2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
NOVAS PERSPECTIVAS O ano de 2016 está no começo e promete ser repleto de desafios. Isso não é algo ruim, mas muito promissor. Desafios são oportunidades de crescimento, uma forma de o setor encontrar alternativas e novidades para aprimorar suas atividades. Um exemplo está registrado em nossa matéria de biomassa. Empresas de celulose e papel, serrarias, entre outras, utilizam os resíduos de madeira como fonte de energia. Saiba como se encontra o mercado atual de geração e cogeração de energia no Brasil, a legislação vigente e as perspectivas de mercado, além dos benefícios que a utilização dos resíduos proporciona. Ainda sobre oportunidade, as regiões montanhosas estão sendo bastante utilizadas para plantio florestal. Com isso, as empresas encontraram soluções para tornar as operações nestas áreas rentáveis e produtivas. O maior desafio está na colheita, que precisou da adaptação e criação de máquinas e equipamentos especializados em condições adversas. Confira na página 16 as tecnologias disponíveis para realizar a colheita em áreas declivosas. Os pequenos produtores também estão em destaque. Diferente das grandes empresas, eles não têm acesso fácil a máquinas e equipamentos tecnológicos, mas precisam que seus plantios sejam rentáveis e produtivos. Confira na matéria de silvicultura como é o trabalho nas pequenas propriedades, de que forma o governo auxilia esses produtores e as tecnologias que podem ser empregadas para melhorar a gestão. Não perca a entrevista exclusiva com João Fernando Borges, diretor florestal da Stora Enso. Ele fala sobre carreira, desenvolvimento do setor florestal e os benefícios que a empresa encontrou na cogeração de energia utilizando o licor negro. Saudações florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Financeiro: Jaqueline Mulik
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain (Diretor Florestal da Veracel), Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 16 - Ano 03 - N° 01 - Dezembro 2016 Foto de Capa: Rotobec
Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br
© 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados.
B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
NOVAS SKIDDERS 525D, 545D E 555D. BAIXO CUSTO E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE.
BAIXOS CUSTOS DE OPERAÇÃO Eficiência operacional e economia na manutenção. PERFORMANCE Transmissão com seis velocidades e conversor de torque lock-up, que aumenta a velocidade e o poder de tração. ESTABILIDADE Distribuição do peso e maior distância entre os eixos. TEMPO DE CICLO MAIS RÁPIDOS Sistema hidráulico multifuncional de alta performance. OPERAÇÃO LIMPA E REFRIGERADA A alta capacidade do sistema de arrefecimento e o ventilador reversível, mantém a máquina rodando na temperatura apropriada e livre de detritos.
Fale com um consultor PESA.
6 ENTREVISTA . B. FOREST
0800 940 7372
Foto: Divulgação
B. FOREST
. ENTREVISTA 7
ENERGIA DA FLORESTA João Fernando Borges Diretor Florestal da Stora Enso Biomateriais
C
ompletando 40 anos de carreira,
Moosmayer Consultores como desenhista
João Fernando Borges passou por
de projetos de serrarias, quando estava
empresas de renome até chegar a
no último ano da Escola de Florestas da
diretoria florestal da Stora Enso Biomate-
UFPR (Universidade Federal do Paraná).
riais, onde trabalha há 12 anos. Durante o
Inclusive, neste ano de 2016, nossa turma
tempo em que atua no setor florestal, Bor-
de engenheiros florestais completará 40
ges pôde participar do seu crescimento e
anos de formatura. Após me formar, ainda
observar suas mudanças. Inclusive com o
trabalhando na consultoria, fiz mestrado em
aproveitamento da biomassa florestal para a
manejo na própria UFPR. Também tive uma
geração de energia, que ao longo dos anos
experiência como professor de economia e
deixou de ser uma tendência e passou a re-
inventário no curso de Engenharia Florestal
alidade nas empresas de celulose e papel.
da UFMT (Universidade Federal de Mato
Em entrevista exclusiva para a Revista B.
Grosso), em Cuiabá.
Forest, o profissional falou sobre a carrei-
Em 1982, fui trabalhar na Jari Celulose, na
ra, apontou as vantagens da energia pro-
qual fiquei por 11 anos. Depois trabalhei na
veniente da madeira e fez duras críticas a
Veracel e desde 2004 estou na Stora Enso,
legislação brasileira, que segundo ele está
como diretor florestal. Ao longo desses
desatualizada e atua de maneira discricio-
anos, passei pelas áreas de planejamento,
nal. Confira!
pesquisa, desenvolvimento e gestão de operações. A participação em grandes
Como foi o início de sua carreira?
projetos desde a concepção até a conclusão
Meu primeiro contato profissional com
foi muito enriquecedora profissionalmente.
o setor florestal foi como estagiário da
Foram anos de aprendizado, experiência
8 ENTREVISTA . B. FOREST
Foto: Divulgação
“As
grandes
empresas
também passam por crises e, naturalmente, conquistam vitórias e avançam em meio das mudanças que fazem parte de suas trajetórias”
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
“O processo de preparação da madeira nas fábricas produz quantidade significativa de resíduos, que são usados para a geração de energia e vapor nas fábricas” de morar em diferentes regiões do Brasil
aperfeiçoamento de tecnologias e de
e, sobretudo, de convivência com muitas
parcerias científicas e comerciais. Como
pessoas admiráveis.
você avalia o cenário atual na produção de
Como é trabalhar na Stora Enso, uma
energia proveniente de biomassa florestal?
empresa com mais de 700 anos? As empresas são na realidade formadas
Nessas duas últimas décadas, o uso de biomassa por meio de novas tecnologias
pelas pessoas que nelas trabalham e o
tem
se
desenvolvido
acervo cultural que vai sendo legado
motivado, em parte, pelas metas de
ao longo da história das organizações.
redução de emissão de CO2 e associadas às
O grande desafio é juntar pessoas com
questões das mudanças climáticas. O uso
diferentes experiências de vida, visões
de biomassa precisa estar integrado aos
culturais diversas e formar times que
processos de suprimento de madeira e de
coloquem suas energias e competências
energia. O uso crescente de biomassa pode,
direcionadas para os objetivos comuns.
por outro lado, aumentar a competição pela
As grandes empresas também passam por
matéria-prima florestal. O desafio, além das
crises e, naturalmente, conquistam vitórias
questões tecnológicas, é compatibilizar a
e avançam em meio as mudanças que
estratégia do setor de energia, das indústrias
fazem parte de suas trajetórias. O que as faz
florestais e dos produtores de madeira.
superar as dificuldades, avançar e crescer é
Algumas
a visão de longo prazo, sua capacidade de
destaque às de celulose e papel, têm feito
adaptação, inovação e a valorização das
investimentos e joint venture para explorar
pessoas. Trabalhar na Stora Enso, tem sido
novas oportunidades nesse segmento e no
um privilégio.
de biocombustíveis.
indústrias
rapidamente,
florestais,
e
com
Durante uma palestra em 2011, você
Nas palavras do CEO da Stora Enso, Karl-
disse que o Brasil vivia uma fase de
Henrik Sundström: “tudo o que hoje se faz a
10 ENTREVISTA . B. FOREST
EFICIÊNCIA, CONFIABILIDADE E TECNOLOGIA PARA O SEGMENTO FLORESTAL
CLIQUE AQUI E VEJA O NOVO VÍDEO DA GRUA EPSILON X140 F
Guindastes de alto desempenho desenvolvidos para trabalhos contínuos em aplicações severas. SEGURANÇA, ALTA QUALIDADE E O MELHOR CUSTO BENEFÍCIO DO MERCADO.
B. FOREST
. ENTREVISTA 11
www.palfinger.com I epsilonbr@palfinger.com I Fone: (54) 3026.7000
partir de matérias-primas fósseis poderá ser
de políticas de estímulo dessa modalidade
feito de árvores amanhã”.
de geração de energia.
