2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
PLANEJAMENTO, A ALMA DO NEGÓCIO Na edição de julho da Revista B.Forest, apresentamos a importância do planejamento para o sucesso dos empreendimentos florestais. Sem ele, as atividades de plantio, silvicultura, colheita e transporte podem ser prejudicadas e em muitos casos não alcançar os níveis de qualidade e produtividade esperados. No que tange a silvicultura, quando o preparo de solo é adequado, as florestas rendem mais o potencial do material genético plantado vem à tona, trazendo maior lucratividade por hectare, porém o inverso também é verdadeiro. Já quando o aspecto analisado são as estradas de uso florestal, o planejamento é vital para que a indústria tenha sempre a matéria-prima disponível para a produção. Além disto, uma malha viária bem dimensionada reduz custos e diminui riscos operacionais. No caso dos incêndios, da mesma forma que o planejamento visa minimizar os impactos negativos, o monitoramento constante busca controlar e identificar o mais rápido possível os focos. Neste caso a tecnologia aplicada aos sistemas disponíveis no mercado fazendo toda a diferença. Saiba mais a respeito na página 36. Para completar a edição, conversamos com o diretor de negócios florestais e administrativos da WestRock no Brasil e novo presidente da ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais), Ali Abdul Ayoub. Saudações Florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Estagiário de Jornalismo: Luciano Simão Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik Revisão Técnica: Gustavo Castro
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 22 - Ano 03 - N° 07 - Julho 2016 Foto de Capa: Bayer
Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br © 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados.
B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
6 ENTREVISTA . B. FOREST
Crédito: Divulgação B. FOREST
. ENTREVISTA 7
Otimismo e confiança Ali Abdul Ayoub Diretor de negócios florestais e administrativos da WestRock no Brasil e presidente da ACR
O
novo presidente da ACR (Asso-
1990, logo após ter me formado em en-
ciação Catarinense de Empresas
genharia mecânica. Permaneci na empresa
Florestais) e diretor de negócios
até 1995, atuando na área de manutenção
florestais da WestRock, traz em sua baga-
industrial. No mesmo ano, iniciei minha
gem mais de 25 anos de experiência com
carreira na WestRock (Rigesa na época),
o setor florestal. Mesmo tendo se formado
na Fábrica de Papel de Três Barras, atuan-
em Engenharia Mecânica, Ali Abdul Ayoub,
do em diversas áreas: engenheiro de pro-
desde o início da carreira se envolveu com
jetos, área de produção de papel, gerência
empresas do segmento de base florestal,
de engenharia serviços técnicos. A partir
que utilizam a madeira como sua principal
do ano de 2010, passei a ter dedicação ex-
matéria-prima. Na entrevista exclusiva para
clusiva ao Projeto de Expansão da Fábrica
a Revista B.Forest, Ali falou sobre a implan-
de Papel WestRock em Três Barras, sendo
tação do primeiro Pomar Clonal de Semen-
responsável pela nova máquina de papel
tes de Pinus de 3ª geração do País na Wes-
e pela reforma da existente, bem como o
tRock, os desafios de estar frente a ACR e as
gerenciamento da construção do novo
oportunidades do setor florestal brasileiro.
empreendimento. Com o término do pro-
Confira!
jeto em agosto de 2012, assumi a diretoria florestal da WestRock, e em 2014, também a direção das áreas administrativas de Três
Pode contar um pouco sobre suas experiências no setor florestal? Por quais empresas passou? Minha carreira iniciou na Trombini em 8 ENTREVISTA . B. FOREST
Barras. Este ano, completo 4 anos na direção dos negócios florestais e administrativos da WestRock no Brasil e tenho me dedicado
“Para realmente impulsionar o setor, é necessário que a economia do País volte a crescer, que a estabilidade política seja
Crédito: Divulgação
retomada e que tenhamos o apoio do Governo”
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
aos aspectos relacionados ao manejo flo-
e agora com a WestRock se fortalecem. A
restal, especialmente nas questões de qua-
WestRock chegou com o mesmo compro-
lidade dos processos florestais.
misso de crescimento no Brasil e de oferecer aos clientes a mais elevada qualidade
Quais são as principais experiências
de serviços, produtos e soluções em papéis
que carregou dos anos de dedicação ao
e embalagens, conduzidos e alavancados
setor?
pelo profundo conhecimento de mercado
Tivemos um grande avanço tecnológico
e pela mais avançada tecnologia.
e produtivo na fábrica de papel da WestRock
Apesar do desafiador cenário macroe-
em Três Barras, e durante minha carreira
conômico brasileiro, continuamos com-
na área industrial liderei grandes projetos
prometidos com o crescimento do País.
como o novo turbo gerador, a caldeira de
Ele é reflexo da habilidade de nossa ope-
força, melhorias na celulose, entre outros,
ração do Brasil de entregar resultados ex-
e por fim, o maior investimento de 1 bilhão
tremamente promissores neste difícil ano,
de reais da história da WestRock no Brasil,
por meio da flexibilidade das nossas ofertas
o Projeto de Expansão da Fábrica de Três
(soluções diferenciadas de papel e papelão
Barras, que dobrou a produção de papel de
ondulado), mas também, e, pelos esforços
650 ton/dia para 1.300 ton/dia. Estando a
de nosso time para aumentar a produtivi-
frente da divisão florestal, procuro levar a
dade com gerenciamento adequado de
experiência adquirida na área industrial ao
custos.
longo de mais de 20 anos para a divisão florestal.
E os planos para o futuro? Quais áreas devem receber os maiores investimentos?
O que mudou com a união da MWV e a RockTenn?
O cenário se mostra delicado, mas, apesar dos números, apostamos no potencial
A WestRock é uma empresa global e líder
do mercado brasileiro. Acreditamos que
em soluções únicas em papéis e embala-
com a estabilização econômica e política
gens, profundamente comprometida com
do País, os investimentos devem acontecer
o cliente, com inovação e com excelência
tanto em nossa área fabril quanto na flores-
operacional. Estes já eram valores da MWV
tal. Este ano, expandimos nossa caldeira de
10 DIA DE CAMPO . B. FOREST
recuperação da Fábrica de Papel Três Barras, investimento de US$ 10,5 milhões que aumentará nossa capacidade de produção de celulose.
Quais os planos para o futuro nesta área? No primeiro trimestre de 2016, alcançamos um novo patamar tecnológico, implantando o primeiro Pomar Clonal de Se-
A empresa é referência mundial em
mentes de Pinus de 3ª Geração do País, um
produtividade de pinus. O que este status
marco inédito para a silvicultura brasileira.
representa para a empresa?
Ele ainda não está em escala operacional,
São mais de 60 anos de desenvol-
mas as predições indicam resultados exce-
vimento contínuo em P&D, sendo líder
lentes em termos de incremento médio e
mundial em melhoramento genético e
aproveitamento da madeira, muito acima
produtividade de Pinus taeda e Eucalyp-
da média nacional. Com estratégia já im-
tus dunnii, com as melhores taxas de
plementada, a WestRock produz sementes
crescimento no mundo para estas espé-
oriundas de polinização massal controlada
cies. Este legado é a base para continu-
e que em breve serão disponibilizadas ao
armos atingindo os mais elevados pata-
mercado. Atualmente, a empresa possui 35
mares de produtividade e também para
ha de pomares clonais produzindo semen-
suprir o mercado com material genético
tes de polinização massal controlada de 1,5
de procedência confiável, desenvolvido
G e 2ª G.
para as condições de clima e solo do Sul do Brasil e com performance comprova-
Recentemente, assumiu a presidência
da. O nosso compromisso contínuo com
da ACR. Quais são os principais desafios
a inovação, nos permitiu desenvolver no-
que terá que vencer?
vas opções economicamente viáveis de
As empresas florestais catarinenses e
Eucalyptus para a WestRock. A área de
a ACR tiveram muito progresso ao longo
pesquisa e tecnologia da divisão flores-
dos últimos anos, entretanto, ainda exis-
tal iniciou testes com diversas espécies
tem desafios de infraestrutura e logística
oriundas da Austrália, entre elas o ben-
que precisam ser superados no Estado, o
thamii, espécie que se destacou espe-
que demanda investimentos em rodovias
cialmente pela tolerância ao frio e geada.
e estradas para melhorar o escoamento da B. FOREST
. ENTREVISTA 11
produção e matérias-primas. Outro desa-
do setor, são encontrados no Anuário Es-
fio é a constante análise e debate quanto
tatístico de Base Florestal para o Estado
a elevada carga tributária para as empresas
de Santa Catarina 2016 (ano base 2015). O
do setor, o que acaba onerando o custo de
Anuário encontra-se na sua 2ª edição, e é
produção e, consequentemente, a lucra-
uma iniciativa da ACR, com objetivo princi-
tividade e competitividade deste mercado.
pal de divulgar o setor e suas potencialidades. Também ressalto que a produtividade
Como avalia o desenvolvimento do setor florestal em Santa Catarina?
de nossas florestas é uma das melhores do mundo tanto para Pinus quanto Eucalyptus.
O Estado é destaque no setor de base florestal. Com apenas 1,12% do território brasileiro, sendo o 20º Estado em extensão
Voltando ao setor florestal, quais são as perspectivas para o futuro?
territorial, é o 2º no ranking de área plan-
Vejo com muito otimismo e confiança!
tada com Pinus, e o 13º em Eucalyptus.
