Morada Urbana

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MORADA URBANA


MORADA URBANA Loteamento para Habitação de Interesse Social

Trabalho Final de Graduação apresentada Centro Universitário Estácio, para cumprimento das exigências para obtenção do título em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da professora Catherine D’Andrea.

ALUNA Maria Júlia Mazarão ORIENTADORA Catherine D’Andrea RIBEIRÃO PRETO | 2020

Fonte Capa: Maria Júlia Mazarão,2020 1 | MORADA URBANA


AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,DESDE QUE CITADA A FONTE.

Ficha Catalográfica Elaborada por Matheus Felippe Tunis. CRB 8/8766 M475m

Mazarão, Maria Júlia. Morada urbana: projeto urbano para habitação de interesse social / Maria Júlia Mazarão. – Ribeirão Preto, 2020. 101 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do(a) Prof(a). Ma. Catherine D' Andrea. 1. Urbanismo. 2. Habitação social. 3. Loteamento. 4. Morada. 5. Legislação. I. Título. II. D' Andrea, Catherine.

CDD 720

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MARIA JÚLIA MAZARÃO Loteamento para Habitação de Interesse Social

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO APRESENTADO PARA A FACULDADE ESTÁCIO,PARA CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Ribeirão Preto,______, de _______,de 2020.

BANCA EXAMINADORA ____________________________________________ Professora Catherina D’Andrea ORIENTADORA _____________________________________________ PROFESSORA CONVIDADA _____________________________________________ CONVIDADO

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AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus, por sua infinita bondade, me deu forças para nunca desistir dos meus sonhos. Agradeço aos meus pais, Neusa e José Luiz,que me incentivaram desde pequena a estudar e se esforçaram,ao máximo, para me proporcionar uma educação com qualidade.Agradeço aos meus irmãos,Márcio e Patrícia e minha cunhada Natália, que estiveram ao meu lado durante toda minha vida e me apoiaram no meu sonho de me tornar arquiteta. Agradeço também,em especial,Nathália,que me incentivou e apoiou durante todo processo do trabalho e Fátima,por toda ajuda. Agradeço aos meus amigos,familiares e colegas de trabalho, que sempre demonstraram apoio e suporte nas horas difícies. Aos meus professores,em especial, minha orientadora Catherine, que me forneceram toda a bagagem para elaborar esse trabalho.

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DEDICO AOS MEUS AFILHADOS, GABRIEL E THÉO



“ A arquiteta gostaria de projetar mil casas por dia,aéreo,vidro e de paina, redondo,de esvoaçantes telhados. Em frente à prancheta a arquiteta sonha o justo sonho de todo mundo ter onde morar. Roseana Murray, “Artes e Ofícios” Imagem Escultura de Parede Série Favela Artista Plástico: Alex Brazil Fonte: Blog de Alex Brazil Art,2012 6 | MORADA URBANA


RESUMO O tema do projeto corresponde a um loteamento para Habitação de Interesse Social, localizado na cidade de Ribeirão Preto, que tem como principal diretriz o parcelamento do solo. A primeira premissa do projeto é a que gleba escolhida esteja inserida na malha urbana. O desafio é compreender o terreno e seu entorno, coordenar as metragens adequadas dos lotes para atender às necessidades da população para habitação, e proporcionar um bairro que seja confortável, de fácil acesso e que apresente diferentes tipologias de uso do solo. O projeto está compatibilizado com as diretrizes ambientais e viárias, além das doações de áreas institucionais, espaços destinados a área de lazer e acessibilidade para o pedestre.

PALAVRAS CHAVES: HABITAÇÃO CONEXÃO URBANO

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ABSTRACT The theme of the project corresponds to a subdivision for Housing of Social Interest, located in the city of Ribeirão Preto, whose main guideline is the division of the land. The first premise of the project is that the chosen land is inserted in the urban network. The challenge is to understand the land and its surroundings, coordinate the appropriate lengths of the plots to meet the population’s needs for housing, and provide a neighborhood that is comfortable, easily accessible and that presents different types of land use. The project is compatible with environmental and road guidelines, in addition to donations from institutional areas, spaces for the leisure area and accessibility for pedestrians.

KEYWORDS: HOUSING CONNECTION URBAN

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SUMÁRIO

01 Apresentação Pág. 11

Fundamentação Teórica 2.1- A Influência do Crescimento das cidades na Habitação Social; Pág.17 2.2- A Origem dos Loteamentos Periféricos; Pág. 23 2.3- Políticas Habitacionais em Ribeirão Preto; Pág. 27

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03 Leituras Projetuais 3.1- Habitação Villa Verde Pág.31 2.2- Habitação Quinta Monroy; Pág. 39 2.3- Cidade Criativa:Pedra Branca; Pág. 47

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04 Condicionantes Projetuais Pág. 59

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Desenvolvimento Projetual Pág. 71

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06 Referências Bibliográficas Pág. 96


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APRESENTAÇÃO

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Fonte: Site Getty Imagens,2020

“ Nosso grande problema não é o déficit de moradia,mas

sim o déficit da cidade Raquel Rolnik

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1.1 JUSTIFICATIVA

.

De acordo com os Dados da Fundação João Pinheiro e Diretoria de Estatísticas e Informações realizado em 2015, o Déficit Habitacional no Brasil é de 6.333.700 (seis milhões, trezentas e trinta e três) casas, sendo que 2.482.900 (dois milhões, quatrocentas e oitenta e dois mil e novecentas) delas estão presentes na região Sudeste. O grande crescimento das cidades, as crises econômicas e a ausência de organização política acarretam falta de estrutura das moradias para as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. Viver na cidade, com acesso a uma moradia digna e infraestrutura adequada são direitos de todos, porém a realidade que se apresenta é bem diferente, ou seja, para viver nas cidades e ter acesso a todos esses direitos implica um alto custo para o cidadão. A cidade de Ribeirão Preto possui uma população estimada pelo IBGE, em 2020, de aproximadamente 711.825 (setecentos e onze mil, oitocentos e vinte e cinto) habitantes. É uma cidade em pleno desenvolvimento e expansão cujo déficit habitacional, em número absoluto, é de 21.815 (vinte e um mil, oitocentas e quinze) moradias, conforme PLHIS-Plano Local de Habitação de Interesse Social, realizado pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto em 2019. Podemos perceber que os números do déficit habitacional vêm crescendo gradativamente ao longo dos anos. Torna-se necessário entender que a demanda da habitação social não se resume tão somente em reprodução de casas, mas na inserção delas no espaço urbano, focada nos aspectos da acessibilidade à área urbanizada, geração de renda (por meio de comércio e atividades locais) e investimento em cultura e lazer, com a construção de parques e centro culturais. Segundo o PLHIS- Plano Local de Habitação Social de Ribeirão Preto, apresentado em 2019, e os dados cadastrais da COHAB- Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo que informam a distribuição populacional por faixa de renda, que realizam cadastro junto à COHAB, constata-se que 0,20% das pessoas cadastradas apresentam renda acima de 10 salários mínimos; 1,90% apresentam renda entre 5 e 10 salários mínimos; 10% apresentam renda entre 3 e 5 salários mínimos e 88% apresentam faixa de renda inferior a 3 salários mínimos. Com os padrões salariais existentes a base salarial no Brasil, o cidadão precisa realizar investimento, durante anos, para conseguir adquirir um imóvel próprio. O “sonho da casa própria” torna-se algo muito distante da possibilidade de pessoas que não possuem renda suficiente para contrair financiamentos junto às instituições bancárias, através dos programas do governo. Em virtude dos fatos mencionados, é necessário apresentar soluções para diminuir o déficit habitacional, e nossa missão, enquanto arquitetos, é a de elaborar projetos com qualidade de acesso e moradia. Em paralelo, devemos refletir e questionar nossa população e governo sobre a questão da falta de investimentos na habitação social, que influencia diretamente na vida dos brasileiros.

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1.2 OBJETIVOS GERAIS Desenvolver um projeto de Habitação de Interesse Social, que se insira na malha urbana, com diferentes tipos de uso do solo, diretrizes ambientais, viárias e urbanas focadas no bem-estar dos moradores, com conceito de comunidade. O objetivo principal é apresentar um projeto com tipologia, predominantemente horizontal, com lotes de uso misto, áreas verdes, passeios voltados para a melhor fruição do pedestre e que respeite as exigências ambientais. Segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social em Ribeirão Preto, 78% das pessoas cadastradas na COHAB- Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto residem em casas, enquanto 7% residem em apartamentos, 7% em casas nas favelas, 3% em pensões e os outros 5% não especificam a tipologia da moradia. Sendo assim, podemos perceber que a maioria da população cadastrada no programa da COHAB reside em casas. O brasileiro sonha com a casa própria inserida em um modelo de comunidade, com espaço adequado para suas atividades cotidianas, locais de lazer e proximidade com a vizinhança. Com isso, o processo do projeto está baseado nas premissas de conexão entre as áreas de doações para o município e moradias. Ou seja, as áreas institucionais e as áreas verdes devem estar próximas das residências, para que haja a possiblidade de que todos possam caminhar pelo loteamento, usufruindo do espaço urbano.

Fonte: Archdaily, 43 Vivendas de Proteção Oficial em Almuradiel, Estudio Entresitio, ano 2012. 14 | MORADA URBANA


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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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Conjunto Residencial de Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) Fonte: Pinterest, 2016

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2.1- A influência do crescimento das cidades na habitação social Duas palavras chaves estão conectadas e devem acontecer simultaneamente: Habitação e Urbanismo. Ambas estão presentes em todas as horas do nosso dia. A casa na qual moramos, inserida no ambiente urbano, determina o nosso padrão de vida, costumes, atividades e vida profissional. Nos relacionamos a todo momento com o que nos rodeia, e a paisagem que observamos diariamente está voltada para o que significa a cidade para o meu cotidiano e o quanto ela favorece o meu bem-estar. Infelizmente, esse cenário ideal de conectividade entre moradia e bairro não acontecem com todos. Para uma melhor compreensão do cenário em que nos encontramos, é importante visualizar em que contexto se deu o crescimento das cidades. Nabil Bonduki (2004) cita que o crescimento da cidade não está relacionado apenas com sua consolidação, mas decorre de um grande mercado distribuidor e do crescimento da imigração. Podemos exemplificar com o que ocorreu em São Paulo durante a sua consolidação, quando o solo foi parcelado por meio de loteamentos, em bairros periféricos, durante a vinda de imigrantes e a expansão do café. O principal fator desse desajuste é a monopolização dos proprietários de terra, que causam a má distribuição de terras e a segregação, e interferem no crescimento das cidades. Devido a esse movimento, percebemos grandes vazios urbanos e ao mesmo tempo, diversos interesses em outros locais da cidade. Conforme o texto abaixo, é possível entender que a produção de habitações, quando executada de forma desorganizada, propicia a segregação das classes sociais que se inserem no contexto da expansão das cidades: “A demanda de solo urbano para fins de habitação também distingue vantagens locacionais, determinadas principalmente pelo maior ou menor acesso a serviços urbanos, tais como transporte, serviços de água e esgoto, escolas, comércio, telefone etc., e pelo prestígio social da vizinhança. Este último fator decorre da tendência dos grupos mais ricos de se segregar do resto da sociedade e da aspiração dos membros da classe média de ascender socialmente.” (MARICATO,1982, pág.27) Observa-se, portanto, que a distribuição de terra está vinculada ao seu valor, ou seja, quanto mais longe de serviços urbanos menor valor a terra tem, e tal fato causa a dispersão das classes sociais de menor poder financeiro para áreas de menor valor de aquisição. Em especial, as terras consideradas de “baixo valor” são destinadas para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, resultando em massas de casas edificadas em locais afastados da cidade e distantes, portanto, dos serviços essenciais para o ser humano.

