MúsicaSC Magazine #02 Setembro 2010

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MAGAZINE

Exagero nada!

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Thiago Fukahori, da banda DOIS, fala sobre sua coleção de Instrumentos Musicais


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Editorial

um é bom. dois é melhor ainda Para a segunda edição, entrevistamos o Thiago Fukahori, guitarrista da banda DOIS, que fala sobre sua coleção de instrumentos musicais (bom é ter cada vez mais!). Também falamos com o Felipe Melo, organizador dos eventos OPA! Music (que acontecem na Capital), que falou um pouco sobre os objetivos do projeto e dá a letra pra quem quiser participar! Tem também as fotos da super festa de encerramento do 38º Festival de Cinema de Gramado (RS), comandada pela Green Valley, ao estilo Hollywoodiano, cheio de celebridades... Confira os bastidores do show da Brazil HI-Fi na 22ª Festa Nacional do Pinhão, em Lages, que espantou o frio do público., Na seção Tendência, cara pálida não tem vez: com o passar dos anos, os palcos musicais ganharam estilo teatral com integrantes cada vez mais pintados (e fantasiados!). E pra encerrar, um pouco de educação musical com o professor Clóvis Reis, da Escola de Música Rafael Bastos.

MAGAZINE Equipe MusicaSC Magazine Direção: Márcio Pimenta Redação: Kamilla Montenegro Arte e Tecnologia: Maki Kawasaki Design Visual: Vilson Martins Filho Envie matérias, críticas ou sugestões para contato@musicasc.com.br Confira estas e outras matérias no Portal MúsicaSC: www.musicasc.com.br

O Maior Portal de Entretenimento Musical de Santa Catarina!

Boa Leitura!

CONTEÚDO

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EDITORIAL MÚSICA SC NA BALADA FESTIVAL COLECIONADORES TENDÊNCIA BASTIDORES COLUNA DO OPA! EDUCAÇÃO

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Um é bom. Dois é melhor ainda Novidades e Rapidinhas Green Valley Hollywoodiana Se liga no OPA! Music De tudo, muuuito! Música de cara nova Pra espantar o frio! Lançamentos Sinergia Musical


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Música SC

REVELAÇÃO DE 2009

Com 31,5% dos votos, a banda DOIS levou o caneco de Melhor Banda Revelação de 2009, prêmio concedido pelo pessoal do Válvula Rock. Parabéns meus queridos! O show de comemoração foi no Ahoy!, em Blumenau. Essa e outras aventuras da banda no blog www.doisoficial.blogspot.com. PRIMEIRA VEZ NO SUL DO BRASIL

O show da banda irlandesa The Cranberries em Florianópolis está marcado para o dia 16 de outubro no Stage Music Park. A banda estourou nos anos 90 com seu rock alternativo sucessor ao movimento grunge, fazendo sucesso em todas as rádios do Brasil com músicas como Linger, Dreams e Zombie (assista aqui). Além de Florianópolis, a banda faz show também em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Fortaleza.

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EM TURNÊ NA EUROPA

Depois da Colômbia, chegou a hora das DJs brasileiras do projeto Female Angels aterrissarem no destino mais concorrido e fervido do verão europeu: a ilha de Ibiza! Depois, ainda na Europa, o projeto de DJs mulheres segue para Portugal. No dia 4 de setembro encerram o tour pelo velho mundo com show no Oasis, em Saragoza. MÚSICA ILUSTRADA

“A música ilustrada e documentada através de colagens personalizadas”; esta é a proposta da artista Letícia Alló que expôs recentemente seus trabalhos no Caffe Cult. Os quadros e imagens retratam ícones da música como Beatles, David Bowie, Jimi Hendrix, entre outros grandes nomes. Conheça os trabalhos da Letícia Alló no flickr. com/leallo e conheça também o blog da artista.


TOUR BRASILEIRA INICIA AQUI

RAPIDINHAS A banda hardcore Restart The Sound, de Balneário Camboriú, retorna aos palcos após três anos de hiato. Agora, os integrantes estão focados no futuro e com novo fôlego. O festival Grito do Rock, que aconteceu no dia 21 de agosto, levou 10 bandas para a Fazenda do Evaristo, em Rio Negrinho, onde frequentemente tem rolado eventos rockeiros.

