B.Forest. A Revista eletrônica do Setor Florestal - Edição 20 / Ano 03 n° / 05 Maio 2016

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2 ENTREVISTA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 3


OTIMISMO PONDERADO Pode soar contraditório, mas independente do atual cenário econômico brasileiro, o setor florestal vive momentos positivos. Empresas de celulose, papel e painéis alcançam resultados otimistas quando comparados aos demais graças as exportações. Segundo a Ibá, o volume de celulose que saiu do país até o presente momento, por exemplo, totalizou 3,2 milhões de toneladas, um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período do último ano. Já o de painéis de madeira, nos três primeiros meses do ano, somou 195 mil m³, alta de 58,5% sobre o mesmo período do ano passado. No mercado interno, a situação econômica continua impactando o caixa das empresas. Neste sentido, as técnicas de manejo aplicadas às florestas plantadas de eucalipto e pinus ganham força e se consolidam como uma solução para superar a crise. Nesta edição, conversamos com proprietários de serrarias e produtores florestais para entender as suas necessidades e a rotina de trabalho para alcançar uma matériaprima de qualidade para a produção de madeira serrada e laminada. No discurso dos empresários foi possível constatar que as operações de manejo, como o desbaste, são vantajosas. No entanto, a atividade de poda tem perdido o seu espaço devido ao alto custo e baixo retorno. Nas páginas 16 e 38, leia reportagens sobre os dois assuntos. Confira também uma matéria especial feita a convite da Tajfun, na Eslovênia e Sérvia. Nossa equipe acompanhou com exclusividade, o processo fabril da marca europeia e também o Dia de Campo, realizado em parceria com a Universidade de Belgrado, onde toda a linha de produtos da empresa foi apresentada de forma dinâmica. Para completar a edição, conversamos com o diretor-presidente de uma das empresas mais tecnológicas do setor madeireiro do país, Gilson Berneck. Na entrevista, ele contou sobre a história da Berneck, seu processo evolutivo e também avaliou o atual momento vivido pelo setor. Saudações Florestais!

4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST


Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik

Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).

B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 20 - Ano 03 - N° 05 - Maio 2016 Foto de Capa: John Deere

Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br

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B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5


6 ENTREVISTA . B. FOREST


Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Foto: Divulgação

B. FOREST

. ENTREVISTA 7

Crédito: Divulgação/ Berneck


Sobrenome de Peso Gilson Berneck Diretor-Presidente da Berneck S. A. Painéis e Serrados

O

setor florestal está no sangue

de

madeiras

em

União

da

Vitória,

de Gilson Berneck. Em 1952,

também localizada no Paraná. Cresci

seu pai iniciou a Berneck e Cia,

dentro deste negócio, acompanhando o

Gilson cresceu nesse meio e nada mais

desenvolvimento das indústrias do meu

natural que seguisse os caminhos da

pai. Sendo assim, não poderia seguir outra

família e entrasse para o ramo madeireiro.

carreira.

Ao longo dos anos, a Berneck se expandiu, conquistou o mercado externo e é hoje

A Berneck começou a plantar pinus

uma das empresas mais tecnológicas

na década de 1960. Dessa forma, foi

do Brasil. Com produção verticalizada,

migrando para o plantio, até que passou

garante o controle de qualidade e uma

a usar matéria-prima 100% proveniente

ampla área de atuação. Em entrevista à

de florestas plantadas. O que levou a

Revista B.Forest, Gilson Berneck fala sobre

empresa a adotar esse pioneirismo?

carreira e como a empresa chegou aos patamares atuais. Confira!

Passamos

por

diversos

processos

industriais com madeira nativa: madeira serrada, lâminas torneadas e faqueadas,

Como começou sua carreira e a ligação com o setor florestal?

compensados e portas. Na década de 1980 já tínhamos mais de 2 mil funcionários,

Meu pai, Bernardo von Müller Berneck,

com 11 unidades fabris em cinco estados

iniciou como sócio de uma serraria em

brasileiros. Era muito trabalhoso e isto

1946. Em 1952, iniciou a Berneck e Cia.,

foi direcionando a empresa para se

com uma serraria na cidade paranaense de

estabelecer com florestas plantadas e

Bituruna e uma fábrica de beneficiamento

produtos que absorvessem esta matéria-

8 ENTREVISTA . B. FOREST


“Procuramos nossos

sempre

em

planejamentos

e

processos implementar soluções integradas que proporcionem aproveitamento

máximo

de

Crédito: Divulgação/ Berneck

recursos”

B. FOREST

. ENTREVISTA 9


prima. Iniciamos com plantio de pinus na

pletando nosso projeto em 2012, com 3.750 hectares de efetivo plantio. Na uni-

década de 1970, por meio do incentivo

dade de Mato Grosso, temos

uma ser-

fiscal do Imposto de Renda, que permitia o

raria para teca e caldeira para cogeração

abatimento dos investimentos em florestas

de energia, atendendo desta forma tam-

plantadas no Paraná. Viabilizamos a entrada

bém as áreas agrícola e de pecuária com

no segmento de painéis reconstituídos

irrigação e armazém de cereais. Dentro

com uma linha de aglomerados em

da forte orientação socioambiental, uma

1985 e continuamos investindo neste

das diretrizes principais de atuação da

segmento. Gradativamente, fomos saindo

Berneck, procuramos sempre em nossos

dos negócios com madeiras nativas e

planejamentos e processos implementar

migrando para florestas plantadas. Foi nos

soluções integradas que proporcionem

anos 80 que reforçamos o posicionamento

aproveitamento máximo de recursos, de

da Berneck como uma empresa voltada a

forma inteligente e produtiva. Investimos

soluções para o uso da madeira, com um

em tecnologia de ponta para que tais so-

forte viés ambiental. Inclusive, criamos

luções sejam possíveis, como no caso da

em 1986 uma nova identidade visual, que

cogeração de energia.

transmitia ao mercado de forma clara esta mensagem. Foi quando criamos o

Qual a importância para a empresa na

slogan que até hoje identifica a Berneck

cogeração de energia e que impactos a

no mercado e comunica sua filosofia de

planta de Mato Grosso proporcionou?

atuação: Berneck, a marca da madeira.

A cogeração de energia associa duas questões muito relevantes na atualidade: o

Anos depois, na década de 1990, além

foco constante na preservação ambiental

do pinus, a empresa passou a cultivar

e o uso racional de recursos, uma vez que

teca também. Por que escolheram essa

proporciona autonomia à indústria quanto

espécie?

às fontes geradoras de energia para uso

A empresa possuía terras e reservas

produtivo e, o melhor, com recursos, no

florestais no Mato Grosso. Sendo assim,

caso descartes de madeira, que ela já tem

iniciamos o plantio de teca em 1990 com-

em casa. Dessa forma, o aproveitamento

10 ENTREVISTA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 11


de nossas madeiras plantadas é

de

crescente pelo MDP, na medida em que a

praticamente 100% do que é gerado,

indústria e também a marcenaria passam

não

a

se tem perdas. Isso proporciona à

perceber

os

diferenciais

técnicos,

Berneck uma relação produção-produto

associados à competitiva relação

final sustentável.

custo-benefício que este produto oferece.

de

No mercado externo, a Berneck já tem Hoje, sabe-se que a produção da

bases bastante sólidas, tendo iniciado

Berneck é verticalizada, englobando

suas vendas externas ainda na década de

desde a produção de mudas até o

1960.

produto final. Quais as vantagens que este processo oferece à empresa?

A Berneck está planejando montar

A principal vantagem está no controle de qualidade e procedência que tal opção

uma nova fábrica em Santa Catarina. Pode contar um pouco sobre isso?

proporciona. Como administramos desde

A empresa está sempre pensando

a muda até o produto final, podemos

em seu crescimento e neste momento

garantir tanto a origem correta de nosso

estamos sim estudando o projeto de um

produto

Outra

terceiro site em Santa Catarina. Como

vantagem importante está justamente

ainda não temos tudo bem definido, não

na possibilidade de atuar na indústria de

gostaríamos de comentar nada além disso.

quanto

a

qualidade.

forma global, com a cogeração de energia e o uso racional de recursos.

Como avalia o atual momento do mercado madeireiro? Qual a expectativa

O que a Berneck tem como destaque é a produção de MDF, MDP, HDF e madeira serrada. Como analisa esses mercados?

para os próximos anos? O atual momento é delicado, a indústria brasileira vem sofrendo muito, com várias

Avaliamos estes mercados de forma

empresas passando por situações difíceis,

estratégica, direcionando sua estrutura

mas seguramente com as alterações

para atender as demandas específicas

previstas na política o país irá andar.

de cada uma dessas linhas de produção.

Contamos com elas para viabilizar o

Percebemos uma tendência de interesse

desenvolvimento futuro.

