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Trabalho final de graduação apresentado a Universidade paulista-UNIP, Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, como requisito a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo.
Aluno: Makim Mangine RA:T475112 Orientado pela Prof.ª Patricia Ceroni Scarabelli
Campinas 2019
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EDICATÓRIA
À professora е coordenadora dо curso Patricia Ceroni Scarabelli, por todo seu esforço e dedicação com as devidas responssabilidades do curso de Arquitetura e Urbanismo. O convívio durante cinco anos, merece compreenssão e respeito graças ao seu apoio, e a amizade nesta longa tragetória.
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GRADECIMENTO
Primeiramente quero agradecer a Deus, que me capacita, ilumina e abre a mente para me manter seguro quanto as emoções e sentimentos adversos. Minha base espiritual está apoiada no Senhor, e creio que o melhor Ele sempre fará. Agradeço а minha mãe Sandra Regina da Costa, por nunca desistir e acreditar no potencial do seu filho, ela é a mulher que me incentiva a cada dia, e mesmo distante me apoia e aconselha a tomar melhores decisões. Minha heroína e referência de pessoa altruísta e determinada. A cada palavra e lágrima derramada nos momentos difíceis, tive como conforto os seus braços. Por isso, não tenho dúvidas que se tenho um sonho que merece ser vivido, é o de deixar a minha mãe feliz, e a conclusão deste Trabalho de tcc faz parte desta realização.
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Não posso esquecer do meu padrasto, pai de criação, Rovilson Cursio, que está olhando por mim lá do céu. Lembro do que me dizia: “ Você é o leão da tribo de Judá, não importa as adversidades, faça o teu melhor, e não se importe com as opiniões negativas, siga teu coração Você será meu arquiteto.” Agradeço ao meu pai biológico João Batista Mangine que ensinou o significado das palavras humildade, caratér e determinação. Os três pontos cuja quais me baseio para conquistar aquilo que desejo. Agradeço à minha namorada, Maria Clara Souza Lima, pela paciência e companheirismo, onde com muito amor e carinho mesmo nos momentos que estive ocupado e carregado de inúmeras obrigações ela respeitou o meu momento, e de forma sempre doce ajudou com as palavras certas. Meus agradecimentos de forma geral vão á todas as pessoas que me ajudaram e apoiaram direta ou indiretamente para a conclusão deste trabalho. Vocês fazem parte da minha história.
MUITO OBRIGADO!
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UMÁRIO INTRODUÇÃO...............................................................................................................10 OBJETIVOS......................................................................................................................11 CAPÍTULO 1-ANÁLISE DA ÁREA DE ESTUDO.....................................................12 1.1 INSERÇÃO URBANA...................................................................................13 1.2 MACRO ÁREA DE ESTUDO......................................................................14 1.2.1 MAPA SÍNTESE DAS POTENCIALIDADES.............................15 1.2.2 MAPA SÍNTESE DAS FRAGILIDADES......................................16 1.3 RECORTE DA MACRO ÁREA (JUSTIFICATIVA).................................17 1.3.1 PRIMEIRAS IMPRESSÕES- VISITA TÉCNICA..........................18 1.3.2 FOTOS DA VISITA TÉCNICA 1.3.2.1 LIMITES E VIAS...............................................................19 1.3.2.2 MARCOS, BAIRROS E PONTO NODAL.....................20 CAPÍTULO 2- LEVANTAMENTOS DA ÁREA DO RECORTE.............................22 2.1 BREVE HISTÓRIA DA ÁREA DE ESTUDO............................................23 2.1.1 EVOLUÇÃO DA MALHA URBANA....................................24 e 25 2.1.1.1 CONTEXTO HISTÓRICO GERAL DE CAMPINAS..26 e 27 2.2 ZONEAMENTO 2.2.1 ZONEAMENTO (2011).................................................................28 2.2.2 ZONEAMENTO (2018).................................................................29 2.2.2.1 CARACTERÍSTICAS DAS ZONAS..........................................30 2.2.2.2. TIPOLOGIAS DE OCUPAÇÃO....................................31
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2.3 USO REAL DO SOLO...................................................................................32 2.4 GABARITO DE ALTURA ...........................................................................33 2.5 DENSIDADE DEMOGRÁFICA................................................................34 2.6 HIDROGRAFIA.............................................................................................35 2.7 BENS TOMBADOS.......................................................................................36 2.7.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO...............................................................................37, 38, e 39 2.8 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS 2.8.1 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS CULTURAIS.............................40 2.8.2 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL...41 2.8.3 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SAÚDE................................42 2.8.4 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS EDUCACIONAIS....................43 2.9 VEGETAÇÃO.................................................................................................44 2.11 HIPSOMETRIA............................................................................................45 2.12 HIERARQUIA VIÁRIA..............................................................................46 2.13 POLOS GERADORES DE TRÁFEGO.....................................................47 2.14 TRANSPORTE PÚBLICO 2.14.1 MUNICIPAL...................................................................................48 2.14.2 INTERMUNICIPAL......................................................................49
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CAPÍTULO 3-PLANO URBANO...........................................................................................50 3.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................51 3.2 CONCEITO E PREMISSAS...........................................................................................52 3.3 MOBILIDADE URBANA...............................................................................................53 3.3.1PROPOSTA DE CONEXÃO INTERMUNICIPAL PELA LINHA FÉRREA..54 PLANO URNO(MACRO)..............................................................................................55 3.3.2 PLANO DE MOBILIDADE (RECORTE)........................................................56 3.4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS.......................................................................57,58,59,60 3.5 DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PROJETUAIS.....................................................61, 62 3.6 SETORIZAÇÃO..............................................................................................................63 3.6.1 SETOR 1...........................................................................................................64,65 3.6.2 SETOR2 ...........................................................................................................66,67 3.6.3 SETOR3.............................................................................................................68,69 3.7 RECORTES GERAL, IMPLANTAÇÃO.......................................................................70 3.7.1 RECORTES GERAIS- AA, CC...........................................................................71 3.8 PERSPECTIVAS..........................................................................................................72,73 3.9 PROJETOS ESTRATÉGICOS....................................................................................74,75 CAPÍTULO 4- TEMÁTICA......................................................................................................76 4.1 TEMÁTICA-PARQUES (JARDINS PARTICULARES).......................................77, 78 4.1.1 JARDINS PÚBLICOS..........................................................................................79
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4.2 4.3 4.4 4.5 4.6
JUSTIFICATIVA DO TEMA.......................................................................................89 JUSTIFICATIVA DO TERRENO................................................................................90 4.3.1 ANÁLISE DO TERRENO..................................................................................91 PARTIDO ARQUITETÔNICO....................................................................................92 PROGRAMA DE NECESSIDADES- SETOR 1...............................................93,94,95 FLUXOGRAMA- TÉRREO......................................................................................96,97
CAPÍTULO 5- PROJETO.........................................................................................................98 5.1 EXPLICAÇÃO DO PROJETO......................................................................................99 5.1.1 EXPLICAÇÃO DO PROJETO-PARQUE ELEVADO..................................100 5.1.2 EXPLICAÇÃO DO PROJETO- ADENSSAMENTO....................................101 5.1.3 EXPLICAÇÃO DO PROJETO-SETORES......................................................102 5.1.4 EXPLICAÇÃO DO PROJETO- ESTRUTURA.............................................103 5.2 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA.....................................................................104,105 5.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................106,107
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INTRODUÇÃO
A experiência urbana guarda relação com a forma da cidade, a maneira como as pessoas se orientam e criam sensações no espaço. Este local deve possuir uma identidade, uma estrutura e um significado para constituir a imagem da cidade. Segundo kevin A. Lynch (1918-1984), a imagem da cidade é percebida pelas pessoas aos poucos, as experiências possuem particularidades individuais de cada um, mas a legibilidade, e a imageabilidade convidam a atenção do olhar, proporcionando a orientação e o entendimento do espaço. Baseado nisso, Lynch definiu cinco elementos urbanos: Via, Limite, Bairros, Ponto Nodal, e Marcos. Estes cinco elementos delimitaram a área do recorte proposta para o plano urbano. Cuja intervenção pretende trazer legibilidade para imagem de Campinas, estruturar a hierarquia visual das ruas, melhorar a circulação dos pedestres, propor um eixo conector através do sistema de circulação verde, eliminar a barreira física limitante, e obter um caráter público no antigo vazio na estação Guanabara. Estas e outras estratégias trabalham em consonância com o conceito de cidades compactas, onde é preciso diminuir as distâncias, incentivar os usos mistos, e proporcionar um melhor adensamento através da verticalização. Por isso que devido ao levantamento dos dados obtidos na área de estudo com a visita técnica, foi possível visualizar uma linha delimitando duas regiões totalmente distintas. A parte superior à linha férrea, totalmente desprovida de equipamentos públicos sem a existência de pequenos núcleos centrais. Contrária a parte inferior, que mesmo sendo mais atrativa, possui inúmeros problemas presentes como o engarrafamentos no trânsito, áreas de inundações, pontos de conflito no tráfego, bairros sem identidade, circulação acessível precária, barreiras físicas e vazios urbanos.
Todas estas questões serão discutidas particularmente no decorrer dos capítulos até á solução proposta para o plano urbano.
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2 OBJETIVOS Objetivo Geral: O planejamento urbano idealiza a criação e o desenvolvimento de soluções para revitalizar a cidade de Campinas. Na esfera macro a criação do parque linear como sistema verde de circulação consiste na recuperação do ecossistema e na conexão de vários pontos fragmentados da cidade, onde a implantação de um novo modal, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), facilitará os grandes deslocamentos de forma integrada com outros modais. Já em uma escala micro a proposta é a conexão entre bairros totalmente distintos, promovendo a identidade dos mesmos e proporcionando a livre circulação para integrar as pessoas dentro do espaço. O projeto de TFG consiste em um parque elevado público chamado de Jardim Suspenso que foi desenvolvido para ressignificar a identidade do local através da integração entre os bairros, melhorando a circulação das pessoas, e evidenciando a percepção ambiental no que diz respeito ao padrão espacial. Assim; as características de relação do objeto com o observador proporcionam uma fácil interpretação do espaço trazendo a sensação de pertencimento, e contribuindo para a construção da identidade da cidade. Objetivos específicos:
-Melhorar a circulação -Adensar a área - Favorecer a implantação de usos mistos - Trazer relação de pertencimento aos espaços - Proporcionar identidade a cidade - Evitar a ambiguidade formal entre bairros - Resolver problemas e conflitos urbanos -Contribuir para uma melhor integração -Trazer novos usos ao local -Estimular a qualidade de vida das pessoas
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INSERÇÃO URBANA
O estado de de São Paulo, é a cidade mais rica e mais populosa do Brasil, possuindo o maior parque industrial e a maior produção econômica da América do Sul (Figura 1). A cidade de Campinas, localizada no estado de São Paulo, é sede da Região Metropolitana de Campinas, composta por oito municípios. São eles:Itatiba, Valinhos, Vinhedo, Indaiatuba, Monte Mor, Hortolândia, Campinas, Sumaré, Nova Odessa, Santa Bárbara do Oeste, Americana, Paulínia, Pedreira, Jaguariúna,Cosmópolis, Holambra, Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho. A RMC possui uma grande influência econômica em nível Estadual e Nacional. Comportando grande parque industrial moderno, infraestrutura agrícola e agroindustrial além de possuir grande desenvolvimento na área de pesquisas científicas e tecnológicas (Figura 2).
Figura 1: Mapa de São Paulo Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Metropolitana_de_Campinas#/media/Ficheiro:SaoPaulo_RM_Campinas.svg Data: 07/09/2019
Campinas situa-se a 99 km a noroeste da capital do estado de São Paulo, possui uma área de 794,571 km ², da qual de acordo com o IBGE tem aproximadamente 1.173.370 habitantes. A densidade demográfica segundo o Censo 2010 é de 1.359,60 habitante por km.
Figura 2: Região Metropolitana de Campinas Fonte: http:http://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/publicacoes/planodiretor2006/mapas/mapa1.jpgnodiretor2006/mapas/mapa1.jpg Data: 2006
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MACRO ÁREA DE ESTUDO
A área escolhida como base para este trabalho, localiza-se próximo ao centro de Campinas, e compreende os bairros Vila Itapura, Jardim Guanabara, Vila Industrial, Bonfim e Vila Nova Teixeira, entre outros (Figura4). Este perímetro é de suma importância para os deslocamentos na cidade, devido a presença da rodoviária de Campinas, e das avenidas de grande fluxo como a AV.José de Souza Campos, AV. Brasil, Av. Barão de Itapura, AV. Orosimbo Maia, Av. lix da Cunha, Av. Dr. Alberto Sarmento, e Av. Andrade Neves.
Figura 3: Mapa de Campinas/ Fhttp://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/publicacoes/planodiretor2006/mapas/mapa11.jpg Data: 2006
Essa região é dividida pelo leito férreo que no século XX marcou o desenvolvimento da cidade, segregando o crescimento apenas da região Sudeste a linha férrea. A falta de identidade fragmentou o tecido urbano, fazendo a região superior a linha a férrea ter um caráter residencial em quanto a parte inferior se desenvolveu de forma totalmente desconexa. (Figura 4). Esta morfologia do tecido urbano é proveniente de uma fase histórica no passado, que deve e precisa passar por novas intervenções para melhorar e atender as necessidades específicas do novo plano urbano da cidade de Campinas.
Figura 4: Área de estudo da Macro área em Campinas/ Fonte: Base Sanasa-Prefeitura de Campinas/Elaborado por Makim Mangine/ Data: 01/08/2019
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1.2.1 MAPA SÍNTESE DAS POTENCIALIDADES
A macroárea possui uma importante estrutura urbana, com a predominância de diferentes equipamentos públicos aglomerados mais próximos ao centro e interligados por uma hierarquia viária conforme a Figura 5. Os bem tombados e os equipamentos culturais trazem um papel fundamental ao reavivamento histórico evidenciando a história de Campinas. Além do mais, a grande presença de equipamentos públicos na área de saúde e educação trazem melhores condições de vida a população. Esta área tem terrenos com potenciais construtivos localizados próximos a grandes deslocamentos de pessoas e pontos de interesse. E além do mais, segundo o Censo demográfico do IBGE de 2002, a área possui um rendimento médio do responsável pelo domicílio correspondente a cerca de 5 a 20 salários mínimos, demonstrando a relevância que o espaço tem em participação e desenvolvimento econômico na cidade de Campinas.
Figura 5: Mapa síntese das potencialidades Fonte: Elaborado por Makim Mangine/ Data: 01/08/2019
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1.2.2 MAPA SÍNTESE DAS FRAGILIDADES
A macroárea situa-se em um terreno colinoso suavemente ondulado, dentro da bacia hídrica do Rio Anhumas, com alguns pontos de alagamento e inundações conforme a Figura 6. Ambos decorrente da elevada impermeabilidade, devido a denssidade construtiva nos fundos de vales, várzeas e áreas de preservação ambiental (APP’S). Os pontos de alto fluxo apresentam conflitos de tráfego, com congestionamentos. E a arborização descontínua em áreas carentes de vegetação intenssificam os efeitos da poluição causado pelos automóveis. Existe uma alta quantidade de lotes vagos no perímetro urbano, e a presença de vários estacionamentos impedem a diversificação de novos usos. O problema focal é a grande barreira física composta pela linha de trem inativa, e o vazio no terreno da estação Guanabara que impossibilitam a livre circulação das pessoas.
Figura 6: Mapa síntese das fragilidades Fonte: Elaborado por Makim Mangine/ Data: 01/08/2019
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1.3 RECORTE DA MACRO ÁREA JUSTIFICATIVA O recorte escolhido dentro da macro área se preocupou em não formar novas barreiras físicas. E segundo um dos conceitos de Kevin Lynch as próprias vias são consideradas limites nos mapas mentais da população. Por isso que dentro de uma área com importantes e grandes avenidas o novo planejamento urbano se preocupou em não dividir os espaços por este limite natural, e sim estende-lo para os bairros como forma de planejar as extremidades e buscar uma nova identidade ao espaço. Trazer identidade a uma área já consolidada não é uma tarefa fácil, é preciso fazer o estudo minucioso das potencialidades e das fragilidades respeitando a história do local. Onde cada nova diretriz urbana deve exercer variadas funções, e provocar diferentes interpretações, fazendo com que a propriedade comunicacional da paisagem urbana seja observada de forma consciente ou inconsciente pelo indivíduo, que espera que ela o proporcione bem-estar e prazer. Para tal, o recorte foi dividido em três setores distintos, tendo por proposta à livre circulação dos pedestres, de tal forma que a cidade fosse observada através de elementos que provocassem a relação de união entre os indivíduos. O setor 1 pega a maior parte o Jardim Botafogo com predominância residencial de no máximo 2 pavimentos. O setor 2 corresponde ao Jardim Guanabara, onde a um grande número de clínicas irregulares, além do vazio da Estação Guanabara, que dificulta a circulação entre os bairros. Já o setor 3 na Vila Itapura apresenta uma morfologia completamente diferente, tendo características mais centrais; como a verticalização de prédios, o encontro de grandes avenidas, trânsito acentuado, e uma maior diversidades dentre comércios e residências. Em resumo os setores não se conectam, e a identidade do local fica prejudicado. (Figura 64) Através dos princípios de Kevin Lynch explicítos na próxima página foi possível delimitar o recorte da macro área de forma a se recuperar o resgate da identidade no bairro Guanabara em detrimento aos demais bairros, fazendo com que os espaços abertos e ou vazios fossem destinados ao lazer e a recreação comunitária. Proporcionando a livre circulação, e o resgate do encontro e do convívio, da permanência e da sociabilidade.
