Neuropsicologia explica
EDITORIAL
Boa leitura!
Abroestaediçãocomumaalegriamuitogrande.
Nos úl mos meses, vemos muitos acontecimentos importantes no IBEF Campinas, com palestras nacionais e internacionais, e profissionais de renome que só enriqueceram os debates entre nossos associados Levantamos temas importantes e diversos do cenário atual, envolvendo desde economia, finanças, tecnologia e direito até comportamento e mercado de trabalho. E as páginas a seguircontamsobrecadaumemmaisdetalhes.
Além disso, nosso Ins tuto foi responsável por arrecadar e entregar R$ 50 mil à FEAC em prol do projeto Mobiliza Campinas, que distribui cartões alimentação a famílias em situação de vulnerabilidade social no município Essa inicia va demonstrou que nossos associados são engajados e,maisdoqueisso,solidários.
Estou imensamente grato pela oportunidade de fazer partedissotudo.
Boaleitura!
ValdirAugusto deAssunção
Presidente do IBEF Campinas
EXPEDIENTE
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF Campinas) é uma entidade sem ns lucrativos, formada por pro ssionais de nanças que tem como objetivo o desenvolvimento pro ssional e social através do intercâmbio de informações. A entidade foi fundada no Rio de Janeiro em 1971. Em Campinas, o IBEF foi constituído em 1985. É uma entidade pública municipal (Lei nº 12 070 de 10/09/2004). No Brasil, o IBEF tem também entidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, SantaCatarina,RioGrandedoSuleDistritoFederal
DiretoriaExecutiva–Gestão2021-2023:
ValdirAugustodeAssunção–Presidente
PaulodeTarsoPereiraJunior–1ºVicePresidente
Elem Regina Sera m Martins –V.P de Administração eFinanças
Daniele Cristina Schettini V.P de Relações Institucionais
ArthurPintodeLemosNetto–V.P Jurídico
Mauricio Cardoso de Moraes – V.P. de Governança e IntegraçãocomCFO's
Antonio Wellington da Costa Lopes V P de Marketing eAçõesComerciais
OctávioTeixeiraBrilhanteUstra V.P.deComitêsTécnicos
ConselhoFiscal-Titulares:
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JesusA.FerreiraPessoa(Presidente)
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Adilson Martins Andrade Junior – V.P de Inovação e Tecnologia EdisonBochemi
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ConselhoConsultivo:
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Fernando AlvesPerches
JoséRobertoMorato
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CoordenaçãoComitêsdeEstudos:
Tributário:CesarAugustoLakiRedondo
GestãoFinanceira:DiogoMarosdeCarvalho G estão e G overnança de Sistemas de Informação: AndréMedeiros
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Controladoria:DiogoMarosdeCarvalho
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IBEF Mulher: Christianne Sauá Xavier e Gislaine Heitmann
IBEFAgro:AdilsonMartins
DiretoresAdjuntos:
AdmissãoeFrequência:Mauricio Amarelo
Agronegócio: AdilsonMartins
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DesenvolvimentoRegional:JoséCarlos Rodrigues Digital,InovaçãoeTecnologia:Ronaldo Fonseca
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RelacionamentocomCEO´s:RicardoBattaglia
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Redação: FabianaSchoqui eAndréaVargas
Ediçãoerevisão:FabianaSchoqui
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Heloise
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Os desafios da pós implementação do CPC-06
Jeferson Galaverna, gerente de auditoria da PwC Brasil, foi o convidado do IBEF Campinas para trazer aos associados esclarecimentos sobre os principais desafios da pós implementaçãodoCPC-06,anormadearrendamen torelacionadoaoIFRS-16queentrouemvigorem1º dejaneirode2019.Porserumadasnormascontábeis vigentes mais recentes, ainda gera muitas dúvidas sobrecomotratarcadasituação,especialmentepara renovaçõesealteraçõesdoscontratos.
Para Galaverna, adotar alguns controles e a vidades no dia a dia da empresa podem garan r que todos os aspectos estão sendo frequentemente analisados e considerados para a ngir o melhor resultadopossível.Demodogeral,deacordocomoCPC-06, o arrendatário deve reconhecer um a vo de direito de uso e um passivo de arrendamento correspondente para todos os arrendamentos, a menos que umadasduasisençõesdereconhecimentoemensuração sejam aplicadas: arrendamento de curto prazo ou de a vos de valores baixos. "Na prá ca, vemos uma inclusão de pra camente todos os contratos a par r do período de adoção do CPC", explica. O primeirodesafioéjustamenteiden ficarseexisteou
não um arrendamento, algo que no momento da implementação estava mais nebuloso e repleto de dúvidas, porém, agora, já é possível fazer uma avaliaçãomaiscriteriosa.
2. O cliente arrendatário tem o direito de obter substancialmente todos os bene cios provenientesdousodoa vo,duranteoperíododocontrato?
De maneira resumida, ele sugere três passos (ques onamentos) para saber se existe ou não um arrendamento:
1.Oqueestánocontratodearrendamentoéum a vo iden ficado ou não? "Por exemplo, um contrato de aluguel de um carro, que não necessariamentedizqualcarro,oudequeformaaqueleveículotemrelaçãocomaquelecontratoespecificamente, esse tende a ser um a vo não iden ficado", exemplifica. Outros exemplos são de espaços sicos, imóveis, máquinas e equipamentos.
3.Quemdeterminacomoecomquefimaquelea voseráu lizado? Caso seja o fornecedor não se trata de um arrendamento, e sim, uma prestação de serviço (como por exemplo nos contratos de armazenamento que incluem serviços de despacho). Já se o cliente (arrendatário) veracapacidadeeopoderdedefinir como e com que fim esse a vo vai ser usado, então ele tem um arrendamento "Muitas vezes,essadefiniçãode'comoecomquefim'é predeterminado nos contratos Para esses casos, vem um subitem na terceira pergunta que é: quem gerencia o a vo, ou quem proje touoa vo?Seéocliente,eletemumcontrato dearrendamento",complementa.
O especialista também reforçou que do ponto de vista do arrendador, a CPC-06 não causou grandes impactos, pois ele tem a definição do arrendamentofinanceiroouoperacional,oquedependerá seosriscosebene ciosdoa vocaberãoounãoao
– Jeferson Galaverna
“Na prática, vemos uma inclusão de praticamente todos os contratos a partir do período de adoção do CPC”CPC-06
arrendador Sendo classificado como arrendamentofinanceiroquandoessesriscossãotransferidoseoperacionalquandoissonãoacontece.
Pilares de avaliação
Na ocasião da adequação à norma, necessariamente os contratos passaram por três etapas: oscomponentesdocontrato,oprazoeastaxasde desconto. Agora, passados mais de 2 anos, alguns desses contratos estão em fase de renovação e esses três pilares con nuam sendo importantes seremavaliados.Galavernadestacouanecessidade de atenção aos detalhes para entender se esse novo contrato se encaixará nas regras de renovaçãooudemodificação.
Quando se tem uma reavaliação, contabilmenteopassivodearrendamentoéremensurado e o ajuste dessa remensuração é contabilizado contra o a vo do direito de uso. Então, quando se tem um contrato que precisa de reavaliação, é feito o ajuste a vo e passivo. Já no caso de uma modificação, trata-se de um novo arrendamento porseusprazosecaracterís casespecíficas.
Sãocasosdereavaliaçãodecontratoquando:
· Há uma alteração nos prazos de um arrendamento, os pagamentos devem ser revisados u lizando uma taxa de desconto revisada, ou seja, uma taxa de juros implícita no arrendamento durante o prazo remanescen te do contrato, caso essa possa ser determinada. Caso contrário, deve ser usada uma taxa de emprés mo incremental na data da reavaliação.
·Hápreçodeexercíciodeumaopçãodecompra. Então quando ocorrer um evento, ou uma alteração significa va nas circunstânci-
as, que esteja sobre o controle do arrendatário e se isso causar um impacto ou es ver certo de que exercerá o poder de compra, reflete-se os pagamentos revisados u lizando uma taxa de descon to revisada (conforme a situação de taxa já citada acima).
· Existem montantes esperados a serem pagos do valorresidualgaran do.Nessecaso,areavaliação acontece quando houver uma alteração no valor queseesperaquesejapago.Deveseraplicadono pagamento residual revisado a taxa de desconto inalterada. No fluxo dos pagamentos para determinação do valor presente do a vo de direito de usoepassivodearrendamentoéu lizadoopagamento residual revisado. Exemplo: o valor a ser pago era 10 e subiu para 15, esses 15 devem ser incluídos no novo fluxo, mantendo a mesma taxa dedesconto.
· Há pagamentos variáveis dependentes de índicesoutaxas.Essaéumasituaçãobastantecomum em contratos que são vinculados ao IGPM, IPCA e outros índices. Aqui reflete se os pagamentos revisados com base nos novos fluxos de caixa. A par r da data que entraram em vigor, pelo prazo restante, u lizando a mesma taxa de desconto. Exemplo: o contrato determina que a par r de maiode2021oarrendamentoque nhaovalorde 100passaaser120porcontadavariaçãodoIPCA. Ou seja, o valor do IPCA gerou aumento de 20 no valor da parcela. Esse valor deve ser incluso no fluxodepagamento,apar rdadataqueentraem vigor, pelo tempo restante. E é descontado a valor presente,mantendoamesmataxa.
Galavernaresumiuqueareavaliaçãobasicamente registra a vo contra passivo, dadas as par cularidades detaxasemomentosquedevemserconsiderados.
Modificações de arrendamento
Para ser classificado como uma modificação do arrendamentoéprecisoavaliarseamudançaemques tão altera o escopo do contrato. Se não mudar, pode ser considerada uma remensuração do passivo (a vo contra passivo), considerando a taxa de juros em vista dosaldoremanescenteouataxadedescontorevisada. Caso o escopo tenha sido alterado, como o arrendamento de uma área maior do que a inicialmente con tratada, por exemplo, há uma modificação do arrendamentoedeveserseguidadeoutraanálise:seessaalteração é comparada com preço individual para fins de
Fot: Felix Mittermeieraumento."Seanovaáreaforodobrodotamanhoeo preçotambém,entãoconsidera-sequeécomparada com preço individual, o que caracteriza um contrato de arrendamento separado. Mas se a área for o dobro e o novo valor não for diretamente proporcional,elenãoécomparável,nãosecaracterizandouma modificação do contrato, e sim, uma reavaliação, quando deve ser feita a remensuração do passivo de arrendamento e ajuste do direito de uso", esclarece Galaverna.
Em uma situação em que a alteração contratual de arrendamento muda o escopo, de forma a reduzilo, deve-se considerar diretamente a remensuração do passivo e redução do valor do a vo de direito de uso,tendoumapartecomoganhoouperdanoresultado(tambémsecaracterizacomoumareavaliaçãoe não uma modificação). "Essa é uma etapa também bastante sensível: conseguir iden ficar dentro do contrato se é uma modificação ou uma reavaliação, pois contabilmente pode gerar um impacto importante, principalmente considerando prazos e taxas dejurosededesconto",destaca.
"Essa é uma etapa também bastante sensível: conseguir identificar dentro do contrato se é uma modificação ou uma reavaliação, pois contabilmente pode gerar um impacto importante, principalmente considerando prazos e taxas de juros e de desconto" –Jeferson Galaverna
Do ponto de vista do arrendador
Considera-se um arrendamento separado se o escopoaumentar,somando-seaodireitodeusarmais a vos subjacentes, ou se houver uma alteração na contraprestação de arrendamento - preço individual para aumento (mais os ajustes adequados), caso con trário,éumajustedoarrendamentoexistente.
● Arrendamento operacional - Mensurar o valor contábil do a vo subjacente como inves mento líquido do arrendamento original antesdamodificaçãoecontabilizarcomonovo arrendamentonadatadamodificação.
● Arrendamento financeiro - ContabilizaçãodamodificaçãodeacordocomoIFRS9.
E considera qualquer recebimento de arrendamento antecipado ou acumulado, referentes ao contratooriginal,comopartedosrecebimentosdo arrendamento do novo arrendamento. "Do ponto de vista de reavaliação e modificação, o que precisamos ficar atentos é sobre verificar em todas as alterações contratuais o que está por trás. Se é o caso de uma reavaliação e faz-se um reajuste de a vos de direito de uso e de passivo de arrendamento,ounumasituaçãodemodificaçãodoarrendamento, em que se registra um novo a vo, com uma nova taxa de desconto, nova vida ú l, de acordo com o prazo do contrato", esclarece Gala verna.
Atualizações sobre concessões de aluguel devido à covid-19
Em maio de 2020, o Interna onal Accoun ng Standards Board (IASB - Conselho Internacional de Princípios de Contabilidade) emi u uma alteração ao IFRS 16 considerando as concessões de aluguel rela vas à covid-19, em que oferecia aos arrenda tários uma isenção opcional da avaliação a respeitodeumaconcessãodealuguelrela vaaosimpactos da covid serem ou não uma modificação de arrendamento.
Galavernaexplicouqueasempresasquereceberam alguma concessão de aluguel, que repassem sua condição para averiguar se essa isenção (opcional) pode trazer bene cios dentro dos aspectoscontábeis.
