NOSSA LUTA #1 [SHARP BR]

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SHARP BRASIL

s d a e h n i k s ra..o cont smo raci


SHARP BRASIL - OS SKINHEADS DE HOJE Muito se tem dúvida em relação ao que é estruturalmente a SHARP porque ela teve a característica no passado de sempre ser um coletivo mais aberto no início e que se disseminou sem regras pelos Estados Unidos (lugar de origem) e pela Europa. Levada por Roddy Moreno pra a Inglaterra, essa disseminação fácil se deu devido a única preocupação de falar ao mundo que skinheads eram contra o racismo, sem a devida atenção a política (no caso, de esquerda ou progressista). Era a década de 80/90 e pouco se sabia sobre o que realmente seria a SHARP, já que não havia internet e os zines que davam alguma informação eram quase inacessíveis em muitos países. Fato é que além da SHARP EUA ser patriota/apolitítica e antirracista outras poucas sessões na década de 80/90 seguiram essa mesma linha, muito diferente das SHARPS de hoje, politizadas e Antifascistas, a exemplo da SHARP MADRID (ESPANHA), SHARP BUENOS AIRES (ARGENTINA) E SHARP SANTIAGO (CHILE). Patriotismo/nacionalismo é um erro que nós da SHARP BRASIL vemos como uma problemática grave e tratamos disso em um de nossos textos. O ponto que se quer chegar é que estamos fundados numa linha de pensamento que respeita o contexto daquela época (se posicionar politicamente não era tão fácil como hoje) porém não somos tradicionalistas tampouco traçaremos um olhar anacrônico sobre aquela época. Não somos os skinheads de 69, de 80 ou 90. É por isso que dissemos que somos SKINHEADS de hoje. Somos uma geração de situação política diferente da deles e aqui não se posicionar politicamente é ser conivente com um sistema repressor e injusto, é fechar os olhos para o capitalismo. As subculturas evoluíram de pensamento e consequentemente por abraçarem a classe trabalhadora sem equívoco se colocou a seu lado. Somos SKINHEADS politizados! A nossa luta não é só contra o racismo, é preciso bem mais que isso hoje em dia com o avanço do capitalismo e fascismo. Nesse sentido, a SHARP Brasil esclarece que rechaça na sua estrutura qualquer sentimento de patriotismo/nacionalismo, apoliticismo e ambiguidade. Sabemos bem qual nossa posição e estamos aqui pra derrubar quem está em cima do muro. No passado alguns "Skins" aventureiros tentaram levantar uma bandeira como a nossa em suas cenas aqui no Brasil, gente apolítica no discurso e pouco antirracista na prática, exemplo disso foi um grupelho qualquer por volta de 2007 no Rio Grande do Sul e boatos de uma suposta trégua com nazis, o que curiosamente todos os indivíduos "nada de política" acabaram virando nazis pouco tempo depois. Outra, anos mais a frente, no mesmo local um grupo de moleques compôs uma banca "SHARP" muito duvidosa, inclusive com indivíduo com bandeira anti-lgbt em sua jaqueta. Essa bizarrice não era nova, os próprios carecas do Brasil na década de 90 por pouquíssimo tempo usaram esse símbolo até descobrirem do "esquerdismo" na Europa que tal sigla estava sendo associada. A SHARP nunca pertenceu a esses indivíduos de fato e coube a nós a tarefa de proteger a sigla nesse território tupinikin com unhas e dentes, livrando-a das mãos de gente mal intencionada e

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sem escrúpulos. Somos um coletivo que se organizou desde 2005 e entendemos que aqui um indivíduo que compactua com as ideias da SHARP deve procurar um coletivo local ou formar seu próprio coletivo se não há uma sessão no seu estado. SHARP não é uma ideologia, isso porque anarquistas e comunistas já somos, mas sim um coletivo político originado de subcultura. Ser SHARP está além de usar o logotipo ou se rotular como um pela internet. Somos um coletivo de rua e estamos nela por um objetivo maior do que estar em casa confortável e sustentar um visual que nunca conheceu a luta operária e que se acaba apenas no perfil das redes sociais. Para nós ser skinhead é muito mais que usar botas e suspensórios. É entender que somos armas a serviço da classe obreira. Somos parte de um todo no movimento subcultural social e político. Atualmente estamos concentrados em duas sessões (RIO DE JANEIRO e SÃO PAULO) que se interligam e temos apoio internacional tanto de cole tivos quanto indivíduos. /// SHARP BRASIL DUAS CORES SEMPRE ANTIFA