12 ENTREVISTA . B. FOREST


“A cogeração de energia associa duas questões muito relevantes na atualidade: o foco constante na preservação ambiental

B. FOREST

. ENTREVISTA 13

Crédito: Divulgação / Berneck

e o uso racional de recursos”




16 MANEJO . B. FOREST


Alta qualidade

O

conhecido ditado popular que diz que a pressa é inimiga da perfeição, se aplica perfeitamente quando o assunto é madeira de qualidade para produtos sólidos. As

características exigidas pelas serrarias e laminadoras exigem dedicação dos produtores e um

Crédito: Divulgação / Remasa

regime de manejo adequado à essa finalidade.

B. FOREST . MANEJO 17


M

adeira de alta qualidade para o

afirma. Outra característica fundamental

uso em produtos sólidos está

para Jesuino é a umidade, “toras recém-

cada

nos

colhidas e com bastante água facilitam o

mercados nacionais e internacionais, devido

desdobro e conferem maior qualidade no

às restrições no manejo das florestas nativas.

corte, reduzem as asperezas e melhoram a

A demanda dos mercados já depende das

precisão dimensional”, explica.

vez

mais

escassa

florestas plantadas e manejadas de forma

A idade é outro requisito de grande valor

consciente e sustentável. A produção de

no processamento da madeira. “A indústria

madeira de alta qualidade requer um manejo

moveleira necessita de matéria-prima com

diferenciado para atingir as exigências da

boa densidade para que se tenha resistência

indústria da madeira de produtos sólidos.

e fixação adequada de pregos e parafusos.

Conquistado isto, é possível agregar valor

Isso não é obtido em toras jovens”, esclarece

aos produtos, o que permite o pagamento

o sócio-gerente. Além disso, Jesuino destaca

de um preço diferenciado para os produtores

que a homogeneidade dos sortimentos é

florestais, superando as margens de lucro

essencial para a qualidade. “Quanto mais

que podem ser atingidas com a produção

homogêneo, mais fácil de trabalhar e maior

de matéria-prima para energia, celulose ou

o valor agregado à mercadoria.” Ele explica

madeira reconstituída.

que madeiras sem essas características têm

Jesuino Almeida de Oliveira é sócio-

sua aplicação muito restrita no mercado e

gerente da Technomade, uma serraria

geralmente são utilizadas para finger-joint,

localizada em Telêmaco Borba (PR). Ele

colagem e painéis.

afirma que é muito exigente quando o assunto é matéria-prima e sempre avalia

Qualidade da madeira

alguns requisitos no momento da compra

De que forma, então, é possível conquistar

de toras. Para a empresa, o mais importante

todos

é o diâmetro da madeira. “Diferente do

resposta é bastante simples: manejo. Este

que é usado para energia ou celulose,

determina o tipo de prática silvicultural que

utilizamos apenas toras com mais de 35 cm

será aplicada em função da espécie e do

de diâmetro. Assim, o rendimento é maior

produto que se deseja obter. Um regime

e confere mais qualidade ao produto final”,

de manejo define estratégias específicas

18 MANEJO . B. FOREST

esses

pontos

mencionados?

A


Crédito: G. Castro

em atividades como escolha de materiais

alto para a indústria madeireira, que gera

a serem plantados, métodos de plantio,

lucro com a transformação da mesma, e,

espaçamentos

consequentemente, repassa parte deste

utilizados,

intervenções

como podas, frequência de atividades de

valor ao produtor”, destaca.

manutenção e regimes de colheita, ou seja,

De acordo com Gilson Geronasso, diretor

frequência e intensidade de desbastes. Em

vice-presidente da Remasa, basicamente,

um primeiro momento, o manejo determina

são dois os manejos mais utilizados no

a seleção do material genético a ser plantado,

Brasil: o ciclo mono e o com desbaste. “No

em uma segunda fase, as condições de

primeiro, não são realizados desbastes e

crescimento das árvores são influenciadas

o corte raso ocorre entre os 14 e 16 anos.

para minimizar defeitos indesejáveis. Para Leif

Já o com desbastes (1, 2 ou 3) com ciclo

Nutto, engenheiro florestal com doutorado

final entre 18 e 24 anos, normalmente. Este

na área de crescimento e produção florestal

último é conduzido para, o que chamamos

na Universidade de Freiburg (Alemanha), o

de produtos multiusos. Além disto, temos as

manejo adequado às metas de produção

podas, que podem trazer um adicional de

garante a otimização da produção da

qualidade para a madeira”, explica.

matéria-prima. “Ele confere valor mais

Mas de que forma o manejo interfere B. FOREST . MANEJO 19


na qualidade da madeira para a aplicação

“O desbaste permite ainda uma produção

em produtos sólidos? Após escolhida a

intermediária de madeira ao longo do ciclo

espécie e o clone, o produtor deve utilizar

florestal, melhorando o padrão da floresta

o manejo para “manipular” o crescimento

remanescente”, acrescenta Gilson.

das árvores. Isso porque ele influencia na

De acordo com Leif Nutto, o regime

estrutura celular das mesmas. A composição

de desbaste depende do potencial de

das células determina as propriedades

crescimento

físicas e mecânicas da madeira, critérios

manejada. “A ideia é sempre ter a área com

determinantes em muitas utilizações. Essa

uma cobertura de dossel maximizada, para

manipulação

por,

não perder potencial de produção e, ao

definição do espaçamento, desbastes e

mesmo tempo, promover o crescimento das

podas.

árvores futuras, aquelas que permanecem

é

feita

basicamente

em

diâmetro

da

espécie

O desbaste remove algumas árvores para

no talhão até o final do ciclo de rotação”,

favorecer o crescimento das remanescentes,

explica. Ele afirma que a “dimensão” da tora

ou seja, diminuir a competição existente

é o critério mais forte para o preço pago

entre elas disponibilizando uma quantidade

pela indústria, pois permite um melhor

maior de recursos, principalmente água,

aproveitamento e maiores dimensões dos

luz e nutrientes. Com isso, as taxas de

produtos de transformação. No entanto,

crescimento aumentam produzindo toras

segundo ele, para as coníferas, o critério da

de maiores diâmetros em tempo reduzido.

redução da densidade da madeira com um

TIPOS DE DESBASTE Desbaste sistemático: Retirada de árvores obedecendo a um padrão pré-determinado sem uma prévia avaliação; Desbaste seletivo: As árvores são retiradas de acordo com características préestabelecidas com uma seleção e marcação prévia no campo. O mais comum é uma combinação entre os dois tipos de desbaste para facilitar a retirada da madeira.

20 MANEJO . B. FOREST


“Toras recém-colhidas e com bastante água facilitam o desdobro e conferem maior qualidade no corte, reduzem as asperezas e melhoram a precisão

Crédito: Malinovski

dimensional”

B. FOREST . MANEJO 21


crescimento diamétrico superior também

genéticos utilizados e os sites dos locais de

pode ser levado em consideração. Já nas

plantio, a combinação de condições bióticas,

folhosas, este efeito não é de influência

climáticas, de solo e ambientais que afetam

significativa nas propriedades dos produtos.

no crescimento das árvores. “Por isso,

Pelo desbaste é alcançado o diâmetro ideal

um regime de manejo equilibrado gerado

das toras para uma idade pré-determinada,

a partir de um planejamento criterioso

já a homogeneidade é obtida por um

de produção, técnicas de modelagem e

conjunto de processos. Leif explica que é

outras ferramentas devem estar sempre

importante criar condições de crescimento

em constante avaliação para a busca da

semelhantes para todas as árvores. “Isso

homogeneidade dos plantios”, completa.

pode ser realizado por desbastes e poda, mas também com a seleção de material

Viabilidade econômica

clonal ou semente melhorada. O manejo

Levando

em

consideração

a

também deve ser aplicado de forma igual

complexidade para se conseguir madeira

sobre toda a área”, destaca.

de qualidade para a aplicação em produtos

Gilson acrescenta que é essencial o

esse

processo

é

viável?

De

acordo com Gilson Geronasso, o manejo

Crédito: Divulgação / Remasa

conhecimento das interações dos materiais

sólidos,

Árvores marcadas para desbaste. 22 MANEJO . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 23


24 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST


Crédito: Divulgação / Remasa Árvores marcadas para desbaste.