A cantora americana Lauryn Hill desembarca pela segunda vez no Brasil para uma turnê, que inicia na Capital catarinense, no dia 3 de setembro. A ex-integrante do Fugees também se apresenta no Rio de Janeiro, São Paulo e encerra sua tour em Brasília.

Fiuk e sua banda Hori apresentaram-se no último 29 de agosto com exclusividade na Rivage, no Vale do Itajaí. E quem passou por aqui também foi a banda Dead Fish, que marcou presença na comemoração dos 11 anos da Undermusic Records. End Of Pipe, Hunger United, End Hits e Take Off The Halter dividiram o palco com a lendária banda.

SEMANA ELETRÔNICA Katylene, a personagem virtual travesti mais popular da internet, e seu criador Daniel Carvalho, mostraram que também podem agitar uma pista do Jivago Lounge, em Floripa. No blog, de linguajar bem peculiar, Katylene fala sobre a vida de celebridades e pseudofamosos. Vai lá: http://www.katylene.com

O club Green Valley recebe astros da música eletrônica para agitar o feriado no sul do Brasil. O DJ e produtor alemão Tocadisco ao lado do francês Norman Doray (acima) são as atrações principais, e tem também o line up completo por Edo Krause & Orquestra e Mário Fischetti, num fim de semana que promete entrar pra história do super club que já virou lenda no e-music nacional.

A nova febre das mixagens são versões tecnobregas de músicas pop. Tik Tok (da Ke$ha), Poker Face (Lady Gaga) e até Smells Like Teen Spirit (Nirvana) e Reptilia (do Strokes) não fugiram da brincadeira. Ouça as versões do DJ Cremoso em http://soundcloud. com/djcremoso. A banda de Florianópolis Loosing Control irá abrir o show da Cine na Capital. A LC inicou as gravações de três novos singles na Gravadora Pimenta do Reino, que serão lançados juntamente com making of. Fique ligado!

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Na Balada

GREEN VALLEY

HOLLYWOODIANA

Mesmo com temperaturas beirando o 0°, o club catarinense Green Valley fez ferver a pacata cidade de Gramado no sábado, 14 de agosto. A festa de encerramento da 38° edição do Festival de Cinema de Gramado, a balada Pepsi Green Valley, reuniu mais de 5 mil pessoas ao som de top DJs e com a cara do nosso badaladíssimo litoral de Santa Catarina, reconhecido como a Meca do e-music no Brasil. Até figuras como Eduardo Galvão, galã da década de 80, e o sessentão Antonio Pitanga, improváveis figuras em festas eletrônicas, não resistiram e curtiram o som da festa made in SC assinado pela casa que tem conquistado o mundo. Ainda curtiram a megabalada na serra gaucha os ex-bbbs Lia, Priscila, Flavio e Cadu, além de Shéron Menezes e Ricardo Pereira.

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Por Alvo Comunicação - alvodecomunicacao.com.br/ Fotos: Andy Marchal


Festival

SE LIGA NO

OPA!

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O OPA! Music é um evento de bandas catarinenses no Célula, em Florianópolis. Organizado por Felipe Melo, o OPA! tem o objetivo de mostrar as novidades do que rola por aqui. Saiba mais sobre o projeto e inscreva sua banda Fotos: Dany&Max Production

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Festival

O INÍCIO Organizado por Felipe Melo, o evento OPA! Music começou em março deste ano. Segundo Felipe, o objetivo principal do OPA! Music é mostrar as novidades da música de Santa Catarina, e a procura das bandas catarinenses por espaço para apresentarem seu trabalho fez com que Felipe organizasse o festival. “O principal critério para participar da seleção do OPA! é que as bandas possuam música autoral e de qualidade; independentemente de estilos.“ Felipe disse ainda que, para não se ter a visão de que o projeto é apenas ligado ao seu trabalho com produção, decidiu logo na primeira edição do evento convidar a banda Balanço Bruxólico, a qual ele não tinha contato algum: “Apenas havia assistido a apresentação da banda no FEMIC, e fiquei maravilhado” No início, o OPA! foi encarado como um festival de bandas novas, o que não era exatamente a proposta. A idéia é apoiar o que é novidade; ser a vitrine para o que é novo. Ou seja, a banda pode ter 10 discos lançados, mas ela precisa de um espaço para lançar um clipe novo sem ter que investir mundos-e-fundos. O OPA! abre espaço para esse lançamento, desde que seja bom e de qualidade. E foi o que aconteceu com a Balanço Bruxólico naquele momento, eles estavam lançando o videoclipe “Moçambase” e Felipe a convidou para a primeira festa do OPA!.

