2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
GESTÃO EM FOCO Nova no setor florestal brasileiro, a tecnologia dos VANTs (Veículo Aéreo Não Tripulado) e drones se mostra uma oportunidade de aumentar a produtividade e reduzir custos em diversos segmentos da atividade florestal. A matéria principal desta edição apresenta essa nova tecnologia, benefícios e opções de aplicação destes equipamentos, como no controle de qualidade do plantio, infestação de pragas, levantamento de dados para o inventário florestal, entre outros. Outro destaque é o custeio florestal. Para que as empresas conquistem os resultados desejados e o produto final tenha valor competitivo, é necessário bom planejamento e gestão dos custos de produção. A matéria de Mercado mostra formas e métodos de como deve ser feito esse planejamento. A B.Forest também conta com uma cobertura completa do Wood Trade Brazil, Encontro Brasileiro de Energia da Madeira e Lignum Brasil. Entre 06 e 11 de março, mais de cinco mil profissionais se reuniram em Curitiba em prol do desenvolvimento do setor madeireiro de base florestal. Na página 50 você confere tudo o que aconteceu nestes eventos. Antonio Sergio Alipio, presidente da Veracel, é o entrevistado desta edição. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre o início da carreira no setor florestal, as estratégias que tornaram a Veracel uma das empresas mais rentáveis no segmento de celulose, a importância das associações para o desenvolvimento do setor florestal e, principalmente, o papel fundamental das pessoas. Saudações Florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 18 - Ano 03 - N° 03 - Março 2016 Foto de Capa: Gustavo Castro / Malinovski
Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br
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B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
^
6 ENTREVISTA . B. FOREST
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação Foto: Divulgação
B. FOREST
. ENTREVISTA 7
Pessoas de Valor Antonio Sergio Alipio Presidente da Veracel
A
vocação e experiência adquiridas ao
agronomia. Um ano antes de prestar ves-
longo da carreira levaram Antonio
tibular, as universidades foram até o meu
Sergio Alipio à presidência da
colégio e fizeram apresentações dos cursos
Veracel. Seus conhecimentos contribuíram
oferecidos. Neste momento, me despertou
para que a empresa se tornasse uma das
o interesse pela engenharia florestal. Prestei
mais rentáveis e tecnológicas do Brasil,
vestibular, me formei pela UFRRJ (Universi-
mas ele afirma que o maior ensinamento
dade Federal Rural do Rio de Janeiro) e atuo
que obteve até hoje foi a importância de
no setor florestal desde então.
uma equipe qualificada e motivada.
Em
entrevista à Revista B.Forest, Sergio Alipio conta como foi o começo da carreira, as estratégias que levaram a Veracel ao patamar em que se encontra hoje, a importância das associações no desenvolvimento do setor e também faz uma análise dos impactos políticos e econômicos no mercado de celulose e papel. Confira! Como começou sua carreira e a ligação com o setor florestal?
Tem uma carreira longa e consagrada. Quais ensinamentos a vida e as experiências profissionais te proporcionaram? Atuei em várias empresas do setor florestal, desde siderurgia à celulose e papel, e nesses anos tive diversos ensinamentos. Mas o que merece mais destaque é a importância das pessoas. Apesar de toda a tecnologia aplicada e a importância dos processos para os resultados de qualquer empresa, são os profissionais que fazem a diferença. Por isso, sempre
Sempre tive vocação para a área agrária.
procuro ter um bom time, motivado e com
Desde o ensino médio, chamado de cien-
alta performance. Esse é o grande aprendiza-
tífico na minha época, tinha interesse por
do: as pessoas são a chave do sucesso!
8 ENTREVISTA . B. FOREST
“A somatória da matériaprima homogênea com processos de alta eficiência pelo nível tecnológico, resulta em produtos
Foto: Divulgação
de qualidade”
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
A Veracel é referência em qualidade.
A empresa reúne alguns fatores que con-
Por quais processos de desenvolvimento
ferem essa performance de resultado eco-
a empresa teve que passar para chegar ao
nômico/financeiro. Temos uma fábrica alta-
patamar que está hoje?
mente tecnológica e bastante ecoeficiente,
A Veracel, uma joint venture da Stora
que faz com que nossos processos fabris
Enso e da Fibria, é uma empresa que nasceu
tenham eficiência e estabilidade operacio-
para ser bem-sucedida. Tanto por ter dois
nal adequadas; nossa floresta é homogênea
acionistas do setor e líderes em seus seg-
e plantada com a finalidade de produzir fi-
mentos, como também porque se encontra
bras para celulose com um raio médio de
em um site de alta produtividade florestal
distância de 70 km da fábrica. Além disso, a
que conseguiu formar uma floresta focada
Veracel se encontra em uma região plana,
para celulose, o que nos garante qualidade
o que possibilita alto nível de mecanização.
e homogeneidade desde a matéria-prima.
Somando isso à profissionais qualificados,
A somatória da matéria-prima homogênea com processos de alta eficiência pelo nível tecnológico, resulta em produtos de qualidade.
conquistamos uma empresa com capacidade de absorver a inflação a cada ano e que obtém o resultado que os acionistas esperam.
Outro ponto importante para se desta-
Como mencionado, a mecanização das
car é que, por decisão de seus acionistas,
operações é um ponto forte da empresa.
desde o início das operações a Veracel tem
Você acredita que esta é a fórmula para
seus produtos certificados pelo FSC, Cerflor
conquistar produtividade e qualidade nas
e pela ISO 14.000. As certificações também
operações?
consolidaram um sistema de gestão voltado
Sem dúvidas! Em uma produção intensa
para a alta performance de qualidade. Esses
como a nossa, com a produção de celulose
são os principais pilares que levaram o nos-
24 horas por dia, o ano inteiro, é preciso ter
so produto ao patamar de qualidade atual.
uma produtividade florestal que acompanhe
A empresa é considerada uma das mais
essa performance industrial. Lidamos com
rentáveis no segmento em que atua. Quais
grandes volumes de madeira para abasteci-
características proporcionaram à Veracel esse
mento da fábrica, para dar mais agilidade ao
conceito?
processo é preciso trabalhar com madeira
10 ENTREVISTA . B. FOREST
de maior comprimento para otimizar trans-
nal sempre será delas. O que posso dizer é
porte e movimentação em pátio, por isto,
que trabalhamos para sermos uma empre-
as operações devem ser mecanizadas para
sa com rentabilidade para que projetos de
superar esses desafios.
expansão sejam desejados pelos acionistas.
E na silvicultura, como você avalia a mecanização? A silvicultura é uma área que está passando por uma reavaliação. A Veracel utiliza tecnologia de ponta em todas as suas operações, mas o que temos observado é que,
Os resultados obtidos levam a isso, já que ela representa um bom investimento com perspectivas de crescimento. Esse projeto está em evolução e discussão por ambas as partes, mas, neste momento, não temos uma data definida.
mesmo a silvicultura com maior nível técni-
Já foi bastante atuante em associações
co, precisava ser revista sob alguns concei-
do setor florestal. De que forma acredita
tos: alta precisão, que demanda até mesmo
que essas entidades contribuem para o de-
o planejamento de ocupação da área; e de
senvolvimento do setor?
georreferenciamento, que permite aplicar
O setor florestal brasileiro é um bom
na base territorial a silvicultura de precisão.
exemplo de associativismo, principalmente
Neste momento, as empresas de base flo-
no que diz respeito a pesquisa. Ao longo do
restal, principalmente as de celulose, têm
tempo, conseguimos criar um diálogo entre
mudado o conceito na silvicultura para ter
a universidade e as empresas, o que resul-
uma tecnologia mais avançada e precisa. A
tou em benefícios para todos os envolvidos
Veracel já está buscando esta mudança.
e, principalmente, para o setor de forma
A Veracel tem um projeto de ampliação. Pode contar um pouco sobre ele? A decisão de ampliação passa por uma deliberação das duas empresas acionistas, que têm estratégias individuas de cresci-
geral. As universidades com sua competência, aliadas com as empresas e sua visão de demanda, geram uma sinergia produtiva. O associativismo é uma energia muito positiva que gera o desenvolvimento.
mento em seus segmentos. O papel da Ve-
De que forma a atual situação econômi-
racel passa pela conciliação de estratégias
ca e política interfere no setor florestal e
das suas acionistas. Portanto, a decisão fi-
de celulose e papel?
B. FOREST
. ENTREVISTA 11
Tirando o aspecto de que o país passa
cipalmente no que diz respeito a celulose
por um momento bastante conturbado, o
e papel, e vamos ocupar o espaço que o
setor florestal, principalmente no segmen-
mercado mundial nos oferecer, que é rela-
to de celulose e papel, atravessa um bom
tivamente constante. Acredito que o setor
momento. No ponto de vista das receitas, o
continuará crescendo nos próximos anos.
câmbio favoreceu bastante o setor. As empresas também têm bastante eficiência em seus processos e têm evoluído constantemente. Um grande desafio é a inflação, um inimigo que interfere nos custos de produção. Para superá-la é preciso pensar fora da caixa, se reinventar a todo momento e buscar alternativas que permitam absorver esses valores. De qualquer forma, ainda estamos em um momento bastante positivo, no qual, evidentemente, a competência de cada uma das empresas faz a diferença. Mas o setor como um todo está em um momento favorável.
Quais são seus planos para o futuro? Ainda tem algum sonho profissional ou para o setor florestal? As pessoas sempre acham que estarão contribuindo e transmitindo o conhecimento adquirido ao longo do tempo, mas sabemos que isso não é verdade. Particularmente, no tempo que ainda tenho no setor, desejo continuar formando gente, pessoas capazes de tomar decisão, de entender o mecanismo do negócio florestal e de gerar valor para a sociedade. Neste momento da minha carreira, como presidente da empresa, obviamente minha responsabilidade é
Quais são suas expectativas para o setor
com os acionistas e com a sociedade, mas
florestal e de celulose e papel para os pró-
sobretudo com a formação de novos pro-
ximos anos?
fissionais. Tem muita gente capacitada que
O Brasil se consolidou como um bom
está chegando, com boa formação e que
gestor de florestas plantadas e de empre-
precisa de oportunidade, orientação e de-
sas de base florestal. Temos tecnologia,
safios. Então, o meu desafio é desafiá-los!
capital para investimentos intensivos e um ambiente adequado para estas atividades.
“Sempre procuro ter um bom time,
Não tenho dúvida nenhuma de que o Brasil
motivado e com alta performance. As
continuará sendo um grande player, prin-
pessoas são a chave do sucesso!”
12 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 13
Foto: Flavia B. Fiorini 14 TECNOLOGIA . B. FOREST
Controle das Alturas
R
elativamente nova no Brasil, a tecnologia embarcada em drones e VANTs pode ser aplicada de diversas formas, reduzir gastos, aumentar a produtividade e garantir precisão
de informações.