De forma geral, temos todas as condições
Santa Catarina tem participação expressiva
favoráveis para que o negócio florestal se
nos quatro principais segmentos que inte-
fortaleça ainda mais nos próximos 10 anos:
gram o setor florestal: silvicultura, celulose
solo fértil, bom clima, profissionais com-
e papel, indústria madeireira e móveis. São
prometidos, motivados e produtivos, temos
mais de 90 mil empregos diretos e formais.
tecnologia de ponta na floresta e indústria,
O IDH nos municípios tradicionais de base
temos o melhor material genético e pro-
florestal evoluiu 47%, no período 1991-
dutividade. Para realmente impulsionar o
2010, enquanto a média do Estado cresceu
setor, é necessário que a economia do País
43%. O Valor Bruto da Produção foi da or-
volte a crescer, que a estabilidade política
dem de R$1,42 bilhão em 2015. Em linhas
seja retomada e que tenhamos o apoio do
gerais, a área em terras ocupada pelo setor
Governo para uma reforma tributária ade-
de base florestal plantada é de pelo menos
quada, e para melhorar nossas condições
1,5 (uma vez e meia) a área efetivamente
de infraestrutura. Neste cenário, novos in-
plantada, sendo essa diferença ocupada
vestimentos ocorrerão e a demanda por
por áreas com florestas nativas protegidas.
madeira vai se tornar mais forte do que é
Estes dados, bem como mais informações
hoje, impulsionando novamente o setor.
12 ENTREVISTA . B. FOREST
Com conforto e estabilidade, sua produtividade cresce.
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B. FOREST . MANEJO 13
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Rendimento Máximo
Q
ual a real importância do preparo de solo para que o rendimento das florestas seja alcançado? A pergunta pode ser simples, mas diversas variáveis são trabalhadas no dia
a dia do campo para que a alta qualidade do material genético não seja desperdiçada e o país continue ocupando posição de destaque no cenário mundial.
14 SILVICULTURA CERTIFICAÇÃO .. B. B.FOREST FOREST
Crédito: Divulgação B.B.FOREST FOREST . . CERTIFICAÇÃO SILVICULTURA 15
Q
uando um profissional florestal é
quado, certamente há uma limitação física
questionado sobre as oportuni-
para o melhor desenvolvimento da árvore,
dades do setor, automaticamen-
o que, certamente acarreta em perdas do
te, diversos argumentos positivos são enu-
potencial do crescimento do material ge-
merados. As condições edafoclimáticas
nético”, afirma.
são as primeiras, seguidas das tecnologias
Uma boa subsolagem permite às mu-
aplicadas às operações e a qualidade do
das enraizarem rapidamente conferindo ao
material genético. Todos os argumentos
plantio um arranque de crescimento ho-
são coerentes, porém, um fator essencial
mogêneo. “A partir do bom desempenho
nem sempre é destacado, a qualidade do
desta atividade, outras inerentes ao pre-
preparo de solo. Quando ele não é leva-
paro de solo como, fostatagens e aduba-
do em consideração pode comprometer o
ções serão facilitadas, tanto na distribuição
potencial do material genético.
quantitativa recomendada dos insumos,
“Quando existirem boas condições de
como na aplicação dos mesmos na pro-
solo, o potencial genético de uma planta
fundidade adequada para a rápida absor-
vai se manifestar. O correto preparo esti-
ção pelas raízes”, justifica Fernando Moro,
mula o crescimento radicial nas camadas
gerente de silvicultura da BSC/Copener.
superficiais, com isso a planta tem maior
Dependendo do tipo de solo, textura,
capacidade para se desenvolver”, explica o
concentração de argila, impedimento físi-
Dr. José Leonardo de Moraes Gonçalves,
co, o solo requer um preparo de solo mais
professor de solos e nutrição florestal da
ou menos intensivo. Por isto, é preciso en-
ESALQ (Escola Superior de Agricultura “Luiz
contrar um meio termo entre o custo do
de Queiroz” - Universidade de São Paulo).
preparo de solo e a qualidade do mesmo
O preparo de solo, a adubação e a ma-
para se propiciar o crescimento da floresta.
nutenção são vistas pelo professor de sil-
“Se o solo é arenoso, mais aerado, não há
vicultura da UFPR (Universidade Federal do
um impedimento tão grande e não é pre-
Paraná), Dr. Ricardo Malinovski como ativi-
ciso fazer um preparo de solo tão inten-
dades integradas. “Uma depende da outra
sivo. Mas se o solo tem um impedimento
para o sucesso profícuo da produtividade
físico e teor de argila mais alto, é necessá-
florestal. Sem um preparo de solo ade-
rio realizar um preparo de solo mais pro-
16 SILVICULTURA . B. FOREST
fundo, que desestruture o solo e propicie
Mesmo as empresas que trabalham com
o crescimento da planta. Um preparo de
subsolagem em uma determinada profun-
solo mais agressivo custa mais caro, então
didade procuram não abrir demais a linha
se ele for realizado em um solo que não
de plantio, buscando preservar o solo sem
exige esta operação, haverá desperdício
remover todo o resíduo que fica no talhão
de um recurso importante”, justifica Mario
para aliar as condições necessárias ao en-
Grassi, gerente de silvicultura da Fibria em
raizamento das plantas com a conserva-
Três Lagoas.
ção do solo. Isso reflete diretamente na sustentabilidade da produtividade flores-
Destaque para o Brasil
tal”, destaca Mario Grassi. Este aspecto interfere diretamente nas
ca o Brasil na vanguarda, é o alinhamen-
atividades de colheita de madeira. “Sabe-se
to do preparo do solo à conservação do
que a relação da textura do solo, umida-
mesmo. “Hoje a maioria das empresas bra-
de existente no período em que o mesmo
sileiras está trabalhando com um conceito
for trabalhado e a presença de resíduos no
de cultivo mínimo incorporado ao manejo.
campo, nos dão uma indicação importante
Crédito: Divulgação
Um ponto muito importante, que colo-
B. FOREST . SILVICULTURA 17
Crédito: Divulgação
sobre a capacidade de suporte destas áre-
devida correção do solo e aplicação cor-
as. Esta informação deve ser utilizada para
reta da adubação respeitando as carac-
se evitar compactações, redução da poro-
terísticas físicas de cada região, por meio
sidade, permeabilidade, perdas de matéria
de listas técnicas bem calibradas, deve
orgânica, água e solo do sistema, tanto na
ocorrer quando o solo estiver devidamen-
colheita como na silvicultura”, exemplifica
te descompactado/desestruturado. “Inde-
Fernado Moro.
pendentemente do tipo de solo, o essen-
De acordo com Fernando, os resíduos provenientes da colheita, estes podem di-
cial para potencializar o crescimento é o volume de solo que será preparado.”
ficultar o bom acabamento das linhas de
Quando ele está adequado, reduz a re-
preparo, todavia ajudam a criar uma ca-
sistência à penetração das raízes, aumenta
mada protetora entre o solo e a atmosfera,
a porosidade do solo e sua aeração, per-
protegendo-o contra erosão e variações
mitindo às raízes da planta explorar melhor
térmicas que impactam na atividade dos
o ambiente em que se encontram, na bus-
microrganismos e da fauna do solo.
ca por água e nutrientes, gastando menos
Para o professor Ricardo Malinovski, a 18 SILVICULTURA . B. FOREST
energia.
B. FOREST . CERTIFICAÇÃO 19
Reforma de Áreas
lizando máquina base e implemento aco-
Empresas florestais tradicionais estão
plado na lança, uma espécie de pinça,
reformando áreas que já passaram por
com a intenção de utilização dos tocos
diversos ciclos de plantio, esta ativida-
para geração de energia. “Em um passa-
de pode acarretar problemas na hora do
do recente, algumas empresas avaliaram
preparo do solo em função dos tocos re-
e testaram este sistema, porém não con-
manescentes. Vários equipamentos e téc-
seguiram provar a viabilidade econômica
nicas já foram desenvolvidos e testados
para o atual momento vivido”, detalhou o
a fim de minimizar este passivo. Algumas
professor de silvicultura da UFPR. Outra questão muito atual é o reali-
rebaixamento de tocos, como mulchers,
nhamento dos plantios. “Com o acumulo
em outras se faz a retirada de tocos uti-
de vários ciclos, tocos foram mantidos no
Crédito: Divulgação
empresas adotaram equipamentos para
20 SILVICULTURA . B. FOREST
campo. Por isto, hoje uma das principais
área de preparo de solo sem obstruções
inovações em preparo de solo tem rela-
às máquinas e implementos.
ção com o realinhamento do plantio, de
Já na Fibria, são mantidos os tocos nos
forma a facilitar as operações de colheita
talhões. “Fizemos alguns testes na remo-
e também os tratos culturais pós-plantio”,
ção, mas a atividade é cara e só se via-
explica o professor da ESALQ.
biliza se existir um mercado de consumo
Como exemplo, a BSC/Copener possui
deste resíduo muito próximo das florestas.
florestas de primeiro a quinto ciclo, com
Também existem diversos questionamen-
presença constante de tocos nas linhas de
tos em relação à sustentabilidade do solo
preparo do solo e nas demais atividades
quando se está retirando a matéria orgâ-
de manutenção. Além disto, novos espa-
nica dali”, detalha Mario Grassi.