Emlinhasgerais,concessõesdealuguelpodem assumir várias formas como interrupção de pagamento,reembolsodecaixaoudiferimentodospagamentosdearrendamento.Eparasabercomolançar cadaumadelas,oIASBemi uorientações:
A - Quando o pagamento de arrendamentos revisados são substancialmente os mesmos ou inferiores aos pagamentos do arrendamento imediatamente anterior à alteração. Nesse caso, não é esperado que as concessões de aluguel aumentem os pagamentos totais de arrendamento.
B - Afetem somente pagamentos devidos originalmente até 30 de junho de 2021. Concessões dealuguelapósessadatanãosequalificam.
C - Que não tenha mudanças significa vas em outros termos e condições do arrendamento (para outras mudanças relevantes, aplicar a orientação do IRFS 16 para modificação de arrendamentos).
Quandoocorremasconcessõesdealugueldevidoàcovid-19,asen dadesdevemdivulgarque estão aplicando o expediente prá co e a natureza dos contratos, o valor reconhecido na demonstraçãodoresultadorelacionadoaestas condições e os impactos materiais. Tendo cumprido esses requisitos, o expediente prá co permite contabilizar como se não fosse uma modificação de arrendamento, ou seja, pode ser contabilizado diretamente no resultado ou daseguinteforma:quandoaconcessãoassume a forma de redução dos pagamentos requeridospeloarrendamento,semmudançanoescopo ou em outros termos, o arrendatário contabilizaráumareduçãonospagamentosdoarrendamentocomo pagamentos variáveisdearrendamento (que não dependem de um índice) e fará um ajuste correspondente no passivo de arrendamento.
Atendido os itens acima, quando houve uma redução de pagamento, ou diferimento, dentro da data de emissão do expediente prá co (até 30 de junhode2021)podeserlançadocomoresultadoo valor que não for pago do passivo (parcelas) de arrendamento.
No caso de uma redução dos pagamentos de arrendamento, os mesmos podem ser lançados
diretamentenoresultado.Nãoénecessárioconsiderar umareavaliaçãodearrendamento.
Nas situações de diferimento de pagamentos, ou seja, quando essa concessão assume forma de mudança nos valores de pagamento, reduzindo em determinado período, mas proporcionalmente aumentando em outro, ela não ex ngue o passivo, nem altera as contraprestações (somente o cronograma). Nessa situação, o arrendatário con nua reconhecendo os juros sobre o passivo de arrendamento e passa a reduzir o passivo para refle r os pagamentos feitos ao arrendador.
Os arrendatários devem calcular o valor presente dos pagamentos de arrendamento futuro u lizando a taxadedescontooriginal.Adiferençaentreovalorcon tábil do passivo de arrendamento e o novo valor presente deve ser tratada como um ajuste cumula vo de atualizaçãonoresultado.
Então, na situação que ocorre o diferimento dos pagamentos,deveserrecalculadoovalorpresentedos pagamentos de arrendamento u lizando a taxa de desconto original e a diferença do valor original, para esse novo valor presente, pode ser contabilizado no resultado. Jeferson Galaverna alerta para o impacto que as duas situações que esses bene cios das concessõesdealugueldevidoacovid-19causamnoresultado.
Desafios de monitoramento dos contratos
Após detalhar as situações mais passíveis de dúvidas,ogerentedaPwCdestacouosdesafiosqueasempresas têm para se manter atentas aos contratos constantemente. A criação de processos e controles que captam alterações nos contratos, a melhoria da comunicação entre as áreas que solicitam o contrato, a área contábil e financeira, toda essa integração e ciência sobre os impactos no resultado devem ser alvo de atenção dos execu vos.
Outros desafios dizem respeito ao monitoramento constantesobreasoperações,aavaliaçãotécnicasobreos requisitos apresentados na norma, promover revisões e reavaliaçõessedeterminadocontratoédearrendamento ou poderia ser de prestação de serviço, por exemplo. Neste ponto, ele também destacou como desafio externo a quan dade de mudanças nas normas, nos formatos dos contratosenasatualizaçõestécnicas.
Galaverna encerrou a apresentação relembrando que os a vos de direito de uso decorrentes do IFRS 16 tambémdevemfazerpartedaavaliaçãodeimpairmentda empresa.
"Essa é uma etapa também bastante sensível: conseguir identificar dentro do contrato se é uma modificação ou uma reavaliação, pois contabilmente pode gerar um impacto importante, principalmente considerando prazos e taxas de juros e de desconto" – Jeferson Galaverna
Você tem uma liderança colaborativa?
IBEF MULHERNa manhã de 16 de julho o IBEF CampinasrecebeuaconvidadaMônicaSilveira para a palestra online “Liderança colabora va: performance e felicidade”, com condução da coordenadora do IBEF Mulher, Chris anne SauáXavier.
Psicóloga com especialização em Gestalt terapia e MBA em RH, Mônica, que tem mais de 30 anos de experiência em gestão estratégica de RH, iniciou dizendo que é preciso olhar para o contexto e entender porque é tão importante a liderança colabora vaeinclusiva.“Tambémprecisamosolharpara os relacionamentos interpessoais, que é onde acon tece a gestão colabora va e porque muitas vezes ela nãofluicomodeveria”,disse.
No mundo atual as coisas estão acontecendo muito rapidamente e ao mesmo tempo, por isso estar conectado com pessoas é tão importante. A psicóloga mencionou o caso da pandemia, com muitaspessoasestudando,interagindoetrabalhandode forma colabora va para se chegar às melhores soluções para eliminar o vírus. “As pessoas estão se jun tando para conseguir trabalhar dentro desse contex-
“Através desse relacionamento mais forte, mais contínuo, mais saudável, onde a pessoa se sente segura para ser quem ela é, é que surgem as boas ideias, a criatividade, as inovações”
toatual.Agentevemcomumacomplexidadedeproblemasmaioresenãodáprasairsozinhodessa,precisamostrabalharemconjunto”,orientou.“Aliderança colabora va vai muito além de quem eu sou e meu cargo na empresa, tem a ver com minha visão de mundo e qual minha contribuição para as futuras gerações”,completou.
A junção entre performance e felicidade se dá, de acordo com Mônica, quando as pessoas conseguem ser contribu vas, quando são reconhecidas e veem que estão fazendo a diferença para as pessoas. E nesse momento ela apresentou as competências queosnegóciosestãopriorizando: habilidades digitais gestão de projetos mais ágeis análise crí ca e tomada de decisão liderança e gestão de pessoas adaptabilidade e aprendizagem con nua relacionamento interpessoal e empa a
Segundo a psicóloga, este úl mo item é fundamentalparaseconseguirumaliderançacolabora va, que é ouvir o outro, entender sua perspec va, com empa a. “Através desse relacionamento mais forte, maiscon nuo,maissaudável,ondeapessoasesente seguraparaserquemelaé,équesurgemasboasideias,acria vidade,asinovações”,declarou.
“A liderança colaborativa vai muito além de quem eu sou e meu cargo na empresa, tem a ver com minha visão de mundo e qual minha contribuição para as futuras gerações”
– Mônica Silveira
Barreiras para a colaboração
Mônica realizou uma a vidade com os par cipantes na qual ques onou o grau de colaboração entre as áreas nas empresas nas quais eles trabalha vam e pediu que respondessem se esse grau era baixo, médio ou alto. Como a maioria respondeu grau médio,apsicólogasolicitouqueexplanassemosmaiores obstáculos para uma colaboração maior entre as áreas.Surgiram fatorescomo falta de interação entre os departamentos, falta de confiança, problemas de comunicação, falta de tempo, medo de perder posição, entre outros. “Quando um gestor centraliza todas as decisões, ele está usando um mindset fixo, e
nessecaso o grupo não flui.Elequertero controle sobre tudo o que está acontecendo e isso não dá velocidade para o me e nem traz a questão da responsabilidade e autonomia que as pessoas esperam”, explicou. “O gestor tem que acreditar na responsabilidade com é ca, ou seja, dar autonomia ao funcionário e acreditar que ele fará a coisacerta”.
Mas porque as pessoas agem assim? Segundo Mônica, tem a ver com as crenças e valores de cada um, que acabam gerando mais ou menos colaboração.EChris annecomplementoucitando aimportânciadolídernagestão,noquanto'como' elefazou'oque'elefazpodeinfluenciarnotodo.
Mônica frisou que é necessário desconstruir crenças que limitam as pessoas, encorajar comportamentos diferentes “Como desconstruo? Dando créditoparaasideias,mostrandoquemdeuaideia, aumentandoaconfiançadelas”,explicou
Níveis de consciência
Umpontomuitodiscu donapalestrafoisobre o quanto a cultura da organização influencia na maneira como as coisas são feitas, já que ela é o reflexodascrenças,dosvaloresecomportamentos dos fundadores, ou seja, a personalidade da en dade. E saber quais são os próprios valores e mo vaçõesfazdolíderalguémcapazdegerarcolabora-
“O gestor tem que acreditar na responsabilidade com ética, ou seja, dar autonomia ao funcionário e acreditar que ele fará a coisa certa” – Mônica SilveiraMonica Silveira
ção.“Aspessoastemquesesen rimportantes,ver que elas importam para mim, senão não consigo uma gestão colabora va. O desafio é colocar isso dentro da cultura, no dia a dia como líder”, frisou Mônica.
A psicóloga também trouxe os 7 níveis de consciência do modelo Barre (viabilidade, relacionamentos, desempenho, evolução, alinhamento, colaboração e contribuição) para mostrar que se pode ir muito além da colaboração interna, expandindo para colaboração com clientes e com a comunidade, em patamares mais avançados de cultura, isto é, a empresa impactando muito além do seu produto. “No úl mo nível (da contribuição/propósito) temos indicadores de performance da empresa não de quanto ela faturou ou quanto aumentou de marketshare, e sim, do que ela está fazendo em relação ao meio ambiente, à sociedade, em termos de governança”, declarou. “O momento atual está puxando para olharmos de uma forma mais integrada para o meio. As pessoas querem trabalharnumaempresaquefazadiferença”
E quando entrou no elemento humano, Mônica apontou o modelo das interações humanas de Schutz dividindo os comportamentos em inclusão, controle e abertura, mostrando que se o líder não der abertura e gerar confiança, as pessoas não trarão ideias e inovações. E também pontuou que o que todo mundo quer é se sen r importante, competente e querido. Mônica também trouxe para o debate a questão da maturidade da equipe após um ques onamento de uma par cipante. Segundo ela, é importante que o líder seja próximo dos seus liderados, que ouça e auxilie para que nas próximas execuções eles consigam caminhar com as próprias pernas e acelerar sua contribuição “Fazer esse papel de liderança é altamente evolu vo, a gente aprende o tempo todo, porque não somos perfeitos, é um aprendizado constante Tem que estudar, tem que treinar, tem que ter coaching”, contribuiu Chris anne
E foi proposto um desafio para cada um colocar quais crenças estavam atrapalhando para que as coisas fluíssem melhor junto à equipe. E os par cipantes trouxeram desde o (re)aprendizado, passando pelas diferentes gerações, até a aceitação dos erros como parte do processo, a vulnerabilidade e a rigidez no julgamento a si e ao outro, numa riqueza de conteúdo e troca.
A psicóloga apresentou, ainda, a leitura do livro “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown, discorrendo sobre o quanto é libertador ter a consciência de que não se é perfeito, não é preciso saber tudo e que isso não significa menos capacidade, mesmo sendo líder. E dividiu experiências próprias em que demonstrou sua vulnerabilidade .
E para finalizar, Mônica apontou dicas para que os líderes possam conquistar a liderança colabora va, com uma equipe engajada e contribu va. E fechou com a frase “Os líderes que servem inspiram, treinam e orientam o seu pessoal para que possam crescer, se desenvolver e se tornar tudo o que podem se tornar” (Richard Barre )
“Fazer esse papel de liderança é altamente evolutivo, a gente aprende o tempo todo, porque não somos perfeitos, é um aprendizado constante”
– Christianne Sauá
Palestra internacional: Gestão de Crise
GESTÃO DE CRISE
OIBEF Campinas surpreendeu mais uma vez com um evento exclusivo: a masterclassinternacional“Liderança durante a crise”, que aconteceu de forma online e comtraduçãosimultâneaem9dejunhocomoprofessorSteveGoldman,diretordoscursosdeGestão de Crises e Resiliência Empresarial do Ins tuto de Tecnologia de Massachuse s (EUA), mais conhecidopelasiglaMIT
Com foco na liderança e posicionamento em temposdecrise,Goldmanfoirecebidovirtualmen te pelo presidente do IBEF Campinas, Augusto de Assunção, que deu as boas-vindas ao palestrante americano.
Entre os temas abordados, o diretor do MIT discorreu sobre as expecta vas dos execu vos nesse momento de crise mundial, citou prá cas e casesdesucessodecomoatravessarumacriseese comunicar com seu público, usou exemplos reais e se posicionou sobre o papel da liderança durante a crisedeCovid-19.
“Uma crise é essencialmente um evento complexo e inesperado que gera instabilidade, danos, ameaça ou risco para a empresa e seu povo" (Tibbo, 2016 - “Leadership in the Eye of the Storm”)
Segundo ele, quando se trata de uma crise, não há outra opção a não ser par cipar dela e a forma como é tratada pode manter ou quebrar uma empresa. “A comunicação é geralmente a parte maisdi cildequalquercrise.Aprincipalexpecta va dos execu vos é que a organização esteja preparada para responder a ela. Eles não podem dizer: "Nós não esperávamos isso". Você deveria ter esperado. "Nós não estávamos preparados".
