B.Forest A Revista Eletrônica do Setor Florestal - Edição 13 - Ano 02 - n° 10 - 2015

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Pneus Radiais n XHA2 n X-Quarry n XADN n SGLA

n Feller Bunchers n Skidders n Fowarders n Harvesters

n Cabeçotes para colheitas Florestais

n Motores Marítimos n Motores Estacionários

Caminhões Articulados n Escavadeiras Hidráulicas n Pás-Carregadeiras n Minicarregadeiras n Miniescavadeiras n Vibroacabadoras n Rolos Compactadores n


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6 ENTREVISTA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 7


UM ANO COM MUITA DEDICAÇÃO E CARINHO COM O SETOR FLORESTAL Há exatamente um ano, lançamos a primeira edição da Revista B.Forest com o objetivo de oferecer ao mercado um novo conceito de mídia florestal. Depois de 12 edições, nos sentimos realizados em olhar para trás e ver que o compromisso firmado de entregar uma publicação com qualidade e independência editorial. Oferecer para o mercado florestal, a cada edição, uma revista com conteúdo qualificado e com a linguagem do setor faz com que a cada mês mais profissionais florestais leiam a B.Forest e que as nossas parcerias se fortaleçam. Nesta edição especial de 1 Ano, reforçamos o nosso compromisso e anunciamos que este é apenas o começo de uma longa jornada. Desejamos continuar conectados, levando informação gratuita e relevante feita de profissionais florestais para florestais profissionais! Este também é o momento oportuno para agradecer os nossos anunciantes, por terem acreditado na proposta da Revista B. Forest desde a primeira edição; aos nossos conselheiros, que mensalmente nos ajudam a manter a qualidade editorial da revista; e, claro, aos nossos mais de dez mil leitores mensais, que sempre opinam sobre as reportagens publicadas e nos dão sugestões altamente relevantes. Fica aqui o nosso muito obrigado! Nas próximas páginas, você encontrará uma revista repaginada, com layout mais moderno e fotos cada vez mais bonitas e bem editadas. Entre os assuntos da edição está a tecnologia aplicada à produção das mudas, a importância da gestão das equipes por meio dos turnos de trabalho e o uso das florestas como matéria-prima para geração de energia. Além disto, leia uma entrevista exclusiva com o diretor florestal da Klabin, José A. Totti, que falou sobre sua experiência com a gestão de equipes e a sua visão sobre o futuro do setor florestal. E para fechar com chave de ouro, a edição comemorativa, produzimos uma linha do tempo para dividir com você tudo o que ocorreu de bom neste primeiro ano! Bem-vindo ao segundo ano da Revista B.Forest! Saudações florestais! 8 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST


Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Financeiro: Jaqueline Mulik

Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain (Diretor Florestal da Veracel), Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).

B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 13 - Ano 02 - N° 10 - Outubro 2015 Foto de Capa: Timber Forest Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br

© 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados.

B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 9


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B. FOREST

. ENTREVISTA 11


UM PROFISSIONAL

DE PESO José A. Totti Diretor Florestal da Kablin

U

m dos profissionais de maior reno-

foram dados em uma empresa de Caxias

me no setor florestal, mais de 35

do Sul (RS) que trabalhava com plantio de

anos de experiência, 31 deles ape-

maçã, eucalipto e pinus. Fiquei dois anos lá

nas na Klabin. Vasto conhecimento sobre

e depois fui para a Riocell, em Guaíba (RS),

colheita, estradas e, especialmente, gestão

que já era uma empresa do grupo Klabin. De

de pessoas. Estas são apenas algumas das

lá para cá, trabalhei praticamente o tempo

características do diretor florestal da Klabin,

todo na empresa, depois do Rio Grande, no

José A. Totti. O clássico gaúcho, objetivo

Paraná e em São Paulo. Fiquei apenas um

e que acredita que chegou onde está pela

ano e sete meses fora. Em todo o período

dedicação, suporte de sua equipe e por es-

completei 31 anos de casa.

tar no lugar certo, na hora certa, bateu um papo descontraído com a Revista B.Forest em sua edição comemorativa. Confira!.

Quais

são

as

experiências

mais

marcantes que viveu? Participei de alguns processos focados na

Como começou sua carreira e a ligação com o setor florestal? Meus primeiros passos profissionais 12 ENTREVISTA . B. FOREST

mudança de cultura de gestão. Transformar um modelo de gestão anacrônico, no qual as pessoas trabalham sob forte hierarquia


Foto: Divulgação

“Talvez

eu tenha dado sorte de

estar no lugar certo na hora certa. Mas o fato é que ter uma boa equipe ajuda muito a te levantar e empurrar para cima, por isto, sempre procurei me cercar de pessoas de alto nível”

B. FOREST

. ENTREVISTA 13


“O país está passando por um momento delicado, que não será superado facilmente, mas ele tem todas as condições para se tornar competitivo, voltar a crescer. O setor florestal tem muito a colaborar nisso” e transformá-lo em um modelo mais

obter bons resultados, a equipe com que

contemporâneo de gestão, compartilhado

se irá trabalhar já tem que estar em um

e em equipe, sempre me deu muito prazer.

patamar razoável, do contrário leva-se mais

Perceber que as pessoas têm condições

tempo. O mais difícil é gerir as pessoas,

de mudar, dependendo do jeito com

mexer com o relacionamento entre elas e

que você começa a interagir, como as

com a forma como atuam. Muitas vezes

incentiva e quais recursos mobiliza para

os processos precisam ser modificados,

que elas mudem, me realiza. É muito bom

assim como as estruturas, então a vida das

poder transformar o ambiente de trabalho,

pessoas muda junto. Essa adaptação não

deixando-o mais produtivo, onde as pessoas

é fácil, precisa ser feita com calma, com

olham as questões e as discussões por um

jeito, sem ameaças, mas ao mesmo tempo

ponto de vista profissional e não pessoal,

sendo objetivo, senão nada acontece.

e, além disto, perceber que elas evoluem e

Eventualmente, alguns profissionais podem

se colocam de forma diferente a partir de

ficar pelo caminho, não vai ter jeito, quem

um trabalho estruturado de mudança de

não se adaptar fica para trás. O tempo neste

cultura.

processo é essencial para que seja possível levar o maior contingente de pessoas junto.

Quais

fatores

leva

em

consideração

para formar e gerir uma equipe de alta performance?

Até o momento a Klabin tem sido o seu maior projeto profissional. Quais os

De forma geral, formar uma equipe de

maiores desafios que enfrentou na empresa

alta performance é um trabalho longo.

e como se preparou profissionalmente

Não se faz isso da noite para o dia. Por

para acompanhar os saltos que a empresa

mais capacitado que você seja, por mais

tem dado?

ferramentas e apoio que tenha, em menos

Tem uma boa dose de preparo pessoal

de cinco anos é quase impossível. Para se

para enfrentar estes desafios. Logo no

14 ENTREVISTA . B. FOREST


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B. FOREST

. ENTREVISTA 15


início da carreira, nos meus primeiros anos,

por uma de suas maiores expansões e

no final dos anos 80, tive a oportunidade

investimentos, o Projeto Puma. Quais

de

de

fatores estratégicos que a área florestal

esta

contribuiu e está contribuindo para o

participar

desenvolvimento

de

um

programa

gerencial.

Com

experiência, tive condição de entender

sucesso do projeto?

um pouco mais as pessoas, os processos

O Projeto Puma não surgiu ao acaso.

e as interações e relacionamentos. A partir

Ele foi planejado e quando a companhia

daí gostei do tema e busquei aprofundar

decidiu implementá-lo, nós do florestal,

meu

Experimentando,

tínhamos algumas questões a tratar. A

angariando ajuda e apoios, comecei a ser

primeira foi um reforço na estrutura, afinal

um pouco “referência” no assunto, nas

no Paraná estamos saindo de uma colheita

empresas onde atuei. Não sei se realmente

acima de 6 milhões e indo para 12 milhões

sou, mas o fato é que gosto de lidar com

de toneladas por ano.

conhecimento.

gente e ajudá-las a mudar pessoal e

Felizmente, a unidade do Paraná tem

coletivamente. É muito bom ver o resultado!

uma vantagem competitiva muito grande.