çamentos vêm sendo recomendados para adequar a diversidade de seus materiais
Tendências
genéticos aos distintos ambientes climá-
Tendo em vista a busca constante pelo
ticos existentes no norte baiano. “A partir
melhor rendimento do material genético,
deste cenário, estamos revisando os es-
as empresas florestais têm buscado supor-
paçamentos e alinhamentos de plantio,
te na tecnologia para otimizar as ativida-
no intuito de otimizar a conservação da
des. “Com o aporte de tecnologia embar-
água no sistema e mitigar custos futuros
cada nos equipamentos para o exercício
de corte, baldeio e transporte. Para tanto,
da silvicultura de precisão, os equipamen-
como procedimento operacional, utiliza-
tos passam a ter sensores eletrônicos para
mos o rebaixamento de tocos como ati-
controlar a profundidade do plantio, por
vidade antecessora da subsolagem pro-
exemplo. Nos projetos mais avançados, os
funda (110 cm), fosfatagem e fertilização
equipamentos estão georreferenciando as
de base mecanizada, além de permitir o
linhas de preparo de solo e, consequente-
acesso às operações mecanizadas subse-
mente, as linhas de plantio”, informa José
quentes”, conta Fernando. Em áreas onde
Leonardo de Moraes Gonçalves.
o acúmulo de resíduos é demasiado, a em-
Mario Grassi da Fibria, conta que as
presa utiliza limpa trilhos de lâmina frontal
empresas têm trabalhado muito e repen-
nas linhas de plantio para promover uma
sado conceitos em relação ao alinhamenB. FOREST . SILVICULTURA 21
to do plantio. “Afinal o preparo de solo não
do é positivo em relação aos custos, com
é apenas a desestruturação do solo em si
ganhos de escala e tempo. A conjugação
para propiciar o enraizamento, o alinha-
de atividades reduz a demanda por má-
mento do plantio e o direcionamento da
quinas e operadores qualificados, sendo
floresta.” Ele explica que com as máquinas
este o principal objetivo das empresas. Na
pesadas que fazem o preparo de solo, o
contramão da redução de custos, a quali-
processo se torna mais adequado evitan-
dade das operações pode ser afetada ne-
do a erosão no talhão e possibilitando a
gativamente, consumindo os ganhos de
conservação do solo.
custos a partir do detrimento da produ-
Outra tendência é o agrupamento de
tividade da floresta. Se os parâmetros de
atividades para gerar a redução de custos e
qualidade estão sendo bem monitorados,
ganho operacional. Até na última década,
a conjugação de operações distintas pode
o preparo de solo era feito por um subso-
ser uma boa estratégia para a redução de
lador que fazia única e exclusivamente o
custos sem acometer a produtividade”,
preparo de solo. Hoje, durante esta ativi-
pondera. Fato é que o correto preparo de solo
o preparo de solo, a adubação de base do
permite que o material genético se ex-
plantio, a marcação de cova e já se apli-
presse da melhor forma, proporcionando
ca o herbicida pré-emergente. Conforme
o melhor desenvolvimento das árvores e,
Fernando Moro, as atividades conjugadas
consequentemente, maior lucratividade
trazem consigo prós e contras. “O resulta-
para as empresas.
Crédito: Divulgação
dade, em uma única visita ao talhão, se faz
22 SILVICULTURA . B. FOREST
B. FOREST . 10 ANOS PONSSE 23
Crédito: Fotos Gustavo Castro 26 ESTRADAS ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST . B. FOREST
Readequação da Malha Viária
Q
ual é a real importância das estradas no processo produtivo florestal? A resposta pode ser simples: plantar florestas e ter garantia do constante abastecimento
de madeira para o processo produtivo. Porém, quais aspectos estão envolvidos na
B. FOREST
. B.ANÁLISE FOREST MERCADOLÓGICA . ESTRADAS 27
Crédito: Divulgação
correta construção ou readequação da malha viária?
A
rede viária florestal é de fundamental importância para o sucesso da implantação, manutenção, proteção, colheita, transporte de madeira e administração de um povoamento florestal. Quando uma rede viária é bem planejada reduz
custos, diminui riscos operacionais e proporciona garantia de abastecimento fabril. Mas o que define uma rede viária? O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é a sua localização geográfica, a necessidade do escoamento da madeira até a fábrica, o tipo de produto produzido e o recurso financeiro disponível para investimento. “Outro aspecto é o modal de transporte utilizado. Dependendo da composição veicular de carga, os padrões técnicos das estradas deverão ser diferentes e compatíveis”, explica o consultor florestal da Malinovski, Gustavo Castro.
Finalidades das Estradas Permitir o escoamento da produção; Facilitar o transporte de máquinas, insumos e pessoas; Garantir o combate a incêndios florestais e o controle profilático; Otimizar a distância de extração; Facilitar o planejamento e manejo das áreas florestais; Contribuir com as comunidades que vivem no entorno do povoamento; Garantir a madeira em pontos acessíveis para transporte.
A Ferbasa, empresa localizada na Bahia
lha viária bem definida. Em 2013, decidimos
e que possui aproximadamente 25 mil hec-
contratar caminhões do tipo romeu e julieta
tares de plantio de eucalipto, passou pela
e bitrem, o que fez que procurássemos um
elaboração de um Plano Diretor de Estra-
modelo de construção de estrada que fosse
das Florestais. Um dos motivos que levou a
mais adequado a essa composição”, conta
empresa a repensar suas estradas foi o tipo
Sebastião Andrade, diretor florestal da Fer-
de composição veicular que utilizava. “Nos-
basa.
so transporte era feito com caminhões de
Um aspecto extremamente relevante
pequeno porte. Estes não exigiam uma ma-
quando se trata de estradas é a densidade
28 ESTRADAS . B. FOREST
das mesmas. Afinal ela está diretamente as-
tos de colheita, silvicultura, perda de área
sociada aos custos de construção e manu-
produtiva e passivos ambientais.
tenção. “Quanto maior a densidade, maior
“A readequação da malha viária foi im-
serão os investimentos/custos, assim como
portante para a Ferbasa porque tínhamos
o percentual de perda de área produtiva.
grande densidade porém, estradas sem uma
Porém, na contramão, os custos de colheita
estruturação adequada. O redimensiona-
terão redução”, afirma Gustavo Castro. Nes-
mento nos ajudou a otimizar nosso trans-
te processo, encontrar a densidade ótima ou
porte, diminuindo a quantidade de estradas
aceitável das estradas consiste na elabora-
e aceiros. Assim pudemos transformar parte
ção de curvas de custo para as atividades de
dessas estradas em áreas produtivas”, deta-
construção, manutenção de estradas, cus-
lha Sebastião Andrade.
Densidade de Estradas Densidade ótima: trata-se da quantidade ideal de estradas por área de efetivo plantio. Densidade aceitável: corresponde ranger de variação aceitável com base nos custos da
Crédito: Divulgação
densidade ótima.
B. FOREST . ESTRADAS 29
Desafios da readequação
De acordo com o consultor da Malino-
A estrada deve atender não só a parte de
vski, desenvolver um Plano Diretor de Estra-
implantação florestal, mas também a fase
das Florestais exige um planejamento deta-
de manutenção, colheita e transporte. O
lhado de todas as etapas que compõem o
planejamento deve estar bem equilibrado
processo. “Quando estamos redesenhando
de forma econômica, ambiental, técnica e
a malha viária, avaliamos diversos aspectos
social.
como as possíveis estradas utilizadas para o
Durante o planejamento da implanta-
transporte de madeira, a distância média de
ção florestal, por exemplo, já é necessário
extração, o período de utilização das estra-
ter conhecimento do traçado das estra-
das (épocas de chuva e seca), a necessidade
das, quantidade de madeira que será colhi-
de revestimento, a intensidade de tráfego e
da, qual o tipo de composição que fará o
eventuais resenhos dos talhões.”
transporte, o sistema de colheita adotado e,
rão percorridas todas as áreas de colheita,
Crédito: Divulgação
é claro, a garantia do abastecimento fabril.
No caso da Ferbasa, em sete anos, se-
30 ESTRADAS . B. FOREST
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 31
por isto, a readequação das estradas levou
reduzir custos, diminuir riscos operacionais
este aspecto em consideração. “Sabemos
e garantir o abastecimento fabril, propor-
os procedimentos, técnicas e atividades
cionando melhor controle do fluxo de cai-
de construção de estrada que serão exe-
xa.
cutadas anualmente, como a construção de obras de arte, manobradores, cascalha-
Investimento X Custos
mento, abertura de rampa, recuo”, detalha o
Construir estradas de alto padrão não é
diretor florestal da Ferbasa.
uma atividade barata. Tendo conhecimento desta realidade as empresas planejam e
restais contém um cronograma físico finan-
executam cuidadosamente as suas estradas
ceiro de curto, médio ou logo prazo que
tentando otimizar os investimentos. Porém,
auxilia na tomada de decisões estratégicas,
em algumas situações, as estradas acabam
no que diz respeito aos investimentos dos
sendo construídas reativamente sob de-
próximos anos. Com ele também é possível
manda por influência dos custos envolvidos.
Crédito: Divulgação
Um bom Plano Diretor de Estradas Flo-
32 ESTRADAS . B. FOREST
“O redimensionamento nos ajudou a otimizar nosso transporte, diminuindo a quantidade de estradas e aceiros. Assim pudemos transformar parte dessas
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estradas em áreas produtivas”
B. FOREST . ESTRADAS 33
Crédito: Divulgação
De acordo com Sebastião, esta era a rea-
ria, chegando a uma densidade aceitável
lidade da Ferbasa. “Construíamos de acordo
da estrada também é possível obter ganhos
com a demanda e mantínhamos um esto-
como o aumento de área produtiva, redu-
que, muitas vezes elevado, nas unidades de
ção da densidade, diminuição de passivos
produção. Com a definição do Plano Dire-
ambientais, segurança operacional e me-
tor de Estradas Florestais, estamos investin-
lhora do fluxo de transporte.
do muito em estradas, mas por outro lado,
O uso do Plano Diretor de Estradas Flo-
reduzimos os custos de armazenamento da
restais evitará desperdícios e garantirá de
madeira nos pátios das unidades de produ-
forma técnica e econômica o melhor uso
ção. Além do ganho operacional também
dos recursos. Independente do porte da
tivemos ganhos financeiros porque esta-
empresa, o planejamento é essencial para
mos fazendo uma melhoria para as nossas
garantir a realização das operações de co-
estradas e florestas”, justifica.
lheita e transporte e consequentemente, o
Quando se redimensiona a malha viá34 ESTRADAS . B. FOREST
abastecimento fabril.