B. FOREST . TECNOLOGIA 15
I
magine-se percorrendo centenas e mi-
tripuladas remotamente, ou seja, não há um
lhares de hectares de florestas plantadas
piloto humano a bordo. Podem ser classi-
para realizar o controle e monitoramento
ficados como multirotores ou asa fixa. Os
das áreas. A pé seria praticamen te impos-
multirotores apresentam maior estabilidade
sível, de carro complicado, de avião ou por
porque são capazes de parar e se estabilizar
satélite pouco preciso ou inviável. Além do
no ar. Já os de asa fixa, se caracterizam por
longo tempo de percurso, ainda seria preci-
sobrevoarem áreas maiores. Em sua grande
so o registro imagético e o levantamento de
maioria, os drones são movidos a bateria,
informações de cada um destes hectares,
que devem ser recarregadas e têm capaci-
o que aumentaria o período do profissio-
dade de transportar diferentes tipos de sen-
nal para coleta de informações na floresta
sores e até equipamentos de pulverização.
e, consequentemente, reduziria a produtividade.
Denis Pretto, gerente geral da Eficiente Soluções Florestais, explica que cada
Por muito tempo, essas atividades fo-
tecnologia tem melhor desempenho de-
ram realizadas por profissionais que percor-
pendendo da função em que está sendo
riam todo o plantio e faziam levantamentos
utilizado. “Os multirotores são excelentes
manuais de informação. Hoje, esse méto-
para filmagens, em função da estabilidade
do se tornou inviável quando a área a ser
de voo e possibilidade de aproximação do
monitorada é muito grande. O crescimento
alvo, mantendo-se estacionário. Os de asa
das áreas de florestas plantadas exigiu que
fixa são mais indicados para cartografia e
alternativas fossem encontradas para au-
diagnósticos com multisensores, tanto pela
mentar a produtividade, afinal, como é dito
qualidade de imagem obtida quanto pela
popularmente, tempo é dinheiro. Os VANTs
alta escala produtiva”, esclarece.
(Veículo Aéreo Não Tripulado), chamados
De acordo com Marcelo Ambrogi, sócio-
também de drones, amplamente utilizados
-diretor da IMA Florestal, na aplicação flo-
em outros países e áreas, foram adaptados
restal, o tempo de voo de um drone pode
ao setor florestal e hoje realizam várias ati-
chegar a uma hora, dependendo do equi-
vidades e levantamentos de dados em um
pamento. Ele conta que, atualmente, existe
curto período de tempo com menor custo.
uma série de equipamentos em utilização, a
VANTs são aeronaves não tripuladas ou
maioria importados e no formato de vespas,
16 TECNOLOGIA . B. FOREST
Foto: Geo Agri / Eficiente SF
outros em formatos de pequenos aviões,
Os drones profissionais que possuem
rotores de até oito motores e, recentemen-
câmera embarcada permitem a captura de
te, estão sendo desenvolvidos equipamen-
diversas imagens de posições diferentes
tos no formato de helicópteros para ope-
permitindo, além do imageamento da área,
rações específicas. “Estes são destinados
obter uma modelagem 3D da superfície ter-
para produzir informações de interesse para
restre, importante para mapeamento, car-
o gerenciamento florestal ou patrimonial.
tografia e analises do uso do solo.
Devem ter capacidade de obter imagens
O gerente geral da Eficiente Soluções
de qualidade requerida, o que é obtido de
Florestais conta que o uso desta tecnolo-
acordo com a resolução do equipamento
gia é relativamente novo no Brasil, quando
ótico, os processos de manutenção da es-
comparado a outros países. “Neste sentido
tabilidade do voo, a altitude da obtenção
existe um grande potencial de crescimento,
das fotos e a um planejamento de voo que
uma vez que nosso país é um dos maiores
permita realizar o mosaico inicial de ima-
e mais importantes produtores mundiais de
gens”, explica.
florestas plantadas”, explica. B. FOREST . TECNOLOGIA 17
De acordo com Marcelo Ambrogi, exis-
novo movimento de crescimento, diversifi-
tem grandes empresas utilizando drones
cação de uso e acesso a um maior grupo de
em escala operacional, outras apenas em
usuários”, acredita.
desenvolvimento e pesquisa, mas a grande maioria ainda não utiliza esta tecnologia. “O
Benefícios de uso
que se percebe é alguns prestadores de ser-
Devido a versatilidade de modelos e tec-
viços trabalhando com estes equipamentos,
nologias, os VANTs podem ser utilizados
principalmente na captura de fotografias
para diversas funções. No setor florestal,
e no processamento inicial das imagens”,
Marcelo Ambrogi destaca a segurança pa-
acrescenta.
trimonial; proteção de pragas, doenças e
Para ele, houve um movimento maior
incêndios florestais; planejamento e moni-
neste sentido há alguns anos e uma certa
toramento operacional; inventário e avalia-
estabilidade, recentemente. “A legislação
ção qualitativa; vigor dos plantios; e avalia-
para o uso civil dos equipamentos e no-
ção de propriedades e ativos.
vos modelos de comercialização que estão
Denis exemplifica: “pode-se observar
sendo desenvolvidos irão proporcionar um
grande aplicação para avaliação de sobre-
Foto: Geo Agri / Gabriel Faria 18 TECNOLOGIA . B. FOREST
“O VANTs de asa fixa são mais indicados para cartografia e diagnósticos com multisensores, tanto pela qualidade de imagem obtida quanto pela alta escala produtiva”
Foto: Divulgação Eldorado
B. FOREST . TECNOLOGIA 19
vivência em plantios de 90 dias, brotação,
múltiplos usos de uma imagem, além de
contagem de indivíduos, levantamento in-
melhorar a eficiência também aumenta a
festação de plantas invasoras e para levan-
eficácia. “Muitas pragas, doenças e sinto-
tamento de cartografia com remedição de
mas de perda de produção em plantios co-
áreas plantadas.”
meçam pelos novos brotos das árvores, que
Para os especialistas, a grande vantagem
estão no topo da copa. A possibilidade de
no uso dessas tecnologias é a eficiência que
identificar problemas precocemente permi-
se traduz em menor custo. “Normalmente,
te a redução das perdas”, destaca o diretor.
a atividade florestal ocupa áreas de grandes dimensões, o que exige deslocamen-
Mão de obra
tos internos e externos de longas distâncias.
A funcionalidade dos VANTs é imensa,
Quanto maior ela for, menor é a eficiência
sendo aplicada para diversas finalidades,
operacional”, explica o diretor da IMA Flo-
mas quem são as pessoas responsáveis por
restal. De acordo com ele, o deslocamen-
utilizá-los? Em função da grande variedade
to de uma equipe dentro da propriedade
tecnológica que se apresenta atualmente,
ou de uma cidade à propriedade reduz as
Denis Pretto acredita que existe uma de-
horas de dedicação para uma atividade no
manda por profissionais com bom conhe-
campo. “O monitoramento de grandes áre-
cimento de pilotagem de aeromodelos,
as com uma equipe pequena com poucos
devido muitas similaridades de concepção,
deslocamentos é um grande resultado na
mas até profissionais leigos nesta área, se
busca de eficiência. Quanto maior o núme-
devidamente treinados, conseguem operar
ro de informações obtidas estacionada em
estes equipamentos. “O fato é que quanto
um único ponto, maior a eficiência”, deter-
maior a tecnologia do equipamento, menor
mina Marcelo. O uso de mapas temáticos
o grau de conhecimento em pilotagem se
obtidos com imagens de precisão, incorpo-
exige do operador. Percebemos que esta
rados nos computadores de bordo de má-
tecnologia tende a ser como um compu-
quinas, concedem precisão às operações,
tador, o qual, com um treinamento básico,
reduzindo custos de operação, insumos e
o profissional estará apto a operar”, afirma.
deslocamentos. Além disso, a qualidade do registro e os 20 TECNOLOGIA . B. FOREST
Contudo, os profissionais envolvidos não se resumem aos pilotos/operadores. Marcelo
B. FOREST
. ENTREVISTA 21
Ambrogi destaca a importância em com-
mento remoto da Geo Agri Tecnologia Agrí-
preender que o VANT é apenas o primei-
cola, após o voo e a tomada das fotogra-
ro passo do processo de uso das imagens.
fias é necessário fazer um processamento
A aplicação de forma a impactar decisões
destes dados para se gerar mapas e relató-
na operação florestal demanda um pilo-
rios. “Para isso, é necessário um profissional
to habilitado para o VANT, profissionais na
mais especializado, ou seja, um técnico ou
área de GIS (sigla em inglês para Geogra-
engenheiro (dependendo do grau de com-
phic Information System) para transformar
plexidade dos projetos) com formação nas
fotos em mosaicos e imagens, profissionais
áreas de topografia, agronomia ou carto-
de tecnologia de informação para adminis-
grafia”, explica. Isso porque, segundo ele,
trar e otimizar banco de dados, profissionais
estes projetos podem ser simples como ge-
técnicos da área florestal para transformar
rar um ortomosaico e modelo 3D do ter-
uma imagem em um produto, como por
reno em poucas horas, ou mais complexo
exemplo mapas de inventário qualitativo,
como identificação de doenças em uma
mapas de combate a mato competição, etc.
plantação ou até mesmo projetar ou ma-
De acordo com Paulo Henrique Amorim
pear linhas para serem usadas nos pilotos
da Silva, gerente de soluções em sensoria-
Foto: Divulgação IMA
22 TECNOLOGIA . B. FOREST
automáticos das máquinas agrícolas.
Foto: Divulgação IMA
“Muitas pragas, doenças e sintomas de perda de produção em
plantios
novos
começam
brotos
das
pelos
árvores,
que estão no topo da copa. A possibilidade de identificar problemas precocemente permite a redução das perdas”
Foto: Divulgação IMA
Viabilidade
obtidas e também, na inteligência aplicada
Levando estes fatores em consideração,
para transformá-las em processo de deci-
a utilização de VANTs é viável? Paulo acre-
são.” De acordo com avaliações realizadas
dita que sim. “O uso de drones para ima-
pela IMA, os custos de captura de imagens,
geamento tem se mostrado cada vez mais
processamento e produção de mapa temá-
viável e tem sido empregado no Brasil e no
tico e análise para se indicar um mapa de
mundo. Além de ser uma boa solução para
aplicação de herbicida é pago com a redu-
projetos com áreas menores, é uma boa al-
ção de uma área entre 5 e 15% da área total
ternativa para aquisição de imagens em re-
avaliada. “Isto sem considerar os subprodu-
giões com alta cobertura de nuvens como
tos possíveis de serem analisados na mes-
no caso do Centro-Oeste brasileiro no ve-
ma imagem, como inventário qualitativo,
rão”, explica.
por exemplo”, explica.