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No início, o OPA! foi encarado como um festival de bandas novas, o que não era exatamente a minha proposta. A idéia é apoiar o que é novidade; ser a vitrine para o que é novo.

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Festival

TRÊS EM UM O OPA! Music tem 3 projetos diferentes, que obviamente, atraem 3 públicos diferentes, garantindo assim a disseminação do trabalho para outras tribos e públicos. O evento é fortemente divulgado via Twitter, Blog e mídias sociais, o que favorece quem está envolvido (profissionais, músicos, fotógrafos). “Inclusive, nosso próximo objetivo é realizar uma coletânea com as bandas participantes.” A MARCA Além dos eventos, a marca OPA! também tem apoiado outras entidades, empresas e músicos, que comungam deste ideal. Em junho, por exemplo, o OPA! apoiou o lançamento do EP do cantor Billy Rezk, que agora foi atraído para fazer um show na terceira edição. Recentemente, o evento fechou parceria com a Musicatarina, que vai comandar uma série de palestras na Semana Global do Empreendedor, ficando o OPA! como encerramento da SGE e comemoração desta semana de palestras que envolve vários assuntos pertinentes sobre a música no nosso estado - o evento acontece no dia 20 de novembro. PRÓXIMA EDIÇÃO O OPA! Music tem sua próxima edição marcada para o dia 25 de setembro de 2010, e já tem como atrações confirmadas Billy Rezk, Helvéticos e Fmeia4.

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Curtiu? Então acesse www.opamusic.com.br e saiba mais informacões.

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Colecionadores

DE TUDO,

MUUUITO!

Entre os colecionadores de instrumentos musicais, existem os que colecionam g ultramodernos... Mas, tambĂŠm existem aqueles, como o nosso entrevistado 16 17

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guitarras, baixos, baquetas... Instrumentos vintage, artesanais, costumizados, Thiago Fukahori [da banda Dois], que colecionam TUDO Fotos: Vilson Martins Filho MĂşsicaSC Magazine www.musicasc.com.br 17


Colecionadores Colecionadores

Para cada gosto musical existe um tipo de colecionador. Normalmente, os colecionadores de instrumentos musicais definem suas aquisições ligando à música que tocam. Há também os que colecionam, porém não tocam. Geralmente, por uma questão de cuidado – para manter o instrumento como novo. Porém, existem os experimentalistas, que adquirem diversos tipos de instrumentos, misturando-os de formas não muito convencionais; o que, muitas vezes, resulta em músicas inovadoras. O guitarrista Thiago Ishiy Fukahori é um cara que não se limita: Compra de tudo e aproveita ao máximo o que o instrumento adquirido pode proporcionar: Revista Música SC - Há quanto tempo você coleciona instrumentos? Thiago - Desde quando comecei a tocar guitarra, há uns 10 anos. MSC - A pergunta que todos fazem: Por que tantos? Existe um motivo em especial por ter adquirido cada instrumento? T - Cada instrumento é único. Na verdade, entre guitarras do mesmo modelo e ano existem diferenças sensíveis entre cada exemplar. É o charme do instrumento musical. Muito se deve a própria matéria prima de quase todos eles; a madeira.

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Mas eu não me considero um colecionador por assim dizer. Os colecionadores mesmo não tocam com os instrumentos, muitas vezes deixando-os guardados com os plásticos e etiquetas originais. O que eu considero um desperdício. Esses colecionadores consideram o instrumento muito mais como um investimento do que um instrumento musical propriamente dito. Inclusive eu li uma reportagem falando que instrumentos vintage é um belo investimento financeiro. Eu uso os instrumentos mesmo, quero que eles tenham uma história. Riscos, batidas, desgaste; tudo isso faz parte da alma do instrumento. Torna ele único. Na [banda] Dois eu uso bastante a Epiphone Dot, que é uma guitarra semi-acústica. Ou seja, não tem o corpo totalmente sólido, somente um bloco de madeira no centro, sendo as laterais ocas, como um violão. Ela tem um timbre que serve muito bem nas nossas músicas, principalmente nos momentos mais calmos e acústicos das músicas.


(...) eu não me considero um colecionador por assim dizer. Os colecionadores mesmo não tocam com os instrumentos, muitas vezes deixando-os guardados com os plásticos e etiquetas originais. O que eu considero um desperdício.

