ÍNDICE
2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
SETOR FLORESTAL EM PROGRESSO! Em uma época de instabilidade econômica e política é comum acompanharmos o aumento dos índices de desemprego. Em março, ele já era de 8,5% (IBGE) e as projeções não são animadoras. Porém como diz a máxima “em momento de crise devemos nos reinventar”. Com a profissão de engenharia florestal não é diferente. Muitos profissionais foram realocados, perderam o emprego ou seguiram rumos impensados até então. Por outro lado, milhares de jovens, ano após ano, escolhem a área como seu sonho futuro. Por este motivo, apresentamos uma reportagem completa com o panorama do mercado da engenharia florestal no Brasil (p.16). Mas a evolução do setor não para por aí. Nos últimos 20 anos, foi possível observar uma grande mudança nos implementos para transporte de madeira. As fabricantes buscam constantemente por materiais mais leves, seguros e até mesmo por novos conceitos de transporte que proporcionam a redução dos custos e maior qualidade da madeira – veja na página 28. Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento do setor foi a atitude das empresas! Elas começaram a se preocupar com suas imagens frente as comunidades localizadas no entorno dos plantios e unidades fabris. Esta mudança proporcionou uma dupla vantagem: melhor relacionamento com as mesmas e adequação aos critérios sociais e ambientais avaliados nas certificações. Conheça a experiência de empresas que passaram por processo e alcançaram bons resultados. Acompanhar as transformações e construir uma carreira de renome exige dedicação e adequação profissional constante. Foi assim que Antônio Joaquim de Oliveira, diretor-presidente da Duratex, conseguiu se manter na empresa por 30 anos e assumir a posição. Conheça mais sobre ele e os próximos passos da Duratex, na entrevista principal da edição! Saudações Florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 19 - Ano 03 - N° 04 - Abril 2016 Foto de Capa: Agroceres / Mirex-s
Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br
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B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
ANOS DE APRENDIZADO Este ano a Ponsse Brasil completa 10 anos de atuação no mercado, uma data para ser comemorada. E nada melhor do que celebrar com amigos e parceiros. Pensando na idade nova, gostaríamos de compartilhar um pouco dos nossos valores – aquilo que guia nossos negócios e que nos trouxe até aqui, como uma forma de reflexão sobre tudo o que já vivemos. Na Ponsse tudo foi inspirado em nosso fundador – Einari Vidgrén. Os pilares nos quais a empresa se apoia hoje, são os mesmos em que ele viveu durante toda a sua vida, nos quais ele educou os seus filhos, e traçou o futuro para a sua companhia. Entre eles a honestidade sempre foi essencial para o nosso trabalho. Ser verdadeiro, confiável, e transparente são os fatores que acompanham o sucesso da Ponsse todos os dias.
Einari Vidgrén, nas florestas do interior da Finlândia – 1996
Nosso fundador, Einari Vidgrén, nos ensinou “Que devemos manter aquilo que prometemos e nunca fazer falsas promessas”, pois a vantagem da honestidade é que a concorrência é pequena.
6 ENTREVISTA . B. FOREST
PONSSE BRAZIL - R: Joaquim Nabuco, 115 – Vila Nancy – Mogi das Cruzes/ SP – CEP: 08735-120 Tel: (11) 4795-4600 • www.ponsse.com/pt • www.facebook.com/ponssebrasil
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação Foto: Divulgação
B. FOREST
. ENTREVISTA 7
Gestão Eficiente Antônio Joaquim de Oliveira Diretor-Presidente da Duratex
H
á 30 anos na mesma empresa, Antônio passou
Joaquim por
de
diversas
Oliveira, áreas
Como começou sua ligação com o setor florestal?
de
atuação até ser convidado para presidir a
Sempre me interessei pelo setor e,
Duratex. Com base em sua experiência, ele
consequentemente, fiz carreira em uma
acredita que a formação de um bom time
área da qual gosto muito. Sou formado
e a utilização racional dos recursos são
em Engenharia Florestal e Mestre em
a chave para o sucesso de uma empresa.
Planejamento e Economia Florestal pela
Inclusive,
conturbados
Universidade Federal de Viçosa . Na Duratex
como o que a economia brasileira atravessa,
de 1986 até 2011, atuei na operação
saber
utilizar
florestal, nas áreas de planejamento,
corretamente recursos e reduzir gastos é o
pesquisa, controladoria e de suprimentos.
que toda empresa procura.
Em 2011, passei
em
produzir
momentos com
qualidade,
a ocupar a vice-
Durante a carreira, Antônio Joaquim pôde
presidência da Unidade de Negócios
observar e fazer parte de grandes evoluções,
Painéis e, em 2013, assumi a presidência
tanto na Duratex quanto no setor florestal
da empresa.
de maneira geral. Em entrevista exclusiva, o diretor-presidente fala sobre carreira,
Para a Duratex, sua atuação foi muito
como chegou a um cargo de chefia, o
importante para alavancar os resultados
desenvolvimento do setor florestal e suas
da Unidade de Negócios Painéis e da
perspectivas futuras. Confira!
Florestal nos últimos anos. Como avalia seu papel nessas áreas?
8 ENTREVISTA . B. FOREST
“A sustentabilidade deve ter o mesmo peso de importância na
governança
corporativa,
ambiental e financeira e trazer resultados
efetivos
para
a
Foto: Divulgação
empresa e sociedade em geral”
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
Estabeleci junto com minhas equipes
de atuação da Duratex. Também busquei
metas sólidas, baseadas em constantes
excelência na gestão e qualidade total
análises e monitoramento de indicadores
do negócio. Passei por várias áreas de
que permitem avaliar a eficiência de
especialidades e acredito que o conjunto
processos e a utilização racional dos
dessas ações contribuiu para que fosse
recursos. A formação de times consistentes
convidado a assumir a presidência.
e evolução do desempenho ambiental das unidades industriais também foram fundamentais.
Para
exemplificar
em
Que aspectos da formação florestal mais te ajudaram a chegar nessa posição?
números, hoje, a Duratex detém cerca de 40% do mercado de painéis, 20 mil clientes
Na formação florestal, sempre optei por
na carteira e exportação para mais de 30
ter a visão geral da silvicultura e fortalecer
países. Temos capacidade produtiva anual
minha atuação e conhecimentos em temas
de cerca de 4 milhões de metros cúbicos
de administração, planejamento e finanças.
de painéis, 12 milhões de metros quadrados
Uma visão de “gestor” me ajudou mais do
de pisos de madeira, 3 milhões de peças
que conhecimentos básicos de engenharia
de metais sanitários e 13 milhões de louças
florestal.
sanitárias. A Duratex é reconhecida por ter baixos Ingressou na Duratex na década de 80
custos de produção. Quais dicas você
e passou por vários cargos até chegar à
poderia dar que fizeram com que a empresa
presidência. Que experiências serviram
conquistasse essa posição de destaque?
para levá-lo ao cargo máximo da empresa? Gestão
extremamente
próxima
Meu foco sempre foi no longo prazo,
no dia a dia, muito planejamento e
primando pela perenidade da empresa e
desdobramentos de metas, acreditar na
dos seus negócios, e em inovação, que é
melhoria contínua sempre, aperfeiçoando
fundamental para garantir o investimento
máquinas,
contínuo em produtos e soluções que
A localização geográfica estratégica das
trazem mais competitividade aos mercados
unidades industriais da Duratex, próximas
10 ENTREVISTA . B. FOREST
equipamentos
e
processos.