é a gestão da floresta de modo que se

os potenciais retornos econômicos pela

obtenha benefícios econômicos e sociais

venda de material de desbaste. “No final

em bases sustentáveis, ou seja, permite o

é indispensável fazer uma análise custo-

uso dos produtos florestais ao longo dos

benefício, ou seja, comparar os custos de

ciclos de produção. Para isso, se fazem

produção de 1 m³ de madeira e o valor

necessárias análises econômicas por meio

de mercado que a indústria paga por essa

de indicadores como custos de produção,

mesma porção, incluindo todos os custos de

taxas de juros, taxas de atratividade, preço de

logística e impostos. Assim é possível verificar

madeira no mercado consumidor, análises

se um projeto será economicamente viável

de rentabilidade, valores presentes líquidos,

ou não”, esclarece. Se não houver o manejo florestal para

Leif ressalta que deve ser realizado

toras de maior diâmetro as serrarias terão

uma análise do fluxo de caixa, incluindo

que substituir seus equipamentos para

os investimentos a serem feitos (como

adequação

podas, desbastes), considerando também

Quem define é o mercado consumidor.

à

matéria-prima

disponível.

B. FOREST . MANEJO 25

Crédito do infográfico: Malinovski

taxa interna de retorno, entre outros.


Crédito: Malinovski 26 SINALIZAÇÃO TECNOLOGIA .. B. B. FOREST FOREST


Operações sinalizadas

A

atividade florestal é composta por diversas áreas que atuam simultaneamente, por esse motivo, a sinalização de cada operação é importante. Não ter uma sinalização adequada

pode gerar riscos de acidentes e colaborar para uma desorganização dos locais de trabalho, além de descumprir o atendimento à legislação.

B. FOREST . SINALIZAÇÃO 27


O

s processos que compõem a

são a prevenção de acidentes, orientação e

atividade

envolvem

organização. “Com uma sinalização bem-

seja

no

feita a empresa evita passivos trabalhistas,

momento da aplicação de herbicidas,

caso ocorra algum acidente na área, além

na colheita ou no transporte da madeira.

de orientar os transeuntes e mostrar que é

Como

se

bem organizada e investe na segurança e

localizam próximos as comunidades, onde

bem-estar dos colaboradores”, acrescenta.

riscos

os

florestal

constantes,

plantios,

geralmente,

existe tráfego de pessoas que não estão

As

diretamente envolvidas com operações, é

eficiente

importante que tudo seja bem sinalizado.

funcionamento

Dessa forma, a segurança é garantida.

pois ela irá conferir mais segurança e

vantagens

de

estão

uma

sinalização

evidenciadas

interno

da

no

empresa,

Genite Pereira Maia Junior, gerente

confiança aos seus funcionários, o que

geral da Sinalflora, tem mais de 20 anos

aumenta a produtividade e contribui no

de experiência em sinalização florestal

resultado operacional, na eficiência direta

e afirma que as principais funções da

da estratégia de atendimento aos clientes,

utilização de placas e adesivos sinalizadores

na qual a eficácia proporcionará conforto e

Crédito: Divulgação / Sinalflora

28 SINALIZAÇÃO . B. FOREST


Projeto certeiro

segurança na operação. placas,

O profissional explica que a sinalização

Genite explica que é preciso levar em

adequada para cada empresa é determinada

consideração as necessidades da empresa

por um diagnóstico inicial de sinalização.

e a legislação. “Um projeto de sinalização

Para isso, um técnico faz o diagnóstico,

sob medida é a solução mais eficaz, pois

por levantamentos in loco com base

determina o que é imprescindível e adota

nos procedimentos da companhia, no

padrões a serem utilizados em sinalizações

mapeamento de risco de cada área, com

futuras.” Para ele, este projeto não pode

informações passadas por supervisores,

prescindir da utilização de pictogramas,

técnicos e engenheiros de segurança e com

linguagem gráfica direta e responsável por

base nas atividades executadas. Depois

fácil memorização e assimilação subliminar

disso tudo é apresentado um anteprojeto

das informações de interesse coletivo. “O

de sinalização, com layouts específicos

alto grau de percepção das informações

para cada área ou setor. Uma vez aprovada,

facilita as ações, tornando-as automáticas”,

ela é executada e implantada, sempre

esclarece. O gerente destaca que tais

oferecendo um acompanhamento pós-

aspectos se tornam ainda mais fundamentais

sinalização, com equipes de manutenção.

Sobre

a

determinação

das

quando a sinalização não gera dúvidas, insegurança

e

constrangimentos,

uma

vez que estas impressões são transferidas

Genite destaca uma frase importante que ouviu de um cliente: “Prefiro pecar pelo excesso do que pela falta de sinalização”.

à imagem da empresa como pontos negativos.

Parceria sinalizada

Genite afirma que não é possível fazer

Desde o início de suas atividades em

uma sinalização que agrade apenas a

Jacareí, a Fibria sinaliza todas as operações

empresa quanto ao layout. “Devemos seguir

que realiza, tanto nas estradas que ficam

a legislação adequada, seja ela regida pelo

dentro das fazendas onde está acontecendo

DNIT, ABNT, NR-26, NR-31, NT-20 do Corpo

a operação, como também nas públicas que

de Bombeiros, etc, e tentar incorporar no

permitem o acesso ao local, ou que sejam

visual da placa características que agradem

rotas por onde passam os profissionais e a

a empresa”, explica.

comunidade. B. FOREST . SINALIZAÇÃO 29


30 SINALIZAÇÃO . B. FOREST


A empresa explica que todos os projetos

realizado in loco, antes do início das

florestais são sinalizados, com placas que

operações. “Profissionais da área de estradas

constam a logo da Fibria, um telefone

e segurança são os responsáveis por essa

para dúvidas, sugestões de melhorias ou

determinação, que, geralmente, ficam em

reclamações da comunidade e números de

locais de maior tráfego de pessoas e áreas

contato da brigada de incêndio. “As placas

com peculiaridades geográficas”, explica.

são colocadas nas estradas indicando os

A Fibria realiza um mapeamento de risco

pontos mais críticos, como curvas, pontes

operacional, que identifica e determina as

estreitas, cruzamentos e trânsito de veículos

condições de transporte e carregamento,

longos. Também orientam sobre o limite

considerando as características das estradas

de velocidade, locais em que há a travessia

e do clima. “Em estradas de boa qualidade

de animais silvestres, AAVC (Áreas de Alto

e com tempo seco, o transporte acontece

Valor de Conservação), proibição de pesca

sem restrições, já em estradas mais críticas

e caça ou até mesmo presença de apiários”,

e com tempo chuvoso pode ser necessário

conta.

o acompanhamento de um técnico de

A

localização

das

sinalizações

é

determinada de acordo com mapeamento

Crédito: Divulgação / Sinalflora

segurança”,

exemplifica.

no

caso

específico da silvicultura e colheita, todo o

B. FOREST . SINALIZAÇÃO 31


levantamento de dados e determinação da

possibilita esclarecer todas as dúvidas sobre

localidade das placas é de responsabilidade

as operações florestais, além de divulgar e

das próprias equipes nos locais de operação,

disponibilizar um canal de contato para que

de acordo com procedimentos internos.

a comunidade possa, a qualquer momento,

A

empresa

destaca

a

importância

registrar críticas, sugestões, elogios etc.

das placas serem autoexplicativas e da

Em 2015, foram realizados 671 diálogos

comunidade tomar conhecimento sobre

com a participação de 4.193 pessoas,

o que está sendo sinalizado. “Realizamos

abrangendo 100% de todas as localidades

uma conversa com todos os envolvidos

impactadas pelas operações da empresa.

explicando a operação que será realizada,

Após o término de cada operação, as ações

sempre antes dela acontecer. Esse programa

de mitigação realizadas são avaliadas em

é intitulado de diálogo operacional e

entrevistas individuais com os vizinhos e

coordenado pela área de sustentabilidade.”

representantes das comunidades, indicados

A empresa explica que este processo

nas reuniões de diálogo.

Crédito: Divulgação / Sinalflora

32 SINALIZAÇÃO . B. FOREST


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B. FOREST . TRANSPORTE 33

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“Na Internacional Paper também há placas indicando estreitamento de pontes, para manter canal de comunicação com a comunidade, de parada para entrada em estradas mais movimentadas, indicando o caminho até o carregamento, de distância segura

34 SINALIZAÇÃO . B. FOREST

Crédito: Divulgação / Malinovski

do carregamento, entre outras.”


Segurança em primeiro lugar

recomendações para estacionar na área de

A International Paper utiliza placas de

vivência, com limites de velocidade, entre

sinalização em suas operações desde que a colheita ainda era feita de forma manual.

outras. No

transporte,

Luís

explica

que

a

No entanto, elas eram restritas à colheita e

sinalização mais importante é a de acesso às

ao transporte, hoje, as placas são utilizadas

rodovias, entrada e saída de veículos entre

em toda a área florestal conforme a

estrada de terra e rodovias. Essas placas são

necessidade. “Essa medida foi adotada para

de 500, 300 e 100 metros, dependendo

garantir a segurança de nossos profissionais,

da condição do local, e há também sinais

prestadores de serviço e visitantes, alertando

luminosos. “Também há placas indicando

possíveis riscos e também em atendimento

estreitamento de pontes, para manter canal

à legislação”, explica Luís Fernando Silva,

de comunicação com a comunidade, de

gerente geral florestal da IP.

parada para entrada em estradas mais são

movimentadas, indicando o caminho até

determinadas de acordo com os riscos

o carregamento, de distância segura do

identificados em análise e conforme às

carregamento, entre outras”, complementa.

