante (Rocha, 2011)

13-lugares-mal-assombrados-em-goiania> 2017 )

12 Pyguá: Caverna de águas. Dicionário Xavante (Rocha, 2011) 13 Yguá: Lugar de guardar água. Dicionário Xavante (Rocha, 2011) 14 Ytakuá: Buraco na pedra. Dicionário Xavante (Rocha, 2011)

2.4.1 CCMC: uma breve história sobre a temporalidade espacial Quadro 1: Análise ao longo do tempo, CCMC. Análise do Local Fatores Período

Surgimento

Contextualização histórica

Utilização do local

Fatos

Fundação do reservatório de água. (?)

Caixa d´água –

Tombamento Memorial pelo Iphan

do local

Abastecimento da rede hidráulica da região central de Goiânia

De 1964 à 1985

Ditadura Militar 1964 - 1985

Indícios de que eram utilizadas

Tombamento Memorial pelo Iphan

como câmaras de tortura Fatos não confirmados 1987 Acidente radiológico com o Césio 137, em 13 de setembro de 1987

De 20 de outubro de 1988 até hoje

O local já era utilizado espo-

Coletânea de Jornais com reporta-

radicamente por alunos para a

gens de incentivo à cidade, após a

realização de ensaios

tragédia

Re-estruturação de Goiânia pós-desastre/ Centro cultura para realização 1988 - Inauguração do espaço como Centro Cultural Martim Cererê

O então secretário da Cultura, o

de shows, peças apresentações

escritor Kleber Adorno, quis apro-

e feiras culturais.

veitar o local das antigas caixas d’águas da Saneago, transformando-as no Centro Cultural Martim Cererê

18


19

Administração LEGENDA Bar Bilheteria Teatro fechado Bar Yguá e Pygua Teatro fechado

Ytakuá Teatro aberto Banheiros Ytakuá Administração Banheiros

Teatro fechado Yguá e Pyguá

LEGENDA

Setorização - Centro Cultural Martim Cerere Teatro aberto Ytakuá Bilheteria Esc: 1/275 Setorização - Centro Cultural Martim Cerere LEGENDA Banheiros Bar Esc: 1/275 Teatro aberto Bilheteria

Esc: 1/275

Setorização - Centro Cultural Martim Cererê

Universidade Federal de Goiás - Design de Ambientes Trabalho conclusão de curso Esc:1/275 Setorização - Centro de Cultural Martim Cerere Universidade Federal de Goiás Design de Ambientes Setorização - Centro Cultural Martim Cererê Un: Cm Esc: 1/275 Trabalho conclusão de curso Alunosde- Luan Henrique e Maikson Souza Esc:1/275 Prancha: 4/4 Setorização - Centro Cultural Martim Cererê Un: Cm

Figura 7: Planta baixa com setores. (acervo pessoal)


Desde seu surgimento até a atualidade, o Centro Cultural Martim Cererê passou por processos pouco conhecidos pelos habitantes da cidade, nos quais o espaço foi utilizado para execução de diferentes tarefas e até passou por processos de esquecimento. No presente trabalho, foram coletadas informações sobre as intervenções diretas (que ocorrem no local) e indiretas (que reverberam no local), resultando no Quadro 1 (Análise temporal Figura 8: Entrada lateral do Mutirama.

e espacial do CCMC) a fim de visualizar as modificações no espaço ao longo do tempo, segundo a contextualização histórica, seu uso e fatores.

Partindo da análise deste quadro, a contextualização histórica e espacial sobre o CCMC é o ponto central para a criação da instalação urbana, resultante dessa pesquisa, que pretende levar as pessoas a refletirem sobre esses momentos históricos, assim cria-se um programa de Figura 9: Brinquedo Twister Quebrado.

necessidades da representação memorial com reflexões em figuras de linguagem por caráter associativo (3.3).

2.4.2 Ao mesmo Tempo: Espaços públicos similares ao CCMC? A seguir, apresenta-se uma análise de espaços similares geridos por órgãos governamentais do estado e do município, com a finalidade de se enFigura 10: Praça do Trabalhador e antiga Estação tender o contexto sócio-político da mecânica de

Ferroviária.

espaços goianos, a fim de observar como esses agentes contribuem para a história de Goiânia e para o processo de visibilidades desses locais.

2.4.2.1 O Mutirama

O Parque Mutirama (Figura 8), fundado em 1969, teve sua primeira grande reforma, de acordo com o site da prefeitura, 42 anos depois, em 2012, com a criação de um teleférico. Este, atualmente, encontra-se interditado,

Figura 11: Empresa atuando contra os ratos na Praça do

com mais de 32 atrações (roda-gigante, montanha-russa

Trabalhador. (Foto: reprodução/TV Anhanguera)

e outros) em uma área de nove hectares com brinquedos, áreas de alimentação e áreas verdes; localizado próximo à convergência entre as Avenida Araguaia e Independência, na Região Central de Goiânia.

20


Recentemente, ocorreu um acidente no parque, por falta

em 2017 realizou um processo de limpeza com a empresa

de manutenção, deixando 13 vítimas (Figura 9). Estudos

Pastarosa, especulando a presença de quase 200 tocas e

preliminares indicam o descaso do governo como causa

cerca 4 mil ratos na praça, o que reflete o descuido com

desta “tragédia anunciada”, segundo Pinheiro a uma re-

o contexto urbano (Figura 11).

portagem ao G1 (2017): “Pelo que a gente percebe, ali era uma tragédia anunciada, ou seja, equipamentos velhos; o poder público nunca tem a manutenção ideal, e o que

A partir das duas análises apresentadas, observa-se a

nós temos que verificar ali são as responsabilidades”.O

ingerência governamental ou talvez descaso para com os

Parque já passou por acidentes menores, como placas

espaços, cuja instabilidade é nítida, tendo reflexos em

que se soltaram de um brinquedo, indo em direção à uma

toda cidade, inclusive, no CCMC, como hipótese decidi-

pessoa, no dia 23 de junho de 2013, e a morte de um fun-

mos intervir na cidade, com possibilidades de recriá-la.

cionário, no canteiro de obras, no dia 8 de junho de 2012, de acordo com Portal DM. Além destes fatos, o Mutirama

O que hoje chamamos de intervenção urbana evolve um

envolve-se em alguns escândalos de corrupção relatados

pouco da intensa energia comunitária que floresceu

do desvio de verba das manutenções, como investigado

nos anos de chumbo. Os trabalhos dos artistas con-

pela Operação “Multigrana”, da Polícia Civil, que suspeita

temporâneos, porém, buscam uma religação afetiva

de finalidades políticas deste desvio.

com os espaços degradados ou abandonados da cidade, com o que foi expulso ou esquecido na afirmação dos

2.4.2.2 Estação Ferroviária ou Pra-

novos centros. Por meio do uso de práticas que se

ça do Trabalhador

confundem com as da sinalização urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das tarefas

A Estação Ferroviária ou Praça do Trabalhador consiste

cotidianas, esses artistas pretendem abrir na paisa-

em um conjunto de quadras ao sul do Shopping Araguaia.

gem pequenas trilhas que permitam escoar e dissolver

Esta abriga aos sábados e domingos a maior feira aber-

o insuportável peso de um presente cada vez mais

ta da América Latina (Feira Hippie), com mais de 6.000

opaco e complexo. (Maria Angelica Melendri, disponível

bancas, o monumento do relógio (antiga Estação Ferrovi-

em: <https://www.intervencaourbana.org>)

ária, Figura 10) e a Maria-Fumaça (trem movido a vapor de época); conta com alguns mobiliários urbanos como

A seleção dos locais de implantação parte da ideia de

bancos e iluminação. Alguns elementos foram destruí-

atingir o maior número de pessoas, instalando-as em

dos durante a ditadura militar, como os painéis de Frei

três lugares bem movimentados, no entorno do CCMC.

15

Confaloni

e o Monumento ao Trabalhador.

Após esse levantamento, percebeu-se a presença de três importantes praças, e que a junção delas produz uma

Atualmente, o local encontra-se em processo de revita-

triangulação (Figura 13). Tais praças são dotadas de as-

lização, orçado em sete milhões de reais, dinheiro con-

pectos emocionais/memoriais relevantes para a cidade,

seguido pela prefeitura em 2016 para executar o projeto,

corroborando para o contexto urbano do centro cultural

assinado pela arquiteta Janaína Castro. A prefeitura

em questão.

15 Frei Confaloni: Pintor, muralista, frade redentorista e professor italiano que, em 1952, muda-se para Goiânia dedicando-se à pintura religiosa e a figura humana. (Enciclopédia Itaú Cultural, disponível em: <http:// enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23212/frei-nazarenoconfaloni>. Acesso em: 20/11/17)

21


Figura 12: Intervenção de Pet feita pelo artista Eduardo Srur.

Figura 13 : Os três pontos de implantação e sua triangulação. (acervo pessoal)

2.5 oS TRês lOCais dE IMPlaNTação – tRiangULaçãO

Figura 14: Praça Cívica: Eixos Estruturais. (acervo pes-

Figura 16: Praça do Cruzeiro: Eixos Estruturais.

soal)

(acervo pessoal)

Figura 17: Monumento do Cruzeiro do Sul. Figura 15: Praça Cívica: Entorno. (acervo pessoal)

22


Foram selecionadas três áreas: a Praça Dr. Pedro Lu-

Empresa Brasil Center, os Correios, dois postos de gaso-

dovico Teixeira, no Setor Central (Praça Cívica); CEPAL

lina, bares, o CCMC e uma sorveteria, conforme Figura 15.

(Centro Popular de Abastecimento e Lazer) do Setor Sul, e Praça do Cruzeiro (com o nome oficial de Praça Comen-

2.5.2 Praça Comendador Germano

dador Germano Roriz), no Setor Sul, devido ao intenso

Roriz - Praça do Cruzeiro

tráfego de pessoas e veículos. São espaços de convivência e, por vezes, entretenimento, o que pode causar curiosidade e questionamento dos usuários, levá-los a

A Praça Comendador Germano Roriz, mais conhecida como

visitar e conhecer as intervenções durante seu percur-

Praça do Cruzeiro, localiza-se no Setor Sul, ao final da

so do dia a dia.