B. FOREST
. ENTREVISTA 11
aos principais mercados consumidores, é,
manejo florestal, destacando no primeiro
também, um dos diferenciais da companhia,
a clonagem e, no segundo, a nutrição
porque possibilita atender os clientes com
florestal; o cultivo mínimo que trouxe
mais agilidade e aumenta a eficiência das
ganhos econômicos e ambientais após
operações logísticas. As fábricas de painéis
a viabilização
também estão localizadas próximas às
processo de mecanização das atividades
áreas florestais, o que garante uma menor
da
distância para o transporte de matéria-prima
a
e, consequentemente, reduz os custos de
necessidade premente em função da
frete.
crescente falta de mão de obra rural.
do uso de herbicidas; o
colheita;
e,
mecanização
mais da
recentemente,
silvicultura,
uma
Destaco, também, as técnicas de controle Nesses 30 anos trabalhando na Duratex, como avalia o desenvolvimento do setor florestal no Brasil? E no mundo?
integrado de pragas e doenças. Quanto ao desenvolvimento do setor no mundo, os progressos foram grandes também, com uma tendência baseada no
foi
modelo brasileiro de silvicultura, e com o
reconhecido mundialmente como um
progressivo deslocamento dos mercados
exemplo de pleno sucesso graças à
de países frios e temperados para regiões
conjugação
subtropicais
e
tecnologia por meio de cooperação
madeireira,
tipicamente
e da parceria entre setor produtivo e
do Norte e Europa, passou a perder
universidades. Conseguimos, no caso do
competitividade para a crescente indústria
eucalipto, sair de uma produtividade de
baseada em países tropicais. Polos florestais
10/15 m³ para 50 m³ por ha/ano, em um
baseados no manejo de florestas naturais
período de menos de um século. Mas o
em países frios e temperados passaram a
grande avanço veio com os incentivos
ser substituídos por formação de florestas
fiscais de 1967.
plantadas. Exemplos disto são as florestas
O
setor
florestal
do
brasileiro
desenvolvimento
de
tropicais.
A
indústria
da
América
avanços
plantadas na Indonésia, no Sudeste asiático,
tecnológicos importantes nesta trajetória:
na China, em países da América Central/
o
Latina e também em países africanos.
Podemos binômio
destacar
alguns
melhoramento
12 ENTREVISTA . B. FOREST
genético/
A sustentabilidade é um quesito que
seja uma tecnologia dominada, a atividade
valoriza muito. Como avalia o uso desse
se tornou complexa nos últimos anos
termo nos dias de hoje? Como ele tem sido
pelas múltiplas demandas da sociedade/
tratado especificamente no setor florestal?
stakeholders que surgiram. As exigências se dão no aspecto de legislação nacional,
Acredito
que
o
termo
é
usado,
estadual e municipal e pressões de ONGs
muitas vezes, de forma pouco prática. A
e entidades das mais diversas correntes
sustentabilidade deve ter o mesmo peso
ideológicas, todas elas exigindo algo mais
de importância na governança corporativa,
do empreendimento florestal. O desafio
ambiental e financeira e trazer resultados
hoje, mais do que tecnológico, é mostrar
efetivos para a empresa e sociedade em
à sociedade o potencial de uma indústria
geral. No setor florestal, por exemplo,
de árvores que pode crescer e trazer muito
deve haver o monitoramento de forma
mais do que os atuais 5% do PIB industrial,
consistente e sistematizada dos processos
4% das exportações brasileiras, 4 milhões
produtivos, com foco na redução do uso
de empregos diretos e indiretos e R$ 10
de recursos naturais e no aumento da
bilhões
eficiência.
Vemos a floresta do futuro ganhando
de
arrecadação
de
impostos.
escala, tornando-se cada vez mais técnica Quais são suas perspectivas para o setor florestal para os próximos anos?
e eficiente, reduzindo custos e, por outro lado, aproximando-se também do pequeno agricultor,
Embora produzir uma floresta plantada de rápido crescimento e alta produtividade
seja
em
empreendimentos
exclusivamente florestais, ou em integração junto à agricultura e pecuária.
“O desafio hoje, mais do que tecnológico, é mostrar à sociedade o potencial de uma indústria de árvores que pode crescer e trazer muito mais do que os atuais 5% do PIB industrial, 4% das exportações brasileiras”
B. FOREST
. ENTREVISTA 13
MIREX-S é a única que coloca a seu lado uma equipe técnica experiente e altamente especializada em manejo tecnificado de formigas cortadeiras. São os especialistas RESULT, um exclusivo programa customizado de serviços tecnológicos e planejamento para a gestão do controle em reflorestamentos.
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14 ENTREVISTA . B. FOREST
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B. FOREST
. ENTREVISTA 15
Engenharia florestal em foco
C
om amplo mercado, os engenheiros florestais podem atuar em diversas áreas, do melhoramento genético ao plantio, da docência ao inventário florestal. Entre escolhas
e desafios, cada perfil de profissional encontra uma área a seguir dentro desta profissão que engloba manejo, preservação, ciência, tecnologia, gestão e estatísticas.
Crédito: Fibria 16 MERCADO TECNOLOGIA DE TRABALHO . B. FOREST . B. FOREST
B. FOREST . MERCADO DE TRABALHO 17
M
esmo o Brasil sendo considerado
1980 em diante, houve uma ampliação no
referência em florestas plantadas,
horizonte de atuação, acompanhando a
a
engenheiro
consolidação do movimento ambientalista,
florestal ainda é bastante jovem no país. A
que teve seu auge a partir dos anos 2000.
primeira turma formou-se em 1964 e como
Para Yeda, com a nova geopolítica da
o curso ainda é recente, muitos profissionais
carreira, as recentes exigências relacionadas
desta época ainda continuam bastante
à observância do Código Florestal, os
atuantes. Ao longo dos anos, o mercado
questionamentos com relação à restauração
foi se expandindo, como também, muitos
de ambientes degradados, entre outras
cursos de engenharia florestal foram abertas,
questões,
ampliando a abrangência geográfica de
envolvendo temas como política florestal.
formação de tais profissionais. Por exemplo,
Assim, a silvicultura de florestas naturais
nos anos 70 e 80, apenas quatro cursos
tornou-se também bastante procurada.