COMBATA O SEU RACISMO: 1 - admita que existe racismo contra os descendentes de africanos no Brasil. 2 - reserve um tempo para conhecer a história do seu país e como a escravidão ainda é uma ferida aberta em todos os níveis sociais e culturais. Leia, veja vídeos, ouça quem entende do assunto. 3 - reconheça que você é racista em algum nível, porque você é. Não há como se livrar do preconceito sem identificá-lo em si. 4 - reveja seus padrões estéticos. Ser branco, magro, alto, nariz afilado, olhos claros, lábios finos e cabelo liso não é sinônimo de beleza. Como o contrário, não significa feiura. 5 não confunda racismo com preconceito de classe social. Ainda que com poder aquisitivo, o afrobrasileiro sofre com a discriminação por causa da cor. 6 - se inteire das estatísticas de violência policial e socioeconômicas com o recorte racial para entender a amplitude do racismo institucional no seu país. 7 - não naturalize assassinato nem abuso de autoridade. Contra ninguém. Contra ninguém, repito. 8 - compreenda que políticas de reparação histórica, como cotas, são o mínimo que um estado omisso pode fazer para corrigir um erro absurdo de mais de 500 anos. 9 - não demonize religiões de matriz africana. Se informe, abandone o terror que impuseram sistematicamente sobre rituais e o sagrado oriundos da África. 10 - descubra e divulgue gente preta que faz a diferença. Há muito mais do que você supõe e esse reconhecimento é importante. 11 - não acredite em meritocracia ou em exceções. Há uma maioria numérica de negros que estão em situação de risco social devido à uma herança de pobreza e omissão com raízes na escravidão.

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12 - perceba a influência na língua, música, dança, literatura, cinema, comportamento, gastronomia e tantas outras heranças africanas que enriquecem o Brasil como nação de identidade única. 12 deixe de ser um cuzão autocentrado apenas nas suas próprias questões e na sua vida. A um palmo do seu nariz há outras pessoas passando por problemas que você não faz a menor ideia do que sejam. 13 - queira descobrir a vida no continente africano além dos safaris, conflitos tribais e todo o estereótipo histórico criado sobre africanos. 14 - combata com firmeza racistas ao seu redor. 15 - acredite: mesmo se seguir esses passos mínimos, ainda será pouco. O racismo é uma realidade cruel todos os dias na vida de uma população enorme que luta cotidianamente pelos direitos que você acredita que é acessível para todo mundo. Não é.

NÃO BASTA SER SÓ ANTIRRACISTA! A greyzone tem revelado o pior das pessoas que estão na cena Skinhead pra ser modelo de roupas e ouvinte de músicas. Para muitas pessoas, que notadamente não estão comprometidas com a classe trabalhadora, enxergam no skinhead apenas uma espaço de aceitação qualquer, um parque de diversões para seus egoísmos vaidades pessoais. Essas mesmas pessoas tentam impor sua visão de subcultura, e creem que este espírito working class é baseado em apenas trabalhar, estádio de futebol e beber cerveja. Músicas em inglês que talvez elas mesmas não compreendam, fotos de skinheads com bandeiras da Inglaterra e visuais de marcas europeias são a única ideologia de alguém que não vivencia nada de sua cultura Skinhead local, mas o que ela imagina e delira são imagens do Google. Está em moda se dizer antirracista. Lembro de ler alguém escrever que não era skinhead antifascista, mas apenas antirracista. Qual o sentido disso? O que é ser antirracista na cena Skinhead e não ser antifascista? Que outros tipos de racistas permeiam nossa cultura senão os nazis e fascistas de extrema direita? A explicação para isso era simples, o sujeito busca se distanciar do antifascismo pois pra ele política na cultura é ruim. E que sujeito não é político? O Skinhead que vive no topo da montanha? Talvez!