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A imagem da cidade segundo Kevin Lynch (Desembro de 1956) possui cinco elementos que á caracterizam ou delimitam (Figura 7). São eles: 1.Vias: São os canais de circulação ao longo dos quais o observador se locomove. Ex: Av. Brasil, Av. Horozimbo Maia, Av. Itapura, Av Francisco Glicério, e Av. Andrade Neves. 2.Limites- São elementos lineares limítrofes, organizacionais do espaço, penetráveis ou não. Ex: O vale onde se localiza a linha férrea desativada e a própria área da estação Guanabara. 3 Ponto Nodal- São lugares estratégicos de uma cidade, no qual o observador pode entrar e se locomover para diferentes pontos. Ex: O encontro das principais avenidas. 4 Bairros- São regiões médias ou grandes de uma cidade, permeáveis e com características comuns. Ex: Bairro Botafogo, Jardim Guanabara, Vila itapura, e Centro. 5 Marco- São referências que geralmente o observador os enxergam ou reconhecem de muito longe. Ex: Terminal do Mercado, Mercado Municial, Pucc Central, Cotuca Colégio Técnico, Hospital Maternidade, Estação Guanabara, Instituto Agronômico, e a Antiga Rodoviária.
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Figura 7: Recorte da área. Delimitação pelos conceitos de Kevin Lynch/ Fonte: Base Sanasa da Prefeitura de Campinas/Elaborado por Makim Mangine/ Data: 01/08/2019
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1.3.1 PRIMEIRAS IMPRESSÕES VISITA TÉCNICA
Problemas Urbanos(Figura 8):
O vale onde se localiza a linha férrea desativada tornou-se uma barreira que inviabiliza o deslocamento e traz insegurança.
Os lotes superiores a estação Guanabara são constituídos em sua grande maioria por clínicas irregulares. Criando uma área caótica e topo fóbica nos períodos noturnos.
-Via estreita com calçadas pequenas e mal conservadas. -Poucas acessibilidades. -Carros estacionados na rua atrapalham o flucxo.
O vazio da Estação Guanabara através de seus muros e grades impede a circulação dos pedestres por entre os bairros. Resguardando sem uso uma grande parcela do solo.
-O trânsito proporcionado pelo Colégio Oficina, em somatória com um ponto de ônibus na Av. Brasil, atrapalham o flucxo. -Congestionamento causado por sinaliero no sentido de quem vem á Av. Orozimbo Maia e precisa subir a Av.Brasil. Neste fragmento o trânsito fica parado, e causa lentidão.
A diferença da altura e da aglomeração dos edifícios aumentam sentido Centro.Criando diferentes sensações do espaço.
Figura 8: Problemas Urbanos Fonte: Base Sanasa da Prefeitura de Campinas/Elaborado por Makim Mangine/ Data: 01/08/2019
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A)
1.3.2 FOTOS DA VISITA TÉCNICA 1.3.2.1 LIMITES E VIAS A) Foto tirada da ponte na Av.Andrade Neves: Característica LIMITE físico no bairro. Tanto o vale quanto o matagal que incobre a ferrovia inativa são barreiras que impedem a circulação das pessoas (Figura 9). B) Foto tirada da Avenida Brasil: Característica da VIA de importância onde ambos os lados tem a predominância de comércio e instituições, que geram grandes congestionamentos (Figura 10). C) Foto tirada no encontro da Av. Brasil com a Orozimbo Maia: O córrego do Serafím não é canalizado, e por causa da escassa vegetação dificulta a drenagem do solo, ocasionando inúmeras inundações no local. Ele também foi caracterizado como um LIMITE que separa a Vila itapura ao Centro da Cidade (Figura 11).
B)
Figura 9, 10, 11 : A) Ponte Andrade Neves(Limite)
C)
Foto B) Av. Brasil(Via)/ C) Av. Orozimbo Maia (limite)/ Fonte: Fonte: Acervo pessoal/ Data: 14/08/2019
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1.3.2.2MARCO, BAIRROS, E PONTO NODAL
D) Foto tirada do edifício Cotuca na rua Culto á Ciência. Considerado como um MARCO histórico, assim como a Escola Estadual Culto á Ciência. Os moradores mais antigos delimitam o espaço através destes edifícios(Figura 12). E)Foto tirada na rua Mal Deodoro: Evidencia a diferença morfológica entre BAIRROS. Na foto a predominância de ruas estreitas de paralelepípedo, com prédios ecléticos, calçadas sem acessibilidade(Figura 13). F)Foto tirada da praça Dr. Souza Sinqueira. Considerado comoumPONTO NODAL interligado pelas vias Av. Brasil, rua Dona Rosa de Gusmão, rua Camargo Paes, rua Professor João Lourenço Rodrigues, rua Alberto Faria, rua Dr.Pelágio Lôbo(Figura 14).
E)
Figura 12, 13, 14: D) Edifício Cotuca (Marco)
D)
F)
E) Vila Itapura na rua Mal Deodoro (Bairro)/ F)Praça Dr. Souza Sinqueira (Ponto Nodal)/ Fonte: Acervo pessoal / Data: 14/08/2019
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2.1
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BREVE HISTÓRIA DA ÁREA DE ESTUDO
Segundo o site Campinas Virtual (2019) em 1721 á 1730 Campinas era apenas uma Vila de Jundiaí, que devido as trilhas abertas pelos paulistas, se tornou o pouso dos Goiases que iam até Minas. Chamada então de “Campinas do Mato Grosso” impulsionou o desenvolvimento de várias atividades de abastecimentos e promoveu uma concentração populacional, reunindo neste bairro rural em 1767, aproximadamente 185 pessoas. Ainda no século XVIII, o bairro de Mato Grosso foi sendo transformado na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, já com uma nova dinâmica econômica, política e social com a chegada dos fazendeiros produtores de açúcar. Posteriormente em 1797 se deu o nome de Vila São Carlos, e mais tarde com o surgimento das plantações de café em 1842 á cidade ficou conhecida como Campinas. A partir da econômica cafeeira, vieram os trabalhadores livres, e a chegada das ferrovias para transporte de cargas. Onde na segunda metade do século XVIII a cidade começava a experimentar um intenso percurso de adensamento urbano e da modernização dos seus meios de transportes. A Figura 15 ilustra a Estação Ferroviária da Antigua Companhia Mogiana, e sua importância histórica para o arrabalde do Guanabara. Até o terceiro quartel do século XIX, período de instalação da ferrovia e crescimento da economia cafeeira, o Guanabara se caracterizava como um lugar de passagem entre as propriedades rurais e a área urbana de Campinas. [...] , permitindo acesso fácil aos setores de comércio e serviço. Nesta estrada se instalaram o Gasômetro e a Companhia de Bondes, empresas importantes para o desenvolvimento do bairro e da cidade. [...]Com a implantação da estrada de ferro da Companhia Mogiana, em 1875, parte das terras das fazendas Chapadão e Santa Genebra foram seccionadas, formando uma faixa de terra entre o perímetro urbano e a ferrovia, que será ocupada a partir da década de 1880. (SCARABELLI, 2015, p. 45- 47).
Figura 15: Fotos da Estação Guanabara antes e depois da reforma Fonte:https://www.estacoesferroviarias.com.br/g/guanabara.html/ foto de Luiz Souza Data 11/03/1998 á Fev. de 2010
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2.1.1 EVOLUÇÃO DA MALHA URBANA No século XIX há o início da integração
do arrabalde com a malha urbana de Campinas, concentrada em duas áreas: uma próxima à Estação Mogiana, que segue paralela a linha férrea, e outra reticular ao córrego. Devido principalmente a importância do mapeamento das redes de drenagem do córrego Serafim que ainda tinha o seu curso natural em 1893. Já em 1896 foi criada a Comissão mista de saneamento, dirigida pelo engenheiro Francisco Saturmino Rodrigues Brito, que implantou um grande conjunto de obras, baseado em movimentos higienistas, devido à época da febre amarela e às condições precárias de trabalho, habitacionais, sanitárias, e de higiene. Uma destas obras foi a retificação e canalização do atual Córrego da Avenida Orosimbo Maia, marcando a recuperação econômica e sanitária da cidade(Figura 16). Na Figura 17 a linha do tempo demarca detalhadamente os acontecimentos históricos ocorridos em Campinas de 1916 á 2018. Figura 16: Mapa da Malha Urbana da cidade de Campinas Fonte:https://www.researchgate.net/figure/FIGURA-7-PLANTA-DA-MALHA-URBANA-DACIDADE-DE-CAMPINAS-EM- 1929_fig6_242680107 / Data: 1929
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O mapa de 1929 (Figura 18) mostra áreas urbanizadas nas várzeas dos córregos Serafim e Proença. Decorrente de um aumento da aglomeração urbana e um descontrole da malha urbana. E em 1938, com o plano Prestes Maia houve um melhoramento urbano, construções de largas avenidas, criação de rodovias, interligação dos bairros com o centro, surgimento de modernos edifícios públicos. Até que o período contemporâneo é marcado pela disciplina no uso e ocupação do solo em 1988. Em 1991 o Plano diretor Zanettini determinava a criação das macrozonas ambientais e político metropolitanas. Como o grande desenvolvimento da cidade de Campinas. Com a necessidade de construir um nova rodoviária, assim como um novo aeroporto para atender a demanda de pessoas e despacho de mercadorias. Por fim desde a década de 2000, graças a investimentos públicos e privados, a cidade vem alcançando seu equilíbrio econômico e social, tornando-se um município cada vez mais competitivo perante a Região Metropolitana de Campinas. Leis de incentivos para empresas que se instalarem na cidade foram criadas e a obra de ampliação da Rodovia dos Bandeirantes, cujo trajeto passa pelo município, trouxe novas possibilidades de desenvolvimento.
Figura 18: Mapa da Malha Urbana da cidade de Campinas Fonte:https://www.researchgate.net/figure/FIGURA-7-PLANTA-DA-MALHAURBANA-DA-CIDADE-DE-CAMPINAS-EM-1929_fig6_242680107 / Data: 1929
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2.1.1.1
CONTEXTO HISTÓRICO GERAL DE CAMPINAS
Segundo fontes da Prefeitura de Campinas e do IBGE: Campinas surgiu no século 18 como um bairro rural da Vila de Jundiaí, no governo de D. Rodrigo Cesar de Menezes, entre 1721 e 1730, onde foi aberto o Caminho dos Goiases em meio ao mato para possibilitar as comunicações de São Paulo com as minas há pouco achadas. Instalou-se, logo a seguir, entre Jundiaí e Mogi-Mirim, um pouso para descanso dos tropeiros, que iam ou retornavam de Goiás ou Cuiabá. A aparagem em Jundiaí ficou sendo conhecida como “Campinas do Mato Grosso” por existirem três “campinhos” em meio a mata. O povoamento da região campineira iniciou-se a partir de 1739, com a chegada de Barreto Leme e sua gente, formando-se um bairro rural. Em 1767, esse bairro contava com várias famílias que viviam da lavoura. E ainda na segunda metade do século 18, o desenvolvimento da região foi impulsionado pela chegada de fazendeiros vindos principalmente de Itu, Porto Feliz e Taubaté. Esses fazendeiros buscavam terras para instalar lavouras de cana e engenhos de açúcar, utilizando-se para tanto de mão de obra escrava. De fato, foi por força e interesse destes fazendeiros, ou ainda, por interesse do Governo da Capitania de São Paulo, que o bairro rural do Mato Grosso se fez transformado em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso (1774); depois, em Vila de São Carlos (1797), e em Cidade de Campinas (1842); período no qual as plantações de café já suplantavam as lavouras de cana e dominavam a paisagem da região.
Na Figura 17 a linha do tempo demarca detalhadamente os acontecimentos históricos ocorridos em Campinas de 1916 á 2018.
Figura 17: Linha doTempo de Campinas Fonte: Trabalho de Conclusão de Curso da Patrícia Caroline Sacardo/ Adaptado por Makim Mangine 21/08/2019
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Na década de 1840, quando também se eleva Campinas a Cidade, anuncia o café como o primeiro produto de exportação do Império do Brasil. Como tempos antes ocorrera com o açúcar, o café se difundia no mercado internacional, e Campinas, agora já inserida na produção endereçada a este mercado, já equipada de grande lavoura, mão de obra, fertilidade, de experiência de agricultura de peso, de autonomia administrativa, acompanha a tendência do mercado. Os cafezais, por sua vez, nasceram do interior das fazendas de cana, impulsionando em pouco tempo um novo ciclo de desenvolvimento da cidade. A partir da economia cafeeira, Campinas passou a concentrar um grande contingente de trabalhadores escravos e livres (de diferentes procedências), empregados em plantações e em atividades produtivas rurais e urbanas. Com a crise do café nos anos 1930, a cidade “agrária” de Campinas assumiu uma fisionomia mais industrial e de serviços. No plano urbanístico, por exemplo, Campinas recebeu do “Plano Prestes Maia” (1938), um amplo conjunto de ações voltado a reordenar suas vocações urbanas, sempre nas perspectivas de impulsionar velhos e novos talentos, como o de polo tecnológico do interior do Estado de São Paulo. No mesmo percurso, a cidade passou a concentrar uma população mais significativa, constituída de migrantes e imigrantes procedentes das mais diversas regiões do estado, do País e do mundo, e que chegavam à Campinas atraídos pela instalação de um novo parque produtivo (composto de fábricas, agroindústrias e estabelecimentos diversos). Assim, entre os anos 1930 e 1940, Campinas passou a um novo momento histórico, marcado pela migração e pela multiplicação de bairros nas proximidades das fábricas, dos estabelecimentos e das grandes rodovias em implantação - Via Anhanguera, (1948), Rodovia Bandeirantes (1979) e Rodovia Santos Dumont, (anos 1980). Estes novos bairros, implantados originalmente sem infraestrutura urbana, conquistaram uma melhor condição de urbanização entre os anos 1950 e 1990, ao mesmo tempo em que o território da cidade aumentava 15 vezes e sua população, cerca de 5 vezes. Entre os anos 1970 e 1980, os fluxos migratórios levaram a população a praticamente dobrar de tamanho.
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2.2.1 ZONEAMENTO (2011) Compilação da 4º. edição de atualização 2011 concluída em Março/2011.Sob a supervisão da Seplan: Z03- Zona estritamente residencial- Habitações unifamiliares e multifamiliares. Os comércios, serviços e as instituições de âmbito local serão permitidos com restrições quanto á localização. Z11- Zona destinada basicamente aos usos comerciais, de serviço e institucional, de médio e grande porte. Z10- Zona destinada basicamente ao uso mistoHabitacional, comercial, serviços e Institucional Z03 APA CSE- Comércios, servicos, e institucionais Z03 APA- Instituições de ambito local
O zoneamento revogado, conforme Figura19 fragmentava a área em diferentes usos. Em contrapartida o zoneamento atual compacta as diretrizes em três zonas, cuja prioridade é o adensamento, o uso misto, e a ordenação do espaço.