Qual o potencial brasileiro na produção de
O uso da madeira para geração de energia
energia proveniente das florestas?
nas fábricas de celulose e papel já pode ser
A biomassa de madeira é, atualmente, a
considerado uma realidade. A Stora Enso
fonte mais importante (individualmente) de
utiliza os resíduos de produção para gerar
energia renovável. De acordo com dados
energia?
da FAO (Organização das Nações Unidas
O principal subproduto utilizado como
para Alimentação e Agricultura) de 2015,
fonte de energia na indústria de celulose é o
9% da energia primária mundial e mais de 2
licor negro, obtido de produtos químicos e da
bilhões de pessoas dependem dessa fonte
lignina no processo de polpação e queimado
para preparar alimentos e se aquecer.
na caldeira de recuperação de químicos
Os resíduos florestais são a maior
para a produzir vapor e eletricidade. A
oportunidade como insumo de biomassa
preocupação com a ciclagem de nutrientes
no mundo, devido a sua disponibilidade,
para
relativo baixo custo e a proximidade de
florestal tem feito com que as empresas
unidades produtivas das florestas plantadas.
descasquem a madeira no campo. Ainda
Já a oferta oriunda de plantações de
assim, o processo de preparação da madeira
finalidade exclusivamente energética ainda é
nas fábricas produz quantidade significativa
incipiente e está restrita a alguns países, mas
de resíduos, que são usados para a geração
tem grande potencial de desenvolvimento
de energia e vapor nas fábricas.
manter
a
capacidade
produtiva
em longo prazo, em especial no Brasil. Em
As plantas modernas são superavitárias
2016, deve ser divulgado o Plano Nacional
na produção de energia e projetadas
de Florestas Plantadas pelo MAPA (Ministério
para, além de produzir celulose, vender
de Agricultura). A Ibá (Indústria Brasileira de
expressivo excedente de energia para o
Árvores) busca contribuir com esse plano
mercado. A Stora Enso tem investido na
e uma das oportunidades para expandir a
extração, secagem e manuseio de lignina
base de florestas plantadas é incrementar
em uma de suas fábricas com o objetivo de
o uso de biomassa na matriz energética.
criar um novo negócio na substituição de
Naturalmente, isso passa pela formulação
químicos fósseis e para substituir gás natural
12 ENTREVISTA . B. FOREST
no forno de cal.
de base florestal. Muitas restrições ao
No caso Stora Enso, qual é a quantidade
setor baseiam-se na classificação legal
de energia produzida com esta matéria-
vigente da silvicultura – sem justificativa
prima?
e
Em 2014, a Stora Enso consumiu 13,5 TWh
(Terawatts/hora)
de
fundamentação
atividade
científica
potencialmente
-
como
poluidora,
o
eletricidade
que não é compatível com os reduzidos
e 154 PJ (joule x 1015) de combustíveis
impactos ambientais da silvicultura e os
(aproximadamente
benefícios sociais gerados no meio rural.
3,7
milhões
de
toneladas de óleo equivalente). A título de
As associações
conhecimento, o consumo anual de energia
conjunta
no Brasil é mais ou menos 480 TWh. Na
florestais dando representatividade a suas
Stora Enso, em 2014, a biomassa respondeu
demandas e posicionamento.
por 77% dos combustíveis utilizados nas
Como avalia o setor florestal brasileiro
suas fábricas de celulose, papel, cartão e
neste momento? O que avançou e no que
produtos de madeira.
ainda é preciso melhorar?
É
bastante
em
e
produtores
Desde a criação dos incentivos fiscais
desenvolvimento do setor e foi presidente
na década de 60 até 2015, a área de
da
de
florestas plantadas passou de 500 mil
Empresas Florestais) até o final de 2015.
para 7,8 milhões de ha. Foi uma expansão
Como as associações de classe podem
expressiva que possibilitou ao Brasil tornar-
ajudar o setor a crescer?
se o quarto produtor de celulose de
(Associação
relação
indústrias
ao
AGEFLOR
ativo
das
possibilitam uma ação
Gaúcha
Nosso sistema regulatório é federal,
mercado, o nono de papel e o sétimo de
mas os Estados também têm autonomia
painéis de madeira. A silvicultura brasileira
para criar suas leis, que podem ser mais
tornou-se referência mundial. Também é
restritivas.
muito
importante destacar a adoção ampla pelo
regulado e ainda enfrenta muita burocracia
setor da certificação florestal, o que implica
para operar. As associações estaduais são
boas práticas ambientais e sociais. Nossos
muito importantes para que nos Estados
desafios são manter as altas produtividades
seja construído um ambiente favorável e
alcançadas, melhorar a competitividade
de estímulo aos investimentos da indústria
e desenvolver tecnologias de operações
O
setor
florestal
é
B. FOREST
. ENTREVISTA 13
para a mão de obra cada vez mais escassa.
ambiente impediu a concretização dos
Outra frente é fortalecer a relação das
projetos – somente a CMPC construiu uma
empresas com as comunidades e conseguir
nova linha – e fez com que os investidores
o reconhecimento amplo da importância
optassem por outros estados e países. Com
do setor florestal para a sociedade como
isso, a área plantada praticamente estagnou.
gerador de riqueza, empregos e boas
Falando
práticas ambientais.
estrangeiros, de que forma a burocracia
O Rio Grande do Sul, estado no qual você
interfere no desenvolvimento do setor
trabalha, teve redução da área plantada
florestal no Brasil?
com florestas para fins industriais. Quais fatores interferiram nesta mudança?
em
Destaco
compra
dois
de
terras
processos
que
por
são
entraves para o setor. O primeiro é o de
licenciamento: nossa legislação ambiental
celulose anunciados há dez anos tivessem
está desatualizada e na ausência de normas
sido concretizados, o Rio Grande do Sul
claras
seria hoje o estado líder em produção de
para licenciar, fiscalizar e punir, os órgãos
celulose no Brasil, com capacidade de 4,5
ambientais atuam de maneira discricional
milhões de toneladas por ano. Decorrente
e em um ambiente de ampla insegurança.
do anúncio de três projetos de fábrica de
Ainda que a legislação ambiental brasileira
celulose, o estado aprovou um Zoneamento
seja vista como uma das mais avançadas, o
Ambiental da Silvicultura, que em vez de
fato é que ela carece de critérios balizadores
direcionar e estimular o aumento de área
que equilibrem o ideal de desenvolvimento
plantada criou restrições à formação da
com o de preservação. O setor de florestas
base florestal. Foram abertas ações civis
plantadas tem sido penalizado por essa
públicas questionando o processo de
discricionariedade. Além disso, os Estados
licenciamento, a burocracia para licenciar
brasileiros adotam diferentes regras para
foi intensificada e, além disso, a compra de
licenciamento, o que dificulta a abertura de
terras por empresas de capital estrangeiro
novas bases florestais em algumas regiões, o
foi no início enormemente dificultada e
que consequentemente desestimula novos
posteriormente limitada pelo novo parecer
projetos industriais. A silvicultura deve ter
da AGU (Advocacia Geral da União). Esse
um rito de licenciamento desburocratizado
Caso
os
projetos
da
indústria
14 ENTREVISTA . B. FOREST
que
definam
as
competências
e isenção de licenciamento para pequenas
e nesse ambiente a projeção de quando o
propriedades.
país retomará o crescimento econômico
O segundo é na área de defesa sanitária:
é incerta, o que prejudica todos os setores
o sistema que temos para prevenir, fiscalizar
produtivos. Setores exportadores, como
e obter autorização para usar produtos
o de celulose, atravessarão bem essa fase,
e controle biológico tem sido ineficaz.
ainda
As perdas por pragas e doenças vêm se
na economia global. Todas as crises um
intensificando. Em 2015, mais de 300 mil
dia terminam. A médio e longo prazo,
ha de plantios de eucalipto foram atacados
acredito que o país irá se recuperar. A
por pragas. Conseguir as autorizações junto
indústria brasileira florestal, ainda que
aos orgãos do governo para lidar com essa
tenha perdido parte de sua competividade,
questão é uma via-sacra.
continuará competitiva. A base florestal
No final de 2015, a Stora Enso vendeu a
se expandirá, podendo passar dos atuais
fábrica no Paraná para a chilena Papeles Bio
7,8 milhões de ha de plantações florestais
Bio. Pode contar um pouco sobre essa ação?
para 9-10 milhões de ha nos próximos
De fato, a Stora Enso assinou um acordo
10 anos. Esse potencial de expansão é
para a venda de sua participação na fábrica
possível, no entanto, depende de ações
de papel de Arapoti (80%), no Paraná, para a
como a desburocratização das exigências
chilena Papeles Bio Bio. A empresa florestal
legais. Acredito que o principal seria tornar
em que a Stora Enso detem 20% e possui
mais simples o licenciamento ambiental.
30 mil ha plantados não faz parte dessa
Mas também é importante assegurar a
transação. Acreditamos que com isso a
sustentabilidade da produtividade, refinar
fábrica de Arapoti irá se beneficiar por estar
a tecnologia empregada nas operações
muito próxima da fábrica de papel-jornal da
florestais, sobretudo na silvicultura. Como
Bio Bio na região.
também melhorar a infraestrutura do país
Quais são suas expectativas para o setor
e ter regras que permitam que investidores
florestal e de celulose e papel para os
estrangeiros comprem terras, o que irá
próximos anos?
atrair capital e contribuir com a expansão
O Brasil está atravessando uma fase de turbulência política e recessão econômica
que
também
pairem
incertezas
da área plantada e, consequentemente, das indústrias. B. FOREST
. ENTREVISTA 15
16 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 17
MORRO ACIMA
D
evido a grande diversidade topográfica do território brasileiro muitas empresas tiveram que recorrer à áreas com relevo acidentado para realizarem seus plantios. Entre todas as operações que envolvem o cultivo de florestas em áreas monta-
nhosas a colheita, sem dúvidas é a mais complexa e desafiadora.