eram oferecidos, nos estados do Paraná, Rio
“Hoje, com o Inventário Florestal Nacional
de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
em curso, há oportunidades nas áreas
Hoje, já são 61 cursos em todas as regiões
de
do Brasil, segundo dados do MEC (Ministério
socioeconomia, solos, etc.”, destaca.
profissão
de
requisitaram
inventário,
especializações
identificação
botânica,
Sendo assim, existe uma grande variedade
da Educação). se
de áreas em que os engenheiros florestais
ampliaram. De acordo com Yeda Maria
podem atuar. Muitas delas pouco exploradas
Malheiros de Oliveira, engenheira florestal e
ainda.
pesquisadora da Embrapa Florestas, muitos
desenvolver tanto atividades técnicas ligadas
profissionais das primeiras turmas possuíam
a plantios florestais, tecnologia da madeira,
formação mais voltada ao setor produtivo, já
manejo florestal, paisagismo urbano, entre
que a carreira tinha como principal função
outros, como também na área ambiental
a de atender ao mercado de florestas
e de conservação da natureza, tanto em
plantadas. “Assim, especializações ligadas
órgãos públicos como organizações sem
ao melhoramento genético, fitossanidade,
fins lucrativos, empresas, consultorias, etc.
As
áreas
de
atuação
também
O
engenheiro
florestal
pode
inventário e manejo florestal eram as mais
Estas, podem ser as mais conhecidas,
procuradas”, afirma. No entanto, dos anos
mas também existem atividades que não
18 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST
Crédito: Fibria
são propriamente da engenharia florestal,
operacional em silvicultura até chegar a área
mas que necessitam do conhecimento
comercial. “Minha área de atuação engloba
técnico para serem realizadas, como a área
desenvolvimento de mercado e produto
comercial. Auriomar Alvares é consultor
e consultoria pós-venda, que é um grande
de vendas especiais sênior da Futuragro.
diferencial para o segmento no momento.
Formado
o
Acredito que esta área está carente de
conhecimentos
bons profissionais. Quem tem potencial
aprendidos na academia e em outras
e consegue atuar nesse segmento tem
empresas que trabalhou como base para
grandes chances de obter sucesso”, destaca.
oferecer aos clientes o produto que mais
Já Giovana Baggio entrou na área florestal
se adequa às necessidades dos mesmos.
com o objetivo de atuar na conservação e
Durante a carreira, Auriomar trabalhou em
manejo das florestas naturais e dos diversos
viveiros, na área de aplicação de herbicidas,
biomas brasileiros. “Meu objetivo sempre foi
pesquisa
fazer com que a atividade humana possa
em
profissional
engenharia
utiliza
de
solo
seus
e
florestal,
desenvolvimento
B. FOREST . MERCADO DE TRABALHO 19
estar em sintonia com a sustentabilidade
a minha carreira evoluir e poder exercer a
dos recursos naturais e comunidades, no
minha função atual”, explica Giovana.
longo prazo”, conta. Por esse motivo, atua
Uma área bastante procurada pelos
como gerente de agricultura sustentável
engenheiros florestais é a de pesquisa e
da
Nature
ensino. Rodrigo Pereira Jr, conselheiro da
Conservancy. “Gerencio, uma equipe que
APEF do Pará (Associação Profissional dos
lidera projetos em áreas agrícolas, sempre
Engenheiros Florestais), optou por essa
voltados a equilibrar agricultura e pecuária
carreira imaginando algo bem longe da
à conservação de fragmentos naturais,
realidade. “Quando criança, achava incrível
recursos hídricos e solos”, conta. O objetivo da
ver pessoas que reconheciam a espécie de
ONG é atuar nas paisagens rurais, apoiando
uma árvore só de olhar para ela. Quando
produtores, com o intuito de recuperar
cursei engenharia, imaginava que seguiria
corredores naturais (APP), implantar boas
para a botânica. Ao longo das aulas percebi
práticas agrícolas, conservar remanescentes
que a carreira vai muito além disso, tem a
e reduzir a pressão da expansão da
engenharia em si, estatística, planejamento,
agropecuária sobre áreas naturais, por meio
áreas que muito me atraíram”, conta Rodrigo.
do incentivo a intensificação sustentável e a
Por ser do Pará, ao longo da carreira o
melhor utilização de áreas subutilizadas ou
profissional lidou muito com espécies
degradadas, tornando-as produtivas.
nativas. Trabalhou com manejo, plantio,
ONG
internacional
The
“Iniciei minha carreira com foco em
consultoria,
auditoria
de
certificação,
empresas
ONGs, engenharia de segurança e, hoje,
florestais, principalmente com ênfase na
é pesquisador, professor do IFPA (Instituto
certificação florestal. A qual me trouxe
Federal do Pará).
consultoria
ambiental
para
conhecimentos em diversos segmentos
A área de ensino também despertou o
como a área social, direito do trabalho,
interesse de Fernando Seixas. Desde que
saúde
recursos
ingressou na Esalq (Escola Superior de
hídricos, etc. Estudar e avaliar áreas florestais
Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade
com este olhar mais holístico, me trouxe
de São Paulo), em 1978, imaginava a
uma abertura para entender e poder atuar
engenharia florestal como uma carreira
de maneira mais inclusiva e ampla, o que fez
promissora e com grande demanda de
e
segurança,
biologia,
20 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST
“A atual formação mais aberta pode trazer diversas oportunidades de carreira, inclusive nas áreas de administração, pesquisa, direito, educação, agrícola, química, social e outros”, Giovana Baggio, gerente de agricultura sustentável da The Nature Conservancy.
Crédito: Divulgação Malinovski
B. FOREST . MERCADO DE TRABALHO 21
profissionais, inclusive com facilidade
nas
de que os frutos de seu trabalho
sensoriamento remoto. “Considero um
rapidamente aparecessem e tivessem
privilégio poder acompanhar todo o
resultados expressivos para a sociedade
desenvolvimento da engenharia e da
e o meio ambiente. “Naquela época
pesquisa florestal no Brasil, apesar das
já sonhava em ser professor e acabei
dificuldades e, em alguns momentos,
logrando
formado,
fases de recursos escassos. A carreira
ensino,
me permitiu conhecer pessoas de outros
na própria Esalq, em 1982”, relembra
continentes e trabalhar com diferentes
Fernando.
culturas e formas de ver a floresta”,
êxito
entrando,
Para
logo
como
após
auxiliar
de
ele, a engenharia florestal
áreas
de
inventário
florestal
e
explica Yeda.
consolidou-se como carreira, apesar de
Para ela, a madeira sempre foi um
ainda hoje não ser amplamente conhecida
fascínio. “As árvores são arquétipos
pelos jovens. “Sou professor na área de
da humanidade, reverenciadas desde
colheita e transporte de madeira, além de
os primórdios, por suas dimensões,
coordenador da disciplina de introdução
potencialidades, longevidade. Sempre
à engenharia florestal, a qual me satisfaz
achei que a madeira deveria ser a
imensamente
de
matéria-prima das nossas vidas. Assim,
receber os ingressantes e compartilhar
me aproximei da pesquisa florestal,
sonhos e esperanças, auxiliando-os nos
visando entender a complexidade de
seus primeiros passos na universidade.
uma floresta e formas de manejá-la.