De

acordo

com

Luís,

elas

legislações vigentes, como a NR31, NR12,

O gerente conta que a localização de

NR27 e normas do CONTRAN. “As áreas

cada placa é determinada priorizando a

sinalizadas

silvicultura,

facilidade de visualização, respeitando a

transporte e estrada. Em cada uma delas,

informação que precisa ser sinalizada e de

há vários modelos de sinalização, tais como:

forma que não atrapalhe o andamento das

de máquinas em operação, aplicação de

operações e trânsito de pessoas. Inclusive,

herbicida,

de

ele destaca que as normas e legislação

transporte, avisos de entrada e saída de

de segurança são válidas para todos os

caminhões, etc”, acrescenta. Para a colheita

profissionais, prestadores de serviços e

e para o plantio, a IP tem placas similares:

visitantes,

de distância das máquinas em operação,

atividade estejam executando. “Todos os

indicando quais EPIs são necessários para

prestadores de serviço seguem a mesma

permanecer na área, de distância e cones

regulamentação que os funcionários da

para abastecimento de máquinas, com

International Paper e são gerenciados por

são:

pontes

colheita,

estreitas,

sentido

independentemente

de

qual

B. FOREST . SINALIZAÇÃO 35


inspeções da CIPATR (Comissão Interna

responsáveis por apurar e determinar ações

de Prevenção de Acidentes do Trabalho

para evitar a recorrência de fatos semelhantes.

Rural), auditorias internas e externas, IPS

As sinalizações dentro de uma empresa

(Indicadores de Performance de Segurança),

florestal são de extrema importância, pois

Sistema de observação de segurança: My-

a maioria das atividades envolve riscos

positive,

constantes, que se não forem considerados

auditorias

comportamentais

e

inspeções da liderança”, acrescenta. Isso

porque,

caso

acidente

esse motivo, é fundamental que todas as

aconteça, o ocorrido seguirá as normas e

operações sejam bem sinalizadas para

políticas de segurança da empresa e passará

orientar a totalidade dos envolvidos, desde

por análise e investigação, coordenados

profissionais em atuação a membros da

pelos

comunidade que passam por perto das

responsáveis

da

algum

podem causar graves consequências. Por

área

envolvida

e o departamento segurança, que são

36 ENTREVISTA . B. FOREST

florestas.

Crédito: Divulgação / Sinalflora


B. FOREST

. ENTREVISTA 37


Poda - uma atividade viável?

M

esmo sendo muito recente no Brasil, em poucas décadas, a poda deixou de ser uma atividade realizada com frequência. A alteração da demanda das indústrias madeireiras

é vista como uma das responsáveis pela mudança do cenário, afinal ela passou a substituir a madeira maciça por chapas, compensados e painéis reconstituídos.

38 PODA TECNOLOGIA . B. FOREST . B. FOREST


Crédito: Divulgação B. FOREST . PODA 39


Q

uando o assunto é poda, muitas

com uma ferramenta de cabo curto, o que

são as dúvidas dos produtores

significa um alcance entre 2,70 e 3 metros”,

florestais. As mais frequentes são:

explica o Dr. Jorge R. Malinovski, diretor geral

quando e como fazer e se existe mercado

da Malinovski. Com ela, a matéria orgânica

consumidor. Porém a que tem maior poder

com potencial de combustão é retirada da

de decisão é: a poda é uma atividade

árvore, deixando um espaço entre ela e a

rentável? A resposta não poderia ser mais

copa, o que reduz os riscos das chamas

complexa, depende! A poda florestal,

atingirem as mesmas, como também

também conhecida como desrama, é feita,

facilita a passagem por dentro do talhão.

basicamente, por três motivos: combate a

Jorge destaca que, na maioria das vezes, a

incêndios, facilidade de acesso ao talhão

poda baixa é feita em todas as árvores do

e maior qualidade tecnológica da madeira.

povoamento. Já a alta é feita a partir da baixa

Para entender melhor é preciso saber a

e pode ser repetida uma ou duas vezes,

diferença entre poda baixa e poda alta.

preferencialmente nas árvores que deverão

A primeira é feita objetivando esses três

ficar para o corte final. Esta acontece acima

pontos, já a segunda busca apenas melhorar

dos 3 metros e tem finalidade específica de

a qualidade do produto final. “Geralmente

melhorar a qualidade da madeira. “Ou seja,

a poda baixa é feita por um profissional

é feita a retirada dos galhos para impedir o

TIPOS DE NÓS Nó é a porção basal de um ramo que se encontra no tronco ou peças de madeira, provocando desvios ou a descontinuidade dos tecidos lenhosos Nó vivo: ponto de inserção do galho no tronco fisiologicamente ativo, havendo perfeita continuidade de seus tecidos lenhosos com os do tronco; Nó morto: corresponde a um galho que morreu e deixou de participar do movimento do tronco. Não há continuidade estrutural e a sua fixação depende apenas da compressão periférica exercida pelo crescimento diametral do fuste; Nó solto: nó circular com grande parte dos tecidos já mortos que, devido à falta de aderência aos tecidos adjacentes e diferenças no comportamento de contração cai no momento da secagem.

40 PODA . B. FOREST


crescimento de nós na madeira”, explica.

começou há pouco mais de 30 anos e

Assim como na pergunta inicial, o

desde essa época os produtores buscam

momento certo para se fazer a poda também

pelo regime mais adequado. “A demanda

depende. “Sou contra a poda em função da

por madeira sem nós surgiu da necessidade

idade do povoamento, pois ela não garante

da indústria madeireira em melhorar o

o diâmetro das árvores. O ideal é associar

rendimento da produção, evitando perdas”,

espaçamento, qualidade do sítio, a espécie

explica. Porém, a tendência crescente de

utilizada e a qualidade do clone, com o

produção em larga escala de chapas de

diâmetro do núcleo nodoso referencial.

partículas mudou este cenário.

Com a relação desses pontos fica mais fácil acertar no momento de realizar a operação”,

Fazer poda é rentável?

afirma Jorge Malinovski.

De acordo com João Carlos Mancini,

De acordo com Denise Jeton Cardoso,

sócio-proprietário

da

Valor

Florestal,

normalmente a madeira sem nó tem

em crescimento de florestas, a prática da

maior preço de venda, porém depende

poda em plantações florestais, no Brasil,

do mercado consumidor e da cadeia

Crédito: Divulgação / Gatiados

pesquisadora da Embrapa com especialidade

B. FOREST . PODA 41


Crédito: Divulgação

“Muitas empresas deixaram de realizar desramas por não encontrar oportunidades de mercado”

produtiva florestal que o produtor poderá

valor agregado para o investidor florestal”,

acessar. No entanto, “maior preço não

acredita o sócio da Valor Florestal.

significa maior rentabilidade e maior valor

Ele ainda explica que do ponto de vista da

agregado”, ressalta. Segundo ele, há vários

grande maioria dos investidores florestais a

anos, a diferença de preços entre toras

poda não é uma operação vantajosa, pois a

podadas e não podadas tem diminuído

TIR% (Taxa Interna de Retorno) de projetos

devido ao comportamento da demanda.

podados são menores do que os sem

No sul do Brasil, ele exemplifica, anos

manejo. De acordo com Mancini, quando

atrás, esta diferença era de 80 a 100%,

analisados os fluxos de caixa comparativos

porém ela entrou em uma descendente e,

é importante ter claramente delineados os

atualmente, pode-se falar em 30 a 50%,

custos de cada alternativa, capitalizados

dependendo da classe de diâmetro da tora,

para o ciclo florestal, manejo considerado,

qualidade e mercado de destino. “Quando

a diferença de idade da rotação entre um

observados os inputs de análise de fluxo de

projeto e outro, os efeitos da poda sobre

caixa e somados aos aspectos florestais, de

o crescimento volumétrico das árvores,

rotação e mercado potencial, a estratégia

a taxa mínima de atratividade econômica

de desramar as florestas não reflete em

e obviamente o spread do preço de um

42 PODA . B. FOREST


B. FOREST . MANEJO 43


produto clear comparado ao sem desrama.

seu negócio futuro. Muitas empresas no sul

“Para a poda ser vantajosa do ponto da

do Brasil e que são verticalizadas pararam

rentabilidade florestal o mercado teria que

seus programas de manejo florestal por

remunerar valores muito mais altos do

meio de poda. Ou seja, a prioridade é

que atualmente e a demanda precisaria

maximizar a quantidade de fibra por

ser crescente para este tipo de produto”,

unidade de área e ter maior rentabilidade

destaca.