Liderança na ponta
De acordo com o especialista, o líder deve estar à frente fornecendo informações e sendo o foco durante toda a crise, com medidas apropriadas para resolvê-la. Para isso, ele mencionou a importância da equipe, da comunicação com todas as partes interessadas/afetadas e de saber lidar com o lado humano, ou seja, ajudar as pessoasduranteasituação.
“Devemos assegurar que as operações de negócios não afetadas con nuem, que haja recuperação com acompanhamento, reconstrução das pessoas e da empresa”, mencionou. Mas afinal, “o que as organizações devem procurar proteger?”, ques onou Goldman. “Suas pessoas, seus clien tes, sua marca/reputação, sua receita, a confiança dos acionistas e inves dores e sua sobrevivência”, respondeunasequência.
“O que as organizações devem procurar proteger? Suas pessoas, seus clientes, sua marca/reputação, sua receita, a confiança dos acionistas e investidores e sua sobrevivência”
A P&G e o terremoto
OprimeirocasecitadopelodiretordoMITfoi o da mul nacional Procter & Gamble (P&G) no terremoto na Turquia, em 1999. A empresa nha três fábricas em Istambul com centenas de pessoas empregadas e o terremoto que a ngiu a região matou cerca de 17 mil pessoas, deixando aproximadamentemeiomilhãodesabrigadas.
“A P&G imediatamente tomou medidas para ajudar os funcionários: ofereceu abrigo garan do para eles, cônjuges e crianças; abriu seu refeitório, contra tou uma equipe para ajudar as pessoas a lidar com o emocionaleforneceusuprimentosparaajudarosfuncionários a reconstruir suas casas”, comentou Goldman, citando o ponto chave de aprendizagem do case em questão: “essas ações falaram alto aos funcionáriosdaP&G:'Vocêéaprioridade'".
E para mostrar o contraponto da situação, o professorapresentouoposicionamentodogovernoturco naocasião,quecaiuemdescréditocomfalsaspromessassobreserviçosmédicos,suprimentos,abrigo,comida, água e apoio. “Os cidadãos se sen ram traídos e sozinhoscomafaltadeliderançaturca”,frisou.
O segundo case trazido pelo professor Goldman foi sobre os ataques ciberné cos em 2019 no Brasil, mostrando matérias em vários veículos, inclusive internacionais,destacando a vulnerabilidadedo país e como ele estava sendo visto Nesse momento, ele apresentou fundamentos de gestão de crise, começando desde o que é até planos de con ngência e resiliência para esses momentos, com mes de liderança e papeis bem definidos, já que as operações normais das empresas não são adequadas e nem projetadas para gerenciar uma crise. O terceiro case foi o da empresa de serviços financeiros Cantor Fitz gerald, que teve 700 mortos na tragédia do World Trade Center, em 2001. Segundo o professor, duas metasforamcolocadasparaarecuperação:cuidarde mais de 700 famílias e lutar pela vida da corporação, já que a concorrência estava se aproveitando da situação “O sistema de dados de backup em Nova Jersey entrou em ação imediatamente: novos contratados, ex-funcionárioseescritóriosdeemergência Estavam prontos e disponíveis quando o mercado abriu, duas semanas depois. E a lição aprendida aqui é: com planejamento e resposta de crise adequada, a empresa podesobreviver”,apresentouGoldman.
“As operações normais das empresas não são projetadas para gerenciar uma crise. Elas devem concentrar os recursos na crise e estabelecer uma organização de gerenciamento”
A comunicação na crise
O palestrante sugeriu um fato simples para demonstrar como as ações podem ser (ou não) per cebidas de acordo com a forma de comunicá-las. Como exemplo, citou o ó mo trabalho técnico de umaequipeemumprojeto,masqueporalgummo vo não soube comunicá-lo posi vamente à mídia e aos clientes. “A pergunta é: qual será a percepção do seu projeto? Toda a operação será considerada um fracasso”,disse.
Segundo ele, deve haver um mecanismo para receber, processar e transferir informações comple tas,precisaseoportunasnomomentodecrise:
Cer ficar-se de que sejam no ficados e man dos atualizados aqueles que precisam saber da crise; Manter o público chave informado de forma rápida e precisa;
Fornecer informações e instruções de emergência; Responder rapidamente a rumores, más no cias, mudanças;
Usar toda a tecnologia disponível; Proteger os a vos intangíveis da organização
Econ nuandocomoscasesquetantointeressaram a todos, Goldman trouxe um de estudantes que estavam em um passeio por um Museu de Belas Artes e disseram ser ví mas de comentários raciais por funcionários e clientes. A resposta do local foi um pedido de desculpas imediato que dizia "Isso não é quem nós somos”, com apuração internadesomevídeo,proibiçãodosclientesiden ficadosetreinamentodesensibilidaderacial.
Na sequência, ele mostrou um outro fato que seguiu com a resposta na direção oposta: explosões de gás e incêndios em 80 casas, com 30 mil evacuados, um morto e US$ 1 bilhão em indenizações. E a resposta da empresa de gás ficou por conta apenas de um pedido de desculpas do presidente “pelo inconveniente”, sem nenhuma explicação do que ocorreu, numa tenta va de tornar pequenoumproblematãogrande.
SteveGoldmanfoigen laodividircomosconvidados algumasliçõesqueaprendeunalinhadefrente:
· Uma crise "vende" - seu pior dia é o melhor dia da mídia, pois ela tem um trabalho a fazer e vai fazer;
· Gravidadedacrisexinteressedamídia;
· Vocêéaví ma,ocriminosoouofacilitador?;
· Twi er, Facebook, YouTube: qualquer um é repórter,portanto,respostaimediata;
· Tenha porta-vozes e um fluxo de informações. Se você não fornecer informações sobre o seu evento,outrapessoaofará.
Na sequência de sua explanação, Goldman propôs aos convidados mais um case, desta vez sobre um voo da United Airlines em 2017, quando um passageiro médico foi re rado à força pela políciaapósserecusarasairparadarlugarafuncionários da companhia. Ele alegou que nha pacien tes para atender na manhã seguinte e os agentes o arrastaram pelo corredor, tendo ferimentos. Um diretor da companhia elogiou a ação da equipe do avião e cri cou o passageiro. “O incidente foi capturado em câmeras de smartphones e postado nas redes sociais, provocando uma reação pública furiosa”, apontou o professor Após, o diretor emi u uma segunda declaração chamando o que aconteceu de "evento verdadeiramente horrível" e aceitando"totalresponsabilidade"pelosfatos.Mesmo assim,oconselhodeadministraçãodaUniteddecidiu que o diretor não se tornaria seu presidente e que sua remuneração execu va estaria ligada à sa sfação dos clientes. “Após este incidente, as queixas de passageiros aumentaram 70%”, contou Goldman.
E para encerrar sua apresentação,o professor do MIT falou sobre a liderança durante a pandemia de covid-19 e apontou algumas diferenças entre líderes “normais” e de crise, apontando princípios orientadores, atributos de grandes líderes e prá cas que, mais uma vez, esbarram na questão da comunicação. Para isso, citou Elizabeth Axelrod, em I CEO: Strategic Lessons from the Leader Who Built an Empire: “Uma liderança eficaz ainda é em grande parte uma questão de comunicação. Um líder eficaz pensa no que diz, elaborando cuidadosamentecadapronunciamentodequalquersignificado. A liderança eficaz depende de uma comunicaçãoeficaz”.
Processo seletivo em tempos de pandemia
RELAÇÕES HUMANAS
Reúna a instabilidade emocional de viver há mais de um ano em distanciamento social com uma alta concorrência de profissionais qualificados dispensados devido à crise ou atraídos por mercados em ascensão como tecnologia, agronegócio e varejo eletrônico Acrescente a urgência por uma vaga de emprego e as limitações de interação de uma entrevista online. Pronto, este é o cenário que os candidatos a processos sele vos estão vivendo em temposdepandemia.
Um me de especialistas em recrutamento e seleçãoseuniuaoIBEFCampinas,pormeiodoIBEF Jovem, para tratar dessas mudanças e dar dicas de comosedestacarnassele vaseaumentaraschances de sucesso. Stefano Dedini, do Grupo Michael Page, iniciou sua par cipação explicando o papel de um head hunter tanto para a empresa quanto paraocandidato."Oheadhunterécontratadopela empresa para encontrar o melhor perfil possível. Claro que tem um caráter consul vo, de mostrar qual é o momento de mercado, quais as possibilidades de perfis disponíveis, mas o head hunter é sempre uma extensão da vontade da empresa. O
"Queremos entrevistar pessoas que se interessem de maneira genuína e transparente"»
– Priscila Ribeiro
que elebusca é a necessidade do cliente dele,funcionando como um filtro", introduziu. Para ele, algumas posturas que parecem básicas podem realmente fazer a diferença no processo, como a var e manter o networking em movimento, estudar e se comunicar com os contatos sobre as áreas que são de interesse, par cipar de eventos, comentar temas nas redes sociais, se expor como umprodutoqueprecisasedestacarparaser"comprado".Efezumacomparaçãodocandidatocomo Ne lixeoSpo fy,quesãoserviçosquepodemser escolhidos mês a mês. "Você se compraria todo mês?",provocou.
Para Dedini, os profissionais devem estudar as empresas nas quais tem interesse em trabalhar e conhecer mais profundamente seus valores, desafios,missãoetambémseumercado,principais players, quais são as expecta vas, previsões e tendências.E apontou o LinkedIneo Googlecomo ferramentas fundamentais para isso. "Quanto maisvocêsconheceremomeioemqueestãoinseridos, mais fácil será iden ficar oportunidades de construir relacionamentos e de encontrar as vagas também",destacou.
Dicas valiosas
Dedinielencoualgumasdicasparaajudarospar cipantes que se encontravam em meio a um processo sele vo:
Stefano Dedini
ü
Entender o papel de cada entrevistador no processo sele vo de acordo com o cargo dele, dessa formaocandidatopodedirecionarmelhorsuacomunicação, valorizando os pontos de sua experiência quemaisirãointeressarparaaquelainterface.
ü Conhecer se e ter clareza sobre os próprios potenciais, valores inegociáveis, propósitos, metas, assim como a jornada, com erros, acertos e, acima detudo,aprendizados.
ü Preparar-se a respeito de suas conquistas, de projetos que tenha par cipado e que tenham aderênciacomavagaaserdisputada.
ü Olhar sempre as so e as hard skills (habilidades técnicasecomportamentais)aolongodesuacarreira, selecionando exemplos de comportamentos, adaptações,estudosecomosedesenvolveu.
ü Fazer uma autoanálise, tendo os porquês das mudanças de emprego na ponta da língua. Importante também rever o que gostava ou não de fazer e se preparar efe vamente para responder essas perguntas. Estudar a função, a vaga e contextualizar com sua experiência, promovendo a conexão entre o que é esperado e o que o candidato pode entregar deresultados.
ü
Demonstrar interesse genuíno. "Já entrevistei pessoas que transmi ram a impressão de que esta vam fazendo um favor por estarem na entrevista, que não estavam interessadas. Mostrar interesse, garra e vontade de transformar aquela relação em uma relação posi va de negócio é fundamental", reforçouDedini.
Apesardetodasasdicasdepreparo,oprofissional alertou para que os candidatos não exagerem em se vender: "Se esforçar para esse networking todos os dias,acharqueseuperfiléaderenteparatodasasvagas e que você consegue fazer tudo também não é bom. Saberquaissãosuascaracterís casepontosfortespara poder se vender é importante, mas sem exageros, pois perdecredibilidade",pontuou.
Somando experiências
AfaladeStefanofoireforçadaporPriscilaRibeiro, gerente de recrutamento e seleção na PwC, que trouxeparaodebateavisãodedentrodasempresas: "Queremosentrevistarpessoasqueseinteressemde maneiragenuínaetransparente".
JáJulianaPaivaMoran,damesmaáreanaPwC, trouxeaodebatealgunsbonshábitosdomundopresencial que também precisam ser pontos de atenção nas entrevistas online, como a pontualidade, ves r seadequadamenteeteratençãoparaoambienteao redor. "Uma pia cheia de louça ou uma desordem geral podem transmi r que a falta de organização é do profissional, o que para algumas vagas é inadmissível",alertou.
A especialista também orientou que o profissional escolha par cipar de processos de empresas que efe vamente admira, conhece, tem valores e propósitos parecidos, pois isso será fundamental para sua permanência, crescimento na carreira e felicidade. "Ao iden ficar essas empresas, inicie um relacionamento como cadastrar o currículo atualiza-
do, buscar informações nos meios de comunicação próprios, mas também busque conhecer as crí cas", sugere. Assim como Stefano, Juliana também reforçou a importância da presença a va no LinkedIn para aplicação de vagas e, também, paraconhecermaissobreasempresas.
"Quando a empresa é muito abordada pelo candidato, parece que é uma pessoa insistente, mas já vi pessoas que perguntaram quem seria o entrevistador para se conectarem a ele no LinkedIn, não para abordar, mas sim, conhecer mais sobre essa pessoa e sua visão da empresa", exemplificou Juliana. Ainda sobre a entrevista, ela sugeriu que o candidato pergunte o que é esperado dele, pois além de demonstrar interesse, serve como informação para que ele avalie se tem aderência à vaga. "Pergunte também, após a entrevis ta, quando se espera que tenha o retorno, pois essa transparência ajuda a gerenciar expecta vas”,declarou.