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As desculpas que vemos dessas pessoas tomam ares absurdos. Sem visão política de um indivíduo social, discursos rasos, omissão e covardia e muitas fotos de visual no Facebook. A batalha pelos likes acima de tudo e contra todos. O pior de tudo isso nem é estarem em cima do muro das lamentações, é vermos jovens que abraçam ingenuamente a Inglaterra ou Europa como se fosse seu local de origem e não da cultura que se dizem ser. Oras, enquanto Antifascistas somos internacionalistas. Nosso discurso é pela autodeterminação dos povos latinoamericanos, sua luta antiimperialista/colonialista e seu respeito por seus ancestrais indígenas. Respeito esse que vimos um governo rasgar a bandeira Whipala na Bolívia e se proclamar presidente como em uma ditadura e a serviço do capitalismo naquele país. Nosso povo foi roubado e saqueado desde que eles chegaram, há séculos atrás. É nesse contexto que há de se perguntar: como skinheads daqui, devemos esquecer isso? Devemos esquecer nossas raízes? De onde viemos? Um continente inteiro marcado por uma colonização saqueadora e assassina, e devemos viver a vida como skinheads europeus? Como se séculos de exploração não afetassem a nós enquanto classe trabalhadora? Nossa luta pela mentalidade latino-americana e Antifascista dentro do Skinhead é por uma questão de classe, rude e rebelde. Se orgulhar de ser latino e do seu povo presente na língua, tradições e principalmente na pele faz destruir qualquer um que se atreva a abrir a boca e dizer que é nazista. Você não é ariano, você não tem sangue azul. Teu sangue é latino! É sangue indígena, é a comida que você come nesse solo, é a palavra que sai da tua boca! Tudo é latino! Skinheads de todo o continente latino-americano, nos orgulhemos de nossa música, nossa cultura e acima de tudo de nosso povo, que há anos sofre com a exploração capitalista de quem está lá em cima e controla tudo! Não vamos esquecer que nada nos separa, nem fronteiras, nem distância. Somos um e somos milhares, quem pode com nós? Nos vestimos como Skinhead com atitude coerente e consciência de classe.

XUTEH! [SAUDAÇÕES] Quando o rayôn-beorôna [não-indígena branco] chegou aqui, éramos cerca de 5 milhões. 5 milhões de indígenas que tiveram arrancados suas terras, seus costumes, suas culturas. Passamos não só pelo genocídio, mas pelo etnocídio também. Inúmeros povos foram dados como extintos pelo governo. Inúmeros povos não tem suas terras demarcadas. Segundo o último senso do IBGE, somos mais de 305 povos, com mais de 274 línguas. Dizem que somos 0,4% da população nacional. 0,4%?! Não! Somos mais! Não estamos só nas aldeias, estamos na cidade, nas periferias, sempre a margem da sociedade, sempre invisibilizados. Mas nossa luta não para, nunca parou. Hoje temos como exemplo a luta dos Guarani Mbya que vivem na Terra Indígena Jaraguá, bem no meio da selva de concreto de SP. Luta essa que passa por momentos críticos na mão dos brancos da Construtora Tenda, que quer destruir o pouco de mata nativa que resta no Jaraguá, desrespeitando a palavra das lideranças indígenas, que lutam frequentemente pela demarcação do território. Mas como assim demarcação? Demarcação é decidir até onde é terra indígena e onde não é. A demarcação, graças aos rayôn-beorôna, se faz necessária. Mas é

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certo isso? Demarcar onde é nossa terra em Pindorama? Onde vivemos milhares de anos antes da chegada dos brancos? Definitivamente, não! A terra é toda nossa e isso precisa ser dito, precisa ser respeitado! Vivemos em uma situação de invisibilização de nossa luta, do racismo, da misoginia com a mulher indígena. Quantas vezes não ouvimos "lá na sua tribo vocês moram em ocas?" "índio morando na cidade?" "Índio com celular? Tá virando branco!" "Índio no sudeste? Isso não existe" "você não tem cara de índia" "índia? Mas sua pele é tão clarinha" são falas racistas, são falas que folclorizam os indígenas. Como pode o branco achar que em 305 povos, teremos todos os mesmo fenótipos? Como pode o branco achar que o que nos foi imposto pelos próprios brancos é escolha nossa e desmerecer nossa luta por isso? Não deixamos de ser indígenas por um celular! Mas o branco jamais saberá o que é o SER indígena, não batemos na boca fazendo uh uh uh. Nem todos vivem pelados em suas aldeias, mas se vivem, ótimo! Nosso corpo é respeitado pelos próximos! "Cara de índia" é um reflexo enorme do racismo e machismo que nos assola, é folclorizar e sexualizar mulheres indígenas. Sobre a invisibilidade indígena, ela não acontece só na mão dos assumidamente racistas ou dos senso-comum. Ela tá presente na boca de quem se diz antirracista também! Como? Ela tá presente quando num debate sobre racismo, só se fala sobre a opressão do povo negro, ela tá presente quando alguém "do rolê" te chama de branco em alto e bom som, desmerecendo toda a sua cultura, seus costumes, por você ter a pele clara. Isso também é racismo! Tenhamos consciência e respeito pela pluralidade do indígena. Não adianta ser antirracista, estar presente na luta periféricas se você não reconhece o racismo dentro de você, se você não está presente nas aldeias e apoiando os indígenas urbanizados.

