2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
QUALIDADE FLORESTAL Após 24 edições mensais, a Revista B.Forest completa dois anos de cobertura especializada do setor florestal. Para celebrar este marco, essa edição traz como temas aspectos relacionados à qualidade e produtividade dos plantios florestais brasileiros. Sabe-se que, para prosperar e atingir seu potencial máximo, o setor brasileiro de florestas plantadas precisa realizar ações de controle para manter o valor de seus ativos e aprimorar a gestão de todas as suas operações. Esta necessidade se estende a todos os produtos oriundos do segmento florestal. Os cavacos de madeira, por exemplo, quando utilizados para produção de biomassa e energia elétrica, necessitam de um controle de qualidade especializado para que não percam seu potencial energético e econômico devido a fatores como a umidade. Mesmo quando as condições não são ideais, as empresas precisam se adaptar às realidades do campo para otimizar custos e permanecer operando com rentabilidade. Seja em plantios com baixo VMI (Volume Médio Individual) ou com outros fatores que levam ao decréscimo da produtividade, é possível manter a qualidade através de técnicas de manejo corretas e da utilização adequada da tecnologia. O diretor executivo da unidade de negócios florestal da Suzano, Alexandre Chueri Neto, discute os desafios atuais e futuros deste cenário em entrevista, na qual aborda, entre outros assuntos, estratégias de inovação e de gestão. Para fechar a edição, confira a cobertura completa do 2º Encontro Brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal, que trouxe debates e palestras para 219 profissionais altamente especializados. Saudações florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Executivo Comercial: Caio Cesar Editora: Giovana Massetto Estagiário de Jornalismo: Luciano Simão Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik Revisão Técnica: Gustavo Castro
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 25 - Ano 03 - N° 10 - Outubro 2016 Foto de Capa: E21ww. Malinovski +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br
© 2016 Malinovski. Todos os Direitos Reservados.
B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
ESPÍRITO PONSSE Quando mencionamos o Espírito Ponsse, estamos falando da alma e do coração que bate dentro de cada pessoa que pertence à família Ponsse. Não é difícil de compreender o amor e a dedicação que nasce no momento que começamos a viver nesta filosofia. É algo contagiante e que permanece vivo dentro daqueles que realmente nos conhecem. Ter o Espírito Ponsse dentro de nós significa nunca desistir, é estar sempre de bom humor, valorizar os amigos, manter o velho e bom senso esportivo vivo (pois afinal a vida é uma só). É assumir responsabilidades no momento certo, e ser capaz de decidir quando é preciso. É ter humildade em todos os momentos da vida, pois somos todos iguais. É ser empreendedor e saber sonhar alto, valorizando quem está trabalhando ao seu lado. Mas acima de tudo o Espírito Ponsse é saber reconhecer o valor de um verdadeiro companheiro, aquele que te ajuda a conquistar o que você sempre desejou, e juntos enfim buscar o sucesso.
Time da Ponsse Bra sil comemorando o sucesso do trabalho durante a Exp oforest 2014.
6 ENTREVISTA . B. FOREST
PONSSE BRAZIL - R: Joaquim Nabuco, 115 – Vila Nancy – Mogi das Cruzes/ SP – CEP: 08735-120 Tel: (11) 4795-4600 • www.ponsse.com/pt • www.facebook.com/ponssebrasil
B. FOREST
. ENTREVISTA 7
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação
Conceitos concretos Alexandre Chueri Neto, Diretor Executivo da Unidade de Negócios Florestal da Suzano
U
m profissional de opinião, que
sobre o que iria estudar. Na falta de alguma
não tem medo de dizer o que
vocação mais forte, prestei vestibular para
pensa sobre o presente e futuro
agronomia, mas no segundo ano do curso
do setor florestal brasileiro. Este é Alexandre
prestei vestibular para engenharia florestal.
Chueri Neto, diretor executivo da Unidade de Negócios Florestal da Suzano. Engenheiro florestal, mas com mais de 20 anos de
Poderia contar um pouco sobre suas principais experiências profissionais?
experiência no mercado de cimento, Chueri,
Com o passar dos anos adquiri muita
como é conhecido, acredita na inovação
experiência profissional, mas não como
e quebra de paradigmas para que o setor
engenheiro florestal. Depois de formado,
florestal cresça e se consolide. Confira a
tive a impressão que tinha feito uma grande
entrevista exclusiva!
besteira, que o profissional florestal era aquele cara urtigão, que morava no fim
Como se envolveu com o setor florestal?
do mundo, trabalhava com pessoas sem
Posso dizer que tive um envolvimento
grande conhecimento e que eu não tinha
genético. Meu avô era fazendeiro em Itapeva
a menor vocação para isto. Então resolvi
(SP) e entre os plantios que tinha, havia
cursar direito e mestrado em administração
também eucaliptos e pinus. Era um garoto
na FVG. Como aluno de mestrado cursei um
de cidade grande e passava os finais de
ano de intercâmbio na Suécia. Lá voltei ao
semana e feriados na casa dele, achava tudo
mundo florestal e fiz vários trabalhos ligados
maravilhoso! Mesmo com essa proximidade e
à indústria do mesmo. Quando voltei, tentei
apreço pelas florestas, com o passar dos anos,
trabalhar como engenheiro florestal, mas
passei por um período de completa indecisão
ninguém me contratou. Então, fui trabalhar
8 ENTREVISTA . B. FOREST
O setor florestal brasileiro é dominado pelas pessoas de visão cientifica, mas sem espírito capitalista. Mantém algumas práticas por tradição. Um exemplo é o baixo grau de mecanização no que
Crédito: Divulgação / Suzano
tange as atividades de silvicultura.
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
com obras de irrigação no Peru por seis anos.
enviou um e-mail perguntando se eu era
Em 1990, com 30 anos, voltei para o Brasil para
engenheiro florestal. Respondi que era há 30
assumir o cargo de CEO em uma empresa de
anos. Na sequência ele quis saber se eu ainda
cimento em Brasília, onde permaneci por 22
entendia alguma coisa da área. Retornei para
anos. Com certeza sou o engenheiro florestal
ele dizendo que era como andar de bicicleta,
que mais entende de cimento. (rs)
nunca se esquece. Foi assim que entrei na Suzano. Poderia ter dado tudo errado, mas
Com esse histórico profissional como acabou
retornando
para
o
felizmente não deu.
mercado
florestal?
Como tem sido o seu retorno ao setor
Durante todos os anos que trabalhei no
florestal e quais foram os principais desafios
mercado do cimento fui muito feliz, tanto do
enfrentados até aqui como diretor executivo
ponto de vista profissional quanto financeiro
da Unidade de Negócios Florestal da Suzano?
porque peguei os anos fortes da estabilização
Tem sido muito bom e de certa forma um
do Plano Real, onde esse mercado teve um
choque. O setor florestal brasileiro é dominado
crescimento anual de dois dígitos. Em 2012,
pelas pessoas de visão cientifica, mas sem
havia me cansado das minhas atividades por
espírito capitalista. Mantém algumas práticas
três razões: as perspectivas para o Brasil eram
por tradição. Um exemplo é o baixo grau de
as piores possíveis; houve uma mudança de
mecanização no que tange as atividades de
clima organizacional. E por fim, felizmente,
silvicultura. Existe também um preconceito
não tinha mais a necessidade de trabalhar,
enorme,
então resolvi me aposentar. Quando parei
O setor florestal produz embalagens de
minhas atividades descobri que o ócio tem o
papel com certificação, que não podem
valor marginal mais decrescente que existe.
ser geneticamente modificas para embalar
Quando estamos trabalhando muito, um dia
produtos geneticamente modificados.
travestido
de
ambientalismo.
de folga é uma benção, uma semana é muito bom, um mês é legal, mas seis meses começa
Como
é
feito
o
desenvolvimento
a “encher o saco”. Foi isto que constatei na
tecnológico na Suzano hoje? A adoção de
prática. Felizmente, foi neste momento que
novas práticas e a importância da inovação
o Walter Schalka, presidente da Suzano, me
para as operações atuais e futuras?