Mas acima de tudo, em minha vida

Temos florestas próximas à fábrica atual

profissional, talvez eu tenha tido a sorte de

e à futura e teremos o menor raio médio

estar nos lugares certos, nas horas certas. O

para um site de dimensões parecidas com

fato é que ter uma boa equipe ajuda muito

o que ficará naquela região - 2,5 milhões de

a te levantar e empurrar para cima, por isto,

toneladas de celulose/papéis -. Nenhuma

sempre procurei me cercar de pessoas de

outra empresa deste porte terá um raio

alto nível. Uma combinação entre gente

médio sequer parecido. Temos um site de

jovem com alto potencial, e gente madura

altíssima produtividade, também inigualável

que tinha capacidade de passar mensagens

no país e no mundo. Além disso, temos um

e ajudar os jovens a crescer. Uma equipe

diferencial importante: nosso site produz

mista é essencial. Nunca tive medo de

muito bem tanto eucalipto quanto pinus.

sombra, sempre acreditei que ter os

O Projeto já entrará em operação com

melhores comigo me empurraria para cima.

madeira disponível, temos um percentual

Tem gente que tem medo de sombra e com

pequeno previsto de compra de madeira

isso não vai ter uma equipe de qualidade.

na região. Se ela for necessária, sabemos graças a um inventário florestal feito em

Atualmente, a Klabin está passando 16 ENTREVISTA . B. FOREST

conjunto com os governos federal e


estadual e a APRE, que temos mais de 1

vem se modificando. Entendo que dobrar

milhão de hectares de pinus e eucalipto

a área florestal não é trabalho para 2020,

plantados, isso significa que se precisarmos

sinceramente,

comprar madeira fora do nosso raio de

chegarmos aos 14 milhões de hectares.

atuação, nós a compraremos em um uma

Não sei nem se dobraremos a área florestal

distância razoável. Isso é muito positivo

em algum momento. O que existe é um

porque não precisamos sair do estado do

potencial de crescimento e no momento

Paraná para comprar madeira.

estamos desenvolvendo na Ibá um trabalho

acho

quase

impossível

de identificação do potencial viável de Além dos cargos empresariais sempre foi

crescimento do ponto de vista da área

ligado as associações do setor e ajudou na

plantada, que vai nos dar um direcionamento,

consolidação de grandes iniciativas como

vamos

o FSC, ABAF, ABRAF. O que te motivou a se

questões a partir do mercado e das nossas

envolver com estas ações e entidades?

potencialidades. Depois disto, teremos

pode

enxergar

melhor

essas

A crença de que quando estamos

números mais precisos, indicadores para

juntos somos mais fortes. Uma empresa

acompanhamento e deveremos trabalhar

isoladamente tem pouco poder de fogo,

nos gargalos que dificultam o atingimento

pode ter influência, mas quando nos unimos,

do potencial produtivo do país.

profissionais e empresas, com o mesmo objetivo fica muito mais fácil trabalhar e

Consegue identificar o que falta para

alcançar objetivos. Acredito muito nisso e

que o setor seja reconhecido como um

tenho sido um defensor dessa ideia dentro

expoente para a economia brasileira?

da minha companhia, porque já tive boas experiências que comprovam isto.

Tenho a impressão de que o governo enxerga de uma maneira razoavelmente adequada o setor. Ele sabe a importância

As perspectivas para o crescimento do

e entende o quanto contribuímos para a

setor florestal, divulgadas pela Ibá, há dois

melhoria da qualidade de vida em regiões

anos, eram de duplicação da área plantada

carentes do país e também reconhece a

até 2020. Levando em consideração o

forte ação na balança comercial. Porém,

panorama atual acredita que podemos

o Brasil é deficiente no que diz respeito

atingir esta meta?

a mão de obra e melhores condições

Nestes últimos anos, a perspectiva

de operação. Enfrenta dificuldades de B. FOREST

. ENTREVISTA 17


infraestrutura logística (rodovias, ferrovias,

genético do mundo e agora vamos sair

hidrovias e portos deficientes), de energia e

na frente porque estamos começando a

de comunicação. Esta série de fatores nos

mecanizar a silvicultura e provavelmente

afeta, mas não é algo vivido exclusivamente

desenvolveremos equipamentos que o resto

pelo nosso setor. Por outro lado, temos

do mundo não tem. Quando analisamos

buscado mostrar aos governos (federal

o passado, vemos que evoluímos muito e

e estaduais), os gargalos que dificultam o

rápido. O setor florestal brasileiro está na

crescimento.

vanguarda mundial, não devemos nada sob

Acho que a sociedade de forma geral tende a perceber melhor os benefícios que

o ponto de vista ambiental, social e muito menos tecnológico.

trazemos e ficará menos apegada a mitos que vem sendo difundidos ao longo dos anos. Temos que quebrar essas barreiras e

Qual sua perspectiva para o setor florestal nos próximos anos?

levar a informação correta à sociedade. No

O país está passando por um momento

entanto, com 35 anos de carreira garanto

delicado, que não será superado facilmente,

que a forma como nós somos vistos hoje,

mas ele tem todas as condições para

é muito melhor do que nos meus primeiros

se tornar competitivo, voltar a crescer,

anos de atividade.

melhorar a qualidade de vida das pessoas. O setor florestal tem muito a colaborar

Quais são as principais mudanças que

com este processo. Se o país realmente

acompanhou nos mais de 30 anos de

se transformar, passar a ter uma lógica

atuação no setor?

econômica,

social

e

política

mais

Vivemos uma grande evolução. Quando

contemporânea, se nos aproximarmos da

comecei minha carreira se conhecia muito

forma de pensamento de países jovens

pouco da atividade florestal. Ela era ainda

como o Brasil, caso da Nova Zelândia,

muito recente e só começou para valer

Austrália, Estados Unidos, que têm uma

em 1970 com a mecanização, antes disso,

estabilidade política, alto nível educacional,

as operações eram manuais, não havia

visão

escala. Desde então, o avanço foi muito

a potência que nos tornaremos com a

grande, hoje as operações de colheita

disponibilidade de terras que temos, clima

acompanham o mesmo nível de outros

e tecnologia que já dominamos. Estou

países. Temos o melhor melhoramento

animado com o futuro!

18 ENTREVISTA . B. FOREST

empresarial

adequada...

imagina



20 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 21


22 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 23


24 24 LINHA LINHADO DOTEMPO TEMPO . . B.B.FOREST FOREST


B.B.FOREST FOREST . . LINHA LINHADO DOTEMPO TEMPO 25 25


26 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 27


28 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 29


30 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 31


32 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 33


34 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


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36 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


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38 LINHA DO TEMPO . B. FOREST


B. FOREST . LINHA DO TEMPO 39


GENÉTICA TECNOLÓGICA O

ponto de partida para uma floresta de alta produtividade é a escolha de uma boa muda. Depois de determinada a finalidade da floresta e com isso as especificações das espécies plantadas, a escolha certa das mudas é essencial para o

sucesso da floresta. Neste momento, as tecnologias e o modo de cultivo dos viveiros são fundamentais.

Foto: Ivar Wendling 40 SILVICULTURA . B. FOREST


B. FOREST

. SILVICULTURA 41


Foto: Divulgação

C

om o aumento da

te Mudas e Sementes Ltda,

sócio-gerente do Viveiro Da-

demanda por flores-

empresa do Grupo Plantar,

cko, também existe uma prá-

tas plantadas, houve

esse processo é caracteriza-

tica mais antiga que ainda é

a necessidade de uma maior

do pela utilização de peque-

utilizada: a produção seminal,

efetividade nos plantios, as-

nos brotos de eucalipto (es-

nesta utilizam-se sementes

sim os viveiros cresceram e

tacas) que possuem entre 4 e

de pomares certificados. “Em

se tornaram essenciais. Mas,

7 cm de comprimento e um

nosso caso, temos 90% de

com o desenvolvimento do

par de folhas. “Estas estacas

produção clonal”, acrescenta.

setor, as demandas também

são ‘plantadas’ em tubetes

A forma mais comum de

mudaram e novas tecno-

com substrato apropriado.

clonagem é por micropropa-

logias foram desenvolvidas

Após este processo as mudas

gação. Nela, se busca a mul-

para aumentar a produtivida-

permanecem em condições

tiplicação de gemas axilares

de do plantio, qualidade da

de controle de temperatura

e ápices caulinares, ou seja,

madeira, densidade, etc.

e umidade, em casas de ve-

a utilização de células meris-

Atualmente, o processo

getação, por um período de

temáticas já formadas. A uti-

de produção de mudas mais

12 a 15 dias para emissão das

lização da micropropagação

utilizado nos viveiros de eu-

novas raízes”, explica. Na se-

permite a produção de gran-

calipto no Brasil é o processo

quência, as mudas são gra-

de quantidade de mudas em

de clonagem com prática de

dualmente aclimatadas em

um curto espaço de tempo,

miniestaquia com minijar-

casas de sombra com redu-

além da obtenção de mudas

dins clonais. De acordo com

ção de luminosidade de 50%

livres de patógenos e viroses.

Paulo César Cacau Melo, di-

por mais 12 a 16 dias.