18 COLHEITA . B. FOREST
Foto: Divulgação / John Deere
B. FOREST . COLHEITA 19
O setor florestal brasileiro tem apresen-
de mão de obra. Mas alguns fatores fizeram
tado forte expansão nos últimos anos. De
com que ele deixasse de ser utilizado. “Além
acordo com o Relatório Ibá 2015, a área ocu-
da dura retaliação do Ministério Público e ór-
pada por plantios de pinus e eucalipto repre-
gãos certificadores sob os aspectos de segu-
senta 7.736.171 de ha. Desse total, nem todos
rança e ergonomia, a mão de obra que antes
estão localizados em áreas planas e terrenos
era abundante passou a se tornar escassa na
com topografia ideal para o cultivo. Diversos
última década. A ampla maioria dos profis-
fatores determinam quais áreas a floresta vai
sionais que trabalhava na área migrou para a
ocupar, entre eles estão: a disponibilidade da
mineração, área industrial e construção civil.”
terra, o valor e a proximidade com os polos
Outro fator importante nessa mudança foi o
industriais. Muitas das áreas planas existen-
desenvolvimento das tecnologias disponí-
tes no Brasil são destinadas à agricultura e
veis aplicadas aos equipamentos de colheita,
pecuária, devido as necessidades de terrenos
assim como novas máquinas desenvolvidas
com essa característica. Isso faz com que
exclusivamente para esse tipo de operação.
muitas florestas sejam plantadas em regiões acidentadas e montanhosas.
O coordenador de colheita afirma que a busca por alternativas técnicas para colheita
A inclinação do terreno é um desafio para
florestal em áreas com relevo acidentado é
todas as etapas da atividade florestal, mas
uma constante para a Cenibra, que já avaliou
um em especial apresenta uma complexi-
diversos sistemas e modelos alternativos ao
dade elevada, a colheita. “Esta operação em
semimecanizado. “Partimos de um sistema
particular apresenta maiores dificuldades
que utilizava desde corte com motosserra,
para conseguirmos maximizar o uso de re-
baldeio manual de toretes, com guincho de
cursos, alinhamento com melhorias ergonô-
arraste, corte com motosserra e cabos des-
micas, padrões de segurança e também na
lizantes, baldeio de toretes com guindastes,
redução de custos operacionais”, comenta
até o arraste de árvores inteiras com cabo
Bruno Ricardo Fernandes, coordenador de
aéreo.” Até que adotaram o modelo com-
colheita florestal da Cenibra.
posto por Harvester e Forwarder equipados
Bruno explica que a empresa adotava,
com cabo auxiliar de tração. “Fomos pionei-
em suas áreas declivosas, o sistema semi-
ros nesta adaptação que consistiu, principal-
mecanizado, que utiliza grande quantidade
mente, em equipar as máquinas com cabo
20 COLHEITA . B. FOREST
auxiliar de tração, redistribuindo a potência
rados aos realizados em locais considera-
entre as rodas dos equipamentos e um pon-
dos planos. “Uma vez que o rendimento das
to de ancoragem, permitindo que os obstá-
operações tende a cair proporcionalmente
culos encontrados no solo pelos pneus se-
ao aumento do declive”, explica o engenhei-
jam transpostos”, acrescentou Bruno.
ro.
Desafios
Bruno Fernandes concorda e acredita
Para Gustavo Castro, engenheiro florestal
que a produtividade é o maior desafio. “Ope-
especialista em colheita da Malinovski Flo-
rar equipamentos nestas áreas apresenta um
restal, o grau de mecanização no Brasil só
grau de complexidade mais elevado em re-
não é maior devido à limitação imposta pe-
lação à operação em áreas planas.” Por este
las condições topográficas, isso porque mui-
motivo, a Cenibra apresenta um programa
tas empresas têm dificuldade em mecanizar
de treinamento e desenvolvimento de ope-
suas operações em áreas com mais de 25°
radores muito forte. “Nosso programa é
de declividade. Ele explica que em algumas
composto de treinamentos para formação
situações, os custos operacionais acabam
de operadores para áreas planas e posterior-
ficando bastante elevados quando compa-
mente treinamentos para capacitação em
Foto: Divulgação / Ponsse
B. FOREST . COLHEITA 21
“Retirar a madeira de áreas inclinadas é o que torna a operação complexa, pois é nesta etapa que máquinas e equipamentos terão que superar a adversidade de terreno com o peso das cargas”
Foto: Divulgação / Tajfun 22 COLHEITA . B. FOREST
cabo auxiliar de tração. No qual eles tam-
agredir o solo. Nesse ponto as tecnologias
bém aprendem conceitos teóricos de cabos
são indispensáveis. “É importantes que os
de aço, rigging e segurança nas atividades
Harvesters sejam equipados com sensor de
em relevo acidentado”, completa. A empre-
inclinação (clinômetro), gruas telescópicas
sa também conta com um programa de ob-
com baixo centro de gravidade, nivelamen-
servação operacional, no qual os instrutores
to automático do assento do operador e da
avaliam os operadores em termos teóricos
grua e a tração 8x8”, destaca o engenheiro.
e práticos, verificando itens de segurança e
Ele explica que as máquinas que operam em
de performance operacional, nos quais os
áreas montanhosas precisam ter uma série
operadores são treinados in loco e poste-
de componentes para garantir o sucesso da
riormente são realizadas as considerações
operação. “É necessário um trem de força
necessárias para melhoria.
diferenciado, bombas de transmissão e mo-
No entanto, Gustavo defende que o prin-
tores hidráulicos mais potentes para garantir
cipal entrave da colheita em áreas adversas
força de tração. Também é importante ter
não é na parte do corte, mas sim da remo-
segurança, isso se dá com um sistema de
ção da madeira. “Retirar a madeira dessas
freios eficientes: bogies (tanders) com freios
regiões é o que torna a operação complexa,
de estacionamentos reforçados modelo He-
pois é nesta etapa que máquinas e equipa-
avy Duty”, destaca. De acordo com Elessan-
mentos terão que superar a adversidade de
dro, o sistema de lubrificação também deve
terreno com o peso das cargas (árvores ou
ser diferenciado, permitindo a circulação do
toretes). Por esse motivo, as empresas reú-
óleo do cárter em inclinações até 40°. “Além
nem esforços para aperfeiçoar as técnicas
disso, os respiros dos diferenciais e caixas
operacionais e avançar no quesito tecnolo-
de distribuição, assim como o ‘pescador’
gia”, destaca.
do tanque de combustível devem de ser re-
Tecnologia
alocados para o funcionamento correto em
De acordo com Elessandro Viana, enge-
áreas acidentadas”, complementa.
nheiro de vendas da Ponsse Latin América,
Para a colheita em áreas montanhosas na
também estão entre os desafios dessa ope-
América Latina, a Ponsse indica o uso siste-
ração a necessidade de potência e tração
ma utilizado pela Cenibra, que é composto
para vencer os obstáculos do terreno sem
por Harvesters 8x8 com grua telescópica e B. FOREST . COLHEITA 23
Forwarder também 8x8. “Eles possuem na-
de carga de 10 toneladas. Em declividades
turalmente mais tração do que os equipa-
acentuadas, nas quais as máquinas perdem a
mentos 6x6, parte disso se deve ao sistema
estabilidade, os cabos de tração auxiliar são
de bogie (tander) balanceado. Ele evita que
ancorados no topo das encostas para ser-
os pneus dianteiros percam contato com o
vir de sustentação. Gustavo Castro explica
solo quando estiverem passando por cima
que, enquanto a máquina se desloca morro
de pedras e tocos. O modelo de Harvester
abaixo, existe uma sincronia entre o cabo e a
Bear 8X8, Ergo 8x8 com grua C5 e o Forwar-
transmissão da máquina que controla a des-
der Bufallo e Elephant King 8x8 atendem a
cida. O objetivo é reduzir a patinação das ro-
todas estas demandas”, explica Elessandro.
das, diminuir o dano ao solo e auxiliar a tra-
Outro componente que a Ponsse oferece
fegabilidade das máquinas em declividades
é o cabo de tração Herzog, com capacidade
de até 80%. O profissional explica que, esse
Foto: Malinovski Florestal / Gustavo Castro
24 COLHEITA . B. FOREST
“O planejamento para a colheita em áreas acidentadas é a chave para um processo de sucesso. O microplanejamento é o ponto inicial para garantir segurança, produtividade e gestão eficaz do processo”
Foto: Divulgação / Roder Brasil B. FOREST . COLHEITA 25
sistema de cabos de tração pode ser insta-
da aos sistemas anteriores e já é uma tecno-
lado em diversos modelos de Harvesters e
logia consolidada nas máquinas John Deere
Forwarders.
e nos clientes que a utilizam”, destaca.