10 ENTREVISTA . B. FOREST
Privilegiamos a inovação. Por isto, fomos
Ele é cooperativo porque é necessário ter uma
buscar o melhor cientista de florestas de
área de silvicultura suficiente para garantir a
eucalipto que existe no mundo para ser o
compra de uma quantidade de máquinas que
nosso gerente executivo de tecnologia, o José
justifique o seu desenvolvimento. Todos os
Luiz Stape. Também trabalhamos fortemente
meses nos reunimos e hoje já temos várias
na mecanização porque entendemos que a
máquinas em desenvolvimento como as
quantidade de trabalho manual que existe
de preparo de solo, adubação, irrigação e
na silvicultura é inadmissível nos dias atuais
plantio. No futuro teremos a oportunidade
e também por muitas vezes ser insalubre.
de plantar eucalipto da mesma forma que se
Estamos também focados no melhoramento
planta soja, o que leva a uma quantidade de
genético tanto nas vias tradicionais do
ganhos excepcionais, relacionados ao tempo
melhoramento como duas mais modernas.
de operação e redução da mão de obra.
A primeira é a seleção genômica ampla, onde localizamos em nosso banco alguns
Percebe-se
uma
diminuição
da
marcadores genéticos que possibilitam a pré-
produtividade média nacional da cultura
seleção do que vai ser testado e descartado.
do eucalipto. A Suzano tem percebido esta
A segunda envolve a biotecnologia, ou seja, a
realidade? Como tem se preparado para
transformação do eucalipto colocando genes
enfrentá-la?
que não são dele originalmente e usar esse
Os melhores locais para se plantar florestal
eucalipto em novos cruzamentos e seleções.
no Brasil são os Estados de São Paulo e
Entendemos que não teremos resultados em
Paraná, quando analisamos outros sites com
um ano, mas teremos alguns em cinco e em
pior qualidade de solo e clima, logicamente
15, eles estarão aí.
os incrementos médios individuais vão cair. Entendemos também que são regiões mais
Você falou sobre a mecanização da
propícias e que já existe praticamente uma
silvicultura. Pode detalhar o que a Suzano
escassez de terras para plantio, então é
tem feito nesta área?
necessário ampliar as fronteiras em locais
Hoje a Suzano faz parte de um programa
onde a produtividade é menor, que será
cooperativo da Ibá, que reúne a CMPC, Klabin,
ampliada com o aumento das pesquisas, mas
Fibria, International Paper, Duratex e Veracel.
que nunca atingirá a qualidade dos melhores B. FOREST
. ENTREVISTA 11
locais.
Grosso do Sul conquistou em contrato da Aneel é de R$ 240,00, ou seja, quatro vezes
Acredita que a biomassa florestal é uma oportunidade para o setor?
mais. Este valor é necessário para renumerar adequadamente uma termoelétrica à madeira.
Não acredito! Sei que essa é uma das
Por isto, acredito que seja completamente
minhas heresias. Acho que as plantas são
inviável e que em algum momento terá que
enormemente ineficientes para gerar energia.
ser subsidiado pelo consumidor. Por este
Se analisarmos a energia solar incidente
motivo, a Suzano substitui o projeto para
e a energia que é capturada pelas plantas
produzir pellets de madeira no Piauí.
e integrada à biomassa, ela sempre será menor do que 2%. Este valor corresponde
Seguindo na mesma linha de produção
às gramíneas de ciclo C4 como a cana-de-
de energia como subproduto da madeira, o
açúcar. O valor correspondente ao eucalipto
que a empresa tem feito com o licor negro?
é ainda menor. Este uso é muito baixo porque
Hoje entendemos que não devemos mais
todo o sistema circulatório das plantas ocorre
gerar energia com o licor negro proveniente
atrás de evaporação. O que movimenta a
da produção de celulose, por isto, estamos
seiva bruta e elaborada dentro da planta é
construindo uma planta piloto de lignina,
a evaporação. Grande parte desta energia
para aproveitá-la como material e não
incidente é perdida na evaporação. Por
apenas a energia nela contida. Ela poderá
isto, sempre que escuto falar sobre uma
ser utilizada como aditivo de concreto e
termoelétrica movida por energia da madeira
argamassas, o que já é feito na Ásia, pode ser
sempre me questiono se algum dia teremos
utilizada como matéria-prima para produção
que subsidiar este serviço em nossa conta
de pneus em substituição parcial ao negro
de tributos. Recentemente, o governo de
de fumo, utilizações muito mais nobres do
Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, fez um
que apenas ser queimada. É um mercado em
leilão reverso para comprar energia. Quem
desenvolvimento, que será iniciado com 20
ganhou foi uma empresa japonesa, que
mil toneladas/ano, que terá que ser trabalhado
fornecerá energia solar. O preço vendido foi
intensamente para atingir qualidade e um
de 19 dólares por MW/h, em Reais dá menos
preço adequado, mas acreditamos que é o
que 60. O valor que a termoelétrica de Mato
caminho.
12 ENTREVISTA . B. FOREST
Com conforto e estabilidade, sua produtividade cresce.
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. ENTREVISTA 13
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B. FOREST
. ENTREVISTA 15
16 SILVICULTURA 10 ANOS PONSSE . B.. FOREST B. FOREST
Produtividade em Pauta
A
perda de produtividade constatada nos últimos anos nos plantios florestais brasileiros é resultado de diversos fatores, da baixa pluviosidade em certas
regiões aos ciclos de plantio alterados frente às dificuldades da crise financeira internacional. Apesar de se tratar de um tema delicado e desafiador para as empresas do setor, é necessário repensar a questão e a forma como o segmento encara os
Crédito: Gustavo Castro
investimentos em silvicultura.
B. FOREST B. FOREST . 10. ANOS SILVICULTURA PONSSE 17
H
á alguns anos, o mercado brasileiro
Os principais são os distúrbios climáticos.
de florestas plantadas já está ciente
O segundo é a limitação dos investimentos
dos desafios de uma realidade pre-
silviculturais. Também se destacam a sele-
ocupante, que ameaça demandar alterações
ção clonal precoce e a expansão para novas
profundas em todo o planejamento silvicul-
fronteiras (operações em novas regiões ou
tural das empresas do setor: trata-se da per-
Estados, onde há uma curva de aprendizado
da de produtividade dos plantios florestais,
do terreno local). São estes os principais fa-
constatada em todo o país, apesar de es-
tores que, quando combinados, explicam a
tar mais concentrada em algumas regiões,
perda de produtividade. Esta varia entre 6 a
onde os desafios são maiores.
15%, de região em região, de empresa para
“Em primeiro lugar, é preciso compreen-
empresa, resultando na média discutida”,
der que as empresas não estão conseguindo
analisa Jefferson Bueno Mendes, diretor da
manter a produtividade. Para que se tenha
área de consultoria para América Latina da
uma ideia, a perda de produtividade hoje, na
Pöyry Management Consulting. Apesar de ser possível e importante para
é de 10 a 12%. Isso se deve a vários fatores.
o setor estabelecer esta média nacional, é
Crédito: Divulgação
média nacional em relação a 5 anos atrás,
18 SILVICULTURA . B. FOREST
preciso reconhecer as dificuldades especí-
dução dos ciclos de plantio visando ao cor-
ficas de cada região, para que se possa en-
te de custos”, corrobora Cairon Costa Faria,
frentar o problema de forma adequada.
gerente comercial florestal da Tracbel (re-
Gleyson Araújo, presidente executivo da
presentante da Tigercat no Brasil).
Aspex (Associação dos Produtores de Euca-
Ainda sobre os impactos da crise, Jeffer-
lipto do Sul e Extremo Sul da Bahia), aborda
son Mendes, da Pöyry, traça um panorama
a questão do ponto de vista dos produtores
mais positivo: “Há também os investimentos
da Associação. “Muito recentemente, tive-
na realização de uma silvicultura mais con-
mos processos de corte de produtores que
servadora. As empresas enfrentaram pro-
ainda cortaram como sendo do primeiro ci-
blemas de investimento de 2008 a 2010, em
clo. A produtividade foi relativamente boa,
função da crise global. Como isso se regula-
então é sabido que, para nossa região, es-
rizou, os investimentos florestais retornaram
ses 17 mil hectares que contemplam a As-
aos níveis necessários e isso tende também
sociação são de produtores que ainda estão
a ter um impacto na recuperação da produ-
basicamente no primeiro ciclo. E esses que
tividade.”
estão no segundo ciclo começaram agora
Como se trata de um tema delicado e
a fazer os inventários, um pouco tardio, la-
vital às operações das empresas do setor,
mentavelmente, mas será possível analisar e
a divulgação de informações a respeito da
perceber como vai ser essa produtividade.
produtividade reduzida é frequentemente
Infelizmente, nós tememos alguma queda
vetada, o que enfatiza a preocupação que os
em função do volume de chuvas, que foi
índices de queda têm causado no segmen-
baixíssimo durante quase 13 meses na re-
to. Para produção dessa matéria, a equipe
gião, onde sempre tivemos um índice plu-
da B.Forest procurou empresas do setor
viométrico muito bom”, detalha.