Rua 84 (Figura 16), tendo acesso às Ruas 86, 87, 88, 89 e 90; esta recebe o nome de Praça do Cruzeiro pelo seu monumento Cruzeiro do Sul, (Figura 17) erguido no local

2.5.1 Praça Dr. Pedro Ludovico

onde foi realizada a primeira Missa Cultural de Goiânia,

Teixeira - Praça Cívica

em 1949.

A Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira – Praça Cívica, está

O nome da praça, de acordo com o Jornal O Popular (2010),

situada no Setor Central, a partir dela tem-se acesso às

leva o nome de Germano Roriz pois este recebe do Papa

Ruas 83, 84, 85, Avenida Tocantins, Avenida Goiás, Aveni-

João XVIII, em 1968, o título de Cavaleiro da Ordem de

da Araguaia e Rua 10 (Figura 14).

São Gregório Magno, configurando-se como homem de fé.

Fundada em 1930, a praça passou por grandes transições

A praça é um projeto de Attílio Corrêa Lima, planejada

até a configuração existente; inicialmente foi cons-

como ponto de encontro da cidade e estruturadora de

truída com o intuito de ser um pólo de irradiação para

vias, com o monumento do Cruzeiro do Sul (tombado pelo

compor a nova capital, dentro do plano de Attílio Corrêa

município), um chafariz, árvores, jardins com gramados,

Lima; atualmente desempenha seu papel político, finan-

caminhos de piso e iluminação por postes de luz.

ceiro, juntamente com espaços informativos, de estar e contemplação. Em datas especiais, recebe eventos co-

O entorno Figura 18 possui centros hospitalares, rela-

memorativos, como o Aniversário de Goiânia, o Natal na

tivos ao atendimento de crianças, igreja, comércios, a

Praça, o Réveillon, bem como demais apresentações reli-

Praça do Cruzeiro, uma sorveteria, o CCMC, uma materni-

giosas e manifestações artísticas, culturais e políticas.

dade, boate e o CEPAL.

As edificações existentes na praça são: o Monumento às Três Raças, o Palácio Pedro Ludovico Teixeira (Centro Administrativo), o Palácio das Esmeraldas, o Museu Zoroastro Artiaga, o Coreto e o Monumento Carajá. Em sua composição, possui prédios tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e espaços modificados. Ao ser analisado verticalmente, é perceptível diferentes volumetrias, já seu entorno é formado por prédios residenciais e comerciais.

Para a implantação, tende-se a analisar o entorno a fim de entender o desempenho do espaço. Assim temos a

23


Figura 18: Praça do Cruzeiro: Entorno. (acervo pessoal)

2.5.3 CEPAL do Setor Sul O CEPAL (Figura 19 - Centro Popular de Abastecimento e

As atividades comuns deste local são as feiras, reali-

Lazer do Setor Sul) localiza-se na Rua 115, esquina com a

zadas às quartas, das 6 às 13 horas; sexta, das 16 às 22

Avenida José Fued Sebba; consiste em um grande pavilhão,

horas e sábado, das 6 às 13 horas. Paralela à Marginal

com pilares de concreto, estrutura metálica, cobertura

Botafogo, serve de abrigo para muitas pessoas que vi-

e revestimento da fachada em telha metálica, ilumina-

vem na rua, com sua projeção de sombra.

ção artificial e banheiros (Figura 20).

Figura 19: CEPAL do St. Sul: Eixos Estruturais.

Figura 21: CEPAL do St. Sul: Entorno. (acervo pessoal)

(acervo pessoal)

Figura 20: CEPAL do St. Sul: Fachada. (acervo pessoal) 24


3-

o g d e O M tO iA l

A metodologia projetual do design consiste no uso de di-

versas ferramentas, de ordem organizacional e criativa, utilizando recursos para expressar e sintetizar ideias, a partir de diversos nichos da representação. Para esse trabalho, há de se utilizar as seguintes ferramentas metodológicas: Mapas Mentais, público alvo, briefing ou Programa de Necessidades, uma breve análise das cores, similares, materiais e tecnologias e estratégias com um cronograma; conceito e por fim as três situações do partido adotado.

3.1 Mapas Mentais

Os mapas mentais tratam-se de um processo criativo do

Figura 22: Mapa mental 1: mecanismos de ilusão. (acervo pessoal)

Me todolo Ia G

designer, que permitem a organização e demonstração da performance de um pensamento em um a forma “neural”, como galhos e ramos de uma árvore.

A partir desse sistema organizacional 2D, há a expansão de um conceito, este geralmente demonstrado em um nicho central; quanto mais expandido o conceito, mais dissolvida a informação; assim conseguimos demonstrar

ção desse processo, geralmente precisa-se de um suporte 2D, e as informações geralmente são inseridas como imagens ou texto; são usadas cores e espessuras de linhas diferentes, de maneira a organizar visualmente a informação, criando, desta forma, caminhos e velocidades de informações.

Figura 23: Mapa mental 2: Ilusão. (acervo pessoal)

uma ideia complexa, de forma dinâmica. Para a realiza-

25


3.2.1. O Beco da Codorna

O primeiro mapa mental (Figura 22) demonstra mecanismos de ilusão e as possíveis estratégias para a efetivação deste efeito, este demonstra um reflexo do design

O Beco da Codorna, espaço onde acontece uma ocu-

emocional, com ativadores como viscerais, experiência

pação com expressões artísticas com grafite

como uso, e o último estágio da reflexão, possibilitando

pixação

a estratégia da distorção.

Anhanguera. É também o primeiro Museu de Arte

16

17

e

(Figura 24 e 25), é localizado na Avenida

Urbana do Centro-Oeste, cumprindo a função espaJá o Mapa Mental 2, da Figura 23, demonstra o processo

cial como um estacionamento de carros e um bar.

cognitivo (a ilusão) e sua performance em quatro áreas: Homem/Cognição, na imagem, na arte, e no ambiente. Desde modo, estuda-se o processo da ilusão, objetivando entender a ambiguidade, por observar duplos caminhos nos traços de ambiente.

3.2 púBLICo alvO Figura 24: Beco da Codorna. O público-alvo é aquele que circula por espaços urbanos de Goiânia e percebe-os, considerados por Margareth Rago como pessoas dentro de sistemas funcionalistas e/ou ociosas, são pessoas em seus diversos corpos e diversas formas: crianças, estudantes, trabalhadores e aposentados, que em sua prospecção de problematizador seria chamado de anarquista. “os anarquistas criticam a cidade disciplinar, a prisão que industriais vendiam como liberdade” (Rago, disponível em https://www.archdaily.com.br/br/802806/margareth-rago-inventar-ou-

Figura 25: Beco da Codorna.

tros-espacos).

São pessoas geridas nas mais diversas áreas: educacionais, financeiras, comerciais, urbanísticas e governamentais, que a partir da interpretação decidem expressar-se. Margaret Rago, em sua publicação Inventar Outros

16 Grafite: Técnica de pintura em paredes que se usa tinta

Espaços (2000), expõe a importância do papel do pensa-

aerossol podendo ser comercializada, assim pressuposta

dor de espaços, a partir do cotidiano, ainda explanando

de convite. (Youtube, documentário Pixo, disponível em:

pensamentos de Michel Foucalt, ela diz:

<https://www.youtube.com/watch?v=skGyFowTzew>. Acesso em: 20/11/17)

[...] para ele, ao invés de nos deslocarmos para um

17 Pixação (diferente da grafia pichação): É a

lugar irreal, para um espaço tempo imaginário, seria

representação do descontentamento ou denúncia pela

mais interessante nos voltarmos para o que nos cir-

arquitetura da cidade usando-se uma identidade produzida.

cunda, estranharmos o que é familiar e percebê-lo

(Youtube, documentário Pixo, Disponível em: <https://www.

diferentemente e reinventá-lo. (RAGO, 2000)

youtube.com/watch?v=skGyFowTzew>. Acesso em: 20/11/17)

26


Objetiva-se observar como o público-alvo em Goiânia pode performar, em sua prospecção anarquista e polifônica, gerando um espaço. Assim observa-se as possibilidades de transformar o espaço em lugar de convivência e arte, corroborando para a instalação de um projeto que torne o CCMC um espaço acolhedor à comunidade, em geral.

3.3 prOgRAmA De neCEssIDadEs RePReSENtAtiVas

O briefing, ou programas de necessidades, é uma metodo-

Partindo do Quadro 1 para criar um espaço que atue

logia que tem por objetivo a listagem das necessidades

como lembrança e remodelador da atualidade, criou-

do projeto, estes acontecem em escala problematiza-

-se um Programa de Necessidades Representativas

dora de suporte. Exemplo extenso: a atividade “beber

(Quadro 2), norteadores para a produção espacial, rela-

água”. Quantas pessoas vão beber água, uma ou duas?

tivo à memória, que partem do que as coisas são “visce-

Se são uma ou duas, quais equipamentos necessários

ralmente e usualmente” refletindo que isso significa e o

para o suporte a essa atividade; água filtrada (filtro)

que pode significar, assim produzimos diversas figuras

e um recipiente (copo). Os recipientes são descartáveis

de linguagens como programa visto no Quadro 2.

(jogados no lixo) ou reutilizáveis (higienizados) “temos mais equipamentos ou desempenho só para beber água!” O filtro é de barro ou de metal? Se o copo for descartável, qual material escolhido para o descarte? Se o copo é lavável, qual material foi escolhido para ser lavado? Onde está o filtro o copo e o lixo?