A John Deere é uma das empresas que
Para ele, é importante mencionar que
também instalam cabos em suas máquinas.
o simples uso do cabo não é em si a única
Rodrigo Junqueira, gerente de vendas Flo-
característica essencial para essa operação.
restal da empresa, explica que nas máquinas
Além dele, as gruas precisam ter sistema de
de pneus são utilizados cabos auxiliares de
nivelamento para operar na mesma inclina-
tração da marca HAAS. Esses cabos auxi-
ção da máquina. “Além disso, o cinto de qua-
liam na operação em áreas com declividade
tro pontos, clinômetro e uso de correntes ou
acentuada. “A operação do cabo já se mos-
esteiras especiais complementam a configu-
trou simples e econômica quando compara-
ração de uma máquina para essa aplicação”, Foto: Divulgação / Tigercat
26 COLHEITA . B. FOREST
completa o engenheiro.
cabo é esticado até os troncos que serão
Mas Junqueira salienta que o equipamen-
rebocados, prende uma quantidade de ma-
to a ser usado sempre depende da necessi-
deira estipulada pelo fabricante e faz o trans-
dade do cliente. É possível usar os Harvesters
porte até a estrada.
de esteiras ou pneus, no sistema cut-to-len-
Mojca destaca que alguns diferenciais são
gth, com posterior baldeio das toras pelo
necessários para garantir a produtividade
Forwarders, ou mesmo o Feller Buncher no
e segurança nas operações de colheita em
sistema fullt-tree, com posterior arraste por
áreas acidentadas. “É preciso um sistema hi-
guincho, Skidder ou cabo aéreo. O desbaste
dráulico próprio; engate rápido de três pon-
também requer equipamentos específicos,
tos que favorecem a intercambiabilidade dos
que possam se movimentar no meio do ta-
implementos usando-se da mesma máquina
lhão e produzir madeira a baixos custos ope-
base; embreagem de tração própria, que eli-
racionais.
mina o desgaste da embreagem da máquina
Os guinchos também são destinados à
base e previne a quebra do câmbio ou de-
colheita em áreas declivosas. No início de
mais partes da mesma”, acrescenta. Para ela,
2016, chegou ao Brasil uma tecnologia es-
esses pontos aumentam a ergonomia e se-
lovena que promete novas oportunidades ao
gurança, o que resulta em menor desgaste
setor florestal local. A KRPAN, empresa que
do operador e seus ajudantes.
atua há quase 40 anos no mercado europeu
Indicado para inclinações acima de 35°,
entra no mercado brasileiro com represen-
Heuro Tortato, diretor comercial da TMO,
tação da Roder Máquinas e Equipamentos.
destaca que os guinchos devem ter um cabo
“Para áreas montanhosas indicamos a apli-
de aço resistente para o arraste e sempre
cação de guinchos mono tambor com en-
compatível com o peso da árvore e da má-
gate de três pontos, força de tração de 3,5
quina base.
a 7,5 toneladas; controles hidráulicos com
Outro equipamento muito utilizado na
força de tração de até 9,5 toneladas”, afirma
colheita em regiões montanhosas é o cabo
Mojca Fan, diretora de desenvolvimento de
aéreo, um sistema de cabos e roldanas que
novos mercados da KRPAN.
são utilizados para transportar árvores e to-
Esse equipamento é destinado para a ex-
ras da área de corte até pátios intermediá-
tração da madeira. Fixado na estrada, um
rios ou laterais de estradas. Geralmente, essa B. FOREST . COLHEITA 27
forma de extração é usada em áreas com
tos são utilizados como uma sinalização de
declividades bastante acentuadas, podendo
trânsito, na qual o operador tem conheci-
chegar a mais de 100%. Nesse sistema, as
mento de todos os símbolos e significados.
toras ficam parcialmente sem contato com
Desta forma, os operadores conseguem ter
o solo ou suspensas totalmente. “Os cabos
a percepção de riscos operacionais e melhor
aéreos são os equipamentos mais indicados
leitura do terreno”, explica Bruno.
para a colheita quando a distância de extra-
Com este trabalho é possível levantar
ção é superior a 100 metros. Isso devido a
quais áreas devem ser trabalhadas com an-
velocidade da operação e a ergonomia dos
coragem ou sem ancoragem. Também é
assistentes”, afirma Marlos César Schmidt, di-
descrito em campo a declividade máxima do
retor da Tajfun no Brasil.
leito de trabalho em que o operador irá atu-
Planejamento
ar. “Assim ele tem conhecimento de qual tipo
De nada adianta ter em mãos a tecnolo-
de ancoragem deve ser realizada e quais po-
gia mais moderna se a operação não contar
tências utilizar no equipamento”, completa.
com um bom planejamento. “Ele é a chave
O crescimento do setor florestal exigiu
para o sucesso da colheita em áreas aciden-
expansões que chegaram às áreas monta-
tadas. O microplanejamento é o ponto ini-
nhosas que não são aproveitadas por outras
cial para garantir segurança, produtividade e
atividades econômicas. As empresas flo-
gestão eficaz do processo”, afirma o coorde-
restais conseguiram se adaptar e conquis-
nador de colheita florestal da Cenibra. A em-
tar essas regiões, o que também exigiu das
presa apresenta uma equipe especializada
fabricantes de máquinas e equipamentos o
em microplanejamento que é responsável
desenvolvimento de tecnologias que permi-
por percorrer a área de colheita e mapear de
tem um trabalho produtivo nessas áreas, o
todos os pontos de adversidade operacional,
que também foi feito. Com todas as peças
como barrancos, buracos, erosões, entre
na mão, o planejamento e gestão estratégica
outros itens que podem colocar a operação
dessas áreas são o ponto-chave para a mon-
em risco. “Cada ponto deste é marcado em
tagem desse quebra-cabeça e para alcançar
campo com tinta especial, e tem coletada
o sucesso da operação.
sua coordenada geográfica para marcação em mapa de microplanejamento. Estes pon28 COLHEITA . B. FOREST
COGERAÇÃO: UMA OPÇÃO
A
bundante no mercado brasileiro, a madeira é uma excelente opção para a geração de energia. Renovável, com alto poder calorífico e presente na produção de muitas indústrias, os resíduos madeireiros podem ser utilizados na própria fábrica para a
cogeração de energia, o que além de economizar na conta resolve o problema das sobras.
Foto: Divulgação 30 BIOMASSA . B. FOREST
B. FOREST . BIOMASSA 31
O
aumento da demanda energética
uma realidade nas empresas brasileiras.
aliado às incertezas de produção
Atualmente, o panorama nacional é
de energia no Brasil despertou nas
bastante promissor. De acordo com Benno
indústrias o interesse pela biomassa florestal.
Doetzer, diretor-presidente do Instituto
Após viver o medo do racionamento devido
de Florestas do Paraná, o déficit hídrico
à crise hídrica no Brasil, alternativas para a
dos últimos anos, nas regiões geradoras
geração de energia foram temas bastante
de energia hidroelétrica; a tendência do
discutidos nas empresas nacionais. Afinal,
aumento da demanda; o realinhamento dos
a produção não pode parar. Além disso,
preços da energia no mercado interno; a
momentos conturbados, como o que o
procura por práticas produtivas sustentáveis;
país atravessa, exigem economia de todos
as condições favoráveis para a produção
os lados e nada melhor do que reaproveitar
de florestas plantadas no país, são fatores
resíduos e sobras da matéria-prima utilizada
que tornam a geração de energia a partir da
na atividade principal da empresa. Por esse
madeira uma opção a ser considerada em
motivo, a geração e cogeração de energia
qualquer estudo ou projeto de geração de
proveniente da madeira têm se tornado
energia renovável. “Existe uma estimativa
Foto: Foto:Divulgação Divulgação/ /Santa RoderMaria Pátio de Cavaco coberto em Santa Maria 32 BIOMASSA . B. FOREST
que cerca de 4% da energia consumida no
utiliza a matéria-prima exclusivamente para
país seja proveniente de madeira, chegando
energia elétrica, enquanto a cogeração é um
a 7% em épocas de crise hídrica”, salienta
processo no qual são geradas duas formas
Benno. Para ele, apesar da pequena
de energia ao mesmo tempo, no caso da
participação, provavelmente, cerca de 50%
biomassa florestal, a elétrica e a térmica. Sendo assim, no sistema de geração
da madeira produzida no Brasil é destinada para energia. “No Paraná, estimamos que
o
custo
da
madeira
do consumo anual, cerca de 54 milhões
exclusivamente para a geração de energia
de metros cúbicos de madeira, portanto
elétrica, já na cogeração este custo é
49% seja destinado para fins energéticos”,
compartilhado
completa.
“Uma termelétrica exclusivamente para
com
é
outros
absorvido
processos.