Figura 19: Novo Zoneamento LOPUS Fonte: https://zoneamento.campinas.sp.gov.br/ Elaborado por Makim Mangine/ Data: 29/01/2018
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2.2.2 ZONEAMENTO-2018 O recorte da área delimitada para estudo encontra-se na macrozona 4. O espaço possui diferentes graus de adensamento e diversificação de usos. Uma área onde se concentra uma fração bastante significativa do comércio e serviço, com várias clínicas de saúde. A nova lei de uso e parcelamento do soloLPOUS,2018 em complemento ao Plano Diretor Estratégico, segue o conceito de cidade mista e busca incentivar o adensamento ao longo dos corredores de transporte coletivo e em regiões que já apresentam infraestrutura. O objetivo é alcançar transformações urbanas estruturais, melhorias sociais, ambientais, econômicas e culturais ordenando o crescimento da cidade tendo em vista a qualidade de vida e o bem-estar do cidadão. Divide em três zonas conforme a Figura 20. ZM1- Zona Mista1 ZM2- Zona de Centralidade2 ZC4- Zona de Centralidade Figura 20: Novo Zoneamento LOPUS Fonte: https://zoneamento.campinas.sp.gov.br/ Elaborado por Makim Mangine/Data: 29/01/2018
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2.2.2.1
CARACTERÍSTICAS DAS ZONAS
A tipologia permitida, assim como os Usos, o Coeficiente de Aproveitamento, e a Taxa de Ocupação de cada uma das três zonas estão caracterizadas conforme a Figura: 21, 22, 23. Novos parâmetos urbanísticos. Como a fruição do espaço público(EFP), a permeabilidade visual, a fachada ativa, o estudo de impacto de vizinhança (EIV), e a outroga onerosa do direito de construir(OODC) são instrumentos que fazem parte do novo plano urbanístico de Campinas.
Figura 21: Características da ZM1 Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/urbanismo/lpous/Data: 05/08/2019
Figura 22: Características da ZC2 Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/urbanismo/lpous/ Data: 05/08/2019
Figura 23: Características da ZC4 Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/urbanismo/lpous/ Data: 05/08/2019
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2.2.2.2
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TIPOLOGIAS DE OCUPAÇÃO
As novas tipologias da lei de uso e ocupação do solo (LUOS) desdobradas em 5 categorias conforme seu uso. (Figura 24) Destinada a habitação unifamiliar: HU, HU-A-BG, HU-B-BG Destinada a habitação multifamiliar horizontal: HMH,HMH-A-BG,HMH-B-BG,HMH-C-BG Destinada a habitação multifamiliar vertical: HMV,HMV-BG Destinada a habitação multifamiliar vertical: HMV, HMV-BG Destinada ao comércio, serviço, institucional e/ou industrial: CSEI,CSEI-A-BG,CSEI-B-BG Destinada ao uso misto (Habitação, comércio, serviço, institucional, e/ou industrial): HCSEI, HCSEI-A-BG,HCSEI-B-BG
A subcategoria de uso não residencial divide-se em: Comércio varejista, distribuído nas seguintes subcategorias: CVBI: Comércio varejista de baixa incomodidade. CVMI: Comércio varejista de média incomodidade. CVA: Comércio varejista de alta incomodidade Comércio atacadista, distribuído nas seguintes subcategorias: CABI: comércio atacadista de baixa incomodidade. CAMI: comércio atacadista de média incomodidade. CAAI: comércio atacadista de alta incomodidade. Serviços, distribuídos nas seguintes subcategorias: SBI: Serviço de baixa incomodidade SMI: Serviço de média incomodidade SAI: Serviço de alta incomodidade STAI: Serviço de transporte de alta incomodidade SRF: Serviço de baixa incomodidade ou referência fiscal exercícios na própria residência e vinculados ás tipologias de ocupação HMH, HMV e HCSE (unidade privativa habitacional) e Hu. Indústria, distribuído nas seguintes subcategorias: IBI: Indústria de baixa incomodidade. IMI: Industria de média incomodidade IAI: Industria de alta incomodidade Entidade institucional, distribuído nas seguintes subcategorias: EBI: Entidade institucional de baixa incomodidade EMI: Entidade institucional de média incomodidade EAI: Entidade institucional de alta incomodidade Especiais, distribuído nas seguintes subcategorias: UP: Preservação e controle urbanístico de valor histórico, arquitetônico, artístico, paisagístico e ambiental. UR: Atividade rural dentro do perímetro urbano. Figura 24: Tipologias de ocupação Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/urbanismo/lpous/ Data: 05/08/2019
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2.3
USO REAL DO SOLO
Ao analisar o uso real solo conforme a Figura 25, pode-se dividir a área em duas partes distintas, á parte Sudoeste da Avenida Barão de Itapura, que em conjunto com a Avenida Brasil apresentam uma maior verticalização residencial, estabelecida em um correrdor comercial e de serviços. Onde ambos estimulam grandes fluxos de pessoas. Em contra partida temos a região Noroeste completamente de caracter residencial horizontal, com no máximo 2 pavimentos, e totalmente carente de serviços e equipamentos públicos. Ao confrontar o uso real do solo, com a legislação vigente, observam-se fragmentos de usos irregulares na ZM1- Zona Mista 1, com a predominância de clínicas irregulares principalmente na parte superior da estação Guanabara.
Figura 25: Uso real do solo Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/luos/6b_uso_real_do_solo.pdf Data: 09/10/2015
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2.4
GABARITO DE ALTURA
O mapa de gabaritos a seguir Figura 26, mostra uma predominância de gabarito baixo, com até 2 pavimentos, representado em sua maioria por habitações residenciais horizontais ao lado esquerdo da Av. Barão de Itapura(principalmente nos bairros Botafogo, Jardim Chapadão e Jardim Guanabara). Já ao Sudoeste sentido centro da cidade observa-se uma região de gabaritos alto. Esta maior verticalização é devido ao zoneamento de 2006, que permitia o adensamento das áreas próximas ao centro com mais 6 pavimentos. O bairro Vila Itapura, e a porção do Centro possuem atualmente tipologias mais verticalizadas, com a predominância de uso habitacional multifamiliar, comércio, institucional, e uso misto. O gabarito de altura não apresenta uma linearidade contínua entre os elementos visuais, o tecido urbano desrespeita a morfologia dos edifícios. A sensação de uma barreira divisória entre os bairros é presente não apenas pelo grande vazio, mas também porque na porção Oeste as residências horizontais tem por plano de fundo uma parede de prédios, devido a alta verticalização presente nas avenidas arteriais. Os bairros não se comunicam, pois não existe o crescimento gradativo dos edifícios.Além da falta de organização espacial, e a precária identidade de mobiliários urbanos e paisagisticos que dificultam a sequência construtiva capaz de unir e interligar a imagem da Cidade.
Figura 26: Gabarito de Altura Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Elaborado por Makim Mangine/ Data: 09/08/2019
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2.5
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
O mapa de Densidade Demográfica (Figura 27) identifica maior concentração de pessoas em habitações verticais, localizadas ao sudeste, e a região Noroeste apresenta o menor número de pessoas, justamente por ser uma área repleta de clínicas e com residências horizontais. Enquanto que as área em roxo( Acima de 200 hab)são em sua maioria constituídas por prédios e poucas casas, demostrando respectivamente um aumento populacional. A densidade demográfica da área é relativamente baixa se compararmos com o levanta-mento de gabaritos (Figura 26). Este é um efeito negativo, e como já chamava atenção Jane Jacobs na década de 1960, para se criar uma cidade compacta era preciso de efeitos positivos do uso misto e da densificação no ambiente urbano, que potencializassem a atividade econômica nas cidades. A proposta do Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS), que alia o planejamento de transportes e do uso do solo para articular o adensamento e criar cidades mais compactas, conectadas e coordenadas, resumem-se em aproximar moradia, trabalho, e lazer dentro de uma Infraestrutura urbana de qualidade, e crie cidades mais sustentáveis.
Figura 27: Denssidade Demográfica Fonte:http://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/publicacoes/planodiretor2006/pd2006mapas.php/ Elaborado por Makim Mangine /Data: 06/05/2015
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2.6 HIDROGRAFIA Na área do recorte temos o Córrego Serafim proveniente da bacia do Rio Anhumas estendendo-se pela Avenida. Orosimbo Maia. Segundo Souza e Ignacio (2018), a partir de dados do Banco de Dados da Pesquisa Mudanças Climáticas e as formas de ocupação urbana em Campinas 2011/2013/2016, encontra-se os principais pontos de inundações representados na Figura 28. Questões topográficas são relevantes principalmente pelo fato da Avenida Orosimbo Maia estar em um fundo de vale, onde a margem da área de preservação permanente (APP) não possui uma vegetação condizente a permeabilidade do solo. Visto que as águas pluviais de áreas mais elevadas escoam com maior rapidez pelo tecido urbano e ao chegarem na canalização aberta por valas no Córrego Serafim acabam transbordando e ocasionando alagamentos. Vale também ressaltar que estas valas abertas ocasionam maus odores durante o calor do dia, afetando pedestres que utilizam os pontos de ônibus na margem do córrego. Sem dúvida a avenida Orosimbo Maia comporta-se como um limite do Centro, seu tráfego intenso de automóveis elevam a importância e o reconhecimento da área. Portanto, a hidrografia por sua vez caracteriza-se como o problema mal resolvido, que necessita de infraestrutura, preservação e planejamento urbano.
Figura 28: Hidrografia Fonte: Elaborado por SOUZA, Simone e IGNACIO, Camila, 2018 a partir de dados do Banco de Dados da Pesquisa Mudanças climáticas e as formas de ocupação urbana em Campinas 2011/2013/2016 e Prefeitura de Campinas, 2018./ Adaptado por Makim Mangine /Data: 09/08/2019
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2.7
BENS TOMBADOS
Na área de recorte possuem 5 bens tombados pelo Condepaac e Condephaat, e 4 bens tombados exclusivamente pelo Condepacc (Figura 30). Condepaac e Condephaat: A) Complexo Ferroviário da Antiga Companhia Mogiana B) Escola Estadual Culto à Ciência C) Colégio Técnico da Unicamp D) Mercado Municipal de Campinas E) Solar Barão de Itapura F) Instituto Agron6omico Condepacc: 1)Imóvel sito à Rua Salustiano Penteado 2)Imóvel sito à Rua Orozimbo Maia- Departamento Regional de Saúde - DRS VII 3)Imóvel sito à Rua José Paulino-Gileade Clínica Pediátrica e Fonoaudiolo 4)Fábrica de Chapéus Vicente Cury Tabela de Bens Tombados(Figura 29):
Figura 30: Bens Tombados Condepacc Fonte: Base Sanasa da Prefeitura de Campinas/ Raios de abrangências dos equipamentos comunitários. Fonte: CASTELLO, 2013 Elaborado por Makim Mangine/Data: 09/08/2019 Figura 29: Tabela de bems Tombados Fonte:Condepaat=http://condephaat.sp.gov.br/ Condepaac= http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/ patrimonio-historico-cultural.php#tombados /Data: 07/09/2019
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2.7.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Dados: Edifício: Complexo Ferroviário da Antiga Companhia Mogiana (Figura 31). Endereço: Rua Mário Siqueira, Guanabara- Campinas Processo: Condepaac N º 02/96 Uso original: Estação de trem no período da cafeicultura. Uso atual: Abriga escritórios da adiministração do Centro Cultural de Inclusão e Integração Social CIS-Guanabara. Estado de conservação: Inaugurada em 03/05/1875. Passou por reformas em 1920, e atualmente encontra-se em ótimo estado de conservação. Confome analisado na visita técnica, conta com um banheiro público moderno e muito bem arrumado.
Figura 31: Complecxo Ferroviário da Antiga Estação Guanabara Fonte: Acervo pessoal/ Data: 14/08/2019
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Dados: Edifício: Instituto Agronômico de Campinas (Figura 32). Endereço: Avenida Barão de Itapura, 1481. Vila Itapura. Processo: Condepaccn° 005/00 Condephaat N º 05/15. Uso original: Desenvolvimento do setor cafeeiro e cultural. Uso atual: Pesquisa e desenvolvimento. Estado de conservação: O prédio é de 1888 e teve sua fachada restaurada em 27/06/2012 na data que completava 125 anos. Em todas as fissuras e rachaduras foi utilizado a técnica de reparação com pasta de cal, e a pintura subistitui a cor branca pela tinta mineral amarela, semelhante ao material original, feito à base de cal.
Figura 32: Instituto Agronômico Fonte: Site: www.tripadvisor.com.br/ Foto de viajante enviada por: Joop V (Maço de 2016)
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Dados: Edifício: Colégio Estadual Culto à Ciência (Figura33). Endereço: Rua Culto à Ciência, 422-Botafogo. Processo: Condephaat 22804/83 e Condepacc n° 010/92 Uso original: Ensino escolar Uso atual: Ensino escolar Estado de conservação: Construções datadas em 1874. E após a vistoria da CSPC em 2000 considera o colégio em um bom estado de conservação. E segundo o CONDEPACC prevê um restauro em 2020 para subistituição de forros obedecendo os desenhos originais, encaixes e tamanho de pisos, limpeza dos tijolos das fachadas com lavagem sob pressão, e recuperação dos tijolos desgastados, dentre outras ações.
Figura 33: Colégio Estadual Culto á Ciência / Fonte: https://www.cidadeecultura.com/colegio-culto-a-ciencia-em-campinas/ Data: 14/08/2019
Dados: Edifício: Colégio Técnico da Unicamp (Figura34). Endereço: Rua Culto A Ciência,188- Botafogo, Campinas - SP, 13020-061 Processo: Condephaat 22804/83 e Condepacc n° 010/92 Uso original: Colégio Técnico Bento Quirino 2/4/1918 Uso atual: Colégio Técnico da Unicamp desde 1967 Estado de conservação: Segundo o documentário do G1 Campinas e Região em 2014 mostraram que o colégio estava interditado por causa de problemas estruturais e da precária situação do telhado.
Figura 34: Colégio Técnico da Unicamp / Fonte:https://rmcurgente.com.br/cotuca-unicamp-divulga-manual-do-exame-de-selecao-2020/ Data: 15/07/2019
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Dados: Edifício: Mercado Municipal de Campinas (Figura35) Endereço: Avenida Barão de Itapura, 1481. Vila Itapura. Processo: Condephaat N º 05/15 e Condepacc n° 007/95 Uso original: Construído inicialmente para servir como armazém de estocagem Uso atual: Comércio e serviço Estado de conservação: Em 1982 o prédio foi tombado pelo Condephaat e em 1996 suas características originais foram recuperadas por uma nova reforma. E em 2005 sofreu nova reforma no telhado, nos boxes, e sua fachada foi pintada.
Dados: Edifício: Solar Barão de Itapura(Figura 36) Endereço: Rua Marechal Deodoro -1099- Campinas Processo: Condepacc n° 001/88 e Condephaat N º 22017/82 Uso original: Residência de Joaquim Policarpo Aranha e sua filha Isolethe Augusta de Souza Aranha Uso atual: Desde 1956, a PUC encontra-se instalada neste edifício Estado de conservação: Edifício desde 1880, que sofreu algumas alterações, como a construção de banheiros, substituição de venezianas por vitrôs e introdução de coberturas nos terraços.
Figura 35: Mercado Municipal de Campinas Fonte: http://www.gastrovia.com.br/noticia/1187/mercado-municipal-de-campinas Data: 09/11/2012
Figura 36: Solar Barão de Itapura Fonte:http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/10/puc-campinas-comeca-restauro-do-solar-do-barao-de-itapura-neste-mes.html Data: 26/10/2016
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2.8 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS 2.81 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS CULTURAIS
Segundo CASTELLO(2013) a abrangência dos equipamentos comunitários culturais abrangem um raio de 1600m. Conforme a Figura 37 nota-se que mesmo com poucos equipamentos culturais, eles apresentam ter uma significativa participação no recorte da área. Em contra partida os equipamentos públicos de lazer e esporte são precários dentro até da própria macro área. Reafirmando a falta de parques, e praças no recorte. Os equipamentos culturais são a perfeita forma de visualizar a segregação social e espacial da cidade dentro do território. A área que não abrange o raio dos equipamentos culturais refere-se ao vazio urbano da estação do Guanabara, e os bairros residenciais horizontais. Que economicamente dizendo são áreas que possuem menor interesse aos empreendedores, para a construção de novos usos. Fato na maioria das vezes implícito na própria lei de zoneamento que inviabiliza o potencial construtivo e impedindo o melhor convívio e lazer nos espaços públicos.. Figura 37: Equipamentos Públicos Culturais Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Raios de abrangências dos equipamentos comunitários. Fonte: CASTELLO, 2013 Elaborado por Makim Mangine/ Data: 09/08/2019
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2.82
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EQUIPAMENTOS PÚBLICOS ASSISTÊNCIA SOCIAL
No recorte da área apresenta-se um número bastante significativo de equipamentos públicos assistenciais, conforme a Figura 38. Cujo o poder público tem a finalidade de proporcionar o bem-estar à população, o ordenamento do território e aumentar a competitividade regional. As possiblidades de interações sociais dos equipamentos urbanos são fundamentais para qualificar bairros ou regiões das cidades. Pois o bem-estar social serve de apoio ao desenvolvimento econômico, e ambos andam atrelados a ordenação territorial, e a estruturação dos aglomerados humanos.