Quadro 2: Figuras de Linguagem como programa de necessidades. O que são, o que é isso, o que pode ser isso? Espaço 1º Objeto 2º Objeto

Tipologia

3º Objeto

Caixas de Abastecimento

Conceito

Representação 1

CCMC

de Água

Ditadura Militar

Césio e fundação do CCMC

Reflexão Tátil

Quente

Fria

Quente

Fria

Reflexão Visual

Cúpulas/Círculo

Sólida

Convergente

Divergente

Reflexão Auditiva

Música/Barulho

Água

Dor, Tortura

Vento

Amassado,

Livre, Palpável

Incomodante e Invasivo

e Desejável

Escala do Corpo no Espaço - Metalon Esfera Tátil

Esfera Visual Produção

Capacidade

Esfera Auditiva

Pessoas

quente

Oca com Água

Vortex, Espelhos,

Espinhos e

Luz e Sombra,

Correntes Flutuantes

Tecido Expandido mas Pode

Fluorescência

Ar e Água

Convergentes

Ser Puxado

Instrumentos pelo

Água com duas

Grito com duas

O Vento com três

Espaço + Objetos

notas musicais

notas musicais

notas musicais

1 ou 2 Pessoas

1 ou 2 Pessoas

1 ou 2 Pessoas

27


3.4 As CoReS Quadro 3: Cor.

Apesar das cores das caixas d’água serem vermelhas e

regada de alto valor emocional, construindo uma forte

azuis, as cores analisadas e consideradas contribuido-

conotação poética e simbólica. Sua motivação para a

ras para o processo não foram só essas, e a outras ou

produção foi o pedido de seu pai para ser enterrado

são tudo e são nada ao mesmo tempo.

naquele local.

Qual é a cor da água, é a cor do céu? É a cor do reflexo?

Foi projetada uma área quadrada, constituída por qua-

As transparências e as cores de performance ambígua,

tro vigas de concreto de 9m de comprimento e 1,10m

como o furta-cor, sempre foram citadas, além do branco

de largura, dando a ideia de estar flutuando, mesmo

(junção de todas as cores) e o preto (ausência de todas

que sustentada por um apoio no mesmo material. Possui

as cores) vista no Quadro 3.

quatro acessos (Figura 26), situados na pontas da figura geométrica. Em seu interior há a presença de um lago que passa entre as árvores.

3.5 ANáLiSe de sIMILARes O recorte geográfico realizado pelo autor pode ser A análise de similares, consiste no estudo de um objeto

considerado como uma parte pelo todo, pois a linguagem

que possa oferecer suporte para a base projetual, seja

referida por ele remete a um fragmento da dimensão

ele conceitual, estrutural ou formal. Com isso, apresen-

espacial existente em toda a área. As vigas projetam

tamos 3 tipos de análises dívidas em ambientes emocio-

em um balanço de 7m de um dos lados, pairando sobre o

nais representado pelo projeto Quatro Vigas, fragmen-

terreno quase intocado do jardim.

tação da imagem e expressão 3D: Instalação Unity e Obra Emulsifer; e Espelhos e suas Múltiplas Transfigurações;

Para Benitz, a repetição das vigas invoca um sentido

com as fotografias de Lara Williams, Ana Mendieta e

sagrado:

Hans Brender. Tudo o que se repete, perdura e é eterno; portanto, é sagrado. Por isso que o futebol de domingo é sagrado;

3.5.1 Ambientes Emocionais:

por isso que o sexo é sagrado; por isso que jantar

Projeto Quatro Vigas

com minha mãe no sábado é sagrado. Isso constrói em mim um vínculo com a permanência com tudo, todos

Este projeto, que é referência para ambientes emocio-

os homens, todos os sonhos, todas as vidas que, nes-

nais, neste trabalho, levou 10 anos para ser concebido;

se momento, atravessam minha existência. (BENITEZ,

e foi realizado no jardim da casa de final de semana do

palestra ministrada na FAUUSP, 2009)

arquiteto Solano Benitz. É uma construção paisagística e arquitetônica simples em sua composição, mas car-

28


sua vez, pode ser solene ou lúdico. Deixando em aberto para que o usuário possa se empoderar do espaço e envolver-se da maneira que mais lhe aprouver.

3.5.2 Fragmentação da Imagem e representação 3D: Instalação Unity

Figura 26: Projeto Quatro Vigas, do arquiteto brasileiro Solano Benitz. Ainda sobre no viés da repetição, considerado sagrado pelo autor, temos os espelhos internos, que realizam um efeito óptico em que as imagens de tudo e todos que estão envolvidos na instalação são propagadas infinitamente. Nesse interior, praticamente não é possível perceber as estruturas, porém é possível se perder em

Figura 27: Obra e Instalação Unity,

seus reflexos.

do Artista Bohyun Yoon.

Eu tinha pânico de pensar que meus filhos, ao lado da

Bohyun Yoon, artista sul-coreano que estudou no Japão

casa sonhada, tivessem a possibilidade de falar – ‘uh,

e nos EUA, investiga as imagens do corpo humano em

ali está o vovô!”, explica. Queria que se celebrasse

termos de identidade, sexualidade, gênero e cultura,

a dor da morte por cima da força da vida, porque a

explorando também os limites do corpo e os da comu-

vida dele segue presente em nós, em nossos filhos e

nicação. Neste trabalho, a obra Unity é referência para

nos demais. (BENITEZ, palestra ministrada na FAUUSP,

fragmentação da imagem e impressão 3D. Ele ilustra uma

2009)

realidade figurativa a partir da junção de fragmentos de miniaturas de corpos humanos feitos de cera, so-

Mesmo se tratando de um assunto que, muitas vezes, é

brepostos; que são irradiados pela luz central, criando

expressado com dor e tristeza, Solano aborda e perpe-

uma união entre eles. Usando a sombra e/ou ilusão, com

tua uma poética fúnebre onde não há entristecimento no

a finalidade de investigar os fatores e aspectos que

“túmulo”, mas sim uma diversidade de universos que, por

29

determinam o ser, Yoon usa uma ampla mídia, incluindo


vidro, espelho, e vinil, através de gêneros de perfor-

ressaltar a visibilidade em uma de suas configurações, e

mance, instalação e vídeo.

ainda é possível transitar pelo recinto, fazendo com que a projeção seja realizada em corpos reais.

Organizado num suporte metálico, os fragmentos são presos por um fio enrijecido que mantém os componen-

A abordagem de Yoon traz um forte diálogo com o traba-

tes em posição constante. Nesta obra, a presença da

lho proposto, por meio da ideia de raio e centro, esta-

iluminação tem um papel crucial, pois é o elemento-cha-

belecido pela luz, o suporte da informação e a escala do

ve para o jogo de luz/sombras. A projeção do enredo

recurso de projeção.

é realizada na superfície de uma parede branca para

3.5.3 Fragmentação da Imagem e Expressão 3D: Obra Emulsifier O jovem austríaco Thomas Medicus traz à tona a magia

O site Vidro Impresso nos traz uma citação de Thomas

do inusitado, por meio de uma nova forma de trabalhar o

Medicus:

vidro como matéria-prima artística. O propósito de seu trabalho é explorar efeitos de ilusão de ótica, a par-

Minha escultura é uma emulsão de um pássaro voando,

tir de uma escultura móvel, capaz de criar diferentes

de um peixe nadando, de uma estrutura óssea e de

desenhos e imagens que se complementam, por meio da

uma máquina. Ou seja, ela funde elementos em essên-

sobreposição visual de suas partes. A obra constitui em

cia bastante antagônicos. A combinação de pássaro e

uma única base de madeira de 30x30cm, com rasgos onde

peixe também não foi aleatória. Os dois são símbolos

são encaixados os 160 perfis de vidro float transparente

de liberdade e representam conceitos como livre-ar-

(2x30cm) e espessura de 2mm (Figura 28), cujas com-

bítrio, subjetividade. Mas é claro que o tema é amplo,

posições fragmentadas são pintadas a mão. A angulação

e minha ideia é deixar a obra aberta a interpretações

tem um papel chave no objeto, uma vez que as imagens

(Disponível em: <http://www.vidroimpresso.com.br/no-

são configuradas num ângulo de 90°, sendo possível girar

ticia-setor-vidreiro/magia-em-perspectiva>)

em torno do objeto e deparar-se não apenas com imagens formadas, mas com uma desconstrução e construção

A fluidez desta obra, seu agenciamento e a transforma-

dela.

ção de uma imagem bidimensional em tridimensional são alguns dos aspectos a serem incorporados no resultado final deste trabalho, ou seja, na intervenção.

30


gráfico em que utiliza espelhos com a finalidades de criar invisibilidades do corpo humano.

18

Invisible

It’s the vintage mirror again oh A concept from earlier this summer, never edited this originally, but was looking through some of my older photos and though it could have potential hmmm. (Flickr de Laura Willians, disponível em: <https://www. flickr.com/photos/laurawilliams_x/9732914426>, 2014)

O trabalho de Williams foi selecionado para embasar este estudo, pela característica ilusória desta em relação à construção do corpo com a tecnologia do espelho, não usando a replicação deste, mas a anulação e interrupção da imagem/corpo. Assim, a fotógrafa uti-

Figuras 28: Obra Emulsifier, do Artista Thomas Medicus.

liza o espelho como anulador, criando uma nova poética à tecnologia, a partir de uma lembrança do potencial

3.5.4 Espelhos: Fotografias

reflexivo desta, aplicando-se assim ao trabalho

de Lara Willians 3.5.5 Espelhos: Obras de Ana Mendieta

Figura 30: Fotografias e performances de Ana Mendieta.

Figura 29: Obras da Fotógrafa e Designer Gráfica

18 Invisível

Lara Willians.

É o antigo espelho novamente oh Um conceito anterior a este verão, nunca editei isso

A inglesa Lara Williams chamou atenção, no ano de 2014,

originalmente, mas estava olhando algumas minhas fotos

tornando-se um viral na internet, após um ensaio foto-

mais antigas e pensei que poderiam ter potencial hmm [sic]. (Tradução de Luciana Paula Rosa dos Santos)

31


Ana Mendieta (1948-1985) tornou-se famosa pela sua sé-

O artista criou microcosmos efêmeros, baseados na

rie de performances chamadas Body-Earth; Terra e Corpo,

composição que avança à concepção de real, dentro da

que compunham aspectos invocadores, como concepção

realidade. Brender explicou mais sobre seu conceito de

de uma magia primitiva em que o corpo é passageiro e

arte, ao Intermedia, em 2012:

a natureza é eterna, fazendo uma fusão entre os dois elementos análogos em seu trabalho. ‘’magic, knowledge,

…Digital technology allows me to excavate new worlds of microcosmic event horizons. in Herodias, 2011, I

and power of primitive art...to express the immediacy of 19

life and eternity of nature ” (MENDIETA, 2016, descrição

aim for a dematerialization of content by entering

biográfica em site: <https://www.artsy.net/artist/ana-

into the microstructure of sound and imagery; I seek the immaterial or what in physics people speak of as

-mendieta>).

ephemeral phenomena that cannot be reduced to mere O trabalho da artista é resgatado neste estudo a partir

things. The radically microcosmic experience creates

da composição do corpo dentro de uma estética feminina

an effect that is at once both abstract and real.