Neste quesito, Priscila Ribeiro pontuou quenem todas as informações de uma vaga estarão disponíveis nas primeiras etapas do processo, mas que o candidato deve perguntar mesmo que a resposta seja evasiva naquele primeiro momento, justamente para demonstrar proa vidade e interessegenuíno.
Julianafezumaressalvasobreoreceioquemuitaspessoastêmdeabordarvaloresderemuneração. Deacordocomela,noiníciodorecrutamentonormalmenteéperguntadoaocandidatoqualéopacotede salárioebene ciosqueelerecebeeseaempresader con nuidade, é subentendido que está disposta a pagarmais.Emumaprimeiraabordagemarespeito,o candidatopodeserhonestoeclaroaodizerascondiçõesqueofariammudardeemprego,porexemplo.É deinteressedeleedaempresanãoperdertempoem processosquenãosãocompa veiscomaremuneração.Porém,apropostaformalnormalmenteaconteceapósoprocesso.
Outro ponto destacado pelos profissionais diz respeito a se candidatar em mais de uma vaga na mesma empresa, muitas vezes em áreas totalmente dis ntas. "Se as competências dessas vagas forem muitodiferentesentresi,ficaclaroqueessecandidato está só preocupado com a vaga e não efe vamente comoquevaitrabalhar",destacouJuliana
Paraquemestáeminíciodecarreiraeaindanão sabemuitobememqueáreaatuar,agerentesugere buscar testes pela internet, conversar com profissionais,entendercomodesenharessatrajetóriaeaplicar paraumaáreaporvez Boasperguntaspodemajudar, como:“Oqueeugostotantodefazerquefariamesmo senãomedessemdinheiro?”Eaperguntaseguinteé
“o que eu faço bem que as pessoas me pagariam para fazer?”."Unindoasduasrespostasvocêconsegueencon trarumcaminho",completou.
UmpontodeatençãoabordadoporJulianafoiarespeito da pergunta tradicional sobre os mo vos que levaram o candidato a ser desligado do úl mo emprego. Segundoela,porpiorquetenhasidoaexperiência,ocandidato deve ter cuidado com a forma como vai falar da empresaanteriorparanãoparecerqueestáfalandomal.
Não fique parado
Um dos par cipantes enviou uma pergunta aos palestrantessobrecomosediferenciarjuntoaosrecrutadores e abordá los. Stefano Dedini reforçou a relevância emmanteronetworkinga vosempreenãosomenteno momentodabuscaporumarecolocação.Esugeriualguns caminhos,comoasindicaçõesentreconexõesemcomum no LinkedIn. Para mensagens diretas pelo LinkedIn, ele orientou para um contato personalizado, sem parecer spam, usando o nome do recrutador e sabendo exatamenteaempresaondeeleestá,alémdedemonstrarinteresseeconhecimentoarespeitodorecrutador.
Priscila Ribeiro"Quanto mais conhecerem o meio em que estão inseridos, mais fácil será identificar oportunidades de construir relacionamentos e de encontrar as vagas”
– Stefano Dedini
"Pensem em vocês, como consumidores, ligando para um lugar e falando com uma secretária eletrônica que te trata como 'mais um' O recrutador que percebe queocontatoérealmentepersonalizadoeúnico,écomo esseconsumidorsendobematendido",exemplificou
Juliana complementou a fala do head hunter comentando sobre outras formas de chamar atenção pelo LinkedIn, como publicar conteúdo sobre a área de atuaçãoeseconectarcomgestoresdeposiçõesalmejadas,mesmosemcontatodireto.Paraela,essesexecu vos terão mais chances de fazer indicações para vagas internasdasempresasdepois
Já Priscila chamou a atenção a respeito do uso de inteligênciaar ficialnosprocessossele vosdasgrandes empresasecomoocandidatoprecisaselembrarqueao se aplicar para determinada vaga, seu currículo deve conteraspalavras chaveaderentesàsexigênciasdaquelaposição,paraqueaferramentadeinteligênciaar ficial selecioneseucurrículonasetapasiniciais.
GiovanaCajueiro,consultoradecarreiraemediadora doevento,tambémdeufoconaimportânciadosconteúdosnasredessociaisparagerarautoridade,imprimirvisibilidadeesemanternoradardosrecrutadores.
Mais ao final, os especialistas foram convidados a dizerquaissãoasso skillsmaisvalorizadasnosprocessos atuais Priscilamencionouaquestãodaresiliênciaemconseguircon nuarprodu voestandoemcasa,emmeioaos demaispapéispessoaisquesemisturammaisdoquenunca Outra habilidade apontada por ela foi a flexibilidade, tolerânciaeresponsabilidadeparaaentrega.
Stefano complementou destacando a adaptabilidade,levandoemconsideraçãomudançasdetecnologia,de escopo e de vida E Juliana destacou a curiosidade como so skill, a respeito de ir buscar o conhecimento, o que podesermelhorado,oqueháalémparaserfeito EGiovanaaproveitouparaques onarosprofissionaissobreoque é proa vidade para cada um e como demonstrar isso dentrodeumprocessosele vo
Para Stefano, ter perfil proa vo é o profissional mostrar, independente do que es ver acontecendo ao redor, que tomará a responsabilidade de fazer tudo o que es ver ao seu alcance para conseguir entregar o que precisa. A a tude de querer fazer acontecercomtudooqueestádentrodasuaresponsabilidadeéserproa vo.
Ofatodepesquisarsobreaempresaeseumer cadoantesdeumaentrevistaéumaformadeproa vidade, de acordo com Priscila, pois isso pode enriquecerinclusiveaentrevistacomdúvidaseper guntas.JáJulianareforçouaposturadedaroprimeiro passo, fazer além do óbvio, trazer algo único, novassugestõesenãoesperarademanda.
A pergunta que encerrou a apresentação fala va sobre os cuidados que os candidatos têm que terquandoestãoemtransiçãodecarreira.Stefano sugeriu que busque conexões entre as a vidades que exerce e o que precisa ser realizado na área nova. E ir mudando de área em pequenos movimentosquelevematéoobje vofinal.
Alinhadas a essa perspec va, Priscilla e Juliana complementaramqueéprecisoavaliarquaissãoos mo vosquelevaramaquererfazeramudança,para não haver frustração e precisar recomeçar con nuamente E evitar buscar mudança somente por dinheiro,masprincipalmente,porpropósito.
Juliana ainda sugeriu que o candidato avalie os outros pilares da vida para saber se a mudança está acontecendoemummomentodeestabilidade,além do respeito ao empregador atual ser fundamental para demonstrar confiança Um exemplo dado por elafoiatransiçãodeconhecimentoeanegociaçãode prazodesaídaeentradanapróximaempresa.
Juliana Moran IBEF"Ao identificar as empresas, inicie um relacionamento com elas: cadastre o currículo atualizado, busque informações nos meios de comunicação próprios, mas também busque conhecer as críticas"
– Juliana Moran
Riscos no processo de transformação digital
Inevitável e cada vez mais acelerada, a transformaçãodigitaléumarealidadepara asempresasdetodososportes.Nãoaderir às inovações significa perder compe vidade, seja qual for o mercado de atuação. Mas como mensurar os riscos dessas transformações e reduzi-los? Quem respondeu a essa pergunta ao comitê de Governança de Sistemas de Informação do IBEF Campinas foi FernandoPalmeira,gerentedaPwCdeDigitalRiskSolu ons,em16dejunho.
Para contextualizar, Palmeira tornou bem amplo o conceito do que é a transformação digital, que para ele não significa, necessariamente, a aplicação de tecnologias inovadoras e disrup vas. "Pode ser considerada uma transformação, mudanças que aumentem a abrangência sistêmica, padronize processos de negócio, automa ze a vidades, estabilize as soluções sistêmicas, aprimore a segurança ou elimine a redundância de dados", exemplificou o consultor, que ainda apontou que muitas dessas mudançasacarretambene ciospalpáveisacurtoprazo.
Outros exemplos de transformação digital mais percep veis são a implantação de novos sistemas de gestão empresarial (ERPs); atualização de sistemas para versões mais modernas como, por exemplo, em nuvem; migração de dados por diversos mo vos (como no caso das aquisições e fusões); integrações sistêmicas; automa zaçãoerobo zação.
Os tipos de riscos
Mesmo vislumbrando bene cios imediatos oufuturos,cadatransformaçãotrazalgumdostrês posderiscoselencadosporFernandoPalmeira:
· RiscosdeNegócios-aquelesenvolvidosna não definição clara dos bene cios esperados ou no não a ngimento desses bene cios. Isso pode acontecer caso a estrutura do projeto não tenha sido bem-feita, se não exis r um plano de realização e até um mapeamen todosobje vosesperados.
"Pode ser considerada uma transformação, mudanças que aumentem a abrangência sistêmica, padronize processos de negócio, automatize atividades, estabilize as soluções sistêmicas, aprimore a segurança ou elimine a redundância de dados"
– Fernando Palmeira· Riscos de Projetos - ligados a coordenação dessa transformação, ou seja, no projeto em si, na governança, na pron dão funcional (se funcionará como deve, dentro do prazo), pron dão técnica (se a equipe interna será suficiente ou se precisará de especialistas externos),pron dãoorganizacional(setodas as áreas da empresa estão preparadas para os impactos da transformação, tanto tecnologicamente, quanto em termos de usabilidadepelaequipe).
DIGITAL· RiscosdeControles-dizemrespeitoàqualidade e integridade dos dados que serão migrados do ambiente atual para o novo ambiente. Algumas ferramentas que devem ser consideradas são relatórios e interfaces, ITGC (Controles Gerais de Tecnologia da Informação),segurançaecontrolesdenegócio (que precisarão ser revistos dentro do novoambientedigital).
Segundooespecialista,emgeral,osriscosde projetos e riscos de negócios recebem maior atenção pois estão ligados diretamente aos obje vos e bene cios da transformação Sendo assim, as equipes responsáveis costumam se antecipar a esses riscos por meio do próprio planejamento Porém, ele alerta para a importância dos riscos de controles, uma vez que aumentam significa vamente a possibilidadedefalhasemdadosecontroles chaves relevantes, deixando o ambiente pós transformação vulnerável do ponto de vista de controles internos e compliance. Nesse contexto, o mapeamento dessesriscosdevecomeçarbemnoiníciodoplanejamentoeseguiratédepoisdaimplementação.
Pilares de governança na transformação digital
Comoobje vodeiden ficarriscos,"pontos cegos",mapeareimplementarprocessosecontroles considerando a transformação, Palmeira considerouseispilaresquedevemserobservados:
1.Ciclo do desenvolvimento de sistemas (SDLC)
Aquideve seavaliarasetapasdeimplementaçãodosistemaparaobterasegurançadeque os controles referentes ao ciclo de vida de SDLC foram desenhados, avaliados e validados Principalmente controles sobre as a vidadesdecut over(parcelafinaldeumprojeto de implementação sistêmica) para suportar o go live (momento em que a nova solução passaafuncionar).
É preciso entender qual a metodologia de projeto envolvida, de maneira a iden ficar quais fases possuem mais ou menos riscos envolvidos e quais controles deveriam ser mapeados para o projeto (taiscomoUAT,cut over,businessblueprint,FDDs).
Osbene cios alémdocompliance queumagestão sobre o SDLC tem é apoiar também na efe vidade dos riscos de projeto e negócio, pois estabelece maneirasde"auditar"seospassosdeprojetocon versam entre si e se estão sendo adequadamente documentados
De acordo com Palmeira, esses controles podem avaliarse,doinícioatéofinaldoprocesso,asequipesdediferentesáreastêmumaunidadedecomunicaçãoeobje vos.
2.Preparação e conversão dos dados a serem migrados
Em um primeiro momento, pode se entender que estepilarestádentrodoanterior,porém,oespecialistareforçouqueosdadossãotãoimportanteseos riscos nessa área tão grandes, que considera rele vantemantercomoumpilaràparte.
Aqui deve ser avaliado o desenho dos controles sobre a integridade e precisão dos dados transferidos (seja de um sistema para outro, seja de dados offline para digitais). Palmeira sugeriu que sejam avaliadosquaisosprocedimentosdecontroleserão definidosparaasa vidadesdeextração,ouseja,se esses dados virão de arquivos an gos, se serão baseadosemanálisesdemercado,sevirãodearquivosimpressosecomomi garoserros.Depoisdisso, esses dados serão tratados para serem padronizadosaonovoformatoe,também,háoriscodeerros
A próxima etapa será a migração para o formato adequadoeumanovaextraçãodedados,paracon firmarquesãoequivalentesnonovosistema.
Neste pilar, os bene cios dessa organização são a padronização sobre os controles envolvidos na migração,queajudaaevitarretrabalho.
3.Segurançaeacessos
Será importante também avaliar o desenho dos controles de acesso no nível da solução e dainfraestruturaparaobteroconfortodeque oacessoserárestritoparausuáriosdenegócio e usuários de TI, de maneira apropriada e, também, que as tarefas conflitantes serão adequadamentesegregadas.
Isso é possível avaliando como a transformação pretende tratar acessos, em tempo de projeto. É importante validar as definições e regras para acessos privilegiados para o pós go-live.Aideianãoélimitar,esimorganizar "Aqui é fundamental lembrar de verificar comovaiocorreradefiniçãodosfuturosperfis de acesso, bem como da futura matriz de riscos de acessos crí cos e segregação de funções para o ambiente pós-transformação", ensinou Palmeira. É nesta etapa que devem ser consideradas a privacidade dos usuários e dos dados tratados, conforme a lei geral de proteção de dados. "U lizar-se de metodologia privacy by design desde a concepção do projetoseriaoideal",apontou.