Figura 38: Equipamentos Públicos Assistência Social/ Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Raios de abrangências dos equipamentos comunitários. Fonte: CASTELLO, 2013 Elaborado por Makim Mangine/Data: 09/08/2019
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2.83
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SAÚDE
Conforme a Figura39 pode ser observado uma grande concentração na região sudoeste de equipamentos públicos de saúde, exclusivamente composto por hospitais, que segundo CASTELLO(2013) possuem um raio de abrangência de 1600 m. Como exemplo pode-se citar o hospital da Maternidade que atende o SUS em caráter de emergência e possui abrangência regional. A área é lotada por clínicas particulares, muitas delas até irregularmente. Como exemplo o bairro do Jardim Guanabara na parte superior ao terreno da estação Guanabara, que possui uma rua inteira de clínicas. As poucas casas que ali restarão estão com placas de aluguel conforme observado na visita técnica do dia 14/08/2019. Onde a falta de vida em períodos noturnos acaba causando a topofobia do bairro, e a insegurança torna-se um dos motivos que dispersão a população para outras áreas. Dentro da macro área, mas ainda com abrangência no recorte também encontra-se os hospitais da Beneficência Portuguesa, e o Pronto Socorro Hospital Vera Cruz, e a Unimed de Campinas. Figura 39: Equipamentos Públicos de Saúde Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Raios de abrangências dos equipamentos comunitários. Fonte: CASTELLO, 2013 Elaborado por Makim Mangine/Data: 09/08/2019
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2.8.4 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS EDUCACIONAIS Os equipamentos públicos de educação estão correlacionados na maioria das vezes com a renda da população. Não necessariamente é uma regra, mais em regiões onde a população, é mais carente distribui-se mais equipamentos públicos de educação. Porém como na área do recorte se trata de uma região com a população de renda média/alta, á situação se inverte. Tem inúmeros equipamentos particulares destinadas á educação, e poucos públicos. Conforme a Figura 40, o CEI é o Centro de Educação Infantil que corresponde a escola Dr. Perseu leite de Barros. E as escolas estaduais EE referem-se ao Culto á Ciência e a escola Professor Benedito Sampaio. Já os equipamentos públicos de educação CEMEFEJA , EMEF, e a EMEFESA não compreendem a área do recorte. A única FAC, faculdade pública é a Fundação Getúlio Vargas. É notório a defasagem educional pública, e a predominância das particulares. A velha controvercia da teoria versus realidade. Na teoria é maravilhoso dizer que conhecimento é poder, mas na prática sabemos que o conhecimento de qualidade não é acessível á todos. E por isso é dever do plano urbanístico criar estratégias e soluções para incluir os excluídos á oportunidades educacionais.
Figura 40: Equipamentos Públicos Educação Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Raios de abrangências dos equipamentos comunitários. Fonte: CASTELLO, 2013 Elaborado por Makim Mangine /Data: 09/08/2019
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2.10 VEGETAÇÃO
A área do recorte é constituída por pouquíssimas praças e bosques. Caracterizando assim escassa a sua vegetação conforme visto na Figura 41. No mapa base da Sanasa prefeitura de Campinas é demarcado uma extensa área de preservação permanente(APPs) ao longo da Av. Orosimbo Maia, porém com o levantamento fotográfico foi possível analisar que não há respeito nem pela metragem mínima de construção á borda do Córrego Serafim, quanto mais vegetação que proporcione a permeabilidade da água no solo. Em contra partida as manchas verdes que estendem-se no vazio da porção Sudeste, são áreas com matagal, onde se encontra a linha férrea inativa. Estes locais impedem a usabilidade dos moradores entre bairros, atuando como uma barreira física, ocasionando problemas de contaminação, e aumentando a insegurança do local.
Figura 41: Vegetação Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Elaborado por Makim Mangine/ Data: 09/08/2019
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2.11 HIPSOMETRIA
A topografia do recorte está em um terreno colinoso suavemente ondulado, com poucas variações hipsometricas. Observa-se na Figura 42 o fundo do vale no Córrego Serafim na porção Leste até a delimitação no Jardim Guanabara possuem em média uma distância de 500 metros, e aproximadamente 50 metros de desnível, devido as suas 10 curvas topográficas de 5 metros que compõem o solo. O Jardim Guanabra possui maior altitude com curvas alinhadas mais próximas uma das outras. O território fica dividido basicamente em três representações de cores hipsométricas variando entre a atura dos 640 m.
Figura 6.0: Hipsometria/ Fonte:http://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/publicacoes/planodiretor2006/pd2006mapas.php/ Elaborado por Makim Mangine /Data: 06/05/2015
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2.12 HIERARQUIA VIÁRIA O papel e o desempenho de diferentes classificações de vias no meio urbano constituem a chamada hierarquização viária. E segundo Código de Trânsito Brasileiro – CTB, Lei Federal Nº 9.503/97, que em seu Anexo I. Dos Conceitos e Definições, explica claramente as subdivisões destes conceitos: Via de Trânsito Rápido. – Caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem intersecção em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. Via esta não presente no Recorte, mas com importante ligação do sistema urbano de Campinas á outros municípios através da rodovia Dom Pedro, Rodovia Anhanguera, e Rodovia Bandeirantes Via Arterial- caracterizada por intersecções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. Conforme a Figura 43. Via Coletora-destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito das regiões da cidade. Via Local. – caracterizada por intersecção em nível não semaforizada, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.”
Figura 43: Hierarquia Viária Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Elaborado por Makim Mangine /Data: 09/08/2019
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2.13 POLOS GERADORES DE TRÁFEGO Os polos geradores de tráfego de maior abrangência no recorte estão representados na Figura 45. Segundo a Lei 8232 1994, estabele-se condições para a instalação de polos geradores de tráfego no Município de Campinas Figura 44: Constituem-se em minipólos - (P1) que se caracterizam por possuir uma capacidade de atrair viagens de todo o bairro gerando, além das demandas dos micropólos, sobrecarga no viário do entorno; - Constituem-se em pólos geradores de tráfego - (P2) que se caracterizam por possuir capacidade de atrair viagens de todo o município, gerando sobrecarga no sistema de acesso e no sistema estrutural de trânsito e transporte; Constituem-se em pólos geradores de tráfego - (P3) , que se caracterizam por possuir capacidade de atrair viagens de toda a região metropolitana, gerando necessidade de avaliação do impacto de sua implantação no meio urbano.
Figura 45: Polos Geradores de Tráfego Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Elaborado por Makim Mangine /Data: 09/08/2019
Figura 25: Polos Geradores de tráfego/Data: 09/08/2019 Fonte: Base Sanada da Prefeitura de Campinas/ Elaborado por Makim Mangine
Figura 44: Tabela de Polos Geradores de Tráfego Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/luos/lei_pgt.pdf/ Elaborado por Makim Mangine /Data: 11/09/2019
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2.14 TRANSPORTE PÚBLICO 2.14.1 MUNICIPAL
Sistema InterCamp foi implantado em 2005, e criado a partir do desejo da Administração Municipal de tornar o transporte coletivo promotor de mudança radical nas condições de mobilidade e circulação das pessoas. Números do Sistema InterCamp: A frota do Sistema InterCamp totaliza mais de 1,1 mil ônibus, sendo 996 acessíveis (87%). O sistema registra uma média de 560 mil passageiros (passagens pela catraca) por dia útil e 14 milhões de passageiros por mês. Transporta, diariamente, cerca de 204 mil usuários (indivíduos). Na porção Nordeste na Av. Orozimbo Maia, por ela fazer parte do perímetro central passam 60 linhas de ônibus, que ligam a todas as regiões da cidade. E na porção Noroeste na Av. Andrade Neves passam 33 linhas de ônibus que conectam essa avenida a todas as regiões.Conforme a Figura 46 que está representada pela legenda rosa-“Mais de 12 linhas”. .
Figura 46: Transporte Público Intermunicipal Fonte: SETRANSP/ENDEC/Reunião Setorial/ Elaborado por Makim Mangine /Data: Jan/2018
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2.14.2 TRANSPORTE PÚBLICO INTERMUNICIPAL É uma área próxima a Rodoviária e a dois terminais urbanos, apresentando uma grande oferta de linhas intermunicipais que trafegam principalmente nas vias arteriais. Representado na Figura 47. A legenda rosa-“De 9 a 12 linhas” na Av. Orozimbo Maia, passam 11 linhas de ônibus que ligam do Centro de Campinas a Arthur Nogueira, Paulínia, Jaguariúna, Pedreira e Santo Antonio de Posse. A legenda amarela- “Mais de 12 linhas” na Av. Andrade Neves passam 15 linhas que ligam do Centro de Campinas a Indaituba.
Figura 47: Transporte Público Municipal Fonte: SETRANSP/ENDEC/Reunião Setorial/ Elaborado por Makim Mangine /Data: Jan/2018
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3.1 INTRODUÇÃO A justificativa do recorte se dá pela criação de uma centralidade intraurbana composta a partir do conceito de estruturação urbana. Fazendo parte deste conceito a concentração e centralização econômica, onde a melhoria na diversificação dos sistemas de transportes, não se resume apenas nas formas e nos equipamentos que se encontram fixos, mas compreendem a relevância do debate acerca dos fluxos que se encontram em movimento no território, como os fluxos de pessoas, de automóveis, de capitais, de decisões, de informações e, sobretudo, de mercadorias. Contudo para tal dinâmica foi preciso concentrar equipamentos, atividades econômicas, serviços e lazer dentro do vazio da área. Pensando na maneira que o projeto público comunica-se com o sistema de mobilidade o transporte teria que causar pouco impacto ao meio ambiente, o sistema verde necessitava de uma linguagem que adaptasse a identidade da cidade, o adensamento aconteceria espontaneamente devido ajustes na lei de zoneamento e a requalificação histórica era de extrema importância para a preservação da memória. Uma área de devido potencial necessitava antes de mais nada suprir suas deficiências e melhorar a infraestrutura. Baseado nisso foi desenvolvido o recorte, para trazer a imagem e a identidade única ao local, a hierarquia visual estaria presente no conforto das sensações de direção e circulação das pessoas através dos conceitos de mobilidade.
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3.2
CONCEITOS E PREMISSAS
O conceito do planejamento urbano parte de um grande vazio que divide distintas áreas com características específicas, este vazio se torna uma barreira física, que dificulta a circulação das pessoas, e separa os espaços em morfologias totalmente diferentes. Para criar uma identidade, e integrar os bairros o conceito se subdivide-se em quatro estruturas conforme a Figura 48: 1º Sistema de Mobilidade: Proporcionar interação entre os novos e atuais sistemas modais. Facilitando os movimentos pendulares da região através do trem de passageiros, em médias distâncias o uso do BRT para aproximar áreas isoladas do centro, e a utilização VLT para melhorar os deslocamentos intra-urbanos de média e curtas distancias. 2 º O Sistema verde consiste na construção do parque linear e na continuação da ciclovia da Av. Campos de Souza, onde ambas possuem linhas de VLT e ciclovias para transportes públicos leves, baratos, e que não agridem o meio ambiente. Foi implantado também nas principais vias artérias alamedas que funcionam como verdadeiros boulevard. 3 º O adensamento territorial tem como diretriz alterar a lei de verticalização proposta nos setores 1 e 2. Visto que com o planejamento do parque linear, novos usos e novos empreendedores teriam interesse na área. Assim foi permitido edifícios residenciais de uso misto com até 4 pavimentos. Além da construção de novos usos em vazios e espaços ociosos. 4 º Requalificação histórica tem como objetivo revitalizar edifícios tombados para a criação de novos usos. Como exemplo a antiga fábrica Chapéu Cury, será transformada em um biblioteca pública. A restauração dos imóveis comprirá o papel de usos públicos que estão em falta na área envoltória.
Figura 48- Conceitos e premissas Fonte: Elaborado pelo autor/ data 30/09/2019
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3.3
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MOBILIDADE URBANA
De acordo com os dados do IBGE (2010), a maioria das pessoas da Região Metropolitana de Campinas, estão articuladas por movimento pendular, deslocam-se em função de melhores condições de emprego e estudos. E este serviço é prestado por empresas terceirizadas onde o número de linhas relaciona-se a quantidade de habitantes de cada cidade. Porém existe um déficit no sistema que não consegue suprir as necessidades da população, os veículos são escassos de empresas terceirizadas, com poucas ou apenas uma linha. Frente a isso, foi realizada uma tabulação comparativa, entre o número de linhas relacionando-se a quantidade de habitantes de cada cidade (Figura 49 e 50).
Figura 49- Relação área x Número de Linhas Municipais Fonte: Dados do IBGE 2010/ Secretaria de Transporte/ Empresas de Transportes/ Data:12/08/2019
Figura 50: Relação número de habitantes x quantidade de linhas intermunicipais Fonte: Dados do IBGE 2010/ EMTU/ Data: 12/08/2019
Campinas tem a maior representatividade numérica entre linhas e passageiros do transporte intraurbano possuindo 11 terminais urbanos que atendem diariamente aproximadamente 300 mil usuários segundo dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A (ENDEC 2011), ofertando um total de 179 linhas. Os pontos de entroncamento viário, criam congestionamentos devido ao alto fluxo crescente de deslocamentos nas principais rodovias: Hortolândia-Campinas, Sumaré- Campinas e Santa Barbara d’Oeste-Americana. E o tempo gasto na rodovia por esses passageiros, é em média de 40 á 50 minutos, resultando cerca de 26 a 36 horas por mês dentro do ônibus, ou seja, entorno de 3,5 a 5% de sua vida economicamente ativa em deslocamento (EMTU, 2017ª).
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3.3.1 PROPOSTA DE CONEXÃO INTERMUNICIPAL PELA LINHA FÉRREA Como proposta para otimizar o tempo e o gasto com transporte, além de beneficiar na diminuição da emissão de gases poluentes, custos operacionais de acidentes. E tendo em vista uma região que já possui um produtor de transporte sobre trilhos e observando as possíveis vantagens tanto econômicas como em qualidade de vida aos usuários e ao poder público, deduz-se a vantagem do investimento com o transporte ferroviário para a região RMC. A proposta consiste na revitalização das linhas férreas existentes nas cidades da RMC, propiciando a conexão entre as cidades de Americana, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia á Campinas, diminuindo o tempo e custo de viajem e reduzindo os entroncamentos viários que acontecem diariamente, otimizando o alto flucxo migratório da população. Porém , é importante destacar, que o elemento principal nesta proposta, é a interligação entre o transporte férreo proposto, um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), o Transporte Rápido por Ônibus (BRTS), e os modais já existentes, ampliando assim as possibilidades de intermodalidades. Para tal acontecimento foi proposto uma estação intermodal que liga-se os quatro modais propostos. -1 º Trem: A linha férrea em uso utiliza o transporte de carga, e o aproveitamento destas mesmas linhas para o transporte de passageiros ocasiona apenas a necessidade da instalação de uma garagem na área. Para que nos horários onde o trem de passageiros estará em uso, o trem de carga ficará estacionado na garagem, e assim vice-e-versa. -2 º VLT: VLT é o veículo financeiramente mais viável, que opera em velocidade baixa, leve e que causa menos impacto. Eventualemente propício para a instalação em um sistema verde intra-urbano. Contribuindo com a revitalização e preservação das áreas do entorno ao parque Linear. Onde o mesmos chamaria a atenção dos usuários e investidores, para o adensamento da área, contribuindo a processos sociais, que são elementos fundamentais para qualificação dos espaços metropolitanos. -3 º -3 º BRT: O sistema de BRT em vigor tem a entrega dos corredores finalizados com a data prevista para o primeiro semestre de 2020. E a proposta abrange as mesmas particularidades, que é oferecer um transporte mais rápido para as linhas do Campo Grande e Ouro verde, sentido Centro da cidade.Os ônibus circularão em corredores exclusivos, que terão espaços para ultrapassagens entre eles, evitando as lentidões causadas pelos chamados “comboios”, em que os veículos ficam enfileirados aguardando o embarque/desembarque dos da frente. Essas faixas exclusivas que compõem os corredores serão separadas do trânsito comum pela sinalização e dispositivos delimitadores. Elas passarão rentes ao canteiro central, por isso os usuários vão entrar e sair pelo lado esquerdo dos ônibus. E farão isso no mesmo nível da calçada, facilitando o acesso de munícipes com restrições de mobilidade, idosos, gestantes e mães com crianças de colo. O BRT terá veículos obrigatoriamente acessíveis, articulados ou biarticulados. -4 º Ciclovia: Com a segurança e a infraestrutura oferecida através do parque linear e conjunto com os sistemas verdes intalados o VLT, as ciclovias desempenham qualidade de vida, diminuem a poluição, reduzem congestionamentos e trazem benefícios a demandas de comécios.
