Guia prático de Biossegurança no atendimento de Design de Sobrancelhas - versão portfólio

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Quem sou eu

Olá, sou Luana Fonseca, tenho 36 anos, sou a Ruiva que Cuida, e acredito que todos nós somos capazes de contribuir para um mundo melhor e deixar sua marca na história. Resolvi criar este material na certeza de que ele será extremamente útil para você, designer de sobrancelhas. Ele te ajudará a ter mais qualidade no seu atendimento, aumento do seu valor como referência profissional e ainda garantindo segurança extra para você e para a sua clientela. Mas antes de começarmos nossa caminhada, queria me apresentar um pouquinho melhor, tudo bem? Sou Bacharel em Relações Internacionais (UVV) e MBA em gerenciamento de Projetos (UVV), trabalhei no ambiente corporativo durante 7 anos. Nos dois primeiros anos eu trabalhei alegre, porém depois desse tempo percebi que essa não era a minha praia, trabalhar em empresas hierarquizadas, onde não conseguiria colocar nenhuma ideia própria em prática se ela não fosse aceita pelos meus superiores. Mas tinha muito medo arriscar. Precisava desestressar e resolvi estudar uma coisa legal: Estética. Em 2015 me formei em técnica em estética, em maquiadora e em designer de sobrancelhas e nesse mesmo ano fui demitida. Pronto, agora eu precisava tomar uma decisão: Arriscar a ter um negócio próprio ou procurar outro emprego. Resolvi empreender. E apesar de ter o dinheiro necessário para financiar meu espaço próprio, foi muito difícil o meu início, como a maioria dos profissionais. Atuo, desde então, há 5 anos na área da beleza. Passei por salões, atendimento domiciliar e clube de beleza. E atualmente estou ministrando cursos e consultorias na área técnica de design de sobrancelhas e maquiagem, além dos temas: atendimento ao cliente e marketing digital, ambos também voltados para profissionais do setor. Digamos que eu realmente goste de ensinar, sabe. 2019 foi um ano de muitas conquistas profissionais: me tornei artista técnica da marca de coloração de sobrancelhas, RefectoCil, sou uma Browista RefectoCil Brasil, me certifiquei como visagista Philip Hallawell e também como Profissional de Alto Valor na área da Estética - PAV por Thais Della Justina, a qual também sou sua mentorada em 2020.


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E o que é Ruiva Que Cuida? Ruiva que Cuida é a minha missão de transformar Designers de sobrancelhas em profissionais empreendedoras, que sejam criativas, autênticas, que amem seu trabalho e que sejam felizes com o que fazem e ganhem seu dinheiro com isso. Tendo sua liberdade financeira sem depender de marido. Que se transformem de uma moça que faz sobrance-

lhas como eu era, a uma mulher que gera transformação na vida da outra. Mulheres suportando outras mulheres, mu-

lheres que anseiam por transformar suas próprias vidas em inspiração para outras mulheres. Essa é a minha tropa! #tropadaruiva

POR QUAL MOTIVO RESOLVI CRIAR ESTE MATERIAL? Logo depois que caiu a minha ficha dessa pandemia, fiquei bastante preocupada com o futuro da economia, principalmente com o setor da beleza, o qual eu atuo. O design de sobrancelhas não tem como ser “delivery”, eu pensava, ele não é um produto, e sim um serviço prestado por uma pessoa, com um talento artístico próprio (incapaz de ser reproduzido por outra pessoa), que tem a competência para modelar as sobrancelhas de alguém entregando o formato mais apropriado para cada cliente e para cuidar da saúde das sobrancelhas. A maioria não estava atendendo, pensava: E o que será dessas profissionais? Foi pensando em você, que precisa atender e também manter a qualidade dos seus serviços prestados, que criei este ebook. Bastou chegar a pandemia do novo coronavírus, pra que o mundo todo mudasse suas forma de pensar e enxergar as prioridades. É da ordem de saúde pública! Mas somos todos corresponsáveis (indivíduos, sociedade, Estado) pelo combate à disseminação da doença. E quando falamos da área da beleza, especificamente sobre o design de sobrancelhas, o assunto de biossegurança tomou uma dimensão gigantesca. Não podemos fechar os olhos diante a realidade: A maioria dos cursos de design de sobrancelhas focam apenas em técnica e pouco se fala sobre a prevenção, biossegurança. E quando se fala, não entra em muitos detalhes, é bem superficial. Muito se falava na higiene, só que ela é apenas uma pequena parte de todo o quadro que a biossegurança forma. Finalmente acordamos para o fato: Precisamos entender realmente como evitar problemas da ordem de contágio de doenças no mundo da estética. Neste ebook, você que é designer de sobrancelhas terá as melhores, mais atuais e mais confiáveis orientações de biossegurança, tudo adaptado à rotina de atendimentos de uma designer de sobrancelhas, para que você e seu ambiente não seja contaminado e nem seja um agente transmissor.