4.Processosecontrolesdenegócios
Neste caso, ele sugere avaliar o desenho dos controles de negócios futuros para obter conforto de que os riscos nos processos,depontaaponta,sejamiden ficadose gerenciados adequadamente, ou seja, como as mudanças nas funções e controles de negócios estão sendo iden ficadas e avaliadas.
De acordo com o especialista, a melhor maneira de fazer isso é durante as fases de businessblueprinteUAT,ondeserãoavaliados como os novos processos (que serão impactados pela transformação digital) trabalharão os controles de negócios atualmente existentes ou se novos controles serãocriados.
5.ControlesgeraisdeTI
Nesteponto,sãoavaliadosdefatoosITGCs, quedizemrespeitoagestãodeacesso,ges tão de mudanças, manutenção do ambien te sistêmico e operações computadorizadas. "A ideia é, durante a transformação,
iden ficar se é possível ou não incluir os sistemasnovosnosexistentes Seoscontroles atuais suportam o que será foco da transformação ou não E, principalmente, se a nova tecnologiatrazcomplexidadesquenãoexis amnosistemaanteriorequepodemdemandarnovoscontroles",esclareceuoconsultor Palmeira reforçou um ponto de atenção para astransformaçõesenvolvendorobo zaçõese automa zações (como RPA), pois podem necessitar de controles específicos do ponto de vista de tecnologia, tanto para criação das automa zaçõesquantoparaeventuaismonitoramentos
6.DependênciasdeTI
Esteúl mopilartratadecontrolesinternosde negócio, a vidades e processos que dependem de TI Pode ser interface, relatórios cha ve, controles automa zados, controles por aplica vo, ou seja, tudo o que a área de TI forneceparanegócios
De forma semelhante às demais análises, Palmeira recomendou que essas avaliações sejam feitas nasfasesdebusinessblueprinteUAT,buscandomapear quais serão as novas dependências de TI e quais desdobramentosserãonecessáriosparaqueseman tenhamdisponíveiseseguras
Sendoosdoisprimeirospilaresligadosàpron dão da solução e os úl mos quatro referentes à pron dão da operação, é importante salientar que existemtransformaçõesdeproporçõesdis ntas,que podem variar desde uma implementação de um ERP novo ou apenas uma automa zação de processos e a vidades de determinada área Sendo assim, não
necessariamente,todaequalquertransformaçãodigital precisa ter aderência de todos os pilares Cabe a cada companhiaentendê los e avaliar quais são aplicáveis emcadacaso
Uma etapa de cada vez
Equandoessespilaresdevemserlevadosemconsideração dentro do processo? Fernando Palmeira orientou que uma vez definidos os pilares que serão u lizados, existem quatro momentos chave que devemserconsideradosnaabordagem,comointuito de antecipar questões e endereçá las da melhor maneira.
O primeiro deles é a preparação, ou seja, no momento inicial que a área de negócio está trazendo as necessidades ou avaliando qual o bene cio da transformação. Nesse momento, é indicado que os seis pilares sejam avaliados para saber qual deles se aplica.
A segunda etapa é a exploração, que acontece durante a criação dos business blueprints e das áreas de negócio, onde os controles para mi gar os riscos iden ficados na fase anterior serão mapeados. A intençãoésairdecadafasecomumarelaçãodospon tosdemelhoriaparaapróximaetapa.
Aterceiraéomomentoderealização,queaconteceduranteafasedetestesUATseenvolveaavaliação dos desenhos dos controles internos (nesse momen to ainda testados em ambiente de homologação) justamenteparajáteracapturainicialdecomofuncionarianoambientedeprodução.
Aquartaeúl mafasejáseriaodeploy,ourun,que deve ocorrer no cut over do projeto, podendo ser antes ou depois do go live (dependendo da demanda da equipe) e trata se do teste de pron dão para a execuçãodoscontroles(tambémchamadodedryrun) "O obje vo é fazer mesmo uma avaliação final para confirmar se o que foi mapeado e corrigido, já está prontopararodarnoambienteprodu vo",explicou
Por fim, os controles de negócio (ITGCs) que tenham sido alterados pela transformação passarão a ser avaliados pelo processo normal de auditoria interna da companhia no futuro Palmeira reforçou que essas são recomendações gerais e que cada empresa, deacordocomo podetransformaçãoqueestávivendo,deveavaliarseessasfasesfazemsen do.
AÇÃO SOCIAL
Mobilização contra a fome
IBEF apoia campanha para ajudar famílias carentes
Uma parceria importante e necessária foi firmada entre o IBEF Campinas e a Fundação FEAC no intuito de arrecadar doaçõesparaoprojetoMobilizaCampinas,quedistribuicartõesalimentaçãoafamíliasemsituaçãodevulnerabilidadesocialnomunicípio
Desde o início o IBEF se propôs a dobrar o valor do montante arrecadado junto aos associados e à comunidade. Como essa ajuda somou R$ 25 mil, o Ins tuto doou, portanto, R$ 50 mil em prol da FEAC Cada cartão dá direito a R$ 120,00 por mês, durante quatromeses,totalizandoR$480,00paracadafamília dentrodoprojeto
A vice presidente de Relações Ins tucionais do IBEF, Daniele Sche ni, entregou o valor nas mãos de Flávio Lopes, presidente da Fundação FEAC; Ruth Maria de Oliveira, coordenadora geral do Grupo Primavera; e JairResende,superintendentesocioeduca vodaFundaçãoFEAC
“Foi muito gra ficante poder contribuir para uma causatãoimportante Agradecemosatodosquenosajudaramalevantaressaquan atãosignifica vaequefará adiferençanavidadetantagente”,concluiuDaniele
Saúde mental e emocional
“A pandemia trouxe uma necessidade de mudança repentina e aí entra o momento das crises emocionais e mentais”
– Renata Rocha"Algumas pessoas se beneficiaram do trabalho remoto, assim como algumas crianças com muita timidez surpreenderam e se desenvolveram de uma maneira excepcional"»
– Ivan CapelattoAs úl mas décadas foram de mudanças revolucionárias,especialmentenaáreada comunicação e de como as pessoas se relacionameselocomovem Issograçasachegadadetecnologiascomoocelular,ainternet,osaplica vosetc.Mas porque,então,umapandemiacausoutantodesconfortoe desequilíbrioemocional?QuemrespondeufoiaDra.Rena ta Rocha, neuropsicóloga convidada para o evento online "Cuidando da saúde mental e emocional em tempos de crise", promovido pelo IBEF Campinas com apoio da Unimed Campinas em 11 de junho: "As mudanças levavam tempoparaacontecer,eramdeformagrada va, nhamos tempoparaacostumar se.Apandemiatrouxeumanecessidadedemudançarepen na,súbita,eaíentraomomento das crises emocionais e mentais”, explicou. “Do ponto de vista neuropsicológico, nosso cérebro teve que recomeçar, ques onartodaaformadefuncionarporqueaquelefuncionamentoan gonãoestavamaisdandocerto”.
As pessoas passaram a se relacionar muito mais com seus familiares em momentos inéditos, como os filhosnasaulasonline,anecessidadedetrabalhodospais dentro de casa, a divisão de tarefas domés cas e até a formadesealimentar Tudoissoaconteceuagravadospela ausênciademomentosdelazereintegraçãosocial,oqueé natural do ser humano desde o início das civilizações “É
comoseocérebrofuncionassecomumaprogramação, daqualaro nafaziaparteefoiabruptamentealterada Háumaáreanocérebroresponsávelporfunçõesexecu vas, que planeja, determina metas, toma decisões, organiza a ro na. Essa área está diretamente ligada ao controledasemoções.Comessamudançabrusca,ficou todomundoatrapalhado",simplificou
De acordo com a profissional, as dúvidas que surgiramsobrecomoseriadaquelemomentoemdiante e todos os medos e inseguranças geraram es mulos ao cérebro,quefazemcomqueelereajacomaproduçãode determinados hormônios, como a adrenalina e o cor sol, por exemplo, piorando o stress ou a tristeza e a melancolia.
E o porquê algumas pessoas conseguiram se adaptarmaisrapidamentequeoutraspodeserexplicadopelostraçosdepersonalidade Quantomaisrígidofor o traço de determinada pessoa, mais dificuldade de se adaptar e aceitar mudanças. Porém, Renata disse que mesmoassimépossívelmudaressasconexõescerebrais pormeiodeferramentas,comobuscarentenderossen mentoseseconectaraomomentopresente,aa vidadedaquelemomentoemsi.
"Quemfaziadezcoisasaomesmotemponopresencial,noonlinenãofuncionamais.Agoratemquefazer coisas que exigem mais concentração e seu rendimento nãoémaisomesmo.Apessoavaiterqueseligarmaisemocionalmenteàquiloqueestáfazendo",sugeriu.
E nessa reorganização cerebral é importante estaratentoaossinaisdequetalvezsejaomomentode pedirajuda.DeacordocomoDr.IvanCapela o,psicólogo e psicanalista, também par cipante do evento, uma formasimplesdeiden ficaréperceberseasa vidades simplesdodiaadiaestãogerandodesconfortoeangús a Searespostaforsim,éprecisobuscarajuda
Apesardosreflexosimediatamentenega vosda pandemia, seus impactos emocionais e sociais, Capela odestacouqueosresultadosnãosãounânimes. "Algumas pessoas se beneficiaram do trabalho remoto, assimcomoalgumascriançascommuita midezsurpreenderamesedesenvolveramdeumamaneiraexcepcional",exemplificou
Dopontodevistaemocional,opsicanalistaavaliou que a re rada do ambiente de integração social segregou a convivência com os amigos da escola e professores,masporoutroladointensificouocontatocom
Cérebro à frente
os pais, em novas configurações que não somente os momentosdelazer Essafaltadeconvíviosocialgerou um número alarmante de crianças de 3 a 5 anos com sintomasdepressivos Como explicar o aumento dos conflitos domés cos nesse período? Dr. Capela o pontuou que a afe vidade é controlada pela amígdala cerebral (responsável também por ansiedade, mo vação, medo e raiva). Por isso, o afeto é uma mistura dessas emoções posi vas de empa a e atração com as demais emoções do funcionamento amigdalar, como a raiva. Com isso, o cérebro reage ao medo de perder uma pessoa, seja por ciúmes, porque a pessoa está reagindo diferente pela mudança de convívio ou pelo medo que a doença trouxe “E com essa descarga, reagimos pela raiva. Isso porque o medo de perder é equilibrado à quan a de amor con da numarelaçãoafe va",explicou
Um exemplo usado por ele para explicar foi o damãequeperdeofilhonoshoppingeaoreencontrá lo,aoinvésdeacolher,abraçareestarfeliz,reage dandoumabronca,ouseja,pelomedodeperder
Saúde emocional
Deacordocomopsicanalista,asaúdeemocional é a capacidade que a pessoa pode ter, caso tenha vivido uma boa relação parental, uma boa vivência social, pois consegue controlar melhor os impulsosdocórtexfrontal,quereagemàsemoções.
"Quando existem histórias menos privilegiadas,depessoasquesofrerambullyingoupaisseparados, ou sem pais, ou com irmão, ou sem irmãos, há uma proteção a menos que as faz estar sempre nadefensiva Àsvezesalguémfazumabrincadeirae essa pessoa que viveu na defensiva imediatamente reage, pensando que é contra ela. Então a saúde emocional é o que a gente tem de acordo com a nossahistóriadevida",explicouCapela o.
Saúde mental
O psicoterapeuta explicou que a construção da saúde mental se inicia no primeiro ano de vida de um indivíduo, que é a época em que o desenvolvimento neurológico é o mais rápido de todaavida.
Nessa fase, ter ro nas bem estabelecidas, umarepe çãodehábitosedaspessoascomquemse relacionam,proporcionaparaacriançaqueelaentenda símbolos, nomes, vá percebendo as mudanças sicaseaisso chama sedesen mento deper nência."Éaautoes ma,asensaçãoquevaiserefle rnos anos seguintes, que reflete o es lo de vida, as escolhas. Chamamos isso de selfie, de eu íntegro. E essa pessoacomcertezatemsaúdemental",explicou.
Poroutrolado,criançasquenão veramessas ro nas tão estabelecidas no primeiro ano podem desenvolvertambémumasaúdementaldosegundo aoquintoano.Nessafase,éimportantequeascrianças tenham limites para aprenderem a lidar com as frustrações."Receberlimitesparasaberquesuafrus tração tem começo, meio e fim e nada mudou, isso ensina ao nosso cérebro que temos a capacidade de sofrerascoisaseresis r.Essasaúdementalédiferente de quem tem o selfie, mas ainda é uma boa saúde mental".
De acordo com ele, as crianças que não aceitamsefrustrar,quetêmtudooquepedem,nãosaberãolidarcomumarejeiçãonaadolescência,porexemplo,eaonãosaberemlidar,acabamsemachucando. "Hojetemosomaioríndicedesuicídiosdejovensno mundo,amaiorpartepornãosuportaremfrustração de algum po: ves bular, namoro, falta de um carro aos 18 anos Coisas que poderiam ser suportadas tendoessaestruturacerebralemental",alertou.