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ADAPTADO PARA ENTREGA EM VERSÃO ONLINE. A PRANCHA ORIGINAL SEGUE EM ANEXO: PÁGINA 55
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3.3.2 PLANO DE MOBILIDADE (RECORTE) O plano de mobilidade no recorte tem como objetivo integrar todos os modais, e facilitar a circulação das pessoas. Conforme a Figura52. VLT: Dentro do sistemas verdes contribui para a preservação e a requalificação vegetais de áreas abandonadas ou inativas. Sentido Estação Intermodal, estação Guanabara e Parque Taquaral. Pontos de ônibus propostos: Tem o intuito de atender principalmente as áreas onde as antigas linhas não chegavam. De forma que todos os bairros tenham acesso e possam se deslocar para novos modais. Ponto de parada VLT: Atinge distâncias curtas, e estão localizados em zonas de interesse. Via de sistema binário: Tem como principal papel criar uma rota alternativa aos motoristas que passão pela Avenida Barão de Itapura. Um nova via bidirecional foi aberta na Rua Camargo Paes.
Figura 52: Plano de mobilidade (Recorte) Fonte: SETRANSP/ENDEC/Reunião Setorial/ Elaborado por Makim Mangine /Data: Jan/2018
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3.4
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2 º FASE DO CORREDOR VERDE DE CALI NA COLÔMBIA
Local: Cali na Colômbia/ Escritório: Espacio Colectivo Arquitectos e Opus
O corredor verde de Cali transformará a antiga via férrea da cidade em um parque linear, impulsionando a articulação do sistema urbano com os sistemas naturais, de forma a recompor uma rede ecológica urbana entre morros e rios, para integrar social, e espacialmente a cidade. A proposta vencedora propõe a geração, recuperação e adequação do espaço público, onde confluirão atividades recreativas, culturais e lúdicas associadas a uma ciclovia que funcionará como um sistema de mobilidade limpa. (Figura53) Propostas para recompor a rede ecológica urbana: • Transformar canalizações existentes para enriquecer a paisagem urbana e ser suporte de biodiversidade. • Introduzir jardins de chuva para depurar a drenagem urbana. •Evidenciar o ciclo de água urbana em espaços demonstrativos com acesso público. •Incorporar as lagoas de retenção ao espaço público
Figura 53: Planta da segunda faze do Corredor Verde de Cali na Colombia Fonte:https://www.archdaily.com.br /Data: 02/02/2016
Integrar Social e espacialmente a cidade: • O antigo corredor férreo é hoje um elemento de descontinuidade transversal da cidade, através do fortalecimento de conexões transversais, a re-significação de marcos históricos e o adensamento habitacional busca integrar a margem central. • Educação e cultura: fortalecer e criar distritos de educação e inovação aproveitando a concentração de instituições existentes. Usar a concentração de edifícios históricos para serem reutilizados como centros para a educação e cultura. • Resignificar edifícios históricos: reutilizar e dotar de novos significados edifícios históricos existentes veinculados à atividade ferroviária e industrial ao longo do corredor, transformadas em equipamentos culturais, educativos ou de serviços, de acordo com as novas dinâmicas. (Figura 54)
Figura 54: Centralidade Fonte:https://www.archdaily.com.br /Data: 02/02/2016
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Desenvolver as bordas do corredor: como um elemento para consolidar um modelo de cidade denso e compacto, o corredor terá ações de melhora do público, que devem articular com processos de redensificação nas bordas, que permitam gerar oportunidades de negócios e recursos econômicos para as obras públicas. (Figura 55) Inserir projetos chave: partindo de vocações, potenciais e carências dos diferentes âmbitos se localizam projetos que consigam acionar processos de transformação. Potencializar e reordenar centralidades: Cali como uma cidade policêntrica, com diversas centralidades com ênfase na educação, indústria, inovação, comércio, serviços e cultura, potencializando usos e vocações pré-existentes.
Figura 55: Bailodromo Fonte:https://www.archdaily.com.br /Data: 02/02/2016
Harmonizar os fluxos: a infraestrutura da cidade deve permitir o movimiento harmônico dos fluxos dos sistemas naturais e os sistemas urbanos. Veículos, pedestres, fauna, água e redes de serviços públicos devem coexistir em equilíbrio. (Figura 56) Fortalecer o sistema de transporte público: o Trem-Tram, em articulação co outros modais de transporte devem ter prioridade nas intervenções. Humanizar a infraestrutura: O projeto tem como objetivo que a infraestrutura viária permita o desenvolvimento harmônico da paisagem urbana, a qualidade espacial da cidade, a acessibilidade, a continuidade de corredores ecossistêmicos, além da eficiência nos sistemas de transporte. Principais aspectos levados em consideração: - Utilização de transporte ferroviário -Restauração e resignificação de edifícios históricos -Estratégias de drenagem para evitar enchentes - Adenssar e compactar os usos da área
Figura 56: Ponde sobre rio Fonte:https://www.archdaily.com.br /Data: 02/02/2016
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PROJETO PARQUE ELEVADO DE CHAPULTEPEC
Local: México/ Escritório: Frente Arquitectura e RVDG arquitectura + urbanismo O crescimento urbano exponencial da Cidade do méxico nas últimas décadas trouxe consigo problemas em termos de mobilidade, desenvolvimento urbano desorganizado e poluição. Isso afetou a conectividade de suas estradas e eixos, tanto fisicamente como em termos de imagem. No entanto, também proporcionou importantes oportunidades para intervenções urbanas e arquitetônicas. (Figura 57) Dessa forma, foi pensado para uma das principais avenidas da ciadade, a Av. Chapultepec, hoje um espaço utilizado principlamente para o trânsito de veículos, a ser desenvolvida ás pessoas, e sobretudo, aos meios de transporte não motorizados. Mostrando o papel fundamental das áreas verdes e públicas para a qualidade de vida na cidade. (Figura 58)
Figura 57: Corte Perspectivado Fonte:https://www.archdaily.com.br /Data: 02/02/2016
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Principais aspectos levados em consideração: - Melhorar a mobilidade - Conectar eixos - Priveligiar o transporte público e não motorizado - Aumentar a qualidade de vida com áreas verdes - Estrutura bioclimática do projeto - Oportunidade para ativar a economia e gerar emprego -Integração social
Figura58: Perspectiva do projeto Fonte:https://www.archdaily.com.br /Data: 02/02/2016
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BRIDGE PARK EM WASHINGTON
Local: Washington/ Escritório: Balmori Associates / Cooper, Robertson & Partners
O Bridge Park é um parque que funcionará também como um centro cívico, sendo muito mais além do que o cruzamento de um rio; ele é o marco que servirá como lugar de encontro. A proposta é pioneira por reforçar o sentido de comunidade na população que o utilizará. Através do projeto do Bridge Park, será possível reconectar os diversos bairros em ambos os lados do rio, reaproximar a água da vida das pessoas, melhorar a qualidade dos espaços públicos através de atividades físicas e sociais, e gerar novos empregos para os cidadãos locais. O Bridge Park tem como proposta criar um lugar que seja inclusivo, memorável e simbólico. (Figura 59) Principais aspectos levados em consideração: - Parque com várias atividades esportivas - Reforçar o sentimento de comunidade - Local inclusico, memorável e simbólico -Reconectar áreas
Figura 59: Proposta do Bridge Park Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/627756/4-propostas-para-o-primeiro-parque-elevado-de-washington/ 54133196c07a80f11200003c/Data: 02/02/2016
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3.5
DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PROJETUAIS
SISTEMAS MODAIS: Regional: De caráter Regional, com longas distâncias metropolitanas, e maior número de usuários em cidades que possuem relação pendular como Americana, Sumaré, Hortolândia, Valinhos e Vinhedo. Urbano: Caráter urbano de longas distâncias intra-cidade voltado para regiões de intenso movimento e grande deslocamento. Local: Caráter local de pequenas distâncias e deslocamentos no âmbito de bairro e chegada aos terminais dos modais. (Figura 61) SISTEMAS DE ÁREAS VERDES: Plantio e preservação da vegetação como parte complementar de infraestrutura de saúde pública. O sistema de VLT por ser um modal leve e de baixo impacto reconstituirá este percurso. As edificações que possuírem árvores para sombra nos passeios receberão descontos no IPTU relativos a quantidade plantada. E as alamedas receberão áreasverdes. SEGURANÇA EM USOS NOTURNO: Com as mudanças no plano diretor priorizando o pedestre é possível adenssar a área trazendo seguranca e novos usos. O espaço se tornará um ambiente atrativo ao pedestre. O planejamento englobará desde a escolha de iluminação, qualidade do mobiliário e equipamentos. Figura 60: Diagrama de diretrizes Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 24/09/2019
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Fachada ativa: Ocupada com comércio, serviços, ou equipamentos com abertura direta para a rua. Para humanizar o passeio público pelo contato térreo das edificaçòes. (Figura 62) Permeabilidade visual do térro: Estalecer o contato visual entre o interior dos lotes e o passeio público com a utilização de jardins. Qualificando a relação entre espaços privados e públicos. Uso misto: Construções que envolvam moradias e outros usos como comércio, serviço, e equipamentos. Aproximando o emprego e a moradia na cidade. Fruição Pública: Áreas no térreo abertas á circulação de pedestres para o desenvolvimento de atividades sociais, culturais e economicas. Ampliando a oferta de espaços para o uso público adequadas ao encontro entre pessoas. Calçada com qualidade urbana: Calçadas acessíveis, largas, arborizadas e bem equipadas. Favorecendo a circulação das pessoas. Fachada ou teto verde: Superfícies externas de edifícios cobertas por vegetação. Tornando a cidade mais verde.
Figura 61: Diagrama de Diretrizes Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 24/09/2019
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DRENAGEM DO SOLO: Praças com irrigação por capilaridade, drenarão a água da chuva, ficando retidas em um reservatórios para posteriormente servirem de irrigação da própria vegetação existente. Localizadas em pontos onde haverá maior flucxo de escoamento dessas águas. Evitando pontos de alagamentos tando no parque linear como na Av. Orosimbo Maia.(Figura 63)
REQUALIFICAR DO ESPAÇO: Ao longo das linhas inativas de trem possuem acessos e travessias irregulares. A necessidade de atravessar pelo vazio e de que isto seja feito de maneira segura através da requalificação deses espaços e a projeção de novos. Travessias em níveis ou elevadas serão propostas conforme a topografia do terreno.
PROPOSTA DE RUA BIDIRECIONAL A avenida Barão de Itapura apresenta um consgestionamento nos horários de picos. A proposta é desafogar esta via criando uma outra via bidirecional na rua Camargo Paes. De modo que oferece uma caminhada segura aos pedestres.
DUTOS SUBTERRÂNEOS DE ALTA TENSSÃO: A Av. Orosimbo Maia será revitalizada, e as linhas de alta tenssão que são poluidoras visuais, serão instaladas no subterrâneo. Além do mais, a área de permeabilidade do solo aumentará com o alrgamento do corpo hídrico do córrego Serafim e com a faixa verde do VLT.
VAZIO GUANABARA: Se tornará um espaço público interligado ao parque linear, com atividades sociais, culturais, históricas, esportivas, educacionais, e ambiental.
CONTINUAÇÃO DAS CICLOVIAS: Continuação da ciclovia na Av.José de Campos Souza com a Orozimbo Maia, até a interligação na Estação Guanabara.
Figura 63: Diagrama de diretrizes Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 24/09/2019
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3.6 SETORIZAÇÃO A lei de uso e do solo 2018 já dividia a área em três zonas. Elas possuíam disparidades com características diferentes. A nova proposta é criar em pontos específicos de cada setor estratégias urbanísticas que conectem ambos e facilite seu deslocamento dentro da cidade. (Figura 64)
Figura 64: Diagrama de diretrizes Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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3.6.1 SETOR-1 O setor 1 possui uma densidade habitacional baixa, com o predomínio de residências horizontais. Atualmente á o predomínio de inúmeros clínicas na porção Noroeste a Estação Guanabara. A proposta do parque linear suprirá a carência de equipamentos públicos culturais, esportivos e de lazer. E a adoção do sistema de linhas verdes composto pelo VLT e ciclovias facilitarão a mobilidade pela cidade. Inplantação do setor 1 na Figura 66. Os lotes subutilizados conforme a nova proposta dará lugar a habitações residenciais de uso misto (Figura 65).
Figura 65: Corte da rua Camargo Paes Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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Figura 66: Implantação setor 1,2, e 3 Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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3.6.2 SETOR-2 O setor 2 possui diversidade de usos, e possui carência de equipamentos públicos destinados a educação. Há potencial habitacional, cultural, e de esporte a partir da conectividade oferecida pelo parque linear, que aproximará os bairros, criando uma nova identidade, e facilitando a circulação dos pedestres(Figura 67). Implantação do setor 2 na Figura 68.
Figura 67: Corte Av. Barão de Itapura Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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Figura 68: Impantação setor 2 Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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3.6.3 SETOR-3 O setor 3 é a área com maior densidade habitacional, graças a verticalização permitida na lei de uso e do solo. Com a predominância de corredores comerciais e de serviços nas Avenidas Barão de Itapura, Brasil, e Orosimbo Maia. A nova proposta procura diminuir os congestionamentos nestas áreas, e eliminar os pontos de alagamentos e inundações presente. Possui uso misto, e denssidade habitacional de alta verticalização. A proposta tem como obejtivo resolver os pontos de alagamento da Orosimbo, aumentar a faixa de permeabilidade do solo, com o VLT e as áreas verdes. (Figura 69). Implantação do setor 3 na Figura 70.
Figura 69: Recorte da Av. orosimbo Maia Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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Figura 70: Implantação Setor 3 Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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3.6.4 RECORTES GERAIS- IMPLANTAÇÃO O Recorte CC localiza-se no setor 1 exemplificando a proposta de conexão entre os bairros Jardim Chapadão e Botafogo em detrimento do parque linear. Uma ponte conecta ambos os lados que anteriormente não tinham acesso. Assim, novos usos foram implantados no local como um pavilhão de serviços e um espaço reservado para feiras. Já o parque linear localizado no desnível do terreno consta com a circulação de ciclovias, e do VLT que percorre todo o sistema verde (Figura 71). O corte AA se localiza no setor 2 desde a Rua Camargo de Paes, percorrendo pelo vazio da estação Guanabara até chegar na Av. Andrade Neves. No corte fica explicito o aumento na verticalização dos prédios, graças as medidas de adensamento concebidas nas mudanças da lei de zoneamento, que permitem a ocupação de habitações residências de até no máximo quatro pavimentos. Além do mais, os bens tombados foram preservados no local atribuindo-lhes usos culturais, que dentro do parque linear conversão muito bem com as atividades esportivas, de comércio e serviços.
Figura 71: IMPLANTAÇÃO DOS CORTES AA , CC Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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PERSPECTIVAS
A perspectiva objetiva demonstrar o levantamento aferido na Av. Barão de Itapura, e as causas que contribuem para o intenso tráfego congestionado no local. Na nova proposta, é feito a abertura de uma via na rua Camargo de Paes para ajudar desafogar o trânsito, um corredor exclusivo para ônibus permitirá maior fluidez dos automóveis. Para se ter uma cidade feita para as pessoas, além da diminuição dos veículos motores, foram propostos mobiliários urbanos, uma ciclovia para pedestres e ciclistas consolidada por alamedas verdes, seguras e confortáveis á circulação. Conforme na Figura 72. Propostas Pontuais: -Vias verdes -Ciclovia -Faixa exclusiva para ônibus -Abertura de via bidereional na Rua Camargo Paes para desafogar o trânsito. -Mobiliário urbano -Identidade Visual de orientação
Figura 72: Perspectiva Barão de Itapura Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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A foto foi tirada da Ponte na Andrade Neves, que demonstra claramente a situação perigosa e o incomodo causado pelas linhas inativas de trem. O local está abandonado, e dificulta a circulação das pessoas por entre os bairros. Na perspectiva a nova proposta pretende construir um parque linear, com ciclovia e a implantação de um VLT. Que fará o percurso saindo da estação Intermodal, passando pela estação Guanabara e indo até o Parque do Taquaral. Este local em específico sofre com grandes inundações, para isto foi proposto praças drenantes nos dois lados dos bairros. E para conecta-los foi instalado um pavilhão comercial com ponte de acesso. Conforme na Figura 73.