Marcelo Ambrogi complementa: “a viabilidade econômica se dá a partir do uso
Exemplo de sucesso
das informações básicas (fotos ou imagens)
Para otimizar o monitoramento de suas B. FOREST . TECNOLOGIA 23
florestas, a Eldorado Brasil passou a testar
por quadrante com resolução de 4 a 6 cm
VANTs nas plantações de eucalipto desde
por pixel”, explica Justo.
janeiro de 2013. Hoje eles estão em ple-
Com autonomia de voo de 40 minutos
na operação e, de acordo com a empresa,
por decolagem, um equipamento VANT faz
apresentam resultados altamente eficientes.
em média 10 voos por dia e registra cerca
O equipamento utilizado por eles pode
de 230 ha, área equivalente a 280 estádios
operar com três níveis de altura, chega a 130
de futebol do tamanho do Maracanã. A Em-
metros e tem precisão que permite contar e
presa, que já conta com três VANTs, otimi-
captar detalhes desde o plantio das mudas
zou o trabalho das equipes e tornou os pro-
até o desenvolvimento das árvores. “Como
cessos mais precisos, rápidos e eficientes.
a Eldorado é pioneira no uso da tecnolo-
“As três aeronaves realizam em apenas oito
gia para áreas plantadas, precisamos fazer
horas o trabalho que antes exigia de dois a
adaptações para automatizar o tratamento
três dias de campo. Além da alta produtivi-
das imagens. Estamos desenvolvendo um
dade, nos dá a visão da floresta de um ân-
software específico para contar as mudas
gulo diferente do solo, muito mais ampla e
em crescimento. Com isso ganharemos
com baixo custo. Outro ponto que levamos
em escala, tempo e precisão. Esse trabalho
em consideração é que com o VANT as
era realizado manualmente em campo, por
equipes utilizam menos veículos automoto-
amostragem e com prazo bem maior”, afir-
res, o que colabora com a menor emissão
ma Carlos Justo, gerente de planejamento
de monóxido de carbono”, completa Justo.
da Eldorado.
O gerente de planejamento explica que
A tecnologia registra hectare por hectare
a principal vantagem é a facilidade de cap-
e, para armazenar os mapas gerados com a
turar imagens de alta resolução com muita
precisão de detalhes que a nova tecnologia
rapidez. “Caso ocorra alguma eventualida-
exige, foi instalado um “supercomputador”
de, em que é necessário mapear/medir uma
com capacidade para processar e arquivar
determinada área, conseguimos imagens
os registros e também contratado um espe-
para análise no dia seguinte ou até no mes-
cialista em sistema de informação geográ-
mo dia.”
fica. “Para se ter uma ideia da qualidade da
Portanto, as atividades realizadas hoje
imagem, são feitas em média quatro fotos
na empresa são: a determinação do índice
24 TECNOLOGIA . B. FOREST
B. FOREST . SILVICULTURA 25
de sobrevivência, o mapeamento de uso do solo, a área efetivamente plantada, o monitoramento de áreas de PRAD (Projeto de Recuperação de Área Degradada) dentro da fazenda e a quantificação de sinistros, como incêndios, quebras por vento, entre outras.
Legislação Ainda não existe uma normatização específica para drones que sobrevoam áreas próprias e despovoadas. No entanto, há uma série de órgãos que determinam algumas regulamentações a serem seguidas. Entre eles, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que deve certificar os sistemas de comunicação; o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), responsável pelo uso do espaço aéreo brasileiro, que já possui uma norma para o uso do espaço aéreo por drones; e a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que lançou uma normativa para consulta pública no ano passado, e que deve publicar a norma, em meados deste ano.
26 TECNOLOGIA . B. FOREST
Foto: Divulgação IMA
Custos sob controle
S
eja para estipular o valor do produto final ou compor o planejamento da empresa, os custos florestais devem fazer parte de um planejamento bem definido e gerido. Para que
isso seja possível, é preciso saber como custear uma floresta e o melhor método para isso.
28 MERCADO TECNOLOGIA . B. . FOREST B. FOREST
Foto: Divulgação B. FOREST . MERCADO 29
U
ma boa gestão é a chave do suces-
à administração do projeto florestal.
so de um empreendimento florestal
Uma das principais finalidades do cus-
e para que isso seja possível é ne-
teio florestal é monitorar se os gastos na
cessário cumprir diversos processos, entre
formação das florestas estão adequados ao
eles o custeio florestal. Isso porque, o pleno
planejado, sempre considerando as melho-
conhecimento dos custos de produção de
res práticas de gestão. Lauro Jorge Prado,
qualquer atividade econômica assume im-
especialista em gestão empresarial e agro-
portante papel no processo de decisão de
florestal, destaca outras funções: estudo de
qualquer ação, seja industrial ou rural. O
preços via composição de sortimentos de
custeio florestal é composto por todos os
madeira e sua destinação no mercado; pro-
gastos com insumos e recursos destinados
jeções de custos para venda de madeira em
à formação do ativo florestal, medido em
pé versus madeiras em toras, cavacos, etc.;
termos monetários para obtenção receitas
identificação de oportunidade de amplia-
no futuro.
ção de novos plantios; projeções de cus-
Sua estrutura envolve diversas etapas,
tos para atendimento IFRS (Harmonização
como: formação da floresta, manutenção,
à Contabilidade Internacional); avalição de
proteção e gestão, infraestrutura de estra-
Ativos Biológicos; geração de custeio para
das, guarda patrimonial, operações de co-
atendimento ao SPED (Sistema Público de
lheita, transportes e demais operações liga-
Escrituração Digital); atender aos requeri-
das diretamente à obtenção de produtos e
mentos contábeis e fiscais(Imposto de Ren-
serviços florestais.
da); entre outros.
Por exemplo, os custos de formação estão ligados à implantação do projeto; os de
Como custeio minha floresta?
manutenção, são referentes às atividades de
Devido ao longo horizonte de produção,
manutenção e manejo dos plantios; já os
esta tarefa pode ser uma das mais comple-
custos de proteção constituem-se de ativi-
xas que envolvem a atividade florestal. Para
dades que minimizam riscos aos mesmos,
Gisele Costa Darski, gerente administrativa
sejam contra incêndios ou outras possíveis
da Granflor Agroflorestal, o primeiro passo
ameaças como pragas e doenças. Já os
neste processo é a organização. “Deve-se
custos de gestão são os gastos pertinentes
criar um plano de contas que possa facilitar
30 MERCADO . B. FOREST
B. FOREST . MERCADO 31
“Não se gerencia o que não se controla e não se controla o que não se planeja” Foto: FARIA, Gabriel Rezende
a administração de um fluxo de documen-
os indicadores de gestão e controle, o custo
tos que servirá de base para orçamentação,
talvez seja, o mais completo”, salienta. Para
fluxo de caixa e registros contábeis”, afirma.
ele, é importante determinar, na modela-
Ela acrescenta que o custeio florestal pre-
gem, todos os valores das atividades e insu-
cisa estar embasado não só nas premissas
mos do projeto, taxa de inflação e câmbio,
das atividades necessárias para o desen-
custos indiretos e variáveis, entre outros,
volvimento das florestas, mas também em
para permitir a estimativa do custo de cada
uma base sólida de informações, registros e
ano/fase do projeto florestal e buscar uma
documentos que darão lastro e credibilida-
expectativa de custo do produto final.
de à estas informações.
Lauro ainda alerta que se deve ter aten-
De acordo com Cláudio Ramos, enge-
ção com tarefas ou atividades que podem
nheiro florestal especialista em adminis-
ser executadas em mais de um processo.
tração e economia rural, o custeio florestal
“Como também com atividades de difí-
deve ser muito bem discutido e modelado
cil obtenção de apontamentos, pois nesse
no Planejamento do Projeto. “Entre todos
caso devem ser adotados critérios técnicos
32 MERCADO . B. FOREST
para a alocação.” Para ele, o aspecto mais
Tipos de custeio
importante a ser considerado está ligado a
A escolha do método de custeio está di-
cultura gerencial de cada organização que,
retamente ligada a cultura de gestão e a exi-
na maioria das vezes, se preocupa com o
gência contábil e fiscal. Gisele acredita que
custo do que está sendo feito e não com o
este deve ser escolhido de forma que os
custo gerado do que deixa de ser realizado.
gestores da operação possam acompanhar
Cláudio ainda ressalta que, se mal mo-
e rastrear possíveis oscilações, com o ob-
delado ou executado, um simples corte de
jetivo de resolver e avaliar, de forma rápida,
gastos operacionais, por falta de caixa por
junto às equipes técnicas, possíveis melho-
exemplo, pode não só reduzir o custo da
rias nos procedimentos. “A opinião técnica
fase do projeto, mas, resultar também na
operacional é sempre o melhor “termô-
redução da produção florestal, com con-
metro” de uma operação. No entanto, se o
sequente aumento do custo do produto fi-
método de custeio estiver devidamente pa-
nal, ou não produzir a matéria-prima com
rametrizado, geralmente os números apre-
a qualidade desejada no tempo planejado.
sentados estarão alinhados com o ponto de
“Por essa razão, há que se amarrar toda a
vista operacional e darão um subsidio im-
modelagem dentro do trinômio: planeja-
portante para as tomadas de decisão”, ex-
mento, controle e gestão.”
plica.
Foto: HIGA, Rosana Clara Victoria
B. FOREST . MERCADO 33
De acordo com Lauro, existem sete métodos de custeio. São eles:
cada produto. Já os custos indiretos são direcionados ao produto via critérios de alocação. Neste caso, as despesas admi-
• Custeio Padrão – nele, todos os custos são predeterminados com base em um processo científico e em experiências passada e presente;
nistrativas e comerciais não são apropriadas aos produtos; • Custeio UEP (Unidade de Esforço de Produção) - esta técnica é semelhante
• Custeio Alvo – se trata do custo
ao por Absorção no que se refere aos ele-
projetado usado para análise de ciclo de
mentos de custeios considerados. É ade-
vida de um produto a ser lançado. Este é
quada à finalidade contábil de apuração
usado para visualizar cenários de compe-
de custos de estoque e vendas, pois man-
titividade;
tém segregadas do custo do produto as despesas de administração e vendas. Ele
• Custeio ABC ou por Atividades - o pressuposto básico é que os recursos das
apropria nos produtos todos os custos: diretos e indiretos;
empresas são consumidos pelas atividades desenvolvidas. Os produtos, por sua
• Custeio RKW (Reichskuratoriun für
vez, consomem atividades, que são con-
Wirtschaftlichtkeit) – esta técnica cente-
junto de tarefas relacionadas, podendo
nária alemã, se resume em um processo
ser executadas em mais de uma área fun-
de fixação de preço do produto com base
cional.
na alocação dos custos fixos e variáveis, somados a eles também as despesas que
• Custeio Direto ou Variável – todos os custos ligados diretamente ao produto serão alocados ao mesmo. O restante dos custos é computado ao resultado geral da empresa como despesas;
a empresa apresenta. “O modelo mais completo e complexo é o Custeio ABC, que requer uma grande capacidade de apontamentos de dados, enquanto o método por Absorção e mais
• Custeio Absorção – os custos dire-
flexível. Mas, o modelo mais utilizado pe-
tos são alocados diretamente aos produ-
las empresas florestais no Brasil o método
tos com base em registro do consumo de
Absorção”, destaca Lauro.