20

própria, criando “corpos estranhos” através de espelhos, a fim de criar uma nova concepção do corpo: irreal e

O artista utilizava ferramentas tecnológicas, tais como

confusa, a partir da soma de imagens em ângulos e foto-

fotografia, espelhos, corpos, paisagens e perspectivas,

grafia.

na finalidade de criação de um mundo ambíguo, definido por ele de abstrato e real. Tal composição artística se relaciona com o nosso trabalho a partir da confusão

3.5.6 Espelhos: Obras

imagética da abstração da realidade, com o uso dessas

de Hans Breder

tecnologias.

Hans Breder (1935-2017) é um artista que nasceu na Ale-

3.6 mAteriAIS, ESTratégIas e

manha, mas viveu e trabalhou no estado norte-americano

TeCnOlOGIAS

de Iowa, onde inicia seu trabalho, com discussões sobre arte e artista, dentro do campo da orientação, enfatizando que o trabalho de criar e compor é um desafio

Um dos dispositivos levantados para a execução pro-

contínuo. Faleceu em 18 de junho, de causas naturais.

jetual são os espelhos, superfícies que refletem a luz, geralmente polidas para refletir de maneira regular. Os espelhos projetam inúmeras possibilidades de percepções, sendo elas de grande importância para o dispositivo que será executado, sua capacidade vai desde duplicar, multiplicar, ampliar, diminuir a gerar deformações

20 “A tecnologia digital me permite escavar novos mundos de horizontes de eventos microcósmicos. Em Herodias, 2011, eu procuro uma desmaterialização do conteúdo entrando

Figura 31: Obra do Artista Hans Breder (1935).

na microestrutura de som e imagens. Procuro o material imaterial ou o que na física conhece como fenômeno efêmero que não pode ser reduzido a meros elementos. A

19 “magia, conhecimento e o poder primitivo da arte... para

experiência radicalmente microcósmica cria um efeito que

expressar a urgência da vida e a eternidade da natureza”.

é simultaneamente abstrato e real”. (Tradução automática

(Tradução automática Google)

Google)

32


de corpos, locais e imagens, sendo definidas por suas atribuições qualitativas e quantitativas. O desempenho e aspectos característicos serão abordados em trabalhos de artistas que embasam este estudo.

Figura 33: Fórmula da angulação de espelhos planos e número de imagens.

Nesse aspecto, o objeto que possui uma complexidade em sua criação e funcionalidade estudada na física – espe-

ESPELHOS CURVOS

cificamente na óptica, será brevemente explanada, abor-

São uma “fatia” de uma esfera, chamada de calota es-

dando sua contribuição para o projeto.

férica e, por isso, conhecidos como espelhos esféricos, sendo eles: côncavo – refletido na superfície externa

ESPELHOS PLANOS

da circunferência ou convexo – refletido na superfície

As imagens geradas dos espelhos planos possuem as

interna da circunferência

seguintes características: são direitas (isto é, não estão invertidas, ou “de pernas para o ar”) e do mesmo

• Côncavos

tamanho do objeto (não sendo maiores, nem menores).

Nos espelhos côncavos, as imagens podem apresentar

São imagens virtuais, pois parecem formar-se atrás do

características diferentes, consoante a distância que

espelho; estão à mesma distância do espelho que o obje-

se encontram do espelho. Assim podem apresentar-se

to; são simétricas ao objeto, em relação ao espelho.

três situações diferentes:

Ideais para a duplicação do produto sem uma deforma-

• O objeto encontra-se muito afastado (a uma distância

ção, porém realiza a inversão da imagem, ilustrado na

superior ao raio), a imagem é real, invertida e menor

(Figura 32):

que o objeto.

• O objeto encontra-se situado entre o centro e o foco do espelho, a imagem é real, invertida e maior que o objeto.

• O objeto encontra-se muito próximo do espelho (entre o vértice e o foco), a imagem é virtual, direita e maior que o objeto.

Figura 32: Imagem formada com um espelho plano.

Esses espelhos são utilizados em objetos específicos, podendo ser encontrados em alguns tipos de telescópios,

Dentro dos espelhos planos, há a possibilidade de reali-

projetores e também nos consultórios odontológicos.

zar associações de dois ou mais espelhos, fazendo com

Para a aplicação neste trabalho, os espelhos serão

que haja uma multiplicação de imagens, possibilitada

agenciados e vão funcionar como um potencializador de

através da angulação que é formada entre os planos,

poéticas, através da deformação de corpos e das infor-

sendo que eles devem estar compreendidos entre 0° e

mações a serem instaladas na intervenção.

180°, na qual se aplica a seguinte fórmula (Figura 33): • Convexos Nos espelhos convexos, as imagens têm as seguintes características: são direitas (isto é, não estão invertidas, 33

ou “de pernas para o ar”) e menores do que o tamanho


do objeto. São imagens virtuais, pois parecem formar-se

maneira efetiva. Para este fim, foram levantadas as

atrás do espelho, são simétricas ao objeto, em relação

seguintes soluções:

ao espelho. Esse tipo de espelho é encontrado em corredores de supermercado, farmácias, saídas de estaciona-

• Olfato – Pode ser atingido através de essências, aro-

mentos, retrovisores de veículos, ou seja, em locais que

mas que criem um diálogo com os cheiros gerados no

necessitam de uma visão prolongada do ambiente.

local.

FRAGMENTAÇÃO

• Tato – Sentido a partir do toque/proximidade dos

A fragmentação é uma abordagem definidora do projeto,

materiais cujas características tenham volumetrias,

de modo desenvolver uma narrativa a partir das fases

rigidez, maciez e calor.

históricas do CCMC, em que suas várias partes formam um contexto expositivo, pois o fragmento é toda parte

• Audição – Transmitido por dispositivos sonoros de

que compõe um elemento superior e que foi, voluntária

percussão eletrônicos, interrompidos em sua escala

ou involuntariamente, separada do resto por determina-

musical.

da razão, ao mesmo tempo que uma obra ou elemento que foi fragmentado é aquele que já não aparece de maneira

LUZ E SOMBRA

completa, mas que é representado agora em diferentes partes divididos entre si.

Um dos métodos geradores da ilusão abordados nesta pesquisa foi a utilização de luz e sombra em projetos

Assim, a instalação se configura a partir da ideia de

que geram cenários de corpos inexistentes, a partir de

dividir, selecionar, estabelecer partes sobre uma tota-

fragmentos de objetos em diferentes volumetrias e, a

lidade, que pode ser maior ou menor, aspecto que será

partir do contato com a luz, geram sombras de corpos

estabelecido em sua carga informacional e compositiva.

existentes no dia a dia. A utilização dessa ferramenta pode agregar ao trabalho, a partir de um microdisposi-

COGNIÇÃO E SENSORIALIDADE

tivo que interage com o macro (podendo ser o local, ou o dispositivo interacional), sombras e silhuetas referen-

Estes serão ponto definidores para a ativação da per-

tes ao contexto abordado (Centro Cultural Martim Cererê)

cepção ilusória. A criação desse dispositivo será de-

através de construções, distorções e extensões.

senvolvida a partir da compreensão do funcionamento dos sistemas cognitivos. Seu propósito é fazer com que

Construídas a partir da utilização de focos luminosos e

o usuário seja capaz de realizar uma interpretação das

de penumbra, as superfícies devem possibilitar a proje-

informações expostas, sendo elas geradas por meio de

ção das sombras, sendo, de preferência, em cores claras

experiências já vivenciadas por ele, estabelecendo uma subjetivação de sua compreensão em relação a outros. O

INVISIBILIDADE DOS MATERIAIS

método da sensorialidade refere-se ao estudo das sensações geradas por um estímulo e que causam reações,

Esse aspecto vem como uma interpretação, não de ma-

sendo eles estímulos induzidos na visão, no olfato, no

neira literal, a partir da análise dos períodos históri-

paladar, no tato e na audição. Contudo, buscamos que

cos que se desdobraram onde hoje se configura o Centro

não seja exaltada apenas a visão (pois na cultura oci-

Cultural Martim Cererê; uma poética da invisibilidade das

dental, há uma soberania dela em relação aos demais,

marcas deixadas durante o tempo, que não é vista, que

como já discutido no item 2.2), mas sim desconstruída

não é falada e até mesmo é omitida, assim como a defi-

a fim de que olfato, o tato e a audição contribuam de 34


nição do próprio termo, que é a qualidade, do que não é

• Inseparabilidade: os polos magnéticos de um ímã são

visível, que não apresenta visibilidade.

inseparáveis, pois quando um ímã é dividido ele cria novos polos.

A partir desse contexto, foram levantados materiais que transmitissem essas características, sendo eles

• Interação entre polos: os polos se atraem ou repelem

os translúcidos, como o vidro e o acetato, materiais

de acordo com suas características.

de fácil acesso, cada um com sua especificidade, porém apresentam uma boa maleabilidade ao fazer agenciamen-

Os imãs possuem duas extremidades que são chamados

tos. A invisibilidade é tratada também pelo contexto

polos magnéticos, áreas em que as ações magnéticas

geográfico da implantação numa relação com o CCMC.

se tornam intensas. Um polo é responsável por atrair e outro por repelir os objetos. Levando isso em conside-

Por Fim são acrescentados novas investigações como

ração, podemos abordar a levitação de objetos, instru-

o magnetismo e a efemeridade da intervenção urbana

mentos de exposição, modificação interna e externa da

expressa.