Esta técnica pode ser dividida

retor florestal do Centro Nor42 SILVICULTURA . B. FOREST

Segundo Marlon Moreira,

em cinco etapas principais:


desinfestação, multiplicação,

70%, e o hipoclorito de sódio,

a multiplicação, como por

alongamento, enraizamento

em diversas concentrações”,

exemplo: a frequência de

e aclimatização. No entanto,

explica.

subcultivos, o tipo e tamanho

Ivar Wendling, pesquisador

Após a desinfestação, os são

inoculados,

dos explantes e os cuidados

da Embrapa Florestas, ressalta

explantes

tomados.

que podem ocorrer variações

onde podem ficar até 30 dias,

Esta etapa é fundamenta-

de acordo com a espécie da

mas a percepção de conta-

da na divisão e diferenciação

muda e seu comportamento

minação pode ocorrer logo

celular, de acordo com as

in vitro. Entenda as etapas:

na primeira semana de cul-

diferentes rotas morfogené-

Desinfestação

tivo. “Para evitar contamina-

ticas possíveis, como a orga-

O estabelecimento in vitro

ções generalizadas, é indica-

nogênese e a embriogênese

é uma etapa determinante no

do a inoculação em tubos de

somática, de modo direto ou

processo de microprogapa-

ensaio, onde ficam individu-

indireto. Neste estágio, deve-

ção, principalmente se o ma-

alizados, ao invés de frascos

-se determinar o número e

terial genético for provenien-

de cultura”, alerta.

intervalo de subcultivos, bem

te de plantas do campo, isso

Multiplicação

como determinar e otimizar a

devido a alta taxa de conta-

Nesta fase, o objetivo é

taxa de multiplicação.

minação. De acordo com

produzir o maior número de

Alongamento

Ivar, vários procedimentos e

gemas ou brotos possíveis,

Essa é a fase da micro-

produtos podem ser utiliza-

mantendo-se a estabilida-

propagação em que ocorre

dos para a desinfestação de

de genética. Alguns fatores

a propagação das brotações

explantes. “Os mais utilizados

influenciam

desenvol-

para o enraizamento. “O indi-

são o etanol, normalmente a

vimento da cultura durante

cado é que a multiplicação e

no

B. B. FOREST FOREST . .SILVICULTURA ENTREVISTA 43


o alongamento aconteçam simultaneamente.

mão de obra e economia de espaço e energia

No entanto, em função do genótipo e de ma-

elétrica”, explica o pesquisador.

teriais genéticos de difícil propagação in vitro,

Aclimatização

algumas vezes é necessária uma fase exclu-

Neste estágio ocorre a transição da condi-

siva para o alongamento”, explica o pesqui-

ção heterotrófica para autotrófica. O principal

sador.

objetivo é reduzir ao máximo as perdas que

Enraizamento

ocorrem principalmente pela desidratação

Após a multiplicação e o alongamento, as

dos tecidos da microplanta. “Geralmente, esta

brotações são induzidas ao enraizamento, o

etapa é realizada em região sombreada, onde

que pode ocorrer in vitro ou ex vitro.

as plantas ficam entre 15 e 30 dias e na sequ-

O enraizamento in vitro tem como obje-

ência são levadas para uma área de pleno sol,

tivo a obtenção de plantas completas para

onde ocorre a rustificação e o crescimento”,

posterior transplante à aclimatização para as

completa.

condições ex vitro. Ivar destaca que alguns

Tecnologia

pesquisadores dispensam o enraizamento in

A clonagem por micropropagação já é uti-

vitro. “Ele proporciona redução do custo de

lizada há mais de 30 anos, mas ainda é consi-

Foto: Noriega, Guadalupe Kristel Bueno 44 SILVICULTURA ENTREVISTA . .B. B. FOREST FOREST


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B. FOREST

. ENTREVISTA 45


derada a melhor técnica. Marlon Moreira afir-

biodegradáveis, que substituem os de plásti-

ma que o ganho na tecnologia de clonagem

co. “Porém eles ainda necessitam de ajustes

é em relação à genética. “Em um lote de mu-

para poder serem viáveis em grande escala

das seminais existe muita variabilidade gené-

nos viveiros”, acrescenta. De acordo com ele,

tica, o que resulta em árvores boas e ruins. Já

o principal problema no sistema biodegradá-

com a clonagem é possível reproduzir apenas

vel é quando o plantio atrasa e a muda preci-

os materiais elites”, explica. Há anos, o setor

sa ficar mais tempo no viveiro, nestes casos,

florestal vem selecionando materiais para au-

os tubetes biodegradáveis iniciam o processo

mentar a produtividade. “Já saltamos de uma

de decomposição.

produtividade média de 30 m³ por ha/ano

Paulo Melo, do Grupo Plantar, destaca

para produtividades médias de 50 m³ por ha/

que as principais tecnologias desenvolvidas

ano. Este resultado é fruto de uma combina-

atualmente estão relacionadas à estrutura do

ção de melhorias em manejo florestal, mas

viveiro e à automação dos processos de irri-

com certeza a melhoria na genética dos clo-

gação e nutrição, além da instalação de linhas

nes contribuiu muito”, justifica.

de produção que permitem otimizar a inter-

Como a clonagem ainda é o melhor ca-

ligação dos processos e rotinas do viveiro.

minho, as tecnologias mais modernas foram

Para ele, além de aumentar a produtividade

desenvolvidas para aprimorar esse processo.

de mudas e reduzir o tempo de permanência

Marlon também conta que já existem tubetes

delas no viveiro, estas tecnologias permitem

Foto: Divulgação 46 SILVICULTURA ENTREVISTA . .B. B. FOREST FOREST


Foto: Ronaldo Rosa

“As

principais tecnologias desen-

volvidas atualmente estão relacionadas à estrutura do viveiro e estão associadas à automação dos processos de irrigação e nutrição, além da instalação de linhas de produção”

B. B. FOREST FOREST . .SILVICULTURA ENTREVISTA 47


a racionalização e controle do consumo de

nologia é parecida com a empregada em se-

água e fertilizantes nos viveiros, reduzindo os

mentes de milho e soja. “Acredito que demore

custos da muda e aumentando a competiti-

um pouco para estar disponível para o produ-

vidade.

tor rural, hoje esta tecnologia está somente

Mas ele acredita que, em termos de tec-

em algumas das grandes empresas florestais”.

nologia, existe muito espaço para o desen-

Paulo acrescenta que essas pesquisas têm

volvimento. “A automatização dos processos

por objetivo disponibilizar clones superiores

e das linhas de produção é um ponto a ser

que permitem o aumento de produtividade,

estudado. Atualmente, no Brasil, os viveiros

densidade da madeira além de maior eficiên-

mais modernos possuem um indicador de

cia nutricional e tolerância as principais pra-

produção de mudas da ordem de 120 a 150

gas e doenças.

mil mudas por pessoa/ano. Recentemente,

Israel Gomes Vieira, coordenador do se-

estão sendo construídos viveiros tecnológi-

tor de sementes e mudas do IPEF (Instituto de

cos e modernos no continente africano e no

Pesquisas e Estudos Florestais) aponta outro

Chile com a promessa de produção de 300 a

fator que tem sido pesquisado no Brasil, o

450 mil mudas por pessoa/ano apenas com

enraizamento no processo de micropropaga-

automação e controle. Desta forma, o Bra-

ção. “Temos o objetivo de desenvolver plan-

sil ainda tem muito espaço para melhoria da

tas com maior potencial de enraizamento e

produtividade de mão de obra”, acrescenta.

crescimento em campo. Isso reduz o número

Pesquisas

de perdas e aumenta a produtividade da flo-

Toda tecnologia desenvolvida começa

resta”, destaca.

com uma série de pesquisas e levantamentos.

Desenvolvimento brasileiro

Uma das pesquisas, que está sendo desen-

Os especialistas acreditam que, compa-

volvida atualmente e já começa a ser utilizada

rado a outros países, o Brasil está bem em

em algumas das grandes empresas florestais,

termos de tecnologia na produção de mudas

está relacionadas aos materiais transgênicos.

florestais, mas ainda existem muitas etapas a

“São clones com modificações genéticas que

serem vencidas. Entre elas, Israel destaca a

buscam resistência às doenças e produtos

sustentabilidade e a economia de água. “Um

químicos. Além de proporcionarem ganhos

desfio grande é reduzir a utilização da água na

na produtividade e qualidade da madeira”,

produção das mudas e esta é uma das nossas

explica Marlon. Ele acrescenta que essa tec-

metas em pesquisas nos viveiros”, pondera.

48 SILVICULTURA . B. FOREST





Foto: Divulgação 52 TURNOS SILVICULTURA DE TRABALHO . B. FOREST . B. FOREST


MÁQUINAS X HUMANOS G

raças a tecnologia aplicada às máquinas florestais, elas se tornam constantemente mais produtivas. A maioria dos equipamentos têm capacidade para trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana. Com isso, as empresas precisam

determinar turnos de trabalho para suprir suas demandas e otimizar a produção.