para discutir o assunto, porém as mesmas
“O que também impactou regiões como
não foram autorizadas a se pronunciar.
o Sudeste e Sul da Bahia, além das estiagens recentes, foram as últimas crises, que inter-
Investimentos
feriram diretamente no manejo silvicultural,
Para as empresas, são diversas as formas
não com a redução da colheita em si, mas
de contornar os desafios inerentes à queda
com a modificação dos tratos culturais, a re-
na produtividade. Para Jefferson Mendes, os B. FOREST . SILVICULTURA 19
Crédito: Gustavo Castro
investimentos em tecnologia genética têm
tecnologia.“
sido realizados para fornecer uma possível
Quando se trata de priorizar a redução de
saída: “Investe-se mais atualmente em ge-
custos ou o aumento na área de plantio, en-
nética para desenvolvimento de clones mais
contra-se um impasse. “Lamentavelmente,
resistentes à seca, por exemplo, do que em
o sentimento que temos aqui é que a visão
clones mais produtivos. As empresas estão
das empresas, em especial multinacionais, é
sendo mais cuidadosas na seleção e diver-
um foco na redução de custos de uma ma-
sificando mais o uso dos mesmos. Selecio-
neira muito abrupta. Isso nos causa um cer-
nam-se clones mais produtivos, mas que
to temor porque a redução de custos, sem
talvez sejam ao mesmo tempo mais vul-
avaliar outros pontos, pode resultar a longo
neráveis a certas condições climáticas. Re-
prazo na perda da produtividade e no en-
sumindo, há uma diversificação de clones,
fraquecimento das relações. Existe a preo-
com investimentos em materiais mais pro-
cupação em tecnificar, somar às operações?
dutivos, resistentes a seca e a pragas. Seja
Sim. E essas melhorias são repassadas a nós
por meio da genética tradicional ou da bio-
produtores, mas em geral o que se percebe
20 SILVICULTURA . B. FOREST
Crédito: Divulgação B. B.FOREST FOREST . . SILVICULTURA SILVICULTURA 21
é a preocupação com a redução de custos,
buscamos em nossa região, na qual existe
e isso é preocupante”, aponta Gleyson Araú-
uma série de municípios que já chegaram
jo, da Aspex.
no percentual máximo de área agricultável
“Tanto a expansão das áreas de plantio
destinada ao manejo silvicultural. Porém,
quanto a redução dos custos são priorida-
outros ainda têm possibilidade de cresci-
des das empresas, mas a questão da redu-
mento, e é isso que as empresas parceiras
ção de custos operacionais não está ligada
têm feito aqui, buscado nessas novas áreas
à produtividade, e sim à competitividade. O
o crescimento”, relata.
que há é um manejo de acordo com a fór-
“Sobre desafios futuros, acredito que o
mula tradicional. Estão investindo o dinheiro
principal deles – e que ainda estamos longe
certo em adubação, em manutenção, etc. O
de superar – seja a questão dos distúrbios
que existe também é uma busca de mecani-
climáticos. Quando não se tem um clima
zação, porque como as áreas de plantio são
conhecido – como tínhamos há 10 ou 20
muito grandes, isso se torna necessário para
anos atrás, época em que a distribuição de
melhorar o padrão, porque pode não haver
chuva era bem determinada, assim como as
recursos humanos o suficiente para plantar
amplitudes termais e os períodos de déficit
e manter a floresta ao mesmo tempo. Por-
hídrico – não se pode mais contar com isso
tanto, há investimentos muito grandes em
no planejamento silvicultural. Há um segun-
mecanização e em Pesquisa & Desenvolvi-
do desafio que é o aparecimento de novas
mento”, reforça Jefferson Mendes.
pragas, mas o nosso histórico tem mostrado que conseguimos responder a isso com
Desafios
muita rapidez, através do controle biológi-
Para Gleyson Araújo, da Aspex, o princi-
co, por exemplo. Esse é um know how que
pal desafio que os produtores ainda devem
temos por aqui. Também acredito que seja
enfrentar pode ser resumido como a ne-
importante repensar o próprio modelo se-
cessidade de se equacionar melhor a rela-
torial de silvicultura. Por exemplo, a questão
ção entre redução de custos e os benefícios
da escala é um fator realmente a ser pensa-
que podem ser ganhos ou perdidos ao ado-
do”, diz Jefferson Mendes.
tá-la. “É também interessante promover o
De acordo com os cálculos da Pöyry, a
aumento da área plantada, que é algo que
perda de produtividade tem trazido, nos últi-
22 SILVICULTURA . B. FOREST
mos cinco anos, um custo adicional de silvi-
de aumentar a área plantada, de gastar mais
cultura de R$ 0,5 bilhões ao ano para o setor
com colheita, com transporte, com a ges-
como um todo. É preciso voltar a recuperar
tão do problema. É um número significativo
a produtividade que o setor alcançava ante-
para a indústria, especialmente a de celu-
riormente, a média nacional, para que não
lose, porque esse número é basicamente o
se mantenha esse custo adicional de produ-
que o setor pode estar gastando a mais em
ção.
função dessa perda de produtividade”, frisa Mendes.
Crédito: Divulgação
“Esse R$ 0,5 bi/ano vem da necessidade
B. FOREST . SILVICULTURA 23
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24 SILVICULTURA . B. FOREST
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B. FOREST . 10 ANOS PONSSE 25
26 COLHEITA PEÇAS DE REPOSIÇÃO . B. FOREST . B. FOREST
Quando as florestas são de baixa produtividade
O
s empreendimentos no setor de florestas plantadas enfrentam diversos desafios para que atinjam a produtividade. Quando certos fatores influenciam
negativamente o crescimento dos plantios, resultando em árvores com baixo VMI (Volume Médio Individual), é necessário conhecer as opções de equipamentos mais
Crédito: Divulgação / John Deere
adequados a tal realidade a fim de evitar custos operacionais elevados.
B. FOREST B. FOREST . PEÇAS DE .REPOSIÇÃO COLHEITA 27
U
m dos maiores desafios que o se-
que acabam resultando em árvores com
tor brasileiro de florestas plantadas
VMI abaixo do ideal.
enfrenta atualmente é a queda na
É claro que o que é considerado “baixo”
produtividade e a consequente dificuldade
pode variar de acordo com a empresa e a fi-
de se manter competitivo frente aos eleva-
nalidade para a qual a madeira será utilizada,
dos custos de operação em cenários ad-
mas, de forma geral, pode-se definir con-
versos. Neste contexto, as empresas muitas
sensualmente um VMI baixo como aquele
vezes se encontram diretamente desafiadas
inferior a 0,15 m³ de madeira por árvore. Os motivos pelos quais um plantio pode
cimento de suas florestas, ou seja, plantios
apresentar baixo VMI são diversos, como
Crédito: Gustavo Castro
por uma realidade complexa: o baixo cres-
28 COLHEITA . B. FOREST
por exemplo: a qualidade e características
corte de custos”.
do solo; localização dos plantios; falta de
A tendência, quando o assunto é a su-
fertilização adequada; índices pluviomé-
peração de desafios operacionais, é bus-
tricos; distúrbios climáticos, como longos
car soluções na tecnologia. Contudo, nem
períodos de estiagens; material genético
sempre é suficiente investir desta maneira.
incompatível; condução de rebrota; e pe-
“Mesmo com o desenvolvimento do mate-
ríodos de crise, em que algumas empresas
rial genético e de técnicas de adubação, e
optam pela redução de investimentos na
mesmo com os ganhos trazidos pelo avan-
silvicultura. Este último é um fator relevante
ço da silvicultura de precisão, ainda encon-
quando o plantio é de eucalipto, pois esta
tramos o desafio da baixa produtividade”,
é uma espécie exigente e necessita ter as
complementa Gustavo P. Castro, engenhei-
condições favoráveis e nutrientes disponí-
ro da Malinovski.
veis para seu desenvolvimento. Caso isto
“A colheita em áreas de baixo VMI traz
não ocorra, a floresta poderá não atingir o
como desafios principais a baixa produtivi-
volume esperado ao final do ciclo.
dade e o elevado custo operacional”, resu-
Alguns plantios indicam a exaustão da terra como fator de influência na queda da
me Olavo Rodrigues, coordenador regional de vendas da John Deere no Paraná.