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 35
36 INCÊNDIO 10 ANOS PONSSE . B. FOREST . B. FOREST
A luta contra Hefestos
A
no após ano, chega, juntamente ao período de seca, a preocupação com os incêndios florestais. Dados recentes do INPE, mostram aumentos expressivos em diversos
Estados brasileiros. Paralelamente ao alarde nacional, vem a preocupação das empresas que possuem áreas plantadas, afinal como está sendo realizado o monitoramento e controle dos
Crédito: Divulgação
ativos?
B. FOREST B. FOREST . 10 ANOS . INCÊNDIO PONSSE 37
D
e janeiro até julho já foram detec-
minosas (motivadas pela intervenção hu-
tados mais de 33 mil focos ativos
mana). No caso dos incêndios em florestas
de incêndios pelo satélite INPE
plantadas, uma das principais causas são as
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
criminosas. Estima-se que 95% dos incên-
Este número é 15,7% superior ao medido
dios são causados por ações dos homens,
no mesmo período de 2015. O preocupante
como jogar uma bituca de cigarro ou rea-
é que os Estados com os maiores plantios
lizar queimadas para preparo de áreas de
florestais do País também tiveram aumen-
plantio agrícola de forma não controlada.
tos acima da média, São Paulo teve 96,8% e Minas Gerais 39,5%.
Levando este cenário em consideração, as empresas florestais adotam mecanismos
Conceitualmente, são três as causas que
para realizar uma rápida detecção do in-
podem ocasionar um incêndio: as naturais
cêndio e posterior combate. Até um pas-
(resultantes de raios e catástrofes naturais,
sado recente, a principal atividade realizada
sem intervenção humana); as acidentais
era a observação das áreas plantadas por
(causadas por eletricidade ou chamas ex-
um operador em cima de uma torre. Os ris-
postas a materiais combustíveis) e as cri-
cos nesta atividade eram eminentes, com a Focos de Incêndios no Estado de Minas Gerais (2015 x 2016)
Focos de Incêndios no Brasil (2015 x 2016)
1,002
AUMENTO DE 15,7%
28,677
2015 (Jan - Jul)
33,177
1,398
fonte: INPE
AUMENTO DE 39,5%
2016 (Jan - Jul)
Focos de Incêndios no Estado de São Paulo (2015 x 2016)
2016 (Jan - Jul)
1,366 694 2015 (Jan - Jul)
38 INCÊNDIOS . B. FOREST
2016 (Jan - Jul)
fonte: INPE
2015 (Jan - Jul)
fonte: INPE
AUMENTO DE 96,8%
Crédito: Divulgação
chegada da tecnologia eles foram minimi-
rior a instalação do sistema. Sem contar a
zados.
possibilidade de identificar os talhões com
Hoje acredita-se que a melhor ferramenta para controle combina a captura de
mais focos de incêndio e se necessário mudar estratégias de combate.
imagens de câmeras, estrategicamente instaladas em torres, e um software especiali-
Tecnologia Disponível
zado de detecção de incêndios.
No
caso
da
empresa
sul-africana,
Um obstáculo encontrado pelas empre-
Working on Fire, que tem mais de 30 anos
sas especializadas em ações preventivas ao
de experiência em serviços de manejo inte-
incêndio é o fato de alguns empresários te-
grado de fogo, a orientação preza pelo uso
rem dúvida em relação ao custo da implan-
do sistema que trabalha em conjunto com
tação da ferramenta. Muitos deixam de cal-
informações captadas por satélites e esta-
cular o valor investido em outros modelos
ções meteorológicas, de forma, que além
de controle com profissionais nas torres e
de detectar o incêndio ainda seja possível
os possíveis problemas de saúde ocasiona-
elaborar e divulgar um índice diário de risco
dos. Em muitos casos, esta conta é supe-
de incêndio e cruzar informações entre o B. FOREST . INCÊNDIOS 39
previsto e o que de fato ocorreu. “Além dis-
fogo, aciona os brigadistas. “Hoje ainda são
to, pode ainda ser utilizado para proteção
necessários profissionais na sala de contro-
patrimonial, acompanhamento de índices
le acompanhando o monitoramento, mas
de produtividade das florestas, comunica-
estamos terminando de consolidar o sis-
ção digital e muitas outras funcionalidades”,
tema de monitoramento automático, que
explica Daniel Santos, gerente de finanças
será lançado em outubro deste ano”, conta
da Working On Fire Brasil.
Vailton Ramos, engenheiro eletricista e do setor de projetos da Aton. Quando estiver
tema de videomonitoramento florestal que
disponível a tecnologia para detecção de
faz o controle em tempo real do fogo e a
focos iniciais de incêndio “fumaça ou cha-
fumaça em uma cobertura de até 15 km²
mas”, um algoritmo analisará as mudanças
de raio. Com o uso deste sistema, as in-
nos frames da imagem e gerará um alarme
formações captadas são transmitidas para
na central de monitoramento para o devi-
a central de controle, que a partir do mo-
do tratamento, acionando as brigadas mais
mento que identifica alguma fumaça ou
próximas. Crédito: Divulgação
Já a Aton, desenvolveu o Saffira, um sis-
40 INCÊNDIOS . B. FOREST
Crédito: Divulgação B. FOREST B. FOREST . 10 ANOS . INCÊNDIO PONSSE 41
Crédito: Divulgação Suzano
Principais Vantagens
rem rapidamente detectados também têm
Não há dúvidas que quando o perigo
automaticamente sua localização georrefe-
eminente é o fogo perder tempo na ação de
renciada, possibilitando que as equipes de
combate pode ocasionar danos catastrófi-
combate possam chegar ao local da ocor-
cos ao empreendimento florestal. Por isto,
rência com total precisão.
Sean Bays, consultor de vendas da Working
Luciano Souza, engenheiro eletricista e
On Fire, defende a utilização das câmeras
do setor de projetos da Aton destaca que
como ferramenta para a identificação dos
o principal benefício dos sistemas de vide-
focos de incêndio. “Com elas conseguimos
omonitoramento é a redução do custo de
uma detecção rápida e então podemos
mão de obra. “Com eles, a vigilância ocor-
despachar com muita rapidez os recursos
re 24 horas por dia, quando um profissional
de combate. A consequência é que em ge-
fica na torre de controle isto não é possível.
ral o primeiro combate acontece enquanto
Além disto, as empresas podem acompa-
o incêndio é relativamente pequeno, o que
nhar as câmeras por acesso remoto”, justi-
naturalmente, facilita a ação de combate e
fica.
minimiza as áreas queimadas”, afirma.
Mesmo com a atualização da tecnolo-
No caso da Working On Fire, os sistemas
gia o diferencial humano ainda é essen-
operam 24 horas por dia e 7 dias por sema-
cial, afinal na sala de controle as imagens
na. Nesta situação, além dos incêndios se-
são avaliadas e os alarmes de incêndios são
42 INCÊNDIOS . B. FOREST
confirmados com auxílio de profissionais
e ao clima, que possibilitam a transmissão
treinados.
dos dados em tempo real para uma central de controle de qualquer indício de fumaça
por vídeo e instalou nos Estados da Bahia,
ou movimentação de veículos nas áreas de
Espírito Santo e Minas Gerais, torres de mo-
plantio e preservação ambiental. “O vídeo
nitoramento com câmeras de alta definição
monitoramento também auxilia na visua-
e visão noturna, resistentes à temperatura
lização de possíveis pragas e doenças que
Crédito: Divulgação
A Suzano apostou no monitoramento
B. FOREST . INCÊNDIOS 43
possam comprometer a copa das árvores,
câmeras de infravermelho podem acompa-
além de colaborar com o trabalho das equi-
nhar as florestas até mesmo à noite.
pes de vigilância patrimonial. O uso da tec-
A África do Sul, por conta das caracterís-
nologia representou ganhos em qualidade,
ticas do seu território também precisou de-
período de monitoramento e redução de
senvolver tecnologias e infraestrutura para
custos”, explica o gerente de desenvolvi-
prevenir e combater os incêndios florestais.
mento e excelência operacional da Suzano
Atualmente, existe um intercâmbio de técni-
na Bahia, Sérgio Lopes dos Santos.
cas e profissionais sul africanos com os principais centros de prevenção e combate em
Experiência Internacional
todo o globo, dentre eles podemos destacar
Quando a análise sobre incêndios deixa
o US Forest Service, o CIFFC (Canadian In-
de ser nacional, alguns países se destacam,
teragency Forest Fire Centre), dentre outros.
tanto pelos problemas ocasionados pelos incêndios quanto pela tecnologia que utilizam para se prevenir e controlar o fogo. Entre eles estão: África do Sul, Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos e Portugal. Por conta do seu desenvolvimento econômico e militar, os EUA foram um dos primeiros países a formatar brigadas de combate a incêndios florestais e criar organizações de proteção nacional. Atualmente, nes no combate ao fogo. O Instituto Desert é um deles. Segundo o pesquisador Adam Watts, o uso das aeronaves não tripuladas com câmeras, permite que ao perceber focos de incêndio, seja possível mover pessoas ou equipamentos para onde for necessário e longe do perigo. Além disto, os drones com 44 INCÊNDIOS . B. FOREST
Crédito: Divulgação
se acompanha no País a utilização de dro-
B. FOREST . 10 ANOS PONSSE 45
O Nascimento de Uma Gigante
K
labin inaugura fábrica no Paraná para produção de celulose branqueada de fibra curta, celulose branqueada de fibra longa e celulose fluff.