É importante ressaltar que existia uma diferenciação nos tipos de habitações, tais como cortiços e casas de aluguéis na periferia. O primeiro, geralmente, era próximo do centro da cidade e oferecia situação de insalubridade, dimensões reduzidas de moradia e aglomeração de pessoas, enquanto as casas afastadas do centro possuíam alto valor de aluguel e baixo investimento em infraestrutura urbana. A segregação socioespacial ocorre em todos os tipos de moradias elaborados para as pessoas em vulnerabilidade, podendo ser tanto um distanciamento físico das classes médias e altas, quanto a ausência de infraestrutura urbana adequada, acesso fácil à cidade e/ou conforto em cada moradia. Podemos perceber que os problemas da habitação exigem soluções para os habitantes. A habitação, além de ser uma questão social, também é vista como um problema no qual o Estado tem o dever de intervir. É importante ressaltar que a habitação é vista, para as questões governamentais, como um problema isolado do assunto ligado ao Urbanismo. O diálogo da Habitação é frequente, mas a intervenção do Estado é voltada para soluções econômicas imediatas e não de planejamento urbano. Além disso, o sistema de governo nos impõe que, para ter sucesso e realização pessoal, devemos ser proprietários de uma casa própria, e, para tanto, o cidadão deve adquirir uma casa financiada, que pagará durante toda a vida. A tão sonhada “casa própria” é um mecanismo de passar o poder de aquisição de um imóvel para o brasileiro. Com isso, o trabalhador entende a aquisição da casa própria como um ganho na vida profissional, pessoal e a ascensão diante da sociedade, e movimenta o financiamento da habitação e assim, menos engajamento financeiro em relação a investimentos na questão social. Fato mencionado por Ermínia Maricato (1982), segundo a qual a classe média e operariado urbano vivem, todo tempo, em eterna contradição, com expectativas de crescimento, em contrapartida, uma renda cada vez menor. O brasileiro fomenta a realização da compra de imóvel, entretanto, devido a questões sociais e econômicas decorrentes da falta de investimento, os programas habitacionais não suportam a demanda de habitação e planejamento urbano adequados. A principal questão é financiar a casa própria e, simultaneamente, obter também um planejamento urbano adequado. Ou seja, o morador paga pela tão sonha casa, vendida pela mídia como a realização de um sonho, e os gestores públicos, instituições bancárias e as empresas privadas financiam a infraestrutura urbana e acrescentam esse custo no valor do imóvel financiado. 17| MORADA URBANA


“Do ponto de vista do problema habitacional, a distorção mais grave está no fato de que o candidato à casa própria paga duas vezes por ela.” (MARICATO,1982, pág.66) Podemos resumir, portanto, em duas situações-problema: o Financiamento da Moradia e o Planejamento Urbano, que passam pela redução de custo até a viabilização do projeto e geração de lucros . E tais situações-problemas estão vinculadas ao valor da terra, ou seja, do lote. Desta forma, ocorre o surgimento de casas periféricas, pois, a viabilidade da construção é balanceada por meio de três fatores: baixo valor do terreno, moradias em larga reprodução e o valor da infraestrutura.

Cortiço em São Paulo em 1938 Fonte: Archdaily,2019

Podemos perceber que a principal questão do crescimento periférico é a falta de investimento no setor de infraestrutura. Mas se pensássemos em um cenário ideal, a expansão poderia se dar de forma horizontal, desde que fosse apresentada uma dinâmica na expansão urbana, ou seja, ocorresse a inserção de tipologias diferentes de uso do solo, bem como a utilização dos lotes mistos e comerciais para realização do fenômeno chamado Fachada ativa e utilizar os coeficientes de aproveitamento, para alternar a quantidade de pavimentos. Além disso, seria necessário que fosse respeitado o respeite o Plano Diretor de cada cidade. Infelizmente, a utilização dos mecanismos citados no parágrafo acima, em muitos casos, não foi realizada na expansão das cidades e a habitação virou uma solução econômica, enquanto a questão urbana, em sua maioria, foi deixada para segundo plano. Conforme citado desde o início do texto, ambos devem acontecem simultaneamente. Podemos classificar as etapas de uma implantação periférica da seguinte forma: Primeiro- inserção da casa no terreno; Segundo: depois de um tempo a infraestrutura era implantada (quando era), com a edificação de calçada, ligação de energia, drenagem, água e esgoto, etc; e terceiro- serviços de comércio, lazer e transporte. É importante ressaltar que o governo tomou iniciativas no decorrer do tempo para discutir a questão habitacional, como a realização do I Congresso da Habitação (1931) e posteriormente, criação da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), em 1497, a qual tinha objetivo de inserir uma empresa pública para os transportes coletivos das cidades.

Morro de Santo Antônio,Rio de Janeiro,1922 Fonte: Archdaily,2019 18 | MORADA URBANA

As medidas começam a ser efetuadas, para que, o crescimento periférico se intensificasse, porém, para a urbanização de uma área, temos que pensar em toda a infraestrutura, água e esgoto adequados, pavimentação, drenagem, proteção de Áreas de Preservação Permanente, acesso e lazer.


Para engajamento das soluções no déficit habitacional, durante o período da Era Vargas (1930-1945), duas medidas econômicas foram criadas: a Fundação da Casa Popular e os as IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões), ambos com a finalidade de criar recursos para financiamento das moradias. Outra medida adotada na Era Vargas foi o congelamento dos aluguéis, uma vez que, até aquele esse momento, os locatários subiam o valor do aluguel sem nenhuma norma, e os inquilinos eram prejudicados, pois o aumento do aluguel era inversamente proporcional ao aumento do salário. A partir de 1950, o setor de incorporação imobiliária começa a se inserir no mercado, associados a bancos ou pequenas empresas para atribuir novos financiamentos e novas moradias. Para solucionar a aquisição de imóveis, em 1964, durante a Ditadura Militar, foi criado o Banco Nacional da Habitação e também criaram o Sistema Financeiro de Habitação, sendo que o Banco Nacional e as empresas privadas possuíam interesse mútuo para fomentar a construção civil. Para Raquel Rolnik a criação do BNH possui três pontos a serem discutidos, que são: “Em primeiro lugar, a política depende e incide sobre as estratégias monetárias e fiscais do país. Em segundo lugar, está ideológica e politicamente alicerçada na ideia de combate ao “déficit habitacional”, ou seja, na ideia de que as necessidades habitacionais correspondem a uma demanda reprimida de “casas próprias” a serem construídas. Em terceiro Lugar, trata-se de um instrumento de fomento à atuação de um setor- a indústria da construção civil-além de, evidentemente, ser um dos motores do próprio setor financeiro.” (ROLNIK,2015, pg.282) É claro observar que a discussão da habitação está ligada as questões econômicas e não questão social, como deveria ser vista. Além disso, a infraestrutura urbana deveria ser ponto principal para definição de novos vetores das cidades. Podemos levantar a discussão principal da financeirização das moradias, através das políticas públicas adotadas, como a criação do Banco Nacional. Fica visível, desta forma, a ambiguidade entre o direito à moradia e o direito à propriedade, sendo que no primeiro estão consideradas as questões sociais referentes ao direito de todo cidadão de ter uma moradia digna; enquanto no segundo o direito de propriedade está vinculado as questões econômicas e políticas. Com isso, prevalece o Direito à propriedade, visto que o problema da moradia se torna um atrativo econômico e faz com que o morador adquira a propriedade, com parcelas a serem pagas durante longo tempo, para conseguir usufruir de um teto e infraestrutura urbana adequadas, fato este que intensifica a segregação socioeconômica, uma vez que nem todo cidadão possui oportunidade e renda para adquirir um imóvel.

DIREITO à PROPRIEDADE OU DIREITO à MORADIA Em 1966 foi criado o FGTS- Fundo de Garantia do Trabalhador Brasileiro, que corresponde a uma espécie de reserva financeira para o trabalhador, semelhante a uma poupança, mediante desconto em folha salarial e depósito em conta específica, tornando-se um recurso passível de utilização para financiamento das moradias. Como mencionado durante esse capítulo, vemos que o estado intervém nas medidas para compra e financiamento de moradias e não necessariamente possui como prioridade o desenvolvimento das cidades. O objetivo é financiar casas e, por último, cuidar do espaço da cidade. Paralelamente, foi criada a COHAB – Companhia Metropolitana de São Paulo, em 1965, para atender a demanda da falta de moradia e realizar grandes conjuntos habitacionais nas periferias das cidades. Apesar dos mecanismos e meios de financiamentos de moradias, é importante ressaltar que não eram direcionados integralmente para as classes menos desfavorecidas. Conforme menciona Raquel Rolnik (2015, pg. 284), apenas 30% do total de 4,5 milhões de financiamentos habitacionais concedidos através do Banco Nacional da Habitação, entre 1970 e 1986, foram destinados aos setores de menor renda. É importante ressaltar que a criação do Banco Nacional da Habitação-BNH abrangia, na maioria dos casos, conforme trecho acima, as classes sociais mais favorecidas e se desviou do principal objetivo, que seria o de solucionar o problema da habitação. Em 1986, o BNH foi extinto, e as razões para a paralisação do programa de financiamento foram ocasionadas pelo alto investimento e consequente aumento da inadimplência, acarretando prejuízos aos bancos e setores privados. Além disso, conforme cita Raquel Rolnik (2015, pg. 286), o país vivia um período de recessão e estagnação econômica dos anos 1980, esse cenário muda apenas em 1990, com reformas de crédito habitacional e estrutura e composição do capital das empresas privadas. 19| MORADA URBANA


A partir dos anos 1990, torna-se necessária a reformulação das medidas habitacionais. E com o objetivo de conter a inflação, em 1994, foi lançado o Plano Real, com objetivo de reformular o sistema financeiro, diminuir a inflação, criação de nova moeda, e abertura para os bancos estrangeiros. Nessa época, o Estado percebe a necessidade de alianças entre governo, banco e incorporadoras. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso foram criados programas e mecanismos para alavancar o capital financeiro do mercado imobiliário, como por exemplo a introdução do regime de alienação fiduciária, o qual possibilita que uma pessoa solicite o financiamento e a liberação do crédito, e coloque um imóvel como garantia até que o valor do financiamento seja integralmente pago. Foram criados, ainda, dois programas para apoio da habitação, que são o PAR (Programa de Arrendamento Residencial) e o PSH (Plano Social de Habitação). “Em seguida, ainda sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, dois programas de habitação social são lançados, ainda em pequena escala. Em um destes, o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), o empreendedor privado era responsável por toda a operação, da compra do terreno até a construção , passando pela elaboração do projeto; cabia aos governos municipais apenas a “ seleção da demanda” e, ao governo federal, o financiamento direto e subsidiado ao mutuário final através da Caixa Econômica Federal, herdeira do BNH. Pelo programa Social de Habitação (PSH), também lançado no governo FHC, o Estado leiloava subsídios por regiões e bancos de segunda linha podiam adquiri-los para, em parceria com os municípios, construir casas.” (ROLNIK,2015, pg.289) De acordo com o último parágrafo da citação de Rolnik, podemos perceber que parte do planejamento urbano é focado nas incorporadoras e possibilita a escolha do terreno, o que propicia a compra de terrenos na região periférica, longe do perímetro urbano, para reduzir custos e aumentar a lucratividade. Em cada plano de governo é elaborada uma nova “solução” para a questão habitacional. Em 2004, no governo Lula, foram elaboradas novas soluções para o suporte ao financiamento do imóvel, como a criação do Ministérios das cidades, para fornecer estratégias e apoio financeiro para os governos locais.

Conjunto Residencial de Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) Projeto em 1947 Fonte: Pinterest, 2016 20 | MORADA URBANA

Para o Ministério das Cidades ter espaço para a questão habitacional, foi criado o Sistema Nacional de Habitação, sob o controle do Conselho Nacional das cidades para a geração de fundos para habitação para população de baixa renda. E com isso, foi criada a Política Nacional da Habitação, a qual era dividida entre Habitação Social e Habitação de mercado, com fontes de investimento distintas.


Segundo Raquel Rolnik (2015, pag.295) o governo Lula possuía em seus planos o chamado “Projeto Moradia”, elaborado para ser uma política de desenvolvimento que associasse o enfrentamento da questão social ao crescimento econômico e à geração de empregos. A política do Presidente Lula era a ampliação do consumo para gerar crescimento econômico.

Com a situação do país e a esperança de obter uma renda familiar melhor, as famílias almejavam a “casa própria”, e a possibilidade de posse do terreno foi um grande avanço no número de produção de casas e de grande aceitação política devido à elaboração do programa habitacional.

Após o fim do mandato do Presidente Lula, Dilma Rousseff assume a presidência e, com isso, dá seguimento a economia, conforme cita Rolnik:

Após a reeleição de Dilma Rousseff, em 2010, foram lançadas duas novas fases do programa.