Por ser uma subcultura insurgente, que se originou nos guetos e subúrbios ingleses, constituída por jovens de grande parte imigrantes inspirados totalmente na cultura negra, é um tanto contraditório um skinhead se dizer racista ou preconceituoso, foge totalmente da visão de insurgência da subcultura. De fato não tá errado falar que a sociedade no geral é preconceituosa, mas é nossa obrigação pessoal, ter um auto questionamento e constante desconstrução de pensamentos retrógrados, para que possamos passar essa visão adiante, no nosso meio de convívio, seja no trabalho, na quebrada ou até mesmo no rolê, seja com colegas, amigos, família ou até mesmo desconhecidos, sempre questionando qualquer pensamento ou atitude discriminatória com qualquer semelhante e nunca tolerando qualquer tipo de agressão partida de ódio discriminatório. Mas sempre consciente, para não se deixar levar por falácias ou buxixos aleatórios, sempre questione! Pois assim como na internet, na vida real a fake news rola solta, não se deixe levar pelos buxixeiros de plantão. Infelizmente na cena underground tem de monte, muitos por questão de ego acabam criando intrigas simplesmente por achar que é mais desconstruído que o outro, é aí que mora o perigo! O verdadeiro inimigo fica esquecido, e ganha passe livre pra disseminar cultura de ódio e se apropriar do nome skinhead. Não devemos deixar espaço para esses, racistas, preconceituosos devem ser combatidos com truculência, para eles pensarem duas vezes antes de saírem às ruas!

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ENTREVISTA COM INJETORES 2-Conte-nos, na visão de vocês e para quem não conhece, um pouco da cena Skinhead de São Paulo. A cena skinhead em São Paulo é um terreno onde é preciso saber bem onde vai pisar. Há os sectários, as gangues, por vezes somos confundidos com carecas ou neonazistas, tem sempre uma situação para desenrolar, mas isso já faz parte da subcultura, não acredito que irá mudar, temos a mídia sempre falando merda e atribuindo as covardias e intolerâncias que acontece nas ruas a cultura skinhead como num todo, e isso colabora para que os que já sentem antipatia arrume algo pra falar contra nós.

1-Bem, fale-nos como começou a ideia da banda e qual a origem desse nome?

Ainda somos crucificados... Por outro lado, também tem crescido bastante, vemos muita gente produzindo e trazendo à tona a identidade desse estilo de vida, gigs de skinhead reggae, gigs oi, bandas punks quebrando tabus e tocando com bandas skins, no meio antifascista há uma soma muito grande, é lindo de se ver quando rola uma boa festa skinhead, a chama está viva, e apesar de skinheads nós acreditamos que a ideia faz uma união consciente, indiferente de estilos, isso agrega muito na troca de ideias.

A ideia da banda de certa forma já vem de tempos eu acredito, é a soma de várias experiências vividas na cabeça de cada integrante ainda que talvez de forma inconsciente, Cada um já teve sua experiência anterior a INJETORES e com o devido tempo cada projeto teve o seu fim. Acredito que com o surgimento e início da INJETORES essas ideias foram tomando corpo novamente, ficando mais fortes E tem sido concretizada aos poucos, visto que os 3 tem pensando no mesmo sentido e trabalhado para isso com o pé no chão, humildade e respeito.