Figura 73: Perspectiva vista da Avenida Andrade Neves Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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Projetos Estratégicos
Os projetos estratégicos tem como proposta viabilizarem um interação e aproximação entre os bairros, proporcionando melhor qualidade de vida, e evitando grandes deslocamentos através de pequenas centralidades de uso misto( Figura 74): . 1- CRECHE 2- PARQUE LINEAR ELEVADO 3- HIS- HABITAÇÃO RESIDENCIAL DE USO MISTO 4- CENTRO ESPORTIVO AQUÁTICO 5- 5-BIBLIOTECA 6- PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO E FEIRA COM PISO DRENANTE 7- PAVILHÃO COMERCIAL E DE SERVIÇOS 8- UPA 9- INSTITUTO AMBIENTAL 10- CENTRO CULTURAL 11- ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL 12- ONG COMUNITÁRIA- ESPAÇOS E VASIOS OCIOSOS
Figura 74: Projetos Estratégicos Fonte: Elaborado pelo autor/ Data: 26/09/2019
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1- Com o aumento das habitações residenciais de 4 pavimentos, criou-se a demanda por creches principalmente no setor 2, que estava carente deste tipo de educação. 2- A construção pública do parque linear, representa a integração, a conectividade e a livre circulação em um espaço antigamente ocupado apenas por um grande vazio. 3- Com a construção do parque linear, e a valorização imobiliária naturalmente as construtoras constroem projetos residenciais. Por isso, á proposta de usos mistos no térreo, compactando a cidade, e diminuindo assim os deslocamentos,em decorrência da não utilização de veículos automotores. 4- O parque linear teve o intuito de ser um centro cívico (conceito idealizado como sendo uma região político administrativa e/ou uma área destinada ao encontro de vários órgãos e entidades), por isso a ideia de um Centro esportivo aquático além de outros usos. O parque linear une cultura, lazer, esporte, comércios e serviços dentro de um grande espaço destinado a atendere a população. 5- A biblioteca faz parte do processo de recuperação do patrimônio histórico. A antiga fábrica do Chapéu Cury será revitalizada e transformada em uma biblioteca. Situada na Avenida Francisco Glicério próxima ao ponto de parada do VLT. 6- A proposta de um espaço destinado a feiras foi pensada justamente para trazer o senso de comunidade ao local, e o piso drenante utilizado serve para prevenir e diminuir a quantidade de inundações. 7- O pavilhão comercial e de serviços atende principalmente a população do setor 1, ele é importante para o processo de conexão entre os bairros Botafogo e Jardim Chapadão. 8- O local possuí inúmeras clínicas e hospitais particulares, foi detectado então a necessidade de upas de pronto atendimento, para atender os bairros próximo ao parque linear. 9- O Instituto ambiental, foi proposto para cuidar, estudar, preservar e catalogar as espécies vegetais implantadas principalmente nos sistemas verdes. 10- O centro cultural tem a função de preservar a memória do bairro Guanabara, além de oferecer oficinas e atividades que englobem a arte no geral. 11- A escola de ensino fundamental foi implantada no setor 1, visto que no setor 2 e 3 já possuem escolas. 12- A Ong comunitária tem o intuito de expandir o projeto de ocupação dos espaços vazios e ociosos, em conjunto com a população ela se transforma, e muda o espaço constantemente.
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4.1 TEMÁTICA-PARQUES JARDINS PARTICULARES:
Os parques urbanos se originaram de jardins particulares de influências europeias. E para sua melhor compreensão um breve levantamento histórico da evolução dos parques contribuirá para a construção da temática. Historicamente os jardins mais antigos são os Jardins na Mesopotâmia e no Egito. Eles se configuram como uma forma de beleza luxuriante para o período, representando o poder do homem sobre a natureza. Na época estes jardins representavam uma dualidade de versões. A primeira atribui sua autoria à lendária Semíramis, mãe de Adad-nirari III, que reinou entre 810 e 783 a.C.. A segunda versão já remete a contextualização de construção à Nabucodonosor II, que governou de 604 a 562 a.C., e que o fez construir com o objetivo de alegrar sua esposa Amitis( MELO, 2013, p.16).
A morfologia dos jardins suspensos da mesopotâmia tinham uma paisagem de montanha e a forte presença de diversidade de plantas e água. Além de serem sagrados (Figura 75). Já os jardins do Egito se caracterizavam pela simetrização rigorosa, constituídos de flores de lótus, diversas árvores frutíferas e a inclusão de lagos artificias. (ENCICLOPÉDIA BARSA, 1997, p. 297)(Figura 76).
Figura 75: Jardins Suspensos da Babilônia Fonte: BETTMAN.s.d/ Data: Por volta de 600 aC
Figura 76: Jardim do Egito Fonte: VaNNINI s.d./ Data: c. 2649 a 2575 a.C.
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“Foi durante o Renascimento que o jardim, de simples apêndice da arquitetura, passou a ser considerado um elemento importante do palácio e integrado a seu conjunto.” (ENCICLOPÉDIA BARSA13, 1997, p. 41). Os jardins figura 77 e 78 eram pontos de encontro entre os intelectuais, local em que eles se encontravam para trabalhar e discutir opiniões, longe do calor das cidades.
Os países da Italia, França e Inglaterra possuiam elementos de alto requinte, com plantios exuberantes, sendo a vegetação considerada secundaria. Perdeu-se a presença de flores e destacou-se a presença de arbustos que eram esculpidos na arte da topiaria, conhecida anteriormente nos jardins romanos, dando as plantas diversas configurações. Esses espaços eram combinados com a presença de fontes, estátuas, árvores e grutas. (BARCELLOS, s.d.; ENCICLOPÉDIA BARSA15, 1997, p. 298).
Figura 77: Jardim Italiano: Villa d`Estes em Tivoli Fonte: BENEDETTI, s.d/ Data: Reformas 1568-1624
Figura 78: Jardim Italiano: Villa d`Estes em Tivoli Fonte: BENEDETTI, s.d/ Data: Reformas 1568-1624
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Jardins Renascentistas: Dá-se a descoberta da natureza, jardins botânicos com plantas exóticas. Construídos para projetar o poder do homem sobre á natureza, e caracterizava-se pela sua artificialidade e organização. Apontando uma extrema racionalidade. A Topiária era muito utilizada nas plantas para demonstrar a superioridade do Homem e seus conhecimentos. Primava por uma simetria rígida de arruamentos, árvores alinhadas, jogos dágua e canteiros geométricos (Figura 79).
Usavam-se materiais e elementos imutáveis (plantas de folha persistente, esculturas de santos ou divindades mitológicas, escadarias e pérgolas em pedra) e semi-imutáveis (água parada ou movimento provenientes de fontes, cascatas ou repuxos)” (HISTÓRIA DO PAISAGISMO,2019, p.14)
Jardins Barrocos: Semelhante ao Jardim Renascentista, mas de uma forma mais exacerbada, com uma artificialidade extrema, funcionando o jardim como um palco. Eles dispunham-se as plantas de modo a dirigirem o olhar do espectador e criarem ilusões para as distâncias parecerem maiores ou menores, de forma que expressasse a dignidade e elegância do Homem e deleitasse os seus sentidos. Destaque para o jardim de Versalhes na França, onde a topiária atinge seu auge junto com os elaborados desenhos de árvores e arbustos (Figura 80).
Figura 79: Croqui Jardim Renascentista Fonte: Produzido pelo Autor Data: 13/11/2019
“As perspectivas alongam-se, rodeadas de fortes massas de arvoredos sob declive ou terreno plano, sem prejudicar os diferentes pontos de vista. Por toda a extensão do jardim arrelvados, espalham-se quincônicos e bosquetes que enchem os vazios deixados entre alamedas.” (HISTÓRIA DO PAISAGISMO,2019, p.14)
Praças Barrocas: As praças tinham o formato oval ou geométrico, e os prédios acompanhavam extamente suas bordas, como forma de evideciar o monumento do patrono da época no centro da praça.
Figura 80: Croqui Jardim Barroco Fonte: Produzido pelo Autor Data: 13/11/2019
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4.1.1 JARDINS PÚBLICOS Até meados do século XVI para XVII, os jardins eram considerados privados a canteiros palacianos, reservados ao rei. Porém com a acenção da burguesia consagra-se a construção dos jardins públicos. Estes eram espaços de segregação dentro da cidade, devido a elite econômica que alí circulava, e até então restritos a elite. Os jardins então, foram incorporados a estrutura urbana, marcando a presença de extensas áreas verdes no coração das cidades. Os passeios públicos, eram espaços ajardinados atrás das muralhas de fortificações, servindo como passeio da rainha e da elite pariense, que caminhavam com suas carruagens sob a sombra das árvores (Figura 81). [...] o jardim público torna-se um monumento ao verde –
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-Jardim Francês: na época do Renascimento constituído por topiarias, que podiam conter canteiros com plantas floríferas. Tinha o objetivo de causar admiração, mostrar poder e superioridade do proprietário em dimensões monumentais em planos geométricos. -Jardim Inglês: Diferenciava-se do francês em vários aspectos, incluindo a diversidade de plantas. A princípio o jardim inglês parecia ser informal, pelo cultivo livre e de grande variedade de flores, mas era muito detalhado com relação as espécies e a composição em si. O planejamento era formal, mas a implantação era informal. No jardim inglês a delimitação dos espaços, por muros e sebes, era muito utilizada.
espaço ao culto e ao repositório de significados da natureza idealizada pelo ser humano.” (SEGAWA, 1996, p. 49). “A roupa era símbolo de hierarquia social.” (SEGAWA, 1196, p. 47). circulavam com suas carruagens sob a sombra das árvores 25. Spirn (1995, p. 207) diz que:“o passeio foi por muito tempo uma recreação urbana apreciada, e ruas margeadas por árvores serviram a esse propósito por, no mínimo, quatro séculos, se não mais.
-Jardim Italiano: Intervenções na arte dos jardins, tornando-os ordenados e opulentos. O acesso as residências era feito por meio de uma sucessão de escadarias, rampas e terraços. O eixo central da residência permanecia em destaque, localizando-se na parte mais alta do terreno. A água era um elemento constante e de destaque nos projetos. Em terrenos acidentados eram instaladas escadarias de pedra com corredeiras de água, e em locais planos era comum a presença de fontes monumentais. Em alguns jardins havia grutas, que marcavam as nascentes de água
Figura 81: Espaços ajardinados dentro das muralhas Fonte: COURS.../ Data: 11/10/2019
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4.1.2 PARQUES PÚBLICOS:
A Revolução Industrial no século XVIII, influencia drasticamente as variações espaciais, devido ao abandono das zonas rurais, modificando a ordem econômica, poltica, social e técnica. A medida que as cidades cresciam em detrimento dos espaços de natureza, os problemas só agravavam com o trânsito, poluição atmosférica, mau cheiro, barulho, e espaços de miséria. Os espaços com fragmentos de natureza disponíveis para a população, foram substitudos por casas, ruas, comércios, dentre outros. É no Séc. XIX que surgem os grandes parques urbanos abertos ao público, fruto da necessidade de lazer, educação e de hábitos higienistas que se faziam sentir nos grandes centros industriais urbanos e desempenhando um importante papel terapêutico por promoverem o bem-estar do indivíduo. (HISTÓRIA DO PAISAGISMO,2019, p.14)(Figura 82).
Como exemplo de parque público o Central Park, em Nova Iorque tem características do romantismo, pois ele é todo criado artificialmente com caminhos sinuosos e orgânicos, onde foram implantados mais de 4 milhões de árvores de variadas espécies. O tráfego de automóvel é escondido por baixo do parque, de modo a não causar um impacto negativo na paisagem e não impactar a serenidade idealizada para o Central Park. Projetado por Olmsted e Vaux. O parque detém mais de 5% da totalidade do espaço verde de Manhattan, e a parte Sul é mais trabalhada e cuidada, sendo sua paisagem mais ampla, enquanto que a zona norte é mais rochosa e contém mais madeira. O seu design incorpora na arquitetura uma paisagem que acomoda a topografia irregular da área.(Figuras 83,84,85, e 86 ).
[...] caminhos, árvores e gramados, dispostos de maneira naturalista, com desenho sinuoso e acolhedor, pleno de recantos, onde o indivíduo, a família, os amigos, encontram seu espaço próprio, independente de qualquer referencial ao poder central absoluto e controlador [...] (HOWARD, 1996, p. 16). Figura 83: Zoológico do Central Park Fonte: Foto por Stavenn./ Data: 22/10/2019
Figura 82: Luxemburgo. Fragmentos de natureza no meio urbano Fonte: LEFRANC, s.d./ Data: 11/10/2019
Figura 85: Pista de patinação no Central Park Fonte: Foto por Rui Correia/ Data: 14/Julho/2014
Figura 84: Vista aérea do Central Park Fonte: Foto por NicoleSaranferc./ Data: 22/10/2019
Figura 86: Central Park no Verão Fonte: Foto por Copas Tur/ Data: 22/10/2019
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Parques públicos Romanticos:
O romantismo floresceu na Alemanha, na França e na Inglaterra, tendo como característica a hipervalorizarão dos sentimentos e das emoções pessoais. Esse sentimentalismo exagerado consiste em histórias de amor e paixão que criarão o espaço para a individualidade, refúgio e evasão do indivíduo. Como forma de escapar da realidade. O culto à natureza ganha traços diferenciados no romantismo pois, a partir de agora, passa a funcionar não apenas como pano de fundo para as histórias, mas também, passa a exercer profundo fascínio pelos artistas. Além disso, a natureza passa a entrar em contato com o eu romântico, refletindo seus estados de espírito e sentimentos. Desta maneira a implantação dos parque públicos representam apenas o belo da Natureza, com caminhos sinuosos e orgânicos. Onde refletem naturalidade em meio artificial (Figura 87).
Figura 87: Croqui Jardim Romântico Fonte: Produzido pelo Autor Data: 13/11/2019
Parques Públicos Modernos e Contemporâneos: Tem como principal característica o Rompimento com as estruturas do passado, caracterizado pela fragmentação dos espaço, e predomínio de formas livres de ondas e ondulações.A Figura 88 representa o croqui do Parc de La Villette em Paris, onde o projeto desconstrutivista de Bernad Tsshumi justapõe três sistemas reguladores distintos: As linhas, os planos e os pontos dispostos em forma de retículas.
Figura 88: Croqui Jardim Contemporâneo. EX: Parc de la Villette Fonte: Produzido pelo Autor Data: 13/11/2019
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4.1.3 CONTEMPORÂNEO- PARQUES ELEVADOS:
O primeiro parque elevado do mundo fica em Paris. Em 1853 foi construído um terminal rodoviário na cidade e este viaduto permitia o acesso dos trens à estação. Um século mais tarde a linha foi desativada e em 1988, o arquiteto Jacques Vergely e o arquiteto paisagista Philippe Mathieux projetaram um espaço verde diferente de qualquer outro parque na cidade. Este complexo do parque elevado é chamado de Promenade Plantée, que significa “passarela arborizada”. Que inicia-se na Opéra de La Bastille, onde ficava a antiga estação de trem, e por 4,5 km de extenção comtempla o Viaduc des Arts (viaduto das artes) e o parque Jardin de Reuilly.(Figura 89) Os arquitetos projetaram um ambiente de jardim ao longo do antigo viaduto, onde se encontram roseiras, arbustos, lavandas, bambus, heras, árvores de limão e muitas outras variedades. A rota do parque elevado passa por partes abertas, oferecendo lindas vistas para a cidade e seus parques, e partes fechadas, entre edifícios modernos dos bairros que circundam o parque. O acesso é fácil, com várias entradas, além de ter infraestrutura e mobilidade urbana ao redor, com ônibus e duas estações de metrô (Figura 90). Existe vida em baixo do parque, inclusive um dos pontos mais interessantes, é chamado de Viaduc des Arts, onde tem várias lojas especializados em artes; são fabricantes de instrumentos musicais, marceneiros, restauradores têxteis, estilistas e outros artistas. No total, existem cerca de cinquenta artesãos que exibem ali suas mercadorias e incentivam o artesanato regional. Cafés e pequenos restaurantes também estão localizados no local, permitindo aos visitantes desfrutarem de uma refeição durante o passeio. Essa solução de transformar um local inutilizado em um espaço verde e de lazer, é uma maneira sustentável de trazer mais qualidade de vida aos moradores, integrar as pessoas e revitalizar à região, melhorando também a economia local.