“Nesse período, as ações do governo federal para ampliar o consumo se iniciaram com a expansão de um programa de transferência de renda que remonta ao governo anterior- o Bolsa Família. O programa concede a famílias pobres um benefício mensal que varia de acordo com a renda e o tamanho da família. O passo seguinte dos governos do PT para fomentar o consumo foi a expansão continuada do valor real do salário-mínimo. Em seguida, essas medidas foram complementadas pela concessão de incentivos para a produção e aquisição de bens duráveis, por meio de isenções fiscais, linhas de crédito com baixas taxas de juro e, em alguns casos, subsídios diretos. Essas medidas geraram o que ficou conhecido como ‘nova classe média’.” (ROLNIK,2015, pg.299) Dessa forma, o Estado fomenta a economia e oferece “potencial de aquisição” com financiamentos extensos e aumento da renda mínima de cada família, inclusive com a criação do Bolsa Família. O que é importante ressaltar é que, naquele momento, se intensifica a camada denominada “Classe Média”. No âmbito habitacional, em 2009, o governo cria um programa para atender às necessidades de habitação, chamado de Minha Casa Minha Vida (MCMV). “O MCMV- Empresas apresentam condições especificas para diferentes faixas de Renda, com valores distintos no que diz respeito aos subsídios, aos mecanismos financeiros e comerciais, bem como ao limite de valor de unidades.” (ROLNIK,2015, pg.303)

Segundo Raquel Rolnik (2015, p. 309) em 2014, o programa já havia entregado mais de 1,7 milhões de casas e apartamentos. Os efeitos colaterais do programa foram: a) a reprodução de moradias em larga escala, e para a obtenção de lucro, os construtores propuseram uma tipologia, em muitos casos, sem possibilidade de alteração ou mudança da casa; b) o fato dos brasileiros não conseguirem pagar ou manter em dia os pagamentos dos financiamentos, além do longo prazo de pagamento. Em contrapartida, o programa alavancou um setor no qual o país necessitava de investimentos para crescimento econômico e que, na verdade, auxiliou na diminuição, ou em parte dele, do déficit habitacional existente do país. Do ponto de vista urbano, muitos conjuntos habitacionais estavam distantes do centro da cidade, fato que colaborava para o aumento segregação, que corresponde justamente à pauta principal do próximo capitulo, no qual vamos aprofundar a origem desses loteamentos distantes do centro, com destaque para a cidade de Ribeirão Preto, área de intervenção do projeto.

Podemos destacar que o programa foi um grande impulso na economia, especialmente no setor privado imobiliário. Conforme cita Raquel Rolnik (2015, pg.306), o crédito imobiliário passou de 1,55% do país, em 2006, para 3,48% em 2010 e 6,773% em 2013.Ou seja, houve aumento nos financiamentos das moradias. Importante ressaltar que o programa possuía um caráter social, com divisão de setores em cada faixa salarial da família, com maior possibilidade de aquisição, por meio de financiamento. Com isso, alavancou a produção, em grande escala, das unidades habitacionais, sendo que as consequências urbanísticas ainda não estavam moldadas e a reprodução das casas em áreas periféricas ainda era é um fator relevante no programa.

Foto de Campanha do Minha Casa Minha vida Fonte: Página Oficial do Banco Caixa Econômico Federal 21 | MORADA URBANA


Imagem do Loteamento em São Luís,Maranhão Fonte: Archdaly 22 | MORADA URBANA


2.2- A Origem dos Loteamentos Periféricos em Ribeirão Preto Conforme consta no último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, a população de Ribeirão Preto em 2020, está estimada em 711.825 habitantes e sua densidade demográfica, de acordo com a pesquisa realizada em 2010, é de 928,92m². Desta forma, resta claro que a cidade de Ribeirão Preto está crescendo e ampliando seu território. A tabela a seguir mostra a evolução da população brasileira nos territórios urbanos e rurais:

É importante ressaltar que essa expansão ocorreu com certa segregação social, inclusive na região Norte da cidade. Conforme falamos no primeiro capítulo, a expansão urbana acontece de acordo com os interesses políticos e econômicos locais, e no caso de Ribeirão Preto, não foi diferente, especialmente por se tratar de uma cidade em crescimento e com concentração de riqueza em número limitado de famílias. Sobre tal ocorrência Santos (2017) assevera que: “Somado a isso e à enorme concentração de renda e riqueza, encontrou na cidade um desenvolvimento territorial que se arrastou ao longo do tempo de forma débil e elitista que segregou os trabalhadores de baixa renda às áreas periféricas, sobretudo ao norte do centro da cidade.” (SANTOS,2017, pág.57) Podemos perceber que, para suprir a necessidade de demanda da habitação, a cidade se subdividiu e se concentrou na região norte, com o surgimento dos loteamentos periféricos, após a criação da COHAB EM 1970. Iniciou-se, portanto, a partir daí os fenômenos da desigualdade social e segregação populacional. Santos (2017) ratifica tal afirmativa da seguinte forma: “Logo, o exemplo da produção habitacional da COHAB-RP vista sob perspectiva espacial, da produção e reprodução do espaço urbano como condição, meio e produto da reprodução social, pode contribuir para a leitura crítica da realidade contraditória da cidade de Ribeirão Preto, elucidando parte das relações de produção imobiliária e suas consequências para a formação de um espaço urbano de acentuada desigualdade econômica e social.” (SANTOS,2017, pág.80) A tabela abaixo demonstra a concentração dos conjuntos habitacionais por zonas: Norte,Oeste,Leste,Sul e Centro. Constata-se que, em sua maioria, tais conjuntos estão localizados na Zona Norte, e que a zona sul possui apenas um conjunto habitacional.

Mapa dos Lotemanetos da COHAB em Ribeirão Preto Fonte: O papel da COHAB-RP na produção do espaço urbano em Ribeirão Preto (SP) Autor: Danilo Brich dos Santos (SANTOS,2017, pág.48) O processo de urbanização e êxodo rural se reflete em todo o país. Contudo, as formas de organização de expansão da cidade são elaboradas de acordo com as necessidades econômicas e domínios das terras. Em Ribeirão Preto: COHAB-RP (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto se insere no momento de crescimento da cidade de Ribeirão Preto e êxodo Rural e crescimento da população,conforme tabela acima.

Mapa dos Lotemanetos da COHAB em Ribeirão Preto Fonte: O papel da COHAB-RP na produção do espaço urbano em Ribeirão Preto (SP) Autor: Danilo Brich dos Santos 23 | MORADA URBANA (SANTOS,2017, pág.103)


E, conforme o mapa (ao lado), podemos entender como se deu a expansão dos loteamentos na região norte, que ficaram, em sua maioria, afastados da região central da cidade de Ribeirão Preto Com a especulação imobiliária, a região Sul tornou-se o principal ponto de investimentos para empreendimentos de médio e alto padrão, enquanto na região norte houve um desenvolvimento que se deu mediante a concentração das habitações residenciais, isoladas nos lotes, com o uso do lote predominantemente residencial. Sobre a expansão imobiliária em Ribeirão Preto, Zamboni, Denaldi e Mioto (2019) afirmam: “Este ‘vetor de expansão imobiliária’, denominado ‘Setor Sul’, foi instituído e delimitado pelo Decreto Municipal n.333 de 1983 (Ribeirão Preto, 1983). Foi retomado em 1995, ano em que o município aprovou seu primeiro Plano Diretor, instituído através da Lei Complementar n. 501/95 (Ribeirão Preto, 1995), no qual estabelecia, no artigo 8º, o ‘vetor de crescimento da cidade’ como área de adensamento populacional.” (Zamboni, D. P., Denaldi, R., & Mioto, B. (2019). Os espaços residenciais fechados do setor sul de Ribeirão Preto e o domínio do capital mercantil no processo de expansão urbana no município nos anos 2000.)

Mapa dos Lotemanetos da COHAB em Ribeirão Preto Fonte: O papel da COHAB-RP na produção do espaço urbano em Ribeirão Preto (SP) Autor: Danilo Brich dos Santos (SANTOS,2017, pág.105)

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Mapas dos Conjuntos Habitacionais na Zona Norte Fonte: O papel da COHAB-RP na produção do espaço urbano em Ribeirão Preto (SP) Autor: Danilo Brich dos Santos (SANTOS,2017, pág.108)

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Conforme mapa à esquerda, podemos perceber a concentração de conjuntos habitacionais na Zona Norte. Compreende-se, portanto, que o maior investimento urbano, com equipamentos urbanos atrativos e comercial foi concentrado na Zona Sul de Ribeirão Preto, o que acarretou a valorização da terra e segregou as classes sociais em situação de vulnerabilidade, que ficaram concentradas, em sua maioria, na zona norte da cidade, com os conjuntos habitacionais. Sobre isso, Santos (2017) assevera: “Chama a atenção como a Zona Sul e o Centro foram “preteridos” pelos projetos habitacionais da COHAB-RP. A Zona Sul hoje, marcada pela ocupação populacional de alta renda, com destaque à enorme concentração de luxuosos condomínios residenciais fechados (FIGUEIRA, 2013), sobretudo de casas, possui apenas um conjunto da COHAB-RP, com 467 unidades e ainda assim limítrofe à Zona Leste, e o Centro nunca recebeu um conjunto habitacional da Companhia. (SANTOS,2017, pág.101) Tais ocorrências acarretaram uma segregação social, pois os ambientes de médio e alto padrão comumente possuem maiores investimentos em infraestrutura urbana e recebem maior visibilidade para tipologias diferentes de comércio, lazer, escolas e habitações verticais. Conforme afirma Santos (2017): “Em Ribeirão Preto é possível notar que não só a localização superconcentrada dos conjuntos em números absolutos na parte norte da cidade serve de exemplo do desenvolvimento territorial muito desigual, mas, também, a quantidade de unidades residenciais produzidas, as tipologias empregadas e a cronologia de implantação podem colaborar para o entendimento da problemática.” (SANTOS,2017, pág.80) Conforme fotos à direita, visualizamos a evolução da urbanização dos loteamentos na Zona Norte de Ribeirão. Podemos entender a rapidez em que se dá o adensamento, visto que as pessoas necessitam da ocupação do espaço para viver. E com o rápido crescimento, o planejamento urbano deveria se adequar a essa demanda, assim como a ocupação deveria se adequar ao projeto urbano, fato esse que não acontece nas periferias. A falta de áreas verdes no desenho do projeto, a ausência de tipologias diferentes, e o uso inadequado do solo resultam em um projeto urbanístico com adensamento de casas da mesma tipologia e maior uso da área líquida vendável, pois o empreendedor deve viabilizar o projeto. Com isso, o valor da terra deve ser o valor mais baixo, com construções em série, e o resultado dos fatores deve gerar lucros aos empreiteiros e lucros ao empreendedor. A principal questão da urbanização é que o momento no qual que ela está inserida, o projeto urbanístico dos conjuntos residenciais, principalmente de Interesse Social, deve ser implantado antes do projeto das casas. Atualmente, a cidade de Ribeirão possui maior embasamento técnico e exigências para aprovação de projetos que possam controlar essa expansão ou até mesmo inutilização dos vazios urbanos, para que, encontre um equilíbrio na expansão urbana.

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Imagens Áereas da Zona Norte em 1984 e 1994,respectivamente. Fonte: O papel da COHAB-RP na produção do espaço urbano em Ribeirão Preto (SP) Autor: Danilo Brich dos Santos (SANTOS,2017, pág.129)


2.3- Políticas Habitacionais em Ribeirão Preto A demanda habitacional em Ribeirão Preto é cada vez maior, visto que a cidade cresce e se expande a cada dia. Novos vetores de crescimentos são elaborados, visando novos centros comerciais, zonas de especulação imobiliária e atendimento das necessidades da população, como “malls” comerciais, aberturas de amplas avenidas para maior valorização das respectivas áreas. Em contrapartida, a classe que possui vulnerabilidade social e econômica é afastada das regiões valorizadas e são segregadas nas regiões com especulação imobiliária baixa. O brasileiro tenta se adequar de acordo com as necessidades da família, se estabelece em comunidades ou bairros afastados sem infraestrutura ou com infraestrutura precária e inadequada.