B. FOREST B. FOREST . TURNOS . DE SILVICULTURA TRABALHO 53


A

evolução tecnológica resultou em

sendo permitida a realização de horas extra.

ganhos de produtividade e qualida-

Não existe uma determinação para a execu-

de na atividade florestal. Permitiu

ção dessas horas de trabalho, então as em-

também atender aos crescentes níveis de

presas estudam e estabelecem os horários

exigência dos clientes, reduzir o tempo de

de início e término dos turnos, que podem

operação e proporcionar mais segurança

variar de acordo com as necessidades da

na operação. No entanto, existe um ponto

produção. Dependendo do caso, pode-se

que nem toda a tecnologia aplicada conse-

trabalhar um, dois e até três turnos, quando

guiu mudar: ainda é preciso utilizar mão de

as operações não param.

obra humana.

A Siqueira Florestal, empresa presta-

As máquinas foram projetadas para tra-

dora de serviços para a unidade da Klabin

balhar horas a fio sem a necessidade de in-

de Telêmaco Borba (PR), trabalha com três

terrupções, mas os operadores necessitam

turnos na colheita e dois no transporte.

de pausas e repouso para garantir a produ-

Leandro Kozar Siqueira, gerente operacio-

tividade. A legislação em vigência no Brasil

nal da empresa, conta que na colheita, a

estabelece turnos de trabalho de 8 horas,

Siqueira trabalhava com dois turnos de 12

Foto: Divulgação 54 TURNOS DE TRABALHO . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 55


“A

maior continuidade de dias trabalhados,

aliado ao período de folga que fornece um tempo maior para descanso tem um resultado muito positivo e os funcionários respondem de forma positiva a esse modelo”

Foto: Divulgação 56 TURNOS DE TRABALHO . B. FOREST


horas cada, com uma escala 4x2 (quando

quentemente, menor a concentração, ge-

o funcionário trabalha quatro dias seguidos

rando improdutividade e risco operacional,

e folga dois), sendo três operadores traba-

e ao contrário, quanto maior a satisfação,

lhando na mesma máquina. Para atender a

maior será o foco e concentração, impac-

legislação trabalhista sem perder tempo de

tando diretamente na produtividade e se-

produção, eles adequaram as jornadas para

gurança”, complementa. Como consequ-

8 horas e adicionaram um turno. Agora, os

ência, ele salienta que a redução nas horas

operadores têm turnos 6x2. “Os pontos po-

trabalhadas também contribui para redução

sitivos que percebemos foi o aumento na

na ocorrência de acidentes.

produção. Isso aconteceu porque com a

Por outro lado, a alteração também teve

carga horária reduzida, os operadores têm

pontos negativos. “Precisamos contratar um

mais tempo com a família, o que melhora

número maior de operadores, agora con-

a saúde e aumenta a satisfação”, destaca

tamos com quatro por máquina; e nossos

Leandro. “É evidente que quanto menor o

custos com o transporte dos operadores

descanso, menor será a satisfação e, conse-

até as máquinas aumentaram, isso porque

Foto: Divulgação

B. FOREST

. TURNOS DE TRABALHO 57


precisamos de mais motoristas, se gasta

sária para cada negócio, visando atingir os

mais combustível e a manutenção dos ve-

objetivos”, esclarece Elcio Trajano, diretor

ículos aumenta”, detalha o gerente opera-

de recursos humanos da Eldorado Brasil.

cional. Mas ele pondera que as vantagens

Entre os objetivos estão: plantar com qua-

se sobressaem às desvantagens.

lidade e eficácia a quantidade de hectares

No transporte, a Siqueira sempre traba-

programada, colher as madeiras progra-

lhou em apenas um modelo de turno de

madas atingindo as obrigações trabalhistas

trabalho, sendo em dois turnos 6x2 fixos de

dentro dos mapas geográficos desenhados

10 horas com 1 hora para refeição.

e, por fim, transportar a madeira até a fábri-

Já a Eldorado Brasil, optou por trabalhar em apenas dois turnos 6x3, tanto para co-

ca, cumprindo a legislação considerando a distância das fazendas.

lheita como para o transporte. Já na silvi-

Elcio destaca que a Eldorado não en-

cultura, um turno único ocorre de segunda

controu nenhuma dificuldade em trabalhar

a sexta-feira. “Estes modelos foram empre-

com esse modelo. “A maior continuidade de

gados em função da carga horária neces-

dias trabalhados, aliado ao período de fol-

Foto: Divulgação 58 TURNOS DE TRABALHO . B. FOREST


O JOGO MUDOU. DE NOVO.

Na John Deere, sempre procuramos tornar mais eficiente o trabalho na floresta. Com esse objetivo e a visão especializada de nossos clientes, desenvolvemos a nossa nova Série L de Skidders e Feller Bunchers de pneus. Suas grandes cabines possuem partida sem chave e opções adaptáveis de controle. Também contam com recursos de manutenção aprimorados, como o JDLink™ e diagnóstico remoto, que permitem fácil identificação de pontos críticos. Nós projetamos esses equipamentos para serem os melhores na floresta.

B. FOREST

. ENTREVISTA 59

JohnDeere.com.br/Florestal


ga que fornece um tempo maior para des-

ras efetivas trabalhadas e computar as gran-

canso tem um resultado muito positivo e os

des variações de produção de cada turno”,

funcionários respondem de forma positiva a

justifica José Adriano Mainardes, Gerente

esse modelo”. Ele explica que a maior parte

Comercial da empresa. Ele também desta-

dos motoristas ficam alojados na empresa

ca que a alta demanda da equipe de apoio,

durante o período em que estão trabalhan-

mecânicos e oficina central também foram

do, o que proporciona maior continuidade

fatores determinantes para essa escolha de

no trabalho. Já nos dias de folga, eles po-

modelo.

dem ir para casa e têm mais tempo para aproveitar com a família.

De acordo com Adriano, a Vale do Tibagi já trabalhou com três turnos com reveza-

Outra empresa que optou por trabalhar

mento de segunda a sábado, mas em 2002,

em dois turnos foi a Vale do Tibagi, que

começaram a mudar o estilo de trabalho.

atua na região de Telêmaco Borba (PR). A

Ele conta que entre as vantagens encontra-

empresa trabalha com colheita e preparo

das nesse novo modelo de gestão estão o

de solo, ambos em dois turnos de segun-

uso de apenas dois operadores por máqui-

da a sexta-feira e no sábado apenas em um

na. “Isso é bastante produtivo porque quan-

turno. “Decidimos trabalhar com o sistema

do a dupla entra em sincronia a eficiência

de dois turnos de trabalho após analisar os

melhora, os ajustes nas máquinas dimi-

dados de boletins de campo, mapear as ho-

nuem e a produtividade aumenta. Percebe-

Foto: Divulgação

60 TURNOS DE TRABALHO . B. FOREST


“Quanto maior a satisfação, maior será o foco e concentração, impactando diretamente na produtividade e segurança”

Foto: Divulgação B. FOREST B. FOREST . TURNOS DE . ENTREVISTA TRABALHO 61


mos até um maior cuidado com os equi-

o dia”, completa o Gerente Comercial.

pamentos”, salienta. Com essa alteração, a

Na Siqueira Florestal, a gestão dos ser-

empresa conseguiu, inclusive, reduzir o nú-

viços é feita por meio de registros pontos

mero de mecânicos na oficina central, por

preenchidos e assinados pelos próprios

não ser mais necessário uma grande equipe

motoristas e operadores. “Posteriormente

de apoio.

esses cartões são conferidos pelos super-

Adriano explica que trocar o estilo dos

visores de campo e enviados ao departa-

turnos de trabalho não foi fácil. “Quando fi-

mento de recursos humanos para aponta-

xamos esse modelo de turnos foi complica-

mento e análises de eventuais excessos de

do porque os funcionários já estavam acos-

jornada”, conta Leandro.

tumados com o revezamento, mas depois

Na Eldorado Brasil, na colheita e na sil-

de um tempo todos se acostumaram e a

vicultura a gestão é feita de forma similar,

forma de trabalhar ficou melhor”, completa.

por meio de ponto eletrônico e manual. O

Gestão

que difere um pouco é no transporte: as

A gestão dos modelos de turnos de tra-

trocas de turno e a jornada de trabalho são

balho varia de acordo com cada empresa.

acompanhadas por líderes e supervisores,

Como cada uma tem uma estratégia organi-

além de serem apontadas e geridas eletro-

zacional, o controle das atividades dos fun-

nicamente no rastreador instalado em toda

cionários também varia. Na Vale do Tibagi,

a frota.

por exemplo, a equipe diurna é controlada

Cada empresa e cada região do Brasil

por um líder que ajuda na distribuição dos

tem suas necessidades, com isso as formas

locais de trabalho para os operadores flo-

de controle e gestão dos funcionários acaba

restais. “Geralmente, as áreas mais simples

sendo diferente e não é possível estabelecer

são feitas no turno da noite e as com maio-

um padrão sem um estudo prévio. Como é

res declividades e mais complexas são reali-

possível observar, existem estilos de turnos

zadas durante o dia”, explica Adriano.

de trabalho que podem ser testados pelas

Como toda a sequência das áreas já foi

empresas. Mas o que todas devem seguir é

estabelecida no primeiro turno, o da noite

a legislação trabalhista para garantir a se-

não necessita de um líder. “As manutenções

gurança, produtividade e qualidade de vida

e consertos também são realizados durante

para os funcionários.