dos projetos florestais com redução do

Denise explica que o custo da poda está

ciclo do corte raso e com a eliminação de

diretamente ligado ao número de árvores

custos de manejo e de poda que afetam

a serem podadas. Por isso, a estratégia de

negativamente a taxa interna de retorno dos

realizar a poda nos plantios florestais vem

investimentos florestais. “Somado a este

sendo discutida há mais de uma década

fato, muitas empresas deixaram de realizar

na comunidade florestal. Para Mancini,

desramas por não encontrar oportunidades

o que leva as empresas a tomar decisões

de mercado que remunerem a madeira

diferentes está lastreado em diferentes

a um preço que compense os custos

premissas estratégicas e a visão sobre o

capitalizados e a expansão da idade do

44 PODA . B. FOREST


ciclo florestal para conseguir extrair um

para os produtores que consomem toras

bom volume de madeira clear das florestas”,

livres de nós em suas unidades fabris. Neste

afirma. Sendo assim, segundo Mancini, o

caso, a poda pode ser vantajosa.

grande movimento estratégico por parte

Apesar desse cenário pouco promissor,

das empresas florestais médias e grandes

Jorge Malinovski acredita que existe mercado

foi de paralisar as atividades de demanda.

para a madeira podada, no entanto, não é

Denise

Jeton,

recomenda

que

os

tão amplo. Para que o produtor saiba se sua

pequenos produtores realizem poda apenas

madeira terá lucro com a poda, o diretor

da primeira tora, pois não há certeza quanto

ensina uma conta. “A viabilidade econômica

ao retorno do investimento nesta operação.

da poda se dará, por questões de melhoria

“Além disso, deve-se considerar que o

tecnológica, quando o diâmetro do corte

preço de toras clear está muito relacionado

final das árvores for três vezes maior que o

com a oferta continua do produto e em

núcleo nodoso confinado. Ou seja, se no

quantidade suficiente para atender a uma

momento da poda, a ponta fina tiver 10 cm,

demanda mínima de uma determinada

no momento do corte o diâmetro daquele

região.” No entanto, a situação é diferente

local tem que superior a 30 cm. Sendo 20

B. FOREST . PODA 45


Crédito: B. Beghetto

cm (10 cm para cada lado) são de madeira

por não percebem vantagens, sejam elas

sem nó”, explica.

financeiras ou de trabalhabilidade. Portanto,

Assim como João Mancini

afirmou,

muitas empresas pararam de fazer poda 46 PODA . B. FOREST

não há um consenso técnico-econômico sobre o assunto.


A inovação que você queria, no melhor cabeçote 4x4 do mercado. Novo cabeçote Waratah 622C 4x4.

- Quatro rolos de alimentação, com potentes motores de 702/400 cm²: maior velocidade de alimentação e especificações perfeitas para uma escavadeira de 21 toneladas. - Equipado com o Waratah Shuffling, para a condução independente do cavaco e para tracionamento independente das toras e aumentar o aproveitamento durante o processamento de árvores múltiplas. - Alinhamento automático das toras (pendente de patente) que utiliza a tecnologia de fotocélulas duplas da Waratah. - Rotator com rotação contínua de 360 graus e melhor posicionamento das mangueiras. - Serra ¾ de alto torque e alto desempenho, com sistema de tensão automático da corrente. - Braços de desgalhamento fabricados à mão, fornecem desgalhamento mais limpo das toras, seja no processamento múltiplo ou simples. - O novo desenho da válvula hidráulica da Série C possui alta eficiência e proporciona maior fluxo hidráulico, velocidades superiores e maior produtividade. - O novo sistema de automação TimberRite™ possui tudo o que você precisa, com desenhos de medição e diâmetro, que fornecem o comprimento ideal e diâmetros de qualidade, no processamento múltiplo (MTP) ou simples de árvores. Waratah.com

B. FOREST

. ENTREVISTA 47


Tradição Europeia

Q

uem visita despretensiosamente a pequena e encantadora cidade de Planina (Eslovênia) com seus 400 habitantes, com toda a certeza surpreende-se em saber que metade

da população é responsável pela produção de guinchos e lascadores de lenha de um dos principais players deste segmento no mundo.

48 INTERNACIONAL PODA . B. FOREST . B. FOREST


Crédito: Malinovski B. FOREST B. FOREST . MERCADO . INTERNACIONAL DE TRABALHO 49


F

oi

exatamente

primeiro

a Tajfun contratou o principal escritório

sentimento que a equipe da Revista

de arquitetura do país para desenvolver

B.Forest teve ao desembarcar na

o projeto de ampliação da fábrica. Nele,

cidade, a convite da marca eslovena,

os arquitetos se preocuparam com os

Tajfun.

impacto

impactos visuais e ambientais, mantendo a

surpreendemos

essência do significado da marca “Tajfun”,

positivamente com a qualidade, precisão

que em polonês significa furacão. “Nossa

e tecnologia aplicada pela marca em seus

maior preocupação com a ampliação da

equipamentos.

fábrica foi causar o menor impacto possível

Depois

aconchegante,

do nos

este

o

primeiro

A busca contínua por tecnologia e

na paisagem onde ela está inserida,

sustentabilidade é visível na fabricação

ficando assim em perfeita harmonia com

de todos os equipamentos da empresa,

o entorno da obra”, justificou Iztok Span,

mas ele não para por aí. Recentemente,

diretor mundial da Tajfun.

Crédito: Malinovski

50 INTERNACIONAL . B. FOREST

ACESSE O SITE AQUI


Crédito: Malinovski

B. FOREST . INTERNACIONAL 51


Crédito: Malinovski

DE VOLTA PARA O PASSADO A história da Tajfun começou em 1967, com a fabricação de guinchos florestais e processadores de lenha, mais tarde vieram os carregadores de toras e guinchos hidráulicos. Hoje, a empresa desponta entre os maiores produtores de guinchos florestais e processadores de lenha do mundo e está presente em 40 países. Desde setembro de 2013, o Brasil conta com toda a sua linha de produtos, que inclui a processadora de lenha, guinchos, cabos aéreos e gruas. No mesmo ano, a empresa também adquiriu a LIV, uma empresa de gruas fundada em 1972 que desde então está recebendo grandes aportes financeiros para ocupar posição de maior destaque no cenário mundial.

52 INTERNACIONAL . B. FOREST


Processo Produtivo

é responsável e competente por suas

O que há de mais moderno em linhas

funções, não havendo a necessidade de

produtivas no mundo é encontrado nas

supervisão do processo”, explicou Iztok

duas unidades fabris da Tajfun e Tajfun

Span. As principais peças dos equipamentos

Liv. Máquinas com CNC, robôs e sistema

são numeradas com a finalidade de garantir

inteligente para controle de estoque são

a rastreabilidade dos processos, assim se

apenas algumas das tecnologias aplicadas

houver um erro o responsável poderá ser

para proporcionar qualidade e alta precisão

identificado.

aos equipamentos. Um detalhe que vale ser ressaltado sobre

Máquinas e equipamentos japoneses

a linha produtiva da Tajfun e que reflete

e alemães de alta tecnologia permitem

diretamente no produto final, é um aspecto

precisão nos cortes e otimização das chapas

cultural do povo esloveno: a confiança

de aço utilizadas para a fabricação dos

na competência das pessoas. “Não temos

guinchos, lascadores, gruas, enfardadeiras

nenhum supervisor do processo produtivo

e auto-carregável. Os dois últimos são

de

lançamentos da Tajfun e já estão sendo

nossos

equipamentos,

acreditamos

que cada um dos nossos colaboradores

comercializados.

PRODUÇÃO ANUAL 7.500 equipamentos produzidos 6.000 Guinchos 1.000 Processadoras de Lenha 500 Gruas Crédito: Malinovski

B. FOREST . INTERNACIONAL 53


Tajfun do Brasil

High-Tech

Todo o portfólio de máquinas e

Com o objetivo de proporcionar a

equipamentos estão disponíveis e em

melhor

operação em diferentes regiões do

seus

Brasil. “Há anos, o mercado estava

em simuladores que proporcionam um

carente de implementos com engate

treinamento interativo em 3D para suas

rápido e da tecnologia que permite a

gruas e guinchos.

intercambiabilidade dos equipamentos sem a alteração da máquina base. Oferecemos isto para nossos clientes”, destaca Marlos Schmidt, diretor da Tajfun no Brasil. Esta demanda fez com que a Tajfun desenvolvesse um projeto de investimento contínuo e de longo prazo no país.

formação

dos

equipamentos,

a

operadores Tajfun

de

investe

Uma suta eletrônica com bluetooth também faz parte da linha de produtos com alta tecnologia produzida pela Tajfun. O

equipamento

concebido

para

uso

profissional é indicado para a medição de árvores em pé, distintos sortimentos de toras e identificação do estoque. O equipamento possui um software interativo que permite o processamento dos dados.

