Fanzela
Realização: Maitê Diniz, Karol Soares, Letícia Martins, Luiza Sbaraini e Bob Lee A.
Ela é Carioca A origem da favela teve início na histórica Guerra de Canudos.
A cidade feita durante esse período foi construída junto aos morros, entre eles o Morro da Favela no qual o nome é baseado em virtude da planta popularmente chamada de “favela” que dominava a região. Alguns dos soldados que foram para a guerra, ao desembarcarem no Rio de Janeiro em 1897, deixaram de receber seus salários , tendo então que se instalar em construções provisórias criadas sobre o Morro da Providência.
Desde então, pessoas sem condições financeiras passaram à aderir a
moradia sob o morro, construindo casas com materiais como a madeira por exemplo, dando início à um novo conceito de “favela” que então foi aplicado somente à locais sem qualquer apoio estatal, ou seja, sem energia elétrica, abastecimento de água, esgoto, entre outros.
H
oje em dia, 22% da população carioca vive em morros no qual já foram construídas instituições como escolas e ONGs para jovens e adultos. Outro ponto importante é a questão da localização muito próxima de áreas nobres do Rio, citando o exemplo do famoso Bairro da Gávea onde se situa também a favela da Rocinha (conhecida mundialmente).
Atuação das ONGs ONGs Associadas às favelas: o lado social de um bairro que registra
mais de 400 organizações não governamentais (ONGs), além de representações do poder público.
Atuação das ONGs Instituto Reação O Instituto Reação é uma associação sem fins lucrativos que atua em comunidades de baixa renda pelo Rio de Janeiro, tendo como objetivo a promoção do desenvolvimento humano e da inclusão social por meio do Judô.
Instituto Dois Irmãos
O Instituto Dois irmãos é uma ONG com sede nos Estados Unidos e no Brasil cuja missão é providenciar oportunidades educacionais para os moradores da favela da Rocinha (RJ), através de projetos de serviço comunitário e intercâmbio cultural.
Pensando Junto
O pensando junto é um projeto social, educativo e cultural que atende a crianças e jovens da comunidade da Rocinha, proporcionando à seus participantes, acesso à cultura, lazer, educação, alimentação,acompanhamento médico, odontológico e psicológico. O projeto foi criado a partir da indignação do rapper e ativista social Gabriel, O Pensador, que de perto acompanhava o crescimento de jovens que faziam malabares em um sinal de trânsito perto de sua casa e em frente à Comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Lá vem o “Gringo” O turismo no interior de
favelas começou no Brasil há 16 anos exatamente na favela da Rocinha quando um jovem chamado Marcelo Armstrong levou alguns turistas para visitar a maior favela do Rio de Janeiro. Sua empresa, Favela Tour, cresceu e deu origem a outras.
Os visitantes
podem ver de perto o modo de vida e uma cultura diversificada de quem mora nas favelas.
Mostra-se a cultura e desenvolvimento social e
sustentável. O tour é sempre acompanhado de um guia profissional e é completamente seguro, visto que a comunidade conhece e aceita o projeto, recebendo os turistas de braços abertos.
“É único porque as crianças locais
atuam como os guias turísticos.”
Steve Kingstone, BBC NEWS, 2003.
Vamos de bonde?
Passeios pelas favelas do Rio são um destino hoje bastante procurado por turistas. No teleférico do Alemão, a visão dos mares de morros tomados por algumas das comunidades é impressionante.
O técnico em Turismo Marcel Rocha apresenta ao turista
Ned Baring, 31 anos, o belo visual a partir da Laje do Michael Jackson, uma das atrações do morro Santa Marta
Das favelas para o campo de futebol
“Foi em uma festa de aniversário. Eu tinha 10 anos. Um policial brigou com o vizinho e já saiu dando tiros. Deu três, dois acertaram no peito do meu vizinho e outro acertou a cabeça do meu pai. A bala ficou alojada no crânio dele. Não tínhamos dinheiro para bancar uma operação e tirá-la de lá. Durante todos esses anos ele teve convulsões e dores imensas. Agora tenho dinheiro para bancar a cirurgia, que é delicada. Só que ele diz que não quer operar, tem medo.”
Conta o atacante, Adriano
Adriano nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 1982. Cresceu e foi criado na favela
de Vila Cruzeiro, na Penha, um dos lugares mais violentos da cidade. Desde os 7 anos, observado nas peladas no campinho de areia da comunidade, Adriano se destacava dos demais garotos pelo gosto de correr átras da bola. Com isso, sua mãe, dona Rosilda, resolveu levar o garoto às escolinha do Flamengo, clube de coração da famíla. Primeiro no futsal, depois, aos 10 anos, o garoto passou para osgramados. Aliás, nessa época, quase que o sonho de se tornar jogador de futebol é interrompido por um drama familiar. Aos 7 anos, quando brincava nas escadarias da Vila Cruzeiro, Adriano viu um jovem ser assassinado a tiros, por causa de uma briga de quadrilhas. No ano seguinte, seu pai foi atingido na cabeça por uma balada perdida, resultado de um tiroteio na favela.