62 TURNOS DE TRABALHO . B. FOREST


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. ENTREVISTA 63

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TUDO SE APROVEITA

A

colheita florestal é uma operação que gera muitos resíduos, isso porque a atividade brasileira usa, em sua maioria, apenas o fuste. Assim, sobram outras partes das árvores que podem ter uma finalidade. O reaproveitamento para a produção

de energia é uma das melhores opções.

64 BIOMASSA ENTREVISTA. .B.B. FOREST FOREST


Foto: Valterci Santos

B. FOREST

. ENTREVISTA 65


D

urante o processo de

zir a utilização de óleo com-

o mercado geralmente opta

colheita, uma par-

bustível na fábrica. “Uma das

pelo sistema Full Tree.

te da árvore fica no

vantagens é o baixo custo

A Klabin é um exemplo,

solo. Galhos, folhas, tocos e

operacional do cavaco posto

em alguns módulos de co-

raízes permanecem no cam-

fábrica quando comparado à

lheita da unidade do Paraná,

po e somente a madeira já

compra do cavaco ou utili-

a empresa adotou o sistema

cortada é transportada para

zação de lenha”, explica Al-

de colheita, levando em con-

as indústrias. Esses resíduos

tair Negrello Júnior, gerente

sideração diversos critérios,

remanescentes podem ser-

de produção de madeira da

entre eles a otimização do

vir como nutrientes para o

Klabin no Paraná. Ele conta

aproveitamento do resíduo.

solo e auxiliar na conserva-

que a empresa gera, em mé-

“O sistema foi instaurado

ção do mesmo. No entanto,

dia, 78 MWh/h (megawatts

para podermos utilizar as so-

eles podem levar anos para

por hora), sendo que deste

bras da colheita como fonte

serem reincorporados.

total, 50% proveem da bio-

de energia para alimentar a

massa.

fábrica”, destaca Altair. Ele

Por esses e outros motivos, empresas realizam uma

Sistema da colheita

complexa análise antes de

O sistema de colheita

definir se os resíduos serão

utilizado pelas empresas é

mantidos ou não nos talhões,

determinante para o apro-

isto porque esta decisão tem

veitamento

impactos nas operações de

florestal de forma rentável.

colheita e silvicultura.

Neste caso, observa-se, que

A Klabin, por exemplo, faz o uso da biomassa para redu-

66 BIOMASSA ENTREVISTA. .B.B. FOREST FOREST

da

biomassa

acrescenta que a Klabin pos-


sui uma caldeira que, além

“Nesse sistema, as árvores

massa, por não formar pilhas

de consumir a cascas das to-

são colhidas e dispostas em

compactas, tem boa circula-

ras utilizadas para o proces-

feixes no talhão, onde per-

ção de ar, e reduz a umida-

so de fabricação de celulose,

manecem por aproximada-

de rapidamente nas primei-

consome também resíduos

mente 60 dias. Na sequência

ras semanas, aumentando o

de serrarias e das operações

são arrastadas até a beira da

poder calorífico, reduzindo

de colheita.

estrada para o cavaquea-

o peso para o transporte.

mento”, acrescenta.

Neste período, as folhas ou

O Full Tree também é o

acículas vão se desprender

sistema utilizado pela Agrá-

Essa espera para movi-

ria Agroindustrial. Claudinei

mentação da biomassa é um

contribuindo

Lopes, coordenador flores-

ponto positivo. Os resídu-

exportação de nutrientes do

tal da cooperativa, conta

os podem ser processados

solo.

que 80% da colheita é feita

no momento da colheita ou

Processamento

de forma mecanizada e 20%

após algumas semanas. Es-

Claudinei Lopes, da Agrá-

de forma semi-mecanizada.

perar um pouco tem duas

ria Agroindustrial, conta que

vantagens principais: a bio-

o fuste e as galhadas são ca-

para

menor

vaqueadas ainda em campo.

B. FOREST B. FOREST. .ENTREVISTA BIOMASSA 67


“O estoque de cavaco é produzido direta-

dos picadores”, destaca Dyme Anderson Ro-

mente no caminhão caçamba e posterior-

der, diretor da empresa. A linha tem garras de

mente transportado às indústrias”.

capacidades e tamanhos variados que 0,25 a

Esta é a mesma estratégia utilizada pela

1,0 m².

Klabin. “Antes de picar os resíduos, os pátios

A J de Souza também tem garras com de-

de biomassa no campo são controlados pe-

senho especial para biomassa florestal para

las coordenadas geográficas e volumes para

instalação em escavadeiras ou tratores com

gestão do estoque”, acrescenta Altair. Ele

grua. “Elas trabalham da mesma forma que

afirma que isso facilita o planejamento oti-

as garras para toras, têm rotator acoplado

mizado para a entrada dos picadores, con-

para o giro e um cilindro hidráulico para abrir

trolando o tempo de estocagem e o mix en-

e fechar a garra”, explica Anderson de Souza,

tre resíduos de pinus e eucalipto que melhor

diretor de comércio e serviço da empresa,

atendam às caldeiras, assim como a distân-

que também fabrica um ancinho para mo-

cia média de transporte.

vimentação de biomassa, garra concha para

A Klabin instala também picadores em

movimentação de cavacos e caçambas para

posições previamente definidas, com todas

escavadeiras. Anderson acrescenta que estas

as atividades anteriormente planejadas, vi-

garras podem ser apresentadas em versões

sando minimizar a movimentação dos pica-

de 0,40 até 1,45 m², mas as mais vendidas

dores e facilitar a saída dos caminhões.

são a 0,80 e 1,0 m².

Equipamento específico Ao analisar essa tendência de mercado, as fabricantes de equipamentos e máquinas passaram a desenvolver itens específicos ou voltados para a coleta de resíduos florestais. A Roder, por exemplo, desenvolveu uma linha de garras sem as chapas da pinça. “Assim, é possível uma maior penetração, tanto na madeira, quanto no resíduo. Ela também evita o recolhimento de impurezas, como terra e areia, que podem deteriorar o sistema de corte

68 BIOMASSA . B. FOREST

A Caterpillar e a PESA desenvolveram uma solução completa para a extração e “quebra”


B. FOREST

. ENTREVISTA 69


dos tocos remanescentes no campo, que

dutividade do conjunto, em condições nor-

além do alto potencial energético dificultam

mais, extrai de quatro a sete tocos por minu-

as operações silviculturais, se deixado na área

to, em áreas onde o eucalipto é colhido com

de plantio. A Escavadeira Caterpillar 336D2L

sete anos.

com o Stump Harvester, fabricado pela PESA,

Apesar da necessidade de adaptação do

tem como diferencial a forma como o toco

sistema de colheita, aproveitar os resíduos

é arrancado. Ao contrario de outros imple-

florestais como biomassa, reduz a necessi-

mentos que escavam o solo para a remoção

dade de outras fontes de energia. Além disto,

dos tocos, o Stump Harvester faz a extração

deixar nas áreas de cultivo menor quantidade

com o mínimo de mobilização do solo”, des-

de sobras facilita as atividades da silvicultura,

taca Toru Sato, consultor florestal sênior da

no preparo de solo e contribui para redução

Caterpillar Brasil. De acordo com ele, a pro-

de custos.

70 BIOMASSA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 71


72 ENTREVISTA . B. FOREST


B.B.FOREST FOREST . . ANIVERSÁRIO ENTREVISTA 73


74 ENTREVISTA ANIVERSÁRIO . . B.B.FOREST FOREST


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92 ANIVERSÁRIO ENTREVISTA . . B.B.FOREST FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 93


5ºCONGRESSO FLORESTAL PARANAENSE P

esquisadores, profissionais e estudantes se reuniram em Curitiba, no mês de outubro, para discutir sobre o setor florestal.