34 MERCADO . B. FOREST
Gestão
Lauro destaca que, como os métodos
O custeio florestal, mesmo que elabo-
de custeio organizam as operações e o
rado corretamente, precisa ser bem gerido
fluxo de dados, eles possibilitam ao gestor
também. Gisele explica que, após ter sido
filtrar informações úteis de maneira rápida
definido, o orçamento deve ter acompa-
suportando o acerto na decisão a ser to-
nhamento mensal, trimestral e anual dos
mada.
relatórios gerenciais emitidos por meio de
“Da mesma forma, este modelo de or-
registros e controles. Os quais permitirão
ganização gerencial fortalece e suporta
identificar possíveis desvios, sejam eles
meios para que o planejamento caminhe
problemas técnicos, metodológicos, ge-
na linha estratégica proposta por meio de
ográficos, mercadológicos, políticos eco-
contínuas ações que envolvem os gestores
nômicos do país ou até mesmo de ges-
operacionais e estratégicos”, acrescenta.
tão. “Após identificados, a gestão torna-se
Existe também um modelo básico de
mais ágil e precisa, permitindo assim que
ação usando conceitos de custeios. O
o projeto retome o curso ou sinalize pos-
qual é composto por: planejamentos anu-
síveis alterações de escopo”, esclarece a
ais, bianuais e visão de cinco anos das ati-
gerente.
vidades florestais; realização e registro dos
Foto: Divulgação
B. FOREST . MERCADO 35
Foto: PICHELLI, K. R.
eventos conforme planejado; comparativo
ser apresentadas para todos os operado-
entre o realizado x planejado; análise das
res que tenham alguma função de decisão
causas das variações encontradas; e exe-
para que a educação financeira, a distri-
cução de ações corretivas e incorporação
buição funcional de responsabilidades e
no planejamento seguinte. “A organização
a melhoria contínua em todos os setores
dos processos de custeio ligada a capaci-
possam acontecer, de fato, criando uma
dade de apontamento de qualidade, leva o
cultura focada no resultado. Tal cultura é
gestor a empreender ações de melhorias
vital para a gestão de projetos de longo
contínua”, destaca Lauro.
prazo”, salienta.
Contudo, Cláudio Ramos acredita que
Não se gerencia o que não se controla
qualquer método de custeio ou de ges-
e não se controla o que não se planeja.
tão de custos não deve ser compreendido
Por isso, é preciso que todas as etapas que
apenas como uma coleção de dados e in-
compõem a atividade florestal sejam rea-
formações dirigidos apenas para os setores
lizadas dentro do planejamento, para que
contábeis e administrativos das empresas,
o objetivo seja alcançado e os imprevistos
ou mesmo para a gerência do projeto. “Es-
sejam corrigidos de forma que não interfi-
sas informações, bem trabalhadas, devem
ram no resultado final.
36 MERCADO . B. FOREST
TRATOR DE ESTEIRAS Devido a transmissão hidrostática, projetada para empregar a potência máxima de tração em períodos longos, o Trator de Esteiras Cat® D6K2 também é usado para puxar grades aradoras, fazendo com que esse equipamento seja muito apropriado para esse tipo de aplicação. O Cat ® D6K2 demonstrou um ótimo desempenho, excedendo a expectativas dos clientes e revendedores. Sob condições de alta temperatuda ambiente e alta umidade, a temperatura da máquina se manteve na área verde, sem nenhuma indicação de superaquecimento, mesmo após uma longa operação.
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B. FOREST
. ENTREVISTA 37
Os Benefícios da Gestão Florestal Eficiente P
equenas e médias empresas podem usufruir dos benefícios dos sistemas de gestão
38 GESTÃO . B. FOREST
Foto: Kersys B. FOREST B. FOREST. MERCADO . GESTテグ 39
Q
uais são os mecanismos utilizados
namento e cálculo de dados. “O sistema de
pela sua empresa para aumentar
informação é uma das principais ferramen-
a produtividade e gerar negócios
tas utilizadas para suporte à tomada de de-
mais eficientes? As decisões e ações são to-
cisões, afinal ele é um software voltado para
madas levando em conta a análise de ati-
a coleta, armazenamento e transformação
vidades e um planejamento de longo prazo
de dados em informações e indicadores que
ou são tomadas ao acaso? As perguntas são
serão utilizados no processo de gestão para
amplas e podem até parecer distantes da
otimizar e disseminar de maneira segura os
realidade florestal, porém respostas imedia-
resultados corporativos esperados”, detalha
tas e assertivas são essenciais para qualquer
José Roberto Pereira Jr., diretor de projetos
empresa que vive no atual mercado compe-
da Kersys.
titivo, dinâmico e globalizado.
A utilização dos softwares já é vista pelas
Com o suporte da tecnologia, em espe-
empresas como extremamente positiva, po-
cial dos softwares de gestão, se tornou mais
rém ainda traz um grande desafio para ex-
fácil ter acesso à informações e indicadores
tração de indicadores do sistema. “A barreira
confiáveis graças aos sistemas de armaze-
a ser ultrapassada está relacionada a contra-
Foto: Kersys 40 GESTÃO . B. FOREST
tação de uma mão de obra qualificada para
acompanhar a evolução das novas tecnolo-
operá-lo, afinal os dados devem ser inseri-
gias e operar a um custo compatível com a
dos com frequência e qualidade para que as
realidade do cliente”, destaca.
informações geradas pelos indicadores sejam confiáveis”, destaca José Roberto. Até pouco tempo atrás, os sistemas eram utilizados apenas para grandes empresas, porém, a Kersys está lançando uma plataforma de gestão destinada para pequenas e médias empresas florestais, a e-kersys. “É uma plataforma de prestação de serviço ba-
7 Benefícios dos Softwares de Gestão 1. Melhoria nos controles e produtividades da equipe; 2. Agilidade na identificação de possíveis desvios do planejamento;
seado em mão de obra altamente qualifica-
3. Evolução e agilidade no acesso às
da e software para auxilio da gestão flores-
informações, divulgando relatório
tal, na qual nossos clientes podem acessar o
mais precisos, com menor esforço;
sistema de qualquer lugar pela internet e visualizar indicadores e relatórios comparati-
4. Acesso e notificações em dispositivos móveis;
vos de posicionamento da sua produção. “O custo para utilização dos serviços da plataforma e-kersys, varia de cliente para cliente conforme o pacote de serviços selecionados e a área de cada um”, explica José Roberto. O diretor de projetos da Kerys, orienta que independentemente do porte da empresa, um sistema de informação ideal deve proporcionar o atendimento das necessidades dos usuários quanto ao controle e facili-
5. Aperfeiçoamento nas tomadas de decisões, com acesso mais rápido e confiável às informações; 6. Mais estímulo nas interações internas para as tomadas de decisões; 7. Melhoria nos processos da empresa para enfrentar acontecimentos não previstos e redução dos custos das operações.
dade dos processos. “Estar alinhado com as demandas e estratégias da empresa é fundamental para se alcançar o resultado es-
Para mais informações acesse: http://saas.kersys.com.br/
perado. Além disso, um bom sistema precisa B. FOREST . GESTÃO 41
ANÁLISE MERCADOLÓGICA
Í
ndices econômicos, desaquecimento do mercado doméstico e aumento na procura por toras grossas de pinus são os destaques do boletim mercadológico feito pelos profissio-
Foto: Divulgação
nais da STCP
42 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: A expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, em 2016, é negativa em -3,60%, segundo última estimativa do boletim Focus do BCB (Banco Central do Brasil) de Mar/16. Se esta perspectiva se confirmar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB é de +0,44%. • Inflação: Em Fev/2016, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,90%, apresentando uma desaceleração em relação à Jan/2016, que fechou em 1,27%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 10,36%, porém ainda segue significativamente acima do teto da meta anual de inflação do BCB de 6,5%. A estimativa do BCB é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7,43% (ainda acima do teto da meta) e em 2017 em 6,0%. • Taxa de Juros: No início de março, o COPOM manteve mais uma vez a taxa Selic em 14,25%, o maior patamar em quase 10 anos, em linha com a atual política econômica do Governo e também influenciada pelas incertezas no panorama nacional. A estimativa do BCB é que a Taxa Selic feche 2016 em 14,25% ao ano e em 2017 em 12,50% ao ano. • Taxa de Câmbio: Em Fev/2016 a taxa média cambial encerrou em BRL 3,97/USD, resultando em queda de -1,9% em relação à média de Jan/2016. A média cambial observada na primeira quinzena de Mar/2016 foi de BRL 3,76/USD, com variação entre BRL 3,62 e 3,99/USD, com alta volatilidade devido a novos desdobramentos no cenário político nacional, queda da credibilidade no governo e pressão da opinião pública. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 4,25/USD em 2016 e de BRL 4,34/USD em 2017.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 43
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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44 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
“O setor madeireiro é um dos poucos segmentos da indústria que cresceu em 2015. No Estado do Paraná, segundo a FIEP, as vendas de produtos madeireiros cresceram
+5,2%
em
2015,
enquanto o setor industrial como
Foto: Divulgação
um todo retraiu -8,4%”
Foto: Divulgação B. FORESTB. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA . ENTREVISTA 45
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
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46 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
• Comentários - Tora de Eucalipto: Com o agravamento da crise política e a recessão econômica no país, persiste a redução no consumo das famílias por bens e serviços, o que impacta também no sobre o setor florestal, inclusive no consumo de madeira em tora pela indústria de transformação. Alguns produtores florestais mencionaram dificuldade na comercialização de madeira fina para cooperativas, pois há grande oferta de tora com diâmetro menor que 24 cm, principalmente na região Sul. Ao passo que os custos de produção continuam aumentando, o que tende a uma estabilização nos preços e até mesmo redução em casos específicos, devido à pressão durante a negociação por parte do mercado consumidor. Para a tora grossa também, na maioria das empresas, não houve alteração significativa nos preços. Algumas serrarias mencionaram um início de ano fraco e sem perspectiva de avanço nos preços no curto-prazo, apesar do aumento nos custos de mão de obra, insumos e energia elétrica dos últimos meses, os quais ainda não foram repassados integralmente nos preços. Com o start-up de nova planta industrial de grande porte no Sul do país, estima-se que a dinâmica de oferta e demanda por tora de mercado seja alterada regionalmente. Produtores florestais locais de madeira em tora veem este e alguns outros novos empreendimentos recentes como uma oportunidade de recuperarem gradativamente o preço da matéria-prima industrial (tora fina). O aumento recente do preço do minério de ferro pode servir como estímulo na produção de carvão vegetal para atender a indústria siderúrgica, principalmente localizada em Minas Gerais. Se tal fato se concretizar, nos próximos meses, isto poderá afetar positivamente a dinâmica de mercado de madeira em tora de eucalipto. • Comentários - Tora de pinus: De modo geral, os preços de madeira para processo e energia de pinus tiveram leve queda em fev/2016, seguindo igual tendência observada para tora fina de eucalipto. Os produtores florestais continuam com dificuldade para reajustar os
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 47
preços e enfrentam cenário de baixa demanda e excesso de oferta de tora fina, principalmente em regiões com menor concentração do consumo na Região Sul. Alguns reflorestadores, que antes atendiam empresas produtoras voltadas ao mercado interno, estão concentrando a venda de matéria-prima a empresas do setor que direcionam seus produtos manufaturados ao mercado externo. Isso tem ocorrido em função do forte desaquecimento no mercado doméstico, principalmente na indústria de painéis reconstituídos, embalagens, móveis e portas (construção civil), segmentos consumidores de toras com sortimento < 25 cm. Por outro lado, permanece aquecida a procura por toras grossas, principalmente de laminação, resultante da menor oferta desta matéria-prima no mercado e do aquecimento nas vendas de serrados e compensados junto ao mercado internacional. O setor madeireiro é um dos poucos segmentos da indústria que cresceu em 2015. No Estado do Paraná, segundo a FIEP, as vendas de produtos madeireiros cresceram +5,2% em 2015, enquanto o setor industrial como um todo retraiu -8,4%. O resultado positivo está intrinsicamente ligado às exportações, que atingiu em 2015 o maior valor exportado (USD 901 milhões) desde a crise de 2008. Entre os produtos com melhor desempenho, está a madeira serrada de pinus, que apresentou aumento de 31% em relação ao volume exportado de 2014. No entanto, o resultado em valor de exportação é bastante inferior em função da queda do preço internacional do produto. O desaquecimento do mercado doméstico, somado à desvalorização do Real, corroborou para que as serrarias e a indústria madeireira como um todo recorressem ao mercado externo. Esse movimento gerou maior oferta do produto nacional ao exterior e consequente pressão sobre os preços em dólar, diminuindo a margem de lucro das empresas. As oscilações cambiais nas últimas semanas apontam para um cenário de incerteza, principalmente para operações industriais menos competitivas voltadas ao exterior. A orientação de associações de classe é não aumentar a produção industrial e agir com cautela nas exportações, testando a aceitação dos produtos brasileiros no mercado internacional e se adequar às normas de qualidade internacionais.