Figura 89: Promenade Plantée Fonte:https://sustentarqui.com.br/o-primeiroparque-elevado-do-mundo/ Data: 24/11/2015
Figura 90: Promenade Plantée Fonte:Fotos de Ricardo Nonato Data: 24/11/2015
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CONTEMPORÂNEO- PARQUES ELEVADOS:
Os parques urbanos assumem diferentes funções e usos, e por isso não são submetidos a um padrão, eles se diferenciam quanto ao seu tamanho, funções, tipos de equipamentos, espaço de preservação ambiental e de socialização, dentre outros. No século XXI nas cidades contemporâneas, os parques, favorecerão a valorização do solo urbano, transformando a área por meio da valorização imobiliária, de melhorias na infraestrutura comercial e de serviços. O espaço público estabelece relações socias por meio de práticas esportivas, culturais, educativas, artísticas, ambientais, e turísticas. Em Fevereiro de 2018 pude visitar e conhecer o parque elevado High Line em Nova York. Caminhei pelo bairro do Chelsea e me encantei com a nova ótica urbana; uma vez estando no elevado a sensação é de refugio da agitação. A visão por cima é uma boa maneira de conhecer algumas regiões da cidade. E em contra partida, o parque elevado visto da rua contrasta a sua área verde com os arranha-céus de Manhattan, e isto cria um cenário bonito, convidativo e cosmopolita (Figura 92). O parque elevado antigamente era uma linha de trem, a qual foi abandonada durante a década de 80. Por muitos anos, o local permaneceu esquecido e uma grande vegetação rasteira cobriu toda a faixa de trilhos que estava inativa. Isso motivou a comunidade de moradores da região a liderarem uma campanha contra a demolição da linha e a favor de uma revitalização do local. Após alguns anos, a ideia foi finalmente apoiada pela prefeitura de Nova York, e no início dos anos 2000, o projeto de criação do jardim suspenso começou a sair do papel. Foi aberto ao público em 2009, e o local rapidamente se estabeleceu entre os pontos turísticos mais populares da cidade, se destacando pelo seu paisagismo simples e contemporâneo. High Line é um parque linear elevado de aproximadamente 2,5 Km que atravessa três bairros pelas regiões de Meatpacking, West Chelsea e Midtown. (Figura 91)
Figura 91: High Line Fonte: https://novayork.com/high-line Data: 13/11/2019
Figura 92: Visita ao High Line- West Chelsea Fonte: Foto do autor Data: 22/02/2018
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4.1.4 PARQUES PÚBLICOS NO BRASIL:
O Passeio Público, foi o primeiro espaço público do Brasil, construído na capital carioca durante os anos de 1779 a 1783. Suas características clássicas predominam parte do século XIX, e alguns espaços, entre eles os jardins Botânicos do Rio de Janeiro e de São Paulo (atualmente o jardim da luz) são traçados ortogonais simétricos, ajardinados e geometrizados, onde se valoriza sempre pontos focais como marco, sejam eles uma fonte, esculturas ou coretos. A arquitetura paisagística com o viés romântico projeta espaços de uma visão idealizada do campo, com contrastes entre águas serpenteantes, bosques cerrados e gramados extensos. A influencia francesa possui um sistema viário bastante ordenado, no qual todos os caminhos, mesmo que orgânicos, levam a pontos de convecção e distribuição. Esses, por sua vez, estão conectados a um grande caminho principal, que percorre todo o parque e para o qual convergem todos os caminhos secundários.
O Campo de Santana, é de fato o primeiro parque público da
capital imperial, concebido por Auguste Françóis Marie Glaziou, o arquiteto do século XIX no Brasil, como símbolo da modernidade e europeização do Rio de janeiro. Glaziou em 1869 é nomeado por Dom Pedro II diretor da Diretoria de Parques e Jardins da Casa Imperial. De traçados orgânicos, sinuosos e assimétricos, o projeto adota os princípios do paisagismo inglês em oposição ao rigoroso traçado geométrico dos projetos de inspiração francesa como é o exemplo da Praça Paris. Artifícios como grutas, pontes e lagos artificiais buscam simular elementos naturais. Como exemplo a Figura 94 que demonstra um lago artificial, conferindo o caráter romântico ao parque. Desde 1909 o Campo do Santana abriga a sede da Fundação Parques e Jardins, construída pelo arquiteto francês Leon Gaubert em estilo eclético. Inaugurado em 1880, o Campo do Santana é anterior à abertura da Avenida Presidente Vargas, em 1944, tendo perdido parte de sua área para a implantação da via. E atualmente o Campo de Santana é a maior área verde do Centro do Rio de Janeiro(Figura 95).
Figura 94 :Lago do Campo de Santana. Fonte: Ana Branco Agencia O Globo Data: 02/04/2010 Figura 93 :Jardim Botânico- RJ Fonte:http://brasilianafotografica. bn.br/?p=7080 Data 22/10/2019)
Figura 95 :Campo de Santana. Fonte: Ana Branco Agencia O Globo Data: 02/04/2010
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Romântico Inglês- Praça Carlos Gomes em Campinas: Localizada no centro da cidade de Campinas, foi projetada por Ramos de Azevedo que mais uma vez deixou sua marca na Praça Carlos Gomes. Onde encontramos um verdadeiro acervo histórico com o coreto de 1914, os monumentos de Rui Barbosa e de Tomás Alves (Médico que lutou para salvar vidas na época da febre amarela) e, ao seu redor, o Edifício Itatiaia, de Oscar Niemeyer. E em 1883, a praça ganhou 100 palmeiras imperiais, e muitas delas ainda estão vivas. A Praça ganhou o gosto da população, contanto sempre com festivais gastronomicos e atividades ao ar livre (Figura 96). Barroco- Parque da Luz em São Paulo: Inaugurado em 1825 como viveiro de plantas, e entre os séculos XIX e XX, no auge da economia cafeeira e a crescente industrialização, o Jardim da Luz passou por sua maior reforma , recebendo novo paisagismo, com caminhos sinuosos, bosques, alamedas arborizadas e obras de arte. Atualmente, a infraestrutura do parque conta com área para apresentações artísticas; local para abrigar concertos e shows musicais; playground; espelhos d’água; gruta; aquário subterrâneo; equipamentos para ginástica; pista de cooper; área de estar; paraciclo; mirante; ponto de bonde; lagos e chafariz, e vários outros espaços de uso público (Figura 97). Barroco- Parque Ipiranga em São Paulo: Foi desenhado tanto aos moldes da Neorrenascença, ou seja, com um perfil estilístico revivalista, buscando uma obra imponente - tanto pela memória imperial do momento da proclamação da Independência quanto pela preservação do espírito patriótico - quanto aos moldes do paisagismo francês Possui infraestrutura com praça para eventos, estacionamento, pista de Cooper, aparelhos de ginástica, playground, área de estar, sanitários, chafariz com fonte e cascata. Em sua área há equipamentos administrados por outros órgãos, dentre inúmeros outros espaços (Figura 98).
Figura 96: Praça Carlos Gomes em Campinas Fonte: www.campinas.com.br/ Data: 22 de julho de 2019
Figura 97: Parque da Luz em São Paulo Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br/Data: 18/11/2016
Figura 98: Parque Ipiranga em São Paulo Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_da_Independ%C3%AAncia/ Data: 14/11/2019
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Moderno- Parque Ibiapuera em São Paulo:
Inaugurado em 1954, o parque é tombado pelo patrimônio histórico de São Paulo. Seus jardins foram desenhados pelo paisagista Otávio Augusto Teixeira Mendes, após o conceito e anteprojeto do paisagista Roberto Burle Marx. Já as construções históricas como os pavilhões que abrigam museus, o auditório, marquise entre outras são de autoria de Oscar Niemeyer, tombados pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. No parque há diversos atrativos para o público desde passeios culturais e educativos como caminhadas monitoradas, atividades de birdwatching, possuindo esculturas, museus e monumentos históricos além dos jardins e paisagens repletas de flores e árvores. Nota-se nos parques modernos o abandono dos modos de projetar do ecletismo, a nova construção identifica novos espaços, eles não são apenas contemplativos e sim para permanência. A vegetação já não é mais utilizada como bordaduras de caminhos e canteiros, mas sim como elementos de composição espacial estruturando os espaços e organizando a circulação. A vegetação participa do projeto como elemento tridimensional do espaço e o Parque Ibirapuera é um belo exemplo de novos hábitos sociais (Figura99). Comtemporâneo- Praça Victor Cívita em São Paulo: O terreno da praça foi contaminado pelas antigas fábricas. E o projeto tem como propósito recuperar a área degradada pela contaminação, além de abrigar o Museu Vivo, onde a população tem a oportunidade de aprender e refletir sobre processos de construção sustentáveis, economia energética, e responsabilidade sócio-ambiental. O projeto, de Levisky Arquitetos Associados foi todo elaborado a partir de premissas sustentáveis visando redução de entulho, baixo consumo de energia, utilização de materiais reciclados, legalizados e certificados, reuso de água, aquecimento solar, e manutenção da permeabilidade do solo. O Projeto é um grande deck de madeira elevado á 1 metro do solo,sustentado por estrutura metálica, de modo a impedir o contato com o solo contaminado. Os parques comtemporâneos na maioria das vezes criam novas soluções para se adaptarem ao espaço urbano. (Figura 100)
Figura 99: Parque do Ibiapuera em São Paulo Fonte: http://www.saopauloinfoco.com.br/ Abrahão de Oliveira Data: 6 de março de 2013
Figura 100: Praça Victor Cívita em São Paulo Fonte: http://www.https://www.archdaily.com.br/ foto do Nelson Kon Data: 9/12/2011
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4.1.5 TEMÁTICA-PARQUES PARQUE ELEVADO DO MINHOCÃO- SP:
Há décadas o Minhocão em São Paulo vem passando por discussões sobre a demolição ou a revitalização para um parque elevado. Mas é um caso de muita polêmica devido a gentrificação que a área sofrerá (Figura 102). A história resumi-se: Em 24 de janeiro de 1971, é inaugurado pelo prefeito Paulo Maluf o elevado Presidente Costa e Silva. Com 3,4 km de extensão, o viaduto passaria a ser conhecido como Minhocão, chamado Elevado Presidente Costa e Silva. Cinco anos após sua construção, o Minhocão passa a ser interditado á noite, de 0H ás 5h, para evitar os acidentes noturnos que haviam se tornado rotina e para diminuir o barulho que incomodava os moradores da região (FolhaUol, 2019) (Figura 101). Posteriormente em 1990 durante a gestão de luiza Erundina (PT), para poupar moradores do entorno, passa a ser fechado para carros á noite, aos domingos e feriados, e começa a ser usado para lazer, em 2006 a Secretaria Municipal de Planejamento decide debater o uso e o impacto do viaduto. Então foi aberto o Concurso de ideias e 46 propostas são apresentadas. Embora tenha havido um vencedor, nada foi implementado.
Figura 101: Inauguração do Minhocão, chamado na época por Elevado presidente Costa e Silva Fonte: Acervo UH/Folhapress / Data: 22.fev.2019
Figura 102: O minhocão é conhecido pela controversa via expressa da cidade de São Paulo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/02/minhocao-enfrenta-decadas-de-debate-sobre-demolicao-e-parque-veja-historico.shtml/ Data: 22.fev.2019
Somente em 2010 na gestão de Gilberto Kassab, ele anuncia o plano de revitalização da cidade que poderia culminar na demolição do elevado, o que não aconteceu novamente. E assim a discução sobre o que fazer com o elevado foi passando de mandato em mandato, até que em 2014 o Plano Diretor Estratégico prevê que a via elevada seja convertida em parque ou demolida, total ou parcialmente (FolhaUol, 2019) (Figura 103).
Fonte:
Figura 103: Minhocão fechado para trânsito https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/02/minhocao-enfrenta-decadas-de-debate-sobre-demolicao-e-parque-veja-historico.shtml/ Data: 22.fev.2019
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Em julho de 2016 o prefeito Fernando Haddad muda o nome do elevado: deixa de homenagear Costa e Silva, e passa a se chamar President João Goulart, mandatário deposto pelo golpe de 1964. Para então em 2017 Jaime Lerner entregar á prefeitura, e a nova gestão de João Doria, que tinha como proposta tornar o Minhocão parque. Novamente em Fevereiro de 2018 Doria promulga a lei que oficializa a criação do parque Minhocão e promove sua desativação gradual; a via passa a fechar para carros mais cedo durante a semana e também aos sábados, além de domingos e feriados. Para por fim atualmente em 2019 com o prefeito Bruno Covas, anunciar a implementação do primeiro trecho do parque linear no elevado. Na primeira etapa do parque Minhocão, os carros deixarão de circular em 900 metros entre a praça Roosevelt e o largo do Arouche, dando lugar a áreas verdes e de lazer, o piso terá grelhas para iluminar e facilitar a ventilação no térreo (FolhaUol, 2019) (Figura 104).
-Acesso de veículos para o sentido zona oeste: Até esse ponto, o motorista deverá seguir pela Avenida Amaral Gurgel -Ponto de interrupção do trânsito de veículos (sentido leste) -O projeto:
-Área que será transformada em parque.
O acesso de carros será desativado em 900m do elevado; Os veículos darão lugar a áreas ajardinadas, e aberturas no piso iluminarão e ventilarão os baixos do viaduto.
Em alguns pontos, passarelas ligarão edifícios ao viaduto; prefeitura considera delegar aos proprietários desses A vegetação será instalada em floreiras e jardineiras que imóveis a responsabilidade de manutenção, em troca da podem ser movidas segundo as necessidades do uso, por exemplo, para dar mais privacidade aos moradores concessão do acesso. Fonte:
Figura104: Minhocão fechado para trânsito https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/02/minhocao-enfrenta-decadas-de-debate-sobre-demolicao-e-parque-veja-historico.shtml/ Data: 22.fev.2019
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4.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA: Segundo o mapeamento feito pela secretaria do Meio Ambiente Campinas aponta 84 m2 de área verde por habitante no município, onde ao todo foram catalogados 2.963 fragmentos de vegetação numa área total de 8.648 hectares. E como Campinas vive um grande desenvolvimento imobiliário este diagnóstico é importante para ajudar na elaboração de projetos para preservação e recuperação das áreas que se encontram degradadas (PREFEITURA DE CAMPINAS,2010) (Figura 105). O processo dinâmico e intenso da urbanização e ausência de planejamento muita das vezes negligenciam a demanda e o cuidado com as Áreas verdes, resultando na redução da cobertura vegetal e carência de espaços públicos comuns. Campinas vive este cenário de descuido as margens das linhas férreas inativas e devido ao grande adensamento central prevalece a ausência de espaços públicos de inclusão social, que ofereçam comunicação, cultura, desenvolvimento econômico, social e de turístico. Além da educação, esporte, e Lazer. A busca pela melhoria na qualidade de vida da população nos centros urbanos e a sustentabilidade ambiental estão vinculadas essencialmente a gestão das áreas verdes. Isto justifica o tema escolhido para o projeto. Pois o Parque Elevado atua como um eixo em conjunto com o planejamento urbano conectando e interligando á cidade através de um sistema verde as margens da linha de VLT. E esta promoção do bem-estar e saúde da população com a manutenção e melhoria da biodiversidade nos ecossistemas trazem benefícios econômicos, melhoram a infraestrutura para novas habitações, e desenvolvem o tecido urbano, melhorando os serviços públicos. Abre-se um parêntese para a Mata da Santa Genebra em Barão Geraldo com seus 251 hectares de Mata Atlântica. Onde que no dia 05/06/2016 o prefeito Jonas Donizette assinou o decreto do Plano municipal do Verde, que inclui o plano de Proteção e recuperação da Mata Atlântica. Identificando possíveis conexões e a formação de corredores ecológicos, que permitam a maior estabilidade das áreas verdes do município e a migração de animais entre estes locais. Por isso o sistema verde de circulação que conecta o Parque Elevado até o Taquaral por VLT e posteriormente até a Unicamp por BRT, contribuirá para a preservação e monitoramento de algumas destas áreas intituladas como corredores ecológicos. (G1, 2016) (Figura 106)
Figura 105: Mata Santa Genebra encrustada em Campinas Fonte: Renata Victal Do G1 Campinas e Região Data: 05/06/2016
Figura 106: Monitoramento por drone para replantio da Mata Atlântica em Campinas Fonte: Divulgação/Luiz Granzoto Do G1 Campinas e Região Data: 05/06/2016
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4.3 JUSTIFICATIVA DO TERRENO: Mediante visitas técnicas o estudo de caso, resultou na localização da área escolhida por estar sob duas principais avenidas, a Avenida Brasil e Avenida Barão de Itapura, onde ambas possuem fluxos intensos e com ligação direta ao centro da Cidade. O terreno da Estação Guanabara é uma grande barreira física, que se comporta como um vazio, impedindo a livre circulação das pessoas entre os bairros (Figura107). O local escolhido é ideal para a implantação do parque elevado, pois este apresentou características que possibilitaram trabalhar o terreno de forma a respeitar suas condicionantes como, por exemplo, a topografia, seus visuais, a vegetação existente, e os bens tombados. Além de possibilitar a instalação de um novo modal, com novos acessos, e fluxos viários que estarão integrando e adensando a população à sua margem. Trazer novos usos à um espaço vazio e abri-lo ao público atenderá a demanda prevista às carências de lazer, cultura, educação e esporte nos bairros vizinhos.