Podemos entender que a em sua maioria, as pessoas não possuem renda suficiente para adquirir um imóvel. A renda de até 3 salários-mínimos não fornece todos os serviços que uma família necessita. Infelizmente, no Brasil, os serviços públicos não são oferecidos integralmente, e com essa renda, os trabalhadores precisam comprar remédios e comida para uma família de em média, 4 a 5 pessoas. A seguir, o gráfico nos revela o crescimento do déficit habitacional quantitativo ao longo dos anos 2000 e 2010:

Conforme planilha abaixo, de acordo com o Plano Local de Habitação de Interesse Social (2019), realizado pela prefeitura de Ribeirão Preto, em conjunto com os dados da COHAB, verificamos que: a) o déficit qualitativo quantitativo, cujos números representam os domicílios que precisam de melhorias na edificação ou na infraestrutura urbana para atingir níveis de habitabilidade, e b) déficit quantitativo, que representa o número bruto de domicílios que devem ser construídos para dar conta da demanda habitacional.

Fonte: PLHIS- Plano Loccal de Habitação de Interesse Social de Ribeirão Preto,2019 Capítulo 2.3-Diagnósticos e Resultados

Fonte: PLHIS- Plano Local de Habitação de Interesse Social de Ribeirão Preto,2019 Capitúlo 3.1- A evolução do défict habitacional

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Segue abaixo fundo para a Habitação de Interesse Social no país, podemos perceber, diminuição das previsões de orçamento ao longo dos anos. Em contrapartida, o déficit habitacional quantitativo (conforme último gráfico) aumenta a cada dia.

Com a intensificação das melhorias do Plano Diretor, com as porcentagens exigidas de áreas verdes, lotes mistos e zoneamento, é possível assegurar que o município conseguirá estimular um desenho urbano adequado por meio do investimento do setor privado, que tem obrigação de executar a infraestrutura conforme as diretrizes projetuais exigidas pelo município de Ribeirão Preto. Torna-se necessário, desta forma, entender as necessidades de cada morador, e, para tanto, deve-se estabelecer um diálogo entre empreendedores, prefeitura e público, permitindo assim compatibilizar um projeto único. Quando o projeto é padronizado, ele perde a sua essência e a dificuldade de adequação do morador é maior. Precisamos buscar o cliente principal, que é quem vai residir na moradia. Tal percepção é imprescindível e foi visivelmente deixado de lado, de acordo com as políticas de financiamentos das moradias elaboradas ao longo dos anos. Após o entendimento das necessidades dos habitantes, a análise do entorno é importante para entender como as pessoas vivem, se é necessário equipamentos de lazer para determinada faixas etárias, comércios, indústrias etc. É preciso entender que a pessoa possui renda entre 1 e 3 salários-mínimos e vive em situação de vulnerabilidade em comunidades distanciadas e praticamente isoladas da cidade.

Fonte: PLHIS- Plano Loccal de Habitação de Interesse Social de Ribeirão Preto,2019 Capitúlo 3.1- A evolução do défict habitacional Segundo os dados do Fundo para a Habitação de Interesse Social no país, podemos perceber a redução das previsões orçamentárias ao longo dos anos. Em contrapartida, houve um acentuado aumento no déficit habitacional, demonstrando, desta forma, que as famílias brasileiras não estão tendo renda suficiente que suporte a aquisição de um imóvel. Enquanto o objetivo principal, no Brasil, for somente a construção de imóveis para habitação social com obtenção de altos lucros, inclusive, para habitação social, as qualidades dos projetos serão bastante restritas. Conforme a última atualização da Prefeitura Municipal de Ribeirão,em 2017, COHAB-RP,os conjuntos habitacionais em construção em Ribeirão Preto são os seguintes empreendimentos: a) Vida Nova Ribeirão com 2.440 unidades (1ª etapa), com parceria Caixa/PMRP e Construtora Pacaembu e, b) Residencial Liliana Tenuto Rossi, com 464 unidades

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É importante ressaltar que a população que mais necessita de moradias são as de menor renda, ou seja, o cidadão que recebe valores entre 0 a 3 salários-mínimos, que vivem em situação de vulnerabilidade, e que residem em moradias situadas em áreas ilegais e periféricas, geralmente em favelas. Torna-se necessário, portanto, entender o que essas pessoas realmente precisam. A maior questão é: essas pessoas, que vivem em condições precárias nas favelas e sonham possuir uma casa própria e melhores condições de vida, se adaptariam em grandes edifícios, com adensamento total e curtos espaços de lazer. A maior dificuldade de adaptação dessas pessoas é deixar o local onde vivem e estão inseridas para viverem em um espaço projetado para ser mínimo. Portanto, a importância do desenho urbano é essencial para trazer o conceito de comunidade, que em muitos programas habitacionais foram esquecidos.


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LEITURAS PROJETUAIS

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Fonte: Site Getty Imagens,2020

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INTRODUÇÃO As Leituras projetuais foram selecionadas para abranger os temas de habitação social e urbano.As duas primeiras leituras projetuais aprofundam no projeto da habitação e como são inseridas na malha urbana. A terceira leitura é sobre um exemplo de bairro planejado e sustentável, o qual, podemos extrair ideias principais sobre desenhos das vias e sistemas de lazer.

CONJUNTO HABITACIONAL VILLA VERDE- ELEMENTAL FICHA TÉCNICA • • • • • •

Arquitetos: ELEMENTAL Localização: Constituición, Região Maule, Chile Área: 5688.0 m² Ano: 2010 Fotografias: Suyin Chia, Cristian Martinez Fabricantes: Arauco

Fonte: Archdaily,2014 OBJETIVO O projeto foi realizado para 485 famílias afetadas pelo Tsunami em 2010, na cidade Constituición, Região do Maule, Chile. O fato ocorreu em 2010, com isso, as famílias que viviam próximas foram atingidas e em situação de vulnerabilidade. O projeto é uma das principais reconstruções da cidade após a tragédia. A partir um subsídio habitacional, a empresa Arauco conseguiu realizar a construção das casas.

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ENTORNO

PROBLEMA x SOLUÇÃO

O entorno do conjunto habitacional é predominantemente de casas residenciais. Como dito anteriormente, a cidade é de pequeno porte.

A principal problemática era o custo da construção da casa e como entregá-la com qualidade para os moradores. Nesse princípio, encontra-se o partido de projeto, a construção de metade da casa do lote e deixa para futura expansão para o morador o restante do espaço, o que, se baseia na construção gradual.

O que podemos observar é que, o projeto, possui uma escala de vizinhança. Ele se insere na cidade sem atritos e mantem o diálogo com o local. A comunidade inserida na cidade possui comunicação e respeita a escala do pedestre, é fundamental essa implantação do projeto sem maiores impactos na malha urbana.

Conjunto Habitacional Villa Verde Mapa acima da Localização do Conjunto Habitacional Villa Verde, Cidade de Constrúcion,rgião de Maule, Chile

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Nesse conceito, a casa projetada pelo grupo ELEMENTAL possui 56m² construído e pode aumentar até 85m², conforme esquema abaixo:

Espaço para futura expansão das moradias Perspectiva da moradia Fonte: Archdaily,2014


CONJUNTO HABITACIONAL VILLA VERDE- ELEMENTAL

CONDICIONANTE NATURAL A cidade possui clima mediterrâneo e varia a temperatura entre 6° a 25°, além do entorno influenciar no clima, já que o conjunto é rodeado de vegetação e próximo a superfície do mar. As janelas estão sempre voltadas para ter luz do sol.

ACESSOS

ACESSOS

IMPLANTAÇÃO A intenção do projeto é criar uma proximidade entre os moradores, para isso foi elaborado o conceito de quadra aberta, com espaço de convivência entre os habitantes. Para isso, o conceito de casa isolado no lote. As quadras são regulares, com formas ortogonais.

Põe

Nasce

ACESSOS

ACESSOS

Implantação Fonte: Archdaily,2014

Norte 33 | MORADA URBANA


VOLUMETRIA A volumetria é no modelo padrão de casa tradicional, esse desenho possui uma repetição, devido a demanda de casas, são casas tipo sobrado, isolados no lote. Esse desenho possibilita uma identidade ao projeto e cria uma visão de comunidade, de lar.

REPETIÇÃO:

SISTEMA CONSTRUTIVO O sistema construtivo é o Wood frame, com a sua estrutura de madeira. As vantagens dessa escolha são o tempo de construção reduzido, possibilidade de aberturas e facilidade na futura ampliação da casa. A casa, ainda conta com isolamento térmico, o que é positivo, pois os habitantes estão em uma região fria. Telhado Vigas Vedação Laje

Fonte: Archdaily,2014 34 | MORADA URBANA

Fonte: Archdaily,2014


SETORIZAÇÃO: Área molhadas:Cozinha e Lavanderia Circulação e Acessos Área molhada: Banheiro Área para futura expansão

Planta Pavimento Térreo Fonte: Archdaily,2014

Planta Pavimento Térreo Fonte: Archdaily,2014

Circulação e Acessos

Dormitório

Planta Primeiro Pavimento Fonte: Archdaily,2014

Planta Primeiro Pavimento Fonte: Archdaily,2014 35 | MORADA URBANA


Área molhadas:Cozinha e Lavanderia Circulação e Acessos

EXPANSÃO

Área molhada:Banheiro Social Circulação Externa

Planta Pavimento terreo com futura expansão Fonte: Archdaily,2014

Planta Pavimento terreo com futura expansão Fonte: Archdaily,2014

Circulação e Acessos

Dormitório

EXPANSÃO

Planta Primeiro Pavimento com expansão Fonte: Archdaily,20144 36 | MORADA URBANA

Planta Primeiro Pavimento com expansão Fonte: Archdaily,2014


FECHAMENTOS E ABERTURAS

As habitações possuem ventilação cruzada, com as aberturas opostas ou adjacentes, para facilitar a circulação de ar. Ponto importante é a clarabóia, o que permite maior ventilação e iluminação do ambiente.

Detalhe da Clarabóia Aberturas Vista Frontal Fonte: Archdaily,2014

Aberturas Vista Lateral Fonte: Archdaily,2014

Detalhamento Fonte: Archdaily,2014 37 | MORADA URBANA


RELEVÂNCIA PROJETUAL O projeto é uma referência para a habitação de interesse social, o grupo Elemental consegue captar as necssidades específicas dos moradores e entender o entorno da implantação. Um ponto importante é respeitar a paisagem do entorno, o projeto segue a tipologia de casas com dois pavimentos e não causa interferência no urbano. Do ponto de vista da habitação, o conceito de cheios e vazios, é elaborado para atender ao orçamento das casas e dessa forma, cria um espaço para expansão que se adequa ao partido do projeto e torna exemplo para futos conjuntos habitacionais.

Imagem de uma casa com a expansão implantada Fonte: Archdaily,2014

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Conjunto Habitacional Quinta Monroy OBJETIVO O projeto foi realizado para solucinar um grupo de 100 famílias que viviam em um leteamento ilegal com 0,5 hectares. O grupo ELEMENTAL teve como principal objetivo se enquadra no programa específico do Ministério de Habitação, chamado Vivenda Social Dinâmica sin Deuda (VSDsD)-Habitação Social Dinâmica sem Dívida. Com isso, o valor total do subsídeio oferecido pelo governo é de US$7.500,00 por casa, inclusos, valor do lote, infraestrutura e execução da moradia.

Fonte: Archdaily,2012 FICHA TÉCNICA • Arquitetos: Alejandro Aravena, ELEMENTAL • Área: 5000 m² • Ano: 2003 • Localização: Sold Pedro Prado,Iquique,Tarapacá,Chile • Fotografias: Cristobal Palma / Estudio Palma, Tadeuz Jalocha

Fonte: Archdaily,2012 39 | MORADA URBANA


PROBLEMAXSOLUÇÃO A principal problemática foi a implantação das casas no lote para atender a demanda da moradia para todas as famílias. Nesse princípio, estão descartadas as opções de casas isoladas no lote ou adensamento vertical. Para garantir a escala do bairro e utilizar toda a implantação do terreno, o partido foi executar o primeiro e segundo piso do edifício. Para produzir uma casa com espaço para expansão e proporcionar uma moradia que atenda as necessidades,de acordo com o orçamento proposto.

ENTORNO O projeto se localiza na cidade costeira no norte do Chile.A cidade se chama Iquique, na região de Tarapacá, com mais de 200 mil habitantes. O local da implantação das casas se insere na região central, anteriormente a intervanção, era um local visado pela especulação imobiliária. O lote era um antigo rancho pertencente ao senhor Monroy, que alugava o terreno para as pessoas se alojarem no local, resultado de ausencia de infraestrutura adequada anteriormente ao projeto da Elemental.