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48 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 49
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
50 SIM ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
Empresários disseram SIM!
M
otivação e entusiasmo expressam os sentimentos dos participantes dos eventos da SIM - Semana Internacional da Madeira, que aconteceu de 06 a 11 de março em Curitiba
(PR). Mesmo em um momento turbulento da economia e política, a reunião das principais empresas e entidades do setor industrial madeireiro e da construção civil com uso da madeira, mostrou que com o trabalho do setor é possível superar a crise e encontrar oportunidades para o crescimento. Nas próximas páginas, acompanhe em detalhes o que aconteceu na SIM!
B. FOREST . SIM 51
Lignum Brasil Supera Expectativas segmento florestal
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
F
eira destinada ao setor industrial madeireiro contou com a presenรงa de empresas do
52 SIM . B. FOREST
O
mês de março de 2016, ficará
assim como as últimas tendências e soluções
na lembrança do setor industrial
para a aplicação da madeira na construção
como um marco de força para o
civil.
Entre
elas,
também
estiveram
segmento madeireiro e do uso da madeira
presentes empresas com produtos voltados
na construção civil. Afinal, a Lignum
para o setor florestal, como picadores e
Brasil e 2ª Expo Madeira & Construção,
garras para a movimentação de madeira.
feiras realizadas nos dias 09, 10 e 11 de
O diretor geral da Lignum Brasil explica
março, foram um sucesso, reunindo 5.169
que
visitantes, de 22 estados e 11 países. As
soluções para o processamento da madeira
negociações realizadas nos três dias dos
desde o momento que ela é posta no pátio
eventos, geraram mais de R$ 53 milhões
das indústrias até estarem prontas para
em vendas e prospecções. “Este valor só
a aplicação na construção civil, porém
confirma a carência, vivida até então, de
algumas empresas expositoras, de essência
uma feira forte e o potencial do segmento”,
florestal, possuem também soluções para
afirmou Jorge R. Malinovski, diretor geral
os primeiros processamentos industriais
da Lignum Brasil.
do material. “Por este motivo, os visitantes
na
feira
foram
apresentadas
as
A Lignum Brasil e a 2ª Expo Madeira &
puderam encontrar empresas de picadores,
Construção contaram com 71 empresas
trituradores e serras”, detalhou. De acordo
expositoras, que apresentaram máquinas
com a organização, a próxima edição da
e equipamentos para a transformação,
Lignum Brasil e Expo Madeira & Construção
beneficiamento, energia e uso da madeira,
está programada para em 2018.
Lignum Brasil - Números • 5.169 Visitantes • 22 Estados • 11 Países • R$ 53 Milhões em Negócios B. FOREST . SIM 53
Bruno Industrial
A
Bruno
Industrial
participou
da
militar que controla e supervisiona todas
Lignum Brasil em dois espaços.
as funções do equipamento, além de
Um voltado ao atendimento dos
radiador superdimensionado que permite a
clientes e outro onde os visitantes puderam
operação em diversas regiões e sob severas
acompanhar o picador Forest King em
condições, sistema Clean Fix e controles de
operação. Em horários determinados, os
alimentação e velocidade eletrônicos. “Além
visitantes acompanharam a máquina em
de ser uma das nossas maiores máquinas, o
funcionamento e avaliaram a qualidade
Forest King é nosso carro-chefe de vendas”,
do cavaco produzido. O Forest King tem
salientou Mark Andrey, gerente de vendas
sistema elétrico computadorizado de grau
da Bruno Industrial.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
54 SIM . B. FOREST
Vantec
A
empresa catarinense, apresentou a
hidráulica, acionamento de elevação e inclina-
empilhadeira EI 2500 para movimen-
ção por joystick e sistema de bloqueio exclusi-
tação de madeira. Diógenes Lucion,
vo. A Vantec também colocou em exposição
supervisor comercial da Vantec, explicou que
um picador fixo para produção média de 70
o equipamento tem tração 4x2, transmissão
m³ de madeira por hora.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
B. FOREST . SIM 55
Tajfun
A
Tajfun apresentou um guincho
operações. Em funcionamento, estava a
florestal,
processadora
processadora para lenha. “O conceito de
para lenhas e uma grua para
venda de lenha ainda não está muito claro
conexão em terceiro ponto de trator.
no Brasil, por mais que o mercado exista
A ideia desses três equipamentos é a
e seja necessário, os produtores ainda
intercambialidade, afinal a empresa tem
não entendem o potencial de agregar
a filosofia de trabalhar com o pequeno
valor ao produto, processando as árvores
produtor, permitindo que ele, com apenas
e gerando lenha para energia”, explica
um trator e operador, consiga fazer várias
Marlos Schmidt, diretor da Tajfun no Brasil.
uma
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
56 SIM . B. FOREST
Metalcava
A
empresa mostrou ao público da
da empresa, afirma que o maior objetivo
Lignum Brasil um picador com
da Metalcava na feira foi conversar com os
sistema de faca que possibilita a
clientes para saber o que o mercado acredita
extração e facilita a regulagem ou troca e
que deve ser melhorado ou desenvolvido
uma refiladeira. Mas Charles Cava, diretor
para as novas linhas de produtos.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
B. FOREST . SIM 57
Timber Forest
C
om foco na primeira fase da cadeia
de carga de 18 toneladas, chassi robusto e
produtiva da madeira, Claumar
motor Mercedes-Benz; o cabeçote Ponsse
Baldissera, coordenador de vendas
H6, que pode ser utilizado tanto para
da Timber Forest contou que a empresa
desbaste de árvores pequenas quanto o
apresentou aos visitantes o Forwarder
abate de regeneração; e o cabeçote Logmax
Buffalo King, da Ponsse, que tem capacidade
5000D.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
58 SIM . B. FOREST
Palfinger
E
m seu estande, a Palfinger apresentou
materiais em serrarias. A Palfinger também
dois modelos de guindaste, o florestal
esteve presente no estande da Bruno Industrial,
Epsilon C80Z, com fechamento canivete
participando da demonstração, fazendo o
e o PKK12500, que é destinado para içar
abastecimento do picador Forest King.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
B. FOREST . SIM 59
Arbogen Tecnologia Florestal
C
técnicas
om foco no desenvolvimento
clássico e biotecnologia, a Arbogen
de material genético para o
apresentou para os visitantes famílias e
setor florestal por meio de
clones de pinus taeda e novos clones de
de
melhoramento
genético
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
60 SIM . B. FOREST
eucalipto.
Planalto Indústria e Comércio
C
om
um
estande
institucional,
picadores florestais, transportadores, redler,
a Planalto apresentou para os
mesas receptoras e dosadoras, alimentação
visitantes suas linhas de produtos
de caldeiras, silos, moegas, afiadores de
e serviços. Entre eles: picadores fixos,
facas, entre outros.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
B. FOREST . SIM 61
Fezer Power Machines
D
urante a Lignum Brasil, a Fezer
nova geração de centrador de toras XY. Os
lançou
laminador
visitantes também puderam conhecer outras
sem fusos incluindo uma linha
linhas da empresa, como equipamentos
de transporte de lâminas, guilhotina e
para biomassa, e soluções para a geração de
empilhador automático, como também a
energia elétrica por meio de usinas térmicas.
um
torno
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
62 SIM . B. FOREST
J de Souza
C
om foco na movimentação de pátio
garras de 0,58 m² a 1,35 m². “Muito utilizado
e carga e descarga de madeira, a
em serrarias e movimentação de pátio,
J de Souza apresentou na Lignum
o carregador pode ser instalado em pá
Brasil um garfo para movimentação em pátio,
carregadeira e tratores”, explicou. Além disso,
que pode ser instalado em pá carregadeira
os visitantes também puderam conhecer a
e tratores; um carregador frontal que, de
garra GJ 300s, um implemento de pequeno
acordo com Anderson de Souza, diretor
porte com alimentação hidráulica e área de
da J de Souza, pode ser equipado com
0,30 m².