46 LANÇAMENTO TECNOLOGIA . . B.B.FOREST FOREST
B. FOREST . LANÇAMENTO 47
Crédito: Divulgação / Klabin
Q
uando o mercado teve acesso ao
oportunidades
Projeto Puma, em março de 2014,
geração de renda, qualificação profissional
os números já surpreendiam e
e incremento na arrecadação de impostos,
geravam expectativas positivas para o setor
contribuindo
e para a Klabin, afinal naquele momento, o
regional.
econômicas
para
o
e
sociais,
desenvolvimento
Puma já era o maior investimento da história
Com área total construída de 200
da companhia. Dois anos depois, conhecer
hectares, as obras contaram com o trabalho
as instalações fábrica foi simplesmente
de cerca de 40 mil pessoas. Hoje, a nova
espetacular!
Unidade gera cerca de 1,4 mil empregos
Aos nossos olhos, talvez o que seja mais
diretos
e
indiretos,
considerando
as
atividades industriais e florestais, além de
momento econômico e político do Brasil, é
contribuir com ações sociais, capacitações
confirmar como um projeto bem planejado
e programas que visam o desenvolvimento
e executado pode trazer resultados tão
regional. Durante a fase de investimento, R$
grandiosos em um curto espaço de
700 milhões em impostos foram gerados,
tempo. A consolidação do Puma trouxe
com o início da operação, o valor será de
Crédito: Divulgação / Klabin
surpreendente, levando em consideração o
48 LANÇAMENTO . B. FOREST
Crédito: Divulgação / Klabin
R$ 300 milhões em impostos anualmente.
Inauguração
A Unidade Puma possui capacidade anual de produção de 1,5 milhão de
“O Puma é a experiência brasileira de
toneladas de celulose, sendo 1,1 milhão
excelência e ousadia que, esperamos, sirva
de toneladas de celulose branqueada de
de exemplo para o País que queremos para
fibra curta (eucalipto) e 400 mil toneladas
nossos filhos e netos. É o reforço do já
de celulose branqueada de fibra longa
mundialmente reconhecido compromisso
(pinus), parte convertida em celulose fluff.
com o meio ambiente da Klabin. É a
Com capacidade de produzir em média
demonstração que investimentos podem
270 MW de energia elétrica, sendo 150 MW
ser
excedentes - o suficiente para abastecer
traduzidos
uma cidade de 500 mil habitantes -, a nova
relacionados à saúde, educação, moradia e
operação eleva a Klabin à condição de
lazer”, foi com estas palavras que o diretor-
autossuficiência em energia elétrica.
geral da companhia, Fabio Schvartsman
feitos
com em
preocupação dezenas
de
social, projetos
B. FOREST . LANÇAMENTO 49
Crédito: Divulgação / Klabin
50 LANÇAMENTO LUBRIFICANTES . . B.B.FOREST FOREST
abriu a solenidade de inauguração do Puma realizada no dia 28 de junho.
Michel Temer falou sobre a importância da iniciativa privada para o crescimento do
No evento, que nossa equipe teve o
País. “Quando falo na iniciativa privada, falo
prazer de participar, estavam presentes
na conjugação daqueles que empregam
o presidente da República, em exercício,
e daqueles que estão empregados. É a
Michel Temer, o governador do Estado do
combinação dessas duas forças que fazem
Paraná, Beto Richa, a prefeita de Ortigueira,
o país crescer”, disse.
Lourdes
Banach,
autoridades
federais,
A visão sustentável do Projeto Puma, que
estaduais e da região de Ortigueira,
já iniciou a produção do primeiro fardo de
produtores rurais, parceiros de negócio e
celulose com certificação FSC® - Forest
clientes. Na ocasião, fomos recebidos pelo
Stewardship
presidente do Conselho de Administração
na modalidade cadeia de custódia, foi
da Klabin, Paulo Galvão, e demais membros
destacada por Israel Klabin, membro do
do Conselho, e pelo diretor-geral da
Conselho da companhia. “O projeto que
companhia, Fabio Schvartsman, e diretoria
mais nos inspira é o de desenvolver de forma
da empresa.
sustentável. É o de criar uma estabilidade
Council®
(FSC-C129105)
Crédito: Divulgação / Klabin B. FOREST . LANÇAMENTO 51
Crédito: Divulgação / Klabin
que permita pensar mais longe e beneficiar
Paranaguá (PR) que permite a utilização dos
um maior número de participantes”.
modais ferroviário e rodoviário. Com a nova
Ainda em abril, foi realizado o primeiro
estrutura, a empresa espera movimentar 1
embarque de 20 mil toneladas de celulose
milhão de toneladas de celulose por ano.
de fibra curta com destino à China, saindo
Mais de 90% da produção total da fábrica
do Porto de Paranaguá (PR). Para exportar
está vendida.
a produção da Unidade Puma, a Klabin
Para mais informações acesse:
estruturou uma Unidade de Logística em
www.klabin.com.br
Por Dentro do Puma Investimento de R$ 8,5 bilhões Distância média entre a floresta e a fábrica de 72 km Produção média de 270 MW de energia 1,4 mil empregos diretos e indiretos 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano Fibra curta, fibra longa e fluff produzidos na mesma fábrica
52 LANÇAMENTO . B. FOREST
B. FOREST . LANÇAMENTO 53
Crédito: Divulgação / Klabin
Inovação contra plantas daninhas
A
infestação de plantas daninhas é um dos principais problemas do segmento de florestas plantadas, pois competem com as plantações por água, nutrientes, luz
Crédito: Divulgação
e espaço, acarretando no aumento do custo de cultivo e redução da produtividade.
54 TECNOLOGIA MANEJO . B. FOREST . B. FOREST
P
or esse motivo, as empresas do setor
tes pelo Brasil, que comprovaram a eficácia
têm buscado, cada vez mais, novas
do herbicida com a possibilidade de reduzir
soluções para aumentar sua compe-
o custo de dias de campo no limpo em 35%
titividade.
ao dia.
A tecnologia aliada ao manejo correto e
Um dos testes realizados ocorreu em em-
boas práticas no cultivo é a saída para obter
presa florestal localizada em Lençóis Paulis-
maior produtividade e enfrentar as plantas
ta (SP), onde foi avaliado o uso do Esplanade
daninhas resistentes aos produtos comu-
como estratégia de manejo de daninhas. O
mente utilizados. Pensando desta forma, a
período de avaliação do ensaio teve início
Bayer desenvolveu o Esplanade, um novo
em dezembro de 2014. “O Esplanade foi
herbicida, registrado no Brasil para as cultu-
submetido a uma intensidade pluviométrica
ras de eucalipto e pinus.
acumulada de 534,3 mm de chuva. Como
O desenvolvimento do produto, des-
resultado da adição de Esplanade ao Glifo-
de o descobrimento da molécula até a sua
sato, o controle de dias no limpo sem mato
comercialização, passou por diversas fases
competição passou de 67 para 133 dias com
incluindo criteriosos estudos e ensaios em
90% de eficiência. Os tratamentos utiliza-
campo. O produto tem se confirmado como
dos neste ensaio foram: Glifosato (2 kg/ha)
uma ferramenta essencial para as flores-
e Glifosato (2 kg/ha) + Esplanade (150 ml/
tas plantadas, pois traz entre os benefícios
ha)”, detalhou João Galón, coordenador de
a redução de, pelo menos, uma aplicação
contas-chave de negócio florestal da Bayer.
no manejo florestal. “O resultado é a dimi-
“Cada vez mais, o mercado florestal vem
nuição do uso de combustível e emissão de
se consolidando no Brasil e as empresas
carbono pelos equipamentos necessários
têm buscado alternativas para melhorar a
à aplicação, utilização otimizada de água,
competitividade nos negócios. Tendo como
além da menor quantidade de produto apli-
uma de suas principais características uma
cado”, destaca Luís Brena, gerente de vendas
nova molécula com alta residualidade para
e marketing de negócio florestal da Bayer.
o controle de plantas daninhas, o Esplanade
Segundo ele, foram mais de nove anos
pode contribuir na redução do custo total da
de pesquisas, sendo que, durante os últimos
operação e aumentar o controle de plantas
dois anos, foram realizados mais de 50 tes-
daninhas resistentes”, afirma Luís. B. FOREST . TECNOLOGIA 55
Como o Esplanade funciona Aplicação O produto deverá ser aplicado nas entrelinhas de plantio de eucalipto e pinus como pré-emergente, ou seja, uma solução que controlará a germinação de sementes – impedindo o surgimento de novas plantas daninhas.
Com o Esplanade se trabalha com menores dosagens nas aplicações, implicando em menor quantidade de produto a ser fabricado e transportado para o campo, bem como menos embalagens vazias a serem recolhidas e processadas. Em suma, o Esplanade pode ajudá-lo a reduzir a pegada de carbono das operações florestais em 20 a 30 kg de dióxido de carbono equivalente por hectare.
56 TECNOLOGIA . B. FOREST
Efeito em gramíneas Área florestal localizada na região de Lençóis Paulista (SP) / 133 DAA (534,3 mm) - 06/06/2014
13% de controle
90% de controle
T1 – (Entrelinha) Glifosato (2 kg p.c./ha), SEM A
T2 – Glifosato (2 kg p. c./ha) + Esplanade (150 ml/ha).