Vindo de família humilde, com poucos recursos, Adriano contou com o apoio de todos em casa, que
se sacrificavam para que ele pudesse continuar jogando para o Flamengo. Afinal, não era fácil. Ele pegava dois ônibus da Vila Cruzeiro para chegar cedinho ao treino, na Gávea. Grande e forte, sempre foi defensor nas categorias de base. Primeiro, zagueiro pela esquerda. Depois, lateral-esquerdo. Isto até os 15 anos, quando o professor Carlos Alberto, seu treinador no time infantil do Fla, percebeu naquele menino um talento para o gol. Mesmo quando jogava atrás, Adriano já dava suas arrancadas. Então, Carlos Alberto experimentou Adriano mais à frente.
A aposta deu resultado. O jogador começou a se destacar pelo Flamengo nos campeonatos
estaduais e, dois anos depois, em 1999, Adriano foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou o Campeonato Mundial Sub-17 na Nova Zelândia pelo técnico Carlos César Ramos, que dirigia o time júnior do Flamengo. Adriano não fez gols, mas teve uma participação importante na conquista. Começava ali a se tornar realidade os sonhos do jovem de Vila Cruzeiro: ser jogador do Flamengo e dar uma vida melhor à família.
“Paz na Favela”: As quatro fases No Rio de Janeiro existem três principais facções do tráfico que se instalaram em
diferentes comunidades da cidadedo Rio de Janeiro na década de 70, são elas: o Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando (TC), e os Amigos dos Amigos (ADA). Paralelo a eles, atuam também milicianos (quase sempre formados por policiais) que competem com os traficantes pelo controledo território. Os principais prejudicados dessa guerra sempre foram os moradores daquelas comunidades, que vivem sob esse fogo cruzado. A pacificação tenta resolver o problema em três frentes: ‘retomando’ os territórios, expulsando os grupos criminosos e integrando as comunidadesà cidade.
A elaboração, organização e o trabalho da inteligência do programa de pacificação são
feitos pela Secretaria de Segurança. Em princípio, as principais forças policiais do Rio de Janeiro (polícias civil e militar), mas são principalmente dois departamentos da Polícia Militar que realizam o projeto da pacificação: o Batalhão de Operações Policiais Especiais Bope) e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Em algumas circunstâncias, as forças policiais também recebem o apoio das Forças Armadas, como aconteceu, por exemplo, durante a ocupação do Complexo do Alemão em 2010 e da Rocinha em 2011.
A pacificação consiste de quatro fases consecutivas: Retomada, estabilização,ocupação
definitiva e pós Ocupação. A Retomada do território e a Estabilização(fases 1 e 2) são responsabilidades do Bope.A retomada consiste na entrada da polícia na favela. Pode parecer algo simples, mas esse sempre foi um dosprincipais obstáculos no combate ao tráfego de drogas.
A estabilização visa fortalecer o controle estadual na favela. É possível que essa fase
demore várias semanas ou meses e em alguns casos é necessário o contínuo apoio pelas Forças Armadas. Na terceira fase (ocupação definitiva), uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é instalada dentro da comunidade e fica permanentemente no local para melhorar a relação entre os moradores e a polícia. A ideia é começar a construir a credibilidade da polícia junto à comunidade e vice-versa. Isso é importante porque sem o apoio da população local, os traficantes vão eventualmente voltar a atuar naquela favela Na última fase (a pós-ocupação), as UPPs recebem apoio do programa UPP Social, da prefeitura, para coordenar esforços dos vários órgãos públicos e promover parcerias com o setor privado e a sociedade civil a fim de que a comunidade seja realmente integrada à cidade.
Projetos Curiosos: Favela Painting O projeto Favela Painting começou em 2005, quando os artistas holandeses Haas & Hahn
tiveram a idéia de criar obras de arte pública em favelas do Rio de Janeiro. Não apenas para embelezar, mas também para criar um diálogo com os seus arredores. Depois de vários projetos de sucesso, a imagem de um quadrado pintado em um design de cores radiantes rendeu fama mundial e transformou o Rio em "um dos 10 lugares mais coloridos do mundo", segundo a CNN. Os artistas são convidados no mundo inteiro para ensinar e falar sobre este trabalho, consultar cidades em projetos de arte da comunidade e olhar possíveis locais para futuros projetos. Eles recentemente restauraram a sua primeira pintura no Rio e atualmente estão planejando um grande retorno para pintar uma favela inteira. Ao longo dos anos, o “Favela Painting” tornou-se uma organização profissional, com sede na Holanda. E o foco é: mobilizar as pessoas para transformar suas próprias comunidades em obras de arte sociais de tamanho monumental, para embelezar e inspirar, combater o preconceito e atrair a atenção positiva, oferecendo oportunidade e estímulo econômico.
“O garoto com a Pipa” - 2006 - Vila Cruzeiro
“Praça Cantão - 2010 - Santa Marta”