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
B. FOREST . SIM 63
Morbark
A
representada
transportador de descarga e peneira
Forest,
sua
classificadora, com capacidade máxima
revendedora no Brasil. Durante a
de produção de 40 a 70 toneladas/hora,
feira, a empresa lançou o Morbark Drum
controle operacional remoto manual e
chipper 30/36, um picador de tambor para
sistema de controle computadorizado de
resíduos florestais (picador de biomassa),
monitoramento e diagnóstico de falhas
móvel,
e manutenção com transmissão on-line,
com
Morbark pela
Komatsu
motor sistema
estava
diesel, hidráulico,
embreagem rebocável,
Morbark Hod.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
Confira o lançamento das demais empresas expositoras no site da Lignum Brasil: www.lignumbrasil.com.br 64 SIM . B. FOREST
B. FOREST . SIM 65
Oportunidades para a Energia da Madeira
A
s tarifas e a instabilidade do abastecimento energético no Brasil preocupam as indústrias nacionais. Uma alternativa é a geração e cogeração de energia utilizando a madeira,
mas ainda existem muitas dúvidas a respeito do assunto. Por isso, foi realizada, em Curitiba (PR), uma série de palestras sobre o tema.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli 66 SIM . B. FOREST
O
Encontro Brasileiro de Energia da
em 15 anos. Em 2000, eram cerca de 3.000
Madeira, evento parte da SIM -
MW (Megawatts), já em 2015, quase 18.000
Semana Internacional da Madeira,
MW. “Essa participação na matriz energética
difundir
ainda é muito baixa, mas tem boas
informações sobre legislação, produção,
perspectivas de crescimento, afinal, fontes
distribuição e comercialização da energia
alternativas são necessárias”, ponderou.
teve
como
objetivo
principal
proveniente da biomassa florestal. Os mais
Benno Doetzer, diretor-presidente do
de 300 participantes assistiram palestrantes
Instituto de Florestas do Paraná, na palestra
experientes abordarem assuntos relevantes
“Oportunidades de Suprimento de Madeira
relacionados ao tema.
para Fins Energéticos no Estado do Paraná”,
Realizado em Curitiba (PR), nos dias
apresentou políticas e iniciativas do Estado
10 e 11 de março, o Encontro começou
do Paraná para incentivar o cultivo de
passando para os profissionais um panorama
florestas. Em um levantamento realizado
sobre o setor energético nacional. César
em 2015, o governo calculou o potencial de
Sá, diretor da WeSee, destacou em sua
geração de energia proveniente de biomassa
palestra “Panorama Energético Brasileiro”
florestal, no Paraná. O resultado apresentou
a crise energética que o Brasil passou em
Curitiba e Região Metropolitana como maior
2015, utilizando o volume morto de alguns
potencial. No entanto, de acordo com
reservatórios, principalmente do Sudeste. Ele
Benno, ele ainda não é utilizado ao máximo
também mostrou a diferença de consumo
devido a baixa eficiência na geração de
nas diferentes classes e regiões do Brasil e de
energia, muito motivado pelo maquinário
que forma isto interfere na matriz energética
utilizado, que ainda tem muito a melhorar.
brasileira.
André Zeni, engenheiro de Gestão de
Outro ponto destacado por ele, foi a
Projetos de Conexão da Copel Distribuição,
redução do consumo de energia pelo setor
a legislação vigente para que as micro e
industrial. “Em 12 anos o consumo caiu 10%,
minigeradoras e cogeradoras comercializem
devido aos altos valores cobrados pelas
sua energia. Ele destacou as resoluções
concessionárias”, explicou. Por outro lado,
482/2012 e 506/2012 da ANEEL. “Existem
de acordo com ele, a geração de energia
formas de comercializar energia para as
termoelétrica aumentou consideravelmente
concessionárias e para o mercado livre e B. FOREST . SIM 67
cada um deles tem uma regulamentação
mostrou para os participantes o projeto UTE
diferente”,
exemplo,
(Usina Termelétrica) Campo Grande, que
apresentou cases e dados no Paraná e Santa
irá gerar 150 MW provenientes de florestas
Catarina.
de eucalipto. Tuoto destacou que todo
afirmou.
Como
As formas de comercialização da energia
o abastecimento da unidade é feito por
produzida também foram tema da palestra
florestas dedicadas, que foram implantadas
de Robson Rossetin, diretor presidente da
para atender prioritariamente esta demanda
Electra Energy. Ele falou sobre a viabilidade
industrial.
de venda de energia em leilões e sobre
projeto é composto por uma única espécie
métodos para saber qual preço deve ser
de floresta altamente especializada com
cobrado pelas empresas. “A venda de energia
material genético determinado para alta
de biomassa é por disponibilidade, não por
produtividade,
quantidade. O valor de oferta do leilão não
da árvore e rápido crescimento”, ressaltou
é o efetivo valor de Megawatts por hora”,
Tuoto.
esclarece.
“Como
característica,
máximo
esse
aproveitamento
Os desafios para a logística da produção
Para finalizar as palestras do primeiro
de biomassa florestal foram tema da palestra
bloco, Rodrigo Duarte, diretor da Solidda
de Fabio Calomeno, diretor administrativo
Energia, apresentou cases de sucesso da mini
da NP Transporte e Biomassa, empresa que
e microgeração de energia. Ele apontou os
realiza transporte para a unidade da Klabin
requisitos para que as empresas se tornem
de Telêmaco Borba e para a Berneck, entre
autossuficientes em energia e as vantagens
outras empresas. Ele ressaltou que o maior
disto. “Uma empresa com filiais, pode ter
desafio é a pureza da biomassa, que varia de
uma matriz geradora de energia e suprir
acordo com o local onde ela é produzida.
todas as suas filiais, desde que estas sejam
“Os contaminantes prejudicam a queima e
abastecidas pela mesma concessionária
ainda podem estragar a caldeira”, explicou.
energética”, exemplifica. Para dar início as palestras do Bloco 2
Já os desafios no transporte da biomassa florestal foram abordados por Ricardo
- Biomassa Florestal, Marco Tuoto, diretor
Rodrigues
da Tree Florestal, falou sobre a produção
projetos e treinamento florestal da Klabin. Ele
de florestas para geração de energia. Ele
destacou que os principais pontos a serem
68 SIM . B. FOREST
Rosa,
do
departamento
de
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
superados no transporte deste tipo de carga
florestal da ADM. De acordo com ele, para
é a qualidade das estradas, as intempéries e
ter qualidade na matéria-prima é preciso
a disponibilidade de mão de obra. Como na
aliar os indicadores silviculturais e os de
Klabin o transporte da biomassa é a última
colheita com os processos realizados na
operação do ciclo florestal, a condição
indústria. Dessa forma, é possível controlar
das estradas já não é a ideal. Outro quesito
algumas variáveis, como: poder calorífico
destacado por ele são os riscos na descarga
(superior, inferior, útil), densidade básica e
da biomassa. “Por isso, indicamos o uso de
a granel, teor de umidade, granulometria e
caminhão com piso móvel, para zerar o risco
teor de cinzas.
de tombamento”, aconselhou.
A tecnologia utilizada também é de
A qualidade do cavaco também é
extrema importância e Ricardo Bitencourt
fundamental para a eficiência energética.
Silveira, diretor executivo da Dasos Florestal,
Por isso, este foi o tema abordado por
falou sobre os “Avanços Tecnológicos
Marcos Antônio da Silva Miranda, supervisor
para Produção de Biomassa Florestal em
B. FOREST . SIM 69
Pequena e Média Escala”. Ele apresentou aos
e patentes que a empresa tem em relação
participantes as máquinas disponíveis para
a energia proveniente da biomassa florestal.
colheita florestal e transporte de biomassa.
As oportunidades de secagem de grãos
Para Ricardo, as produções em média escala
por meio da utilização de pellets foram
devem ser feitas com escavadeiras com
mostradas por José Rubens Rodrigues dos
Feller de tesoura e mini Skidder com trator.
Santos, diretor da Cooperativa Agroindustrial
O segundo dia do Encontro Brasileiro de
Bom Jesus. Ele afirma que para avaliar a
Energia da Madeira começou com o Bloco
viabilidade da energia não se deve pensar em
3 - Produtos para Geração de Energia da
volume consumido de biomassa, mas sim na
Madeira, com a palestra “Panorama Mundial
energia gerada, na eficiência energética do
das Tecnologias e Viabilidade da Gaseificação
material, a qual se mede a partir da densidade
Utilizando a Madeira”, ministrada por Sergio
da madeira e da umidade, entre outros
Leite Lopes, diretor da DeltaH Solutions. Ele
aspectos técnicos. Além disso, José Rubens
apresentou os custos das matérias-primas
também mostrou valores de investimentos
em
e
em maquinário e matéria-prima feitos em
combustão. Como também mostrou dados
um projeto realizado pela cooperativa, como
Reais/tonelada
em
gaseificação
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
70 SIM . B. FOREST
também aspectos práticos do uso de pellets. Sérgio Klaumann, diretor da Koala Energy,
à biomassa energética; e florestas de baixo custo.
falou sobre como deve ser montada uma
Finalizando o bloco, Augusto Valencia,
planta da fábrica de pellet. Segundo ele,
diretor da BiomTec, falou sobre carvão
geralmente, ela é composta por picador,
vegetal. De acordo com ele, a energia
secador, silo, moinho, silo pré-peletizadora,
gerada pelo produto deve ter a integração da
pelletizadora,
empacotadora/
queima das fumaças, secagem da madeira,
granel. Ele também destacou a importância
geração de energia e controle do processo
da qualidade do produto e da ausência
para ser efetiva.
resfriador,
de contaminantes para que a eficiência
Para dar início ao bloco 4 - Transformação
energética seja a desejada. Sérgio também
de Energia da Madeira na Indústria, José
apontou dados de produção e consumo de
D.
pellet no mundo e afirmou: “o Brasil tem
de negócios da TGM, em sua palestra
plenas condições de fornecer pellets para a
“Viabilidade da Geração e Cogeração de
Europa e Rússia.”
Energia da Madeira”, mostrou um estudo da
Serra,
diretor
de
desenvolvimento
Giordano Corradi, engenheiro florestal da
variedade do uso de energia de 2000 até
CIBiogás, uma empresa sem fins lucrativos da
fevereiro de 2016. Nele, apresentou-se uma
Itaipu, em sua palestra, “Florestas Energéticas
oscilação na quantidade de energia, que em
Descentralizadas”, comparou a demanda de
momentos de instabilidade econômica é
biomassa florestal para o Oeste do Paraná
bastante reduzida, já em tempos prósperos
com a oferta disponível. “Existem 23.850 ha,
fica em alta. “Quando o país se recuperar
mas são necessários 40.000 ha, a aquisição
é provável que não tenhamos energia
do restante gera custos, afinal a madeira
suficiente para todos, por isso indicamos
faltante vem de longe”. Para solucionar
para as indústrias a cogeração”, afirma.
esse déficit, Giordano apresentou cinco
Ele destaca que existem vários benefícios
estratégias traçadas pela CIBiogas. Entre elas
em produzir a própria energia, afinal, além
estão: seleção de áreas pela metodologia
de garantir o abastecimento, a energia
de
excedente pode se tornar um novo produto
TVF
(terras
de
vocação
florestal);
florestas descentralizadas; adubação com biofertilizante; manejo florestal destinado
a ser comercializado. José também apresentou um estudo B. FOREST . SIM 71
de uma empresa cogeradora de energia,
na escolha da tecnologia de controle de
que passou a economizar cerca de R$ 10
emissões.
