Análise de destinação e gerenciamento de resíduos sólidos na Região Administrativa de Bauru

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REGIÃO DE BAURU - RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: PRANCHA 1 - INTRODUÇÃO

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL (CI) O que é um CI? Os consórcios intermunicipais podem ser definidos como um instrumento de organização regional ascendente, ou seja, formado a partir das características e demandas locais, estabelecendo uma cooperação baseada no princípio da igualdade jurídica. Para se estabelecer um consórcio intermunicipal é realizada a união de municípios com um objetivo comum e que disponibilizem recursos humanos e materiais para atingir esse objetivo. Porque estabelecer um Consórcio? A importância dos consórcios intermunicipais está em estabelecer um sistema de cooperação horizontal entre os municípios, permitindo ganhos de escala na implantação de políticas públicas e viabilizando um novo modelo de gestão microrregional. As experiências de consórcios intermunicipais existentes potencializam as ações de articulação regional, resgatando conceitos de cooperação intergovernamental e solidariedade.

RECORTE DE ESTUDO: O recorte utilizado para estudo e levantamento de informações foi o da Região Administrativa de Bauru, que é composta pelos municípios que sofrem maior influência de Bauru, cidade “sede” dessa região. Embora não se possa dizer que os municípios da região administrativa sejam dependentes de Bauru, existe uma integração entre as prefeituras visando um desenvolvimento saudável e equilibrado entre todos os municípios.

Fonte: Adaptado da Lei nº 12.305/2010 apud Sistema de Manejo dos Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana, DAE Bauru/SP. Com intervenção nossa.

Fonte: CORDEIRO, B. de S. (org.). Lei Nacional de Saneamento Básico: perspectivas para as políticas públicas. Volume II - Conceitos, características e interfaces dos serviços públicos de saneamento básico. Brasília: Ministério das Cidades, 2009.

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS:

Consórcio Intermunicipal para administração de resíduos sólidos urbanos:

Resíduos sólidos urbanos são aqueles originários de atividades domésticas residenciais (resíduos domiciliares) e os resíduos originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. Na Região administrativa de Bauru grande parte dos resíduos sólidos urbanos são destinados a aterros sanitários, sejam eles nos próprios municípios ou em municípios do entorno, exigindo um transporte desses resíduos até o local de descarte. Diante da importância dos aterros sanitários* para a redução do impacto humano no ecossistema através do despejo correto e da integração com centros de gerenciamento, foi feita a análise na região administrativa de Bauru de como funciona, hoje, a dinâmica da destinação desses resíduos sólidos urbanos. O intuito é propor para a região uma política pública de qualidade para que os aterros funcionem da forma mais positiva possível nos quesitos urbanísticos e ecológicos, sem sobrecarga de funções e investimentos entre as cidades da região estudada.

Um estudo elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) relaciona os custos de investimentos para destinação final dos resíduos sólidos urbanos no Brasil segundo o porte da população atendida. Analisando o gráfico, é possível observar que o valor de projeto e implantação de aterros sanitários por habitante é inversamente proporcional a quantidade de habitantes atendidos, mostrando a vantagem de se formar um consórcio intermunicipal onde um aterro localizado em uma cidade sede atende os habitantes de cidades próximas.

Fonte: Adaptado da Lei nº 12.305/2010 apud Revisão do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do município de Piratininga/SP, 2020.

Proposta para Região de Bauru-SP | Planejamento Urbano e Regional II | Prof. Geise Brizotti Pasquotto Discentes: Amanda A., Julia R., Maísa L., Maria Clara M., Raquel O., Renzo T.


REGIÃO DE BAURU - RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: PRANCHA 2: DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS

SITUAÇÃO ATUAL: A partir da análise do manejo de resíduos sólidos urbanos na região administrativa de Bauru foi possível notar que o principal centro de manejo de resíduos sólidos se situa em Piratininga, além disso, muitas cidades pequenas possuem um aterro sanitário próprio. No entanto, o centro de Piratininga se situa a uma grande distância de algumas cidades da região e cidades pequenas com aterro sanitário próprio não é uma opção muito vantajosa. Visto isso, foi realizado um estudo da região administrativa de Bauru levantando informações como: distância entre municípios, quantidade de resíduos produzidos anualmente por município e quantidade gerada ao ano por habitante em cada município para que a partir do estudo fosse avaliada a melhor possibilidade para a formação de Consórcios Intermunicipais.