área de exposição, de acordo com a interação promovida com os usuários, assim como os períodos do dia, podendo

O magnetismo é a área da Física que estuda os fenôme-

ser por atração ou repulsão.

nos relacionados às propriedades dos imãs, abordando a atração e a repulsão de objetos magnéticos. James Clerk

EFEMERIDADE

Maxwell foi o responsável por especificar as propriedades dos ímãs, sendo eles:

O projeto possui um aspecto efêmero, uma vez que terá o formato de uma instalação, com período de duração

• Polos Magnéticos: áreas em que as ações magnéticas

determinado, sendo de fácil montagem e desmontagem,

são mais intensas.

seguindo um cronograma. Assim temos 16 dias, com 12 dias de visitação, com dois dias anteriores à montagem

• Atração e Repulsão: quando aproximados de um mes-

e desmontagem. A dinâmica de montagem, exposição e

mo polo, tendem a se repelir, quando aproximados de

desmontagem pode ser melhor visualizada a seguir, no

polos diferentes, se atraem.

Quadro 4.

Quadro 4: Cronograma - Amarelo: Montagem, Rosa: Desmontagem, Azul: Visitação. Dia(s) 1e2

10

11

Praça do

Praça

Praça

Cruzeiro

Cívica

Cívica

CEPAL

3

4

5

6

7

8

9

Praça

Praça

Cívica

Cívica

Praça Cívica

35

12

13

14

15 e 16


3.7 EsfERa SemâNtica - mood boaRD

Mapas semânticos são uma metodologia comum no processo representativo do Design, esta ferramenta permite o designer expressar na sua totalidade do ideal projetual em várias instâncias (matérias, efeitos, sentimentos), assim permite-se que terceiros recebam uma síntese da experiência projetual, geralmente esse processo usa-se de suporte ferramentas 2D, tratando-se, pois, de painéis semânticos com recursos de colagem e foto montagens.

Figura 35: Esqueleto do Objeto Semântico.

Figura 36: Vista Interna do Objeto Semântico.

Figura 34: Figura Semântica: Fotomontagem Luís Araújo.

A partir do conceito, evoluímos para um conceito tridimensional denominado objeto semântico. Nosso objetivo com esse recurso é explorar mais do que imagens, na tentativa de obter uma experiência com a forma esférica de alta pregnância no Centro Cultural Martim Cererê (Figura 6), compreendendo-a tridimensionalmente em pontos de tensão, estruturação e facetamento da forma. O objeto semântico resultante deste processo é apre-

Figura 37: Vista Externa do Objeto Semântico.

sentado nas Figuras 35, 36, 37 e 38, a seguir. 36


Figura 40: Estudo da Forma: 90°.

Figura 38: Uso do Objeto Semântico.

3.8 EStuDOS DA foRMA

A forma estudada tem por referência as caixas d’água (esferas/cilindros), apresentando alta pregnância, tanto na história do CCMC, por suas diversas transformações de significado e uso, quanto na própria fachada. EsFigura 41: Estudo da Forma: 45°.

tudou-se a forma tanto em sua expressão 2D (Círculo) como em 3D (esfera).

A forma bidimensional foi estudada através da criação de diversas malhas; possibilitando compreender possíveis layouts dentro do mecanismo de giro, conforme mostram as Figuras 39, 40, 41 e na Figura 42 um possível junção desses fragmentos.

Figura 42: Primeira Malha- Estudo Layout dentro da caixa d’água.

Outros estudos foram obtidos a partir da análise de 21

desenhos de círculos presentes na cultura de animes

21 Anime: animação que é produzida por estúdios do Japão. Figura 39: Estudo da Forma: 180°.

Portal Significado, acesso 05/11/17. Disponível em: <https:// www.significados.com.br/anime/>

37


provenientes da magia japonesa figura 43 e alquimia (Figuras 44 e 45) frutos de visualidades em desenhos 22

como Sakura Card Captors

23

e Fullmetal Alchemist , esco-

lhidos não só por sua forma física, mas também por serem elementos potencializadores de mudanças, transformações e invocações, percebe-se a existência de novas figuras geométricas em seu interior, o que a torna mais complexa, criando mais de um layout, como em círculos de magia japonesa (Figura 46). Figura 45: Círculo alquímico da água, de Fullmetal Alchemist.

Figura 43: Insígnia de Sakura Card Captors.

Figura 46: Novos Layouts.

3.9 - crOQUis

Os croquis são um recurso visual usado pelo designer Figura 44: Círculo alquímico de Fullmetal Alchemist.

com a finalidade de expressar a ideia do projetual de uma forma mais real e menos poética, diferente de efeitos semânticos, estes geralmente são feitos em um curto espaço de tempo usando de desenhos em suas mais diversas expressões (pesos de linhas, canetas, cores,)

22 Sakura Card Captors: é uma série de revistas em

geralmente esses desenhos são acompanhados de legen-

quadrinhos japonesa, criada pelo grupo CLAMP e publicada

das ou notas para a melhor compreensão deste.

na revista Nakayoshi, com 12 volumes, de 1996 à 2000. Foi adaptado a uma série de anime pelo estúdio Madshouse,

Para a visualização de todos os croquis ver Apêndice 1.

somando 70 episódios , 2 filmes e 3 especiais. (Wikipedia, acesso em 05/11/17)

23 FullMetal Alchemist: é uma série de revistas em quadrinhos japonesa, escrita e ilustrada por Hiromu Arakawa. (Wikipedia, acesso em 05/11/17)

38


4-

PaRTIdO pArtIDO

aDoTADo

c O N c ei TO E P r O D U t O - c E n á R i O e s E R E S - o b j e T o S

A reflexão é o partido adotado dentro deste projeto

mesmo tempo real, conectado com todo o espaço que o

como conceito para produção; partindo da propriedade

rodeia e completamente irreal, uma vez que para ser

do espelho de criar uma duplicata da imagem, assim uma

percebido é preciso passar através desse ponto vir-

nova realidade simulada surge, justificada pela visão. O

tual que está lá. (FOCAULT, Conferência Outros espaços,

filósofo Foucault explica sobre tais duplicatas usando

1984, p. 411)

dois conceitos: Visão Utópica (Utopia) e Visão Heterotópica (Heterotopia), explicitados nos itens abaixo.

É a partir dessa capacidade reflexiva, que produz a visão dupla, ou “algo a mais”, chamada a princípio de

• Visão Utópica:

duplicata, quanto à análise dessa figura “estranha”, que adotamos o espelho como elemento principal da

O espelho afinal é uma utopia, pois é um lugar sem

fragmentação e da invisibilidade observados também na

lugar. No espelho, eu me vejo onde não estou, em

análise de similares (3.5.4, 3.5.5, 3.5.6 ) e em estraté-

um espaço irreal que se abre virtualmente atrás da

gias soluções e tecnologias: (3.6)

superfície, eu estou longe, lá onde não estou, uma espécie de sombra que me dá a mim mesmo minha própria

O partido adotado é uma instalação urbana dividida em

visibilidade, que me permite me olhar lá onde estou

3 partes, se configura como modelador de paisagens,

ausente (FOCAULT, Conferência Outros espaços, 1984, p.

locados em seus respectivos locais, Figuras 47, 48 e 49,

411)

estas são um cenário para exposição e interação com três objetos que retratam os momentos históricos do

• Visão Heterotópica:

CCMC complementando a paisagem urbana.

Mas é também uma heterotopia, uma vez que o espelho Patama

r

existe realmente, e onde ele tem sobre o espaço que

8%

Rampa

Rampa

Patama

r

8%

1

2 3

Rampa

8%

Rampa

8%

1 3 2

eu ocupe uma espécie de efeito contrário, é a partir

Patamar

do espelho que eu me ausento do lugar onde eu estou, uma vez que vejo a mim mesmo lá. A partir desta

das nto ume Mon s raças trê

dro a a Pe ir Praç o Teixe ic v o Lud

visão que é dirigida para mim, do fundo deste espaço virtual, que é o outro lado do vidro, eu volto em direção a mim mesmo e eu começo novamente a dirigir o

d eral ria G s rado e Goiá u c Pro tado d es

os meus olhos para mim e reconstituir a mim mesmo lá onde eu estou; o espelho funciona como heterotopia nesse sentido: ele faz este lugar que eu ocupo no

Figura 47: Implantação Praça Cívica.

momento que eu olho para mim mesmo, no vidro, ao 39

e do agem da im oiânia u e de G Mus

som


Rua

86

Av

.F

ue

dJ

Patamar

os

éS

Rampa 8%

Rampa 8%

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Patamar

1 2 3

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Patamar

o ça d P ra

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8% Rampa

Patamar

1

2

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2

1

Rampa 8% Rampa 8% Patamar

og

do c

taf

ça Pra

Cepal Setor Sul

o

ruze

fariz Cha ado tiv desa

iro

Praça r ndado Come oriz R o n Germa

Ru

a8

8

Figura 48: Implantação - Praça do Cruzeiro.

Figura 49: Implantação - Cepal.

O CENÁRIO

B

Ra

mp

a8

%

Ra mp a8 %

Patamar

Patamar

3 2 1

A

1

2

3

Pa

tam

ar

Pa

Rampa 8%

tam ar

Instalação A=168.47m²

Rampa 8%

B

Figura 50: Layout com Setores.

O cenário é construído em metalon, com propriedades

(Figuras 44 e 45), com portas de vidro de correr com

altamente reflexivas, internamente e externamente com

tecnologias de representação e animação da imagem.Par-

espelhos posicionados para a cidade, com as proximida-

tindo-se em três instalações abrigando um ser-objeto,

des e respeitos a volumetria humana, sendo reflexivo e

quatro portas, dois bancos e três conjuntos de tambores

quente; seu layout foi concebido dentro da concepção

elétricos; com circulação confortável para 1 cadeirante

geométrica da alquimia, idealizando “transmutações”

e 1 não-cadeirante Figura 50.

40


Figura 51: Vista Explodida.