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Colecionadores

MSC - De sua coleção, qual é o instrumento que mais gosta? T - A Fender Jaguar. Ela tem uma história muito peculiar e por isso tem um valor sentimental incalculável. Eu a trouxe do Japão, em uma viagem que fiz com a minha mãe em 2007. O modelo é exclusivamente fabricado pela Fender de lá, o que a torna mais rara ainda. Eu nunca vi outra igual. Na verdade foi um caso de amor à primeira vista. Eu tinha a intenção de comprar uma Epiphone Casino, modelo clássico entre as guitarras semiacústicas e imortalizada pelos Beatles. Ambos George e John usavam em gravações e em shows. Quando testei a guitarra na loja não me senti muito confortável e acabei desistindo. A minha segunda opção era uma Fender Telecaster ‘52. Chegando na loja fui direto na “Tele”. Era a que eu queria. Testei e gostei muito dela. Mas decidi dar uma última volta na loja pra ver as outras opções. Me deparei com a Jaguar. Pronto. Não tive dúvidas. A “Tele” foi pra escanteio e a Jaguar veio comigo. Agora imagine o trabalho de trazer a guitarra comigo do Japão, sendo que a gente ainda parou em Paris na volta da viagem! Mas o amor é assim... Conta mais a emoção que a razão. Eu pretendo nunca me desfazer da Jaguar. MSC - Qual [ou quais] instrumento[s] você ainda pretende ter em sua coleção? T - Impossível responder. Não consigo pensar em uma lista. Mas eu estou sempre à procura de instrumentos diferentes, de preferência já mais antigos. E bem, esses são os mais caros...

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Confira o acervo do Thiago: - Violão Di Giorgio Clássico de 1983 - Craviola Giannini dos anos 70 - Viola Giannini - Violão Ibanez V72 - Violão Cort 12 cordas - Banjo Fender 5 cordas - Ukulele Mahalo - Fender Jaguar - Fender Standard Stratocaster - Epiphone Dot - Variax 300 Line 6 - Giannini Gemini Deluxe

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Colecionadores

Pode até parecer exagero, mas não é. A GAS (abreviação de Gear Acquisition Syndrome,ou Síndrome de Aquisição de Equipamento) é algo bem comum hoje. Inicialmente, se chamava Guitar Acquisition Syndrome (“Síndrome de Aquisição de Guitarra”), e foi inicialmente popularizada por Walter Becker em 1996, em um artigo para a revista Guitar Player – pois guitarristas tendem a adquirir diversas guitarras, pedais, amplificadores... Mas o problema se espalhou para outras profissões como tecladistas, por exemplo (que adquirem teclados, sintetizadores, samplers, etc) e o termo se tornou universal. Por tanto, se liga se você sente certa “urgência” em adquirir (e acumular) equipamentos, mesmo se já tenha outros similares ou se ainda se faz pouco (ou nenhum!) uso da aquisição.

Ainda não conheçe a DOIS? Então veja o perfil da banda no Portal Música SC http://bit.ly/9Mh1tc

Em Bruxelas está situado o Museu de Instrumentos Musicais com o maior acervo do mundo! Situado em um edifício de estilo art nouveau (fundado em 1877), o museu abriga desde o ano 2000 cerca de sete mil instrumentos de corda, tradicionais, mecânicos... Além de poderem escutar o som desses instrumentos, os visitantes podem conhecer o processo de fabricação de um violão ou de um violino, por exemplo, através da reconstrução de uma oficina no local. Veja o acervo no site http://www.mim.be/collections.

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Hoje não existe nenhum tratamento médico para a GAS, porque na verdade não é uma condição clínica, mas sim, psicológica. Entretanto, existem métodos para planejar e organizar desejos, ganhos e gastos de forma mais racional, de modo que não comprometa grande parte da renda em compra de equipamentos.

Gear Acquisition Syndrome Origem: Wikipédia. T.O.C. - Transtorno Obsessivo-compulsivo. A G.A.S. pode ser cosiderada um TOC moderado.

COLECIONISMO OU GAS?


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Tendência

MÚSICA DE CARA

NOVA

Aproveitando o embalo da matéria sobre o Ney Matogrosso ter virado “ícone fashion”, resolvemos falar de tantos outros astros na música que também aderiram à pintura facial (e até corporal), que está retornando aos palcos e virando tendência. David Bowie (ou Ziggy Stardust), Björk, Michael Stipe (REM), Madonna, Kylie Minogue, até Mallu Magalhães…

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Tendência

Surgida em 1972, a banda italiana Osanna também era adepta da pintura facial.