produtividade. Mesmo com técnicas silvi-
“O principal desafio é associar a mecani-
culturas adequadas, algumas empresas que
zação aos custos acessíveis e à operaciona-
já estão no quarto ciclo relatam diminuição
lidade. Estas áreas, em geral, são marginais
de incrementos de suas florestas. Para Cai-
(com declive) ou que sofreram algum dano
ron Costa Faria, gerente comercial florestal
físico ou climático, elevando os gastos da
da Tracbel (representante da Tigercat no
empresa e, consequentemente, dificultan-
Brasil), “o que mais impactou regiões como
do a justificativa do uso dos equipamentos”,
o sudeste e sul da Bahia, além das estiagens
reitera Marcos Lima, consultor de desenvol-
recentes, foram as últimas crises, que inter-
vimento de mercado da Sotreq.
feriram diretamente no manejo silvicultural,
Por este motivo, as empresas e fabrican-
não com a redução da colheita em si, mas
tes de equipamentos enfatizam a importân-
com a modificação dos tratos culturais, a
cia do conhecimento acerca da utilização
redução dos ciclos de plantio visando ao
das máquinas e dos métodos mais adequaB. FOREST . COLHEITA 29
dos para que se busca a menor perda de
menor investimento e, principalmente, uma
produtividade em tais áreas e, consequen-
produtividade equivalente aos equipamen-
temente, seja mantida a competitividade da
tos maiores. No CTL, estamos trabalhando
indústria.
com equipamentos com menor consumo, mas de mesmo porte, e obtivemos resulta-
Máquinas em foco
dos expressivos”, diz Cairon.
De fato, o maior desafio operacional das
Para Olavo Rodrigues, da John Deere,
florestas com baixo VMI é a colheita e a ma-
um método adequado para áreas com este
nutenção de índices de produtividade dos
problema é a derrubada de múltiplas árvo-
equipamentos, próximos ou similares àque-
res com feller com acumulador de árvores,
les encontrados em plantios com maior vo-
seguida pelo arraste com skidder e o pro-
lume.
cessamento com garra traçadora. “Isto re-
Para que se obtenha o mesmo volume
sulta em menor custo operacional – traba-
produzido, o número de ciclos e, conse-
lhando, no caso, com madeira com casca.
quentemente, número de árvores necessá-
Para madeira sem casca, pode-se realizar a
rias para que equipamentos como harves-
derrubada e o processamento com harves-
ters produzam o mesmo volume de madeira
ters (de rodas ou esteiras, dependendo do
é maior – e, desta forma, crescem os custos
terreno) e a remoção com forwarder”, de-
de toda a operação.
talha.
Uma das maneiras de se reduzir custos de
É importante buscar colher, arrastar e
colheita, tanto em sistemas de colheita full
processar mais árvores no mesmo ciclo,
tree quanto cut-to-length, segundo Cairon
aumentando a produtividade. “Por isso, no
Costa Faria, da Tracbel, é o investimento em
sistema FT, o uso de feller bunchers com
máquinas de menor porte, maior agilidade
cabeçotes acumuladores com área superior
e menor consumo de combustível. “A má-
a 0,5 m² permite o acúmulo de várias ár-
quina mais impactada pela redução do VMI
vores em um mesmo ciclo, proporcionando
em sistemas full tree é o próprio feller. Por
agilidade à operação. Skidders com gran-
isso, estamos realizando demonstrações
de capacidade de carga e pinça com área
de um feller de menor porte, com maior
superior a 1,76 m² podem transportar um
agilidade, resultando em menor consumo,
grande número de árvores em uma mesma
30 COLHEITA . B. FOREST
B. FOREST . PEÇAS DE REPOSIÇÃO 31
viagem. Assim, a produtividade no arraste
em muitas situações, o transporte de cava-
é aumentada”, justifica Gustavo Castro. Já
co em longas distâncias”, exemplifica o en-
no processamento com o uso de cabeço-
genheiro da Malinovski.
tes, empresas estão desenvolvendo e apri-
O sistema FT aparentemente se mostra
morando cabeçotes para o processamento
vantajoso ao CTL, pois neste o harvester
de múltiplas árvores, que podem processar
precisa trabalhar árvore por árvore e a pro-
duas árvores simultaneamente sem perder
dutividade se dá em metros lineares por mi-
precisão de comprimento. Se o processa-
nuto, com variação de diâmetro, que é al-
mento for com garra traçadora, o uso de
tamente impactante no processo. Por isso,
garras com área superior a 0,8 até 1,0 m²
esta atividade se torna a mais impactante
possibilita cortar mais árvores de uma só
no sistema. Os tempos de deslocamento,
vez e, se ainda houver necessidade de des-
aproximação, corte e traçamento, na ope-
cascamento, flail debarkers são outra alter-
ração do harvester serão praticamente os
nativa para o descascamento simultâneo.
mesmos, independentemente do VMI, já o
Outra alternativa é o uso de picadores
percentual de tempo gasto com o proces-
móveis no campo, capazes de desgalhar,
samento passa a ser variável. Por isso, se diz
descascar e picar a madeira. Assim, três
que o VMI não é proporcional ao tempo de
atividades são feitas sequencialmente e de
ciclo. No forwarder, o impacto não é tão
forma praticamente simultânea. Porém,
grande pois a máquina normalmente pre-
este sistema de picagem no campo requer
enche toda a área de sua garra para então
alto índice de disponibilidade de madeira
colocar os toretes na caixa de carga”, analisa
para o picador, controle de frota de cami-
Gustavo Castro, da Malinovski.
nhões. Desta maneira, é crucial compre-
A fim de uma breve comparação, Rodri-
ender os aspectos logísticos que impactam
gues corrobora: “Em um sistema de colheita
no processo: “Quando se utiliza o picador
full tree com garras traçadoras ou três ca-
em campo, o transporte acaba sendo outro
beçotes processadores, tem-se uma produ-
desafio, pois o volume gerado pela madeira
ção aproximada de 30 a 40 mil toneladas
picada é muito maior, assim se tem volu-
por mês. Em um sistema CTL, a produção
me, mas não se tem o peso que se pode
aproximada é de 12 mil toneladas por mês
transportar legalmente, o que inviabiliza,
em condições topográficas similares”.
32 COLHEITA . B. FOREST
Crédito: Valterci B. FOREST B. FOREST . PEÇAS DE .REPOSIÇÃO COLHEITA 33
cipalmente, à alta do dólar e o sucesso no Impacto geral
mercado internacional, o segmento do car-
Para que seja possível manter a produti-
vão e das siderurgias enfrenta um desafio
vidade, é preciso conhecer o impacto que a
mais complicado”, relata o gerente comer-
extensão do impacto do baixo VMI nas ope-
cial florestal da Tracbel.
rações florestais, que transcende a fase da
Tendo em vista a variedade de sistemas
colheita e permeia todos os aspectos en-
e, especialmente, a variedade de máquinas
volvidos na cadeia produtiva do setor, afe-
utilizadas na colheita de madeira, não se
tando de forma distinta aos diversos seg-
pode afirmar que existe um melhor sistema
mentos da indústria.
de colheita ou melhor máquina/implemento. O que existe para se alcançar produtivi-
todo o custo, seja de colheita, transporte,
dade na operação é um bom planejamento
ou do próprio produto. As indústrias sentem
técnico da colheita que será realizada. Afi-
este impacto de forma diferenciada: en-
nal, o desafio é obter o menor custo por
quanto o setor de celulose e papel conse-
unidade produzida, ou seja, reais por metro
gue contornar este problema devido, prin-
cúbico/tonelada.
Crédito: Divulgação / Tigercat
“Estes índices impactam diretamente em
34 COLHEITA . B. FOREST
B. FOREST . PEÇAS DE REPOSIÇÃO 35
36 BIOMASSA MERCADO . . B.B.FOREST FOREST
Máxima Energia
A
utilização de cavacos de madeira para a produção de biomassa – e, portanto, de energia elétrica – representa uma alternativa renovável em uma matriz
energética e cenário ambiental cada vez mais sobrecarregado. Contudo, para que a produtividade deste processo seja maximizada, é preciso um rigoroso controle de qualidade, que depende de fatores que vão desde o teor de umidade e granulometria
Crédito: Valterci
do material à conversão energética.
B. B. FOREST FOREST .. MERCADO BIOMASSA 37
N
o panorama energético atual, seja
no setor de florestas plantadas, com recur-
no Brasil ou no quadro internacio-
sos abundantes para a produção de bio-
nal, torna-se cada vez mais crucial
massa, o Brasil tem o potencial para ocupar
o desenvolvimento de fontes de energia
um papel central neste novo cenário. “A biomassa de origem florestal para
A utilização da biomassa florestal residual
produção de energia pode ser produzida a
pode se tornar uma alternativa eficiente e
partir de lenha (sendo geralmente uma ma-
viável, graças ao desenvolvimento de novas
deira de qualidade inferior), de resíduos da
tecnologias. Como um dos líderes mundiais
colheita florestal (com volumes pouco ex-
Crédito: Valterci
renováveis e economicamente rentáveis.