A BASE

A base (13,34m x 13,34m) é feita em estrutura de palco,

e estar humano, apresentando uma gentileza ao sujeito,

revestida com placas de laminado de madeira opaca na

o espaçamento das barras de 0,5m respeitam o corpo

área externa e reflexiva/laqueada na parte interna; com

humano, este podendo passar entre elas.

duas rampas de acesso com inclinação de 8° e tamanho 2,84m x 4,87m para a entrada de veículos, ainda na área

A CULPULA E SUAS PÉTALAS

externa da instalação; além de três degraus, essa em sua forma configura um retângulo/prisma desconstruído

As pétalas de metalon (planta baixa) são uma inspiração

com vértices de 120° graus, fruto da explosão da insta-

da cobertura das caixas d’água do CCMC, com pé direito

lação em 3 pedaços que anteriormente formam um hexá-

de 2,25m até 2,75m, essa fragmenta em 5 pétalas con-

gono.

forme Figura 50 à cada ⅓ da instalação, para entrada de iluminação natural e ventilação, geometrizada (Corte)

A MALHA

com finalidade de se entender o movimento da curva; possui desempenho reflexivo internamente causado pela

Essa usa-se da estratégia do reflexo a fim de confundir

pintura automotiva preta cintilante, e opaco na parte

frente-fundo da paisagem, operando com invisibiliza-

externa; na base das pétalas cada uma recebe um espe-

dora, caoticamente na cidade, deteriorando a forma da

lho em roxo na Figura 50.

cúpula central e suas pétalas a partir de espelhos (0,50 x 0,50m) instalados na malha de metalon com 3,9m de altura sobre a base por encaixe (ver corte), essa recebe pintura automobilística branca cintilante. Cada ⅓ possui dois bancos de 2,25m x 2,25m feitos com madeira laqueada branca, que operam como agentes de conforto

41


AS PLACAS DE CORRER

guarda dentro de si água fluorescente e ar sistematizando sua estruturação/flutuação, esse sólido com ar e

Ao todo as três partes da instalação juntas possuem

água é manipulável sempre adquirindo suas estrutura-

doze placas, cada uma de 2,1m por 1m, quatro à cada ⅓;

ções nos vértices, assim colocado sobre uma bacia de

duas são fixas, localizadas na extremidade do trilho

acrílico transparente cheia de água esse guarda a fonte

de correr, essas sendo, um painel de led outra com

de vida para a cidade.

experiências táteis referente à ⅓ da memória do local, assim a porta que representa a caixa d’água tem líquido bifásico colorido (render 11), com, esferas metálicas e

SER/OBJETO 2 - O FANTASMA DA DITADURA

um ímã; na ditadura (render 12) com espinhos metálicos aplicados em roupas; e a terceira do césio (render 13)

Ser complexo e adornado, produto de mentes fetichistas,

com elásticos que podem ser puxados contra a porta. As

conservadoras e egoístas; este objeto é reproduzido em

24

portas de correr recebem tecnologia scanimation

que

aspectos da construção do corpo, com membros, tron-

permite a animação de figuras, essas podem ser posi-

co e com uma cauda: brilhante flutuadora de acrilico

cionada frente a porta de luz fazendo projeções sobre a

flourescente e com correntes magnéticas flutuantes

cortina de barbante preto de laranja na Figura 50.

convergentes para um ímã posicionado no centro-baixo do objeto (ver detalhe); com falsas fixações áreas que

SER/OBJETO 1 - A CAIXA DE ÁGUA

configuram um campo auditivo e visualmente ambíguo, corpo refletivo, liso e amassado em metalon com pintura

Sólido puro e manipulável, criado junto à concepção de

automobilística preta cintilante, cheio de espinhos que

uma cidade, a caixa d’água é construída em sua simplici-

apontam para o corpo (detalhe), assim uma nova placa a

dade para o “armazenamento de água” a caixa (octaedro)

fim de evitar acidentes foi posicionada, movimentada por alavancas de correr essas arranham a superfícies na tentativa de gerar desconforto. Tende-se a representar

24 Representação gráfica animada e impressa.

a ditadura com um elementos convergente ao corpo, cor-

(Youtube, disponível em: <https://www.youtube.com/

rentes e espinhos tentando expressar a ideia de prisão

watch?v=Audku2Nygng>. Acesso em 20/11/17.

e tortura.

Água

Líquido

Flourescente

Recipiente

Acrilíco

Figura 52: Ser Objeto, Caixa d’agua.

42

H = 190cm

Octaedro


O fantasma por possuir um campo magnético pode descarregar equipamentos elétricos como celulares e marca-passos vindo a causar acidentes, a conscientização sobre a tecnologia é essencial para seu desenvolvimento.

Correntes Aéreas

Espinho

Aluminío

Corpo

Espinhos fluorescente Cauda

Correntes Magneticas

H = 110cm

Metalon

H = 250cm

Falsa Estruturação

Cauda

Figura 53: Ser Objeto, O Fantasma.

SER OBJETO 3 - O ANJO PÓS-CÉSIO

Ser simples porém complexo, este vem após o desastre,

de ar que vem de um ventilador posicionado embaixo do

com uma mensagem de salvação. Ao contrário do fan-

tecido invoca o indivíduo a fechar os olhos, estes são

tasma, este é divergente, assim as forças escolhidas

induzidos a não perceber mais com a visão, mas sim com

partem de dentro para fora com um jato de ar em um

o que lhe resta. Possui uma forma tão orgân ica e male-

tecido de seda e elastano, estruturado em fios de nylon

ável que representa o início do Martim-Cererê tentando

amarrados às pétalas da instalação (Ver detalhe); o jato

transmitir a ideia de corpo e subjetividade.

H = 240cm

Fios de Naylon Estruturação

Seda + Elastano Corpo Turbina de Vento movimento Figura 54: Ser Objeto, O Anjo.

43


4.1 Expressão 3d e Renderizações. Figura 55: Renders.

Onde estou, Lá FORA OLHANDO DE CIMA, LOUQUÍSSIMA

Vc tocou o chão agora vé entre 0 e 100m Aqui vc está vendo a Lateral :D

1.

Aqui o vertíce, ali tem um banco :D >Olhe para a cidade!

2.

3.

4. Essa estrutura se solta, mas não quando esta sozinha!

Vc está fora na traseira quase vendo tudo dentro maaaaas :*

44


5. 5.

Vc entrou e olho pra trás, ou esta Vc entrou e saindo? olho praI_I trás, ou esta saindo? I_I

6. 6.

Esses tambores estão na frente de um banco,tambores atras do banco viu láde atrás. Esses estãoque na vcfrente um Masatras vc não os tambores banco, doviu banco que vc viunélákkk. atrás. Mas vc não viu os tambores né kkk. 45


Vc entrou dentro de 1/3 da narrativa tem uma coisa esquista ali, o que ĂŠ aquilo?

7.

8.

9.

46


Olha essa porta, ela parece meio solta... tem um trilho ali! 10.

11.

12.

Tem dessas portas com imagens meio sei lรก em tudo, que isso? o-o

13.

47


Agora vc esta voando denovo... Vários babados se juntaram !!! @-@

14.

15. <

16.

AGR VC VÊ TUDO! E SOBRE O QUE ESTOU FALANDO VC VÊ? Atenção 17.

48


5-

cON iDEraç eS s õ ConSidERAçõEs

FinaiS

Considera-se que o design emocional é fruto do proces-

Ao se abordar um tema tão fluido e complexo como a

so de interpretação humana e que a indução ao desejo de

ambiguidade caímos em campos incomodantes e desesta-

ler um objeto é fruto do processo de representação de

bilizadores da vida gerando uma grande confusão, es-

“memórias” que operam nos campos cognitivos sensoriais.

tudar esses campos com eficiência é um processo longo e complexo, assim ferramentas da ordem metodológica

O processo de construção da interpretação passa por

organizacional como mapas mentais e painéis semânticos

áreas da crença e da confirmação, reflexo da vida hu-

são um processo valioso para a organização da confusão.

mana, assim acreditar em uma única representação é acreditar em uma ilusão, que configura um processo de

O projeto ou solução de Design apresenta a problemati-

estagnação do ser enquanto ordem.

zação com disparador dos processos de significação não entendendo que algo seja certo ou errado, mas convi-

A interpretação, representação ou ilusão construída

dando ao usuário à reflexão sobre o seu relacionamento

neste trabalho sobre o CCMC enquanto espaço de ambi-

com o espaço público goiano.

guidade deve-se à performance de marcadores sociais que operam entre o “saber e não saber”, percebendo em

Como designers dentro da conjuntura desses marcado-

na sua totalidade apenas uma parte, o que se alcança

res sociais é de extrema importância que venhamos a

por estímulos: informações e sentidos; assim o CCMC é

entender como esses espaços existem (segundo nível do

instrumento de síntese potente dentro dos campos da

design emocional) e ressignificá-los, pois o discurso do

múltipla significação demonstrando que o objeto ou

descaso e da marginalização dos espaços operam para

espaço passa por um processo de subjetivação do homem

que a sociedade deixe-os em sua vida veloz e funcional,

chamado de emoção.

o descarte ou descaso se apresenta no trabalho a partir da invisibilidade como figura de ironia.

O partido adotado da ambiguidade que opera pela passagem de uma ilusão a outra abre o campo da (im)possibili-

Posterior ao desenvolvimento do trabalho o Centro

dades representativas, operando como um desestabiliza-

Cultural Oscar Niemeyer recebeu um decreto relativo a

dor da certeza gerando uma situação caótica, espera-se

proibição de eventos culturais em sua esplanada (pavi-

que ao se encontrar dentro de tal confusão o sujeito

lhão de concreto externo), considera-se tal ação pros-

venha atingir o terceiro nível de design emocional cha-

pectiva para a investigação iniciada neste trabalho.

mado por Norman de reflexivo de forma induzida. Assumimos que o trabalho caminha sobre uma nebulosa complexa e obscura dentro do processo de significação humana, assim este encontra-se em aberto para que em próximas instâncias sejam investigados mais a fundo como tais visualidades presentes dentro desta nebulosa 49

operam e quais conceitos suportam tais.