Ou seja, não basta ser Skinhead há um sentimento de classe e luta por trás disso. 3-É notório para nós que Injetores tem se tornado ao lado de outras bandas desse cenário referência musical Oi! pra fora do país e internamente.

A banda se inicia no ano de 2015 eu (júnior) e o Deh já nos conhecíamos e já havíamos tocado em outra banda juntos, procurávamos um batera e demos a sorte de encontrar o Tulio que já chegou somando e fechamos o trio.

A que vocês acham que se deve esse reconhecimento?

A ideia de INJETORES vem do sentido de injetar mesmo, somos entulhados diariamente com notícias que servem para nos colocar pra baixo, que não somos capazes, seja na mídia, em família, ou com os conhecidos na quebrada, com isso pensamos que é bom retratar a realidade que vivemos de forma que nos leve a repensar isso, injetar ideias e nos motivar para corrermos atrás do que queremos, não desistir, temos orgulho de classe sim.

Agradecemos sobre o "referencia" Acreditamos que esse reconhecimento tem sido obtido por vários fatores que contribuem pra isso, somos muito grato a todos os amigos skins, punks e simpatizantes que sempre acreditaram em nosso trabalho, desde a primeira Gig, desde os primeiros ensaios onde colavam, no Estúdio Noise terror pra tomar uma cerveja, fumar um e ouvir a banda, e isso ainda continua onde ensaiamos atualmente, as vezes é até difícil manter o foco no ensaio haha é um processo de formiguinha, esse amigos falam com outros amigos e assim vai, nós tentamos fazer nossa parte também, ensaiando toda semana, e sim temos que

Não falamos sobre autoajuda falamos sobre como vivemos e de como nada vem fácil para nossa classe, se já entramos na guerra desistidos, não nos resta muito a fazer.

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abrir mão de outras atividades pra que isso aconteça (ter banda não é fácil como muitos acham que é) mas é algo que nos mantem vivos, tentamos dar o melhor, seja em gravação tirando grana de onde sabemos que vai faltar pra tentar buscar o resultado que esperamos, seja tendo que tocar e ir trampar no outro dia pra realizar alguma Gig que vai acontecer.

simpatiza com isso, não é bem-vindo e não será tolerado. A cultura skinhead é uma mistura, nasceu dos jamaicanos, nasceu dos filhos dos operários ingleses, nasceu dessa junção, entre outras coisas. Como costumamos dizer nas gigs que participamos, skinhead original, sempre antirracista e antifascista, o resto é cópia.

As bandas que sempre trocam ideia e chamam as outras para eventos, que enxergaram que nosso meio não é uma competição e sim uma soma de ideias e de forças. O pessoal que nos acompanha sempre está divulgando nosso som nas redes sociais, adquirindo camiseta e dando um salve, trocando uma ideia, então isso vai formando uma grande ponte que vai nos levando a alguns lugares onde nosso trampo tem sido reconhecido.

A importância desse pensamento e atitude é o resgate da cultura original, ninguém gosta de estar num lugar onde não é bem-vindo, e de certa forma muitos acabam por não se interessar, e os que se interessam deixam de lado, ou por serem entupidos de desinformação ou por não se sentirem bem-vindos. Não devemos deixar nosso associado ao lixo nazista.

nome

ser

5-Como são os eventos musicais? Falenos um pouco da cena Oi! que vocês participam e quais as bandas e coletivos que vocês são agregados e mantém amizades. Os eventos aqui têm sido bem produtivos, há troca de ideias e nisso agrega muito, vemos pessoas que nunca haviam colado em gig nenhuma e pela identificação do som e ideias hoje fazem parte de coletivos e somam à sua maneira, é bom ver isso acontecer. 4-Desde 2015 vocês usam o trojan como referência em seus logos e música e levantaram uma bandeira como simpatizantes da SHARP.

Algumas bandas que temos mais proximidade são, Bellare, ultima classe, ataque a jugular, juventude maldita, brigada 16, onda errada, ratas rabiosas, dias de luta, Ponto 50, inomináveis e mais algumas, as bandas por aqui movimentam bem a cena, sobre os coletivos estamos sempre procurando somar no que nos cabe através da banda, há coletivos como o BUERO PERIFÉRICO, AFA, AFA SOROCABA, COOPERANTIFA, DONA MARIA ANTIFASCISTA, SHARP, RASH, umas das propostas da banda sempre foi somar com o que traga ou faça algo para o fortalecimento das causas dos menos favorecidos.