PROPOSTA DE CONSÓRCIOS: Destino atual

Lixo gerado (ton/ano)

nº habitantes

Piratininga

Piratininga

2920

13.093,00

0,223

(R$ 17.432,02)

Presidente Alves

Aterro próprio (em valas) aberto em 2012

883

4.179,00

0,211

(R$ 17.861,26)

Avaí

Piratininga

916

5.275,00

0,174

(R$ 50.644,08)

Iacanga

Aterro próprio (aberto em 2013)

2526

11.066,00

0,228

(R$ 37.023,57) (R$ 27.135,55)

Cidade

lixo gerado ao ano / PIB per capita habitante (IBGE 2018)

Arealva

Piratininga

1701

8.351,00

0,204

Bauru

Piratininga

120059

366992

0,327143371

R$ 39.121,44

Duartina

Aterro próprio

2876

12.567,00

0,229

(R$ 19.047,83)

Lucianópolis

Piratininga

482

2.364,00

0,204

(R$ 23.901,68)

Ubirajara

Piratininga

883

4.687,00

0,188

(R$ 19.662,00)

Cabrália Paulista

Piratininga

964

4.390,00

0,220

(R$ 19.260,49)

Boraceia

Piratininga

1080

4.631,00

0,233

(R$ 80.228,55)

Borebi

Aterro próprio

584

2.295,00

0,254

(R$ 24.905,82)

Agudos

Aterro próprio

10329,5

37.214,00

0,278

(R$ 59.513,01)

Paulistânia

Aterro próprio

317,55

1.837,00

0,173

(R$ 22.430,93)

Getulina

Aterro próprio (em valas)

2248

11.447,00

0,196

(R$ 16.284,53)

Promissão

Onda verde

9724

40.828,00

0,238

(R$ 40.628,23)

Guaiçara

Aterro próprio

2756

12.294,00

0,224

(R$ 16.298,89)

Sabino

Aterro próprio

1245

5.614,00

0,222

(R$ 21.248,16)

Lins

Piratininga

22228

78.503,00

0,283

(R$ 48.837,12)

Guaimbê

Aterro próprio

1281

5.785,00

0,221

(R$ 13.163,82)

Cafelândia

Piratininga

3916

18.456,00

0,212

(R$ 28.550,67)

Pongai

Catanduva

748

3.400,00

0,220

(R$ 23.673,17)

Guarantã

Aterro próprio

1453

6.675,00

0,218

(R$ 26.176,16)

Uru

Catanduva

266

1.153,00

0,231

(R$ 35.143,93)

Balbinos

Aterro próprio

427

5.934,00

0,072

(R$ 10.405,42)

Pirajuí

Aterro próprio

5201

25.719,00

0,202

(R$ 18.702,35)

Mineiros do Tiête

Piratininga

3135,35

12.966,00

0,242

(R$ 13.408,67)

Bariri

Piratininga

9687,1

35.264,00

0,275

(R$ 33.185,53)

Bocaina

Piratininga

2872,55

12.252,00

0,234

(R$ 17.819,21)

Itapuí

Aterro próprio

3376,25

14.447,00

0,234

(R$ 48.103,23)

Jaú

Piratininga

27282,1

150.252,00

0,182

(R$ 31.855,35)

Dois Córregos

Aterro próprio

7497,1

27.512,00

0,273

(R$ 23.896,69)

Barra Bonita

Aterro próprio

10329,3

36.321,00

0,284

(R$ 35.500,64)

Iguaraçu do Ti.

Aterro próprio

6248,8

23.370,00

0,267

(R$ 12.335,36)

Macatuba

Aterro próprio

4241,3

16.961,00

0,250

(R$ 36.723,03)

Lençóis Paulista

Aterro próprio

19735,55

68.990,00

0,286

(R$ 38.890,38)

Itaju

Aterro próprio (em valas)

690

3.606,00

0,191

(R$ 23.089,26)

Itaporanga

Piratininga

2938

15.115,00

0,194

(R$ 21.229,91)

Pederneiras

Aterro próprio (aberto em 2017)

12414

44.910,00

0,276

(R$ 47.430,98)

Reginópolis

Aterro próprio

1376

9.837,00

0,140

(R$ 15.428,57)

Getulina A partir do consórcio a cidade de Getulina como sede abrigaria um aterro que comportaria os resíduos sólidos de todas as cidades, evitando que cidades pequenas tenham aterros próprios e que os resíduos tenham que ser levados por grandes distâncias até os aterros de destino. A sede foi alocada em Getulina pois, por possuir um menor PIB em relação às demais cidades do consórcio, (R$ 16.284,53) ao abrigar um aterro sua economia será alavancada contribuindo para o PIB do município. Mineiros do Tietê A partir do Consórcio será evitado que muitas cidades pequenas tenham seu aterro próprio e que as cidades de Jaú e Bocaina transportem seus resíduos a um aterro mais distante destinando os resíduos a um aterro comum no Município de Mineiros do Tietê. Mineiros do Tietê, assim como Getulina, possui um PIB menor em relação às demais cidades do consórcio (R$ 13. 408,37) e foi selecionada como sede para que possa captar mais recursos a partir do consórcio.

N

Fonte: elaborado pelos autores

N

Obs.: Águas de Santa Bárbara, Álvaro de Carvalho, Arandu, Espírito Santo do Turvo, Fernão, Itaporanga, Lupércio, Marília, Piraju e Santa Cruz do Rio Pardo também encaminham seus resíduos para Piratininga. Fonte: elaborado pelos autores. Base SBPR

Fonte: elaborado pelos autores. Base SBPR

Proposta para Região de Bauru-SP | Planejamento Urbano e Regional II | Prof. Geise Brizotti Pasquotto Discentes: Amanda A., Julia R., Maísa L., Maria Clara M., Raquel O., Renzo T.


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