Asaúdementalesplêndidachama selucideze épresentenaspessoasqueconseguemsepercebere perceberaquiloqueestãovivendo,sereconhecer Éo sujeitoquetemacapacidadeinternadesen reassumirempa a(secolocarnolugardooutro),ter compaixão (entender o sen mento do outro) e é ca interna(conjuntodevalorespessoais).
"Quem não tem nenhuma frustração e nem uma história sélfica, às vezes se divide muito Vive internamenteemdúvidadoqueescolhereàsvezesse deixa levar pelas escolhas dos outros. Pessoas que mudam de opinião muito rápido, agem sem ter opiniãoprópria",exemplificouCapela o.
A saúde emocional é a capacidade de poder sen r e perceber essa dinâmica do afeto. A saúde mentaléacapacidadedepoderolharparaomundo comempa a,compaixãoevalorespessoais.
Medos e Angústias
Emtemposnormais,avidajáérepletademedoseàs vezeselessetransformamemalgomaior,comoaangús a. Esseestadodespertanosindivíduosanecessidadedeexpor seussen mentos.Porém,nemtodosestãoabertosafalare a ouvir e a essa caracterís ca que o Dr. Ivan Capela o atribuiuoaumentodousoderemédios,drogaseálcool,que veram seus índices de uso muito extrapolados desde o início da pandemia E, segundo ele, o número de pessoas viciadaspós pandemiadevesermuitorelevante.
"Vivemoscommedodesermostraídos,enganados, commedodaaparência,entretantosoutros.Oexcessode medo faz com que a nossa autoes ma seja baixa, aumen tandoosen mentodeautopiedade.Quandocomeçamosa sen rpenadenósmesmos,temosumdossinaisdedepressãoemelancolia",explicou Outraherançapóspandêmica destacada pelo psicoterapeuta é justamente a melancolia causada pela ausência do luto da pessoa perdida. "Com a faltadevelóriosdevidoàdoença,muitagentedevesofrerde melancoliaembreve”.
A orientação dos dois doutores foi que as pessoas estejam atentas aos próprios sen mentos e caso determinadasituaçãoro neiraestejadespertandoangús a,deve sebuscarajudaprofissional,sejaummédicoouumpsicólogo "Se antes era uma vergonha fazer um tratamento psiquiátrico ou psicológico, tomando ou não remédio, hoje é mo vodeorgulho,poissevocêfoibuscarajuda,ésinalde que você sente amor próprio O amor é aprendido Você aprendeaamarvocêeaosoutros",encerrouaDra.Renata.
Paracontribuircomesseautoconhecimento,Dr. Ivan sugeriu um exercício prá co: pegar papel e caneta e escrever os medos de hoje e os que já exis am antes da pandemia. Essa consciência vai ajudar a reorganizar asemoções.
Ivan CapellatoNovidades da exclusão do ICMS
TRIBUTÁRIO
OtemadoComitêTributáriodoIBEFCampinas em 15 de junho foi a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. O assunto, que tramitou no Judiciário por quase40anos,tevesuadecisãodefini vapublicadaem 13 de maio de 2021 e ainda gera muitas dúvidas sobre osseusreflexos.
Octávio Ustra, sócio do Finocchio & Ustra SociedadedeAdvogadoselíderdaáreatributáriadoescritório,foioconvidadoparaapresentarsuasinterpretações a respeito desses reflexos e possíveis desdobramentos. Primeiramente,elecontextualizouoquantoaindaexis teumambientedeinsegurançajurídica,apesardeevoluções neste sen do. "Já caminhamos na legislação que tenta aproximar um pouco o chamado sistema de precedentes, o que dá mais agilidade ao Poder Judiciário. Também vemos a atuação de alguns ins tutos que buscam dar maior concreção a determinadas decisões judiciais,noâmbitoJudiciárioetambémdaAdministração Pública Federal. Esses são alguns ganhos que talvez façam a diferença para não termos mais uma discussão sobre uma questão tributária que demore 40 anos", introduziu.
Após destacar os marcos temporais dessa disputa,quecomeçouem1982ealternourecursos que resultaram entre beneficiar ou não os contribuintes,Ustradestacou queapar rde2020,parte do judiciário passou a suspender esses processos, aguardandoadefiniçãodotemapeloSTF.
A decisão do Supremo Tribunal Federal - RE 574706 veio em 13 de maio de 2021, quando fixou oseguinteentendimento:
1. O ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da COFINS, por não integrar o conceitodereceita;
"Conforme já havia sido decidido em 17 de marçode2017",destacouUstra.
2. O valor a ser excluído é o destacado em notafiscal;
Segundo Ustra, "uma grande vitória dos con tribuintes". Mesmo que exis sse pouco fundamento técnico para dizer que o ICMS seria o debitado, o tributarista acredita que o mer cado temia que esse entendimento prevalecesse: "O medo dessa leitura seria por conta da pressão por aumento na arrecadação e nãoporargumentostributários",explicou.
3. O entendimento deveria ser aplicado de 15demarçode2017emdiante;
De acordo com o tributarista, essa modulaçãodosefeitosdadecisãoexis uparapreservaro Poder Público dos impactos na devolução desses pagamentos indevidos Porém, Ustra destacou que essa modulação ficou no "meio termo", valendo para todos os casos, com exceção daqueles em que o contribuinte havia ingressado com ação judicial ou pedido administra vo até 15 de
março de 2017, que terão preservados o direito à recuperaçãodevalores,emregra,peloperíodode05 anos anteriores ao ingresso da ação ou do pedido administra vo
– Octávio Ustra
Os contribuintes frente à decisão do STF
Foto: V alentin SchönposUstra elencou cinco casos mais comuns da situação doscontribuintescomrelaçãoàdecisão:
1. Contribuintesqueingressaramcomaçõesou pedidosadministra vosantesde15demarço;
Esses contribuintes terão direito a receber o valordestacadoerecuperarvaloresanterioresa março (via de regra poderão aproveitar o período de cinco anos anteriores ao ingresso da ação). Porém, para isso, precisarão aguardar o trânsito em julgado ou a decisão administra va defini va.
Ustra destacou que os casos de mandado de segurança,nosquaisnãosediscutevaloresdevidos, será necessário que o contribuinte (após o ganho de causa) entre com pedido de homologação junto à Receita Federal do Brasil, através do chamado PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Res tuição, Ressarcimento ou Reembolso e DeclaraçãodeCompensação)Judicial.
"Muito cuidado no momento do cálculo. Cálculos a par r de sistemá cas que partem de presunção,baseadosporexemploempercentuais, são pontos de atenção, pois com certeza serãoalvodeanálisedofisco",indicouUstra.Ele relembrouqueofiscoterácincoanosparaanalisaroscálculose,enquantoisso,ocontribuintejá poderealizarcompensaçõesadministra vas.
2. Contribuinteingressoucomaaçãoposteriormente a 15 de março de 2017 e a ação transitou emjulgado;
Os contribuintes que se encontram nessa situa-
"Já caminhamos na legislação que tenta aproximar um pouco o chamado sistema de precedentes, o que dá mais agilidade ao poder judiciário Também vemos a atuação de alguns institutos que buscam dar maior concreção a determinadas decisões judiciais, no âmbito Judiciário e também da Administração Pública Federal”Octávio Ustra
ção ainda contam com incertezas a respeito do desdobramento exato da decisão. "Os contribuintes possuem bons argumentos para fazer valer o direito que decorre de uma decisão final,paraaqual,emregra,nãocabemaisqualquerrecurso.Todavia,épossívelqueaProcuradoria da Fazenda busque descons tuir a decisão transitada e que a Receita Federal se oponha a eventuais pedidos de compensação. Um novocontenciosopodeestarsurgindopelafren te”,apontouUstra.
3. Ingressou com a ação posteriormente a 15 demarçode2017,semjulgamentofinal;
Neste caso, o contribuinte não terá direito de voltarospagamentosanteriores,podendoaproveitar-se dos créditos de pagamento indevido somenteapar rdemarçode2017.Nessecaso, Ustradestacounovamenteaatençãoaoscálculos.
4. Ocontribuintenãoingressoucomaação;
Pela decisão, mesmo que o contribuinte não tenha entrado com ação, ele terá os mesmos direitosdequemingressouapósadatade15de março.ParaUstra,pode-seconsiderarinclusive que esses contribuintes terão a vantagem de, imediatamente,poderreceberosrecursosdire tamente na esfera administra va, sem precisar aguardar a decisão do judiciário sobre a ação em si, ainda que os procedimentos administra vos para a re ficação das obrigações acessóriassejamhojebastantecomplexos.
podem influir decisivamente na carga tributária efe va de vários setores da economia como, por exemplo, se há direito à exclusão do ISS da base de Cálculo do PIS e da COFINS. De acordo com Octávio Ustra, provavelmente sim. Isso porque o ISS, assim como o ICMS, também é um tributo que compõem ofaturamento.NocasodoISS,ovalordestacadoéo que será pago, portanto, o tributarista acredita que aschancessãograndesdeumadecisãofavorável.
Outra dúvida que aparece a par r da exclusão do ICMS é o direito à exclusão do PIS e da COFINS de sua própria base de cálculo. Para o especialista, o assuntotambémvemàtonaporquetemasmesmas caracterís cas citadas acima e, por isso, argumentos suficientes para seguir a mesma linha decisória do STF Porém,afirmaqueocasoaindaéumaincógnita
Quando se pensa no cálculo do Imposto de RendaedaCSLLnolucropresumido,háadúvidase existeodireitoàexclusãodostributosICMS,ISS,PIS e COFINS. Nesse caso, o STF, recentemente, deu ganho de causa ao Fisco em relação a CPRB (ContribuiçãoPrevidenciáriasobreaReceitaBruta),dizendo que o ICMS não poderia ser excluído porque a CPRBéumbene ciofiscale,aindamais,umaforma de tributação opcional. "Seria rar a caracterís ca do bene cio", explicou Ustra. Apesar de verdadeiro, o argumento deixa o tributarista em dúvidas, pois a CPRB para alguns setores foi obrigatória por algumtempo.Sendoassim,arespostanãoécerta.
5. Contribuintesqueentraramcomaaçãoanteriormenteeperderam; Reflexosdadecisão
Doscincocasos,essepareceseromaiscomple xo, uma vez que a decisão julgada não perde valor, porém, com o posicionamento defini vo do STF, e especialmente com a posição da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional no sen do de dispensar recur sossobreotema,adecisãoanteriorpoderserques onada. Ustra orientou que o contribuinte que se enquadra nesse caso deve propor ação rescisória se aindaes verdentrodoprazoparatal.Casocontrário, ele sugere entrar com uma nova ação, pelo menos referente ao período após 15 de março de 2017, pois segundo seu entendimento pessoal, há fortes argumentosparaumjulgamentofavorável.
Sobre o ICMS e o ISS, e sobre os mesmos também terem outros tributos em sua base de cálculo, Ustra mencionou que o STF já decidiu, inclusive posteriormente à decisão de exclusão do PIS e da COFINS, que isso não se aplica ao ICMS. "É outro fato gerador, não é receita, o ICMS é sobre operações e o STF tem decidido que esse entendimento nãoseaplica",afirmou.
ApósadecisãodoSTF,oscontribuintesaguardam o desfecho de outras matérias correlatas e que
OutroreflexodadecisãoRE574706recaisobre as regras de compensação. Seriam as mesmas do momento do trânsito em julgado? De acordo com Ustra, o judiciário costuma entender que a data da decisão final é a que vale para atração de todos os procedimentos de compensação vigentes à época. Com relação a essa compensação, ele exemplificou sobreapossibilidadedeu lizaçãodecompensação cruzada com verbas previdenciárias. "Lembrando que a compensação do IRPJ/CSLL es ma va foi
vedadapelaReceitaFederal.Entãonemnaes ma va posso compensar, tem que ser com o tributo defini vo(trimestralouanual)",explicou.
Outra importante dúvida diz respeito à obrigatoriedade de excluir, no regime não cumula vo do PIS e da COFINS, o ICMS sobre os créditos na aquisição de bens e serviços. Ainda não se sabe de forma defini va qual será o posicionamento da Receita Federal sobre o tema, no entanto, alguns pontosmerecemponderação:
- Os créditos, no regime não-cumula vo do PIS e da COFINS, não partem do valor do imposto que incidiu na cadeia anterior (vide casos de aquisição de contribuinte no LP ou mesmonoSimplesNacional);
- A norma legal, quando se refere à base dessescréditos,falaemvalordeaquisição,o que, segundo a própria Receita Federal, não pode ser confundido com o custo de aquisição;
- A Receita Federal sempre permi u o IPI não-recuperável da base de cálculo, exigindo estorno, entretanto, quanto ao IPI recuperável;
- A IN 1.911/19 deixou de mencionar expressamente a inclusão do ICMS no conceitodevalordeaquisição.
Tributação incidente sobre os valores recuperados
-IRPJ/ CSLL? Sim, mas depende do regime tributário da empresa. Se é lucro presumido, dá para afastar essa tributação inclusive para fins de IR, porque a alteração do valor de PIS e COFINS não teve reflexos na diminuição da tributação em períodos anteriores. Se a empresa está no lucro real,precisatributarsobreoprincipal.