Efeito do Esplanade sobre o crescimento da raiz de Brachiaria decumbens
B. FOREST . TECNOLOGIA 57
Crédito: Divulgação / Bayer
SEGUNDA APLICAÇÃO.
Esplanade em Detalhes do produto oferecer ao cliente um período maior sem mato-competição, reduzindo, no Crédito: Divulgação / Bayer
mínimo, uma aplicação de produto. Qual o percentual de economia que o produtor poderá ter? Nosso produto vem demostrando um resultado muito positivo e confirmando que é possível a redução de, pelo menos, uma aplicação no manejo florestal. Isso é inovar O
Engenheiro
Agrônomo,
Mestre
em Produção Vegetal pela Universidade Estadual Paulista e coordenador de contaschave de negócio florestal da Bayer, João Galón falou sobre os benefícios do uso do novo herbicida. Confira!
e agregar valor aos negócios dos nossos clientes. Baseado em vários ensaios e cálculos feitos em campo, podemos reduzir o custo de dias de campo no limpo em 35% ao dia. Há um momento ou período específico para o produtor usar o herbicida? Por suas características, ele deve ser
Quais as principais características deste novo herbicida Esplanade?
utilizado em período de chuva, antes da germinação das plantas daninhas - uso
Como principais características destaca-
intensivo de novembro a março, podendo
mos o fato de ser uma nova molécula (me-
variar de abril a junho, por exemplo, na região
nor risco de resistência ao ingrediente ativo)
Norte do País. O importante é seguir sempre a
e possuir alta residualidade, permitindo que o
indicação do receituário agronômico.
produto impeça a germinação das sementes das plantas daninhas por um longo período.
Existe um percentual de eficiência por planta daninha?
Qual o diferencial do herbicida frente aos demais existentes no mercado? O principal diferencial refere-se ao fato 58 TECNOLOGIA . B. FOREST
Sim, para as plantas daninhas indicadas na bula do produto comercial o percentual mínimo é de 80%.
Crédito: Divulgação / Bayer
Esplanade em Teste
B. FOREST . TECNOLOGIA 59
Análise Mercadológica M
ercado de pinus e eucalipto se mantém estável, porém apresenta leve aumento em alguns segmentos. Estes são os destaques do boletim
Crédito: Divulgação
mercadológico elaborado pelos profissionais da STCP.
60 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos
• Perspectivas Econômicas: A expectativa do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2016 é negativa em 3,25%, segundo estimativa recente do BCB (Banco Central do Brasil). Se confirmada, será a primeira vez que o País registrará dois anos consecutivos de alta contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB subiu para +1,10%, segundo o BCB. Estas projeções estão sujeitas às incertezas das decisões em curso na gestão da atual política econômica. • Inflação: Em Junho/2016, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,35%, menos da metade do índice de 0,78% de Maio. A inflação acumulada nos últimos 12 meses desacelerou para 8,84%, porém, continua acima do teto da meta anual de inflação de 6,5%, definida pelo BCB. A estimativa do Banco é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7,26% e no próximo ano em 5,30%. • Taxa de Juros: No início de Junho, o COPOM manteve pela sétima vez seguida a taxa Selic em 14,25%, em linha com a política econômica da antiga presidência do BCB. Com a recente mudança no comando da instituição, o mercado financeiro espera o início do ciclo de redução da taxa Selic a partir de Agosto/2016. A estimativa é que a Selic encerre o ano em 13,25% e em 11% no próximo ano (Boletim Focus). • Taxa de Câmbio: Em Junho/2016, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,42/ USD, resultando em valorização do Real em relação à média de Maio/2016 (+3,35%). Ela foi influenciada principalmente pela saída do Reino Unido da União Europeia, além da tendência de queda que já era observava desde o início do ano. A média cambial na 1ª quinzena de Julho/2016 foi de BRL 3,28/USD, com oscilação entre BRL 3,23 e 3,34/USD. Há perspectiva de queda influenciada pela proposta de meta fiscal de 2017 e outras medidas econômicas do novo governo. No primeiro semestre, o BRL se valorizou 25,8%. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 3,39/USD no final de 2016 e de BRL 3,50/USD em 2017.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 61
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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62 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 63
“De modo geral, os preços de madeira fina de pinus se apresentam
estáveis
com
leve tendência de queda no
bimestre
de
Maio-
Junho/2016.”
B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 64
Crédito: Divulgação
Foto: Divulgação
64 ENTREVISTA . B. FOREST
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 65
• Comentários - Tora de Eucalipto: Em linhas gerais, grande parte das empresas brasileiras ainda aguarda as definições políticas quanto ao rumo do governo federal previsto para Agosto e indicadores de retomada econômica para a tomada de decisões. De acordo com última pesquisa do Instituto Datafolha, a população demonstra confiança na queda da inflação, na manutenção do emprego e no aumento do poder de compra. Esse otimismo é o maior registrado desde dezembro de 2014. No setor florestal, o preço da lenha (energia) na região Sul se manteve em queda no mês de Junho com as cooperativas agrícolas consumindo a sobra de madeira utilizada na secagem de grãos da safra anterior. Em alguns casos, a soja tem chegado mais seca, reduzindo o volume necessário de biomassa florestal. Na região Sudeste, a expectativa é que a demanda por madeira fina se eleve no curto prazo, pois as usinas siderúrgicas aumentaram em cerca de 10% o preço do aço brasileiro no início deste mês (Julho/16). Em Junho, houve aumento de 15% nas exportações de celulose, em valor e em volume em relação a Maio. Cerca de 80% das exportações de celulose são de fibra curta (eucalipto). Apesar da valorização do Real Brasileiro frente ao Dólar Americano nos últimos meses, as exportações indicam aumento na produção de celulose no país. Com relação ao mercado de tora grossa, para serraria e laminação, se observou pequeno aumento nos preços médios no bimestre de Maio-Junho/2016. Serrarias da região Sul mencionam encontrar toras de maior diâmetro (principalmente > 30 cm) está cada vez mais difícil, com tendência de aumento nos preços por parte dos produtores florestais para toras acima de 18 cm. Na região Sudeste, empresas integradas
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – info@stcp.com.br
66 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
de painéis de madeira, que comercializam este tipo de tora, têm mantido os preços deste sortimento, devido à estagnação da economia com consequente impacto sobre a demanda regional por este tipo de tora.
• Comentários - Tora de pinus: De modo geral, os preços de madeira fina de pinus se apresentam estáveis com leve tendência de queda no bimestre de Maio-Junho/2016. Na região Sul, algumas empresas integradas da indústria de painéis reconstituídos registraram aumento da demanda por toras finas (celulose e painéis) e de toras médias (serraria I) em função do start-up de grande empresa do setor de celulose. Por outro lado, alguns produtores florestais na região Sul tiveram que reduzir o preço da madeira de processo devido à grande oferta de mercado do sortimento de 8-18 cm. Algumas empresas aproveitaram a demanda aquecida por toras entre 16-24 cm e conseguiram repassar no preço da madeira o aumento no custo de mão de obra e inflação. Porém, alguns produtores florestais na região Centro-Oeste mantiveram os preços estáveis, mas esperam conseguir aumentá-los nos próximos meses, pois, a oferta de madeira de pinus nesta região é insuficiente para suprir as serrarias que atendem os segmentos de construção civil, móveis, painéis e madeira serrada para exportação. Com relação às toras acima de 25 cm, produtores em geral relatam queda nas vendas apesar do preço se manter estável. Isto está relacionado ao enfraquecimento da demanda por madeira serrada, em função da forte retração da construção civil no mercado nacional.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 67
IBÁ RECEBE PREMIAÇÃO
A
Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) recebeu o Troféu Madeira pelo seu trabalho como Organização Social durante o Congresso da Madeira, realizado em Palmas (TO), nos dias 16 e 17 de junho. A premiação representa um reconhecimento ao trabalho de profissionais e organizações na contribuição para o crescimento econômico sustentável da indústria florestal brasileira. O Troféu foi recebido por Carlos Mariotti, responsável pela área de política industrial da Ibá, e reconhece a atuação da associação na representação do setor de árvores plantadas junto à sociedade civil e governos. “A Ibá agradece o reconhecimento ao trabalho feito nestes dois anos desde a criação da entidade, em 2014. Cada vez mais ganhamos visibilidade e reconhecimento da sociedade”, afirma o executivo. Além de Organização Social, o Troféu Madeira também entregou cinco prêmios a executivos, pesquisadores, empresários, gestores e comunicadores do setor. Os candidatos foram indicados pelo Conselho Técnico & Empresarial do 8º Congresso Internacional de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Indústria de Base Florestal e de Geração de Energia, e foram eleitos por meio de votação no site do Madeira 2016.
Crédito: Divulgação / Ibá 68 ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
PARANÁ TERÁ POLÍTICA PARA FLORESTAS PLANTADAS
U
m grupo de trabalho formado pela Emater, a APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), a Embrapa Florestas, universidades e outras entidades do setor produtivo organizou uma proposta para o Plano Estadual de Cultivos Florestais. O documento servirá de subsídio para a formulação de um projeto de lei para regulamentar a atividade no Paraná. O trabalho é uma consequência de uma audiência pública realizada em abril deste ano, proposta pelo Bloco Parlamentar Agropecuário da Assembleia Legislativa do Paraná. “A política servirá para ampliar a base de cultivos florestais do Paraná e ajudará a transformar o Estado no maior produtor de madeira plantada do Brasil, sob a égide da sustentabilidade, com foco em todas as propriedades rurais, priorizando a forma de mosaico florestal produtivo e qualidade da madeira e de produtos não madeireiros”, diz Amauri Ferreira Pinto, coordenador estadual de produção florestal da Emater e do grupo de trabalho responsável pela criação do Plano Estadual. De acordo com o grupo de trabalho, será possível, por meio de projetos de médio e longo prazos (com horizonte mínimo de 50 anos, o que equivale à média de dois ciclos florestais), suprir a demanda atual e garantir a futura expansão das atividades de produção primária e industrial do setor. A comissão também destacou que será possível gerar mais de 1,6 milhão de novos postos de trabalho, a um custo médio de R$ 2.536,22 por emprego gerado, o que deverá contribuir para o aumento da população economicamente ativa no Estado. Além da divisão dos benefícios econômicos, a nova política permitirá reduzir os impactos ambientais e contribuirá para a conservação dos solos e produção e manutenção de água.