Crédito: Malinovski

54 INTERNACIONAL . B. FOREST


Crédito: Malinovski

Tajfun Submmit

como Grécia, Turquia, Croácia, Eslovênia e

Com objetivo de trazer para profissionais

Romênia, puderam conhecer os principais

e pesquisadores do mercado florestal

equipamentos da Tajfun em operação

europeu

em situações reais, em um circuito de 2

informações

técnicas

com

demonstrações práticas de equipamentos utilizados

na

e

O diretor da Tajfun do Brasil, Marlos

Tajfun

Schmidt, contou que os participantes,

organizou em parceria com a Universidade

inclusive o grupo brasileiro, que viajou

de Belgrado, o Tajfun Submmit.

com a Tajfun para a Servia e Eslovênia,

processamento

colheita da

florestal

quilômetros.

madeira,

a

O dia de campo foi realizado em uma

pôde acompanhar diversos pontos com

área de aproximadamente 4.000 hectares

demonstrações práticas. “Neles os técnicos

de floresta nativa, manejada para produção

da Tajfun explicavam em detalhes o

de produtos madeirados de alto valor

funcionamento dos equipamentos e a sua

agregado. Os 1000 profissionais de países

aplicação.” B. FOREST . INTERNACIONAL 55


Alta produtividade; Ergonomia no controle; Função para cabo de retorno; 56 GESTÃO B. FOREST Segurança na .operação.

Crédito: Malinovski

Guincho Duplo Tajfun - 18 Ton.


Crédito: Malinovski

Skyline (cabo aéreo) Flexibilidade no posiocionamento; Automação total; Maior capacidade de carga por ciclo; Operação intuitiva de alta performance.


Capacidades de tração de 3.5 até 18 toneladas; Controle remoto e manual; Fixação Plug and Play no trator (terceiro ponto); Opções com um ou dois tambores para cabo de aço; Sistema inovador de cabo de retorno.

Crédito: Malinovski

Guinchos Tajfun


Crédito: Malinovski

Lascadora de Lenha Tajfun Alta produtividade e praticidade; Atende a norma de segurança NR12; Para toras de 10 a 48 cm de diâmetro; Alimentação elétrica ou TDP de trator agrícola; Ergonomia operacional.


Suta Eletrônica Tajfun Automação do planilhiamento dos dados florestais biométricos; Medição de toras e sub-produtos; Plataforma Android compatível com todos os sistemas operacionais; Leveza e praticidade no uso cotidiano.

Crédito: Malinovski

SUTA


Crédito: Malinovski

Autocarregável Tajfun Fixação Plug and Play no trator; Grua com alcance de 7 m; Carreta robusta e adaptável aos diferentes comprimentos das toras.


ANÁLISE MERCADOLÓGICA

A

nálise econômica, preços das toras de pinus e eucalipto e a cautela das indústrias de base florestal frente as mudanças na política são dos destaques do boletím mercado-

Crédito: Divulgação

lógico elaborado pelos profissionais da STCP

62 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST


Indicadores Macroeconômicos

• Perspectivas Econômicas: Antes da mudança na gestão governamental e na política econômica nacional no mês em curso, a expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2016, segundo última estimativa do BCB (Banco Central do Brasil), era negativa em 3,88%. Se confirmado, o resultado repetirá o desempenho negativo da economia em 2015 e será a primeira vez que o país registrará dois anos consecutivos de contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB se manteve em +0,50%. No entanto, estas projeções estão sujeitas às incertezas devidas às mudanças anteriormente indicadas. • Inflação: Em Abril/2016, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,61%, a menor taxa para o mês desde 2013. Apesar da aceleração em relação ao mês de março, a inflação acumulada nos últimos 12 meses baixou para 9,28%, porém ainda segue significativamente acima do teto da meta anual de inflação do BCB de 6,5%. A estimativa do Banco Central é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7% (ainda acima do teto da meta) e em 2017 em 5,50%. • Taxa de Juros: No final de Abril, o COPOM manteve novamente a taxa Selic em 14,25%, em linha com a política econômica do governo vigente na ocasião e também influenciada ainda pelas incertezas nos panoramas nacional e internacional. A estimativa do BCB antes do novo cenário político e econômico é que a Selic encerre 2016 em 13% ao ano e em 2017 em 11,50% ao ano. • Taxa de Câmbio: Em Abril/2016, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,45/USD, resultando em valorização com queda de -3,7% em relação à média de Março/2016. A média cambial observada na 1ª quinzena de Maio/2016 foi de BRL 3,51/USD, com oscilação entre BRL 3,46 e 3,55/USD e perspectiva variável associada às expectativas do compromisso do novo governo com a economia. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 3,70/USD no final de 2016 e de BRL 3,90/USD em 2017.

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B. FOREST

. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 63


Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)

Tora de Eucalipto:

Tora de Pinus:

Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).

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64 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 65


“A tendência dos produtores florestais e da indústria de base florestal é de cautela até identificar mudanças favoráveis com a política econômica do novo governo”

B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 66

Crédito: Divulgação

Foto: Divulgação

66 ENTREVISTA . B. FOREST


Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)

Tora de Eucalipto:

Tora de Pinus:

Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).

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B. FOREST

. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 67


• Comentários - Tora de Eucalipto: Com as recentes mudanças no cenário político nacional, a maior parte das empresas brasileiras está na expectativa das medidas econômicas a serem tomadas pelo novo governo. Porém, até então, persiste a redução no consumo das famílias por bens e serviços e consequentemente afetando o setor florestal como um todo. Alguns produtores florestais situados na região Sul, relataram queda no preço da tora fina de eucalipto devido à sobre oferta destes sortimentos em alguns mercados. Algumas agropecuárias na região Centro-Oeste, reclamam da relação com os clientes, pois o fornecimento de madeira para algumas empresas é feito na base do leilão. Isto acaba tirando do mercado empresas sérias do segmento, dando lugar a oportunistas e prejudicando a qualidade do produto. Em Abril, houve um aumento nas exportações de celulose da ordem de 9% (em valor) em relação a Março. Em volume, o aumento foi da ordem de 21%. Cerca de 80% das exportações de celulose são de fibra curta (proveniente do eucalipto). Estes dados mostram uma queda no preço em Dólar de exportação da celulose brasileira, causada pela sobre oferta do produto no exterior e redução da participação no mercado interno. Algumas empresas antes da alta do Dólar (no ano passado) operavam em ociosidade e agora ampliaram suas capacidades de produção ou anunciaram investimentos na mesma direção, recuperando a rentabilidade após anos operando com Dólar desvalorizado. Porém, os custos da indústria de celulose continuam altos: o Brasil está se tornando menos competitivo com a inflação de custos, aumento no preço dos combustíveis e falta de estrutura em logística. Com relação ao mercado de tora grossa houve pequeno aumento nos preços na maioria das empresas. Alguns produtores florestais mencionaram tendência de alta para

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68 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST


a madeira de serraria, enquanto algumas cooperativas anunciaram reajustes nos preços já para este mês, porém inferiores à inflação.

• Comentários - Tora de pinus: De um modo geral, os preços de madeira fina de pinus tiveram leve aumento. Apesar do excesso de oferta de tora fina em alguns polos de produção e consumo, algumas cooperativas da região Sul, registraram aumento na demanda por este sortimento. Empresas integradas da indústria de painéis reconstituídos, também localizadas na região Sul, relatam acréscimo de preços no primeiro trimestre, tanto nas toras finas (celulose) como em toras médias (serraria I) em função do start-up de empresa do setor de celulose. A expectativa do mercado quanto ao preço da tora fina é de possível elevação nos próximos meses por conta da maior demanda em algumas regiões, reposição dos estoques de lenha destinados à secagem de grãos de empresas do agronegócio, e repasse de aumentos de custos, principalmente com mão de obra. A procura por toras grossas de pinus começou a diminuir por parte das empresas produtoras de madeira beneficiada que atendem somente o mercado nacional, em função do desaquecimento deste mercado devido, entre outros, à retração da construção civil em 2015. Porém, a demanda por toras grossas continua alta, apesar desta redução na procura, implicando em leve aumento de preços, assim como a madeira grossa de eucalipto. Alguns produtores florestais relatam atrasos no recebimento de pagamentos e mesmo aumento na inadimplência. No entanto, a demanda por toras grossas continua alta. A tendência dos produtores florestais e da indústria de base florestal é de cautela até identificar mudanças favoráveis com a política econômica do novo governo.