Nos últimos três anos, passei a colaborar
Os
mais
parte
renovação eram ainda muito ambíguos,
administrativa, como prefeito do Campus
mas já se avizinhavam tecnologias ligadas
USP Luiz de Queiroz, restringindo um
ao estudo, análise e ao entendimento de
pouco a minha atuação em pesquisa”,
uma área de maiores dimensões usando
conta o professor.
meios como as fotografias aéreas e,
com
a
pela
oportunidade
universidade
na
Já a pesquisa é a paixão de Yeda Maria Malheiros
de
Oliveira,
pesquisadora
da Embrapa Florestas, que há 38 anos, 22 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST
conceitos
de
sustentabilidade
e
muito depois, sensoriamento remoto. Aí achei algo com o que me identifiquei”, destaca a pesquisadora.
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. ENTREVISTA 23
24 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST
Crédito do infográfico: Malinovski
B. FOREST . MERCADO DE TRABALHO 25
Desafios da Profissão
pesquisadora. A falta de força e expressão da categoria
Mesmo sendo uma área fascinante para
também é um obstáculo a ser superado,
seus profissionais e apreciadores da carreira, a
segundo Rodrigo Pereira Jr. Para ele, os
engenharia florestal enfrenta vários desafios.
engenheiros estão muito engessados em
Para Giovana Baggio, as áreas mais técnicas
uma receita pronta nas áreas de manejo
ligadas à esta engenharia ainda estão muito
e plantio. “Já temos um protocolo e um
atreladas ao mercado florestal (interno e
padrão
externo) e vulneráveis às oscilações do
avançar no quesito engenharia, trabalhar
mercado de madeira, fibras, energia e papel
mais com prognósticos de crescimento,
que têm variado muito nos últimos anos, o
monitoramento
que torna muitas vezes a disponibilidade de
florestas,
vagas bastante complexa. “Contudo, a atual
propriamente dita. Se não conseguirmos
formação mais aberta pode trazer diversas
fazer essa mudança e assumir a engenharia,
oportunidades de carreira, inclusive nas
que trabalhamos com produção sustentável
áreas de administração, pesquisa, direito,
e provar que alguns pontos da engenharia
educação,
se
agrícola,
química,
social
e
outros”, acredita a gerente.
destas
atividades.
e
desenvolvimento
atribuições
sobressaem
Precisamos
aos
da
de
engenharia
ambientais,
nossa
profissão pode perder espaço para outras
No entanto, essa ampla gama de
áreas”, destaca. Ele acredita que os fatores
atividades também pode ser um problema.
ambientais são extremamente necessários,
Yeda destaca que isso proporciona ao
mas
profissional uma maior dificuldade para
engenharia são deixados de lado e isso
encontrar sua identidade própria. “Além
pode acabar prejudicando em um futuro a
disso, carreiras como a de agronomia e
médio prazo.
em
alguns
casos,
conceitos
de
biologia, por exemplo, possuem interface
As linhas a seguir dentro da engenharia
grande com a engenharia florestal e a
florestal são várias, afinal a profissão
conquista de espaço deve ser um exercício
contempla várias áreas de atuação, desde
constante. Discussões de classe em torno
o melhoramento genético, passando por
de
carreira
pesquisa, manejo, docência, tecnologia,
deveriam ser mais frequentes. Considero
estatística, gestão, suprimento, ONGs, entre
o não engajamento da classe em torno de
tantas outras. Cabe a cada profissional
associações fortes e expressivas, um ponto
encontrar a área que mais se enquadra em
fraco ainda a ser enfrentado”, pondera a
seu perfil.
atividades
específicas
da
26 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST
“Discussões de classe em torno de atividades específicas da carreira deveriam ser mais frequentes. Considero o não engajamento da classe em torno de associações fortes e expressivas, um ponto fraco ainda a ser enfrentado”, . Yeda Maria Malheiros de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Florestas
Crédito: Fibria
B. FOREST . MERCADO DE TRABALHO 27
Eficiência e Qualidade no Transporte
A
o longo da história o transporte de madeira passou por uma grande revolução. De uma atividade realizada sem regulamentação e com riscos eminentes, se adaptou e hoje,
além de mais seguros, os implementos florestais tem maior capacidade de carga e custos bastante competitivos.
28 TRANSPORTE TECNOLOGIA .. B. B. FOREST FOREST
Crédito: Noma B. FOREST . TRANSPORTE 29
O
transporte de madeira é uma
gerente de engenharia de produtos da
operação que envolve risco,
Noma, o transporte de madeira começou
tanto para o motorista, quanto
a ter mais demanda no início dos anos
para as pessoas e veículos que ficam ao
2000, com o crescimento da produção de
seu redor, quando não é feita seguindo
celulose e os consequentes investimentos
as legislações vigentes. Como envolve
dessas empresas. “Até 2002, não havia
caminhões off road, implementos pesados
preocupação com os equipamentos que
e uma carga volumosa e pesada, todo o
transportavam as madeiras para atender
cuidado é necessário. Até 2006, não existia
esta indústria. Quase todos os caminhões
uma normatização para o transporte de
utilizados para a logística do setor eram
toras, nem dentro das fazendas ou nas
improvisados, uniam bases graneleiras
estradas estatais. Sendo assim, na maioria
com fueiros adaptados de caminhões
das vezes, eram utilizados caminhões
usados”, conta. Além dos grandes riscos
improvisados de outros segmentos com
de acidentes, essa prática proporcionava
fueiros adaptados. Com o passar dos
enormes custos de manutenção.
anos, motoristas, empresários e órgãos
A partir de 2004, a tecnologia no
governamentais perceberam a necessidade
setor começou a estimular também a
de se estabelecer uma legislação para reger
necessidade de melhoria dos caminhões
esse tipo de transporte e evitar acidentes.
que transportavam madeira. Do plantio
De acordo com Josué de Araújo,
à
colheita,
houve
uma
evolução
de
“Até 2002, não havia preocupação com os equipamentos que transportavam as madeiras para atender esta indústria. Quase todos os caminhões utilizados para a logística do setor eram improvisados” Crédito: Noma 30 TRANSPORTE . B. FOREST
investimentos e consequente estímulo
compostos por estruturas extremamente
nas condições de transportes. “Nessa
pesadas, “o que impactava diretamente
época, começou a ficar claro na planilha
nos custos de produção, já que o peso
de custos que o transporte era um grande
atribuído ao transporte, ocasiona um
vilão do negócio. Quebras, manutenção,
consumo maior de combustível, desgaste
equipamentos parados já não estavam
acelerado dos pneus, entre outros fatores”,
em linha com a melhora tecnológica do
esclarece.