Fonte: Archdaily,2012

Quinta Monroy

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Mapa acima da Localização do Quinta Monroy Região de Taparacá,Iqique,Chile Fonte: Google Earth,2020


CONDICIONANTES NATURAIS A região de Taparacá,em Iquique, possui clima deserto, com temperaturas em torno de 15 graus,em média,apresenta pluviosidade baixa de 5mm,média,por ano.

ACESSOS

ACESSOS Nasce

IMPLANTAÇÃO A maior dificuldade do grupo Elemental foi inserir todas as casas no lote, para isso, a tipologia de 3 pavimentos,com cheios e vazios, propiciou um adensamento adequado para o local. As quadras são retangulares e criam um espaço de convivio entre as moradias. Além disso, o projeto promove a inclusão do pedestre,o qual, vai caminhar nas quadras para chegar ao acesso da rua.

ACESSOS

ACESSOS Põe

Implantação Fonte: Archdaily,2012

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VOLUMETRIA A volumetria é definida pela definição de Partido, com a sobreposição de blocos, com espaços cheios e vazios. Além disso, a sobreposição dos blocos modulares permite maior adensamento de moradias.

SISTEMA CONSTRUTIVO O sistema contrutivo é de alvenaria de vedação,composto por vigas, pilares de lajes de concreto. Na futura expansão, a vedação é de madeira, para facilidade do morador na ampliação.

Fonte: Archdaily,2012 Fonte: Archdaily,2012

Pílar de Concreto Viga de Concreto VIga de Madeira

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SETORIZAÇÃO:

Área molhadas:Cozinha e Lavanderia Circulação e Acessos Área molhada:Banheiro Social Futura Expansão Planta Pavimento Térreo Fonte: Archdaily,2012

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Dormitórios/Social

Circulação e Acessos Futura Expansão Planta Primeiro Pavimento Fonte: Archdaily,2012

Banheiro Dormitórios/Social

Circulação e Acessos Futura Expansão Planta Segundo Pavimento Fonte: Archdaily,2012 44 | MORADA URBANA


Aberturas e Fechamentos

Janelas

Portas

Elevação Fonte: Archdaily,2012 As aberturas no sentido vertical da casa, recebem maior incidência solar, o que auxilia no conforto térmico da casa.

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Imagem do pátio central Fonte: Archdaily,2012

RELEVÂNCIA PROJETUAL

O projeto Quinta Monroy foi um grande desafio para implantar a quantidade exata de familias em um determinado espaço,na área central da cidade,com questões sociais envolvidas,por exemplo,especulação imobiliária. Embora o adensamento seja necessário, o grupo ELEMENTAL conseguiu inserir na malha urbana e não gerar impactos.

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Imagem do pátio central 12 anos depois Fonte: Arquitechne,2018

Como citado, o espaço era curto e o conceito de quadras fechadas para criar um ambiente de convívio é importante. Porém, com o tempo, a paisagem do projeto se modifica e a necessidade de carro rouba o espaço de lazer. Um ponto importante para demosntrar como o ser humano interfere no projeto de acordo com as necessidades.


Cidade Criativa:Pedra Branca OBJETIVO Localizado no municipío de Palhoça,região de Florianópolis,Santa Catarina. O início da cidade Pedra Branca aconteceu em 1999, com o objetivo de transformar uma fazenda familiar em loteamentos. Um fator importante foi a implantação da Universidade do Sul,de Santa Catarina(UNISUL), o que permitiu, maior desenvolvimento da área e fluxo de pessoas. A área possui cerca de 250 hectares,com total de 2300 lotes,com lotes residencias, mistos, comerciais e áreas de lazer.

Fazenda familiar antes da Urbanização Fonte: Acervo Pedra Branca,2014 Segundo acervo de Pedra Branca (2014), 10 vertentes norteiam a cidade criativa: 1 – Prioridade ao Pedestre: um local acolhedor e seguro, feito para as pessoas caminharem; 2 – Uso Misto: mistura de Moradia e Trabalho - Cidade Completa; 3 – Espaços Públicos atraentes e seguros; 4 – Diversidade de Moradores: todas as idades, todos os orçamentos e tamanho de famílias; - Cidade Complexa; 5 – Senso de Comunidade: construir um endereço onde as pessoas se encontrem - Cidade Convívio; 6 – Densidade Equilibrada - Cidade Compacta; 7 – Harmonia entre a natureza e as amenidades urbanas; 8 – Sustentabilidade e alta performance do ambiente construído; 9 – Conectividade; Fonte: Acervo Pedra Branca ,2014

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Principais arquitos e urbanistas que trabalharam no desenvolvimento do planejmaneto da cidade e elaboração do Masterplan da área: DPZ Latin America - Maximo Rumis e Marcela Leiva. • Jaime Lerner - Arquitetos Associados – Conceituação Geral • Jan Gehl - Gehl Architects - Espaços Públicos • Silvia Lenzi – Conceituação Geral • Juliana Castro - Jardins e Afi ns – Arquitetura Paisagística Conceituação e Projetos Paisagismo • PPS - Espaços Públicos • H-8 Arquitetos e Engenheiros Humanistas - ciclovias • Vigliecca & Associados • Arquiteto Rolando Mello • ARUP - Sustainable Infrastructure Masterplan – Plano diretor de Sustentabilidade

Durante o desenvolvimento do Masterplan, foram realizadas reuniões com perído intenso de horas, para o prcesso de criação da cidade, a dinâmica de trabalho foi chamada de “Charretes”. “A partir dessas “Charretes” foram sendo fixadas as diretrizes de uma proposta urbana para uma nova centralidade composta por um Projeto Global – Masterplan – e pelos projetos das quadras que compõem o empreendimento. Pode-se imaginar o enorme potencial de criatividade e de conteúdo gerado pela reunião e o debate construtivo de grande número de especialistas em Urbanismo, Arquitetura, Engenharia, Meio Ambiente, Mercado Imobiliário, Ciências Sociais e outras áreas de conhecimento.” (Apresentação Pedra Branca:Cidade Criativa,pág.35,2014)

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Fonte: Acervo Pedra Branca,2014

Fonte: Acervo Pedra Branca,2014


Cidade Criativa:Pedra Branca Zoneamento ZONEAMENTO Conforme mapa ao lado, podemos perceber a variedade de tipologias. A grande concentração de lotes de uso misto,com gabarito de até 12 pavimentos, áreas verdes próximas aos loteamentos residenciais, uma avenida principal que permite uma centralidade no projeto, com grande fluxo de pessoas, com lotes de uso misto e a universidade. O Zoneamneto traduz as vertentes da cidade planejada, como conectividade, uso misto(moradia e Trabalho) e diversidade da faixa etária dos moradores. A prioridade do pedestre, para promover mobilidade e caminhar entre as avenidas principais da cidade.

Maquete Volumétrica do Masterplan Fonte: Acervo Pedra Branca

Fonte: Acervo Pedra Branca ,2014 49 | MORADA URBANA


Maquete Volumétrica do Masterplan Fonte: Acervo Pedra Branca,2014

Fonte: Pinterest,2020 "Eu sou Pedra Branca.No mundo contemporâneo e diverso no qual vivemos, a Pedra Branca contempla em seu projeto a convivência e perfeita relação entre o ambiente natural e o ambiente construído." Jaime Lerner - urbanista orientador do projeto Pedra Branca,2014

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QUESTÃO AMBIENTAL A cidade de Pedra Branca se preocupa com as questões ambientais, de sanemento básico e infraestrutura adequadas. “Edificações projetadas e construídas com o emprego de materiais e técnicas de baixo impactoambiental, de baixo consumo de energia, de baixa geração de gases do efeito estufa. Construções com alta qualidade do ambiente interno, com vida longa, aptos a diversos usos e reusos. Uso intenso de iluminação e ventilação naturais, aquecimento solar, água de chuva, gerenciamento de resíduos sólidos e muitos outros itens dentro das recomendações do sistema LEED®, a mais importante certificadora mundial de prédios verdes. Respeito à paisagem natural, às águas superficiais e subterrâneas e à vida silvestre. A Pedra Branca preparou- se para fornecer água mineral e faz o tratamento de água e esgoto em seus empreendimentos.” (Apresentação Pedra Branca:Cidade Criativa,pág.53,2014)

Edifício Office Green Fonte: Acervo Pedra Branca

É importante ressaltar que Pedra Branca foi convidada para participar do programa social,ambientl e econômico desenvolvido, por Bill Clinton, nos Estados Unidos. “A fundação foi fundada por Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, com o objetivo de ajudar as pessoas atingirem seu pleno potencial. A organização realiza e apoia projetos ligados ao desenvolvimento econômico, a questões ambientais, a saúde e ao bem-estar e participação de meninas e mulheres na sociedade. Nesse contexto, surgiu a Clinton Climate Initiative (CCI) e o Programa Clima Positivo para apoiar o desenvolvimento de projetos urbanos de larga escala que sejam capazes de demonstrar que as cidades podem crescer de forma positiva em relação ao clima.” (Fonte: Página Oficial da Pedra Branca,Acervo Pedra Branca)

Estes dois empreendimentos comerciais na Cidade Pedra Branca são certificados como construções verdes. Eles têm a certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design), que é coordenada pelo U.S. Green Building Council (USGBC) Edifício Atrium Offices Fonte: Acervo Pedra Branca ,2014

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Todos os empreendimentos residenciasis e comercias da cidade Pedra Branca possuem:

É importante ressaltar a preservação e valorização dos espaços verdes do bairro.

-Aquecimento solar;

“Através de projetos em parceria com a Associação dos Moradores da Pedra Branca AMO e com a UNISUL, a Pedra Branca busca informar, discutir e propor soluções para as principais questões locais. O respeito à natureza e os princípios do Urbanismo Sustentável são elementos compartilhados com os moradores do empreendimento, através de uma extensa comunicação voltada para a educação ecológica e a promoção de novos hábitos. Como resultado desse esforço, 30% dos residentes afirmaram passar a adotar hábitos sustentáveis e a preservação ambiental após passarem a viver na região” (Apresentação Pedra Branca:Cidade Criativa,pág.29,2014)

-Proteção térmica de terraços e coberturas; -Aproveitamento da ventilação e iluminação naturais; -Gestão de resíduos da construção e uso de materiais menos agressivos;

Fonte: Acervo Pedra Branca,2014

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Imagens de venda do Lotemento Reserva da Pedra Fonte: Informe Floripa,2019


SISTEMAS DE LAZER A cidade de Pedra Branca possui como vertentes para os espaços públicos, a valorização do pedestre, criação de ambientes atrativos e seguros,conectividade e senso de comunidade. Para isso, as áreas de lazer foram elaboradas para concretizar o objetivo principal da cidade bairro: Acessbilidade e Integração dos moradores. Um importante projeto é a rua compartilhada da Pedra Branca, ela possui como fenômeno chamado Streestcape,que tende a união de moradia,trabalho e lazer e prioridade na escala do pedestre. A intenção é promover uma animação urbana, com espaço de 11.700 metros quadrados,com pavimentação,mobiliário,vegetação,iluminação e usos urbanos. Implantação da Rua Compartilhada Fonte: Acervo Pedra Branca,2014

Detalhe da Implantação da Rua Compartilhada Fonte: Acervo Pedra Branca,2014 53 | MORADA URBANA


PASSEIO PEDRA BRANCA A rua Pedra Branca foi compatilhada por 4 Zonas, conforme desenho. As Zonas 1,2 e 3 são espelhadas a partir da Zona 4. Zona 1: Área para os lojistas, que podem aproveitar para inserir mesas proximas aos comércios, também pode ser uso para passeio dos pedestres. Zona 2: Um local de passeio para pedestres e ciclistas, a depender do fluxo, os moradores saem da bicicleta, pois, quem deve determinar o fluxo são os pedestres. Zona 3: Local para inserir as vegetações e mobiliários, possuem espaços para algumas vagas de carros, a depender da necessidade, por exemplo, farmácias. Zona 4: Possui uma circulação mais intensa, os carros devem andar até 20km/h e os ciclistas também podem utilizar esse espaço e dar prioridade para pedestres na zona 2.