Crédito: Divulgação B. FOREST . ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES 69
PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE CONTROLE DA LAGARTA PARDA JÁ TREINOU 3 MIL PESSOAS NA BAHIA
M
ais de 3 mil pessoas em cerca de 80 comunidades do Sul e Extremo Sul da Bahia já foram treinadas em 84 encontros realizados desde o início das ações do plano operacional do PFCLP (Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda). O Programa – lançado em outubro de 2015 como fruto de uma parceria entre a ABAF (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal), a Secretaria da Agricultura do estado e a ADAB (Agência de defesa Agropecuária da Bahia) – visa conscientizar a população acerca do plano de controle e manejo integrado da lagarta parda desfolhadora, e contempla uma série de medidas que vão desde o monitoramento adequado à recomendação das melhores soluções de controle para o produtor. “Estamos sempre dialogando com os produtores rurais para, conjuntamente, definir o plano de manejo para o efetivo controle da lagarta parda com a participação das prefeituras, das empresas, e das entidades ambientais que são membros da Comissão Técnica Regional, estabelecida e liderada pela ADAB”, explica o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade. Os treinamentos tiveram início em janeiro deste ano, atingindo grupos de produtores em sindicatos, assentamentos, comunidades, etc. No período, a equipe do plano operacional, composta por um engenheiro agrônomo e dois engenheiros florestais, percorreu mais de 42 mil quilômetros para a realização dos treinamentos, nos quais foram distribuídos mais de 12 mil folders produzidos pela campanha de comunicação da PFCLP. Além dos treinamentos, a equipe realizou reuniões e seminários com parceiros.
Crédito: Divulgação
70 ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
NUTRIEXPERTS CONTOU COM CICLOS DE PALESTRAS COM AUTORIDADES ACADÊMICAS E PROFISSIONAIS RENOMADOS
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Crédito: Divulgação
ais de 220 consultores agronômicos das principais regiões produtoras do Brasil estiveram presentes na 4ª edição do NutriExperts, realizada nos dias 22 e 23 de junho, no interior de São Paulo. O evento permitiu o compartilhamento de conhecimento e tecnologia em prol do desenvolvimento do agronegócio brasileiro, com foco em inovação para nutrição de plantas. Organizado pela Produquímica (especialista em soluções para nutrição e fisiologia de plantas, animal e florestal), o NutriExperts teve como objetivo reunir as principais autoridades acadêmicas e profissionais renomados do setor para que apresentassem, avaliassem e debatessem soluções e manejos adequados, de forma sustentável, para o aumento da produtividade e rentabilidade dos negócios. Também foram apresentados cases práticos e promovidas sessões plenárias no final de cada dia. As palestras abordaram diversos temas, como: as evoluções tecnológicas na agricultura moderna; a interação entre nutrição de plantas e sanidade; os aspectos ambientais da fertilização nitrogenada e emissão de gases de efeito estufa; e o manejo nutricional para florestas de alta produtividade. No segundo dia do encontro, para otimizar as discussões e a troca de conhecimento, os consultores foram divididos em grupos de acordo com suas áreas de atuação. Em três ambientes, foram abordadas as culturas anuais, perenes e florestas plantadas, com mesas redondas ao final dos debates.
B. FOREST . NOTAS 71
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA FLORESTAL EM DESTAQUE
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Crédito: Divulgação
contece nos dias 06 e 07 de outubro, na capital paranaense, o 2º Encontro Brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal. O evento organizado pela Malinovski tem como objetivo reunir técnicos e engenheiros de empresas de base florestal e de instituições públicas para discutir temas relacionados à infraestrutura e à logística que envolvem toda a cadeia produtiva florestal. A discussão do tema é importante porque ao serem implantadas, as culturas florestais necessitam de uma infraestrutura abrangente tanto para a implantação quanto para o escoamento da produção. Além disto, a infraestrutura de um empreendimento florestal provoca modificações quase irreversíveis ao ambiente e, quando não mantida de forma adequada, pode causar grande impacto ambiental. A logística envolvida no processo também é de primordial importância, pois é por meio dela que é feita a gestão de recursos e equipamentos, além do gerenciamento, armazenagem e movimentação de produtos florestais. A sinergia criada entre a logística e a infraestrutura florestal garante o sucesso do empreendimento florestal. O evento será dividido em 4 blocos temáticos: Desafios em Logística de Produtos Florestais; Cenário Econômico Atual – Tendências e Perspectivas para a Logística e Transporte Florestal; Técnicas de Planejamento, Construção e Manutenção de Estradas; e Interface Entre Estradas e Produção Florestal. A programação já está completa e as inscrições podem ser feitas pelo site: www.infraestruturaflorestal.com.br
72 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 73
FIBRIA ADQUIRE MÁQUINAS FLORESTAIS DA KOMATSU
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Crédito: DivulgaçãoFibria / komatsu
Fibria, líder mundial na produção de celulose de eucalipto, está construindo uma nova linha de produção, na unidade de Três Lagoas (MS), que produzirá 3,05 milhões de toneladas por ano. Devido ao aumento da demanda por madeira, a empresa investiu na compra de novas máquinas florestais. Entre as marcas do mercado, a escolhida foi a Komatsu. As entregas já começaram e continuarão em 2016 e 2017. O pacote negociado inclui harvesters e forwarders. “Este é o maior pacote na história da Komatsu Forest, e estamos contentes que a Fibria demonstrou confiança na marca e nos escolheu como um importante parceiro para todo o grupo Fibria. Esse é um grande desafio que estamos prontos a encarar”, disse Lonard dos Santos, gerente de marketing e vendas da Komatsu Forest Brasil. A Komatsu fornecerá 100% do volume de toras colhidas para o Horizonte 2, projeto da Fibria em Mato Grosso do Sul. “Adquirimos toda a frota de harvesters e forwarders que irão suprir o projeto Horizonte 2. Essas máquinas foram escolhidas porque podem entregar uma performance muito boa com um custo muito competitivo”, relata Aires Galhardo, chefe de operações florestais da Fibria. O investimento inclui também serviço, manutenção e um pacote completo de treinamento, que será oferecido pela Fibria para que os empregados operem o novo equipamento de forma segura, utilizando um simulador Komatsu (similar a um simulador de voo) e toda a experiência da Fibria e da Komatsu no treinamento de operadores e mecânicos de máquinas florestais. O treinamento terá início em outubro.
74 NOTAS . B. FOREST
CELULOSE RIOGRANDENSE INAUGURA NOVO NAVIO
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Crédito: Komatsu
Cerimônia de batismo e lançamento da embarcação Juan Rassmuss, que ampliará o transporte hidroviário de madeira e celulose pelo Lago Guaíba e Lagoa dos Patos, foi realizada no dia 15 de junho, no estaleiro da Intecnical S. A., em Triunfo (RS). Os Diretores de relações institucionais e marketing, Francisco Bueno, e de comercialização, Sérgio Kilpp, representaram a indústria no evento, que contou com a presença do Governador José Ivo Sartori. A colaboradora da CMPC Maria Alice Dutra Pacheco foi a madrinha de batismo da nova embarcação. A embarcação resulta da parceria entre a Celulose Riograndense e a Navegação Aliança, que estima o início das operações com o novo navio para a segunda quinzena de julho, enquanto o transporte de cargas da CMPC deve se iniciar no quarto trimestre de 2016. Com 103,80 m de comprimento e 15,50 m de largura, o Juan Rassmus pode transportar 4.814 toneladas. Atualmente, as três embarcações utilizadas pela Celulose Riograndense, com capacidade de 4 mil toneladas, levam a celulose produzida em Guaíba ao Porto de Rio Grande, mas retornam vazias. Com a ampliação da capacidade produtiva da indústria de celulose, o modal hidroviário passará a ser melhor explorado. O início do transporte de toras de madeira a partir do Porto de Pelotas deve ocorrer no segundo semestre deste ano, eliminando 180 viagens de ida e vinda de caminhões pela BR 116 por dia. O volume total a ser transportado pela Celulose Riograndense pela hidrovia será de 2,9 milhões de toneladas por ano.