Se for para encontrar um pioneiro, seria David Bowie. Ele causou alvoroço som esse estilo, para criar o persona Ziggy Stardust. O raio lhe atravessando o rosto, como na capa do álbum Aladdin Sane (1973), é a imagem mais emblemática, e que foi copiada por artistas do mundo todo, fazendo referência ao “Camaleão do rock”.

Peter Gabriel atravessou a década de 70 como um mutante. A cada momento, Peter Gabriel estava com uma cara nova, encarnando os mais diversos personagens de suas canções. Primeiro, como vocalista do Genesis. Depois, como cantor solo. Mas sempre com forte teatralidade, marcada não apenas pela pintura, mas também por sua interpretação.

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Alice Cooper sem sua pintura ao redor dos olhos não é Alice Cooper, é Vincent Damon Furnier - o Oh, o Secos e Molhados aí! Liderado por Ney

homem por trás do cantor-personagem.

Matogrosso, o grupo estreou em 1973 como um forte sopro de renovação no cenário musical brasileiro, em plena ditadura. Há quem diga – inclusive o próprio Ney – que o Kiss (abaixo) imitou o visual do grupo. Porém, há registros de que a banda americana já se apresentava pintada em 1972.

Quando o Kiss se mostrou ao mundo, em 1974, seus integrantes já estavam de cara pintada. Cada um era uma persona (sentido horário): Gene Simmons era The Demon, Ace Frehley (e depois Tommy Thayer) era The Spaceman, Peter Criss (e depois Eric Singer) era The Cat, e Paul Stanley era The Starchild. Outros personas também surgiram mais tarde: Eric Carr era The Fox, e Vinnie Vincent era The Ankh Warrior. Por muitos anos, seus verdadeiros rostos foram um grande mistério.

Olha só quem tá aí: O rei Roberto Carlos! Em 1978, o cantor estreou sua turnê Palhaço. Ao fim de cada espetáculo, ele surpreendia a platéia ao voltar para o palco maquiado como palhaço para cantar O show já terminou. Foi um sucesso!

A pintura facial é tão antiga quanto o homem e se presta a embelezar, reafirmar a identidade, estabelecer uma outra identidade (paralela ou substituta), diferenciar, comunicar ou assustar. Em suma, pinta-se o rosto para chamar atenção. MúsicaSC Magazine www.musicasc.com.br 27


Tendência

A maquiagem de Siouxsie Sioux (da banda inglesa Siouxsie & The Banshees), sempre foi marcante. E foi assim na virada dos anos 70 para os 80: A maquiagem era desenhada de forma que fosse além do “meramente humano”!

Quando eram apenas uma banda alternativa promissora (nos anos 80), os integrantes do Red Hot Chili Peppers já se pintavam, eventualmente. Na foto de cima estão completamente irreconhecíveis, mas a grande maioria do público lembra-se de vêlos prateados no clipe de Give it away, de 1991 (veja aqui).

Nos anos 80, Dee Snider (vocalista do Twisted Sister) também apareceu com sua maquiagem exagerada – ele era praticamente uma Vovó Mafalda do metal!

O Blue Man Group foi criado em 1987, e, desde então, seus “integrantes azuis” percorrem o mundo apresentando grandes espetáculos experimentais de música e teatro.

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Não é de costume Madonna se pintar além da simples maquiagem, mas ela apareceu inteiramente prateada no clipe de Fever, em 1993.

Marilyn Manson ganhou fama em 1996 com a faixa The Beautiful People - seu protesto contra a ditadura da beleza. Desde então, o cantor usa maquiagem para chocar, se enfeiar ainda mais e, assim, garantir um lugarzinho exclusivo ao sol do showbizz.

Em Annie Lennox gosta

vocalista

2005, do

o

R.E.M,

de se pintar desde os

Michael Stipe, apareceu

tempos de Eurythmics,

com uma faixa azul

sua

banda.

sobre os olhos para a

show

apresentação da banda

de tributo a Freddie

no Live 8, em Londres.

Mercury,

Em

Em

antiga 1992,

no

chamou

outras

atenção com um visual

Michael

sombrio,

situações, apareceu

arrrematado

com faixas como esta,

com uma pintura preta

em vermelho, laranja,

nos olhos.

verde...