-IRPJ/CSLLsobrereceitasfinanceiras?Sim. Ustra finalizou lembrando que a questão do momento do recolhimento dos tributos incidentes sobreosvaloresrecuperadostemsidoassuntobastante discu do, especialmente por que a Receita Federal entende que esse recolhimento deveria se dar quando daobtençãodadecisãofinaldoprocessojudicial,oquea seu ver não se sustenta, especialmente nos casos de mandado de segurança onde, em tese, qualquer valor foi discu do na ação. Adicionalmente, Ustra lembrou que teses jurídicas circulam sobre o tema, algumas vinculando o recolhimento ao deferimento dos pedidos administra vos de reconhecimento do crédito e outras ainda buscando atrelar os efeitos tributários à homologaçãoadministra vadodireitocreditório.
-PIS/COFINS? Não sobre o principal, somente sobreosvaloresdecorreçãomonetária.
A democratização do BigData
Mais organização e evolução para as empresas
No dia 24 de junho o especialista em sistemas e produtos digitais na Seman x, João Paulo Tavares, foi o convidado do IBEF Campinas para o evento online “Democra zando e desmis ficando o BigData”, e foi acompanhado de seu colega Marcelo Borges, execu vo de contas da mesma empresa “Acelerar e impactar posi vamente bilhões de vidas com dados”. Esse foi o recado do palestrante logo no início da sua apresentação, referindo se ao desenvolvimento do uso de dados para a melhoria e evolução do negócio de muitas empresas, que conseguirão ter menos riscos e mais qualidadecomoBigData.
De acordo com o especialista, o dado é o “novo petróleo”, e ele desafiou as pessoas a se ques onarem o que fariam com um barril de petróleo. “Ele bruto não traz valor para toda a população, mas ele refinado sim. Então, a par r dessa provocação, começamos a interpretar o mercado e fazer a correlação de como rar o melhordodado”,disse.
Quando se fala de uma estratégia de dados, envolve-se três “atores”: tecnologia, pessoas e dados. Somando governança, gestão de demanda e arquitetura, o ciclo de vida de dados se torna sustentável, com
– João Paulo Tavares
“Nosso propósito é acelerar e impactar positivamente bilhões de vidas com dados”
ganho de maturidade e confiança. “O primeiro passodaempresadeveseragovernançadedados, ter o domínio sobre seu dado, saber onde ele está da melhor forma possível”, alertou, mostrando exemplos para um melhor entendimento e fazendoparaleloscomo:governarodadoécomotrabalhar com a reciclagem, ou seja, separar papel com papel, plás co com plás co, metal com metal. Assim, será possível saber o valor de cada um dos dados,emseusrespec voscontextos.
BigData em ação
João Paulo pontuou que as empresas não precisamtermuitovolumededados,esim,bonse estruturados.Masafinal,qualaimportânciadessa qualidade? Segundo ele, um dado bom na origem garante muita mais fluidez no trabalho quando do iníciodeumaestratégiademone zaçãodedados. E para saber se o dado é bom, ele indicou o uso de seis indicadores principais: completude, consis tência, conformidade, unicidade, atualidade e acurácia. E apontou que as empresas precisam ter ciência,emníveisdequalidade,dequaisdadossão muito bons e quais são muito ruins, para então ter amelhoriadoprocessocomoumtodo.
Deacordocomoespecialista,paracomeçar a se organizar nesse sen do, a empresa deve ter bases de dados (excel, e-mail, celular, pdfs e tudo que con ver dados que são necessários para o negócio). “A par r daí vem a gestão de acessos, ondevoucolocarcadacoisa,definindo-seosmetadados (nichos de dados), os domínios (onde vou armazenar), os responsáveis por cada um e os selos de qualidade. E então passa-se por algumas camadas: técnica, comportamental e de reuso, queéociclodevidadodado”.
Na sequência, ele destacou que o processo começa a ser trabalhado dentro do “data (banco de dados), que consiste em estrutur criar as polí cas de dados. Como boas prá indicouocatálogodedados,omonitorament bases, a definição de forma clara dos responsá por cada nicho de dados, a qualidade d dados, a taxonomia e a composição e capacit efe va do data lake. Após, avança-se para camada de distribuição e, por fim, para a da ção, que são os modelos de inteligência ar ficial, de dados, processos operacionais e toda a analí ca, que estrutura o uso de dados par tomadadedecisõesfuturas.
A experiência da Semantix
Marcelo Borges apresentou aos convidados do IBEF o que a Seman x faz para acelerar a jornada das empresas,comumaplataformaunificadadedadosque possibilita fazer tudo dentro dela, com simplicidade e escalonamento para clientes de diferentes portes. É o que ele chamou de novo ecossistema de dados, com estrutura em nuvem, definição dos data sources para trazer para a plataforma, obje vos bem definidos com o data lake e uma maturidade da parte de ciência de dados. “Temos mais de 300 conectores prontos que facilitam trazer os dados para a criação do data lake e também tecnologia para criar novos conectores e trazer essas bases de uma maneira muito simples”, rela tou, mostrando que o intuito é a aceleração e simplificação dessa jornada, democra zando o acesso à inteligência ar ficial e ao BigData, para que empresas médias e em fase de crescimento possam trazer essas tecnologiassemterquedesembolsarmilhõeseminfraestrutura.
De acordo com João Paulo, a primeira coisa que asempresasdeveriamseperguntar,naprá ca,é:oque eu quero resolver com um BigData? “Quando falamos de ecossistema tecnológico para dados, isso é meio. Podemosinves rmilhõeseconstruirmeiosmuitobons que permitam direcionar necessidades de negócios, mas na prá ca o primeiro passo é saber quais problemasatacar”,concluiu.
“Podemos investir milhões e construir meios muito bons que permitam direcionar necessidades de negócios, mas na prática o primeiro passo é saber quais problemas atacar”
– João Paulo Tavares
Preconceito de idade no mercado de trabalho?
Mesmo com o aumento da longevidade e o fato de que os 40 são “os novos 30”, profissionais seniores ainda costumam receber olhares 'tortos' em entrevis tas ou processos sele vos e muitas vezes não são aceitossimplesmentepelofatodenãoseremmaistão jovens. Ao mesmo tempo, boa parte das empresas também não costuma enxergar consumidores acima dos 40 anos como potenciais clientes de seus produtoseserviços.
Efoinesseaspectoqueoconsultordemarke nge palestranteStefanLigockifalounoeventoonlinede12de julho, com o tema “Tsunami prateado e inclusão etária: porquesuaempresaprecisadarmaisvaloraos40+”,que teve como anfitriã Gislaine Heitmann, do conselho consul vo do IBEF. Ele iniciou dividindo sua própria história, quandofoidemi do aos40anos daempresadetecnologianaqualtrabalhava Nabuscaporrecolocaçãoecom umbomcurrículo,eleseviusofrendopreconceitoduran teos processos “Para minha surpresa,demoreipara me recolocarepasseiporduassituaçõesnasquaisoscontra tantes me disseram claramente que o problema era a minha idade para ocupar aquela posição”, relembrou E foioqueimpulsionou o consultor a seguir no empreen-
“Passei por duas situações nas quais os contratantes me disseram claramente que o problema era a minha idade para ocupar aquela posição”
– Stefan LigockiMERCADO DE TRABALHO
dedorismo e abrir sua própria empresa em 2017 e a capacitar mais de 5 mil profissionais, criando, maisrecentemente,oProjetoMais40+apósvários relatos depessoas que passarampelamesmasituação.
Oprojetoveiocomoobje vodecombatero etarismoeajudarprofissionaissenioresaserecolocar no mercado de trabalho ou buscar alterna vas de carreira, com valorização dos mais “maduros” comoprofissionaisetambémconsumidores
Segundo Ligocki, falar de preconceito de idade é algo muito sério e que precisa ser discu do, porque a longevidade não é algo que possa mais ser ignorado e os gestores devem se atentar para essa nova configuração. “Não se trata de uma tendência, e sim, de uma realidade e precisamos falar dela”, afirmou, mencionando também as discussõesdegeraçõesX,YeZnessecontexto,eos “cringes” (termo que a geração Z usa para descre vertudoqueéconstrangedore/ouultrapassado).
Mercado x senioridade
O consultor trouxe para a palestra alguns númerosdoPNADCon nua/IBGErelacionadosàlongevidade eafirmouquejáfazanosqueoBrasilnãoémaisumpaís jovem, pois 50% da população (mais de 100 milhões de pessoas) já passou dos 40 anos. Já na faixa de 18 a 39 anos são pouco mais de 60 milhões “O Brasil é um país sênior. Os consumidores com mais de 40 anos já movimentammaisdeR$2trilhõesnaeconomiabrasileiraeo quevemos,ainda,éamaioriadasempresasdirecionandosuasestratégiasdenegócioparaosjovens,oquechamamos de cultura 'jovem cêntrica' Isso precisa ser revisto”,alertou.
Ligocki frisou, também, que não faz sen do as empresas direcionarem seus esforços para um único público, principalmente indo na contramão do que a sociedadebrasileiraapresentaatualmente.
“Envelhecimento da Força de Trabalho no Brasil” (pesquisa da PwC e FGV)
· em 2040, 57% da população a va terá 45anosoumais.
· 94% das empresas acredita que o maior bene cio de ter sêniores é o conhecimento, mas 83% delas não conta com programas de integração entregerações.
· 37%dasempresasconsideraaforçade trabalho mais velha uma alterna va para a escassez de talentos, mas 88% não faz campanhas específicas para atrairsênioresparaseus mes.
Segundo o palestrante, os profissionais seniores estão se tornando maioria no mercado, mas as empresas insistem em atrair apenas jovens. “Certamentevocêsjáouviramempresáriosfalaremquenão encontram profissionais qualificados e que não conseguem preencher suas vagas. Será que não conseguem porque não tem profissionais disponíveis ou está tendo uma miopia de mercado, de não enxergar profissionais qualificados que tem mais de 40 anos? Ficaareflexão”.
Eletambémapontouqueempreendedorismo, inovação e criação de startups estão relacionados a profissionaismadurosenãoapenasjovens.
E seguindo nessa linha, citou alguns MITOS que precisam ser derrubados com relação aos profissionaissêniores:
ü Sãoprofissionaisdesatualizados;
ü Nãosãocria voseinovadores;
ü Nãotemenergiaesãopoucoresilientes;
ü Sãoprofissionaismuitocaros;
ü Não aceitam ser liderados por pessoas mais jovens
“A experiência faz diferença e deveria ser considerada como um diferencial compe vo nas empresas, mas infelizmente não está sendo”, reforçou.
Intergeracionalidade
Ligocki também trouxe para a apresentação a importância de se falar em intergeracionalidade nas empresas Mas afinal, o que isso significa? “Estamos vivendo uma situação inusitada no mercado de trabalho, com quatro gerações: baby boomers, geração X, Y e Z e, em seguida, entrará a geração alfa. Todos trabalhando ao mesmo tempo Portanto, precisamos colocar nossas empresas nesse cenário”, alertou. Além disso, as empresas estão descartando os seniores quando deveriam incluí-los ainda mais no mercado, até porque eles são referências para os profissionais mais jovens, entre outros fatores posi vos que esses profissionais carregam.
O consultor ainda apontou que o consumidor do futuro é o sênior, portanto, se a empresa não tem colaborador acima dos 40, como vai entender seus próprios consumidores? “As empresas estão “juniorizadas” demais e precisam ter pessoas maduras na equipe”, concluiu
Mas então como mudar? Segundo ele, é necessário começar a falar sobre diversidade e inclusão etária, o tema deixar de ser tabu, as empresas promoverem eventos, cursos, programas específicos, contratarem seniores como CLT e prestadores de serviços e es mularem projetos com diferentes faixas etárias
"O Brasil é um país sênior. Os consumidores com mais de 40 anos já movimentam mais de R$ 2 trilhões na economia brasileira e o que vemos, ainda, é a maioria das empresas direcionando suas estratégias de negócio para os jovens"»
– Stefan LigockiTransformação digital além da tecnologia
DIGITALIdealizado inicialmente pelo Comitê IBEF Mulher e posteriormente aberto a todos os associados do IBEF Campinas, o evento "Transformação Digital em Finanças" começou com a interação dos par cipantes que puderam responder a uma enquete via QR Code na tela sobre o que "Digital" significa para a área de finanças. A par cipação gerou uma nuvem de palavras que permearam o debate e entre as primeiras citadas estavam revolução, mudança, redução de burocracia, rapidez e tecnologia, esta úl macomoamaislembrada.
Começando por este ponto, Caroline Yokomizo, sócia da área de consultoria para Transformação em Finanças da Deloi e, pontuou que a tecnologia precisa serum habilitador e não o obje vo final da transformaçãodigital.Elareforçoucomoapandemiaacelerouesse processo nas empresas, não somente na realização da forma de trabalhar (home office), como também na organização do modelo de negócio. "Após a revolução industrial, é a maior mudança econômica já vista", afirmouaespecialista.
“No digital é preciso começar pequeno e pensar grande" – Caroline YokomizoCaroline Yokomizo
Segundo ela, ser digital não é sobre, simplesmente, incorporar tecnologias como um novo ERP ou um novo so ware apoiando alguma tarefa, é uma nova forma de pensar e de tomar decisões cada vez maisrápidas,comumavontadedeaprenderaolongo da jornada. "Hoje já não é possível criar um protó po ou um planejamento perfeito de um projeto antes de colocá-lo em prá ca. A mudança tem que ser cons tante e com isso temos que arriscar", explicou, destacando que apesar deste ser um futuro próximo, o nível de maturidade das empresas é diferente, sendo queaminoriadasbrasileirasestánoestágiodeserem digitais. "O importante é estarem dispostas a ouvir, aprender e errar. No digital é preciso começar pequenoepensargrande",sugeriu.