38 BIOMASSA . B. FOREST
B. FOREST . MERCADO 39
pressivos e colheita muito artesanal) ou de
Qualidade
cavacos, seja de plantios florestais especifi-
“A maior parte do cavaco consumido em
camente conduzidos para este fim ou resí-
nível industrial no Brasil vem de pinus ou
duos de outros processos florestais, como
eucalipto. A escala, preço e logística do for-
serrarias. As caldeiras à biomassa florestal
necedor são tão importantes quanto a qua-
modernas e de alta capacidade tendem a
lidade do produto”, diz o supervisor florestal
usar exclusivamente cavaco como com-
da ADM.
bustível”, detalha Gisele Bolzani, gerente
Permanece a necessidade do contro-
de consultoria em negócios florestais da
le de qualidade no país, visando ao máxi-
Pöyry.
mo aproveitamento do potencial do cavaco
Para o supervisor florestal da ADM do
para produzir energia. “Quanto maior a ca-
Brasil, Marcos Antonio da Silva Miranda, as
pacidade da caldeira em termos de quan-
negociações de compra de cavaco no país
tidade (toneladas/hora) e pressão (bar) de
são bastante facilitadas pelo fato de que,
vapor, maior a necessidade de se manter
independentemente do tipo de processa-
estáveis as condições de operação da mes-
mento, as caldeiras utilizam praticamente o
ma, pois, caso contrário, perde-se em efi-
mesmo tipo de cavaco, com poucas varia-
ciência e mesmo em segurança. Quanto
ções. “Isto ocorre, pois, as negociações de
mais homogêneo o combustível alimenta-
compra dependem de questões logísticas
do, mais estável é a operação da caldeira”,
– da localização das plantas – e do preço,
relata Gisele Bolzani.
que varia dependendo da região produtora,
“Via de regra, após estabelecer o tipo de
mas que tende a se manter estável ao lon-
biomassa desejado, o comprador deveria
go do ano, por conta de contratos anuais”,
analisar os seguintes fatores: teor de umi-
explica.
dade da biomassa, granulometria (depen-
Apesar destes fatores favoráveis, para
dendo do tipo de equipamento de queima
que a biomassa proveniente de cavacos seja
que o comprador opera) e quantidade de
utilizada atingindo seu máximo potencial, é
contaminantes presentes (areia, pedras, etc).
preciso que haja um controle de qualidade
Todos esses fatores são importantes. Con-
especializado, impedindo a queda da con-
tudo, em função das dificuldades de execu-
versão energética do material.
ção de cada um, nem sempre o comprador
40 BIOMASSA . B. FOREST
analisa todos. Normalmente, atém-se pe-
medidor portátil de umidade), o poder ca-
nas ao teor de umidade da carga, estabele-
lorífico depende das características físicas
cendo regras de compensação conforme o
da madeira em si, de sua densidade, além
teor do produto”, analisa o engenheiro Cel-
do próprio teor de umidade. “Este contro-
so Martini, da Marrari Automação.
le é mais fácil quando o cavaco é produ-
Para que a madeira tenha preservadas
zido diretamente para queima em caldeira,
suas propriedades, o ideal é trabalhar com
pois nesse caso há uma constância quanto
madeira seca, picada no campo e com o
ao tipo de madeira utilizada e as condições
transporte dos cavacos realizado o quanto
de picagem. A determinação do poder ca-
antes possível, pois estes tendem a absorver
lorífico exige mais em termos de procedi-
umidade quando estocados a céu aberto,
mentos e é feita em laboratório, de acordo
afetando diretamente seu poder calorífico.
com legislação específica”, diz a gerente de
O controle do poder calorífico é comple-
consultoria em negócios florestais da Pöyry.
xo: enquanto a determinação do teor de
Quanto à granulometria do material,
umidade é relativamente simples (podendo
Celso Martini destaca que “pode ser verifi-
ser feita em laboratório ou em campo, com
cada com testes simples, com algumas peB. FOREST . BIOMASSA 41
Crédito: ADM Encontro Brasileiro de Energia da Madeira 2016
Relação Densidade a Granel x Eficiência da Caldeira
neiras granuladas, determinando facilmente
gia). “Cavacos com baixo poder calorífico
a proporção de cada parcela. A verificação
em função do tipo da madeira e do teor
do grau de contaminação talvez seja o pro-
de umidade, ou cavacos com granulome-
cesso mais complexo, pois os corpos es-
tria muito baixa ou alta, comprometem essa
tranhos só aparecerão ao alimentar o quei-
eficiência. Assim, quanto maior o cuidado
mador. Os contaminantes podem danificar
na compra do cavaco, maior a qualidade da
equipamentos e dificultar a operação do
operação da caldeira”, conclui Gisele Bolza-
sistema de queima. Um bom sistema deve
ni, da Pöyry.
de corpos estranhos nos transportadores e
Exigências
fornalhas.”
No Brasil, os métodos de produção de
Considerando estes fatores, é importan-
cavaco são regidos por normas da ABNT
te que o operador do equipamento tenha
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).
claro entendimento de que há uma rela-
“São processos convencionais e que dão
ção direta entre a qualidade do cavaco e a
resultados confiáveis. Para algumas aplica-
eficiência na geração de vapor (e de ener-
ções específicas, os testes podem demorar
Experimento - Tempo de Secagem Experimento -Tempo de secagem Poder Calorífico Útil x UBU 50,0%
46,6%
2750
39,8%
35,2%
37,6%
PCU (Kcal/kg)
2500
35,8%
2250
40,0%
30,0%
2000 20,0%
1750 1500
10,0%
1250 1000
1.992 01
42 BIOMASSA . B. FOREST
2.337 53
2.547 04 Tempo (dias)
2.433 56
2.518 0
0,0%
UBU (%)
3000
Crédito: ADM Encontro Brasileiro de Energia da Madeira 2016
possuir dispositivos que impeçam a entrada
B. FOREST . MERCADO 43
Crédito: Expoforest / Valterci Santos
mais de 24 horas. Isto pode afetar proces-
influenciar no processo de queima na cal-
sos que precisam de respostas em tempo
deira. Também não existe requisito para
real. A normatização da ABNT é fundamen-
detecção de presença de metais pesados
tal para assegurar a qualidade da matéria-
ou taxas de emissões, que o mercado eu-
-prima”, frisa Marcos Antonio da Silva Mi-
ropeu já exige e que em algum momento
randa, da ADM.
será exigido aqui também, principalmente
Apesar destas normas, existem carac-
com relação a fatores relacionados a emis-
terísticas do cavaco cuja qualidade ainda
sões de efeito estufa. Quem fornece ca-
não é exigida pela norma técnica brasileira,
vaco para exportação precisa estar ciente
como a classificação granulométrica (ta-
dessas exigências”, finaliza.
manho do cavaco gerado pelo picador), o
Apesar do potencial do país para a pro-
que já ocorre em países mais desenvolvi-
dução de biomassa, ainda é preciso que os
dos.
produtores adoptem novas tecnologias de
“A norma nacional não estabelece faixas
controle de qualidade e padrões interna-
de variação aceitáveis dos chips de madei-
cionais de regulamentação para que o se-
ra, como ocorre na Europa, e que podem
tor cresça e atinja seu pleno potencial.