B. FOREST . NOTAS 75
PONSSE AMPLIA SUA FÁBRICA
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empresa finlandesa Ponsse anunciou que irá ampliar sua fábrica em Vieremä. A conclusão da reforma está prevista para o outono de 2017. Além das novas instalações, a Ponsse vai aumentar o nível de automação de sua produção. O objetivo deste investimento é fabricar produtos com um nível de qualidade ainda mais elevado, melhorar fortemente a produtividade e oferecer um ambiente de trabalho seguro. “Este investimento garante a qualidade de nossos produtos e produção em todas as situações. Estamos procurando aumentar a produtividade e a flexibilidade. A demanda por nossas máquinas é alta e o futuro da indústria florestal é promissor em muitas de nossas áreas de mercado”, disse o presidente e CEO da Ponsse, Juho Nummela. A Ponsse reavalia os investimentos em todos os ciclos econômicos, e este investimento amplia o trabalho de desenvolvimento de longo prazo da empresa. Nos últimos cinco anos, a Ponsse investiu um total de 87 milhões de euros em instalações e maquinários. Durante os próximos dois anos, ela vai investir 28-32 milhões de euros no desenvolvimento da produção. Além dos investimentos em instalações e máquinas, a Ponsse está fortemente concentrada no desenvolvimento de suas funções. “A maneira Ponsse de fazer as coisas permanece forte. Consideramos a construção das melhores máquinas florestais do mundo com toda a seriedade, e o espírito positivo da Ponsse se espalhou por todo mundo”, disse Juho Nummela. O Grupo Ponsse emprega cerca de 1.400 pessoas, das quais 650 trabalham na região de Ylä-Savo, na fábrica da Ponsse em Vieremä e em empresas de serviços e no centro de logística de Iisalmi.
76 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 77
CONGRESSO MUNDIAL DA IUFRO: 2019 JÁ ESTÁ AÍ!
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m 2019, a América Latina sediará, pela primeira vez, um Congresso Mundial da IUFRO (International Union of Forestry Research Organizations). O evento vai acontecer em Curitiba (PR), em outubro, e será organizado e coordenado pelo SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e Embrapa Florestas. São esperadas cerca de 4 mil pessoas para o evento, onde serão discutidos diversos aspectos ligados à pesquisa florestal. “O Congresso será uma grande oportunidade para troca de experiências e conhecimento em inovações tecnológicas, bem como sobre as mais recentes pesquisas e tendências para o futuro da pesquisa florestal em outras partes do mundo. Será, também, um grande espaço de encontro entre pesquisadores, professores e estudantes do setor florestal do mundo inteiro”, afirma o diretor de pesquisa e informações florestais do SFB, Joberto Freitas, presidente do comitê organizador do congresso (COC-IUFRO 2019). “Embora ainda tenhamos três anos para o evento, são diversas as frentes de trabalho que já começam a ser articuladas”, informa Yeda Malheiros de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Florestas e vice-presidente do COC. Com seus oito subcomitês, o COC já deflagrou um amplo trabalho de articulação e divulgação em eventos com a temática florestal em todo o mundo, com um estande brasileiro no “IUFRO Regional Congress for Asia and Oceania 2016” (que acontece de 24 a 28 de outubro, em Beijing) e a realização de reuniões com diversos atores do setor florestal brasileiro para que todos os interessados sejam inseridos no processo de discussão e organização do Congresso Mundial em 2019.
78 NOTAS . B. FOREST
INFORMAÇÃO FLORESTAL A UM CLIQUE
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Embrapa Florestas está incrementando as informações técnicas disponíveis em seu Portal por meio da criação de um espaço específico para “Transferência de Tecnologia”, onde são publicadas informações, indicações de procedimentos e resultados de pesquisa sobre diversos temas. O site já conta com páginas sobre eucalipto, sistema silvipastoril, pupunha, erva-mate e softwares para manejo florestal. Para o segundo semestre, estão previstas páginas sobre pinus e pragas florestais. Cada página traz as principais perguntas e respostas de cada tema, além de notícias, vídeos e publicações. A publicação das páginas faz parte de um trabalho de criação de materiais para auxílio às ações de Transferência de Tecnologia. Chamados de “TT Florestal”, os materiais são elaborados a partir de resultados de pesquisa da Unidade já publicados, mas com uma linguagem e identidade visuais específicos, e têm sido utilizados em capacitações, dias de campo, feiras e exposições. São compostos por filipetas, folderes e apostilas, além das páginas no Portal. Novos materiais estão em produção e devem ser disponibilizados em breve. Para conhecer estes trabalhos, acesse: https://www.embrapa.br/florestas/transferencia-de-tecnologia
B. FOREST . NOTAS 79
ELDORADO BRASIL ADOTA CONTROLE BIOLÓGICO EM FLORESTAS
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Eldorado Brasil, recentemente, adotou o controle biológico de insetos-praga em suas florestas de eucalipto em Mato Grosso do Sul, uma área que deve chegar a 250 mil hectares até o fim deste ano. A estratégia de usar inimigos naturais para combater infestações está em linha com a gestão sustentável de negócios, defendida pela companhia. Essas técnicas de controle oferecem uma série de vantagens, pois reduzem a população de insetos-pragas ao mesmo tempo em que ajudam a reestabelecer o equilíbrio ambiental e diminuem a necessidade de aplicações de defensivos agrícolas que podem ser potencialmente tóxicos ao homem e à natureza. “Em um ambiente equilibrado, a ocorrência de surtos de insetos-praga é menos provável. Sendo assim, não há necessidade de gastos com operações de controle e muito menos perda de produtividade causada por danos provocados pelo insetos-praga”, afirma Sharlles Dias, coordenador de nutrição e manejo da Eldorado. Os agentes de controle foram fornecidos à Eldorado pelo IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), por meio do PROTEF (Programa Cooperativo sobre Proteção Florestal), mas já está em implantação na empresa um laboratório de criação de inimigos naturais.
80 NOTAS . B. FOREST
CARRETA FLORESTAL KRPAN GP12 D RECEBE PRÊMIO
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urante a última edição da KWF, que aconteceu no mês passado, em Roding (Alemanha), oito produtos pioneiros no campo técnico florestal receberam medalhas em reconhecimento de suas características inovadoras. Na categoria “Máquinas florestais”, a carreta florestal KRPAN GP12 D foi premiada com a medalha KWF de Inovações na subcategoria “Colheita de madeira”. A KRPAN GP12 D está equipada com um novo chassi patenteado, que traz uma contribuição inovadora para a funcionalidade e a segurança na colheita da madeira: um eixo hidráulico móvel que permite que o operador o ajuste desde a cabine do trator — seja com a carreta vazia, na fase de carregamento ou com a carreta totalmente carregada — sem a utilização de ferramentas. O novo eixo hidráulico móvel permite ajustar o centro de gravidade ou o peso da carga na carreta em qualquer situação. O regulamento é possível tanto durante o trabalho como também para o transporte em vias públicas, e permite definir a carga mínima exigida ou a carga máxima permitida sobre o eixo da carreta. Além disso, a KRPAN GP12 D atinge uma velocidade de até 40 km/h com carga total e pode ser equipada com um acionamento adicional para o transporte em terrenos difíceis. Outras vantagens do chassi móvel incluem: raio de viragem menor; transporte de mais sortimentos usando um par adicional de alavancas; aumento da tração do trator; e maior estabilidade durante o processo de carga. A mobilidade do chassi também contribui para a economia do tempo, saúde e limpeza, pois melhora a agilidade de todo o trator. Além do chassi, a grua se classifica entre as mais poderosas de sua classe, com a melhor relação entre a capacidade de carga e a força do levantamento. Graças a todos estes fatores, a KRPAN GP12 D torna a colheita total de madeira mais deliberada e segura. A KRPAN é representada no Brasil pela Roder. Para mais informações acesse: www.roderbrasil.com.br
Crédito: Divulgação / Roder
B. FOREST . NOTAS 81
82 FOTOS . B. FOREST
B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . VÍDEOS 83
84 VÍDEOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
AGENDA
B.FOREST
JULHO
21
Cláusulas Ambientais na Elaboração de Contratos Quando: 21 Informações: http://dpadv.com.br/
Onde: Curitiba (PR) e-mail: contato@dpadv.com.br
AGOSTO
17
12º Dia de Campo Florestal
17
III Reforest - Simpósio Nacional Sobre Restauração Florestal
22
World Conference on Timber Engineering
23
Fenasucro & Agrocana
23
Fórum de Sustentabilidade e Governança
31
Aspex bahia florestal
Quando: 17
Onde: Botucatu (SP)
Informações: https://diadecampoflorestal.com.br/
Quando: 17 a 19
Onde: Viçosa (MG)
Informações: http://www.sif.org.br/@reforest2016/
Quando: 22 a 25
Onde: Áustria
Informações: http://wcte2016.conf.tuwien.ac.at/home/
Quando: 23 a 26
Onde: Sertãozinho (SP)
Informações: http://www.fenasucro.com.br/
Quando: 23 e 24
Onde: Curitiba (PR)
Informações: http://www.sustentabilidadegovernanca.com.br/
Quando: 31 a 02
Onde: Eunápolis (BA)
Informações: http://www.aspexba.com.br/
B. FOREST
. AGENDA 85
SETEMBRO
01
Finnmetko
03
Eko-Las
13
Fórum Agronegócio Florestal
13
ExpoSucata
17
Florestas online
22
Demo International
22
Feria Forestal Argentina
27
17th St. Petersburg International Forestry Forum
Quando: 01 e 03
Onde: Jämsä (Finlândia)
Informações: http://www.finnmetko.fi/
Quando: 03 a 05
Onde: Lubelski (Polônia)
Informações: http://ekolas.mtp.pl/en/
Quando: 13
Quando: 13 a 15
Onde: Campo Grande (MS)
Onde: São Paulo (SP)
Informações: http://www.exposucata.com.br/
Quando: 17 a 22 Informações: http://www.florestasonline.com.br/
Quando: 22 a 24
Onde: Canadá
Informações: www.demointernational.com
Quando: 22 a 25
Onde: Posadas (Argentina)
Informações: http://www.feriaforestal.com.ar/
Quando: 27 a 30 Informações: http://spiff.ru/en
86 AGENDA . B. FOREST
Onde: Petersburg (Rússia)
B. FOREST
. ENTREVISTA 87