O que vocês pensam sobre isso? Qual a responsa de ser um Skinhead antirracista como indivíduo? Sim, o trojan sempre esteve presente como forma de referência skinhead, fora o fato de nos identificarmos e curtimos os sons da gravadora, o símbolo é usado como resistência a tudo que deturpa a cultura skinhead, ainda há muita gente que acha que a cultura skin tem algo relacionado com essa merda nazista que é divulgada, o Trojan é uma forma de dizer que não, que conhecemos nossas raízes, e não temos simpatia nenhuma com aqueles que se aliam nessa ideia, quanto a bandeira da Sharp é algo que pra gente é importante como mensagem a ser passada, é uma mensagem direta.

6-Quais os projetos futuros da banda em material e eventos após esse apocalipse mundial? Estamos em andamento com algumas coisas aí, iremos participar de duas coletâneas, uma em vinil, que leva o nome Oi! Oi! Oi! ANTIFA!, juntamente com as bandas ULTIMA CLASSE E BELLARE, e outra com bandas dos países vizinhos SULAMERICA Oi!, e já agradecemos o

Assim como citado, é uma forma de resistência, um aviso para os que pensarem em trazer uma ideia ou atitude racista pra esse meio, quem pensa ou

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apoio de vocês e por acreditarem nessa cena que está crescendo, há um vídeo da música skinheads em andamento, tivemos que interromper devido a esses dias difíceis que estamos passando, há um registro em vídeo sobre o estúdio noise terror que está sendo trabalhado e terá várias bandas tocando e falando um pouco sobre a cena e sobre casa, o registro é de 2016, e leva o nome de SUBURBIO GERAL, passando esse tempo queremos retornar aos ensaios, já temos alguns sons novos e em breve queremos grava-los, enquanto isso continuamos com a divulgação do nosso EP skins, que ainda está recente e tem sido bem recebido ai de certa forma.

Agradecemos o espaço e o suporte dado a banda, esse trabalho de vocês é muito importante pra todos que compõem a cena underground, agradecemos também todos os amigos e aqueles que curtem o som da banda e dão sempre uma mão pra gente, seja na divulgação seja adquirindo o material seguindo as páginas ou tomando uma breja junto nas gigs, as bandas que já tocamos juntos os djs que sempre mandam muito nas festas e mantêm a cena ativa, Gringo, Lari Soul, Dmnt, Nakareggae, reggae crash, 161 sounds e moonstompers vale, um salve a todos, e a United win distro que chegou somando grandemente já de cara.

Há alguns outros projetos, mas ainda está muito recente para ser comentado.

No mais, mantenha sempre sua postura onde quer que você vá, podem falar o que quiserem, a rua nos fez assim. CABEÇA ERGUIDA.

7-Falem o que quiserem, espaço!

este é seu

NINGUÉM VIRA PUNK Moicanos, rebites, coturnos, isso tudo você pode conseguir...O que você nunca vai encontrar é rebeldia. Sim! A rebeldia que você busca ela nasce com você, as vezes encontramos pelas ruas da cidade garotos querendo revolução, mas na verdade querem chamar atenção. Depois de música, protestos, drogas começa a hora da gangueragem, violência gratuita apenas por diversão, mas depois de um tempo o que tem mais valor não são as facadas, cicatrizes e sim o que talvez você possa aprender com tudo isso. Não somos tão violentos como nos mostram e não tão pacíficos como queremos mostrar. Tantas pessoas morreram outras nasceram, alguns diziam anarquistas e um dia neonazistas. A mudança é comum para o ser humano, o cristianismo nunca foi nosso forte, mas como mudar da água para o vinho? Esse milagre será possível? O humano mais baixo, pois, deixou de ser "ser" sem liberdade com preconceitos e ditadores apelando para raça ou cor onde o que importa é o valor da sua conta corrente. Hey! Você que se diz punk... Você realmente sabe como começou? Tantas divisões, nomenclatura, regras sim existe certas regras para sua rebeldia, escolha a cor do seu cadarço reto ou cruzado, street ou anarco... ABC ou SP... Mas quanto tempo você irá durar?"Outra história antifascista"...

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