44 BIOMASSA . B. FOREST
Crédito: Valterci
“Existem características do cavaco cuja qualidade ainda não é exigida pela norma técnica brasileira”
B. FOREST . BIOMASSA ESTRADAS 45
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Infraestrutura e Logística Florestal em Foco
2
º Encontro Brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal reuniu 219 profissionais altamente especializados em Curitiba para a discussão de temas ligados a toda a cadeia
produtiva do setor brasileiro de florestas plantadas
48 EVENTO CERTIFICAÇÃO . B. FOREST . B. FOREST
Crédito: Divulgação / Malinovski B. FOREST B. FOREST . CERTIFICAÇÃO . EVENTO 49
D
esde a primeira edição do Encontro
tro foi o Dr. Jorge Malinovski, diretor geral da
Brasileiro de Infraestrutura e Logística
Malinovski, organizadora do evento. Em sua
Florestal, realizado em 2013, o evento já ha-
fala, ressaltou a importância das empresas
via dado sinais de sua relevância para o setor
definirem se as estradas de uso florestal são
florestal. Na segunda edição, realizada nos
consideradas custo ou investimento. Após
dias 06 e 07 de outubro, em Curitiba (PR),
acolher os participantes, convidou ao pal-
ele se fortaleceu e se tornou o principal fó-
co Flávio Castelo Branco, gerente executivo
rum de discussão sobre o tema. O evento
de políticas econômicas da CNI, para abrir
trouxe para a capital paranaense 219 profis-
o primeiro ciclo de palestras do dia, com o
sionais altamente especializados de grandes
tema “Cenário econômico atual: tendências
empresas do setor florestal para debater e
e perspectivas para a logística e transporte
ministrar palestras sobre temas variados li-
florestal”. Traçando um panorama econô-
gados à infraestrutura e logística, e claro
mico do Brasil e do impacto deste cenário
promover ampla oportunidade para ne-
para o setor florestal, o palestrante discor-
tworking.
reu sobre o desempenho do mercado nos últimos anos, assim como tendências para
Crédito: Divulgação / Malinovski
Quem deu início às atividades do Encon-
50 EVENTO . B. FOREST
anos vindouros e as principais ações neces-
logística e infraestrutura florestal da Cenibra,
sárias para garantir o crescimento e a pros-
falou sobre a necessidade da integração de
peridade do setor.
modais para transporte de produtos flores-
Dando continuidade ao bloco, Mario
tais, dando destaque ao planejamento da in-
Sant’Anna Junior, diretor da MRP3 Con-
fraestrutura da malha rodoviária para o setor
sultoria, abordou a gestão da inovação no
no Brasil.
campo da logística. “É importante questio-
Henrique Amabilini, gerente de colheita
narmos: neste momento em que vivemos,
florestal da Floresteca, descreveu as experi-
estamos passando por uma mudança de era
ências da empresa com gerenciamento, ar-
ou por uma era de mudanças? Aí pode es-
mazenagem e exportação de toras em con-
tar a diferença”, ponderou o palestrante, que
tainers. O último palestrante do dia, Adriano
abordou o histórico da inovação e sua im-
Thiele, diretor executivo da JSL, trouxe como
portância para a evolução da logística e da
tema a gestão de pessoas em ambientes de
infraestrutura no setor florestal.
risco, apresentando os principais desafios
Domingos Raimundo Filho, da logística
para o setor florestal neste quesito.
da Suzano, detalhou a experiência da empresa com melhorias objetivando a redução
Estradas florestais
de custos do transporte de produtos flo-
O primeiro bloco de atividades do segundo
restais, enquanto o consultor da FIEP Mario
dia do evento começou com o tema “Técni-
Stamm, encerrando as palestras do primeiro
cas de Planejamento, Construção e Manuten-
bloco, analisou os novos horizontes e pers-
ção de Estradas” e foi aberto por Luiz Geraldo
pectivas de investimentos em infraestrutura
Goessler, gerente de logística florestal – ope-
de transportes e logística.
rações florestais ES/BA da Fibria. O palestrante
O segundo ciclo de atividades, focado
abordou os aspectos socioambientais do ge-
nos “Desafios em logística de produtos flo-
renciamento de estradas, assim como o apoio
restais”, foi aberto por Darlon Orlamünder
ao transporte. “As estradas não podem ser vis-
de Souza, gerente de logística florestal da
tas como um processo apêndice do transpor-
Klabin no Paraná, que discutiu sobre plane-
te. É preciso planejá-las. Se não há um bom
jamento, previsão e otimização do transpor-
planejamento, certamente incorre-se em vá-
te da madeira. Mauro Birro, coordenador de
rios riscos”, apontou Goessler. B. FOREST . EVENTO 51
Crédito: Divulgação / Malinovski
Em seguida, Thiago Petine, coordenador
ra, abordando a especificação de parâme-
de estradas, transporte e pátio de madeira
tros técnicos para a definição da qualidade
da Veracel discorreu sobre controle de qua-
das camadas construtivas de estradas flo-
lidade de estradas de uso florestal, enquan-
restais, métodos de mensuração de umida-
to o diretor florestal da Ferbasa, Sebastião
de de solo no campo, e a caracterização de
da Cruz Andrade, detalhou a experiência da
solos, entre outros tópicos analisados.
empresa com a readequação e otimização
O último bloco do Encontro, intitulado
da malha viária florestal, através da elabora-
“Interface Entre Estradas e Produção Flores-
ção de um plano diretor. “Um plano diretor
tal”, teve início com a palestra do diretor flo-
viário é a base para a tomada de decisões
restal da Eldorado Brasil, Germano Aguiar,
estratégicas de planejamento”, explicou o
sobre logística para transporte de insumos
palestrante.
integrada à mecanização da silvicultura. “É
Por fim, Fernando Augusto Júnior, diretor
preciso que sempre façamos esta pergun-
da Imperpav, trouxe como tema o controle
ta: será que estou sendo 100% eficiente? E
de execução de serviços de estradas de ter-
se estiver sendo apenas 90%? A logística da
52 EVENTO . B. FOREST
B. FOREST . EVENTO 53
Crédito: Divulgação / Malinovski
silvicultura é um novo assunto de logística que precisamos trabalhar”, frisou.
Fechando o bloco, Marcelo Araújo, especialista em processos de sistemas florestais
“É difícil medir o valor de uma estrada. É
da CMPC – Celulose Riograndense, desta-
algo que só é normalmente sentido quan-
cou a importância dos sistemas integrados
do algo desaba, quando há algum desastre”,
de logística florestal para a produtividade
disse Robson Rodrigues Resende, geren-
do setor.
te florestal da divisão madeira da Duratex
Todos os blocos do evento foram encer-
em MG, que falou sobre o valor da infra-
rados com sessões de perguntas aos pales-
estrutura na produção florestal, com ênfase
trantes, nas quais os participantes puderam
nas estradas florestais. Em seguida, Benno
obter respostas mais aprofundadas acerca
Doetzer, diretor-presidente do Instituto de
dos principais assuntos de interesse.
Florestas do Paraná, apresentou questionamentos centrais na mitigação de impactos
A próxima edição do Encontro Brasileiro
ambientais para a construção de e manu-
de Infraestrutura e Logística Florestal, se-
tenção de estradas rurais, apontando como
gundo a Malinovski, está sendo programada
principais fatores de risco a erosão, o car-
e em breve será enviada para o mercado.
reamento de sólidos e a contaminação da
Para mais informações: info@malinovski.
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54 EVENTO . B. FOREST
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P
ela primeira vez, país deve registrar dois anos consecutivos de contração na
56 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: A expectativa do crescimento do PIB brasileiro está negativa em 3,22% para o ano de 2016 comparado a 2015, segundo o Banco Central do Brasil (BCB). O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima contração do PIB do país em 3,3% em 2016 em relação ao ano anterior. Se confirmado, será a primeira vez que o país registrará dois anos consecutivos de contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB está em +1,23% segundo o BCB e de +0,5% segundo o FMI. • Inflação: Em Setembro/2016, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,08%, o menor índice desde julho de 2014. Desta forma, a inflação acumulada nos últimos 12 meses reduziu para 8,48%, porém a taxa ainda permanece acima do teto da meta anual de inflação de 6,5%, definida pelo BCB. A estimativa do Banco Central é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 6,89% e de 2017 em 5%. • Taxa de Juros: Em meados de Outubro/2016, o COPOM cortou pela primeira vez em quatro anos a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, baixando a taxa básica de juros para 14%. A taxa projetada para o fim do ano está em 13,50%, indicativo de que poderá ocorrer novo corte de juros na reunião de novembro. Para 2017, a estimativa é que a Selic encerre em 11% ao ano (Boletim Focus). • Taxa de Câmbio: Em Setembro/2016, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,26/USD, resultando em desvalorização do Real em relação à média de Agosto/2016 (-1,46%). A média cambial na 1ª quinzena de Outubro/2016 atingiu BRL 3,21/USD, com oscilação entre BRL 3,19 e 3,23/USD e perspectiva de alta influenciada pela possibilidade de elevação da taxa de juro nos Estados Unidos. Analistas de mercado estimam taxa cambial média de BRL 3,20/USD para o final de 2016 e de BRL 3,40/USD em 2017. A expectativa de retomada do crescimento da economia brasileira em 2017 e a desaceleração da alta do dólar nos últimos meses podem contribuir para posicionar o Brasil como o oitavo maior PIB global no próximo ano, de acordo com o FMI, ganhando a posição atual da Itália. O órgão vê sinais de recuperação dos níveis de confiança na economia brasileira, mas indica que o crescimento previsto para 2017 pode ficar ameaçado caso as reformas estruturais (educação e melhoria no ambiente de negócios) não avancem.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 57
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé.