Enessaondarevolucionária,aáreadefinanças tem mudado cada vez mais o seu papel, se tornando protagonista e parceira das áreas de negócios, operação e comercial. Essa mudança permite que as áreas que são o front off da empresa tenham dados e geração de insights cada vez mais acurados e o papel do CFO também tem evoluído. "Temos visto que hoje o CFOéobraçodireitodosCEOseavisibilidadeeprojeção de dados, a modelagem de cenários, principalmente nessas disrupções que estavam totalmente fora do nosso controle, se tornaram muito importan tes",ressaltouCaroline.
Deacordocomela,osCFOsqueprocurampela Deloi e o fazem para trazer algum desafio operacional, estratégico e também para buscar orientação do ponto de par da para a transformação digitalde suas empresas.Aprofissionalorientaqueoprimeiropasso é entender o estágio onde a empresa se encontra, começando pequeno, mas sempre mirando o conceitofinalquechamade"digitalfinance".
Passo a passo do "ser" digital
A trajetória para tornar-se digital é dividida em trêsetapasnavisãoapresentadaporCarolineYokomizo.Aprimeira,chamadadefundamental,tratadacriação de base operacional com o uso das tecnologias existentes. A segunda etapa já inicia uma transformação da área de finanças para um parceiro de negócio efe vamente, fornecendo dados e insights para as demais áreas da empresa. E a terceira etapa (aspiracional para as empresas brasileiras) é a exponenciação. Nessafase,pormeiodedados,algoritmosetecnologias, as empresas atuarão com muita precisão e agilidade, contando com o mínimo de intervenção humana, emtemporeal.
●Fundamental - É onde se concentra a maior parte das organizações. Empresas neste patamar mais tradicional partem de uma base mais robustacomooperacionaldelimitado,têmuma visão exclusivamente contábil e não o mizam a força de trabalho, tendo, por exemplo, pessoas de finanças nas demais plantas, nas outras unidades de negócio, nas lojas (para quem trabalhacomvarejo).Ossistemasnãosãopadronizados e muitas vezes existem vários ERPs diferentes rodando ao mesmo tempo, na mesma organização e com processos extremamente manuais.
●Transformação–Ondeaáreadefinançasse torna mais parceira do negócio. Há maior integraçãodossistemas,simplificaçãoereduçãode passosemprocessoscadavezmaisLEANS,u lização de ferramentas de reconhecimento de caracteres ó cos, muito u lizados em procedimentos de entrada de notas fiscais, leitura de pedido, ferramentas de orquestração de processos.
●Exponencial Osaltoparaesteterceiroestágio dematuridadeéomaisdesafiador Nestenível,há adesão massiva de computação cogni va, migraçãoparanuvemparadeixarossistemasmaisleves edefácilintegraçãocomnovastecnologias,visibilidade em tempo real já acontece naturalmente e há muita u lização de blockchain e outras ferramentas disrup vas. Alcançar o “Digital Finance” significa cada vez menos a necessidade de papéis ou de solicitar informações Tudo é mais autônomou lizandoalgoritmos.
A pergunta que se fez a par r de então é se essa transformação deve significar a temida crise de empregos. De acordo com Caroline, acontecerá também uma transformação das funções, onde os profissionais atuarão na geração de insights, na previsibilidade, na predição. Uma simulação foi apresentadaparamostrarcomoCarolineesuaequipedaDeloi ees mamqueseráaro nadeumCFO em 2025, com cenário criado há 2 anos e que descreve o seguinte: a ro na começa às 7h com a ida ao escritório em um carro autônomo, enquanto lê os e-mails projetados no para-brisa. No caminho, por meio de uma a vação por voz, solicita uma tabela, ou um dashboard, da previsão de fechamentos do dia. Na sequência, pede à equipe um
fechamentocontábilvirtualdodia.Issotudoantes das 9h. Às 10h, as demais equipes colaboram para um plano de ação sobre os resultados e às 13h o CFO se reúne com a diretoria para validar o plano, que será colocado em prá ca no mesmo dia. No períododatardeérepassadooplanoparaaequipe em uma apresentação intera va em realidade virtual.
Apesar de parecer um cenário distante, todas as tecnologias citadas já existem, só que em menorescaladeaplicação.Mesmoassim,oco diano atual da área financeira é bem diferente, com alguns prazos de conciliação que demoram dias, sem contar o esforço e o tempo de análise para a tomadadedecisão.ParaCaroline,agranderevolução das finanças está ligada ao quesito tempo e tecnologia,deformaqueasáreaspoderãoacessar relatóriosdiretamenteemumportalautosserviço, porexemplo,emtemporeal.
Automação, algoritmos e Inteligência Artificial
Uma pesquisa global com CFOs realizada pela Deloi e a cada dois anos demonstra que as prioridades dos execu vos de finanças estão em automação. "Não diria que todo mundo já entendeu o potencial de automação Muitas coisas podem ser melhoradas, principalmente no conceito de automa zar processos. Vejo empresas querendo automa zar processos sem revê los de ponta a ponta, e acabam automa zando uma tarefa que poderia ser modificada ou abandonada, trazendomaiseficiência",alertouCaroline.
Deacordocomsuaanálise,atéosganhosdetempo decorrentes de uma automação são muito midos, pois aindanãosãoaplicadosnacadeiacomoumtodo.Asáreas de finanças também têm trazido muito inves mento em analy cs, tais como estruturação de dados, criação de algoritmos, visualizadores e até ferramentas cogni vas (que aprendem com o aumento do volume de informaçõesonline).
Lúcia Pombal,gerentesêniordaárea deconsultoriaemTransformaçãoemFinançasdaDeloi e,detalhoua forma como essas tecnologias devem estar estruturadas organizadamente em todo o processo para que, de fato, umaempresasejaconsideradadigital.Paraela,o“serdigital”éterummodelooperacionaledenegócioo mizado, com as áreas integradas, visando a melhor eficiência. Apesardealgumasempresasamadureceremnestesen do,hojeamaiorpartedasdigitaisjánascemdentrodeste conceito."Nãosetratadeimplementartecnologiasefazer o mesmo Trata se de uma mudança cultural, de força de trabalho, de modelo operacional. É uma nova forma de pensar",destacouLúcia
● Transaçõesmaisautoma zadaseERPscomcaracterís ca evolu va. Para evitar constantes migrações, devemestarpreparadoseavançadosparacrescercada vezmais;
● Baseúnicadeinformaçõesparatodaaempresa;
● Ciclos de finanças acontecem em tempo real, tornando os relatórios periódicos cada vez mais irrelevan tes;
● A área financeira disponibiliza os dados em tempo real como autosserviço para outras áreas da organização,contribuindoparaquesetornemmaisestratégicas;
● A demanda das áreas de finanças vai aumentar e comelaanecessidadedeorganização;
● Aforçadetrabalhoprecisarásereinventar;
● Evoluçãodaformadecomunicaçãodaáreaparaque setornecadavezmaisclaraeobje va
Profissionais mais cria vos, capazes de fazer correlaçõesetrazerosmelhoresinsightseinformações paraaárea.
– Lúcia Pombal
“Não se trata de implementar tecnologias e fazer o mesmo Trata se de uma mudança cultural, de força de trabalho, de modelo operacional. É uma nova forma de pensar” Aspectos das empresas digitaisLúcia Pombal
"Tudoissodentrodeumgrandemodelooperacional, trazendo robôs e algoritmos que vão ajustar a operação,ciclosenichos",concluiuLúcia.
Força de trabalho
Paradarsuporteatodaessadisrupção,asempresas passam necessariamente pela mudança de pensamento da força de trabalho Luiz Fernando Barosa de Oliveira,sóciodaáreadeConsultoriadeCapitalHumanodaDeloi e,defendeuqueaáreadefinançascresce hoje com profissionais cien stas de dados, engenheirosdedados,esta s cosemvezdeprofissõestradicionalmente da área como contabilidade, economia e administração.
Eleapresentouumamatrizondeaforçadetrabalhosedivideemtrêsvetores:oqueéfeito,quemfazesse trabalho e onde faz "Há cerca de 5 anos falava se sobre umacrisedeempregos,masalinhaqueaDeloi evêéde umatransformaçãoguiadapelatecnologia",apostou
O especialista destacou, ainda, algumas das tecnologias que estão ao alcance de todos, dentro até mesmo dos smartphones, tais como realidade virtual e processamentodelinguagemnatural Outrofatordestacado foi a disponibilidade de dados, que ainda é pouco aproveitada. "As novas tecnologias, como inteligência ar ficial e robó ca, estão transformando o trabalho em si, o que deixa os empregos vulneráveis, mas não pela subs tuiçãopuraesimples,esim,pelacriaçãodesiner gia entre tecnologia e pessoas. Aqueles que souberem extrair insights do que a tecnologia proporciona, claramenteterãoposiçõesgaran das”,declarouOliveira
Outro ponto abordado diz respeito ao encontro de algumas gerações ao mesmo tempo no mercado de trabalho, mudando todo cenário demográfico. Para o profissional, a entrada da geração Z no mercado trará novos paradigmas, novos mindsets, assim como o aumento da expecta va de vida fará com que as geraçõesanteriorespermaneçammaistemponasempresas.
"Em contrapar da, nunca antes as habilidades e competências ficaram obsoletas tão rapidamente. O tempo médio de uma habilidade hoje é de 4,5 anos. Comoessaequaçãofuncionaseessaspessoasirãotrabalhar 60 anos, tendo que reaprender tudo o que fazem a cada cinco anos? Quantas carreiras vamos ter ao longo davida?",ques onou.
Asforçasdetrabalhoalterna vas,maisespecializadaseeficientesnoquefazem,serãocadavezmais comunsnafolhadepagamentodasempresas Àmedidaqueosmodelosoperacionaisforemavançando,as empresas começarão a lançar mão de outras frentes detrabalhocomoCrowdsourcing,GigWorkersefreelancers.
Amaioriadasempresasaindaestánummodelo mais tradicional, com sua força de trabalho transitando pela folha de pagamento em período integral somentecomalgunsprestadoresdeserviço."Háuma pesquisaquemostraacontrataçãodeforçadetrabalhoalterna vaeaáreadefinançaséasegundamaior em contratações de pessoas fora de suas áreas em si, atrás somente de tecnologia. Porém, isso ainda está concentradoema vidadesoperacionais,queporsua vez ainda podem ser subs tuídas por tecnologia", explicou.
A força disrup va desse mercado com as diferentesgeraçõeséenorme,segundoOliveira.Até2025, es ma seque75%daforçadetrabalhoserádemillennials."Elestrouxeramosconceitosdeempresasocial, depropósitoquenósvemostãoevidentehojeemdia, então a tendência é que isso se transforme também comageraçãoZ",antecipou.
Es ma se que de 30 a 80% das descrições de cargosserãoredefinidas,porqueotrabalhoserárevisto Oliveiraentendequeessaseráumamissãoorganizacional. "Hoje estamos mesclando a força de trabalho de pessoas, robôs e inteligência ar ficial e a tendência é que pelo menos metade dessas vagas seja composta poressastecnologiasaté2025",destacou
Habilidades
Em um novo cenário, no qual as pessoas terão quereaprenderoquefazemacada5anoseasa vidades operacionais serão feitas por inteligência ar ficial, as habilidadesvalorizadas,segundooespecialista,serãoas comportamentais humanas, tais como cria vidade, capacidadedeseadaptar,sereinventar,tomardecisões é cas,terpensamentoestratégico.Paraele,ahumanizaçãoestáalémdoquetratamoscomobem estar,étraduzirtodoopotencialhumanonaprodu vidade,nageraçãodevalorparaumaorganização
Elesugereopapeldosindivíduosedasorganizaçõesnessamudança,inclusiveimpulsionandoaspolí cas
públicas "Podemos nos engajar nesse novo modelo de aprendizagem.Entenderqueomundomudouevocêéo protagonista do seu aprendizado. Mudar sua própria carreira,sereinventarsempre.Porúl mo,perseguirsua paixão,ouseja,estaremumaorganizaçãoalinhadaaseus propósitos Certamenteissovaifazeraspessoasestarem maisengajadas,maisfelizesemaisprodu vas",orientou.
Dopontodevistadasorganizações,caberáredesenhar o trabalho em si. "Buscar integrar essa força de trabalho ampliada, contando com a tecnologia, entendendoqualéamelhorcombinaçãodeequilíbrio.Edefato implementarnovosmodelosdeestruturaorganizacional, liderança cultural e reconhecimento, com o tempo de resposta do digital”. E finalmente do ponto de vista das polí caspúblicas,Oliveiraentendequecaberáfacilitara vidadasorganizações,revisitandoosmodelosdeaprendizagem das escolas e faculdades, além de apoiar essas mudanças demográficas, de previdência e reavaliar os marcosregulatórios."Basicamenteesseéocenárioque estamosenfrentandoeodesafioseráprotagonizaressas mudanças",concluiu.
“Aqueles que souberem extrair insights do que a tecnologia proporciona, claramente terão posições garantidas”
– Luiz Fernando B. OliveiraLuiz Fernando B. Oliveira