mercado. Mas até 2005, não havia legislação
Foi então, em julho de 2006, que a
alguma para o transporte de madeiras e o
resolução
setor precisava dessa quebra de paradigma
transformação do setor, obrigando as
para deslanchar”, destaca Josué.
empresas
Adriano Terra Fernandes, engenheiro de
196/2006 a
trouxe
utilizarem
a
grande
equipamentos
específicos que já saíssem de fábrica
produto da Sergomel, explica que, por ainda
homologados
não serem utilizados materiais de maior
madeira. “Este foi um marco fundamental
resistência mecânica, os implementos eram
para o segmento”, comemora o gerente de
para
o
transporte
de
Foto: Gustavo Dutra Pinto B. FOREST . TRANSPORTE 31
Crédito: Magrão Scalco
engenharia de produtos. Os equipamentos
com ele, a utilização de ligas de aço de alta
passaram a ser produzidos com amarrações
resistência, combinando com os avanços
corretas e fueiros que geravam segurança,
tecnológicos nos componentes de engate,
pois trata-se de uma operação crítica,
frenagem
de um equipamento off road que entra
a capacidade de carga, resistência e
em estradas de baixa capacidade de
facilidade de manutenção.
sustentação com muito peso.
e
suspensão,
aumentaram
Além disso, Adriano Terra acrescenta
Começou então, por parte das fabricantes
que os sistemas de suspensão pneumática
de implementos, a busca para atender esse
com rodados single e duplos, com rodas
novo panorama. Claude Padilha, gerente
de alumínio que reduzem o peso destas
de marketing e gestão de rede da Randon
rodas em mais de 50% comparadas a uma
Implementos, conta que, hoje, a tecnologia
roda de aço; e cintas para amarração de
permitiu a redução drástica da tara dos
carga com tecnologias que a tornam mais
equipamentos. “Cada conjunto tritrem,
leves e ainda mais resistentes, entre outros,
por exemplo, teve sua tara reduzida em
também foram pontos da evolução dos
cerca de 30%, proporcionando o maior
implementos.
transporte de carga líquida.” De acordo 32 TRANSPORTE . B. FOREST
O paradigma estava quebrado. Surgia
MULTIDOCKER CH600D
A Multidocker CH600D é uma solução inovadora para o mercado e foi desenvolvido para o manuseio de madeira em pátio. Os diferenciais deste equipamento consiste em verticalizar o estoque no pátio (ganho de altura no estoque), faixa operacional de trabalho até 13 metros, melhor relação de custo por tonelada produzida, reduzir custos de transporte e estoque, aumentar e melhorar o fluxo de caminhões e as operaçõe de pátio. Sinergia total Multidocker com equipamento Cat ®. Máquina base é derivada de uma Escavadeira Hidráulica Cat® 336D2, com a aprovação em todo o mercado nacional. Conta com a mesma vantagem de ótima disponibilidade de peças e serviços oferecidos pela PESA. pesa.com.br
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B. FOREST . MERCADO 33
um produto que permitia levar toneladas
Tendências futuras
a mais de madeira, que economizava
Para Josué, ao olhar para o futuro, o
significativa quantidade de combustível
mercado brasileiro tende a buscar um
no transporte do implemento vazio, trazia
maior controle nas operações, nos raios
benefícios ao meio ambiente, era muito
de distância entre os locais de colheita e
mais seguro e reduzia consideravelmente
fábrica, rastreamento, nas configurações
o custo de manutenção.
ideias das carretas e no consumo de
Para a linha florestal, uma novidade
combustíveis. “Estes são fatores que ainda
da Noma foi a implantação de lâmpadas
precisam evoluir e buscar aprimoramento
Led. “Antes disso, a queima de lâmpadas
que certos países da Europa e a Austrália
no transporte florestal era constante e um
já alcançaram. A evolução do Brasil nos
enorme problema para o transportador”,
últimos 10 anos foi exponencial, mas ainda
explica
há muito para aprimorar”, acredita.
Josué.
Entre
2008
e
2009,
prototipagem virtual também passou a
Como um exemplo europeu, existe
integrar o desenvolvimento de produtos e
a
novos materiais da empresa.
Wood
34 TRANSPORTE . B. FOREST
tecnologia
patenteada
Logistics,
empresa
pela
Green
suéca,
que
Crédito: Divulgação
desenvolveu um conceito no qual as
padronizado”, explica.
toras são transportadas e manipuladas de
O conceito se baseia em uma caixa de
forma individual, inteligente e eficiente. O
carga móvel, que é acoplada a um Forwarder,
objetivo, segundo Lennart Olving, CEO da
o qual se desloca pela floresta coletando
empresa, é assegurar que todas as árvores
as toras em tamanhos pré-definidos. Após
colhidas na Suécia ou em qualquer outro
a carga estar completa, o mesmo retorna
lugar do mundo, sejam sempre utilizadas
até a estrada onde desacoplará a caixa
para as suas finalidades. “Durante o corte, o
de carga posicionando-a para a atividade
computador do Harvester tem informações
seguinte. Neste momento, entra em cena
detalhadas sobre a tora, mas assim que o
um caminhão que recebe a caixa de carga
corte ocorre e o tronco é deixado no chão,
e a transporta até a unidade de consumo.
toda essa informação se perde. Por isto,
Segundo a presidente do conselho
nosso conceito é baseado em um sistema
da Green Wood Logistics, Maria Drott, a
de movimentação de carga comumente
ideia é estabelecer uma manipulação e B. FOREST . TRANSPORTE 35
Foto: Divulgação
movimentação mais eficaz e eficiente das
aqui e pode ser facilmente implantado.
toras entre a colheita e o usuário final, no
“Existem grandes empresas produzindo
caso a indústria. “O sistema permitirá uma
eucalipto com apenas uma variedade
cadeia de suprimentos mais enxuta, onde
sortimento. Na Suécia, temos pelo menos
todas as etapas do processo podem ser
quatro variedades de sortimento, o que
totalmente controladas a partir do tempo e
torna o processo de colheita e transporte
perspectiva de qualidade”, defende.
mais complicado quando é necessário
A
empresa
aposta
no
mercado
mantê-los separados”, explica. No caso
brasileiro, e segundo o CEO, Lennart
das florestas multiprodutos, o conceito
Olving, o conceito já está patenteado
também pode ser facilmente empregado.
36 TRANSPORTE . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 37
Atividade Florestal Monitorada
P
elo simples fato de existir, as empresas florestais causam impactos positivos e negativos nas regiões onde estão localizadas. Por esse motivo, monitoramentos socioeconômicos
e ambientais são realizados periodicamente. Dessa forma, as empresas conseguem ter o controle e gerir seus impactos, fazendo com que suas operações contribuam com a comunidade.