O guitarrista Wes Borland ganhou fama em 1997 como integrante da banda Limp Bizkit. A cada apresentação, ele adota uma nova pintura que o faz parecer um ser completamente diferente. Por conta disso, claro, Borland é a atração à parte nos shows.

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Tendência

Na capa do álbum Maré (de 2008) Adriana

Kylie Minogue investiu no estilo Glam com sua

Calcanhotto se pintou da maneira como imagina que

maquiagem super colorida para uma edição da revista

seria o rosto de Tétis – Deusa grega do mar.

Instinct.

E claro… A gente não poderia finalizar esta matéria sem ao menos citar a artista mais polêmica da música pop atual. Com o look acima (esq.), Lady Gaga foi ao Video Music Awards. E, com o outro (coberta de pérolas dos pés à cabeça!), ela foi ao evento da AMFAR, em NY. Bizarrices que já fazem parte do cotidiano da cantora.

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Lily Allen se apresentou recentemente com o rosto pintado de verde amarelo – inclusive as unhas! – em São Paulo, na Via Funchal. Inclusive, a cantora britânica postou em seu Twitter: “São Paulo, melhor show de todos” – vimos mesmo que ela gostou! Até Beyoncé se rendeu aos pincéis em um ensaio fotográfico para a revista Gotham. As cores fazem referência à bandeira americana.

Mallu Magalhães costuma pintar ela própria seu rosto para fazer seus shows, criando um desenho diferente

A cantora Björk saiu assim, multicolorida, para a

para cada apresentação (ela já disse em entrevista que

divulgação do álbum Volta, de 2007. Bem, mas pra

sua mãe odeia quanto ela faz isso!).

ela isso não é nada!

Lúdica, exagerada, colorida e com muito brilho, a maquiagem é um dos elementos que complementam a beleza e o encanto do espetáculo. A nova edição da revista Melissa traz matérias super bacanas sobre pintura facial, além de dicas de grandes maquiadores pra quem quiser aderir ao estilo. Vale conferir!

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Fotos: Divulgação

Respeitável público!

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Bastidores

PRA ESPANTAR

O

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FRIO!


IMPACTO E CLIMA “Showzaaasso” é o se ouviu de quem permaneceu a menos de 9° para assistir ao show da Brazil HIFI na 22ª edição da Festa do Pinhão, no dia 29 de maio.

A banda Revelação da Música Catarinense, Brazil HI-FI, abriu o show de Luan Santana na 22ª Festa Nacional do Pinhão, em Lages (SC). Mesmo com o frio, a banda não deixou a peteca cair, agitando o público de cerca de 40 mil pessoas. Fotos: Vilson Martins Filho

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Bastidores

A Brazil HI-FI subiu no palco exatamente às 22h28. E já entraram tocando a baladinha Frases de amor, novo single da banda. “É uma noite especial!” disse o vocalista Juliano Machado, dando suas saudações ao público. E foi mesmo.

Na sequência, eles apresentaram uma versão para “Malandragem Dá um Tempo”, do Barão Vermelho – onde o guitarrista Pepê mostrou a que veio! Em Reggae Power, Uma Brasileira e Is This Love – ambas do Natiruts – o trio de metais Maráca [sax], Pinguim [trompete] e Deivid Bocão [trombone] deu show!

Quando a banda resolveu tocar o hit Então Vem, a reação foi geral: Todo mundo saiu do chão! Também, não é por menos, né... Com o ritmo super dançante e a letra - “[...] Então vem... Vamos sair por aí - A noite é uma criança pra quem quer se divertir! [...]” – quem não agita?

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Bastidores

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VIBE E BALANÇO Juliano aproveitou a concentração do público e tirou um minutinho para falar de paz e amor... E, na sequência, Toda Forma de Amor [de Lulu Santos] ganhou uma versão especial.

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Bastidores

Quando Juliano puxou o começinho de outro hit – “Vou te contar uma história – Vou te ‘botar’ pra dormir – Eu vou ficar esperando, pra te ver acordando, e sorrindo, pra mim [...]”, da faixa “Tão Linda”, o público entrou em sintonia com a banda.

Depois veio uma pequena sequência de sucessos do Biquini Cavadão: “Vento Ventania”, “Papa Winnie” e “Jack Tequila”.

Aliás, posso dizer que, após o show da banda, boa parte do público saiu cantarolando o refrão... Não posso deixar de destacar também, o solo de baixo de Thiago Bratti... Mandou ver Thiagão!