6-

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51


ApÊnDiCe 1: CROQuIs

Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner

Scanned by CamScanner

Scanned by CamScanner

52


53


Scanned by CamScanner

54


r

ama

Rampa 8%

1 2 3 3 2 1 pa 8%

Ram

pa 8%

Ram

Patamar

/20

1 a:

ch

an Pr

Pat

Rampa 8%

M

r a M l a n gi

n o B al t

ta o B o g fo

55

g o f a

Luan Henrique e Maikson Sousa

Ru

15 1 a

2017

Escala: 1/500

Metros

Design de Ambientes

o

Implantação I Cepal - Setor Sul

Trabalho de Conclusão de Curso

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Cepal Setor Sul

Av .F ue dJ os éS eb ba

i g r a

Implantação I Cepal - Setor Sul Esc:1/500

r

ama

Pat

APÊNDIce 2: cADerNo ExEcUtIVO


3 3

2

1 a 8%

mp

Ra

a 8%

mp

Ra

Pat

r ama

P

2

ch

1

ran

ar

tam

Pa

/20

8%

2 a:

pa Ram

pa 8% Ram

o

56

Implantação II Praça Comendador Germano Roriz Esc:1/500

ar

tam

Pa

c o d ça

ir e z ru Luan Henrique e Maikson Sousa

Implantação II Praça Comendador Germano Roriz

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/500

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

r

a8 8

Pat ama

P

a 8% mp Ra

Maikson

0 2/2 : a ch n Luan Hen ra

a 8% mp Ra

Ru

1

Esc:1/500

2

Pra

Praça r o d a d n Come Implantação zi r o R II o n a m r Praça Comendador Germano Roriz e G

3

riz a f a Ch vado ti a s e d

3

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2

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c o d 3

Pata mar

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a 8% Ra

mp

Ra

mp

a 8%

57

/20

3 a:

Luan Henrique e Maikson Sousa

88

2017

Escala: 1/500

Metros

Luan Henrique e Maikson Sousa

Implantação III Praça Pedro Ludovico Teixeira

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/500

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Implantação II Praça Comendador Germano Roriz

Ru a

so o d e m e ag ia m i a d iân Design de Ambientes u o e G s de Mu

ro d e P a r a i ç e a x r i e P T co de Goiás - Faculdade de Artes Visuais iFederal v Universidade o Lud Trabalho de Conclusão de Curso

1 3 2

ch

ar

Pa

2

an Pr

tam

1

Implantação III Praça Pedro Ludovico Teixeira Esc:1/500

tam pa 8%

Praça ras o d a d d n ComoenumenRtçooasriz o M n ra a s m ê r r e t G

pa 8%

do l a r Ge a i r do iás a o r G u Proc tado de es

P

ch

ran

/20

2 a:

Pa Ram

ação II omendador Germano Roriz 00

riz a f a Ch vado ti a s e d Ram

m


58 tam

ch

ar

an Pr

2,25

5

60

B

3 2 1

Patamar

Patamar

Banco Material estrutural: Metalon Assento: Madeira

Degraus

2,84

Banco Material estrutural: Metalon Assento: Madeira

Tambor eletônico

A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A

Luan Henrique e Maikson Sousa

Planta Baixa Secção á 2 metros

Trabalho de Conclusão de Curso

°

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

D

Parte estrutural da Malha Material: Metalon Pintura automotiva na cor branca cintilante

Rampa de acesso

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

A

0,5

/20

5,6

5

4 a:

A

12,47

1,5

3,33

2,1

+0.00

1,6

1,3

1

3

0,9

+0.51

0,2

Rampa 8%

Rampa 8%

2

1,1

Instalação A=124.16m²

0,6 A 0,5

Parte estrutural da Malha. Material: Metalon Pintura automotiva na cor branca cintilante

Vidro Espelhos concâvos Pétala Estrutura e revestimento em metalon

A

0,5

Planta Baixa Secção á 2 metros Esc:1/75

B

Seres objetos Caixa d'agua, Fantasma e Anjo

A

Portas de correr

5,45

13,34

%

A 0,5 A 0,5 A

C

a8 mp Ra

Parte estrutural da Malha Material: Metalon Pintura automotiva na cor branca cintilante

Pétalas Material: Metalon Pintura automotiva na cor preta cintilante

ar

5

tam

%

0,5 a8

A A 0,5 mp

5 8 0,0 Ra

Onde lê-se: A = 0,05m

B

A

5 0,5

Pa

°

Pa

60


59

P

tam

ch

ar

ran

/20

5 a:

1

3

1,6

0,5 5

60

ar

B

3 2 1

Patamar

3,9

Patamar

a8

% mp Ra

a8

% mp Ra

2,84

Planta Baixa Secção á 3,3 metros

Trabalho de Conclusão de Curso

°

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

A

1,1

Luan Henrique e Maikson Sousa

+0.00

+0.51

5

Rampa 8%

Rampa 8%

2

7,5

Instalação A=124.16m²

5,45

13,34

°

Planta Baixa Secção á 3,3 metros Esc:1/75

B

A

tam

Projeção da Malha Material: Metalon Pintura automotiva na cor branca cintilante

Pétalas Material: Metalon Pintura automotiva na cor preta cintilante

1,15

C

0,2 A 0,5

Pa

A

Pa

B

60

D


Setorização Esc:1/75

B

A

Portas de correr - Textura, Scanimation e Luz

Área de projeção Luz e sombra

Cúpulas centrais

Espelhos convexos

Rampa 8%

Rampa 8%

2

3

/20

1

6 a:

ar

ch

ran

P

B

+0.00

Patamar

Setorização

B

D

Portas de correr - Textura, Scanimation e Luz

Área de projeção Luz e sombra

Cúpulas centrais

Espelhos convexos

Assentos - bancos

Acessos - escada e rampa

LEGENDA

Trabalho de Conclusão de Curso

B

3 2 1

Patamar

%

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais A

A

+0.51

Luan Henrique e Maikson Sousa

Instalação A=124.16m²

C

a8 mp Ra

Assentos - bancos

ar

%

Acessos - escada e rampa

tam

Pa

a8 mp Ra

LEGENDA

tam Pa

60

B


Fluxograma Esc:1/75

B

A

tam

ar

Pa

Rampa 8%

Rampa 8%

ar

1

/20

7 a:

ch

an Pr

B

tam Pa

61 2

A

+0.51

B

3 2 1

Patamar

Patamar

%

a8

% mp Ra

Fluxograma

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

+0.00

Luan Henrique e Maikson Sousa

3

Instalação A=124.16m²

C

a8 mp Ra

D


62

P

ar

ch

tam

ran

0,6

/20

5 0,4 1,05

8 a:

0,45 0,4

1

Luminotécnico Esc:1/75

1

3

5

Rampa 8%

Rampa 8%

2

5

45

0, 4

0,

1

1,1

0,85

05

1, 0, 6

1,95

B

3 2 1

Patamar

3,9

%

Patamar

2,84

Luminotécnico

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

A

+0.51

Luan Henrique e Maikson Sousa

+0.00

45

0,

1

Instalação A=124.16m²

2,65

0,4

A

65

3,

5 0,4 0,4

B

LED

PLAFON EMBUTIDO

PAINEL DE LED

LÂMPADA

DESCRIÇÃO

ar

SÍMBOLO

tam

1,15

a8 mp Ra

C

%

Quadro Luminotécnico

B

1,3

5

Pa

1,0

Pa

a8 mp

3,65 Ra

3,6 0,6

D


63

P

a

ch

ran

0

/2 :9

Luan Henrique e Maikson Sousa

Vista A e Vista B

Trabalho de Conclusรฃo de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiรกs - Faculdade de Artes Visuais

Vista B Esc: 1/75

Vista A Esc: 1/75


64

ha

c an r P

0 :1

/20

Luan Henrique e Maikson Sousa

Vista C e Vista D

Trabalho de Conclusรฃo de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiรกs - Faculdade de Artes Visuais

Vista D Esc: 1/75

Vista C Esc: 1/75


Vista Superior Esc:1/75

Rampa 8%

Rampa 8% tam

tam

ar

Pa

ar

2

3

1 :1

1

ha

c an r P

Pa

65

/20

%

% a8 mp Ra

Luan Henrique e Maikson Sousa

Vista Superior

Trabalho de Conclusรฃo de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiรกs - Faculdade de Artes Visuais

3 2 1

Patamar

a8 mp Ra


0,51 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,6

ha

2 :1

/20

Acesso principal Escada e rampa

c an r P

+0.51

+0.51

Corte A-A sc: 1/75

0,51 1,71 0,6 A 0,5 A 0,54,41 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5

Corte B-B Esc: 1/75

Rampa de acesso Pétalas Estruturação e revestimento em Metalon Frontalmente Vidro

Banco externo Base de Metalon Assento em Madeira

Acesso principal Escada e rampa

Instalação A=124.16m²

Malha Material: Metalon Pintura automotiva na cor branca cintilante

Ser objeto Caixa d'agua

Ser objeto Anjo: Ditadura

Banco interno Base de Metalon Assento em Madeira

4,41

Luan Henrique e Maikson Sousa

Corte A-A e Corte B-B

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Porta fixa de Led

Portas de correr

Pétalas Estruturação e revestimento em Metalon

Pétalas Estruturação e revestimento em Metalon

0,51

Instalação A=124.16m²

Malha Material: Metalon Pintura automotiva na cor branca cintilante 0,2 0,9 0,1 0,6 2,1

Parte da malha removível

1,16 0,64 2,1 0,51

Onde lê-se: A = 0,05m

0,17

0,17

0,6 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5

0,17

0,6 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,31

4,41 0,15

66

4,41

4,41


2,8

4

A

A

A

1,22

A 1,22

Onde lê-se: A = 0,05m Onde lê-se: A = 0,05m

0,51

0,51

0,15

0,15 A A 0,31

0,31

1,22

1,22

ar

4

2,8

ar

tam

Pa

tam

Pa

13

,34

,34

13

10

,5

,5

Rampa 8%

10

3,35

Rampa 8%

Rampa 8% 2,08 3,35

Rampa 8%

2,08

1,22

1,22

tam

ar

A

Pa ar tam

A

Pa

2

3

3

3 :1

/20

10,5

+0.51

Instalação A=168.47m²

ch

an Pr

+0.00

+0.00

+0.51

Instalação A=168.47m²

3 2 1

Patamar

2

+0.51

+0.51

Vista superior - Construção Esc: 1/75 Vista superior - Construção Esc: 1/75

0,3 0,3

0,3 0,3

Patamar

3 2 1

5,25

5,25

Patamar

2,84

2,84

Patamar

0,51

+0.00

+0.00

Maikson Sousa Luan Henrique e Maikson Sousa

Detalhamento - Palco

Trabalho de Conclusão de Curso Detalhamento - Palco

2017

Escala: 1/75

Metros

Metros

2017 Design de Ambientes

Escala: 1/75

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Trabalho de Conclusão de Curso