Seção da da Rua Compartilhada Fonte: Acervo Pedra Branca,2014 54 | MORADA URBANA


"O contato na rua constitui a pequena mudança a partir da qual pode florescer a vida". Jane Jacobs

SISTEMAS DE LAZER A cidade de Pedra Branca possui como diretriz para os espaços públicos, a valorização do pedestre, criação de ambientes atrativos e seguros,conectividade e senso de comunidade. Para isso, as áreas de lazer foram elaboradas para concretizar o objetivo principal da cidade bairro: Acessbilidade e Integração dos moradores.

RELEVÂNCIA PROJETUAL Pedra Branca é uma referência internacional de sustentabilidade e urbanismo. É importante refereciar esse projeto para entender como poderão ser as cidades no futuro e quais soluções são praticadas. Sabemos que é um projeto de médio a alto padrão e que não é focado na habitação social,como menciado nas leituras anteriores. Embora ele não se enquadre, é exemplo de integração de espações de lazer, valorização do projeto e a vertente princial: Criação de uma Comunidade. São essas diretrizes que são essenciais para desenvolver um bairro integrado,com urbanismo desehado para a escala do pedestre e a criação dos espaços ativos de lazer.

Fonte: Acervo Pedra Branca ,2014

Fonte: Acervo Pedra Branca,2014

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PRAÇA DA PEDRA Local de eventos e encontros no Bairro

Fonte: Acervo Pedra Branca,2014 56 | MORADA URBANA


Análise sobre as leituras e suas respectivas relevâncias: As escolhas realizadas para as análises projetuais foram determinadas a partir de dois importantes temas: Habitação e Urbanismo. As duas primeiras leituras projetuais são semelhantes ambas possuem: aproveitamento da área e escolha dos materias para construção em determinação do orçamento. A análise está focada em dois pontos principais: Implantação do projeto na na malha urbana e projeto de Habitação. Ambos os projetos tiverão o desafio de ocupar o terreno e elevar o número de habitantes em uma mesma área. Ponto importante, pois, o grande desafio para o projeto de Loteamento horizontal, como no caso da Villa Verde e Quinta Monroy,tratam-se do aproveitamento do coeficiente de ocupação com equilibrio do gabarito e sem impacto na cidade.

Para tanto, o conceito atribuído em Villa Verde e Quinta Moroy para deixar um espaço para uma futura construção, são diretrizes que podem ser importantes para o projeto da habitação e respectivamente, implantação no Loteamento. A última Leitura projetual, Cidade Pedra Branca ,divergente em vários sentidos das primeiras leituras, como no investimento da cidade e proposta de moradias. Embora, a Pedra Branca seja considerada uma cidade de padrão médio a alto é de extrema importancia entender como o desenho urbano foi desenvolvido, com dialogo entre áreas verdes, sistemas de lazer e lotes de uso misto com frente para a avenida principal. Essas são, portanto, diretrizes que poderão ser atribuídas durante o conceito e partido do projeto urbano.

Fonte: Figura 1: Conjunto habitacional Quinta Monroy Archdaily,2012 Figura 2: Cidade Pedra Branca Fonte: Acervo Pedra Branca,2014 Figura 3: Conjunto habiotacional Villa Verde Fonte: Archdaily,2014

57 | MORADA URBANA 57 | MORADA URBANA


Figura 2:

58 | MORADA URBANA 58 | MORADA URBANA


04

CONDICIONANTES PROJETUAIS

59 | MORADA URBANA


Fonte: Site Getty Imagens,2020

60 | MORADA URBANA


Área de Intervenção

Fonte: Google Earth,2020

INTRODUÇÃO A área de intervenção se localiza no cidade de Ribeirão Preto, no bairro Ribeirânia. A Localização é um ponto relevante, pois, a principal diretriz de Projeto é que esteja inserida na malha urbana. O entorno possui pontos importantes de referências,como o Estádio Santa Cruz e o Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali. Além disso,a área de Intervenção está próxima do centro da cidade e com fácil acesso. Com isso, o objetivo do projeto urbano é criar conexões com o entorno consolidado,sem impactos na pasaigem urbana e paralelamente, ocupar um vazio urbano.

Fonte: Google Earth,2020

Fonte: Google Earth,2020

Área da Gleba: 355.803,16 metros quadrados Para a elaboração do projeto,vamos analisar o entorno da gleba e a partir dos levantamentos, incluir a análise crítica da área escolhida. É importante ressaltar que a gleba faz parte de uma vazio urbano e de acordo com a Lei Complementar 2866-27/04/2018,é classificada como ZEIS I- Zonas ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL. O que resulta na premissa principal da escolha do tema: Projeto Urbano para Habitação Social. 61 | MORADA URBANA


Centro

Ă rea de Estudo

62 | MORADA URBANA

Fonte: Google Earth,2020


Estudo do Terreno

ANÁLISE DO MAPA De acordo com o mapa de estudo, a área de intervenção possui uma região de mata próxima a Gleba (área destacada em verde) e um corrego proximo ao projeto (linhas destacada em azul claro), apesar de ter elementos ambientais,a área já está consolidada e faz parte da zona urbana.

63 | MORADA URBANA


Mapa de Declividades

ANÁLISE DO MAPA O Mapa revela que a área possui predominância de declividade entre 2% a 10%. Destaque para inclinação de 6% a 8% que prevalece na Gleba. Essa variação é benéfica, pois, a declividade do terreno é constante e possui apenas pontos altos,conforme indicados nos pontos vermelhos e laranjas do mapa. Essse resultado é positivo para a elaboração do projeto, pois, as soluções de terraplenagem são mais diretas e com isso, há redução do valor de obra. Além de proporcionar um bairro com melhor fruição e ser confortável para caminhada do pedestre.

Mapa de Declividades Declividade %

Declividade

1

0.00%

2.00%

2

2.00%

4.00%

3

4.00%

6.00%

4

6.00%

8.00%

5

8.00%

10.00%

6

10.00%

20.00%

7

20.00%

30.00%

8

30.00%

1066.77%

Número %

ESCALA 1:4500 64 | MORADA URBANA

Cor


Mapa de Uso do Solo ANÁLISE DO MAPA Como podemos perceber com o mapa de uso do solo, o entorno da área de intervenção possui variações de uso,como lotes de uso misto e comerciais,próximos as avenidas coletoras. Embora possua diversidade de serviços, podemos perceber que uns dos usos confrontantes da gleba é classificado como “sem uso” (cor cinza do mapa),portante,podemos visualizar um grande vazio dentro da malha urbana com seu entorno de diferente usos. Com isso,para a elaboração do projeto, é um ponto importante,porque além da ocupar uma área sem uso, existe uma infraestrutura urbana ao seu redor.

Legenda: Residencial Comercial Legenda:

Misto

Residencial Comercial

Vegetação

Misto Vegetação

Sem Uso/ Vazio

Sem Uso/ Vazio Área de Intervenção

Área de Intervenção

65 | MORADA URBANA


Mapa de Gabarito ANÁLISE DO MAPA O mapa de gabarito nos revela que a área de estudo possui uma predominância de 1 a 2 pavimentos, nas áreas residenciais e gabarito com mais de 3 pavimentos,próximos as avenidas com uso misto e comercial (conforme mapa de uso do solo) , por se tratarem de zonas comerciais. Diante do tema proposto do parcelamento da gleba com predominancia horizontal,podemos entender que a inserção do projeto não causará grandes impactos na paisagem urbana,visto que está proximas de áreas residenciais de tipologias horizontal.

Legenda: 1 a 2 Pavimentos Legenda: Residencial

3 a 5 Pavimentos

Comercial

Misto Vegetação

A partir de 6 Pavimentos

Sem Uso/ Vazio Área de Intervenção

66 | MORADA URBANA

A partir de 6 Pavimentos


Mapa de Hierarquia Viária Física

xa

r ia a M Av.

C sus e J e

d

dei on

Av .P res i

ANÁLISE DO MAPA A área de estudo para implantação do projeto é delimitadas por avenidas arteriais,com rotatórias, que distribuem o fluxo intenso. Além disso, temos avenidas principais que estão proximas da área de intervenção. As demais vias são locais,pela predominancia de pequenos nucleos de bairros residenciais que recebem o fluxo das avenidas principais.

de

nte C

ast elo

Br an co

r au .M Av

Av. L eã oX III

Legenda:

Legenda:

I- Via Arterial

ílio ag Bi

Via Expressa

Alto Fluxo

Avenidas

Médio Fluxo

II- Via Principal

i

III- Via de Distribuição Via Local

Baixo Fluxo

Área de Intervenção

Área de Intervenção

Área de APP

Área de APP

67 | MORADA URBANA


Mapa de Hierarquia Física Funcional

ixa

sus e J e

d r ia a M Av.

e nd o C

Av .P res i

de

nte C

ast elo

Br an co

Legenda:

ANÁLISE DO MAPA Possuimos na área de estudo 4 vias de maior fluxo: Av. Presidente Castelo Branco, Av. Leão XIII, Av. Maúrilio Biaggi e Av. Maria de Jesus Condeixa, estas recebem a maior quantidade de veículas e distribuem para as avenidas de médio e baixo fluxo, geralmente em seu horario comercial e final do dia,durante a semana. Importante ressaltar que para a implantação do projeto urbano, vamos seguir as diretrizes viárias para absorver a demanda de veículas para os próximos anos e não prejudicar a malha urbana consolidada.

Legenda:

Av. L eã oX III

I- Via Arterial

Via Expressa

Alto Fluxo

Avenidas

Médio Fluxo

r au .M Av

II- Via Principal

ílio ag Bi

III- Via de Distribuição Via Local

Baixo Fluxo

i 68 | MORADA URBANA

Área de Intervenção

Área de Intervenção

Área de APP

Área de APP


Mapa de Equipamentos Urbanos ANÁLISE DO MAPA A área de estudo possui importantes equipamentos urbanos, como equipamentos voltados para esporte e lazer,por exemplo, estádio e parque. Além de possuir escolas e equipamentos de cultura e religião. Esses elementos contribuem para atender a demanda dos moradores do bairro e reforça a malha urbana consolidada proxíma a área da Gleba, que atualmente, faz parte de um vazio urbano.

P.a M

M

Mantedora

P.a P.a P.a P.a

M Classificação Modal

P- Prefeitura M- Municipal E- Estado P.a- Particular

Educação

Saúde Esportes e Lazer

Cultura e Religião Classificação ao atendimento Vizinhança Legenda:

Bairro

Regional

Nacional

Linha de Alta Tensão

Área de Intervenção

Hidrografia

Área de APP

69 | MORADA URBANA


Mapa de Pontos de Ônibus ANÁLISE DO MAPA Conforme mapa ao lado, vemos a predominância de pontos de ônibus ao redor da Gleba. A variedade de linhas de ônibus favorece a integração da gleba com o bairro e oferece conexão com vários pontos da cidade. Além disso, favorece a escala do pedestre e desestimula a compra de veículos, em consequência,menos trânsito para a cidade.

Legenda: Pontos de Ônibus Linha de Alta Tensão Hidrografia Área de Intervenção Área de APP

70 | MORADA URBANA


05

DESENVOLVIMENTO PROJETUAL

71 | MORADA URBANA


Fonte: Site Getty Imagens,2020

72 | MORADA URBANA


Diretrizes Projetuais PARCELAMENTO DO SOLO Para ínicio do desenho urbanístico, é imprescindível que o projeto esteja de acordo com as diretrizes municipais e o enquadramento da área de acordo com o Plano Diretor. A seguir, vamos exemplificar as Macros Zonas da Gleba, conforme Lei Complementar 2866/2018.

As Zonas nos permitem entender se a área escolhida está dentro do setor de crescimento da cidade e se está localizada dentro do perímetro urbano e não zona rural. Além disso, visualizamos se faz parte das zonas especiais de interesse social,ponto importante como diretriz de projeto.