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B. FOREST

. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 69


Crédito: Embrapa

Vespa-da-Madeira

D

urante a reunião do Cede Rural (Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural), na sede Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca de Santa Catarina, que aconteceu no final de

abril, produtores de madeira defenderam que a vespa-da-madeira não seja mais considerada uma praga quarentenária. Os produtores acreditam que a reclassificação iria amenizar as barreiras fitossanitárias na comercialização da madeira com outros estados e também na exportação. A Revista B.Forest conversou com Edson Tadeu Iede, pesquisador e Chefe Geral da Embrapa Florestas, para saber as características desta praga, o que esse mudança significaria e a opinião do pesquisador. Confira!

Quais as características da vespa da madei-

o seu complexo de inimigos naturais, tor-

ra?

nou-se a mais séria ameaça aos plantios de

A vespa-da-madeira, Sirex noctilio, é um inseto da família Siricidae, cujos represen-

pinus do país, devido ao seu rápido estabelecimento, colonização e dispersão.

tantes se desenvolvem no interior do tronco de algumas espécies florestais. A espécie é

Qual a atual classificação dela?

originária da Europa, Ásia e norte da África,

A mitigação de risco e da dispersão da

atingindo grande densidade na zona medi-

praga foi possível, no Brasil, devido ao PN-

terrânea, e tem preferência por espécies do

CVM (Programa Nacional de Controle a

gênero pinus.

Vespa-da-Madeira), que conferiu o status

1988, em povoamentos de P. taeda, no Rio Grande do Sul. Com a introdução da praga, o setor florestal sentiu a necessidade de adotar medidas emergenciais de controle, face ao alto potencial de danos do inseto e por possuir uma das maiores áreas de plantios florestais com pinus do mundo. Por se tratar de espécie exótica, introduzida sem 70 FIQUE LIGADO . B. FOREST

Crédito: Embrapa florestas

O primeiro registro no Brasil foi realizado em


quarentenário de praga A2. No entanto, atu-

onera o setor, contribuindo para aumentar

almente, a vespa-da-madeira está presente

o custo-Brasil, podendo afetar a competi-

em cerca de 80% dos plantios de pinus no

tividade no comércio internacional. Estas

país, com áreas atingidas no Rio Grande do

Portarias (60 e 125), adotadas há mais de 20

Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mi-

anos, foram efetivas na época em que os es-

nas Gerais, ou seja, em cerca de 1,4 milhões

tados não tinham a praga ainda amplamente

de ha, dos quase 1,7 milhão de ha plantados,

distribuída e não se sabia exatamente a efi-

não sendo mais uma área restrita. Esse nível

cácia das medidas de restrição de trânsito.

de infestação, portanto, não justifica mais o

Entretanto, com a presença da praga nestes

status de praga quarentenária presente, mas

estados, tais medidas são desnecessárias,

sim de praga efetivamente presente. Cabe

não contribuindo para o monitoramento e

ressaltar que, se as medidas de monitora-

controle da praga. Isso demonstra a neces-

mento, prevenção e controle, preconizadas

sidade da revogação das referidas portarias,

pelo PNCVM, não tivessem sido adotadas

que atualmente não contribuem para o con-

no Brasil, o prejuízo anual seria da ordem de

trole da praga.

R$ 59 milhões. Se esta mudança acontecer, qual deve Como avalia a mudança do status?

ser a forma de controle para evitar esta

Atualmente, o transporte de Pinus sp.

praga?

tornou-se burocrático devido a Portaria nº

Com base em evidências técnicas, a me-

125, de 03/08/1998 do MAPA. Ela determi-

dida fitossanitária mais importante é o mo-

na que o trânsito de madeira bruta, serrada

nitoramento com árvores-armadilha, para se

e beneficiada da espécie, entre os estados

fazer a detecção precoce da praga, do que

do Sul, bem como desses para os demais

fiscalizar cargas de caminhão. Isso permi-

estados, deve ser acompanhada obrigato-

te que seja realizado o controle biológico o

riamente por Permissão de Trânsito, com

mais cedo possível, para evitar perdas eco-

declaração adicional fornecida por técnico

nômicas no plantio. A fiscalização de car-

devidamente credenciado ou de Certificado

gas demonstrou ser inócua, tanto pelo cus-

Fitossanitário de Origem, constatando que o

to quanto pela dificuldade de fiscalização e

material está livre de Sirex noctilio, tanto na

maior facilidade de transgressão por parte

fase adulta como imatura. Esta portaria só

dos usuários. B. FOREST . FIQUE LIGADO 71


ACR TEM NOVO PRESIDENTE

N

Crédito: Divulgação / ACR

o dia 13 de maio, Ali Abdul Ayoub, diretor da WestRock, assumiu a presidência da ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais). O cargo anté então, que estava sob responsabilidade de José Valmir Calori, diretor da Klabin. A reunião, que aconteceu na sede da WestRock, em Três Barras (SC), foi dirigida pelos presidentes do Conselho Deliberativo da ACR, José Valmir Calori; e da APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), que tem como presidente, Edson Antônio Balloni. Durante a reunião, foram discutidas as ações desenvolvidas pela ACR e pela APRE; atualização sobre a regulamentação da liberação da caça aos javalis, feita pelo tenente-coronel da Polícia Militar, Adilson Schlickmann Sperfeldm; uma apresentação sobre “Plantações Florestais: Geração de Benefícios com Baixo Impacto Ambiental”, realizada por Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas; e atualização sobre licenciamento ambiental para silvicultura, ministrada por Marcílio Caron Neto, diretor executivo da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores).

Novo presidente da ACR, Ali Abdul Ayoub, com José Valmir Calori, presidente do Conselho Deliberativo da Associação 72 ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES . B. FOREST


4ª EDIÇÃO DA CAMPANHA DE COMBATE E PREVENÇÃO A INCÊNDIOS

P

elo quarto ano consecutivo, a Reflore/MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) realiza a “Campanha de Combate e Prevenção a Incêndios”, que por meio de ações educativas busca conscientizar a população sul-mato-grossense quanto aos danos sociais, ambientais e econômicos que as queimadas podem gerar e, consequentemente, a diminuição dos focos de incêndios no estado. “Nosso objetivo é levar conhecimento para as pessoas sobre como prevenir, denunciar e eventualmente combater incêndios. As queimadas prejudicam a nossa saúde, matam nossos animais, trazem prejuízos financeiros e podem até causar acidentes, quando os incêndios acontecem nas margens das rodovias. Queremos evitar tudo isso, para tanto precisamos que a população participe, seja consciente”, pontua Moacir Reis, presidente da Reflore/MS. Atitudes como acender fogueiras perto das matas, atear fogo em lixos, arremessar bitucas de cigarro ou lata para fora do carro nas rodovias, deixar de fazer manutenção em caminhões, máquinas e tratores (veículos que quando desregulados podem soltar faíscas pelo escapamento), podem ocasionar incêndios de grandes proporções. “Existe uma estatística que diz que grande parte dos incêndios começa das rodovias para dentro das propriedades, de pequenas atitudes do dia a dia. Precisamos conscientizar as pessoas para acabarmos com estes costumes prejudiciais”, acrescenta Benedito Mário, diretor executivo da Reflore/MS. A Reflore/MS e seus associados realizarão as seguintes ações: panfletagens em municípios de base florestal, como Três Lagoas-MS, Água Clara-MS, Jaraguari-MS e Casa Verde-MS no dia 03 de junho de 2016; palestras educativas em escolas; além de publicidade informativa, com a utilização, por exemplo, de outdoors em diversas rodovias do estado.

B. FOREST . ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES 73


PONSSE APOIA ATLETA NAS OLIMPÍADAS DO RIO 2016

E

m agosto de 2016, o mundo estará atento a todos os passos dados pelos atletas olímpicos que estarão no Rio de Janeiro para disputar os Jogos da XXXI Olimpíada. Para a Ponsse, o evento tem um brilhantismo especial, afinal Tero Pitkämäki, lançador de dardos finlandês estará entre eles.A Ponsse tem apoiado Tero Pitkämäki há mais de 12 anos, e durante este período ele tornou-se um lançador de elite. Seus melhores resultados conseguidos até hoje incluem a medalha de bronze olímpica em Pequim, em 2008, a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Osaka em 2007 e uma medalha de prata do Campeonato Mundial em Moscou, em 2013. Ele também tem medalhas do Campeonato Europeu: uma prata e duas medalhas de bronze. Tero também ganhou medalhas no Campeonato Finlandês, incluindo seis medalhas de ouro. Para as Olimpíadas do Rio, a Ponsse acredita que Tero Pitkämäki irá representar o melhor do espírito Ponsse, no maior evento esportivo do planeta. Para apoiar o atleta, a empresa lançou um vídeo mostrando um pouco de sua rotina de treinos e do dia a dia do esporte. O patrocínio ao atleta faz parte de uma série de ações que a Ponsse fará para comemorar os 10 anos da empresa no Brasil. Uma matéria completa sobre a sua trajetória será publicada na edição de junho da Revista B.Forest, que terá a montadora finlandesa como capa. Não perca!