38 GESTÃO . B. FOREST
Crテゥdito: Divulgaテァテ」o FSC B. FOREST . B.MERCADO FOREST DE TRABALHO . GESTテグ 39
P
or muitos anos, a atividade flores-
um manejo florestal sustentável e responsá-
tal foi vista como prejudicial, tan-
vel, não é tarefa fácil, mas é extremamente
to ao meio ambiente quanto para a
necessária para manter o bom funciona-
sociedade, por impactar nas comunidades.
mento da atividade. Por esse motivo, as em-
A visão ambiental está sendo mudada e a
presas realizam, periodicamente, monitora-
imagem das empresas florestais melhorada,
mentos socioeconômicos e ambientais.
muito devido ao trabalho feito nas regiões
De acordo com os princípios e crité-
próximas às fábricas e fazendas. Ainda é co-
rios do FSC (Forest Stewardship Council), o
mum ocorrer desavenças entre as organiza-
monitoramento deve ser conduzido, cor-
ções e a comunidade local, mas devido aos
respondendo a escala e a intensidade do
monitoramentos e conciliações feitas por
manejo florestal, para que sejam avaliadas
parte das companhias, elas estão se tornan-
as condições da floresta, o rendimento dos
do cada vez menos frequentes.
produtos florestais, a cadeia de custódia, as
Conciliar as operações florestais com os impactos positivos e negativos aos trabalhadores e comunidades do entorno, visando
Crédito: Divulgação FSC Foto: Kersys 40 GESTÃO . B. FOREST
atividades de manejo e seus impactos ambientais e sociais. A Floresteca, realiza o monitoramento
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Crédito: Divulgação FSC
socioeconômico e ambiental em todas as
justa e harmoniosa com as partes interes-
etapas de suas atividades. Para Fausto Taki-
sadas. A Floresteca é, atualmente, a maior
zawa, diretor da empresa, o ambiental é im-
empresa na região em que atua, em termos
portante para mensurar, evidenciar e ajudar
de capital investido e empregos diretos ge-
na tomada de decisões de manejo dos plan-
rados. Isto faz dela e suas relações com a
tios e para garantir a proteção e conserva-
comunidade um componente importante
ção ambiental das Reservas Legais e Áreas
para a sociedade local. “Uma boa plantação
de Preservação Permanente. “Ele também
começa com relações positivas com a co-
garante a proteção e conservação dos re-
munidade”, destaca Fausto. Por esse motivo,
cursos hídricos em suas áreas de influência e
a Floresteca realiza monitoramentos da flo-
a correta gestão dos resíduos gerados”, ex-
ra, fauna, recursos hídricos, monitoramento
plica.
ambiental pré e pós-operações florestais,
Já o socioeconômico é ferramenta de
monitoramento de resíduos sólidos e, iden-
apoio às ações para manter uma relação
tificação e monitoramento socioeconômi-
42 GESTÃO . B. FOREST
co das comunidades locais que podem ser
a serem avaliados derivam de acordo com
afetadas pelo empreendimento.
a comunidade, o tamanho da área planta-
De acordo com Fernanda Rodrigues,
da, a frequência de operações, entre outros.
coordenadora técnica do FSC Brasil, a fre-
“Sabemos que só por estarmos presentes
quência do monitoramento deve ser de-
iremos impactar na região. Cabe a nós dia-
terminada pela escala e intensidade das
logarmos com a comunidade para tornar
operações da empresa, assim como pela
nossa presença a mais proveitosa possível
complexidade e fragilidade relativas do am-
para todos os envolvidos”, destaca Felipe.
biente afetado. “Cada organização define a
Ele
explica
que
caso
a
relação
forma com que o monitoramento é realiza-
empresa/comunidade não seja boa, a ope-
do”, explica ela.
ração se torna instável. “Vemos casos em que uma comunidade insatisfeita fecha ro-
ser seguida, o monitoramento social foi o
dovias e depreda as máquinas da empresa”,
mais complexo de ser executado pela Com-
comenta. Isto, além de gerar prejuízos fi-
pensados Fuck. Felipe Alexandre Fuck, dire-
nanceiros, prejudica a imagem da empresa
tor da empresa, explica que os indicadores
perante a sociedade.
Crédito: Divulgação FSC
Justamente por não existir uma regra a
B. FOREST . GESTÃO 43
Diretrizes do Planejamento
Para que o monitoramento seja feito, Fausto explica que o primeiro passo é
Caso o resultado do monitoramento contenha
um
impacto
negativo,
a elaboração de um bom diagnóstico
a
socioambiental, evidenciando a real situação
organização deve definir a melhor maneira
do meio em que a empresa se instalará
de reduzir ou eliminá-lo, tendo que adaptar
e os cenários possíveis e desejáveis de
suas atividades de manejo com este objetivo.
alterações em função do empreendimento.
“Procedimentos
outros
Na sequência, é necessário o diálogo
documentos devem servir como base para
com as partes envolvidas, comunidades,
esta gestão, e permitir o acompanhamento
poder público, trabalhadores, etc, como
das mudanças no longo prazo. Quanto
forma
aos impactos positivos, estes devem ser
medidas mitigadoras, se necessário. “Os
igualmente
monitoramentos
operacionais
monitorados
e
e
avaliados,
de
alinhar
as
são
expectativas
ferramentas
e
para
visando manter e ampliar os benefícios
mensurar como se está realizando o cenário
sociais no longo prazo”, explica Fernanda
inicialmente desenhado e adotar medidas
Rodrigues.
corretivas quando necessário”, ressalta.
Programa socioambiental As empresas devem estabelecer programas que a auxiliem no cumprimento dos objetivos de manejo. Neste contexto, programas sociais e ambientais podem ser definidos. Para tal, podem ser considerados alguns itens:
Definir os indicadores e metas consistentes; Planejar e implantar atividades de manejo florestal incorporadas nos resultados de avaliações de impacto; Manter processos de consulta com pessoas e grupos diretamente afetados pelas atividades de manejo; Identificar, registrar e manter uma base atualizada de partes afetadas pelo manejo florestal; Conduzir uma avaliação de impactos socioeconômicos; Documentar consultas realizadas e manter os registros dos comentários recebidos.
44 GESTÃO . B. FOREST
Resultados
manejo responsável, dentro dos princípios da certificação e também como uma
A
avaliação
dos
resultados
do
forma de evidenciar o comprometimento
monitoramento é fundamental para verificar
socioeconômico e ambiental assumido pela
se os objetivos do manejo florestal estão
empresa.
sendo alcançados. Fernanda destaca que
O comprometimento com a sociedade e
os resultados do monitoramento devem ser
o meio ambiente, sem extrapolar as metas
incorporados na implementação e revisão do
econômicas, faz com que o setor florestal
plano de manejo. “Outro ponto importante,
se desenvolva e conquiste reconhecimento
é que, se respeitada a confidencialidade das
e valorização perante o mercado. Uma
informações, os responsáveis pelo manejo
atividade, que além de gerar empregos,
florestal devem disponibilizar ao público um
contribui para a comunidade a sua volta,
resumo com os resultados dos indicadores
proporcionando
de monitoramento”, salienta.
educação,
não
infraestrutura, pode
ser
vista
cultura, como
Fausto acredita que os resultados destes
prejudicial. Cabe as empresas provar sua
monitoramentos são umas das ferramentas
contribuição à sociedade por meio de suas
para ajudar na tomada de decisões para o
ações.