94 5° ENTREVISTA CONGRESSO . B. FLORESTAL FOREST . B. FOREST


B. FORESTB. FOREST . 5째 CONGRESSO . ENTREVISTA FLORESTAL 95


C

om o tema Novas

todos buscam. Segundo ele,

ais dos setores produtivos e

Tecnologias Flores-

o setor florestal teve uma

não podem continuar com

tais, o 5º Congresso

grande evolução nos últi-

um comportamento passivo,

Florestal Paranaense, reuniu

mos anos graças à pesquisa

porque isso é transferência

executivos, diretores, pes-

e à união com as universida-

da responsabilidade”, afir-

quisadores estudantes e pro-

des, os centros de pesquisa e

mou.

fissionais do setor florestal.

a Embrapa.

Realizado entre os dias 07

O Congresso da

Dividido em quatro blo-

e 09 de outubro, em Curi-

ABIMCI (Associação Brasi-

cos – Produção Florestal,

tiba (PR), o Congresso teve

leira da Indústria de Madei-

Ambiência Florestal, Indus-

como diferencial a informa-

ra

Mecanica-

trialização Florestal e Ges-

ção qualificada e a troca de

mente), Paulo Pupo, que na

tão Florestal -, o Congresso

experiências.

ocasião representou o pre-

reuniu participantes de todo

A cerimônia de abertu-

sidente da FIEP (Federação

o país e teve palestrantes de

ra, realizada no dia 07, deu

das Indústrias do Estado do

renome. Ao todo, foram mais

o tom da importância do

Paraná), Edson Campagno-

de 20 palestras e apresenta-

evento. Um auditório lotado,

lo, teve um discurso duro,

ções de trabalhos de pesqui-

com alguns dos principais

onde avaliou a importân-

sa na área florestal. Carlos

nomes do setor florestal,

cia do setor florestal para o

ouviu discursos alinhados

atual momento econômico

dos componentes da mesa,

vivido pelo país. Na opinião

que destacaram a importân-

dele, o governo é omis-

cia do Congresso.

so. Para resolver, a solução

Carlos Mendes, diretor

O

superintendente

Processada

Pupo sugere a coalizão do

executivo da APRE e coor-

setor

denador do Congresso, deu

mos fazer o nosso dever de

as boas-vindas aos parti-

casa. Colocar as ideias no

cipantes e reforçou que o

papel e chegar ao governo

encontro tem por objetivo

com o esquema pronto, se

ajudar os florestais no de-

não vamos ficar estagnados.

senvolvimento, na pesquisa

Eles precisam ter atenção

e na inovação, que é o que

com as demandas pontu-

produtivo.

96 5° ENTREVISTA CONGRESSO . B. FLORESTAL FOREST . B. FOREST

“Precisa-


Mendes destacou o conteú-

relação ao clima, inovações

completou.

do apresentado pela acade-

A equipe da Revista B.Fo-

que tem vivido e o aumen-

mia, empresas e executivos

rest acompanhou as pales-

to da produtividade. “Temos

do setor. “Há uma sinergia

tras e selecionou os temas

7,74 milhões de hectares

que está se intensificando

mais quentes apresentados.

plantados. Somos a indústria

e vamos trabalhar para que

Acompanhe!

mais moderna do mundo, e

este clima seja mantido e, é

Palestras

fazemos tudo isso em me-

claro, melhorado”, observou.

A palestra de abertura

nos de 1% do território bra-

De acordo com o coordena-

do 5º Congresso Florestal

sileiro. O setor é importante,

dor, o setor florestal vem se

Paranaense, proferida pela

moderno, tecnológico. De

desenvolvendo com muitas

executiva da área de assun-

todo o território plantado,

pesquisas eficientes. “É na-

tos políticos e institucionais

4,8 milhões são certificados

tural que façamos mais con-

da Indústria Brasileira de

- a maior área certificada do

gressos, porque desenvol-

Árvores (Ibá), Beatriz Milliet,

mundo. Temos 5,43 milhões

ver pesquisas é um grande

contextualizou o cenário do

de hectares de áreas preser-

investimento e o congresso

setor florestal e a sua im-

vadas. E o Brasil vai além das

é o local ideal para mostrar

portância para o país, além

exigências legais. Para cada

os resultados de inovação”,

das responsabilidades em

hectare utilizado para fins comerciais, temos 0,65 hectares de área preservada”, reforça. Na manhã do dia 07, quem deu início as palestras foi José Luiz Stape, gerente executivo de tecnologia florestal da Suzano Papel e Celulose. O engenheiro florestal ficou por cerca de 10 anos nos Estados Unidos, realizando pesquisas e ministrando aulas no curso de Engenharia Florestal na Nor-

B. FORESTB. FOREST . 5° CONGRESSO . ENTREVISTA FLORESTAL 97


th Carolina State University e retornou para

diminuir a pressão sobre as áreas de preser-

o Brasil em 2015. Em sua palestra, Stape

vação, evitar o desmatamento, proteger os

abordou as pesquisas que realizou no Brasil

recursos hídricos e fluxo da água, proteger a

e nos Estados Unidos e apresentou fatores

biodiversidade, conservar o solo e capturar

importantes para a produtividade das árvo-

gás carbônico.

res, desde o melhoramento genético até a

O diretor florestal destacou também que

segurança no manejo, que envolve o com-

para preservar a biodiversidade de suas flo-

bate às pragas e a incêndios, adubação e ir-

restas, a Klabin tem investido na identifica-

rigação. O gerente também apresentou uma

ção e monitoramento da fauna e flora, inclu-

das pesquisas que desenvolve: a TECHS. O

sive as consideradas raras ou em extinção.

estudo faz uma relação entre o clone utili-

Por meio das ações implantadas, a Klabin

zado, o clima da região, o regime hídrico e a

conseguiu, por exemplo, identificar 1.870

forma como é feito o manejo.

espécies de plantas nas áreas localizadas no

Assunto que também mereceu destaque

Paraná e em Santa Catarina.

foi a silvicultura de precisão. Marcos Wichert,

Outro tema destacado no Congresso

gerente de desenvolvimento florestal da Fi-

foi

bria, destacou que é preciso investir em no-

Grattapaglia,

vas tecnologias para ter uma floresta mais

Recursos

uniforme, minimizando os custos e maximi-

salientou que as maiores inovações de setor

zando os resultados obtidos. Ele apresentou

florestal aconteceram devido a hibridização.

exemplos de como a silvicultura de precisão

Segundo o pesquisador, é possível reduzir o

pode ajudar a conquistar melhores ganhos

ciclo do melhoramento de 12 a 15 anos para

por meio da geração de dados, que vão des-

perto de 6 anos. Isso representa um enorme

de a seleção no viveiro até o volume de pro-

avanço.

o

melhoramento

genético.

pesquisador

Genéticos

e

da

Dario

Embrapa

Biotecnologia,

dutividade por árvore. Semelhante ao que

Próxima edição

ocorre na agricultura de precisão, as máqui-

Satisfeito com a edição de 2015, Carlos

nas são equipadas com sensores que emi-

Mendes já anunciou a data do 6º Congresso

tem dados georreferenciados que ajudam na

Florestal Paranaense. “Durante o Congresso,

melhoria dos desempenhos.

tivemos a oportunidade de promover um

José A. Totti, diretor florestal da Klabin,

amplo intercâmbio de informações, o que

falou sobre os desafios da conservação e

fortalece o setor e – com o fim do evento –

produção nas empresas florestais. Ele des-

ficou um gostinho de ‘quero mais’. Por isso,

tacou os benefícios da floresta plantada para

em 2018 teremos mais”, frisou.

98 5° CONGRESSO FLORESTAL . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 99


ANÁLISE MERCADOLÓGICA de mercado, além de perspectivas macro e microeconômicas, são os destaques do boletim informativo elaborado pelos profissionais da STCP.