Vista Frontal - Elevações Esc: 1/75 Vista Frontal - Elevações Esc: 1/75 Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

0 Luan Henrique e 3/2

10,5

13,34

13,34

1 8°

1 a:

ha

c an Pr

1

1

2

12

12

5,25

9,09 9,09

2,0

5,25

0,17 0,170,17 0,17 0,17 0,17

9,09 0,17 0,170,17 0,17 0,17 0,17

A

mp Ra mp Ra

9,09

A

1,2 2 1,2

a8

%

8

a8 %

2,0

a mp Ra a mp Ra

A

A

5 5

A

,22 1

1,2 2 A

1,2 2 8%

3,3

3,3

8%

8

0,15 0,15 A A 0,31

0,31

67

0,51

,22 8°


A

1,22

A

2,8

4

,34

A

1,6

A

1,22

3,35

Rampa 8%

2,08

Rampa 8%

7,1

7,65

8,2

A 0,5 A 0,5 A

8,75

8,75

1,22 A

/20

4 :1

ha

3,8

c an Pr

1

3 2

9,3

9,85

A 0,5 A

A

2,15 A

A

A

1,65 1,65

A0,30,3

A

2,15

A

1,6 A

A 0,5 A

A 0,5 A 0,5 A

Patamar Patamar

3 2 1

A

Patamar

2,84

Detalhamento do palco

Revestimento de madeira Pintura preta opaca

Sarrafos de Eucalipto

Sarrafos de Eucalipto

Revestimento em Eucalipto

Revestimento de madeira Pintura automobilística preta cintilante

Pontos de fixação dos pilares de Metalon

Detalhamento - Palco

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/75

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Vista superior Pontos de fixação da malha Esc: 1/75

Luan Henrique e Maikson Sousa

+0.00

A

2,15

A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A

3,8

A 0,5 A 0,5 A

+0.51

Instalação A=168.47m²

8,75

8,75

8,2

2

%

A 0,5 A 0,5 A

A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A

1,2

A

a8 mp Ra

5,45

8

2,0

A 0,5 A 0,5 A

mp

13,34

5

Pontos não cotados Encaixe da parte removível As cotas se repetem

A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A

A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A

A 0,5 A 0,5 A

A 0,5 A

A

A

13

,5

10

A

ar

3,3

A

1,2 2

A

1,2 2 a8 % Ra

Pontos não cotados Encaixe da parte removível As cotas se repetem

ar

tam

Pa

tPam ataar m

Onde lê-se: A = 0,05m

Pa

68


69

0,7

2,7

2,8

2,7

Estrutura em planta - Pétala Esc: 1/50

1,25

2,55 2,8

5 ,55 0, 0,55 0

Corte A-A - Pétala Esc: 1/50

2

P

a

/20

5 :1

0,5

ch

ran

0,6

0,45 0,1

Espelho côncavo

6,9

7,5

Vista Frontal Esc: 1/75

Planta Baixa - Pétala Esc: 1/50

Detalhamento - Pétala

Trabalho de Conclusão de Curso

0,6

Vista Posterior Esc: 1/75

Vista Lateral Esc: 1/75

2017

Escala: Indicada

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

A

Luan Henrique e Maikson Sousa

1,25

Junções: Solda Vidro 3cm

2,7 2,5

Peças de fundação Metalon

2,4 2,8

0,3 0,4

7,5

2,7

1,05

Estruturação em Metalon

2,25

0,15 0,3 0,4 1,85 0,4

Revestimento em Metalon Pintura Preta

2,7

A


ha

c an r P

6 :1

Pilar flutuante em Metalon M: 1,75x0,05x0,05m

Corte - Malha e sua fundação Esc: 1/50

0,45 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,4

Detalhe 1

0,45 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,5 A 0,6

Vista A - Malha Esc: 1/75

A 0,5 A 0,5 A 0,6

2,15

0,11

A 0,5 A 0,5 A 0,4 2,15 0,11

3,9

A 0,6

1,05

A

/20

Pilar flutuante em Metalon M: 1,00x0,05x0,05m

Luan Henrique e Maikson Sousa

Detalhamento - Malha

Trabalho de Conclusão de Curso

0,5

Espelho

Estrutura em Metalon

Detalhe 1 - Encaixe da Malha Esc: 1/15

Parafuso

Encaixe Ranhura e espiga

Espelhos removíveis Esc: 1/75

Vista Lateral Vista Frontal

2017

Escala: Indicada

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Sarrafos de Eucalipto Sarrafos de Eucalipto

Pilar em Metalon reforçado M: 4,10x0,05x0,05m Sendo 0,40m de fundação

Espelho 1,05x0,50m Removível

0,5

0,5

Espelho

Estrutura em Metalon

Vista Lateral Vista Frontal

Espelho

Vista Posterior

Pilar em Metalon reforçado M: 4,30x0,05x0,05m Sendo 0,40m de fundação

Espelho 0,50x0,50cm Removível

0,5

Espelho

Vista Posterior

0,5 1,05

0,5 1,05

1,05

A

1,05

0,51

3,9

0,11

0,34

3,7 0,11 0,34

70


Vista Superior

Vista Lateral

Octaedro Material Plástico

Água

A

2,1 2

0,05

Bacia Acrilica transparente

0,05

Vista Lateral

A

ha

c an Pr

7 :1

/20

Vista Frontal

1,2

0,7

2

Vista Superior

1,2

Bacia Acrilica transparente Água

Zíper

Vista Lateral

Vista Lateral

Ser Objeto Caixa d'agua Esc: 1/50

Vista Posterior

Detalhamento - Ser Objeto Caixa d'agua

Trabalho de Conclusão de Curso

Vista Frontal

Vista Superior

2017

Escala: 1/50

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Corte A-A

Ar

0,05

Material: Plástico impermeável Água fluorescente

Corte A-A

Luan Henrique e Maikson Sousa

Internamente: Água fluorescente + Ar

Octaedro Material Plástico

Vista Frontal

0,05

1,2

2,1 0,05 0,65

2,1

0,7

2,1

1,2

Bacia Acrilica transparente

1,05 1,05

71 1,2


Correntes magnetizadas em direção ao centro

Puxadores Material: Metal escovado

Metalon amassado Pintura automobilística preta cintilante

Correntes magnetizadas em direção ao centro

Metalon amassado Pintura automobilística preta cintilante 5cm

Vista Frontal

P

0,23

Vista Superior

1,2

2,1 1,5

c ran

:

ha

/2 18

0

Sustentação: Base de acrílico translucido

Detalhe 1

0,05

Sustentação: Base de

0,1

1,8 2,1

1,5

0,03

0,1 0,05

0,22 0,05

Vista Posterior

Corte A-A

0,03

Ser Objeto Fantasma Esc: 1/50

Sustentação e encaixe de correr Material: Metalon Espinho Material: Aço Encaixe de correr Material: Metalon

Detalhamento - Ser Objeto Fantasma

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: 1/50

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais Luan Henrique e Maikson Sousa

Sustentação: Base de acrílico translucido

Cauda Acrilílico florescente

Correntes fixadas no teto Ilusão de ser o ponto de sustentação

Espinho Material: Aço Camada superior e inferior em acrílico transparente

A

Sistema de correr entre as camadas metálicas Material: Barra de Metalon

0,05 0,22

2,5

0,23

1,4 0,5 0,6

72


73

Sustentação: Base de acrílico translucido

Detalhe 1

0,05

0,1

0,05 0,22

1,8 2,1

1,5

0,03

Corte A-A Esc:1/50

0,03

P

Detalhe 2 Esc:1/5

c ran

ha

/20

9 :1

Encaixe Fêmea

0,5

0,22

Detalhe 1 Esc: 1/5

0,01 0,01 0,01

0,3 0,01 0,04

Detalhe 2

Ser Objeto Fantasma Esc: Indicada

Sustentação e encaixe de correr Material: Metalon Peça de Acrílico

Metalon amassado Pintura automobilística preta cintilante

Espinho Material: Aço

Peça de correr Material: Metalon

Sustentação e encaixe de correr Material: Metalon

Peça de Acrílico

Detalhamento - Ser Objeto Fantasma

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: Indicada

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais Luan Henrique e Maikson Sousa

Espinho Material: Aço

Sustentação e encaixe de correr Material: Metalon Espinho Material: Aço Encaixe de correr Material: Metalon

Encaixe Macho

0,1 0,05

0,22 0,05

0,05 0,03 0,01 0,11 0,1 0,11 0,01 0,03 0,05


74

6,2

1,95

2,25

2,22

0,87

0,87

1

2,6

6,5

Vista Lateral

2,23

1,95

2,25

ha

P

c ran

0 :2

/20

Vista Posterior Esc:1/50

Ser Objeto Anjo Esc: Indicada

Detalhamento do local instalado Esc: 1/25

Base de Madeira

Ventiladores circular 22' - 1/2HP

Piso de Madeira

Árame

Tecido de seda e elastano

Fio de Nylon

Detalhamento - Ser Objeto Anjo

Trabalho de Conclusão de Curso

2017

Escala: Indicada

Metros

Design de Ambientes

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Artes Visuais

Vista Lateral

.Pontos de fixação no teto Material: Fio de Nylon

Luan Henrique e Maikson Sousa

Vista Frontal

Detalhamento do tecido Esc: 1/50

1

Tecido de seda e elastano

2,5 0,05 0,4 0,05


ColOFão Este Trabalho foi composto nas famílias de fontes Moby (Felix Braden, Floodfonts) e Carbon (Ray Larabie, Typodermic), editorado no software Adobe InDesign CC 2018, miolo impresso em papel Couché Fosco 115g e capa em papel Aspen Perolado Prata 250g, em Goiânia, 2017.

75


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