São
milhões ao ano. O investimento feito com
sistema
(disponibilidade
os equipamentos é pago em três anos.
análise de insumos para operação da planta
eles:
confiabilidade
do
operacional),
Jorge Raurich, gerente comercial da GCE
(custo e disponibilidade atual e futura, como
do Brasil, falou sobre a eficiência enérgica
energia elétrica, água, reagentes, etc.),
na indústria madeireira. Segundo ele, o
reserva de eficiência (identificar variações
objetivo da consultoria energética é fazer
futuras das normas e legislações), caso a
uma avaliação das matrizes da empresa
tecnologia aplicada seja limitada (se possível
e todos os processos de atualidades para
reservar espaço no layout para a instalação
determinar
economia
de um sistema complementar no futuro),
e custos de implementação. Nela, são
investimento inicial x custo operacional,
verificados os seguintes aspectos: sistema
manutenção e peças de reposição e geração
elétrico, de cogeração (geração própria), de
de resíduos (custo futuro de descarte).
o
potencial
de
aquecimento, de refrigeração, de vapor, de
Alessandra Moraes Elisiario, responsável
ar comprimido, de abastecimento de água,
pelo controle e gerenciamento de toda área
de consumo de combustível, e análise das
energética da Cargill no Brasil, abordou a
matrizes energéticas.
cogeração de energia utilizando a madeira.
O tratamento de emissões atmosféricas
Ela destacou a diferença da disponibilidade
na geração termoelétrica foi o tema
de biomassa e das tecnologias disponíveis
abordado por Fernando Carbonari, diretor
nas diferentes regiões do Brasil. “Enquanto
de Negócios da Steuler. De acordo com ele,
na Bahia a biomassa é de alta qualidade,
as principais fontes de emissões na energia
a tecnologia é deficitária. Já no Sul, a
da madeira são feitas pela combustão
tecnologia é boa, mas a biomassa tem
externa e pela gaseificação ou pirólise da
mais umidade”, explicou Alessandra. Ela
matéria-prima. Fernando apresentou os
também apresentou o estudo sobre o Ciclo
limites máximos das emissões atmosféricas
Regenerativo, da unidade de Uberlândia. Ele
permitidas pelo CONAMA.
elevou a energia cogerada de 50 para 70% e
O diretor também falou sobre os fatores
reduziu o consumo específico de biomassa
que devem ser levados em consideração
em mais de 8%. “O sucesso do projeto fez
72 SIM . B. FOREST
com que o sistema fosse instalado em outra
dióxido de carbono é um processo redox
unidade”, complementou.
de gaseificação completa das matérias
Para finalizar o Encontro Brasileiro
contendo carbono, que reconverte o CO2
de Energia da Madeira, Ana Bertolazzi e
em energia primária, baseado na reação
Patrick Magem, diretores da See Brasil,
de Boudouard.
falaram sobre a gaseificação de alto
O Encontro Brasileiro de Energia da
rendimento com CO2 (dióxido de carbono).
Madeira foi um dos eventos da Semana
Eles falaram que na gaseificação da
Internacional da Madeira. De acordo com
biomassa, os resultados variam de acordo
a organização, a próxima edição está
com o agente utilizado. A gaseificação de
programada para 2018.
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
B. FOREST . SIM 73
Wood Trade Brazil discutiu o mercado de comercialização de madeira
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
Por Abimci e Malinovski
74 SIM . B. FOREST
I
produtores
devem buscar alternativas. Não podemos
florestais e profissionais ligados à cadeia
deixar que essa contaminação nos leve a
produtiva da madeira se reuniram durante
perder a esperança. Que vocês continuem
o Wood Trade Brazil, em Curitiba (PR), para
cuidando bem de seus negócios, gerando
discutir o mercado de comercialização de
emprego e renda, porque nós teremos dias
madeira para o Brasil e exterior.
melhores”, declarou.
ndustriais
madeireiros,
O evento, promovido pela ABIMCI
Flávio Castelo Branco, economista da
de
CNI (Confederação Nacional das Indústrias),
Madeira Processada Mecanicamente), FIEP
fez uma das palestras mais aguardadas
(Federação das Indústrias do Estado do
do evento, falando sobre o “Panorama
Paraná) e Malinovski, aconteceu no Campus
Econômico do Brasil e os Impactos no
da Indústria e contou com a participação
Setor Madeireiro”. De acordo com ele, o
do
Edson
cenário da economia brasileira é nebuloso
Campagnolo, que deu as boas-vindas aos
e traz bastante incerteza. “A incerteza é mãe
mais de 280 participantes. Para Campagnolo,
da crise, do baixo investimento, do baixo
o segmento ligado à base florestal trabalha
consumo e, portanto, do baixo crescimento.
em perfeita sinergia com a FIEP. Na opinião
Precisamos afastar as incertezas para voltar
dele, esse é um dos setores que consegue
a crescer”, disse.
(Associação
Brasileira
presidente
da
da
Indústria
Federação,
tirar da crise e do mau momento da economia seus melhores momentos.
A recessão brasileira, segundo Castelo Branco, vem desde meados de 2014, mas a
“A internacionalização não está muito
indústria já vem enfrentando dificuldades há
no DNA do industrial brasileiro, mas o
mais tempo. Para o economista, todo esse
setor de base florestal é um dos poucos
panorama ruim é resultado de equívocos de
que se utiliza do mercado internacional.
políticas econômicas do passado, já que o
O momento é interessante, porque o que
país insistiu no consumo e no uso excessivo
vem pela frente são oportunidades por
de recursos fiscais. Além disso, a tentativa
conta da desvalorização do Real frente ao
de segurar o câmbio para evitar a inflação
Dólar. A economia brasileira não vai bem e
levou à exaustão.
a indústria tem sofrido com o PIB negativo. Portanto, o empreendedor e o industrial
O
país
iniciou
a
correção
desses
desequilíbrios, em 2014, mas o processo B. FOREST . SIM 75
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
avançou em um ritmo menos intenso do
Mercado Internacional
que era necessário, travado pelo ambiente
O Painel Internacional foi composto por
político deteriorado. Segundo o economista,
José Carlos Januário, presidente da ABIMCI;
causas conjunturais como incerteza política,
Fabiano Sangali, coordenador do Comitê
inflação e ajuste fiscal/monetário, e causas
de Laminados e Compensados de Pinus da
estruturais como baixa produtividade, Custo
ABIMCI; e Fernando Gnoatto, coordenador
Brasil e desequilíbrio fiscal de longo prazo,
do Comitê de Madeira Serrada da ABIMCI.
determinaram a dimensão da recessão.
Na avaliação de José Carlos Januário, a
Na primeira fase, o governo tentou
retomada da construção civil no mercado
fazer mudanças nas tarifas públicas, ajustes
norte-americano pode refletir de maneira
das contas públicas, racionalização dos
positiva para os produtores de madeira
subsídios, adequação da taxa de câmbio,
brasileiros. De acordo com os dados
reformulação dos benefícios sociais e
apresentados, a estimativa é de que haja um
política monetária contracionista, mas tudo
aumento de 12% no volume total de novas
isso acabou dando um choque de custo
construções nos Estados Unidos, incluindo
para o setor produtivo.
residências,
76 SIM . B. FOREST
não
residenciais
e
obras
públicas. Além disso, ele apresentou um
diversidade de tipos de compradores e
indicador que prevê um incremento de 8%
com características de compra diferentes,
nas vendas de materiais de construção para
com uma sazonalidade entre novembro
reformas e remodelação de residências.
e junho e, posteriormente, uma retração
Entretanto, o presidente chamou atenção
para uso dos estoques”, explicou Sangalli.
para o fato do compensado de pinus
Para o coordenador, para atuar nesse
brasileiro, principal produto exportado para
mercado, os fabricantes devem avaliar
esse destino, ser tributado em 8% sobre o
a capacidade de compra do europeu,
valor FOB (Free on Board), comprometendo
levar em conta a presença de materiais
a competitividade dos fabricantes nacionais.
alternativos nesses países, o atual momento
“A ABIMCI está atuando para tentar reverter
social com a situação dos refugiados da
esse cenário, mas, por enquanto, sem
Síria e a desvalorização de 20% do Euro
sucesso. Temos esse desafio a ser superado”,
nos últimos 24 meses. “Há ainda questões
afirmou.
como a concorrência com o OSB e com o
Além disso, será preciso enfrentar a
compensado do Chile, além do incentivo
concorrência, por exemplo, do OSB, que
para que o cidadão europeu consuma de
representa 75% dos painéis nas residências
produtores locais”, afirmou. Já Fernando Gnoatto, apresentou os
dos Estados Unidos. os
bons resultados obtidos no mercado no
exportadores brasileiros de madeira que
ano passado pelos fabricantes de madeira
teve destaque durante o encontro é a
serrada. Apesar do Brasil não figurar entre
Europa. De acordo com Fabiano Sangalli,
os principais exportadores deste produto,
hoje o Brasil tem uma dependência menor
perdendo para Canadá, Suécia, Finlândia
desse mercado, pois conseguiu entrar em
e Chile, o setor registrou um aumento
outros destinos como México, países da
de 31,45% do volume físico embarcado
África e Arábia Saudita. Ainda assim, este é
quando comparados os anos de 2015 e
um dos principais destinos internacionais
2014. Para Gnoatto, as oportunidades
de produtos como o compensado de
para esse segmento passam pela revisão
pinus. “Os países europeus representam um
de custos internos e busca por novos
mercado muito dinâmico, com uma grande
mercados.
Outro
importante
destino
para
B. FOREST . SIM 77
Mercado Nacional
1960, mas, na opinião do vice-presidente
O mercado florestal brasileiro apresenta
da STCP, o setor florestal merecia mais
inúmeras possibilidades, mas ainda faltam
atenção, porque tem grande importância
políticas públicas para o setor evoluir. Esse
para a economia brasileira.
foi um dos pontos abordados por Joésio
“Não temos nenhum tipo de diferença
Siqueira, sócio e vice-presidente da STCP
da produtividade alcançada pela soja, por
Engenharia e Projetos. Na opinião dele, o
exemplo, que está em torno de três e quatro
potencial do setor florestal é imenso, mas
mil quilos por hectare. No setor florestal,
para avançar, seria necessário pensar em
nós alcançamos 27 toneladas por hectare
estímulos por parte do governo, como
por ano”, comentou.
acontece em países desenvolvidos.