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Bastidores

Em “Te Quero Mais Que Tudo” – outro sucesso da HI-FI – a introdução ficou por conta do baterista Rodrigo Stanck. Até a composição de Jazon Mraz, “I’m Yours” [grande hit de 2009], ganhou uma versão bem bacana, juntamente com “Don’t Worry, Be Happy” [de Bob Marley] e “Um Anjo do Céu” [do Maskavo]. E mais uma faixa de autoria da banda: “Do Início Ao Fim”. Nesta, os metais não deram o ar da graça, mas a guita e o baixo solaram juntos! Momento groove!

QUEBRA TUDO, BABY! E Juliano novamente agita a galera! A banda puxa um dos grandes sucessos do Raimundos, Mulher de Fases... Agito total! E aproveitaram ainda para relembrar do hit All Star, da banda americana Smash Mouth.

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Hits de Tihuana, Black Eyed Peas e até The Clash fecharam o show da Brasil HI-FI na Festa do Pinhão com chave de ouro. Sorte de quem presenciou!

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Veja o perfil da Brazil HI-FI no Portal Música SC: http://bit.ly/crgxVv

NEWS A Brasil HI-FI fechou recentemente um contrato com a gravadora Pimenta do Reino, de Florianópolis. E ainda este começará as gravações do segundo álbum. Fique ligado no Portal www.musicasc.com.br e no site oficial da banda: www.brazilhifi.com.br e fiique sabendo das novidades. Ah! Siga a banda no twitter: @Brazilhifi

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Coluna do OPA!

OPA!

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SINGLE DO MÊS

Sem perder o feeling!

Luciano Bilu Zeus És Tu www.lucianobilu.com.br O

álbum

abre

com

O

Velocino de Ouro, fazendo sonoramente a ponte com seu primeiro álbum (mais instrumental), bem como em O Olimpo, faixa que encerra. Se em seu primeiro disco homônimo, Luciano Bilu viajava mais entre estilos musicais e exibia exacerbadamente sua técnica nas seis cordas com inúmeros convidados, em Zeus És Tu o

Arcenis Infeliz http://www.myspace.com/arcenis

guitarrista vem mais rockeiro, sentimental e cru, assumindo os vocais de cinco faixas com um ar de ao vivo, dividos com backings de Dinho Stormowski.

Para quem não acreditava mais no rock, parece que ele está bem vivo, trata-se da banda Arcenis que nos presenteia com seu primeiro single Infeliz (b.carvalho/b.cunha/p. poggio), autoria de seus integrantes, um trio. Apresentando uma estética modernas com riffs, arpégios e paredes de distorção com peso, mas sem passar do ponto, somadas a uma cozinha firme.

O disco tem momentos de extrema sensilidade

A canção é quase pós-adolescente, mas com maturidade, clima no refrão com bons vocais, um belo Rock, Hardcore sem perder qualidade para ser Pop. Vale a pena conferir!

Assim como no anterior, ficam muito claras as

como a versão instrumental de Meu Mundo e Nada Mais de Guilherme Arantes, já em canções como Não Vai Demorar e Deixa Viver fica nítido o romantismo com suas harmonias vocais, mas sempre deixando espaço para a pegada rockeira em A Felicidade e A Voz do Coração, fortalecida pela cozinha de Felipe Mata e André Kuhnen.

influências de Mark Knopfler e Steve Ray Vaughan, com umas pitadinhas de Bryan May aqui e ali, e claro, sem perder o bom gosto, Bilu não esconde os toques romanticos de quem já foi adolescente um dia (ou permanece eternamente), as letras são leves e otimistas de quem se dá o direito de ser feliz.

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Felipe Melo Produtor Musical

Estréia com gente grande!