Crédito: Stora Enso / New generation Plantations
B. FOREST . GESTÃO 45
46 GESTテグ . B. FOREST
B. FOREST . GESTテグ 47
ANÁLISE MERCADOLÓGICA
Í
ndices econômicos, o aumento na demanda por toras finas de eucalipto e a queda no preço no pinus são os destaques do boletim mercadológico feito pelos profissionais da
Foto: Divulgação
STCP
48 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas:A expectativa para o crescimento do PIB brasileiro em 2016 é negativa em 3,80% segundo última estimativa do BCB (Banco Central do Brasil) e nova projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional). Se confirmado, o resultado repetirá o desempenho da economia em 2015, que foi o pior desde 1990. Confirmando esta retração, será a primeira vez que o país registrará dois anos consecutivos de contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB caiu de +0,44% para +0,20%, enquanto o FMI indica um quadro mais pessimista com retração de -0,3%. Estas projeções estão sujeitas à grandes incertezas devido à possibilidade de mudanças no cenário político nacional nos próximos meses, as quais poderão alterar estas perspectivas econômicas. • Inflação: Em Mar/2016, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,43%, menos da metade da taxa de Fev/2016 que fechou em 0,90%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses totaliza 9,39%, porém ainda segue significativamente acima do teto da meta anual de inflação do BCB de 6,5%. A estimativa do Banco Central é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7,08% (ainda acima do teto da meta) e em 2017 em 5,93%. • Taxa de Juros: No início de Março, o COPOM manteve a taxa Selic em 14,25%, em linha com a atual política econômica do Governo e também influenciada pelas incertezas nos panoramas nacional e internacional. A estimativa do BCB é que a Selic feche 2016 em 13,38% ao ano e em 2017 em 12,25% ao ano. A próxima reunião do COPOM está agendada para ocorrer no final de Abril. • Taxa de Câmbio: Em Mar/2016, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,70/USD, resultando em valorização com queda de -6,8% em relação à média de Fev/2016. A média cambial observada na 1ª quinzena de Abr/2016 foi de BRL 3,59/USD, com variação entre BRL 3,51 e 3,69/USD e perspectiva variável associada às indefinições no cenário político e econômico. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 3,80/USD no final de 2016 e de BRL 4,00/USD em 2017.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 49
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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50 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 51
“No
Paraná,
observa-
se tendência de aumento de demanda por tora fina de eucalipto em função de mudanças na dinâmica de mercado, o que pode pressionar preços da matériaprima no curto e médio prazo.”
B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 52
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
52 ENTREVISTA . B. FOREST
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 53
• Comentários - Tora de Eucalipto: Com a incerteza sobre os desdobramentos no cenário político nacional e a continuidade da recessão econômica no país, persiste a redução no consumo das famílias por bens e serviços, o que tem impactado também o setor florestal como um todo, desde o consumo de madeira em tora pela indústria de transformação até os produtos acabados. Assim como na região Sul, alguns produtores florestais situados na região Sudeste têm relato queda no preço na madeira de eucalipto para energia e celulose, devido à sobre oferta destes sortimentos em alguns mercados. O Estado de Minas Gerais tem plantios florestais direcionados à produção de carvão vegetal e, embora o preço do minério de ferro tenha apresentado elevação, se observa excedente de madeira fina no mercado. Desde janeiro, o preço do minério de ferro subiu cerca de 30% (em US$) em função da demanda na China, porém esta valorização pode estar chegando ao fim, devido ao excesso de aço ofertado ao país asiático. Alguns analistas preveem excedente de aço ainda este ano, o que pode fazer com que muitos produtores florestais realizem corte raso dos povoamentos ainda neste semestre a fim de aproveitar o bom momento. Caso isso ocorra, estima-se certo equilíbrio entre oferta e demanda por madeira em tora na região Sudeste e oportunidade de estabilidade de preço desta matéria-prima florestal. No Paraná, observa-se tendência de aumento de demanda por tora fina de eucalipto em função de mudanças na dinâmica de mercado, o que pode pressionar preços da matéria-prima no curto e médio prazo. Para a tora grossa, na maioria das empresas, não houve alteração significativa nos preços. Alguns produtores florestais conseguiram reajustar o preço deste sortimento, porém com índices inferiores à inflação. Algumas empresas da região Sul esperam aumento de preço da madeira, tanto fina quanto grossa, com a chegada do inverno e com os reajustes salariais que provavelmente serão repassados ao produto.
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54 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
• Comentários - Tora de pinus: Os preços de madeira fina de pinus, de modo geral, tiveram leve queda neste início de ano, seguindo igual tendência observada para tora fina de eucalipto. Com um cenário de baixa demanda e excesso de oferta de tora fina em alguns polos de produção e consumo, os produtores florestais continuam com dificuldade em reajustar os preços, principalmente na região Sul. No entanto, algumas cooperativas e fabricantes de painéis esperam aumento de preço nos próximos meses devido a um aumento da demanda por este sortimento e também a expectativa de que empresas que secam grãos, com o fim da safra de verão, façam a reposição de seus estoques reduzindo a oferta de madeira no mercado. Assim como no caso do eucalipto, a procura por toras grossas de pinus começou a diminuir por parte das empresas produtoras de madeira beneficiada que atendem somente o mercado nacional, em função do desaquecimento deste mercado devido, entre outros, à retração da construção civil em 2015. Alguns produtores florestais indicam estar enfrentando atrasos no recebimento e até mesmo inadimplência. Como a oferta de madeira em tora com diâmetro acima de 25 cm é limitada, os preços desta bitola estão estabilizando. A tendência dos reflorestadores é de repasse gradual dos custos até a definição do atual cenário econômico, acompanhando os desdobramentos da crise política e a oscilação cambial. Com a recente valorização do Real frente ao Dólar Americano nas últimas semanas, cria-se um cenário de incerteza e cautela junto às empresas exportadoras de produtos manufaturados, tais como de madeira serrada, compensado e painel reconstituído.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 55
56 ENTREVISTA . B. FOREST
ESTADOS DO NORDESTE APRESENTAM OS MAIS BAIXOS ÍNDICES DE ADESÃO AO CAR
O
s proprietários de imóveis rurais do Nordeste continuam enfrentando dificuldades no processo de adesão ao CAR (Cadastro Ambiental Rural), cujo prazo final termina no próximo dia 05 de maio. Os dados mais recentes divulgados pelo SFB (Serviço Florestal Brasileiro), órgão do Ministério do Meio Ambiente, indicam que o pior desempenho está registrado no estado de Pernambuco, com apenas 13,6% de adesão. Em seguida aparece Alagoas (15,64%), Paraíba (17,34%) e Bahia (25,44%). Entretanto, os números gerais, incluindo os 26 estados da Federação, além do Distrito Federal, apresentam melhoria significativa no registro no Cadastro, 67,6%, segundo o levantamento mais recente do SFB. O ponto fora da curva dentre os nove estados nordestinos é o Maranhão, com adesão de 100% dos donos de imóveis rurais. Na mesma situação, encontram-se os estados de Roraima, Rio de Janeiro, Rondônia, Amazonas e Acre.