Geração e cogeração
geração, queima a biomassa, produz vapor
Basicamente, o processo mais usual e
que move a turbina, gera energia elétrica,
competitivo é a queima da madeira e dos
condensa o vapor exaurido da turbina e
resíduos em caldeiras, gerando vapor em
inicia novo ciclo. Já uma termelétrica de
alta temperatura e pressão que aciona
cogeração produz o vapor que, antes de
turbinas térmicas, gerando assim a energia
ser processado industrialmente (como na
elétrica. Entre os produtos mais utilizados
secagem e aquecimento), é utilizado para
estão: lenha, carvão, cavaco (seco ou
gerar energia elétrica”, exemplifica Jacques
úmido), serragem (seca ou úmida), briquetes
Gimenes coordenador de utilidades Santa
e pellets. Estes produtos são utilizados para a
Maria Cia. de Papel e Celulose do Grupo
geração de energia térmica por meio de sua
Santa Maria.
queima. “Esta pode ser utilizada diretamente
O Grupo Santa Maria percebeu essa
em fornos e secagem, por exemplo, ou
oportunidade e investiu na utilização dos
transformada em outros tipos de energia,
resíduos. “Nossa unidade é de cogeração,
como a elétrica, geralmente em caldeiras
porque o mesmo vapor que movimenta o
com geração de vapor”, complementa.
turbo gerador é utilizado nas duas máquinas
Existem dois conceitos citados que são importantes elucidar: geração e cogeração. Qual a diferença entre eles? A geração
de papel da unidade fabril”, explica o coordenador. Para Jacques, a biomassa há algum B. FOREST . BIOMASSA 33
Foto: Divulgação / Santa Maria
Turbo Gerador Capaz de produzir 6,4 MW/h
tempo é uma alternativa interessante para a
produção de madeira para fins energéticos,
geração de energia elétrica, principalmente
as chamadas ‘florestas energéticas’. Além
nos casos de cogeração. “São vários os
desse fato, a tecnologia de produção
pontos positivos do uso da madeira para
de energia a partir de biomassa evoluiu
gerar energia elétrica, sendo os mais
bastante recentemente. E ainda temos que
relevantes o fato de ser uma energia
considerar um possível movimento para
renovável e praticamente independente da
uma matriz energética ainda mais limpa,
sazonalidade”, destaca.
decorrente das recentes discussões sobre
Viabilidade É
indiscutível
mudanças climáticas”, destaca César. que
existem
várias
Já Jacques avalia que os processos de
vantagens para a geração e cogeração de
cogeração são viáveis, já os de geração
energia da madeira, mas elas se sobressaem
podem variar. “Temos diversos fatores a
às dificuldades e tornam essa operação
considerar para avaliar essa viabilidade;
viável? César Lucio Corrêa de Sá, diretor de
principalmente, as características regionais.
operações da WeSee – Visão Dinâmica de
A logística da madeira deve limitar-se a
Sistemas, acredita que sim. “Em nosso país
100 km, com algumas exceções, é claro.
existe grande disponibilidade de áreas para a
Com isso é preciso que a região possua
34 BIOMASSA . B. FOREST
4% da energia consumida no país seja proveniente de madeira, chegando a 7% em épocas de crise hídrica”
Conjunto final circuito de gases, onde o resultante é tratado para não serem liberados resíduos e gases tóxicos derivados da queima do cavaco.
Foto: Divulgação / Santa Maria
“Existe uma estimativa que cerca de
uma característica favorável à produção de
resíduos (cavaco e serragem) que podem
biomassa. Estamos falando da necessidade
gerar energia em uma usina termelétrica.
de florestas energéticas, indústria madeireira
Outras
formas
de
utilização
desta
e demais empreendimentos do segmento
biomassa são a fabricação de briquete,
florestal”, destaca.
permitindo uma queima mais eficiente ponto
em caldeiras; e a gaseificação da madeira,
grande
gerando energia a partir da queima do
disponibilidade hídrica que temos no Brasil.
gás. Jacques também salienta que um
“A competição com os custos obtidos
processo muito particular, que há muitos
por usinas hidrelétricas neste momento
anos é bastante viável quanto a cogeração
é
geração
de energia elétrica, são as caldeiras de
termelétrica”, exemplifica Jacques. O custo
recuperação em indústria de papel e
variável para as termelétricas (combustível,
celulose. “Neste processo, é queimado
água,
entre
o licor negro proveniente da extração
outros) é elevado, o que torna, na maioria
de celulose e obtêm-se energia elétrica”,
das vezes, menos viável que as hidrelétricas.
explica.
De
acordo
importante
bastante
com
a
ele,
considerar
desfavorável
químicos,
outro é
a
à
equipamentos,
biomassa
Benno Doetzer, do Instituto de Florestas
convertida em energia elétrica gira em
do Paraná, acredita que um fator que torna
torno de 30%, gerando elevados custos
viável a geração e cogeração de energia da
com combustível. No entanto, em algumas
madeira no Brasil é a alta demanda em um
situações a geração de energia a partir da
cenário de baixa oferta no médio e longo
biomassa é viável, principalmente quando
prazo. “Isto faz com que exista a tendência
envolve o aproveitamento de biomassa de
de manutenção dos preços da energia ao
algum processo”, destaca. Existem situações
longo dos anos, o que viabilizaria futuros
de grande sucesso com aproveitamento de
empreendimentos no setor. É claro que
biomassa, que são os casos da venda de
temos desafios. Acreditamos que temos
serragem e resíduos de madeira nas serrarias.
muito a desenvolver no setor de produção
Os produtos de madeira (molduras, painéis,
de madeira para este fim, especificamente
pallets, etc.) aproveitam-se em torno de 30
e principalmente na tecnologia de geração
a 40% da tora, os outros 60 - 70% viram
(sistemas de queima, caldeiras e turbinas)”,
“O
rendimento
térmico
da
B. FOREST . BIOMASSA 37
conjunto atual de dispositivos está adequado
destaca Benno. Entraves
para
Um dos pontos que compromete a
“Inclusive, pôde-se observar a participação
geração de energia proveniente da madeira
de usinas a partir da madeira aumentar nos
é a legislação para comercialização e
últimos leilões de energia”, acrescenta. Mas
distribuição
diretor-
César acredita que um ponto que deveria
presidente do Instituto de Florestas do
ser revisado na legislação é a apuração
Paraná avalia o setor elétrico no Brasil
dos descontos nas tarifas de transporte e
extremamente
que
comercialização de fontes incentivadas no
algumas vezes inibe o investimento privado
mercado livre. “Atualmente, a apuração é
do setor. “Intervenções do governo federal
feita por meio de uma matriz de descontos
algumas vezes criam cenários no setor que
que aborda todos os agentes envolvidos
não condizem com a realidade do mercado,
em operações de energia incentivada. Esse
o que afasta investidores”, alerta.
mecanismo muitas vezes dificulta a gestão
desta
energia.
O
burocrático,
fato
No geral, Benno acredita que a legislação deva estimular a maior participação privada
a
comercialização
de
energia.
comercial da aplicação do desconto”, explica.
no setor, trabalhando o conceito da
Neste ponto, Benno também está de
autossuficiência, principalmente para os
acordo. “Além disso, a tributação sobre
grandes consumidores. “Neste ponto, está
geração para consumo próprio também
a grande oportunidade para a geração de
deveria ser revista. Talvez, seja interessante
energia proveniente da madeira”, acredita.
uma segmentação das diferentes fontes
Para ele, a ANEEL (Agência Nacional de
energéticas alternativas (eólica, solar e
Energia Elétrica) já está dando sinais neste
biomassa) nos leiloes”, sugere.
sentido, visto, por exemplo, a recente
Futuro promissor
revisão da legislação relativa a microgeração
Para César, as perspectivas para a
de energia, que viabiliza a implantação de
produção de energia a partir da madeira são
pequenos empreendimento de geração de
boas, pois é preciso desenvolver o potencial
energia até 5 MW (megawatts).
de fontes renováveis. “Um dos aspectos
Por outro lado, César Sá, da WeSee,
interessantes relacionados com a biomassa
avalia que, do ponto de vista regulatório, o
é o maior controle sobre a operação desses
38 BIOMASSA . B. FOREST
“Uma
termelétrica de cogeração produz
o vapor que, antes de ser processado industrialmente
(como
na
secagem
e
aquecimento), é utilizado para gerar energia elétrica”
B. FOREST . BIOMASSA 39
projetos, na medida que eles dependem
com ótima aptidão para a produção e, com
do estoque de biomassa. Este aspecto faz
certeza, com umas das maiores taxas de
com que essa fonte possua uma melhor
incremento anual para as principais espécies
gestão do ponto de vista operacional para
de florestas plantadas. Isto faz com que se
o atendimento ao sistema elétrico”, destaca.
alcance o ponto de viabilidade técnica e
Benno compartilha da mesma opinião.
econômica nos empreendimentos com
De acordo com ele, a conjunção de fatores econômicos e ambientais tende a criar
maior facilidade”, destaca Benno. Mas
para
isso,
Jacques
Gimenes,
um cenário altamente favorável para a
coordenador de utilidades do Grupo Santa
geração de energia renovável a partir de
Maria, argumenta que é necessária uma
biomassa florestal no Brasil. “Acreditamos
modernização no parque de máquinas.
que a tendência do aumento da demanda
“Hoje, temos projetos antigos que geram
de energia no médio e longo prazo se
metade da energia elétrica para a mesma
mantenha. É claro que podem ocorrer ciclos
capacidade instalada que projetos novos.
de redução momentânea como temos
Para que esta modernização aconteça faz-
agora, mas efetivamente a capacidade
se necessária a criação de políticas que
de produção instalada no país, passado o
facilitem a obtenção de financiamentos
período de ajustes econômicos, tende a
para o setor”, argumenta.
ser utilizada, talvez retornando as taxas de
Tudo conspira para que a madeira seja
crescimento apresentadas na última década
uma excelente fonte de energia e se torne
e meia”, aponta. Como o Brasil tem uma
cada vez mais presente na matriz energética
alta dependência de energia hidroelétrica e
brasileira. O que falta são incentivos, tanto
são observadas variações cada vez maiores
fiscais e políticos quanto de informação. As
no regime hídrico nas regiões geradoras, é
indústrias precisam ter suporte para saber
essencial e estratégico que tenhamos fontes
a forma mais viável de investir e como
energéticas que possam suprir a demanda
podem transmitir e comercializar a energia
existente,
produzida.
dando
segurança
ao
setor
produtivo. “O uso da madeira e biomassa florestal é uma alternativa extremamente viável, uma vez que o Brasil dispõe de áreas 40 BIOMASSA . B. FOREST
SILVICULTURA PARA PEQUENOS
M
esmo o setor florestal brasileiro sendo um os dos mais desenvolvidos do mundo, os pequenos produtores não têm acesso nem condições utilizar tecnologia. Dessa forma, precisam encontrar alternativas que viabilizem a produção.