Foto: Divulgação

A

tendência de exportação dos produtores brasileiros e um alerta para essa abertura

100 ANÁLISE ENTREVISTA MERCADOLÓGICA . B. FOREST . B. FOREST


Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: Em Out/2015, o BCB (Banco Central do Brasil) revisou para -3,00% a previsão de queda do PIB da economia brasileira em 2015. Este cenário se deve à falta de credibilidade do mercado em relação ao Governo oriunda da crise econômico-política e dificuldade de gestão e de ajustes na política fiscal, a exemplo do anúncio de orçamento com déficit primário em 2016. A reforma administrativa do governo federal realizada em Out/2015 poderá melhorar, apenas parcialmente, o quadro político atual e as perspectivas em torno do ajuste fiscal. Para 2016, a expectativa do mercado é de retração do PIB em -1,22%. • Inflação: Em Set/2015, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou variação positiva de 0,54%, superior ao índice do mês anterior (0,22%). O IPCA acumulado entre Janeiro e Setembro é de 7,64%, a maior taxa para o período acumulado desde 2003, quando atingiu 8,05%. Nos últimos 12 meses, o avanço do IPCA é de 9,49%, índice bastante acima do teto da meta de inflação do BCB, que é de 6,5%. A estimativa do Banco é que o ano de 2015 encerre com IPCA acumulado em 9,75%, e em 2016 com 6,12%. • Taxa de Juros: A taxa Selic foi mantida em 14,25% ao ano pelo COPOM em Set/2015, após sete aumentos consecutivos. Analistas de mercado preveem que a Selic irá encerrar 2015 no patamar atual. Em Set/2014 a taxa básica de juros estava em 11,0% ao ano, com aumento de 3,25 pontos percentuais em 12 meses. O mercado financeiro estima que a Selic se situe em 12,75% a.a. em 2016. • Taxa de Câmbio: A taxa média cambial fechou Set/2015 em BRL 3,91/USD, rompendo a barreira de BRL 4,00/USD em alguns momentos pela primeira vez na história e resultando em alta de 11,2% em relação à média do mês anterior. Na primeira quinzena de Out/2015, a taxa média chegou a BRL 3,86/USD, influenciada pela reprovação das contas públicas do Governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União), a votação dos vetos presidenciais e, ainda, a possibilidade de o FED (Banco Central americano) elevar a taxa de juros somente no próximo ano. Até meados de Out/2015, o Dólar Americano já acumulou valorização de 46,7% no ano.

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B. FOREST

. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 101


Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)

Tora de Eucalipto:

Tora de Pinus:

Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).

STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2015. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br

102 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST


“Apesar do mercado internacional, como um todo, estar favorável à exportação de produtos nacionais, esta demanda é limitada, não havendo espaço para a absorção da oferta excedente do produto manufaturado nacional”

Foto: Divulgação / www.estivadoresaveiro.blogspot.com.br B. FORESTB. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA . ENTREVISTA 103


Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)

Tora de Eucalipto:

Tora de Pinus:

Nota de Sortimentos de Tora: Energia: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).

STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2015. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br

104 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST


• Comentários - Tora de Eucalipto: De modo geral, as empresas do setor florestal vêm sendo afetadas pela crise, seja por meio do aumento acelerado de custos e impostos, seja pela redução na demanda por madeira em tora e outros produtos florestais. Produtores de base florestal estão tentando manter estáveis os preços para diferentes sortimentos, apesar dos custos de produção, principalmente com combustível e mão de obra, terem aumentado. Nota-se dificuldade no repasse desses custos aos consumidores de madeira em tora, os quais pressionam e tendem a exigir negociação para queda dos preços, principalmente as empresas com alta dependência do mercado interno. Apesar da crise ter afetado também o segmento de celulose e papel, com aumento nos custos de produção e redução da demanda no mercado nacional, parte da indústria tem obtido resultados positivos, beneficiada principalmente pelos ganhos com a exportação. De acordo com a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), houve crescimento elevado nas exportações de celulose neste ano, impulsionado pela recuperação da economia norte-americana e europeia. Em Set/2015, a receita oriunda com a exportação de celulose totalizou USD 499 milhões (1,03 milhão ton), crescimento de 15,9% em valor e de 16,5% em volume, em relação ao mês de Ago/2015. A forte alta do Dólar no mês de setembro, que ultrapassou BRL 4,00/USD, aumentou a atratividade da exportação de produtos brasileiros no mercado internacional. Grande parte dos produtores florestais independentes, que vende toras de eucalipto para a indústria de celulose, conseguiu manter estáveis os preços da tora para processo em Set/15.

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B. FOREST

. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 105


• Comentários - Tora de pinus: Em função da desaceleração no comércio em geral, por conta da crise na economia brasileira, o mercado de toras de Pinus sofreu queda da demanda devido à instabilidade no consumo nacional de produtos de madeira. Assim muitas reflorestadoras e serrarias com foco no mercado interno estão com alto estoque de madeira em tora. A indústria de produtos madeireiros focada no mercado/ consumo nacional está desacelerada e as empresas exportadoras destes produtos não tem a capacidade de absorver toda oferta existente de madeira em tora. Alguns produtores florestais sentem pressão de clientes para uma redução de preços das toras grossas em um momento em que pretendiam aumentar o das de maior diâmetro, a exemplo do sortimento > 35 cm. Todavia, se o Dólar Americano permanecer no patamar atual de alta valorização sobre o Real, os preços de tora grossa tendem a se manter. Apesar do mercado internacional, como um todo, estar favorável à exportação de produtos nacionais, esta demanda é limitada, não havendo espaço para a absorção da oferta excedente do produto manufaturado nacional. Ainda se observa sobre oferta de tora fina de pinus na região Sul do Brasil, enquanto que a procura por toras grossas permanece alta, o que tem permitido algum aumento de preços neste sortimento por parte de produtores florestais.

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106 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 107


108 SCORPION ENTREVISTATOUR . B. FOREST . B. FOREST


SCORPION TOUR

SINÔNIMO DE SUCESSO! E

m três apresentações realizadas em áreas da Klabin de Telêmaco Borba e Lages, mais de 500 profissionais puderam ver o Scorpion, Harvester da Ponsse recémchegado ao Brasil em operação.

Foto: Divulgação B. FOREST B. FOREST . SCORPION . ENTREVISTA TOUR 109


I

novando no mercado florestal, a Ponsse em parceria com a dealer Timber Foreste, realizou um tour de apresentação do Harvester Scorpion. A ação foi oportuna já que a expectativa em relação a chegada da máquina era grande. Três dias de cam-

po, dois realizados em Telêmaco Borba e um em Lages, ambos em áreas da Klabin, reuniram mais de 500 profissionais do setor florestal e madeireiro. A Revista B.Forest esteve presente em todos os dias de campo. Enfrentou muita poeira, barro, chuva e até granizo para trazer parar seus leitores informações completas sobre o Scorpion, assim como, fotos e vídeos do Harvester em operação.

Foto: Divulgação 110 SCORPION ENTREVISTATOUR . B. FOREST . B. FOREST


Na edição de setembro, apresentamos a nova máquina da marca finlandesa em detalhes, dando destaque especial para as características técnicas que priorizam as operações de desbaste. Agora, contamos o que aconteceu nas duas etapas do Scorpion Tour. No dia 24 de setembro, em Telêmaco Borba, profissionais do setor florestal e madeireiro acompanharam a segunda etapa de demonstrações. Para Fernando Campos, gerente de vendas da Ponsse Latin América, este dia de campo superou as expectativas. “Nesta etapa trouxemos mais de 100 empresários e representantes de empresas do setor florestal”, explica Fernando Campos. De acordo com Claumar Baldissera, coordenador de vendas da Timber Forest, a presença dos empresários foi animadora. “Temos certeza que faremos grandes vendas de diversos produtos Ponsse, com uma assistência técnica de primeira qualidade e um amplo estoque de peças em toda a Região Sul. O Scorpion tem tecnologia avan-

çada e vai revolucionar a mecanização da colheita, ele tem tudo para ser um sucesso”, acredita. Posteriormente, a Timber Forest realizou outro dia de campo, desta vez em Lages (SC). Entre os dias 07 e 08 de outubro, 400 profissionais viram o novo Harvester da

B. FOREST

. SCORPION TOUR 111


Ponsse em operação. Na quarta-feira (07/10), o sol apareceu de forma tímida, mas garantiu o tempo seco para que os presentes pudessem conferir a apresentação do Scorpion, como também de dois Harvesters Ergo 8x8 e dos Forwarders Elephant e Bufallo versão 2015. Mas foi na quinta-feira que o Scorpion mostrou para o que veio. A chuva de granizo que caiu durante a demonstração provou que a máquina também está pronta para atuar nas condições mais adversas. A chuva não prejudicou a dinâmica nem diminuiu o ânimo dos presentes para o lançamento da filial da Timber Forest. A costela de fogo de chão, tradicional nos eventos da empresa, foi servida ao som de músicos nativistas, o que deixou o clima bastante descontraído. Jober Fonseca, gerente geral da Timber Forest, ficou satisfeito com o resultado. “Conseguimos atrair mais de 400 clientes e parceiros. Inauguramos nossa filial de Lages em um momento estratégico para a empresa”, comemorou. Além de participantes brasileiros, o evento contou com a presença de uma caravana do Uruguai e Argentina, liderada pelo gerente da Ponsse, Martín Toledo, responsável pelos países vizinhos. A filial da Timber Forest em Lages possui uma área de 2.700 metros quadrados e o investimento ultrapassa R$ 5 milhões.

112 SCORPION TOUR . B. FOREST


PONSSE H6

PRODUTIVIDADE EM QUALQUER LOCAL O cabeçote PONSSE H6 é altamente versátil e seu uso pode ser desde operações de desbaste até o corte raso. Sua grande abertura e os controles precisos facilitam o trabalho, graças aos amplos movimentos de inclinação combinados com a alimentação e cortes rápidos, o PONSSE H6 é um cabeçote altamente confiável para todos os tipos de locais.