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58 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 59
“A retomada de crescimento ainda será lenta até 2018. A expectativa do mercado é que somente após as eleições de 2018 deverão ocorrer reformas
Crédito: Divulgação
mais profundas.”
60 ANÁLISE ENTREVISTA MERCADOLÓGICA . B. FOREST . B. FOREST
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 61
MERCADO DE PRODUTOS FLORESTAIS | TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS
A indústria de base florestal, de maneira geral, está agindo com cautela, na expectativa das reações do mercado relacionadas às recentes mudanças políticas e às reformas estruturais que estão previstas.
• Comentários - Tora de Eucalipto: Com relação à madeira em tora de eucalipto, permanece alta a oferta de tora fina principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Algumas cooperativas ainda estão consumindo o estoque de madeira de 2015 e voltarão a comprar somente em dezembro para a secagem da nova safra de grãos. Entretanto, segundo algumas empresas produtoras e consumidoras, a demanda por madeira de processo aumentou na região Sul. Em setembro, as exportações de celulose aumentaram 8% em valor e volume em relação ao mês de agosto, sendo que cerca de 80% das exportações de celulose são de fibra curta (eucalipto). Este aumento também pode estar relacionado com a desvalorização do Real frente ao Dólar Americano no último mês. Em 2017, a demanda por tora fina (madeira para processo) deve subir na região Centro-Oeste, devido ao start-up previsto de uma nova fábrica de celulose. No mercado de tora grossa, a oferta para sortimentos de maior diâmetro está mais escassa. A maior parte das empresas que comercializam tora grossa de eucalipto no Sul, Sudeste e Centro-Oeste não incorporou a inflação nos custos. No Centro-Oeste, o mercado de madeira de maior diâmetro desta espécie ainda é incipiente, porém,
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62 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
segundo especialistas, a demanda existe. Os reflorestadores de eucalipto no Estado ainda mantém, na maioria o manejo voltado a ciclos curtos e produção de madeira fina, o que ainda é uma barreira para o aumento da oferta de madeira deste sortimento. • Comentários - Tora de pinus: De modo geral, os preços de lenha e de madeira em tora fina de pinus têm apresentado tendência de queda nos últimos meses. Apesar da alta oferta de tora fina (principalmente na região Sul), os novos empreendimentos (painéis e celulose) já citados em informativos anteriores aqui na B. Forest provocaram aumento de demanda. Alguns reflorestadores estão direcionando sua produção de madeira fina mais para clientes do setor de celulose e papel, já que a indústria de painéis ainda não retomou o crescimento. A demanda por toras de pinus acima de 18 cm continua aquecida nas regiões Sul e Sudeste. Algumas empresas estão sem estoque de tora grossa e têm repassado à inflação nos preços do produto. No Centro-Oeste, tem sido observada a busca de madeira serrada de pinus na região Sul para abastecer o mercado regional. Alguns produtores florestais têm comercializado toras acima de 25 cm, ao invés de esperem atingir diâmetro acima de 32 cm, devido à alta demanda de mercado. A venda de toras deste sortimento ao mercado interno, após período de desaquecimento, voltou a reagir devido aos sinais iniciais de perspectiva de recuperação futura da construção civil. Segundo o Sinduscon, o crédito imobiliário teve alta de 9,2% em Agosto/2016 em relação a Agosto/2015 e a expectativa é que a redução do endividamento das famílias deve reativar o setor imobiliário já em 2017. Produtores de florestas plantadas da região Sul começaram a observar a redução da inadimplência de clientes que atuam neste segmento.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 63
NA CRISE, FABRICANTES DE PORTAS APOSTAM EM QUALIDADE
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esde 2012, o nível de atividade da construção civil está abaixo do usual. Recentemente, o anúncio de reformulação do programa Minha Casa Minha Vida inclui o corte de subsídio aos mutuários
de menor renda. Neste cenário, o setor de portas de madeira também sentiu os reflexos da crise. A solução proposta pelos principais fabricantes nacionais é o investimento na qualidade. Por meio do PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações), desenvolvido pela Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), é possível certificar os produtos junto à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Com abrangência nacional, o Programa reúne e representa os fabricantes de portas de madeira do Brasil, atuando em várias ações que visam ao fortalecimento do segmento e ao atendimento dos requisitos estabelecidos nas normas brasileiras vigentes. Assim, é possível modificar a forma como o mercado consome esse produto e retomar o crescimento do setor. Além de garantir mais qualidade aos produtos, o PSQ-PME também deve nivelar o mercado e acabar com a concorrência desleal. A certificação deve fazer com que o comprador tome sua decisão por um produto com base em parâmetros preestabelecidos, e esse padrão já está começando a ser exigido. Dando sequência ao plano de divulgação do PSQ-PME, o grupo de empresas certificadas, liderado pela Abimci, participou, entre os dias 21 e 24 de setembro, da XI Feira Internacional de Esquadrias, Ferragens e Componentes (Fesqua), que aconteceu em São Paulo (SP). O estande do
Crédito: Divulgação / Abimci
Programa contou com a participação das 17 empresas que já têm seus produtos certificados.
64 ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
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ACARICIDA CAPTURE 400 EC
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mais novo lançamento da FMC para o manejo do eucalipto é o inseticida acaricida Capture 400 EC. “O registro do produto possibilita a alta eficiência para o controle eficaz
do percevejo bronzeado e da vespa-da-galha. São aplicadas baixas doses por hectare, com alto rendimento operacional, propiciando agilidade na aplicação e economia para o produtor”, explica o gestor de contas e desenvolvimento florestal da FMC, Fábio Marques, responsável pela apresentação do portfólio da empresa para o setor. O produto é pioneiro ao contar com o registro para o percevejo bronzeado do eucalipto no Brasil, possui rápido controle que minimiza as perdas em madeira, ação prolongada que diminui a reentrada na floresta, e tem flexibilidade de aplicação, podendo ser usado no viveiro e no campo. O inseticida acaricida de terceira geração é composto por nova molécula, que atende a legislação e possui segurança no uso e conformidade com as auditorias. O gerente de inseticidas da FMC, Adriano Roland, destaca a importância da proximidade com os produtores para que se compreenda suas necessidades específicas. “O monitoramento é a chave para o sucesso do manejo e para proteger as ferramentas existentes. Além disso, otimiza a performance do produto; controla no momento correto, minimizando os danos e evitando surtos populacionais; e traz ganhos operacionais”, comenta. A apresentação do produto ocorreu em evento promovido pela FMC nos dias 05 e 06 de outubro, em Indaiatuba (SP), onde palestrantes e convidados discutiram a atual situação do
Crédito: Painel Florestal
mercado brasileiro de florestas plantadas, especialmente de eucalipto.
66 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 67
FIBRIA ENTRE AS MELHORES
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Fibria foi escolhida pela segunda vez como destaque no setor de papel e celulose do Valor 1000. A premiação aconteceu em São Paulo, no dia 12 de setembro. Na 16ª edição do
anuário, a Fibria passou da 74ª posição em 2015 para a 56ª este ano no ranking geral, entre as 1000 maiores. A companhia foi destaque ainda na lista das 50 maiores da região Sudeste. O ranking é realizado pelo Valor Econômico em parceria com a Serasa Experian e o Centro de Estudos em Finanças da Eaesp/ FGV e analisa os mais diversos indicadores, da receita líquida ao endividamento e crescimento sustentável. São eleitas também as campeãs em 25 setores e cinco regiões. Marcelo Castelli, presidente da Fibria, destaca os bons resultados da companhia. “O projeto de expansão em nossa unidade de Três Lagoas, que já possui 50% das obras concluídas, é um dos maiores investimentos em andamento no país, o que mostra a competitividade e solidez da companhia”, aponta Castelli. No mesmo mês, a Fibria foi selecionada pela quinta vez para compor a carteira de ações para o período 2016-2017 do índice Dow Jones de Sustentabilidade Global (DJSI World), da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), principal referência em sustentabilidade do mercado para companhias de capital aberto. A empresa segue ainda, pela quarta vez, fazendo parte do
Crédito: Divulgação
Índice Dow Jones de Sustentabilidade de Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets).