Foto: Divulgação 42 SILVICULTURA . B. FOREST
B. FOREST . SILVICULTURA 43
A
valorização do setor florestal nos
produtor a mão de obra precisa ser familiar
últimos anos fez com que plantar
e não deve gerar custos extras. Em média, o
florestas se tornasse uma alternativa
custo de produção para o pequeno produ-
de renda interessante, tanto como forma de
tor é de R$ 3.000,00 por hectare. Já para o
investimento para empresários (a chamada
grande, que utiliza boa parte das operações
Poupança Verde), como para o próprio sus-
mecanizadas, além de investir mais recur-
tento na agricultura familiar. Mas é evidente
sos em tecnologia e controles de qualidade,
que os plantios em pequenas propriedades,
esse valor passa para R$ 5.000,00.
que vão desde 1 a cerca de 150 hectares são
Sobre a estrutura das pequenas proprie-
feitos de forma diferente que os de milhares
dades, Luiz André comenta que ela é limi-
de hectares plantados das grandes empre-
tada, não possui muita tecnologia nem os
sas. Como, então, os pequenos produtores
equipamentos necessários para as opera-
atuam e trabalham para que seus cultivos
ções. Virgílio concorda e conta como traba-
sejam produtivos e gerem lucro?
lham os produtores assistidos pela Geoplan.
De acordo com Virgílio César Machado,
“Para o preparo de solo, a maioria utiliza o
gestor e responsável técnico dos projetos
escarificador tipo bico de pato. Em alguns
ambientais e florestais da Geoplan, no Para-
casos, quando isto não é possível, utiliza-
ná, 90% dos pequenos produtores realizam
-se a picareta manual mesmo”, acrescenta.
os plantios utilizando mão de obra familiar.
Já o plantio e a adubação de base são feitos
Já os de médio porte contratam mão de
com cavadeiras e os tratos culturais por ro-
obra terceirizada ou empresas prestadoras
çada manual. Ele explica que a aplicação de
de serviço. “Mas 50% dos produtores optam
herbicida, na maioria das vezes, é feita por
pela terceirização apenas para a implanta-
bomba costal e o combate às formigas tem
ção da floresta. A manutenção é realizada
sempre o intuito curativo, nunca preventivo.
por eles próprios”, acrescenta Virgílio. Isso
Quando realizada, a adubação de base é fei-
acontece porque a mecanização tem um
ta pelo próprio agricultor e a desrama é feita
custo elevado. Luiz André Boraneli, produ-
por foice ou facão.
tor rural e presidente do Sindicato Rural Pa-
“É importante ressaltar que esse cenário
tronal de Curiúva/Figueira, explica que para
está sendo alterado. O setor florestal passa
viabilizar o plantio florestal para o pequeno
por uma mudança de cultura devido ao
44 SILVICULTURA . B. FOREST
processo de certificação da madeira, afinal
tem empresas e órgãos governamentais que
grande parte dos produtores está buscando
destinam projetos para auxiliar esse público.
o ‘Padrão FSC’”, destaca o gestor da Geoplan.
O governo do Paraná, por exemplo, por
De acordo com ele, os cultivadores com
meio da Emater, desenvolve o Projeto Ma-
mais condições já possuem plantadeiras,
deira. No qual 102 técnicos atendem 8.800
adubadeiras, rippers e serra própria para
agricultores em uma área de 56.000 hecta-
desrama/poda, além de tratores com mais
res. Eles oferecem orientação sobre cultivos
potência. Essa transformação não é só
de eucalipto, pinus, grevilea, bracatinga, se-
onerosa, ela também apresenta vantagens
ringueira e araucária.
para o produtor. “O preparo de solo
Já Santa Catarina tem um projeto simi-
mecanizado torna o plantio mais uniforme
lar, o Recursos Florestais, que propõe ge-
e rápido, chegando a proporcionar uma
rar, desenvolver e difundir tecnologias sobre
arrancada da floresta 20% mais rápida”,
essências florestais madeiráveis, sistemas
exemplifica Virgílio.
agroflorestais e manejo de remanescentes
Como uma solução para o problema dos
para obtenção de produtos madeireiros ou
altos custos, Luis André conta que para que
não madeireiros. Ao mesmo tempo, busca
todos os pequenos produtores da sua região
qualificar os técnicos para prestar assistência
possam mecanizar suas operações, os sin-
aos produtores rurais de forma a disponibili-
dicatos e cooperativas fazem um consórcio
zar condições plenas para o desenvolvimen-
das máquinas necessárias.
to de suas atividades, com foco nos aspec-
Assistência técnica
tos econômico, social e ambiental.
As empresas com grandes plantios têm
O governo de Mato Grosso também tem
um departamento específico que faz todo
um projeto muito bem estruturado que au-
o controle de qualidade das operações sil-
xilia os produtores florestais, o MT Floresta.
viculturais. Nele, profissionais especializados
O governo tem a consciência de que precisa
registram avaliam todas as atividades neces-
dar suporte para assegurar a oferta de ma-
sárias, apontam as falhas e indicam melho-
deira de forma sustentável para as indústrias.
rias. Já o pequeno produtor, muitas vezes,
“Além disso, temos também o objetivo de
não tem nem o conhecimento necessário
criar uma nova mentalidade junto aos pro-
para iniciar o plantio. Por este motivo, exis-
prietários rurais quanto ao valor da cober-
46 SILVICULTURA . B. FOREST
Foto: Alcides Okubo
B. FOREST . SILVICULTURA 47
tura florestal de suas propriedades”, afirma a
rências e análises de solos, realizar planeja-
SEDRAF (Secretaria de Estado de Agricultura
mento e controle das operações, controlar
Familiar e Regularização Fundiária).
contratos e pagamentos com prestadores
Tecnologia
de serviço, extrair relatórios gerenciais e in-
Muito utilizada pelos grandes produtores
dicadores comparativos planejado x realiza-
florestais, a tecnologia também é impor-
do, visualização dos dados em mapas, entre
tante para os pequenos. Contudo, o investi-
outros.
mento em softwares e programas de gestão,
Já para os produtores que não podem
muitas vezes, não cabe no bolso. Pensando
investir em ferramentas de gestão, a Embra-
nesse público, a Kersys disponibiliza o Kersys
pa Florestas oferece, gratuitamente, o Famí-
- SaaS, um sistema padrão de gestão flores-
lia SIS. Um simulador para manejo, análise
tal. Com ele, os pequenos produtores têm
econômica, modelagem e de crescimento
acesso a uma ferramenta de alta tecnologia
e produção de florestas plantadas utilizados
com disponibilidade de acesso e segurança
para auxiliar no planejamento dos desbastes,
de suas informações pela internet. José Ro-
que pode ser utilizado pelo pequeno pro-
berto Pereira Jr, diretor da empresa, explica
dutor. Para operacionalizar os simuladores,
que por um valor mensal o produtor pode
o usuário fornece os dados de inventário da
contratar o software pelo tempo que achar
floresta e os programas preveem o cresci-
necessário. “O investimento para utilização
mento das árvores e a produção, indicando
do sistema é definido conforme os planos
a quantidade de madeira que a floresta pro-
de funcionalidade e o tamanho da área de
duz, em qualquer idade, além de também
cada cliente”, explica José Roberto.
simular desbastes e testar qualquer regime
O cadastro florestal permite a realização de registros de plantios e colheitas, ocorFoto: Divulgação
48 SILVICULTURA ENTREVISTA . .B. B. FOREST FOREST
de manejo que se deseja aplicar nos povoamentos.
A MARCA DA QUALIDADE
MIREX-S sempre esteve à frente em tecnologias e inovações de produto e serviços para o controle das formigas cortadeiras. Para isso investe continuamente em melhorias, com controle absoluto desde a qualificação de fornecedores até o recebimento de matérias primas, assegurando sempre os melhores componentes para fabricação. Seu princípio ativo, a Sulfluramida, é produzido sob as exigências e rigorosas normas de pureza e processo industrial da Atta-Kill.
A única empresa a conquistar a Certificação ISO 9001:2008 do seu processo de Gestão da Qualidade, com escopo para Desenvolvimento, Produção, Comercialização e Serviços Pós-Vendas.
B. FOREST
. ENTREVISTA 49
ANÁLISE MERCADOLÓGICA
I
nformações econômicas, panorama do mercado de madeira de pinus e o aumento na procura por toras grossas de eucalipto são os destaques do boletim mercadológico feito
Foto: Divulgação
pela equipe da STCP.