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto,2020

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto,2020

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto,2020

CARTA AMBIENTAL Lei Complementar 2866- 27/04/2018

MACRO ZONEAMENTO URBANÍSTICO Lei Complementar 2866- 27/04/2018

MACROPERÍMETRO DE EXPANSÃO URBANA Lei Complementar 2866- 27/04/2018

ZUD 1- ZONA DE USO DISCIPLINADO

ZUP- ZONA DE URBANIZAÇÃO PREFERENCIAL

PERÍMETRO URBANO

73 | MORADA URBANA


Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto,2020 ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL Lei Complementar 2866- 27/04/2018 ZEIS 1

74 | MORADA URBANA

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto,2020

HIERARQUIA FÍSICA DE RIBEIRÃO PRETO Com principais Diretrizes Viárias

No mapa acima,temos o resumo das diretrizes viárias que passam pela Gleba e área de preservação permanente, a qual, está fora do perímetro da Gleba,mas que devem ser respeitados os recuos com áreas verdes.

Legenda: Via Coletora a implantar Via Parque a implantar Área de APP

Córrego


Desenho Urbano PROPOSTA 1

PROPOSTA 2

PROPOSTA 3 AV

EN

ID

A

PA

RQ

UE

Legenda: Legenda: Residencial Comercial

Residencial Comercial

Misto Misto Vegetação Vegetação Sem Uso/ Vazio Sem Uso/ Vazio Área de Intervenção Área de Intervenção

Durante o desenvolvimento das diretrizes de projeto, a área da gleba era de 355.083,16 metros quadrados,conforme Proposta 1. Para início do Desenho Urbano,foram respeitadas as diretrizes viárias,urbanas e ambientais. Legenda:

Em virtudo do Loteamento ser predominante horizontal,foi sugerida a redução da área da Gleba para maior possibilidade do desenvolvimento do projeto em uma escala menor,em relação a primeira proposta. Com isso, a área da Gleba foi reduzida para 101.683 metros quadrados,conforme proposta 2.

O maior desafio foi inserir as quadras pa urbano possua diversidade de tipologias,ár tucionais integradas e que,ao mesmo temp manda de moradia.A proposta 3 ,foi um a em relaçao as duas primeiras propostas e mar 3 eixos principais de conexão.

Uso Residencial Unifamiliar Uso Misto-Comercial Uso Misto- Comercial e Residencial Áreas Institucionais Áreas Verdes

75 | MORADA URBANA


3

PROPOSTA 4 AV

EN

PROPOSTA 5

ID

AV A

EN

PA

RQ

UE

ID

A

PA

RQ

UE

Legenda: Legenda: Residencial Comercial

Misto Vegetação

o

Sem Uso/ Vazio

enção

Área de Intervenção

Residencial Comercial

Misto Vegetação Sem Uso/ Vazio Área de Intervenção

ara que o desenho reas verdes e instipo,atendesse a deavanço do desenho o objetivo era for-

76 | MORADA URBANA

Embora a proposta 3 apresentar um desenho simétrico,a testada para avenida parque não era valorizada.Em virtude disso,o sentido das quadras foi reajustado e com isso,houve melhora no aproveitamento dos lotes com testada para avenida parque,para inclusivefomentar o fenômeno das fachadas ativas.

O avanço da proposta 4 para 5,foi apenas a distribuição dos lotes, com os lotes comerciais e mistos (possibilidade de residenciais e comercios). Além disso, a distribuição dos lotes mistos conectou com os lotes residenciais e áreas verdes e respeitou as diretrizes viárias. O que podemos concluir que há diversidade de tipologias no projeto urbano.


N 0

10

30

50

70

100m

Desenho Urbano Humanizado 77 | MORADA URBANA


URBANO

78 | MORADA URBANA


6.0 0

3 .6 0

4.0

5

R. A

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0 6.0

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25 .00

10

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10

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25

10

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.00

25 .00

.00

.00 25

.02

.00

25 .00

25

25 .00

.97

.00 .00 16

9.15

8

1 23.1

6.00

2.00

PASSEIO

LEITO CARROÇÁVEL

2.00

10.00

10.00

PASSEIO 2.00

Lotes Institucionais

LE

13.21

9.0

28.09

Lotes Residenciais - a partir de 128m² - gabarito até 2 pavimentos

Lotes Comerciais - tipo 1 - lotes comerciais - a partir de 250m² - gabarito até 3 pavimentos

AV .

0

19 19 .35 .35

14 .52

16 .00

8.0 0

8.0

12 .27

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0

16 .00

16 .0

0

16

8.0

0

16 .00

0

11.0

0

Área Verde ELEMENTOS AVENIDA PARQUE: Grama Amendoim Forração Lambari Roxa Ipê Roxo Chuva de Ouro

R. ARGEU FULIOTO *Área calculada considerando o Artigo 42 e 43 da 2157/2007,determinada

O P. FRANC

2.00

PASSEIO

ZO

.97 15

.00

16

0

6.74

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LEITO CARROÇÁVEL

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16

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0

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0

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0

.00

16

.00

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8.0

0

16 .0

8.0 16 0 .94 8.8

0

8.0 0

OB

16 .00

.00 16

8.0 0

LEGENDA:

Lotes Mistos - tipo 2 - lotes comerciais e residenciais - a partir de 252m² - gabarito até 3 pavimentos.

ÃO XII I

.00 16

0

16

.00 16

.00

EN

.00 16 .00

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8.0

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6

AL FR

.00 16 .00 16

0

20.89

PASSEIO

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0

16 .00

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25

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16

0

0

16

0

25.00

R. ARGEU FULIOTO

29.62

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.00 16

.00 16

0 2.0 .00

06 .00 16

.00 16

0 2.0 .00

0

8.0

0

8.0

.00

8.0

8.0

8.0

0

16

8.0 0

2.0

.00 16

.00 16

06 2.0

.68

0

0

8.0

.00 16

8.0

8.0

0

0

1.50

13

0

5.23

10.00

8.0 0

8.0

3.6

7

0

8.0

0

8.1)O parcelamento do solo respeitou as diretrizes viárias propostas pela hierarquia física da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto

8.8

8.0

0

8.0

ÁREA VERDE 02 ÁREA = 3468.70m²

2.0

.00 16

.00 16

.00 16

.00 16

0

0

8.0

DIRETRIZES VIÁRIAS

3

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8.0

8.0

0

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0

8.0 0

8.0

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0

0

.00

0

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8.0

.00

10

.00

.00 16

.00 16 0

0

16

16 .00

.00 16

.00 16

.00 16

8

10

8.0

0

0

8.0

06

6

8.0

8.0

.00

0 8.0 0

7) DIRETRIZES AMBIENTAIS 7.1)As áreas verdes foram destinadas conforme LC2927-18,sendo 15% da área loteada

7.7 2

10

04

.00 16 0

0

8.0

Q1

25 .00

.00 25

.00 16

.00

.00

.00

A

0

3

LOTES PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

10 .00

.00

0

Q0

05

0

10

8.0

8.0

Q0

.00

8.0

.00 16

16

0

0

8.0 0

16 8.0

RU

8.0

16

.00 16

0

8.0

8.0

16 .00 16

.00 16

8.0

.00

25 .00

.00 16

.00 16

.00 16

.00 16

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0

A

0

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10

10 .0

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25 .00 .00 16 .00 16

.00 16

.00

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0

8.0

25 .00

25 .00

.00

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16

0

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0

RU

A

0

8.0 0

0

8.0 0

.00

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.00

RU

0

8.0

8.0

10

8.0

8.0

10

.00

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8.0 0

0

0

25 .00

0 25 .0

16 .00 .00

16

0

.00

03

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8.0

8.0 0

0

.00

25 .00

25 .0

0 .05 10

.00

16

0

0

8.0

10 .0

21.08

25 .00

18 .97

10 .00 .00 10

10

8.0

8.0

8.0 0

0

10

0

.46

.70

10 .0

10 .00

8.0

11

.00

25 .00

7 24 .9

19 .00

.00

8.0 0

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10

.46

16

10.00

19 .00

25 .00 .00

16 .00

A RU

17

8.0

.00

10 .00

11

17

VIAS PRINCIPAIS E SCUNDÁRIAS:

6.1)55% do total de lotes destinados a famílias com renda até 1 salário mínimo Conforme art.3- LC 2927-18 6.2)25% do total de lotes destinados a famílias com renda até 3 salários mínimos Conforme art.3- LC 2927-18 6.3)20% do total de lotes destinados a famílias com renda até 6 salários mínimos Conforme art.3- LC 2927-18

10

10

.04 10

9.42

A

ÁREA VERDE 03 ÁREA = 4148.31m²

10.00

19 .00

25 .00 0 2.0 16 .00

16

0

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25

25

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0

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.00 10

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0

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16

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.00 16

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16

.00

.00 16

18

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16 .0 16

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.00 16

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.00 16

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0

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10

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11

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12

0

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10.

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16

16

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18

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10

SISTEMA VIÁRIO:

5) ZONEAMENTO 5.1) Macrozoneamento- Perímetro Urbano 5.2)Uso do Solo-ZUP (Zona de Urbanização Preferencial) 5.3)Zoneamento Ambiental - ZUD I (Zona de Uso Disciplinado) 5.4)Zonas Especiais de Interesse Social- ZEIS I

28.23

.00

7

8.0 0

0

.00

.00

0

RU A 8.0

.00

16

.00

8.0 0

8.0

16

5.9

4.1

0

9

0

05

06 .00

.00

.00

0

16

.00 16

15.70

8.0

8.0

9.42

8.0

8.0 0

.00

9.42

0

17 17 .32 .34

2.00

8.0

8.0

0

14.67

16

0

.80

0

Q0

8.0

.00

16

0

16

9.6 4

11

8.0

8.0 0

0

7

.00

.00 16 8.0

.00

16

0

10

8.0 0

5

Q0

.00

.00 16 8.0

.00

9.42

3.9 9

RU A

8.0 0

.00

04

8.0

RU A

.00

.00 16 0

.00

25 .00

A RU

.00 10

.00 10

8.0

0

.00

9.42

3

Q0

8.0

0

16

0

0 8.0 0

10

9.42

9.7

10

9.42

8.0

2

9.42

0

25 .0 0

25 .00

.00

8.0

EA ÁR INST IT EA = 2 UCIO 59 9.9 NAL 8m 01 ²

8.0

.00

.00

16 .00

16 .0

0

02

9

8.0 0

16 .00

16 8.0

16 .00

16

0

A

8.0 0

.00

.00

8.0

ÁR

9.42 3.49

8.0 0

16 .00

8.0

0

3.9

RU

8.0 0

DA

10

10

0

16

9.7 9.7 3 2

.00

Q0

8.0

.00

10 .00

0

10 .00

ÁR EA IN ÁR STIT EA U = 2 CION 522 A .76 L 01 m²

2.0

EN I

10

.00

8.0 0

16 .00

19 .0 0

9.42 3.46

11.

.00 10

25

0

.00

9.42

2.0

9.42

RUA 01

25 .00

0

.00

25 .00

4.0

00

9.74

10

AV

10

.00

25 .0 0

25 .00

.00

4

.00

10

10

9.42

Q0

2.00

.00

25 .0 0

.00

10

10

.00

.00

.00

25 .00

.00

9.42 60 9.

13.58

10

10

25 .00

0

.00

25 .00

0

10

7.7

2.0

4)

-Via Parque: 30 metros (Conforme Seção Transversal) -Via de Acesso: 14 metros (Conforme Seção Transversal) -Via de Trânsito Local: 10 metros (Conforme Seção Transversal)

10

10

04

25

.00

10

00

0

18.74

.00

10.

25 .03

10

0

16 .0

A

18 .97

.74

10

.00

2.0

25 .00

12

0

.00

25 .00

RU

9.42 4.0

10

16

0

.00

25 .0

1

2 2.8

MELHORAMENTOS URBANOS: Aberturas de vias de circulação e de acesso com implantação de guias e sarjetas Demarcação dos lotes, quadras e logradouros Pavimentação de todo Sistema Viário, inclusive vielas sanitárias e dispositivos Conexão do parcelamento do solo com a área urbanizada Doação de áreas verdes e áreas institucionais

As áreas de domínio público (sistema de lazer e áreas verdes) e de domínio da Prefeitura (institucional) foram distribuídas no loteamento de acordo com as diretrizes fornecidas pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública

.00

25

.00

25

5

.00

1

10

CONCORDÂNCIA DAS QUADRAS SEM ESCALA

2) 1.1) 1.2) 1.3) 1.4) 1.5)

10

Q0

.00

3

6.0

25 .00

.00

6.4

.00

0

.00

10

DETALHE DE CONCORDÂNCIA DE ALINHAMENTO PREDIAL SEM ESCALA

10

25 .0

10

NO

.00

25 .00

26.30

25 .00

.63

.03

25

LIA

.00

19

.63

16 .00

15

10

16

18.74

.00

2.00

VIC TA

ÁREA VERDE 01 ÁREA = 8236.58m²

10

10

13.72

DO

6

.63

RN AL

INTRODUÇÃO:

O loteamento Residencial e Comercial foi projetado de acordo com as Diretrizes da prefeitura Municipal de Ribeirão Preto n°501/95,Plano Diretor 2866/15, Leis Complementares 1615/04,2157/07,2927/18, ou que venha substituí-la, Leis Federais n° 4771/65 e 6766/79 e alterações.