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Su má rio 1. Muito além da maca, mocho, decoração. Entenda a importância de ter primeiramente um ambiente seguro....... página 8 2. Não é só passar álcool 70%. O que você precisa saber sobre descontaminação....... página 12 3. Se prepare para receber sua cliente. O melhor atendimento pós quarentena....... página 15 4. Tudo sobre a esterilização de material....... página 29 5. Tive contato com o sangue da cliente. Como fazer os primeiros socorros....... página 45 6. Descarte de material....... página 47 7. Considerações sobre equipamentos de proteção coletiva....... página 49 8. Considerações finais....... página 51 REFERÊNCIAS....... página 54 DIREITOS AUTORAIS....... página 55

Diagramação & design: Maíra Melo Designer Gráfico Ilustrações: Freepik e Acervo Pessoal (Maíra) Fotos: Divulgação


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ASSEPSIA X ANTISSEPSIA Estes são dois termos importantes que ouvimos muito falar, e por mais que pareçam contrários, eles têm quase o mesmo objetivo, mas em superfícies diferentes:

Assepsia

Procura impedir a penetração de microrganismos em locais e objetos isentos dos mesmos. E evitar que algum vírus ou bactéria que não estava presente no corpo acabe parando lá.

Antissepsia

Ato de diminuir ou eliminar microrganismos presentes em tecidos vivos. Digamos que você vá começar o trabalho, a primeira coisa a se fazer é a antissepsia da região da pele a ser tocada.

MATERIAL CRÍTICO X NÃO CRÍTICO X SEMI CRÍTICO

Materiais críticos

São aqueles que tiveram contato com a pele não íntegra, com fluidos do corpo, como sangue, lágrimas, mesmo que eles não sejam diretamente prejudiciais ao seu organismo. Como por exemplo, pinça de sobrancelhas e cílios, tesouras de sobrancelhas, alicate de unha, cureta, etc. Os materiais críticos precisam passar pelo processo de limpeza e esterilização.

Materiais não críticos

São aqueles que tiveram somente contato com a pele íntegra. Não pode ter tido nenhum contato com fluidos do organismo. Por exemplo: cubeta, embalagem dos produtos, maca, bancada, etc. Esses materiais devem passar pela limpeza e pela desinfecção de nível intermediário, utilizando produtos como álcool 70%, hipoclorito 1% ou produtos à base de quartenário de amônia e polihexametileno biguanida.

Materiais semi críticos

São aqueles que entram em contato com pele íntegra ou com mucosas íntegras. Exemplos: pincéis, eletrodos, ponteiras dos equipamentos de eletroterapia. Devem passar por esterilização ou se não puder esterilizar, deve ser feita a desinfecção de alto nível com ácido peracético.


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CONDUTAS DE AGENDAMENTO Assim que sua cliente entrar em contato com você para agendar o design, tenha um protocolo de informações e perguntas prévias: Informe como está sendo seu sistema de atendimento O ideal é você trabalhar somente com horário agendado, com um espaçamento considerável entre uma cliente e outra (calcule o tempo do procedimento, o tempo para limpeza e desinfecção de materiais e ambiente, e o tempo para você filmar e fotografar, fazer o seu marketing);

1. Atendimento com horário agendado

Você deve informar o que está incluso e o que foi retirado do seu protocolo de atendimento, por exemplo: Se optar por não usar as esferas, não ter contato com pincéis de maquiagem e talvez não fazer a massagem facial (caso você faça);

Informe como está sendo sua rotina de biossegurança,

2. Informe como está sendo sua rotina de biossegurança

o que seu espaço está promovendo para ser biosseguro, como a ventilação do ambiente (caso possa trabalhar de portas e janelas abertas, é o ideal), o uso de desinfetantes a cada cliente, frascos de álcool em gel à disposição, uso de propés, e a sua paramentação, como o uso completo dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s (que vamos ver detalhadamente mais adiante). Fale sobre evitar levar bolsa, e onde elas poderão deixálas, ou como serão armazenadas. Se o seu espaço tiver recepção, peça que a cliente deixe seus pertences nesse local. Aqui cabe também, caso desejar ser bem cautelosa, o uso de um termômetro infravermelho (à distância) e até de um oxímetro, o aparelho que mede a saturação de oxigênio no sangue (vou explicar mais em COMO RECEBER SUA CLIENTE);