74 NOTAS . B. FOREST


SETOR FLORESTAL EM ALTA

D

e acordo com o relatório da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), as exportações do setor de árvores plantadas brasileiro apresentaram bom desempenho no primeiro trimestre de 2016. De janeiro a março, o volume das exportações de celulose totalizou 3,2 milhões de toneladas, um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2015, quando foram exportadas 2,8 milhões de toneladas. Em relação ao segmento de painéis de madeira, o volume exportado nos três primeiros meses do ano somou 195 mil m³, alta de 58,5% sobre o mesmo período do ano passado, quando as exportações foram de 123 mil m³. As exportações de papel somaram 515 mil toneladas, alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 462 mil toneladas foram exportadas.

Crédito: Divulgação



MADEIRA 2016

N

os dias 16 e 17 de junho, Palmas, a capital do Tocantins, receberá a oitava edição do Congresso Internacional de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Indústria de Base Florestal e de Geração de Energia - MADEIRA 2016. O evento promovido pelo Instituto BESC de Humanidades e Economia traz, como tema central, a produção de madeira para uso múltiplo e a competitividade do setor de base florestal brasileiro no mercado internacional. De acordo com a organização, o objetivo do simpósio é o de questionar, debater e buscar o entendimento do porquê de o Brasil, reconhecido internacionalmente como o país onde se alcançam as maiores produtividades em plantios florestais, não ter, ainda, um posicionamento destacado de liderança na maior parte dos mercados de produtos florestais que vicejam no mundo. A previsão é que o MADEIRA 2016 reúna, durante os dois dias, aproximadamente 400 participantes, no Palácio Araguaia. Para mais informações acesse: www.congressomadeira.com.br/2016

Crédito: Congresso Madeira


MOGNO AFRICANO EM DESTAQUE

O

IBF (Instituto Brasileiro de Florestas) realizou no final de abril, o 4º Workshop Internacional de Mogno Africano. O evento, realizado em São Paulo (SP) reuniu mais de 140 participantes de diversas regiões do Brasil. A espécie tem despertado interesse nos produtores locais que buscam por um produto rentável a longo prazo. De acordo com Solano Martins Aquino, pesquisador do IBF, em todo o Brasil a opção do mogno está se tornando uma realidade. “Com um estudo detalhado conseguimos minimizar problemas que ocorrem no plantio de qualquer cultura. A vantagem do mogno é que se trata de uma madeira de excelente qualidade e há plantios em todas as regiões brasileiras. Sem dúvida, trata-se de um excelente negócio. O mundo inteiro vai demandar madeira do Brasil”, frisou.

Crédito: Divulgação Tropical Flora

78 NOTAS . B. FOREST


PORTAL MADEIRA E CONSTRUÇÃO

L

ançado durante a SIM – Semana Internacional da Madeira, que aconteceu entre 06 e 11 de março de 2016, o portal Madeira e Construção nasceu da necessidade de um espaço focado no uso da madeira na construção. Um tema que, segundo Juliane Ferreira, diretora executiva do portal, tem sido abordado pelo setor com o objetivo de aumentar o consumo per capita interno de madeira, mas que ainda precisava de um espaço adequado para aumentar a capilaridade do assunto entre os diferentes públicos, que não apenas o próprio setor. “Assim, nada melhor do que a internet para fazer chegar aos profissionais da construção e até mesmo ao consumidor final as vantagens de se utilizar a madeira como elemento construtivo.” De acordo com ela, a data de lançamento foi escolhida justamente por ter sido um momento de encontro de diversos atores envolvidos na cadeia da madeira. O objetivo do site é concentrar informações relevantes sobre o tema e permitir que as pessoas encontrem aquilo que precisem sobre a madeira para este fim. A proposta do portal é ter, além do conteúdo jornalístico, a participação de especialistas por meio de artigos técnicos, divulgação de projetos, além de um guia de fornecedores que pode contribuir para o acesso aos produtos e serviços para quem quer construir com madeira. Juliane afirma que a ideia principal do site é incentivar o uso da madeira proveniente de florestas plantadas, como também contribuir para o desenvolvimento do setor como um todo, por meio da desmistificação de alguns assuntos polêmicos, levando conteúdo de qualidade aos leitores. http://madeiraeconstrucao.com.br/

Crédito: Madeira e Construção B. FOREST . NOTAS 79


EUCALIPTO PARA PEQUENOS PRODUTORES

O

plantio de eucalipto também é negócio para o pequeno produtor. Quem afirma é o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Dario Grattapaglia. Para ele, o cultivo de eucalipto vem avançando como uma alternativa de renda, especialmente para pequenos produtores localizados em regiões próximas às indústrias de celulose e papel. Grattapaglia explica que existem tanto produtores independentes – que têm um pedaço da fazenda com eucalipto -, quanto integrados – que recebem apoio financeiro e técnico das empresas. De acordo com o pesquisador, dos cerca de cinco milhões de hectares de florestas plantadas com eucaliptos no país, aproximadamente entre 30 a 40% estão na mão de pequenos produtores. “Ou seja, não é algo só para grande produtor”, diz ele, acrescentando que a evolução gradativa das áreas com integração-lavoura-pecuária-floresta vem contribuindo para expansão do eucalipto como uma atividade atraente do ponto de vista financeiro para uma camada cada vez maior de produtores, inclusive pequenos.

Crédito: Kátia Pichelli

80 NOTAS . B. FOREST


ELDORADO INVESTE EM BIOMASSA

A

Crédito: Divulgação Eldorado Brasil

Eldorado anunciou que vai aproveitar tocos e raízes de eucalipto, não utilizados na operação de colheita, para geração de energia a partir de biomassa. A fabricante de celulose venceu o leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), realizado em 29 de abril de 2016, com o projeto UTE (Usina Termoelétrica) Onça Pintada, que vai gerar energia utilizando cavacos de madeira como principal combustível, com uma potência instalada de 50 MW/h. O investimento de R$ 300 milhões na construção da UTE de biomassa irá gerar mais de 1.000 empregos diretos e indiretos para a região. “Este projeto poderá gerar uma receita adicional de mais de R$ 600 milhões, além contribuir positivamente com a matriz energética brasileira”, afirma José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil. A UTE Onça Pintada será instalada em uma fazenda da companhia em Aparecida do Taboado (MS) e irá iniciar o fornecimento ao sistema elétrico nacional em janeiro de 2021, conforme previsto em leilão. O preço da energia foi estabelecido em R$ 243,2/MWh, em um contrato com um valor total de R$ 2,5 bilhões e prazo de 25 anos. O projeto agora segue para homologação na Aneel.

Floresta de eucalipto da Eldorado Brasil B. FOREST . NOTAS 81


82 FOTOS . B. FOREST


B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . Vテ好EOS 83


84 Vテ好EOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST


2016

JUN

09

JUNHO KWF Tagung – Alemanha. Quando: 09 a 12 Onde: Roding, Bavaria (Alemanha). Informações: www.kwf-tagung.org/en/kwf-tagung/kwf-expo.html

2016

JUN

16

JUNHO Congresso Madeira 2016 Quando: 16 a 17 Onde: Palmas (TO). Informações: www.congressomadeira.com.br/2016/

2016

JUL

JULHO V Coneflor

12

Quando: 12 a 14 Onde: Bom Jesus (Piauí). Informações: www.vconeflor.com.br

2016

AGOSTO

17

III Reforest - Simpósio Nacional sobre Restauração Florestal Quando: 17 a 19 Onde: Viçosa (MG). Informações: www.sif.org.br/@reforest2016/

2016

AGO

AGOSTO World Conference on Timber Engineering

22

Quando: 22 a 25 Onde: Viena (Áustria). Informações: http://wcte2016.conf.tuwien.ac.at/home/

B. FOREST

. AGENDA 85


2016

OUT

OUTUBRO II Encontro Brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal.

06

Quando: 06 a 07 de Outubro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.infraestruturaflorestal.com.br

2016

NOV

NOVEMBRO Fórum Nacional Sobre Carvão Vegetal

08

Quando: 08 e 09 Onde: Belo Horizonte (MG). Informações: www.sif.org.br

2016

NOV

09

NOVEMBRO Fórum de Energia da Biomassa Florestal Quando: 08 e 09 Onde: Belo Horizonte (MG). Informações: www.sif.org.br

2017 MAI

22

MAIO Ligna Quando: 22 a 26 Onde: Hannover (Alemanha). Informações: www.ligna.de/home

2017

JUN

JUNHO Elmia Wood

07

Quando: 07 a 10 Onde: Jönköping (Suécia). Informações: http://www.elmia.se/

86 AGENDA . B. FOREST


B. FOREST

. ENTREVISTA 87


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