R.

20

2.8 0

.82

12

1)

com base na densidade populacional líquida,adotando os índices de 3,4 por unidade residencial unifamiliar e de 0,2 de pessoas por metros quadrado de área efetivamente utilizada no caso de imóvel não residencial. Para o cálculo da área efetivamente utilizada,descontou-se da área bruta do lote as áreas permeáveis, jardins, estacionamentos, corredores, banheiros e depósitos.

N PROJETO URBANÍSTICO ESC.: 1:1000

PASSEIO

LEITO CARROÇÁVEL

2.00

6.00

PASSEIO

PASSEIO

LEITO CARROÇÁVEL

PASSEIO CANTEIRO

CICLOVIA

PASSEIO CANTEIRO

LEITO CARROÇÁVEL

PASSEIO

2.00 4.00

14.00

6.00

2.10

1.50

2.80

1.50

2.10

6.00

4.00

10.00 30.00

RUAS 04, 05 ,06, 07 e 08 VIA LOCAL

RUAS 02 e 03 VIA DE ACESSO

CONTINUAÇÃO R. ARTUR P. FRANCO

AVENIDA PARQUE

VIA LOCAL

VIA PRINCIPAL - AVENIDA

MORADA URBANA | PROJETO URBANÍSTICO | ESCALA: INDICADA

01/01


PAISAGEM URBANA


80 | MORADA URBANA


PAISAGEM Elenco de Espécies das Áreas Verdes: Ipê Roxo

AV

EN

ÁREA VERDE 3

ID

ÁREA VERDE 1

A

PA

RQ

UE

Angico

ÁREA VERDE 2

Conforme projeto urbanístico, temos que doar 15% de áreas verdes do total da Gleba loteada. Conforme entendemos durante todo o processo de desenvolvimento do projeto, é imprescindível que o bairro possua arborização e espaços para contemplação da natureza. Conforme desenho acima, temos a localização das 3 áreas verdes do loteamento.

Forrações:

Além das áreas verdes, possuímos como principal diretriz viária a Avenida Parque, principal acesso do loteamento. A avenida possui arborização, forrações, passeio para pedestre,ciclovia e fomenta a fachada ativa com os lotes comerciais que são frente para a via. Próximo a avenida parque,temos a área verde 1,a qual, funciona como uma extensão da avenida parque e possui passeio para o pedestre,com várias árvores,com objetivo de ser um local de descanso,contemplação do verde e respiro urbano. A área verde 2 já possui equipamentos para o moradores,como por exemplo, slackline e caminho para o pedestre. O objetivo é formar uma área para uso comum de atividades. A área verde 3,possui um espaço para descanso e incentivo às atividade de esportes,com aparelhos para crianças e um espaço para sentar e admirar a vista do bairro, o qual,está localiza do na parte mais alta do loteamento. Além disso,possui proximidade com os lotes comerciais,o que proporciona um espaço com diferentes usos diurnos e noturnos. Fonte: Imagens da Arborização: Google,2020 81 | MORADA URBANA

Chuva de Ouro

Lambari-Roxa

Pau Ferro

Grama-Amendoim

Paginação: Piso Drenante

Piso de Concreto


AVENIDA PARQUE

82| MORADA URBANA


Detalhe da Avenida Parque: N 0

10

30

50

Passeio para Pedestre

Passeio para Pedestre Corte transversal da via:

83 | MORADA URBANA

Sinalização

Acessibilidade

Lotes Comerciais

Forrações

Arborização

70

100m


ÁREA VERDE 1

Implantação:

84| MORADA URBANA


Implantação:

ÁREA VERDE 2 85 | MORADA URBANA


DIA

Implantação:

ÁREA VERDE 3

86 | MORADA URBANA


NOITE

87 | MORADA URBANA


A partir do desenho urbano desenvolvido,o ponto de partida para o projeto da moradia foi a elaboração do lote residencial com 128 metros quadrados,sendo 8 metros de frente e 16 metros de profundidade. Essa metragem atende a área mínima do lote proposto pela Lei de Habitação de Interesse Social. O tema desenvolvido é “Morada Urbana”, ou seja, desenho urbano para um bairro, com predominância horizontal e que transmita o ambiente de comunidade.

Desta forma, é fundamental o desenvolvimento da escala do Urbano até a escala do lote e posteriormente, o conceito da habitação,para que todos os elementos possuam interligação. O projeto da moradia foi desenvolvido com conceitos de MÓDULOS. O ponto de partida foi a necessidade da moradia e sua flexibilização.Com isso, foram desenvolvidas três tipologias com metragens diferentes,sendo que,o morador pode aumentar sua casa,conforme sua necessidade futura. TIPOLOGIA 1 ÁREA = 45m²

88 | MORADA URBANA


A estrutura escolhida foi Alvenaria Estrutural com blocos de concreto,o qual,possui baixo valor e não possui necessidade de reboco.A cobertura é de telha metálica,para maior durabilidade.É importante ressaltar que o morador poderá escolher a cor das esquadrias.

TIPOLOGIA 2 ÁREA = 54m²

89 | MORADA URBANA

TIPOLOGIA 3 ÁREA = 65m²

MORADA


TIPOLOGIAS TIPOLOGIA 1

TIPOL

ÁREA = 45m²

SALA

BANHEIRO

BANHEIRO

BANHEIRO

CORTE AA

CORTE AA

CORTE AA

CORTE AA

DORMITÓRIO

CIRCULAÇÃO

SALA

CIRCULAÇÃO

CIRCULAÇÃO

SALA

CORTE BB

CORTE BB

CORTE BB

ÁREA

BANHEIRO CORTE AA

CORTE AA

DORMITÓRIO

CORTE AA

DORMITÓRIO 1

DORMITÓRIO 2

COZINHA

COZINHA

A.S.

4,5m

N 1,5m

3,0m

4,5m

CORTE BB

3,0m

CORTE BB

N 1,5m

COZINHA

N 1,5m

3,0m

4,5m

CORTE BB

A.S.

COZINHA

1,5m

90 | MORADA URBANA

3,0m


LOGIA 2

TIPOLOGIA 3 CORTE BB

CORTE BB

CORTE BB

SALA

SALA

SALA

SALA

DORMITÓRIO 3

DORMITÓRIO 3

CORTE AA

DORMITÓRIO 2

DORMITÓRIO 2

CORTE AA

COZINHA

4,5m

N 1,5m

3,0m

4,5m

CORTE BB

3,0m

CORTE BB

N 1,5m

DORMITÓRIO 2

COZINHA

N

91 | MORADA URBANA

CORTE AA

DORMITÓRIO 2

COZINHA

4,5m

CORTE AA

DORMITÓRIO 1

N 1,5m

3,0m

4,5m

CORTE BB

DORMITÓRIO 1

DORMITÓRIO 1

CIRCULAÇÃO

CORTE AA

CORTE AA

CIRCULAÇÃO

BANHEIRO CORTE AA

CIRCULAÇÃO

CIRCULAÇÃO

DORMITÓRIO 1

CORTE BB

m

ÁREA = 65m²

CORTE BB

A = 54m²


92 | MORADA URBANA


MORADA

93 | MORADA URBANA


2.85

CORTE BB

CORTE BB

CORTE BB

N

2.85

2.85

3.05

3.00

2.20

3.00

4.55

MORADA URBANA | PROJETO HABITAÇÃO | ESCALA: INDICADA

CORTE BB

3.00

2.85

1.90

A.S. 1.90

CORTE BB

TIPOLOGIA 01 - 45m² ESC.: 1:50

DORMITÓRIO 2

COZINHA

1.38

A.S. 1.90

A.S.

3.00

4.55

1.38

CORTE AA

TIPOLOGIA 02 - 54m² ESC.: 1:50

CORTE BB

1.38

DORMITÓRIO 1

2.20

3.00

4.55

CORTE AA

DORMITÓRIO 2

COZINHA

COZINHA

CORTE AA

CIRCULAÇÃO

2.85

CORTE AA

2.27

CORTE AA

2.27

2.27

BANHEIRO

DORMITÓRIO 1

3.00

DORMITÓRIO

3.00 1.70

2.85

1.70

3.20

3.00

2.58

3.00 CIRCULAÇÃO

3.00

BANHEIRO CORTE AA

DORMITÓRIO 3

3.00

3.00 CIRCULAÇÃO

1.70

SALA

SALA

3.00

SALA

TIPOLOGIA 03 - 65m² ESC.: 1:50

01/02


3.00

3.00

3.00

4.50

3

3.75

5.25

0.6

0.6

0.6 3

ELEVAÇÃO FRONTAL TIPOLOGIA 01 Esc.: 1:100

CORTE BB TIPOLOGIA 01

Esc.: 1:100

Esc.: 1:100

3.00

3.00

3.00

4.50

3

3

3.75

5.25

0.6

.60

0.6

CORTE AA TIPOLOGIA 01

ELEVAÇÃO FRONTAL TIPOLOGIA 02 Esc.: 1:100

CORTE BB TIPOLOGIA 02

Esc.: 1:100

Esc.: 1:100

3.00

3.00

3.00

4.50

3.00

3

3.75

5.25

0.6

0.6

0.6

CORTE AA TIPOLOGIA 02

ELEVAÇÃO FRONTAL TIPOLOGIA 03 Esc.: 1:100

CORTE AA TIPOLOGIA 03 Esc.: 1:100

CORTE BB TIPOLOGIA 03 Esc.: 1:100

MORADA URBANA | PROJETO HABITAÇÃO | ESCALA: INDICADA

02/02


06

Referências Bibliográficas

96 | MORADA URBANA


ARCHDAILY, Quinta Monroy: Disponível: https://www.archdaily. com.br/br/01-28605/quinta-monroy-elemental, Ano: 2012

MARICATO, Erminia, A produção Capitalista da Casa (e da Cidade) no Brasil Industrial.2 edição. Alfa Omega.São Paulo

ARCHDAILY,Habitação Villa Verde: https://www.archdaily.com. br/br/01-156685/habitacao-villa-verde-slash-elemental,Ano 2014

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO. Legislações, Disponível em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/planejamento/plano-diretor-do-municipio

BONDUKI, Nabil, Origens da habitação no Brasi. 4 Ed. São Paulo. Estação Liberdade,2004

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO. Plano Local de Habitação Social, Disponível em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/planejamento/ plhis

BRICH, Danilo. O papel da COHAB-RP na produção do espaço urbano em Ribeirão Preto (SP) Disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/USP_848e80ba15e07a5e8edec8561e1efc65 CIDADE PEDRA BRRANCA, Acervo: Disponível em: https:// www.cidadepedrabranca.com.br/noticias/tudo-sobre-a-trilha-da-pedra-branca FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Disponível em: http://novosite. fjp.mg.gov.br/tag/dados/ IBGE-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTASTICA: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama

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Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto: https://www.google.com/search?q=prefeitura+municipal+de+ribeir%C3%A3o+preto&oq=prefeitura&aqs=chrome.2.69i57j35i39l2j0l3j69i61l2.4344j1j1&sourceid=chrome&ie=UTF-8 ROLNIK, Raquel. Guerra dos Lugares.2015.1 edição.São Paulo ZAMBONI, D. P., DENALDI, R., & MIOTO, B. (2019). Os espaços residenciais fechados do setor sul de Ribeirão Preto e o domínio do capital mercantil no processo de expansão urbana no município nos anos 2000. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 11, e20180148. Disponível em: https://doi.org/10.1590/21753369.011.e20180148


MORADA URBANA | PROJETO URBANO PARA HABITAÇÃO SOCIAL MARIA JÚLIA MAZARÃO TRABALHO FINAL DE GRADUÇÃO | NOVEMBRO | 2020


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