De acordo com Joésio Siqueira, a ciência
Durante a palestra “Panorama do estoque
e a tecnologia adotadas e desenvolvidas
florestal brasileiro”, Siqueira ressaltou que
ao longo dos anos no setor são muito
o consumo de madeira no Brasil é de 380
significativas,
milhões m3 (metros cúbicos), 82% da madeira
para os negócios. Existem no Brasil hoje
utilizada vêm de plantações florestais. Hoje,
7,7 milhões de hectares de plantações.
a política que sustenta o setor florestal é a
Ele lembra que esse total é suficiente para
política adotada pelo governo na década de
atender à atual estrutura de produção no
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
78 SIM . B. FOREST
gerando
bons
resultados
Foto:Malinovski / Raphael Bernadelli
país. “Mas à medida que evoluímos em
Inteligente, que une os diferentes atores
ciência e tecnologia, esses 7,7 milhões
dessa cadeia, está a busca pela aprovação
talvez não sejam suficientes para atender às
do sistema construtivo wood frame junto ao
expectativas de um setor empresarial que
Ministério das Cidades e o desenvolvimento
quer investir no setor florestal”, afirmou.
da norma técnica. Euclésio ressaltou ainda que é necessário
Produtos, Consumo e Gargalos
planejar as construções sustentáveis a partir
Buscar eficiência produtiva e inovação.
de projetos elaborados dentro de princípios
Esses são apenas alguns dos desafios
da arquitetura bioclimática, com a escolha
apontados
de
pelo
vice-presidente
do
materiais
ambientalmente
corretos,
Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da
certificados, com baixa emissão de CO2, que
Construção Civil no Estado do Paraná),
interfiram pouco na vegetação, promovam a
Euclésio Finatti. Segundo dados apresentados
redução do uso de energia e água, além de
durante a palestra, menos de 1% da madeira
atender às normas técnicas de desempenho,
disponível no mercado é consumida pela
segurança e legislação trabalhista. “Cada
construção civil. “Precisamos acabar com
vez mais será preciso focar em tecnologia,
a cultura de que casa com madeira é mais
novos materiais e modelos de negócios,
frágil”, afirmou. Para isso, entre os trabalhos
além de estarmos atentos a nanotecnologia
que
e realidade virtual”, explicou.
vem
sendo
realizado
pela
Casa
B. FOREST . SIM 79
80 NOTAS . B. FOREST
U
m estudo sobre demanda e potencialidades de plantios florestais no Estado de Goiás virou livro. Em março, a Embrapa Florestas lançou o “Diagnóstico do Setor de Florestas Plantadas no Estado de Goiás”, que aponta o potencial para crescimento do setor; extensa área territorial; considerável percentual de áreas degradadas que podem ser recuperadas com plantios florestais; condições de clima e solo favoráveis em várias regiões mas, principalmente, pela demanda por produtos de base florestal (serrarias, construção civil, embalagens entre outros) e expansão do agronegócio, que necessita de madeira para produção de energia. A intenção da publicação é contribuir para um maior embasamento técnico de produtores, empresários, ações de pesquisa / ensino / extensão e, especialmente, para a formulação de políticas públicas de incentivo ao cultivo florestal em Goiás. Segundo o Chefe-geral da Embrapa Florestas, Edson Tadeu Iede, a compilação de séries históricas dos principais produtos consumidos permitem entender a dinâmica da produção goiana e também a atual distribuição espacial dos plantios. Interessados na publicação podem fazer download clicando aqui
PRAZO FINAL PARA INSCRIÇÃO DO CAR SE APROXIMA
O
s produtores rurais de todo o país têm até o dia 05 de maio para realizar a inscrição no CAR (Cadastro Ambiental Rural). Todas as propriedades rurais devem estar cadastradas sob pena de os proprietários perderem benefícios previstos no Novo Código Florestal e serem impedidos de conseguir linhas de crédito e financiamentos. De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro, com dados até 31 de janeiro, 263 milhões de hectares em todo o país foram registrados no Sistema Nacional de CAR (Sicar), o que representa 66,1% da área a ser cadastrada. Diante desses números, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, defendeu a prorrogação do prazo para inscrição no CAR. Segundo ela, não será possível cadastrar todas as propriedades até maio. Justificou que, muitas vezes, a culpa não é do produtor, mas sim da própria ineficiência dos Estados e órgãos responsáveis em realizar o cadastramento. O CAR foi regulamentado em maio de 2014 e, em maio de 2015, o prazo para cadastramento das terras foi prorrogado por um ano. B. FOREST . NOTAS 81
Crédito: livro Embrapa
GOIÁS TEM POTENCIAL FLORESTAL
ENERGIA VERDE
D
e acordo com o InfoMercado, um boletim da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), ao longo de 2015, as 240 usinas térmicas movidas à biomassa alcançaram 11.000 MW (megawatts) de capacidade instalada, um aumento de 6% em relação à capacidade da fonte no ano anterior. Em dezembro do ano passado, a geração de biomassa alcançou 1.892 MW médios, sendo o bagaço de cana-de-açúcar a principal fonte utilizada. Esta matéria-prima gerou 1.584 MW médios, ou seja, 83,7% do total. O licor negro, um subproduto gerado pelo cozimento da madeira na indústria de celulose, foi a segunda principal fonte utilizada na geração ao longo de 2015. Em seguida, aparece a geração oriunda da queima de resíduos florestais, biogás (resíduos sólidos urbanos), capim elefante, casca de arroz, gás de alto forno (carvão mineral), calor de processo (carvão mineral), carvão vegetal, gás de alto forno (biomassa) e biogás (agroindustriais).
Foto:Divulgação
82 NOTAS . B. FOREST
Crédito: Ponsse
ARAUPEL INVADIDA NOVAMENTE
A
Araupel foi mais uma vez vítima de atos de vandalismo contra o agronegócio por parte de um grupo de criminosos que se intitula como MST (Movimento dos Sem Terra). Embora, de acordo com a empresa, todos os setores da segurança pública tenham sido avisados previamente pela própria Araupel, que forneceu dia e local da invasão programada, nenhuma ação preventiva foi tomada em favor empresa, que já amarga R$ 35 milhões em prejuízos desde a nova onda de invasões que começou em maio de 2014. Na destruição de um milhão e quatrocentas mil mudas, haviam, além de pinus, exemplares de ipê roxo, amarelo e branco, pitangueira e cedro, árvores nativas que anualmente são distribuídas gratuitamente à população. A empresa lamenta profundamente a inércia do poder público federal e estadual, “no que se refere ao cumprimento de ordem judicial, ao direito à propriedade e à manutenção da ordem de um Estado que outrora atraía investimentos, mas que agora mostra-se palco aberto para o desenvolvimento de conflitos e desordens que ameaçam toda a cadeia produtiva paranaense”, afirma em nota. A Revista B.Forest, em nome da Malinovski, também lamenta o ocorrido e cobra aos responsáveis as medidas legais cabíveis. É inadmissível que depredações sejam realizadas contra as empresas florestais, assim como em qualquer outro segmento. Fica aqui nosso apoio às empresas e repúdio aos fatos ocorridos.
Crédito: Araupel
B. FOREST . NOTAS 83
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE BASE FLORESTAL
A
ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais) lançou o segundo volume do Anuário Estatístico de Base Florestal. A edição concentra informações de área plantada, mercado, importância das florestas plantadas, e os destaques do Estado no setor. De acordo com o presidente da associação, José Valmir Calori, a intenção é trazer para a sociedade um material que consolida as principais informações do setor em um só documento. “Este anuário mostra que existem números positivos, reflexo da dedicação de pessoas que acreditam na silvicultura como elemento transformador, que traz mais qualidade de vida para as pessoas e para o planeta”, afirmou. De acordo com o diretor executivo da ACR, Mauro Murara Junior, em 2014 o setor madeireiro/florestal gerou diretamente 683.492 postos de trabalho em todo o país. A fabricação de móveis representou 31% e a indústria madeireira 28% deste total.
Crédito: ACR José Valmir Calori, presidente da ACR, no lançamento do anuário
84 NOTAS . B. FOREST
INVESTIMENTO ALTO
D
urante a trigésima reunião ordinária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Vieira Rezende tomará posse como presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas. A reunião, que acontecerá no dia 31 de março, também terá pauta técnica com as apresentações sobre a praga do gorgulho, sobre o processo de análise de risco de pragas e um debate sobre incentivos para produção de biomassa para geração de energia. No dia seguinte, será a vez da primeira reunião ordinária da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da Confederação Nacional da Agricultura, também presidida por Walter Rezende. Além disso, a reunião também debaterá o Plano Nacional para Desenvolvimento de Florestas Plantadas, o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 e o projeto de Lei n° 3.529/2012, que dispõe sobre incentivos à geração de energia elétrica a partir de biomassa.
Crédito: Guilherme Noronha
B. FOREST . NOTAS 85
86 B. FOREST ENTREVISTA . FOTOS B. FOREST 86
B. FOREST 87 Vテ好EOS. .ENTREVISTA B. FOREST 87
88FOREST B. ENTREVISTA . Vテ好EOS B. FOREST 88
2016
ABR
07
ABRIL 4° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Custos Florestais Quando: 07 e 08 de Abril de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
ABR
11
ABRIL AUSTimber2016 Quando: 11 a 16 de Abril de 2016 Onde: Traralgon (Austrália). Informações: www.austimber.org.au
2016
ABR
12 2016
MAI
12
ABRIL EUCALIPTO 2016 – Simpósio sobre Tecnologias de Produção Florestal. Quando: 12 a 14 de Abril de 2016 Onde: Uberlândia (MG). Informações: www.sif.org.br
MAIO 2º Curso de Aperfeiçoamento Técnico de Gestão Socioeconômica e Ambiental em Atividades Florestais. Quando: 12 e 13 de Maio de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
JUN
09
JUNHO 3º Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Silvicultura de Florestas Plantadas. Quando: 09 e 11 de Junho de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
B. FOREST
. AGENDA 89
2016
JUN
09
JUNHO KWF Tagung – Alemanha. Quando: 09 a 12 de Junho de 2016 Onde: Roding, Bavaria (Alemanha). Informações: www.kwf-tagung.org/en/kwf-tagung/kwf-expo.html
2016
AGO
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AGOSTO 3° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Microsoft Excel Florestal. Quando: 18 e 19 de Agosto de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
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SET
SETEMBRO II Encontro Brasileiro de Infraestrutura Florestal.
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Quando: 22 a 23 de Setembro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
OUTUBRO 6° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Gestão de Manutenção de Máquinas Florestais. Quando: 20 e 21 de Outubro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
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