68 NOTAS . B. FOREST
BRASIL TEM PRIMEIRO PRÉDIO EM WOOD FRAME
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o último dia 24, o município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), protagonizou a entrega do primeiro edifício construído com a tecnologia sustentável
wood frame do país. A montagem do prédio de três pavimentos durou 40 horas, com jornadas de oito horas de trabalho diárias. O empreendimento da Tecverde, feito em parceria com a CRM Construtora, tem duas torres de edifícios e faz parte do programa Minha Casa Minha Vida. O sistema construtivo utilizado conta com a aprovação do Ministério das Cidades e já foi premiado internacionalmente por fornecer ao setor um modelo mais eficiente e sustentável de construção. A montagem inaugura um novo ciclo para a empresa, que recentemente recebeu investimento internacional para ampliar a sua atuação no país. “Esta é a forma mais moderna que existe para se construir no mundo, com tecnologia de ponta, agilidade e economia. É o que nosso país precisa para sair da crise imobiliária e estamos orgulhosos de proporcionar isso ao Brasil”, comemora Caio Bonatto, sócio-fundador e CEO da Tecverde. Na avaliação da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), o lançamento do prédio vem em um momento estratégico. “A ação reforça a importância do desenvolvimento da norma técnica para o sistema wood frame”, acredita o superintendente da Abimci, Paulo Pupo. O trabalho para criação da norma está sendo
Crédito: Divulgação
coordenado pela Associação juntamente com o Sinduscon-PR e a Fiep.
B. FOREST . NOTAS 69
B.FOREST DOIS ANOS
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pós 24 edições mensais, publicadas desde 2014, a revista eletrônica B.Forest completa dois anos de cobertura especializada dos principais assuntos de relevância para o setor de
florestas plantadas. Assinada por profissionais que, além do conhecimento técnico, têm na sua essência a paixão pelo setor florestal, a B.Forest busca escutar o mercado, e por este motivo reúne especialistas renomados do segmento em seu Conselho Técnico, que garante a qualidade do material veiculado. A letra “B” no nome da revista vem do inglês “Be” e “Business”, representando o Ser florestal, o Estar na floresta e o fazer Negócios com a floresta. Em cada página, a B.Forest busca, acima de tudo, criar proximidade imediata, conectando os leitores ao mercado e seus profissionais. Nestes dois anos de atividade, a revista trouxe aos leitores um conteúdo gratuito e diverso, com foco em reportagens em profundidade. As matérias abordam uma vasta gama de temas relacionados ao setor, como: os métodos mais adequados para o controle de formigas cortadeiras; a importância das peças de reposição, mangueiras e vedações para o máximo rendimento de máquinas florestais; as novas tecnologias no melhoramento genético de Pinus; e a importância da malha viária para as operações florestais. O uso das fotografias, a legibilidade do texto e todos os aspectos gráficos da revista também foram cuidadosamente considerados para fornecer ao leitor uma experiência fluida de aprimoramento de conhecimentos nos temas desejados. Finalmente, a equipe da B.Forest agradece a você, leitor, por continuar nos acompanhando nesta jornada.
Crédito: Divulgação
Muito obrigado!
70 NOTAS . B. FOREST
TOMÓGRAFO PARA TRONCOS INTEIROS RECEBE PRÊMIO CIENTÍFICO
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uando um projeto de pesquisa implementou em uma serraria a tomografia computadorizada, normalmente utilizada para fins médicos, observou-se um aumento significativo
no valor dos produtos gerados. Dando continuidade a esta descoberta, os pesquisadores Alexander Katsevich e Federico Giudiceandrea desenvolveram um tomógrafo digital de alta velocidade. Como reconhecimento do valor de sua pesquisa, ambos receberam o Prêmio Marcus Wallenberg de 2016, em cerimônia realizada em Estocolmo, na Suécia. Com base no Algoritmo de Katsevich, refinado para tornar o processo de escaneamento mais adequado para situações nas quais o movimento rápido de troncos inteiros é necessário, os pesquisadores construíram um aparelho ultramoderno que hoje é comercializado em todo o mundo. A tomografia não-destrutiva de toras inteiras permite que densidade, nós, anéis, rachaduras e outras estruturas sejam identificadas antes do processamento do tronco. O tomógrafo de troncos tem uma capacidade superior comparada a de outros aparelhos similares: opera escaneando 120 metros por minuto, para acompanhar o ritmo de serrarias modernas, enquanto o mais avançado tomógrafo médico opera a 3 metros por minuto. Em serrarias em que a tomografia tridimensional do tronco é implementada, pode-se atingir um aumento de 10 a 15% na produtividade. Um aumento potencial de 20 a 25% é possível se todas as vantagens do acesso às propriedades internas da madeira são utilizadas. Estima-se que um investimento neste tipo de equipamento traz retorno em pouco mais de um ano para
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uma serraria de porte médio.
B. FOREST . NOTAS 71
NOVA TECNOLOGIA PARA GESTÃO DE RISCOS CLIMÁTICOS
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imprevisibilidade dos eventos climáticos representa um desafio constante para todo empreendimento florestal ou agrário. Contudo, isso não significa que o setor está à
mercê das mudanças do tempo. Graças à tecnologia, é possível superar desafios e otimizar a produtividade. É com este viés que a Kersys, especialista em soluções para a gestão florestal e do agronegócio, e a Climatempo, maior empresa de meteorologia da América Latina, juntam suas expertises na área de gestão florestal e de riscos ambientais para oferecer uma solução integrada de gestão de riscos climáticos voltada à otimização da gestão florestal. O sistema desenvolvido tem como objetivo melhorar o planejamento de atividades de curto, médio e longo prazo, assim como a mitigação de riscos, resultando no aumento da produtividade e da lucratividade. “A partir do E-KERSYS, os clientes terão acesso às informações climáticas e receberão alertas específicos para suas áreas de manejo como, por exemplo, risco de incêndios, chuvas, geadas, entre outros. Trata-se de uma solução que permite reduzir riscos climáticos e, consequentemente, aprimorar a gestão florestal”, explica o diretor de projetos da Kersys, José Roberto Pereira Jr. Além das possibilidades elencadas acima, o sistema permitirá a produção de informações pontuais e específicas, como análises históricas dos dados climáticos e previsões (tanto a curto
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quanto a longo prazo) para as áreas de interesse de cada cliente.
72 NOTAS . B. FOREST
SUZANO APRESENTA LIVRO SOBRE EUCALYPTUS NO BRASIL
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esenvolvido por pesquisadores da ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), em parceria com o IPEF (Instituto de Pesquisas e
Estudos Florestais) e apoiado pela Suzano, o livro “Eucalyptus no Brasil – Zoneamento Climático e Guia para Identificação” é fruto de mais de 10 anos de coleta intensa de informações botânicas e acesso a dados climáticos do Brasil e da região Australiana. A atualidade do conhecimento técnico que sustenta o conteúdo do livro é garantida pelo grau de especialização dos quatro autores, sendo dois deles colaboradores da Suzano: José Luiz Stape, gerente de tecnologia florestal, e Clayton Alcarde Alvares, consultor de tecnologia florestal. Também responsáveis pela autoria do livro, Thiago Bevilacqua Flores é doutorando da Universidade Estadual de Campinas, enquanto Vinicius Castro Souza atua como diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O objetivo dos pesquisadores é que a obra se torne uma ferramenta de campo, útil principalmente para produtores rurais e urbanistas. A publicação compreende as 47 principais espécies do gênero Eucalyptus cultivadas no Brasil e aborda os múltiplos usos das árvores pertencentes a essas espécies. Ademais, o livro apresenta informações relevantes aos pesquisadores e profissionais florestais sobre as necessidades climáticas específicas a cada uma delas. Crédito: Divulgação B. FOREST . NOTAS 73
74 FOTOS . B. FOREST
75 VÍDEOS . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 75
76 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. VÍDEOS 76
AGENDA
B.FOREST
MARÇO
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Três Lagoas Florestal Quando: 28 a 30
Onde: Três Lagoas (MS)
Informações: http://treslagoasflorestal.com.br/
ABRIL
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6ª Feira da Floresta Quando: 04 a 06
Onde: Gramado (RS)
Informações: http://www.futurafeiras.com.br
MAIO
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IUFRO Quando: 17 a 19
Onde: Viena (Áustria)
Informações: http://bfw.ac.at/internationalconference
JUNHO
07
ELMIA WOOD Quando: 07 a 10
Onde: Suécia
Informações: http://www.elmia.se/wood/
JULHO
07
Dia de Campo do Cedro Australiano Quando: 29 a 30
Onde: Campo Belo (MG)
Informações: http://conteudo.belavistaflorestal.com.br/dia-de-campo-do-cedro
B. FOREST
. AGENDA 77
AGENDA
B.FOREST
NOVEMBRO
28
Expocorma Quando: 08 a 11
Onde: Santiago (Chile)
Informações: http://www.expocorma.cl/
78 AGENDA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 79
80 ENTREVISTA . B. FOREST