Deixe claro que no dia do seu atendimento, a cliente não deverá levar acompanhantes, que você não poderá 3. Comunique à cliente que ela não deverá levar acompanhantes

cumprimenta-la como antes, que não terá degustações de café, biscoitos, ou outros petiscos (em época de pandemia). E que ela não deverá estar com nenhum dos sintomas (cite os sintomas comuns), e mesmo se ela afirmar


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Como lavar máscaras de tecido: 1. Deixe a máscara de molho em mistura com a água sanitária (2, 2,5%) por 30 minutos (10 ml de água sanitária para cada 500 ml de água); 2. Após o molho, enxague em água corrente e lave-a com água e sabão; 3. Lave novamente suas mãos e use o álcool 70%; 4. Coloque para secar pendurada no varal, ou use secadora, o importante é que ela esteja bem seca quando for usar, não é recomendado usar ela ainda úmida; 5. Para finalizar a esterilização, passe a máscara com ferro quente e guarde-a em saco plástico limpo.

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Muitos perdem toda a eficácia da proteção de uma máscara no momento da retirada. Por isso só o faça após a retirada das luvas, e com a mão higienizada. Retire pelas laterais de elástico. Não toque na superfície da máscara.

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O uso correto das máscaras:

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• Ela deve cobrir o nariz e a boca, e ficar firme no rosto. Não pode estar folgada; • Não deve ser usada no queixo ou em uma só lateral (quando se quer falar); • Não se deve cruzar os elásticos laterais; • Enquanto estiver usando, não toque na máscara (nem para ajustar) para não contaminá-la; • Se a máscara for descartável, deve ser jogada no lixo contaminante após o uso. As máscaras de tecido, que duram mais tempo, têm que fazer o processo acima citado. Mas quando estiver danificada, tem que ser descartada. Óculos de segurança: Os óculos de segurança também são necessários, devido aos olhos serem uma via de entrada de microrganismos. Quem usa óculos de grau, deve usar os óculos de proteção por cima dos seus, esses óculos são conhecido como óculos de sobrepor. Devem ficar sobre seus óculos e a máscara. Os óculos devem ser desinfetados a cada cli-

ente.


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MOTIVOS PARA TROCAR A ESTUFA PELA AUTOCLAVE *Retirado do site: https://www.cristofoli.com/biosseguranca/10-motivos-para-voce-trocar-sua-estufa-por-uma-autoclave/

1. Legislação – No meio médico já foi abolido o uso da estufa. E três Estados já proibiram o uso no meio estético e de beleza (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Há uma grande probabilidade dessa proibição se estender a outros estados, esteja preparada; 2. Temperatura – Como vimos, a temperatura da estufa é incerta, o que pode acabar com sua esterilização. Já na autoclave a temperatura é toda igual; 3. Tempo – O tempo de esterilização com a estufa é bem maior, visto que você tem que fazer todos os dias, são no mínimo 2 horas a mais do seu trabalho. A autoclave faz tudo pela metade do tempo ou até menos; 4. Controle – O monitoramento e controle da estufa é todo manual, a ocorrência de erro humano é altíssima, além da tensão de controlar tudo manualmente. Já muitas autoclaves tem o ciclo automático, o que é uma verdadeira praticidade, convenhamos; 5. Abertura da porta durante o ciclo – A estufa permite a abertura da porta durante o ciclo, o que reidrata o microrganismo que volta a viver. Mesmo sabendo que isso não pode ser feito (ou não sabendo), muitas profissionais o fazem para colocar material que foi esquecido. A autoclave não permite abrir a porta durante o ciclo, ela fica vedada devido à pressão e à trava automática; 6. Outros materiais para esterilização – A estufa, como foi falado, só permite a esterilização de materiais metálicos. A autoclave também permite esterilizar artigos não metálicos, como gaze, algodão, TNT próprio. 7. Peças de mão odontológicas – Mesmo não sendo área da beleza, sabemos que muito nos assemelhamos a área odontológica, e saber que esses materiais somente são esterilizáveis em autoclaves e não em estufa, já é outro grande alerta; 8. Embalagens – Na estufa só pode a caixa metálica, tem até outro material, mas ele é muito difícil de achar. Já a autoclave tem mais de uma opção e podem ser facilmente encontradas no mercado; 9. Indicador Classe 1 – A caixa metálica da estufa não vem com o indicador que permite identificar pacotes que passaram pelo processo de esterilização. Essa fita deve ser comprada a parte, como já foi falado. Já o papel grau cirúrgico utilizado na autoclave, já vem com esse indicador;


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DIREITOS AUTORAIS Copyright © 2020 de Luana Fonseca Todos os direitos reservados. Este ebook ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, do autor ou editor, exceto pelo uso de citações breves em uma resenha do ebook. Primeira edição, 2020.


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