50 ANÁLISE ENTREVISTA MERCADOLÓGICA . B. FOREST . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: Segundo estimativas do FMI (Fundo Monetário Internacional), a economia brasileira apresentou retração de -3,8% no PIB em 2015 (pior desempenho entre as principais economias mundiais). O órgão acredita em nova retração deste indicador em 2016 (de -3,5%), crescimento de 0% (estagnação) em 2017, e retomada de crescimento apenas em 2018. Os índices oficias do governo estimam crescimento negativo de -2,99% do PIB em 2016 e de +1,00% em 2017. Já a economia global avançou 3,1% em 2015, com perspectiva de crescer 3,4% neste ano e 3,6% em 2017. • Inflação: Em Dez/2015, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou aumento de 0,96%, maior alta para o mês desde 2002. Com isso, a inflação anual em 2015 acumulou 10,67%, a maior em 13 anos e significativamente acima do teto da meta de inflação do BCB (Banco Central do Brasil), que é de 6,5%. O resultado no ano foi influenciado principalmente pela alta no preço dos combustíveis, energia, alimentos e bebidas. A estimativa do BCB é que o ano de 2016 encerre o IPCA acumulado em 7,00% (ainda acima do teto da meta) e em 2017 com 5,40%. • Taxa de Juros: Em reunião realizada em 20/Jan/16, o COPOM manteve pela segunda vez consecutiva a taxa Selic em 14,25%, em linha com a atual política econômica do governo e gerando expectativa pelo mercado de possível deterioração inflacionária. Para o fim de 2016, a estimativa do BCB sobre a Taxa Selic é de fechar em 15,25% ao ano e em 2017 de 12,88% ao ano. • Taxa de Câmbio: Em Dez/2015 a taxa média cambial encerrou em BRL 3,87/USD, resultando em aumento de +2,5% em relação a média de Nov/2015. Em meados de dezembro, o Federal Reserve (banco central dos EUA) elevou a taxa de juros pela primeira vez em quase uma década de 0,25% para 0,50%. Como esperado, nos últimos meses, esta situação contribuiu para desvalorização do BRL, dada a saída de investimentos de países emergentes (como o Brasil) para os EUA, além do enfraquecimento da economia chinesa. A média cambial observada na primeira quinzena de Jan/2016 foi de BRL 4,02/USD, com variação entre BRL 3,99 e 4,05/USD. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 4,14/USD em 2016 e média em 2017 de BRL 4,18/USD.
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 51
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
52 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
“Em
2015 as exportações de compensado e
serrados de pinus cresceram significativamente em volume em relação a 2014, não tendo o mesmo comportamento em valor, devido à queda nos preços no mercado internacional.”
Foto: Divulgação B. FORESTB. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA . ENTREVISTA 53
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
54 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
• Comentários - Tora de Eucalipto: O aprofundamento do cenário de recessão econômica e de crise política no país tem provocado redução no consumo de toras no mercado doméstico e no nível de produção madeireira. Todavia, para madeira de eucalipto, a procura por toras acima de 25 cm de diâmetro continua em alta, com oferta abaixo da demanda em algumas regiões, influenciando o aumento do preço nominal no sortimento de laminação. A desaceleração na construção civil brasileira reduziu a demanda por madeira serrada no mercado interno, o que tem impactado a demanda por madeira em tora e, consequentemente, pressionado o preço neste sortimento. Apesar da valorização do dólar contribuir com o aumento das exportações de celulose de fibra curta no Brasil no período (+ 8,9% em volume em relação a 2014, segundo a Secretaria de Comércio Exterior - Secex), os preços de tora fina de eucalipto no mercado não aumentaram. Isso aconteceu por esse mercado ser diretamente influenciado por grandes consumidores (principalmente fábricas de celulose), que mantêm estoque de matéria-prima em suas próprias florestas ou pátios, bem como contratos de fomento de longo prazo com produtores independentes.
• Comentários - Tora de pinus: De acordo com alguns produtores de tora no Sul do Brasil, os preços de madeira para processo estão constantes devido à menor demanda por madeira em tora por parte de fábricas de celulose e de painéis de madeira no período. Além disso, o mercado doméstico enfrentou excesso de oferta de toras finas de pinus em 2015, a exemplo de algumas regiões do estado de Santa Catarina. A demanda do mercado para toras grossas continuou elevada, enquanto a oferta permaneceu baixa, mantendo ou pressionando os preços para cima. Devido a desva-
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 55
lorização do Real (cerca de 45% em 2015), as exportações de produtos de madeira, tais como compensado e serrados, têm impulsionado um pouco a demanda por toras de serraria e laminação. Além disso, a ABIMCI (Associação Brasileira de Madeira Processada Mecanicamente) tomou medidas importantes para promover os produtos brasileiros nos mercados europeu e norte-americano. Nos EUA, a Associação apresentou formalmente uma petição ao The Office of The United States Trade Representative, solicitando a revisão do status do compensado brasileiro no âmbito do SGP (Sistema Geral de Preferências). Embora as exportações de produtos florestais tenham aumentado (1,3% em valor e 10,8% em volume em 2015, frente à 2014), algumas empresas orientadas para exportação também reduziram o seu lucro. Este é um resultado da economia doméstica desfavorável, que aumentou os custos operacionais e de produção para as empresas como um todo em 2015. Madeireiras também relatam queda dos preços dos produtos no mercado internacional e excedente de produção mundial de alguns produtos, tendências que podem continuar nos próximos meses, influenciado por negociação com clientes internacionais e a desaceleração do crescimento na China.
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
56 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Brasil.
09 a 11 marรงo 201 6
B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . SIM 57
Semana Internacional da Madeira ĂŠ a oportunidade para profissionais industriais madeireiros estarem em contato e contribuĂrem para o desenvolvimento do setor
58 SIM ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
U
m setor forte e desenvolvido se faz
de Empresas de Base Florestal) e paralelo a
com ações conjuntas e união de seus
Lignum Brasil, tem como objetivo estimular a
membros. A SIM – Semana Interna-
aplicação da madeira de florestas plantadas
cional da Madeira, que acontece entre 06 e
na construção civil.
11 de março em Curitiba (PR), surgiu justa-
Os produtores de madeira que atuam no
mente com essa proposta. Os seis eventos
mercado mundial e tem o interesse em sa-
que fazem parte da SIM englobam toda a
ber sobre mercado e condições de compe-
cadeia produtiva da madeira e visam ofere-
titividade também tem um evento focado. O
cer uma ferramenta para a transformação do
Wood Trade Brazil, que acontece no dia 08
setor como um todo.
de março, na FIEP (Federação das Indústrias
Agora, os profissionais interessados po-
do Estado do Paraná), está com as inscrições
dem garantir sua participação em todos os
abertas. O evento, realizado pela FIEP (Fe-
eventos. As inscrições da Lignum Brasil e 2ª
deração das Industrias do Estado do Paraná),
Expo Madeira & Construção estão abertas
ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de
nos sites oficiais dos eventos e podem ser
Madeira Processada Mecanicamente) e Mali-
feitas de forma gratuita até o dia 08 de mar-
novski Eventos, é gratuito e tem vagas limita-
ço. Quem fizer o cadastro no dia e local do
das a 200 participantes.
evento pagará uma taxa de R$ 20,00.
Outro evento da SIM também está com
A Lignum Brasil, evento principal da SIM –
as inscrições abertas, é o Encontro Brasileiro
Semana Internacional da Madeira, tem como
de Energia da Madeira. Com a organização
principal proposta estimular o desenvolvi-
da Malinovski Florestal e Instituto de Flores-
mento do setor industrial madeireiro, que
tas do Paraná e patrocínio da Itaipu Binacio-
há quase 10 anos não tinha uma feira que o
nal, acontece nos dias 10 e 11 de março no
representasse. Dessa forma, é a maior opor-
CIETEP (Centro de Eventos do Sistema FIEP).
tunidade dos últimos anos para os profis-
Os participantes podem se cadastrar até o
sionais industriais estarem em contato para
dia do evento, mas são oferecidos valores
a troca de conhecimentos e a realização de
diferenciados para quem fizer a inscrição até
negócios. “Nosso objetivo é reunir os princi-
dia 10 de fevereiro.
pais players do mercado, por isso o público
Completando a programação da Semana,
especializado que visitará a feira encontrará
o EBRAMEM (Encontro Brasileiro em Madei-
novidades para o processamento da madeira
ras e em Estruturas de Madeira) e no SWST
em todos os seus níveis”, destaca Jorge R.
(Society of Wood Science and Technology)
Malinovski, diretor da Lignum Brasil.
também estão com as inscrições abertas.