Crédito: Fibria
B. FOREST . NOTAS 57
FIBRIA INOVA NA SILVICULTURA
C
om o objetivo de aumentar a produtividade, a Fibria está investindo em seus viveiros. A partir de 2017, todo o trabalho feito será 100% automatizado. A empresa será a primeira da área de celulose a utilizar robôs para plantar mudas de eucalipto. De acordo com a Fibria, a automação vai evitar perdas e preservar a integridade das mudas. O novo viveiro também segue conceitos de sustentabilidade, redução de resíduos e de impacto ambiental. Outra novidade é o sistema Ellepot, um tubete de papel degradável que substitui o de plástico e não precisa ser retirado na hora do plantio evitando, assim, perda de substrato ou estresse da muda antes de ser plantada. De acordo com a Fibria, além de melhorar a qualidade do sistema radicular, o sistema Ellepot reduz consideravelmente os custos de processos como recolhimento, lavagens e encanteiramentos além das perdas dos tubetes. As novas instalações irão ocupar, aproximadamente, 48 mil m² de estufas, com automação nos processos de transporte, manuseio, seleção, irrigação, nutrição e controle meteorológico.
Crédito: Ellepot / Fibria
58 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 59
MUSEU DO EUCALIPTO COMPLETA 100 ANOS
O
Museu do Eucalipto, um dos principais atrativos da FEENA (Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade), completou 100 anos no último dia 26 de março. Fundado em 1916, o Museu do Eucalipto, localizado em Rio Claro (SP), possui um acervo científico, histórico e cultural de grande importância, constituindo-se uma referência mundial na cultura do eucalipto. A ideia de Edmundo Navarro de Andrade de disponibilizar e divulgar os resultados de pesquisas com o eucalipto em uma instituição museológica foi uma iniciativa pioneira e muito significativa. O acervo do Museu tornou-se referência na comunidade científica e subsidiou posteriormente as empresas que vieram a se dedicar ao plantio de florestas plantadas, principalmente as voltadas à indústria do papel. Além da comunidade científica, o Museu recebe anualmente inúmeros visitantes que se surpreendem com as reflexões proporcionadas pelo seu acervo, principalmente pela recuperação dos dados históricos ali presentes. O local possui um espaço expositivo permanente (incluindo peças confeccionadas em madeira de eucalipto, como mobiliário, painéis e utensílios), distribuído em 16 salas temáticas localizadas em um único pavimento, com área construída de 800 m².
Foto:Divulgação
60 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 61
BRASIL CONTRA INCÊNDIOS FLORESTAIS
E
m 2019, Mato Grosso do Sul será a sede oficial da 7ª Conferência Mundial de Incêndios Florestais, a Wildfire. A conferência internacional, maior evento sobre o tema, acontece a cada quatro anos e teve sua última edição na Coréia do Sul em 2015. No Brasil, o evento está sendo realizada pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), em Campo Grande (MS). “Estaremos trabalhando junto ao Ibama nestes próximos anos de preparação, construindo o evento, para torná-lo de grande magnitude e para mostrar o potencial da silvicultura em nosso estado”, reforça Benedito Mário, diretor executivo da Reflore/MS, uma das organizadoras do evento.
Crédito: WOF
62 NOTAS . B. FOREST
SECRETARIA DE AGRICULTURA DE SP REORGANIZA CÂMARA DE PRODUTOS FLORESTAIS
A
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo reorganizou a Câmara Setorial de Produtos Florestais, com o objetivo de fortalecer o segmento, que perdeu espaço, frente a outros segmentos da agropecuária paulista. A Câmara terá atribuições, como: integrar os diversos agentes da cadeia produtiva; propor o desenvolvimento de políticas públicas; além de receber reivindicações e encaminhar sugestões da comunidade técnica, acadêmica, produtiva, industrial e comercial, inclusive trabalhadores e consumidores. De acordo com o secretário geral das Câmaras Setoriais vinculadas à Secretaria de Agricultura, Alberto Pereira Gomes Amorim, a reorganização foi importante para estimular a participação da indústria de papel e celulose na Câmara Setorial. “É preciso trazê-los para perto, a discussão perde qualidade quando se fala somente com um segmento da cadeia”, destacou.
Crédito: Divulgação
B. FOREST . NOTAS 63
64 FOTOS . B. FOREST
B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . Vテ好EOS 65
66FOREST B. ENTREVISTA . Vテ好EOS B. FOREST 66
MAI
MAIO 13º International Pulp Week
01
Quando: 01 a 04 Onde: Vancouver (Canada). Informações: www.internationalpulpweek.com
2016
MAI
06
MAIO 4º Fórum Ambiental e Florestal de Juiz de Fora Quando: 06 e 07 Onde: Juiz de Fora (MG). Informações: www.fazendatriqueda.com.br/sem-categoria/4-forum-ambiental-e-florestal-de-juiz-de-fora-mg
2016
JUN
09
JUNHO KWF Tagung – Alemanha. Quando: 09 a 12 Onde: Roding, Bavaria (Alemanha). Informações: www.kwf-tagung.org/en/kwf-tagung/kwf-expo.html
2016
AGO
17
AGOSTO III Reforest - Simpósio Nacional sobre Restauração Florestal Quando: 17 a 19 Onde: Viçosa (MG). Informações: www.sif.org.br/@reforest2016/
2016
AGO
AGOSTO World Conference on Timber Engineering
22
Quando: 22 a 25 Onde: Viena (Áustria). Informações: http://wcte2016.conf.tuwien.ac.at/home/
B. FOREST
. AGENDA 67
2016
SET
SETEMBRO II Encontro Brasileiro de Infraestrutura Florestal.
22
Quando: 22 a 23 de Setembro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
NOV
NOVEMBRO Fórum Nacional Sobre Carvão Vegetal
08
Quando: 08 e 09 Onde: Belo Horizonte (MG). Informações: www.sif.org.br
2016
NOV
09
NOVEMBRO Fórum de Energia da Biomassa Florestal Quando: 08 e 09 Onde: Belo Horizonte (MG). Informações: www.sif.org.br
2017 MAI
22
MAIO Ligna Quando: 22 a 26 Onde: Hannover (Alemanha). Informações: www.ligna.de/home
2017
JUN
JUNHO Elmia Wood
07
Quando: 07 a 10 Onde: Jönköping (Suécia). Informações: http://www.elmia.se/
68 AGENDA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 69