VIDEOCLIPE MÊS

Billy Rezk Tudo ou Nada www.billyrezk.com.br Billy

Rezk

não

poupa

a

qualidade de voz, mesmo porque, embora novo na cena, já é um experiente cantor, tendo estudado música sacra por dois anos. O interprete canta desde os nove anos de idade e, após participar de alguns grupos vocais, hoje se dedica a carreira solo, nos apresentando esse bélissimo trabalho. Com produção de Jean Mafra, o EP trás uma elegante estética eletropop dançante, o qual já vinha sendo explorado por seu produtor no Rosebud EP, lançado em maio de 2010. Pode-se ter certeza que se está em uma animada festa, especialmente nas duas primeiras cancões, Nada (Cisso Bordignon/Jean Mafra/Jiva Lin) e Você Chegou (Cadê Você?) (Felipe Melo/Jean Mafra), passando pela ressaca solitária em Frio (F.Corrêa/J.Mafra), balada realmente invernil que por momentos pode até lembrar de longe os rockeiros argentinos Charly Garcia e Fito Paez reforçado pelo lindo piano de Caio Muniz, canção especialmente bonita e emocionante que entrega ares para Tudo (F.Baasch/J.Mafra), a música de teor poético mais ácido do disco. É importante acrescentar a variedade de pessoas competentes

envolvidas

neste

projeto,

como

Jean Mafra, arranjos e programações de Cisso

Lenzi Brothers Quer me perder por aí TV Música SC: http://bit.ly/dblKGV

O videoclipe Quero Me Perder Por Aí faz parte do novo EP da Lenzi Brothers, Fora de Estoque. O ator, Douglas Rosa (que já fez participações em Caminho das Índias e Linha de Passe) gravou no interior de Nova Trento e em Balneário Camboriú. O vídeo foi produzido pela Cambuca Filmes, e teve direção de Buca Lenzi e Douglas Rosa, e já foi veiculado na MTV Brasil. Apesar do nome, o disco está disponível para download gratuito no site dos caras que inclusive ganhou novo layout. Vai lá http://www.lenzibrothers.com.br

Bordignon, guitarras de Jiva Lin e Daniel Vieira, piano de Caio Muniz e vozes de Ana Carina Baron, sendo finalizado no Estúdio Gothan por Felipe Melo

Dúvidas ou sugestões, envie e-mail para contato@opamusicc@gmail.com

e Fernando Menezes.

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Educação

Sinergia Musical

Clóvis Reis Professor da Escola de Música Rafael Bastos

Sinergia é o efeito resultante da ação de vários agentes que atuam de forma coordenada para um objetivo comum, tendo um valor superior ao valor do conjunto desses agentes se atuassem individualmente sem esse objetivo comum previamente estabelecido. Na música a sinergia é algo extremamente vital aos bons resultados, seja em uma orquestra ou banda de rock, temos que saber trabalhar em equipe, saber obedecer a um objetivo coletivo e acreditar que o papel de cada um é tão importante quanto o seu. Imagine Cavalgadas das Valquírias do compositor Wagner com apenas um violino, ou sem os trompetes, ou Satisfaction da banda The Rolling Stones com apenas um violão, ou apenas o contra baixo. Com certeza não seria a mesma coisa. Não é apenas tocar juntos, pois se todos estiverem tocando a mesma música, porém com objetivos diferentes, ao invés de melhorá-la, podem estragá-la ou deixá-la sem identidade. Quando o indivíduo escuta música, ele sente o resultado de uma sequência de sons organizados, algumas sequências simultaneamente e outras sucessivamente. Essa organização é baseada nas concepções da teoria musical e esse resultado trata-se de sentimentos ou emoções, algo que fala direto com o inconsciente do ouvinte. Imagine se cada indivíduo do grupo musical tem um objetivo diferente, um quer deixar a música agressiva, o outro, expressar calma, e o outro, uma ideia mais melancólica. Imagine como o ouvinte entenderá essa música, uma grande confusão!

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Algo interessante é que essa coletividade, essa sinergia com que a música os faz reféns é a mesma de que as empresas e a sociedade necessitam para melhorar e crescer, e que na música pode ser observada de forma bem simples. Para a criança e/ ou o adolescente é uma boa opção para trabalhar essa área, eles aprendem a trabalhar em equipe, respeitar seus companheiros, administrar relações e, quando a vida lhes apresentar essa necessidade, seja no colégio, na família, na faculdade ou no trabalho ele já terá uma experiência. As relações interpessoais são um fator que acaba implicando também a sinergia. Se o indivíduo não consegue ter bons relacionamentos com as pessoas, dificilmente conseguirá trabalhar bem em equipe e principalmente obter bons resultados. Sinergia deriva do grego synergía, cooperação < sýn, juntamente com érgon, trabalho. É definida como o trabalho ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função, como já citado. Uma música é composta de várias partes e cada músico é um subsistema executando uma pequena parte que, isoladamente, não tem peso algum, mas, no contexto geral, faz uma grande diferença.

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