Já a Expo Madeira & Construção, evento realizado pela APRE (Associação Paranaense
Um novo setor precisa de novas atitudes. Faça parte dessa transformação! B. FOREST . SIM 59
60 SIM . B. FOREST
B. FOREST . SIM 61
FLORESTA MECANIZADA
D
esde a sua criação a Eldorado Brasil trabalha para aumentar sua eficiência e inovação e investir em mecanização é um das estratégias para alcançar esse objetivo. A empresa planta 200 mil árvores por dia e colhe aproximadamente 80 mil de forma mecanizada para atender a linha atual de produção de celulose. De acordo com dados do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), a mecanização nas indústrias de celulose é de 42%. “Com o investimento em tecnologia e constante treinamento de nosso time, garantimos o continuo avanço da Eldorado para sermos mais competitivos e inovadores no segmento”, declara Germano Vieira, diretor florestal da Eldorado Brasil.Um dos exemplos desse avanço é o sistema de irrigação de mudas, que passa a ser feito por tratores agrícolas equipados com um sistema semi-automatizado de controle dos irrigadores. A tecnologia, elaborada pela equipe técnica de desenvolvimento e mecanização da Eldorado Brasil e produzida por uma empresa parceira, funciona por meio de energia hidráulica e um temporizador, que ao receber os comandos aciona os irrigadores. O avanço desta tecnologia já se encontra em fase de testes no campo e passa a ter um sistema totalmente automatizado, que permitirá um aumento de velocidade de até 60%, além de poder irrigar duas linhas simultâneas, o que propicia um aumento de produção estimado em 50%.
62 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 63
MUDAS PROTEGIDAS
O
replantio é um trabalho que exige tempo e dinheiro dos produtores florestais e para tentar solucionar esse problema, a Bela Vista Florestal desenvolveu um produto que reduz em até 80% essa operação, tanto em áreas que sofrem com o forte calor e seca, quanto em áreas atingidas por chuva forte. O produto, já patenteado pela empresa, protege o solo em volta do coleto da muda contra o aquecimento causado por raios solares que, na maioria das vezes, causa a morte da planta. Em temperaturas mais amenas, a umidade também é preservada e, em um benefício extra, também se evita o crescimento de mato no pé da muda, onde o herbicida não pode ser aplicado. No caso de chuvas fortes, o protetor evita o “afogamento” das mudas, consequência de terra carreada pelas enxurradas. De fácil aplicação, o rendimento é superior a um hectare/homem/dia. O protetor pode ser pulverizado com produtos repelentes de formigas cortadeiras e é 100% biodegradável. “Não é necessário retirá-lo com pouco mais de 6 meses ele se dissolve e não causa nenhum prejuízo ao meio ambiente”, ressalta o gerente operacional da Natureza Reflorestamentos, Rener Souza Silva, que já adotou o protetor em seu plantio. Para mais informações: www.protetordemudasflorestais.com.br
64 NOTAS . B. FOREST
NOVO 461 LF
I
ndicado para desbaste em empresas de médio porte, o novo cabeçote processador Sp 461 LF da SP Maskiner apresenta uma série de melhorias. Um exemplo é a nova mangueira entre a unidade de inclinação e a válvula, que tem maior vida útil. A SP afirma que o 461 LF é ágil, rápido e tem alto desempenho. O cabeçote foi projetado de acordo com o princípio Low Friction SP’s para fricção mínima e máxima produtividade. A alta velocidade de alimentação combinada com baixo peso e medidas compactas garantem boa produtividade, mesmo em desbaste em árvores de pequeno diâmetro. Mas também pode ser utilizado em desbaste de maior diâmetro. As patentes SP LogHold com rolos proporcionais de alimentação em ângulo conferem ao 461 LF uma boa movimentação e alta capacidade de operação. Segundo a empresa, o cabeçote tem seu melhor desempenho em povoamentos com um diâmetro de 10 a 25 centímetros de diâmetro, mas pode operar em árvores maiores. Para mais informações: www.spmaskiner.com
STORA ENSO VENDE FÁBRICA NO PR
A
Stora Enso, fabricante sueco-finlandesa de papel e celulose vendeu para a produtora chilena de papel Papeles Bio Bio a totalidade da sua participação de 80% na fábrica de papel para revista de Arapoti, no Paraná. A fábrica é a única produtora de papel de revista revestido na América do Sul e a maior parte da produção é vendida ao mercado interno, com parte sendo exportada para países da região. A unidade em Arapoti tem 30 mil hectares de plantação, na qual a Stora Enso tem 20% de participação — percentual que não faz parte da transação anunciada pela empresa. A capacidade de produção da fábrica é de 185 mil toneladas de papel por ano. Com base nos valores de 2015, a venda diminuirá o faturamento da Stora Enso em aproximadamente 100 milhões de euros. B. FOREST . NOTAS 65
KRPAN NO BRASIL
A
Roder Brasil, empresa com mais de 15 anos de experiência em máquinas e equipamentos de uso florestal anunciou uma parceria com a eslovena Vitli KRPAN. As em-
presas têm uma história parecida. Ambas começaram a produzir equipamentos agrícolas e migraram para o mercado florestal. A Roder traz para o Brasil a tradição de produção de guinchos florestais de quase 40 anos da Vitli KRPAN. “O Brasil é um mercado grande e com muitas oportunidades de desenvolvimento. Claro que em primeiro plano, a ida para o Brasil se deu por razão econômica. Quando conhecemos o mercado um pouco mais, aprendemos que o objetivo não e tão fácil”, explica Mojca Fan, diretora de desenvolvimento de novos mercados da Vitli KRPAN. Isso porque existe uma grande diferença na forma de trabalho, cultura e mentalidade. “Temos que levar em conta fatores técnicos, climáticos, macroeconômicos e infelizmente também as muitas barreiras administrativas. Mas somos uma empresa solida com visão clara que não temos medo de obstáculos”, afirma Mojca. “Estamos muito satisfeitos por ter conhecido a Roder. Percebemos que a empresa tem um jeito de pensar similar ao nosso”, comemora Mojca. “Juntos, estamos dando os primeiros passos em um caminho que esperamos que seja de longo prazo e com sucesso compartilhado.”
66 NOTAS . B. FOREST
CAVACO APROVADO
A
A biomassa florestal para geração de energia está em alta. Por esse motivo, durante 10 dias, a Komatsu Forest e a NP Transportes e Biomassa desenvolveram um pro-
jeto piloto para abastecer a termelétrica Guaçu, em Aripuaña (MT). O objetivo era testar o picador com rotor de facas modelo 40/30 e potência de 765hp, da Morbark na picagem de madeiras duras tropicais, como maçaranduba, ipê, jatobá, cumaru, entre outras. De acordo com Fabio Calomeno, diretor administrativo da NP Transporte e Biomassa, a máquina da Morbark é a primeira de grande performance a picar resíduos de madeira tropical. O projeto apresentou bons resultados e o cavaco gerado foi aprovado pela usina. Dessa forma, as empresas estão em processo de alinhamento de trabalho para fechar o contrato de picagem de madeira em toda a área de 200 km da termelétrica Guaçu.
B. FOREST . NOTAS 67
68 NOTAS . B. FOREST
69 FOTOS . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 69
70 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. Vテ好EOS 70
71 Vテ好EOS . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 71
2016
FEV
22
FEVEREIRO Montreal Wood Convention 2016. Quando: 22 de Fevereiro a 14 de Março de 2016 Onde: Montreal (Canadá). Informações: http://montrealwoodconvention.com/en/
2016
MAR
MARÇO Wood Trade Brasil.
08
Quando: 08 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.woodtradebrazil.com
2016
MAR
MARÇO Lignum Brasil
09 2016
MAR
09
Quando: 09 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.lignumbrasil.com.br
MARÇO 2ª Expo Madeira & Construção – Construções Sustentáveis com Madeira de Floresta Plantada. Quando: 09 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.expomadeira.com.br
2016
MAR
MARÇO Encontro Brasileiro de Energia da Madeira.
10
Quando: 10 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.energiadamadeira.com.br
72 AGENDA . B. FOREST
2016
ABR
07
ABRIL 4° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Custos Florestais Quando: 07 e 08 de Abril de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
ABR
11
ABRIL AUSTimber2016 Quando: 11 a 16 de Abril de 2016 Onde: Traralgon (Austrália). Informações: www.austimber.org.au
2016
ABR
12 2016
MAI
12
ABRIL EUCALIPTO 2016 – Simpósio sobre Tecnologias de Produção Florestal. Quando: 12 a 14 de Abril de 2016 Onde: Uberlândia (MG). Informações: www.sif.org.br
MAIO 2º Curso de Aperfeiçoamento Técnico de Gestão Socioeconômica e Ambiental em Atividades Florestais. Quando: 12 e 13 de Maio de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
JUN
09
JUNHO 3º Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Silvicultura de Florestas Plantadas. Quando: 09 e 11 de Junho de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
B. FOREST
. AGENDA 73
2016
JUN
09
JUNHO KWF Tagung – Alemanha. Quando: 09 a 12 de Junho de 2016 Onde: Alemanha. Informações: www.kwf-tagung.org/en/kwf-tagung/kwf-expo.html
2016
ABR
11
ABRIL AUSTimber2016 Quando: 11 a 16 de Abril de 2016 Onde: Traralgon (Austrália). Informações: www.austimber.org.au
2016
AGO
18
AGOSTO 3° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Microsoft Excel Florestal. Quando: 18 e 19 de Agosto de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
SET
SETEMBRO II Encontro Brasileiro de Infraestrutura Florestal.
22 2016
OUT
20
Quando: 22 a 23 de Setembro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
OUTUBRO 6° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Gestão de Manutenção de Máquinas Florestais. Quando: 20 e 21 de Outubro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
74 AGENDA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 75