PONSSE LATIN AMÉRICA LTDA Rua: Joaquim Nabuco, 115 Vila Nancy - Mogi das Cruzes / SP Cep: 08735-120 Tel: +55 (11) 4795-4600

A estrutura curta e durável, os potentes rolos alimentadores e a excelente capacidade de desgalhamento do cabeçote PONSSE H6, bem como a baixa fricção de agarramento das lâminas são recursos que garantem alta produtividade também em condições difíceis. A eficiência, economia e o tamanho compacto do PONSSE H6 fazem dele uma excelente opção de cabeçote de harvester no Mercado.

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TURMA DE ENGENHARIA FLORESTAL DE 1965 CELEBRA JUBILEU DE OURO

N

o dia 25 de setembro, os formandos da

A classe de 1965 foi a segunda formada em

turma de 1965 de Engenharia Flores-

Engenharia Florestal pela Universidade, quan-

tal da UFPR (Universidade Federal do Paraná),

do o curso ainda era qualificado como Escola

celebraram o Jubileu de Ouro. A cerimônia foi

Nacional de Florestas. Estiveram presentes 10

realizada no Salão Nobre do Setor de Ciências

dos 17 formandos da época. O engenheiro

Jurídicas, no Prédio Histórico, reunindo fami-

florestal Nelson Venturini foi o orador e relem-

liares, amigos e convidados e contou com a

brou a trajetória dos colegas.

presença do reitor da UFPR, Zaki Akel Sobri-

A Revista B.Forest também deixa sua ho-

nho, do diretor do setor de Ciências Agrárias,

menagem aos profissionais que escolheram

Amadeu Bona Filho, e do coordenador do cur-

desbravar um campo que ainda estava nas-

so, Umberto Klock.

cendo no Brasil quando escolheram esta área.

Foto: Divulgação / UFPR

114 NOTAS . B. FOREST


CODORNADA FLORESTAL 2015

E

stá confirmada para o dia 10 de de-

bark, Posto Serrano, Elétrica Sandri e

zembro, a tradicional Codornada

Renovadora Fogaça).

Florestal. Em 2015, o jantar terá sua dé-

Na edição deste ano, planejamos o

cima edição e, como de costume, será

mesmo clima festivo e de encontro dos

realizado em Ponte Alta do Norte (SC). A

profissionais do setor florestal e de ce-

Codornada que começou pequena, re-

lulose. Manteremos também o cunho

cebeu em sua última edição aproxima-

social em que todo participante deve-

damente 500 participantes e conta hoje

rá levar um brinquedo para doação”,

com 18 patrocinadores máster (PESA,

contou Fábio Calomeno, organizador

Geoforest, Laminados Itália, Dinamac,

da Codornada Florestal e diretor da NP

HBMax, Komatsu Forest, John Deere,

Transportes e Biomassa. A Codornada

Breitkopf, Minusa Forest/Logset, Log

Florestal, é destinada para os clientes

Max, Planalto Picadores, Timber Forest,

das empresas patrocinadoras e já está

Ponsse, NP Cargas, RC Florestal, Mor-

com as cotas fechadas para 2015.

LIVRO NOVO PARA O SETOR

A

Embrapa publicou recentemente o

ambientais. De acordo com Lucilia Maria

livro “Serviços Ambientais em sis-

Parron Vargas, pesquisadora da Embra-

temas agrícolas e florestais do Bioma

pa Florestas e uma das organizadoras do

Mata Atlântica”. São 32 capítulos redigi-

livro, “a bibliografia existente se reporta

dos por 104 autores que discorrem so-

principalmente à discussão da política e

bre questões importantes sobre servi-

da apresentação de experiências de pa-

ços ambientais, tema bastante presente

gamento por serviços ambientais, mas

atualmente nas discussões sobre a sus-

a conceituação e as métricas relacio-

tentabilidade do mundo rural, em espe-

nadas ao tema foram pouco exploradas

cial na formulação de políticas públicas.

até hoje na literatura brasileira”.

Dividido em três partes, o livro discute aspectos conceituais sobre serviços

Para ler o livro: clique aqui B. FOREST . NOTAS 115


BV-SUL É ANUNCIADA

F

oi lançada a BV-Sul (Bolsa de Valores

Congresso Florestal Paranaense, realizado

Ambientais do Sul do Brasil), com a fi-

em Curitiba (PR).

nalidade de fornecer um apoio intenso e

A BV-Sul vai trabalhar na concepção dos

eficaz ao produtor rural. A nova organiza-

planos de negócios para auxiliar na criação

ção não governamental funcionará de for-

dos condomínios florestais, que variam de

ma semelhante à BV-Rio, que apesar do

mil a 50 mil hectares, podendo ter uma área

nome se restringir ao Rio de Janeiro, atua

ainda maior. De acordo com o professor, no

em todo o País. “Não teremos fins lucrati-

Paraná há um déficit de um milhão de hec-

vos e o escopo principal é a facilitação dos

tares para a reposição das propriedades ru-

negócios relacionados à compensação da

rais. “O setor florestal tem este excedente,

reserva legal, principalmente por meio dos

além de know-how para gerir estas áreas.

condomínios florestais e das cotas de re-

Por isso, faremos um intercâmbio entre o

servas ambientais”, afirmou Paulo de Tar-

setor florestal, que detém o excedente para

so Pires, professor da UFPR (Universidade

as reservas ambientais, com os produtores

Federal do Paraná), durante palestra no 5º

rurais agrícolas e pecuaristas”, comentou.

ESALQ ENTRE AS MELHORES

A

ESALQ (Escola Superior de Agricultura

Fundada em 1901, a Escola já formou

Luiz de Queiros), ligada à USP (Univer-

mais de 14 mil profissionais na graduação e

sidade de São Paulo) foi eleita a 5ª melhor

titulou quase 9 mil mestres e doutores. Atu-

instituição de ensino de ciências agrárias

almente, a instituição oferece sete cursos

do mundo, de acordo com ranking divulga-

de graduação (Engenharia Florestal, Admi-

do pelo jornal semanal US News and World

nistração, Ciências Biológicas, Ciências dos

Report. A publicação fundada em 1933, di-

Alimentos, Ciências Econômicas, Engenha-

vulga o chamado Best Global Universities,

ria Agronômica, e Gestão Ambiental) e 16

que lista 750 instituições mundialmente.

programas de pós-graduação.

116 NOTAS . B. FOREST


A TODO VAPOR omo parte da consolidação dos inves-

C

gias de ponta e gerar soluções integradas

timentos no Brasil e para atender às ne-

e inovadoras, a John Deere fez parte pela

cessidades de seus clientes com eficiência, a

quinta vez do ranking das marcas mais va-

John Deere inaugurou a expansão do Cen-

liosas do mundo com um valor de marca

tro de Distribuição de Peças para a América

na casa dos US$ 5.208 bilhões. Neste ano,

do Sul, em Campinas (SP). Com esse inves-

a John Deere conquistou a 83ª posição do

timento, o Centro praticamente dobrou de

Top 100 Global Brands, na listagem feita

tamanho: passou de 40.000 para 74.500 m².

pela Interbrand, consultoria global que cria

Com a expansão, o espaço ganhou uma

e gerencia valor de marca no mundo inteiro.

novidade: um centro de treinamento des-

Para elaborar seu ranking de marcas, a

tinado à capacitação de concessionários,

Interbrand leva em conta fatores como o

distribuidores, funcionários e clientes. Os

desempenho financeiro dos produtos e ser-

investimentos fazem parte de um plano de

viços da empresa, o poder de influência jun-

médio e longo prazo da John Deere no Bra-

to ao consumidor e a capacidade de agregar

sil, com valores que ultrapassaram US$ 200

valor e garantir lucros. A consultoria também

milhões nos últimos cinco anos, em todas as

analisa diversas etapas de uma determinada

divisões em que a companhia atua.

marca, desde a entrega das expectativas do

Com esse pensamento e devido ao compromisso contínuo em apresentar tecnolo-

consumidor até o aumento do valor econômico.

Foto: Divulgação / John Deere

B. FOREST . NOTAS 117


118 FOTOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST


B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . Vテ好EOS 119


120 Vテ好EOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 121


2015

NOV

NOVEMBRO Expocorma 2015

18 2016

NOV

Quando: 18 a 20 de Novembro de 2015 Onde: Concepción (Chile). Informações: www.expocorma.cl

MARÇO Encontro Brasileiro de Energia da Madeira

10 2016

MAR

09

Quando: 10 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.energiadamadeira.com.br

MARÇO Lignum Brasil e 2° Expomadeira & Construção. Feiras do Setor Madeireiro. Quando: 09 a 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.lignumbrasil.com.br

122 AGENDA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 123


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