Figura 107: Mapa justificativa do terreno Fonte: Produzido pelo autor Data: 15/11/2019
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4.3.1 ANÁLISE DO TERRENO :
A parte superior ao vazio da Estação Guanabara refere-se à legislação da Zona Mista 1 (ZM1) de baixa densidade habitacional, com a mescla de usos não-residenciais de baixa incomodidade. Já a parte inferior á Zona de Centralidade (ZC2), é definida como densidade habitacional média, caracterizada pela diversificação de usos que ampliem a oferta de emprego e moradia. Como observado na Figura 108 a topográfia pouco acidentada não é o problema que possa vir impedir a circulação das pessoas, mas sim o grande vazio urbano que se transforma em uma barreira física dividindo ambos os bairros. Quanto ás questões climáticas os ventos são provenientes do Sul, e os raios solares se intensificam na porção Noroeste . O verão é longo, morno, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; e o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Os bens tombados e os Patrimônios da Estação Guanabara e do Instituto Agronômico devem ser respeitados seus raios de abrangência antes de qualquer construção..
Figura 108: Análise do terreno Fonte: Produzido pelo autor Data: 15/11/2019
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4.4
PARTIDO ARQUITETÔNICO :
Conectar é basicamente ligar pontos distantes, e o partido arquitetônico tem como propósito encurtar as distâncias na escala macro entre os bairros Ouro verde e Campo Grande com o Centro. E na escala micro eliminar as barreiras que impedem a integração e a livre circulação das pessoas. Em resumo o partido arquitetônico tem como proposta urbana a conexão Macro da cidade através de um sistema verde, que consiste na recuperação do ecosistema envoltório das linhas de trem inativas projetando assim, espaços públicos para o uso no parque linear. O VLT funcionará como novo modal leve e seguro, que se adapta ao terreno, causando menos impacto possível (Figura 109). Já o projeto do Parque Elevado tem como objetivo a conexão micro entre os bairros proporcionando uma melhor integração entre os indivíduos. O vazio que antes era uma barreira física se torna um espaço de integração e convívio (Figura 110). Entretanto conectar as pessoas as ruas não é uma tarefa fácil. É preciso elaborar diretrizes para diversidade de usos, fachadas ativas, vitalidade urbana, escala humana, iluminação, fomento da economia local, identidade local, áreas verdes, e participação social. Todas estas propostas precisam estar inseridas e alinhadas dentro do projeto tendo como priori a circulação dos pedestre, e a melhora na qualidade de vida.
Conexão Macro:
Figura 109: Diagramas de conecxão Macro Fonte: Produzido pelo próprio autor/ Data: 15/11/2019
Conexão Micro:
Figura 110: Diagramas de conecxão Micro Fonte: Produzido pelo próprio autor/ Data: 15/11/2019
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PROGRAMA DE NECESSIDADES- SETOR 1 O setor 1 foi dividido em comércio e serviço por estar próximo ao ponto de parada do VLT. Trazendo grandes flucxos de pessoas, para um calçadão comercial com lojas, e espaços abertos á atividades ao ar livre. A sensação de pertencimento e atratividade são benéficas para a movimentação da economia local. (Figura 111)
Figura 111: Programa de Necessidades Setor 1 Fonte: Produzido pelo própio autor Data: 08/11/2019
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PROGRAMA DE NECESSIDADES- SETOR 2 A área de lazer e alimentação foi colocada estrategicamente no meio do programa de forma que as docas de carga e descarga não interferissem na circulação entre público e privado. (Figura 112)
Figura 112: Programa de Necessidades Setor 2 Fonte: Produzido pelo própio autor Data: 08/11/2019
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PROGRAMA DE NECESSIDADES- SETOR 3 O setor 3 de cultura e educação necessitava de uma área mais afastada do barulho, onde a natureza estivesse presente. Por isso ele foi instalado próximo a vegetação do Instituto Agronômico, com acessos por jardins e espaços abertos promovendo a integração visual. (Figura 113)
Figura 113: Programa de Necessidades Setor 3 Fonte: Produzido pelo própio autor Data: 08/11/2019
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FLUXOGRAMA- TÉRREO: O Térreo tem o intuíto de ter a circulação livre, facilitando a passagem acessível de um bairro ao outro.
Figura 114: Fluxograma Térreo Fonte: Produzido pelo própio autor Data: 15/11/2019
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FLUXOGRAMA- 1 PAV
Acessível por escadas, rampas e elevadores, com acesso a cobertura.
Figura 115: Flucxograma 1 Pav Fonte: Produzido pelo própio autor Data: 15/11/2019
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5.1 EXPLICAÇÃO DO PROJETO:
Os parques urbanos são espécies de “pulmões” dentro das cidades responsáveis pelas trocas de stress, poluição e agitação do dia-a-dia por lazer, cultura, educação, esporte e descanso. Proporcionando melhor qualidade de vida aos citadinos. Pensando nisso o Parque Elevado contribuirá na circulação por entre os bairros em diferentes níveis através de rampas acessíveis, pontes de transposição e pisos caminháveis. O primeiro pavimento além de ser um nível com usos mistos, protege o térreo contra intempéries naturais permitindo a melhor circulação dos pedestres entre os espaços de convívio e os edifícios atrativos. Como exemplo, destes edifícios temos atividades que chamam atenção próximas aos pontos de parada do VLT, o edifício de ginástica em conjunto com a academia ao ar livre trazem a sensação de pertencimento á população flutuante no local, elas passam e não se sentem excluídas. O calçadão comercial traz a segurança implícita aos olhos da cidade conforme o conceito de Jane Jacobs ,e o espaço para obras de artistas de rua refletem o senso sociocultural de uma integração de classes no meio público. As técnicas construtivas baseiam-se em um gride estrutural metálico que traz a sensação leve de um “jardim suspenso”. Visto que a cobertura verde do primeiro pavimento também é acessível e possui espaços de convívio com jardins, terraços, horta comunitária e piso para circulação. Já as lajes são protendidas justamente para vencerem grandes vãos. As paredes de fechamento em conjunto com os brises e as grandes esquadrias trabalham para o melhor aproveitamento passivo da ventilação e iluminação natural dentro do ambiente. Em detrimento a proposta de maior verticalização ocorrerá espontaneamente o adensamento da área, os bairros se tornarão mais compactos, e ocorrerá a valorização do entorno, tornando o Parque Elevado um eixo de circulação e possível ponto turístico. O Parque Elevado foi planejado para atender crianças, jovens, adultos, idosos, e pessoas portadoras de deficiência. Ele está dividido em três setores conforme a Figura 116.
Figura 116: Vista aérea do Parque Elevado Fonte: Produzido pelo própio autor Data:15/11/2019
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5.1.1 PARQUE ELEVADO: Porque um parque elevado?
A primeira resposta se dá ao fomento ao meio de transporte, que aliado as iniciativas dos corredores verdes, ao parque linear e os bairros planejados podem ser uma boa solução para o excesso de carros na rua. Por isso o parque linear serve para homogeneizar a distribuição dos ventos na cidade evitando as ilhas de calor, priorizando o pedestre e as bicicletas. Além do mais os corredores verdes nas grandes avenidas incentivam que os cidadãos não saiam de carro, deixando as vias públicas livres de trânsito. O incentivo ao transporte alternativo com o uso do VLT ajuda nos problemas decorrentes a emissões de gases poluentes. Resolvendo um problema macro de conectividade na cidade, o próximo passo é o problema de conectividade micro entre bairros. Então, surge o projeto do Parque Elevado, que se ocupa do vazio, eliminado a barreira física e a tornando livre para circulação pública das pessoas. A atratividade em meio a espaços e usos misto trazem vida ao elevado e suas vantagens são inúmeras: Verões mais amenos graças as árvores e gramas melhoram a ventilação do local e contribuem para a diminuição de enchentes. O ar se torna mais puro, a vegetação funciona como um filtro da poluição, e ajuda na saúde principalmente das crianças e idosos. O convite a atividade física e a pratica regular melhora a disposição das pessoas, diminuindo o nível de stress (Figura 117).
Figura 117: Diagrama Parque Elevado Fonte: Produzido pelo próprio autor Data: 15/11/ 2019
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5.1.2 ADENSSAMENTO:
O adensamento é fundamental estar aliado ao planejamento urbano para se tornar a engrenagem perfeita entre a compactação das cidades e a verticalização dos prédios. No plano urbano deve conter: Espaços de multiuso criativos, para diminuir a necessidade de grandes deslocamentos. Tudo estando no mesmo bairro torna a cidade mais compacta, pois a moradia, o comercio, os postos de saúde, os lugares de esporte e lazer, creches e escolas estando próximas umas das outras facilitando o deslocamento das pessoas. Sem a necessidade de trânsitos caóticos, geradores de poluição e stress. Adensamento sustentável prevê políticas habitacionais no centro. Justamente por isso, que na proposta de lei de uso e ocupação do solo a verticalização dos prédios na área foi aumentada para no máximo quatro pavimentos. A valorização da área sendo espontanea automaticmaente verticalizará seu entorno criando a chamada especulação imobiliária. E como prevenção para não expulsar a maioria dos moradores está previsto a exigência por parte do governo de Campinas, que as novas construções na região sejam ocupadas por pelo menos 10% da população já existente. O descumprimento a regra levará a multas ao proprietário do imóvel, mas por outro lado o cumprimento da exigência fará com que o mesmo tenha abatimento no pagamento de impostos, como o IPTU(Figura 118).
Figura 118: Diagrama Adenssamento Fonte: Produzido pelo próprio autor Data: 15/11/ 2019
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5.1.3 SETORES: Os setores foram pensados em como integrar pessoas em diferentes espaços, de forma confortável para garantir a permanência, e que fossem atrativos para diminuir a ociosidade e proporcionar segurança. Desta maneira cada espaço interno ou externo era uma ferramenta não excludente á classes, reafirmando o propósito de um lugar público e livre para circulação. O programa de necessidades desmembrou em três setores: o setor 1 de comercio e serviço, o setor 2 com lazer e alimentação, e o setor 3 de cultura e educação. Onde ambos precisavam ter unidade com o piso, para garantir a integração e orientação no parque. As cores também obedecem o mesmo princípios de que menos elementos criam menos barreiras visuais e isso amplia o espaço. Já o paisagismo junto ao mobiliário trabalham em harmonia para reviver o ambiente. O setor 1 foi dividido em comércio e serviço por estar próximo ao ponto de parada do VLT. Trazendo grandes flucxos de pessoas, para um calçadão comercial com lojas, e espaços abertos á atividades ao ar livre. A sensação de pertencimento e atratividade são benéficas para a movimentação da economia local. O Setor 2 dividido entre área de lazer e alimentação foi colocado estrategicamente no meio do programa de forma que as docas de carga e descarga não interferissem na circulação entre público e privado. O setor 3 de cultura e educação necessitava de uma área mais afastada do barulho, onde a natureza estivesse presente. Por isso ele foi instalado próximo a vegetação do Instituto Agronômico, com acessos por jardins e espaços abertos que promovem a integração visual (Figura 119).
Figura 119: Diagrama Setores Fonte: Produzido pelo próprio autor Data: 15/11/ 2019
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5.1.4 ESTRUTURA:
A estrutura metálica possui vantagens que representam melhor as necessidades do projeto, por exemplo: A flexibilidade arquitetônica proporcionando maiores vãos e consequentemente um maior potencial de aproveitamento da área útil, com elementos mais esbeltos se comparados com o concreto. Sem contar que o metal é mais leve, e visualmente acaba dando a impressão de um jardim suspenso. Como tanto o primeiro pavimento quanto a cobertura contavam com jardins e árvores de pequenos portes com raízes não muito alongadas, foi preciso tomar o cuidado com a impermeabilização da cobertura para que não houvessem o contato direto com a água. O cronograma foi reduzido pelo fato da estrutura metálica ser fabricada fora do canteiro de obras, isto agilizou todo o processo da montagem. Além do mais, a fundação teve uma redução nas cargas diminuindo o impacto sobre o solo e contribuindo para o estudo do impacto de vizinhança. Todo o processo construtivo é milimetricamente calculado, graças ao produto ser industrializado com medidas rigorosas e maior controle de qualidade. Garante uma obra inteira toda racionalizada eliminando desperdícios e reduzindo grande parte dos improvisos, sem contar á organização do canteiro de obras que acaba sendo limpa sem a necessidade de grandes espaços para armazenamento. A obra com estrutura metálica é mais cara. Porém devido as inúmeras vantagens o preço se torna competitivo avaliando as opções existentes (Figura 120).
Figura 120: Diagrama Estrutura Fonte: Produzido pelo próprio autor Data: 15/11/ 2019
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5.2 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA:
A Classificação Bioclimática dos Municípios Brasileiros, conforme a Figura 121, prevê recomendações construtivas, para a zona 3, na localidade BCFI na cidade de Campinas. -Ventilação cruzada no verão onde o tamanho das janelas são de 15 a 25% do tamanho do piso. Permitindo melhores sensações térmicas através da desmitificação dos ambientes, e renovação do ar interno por ar externo. -O uso de paredes externas leves e refletoras a radiação solar: Tem como característica paredes de fechamento feitas com tijolos de reuso para agregar inércia ao componente. A escolha da pintura na cor branca para diminuir absorção dos raios solares. -Sombrear aberturas= A cobertura verde possui platibandas maiores que 1.20 e em outros espaços funcionam como varandas que ajudam a reduzir o calor dos cômodos mais próximos sombreando as aberturas. Além disso as paredes de vedação estão á 2.00 m em relação ao brise, permitindo assim, a livre circulação das pessoas, do ar e da iluminação. -Aquecimento solar no Inverno= A utilização de brises móveis, para ter o controle da entrada de luz. Além de fachadas envidraçadas na porção Leste, aproveitando o sol mais ameno da manhã. - Cobertura Verde= Serve como isolante térmico e acústico em dias muito quente. Evitando a utilização de ar-condicionado nos ambientes, combate a poluição e o efeito estufa, pois a vegetação pode absorver poluentes do ar. Além do mais retém a água da chuva, diminuindo as chances de enchentes. Além de todos estes benefícios, a cobertura do projeto também é circulável, permitindo seu uso e permanência.
Figura 121: Classificação Bioclimática dos Municípios Brasileiros Fonte: Software ZZBR Data: 06/ 11/2019
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A Figura 122 e 123 representam esquematicamente e de forma detalhada a ventilação e iluminação natural do projeto. Para o projeto ter uma boa ventilação as posições de portas e janelas tiveram papel fundamental, com aberturas predominantes na direção do vento Sudoeste. A ventilação cruzada resfria o ambiente, e o efeito Chaminé também melhora o conforto interno, o ar quente tende a subir e quando encontra uma abertura superior ele é expulsado do ambiente.
Figura 122: Diagramas volumétricos bioclimáticos Fonte: https:Produzido peloo próprio autor / Data: 06/11/ 2019
As questões que envolvem uma boa iluminação para a edificação ser energeticamente eficiente resumem-se em estratégias para reduzir ou substituir a iluminação artificial. No projeto foram adotados as seguintes estratégias: -Orientação do edifício no hemisfério sul voltado para o norte recebendo mais luz e ventilação. Já na fachada oeste por receber maior insolação obteve um brise móvel para controle da entrada de luz. -Outra coisa importante foram as esquadrias com no mínimo uma iluminação de 15% da área do ambiente e 8% para ventilação. Lembrando que as cores claras refletem mais que as cores escuras. Por isso a escolha da cor branco no edifício.
Figura 123: Detalhamento Esquemático Fonte: https:Produzido peloo próprio autor Data: 06/11/ 2019
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5.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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